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Física Experimental

Cap.4 - Trabalho, Energia e Conservação de Energia

ISEP 2010/11 - 1ºsemestre

Energia
Qualquer processo físico envolve energia – cinética, potencial, térmica -,
transferência de energia, transformação de uma forma de energia em outra
forma de enegia...

Conceitos como deslocamento, velocidade, aceleração, força são mais


facilmente definidos e apreendidos e permitiram, até agora fazer uma
descrição de corpos tratados como partículas materiais. Mas...
... E se a força resultante sobre um corpo/sistema não for constante?
(Ex.: força gravítica, força elástica, força de Coulomb)

É vantajoso poder descrever a evolução do sistema em termos de balanços


energéticos: conservação ou dissipação de energia.

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1
Energia
Sistema: partícula, corpo, conjunto de corpos, separados do
resto do Universo – vizinhança - por uma fronteira, através da
qual se efectuam as eventuais trocas de energia.

Exemplo:
sistema = esfera+bloco+fio
Influência da vizinhança: peso dos corpos,
força de atrito e reacção normal no bloco,
força da roldana no fio.
Forças internas: tensão no fio, forças dos
corpos no fio e do fio nos corpos.

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Trabalho e Energia cinética (1)


Trabalho (work): forma mais comum de transferência de energia

Trabalho de uma força constante num


movimento rectilíneo (1D):
r r r
WFr ( ∆rAB ) = F ⋅ ∆rAB = F ⋅ ∆s AB ⋅ cos θ
(produto escalar ou interno de vectores)

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2
Trabalho e Energia cinética (2)
Força “útil” na realização de trabalho

r
WFr (∆rAB ) = F ⋅ cos θ ⋅ ∆s AB = Ft ⋅ ∆s AB

Unidade SI: joule (1 J = 1 Nm = 1 kgm2s-2)


r r
Nota: ∆r = 0 ⇒ WFr = 0

0º ≤ θ < 90º ⇒ WFr > 0 trabalho potente (ex. peso numa descida)
θ = 90º ⇒ WFr = 0 trabalho nulo (ex. reacção normal)
90º < θ ≤ 180º ⇒ W < 0 r
F
trabalho resistente (ex. força de
atrito cinético, peso numa subida)
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Trabalho e Energia cinética (3)

E quando várias forças constantes actuam no


mesmo corpo/sistema, em simultâneo? Qual o
trabalho total realizado sobre o sistema?

r r r r r r r r r
WFr (∆rAB ) + WFr (∆rAB ) + ... + WFr (∆rAB ) = F1 ⋅ ∆rAB + F2 ⋅ ∆rAB + ... + Fn ⋅ ∆rAB
1 2 n
r r r r
= ( F1 + F2 + ... + Fn ) ⋅ ∆rAB
r r
= FR ⋅ ∆rAB
r
= WFrR (∆rAB )

O trabalho total realizado sobre o sistema é igual ao trabalho realizado pela


força resultante!
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3
Aplicação
O Sr. Hoover, ao aspirar o chão da sala
depois de assistir a um jogo de futebol
com uns amigos, puxa o seu aspirador
com uma força de 50 N com uma
inclinação de 30º relativamente à
horizontal. Qual o trabalho que realiza
sobre o aspirador ao deslocá-lo 3 m para
a direita, em frente ao sofá?

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Aplicação

Nota: O peso e a reacção normal não


realizam trabalho sobre o aspirador
nesta situação, visto serem
perpendiculares ao deslocamento.

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4
Trabalho e Energia cinética (4)

A realização de trabalho está associada


a uma transferência de energia entre o
resto do universo e o sistema (por
intermédio da vizinhança deste), através
da fronteira que o delimita.

trabalho realizado sobre o sistema (pela


WFr > 0 → vizinhança)
W ↔ ∆E ∴ WFr = 0 → trabalho nulo

WFr < 0 → trabalho realizado pelo sistema sobre a


vizinhança

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Trabalho e Energia cinética (5)


Energia cinética: forma de energia associada ao movimento
Uma consequência possivel da
realização de trabalho sobre um
corpo é a alteração da sua
velocidade...
r r r r
Wtotal ( ∆rAB ) = WFrR (∆rAB ) = FR ⋅ ∆rAB = FRt ⋅ ∆x AB
r r
FR = m ⋅ a ⇒ FRt = m ⋅ at (2ª Lei de Newton)
2 2
v = v + 2 ⋅ at ⋅ ∆s AB (movimento uniformemente variado a 1D)
B A

r
Wtotal (∆rAB ) = m ⋅ at ⋅ ∆s AB = m ⋅ 1 2 (vB2 − v A2 ) = 12 mvB2 − 12 mv A2
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Trabalho e Energia cinética (6)
Energia cinética: forma de energia associada ao movimento
O trabalho total realizado sobre um corpo de
massa m no seu deslocamento de A para B é
igual à variação correspondente da quantidade
1
2 mv 2
associada ao movimento do corpo – Energia cinética (EC) de um corpo
de massa m com velocidade v.

EC = 12 mv 2

Unidade SI de Energia : joule (1 J = 1 kgm2s-2)

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Trabalho e Energia cinética (7)


Teorema do Trabalho - Energia cinética:
O trabalho total realizado sobre um sistema de massa m no seu
deslocamento de A para B é igual à variação da sua energia
cinética entre essas posições.
r
Wtotal (∆rAB ) = 12 mvB2 − 12 mv A2
= EC ( B ) − EC ( A)
= ∆EC ( A → B)

Nota: o resultado foi deduzido para forças constantes e deslocamentos rectilíneos, mas
mantém a sua validade para forças variáveis e deslocamentos no espaço 3D.

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6
Trabalho e Energia cinética (8)

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Aplicação
Um bloco de 6 kg, inicialmente em
repouso, é arrastado 3 m ao longo de
uma superfície horizontal sem atrito, pela
acção de uma força horizontal de 12 N.
Qual a velocidade final do bloco?

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7
Aplicação
Imagine agora que era aplicada uma força com
o dobro da intensidade (F’=2F).
Qual a distância ∆x’ que o bloco percorreria
até atingir a velocidade de 3.5 m/s?
Qual o intervalo de tempo ∆t’ decorrido?

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Aplicação
Se estiver a conduzir um carro a 90 km/h, qual a distância
necessária para parar o carro, comparativamente à que
necessitaria se conduzisse a uma velocidade de 30 km/h?

∆EC ' = 0 − 12 mv '2 = − 12 m ⋅ 902


= − 12 m ⋅ 32302 = 9 × (− 12 m ⋅ 302 ) = 9 × ∆EC

r r
∆EC ' = WFr' ac = Fac ⋅ ∆r ' = Fac ⋅ ∆s '⋅ cos 180º = − Fac ⋅ ∆s '
r r
= 9 ⋅ ∆EC = 9 ⋅WFrac = 9 ⋅ Fac ⋅ ∆r = − Fac ⋅ 9∆s
∴ ∆s ' = 9∆s

Nove vezes mais!... Porque o carro movimenta-se com uma energia cinética 9 vezes maior.
Considerando que a força de atrito é a mesma nos dois casos, para que esta realize um trabalho
9 vezes maior, tem que actuar durante uma distância também ela 9 vezes maior.

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8
Trabalho e Energia Cinética (9)
Trabalho de uma força variável

~ trabalho realizado por F num pequeno


deslocamento ∆x, em que F ~ constante

~ trabalho realizado por F no


deslocamento xi → xf

No limite em que ∆x →0, o trabalho realizado


por F no deslocamento xi → xf é determinado
de forma exacta pelo integral a uma dimensão:

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Trabalho e Energia Cinética (10)


Trabalho → área debaixo da curva F = F(x)

Quando várias forças actuam simultaneamente


no sistema, o cálculo pode ser feito através do
trabalho da força resultante:

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9
Aplicação

Uma força F, com uma componente


horizontal de intensidade variável,
representada no gráfico como função da
posição x, actua num corpo enquanto
este se desloca 6 m.
Qual o trabalho total realizado por F
sobre o corpo?

trabalho realizado por F no deslocamento 0 → 4 m


(área do rectângulo)
trabalho realizado por F no deslocamento 4 → 6 m
(área do triângulo)

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Trabalho e Energia Cinética (11)


Trabalho da força elástica
Força elástica numa mola → exemplo típico
de uma força variável (Lei de Hooke):

O trabalho realizado pela força que a mola


faz no bloco, num deslocamento xi → xf
é calculado através do integral

(Porquê?)

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Trabalho e Energia Cinética (12)
Trabalho da força elástica
– cálculo gráfico
trabalho realizado por F no deslocamento -xmax → 0
(área do triângulo):

trabalho realizado por F no deslocamento 0 → xmax


(área de um triângulo semelhante, abaixo do eixo xx):

O trabalho realizado por F no deslocamento total


-xmax → xmax é nulo!

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Aplicação
Um bloco, preso a uma mola (k = 80 N/m),
está em repouso, assente numa superfície
horizontal onde pode deslizar sem atrito.
Uma força Fap é aplicada ao bloco,
deslocando-o lentamente e a uma velocidade
constante, até à posição xf = 4 cm.
Qual o trabalho realizado por Fap no
deslocamento 0 → 4 cm?
Qual o trabalho adicional necessário para
deslocar o bloco de xi = 4 cm até xf = 8 cm?

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Aplicação
r r r r r
v = cte ⇔ a = 0 ⇒ FR = 0
r r r r r r r
FR = 0 ⇒ FS + Fap = 0 ⇔ Fap = − FS ⇒ Fap = kx
xf xf
WFrap = ∫ Fap ( x) dx = ∫ kx dx = 12 kx 2f − 12 kxi2
xi xi

WFrap = −( 12 kxi2 − 12 kx 2f ) = −WFrS

trabalho realizado por Fap no WFrap (0 → 4cm) = 12 × 80 × 0.042 − 12 × 80 × 0 2 = 0.064J


deslocamento 0 → 4 cm
trabalho realizado por Fap no WFrap (4 → 8cm) = 12 × 80 × 0.082 − 12 × 80 × 0.042 = 0.192J
deslocamento 4 → 8 cm

∴WFrap ( 4 → 8cm) = 3 × WFrap (0 → 4cm)

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Trabalho e Energia a 3 dimensões (1)


Definição geral de trabalho
Partícula de massa m, em
movimento ao longo de uma
trajectória curva s no espaço 3D,
sujeita à acção de uma força
variável F:
r2 r r
r
r r r
r r r WFr ( r1 → r2 ) = ∫r F ( r ) ⋅ dr
r1
F (r ) ⋅ dr = F cos θ dr
≡ Fs dr ≈ Fs ds
r r s2
∴WFr (r1 → r2 ) = ∫ Fs ( s) ds
s1

r r x2 y2 z2
Nota: WFr (r1 → r2 ) = ∫ Fx dx + ∫ Fy dy + ∫ Fz dz
x y 1 z 1 1

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Trabalho e Energia a 3 dimensões (2)
Teorema do trabalho-energia cinética - F(s), 3D
r r s2
trabalho realizado por F(s) na trajectória
WFr (r1 → r2 ) = ∫ Fs ( s ) ds
s1 → s2: s1

mudança de variável de integração por dv dv ds dv


Fs ( s ) = m as = m =m =m v
aplicação da 2ª Lei de Newton (v é a dt ds dt ds
velocidade escalar): dv
∴ Fs ( s ) = m v ⇔ Fs ( s ) ds = mv dv
ds
r r s2 v2
WFr (r1 → r2 ) = ∫ Fs ( s) ds = ∫ mv dv = 12 mv22 − 12 mv12
s1 v1

r r
WFr (r1 → r2 ) = EC (2) − EC (1) = ∆EC (1 → 2)

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Aplicação
Um homem empurra, a velocidade
constante e com o auxílio de um
patim, um frigorífico de 100 kg ao
longo de uma rampa com 8 m de
comprimento, vencendo um
desnível de 2 m até à caixa de uma
pickup.
Qual o trabalho realizado pelo
homem sobre o frigorífico?

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Questão
Será que se aumentássemos o comprimento L da rampa, o trabalho mínimo
necessário para carregar o frigorífico até à pickup seria menor?

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Potência (1)
Suponhamos que quem está a carregar o
frigorífico é pouco sensível aos nossos
argumentos científicos, e decide montar
uma rampa mais longa, empurrando o
frigorífico à mesma velocidade...

Vai realizar o mesmo trabalho


trabalho... em mais tempo.
tempo

Potência – taxa temporal de realização de trabalho (ou transferência de energia)


Energia
Potência =
tempo
Unidade SI de Potência: watt (1 W = 1 Js-1)

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Potência (2)
W ∆E (taxa à qual a energia
Potência média no intervalo ∆t: P= = atravessa a fronteira do
∆t ∆t sistema)
r r
W dW F ⋅ dr r r
E instantaneamente? lim P = lim = = = F ⋅ v = Fs v
∆t →0 ∆t →0 ∆t dt dt

r r dE
Potência instantânea: P = F ⋅ v = Fs v =
dt

(1 W = 1 Js-1 = 1 kgm2s-3 = 1 Nms-1)

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Questão

Será que se acelerar um carro dos


90 km/h para os 120 km/h é tão
rápido como acelerá-lo dos 60
km/h para os 90 km/h?

Para um potência constante, a


aceleração instantânea é inversamente
proporcional à velocidade instantânea...

... e o tempo necessário para acelerar de uma


velocidade para a outra é directamente
proporcional à variação de EC.

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Aplicação
Suponha que contratou à edp o abastecimento de energia
eléctrica da sua casa. A potência contratada é de 2.3 kVA e o
preço do kWh é 0.1011€.

A Física das facturas edp:


O que é uma potência contratada de 2.3 kVA?
O kWh é uma unidade de quê?

2.3 kVA = 2.3 kW = 2.3 × 103 W 2.3x103 J é a quantidade máxima de energia que
pode ser fornecida (ou consumida) a toda a casa,
= 2.3 × 103 J/s por segundo.

1kWh = 1kW ×1hora = 103 W × 3600s O quilowatt-hora é uma unidade de energia


(energia consumida durante uma hora por uma
= 3.6 ×106 (J/s)s = 3.6 ×106 J máquina com uma potência de 1 kW).

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Aplicação
A Contabilidade das facturas EDP:
Suponha que mantém o aquecimento do seu quarto - um
tradicional aquecimento a óleo – ligado 8 horas por noite,
durante os meses frios do ano. A potência do aparelho é 1000W
e o preço do kWh é € 0.1011 (uma vez que optou por contratar
uma tarifa simples à edp). Qual é o custo mensal associado a
este consumo?

E = P × ∆t = 1000 W × (8h/d × 30d) = 1.000kW × 240h = 240kWh


Custo = 240 kWh × € 0.1011/kWh = € 24.26

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Trabalho e Energia Potencial (1)
Forças conservativas e não-conservativas
O trabalho realizado pelo peso do frigorífico no deslocamento do chão até à
traseira da pickup é independente do comprimento e inclinação da rampa.

r r r r
WPr = P ⋅ ∆r = P ⋅ L ⋅ cos( P ^ ∆r )
∆h
= − mg ⋅ L ⋅ = −mg∆h
L
= mghi − mgh f

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Trabalho e Energia Potencial (2)


Forças conservativas e não-conservativas
O trabalho realizado pelo peso desta bola (P=10 N) nas três trajectórias
descendentes a, b e c, tem sempre o valor W=30 J...

... e se houver atrito? O trabalho da força de atrito depende geralmente da


trajectória (existência ou não de rampa, inclinação, comprimento...)

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17
Trabalho e Energia Potencial (3)
Forças conservativas e não-conservativas
A força gravítica é uma força conservativa e a força de atrito é uma força não-
não-
conservativa
conservativa.

Forças conservativas:
1. O trabalho não depende da trajectória,
mas apenas das posições inicial e final
(ex: WP=mg(hf-hi)).
2. O trabalho é nulo numa trajectória
fechada (hf=hi, logo WP=0)

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Trabalho e Energia Potencial (4)

Sistema = livro + Terra (interacção gravítica)

Ao elevarmos o livro de uma altura inicial ya


até uma altura final yb, a uma velocidade
constante, estamos a realizar trabalho sobre o
sistema...
Se não houver variação da EC, qual o tipo de
energia que estamos a transferir para o
sistema?

Nota: se deixarmos cair o livro a partir de yb,


o sistema vai adquirir Ec...

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18
Trabalho e Energia Potencial (5)
A energia armazenada no sistema tinha o potencial de se transformar em trabalho ou EC,
o que aconteceu quando largámos o livro... chama-se por isso Energia potencial:
- depende da configuração do sistema;
- existe apenas associada a forças conservativas.

O trabalho da força aplicada Fap para elevar o livro, é:

Também aqui, o trabalho realizado é igual à variação de


uma quantidade entre os estados inicial e final...

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Trabalho e Energia Potencial (6)


Energia potencial gravítica
À quantidade cuja variação está assocido o trabalho da força simétrica do peso do livro,
no exemplo anterior, dá-se o nome de Energia potencial gravítica:

EPg = mgh
- é uma grandeza escalar;
- exprime-se em joules (J) no sistema internacional;
- depende apenas da altura h do corpo (para um sistema Terra+corpo, próximo da
superfície da Terra);
- a sua variação está relacionada com o trabalho da força gravítica:

∆E Pg ( A → B) = mg∆hAB = −WPr ( A → B)

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19
Aplicação
O proprietário de uma cabana solitária na
montanha pretende resolver o problema do
abastecimento de energia eléctrica, montando
uma “mini-hídrica” num riacho próximo. O
riacho tem 3 m de largura e 0.5m de
profundidade, e a velocidade da água ao
iniciar a queda numa pequena cascata com um
desnível de 5 m é de 1.2 m/s.
O fabricante do mecanismo garante apenas
uma eficiência de 25% na conversão de
energia potencial gravítica do sistema Terra-
água em energia eléctrica.
Qual o valor da potência eléctrica gerada?

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Trabalho e Energia Potencial (7)


Função Energia Potencial
Uma energia potencial está associada à existência de uma força conservativa F, cujo
trabalho num determinado deslocamento depende apenas das configurações inicial (A)
e final (B) do sistema.

rB r
r
r
WFr ( A → B ) = ∫r F ⋅ dr = − ∆E P ( A → B )
rA
rB r
r
r
∴ ∆EP ( A → B) = E P ( B) − E P ( A) = − ∫r F ⋅ dr
rA
r r
⇒ dEP = − F ⋅ dr = − Fs ds
Num deslocamento infinitesimal, a variação de energia
potencial é simétrica do trabalho da força conservativa
correspondente.

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20
Aplicação – Energia potencial gravítica
Calcule a função energia potencial associada à força conservativa F=-mg j
(força gravítica que actua num corpo próximo da superfície da Terra).
r r
dEP = − F ⋅ dr r
F = −mg ˆj
r
dr = dx iˆ + dy ˆj + dz kˆ
r r
∴ dEP = − F ⋅ dr = −(0 − mg ˆj ⋅ dy ˆj + 0) = mg dy
yf yf
∆EP = EPf − EPi = ∫ dEP = ∫ mg dy = mgy f − mgyi
yi yi

∴ E Pg = mgy
A energia potencial gravítica EPg é definida a menos de uma constante aditiva (constante de
integração) que corresponde à EPg para y=0. Uma vez que apenas interessam as variações de EP, é
possivel escolher arbitrariamente o nível y=0, onde EPg=0.

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Aplicação – Energia potencial elástica


Calcule a função energia potencial associada à força conservativa F=-kx i
(força que actua num corpo preso a uma mola de constante elástica k).
r r r
dEP = − F ⋅ dr F = −kx iˆ
r
dr = dx iˆ
r r
∴ dE P = − F ⋅ dr = −(− kx iˆ ⋅ dx iˆ) = kx dx
xf
∆EP = E Pf − E Pi = ∫ kx dx = 12 kx 2f − 12 kxi2
xi

∴ E Pel = 12 kx 2

A energia potencial elástica EPel é definida a menos de uma constante aditiva (constante de
integração) que corresponde à EPel para x=0. Uma vez que apenas interessam as variações de EP,
é possivel escolher arbitrariamente o nível x=0, onde EPel=0.

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21
Energia potencial e equilíbrio 1D (1)
Qual o significado físico do declive de uma curva de representação gráfica
EP(x)?
dEPel ( x)
E Pel ( x) = 12 kx 2 ⇒ = kx
dx
dE ( x)
⇔ Pel = − Fel ( x)
dx
Para x=0, a EP atinge um mínimo e a força
elástica é nula. Logo, o corpo está em equilíbrio...
E se alterarmos ligeiramente a configuração do
sistema (a posição do corpo)?

Este retorna espontaneamente ao estado de


equilíbrio.

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Energia potencial e equilíbrio 1D (2)


Equilíbrio estável – ao Equilíbrio neutro – ao Equilíbrio instável – ao
alterarmos ligeiramente a alterarmos ligeiramente a alterarmos ligeiramente a
configuração do sistema, configuração do sistema, configuração do sistema,
este retorna ao seu estado este não altera o seu estado este altera afasta-se cada
inicial de equilíbrio. energético e mantém o vez mais do equilíbrio.
equilíbrio.

x >0⇒ dEP
dx
F ( x)
> 0 ∴ 0 ←
 x = 0+ ⇒ dE P
dx
F ( x)
≈ 0 ∴ ←→ x>0⇒ dEP
dx
( x)
< 0 ∴ F
 →+
x <0⇒
dEP
dx < 0 ∴ F ( x)
→ 0 x=0 ⇒ − dE P
dx ≈ 0 ∴ ←
→ F ( x)
x<0⇒ dEP
dx
F ( x)
> 0 ∴ − ←


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22
Conservação da Energia Mecânica (1)
Sistema = livro + Terra (interacção gravítica)
Sendo a força gravítica conservativa, o trabalho do
peso do livro está associado à variação da EPg:
r r
WPr ( B → A) = P ⋅ ∆rBA
= − mg ˆj ⋅ ( y A − y B ) ˆj
= − (mg y A − mg y B )
= − ∆E Pg ( B → A)

Segundo o teorema do Trabalho - Energia Cinética,


r r r r
Fa = 0 ⇒ FR = P
⇒ WPr ( B → A) = Wtotal ( B → A) = ∆EC ( B → A)

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Conservação da Energia Mecânica (2)


Energia mecânica Em

∴ −∆EPg ( B → A) = ∆EC ( B → A)
⇔ ∆EPg ( B → A) + ∆EC ( B → A) = 0

⇔ ∆[ EPg + EC ]( B → A) = 0
Não há variação da quantidade (EPg+EC) do sistema. Ou seja,
essa quantidade permanece constante:

⇔ ( E Pg + EC ) B = ( E Pg + EC ) A

À quantidade (EP+EC) dá-se o nome de Energia Mecânica (Em) do sistema


(no termo EP estão incluídos todos os tipos de energia potencial existentes
no sistema – gravítica, elástica, electrostática...)

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23
Conservação da Energia Mecânica (3)
Conservação da energia mecânica
Quando apenas forças conservativas
internas realizam trabalho sobre o
sistema, a energia mecânica
permanece constante (é ‘conservada’...
daí o termo ‘conservativa’ aplicado a certas
forças):

∆Em = 0 ⇔ Em i = Em f
⇔ E P i + EC i = E P f + EC f

Exemplo: interacção entre uma mola e um bloco que pode


deslizar numa superfície horizontal sem atrito:

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Aplicação
Um bloco de massa m é abandonado em repouso
sobre uma superfície plana com uma inclinação
θ, onde desliza sem atrito. Depois de percorrer
uma distância d, entra em contacto com uma
mola de constante elástica k e massa desprezável,
inicialmente não deformada. Em contacto com a
mola, o bloco percorre ainda uma distância
adicional x até atingir um estado de repouso
momentâneo, após o qual inverte o sentido do
seu movimento.
Qual a distância inicial d percorrida pelo bloco?

R:

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Aplicação
Os dois blocos representados na figura estão
ligados por um fio inextensível e de massa
desprezável, que passa por uma roldana sem atrito.
Os blocos são abandonados em repouso na
configuração representada.
Porque é que para o sistema constituído pelos 2
blocos e a Terra, podemos considerar que há
conservação da energia mecânica?
Qual a velocidade do bloco 2 quando o bloco 1
chega ao chão?
Qual a altura máxima atingida pelo bloco 2?
R: v2=4.43m/s; hmax2=5.0m

FIEXP - Trabalho e Energia - ISEP 2010/11 - 1º semestre 49

Conservação da Energia
Princípio da conservação da Energia
A Energia total do Universo é constante. A energia não pode ser criada nem destruída,
apenas pode ser transformada de uma forma de energia noutra forma de energia, ou
transferida/transmitida de uma para outra parte do Universo.

Sistema: a variação da sua energia total é


simétrica da variação da energia total do ∆Esist = Eentrada − Esaída = − ∆Eexterior
resto do Universo.

Sistema isolado: não efectua trocas de ∆Esist = 0


energia com o exterior (resto do Universo).

Energia total de um sistema: soma de


Esist = Em + Etérmica + Equímica + Eoutras
todas as formas de energia do sistema.

FIEXP - Trabalho e Energia - ISEP 2010/11 - 1º semestre 50

25
Conservação da Energia
Transferências de Energia
Mecanismos de transferência (exs.)
ondas mecânicas, electromagnéticas,
transferência de massa, energia eléctrica,
calor, trabalho mecânico...

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Conservação da Energia
Teorema do Trabalho - Energia
Se a única troca de energia entre um sistema e o exterior for feita por realização de
trabalho, a variação da energia total do sistema é igual ao trabalho nele realizado pelas
forças exteriores:
∆Esist = WFrext
⇔ ∆Em + ∆Etérmica + ∆Equímica + ∆Eoutras = WFrext

Exemplo: sistema não-isolado (livro) que


sofre alterações de energia (cinética) devido
à acção de uma força exterior (força de
atrito cinético).

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26
Conservação da Energia
Trabalho de forças não conservativas
Quando uma força não-conservativa realiza trabalho,
a energia mecânica do sistema não é conservada
conservada.

Pelo terorema do Trabalho – En. Cinética: ∆EC = Wtotal = WFrR = WFrCons + WFrNCons
Pela definição de forças conservativas: ∆EP = −WFrCons
Assim, pela definição de Energia Mecânica: ∆EC + ∆EP = WFrCons + WFrNCons − WFrCons
⇔ ∆Em = WFrNCons

Nota: na figura, F aumenta a energia mecânica do bloco enquanto fk diminúi a energia mecânica.
n, apesar de ser também uma força não-conservativa, não altera a Em do bloco.
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Conservação da Energia
Trabalho da força de atrito cinético
Quando a única força não conservativa a realizar trabalho
sobre o sistema é a força de atrito cinético, o sistema perde
energia mecânica, habitualmente sob a forma de calor:
∆Em = WFrac
Se a força de atrito for uma força interna do sistema (ex: sistema=bloco+superfície+ar circundante)
a energia mecânica perdida é transformada em energia térmica do mesmo sistema (aumento de
temperatura):
∆Em = WFrac = − ∆Eterm ⇒ ∆Em + ∆Eterm = ∆E sist = 0
E se o sistema for apenas o bloco?

∆E sist = WFrac ⇒ ∆E m = ∆EC = WFrac


Notas: (1) a designação correcta do termo WFac é a de “pseudo-trabalho de Fac”; (2) apenas as formas mecânica
e térmica de energia estão a ser consideradas.
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27
Aplicação
Uma criança de massa m = 20 kg desliza por um
escorrega de 2 m de altura e trajecto (curvatura e
inclinação) irregular, partindo do topo em repouso.
Se não existir atrito entre a superfície do escorrega e a
criança, qual a velocidade desta ao atingir a base?
Supondo que, devido à existência de atrito, a criança
atinge a base do escorrega com uma velocidade de 3
m/s, qual a perda percentual de energia mecânica do
sistema?
Será possivel, com estes dados, determinar o valor do
coeficiente de atrito cinético entre a criança e o
escorrega?

FIEXP - Trabalho e Energia - ISEP 2010/11 - 1º semestre 55

Aplicação
Os dois blocos representados na figura estão
ligados por um fio inextensível e de massa
desprezável, que passa por uma roldana sem atrito.
O bloco 1 está pousado numa superfície horizontal
onde pode deslizar com atrito. Os blocos são
abandonados em repouso na configuração
representada, com a mola não deformada.
Se o bloco 2 desce uma altura h até ficar novamente
em repouso, qual o coeficiente de atrito cinético
entre o bloco 1 e a superfície?

R:

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28
Aplicação
Os dois blocos representados na figura estão
ligados por um fio inextensível e de massa
desprezável, que passa por uma roldana sem
atrito.
Determine a variação de energia cinética do
sistema quando o bloco de 50 kg se desloca
entre os pontos A e B, distantes entre si 20 m,
sabendo que o coeficiente de atrito cinético
entre este e a superfície do plano inclinado
tem o valor 0.250.

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Massa e Energia (1)


Teoria da Relatividade (resultado)
Estabelece pela 1ª vez uma relação entre Inércia e
Energia: a massa de um corpo é uma forma
armazenada de energia. Qualquer corpo com massa,
tem uma energia intrínseca, mesmo em repouso, dada
por: “The release of atom
2 power has changed
E = mc everything except our
way of thinking... the
solution to this
problem lies in the
É esta a fonte de heart of mankind. If
energia dos reactores only I had known, I
das centrais nucleares, should have become a
mas também das watchmaker.” A.
bombas atómicas... Einstein

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29
Massa e Energia (2)
A transformação de massa em energia é importante
ao nível dos processos atómicos e nucleares, onde a
variação da massa é uma fracção significativa da
massa interveniente (o que não acontece nos nossos
exemplos macroscópicos). É essa a fonte das centrais
nucleares.
De que energia se trata?

Da energia de ligação do núcleo


atómico! A massa de um núcleo é
menor do que a soma das massas
das suas partículas constituíntes...

Reacção em cadeia da fissão do Urânio 235 →

FIEXP - Trabalho e Energia - ISEP 2010/11 - 1º semestre 59

Massa e Energia (3)


Aplicação: Produção de energia a partir
da fissão nuclear do isótopo 235U (*)

235
U + n →143 Ba + 90 Kr + 3n + ∆m
Balanço de massa (em u.m.a.):

235.04395+1.008665 = 142.92054+89.91959+3 ×1.008665+∆m


∆m = 0.186 u.m.a = 3.089 × 10 −28 kg
⇒ ∆E = ∆m c 2 = 3.089 × 10 −28 kg × (3.0 × 108 m/s ) 2 = 2.78 × 10 −11 J

E para 1kg de 235U?


∆E ≈ 1014 J ≈ 20 000 000 kWh → € 2 000 000

* na realidade, é o isótopo 236 do urânio, formado a partir da captura de um neutrão pelo 235U, que sofre fissão.
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Quantização da energia
As trocas de energia à escala dos sistemas atómicos é feita de forma
discreta, isto é, apenas determinados valores de energia (quanta
quanta)
podem entrar ou sair do sistema: a energia desses processos diz-se
quantizada. A troca de energia é feita por emissão ou absorção de
quantizada
fotões (quanta de luz):

n – nº fotões
h – constante de Planck
f – frequência

Parte do espectro do Hidrogénio – cada


risca representa luz de uma determinada
frequência, correspondente à emissão de
fotões por transferência de e- de níveis de
energia mais altos para níveis mais baixos.

FIEXP - Trabalho e Energia - ISEP 2010/11 - 1º semestre 61

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