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PROCESSO Nº: 0000072-79.2010.4.05.8303 - EXECUÇÃO FISCAL


EXEQUENTE: CONSELHO REGIONAL DE FARMACIA DE PERNAMBUCO
EXECUTADO: GILDO GOMES DA SILVA MEDICAMENTOS e outro
38ª VARA FEDERAL - PE (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO)

SENTENÇA

Trata-se de execução fiscal proposta pelo Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco -


CRF/PE em face de GILDO GOMES DA SILVA e GILDO GOMES DA SILVA
MEDICAMENTOS.

A exequente foi intimada para se manifestar acerca da prescrição intercorrente, quedando-se inerte.

A prescrição intercorrente se dá pela inércia da Fazenda Pública em praticar atos processuais


destinados à satisfação de seu crédito no processo de execução fiscal em determinado lapso
temporal previsto em lei, culminando na desobrigação do devedor em adimplir o crédito tributário.

No caso dos autos, constato que houve o arquivamento, nos termos do art. 40 da Lei n.º 6.830/80,
no dia 17/12/2014, conforme resumo processual juntado no ID 4058303.10729021, já havendo
decorrido o prazo prescricional de 5 anos (art. 40, § 2º da LEF).

O art. 40, § 4.º, da Lei n.º 6.830/80 com a nova redação dada pela Lei n.º 11.051/04, permite que o
Magistrado, em sede de execuções fiscais, reconheça a prescrição intercorrente, porém, antes
devendo ser ouvido o(a) exequente.

No caso dos autos, o exequente não apresentou nenhum fato impeditivo à configuração da
prescrição intercorrente.

Convém destacar, acerca do tema, o seguinte julgado proferido pelo STJ:

TERCEIRA TURMA DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PRÉVIA INTIMAÇÃO NA


PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. Em execução de título extrajudicial, o credor
deve ser intimado para opor fato impeditivo à incidência da prescrição intercorrente
antes de sua decretação de ofício. Prestigiando a segurança jurídica e o
reconhecimento antigo e reiterado de que as pretensões executivas prescrevem no
mesmo prazo da ação, nos termos da Súmula n. 150 do STF, albergou-se na Terceira
Turma do STJ possibilidade de reconhecimento de ofício da prescrição intercorrente,
utilizando-se como parâmetro legal a incidência analógica do art. 40, §§ 4º e 5º, da
Lei n. 6.830/80 - Lei de Execução Fiscal (LEF). Essa mesma solução foi concretizada
no novo CPC, em que se passou a prever expressamente regra paralela ao art. 40 da
LEF, nos seguintes termos: "Art. 921. Suspende-se a execução: (...) § 4º. Decorrido o
prazo de que trata o § 1º sem manifestação do exequente, começa a correr o prazo de
prescrição intercorrente. § 5º. O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15
(quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e
extinguir o processo." Todavia, ressalte-se que em ambos os textos legais - tanto na
LEF como no novo CPC - prestigiou-se a abertura de prévio contraditório, não

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para que a parte dê andamento ao processo, mas para possibilitar-lhe a


apresentação de defesa quanto à eventual ocorrência de fatos impeditivos da
prescrição. E em razão dessa exigência legal de respeito ao prévio contraditório,
cumpre enfatizar que, quanto à aplicação do instituto no âmbito da execução fiscal, o
STJ, por intermédio de sua Primeira Seção, assentou o entendimento de que é
indispensável a prévia intimação da Fazenda Pública, credora naquelas demandas,
para os fins de reconhecimento da prescrição intercorrente (EREsp 699.016/PE,
Primeira Seção, DJe 17/3/2008; RMS 39.241/SP, Segunda Turma, DJe 19/6/2013).
Nessa ordem de ideias, a viabilização do contraditório, ampliada pelo art. 10 do novo
CPC - que impõe sua observância mesmo para a decisão de matérias conhecíveis de
ofício -, concretiza a atuação leal do Poder Judiciário, corolária da boa-fé processual
hoje expressamente prevista no art. 5º do novo CPC e imposta a todos aqueles que
atuem no processo. Ao mesmo tempo, conforme doutrina, mantém-se a limitação da
exposição do devedor aos efeitos da litispendência, harmonizando-se a prescrição
intercorrente ao direito fundamental à razoável duração do processo. REsp
1.589.753-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 17/5/2016, DJe
31/5/2016.

Permitir suspensa execução fiscal inócua, com evidente ocorrência de prescrição intercorrente,
significa atribuir perenidade às obrigações jurídicas, de forma a negar que possam vir a ser extintas.

Ante o exposto, determino a EXTINÇÃO do feito com resolução do mérito, haja vista a prescrição
intercorrente e a consequente extinção do crédito tributário, nos termos do art. 156, V, do CTN e do
art. 487, II, c/c Art. 924, V, do CPC.

Sem condenação no pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios.

Sem reexame obrigatório.

Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com baixa na distribuição.

Serra Talhada, data da validação.

MARINA COFFERRI

Juíza Federal Substituta na 38ª Vara Federal - SJPE

Processo: 0000072-79.2010.4.05.8303
Assinado eletronicamente por: 20040211395729000000014088243
MARINA COFFERRI - Magistrado
Data e hora da assinatura: 03/04/2020 14:13:10
Identificador: 4058303.14055562

Para conferência da autenticidade do documento:


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