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Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto

Mindfulness e Meditação

Processos de Intervenção nas Transições e Perturbações do Desenvolvimento


Professora Doutora Paula Mena Matos
Filipa Costa | Isabel Monteiro | Juliana Gomes | Lídia Oliveira
16 de Novembro de 2011
Budismo

Enfatiza o reconhecimento, o sentimento, a aceitar o desconforto


quando ele surge e a compreender a experiência íntima, ao invés de
eternamente tentar fugir dela. Assume, como foco central, a aceitação e
abertura em vez da culpa e vergonha dos comportamentos adotados.
(Bowen, Chawla, & Marlatt, 2011)

Tipos de Meditação Budista


• Ᾱnᾱpᾱnasati – orientação Mindfulness baseada em exercícios respiratórios
que condiciona o corpo.
• Samadhi – orientação Concentrativa que permite atingir o estado de absorção
total.
• Vipassanᾱ - é a que melhor representa a integração da meditação Mindfulness
e da meditação Concentrativa.
(Joyce-Moniz, 2000)
As três componentes …

Meditação Meditação
Concentrativa Mindfulness
Vipassanᾱ

 Requer força e vontade  Requer sensibilidade


 Obriga a manter a  A atenção é dirigida
atenção fixa para os objectos mas
 Fornece direcionalidade estes desaparecem
e intensidade quando a atenção incide
neles
 Fornece globalidade e
expansão

(Joyce-Moniz, 2000)
Cultura Oriental vs. cultura Ocidental
Langer (1989, cit in Vandenberghe & Assunção, 2009) – A tradição oriental tem implicações
morais e éticas na vida do praticante e resulta da prática espiritual ao invés da ocidental que
assenta numa meditação transcendental.
Definição de Conceitos
• Meditação - “processo natural para conduzir o pensamento, comum a todos os
indivíduos, quer disso tenham consciência, quer não.” (Krishnamurti, 1969 cit in Joyce-
Moniz, 2000, p. 78)
• Componentes da Meditação: Relaxamento, Concentração, Estado Alterado da
Consciência, Suspensão do pensamento lógico e Conservação de uma Atitude de auto-
observação (Peres-de-Albeniz e Holmes, 2000 cit in Joyce-Moniz, 2000, p. 79)

Concentrativa
Mente Plena
(Mindfulness)
Unidireccionada - “o sujeito dirige ou
centra a sua atenção num estímulo
Pluridireccionada especifico (…)” (Joyce-Moniz, 2000, p. 80)
Centração
- Atenção dirigida a
qualquer estimulação Mente vazia (Mindless)
- Descentração da atenção
de sensações, perceções Descentração Não-direcionada - “o sujeito centra a sua
exteriores e pensamentos atenção no vazio, [não-pensamento] o que
específicos equivale a parar o fluxo de pensamento e a
- Centração na qualidade pensar literalmente em nada (…)” (Joyce-
das experiências Moniz, 2000, p. 81)

(Joyce-Moniz , 2000)
Mindfulness

• “A state of psychological freedom that occurs when attention remains quiet and
limber, without attachment to any particular point of view” (Martin, 1997 cit in Davis &
Hayes, 2011); “Moment by moment” (Williams, 2010; Davis & Hayes, 2011)

Mindfulness-Based Stress Mindfulness-based


Dialectical behavior therapy
Reduction (MBSR) (Kabat-Zinn, cognitive therapy (Segal,
(Linehan, 1993)
1982; KabatZinn, Lipworth & Burney,
Williams & Teasdale, 2002)
1985; Kabat-Zinn, Lipworth, Burney
&Sellers, 1987) •Combina treino da meditação
mindfulness com a terapia
• Gestão da dor crónica, •Reduz a automutilação e cognitiva – reduz recaídas na
redução da morbidez comportamentos suicidas em depressão major, tratamento nas
psicológica associada às perturbações de ansiedade, pós-
pacientes com perturbação de stress traumático, abuso de
doenças crónicas, tratamento
personalidade boderline. substâncias e perturbações
de desordens emocionais e alimentares.
comportamentais.

Modelo dos Orientação


dois Auto- particular
componentes direcionada
da Mindfulness regulação da para a sua
(Bishop et al., atenção própria
2004) experiência
Estudos sobre os benefícios da Mindfulness

Benefícios Benefícios Outros benefícios


afetivos interpessoais interpessoais

Protege dos efeitos Aumenta as funções


emocionalmente stressantes associadas com área média
Regulação emocional
dos conflitos das relações pré-frontal (Siegel, 2007,
(Barnes et al., 2007) 2009)

Diminui a Associado com a habilidade


reatividade/impulsividade de se expressar em Promove o bem-estar
e aumenta a flexibilidade situações sociais (Dekeyser (Carmody &Bear, 2008)
da resposta et al., 2008)

Reduz o sofrimento
Prediz relações satisfatórias
psicológico (Coffey &
(Barnes et al., 2007; Wachs
Hartman, 2008; Ostafin et
& Cordova, 2007).
al., 2006)

Aumentam as competências
de atenção (Lutz et al.,2009)

(Davis & Hayes, 2011)


Como pode a meditação mindfulness ser reforçada?

Treinar a atenção e consciencialização, para deter os processos mentais sob maior controlo voluntário
(Walsh & Shapiro, 2006, cit in Davis & Hayes, 2011)

Investigações têm demonstrado que diferentes estilos de práticas de mindfulness ativam diferentes
partes do cérebro. (Cahn & Polich, 2006; Lutz, Dunne & Davidson, 2007; Valentine & Sweet, 1999, cit
in Davis & Hayes, 2011)

• Vão estar atentos a tudo, mas sem deter a vossa atenção em nada de especifico.
• Deixem correr o fluxo do pensamento, livremente, sem ligar a nenhum pensamento em particular.
• Estejam atentos ao que vêem, ouvem ou lhes passa pela cabeça… mas não dêem atenção a nada
de específico.
• É como ver um filme, que mostra o que os olhos e os outros sentidos lhes podem dar a conhecer.
• É como ter a experiência de tudo o que está agora a acontecer… tudo o que ocorre continuamente.
(Joyce-Moniz, 2000, p.99)
Meditação e a Psicoterapia
• Freud (1930); Jung (1936)
• Meditação
• Descontextualizada e transformada em ideologias que imitam as filosofias
ancestrais da meditação
• Negócio da espiritualidade
• Meditação como instrumento clínico
• Jack Engler (1986)
• Meditação
• Em psicoterapia  resolução de problemas concretos ou confronto de sintomas
• Tradicional  objetivos espirituais

Germer et al. (2005) considera que a meditação mindfulness pode estar integrada na
psicoterapia de três formas:

• Na prática de meditação mindfulness pelos terapeutas


• Psicoterapia mindfulness informada
• Psicoterapia baseada no mindfulness
(Davis & Hayes, 2011)
Meditação

Objetivos Aplicação
• Autoconhecimento • Problemas de psicopatologia

• Regulação da consciência plena • Doença física

• Indução de um estado ou condição • Prevenção da doença

de bem-estar, serenidade, • Desenvolvimento pessoal

tranquilidade, insight e consciência.

• Stress  principal alvo clínico da mindfulness


- profissionais de saúde com pós-
stress traumático
• Adiamento do juízo critico
• Distúrbios de ansiedade e do sono
• Aceitação da experiência • Redução da emocionalidade excessiva
• Moderar impulsos aditivos
• Depressão
• Relaxamento – reduzir o stress ou controlar a hipertensão

 “(…) a relaxação e a meditação são igualmente eficazes na indução do


estado de calma e relaxamento, podendo, assim, usar-se uma ou outra, ou
as duas” (Benson, 1975, cit in Joyce-Moniz, 2000, pp. 96-97).

• Auxilia o paciente a enfrentar a experiência dolorosa de forma mais


distanciada, a relativizar.

• Jonh Teasdale et al. (1995, 2000, cit in Joyce-Moniz, 2000) combina terapia
cognitiva com a mindfulness – prevenir recaídas em sujeitos deprimidos.

• Efeitos adversos: 63% - disforia, ansiedade, pânico, dor física, confusão,


pensamentos obsessivos sobre a própria meditação (Shapiro, 1992, cit in
Joyce-Moniz, 2000).

Efeitos adversos apontados por um número restrito de autores


Efeitos da meditação nos terapeutas e nos
terapeutas estagiários

Competências Diminuição do
Empatia Compaixão de stress e Outros benefícios
aconselhamento ansiedade

Menos sintomas de
ansiedade e depressão Autoeficácia do
A meditação aconselhamento
mindfulness (Shapiro et al., 1998)
(Greason and Cashwell,
ajudou-os a 2009)
desenvolver A prática de Diminuição do stress,
empatia com os Duas mindfulness promove ruminação e emoções
seus clientes componentes da aumentos negativas (Shapito et al.,
(Aiken, 2006) mindfulness (não significativos na 2007) Mais facilidade em distinguir
julgamento e não auto-consciência, as suas experiencias das do
reacção) estão insights sobre a sua Redução dos distúrbios do cliente, mais compreensão
fortemente identidade humor como stress, dos seus clientes e ajuda a
correlacionadas profissional ansiedade e fatiga deterem maior
Os que praticam com a auto- (Birnbaum, 2008) e (Rosenzwei, Reibel, autopercepção.
meditação compaixão um bem-estar geral Gresson, Brainard & Hojat, (Dreifuss,1990)
mindfulness (Kingsbury, 2009) (Rybak & Russel- 2003)
pontuaram mais Chapin, 1998).
nas suas medidas Menos depressão, Aumenta a paciência,
de auto-relato ansiedade, fatiga, intencionalidade, gratidão
sobre a empatia agressividade e relataram e a consciência corporal.
(Wang, 2007) menos stresse (Tang et al., (Rothaupt & Morgan,
2007) 2007)

(Davis & Hayes, 2011)


Efeitos da meditação nos clientes

• Alguns estudos demonstraram haver uma relação positiva entre a prática de meditação
em terapeutas e vantagens para os clientes destes (Stratton, 2006; Grepmair et al.,
2007 cit in Davis & Hayes, 2011).
• Outras investigações não suportaram este resultado (e.g. Stanley et al., 2006; Bruce,
2006; Vinca & Hayes, 2007 cit in Davis & Hayes, 2011).

Embora a meditação mindfulness seja positiva para a saúde psicológica e física, esta
prática nos terapeutas como uma mais-valia e a sua transferência para os clientes ainda
não é clara (Davis & Hayes, 2011; Perez-da-Albeniz & Holmes, 2000, cit in Davis &
Hayes, 2011).

Instrumentos de Medida
• Mindful Attention Awareness Scale (Brown & Ryan, 2003).
• Kentucky Inventory of Mindfulness Skills (Baer, Smith, & Allen, 2004).
• Baer et al. (2006) construiu uma medida de mindfulness que deriva de uma análise
factorial de 112 itens contidos em cinco escalas de autorelato pré-existentes.
Maior auto-
controlo

Capacidade de se
relacionar com os
outros e consigo com Objetividade
bondade, aceitação e
compaixão

Benefícios da
Meditação
Inteligência Maior
emocional flexibilidade

Melhora a
concentração e
Tranquilidade
a clareza
mental
(Davis & Hayes, 2011)
Meditação
• Tente estar completamente consciente de si próprio, sem que
nada o desvie dessa consciência.
• Sirva-se de todas as suas capacidades mentais para estar
totalmente consciente de si próprio.
• Focalize o seu pensamento, para que a realidade seja mais
autêntica.
• Observe o seu pensamento a abrir-se, a sua mente a mostrar
todo o seu potencial, para compreender completamente as
coisas e compreender-se a si próprio.
• Aquilo em que tem que pensar é na meditação… quanto mais
pensar em meditar, e só meditar, mais medita.
• Quanto mais abrir a mente para receber o que os seus
sentidos revelam, mais ficará a conhecer a sua consciência…
mais experienciará a sua consciência.

(Joyce-Moniz, 2000, p. 104)


Referências Bibliográficas
• Bishop, S. R., Lau, M., Shapiro, S., Carlson, L., Anderson, N., Carmody, J., Segal, Z. V., Abbey, S.,
Speca, M., Velting, D. & Devins, G. (2004). Mindfulness: a proposed operational definition. Clinical
Psychology: Science and Pratice, 11, 3, 230-241.

• Bowen, S. & Chawla, N. & Marlatt, G. A. (2011). Mindfulness – based relapse prevention for addictive
behaviors: a clinician’s guide (p. 8). New York: The Guildford Press.

• Brown, K. W. & Ryan, R. M. (2003). The benefits of being present: mindfulness and its role in
psychological well-being. Journal of Personality and Social Psychology, 84, 4, 822-848.

• Coelho, H. F., Canter, P. H. & Ernst, E. (2007). Mindfulness-based cognitive therapy: evaluating
current evidence and informing future research. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 75, 6,
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• Davis, D. M. & Hayes, J. A. (2011). What are the benefits of mindfulness? A practice review of
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• Goldin, P. R. & Gross, J. J. (2010). Effects of Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR) on


Emotion Regulation in Social Anxiety Disorder. Emotion, 10, 1, 83-91.

• Joyce-Moniz, L. (2000). Hipnose, meditação, relaxamento, dramatização: técnicas de sugestão e


auto-sugestão. Porto: Porto Editora.
Referências Bibliográficas
• Kentucky Inventory of Mindfulness Skills. Consultado em Novembro 3, 2011 do sítio da web
http://conference2009.tie2.wikispaces.net/file/view/MBSRprequest.pdf.

• Mindfulness Attention Awareness Scale. Consultado em Novembro 3, 2011 do sítio da web


http://www.ppc.sas.upenn.edu/mindfulnessscale.pdf.

• Paulson, G. L. (1996). Meditação e desenvolvimento humano: guia prático para uma consciência
superior (pp. 21-22). Lisboa: Estampa.

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New York: The Guilford Press.

• Shapiro, S. L. (2009). The integration of mindfulness and psychology. Journal of Clinical Psychology, 65,
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mindfulness: An attachment perspective. Psychological Inquiry, 18, 264-271.

• Sweezy, M. (2011). Treating trauma after dialectical behavioral therapy. Journal of Psychotherapy
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• Vandenberghe, L. & Assunção, A. B. (2009). Concepções de mindfulness em Langer e Kabat-Zinn: um


encontro da ciência ocidental com a espiritualidade oriental. Contextos Clínicos, 2, 2, 124-135.

• William, J. M. G. (2010). Mindfulness and psychological process. Emotion, 10, 1, 1-7.

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