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ISSN 2317-3793 Volume 8 Número 10 (2019)

HUMANIZAÇÃO NO ENSINO DE GRADUAÇÃO NO CURSO DE


MEDICINA: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS
HUMANIZATION IN MEDICAL SCHOOL: PERCEPTION OF STUDENTS
Carolina Longuine de Andrade Silva1; Gabriela Ferreira Cavalcante2; Luiza Gomes Ramos3; Maria Luisa de Souza
Anfe4; Mariana Rodrigues de Castro5; Tatiana Ribeiro de Campos Mello6; Renan Antônio da Silva7; Luci Mendes
de Melo Bonini8

RESUMO
Tendo em vista as dimensões da humanização na atenção e formação do profissional de saúde e sua deficiente presença
na área acadêmica esta pesquisa objetivou analisar as percepções de discentes de medicina referentes às experiências
que possibilitaram o desenvolvimento de conteúdos, habilidades e comportamentos voltados à humanização. A pesquisa
tem caráter qualitativo, baseando-se na narrativa de 150 estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi
das Cruzes (FMUMC) do segundo ao quarto ano da graduação. Realizou-se análise dos dados baseada posteriormente
destacando três aspectos acerca do que o estudante observou e vivenciou: a relação com a instituição, com o curso e os
sentimentos que surgem no seu processo como estudante. Surgiram elementos indicativos da ausência de humanização
nas salas de aula e hospitais, sofrida pelos discentes, não somente como alunos, mas também como pacientes. Diante
dessa situação, observamos que os estudantes expressaram seu descontentamento ao presenciar situações nas quais
faltaram empatia e respeito com eles mesmos, com os pacientes ou professores. Analisa-se que o tema humanização é
pouco abordado e discutido em sala de aula e em atendimentos, avaliando assim, necessária a implantação de atividades
e aulas que esclareçam e estimulem os alunos a serem mais humanos diante da prática médica.
Palavras-chave: Humanização. Estudantes de medicina. Educação médica.

ABSTRACT
Keeping in mind the dimensions of humanization in the attention and formation of health professionals and their
deficient presence in the academic area, this research aimed to analyze the perceptions of medical students referring to
experiences that enable the content, abilities and behavior development regarding humanization. The research is
qualitative in nature, basing itself on the narrative of 150 students within the Medical Faculty of Mogi das Cruzes
University (FMUMC) from the second to the forth academic year. The data analysis was made afterwards highlighting
three aspects regarding student observations and experiences: in relation to the institution, the course and the feelings
that appear throughout the student process. Indicative elements of absence of humanization were identified within
classrooms and hospitals suffered by the students not only while learning but also as patients. Given this situation, we
have observed that the students expressed dissatisfaction in observing situations where it lacked empathy and respect
for themselves, patients or even professors. We analyzed that the theme of humanization is not widely known and

1 Carolina Longuine de Andrade Silva. Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes. E-mail:
carol_longuine@hotmail.com>.
2 Gabriela Ferreira Cavalcante. Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes. E-mail:
<cavalcante.gabrielaf@gmail.com>.
3 Luiza Gomes Ramos. Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes. E-mail: <luiza.gomes-
ramos@outlook.com>.
4 Maria Luiza de Souza Anfe. Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes. E-mail:
<malusouanfe@uol.com.br>.
5 Mariana Rodrigues de Castro. Discente da Faculdade de Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes. E-mail:
<castrormariana@gmail.com>.
6 Doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo, Brasil(2006). Coordenadora do Mestrado em Políticas
Pública da Universidade de Mogi das Cruzes , Brasil
7 Renan Antônio da Silva. Doutor em Educação Escolar (2018) pela Universidade Estadual Paulista (UNESP/ Araraquara).. E-mail
<r.silva@unesp.br>
8 Luci Mendes de Melo Bonini. Dra em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, docente no curso de Medicina e no Programa de
mestrado em Políticas Públicas da Universidade de MOGI das Cruzes. E-mail <lucibonini@gmail.com>
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discussed within the classrooms or during medical consultations, therefore concluding that it is necessary to
include activities and classes that clarify and stimulate the students to be more human within the medical
practice.
Keywords: Humanization. Medicine Students. Medical education.

1 INTRODUÇÃO

O conceito de humanização pode ser entendido de variadas maneiras, visto que seu
significado é subjetivo, comporta inúmeras proposições e inexatidões. As formas de
compreender e retratar a humanização não são independentes das habilidades da mesma. Em
vista disso, as variadas apresentações constituem diferentes práticas de logística e espelhos de
atenção, que nem sempre coincidem.
Dentre as perspectivas habitualmente utilizadas, quando debatemos com profissionais
da saúde e usuários, encontram-se aqueles que definem humanização como: zelar com
respeito e carinho, amor, empatia, habilidade de colocar-se no lugar do próximo,
receptividade, afeição ao outro, comunicação, complacência, referir-se ao outro com respeito
e civilidade, legitimar as diferenças, salvaguardar a dimensão humana nas práticas de saúde.
Outras perspectivadas também são equivocadas, tais quais: consideração resolutiva,
participação no SUS, solidariedade, inclusão, controle social, ética, modificar o SUS,
reconhecimento do trabalhador, entre outras. Ao que se refere à realização acadêmica, a
multiplicidade de significados se mantém e o termo humanização é desenvolvido em uma
numerosidade de sentidos. Entretanto, permanecem predominantes na realização acadêmica
algumas vertentes de humanização que compilamos de acordo com os eixos exibidos a seguir.
Destacando-se a Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde (PNH), a
humanização passa a integrar políticas públicas do SUS nos anos 2000 (HECKERT, 2009).
A disciplina que orienta os alunos sobre humanização, tem sido ensinada em
universidades de grande porte desde 1998, o que mostra seus 20 anos de relevância no
currículo da graduação dos cursos na área da saúde. Tal disciplina, cobre temas referentes a
aspectos éticos, filosóficos, históricos, antropológicos, psicológicos, políticos, sociais e
bioéticos da prática médica, temas importantes na graduação medica. (...) O que nos resta
agora é elaborar a melhor forma para essa inserção para que cada vez mais, com o passar dos
anos, essa matéria só evolua (RIOS et al., 2015).
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada compondo um sistema único, que possui como preceitos a descentralização, o
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atendimento integral e a participação da comunidade. Nesse contexto, a educação sobre


humanização para futuros médicos e profissionais da saúde se fortifica ainda mais, uma vez
que os preceitos básicos da humanização sejam essenciais para acompanhar e tratar pacientes
que utilizam o Sistema Único de Saúde e as facilidades privadas (RIOS et al., 2015).
Tanto nas instituições privadas quanto públicas, o estudante de medicina tem contato
direto com pacientes a partir do primeiro semestre da graduação, evidenciando a importância
do conceito de humanização que deve sempre andar com a educação desse estudante
(GARCIA et al., 2012).
A medicina é muitas vezes descrita como ciência e arte de curar. Consequentemente, o
papel do médico nessa arte médica é de passar conhecimento e confiança ao paciente doente.
Fruto desse dever do médico, este deve saber como tratar um paciente com afeto,
sensibilizando-se com a história do paciente e até criando laços e votos de confiança na
relação médico-paciente para que o paciente sinta-se seguro. Já foram relatados diversos casos
em que médicos saudáveis de repente se tornaram pacientes e conseguiram perceber a falta de
personalidade no atendimento médico-paciente (CAPRARA; FRANCO, 1999).
O programa humaniza SUS é uma política transversal ao SUS e tem como foco a
efetivação dos princípios do mesmo no cotidiano das praticas de atenção e gestão,
qualificando a Saúde Pública no Brasil. Essa política tem como foco as necessidades dos
cidadãos, a produção de saúde e o processo de trabalho em saúde, valorizando os
trabalhadores e as relações sociais no trabalho. A valorização dos sujeitos implica na
produção de saúde dos usuários, trabalhadores e gestores. Esse projeto visa ampliar o grau de
contato e comunicação de pessoas e grupos, tirando-os do isolamento e das relações de poder
hierarquizadas (transversalidade). Alem disso, o usuario e a sua familia devem conhecer
corresponsabilizar-se pelo cuidado de si no tratamento (indissociabilidade entre atencao e
gestao). No entanto, as mudanças acontecem com o reconhecimento das diversas faces do
papel de cada um. Um SUS humanizado reconhece cada pessoa como legítima cidadã de
direitos e valoriza e incentiva sua atuação na produção de saúde (MS, 2003).
Para esclarecer o binômio medicina-sociedade é importante salientar a existência e
diferenças de três marcantes períodos históricos da America Latina (PEREIRA et al., 2005).
Na década de 1960, a ênfase na carência de médicos levou a um enfoque quantitativo do
problema e ao predomínio do modelo tradicional: número de escolas, proporção professor-
aluno, cargas horárias curriculares e disciplinares, número de leitos hospitalares por aluno,
número de alunos por cadáver ou por microscópio, entre outros indicadores. Nesse quadro,
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tiveram lugar as mudanças superficiais da educação, que se concentraram nas relações


técnicas entre os agentes e o processo de ensino. Já na década de 1970 e 1980, quando o foco
se deu na dimensão qualitativa da educação, levantando questões referentes às ações
pedagógicas e organizacionais no âmbito universitário, voltadas ao aprendizado prático nos
serviços hospitalares e ambulatoriais. O último período, que consiste da contemporaneidade, a
concepção mais radical do item relevância introduziu o conceito de qualidade enquanto
condição que responde globalmente às necessidades da população, deixando de ser sinônimo
de excelência técnica. Haja vista que esta, elevada ao mais alto grau de sofisticação científico-
tecnológica, desconsidera critérios de acessibilidade e cobertura populacional. Encontram-se
aqui as mudanças recentes que propõem uma nova ordem na formação de médicos e nas suas
relações com a estrutura socioeconômica. Assim, dá-se atenção a reabilitação à saúde, na
perspectiva da integralidade da assistência, com senso de responsabilidade social e
compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano (RIOS et al.,
2015).
Há a necessidade do desenvolvimento de pesquisas educacionais que permitam maior
alcance na compreensão de como e onde se aprende a humanização ou de sua ausência, assim
como o embasamento de ações relacionadas à humanização no ensino na área da saúde. Nesse
contexto, este estudo, buscou identificar a percepção dos alunos da graduação em Medicina
acerca da humanização tanto nas aulas teóricas como nas práticas de saúde nos ambientes de
ensino. A abordagem desse tema baseada no que os alunos falam de suas vivências e
concepção sobre a humanização na graduação poderá contribuir na construção de planos de
ensino para a integração das humanidades na prática médica.

2 MÉTODO
Trata-se de um estudo exploratório-descritivo de abordagem qualitativa de corte
transversal. Foram sujeitos à pesquisa 90 alunos do curso de Medicina da Universidade de
Mogi das Cruzes que estavam matriculados e eram maiores de 18 anos de idade. Como
instrumento de coleta de dados, usamos o questionário adaptado de Rios e Sirino (2015) e este
continha 7 questões relacionadas à temas socioeconômicas e por 5 perguntas discursivas que
visavam questionar a compreensão do aluno acerca da humanização e qual a percepção ele
tinha a respeito do ensino sobre o tema no curo de Medicina. Os alunos que aceitaram
participar da pesquisa, fora do horário de aula, assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE). O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da
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Universidade de Mogi das Cruzes sob número CAAE 0263821.0.0000.5497 e parecer de


aprovação número: 3.096.373.
Os dados foram analisados de acordo com a Análise de conteúdo de Bardin (1977)

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram da pesquisa 30 alunos de cada um dos anos a saber: 2º ano, 3º. Ano, 4º.
Ano e internato. Foram selecionadas respostas que conduziam à compreensão de
humanização com a palavra empatia e seus conceitos.

- O conceito de cada um sobre humanização:


1 º. Ano
 Entendo por humanização tornar, pensar em todos os aspectos humanos e pensar nos demais
seres humanos de forma igualitária e se posicionar no lugar dele para pensar em como trata-lo.
 Ter empatia pelo próximo.
 Eu entendo que humanização é o processo de deixar algo mais humano, ou seja, com mais
empatia e respeito pelo próximo.
 Humanização é a prÁtica de tratar cada paciente como único, não apenas como uma doença
mas identificar fatos de sua vida a fim de compreende-lo por inteiro.
 Humanização é ser mais humano, é o que muitas vezes falta na civilização, é reconhecer o outro
como um igual, não alguém melhor ou pior, é ser gentil, ser empático.
 O ato de pensar além de si, buscando sempre o bem estar do próximo.
 Acredito que a humanização é a relação maior que a simples “medico-paciente”, a
humanização faz com que o medico enxergue o paciente como um ser humano dotado de
complexidade.

2º. Ano
 Atender o paciente como um todo, dando a atenção adequada e trabalho emocional.
 Humanização é quando os cuidados médicos são prestados não somente no saber cientifico, mas
também na empatia, respeito e solidariedade.
 Empatia, solidariedade e respeito ao próximo.
 Humanização é o ato de tornar algo ou alguém mais empático, solidária. É o ato de pensar em
outros como indivíduos íntegros e complexos e respeitar suas diferenças.
 Tratamento digno do paciente, que envolva empatia, além do cuidado da doença.
 Atendimento pautado na empatia, atendimento do paciente como um todo e não apenas ao
quadro que o levou ao médico.
 Processo de tornar o ser humano mais consciente sobre estar no lugar do próximo.
 Entender e respeitar a vontade das pessoas.
 Uma forma de ver o paciente ou pessoa de uma maneira ampla, de forma inteira e não
fragmentada.

3º. Ano
 Boa relação entre médico e paciente, com o médico realizando um tratamento educado e
simpático, fazendo com que o paciente fique confortável durante o atendimento.
 O processo de tornar tanto os métodos quanto os profissionais de saúde mais próximos da
realidade sensível do paciente.
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 Ações de fundo empático, baseadas na preocupação com o bem estar psicossocial das pessoas.
 Sempre colocar o paciente em primeiro lugar.
 Ampliar a relação com o paciente e não tratá-lo apenas como um número.
 Tratar o paciente com respeito, cuidado e zelo. Enxerga-lo como pessoa e não como número na
profissão.
 Empatia, compaixão solidariedade.
 É tratar o outro sem distinção de cor, raça, orientação sexual, classe social etc; é tratar as
pessoas do jeito que você gostaria de ser tratado.
 Conscientizar cada vez mais os alunos de que a medicina deve ser exercida por amor, pensando
sempre em ajudar o próximo independente das condições financeiras de cada um.

4º. Ano
 Trata-se do conceito de tratar as relações humanas menos frias, por meio da promoção de
saúde, empatia, tratamento holístico, acolhimento e resolutividade de problemas por meio de um
tratamento interdisplicinar e multidisciplinar.
 Humanização é tornar sua vida mais humana em relação ao próximo e tudo ao redor.
 Humanização é empatia e dedicação no tratamento em conduta diante ao paciente.
 Entender aa diferença entre os indivíduos e considerar as diferenças como algo rotineiro nas
relações humanas .
 Saber tratar um paciente de forma humano, tanto com parte dos profissionais quanto do serviço
de saude, lidando com a doença e todos os aspectos pertinentes.
 A humanização na área médica é uma intensificação da relação médico paciente, em que o
médico ou estudante se coloca no lugar do paciente.
 Você atender o paciente como um todo e não como um hospedeiro de uma patologia, é
compreender que ele possui sentimentos, anseios, sonhos, atender a pessoa e não a doença.
 Atendimento integral do paciente, considerando aspectos sociais, culturais, econômicos e
emocionais.
 Capacidade de humanizar. Olhar a pessoa como um todo, atentando a todas as características
do homem com um conjunto para que seja possível a analise correta do que é apresentado
 Participar da vida da pessoa como um todo, cuidar de aspectos físicos e mentais e psicológicos,
garantir ao paciente acompanhamento em todas as etapas da vida e garantir bem-estar do
indivíduo.

Internato

 Sentimento de empatia e compaixão pelo próximo.


 Tratar de forma humana, com atenção e respeito os pacientes, independentemente de raça,
nível socioeconômico.
 Entendo como um cuidado holístico do paciente.
 Estabelecer uma relação mais próxima com o paciente, um contato mais fácil e mais humano.
 Pensar no próximo.
 Otimizar relação médico-paciente vendo o paciente como um todo e não só como doença.
 Cuidar do paciente com um todo sem enfoque apenas na doença, sempre se colocando no
lugar do paciente e da sua família.
 Entender o paciente e suas necessidades, respeitar dias preferências, dar conforto.
 Humanização é o ato de pensar com amor no próximo e ter atitude que respeitem o próximo.
 Cuidado e atenção ao paciente.

Entre os inúmeros significados relacionados a esse conceito, apresentam-se aqueles


que caracterizam a humanização, como tratar com respeito, carinho, amor, empatia;
capacidade de colocar-se no lugar do outro e aceitá-lo; acolhimento; diálogo; tolerância; tratar
com respeito e educação; aceitar as diferenças (GARCIA et al., 2012). Dessa forma,
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evidencia-se a existência de um consenso geral, de que a humanização é o ato de resgatar a


dimensão humana nas práticas de saúde.
A formação adequada à Política Nacional de Humanização foi estabelecida pelo
Ministério da Educação com o foco numa formação generalista, humanista, crítica e reflexiva,
pautada nos princípios éticos que envolvem o processo saúde-doença (BRASIL, 2001) e nesse
sentido, os alunos recebem essa formação ao longo do curso.

- Situações que os alunos percebem a falta de humanização vivida durante o curso


1 º. Ano
 Desrespeito com cadáveres durante a aula de anatomia.
 Falta de disciplinas que abordem o assunto na grade curricular, a maioria dos eventos que
abordam humanização são fora do horário de aula.
 Alunos que frequentam o curso apenas pelo status e status financeiro que o curso de medicina
oferece, e não pela pluralidade da medicina.
 Durante a graduação de medicina, atos de veteranos contra alunos mais novos.
 Acho que a ideia de alguns alunos de verem a medicina como uma profissão como realização
pessoal, como no âmbito financeiro.

2º. Ano
 No estágio de atenção básica, os alunos atendem o paciente em casa como se fossem objetos
para terminar rápido.
 Já presenciei professores gracejando sobre a situação social e ignorância (falta de
conhecimento de pessoas pobres e que nunca tiveram acesso à escola. Isso foi feito de forma
ofensiva e com grande preconceito.
 Ver a grosseria de alguns médicos com pacientes que eram carentes em informação e
condições de vida em estágios.
 Os médicos hoje em dia não se dispõem a realizar uma boa anamnese. Não tem interesse em
coletar informações.
 Desinteresse pelo paciente, tratamento grosseiro, atendimentos rápidos.
 Em uma ida ao hospital eu presenciei um médico contando às filhas de um paciente que o
mesmo estava com um câncer maligno e muito grave no intestino. Isso aconteceu em um
corredor, e o médico as largou chorando sem explicar direito a situação.
 Ver em hospitais médicos que não possuem empatia nenhuma com o paciente e funcionários
da área da saúde, sem paciência com o paciente.

3º. Ano
 Estágio de GO em que o médico residente não acreditou na paciente que alegou sentir muita
dor durante o parto, mesmo anestesiada, ele dizia: “você não está com dor, não tem como
estar”.
 Não vivenciei nenhuma até o momento.
 Grosseria e falta de paciência com o paciente por ele não entender o tratamento corretamente.
 Durante um atendimento na campanha do novembro azul. Era a primeira vez de um senhor, e
o médico atendendo foi frio e agiu de maneira que deixou o paciente desconfortável.
 Professores homofóbicos, machistas e em estágios que destratam pacientes tratando-os com
arrogância e examinando-as de forma brusca.
 Durante uma consulta o médico sequer olhou para a paciente, muito menos a examinou.
 Ainda não tive tal experiência.
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4º. ano
 Paciente era obesa, professor entrou no consultório e disse que a criança era gorda (gritando)
que ela deveria parar de se alimentar e fazer exercícios físicos sendo que ela não teria
capacidade.
 Médico se mostra, por vezes, impaciente para explicar a conduta para o paciente.
 Algumas situações em que vemos a falta de empatia e comprometimento de alguns profissionais
de saude.
 Não presenciei nenhuma situação de falta de humanização na graduação de medicina.
 A falta de empatia de muitos médicos com a situação de paciente, como exemplo, o pedido de
exame de alto de custo sem se preocupar se o paciente se pode ou não realizá-lo.
 Ainda não vivi situações assim.

Internato
 Ocorreu no PS, diagnóstico de AVE em idoso. Nenhuma explicação para a família, que ficou
repleta de dúvidas.
 Por vezes chamar o paciente (identificar) pelo leito e patologia.
 Falho de apoio de conforto a pacientes paliativos.
 Já vivenciei varias situações de pacientes sem condições de alta hospitalar sendo mandados
embora devido a necessidade de leitos e também vários  pacientes na porta que precisavam de
internação não sendo internados.
 Em um ambulatório no qual o paciente estava recebendo um diagnóstico de câncer, de uma
maneira fria e em seguida foi mandado embora da sala.
 Profissionais com pouca paciência com pacientes e familiares dos pacientes em situação crítica.
 A indiferença por parte de preceptoria em relação às condições e limitações do paciente e seu
núcleo familiar.
 Falta de sensibilidade para dar notícias ruins, descaso com o paciente principalmente pela
sobrecarga de trabalho.

Devido a esses relatos, é de suma importância disciplinas que abordem temas


relacionados à ética, à moral e à humanidade de forma geral. Uma vez que além de
diagnóstico e tratamento, o médico deve também se sensibilizar com a história do paciente,
ouvir suas queixas e ajudá-lo a encontrar novas formas de se adaptar às condições impostas
pela doença (CAPRARA; FRANCO, 1999).

- Situações em que os alunos percebem a presença da humanização durante o curso


1 º. Ano
 A humanização no curso é mais notória nas aulas, praticas de anatomia, a qual deve-se ter um
respeito pelo cadáver, uma vez que ele nos ajuda nos estudos.
 Boa, pois nas aulas abordamos temas a respeito.
 Importante visto que forma médicos conscientes da situação do paciente como um todo.
 Acho importante visto que é um curso em que a hierarquia muitas vezes se sobrepõe as relações
humanas.
 A humanização em medicina faz parte para entender as doenças, isto é, uma coisa esta
relacionada a outra.
 Acredito que não é dada a devida importância, ainda que existam alguns episódios que
exercitem a humanização é deficiente.
 No primeiro ano, acredito que o contato com a humanização dos pacientes seja pouco, devido
ao pouco contato com os pacientes.
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 O curso de medicina se preocupa cada vez mais com o ensino de humanização, mas sinto que
esse ensino é muito teórico, e pouco prática.

2º. Ano
 Arrecadação de alguns produtos para doar para pessoa carentes.
 Gincana da solidariedade, feira da saúde.
 Projetos sociais organizados pelos alunos da faculdade.
 Visitas a casas na disciplina de atenção básica.
 Durante uma visita ao PSF nosso professor soube lidar com um dependente químico que estava
muito agitado sem distratá-lo de nenhuma forma.
 Durante uma visita ao PSF em que eu estava coletando dados da pessoa e eu comecei a
conversar com o pai dela e ele me contou toda sua história e me agradeceu pelo o que eu estava
fazendo e pela minha postura diante daquela situação.
 Ir a UBS e ver a felicidade das pessoas após irmos em suas casas.
 As visitas as casas de pacientes é um exemplo de humanização pois permite um atendimento
mais atencioso e pessoal aos pacientes.
 A possibilidade de ir às casas de pacientes através da disciplina de Saúde Pública, e conversar
para conhecer melhor a pessoa.
 Alunos se juntando para tentar pagar passagem de uma mãe para que a mesma conseguisse
levar sua filha para uma consulta médica.

3º. Ano
 A abordagem da espiritualidade do paciente quando preenchida anamnese.
 As visitas dos contadores de história e clowns da liga da alegria UMC (liga de humanização)
aos nossos hospitais.
 Paciente esquecido/deixado pela família por anos e anos. A equipe médica atendia e cuidava
do paciente de forma humanizada. O paciente reconhecia os profissionais da saúde como se
fosse sua família.
 Médico ajudando com dinheiro do próprio bolso para pagar medicamento à um paciente.
 As feiras para a população, como feira da saúde. Presenciei os atendimentos, a triagem, e a
escrita da ficha. Muitos alunos atenderam de forma confortante, explicando todos os detalhes
e entregando de tudo para o atendimento.
 As visitas passadas na comunidade de Mogi das Cruzes durante primeiro e segundo ano na
matéria de Saúde Pública. O atendimento feito pelo PSF e os fiscais de saúde na população é
bem próxima e humana.
 Demonstrações de carinho e educação com os pacientes, ouvindo suas queixas e buscando o
melhor para uma melhora do paciente.
 Paciente chorou durante a consulta e professora a consolou e a acalmou de maneira calma e
zelosa.
 Quando um professor, em um de nossos estágios, quis assumir o caso de um parente de uma
das integrantes do meu grupo ao descobrir que o hospital em que ele estava internado não
chegaria a um diagnóstico final.
 Partos humanizados respeitando as preferências e sensações da mãe.

4º. Ano
 Professor pagou remédio para o paciente que não podia comprar.
 Em muitos atendimentos, bem como em intervenções de palhaçarias da Liga da Alegria, um
abraço, um aperto de mão ou até mesmo uma palavra de conforto mudou muito a relação
médico-paciente e maior adesão à conduta prescrita.
 Realização do projeto Antônio Prudente, onde os alunos, professores e outros médicos atendem
a população de forma gratuita.
 Os atendimentos da Policlínica são mais humanizados por serem completos dando atenção ao
paciente como um todo observando todos os aspectos.
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 A realização do pré-natal que leva em conta os anseios da mãe e da família, respeitando


incondicionalmente.
 Nas consultas de ginecologia os professores atendiam a paciente como um todo e não somente
sua queixa ginecológica.
 Atendimento domiciliar aos pacientes durante a UBS.
 Gincana solidaria.
 Uma professora ajudou a família de um aluno bolsista a arcar com as despesas médicas.

Internato

 Paciente no ambulatório com diagnóstico de CA avançado e sem prognóstico, nenhum médico


queria se comprometer, até que o chefe de todos apareceu e assumiu o caso com responsabilidade
e propôs intervenção.
 Uma profissional, pedindo pra que o paciente voltasse pra ser atendido, mesmo que após seu
horário de trabalho, para que ela atendesse o filho da paciente que não apresentava-se bem. O
tratamento com toda preocupação e carinho.
 Acolhimento da família e fazer a escuta ativa do paciente.
 O carinho, acolhimento e resolução que observei no enfermeiro do Dr Faustino.
 Doutora Luciana (PSF de Suzano) - profissional humana.
 Atendimento em Unidade Saúde da Família, onde a família é acolhida pelo médico.
 Conversar com família sobre o quadro do paciente com mau prognóstico da neoplasia, no qual só
seria vantajoso entrar com tratamento paliativo.
 Médicos discutindo casos de paciente com o doente e a família, explicando sobre a doença, o
prognóstico e o tratamento que poderia ser realizado no serviço.
 Um doutor oferecendo o conforto necessários de um paciente terminal, respeitando suas vontades,
explicando para os familiares o que seria e o que poderia ser feiro em relação à paliação.
 Estágio de PSF da Dra Luciana, que se doa completamente aos pacientes.

Garcia et al (2012) apontam em seus resultados o caso de um estudante que relata o


seu encontro com a humanização: “Na liga de pediatria, a médica responsável pela aula de
mucopolissacaridose foi exemplo de humanidade e dedicação aos pacientes e à medicina.
Mostrou, em suas atitudes, o amor, a dedicação, preocupação e cuidado com pacientes
especiais, criando grande vínculo e ajudando-os a enfrentar a situação causada pela
patologia e o tratamento, tão cansativo e com caráter apenas paliativo em alguns casos”
(GARCIA et al., 2012). Esse relato exemplifica atitudes com as quais médicos deveriam
conviver diariamente, mas que na atualidade, estao se tornarnndo momentos corriqueiros de
humanização.

- O que torna o ensino médico mais humanizado


1º. Ano
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 A participação de mais alunos nas visitas de lugares de abrigos, asilos e APAE. Assim, poderão
ver as condições dos demais humanos.
 Acabar com todos os tipos de preconceito e discriminação.
 Levar os alunos aos hospitais desde o primeiro semestre.
 O fim do preconceito e discriminação com as pessoas “abaixo”.
 Conversar e entender a situação do paciente, para assim entender a doença.
 Talvez atividade com pacientes que tiveram uma experiência ruim para que os estudantes
entendam melhor.
 Disciplinas que valorizem o ser humano e rotinas hospitalares que proporcionem um tempo de
qualidade entre medico e paciente.
 O convívio com os pacientes mais frequente desse o primeiro ano.
 Aprendizado em partes praticas.
 Acho que a humanização não é algo que possa ser aprendido dentro de uma sala de aula, ela
pode ate ser explicada, mas precisa er sentida e isso so ocorre na pratica
2º. Ano
 Ministração de cursos para alunos e também professores.
 Mudança de pensamentos dos profissionais do ensino.
 Incentivar o atendimento médico em populações carentes.
 Psicossociologia talvez, mas, na verdade, acho muito pessoal. Grande parte da humanização
vem da empatia do indivíduo. Acredito, no entanto, que isso pode ser estimulado tendo contato
com situações em que a nossa ajuda (ajuda médica) realmente faz diferença na vida das
pessoas. Traz um sentimento extremamente gratificante.
 A maior conscientização sobre a condição do próximo e saber lidar com todas as adversidades
que podem aparecer.
 A introdução de mais matérias em que o método tradicional expositivo é substituído por uma
dinâmica em que haja mais contato entre alunos e professores.
 Palestras, professores que possam ensinar isso na prática para os alunos. Campanhas que
incentivem os alunos a pensarem sobre a empatia, não só no campo médico, como também no
campo pessoal.
 Uma matéria sobre humanização e a cobrança de humanização pelos professores durante as
aulas desde o início.
 Acompanhamento psicológico para os estudantes do curso.

3º. Ano
 Aprofundamento e valorização dos aspectos psicológicos do paciente.
 Tratar sempre bem o paciente, com educação e realizando todas as etapas necessárias para o
diagnóstico.
 O respeito com todos os humanos a partir das falas dos professores, e enaltecer a humanização
na medicina.
 Ter maior instrução em relação à abordagem de pacientes de todos os tipos.
 Conscientização desde o início do curso.
 As aulas, tanto na faculdade, como nos hospital/clínica, mais humanizadas, visando
atendimentos de qualidade, e não quantidade. E, de maneira em que o paciente se sinta
confortável.
 Demonstrar cada vez mais aos alunos que a realidade da grande maioria da população não
condiz com a nossa, pois a pobreza vem se mostrando cada vez mais frequente.
 O reforço em todas as disciplinas da importância da humanização e a empatia com os paciente,
se possível, fazendo comparações com a realidade.
 Permitir que os alunos tenham mais acesso a “relatos de caso” dos pacientes, para que nos
coloquemos em seus lugares e intensificar a relação médico paciente de forma mais humana.
 Acredito que a humanização deve ser inerente aos indivíduos e a orientação deve ser necessária
apenas durante a infância, na criação de caráter.
4º. ano
 A capacidade dos professores de ver que temos outras obrigações, além do conteúdo ministrado,
além disso evitar expor os alunos a situações constrangedoras ou humilhantes.
129

 Os professores em sua prática clínica deveriam se preocupar mais com o paciente do que com a
teoria.
 Obrigatoriedade de trabalho voluntário, dinâmicas lúdicas, praticas integrativas, inter e
multidisciplinaridade, atividade física, espiritualidade e religiões, aulas mais integrativas,
práticas comunicativas.
 Aula de teatro faria simular a relação médico paciente.
 Maior contato com a população local, carente e a concretização do valor de ser humanizado
pelos académicos.
 Um ensino médico tornaria mais humanizado se a humanização for mais amplamente discutido
entre os professores e alunos.
 Maior preocupação, também, com o bem estar do estudante de medicina e preocupação com a
forma como lidamos com o paciente.
 Incluir uma disciplina com o intuito de realizar serviços voluntários e fornecer o maior apoio
psicológico aos alunos.
 Atitudes mais humanas dos professores, aulas, palestras, atividades em grupos. Fazer parte da
nota de conceito.

Internato
 Se o médico como um profissional de muita responsabilidade e suas fragilidades pessoais. A
educação médica, muitas vezes fundada em uma hierarquia quase militar forma profissionais
frios com os pacientes.
 Oferecimento de aulas sobre o assunto, expondo casos da prática, questionando como cada um
agiria e qual a atitude almejada para esse quadro.
 Ter maior carga horária de psicologia no curso.
 Ampliar as vivências já no início do curso em UBS e PSF que promovem o contato com outros
bairros onde já maior carência de profissionais e atendimentos.
 Profissionais (preceptores) mais humanos.
 Profissionais mais capacitados.
 Abordagem sobre o tema durante a faculdade e avaliação do comportamento dos preceptores
contratados.
 Forcar mais no paciente do que somente na doença, ouvi-lo e respeitá-lo.
 Acredito que isso seja um aprendizado desde a infância, em casa.
 Pensar que eu vou tratar o paciente da forma que eu gostaria de ser tratada pela equipe médica.

Rabelo et al (2019) encontraram resultados semelhantes e afirmam que os estudantes


percebem a importância de serem protagonistas e corresponsáveis no que se refere a alcançar
a integralidade do cuidado e a igualdade das ofertas em saúde. Em vista disso, os autores
defendem que a formação do futuro médico deve ser holística, tento em vista a comunicação
médico-paciente e tratamentos fundados na empatia.
No âmbito do ensino médico, evidencia-se um paradoxo, embora reconhecida a
importância e atualidade do tema no campo da saúde, há grande dificuldade de integração dos
temas humanísticos ao corpo da medicina. Apesar de essencial à prática médica, a
humanização ainda é vista como um tema pouco interessante e irrelevante (RIOS, 2009).
Esta realidade se dá por uma maior atenção à dimensão biológica sobre a psicossocial
caracterizando um modelo de ensino científico-positivista desenvolvido pela cultura ocidental
moderna que tem como consequência a formação de profissionais cada vez mais egocêntricos
e menos solidários.
130

De Benedetto e Gallian (2018) entendem que o tema humanização é complexo e um


currículo tecnicista pode colaborar com um processo de desumanização. Este modelo
cartesiano de ensino desconsidera a visão integral do ser humano e impõe conhecimentos
técnicos fragmentados (NEVES et al., 2016).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho tinha como objetivos abordar a perspectiva dos alunos da Faculdade de
Medicina da Universidade de Mogi das Cruzes à respeito de suas opiniões sobre a
humanização, englobando a definição do tema e a forma como é vista e ensinada ao longo do
curso. Desta forma, visava analisar as experiências vividas por eles para entender melhor de
qual maneira a humanização se aplica diariamente em suas vidas.
Este objetivo foi atingido na medida em que houve a participação dos alunos do
primeiro ano ao internato ao responderem os questionários. Sendo assim, foi possível fazer
uma análise de dados que engloba todos os anos da faculdade de Medicina, sendo possível
analisar a evolução e expansão da humanização no ensino e na vida dos alunos conforme estes
passam à ter mais experiência com a vida médica.
O conceito de humanização vem sendo construído e ganha forma ao longo do curso e
assim os alunos conseguem reconhecer com mais clareza a necessidade de uma relação mais
empática e respeitosa, principalmente em relação aos pacientes que encontram ao longo
caminho, mas também se torna extremamente necessária na relação com professores e entre
os próprios alunos.
Este trabalho não se esgota aqui uma vez que o número de participantes se reduz à
uma única universidade, assim os outros olhares precisam se debruçar sobre a importância do
ensino humanizado bem como da política nacional de humanização na Saúde no Brasil.
Finalmente, foi possível perceber uma necessidade dos alunos do ciclo básico em ter
mais contato com o tema e desenvolver melhor suas habilidades visando construir uma
postura mais humanizada frente aos desafios que encontrarão, principalmente, no internato. É
importante produzir mais programas como visitas às APAEs, asilos e Feiras da Saúde para
que os alunos consigam colocar em prática e desta forma, construir desde cedo uma relação
humana com pacientes.
O panorama atual da saúde no Brasil é alarmante, pois o sistema não consegue atender
à demanda existente o que acaba sobrecarregando os profissionais de saúde que, muitas vezes,
para atender à demanda crescente, acabam por ser unicamente técnicos, ou esse quadro muitas
131

vezes leva ao esgotamento e ao adoencimento desse profissional impedindo um atendimento


humanizado.
Para isso, faz-se necessário abordar mais a humanização dentro das disciplinas
ensinadas no curso, para que esta seja desenvolvida de forma integral, em todos os anos da
faculdade.

REFERÊNCIAS

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