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Roda do Ano tipicamente brasileira

Procurando estudar mais profundamente o aspecto destas variações, na região centro-sul do país
(considerando-se as regiões centro-oeste e sudeste), para avaliar a possibilidade de adaptação
para uma Roda do Ano tipicamente brasileira, fiz um levantamento com agricultores da região
centro-oeste, mais especificamente do sudoeste do Estado de Mato Grosso. Através desse
estudo, fiz um comparativo entre as características do clima local, ao longo da Roda do Ano,
com a produção agrícola, nesta região, caracteristicamente de subsistência, permitindo um
melhor estudo para nosso objetivo.
 
                        Entrevistei alguns agricultores do interior de Mato Grosso, região da Grande
Cáceres, para poder traçar um panorama aproximado com os ciclos da terra locais. Nesta região,
o ano é quente praticamente o ano inteiro, com temperatura média anual pr volta de 32° a 35°C
(sem considerar a região das serras, onde a temperatura é bem mais amena, na área do Parque
Estadual da Serra de Santa Bárbara, Chapada dos Guimarães, etc.), com duas estações bem
definidas: a estação da seca e a estação das águas. Ocorrem, em meados do ano, algumas frentes
frias, umas três ou quatro, mais comumente entre maio a julho, que não duram mais que três
dias.

                        A estação das águas começa aproximadamente em setembro, podendo varia este
início de agosto a outubro, sendo o clímax das chuvas atingido no período compreendido entre
novembro a fevereiro, e começa a decair nomes de março, exatamente no equinócio de Outono,
Mabon.

                         A estação seca começa em fins de março, estendendo-se até o final de agosto e
início de setembro, sendo o clímax da seca atingido no período  de junho a agosto (se vocês
observarem, o período em que mais aparecem, nos noticiários, casos de queimadas, é entre julho
e agosto).

                        De acordo com estas duas estações, é que a agricultura se fundamenta. Aqui me
baseio nas culturas que são produzidas aqui na região, com características básicas de
subsistência, pois a maior parte dos agricultores é formada por pequenos produtores.

                        Antes, só fazendo uma observação, não consegui correlacionar bem a questão da
produção animal, pois aqui não há uma estação de monta definida, embora se observe uma
prevalência de parições na estação das águas (gado bovino leiteiro).

                        Agora, com referência à agricultura, o quadro é bem mais definido,


estruturando-se da seguinte forma:
 Principais culturas produzidas:
-          Algodão
-          Milho
-          Arroz
-          Feijão
 
                        No caso do algodão, milho e arroz, o solo é semeado no início da estação das
chuvas, onde o agricultor aguarda em média a ocorrência de três chuvas de bom volume, para
preparar o solo e dar início ao plantio. De três a quatro meses após o plantio, ocorre a colheita
do arroz e do milho (entre fevereiro e março), sendo que o algodão demora mais tempo, ou seja,
sua colheita varia de abril a junho. A floração do algodão irá ocorrer por volta de 40 dias após a
semeadura, isto é, entre novembro a dezembro.
                        Só o caso do feijão que, de acordo com as características da planta, que não
resiste a muitas chuvas, o agricultor aguarda o fim da estação das águas, sendo que a semeadura
deste ocorre em meados a final de março.

                        Então, localizando estas atividades agrícolas dentro da Roda do Ano, ficaria
mais ou menos assim:
 
1-       O período da semeadura ocorre por volta de Beltane, onde ocorrerá seu clímax (o pico
das chuvas);
2-       A floração das culturas se dá com a aproximação do Litha;
3-       O período de colheita vai de Lammas a Mabon, com exceção do algodão, colhido por
volta do Samhain e Yule;
4-       O feijão aqui é uma exceção, devido à delicadeza da estrutura da planta, sendo necessário
aguardar a proximidade do fim da estação chuvosa, sendo semeado por volta do Mabon, e
colhido  entre Yule e Imbolc.

                        Sendo assim, se tomamos como parâmetro a maioria das culturas aqui
consideradas, a semeadura ocorre em Beltane, quando celebramos os ritos do Sagrado
Casamento, onde a Deusa e o Deus de amam e ela engravida, possibilitando a correlação da
semente (esperma), que é lançada ao solo (ventre) por esta ocasião, lembrando que o preparo do
solo ocorre durante o Ostara.
 
                        Durante o Litha (Middsummer) ocorrem as florações das culturas, por volta
deste Sabbath, e é no Litha que a terra encontra-se carregada pela fertilidade da Deusa (já
grávida do Deus, bem como algumas plantas estão com seus frutos em processo de
amadurecimento), bem como é a época do auge da força do Deus.
 
                        Quando chega Lammas, inicia-se o período da colheita, quando,
correspondentemente a este Sabbath, a Natureza começa a mostrar seus frutos. O ventre da
Deusa (fruto) está cheio, e dentro dele, o Deus vive como semente (a semente que se forma
dentro do fruto amadurecido), proporcionalmente ao gradativo enfraquecimento do Deus (nesta
época, caso haja semeadura de alguma cultura, esta dará uma produtividade extremamente
baixa, até insignificante). Todo o período de colheita vai de Lammas a Mabon, quando atinge o
auge e termina.

                         Com algumas variações, sutis, pode-se concluir que a Roda do Ano prevalece
nos solstícios e equinócios na atividade agrícola. Essa característica agrícola da Roda do Ano é,
então, fiel.

                        Por outro lado, a adaptação da Roda do Ano, na verdade, deveria ocorrer no
tocante às duas fases predominantes do ano, ou seja, a estação das águas, o período que vai de
setembro a março, e a estação da seca, compreendida de março/abril a agosto/setembro. Creio
que seria neste ponto que deveríamos concentrar especificamente o estudo, sem deixar, é claro,
de levar em consideração que os ciclos da terra obedecem aos solstícios e equinócios, fielmente.
Neste caso, restaria fazer é a correlação climática, observando-se, concomitantemente, a
aparência do meio, o comportamento da natureza, excetuando-se a agricultura:
 
1-       No período que vai do Yule até o Imbolc, observa-se bem claramente a estação seca.
Tudo seca e fica aparentemente estéril: os pastos, as árvores perdem as folhas (economia de
energia para manterem-se vivos), o ar fica extremamente seco. Coincidentemente ou não, o
Imbolc (Festa do Fogo de Brigith) é a época em que mais ocorrem queimadas (tanto provocadas
como, acredite quem quiser, espontâneas também), devido ao ar extremamente quente e seco,
associado à baixíssima Umidade Relativa do ar (oscilando entre 12% e 15%) e as plantas (de
rasteiras até arbustos e árvores) secam em sua parte verde, ficando susceptíveis a qualquer efeito
do calor e do fogo.
2-       Quando Ostara se aproxima, é possível perceber a mudança da energia, o fluxo
energético começa a se modificar. Em meados de setembro, entre os dias 15 e 25, podemos
começar a ouvir o canto das primeiras cigarras. Na virada do equinócio, a mudança já pode ser
sentida muito mais intensamente não só na natureza, com os dias em que o Sol brilha com
incrível intensidade, bem como em nossos corpos. O fluxo energético do Ostara pode ser
sentido dentro de nós também. E na natureza, a rebrota das plantas é intensa.
3-       Em Beltane, passando por Litha, até Lammas, é o período de maior calor e umidade. O
clima é quente e úmido por causa das chuvas. É o período em que ocorre o plantio e vai até o
último Sabbath que antecede a última colheita, que ocorre em mabon.
4-       Durante o período do Mabon, colhe-se os últimos frutos, encerrando-se às portas do
Samhain, coincidentemente, o período em que o Deus morre e parte para a Terra do Verão. E na
Natureza, as chuvas já são raras, ou até inexistentes, e com a aproximação do Yule iniciam-se os
ventos que vêm do Sul, trazendo o frio, ainda que breve, culminando com o renascimento do
Deus no Yule, anunciando o fim das noites mais longas.
            E assim, eternamente, no eterno girar da Roda e da Espiral da Vida.
©Morghana Silkmoon (todos os direitos reservados)

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