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Resumo
Este artigo tem o objectivo de apresentar e discutir aspectos ligados a acções de educação
integral atenção ao estudante universitário. Especificamente discute as peculiaridades do período
da vida que corresponde ao ingresso na universidade e todas as novas e complexas demandas que o
estudante deve enfrentar ao ingressar num curso superior. Essa convergência de novas situações
vai além dos desafios relactivos ao processo de ensino-aprendizagem, e envolve a mobilização de
muitos recursos por parte do estudante para adaptar-se. Todos esses esforços podem ter impacto
em seu rendimento acadêmico e qualidade de vida. Foram investigados 15 estudantes e 1
Presidente de Associação dos Estudantes. A pesquisa é descritiva, de carácter qualitativa,
sustentado pela análise de dados de recurso a método observacional. Os dados nos revelam que a
persistência de maneira de ser e estar de alguns estudantes no caso de vestuário e corte de cabelo,
deve-se pelo facto de gosto, liberdade e imitação. Conclui-se que o aprendizado do aluno bem
como todo o seu processo de adaptação ao ensino superior devem levar em conta diversas
variáveis que podem impactar o ajustamento acadêmico. Uma compreensão apropriada dessa fase
estudantil exige que se atente para as características individuais e de personalidade do estudante,
para a relação professor aluno, para o contexto e histórico institucional. Sugere-se que a
Universidade Rovuma continue a publicar regulamentos académicos sobre a postura e
personalidade de um estudante universitário e o registo académico através do portal de estudante
integrar essas normas.
Palavras-chave: Educação Integral; Estudante Universitário; Ensino Superior.
1
Estudante da Universidade Rovuma Extinção de Cabo Delgado, Curso de Psicologia Educacional 4 o Ano.
Pesquisador na área de orientação da carreira e Avaliação Pedagógica. Contacto: 849013918 ou email:
joaopedrowing@gmail.com
2
Estudante da Universidade Rovuma Extinção de Cabo Delgado, Curso de Psicologia Educacional 4 o Ano.
Pesquisador na área de orientação da profissional. Contacto: 844329200 email:
domingosjoaquimmucarreia@gmail.com
Introdução
Inúmeros estudos têm sido produzidos para aprofundar o conhecimento sobre temas
diversos envolvendo o quotidiano do estudante universitário, tais como a personalidade, a portura e
o perfil dos estudantes universitarios, sucesso e insucesso acadêmico, factores de estresse na
formação acadêmica, saúde mental do estudante, formação de atitudes e competências especificas,
entre outros. (Cunha & Carrilho, 2005; Almeida, 2007).
Não é a toa que se fala do tripé da universidade: ensino, pesquisa e extensão. Sendo que a
pesquisa é o ponto de origem das informações a serem ensinadas na sala de aula e a extensão um
caminho pelo qual as inovações da pesquisa são levadas à população.
Mesmo assim, podemos dizer que popularmente existem duas concepções sobre o ser
estudante. Há dois “enfoques”: um meio maledicente que vê o estudante como um ser meio
moleirão, matreiro, malandreante. Um ser meio indefinido que está ai só por estar, aparentemente
descomprometido com seu curso e com a vida e, pior ainda, descomprometido com as questões
sócio-político-econômicas do país, do estado, do município. A outra forma de visualizar o
estudante é associando-o ao movimento estudantil. Ao histórico do movimento estudantil que
mexeu com as bases da ditadura militar. Que apontou e que ainda hoje procura alternativas para a
melhoria do sistema escolar de nosso país. Nesta visão a idéia que se forma sobre o ser estudante é
de alguém que não está por estar, mas está inserido numa sociedade e num grupo que busca “algo a
mais”. Aqui está presente a idéia de desenvolvimento pessoal e coletivo (Carneiro, 2011).
Quando nos referimos ao estudante estamos referindo à segunda concepção que também se
aproxima do que está nos dicionários. Estudante, neste ponto de vista, é uma espécie de sinônimo
de dinamicidade. É alguém que, contra todas as expectativas, ainda acredita que pode construir um
mundo melhor a partir de seu crescimento pessoal. (Igue, Bariani, & Milanesi, 2008; Souza, &
Reinert, 2010; 2013; Santos, 2013).
A pessoa que decide cursar o ensino superior é convidada a entender que sua formação e
sua futura acção profissional têm como fim, finalidade, a transformação social. É claro que o
diploma, dependendo da qualidade do processo formativo, pode também garantir um melhor posto
de trabalho, bem como, uma melhor remuneração, porém, reduzir todo o processo educacional
apenas a um suposto sucesso profissional e financeiro é diminuir todo empenho e formação
oferecida pelo ensino superior. Afinal, essa é a função da Universidade, promover a sabedoria, que
significa, entre outras definições, a capacidade de ampliar o modo de enxergar a própria vida e o
mundo em que se está inserido, e assim, perceber que o empenho pelo bem comum, implica uma
mudança de pensamento e acção no processo formativo e de futura acção profissional (Igue,
Bariani, & Milanesi, 2008; Souza, & Reinert, 2010; Almeida, & Soares, 2003; Biscalchin, 2013;
Gomes, Dagostini, & Cunha, 2013; Santos, 2013; Ramos, at al. 2015; Cunha, Gomes, & Beck,
2016).
Esse é o maior desafio! O perfil do estudante nos dias actuais não reflecte essa participação
efectiva, que exige: silêncio e desapego dos aparatos tecnológicos (celular, notebooks e outros)
para maior concentração durante o período de aula e disciplina para acompanhar a elaboração dos
raciocínios desenvolvidos, compreensão das leituras de textos, capacidade de fazer anotações,
entre outros.
Com base na revisão apresentada, e tendo conhecimento de estudos sobre educação integral
dos estudantes da universidade Rovuma Extensão de Cabo Delgado em Moçambique, investigou-
se, neste artigo, adaptação, peculiaridades e postura dos estudantes universitários.
Metodologia da Pesquisa
Participantes
Foi usada amostra intencional, um tipo de amostragem não probabilística, de critério de
amostragem de quota, constituída por 15 Estudantes, da Universidade Rovuma extensão de cabo
Delgado e 1 Presidente de estudantes.
Instrumentos
Procedimentos
A partir da entrevista realizada com os quinze estudantes que fizeram parte desta pesquisa,
foi possível desenhar essa tabela onde contém as respostas dos nossos entrevistados (vide tabela 1).
Observamos na tabela acima que dos quinze todos responderam, cada um com a sua visão e
percepção. Na verdade, falar da avaliação integral estamos a referir o processo de integração do
individuo em todos aspectos e todas áreas para o bem estar. Estas respostas que tivemos com os
nossos entrevistados, revem aquilo que eles perceberam.
Tabela 2. Distribuição tabular das respostas dos entrevistados sobre a postura que apresentam os
estudantes
Entrevistados Respostas
1 Varia de estudante para estudante pós alguns apresentam-se de boa forma
e outros não.
3 Alguns estudantes não têm uma postura estudantil porque aparecem com cortes e
calças rasgadas e outras meninas com saias curtas.
3 Apresentam-se bem,
2 Cada um apresenta-se da sua maneira
5 Os estudantes presentam-se de acordo os seus hábitos e costumes
2 Os estudantes apresentam-se como na escola secundária porque muitos deste são
adolescentes
Tabela 3. Distribuição tabular da respostas dos entrevistados sobre a postura que devem
apresentar os estudantes
Entrevistado Suas ideias
s
1 Um estudante universitário deve se apresentar bem vestido de acordo com o
regulamento do ensino superior.
6 O estudante universitário deve ter uma boa postura, mostrando uma reflexão
crítica, saber falar, ser humilde e deve vestir-se bem.
2 Afirmaram que um estudante universitário deve ser exemplar em todos contextos.
7 Últimos responderam que um estudante universitário deve ter o espírito de
pesquisa e deve ser um individuo reflexivo.
Tabela 2. Distribuição das respostas sobre mudanças de maneira de ser e estar como estudantes
Participantes Visão
1 É possível mudar a nossa maneira de ser estar como estudantes.
1 Não é possível mudar a nossa forma de ser e estar, porque cada estudante traz
consigo sua cultura e sua forma de viver.
4 Isso será possível partindo da própria instituição estabelecendo algumas leis,
princípios, normas que possam regular a nossa forma de ser e estar.
5 Será possível mudar começando pelos docentes na sua forma de se apresentar e
servindo de espelho dos estudantes.
3 Seria possível mudar a nossa maneira de ser e estar sempre fazendo palestras na
instituição como forma de sensibilizar os estudantes.
2 Seria possível mudar a nossa maneira de ser e estar com maior rigor no portão e
na sala de aulas.
Podemos notar o comportamento da tabela acima que, tudo é possível fazer, mudar,
modificar, reconstruir, reestruturar, enfim, desde que tenhamos boas estratégias de sensibilização a
essas mesmas pessoas. Aqui, sobre a mudança desse comportamento deve-se olhar o contexto,
cada indivíduo muda sua personalidade para atingir certos objectivos.
Participante Contribuições
s
13 Estudantes responderam que nada está sendo feito na Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado, porque as normas regulamentadas não se fazem
sentir.
2 A Universidade Rovuma Extensão de Cabo Delgado tem feito alguma coisa sim
como por exemplo, controlo dos estudantes que usam chinelos nos portões, mas
não é suficiente.
Este artigo tenha como objectivo apresentar e discutir aspectos ligados a acções de
educação integral, atenção ao estudante universitário da unirovuma, Cabo Delgado. Também
discutir as peculiaridades do período da vida que corresponde ao ingresso na universidade e todas
as novas e complexas demandas que o estudante deve enfrentar ao ingressar num curso superior.
Os dados nos revelam que a persistência de maneira de ser e estar de alguns estudantes no caso de
vestuário e corte de cabelo, deve-se pelo facto de gosto, liberdade e imitação. O aprendizado do
aluno bem como todo o seu processo de adaptação ao ensino superior devem levar em conta
diversas variáveis que podem impactar o ajustamento acadêmico. Uma compreensão apropriada
dessa fase estudantil exige que se atente para as características individuais e de personalidade do
estudante, para a relação professor aluno, para o contexto e histórico institucional.
Como é possível perceber, assumir o compromisso com a formação integral do estudante
significa olhar para além do processo ensino-aprendizagem, reconhecendo que este jovem passa
por momentos de vulnerabilidade e crise de identidade ao longo de sua formação, uns com saias
curtas, calças rasgadas em ambos géneros, cortes esquisitos de cabelos por parte dos homens e
brincos, até certo ponto não dignifica a postura de um estudante universitário. No geral os
estudantes ingressantes trazem inicialmente expectativas positivas em relação a sua futura
experiência acadêmica. No entanto podem ocorrer contradições entre esses sentimentos iniciais e o
quê a universidade efetivamente oferecer. Cada individuo nasce com seus traços de personalidade
que lhe identificam o seu modo de agir, ser e estar no contexto social. De certa maneira, o estilo de
vida influencia na formação da personalidade do individuo (Cianflone & Fernandez, 1993). Moda,
gosto, democracia e imitação são alguns desafios que os jovens estão a vivenciar, e isso que que
haja sua mudança é preciso um trabalho.
Para que esse período de adaptação seja um processo tranquilo é necessário que o jovem
tenha passado por fases anteriores de desenvolvimento de forma estável e resolutiva. Por isso, a
entrada na Universidade para um adulto jovem não deve ser analisada a partir de factores isolados,
mas considerando um conjunto de situações produzidas por influências institucionais, sociais,
econômicas e históricas. (Panúncio-Pinto & Colares, 2015).
O início da vida universitária é marcado por uma convergência de situações que são
apresentadas ao estudante, que é chamado a adaptar-se a esse novo meio social. Essa adaptação
pode ser difícil ao “calouro”: uma nova “escola”, novos colegas, novas responsabilidades, muitas
vezes numa outra cidade e distante de sua família (Silva, 2010). Olhando para todos os eventos que
se juntam nesse momento do ingresso na educação universitária, é necessário considerar que a
maioria dos calouros está na faixa- etária dos 17 aos 20 anos, ou seja, no final da adolescência,
enfrentando a transição final para o ingresso na vida adulta.
Referencia bibliográfica
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