Sie sind auf Seite 1von 26

Revisão sobre ensaios acelerados para indução

da corrosão desencadeada por cloretos em


concreto armado
Review of accelerated tests for the induction of corrosion
triggered by chlorides in reinforced concrete

Gibson Rocha Meira


Pablo Ramon Rodrigues Ferreira
Resumo
corrosão de armaduras desencadeada por cloretos é um dos principais

A problemas que afetam as estruturas de concreto armado. Considerando


o estudo desse tipo de problema, a velocidade na coleta dos dados, a
possibilidade de controle das variáveis que influenciam o processo de
corrosão e o baixo custo na realização dos testes têm sido aspectos motivadores da
opção por realizar ensaios acelerados para indução da corrosão por cloretos em vez
de ensaios baseados em exposição natural. Com o decorrer dos anos, embora tenha
havido evolução nos procedimentos adotados nos ensaios acelerados, ainda não há
uma padronização amplamente praticada nas pesquisas. Este trabalho faz uma
revisão sobre as principais metodologias de ensaio empregadas para induzir a
corrosão por cloretos praticadas no Brasil e no mundo, discutindo suas vantagens e
desvantagens e gerando uma reflexão em relação à padronização de
procedimentos. Nesse sentido, sugere, entre outros aspectos, o emprego de
procedimentos de ensaios acelerados que guardem proximidade com condições
reais de exposição e a padronização nos critérios empregados na identificação da
despassivação da armadura e na preparação dos corpos de prova. Essas ações
contribuem para diminuir a variabilidade de resultados e facilitam a comparação
entre estudos de natureza semelhante.
Palavras-chave: Cloretos. Concreto armado. Corrosão. Ensaios acelerados.

Abstract
Reinforcement corrosion triggered by chlorides is one of the main problems that
affects reinforced concrete structures. Considering the study of this kind of
problem, the speed of data collection, the possibility of controlling the variables
that influence the corrosion process and the low cost of carrying out these tests
have been encouraging aspects for carrying out laboratory accelerated tests
rather than testing based on natural exposure. Over the years, although the
procedures adopted in accelerated tests have improved, research in the field is still
¹Gibson Rocha Meira lacking widely used standardisation. This study undertakes a review of the main
¹Instituto Federal de Educação
João Pessoa - PB - Brasil testing methodologies used to induce corrosion triggered by chlorides in Brazil
https://orcid.org/0000-0002-2010-5315 and internationally, discussing their advantages and disadvantages and
generating a reflection about the standardisation of procedures. Hence, it
²Pablo Ramon Rodrigues Ferreira proposes, among other aspects, the use of accelerated testing procedures that keep
²Instituto Federal de Educação, Ciência a proximity with real exposure conditions, the standardisation of the criteria used
e Tecnologia da Paraíba
João Pessoa – PB - Brasil to identify reinforcement depassivation, as well as of specimens preparation. These
actions can contribute to reduce data variability and facilitate comparisons among
similar studies.
Recebido em 02/06/18
Aceito em 27/02/19 Keywords: Chlorides. Reinforced concrete. Corrosion. Accelerated tests.

MEIRA, G. R.; FERREIRA, P. R. R. Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada 223
por cloretos em concreto armado. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.
ISSN 1678-8621 Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.
http://dx.doi.org/10.1590/s1678-86212019000400353
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Introdução
A ação dos íons cloreto é uma das principais BLUID 443 (NORDTEST..., 1995), NT BLUID
responsáveis por desencadear a corrosão de 492 (NORDTEST..., 1999) e EN 12390-11
armaduras em estruturas de concreto armado. (EUROPEAN..., 2015). Por outro lado, a
Embora ainda haja dúvidas em relação ao modo padronização de ensaios focados na indução da
como ocorre a ruptura da capa passiva e a ativação corrosão por cloretos, ou seja, que envolvem a
das armaduras, vários esforços em pesquisa têm despassivação da armadura e, eventualmente, o
sido feitos no sentido de estudar a ação dos cloretos avanço do processo de corrosão, avançou menos em
sobre estruturas de concreto. relação à uniformização de procedimentos.
Esses estudos envolvem aspectos como influência Nesse cenário, as pesquisas relacionadas à indução
de características dos materiais e do ambiente no da corrosão por cloretos em estruturas de concreto
transporte de cloretos (TUUTTI, 1982; PAGE; armado apresentam algumas dificuldades em
HAVDAHL, 1985; JAEGERMANN, 1990; relação à análise dos resultados obtidos. Primeiro, o
THOMAS, 1996), modelagem do transporte de processo de corrosão envolve incertezas em relação
cloretos e da propagação da corrosão (SAETTA; à despassivação, com idas e vindas antes que a
SCOTTA; VITALIANI, 1993; TANG; NILSSON, corrosão se instale de forma consistente. Segundo,
1993; GUIMARÃES, 2000) e caracterização dos há o emprego de uma diversidade de metodologias
níveis de presença salina em zona de atmosfera experimentais, as quais produzem resultados que
marinha e sua interação com estruturas de concreto sofrem influência direta de cada uma delas.
(GUSTAFSSON; FRANZÉN, 1996; MORCILLO Terceiro, a utilização de diferentes técnicas de
et al., 1999; MEIRA, 2004). No entanto, esses monitoramento e avaliação do estado de corrosão da
estudos podem ser agrupados entre aqueles que se armadura, bem como dos critérios empregados
dedicam à fase de iniciação da corrosão e aqueles nesse tipo de avaliação apresentam suas
que envolvem a fase de propagação da corrosão, particularidades e limitações, produzindo
estes de forma isolada ou conjunta com a primeira significativa variabilidade de resultados. Além
fase. Outro aspecto a ser destacado é que a grande disso, o concreto armado apresenta respostas
maioria desses estudos envolve a realização de diferentes em função da idade, do ambiente de
ensaios acelerados em laboratório, com exposição, do modo de confecção e aplicação
metodologias próprias que nem sempre podem ter (TREJO; HALMEN; REINSCHMIDT, 2009). Por
seus resultados comparados. fim, pode-se agregar que parte dos elementos acima
Sobre a realização de ensaios acelerados, embora mencionados depende de uma adequada
haja aspectos que os distanciem das condições reais infraestrutura laboratorial, com alguns
de exposição, em que uma multiplicidade de ações equipamentos de custo significativo, nem sempre
ocorre de forma simultânea e aleatória, é um disponíveis nos laboratórios.
caminho necessário, pois a obtenção de resultados Considerando as pesquisas relacionadas à indução
em ensaios em condições naturais de exposição da corrosão por cloretos, diferentes abordagens
pode ser extremamente demorada, o que inviabiliza foram utilizadas por pesquisadores em ambiente de
seu emprego de forma regular. O importante nesse laboratório objetivando simular as condições reais
cenário é definir estratégias de ensaio acelerados de exposição. Parte desses estudos foi realizada
que os aproxime, de forma direta ou através de dispondo a armadura em solução alcalina, com
fatores de correção das condições de aplicação reais cloretos adicionados a essa solução, de modo a
dos materiais. Outro aspecto a ser ponderado em simular o meio no qual a armadura está exposta no
relação aos ensaios acelerados é que, uma vez que concreto. Esse tipo de ambiente pode ter facilmente
eles demandam menor tempo para a obtenção de o pH e a concentração de cloretos alterados com
resultados, também envolvem menor custo precisão, a critério do pesquisador (ANGST et al.,
operacional. 2009; TREJO; HALMEN; REINSCHMIDT, 2009).
Nesse sentido, ensaios acelerados focados no Quando se utiliza pasta de cimento, argamassa ou
transporte de cloretos, embora ainda não tenham concreto, a penetração de cloreto em corpos de
sido objeto de padronização no Brasil, avançaram prova endurecidos se torna mais demorada, e a
significativamente nos últimos anos no cenário quantificação da concentração de cloretos presente
internacional, resultando em documentos na superfície do aço é mais difícil e laboriosa
normativos como aqueles propostos pela C1202 (TREJO; HALMEN; REINSCHMIDT, 2009).
(AMERICAN SOCIETY..., 2018a), E1573 Além da simulação da fase líquida presente nos
(AMERICAN SOCIETY..., 2018b), T259 poros de matrizes cimentíceas, os pesquisadores
(AMERICAN ASSOCIATION..., 2002), T277 têm empregado como principais métodos para
(AMERICAN ASSOCIATION..., 2015), NT indução da corrosão a adição de cloretos à água de

224 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

amassamento do concreto ou argamassa (ARYA; trabalho publicado por Angst e Vennesland (2009),
XU, 1994; PAGE et al., 2002; GARCIA-ALONSO enquanto que os dados apresentados na Figura 2
et al., 2007), a aplicação de campo elétrico para representam percentuais relativos às publicações
acelerar a penetração de cloretos no concreto a nacionais trabalhadas na presente revisão.
partir de um reservatório contendo solução salina
No cenário internacional, a forma de introdução de
(CASTELLOTE; ANDRADE; ALONSO, 2002;.
cloretos em ensaios acelerados mais empregada é a
TREJO; PILLAI, 2003), a submissão de concretos
adição salina à massa de concreto (mistura ao
a ciclos de secagem e umedecimento (GLASS;
concreto fresco), seguida por ensaios que
HASSANEIN; BUENFELD, 1997; PAGE et al.,
empregam difusão pura, adicionados em solução
2002; VIEIRA, 2003; SILVA, 2006) e a exposição
(simulando a fase líquida do concreto/argamassa) e
de concretos à difusão pura por imersão ou através
absorção/difusão (Figura 1). No cenário nacional, a
do ensaio de salt ponding test (JOUKOSKI et al.,
forma mais empregada compreende os ensaios com
2004; CHIANG; YANG, 2007).
mecanismo de transporte por ação conjunta de
Variações nos procedimentos de ensaio para absorção e difusão (Figura 2), com os ciclos de
indução da corrosão por cloretos podem influenciar imersão e secagem prevalecendo.
no tempo para início da corrosão, no mecanismo de
Como se pode observar, ainda há uma significativa
transporte, no comportamento eletroquímico da
variabilidade nos tipos e procedimentos de ensaios
barra e no teor crítico de cloretos (ANGST et al.,
acelerados para indução da corrosão por cloretos,
2009). Nesse sentido, esses métodos de ensaio
mesmo com décadas de pesquisas. Partindo desse
carecem de ser confrontados com situações reais de
pressuposto e considerando a corrosão de
exposição, de modo a correlacionar os resultados,
armaduras desencadeada por cloretos, o presente
conforme procedimento realizado por Meira et al.
trabalho apresenta o estado da arte sobre ensaios
(2014) em relação ao teor crítico de cloretos.
acelerados de indução da corrosão por cloretos no
As Figuras 1 e 2 resumem as formas como os Brasil e no mundo. Com isso, visa contribuir para a
cloretos têm sido introduzidos em ensaios padronização futura de ensaios, bem como para
acelerados de indução da corrosão nos cenários minimizar falhas na condução dos ensaios e
internacional e nacional respectivamente. Os interpretação de resultados.
resultados apresentados na Figura 1 advêm do

Figura 1 - Formas de introdução de cloretos em ensaios acelerados de indução da corrosão – cenário


internacional

Fonte: adaptado de Angst e Vennesland (2009).

Figura 2 - Formas de introdução de cloretos em ensaios de indução da corrosão – cenário nacional

Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada por cloretos em concreto armado 225
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Estado da arte das pesquisas precisas para a avaliação das estruturas existentes
(GULIKERS, 2006).
no Brasil e no mundo
No Brasil, um dos primeiros trabalhos mais
A introdução de cloretos no interior do concreto abrangentes relacionados à corrosão por cloretos foi
ocorre de diferentes maneiras, porém a exposição a publicado em 1981, por Paulo Helene, no Simpósio
ambientes marinhos e a sais de desgelo são as de Aplicação de Tecnologias do Concreto,
causas mais comuns da degradação de estruturas intitulado “Corrosão de armaduras em concreto
por corrosão de armaduras desencadeada por armado” (HELENE, 1986). Porém, um colóquio
cloretos (CASCUDO, 1997; TREJO; HALMEN; realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas
REINSCHMIDT, 2009). (IPT) em 1972 divulgou os principais trabalhos da
Um dos primeiros estudos na área de corrosão de época voltados para a durabilidade de estruturas de
armaduras originada pela ação de cloretos em concreto armado (TORRES, 2010). Em seguida,
elementos de concreto armado foi desenvolvido na muitos outros trabalhos surgiram, como, por
Alemanha em 1959 por H. Kaesche (KAESCHE, exemplo, o realizado por Maryangela G. Lima em
1959), em que se buscou estudar os riscos de 1990 (LIMA, 1990), Osvaldo Cascudo em 1991
corrosão em elementos de concreto armado (CASCUDO, 1991), Enio J. Pazini Figueiredo em
causados pela adição de aditivos aceleradores de 1994 (FIGUEIREDO, 1994), Gibson Rocha Meira
pega. Ainda no mesmo ano, A. Bäumel publicou um em 2004 (MEIRA, 2004), Marcelo Henrique F. de
dos primeiros estudos sobre a durabilidade de Medeiros em 2008 (MEDEIROS, 2008) e Ronaldo
concretos calcários com adição de cloretos à massa Alves de Medeiros Júnior em 2014 (MEDEIROS
de concreto (BÄUMEL, 1959). Além da Alemanha, JÚNIOR, 2014). Hoje, o Brasil conta com bons
países como Suécia, Espanha, EUA e Reino Unido centros de pesquisa acerca do tema, espalhados por
tiveram importantes papéis na formação do todo o país. As regiões com maiores concentrações
conhecimento dessa área (ANGST et al., 2011a), de trabalho são o Sudeste e o Sul, seguidos pelo
tendo como principal motivo para o início das Nordeste e o Centro-Oeste (TORRES, 2010).
pesquisas os danos oriundos da adição de sais de Considerando a base bibliográfica empregada na
desgelo na superfície de estruturas reais de concreto elaboração deste estudo, foram montados os
armado e da exposição desse tipo de estrutura a Quadros 1 e 2. Eles mostram as principais
ambientes sob influência marinha. características dos ensaios empregados na indução
As primeiras pesquisas acerca da corrosão iniciada da corrosão por cloretos, tomando como referência
por cloretos eram desenvolvidas em ambiente de os cenários nacional (Quadro 1) e internacional
laboratório com dois principais procedimentos de (Quadro 2). Adotou-se como critério para a escolha
ensaio: adição de cloretos à massa de uma matriz dos trabalhos o emprego de corpos de prova
cimentícia; e imersão da armadura em solução confeccionados com armadura de aço envoltos por
alcalina com cloretos. Contudo, a partir da segunda matriz cimentícia (concreto ou argamassa)
metade da década de 1980, o número de trabalhos submetidos à ação de cloretos.
aumentou consideravelmente, e novas estruturas de A seguir, discutem-se as características dos
ensaio, com características mais realistas, foram principais ensaios empregados na indução da
incorporadas às pesquisas. corrosão por cloretos.
De modo mais recente, estudos tentam desenvolver
modelos matemáticos para previsão de vida útil Métodos acelerados de indução da
para estruturas de concreto armado usando corrosão em concretos armados
ferramentas probabilísticas ou semiprobabilísticas,
tendo o teor crítico de cloretos como parâmetro que Cumpre aqui esclarecer que não é objetivo desta
alimenta esses modelos para a tomada de decisão. seção apresentar todos os métodos acelerados de
Os resultados desses modelos matemáticos são indução da corrosão para concreto armado, mas
comparados com os valores obtidos de estruturas comentar sobre aqueles com maior
em condições reais de exposição, almejando representatividade na literatura, discutindo sobre
desenvolver parâmetros mais realistas para a suas vantagens e desvantagens.
concepção de novas estruturas e condições mais

226 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Quadro 1 - Características dos ensaios acelerados para indução da corrosão por cloretos em pesquisas
realizadas no Brasil (Continua...)
Tipo de Características
Referência
ensaio do ensaio dos corpos de prova da cura
Adição de Adição de NaCl na 12 CPs prismáticos de Desmoldagem
cloretos à Medeiros et taxa de 1% da massa de 15x15x45 cm, cobrimento 1 com 24 h e 69
massa de al. (2017) cimento e imersão total cm e 3 cm, barra com Ø 10 dias em ambiente
concreto em água por 2 dias mm com limpeza química controlado
12 CPs cilíndricos de 15x Ø15
Secagem ao ar livre por 91 dias em
Imersão e Cavalcanti cm, cobrimento 1,5 cm, 2,5
21 dias e imersão total imersão total de
secagem Filho (2010) cm e 3,5 cm, barra de CA50,
(3,5% NaCl) por 1 dia cal saturada
Ø 10 mm sem limpeza
4 CPs prismáticos de
Secagem em estufa (50
15x15x15 cm, cobrimento 2 28 dias em
Imersão e ºC) por 5 dias e
Silva (2010) cm e 2,5 cm, 2 barras de câmara úmida e
secagem imersão parcial (3,5%
CA60, Ø 5,0 mm com limpeza 30 dias ao ar livre
NaCl) por 2 dias
mecânica
CPs prismáticos de
Secagem por 5 dias e
Imersão e Portella et 10x9,1x4,9 cm, cobrimento 2 28 dias em
imersão parcial (3,5%
secagem al. (2006) cm, 3 barras de CA50, Ø 6,3 câmara úmida
NaCl) por 2 dias
mm
Secagem em estufa (50 4 CPs prismáticos de 4,5x7x9 7 dias em câmara
Imersão e Santos ºC) por 5 dias e cm, cobrimento 1 cm e 2 cm, úmida e 71 dias
secagem (2006) imersão parcial (3,0% 2 barras de CA50, Ø 5,0 mm em ambiente de
NaCl) por 2 dias com limpeza ASTM G1 laboratório
Secagem em CPs prismáticos de 5x5x12 12 dias em
Imersão e laboratório por 4 dias e cm, cobrimento 1 cm e 2 cm, câmara úmida e 4
Silva (2006)
secagem imersão parcial (3,5% barra de CA50, Ø 10 mm com dias em ambiente
NaCl) por 3 dias limpeza ASTM G1 de laboratório
Tavares, Secagem em estufa 12 CPs prismáticos de
Imersão e Costa e (50±10 ºC) por 6 dias e 6x12x12 cm, cobrimento 2,5
Não informado
secagem Andrade imersão total (5% cm, 2 barras de CA50, Ø 6,3
(2006) NaCl) por 3 dias mm com limpeza mecânica
28 dias em
Secagem em estufa (50 4 CPs prismáticos de 6x10x10
Vieira e Dal câmara úmida e
Imersão e ºC) por 14 dias e cm, cobrimento 1,5 cm, 2
Molin 14 dias em
secagem imersão parcial (3,5% barras de CA60, Ø 5,0 mm
(2004) ambiente
NaCl) por 7 dias com limpeza mecânica
controlado
Secagem em 36 CPs prismáticos de
Imersão e Vieira laboratório por 5 dias e 6x10x10 cm, cobrimento 2,5 28 dias em
secagem (2003) imersão total (3,5% cm, 2 barras de CA50, Ø 10 câmara úmida
NaCl) por 5 dias mm com limpeza ASTM G1
CPs prismáticos de 28 dias em
Secagem em estufa (50
5,6x12x118 cm, cobrimento 1 câmara úmida e
Imersão e Monteiro ºC) por 5 dias e
cm, 2 cm e 4 cm, barra de 15 dias em
secagem (2002) imersão parcial (5%
CA50, Ø 6,3 mm com limpeza ambiente de
NaCl) por 2 dias
ASTM G1 laboratório
4 CPs prismáticos de 7 dias em câmara
Secagem ao ar livre por
Imersão e Jucá et al. 15x14x15 cm, cobrimento 0,5 úmida e 15 dias
5 dias e imersão total
secagem (2001) cm e 1 cm, barras de CA50, Ø em ambiente de
(0,5% NaCl) por 2 dias
8,0 mm laboratório
Secagem em estufa (50 4 CPs prismáticos de 4,5x8x9 7 dias em câmara
Imersão e Cabral ºC) por 5 dias e cm, cobrimento 0,5 cm e 1 úmida e 21 dias
secagem (2000) imersão parcial (3,5% cm, 4 barras de CA50, Ø10 em ambiente de
NaCl) por 2 dias mm com limpeza ASTM G1 laboratório

Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada por cloretos em concreto armado 227
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Quadro 1 - Características dos ensaios acelerados para indução da corrosão por cloretos em pesquisas
realizadas no Brasil (continuação)
Tipo de Características
Referência
ensaio do ensaio dos corpos de prova da cura
60 V por 8 h e imersão 6 CPs cilíndricos de 20x Ø Desmoldados com
Eletromi- Miranda et
parcial (3,5% NaCl) 10 cm, barra de CA50, Ø 24 h e 20 dias
gração al. (2017)
por 16 h 10 mm e limpeza química imersos em água
12 CPs prismáticos de
15, 45 ou 70 V por 8h e
Eletromi- Torres 10x20x10 cm, cobrimento 21 dias em
imersão parcial (3,5%
gração (2006) 3 cm, barra de CA50, Ø câmara úmida
NaCl) por 16h
12,5 mm
Câmara de Baseado na NBR 3 CPs em forma de pórtico
Santos 28 dias em
névoa 8094:1993 por 90 dias (s. transversal de 4,5x4,5
(2010) câmara úmida
salina (2% NaCl) cm)
Baseado na ASTM CPs prismáticos de
Câmara de
Portella et B117, 16 h de 10x9,1x4,9 cm, 28 dias em
névoa
al. (2006) pulverização diária a 1 cobrimento 2 cm, 3 barras câmara úmida
salina
a 2 ml/h (5% NaCl) de CA50, Ø 6,3 mm
CPs prismáticos de
28 dias em
Baseado na ASTM 5,6x12x11,8 cm,
Câmara de câmara úmida e
Monteiro B117, 16 h de cobrimento 1 cm, 2 cm e 4
névoa 15 dias em
(2002) pulverização diária a 1 cm, 3 barras de CA50, Ø
salina ambiente de
a 2 ml/h (5% NaCl) 6,3 mm com limpeza
laboratório
ASTM G1
14 dias em
Câmara de câmara úmida e
Baseado na ASTM CPs prismáticos de
névoa Levy (2001) 46 dias em
B117 (5% NaCl) 10x10x10 cm
salina ambiente de
laboratório

Quadro 2 - Características dos ensaios acelerados para indução da corrosão por cloretos de pesquisas
realizadas no mundo (Continua...)
Características
Tipo de ensaio Referência
do ensaio dos corpos de prova da cura
CPs prismáticos de
Areia extraída do mar Desmoldagem
Adição de 15x15x15 cm,
Liu et al. contendo cloretos na 24 h e 28 dias
cloretos à massa cobrimento 1 cm, barra
(2018) taxa de 0,0% a 1,07% em ambiente
de concreto com Ø10 mm com
da massa controlado
limpeza química
6 CPs prismáticos de
Adição de Adição de NaCl na 31 dias de
Li, Yuan e Li 100x30x20 cm,
cloretos à massa taxa de 0,6% a 3% da imersão em
(2011) cobrimento 4 cm, barra
de concreto massa de cimento água
com Ø 12,7 mm
Adição de NaCl na
taxa de 0% a 3% da
massa de cimento,
Adição de CPs prismáticos de
diferença de potencial Envoltos em
cloretos à massa Ann et al. 15x15x15 cm,
de 250 mV entre a filme plástico
de concreto e (2010) cobrimento de 2 cm, 2
armadura e um por 28 dias
eletromigração barras de Ø10,0 mm
eletrodo externo,
solução de 4 M de
Nacl

228 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Quadro 2 - Características dos ensaios acelerados para indução da corrosão por cloretos de pesquisas
realizadas no mundo (continuação)
Características
Tipo de ensaio Referência
do ensaio dos corpos de prova da cura
Adição de NaCl na taxa
de 0,4% a 0,8% da massa
3 CPs prismáticos de
Adição de Bertolini, de cimento, UR (90%) e
7x7x10 cm,
cloretos à massa Carsana e T (20 ºC) controladas Não
cobrimento de 3 cm,
de concreto e Pedeferri Alternada de 3 A/m² e 50 informado
2 barras de Ø 10,0
eletromigração (2007) A/m² (demais) com 1h de
mm
aplicação e 4h de
interrupção
Adição de NaCl nas 6 CPs prismáticos de
Adição de
taxas de 0,2% e 4% da 60x60x10 cm,
cloretos à massa García-Alonso Não
massa de cimento e cobrimento de 4,4
de concreto e et al. (2007) informado
imersão total (3,5% de cm, 4 barras de Ø
imersão
NaCl) por 2 meses 12,0 mm sem limpeza
6 CPs prismáticos de
120x20x30 cm,
Adição de Adição de NaCl na taxa Envoltos em
Rincón et al. cobrimento de 2,5
cloretos à massa de 1% da massa de filme plástico
(2008) cm, 4 barras com Ø
de concreto cimento por 28 dias
10,0 mm e estribo de
Ø 5,0 mm
CPs prismáticos de
Garcés, 28 dias em
Adição de Adição de NaCl nas 22x20x22 cm,
Sanchez de câmara úmida
cloretos à massa taxas de 3% e 4% da cobrimento de 3 e 5,3
Rojas e Climent com umidade
de concreto massa de cimento cm, barra com Ø 12,0
(2006) >95% e 20 ºC
mm
Adição de NaCl na taxa
3 CPs prismáticos de
de 5% da massa de
Adição de 30x15x25 cm, 7 dias em
cimento, densidade de
cloretos à massa Maaddawy e cobrimento de 3 cm, câmara úmida
corrente de 100 a 500
de concreto e Soudk (2003) 2 barras de Ø 11,3 e mais 7 em ar
µA/cm², CPs sempre
eletromigração mm, limpeza ASTM seco
envoltos com estopa
G1
molhada
Adição de NaCl nas
taxas de 0,3% e 2,4% da
7 CPs prismáticos de
Adição de massa de
10x10x9 cm,
cloretos à massa Page et al. cimento, imersos em Não
cobrimento de 0,5
de concreto e (2002) água por 2 dias e informado
cm, 1 cm e 2 cm, 3
imersão/secagem secagem por 28 dias em
barras de Ø 6,3 mm
câmara saturada de
MgCl2 com UR de 33%
CPs cilíndricos de 5x
Adição de Adição de NaCl na taxa Ø 5 cm, barra de Ø 7 dias em
Thangavel e
cloretos à massa de 0% a 3,5% da massa 20,0 mm, limpeza imersão total
Rengaswany
de concreto e de cimento e imersão mecânica e em água
(1998)
imersão total (3,5% de NaCl) desengordurado com destilada
tricloroetileno
Adição de NaCl na taxa
Envoltos em
de 0% a 3% da massa de
Adição de Glass, 17 CPs cilíndricos de filme plástico
cimento e imersos (3,5%
cloretos à massa Hassanein e 25x Ø 10 cm, por 14 dias e
de NaCl) por 30 min e
de concreto e Buenfeld cobrimento de 9 cm, 14 dias em
secagem por 11,5 h em
imersão/secagem (1997) barra de Ø 20,0 mm ambiente de
câmara com UR de 50-
laboratório
70%

Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada por cloretos em concreto armado 229
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Quadro 2 - Características dos ensaios acelerados para indução da corrosão por cloretos de pesquisas
realizadas no mundo (continuação)
Características
Tipo de ensaio Referência
do ensaio dos corpos de prova da cura
CPs prismáticos de
Adição de Adição de NaCl na taxa 3 a 180 dias de
Arya e Xu 60x18x5 cm,
cloretos à massa de 0,2% a 2,5% da massa imersão em
(1994) cobrimento 2,5 cm,
de concreto de cimento água
barra com Ø 8,0 mm
Adição de NaCl na taxa CPs prismáticos de
Adição de
Andrade, de 3% da massa de 15x15x38 cm, 28 dias em
cloretos à massa
Alonso e cimento, densidade de cobrimento 2 cm e 3 imersão em
de concreto e
Molina (1993) corrente de 3 ou 10 cm, barra de Ø 20,0 água
eletromigração
µA/cm² mm
Envoltos em
Adição de Monteiro, Adição de CaCl2 na taxa Barra com Ø 19,0
filme plástico
cloretos à massa Gjørv e Mehta de 2% da massa de mm e limpeza
por 180 dias
de concreto (1985) cimento mecânica
(20 ºC)
Imersão total em água do 3 CPs cilíndricos de
Gjørv e mar, temperatura de 7±2 28x Ø 10 cm, 2 a 3 meses
Imersão simples Venesland ºC (exposição ao ar livre) cobrimento de 4,5 em imersão
(1979) e 20±2 ºC (exposição em cm, barras de Ø 10,0 em água
ambiente de laboratório) mm
Desmoldagem
com 24 h e
Secagem em câmera 6 CPs prismáticos de
mais 28 dias
Imersão e Rivera-Corral (50±10% UR) por 3 dias 17,5x9x15 cm,
em câmara
secagem et al. (2017) e imersão parcial (3,5% cobrimento 4 cm,
úmida (20±1
NaCl) por 4 dias barra Ø 10,0 mm
ºC e 100% de
UR)
Envoltos em
filme plástico
4 CPs prismáticos de por 28 dias em
Secagem em temperatura
12x8,4x14 cm, câmara com
Imersão e Angst et al. ambiente por 5 dias e
cobrimento 0,5 cm, 1 temperatura de
secagem (2011a) imersão total (1,1 a 1,8
cm e 2 cm, 2 barras Ø 20 ºC e 13
mol/l NaCl) por 5 dias
8,0 mm sem limpeza dias em
ambiente de
laboratório
Secagem em estufa 6 CPs prismáticos de
Imersão e Kishimoto (60±3 ºC) por 6 h e 10x10x30 cm, Não
secagem (2010) imersão total (3,2% cobrimento 5 cm, informado
NaCl) por 6 h barra Ø 10.0 mm
Secagem em temperatura 6 CPs cilíndricos de 28 dias em
Imersão e ambiente por 4 dias e 15,2x Ø 7,6 cm, câmara úmida
Wheat (2002)
secagem imersão total (3,5% cobrimento 5 cm, e mais 30 dias
NaCl) por 4 dias barra Ø 13,0 mm em ar seco
Aplicação de uma
CPs prismáticos de
Abosrra, corrente contínua de 0,4
15x15x15 cm, 25 dias em
Eletromigração Ashour e A, duração de 1, 7 ou 15
cobrimento de 6,9 câmara úmida
Youseffi (2011) dias e totalmente imersos
cm, barra Ø 12 mm
em solução (3% NaCl)
Aplicação de uma 3 CPs cilíndricos de
Prabakar,
diferença de potência de 10x Ø 7,5 cm,
Manoharan e 28 dias imerso
Eletromigração 5 V, duração de 20 dias e cobrimento de 3,15
Neelamegam em água
totalmente imersos em cm, barra Ø 12,0 mm
(2009)
solução (3,5% NaCl) sem limpeza

230 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Quadro 2 - Características dos ensaios acelerados para indução da corrosão por cloretos de pesquisas
realizadas no mundo (continuação)
Características
Tipo de ensaio Referência
do ensaio dos corpos de prova da cura
Aplicação de uma CPs cilíndricos de
Cura por 31
corrente contínua de 5 10,2x Ø 5,1 cm,
dias em
Spainhour e A/mm², duração de 50 cobrimento de 1,92
Eletromigração câmara com
Wootton (2008) dias e parcialmente cm, barra Ø 12,7 mm,
temperatura de
imersos em solução (5% limpeza segundo
24 ºC
NaCl) ASTM G1
Durante a moldagem
Aplicação de uma foi feito um corte de
corrente contínua de 5 1 mm por 1 cm de
A/mm² e parcialmente profundidade no meio
Huang e Yang imersos em solução do CP 28 dias imerso
Eletromigração
(1997) (3,5% NaCl) (após a 2 CPs prismáticos de em água
corrosão foi aplicada 50x15x15 cm,
uma carga de 100 cobrimento de 3 cm,
toneladas) 2 barras de Ø 12,7
mm
Segundo JIS-H-8502;
ciclo de 2 h na câmara de
névoa salina (50 g/l de
NaCl), 4 h de secagem 6 CPs prismáticos de
Câmara de Kishimoto (60 ºC ± 1, UR = 20% e 10x10x30 cm, Não
névoa salina (2010) 30%) e 2 h em câmara cobrimento de 5 cm, informado
úmida secagem (50 ± 1 2 barras de Ø 10 mm
ºC, UR>95%); duração
total do ensaio de 3, 6 e 9
semanas
6 CPs prismáticos de
Pulverizados 1 vez por 120x20x30 cm,
Envoltos em
Câmara de Rincón et al. semana em câmara cobrimento de 2,5
filme plástico
névoa salina (2008) destinada a esse fim, cm, 4 barras com Ø
por 28 dias
solução de 3,5% de NaCl 10 mm e estribo de Ø
5 mm
Segundo especificações
2 CPs prismáticos de
da ISO 9227, temp.
Castro, Véleva 15x7,5 cm, 1, 3 e 7 dias
Câmara de controlada de 35 ºC,
e Balancán cobrimento de 3,28 em imersão
névoa salina aspersão de 1 a 2 ml/h
(1997) cm, barra de Ø 9,5 em água
(5% NaCl) durante um
mm, sem limpeza
período de 4 a 16 meses
Indução de fissuração
(0,4 mm e 0,7 mm)
28 dias em
Aplicação da piscina no meio do CP após a
Otieno, câmara úmida
Piscina ou salt com a solução (5% de cura
Alexander e com
ponding test e NaCl) por 3 dias e 3 CPs prismáticos de
Beushausen temperatura de
secagem secagem por 28 dias em 50x10x10 cm,
(2008) 23±2 ºC e 10
ambiente de laboratório cobrimento de 4 cm,
dias ao ar livre
barra de Ø 10 mm,
limpeza mecânica

Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada por cloretos em concreto armado 231
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Quadro 2 - Características dos ensaios acelerados para indução da corrosão por cloretos de pesquisas
realizadas no mundo (continuação)
Características
Tipo de ensaio Referência
do ensaio dos corpos de prova da cura
Após a cura, os CP
foram submetidos a
1º estágio: ciclos de
quatro cargas
aplicação da piscina (5%
pontuais (20% a 70% 28 dias em
de NaCl) por 4 dias e 3
Piscina ou salt da carga de ruptura) câmara úmida
Yoon et al. dias secagem por 28 dias
ponding test e de modo a gerar com umidade
(2000) 2º estágio: aplicação de
eletromigração fissuras (UR de 95% e
uma diferença de
2 CPs prismáticos de T de 22 ºC)
potencial de 10 V por 8
117x10x15 cm,
dias
cobrimento de 3 cm,
barra de Ø 10 mm
Os CPs foram
previamente
Aplicação da piscina com fissurados (0,1 mm,
28 dias em
a solução (1% de Cl-) por 0,2 mm, 0,3 mm e 0,5
câmara úmida
Piscina ou salt 24 h a cada semana, sem a mm);
Raupach (1995) com umidade
ponding test aplicação da piscina, CPs 4 CPs prismáticos de
(UR de 80% e
conservados em câmara 70x15x10 cm,
T de 20 ºC)
com umidade de 80% cobrimento de 1,5 cm
e 3,5 cm, 3 barras de
Ø 14 mm

Adição de cloretos à massa de concreto um método de ensaio que não apresenta


similaridade com situações usuais existentes na
Essa metodologia acelerada de indução da corrosão
realidade. No entanto, pode ser útil na análise
por cloretos consiste em adicionar certas
comparativa de materiais, principalmente em
quantidades preestabelecidas de íons cloreto ao
função de sua velocidade de resposta.
traço do concreto; em seguida, segundo a literatura
consultada, os concretos são submetidos a três Uma vez que se adicionam cloretos à massa de
condições distintas: exposição em ambiente de concreto, a concentração de cloretos total em todas
laboratório, em câmara climática ou em ciclos de as amostras fica homogeneamente distribuída e bem
imersão e secagem em água destilada. Os principais definida. Por outro lado, essa técnica de ensaio
sais empregados são o cloreto de sódio (ARYA; impossibilita a formação de um perfil de cloretos –
XU, 1994; PAGE et al., 2002; GARCIA-ALONSO importante para o estudo da evolução do ingresso
et al., 2007; ANN et al., 2010) e o cloreto de cálcio de cloretos –, afeta a porosidade do material em
(MONTEIRO; GØRV; MEHTA, 1985; função das ligações entre os cloretos e as fases
ANDRADE; ALONSO; MOLINA, 1993), com hidratadas do cimento e, por fim, compromete a
maior predominância do primeiro. formação da película passivadora se a concentração
for demasiado elevada (ANGST et al., 2011a).
A adição de cloretos à massa de concreto fresco foi
muito empregada entre as décadas de 1960 e 1980, Embora uma distribuição homogênea de cloretos
por sua praticidade e velocidade no início da nas amostras facilite a aferição da concentração de
corrosão. O objetivo dessa técnica é encontrar o teor cloretos nas proximidades do aço, ela pode não ter
crítico de cloretos em um rápido espaço de tempo. relação com a realidade. Em virtude de não se
Esse método de ensaio simula a contaminação de formarem células com concentrações diferentes ao
concretos, como através da utilização de agregados longo da superfície da barra, as características
contaminados, do uso de aceleradores de pega, etc. iniciais da corrosão por pite podem ser alteradas
Em tempos atuais, esses tipos de contaminação são (LI; YUAN; LI, 2011). O Quadro 3 apresenta um
improváveis pelas limitações impostas pelas resumo das vantagens e das desvantagens do
normas (ANDRADE, 2001). Portanto, trata-se de método.

232 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Quadro 3 - Vantagens e desvantagens da adição de cloretos à massa de concreto


Vantagens Desvantagens
Praticidade na realização do ensaio Alteração na formação da película passivadora
Não formação de um perfil de cloretos (situação que acontece em
Velocidade do ensaio
condições reais)
Facilidade na aferição da concentração Alteração da porosidade da matriz em função de diferentes tipos de
crítica de cloretos ligação entre a matriz cimentícia e os cloretos
Não envolve nenhum mecanismo de transporte de massa

Ciclos de imersão e secagem Nos ciclos de imersão e secagem, a sucção capilar,


que se caracteriza pela penetração dos íons cloreto
Esse tipo de ensaio caracteriza-se por submeter os
na rede porosa do material por tensões capilares,
corpos de prova a períodos de imersão, parcial ou
prevalece nas camadas superficiais do concreto
total (Figuras 3a e 3b), em solução agressiva e
(ANGST; VENNESLAND, 2009). No entanto, nas
posterior secagem em ambiente de laboratório,
camadas mais profundas, onde a perda de água não
câmara climática ou estufa (Figura 3c). As
é tão acentuada durante a secagem, também ocorre
principais variáveis que influenciam na resposta
difusão (COSTA; APPLETON, 2007; MEIRA et
desse tipo de ensaio são tempo de exposição aos
al., 2010). Por isso, esse método de ensaio apresenta
ciclos, concentração da solução, tipo de cátion
significativa afinidade com a realidade (ANGST et
associado aos íons cloretos, período para renovação
al., 2009).
da solução, tempo de imersão, tipo de imersão (total
ou parcial), tempo de secagem, tipo de secagem (em O emprego de ciclos de imersão e secagem
ambientes de laboratório, câmara climática ou possibilita o monitoramento eletroquímico durante
estufas) e condições de secagem (temperatura, todo o período de ensaio, com respostas em relação
umidade e ventilação). ao comportamento eletroquímico da armadura ao
longo desse período. Porém, durante o
Na literatura, a solução mais empregada é a de
monitoramento, pode-se verificar curtos ciclos de
cloreto de sódio a 1 M, devido a sua proximidade
passivação e repassivação até a consolidação do
com a concentração salina média dos mares, algo
início do processo corrosivo, motivado pelas
próximo a 3,5% em relação à massa de água
mudanças de ambiente em curto espaço de tempo
(GLASS; BUENFELD, 1997; PAGE et al., 2002;
(MEIRA et al., 2014). Alterações microestruturais
VIEIRA, 2003; SILVA, 2006). Quanto aos ciclos,
podem acontecer durante o ensaio não só motivadas
os períodos de imersão/secagem mais empregados
pela idade, mas também relacionadas a pequenas
são os de 3 dias para imersão e de 4 dias para
curas do concreto durante as imersões, o que resulta
secagem ou de 2 dias para imersão e 5 dias para
em reduções de porosidade. Por outro lado,
secagem (GJØRV; VENESLAND, 1979;
dependendo da temperatura que se empregue na
CABRAL, 2000; SANTOS, 2006, ANGST et al.,
secagem, pode haver alterações microestruturais
2011a). Essas proporções com maior período de
que, em contrapartida, ensejem aumento de
secagem têm relação com a maior facilidade do
porosidade.
material em absorver água quando em imersão e
com a maior dificuldade em perdê-la quando em Diferentemente dos ensaios com adição de cloretos
secagem. à massa de concreto, aqui o concreto apresenta
concentrações de cloretos variando com a
No que se refere à forma de secagem, há na
profundidade. Isso, se, por um lado, dificulta a
literatura certo equilíbrio entre a secagem em
obtenção dos teores críticos de cloretos, por outro,
ambiente de laboratório (WHEAT, 2002;
favorece à formação da película passivadora de
TAVARES; COSTA; ANDRADE, 2006; ANGST
forma semelhante às condições reais de exposição.
et al., 2011b) e a secagem em estufa com
temperatura variando entre 40 ºC e 50 ºC (VIEIRA, Comparando o presente método com outros
2003; TAVARES; COSTA; ANDRADE, 2006; métodos de ensaio, como a adição de cloretos à
KISHIMOTO, 2010). A principal vantagem do uso massa de concreto e a eletromigração, o ensaio por
da secagem em estufa é a aceleração do ingresso de imersão e secagem apresenta um tempo
cloretos no interior do concreto em função do relativamente elevado de ensaio para conduzir a
posterior aumento da sucção capilar (TANG; armadura à despassivação, em virtude dos
NILSON, 1993). Por outro lado, o uso de uma mecanismos de transporte envolvidos. O Quadro 4
temperatura elevada, acima de 50 ºC, pode alterar a resume as vantagens e as desvantagens de se
microestrutura do concreto (METHA; empregar esse método de ensaio.
MONTEIRO, 2008) e, portanto, deve ser evitada.

Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada por cloretos em concreto armado 233
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Figura 3 - Configuração dos procedimentos de imersão e secagem

(a) Imersão parcial em solução (b) Imersão total em solução (c) Tipos de secagem
contendo cloretos contendo cloretos

Quadro 4 - Vantagens e desvantagens na aplicação do ensaio de ciclos de imersão e secagem


Vantagens Desvantagens
Monitoramento eletroquímico durante
Período relativamente longo para a realização do ensaio
todo o processo de indução à corrosão
Afinidade com a realidade Secagem pode interferir na microestrutura da rede porosa
Possibilidade de estudo dos mecanismos Controle parcial das principais variáveis que envolvem o
de transporte transporte de cloretos
Possibilidade de curtos ciclos de passivação e repassivação
Simplicidade de execução do ensaio
até a consolidação do início do processo corrosivo

Eletromigração configuração, apesar de ser o mais simples dos três,


caracteriza-se por uma forte polarização na barra,
A eletromigração envolve um conjunto de
tendo em vista que um dos polos é a própria
configurações de ensaios acelerados que se baseia
armadura (TREJO; HALMEN; REINSCHMIDT,
na penetração de cloretos a partir da aplicação de
2009).
um campo elétrico. Nesse tipo de ensaio, o
mecanismo de transporte preponderante é a A Figura 4b mostra o esquema de montagem
migração iônica (CASCUDO, 1997; MIETZ, proposto por Castellote, Andrade e Alonso (2002),
1998). Em um curto espaço de tempo, os íons que consiste no emprego de uma diferença de
cloreto migram, sob o efeito de um campo elétrico, potencial entre duas malhas metálicas imersas em
no sentido da armadura, em vez de se difundirem soluções distintas, a primeira (na parte superior)
lentamente no interior do concreto, devido a contendo cloretos e a segunda (na parte inferior)
diferenças de concentração (TREJO; PILLAI, contendo apenas água destilada. Por não empregar
2003). As configurações de ensaio são as mais a barra como polo positivo, a polarização da
diversas e variam desde os tipos de solução armadura é reduzida. Porém, tal configuração de
empregada, passando pelas formas de montagem do montagem repercute em um maior tempo de ensaio
ensaio, até a intensidade do campo elétrico e seu quando comparado à configuração mostrada na
tempo de aplicação. As configurações de ensaio Figura 4a, devido à maior espessura do meio
mais utilizadas estão apresentadas nas Figuras 4a e resistivo existente entre os polos.
4b. Contudo, o ensaio apresentado na Figura 4c Na Figura 4c, tem-se o ensaio Accelerated Chloride
também pode ser identificado na literatura, com Threshold Test (ACT), proposto por Trejo e Miller
aplicação observada nos Estados Unidos. (2003), um ensaio complexo que consiste na
No geral, o tipo de configuração mostrado na Figura confecção de corpos de prova de argamassa
4a é a mais empregada (CABRERA, 1996; cilíndricos (Figura 4c-7) (75x150 mm) com
ALONSO et al., 1998; PAGE et al., 2002; armadura embutida. Acima dos CPs, são dispostos
AUSTIN; LYONS; ING, 2004; TORRES, 2006; reservatórios (Figura 4c-2) contendo uma solução
SPAINHOUR; WOOTTON, 2008; AUSTIN; com 3,5% de cloreto de sódio (Figura 4c-3). A
LYONS; ING, 2004). Porém, esse tipo de diferença de potencial aplicada por uma fonte de

234 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

bancada entre o cátodo (Figura 4c-4) e o ânodo cloretos empregadas nas soluções, essas estão em
(Figura 4c-10) é de 20 V, logo a barra não é usada torno de 1 M (ALONSO et al., 1998; ANDRADE;
como polo para aplicação da tensão. A armadura é ALONSO, 2002; LEE; NOGUCHIB;
ligada a um “terra”, minimizando drasticamente o TOMOSAWAC, 2002; TREJO; MILLER, 2003;
efeito da polarização. O campo elétrico é aplicado CASTELLOTE; TORRES, 2006; ABSORRA et
em intervalos de 6 h, e as medidas eletroquímicas al., 2011).
são realizadas 42 h após o emprego do campo. A
A diferença de potencial recomendada varia de
corrosão da armadura é monitorada constantemente
autor para autor, porém há uma tendência à
através de potenciostato, usando a técnica de
aplicação de baixas diferenças de potencial. Trejo e
resistência à polarização. Embutidos no corpo de
Pillai (2003) recomendam 10 V, e Castellote,
prova estão o contraeletrodo (Figura 4c-5) e a sonda
Andrade e Alonso (2002) recomendam valores
de Haber-Luggin (Figura 4c-6), que contém um
entre 10 V e 13 V. O principal motivo para a
eletrodo de referência (eletrodo de calomelano
aplicação de uma diferença de potencial mais baixa
saturado), de modo a executar os ensaios de
se deve principalmente a alterações na
resistência de polarização. O ensaio prossegue até a
microestrutura do material e, consequentemente,
detecção da despassivação da armadura.
nos perfis de cloretos, com o aumento da tensão
Na literatura, o sal mais empregado nos ensaios de aplicada (TREJO; PILLAI, 2003), bem como o
eletromigração é o cloreto de sódio (CABRERA, efeito da polarização da armadura. Quanto maior a
1996; CASTELLOTE; ANDRADE; ALONSO, diferença de potencial aplicada no campo elétrico,
2002; PAGE et al., 2002; AUSTIN; LYONS; ING, maior a intensidade da polarização da armadura e
2004; SPAINHOUL; WOOTTON, 2008; maior será o tempo necessário para a barra voltar à
PRABAKAR; MANOJARAN; NEELAMEGAM, configuração original (CASTELLOTE;
2009; TREJO; HALMEN; REINSCHMIDT, 2009; ANDRADE; ALONSO, 2002; TREJO; PILLAI,
AHMAD, 2009). Em relação às concentrações de 2003).

Figura 4 - Configurações de ensaio por migração iônica

(a) Método de indução usando a barra como um dos


(b) Método de indução usando malhas como polo
polos

(c) Teste ACT (Accelerated Chloride Threshold Test


Fonte: (a) Cabrera (1996); (b) Castellote, Andrade e Alonso (2002); e (c) Trejo e Miller (2003).

Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada por cloretos em concreto armado 235
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

A aplicação de campo elétrico para acelerar o concreto. A diferença de concentração entre a


transporte de cloretos gera um efeito colateral, que solução da piscina e o interior do concreto gera um
é a migração de íons hidroxila (OH-). Assim, o pH gradiente de concentração de cloretos que tem como
da matriz cimentícia na região sofre alteração. consequência o transporte desses íons por difusão
Hausmann (1967) mostra que os valores-limite de (CASCUDO, 1997).
cloretos para despassivação da armadura mudam
Alguns autores defendem que uma parte do
proporcionalmente com a concentração de íons
transporte ocorre por absorção capilar, motivada
hidroxila (OH-) do ambiente. Logo, uma vez
pela diferença de umidade entre a face saturada, em
reduzida a concentração de OH-, também é reduzida
contato com a piscina, e a face oposta. Essa
a concentração de íons cloreto para provocar o
diferença de umidade gera vapor de água e
início da corrosão. Castellote, Andrade e Alonso
consequentemente um gradiente de pressão, que,
(2002) e Trejo e Pillai (2003) relataram que o pH do
por sua vez, induz a uma maior penetração de
ambiente em volta da armadura diminui com o
solução (STANISH; THOMAS, 2003). Para
aumento do campo elétrico aplicado e/ou com o
minimizar esse tipo de efeito, há a possibilidade de
aumento do tempo de aplicação (carga passante),
se manter o conjunto em ambiente com elevada
devido à oxidação de íons hidroxila no ânodo. Os
umidade relativa (≥95%) para mitigar a perda de
mesmos autores também relatam que íons hidroxila
umidade do corpo de prova para o ambiente.
são gerados no cátodo pela eletrólise das moléculas
de água e posteriormente migram para o anodo, Esse ensaio pode assumir distintas configurações
aumentando o pH do meio. (Figuras 5a, 5b e 5c), e suas principais variáveis são
a altura x da solução (Figuras 5a e 5b), a
Além dos fatores citados acima, a baixa
concentração da solução de cloretos e o tempo de
disponibilidade de oxigênio nas proximidades da
exposição à solução. Alguns trabalhos empregam
armadura pode influenciar os resultados do
ciclos de exposição ao reservatório contendo
monitoramento eletroquímico da armadura e do teor
cloretos e secagem; deste modo há sobreposição de
crítico de cloretos, já que, como os poros estão
mecanismos de transporte (absorção capilar e
sempre saturados, poderá haver carência de
difusão), o que descaracteriza a prevalência da
oxigênio para ativação da armadura. Essa condição
difusão como mecanismo de transporte
acaba fazendo com que mais cloretos penetrem no
(AMERICAN SOCIETY..., 2007; OTIENO;
concreto antes da ativação da armadura e que ocorra
ALEXANDER; BEUSHAUSEN, 2008).
uma superestimação do teor crítico de cloretos. O
Quadro 5 resume as vantagens e as desvantagens de Percebe-se o uso de corpos de prova prismáticos e
se empregar esse método de ensaio. cilíndricos nos ensaios, com preferência para o
primeiro tipo. Porém, não há uma padronização nas
Ensaio da piscina ou “salt ponding test” dimensões. Em todos os casos analisados o sal
empregado foi o cloreto de sódio; já a concentração
Os ensaios acelerados de indução da corrosão da solução variou entre 3% e 5% (TREJO;
usando as configurações com reservatórios MILLER, 2003; JOUKOSKI et al., 2004; OTIENO;
contendo soluções com cloretos na superfície de ALEXANDER; BEUSHAUSEN, 2008; TREJO;
concretos são denominados de ensaios de piscina ou MILLER, 2003; JOUKOSKI et al., 2004), com
“salt ponding test”. O ensaio consiste na confecção certa prevalência de 5%, fato esse explicado pela
de um reservatório (piscina) aderido à superfície do redução do tempo de ensaio.
concreto, onde é adicionada uma solução contendo
cloretos, e monitora-se a entrada de cloretos no

Quadro 5 - Vantagens e desvantagens na aplicação do ensaio de eletromigração


Vantagens Desvantagens
Monitoramento eletroquímico durante
Pouca afinidade com a realidade
todo o processo de indução a corrosão
Curto tempo de ensaio Pode ter uma configuração complexa
Possibilidade de estudo do transporte
Polarização da barra
de massa
Possível diminuição do pH na região da armadura, devido à
aplicação do campo elétrico
Limitação na oferta de oxigênio, devido ao fato de os poros
estarem sempre saturados

236 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Figura 5 - Configurações de ensaio de salt ponding test

(a) Setup test adaptado (b) Método de indução com dois reservatórios

(c) Setup test


Fonte: (a) T259-80 (AMERICAN ASSOCIATION..., 2002); (b) Joukoski et al. (2004); e (c) ASTM G109 - modificada
(AMERICAN SOCIETY..., 2007).

Os ensaios que empregam esse tipo de configuração Na Figura 5b tem-se a configuração de ensaio
caracterizam-se pelo elevado tempo de ensaio até a proposta por Joukoski et al. (2004). O ensaio
despassivação da armadura. O elevado tempo de consiste na confecção de dois reservatórios, um
ensaio se deve, principalmente, ao mecanismo de contendo água destilada e outro contendo uma
transporte de massa e à carência de oxigênio nos solução com íons cloreto. O uso do reservatório
poros, uma vez que os poros, em geral, estão contendo água destilada aumenta o gradiente de
saturados (ANGST et al., 2009). concentração e minimiza os efeitos de vaporização
A Figura 5a mostra uma configuração de ensaio de água no interior do concreto, conforme citado no
semelhante à da norma T259-80 (AMERICAN início desta seção. Essa configuração de ensaio,
ASSOCIATION..., 2002). Nele o ensaio consiste no atrelada a uma pré-saturação dos poros com água
emprego de corpos de prova de concreto armado destilada, antes do ensaio acelerado, contribui para
submetidos ao fluxo unidirecional de cloretos a que ocorra a prevalência do transporte por difusão.
partir de um reservatório fixado em sua parte Em situações em que a troca de umidade com o
superior. A disposição do conjunto em um ambiente meio possa assumir maior proporção, tem-se a
com umidade controlada (HR≥95%) contribui para possibilidade de manutenção dos corpos de prova
que seja minimizada a secagem superficial dos em ambiente com umidade relativa elevada
corpos de prova. As alturas do reservatório e as (UR>95%).
concentrações da solução variaram de trabalho para Por fim, a Figura 5c mostra a configuração de
trabalho. Chiang e Yang (2007) usaram uma ensaio proposto pela norma G-109 (AMERICAN
solução de 3% de NaCl com altura da solução de 13 SOCIETY..., 2007). O ensaio consiste no emprego
mm, e Otieno, Alexander e Beushausen (2008) de corpos de prova de concreto com dimensões
usaram uma solução de 5% de NaCl com altura da predeterminadas, submetidos a ciclos de exposição
solução de 25 mm. No entanto, não se espera que a à solução com íons cloreto (3% de NaCl) contida
altura do reservatório seja um fator de grande num reservatório, durante 2 semanas, e secagem em
interferência em comparação com a concentração ambiente de laboratório, também durante 2
da solução. semanas. Aos corpos de prova são adicionadas três
barras de aço conectadas a um resistor de 100 Ω. O
monitoramento eletroquímico é feito sempre após a

Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada por cloretos em concreto armado 237
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

exposição à solução agressiva, através das medidas mecanismo de transporte por difusão iônica conferir
de corrente (obtidas indiretamente por meio das velocidade lenta de ingresso de cloretos. O Quadro
medidas de potencial através do resistor), bem 6 resume as vantagens e as desvantagens de se
como através das medidas de potencial de corrosão, empregar esse tipo de método de ensaio.
seguindo as recomendações das normas ASTM G-
109 (AMERICAN SOCIETY..., 2007) e C-876 Câmara de névoa salina
(AMERICAN SOCIETY..., 2015) respectivamente.
O processo de exposição e secagem se repete até a O ensaio acelerado de indução da corrosão em
detecção da corrosão. Esse tipo de ensaio é câmara de névoa salina caracteriza-se por
amplamente utilizado em estudos para avaliar representar um típico ambiente de atmosfera
vários métodos de proteção contra corrosão, marinha, onde a estrutura de concreto armado sofre
incluindo diferentes propriedades do concreto, a incidência de uma névoa contendo íons cloreto
materiais com baixa taxa de aglomeração em (Figura 6a). O ensaio consiste na colocação de
substituição parcial ao uso de cimento, inibidores de corpos de prova em câmaras pré-fabricadas (Figura
corrosão e aços para estruturas de concreto 6b) com ambiente controlado (temperatura, pressão,
resistentes à corrosão (TREJO; HALMEN; ciclos de aspersão, etc.), onde os CPs são aspergidos
REINSCHMIDT, 2009). com solução salina vaporizada. Os principais
mecanismos de transporte envolvidos são a
A principal desvantagem do método de ensaio da absorção/capilar e a difusão, o primeiro, quando os
piscina é o tempo para a finalização do ensaio. Esse corpos de prova ainda apresentam secagem
fato é explicado por dois motivos: a limitação de superficial, e o segundo, quando seus poros vão
oxigênio nas proximidades da armadura em função sendo preenchidos pela solução aspergida.
de os poros estarem saturados de solução; e o

Quadro 6 - Vantagens e desvantagens na aplicação do ensaio de salt ponding test


Vantagens Desvantagens
Monitoramento eletroquímico durante todo o
Tempo de ensaio
processo de indução à corrosão
Afinidade com a realidade Pode ter uma configuração complexa
Possibilidade de estudo dos mecanismos de Limitação de oxigênio, devido ao fato de
transporte os poros estarem saturados

Figura 6 - Arranjo esquemático do ensaio em câmara de névoa salina (a); e imagem da câmara de névoa
salina (b)

(a) (b)

238 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Existem normas que disciplinam o emprego da Avaliação geral dos ensaios


câmara de névoa salina para testar a resistência à realizados
corrosão de superfícies metálicas, como a B-117
(AMERICAN SOCIETY..., 1995), a ISO 9227 Com o intuito de ajudar na avaliação geral dos
(INTERNATIONAL..., 2012) e a NBR 8094 métodos de ensaio apresentados na seção anterior,
(ASSOCIAÇÃO..., 1993). Alguns autores, no foi confeccionado o Quadro 8. Nesse quadro, são
entanto, empregam essas normas para balizar analisadas, de forma conjunta, as principais
estudos em concreto armado. Castro, Véleva e características que influenciam na escolha do tipo
Balancán (1997) utilizaram as recomendações da de ensaio acelerado empregado na indução da
norma ISO 9227 (INTERNATIONAL..., 2012). corrosão por cloretos em corpos de prova de
Portella et al. (2006) e Monteiro (2002) utilizaram concreto armado. Para cada uma dessas
as recomendações da norma B-117 (AMERICAN características, é feita uma valoração de sua relação
SOCIETY..., 1995). Santos (2010) usou as com cada tipo de ensaio, através de uma simbologia
recomendações da norma brasileira NBR 8094 específica apresentada no mesmo quadro. Essa
(ASSOCIAÇÃO..., 1993). simbologia, apesar de representar uma avaliação
qualitativa, se baseia em uma escala crescente de
As principais variáveis que interferem no ensaio em
valoração da relação entre a característica analisada
câmara de névoa salina são o tipo de sal empregado,
e o procedimento de ensaio, guardando também a
a concentração da solução vaporizada, a
referência de uma análise comparativa entre os
temperatura, a pressão, o volume de solução
procedimentos analisados. Ou seja, quanto maior é
aspergida e o tempo entre cada aspersão. Em virtude
a quantidade de estrelas, maior é o impacto daquele
das várias variáveis a serem controladas, a
ensaio na característica específica analisada. Por
configuração do teste pode apresentar certo grau de
exemplo, um procedimento de ensaio com uma
complexidade (ANGST et al., 2009).
estrela em sua relação com a característica “tempo
O sal empregado em todos os trabalhos analisados de ensaio” significa que aquele procedimento
foi o cloreto de sódio (CASTRO; VÉLEVA; resulta em um tempo de ensaio muito pequeno,
BALANCÁN, 1997; CASTRO; RINCON; enquanto, se essa relação for identificada por cinco
PAZINI, 2001; LEVY, 2001; MONTEIRO, 2002; estrelas, o procedimento gera um tempo de ensaio
PORTELLA et al., 2006; SANTOS, 2010). A muito longo.
concentração mais usada foi a de 5% (CASTRO;
A partir do Quadro 8, observa-se que os ensaios que
VÉLEVA; BALANCÁN, 1997; LEVY, 2001;
apresentam melhor conexão com situações reais de
MONTEIRO, 2002; PORTELLA et al., 2006). A
exposição são aqueles que demandam maior tempo
temperatura apresentou-se bastante homogênea
de operação. Portanto, a escolha passa por conciliar
entre os trabalhos, algo em torno de 35 ºC, com
a necessidade da rapidez de resposta com a sintonia
pequena variação (CASTRO; VÉLEVA;
com a realidade. Com relação à simplicidade de
BALANCÁN, 1997; MONTEIRO, 2002;
procedimento, salvo os ensaios de eletromigração,
PORTELLA et al., 2006; SANTOS, 2010).
que envolvem a montagem de um sistema elétrico,
Considerando os mecanismos de transporte os demais são relativamente simples de ser
envolvidos – primeiro a absorção/sucção capilar e, realizados. Em geral, os ensaios analisados não
posteriormente, a difusão –, o tempo para início da oferecem grandes dificuldades para a determinação
corrosão pode ser bastante longo se comparado aos da concentração de cloretos, com maior destaque
ensaios de eletromigração, mesmo tendo em vista as para os ensaios ACM e SS. Na mesma linha, os
condições de controle da câmara. Por outro lado, ensaios que operam com o transporte de cloretos do
nesse tipo de ensaio, pode-se avaliar o exterior para o interior não oferecem dificuldades
comportamento eletroquímico durante todo o para avaliar as características de transporte de
período de ensaio e também estudar o transporte de massa nos materiais estudados. Por fim, cabe
cloretos durante esse mesmo período. destacar que a configuração dos ensaios ACM e
O Quadro 7 resume as vantagens e as desvantagens EM, em especial deste último, traz a possibilidade
de se empregar esse tipo de método de ensaio. da influência da alteração da microestrutura do
material analisado no transporte de cloretos.

Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada por cloretos em concreto armado 239
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Quadro 7 - Vantagens e desvantagens do ensaio em câmara de névoa salina


Vantagens Desvantagens
Monitoramento eletroquímico durante
Longo tempo de ensaio demandado em CPs de concreto
todo o processo de indução a corrosão
Afinidade com a realidade Pode ter uma configuração complexa
Possibilidade de estudo dos mecanismos Em algumas situações pode pressurizar o meio,
de transporte distanciando o ensaio da realidade

Quadro 8 - Características dos métodos de ensaio acelerado empregados na indução à corrosão por
cloretos

Características Tipo de ensaio acelerado1


analisadas ACM I/S EM SPT CNS SS
2
Tempo de ensaio      
Simplicidade de
     
procedimento
Afinidade com a
     
realidade
Facilidade de
leituras de
     
concentração de
cloretos
Possibilidade de
monitoramento
eletroquímico N     
durante o ingresso
de cloretos
Alterações no
concreto com a      N
aplicação do ensaio
Nota: 1abreviações dos tipos de ensaio acelerado: adição de cloretos à massa (ACM); ciclos de imersão e secagem (I/S);
eletromigração (EM); salt ponding test (SPT); câmara de névoa salina (CNS) e simulação em solução (SS). 2simbologia:
 (muito alto); (alto); (médio);  (baixo);  (muito baixo); N (não se aplica).

Importância da padronização natureza estocástica e complexa da iniciação da


corrosão por pites.
Apesar da grande quantidade de estudos realizados,
No contexto das configurações de ensaio, os
a diversidade de procedimentos empregados para
Quadros 1 e 2 apresentam o cenário de diversidade
indução da corrosão desencadeada por cloretos
praticado. Um exemplo dessa diversidade refere-se
favorece à dispersão de resultados, com impacto
à preparação das armaduras para os ensaios. Com
sobre variáveis como o período de iniciação da
relação à preparação da barra antes dos ensaios, os
corrosão e o teor crítico de cloretos. Um exemplo
estudos abordados neste trabalho empregam as
dessa dispersão pode ser observado em
armaduras basicamente de três maneiras: como
levantamentos sobre o teor crítico de cloretos na
recebidas na obra (CASTRO; VÉLEVA;
literatura, que apresentam valores que podem variar
BALANCÁN, 1997; GARCIA-ALONSO et al.,
entre 0,15% e 2,95% (massa de cimento) para
2007), com decapagem mecânica (escovação ou
cloretos totais (ANGST et al., 2009; MEIRA et al.,
jateamento da superfície) (OTIENO;
2014). Contudo, a grande variabilidade dos
ALEXANDER; BEUSHAUSEN, 2008; SILVA,
resultados não se deve apenas às configurações de
2010) ou com decapagem química (MAADDAWY;
ensaio, mas também às técnicas de medição
SOUDK, 2003; MEDEIROS et al., 2017; LIU et al.,
associadas aos parâmetros de leitura obtidos e aos
2018). Tais estudos demonstram que as condições
critérios adotados para identificar a despassivação
superficiais da barra têm efeito significativo no
da armadura, às diferenças de definições e à
comportamento eletroquímico dela e no teor crítico

240 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

de cloretos, em virtude de diferenças na formação medidas de potencial de corrosão, a Figura 7a indica


da capa passiva (GONZALEZ et al., 1996; que esse momento ocorre aos 92 dias, quando o
CASCUDO, 1997; FERREIRA, 2015;). Em geral, referencial crítico de -350 mV (ESC) é
o tratamento superficial da barra aumenta o teor ultrapassado. No entanto, se essa variável for
crítico de cloretos e, por consequência, o tempo de tomada de modo conjunto com a densidade de
serviço da estrutura, respeitando a seguinte ordem corrente de corrosão, a despassivação só se
de crescimento: armadura como recebido na obra < confirma aos 141 dias, quando as medidas de
com limpeza mecânica < com decapagem química corrente ultrapassam o limite de 0,1 µA/cm2 e
(ANGST et al., 2009; FERREIRA, 2015). quando também se observam “saltos” nas medidas
de Ecorr e icorr, esta última com um aumento de
No que se refere aos parâmetros de leitura e aos
aproximadamente 6 vezes nos seus valores.
critérios adotados para identificar a despassivação
da armadura, pode-se exemplificar a situação em No que se refere a diferenças de definições, pode-se
que apenas o potencial de corrosão é empregado citar o caso do teor crítico de cloretos. Quando se
para identificar a despassivação da armadura, tendo associa o teor crítico à concentração de cloretos
o referencial limite de valores mais eletronegativos necessária para despassivar a armadura, tem-se um
que -350 mV (ESC) (AMERICAN SOCIETY..., referencial mais conservador, com teores críticos
2015) ou quando se emprega o potencial de mais baixos (THOMAS, 1996; GLASS;
corrosão com o mesmo referencial anterior, somado BUENFELD, 1997; CASTELLOTE; ANDRADE;
a uma densidade de corrente de corrosão superior a ALONSO, 2002; TREJO; MILLER, 2003; ANGST
0,1 µA/cm2 (CIGNA et al., 1997), associados à et al., 2011a; MEIRA et al., 2014). No entanto,
observância de um “salto” nas medidas dessas duas quando se associa o teor crítico à concentração de
variáveis. Através da Figura 7, que representa o cloretos obtida no momento em que há uma visível
comportamento de um mesmo material/corpo de deterioração da estrutura (dentro de limites
prova, pode-se observar que, dependendo da aceitáveis), como é o caso do aparecimento das
metodologia adotada, a configuração da primeiras microfissuras de corrosão na estrutura,
despassivação pode se dar em momentos distintos, tem-se um referencial menos conservador e,
com impactos nas observações dela decorrentes, portanto, concentrações críticas com valores mais
como, por exemplo, o período de iniciação da altos (RICHARTZ, 1969 1 apud ANGST et al.,
corrosão e o teor crítico de cloretos. Ao tomar como 2009).
referência a despassivação apenas com base nas

Figura 7 - Exemplo de como diferentes técnicas/critérios de medição podem influenciar no resultado


desejado – critério do potencial de corrosão (a), critério da densidade de corrente de corrosão (b)

Fonte: adaptado de Meira (2004).

1RICHARTZ, W. Die Bindung von Chlorid bei der

Zementerhärtung. Zement-Kalk-Gips, v. 10, p. 447-456, 1969.

Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada por cloretos em concreto armado 241
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

No que se refere à natureza estocástica da corrosão facilidade de representar um fluxo unidirecional


por pites, há de se destacar que é importante a dos íons agressivos e condições mais reais da
necessidade de realizar um número mínimo de camada de cobrimento;
repetições que permita representar o fenômeno com
(c) é melhor empregar armaduras usadas
um nível mínimo de confiança. No caso específico
tradicionalmente em obras de construção civil e
do emprego dos ensaios de indução da corrosão para
limpas por decapagem química. Mesmo não sendo
estudo do teor crítico de cloretos, estudos prévios
essa condição a que ocorre nas obras, além de ser a
indicam a necessidade de seis repetições para um
condição mais empregada na literatura, ela facilita
nível de confiança de 95% (MEIRA et al., 2014).
a estabilização das medidas eletroquímicas e, por
No cenário internacional, algumas propostas de conseguinte, a identificação do teor crítico de
ensaio têm sido colocadas, embora ainda não se cloretos. Além do mais, gera resultados a favor da
tenha uma padronização ampla (TREJO; PILAI, segurança;
2003; ANGST et al., 2009). No cenário brasileiro,
(d) deve-se seguir a tendência de uso já bastante
a carência de padronização é uma realidade, o que
empregada pela literatura de solução agressiva de
demanda esforços para que se possa caminhar no
cloreto de sódio a um molar, uso de adensamento
sentido de uniformizar procedimentos aplicados na
mecânico nos corpos de provas e a delimitação de
indução da corrosão por cloretos. A padronização
uma área central de exposição da armadura;
dos ensaios é um caminho que não só auxiliaria o
pesquisador com dados mais confiáveis, mas (e) recomenda-se adotar o critério de
facilitaria sua comparação com outras fontes, dando despassivação da armadura pautado na indicação
melhor suporte à tomada de decisões. simultânea do potencial de corrosão mais
eletronegativo que -350 mV (ESC) (AMERICAN
Considerações finais SOCIETY..., 2015) e da densidade de corrente de
corrosão maior que 0,1 µA/cm2 (CIGNA et al.,
A indução da corrosão por cloretos em estruturas de 1997), com “salto” em suas medidas, detectado
concreto armado tem sido estudada através de através do monitoramento eletroquímico; e
diversos arranjos experimentais, com configurações (f) o uso de ferramentas estatísticas para
significativamente diferentes. Ao analisar os minimizar incertezas oriundas da complexidade do
resultados relatados na literatura, percebe-se que processo estocástico que é a corrosão é o mais
certos parâmetros inerentes ao procedimento de indicado.
ensaio, tais como a aplicação de um campo elétrico
para acelerar a penetração de cloretos ou a falta de
limpeza da armadura, por exemplo, podem Referências
influenciar diretamente nos resultados e, ABOSRRA, L.; ASHOUR, A. F.; YOUSEFFI, M.
consequentemente, nas conclusões daí advindas. Corrosion of Steel Reinforcement in Concrete of
Sendo assim, pode-se dizer que algumas Different Compressive Strengths. Construction
configurações experimentais não são adequadas and Building Materials, v. 25, p. 3915-3925,
para se obterem resultados que tenham maior 2011.
proximidade com condições reais de exposição.
AHMAD, S. Techniques for Inducing Accelerated
Conforme apresentado neste trabalho, o estado da Corrosion of Steel in Concrete. The Arabian
arte das pesquisas sobre ensaios acelerados no Journal for Science and Engineering, v. 34, n.
Brasil e no mundo mostra que, apesar do enorme 2C, p. 95-104, 2009.
enfoque dado ao assunto, ainda não há uma
padronização nos parâmetros e procedimentos de ALONSO, C. et al. Factors Controlling Cracking
ensaio, especialmente no Brasil. Entende-se que of Concrete Affected by Reinforcement Corrosion.
essa padronização deve passar por uma maior Materials and Structures, v. 31, p. 435-441,
proximidade com a realidade. Nesse sentido, aug./sep. 1998.
recomendam-se os seguintes pontos: AMERICAN ASSOCIATION OF STATES
(a) a preferência por ensaios com mais afinidade HIGHWAY AND TRANSPORTATION
com a realidade, como os ciclos de imersão e OFFICIALS. T259-80: standard method of test for
secagem, o salt ponding test e a câmara de névoa resistance of concrete to chloride ion penetration.
salina, já que eles são governados por fenômenos Washington, DC, 2002.
físicos próximos da realidade;
(b) deve-se preferir o uso de corpos de prova
prismáticos com cobrimentos padronizados pela
normalização em vigor, tendo em vista a maior

242 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

AMERICAN ASSOCIATION OF STATES ANGST, U. M.; VENNESLAND, Ø. Critical


HIGHWAY AND TRANSPORTATION Chloride Content in Reinforced Concrete: state of
OFFICIALS. T-277: electrical indication of the art. Concrete Repair, Rehabilitation and
concrete’s ability to resist chloride ion penetration. Retrofitting II, p. 311-317, 2009.
Washington, DC, 2015.
ANN, K. Y. et al. The Resistance of High Alumina
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND Cement Against Corrosion of Steel in Concrete.
MATERIALS. B-117: standard practice for Construction and Building Materials, v. 24, p.
operating salt spray (fog) apparatus. Philadelphia, 1502-1510, feb. 2010.
1995.
ARYA, C.; XU, Y. Effect of Cement Type on
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND Chloride Binding and Corrosion of Steel in
MATERIALS. C-1202: standard test method for Concrete. Cement and Concrete Research, v. 25,
electrical indication of concrete's ability to resist n. 4, p. 893-902, nov. 1994.
chloride ion penetration. Philadelphia, 2018a.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND TÉCNICAS. NBR 8094: material metálico
MATERIALS. C-876: standard test for half-cell revestido e não revestido: corrosão por exposição à
potentials of uncoated reinforcing steel in concrete. névoa salina: método de ensaio. Rio de Janeiro,
Philadelphia, 2015. 1993.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND AUSTIN, S. A.; LYONS, R.; ING, M.
MATERIALS. E-1573: standard test method for Electrochemical Behaviour of Steel Reinforced
measurement and reporting of masking sound Concrete During Accelerated Corrosion Testing.
levels using a-weighted and one-third-octave-band Corrosion, v. 60, n. 2, p. 203-212, 2004.
sound pressure levels. Philadelphia, 2018b.
BÄUMEL, A. Die Auswirkung von
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND Betonzusatzmitteln auf das Korrosionsverhalten
MATERIALS. G-109: standard test method for von Stahl in Beton. Zement-Kalk-Gips, v. 7, p.
determining effects of chemical admixtures on 294-305, 1959.
corrosion of embedded steel reinforcement in
BERTOLINI, L.; CARSANA, M.; PEDEFERRI,
concrete exposed to chloride environments.
P. Corrosion Behaviour of Steel in Concrete in the
Philadelphia, 2007.
Presence of Stray Current. Corrosion Science, v.
ANDRADE, C. Procesos de Corrosión en el 49, p. 1056-1068, aug. 2007.
Hormigón y Métodos Modernos de Cálculo de la
CABRAL, A. E. B. Avaliação da Eficiência de
Carbonatación, Penetración de Cloruros y
Sistemas de Reparo no Combate à Iniciação e à
Propagación de la Corrosión. In: CURSO DE
Propagação da Corrosão do Aço Induzida por
ESTUDIOS MAYORES DE LA CORROSIÓN,
Cloretos. Porto Alegre, 2000. Dissertação
15., 2001, Madrid. Actas... Madrid: IETcc, 2001.
(Mestrado em Engenharia Civil) – Escola de
ANDRADE, C.; ALONSO, C.; MOLINA, F. J. Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande
Cover Cracking as a Function of Bar Corrosion: do Sul, Porto Alegre, 2000.
part I: experimental test. Materials and
CABRERA, J. G. Deterioration of Concrete Due
Structures, v. 26, n. 8, p. 453-464, oct. 1993.
to Reinforcement Steel Corrosion. Cement and
ANGST, U. M. et al. Chloride Induced Concrete Composites, v. 18, p. 47-59, 1996.
Reinforcement Corrosion: electrochemical
CASCUDO, O. Contribuição ao Estudo e
monitoring of initiation stage and chloride
Emprego de Técnicas Eletroquímicas no
threshold values. Corrosion Science, v. 53, p.
Controle da Corrosão de Armaduras em
1451-1464, jan. 2011a.
Concreto Armado. São Paulo, 1991. Dissertação
ANGST, U. M. et al. Chloride Induced (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola
Reinforcement Corrosion: rate limiting step of Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo,
early pitting corrosion. Electrochemica Acta, v. 1991.
56, p. 5877-5388, may 2011b.
CASCUDO, O. Controle da Corrosão de
ANGST, U. M. et al. Critical Chloride Content in Armaduras em Concreto: inspeção e técnicas
Reinforced Concrete: a review. Cement and eletroquímicas. São Paulo: Pini, 1997.
Concrete Research, v. 39, p. 1122-1138, aug.
2009.

Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada por cloretos em concreto armado 243
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

CASTELLOTE, M.; ANDRADE, C.; ALONSO, FIGUEIREDO, E. J. P. Avaliação do


C. Accelerated Simultaneous Determination of the Desempenho de Revestimentos Para Proteção
Chloride Depassivation Threshold and of the Non- da Armadura Contra a corrosão Através de
Stationary Diffusion Coefficient Values. Técnicas Eletroquímicas: contribuição ao estudo
Corrosion Science, v. 44, p. 2409-2424, Feb. de reparo de estruturas de concreto armado. São
2002. Paulo, 1994. Tese (Doutorado em Engenharia
CASTRO, P.; RINCON, O. T. de; PAZINI, E. J. Civil) – Escola de Emngenharia, Universidade de
Interpretation of Chloride Profiles From Concrete São Paulo, São Paulo, 1994.
Exposed to Tropical Marine Environments. GARCÉS, P.; SANCHEZ DE ROJAS, M. J.;
Cement and Concrete Research, v. 31, p. 529- CLIMENT, M. A. Effect of the Reinforcement Bar
537, jan. 2001. Arrangement on the Efficiency of Electrochemical
CASTRO, P.; VÉLEVA, L.; BALANCÁN, M. Chloride Removal Technique Applied to
Corrosion of Reinforced Concrete in Tropical Reinforced Concrete Structures. Corrosion
Marie Environment and Accelerated Test. Science, v. 48, p. 531-545, jan. 2006.
Construction and Building Materials, v. 11, n. 2, GARCIA-ALONSO, M. C. et al. Corrosion
p. 75-81, mar. 1997. Behaviour of New Stainless Steels Reinforcing
CAVALCANTI FILHO, A. N. Contribuição ao Bars Embedded in Concrete. Cement and
Controle Tecnológico de Concretos Estruturais de Concrete Research, v. 37, p. 1463-1471, jun.
Cimento Portland em Ambientes Marítimos. São 2007.
Paulo, 2010. Dissertação (Mestrado em GJØRV, O. E.; VENNESLAND, O. Diffusion of
Engenharia Civil) – Escola Politécnica, Chloride Ions From Seawater Into Concrete.
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Cement and Concrete Research, v. 9, p. 229-
CHIANG, C. T.; YANG, C. C. Relation Between 238, jan. 1979.
the Diffusion Characteristic of Concrete From Salt GLASS, G. K.; BUENFELD, N. R. The
Ponding Test and Accelerated Chloride Migration Presentation of the Chloride Threshold Level For
test. Materials Chemistry and Physics, v. 106, p. Corrosion of Steel in Concrete. Corrosion
240-246, 2007. Science, v. 39, n. 5, p. 1001-1013, 1997.
CIGNA, R. et al. Corrosion and Protection of GLASS, G. K.; HASSANEIN, A. M.;
Metals in Contact With Concrete. COST Action BUENFELD, N. R. Monitoring the Passivation of
509 – Final Report. European Community: Steel in Concrete Induced by Cathodic Protection.
Luxembourg, 1997. Corrosion Science, v. 39, n. 8, p. 1451-1458,
COSTA, A.; APPLETON, J. Análises da 1997.
Penetração de Cloretos em Estruturas de Betão GONZÁLEZ, A. et al. Behaviour of Pre-Rusted
Armado Expostas a Ambiente Marítimo. Revista Steel in Concrete. Cement and Concrete
Portuguesa de Engenharia de Estruturas, v. 46, Research, v. 26, p. 501-511, 1996.
p. 3-13, 2007.
GUIMARÃES, A. T. C. Vida Útil de Estruturas
EUROPEAN COMMITTEE FOR de Concreto Armado em Ambientes Marítimos.
STANDARDIZATION. EN 12390-11: testing São Paulo, 2000. 241 f. Tese (Doutorado em
hardened concrete: part 11: determination of the Engenharia Civil) – Escola Politécnica,
chloride resistance of concrete, unidirectional Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
diffusion. Brussels, 2015.
GULIKERS, J. Considerations on the Reliability
FERREIRA, P. R. R. Análise da Indução da of Service Life Predictions Using a Probabilistic
Corrosão Por Cloretos em Concretos Armados Approach. Journal de Physique IV, v. 136, p.
Com Adição de Resíduo de Tijolo Moído a 233-241, 2006.
Partir de Ensaios Acelerados. Recife, 2015. 195
GUSTAFSSON, M. E. R.; FRANZÉN, L. G. Dry
f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –
Deposition and Concentration of Marine Aerosols
Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade
in a Coastal Area, sw Sweden. Atmospheric
Federal de Pernambuco, Recife, 2015.
Environment, v. 30, n. 6, p. 977-989, 1996.
HAUSMANN, D. A. Steel Corrosion in Concrete:
how does it occur? Materials Protection, v. 6, n.
11, p. 19-23, 1967.

244 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

HELENE, P. R. L. Corrosão em Armaduras LIMA, M. G. Influência dos Componentes do


Para Concreto Armado. São Paulo: IPT; Pini, Concreto na Corrosão de Armaduras. Porto
1986. Alegre, 1990. 133 f. Dissertação (Mestrado em
HUANG, R.; YANG, C. C. Condition Assessment Engenharia Civil) – Escola de Engenharia,
of Reinforced Concrete Beams Relative to Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Reinforcement Corrosion. Cement and Concrete Alegre, 1990.
Composites, v. 19 p. 131-137, nov. 1997. LIU, W. et al. Discussion and Experiments on the
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR Limits of Chloride, Sulphate and Shell Content in
STANDARDIZATION. ISO 9227: corrosion tests Marine Fine Aggregates For Concrete.
in artificial atmospheres: salt spray tests. Construction and Building Materials, v. 159, n.
Switzerland, 2012. Annual Book of International 20, p. 725-733, jan. 2018.
Standards. MAADDAWY, T. A. El; SOUDK, K. A.
JAEGERMANN, C. Effect of Water-Cement Ratio Effectiveness of Impressed Current Technique to
and Curing on Chloride Penetration Into Concrete Simulate Corrosion of Steel Reinforcement in
Exposed to Mediterrenean Sea Climate. ACI Concrete. Journal of Materials in Civil
Materials Journal, v. 87, n. 4, p. 333-339, 1990. Engineering, v. 15, n. 1, jan./feb. 2003.

JOUKOSKI, A. et al. The Influence of Cement MEDEIROS JUNIOR, R. A. Estudo da


Type and Admixture on Life Span of Reinforced Resistividade do Concreto Para Proposta de
Concrete Utility Poles Subjected to the High Modelagem de Vida Útil: corrosão de armaduras
Salinity Environment of Northeastern Brazil, devido a penetração por cloretos. São José dos
Studied by Corrosion Potential Testing. Cerâmica, Campos, 2014. 243 f. Tese (Doutorado em
v. 50 p. 12-20, 2004. Engenharia Civil) – Instituto Tecnológico de
Aeronáutica, São José dos Campos, 2014.
JUCÁ, T. R. P. et al. Influência das Adições
Minerais na Corrosão de Armaduras Induzida por MEDEIROS, M. H. F. Contribuição ao Estudo
Cloretos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO da Durabilidade de Concretos Com Proteção
CONCRETO, 43., Foz do Iguaçu, 2001. Anais... Superficial Frente a Ação Por Cloretos. São
foz do Iguaçu, 2001. Paulo, 2008. 218 f. Tese (Doutorado em
Engenharia Civil) – Escola Politécnica,
KAESCHE, H. Die Prüfung der Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
Korrosionsgefährdung von Stahlarmierungen
durch Betonzusatzmittel. Zement-Kalk-Gips, v. MEDEIROS, M. H. F. et al. Potencial de
7, p. 289-294, 1959. Corrosão: influência da umidade, relação
água/cimento, teor de cloretos e cobrimento.
KISHIMOTO, I. Experimental Study on the Revista IBRACON de Estrutura e Materiais, v.
Corrosion Condition of Steel Bars in Cracked 10, n. 4, p. 864-885, jul. 2017.
Reinforced Concrete Specimen. In:
INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON THE MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto:
AGEING MANAGEMENT & MAINTENANCE microestrutura, propriedades e materiais. São
OF NUCLEAR POWER PLANTS, Tokyo, 2010. Paulo: Ibracon, 2008.
Proceedings… Tokyo, 2010. MEIRA, G. R. Agressividade Por Cloretos em
LEE, H.-S.; NOGUCHIB, T.; TOMOSAWAC, F. Zona de Atmosfera Marinha Frente ao
Evaluation of the Bond Properties Between Problema da Corrosão em Estruturas de
Concrete and Reinforcement as a Function of the Concreto Armado. Florianópolis, 2004. 369 f.
Degree of Reinforcement Corrosion. Cement and Tese (Doutorado em Engenharia) – Departamento
Concrete Research, v. 32, p. 1313-1318, 2002. de Engenharia Civil, Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
LEVY, S. M. Contribuição ao Estudo da
MEIRA, G. R. et al. Analysis of Chloride
Durabilidade de Concretos Produzidos Com
Resíduos de Concreto e Alvenaria. São Paulo, Threshold From Laboratory and Field Experiments
2001. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – in Marine Atmosphere Zone. Construction and
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, Building Materials, v. 55, p. 289-298, 2014.
São Paulo, 2001. MEIRA, G. R. et al. Durability of Concrete
LI, F.; YUAN, Y.; LI, C.-Q. Corrosion Structures in Marine atmosphere Zones: the use of
Propagation of Prestressing Steel Strands in chloride deposition rate on the wet candle as an
Concrete Subject to Chloride Attack. environmental indicator. Cement and Concrete
Construction and Building Materials, v. 25, p. Composites, v. 27, p. 667-676, 2010.
3878-3885, may 2011.

Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada por cloretos em concreto armado 245
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

MIETZ, J. Electrochemical Rehabilitation PRABAKAR, J.; MANOHARAN, P. D.;


Methods for Reinforced Concrete Structures: a NEELAMEGAM, M. Performance Evaluation of
state of the art report. European Federation of Concrete Containing Sodium Nitrate Inhibitor. In:
Corrosion. London: The Institute of Materials, INTERNATIONAL CONFERENCE ON NON-
1998. CONVENTIONAL MATERIALS AND
MIRANDA, L. R. M. et al. Avaliação da TECHNOLOGIES, 11., Bath, 2009.
Resistência à Compressão e do Desempenho Proceedings... Bath: Nocmat, 2009.
Frente à Corrosão Por Cloretos de Um Concreto RAUPACH, M. Chloride-Induced Macrocell
Auto-Adensável Produzido Com Adição de Corrosion on Steel in Concrete: theoretical
Biopolímero. In: CONFERÊNCIA NACIONAL background and practical consequences.
DE PATOLOGIA E RECUPERAÇÃO DE Construction and Building Materials, v. 10, n. 5,
ESTRUTURAS, 17., Recife, 2017. Anais... p. 329-338, feb. 1995.
Recife: CONPAR, 2017.
RINCON, O. T. et al. Environmental Influence on
MONTEIRO, E. C. B. Avaliação do Método de Point Anodes Performance in Reinforced
Extração Eletroquímica de Cloretos Para Concrete. Construction and Building Materials,
Reabilitação de Estruturas de Concreto Com v. 22, p. 494-503, jan. 2008.
Problemas de Corrosão de Armaduras. São
RIVERA-CORRAL, J. O. et al. Corrosion
Paulo, 2002. 229 f. Tese (Doutorado em
Behavior of Steel Reinforcement Bars Embedded
Engenharia Civil) –Escola Politécnica,
in Concrete Exposed to Chlorides: effect of surface
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
finish. Construction and Building Materials, v.
MONTEIRO, P. J. M.; GJØRV, O. E.; MEHTA, 147, n. 30, p. 815-826, aug. 2017.
P. K. Microstructure of the Steel-Cement Paste
SAETTA, A. V.; SCOTTA, R. V.; VITALIANI,
Interface in the Presence of Chloride. Cement and
V. Analysis of Chloride Diffusion Into Partially
Concrete Research, v. 15, p. 781-784, mar. 1985.
Saturated Concrete. ACI Materials Journal, v.
MORCILLO, M. et al. Effect of Marine Aerosol 90, n. 5, p. 441-451, 1993.
on Atmospheric Corrosion. Materials
SANTOS, F. C. M. Estudo da Polianilina e da
Performance, v. 38, p. 72-77, 1999.
Polianilina-Melamina Como Revestimento
NORDTEST METHOD. NT BUILD 443: Anticorrosivo Para Armaduras do Concreto
accelerated chloride penetration. Finland, 1995. Armado. Curitiba, 2010. 91 f. Dissertação
Annual Book of NT BUILD Standards. (Mestrado em Engenharia dos Materiais) –
NORDTEST METHOD. NT BUILD 492: Programa de Pós-Graduação em Engenharia
concrete, mortar and cement-based repair Mecânica e de Materiais, Universidade
materials: chloride migration coefficient from non- Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2010.
steady-state migration experiments. Finland, 1999. SANTOS, L. Avaliação da Resistividade
OTIENO, M. B.; ALEXANDER, M. G.; Elétrica do Concreto Como Parâmetro Para a
BEUSHAUSEN, H. D. Corrosion Propagation in Previsão da Iniciação da Corrosão Induzida
Cracked and Uncracked Concrete. In: Por Cloretos em Estruturas de Concreto.
CONCRETE REPAIR, REHABILITATION AND Brasília, 2006, 161 f. Dissertação (Mestrado em
RETROFITTING II, 2., Cape Town, 2008. Estruturas e Construção Civil) – Departamento de
Proceedings… London: ICCRRR-2, 2008. Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de
Brasília, Brasília, 2006.
PAGE, C. L.; HAVDAHL, J. Electrochemical
Monitoring of Corrosion of Steel in Microsilica SILVA, C. A. Comportamento dos Perfis de
Cement Pastes. Materials and Structures, v. 18, Cloreto em Tetrápodes Localizados nos Molhes
p. 41-47, 1985. da Barra Rio Grande – RS – Brasil. Rio Grande,
2010. 287 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
PAGE, M. M. et al. Ion Chromatographic Analysis Oceânica) – Escola de Engenharia Oceânica,
of Corrosion Inhibitors in Concrete. Construction Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande,
and Building Materials, v. 16, p. 73-81, jan. 2010.
2002.
SILVA, F. G. Estudo de Concretos de Alto
PORTELLA, K. F. et al. Desempenho Físico- Desempenho Frente à Ação de Cloretos. São
Químico de Metais e Estruturas de Concreto de Carlos, 2006. Tese (Doutorado em Ciência e
Redes de Distribuição de Energia: estudo de caso Engenharia dos Materiais) – Escola Politécnica,
na região de Manaus. Quimica Nova, v. 29, n. 4, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006.
p. 724-734, abr. 2006.

246 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

SPAINHOUR, L. K.; WOOTTON, I. A. Corrosion TREJO, D.; HALMEN, C.; REINSCHMIDT, K.


Process and Abatement in Reinforced Concrete Corrosion Performance Tests for Reinforcing
Wrapped by Fibber Reinforced Polymer. Cement Steel in Concrete: technical report. Austin: Texas
and Concrete Composites, v. 30, p. 535-543, Transportation Institute, 2009. (Technical Report
mar. 2008. Documentation Page, FHWA/TX-09/0-4825-1).
Disponível em:
STANISH, K.; THOMAS, M. D. A. The Use of
Bulk Diffusion Tests to Establish Time Dependent <https://rosap.ntl.bts.gov/view/dot/16937>.
Concrete Chloride Diffusion Coefficients. Cement Acessado em: 23 mar. 2017.
and Concrete Research, v. 33 n. 1, p. 55-62, TREJO, D.; MILLER, D. System and Method
2003. For Determining the Chloride Corrosion
TANG, L.; NILSSON, L.-O. Chloride Binding Threshold Level for Uncoated Steel
Capacity and Binding Isotherms of OPC Pastes Reinforcement Embedded in Cementitious
Material. US Patent Application Serial No.
and Mortars. Cement and Concrete Research, v.
60/288, p. 210, 2003.
23, p. 247-253, 1993.
TAVARES, L. M.; COSTA, E. M.; ANDRADE, J. TREJO, D.; PILLAI, R. G. Accelerated Chloride
Threshold Testing: part I - ASTM A615 and A706
J. O. Estudo do Processo de Corrosão Por Íons
reinforcement. ACI Materials Journal, v. 100, n.
Cloreto no Concreto Armado Utilizando Barras de
6, p. 519-527, 2003.
Aço Comum e Barras de Aço Galvanizado. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA TUUTTI, K. Corrosion of Steel in Concrete.
E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 17., Foz do Sweden: CBI, 1982.
Iguaçu, 2006. Anais... Foz do Iguaçu: CBECIMat,
VIEIRA, F. M. P. Contribuição ao Estudo de
2006.
Corrosão de Armaduras em Concretos Aramados
THANGAVEL, K.; RENGASWANY, N. S. Com Adição de Sílica Ativa. Porto Alegre, 2003.
Relationship Between Chloride/Hydroxide Ratio Tese (Doutorado em Engenharia) – Escola de
and Corrosion Rate of Steel in Concrete. Cement Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande
and Concrete Composites, v. 20, p. 283-292, do Sul, Porto Alegre, 2003.
1998.
VIEIRA, G. L.; DAL MOLIN, D. C. C.
THOMAS, M. Chloride Thresholds in Marine Viabilidade Técnica da Utilização de Concretos
Concrete. Cement and Concrete Research, v. 26, Com Agregados Reciclados de Resíduos de
p. 513-519, 1996. Construção e Demolição. Ambiente Construído,
Porto Alegre, v. 4, n. 4, p. 47-63, out./dez. 2004.
TORRES, A. S. Avaliação da Sensibilidade do
Ensaio CAIM: corrosão acelerada por imersão WHEAT, H. G. Using Polymers to Minimize
modificada: frente ao processo de corrosão em Corrosion of Steel in Concrete. Cement and
armaduras de concreto armado. Porto Alegre, Concrete Composites, v. 24, p. 119-126, 2002.
2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) YOON, S. et al. Interaction Between Loading,
– Escola de Engenharia, Universidade Federal do Corrosion and Serviceability of Reinforced
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.
Concrete. ACI Materials Journal, v. 97, n. 7, p.
TORRES, A. S. Corrosão Por Cloretos em 72-85, 2000.
Estruturas de Concreto Armado: uma meta-
análise. Porto Alegre, 2010. Tese (Doutorado em
Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.

Revisão sobre ensaios acelerados para indução da corrosão desencadeada por cloretos em concreto armado 247
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 223-248, out./dez. 2019.

Gibson Rocha Meira


Departamento de Construção Civil, Ciência e Tecnologia da Paraíba | Instituto Federal de Educação | Av. 1º de maio, 720, Jaguaribe |
João Pessoa - PB – Brasil | CEP 58015-430 | Tel.: (83) 3612-0830 | E-mail: gibsonmeira@yahoo.com

Pablo Ramon Rodrigues Ferreira


Coordenação de Obras de Engenharia | Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba | Tel.: (83) 3208-3000 | E-mail:
pablo.r06@hotmail.com

Revista Ambiente Construído


Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído
Av. Osvaldo Aranha, 99 - 3º andar, Centro
Porto Alegre – RS - Brasil
CEP 90035-190
Telefone: +55 (51) 3308-4084
Fax: +55 (51) 3308-4054
www.seer.ufrgs.br/ambienteconstruido
E-mail: ambienteconstruido@ufrgs.br

This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License.

248 Meira, G. R.; Ferreira, P. R. R.

Das könnte Ihnen auch gefallen