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TEATRO ESCOLA
A IMPORTÂNCIA DO TEATRO NA ESCOLA
Resumo
Essa pesquisa tem como objetivo de contribuir com a importância das práticas teatrais,
e suas funções primordiais, além de suas aplicabilidades no ambiente escolar, cuja utilização
constitui importante ferramenta pedagógica, mostrando que teatro estimula o indivíduo no seu
desenvolvimento mental e psicológico, e que o teatro é arte, arte que precisa ser estudada não
apenas em níveis pedagógicos, mas também como uma atividade artística, que aprimora
habilidade de se relacionar com os colegas. Quando se pretende representar alguém, é
importantíssimo colocar-se em seu lugar: tentar entender como o personagem pensa e o que
sente.
No entanto, permanece ainda o questionamento sobre o uso desse recurso no espaço
educacional, tendo em vista a sua valorização enquanto arte, mas também enquanto didática
de ensino, contrariando as pesquisas apresentadas sobre o tema, as quais comprovam os
resultados positivos que o teatro despertou e ainda desperta naqueles que se envolvem nesse
processo. Mostrando que o teatro não deve ser realizado no formato de espetáculos, em que as
crianças apresentam uma peça previamente ensaiada para um público, ele deve ser trabalhado
em sala de aula.
ABSTRACT
This research aims to contribute to the importance of theater practices, and its main functions,
and their applicability in the school environment, the use of which is an important educational
tool, showing that theater stimulates the individual in his mental and psychological
development, and the theater is art, art that needs to be studied not only in educational levels,
but also as an artistic activity, which enhances ability to relate with colleagues. When you
want to represent someone, it is important to put yourself in their place: try to understand how
the character thinks and what he feels.
However, there still remains the question about the use of this resource in the educational
space, with a view to its value as art, but also as didactic teaching, contrary to the presented
research on the subject, which confirm the positive results that the theater aroused and still
arouses in those who engage in this process. Showing that the theater should not be performed
in the show format, where children have a previously tested piece to an audience, it should be
worked on in the classroom.
1 INTRODUÇÃO
Sabemos que o teatro é uma expressão artística milenar, que acompanha o homem
desde a história até os dias atuais, fazendo parte do significativo e complexo sistema de vida
humana. Mas qual o intuito do teatro na escola? Segundo os PCNS (Parâmetros Curriculares
Nacionais ); O teatro, no processo de formação da criança, cumpre não só função integradora,
mas dá oportunidade para que ela se aproprie crítica e construtivamente dos conteúdos sociais
e culturais de sua comunidade mediante trocas com os seus grupos. No dinamismo da
experimentação, da fluência criativa propiciada pela liberdade e segurança, a criança pode
transitar livremente por todas as emergências internas integrando imaginação, percepção,
emoção, intuição, memória e raciocínio. O teatro na escola, de acordo com os PCNS, tem o
intuito de que o aluno desenvolva um maior domínio do corpo, tornando-o expressivo, um
melhor desempenho na sua exposição, uma melhor capacidade para responder às situações
emergentes e uma maior capacidade de organização de domínio de tempo.
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Há muitas maneiras de se trabalhar teatro nas escolas, mas o que se tem visto é a
banalização desta forma artística no uso repetido em datas históricas comemorativas, sem um
objetivo de fato pedagógico. Por isso, destaco, aqui, maneiras de fazer o uso do teatro na
escola, tendo por base estudos acontecidos de experiências didáticas.
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Segundo Reverbel (1996), o teatro não deve ser realizado no formato de espetáculos,
em que as crianças apresentam uma peça previamente ensaiada para um público. Já que esse
tipo de atividade gera, segundo a autora, uma expectativa por parte desses espectadores sobre
o aluno. Pais, professores e colegas acabam esperando um desempenho profissional e na
escola não há atores, há alunos desempenhando função lúdica, proposta como atividade
didática.
De acordo com a autora, o teatro deve ser explorado pelo educador dentro do espaço
da sala de aula e com objetivo primeiro de desenvolver: as capacidades de expressão –
relacionamento, espontaneidade, imaginação, observação e percepção, as quais são próprias
do ser humano, mas necessitam ser estimuladas e desenvolvidas. As atividades dramáticas
(mímicas, jograis, improviso, recriação etc.), nessa perspectiva, são um valioso instrumento
para o professor. Entretanto,
Num ponto de vista diferente, Dominguez (1978) destaca sua experiência positiva com
espetáculos teatrais no ambiente da escola, afirmando que a “produção de peças é uma das
formas que a atividade “teatro na educação” pode assumir.” E que, ainda que o professor que
trabalha com o teatro enfrenta problemas como número de aulas insuficientes para o
desempenho de um bom trabalho, classes inteiras e com grande quantidade de alunos, o
preconceito com a atividade artística, tida como empecilho para outras atividades intelectuais,
sendo essa é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento social, intelectual e cultural do
aluno.
Em conformidade com a autora citada anteriormente, Dominguez considera que, ao se
trabalhar com teatro na escola deve-se ter como objetivo levar os alunos a desenvolver
características fundamentais para o melhor desempenho escolar como: espontaneidade,
aceitação de regras, criatividade, autoconhecimento, senso crítico, raciocínio lógico, intuição,
conhecimento do grupo e de si próprio e do conhecimento do ambiente.
No entanto, o autor alerta para a dificuldade de se trabalhar como esse tipo de técnica,
sugerindo que para alcançar tais objetivos o professor que se propuser a trabalhar com teatro,
deve desenvolver suas atividades de modo que os alunos estejam sempre motivados,
produzindo efeitos positivos como a emancipação e iniciativa na realização de atividades
dentro e fora da escola. Com isso, estabelecer formas de motivação proporcionada com
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desenvolvimento e através das atividades estarão desenvolvendo novas experiências que irão
contribuir para o desenvolvimento integral e social do educando. Através dessas atividades
lúdicas o aluno tem uma participação ativa no processo de ensino-aprendizado, o professor
estará motivando e colocando o aluno em diversas situações onde ele pesquisa e experimenta,
fazendo com que conheça suas habilidades e limitações, então sua prática não pode ser
burocrática: “[...] prática educativa não poderá ser, ser de forma alguma, uma prática
burocrática (ou profissional burocrata)”. Ela tem que ser uma ação comprometida ideológica e
efetivamente. Não se pode fazer educação sem “paixão”. (Luckesi apud Candau, 2011 p. 28)
O docente ao levar em consideração a realidade do aluno nas suas reflexões didáticas,
partindo do princípio do onde e do meio em que o aluno vive deve ser encarado como ponto
de partida para apresentar para os educandos um conhecimento real e efetivo de outras
culturas e realidades e concomitante a isso a reflexão sobre a sua. Sendo assim:
Portanto podemos inferir dessa forma que a Didática é um importante guia, pois ao
ocupar-se das estratégias de ensino, das questões práticas relativas à metodologia e das
estratégias de aprendizagem, agregando a isso a reflexão sobre a escola contemporânea e as
novas influências no ensino- aprendizagem, despertar hoje uma autorreflexão para os
professores, atrelando a isso novas maneiras de proporcionar acesso ao conhecimento para os
seus educandos.
Percebemos que o teatro é uma arte que modela o ser humano, atentando para as
necessidades essenciais das relações interpessoais, além da compreensão do mundo e de suas
estruturas ideológicas. Torna-se assim ideal que o individuo possa vivenciar os procedimentos
iniciatórios ao teatro, desde seus primeiros anos escolares. É nessa fase inicial que começam a
acontecer as primeiras relações de amizade e de socialização. Neste ponto podemos acentuar a
importância da pratica teatral nos processos de cooperação e de estabelecimento de vínculos
afetivos. Nisto baseia-se a importância do teatro quanto jogo e não apenas como resultado
artístico, como a montagem de um espetáculo, mas como forma de enxergar o mundo. É
fundamental pensar no teatro como experiência. A respeito dos jogos que fazem parte da
vivência teatral, os PCNs de arte (2001, p.85) dizem: “Inicialmente, os jogos dramáticos têm
caráter mais improvisacional e não existe muito cuidado com o acabamento, pois o interesse
reside principalmente na relação entre os participantes e no prazer do jogo.” Este foco está
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voltado para o trabalho do “ser”, numa experiência paralela à realidade cotidiana. É o estado
de jogo que dilata as ideias e a inquietações artísticas, ideológicas e conceituais de cada
indivíduo. Ainda mantendo esse olhar diferenciado do ensino do teatro por meio da prática de
jogos, SOLER diz: A palavra jogo (jocu) tem origem latina e possui como significado
gracejo, ou seja, o jogo é divertimento e distração. Porém, o jogo também significa trabalho
sério, pois tem o poder de transformar valores, normas e atitudes. [...] Podemos também, por
meio do jogo, modificar uma sociedade, tornando-a mais humana, cooperativa e pacífica, ou,
ao contrário, tornando essa mesma sociedade extremamente competitiva, violenta e
desumana. Devemos lembrar que o jogo pode nos levar a direções variadas. (SOLER, 2008,
p.27, 28).
É na escola onde a criança é estimulada a conhecer e explorar o mundo, onde ela se
socializa com outras crianças, aprende a dividir a compartilhar brinquedos e o carinho das
pessoas que elas gostam, tendo a convivência com a diversidade, contribuindo para a
construção do seu processo de aprendizagem. Por isso é importante que as escolas tenham
uma proposta pedagógica para compreender a atividade teatral, como ação pedagógica para o
desenvolvimento da criança na sua socialização e assim desperta uma consciência critica que
se reflita no cidadão do futuro. È neste sentido que o teatro na educação tem um importante
papel na formação na identidade da criança através da educação pela arte. E de acordo com
Reverbel (1997):
Assim através de atividades artística, tem-se uma forma lúdica de ensinar e abordar
vários temas. O teatro infantil aplica o ensino de uma forma diferente. Os contos de fadas e
fábulas são muito usados, pois são mais fáceis, já que as crianças adoram estes temas. A
encenação de fantoche para os pequenos é encantador, desenvolvem vários aspectos
relacionados com a comunicação e a expressão sensórios motores.
Portanto o ensino de teatro traz benefícios, pois através dos jogos de imitação e
criação, a criança é estimulada a descobrir a si própria, ao outro e ao mundo que a rodeia e no
caminho das descobertas vai se desenvolvendo a aprendizagem da arte e dos conhecimentos
escolares.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como se pode perceber dentro desta pesquisa, o teatro na escola é acima de tudo um
instrumento de aprendizagem. Esse tipo de técnica difere do teatro visto em outros espaços,
pois não tem, obrigatoriamente, objetivo de promover espetáculo, nem tão pouco formar
artistas. O trabalho cênico deve consistir em fazer com que o aluno saiba resolver conflitos
relacionados ao ambiente escolar e, por consequência, ao social.
Atualmente, em algumas escolas, é exigido que o professor trabalhasse com essas
atividades e que seja formado na área de atuação, o espaço para essas disciplinas é assegurado
em lei por meio das Leis de Diretrizes Básicas (LDBs).
Existem também documentos que norteiam o trabalho com arte que são os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) em todas as suas modalidades, inclusive teatro, garantindo que
em todas as escolas do Brasil haja o mínimo de atividades culturais nas escolas.
No entanto, permanece ainda o questionamento sobre o uso desse recurso no espaço
educacional, tendo em vista a sua valorização enquanto arte, mas também enquanto didática
de ensino, contrariando as pesquisas apresentadas sobre o tema, as quais comprovam os
resultados positivos que o teatro despertou e ainda desperta naqueles que se envolvem nesse
processo. Por fim, fica como máxima de aplicação dessa técnica de acordo entre os dois
autores citados, Reverbel e Dominguez, de que o mais importante não é o resultado, mas sim
o processo de construção do espetáculo, mesmo que este seja apenas uma “brincadeira” de
sala de aula.
REFERÊNCIAS
DOMINGUEZ, José Antonio. Teatro e educação: uma pesquisa. Rio de Janeiro: Serviço
Nacional do Teatro, 1978.
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http://www.portalcatalao.com/painel_clientes/cesuc/painel/arquivos/upload/temp/a1129237b5
5edac1c4426c248a834be2.pdf acesso em 21/11/2014
http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/10-motivos-seu-filho-fazer-teatro-
635435.shtml acesso em 21/11/2014 Texto de Lana Chan 20/01/14. 10 Motivos para seu filho
fazer teatro.
http://teatroemsala.blogspot.com.br/2011/02/importancia-da-vivencia-teatral-na_22.html
Acesso em 04/11/15. Texto de Heráclito Cardoso de Oliveira 22/02/11. A importância da
vivência teatral na escola.
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