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Casa

C omum
T ERTULIAS Tertuliando
das

| Fanzine da Casa Comum das Tertúlias | http://fanzinetertuliando.blogspot.com| Fundador e Director_Luís Norberto Lourenço|
Distribuição gratuita | 1 0 . ª i n i c i a t i v a C C T: 1 1 8 . ª i n i c i a t i v a C C T:
ISSN 1646-7922 | E X P O S I Ç Ã O D E TERTÚLIA “A POESIA
FOTOGRAFIA DE P O R T U G U E S A E
| Periodicidade_mensal A N T Ó N I O J A C I N T O ESPANHOLA” c/: Luís
PASCOAL Gutiérrez Barrio (Org. “Escudos
IV”) | Carlos Baptista | Martins
Marcelo | Mercedes Blanco |
9 a 30/12/2001
Nº 7 | SETEMBRO Casa do Arco do Bispo Ricardo Vicente Martín | org.
CCT e Tert. “Escudos IV”,
Castelo Branco 16/04/2005
2007

110.ª iniciativa CCT: III 3 4 . ª i n i c i a t i v a C C T:


Aniversário da Casa A P R E S E N TA Ç Ã O D E 35.ª iniciativa CCT:
Comum das Tertúlias “CADERNOS PERIFÉRICOS EXPOSIÇÃO DE PINTURA
5/10/2004 – fanzine d'arte fotografia e DE DANIELA MARQUES
Foto da visita ao Museu poesia”(N.º 2, AMOR
LOUCO) 31/08 a 29/9 de 2002
Municipal de Penamacor.
Bar Sebastião
23/08/2002 |Bib. Munic. de
Nota: Castelo Branco
Castelo Branco
Foto de Jolon

02
pag

Resumo das Tertúlias (da 106º à 121 de 130)

Editorial_ A abstenção cultural e cívica 03 pag

por_Luís Norberto Lourenço

04 Autárquicas: Por uma Política Cultural por_Luís N.Lourenço


pag

Artigo de Opinião de Alfredo Brito

O Alienista - Cães à Solta por_Vera Lúcia Sousa 05


pag

Poesia Contemporânea por_António Jacinto Pascoal

06 Un Poco de “Pirronismo”, por favor


pag

por_Luis Gutiérrez Barrio

Notícia sobre a Casa Comum das Tertúlias 07


pag

Diário Regional de Viseu


08 Agenda Tertuliana e Campo da Poesia
pag

poema “Mater” por_Carlos Xama


Tertuliando Fanzine da Casa Comum das Tertúlias

106. Em Julho de 2004 criação do nosso blog: http://cctertulias.blogs.sapo.pt.

107. Exposição Colectiva de Pintura “Mais um (es)passo”, de Ricardo Lourenço e de Vítor Lourenço, na Casa Comum das
Tertúlias (CCT), Penamacor, 15 de Agosto a 15 de Setembro de 2004, com inauguração da exposição a 15 de Agosto, 17h, com a
presença dos pintores.

108. Apresentação do livro “O Canto de Todos. Antologia poética” de Violeta Parra, ed. “Ela por Ela”, por António Jacinto Pascoal
(tradutor, anotador e prefaciador), na Casa Comum das Tertúlias, Penamacor, 19 de Agosto de 2004, 21h

109. Apresentação do livro “Memórias Paroquiais do Concelho de Castelo Branco: Transcrições”, de Pedro Rego da Silva, da
“Ediraia”, na Casa Comum das Tertúlias, Penamacor, 3 de Setembro de 2004, 21h, com a presença do autor

110. Exposição de Pintura “Cores que não sei o nome”, de Sílvia Félix Trindade, com fotografias de Vítor Lima, na CCT, Penamacor,
19 de Setembro a 17 de Outubro de 2004, com inauguração da exposição a 19 de Setembro, 15h, com a presença da pintora e do
fotógrafo.

111. III Aniversário da Casa Comum das Tertúlias, no dia 5 de Outubro de 2004:
· visita cultural a Penamacor: com saída às 10h do Jardim República de Penamacor e visita: à Igreja da Misericórdia, Museu
Municipal, Biblioteca Municipal (actual e futura), Igreja e Claustros do Convento de Santo António, Igreja Matriz, Capela do Santo
Cristo, Museu Dr. Mário Bento na Meimoa;
· almoço, às 13h, no restaurante “Dois Pinheiros”;
· 16h, “Tertúlia sobre a Poesia Portuguesa e Espanhola: com abordagem da antologia “Escritas de Penamacor” e duma obra
Resumo das tertúlias da 106ª à 121 de 130:

poética espanhola com a presença dos autores, na Casa Comum das Tertúlias.
· 19h, performance teatral “As Confissões de Mercúrio”, Colectivo Indústria d'arte, na Casa Comum das Tertúlias.

112. Exposição de Pintura “Sinestesia”, de Sandra Cruchinho, na Casa Comum das Tertúlias, Penamacor, 17 de Outubro a 21 de
Novembro de 2004, com inauguração da exposição a 17 de Outubro, 15h, com a presença da pintora.

113. Exposição de Pintura “Sinestesia”, de Sandra Cruchinho, na Casa Comum das Tertúlias, Penamacor, 17 de Outubro a 21 de
Novembro de 2004, com inauguração da exposição a 17 de Outubro, 15h, com a presença da pintora.

114. Em Outubro de 2004, criação dos blogs: http://casacomumdastertulias.blogspot.com, http://fanzinetertuliando.blogspot.com


e http://republicalaica.blogspot.com.

115. Exposição de Pintura “Rituais” de Sónia Honório, na Casa Comum das Tertúlias, Penamacor, 21 de Novembro a 19 de Dezembro
de 2004, Inauguração da exposição: 21 de Novembro, 15h, com a presença da pintora

116. Tertúlia sobre Laicismo, com o Dr. Nuno Barbosa, (Licenciado em Filosofia; Professor de Filosofia no Ens. Secundário), Esp.
Internet de Seia, 6 de Dezembro de 2004, 21h 30m

117. EXPOSIÇÃO DE CERÂMICA E ESCULTURA "OBRAS DE 3.ºFOGO" de João Alaiz, 19 de Dezembro de 2004 (inauguração às 15h
com a presença do ceramista) a 15 de Janeiro de 2005, na Casa Comum das Tertúlias, Penamacor

118. EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA “Apanhados” de Jolon, 23 de Janeiro (inauguração às 16h) a 27 de Fevereiro de 2005, na Casa
Comum das Tertúlias, Penamacor

119. TERTÚLIA SOBRE OS MEDICAMENTOS GENÉRICOS, com: Dr. Carlos Almeida, enfermeiro e Dr. António Bento, médico, CCT, 6 de
Fevereiro de 2005, 15h.

120. TERTÚLIA “AS MAIORIAS ABSOLUTAS E A ALTERAÇÃO DA LEI ELEITORAL”, com: Jorge Fraqueiro (Lic. Ciência Política), CCT,
13 de Fevereiro de 2005, 15h.

121. TERTÚLIA “A POESIA PORTUGUESA E ESPANHOLA”, com: Luís Gutiérrez Barrio (Org. “Escudos IV”), Carlos Baptista, Martins
Marcelo, Mercedes Blanco, Ricardo Vicente Martín, CCT, colab. Tert. “Escudos IV”, 16 de Abril de 2005, 16h.
Ficha Técnica

Tertuliando_ Fanzine da Casa Comum das Tertúlias


Propriedade e Editor_Luís Norberto Lourenço
Fundador e Director_ Luís Norberto Lourenço (e-mail: luis.lourenco@portugalmail.pt)
Morada_ Urb. Qta. Pires Marques, Rua 10, Lt. 26-A, N.º 2, 1.º Dt. 6000-068 | Castelo Branco
ISSN 1646-7922
Depósito-Legal n.º 262792/07
Impressão_ CyberCentro de Castelo Branco, Praça do Município, 6000-458 Castelo Branco
Sede da Redacção: Urb. Qta. Pires Marques, Rua 10, Lt. 26-A, N.º 2, 1.º Dt. 6000-068 Castelo Branco
NIF_188930957
Colaboradores_ António Jacinto Pascoal, Lopes Marcelo, Magda Nisa, Nuno Alexandre Barbosa, Carlos Casaquinha, João Nery,
Jorge Manuel Costa, Hernâni Cajado, Ana Fonseca, John Smith, Vera Lúcia Sousa, Maria João Capelo, Fernanda Mateus, Bruno
Matos, Nilson Medina, Alfredo Brito e Luís Gutiérrez Barrio
Paginação e grafismo_ Andreia Roque
Gráfica_ Andreia Roque
Periodicidade_ mensal
Tiragem_200 exemplares
Publicidade_ Tlf.966417233
Sítio_ http://casacomumdastertulias5out2001.planetaclix.pt
Blogs_ http://republicalaica.blogspot.com
http://cctertulias.blogs.sapo.pt
02 http://casacomumdastertulias.blogspot.com
http://fanzinetertuliando.blogspot.com
pag
Tertuliando Fanzine da Casa Comum das Tertúlias

Editorial
A Agenda Tertuliana divulga as próximas
iniciativas, nomeadamente a tertúlia sobre a Energia
Nuclear, com o Eng.º António Jardim (Engenheiro
Nuclear) e com o Dr. Jorge Sanches Seguro,
Deputado da Assembleia da República, membro da
Comissão Eventual para o Acompanhamento das
Questões Energéticas.
A abstenção Do “Arquivo Tertuliano”, divulgamos
Luís Norberto Lourenço cultural e cívica fotografias e fazemos a resenha de imprensa sobre
as nossas iniciativas.
No Campo da Poesia escolhemos o poema
“Mater” de Carlos Xama dedicado às mães.
Destaque-se neste número a apresentação do Tema a abordar em futuro número, o
logótipo da Casa Comum das Tertúlias, importante meta problema na natalidade, as inconsequentes medidas
ultrapassada na consolidação deste projecto. O mérito vai natalistas e a incompreensível ausência duma rede
todo para a sua criadora, Andreia Roque, igualmente pública completa de pré-escolar.
responsável pelo grafismo deste número sete, como já
tinha sido do anterior. Venham elas… as pedras!
De grande importância para nós é a colaboração
neste edição do Dr. Luís Gutiérrez Barrio, um dos Cada número que se publica é mais um
organizadores e habitual moderador das tertúlias da contributo para a salvaguarda da memória
“Tertulia Rona Dalba” de Salamanca. Aqui se publica o texto tertuliana, mais um “pedacinho” que damos a
“Un poco de "Pirronismo", por favor”, onde aborda uma conhecer duma história tertuliana que começou em 5
questão filosófica. O texto escrito em Castelhano, publica- de Outubro de 2001.
se no original, retribuindo a publicação dum texto nosso em Cada número, nas suas modestas oito
Português na revista “La Tertulia” da “Tertulia Rona Dalba”. páginas, é ainda um verdadeiro manifesto contra a
A proximidade das duas línguas permite correr o risco da abstenção cultural e cívica, duma sociedade
não tradução dos textos. demissionária, acossada, por culpa própria, pela
Novamente se publica um texto do nosso tertuliano, inveja.
Dr. António Jacinto Pascoal, Mestre em Literaturas Continuamos a agir cultural e civicamente,
Africanas e que aqui aborda a “Poesia contemporânea”. apesar doutras agendas mediáticas e interesses
Dois artigos sobre a política cultural autárquica: um pragmáticos. Agarramos com as duas mãos as
primeiro da nossa autoria “Autárquicas: por uma política pedras que nos lançam, aproveitando-as para nos
cultural” e um segundo, assinado pelo actor Alfredo Brito, ajudar a subir os muros que se continuam a construir,
um Beirão e nosso tertuliano, comentando o primeiro. estabelecendo pontes e alargando uma “rede de
Foram publicados primeiro num blog, sendo datados, afectos”, a qual nos dá uma força imune a jogadas de
tratam de tópicos que continuam a preocupar-nos bastidores. Quem atira as pedras não inveja o nosso
culturalmente, pois, se resolvidos num determinado trabalho, antes a nossa independência, que não
concelho, o problema permanece noutros. Além disso, aqui admitem, não percebem ou não conseguem ter...
se publicam pela primeira vez em conjunto, apesar do Por Castelo Branco, por um Interior que não se
primeiro ter sido publicado em várias publicações e blogs. resigna à desertificação, ao abandono, ao
Espaço para uma crítica teatral sobre “O Alienista – encerramento de serviços, fruto da insensibilidade
Cães á Solta”, pela Dra. Vera Lúcia Sousa, nossa dalguns centros de interesse afastados dos
colaboradora. Vimos a peça em conjunto e esta aceitou problemas reais (e por eles tantas vezes
prontamente o nosso desafio. fomentados), que decretam nos gabinetes e assinam
de cruz, falam em desertos imaginários, em
empregos quiméricos e que jogam com os cidadãos
como se estivessem num tabuleiro e estes fossem
meros peões descartáveis. T

68.ª iniciativa CCT: Tertúlia “A


ASTRONOMIA”, com Prof. Máximo
Ferreira, 21/03/2003, Atelier do
Grupo Evasão, Castelo Branco

03
SETEMBRO|2007|Nº7 pag
Tertuliando Fanzine da Casa Comum das Tertúlias
Autárquicas: por uma política cultural Assim, provavelmente as lacunas duma AG possam ser
Por_Luís Norberto Lourenço eficazmente combatidas. Fazer uma (nova) agenda cultural e
os seus responsáveis não contactarem, nomeadamente, os
Se ainda faltam alguns meses para as próximas eleições agentes culturais mais activos na sua área geográfica, semeia
autárquicas, nunca é cedo para promover um debate sobre as a desconfiança e não consigo perceber quem aproveita com
políticas culturais dos municípios. isso! Os municípios devem bater-se por uma política cultural
A relação entre agentes culturais e poder político deve clara e activa, promotora da Cidadania, duma Cultura de
ser de cooperação, sempre que cada uma das partes respeite o qualidade, diversificada nas abordagens e abrangente no que
trabalho das outras. Quando, por um lado, o poder político tenta respeita aos públicos, dando espaço para que novos valores
“anexar” os agentes culturais, por outro, pratica uma política de se mostrem. Se o nível cultural é normalmente baixo, não é
incúria cultural (quantas vezes partilhada pelas oposições sério nem responsável, promover iniciativas que não o
eleitas!), deverá ter, nos agentes culturais responsáveis e combatam e o mantenham. A definição de uma utilização
livres, uma oposição acérrima e frontal. integrada de espaços culturais (e de lazer), como: bibliotecas,
A existência duma Agenda Cultural (AC), bem cultural (e museus, arquivos, cinemas, teatros, auditórios, centros
informativo) fundamental, quer para os agentes culturais (para culturais, galerias de arte, postos de turismo, espaços internet,
a divulgação das suas iniciativas), quer para os cidadãos (para escolas, jardins públicos, cafés e bares… devendo os espaços
delas terem conhecimento), também, quando falamos de públicos ter horários (alargados) que promovam o acesso e
agendas municipais, para a própria autarquia mostrar o que não o dificultem.
acontece no seu Concelho (muitos autarcas ainda não Não faz sentido que os responsáveis autárquicos pelo
perceberam isto!), seja promovido pela autarquia ou não. sector da Cultura vivam de costas viradas para os agentes
Agenda essa, cuja periodicidade (muito há a dizer sobre isto) se culturais, sendo o oposto também verdadeiro, também não faz
deverá adaptar à oferta cultural que no município proporciona, qualquer sentido que os vários agentes culturais vivam de mão
devendo ser a mais completa possível, não promovendo estendida para o Poder. No entanto, é verdade que o Poder
apenas os eventos organizados pelo município e todos os que central, regional e local, afectam verbas para as várias áreas
acontecem na sua área geográfica. Na verdade, a melhor da sua responsabilidade, sendo a Cultura uma delas e se
agenda cultural, nunca cobre tudo o que acontece, porque apoiam outras áreas, por que não a Cultura, por isso, não sou
surgem iniciativas que só se confirmam à última hora. Desde contra os subsídios. Não se fique é por aí e que sem eles
que os agentes culturais enviem a divulgação das suas alguns nada façam! T
iniciativas atempadamente para os responsáveis da AC, desde
Publicado em: http://fanzinetertuliando.blogspot.com |"Diário Regional de
que os próprios agentes culturais sejam contactados por esses Viseu", 21/04/2005; | "Jornal do Fundão", 22/04/2005; | "Diário XXI",
responsáveis, incentivando-os a enviarem os dados e a 25/04/2005: “Povo da Beira", 26/04/2005. | "A Página da Educação", Nº 145,
informá-los sobre a AC (muitos desconhecem que estas Ano 14, Maio 2005: http://www.apagina.pt|
existem, devido à deficiente distribuição de muitas delas). http://jn2.sapo.pt/seccoes/mensagem.asp?73757

Acabar com a choraminguice da interioridade, e de


Alfredo Brito (actor) outras de mesmo género, que só ajudam as pessoas a querer
fugir e desertificar ainda mais o território. É importante
Artigo de opinião de perceber-se que 3 concertos tocados em play-back, na altura
das festas de Verão, só servem para desbaratar recursos
Alfredo Brito preciosos, que por acaso, e só por acaso, são provenientes de
impostos pagos pelos contribuintes, merecedores de muito e
Acrescento algumas achegas embora só como tema de fundamentado respeito. Com o dinheiro gasto nas festas de
debate (e reflectindo alguns dos problemas que venho Verão poderíamos ter um ano completo de boas actividades
enfrentando): culturais e nem por isso menos populares.
Que critérios para definir candidatos para a área da Entre outros índices é aconselhável perceber a ligação
cultura? Têm os partidos políticos investido algum minuto na consumo de álcool/droga/partida para os inóspitos grandes
formação de militantes que virão a ocupar essa pasta? centros urbanos e o rátio de actividades culturais/ocupação.
Sistematicamente encontramos "estagiários partidários" Muito por aí fica explicado.Aglomerar obriga a cultivar, cultivar
que passam pelo pelouro da cultura com o intuito de ganharem é um acto de carinho e de dar importância. Fomentar o
alguma experiência para mais tarde se balançarem a outros isolamento é assassinar. É secar. Ou como quem incendeia.
cargos. Já passou tempo suficiente sobre o cavaquismo para que se
perceba que construir tem a ver com as pessoas e não com
Quantas autarquias se incomodam a criar "programa edifícios, estradas, rotundas, etc.
eleitoral" para a cultura? Política de actividades culturais;
política de ocupação, programação e rentabilização de Embora os cidadãos tenham as eleições para se
espaços. Seriamente, quem as tem? manifestarem, deve ser a classe dirigente a ter a preocupação
de ser cada vez melhor. Com uma qualidade profunda e não
Estudos sociológicos que possam ajudar a caracterizar brincadeiras decadentes e pobres "á la quinta das
as populações e os públicos locais. celebridades".
Chamada urgente de pessoas qualificadas para os O futuro será cada vez mais exigente. A seriedade e
departamentos culturais das autarquias. qualidade serão o próximo e mais urgente choque. T

Nota: Artigo de opinião de Alfredo Brito (actor), enviado para o meu "e-mail"
sobre o meu artigo "Autárquicas: por uma política cultural”

04
pag
SETEMBRO|2007|Nº7
Tertuliando Fanzine da Casa Comum das Tertúlias
Vera Lúcia Sousa Porém, fica um travo amplo a mistificação entediante
(deveremos consultar os glossários de Manuel Lopes,
O Alienista – Cães á Solta de Manuel Ferreira, ou ficarmo-nos pelo sofá?). Manuel
de Freitas começa a distinguir-se por ser um poeta das
relações urbanas, das noites mal dormidas, das
seriações onomásticas de amigos (por quem exagera
nos envoi), dos véus que não levanta e que ocultam uma
“O Alienista” é uma peça de Machado de Assis que fala do maturidade ficcionada ou mesmo uma mal disfarçada
binómio razão/loucura. Neste caso, não foi “loucura” a escolha imaturidade. Terá o autor vivido as vidas que nós
desta peça, cujo tema tem servido de base às representações do perdemos, como certas caricas de Rimbaud?
grupo de teatro “Cães à Solta”, nem tão pouco o foi a Cotejando a obra deste autor com a de
representação – imaginativa, inovadora e surpreendente. João Vário, por exemplo, que é um cabo-verdiano
Logo no início, somos separados à entrada e separados, universalista, percebemos como é fácil promover a
também, pela construção da Casa Verde, como se formássemos mediania e obliterar o génio. João Vário (Timóteo Tio
duas metades da vida que pretendemos distinguir mas cujo Tiofe ou João Varela) é um inequívoco superlativo
sentido só se forma na presença da outra. Loucura e Razão literário a que a grande maioria dos poetas portugueses
partilham o espaço, mas encontram-se distanciadas por esta contemporâneos nem de longe ambiciona igualar (é que
casa, este muro. Mas este mundo não faz sentido sem o outro, e a a estes faltam certos atributos como erudição, vida,
tentativa de separar o trigo do joio nunca resulta na plenitude… oficina). A densidade poética da série «Exemplos»
causa confusão, sofrimento. O limite não é definido, é ténue, (Coevo, Dúbio, etc), de valores intelectual, ético e
nestes dois mundos que se complementam. literário inestimáveis, fazem de Vário um poeta
Há um questionamento constante dos fenómenos da iluminante, ainda que se mantenha à margem das
loucura. Será que somos verdadeiramente normais? Qual o instituições literárias portuguesas, bem como da crítica.
padrão da normalidade? O que é loucura? E as respostas não A sua escrita é preciosa, porque densa, mística, épica e
são claras, criam mais perguntas, num ciclo infindável que nos bíblica. À mistificação responde com o mito, à realidade
leva à interrogação de nós próprios. forjada responde com o cosmo humanitário, à
A surpresa é constante e a novidade cénica apresentada leviandade boémia responde com a questionação ética.
nesta representação dá um maior vigor ao conceito central da Manuel de Freitas procura a
peça. Somos manipuladores e manipulados, arrastados para um honestidade de revelar a mentira: «Apanhámos outro
mundo dividido, sombra de uma outra face da moeda. Somos táxi,/ talvez demasiado bêbedos.». Para João Vário, a
estimulados sonora e visualmente, integrados num mundo onde verdade é uma busca incessante: «É esse tormento ou
o outro é apenas sombra, vestígio, um fantasma que perscruta o essa luz,/ que divide ao meio a verdade,/ que nos assiste
“nosso” mundo. para falar de predestinação?» (Exemplo Dúbio,
No final, o “sábio”, que construiu a Casa e tenta encontrar o Coimbra, 1975). Porque Deus é dúbio. Poesia cabo-
que ele considera ser a Verdade, torna-se “louco”, imbuído na sua verdiana ou por Cabo-Verde, em distintos registos: o de
busca incessante, incapaz de lidar com a realidade, e a Casa quem não conhece o país; e o de quem saiu, talvez
acaba por cair. A Fonte de Poder que antes exercia o controlo é demasiado cedo. T
destruída, e nada resta a não ser o isolamento, a solidão.
Este sentimento não é contudo aquele com que os
espectadores saem de lá. Sentimos que, de facto, também nós
fomos “empurrados” para uma das realidades que alguém 82.ª iniciativa CCT:
Tertúlia “O
pretensiosamente quis separar. Fica apenas um desejo: o de ver TEATRO DE
o outro lado da moeda. T PENAMACOR”, c/:
Joaquim Nabais (Gr.
T e a t r o
Benquerença) e
José Luís Leitão,
Poesia Contemporânea 1/07/2003, Bar das
Piscinas Municipais
António Jacinto Pascoal de Penamacor.

Mestre em Literaturas Africanas

Uma decepção mais ou menos esperada, esta a dos poetas


mais recentes (a geração daqueles que, atacando o género do
romance, peca por excesso de pretensiosismo). Continuo a
aceitar como excepção um Carlos Alberto Machado (de quem
ninguém fala),verdadeiro oásis no centro de tanta superficialidade
literária. Lido um dos mais recentes de Manuel de Freitas, sobre
uma pretensa incursão cabo-verdiana (Cretcheu Futebol Clube,
Assírio & Alvim, 2006), pensei: que dirão os cabo-verdianos sobre
isto? A quem interessa verdadeiramente esta poesia? Aos amigos;
ou a qualquer grupo de adolescentes da periferia, a quem certos
glossários sabem como sumo tropical?
Sem escapar a múltiplos lugares-comuns, versos Livro “A formação da sociedade liberal”,
apresentado em iniciativa da CCT,
musculados e referentes deslocados para o arquipélago das Cybercentro de Castelo Branco,
hispérides, que tentam sugerir-nos outro paradigma, a poesia de 18/11/2006.
Manuel de Freitas, neste Cretcheu não afugenta uma mosca.
Talvez nem tenha essa pretensão.
05
pag
Tertuliando Fanzine da Casa Comum das Tertúlias
Luis Gutiérrez Barrio (organizador e moderador
das tertúlias da “Tertulia Rona Dalba”)

UN POCO DE "PIRRONISMO", POR FAVOR


"En este mundo traidor,
nada es verdad, ni mentira, Parece mentira que estos pensamientos existan en
Todo es según el color el mundo desde hace más de dos mil años, y aún existan
del cristal con que se mira.” personas que no se hayan enterado de que la verdad no
tiene porque ser la suya, que la verdad es patrimonio de
Ramón de Campoamor toda la humanidad, que cada cual tenemos una parte de
ella, que nadie tiene su monopolio, que todos tenemos
derecho a opinar libremente, que el pensamiento, la idea,
A lo largo de la historia siempre ha habido pensadores que se del otro es tan válida como la nuestra.
han cuestionado "las verdades objetivas". Esta escuela, esta forma de pensar, no fue una idea
Uno de los primeros testimonios y sin duda el más pasajera de unos locos que vivieron en este mundo hace
representativo de este pensamiento, es la obra de Sexto Empírico, dos mil años y que terminó cuando ellos desaparecieron,
"Esbozos Pirrónicos", escrita en el siglo II d.C. y que recoge el si hubiera sido así, podrimos pensar que esta filosofía no
pensamiento de una escuela filosófica que tuvo su origen en las era tan buena, pues nadie la ha vuelto a tener en cuenta.
enseñanzas de Pirrón de Ëlide, filósofo que vivió entre los siglos IV y Pero ocurrió todo lo contrario, este pensamiento
III a. C. Los seguidores de Pirrón se autodenominaron "pirrónicos" o tuvo gran influencia en la filosofía moderna, tanto es así,
"escépticos". Aunque este último término no empezó a usarse hasta que algunos estudiosos han considerado a Sexto
el siglo I d.C. Empírico como el padre del pensamiento moderno. El
Hoy día, tenemos, en general, una idea bastante mismo Descartes mostró especial interés en su obra, la
distorsionada de lo que el término escéptico representa, o lo que la cual llegó a ocupar un lugar preeminente en la sociedad
escuela escéptica predicaba. Esta escuela estaba abierta a toda culta francesa de la primera mitad del siglo XVII, a ello
forma de pensamiento, no descartaban la posibilidad de que el colaboró, de forma decisiva, los Ensayos de Montaigne,
pensamiento de los demás fuera tan valido como el suyo y lo que hoy quien fue un gran estudioso y entusiasta de la obra de
se considera una verdad inamovible, tal vez mañana no lo sea tanto. Sexto Empírico.
Todos los puntos de vista son dignos de consideración. Con todo esto lo que pretendo manifestar es que
Escépticos son "los que se dedican a observar" y "están debemos ser un poco más humildes a la hora de defender
abiertos a cualquier forma de pensamiento, sin aferrarse a ninguna". nuestras ideas. Hay que pensar que el otro está tan
Según los escépticos la inteligencia humana no está convencido de sus ideas como nosotros de las nuestras. Y
preparada para entender la Verdad Absoluta. Este argumento quiso si es así porqué no puede ser que la razón esté de parte
ser aprovechado por los católicos y utilizarlo contra los calvinistas del otro, o lo que es más probable, que la razón esté
quienes pretendían entender los misterios por medio de la razón. repartida, no sólo entre las dos partes, sino entre una
Poco tiempo después, la Iglesia, se dio cuenta de lo tercera y una cuarta y otra más. Por lo tanto lo más
relativamente fácil que era pasar del escepticismo al ateismo, y inteligente será escuchar, con la máxima atención e
cambió de opinión, el pensamiento escéptico ya no interesaba y lo interés, a todas las partes, interés y atención que
que durante un tiempo fue bueno, llegó a considerarse pernicioso, solicitaremos para nuestras propuestas. Con ello todos
hasta el punto que todo lo que olía a escepticismo fue prohibido, saldremos enriquecidos.
incluso los Ensayos de Montaigne. ¿Te imaginas, amigo lector, cómo sería este mundo
Pero ¿Quién mejor que Sexto Empírico para decirnos cuales si los prepotentes políticos que lo gobiernan pusieran en
eran los fundamentos del escepticismo? práctica esta filosofía? T
En "Esbozos Pirrónicos" nos lo aclara:
"… el fundamento de la construcción escéptica es ante todo que a
cada proposición se le opone otra proposición de igual validez. A
partir de eso, en efecto, esperamos llegar a no dogmatizar".
No dogmatizar. Esa es la cuestión y el punto a donde quería
llegar. Hoy estamos viendo cómo el dogmatismo es en muchas
ocasiones, no siempre, el germen y caldo de cultivo idóneo para
llegar al fanatismo, que es la causa de muchos de los males que
aqueja este mundo. Fanáticos, que no admiten más verdad que la L i v r o “ J o g o s
suya, pero no se conforman con eso, no, piensan que todo aquel que populares infantis”
está fuera de sus ideas es un peligro, es alguien al que hay que apresentado em tertúlia
convencer o eliminar, y la vía del convencimiento no es el diálogo, no da CCT, Bibl. Munic. de
es el enseñar de forma pacífica y amistosa, no es exponer sus ideas y Castelo Branco,
oír las del otro, no, su sistema es por medio de la fuerza, de la 15/09/2006.
violencia, todo vale con tal de imponer mi pensamiento.
Pero sigamos escuchando a Sexto, pobre de él si tuviera que
decir esto en algunos sitios del mundo actual; "…si la Razón es tan
engañosa que casi nos arrebata hasta lo que percibimos por
nuestros ojos, ¿cómo no habrá que mirarla con recelo en las cosas
no evidentes, para no precipitarnos cuando las seguimos?".

06
pag
Tertuliando Fanzine da Casa Comum das Tertúlias

A CCT é notícia: O “Diário Regional de Viseu” (20 de Abril de 2004) dá forte destaque a intercâmbio
tertuliano ibérico, totalmente ignorado pela imprensa da Beira Baixa.
07
SETEMBRO|2007|Nº7 pag
Tertúlia "A Energia Nuclear" 5.ª iniciativa conjunta organizada com a “Tertúlia
C/ Eng. António Jardim (Engenheiro Nuclear), Dr. Rona Dalba (ex-Escudos IV)” e o Ateneo de
Jorge Seguro Sanches (Deputado da Assembleia da Salamanca, no Ateneo de Salamanca e no Hotel
República, Membro da Comissão Eventual para o Rona Dalba:
Acompanhamento das Questões Energéticas (CGP)
Moderação: Dr. João Ricardo Vasconcelos (jornalista 20 de Outubro de 2007 – 17h
Setembro

da RTP) na Biblioteca Municipal de Castelo Branco Local: Hotel Rona Dalba


15 /09/2007, 15h Tertúlia “Apresentação da fanzine 'Cadernos
Ultra-Periféricos' (n.º 8)”
Colaboração: Núcleo de Castelo Branco da Amnistia Com: arquitecto Vasco Câmara Pestana (ed.) e
Internacional poeta Carlos Baptista
Edição bilingue.
Apoios: Hotel Rainha D. Amélia e Restaurante Zé dos
Cachopos
20 de Outubro de 2007 – 19h 30m
Local: Ateneo de Salamanca
Inauguração da “Exposição de Pintura “Mulheres
Mater* da Beira: resistência de granito, doçura de mel e
rosmanhinho” de 20 de Outubro a 17 de Novembro
Como a água do tanque e os húmidos de 2007
silêncios
de ontem 20 de Outubro de 2007 – 20h 30m
como a luz que ninguém viu cair Local: Ateneo de Salamanca
nos espelhos de assombro Concerto com o “Quarteto Aeminium”
como a torre distante para onde se dirigem Programa: Fado de Coimbra e Baladas de José
as aves Afonso
OUTUBRO
em cada entardecer Apoios:
Junta de Freguesia de Castelo Branco
Obscuramente te nomeio num grito Câmara Municipal de Castelo Branco
obsceno que interminavelmente ecoa
através do labirinto da minha mortalidade Organização:
Casa comum das Tertúlias | Tertulia Rona Dalba |
Não te direi pura e ferida de uma ânsia Ateneo de Salamanca
sem fim de carícias
nem tão pouco obrigarei minha língua a
Agenda Tertuliana

sofrer
Pintura de
nas altas escarpas da tua magnimidade Joaquim Leite |
Bar X-Terna,
simplesmente cruzarei o umbral da casa Portalegre |
destruída 56.ª iniciativa
para me confundir com os fantasmas C C T |
de um tempo mais genuíno Janeiro/2003.

e voltarei a chamar-te com o receio


infundado da criança
que imagina o mundo eterno e repleto de
perigos

*Por: Carlos Xama

Agenda Municipal de Castelo Branco destaca iniciativa


da CCT

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