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CONCURSO UFPE 2019 – SERVIÇO SOCIAL

NOTA DE AULA – PLANEJAMENTO


FACILITADORA: TANANY REIS

1. Planejamento e Serviço Social


 O planejamento começa a integrar a matriz discursiva do Serviço Social, com maior intensidade, na década de
1970, parametrado pelo discurso da racionalidade e da intervenção nos processos de mudança, necessários
e em curso nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento (NOGUEIRA; MIOTO, 2006)

 Na atualidade há grande demanda para o planejamento, gestão e formulação de políticas públicas, em razão
(TEIXEIRA, 2009):
o dos marcos jurídico-políticos da Constituição de 1988, que avançou na concepção de direitos sociais
(no que toca à política de Seguridade Social)
o do reconhecimento de direitos em outros campos, a exemplo dos conquistados pelas diversificadas
etnias e “minorias”, na medida em que essa mesma Constituição inovou e inaugurou um pluralismo
jurídico para a atuação com diferentes formações sociais.

 Na área da saúde o planejamento é utilizado de forma ampla e em distintos espaços e dimensões, a saber
(NOGUEIRA; MIOTO, 2006):
o 1) formalizar as políticas de saúde;
o 2) dar organicidade aos sistemas de saúde, na dimensão gerencial e tecno-assistencial para
implantação do SUS, para a delimitação dos sistemas locais de saúde, para a gestão do sistema de
saúde suplementar, no planejamento em saúde, selecionando as prioridades e a partir do
reconhecimento das necessidades de saúde;
o 3) prever a cobertura dos serviços de saúde; favorecer a gerência e a gestão em saúde, fornecendo as
ferramentas para a avaliação de programas, de serviços e de cuidados em saúde e previsão de custos e
alocação de recursos.

 Há três enfoques básicos do planejamento (NOGUEIRA; MIOTO, 2006):


o o planejamento social em si, como instrumento que orienta as mudanças sociais;
o o planejamento institucional, como instrumento de gestão e gerência;
o o planejamento como técnica estritamente ligada à ação profissional, isto é, à orientação da ação, ou
seja, como instrumento inerente à prática profissional.

 Sobre o planejamento como instrumento inerente à prática profissional é importante destacar que:
o é imperioso planejar o trabalho;
o há necessidades que balizam a construção do projeto de trabalho profissional:
 identificar aquilo que requer a intervenção profissional de assistentes sociais;
 reconhecer de que forma a intervenção profissional irá responder às necessidades sociais que,
transformadas em demandas, serão privilegiadas nos processos de trabalho nos quais a profissão é
requerida.

 O projeto [profissional] deve ser escrito, não pode estar apenas na cabeça do profissional; a sua
materialização é fundamental, pois é necessário que o projeto de trabalho possa ser acessado, acompanhado
e entendido.

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 O projeto de trabalho deve ser um elemento fundamental de reafirmação do projeto ético-político


profissional e, portanto, construído para ser um elemento que indique, tanto para a instituição como para a
população usuária, os compromissos assumidos pela profissão.

 O projeto de trabalho materializa o compromisso profissional e tem a possibilidade de lhe conferir


substância política. Esse caminho poderá levar à ruptura com o papel de “executor terminal de políticas
sociais” (NETTO, 1990), materializando uma identidade profissional que responde com produção de
conhecimento, pela tarefa de planejar, assessorar e propor intervenções na realidade social.

 Do ponto de vista jurídico-legal, dois instrumentos são fundamentais para a construção do projeto
profissional:
o a Lei n. 8.662/1993, que regulamenta a profissão;
o o Código de Ética Profissional, que define as competências e os valores éticos norteadores do trabalho
profissional.

 A Lei de Regulamentação da Profissão diz o que se deve e se pode fazer (em termos de competências e
atribuições privativas); o Código anuncia quais valores devem ser preservados, quando se explicita o trabalho
a ser desenvolvido. Assim, ao elaborar uma proposta de trabalho, é preciso ter claro que ela deve
referendar sempre os princípios éticos fundamentais.

 Também se coloca como requisito fundamental para a elaboração da proposta o conhecimento das
legislações específicas do campo da política social, como ferramenta essencial para o exercício profissional.

 O projeto de trabalho constitui um instrumento fundamental para a consolidação do projeto ético-político


profissional.

 Elementos constitutivos do projeto de trabalho profissional:


o identificação institucional;
o reconhecimento de quem são os cidadãos usuários do serviço;
o reconhecimento das demais intervenções profissionais que compartilham e/ou disputam o espaço
com o Serviço Social, buscando compreender a totalidade da proposta de trabalho que se estabelece
nesse espaço;
o identificação do espaço sócio-ocupacional dentro da realidade social onde o trabalho se inscreve,
reiterando a compreensão de que é necessário ter clareza dos impactos que o modo de organização da
sociedade causa sobre a realidade de onde se desenvolve o trabalho;
o explicitação da filiação teórica a partir da qual é construído o projeto de trabalho (necessidade de
clarificar quais são os pressupostos teóricos que vão dar concretude ao trabalho).

 Elementos fundamentais para a formulação/elaboração do projeto profissional:


o 1. a identificação, a delimitação e a justificativa, claras, do objeto da ação (o que o assistente social, com
seu trabalho, se propõe a atender; que refrações da questão social serão objetos de sua intervenção;
estabelecimento de prioridades, que, por sua vez, devem responder de forma efetiva às demandas
colocadas);

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o 2. a definição dos objetivos (o que o profissional pretende fazer, quais objetivos pretende alcançar;
estes objetivos devem ser claros e exequíveis; a definição de objetivos dá a clareza necessária para
compreender a proposta de intervenção profissional);
o 3. a identificação das metas (quantificar e qualificar o trabalho proposto; devem estar relacionadas
com os objetivos; é necessária a explicitação de indicadores, que serão os medidores da efetividade do
trabalho; explicitação dos resultados que se deseja alcançar, considerando que todo o trabalho social
pressupõe, ao ser executado, uma transformação da realidade; identificação das estratégias de
monitoramento do trabalho, a fim de que se possam avaliar os resultados);
o 4. o apontamento dos recursos (o projeto deve deixar muito claro quais recursos serão necessários
para a sua execução; é preciso atentar para os recursos financeiros que serão despendidos, o que nos
exige cada vez mais, entender de orçamento (público ou privado) e dos mecanismos de formulação de
propostas orçamentárias e de desembolso financeiro; o entendimento sobre orçamento (público ou
privado) e sobre mecanismos de formulação de propostas orçamentárias e de desembolso financeiro é
necessário não apenas para propor um projeto de trabalho exequível, mas também para buscar
estratégias de alargamento de recursos para atender às demandas dos cidadãos usuários);
o 5. a indicação dos mecanismos de controle (definição de como os registros serão efetuados e de como
o conhecimento produzido no trabalho será potencializado; um projeto de trabalho deve preocupar-se
com que todo o conhecimento produzido seja um elemento que realimente novos projetos e que
ofereça elementos de reforço à população usuária, na sua organização por ampliação de direitos
sociais).

 A composição dos dados utilizados na elaboração do projeto profissional deve estar baseada em uma leitura
da realidade que aponte os elementos que fundamentarão a proposta formulada. Dessa forma, a pesquisa [e
de uma forma mais abrangente, a dimensão investigativa da prática profissional] transforma-se em elemento
fundamental para o trabalho. É essencial que o assistente social esteja respaldado por dados da realidade
que assegurem a legitimidade de sua proposta e lhe confiram qualidade.

 Quadro síntese – formulação do projeto profissional:

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 Referências:
o COUTO, Berenice Rojas. Formulação de projeto de trabalho profissional. In: Serviço Social: direitos
sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.
o NOGUEIRA, Vera Maria; MIOTO, Regina Célia Tamaso. Sistematização, planejamento e avaliação das
ações dos assistentes sociais no campo da saúde. In: MOTA, Ana Elizabete et al. (ORGs). Serviço Social e
saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez; Brasília – DF: OPAS, OMS, Ministério da
Saúde, 2009.
o PAIVA, Beatriz Augusto. Reflexões sobre pesquisa e processos de formulação e gestão. In: Capacitação
em Serviço Social e Política Social: Módulo 4: O trabalho do assistente social e as políticas sociais.
Brasília: CEAD UnB, 1999.
o TEIXEIRA, Joaquina Barata. Formulação, administração e execução de políticas públicas. In: Serviço
Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.

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2. Considerações sobre planejamento, na perspectiva de Myrian Veras Baptista

 O planejamento é um processo lógico (ou lógico-racional) e também um processo político.

 Como processo racional o planejamento se organiza por operações complexas e interligadas de:
o Reflexão;
o Decisão;
o Ação;
o Retomada da reflexão.

 A dimensão política do planejamento decorre do fato de que ele é um processo contínuo de tomada de
decisões, inscritas em relações de poder, o que caracteriza ou envolve uma ação política.

 Para que o planejado se efetive como desejado, é fundamental que, além do conteúdo tradicional de
leitura da realidade para o planejamento da ação, sejam aliados à apreensão das condições objetivas o
conhecimento e a captura das condições subjetivas do ambiente em que ela ocorre.

 Assumida a decisão de planejar, o movimento de reflexão-decisão-ação-retomada da reflexão realiza


concomitantemente as seguintes aproximações, também chamadas de fases metodológicas (PARA MAIS
DETALHES, CONSULTAR O TEXTO “planejamento - myrian veras baptista.pdf”, QUE ESTÁ NO DRIVE):
o 1. (re) construção do objeto;
o 2. estudo de situação;
o 3. definição de objetivos para a ação;
o 4. formulação e escolhas de alternativas;
o 6. implementação;
o 7. implantação;
o 8. controle de execução;
o 9. avaliação de processo e da ação executada;
o 10. retomada do processo em outro patamar.

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 Síntese da dinâmica do processo de planejamento:

 Referência:
o BAPTISTA, Myrian Veras. Planejamento social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: Veras
Editora; Lisboa: CPIHTS, 2000.

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3. Planejamento estratégico:

 Teixeira (2009) nos diz que o planejamento estratégico:


o é a forma contemporânea da planificação;
o possui forte conteúdo político;
o contrapõe-se ao planejamento tradicional (também chamado de normativo).

 A categoria estratégia, segundo Teixeira (2009):


o confere um sentido político para a gestão pública e o planejamento;
o evidencia a noção de combate e enfrentamento;
o agrega ao processo a noção de mobilização, de negociação, de movimento, de manejo de técnicas e de
recursos, ou seja, de todos os meios táticos necessários para enfrentar o(s) oponente(s) ou uma situação
complexa.

 Para Teixeira (2009), a gestão pública democrática sintoniza com o planejamento estratégico porque:
o tende a romper, nas organizações, com as hierarquias verticais rígidas de comando, promovendo um
tipo de comunicação horizontal intensiva (colegiada);
o busca ultrapassar a democracia representativa, combinando-a com a democracia participativa ou
direta.

 Segundo Teixeira (2009), quando consideramos a categoria estratégia os seguintes procedimentos (que são
inter-relacionados), passam a fazer parte do exercício de planejar:
o identificação do “terreno” ou “cenário” em que se desenvolverá a ação e suas tendências;
o identificação de “aliados”, “oponentes”, “interessados”, “neutros” e, em alguns casos, até “inimigos”,
mapeando a natureza e consistência de seus vínculos;
o identificação do perfil das forças em confronto, seus recursos, suas técnicas, suas alianças (em
magnitude e qualidade), sua capacidade operacional;
o identificação do tempo disponível (de luta).

 Fritsch (1996) destaca que o planejamento estratégico é uma das ferramentas atuais que pode ser apropriada
pelo Serviço Social, de modo situado e crítico, para imprimir dinamicidade, organicidade e concretude à
intervenção profissional.

 Ainda de acordo com Fritsch (1996), a manipulação do instrumental deve se sustentar em valores éticos
universais (vida, liberdade, igualdade, trabalho), ou seja, deve primar pela valorização da pessoa humana. O
recurso ao planejamento estratégico não significa uma mudança de paradigmas para o Serviço Social, uma
vez que o planejamento estratégico deve ser apropriado, como instrumental, a constituir-se num “conjunto
articulado de conhecimentos e técnicas que permitem a operacionalização da ação profissional”.

 Fritsch (1996) salienta que o planejamento estratégico, junto com outros instrumentais, é um dos caminhos
para avançarmos enquanto profissionais no domínio de intervenções com competência técnica, conquanto
(ou seja, embora), munidos, também de competência política.
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 Segundo Fritsch (1996), a análise da relação entre o planejamento estratégico e o Serviço Social se dará por
intermédio de poder e participação. Poder evidencia-se como uma categoria essencial do planejamento
estratégico e participação, do Serviço Social. Poder e participação se interpenetram, considerando ser
fundamental a posição ocupada pelas pessoas nos processos de mudança ou de manutenção de
determinada situação.

 Fritsch (1996) diz que a participação é o elemento de vinculação direta do planejamento estratégico com o
Serviço Social.

 Referências:
o FRITSCH, Rosângela. Planejamento estratégico: instrumental para a intervenção do Serviço Social? In:
Revista Serviço Social e Sociedade, nº 52, p. 127 a 144. São Paulo: Cortez, 1996.
o TEIXEIRA, Joaquina Barata. Formulação, administração e execução de políticas públicas. In: Serviço
Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.

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4. Planejamento estratégico – considerações a partir de Carlos Matus:

 O “grande nome” do planejamento estratégico é Carlos Matus, economista chileno que desenvolveu a
metodologia do Planejamento Estratégico Situacional (PES). A proposta de planejamento desenvolvida por
Matus vem na contramão do chamado “planejamento tradicional” que por vezes tende a se apresentar de
maneira burocrática, morosa e falha.

 Para Matus, o planejamento tradicional, que este autor chama de normativo, não fornece o instrumental
necessário para que o “ator” participe do jogo social de maneira mais efetiva. Esse “jogo social” é forjado a
partir da variedade de interesses políticos, econômicos e culturais que levam “atores” a entrar em conflito
ou em cooperação com outros ao perseguirem seus objetivos

 Segundo Matus, o jogo social requer um tipo de planejamento que articule técnica com política, estabeleça,
coerentemente, as ações face aos objetivos e aos meios para alcançá-los e formule estratégias para o
encontro com outros atores.
 A metodologia elaborada por Matus (Planejamento Estratégico Situacional – PES) é composta por quatro
momentos que objetivam superar os problemas principais do planejamento:

 Os momentos do Planejamento Estratégico Situacional são momentos e não etapas porque, como diz Matus,
“são um permanente fazer, uma permanente aprendizagem, um permanente cálculo, uma permanente
explicação, um permanente desenho e uma ação persistente no dia a dia. É como uma espécie de espiral,
onde os momentos se repetem incessantemente, mas mudando de conteúdo, contexto e lugar no tempo”
(DIEESE, 2014).

 Nenhum momento está isolado dos demais. O que ocorre é um domínio passageiro de um momento sobre
os demais ao longo do processo (DIEESE, 2014).

 Momento explicativo: busca-se conhecer a situação atual, procurando identificar, priorizar a e analisar seus
problemas. Apesar das semelhanças desse momento com o chamado “diagnóstico tradicional”, aqui se
considera a existência de outros atores, que têm explicações diversas sobre os problemas, impossibilitando
a construção de uma leitura única e objetiva da realidade; busca explicar a realidade de intervenção
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situacionalmente e responde a questões como: o que foi, o que é, e o que tende a ser;

 Momento normativo: quando são formuladas soluções para o enfrentamento dos problemas identificados,
priorizados e analisados no momento explicativo, que podemos entender como o momento de elaboração
de propostas de solução; momento em que são detalhadas as propostas em função dos cenários previstos
e dos possíveis resultados do plano; o que deve ser é o questionamento que orienta esta etapa;

 Momento estratégico: busca-se aqui analisar e construir viabilidade para as propostas de solução
elaboradas, formulando estratégias para se alcançarem os objetivos traçados; responde ao questionamento:
o que pode ser. Nesta etapa a viabilidade do plano é examinada e definem-se os momentos de ação
perante os movimentos dos sujeitos envolvidos no mesmo;

 Momento tático-operacional: é o momento de execução do plano. Aqui devem ser definidos e


implementados o modelo de gestão e os instrumentos para acompanhamento e avaliação do plano; a
pergunta a ser respondida neste momento é o que fazer. Este momento é o de definição das estratégias, das
responsabilidades de cada envolvido na implementação do plano.

 Referências:
o CAMPOS, Francisco Carlos Cardoso de. Planejamento e avaliação das ações em saúde. Belo Horizonte:
Nescon/UFMG, 2010.
o BERTOLLO, Kathiuça. Planejamento em Serviço Social: tensões e desafios no exercício Profissional. In:
Temporalis, Brasília (DF), ano 16, n. 31, jan/jun. 2016.
o DIEESE. Planejamento estratégico situacional. Brasília/DF: Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Educação, 2014.
o FIGUEIREDO FILHO, Wilson Bento; MÜLLER, Geraldo. Planejamento estratégico segundo Matus:
proposta e crítica. s. l. : s. ed., s. d.

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5. Planejamento participativo – considerações a partir de Danilo Gandin

 Para Gandin (2001), o planejamento participativo pretende ser mais do que uma ferramenta para a
administração; parte da ideia que não basta uma ferramenta para “fazer bem as coisas” dentro de um
paradigma instituído, mas é preciso desenvolver conceitos, modelos, técnicas, instrumentos para definir “as
coisas certas” a fazer, não apenas para o crescimento e a sobrevivência da entidade planejada, mas para a
construção da sociedade; neste sentido, inclui como sua tarefa contribuir para a construção de novos
horizontes, entre os quais estão, necessariamente, valores que constituirão a sociedade.

 Gandin (2001) informa que o planejamento participativo é uma escola diferenciada dentro das possíveis
alternativas na área do planejamento (as outras alternativas que ele menciona são o gerenciamento de
qualidade total e o planejamento estratégico).

 Para Gandin (2001), a finalidade do planejamento participativo é contribuir para a transformação da


sociedade na linha da justiça social, no sentido de que todos participem das decisões, mas, sobretudo, dos
bens materiais e não materiais encontrados na natureza ou produzidos pelas pessoas humanas.

 Na concepção de Gandin (2001) planejar, na perspectiva do planejamento participativo, é desenvolver um


processo técnico para contribuir num projeto político.

 Ainda de acordo com Gandin (2001), o planejamento participativo tem como conceitos distintivos o de
marco referencial e o de necessidade.

 Diferentemente de outros tipos de planejamento, no planejamento participativo o primeiro momento não é o


diagnóstico, mas a definição do horizonte, ou seja, do marco referencial. O marco referencial se divide em
três partes:
o 1. marco situacional: compreender a realidade global na qual se insere a instituição planejada;
o 2. marco doutrinal: propor um projeto político-social de ser humano e de sociedade;
o 3. marco operativo: firmar um processo técnico ideal para contribuir com a construção deste ser
humano e desta sociedade.

 A principal característica do planejamento participativo não é o fato de nele se estimular a participação das
pessoas; isto existe em quase todos os processos de planejamento. Não há condições de fazer algo na
realidade atual sem, pelo menos, pedir às pessoas que tragam sugestões. Usa-se esta “participação” até
para iludir e/ou cooptar. Para a metodologia do planejamento participativo, a participação “[...] inclui a
distribuição do poder e a possibilidade de decidir na construção não apenas do ‘como’ ou do ‘com que’ fazer,
mas também do ‘o que’ e do ‘para que’ fazer” (GANDIN, 2001, p. 81)

 Segundo Bertollo (2016), o planejamento participativo possui estreita ligação com o projeto ético-político
que o Serviço Social assumiu e defende desde a ‘intenção de ruptura/movimento de reconceituação.

 Referências:
o BERTOLLO, Kathiuça. Planejamento em Serviço Social: tensões e desafios no exercício Profissional. In:
Temporalis, Brasília (DF), ano 16, n. 31, jan/jun. 2016.
o GANDIN, Danilo. A posição do planejamento participativo entre as ferramentas de intervenção na
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realidade. In: Currículo sem Fronteiras, v.1, n.1, pp.81-95, Jan/Jun 2001.

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6. Planificação do planejamento – plano, programa e projeto

 Às vezes são confundidos com o próprio planejamento, mas são apenas os meios pelos quais o
planejamento se expressa;

 A distinção entre estes documentos está no nível de agregação de decisões e no detalhamento das operações
de execução;

 Plano > Programa > Projeto;

 Plano: maior abrangência e menor detalhamento;

 Projeto: menor o âmbito e maior o detalhamento.

PLANO / PROGRAMA / PROJETO (BAPTISTA)


PLANO PROGRAMA PROJETO
Estrutura organizacional por inteiro Setor, área ou região Detalhamento de alternativas
singulares de intervenção
Quanto maior o âmbito e menor o Documento que detalha, por É a unidade elementar do
detalhe referido, mais o setor, a política, diretrizes, metas e processo sistemático de
documento se caracteriza como medidas instrumentais. racionalização de decisões.
um plano.
É basicamente, um Constitui-se da proposição de
O plano delineia as decisões de desdobramento do plano: os produção de algum bem ou
caráter geral do sistema, suas objetivos setoriais do plano irão serviço, com emprego de técnicas
grandes linhas políticas, suas constituir os objetivos gerais do determinadas, com o objetivo de
estratégias, suas diretrizes e programa. obter resultados definidos em um
precisa responsabilidades. determinado período de tempo e
É mais que um punhado de de acordo com um determinado
projetos, pois pressupõe também, limite de recursos.
vinculação entre os projetos
componentes.

PLANO / PROGRAMA / PROJETO (TEIXEIRA)


PLANO PROGRAMA PROJETO
É o documento mais abrangente e É o documento que indica um É a menor unidade do processo de
geral, que contém estudos, conjunto de projetos cujos planejamento.
análises situacionais ou resultados permitem alcançar o
diagnósticos necessários à objetivo maior de uma política É um instrumento técnico
identificação dos pontos a serem pública (ou de política administrativo de execução de
atacados, dos programas e institucional). empreendimentos específicos,
projetos necessários, dos direcionados para as mais variadas
objetivos, estratégias e metas. atividades interventivas e de
pesquisa no espaço público e no
espaço privado.

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PLANO / PROGRAMA / PROJETO (NOGUEIRA E MIOTO)


PLANO PROGRAMA PROJETO
Como Caracteriza- É o instrumento mais utilizado pelos assistentes sociais em sua prática, pois
instrumento se pela inúmeras vezes o processo de planejamento está implícito no cotidiano
normativo agregação institucional, sem uma expressão formal, que pode ser o plano ou o programa.
que é, de
Concretiza as decisões, sinaliza para ações que operacionalizam as intenções e
expressa as atividades
objetivos contidos nos planos e programas. Por essa razão se pode afirmar que
intenções ou
o projeto concretiza o planejamento.
mais parcialização
amplas, as do plano em
Como documento técnico deve expressar as razões que justificam a ação – o
diretrizes e relação ao
que exige uma leitura acurada da realidade em que se situa, abordando as
as tempo,
particularidades do real que se articulam e imprimem um nexo ao movimento
perspectivas espaço e
do próprio real.
gerais da natureza do
mudança objeto. O projeto não é um documento com facies teórica, mas pautado na realidade,
pretendida. nas situações reais de existência. Obviamente, análises explicativas sobre o
fenômeno estudado são necessárias como instrumentos para apreensão do
Éa mesmo e, portanto, proporcionando maior pertinência na escolha de
proposição alternativas de ação.
histórica do Expressa, ainda, o detalhamento das ações e atividades que se pretende
devir. realizar para atingir os objetivos, incluindo a definição de responsabilidades.
Consiste no elo entre os objetivos definidos e a realidade, entre a possibilidade
de ação e a execução sobre as variáveis que se pretende alterar. É o que
possibilita o controle da atuação durante seu intercurso e a sua avaliação
posterior.

PLANO / PROGRAMA / PROJETO (CURY)


PLANO PROGRAMA PROJETO
O plano fornece um referencial O programa é o aprofundamento É um empreendimento planejado
teórico e político, as grandes do plano, o detalhamento por que consiste num conjunto de
estratégias e diretrizes que setor das políticas e diretrizes do atividades inter-relacionadas e
permitirão a elaboração de plano. coordenadas para alcançar
programas e projetos específicos, objetivos específicos dentro dos
É um conjunto de projetos que
dentro de um todo sistêmico limites de um orçamento e de um
buscam os mesmos objetivos.
articulado e, ao mesmo tempo, período de tempo dados
externamente coerente ao Estabelece as prioridades nas
É a unidade mais específica e
contexto no qual se insere. intervenções, ordena os projetos e
delimitada dentro da lógica do
aloca os recursos setorialmente.
Em um plano, os problemas são planejamento, é a unidade mais
selecionados, estabelecendo-se Em geral, as organizações operativa de ação, o instrumental
áreas de concentração, e para responsáveis pelos programas são mais próximo da execução.
essas áreas elaboram-se governamentais, mas existem
programas que, não raro, também instituições privadas que
derivarão em projetos. operam dentro das diretrizes das
políticas públicas.

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PLANO / PROGRAMA / PROJETO (COHEN E FRANCO)


PLANO PROGRAMA PROJETO
É a soma de programas que É um conjunto de projetos que Empreendimento planejado que
procuram objetivos comuns. perseguem os mesmos objetivos. consiste num conjunto de
atividades inter-relacionadas e
Ordena os objetivos gerais e os Estabelece as prioridades da coordenadas para alcançar
desagrega em objetivos intervenção, identifica e ordena os objetivos específicos dentro dos
específicos, que constituirão, por projetos, define o âmbito limites de um orçamento e de um
sua vez, os objetivos gerais dos institucional e aloca os recursos a período de tempo dados.
programas. serem utilizados.
É a unidade mais operativa dentro
Determina o modelo de alocação O horizonte temporal dos do processo de planejamento e
de recursos resultantes da decisão programas é, em geral, de um a constitui o elo final de tal
política. cinco anos, embora existam processo.
Dispõe as ações programáticas em muitos que superam esse período Está orientado à produção de
uma sequência temporal de de vida. determinados bens ou a prestar
acordo com a racionalidade As organizações responsáveis serviços específicos.
técnica das mesmas e as pelos programas são
prioridades de atendimento. predominantemente públicas, mas O período de implementação dos
existem também instituições projetos normalmente oscila entre
O plano inclui a estratégia, isto é, privadas que operam dentro das um e três anos, mas pode ter uma
os meios estruturais e diretrizes traçadas pelos órgãos de duração muito maior quando são
administrativos, assim como as planejamento. partes de um programa.
formas de negociação,
coordenação e direção. As organizações-agentes que têm
a seu encargo a formulação e a
O período de vigência do plano execução de projetos pertencem
pode variar entre um e vinte anos. tanto ao setor público como ao
privado e desenvolvem suas
Os responsáveis pela formulação atividades na área do projeto.
do plano são as Secretarias de
Planejamento ou seus
equivalentes que funcionam como
um sistema nacional ou setorial e
que sempre pertencem ao setor
público.

 Referências:
o BAPTISTA, Myrian Veras. Planejamento social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: Veras
Editora; Lisboa: CPIHTS, 2000.
o COHEN, Ernesto; FRANCO, Rolando. Avaliação de projetos sociais. Petrópolis: Vozes, 1993.
o CURY, Thereza Christina Holl. Elaboração de projetos sociais. In: ÁVILA, Célia Maria (Coord.). Gestão de
programas sociais. São Paulo: AAPCS – Associação de Apoio ao Programa Capacitação Solidária, 2001.
o NOGUEIRA, Vera Maria; MIOTO, Regina Célia Tamaso. Sistematização, planejamento e avaliação das

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ações dos assistentes sociais no campo da saúde. In: MOTA, Ana Elizabete et al. (ORGs). Serviço Social e
saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez; Brasília – DF: OPAS, OMS, Ministério da
Saúde, 2009.
o TEIXEIRA, Joaquina Barata. Formulação, administração e execução de políticas públicas. In: Serviço
Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.

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7. O planejamento como uma atribuição e competência profissional do assistente social

 o planejamento constitui-se em uma atribuição (privativa) e uma competência no exercício do Serviço Social.

 as competências profissionais, dispostas no art. 4º da Lei de Regulamentação da profissão, que possuem


relação direta com o ato de planejar são:
o I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública,
direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;
o II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de
atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil;
o VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;
o VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e
para subsidiar ações profissionais;
o VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas
privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo;
o X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social.

 as atribuições privativas, dispostas no art. 5º da Lei de Regulamentação da profissão, que possuem relação
direta com o ato de planejar são:
o I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e
projetos na área de Serviço Social;
o II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social;
o III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas privadas e
outras entidades, em matéria de Serviço Social.

 o planejamento foi reconhecido e assumido legal e normativamente como uma das atribuições do
assistente social nas diferentes esferas de atuação, seja pública, privada ou terceiro setor. Tal posição deve-
se ao reconhecimento do planejamento e de seus instrumentos enquanto possibilidades de tensionar e
“alargar” a esfera política de luta e defesa dos direitos sociais, bem como a sua operacionalização junto aos
indivíduos.

 também no código de ética profissional há direitos e deveres relacionados com o planejamento:


o Art. 2º a: [...] participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na formulação e
implementação de programas sociais;
o Art. 3º: é definido como um dever do assistente social [...] participar de programas de socorro à
população em situação de calamidade pública, no atendimento e defesa de seus interesses e
necessidades.
o Art. 7º: é direito deste profissional “[...] ter acesso a informações institucionais que se relacionem aos
programas e políticas sociais e sejam necessárias ao pleno exercício das atribuições profissionais”,
o Art. 8º: são deveres do assistente social [...] programar, administrar, executar e repassar os serviços
sociais assegurados institucionalmente; [...] empenhar-se na viabilização dos direitos sociais dos
usuários através dos programas e políticas sociais
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CONCURSO UFPE 2019 – SERVIÇO SOCIAL
NOTA DE AULA – PLANEJAMENTO
FACILITADORA: TANANY REIS

 no seu cotidiano de trabalho, o assistente social é requisitado a elaborar, operacionalizar e avaliar planos,
programas e projetos.

 a partir das duas últimas décadas do séc. XX - no âmbito público - o assistente social passa além de ocupar
o cargo de técnico executor, a ocupar cargos de chefia, isto é, de gestor das mais diversas políticas sociais,
dentre as quais se destacam a política de assistência social, saúde, educação e habitação, o que requisita
deste, conhecer o planejamento; bem como oportuniza a profissão chegar e ocupar um “espaço
privilegiado” na correlação de forças existentes nesta esfera.

 na iniciativa privada, o assistente social também é chamado a desenvolver planos, programas e projetos:
o junto aos empregados, das famílias destes ou da comunidade ao redor da empresa em que atua. Nesse
contexto, é importante considerar que nos últimos anos ganhou relevância a chamada
“responsabilidade social empresarial”, e, consequentemente, o assistente social é um dos profissionais
requisitados para intervir nas atividades com esta caracterização;
o Ganha relevância também o financiamento de projetos sociais, principalmente apresentados por
ONGs, através dos Institutos e das Fundações de grandes grupos econômicos;

 nos diferentes contextos sócio-ocupacionais em que o assistente social é requisitado para o planejamento,
a execução e a avaliação das ações devem se explicitar e se manifestar as três dimensões que constituem o
seu exercício profissional: a dimensão técnico-operativa, teórico-metodológica e ético-política.

 cabe ao assistente social planejador, executor e avaliador de planos, programas e projetos, superar a tensão
entre o projeto profissional e os limites postos pelo processo de assalariamento.

 o desafio que se põe ao profissional é o movimento de reconstrução do objeto de intervenção, ou seja, de


não se deixar sucumbir ao imediatismo e ao praticismo que a instituição por vezes mantém e requer.

 reconhece-se o planejamento enquanto uma competência do exercício profissional do assistente social,


mas tal atribuição deve refutar o caráter “funcional, imediatista e praticista” de intervenção e pautar-se
numa perspectiva tensionadora, emancipatória e de liberdade.

 é fundamental que os profissionais aprofundem o conhecimento sobre metodologias que venham a romper e
superar com a forma tradicional de planejamento, geralmente pautada na hierarquização das atribuições e
decisões entre técnicos - “detentores de um saber especializado” e os sujeitos usuários/beneficiários de tais
intervenções - planos, programas e projetos.

 o planejamento participativo deve ser enfatizado, pois esta metodologia “horizontaliza” o ato de planejar,
executar e avaliar, uma vez que considera os indivíduos sujeitos políticos com capacidade de interferir nas
deliberações, no que e como está sendo proposto. Tal posicionamento afina-se com os preceitos defendidos
pelo projeto ético-político do Serviço Social materializados no Código de Ética profissional e na Lei de
Regulamentação da profissão.

 Referência:
o BERTOLLO, Kathiuça. Planejamento em Serviço Social: tensões e desafios no exercício Profissional. In:
Temporalis, Brasília (DF), ano 16, n. 31, jan/jun. 2016.

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CONCURSO UFPE 2019 – SERVIÇO SOCIAL
NOTA DE AULA – PLANEJAMENTO
FACILITADORA: TANANY REIS

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