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São Paulo
2019
FACULDADE PAULUS DE COMUNICAÇÃO
São Paulo
2019
Palumo, Yanca Nazário Taveira.
A construção identitária da América Latina através das narrativas de
blogs especializados em turismo / Yanca Nazário Taveira Palumo. - 2019.
98 f. : il.; 30 cm.
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São Paulo
2019
Em tempos de conflitos e resistências latino americanas,
recordo Victor Jara e repito de maneira dedicatória: “el
derecho de vivir en paz”.
AGRADECIMENTOS
Por infinito incentivo e apoio aos estudos desde a infância, agradeço à minha mãe e
meu padrasto. Sou grata ao meu companheiro Ítalo, por acreditar em mim mais do
que eu mesma e oferecer acalento nas pirações estudantis e cotidianas.
Por embarcar pacientemente nessa viagem acadêmica comigo, agradeço à minha
orientadora Fernanda, que me proporcionou autonomia para trilhar e descobrir os
incontáveis caminhos dessa pesquisa.
Por fim, ressalto ainda meu sincero obrigada aos professores e professoras desta
instituição, que contribuíram de modo imensurável em minha formação como
jornalista e ser humano.
RESUMO
Tendo em vista a influência das mídias digitais na sociedade, este trabalho visa
analisar como as narrativas utilizadas em blogs de turismo constroem a identidade
da América Latina. A base da pesquisa será a partir do levantamento de aspectos
culturais e sociais da prática do turismo e das formas de comunicação, visando o
estudo das características das mídias digitais. Além disso, há um mapeamento
das categorias de blogs e os formatos de produção de conteúdo e interação na
plataforma, e o levantamento dos elementos narrativos apontados por Stuart Hall.
Com isso, espera-se compreender como jornalistas blogueiros podem contribuir na
maneira como a América Latina é compreendida em seu fator identitário.
Given the influence of digital media on society, this paper aims to analyze how the
narratives used in tourism blogs build the identity of Latin America. The research
base will be based on the survey of cultural and social aspects of tourism practice
and the forms of communication, monitoring or study of the characteristics of digital
media. In addition, there is a mapping of blogging categories and formats of
content production and interaction on the platform, and the survey of narrative
elements pointed out by Stuart Hall. With this, we hope to understand how blogging
journalists can contribute in the way that Latin America is understood in its identity
factor.
INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………………..11
1. A EVOLUÇÃO DO TURISMO ………………………………………………………...14
1.1 Por que o homem se locomove? ………………………………………….15
1.2 Os avanços tecnológicos e ascensão dos serviços turísticos ...…...17
2. A COMUNICAÇÃO DIGITAL E OS BLOGS TURÍSTICOS ………………............22
2.1 A tecnologia em prol da comunicação ………………….……………….23
2.2 Troca de informações no ambiente digital ……………………….……..24
2.3 Blogs e o turismo …………………………………….………...……………26
3. JORNALISMO DE TURISMO ………………………………………………………...31
3.1 Conceituando o jornalismo …………………………………………....…..31
3.2 As quatro fases do jornalismo ………….……………………….......……32
3.3 Jornalismo especializado ………………………………………….……....45
3.4 Jornalismo Turístico ………………...…………………………...….……...49
4. A NARRATIVA E O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA …………..56
4.1 A estrutura narrativa ………………………………………………….……..57
4.2 Narrativas de viagens ………………………………………………….…....59
4.3 Concepção de identidade ……………………………………………….….63
4.4 Elementos narrativos propostos por Stuart Hall ……………….……...65
5. O USO DOS ELEMENTOS NARRATIVOS NA CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DA
AMÉRICA LATINA ………………………………………………………………....……..68
5.1 Esse Mundo é Nosso ……………………………………………….……….68
5.2 Pé na Estrada ………………………………………………………….……...71
5.3 360Meridianos ……………………………………………………....………..74
5.4 Análise …………………………………………………………….……...…...77
CONSIDERAÇÕES FINAIS ………………………………………………….…………..85
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ……………………………………….……....…...87
REFERÊNCIAS WEBGRÁFICAS ……………………………………….…….…...…...91
APÊNDICES …………………………………………………………………….…...…....97
Apêndice A - Cronograma …………………………………………….………..97
Apêndice B - Diário de bordo ……………………………………………....….98
INTRODUÇÃO
O verbo viajar faz parte hoje da realidade de pelo menos 1,2 milhão de
pessoas. Esse número é referente à quantidade de brasileiros que viajaram para o
exterior em 2018, segundo dados da Associação Brasileira das Operadoras de
Turismo1 (Braztoa).
O turismo é o responsável pela interação entre povos e o contato com novas
culturas. Até pouco tempo, o que se sabia de outros países e culturas vinha, para a
maior parte da população, por meio das revistas especializadas e principalmente da
televisão. Viajar para fora do Brasil era uma oportunidade destinada a poucos.
No entanto, ainda que diante de cenários econômicos conflituosos, o turismo
hoje integra um mercado dinâmico que apresenta constante renovação devido às
diversas ofertas e competitividade. Neste mesmo caminhar estão os meios de
comunicação que crescem e se difundem incessantemente, gerando uma forte troca
de informações e opiniões acerca de todo e qualquer conteúdo. Um exemplo que
traz essa ideia à tona é a internet e os conteúdos produzidos para as plataformas
digitais. Esse meio de comunicação é responsável não somente por transmitir
informações, mas também por exercer influência direta no modo de ser e pensar da
sociedade, interferindo no olhar acerca de valores, relações e subjetividades.
Dentro dessas produções para a internet é possível se deparar com a
indústria audiovisual, um termo genérico que se refere às formas de comunicação
que combinam som e imagem. Essa prática pode estar ligada, mesmo que de modo
indireto, à ascensão do turismo e também à maneira como determinados locais são
compreendidos pela sociedade, assim, o papel que o jornalista exerce ao distribuir
conteúdos acerca de países e regiões é de suma importância na construção
identitária destes, visto que há uma considerável potência nas narrativas turísticas
quando se trata da ressignificação e reinventação.
1
BRAZTOA, Associação Brasileira das Operadoras de Turismo. Braztoa divulga faturamento de
R$12,22 bilhões das operadoras de turismo em 2017. Disponível em:
http://braztoa.com.br/braztoa-divulga-faturamento-de-r-1222-bilhoes-das-operadoras-de-turismo-em-2
017/.
dias, do cotidiano maquinizado em engrenagens
subjetivo-sociais-produtivas, para ajudá-los a verem-se de maneiras
diferentes. (BAPTISTA, 2019, p. 20).
2
Disponível em: https://www.essemundoenosso.com.br/
3
Disponível em: https://www.penaestrada.blog.br/
4
Disponível em: https://www.360meridianos.com/
1. A evolução do turismo
É sabido que o ser humano viaja desde a pré-história, já o motivo que levava
o homem pré-histórico a se locomover entre um território e outro, não é o mesmo
que experienciamos hoje.
5
BRASIL. MInistério do Turismo. Copa e Olimpíadas movimentam o turismo no Brasil. Disponível
em: http://www.turismo.gov.br/ultimas-noticias/964-esportes-movimentam-o-turismo-no-brasil.html.
Acesso em: 28 out. 2018.
O turismo por buscas culturais também já existia desde 3000 a.C., quando
viajantes de diversas regiões iam até o Egito para se deslumbrar com as pirâmides.
Neste sentido, não podemos deixar de citar o turismo religioso, ritual de origem
nômade e caracterizado pelo deslocamento de pessoas que expressam sentimentos
místicos ou a fé. Um destaque dessa vertente são as peregrinações, conhecidas em
nível mundial e que acontecem em regiões como Jerusalém (Israel), Santuário
Nacional de Aparecida (Brasil) e Santiago de Compostela (Espanha).
Os autores Arminda Souza e Marcos Corrêa (apud OLIVEIRA, 2004, p. 16)
definem turismo religioso como “tipo de turismo motivado pela cultura religiosa, cuja
característica principal é a ida a locais que possuam conotação fortemente religiosa.”
Sendo assim, esse segmento pode ser atuante de predominância em algumas
cidades, além de se tornar viés de crescimento econômico e lucrativo.
Há também um hábito que acontecia durante a Idade Média, e ainda é
recorrente em todo mundo, em que as famílias nobres encaminhavam seus filhos
para centros culturais da Europa, a fim de agregar na formação destes, dando
origem ao que hoje conhecemos como Intercâmbio Cultural. A prática constitui em
“experiência turística cultural e educacional. [...] As mudanças de visões, de
mentalidades e de comportamentos por meio da interação entre pessoas de culturas
diferentes são definidas como interculturalismo.” (FLEURI, 2000 apud TOMAZZONI;
CUNHA DE OLIVEIRA, 2013, p. 394).
Este ciclo gera o que Santaella (2013) define como cultura participativa, em
que cada usuário possui um hábito de convivência, de modo que, o que cada um
cria ou pensa possui relevância.
6
O mesmo que hiperlink, tem como função abrir uma página da Web ou um documento através do
clique ao lado esquerdo do mouse em um texto ou imagem.
7
CUNHA, Tatiana. 7 tendências no turismo para 2018. Revista Veja. Disponível em:
https://veja.abril.com.br/blog/modo-aviao/7-tendencias-no-turismo-para-2018/. Acesso em: 10 out.
2019.
ABBV8 e a RBBV9. A primeira, Associação Brasileira de Blogs de Viagens, foi
fundada em 2012 e é considerada a primeira entidade da América Latina a
regulamentar e promover os interesses e desenvolvimento dos blogs que atuam no
nicho de viagens. Já a Rede Brasileira de Blogueiros de Viagem, fundada em 2011,
é uma comunidade digital composta por mais de 1.300 pessoas que publicam sobre
inúmeros temas, desde que ligados a turismo e viagens.
Um exemplo interessante que faz uso dos processos narrativos atendendo à
10
procura dos internautas na temática de turismo é o portal Jornalismo de Viagem . A
multiplataforma utiliza a variedade de mídias para construir conteúdos em diferentes
formatos, de modo a levar em consideração o conceito de convergência jornalística
no jornalismo especializado em turismo.
Para ter maior clareza, pode-se compreender que:
8
Associação Brasileira de Blogs de Viagens (ABBV): https://abbv.net.br/
9
Rede Brasileira de Blogueiros de Viagem (RBBV): https://rbbv.com.br/
10
O blog Jornalismo de Viagem foi criado durante o mestrado em Jornalismo na Faculdade Federal
da Paraíba (UFPB) e, atualmente, busca tornar-se referência em conteúdo turístico, desvencilhando
de fins acadêmicos. Disponível em: <https://jornalismodeviagem.com>.
11
We Are Social. Digital in 2017: Global Overview. Disponível em:
https://inteligencia.rockcontent.com/content-trends/. Acesso em: 04 out. 2018.
além de trazer consigo características como informação, espontaneidade e
informalidade. Segundo o autor Orduña (2007):
Orduña et al (2007) explica ainda que o weblog What’s new in ‘92, criado por
Tim-Berners Lee em 1992, foi o precursor e surgiu com o intuito de divulgar as
novidades sobre as pesquisas do projeto World Wide Web. O conteúdo da “www” é
12
constituído por documentos em HTML e, por isso, após a inauguração, em 1990, o
usuário encontrou alguns obstáculos na publicação de conteúdos online, como a
codificação das páginas e o design gráfico. No entanto, serviços de edição e
13
publicação, como o Blogger , surgiram em 1999 e facilitaram a elaboração desses
conteúdos. Deste período em diante, os chamados “web-diários”, blogs que
funcionavam como uma espécie de diário pessoal, aumentaram de forma
significativa. Porém, os “blogs de filtro” ainda permaneceram vivos e se tornaram o
14
que conhecemos hoje como blogs temáticos. De acordo com a revista Wired ,
estima-se que atualmente o número total de blogs esteja em meio milhão.
Para Recuero (2003), os blogs podem ser categorizados da seguinte maneira:
a) diários eletrônicos: onde o usuário publica pensamentos, fatos e
ocorrências de sua vida pessoal. Neste caso, o blog é utilizado como canal de
expressão do autor, por isso leva a denominação “diário”;
b) publicações eletrônicas: quando a página se destina à publicação de
informações, notícias, dicas e comentários de um tema central, por exemplo,
cultura geek ou turismo;
12
HTML - Linguagem de marcação utilizada na construção de páginas na Web. O acrônimo significa
Hyper-Text Markup Language.
13
Blogger - Serviço do Google que oferece ferramentas para edição e gerenciamento de blogs.
Disponível em: <https://www.blogger.com/>.
14
MANJOO, Farhad. Blah, Blah, Blah and Blog. Revista Wired. Califórnia. Disponível em:
<https://www.wired.com/2002/02/blah-blah-blah-and-blog/>.
c) publicações mistas: nesta categoria, o usuário produz conteúdo diverso,
como posts pessoais sobre a própria vida com relatos e experiências, e
também posts informativos com dicas e notícias.
Primo (2008), no entanto, propõe um novo método de categorização dos
blogs, dividindo em quatro tipos:
a) pessoais: em que a produção de conteúdo se baseia em interesse
individual, sem que haja fins mercadológicos;
b) profissionais: escrito por especialista em determinada área e que
comumente atua como profissional e possui experiência com o tema, mesmo
que não haja formação superior;
c) grupais: neles, os conteúdos são publicados por mais de uma pessoa, onde
o foco é voltado para temas de interesse do grupo;
d) organizacionais: mantidos por empresas, normalmente dispõe de links e
conteúdos relativos às ações da mesma.
É importante ressaltar que a última categorização tem atraído muitos usuários
em tempos recentes. As empresas têm inserido a seção para blog em seus sites, a
fim de produzir conteúdos que chamem atenção. Uma pesquisa publicada em 2018
15
pela Content Trends mostra que 73% das empresas entrevistadas adotam a
estratégia de Marketing de Conteúdo. Além do chamariz, a blogosfera pode ser um
ótimo local para medir opinião ou compreender a relevância de determinadas
temáticas, como sugere Orduña (2007). Para ele:
15
ROCK CONTENT. Content Trends 2018: principais resultados da maior pesquisa de Marketing de
Conteúdo. Disponível em: <https://inteligencia.rockcontent.com/content-trends/>.
o blog gera uma comunidade para fora, o chamado blogosfera, a partir dos links de
entrada e saída que são acrescentados nos posts. Outro ponto de extrema
importância e que explica a busca por blogs temáticos, é o interesse do visitante em
ler o ponto de vista do autor acerca daquele assunto. No entanto, o conteúdo
publicado também passa por influência dos comentaristas daquele site, sendo
assim:
Nota-se assim que a mídia - e aqui com foco nos blogs - é um local de
produção e distribuição de conteúdos e o conhecimento e reconhecimento identitário
só se constroem a partir das relações prévias de comunicação. Sua existência e
reconhecimento tendem a se tornar tangíveis ou intangíveis mediante esses
processos, que dão a existência potencial para ser disseminada ao público. “Nessa
relação entre instância de produção e instância de recepção constrói-se a opinião
pública.” (CHARAUDEAU, 2006, p. 120).
3. Jornalismo de Turismo
[...] todas as formas nas quais e pelas quais as notícias e seus comentários
chegam ao público. Todos os acontecimentos mundiais, desde que
interessem ao público, e todo o pensamento, ação e ideias que esses
acontecimentos estimulam, constituem o material básico para o jornalista.
(BOND, 1962, p. 15).
16
Reproduções sobre zinco ou cobre, que divide-se em reticulado e de traço. O primeiro é utilizado
para fotografias, onde a imagem é reproduzida por milhares de grãos de luz e sombras. O segundo
são gravações à água-forte em linha sobre zinco, através do chamado processo Ben Day, e é
utilizado para reproduzir mapas, gravuras, desenhos e afins. (BOND, 1962).
Além das mudanças estruturais, o conteúdo, como citado inicialmente,
também traçou outro caminho. Marcondes Filho (2009) destaca que a grande
mudança na atividade noticiosa foi a inversão da importância e da preocupação
quanto ao caráter de sua mercadoria.
Para o autor, é essa nova imprensa, que visa os altos investimentos capitais,
que manterá as características originais da atividade jornalística, como a busca da
notícia, a imparcialidade, a atualidade e o “furo”. Barsotti (2012) complementa que o
segundo jornalismo vai na contramão da primeira fase, buscando objetividade, e
visando separar os fatos das opiniões.
A quarta e última fase do jornalismo, que inicia nos anos de 1970, se depara
com a ditadura militar e, atrelado à ela, com o Decreto-Lei n° 1.077, que instituiu a
censura prévia de livros e periódicos. Com isso, diversos veículos ofereciam
somente conteúdos oficiais e/ou fatos banais. “Os que resistiam nunca sabiam como
seria a edição do dia seguinte, sendo obrigados a tapar buracos de última hora com
versos de Camões, receitas intragáveis, ilustrações de demônios medievais.”
(RIBEIRO, 2006, p. 47). Havia, em alguns casos, revistas e jornais que tinham
edições inteiras presas.
É, então, nesta época, que surge a imprensa alternativa, um movimento
jornalístico de cunho sociopolítico que contesta o regime vigente. Ribeiro (2006, p.
47) define a imprensa alternativa como o renascimento “de um tipo de jornalismo e
de jornalista típico do século XIX.”
O jornal é, antes de tudo, alguma coisa que se vê: do todo se parte para os
grandes títulos e para as ilustrações. Importantíssima a paginação.
Desce-se, depois, ao texto. Tal como num quadro: em primeiro lugar, o que
impressiona num quadro é a composição; depois o ritmo consequente; a
seguir, os elementos predominantes e as partes; finalmente, como soma da
percepção, o assunto. [...] As ilustrações aquecem o texto: dão visualidade
pronta, antes da leitura. (KELLY, 1989, p. 170).
De modo complementar, Abiahy (2005) alega que, diante das mudanças das
estratégias de produção jornalística, a função do jornalismo vem sendo alterada ao
longo do tempo. Ela recorda os primórdios da profissão, quando o jornalismo
cumpria a função de expressão ideológica, como falamos na primeira fase, em que
os jornais eram extremamente políticos e a informação era destinada a uma
doutrinação. No entanto, a partir do momento em que esses veículos tornam-se
empresas “a informação adquire a condição de bem público, serviço à comunidade e
o jornalista é o mediador, o repórter que presta essa função.” (ABIAHY, 2005, p. 06).
17
Suplementos são cadernos ou fascículos separados, inclusos ao jornal com periodicidade diferente
da costumeira. Por exemplo: um jornal que circula diariamente, aos domingos é acrescido com um
caderno falando sobre turismo.
A autora aponta ainda que o desenvolvimento do jornalismo especializado
não está vinculado somente ao contexto econômico, mas também à uma
característica intrínseca da área: a procura de atingir públicos amplos e unir as
pessoas em torno de uma informação comum. Diante deste propósito, o público
receptor passa a ser considerado em suas especificidades, visto os interesses
pessoais de cada grupo, e o jornalismo especializado surge como resposta a essa
demanda de informações direcionadas que caracteriza a formação das audiências
específicas.
Basta olharmos um jornal para percebermos que seu nível está mais baixo
que nunca, e que da noite para o dia não somente a imagem do mundo
exterior mas também a do mundo ético sofreram transformações que antes
não julgaríamos possíveis. Com a guerra mundial, tornou-se manifesto um
processo que continua até hoje. (BENJAMIN, 1987, p. 198).
Apesar dos argumentos apresentados, há quem discorde do autor. Bertocchi
(2016, p. 39), por exemplo, afirma que a narrativa está em todos os tempos e
lugares, como “nas telenovelas; na música que cantamos no chuveiro; nas
conversas ao telefone com os amigos; nos vitrais das igrejas; na brincadeira pueril
de reconhecer formas em nuvens.”
Barthes (2008) também alega que a narrativa é intrínseca à sociedade.
18
A função permite que os usuários publiquem fotos ou vídeos rápidos, e que só poderão ser
visualizados durante 24 horas pois, após esse período, saem do ar.
também “possuidor das emoções afloradas no psíquico”. Além disso, o autor
complementa que esse gênero permite não apenas a narração da viagem, mas
também o compartilhamento pessoal das experiências vividas pelo narrador.
O termo Jornalismo Literário de Viagem, por sua vez, foi cunhado por Edvaldo
Pereira Lima, ao retratar narrativas de não-ficção sobre viagens, que foram
produzidas em estilo de Jornalismo Literário. Historicamente, é um gênero popular
que se desdobra em diversos formatos, como os livros reportagens, por exemplo,
onde encontra-se autores como Ryszard Kapuscinski e Euclides da Cunha.
19
JL: Jornalismo Literário.
Nas características citadas acima, é possível notar a presença da
espontaneidade, prevista no JL de Viagem, mas também traços do jornalismo
habitual, como a presença de reportagens e o conhecimento especializado. No
entanto, não bastando esses caminhos textuais apontados pelo autor, há ainda a
possibilidade de análise quanto ao ponto de partida de tal narrativa, dada as
incontáveis motivações que influenciam no caminhar, além do modo como as
experiências interferem na vida do narrador.
Essas classificações citadas, para Bressan (2019, p. 442), são vistas como
um avanço no que diz respeito ao estudo das narrativas de viagem, pois se
aproximam de aspectos considerados importantes quando se refere à “estrutura
textual do relato; às aproximações da narrativa literária com a narrativa de viagem e
à grande influência da perspectiva e subjetividade do viajante na construção de um
relato.”
Esses relatos trazem consigo a mudança ocorrida no narrador, carregado
ainda aspectos culturais e sociais, por isso:
[...] influencia e organiza tanto nossas ações quanto a concepção que temos
de nós mesmos. [...] Esses sentidos estão contidos nas estórias que são
contadas sobre a nação, memórias que conectam seu presente com seu
passado e imagens que dela são construídas. (HALL, 2006, p. 51).
[...] esta cultura planetária está expressa pela tecnologia e só pode ser
entendida como um produto dos novos media, como comunicação
mediática, a qual atua sobre a sensibilidade, o imaginário social,
modificando atitudes e comportamentos, interferindo profundamente no
cotidiano da sociedade e transformando significativamente a relação entre
cultura e comunicação. (FERREIRA, 1995, p. 59).
Como efeito dessa realidade, a autora alerta que a América Latina depara-se
com a cristalização da capacidade dos povos “de determinar seu próprio destino,
seu porvir individual, de classe e como nação.” (FERREIRA, 1995, p. 58).
20
Refere-se à Operação Dínamo, em que quase 340 mil soldados aliados foram resgatados após
ficarem cercados pelas forças alemãs na cidade de Dunquerque, na França. O fato ocorreu durante a
Segunda Guerra Mundial, no contexto de invasão do país francês.
21
Disponível em: https://www.essemundoenosso.com.br/
22
Disponível em: https://www.penaestrada.blog.br/
23
Disponível em: https://www.360meridianos.com/
blog deve possuir relatos de, pelo menos, seis países da América Latina; 3) as
experiências partilhadas não podem ser oriundas de branded content - conteúdo
explorado no capítulo 3. Além disso, não seria viável apontar o elemento narrativo
de todos os textos dispostos nos blog dentro do período de análise, então, ao
concluir quais são os tipos utilizados em cada plataforma, utilizaremos um ou dois
textos presentes em cada blog, para apontar e defender a alegação quanto à cada
tipo de característica narrativa.
5. O uso dos elementos narrativos na construção identitária da América
Latina
24
Acesso disponível em: https://www.facebook.com/EsseMundoENosso/
25
Acesso disponível em: https://www.instagram.com/essemundoenosso/
26
Acesso disponível em: https://www.youtube.com/channel/UCCultCjScahhyp1UtWT9r6Q
27
Acesso disponível em: https://open.spotify.com/show/0JGWg8fjMTYLJ10iL91jtO
Imagem 1 - Home do blog Esse Mundo é Nosso:
10 Argentina
1 Bolívia
328 Brasil
36 Chile
15 Colômbia
2 Equador
15 México
2 Panamá
2 Paraguai
8 Peru
3 República Dominicana
28 Uruguai
Como é possível notar no gráfico, os países que receberam, até então, mais
conteúdo, são Chile e Uruguai, atrás somente do Brasil. Diante deste cenário,
poderíamos examinar essa diferença para com as outras regiões como resultado do
fator fronteiriço entre o Brasil e o Uruguai. No entanto, essa argumentação não seria
válida para o Chile, país em disparado à frente dos demais e que não faz fronteira
com terras tupiniquins.
Deixo em aberto a reflexão quanto aos fatores que motivam blogueiros a
escrevem mais sobre determinados locais, e menos - ou quase nada - sobre outros.
Aqui, poderíamos falar, por exemplo, sobre critérios de noticiabilidade. Mas isso, de
fato, é pauta para uma nova pesquisa.
5.2 Pé na Estrada
Adolf
28
Disponível em: https://www.facebook.com/pg/penaestrada/posts/?ref=page_internal
29
Disponível em: https://www.instagram.com/p/B2hzuHCBwBI/
30
Disponível em: https://twitter.com/penaestradablog
31
Disponível em: https://www.youtube.com/user/altiermoulin
O blog não possui periodicidade definida, variando entre publicações
quinzenais e semanais. Com isso, listamos a seguir quais países da América Latina
são abordados e quantas publicações cada um deles recebeu, lembrando
novamente que não incluiremos conteúdos pagos ou com quaisquer outros tipos de
vínculos comerciais e/ou publicitários, por isso, assim como anteriormente, eles não
farão parte dessa contagem.
15 Argentina
33 Bolívia
120 Brasil
32 Chile
52 Colômbia
38 Cuba
1 Panamá
2 Paraguai
19 Peru
1 República Dominicana
8 Uruguai
5.3 360Meridianos
32
Disponível em: https://www.360meridianos.com/2019/09/guia-cadeirante-viajante.html
33
Disponível em: https://www.360meridianos.com/2019/08/antropologia-visual.html
Ambos fazem parte do A Vozes, uma newsletter enviada quinzenalmente que
trata de projetos sociais e histórias reais. Como o próprio título supõe, os textos
citados retratam a vida de viajantes em cadeiras de rodas e das diversidades
culturais pouco compreendidas pelos turistas, respectivamente. Além do blog, o trio
mantém também uma página no Facebook34, no Instagram35 e no Youtube36. Nas
três redes sociais não há uma periodicidade definida, sendo que nas duas primeiras
as publicações variam a cada três ou cinco dias, enquanto na última o conteúdo
mais recentes foi publicado há dois meses atrás, seguido de vídeos datados de
quatro meses e três anos atrás.
Voltando ao objeto de pesquisa, o blog apresenta em seu layout uma coluna
vertical no topo da página, que direciona para a home e os seguintes tópicos:
especiais, que trazem matérias jornalísticas de temas específicos, como sociedade e
cultura e história. Em seguida, há o tópico de artigos, onde estão hospedados os
conteúdos citados inicialmente, como as crônicas e artigos. Ao lado está o atlas, que
colore os países por onde os jornalistas passaram, dicas de viagem, trazendo
conteúdos separados por países, o sobre nós e a expedição 360, oferta de tour em
Lisboa, Portugal.
34
Disponível em: https://www.facebook.com/360meridianos/
35
Disponível em: https://www.instagram.com/360meridianos/
36
Disponível em: https://www.youtube.com/user/360meridianos
O blog não possui periodicidade definida, variando entre publicações a cada
três ou cinco dias. Com isso, listamos a seguir quais países da América Latina são
abordados e quantas publicações cada um deles recebeu. Lembro, mais uma vez,
que não serão incluídos os conteúdos pagos ou com quaisquer outros tipos de
vínculos comerciais e/ou publicitários, por isso, eles não farão parte dessa
contagem.
81 Argentina
230 Brasil
17 Chile
14 Colômbia
6 Costa Rica
5 El Salvador
7 Equador
35 México
4 Panamá
7 Peru
8 Uruguai
1 Venezuela
5.4 Análise
Antes de qualquer alegação, convém salientar que o intuito dessa análise não
é reduzir os países pertencentes à América Latina a um um grupo homogêneo. Ao
contrário, compreendemos a subjetividade de cada região. No entanto, ao propor
esta análise, haja vista os inúmeros blogs que se dispõe a relatar contextos e
realidades, nos certificamos da baixa profundidade dada ao tema.
Deste modo, o blog Esse Mundo é Nosso aborda, em suma, dicas e roteiros.
Nestes conteúdos, nota-se a utilização das narrativas de nação e a narrativa com
ênfase nas origens e intemporalidade.
No trecho abaixo, há a utilização da narrativa de nação, isso porque o autor
reconta histórias presentes em registros nacionais, além de proporcionar
panoramas, eventos históricos e imagens.
Imagem 4 - Texto: “O que fazer em Colonia del Sacramento, no Uruguai”. Publicado em 04 set. 2017.
Já o blog Pé na Estrada faz uso, de modo geral, da narrativa de nação, das
narrativas com ênfase na tradição e na continuidade, além do relato baseado num
povo original. O elemento de narrativa de nação pode ser visto em dois trechos. O
primeiro quando são relembrados panoramas e contextos históricos, ao utilizar a
imagem de Che Guevara e Fidel Castro para abordar clichês cubanos, como o
próprio narrador cita, para falar de uma cultura identitária de Cuba. Além disso, ele
utiliza, neste mesmo trecho, a narrativa com ênfase na tradição e continuidade ao
instigar o consumo da bebida tradicional do país, o Mojito.
Imagem 6 - Texto: “Roteiro para Cuba: 10 dicas incríveis de viagem pelo país”. Publicado em 26 jun.
2019.
Por último, para exemplificarmos o relato baseado num povo original ou puro,
há o trecho abordando os bolivianos que preservam o quechua, dialeto de seus
ancestrais. Neste elemento narrativo, mostra-se o fato de grupos manterem as
características “de origem”, no entanto, apesar disso, nem sempre os interesses
políticos são voltados a estes povos. Aqui, vale uma reflexão para além do que é
colocado pelo autor, quando ele diz que é raramente este povo que persiste ou
exercita o poder. Podemos, neste caso, estender a compreensão para o âmbito
apontado no trecho a seguir, em que o crescimento turístico aliado à reprodução de
imagens não está de acordo com os hábitos de vivências destes grupos.
Imagem 9 - Texto: “Descubra o que fazer em Sucre, na Bolívia”. Publicado em 27 jan. 2015.
Imagem 12 - Texto: “10 cidades mágicas para conhecer no México”. Publicado em 11 mai. 2018.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para além do que foi exposto nesta análise, é importante ressaltar que os três
blogs mantém características muito próximas em suas abordagens, independente de
qual país eles estejam tratando, diferenciando somente de acordo com o que cada
região “tem a oferecer”. As narrativas de nação, por sua vez, são as mais presentes,
embora discorridas em alguns momentos com focos divergentes, como
consequência do aspecto citado em relação às possibilidades turísticas. A partir
disso, há uma vasta quantidade de relatos que têm como primazia recontar histórias
já presentes na mídia ou cultura popular, sem agregar conteúdos com abordagens
mais expandidas. Para isso, estes autores se apoiam em imagens - sejam elas
tangíveis ou representativas -, em panoramas históricos e cenários, ou ainda na
permanência de símbolos e rituais nacionais, a fim de dar sentido à identidade
daquela região.
Assim, é preciso estarmos atentos ao papel do jornalista como formador de
opinião pública. Isso porque em todo o processo de análise, ficou nítido o modo
como as plataformas se restringem ao descrever os locais, limitando-se às dicas e
roteiros pré-estabelecidos em um turismo de aspecto inteiramente comercial.
Consequentemente, não há preocupação com a pluriculturalidade de cada país que
compõe a América Latina, reforçando a massificação de consumo cultural. Para
contextualizar os efeitos dessa prática, aproprio-me das explicações de Maria
Nazareth Ferreira (1995), ao falar sobre o papel dos media no processo de definição
de identidade da América Latina.
Partindo deste princípio e da abordagem da autora, nota-se que as culturas
populares tradicionais são rearticuladas e refuncionalizadas, abrindo espaço para a
necessidade de espetacularização das tradições e manifestações culturais tidas
como mais significativas, sejam elas simbólicas ou materiais. Ou seja, artifícios
tangíveis ou intangíveis que compõem determinada identidade passam por um
processo de transformação da indústria cultural, em que se tornam objetos de
consumo cultural, como é o caso de Machu Picchu. No entanto, os locais que
caminham na contramão e não participam deste processo de redimensionamento,
são tidos como pouco populares, ou até mesmo são extintos da memória online
composta pela blogosfera.
Este pensamento não só é fundamental para o centro da nossa análise, já
que complementa a argumentação de como os elementos narrativos, com ênfase na
narrativa de nação que estava presente na maior parte dos itens observados,
constroem a identidade da América Latina, como também avança o olhar para outro
aspecto percebido nos três blogs analisados: o reforço às rotas turísticas. Ou seja,
países com alta adesão por brasileiros, como Chile, Argentina e Peru, são também
os que possuem mais publicações direcionadas. Em contrapartida, regiões latino
americanas como o Equador e Paraguai são dispensadas de atenção.
Há, neste contexto, inúmeros olhares possíveis, como oferta e demanda, os
meios de comunicação sujeitos às leis de mercado ou até mesmo o estudo dos
critérios de noticiabilidade. Infelizmente, esse ponto não será debatido neste
momento, mas assim como já citado anteriormente, é pauta para um auspicioso
desenrolar que ainda pode envolver as identidades.
Por fim, faz-se importante ressaltar que os blogs de turismo analisados, em
suas narrativas, além de não trazerem profundidade no conteúdo, contribuem com o
discurso de homogeneização, por exemplo, ao lembrar a América Latina partir de
costumes “exóticos”, além de traçar os países que a constituem diante de contextos
identitários de interesses comerciais, focando sempre nas mesmas abordagens e
desconsiderando aspectos sociais e históricos que vão além do que a mídia e a
cultura popular externa propõe. Assim, considero que a proposta sugerida
inicialmente foi seguida, e que a hipótese se mostrou verdadeira. No entanto, é
impossível não citarmos a complexidade admirável que nos deparamos na busca de
respostas durante esta análise de identidade da América Latina.
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2019.
Pesquisa bibliográfica
Escrita do terceiro e
quarto capítulo
Contagem de
publicações
Análise
Escrita da análise
Considerações
Revisão final
Entrega
DIÁRIO DE BORDO
Junho
● Releitura do primeiro e segundo capítulo e busca por novas referências.
Julho
● Construção do primeiro e segundo capítulo;
● Pesquisa bibliográfica.
Agosto
● Construção do terceiro e quarto capítulo.
Setembro
● Construção do terceiro e quarto capítulo.
Outubro
● Contagem de publicações e análise.
Novembro
● Escrita de análise;
● Considerações;
● Revisão final;
● Entrega.