Filósofo nascido em Atenas, considerado o maior representante da pedagogia do
Ocidente. Como educador pretendeu despertar e estimular a busca pessoal da verdade, ou seja, despertar o conhecimento de si próprio. Sócrates acreditava que o autoconhecimento era o início do caminho para se atingir o verdadeiro saber, convidava seus discípulos para um mergulho em si mesmo, em suas aulas, os alunos não recebiam os conteúdos prontos de maneira passiva, pelo contrário, buscava que o aluno construísse os mesmos. Esse grande pensador grego foi acusado de desrespeitar os deuses e de corromper a juventude. Foi condenado à morte e, apesar da possibilidade de fugir da prisão, preferiu seguir fiel à sua missão e escolheu morrer. Não deixou nada escrito. O que herdamos foi o testemunho de seus contemporâneos, especialmente do seu mais importante discípulo, Platão. Ele era filho de uma parteira que, em grego, se diz mauêutica. Assim, observando sua mãe trazer os bebês ao mundo, Sócrates criou seu método pedagógico que passou a se chamar maiêutica, pelo qual ele fazia perguntas a seus alunos, ajudando-os a parir as ideias e as soluções sobre seus problemas e dificuldades. Sócrates humanizou a Filosofia, colocando o Homem no centro de seus debates. Ensinava as Virtudes e o esforço para combater os vícios. Suas frases imortais são: Conhece-te a ti mesmo e a única coisa que sei é que nada sei. Por ensinar aos jovens a pensar racionalmente e com sentimentos, Sócrates foi condenado à morte, devendo ingerir um veneno chamado cicuta.
Principal discípulo de Sócrates foi um Importante filósofo de Atenas, nascido em
uma família rica, esteve em contato com as personalidades mais importantes de sua época. Entre as várias obras que deixou, destacam-se: República, Alegoria da caverna, Sofista e Leis. Através delas, estudou a tarefa central de toda educação; “elevar o espírito” e fazer com que as pessoas saiam do mundo “aparente”, fazendo elas olharem para a luz do “verdadeiro ser”. Segundo Platão, somente com o cumprimento desta tarefa existiria educação, única coisa que o homem pode levar para a eternidade. Para se alcançar este objetivo ele dizia ser necessário “converter” a alma. Assim a educação seria a “arte da conversão”. ARISTÓTELES (384-322 a.C)
Um dos maiores filósofos da história de toda a Antiguidade.
Nascido na Macedônia, estudou na Academia de Atenas, onde permaneceu estudando e ensinando por mais de vinte anos. Aristóteles, ao contrário do seu mestre (Platão), não era idealista, pregava de maneira mais racional e dizia que as ideias estão nas coisas, como sua própria essência. Era também realista em sua concepção educacional, afirmando que três fatores principais determinariam o desenvolvimento espiritual do homem: disposição inata, hábito e ensino. Com isso, mostrava-se favorável à medidas educacionais “condicionantes.” Acreditava que o homem podia tornar-se a criatura mais nobre, assim como podia tornar-se também o pior de todos os seres. Outra tese sua é de que aprendemos fazendo e de que nos tornamos mais justos agindo justamente.
EDUCADOR PRESSUPOSTO MÉTODO
SÓCRATES Autoconhecimento do Diálogo crítico, dividido em duas etapas: educando. ironia e maiêutica. PLATÃO Elevação do Dialético a partir de etapas precisas para “espírito” do o processo educacional. educando. ARISTÓTELES Hábitos virtuosos e Lógico, partindo da percepção do orientação racional para os objeto, memorização do percebido e alunos. inter-relação entre os mesmos.
TEXTO COMPLEMENTAR
MITO DA CAVERNA
Imagine um grupo de pessoas que habitam o interior de uma caverna
subterrânea. Elas estão de costas para a entrada da caverna e acorrentadas no pescoço e nos pés, de sorte que tudo o que veem é a parede da caverna. Atrás delas ergue-se um muro alto e por trás desse muro passam figuras de formas humanas sustentando outras figuras que se elevam para além da borda do muro. Como há uma fogueira queimando atrás dessas figuras, elas projetam sombras bruxuleantes na parede da caverna. Assim, a única coisa que as pessoas da caverna podem ver é este “teatro de sombras”. E como essas pessoas estão ali desde que nasceram, elas acham que as sombras que veem são a única coisa que existe. Imagine agora que um desses habitantes da caverna consiga se libertar daquela prisão. Primeiramente ele se pergunta de onde vêm aquelas sombras projetadas na parede da caverna. Depois consegue se libertar dos grilhões que o prendem. O que você acha que acontece quando ele se vira para as figuras que se elevam para além da borda do muro? Primeiro, a luz é tão intensa que ele não consegue enxergar nada. Depois, a precisão dos contornos das figuras, de que ele até então só vira as sombras, ofusca sua visão. Se ele conseguir escalar o muro e passar pelo fogo para poder sai da caverna, terá mais dificuldade ainda para enxergar devido a abundância de luz. Mas depois de esfregar os olhos, ele verá como tudo é bonito. Pela primeira vez verá cores e contornos precisos: verá animais e flores de verdade, de que as figuras na parede da caverna não passavam de imitações baratas. Suponhamos, então, que ele comece a se perguntar de onde vêm os animais e as flores. Ele vê o Sol brilhando no céu e entende que o Sol dá vida às flores e aos animais da natureza, assim como também era graças ao fogo da caverna que ele podia ver as sombras refletidas na parede. Agora, o feliz habitante das cavernas pode andar livremente pela natureza, desfrutando da liberdade que acabara de conquistar. Mas as outras pessoas que ainda continuam lá dentro da caverna não lhe saem da cabeça. E por isso ele decide voltar. Assim que chega lá, ele tenta explicar aos outros que as sombras na parede não passam de trêmulas imitações da realidade. Mas ninguém acredita nele. As pessoas apontam para a parede da caverna e dizem que aquilo que veem é tudo o que existe. Por fim, acabam matando-o.
Extraído do livro Mundo de Sofia de Jostein Gaarder. Cia da Letras, 2000, p.104/105.