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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

ANA CAROLINA FIRMINO GOMES – RGM 22001859

FICHAMENTO DO LIVRO “RUMOS DA LITERATURA INGLESA”


DE CEVASCO E SIQUEIRA

São Paulo, SP
2020
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Capítulo 1 - Idade Média: uma literatura se define

Invasores e invadidos
 Os três povos que invadiram a Inglaterra: os saxões, os vikings e os normandos;
 Saxões: falavam dialetos distintos, sua organização tribal não tinha unidade. Foram
catequizados pela Igreja Católica em 597, quando surgiram os mosteiros (centros de
cultura e de propagação da fé);
 Vikings: povo violento, responsável pela destruição de mosteiros e, consequentemente,
sua cultura. Tratado de paz feito em 897;
 Inglaterra do século X: uma nação governada por uma única casa real, com a unificação
da língua e da religião (Igreja Católica);
 Normandos: Invadiram a Inglaterra em 1066; impuseram sua cultura, e a língua da corte
se tornou o francês; um aspecto “positivo” foi o de ligarem a ilha aos países europeus
com tradição cultural latina.
 Inglaterra do século XIV: não havia unidade linguística – o povo falava inglês, a
aristocracia e o clero preferiam um dialeto francês e o latim;
 Citação: “Explicam-se, assim, as três línguas que nosso leitor imaginário poderia ler
(isso considerando-se que ele fosse uma exceção numa população predominantemente
analfabeta).” (p. 6)

Como e o que se lia


 Como se lia: lia-se em voz alta, em público, para divertir os poderosos, ou recitava-se de
cor ou cantava-se também para as classes mais pobres.
 O que se lia:
 Histórias com temas religiosos escritas em mosteiros;
 Manuscrito do século X: Épico de Beowulf;
 “Romanescos” em francês (versos escritos por poetas dependentes do patronato dos
nobres e recitados por menestréis na corte): Rei Artur e dos cavaleiros da Távola
Redonda;
 Literatura religiosa: obras que instruíam o povo a respeito da Bíblia e da vida cristã;
 Baladas (canções curtas narrando histórias de amor ou aventuras de heróis): Robin Hood;
 Política e a Literatura: Em 1244, os reis da Inglaterra e da França impediram que seus
súditos possuíssem terras nos dois territórios simultaneamente, assim, em meados do sec.
XIV, o Middle English passou a ser falado por todos do país.
 Literatura inglesa: “Enfim, estão prontas as condições para uma literatura
predominantemente em língua inglesa, retomando-se o fio interrompido pela invasão
normanda.” (p. 9)

A espera de um grande literato


 Não havia personalidade de importância antes do sec. XIV: Influência dos mosteiros,
das casas dos grandes senhores e, principalmente, da Igreja Católica.
 As histórias eram consideradas propriedades de todos: o anonimato das produções era
comum, assim como a cópia e modificação de materiais literários;
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 A segunda metade do século XIV: os autores passam a ser definidos; o mais conhecido
deles, William Langland. Foi o responsável por escrever Piers Plowman – uma história
sobre um homem comum conhecendo a verdade.
 Características das obras: “A partir da segunda metade do século XIV, o nosso leitor já
tem à disposição obras de autores definidos, embora ainda predominem nelas uma visão
alegorista do real, tão característica de uma época que vai caminhando para o seu final.”
(p. 10)

Enfim, um grande poeta


 Geoffrey Chaucer: primeiro grande poeta inglês; nasceu em 1340, filho de um rico
burguês; homem importante, lutou na Guerra dos Cem Anos;
 Canterbury Tales: Poemas escritos pelo autor ao observar peregrinos na Tabard Inn,
uma estalagem na cidade de Canterbury. Ao longo da história, Chaucer retrata cada
classe da sociedade inglesa através das personagens, desde o nobre até o camponês;
 Características de Canterbury Tales: Humor e ironia; críticas aos aspectos de sua
sociedade: clero devasso, a exploração do pobre pelo rico;
 Algumas histórias e suas temáticas
 The Book of the Dukess; The House of Fume; The Legend of Good Women; Troilus and
Criseyde: alegorias e amor cortesão;
 Wife of Bath: preocupação com o ser humano e questionamento da ordem tradicional do
mundo (precursor da Renascença);
 Diferencial de Chaucer: “aí, justamente, estão a grandeza e a atualidade de Geoffrey
Chaucer. Se lhe faltam a profundidade e a mestria poética de um Dante ou de um
Petrarca, sobra-lhe o fascínio pela condição humana.” (p. 12)

Capítulo 2 - A Renascença: o limite a ser alcançado

Tempos novos, arte nova


 Henrique VIII e o Estado Moderno: No sec. XV, Henrique VIII se tornou autoridade
moral após a reforma religiosa na Inglaterra executada por ele mesmo depois de ter sido
desligado da Igreja Católica;
 Introdução da técnica da impressão por William Caxton: modernização da cultura;
 Humanistas: promoveram o estudo dos clássicos greco-latinos;
 Antropocentrismo: o teocentrismo é deixado de lado;
 Renascença na Inglaterra (entre os sec. XVI e XVII): todos procuravam gozar os
prazeres terrestres;
 Feitos de Elizabeth I (filha de Henrique VIII):
 manteve a paz entre católicos e protestantes;
 alimentou o patriotismo inglês;
 ampliou os mercados internacionais para os produtos ingleses.
 Época elisabetana (1558 a 1603): a mais rica em questão de produções literárias;
 Latim: passou a ser menos usado devido ao patriotismo instalado por Elizabeth I.
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 Condições propícias para a literatura: “Sob Elizabeth, a Inglaterra cresce política e


economicamente, conhecendo um progresso sem precedentes. Existem, portanto, as
condições materiais necessárias para um grande desenvolvimento intelectual.” (p. 15)

Em verso e prosa
 Sir Thomas Wyatt: poeta e diplomata, introduziu o soneto na língua inglesa;
 Produções do período: prosa ficcional, com duas linhas: a realista (panfletos moralistas
e religiosos) e a pastoril (elementos romanescos); as traduções, a historiografia e a
ensaística;
 Sir Francisco Bacon (1561-1626): filósofo elisabetano que escreveu ensaios sobre
diversos assuntos, dos quais muitos ditados surgiram, como “a ocasião faz o ladrão”;
 O teatro: o público, no geral, estava mais apto para ouvir do que para ler, portanto o
gênero de maior destaque na época era o teatro;
 Florescimento literário: “a própria soberana (..) gosta de entrar em contato com
intelectuais e artistas, incentivando suas atividades e recompensando seus esforços. Cria
ela, assim, condições para um grande florescimento literário.”

O reverso da medalha
 Os Tudor e Jaime I, o sucessor de Elizabeth: monarcas mais absolutistas da história
inglesa; censuraram a literatura, sendo ela obrigada a não contestar o pensamento oficial;
 Patronato: Sistema medieval onde os escritores dependiam do patrocínio da burguesia,
portanto a produção literária da época estava sob os olhos rígidos dos patronos;
 Edmund Spenser (1552-1599): o maior entre os poetas não dramáticos da época; tinha o
objetivo de dignificar a língua inglesa; o gênero no qual mais se destacou foi a écloga, em
que se celebravam os ideais de uma vida simples;
 Fim de Spenser: “Mesmo dedicando seu poema a rainha, Spenser viu-se preterido pelos
favores da corte e morreu pobre, embora tenha tido a honra de ser enterrado no "Canto
dos Poetas" na Abadia de Westminster, ao lado de Chaucer.” (p. 19)

Em cena, o teatro
 Século XV: os assuntos seculares vão tomando espaço nas peças teatrais;
 Peças de moralidade: ensinavam uma lição de moral;
 Peças de interlúdios: apresentadas durante festas e comemorações dos grandes senhores;
 Primeiras comédias e tragédias: com influência dos clássicos, esses gêneros surgem na
Renascença Inglesa;
 Linguagem das peças: retórica e florida, bem como enredos violentos e sanguinários;
 Características das primeiras tragédias:
 Desobediência às três unidades aristotélicas: tempo, espaço e ação;
 Uso do verso branco (podendo ou não ter rima);
 Capacidade de manter a atenção do público.
 Cristopher Marlowe (1564 - 1593): primeiro grande tragediógrafo
 Uso da caricatura para provocar horror e não riso;
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 Tema das obras: sede de poder (crítica aos reis absolutistas), poder do dinheiro e o
poder do conhecimento.
 Ben Jonson (1573 - 1637): grande escritor de comédia
 Erudito: baseou-se no clássico e respeitava as três unidades do teatro aristotélico;
 Arrogante: desprezou o teatro sensacionalista mais profundamente humano;
 Bom dramaturgo: sátiras que não poupavam nem os outros poetas.
 The Theatre (1576): primeiro edifício criado para apresentações de teatro. Antes, as
peças eram encenadas nas ruas ou em lugares aleatórios com espaço grande e acesso ao
público;
 The Globe (1599): casa teatral mais famosa, onde a maioria das peças de Shakespeare foi
encenada. Foi destruído por um incêndio em 1613;
 Heming e Condell: amigos que publicaram as obras de Shakespeare depois de sua morte;
 Características físicas e público do teatro de Shakespeare:
 De pé ficavam os mais pobres (as partes sensacionalistas das peças os entretinham);
 Nos balcões elevados e galerias ficavam os nobres (temas sutis e imagens poéticas
agradavam esse público);
 A presença feminina nos teatros não era bem vista, mas um toque de romantismo era
dado às peças para agradar as mulheres;
 Intelectuais: apreciavam a filosofia e o debate. O autor não foi capaz de agradar esse
público por muito tempo.
 Shakespeare e a academia: “O dramaturgo era visto pelos autores teatrais oriundos das
universidades como um arrivista provinciano, que só sabia escrever peças sangrentas, já
que Shakespeare jamais chegara à universidade.” (p. 23)

O dramaturgo maior
 William Shakespeare: nasceu em Stratford-upon-Avon em 1564, casou-se, teve filhos;
foi para Londres, enriqueceu com teatro e voltou para sua cidade natal e lá morreu;
 Fase 1 - Primeiras obras: Venus and Adonis e The Rape of Lucrece, bem ao gosto da
aristocracia por sua feitura humanista e clássica;
 Peças com base na história inglesa (1959): recriações históricas com o mérito de exaltar
o sistema monárquico vigente; Ex: Henry VI, Richard II, Richard III, King John, Henry
V;
 Comédias da primeira fase de Shakespeare: misturavam fantasia e realismo; foco na
alegria de viver; histórias que sempre acabavam bem. Ex: The Comedy of Errors, A
Midsummer Night's Dream, The Merchant of Venice e As You Like It;
 Fase 2 - Período sombrio (entre 1601 e 1608): nas histórias, pessimismo em relação a
vida; motivos prováveis que influenciaram o influenciaram: Elizabeth I velha e sem
filhos, temor de novas guerras. Ex: Hamlet, Othello, Macbeth, King Lear e Julius
Caesar;
 Últimas peças: humor e otimismo, com toque filosófico e até melancólico;
 Tragicomédias: final da carreira do autor; peças com temas de resignação e perdão. Ex:
Pericles, Cymbeline, The Winter's Tale, The Tempest;
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 Diferencial de Shakespeare: “Todas essas tragédias são peças de grande fôlego, em que
mais se evidencia a grande marca do gênio de Shakespeare - a capacidade de abarcar os
mais variados e desconcertantes aspectos do gênero humano.” (p. 26)

A voz do bardo
 Sonetos de Shakespeare: 154 no total, possuem os elementos poéticos elisabetanos;
 Primeiras composições: amor (imutável e perfeito); admiração pelo ser humano; beleza
física e capacidade do intelecto; melancolia (por conta da transitoriedade do ser humano);
infinitude e transcendência da arte;
 Morte: cinco anos depois de se despedir dos palcos (1616); fim da era elisabetana;
 Superioridade da obra de Shakespeare: “Após o desaparecimento de Shakespeare, o
gênio literário inglês conhecerá novos rumos, sem voltar a alcançar as mesmas alturas a
que os elisabetanos se alçaram.” (p. 28)

Capítulo 3 - O século XVII: grandiloquência e sagacidade

A república dos santos mercantilistas


 A república na Inglaterra: Com a vitória dos puritanos sobre os anglicanos e católicos,
foi estabelecida a república em 1649; como resultado, os teatros foram fechados;
 Carlos I: rei assassinado pelos puritanos;
 Interesses econômicos: nobres (senhores de terra poderosos) versus puritanos (“santos
mercantilistas” oriundos da burguesia);
 Calvinismo e comércio: “Na severa teoria calvinista podia não haver lugar para o prazer,
mas o havia sempre para o comércio e o lucro.” (p. 30)

Antes do triunfo puritano


Poesia: o gênero que mais se destacou nas primeiras décadas do século XVII;
Jaime I: responsável pela tradução da Bíblia para o Inglês em 1611;
A influência da Bíblia sobre a literatura inglesa: “Seus temas são universais – o homem,
Deus e o universo. Sua linguagem de palavras simples, mas ricas de alusões, seu ritmo
peculiar, em que abundam as repetições e os paralelismos, tudo contribuiu para fazer da
‘Bíblia do rei Jaime’, como ficou conhecida, uma fonte de inspiração e referência para
sucessivas gerações de leitores e escritores britânicos.” (p. 30)

Pensando em versos
 T. S. Eliot: definiu as marcas da poesia do sec. XVIII, a grandiloquência (uso eloquente
da linguagem) e a sagacidade (elemento racional);
 John Donne (1572-1631): maior expoente na poesia metafísica, se destacou pela
originalidade e pelo uso de paradoxos.
 Características da poesia de Donne:
 Linguagem coloquial;
 Amor visto de uma forma mais racional;
 Argumento no poema em primeiro plano, musicalidade em segundo;
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 Uso de conceitos filosóficos e da ciência.


 Brilhantes discussões com Deus;
 A poesia religiosa: volta a ter destaque no século XVII;

A prosa busca sua direção


 Temáticas: prosa barroca (sermões de Donn), prosa religiosa, os livros de personalidades
e as biografias
 Influência: rebuscamento do estilo da era elisabetana;
 Futuro da prosa: “a prosa começa a caminhar na direção do romance, que aparecerá no
século seguinte.” (p. 34)

A serviço de Deus e dos homens


 John Milton (1608-1674): intelectual poliglota nascido no reinado de Jaime I; defensor
da liberdade, do divórcio, da liberdade de imprensa, da causa puritana e até mesmo o
regicídio;
 Comus: peça de moralidade, pouco dramática; conta a história de uma jovem virtuosa
que resiste aos prazeres mundanos;
 Paradise Lost: épico de difícil leitura que narra, em versos a queda de Adão;
 Críticas a Milton: “Milton (...) peca justamente por suas virtudes: a erudição clássica
que exclui o leitor menos informado, o intelectualismo que tira a emoção tão vibrante em
outros grandes poetas, e o estilo grandiloquente, a dificultar ainda mais a apreensão.” (p.
36)

Capítulo 4 - A Restauração e o século XVIII: Razão e artificialismo

Depois da aventura republicana


 Fim da Revolução Puritana e do Absolutismo: o filho de Carlos I é chamado de seu
exílio na França, e é restaurada a monarquia na Inglaterra;
 Revolução Gloriosa de 1688: marcou o início de uma era de relativa tolerância religiosa
e progresso material;
 Corte de Carlos II: trouxe da França o gosto pelas artes em geral;
 Sociedade Real (1660): tinha o objetivo de desenvolver pesquisas científicas, o que
contribuiu com a propagação do racionalismo pela Inglaterra;
 A literatura da Restauração e do século XVIII 1664: uma comissão de intelectuais
com o objetivo de “melhorar e depurar a língua inglesa”, dando lugar ao Neoclassicismo.
 Neoclassicismo: “Com parâmetros importados especialmente da França e da Itália, e
adaptados à tradição inglesa, o Neoclassicismo preconizará uma literatura depurada dos
"exageros" da época anterior, sensata e preocupadíssima com a perfeição formal.” (p. 38)

A poesia da forma
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 John Dryden (1631-1700): o mais importante poeta da Restauração, um dos primeiros


críticos literários que escrevia poesias; características: preocupação com a forma,
elaboração de versos com simplicidade, elegância, equilíbrio, artificialismo e
impessoalidade.
 Religio Laici e The Hind and the Panther: crônicas em poesia que se referem a disputas
religiosas, tentando conciliar religião e razão;
 Absalom and Achitophel: sátira com fortes crítica aos políticos corruptos da época;
 Alexander's Feast e Song for Saint Cecilia's Day: poemas curtos com linguagem
simples e melódica.
 Alexander Pope (1688-1744): o mais clássico de todos os poetas ingleses; suas obras
possuem uma perfeição formal, mas uma visão de mundo que deixa muito a desejar;
 The Rape of the Lock: poema de Pope que satiriza os hábitos ridículos e pretensiosos da
sociedade em que viveu;
 O começo do Romantismo: “A liberdade e a criatividade voltarão a dominar no final do
século XVIII, quando se inicia, como veremos, a grande aventura do Romantismo.” (p.
40)

O teatro volta à cena


 Carlos III: após sua ascensão ao trono, reabriu os teatros, fechados pelos puritanos;
 Comédia de costumes: A melhor criação teatral da época, cheia de estereótipos; tinha o
intuito de satirizar a sociedade da época, sem cunhos filosóficos, morais ou estéticos;
 Sir George Etherege (1635-1692): escreveu as primeiras comédias de costumes inglesas
 William Congreve (1670- 1729): escritor responsável pelo ápice da comédia de
costumes;
 Richard Brinsley Sheridan (1751-1816) um dos maiores comediógrafos ingleses;
 John Gay (1685-1732): escreveu a mais original das comédias de costumes do século
XVIII, um misto de teatro e ópera com o intuito de satirizar o amor exacerbado dos
londrinos pela ópera italiana, chamada The Beggar's Opera;
 Licensing Act de 1737: censura teatral, as peças só eram encenadas nas salas do Estado;
 Sensacionalismo nas tragédias: O "teatro sério produzido na época está longe de poder
ser comparado as comédias de costumes. Quem, hoje em dia, levaria a sério tragédias em
que a intriga (...) artificiosa é o centro das atenções? (...) um teatro que buscava o exótico
e o sangrento”. (p. 41)

A infância de um gênero promissor


 Romance: gênero em ascensão no sec. XVIII;
 Prosa: os estilos mais lidos na época eram advindos da França, com temas religiosos ou
mais populares, estes tendo crimes e aventuras como enredo;
 Daniel Defoe (1660-1731): considerado por alguns o primeiro romancista inglês, foi
também jornalista, o que trazia a suas histórias a narração de “fatos verdadeiros”;
 Obra mais conhecida de Defoe:
 Robinson Crusoe: é a personificação da crença nos poderes da razão e da vontade
humana; com estilo documental, narra as aventuras de um náufrago numa ilha deserta.
 Sátira: preponderante na fase racionalista;
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 Jonathan Swift (1667-1745) o maior satirista em prosa;


 A Tale of a Tub: satiriza o fanatismo religioso;
 Gulliver's Travel’s retrata a sociedade inglesa e o seu mau uso da razão;
 Samuel Richardson (1689-1761): é considerado o primeiro romancista da Inglaterra;
 Pamela: obra de Richardson que evidencia as dificuldades de se viver em sociedade, com
ênfase nas mulheres;
 Henry Fielding (1707-1754): o maior entre os romancistas do século XVIII. Uma das
obras mais conhecidas de Fielding: Joseph Andrews, uma paródia de Pamela;
 Citação: “No século XIX, a poesia vai reagir contra os cânones neoclássicos (...) e vai
atingir um alto nível nas figuras dos grandes poetas românticos.” (p. 45)

Capítulo 5 - O Romantismo: A aventura da imaginação

Reagindo à revolução industrial


 Inglaterra: Recém-saída de uma guerra vitoriosa contra Napoleão;
 Revolução industrial (1760-1840): mudança da estrutura agrária para a industrial;
emigração do campo para as cidades; condições de trabalho subumanas; salário
miserável; péssimas condições de moradia e alimentação;
 Percy Bysshe Shelley1 (1792-1822): poeta libertário que escreveu A Song: Men of
England, um poema que incitava a rebelião dadas às condições subumanas de trabalho;
 Poetas libertários: não se submetiam a regras; propunham uma poesia sem convenções
rígidas, com uma linguagem simples e direta e que retratasse o sentimento do poeta;
 O termo romantismo: surgiu só depois da segunda metade do século XIX;
 William Wordsworth2 (1770-1850) e Samuel Taylor Coleridge3 (1772-1834):
escreveram Lyrical Ballads (1798), o marco inicial da nova tendência; continha um
manifesto do romantismo inglês;
 Fonte de inspiração: a antiguidade clássica deixa de ser a principal fonte de inspiração,
dando lugar à experiência do poeta ou a realidade de sua cultura (amor pelo folclore);
 O poeta romântico: é individualista - dá lugar à solitude para se conectar ao imaginário,
o sobrenatural e o exótico - sem perder a visão do social;
 Conteúdo e forma: a poesia é expressão da emoção do poeta, não deveria, precisamente,
seguir modelos específicos;
 Como eram vistos pelas autoridades: “Poetas como Shelley são, portanto, vistos com
desconfiança pelas autoridades. Igualmente o são pelos intelectuais mais reacionários, já
que os jovens poetas como ele estão se voltando contra o Neoclassicismo, e proclamando
o fim do reinado da razão e do artificialismo.” (p. 46-47)

Anjos e demônios proféticos


 William Blake (1757-1827): prenunciou o Romantismo na Inglaterra; defendia a
superioridade da imaginação, recusava-se a seguir o pensamento de outros;
 The Marriage of Heaven and Hell: males da sociedade humana;
1
Percy Bysshe Shelley: Ver mais sobre na p.10
2
William Wordsworth: Ver mais em p.14
3
Samuel Taylor Coleridge: Ver mais em p.15
10

 Songs of Innocence e Songs of Experience: ponto de vista da criança e do adulto.


 Rejeição a Blake: “A obra de Blake não foi bem recebida pelo público de sua época,
talvez pouco aparelhado para entender a simbologia (...) desse grande visionário.” (p. 48)

O triunfo da imaginação
 William Wordsworth: tinha um imenso amor pela natureza. Para ele, “Deus estaria
presente em cada elemento dela, e a contemplação da natureza ensinaria grandes lições
morais ao homem, devolvendo-lhe a felicidade perdida.” (p. 49)
 Ode - Intimations of Immortality from Early Childhood: lembranças da infância;
 The Prelude, The Excursion: Poemas autobiográficos com imagens originais da beleza
das paisagens inglesas;
 Samuel Taylor Coleridge (1772-1834): trouxe o exótico e o sobrenatural em suas obras;
imaginação magia e mistério;
 Wordsworth e Coleridge: “viveram o bastante para se tornarem, principalmente o
primeiro, homens maduros e respeitados, longe da imagem de arrebatamento juvenil que
se tem dos românticos.” (p. 50)
 George Gordon ou Lord Byron (1788-1824): autor libertário e aventureiro, mórbido e
grande amoroso; autor de Don Juan: humor crítico à hipocrisia, à cobiça e à opressão da
sociedade da época;
 Percy Bysshe Shelley (1792-1822): defensor do proletariado, rebelde, ateu, republicano;
 Queen Mab: moral institucionalizada e a religião são motivos da perda da felicidade;
 Episychidion: o amor como a força redentora do homem;

Um gênero a caminho da maturidade


 Walter Scott (1771-1832): era escocês; foi o iniciador do romance histórico;
 Obras mais conhecidas de Scott: Ivanhoe (sobre a Inglaterra), Waverley, The Bride of
Lammermoor e Guy Mannering (sobre a Escócia);
 Características: falta de profundidade psicológica de seus personagens e do excessivo
heroísmo e virtude de muitos deles;
 Jane Austen (1775-1817): retrata o mundo doméstico, das casas dos nobres longe da
agitação das cidades; os sentimentos são contidos;
 Emma, Pride and Prejudice e Persuasion: a busca de uma jovem por um marido;
 Fim do movimento: “Geralmente marca-se como fim do movimento o ano de 1832. A
partir daí, a realidade inglesa conhecerá grandes transformações.” (p. 52)

Capítulo 6 - A era vitoriana: o romance domina a cena

Ordem e progresso no reino


 Época Vitoriana: a ascensão de Vitória ao trono; período de prosperidade e relativa paz;
moralismo rígido; sexo era tabu; ufanismo; a Inglaterra dominava ¼ da população
mundial;
 Condições de trabalho: péssimas. Os trabalhadores se organizavam para reivindicar
melhores condições, o que “ameaçava” a paz social;
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 Inglaterra como centro econômico: “Afastados os temores de uma evolução social a


francesa, o país se prepara para a Segunda Revolução Industrial, que consolidará a
posição da Inglaterra como país imperialista e centro econômico do mundo.” (p. 53)

Os escritos do reino
 Romance: marcará a literatura inglesa do século XIX;
 Poesia: não produziu obras marcantes depois dessa época;
 Gosto literário burguês: na época, o público desejava ler sobre a vida burguesa, sem
críticas sobre seu modo de viver;
 Transcendência das obras: “É surpreendente que nesse quadro de restrições morais
tenham aparecido grandes romancistas, capazes de criar uma arte tão popular (...) capaz
de transcender a época.” (p. 54)

A vida feita romance


 Charles Dickens (1812-1870): o maior entre os vitorianos, conhecido pela diversidade
de sua obra, pelo humor e pela vida que soube incutir em seus personagens.
 Características de suas obras: populares, com toques de melodrama, moralismo; as
críticas sociais não eram pioneiras ou radicais, mas mostravam que toda a sociedade
precisa de reformas;
 David Copperfield: sentimentalismo e a denúncia social;
 Nicholas Nickleby: crítica as severas escolas vitorianas;
 Bleak House e Great Expectations: o ataque ao poder do dinheiro;
 Todos foram publicados em fascículos em revistas mensais onde cada capítulo tinha um
final cheio de suspense; chegaram a ser vendidos nos Estados Unidos;
 Crítica: “Qualquer que seja a tendência crítica do momento, uma leitura de Dickens,
atenta e sem preconceitos, vai sempre revelar sua maravilhosa capacidade de transmitir
um sentido de vida, aliada a uma sensibilidade especial, que lhe permite ver em situações
específicas emblemas da situação do homem em todos os tempos.” (p. 56)

A contribuição feminina
 Irmãs Bronte: Filhas de um pároco de Yorkshire, órfãs de mãe;
 Anne (1820-1849): Agnes Grey e The Tenant of Wildfell Hall;
 Charlotte (1816-1855): Villette, Shirley e Jane Eyre – este último revela a injustiça da
posição da mulher instruída na sociedade e a injustiça das limitações morais;
 Emily (1818-1848): Wuthering Heights - narra a paixão de Heathcliff por Catherine;

Ainda o romance
 William Makepeace Thackeray (1811-1863): Antirromântico, relata a vida em
sociedade na época, escreveu Vanity Fair, obra que que critica o dinheiro como
facilitador da ascensão social;
 Anthony Trollope (1815-1882): escreveu mais de cinquenta obras em fascículos. The
Way We Live Now fala sobre o poder do dinheiro; The Warden é uma coletânea de
romances sobre um condado intocado pela industrialização;
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 George Eliot, pseudônimo de Mary Ann Evans (1819-1880): primeira romancista


capaz de ver o romance como forma de arte;
 Westminster Review, ataca o didatismo que persistia no romance do século XIX;
 Adam Bede, The Mil1 on the Floss, Silas Marner e Middlemarch têm características
precursoras das obras do século XX
 Função do romance ditos pelos próprios escritores: Para Richardson, o romance
deveria instruir; para os vitorianos, divertir; para Wilkie Collins, "provocar o riso, o
choro, e manipular o suspense";
 Diferencial de Eliot: “Eliot trouxe para o romance uma análise mais profunda dos
personagens e a subordinação dos incidentes ao efeito total da narrativa.” (p. 60)

Versos vitorianos
 John Ruskin (1819-1900) pensador que defendia o culto do prazer estético;
 Movimento Pré-Rafaelista: grupo de jovens poetas que, influenciados por Ruskin,
defendiam a simplicidade que viam na pintura renascentista antes de Rafael;
 Dante Gabriel Rossetti (1828-1882): líder do movimento, considerava a poesia como a
celebração do belo e nela não havia lugar para a discussão dos problemas da época; sua
poesia era sensual, mística e misturava o trivial e o sobrenatural; melhor obra: The
Blessed Damozel;
 George Meredith (1828-1909): escrevia com excesso de sutileza e de obscuridade; foi
precursor dos modernistas; melhores obras: The Modern Love e Poems of the English
Roadside;
 Robert (1812-1889) e Elizabeth (1806-1861) Browning: casal de poetas, sendo ela
considerada melhor escritora, não eram pré-rafaelistas; Obras de sucesso: Pippa Passes
(dele), Aurora Leigh e Sonnets from the Portuguese (dela);
 Eliot e a época vitoriana: As novas tendências preconizadas e praticadas por George
Eliot no romance serão também a marca da poesia do fim da era vitoriana. (p. 60)

Capítulo 7 - O fim de século: continuadores, opositores e profetas

Velhos e novos caminhos


 O começo do fim da supremacia da Inglaterra: por conta do crescimento econômico
dos EUA, competição acirrada dos produtos britânicos e alemães, da pressão dos
trabalhadores devidos às condições as quais eram impostos... era o fim da liderança
britânica;
 A Literatura: acompanha as mudanças no cenário político e econômico. Nessa época
surgem três grupos de escritores: os continuadores, os opositores e os profetas;
 Continuadores: continuação do espírito vitoriano
- Rudyard Kipling (1865-1936): poeta, contista e romancista; em suas obras faz
apologia do império; obras mais conhecidas: Forty Tales from the Hills e Soldiers
Three;
 Opositores: crítica ao modo vitoriano de escrita.
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- Thomas Hardy (1840-1928): despreza o otimismo materialista e imperialista; para


ele, o homem está à mercê de forças implacáveis e incontroláveis (como nas tragédias
gregas). Melhores romances: Tess of the D'Urbervilles e Jude the Obscure; Versos
cheios de artificialismos e sua prosa, de marcante objetividade. Maior obra poética:
The Dynasts (sobre a guerra entre Inglaterra e Napoleão);
- Samuel Butler (1835-1902): maior crítico da era vitoriana; no livro The Way of All
Flesh, publicado postumamente, o autor analisa a hipocrisia de um pai de família e
pastor anglicano;
 Profetas: preconizavam novos rumos; seguidores dos pré-rafaelistas e de George Eliot,
enfatizavam o individualismo e a sensibilidade, deixando em segundo plano espírito
social e a moralidade. “A literatura produzida por eles será mais conscientemente
artística, mais integrada aos movimentos intelectuais europeus do que propriamente
insular.” (p. 63)
- Oscar Wilde (1854-1900): maior representante do Estetismo - movimento que
cultuava a beleza, a liberdade do indivíduo e do desenvolvimento de sua
personalidade. Foi preso por ser homossexual; Obras de sucesso: The Picture of
Dorian Gray - referência ao mito de Fausto, que vende sua alma em troca da
preservação de sua beleza física. Teatro: A Woman of no lmportance e The
Importance of Being Earnest.

Ressurge o teatro
 Em termos cronológicos: Wilde é o primeiro teatrólogo de importância desde a
Restauração e o Licence Act.
 George Bernard Shaw (1856-1950): autor escandinavo que defendia em suas peças o
Socialismo. Peças famosas: Widowers' Houses e Mrs. Warren's Profession, falam sobre a
prostituição; Man and Superman, questiona a superioridade do homem na sociedade;
 Celtic Revival: Movimento que começou na Irlanda para contribuir com a ascensão do
teatro moderno; foi iniciado por W. B. Yeats e sua amiga Lady Gregory no Abbey
Theatre, onde eram apresentadas peças inspiradas nas tradições celtas conservadas pelo
país;
 Fabian Society: um movimento reformista cofundado por Shaw que visava “a mudança
da sociedade através da promulgação da educação, do fortalecimento da organização
sindical e da racionalização do trabalho.” (p. 66)

Mestres em verso e prosa


 William Butler Yeats (1865-1939): era maior poeta que dramaturgo; considerado um
dos profetas; dedicou seus poemas a temas como esoterismos, magia e mitologia;
 Sailing to Byzantium: apreciação do belo e da arte como uma questão de sobrevivência
 A Vision: obra em prosa, O homem moderno perdeu seu sentido de participar no mundo
quando se afastou do mitológico e do imaginário
 The Tower, The Winding Stair e Last Poems: poemas de assuntos diversos sobre o
mundo e a tentativa de fazer dele um corpo unido;
 Henry James (1843-1916): profeta, defende o romance como objeto estético.
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 The Portrait of a Lady, The Wings of the Dove, The Golden Bow, The Ambassadors: O
conflito entre a "velha ordem" (Europa, tradicional e sedutora) e a "nova ordem”
(América, cheia de vida e inocente);
 Joseph Conrad (1857-1924): marinheiro polonês, foi naturalizado britânico e só
aprendeu a língua do novo país quando tinha vinte anos
 Lord Jim e The Heart of Darkness usa as viagens marítimas como analogia à sondagem
dos mistérios do ser humano; no último, recria o clima opressivo e fantástico da África
 Adaptação de Heart of Darkness nos cinemas: Apocalypse Now, do americano Francis
Ford, “ambientado na Guerra do Vietnã, (...) demonstra cabalmente ao público de nossos
dias a contemporaneidade da visão de mundo de Conrad.” (p. 70)

Outras contribuições ao romance


 H. G. Wells (1866-1946): criou a moderna ficção científica. The Time Machine, a
história de um viajante no tempo, e The War of the Worlds, que trata da invasão de
marcianos;
 Somerset Maugham (1874-1965): retratava a solidão humana em seus textos. Foi
depreciado pela crítica por ter grande sucesso de público;
 E. M. Forster (1879-1970): Romancista e ensaísta, autor de Aspects of the Novel - um
agradável e inteligente estudo do romance, A Room with a View e Howard's End - ênfase
às relações pessoais como forma de dar sentido a um mundo caótico, e de Passage to
India- uma atitude anti-imperialista e contrária ao autoritarismo,
 Citação: “Continuadores, oponentes e profetas deixam sua marca na literatura inglesa. O
século XX, que do ponto de vista de alguns historiadores só começa em 1914, vai
continuar algumas linhas de ação dos profetas.” (p. 72)

Capítulo 8 - O século XX: variedade e complexidade

Incertezas e abalos
 Cenário da Inglaterra nas primeiras décadas do século XX:
 Guerra dos Bôeres: luta entre colonos holandeses e ingleses pelo controle da atual
África do Sul;
 Mahatma Gandhi: ativista indiano contra o domínio britânico, lutou a favor da
independência da Índia;
 Education Act de 1870: torna obrigatória a escolaridade na Inglaterra; todas as classes
sociais tinham acesso ao conhecimento e, portanto, à literatura;
 Relativismo: toma o lugar das teorias autoritárias e rígidas da sociedade vitoriana;
 Sufrágio feminino: luta das mulheres pelo direito ao voto;
 Ideais de Karl Marx: questionamento e crítica contra o capitalismo;
 Charles Darwin: a Teoria da Evolução das Espécies e outros estudos de Darwin
colocam o ser humano como uma criatura biológica, não mais um como um
“semideus”;
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 Sigmund Freud: médico neurologista, criou a psicanálise, campo científico que estuda
o papel do inconsciente no comportamento humano;
 Experimentalismo formal: “é nesse quadro de abalos, numa Europa ‘grávida de
desastre’, que homens e mulheres de sensibilidade refinada vão criar uma nova imagem
da literatura. O experimentalismo formal dará a tônica, tanto no romance quanto na
poesia.” (p. 74)

Poesia moderna e não


Poetas georgianos: poetas do período do reinado de George V, entre 1910 a 1936;
celebravam a natureza e os sentimentos. Foram considerados pelos críticos muito mais como
retrocesso que como revolução;
Gerard Manley Hopkins (1844-1889): padre jesuíta escritor; tinha como características a
invenção de palavras e a adoção de um ritmo peculiar em seus versos (apelos sinestésicos);
Influência: “É nos metafísicos do século XVII que ela (a poesia georgiana) vai buscar a
complexidade intelectual que faltava aos vitorianos. O poema passa a ser o significado e não a
experiência pessoal do poeta, tão central aos românticos.” (p. 75)
O talento na Terra Devastada
 T. S. Eliot (1888-1965): poeta, crítico e dramaturgo nascido nos Estados Unidose
naturalizado inglês, converteu-se ao anglicanismo. Características: poesias possuíam
imagens complexas, uso de palavras da linguagem comum, a falta de sentido de nossa
era, faz uso constante de referências, citações e alusões, o que exigia do leitor
conhecimento prévio;
 The Love Song of J. Alfred Prufrock: frustração e a trivialidade da vida individual num
mundo onde impera a decadência
 The Waste Land: não segue uma organização rígida (espelha o caos do mundo
moderno); fala sobre a improdutividade da vida na era da máquina, distanciamento do
homem da natureza;
 The Four Quartets: tratam dos problemas da fé e do papel do cristianismo numa era
materialista;
 O diferencial de Eliot: “esse juntar de fragmentos aparentemente desconexos termina
por ‘sugerir no ritmo dos versos o movimento do pensamento numa mente viva e, assim,
comunicar o padrão exato de seu significado não só pela estrutura lógica com também
pela sugestão emocional’.” (p. 76)

Romance e complexidade
 Virginia Woolf, James Joyce e D. H. Lawrence: romancistas modernos; já não seguiam
as formas e temáticas da era vitoriana;
 Relação autor/público na modernidade: antes, o público compartilhava dos mesmos
valores dos autores, todavia isso mudou com o passar dos tempos. Influenciados por
novas teorias das ciências em geral, vai perdendo o sentido unificado do mundo; o real
passa a ser complexo e ambíguo, não mais absoluto;
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 Virginia Woolf (1882-1941): usou a técnica da narrativa na qual se registra os


pensamentos e emoções dos personagens; busca o sentido da vida; a sequência temporal é
quebrada;
 Mrs. Dalloway: passa-se num só dia; pouca ação;
 To the Lighthouse: conta sobre a possibilidade de um passeio de uma família a um farol;
 The Waves: obra em prosa rica em alusões e exige leitura atenta. Há ausência do
narrador onisciente;
 James Joyce (1882-1941): escritor irlandês
 H. C. Earwicker: O romance procura reproduzir a estrutura do sonho: palavras são
distorcidas, unidas às outras, o ritmo é tão importante quanto na poesia;
 Dubliners: a vida solitária e incerta do homem moderno, uma sequência de várias
histórias sobre moradores de Dublin;
 Ulysses: passa-se em Dublin, num só dia; concentra-se nas rotinas de um homem que
era traído por sua mulher; uso de neologismo, parodia; foi considerado um grande
escândalo literário na época devido à audácia das formas e à descrição dos pensamentos
mais íntimos dos personagens;

Outras visões do mundo


 H. Lawrence (1885-1930): filho de minerador de carvão atacava os males da civilização
industrial, como a destruição do instinto do homem e sua união com a natureza
 Lady Chatterley's Lover, The Rainbow e Women in Love: mostram a paixão e o sexo
como a única defesa possível da vida contra as forças destrutivas da civilização
 Aldous Huxley (1894-1963): usa de manipulação do tempo nas suas obras, critica o
mundo moderno e afirma que a ciência não poderá nunca eliminar a tolice do homem
 Brave New World - visão de um futuro em que a tecnologia acabou com os sofrimentos,
mas também com a grandeza do homem;
 George Orwell, pseudônimo de Eric Hugh Blair (1903-1950): na primeira fase,
escreveu romances de cunho social,
 Animal Farm: sátira aos regimes totalitários; pessimismo exagerado às possibilidades de
sucesso de qualquer revolução;
 I984: previsão de um futuro sombrio, com o Estado totalitário fiscalizando tudo, até os
pensamentos;
 W. H. Auden (1907-1973). simpatizante do comunismo, lutou contra as forças fascismo;
uso da linguagem coloquial na poesia; constrói muitas de suas imagens a partir de
detalhes da vida urbanas; falava sobre política de um jeito sutil. Melhores obras :The Age
of Anxiety e Nones.
 Os EUA como potência mundial: “Na cena política, Londres perde o seu papel de
capital de um vasto império. O centro do mundo ocidental está agora nos Estados
Unidos.” (p. 83)

Capítulo 9 - O pós-guerra: admirável (?) mundo novo


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Um panorama sujeito ao tempo


 Cenário contemporânea da literatura: excesso de obras à disposição, falta de tempo
para a leitura;
 Problema cíclico de todas épocas: "os critérios de juízo já ignoraram, no passado,
autores e obras que o futuro consagrou. Da mesma forma, aplaudiram obras e autores que
o tempo rejeitou.” (p. 84)

A ira como protesto


 Consequências da Segunda Guerra: economia inglesa destruída, poucas oportunidades
de trabalho para os jovens;
 Angry Young Men: movimento contra uma situação econômica e social injusta, não era
 a favor nem do Socialismo nem do Capitalismo; afirmavam que o artista deveria se
engajar politicamente e que a literatura deveria voltar às formas tradicionais;
 Kingsley Amis: cronista, romancista e poeta britânico, fazia parte do Angry Young Men,
escreveu Lucky Jim (1954), uma história sobre um anti-herói na figura de um professor
frustrado que decide se casar com uma mulher rica para ter ascensão social;
 John Osborne único teatrólogo angry de importância. Era radical em seus ataques contra
a situação do pós-guerra;
 Look Back in Anger (1956): vítima das transformações por que passava a sociedade
inglesa;
 Luther (1961) e A Patriot for Me: conflitos de caráter pessoal, como a solidão ou a
coerência ideológica, sem características do teatro angry;
 Philip Larkin: poeta angry, denunciou os perigos do engajamento político na obra The
Less Deceived (1955);
 Poetas irados na poesia: “Mais do que no teatro ou no romance, na poesia os ‘jovens
irados’ propunham a volta às formas tradicionais e à linguagem despojada.” (p. 86)

Nem só de ira vive o romance


 Evelyn Waugh: mostra, com humor irônico, um mundo individualista e indiferente,
principalmente nos primeiros romances, como Decline and Fall (1928) e A Handful of
Dust (1934). Em Men at Arms (1952), Officers and Gentlemen (1955) e Unconditional
Surrender (1961), Waugh satiriza o comportamento agressivo e combativo da
contemporaneidade;
 Graham Greene ativo já antes da Segunda Guerra, foi indicado ao Prêmio Nobel;
católico, para ele a tragédia humana é "a distância entre o que o homem deseja e o que,
graças as suas limitações pessoais, consegue alcançar". (p. 88)
 The Man Within (1929): direto, simples e criativo, denunciou as opressões e injustiças
sujeitas ao homem contemporâneo;
 Brighton Rock (1938), The Power and the Glory (1940), The Heart of the Matter (1948)
e The End of the Affair (1951): busca da graça e da salvação pelo herói antirromântico;
 The Quiet American (1955) e Our Man in Havana (1958): o primeiro critica a
intervenção imperialista dos norte-americanos no Vietnã. O segundo, satiriza a guerra
fria dos anos cinquenta.
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 William Golding: sucessor de Greene, reagiu à temática dos jovens irados;


 Lord of the Flies (1954) The Inheritors (l955), Free Fall (1959) e The Spire (1964): a
violência e a irracionalidade do homem;
 Iris Murdoch: foi, primeiramente, investigadora da natureza humana. Num segundo
momento, foi filósofa (influenciada pelo existencialismo de Sartre).
 Under the Net (1954) Manteve certas ligações com os jovens irados
 The Sand Castle (1957) e A Severed Head (1961): frustrações no relacionamento entre
as pessoas, especialmente através do amor;
 Doris Lessing: nascida na Rodésia - atual Zimbábue; de tendências socialistas,
preocupou-se em discutir temas sociais em suas obras
 Children of Violence: aborda o racismo;
 The Golden Notebook (1962) e The Summer Before the Dark (1973): discute a posição
da mulher na sociedade;
 Canopus in Argos: Archives: ficção científica;
 Anthony Burgess: também discutia temas sociais:
 The Enemy in the Blanket (1958) e Beds in the East: o fim do império britânico:
 A Clockwork Orange (1961): a natureza da liberdade humana;
 Ficcionistas contemporâneos: “em quase todos eles, o gênero tem pouco se aventurado
pelo experimentalismo formal”. (p. 89)

Teatro e poesia no mundo novo

 Samuel Beckett: escreveu sobre o desespero do homem contemporâneo, em sua também


inútil espera por algo que lhe dê sentido à vida, vistos na obra Waiting for Godot (1953);
 Harold Pinter: escreveu sobre a alienação, o isolamento e a falta de comunicação efetiva
entre as pessoas. Obras mais conhecidas: The Caretaker (1960), The Collection (1962) e
Old Times (1971);
 Arnold Wesker: discutiu sobre o engajamento político, empregou o naturalismo e trouxe
o elemento popular ao palco
 Chicken Soup with Barley (1958): a luta de classes;
 The Kitchen (1961): os males provocados pelo capitalismo;
 Bertolt Brecht: escritor de teatro épico, convidava a plateia a participar da peça;
 Robert Bolt: influenciado por Brecht; Obra mais conhecida: A Man for All
Seasons(1960), que discute o problema da integridade e da coerência ideológica
 Peter Shaffer: escreveu The Royal Hunt of the Sun (1965), sobre as incompreensões
resultantes do contato entre valores culturais diferentes, e Equus (1962), que discutia
sobre conflitos psicológicos, tão característicos do mundo contemporâneo;
 Ted Hughes: poeta contemporâneo não se prende à linha estética específica, discute
sobre a angustiante vida do homem de hoje
 Crow ' (1970): rejeição dos valores atuais e enfatização da irracionalidade e a
violência;
 Expectativa para a literatura atual: “de enorme importância foi a contribuição dos
britânicos a literatura ocidental. E essa contribuição prossegue. Com toda a certeza, a
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literatura inglesa ainda produzirá figuras que se alinharão a Chaucer, Shakespeare,


Dickens, Joyce e outros.” (p. 91)

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