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Os anjos são seres inteligentes em grau muitíssimo superior aos homens. Tem vontade própria,
livre-arbítrio e um conhecimento profundo dos segredos e das leis da natureza criada. Com a força
intelectiva peculiar aos puros espíritos espíritos, podem eles se comunicar com outras inteligências
superiores ou inferiores a eles. Seria contra a sã razão negar aos espíritos – em nosso caso, aos anjos
– a faculdade de se comunicarem uns com os outros. Os anjos, puros espíritos, não necessitam de
um sistema sensorial de sentidos como os nossos. Sua percepção e comunicação é extra-sensorial,
para não dizer sobrenatural.
Na verdade, nada de positivo sabemos sobre a “linguagem” angelical. O certo é que os espíritos não
dependem de uma linguagem fonética. Seu modo de modo de comunicação entre eles é diferente da
nossa interação humana. São Tomás opina que o “falar dos anjos” consiste, basicamente, num
simples ato de vontade segundo o qual um anjo se manifesta a outro.
Quando querem falar aos homens, os anjos têm muitos modos e maneiras de fazê-lo. Podem
manifestar-se ou em sonhos, como no caso de São José (Mt 1, 20; 13 e 19), ou numa aparição
corpórea, como às piedosas mulheres na manhã da Ressurreição de Jesus; ou eles atuam sobre o
subconsciente do homem.
Os anjos podem imediatamente, sem recorrer à mediação das imagens, fazer sugestões que
“passando o limiar de nossa consciência, virão esclarecer dúvidas e orientações de nossa vida
cotidiana”.
A Bíblia se encontra repleta de relatos onde se manifestam e aparecem anjos. Eles se tornam
visíveis, apesar de espíritos que por natureza são invisíveis.
Quando, por ordem de Deus, os anjos estabelecem contato e falam dos homens, tornando-se
visíveis, assumem um “corpo aparente” (Scheinle) e falam como homens. Tais aparições de anjos
não contrariam a sua espiritualidade e consequente incorporeidade.
Eles falam e agem através ou com auxílio da matéria. O Arcanjo Rafael, por exemplo, associou-se
ao jovem Tobias, tomando forma de um “jovem de belo aspecto” (Tb 5, 5). Apresentou-se como
enviado de Deus: “Eu sou o Anjo Rafael, um dos sete que assistimos diante do Senhor... Parecia-
vos que eu comia e bebia convosco, mas o meu alimento não pode ser visto pelos homens” (Tb 12,
15, 19).
De uma outra forma, habitualmente transparece a excelência de sua natureza celeste. Aparecem
envoltos em luz, irradiando vigor e energia.
Em seu livro sobre os anjos, diz O. Hophan: “Tal forma corpórea não é da natureza do anjo. Não é
um corpo orgânico e vivo como o nosso e nem como o corpo glorificado depois da ressurreição dos
mortos. É uma espécie de materialização formada por uma condensação de ar e luz. Esse corpo se
dissolve logo que o anjo cumpriu sua missão. Mas como sabem os anjos de nós e de que forma
conhecem eles os nossos problemas, os nossos pedidos e orações?
Eles 'veem constantemente a face de Deus'. Em momento algum encontram-se longe de Deus, mas
vivem sempre unidos a Ele”.
Também para os anjos vale o que São Paulo diz: “Nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17,
28). Assim sendo, é em Deus que os anjos veem tudo até onde Deus lhes quer que saibam e
conheçam o que nos diz respeito: nossos pensamentos, desejos e orações.
Este conhecimento não parecia ser, necessariamente, completo ou universal; eles podem ter um
conhecimento progressivo e crescente de acordo com as suas terefas e nossas precisões.
Percebem a vontade de Deus em relação a nós e a cumpre imediatamente. Ao infinito amor que
Deus tem aos homens, nada é impossível. Pode Ele mandar aos seus anjos, e em particular ao Anjo
da Guarda, que se torne até visível a presença dos mesmos.
Na sua Liturgia, a Igreja se associa aos anjos para adorar o Deus três vezes Santo; ela invoca a sua
assistência (assim no “Supplices te rogamus... - Nós vos suplicamos...”) do Cânone Romano ou no
“In Paradsum deducant te angeli... - Para o Paraíso te levem os anjos”, da Liturgia dos defuntos,
ou ainda no “Hino Querubínico”, da Liturgia Bizantina), festeja mais particulamente a memória de
certos anjos (S. Miguel, S. Gabriel, S. Rafael, os Anjos da Guarda).
Desde a infância até a morte, a vida humana é cercada pela sua proteção e pela sua intercessão.
“Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzí-lo à vida”. Ainda aqui na
terra, a vida cristã participa, na fé da sociedade bem aventurada dos anjos e dos homens, unidos em
Deus.
Resumindo
Os anjos são criaturas espirituais que glorificam a Deus sem cessar e servem aos seus desígnios em
relação às demais criaturas: “Ad omnia bona nostra cooperantur angeli. - Os anjos cooperam para
todos os nossos bens”.
Os anjos cercam a Cristo, seu Senhor. Servem-no particularmente no cumprimento da sua missão
salvívica para os homens.
A Igreja venera os anjos que a ajudam na sua peregrinação terrestre e protegem cada ser humano.
Deus quis a diversidade das suas criaturas e a bondade própria delas, a sua interdependência e
ordem. Destinou todas as criaturas materiais ao bem do gênero humano. O homem, e através dela, a
criação inteira, destina-se à glória de Deus.
Respeitar as leis inscritas na Criação e as relações que derivam da natureza das coisas é princípio de
sabedoria e fundamento da moral.
Bibliografia:
1. Novo Catecismo da Igreja Católica;
2. Revista Jesus Vive e é o Senhor, setembro de 1993, n º 83 – pág. 3 e 7;