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Luis Guilherme Gomes Winther Neves • Maurício Nicácio • Fabrício Sarmanho

Eduardo Muniz Machado Cavalcanti • Edgard Antônio Lemos Alves • Welma Maia
Ernani Pimentel • Márcio Wesley • Luzia Pimenta • Júlio Lociks • Marcelo
Andrade • Jorge Fernando • Sebastião Faustino

Ética no Serviço Público • Regime Jurídico Único • Noções de Direito


Constitucional • Noções de Direito Administrativo • Língua Portuguesa
Raciocínio Lógico • Noções de Informática • Conhecimentos Específicos

2015
Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
© 2015 Vestcon Editora Ltda.

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Título da obra: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS


Conhecimentos Gerais e Específicos – Nível Médio
Técnico do Seguro Social
Atualizada até 29/12/2015 (AI93)

(Conforme Edital n° 1/2015, de 22 de dezembro de 2015 - Cespe)

Ética no Serviço Público • Regime Jurídico Único • Noções de Direito Constitucional


Noções de Direito Administrativo • Língua Portuguesa • Raciocínio Lógico
Noções de Informática • Conhecimentos Específicos

Autores:
Luis Guilherme Gomes Winther Neves • Maurício Nicácio • Fabrício Sarmanho
Eduardo Muniz Machado Cavalcanti • Edgard Antônio Lemos Alves • Welma Maia
Ernani Pimentel • Márcio Wesley • Luzia Pimenta • Júlio Lociks
Marcelo Andrade • Jorge Fernando • Sebastião Faustino

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Dinalva Fernandes

CAPA
Lucas Fuschio

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Marcos Aurélio Pereira

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INSS

SUMÁRIO

Ética no Serviço Público


Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal:
Decreto nº 1.171/1994...................................................................................................................................................... 9
Decreto nº 6.029/2007.................................................................................................................................................... 13

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Ética no Serviço Público
Luis Guilherme Gomes Winther Neves

INTRODUÇÃO A única obrigação do homem é ser virtuoso, é de sua


natureza ser virtuoso e agir como homem. Infelizmente
Atualmente, na sociedade contemporânea, há um ques- um mal que tem aumentado é o de homens que não agem
tionamento muito grande sobre o que é essencial e o que é como homens.
secundário para o convívio social, levando a sociedade, por Os preceitos éticos de uma sociedade são baseados em
diversas vezes, a uma inversão de valores e sentimentos. seus valores, princípios, ideais e regras, que se consolidam
Embora esses questionamentos pareçam mais latentes durante a formação do caráter do ser humano em seu con-
em nossa época, na verdade eles nasceram no momento em vívio social. Essa formação de conceitos se baseia no senso
que o homem passou a viver em sociedade e, para tanto, comum, que é um juízo ou conceito comumente sentido por
começou a perceber a necessidade de “regras” que regula- toda uma ordem, um povo ou uma nação, da sociedade em
mentassem esse convívio. que esse homem está inserido.
Dentro desse mundo de normas e regras, para obter‑se Para melhor entendimento do que é senso comum,
o bom relacionamento social, destaca‑se sobremaneira a tomemos o seguinte: uma criança que adoece consegue
ética – objeto de nosso estudo. explicar para os seus pais que está se sentindo mal, mesmo
A ética é uma ciência de estudo da filosofia e, durante que racionalmente não saiba o significado do termo “mal”.
toda a história, vários pensadores se ocuparam de enten- Ela consegue dar a explicação porque tem a capacidade de
dê‑la, visando à melhoria nas relações sociais. As normas éti- “sentir” o que a palavra significa.
cas revelam a melhor forma de o homem agir durante o seu Quando falamos em ética como algo presente no homem,
relacionamento com a sociedade e em relação a si mesmo. não quer dizer que ele já nasce com a consciên­cia plena do
Sócrates, considerado o pai da filosofia, relaciona o agir que é bom ou mau. Essa consciência existe, mas se desen-
moral com a sabedoria, afirmando que só quem tem conheci- volve mediante o relacionamento com o meio social e com
mento pode ver com clareza o melhor modo de agir em cada o autodescobrimento.
situação. Assim como a teoria socrática, várias outras foram Nas palavras do intelectual baiano Divaldo Franco, “a
formuladas por meio da história, contribuindo de alguma consciência ética é a conquista da iluminação, da lucidez
forma para a melhoria do agir humano e, consequentemente, intelecto moral, do dever solidário e humano”.
para o convívio social. Para uma vida plena, é necessário recorrer à ética, à co-
Com o atual cenário político‑social que vivemos, perce- ragem para decifrar‑se, à confiança na própria vida, ao amor
be‑se que o estudo e aplicação de normas éticas se fazem como a maior manifestação do ser humano no grupo social,
cada vez mais frequentes e necessários ao desenvolvimento ao respeito por si e pelo outro e, principalmente, à verda-
do país. de, estando acima de quaisquer interpretações, ideias ou
opiniões.
ÉTICA E MORAL Moral
Ética O termo moral deriva do latim – mos –, e significa “cos-
tumes”. A moral é a “ferramenta” de trabalho da ética. Sem
Ética é a parte da filosofia que se ocupa do estudo do os juízos de valor aplicados pela moral, seria impossível
comportamento humano e investiga o sentido que o homem determinar se a ação do homem é boa ou má.
dá a suas ações para ser verdadeiramente feliz e alcançar, Moral é o conjunto de normas, livre e consciente, adota-
como diriam os gregos, o “Bem viver”. do, que visa organizar as relações das pessoas, tendo como
A ética faz parte do nosso dia a dia. Em todas as nossas base o bem e o mal, com vistas aos costumes sociais.
relações e atos, em algum grau, utilizamos nossos valores Apesar de serem semelhantes, e  por várias vezes se
éticos para nos auxiliar. confundirem, ética e moral são termos aplicados diferen-
Em um sentido mais amplo, a ética engloba um conjunto temente. Enquanto o primeiro trata o comportamento hu-
de regras e preceitos de ordem valorativa, que estão ligados mano como objeto de estudo e normatização, pro­curando
à prática do bem e da justiça, aprovando ou desaprovando a torná‑lo o mais abrangente possível, o segundo se ocupa de
ação dos homens de um grupo social ou de uma sociedade. atribuir um valor à ação. Esse valor tem como referências as
A palavra ética deriva do grego ethos, e significa “com- normas e conceitos do que vem a ser bem e mal baseados
portamento”. Heidegger dá ao termo ethos o significado de no senso comum.
“morada do ser”. A moral possui um caráter subjetivo, que faz com que
A ética pode ser dividida em duas partes: ética normativa ela seja influenciada por vários fatores, alterando, assim,
e metaética. A  primeira propõe os princípios da conduta os conceitos morais de um grupo para outro. Esses fatores
Ética no Serviço Público

correta, enquanto a segunda investiga o uso de conceitos podem ser sociais, históricos, geográficos etc.
como bem e mal, certo e errado etc. Observa‑se, então, que a moral é dinâmica, ou seja, ela
O estudo da ética demonstra que a consciência moral nos pode mudar seus juízos de valor de acordo com o contexto
inclina para o caminho da virtude, que seria uma qualidade em que esteja inserida.
própria da natureza humana. Logo, um homem para ser ético Aristóteles, em seu livro A Política, descreve que “os
precisa necessariamente ser virtuoso, ou seja, praticar o bem pais sempre parecerão antiquados para os seus filhos”. Essa
usando a liberdade com responsabilidade constantemente. afirmação demonstra que, na passagem de uma geração
Nesse aspecto, percebe‑se que “o agir” depende do ser. familiar para outra, os valores morais mudam radicalmente.
O lápis deve escrever, é de sua natureza escrever; a lâmpada Outro exemplo é o de que moradores de cidades praianas
deve iluminar, é  de sua natureza iluminar e ela deve agir achem perfeitamente normal e aceitável andar pelas ruas
dessa forma. vestidos apenas com trajes de banho, ao passo que mora-

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dores de cidades interioranas veem com estranheza esse valor e moralidade está muito longe de ser alcançado, pois as
comportamento. Essa mudança de comportamento e juízo diversidades culturais e sociais fazem com que o valor dado
de valor é provocada por um agente externo. a determinadas ações mude de acordo com o contexto em
O ato moral tem em sua estrutura dois importantes que está inserido.
aspectos: o normativo e o factual.
O ato normativo são as normas e imperativos que enun- ÉTICA E DEMOCRACIA
ciam o “dever ser”. Ex.: cumpra suas obrigações, não minta,
não roube etc. O Brasil ainda caminha a passos lentos no que diz respeito
Os factuais são os atos humanos que se realizam efe- à ética, principalmente no cenário político que se revela a
tivamente, ou seja, é a aplicação da norma no dia a dia no cada dia, porém é inegável o fato de que realmente a mora-
convívio social. lidade tem avançado.
O ato moral tem sua complexidade na medida em que Vários fatores contribuíram para a formação desse
afeta não somente a pessoa que age, mas aqueles que a quadro caótico. Entre eles, os principais são os golpes de
cercam e a própria sociedade. Portanto, para que um ato seja estados – Golpe de 1930 e Golpe de 1964.
considerado moral, ou seja, bom, deve ser livre, consciente, Durante o período em que o país viveu uma ditadura mili-
intencional e solidário. tar e a democracia foi colocada de lado, tivemos a suspensão
Dessas características decorre a inserção da responsabili- do ensino de filosofia e, consequentemente, de ética, nas
dade, exigindo da pessoa que assuma as consequências por escolas e universidades. Aliados a isso tivemos os direitos
todos os seus atos, livre e conscientemente. políticos do cidadão suspensos, a  liberdade de expressão
Por todos os aspectos que podem influenciar os valo- caçada e o medo da repressão.
res do que vem a ser bom ou justo e, aliado a isso, devido Como consequência dessa série de medidas arbitrárias
à  diversificação de informações culturais que o mundo e autoritárias, nossos valores morais e sociais foram se per-
contemporâneo globalizado nos revela em uma velocidade dendo, levando a sociedade a uma “apatia” social, mantendo,
espantosa, a ética e a moral tornam-se cada vez mais impor- assim, os valores que o Estado queria impor ao povo.
tantes, exigindo que sua aplicabilidade se torne cada vez mais Nos dias atuais estamos presenciando uma “nova era” em
adequada ao contexto em que está inserida. nosso país no que tange à aplicabilidade das leis e da ética
no poder: os crimes de corrupção e de desvio de dinheiro
Ética: Princípios e Valores estão sendo mais investigados e a  polícia tem trabalhado
com mais liberdade de atuação em prol da moralidade e do
Princípios interesse público, o que tem levado os agentes públicos a
refletir mais sobre seus atos antes de cometê‑los.
Princípio é onde alguma coisa ou conhecimento se origi- Essa nova fase se deve principalmente à democracia im-
na. Também pode ser definido como conjunto de regras ou plantada como regime político com a Constituição de 1988.
código de (boa) conduta pelos quais alguém governa a sua Etimologicamente, o termo democracia vem do grego
vida e as suas ações. demokratía, em que demo significa povo e kratía, governo.
Fazendo uma análise minuciosa desses conceitos, Logo, a definição de democracia é “governo do povo”.
percebe‑se que os princípios que regem a nossa conduta em A democracia confere ao povo o poder de influenciar na
sociedade são aqueles conceitos ou regras que aprendemos administração do Estado. Por meio do voto, o povo é que
por meio do convívio, passados geração após geração. determina quem vai ocupar os cargos de direção do Estado.
Esses conhecimentos se originaram, em algum momento, Logo, insere-se nesse contexto a responsabilidade tanto do
no grupo social em que estão inseridos, convencionando‑se povo, que escolhe seus dirigentes, quanto dos escolhidos,
que sua aplicação é boa, sendo aceita pelo grupo. que deverão prestar contas de seus atos no poder.
Quando uma pessoa afirma que determinada ação fere A ética tem papel fundamental em todo esse processo,
seus princípios, ela está se referindo a um conceito, ou regra, regulamentando e exigindo dos governantes o comporta-
que foi originado em algum momento em sua vida ou na vida mento adequado à função pública que lhe foi confiada por
do grupo social em que está inserida. meio do voto, e conferindo ao povo as noções e os valores
necessários para o exercício de seus deveres e cobrança dos
Valores seus direitos.
É por meio dos valores éticos e morais – determinados
Nas mais diversas sociedades, independentemente do pela sociedade – que podemos perceber se os atos cometidos
nível cultural, econômico ou social em que estejam inseridas, pelos ocupantes de cargos públicos estão visando ao bem
os valores são fundamentais para se determinar quais são as comum ou ao interesse público.
pessoas que agem tendo por finalidade o bem.
O caráter dos seres, pelo qual são mais ou menos deseja- Exercício da Cidadania
dos ou estimados por uma pessoa ou grupo, é determinado
pelo valor de suas ações. Sua ação terá seu valor aumentado Todo cidadão tem direito a exercer a cidadania, isto é,
Ética no Serviço Público

na medida em que for desejada e copiada por mais pessoas seus direitos de cidadão; direitos esses que são garantidos
do grupo. constitucionalmente nos princípios fundamentais.
Todos os termos que servem para qualificar uma ação Exercer os direitos de cidadão, na verdade, está vincula-
ou o caráter de uma pessoa têm um peso “bom” e um peso do a exercer também os deveres de cidadão. Por exemplo,
“ruim”. Citam-se como exemplo os termos honesto e deso- uma pessoa que deixa de votar não pode cobrar nada do
nesto, generoso e egoísta, verdadeiro e falso. governante que está no poder, afinal ela se omitiu do dever
Os valores dão “peso” à ação ou caráter de uma pessoa de participar do processo de escolha dessa pessoa, e com
ou grupo. Esse peso pode ser bom ou ruim. Kant afirmava essa atitude abriu mão também dos seus direitos.
que toda ação considerada moralmente boa deveria ser Direitos e deveres andam juntos no que tange ao exer-
necessariamente universal, ou seja, ser boa em qualquer cício da cidadania. Não se pode conceber um direito sem
lugar e em qualquer tempo. Infelizmente o ideal kantiano de que antes este seja precedido de um dever a ser cumprido;

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8 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
é uma via de mão dupla, seus direitos aumentam na mesma transformou sua imagem no estereótipo de um setor que não
proporção de seus deveres perante a sociedade. funciona, é muito burocrático e custa muito caro à população.
Constitucionalmente, os direitos garantidos, tanto indi- O cidadão, mesmo bem atendido por um servidor pú-
viduais quanto coletivos, sociais ou políticos, são precedidos blico, não consegue sustentar uma boa imagem do serviço
de responsabilidades que o cidadão deve ter perante a e do servidor, pois o que faz a imagem de uma empresa ou
sociedade. Por exemplo, a Constituição garante o direito à órgão parecer boa diante da população é  o atendimento
propriedade privada, mas exige‑se que o proprietário seja de seus funcionários, e por mais que os servidores sérios e
responsável pelos tributos que o exercício desse direito gera, responsáveis se esforcem, existe uma minoria que consegue
como o pagamento do IPTU. facilmente acabar com todos os esforços levados a cabo pelos
Exercer a cidadania, por consequência, é também ser bons funcionários.
probo, agir com ética assumindo a responsabilidade que Aliados a isso, têm-se, em nosso cenário político atual,
advém de seus deveres enquanto cidadão inserido no con- constantes denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro,
vívio social. uso inadequado da máquina pública e muitos outros fatores
que vêm a contribuir de forma destrutiva para a imagem do
servidor e do serviço públicos.
ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA Esse conjunto caótico de fatores faz com que a opinião
pública, por diversas vezes, se posicione contra o setor e
Função pública é a competência, atribuição ou encargo os servidores públicos, levando em conta apenas aquilo
para o exercício de determinada função. Ressalta-se que que, infelizmente, é divulgado nos jornais, revista e redes
essa função não é livre, devendo, portanto, estar o seu de televisão.
exercício sujeito ao interesse público, da coletividade ou da Nesse ponto, a ética se insere de maneira determinante
Administração. Segundo Maria Sylvia Z. Di Pietro, função para contribuir e melhorar a qualidade do atendimento, inse-
“é o conjunto de atribuições às quais não corresponde um rindo no âmbito do poder público princípios e regras necessá-
cargo ou emprego”. rios ao bom andamento do serviço e ao respeito aos usuários.
No exercício das mais diversas funções públicas, os Os novos códigos de ética, além de regulamentarem a
servidores, além das normatizações vigentes nos órgãos e qualidade e o trato dispensados aos usuários e ao serviço
entidades públicas que regulamentam e determinam a forma público e de trazer punições para os que descumprem as suas
de agir dos agentes públicos, devem respeitar os valores normas, também têm a função de proteger a imagem e a
éticos e morais que a sociedade impõe para o convívio em honra do servidor que trabalha seguindo fielmente as regras
grupo. A não observação desses valores acarreta uma série neles contidos, contribuindo, assim, para uma melhoria na
de erros e problemas no atendimento ao público e aos usu- imagem do servidor e do órgão perante a população.
ários do serviço, o que contribui de forma significativa para
uma imagem negativa do órgão e do serviço. DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE
Um dos fundamentos que precisa ser compreendido é 1994
o de que o padrão ético dos servidores públicos no exercí-
cio de sua função pública advém de sua natureza, ou seja, Aprova o Código de Ética Pro-
do caráter público e de sua relação com o público. fissional do Servidor Público Civil
O servidor deve estar atento a esse padrão não apenas do Poder Executivo Federal.
no exercício de suas funções, mas 24 horas por dia durante
toda a sua vida. O caráter público do seu serviço deve-se O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: no uso das atribuições
incorporar à sua vida privada, a fim de que os valores morais que lhe confere o art.  84, incisos IV e VI, e  ainda tendo
e a boa-fé, amparados constitucionalmente como princípios em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como
básicos e essenciais a uma vida equilibrada, se insiram e se- nos arts. 116 e 117 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
jam uma constante em seu relacionamento com os colegas 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho
e com os usuários do serviço. de 1992, decreta:
Os princípios constitucionais devem ser observados para
que a função pública se integre de forma indissociável ao Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profissional do
direito. Esses princípios são: Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com
• Legalidade: todo ato administrativo deve seguir fiel- este baixa.
mente os meandros da lei. Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública
• Impessoalidade: aqui é aplicado como sinônimo de Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias,
igualdade: todos devem ser tratados de forma iguali- as providências necessárias à plena vigência do Código de
tária e respeitando o que a lei prevê. Ética, inclusive mediante a constituição da respectiva Comis-
• Moralidade: respeito ao padrão moral para não com- são de Ética, integrada por três servidores ou empregados
prometer os bons costumes da sociedade. titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.
Parágrafo único. A  constituição da Comissão de Ética
Ética no Serviço Público

• Publicidade: refere-se à transparência de todo ato


público, salvo os casos previstos em lei. será comunicada à Secretaria da Administração Federal da
• Eficiência: ser o mais eficiente possível na utilização Presidência da República, com a indicação dos respectivos
dos meios que são postos a sua disposição para a membros titulares e suplentes.
execução do seu mister. Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de sua pu-
blicação.
ÉTICA NO SETOR PÚBLICO Brasília, 22 de junho de 1994, 173º da Independência e
106º da República.
Durante as últimas décadas, o  setor público foi alvo,
por parte da mídia e de um senso comum vigente, de um ITAMAR FRANCO
processo deliberado de formação de uma caricatura, que Romildo Canhim

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ANEXO IV – A remuneração do servidor público é custeada pelos
tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por
Código de Ética Profissional do Servidor Público ele próprio, e  por isso se exige, como contrapartida, que
Civil do Poder Executivo Federal a moralidade administrativa se integre no Direito, como
elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade,
CAPÍTULO I erigindo‑se, como consequência em fator de legalidade.
V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público pe-
Seção I rante a comunidade deve ser entendido como acréscimo
Das Regras Deontológicas ao seu próprio bem‑estar, já que, como cidadão, integrante
da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado
Comentário: como seu maior patrimônio.
As regras deontológicas são aquelas que têm como fun-
damento os valores morais do grupo social em que estão Comentário:
inseridas. O servidor é, antes de tudo, um cidadão que se beneficia
com a adequada prestação do serviço e com a conservação
I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciên- do patrimônio público.
cia dos princípios morais são primados maiores que devem
nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou VI – A função pública deve ser tida como exercício pro-
função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação fissional e, portanto, se integra na vida particular de cada
do próprio poder estatal1. Seus atos, comportamentos e servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta
atitudes serão direcionados para a preservação da honra e do dia a dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir
da tradição dos serviços públicos. o seu bom conceito na vida funcional.

Comentário: Comentário:
Note que o legislador fala da “eficácia” do servidor; ser O servidor deve levar uma vida reta e honesta. Os atos
eficaz não significa apenas fazer aquilo que deve ser feito, da sua vida particular, mesmo em gozo de férias, podem
mas, também, fazer aquilo que é correto. O servidor deve influenciar seu bom conceito e, com isso, colocar à prova
se omitir de fazer aquilo que não é correto. seus atos oficiais.
II – O servidor público não poderá jamais desprezar o VII – Salvo os casos de segurança nacional, investigações
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir policiais ou interesse superior do Estado e da Administração
somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conve- Pública, a  serem preservados em processo previamente
niente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas declarado sigiloso, nos termos da lei, a  publicidade de
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia
as regras contidas no art. 37, caput, e § 4º, da Constituição e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento
Federal. ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.5
Comentário: Comentário:
Aqui a lei mostra que o servidor que não despreza o Todo ato administrativo deve seguir o princípio da publi-
código e a moralidade não precisará tomar decisões que cidade, que pode-se observar com transparência no inciso
impliquem comprometimento de sua conduta. VII, disposto acima. Um bom exemplo no que se refere à
exceção citada nesse inciso foi o caso de o Governo Federal se
III – A moralidade da Administração Pública não se limita negar a divulgar as informações sobre os gastos dos cartões
à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da corporativos, alegando para tanto o comprometimento da
idéia de que o fim é sempre o bem comum.2 O equilíbrio segurança nacional.
entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor
público, é que poderá consolidar a moralidade do ato ad- VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não
ministrativo. pode omiti‑la ou falseá‑la, ainda que contrária aos interesses
da própria pessoa interessada ou da Administração Pública.
Comentário: Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar‑se sobre o poder
Todo ato administrativo cometido por servidor tem por corruptivo do hábito do erro, da opressão, ou da mentira, que
finalidade o bem comum ou o interesse público. Além disso, sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto
deve-se observar, durante todo o processo, a exigência legal, mais a de uma Nação.
para que o ato tenha validade. IX  – A cortesia, a  boa vontade, o  cuidado e o tempo
Na moralidade administrativa, a conduta dos servidores dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela
públicos baseia-se nos valores subjacentes à atividade disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos
Ética no Serviço Público

estatal.3 direta ou indiretamente significa causar‑lhe dano moral. Da


A probidade administrativa é uma forma de moralidade, mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao
visto que ela consiste, entre outros aspectos, em servir patrimônio público, deteriorando‑o, por descuido ou má
honestamente a administração pública.4 vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento
e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa
1
Assunto cobrado na prova do Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas
Administrativo/2009. esperanças e seus esforços para construí‑los.
2
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ministério da Ciência, Tecnologia e Ino-
vação/Assistente em Ciência e Tecnologia I/Apoio Administrativo/2012.
3
Cespe/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação/ Assistente em Ciência e
Tecnologia I/Apoio Administrativo/2012.
4
Cespe/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação/Assistente em Ciência e Assunto cobrado na prova do Cespe/Ministério da Ciência, Tecnologia e Ino-
5

Tecnologia I/Apoio Administrativo/2012. vação/Assistente em Ciência e Tecnologia I/Apoio Administrativo/2012.

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10 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Comentário: situações procrastinatórias (demoradas) é dever do servidor,
Ser cortês, educado e ter boa vontade é obrigação de evitando, assim, o dano moral ao usuário.
qualquer pessoa que conviva no meio social. Em muitos c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a
casos, a falta de educação, quando atinge limites que de- integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando
notam também falta de respeito a outra pessoa, pode ser estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa
caracterizada como crime e, para tanto, passível de reparação para o bem comum;
nos termos da lei. d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con-
dição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da
X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de coletividade a seu cargo;
solução que compete ao setor em que exerça suas funções,
permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra Comentário:
espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza
Seguem-se, aqui, o princípio da publicidade do ato
apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
administrativo e a transparência na prestação de contas do
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços
públicos. servidor a serviço da coletividade ou do bem comum.

Comentário: e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços,


O Código de Defesa do Consumidor também legisla sobre aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com
o tempo de espera em filas, mas perceba que o Decreto nº o público;7
1.171/1994 é muito anterior ao código de defesa e já trata- f) ter consciência de que seu trabalho é regido por prin-
va desse problema, atribuindo a ele o crime de grave dano cípios éticos que se materializam na adequada prestação
moral ao usuário, sendo passível de processo e reparação dos serviços públicos;8
nos termos da lei. g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção,
respeitando a capacidade e as limitações individuais de to-
XI – O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens dos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de
legais de seus superiores, velando atentamente por seu preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor,
cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os idade, religião, cunho político e posição social, abstendo‑se,
repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam‑se, dessa forma, de causar‑lhes dano moral;9
às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo im-
prudência no desempenho da função pública. Comentário:
XII – Toda ausência injustificada do servidor de seu local Ter respeito, tratar cuidadosamente os usuários do ser-
de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, viço e aperfeiçoar o processo de comunicação são cuidados
o que quase sempre conduz à desordem nas relações hu- que precisam ser observados atentamente pelo servidor,
manas. visto que falta de respeito às limitações pode caracterizar
discriminação, o que, além de ser crime previsto em lei, é um
Comentário: ato de desumanidade e totalmente abominável.
Aqui se insere a eficácia do servidor: não obedecendo às
ordens ilegais de seus superiores – fazendo apenas aquilo h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor
que é correto ser feito –, nem se ausentando de seu local de de representar contra qualquer comprometimento indevido
trabalho, o que por si só prejudica o atendimento ao público, da estrutura em que se funda o Poder Estatal;10
velando, assim, pelos princípios que regem os atos oficiais i) resistir a todas as pressões de superiores hierárqui-
do serviço público. cos, de contratantes, interessados e outros que visem
obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevi-
XIII  – O servidor que trabalha em harmonia com a das em decorrência de ações morais, ilegais ou aéticas e
estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada denunciá‑las;11
concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração,
pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o Comentário:
crescimento e o engrandecimento da Nação.6 Respeitar a hierarquia é fundamental para o bom an-
damento do serviço em qualquer esfera. Porém, o servidor
Seção II tem a obrigação de denunciar qualquer ato ou fato contrário
Dos Principais Deveres do Servidor Público ao interesse público. Portanto, deve o servidor estar atento
às ordens de seus superiores, pois se estas forem ilegais
XIV – São deveres fundamentais do servidor público: sua obrigação é denunciar e exigir as providências cabíveis.
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função
ou emprego público de que seja titular; j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;
rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que
Ética no Serviço Público

resolver situações procrastinatórias, principalmente diante sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo
de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação negativamente em todo o sistema;
dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com
o fim de evitar dano moral ao usuário; 7
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ministério da Ciência, Tecnologia e Ino-
vação/Assistente em Ciência e Tecnologia I/Apoio Administrativo/2012.
Comentário: 8
Assunto cobrado na prova do Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio
“Desempenhar a tempo” significa desempenhar em Administrativo/2009.
9
Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009.
um prazo estritamente necessário ao serviço. Resolver as 10
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Ministério da Ciência, Tecnologia
e Inovação/Assistente em Ciência e Tecnologia I/Apoio Administrativo/2012 e
Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009.
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Administra-
6 11
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ministério da Ciência, Tecnologia e Ino-
tiva/2013. vação/Assistente em Ciência e Tecnologia I/Apoio Administrativo/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 11
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e Comentário:
qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo Prejudicar deliberadamente a reputação de alguém
as providências cabíveis;12 pode ser caracterizado como crime de calúnia e difamação,
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, passível de reparação nos termos da lei.
seguindo os métodos mais adequados à sua organização e
distribuição; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, co-
o) participar dos movimentos e estudos que se relacio- nivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao
nem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo Código de Ética de sua profissão;15
por escopo a realização do bem comum;13
p) apresentar‑se ao trabalho com vestimentas adequadas Comentário:
ao exercício da função; Ser conivente com qualquer espécie de infração ao có-
q) manter‑se atualizado com as instruções, as normas digo é também uma infração, tão grave quanto a cometida
de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce
pelo outro servidor.
suas funções;
Comentário: d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer-
É dever do servidor estudar as normas e procedimentos cício regular de direito por qualquer pessoa, causando‑lhe
do serviço, a fim de prestar um atendimento adequado aos dano moral ou material;
usuários e seguir o que a lei determina com vistas ao prin- e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao
cípio da legalidade. seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do
seu mister;16
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, ca-
instruções superiores, as  tarefas de seu cargo ou função,
prichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram
tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez,
no trato com o público, com os jurisdicionados adminis-
mantendo tudo sempre em boa ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por trativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou
quem de direito; inferiores;17
t) exercer, com estrita moderação, as  prerrogativas
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo‑se de fazê‑lo Comentário:
contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do Atrasar o atendimento, por si só, já é uma falta contra o
serviço público e dos jurisdicionados administrativos; Código de Ética; usar artifícios para aumentar o atraso, além
u) abster‑se, de forma absoluta, de exercer sua função, de falta de caráter por parte do servidor, é mais uma falta
poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse grave passível de reparação. A falta de entendimento com
público, mesmo que observando as formalidades legais e colegas ou com usuários do serviço não pode atrapalhar o
não cometendo qualquer violação expressa à lei; bom andamento dentro do órgão.
Comentário: g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer
Observa-se, mais uma vez, a eficácia, que obriga o servi- tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, do-
dor a abster‑se de exercer sua função em qualquer ato que ação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares
não tenha por finalidade o interesse público.
ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou
para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando Comentário:
o seu integral cumprimento.14 Solicitar ajuda financeira para exercer obrigações pode
ser entendido como corrupção, punida nos termos da lei.
Seção III
Das Vedações ao Servidor Público h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva
encaminhar para providências;18
XV – É vedado ao servidor público;
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tem- Comentário:
po, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, Dependendo do documento alterado e da alteração,
para si ou para outrem; pode-se caracterizar uma série de penalidades, inclusive
estelionato ou falsificação.
Comentário:
Ressalta-se, aqui, o famoso jargão “você sabe com quem i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite
está falando?”. Usar da autoridade que o cargo lhe confere do atendimento em serviços públicos;19
em benefício próprio ou de terceiros é expressamente ve- j) desviar servidor público para atendimento a interesse
Ética no Serviço Público

dado ao servidor. particular;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros A título de exemplo: André e Beatriz são servidores pú-
servidores ou de cidadãos que deles dependam; blicos lotados no mesmo órgão público e André é o chefe

15
Cespe/Ministério Público do Estado do Piauí/Técnico Ministerial/Administrati-
12
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/Analista va/2012.
em Ciência e Tecnologia Pleno I/Gestão Administrativa/2012. 16
Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009.
13
Assunto cobrado na prova do Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio 17
Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009.
Administrativo/2009. 18
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/INSS/ Perito Médico Previdenciá-
14
Assunto cobrado na prova do Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio rio/2012 e Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009.
Administrativo/2009. 19
Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009.

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12 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
imediato de Beatriz. Sexta-feira, às 17 horas, horário de XVII – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 1º/2/2007)
expediente de ambos, André, argumentando que passaria XVIII – À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga-
o fim de semana com seu filho, Carlos – que se encontrava nismos encarregados da execução do quadro de carreira dos
na casa da mãe, ex-esposa de André –, mandou Beatriz servidores, os registros sobre sua conduta Ética, para o efeito
buscá-lo, pois não queria correr o risco de se encontrar com de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais
sua ex-esposa. Nessa situação, a atitude de André encontra procedimentos próprios da carreira do servidor público.
vedação no Decreto nº 1.171/1994.20 XIX – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 1º/2/2007)
XX – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 1º/2/2007)
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente XXI – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 1º/2/2007)
autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente XXII – A pena aplicável ao servidor público pela Comis-
ao patrimônio público;21 são de Ética é a de censura e sua fundamentação constará
do respectivo parecer, assinado por todos os seus integran-
Comentário: tes, com ciência do faltoso.26
Não deve o servidor retirar nada de seu local de trabalho
sem a devida autorização, nem solicitar a algum subordinado
Comentário:
que resolva algum problema seu, a  fim de se evitar falta
Se a falta cometida por servidor for passível de penalida-
contra o Código.
de maior que a censura, deverá a Comissão de Ética encami-
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no nhar cópia do processo à Comissão de Processo Disciplinar
âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de para as providências cabíveis, não acarretando, com isso,
parentes, de amigos ou de terceiros;22 prejuízo ao processo na comissão de ética.

Comentário: XXIII – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 1º/2/2007)


Um caso famoso que ilustra bem a alínea acima é o de um XXIV – Para fins de apuração do comprometimento ético,
presidente do Banco Central que divulgou uma informação entende‑se por servidor público todo aquele que, por força
sigilosa sobre o mercado financeiro, causando um enorme de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços
prejuízo a várias empresas e cofres públicos. Nesse caso, de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda
além de falta contra o código, também ocorreu o crime de que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou
prejuízo contra a ordem econômica. indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as
autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais,
n) apresentar‑se embriagado no serviço ou fora dele as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou
habitualmente;23 em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente
contra a moral, a  honestidade ou a dignidade da pessoa A título de exemplo: João, servidor público federal, é
humana; membro de Comissão de Ética de determinado órgão do
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu Poder Executivo Federal e foi acusado do cometimento de
nome a empreendimentos de cunho duvidoso. infração de natureza ética. Nesta hipótese, a infração ética
será apurada pela Comissão de Ética Pública.27
Comentário:
O servidor pode ser sócio de empresa particular, desde XXV – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 1º/2/2007)
que não exerça função de gerência nem pertença a nenhum
empreendimento de cunho duvidoso.
DECRETO Nº 6.029, DE 1º DE FEVEREIRO
CAPÍTULO II DE 2007
Das Comissões de Ética
Institui Sistema de Gestão da
XVI – Em todos os órgãos e entidades da Administração Ética do Poder Executivo Federal,
Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, e dá outras providências.
ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições
delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Co- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que
missão de Ética24, encarregada de orientar e aconselhar lhe confere o art.  84, inciso VI, alínea a, da Constituição,
sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com decreta:
as pessoas e com o patrimônio público, competindo‑lhe
conhecer concretamente de imputação ou de procedimento Art. 1º Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do
Ética no Serviço Público

susceptível de censura.25 Poder Executivo Federal com a finalidade de promover ati-


vidades que dispõem sobre a conduta ética no âmbito do
20
Cespe/Ministério da Ciência e Tecnologia/2012.
21
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/ Analista Judiciário/Área Administra- Executivo Federal, competindo‑lhe:
tiva/2013. I – integrar os órgãos, programas e ações relacionadas
22
Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009.
23
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Ministério da Ciência, Tecnologia
com a ética pública;
e Inovação/Assistente em Ciência e Tecnologia I/Apoio Administrativo/2012 e II – contribuir para a implementação de políticas públi-
FCC/INSS/Perito Médico Previdenciário/2012.
24
Assunto cobrado na prova: Cespe/MPE-PI/Analista Ministerial/Administrati-
cas tendo a transparência e o acesso à informação como
va/2012.
25
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/MPE-PI/Técnico Ministerial/ Área 26
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/MPE-PI/Técnico Ministerial/
Administrativa/2012 e Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administra- Administrativa/2012 e FCC/INSS/Perito Médico Previdenciário/2012.
tivo/2009. 27
FCC/INSS/Técnico do Seguro Social/2012.

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instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da Art. 6º É dever do titular de entidade ou órgão da Admi-
ética pública;28 nistração Pública Federal, direta e indireta:
III – promover, com apoio dos segmentos pertinentes, I – assegurar as condições de trabalho para que as Co-
a compatibilização e interação de normas, procedimentos missões de Ética cumpram suas funções, inclusive para que
técnicos e de gestão relativos à ética pública; do exercício das atribuições de seus integrantes não lhes
IV – articular ações com vistas a estabelecer e efetivar resulte qualquer prejuízo ou dano;
procedimentos de incentivo e incremento ao desempenho II  – conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da
institucional na gestão da ética pública do Estado brasileiro. ética conforme processo coordenado pela Comissão de
Art. 2º Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder Ética Pública.
Executivo Federal: Art. 7º Compete às Comissões de Ética de que tratam os
I  – a Comissão de Ética Pública  – CEP, instituída pelo incisos II e III do art. 2º:
Decreto de 26 de maio de 1999; I – atuar como instância consultiva de dirigentes e servi-
II – as Comissões de Ética de que trata o Decreto nº 1.171, dores no âmbito de seu respectivo órgão ou entidade;
de 22 de junho de 1994; e II  – aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor
III  – as demais Comissões de Ética e equivalentes nas Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo
entidades e órgãos do Poder Executivo Federal. Decreto 1.171, de 1994, devendo:
Art.  3º A CEP será integrada por sete brasileiros que a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas para
preencham os requisitos de idoneidade moral, reputação seu aperfeiçoamento;
ilibada e notória experiência em administração pública, b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas
designados pelo Presidente da República, para mandatos normas e deliberar sobre casos omissos;34
de três anos, não coincidentes, permitida uma única re- c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em
condução.29 desacordo com as normas éticas pertinentes; e
§ 1º A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão
remuneração para seus membros e os trabalhos nela desen- ou entidade a que estiver vinculada, o desenvolvimento de
volvidos são considerados prestação de relevante serviço ações objetivando a disseminação, capacitação e treinamen-
público. to sobre as normas de ética e disciplina;
§ 2º O Presidente terá o voto de qualidade nas delibe- III – representar a respectiva entidade ou órgão na Rede
rações da Comissão. de Ética do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 9º; e
§ 3º Os mandatos dos primeiros membros serão de um, IV – supervisionar a observância do Código de Conduta
dois e três anos, estabelecidos no decreto de designação. da Alta Administração Federal e comunicar à CEP situações
Art. 4º À CEP compete: que possam configurar descumprimento de suas normas.
I – atuar como instância consultiva do Presidente da Re- §  1º Cada Comissão de Ética contará com uma Secre-
pública e Ministros de Estado em matéria de ética pública;30 taria‑Executiva, vinculada administrativamente à instância
II – administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta máxima da entidade ou órgão, para cumprir plano de tra-
Administração Federal, devendo: balho por ela aprovado e prover o apoio técnico e material
a) submeter ao Presidente da República medidas para necessário ao cumprimento das suas atribuições.
seu aprimoramento; §  2º As Secretarias‑Executivas das Comissões de Ética
b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas serão chefiadas por servidor ou empregado do quadro
normas, deliberando sobre casos omissos31; permanente da entidade ou órgão, ocupante de cargo de
c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em direção compatível com sua estrutura, alocado sem aumento
desacordo com as normas nele previstas, quando praticadas de despesas.
pelas autoridades a ele submetidas; Art. 8º Compete às instâncias superiores dos órgãos e
III – dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do entidades do Poder Executivo Federal, abrangendo a admi-
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder nistração direta e indireta:
Executivo Federal de que trata o Decreto nº 1.171, de 1994; I – observar e fazer observar as normas de ética e dis-
IV  – coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de ciplina;
Gestão da Ética Pública do Poder Executivo Federal;32 II – constituir Comissão de Ética;
V – aprovar o seu regimento interno; e III – garantir os recursos humanos, materiais e financeiros
VI – escolher o seu Presidente. para que a Comissão cumpra com suas atribuições; e
Parágrafo único. A CEP contará com uma Secretaria‑Exe- IV – atender com prioridade às solicitações da CEP.
cutiva, vinculada à Casa Civil da Presidência da República, Art. 9º Fica constituída a Rede de Ética do Poder Exe­
à qual competirá prestar o apoio técnico e administrativo cutivo Federal, integrada pelos representantes das Comissões
aos trabalhos da Comissão.33 de Ética de que tratam os incisos I, II e III do art. 2º, com o
Art. 5º Cada Comissão de Ética de que trata o Decreto objetivo de promover a cooperação técnica e a avaliação
Ética no Serviço Público

nº 1.171, de 1994, será integrada por três membros titulares em gestão da ética.
e três suplentes, escolhidos entre servidores e empregados Parágrafo único. Os  integrantes da Rede de Ética se
do seu quadro permanente, e  designados pelo dirigente reunirão sob a coordenação da Comissão de Ética Pública,
máximo da respectiva entidade ou órgão, para mandatos pelo menos uma vez por ano, em fórum específico, para
não coincidentes de três anos. avaliar o programa e as ações para a promoção da ética na
administração pública.
28
Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009. Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de
29
Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009. Ética devem ser desenvolvidos com celeridade e observância
30
Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009.
31
FCC/INSS/Perito Médico Previdenciário/2012. dos seguintes princípios:
32
Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009.
33
Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009. Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009.
34

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
14 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I – proteção à honra e à imagem da pessoa investigada; §  2º Na hipótese de os autos estarem instruídos com
II – proteção à identidade do denunciante, que deverá documento acobertado por sigilo legal, o  acesso a esse
ser mantida sob reserva, se este assim o desejar; e tipo de documento somente será permitido a quem detiver
III – independência e imparcialidade dos seus membros igual direito perante o órgão ou entidade originariamente
na apuração dos fatos, com as garantias asseguradas neste encarregado da sua guarda.
Decreto. § 3º Para resguardar o sigilo de documentos que assim
Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa ju- devam ser mantidos, as Comissões de Ética, depois de con-
rídica de direito privado, associação ou entidade de classe cluído o processo de investigação, providenciarão para que
poderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, tais documentos sejam desentranhados dos autos, lacrados
visando à apuração de infração ética imputada a agente e acautelados.
público, órgão ou setor específico de ente estatal.35 Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é
Parágrafo único. Entende‑se por agente público, para os assegurado o direito de saber o que lhe está sendo imputado,
fins deste Decreto, todo aquele que, por força de lei, contrato de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos autos, no
ou qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza perma- recinto das Comissões de Ética, mesmo que ainda não tenha
nente, temporária, excepcional ou eventual, ainda que sem sido notificada da existência do procedimento investigatório.
retribuição financeira, a órgão ou entidade da administração
pública federal, direta e indireta. A título de exemplo: Manoel, servidor público civil do
Art. 12. O processo de apuração de prática de ato em Poder Executivo Federal, está sendo investigado para apu-
desrespeito ao preceituado no Código de Conduta da Alta ração de eventual infração ética. Nos termos do Decreto nº
Administração Federal e no Código de Ética Profissional do 6.029/2007, Manoel tem o direito de saber o que lhe está
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal será ins- sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e de ter
taurado, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada, vista dos autos, no recinto da Comissão de Ética, mesmo
respeitando‑se, sempre, as garantias do contraditório e da que ainda não tenha sido notificado da existência do pro-
ampla defesa, pela Comissão de Ética Pública ou Comissões cedimento investigatório37.
de Ética de que tratam o incisos II e III do art. 2º, conforme
o caso, que notificará o investigado para manifestar‑se, por Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo inclui
escrito, no prazo de dez dias. o de obter cópia dos autos e de certidão do seu teor.
§ 1º O investigado poderá produzir prova documental Art. 15. Todo ato de posse, investidura em função pública
necessária à sua defesa. ou celebração de contrato de trabalho, dos agentes públicos
§  2º As Comissões de Ética poderão requisitar os do­ referidos no parágrafo único do art. 11, deverá ser acompa-
cumentos que entenderem necessários à instrução proba- nhado da prestação de compromisso solene de acatamento e
tória e, também, promover diligências e solicitar parecer observância das regras estabelecidas pelo Código de Conduta
de especialista. da Alta Administração Federal, pelo Código de Ética Profis-
§ 3º Na hipótese de serem juntados aos autos da inves- sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
tigação, após a manifestação referida no caput deste artigo, e pelo Código de Ética do órgão ou entidade, conforme o
novos elementos de prova, o investigado será notificado para caso.
nova manifestação, no prazo de dez dias. Parágrafo único. A posse em cargo ou função pública que
§ 4º Concluída a instrução processual, as Comissões de submeta a autoridade às normas do Código de Conduta da
Ética proferirão decisão conclusiva e fundamentada. Alta Administração Federal deve ser precedida de consulta
§  5º Se a conclusão for pela existência de falta ética, da autoridade à Comissão de Ética Pública acerca de situação
além das providências previstas no Código de Conduta da que possa suscitar conflito de interesses.
Alta Administração Federal e no Código de Ética Profissio- Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar‑se de
nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, proferir decisão sobre matéria de sua competência alegando
as Comissões de Ética tomarão as seguintes providências, omissão do Código de Conduta da Alta Administração Fe-
no que couber: deral, do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
I – encaminhamento de sugestão de exoneração de car- do Poder Executivo Federal ou do Código de Ética do órgão
go ou função de confiança à autoridade hierarquicamente ou entidade, que, se existente, será suprida pela analogia
superior ou devolução ao órgão de origem, conforme o caso;
e invocação aos princípios da legalidade, impessoalidade,
II – encaminhamento, conforme o caso, para a Contro-
moralidade, publicidade e eficiência.
ladoria‑Geral da União ou unidade específica do Sistema de
§ 1º Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão de
Correição do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto
Ética competente deverá ouvir previamente a área jurídica
nº 5.480, de 30 de junho de 2005, para exame de eventuais
do órgão ou entidade.
transgressões disciplinares; e
§ 2º Cumpre à CEP responder a consultas sobre aspectos
III – recomendação de abertura de procedimento admi-
Ética no Serviço Público

éticos que lhe forem dirigidas pelas demais Comissões de


nistrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir.
Ética e pelos órgãos e entidades que integram o Executivo
Art. 13. Será mantido com a chancela de “reservado”,
Federal, bem como pelos cidadãos e servidores que venham
até que esteja concluído, qualquer procedimento instau-
a ser indicados para ocupar cargo ou função abrangida pelo
rado para apuração de prática em desrespeito às normas
Código de Conduta da Alta Administração Federal.
éticas36.
Art.  17. As  Comissões de Ética, sempre que consta-
§ 1º Concluída a investigação e após a deliberação da CEP
tarem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de
ou da Comissão de Ética do órgão ou entidade, os autos do
improbidade administrativa ou de infração disciplinar,
procedimento deixarão de ser reservados.
encaminharão cópia dos autos às autoridades competentes
Cespe/Finep/Técnico/Administração/Apoio Administrativo/2009.
35

Assunto cobrado na prova: FCC/Perito Médico Previdenciário/2012.


36
FCC/INSS/Perito Médico Previdenciário/2012.
37

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 15
para apuração de tais fatos, sem prejuízo das medidas de ÉTICA EMPRESARIAL
sua competência38.
Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na análise A ética empresarial pode ser entendida como um valor,
de qualquer fato ou ato submetido à sua apreciação ou por que constitui e que gera benefícios, da organização que
ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão assegura sua sobrevivência, sua reputação e, consequen-
dos nomes dos investigados, divulgadas no sítio do próprio temente, seus bons resultados. A  ética empresarial é “o
órgão, bem como remetidas à Comissão de Ética Pública.
comportamento da empresa – entidade lucrativa – quando
Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que tra-
ela age em conformidade com os princípios morais e as regras
tam os incisos II e III do art. 2º são considerados relevantes e
do bem proceder aceitas pela sociedade a qual está inserida.
têm prioridade sobre as atribuições próprias dos cargos dos
A ética das organizações é considerada um fator impor-
seus membros, quando estes não atuarem com exclusividade
tantíssimo para a sobrevivência das empresas, tanto das
na Comissão.
Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Públi- pequenas quanto das grandes.
ca Federal darão tratamento prioritário às solicitações de As organizações estão percebendo a necessidade de uti-
documentos necessários à instrução dos procedimentos de lizar a ética, para que o “público” tenha uma melhor imagem
investigação instaurados pelas Comissões de Ética. do seu slogan, que permitirá, ou não, um crescimento da
§ 1º Na hipótese de haver inobservância do dever fun- relação entre funcionários e clientes.
cional previsto no caput, a  Comissão de Ética adotará as Desse modo, é relevante ter consciência de que toda a
providências previstas no inciso III do § 5º do art. 12. sociedade vai se beneficiar por meio da ética aplicada dentro
§  2º As autoridades competentes não poderão alegar da empresa, bem como os clientes, os fornecedores, os só-
sigilo para deixar de prestar informação solicitada pelas cios, os funcionários, o governo. Se a empresa agir dentro dos
Comissões de Ética. padrões éticos, ela só tende a crescer, desde a sua estrutura
Art. 21. A infração de natureza ética cometida por mem- em si, como aqueles que a compõem.
bro de Comissão de Ética de que tratam os incisos II e III do
art. 2º será apurada pela Comissão de Ética Pública. Gestão Ética e Responsabilidade Social
Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá banco de
dados de sanções aplicadas pelas Comissões de Ética de
A gestão ética nas empresas vai além do “bem proceder”
que tratam os incisos II e III do art. 2º e de suas próprias
com relação aos negócios que tal empresa ou entidade
sanções, para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da
lucrativa possam estar ligadas, o comportamento ético em-
administração pública federal, em casos de nomeação para
presarial também se relaciona com a responsabilidade social
cargo em comissão ou de alta relevância pública.
das empresas perante seus clientes e comunidade em geral.
Parágrafo único. O banco de dados referido neste artigo
engloba as sanções aplicadas a qualquer dos agentes públicos As empresas que apresentam a postura ética mantém
mencionados no parágrafo único do art. 11 deste Decreto. ações que visam o bem estar da comunidade e a preocupação
Art. 23. Os representantes das Comissões de Ética de que com o meio ambiente e com outras questões que donotam
tratam os incisos II e III do art. 2º atuarão como elementos de um comportamento social responsável.
ligação com a CEP, que disporá em Resolução própria sobre
as atividades que deverão desenvolver para o cumprimento Ética Profissional
desse mister.
Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Admi- Muitos autores definem a ética profissional como sendo
nistração Federal, do Código de Ética Profissional do Servidor um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas
Público Civil do Poder Executivo Federal e do Código de Ética em prática no exercício de qualquer profissão. Seria a ação
do órgão ou entidade aplicam‑se, no que couber, às auto- “reguladora” da ética agindo no desempenho das profissões,
ridades e agentes públicos neles referidos, mesmo quando trazendo uma uniformidade no agir moral dos profissionais
em gozo de licença. que desempenham uma mesma profissão e normatizando as
Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII obrigações do profissional com relação aos seu semelhante.
e XXV do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil A ética profissional estudaria e regularia o relacionamen-
do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto nº 1.171, to do profissional com sua clientela, visando a dignidade hu-
de 22 de junho de 1994, os arts. 2º e 3º do Decreto de 26
mana e a construção do bem‑estar no contexto sociocultural
de maio de 1999, que cria a Comissão de Ética Pública, e os
onde exerce sua profissão.
Decretos de 30 de agosto de 2000 e de 18 de maio de 2001,
Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética
que dispõem sobre a Comissão de Ética Pública.
profissional estamos nos referindo ao caráter normativo e
Art.  26. Este Decreto entra em vigor na data da sua
Ética no Serviço Público

até jurídico que regulamenta determinada profissão a partir


publicação.
de estatutos e códigos específicos.
Brasília, 1º de fevereiro de 2007; 186º da Independência
e 119º da República. Conflito de Interesses 

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Todas as vezes em que o exercício do cargo público puder
Dilma Rousseff ser impropriamente afetado por interesse privado do agente
público ou de pessoa a ele ligada por laços de compadrio,
parentesco ou negócio configura‑se uma situação que suscita
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ministério da Ciência, Tecnologia e Ino-
38

vação/Assistente em Ciência e Tecnologia I/Apoio Administrativo/2012.


conflito de interesses.

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16 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Situações de Risco 2. A  ocorrência de conflito de interesses independe
do recebimento de qualquer ganho ou retribuição pela
1. Atividades profissionais paralelas ao exercício da autoridade.
função pública: 3. A autoridade poderá prevenir a ocorrência de conflito
a) no próprio setor público; de interesses ao adotar, conforme o caso, uma ou mais das
a.1 participação em conselhos de empresas; seguintes providências:
a.2 docência; a) abrir mão da atividade ou licenciar‑se do cargo, en-
b) no setor privado; quanto perdurar a situação passível de suscitar conflito de
b.1 em empresas e sociedades com ou sem fins lucra- interesses;
tivos; b) alienar bens e direitos que integram o seu patrimônio
b.2 em ONGs; e cuja manutenção possa suscitar conflito de interesses;
b.3 prestação de consultoria. c) transferir a administração dos bens e direitos que
possam suscitar conflito de interesses a instituição financeira
ou a administradora de carteira de valores mobiliários auto-
2. Atividade político‑partidária e em entidades associa-
rizada a funcionar pelo Banco Central ou pela Comissão de
tivas diversas.
Valores Mobiliários, conforme o caso, mediante instrumento
contratual que contenha cláusula que vede a participação
3. Investimentos e outras relações de negócio, inclusive
da autoridade em qualquer decisão de investimento assim
participação em empresas.
como o seu prévio conhecimento de decisões da instituição
administradora quanto à gestão dos bens e direitos;
4. Exercício de atividades profissionais no setor privado d) na hipótese de conflito de interesses específico e tran-
após deixar o cargo:
sitório, comunicar sua ocorrência ao superior hierárquico ou
a) atuar para pessoa física ou jurídica com quem se aos demais membros de órgão colegiado de que faça parte a
relacionava institucionalmente em função do cargo público; autoridade, em se tratando de decisão coletiva, abstendo‑se
b) atuar em processo ou negócio que tenha sido objeto de votar ou participar da discussão do assunto;
de sua participação em função do cargo público que ocupou; e) divulgar publicamente sua agenda de compromissos,
c) representar interesse privado junto ao órgão público com identificação das atividades que não sejam decorrência
onde exerceu cargo ou com o qual tenha mantido relacio- do cargo ou função pública.
namento oficial direto e relevante.
4. A Comissão de Ética Pública deverá ser informada
pela autoridade e opinará, em cada caso concreto, sobre a
5. Relações de compadrio e parentesco. suficiência da medida adotada para prevenir situação que
possa suscitar conflito de interesses.
RESOLUÇÃO Nº 8, DE 25 DE SETEMBRO 5. A  participação de autoridade em conselhos de ad-
DE 2003 ministração e fiscal de empresa privada, da qual a União
seja acionista, somente será permitida quando resultar de
Identifica situações que susci- indicação institucional da autoridade pública competente.
tam conflito de interesses e dispõe Nestes casos, é‑lhe vedado participar de deliberação que
sobre o modo de preveni‑los. possa suscitar conflito de interesses com o Poder Público.
6. No trabalho voluntário em organizações do terceiro
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com o objetivo de setor, sem finalidade de lucro, também deverá ser observado
orientar as autoridades submetidas ao Código de Conduta da o disposto nesta Resolução.
Alta Administração Federal na identificação de situações que 7. As  consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública
possam suscitar conflito de interesses, esclarece o seguinte: deverão estar acompanhadas dos elementos pertinentes à
1. Suscita conflito de interesses o exercício de ativida- legalidade da situação exposta.
de que:
a) em razão da sua natureza, seja incompatível com as Brasília, 25 de setembro de 2003
atribuições do cargo ou função pública da autoridade, como
tal considerada, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas João Geraldo Piquet Carneiro
ou matérias afins à competência funcional; Presidente
b) viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante
de cargo em comissão ou função de confiança, que exige a Medidas para Prevenir Conflitos
precedência das atribuições do cargo ou função pública sobre
quaisquer outras atividades; 1. Observar vedação para desenvolver certas atividades
Ética no Serviço Público

c) implique a prestação de serviços a pessoa física ou paralelas, em função do cargo público ocupado.
jurídica ou a manutenção de vínculo de negócio com pessoa 2. Limitação para fazer investimentos em ativos cujo
física ou jurídica que tenha interesse em decisão individual valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política
ou coletiva da autoridade; governamental a respeito da qual o agente público tenha
d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de informação informações privilegiadas.
à qual a autoridade tenha acesso em razão do cargo e não 3. Transferir a gestão do patrimônio próprio para admi-
seja de conhecimento público; nistradores independentes.
e) possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito 4. Declarar‑se impedido para participar do processo de-
da integridade, moralidade, clareza de posições e decoro cisório a respeito de matéria que envolva interesse pessoal
da autoridade. ou de pessoa ligada por laços de parentesco ou negócio.

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5. Quarentena: c) I, II e IV, apenas.
a) restrições para atividades profissionais em função da d) I, III e IV, apenas.
matéria; e) I, II, III e IV.
b) restrições para atividades profissionais em função da
área de atuação ou relacionamento mantido enquanto no (Cespe/TST/Técnico Judiciário) Considere que, ao avaliar a
cargo público. execução das determinações descritas no texto, o chefe da
divisão de segurança tenha observado que um dos agentes
EXERCÍCIOS de segurança a ele subordinados atuava com racismo e
preconceito, fazendo verificação cuidadosa de determina-
(Cespe/MPE‑RR/Assistente Administrativo) Os fundamentos das pessoas e, sistematicamente, deixando outras pessoas
da ética estão na consciência do ser humano, de maneira a passarem sem qualquer tipo de verificação. Em função
se construir a dignidade de cada pessoa. Com relação à ética disso, o  chefe tomou as providências cabíveis para possi-
no serviço público, julgue os itens a seguir. bilitar a instauração de sindicância que apurasse a referida
1. O servidor deve omitir a verdade a outra pessoa quando situação. Tendo em vista essa situação hipotética, julgue os
estiver em jogo interesse da administração pública. itens abaixo.
2. Atrasos na prestação de serviços não caracterizam dano 6. O referido agente de segurança atuou em desconfor-
moral aos usuários. midade com os princípios constitucionais da admi-
3. É vedado ao servidor, no exercício da função pública, nistração pública e praticou infração administrativa
alterar o teor de documentos que deva encaminhar, disciplinar.
mesmo que eles possam trazer prejuízos a terceiros. 7. O chefe da divisão de segurança tem poder disciplinar
sobre o referido agente de segurança e, portanto,
poderia ter aplicado, de ofício, a pena de advertência,
4. (Cesgranrio/CEF/Técnico Bancário) Considerando o
desde que houvesse dado ao agente chance para que
padrão ético a ser observado pelo servidor público do
apresentasse sua defesa.
Poder Executivo Federal, pode‑se afirmar que a esse:
8. A punição administrativa do referido agente de segu-
I – é vedado o uso de amizades para obter qualquer
rança não afastaria a possibilidade de sua punição nos
favorecimento, para si ou para outrem;
planos penal e civil, com relação ao mesmo ato.
II  – compete facilitar a fiscalização de seus atos, por
quem de direito;
Com relação à ética no serviço público, julgue os itens a
III – é vedado permitir que antipatias pessoais interfiram
seguir.
no trato com o público;
9. O respeito à hierarquia e à disciplina não impede que o
IV – compete cumprir, sem questionamento, as instru-
servidor público represente contra ato que caracterize
ções recebidas de seus superiores hierárquicos, ainda
omissão ou abuso de poder, ainda que esse ato tenha
que, segundo seu julgamento, sejam estas contrárias
emanado de superior hierárquico.
às normas legais.
10. O servidor público deve abster‑se de exercer sua fun-
ção, poder ou autoridade com finalidade estranha ao
Estão corretas as afirmativas: interesse público, mesmo não cometendo qualquer
a) I e III, apenas. violação expressa à lei.
b) II e III, apenas. 11. É dever do servidor público guardar sigilo sobre assun-
c) I, II e III, apenas. tos da repartição que envolvam questões relativas à
d) I, III e IV, apenas. segurança da sociedade.
e) I, II, III e IV. 12. O  servidor público pode retirar da repartição do­
cumento pertencente ao patrimônio público, sem pré-
5. (Cesgranrio/CEF‑AC/Técnico Bancário) Acerca das via autorização da autoridade competente, se exercer
situações de conflito de interesse a que podem estar cargo de confiança ou função à qual esse documento
sujeitos os servidos públicos, em razão da função ou esteja relacionado.
cargo público exercido, foram feitas as afirmativas a
seguir. O servidor público deve ter consciência de que seu trabalho
I – O servidor público deve comunicar a ocorrência de é regido por princípios éticos que se materializam na ade-
conflito de interesse ao seu superior hierárquico. quada prestação dos serviços públicos. Em cada item a seguir
II  – O servidor público, para resolver o conflito de é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
interesse existente, pode transferir a propriedade dos assertiva que deve ser julgada considerando os princípios
bens relacionados ao referido conflito a sua esposa ou éticos do serviço público.
filhos. 13. Cláudio é servidor público e, para aumentar a sua renda,
III – Haverá conflito de interesse quando o servidor pú-
Ética no Serviço Público

comercializa, em seu ambiente de trabalho, mas fora do


blico mantiver vínculo de negócio com pessoa física ou horário normal de expediente, cópias de CDs e DVDs.
jurídica que tenha interesse em sua decisão individual. Nessa situação, a  conduta de Cláudio não pode ser
IV  – Haverá conflito de interesse quando o servidor considerada imprópria ao serviço público, pois envolve
público exercer atividade na iniciativa privada que, uma atividade que não guarda relação direta com as
pela sua natureza, implique utilização de informação atribuições de seu cargo.
inerente ao cargo público ocupado. 14. Marcos é servidor público e, todos os dias, sai para
bares com amigos e ingere grande quantidade de
Estão corretas as afirmativas: bebida alcoólica. Por conta disso, Marcos é conhecido
a) I e III, apenas. por embriagar‑se habitualmente, e, ainda que isso não
b) II e IV, apenas. interfira na sua assiduidade ao serviço, tem afetado

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18 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
reiteradamente a sua pontualidade, situação que Mar- a) qualquer cidadão, inclusive anônimo.
cos busca compensar trabalhando além do horário de b) autoridade.
expediente. Nesse caso, o comportamento de Marcos c) entidade associativa, regularmente constituída.
não pode ser considerado incompatível com o serviço d) servidor público.
público. e) jurisdicionado administrativo.
15. Há algum tempo, Bruno, servidor público responsável
pelo controle do material de expediente do setor em (DFTrans) Julgue os itens a seguir, que versam sobre a ética
que trabalha, observa que Joana, servidora pública no serviço Público.
lotada nesse mesmo setor, utiliza recursos materiais 23. Uma das formas de se avaliar se é ético um comporta-
da repartição em atividades particulares. Em razão de mento profissional é verificar como o servidor contri-
seu espírito de solidariedade e da amizade que nutre bui para que a população tenha uma visão positiva a
por Joana, Bruno se abstém de levar ao conhecimento respeito da organização.
do chefe do setor os atos praticados por sua colega de 24. A  adequada prestação dos serviços públicos está
trabalho. relacionada a questões de ordem técnica, sem, neces-
Nessa situação, Bruno age de forma correta, pois sariamente, caracterizar‑se por uma atitude ética no
compete ao chefe detectar, por si mesmo, quaisquer trabalho.
irregularidades no setor, caracterizando ofensa à ética
o servidor público denunciar colega de trabalho. 25. (Cespe/TJ-BA) Julgue os itens relativos a ética no serviço
16. Ricardo, servidor público, enquanto participava da público.
preparação de um edital de licitação para contratação I – Os valores fundamentais do serviço público decor-
de fornecimento de refeições para o órgão em que rem exclusivamente do seu caráter público.
trabalha, antecipou algumas das regras que iriam fazer II – O princípio da impessoalidade, má administração
parte do edital para Carlos, dono de uma empresa de pública, vem acompanhado dos valores da igualdade
fornecimento de marmitas, famosa pela boa qualidade e da imparcialidade, ou seja, todos têm o mesmo valor
e ótimos preços dos seus produtos, a fim de que esse como cidadãos e merecem o mesmo tratamento, exceto
pudesse adequar alguns procedimentos de sua empresa os casos mais peculiares, que devem ser considerados
ao edital. A iniciativa de Ricardo deveu‑se somente ao
de forma parcial.
fato de ele conhecer bem os produtos da empresa de
III – Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços,
Carlos, não lhe trazendo qualquer vantagem pecuniária.
aperfeiçoando o processo de comunicação e o contato
Nessa situação, é correto afirmar que Ricardo agiu em
com o público é um dos principais deveres do servidor
prol do interesse coletivo e que a sua atitude não fere
público.
a ética no serviço público.
IV – Permitir a formação de longas filas, ou qualquer
outra espécie de atraso na prestação do serviço, é agir
(Cespe/INSS/Analista do Seguro Social) Acerca do Código de
contra a ética.
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal, julgue os próximos itens.
17. Caso um servidor público tenha cometido pequenos Estão certos apenas os itens:
deslizes de conduta comprovados por comissão de sin- a) I e II.
dicância que recomende a pena de censura, o relatório b) I e III.
da comissão de sindicância deve ser encaminhado para c) II e IV.
a comissão de ética, pois é essa que tem competência d) III e IV.
para aplicar tal pena ao servidor.
18. O código de ética se caracteriza como decreto autôno- (TRT-DF) Em cada um dos itens a seguir é apresentada uma
mo no que concerne à lealdade à instituição a que o situação hipotética a cerca da ética no serviço público, se-
indivíduo serve. guida de uma assertiva a ser julgada.
19. Órgãos que exercem atribuições delegadas do poder 26. Hélio é servidor público do setor de atendimento de um
público devem criar comissões de ética. tribunal judiciário. Ele tem muitos afazeres e, por isso,
20. Age de modo equivocado o servidor público que, ao deixa os clientes à espera de atendimento enquanto
reunir documentos para fundamentar seu pedido de resolve os problemas internos do setor. Nessa situação
promoção, solicita a seu chefe uma declaração que o comportamento de Hélio caracteriza atitude contrária
ateste a lisura de sua conduta profissional. O equívoco à ética no serviço público.
refere‑se ao fato de que, nessa situação, o pedido de- 27. Gabriel é um servidor público exemplar, cortês, dis-
veria ser feito não ao chefe, mas à comissão de ética, ponível e atencioso no trabalho. Ele resiste a todas as
que tem a incumbência de fornecer registros acerca da pressões de seus superiores hierárquicos e não aceita
Ética no Serviço Público

conduta ética do servidor para instruir sua promoção. nenhum presente dos clientes em troca de suas ações
21. Na estrutura da administração, os  integrantes de no trabalho. Nessa situação, Gabriel está cumprindo
comissão de ética pública têm cargo equivalente ao com ética o desempenho de seu cargo público.
de ministro de Estado no que se refere a hierarquia e 28. Marilena é servidora pública em um tribunal judiciário.
remuneração. Ela zela pelo material sob sua guarda, é assídua e pontu-
al, respeita os colegas e privilegia o atendimento de seus
22. (AFRF) No âmbito do Código de Ética do Servidor Pú- superiores hierárquicos, demonstrando total prontidão
blico, aprovado pelo Decreto nº 1.171, de 22 de junho às requisições deles em detrimento das solicitações de
de 1994, não é dever da Comissão de Ética apurar seus colegas e dos usuários do setor. Nessa situação
representação de cometimento de falta por servidor, Marilena apresenta comportamento profissional ético
mediante provocação de: e compatível com a função pública.

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29. Rodrigo é servidor público e trabalha no setor de pre- c) Segundo Sócrates, o grande iniciador da ética, não
vidência social de um tribunal judiciário. Ele atende interessa apenas cumprir a lei, mas saber qual é o
a dezenas de pessoas por dia, é sempre cortês, justo seu sentido.
e prestativo no atendimento, e  mesmo quando não d) A vida ética realiza‑se no modo de vida de um indi-
detém a informação solicitada pelo usuário, ele inova, víduo que não mantém relações interpessoais.
sugerindo alguma alternativa conforme a sua opinião.
Nessa situação, o atendimento prestado por Rodrigo Julgue as afirmativas abaixo.
é de muita qualidade, pois atende às expectativas dos 45. Em caso de reincidência, por parte do servidor, de ato
usuários. ou fato contrário ao interesse público, seu processo
será certamente encaminhado a comissão de processo
disciplinar do órgão.
Julgue os itens a seguir com C para certo e E para errado. 46. Maria, servidora do Ministério do meio ambiente,
30. O servidor deve estar atento para que os fatos de sua solicitou a um servidor hierarquicamente inferior, que
vida particular não influenciem o seu bom conceito na fosse a lanchonete lhe comprar um café. Como a lan-
vida funcional. chonete fica dentro das dependências do órgão, Maria
31. Todo servidor tem o dever de dizer a verdade, exceto não cometeu nenhuma violação ao código de ética.
se a informação for contrária ao interesse público. 47. Ao chegar em um departamento de um tribunal, Paulo,
32. O servidor não deve se ausentar injustificadamente de que é chefe de setor em um ministério, não solicitou
seu local de trabalho, podendo, assim, causar desordens nenhum atendimento especial em função de seu cargo,
nas relações humanas. nesse caso, Paulo agiu conforme o código de ética.
33. O servidor deve atender a todos da mesma forma, se- 48. O servidor deve tratar com respeito e atenção todos
guindo o princípio da impessoalidade, exceto se alguma os usuários do serviço, respeitando suas limitações e
pondo fim, preferencialmente, as situações procrasti-
autoridade solicitar atendimento prioritário.
natórias.
34. A  comissão de ética só tem poderes para censurar 49. A  única pena aplicada pela comissão de ética é a
servidor público estável. censura, porém ela pode encaminhar processo para a
35. A única penalidade que pode ser arbitrada pela comis- comissão disciplinar do órgão, inclusive com sugestão
são ética é a censura. de exoneração.
36. O servidor público deve seguir fielmente as ordens de 50. João, servidor público, é casado e sua esposa é sócia de
seus superiores hierárquicos, como o código de ética uma empresa de informática e, em licitação para aquisi-
assim afirma. ção de determinado produto produzido pela empresa,
37. Um procedimento antiético, quando chega a se trans- deu parecer favorável para a compra na comissão de
formar em uma censura, com certeza irá atrapalhar o licitação. Nesse caso, João não agiu com falta de ética,
servidor no momento de uma promoção. pois a empresa está no nome de sua esposa.
38. Manoel, ao  terminar suas atividades em seu órgão
público e quase no final do expediente, começou a GABARITO
imprimir seu trabalho de faculdade, como trouxe as
folhas de casa, seu comportamento não é antiético, pois 1. E 29. E
além de ter cumprido com todas as suas obrigações, 2. E 30. C
não utilizou nenhuma folha da repartição. 3. C 31. E
39. Um bom atendimento ao público, aquele transparente 4. c 32. C
e honesto, é aquele pautado na conduta ético‑funcional 5. d 33. E
dos agentes públicos. 6. C 34. E
7. E 35. C
8. C 36. E
Julgue os itens a seguir. 9. C 37. E
40. Os  modernos estudos sobre ética afirmam que os 10. C 38. E
padrões de comportamento são universais, ou seja, 11. C 39. C
aceitos em todos os países do mundo. 12. E 40. E
41. O Padrão moral ético aceito pela sociedade está direta- 13. E 41. E
mente ligado ao que é conveniente ou inconveniente, 14. E 42. C
desde que, tal conduta não seja proibida por lei. 15. E 43. C
42. Cabe ao servidor público, ser probo, reto, leal e justo, 16. E 44. c
em suas atividades públicas, decidindo sempre diante 17. C 45. E
18. E 46. E
Ética no Serviço Público

das situações, a melhor e mais vantajosa para o bem


comum. 19. C 47. C
20. C 48. C
43. Qualquer comportamento ilegal é considerado também
21. E 49. C
antiético. 22. a 50. E
23. C
44. (TJ-PA) A respeito da ética e da sua evolução histórica, 24. E
assinale a opção correta. 25. d
a) A palavra ética é derivada do grego e significa “com- 26. C
portamento” segundo a etiqueta. 27. C
b) O fundamento da ética tem raízes nas emoções. 28. E

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20 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
QUESTÕES DE CONCURSOS (CESPE) (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2013) No que se refere
à ética no serviço público, julgue os itens que se seguem.
(Cespe/MPU/Analista/2015) Considerando as disposições 11. Considere a seguinte situação hipotética. O chefe de
do Decreto nº 1.171/1994 e as resoluções da Comissão de determinada repartição pediu a um subordinado, que
Ética Pública da Presidência da República (CEP), julgue os estava de saída para comprar um lanche em estabe-
itens a seguir. lecimento localizado no próprio órgão, que fosse até
1. Em observância aos princípios da publicidade e da o supermercado mais próximo comprar fraldas. Para
transparência, as comissões de ética instituídas pelo agradar o chefe, o subordinado prontamente atendeu
Decreto nº 1.171/1994 deverão, a partir da instauração a solicitação. Nessa situação, o chefe não cometeu falta
de procedimento para a apuração de infração ética, dar ética, pois o subordinado já estava de saída para satis-
ampla publicidade aos expedientes adotados em todas fazer um interesse pessoal.
as fases processuais. 12. O servidor que se valer do cargo que ocupa para lograr
2 Suponha que a CEP, após procedimento regulamentar, proveito pessoal indevido responderá por ato de im-
tenha apurado a prática de infração grave por determi- probidade administrativa que importa enriquecimento
nada autoridade. Nessa hipótese, é possível o encami- ilícito.
nhamento de sugestão de exoneração dessa autoridade 13. Ao colher, em seu local de trabalho, assinaturas em um
a autoridade hierarquicamente superior, não podendo abaixo-assinado para pleitear a substituição do coorde-
a penalidade ser aplicada diretamente pela CEP. nador de sua repartição, o servidor público não agirá
3. É vedado ao servidor público, conforme o Decreto nº de maneira antiética, já que o direito de livre expressão
1.171/1994, retirar da repartição pública qualquer do- lhe é garantido por lei.
cumento pertencente ao patrimônio público, salvo se 14. O servidor que, já tendo sido advertido por diversas
estiver legalmente autorizado a fazê-lo. vezes por condutas antiéticas no trabalho, incorra em
4. Não atentará contra os deveres fundamentais do ser- insubordinação grave em serviço poderá ser suspenso
vidor público, previstos no Decreto n.º 1.171/1994, o ou demitido.
servidor público federal que, mesmo exercendo a sua 15. Cometerá crime de improbidade administrativa que
função com finalidade estranha ao interesse público, importa em enriquecimento ilícito a servidora pública
atue em conformidade com as formalidades legais e que induzir o Estado a adquirir, por preço superior ao
não viole expressamente disposições de lei. de mercado, cartucho de impressora de empresa per-
tencente a seu familiar.
(Cespe/Antaq/Conhecimentos Básicos/Todos os Cargos/2014) 16. Cometerá ato de improbidade administrativa que atenta
Com base nas disposições do Decreto nº 1.171/1994, julgue contra os princípios da administração pública o servidor
os itens que a seguir. público que revelar a seus familiares, durante um jantar
5. A função pública representa exercício profissional do em família, os detalhes de processo que tramite em
servidor, não devendo integrar-se à vida particular do segredo de justiça contra seu chefe e do qual tenha
servidor público. tomado conhecimento em razão de suas atribuições.
6. Considera-se servidor público, para fins de apuração
de comprometimento ético, todo indivíduo que presta (Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013) A
serviços de natureza permanente, temporária, ou ex- respeito de ética no serviço público, julgue os próximos itens.
cepcional, ligado direta ou indiretamente a qualquer 17. No contexto da administração pública, a legitimidade
órgão do poder estatal. dos atos do servidor público, de acordo com a CF, rela-
7. É vedado ao servidor público desviar outros servidores ciona-se, entre outros fatores, ao dever de probidade.
para atender a seus interesses particulares, exceto em 18. O servidor que se apresenta frequentemente embria-
casos que envolvam risco da imagem do servidor ou da gado no serviço comete ato de improbidade adminis-
organização. trativa que atenta contra os princípios da administração
pública.
(Cespe/ICMBIO/Conhecimentos Básicos/Todos os Cargos/2014)
Julgue o item. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Administrativa/2013)
8. Caso um servidor, preocupado com o bem-estar dos Acerca de ética no serviço público, julgue os itens a seguir.
usuários os quais atende, opte por ocultar uma decisão 19. O servidor que carregar consigo documentos insti-
oficial que contraria os interesses de determinado usuá­ tucionais sem prévia autorização não poderá sofrer
rio, ele será considerado um servidor compromissado penalidade se for constatado que não havia ninguém
eticamente com seu serviço e com sua relação com o responsável por autorizar a retirada dos documentos.
público. 20. As condutas éticas dos servidores públicos são observa-
das e encaminhadas para os órgãos competentes pela
(Cespe/MS/Todos os Cargos/Conhecimentos Gerais/2013) comissão de ética para instruir e fundamentar promo-
Com base no Código de Ética Profissional do Serviço Público, ções nas carreiras do Estado.
Ética no Serviço Público

julgue os itens que se seguem.


9. A incidência das vedações previstas no Código de Ética (Cespe/TJ-RR/Conhecimentos Básicos/2012) Julgue o item
Profissional do Serviço Público e a sujeição à apuração a seguir.
de comprometimento ético prescindem de o servidor 21. O servidor público que escolhe agir de acordo com os
público prestar serviço de natureza permanente a de- interesses coletivos e procura orientar seus esforços
terminado órgão público. para a otimização da satisfação do maior número de
10. O servidor público que se apresentar embriagado ha- pessoas manifesta conduta ética baseada na moral e
bitualmente fora do ambiente de trabalho sujeita-se nos direitos.
à penalidade de censura, cuja aplicação deve ser feita
pela comissão de ética do órgão a que o servidor se (Cespe/TRE-RJ/Programador de Computador/2012) Com
vincula. relação à ética no serviço público, julgue os itens a seguir.

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22. É vedado ao servidor público abster-se de exercer sua
função, mesmo que a finalidade da atividade seja es-
tranha ao interesse público.
23. O servidor público deve usar de artifícios para procras-
tinar o exercício regular de direito de qualquer pessoa.

(Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Operação de Computa-


dor/2012) Considerando o Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue os
itens que se seguem.
24. O servidor público pode subverter e(ou) desconsiderar
a hierarquia entre cargos em situações em que sejam
comprometidos o seu bem-estar e o efetivo exercício
de suas atividades.
25. Uma das penas que podem ser aplicadas ao servidor
público pela comissão de ética é a pena de censura.

(Cespe/FUB/Cargos de Nível Médio/2011) Com base no Códi-


go de Ética dos Servidores Públicos, julgue os itens seguintes.
26. A remuneração do servidor é custeada pelos tributos
que ele mesmo paga, direta ou indiretamente, e, como
cidadão, integrante da sociedade, tem o direito de au-
ditar pessoalmente as contas públicas e os gastos do
órgão a que pertence.
27. Considere que um servidor público, profundamente in-
satisfeito com seu trabalho, execute, diariamente, suas
tarefas com impaciência e utilize, com o objetivo de
dificultar o acesso do público à sua repartição, uma série
de artifícios para procrastinar a prestação de serviços.
Nessa situação, a conduta do servidor, embora repro-
vável do ponto de vista moral, não constitui violação
ao Código de Ética dos Servidores Públicos.
28. Suponha que Ana, servidora de uma fundação pública,
tente convencer seu colega André, também servidor
público, a aceitar de um empresário gratificação pelos
serviços prestados, e ele, indignado, rechace a proposta,
dizendo-lhe que nada mais fez que cumprir seus de-
veres. Suponha, ainda, que, alguns dias depois, André
aceite do referido empresário uma oferta de emprego
para seu filho recém-formado. Nessa situação, a atitude
de André, por não estar prevista no Código de Ética dos
Servidores Públicos, não é passível de reprimenda.
29. A conscientização de cada servidor público quanto à
preservação da honra e da tradição dos serviços públi-
cos decorre do desempenho de sua função com digni-
dade, decoro, zelo e eficácia.

GABARITO
1. E 9. C 17. C 25. C
2. C 10. C 18. E 26. E
3. C 11. E 19. E 27. E
4. E 12. E 20. C     28. E
5. E 13. E 21. E 29. C    
6. C 14. E 22. E
7. E 15. E 23. E
Ética no Serviço Público

8. E 16. C 24. E

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INSS

SUMÁRIO

Regime Jurídico Único


Lei nº 8.112/1990 e alterações posteriores, direitos e deveres do Servidor Público............................................................3

O servidor público como agente de desenvolvimento social...............................................................................................45

Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público....................................................................................................................45

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Regime Jurídico Único
Maurício Nicácio

REGIME JURÍDICO DO SERVIDOR PÚBLICO cionais impugnados, todos oriundos da EC 19/1998,


FEDERAL aparentemente inexistentes ante a constatação de
que as mudanças de redação promovidas no curso
do processo legislativo não alteraram substancial-
Considerações Iniciais mente o sentido das proposições ao final aprovadas
e de que não há direito adquirido à manutenção de
A Lei nº 8.112, que é uma lei federal, veio instituir em
regime jurídico anterior. (ADI 2.135-MC, Rel. p/o ac.
1990 o Regime Jurídico Único (RJU), pois o seu texto origi-
Min. Ellen Gracie, julgamento em 2/8/2007, Plenário,
nal só previa servidores “dentro” da administração direta,
DJE de 7/3/2008)
autárquica e fundacional federais.
Com o advento da Emenda Constitucional nº  19, em
1998, o regime deixa de ser único e passa a ser considerado Das Disposições Preliminares, Provimento,
por alguns doutrinadores como administrativo, pois houve Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição
o permissivo de poderem conviver empregados públicos
e servidores públicos na administração direta, autarquias Servidor
e fundações públicas federais1. Porém, a referida emenda É importante ter ciência do conceito de servidor público,
sofreu um vício de forma e foi declarada inconstitucional que segundo a Lei nº 8.112/1990, é “a pessoa legalmente
no art. 39 da Constituição Federal de 1988, logo o regime investida em cargo público”.
voltou a ser único, ou seja, hoje só podem existir servidores Nesse sentido, para os efeitos da Lei n° 8.112/1990, ser-
públicos na administração direta, autárquica e fundacional. vidor público é o ocupante de cargo público, conceituação
Apesar de, em decisão liminar, o Supremo Tribunal que abrange os ocupantes de cargo em comissão e função
Federal (STF) ter reconhecido a existência de vícios na de confiança3.
emenda constitucional que alterou o art. 39 da CF, e de ter Esse conceito perante a visão dos administrativistas
não é amplo, pois os doutrinadores seguem conceitos mais
restabelecido o regime jurídico único, foram mantidas as
apurados e abrangentes (lato sensu) sobre o que vem a ser
contratações de agentes pelo regime trabalhista, por parte
o servidor, mas em concursos públicos, em relação às per-
da administração pública direta, autárquica e fundacional, guntas inerentes à Lei nº 8.112/1990, o candidato deve ter
no período compreendido entre a promulgação desta em mente o conceito legal.
emenda constitucional e aquela decisão da Corte2.
A decisão sobre a inconstitucionalidade pelo STF teve Cargo Público
efeito não retroativo (ex nunc), logo a Lei nº 9.962/2000
Às vezes as bancas cobram o conceito de cargo público,
ainda regulamenta os empregados na administração direta, que segundo o Regime Jurídico do Servidor Público Federal
autárquica e fundacional federais. é “o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas
na estrutura organizacional que devem ser cometidas a
JURISPRUDÊNCIA: um servidor”4.
A matéria votada em destaque na Câmara dos Depu- Ainda em relação aos cargos públicos, o candidato deve
tados no DVS 9 não foi aprovada em primeiro turno, ter ciência do seguinte:
pois obteve apenas 298 votos e não os 308 necessá- • eles são acessíveis a todos os brasileiros;
rios. Manteve-se, assim, o então vigente caput do art. • devem ser criados por lei (decretos não podem criar
39, que tratava do regime jurídico único, incompatível cargos);
com a figura do emprego público. O deslocamento do • têm que ter denominação própria; e
texto do § 2º do art. 39, nos termos do substitutivo • devem ser pagos pelos cofres públicos, tanto para
aprovado, para o caput desse mesmo dispositivo cargo de provimento efetivo, como também para os
representou, assim, uma tentativa de superar a não cargos em comissão.
aprovação do DVS 9 e evitar a permanência do regime
jurídico único previsto na redação original suprimida, Enfim, a Lei nº 8.112/1990 proíbe a prestação de servi-
circunstância que permitiu a implementação do con- ços gratuitos, a não ser nos casos previstos em lei5.
trato de emprego público ainda que à revelia da regra É oportuno mencionar que o legislador da Lei
constitucional que exige o quorum de três quintos nº 8.112/1990 não definiu o que vem a ser “cargo de car-
para aprovação de qualquer mudança constitucional. reira” e “cargo isolado”, portanto, mister se faz buscar estes
Pedido de medida cautelar deferido, dessa forma, conceitos na doutrina do Direito Administrativo.
quanto ao caput do art. 39 da CF, ressalvando-se, Segundo o mestre Hely Lopes Meirelles, cargo isolado
em decorrência dos efeitos ex nunc da decisão, a é o tipo de cargo que não vem a ser escalonado em classes,
Regime Jurídico Único

subsistência, até o julgamento definitivo da ação, tendo a natureza de ser único.


da validade dos atos anteriormente praticados com O cargo de carreira vem a ser aquele, nas palavras do
base em legislações eventualmente editadas durante mestre, que pode ser escalonado em classes, que é a junção
a vigência do dispositivo ora suspenso. [...] Vícios de cargos da mesma da área (profissão).
formais e materiais dos demais dispositivos constitu-

1
Assunto cobrado na prova do Cespe/DPE-AL/Defensor Público de 1ª Clas- 3
Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2012.
se/2009. 4
FCC/TST/Técnico Judiciário/Segurança Judiciária/2012.
2
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/PFN/PGFN/2012 e Cespe/TEFC/ 5
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-PR/Analista Judiciário/
TCU/Apoio Técnico e Administrativo/Técnica Administrativa/2012. Análise de Sistemas/2009 e Cespe/TRE-PR/Analista Judiciário/Médico/2009.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 3
Requisitos para investidura em cargos públicos acarreta a nulidade de concurso público quando não
Segundo o Estatuto do Servidor Público Federal deve-se demonstrado prejuízo aos concorrentes. (AO 1.395-
comprovar: ED, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 24/6/2010,
• a nacionalidade;6 Plenário, DJE de 22/10/2010)
• estar em gozo dos direitos políticos;
A modificação de gabarito preliminar, anulando
• estar em dia com as obrigações militares e eleitorais;
questões ou alterando a alternativa correta, em de-
• o nível de escolaridade exigido para o exercício do corrência do julgamento de recursos apresentados
cargo;7 por candidatos não importa em nulidade do concurso
• ter a idade mínima de dezoito anos;8 público se houver previsão no edital dessa modifica-
• ter aptidão física e mental.9 ção. [...] Não cabe ao Poder Judiciário, no controle
jurisdicional da legalidade, substituir-se à banca
Urge ressaltar que as atribuições do cargo também po- examinadora do concurso público para reexaminar
dem trazer a necessidade de outros requisitos, desde que os critérios de correção das provas e o conteúdo
haja previsão em lei. das questões formuladas [...]. (MS 27.260, Rel. p/o
Das vagas para os portadores de deficiência ac. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 29/10/2009,
A Constituição Federal de 1988, por meio do consti- Plenário, DJE de 26/3/2010.) Vide: MS 30.344-AgR,
tuinte originário, deu um permissivo para que o legislador Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 21/6/2011,
infraconstitucional trouxesse o percentual de vagas para os Segunda Turma, DJE de 1º/8/2011; RE 434.708, Rel.
portadores de deficiência. A Lei nº 8. 112/1990 veio obe- Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 21/6/2005,
decer este comando constitucional e preceitua que deverá Primeira Turma, DJ de 9/9/2005.
ser de até 20 por cento10.
O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no
sentido de que a eliminação do candidato de con-
Da situação do estrangeiro no serviço público federal curso público que esteja respondendo a inquérito
A Constituição de 1988 também trouxe no seu corpo ou ação penal, sem pena condenatória transitada em
a possibilidade do estrangeiro poder prover cargos em julgado, fere o princípio da presunção de inocência.
instituições de pesquisa tecnológicas e científicas, como (AI 741.101-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento
professores, pesquisadores e também cientistas, mas re- em 28/4/2009, Segunda Turma, DJE de 29/5/2009)
gulamentados por meio da Lei nº 8.112/199011.
A Constituição não proíbe o acesso do estrangeiro, mas Prazo de validade do concurso público
ela restringe.
Sabe-se que o concurso público é obrigatório para ad-
missão de servidores na Administração Pública, podendo
Observação: No Brasil, o cargo de diplomata não pode deixar de ser exigido em algumas situações, citando-se
ser ocupado por um estrangeiro naturalizado brasileiro12. entre elas a contratação por tempo determinado, para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse
JURISPRUDÊNCIA: público13.
Nos termos da jurisprudência do STF, é cabível a in- A Lei nº 8.112/1990, por meio de comando constitucio-
denização por danos materiais nos casos de demora nal, afirma que o prazo de validade dos concursos públicos
na nomeação de candidatos aprovados em concursos será de até 2 (dois) anos, prorrogável uma única vez por
públicos, quando o óbice imposto pela administra- igual período. A data do início da contagem do prazo é da
ção pública é declarado inconstitucional pelo Poder homologação.
Judiciário. (RE 339.852-AgR, Rel. Min. Ayres Britto,
SÚMULAS SOBRE CONCURSOS PÚBLICOS:
julgamento em 26/4/2011, Segunda Turma, DJE de
É inconstitucional toda modalidade de provimento
18/8/2011)
que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
aprovação em concurso público destinado ao seu
Não há violação aos princípios da isonomia e da provimento, em cargo que não integra a carreira na
publicidade quando a divulgação das notas dos can- qual anteriormente investido. (Súmula nº 685)
didatos em concurso público ocorre em sessão pú-
blica, mesmo que em momento anterior ao previsto É inconstitucional o veto não motivado à participação
no edital, ainda mais quando, como no caso, todos de candidato a concurso público. (Súmula nº 684)
forem informados de sua ocorrência. A inobservância
de regra procedimental de divulgação de notas não A nomeação de funcionário sem concurso pode ser
desfeita antes da posse. (Súmula nº 17)
Regime Jurídico Único

6
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Analista Judiciário/Administrativa/
Contabilidade/2012. Funcionário nomeado por concurso tem direito à
7
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área Adminis- posse. (Súmula nº 16)
trativa/2012.
8
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área Adminis-
trativa/2012. Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato
9
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Técnico Judiciário/Apoio
Especializado/Programação/2012 e Coperve/UFSC/Secretário Executivo/2011. aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo
10
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funrio/MJ/Administrador/2009 e FCC/ for preenchido sem observância da classificação.
TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Segurança/2011.
11
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/
(Súmula nº 15)
Administrativa/Contabilidade/2013, Funrio/MPOG/Analista Técnico Adminis-
trativo – Administraçao/2009 e Cespe/CNPq/Assistente 1/2011.
12
Assunto cobrado na prova do Cespe/MPS/Administrador/2010. Instituto Cidades/DPE-AM/Defensor Público/2011.
13

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
4 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Da Posse A título de exemplo: Deocleciano foi empossado como
A posse se configura pela assinatura do termo, que de- servidor efetivo do cargo público “X”. De acordo com a Lei
verão estar insertos: nº 8.112/1990, Deocleciano terá o prazo de quinze dias para
• as atribuições do cargo; entrar em exercício, contados da data da posse21.
• os deveres inerentes ao servidor; Caso o servidor não cumpra o prazo supra ele será exo-
• as responsabilidades que cabem ao servidor; nerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua
• os direitos relativos ao cargo ocupado. designação para função de confiança22.
A título de exemplo: Rivaldo Batera prestou concurso
A lei afirma que o termo de posse não poderá ser alterado público e foi classificado em 1º lugar. Foi nomeado, passou
unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos por inspeção médica, tomou posse e deixou decorrer in albis
de ofício previstos em lei. o prazo para entrar em exercício. Nessa situação, Rivaldo
O servidor aprovado em concurso, segundo a jurispru- será exonerado23.
dência, tem o direito subjetivo à nomeação, desde que te-
nha sido aprovado dentro do número de vagas do certame14. Do Provimento
Ao ser nomeado, a publicidade será por meio de diário A lei preceitua as maneiras legais de preencher, com-
oficial e o servidor terá 30 dias para tomar posse15. pletar, ou seja, “prover” os cargos que estão vagos. Ela
É salutar para o candidato, e também para o candidato enumera sete institutos. São eles: Nomeação, Promoção,
já servidor, ter conhecimento que a lei trata de uma exceção Aproveitamento, Reintegração, Readaptação, Reversão e
para o prazo da posse, ou seja, caso ele esteja em gozo de a Recondução24.
férias; licença para tratamento de saúde de pessoa da famí- As bancas, em regra, cobram o que vem a ser cada for-
lia; licença para capacitação; licença para o serviço militar; ma de provimento, logo é salutar ter sempre em mente os
participação em programa de treinamento regularmente conceitos de cada uma destas formas:
instituído, conforme dispuser o regulamento; júri e outros
serviços obrigatórios por lei; licenças gestante, adotante e Nomeação
paternidade, para tratamento da própria saúde, até o limite
JURISPRUDÊNCIA:
de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de
Dentro do prazo de validade do concurso, a admi-
serviço público prestado à União, em cargo de provimento
nistração poderá escolher o momento no qual se
efetivo; por motivo de acidente em serviço ou doença profis-
realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre
sional; para capacitação e finalmente por convocação para o
a própria nomeação, a qual, de acordo com o edital,
serviço militar, o servidor terá o prazo de 30 dias contados passa a constituir um direito do concursando apro-
após o término destes eventos impeditivos e não necessa- vado e, dessa forma, um dever imposto ao Poder
riamente do ato de nomeação publicado no diário oficial. Público. Uma vez publicado o edital do concurso com
Observações importantes inerentes à posse. São elas: número específico de vagas, o ato da administração
• Só poderá ocorrer a posse nos casos de provimento que declara os candidatos aprovados no certame cria
de cargo por nomeação16. um dever de nomeação para a própria administração
• Deverá declarar os bens e valores que constituem o e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo
patrimônio. candidato aprovado dentro desse número de vagas.
• Declarar ter ou não ter exercício em outro cargo, [...] O dever de boa-fé da administração pública
emprego ou função pública. exige o respeito incondicional às regras do edital,
• A posse dependerá de prévia inspeção médica ofi- inclusive quanto à previsão das vagas do concurso
cial17. público. Isso igualmente decorre de um necessário e
• O servidor empossado já ocupa cargo público, ainda incondicional respeito à segurança jurídica como prin-
que não tenha entrado em exercício18. cípio do Estado de Direito. Tem-se, aqui, o princípio
da segurança jurídica como princípio de proteção à
confiança. Quando a administração torna público um
Do Exercício edital de concurso, convocando todos os cidadãos a
É o efetivo desempenho das atribuições do cargo públi- participarem de seleção para o preenchimento de
co ou da função de confiança19. determinadas vagas no serviço público, ela impre-
Após ocorrer a investidura no cargo com a posse, o ser- terivelmente gera uma expectativa quanto ao seu
vidor terá o prazo de quinze dias para entrar em exercício20. comportamento segundo as regras previstas nesse
edital. Aqueles cidadãos que decidem se inscrever
14
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciá- e participar do certame público depositam sua con-
ria/2013.
15
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AP/Analista Judiciário – Con- fiança no Estado administrador, que deve atuar de
tabilidade/2011, FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010, forma responsável quanto às normas do edital e ob-
FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Administrativa/2009, FCC/TRE-PI/ servar o princípio da segurança jurídica como guia de
Analista Judiciário/2009 e FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área Admi-
nistrativa/2010. comportamento. Isso quer dizer, em outros termos,
Regime Jurídico Único

16
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área que o comportamento da administração pública no
Administrativa/2010, FCC/TRE-PI/Analista Judiciário/2009 e FCC/TRF 4ª Região/
Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010.
17
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário 21
FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2011.
– Administrativa/2009 e FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrati- 22
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Bacen/Procurador/2009 e
va/2010. Consulplan/TSE/fevereiro/2012.
18
Cespe/Seplag-Seapa/2009. 23
Vunesp/TJ-SP/Juiz/2011.
19
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário 24
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Anatel/Técnico Administrati-
– Área Administrativa/2010, Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal Substituto e vo/2012, FCC/TST/Técnico Judiciário/Administrativa/2012, Esaf/MDIC/ACE/Gru-
Unemat/SAD-MT/Delegado de Polícia/2010/2009. po 1/2012, Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Operação de
20
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário Computador/2012, FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010,
– Administrativa/2009, FCC/TRE-PI/Analista Judiciário/2009, Cespe/TRF 1º FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul/Técnico Judiciário – Área
Região/Juiz Federal Substituto/2009 e FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa, Analista Judiciário – Área Administrativa/2010 e Funrio/MPOG/
Administrativa/2010. Analista Técnico Administrativo – Administraçao/2009.

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decorrer do concurso público deve se pautar pela 29/5/2001, Primeira Turma, DJ de 29/6/2001. Vide:
boa-fé, tanto no sentido objetivo quanto no aspecto MS 24.660, Rel. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julga-
subjetivo de respeito à confiança nela depositada mento em 3/2/2011, Plenário, DJE de 23/9/2011.
por todos os cidadãos. [...] Quando se afirma que a
Administração Pública tem a obrigação de nomear os É a forma de provimento sempre originária, ou seja, sem
aprovados dentro do número de vagas previsto no a ocorrência desta não poderão ocorrer as demais. Ela será
edital, deve-se levar em consideração a possibilida- para cargo efetivo ou em comissão, inclusive na condição
de de situações excepcionalíssimas que justifiquem de interino.
soluções diferenciadas, devidamente motivadas de
acordo com o interesse público. Não se pode ignorar Promoção
que determinadas situações excepcionais podem Quando um servidor “cresce” no mesmo cargo, ou seja,
exigir a recusa da Administração Pública de nomear “sobe” um degrau no mesmo cargo, ocorrerá a promoção.
novos servidores. Para justificar o excepcionalíssi- A promoção decorre do desenvolvimento do servidor
mo não cumprimento do dever de nomeação por na carreira, mediante o cumprimento dos requisitos esta-
parte da Administração Pública, é necessário que belecidos pela lei25.
a situação justificadora seja dotada das seguintes O legislador acreditou que o servidor ao ser promovido
características: a) Superveniência: os eventuais fatos “sobe um degrau” na carreira, ocorrendo assim a vacância
ensejadores de uma situação excepcional devem ser no “degrau” inferior, logo foi considerada como forma de
necessariamente posteriores à publicação do edital provimento e concomitantemente de vacância26.
do certame público; b) Imprevisibilidade: a situação
deve ser determinada por circunstâncias extraordi- JURISPRUDÊNCIA:
nárias, imprevisíveis à época da publicação do edital; A Administração Pública, observados os limites dita-
c) Gravidade: os acontecimentos extraordinários dos pela CF, atua de modo discricionário ao instituir
e imprevisíveis devem ser extremamente graves, o regime jurídico de seus agentes e ao elaborar novos
implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou planos de carreira, não podendo o servidor a ela
mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das estatutariamente vinculado invocar direito adquirido
regras do edital; d) Necessidade: a solução drástica para reivindicar enquadramento diverso daquele de-
e excepcional de não cumprimento do dever de terminado pelo Poder Público, com fundamento em
nomeação deve ser extremamente necessária, de norma de caráter legal. (RE 116.683, Rel. Min. Celso
forma que a administração somente pode adotar tal de Mello, julgamento em 11/6/1991, Primeira Turma,
medida quando absolutamente não existirem outros DJ de 13/3/1992) No mesmo sentido: AI 641.911-AgR,
meios menos gravosos para lidar com a situação Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8/9/2009,
excepcional e imprevisível. De toda forma, a recusa Primeira Turma, DJE de 2/10/2009.
de nomear candidato aprovado dentro do número
de vagas deve ser devidamente motivada e, dessa Aproveitamento
forma, passível de controle pelo Poder Judiciário. O aproveitamento, como forma de provimento, foi
[...] Esse entendimento, na medida em que atesta recepcionado pela Constituição Federal vigente27.
a existência de um direito subjetivo à nomeação, É o retorno do servidor que se encontrava em disponibi-
reconhece e preserva da melhor forma a força nor- lidade. Para ocorrer a disponibilidade, a CF/1988 preceitua
mativa do princípio do concurso público, que vincula no seu art. 41, que o servidor deverá ser estável (ter 3 anos
diretamente a administração. É preciso reconhecer de efetivo exercício), ter o cargo extinto e com isto ficará
que a efetividade da exigência constitucional do con- em disponibilidade aguardando o seu aproveitamento em
curso público, como uma incomensurável conquista cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o an-
da cidadania no Brasil, permanece condicionada teriormente ocupado.
à observância, pelo Poder Público, de normas de Podemos afirmar que o retorno do servidor a deter-
organização e procedimento e, principalmente, de minado cargo, tendo em vista que o cargo que ocupava
garantias fundamentais que possibilitem o seu pleno foi extinto ou declarado desnecessário se dará a o provei-
exercício pelos cidadãos. O reconhecimento de um tamento28.
direito subjetivo à nomeação deve passar a impor
limites à atuação da administração pública e dela Reintegração
exigir o estrito cumprimento das normas que regem É o retorno do servidor estável, demitido injustamente.
os certames, com especial observância dos deveres A título de exemplo: João, servidor público da Aneel,
de boa-fé e incondicional respeito à confiança dos teve sua demissão invalidada por decisão administrativa.
cidadãos. O princípio constitucional do concurso pú- Nessa situação, João deverá ser reintegrado ao cargo an-
blico é fortalecido quando o Poder Público assegura teriormente ocupado29.
e observa as garantias fundamentais que viabilizam Armando, Técnico Judiciário do Tribunal Regional
a efetividade desse princípio. Ao lado das garantias Eleitoral do Amazonas (estável), foi reinvestido no cargo
Regime Jurídico Único

de publicidade, isonomia, transparência, impessoali- anteriormente ocupado, diante da invalidação da sua


dade, entre outras, o direito à nomeação representa demissão por decisão administrativa, com ressarcimento
também uma garantia fundamental da plena efetivi- de todas as vantagens. Nos termos da Lei nº 8.112/1990,
dade do princípio do concurso público. (RE 598.099, ocorreu a reintegração30.
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 10/8/2011,
Plenário, DJE de 3/10/2011, com repercussão geral.) 25
Esaf/CGU/AFC/Administrativa/2012.
26
Assunto cobrado na prova: Consulplan/TSE/fevereiro/2012.
No mesmo sentido: RE 227.480, Rel. p/o ac. Min. 27
Assunto cobrado na prova da Funiversa/Iphan/Auxiliar Institucional – Adminis-
Cármen Lúcia, julgamento em 16/9/2008, Primeira trativo/2009.
Turma, DJE de 21/8/2009. Em sentido contrário:
28
Assunto cobrado na prova: Consulplan/TSE/fevereiro/2012.
29
Assunto cobrado na prova do Cespe/Aneel/Todos os Cargos/2010.
RE 290.346, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 30
FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010.

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6 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Convém ressaltar que o legislador não vislumbrou a • servidor estável quando em atividade35;
possibilidade de um servidor não estável vir a ser demitido • servidor não ter mais de 5 anos de aposentado;
injustamente, logo como seria a sua volta ao serviço público • não ter 70 anos36;
federal? Acreditamos que ele retornaria, principalmente se • que haja cargo vago (percebe-se que o legislador
um direito ou garantia constitucional fosse suprimido. Como não permitiu nesta reversão o servidor ficar como
houve esta “lacuna” da lei, ele deveria retornar por meio de excedente)37;
uma forma de provimento inominada. • que cabe ao servidor aposentado fazer o pedido de
reversão38.
Readaptação
É para o servidor que está incapacitado física ou men- A título de exemplo: um ex-Agente do Departamento
talmente de exercer as atribuições inerentes ao seu cargo. de Polícia Federal, após ocupar esse cargo por trinta anos,
Após comprovação por junta médica, ele será readapta- aposentou-se voluntariamente em 2008, quando contava
do com equivalência de vencimentos e atribuição do cargo 60 anos de idade. Nessa situação, havendo cargo vago e
compatível. Podendo ficar como excedente, caso não haja interesse por parte da administração, há amparo legal para
cargo vago. eventual pedido de reversão desse servidor39.
Vamos imaginar um professor de uma escola técnica O retorno à atividade, a pedido do servidor público que
federal, ou até de uma faculdade federal, que trabalhasse ocupava cargo efetivo, com estabilidade, aposentado vo-
em contato diário com o giz, e  este fosse nocivo à saúde luntariamente há menos de cinco anos, para ocupar cargo
deste servidor público federal e a nocividade o incapacitas- vago na Administração Pública, denomina-se reversão40.
se para as atividades inerentes ao seu cargo de professor. Quanto à questão dos proventos e da nova remuneração
A Administração Pública deveria aposentar precocemente após a sua reversão, a lei preceitua que o servidor aposenta-
este servidor? Ou tentar “alocá-lo” em outra seção, longe do revertido deixará de receber os proventos relativos à sua
do contato com o giz, com as atribuições do cargo compatí- aposentadoria e passará a receber a remuneração inerente
veis com a de um professor? Segundo princípios do direito ao cargo que ocupava em atividade e somente terá os novos
administrativo a segunda opção é a mais sensata. proventos calculados, caso venha a se aposentar de novo,
Vamos mais longe, o  que aconteceria se o professor com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco
readaptado chegasse a nova seção e não tivesse vaga? anos no cargo.
O que iria acontecer como ele? O legislador fez a previsão
de que ele exerceria as suas novas funções como excedente. Recondução
Reversão O art. da Lei nº 8.112/1990 que trata deste instituto é o
O legislador de 1990 só fez alusão a uma reversão, mas 29, que afirma que é o retorno do servidor estável ao cargo
em 2001 foi inserida no corpo da Lei nº 8.112/1990, uma anteriormente ocupado e decorrerá em razão da inabilitação
nova reversão, por questões de didática vamos chamá-las em estágio probatório relativo a outro cargo e da reintegra-
de reversão 1 e reversão 2. ção do anterior ocupante.
A título de exemplo: Maria, que era servidora pública
Reversão 1 estável de um TRE, foi demitida do seu cargo em decorrência
É o retorno do servidor aposentado por invalidez, quando de um processo administrativo disciplinar, razão pela qual
cessa a causa incapacitante que deu origem à aposentadoria. ajuizou ação judicial para impugnar o ato de demissão.
Caso o seu cargo anterior já esteja ocupado, ele poderá O Poder Judiciário analisou a prova dos autos e proferiu
ficar como excedente. sentença que invalidou a demissão e determinou a rein-
A título de exemplo: Odair, servidor público federal, foi tegração da servidora ao cargo anteriormente ocupado,
regularmente aposentado por invalidez, no ano de 2005, após com ressarcimento de todas as vantagens. Entretanto, logo
perícia médica. Decorridos dois anos de sua aposentadoria, após a demissão de Maria, José, que também era servidor
Odair submeteu-se a uma nova perícia, oportunidade em que estável, e que ocupava outro cargo passou a ocupar a vaga
a junta médica oficial declarou insubsistentes os motivos da dela. Na situação hipotética, José deveria ser reconduzido
aposentadoria. A forma de provimento dos cargos públicos ao cargo de origem41.
adequada para que Odair retorne à atividade é a reversão31. Ao funcionário público federal estável aprovado em
No mesmo sentido, Clotilde, servidora pública civil novo concurso público, para outro órgão, mas não habi-
federal, está aposentada por invalidez. Na última perícia litado no estágio probatório desse novo cargo aplica-se,
realizada para avaliação das condições de sua saúde, uma para que retorne ao cargo por ele anteriormente ocupado,
junta médica oficial declarou insubsistentes os motivos de o instituto da recondução42.
sua aposentadoria determinando o retorno de Clotilde à Obs.: A exoneração de servidor público em consequên-
atividade. Neste caso, ocorreu a reversão32. cia de inabilitação em estágio probatório não configura
Logo, podemos afirmar que o restabelecimento, por punição43.
laudo médico de servidor aposentado por invalidez dará
a reversão33.
Regime Jurídico Único

Reversão 2
35
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especiali-
zado/Programação de Sistemas/2012.
Por interesse da administração, neste caso deve-se 36
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especiali-
sempre observar: zado/Programação de Sistemas/2012.
• servidor aposentado voluntariamente34;
37
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especiali-
zado/Programação de Sistemas/2012.
38
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especiali-
zado/Programação de Sistemas/2012.
31
Cesgranrio/Bacen/Analista/2010. 39
Assunto cobrado na prova da Movens/Ministério da Cultura/Analista Adminis-
32
FCC/TRE-AP/Analista Judiciário – Contabilidade/2011. trativo/2010.
33
Assunto cobrado na prova: Consulplan/TSE/fevereiro/2012. 40
FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012.
34
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio 41
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
Especializado/Programação de Sistemas/2012 e Cespe/Ibama/Técnico Admi- 42
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/2013.
nistrativo/2012. 43
Cespe/PC-CE/Inspetor/2012.

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Logo será necessário o estudo das duas reconduções. Questão interessante é a que pertine ao prazo do estágio
probatório. O art. 20 da Lei nº 8.112/1990 preceitua sobre
JURISPRUDÊNCIA: estágio probatório e afirma que será de 24 meses45.
Se o servidor federal estável, submetido a estágio A questão sobre estágio sempre traz dúvidas e chega a
probatório em novo cargo público, desiste de exercer ser polêmica, mas vamos tentar dirimi-la:
a nova função, tem ele o direito a ser reconduzido A Constituição Federal em 5 de outubro de 1988 precei-
ao cargo ocupado anteriormente no serviço público. tuava no seu corpo, ou seja, no art. 41, que a estabilidade do
Com esse entendimento, o Tribunal deferiu mandado servidor público seria adquirida após dois anos de efetivo
de segurança para assegurar ao impetrante, servidor exercício.
sujeito a estágio probatório no cargo de Escrivão da A Lei nº 8.112/1990 surge em dezembro de 1990 e seu
Polícia Federal, o retorno ao cargo de Policial Rodo- art. 20 preceituava que o estágio probatório para o servidor
viário Federal, observado, se for o caso, o disposto detentor de cargo efetivo seria de vinte e quatro meses,
no art. 29, parágrafo único da Lei nº 8.112/1990 onde eram avaliados a sua assiduidade, responsabilidade,
(“Encontrando-se provido o cargo de origem, o produtividade, capacidade de iniciativa e a sua disciplina.
servidor será aproveitado em outro, observado o Como se percebe, eram atos praticamente “casados”,
disposto no art. 30.”). Considerou-se que o art. 20, § a habilitação no estágio probatório e a aquisição da estabi-
2º, da Lei nº 8.112/1990 (“O servidor não aprovado lidade. Nesta época não pairavam dúvidas.
no estágio probatório será exonerado ou, se estável, Porém, a  Constituição Federal de 1988 sofreu uma
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, ...”) alteração por meio da Emenda Constitucional nº 19, e o
autoriza a recondução do servidor estável na hipó- art. 41 modificaram a estabilidade para três anos de efe-
tese de desistência voluntária deste em continuar o tivo exercício46 e a Lei nº 8.112/1990 não sofre alteração e
estágio probatório, reconhecendo ele próprio a sua o estágio probatório permanece em vinte e quatro meses.
inadaptação no novo cargo. Precedente citado: MS A partir da referida Emenda Constitucional começam a
22.933-DF (DJU de 13/11/1998). MS 23.577-DF, rel. surgir celeumas.
Min. Carlos Velloso, 15/5/2002. (MS-23577). A Advocacia Geral da União, por volta de abril de 2004,
emite um parecer, por meio do Advogado Geral da União,
Recondução do Servidor Inabilitado no Estágio afirmando que o estágio probatório em toda Administração
Probatório Pública seria de três anos, fazendo com isto que os atos
administrativos voltassem novamente a ser praticamente
JURISPRUDÊNCIA: casados, como antes da Emenda Constitucional nº 19.
Estágio probatório. Funcionário estável da Imprensa Com isto ficou a indagação: o que tem mais “força”, um
Nacional admitido, por concurso público, ao cargo regulamento ou uma lei? Para resolver tal problema, este
de Agente de Polícia do Distrito Federal. Natureza, parecer do Advogado Geral da União foi levado à apreciação
inerente ao estágio, de complemento do processo do senhor Presidente da República que anuiu ao parecer e
seletivo, sendo, igualmente, sua finalidade a de mandou publicá-lo em Diário Oficial.
aferir a adaptabilidade do servidor ao desempenho Em razão de tal procedimento, o referido parecer passou
de suas novas funções. Consequente possibilidade, a ter força normativa, pois preencheu os requisitos da Lei
durante o seu curso, de desistência do estágio, com
Complementar nº 73, no seu art. 40, que afirma que todo
retorno ao cargo de origem (art. 20, § 2º, da Lei
parecer oriundo do Advogado Geral da União que for levado
nº 8.112/1990). Inocorrência de ofensa ao princípio
da autonomia das Unidades da Federação, por ser à apreciação do Presidente da República e essa publicação
mantida pela União a Polícia Civil do Distrito Federal em diário oficial vinculará toda Administração Pública.
(Constituição, art. 21, XIV). Mandado de segurança Tal problema, a princípio, estaria resolvido, porém alguns
deferido. (STF, MS 22933, DF, Tribunal Pleno, Relator servidores insatisfeitos com tal comando, porque alguns
Min. OCTAVIO GALLOTTI, Julgamento: 26/6/1998, DJ órgãos ou entidades não promoviam o servidor enquanto
DATA-13/11/1998 PP-00005)”. estivesse em estágio probatório. Logo, foram ajuizadas
ações pleiteando o estágio probatório por meio da Lei
Vamos imaginar um servidor público federal estável (a nº 8.112/1990, ou seja, vinte e quatro meses.
estabilidade é adquirida com 3 anos de efetivo exercício) do A questão sobredita, na época, foi apreciada pelo STJ e
Ministério da Cultura. Ele foi aprovado e nomeado para um ficou entendido que deveria ser cumprido o prazo do estágio
novo cargo em outro órgão ou entidade da Administração probatório de vinte e quatro meses. Tanto que o próprio
Pública Federal. Os cargos não são acumuláveis (fogem a ex- tribunal passou a entender que os seus servidores deveriam
ceção prevista na CF/1988, art. 37, XVI). Este servidor deverá ter o estágio probatório segundo a Lei nº  8.112/1990. (O
declarar a vacância no seu órgão (Ministério da Cultura) e STF, TJDFT e o TCU passaram a ter tal entendimento para
irá para o novo órgão ou entidade. Caso ele não consiga ser seus servidores).
habilitado no estágio do novo cargo, ele será reconduzido ao Ante o exposto alguns órgãos tratavam o estágio proba-
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cargo de origem. Em suma, ele retornará para o Ministério tório segundo o parecer da Advocacia Geral da União e os
da Cultura, no cargo que anteriormente ocupava. tribunais acima segundo a Lei nº 8.112/1990.
A título de exemplo: Mélvio, Analista Judiciário, será Em abril de 2008, surge a Medida Provisória nº  431,
reintegrado no cargo anteriormente ocupado. Porém, que alterava o art.  20 da Lei nº  8.112/1990 para trinta e
esse cargo anterior já encontra-se provido e ocupado por seis meses.
Isabela, servidora pública estável. Nesse caso, entre outras
hipóteses, Isabela será reconduzida ao cargo de origem, Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área Adminis-
45

sem direito a indenização, ou aproveitada em outro cargo44. trativa/2011.


Assunto cobrado nas seguintes provas: Exames/Prefeitura de Ingá-PB/Auditor
46

de Controle Interno/2011 e Fepese/MPE/Procurador Geral do Ministério


FCC/TRE-AL/Analista Judiciário – Administrativa/2010.
44
Público/2010.

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8 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Aparentemente a questão inerente ao estágio probatório Agora como resolver a questão em concursos quando
estava dirimida. Porém, na conversão da Medida Provisória tratar do estágio probatório? Afirmar de forma contundente
em Lei, o Congresso Nacional não permite a referida altera- é difícil ante a todo histórico inerente ao prazo do estágio
ção e o art. 20 voltou a ser de vinte e quatro meses. probatório, mas entendemos que se o comando da questão re-
Em abril de 2009 o STJ, por meio do MS nº 12. 523-DF ferir ao texto expresso da Lei nº 8.112/1990 o candidato deve
Relator Ministro Felix Fischer, volta a apreciar a questão marcar o que pede a questão, ou seja, vinte e quatro meses.
inerente ao estágio probatório e decidiu que: E se pedir o entendimento jurisprudencial? O candidato
deve marcar três anos, igualando-se a estabilidade.
I  – estágio probatório é o período compreen­dido A indagação que fica é: se o examinador não se referir a
entre a nomeação e a aquisição de estabilidade no nada, nem a lei e nem a jurisprudência? Acredito que quais-
serviço público, no qual são avaliadas a aptidão, quer das respostas poderiam responder a questão, pois com
a eficiência e a capacidade do servidor para o efetivo certeza muitos candidatos iriam interpor recursos.
exercício do cargo respectivo. Nesta situação, acredito que o candidato deve primeiro
II – Com efeito, o prazo do estágio probatório dos ser- avaliar o tipo de prova, ou seja, se o examinador está apenas
vidores públicos deve observar a alteração promovida copiando a lei para formular as questões, neste caso ele
pela Emenda Constitucional nº 19/1998 no art. 41 poderia estar cobrando o comando da Lei nº 8.112/1990,
que preceitua vinte e quatro meses.
da Constituição Federal, no tocante ao aumento do
Caso a prova contenha questões que exijam raciocínio
lapso temporal para a aquisição da estabilidade no
do candidato ou as questões sejam contextualizadas, onde
serviço público para 3 (três) anos, visto que, apesar
se percebe que o examinador quer ir além do “decoreba”
de institutos jurídicos distintos, encontram-se prag-
da lei, a resposta plausível seria três anos, igualando-se a
maticamente ligados. estabilidade.
III – Destaque para a redação do art. 28 da Emenda Urge ressaltar que quaisquer das respostas iriam dar
Constitucional nº 19/1998, que vem a confirmar o ra- subsídios a recursos.
ciocínio de que a alteração do prazo para a aquisição Vamos às perguntas clássicas sobre a recondução:
da estabilidade repercutiu no prazo do estágio pro- A uma, se o cargo do servidor reconduzido estiver ex-
batório, senão seria de todo desnecessária a menção tinto?
aos atuais servidores em estágio probatório; bastaria, – Este servidor seria colocado em disponibilidade, aguar-
então, que se determinasse a aplicação do prazo de dando seu aproveitamento.
3 (três) anos aos novos servidores, sem qualquer A duas, se o servidor estável pedisse a sua recondução
explicitação, caso não houvesse conexão entre os por desistência do estágio probatório no novo cargo?
institutos da estabilidade e do estágio probatório... – A Lei nº  8.112/1990 não trouxe previsão sobre esta
[...] situação, porém o STF entende que ele tem direito a ser
reconduzido.
Logo, ante o exposto, o STJ passou a entender que o E por fim, se o servidor não estável não conseguir ser
prazo do estágio probatório e a estabilidade se igualam47. habilitado no novo estágio?
O STF, por meio do AI n° 754802, de 7 de junho de 2011, – Ele será exonerado.
também passou a entender que deve ocorrer a aplicação do
prazo COMUM para o instituto da estabilidade e também do Da Reintegração do Anterior Ocupante
estágio probatório (Vide o Julgado): Para entendermos este tipo de recondução será melhor
por meio de uma situação hipotética.
STF Vamos imaginar que um servidor estável, cujo nome é
Processo: AI 754802 DF Azarildo, esteja ocupando um determinado cargo e a pessoa
Relator(a): Min. GILMAR MENDES que antes ocupava cargo de Azarildo tenha voltado, pois a sua
Julgamento: 07/06/2011 demissão foi injusta. O que vai acontecer com Azarildo? Ele
Órgão Julgador: Segunda Turma irá retornar ao seu cargo anterior, por meio da recondução.
Publicação: DJe-118 DIVULG 20/6/2011 PUBLIC Logo, quem será reconduzido é o servidor estável que ocupa
21/6/2011 EMENT VOL-02548-02PP-00357 o cargo do servidor reintegrado.
Parte(s): MIN. GILMAR MENDES
UNIÃO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Da Vacância
CHRISTINE PHILIPP STEINER E OUTRO(A/S) Este instituto aborda as maneiras de deixar um cargo
JOÃO BELMINO CHAVES vago, para que se possa ocorrer um futuro provimento.
As formas estão expressas na Lei nº 8.112/1990:
Ementa
1. Embargos de declaração em agravo regimental em
Promoção
agravo de instrumento.
Se um Servidor Público Federal “cresce” dentro da sua
2. Vinculação entre o instituto da estabilidade,
carreira, ele hipoteticamente está subindo um “degrau”,
definida no art. 41 da Constituição Federal, e o do
Regime Jurídico Único

logo o legislador vislumbrou que o “degrau” que ele ocupava


estágio probatório. antes ficou vazio, gerando assim vacância48. Percebemos
3. Aplicação de prazo comum de três anos a ambos
os institutos. Cespe/Superior Tribunal Militar/Analista Judiciário – Apoio Especializado –
48

4. Precedentes. Arquitetura, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Economia, Técnico


Judiciário – Administrativa – Telecomunicações e Eletricidade, Analista Judiciário
5. Embargos de declaração acolhidos com efeitos – Apoio Especializado – Medicina – Geriatria, Analista Judiciário – Apoio Especia-
infringentes. lizado – Revisor de Texto, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Psicologia,
Analista Judiciário – Apoio Especializado – Engenharia Mecânica, Analista
Judiciário – Apoio Especializado – Engenharia Civil, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Análise de Sistemas, Analista Judiciário – Apoio Especializado –
Assunto cobrado na prova do Cespe/TCE-ES/Procurador Especial de Con-
47
Biblioteconomia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatística, Analista
tas/2009. Judiciário – Apoio Especializado – Comunicação Social, Analista Judiciário –

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 9
com isto que a promoção é forma concomitante de provi- de perita criminal com especialidade em medicina
mento e vacância. veterinária, como ocorre neste mandado de seguran-
ça. A especialidade médica não pode ser confundida
Posse em Cargo Inacumulável sequer com a especialidade veterinária. Cada qual
guarda característica própria que as separam para
JURISPRUDÊNCIA: efeito da acumulação vedada pela Constituição da
Servidor público em situação de acumulação ilícita de República. (RE 248.248, Rel. Min. Menezes Direito,
cargos ou empregos pode se valer da oportunidade julgamento em 2/9/2008, Primeira Turma, DJE de
prevista no art. 133, § 5º, da Lei nº 8.112/1990 para 14/11/2008)
apresentar proposta de solução, comprovando o
JURISPRUDÊNCIA:
desfazimento dos vínculos, de forma a se enquadrar
Magistério. Acumulação de proventos de uma apo-
nas hipóteses de cumulação lícita. Contudo, o art. sentadoria com duas remunerações. Retorno ao ser-
133, § 5º, da Lei nº 8.112/1990 não autoriza que viço público por concurso público antes do advento
o servidor prolongue indefinidamente a situação da EC 20/1998. Possibilidade. É possível a acumulação
ilegal, esperando se valer do dispositivo legal para de proventos oriundos de uma aposentadoria com
caracterizar, como sendo de boa-fé, a proposta de duas remunerações quando o servidor foi aprovado
solução apresentada com atraso. No caso em exame, em concurso público antes do advento da EC 20.
os empregadores do impetrante, quando consultados O art. 11 da EC 20 convalidou o reingresso – até a data
a respeito do desfazimento dos vínculos – fato que da sua publicação – do inativo no serviço público, por
tinha sido informado pelo próprio impetrante ao INSS meio de concurso. A convalidação alcança os venci-
–, informaram que estes não haviam sido desfeitos, mentos em duplicidade se os cargos são acumuláveis
tendo um deles sido inclusive renovado. Recurso or- na forma do disposto no art. 37, XVI, da Constituição
dinário a que se nega provimento. (RMS 26.929, Rel. do Brasil, vedada, todavia, a percepção de mais de
Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 19/10/2010, uma aposentadoria. (RE 489.776-AgR, Eros Grau,
Segunda Turma, DJE de 11/11/2010) julgamento em 17/6/2008, Segunda Turma, DJE de
1º/8/2008.) No mesmo sentido: RE 599.909-AgR,
A Constituição Federal de 1988, no seu art.  37, XVI, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 7/12/2010,
Segunda Turma, DJE de 1º/2/2011; AI 483.076-AgR-
trata da acumulação legal e ela firma que o servidor pode
-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em
acumular dois cargos de professor, um técnico ou científico 16/11/2010, Segunda Turma, DJE de 1º/12/2010.
e mais outro de professor e, também dois privativos de
profissionais da área da saúde desde que a profissão esteja Para efeitos do disposto no art. 37, XVII, da Consti-
regulamentada em lei49. Logo, caso o servidor não se enqua- tuição são sociedades de economia mista aquelas
dre nessas exceções estará na acumulação ilegal, portanto, – anônimas ou não – sob o controle da União, dos
deverá ser notificado para optar no prazo de dez dias, sendo Estados-membros, do Distrito Federal ou dos Mu-
obrigatória a vacância em um dos cargos ou nos dois. nicípios, independentemente da circunstância de
terem sido ‘criadas por lei’. Configura-se a má-fé do
JURISPRUDÊNCIA: servidor que acumula cargos públicos de forma ilegal
Acumulação de emprego de atendente de telecomu- quando, embora devidamente notificado para optar
nicações de sociedade de economia mista, com cargo por um dos cargos, não o faz, consubstanciando, sua
público de magistério. Quando viável, em recurso omissão, disposição de persistir na prática do ilícito.
extraordinário, o reexame das atribuições daquele (RMS 24.249, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em
emprego (atividade de telefonista), correto, ainda 14/9/2004, Primeira Turma, DJ de 3/6/2005)
assim, o acórdão recorrido, no sentido de se revesti- A acumulação de proventos e vencimentos somente
rem elas de ‘características simples e repetitivas’, de é permitida quando se tratar de cargos, funções ou
modo a afastar-se a incidência do permissivo do art. empregos acumuláveis na atividade, na forma per-
37, XVI, b, da Constituição. (AI 192.918-AgR, Rel. Min. mitida pela Constituição. CF, art. 37, XVI, XVII; art. 95,
Octavio Gallotti, julgamento em 3/6/1997, Primeira parágrafo único, I. Na vigência da Constituição de 1946,
Turma, DJ de 12/9/1997) art. 185, que continha norma igual a que está inscrita
no art. 37, XVI, CF/1988, a jurisprudência do Supremo
A Constituição Federal prevê a possibilidade da Tribunal Federal era no sentido da impossibilidade da
acumulação de cargos privativos de profissionais da acumulação de proventos com vencimentos, salvo se
saúde, em que se incluem os assistentes sociais. (RE os cargos de que decorrem essas remunerações fos-
553.670-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em sem acumuláveis. Precedentes do STF: RE 81.729-SP,
14/9/2010, Segunda Turma, DJE de 1º/10/2010) Vide: ERE 68.480, MS 19.902, RE 77.237-SP, RE 76.241-RJ.
AI 169.323-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento (RE 163.204, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em
em 18/6/1996, Segunda Turma, DJ de 14/11/1996. 9/11/2004, Plenário, DJ de 31/3/1995)
Regime Jurídico Único

O art. 37, XVI, c, da CF autoriza a acumulação de dois Observação: Conforme entendimento do STJ, é vedada
cargos de médico, não sendo compatível interpre- a acumulação do cargo de Professor com o de Agente de
tação ampliativa para abrigar no conceito o cargo Polícia Civil, o qual não se caracteriza como cargo técnico50.

Apoio Especializado – Contabilidade, Analista Judiciário – Apoio Especializado Falecimento


– Arquivologia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Engenharia Elétrica, Com a morte do servidor é fato que irá gerar vacância
Técnico Judiciário – Administrativa – Mecânica, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Administração, Analista Judiciário – Apoio Especializado – no cargo.
Restauração, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista
Judiciário – Apoio Especializado – Medicina – Clínica Médica/2011.
49
Assunto cobrado nas seguintes provas: FMP-RS/TCE-RS/Auditor – Ciências
Econômicas/2011 e Fepese/MPE/Procurador Geral do Ministério Público/2010. Cespe/TCE-ES/Procurador Especial de Contas/2009.
50

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10 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Exoneração consumado, entendeu, ainda, a Turma em afastá-la,
Existem várias maneiras de ocorrer a exoneração, como pois a lotação na cidade do Rio de Janeiro decorreu
já vimos. Poderá ser a pedido, caso o servidor não estável de decisão judicial provisória por força de tutela an-
não seja habilitado no estágio probatório51; se o servidor tecipatória e tornar definitiva essa lotação, mesmo
não estável tenha seu cargo extinto; na hipótese da União com a declaração judicial de não cumprimento dos
ultrapassar o limite de despesas (LRF – Lei de Responsabili- requisitos legalmente previstos, permitiria consolidar
dade Fiscal) e venha a ser mal avaliado anualmente (segundo uma situação contrária à lei. Daí negou provimento
regulamentos) etc. ao recurso. Precedentes citados do STF: RE 587.260-
RN, DJe 23/10/2009; do STJ: REsp 616.831-SE, DJ
Readaptação 14/5/2007; REsp 674.783-CE, DJ 30/10/2006, e REsp
Caso o servidor sofra limitações físicas ou mentais e 674.679-PE, DJ 5/12/2005. REsp 1.189.485-RJ, Rel.
não possa exercer as funções do seu cargo, ele poderá ser Min. Eliana Calmon, julgado em 17/6/2010.
readaptado gerando assim vacância neste cargo.
É necessário ter em mente que a reversão não é forma Agora, caso o cônjuge tenha sido “afastado”, o cônjuge
de vacância, pois as bancas gostam de tentar confundir não deslocado, a princípio, terá direito a licença por afasta-
o candidato afirmando que ela é forma concomitante de mento do cônjuge (art. 84, § 1º da Lei nº 8.112/1990).
provimento de vacância.
INFORMATIVO STJ Nº 0456
Aposentadoria LICENÇA. DESLOCAMENTO. CÔNJUGE. EXERCÍCIO
Também é fato, que a passagem do servidor para a ina- PROVISÓRIO.
tividade gera vacância. No caso, servidora da Justiça trabalhista lotada em
Porto Alegre formulou pedido administrativo para
Demissão
que lhe fosse concedida licença por motivo de des-
É importante salientar que a demissão tem cunho puni-
locamento de cônjuge (art. 84 da Lei nº 8.112/1990),
tivo, ou seja, disciplinar, conforme preceitua o art. 127 da
pois seu esposo foi aprovado em concurso público
Lei nº 8.112/1990 e a exoneração não tem cunho punitivo.
realizado em prefeitura no Estado do Rio de Janeiro,
tendo tomado posse em 16/7/1999. Solicitou, ainda,
Da Remoção, Redistribuição e Substituição que exercesse provisoriamente cargo compatível
Remoção com o seu, o que poderia se dar no TRT da 1ª Região,
Caso o servidor esteja lotado em um determinado órgão com sede no Rio de Janeiro. Indeferido o pedido,
ou entidade de um ente da federação e ele tenha que ir ajuizou ação ordinária. A Turma, entre outras ques-
para outro Estado ou cidade, este deslocamento é chamado tões, entendeu que o pedido de concessão de licença
de remoção, que pode ser de ofício, a pedido, a critério da formulado na referida ação possui natureza distinta
Administração e ao seu pedido independente. da atinente ao instituto da remoção, previsto no art.
A remoção não é uma forma de provimento52. 36, parágrafo único, III, a, da Lei nº 8.112/1990. O
Questão interessante que está sendo cobrada pelas ban- pedido está embasado no art. 84 da mencionada lei
cas é aquela que menciona um casal de servidores, sendo e, uma vez preenchidos pelo servidor os requisitos
um deles deslocado da sede. O que poderá ocorrer com o ali previstos, não há espaço para juízo discricionário
cônjuge que não foi deslocado? da Administração, devendo a licença ser concedida,
Na situação do servidor ser removido no interesse da pois se trata de um direito do servidor, em que a
administração, o cônjuge que ficou terá o direito de ser remo- Administração não realiza juízo de conveniência e
vido a pedido independente do interesse da administração. oportunidade. Quanto ao exercício provisório em
Caso o cônjuge que foi deslocado for tomar posse em outro órgão, este é cabível, pois preenchidos todos
outro órgão ou entidade em localidade distinta da atual, os pressupostos para o seu deferimento. Sendo a
o cônjuge que ficou não terá o direito subjetivo, segundo o autora analista judiciária, poderá exercer seu mister
STJ, de ser removido. no TRT da 1ª Região. REsp 871.762-RS, Rel. Min.
Laurita Vaz, julgado em 16/11/2010.
INFORMATIVO STJ Nº 0439
REMOÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO. Redistribuição
Trata-se da remoção de servidor público, ora recor- A remoção, como vimos, desloca o serviço e a redistri-
rente, que tomou posse no cargo de auditor fiscal da buição irá gerar o deslocamento do cargo de provimento
Receita Federal com lotação em Foz do Iguaçu-PR e, efetivo ocupado ou vago para outro órgão ou entidade
posteriormente, casou-se com servidora pública do sempre do mesmo poder com autorização do Sistema de
estado do Rio de Janeiro, a qual veio a engravidar. Na Pessoal Civil (Sipec)53.
origem, obteve antecipação de tutela que permitiu Na redistribuição, deve ser sempre observado o interesse
sua lotação provisória na cidade do Rio de Janeiro, há da administração, a equivalência remuneratória, atribuições,
quase dez anos. Diante disso, a Turma entendeu que responsabilidades, e complexidades do cargo compatíveis.
O legislador prevê que o servidor que não foi redistribuí­
a pretensão recursal não encontra respaldo no art. 36,
Regime Jurídico Único

do ou colocado em disponibilidade, ficará sob a tutela do


III, a, da Lei nº 8.112/1990 nem na jurisprudência, uma
Sipec e poderá também ter exercício provisório em outro
vez que o recorrente já era servidor quando, volunta-
órgão ou entidade54.
riamente, casou-se com a servidora estadual. Assim,
somente após o casamento, pleiteou a remoção, não
Substituição
havendo o deslocamento do cônjuge no interesse
Um servidor que possua funções de direção ou chefia
da Administração, logo não foi preenchido um dos
terá, a  princípio, seu substituto indicado em regimento
requisitos do referido artigo. Quanto à teoria do fato
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNPq/Assistente 1/2011.
51
Assunto cobrado na prova do Cespe/OAB-Nacional/2009-1.
53

Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MF/ATA/2012, Cespe/TRE-RJ/


52
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Seguran-
54

Técnico Judiciário/Administrativa/2012 e Cespe/PC-CE/Inspetor/2012. ça/2011.

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interno. Caso este servidor tenha que ser substituído, o seu de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiên-
substituto irá assumir automaticamente e cumulativamente cia de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas
suas funções55. até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
Ele fará jus à retribuição do substituído no prazo supe- § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica
rior a 30 dias consecutivos e deverá optar pela remuneração e tecnológica federais poderão prover seus cargos com pro-
de um deles durante o respectivo período56. fessores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com
O Cespe recentemente cobrou uma questão relativa as normas e os procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei
à substituição, porém, a  banca entendeu que o servidor nº 9.515, de 20/11/1997)
substituto tem direito a retribuição por chefia ou direção, Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á
ainda que o período seja inferior a 30 dias. O embasamento mediante ato da autoridade competente de cada Poder58.
se deu por meio do Acórdão do Tribunal de Contas da União Art.  7º A investidura em cargo público ocorrerá com
(TCU – Acórdão nº 3.275/2006). a posse59.
Em suma, quando se desloca o servidor, trata-se de Art. 8º São formas de provimento de cargo público:
remoção; quando se desloca o cargo, será a redistribuição. I – nomeação;
II – promoção;
LEITURA DA LEI Nº 8.112/1990 III – (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
IV – (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
TÍTULO I V – readaptação;
VI – reversão;
CAPÍTULO ÚNICO VII – aproveitamento;
VIII – reintegração;
Das Disposições Preliminares
IX – recondução.
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores
Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em re- Observação: Não são formas de provimento de cargo
gime especial, e das fundações públicas federais. público a ascensão e a transferência60.
Art. 2º  Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa Ademais, ascensão ou acesso é a forma de progres-
são pela qual o servidor é elevado de cargo situado
legalmente investida em cargo público.
na classe mais elevada de uma carreira para cargo
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e res-
da classe inicial de carreira diversa ou de carreira
ponsabilidades previstas na estrutura organizacional que
tida como complementar da anterior61.
devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos
Seção II
os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria
Da Nomeação
e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento
em caráter efetivo ou em comissão57.
Art. 9º A nomeação far-se-á:
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado
os casos previstos em lei. de provimento efetivo ou de carreira62;
II – em comissão, inclusive na condição de interino,
TÍTULO II para cargos de confiança vagos63. (Redação dada pela Lei
DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, nº 9.527, de 10/12/1997)
REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
A título de exemplo: Lupércio é servidor ocupante do
CAPÍTULO I cargo em comissão X. A autoridade administrativa
Do Provimento competente pretende nomeá-lo para ter exercício
interinamente, em outro cargo de confiança, o
Seção I cargo Y, sem prejuízo das atribuições do que atu-
Disposições Gerais almente ocupa. Esta hipótese é permitida pela Lei
nº 8.112/1990, mas Lupércio deverá optar pela
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo remuneração de um dos cargos durante o período
público: da interinidade.64
I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos; Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em co-
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais; missão ou de natureza especial poderá ser nomeado para
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança,
cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos; 58
FCC/TRE-AM/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010.
VI – aptidão física e mental. 59
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Área Administrati-
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência va/2012, Cespe/MEC/Agente Administrativo/2009, Fepese/MPE/Procurador
Regime Jurídico Único

Geral do Ministério Público/2010 e FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Área


de outros requisitos estabelecidos em lei. Administrativa/2010.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o 60
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/CNPq/Assistente 1/2011, FCC/TRT 7ª
Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2009, FCC/Tribunal Regional
direito de se inscrever em concurso público para provimento Eleitoral do Rio Grande do Sul/Técnico Judiciário – Área Administrativa, Analista
Judiciário – Área Administrativa/2010 e FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área
55
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Analista Judiciário – Área Admi- Administrativa/2010.
nistrativa/2010. 61
Unemat/SAD-MT/Delegado de Polícia/2010.
56
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área 62
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área
Administrativa/Contabilidade/2013 e Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010 e FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrati-
Administrativa/2013. va/2010.
57
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário 63
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AP/Analista Judiciário – Contabilida-
– Administrativa/2009 e Funrio/MPOG/Analista Técnico Administrativo – Ad- de/2011.
ministração/2009. 64
FCC/TRE-AP/Analista Judiciário – Área Administrativa/2011.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
12 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, §  3º A posse poderá dar-se mediante procuração es-
hipótese em que deverá optar pela remuneração de um pecífica73.
deles durante o período da interinidade65. (Redação dada § 4º Só haverá posse nos casos de provimento de car-
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) go por nomeação74. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo iso- 10/12/1997)
lado de provimento efetivo depende de prévia habilitação § 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração
em concurso público de provas ou de provas e títulos, obe- de bens e valores que constituem seu patrimônio e decla-
decidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade66. ração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e ou função pública.
o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante pro-
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a
moção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes
do sistema de carreira na Administração Pública Federal e posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo.
seus regulamentos67. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia
10/12/1997) inspeção médica oficial75.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for
Seção III julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
Do Concurso Público
JURISPRUDÊNCIA:
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, Concurso
podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuse- Razoabilidade da exigência de altura mínima para
rem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, ingresso na carreira de delegado de polícia, dada a
condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do natureza do cargo a ser exercido. Violação ao princí-
valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, pio da isonomia. Inexistência. (RE 140.889, Rel. para o
e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 30/5/2000,
previstas68. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Segunda Turma, DJ de 15/12/2000.)
(Regulamento)
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições
anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual do cargo público ou da função de confiança. (Redação dada
período69. pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de § 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado
sua realização serão fixados em edital, que será publicado em cargo público entrar em exercício, contados da data da
no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande posse. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
circulação.
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tor-
§  2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver
nado sem efeito o ato de sua designação para função de
candidato aprovado em concurso anterior com prazo de
validade não expirado70. (Vide o Decreto nº 6.944 de 21 de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos
agosto de 2009, que dispõe sobre as normas gerais relativas neste artigo, observado o disposto no art. 1876. (Redação
a concursos) dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para
Seção IV onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe
Da Posse e do Exercício exercício. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 4º O início do exercício de função de confiança coin-
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo cidirá com a data de publicação do ato de designação,
termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por
as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocu- qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no
pado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por primeiro dia útil após o término do impedimento, que não
qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos poderá exceder a trinta dias da publicação77. (Incluído pela
em lei. Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício
da publicação do ato de provimento71. (Redação dada pela do exercício serão registrados no assentamento individual
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) do servidor78.
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apre-
publicação do ato de provimento, em licença prevista nos
sentará ao órgão competente os elementos necessários ao
incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos
incisos I, IV, VI, VIII, alíneas a, b, d, e e f, IX e X do art. 102, seu assentamento individual.
o prazo será contado do término do impedimento72. (Reda- Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exer-
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) cício, que é contado no novo posicionamento na carreira
Regime Jurídico Único

73
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Área Administrati-
65
FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010. va/2012, Funiversa/Iphan/Auxiliar Institucional – Administrativo/2009 e FCC/
66
Assunto cobrado nas seguintes provas: FMP-RS/TCE-RS/Auditor – Ciências TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Administrativa/2009.
Econômicas/2011 e Fepese/MPE/Procurador Geral do Ministério Público/2010. 74
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área
67
FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010. Administrativa/2010, FCC/TRE-PI/Analista Judiciário/2009 e FCC/TRF 4ª Região/
68
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/DPE-ES/Defensor Público/2009, Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010.
PUC-PR/TJ-RO/Juiz Substituto/2011 e Exames/Prefeitura de Ingá-PB/Auditor de 75
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário
Controle Interno/2011. – Administrativa/2009 e FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrati-
69
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário va/2010.
– Estatística/2011 e Funrio/MJ/Administrador/2009. 76
Assunto cobrado na prova da FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/
70
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário Contabilidade/2012.
– Estatística/2011 e Cespe/TCE-ES/Procurador Especial de Contas/2009. 77
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-PI/Analista Judiciário/2009.
71
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. 78
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AP/Analista Judiciário – Con-
72
Assunto cobrado na prova da Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. tabilidade/2011 e FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010.

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a partir da data de publicação do ato que promover o da turma, não pode ser dissociado do período de
servidor79. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) estágio probatório.
Art. 18. O  servidor que deva ter exercício em outro
município em razão de ter sido removido, redistribuído, I – assiduidade;
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no II – disciplina;
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da III – capacidade de iniciativa;
publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho IV – produtividade;
das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo ne- V – responsabilidade83.
cessário para o deslocamento para a nova sede. (Redação § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) probatório, será submetida à homologação da autoridade
competente a avaliação do desempenho do servidor, realiza-
A título de exemplo: Helena, Analista Judiciária, da por comissão constituída para essa finalidade, de acordo
passou a ter exercício em outro Município em ra- com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva
zão de ter sido removida. Nesse caso, contados da carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração
publicação do ato, o prazo para Helena retomar o dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste
efetivo exercício das atribuições do cargo será, no artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008)
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, § 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será
podendo declinar do referido prazo80. exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-
mente ocupado, observado o disposto no parágrafo único
Pedro é servidor público federal, exercendo suas do art. 29.
funções na cidade de Campinas-SP, e é removido de § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer
ofício pela Autoridade Competente para a cidade quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções
de Ribeirão Preto. Neste caso, Pedro, em razão de de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade
sua remoção, terá, no mínimo dez e, no máximo, 30 de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou
dias de prazo, contados da publicação do ato, para entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos
a retomada do efetivo desempenho das atribuições de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessora-
do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário mento Superiores – DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
para o deslocamento para a nova sede81. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente pode-
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença rão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos
ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afasta-
será contado a partir do término do impedimento. (Parágrafo mento para participar de curso de formação decorrente de
renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) aprovação em concurso para outro cargo na Administração
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabe- Pública Federal84. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
lecidos no caput. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1º,
fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso
cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de formação, e será retomado a partir do término do im-
de quarenta horas e observados os limites mínimo e má- pedimento85. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
ximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente82.
(Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991) JURISPRUDÊNCIA:
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de con- NOMEAÇÃO DE SERVIDOR, EM ESTÁGIO PROBATÓ-
fiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, RIO, PARA CARGO DE CONFIANÇA.
observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado I – A Constituição Federal não estabelece óbice à
sempre que houver interesse da Administração. (Redação nomeação de servidor – integrante de quadro de car-
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) reira técnica ou profissional e que esteja no período
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de do estágio probatório – para o exercício de funções
trabalho estabelecida em leis especiais. (Incluído pela Lei de confiança (cargo comissionado ou função gratifica-
nº 8.270, de 17/12/1991) da). No entanto, nos termos do preconizado pela Lei
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para Maior, artigo 37, I, norma infraconstitucional poderá
cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probató- estabelecer requisitos para o provimento destas fun-
rio por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual ções de confiança, dentre os quais poderá figurar a
a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para exigência do cumprimento do estágio probatório. Na
o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: hipótese de não haver vedação de natureza legal, a
(Vide EMC nº 19) nomeação deste servidor – no curso do estágio pro-
batório, para exercer funções de confiança – implicará
A Terceira Seção do STJ decidiu que com o advento a SUSPENSÃO do período probatório, que só voltará
Regime Jurídico Único

da EC nº 19 de 1998, o prazo do estágio probatório a ser computado a partir do retorno do servidor ao


dos servidores públicos é de três anos. A mudança exercício do cargo efetivo. Neste caso, se o servidor
na Constituição Federal instituiu o prazo de três anos não for estável no serviço público, a suspensão do
para o alcance da estabilidade, o que, no entender estágio probatório implicará, necessariamente, a
suspensão da contagem do tempo de serviço para
79
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário efeito da estabilidade funcional. Só após o cumpri-
– Administrativa/2009 e FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área Adminis-
trativa/2010.
80
FCC/TRE-AL/Analista Judiciário – Contabilidade/2010. 83
Assunto cobrado na prova da Funrio/MJ/Administrador/2009.
81
FCC/TST/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Segurança Judiciária/2012. 84
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciá-
82
Assunto cobrado na prova da FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área ria/2013.
Administrativa/2010. 85
Assunto cobrado na prova da Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.

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14 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
mento integral do estágio probatório, onde a admi- § 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readap-
nistrativa terá a oportunidade de aferir a sua aptidão tando será aposentado.
(assiduidade, idoneidade moral, eficiência etc.) para §  2º A readaptação será efetivada em cargo de atri-
o exercício do cargo efetivo, é que o servidor poderá buições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de
ser considerado estabilizado no serviço público. Sen- escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese
do, contudo, o servidor já detentor de estabilidade de inexistência de cargo vago, o  servidor exercerá suas
funcional – em decorrência do exercício de cargo atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga88.
efetivo anterior, no âmbito do mesmo Ente Estatal e (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
sem que tenha havido solução de continuidade entre
os dois provimentos efetivos – não haverá alteração Seção VIII
na sua estabilidade funcional, de sorte que apenas o Da Reversão
período probatório ficará suspenso. Ressalte-se, por (Regulamento Decreto nº 3.644, de 30/11/2000)
fim, que na hipótese de haver MANIFESTA CORRELA-
ÇÃO entre as atribuições das funções de confiança Art.  25. Reversão é o retorno à atividade de servidor
e as atribuições do cargo efetivo do servidor, não aposentado: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-
há que se falar em suspensão do estágio probatório 45, de 4/9/2001)
nem da contagem do prazo para efeito de estabili- I – por invalidez, quando junta médica oficial declarar
dade funcional. II – Nos termos do artigo 19 do Ato insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído
das Disposições Constitucionais Transitórias (C.F.), é pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
considerado estável no serviço público, só podendo II – no interesse da administração, desde que: (Incluído
ser demitido em razão de processo administrativo ou pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
sentença judicial irrecorrível, o servidor que em 5 de a)  tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida
outubro de 1988 (data da promulgação da Lei Maior) Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
contasse com pelo menos 5 (cinco) anos de tempo b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela
de serviço público (TCE-PE, Decisão T.C.N: 0408/1996, Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
ÓRGÃO JULGADO: FAC.DE FORM.DE PROFES.DE BELO c)  estável quando na atividade; (Incluído pela Medida
JARDIM-PRESIDENTE, Data Publicação: 11/4/1996) Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
d)  a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
Seção V anteriores à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória
Da Estabilidade nº 2.225-45, de 4/9/2001)
e)  haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória
Art. 21. O  servidor habilitado em concurso público e nº 2.225-45, de 4/9/2001)
empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá es- § 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo
tabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de resultante de sua transformação. (Incluído pela Medida
efetivo exercício. (Prazo 3 anos – vide EMC nº 19) Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude
de sentença judicial transitada em julgado ou de processo A título de exemplo: Benedita aposentou-se por
administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada invalidez. Entretanto, junta médica oficial julgou
ampla defesa86. insubsistente os motivos de sua aposentadoria.
Nesse caso, é certo que, dentre outras situações
Seção VI pertinentes, a reversão far-se-á no mesmo cargo ou
Da Transferência no cargo resultante de sua transformação89.

Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será
considerado para concessão da aposentadoria. (Incluído pela
Seção VII Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
Da Readaptação § 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o car-
go, o  servidor exercerá suas atribuições como excedente,
Art.  24. Readaptação é a investidura do servidor em até a ocorrência de vaga. (Incluído pela Medida Provisória
cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com nº 2.225-45, de 4/9/2001)
a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou § 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da
mental verificada em inspeção médica87. administração perceberá, em substituição aos proventos da
aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer,
86
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funrio/MPOG/Analista Técnico Adminis- inclusive com as vantagens de natureza pessoal que perce-
trativo – Jurídico/2009, FCC/Defensoria Pública do Estado de São Paulo/Defen- bia anteriormente à aposentadoria. (Incluído pela Medida
sor Público/2010, Fepese/MPE/Procurador Geral do Ministério Público/2010,
Cespe/DPE-PI/Defensor Público/2009, OAB-MG/Exame de Ordem/2009.3, Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
Ieses/TJ-MA/Analista Judiciário – Direito/2011 e Fepese/MPE/Procurador Geral § 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os
Regime Jurídico Único

do Ministério Público/2010. proventos calculados com base nas regras atuais se perma-
87
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal
Substituto/2009, FMP-RS/TCE-RS/Auditor – Ciências Econômicas/2011, Cespe/ necer pelo menos cinco anos no cargo. (Incluído pela Medida
Superior Tribunal Militar/Analista Judiciário – Apoio Especializado – Arquite- Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
tura, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Economia, Técnico Judiciário
– Administrativa – Telecomunicações e Eletricidade, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Medicina – Geriatria, Analista Judiciário – Apoio Especializa- – Arquivologia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Engenharia Elétrica,
do – Revisor de Texto, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Psicologia, Técnico Judiciário – Administrativa – Mecânica, Analista Judiciário – Apoio
Analista Judiciário – Apoio Especializado – Engenharia Mecânica, Analista Especializado – Administração, Analista Judiciário – Apoio Especializado –
Judiciário – Apoio Especializado – Engenharia Civil, Analista Judiciário – Apoio Restauração, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista
Especializado – Análise de Sistemas, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Judiciário – Apoio Especializado – Medicina – Clínica Médica/2011 e Unemat/
Biblioteconomia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatística, Analista SAD-MT/Delegado de Polícia/2010.
Judiciário – Apoio Especializado – Comunicação Social, Analista Judiciário – 88
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal Substituto/2009.
Apoio Especializado – Contabilidade, Analista Judiciário – Apoio Especializado 89
FCC/TRE-AL/Analista Judiciário – Judiciária/2010.

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§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste do devido processo legal, do contraditório e da ampla
artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de defesa. Incidência da Súmula nº 21 do STF. (RE 378.041,
4/9/2001) Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 21/9/2004,
Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, Primeira Turma, DJ de 11/2/2005.) No mesmo sentido:
de 4/9/2001) AI 623.854-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver em 25/8/2009, Primeira Turma, DJE de 23/10/2009.
completado 70 (setenta) anos de idade90. Vide: RE 223.904, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento
em 8/6/2004, Segunda Turma, DJ de 6/8/2004; RE
Seção IX 222.532, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em
Da Reintegração 8/8/2000, Primeira Turma, DJ de 1º/9/2000.

Art.  28. A  reintegração é a reinvestidura do servidor Art.  31. O  órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo determinará o imediato aproveitamento de servidor em
resultante de sua transformação, quando invalidada a disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou
sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com entidades da Administração Pública Federal.
ressarcimento de todas as vantagens91. Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do art. 37,
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor fica- o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob
rá em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31. responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal
§  2º Encontrando-se provido o cargo, o  seu eventual Civil da Administração Federal – Sipec, até o seu adequado
ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito aproveitamento em outro órgão ou entidade. (Parágrafo
à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
posto em disponibilidade. Art.  32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exer-
Seção X cício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta
Da Recondução médica oficial.

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao CAPÍTULO II


cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: Da Vacância
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro
cargo; JURISPRUDÊNCIA:
II – reintegração do anterior ocupante92. Art. 122 da Lei Estadual nº 5.346, de 26/5/1992, do
Parágrafo  único. Encontrando-se provido o cargo de Estado de Alagoas. Preceito que permite a reinserção
origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o no serviço público do policial militar licenciado. Des-
disposto no art. 30. ligamento voluntário. Necessidade de novo concurso
para retorno do servidor à carreira militar. Violação
Seção XI do disposto nos arts. 5º, I; e 37, II, da CF. Não guarda
Da Disponibilidade e do Aproveitamento consonância com o texto da Constituição do Brasil o
preceito que dispõe sobre a possibilidade de ‘rein-
Art.  30. O  retorno à atividade de servidor em dispo- clusão’ do servidor que se desligou voluntariamente
nibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório do serviço público. O fato de o militar licenciado ser
em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o considerado ‘adido especial’ não autoriza seu retorno à
anteriormente ocupado. Corporação. O licenciamento consubstancia autêntico
A título de exemplo: Miguel servidor público federal, desligamento do serviço público. O licenciado não
ocupava o cargo de analista judiciário da área manterá mais qualquer vínculo com a administração.
administrativa, junto ao Tribunal Regional Eleito- O licenciamento voluntário não se confunde o retorno
ral. Atualmente encontra-se em disponibilidade. do militar reformado ao serviço em decorrência da ces-
Entretanto será possível seu retorno à atividade, a sação da incapacidade que determinou sua reforma.
ser feita por aproveitamento obrigatório em cargo O regresso do ex-militar ao serviço público reclama
de atribuições e vencimentos compatíveis com o sua submissão a novo concurso público [art. 37, II, da
anteriormente ocupado93. CF/1988]. O entendimento diverso importaria flagran-
te violação da isonomia [art. 5º, I, da CF/1988]. (ADI
JURISPRUDÊNCIA:
2.620, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 29/11/2007,
O servidor público ocupante de cargo efetivo, ainda
Plenário, DJE de 16/5/2008)
que em estágio probatório, não pode ser exonerado
ad nutum, com base em decreto que declara a des-
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
necessidade do cargo, sob pena de ofensa à garantia
I – exoneração94;
Regime Jurídico Único

II – demissão95;
90
Assunto cobrado na prova do Cespe/Seplag-Seapa/2009.
91
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área III – promoção96;
Judiciária/2013, Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/Arquite- IV – (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
to/2012, FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010, V – (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
FCC/TRE-PI/Técnico Judiciário – Administrativa/2009 e FCC/TRF 4ª Região/
Analista Judiciário – Área Administrativa/2010.
92
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área 94
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Seguran-
Administrativa/2011, Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal Substituto/2009, FCC/ ça/2011.
TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010 e FCC/TRF 4ª 95
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Seguran-
Região/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010 e Unemat/SAD-MT/Delegado ça/2011.
de Polícia/2010. 96
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área Adminis-
93
FCC/TRE-SP/Analista Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/2012. trativa/2011.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
16 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
VI – readaptação97; pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados107.
VII – aposentadoria98; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
VIII – posse em outro cargo inacumulável99;
IX – falecimento. INFORMATIVO Nº 460 STJ.
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido ESTÁGIO PROBATÓRIO. CONCURSO. REMOÇÃO.
do servidor, ou de ofício. A Turma negou provimento ao RMS, uma vez que o
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: art. 36, III, c, da Lei nº 8.112/1990 (com a redação
I – quando não satisfeitas as condições do estágio dada pela Lei nº 9.527/1997), que cuida da hipótese
probatório100; de remoção a pedido em processo seletivo, afirma ser
II – quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar do órgão de lotação do servidor a competência para
em exercício no prazo estabelecido. estabelecer normas próprias a fim de regulamentar os
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa concursos de remoção. No mesmo sentido, apregoa a
de função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei Resolução nº 387/2004 do Conselho da Justiça Federal
nº 9.527, de 10/12/1997) (CJF). Assim, não caberia ao Poder Judiciário examinar
I – a juízo da autoridade competente; a conveniência de edital de remoção que vedou a
II – a pedido do próprio servidor. participação de servidores em estágio probatório,
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) sob pena de invasão do campo de discricionariedade
conferido expressamente pela lei ao órgão de lotação
CAPÍTULO III do servidor. Ademais, no caso dos autos, a autoridade
Da Remoção e da Redistribuição impetrada esclareceu que o edital do concurso público
do qual participaram os impetrantes já estabelecia
Seção I que, se eles aceitassem a nomeação, deveriam per-
Da Remoção manecer por três anos na localidade de ingresso no
cargo público. Precedente citado: RMS 22.055-RS, DJ
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido 13/8/2007. RMS 23.428-RS, Rel. Min. Maria Thereza
ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro101, com ou sem de Assis Moura, julgado em 16/12/2010.
mudança de sede102.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, Seção II
entende-se por modalidades de remoção: (Redação dada Da Redistribuição
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
I – de ofício, no interesse da Administração103; (Incluído Art.  37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) provimento efetivo, ocupado ou vago108 no âmbito do quadro
II – a pedido, a critério da Administração104; (Incluído geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Poder109, com prévia apreciação do órgão central do Sipec,
III  – a pedido, para outra localidade, independente- observados os seguintes preceitos: (Redação dada pela Lei
mente do interesse da Administração105: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
nº 9.527, de 10/12/1997) I  –  interesse da administração110; (Incluído pela Lei
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também nº 9.527, de 10/12/1997)
servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da II  –  equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nº 9.527, de 10/12/1997)
que foi deslocado no interesse da Administração106; (Incluído III – manutenção da essência das atribuições do cargo111;
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro
ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu
assentamento funcional, condicionada à comprovação por
107
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Área
Judiciária/2011.
junta médica oficial; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) 108
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hi- Região/Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário
– Apoio Especializado – Tecnologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio
pótese em que o número de interessados for superior ao Especializado – Fisioterapia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatís-
número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas tica, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina do Trabalho, Analista
Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Psicologia/2010.
97
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – 109
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª
Segurança/2011 e FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2011. Região/Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário
98
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área Adminis- – Apoio Especializado – Tecnologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio
trativa/2011. Especializado – Fisioterapia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatís-
99
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário tica, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina do Trabalho, Analista
– Segurança/2011 e FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área Administra- Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio
tiva/2010. Especializado – Psicologia/2010.
Regime Jurídico Único

100
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010 110
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª
e Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010. Região/Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário
101
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Área – Apoio Especializado – Tecnologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio
Judiciária/2011. Especializado – Fisioterapia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatís-
102
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Área tica, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina do Trabalho, Analista
Judiciária/2011. Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio
103
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Especializado – Psicologia/2010.
Área Judiciária/2011 e Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário – Administrativa/2010. 111
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª
104
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Região/Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário
Área Judiciária/2011 e Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário – Administrativa/2010. – Apoio Especializado – Tecnologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio
105
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário – Administra- Especializado – Fisioterapia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatís-
tiva/2010. tica, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina do Trabalho, Analista
106
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Área Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio
Judiciária/2011. Especializado – Psicologia/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 17
IV  –  vinculação entre os graus de responsabilidade e (Cespe/STF/Técnico Judiciário/Questão 97/2008) O
complexidade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, servidor substituto fará jus à retribuição pelo exer-
de 10/12/1997) cício do cargo ou função de direção ou chefia ou de
V  –  mesmo nível de escolaridade, especialidade ou cargo de natureza especial, nos casos de afastamen-
habilitação profissional112; (Incluído pela Lei nº 9.527, de tos ou impedimentos legais do titular, superiores a
10/12/1997) trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as de efetiva substituição, que excederem o referido
finalidades institucionais do órgão ou entidade. (Incluído pela período.
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Gabarito Preliminar: C
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamen- Gabarito Definitivo: E
to de lotação e da força de trabalho às necessidades dos Justificativa do Cespe para alteração: Alterado de C
serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou para E, pois, de acordo com a legislação vigente, que
criação de órgão ou entidade113. (Incluído pela Lei nº 9.527, atualiza a Lei nº 8.112/1990, a retribuição é devida
de 10/12/1997) a partir do primeiro dia de substituição do titular,
§  2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mesmo quando essa não superar o prazo de trinta
mediante ato conjunto entre o órgão central do Sipec e os dias. Salienta-se que o Tribunal de Contas da União
órgãos e entidades da Administração Pública Federal envol- em mais de uma oportunidade (TC-013.977/2000-2
vidos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) e TC-000.399/2001-8) firmou a orientação de que a
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão retribuição é devida a partir do primeiro dia de subs-
ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessi- tituição do titular, mesmo quando essa não superar
dade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for o prazo de trinta dias, com fundamento no disposto
redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu no art. 38 da Lei nº 8.112/1990, com a redação dada
aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31114. (Parágrafo pela Lei nº 9.527/97, c/c Portaria TCU nº 266/2000.
renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Cabe ressaltar, por fim, que o item não se entrou na
§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em seara de que a retribuição só seria devida a partir de
tal ou qual dia.
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do
A prova supra foi aplicada em 6 de julho de 2008.
órgão central do Sipec, e ter exercício provisório, em outro
Em 28 de setembro de 2010 o STJ pronunciou-se
órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. (In-
sobre o tema em tela e passou a ter o seguinte
cluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
entendimento:
RECURSO ESPECIAL Nº 548.340 – RN (2003/0095482-0)
CAPÍTULO IV EMENTA
Da Substituição ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ART. 38, 2º,
DA LEI Nº 8.112/1990. SUBSTITUIÇAO DE TITULAR DE
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função FUNÇAO COMISSIONADA. PERÍODO INFERIOR A 30
de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza (TRINTA) DIAS. RETRIBUIÇAO INDEVIDA.
Especial terão substitutos indicados no regimento interno
ou, no caso de omissão, previamente designados pelo Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titu-
dirigente máximo do órgão ou entidade115. (Redação dada lares de unidades administrativas organizadas em nível de
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) assessoria.
§ 1º O substituto assumirá automática e cumulativamen- [...]
te, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo
ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, EXERCÍCIOS
nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares
do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá 1. O  retorno do servidor público, em disponibilidade,
optar pela remuneração de um deles durante o respectivo ao exercício do cargo público, recebe o nome de:
período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) a) readmissão.
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do b) aproveitamento.
cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natu- c) recondução.
reza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos d) readaptação.
legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga e) reversão.
na proporção dos dias de efetiva substituição, que excede-
rem o referido período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, 2. Assinale a alternativa que não reflete uma das for-
de 10/12/1997) mas de provimento de cargo público previstas na Lei
nº 8.112/1990:
Em face da substituição é salutar fazer a seguinte a) nomeação.
explanação: b) reintegração.
c) recondução.
Regime Jurídico Único

112
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª
d) reversão.
Região/Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário e) acesso.
– Apoio Especializado – Tecnologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Fisioterapia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatís-
tica, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina do Trabalho, Analista
3. O retorno ao serviço do servidor aposentado é deno-
Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio minado:
Especializado – Psicologia/2010 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/ a) reversão.
Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.
113
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Seguran- b) recondução.
ça/2011. c) reintegração.
114
Assunto cobrado na prova do Ieses/TJ-MA/Analista Judiciário – Direito/2011. d) aproveitamento.
115
FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Programação de Siste-
mas/2012. e) readaptação.

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18 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
4. Com relação aos servidores públicos, assinale a alter- d) no máximo um ano, contado do ato de nomeação
nativa incorreta: (adaptada) do primeiro classificado, podendo ser prorrogado
a) O período de estágio probatório, necessário para por igual ou distinto períodos, até o máximo de dois
aquisição da estabilidade, segundo preceitua a Lei anos.
nº 8.112/1990, será de vinte e quatro meses. e) acordo com o fixado pela Administração, não poden-
b) O servidor público não aprovado no estágio proba- do ser inferior a dois anos, contados da publicação
tório será demitido. do edital de abertura das inscrições, vedada a pror-
c) O concurso público pode ter prazo de validade infe- rogação.
rior a dois anos.
d) A posse do servidor deverá ocorrer no prazo de 30 11. Para os fins da Lei Federal nº 8.112/1990, a recondução
dias contados da publicação do ato de provimento. é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente
e) A estabilidade somente pode ser adquirida pelo ocupado e decorrerá de
ocupante de cargo efetivo. a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro
cargo ou reintegração do anterior ocupante.
5. Uma das punições que não podem ser aplicadas aos b) readaptação ou reversão por insubsistentes os mo-
servidores pela Administração Pública é: tivos da aposentadoria.
a) destituição de cargo em comissão. c) aproveitamento ou inabilitação em estágio proba-
b) exoneração. tório relativo a outro cargo.
c) suspensão. d) readmissão ou reaproveitamento do anterior ocu-
d) advertência. pante.
e) cassação de disponibilidade. e) reversão decorrente de aposentadoria voluntária ou
transposição.
6. Com relação aos cargos públicos, assinale a alternativa
incorreta: Para responder às questões 12 e 13, considere a Lei Federal
a) Os cargos públicos no Poder Executivo são criados nº 8.112/1990.
por lei. 12. O servidor habilitado em concurso público e empossado
b) Empregado público é a pessoa legalmente investida em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade
em cargo público. no serviço público ao completar
c) Os cargos podem ser de provimento efetivo ou em a) os requisitos pertinentes ao estágio probatório,
comissão. sendo que para perder o cargo dependerá, exclusi-
d) A Constituição não proíbe o acesso de estrangeiros vamente, de decisão judicial condenatória da prática
aos cargos públicos. de ato comissivo ou omissivo contrário ao interesse
e) A investidura em cargo público ocorre com a posse. público.
b) três anos de efetivo exercício, e poderá perder o car-
7. De acordo com a Lei nº 8.112/1990, não é hipótese de go em virtude de processo administrativo disciplinar
vacância do cargo público: no qual lhe seja assegurada ampla defesa, ou em
a) exoneração. virtude de sentença judicial transitada em julgado.
b) readaptação. c) dois anos de efetivo exercício, podendo perder o
c) demissão. cargo em decorrência de decisão administrativa
d) reversão. ou judicial, observada a ampla defesa, e desde que
e) promoção. transitada em julgado.
d) dois anos de efetivo exercício, contados a partir da
8. É forma de provimento de cargos públicos, dentre data da posse, podendo perder o cargo somente em
outras, decorrência de decisão judicial.
a) a disponibilidade. e) cinco anos, contados da data do ato de posse, po-
b) a readmissão. dendo perder o cargo em virtude de decisão profe-
c) o acesso. rida em processo disciplinar instaurado perante o
d) o aproveitamento. respectivo Tribunal de Contas.
e) a interinidade.
13. Em matéria de acumulação remunerada de cargos pú-
9. A acumulação remunerada de cargos públicos, ainda blicos, é incorreto afirmar que a proibição de acumular:
que lícita, fica condicionada à a) não se estende a empregos e funções.
a) autorização das chefias imediatas. b) abrange as fundações públicas e as autarquias.
b) comprovação da compatibilidade de horários. c) estende-se às funções autárquicas.
c) prévia aprovação dos respectivos órgãos de pessoal. d) ainda que lícita, fica condicionada à comprovação
d) redução das correspondentes jornadas de trabalho. da compatibilidade de horários.
e) redução dos vencimentos, proporcionalmente às e) estende-se às empresas públicas e sociedades de
Regime Jurídico Único

jornadas de trabalho. economia mista.

10. O prazo de validade do concurso público será de: 14. Nos termos da CF, o prazo de validade de um concurso
a) até dois anos, contados da homologação, prorrogá- público é de:
vel uma vez, por igual período. a) dois anos, prorrogáveis por mais dois anos.
b) três anos, contados da data de posse do primeiro b) até um ano, prorrogável por dois anos.
classificado, prorrogável por no máximo doze meses. c) três anos, prorrogáveis por igual período.
c) até quatro anos, contados da publicação da lista de d) até dois anos, prorrogável uma única vez e por igual
classificação dos aprovados, prorrogável por igual período.
ou distinto períodos, até o total de oito anos. e) três anos, improrrogáveis.

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15. A investidura do servidor público em cargo de atribui- PRINCIPAIS DIREITOS E VANTAGENS DO
ções e responsabilidades compatíveis com a limitação
que tenha sofrido em sua capacidade física e mental é
SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL
conhecida como:
Serão tratados os principais institutos de Lei nº 8.112/1990
a) reintegração.
b) readaptação. que trazem ao servidor tudo aquilo que ele pode usufruir
c) reversão. como um servidor público federal.
d) aproveitamento.
e) recondução. Direitos

16. A alternativa que indica a acumulação legal de cargos Da Remuneração


públicos é:
a) professor em regime de dedicação exclusiva com Começaremos com um dos direitos chamado remunera-
outro cargo de professor 20 horas. ção. Ela consiste no somatório do vencimento (é a retribui-
b) dois cargos privativos de nível técnico; ção em pecúnia pelo exercício do cargo) mais as vantagens
c) um cargo da magistratura com um de professor; pecuniárias permanentes previstas em lei116.
d) um cargo de serventuário da Justiça com outro no De forma bem simples, para melhor fixação, poderíamos
Poder Executivo. desenvolver uma hipotética “fórmula matemática”:
e) dois cargos de nível técnico. REMUNERAÇÃO = VENCIMENTO + VANTAGENS PERMA-
NENTES.
17. Com a reforma administrativa, o servidor público estável Sempre que falarmos em vantagens, interessante, para
passou a ter a possibilidade de perder seu cargo mesmo melhor fixação, a expressão G.A.I., que corresponde:
que não tenha dado causa. Um desses casos é: Gratificações;
a) com prévia análise do judiciário. Adicionais;
b) por motivo de segurança nacional. Indenizações.
c) excesso de gasto orçamentário.
d) em razão de liberalidade do chefe do executivo. O legislador em 2008, por meio da Lei nº 11.784 revo-
e) mediante prévio parecer da procuradoria da República. gou o parágrafo único do art. 40 da Lei nº 8.112/1990, que
preceituava que o vencimento não poderia ser inferior ao
18. A volta à atividade do servidor público aposentado por
salário mínimo, logo, hoje ele poderá ser inferior, o que não
invalidez, cujos motivos se tornaram insubsistentes,
pode ser inferior a é a remuneração.
é conhecida como:
É preciso observar que o legislador trouxe em 1994 a Lei
a) reversão;
b) reintegração; nº 8.852, que inseriu no corpo do Regime Jurídico do servidor
c) recondução; os “vencimentos”. Porém, segundo alguns administrativistas,
d) readaptação; “vencimentos” poderia ser sinônimo de remuneração, pois
e) remoção. são institutos bem próximos, cujas diferenças são mínimas,
logo quando falarmos em vencimentos poderemos entender
19. Um funcionário público federal exonerou-se do cargo, que seria mais ou menos a mesma coisa que remuneração.
público de Atendente Judiciário, tomou posse em outro É fato que o servidor quando faltar ao serviço terá o dia
cargo público inacumulável. Nessa hipótese, em relação da falta descontado da sua remuneração, se a falta for jus-
só ao cargo público de Atendente Judiciário, ocorreu, tificada em razão de caso fortuito ou força maior poderão
inicialmente, ser compensadas a critério do chefe imediato e computadas
a) o provimento. como efetivo exercício117.
b) a transferência. O legislador “resguardou”, ou seja, “protegeu” a remu-
c) a vacância. neração de tal maneira que sobre ela não incidirá nenhum
d) a extinção. desconto, salvo se for por meio de lei ou por ordem judi-
e) a remoção. cial, e que ela não será objeto de arresto, sequestro ou
penhora, salvo no caso de pensão alimentícia oriunda de
20. Considere que João, com 69 anos de idade e 35 anos decisão judicial118.
de contribuição à previdência, pede sua aposentadoria Caso a Administração venha “cobrar” (descontar) uma
voluntariamente. Passado um ano e meio, João tem reposição ou indenização, o servidor deverá ser antecipa-
conhecimento de que o cargo que ocupava ainda está damente avisado para que possa pagar no prazo de 30 dias,
vago e pretende voltar à atividade. Aplicando-se as podendo ainda pedir o parcelamento.
regras da Lei nº 8.112/1990, a pretensão de João O legislador especificou que o valor de cada parcela
a) é possível mediante reversão da aposentadoria. não poderá ser inferior a dez por cento da remuneração,
b) é possível mediante readaptação. provento ou pensão.
c) é possível mediante reintegração. Se um servidor for demitido, exonerado ou cassada a sua
d) é possível mediante recondução. aposentadoria ou disponibilidade e encontrar-se em débito
Regime Jurídico Único

e) não é possível. com o erário, ele terá o prazo de 60 dias para pagar e caso não
cumpra esta obrigação, ocorrerá a inscrição em dívida ativa.
GABARITO
1. b 6. b 11. a 16. c 116
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funiversa/Iphan/Auxiliar Institucional
2. e 7. d 12. b 17. c – Administrativo/2009 e FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Administrati-
va/2009.
3. a 8. d 13. a 18. a 117
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área Adminis-
4. b 9. b 14. d 19. c trativa/2012.
5. b 10. a 15. b 20. e
118
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área Adminis-
trativa/2012.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
20 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Das concessões arts. 102 e 103 preceituam a contagem do tempo de serviço.
É outro direito de suma importância, pois vem a permitir Então, vamos começar o estudo de cada uma das licenças
que o servidor possa praticar certo ato humanitário, praticar que quase sempre são lembradas pelos examinadores, onde
certo ato jurídico e venha a poder gozar de situações oriundas o índice de erro dos candidatos é sempre considerável:
de fatos jurídicos, computando-se como efetivo exercício os
dias das concessões: Licença por motivo de doença de pessoa da família
• Servidor que for doar sangue terá um dia de conces- • O servidor em estágio probatório pode ter direito a
são119; licença.
• Para alistamento eleitoral terá dois dias120; • Os entes familiares serão o cônjuge, pais, filhos, ou
• Para casamento e falecimento de ente familiar terá dependentes que constem dos assentamentos indi-
oito dias121. viduais do servidor.
• Poderá ser concedida por até 60 dias consecutivos
As concessões também abrangem a pessoa que estuda, ou não, com remuneração128.
concedendo-se horário especial, quando comprovada a • Por até 90 dias consecutivos ou não, sem remunera-
incompatibilidade entre o horário de estudo com o da re- ção129.
partição, sempre por meio de compensação de horários122. • Ela poderá ser concedida a cada doze meses.
O servidor que for portador de deficiência terá direito • O somatório dos dias com e sem remuneração chegará
a horário especial, independentemente de compensação a cento e cinquenta dias.
de horários123. • O tempo será contado para aposentadoria e disponi-
bilidade no período com remuneração que exceder a
Das Férias trinta dias em períodos de doze meses.
Um dos direitos que, em regra, é  o mais “esperado”
pelo servidor: Licença por motivo de afastamento do cônjuge
• O servidor faz jus a trinta dias de férias, onde não Vamos imaginar um casal de servidores e que um deles
se descontam as faltas ao serviço em dias de férias, foi afastado ou deslocado para outro Estado, para o Exterior
diferenciando-se da Consolidação das Leis do Traba- ou para exercer um mandato eletivo. O servidor que ficou
lho (CLT)124. poderá ter o direito à licença em razão ao afastamento do
• As férias poderão ser divididas em até três etapas, cônjuge, porém, o legislador determina que antes se deva
a pedido do servidor e com a anuência da Adminis- tentar o exercício provisório em órgão ou entidade da Admi­
tração125. nistração Federal Direta, Autárquica ou Fundacional. Caso
• As férias poderão ser acumuladas no máximo por não consiga este exercício, será concedida a referida licença
dois períodos, em caso de necessidade de serviço, sem remuneração e por prazo indeterminado.
salvo que existam hipóteses em legislação específi- Na omissão dos arts.  102 (contagem do tempo como
ca126. efetivo exercício) e 103 (contagem do tempo para aposen-
• Para angariar o direito às férias o servidor deve cum- tadoria e disponibilidade), o tempo desta licença não será
prir o primeiro período aquisitivo de doze meses. contado para nenhum efeito.
• A remuneração de férias deverá ser paga até dois
dias antes do seu início127. Licença para o Serviço Militar
• O legislador trouxe hipóteses de interrupção de férias, Vamos imaginar uma das possíveis situações para esta
sendo: em caso de calamidade pública; comoção in- licença:
terna; prestar serviços para o Tribunal do Júri; serviço Um jovem com dezoito anos, já alistado no serviço militar,
militar ou eleitoral e por necessidade do serviço decla- prestou concurso público para um órgão federal. Foi nome-
rada pela autoridade máxima do órgão ou entidade. ado e apresentou-se para assinatura do termo de posse,
dentro dos trinta dias previstos em lei. Como já vimos, no
Das Licenças ato da posse ele tem que estar em dia com a situação militar.
As licenças são tratadas em vários momentos no corpo Em face desta situação, você daria posse para ele? A resposta
da Lei nº 8.112/1990, para tentarmos ser didáticos, vamos positiva se impõe, pois ele cumpriu a sua obrigação no que
trabalhá-las de forma “combinada”, ou seja, iremos fazer a pertine à situação militar com a apresentação do certificado
junção dos artigos inerentes às licenças. do alistamento militar.
O art. 20, em seu parágrafo quarto, menciona quais as No prazo de quinze dias ele entrou em exercício (marco
licenças que o servidor em estágio probatório pode tirar e os inicial do estágio probatório), quando as forças armadas
chamarem o servidor para o serviço militar obrigatório, ele
119
Assunto cobrado na prova da Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010. entrará de licença para o serviço militar.
120
Assunto cobrado na prova da Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010. O tempo será contado como efetivo exercício e após o
121
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/Susep/Analista Técnico da Su- término da referida licença ele terá trinta dias não remune-
sep/2010 e Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010.
122
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/MEC/Agente Administrativo/2009 rados para retornar ao órgão de origem.
e Movens/Ministério da Cultura/Agente Administrativo/2010.
Regime Jurídico Único

123
Assunto cobrado na prova da Movens/Ministério da Cultura/Agente Adminis- Licença para Atividade Política
trativo/2010.
124
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Técnico Judiciário/ O legislador obedecendo ao comando constitucional deu
Área Administrativa/2011 e FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Adminis- direito ao servidor público federal de poder se candidatar a
trativa/2009.
125
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Técnico Judiciário/
mandatos eletivos, mesmo estando no estágio probatório.
Área Administrativa/2011 e FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Adminis- Esta licença iniciará no período das convenções partidá-
trativa/2009. rias e se estenderá até a véspera do registro da candidatura
126
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Técnico Judiciário/
Área Administrativa/2011, FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Administrati-
va/2009, Cespe/MEC/Agente Administrativo/2009 e FCC/TRT 7ª Região/Técnico 128
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/Execução
Judiciário – Administrativa/2009. de Mandados/2011.
127
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 23ª Região/Técnico Judiciário/Área 129
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/Execução
Administrativa/2011. de Mandados/2011.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 21
perante a justiça federal, mas durante este período o servidor onde o tempo será contado como efetivo exercício, salvo a
não será remunerado. sua promoção por merecimento. O prazo da licença poderá
A partir do registro da candidatura e até dez dias após ser de um mandato mais uma reeleição.
as eleições, o servidor terá direito à remuneração do cargo A Administração, para poder conceder a licença para
efetivo, estando expresso em lei que será somente pelo tratar de assuntos particulares, deverá aferir um número
período de três meses. de associados:
O período remunerado será contado para aposentadoria I – para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados,
e disponibilidade. 2 (dois) servidores;
A título de exemplo: Carlos, servidor público federal há II – para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000
onze meses, pretende disputar eleições para uma vaga de (trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores;
deputado federal. Para tanto, protocolou no órgão em que III – para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) asso-
está lotado um pedido de licença do cargo para o exercício ciados, 8 (oito) servidores. (Lei nº 12.998/2014)
de atividade política. Considerando essa situação hipotéti-
ca, Carlos tem direito a licença com vencimentos integrais,
a partir do registro da candidatura na Justiça Eleitoral até o Dos Afastamentos
décimo dia seguinte ao pleito, desde que esse período não
ultrapasse três meses130. Para servir a outro órgão ou entidade
A Administração poderá ceder o servidor para exercício
Licença para Capacitação em outro órgão ou entidade da União, Estados, Municípios
Até dezembro de 1997, os servidores públicos federais e DF.
tinham o direito a pleitear a licença prêmio por assiduidade, Vamos imaginar a seguinte hipótese: um servidor público
porém a Lei nº 9.527/1997 revoga a referida licença e insere Federal foi cedido ao Banco do Brasil (Sociedade de Eco-
a licença para capacitação. nomia Mista) ou para a Caixa Econômica Federal (Empresa
Ela poderá ser concedida a cada cinco anos de efetivo Pública), e, por meio de instrumentos normativos, ele optou
exercício e será remunerada por até três meses, mas o
pela remuneração do cargo efetivo acrescida do percentual
servidor será obrigado a participar de cursos de formação
da retribuição do cargo em comissão, neste caso caberá
profissional131.
a entidade cessionária efetuar o reembolso das despesas
O candidato não pode confundir a extinta licença
realizadas pelo órgão ou entidade de origem.
prêmio com a capacitação e deve ter em mente que ela é
inacumulável.
Afastamento para exercício de mandato eletivo
JURISPRUDÊNCIA: Se um servidor teve direito a uma licença para candi-
Servidor público. Conversão de licença-prêmio não datar-se a um cargo eletivo, ele também deve ter o direito,
gozada em tempo de serviço. Direito adquirido antes mesmo no estágio probatório, a ser afastado para exercer
da vigência da EC 20/1998. Conversão de licença- o mandato eletivo.
-prêmio em tempo de serviço: direito adquirido na Deve observar:
forma da lei vigente ao tempo da reunião dos requi- • Para mandato federal, estadual ou distrital, ele sim-
sitos necessários para a conversão. (RE 394.661-AgR, plesmente será afastado do cargo público.
Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 20/9/2005, • Para mandato de prefeito, ele será afastado do órgão
Segunda Turma, DJ de 14/10/2005.) No mesmo senti- público podendo escolher pela sua remuneração.
do: RE 517.274-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento • Para mandato de vereador, caso existam meios de
em 20/10/2009, Segunda Turma, DJE de 13/11/2009; compatibilizar horários, receberá as vantagens de seu
RE 411.545-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.
em 26/5/2009, Primeira Turma, DJE de 1º/7/2009. Caso não existam meios de compatibilizar horários,
ele deverá ser afastado do cargo público, podendo
Licença para tratar de interesses particulares escolher pela sua remuneração.
Poderá ser concedida ao servidor detentor de cargo • O tempo de afastamento será contado como efetivo
efetivo, mas desde que já esteja habilitado no estágio exercício, salvo a sua promoção por merecimento.
probatório e será pelo prazo de até três anos consecutivos
e sem remuneração132. Afastamento para estudo ou missão no exterior
Urge ressaltar que os arts. 102 e 103 são omissos em • O servidor estando em estágio probatório poderá
relação a contagem de tempo de serviço para esta licença, ter direito a esse afastamento, desde que seja au-
logo, legalmente, não será contado o tempo para nenhum torizado pelo Presidente da República, Presidente
efeito no serviço público. da Câmara, Presidente do Senado ou Presidente do
A administração poderá interrompê-la a qualquer tempo, STF133.
desde que declare necessidade do serviço, cabendo também • Ele poderá ficar até quatro anos remunerados, tendo
ao servidor poder interrompê-la. seu tempo contado como efetivo exercício134.
Regime Jurídico Único

• O servidor só poderá ser afastado novamente para o


Licença para mandato classista exterior, tirar licença por interesse particular ou pedir
Todo servidor que queira desempenhar um mandato exoneração, sem a obrigação de indenizar, depois de
na direção ou representação de confederação, federação, decorrido igual período que ficou no exterior135.
sindicato etc., terá direito a esta licença não remunerada, • A carreira diplomática não é regida por este artigo136.
130
Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013.
131
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/
Área Administrativa/2011, FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região/ 133
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 1/Técnico Judiciário/Segurança/2011.
Analista Judiciário/Área Administrativa/2010 e Movens/Ministério da Cultura/ 134
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 1/Técnico Judiciário/Segurança/2011.
Agente Administrativo/2010. 135
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 1/Técnico Judiciário/Segurança/2011.
132
FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011. 136
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 1/Técnico Judiciário/Segurança/2011.

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Afastamento para servir em organismo internacional rada ao patrimônio do servidor sob pena de ofensa
que o Brasil participe ou coopere ao direito adquirido. (AI 762.863-AgR, Rel. Min. Eros
O servidor, mesmo em estágio probatório, poderá ser Grau, julgamento em 20/10/2009, Segunda Turma,
afastado para organismo internacional que o Brasil partici- DJE de 13/11/2009) Vide: RE 538.569-AgR, Rel. Min.
pe, porém será sem remuneração e o tempo será contado Cezar Peluso, julgamento em 3/2/2009, Segunda
como efetivo exercício137. Turma, DJE de 13/3/2009.

Afastamento para participação em programa de pós- Vantagens


-graduação stricto sensu no Brasil As vantagens são divididas em indenizações, gratificações
O legislador insere, em 2009, este tipo de afastamento, e adicionais.
permitindo que o servidor possa fazer mestrado, doutorado Antes de iniciar o estudo de cada uma das vantagens,
ou pós-doutorado, desde que não possa ocorrer simultanea- mister se faz ressaltar que as indenizações não podem ser
mente com o exercício do cargo ou por meio de compensação incorporadas ao vencimento ou provento, mas as gratifica-
de horários. O afastamento será remunerado e o tempo será ções ou os adicionais podem ser incorporadas, desde que
contado como efetivo exercício. haja previsão em lei.
Requisitos temporais para Mestrado:
• Só poderá ser concedido para servidores detentores Das Indenizações
de cargo efetivo no respectivo órgão ou entidade com
pelo menos três anos, incluindo o período de estágio Ajuda de custo
probatório138. Serve para compensar as despesas que o servidor, remo-
• Não tenha se afastado para tratar de assuntos particu- vido de ofício no interesse da administração, tem em razão
lares e nem ter se afastado por este artigo nos últimos da mudança de domicílio em caráter permanente.
dois anos. O valor pode chegar até três remunerações do servidor,
e, no caso de casal de servidores removidos nas mesmas
Requisitos temporais para Doutorado: circunstâncias, a  ajuda de custo será destinada apenas a
• Só poderá ser concedido para servidores detentores um dos cônjuges.
de cargo efetivo no respectivo órgão ou entidade
com pelo menos quatro anos, incluindo o período de Ex.: Uma servidora de determinado órgão federal
estágio probatório. foi transferida de ofício de Brasília para Goiânia.
• Não tenha se afastado para tratar de assuntos par- Seu marido é servidor administrativo do Ministério
ticulares, tiver tirado licença capacitação ou ter se da Educação na capital federal. Nessa situação, ele
afastado por este artigo nos últimos dois anos. poderá exercer provisoriamente suas atribuições,
por exemplo, na área administrativa da Defensoria
Requisitos para temporais para o Pós-Doutorado: Pública da União na capital goiana, ficando vedado
• Só poderá ser concedido para servidores detentores ao casal o recebimento de dupla indenização a título
de cargo efetivo no respectivo órgão ou entidade de ajuda de custo139.
a pelo menos quatro anos, incluindo o período de
estágio probatório. O legislador afirma que não poderá ser concedida
• Não tenha se afastado para tratar de assuntos parti- a ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo ou
culares e nem se afastado por este artigo nos últimos reassumi-lo em razão de mandato eletivo140.
quatro anos.
Ex.: Sérgio exerce o cargo de analista judiciário. Afastou-
Convém ressaltar que, neste afastamento, a obrigação -se de seu cargo por ter sido eleito deputado federal.
de indenizar assemelha-se à obrigação do afastamento para Terminado o mandato eletivo, reassumiu suas funções de
estudo ou omissão no exterior. Se o servidor não obtiver o servidor público e está pleiteando ajuda de custo. Nesse
título da pós-graduação, ele terá obrigação de indenizar a caso, não será concedida a ajuda de custo em ambas as
Administração. situações, tanto pelo afastamento como pela reassunção
do cargo efetivo141.
Direito de Petição Se por ventura um servidor que tenha recebido ajuda
Todo servidor que se sentir lesado ou insatisfeito por
de custo não se apresentar na nova sede no prazo de trinta
determinado ato de superior poderá fazer o pedido de recon-
dias, ele ficará obrigado a restituir a indenização.
sideração, que deverá ser dirigido à autoridade competente
(autoridade que praticou o “ato lesivo”) para decidi-lo e
Obs.: Se, por exemplo, na semana passada, André foi
encaminhá-lo por intermédio da sua chefia imediata.
investido no cargo de delegado de polícia do Distrito Federal
O servidor terá o prazo de trinta dias para decidir se vai
e foi inicialmente lotado em uma delegacia em Taguatinga-
querer pedir a reconsideração. Caso decida dentro deste
-DF. Antes disso, ele exerceu, por quatro anos, cargo público
prazo, o seu chefe imediato terá o prazo de cinco dias para
federal, de natureza técnica, no Supremo Tribunal Federal
despachar e a autoridade que julgar o pedido terá o prazo
Regime Jurídico Único

(STF), motivo pelo qual ele fixou residência no Plano Pi-


de trinta dias para decidir.
loto, onde está localizado esse Tribunal. Nessa situação
A autoridade ao indeferir o pedido de consideração gera
hipotética, o fato de André se mudar do Plano Piloto para
ao servidor o direito ao recurso administrativo.
Taguatinga não lhe dará direito a ajuda de custo142.
JURISPRUDÊNCIA:
O STF fixou entendimento no sentido de que a lei
nova não pode revogar vantagem pessoal já incorpo- 139
Movens/Ministério da Cultura/Agente Administrativo/2010.
140
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/Área
Judiciária/2011.
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 1/Técnico Judiciário/Segurança/2011.
137 141
FCC/TRE-AL/Analista Judiciário – Administrativa/2010.
Assunto cobrado na prova do Cespe/Bacen/Procurador/2009.
138 142
FUNIVERSA/PC-DF/Delegado de Polícia/2009.

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Das diárias O servidor que entrar em exercício em um determinado
São destinadas a custear as despesas extraordinárias mês, e este possa ser computado como fração de 1/12, terá
que o servidor tem em razão da saída de sua sede em que trabalhar quinze ou mais dias no referido mês.
caráter eventual, como alimentação, a  sua locomoção e O legislador garante ao servidor que esta gratificação
hospedagem. deve ser paga até o dia vinte de dezembro.
Se por ventura um servidor se afastar de sua sede e
este deslocamento não exigir o pernoite, ele terá direito a Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
meia diária.
A lei afirma que o servidor que receber as diárias e a Curso
viagem venha a ser cancelada, será obrigado a restituir Hoje, se um servidor atuar como instrutor em cursos,
integralmente as diárias no prazo de cinco dias. ele poderá receber até 2,2%, por hora, do maior vencimento
básico pago pela Administração Pública, e se por ventura esta
Ex.: Antonia, servidora pública federal, recebeu atividade for desenvolvida durante o horário de expediente,
R$ 1.000,00 (um mil reais) a título de diárias. Entretanto, haverá a necessidade da compensação de horários no prazo
atendendo a ordens superiores, não houve necessidade de de um ano.
afastar-se da sede. Nesse caso, no que se refere às diárias,
Antonia ficará obrigada a restituí-las, integralmente, no
Concurso
prazo de cinco dias143.
Se houver a necessidade do servidor ter que atuar em
concursos, elaborando questões, atuando em bancas, jul-
Este prazo também é exigido para o servidor que retorna
de um deslocamento em caráter eventual antes do término gando recursos ou avaliando currículos, ele terá o mesmo
previsto para a execução do serviço. tratamento do servidor que atua em cursos como instrutor.
O servidor atuando em concurso, na fiscalização ou mon-
Ex.: Determinado servidor do Ministério da Educação tagem receberá 1,2%, por hora, do maior vencimento pago
deslocou-se de Brasília até Belo Horizonte para participar de no serviço público, devendo também compensar horários
auditoria em instituição de ensino superior sediada na capital se a atividade for realizada durante o horário de expediente.
mineira, tendo retornado no mesmo dia. Nessa situação, o Esta gratificação é paga por hora, limitando-se ao máximo
servidor fará jus à metade de uma diária144. de 120 horas anuais, podendo ser prorrogada, em situação
excepcional, por mais 120 horas no mesmo ano.
Indenização de Transporte
Serve para custear as despesas inerentes às atribuições Dos Adicionais
externas do cargo do servidor.
Serviço extraordinário
Auxílio-Moradia O servidor público federal tem uma carga horária diária
O legislador insere na Lei nº  8.112/1990, em 2006, oscilando, em regra, entre seis e oito horas. Se o servidor
o auxílio-moradia, que será destinado ao cargo em comissão ultrapassar o número de horas diárias previstos, ele terá
(DAS 4, 5, 6, natureza especial e de Ministro ou equivalen- direito a este adicional, que corresponderá a 50% do valor
te) e a função de confiança poderem custear as despesas da sua hora de trabalho normal.
realizadas com aluguel ou hospedagem145.
Algumas negativas para o recebimento do auxílio-moradia: INFORMATIVO Nº 461 STJ
• caso exista imóvel funcional vago na nova sede; SERVIDOR PÚBLICO. ESCALA. TRABALHO. HORAS
• caso o cônjuge ou companheiro ocupe imóvel funcional; EXTRAS.
• caso o servidor ou seu cônjuge tenha sido proprietário, Os ora recorrentes aduzem, no recurso, que laboram
comprador ou cessionário de imóvel na nova sede no em regime de escala de 24 horas de trabalho por
prazo de doze meses; 72 horas de descanso e, assim, estariam cumprindo
• caso a pessoa que resida com o servidor já esteja jornada superior a oito horas diárias e a 40 horas
recebendo o auxílio; semanais, o que levaria ao recebimento de horas
• caso o servidor tenha residido na nova sede nos últi- extras trabalhadas. A Turma, entre outras questões,
mos doze meses. negou provimento ao recurso por entender que, nos
termos do art. 19 da Lei nº 8.112/1990, a jornada
Quanto ao valor do referido auxílio, ele não poderá ser
máxima de trabalho dos servidores públicos federais
superior a vinte e cinco por cento da “remuneração” de
é de 40 horas semanais.
Ministro de Estado146.
Assim, conforme jurisprudência deste Superior Tri-
Das Gratificações bunal, dividindo-se 40 (máximo de horas semanais)
A Lei nº 8.112/1990 só trata de duas gratificações que por seis dias úteis e se multiplicando o resultado por
são: a gratificação natalina e a gratificação por encargo de 30 (total de dias do mês) teríamos o total de 200
Regime Jurídico Único

curso ou concurso. horas mensais, valor que deve ser adotado como
parâmetro para o cômputo de eventuais horas extras.
Gratificação Natalina No caso, os recorrentes trabalham sete dias no mês,
É o chamado décimo terceiro do servidor público, cujo o que, multiplicado por 24 horas trabalhadas por
valor poderá ser de uma remuneração. dia, chega-se ao valor de 168 horas trabalhadas no
mês, ou seja, número inferior às 200 horas [...]. Pre-
143
FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário – Administrativa/2010. cedentes citados: REsp 1.086.944-SP, DJe 4/5/2009;
144
Assunto cobrado na prova da Movens/Ministério da Cultura/Agente Adminis-
trativo/2010. REsp 419.558-PR, DJ 26/6/2006, e REsp 805.437-RS,
145
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNPq/Analista em Ciência e Tecnologia DJe 20/4/2009. REsp 1.019.492-RS, Rel. Min. Maria
Júnior/2011.
146
Assunto cobrado na seguinte prova: Cespe/Ibama/Técnico Administrativo/2012. Thereza de Assis Moura, julgado em 3/2/2011.

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24 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A lei preceitua que o máximo de horas diárias sujeitas JURISPRUDÊNCIA:
ao adicional será de duas horas. A norma legal, que concede a servidor inativo gra-
Vamos imaginar um servidor que tenha terminado a sua tificação de férias correspondente a um terço (1/3)
jornada normal diária às 18:00 h e exista a necessidade de do valor da remuneração mensal, ofende o critério
permanecer por mais uma hora e o valor da hora trabalhada da razoabilidade que atua, enquanto projeção con-
seja de R$ 10,00 (dez reais). cretizadora da cláusula do substantive due process of
Qual o valor devido por ter trabalhado uma hora a mais? law, como insuperável limitação ao poder normativo
Ele receberia R$ 15,00 (quinze reais) pelo lapso temporal do Estado. Incide o legislador comum em desvio
das 18:00 até as 19:00 h. ético-jurídico, quando concede a agentes estatais
determinada vantagem pecuniária cuja razão de ser
Noturno se revela absolutamente destituída de causa. (ADI
Para fazer jus ao adicional noturno, o servidor deve exer- 1.158-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em
cer as atribuições do seu cargo no período compreendido 29/12/1994, Plenário, DJ de 26/5/1995)
entre as 22:00 h até as 05:00 h da manhã do dia seguinte.
O valor será de 25% do valor da hora noturna. Cada hora será LEITURA DA LEI Nº 8.112/1990
contada de forma diferenciada, ou seja, não terá 60 minutos,
e sim 52 minutos e 30 segundos. TÍTULO III
O adicional de serviço extraordinário pode ser acumu- DOS DIREITOS E VANTAGENS
lado com o noturno, mas para o cálculo do valor devido,
o  adicional de serviço extraordinário deve ser calculado CAPÍTULO I
primeiro e “em cima” deste valor encontrado é que se deve Do Vencimento e da Remuneração
calcular o noturno.
Considere que Luísa tenha sido aprovada em concurso Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exer-
público para o cargo de auditora da Receita Federal, tendo cício de cargo público, com valor fixado em lei.
sido nomeada para assumir o cargo em outro estado da fe- Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008)
deração. Na hipótese de Luísa trabalhar horas extras, além
da jornada regular de trabalho, no período noturno, ela terá JURISPRUDÊNCIAS:
direito ao acréscimo do adicional noturno que incidirá sobre CF/88, art. 7, IV – salário mínimo, fixado em lei,
a remuneração do adicional por serviço extraordinário147. nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com
Insalubridade moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
O servidor que venha exercer, de forma habitual as vestuário, higiene, transporte e previdência social,
atribuições inerentes ao seu cargo em locais insalubres, em com reajustes periódicos que lhe preservem o po-
contato permanente com substâncias radioativas ou também der aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
de natureza tóxica faz jus a um adicional sobre o vencimento qualquer fim.
do cargo efetivo.
Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/1998), da
Periculosidade Constituição, referem-se ao total da remuneração per-
Será devido ao servidor cujas atribuições do cargo sejam cebida pelo servidor público. (Súmula Vinculante nº 16)
perigosas e possam até gerar risco de morte.
Observações relativas aos adicionais de insalubridade e CF/88, art. 7, VII, garantia de salário, nunca inferior ao
periculosidade: mínimo, para os que percebem remuneração variável.
• são inacumuláveis entre si;
• cessada a causa insalubre ou perigosa, cessará o Constitucional. Serviço militar obrigatório. Soldo.
recebimento do adicional148; Valor inferior ao salário mínimo. Violação aos arts.
• a servidora gestante será afastada das suas atribuições, 1º, III, 5º, caput, e 7º, IV, da CF. Inocorrência. Recurso
caso as exerça em local insalubre, perigoso ou penoso; extraordinário desprovido. A CF não estendeu aos
• os servidores que operam com raios X serão subme- militares a garantia de remuneração não inferior ao
tidos a exames médicos semestrais e terão férias de salário mínimo, como o fez para outras categorias de
vinte dias a cada seis meses. trabalhadores. O regime a que submetem os militares
não se confunde com aquele aplicável aos servidores
Atividades Penosas civis, visto que têm direitos, garantias, prerrogativas
Será devido ao servidor que exerça suas funções em e impedimentos próprios. Os cidadãos que pres-
zonas de fronteira. Regulamentos podem estipular outras tam serviço militar obrigatório exercem um múnus
localidades cujas condições justifiquem. público relacionado com a defesa da soberania da
pátria. A obrigação do Estado quanto aos conscritos
Regime Jurídico Único

Adicional de Férias limita-se a fornecer-lhes as condições materiais para


O servidor tem direito, independentemente de solicita- a adequada prestação do serviço militar obrigatório
ção, quando entrar de férias, ao valor de 1/3 de sua remune- nas Forças Armadas. (RE 570.177, Rel. Ricardo Lewan-
ração. Urge ressaltar que caso o servidor esteja recebendo dowski, julgamento em 30/4/2008, Plenário, DJE de
uma retribuição por direção, chefia ou assessoramento, ela 27/6/2008, com repercussão geral) No mesmo senti-
será considerada no cálculo deste adicional. do: RE 551.453, RE 551.608, RE 551.713, RE 551.778,
RE 555.897, RE 556.233, RE 556.235, RE 557.542, RE
557.606, RE 557.717, RE 558.279, Rel. Min. Ricardo
Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013.
147
Lewandowski, julgamento em 30/4/2008, Plenário,
Assunto cobrado na prova da FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/
148

Análise de Sistemas/2012. DJE de 27/6/2008.

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Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, de 2009, em razão de enchentes provocadas por
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabe- chuvas intensas. Nesse caso, é correto afirmar que
lecidas em lei. as faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou
§ 1º A remuneração do servidor investido em função ou de força maior poderão ser compensadas a critério
cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62. da chefia imediata, sendo assim consideradas como
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão efetivo exercício152.
ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remunera-
ção de acordo com o estabelecido no § 1º do art. 93. Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial,
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van- nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou proven-
tagens de caráter permanente, é irredutível149. to. (Regulamento)
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos § 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver
de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou consignação em folha de pagamento em favor de tercei-
entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens ros, a critério da administração e com reposição de custos,
de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local na forma definida em regulamento. (Redação dada pela Lei
de trabalho. nº 13.172, de 2015) (Grifo nosso)
§ 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao § 2º O total de consignações facultativas de que tra-
salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008) ta o § 1º não excederá a 35% (trinta e cinco por cento)
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmen- da remuneração mensal, sendo 5% (cinco por cento) re-
te, a título de remuneração, importância superior à soma servados exclusivamente para: (Redação dada pela Lei nº
dos valores percebidos como remuneração, em espécie, 13.172, de 2015) (Grifo nosso)
a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos I – a amortização de despesas contraídas por meio de
Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional cartão de crédito; ou (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015)
e Ministros do Supremo Tribunal Federal. II – a utilização com a finalidade de saque por meio do
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as cartão de crédito. (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015)
vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61. Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atuali-
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2/4/1998) (Vide zadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comuni-
Lei nº 9.624, de 2/4/1998) cadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para
Art. 44. O servidor perderá: pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser
parceladas, a  pedido do interessado. (Redação dada pela
JURISPRUDÊNCIA: Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
Ação direta de inconstitucionalidade. Reserva de §  1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior
iniciativa. Aumento de remuneração de servidores. ao correspondente a dez por cento da remuneração, pro-
Perdão por falta ao trabalho. Inconstitucionalidade. vento ou pensão153. (Redação dada pela Medida Provisória
Lei 1.115/1988 do Estado de Santa Catarina. Projeto nº 2.225-45, de 4/9/2001)
de lei de iniciativa do governador emendado pela § 2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido no
Assembleia Legislativa. Fere o art. 61, § 1º, II, a, da mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será
CF de 1988 emenda parlamentar que disponha sobre feita imediatamente, em uma única parcela. (Redação dada
aumento de remuneração de servidores públicos pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
estaduais. Precedentes. Ofende o art. 61, § 1º, II, c,
e o art. 2º da CF de 1988 emenda parlamentar que INFORMATIVO Nº 463 STJ.
estabeleça perdão a servidores por falta ao trabalho. SERVIDOR PÚBLICO. RECEBIMENTO INDEVIDO. RES-
Precedentes. Pedido julgado procedente. (ADI 13, Rel. TITUIÇÃO.
Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17/9/2007, É pacífico o entendimento deste Superior Tribunal
Plenário, DJ de 28/9/2007) de que, diante da boa-fé no recebimento de valores
pelo servidor público, é incabível a restituição do
I – a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem pagamento em decorrência de errônea interpretação
motivo justificado150; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de ou má aplicação da lei pela Administração.
10/12/1997) Todavia, quando ela anula atos que produzem efeitos
II – a parcela de remuneração diária, proporcional aos na esfera de interesses individuais, é necessária a
atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões de prévia instauração de processo administrativo a fim
que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de garantir a ampla defesa e o contraditório (art. 5º,
de compensação de horário, até o mês subsequente ao LV, da CF/1988 e art. 2º da Lei nº 9.784/1999). No
da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata151. caso dos autos, antes que os valores fossem pagos
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) (gratificação de substituição), a Administração co-
Parágrafo  único. As  faltas justificadas decorrentes de municou a existência de erro na geração da folha de
caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a pagamento e a necessidade de restituição da quantia
critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como paga a maior. Dessa forma, os servidores não foram
efetivo exercício. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) surpreendidos. Portanto, não há que falar em boa-fé
no recebimento da verba em questão, tendo em vista
Regime Jurídico Único

A título de exemplo: Eduardo, Técnico Judiciário do que o erro foi constatado e comunicado pela Admi-
nistração antes que o pagamento fosse efetivado e
Tribunal Regional Eleitoral teve duas faltas, poste-
os valores passassem a integrar o patrimônio dos
riormente justificadas, durante o mês de dezembro
servidores. Ademais, a decisão de efetuar descontos
149
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área nos meses seguintes foi adotada com o objetivo de
Judiciária/2013, Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Administrativa/Contabi- evitar atrasos no pagamento do pessoal em decor-
lidade/2013, FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Administrativa/2009 e
Funrio/MPOG/Analista Técnico Administrativo – Jurídico/2009.
rência de confecção de nova folha de pagamento.
150
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário – Administra-
tiva/2010. FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário – Administrativa/2010.
152
151
Assunto cobrado na prova da PGM RR/Analista Municipal Procurador Municipal/ Assunto cobrado na prova da Funiversa/Iphan/Auxiliar Institucional – Adminis-
153

Cespe/2010. trativo/2009.

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26 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Assim, a Turma negou provimento ao recurso por Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computa-
entender que, na espécie, não houve ilegalidade no das, nem acumuladas, para efeito de concessão de quais-
ato da Administração. Precedentes citados: AgRg no quer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo
Ag 756.226-RS, DJ 14/8/2006; REsp 751.408-DF, DJ título ou idêntico fundamento161.
7/11/2005, e RMS 19.980-RS, DJ 7/11/2005. RMS
33.034-RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado Seção I
em 15/2/2011. Das Indenizações
§ 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou I – ajuda de custo;
a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão II – diárias;
eles atualizados até a data da reposição. (Redação dada pela III – transporte.
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001) IV – auxílio-moradia. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Art.  47. O  servidor em débito com o erário, que for Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos
demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a sua
disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para concessão, serão estabelecidos em regulamento. (Redação
quitar o débito154. (Redação dada pela Medida Provisória dada pela Lei nº 11.355, de 2006)
nº 2.225-45, de 4/9/2001)
Subseção I
A título de exemplo: Um ex-servidor do Ministério da
Cultura foi demitido quando estava em débito com Da Ajuda de Custo
o erário no valor de R$ 100.000,00. Nessa situação,
ele deverá devolver a quantia devida em 60 dias155. Art.  53. A  ajuda de custo destina-se a compensar as
despesas de instalação do servidor que, no interesse do
Paulo, servidor público federal, requereu exone- serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança
ração de seu cargo efetivo. O departamento de de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pa-
recursos humanos do órgão, ao analisar a situação gamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o
funcional do servidor a fim de preparar o ato exone- cônjuge ou companheiro que detenha também a condição
ratório, constatou que Paulo havia recebido, meses de servidor, vier a ter exercício na mesma sede162. (Redação
antes, uma gratificação em duplicidade. Constatado dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
o equívoco, Paulo foi notificado a devolver a verba § 1º Correm por conta da administração as despesas de
recebida indevidamente. Com base na situação hi- transporte do servidor e de sua família, compreendendo
potética, caso Paulo não quite o débito em sessenta passagem, bagagem e bens pessoais.
dias, seu nome será inscrito em dívida ativa156. § 2º À família do servidor que falecer na nova sede são
assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo pre- origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito163.
visto implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação dada § 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de
pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001) remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do
Art.  48. O vencimento, a remuneração e o provento art. 36. (Redação dada pela Lei nº 12.998/2014)
não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remune-
nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão ração do servidor, conforme se dispuser em regulamento,
judicial157. não podendo exceder a importância correspondente a 3
(três) meses.
CAPÍTULO II Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor
Das Vantagens que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de
mandato eletivo.
Art.  49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao Art.  56. Será concedida ajuda de custo àquele que,
servidor as seguintes vantagens: não sendo servidor da União, for nomeado para cargo em
I – indenizações; comissão, com mudança de domicílio164.
II – gratificações; Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do
III – adicionais158. art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário,
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento
quando cabível.
ou provento para qualquer efeito159.
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
vencimento ou provento, nos casos e condições indicados de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na
nova sede no prazo de 30 (trinta) dias165.
em lei160.
Subseção II
154
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Adminis- Das Diárias
trativa/2009.
155
Assunto cobrado na prova da Movens/Ministério da Cultura/Agente Adminis-
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede
Regime Jurídico Único

trativo/2010.
156
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/2013. em caráter eventual ou transitório para outro ponto do
157
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário –
Administrativa/2009, Cespe/DPF/Agente/2009 e Funrio/MPOG/Analista Técnico
território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens
Administrativo – Administraçao/2009.
158
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área 161
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/MPS/Agente Administrati-
Administrativa/2013 e FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Con- vo/2010, Cespe/CNPq/Assistente 1/2011 e FCC/TRT 23ª Região/Analista
tabilidade/2012. Judiciário/Área Judiciária/2011 e Consulplan/TSE/fevereiro/2012.
159
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área 162
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
Administrativa/2013 e FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Con- 163
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
tabilidade/2012. 164
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Área Administrati-
160
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área va/2012, Funiversa/Iphan/Auxiliar Institucional – Administrativo/2009 e
Administrativa/2013 e FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Con- Consulplan/TSE/fevereiro/2012.
tabilidade/2012. 165
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 27
e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas III  – o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não
extraordinária com pousada, alimentação e locomoção seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador,
urbana, conforme dispuser em regulamento166. (Redação cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Mu-
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) nicípio aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de
lote edificado sem averbação de construção, nos doze
A título de exemplo: Celso, servidor público federal meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela
em São Paulo, foi designado para prestar serviço no Lei nº 11.355, de 2006)
Rio de Janeiro, com afastamento em caráter eventu- IV – nenhuma outra pessoa que resida com o servidor
al. No caso, o servidor terá despesas extraordinárias, receba auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de
entre outras, com pousada. Esse deslocamento 2006)
ocorre por força de alteração de lotação. Assim, V – o servidor tenha se mudado do local de residência
essas despesas serão ressarcidas com a concessão para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do
de diárias167. Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, níveis
§  1º A diária será concedida por dia de afastamento, 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou
sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir equivalentes; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio VI – o Município no qual assuma o cargo em comissão
diverso, as  despesas extraordinárias cobertas por diárias. ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses do
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) art. 58, § 3º, em relação ao local de residência ou domicílio
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir do servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias. VII – o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha
§  3º Também não fará jus a diárias o servidor que se residido no Município, nos últimos doze meses, aonde
deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglome- for exercer o cargo em comissão ou função de confiança,
ração urbana ou microrregião, constituídas por municípios desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro
limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle desse período; e (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e VIII – o deslocamento não tenha sido por força de alte-
competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros ração de lotação ou nomeação para cargo efetivo; (Incluído
considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da pela Lei nº 11.355, de 2006)
sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as IX – o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho
fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. de 2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007)
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será consi-
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar derado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro
da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las cargo em comissão relacionado no inciso V. (Incluído pela
integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. Lei nº 11.355, de 2006)
Parágrafo  único. Na hipótese de o servidor retornar à Art. 60-C. (Revogado pela Lei nº 12.998/2014)
sede em prazo menor do que o previsto para o seu afasta- Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado
mento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comis-
previsto no caput. são, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado
ocupado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)
Subseção III § 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25%
Da Indenização de Transporte (vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao Estado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)
servidor que realizar despesas com a utilização de meio §  2º Independentemente do valor do cargo em co-
próprio de locomoção para a execução de serviços externos, missão ou função comissionada, fica garantido a todos os
por força das atribuições próprias do cargo, conforme se que preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor
dispuser em regulamento. de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluído pela Lei
Subseção IV nº 11.784, de 2008)
Do Auxílio-Moradia Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, co-
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) locação de imóvel funcional à disposição do servidor ou
aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento pago por um mês168. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor
com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem Seção II
administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês Das Gratificações e Adicionais
após a comprovação da despesa pelo servidor. (Incluído
pela Lei nº 11.355, de 2006) Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retri-
Regime Jurídico Único

se atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei buições, gratificações e adicionais: (Redação dada pela Lei
nº 11.355, de 2006) nº 9.527, de 10/12/1997)
I – não exista imóvel funcional disponível para uso pelo I – retribuição pelo exercício de função de direção, che-
servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) fia e assessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
II – o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe 10/12/1997)
imóvel funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) II – gratificação natalina;
III – (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
166
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Analista Judiciário – Área Admi- 4/9/2001)
nistrativa/2010.
167
FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Programação de Siste-
mas/2012. FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/2011.
168

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28 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
IV  – adicional pelo exercício de atividades insalubres, Subseção IV
perigosas ou penosas; Dos Adicionais de Insalubridade,
V – adicional pela prestação de serviço extraordinário; Periculosidade ou Atividades Penosas
VI – adicional noturno;
VII – adicional de férias; Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade
VIII – outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. em locais insalubres ou em contato permanente com subs-
IX – gratificação por encargo de curso ou concurso. (In- tâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a
cluído pela Lei nº 11.314 de 2006) um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.

Subseção I JURISPRUDÊNCIA:
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Servidor público. Adicional de remuneração para as
Chefia e Assessoramento atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) da lei. Art. 7º, XXIII, da Constituição Federal. O art. 39,
§ 2º, da Constituição Federal apenas estendeu aos ser-
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido vidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito
em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de Federal e dos Municípios alguns dos direitos sociais por
provimento em comissão ou de Natureza Especial é devi- meio de remissão, para não ser necessária a repetição
da retribuição pelo seu exercício. (Redação dada pela Lei de seus enunciados, mas com isso não quis significar
nº 9.527, de 10/12/1997) que, quando algum deles dependesse de legislação
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remunera- infraconstitucional para ter eficácia, essa seria, no
ção dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9º. âmbito federal, estadual ou municipal, a trabalhista.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Com efeito, por força da Carta Magna Federal, esses
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nomi- direitos sociais integrarão necessariamente o regime
nalmente Identificada – VPNI a incorporação da retribuição jurídico dos servidores públicos civis da União, dos
pelo exercício de função de direção, chefia ou assessoramento, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mas,
cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial a quando dependem de lei que os regulamente para
que se referem os arts. 3º e 10 da Lei nº 8.911, de 11 de julho dar eficácia plena aos dispositivos constitucionais de
de 1994, e o art. 3º da Lei nº 9.624, de 2 de abril de 1998. que deles decorrem, essa legislação infraconstitucional
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001) terá de ser, conforme o âmbito a que pertence o servi-
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo dor público, da competência dos mencionados entes
somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos públicos que constituem a federação. (RE 169.173,
servidores públicos federais. (Incluído pela Medida Provisória Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 10/5/1996,
nº 2.225-45, de 4/9/2001) Primeira Turma, DJ de 16/5/1997)
Subseção II § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubri-
Da Gratificação Natalina
dade e de periculosidade deverá optar por um deles.
§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculo-
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um
sidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos
doze avos)  da remuneração a que o servidor fizer jus no
que deram causa a sua concessão.
mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quin- Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de
ze) dias será considerada como mês integral. servidores em operações ou locais considerados penosos,
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do insalubres ou perigosos.
mês de dezembro de cada ano. Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será
Parágrafo único. (Vetado). afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das opera-
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação ções e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades
natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso.
sobre a remuneração do mês da exoneração. Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades peno-
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para sas, de insalubridade e de periculosidade, serão observadas
cálculo de qualquer vantagem pecuniária. as situações estabelecidas em legislação específica.
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos
INFORMATIVO STJ Nº 0449 servidores em exercício em zonas de fronteira ou em loca-
HORA EXTRA. GRATIFICAÇÃO NATALINA. SERVIDORES lidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos,
PÚBLICOS FEDERAIS. condições e limites fixados em regulamento.
O adicional pela prestação de serviço extraordinário Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam
(hora extra) não integra a base de cálculo da gratifi- com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob
cação natalina dos servidores públicos federais, pois controle permanente, de modo que as doses de radiação
não se enquadra no conceito de remuneração do ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na le-
Regime Jurídico Único

caput do art. 41 da Lei nº 8.112/1990. REsp 1.195.325- gislação própria.


MS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/9/2010. Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo
serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.
Subseção III
Do Adicional por Tempo de Serviço Subseção V
Do Adicional por Serviço Extraordinário
Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
2001, respeitadas as situações constituídas até 8/3/1999)169 Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora
Assunto cobrado na prova da Cespe/Polícia Civil do Estado do Espírito Santo/
169

Escrivão de Polícia/2011. normal de trabalho.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 29
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário III – o valor máximo da hora trabalhada corresponderá
para atender a situações excepcionais e temporárias, respei- aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior venci-
tado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada. mento básico da administração pública federal: (Incluído pela
Lei nº 11.314 de 2006)
Subseção VI a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se
Do Adicional Noturno tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput
deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compre- b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se
endido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput
horas do dia seguinte170, terá o valor-hora acrescido de 25% deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
(vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como
cinquenta e dois minutos e trinta segundos. A título de exemplo: Mariana, servidora pública fe-
Parágrafo  único. Em se tratando de serviço extraordi- deral, participa de uma Comissão para a elaboração
nário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a de questões de provas, enquanto Lucas, também
remuneração prevista no art. 73. servidor público federal, supervisiona a aplicação,
fiscalização e avaliação de provas de concurso públi-
Subseção VII co para provimento de cargos no âmbito do Tribunal
Do Adicional de Férias Regional Eleitoral. Ambos os servidores têm direito
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao à gratificação por encargo de concurso, sendo que o
servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente valor máximo da hora trabalhada corresponderá a
a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias. valores incidentes sobre o maior vencimento básico
da Administração Pública Federal, respectivamente,
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função
2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento) e 1,2%
de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em
(um inteiro e dois décimos por cento)171.
comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo
do adicional de que trata este artigo. § 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
Subseção VIII somente será paga se as atividades referidas nos incisos do
Da Gratificação por Encargo de caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribui-
Curso ou Concurso ções do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto
(Incluída pela Lei nº 11.314 de 2006) de compensação de carga horária quando desempenhadas
durante a jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concur- desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
so é devida ao servidor que, em caráter eventual: (Incluído § 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
pela Lei nº 11.314 de 2006) (Regulamento) não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para
I – atuar como instrutor em curso de formação, de de- qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de
senvolvimento ou de treinamento regularmente instituído cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins
no âmbito da administração pública federal; (Incluído pela de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões172.
Lei nº 11.314 de 2006) (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
II  – participar de banca examinadora ou de comissão
CAPÍTULO III
para exames orais, para análise curricular, para correção de
Das Férias
provas discursivas, para elaboração de questões de provas
ou para julgamento de recursos intentados por candidatos; Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no
III – participar da logística de preparação e de realização caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses
de concurso público envolvendo atividades de planejamento, em que haja legislação específica. (Redação dada pela Lei
coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, nº 9.525, de 10/12/1997) (Férias de Ministro – Vide)
quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas
atribuições permanentes; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) JURISPRUDÊNCIA:
IV – participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de O Supremo Tribunal Federal, em sucessivos julga-
exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar mentos, firmou entendimento no sentido da não
essas atividades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) incidência de contribuição social sobre o adicional
§ 1º Os critérios de concessão e os limites da gratifica- de um terço (1/3), a que se refere o art. 7º, XVII, da
ção de que trata este artigo serão fixados em regulamento, Constituição Federal. Precedentes. (RE 587.941-AgR,
observados os seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 30/9/2008,
nº 11.314 de 2006) Segunda Turma, DJE de 21/11/2008.) No mesmo
I – o valor da gratificação será calculado em horas, ob- sentido: AI 710.361-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia,
servadas a natureza e a complexidade da atividade exercida; julgamento em 7/4/2009, Primeira Turma, DJE de
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) 8/5/2009.
Regime Jurídico Único

II – a retribuição não poderá ser superior ao equivalente


a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada § 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão
situação de excepcionalidade, devidamente justificada e exigidos 12 (doze) meses de exercício.
previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão
ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 JURISPRUDÊNCIA:
(cento e vinte) horas de trabalho anuais; (Incluído pela Lei O direito individual às férias é adquirido após o
nº 11.314 de 2006) período de doze meses trabalhados, sendo devido

Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Operação de Compu-


170
FCC/TRE-SP/Analista Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/2012.
171

tador/2012. FCC/TRE-AL/Analista Judiciário – Judiciária/2010.


172

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30 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
o pagamento do terço constitucional independente ao recebimento de indenização pelas férias não go-
do exercício desse direito. A ausência de previsão zadas, adquiridas ao tempo da atividade, sob pena
legal não pode restringir o direito ao pagamento do de enriquecimento sem causa da administração. (RE
terço constitucional aos servidores exonerados de 234.485-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em
cargos comissionados que não usufruíram férias. O 2/8/2011, Primeira Turma, DJE de 19/9/2011) No
não pagamento do terço constitucional àquele que mesmo sentido: RE 285.323-AgR, Rel. Min. Joaquim
não usufruiu o direito de férias é penalizá-lo duas Barbosa, julgamento em 4/10/2011, Segunda Turma,
vezes: primeiro por não ter se valido de seu direito DJE de 21/10/2011.
ao descanso, cuja finalidade é preservar a saúde física
e psíquica do trabalhador; segundo por vedar-lhe o CAPÍTULO IV
direito ao acréscimo financeiro que teria recebido Das Licenças
se tivesse usufruído das férias no momento correto.
(RE 570.908, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em Seção I
16/9/09, Plenário, DJE de 12/3/10, com repercussão Disposições Gerais
geral.). No mesmo sentido: RE 588.937-AgR, Rel. Min.
Eros Grau, julgamento em 4/11/08, Segunda Turma, Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
DJE de 28/11/2008; RE 324.656-AgR, Rel. Min. Gilmar I – por motivo de doença em pessoa da família;
Mendes, julgamento em 6/2/07, Segunda Turma, II – por motivo de afastamento do cônjuge ou compa-
DJ de 2/3/2007; RE 324.880-AgR, Rel. Min. Carlos nheiro;
Britto, julgamento em 24/5/2005, Primeira Turma, III – para o serviço militar;
DJ de 10/3/06. IV – para atividade política;
V – para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527,
§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao de 10/12/1997)
serviço. VI – para tratar de interesses particulares;
§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, VII – para desempenho de mandato classista.
desde que assim requeridas pelo servidor, e  no interesse § 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo
da administração pública. (Incluído pela Lei nº 9.525, de bem como cada uma de suas prorrogações serão precedidas
10/12/1997) de exame por perícia médica oficial, observado o disposto no
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será art. 204 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo perío­ § 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
do, observando-se o disposto no § 1º deste artigo. (Férias § 3º É vedado o exercício de atividade remunerada du-
de Ministro – Vide) rante o período da licença prevista no inciso I deste artigo.
§ 1º e § 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias
§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em co- do término de outra da mesma espécie será considerada
missão, perceberá indenização relativa ao período das férias como prorrogação.
a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um
doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior A título de exemplo: Suponha que um servidor esteve
a quatorze dias173. (Incluído pela Lei nº 8.216, de 13/8/1991) licenciado por quinze dias e, decorrido esse prazo,
§ 4º A indenização será calculada com base na remune- solicitou outro afastamento da mesma espécie após
ração do mês em que for publicado o ato exoneratório. (In- quarenta dias de seu retorno. Nesse caso, para fins
cluído pela Lei nº 8.216, de 13/8/1991) de cômputo, a segunda licença será considerada
§ 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o va- prorrogação da primeira174.
lor adicional previsto no inciso XVII do art. 7º da Constituição
Federal quando da utilização do primeiro período. (Incluído Seção II
pela Lei nº 9.525, de 10/12/1997) Da Licença por Motivo de Doença
Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente em Pessoa da Família
com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias
consecutivos de férias, por semestre de atividade profissio- Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por
nal, proibida em qualquer hipótese a acumulação. motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos
Parágrafo  único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de filhos, do padrasto ou madrasta175 e enteado, ou dependen-
10/12/1997) te que viva a suas expensas e conste do seu assentamento
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.
motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade §  1º A licença somente será deferida se a assistência
do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou direta do servidor for indispensável e não puder ser presta-
entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) da simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
(Férias de Ministro – Vide) compensação de horário, na forma do disposto no inciso II
Regime Jurídico Único

Parágrafo  único. O  restante do período interrompido do art. 44. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
será gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. § 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorro-
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) gações, poderá ser concedida a cada período de doze meses
nas seguintes condições176: (Redação dada pela Lei nº 12.269,
JURISPRUDÊNCIA: de 2010)
É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido 174
Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Programação de Siste-
de que o servidor público aposentado tem direito mas/2012.
175
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região/
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Técnico Judiciário/
173
Analista Judiciário – Área Administrativa/2010.
Área Administrativa/2011 e FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Adminis- 176
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especia-
trativa/2009. lizado/Operação de Computador/2012.

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I  – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, o seu, o que poderia se dar no TRT da 1ª Região, com
mantida a remuneração do servidor; e  (Incluído pela Lei sede no Rio de Janeiro. Indeferido o pedido, ajuizou
nº 12.269, de 2010) ação ordinária. A  Turma, entre outras questões,
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem entendeu que o pedido de concessão de licença
remuneração177. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) formulado na referida ação possui natureza distinta
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será con- da atinente ao instituto da remoção, previsto no
tado a partir da data do deferimento da primeira licença art. 36, parágrafo único, III, a, da Lei nº 8.112/1990.
concedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) O pedido está embasado no art. 84 da mencionada
§  4º A soma das licenças remuneradas e das licenças lei e, uma vez preenchidos pelo servidor os requisitos
não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, ali previstos, não há espaço para juízo discricionário
concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, da Administração, devendo a licença ser concedida,
observado o disposto no §  3º, não poderá ultrapassar os pois se trata de um direito do servidor, em que a
limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2º. (Incluído pela Administração não realiza juízo de conveniência e
Lei nº 12.269, de 2010) oportunidade. Quanto ao exercício provisório em
outro órgão, este é cabível, pois preenchidos todos os
Seção III pressupostos para o seu deferimento. Sendo a autora
Da Licença por Motivo de analista judiciária, poderá exercer seu mister no TRT
Afastamento do Cônjuge da 1ª Região. REsp 871.762-RS, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 16/11/2010.
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado Seção IV
para outro ponto do território nacional, para o exterior ou Da Licença para o Serviço Militar
para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo
e Legislativo. Art.  85. Ao  servidor convocado para o serviço militar
§  1º A licença será por prazo indeterminado e sem será concedida licença, na forma e condições previstas na
remuneração.178 legislação específica.
§  2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor
companheiro também seja servidor público, civil ou militar, terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito o exercício do cargo.180
Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório
em órgão ou entidade da Administração Federal direta, Seção V
autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de Da Licença para Atividade Política
atividade compatível com o seu cargo. (Redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração,
durante o período que mediar entre a sua escolha em conven-
A título de exemplo: Silvia exerce o cargo de analis- ção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do
ta judiciário (área administrativa) há mais de dez registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
anos no Tribunal Regional Federal. Concorrendo a § 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade
eleições, foi eleita Deputada Federal. Seu marido onde desempenha suas funções e que exerça cargo de di-
Diógenes é técnico judiciário, área administrativa, reção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização,
no Tribunal Regional Eleitoral. Ambos residem no dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro
Município de São Paulo. Nesse caso, poderá ser de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo
concedida licença a Diógenes para acompanhar dia seguinte ao do pleito.181 (Redação dada pela Lei nº 9.527,
Silvia que tomou posse junto à Câmara dos Depu- de 10/12/1997)
tados em Brasília, Distrito Federal. Diante disso, a § 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo
licença de Diógenes será por prazo indeterminado e dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, as-
sem remuneração, facultado o exercício provisório segurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo
em órgão da Administração Federal direta, desde período de três meses.182 (Redação dada pela Lei nº 9.527,
que para o exercício de atividade compatível com de 10/12/1997)
o seu cargo179.
Seção VI
INFORMATIVO STJ Nº 0456 Da Licença‑Prêmio por Assiduidade
LICENÇA. DESLOCAMENTO. CÔNJUGE. EXERCÍCIO Da Licença para Capacitação
PROVISÓRIO. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
No caso, servidora da Justiça trabalhista lotada em
Porto Alegre formulou pedido administrativo para Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o ser-
que lhe fosse concedida licença por motivo de des- vidor poderá, no interesse da Administração, afastar‑se do
Regime Jurídico Único

locamento de cônjuge (art. 84 da Lei nº 8.112/1990), exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por
pois seu esposo foi aprovado em concurso público até três meses, para participar de curso de capacitação pro-
realizado em prefeitura no Estado do Rio de Janeiro, fissional. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
tendo tomado posse em 16/7/1999. Solicitou, ainda,
que exercesse provisoriamente cargo compatível com 180
Funrio/MJ/Agente Administrativo/2009.
181
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Espe-
cializado/Análise de Sistemas/2012 e FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/
177
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especia- Área Administrativa/2011.
lizado/Operação de Computador/2012. 182
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área
178
Assunto cobrado na prova do FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região/ Administrativa/2012, FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Análise
Analista Judiciário – Área Administrativa/2010. de Sistemas/2012 e FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/Execução de Man-
179
FCC/TRE-SP/Analista Judiciário/Área Administrativa/2012. dados/2011.

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32 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o CAPÍTULO V
caput não são acumuláveis. (Redação dada pela Lei nº 9.527, Dos Afastamentos
de 10/12/1997)
Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Seção I
Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade
Art. 90. (Vetado)
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício
Seção VII em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Es-
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares tados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes
hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser con- (Regulamento) (Vide Decreto nº 4.493, de 3/12/2002) (Re-
cedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que gulamento)
não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de
I – para exercício de cargo em comissão ou função de
assuntos particulares pelo prazo de até três anos conse-
confiança; (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
cutivos, sem remuneração183. (Redação dada pela Medida
II – em casos previstos em leis específicas. (Redação dada
Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
Parágrafo  único. A  licença poderá ser interrompida,
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos
a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do
ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni-
serviço. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
cípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade
de 4/9/2001)
cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais
A título de exemplo: Rogério, na qualidade de casos. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
servidor público federal, tem alguns problemas § 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública
pessoais a serem resolvidos com urgência e outros ou sociedade de economia mista, nos termos das respectivas
a médio prazo. Diante disso, Rogério ingressou normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela
com um pedido de licença para tratar de assuntos remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da retri-
particulares. Nesse caso, a Administração poderá buição do cargo em comissão, a entidade cessionária efetuará
conceder a referida licença, desde que observe, o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade
dentre outros requisitos, ser o servidor ocupante de origem. (Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)
de cargo efetivo184. § 3º A cessão far‑se‑á mediante Portaria publicada no
Diário Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270,
Seção VIII de 17/12/1991)
Da Licença para o Desempenho §  4º Mediante autorização expressa do Presidente da
de Mandato Classista República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício
em outro órgão da Administração Federal direta que não
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e
remuneração185 para o desempenho de mandato em confe- a prazo certo. (Incluído pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
deração, federação, associação de classe de âmbito nacional, § 5º Aplica‑se à União, em se tratando de empregado
sindicato representativo da categoria ou entidade fiscaliza- ou servidor por ela requisitado, as  disposições dos §§  1º
dora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou e 2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.470, de
administração em sociedade cooperativa constituída por 25/6/2002)
servidores públicos para prestar serviços a seus membros, § 6º As cessões de empregados de empresa pública ou
observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 de sociedade de economia mista, que receba recursos de Te-
desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados souro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de
os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de pagamento de pessoal, independem das disposições contidas
2005) (Regulamento) nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício
I – para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 do empregado cedido condicionado a autorização específica
(dois) servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto
II – para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 nos casos de ocupação de cargo em comissão ou função
(trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada gratificada. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25/6/2002)
pela Lei nº 12.998, de 2014) § 7º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
III  – para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) com a finalidade de promover a composição da força de
associados, 8 (oito) servidores. (Redação dada pela Lei trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pública
nº 12.998, de 2014) Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício de em-
§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores elei- pregado ou servidor, independentemente da observância do
tos para cargos de direção ou de representação nas referidas constante no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela
entidades, desde que cadastradas no órgão competente. Lei nº 10.470, de 25/6/2002) (Vide Decreto nº 5.375, de 2005)
Regime Jurídico Único

(Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)


§ 2º A licença terá duração igual à do mandato, podendo Seção II
ser renovada, no caso de reeleição. (Redação dada pela Lei Do Afastamento para Exercício
nº 12.998, de 2014)
de Mandato Eletivo

183
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ibama/Técnico Administrativo/2012.
Art.  94. Ao  servidor investido em mandato eletivo
184
FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Programação de Siste- aplicam‑se as seguintes disposições:
mas/2012. I – tratando‑se de mandato federal, estadual ou distrital,
185
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico JudiciárioAdministrati-
va/2012. ficará afastado do cargo;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 33
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do Seção IV
cargo, sendo‑lhe facultado optar pela sua remuneração186; Do Afastamento para Participação em Programa de
III – investido no mandato de vereador: Pós‑Graduação Stricto Sensu no País
a)  havendo compatibilidade de horário, perceberá as (Incluída pela Lei nº 11.907, de 2009)
vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do
cargo eletivo;
Art. 96-A. O  servidor poderá, no interesse da Admi-
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado
do cargo, sendo‑lhe facultado optar pela sua remuneração. nistração, e  desde que a participação não possa ocorrer
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contri- simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
buirá para a seguridade social como se em exercício estivesse. compensação de horário, afastar‑se do exercício do cargo
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em
não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para programa de pós‑graduação stricto sensu em instituição de
localidade diversa daquela onde exerce o mandato. ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§  1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade
Seção III definirá, em conformidade com a legislação vigente, os pro-
Do Afastamento para Estudo gramas de capacitação e os critérios para participação em
ou Missão no Exterior programas de pós‑graduação no País, com ou sem afastamen-
to do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído
Art. 95. O servidor não poderá ausentar‑se do País para para este fim. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente §  2º Os afastamentos para realização de programas
da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos
e Presidente do Supremo Tribunal Federal187. servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4
a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio
permitida nova ausência. probatório, que não tenham se afastado por licença para
§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo tratar de assuntos particulares para gozo de licença capa-
não será concedida exoneração ou licença para tratar de citação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos
interesse particular antes de decorrido período igual ao do anteriores à data da solicitação de afastamento. (Incluído
afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da
pela Lei nº 11.907, de 2009)
despesa havida com seu afastamento.
§ 3º Os afastamentos para realização de programas de
A título de exemplo: Considere que determinada ser- pós‑doutorado somente serão concedidos aos servidores
vidora pública federal ocupante de cargo efetivo no titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade
Superior Tribunal de Justiça pretenda cursar um mes- há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio
trado, em sua área de atuação, em uma renomada probatório, e que não tenham se afastado por licença para
universidade do exterior. A partir dessa situação, caso tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste
seja beneficiada com o afastamento para estudo no artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de
exterior, a referida servidora não poderá ser exone- afastamento. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
rada antes de decorrido período igual ao que esteve § 4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos pre-
afastada, ressalvada a hipótese de ressarcimento da vistos nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo terão que permanecer
despesa havida com seu afastamento188. no exercício de suas funções após o seu retorno por um
período igual ao do afastamento concedido. (Incluído pela
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores Lei nº 11.907, de 2009)
da carreira diplomática. §  5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração do
§ 4º As hipóteses, condições e formas para a autorização cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de
de que trata este artigo, inclusive no que se refere à remu- permanência previsto no § 4º deste artigo, deverá ressarcir o
neração do servidor, serão disciplinadas em regulamento. órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei nº 8.112, de 11
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento.
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em or- (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
ganismo internacional de que o Brasil participe ou com o § 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que
qual coopere dar‑se‑á com perda total da remuneração189. justificou seu afastamento no período previsto, aplica‑se o
(Vide Decreto nº 3.456, de 2000) disposto no § 5º deste artigo, salvo na hipótese comprovada
de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente
A título de exemplo: Alexandre, analista judiciário
máximo do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 11.907,
(área judiciária), ausentou-se do Brasil, pelo período
de 4 (quatro) anos, para a realização de um traba- de 2009)
lho científico de natureza jurídica em instituição de § 7º Aplica‑se à participação em programa de pós‑gra-
ensino superior na Inglaterra, com a regular auto- duação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta
rização do Presidente do Supremo Tribunal Federal. Lei, o disposto nos §§ 1º a 6º deste artigo. (Incluído pela Lei
Regime Jurídico Único

Referida situação diz respeito ao afastamento para nº 11.907, de 2009)


estudo no exterior190.
CAPÍTULO VI
186
Assunto cobrado nas seguintes provas: Fepese/MPE/Procurador Geral do Das Concessões
Ministério Público/2010 e Exames/Prefeitura de Ingá-PB/Auditor de Controle
Interno/2011. Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausen-
187
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio
Especializado/Programação de Sistemas/2012 e Esaf/SRFB/ATRFB/2012. tar‑se do serviço: (Redação dada pela Lei nº 12.998/2014)
188
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/2013. I – por 1 (um) dia, para doação de sangue191;
189
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciá-
ria/2013.
190
FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2012. Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
191

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34 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – pelo período comprovadamente necessário para alis- II – exercício de cargo em comissão ou equivalente, em
tamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Mu-
caso, a dois dias; e (Redação dada pela Lei nº 12.998/2014) nicípios e Distrito Federal;
III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de: III – exercício de cargo ou função de governo ou admi-
a) casamento; nistração, em qualquer parte do território nacional, por
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta nomeação do Presidente da República;
ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela IV – participação em programa de treinamento regular-
e irmãos192. mente instituído ou em programa de pós‑graduação stricto
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor sensu no País, conforme dispuser o regulamento; (Redação
estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício V – desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
do cargo193. municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a merecimento;196
compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exer- VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
cício, respeitada a duração semanal do trabalho. (Parágrafo VII – missão ou estudo no exterior, quando autorizado o
renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) afastamento, conforme dispuser o regulamento; (Redação
§ 2º Também será concedido horário especial ao servidor dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
portador de deficiência, quando comprovada a necessidade VIII – licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
por junta médica oficial, independentemente de compensa-
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte
ção de horário. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço
§ 3º As disposições do parágrafo anterior são extensivas
público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;
ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
de deficiência física, exigindo‑se, porém, neste caso, com- c) para o desempenho de mandato classista ou partici-
pensação de horário na forma do inciso II do art. 44. (Incluído pação de gerência ou administração em sociedade coopera-
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) tiva constituída por servidores para prestar serviços a seus
§ 4º Será igualmente concedido horário especial, vincula- membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;
do à compensação de horário a ser efetivada no prazo de até (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista d) por motivo de acidente em serviço ou doença pro-
nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei. (Redação fissional197;
dada pela Lei nº 11.501, de 2007) e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
interesse da administração é assegurada, na localidade da f) por convocação para o serviço militar;
nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição IX – deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
de ensino congênere, em qualquer época, independente- X – participação em competição desportiva nacional ou
mente de vaga. convocação para integrar representação desportiva nacional,
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende‑se ao no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica;
cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor
que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob A título de exemplo: Um jogador de futebol e servi-
sua guarda, com autorização judicial. dor do Senado foi convocado pelo técnico da seleção
brasileira de futebol para a disputa do mundial da
A título de exemplo: Considere que Lucas tenha África do Sul, devendo ficar à disposição da Confe-
tomado posse no seu primeiro cargo efetivo no deração Brasileira de Futebol pelo prazo de 60 dias.
serviço público federal e que esteja em exercício há Nesse caso, o prazo do eventual afastamento do
servidor será considerado como de efetivo exercício
seis meses. Caso Lucas esteja cursando faculdade
no serviço público198.
e tenha de mudar de localidade no interesse da
administração, ele terá direito a matrícula em ins-
XI – afastamento para servir em organismo internacional
tituição de ensino congênere, em qualquer época, de que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído
independentemente de vaga194. pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
CAPÍTULO VII Art. 103. Contar‑se‑á apenas para efeito de aposentado-
Do Tempo de Serviço ria e disponibilidade:
I  – o tempo de serviço público prestado aos Estados,
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de ser- Municípios e Distrito Federal;
viço público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas. II – a licença para tratamento de saúde de pessoal da
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em família do servidor, com remuneração, que exceder a 30
dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano (trinta) dias em período de 12 (doze) meses. (Redação dada
como de trezentos e sessenta e cinco dias.195 pela Lei nº 12.269, de 2010)
III  – a licença para atividade política199, no caso do
Regime Jurídico Único

Parágrafo  único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de


10/12/1997) art. 86, § 2º;
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no IV – o tempo correspondente ao desempenho de man-
art. 97, são considerados como de efetivo exercício os afas- dato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior
tamentos em virtude de: ao ingresso no serviço público federal;
I – férias; 196
FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2010.
197
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Adminis-
192
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. trativa/Contabilidade/2013.
193
Assunto cobrado na prova: Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. 198
Movens/Ministério da Cultura/Agente Administrativo/2010.
194
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/2013. 199
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especia-
195
FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2010. lizado/Programação de Sistemas/2012.

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V – o tempo de serviço em atividade privada, vinculada Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade
à Previdência Social;200 que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão,
VI – o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; não podendo ser renovado.205 (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
VII – o tempo de licença para tratamento da própria saú- Parágrafo único. O requerimento e o pedido de recon-
de que exceder o prazo a que se refere a alínea b do inciso sideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser
VIII do art. 102. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro
§ 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será de 30 (trinta) dias.206
contado apenas para nova aposentadoria.201 Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
§ 2º Será contado em dobro o tempo de serviço prestado I – do indeferimento do pedido de reconsideração;207
às Forças Armadas em operações de guerra.202 II  – das decisões sobre os recursos sucessivamente
§ 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de ser- interpostos.
viço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou § 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente
função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão,
Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais auto-
sociedade de economia mista e empresa pública. ridades208.
§  2º O recurso será encaminhado por intermédio da
CAPÍTULO VIII autoridade a que estiver imediatamente subordinado o
Do Direito de Petição requerente.
Art. 108. O  prazo para interposição de pedido de re-
JURISPRUDÊNCIA: consideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar
Direito à informação de atos estatais, neles embutida da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão
a folha de pagamento de órgãos e entidades públicas. recorrida.209 (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
[...] Caso em que a situação específica dos servido- Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito
res públicos é regida pela 1ª parte do inciso XXXIII suspensivo, a juízo da autoridade competente.210
do art. 5º da Constituição. Sua remuneração bruta, Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de
cargos e funções por eles titularizados, órgãos de sua reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroa-
formal lotação, tudo é constitutivo de informação de girão à data do ato impugnado.
interesse coletivo ou geral. Expondo‑se, portanto,
a divulgação oficial. Sem que a intimidade deles, vida A título de exemplo: A Walter, como servidor público
privada e segurança pessoal e familiar se encaixem federal, é assegurado o direito de requerer do Poder
nas exceções de que trata a parte derradeira do mes- Público, em defesa de direito ou interesse legítimo.
mo dispositivo constitucional (inciso XXXIII do art. 5º), Diante disso, Walter deverá observar peculiaridades
pois o fato é que não estão em jogo nem a segurança do direito de petição, dentre outras, o fato de que
do Estado nem do conjunto da sociedade. Não cabe, no caso do provimento do pedido de reconsidera-
no caso, falar de intimidade ou de vida privada, pois ção, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato
os dados objeto da divulgação em causa dizem res- impugnado211.
peito a agentes públicos enquanto agentes públicos
mesmos; ou, na linguagem da própria Constituição, Art. 110. O direito de requerer prescreve:
agentes estatais agindo ‘nessa qualidade’ (§  6º do I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e
art. 37). E quanto à segurança física ou corporal dos de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que
servidores, seja pessoal, seja familiarmente, claro que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das
ela resultará um tanto ou quanto fragilizada com a relações de trabalho;212
divulgação nominalizada dos dados em debate, mas II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo
é um tipo de risco pessoal e familiar que se atenua quando outro prazo for fixado em lei213.
com a proibição de se revelar o endereço residencial, Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da
o CPF e a CI de cada servidor. No mais, é o preço que data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência
se paga pela opção por uma carreira pública no seio pelo interessado, quando o ato não for publicado.
de um Estado republicano. [...] A negativa de pre- Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando
valência do princípio da publicidade administrativa
cabíveis, interrompem a prescrição.
implicaria, no caso, inadmissível situação de grave
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo
lesão à ordem pública (SS 3.902-AgR‑segundo, Rel.
ser relevada pela administração.214
Min. Ayres Britto, julgamento em 9/6/2011, Plenário,
Art.  113. Para o exercício do direito de petição, é  as-
DJE de 3/10/2011)
segurada vista do processo ou documento, na repartição,
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer ao servidor ou a procurador por ele constituído.
aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse
legítimo.203 205
FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Judiciária/2009.
Art.  105. O  requerimento será dirigido à autoridade
206
FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2009.
Regime Jurídico Único

207
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Judiciá-
competente para decidi‑lo e encaminhado por intermé- ria/2009.
dio daquela a que estiver imediatamente subordinado o 208
Assunto cobrado na prova da Esaf/PGFN/PFN/2012.
209
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciá-
requerente.204 rio – Judiciária/2009 e FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Execução de
Mandados/2009.
200
Assunto cobrado na prova da FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Execução 210
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Execução
de Mandados/2010. de Mandados/2009.
201
FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2010. 211
FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2012.
202
FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2010. 212
Assunto cobrado na prova da Movens/Ministério da Cultura/Agente Adminis-
203
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Judiciá- trativo/2010.
ria/2009. 213
Assunto cobrado na prova da Esaf/PGFN/PFN/2012.
204
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Adminis- 214
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Execução
trativa/2009. de Mandados/2009.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
36 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qual- e) as férias poderão ser acumuladas até dois períodos,
quer tempo, quando eivados de ilegalidade.215 salvo necessidade pública premente que determine
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabele- o acúmulo de um terceiro.
cidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
5. O servidor público civil estável pode perder o cargo:
EXERCÍCIOS I – por sentença judicial, ainda que sujeita a recurso;
II – em virtude de processo administrativo disciplinar
1. Determinado servidor público é eleito Deputado Fe- em que lhe seja assegurada ampla defesa;
deral. Nessa hipótese III – em virtude de diplomação como vereador muni-
a) ficará afastado de seu cargo ou função durante o cipal;
exercício do mandato. IV – em virtude de sua convocação para o serviço militar.
b) perderá automaticamente o mandato eletivo que
lhe foi outorgado em virtude de inelegibilidade. Analisando as assertivas acima, verifica‑se que:
c) exercerá cumulativamente o cargo ou função e o a) todas estão corretas.
mandato eletivo, com percepção de dupla remune- b) apenas a II está correta.
ração. c) apenas a IV está errada.
d) terá que se exonerar de seu cargo ou função para d) todas estão erradas.
poder exercer o mandato eletivo.
e) poderá exercer cumulativamente o cargo ou função 6. São direitos trabalhistas estendidos aos servidores
e o mandato eletivo, com opção, porém, pela remu- públicos, exceto:
neração correspondente a uma das duas situações. a) repouso semanal remunerado.
b) férias anuais remuneradas, com acréscimo de 1/3.
2. Considere a seguinte afirmação: c) remuneração do serviço extraordinário superior, no
mínimo, em 50% a do normal.
O serviço noturno, prestado em horário compreendido d) fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
entre 22 horas de um dia e 6 horas do dia seguinte, terá
e) licença à gestante.
o valor‑hora acrescido de 50%, computando‑se cada
hora como 52 minutos e 30 segundos.
7. O pedido de reconsideração administrativa, na siste-
Nos termos da Lei nº 8.112/1990, essa afirmação está: mática da Lei nº 8.112/1990:
a) incorreta quanto ao início do período sujeito ao a) não admite recurso administrativo, na hipótese de
adicional noturno. indeferimento.
b) correta quanto ao término do período sujeito ao b) em caso de provimento, os efeitos da decisão são
adicional noturno. ex nunc.
c) correta quanto ao percentual de acréscimo relativo c) deverá ser despachado no prazo de cinco dias e
ao adicional noturno. decidido de igual prazo.
d) correta quanto ao cômputo das horas em período d) não poderá ser renovado.
sujeito ao adicional noturno.
e) incorreta ao estabelecer que o servidor público 8. Pedro, oficial de justiça, encontra‑se no exercício de
federal tenha direito ao adicional noturno. mandato eletivo. Assinale a alternativa incorreta.
a) Se o mandato for estadual, ficará afastado do seu
3. Quanto ao vencimento e à remuneração do servidor cargo.
público, é incorreto afirmar que: b) Se o mandato for de Vereador, havendo compa-
a) vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício tibilidade de horários, perceberá as vantagens de
de cargo público, com valor fixado em lei. seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
b) remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo com-
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
patibilidade, poderá optar pela sua remuneração.
estabelecidas em lei.
c) o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vanta- c) Seu tempo de serviço será contado para todos os
gens de caráter permanente, é irredutível. efeitos legais, exceto para promoção por mereci-
d) nenhum servidor receberá, a título de vencimento, mento.
importância inferior ao salário mínimo. d) se o mandato for de Prefeito, havendo compatibilida-
de de horários, perceberá as vantagens de seu cargo,
4. Quanto às férias do servidor público, é  correto afir- emprego ou função, sem prejuízo da remuneração
mar que: do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade,
a) o servidor fará jus a trinta dias anuais, dos quais poderá optar pela sua remuneração.
deverão ser descontadas as faltas ao serviço. e) Para efeito de benefício previdenciário, no caso de
b) as férias poderão ser parceladas em até três etapas, afastamento, os valores serão determinados como
desde que assim requeridas pelo servidor, e de in-
Regime Jurídico Único

se no exercício estivesse.
teresse da administração pública.
c) o pagamento da remuneração das férias será efe- 9. Em se tratando do direito de petição, o direito de re-
tuado até cinco dias antes do início do respectivo querer, quanto ao ato de cassação de aposentadoria,
período. prescreve em:
d) serão exigidos, para o primeiro período, doze meses a) 5 anos.
de exercício, salvo fundamentado interesse da admi- b) 4 anos.
nistração pública em concedê‑las antecipadamente. c) 2 anos.
d) 3 anos.
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Judi-
215

ciária/2009 e FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2009. e) 1 ano.

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10. O  servidor público federal, subordinado ao Regime III – Conceder‑se‑á indenização de transporte ao ser-
Jurídico da Lei nº 8.112/1990, que ainda esteja em vidor que realizar despesas com a utilização de meio
estágio probatório, não poderá: próprio de locomoção para a execução de serviços
a) afastar‑se para fazer curso de formação necessário externos, por força das atribuições próprias do cargo,
a assumir outro cargo. conforme se dispuser em regulamento.
b) exercer cargo comissionado.
c) afastar‑se para missão oficial no exterior. a) a I e Ill estão corretas.
d) ter licença para mandato classista. b) a II e Ill estão corretas.
c) a I e II estão corretas.
11. O servidor público da Administração Direta Federal, no d) todas estão corretas.
exercício de mandato eletivo:
a) se investido no mandato de prefeito, terá de afas- 17. O  regime jurídico do servidor público federal dis-
tar‑se do seu cargo sem direito à remuneração. põe que:
b) se investido no mandato de vereador, terá de I  – O adicional de atividade penosa será devido aos
afastar‑se do seu cargo sem remuneração. servidores em exercício em zonas de fronteira ou em
c) tratando‑se de mandato eletivo federal, ficará afas- localidade cujas condições de vida o justifiquem, nos
tado do seu cargo. termos, condições e limites fixados em regulamento.
d) se investido no mandato de prefeito ou de vereador, II – Os locais de trabalho e os servidores que operam
poderá permanecer no seu cargo, cumulativamente. com raios X ou substâncias radioativas serão mantidos
sob controle permanente, de modo que as doses de
12. Assinale a alternativa correta. radiação ionizante não ultrapassam o nível máximo
a) A perda de cargo do servidor público estável por previsto na legislação própria.
desempenho insuficiente não será precedida de III – Os servidores que operam com raios X ou substân-
ampla defesa e contraditório quando a insuficiência cias radioativas serão submetidos a exames médicos a
for pública e notória. cada 2 (dois) meses.
b) Os salários do servidor público federal têm caráter
alimentar, sendo impenhoráveis, o que não ocorre a) a I e II estão corretas.
com os subsídios, por terem outra natureza. b) todas estão corretas.
c) São requisitos para a estabilidade: concurso e três c) a I e III estão corretas.
anos no exercício de cargo efetivo. d) a II e III estão corretas.
d) A EC nº 20, de 16/12/1998, estabeleceu regime de
transição para a aposentaria voluntária dos servi-
dores que já se encontravam no serviço público na GABARITO
data da publicação, impondo requisitos, para apo-
sentadoria com proventos integrais e proporcionais. 1. a 6. d 11. c 16. b
2. d 7. d 12. d 17. a
13. No âmbito do Regime Jurídico dos Servidores Públicos 3. d 8. d 13. a
Civis da União (Lei nº 8.112/1990), assinale a vantagem 4. b 9. a 14. c
que se caracteriza como indenização: 5. b 10. d 15. c
a) ajuda de custo.
b) adicional noturno.
c) adicional de insalubridade.
d) hora extra. REGIME DISCIPLINAR
14. O  instrumento administrativo dirigido à autoridade
imediatamente superior aquela que promoveu o ato Responsabilidades
administrativo, dentro do mesmo órgão em que o ato
foi praticado denomina‑se: Para entendermos melhor as responsabilidades, vamos
a) portaria. tratá‑las por meio de uma situação hipotética.
b) pedido de reconsideração. Vamos imaginar que, ao  chegar a repartição pública
c) recurso. federal, um servidor perceba que um determinado bem da
d) representação. Administração tenha sumido. Qual seria o dever deste servi-
15. São direitos trabalhistas estendidos aos servidores dor? Segundo o art. 116 da Lei nº 8.112/1990, este servidor
públicos, exceto: deve comunicar o fato à autoridade superior.
a) férias anuais remuneradas com acréscimo de 1/3. A princípio, seria instaurada uma sindicância com o in-
b) repouso semanal remunerado. tuito de investigar. O sindicante percebendo que o sumiço
c) fundo de garantia por tempo de serviço. do bem se deu em razão do crime de peculato (art. 312 do
d) licença à gestante. Código Penal Brasileiro) praticado pelo servidor “X”, ocorrerá
Regime Jurídico Único

a necessidade de abertura de um processo disciplinar surgin-


16. O  regime jurídico do servidor público federal insti- do uma responsabilidade administrativa para o servidor “X”.
tui que: Como ocorreu um crime na repartição pública, o Minis-
I – O servidor que receber diárias e não se afastar da tério Público deverá ter ciência, cabendo aí, possivelmente,
sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí‑las uma responsabilidade penal para o referido servidor.
integralmente, no prazo de 30 dias. Se, por ventura, durante o processo disciplinar e duran-
II – Na hipótese de o servidor retornar à sede em pra- te a ação penal, o bem não for devolvido à Administração,
zo menor do que o previsto para o seu afastamento, ocorrerá um dano e, sendo assim, o servidor deverá restituir
restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo de a Administração, ocorrendo uma obrigação de indenizar, ou
5 (cinco) dias. seja, uma responsabilidade civil.

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38 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Ante o exposto, percebemo s as três responsabilidades: Necessário se faz ressaltar o que vem a ser a prescrição
civil, penal e administrativa. administrativa. É a perda do poder de punir da administração
• Penal – Decorrerá tanto por crime como também pela em razão da passagem do tempo. O início desta contagem
contravenção penal (ilícitos leves). será da ciência do fato e não necessariamente do fato.
• Administrativa – Decorre de sindicância ou processo
disciplinar. Suspensão
• Civil – Decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso
ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a Esta punição, além de constar nos assentamentos
terceiros.216 individuais, também trará, a  princípio, consequências na
remuneração ou vencimento do servidor, sendo que ele não
A título de exemplo: Um cidadão, caminhando por exercerá as atribuições do seu cargo.
uma rua, é atingido por um raio e morre. A prova técnica Em razão do silêncio dos arts.  102 e 103 da Lei
evidencia que não houve conduta comissiva nem omissiva nº 8.112/1990, que tratam da contagem do tempo de servi-
do Estado, que contribuísse para esse evento. Neste caso, ço, os dias de suspensão não serão computados para nenhum
não estão presentes os pressupostos da responsabilidade efeito no serviço público federal.
civil do Estado217. Existe a hipótese de o servidor ser suspenso e continuar a
As responsabilidades poderão ser acumuladas sendo exercer normalmente as atribuições inerentes ao seu cargo,
independentes entre si.218 porém recebendo cinquenta por cento do vencimento ou
A responsabilidade administrativa será afastada na remuneração em razão dos dias de suspensão, somente na
absolvição criminal, onde seja negada a existência do fato hipótese de conveniência para o serviço.
(a infração não existiu) ou sua autoria (não foi o servidor O servidor está obrigado a realizar exames médicos de
que praticou a infração).219 tempos em tempos, porém se o servidor, injustificadamen-
No caso de absolvição criminal por falta de provas, te, recusar‑se a fazer os exames, ele poderá ser suspenso
o servidor poderá responder administrativamente.220 por até 15 dias.222 Caso ele realize ou comprove os exames,
e ainda não terem findados os dias de suspensão, os demais
Penalidades dias serão desconsiderados.
A título de exemplo: Determinado servidor público recu-
O art. 127 da Lei nº 8.112/1990 enumera as penalidades sou submeter-se à inspeção médica regularmente determi-
que o servidor pode sofrer, sendo: advertência, suspensão, nada pela autoridade competente. Instado a se explicar, não
demissão, cassação da aposentadoria, cassação da disponi- apresentou qualquer justificativa pela recusa. A autoridade
bilidade, destituição do cargo em comissão e destituição da competente pode, nos termos da Lei n° 8.112/1990, aplicar
função comissionada. ao servidor suspensão de até 15 dias, cessando os efeitos
da penalidade uma vez cumprida a determinação223.
JURISPRUDÊNCIA: O limite máximo imposto pelo legislador para os dias de
Embora o Judiciário não possa substituir‑se à admi- suspensão é de 90 dias.
nistração na punição do servidor, pode determinar a O cancelamento dos assentamentos individuais se dará em
esta, em homenagem ao princípio da proporcionali- cinco anos e a prescrição será de dois anos (da ciência do fato).
dade, a aplicação de pena menos severa, compatível
com a falta cometida e a previsão legal. (RMS 24.901, Demissão
Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 26/10/2004,
Primeira Turma, DJ de 11/2/2005.) As infrações que geram demissão têm previsão no
art. 132, que possui 13 incisos, sendo que o inciso treze nos
Observação: A exoneração não possui caráter punitivo.221 remete ao art. 117, dos incisos 9º ao 16.
Ante o exposto, temos 19 infrações que podem gerar a
Advertência demissão do servidor público. Alguns doutrinadores enten-
dem que o rol é taxativo.
Para ser configurada esta penalidade deverá ser inicia- O art. 137, parágrafo único, traz condutas demissivas que
da uma sindicância, e se após o julgamento o servidor for proíbem o servidor público de retornar ao serviço público fe-
considerado “culpado”, a penalidade deverá ser inserida nos deral. A doutrina majoritária e a jurisprudência entendem ser
seus assentamentos individuais, não existindo advertência inconstitucional, pois fere o comando constitucional inserto
verbal e somente escrita. no art. 5º, XLVII, que impede a perpetuação de penalidades.
Quando a penalidade é inserta nos assentamentos, Infrações:
o servidor poderá cancelá‑la, caso não venha a reincidir pelo • crimes contra a administração pública;
período de três anos. O  efeito deste cancelamento não é • improbidade administrativa;
retroativo, ou seja, tem efeito ex nunc. • aplicação irregular de dinheiros públicos;
As infrações que geram advertência têm previsão no • lesão aos cofres públicos;224
art. 117, I ao VIII e XIX (ver a lei). • dilapidação do patrimônio nacional;225
O rol das infrações não é taxativo, os  regulamentos • corrupção.
podem trazer outras condutas passíveis de advertências.
Regime Jurídico Único

As sobreditas infrações prescrevem em 180 dias. O mesmo artigo no seu caput preceitua duas infrações
disciplinares que geram demissão, porém o servidor não
216
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE‑AM/Técnico Judiciário – Área Adminis- poderá retornar ao serviço público federal por cinco anos.
trativa/2010.
217
FCC/PGE‑RJ/Técnico Superior de Procuradoria/2009. 222
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário –
218
Assunto cobrado na prova da Defensoria Pública do Estado de São Paulo – FCC Judiciária/2009, FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul/Analista
-FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS – DEFENSOR PÚBLICO, – 2010 – Questão 62. Judiciário – Área Judiciária/2010, FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande
219
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cesgranrio/Casa da Moeda/Advoga- do Sul/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010 e FCC/TRE‑PI/Técnico Judiciário –
do/2009 e FCC/MPE‑AP/Técnico Ministerial/2009. Administrativa/2009.
220
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/OAB‑Nacional/2009-1, Vunesp/ 223
FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012.
TJM‑SP/Escrevente Técnico Judiciário/2011 e Cespe/Secont‑ES/Auditor/2009. 224
Assunto cobrado na prova do Cespe/OAB‑Nacional/2009.
221
Cespe/MPS/Administrador/2010. 225
Assunto cobrado na prova do Cespe/OAB‑Nacional/2009.

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Infrações: aplicável ao servidor já inativo, se resultar apurado
• valer‑se do cargo para lograr proveito pessoal ou que praticou ilícito disciplinar grave, em atividade.
de outrem, em detrimento da dignidade da função (MS 21.948, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento
pública;226 em 29/9/1994, Plenário, DJ de 7/12/1995.) No mes-
mo sentido: RE 552.682-AgR, Rel. Min. Ayres Britto,
A título de exemplo: Crisela, servidora pública civil julgamento em 26/4/2011, Segunda Turma, DJE de
federal efetiva, valeu‑se de seu cargo para lograr proveito 18/8/2011; MS 23.299, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
pessoal em detrimento da dignidade da função pública. julgamento em 6/3/2002, Plenário, DJ de 12/4/2002.
Neste caso, a demissão incompatibiliza‑a para nova inves-
tidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos227. Cassação da Aposentadoria
• atuar, como procurador ou intermediário, junto a
repartições públicas, salvo quando se tratar de be- Esta penalidade será aplicada caso o servidor em ati-
nefícios previdenciários ou assistenciais de parentes vidade pratique infração passível de demissão, e antes da
até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro228. abertura do processo, ele venha se aposentar
Cassação da Disponibilidade
Caso o servidor seja demitido por inassiduidade habi-
tual, abandono de cargo ou acumulação ilegal, será obri-
O procedimento é bem parecido com o da cassação da
gatória a abertura de processo sumário.229
aposentadoria, ou seja, ela será aplicada quando o servidor
A inassiduidade habitual configura‑se quando o servidor
em atividade praticar qualquer infração passível de demissão
faltar por 60 dias, interpoladamente, não justificados no
e antes da abertura do processo o cargo é extinto.
período de doze meses.230
A título de exemplo: Manoel, servidor público estável de Destituição do Cargo em Comissão
uma fundação pública, faltou ao serviço por diversos dias
sem qualquer justificativa, razão pela qual seu superior É a sanção cabível ao servidor que exerce cargo em
hierárquico determinou que o fato fosse apurado, com comissão podendo ser aplicada nas infrações cabíveis de
posterior aplicação da Lei nº 8.112/1990 no que se refere suspensão e demissão.233
ao processo administrativo disciplinar. Uma comissão de
sindicância, após regular processamento, ouvido o servidor, Destituição da Função comissionada
concluiu que as faltas de Manoel ao serviço eram habituais
e sem qualquer justificativa legal. Com base nessa situação O legislador é silente em relação a esta penalidade,
hipotética, a materialidade da infração de Manoel ficará pois ela somente é mencionada no art.  127, VI, da Lei
caracterizada pela indicação dos dias de falta ao serviço nº 8.112/1990.
sem justificativa, por período igual ou superior a sessenta
dias intercalados, num de prazo de doze meses231. Julgamento
Não se incluem fins de semana, feriados e dias de ponto
facultativo, intercalados entre dias de ausência, para a JURISPRUDÊNCIA:
configuração da inassiduidade habitual232. Não há ilegalidade na ampliação da acusação a ser-
vidor público, se durante o processo administrativo
O abandono de cargos configura‑se quando o servidor forem apurados fatos novos que constituam infração
faltar por mais de 30 dias consecutivos, não justificados e disciplinar. O  princípio do contraditório e da ampla
intencionais. Aqui se percebe que existe um critério subjetivo defesa deve ser rigorosamente observado. É permitido
para a demissão do servido, que é a intencionalidade. ao agente administrativo, para complementar suas
Na acumulação ilegal, quando descoberta, o  servidor razões, encampar os termos de parecer exarado por
deverá ser notificado para que possa optar no prazo de dez autoridade de menor hierarquia. A autoridade julga-
dias, caso não faça a escolha, será configurada a má‑fé e o dora não está vinculada às conclusões da comissão
servidor poderá ser demitido dos dois. processante. Precedentes: (MS 23.201, Rel. a  Min.
Existem, como já vimos, outras formas de demissão Ellen Gracie, DJ de 19/8/2005 e MS 21.280, Rel. o Min.
que estarão presentes nos arts. 132 e 117, IX ao XVI, da Lei Octavio Gallotti, DJ de 20-31992). Não houve, no pre-
nº 8.112/1990. sente caso, ofensa ao art. 28 da Lei nº 9.784/1998, eis
JURISPRUDÊNCIA: que os ora recorrentes tiveram pleno conhecimento
Não pode prosperar, aqui, contra a demissão, a ale- da publicação oficial do ato que determinou suas
gação de possuir o servidor mais de trinta e sete anos demissões em tempo hábil para utilizar os recursos
de serviço público. A demissão, no caso, decorre da administrativos cabíveis. Não há preceito legal que
apuração de ilícito disciplinar perpetrado pelo funcio- imponha a intimação pessoal dos acusados, ou permita
nário público, no exercício de suas funções. Não é, em a impugnação do relatório da comissão processante,
consequência, invocável o fato de já possuir tempo de devendo os autos serem imediatamente remetidos à
serviço público suficiente à aposentadoria. A lei pre- autoridade competente para julgamento (arts. 165 e
Regime Jurídico Único

vê, inclusive, a pena de cassação da aposentadoria, 166 da Lei nº 8.112/1990). Precedente: (MS 23.268,
Rel. a Min. Ellen Gracie, DJ de 7/6/2002). (RMS 24.526,
226
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Execução Rel. Min Eros Grau, julgamento em 3/6/2008, Primeira
de Mandados/2011. Turma, DJE de 15/8/2008)
227
FCC/TRE‑AP/Analista Judiciário – Contabilidade/2011.
228
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Correição/2012 e FCC/
TRT 23ª Região/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2011. O sindicante e o presidente do processo disciplinar não
229
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE‑BA/Analista Judiciário – Área Admi-
nistrativa/2010.
aplicam penalidades ao servidor, e a lei deu competência às
230
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – seguintes autoridades:
Administrativa/2009 e FCC/TRE-AM/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010.
231
Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013. Assunto cobrado na prova do Cespe/Tribunal de Contas da União/Auditor
233
232
Esaf/CGU/AFC/Correição/2012. Federal de Controle Externo/AUFC/2010.

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40 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Penalidade de demissão e cassação: cabe à autoridade medo de retaliação, não relatou os fatos de que teve
máxima de cada poder estendendo‑se também ao conhecimento. Nos termos da Lei n° 8.112/1990,
Procurador Geral da República e aos Presidentes dos Sérgio deveria ter levado os fatos ao conhecimento
Tribunais. da autoridade superior238.

JURISPRUDÊNCIA: VII – zelar pela economia do material e a conservação


Esta Corte firmou orientação no sentido da legitimi- do patrimônio público239;
dade de delegação a ministro de Estado da compe- VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;240
tência do chefe do Executivo Federal para, nos termos IX  – manter conduta compatível com a moralidade
do art. 84, XXV, e parágrafo único, da CF, aplicar pena administrativa;241
de demissão a servidores públicos federais. [...] Le- X – ser assíduo e pontual ao serviço;
gitimidade da delegação a secretários estaduais da XI – tratar com urbanidade as pessoas242;
competência do governador do Estado de Goiás para XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
[...] aplicar penalidade de demissão aos servidores de poder243.
do Executivo, tendo em vista o princípio da simetria. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso
(RE 633.009-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela
julgamento em 13/9/2011, Segunda Turma, DJE de autoridade superior àquela contra a qual é formulada,
27/9/2011) assegurando‑se ao representando ampla defesa244.

• Penalidade de suspensão por mais de trinta dias e CAPÍTULO II


até noventa dias: será aplicado pela autoridade hie- Das Proibições
rarquicamente inferior àquelas que tenham poder de
demissão. Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória
• Advertência e suspensão até trinta dias: cabe ao chefe nº 2.225-45, de 4/9/2001)
da repartição e a outras autoridades previstas em I  – ausentar‑se do serviço durante o expediente, sem
regimento ou regulamento. prévia autorização do chefe imediato;245
• A destituição do cargo em comissão: cabe a autoridade II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competen-
que nomeou o servidor para o cargo em comissão. te, qualquer documento ou objeto da repartição;246
III – recusar fé a documentos públicos;247
LEITURA DA LEI Nº 8.112/1990 IV – opor resistência injustificada ao andamento de do-
cumento e processo ou execução de serviço;
TÍTULO IV V – promover manifestação de apreço ou desapreço no
DO REGIME DISCIPLINAR recinto da repartição;248
CAPÍTULO I VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
Dos Deveres previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua
responsabilidade ou de seu subordinado;
Art. 116. São deveres do servidor: VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem‑se
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;234 a associação profissional ou sindical, ou a partido político;
II – ser leal às instituições a que servir; VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun-
III – observar as normas legais e regulamentares;235 ção de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando ma- segundo grau civil;249
nifestamente ilegais;236 IX – valer‑se do cargo para lograr proveito pessoal ou de
V – atender com presteza: outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
a) ao público em geral, prestando as informações reque- X  – participar de gerência ou administração de socie-
ridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; dade privada, personificada ou não personificada, exercer
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de
direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 238
FCC/INSS/Técnico/2012.
239
Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Operação de Computa-
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão dor/2012.
do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quan- 240
Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010.
do houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento
241
Assunto cobrado nas seguintes provas: Coperve/UFSC/Auxiliar em Administra-
ção/Nível Fundamental/2011 e Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010.
de outra autoridade competente para apuração; (Redação 242
Assunto cobrado na prova da FCC/INSS/PMP/2012.
dada pela Lei nº 12.527, de 2011) 243
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MPOG/ATPS/Assistência So-
cial/2012 e Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010.
A título de exemplo: Determinado servidor público
244
Assunto cobrado na prova da FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/
Taquigrafia/2012.
federal presenciou a subtração de resmas de papel 245
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Técnico Judiciário/Apoio
por parte de funcionários terceirizados. Nessa situ- Especializado/Programação/2012 e Cespe/TRE‑BA/Técnico Judiciário – Admi-
Regime Jurídico Único

ação, o servidor está obrigado a levar esse fato ao nistrativa/2010.


246
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Técnico Judiciário/Apoio
conhecimento da autoridade superior.237 Especializado/Programação/2012 e Cespe/TRE‑BA/Analista Judiciário – Área
Sérgio, servidor público federal, teve ciência de irre- Administrativa/2010.
247
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário –
gularidades ocorridas no âmbito da Administração Segurança/2011 e PUC‑PR/TJ‑RO/Juiz Substituto/2011.
Pública Federal, em razão do cargo que ocupa. Por 248
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Técnico Judiciário/Apoio Es-
pecializado/Programação/2012, Esaf/CGU/AFC/Administrativa/2012, Coperve/
234
PUC‑PR/TJ‑RO/Juiz Substituto/2011. UFSC/Auxiliar em Administração/Nível Fundamental/2011, FCC/TRT 4ª Região/
235
Assunto cobrado na prova do Coperve/UFSC/Auxiliar em Administração/Nível Técnico Judiciário – Segurança/2011 e FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário –
Fundamental/2011. Judiciária/2009.
236
Assunto cobrado na prova da Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010. 249
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área
237
Assunto cobrado na prova da Movens/Ministério da Cultura/Agente Adminis- Judiciária/2013, FCC/TST/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Programa-
trativo/2010. ção/2012 e FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Segurança/2011.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 41
o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou CAPÍTULO III
comanditário;250 (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008) Da Acumulação

A título de exemplo: Servidor público federal, lo- Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição,
calizado em autarquia federal, após responder a é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.
processo administrativo disciplinar, por ser cotista de §  1º A proibição de acumular estende‑se a cargos,
Sociedade Comercial, sendo que a função de gerente empregos e funções em autarquias, fundações públicas,
era exercida por sua esposa, vem a ser demitido, empresas públicas, sociedades de economia mista da
em face da participação no quadro societário de União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e
dos Municípios.261
sociedade privada comercial. Em face do narrado,
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica con-
é  correto afirmar que a participação como cotista
dicionada à comprovação da compatibilidade de horários.262
em sociedade comercial não é vedada, em tese, §  3º Considera‑se acumulação proibida a percepção
ao servidor público.251 de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com
proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a decorram essas remunerações forem acumuláveis na ativi-
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios dade263. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um
grau, e de cônjuge ou companheiro252; cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo
XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem único do art.  9º, nem ser remunerado pela participação
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições253; em órgão de deliberação coletiva264. (Redação dada pela
XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
estrangeiro;254 Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas; à remuneração devida pela participação em conselhos de
XV – proceder de forma desidiosa;255 administração e fiscal das empresas públicas e sociedades
XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem
em serviços ou atividades particulares;256 como quaisquer empresas ou entidades em que a União,
XVII – cometer a outro servidor atribuições estranhas direta ou indiretamente, detenha participação no capital
ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e social, observado o que, a respeito, dispuser legislação es-
transitórias;257 pecífica. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam incompa- de 4/9/2001)
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que
tíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário
acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido
de trabalho;
em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
XIX – recusar‑se a atualizar seus dados cadastrais quan- ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver
do solicitado258. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) compatibilidade de horário e local com o exercício de um
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos: (Incluído entidades envolvidos265. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
pela Lei nº 11.784, de 2008) de 10/12/1997)
I – participação nos conselhos de administração e fiscal CAPÍTULO IV
de empresas ou entidades em que a União detenha, direta Das Responsabilidades
ou indiretamente, participação no capital social ou em
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a Art. 121. O servidor responde civil, penal e administra-
seus membros;259 e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008) tivamente pelo exercício irregular de suas atribuições266.
II – gozo de licença para o trato de interesses particu- Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo
lares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao
sobre conflito de interesses.260 (Incluído pela Lei nº 11.784, erário ou a terceiros.
de 2008) § 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao
erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46,
na falta de outros bens que assegurem a execução do débito
250
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Correição/2012, Cespe/ pela via judicial.
TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2012, FCC/TST/Técnico Judiciário/ §  2º Tratando‑se de dano causado a terceiros, res-
Apoio Especializado/Programação/2012, Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio ponderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
Especializado/Programação de Sistemas/2012, FCC/TRF 4ª Região/Analista Judi-
ciário – Área Administrativa/2010 e Consulplan/TSE/fevereiro/2012. regressiva267.
251
Funrio/PRF/Policial Rodoviário Federal/2009. § 3º A obrigação de reparar o dano estende‑se aos su-
252
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especia- cessores e contra eles será executada, até o limite do valor
lizado/Programação de Sistemas/2012.
253
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE‑BA/Técnico Judiciário – Administra- da herança recebida268.
tiva/2010.
Regime Jurídico Único

254
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – 261
Assunto cobrado na prova de Exames/Prefeitura de Ingá-PB/Auditor de Controle
Segurança/2011 e Consulplan/TSE/fevereiro/2012. Interno/2011.
255
Assunto cobrado nas seguintes provas: PUC‑PR/TJ‑RO/Juiz Substituto/2011, 262
Assunto cobrado na prova de Exames/Prefeitura de Ingá-PB/Auditor de Controle
Coperve/UFSC/Auxiliar em Administração/Nível Fundamental/2011, Cespe/ Interno/2011.
MPS/Agente Administrativo/2010 e Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010. 263
Assunto cobrado na prova da Esaf/CGU/Correição/AFC/2012.
256
Coperve/UFSC/Auxiliar em Administração/Nível Fundamental/2011. 264
Assunto cobrado na prova da Esaf/PGFN/PFN/2012.
257
Assunto cobrado nas seguintes provas: PUC‑PR/TJ‑RO/Juiz Substituto/2011, 265
Assunto cobrado na prova da FCC/TST/Técnico Judiciário/Área Administrativa/
FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Segurança/2011 e PUC‑PR/TJ‑RO/Juiz Segurança Judiciária/2012.
Substituto/2011. 266
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
258
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Técnico Judiciário/Área Admi- 267
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012
nistrativa/Segurança Judiciária/2012 e Consulplan/TSE/fevereiro/2012. e FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012.
259
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNPq/Assistente 1/2011. 268
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio
260
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE‑BA/Analista Judiciário – Área Admi- Especializado/Operação de Computador/2012, Funrio/MPOG/Analista Técnico
nistrativa/2010. Administrativo – Jurídico/2009 e FCC/TRE-PI/Analista Judiciário/2009.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
42 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e V – destituição de cargo em comissão277;
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade269. VI – destituição de função comissionada.
Art. 124. A responsabilidade civil‑administrativa resulta Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consi-
de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do deradas a natureza e a gravidade da infração cometida,
cargo ou função270. os danos que dela provierem para o serviço público, as cir-
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas po- cunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes
derão cumular‑se, sendo independentes entre si271. funcionais278.
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade men-
A título de exemplo: Se um servidor tiver sido ab- cionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção
solvido, na esfera criminal, pela prática de dano disciplinar.279 (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
patrimonial à administração pública, essa decisão Art. 129. A  advertência será aplicada por escrito, nos
não influirá na esfera civil se ficar comprovada a casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos
existência do dano e for constatada a imprudência, I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto
imperícia ou negligência do servidor, do que se deduz em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique
que a instância criminal não obriga a instância civil272. imposição de penalidade mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 9.527, de 10/12/1997)
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor
será afastada no caso de absolvição criminal que negue a A título de exemplo: De acordo com a Lei
existência do fato ou sua autoria273. nº 8.112/1990, em regra, João, servidor público
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabi- civil efetivo, que nunca praticou qualquer infração
lizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência administrativa, terá a penalidade de advertência
à autoridade superior ou, quando houver suspeita de escrita aplicada se manter sob sua chefia imediata,
envolvimento desta, a outra autoridade competente para em cargo ou função de confiança, cônjuge, compa-
apuração de informação concernente à prática de crimes nheiro ou parente até o segundo grau civil.280
ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que
em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de rein-
pública274. (Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011)
cidência das faltas punidas com advertência e de violação
das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita
INFORMATIVO STJ Nº 0457
a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. ABSOL-
(noventa) dias.281
VIÇÃO PENAL.
Cinge-se a controvérsia à possibilidade de condenar § 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o
servidor público na área administrativa, por infração servidor que, injustificadamente, recusar‑se a ser submetido
disciplinar, após sua absolvição criminal pela impu- a inspeção médica determinada pela autoridade competen-
tação do mesmo fato. O entendimento do STJ é que, te, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a
afastada a responsabilidade criminal do servidor determinação.
por inexistência daquele fato ou de sua autoria, fica § 2º Quando houver conveniência para o serviço, a pe-
arredada também a responsabilidade administrativa, nalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na
exceto se verificada falta disciplinar residual sancio- base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento
nável (outra irregularidade que constitua infração ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer
administrativa) não abarcada pela sentença penal em serviço.
absolutória (Súmula nº 18-STF). No entanto, a Turma
não conheceu do recurso em face do óbice da Súm. A título de exemplo: Joaquim, servidor público fe-
n. 7-STJ. Precedentes citados: REsp 1.199.083-SP, deral, por exercer atividades particulares incompa-
DJe 8/9/2010; MS 13.599-DF, DJe 28/5/2010, e Rcl tíveis com o horário de trabalho sofreu penalidade
611-DF, DJ 4/2/2002. REsp 1.012.647-RJ, Rel. Min. disciplinar de sessenta dias de suspensão. Porém,
Luiz Fux, julgado em 23/11/2010. por necessidade de força de trabalho e conveniência
para o serviço, essa penalidade pode ser convertida
CAPÍTULO V em multa (pena pecuniária), com objetivo corretivo
Das Penalidades na base de cinquenta por cento por dia de vencimen-
to ou remuneração, ficando o servidor obrigado a
Art. 127. São penalidades disciplinares: permanecer em serviço.282
I – advertência275;
II – suspensão276; Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão
III – demissão; terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o
servidor não houver, nesse período, praticado nova infração
Regime Jurídico Único

269
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
270
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012
disciplinar283.
e FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2009 e OAB-
-MG/Exame de Ordem/2009.3 277
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Administra-
271
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/ATRFB/Geral/2012. tiva/Contabilidade/2013.
272
Cespe/TCU/TEFC/Apoio Técnico e Administrativo/Técnica Administrativa/2012. 278
FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Análise de Sistemas/2012.
273
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. 279
FCC/TRE‑AM/Analista Judiciário – Área Administrativa/2010.
274
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-RJ/Analista Judiciário/Área 280
FCC/TRE‑AP/Analista Judiciário – Área Judiciária/2011.
Administrativa/Contabilidade/2012 e FCC/TST/Técnico Judiciário/Área Admi- 281
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/OAB‑Nacional/2009-1, Vunesp/
nistrativa/Segurança Judiciária/2012. TJM‑SP/Escrevente Técnico Judiciário/2011 e Cespe/SECONT‑ES/Auditor/2009.
275
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Administra- 282
FCC/TRE‑AL/Analista Judiciário – Contabilidade/2010.
tiva/Contabilidade/2013. 283
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Rio
276
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Administra- Grande do Sul/Analista Judiciário/Área Judiciária/2010 e FCC/TRE-AM/Analista
tiva/Contabilidade/2013. Judiciário – Área Administrativa/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 43
Parágrafo  único. O cancelamento da penalidade não § 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará rela-
surtirá efeitos retroativos284. tório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos,
I – crime contra a administração pública; opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará
II – abandono de cargo285; o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à au-
III – inassiduidade habitual286; toridade instauradora, para julgamento. (Incluído pela Lei
IV – improbidade administrativa; nº 9.527, de 10/12/1997)
V  – incontinência pública e conduta escandalosa, na § 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento
repartição287; do processo, a  autoridade julgadora proferirá a sua deci-
VI – insubordinação grave em serviço; são, aplicando‑se, quando for o caso, o disposto no § 3º do
VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, art. 167. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
salvo em legítima defesa própria ou de outrem; § 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para
VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos; defesa configurará sua boa‑fé, hipótese em que se converterá
IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.
do cargo; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio § 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má‑fé,
nacional; aplicar‑se‑á a pena de demissão, destituição ou cassação de
XI – corrupção; aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, em-
XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções pregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal,
públicas;288 hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão
XIII – transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. comunicados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Art.  133. Detectada a qualquer tempo a acumulação § 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta
a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermé- dias, contados da data de publicação do ato que constituir
a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze
dio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo
dias, quando as circunstâncias o exigirem.290 (Incluído pela
improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na
Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para
§ 8º O procedimento sumário rege‑se pelas disposições
a sua apuração e regularização imediata, cujo processo ad-
deste artigo, observando‑se, no que lhe for aplicável, sub-
ministrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:
sidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
I – instauração, com a publicação do ato que constituir Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibi-
a comissão, a  ser composta por dois servidores estáveis, lidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta
e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da punível com a demissão.291
transgressão objeto da apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido
de 10/12/1997) por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos
II – instrução sumária, que compreende indiciação, de- de infração sujeita às penalidades de suspensão e de de-
fesa e relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) missão.292
III  – julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este
10/12/1997) artigo, a  exoneração efetuada nos termos do art.  35 será
§  1º A indicação da autoria de que trata o inciso I convertida em destituição de cargo em comissão.
dar‑se‑á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialida- Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comis-
de pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas são, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a
em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem
de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho prejuízo da ação penal cabível.
e do correspondente regime jurídico289. (Redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) A título de exemplo: André é titular de cargo em
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a publicação comissão de natureza gerencial no Tribunal Regional
do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão Eleitoral. Em razão de sua conduta inadequada foi
transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, responsabilizado por lesão aos cofres públicos. As-
bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, sim, André foi punido com a destituição do cargo em
ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de comissão. Nesse caso, a penalidade aplicada implica
cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando‑se‑lhe a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
vista do processo na repartição, observado o disposto erário, sem prejuízo da ação penal cabível293.
nos arts.  163 e 164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997) Art.  137. A  demissão ou a destituição de cargo em
comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, in-
284
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Rio compatibiliza o ex‑servidor para nova investidura em cargo
Regime Jurídico Único

Grande do Sul/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010 e FCC/TRE-AM/Analista público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.294
Judiciário – Área Administrativa/2010.
285
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio
Especializado/Contabilidade/2012 e FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área 290
Assunto cobrado nas seguintes provas: MS/TRE‑SC/Analista Judiciário/2009 e
Administrativa/2011. FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Administrativa/2009.
286
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio 291
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/Sefaz‑RJ/Analista de Controle
Especializado/Contabilidade/2012, FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Interno/2011, FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Administrativa/2009 e
Administrativa/2009 e FCC/TRE-AM/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010 FCC/TRE‑AM/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010.
287
Assunto cobrado na prova da FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/ 292
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-RJ/Analista Judiciário/Área
Contabilidade/2012. Administrativa/2012, FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário  – Administrati-
288
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio va/2009 e FCC/TRE‑AM/Analista Judiciário – Área Administrativa/2010.
Especializado/Contabilidade/2012 e FCC/TRE‑AP/Técnico Judiciário  – Área 293
FCC/TRE-SP/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012.
Administrativa/2011. 294
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE‑AM/Analista Judiciário – Área Judiciá-
289
Assunto cobrado na prova da Esaf/CGU/AFC/Correição/2012. ria/2010.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
44 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público §  3º A abertura de sindicância ou a instauração de
federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão
comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI. final proferida por autoridade competente302.
Art.  138. Configura abandono de cargo a ausência § 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo come-
intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias çará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção303.
consecutivos.295
Art. 139. Entende‑se por inassiduidade habitual a falta Observação.: Conforme o disposto na Lei nº 8.112/1990,
ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpo- a instauração de PAD interrompe a prescrição até a decisão
ladamente, durante o período de doze meses. final, a ser proferida pela autoridade competente; conforme
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inas- entendimento do STF, não sendo o PAD concluído em cento
siduidade habitual, também será adotado o procedimento e quarenta dias, o prazo prescricional volta a ser contado
sumário a que se refere o art. 133, observando‑se especial- em sua integralidade304.
mente que: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) ..............................................................................................
I – a indicação da materialidade dar‑se‑á: (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
a)  na hipótese de abandono de cargo, pela indicação O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE
precisa do período de ausência intencional do servidor ao DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL; SAÚDE
serviço superior a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de E QUALIDADE DE VIDA NO SERVIÇO
10/12/1997)
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos
PÚBLICO
dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período
A função estatal de prestação do serviço público tem
igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante
o período de doze meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de de ser exercida, e o servidor público é o instrumento para
10/12/1997) tal função. É fato que o ambiente de serviço tem que dar
II – após a apresentação da defesa a comissão elaborará subsídios para o servidor prestar o bom serviço público,
relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade mas há de se convir que se esse ambiente for prazeroso e
do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, até divertido, a “produção” do servidor público irá aumentar
indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese consideravelmente.
de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência É fato que o servidor passa grande parte da sua vida no
ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à serviço público; sendo assim, é dever da administração e do
autoridade instauradora para julgamento. (Incluído pela Lei próprio servidor estarem sempre procurando a melhora no
nº 9.527, de 10/12/1997) ambiente de serviço.
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: Mister se faz ressaltar o que vem a ser a qualidade de
I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das vida. Ela atua na busca do bem-estar pessoal, que se con-
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo cretiza na boa relação no seio familiar, com as pessoas do
Procurador‑Geral da República, quando se tratar de demissão seu meio social e também com as pessoas que atuam na
e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor sua repartição pública. Quando estamos em consonância
vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade; com estes meios é que podemos atingir o maior potencial
II – pelas autoridades administrativas de hierarquia ime- de bem-estar.
diatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior Ante o exposto, podemos conceituar qualidade de vida
quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; como sendo a percepção de bem-estar no âmbito familiar,
III – pelo chefe da repartição e outras autoridades na for- nos relacionamentos sociais e no ambiente em que se exerce
ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos a atividade laboral.
de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;296 A administração pública deve buscar meios para melhorar
IV – pela autoridade que houver feito a nomeação, quan- as condições laborais de seus servidores e procurar investir
do se tratar de destituição de cargo em comissão. em programas de qualidade de vida, para proporcionar um
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: ambiente mais salutar de serviço, que venha a garantir mais
I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com disposição para o servidor exercer sua função pública, e, com
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e isto, de forma reflexa, reduzir os problemas de inassiduidade
destituição de cargo em comissão297; e de ociosidade, pois um servidor em um ambiente saudável
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;298 produz mais e falta menos ao serviço. Com a ausência destes
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.299 meios a prestação do serviço público fica comprometida.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em Quando a Administração Pública atua proporcionando um
que o fato se tornou conhecido300. ambiente salutar, o principal ganho para o órgão ou entidade
§  2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal é ter o seu servidor mais motivado e saudável. Com mais
aplicam‑se às infrações disciplinares capituladas também qualidade de vida o profissional sente-se realizado, mais
como crime301. valorizado e mais respeitado tendo melhores condições de
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exercer as funções inerentes ao seu cargo.


295
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciá-
rio – Administrativa/2009 e FCC/TRT 14/Técnico Judiciário – Área Administra-
Podemos afirmar que um servidor público federal que
tiva/2011. tem meios de cuidar bem da saúde (plano de saúde para ele e
296
FCC/TRE‑AM/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010. seus familiares) e bem-estar no local de trabalho (com chefes
297
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
298
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE‑AM/Técnico Judiciário – Área capacitados em qualidade de vida no trabalho, psicólogos
Administrativa/2010, Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal Substituto/2009, atuantes etc.) com certeza prestará um melhor atendimento
FCC/TRE‑AP/Analista Judiciário  – Contabilidade/2011, FCC/TRE‑AM/Analista ao público em geral.
Judiciário – Área Judiciária/2010 e Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009.
299
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal
Substituto/2009 e FCC/TRE‑AM/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010. 302
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
300
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. 303
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
301
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. 304
Cespe/AGU/Advogado/2012.

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Quando o servidor está motivado, motivação esta que, 3. Quanto à responsabilidade do servidor público, é certo
em regra, é reflexo da sua qualidade de vida no serviço pú- que a:
blico, passa a atentar para a responsabilidade que tem, ou a) civil, a penal, e a administrativa, são independentes
seja, de ser também o responsável (no que lhe couber) na entre si e, portanto, não se cumulam.
gestão das políticas públicas federais, que vão influir na vida b) penal não abrange os ilícitos leves, como as contra-
dos cidadãos. Ele sabe que no exercício da sua função pública, venções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
desde a sua posse, se comprometeu em buscar resultados, c) civil, a penal, e a administrativa, são interdependen-
que tragam benefícios aos particulares, pois eles mantêm a tes, em razão da qualidade do agente.
estrutura pública com o pagamento de impostos. d) civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso
É fato que o excesso de burocracia impede o servidor de ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a
atuar e assim prejudica o acesso dos cidadãos aos serviços terceiros.
públicos, e com isto existe uma afetação ao desenvolvimento
e) administrativa resulta de ação praticada no desem-
social. É dever da administração combater este excesso.
penho do cargo ou função, mas não de omissão.
A Administração Pública também deve primar para que
seu servidor tenha meios de ter maior capacidade gerencial,
e podemos até dizer de enfrentar o desafio de desenvolver 4. A ação disciplinar contra o servidor público para apurar
políticas públicas capazes de garantir o desenvolvimento infração punível com advertência prescreve em:
social e econômico, mas para isso se deve capacitá-lo. a) 2 anos.
O exercício das funções do servidor público federal é de b) 1 ano.
suma importância para o desenvolvimento do País, pois o c) 180 dias.
exercício de sua atividade com seriedade, comprometimento d) 90 dias.
e com um orçamento público gerencial totalmente voltado e) 30 dias.
para combater as desigualdades sociais irá fazer com que
todos venham desfrutar de uma qualidade de vida melhor, 5. Hermenegildo é ocupante de cargo de Nível Assisten-
assim trazendo o desenvolvimento social de forma igualitária te, da Carreira de Apoio Técnico‑Administrativo do
a todos, independentemente de onde se encontram, por Ministério Público da União, aprovado em concurso
meio do exercício correto das suas atribuições inerentes ao público realizado no ano de 1996. Em uma decisão
seu cargo. desvairada, resolve levar apreciável quantidade de
material de consumo da repartição para sua residência,
EXERCÍCIOS apropriando‑se, também, de um grampeador, de um
furador e de uma máquina de calcular. O fato é desco-
1. Três servidores públicos federais – João, Pedro e Antô- berto e apurado em regular processo administrativo
nio – sujeitos à Lei nº 8.112/1990, cometem, isolada- disciplinar, cuja comissão conclui, afinal, que a conduta
mente, infrações que, ao mesmo tempo, configuram do servidor corresponde, hipoteticamente, à descrição
ilícitos penais e administrativos, sendo apurados em do crime de peculato (art. 312 do Código Penal). Nos
distintos processos penais e administrativos. Suponha termos da Lei nº 8.112/1990, a autoridade administra-
que os processos penais se encerrem antes, com os
tiva a quem forem enviados os autos deverá, além de
seguintes resultados: João é absolvido por falta de
aplicar as medidas disciplinares cabíveis:
provas; Pedro é absolvido por negativa da existência do
fato; e Antônio é absolvido por negativa de sua autoria. a) ignorar esse tópico da conclusão, pois essa autori-
Nessa situação, nos processos administrativos ainda em dade não tem competência para analisar condutas
andamento de servidores sob o ângulo criminal, tarefa apenas
a) João, Pedro e Antônio ainda assim poderão vir a ser do Ministério Público e do Poder Judiciário.
condenados. b) remetê‑los ao Ministério Público Federal, se con-
b) João e Pedro ainda assim poderão vir a ser condenados, cordar com a conclusão, para que o servidor seja
mas Antônio terá necessariamente de ser absolvido. eventualmente processado por crime perante a
c) Antônio e Pedro ainda assim poderão vir a ser con- Justiça Federal.
denados, mas João terá necessariamente de ser c) aplicar a punição administrativa cabível, abstendo‑se
absolvido. de qualquer providência do ponto de vista criminal,
d) João ainda assim poderá vir a ser condenado, mas Pe- tendo em vista, o  princípio da independência das
dro e Antônio terão necessariamente de ser absolvidos. esferas de responsabilidade.
e) João, Pedro e Antônio terão necessariamente de ser d) encaminhá‑los diretamente a um juiz federal, para
absolvidos. que, com base nos elementos já colhidos regular-
mente, seja o servidor apenado, de acordo com a
2. São deveres do servidor público: lei penal.
I – Atuar, como procurador ou intermediário, junto a
e) despachá‑los para a Polícia Federal, com vistas à
repartições públicas.
instauração de inquérito policial.
II – Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
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de poder.
III – Cumprir, sem exceção, as ordens superiores. 6. A  absolvição criminal só afastará o ato punitivo, no
IV – Zelar pela economia do material e a conservação âmbito da Administração:
do patrimônio público. a) se ficar demonstrado, na ação penal, que as provas
da participação do acusado são inconscientes a pon-
a) Se apenas as alternativas I e II estiverem corretas. to de possibilitar um juízo de condenação.
b) Se apenas as alternativas I e III estiverem corretas. b) se for feita a prova inequívoca de que o acusado,
c) Se apenas as alternativas II e III estiverem corretas. embora autor do fato incriminado, não foi responsa-
d) Se apenas as alternativas II e IV estiverem corretas. bilizado, dada a aplicação da suspensão do processo
e) Se apenas as alternativas III e IV estiverem corretas. proposta pelo Ministério Público.

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46 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
c) se ficar provada, na ação penal, que está prescrita a b) Aceitar comissão ou pensão de Estado estrangeiro
pretensão punitiva do estado. e apresentar inassiduidade habitual.
d) se ficar provada, na ação penal, a  inexistência do c) Promover manifestação de desapreço no recinto da
fato ou que o acusado não foi seu autor. repartição e abandonar o cargo.
d) Abandonar o cargo e recusar fé a documento público.
7. As penalidades disciplinares incluem a: e) Opor resistência injustificada ao andamento de
I – exoneração. documento na repartição e revelar segredo do qual
II – demissão. se apropriou em razão do cargo.
III – dispensa.
IV – destituição de função comissionada. 12. José é servidor da administração pública direta e regido
V – advertência. pela Lei nº 8.112/1990. Nos meses de janeiro e feve-
reiro de 2008, ele faltou deliberadamente ao serviço
A quantidade de itens certos é iguais a: por 35 dias ininterruptos, razão por que foi instaurado
a) 1 d) 4 processo administrativo para julgamento de sua con-
b) 2 e) 5 duta. A partir da situação hipotética acima, assinale a
c) 3 opção correta.
a) No processo administrativo disciplinar, será apurado
8. Considere que um servidor público civil da União falte o abandono do cargo com indicação da materiali-
ao serviço intencionalmente por 31 dias seguidos. Em dade da ilegalidade praticada pela comprovação do
face dessa situação hipotética julgue os seguintes itens. período de ausência intencional ao serviço.
a) Deverá ser instaurado processo administrativo su- b) A penalidade aplicável ao servidor é a de advertência
mário visando à apuração do ilícito, sendo possível ou demissão, a critério da autoridade julgadora.
a aplicação da pena de demissão. c) A critério da comissão disciplinar, José poderá ser
b) Deverá o servidor ser removido de ofício para outra removido para outra localidade para não interferir
localidade, antes da instauração de sindicância ad- na apuração de sua falta.
ministrativa. d) Na hipótese de demissão, José não mais poderá
c) Comprovado o ilícito administrativo por meio de voltar ao serviço público.
processo administrativo disciplinar, deverão ser e) Na hipótese de a autoridade julgadora ser também o
descontados os dias de falta do servidor, que poderá superior hierárquico imediato de José, em razão da
ainda ser apenado com a sanção de advertência. aplicação do princípio da verdade sabida, o processo
d) Simultaneamente à instauração do procedimento disciplinar poderá ser simplificado, excluindo‑se a
administrativo sumário visando à apuração do formação de comissão disciplinar.
abandono de cargo, deverá a Administração Pública
indicar a materialidade da transgressão, que na hipó- 13. As  penalidades administrativas previstas na Lei
tese, dar‑se‑á pela indicação precisa do período de nº 8.112/1990 incluem a:
ausência intencional do servidor ao serviço público I – demissão.
superior a trinta dias. II – exoneração.
e) Caso o servidor venha a ser demitido em função III – advertência.
do ocorrido, ele jamais poderá retornar ao serviço IV – dispensa de função comissionada.
público. V – expulsão.

9. A autoridade competente para aplicar a sanção admi- A quantidade de itens certos é igual a:
nistrativa de demissão no Poder Judiciário é o: a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.
a) presidente da comissão de inquérito.
b) corregedor da justiça. Considere que, ao  avaliar a execução das determinações
c) presidente da República. descritas no texto, o chefe da divisão de segurança tenha
d) procurador geral da República. observado que um dos agentes de segurança a ele subordi-
e) presidente do tribunal. nados atuava com racismo e preconceito, fazendo verificação
cuidadosa de determinadas pessoas e, sistematicamente,
10. O dever de obediência, imposto aos funcionários pú- deixando outras pessoas passarem sem qualquer tipo de
blicos, resulta verificação. Em função disso, o chefe tomou as providências
a) da subordinação, ao funcionário público mais gra- cabíveis para possibilitar a instauração de sindicância que
duado ao menos graduado. apurasse a referida situação. Tendo em vista essa situação
b) na necessidade de o funcionário público acatar as hipotética, julgue os itens abaixo.
ordens legais e ilegais. 14. O referido agente de segurança atuou em desconfor-
c) no mesmo dever que é o de lealdade ou fidelidade. midade com os princípios constitucionais da admi-
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d) em previsão na Constituição Federal. nistração pública e praticou infração administrativa


e) da subordinação hierárquica e assenta no princípio disciplinar.
disciplinar, que informa. toda organização adminis- 15. O chefe da divisão de segurança tem poder disciplinar
trativa, sobre o referido agente de segurança e, portanto,
poderia ter aplicado, de ofício, a pena de advertência,
11. Assinale a opção que apresenta situações que geram a desde que houvesse dado ao agente chance para que
aplicação de penalidade de demissão. apresentasse sua defesa.
a) Aliciar subordinados a filiarem‑se a partido político 16. A punição administrativa do referido agente de segu-
e ausentar‑se do serviço durante o expediente, sem rança não afastaria a possibilidade de sua punição nos
prévia autorização do chefe imediato. planos penal e civil, com relação ao mesmo ato.

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17. No dia 10/4/2000, Pedro, servidor público federal da acompanhar cirurgia de ente familiar que ocorrerá no
Polícia Rodoviária Federal, por força de uma procuração mesmo dia em que foi marcada sua posse. Nessa situ-
que recebera de Paulo, seu amigo de infância, conse- ação, Alice poderá nomear, por procuração específica,
guiu a liberação, no Detran, de um veículo que teria alguém que a represente no ato da posse.
sido apreendido dias antes. Entendendo ter havido 4. (Cespe/TRE-GO/Técnico Judiciário/Área Administra-
infração administrativa na espécie, Antônio, autori- tiva/2015) Paulo, técnico judiciário em exercício na
dade competente, conhecendo o fato ocorrido no dia capital do estado de jurisdição de um TRE, pediu sua
22/10/2005, determinou a imediata instauração de remoção para outra cidade, na mesma jurisdição desse
processo administrativo disciplinar, com portaria de ins- tribunal. Nessa situação, se for removido, Paulo não
tauração publicada no dia 31/12/2005, não tendo sido, terá direito a ajuda de custo.
até a presente data, aplicada qualquer penalidade. Com 5. (Cespe/TRE-GO/Técnico Judiciário/Área Administra-
base na situação hipotética acima descrita, assinale a tiva/2015) Remoção é o deslocamento do servidor,
opção correta de acordo com o regime disciplinar dos a pedido, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem
servidores públicos. mudança de sede Pedro, servidor de um órgão da admi-
a) Na hipótese, Pedro estaria sujeito à penalidade de nistração pública, foi informado por seu chefe da pos-
demissão, visto que atuou como procurador ou sibilidade de ser removido por ato de ofício para outra
intermediário em repartições públicas. cidade, onde ele passaria a exercer suas funções. Nessa
b) O termo inicial do prazo prescricional é o dia da situação hipotética, considerando as regras dispostas
ocorrência do fato, ou seja, 10/4/2000. na Lei nº 8.112/1990, julgue o itens subsequentes.
c) No dia 22/10/2005, houve interrupção do prazo pres- 6. (Cespe/TRE-GO/Técnico Judiciário/Área Administra-
cricional, o qual restou suspenso até 31/12/2005, tiva/2015) Caso Pedro seja removido por motivação
quando, então, teve o seu início por inteiro. fundamentada em situação de fato, a validade do ato
d) Na hipótese, a prescrição da pretensão punitiva da que determine a remoção fica condicionada à veraci-
administração somente irá ocorrer em 31/12/2007, dade dessa situação por força da teoria dos motivos
já que a penalidade a ser imposta será, no máximo, determinantes.
de advertência. 7. (Cespe/TRE-GO/Técnico Judiciário/Área Administrati-
e) Pedro não poderá sofrer qualquer penalidade se, na va/2015) Pedro não poderá se recusar à remoção, que
data da aplicação desta, ele já estiver aposentado. tem fundamento no denominado poder hierárquico da
administração pública.
Em relação às sanções penais e civis aplicáveis aos servidores 8. (Cespe/FUB/Conhecimentos Básicos/2015) A licença
públicos, julgue os itens subsequentes. de um servidor para tratar de assuntos particulares,
18. Há relação de dependência entre as instâncias cíveis desde que preenchidos os requisitos previstos em lei,
e penais, razão pela qual as sanções civis e criminais dependerá da concessão da administração. No entan-
decorrentes de ato ilícito de servidor público só podem to, a interrupção da licença somente ocorrerá com o
ser aplicadas concomitantemente. consentimento do servidor licenciado.
19. A locução do texto constitucional “sem prejuízo da ação 9. (Cespe/FUB/Conhecimentos Básicos/2015) Considere
penal cabível”, que indica as consequências dos atos de que Joana, servidora pública da Universidade de Brasí-
improbidade administrativa realizados por agente públi- lia, tenha recebido documentação para a instrução do
co, não afasta a conotação penal das sanções previstas processo administrativo de posse de um professor es-
na chamada Lei de Improbidade Administrativa. trangeiro em um cargo público da universidade. Nessa
situação, Joana deve desconsiderar a não apresenta-
ção, pelo professor, do documento comprobatório de
GABARITO nacionalidade brasileira, devendo dar prosseguimento
ao referido processo.
1. d 8. C, E, E, C, E 15. E 10. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/Administração/
2. d 9. e 16. C 2014) Licenças para tratamento de assuntos particula-
3. d 10. e 17. a res poderão ser concedidas, por discricionariedade da
4. c 11. b 18. E administração pública, a servidor ocupante de cargo
5. b 12. a 19. C efetivo, ainda que esteja cumprindo o estágio proba-
6. d 13. b tório, pelo prazo de até três anos consecutivos, desde
7. c 14. C que sem remuneração.
11. (Cespe/ICMbio/Técnico Administrativo/2014) A licença
para capacitação tem natureza discricionária, é remu-
QUESTÕES DE CONCURSOS (CESPE) nerada e pode ser solicitada mesmo durante o período
de estágio probatório.
Sobre a Lei nº 8.112/1990, julgue os itens seguintes. 12. (Cespe/ICMbio/Técnico Administrativo/2014) A Lei nº
1. (Cespe/FUB/Assistente em Administração/2015) A re- 8.112/1990 se aplica a todos os indivíduos que traba-
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moção de servidor público pode ocorrer com ou sem lham no serviço público federal, incluindo os servidores
mudança de sede e, algumas vezes, pode se dar inde- da administração federal, os militares e os empregados
pendentemente do interesse da administração. públicos.
2. (Cespe/FUB/Assistente em Administração/2015) Mes- 13. (Cespe/ICMbio/Técnico Administrativo/2014) Caso um
mo em estágio probatório, o servidor público tem di- técnico do ICMBio tenha tomado posse no seu cargo em
reito a licença para tratar de interesses particulares, 2013 e entre em gozo de licença para atividade políti-
desde que sem remuneração. ca em 2014, o estágio probatório deverá ser suspenso
3. (Cespe/TRE-GO/Técnico Judiciário/Área Administra- durante o período de afastamento.
tiva/2015) Alice, aprovada em concurso público para 14. (Cespe/ICMbio/Técnico Administrativo/2014) O servi-
o cargo de técnico administrativo de um TRE, precisa dor beneficiado por afastamento para realizar programa

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de mestrado ou de doutorado no país deverá permane- 23. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/
cer no exercício de suas funções após seu retorno por Consultor Legislativo/2014) O servidor titular de cargo
período igual ao do afastamento concedido, ficando efetivo em seu órgão de lotação há cinco anos poderá,
impedido de solicitar exoneração ou aposentadoria an- no interesse da administração, afastar-se para realizar
tes de cumprido o período de permanência no exercício programa de pós-doutorado no exterior, desde que não
de sua função. se tenha afastado por licença para tratar de assuntos
15. (Cespe/ICMbio/Nível Superior/Conhecimentos Básicos/ particulares ou para participar de programa de pós-
Todos os Cargos/2014) Caso um analista do ICMBio -graduação stricto sensu, nos quatro anos anteriores à
tenha sido nomeado para determinado cargo em co- data da solicitação de afastamento.
missão no próprio instituto, não poderá ser nomeado, 24. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/
mesmo interinamente, para outro cargo de confiança. Consultor Legislativo/2014) O servidor público federal
16. (Cespe/ICMbio/Nível Superior/Conhecimentos Básicos/ tem direito de ser removido a pedido, independente-
Todos os Cargos/2014) Considere que Pedro, técnico mente do interesse da administração, para acompanhar
judiciário de um tribunal de justiça, tenha tomado posse cônjuge que, sendo empregado de empresa pública fe-
no cargo de analista do ICMBio em 2011 e se aposen- deral, tenha sido deslocado para outra localidade no
tado voluntariamente, aos sessenta anos de idade, em interesse da administração.
2012. Nessa situação hipotética, se Pedro requerer sua 25. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2014) Apenas por
reversão ao instituto em 2014, ainda que haja cargo meio de prévia aprovação em concurso de provas ou de
vago e interesse da administração, sua solicitação de- provas e títulos, poderá o cidadão brasileiro ter acesso
aos cargos e empregos públicos.
verá ser indeferida.
26. (Cespe/FUB/Conhecimentos Básicos/2014) Ao servidor
17. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/
público em estágio probatório é garantida a licença para
Consultor de Orçamento e Fiscalização Financeira/2014)
tratar de assuntos particulares. Concedida a licença, o
O agente público está obrigado a declarar bens e valores período avaliativo ficará suspenso, sendo retomado a
que componham o seu patrimônio privado — requisito partir do término do impedimento.
que condiciona a sua posse em cargo ou função pública 27. (Cespe/Suframa/Conhecimentos Básicos/2014) Consi-
—, e poderá ser demitido a bem do serviço público caso dere a seguinte situação hipotética. Determinado ser-
apresente falsa declaração. vidor público teve seu pedido de férias negado pela
18. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/ chefia competente e, em que pese a possibilidade de
Consultor de Orçamento e Fiscalização Financeira/2014) indeferir a solicitação sem fundamentar sua decisão de
Se um ocupante de cargo efetivo de nível superior do forma expressa, a autoridade competente o fez, sob o
Poder Legislativo federal, ao final do seu primeiro ano fundamento de falta de pessoal na repartição. Nessa
de exercício nesse cargo, for requisitado para ocupar situação hipotética, caso o servidor consiga provar que,
cargo de natureza especial em outro órgão da União, e em verdade, havia excesso de servidores onde trabalha,
tal pedido for negado pelo superior hierárquico sob o o referido ato será inválido
argumento de não se poder infringir disposição legal, o
indeferimento da requisição terá respaldo na legislação Considerando que, no interesse da administração, um servi-
vigente, haja vista que o servidor ainda se encontrará dor efetivo da Suframa tenha sido removido de ofício para
em estágio probatório. outra localidade, julgue os itens a seguir, considerando que
19. (Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/ CF corresponde à Constituição Federal de 1988.
Agente de Polícia Legislativa/2014) Servidor técnico 28. (Cespe/Suframa/Técnico em Contabilidade/2014) Ao
legislativo da Câmara dos Deputados em gozo de licença servidor removido deverá ser concedido o prazo de,
para tratar de interesses particulares poderá participar no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias para entrar em
da gerência de sociedade privada, sendo-lhe vedado exercício na outra localidade para onde foi removido.
apenas o exercício de atos de comércio. 29. (Cespe/Suframa/Técnico em Contabilidade/2014) Ca-
20. (Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/ bem à administração as despesas de transporte do
Agente de Polícia Legislativa/2014) Considere que de- servidor e de sua família para a nova localidade de
terminada autoridade tenha instaurado processo disci- exercício, incluídos os gastos com passagem, bagagem
plinar para apurar denúncia que relata o cometimento e bens pessoais.
de irregularidades por servidor lotado no setor sob sua 30. (Cespe/Suframa/Técnico em Contabilidade/2014) Com
responsabilidade. Nessa situação, como medida caute- a remoção, o cargo que o servidor ocupava anterior-
lar e a fim de evitar que o servidor denunciado influa na mente será considerado vago.
31. (Cespe/MDIC/Agente Administrativo/2014) Considere
apuração, a autoridade poderá afastá-lo do exercício do
que um servidor vinculado à administração unicamente
cargo durante todo o curso do processo, sem prejuízo
por cargo em comissão cometa uma infração para a qual
de sua remuneração.
a Lei nº 8.112/1990 preveja a sanção de suspensão.
21. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/ Nesse caso, se comprovadas a autoria e a materialidade
Consultor Legislativo/2014) É possível ao servidor, ainda da irregularidade, o servidor sofrerá a penalidade de
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que fora do interesse da administração, afastar-se, após destituição do cargo em comissão.


cinco anos de efetivo exercício, para gozar de licença 32. (Cespe/TRT 17ª Região/Técnico Judiciário/Área Admi-
remunerada com vistas à capacitação no período de nistrativa/2013) Considere que Roberta, empregada
vinte dias. pública concursada da Caixa Econômica Federal, tenha
22. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/ solicitado remoção para acompanhar seu cônjuge, ser-
Consultor Legislativo/2014) O programa de pós-gra- vidor público de um TRT, que havia sido removido no
duação lato sensu no país é considerado evento de interesse da administração para localidade diferente
capacitação, sendo o tempo de afastamento do servi- da que vivia com sua esposa. Em face dessa situação
dor público em virtude de participação no mencionado hipotética, é correto afirmar que o pedido de Roberta
programa considerado tempo de efetivo exercício não encontra amparo legal na Lei nº 8.112/1990.

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33. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/Tecnologia da Informa- faltas de servidor público federal decorrentes de motivo
ção/2013) O regime jurídico estatutário de que trata a de força maior, ainda que justificadas e compensadas
Lei n.º 8.112/1990 é aplicável aos servidores da admi- a critério de sua chefia imediata.
nistração direta, das autarquias e das empresas públicas 43. (Cespe/TRT 17ª Região/Conhecimentos Básicos/2013)
federais. O pedido de afastamento feito por servidor em estágio
34. (Cespe/STF/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013) probatório de um tribunal regional do trabalho, para
A responsabilidade do servidor público pode se dar estudos no exterior, poderá ser concedido, já que essa
na esfera civil, penal e administrativa, sendo afastada é uma das modalidades de afastamento a que faz jus
esta última no caso de absolvição criminal que negue o servidor público federal.
a existência do fato ou de sua autoria. 44. (Cespe/STF/Analista Judiciário/Área Administrativa/2013)
35. (Cespe/STF/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013) O cálculo de gratificações e outras vantagens do ser-
Em se tratando de processo administrativo disciplinar, vidor público não deve incidir sobre o abono utilizado
a autoridade instauradora pode, como medida cau- para se atingir o salário mínimo, pois tal prática equi-
telar e para que não haja interferências na apuração valeria à utilização do salário mínimo como indexador
da irregularidade, decretar o afastamento do servidor automático de remuneração.
investigado, sem prejuízo da remuneração. 45. (Cespe/STF/Analista Judiciário/Área Administrativa/2013)
Caso um servidor público atue frequentemente como
Julgue o item a seguir, a respeito do regime jurídico estabe- instrutor em cursos de formação periódicos devidamen-
lecido pela Lei nº 8.112/1990. te instituídos para a preparação dos novos servidores
36. (Cespe/STF/Conhecimentos Básicos/2013) Submetem-se admitidos por concurso para seu órgão de lotação, as
ao referido regime jurídico apenas os servidores civis gratificações por encargo de curso ou concurso pagas
ocupantes de cargos na administração direta federal, aí periodicamente a esse servidor deverão ser utilizadas
incluídos os servidores do Ministério Público da União, do como base de cálculo de proventos e aposentadoria, haja
Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Tribunal vista a frequência com que ele presta esse serviço e o
de Contas da União. fato de que o valor pago pela gratificação é devidamente
descontado para fins de contribuição previdenciária.
Considerando o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis 46. (Cespe/STF/Analista Judiciário/Área Administrativa/2013)
Federais, julgue os itens. A sindicância e o processo administrativo disciplinar
37. (Cespe/TRT 17ª Região/Conhecimentos Básicos/2013) (PAD), procedimentos administrativos de apuração de
Considere que, em janeiro de 2012, João tenha completa- infrações, devem ser, obrigatoriamente, instaurados
do dezessete anos de idade e começado a cursar Direito, pela autoridade responsável sempre que esta tiver ci-
sua primeira graduação. Considere, ainda, que, no fim ência de irregularidade no serviço público. O PAD, mais
do mesmo ano, ele tenha sido aprovado em concurso complexo do que a sindicância, deve ser instaurado em
público para um cargo de nível superior. Nessa situação, caso de ilícitos para os quais sejam previstas penalida-
João estava habilitado para tomar posse no referido cargo des mais graves do que a suspensão por trinta dias.
em fevereiro de 2013.
38. (Cespe/TRT 17ª Região/Conhecimentos Básicos/2013)
Considere que Paula, servidora ocupante de cargo de
GABARITO
natureza especial de um tribunal regional do traba-
lho há cinco anos tenha sido nomeada, em outubro 1. C 13. E 25. E 37. E
de 2013, para o exercício interino de outro cargo de 2. E 14. E 26. E 38. E
confiança, sem prejuízo das atribuições do cargo que 3. C 15. C 27. C 39. C
ocupava até então. Nessa situação, mesmo que opte 4. C 16. C 28. C 40. E
por apenas um dos salários ao longo do período de 5. E 17. C 29. C 41. E
interinidade, Paula não poderá acumular esses cargos, 6. C 18.E 30. E 42. E
visto que a acumulação não é permitida pela legislação 7. C 19. E 31. C 43. C
brasileira. 8. E 20. E 32. C 44. C
39. (Cespe/TRT 17ª Região/Conhecimentos Básicos/2013) 9. C 21. E 33. E 45. E
O prazo máximo, incluídas as prorrogações, para con- 10. E 22. E 34. C 46. C
cessão de licença a um servidor público por motivo de 11. E 23. C 35. C
doença de seu enteado é de até 90 dias, consecutivos 12. C 24. C 36. E
ou não, sem remuneração.
40. (Cespe/TRT 17ª Região/Conhecimentos Básicos/2013)
Caso dois servidores do Tribunal Superior do Trabalho
sejam indiciados em um mesmo inquérito administra-
tivo e citados por mandado expedido pela autoridade
competente, eles terão o prazo comum de 10 dias para
Regime Jurídico Único

apresentar defesa escrita.


41. (Cespe/TRT 17ª Região/Conhecimentos Básicos/2013)
Se a publicação do ato de provimento de determinado
indivíduo em cargo público federal tiver ocorrido em
29 de abril de 2013, mas sua posse, somente no dia 15
do mês seguinte, a posse será considerada sem efeito,
por ter ocorrido fora do prazo previsto na legislação em
vigor.
42. (Cespe/TRT 17ª Região/Conhecimentos Básicos/2013)
Não poderão ser consideradas como efetivo exercício as

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INSS

SUMÁRIO

Noções de Direito Constitucional


Direitos e deveres fundamentais:
direitos e deveres individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade;
direitos sociais; nacionalidade; cidadania; garantias constitucionais individuais; garantias dos direitos coletivos,
sociais e políticos............................................................................................................................................................ 11

Da Administração Pública (arts. de 37 a 41, capítulo VII, Constituição Federal de 1988 e atualizações).................... 39/45

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Noções de Direito Constitucional
Fabrício Sarmanho / Eduardo Muniz Machado Cavalcanti

INTRODUÇÃO AO DIREITO tendo sido, desde o final do século XX, o berço natural
da positivação dos direitos humanos.
CONSTITUCIONAL
Ainda segundo o autor, o Direito Constitucional, visto sob
Direito Constitucional: Natureza; Conceito e uma ótica pragmática “identifica-se como a análise de um
Objeto; Perspectiva Sociológica; Perspectiva conjunto normativo: a Constituição do Estado”.
Política; Perspectiva Jurídica; Fontes Formais; É possível perceber alguns pontos de convergência em
Concepção Positiva relação aos conceitos de Direito Constitucional dispostos:
• ramo do Direito Público;
Natureza • tem por objeto a Constituição do Estado;
• define normas de funcionamento estatal;
O Direito pode ser dividido dicotomicamente em Direito • estabelece limites à atuação do Estado.
Público e Direito Privado.
Objeto
O primeiro grupo tem como foco a relação estatal, tanto
entre dois entes estatais quanto entre um ente estatal e um
O objeto do estudo do Direito Constitucional é a norma
ente privado, desde que, no último caso, a relação seja enca- fundamental de organização estatal, que define aspectos
rada dentro de uma ótica publicista, levando em conta que o estruturais, como o funcionamento do Estado, a organização
Estado, ao defender interesses públicos, possui supremacia. dos Poderes, a  estrutura política e os direitos e garantias
Enquadram-se nessa classificação: Direito Administrativo, fundamentais.
Tributário, Penal, Processual, Financeiro, Econômico etc. Segundo José Afonso da Silva (2008, p. 34), o  Direito
O segundo preocupa-se com as relações entre particula- Constitucional, encarado como ciência, estabelece uma
res, sem envolver, portanto, a figura do Estado, que aparece forma de conhecimento sistematizado sobre as normas
como mero mediador em certos casos, a fim de resguardar fundamentais da organização do Estado, ou seja, sobre as
os interesses privados indisponíveis. São considerados ramos normas relacionadas à:
do Direito Privado o Direito Civil e o Direito Comercial.
O Direito Constitucional é, por excelência, um ramo do estrutura do Estado, forma de governo, modo de
Direito Público, já que rege a própria estruturação do Esta- aquisição e exercício do poder, estabelecimento
do, definindo normas de organização e limites de atuação de seus órgãos, limites de atuação, direitos funda-
desse ente. mentais do homem e respectivas garantias e regras
É muito comum identificar o Direito Constitucional como básicas da ordem econômica e social.
o principal ramo do Direito Público, do qual emanariam os
demais ramos, que nele encontram apoio. Nesse sentido, por Ainda segundo o autor, esse estudo não deverá ter cará-
exemplo, há o entendimento de José Afonso da Silva (2008, ter meramente expositivo, mas compreender uma investiga-
p. 34), que chega a referir-se ao Direito Constitucional como ção valorativa, que leva em conta a dinâmica sociocultural
um Direito Público fundamental. envolvida na aplicação da norma constitucional instituída.
Apesar de ser clássica a divisão acima exposta, pode-se
ver que, em verdade, sob uma concepção mais moderna, Perspectivas
o Direito é uno, indivisível, sendo a sua divisão justificada
tão somente por finalidade didática (LENZA, 2008, p. 1). O Direito Constitucional pode ser concebido sob diversas
perspectivas. Sob o ponto de vista sociológico, é encarado
Conceito como um instrumento submetido à vontade da sociedade,
que o fundamenta e estrutura. Sob a ótica política, é visto
Como referencial, consideraremos o Direito Constitu- como ferramenta política, colocada sob o arbítrio estatal.
cional como o ramo do Direito Público que estuda o fenô­ Segundo a perspectiva jurídica, é considerado um conjunto
meno do constitucionalismo, encarado como a tendência de normas e princípios que regulamentam as atividades
de formulação, em um texto constitucional ou por regras fundamentais do Es­tado.
costumeiras, das bases de funcionamento e dos limites da
atuação do Estado. Fontes Formais
Segundo José Afonso da Silva (2008, p. 34), o  Direito
Noções de Direito Constitucional

Constitucional pode ser definido como São fontes do Direito tradicionalmente conhecidas:
• Lei: é uma norma dotada de generalidade, abstração
[...] o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e coercitividade.
As constituições, para que sejam consideradas a fonte
e sistematiza os princípios e normas fundamentais
formal do direito constitucional, devem emanar de
do Estado. Como esses princípios e normas funda-
um poder constituinte democraticamente legitimado,
mentais do Estado compõem o conteúdo das cons- cuja vontade de criar ato compreendido em sua esfera
tituições (Direito Constitucional Objetivo), pode-se seja intencionalmente manifestada, e seja observado
afirmar, como o faz Pinto Ferreira, que o Direito o procedimento específico.1
Constitucional é a ciência positiva das constituições. • Doutrina: é formada por obras escritas por estudiosos
do Direito.
Para André Ramos Tavares (2008, p. 18), • Jurisprudência: é o conjunto de decisões reiteradas
o Direito Constitucional, ramo do Direito Público, vo- dos tribunais.
caciona-se à estruturação do Poder, fornecendo-lhe • Costumes: conjunto de práticas reiteradas.
os contornos de atuação e limites de sua atividade, 1
Cespe/TJ-RO/Técnico Judiciário/2012.

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• Princípios gerais do Direito: preceitos que orientam e constituição sob o aspecto formal como mera “constituição
servem de base à formação das regras jurídicas. de papel”, que não poderia prevalecer sobre a vontade da
sociedade.
É fonte direta ou imediata a lei, considerada em sua
concepção ampla, ou seja, abrangendo a Constituição, as leis Elementos
e as normas infralegais. São fontes indiretas ou mediatas
a doutrina, a  jurisprudência, os  costumes e os princípios
Segundo José Afonso da Silva (1998), uma constituição
gerais do Direito.
contém cinco tipos de elementos:
Concepção Positiva • Elementos orgânicos: definem a estrutura do Estado
(ex.: arts. 2º e 101 da CF).
O Direito Constitucional é considerado um ramo das • Elementos limitativos3: limitam a atuação do Estado,
ciências jurídicas. restringindo sua capacidade de intervenção na esfera
Sob a ótica científica, o Direito Constitucional pode ser privada (ex.: art. 5º da CF).
subdividido em três disciplinas: Direito Constitucional Positivo • Elementos socioideológicos: opções de ordem social,
ou Particular, que diz respeito ao estudo de um determinado econômica etc. (ex.: arts. 6º e 7º da CF).
sistema constitucional, de um determinado país; Direito Cons­ • Elementos de estabilização constitucional: garantem
titucional Comparado, relacionado ao estudo comparativo a estabilidade da constituição (ex.: art. 60, § 4º, e art.
realizado entre diferentes ordens constitucionais, de Estados 102, I, a, da CF).
diferentes; e Direito Constitucional Geral, que aborda as
• Elementos formais de aplicabilidade: são verdadeiros
questões constitucionais comuns a todos os sistemas adotados
pelos vários Estados (SILVA, 2008, p. 35-36). “manuais de instrução” para a aplicação da constitui-
ção. Definem, portanto, como a carta política deve ser
interpretada e aplicada (ex.: art. 5º, § 1º, da CF).
Conceito e Objeto de Constituição
Constituição é a Lei Maior, a reunião de todos os valores Estado
supremos de um Estado, instituída para regular a atuação
governamental, as relações jurídicas existentes na sociedade,
Soberania: capacidade de decidir em
bem como proteger os indivíduos de abusos do Poder Público. última instância, sem influências externas.
Para Alexandre de Moraes (2006, p. 2),
Povo: é o conjunto de pessoas que possui a
deve ser entendida como a lei fundamental e supre- nacionalidade de um determinado estado.
ma de um Estado, que contém normas referentes É composto, portanto, segundo critérios
Elementos
à estruturação do Estado, à formação dos Poderes de nacionalidade. Não deve ser confundi-
que compõem
públicos, à forma de governo e à aquisição do poder do com a ideia de população, que segue
o Estado
critério demográfico, bem como com a
de governar, à distribuição de competências, direitos,
ideia de cidadão, que é determinada por
garantias e deveres dos cidadãos.
critério político.
Segundo José Afonso da Silva (2008, p. 37-38), Território: é o espaço físico no qual o
Estado exerce a soberania.
a constituição do Estado, considerada a sua lei
fundamental, seria, então, a  organização dos seus Classificação do Estado
elementos essenciais: um sistema de normas jurídi-
cas, escritas ou costumeiras, que regula a forma do Forma de Estado
Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição Federação: Estado em que há uma descentralização
e o exercício do poder, o estabelecimento de seus ór- política, compondo‑se de entes dotados de autonomia.
gãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais Unitário: Estado em que não se verifica divisão em entes
do homem e as respectivas garantias. Em síntese, autônomos.
a constituição é o conjunto de normas que organiza A confederação se distingue da federação porque nela,
os elementos constitutivos do Estado. os entes que se reúnem possuem soberania, possuindo o
poder de secessão, podendo, assim, sair da confederação
Podemos identificar, nos conceitos citados anterior- quando bem entenderem.
mente, três objetos da Constituição: organização do Estado, Cabe lembrar que soberania não se confunde com au-
estrutura política e direitos e garantias fundamentais.
Noções de Direito Constitucional

tonomia. A República Federativa do Brasil possui soberania,


enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
Concepção de Constituição cípios possuem autonomia.
O Brasil é uma federação.
Existem três principais concepções:
1ª Concepção (Jurídica): a Constituição é a lei maior do Forma de Governo
Estado. Concepção influenciada pelas ideias de Hans Kelsen. República: forma de governo caracterizada pela eleti-
2ª Concepção (Política): a Constituição é vista como um vidade, temporariedade dos cargos e responsabilidade do
conjunto de opções políticas do Estado. Ideia baseada na governante.
corrente decisionista de Carlos Schmitt. Monarquia: é caracterizada pela hereditariedade, vitali-
3ª Concepção (Sociológica): a Constituição é encarada ciedade e irresponsabilidade do governante.
como o conjunto de fatores reais de poder2. Esta concepção O Brasil é uma república.
é baseada na obra de Ferdinand Lassalle, que entendia a

Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/


2
Sobre o papel restritivo desses elementos, vide a aplicabilidade das normas
3

Padrão I/2012. constitucionais, em especial no que tange aos direitos de primeira geração.

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4 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Sistema de Governo Regime Político
Presidencialismo: a figura central é o Presidente. Chefe Democrático: regime em que há a participação popular.
de Governo (chefia da Administração Pública) também atua Marcado pela ideia de soberania popular, segundo a qual
como Chefe de Estado (representa a figura estatal). Ex.: Brasil todo o poder emana do Povo.
Parlamentarismo: a figura central é o Parlamento, composto Autoritário: regime em que não há participação po­
por representantes do Povo. O Chefe de Governo necessita de pular.
apoio do Parlamento para se manter no Poder. Ex.: Inglaterra.
O Brasil adota o presidencialismo. Divisão do Regime democrático:

Plebiscito: consulta pública realizada previamente à edição de ato administra-


tivo ou de lei.
Referendo: consulta pública realizada posteriormente à edição de ato admi-
nistrativo ou lei.
Iniciativa Popular de Lei: possibilidade de o povo iniciar projeto de lei.
Direta
Ação Popular: ação ajuizada com a finalidade de se anular ato lesivo ao patri-
DEMOCRACIA
mônio público, à moralidade administrativa, ao patrimônio histórico e cultural
e ao meio ambiente.
Denúncia direta ao TCU: possibilidade de o cidadão instaurar procedimento jun-
to ao TCU para verificar a existência de irregularidade no trato da coisa pública.
Indireta (realizada por A democracia indireta é feita por meio do voto direto, secreto e com igual valor
meio de representantes) para todos.

Classificação da Constituição Promulgada: é a Constituição democrática, votada.


Cesarista: é a Constituição que depende de referendo
Existem diversos critérios para se classificar uma consti- popular.
tuição. Vejamos as principais classificações.
Quanto à Extensão7
Quanto ao Conteúdo
Prolixa/Analítica: trata de forma detalhada os temas
Formal: sob o aspecto formal, a Constituição é composta que aborda.
pelos elementos que são inseridos em seu texto, tratando Sintética: trata de forma resumida os institutos constan-
ou não de questões fundamentais ao Estado. tes de seu texto.
A constituição formal consiste em um documento escrito
que foi estabelecido solenemente pelo poder constituinte Estabilidade
originário.4
Material: a Constituição sob o aspecto material envolve e Imutável: não admite alteração. É intangível.
é formada apenas por elementos essenciais à figura estatal, Rígida: permite alteração, mas exige um procedimento
tal como estrutura política, organização do Estado e direitos complexo, específico, como o da proposta de emenda consti-
e garantias fundamentais. tucional que é adotado no Brasil. Para alguns autores, nossa
No mesmo sentido, conceitua-se a Constituição, quanto Constituição seria considerada superrígida, tendo em vista
ao aspecto material, como o conjunto de normas pertinen- que, além de ser rígida, possui certos pontos que sequer
tes à organização do poder, à distribuição da competência, podem sofrer alteração, como as cláusulas pétreas.
ao exercício da autoridade, à forma de governo e aos direi- Semirrígida ou Semiflexível: em parte é rígida e em
tos individuais e sociais da pessoa humana.5 outra é flexível.
Flexível: alterada por mero processo legislativo.
Quanto à Forma
Quanto ao Modelo
Escrita: formalizada em documento único, sistematizado.
Não Escrita: pode ser composta por leis esparsas, além Existem dois principais modelos de constituição: a
de usos e costumes. Não são sistematizadas em documento constituição-garantia e a constituição-dirigente.
único6. A constituição-garantia, que é o modelo clássico, preocupa-
-se em estabelecer a divisão dos Poderes, os direitos fundamen-
Noções de Direito Constitucional

Quanto ao Modo de Elaboração tais etc. Em suma, preocupa-se com a manutenção do status
quo, limitando os poderes do Estado em prol de uma ideologia
Dogmática: é elaborada em determinado momento liberal. A constituição-dirigente, além de estabelecer limitações
histórico, exprimindo os valores de uma determinada época. ao poder estatal, prevê metas de evolução política. É marcante,
Histórica: feita paulatinamente, por meio de um longo nas constituições dirigentes, a existência de normas progra-
processo histórico. máticas, que estabelecem programas a serem cumpridos por
meio da atividade legislativa e da atuação do Poder Executivo.
Quanto à Origem
A Constituição Federal de 1988 é formal, escrita, dog­
mática, promulgada, analítica8 e rígida9.
Outorgada: é a Constituição imposta a um determinado
povo. 7
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/
Padrão I/2012.
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Programação de Sistemas/2013.
4 8
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/
Cespe/TRT 10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/Administrativo/2013.
5
Padrão I/2012.
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área
6 9
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Ibama/Técnico Administrati-
Administrativa/2013 e Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012. vo/2012 e Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.

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Poder Constituinte devem conter, apresentando princípios que servem de guias
supremos ao exercício das competências dos órgãos.13
O poder constituinte atualmente concebido é uma forma Tais normas podem assumir diversas funções, como a de
de manifestação da soberania popular. Consiste na elabora- orientar as políticas públicas (normas programáticas) ou de
ção de normas constitucionais. Entende‑se que o povo é o criarem institutos jurídicos (normas institutivas). É possível
titular do poder constituinte. Esse poder é subdividido em ainda, que assumam diversas denominações segundo o grau
poder constituinte originário e poder constituinte derivado. de especificação ou de abstração. As normas que cuidam de
Originário: existente quando se elabora uma nova Cons- temas de conteúdo princípiológico, abstratos, serão chama-
das normas-princípio, já que apenas definem uma linha de
tituição. As normas dele derivadas são chamadas normas
atuação, deixando o intérprete livre para adequar esse valor
constitucionais originárias e possuem a característica de constitucional a uma situação concreta.
não poderem ser consideradas inconstitucionais, segundo A norma que especifica a atuação do intérprete, definin-
o entendimento do Supremo Tribunal Federal. do em pormenores a sua forma de agir, por outro lado, será
São características desse poder: chamada norma-regra.
• Inicial10: não decorre de nenhum outro.
• Ilimitado e Autônomo11: pode tratar de qualquer Classificação das Normas Constitucionais
aspecto de forma livre. Não há limitação de matéria
para a criação de uma nova Constituição. Pode até As normas constitucionais podem ser classificadas se-
mesmo extinguir cláusulas pétreas. gundo sua eficácia em normas de eficácia plena, contida
• Incondicionado12: não depende de nenhum procedi- ou limitada.
mento específico de criação. Eficácia Plena: são normas que possuem aplicabilidade
imediata, direta, sendo aptas a produzir efeitos desde a sua
Derivado: decorre do poder originário, permitindo a edição.
alteração do texto constitucional ou a elaboração de cons- Eficácia Limitada: são normas que possuem aplicabilidade
mediata, indireta, diferida. Possuem uma eficácia reduzida
tituições estaduais.
enquanto não regulamentadas. Tal norma somente produzirá
São características desse poder: todos os efeitos após uma normatividade ulterior (exemplo:
• Derivado: deriva do originário, retirando dele seu art. 37, VII, da CF). As normas programáticas são exemplos de
fundamento de validade. normas de eficácia limitada. Tais normas apenas definem me-
• Limitado ou Subordinado: obedece a limites materiais tas, objetivos do Estado, sem indicar, porém, os meios de sua
(como as cláusulas pétreas). concretização. Exemplo dessas normas é encontrado no art. 3º
• Condicionado: deve obedecer às regras como as da Constituição Federal, que define os objetivos fundamentais.
Emendas Constitucionais. Eficácia Contida: são normas que possuem aplicabilidade
imediata, direta, mas que deixam margem a que o legislador
O Poder Constituinte Derivado se divide em: infraconstitucional venha a reduzir seu alcance. Essas normas
possuem eficácia redutível ou restringível, já que lei pode vir
De Emenda (EC): consistente na edição de a reduzir seu campo de atuação. São exemplos os incisos XIII
e XXII do art. 5º.
emendas constitucionais, nos termos do
As normas possuem como característica básica a sua
art. 60 da Constituição Federal. coercitividade. Possuem, portanto, um caráter obrigatório e
De reforma De Revisão (ECR): realizada por meio de pro- vinculativo, funcionando como fonte primária do Direito. As
cedimento formalmente simplificado,mas normas podem ser classificadas como em sentido estrito, e
sujeito a limitação temporal (5 anos após formal, ou em sentido amplo, e material. As normas formais
a promulgação da constituição, no caso da são aquelas que se submetem a um processo legislativo.
atual constituição brasileira). São exemplos as leis ordinárias, as medidas provisórias etc.
Normas em sentido material têm caráter coercitivo, mas não
É o poder que os Estados Federados possuem
passam por um processo formal de elaboração, tal qual os
de elaborarem suas próprias Constituições. regimentos internos.
Tais constituições devem obedecer ao princí-
pio da simetria, que consiste na obrigação de Análise do Princípio Hierárquico das Normas
a constituição estadual obedecer ao modelo
Decorrente
federal. Certas regras da Constituição Federal A adoção da concepção jurídica de constituição fez com
são consideradas de reprodução obrigatória que o texto da constituição fosse encarado com uma norma
nas constituições federais. Exemplo de norma de superior hierarquia frente às demais normas14. Segundo
de reprodução obrigatória é a que define o a estrutura escalonada ou piramidal das normas de um mes-
Noções de Direito Constitucional

processo legislativo. mo sistema jurídico, no qual cada norma busca sua validade
em outra, situada em plano mais elevado, a norma consti-
Normas Constitucionais – Conceito e Funções tucional situa-se no ápice da pirâmide, caracterizando-se
como norma-origem, porque não existe outra que lhe seja
As normas constitucionais são aquelas que possuem superior.15 Assim, o ordenamento jurídico ficou dividido em
status constitucionais, seja porque inseridas no texto cons- normas constitucionais e normas infraconstitucionais, sendo
estas de hierarquia inferior.
titucional positivado (normas formalmente constitucionais),
seja por tratarem de matérias eminentemente constitucio-
Normas Programáticas
nais (normas materialmente constitucionais).
A norma constitucional é uma sobre-norma, porque
As normas de eficácia limitada são subdivididas entre
trata do conteúdo ou das formas que as demais normas
normas de eficácia limitada de princípio institutivo e de
10
Assunto cobrado na prova do Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010. 13
Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010.
11
Assunto cobrado na prova do Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010. 14
Assunto cobrado na prova do Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2013.
12
Assunto cobrado na prova do Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010. 15
Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010.

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6 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
princípio programático. As normas programáticas são aquelas da norma que estabelece a imposição, por lei complementar,
que expressam valores, objetivos, direções que devem ser de sanções contra a despedida involuntária ou sem justa
seguidas pelo Estado. A aplicação dessas normas é diferida causa (art.  7º, I, da CF). Tais normas somente se tornam
no tempo, não acontece de forma imediata. Por exemplo, completas com os elementos que são inseridos pelas leis
quando a Constituição prevê, no art. 23, que é dever do Estado que regulam o tema.
preservar as florestas, a fauna e a flora, isso não se reflete em
uma ação imediata e definida, mas, sim, em um “norte”, uma Normas Programáticas: Limites Mínimos e Máximos
indicação de que as ações governamentais devem sempre se Não se pode exigir que o Estado cumpra de forma ime-
pautar na defesa do meio ambiente. A terminologia utilizada é diata e em mais alto grau todas as promessas constitucionais
bem didática: sempre que ouvirmos “normas programáticas”, expressas em termos de normas programáticas. Há uma
devemos nos lembrar de programas, programações, que nos reserva do que é financeira e tecnicamente possível. Essa
reportam à ideia de algo futuro, não imediato. reserva do possível constitui um limite máximo de exigência
As normas programáticas são voltadas a todos os Poderes da norma programática, não sendo admissível reconhecer a
da República, podendo ser alcançadas por meio de atuação existência de um direito público subjetivo aos jurisdicionados
legislativa ou por políticas públicas. Há que se ressaltar, po- que venham a reivindicar a execução de políticas públicas
rém, que papel destacado terá o Poder Legislativo, que terá além desse limite.
uma maior liberdade de escolha, no caso concreto, das ações Por outro lado, não se pode simplesmente desprezar as
capazes de tornar a norma realmente efetiva. normas programáticas sob o fundamento de que o Estado
A jurisprudência tem caminhado para, cada vez mais, não possui condições para concretizá-las. Há um parâmetro
reconhecer uma eficácia mínima imediata das normas pro- mínimo de respeito a tais normas, denominado mínimo
gramáticas, o que permitiria ao indivíduo reivindicar, junto existencial. Caso o Estado não esteja cumprindo com esse
ao Judiciário, efeitos concretos. Essa tendência é plenamente mínimo existencial, abre margem para a atuação do Poder
justificável, já que o Estado não pode simplesmente se omitir Judiciário, que, por meio do que se denomina ativismo judi­
diante de uma reivindicação constitucional, sob o argumento cial, tem interferido em políticas públicas para determinar o
de falta de regulamentação. O fato de a Constituição não cumprimento dessas promessas constitucionais.
normatizar todos os aspectos necessários para a sua plena Um clássico exemplo desse tipo de atuação diz respeito
aplicação não impede que, desde já, surtam efeitos na esfera ao fornecimento de medicamentos, quando o Judiciário
normativa. Tal conclusão é reforçada pela redação do § 1º determina o fornecimento imediato, independentemente
do art. 5º da CF, ao dispor que “as normas definidoras dos de trânsito em julgado ou da expedição de precatórios, dos
direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”. recursos para o tratamento de saúde. Nessa hipótese não
As normas de princípio institutivo, por sua vez, consubs- se verifica, segundo o entendimento do Supremo Tribunal
tanciam regras que efetivamente serão aplicadas tão logo Federal, uma ofensa à Separação dos Poderes, já que se cuida
recebam uma peça essencial: a regulamentação. Cuida-se de injustificável inércia estatal a configurar uma abusividade
de um instituto, não de uma meta. É o caso, por exemplo, governamental.

Hierarquia das Leis

Noções de Direito Constitucional

Como é possível verificar no quadro acima, são normas O preâmbulo constitucional está assim redigido:
constitucionais aquelas que compõem o texto principal da
constituição, bem como as normas constantes do Ato das Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em
Disposições Constitucionais Transitórias (dispositivo no qual Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Es-
são depositadas as normas que devem ter aplicabilidade ape- tado Democrático, destinado a assegurar o exercício
nas por um espaço de tempo), as emendas constitucionais, dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segu-
as emendas constitucionais de revisão e os tratados e con-
rança, o bem‑estar, o desenvolvimento, a igualdade e
venções internacionais de direitos humanos aprovados por
a justiça como valores supremos de uma sociedade
três quintos de cada uma das Casas do Congresso Nacional,
em dois turnos de votação em cada Casa. fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna
Preâmbulo Constitucional: esse texto, que introduz a e internacional, com a solução pacífica das contro-
Constituição, não tem força de norma constitucional, segun- vérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a se-
do o Supremo Tribunal Federal. Não precisa, portanto, sequer guinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
ser reproduzido nas constituições estaduais. BRASIL.

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Normas Supralegais: são normas que se situam abaixo As normas‑princípio possuem maior grau de abstração,
da Constituição, mas acima das demais normas legais. veiculando um conceito aberto, passível de complementa-
Cuidam-se dos tratados internacionais de direitos humanos ção futura, por exemplo, o devido processo legal. As nor-
que não tenham sido internalizados por meio do procedi- mas‑regra, por sua vez, são mais concretas, aplicáveis a uma
mento do §3º do art. 5º da CF (que concederia ao tratado determinada hipótese. São destacadas por seu conteúdo
status constitucional), tal qual o pacto de São José da Costa prático, como o que encontramos no art.  5º, LXX, esta-
Rica, que derrogou todas as normas legais, a ele submissas, belecendo que as associações precisam estar legalmente
que disciplinavam a prisão civil do depositário infiel. constituí­das há pelo menos um ano para poderem impetrar
Normas Legais: essas normas inovam no ordenamento um mandado de segurança.
jurídico, criando, modificando ou extinguindo direitos. Elas
Diversos princípios podem ser extraídos da base cons-
formam, com as normas constitucionais, o que se deno-
titucional. Alguns, relacionados à teoria geral do Direito
mina normas primárias. São normas de cunho legal as leis
Constitucional, são chamados princípios gerais do Direito
ordinárias, as leis complementares, as medidas provisórias,
as leis delegadas, os decretos legislativos, as resoluções Constitucional e se relacionam a conceitos básicos de
e os tratados internacionais que não disponham sobre cunho científico. Outros, previstos no próprio texto ou dele
direitos humanos. Também podem ser incluídos aqui os deduzidos, são chamados princípios constitucionais posi­
decretos autônomos, que são previstos no art. 84, VI, da CF. tivos. Desse modo, os primeiros seriam ligados ao Direito
Normas Infralegais: não podem inovar no ordenamen- Constitucional Geral, enquanto os últimos fazem referência
to. Somente servem à fiel execução da lei. São consideradas ao Direito Constitucional Positivo ou Particular.
atos normativos secundários. São os decretos, instruções José Afonso da Silva (2008, p. 92), adotando classifica-
normativas, portarias, regulamentos etc. ção de José Joaquim Gomes Canotilho, divide os princípios
constitucionais positivos em princípios político‑constitu­
Princípios Constitucionais cionais e princípios jurídico‑constitucionais.
Segundo o citado autor pátrio, os  princípios políti-
Princípio indica, do ponto de vista literal, algo inicial, co‑constitucionais seriam aquelas normas‑princípio que
fundamental. Nesse sentido, José Afonso da Silva (2008, p. correspondem a “decisões políticas fundamentais” sinte-
91) aponta para a existência de uma dupla interpretação tizadas em normas de direito positivo. Tais normas corres-
sobre esse instituto. Ele pode ser interpretado como uma pondem a princípios constitucionais fundamentais, como
norma de princípio (ou disposição de princípio), quando os previstos no Título I da Constituição brasileira.
relacionada, por exemplo, a normas de princípio institutivo Esses princípios, vistos na ótica da Constituição brasi-
ou de princípio programático  – aquelas que servem de leira de 1988, foram assim subdivididos pelo citado autor:
ponto de partida para a criação de órgão, entidade ou pro- a) princípios relativos à existência, forma, estrutura e
grama. Por outro lado, podem significar um mandamento tipo de Estado: República Federativa do Brasil, soberania,
nuclear de um sistema, como ocorre no caso do Título I da
Estado Democrático de Direito (art. 1º);
Constituição do Brasil.
b) princípios relativos à forma de governo e à organi-
É possível estabelecer uma diferença nítida entre
zação dos poderes: República e separação dos poderes
princípios e normas. Os  princípios representam valores
que inspiram todo o ordenamento jurídico, possuindo um (arts. 1º e 2º);
caráter abstrato. As normas, por sua vez, buscam regular c) princípios relativos à organização da sociedade: prin­
situações específicas, instituindo normas de comporta- cípio da livre organização social, princípio da convivência
mento, gerando direitos e obrigações. As  normas, por justa e princípio da solidariedade (art. 3º, I);
regularem situações reais dentro da sociedade, possuem d) princípios relativos ao regime político: princípio da
caráter mais concreto. cidadania, princípio da dignidade da pessoa, princípio do
A abstração dos princípios gera um fator negativo: a pluralismo, princípio da soberania popular, princípio da
falta de objetividade, que torna imprescindíveis certos ele- representação política e princípio da participação popular
mentos adicionais, presentes no sujeito cognoscente, com o direta (art. 1º, parágrafo único);
objetivo de se adquirir uma amplitude real. Por outro lado, e) princípios relativos à prestação positiva do Estado:
o caráter abstrato permite aos princípios adaptarem‑se a princípio da independência e do desenvolvimento na­
quaisquer situações concretas, amoldando‑se a qualquer cional (art. 3º, II), princípio da justiça social (art. 3º, III) e
caso que a ele se possa subsumir. Dessa forma, por expres- princípio da não discriminação (art. 3º, IV);
sar basicamente valores, tende a perpetuar‑se ao longo do f) princípios relativos à comunidade internacional: da
Noções de Direito Constitucional

tempo, evitando tornar‑se anacrônico. As regras, que des- independência nacional, do respeito aos direitos funda­
cem a detalhes da situação que tendem a regular, ganham mentais da pessoa humana, da autodeterminação dos
um fator positivo: a grande facilidade de concretização. povos, da não intervenção, da igualdade dos Estados,
Mas perdem em flexibilidade, somente alcançando situa-
da solução pacífica dos conflitos e da defesa da paz, do
ções análogas por meio de um exercício de interpretação
repúdio ao terrorismo e ao racismo, da cooperação entre
ou de analogia.
O caráter abstrato dos princípios, porém, não represen- os povos e o da integração da América Latina (art. 4º).
ta, necessariamente, falta de efetividade. Alguns princípios Os princípios jurídico‑constitucionais diriam respeito
são aptos a gerar efeitos imediatamente, de forma cogente, a “princípios constitucionais gerais”, que servem de base
como no caso da separação dos poderes. à ordem jurídica nacional. Transcrevemos, por oportuno,
Em alguns casos, porém, visando uma maior concretude as palavras de José Afonso da Silva (2008, p. 93), que expri-
dos valores basilares da ordem jurídica, os princípios são mem com exatidão o alcance desses princípios.
positivados, gerando uma norma‑princípio. Sendo assim, São princípios constitucionais gerais informadores
a relação dicotômica acima explorada pode ser representa- da ordem jurídica nacional. Decorrem de certas normas
da pela comparação entre norma‑princípio e norma‑regra. constitucionais e, não raro, constituem desdobramentos

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(ou princípios derivados) dos fundamentais, como o norma jurídica senão norma jurídica interpretada”. Segundo
princípio da supremacia da constituição e o consequente tal vertente doutrinária, a atividade hermenêutica consiste
princípio da constitucionalidade, o princípio da legalidade, em um processo dinâmico que extrapola os procedimentos
o princípio da isonomia, o princípio da autonomia indivi- formais previstos na própria órbita do sistema constitucional.
dual, decorrente da declaração dos direitos, o da proteção Entende, dessa maneira, que “quem vive a norma acaba por
social dos trabalhadores, fluinte de declaração dos direitos interpretá-la ou pelo menos por cointerpretá-la”.
sociais, o da proteção da família, do ensino e da cultura, o da Existem alguns princípios que devem sempre ser lem-
independência da magistratura, o da autonomia municipal, brados ao interpretar a Constituição:
os da organização e representação partidária e os chamados • Princípio da unidade: a interpretação deve evitar a
princípios‑garantias (o do nullum crimen sine lege e da nulla existência de contradições entre as normas.
poena sine lege, o do devido processo legal, o do juiz natural, • Princípio do efeito integrador: na resolução dos con-
o do contraditório entre outros, que figuram nos incs. XXXVIII flitos, devem-se priorizar os critérios que favoreçam a
a LX do art. 5º) [...]. integração política e social do Brasil.
• Princípio da máxima efetividade ou da eficiência: deve-
Princípios Constitucionais (Hermenêutica -se buscar a interpretação que conceda mais eficácia
Constitucional) à norma constitucional.
• Princípio da conformidade funcional: os órgãos que
Interpretar significa extrair o alcance e o sentido da interpretam a Constituição não podem chegar a uma
norma. A norma em si mesma não existe, já que ela sempre conclusão que subverta, altere ou perturbe o esquema
deverá ser aplicada por um elemento humano, que tentará organizatório-funcional constitucionalmente estabele-
ser o mais fiel possível à vontade da lei (ratio legis). cido pelo constituinte originário.
Esse é o pensamento que prevalece na argumen­tação • Princípio da harmonização ou da concordância prática:
a interpretação deve evitar o sacrifício total de um dos
jurídica contemporânea, que considera não existir a norma
bens jurídicos em conflito.
em si, mas somente norma interpretada, tendo em vista que
• Princípio da força normativa da Constituição: deve ser
o Direito constitui uma ciência social, e não natural. Isso leva
adotada a interpretação, entre as várias possíveis, que
à conclusão de que, por mais claro que seja o ato normativo,
garanta maior eficácia, aplicabilidade e permanência
não exclui a necessidade de interpretar uma norma jurídica,
das normas constitucionais.
pensamento que vai de encontro ao que preceituado tradi-
• Princípio da interpretação conforme: segundo
cionalmente pela escola da exegese no início do século XIX,
Bonavides (1994), deve-se proceder à declaração
que via na clareza do texto a desnecessidade da interpretação
de inconstitucionalidade de uma norma quando a
(interpretatio cessat in claris). Esse dogma da completude sua única interpretação não puder ser declarada em
foi a força motriz para a tentativa de codificação do direito harmonia com a Constituição. Se, por outro lado, tratar-se
privado com o Código Napoleônico, em 1804. Com a finali- de norma polissêmica ou plurissignificativa, ou seja,
dade de diminuir a força política dos magistrados, criou-se se houver mais de uma forma de interpretação e uma
a ideia de que todas as normas estavam previstas no código, delas se apresentar compatível com a Constituição,
cabendo ao juiz apenas aplicar essas regras. esta deve ser utilizada em preterição às demais.
O dogma da completude mostrou-se falho ante as múl- • Princípio da proporcionalidade (ou da proibição do
tiplas possibilidades que a realidade impõe. A necessidade excesso – Übermassverbot): engloba a análise de três
de preenchimento de lacunas ou de criação de novas vias elementos fundamentais: a adequação (uso do meio
interpretativas não nasce da falha do legislador, mas da pró- adequado – Geeignetheit), a necessidade (utilização
pria infinitude dos fenômenos sociais, econômicos, culturais, apenas do meio necessário ao alcance das finalidades –
físicos etc. São elucidativas, no que toca à inexistência de Erforderlichkeit) e a proporcionalidade em sentido
relação causal entre obscuridade e interpretação, as palavras estrito (o meio escolhido deve ser o mais vantajoso –
de Chaïm Perelman (1998, p. 51): “a impressão de clareza Verhältnismässigkeitsprinzip).
pode ser menos a expressão de uma boa compreensão que
de uma falta de imaginação.” Esses princípios podem ser aplicados concomitantemen-
Isso demonstra que a análise mais detida de uma asser- te na atividade de interpretação das Constituições, integra-
tiva pode sempre conduzir a múltiplas impressões. dos até mesmo aos  princípios gerais definidos no âmbito
Daí a razão de a aplicação do Direito não poder ser feita da teoria geral do Direito. Cabe asseverar, contudo, que o
Noções de Direito Constitucional

de forma automatizada por máquinas ou computadores, mas alcance da atividade do intérprete encontra parâmetros dico-
apenas pelo próprio ser humano. tômicos no âmbito da doutrina. Dividem-se os doutrinadores
Dessa maneira, a atividade de interpretar a Constituição em duas correntes: interpretativista e não interpretativista.
mostra-se extremamente importante no processo de im- De acordo com a primeira corrente, interpretativista,
plementação de sua eficácia social (capacidade de produzir o trabalho do intérprete é restrito à captação do sentido dos
efeitos práticos na sociedade). A hermenêutica constitucio­ preceitos nela expressos ou, pelo menos, nela claramente
nal (ou hermenêutica da Constituição) é um mecanismo que explícitos. Ela decorre do princípio democrático, tendo em
busca efetivar a harmonização de normas constitucionais que vista que o juiz, por não possuir legitimidade política, não
entrem em conflito, bem como permitir a concretização dos pode alterar o sentido da norma. O papel de instituir precei-
preceitos abstratamente previstos na Constituição. tos genéricos, abstratos e coercitivos é eminentemente do
Peter Häberle foi um dos maiores defensores da existên- legislador, não cabendo ao juiz estender ou restringir o real
cia de uma “Sociedade Aberta dos Intérpretes da Constitui- alcance do dispositivo legal.
ção”. Para o autor, “todo aquele que vive a Constituição é seu Por outro lado, a segunda corrente, não interpretativista,
legítimo intérprete”. Sendo assim, conclui que “não existe com um caráter substancialista, conclui pela necessidade

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de o juiz invocar e aplicar valores e princípios substantivos, As gerações de direitos também podem ser denominadas
a liberdade e a justiça, contra atos do Poder Legislativo que dimensões de direitos fundamentais, termo que deixa mais
não estejam em conformidade com o projeto da Constituição. claro o fato de que as gerações não são superadas, mas sim
Permite-se, assim, uma maior liberdade de atuação do órgão incorporadas às novas gerações de direitos fundamentais.
jurisdicional em sua atividade hermenêutica.
Primeira Geração
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Surge no Século XVIII, no âmbito da Revolução Fran-
Os direitos fundamentais ganham destaque principal- cesa. Os direitos fundamentais conquistados nessa época
mente após a Revolução Francesa, momento em que diversas configuram liberdades negativas (status negativus), já que
correntes filosóficas e políticas como o racionalismo e o representam um impedimento à atividade estatal, uma
contratualismo inspiram a vontade popular de impor limites omissão, um não fazer. Trata‑se dos direitos civis e políticos.
ao Estado, reconhecendo um núcleo mínimo de proteção do
indivíduo perante o Estado. A ideia de direitos fundamentais Segunda Geração
surge da tentativa de se estabelecer um rol de direitos que
seria inerente à própria condição humana, que não depen- Desenvolvem‑se no Século XIX, inspirados pela Revolu-
desse de uma vontade política. São, por isso, considerados ção Industrial, sendo reconhecidos constitucionalmente no
direitos naturais. Século XX. Tais direitos possuem um caráter positivo (status
Nossa Constituição relaciona os direitos fundamentais positivus) e exigem uma prestação do Estado. Inserem,
em seu Título II, denominado “Dos Direitos e Garantias assim, uma obrigação de fazer, uma ação do ente estatal.
Fundamentais”. A posição “geográfica” desse título, logo São os direitos sociais, econômicos e culturais.
no início do texto constitucional, demonstra a importância
dos direitos fundamentais em nossa ordem constitucional. Terceira Geração
Partindo do pressuposto de que o constituinte não utiliza
palavras inúteis, podemos concluir que direitos e garantias Os direitos de terceira geração, desenvolvidos no
possuem diferenças axiológicas. Os direitos possuem um ca- Século XX, voltam‑se à defesa dos interesses de titularidade
ráter declaratório, enquanto as garantias possuem um nítido coletiva, denominados interesses difusos. Esses direitos
sentido assecuratório. Os direitos se declaram, enquanto as são supraindividuais, já que não pertencem a um indivíduo
garantias se estabelecem, demonstrando que as garantias especificamente, mas sim a uma coletividade. São exemplos
são elementos instrumentais que garantem o respeito aos o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado
direitos que são declarados na Constituição Federal. e a proteção do idoso.
A primeira geração remonta ao ideal de liberdade.
Titularidade dos Direitos Fundamentais A segunda geração volta‑se à igualdade. Por fim, a terceira
geração preocupa‑se com a fraternidade ou solidariedade.
Os direitos fundamentais podem ser exercidos tanto Temos, assim, a célebre frase, que marcou a Revolução
pelas pessoas físicas quanto pelas pessoas jurídicas. Apesar Francesa: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
de o art. 5º, caput, da Constituição Federal referir‑se tão Há quem defenda a existência de quarta e quinta gera­
somente aos brasileiros e estrangeiros residentes no país, ção de direitos fundamentais. Não há, porém, um consenso
entende‑se que os estrangeiros em geral, ainda que apenas sobre quais sejam esses direitos fundamentais.
visitando a República Federativa do Brasil, também são
titulares desses direitos. Características dos Direitos Fundamentais
A título de exemplo: Pablo, argentino e residente na Ar­
gentina, solteiro, de dezoito anos de idade, de passagem pelo
Brasil, com destino aos Estados Unidos da América, foi inter­ Relatividade – Os direitos não são absolutos: eles po-
ceptado em operação da PRF. Nessa situação hipotética, não dem ser relativizados, principalmente quando entram em
obstante Pablo não seja residente no Brasil, todos os direitos choque. Até mesmo o direito à vida, que pode ser conside-
individuais fundamentais elencados no caput do art. 5º da CF rado o mais fundamental dos direitos, pode ser relativizado.
devem ser respeitados durante a referida operação policial.16 Exemplo de relativização do direito à vida é encontrado no
As pessoas jurídicas também podem ser titulares de caso da pena de morte, autorizada na hipótese de guerra
direitos fundamentais, mas apenas daqueles direitos que declarada.
são com elas compatíveis. São, assim, impedidas de exercer A relativização dos direitos fundamentais pode advir da
Noções de Direito Constitucional

certos direitos como os direitos políticos (votar, ser votado capacidade de conformação que é dada ao legislador. Assim,
etc.). Até mesmo as pessoas jurídicas de direito público são mesmo nos casos em que não existe uma reserva legal, ou
titulares de direitos fundamentais. seja, mesmo quando a constituição não faz referência à lei
é possível que o legislador venha a delimitar a forma de
Geração dos Direitos Fundamentais utilização dos direitos fundamentais.
No caso de choque de direitos fundamentais, teremos
Os direitos fundamentais não surgiram de forma instantâ- de observar certos parâmetros. Em primeiro lugar, deve ser
observado o princípio da legalidade. Segundo esse princí-
nea. A conquista dos direitos fundamentais ocorreu ao longo
pio, a atuação do intérprete deve ser pautada nos critérios
da história, de tal forma que podemos identificar diversas
de necessidade e adequação. Além disso, a hipótese de cho-
gerações de direitos, que nada mais são do que a represen-
que de direitos fundamentais também inspira a utilização
tação de momentos históricos e os direitos ali conquistados. do princípio da harmonização ou da concordância prática,
que requer que o aplicador adote uma interpretação que
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/
16

Padrão I/2012.
evite o sacrifício total de um dos direitos em conflito.

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10 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Inalienabilidade – Não é possível transferir um direito Comentário: trata‑se de mais uma decorrência do prin-
fundamental. cípio da isonomia. A previsão acima, porém, não impede
Irrenunciabilidade – Não é possível renunciar totalmen- a existência de distinções entre homens e mulheres. Tais
te a um direito fundamental. diferenciações podem ser feitas tanto no âmbito constitu­
Imprescritibilidade – Os direitos fundamentais não são cional quanto na órbita legal18. A Constituição Federal de
alcançados pela prescrição. A prescrição corresponde à 1988 estabelece uma série de prerrogativas para as mulhe-
perda de uma pretensão em virtude do decurso do tempo. res, como a proteção de seu mercado de trabalho, prazo
Historicidade – Os direitos e garantias fundamentais diferenciado para a licença à gestante, prazo reduzido para
possuem origem histórica. a aposentadoria e inexistência de obrigação de alistamento
militar em tempos de paz.
Inviolabilidade – Não podem ser violados os direitos
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
fundamentais.
alguma coisa senão em virtude de lei;
Efetividade – O Estado deve primar por garantir o res-
peito e a efetividade dos direitos fundamentais.
Comentário: traduz esse inciso o princípio da legalida­
Universalidade – Os direitos fundamentais alcançam
de19. Todos nós podemos fazer tudo o que a lei não proíba,
a todos.
o que exprime a nossa capacidade de autodeterminação,
também chamada autonomia das vontades.
Obs.: os direitos e as garantias fundamentais consagra-
dos constitucionalmente não são ilimitados, uma vez que
A autonomia das vontades definida no art. 5, II, da Cons-
encontram seus limites nos demais direitos igualmente
tituição Federal não pode ser confundida com o princípio da
consagrados na mesma Carta Magna.17
legalidade estrita ou restrita, que está descrito no art. 37
da Constituição Federal. O referido artigo, ao estipular a
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E necessidade de observância da legalidade, impõe que o
COLETIVOS administrador público apenas faça o que está previsto em
lei. Podemos assim distinguir as duas legalidades:
Assim dispõe o art. 5º da Constituição Federal:
Autonomia das vontades Legalidade estrita (art. 37 da CF).
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- (art. 5º, II, da CF)
quer natureza, garantindo‑se aos brasileiros e aos Vincula os particulares Vincula o administrador público.
estrangeiros residentes no País a inviolabi­lidade do
Permite que se faça tudo Apenas admite que se faça o que
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
o que a lei não proíba a lei prevê.
e à propriedade, nos termos seguintes:
O princípio da legalidade não pode ser confundido com
Em primeiro lugar, há que se frisar que o dispositivo
o princípio da reserva legal. A reserva legal impõe que certas
acima transcrito reproduz o princípio da isonomia, que con-
siste na proibição de criação de distinções que não sejam matérias sejam regidas apenas por lei em sentido estrito20.
fundamentadas. Assim, impõe a Constituição que os iguais É o caso, por exemplo, da previsão de crimes e cominação
sejam tratados de forma igual e que os desiguais sejam de penas, que somente pode ser feita por lei.
tratados de forma desigual. Assim, por exemplo, justifica‑se
a existência de critérios diferenciados para homens e mu- III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamen-
lheres em uma prova física em um concurso público ante to desumano ou degradante21;
as nítidas diferenças fisiológicas entre os gêneros.
Denomina‑se igualdade material aquela que permite Comentário: cuida o dispositivo da dignidade da pessoa
a existência de diferenciações, desde que devidamente humana. Este inciso está em consonância com o que dispõe
justificadas. A igualdade formal que impede a estipulação o art. 1º, III, da Constituição Federal.
de distinções em qualquer hipótese muitas vezes resultará
em injustiças, pois deixa de considerar as peculiaridades de
certas formações sociais. IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
A igualdade em nossa ordem constitucional deve ser dado o anonimato22;
levada em conta tanto na lei quanto perante a lei. A igual-
Noções de Direito Constitucional

dade na lei é verificada quando da elaboração legislativa, Comentário: a liberdade de expressão, como todo direito
impondo a formação de leis que tenham como pilar a ine- fundamental, não é absoluta. Diversos limites serão encon-
xistência de diferenciações odiosas. A igualdade perante a trados no exercício concreto de tais direitos. Primeiramente,
lei impõe o tratamento igualitário por parte do aplicador do não se pode utilizar a liberdade de expressão para cometer
direito, ou seja, por parte daquele que venha a interpretar a atos ilícitos, ofendendo os direitos fundamentais. Assim,
norma e a aplicar a disposição abstrata a um caso concreto. impede‑se, por exemplo, a utilização desse direito com a in-
tenção de ofender alguém. A repressão contra a má utilização
Passamos a comentar os setenta e oito incisos que dos direitos fundamentais somente é efetiva se acompanhada
compõem o art. 5º da Constituição Federal.
18
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Adminis-
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- trativa/2013.
ções, nos termos desta Constituição;
19
Assunto cobrado na prova da Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligên-
cias/2012.
20
Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ-RO/Técnico Judiciário/2012.
21
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.
Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010.
17 22
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.

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de identificação do responsável. O anonimato é vedado jus- Comentário: a proibição da censura não impede que o
tamente por impossibilitar a responsabilização daqueles que Estado venha a limitar a atividade de comunicação social,
venham a utilizar o direito fora dos limites constitucionais. impedindo que os meios de comunicação venha a oferecer pro-
gramação que não seja condizente com os valores da sociedade
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao ou que sejam ofensivos a determinados grupos. A classificação
agravo, além da indenização por dano material, moral ou indicativa de diversões públicas e a limitação à publicidade de
tabaco, bebidas alcoólicas, remédios, terapias e agrotóxicos são
à imagem;
exemplos desse tipo de atividade, que é plenamente legítima.
Comentário: duas possíveis punições contra quem uti- X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
liza de forma errada sua liberdade de expressão estão aqui e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
dispostas. Primeiramente, temos o direito de resposta, que pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
exige do ofensor a concessão de meios para que o ofendido
venha a defender‑se publicamente. A segunda forma de Comentário: a proteção ao direito de intimidade pode
punição corresponde à indenização por dano material, moral ser relativizado quando entra em choque com outros direi-
tos, como o direito de informação, que será estudado mais
ou à imagem. A Constituição não define parâmetros para a
à frente. A proteção da intimidade, como veremos a seguir,
fixação do valor da indenização, que deverá ser fixado, em é apta até mesmo para justificar o segredo de justiça, que
regra, pelo Poder Judiciário. impede a publicidade de atos processuais.
O direito de imagem envolve aspectos físicos, inclusive
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, a voz. Fica configurada a proteção, por exemplo, com a utili-
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e zação comercial da imagem sem a autorização do titular do
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto direito. Pessoas públicas possuem uma tendência à relativi-
e a suas liturgias23; zação do direito de imagem frente ao direito de informação
da sociedade.
Comentário: a liberdade acima descrita alcança os fenô-
menos, possibilitando o livre exercício das crenças religiosas e XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
a livre adoção de concepções científicas, filosóficas, políticas em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
etc. Sendo o Brasil um país laico, não é mais aceita a previsão socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial27;
de religião oficial no País.
Comentário: a penetração sem o consentimento do mo-
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de rador pode ocorrer a qualquer hora do dia quando se tratar
assistência religiosa nas entidades civis e militares de de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro.
internação coletiva24; Para que o ingresso no domicílio seja realizado mediante
determinação judicial, porém, é necessário que ele ocorra
durante o dia, considerado esse o período entre a aurora e
Comentário: são considerados locais de internação o crepúsculo, ou seja, aquele em que há luz solar.
coletiva os hospitais, as prisões e os quartéis, por exemplo. O ingresso por determinação judicial está limitado por
reserva jurisdicional, o que significa que não poderá ocorrer
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de por determinação de qualquer outra autoridade (polícia,
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se Ministério Público etc.) ou por comissão parlamentar de
as invocar para eximir‑se de obrigação legal a todos imposta inquérito.
e recusar‑se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei25; O conceito de casa para efeito de inviolabilidade de do-
micílio não se limita ao conceito civil, alcançando os locais
habitados de maneira exclusiva. São incluídos no conceito
Comentário: são consideradas obrigações a todos im- os escritórios, as oficinas, os consultórios e, ainda, os locais
postas, a obrigação de votar e o alistamento militar, que em de habitação coletiva, como hotéis e motéis.
tempos de paz obriga a todos os homens de nacionalidade A título de exemplo: no curso de uma investigação criminal,
brasileira. Se alguém oferecer uma excusa de consciência a autoridade policial competente encontra indícios de que
para deixar de cumprir uma obrigação a todos imposta, bens furtados há um ano de uma repartição pública estejam
terá de se sujeitar ao ônus de uma obrigação alternativa. guardados na residência dos pais de um dos investigados. A
Se, porém, a obrigação alternativa não for cumprida, será autoridade policial dirige-se, então, ao imóvel, durante o dia,
onde, sem o consentimento dos moradores e independen-
Noções de Direito Constitucional

aplicada, por exemplo, a pena de perda dos direitos políticos,


nos termos do art. 15, IV, da Constituição Federal. temente de determinação judicial, efetua busca que resulta
na localização dos bens furtados. Nessa hipótese, será inad-
missível, no processo, por ter sido obtida de maneira ilícita.28
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artís­
tica, científica e de comunicação, independentemente de XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das
censura ou licença26; comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
23
Assunto cobrado na prova da Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2012. investigação criminal ou instrução processual penal29;
24
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-
tiva/2010.
25
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/Ministério da Integração Nacio- 27
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/Ministério da Integração Nacional/
nal/Secretaria Nacional de Defesa Civil/2012; FCC/Assembleia Legislativa-SP/ Secretaria Nacional de Defesa Civil/2010 e Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/
Agente Técnico Legislativo/Direito/2010 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Escrevente Técnico Judiciário/2010.
Administrativa/2010. 28
FCC/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2012.
26
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Ancine/Técnico Administrati- 29
Assunto cobrado na prova do Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico
vo/2012 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010. Judiciário/2010.

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12 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Comentário: os sigilos, assim como todos os demais direi- Comentário: o direito de locomoção, como os demais
tos fundamentais, não são absolutos. Eles podem sofrer limi- direitos fundamentais, não é absoluto.
tação legal ou judicial. Em relação ao sigilo das comunicações Primeiramente, há que se observar, para o seu exercício,
telefônicas, verifica‑se a previsão de uma reserva jurisdicional. a prevalência da paz. Em hipóteses de guerra, que suscitam
Sendo assim, somente por ordem judicial é possível quebrar a instituição de Estado de Sítio, é possível a restrição da
o referido sigilo. Outra imposição posta em relação ao sigilo liberdade de locomoção no território nacional. Além desse
das comunicações telefônicas é a necessidade de que somente aspecto, há que se observar que o direito de locomoção
seja determinada a quebra para fins de investigação criminal inclui os bens pertencentes ao seu titular. Isso não significa,
ou instrução processual penal. Não é possível quebrar o refe- porém, que os bens possuam de forma autônoma o direito
rido sigilo em causas cíveis. Além disso, é necessário que seja de locomoção, mas sim que eles possam acompanhar o
observada a forma estabelecida em lei. proprietário que esteja se locomovendo.
O sigilo das comunicações telefônicas não pode ser O direito de locomoção é protegido pelo habeas corpus
confundido com o sigilo dos dados telefônicos. O extrato das e somente é garantido dentro do território nacional.
ligações telefônicas é protegido pelo sigilo de dados, que não
está sujeito à reserva jurisdicional. O conteúdo das ligações XVI – todos podem reunir‑se pacificamente, sem armas,
é o que se denomina sigilo telefônico e está protegido pela em locais abertos ao público, independentemente de autori-
reserva jurisdicional. zação, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
O sigilo de dados engloba, por exemplo, os dados ban- convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio
cários, fiscais e telefônicos. aviso à autoridade competente32;
Não estão sujeitos à reserva jurisdicional o sigilo da cor-
respondência, das comunicações telegráficas e de dados. As- Comentário: o direito de reunião, como se pode perce-
sim, é possível que a quebra seja determinada, nesses casos, ber, depende do preenchimento de uma série de requisitos:
por ordem de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito. a) ser realizada de forma pacífica;
b) seus participantes não podem estar armados;
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei c) a reunião deve ocorrer em locais abertos ao públicos;
estabelecer; d) exige um prévio aviso à autoridade competente, sem
a necessidade, porém, de autorização dessa autoridade;
Comentário: esse inciso dispõe sobre norma de eficácia e) não pode frustrar uma reunião anteriormente convo-
contida, já que a liberdade de exercício de trabalho, ofício ou cada para o mesmo local.
profissão pode ser restringida pela lei que venha a estabele- Outro requisito que pode ser inserido nesse rol é o de
cer qualificações profissionais para determinada profissão. que a reunião seja temporária e episódica, como nos ensina
Dessa forma, a inexistência de uma lei regulamentadora de o autor Alexandre de Moraes.
certa profissão não é impedimento ao seu exercício, mas O direito de reunião também engloba passeatas, carrea-
sim a garantia de uma ampla liberdade de acesso à atividade tas, comícios, desfiles, assim como cortejos e banquetes de
profissional. caráter político, que são formas legítimas de reunião. Caso
A liberdade profissional não engloba, porém, atividades o direito de reunião seja desrespeitado, o remédio cabível
ilícitas. O princípio da legalidade, anteriormente estudado, será o mandado de segurança, ação cabível para a proteção
permite que se faça tudo que não seja proibido por meio de de direito líquido e certo.
lei. Assim, não se pode exercer a “profissão” de traficante de
drogas porque tal atividade é ilícita, proibida pela legislação. XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
Por outro lado, a prostituição é totalmente livre em nosso vedada a de caráter paramilitar33;
País porque não existe lei regulamentando a atividade.

XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e Comentário: o direito de associação permite que pessoas
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer- físicas e jurídicas se agrupem em prol de um interesse comum.
cício profissional30; Segundo o texto constitucional, é livre a formação de asso-
ciações, desde que elas tenham um fim lícito e não possuam
Comentário: o direito de informação pode ser encarado caráter paramilitar. Para que uma associação tenha caráter
sobre duas óticas. paramilitar, é necessário que ela venha a ter características
Sob o ponto de vista privado, o direito de informação da similares às estruturas militares, tais como o uso de uniformes,
sociedade englobará, por exemplo, a atividade jornalística, palavras de ordem, hierarquia militarizada, táticas militares etc.
que pode divulgar informações, ainda que pessoais, que
sejam de interesse da sociedade. Admite‑se, nessa atividade, XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de
Noções de Direito Constitucional

porém, o sigilo da fonte, quando for necessário ao exercício cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
profissional. Esse sigilo não impede, porém, a responsabi- interferência estatal em seu funcionamento34;
lização do responsável pela informação no caso de ela ser
inverídica, por exemplo. Comentário: como visto no inciso anterior, é livre a
O direito de informação sob o aspecto privado será es- criação de associações. A associação de pessoas em um
tudado adiante, no inciso XXXIII deste artigo. regime de cooperativa, porém, pressupõe o preenchimen-
to de diversos requisitos legais, tendo em vista os diversos
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo benefícios que são concedidos a esse tipo de associativismo.
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens31; 32
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico
Legislativo/Técnico em Radiologia, Esaf/Ministério da Integração Nacional/
Secretaria Nacional de Defesa Civil/2012. Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/
Assunto cobrado na prova do Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico
30
Escrevente Técnico Judiciário/2010.
Judiciário/2010. 33
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/
31 34
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legis-
Padrão I/2012. lativo/2010 e Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 13
Não é permitida a interferência do estado no funcionamento derado pela doutrina como inserido em norma de eficácia
das associações, o que não impede que o Poder Judiciário contida. Isso significa que é possível que o legislador venha a
venha a suspender ou dissolver uma associação no caso de restringir certos aspectos da propriedade, desde que não ve-
se verificar a prática de uma atividade ilícita. nha a reduzi‑la aquém de seu núcleo mínimo, ou seja, desde
A título de exemplo: cinco amigos, moradores de uma que não venha a desconfigurar esse direito de propriedade.
favela, decidem criar uma associação para lutar por me-
lhorias nas condições de saneamento básico do local. Um XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
político da região, sabendo da iniciativa, informa-lhes
que, para tanto, será necessário obter, junto à Prefeitura, Comentário: a propriedade, como qualquer direito
uma autorização para sua criação e funcionamento. Nesta fundamental, não é absoluta, devendo ser garantida na pro-
hipótese, a informação que receberam está errada, pois a porção em que também garante o bem‑estar da sociedade.
Constituição Federal estabelece que a criação de associa- O descumprimento da função social da propriedade pode
ções independe de autorização.35 levar, por exemplo, à desapropriação do bem, destinando‑o
a uma finalidade que atenda ao interesse social, como a
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente reforma agrária.
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão ju-
dicial, exigindo‑se, no primeiro caso, o trânsito em julgado36; XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapro-
priação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
Comentário: como estudado no inciso anterior, as as- social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
sociações podem ser compulsoriamente dissolvidas ou ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
terem suas atividades suspensas por uma decisão judicial.
A hipótese de dissolução, porém, mostra uma medida mais Comentário: a desapropriação não pode ser confundida
drástica, o que impõe que a decisão judicial seja revestida de com o confisco, que é uma forma de expropriação definida
um caráter definitivo, sem possibilidade de reforma por meio no art. 243 da Constituição Federal. A desapropriação resulta
de recurso. Por conta disso, exige‑se o trânsito em julgado na aquisição compulsória de uma propriedade por parte do
de uma decisão judicial para que ela possa dissolver uma Estado, que deverá fundamentar tal ato de força na neces-
associação. Uma decisão terá trânsito em julgado quando sidade pública, na utilidade pública ou no interesse social.
não for mais cabível a interposição de recurso contra ela. Essa previsão demonstra bem a ideia do inciso anterior, que
demonstra que o interesse do Estado está acima de interes-
XX – ninguém poderá ser compelido a associar‑se ou a
ses particulares quando se trata de dar à propriedade uma
permanecer associado;
função social. A indenização devida pelo ente estatal será,
Comentário: assim como há a liberdade de criação de de regra, justa, prévia e em dinheiro. A própria Constituição
associações, temos também a liberdade individual de inte- Federal, porém, excepciona tal previsão, dispondo, em seus
grar ou deixar de integrar a associação. Os integrantes da arts. 182, §4º, III, e 184, acerca da desapropriação‑sanção,
associação, portanto, não poderão ser compelidos a ingressar na qual a indenização é recolhida com base em títulos da
na entidade ou de continuar compondo a associação. dívida pública e títulos da dívida agrária.

XXI – as entidades associativas, quando expressamente XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados competente poderá usar de propriedade particular, assegu-
judicial ou extrajudicialmente37; rada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano38;

Comentário: a principal finalidade de uma associação é, Comentário: esse inciso trata da requisição adminis-
sem dúvida, a defesa de interesses dos associados. A defesa trativa, que permite ao Estado a utilização compulsória da
dos interesses pode ocorrer perante o poder judiciário ou propriedade particular. Existem duas diferenças quanto à
de forma extrajudicial. A defesa de interesses por meio da indenização paga na requisição e na desapropriação. Pri-
associação, porém, depende de autorização dos associados, meiramente, a indenização na requisição administrativa não
que podem se expressar de forma individualizada ou conce- representará o valor total do bem, mas apenas o valor do
der uma autorização genérica. dano eventualmente causado. Em segundo lugar, tendo em
A defesa de interesses dos associados é realizada por vista que o perigo iminente não é previsível, temos que o pro-
meio do instituto da representação processual. Na represen- prietário somente será indenizado posteriormente ao uso,
tação processual a associação fala em nome do associado e, e não de forma prévia, como acontece na desapropriação.
por tal razão, precisa da autorização desse associado.
Existe uma situação em que a associação atua de forma
Noções de Direito Constitucional

XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em


extraordinária por meio da substituição processual. Trata‑se lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de
da hipótese de impetração de mandado de segurança penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua ati-
coletivo. A associação, nesse caso, defende interesses dos vidade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar
associados em nome próprio, razão pela qual não necessita o seu desenvolvimento;
de autorização.
Comentário: a penhora consiste na utilização de bens do
XXII – é garantido o direito de propriedade; devedor para a quitação de sua dívida. O Poder Judiciário,
porém, não poderá utilizar‑se desse instituto para penhorar
Comentário: o núcleo de direitos enumerados no caput propriedades rurais se estiverem presentes alguns requisitos:
do art. 5º já dispõe sobre o direito de propriedade, consi-
– tratar‑se de uma propriedade pequena, tal qual defi-
nido em lei;
35
FCC/Instituto Nacional do Seguro Social/Técnico do Seguro Social/2012.
36
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Legislativo
de Serviços Técnicos e Administrativos/2010. Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PRF/Agente Administrativo/
38
37
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judi- Classe A/ Padrão I/2012 e Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
ciário/2013 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/2010. Nacional de Defesa Civil/2012.

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– for a propriedade trabalhada pela família; relativizado, por exemplo, quando a ele se opõem débitos
– a obrigação objeto do inadimplemento referir‑se a decorrentes de atividades ilícitas praticadas pelo de cujus,
dívida contraída para a produção. como estudaremos no dispositivo a seguir.

Tendo em vista a impossibilidade de penhora dessas XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados
terras, torna‑se pouco interessante o empréstimo de valores no País será regulada pela lei brasileira em benefício do
aos respectivos produtores rurais. Por tal razão, dispõe a cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja
Constituição que a lei disporá sobre os meios de financiar seu mais favorável a lei pessoal do de cujus40;
desenvolvimento, que muitas vezes é fomentado pelo Estado.
Comentário: a Constituição brasileira tenta proteger
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de
cônjuge e filhos brasileiros quando da partilha de bens de
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, trans-
missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar39; estrangeiros situados no Brasil. Para tanto, dispõe que deve
ser aplicada a lei mais favorável aos familiares brasileiros,
Comentário: a propriedade intelectual também é pro- mesmo que, para tanto, seja necessário afastar a legislação
tegida no âmbito constitucional. Aqui estamos a tratar dos civil brasileira para que seja aplicada a legislação do país de
direitos autorais, que protegem bens imateriais destinados origem do de cujus, ou seja, do estrangeiro falecido. Impor-
essencialmente a uma função estética (obras literárias, tante salientar que essa regra, por questões de soberania,
músicas, pinturas etc.). Compete à legislação a definição somente é aplicável aos bens situados no Brasil.
do prazo o qual os herdeiros poderão usufruir dos direitos
patrimoniais da propriedade intelectual.
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei: do consumidor;
a) a proteção às participações individuais em obras co-
letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive Comentário: o Direito Constitucional constitui a base
nas atividades desportivas; de diversos ramos do Direito, instituindo as diretrizes ne-
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico cessárias para que o legislador venha a criar a base legal
das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, necessária à plena eficácia de seus preceitos.
aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e Isso é exatamente o que ocorre com o Direito do Con-
associativas;
sumidor. Estudar o Direito Consumerista sob a ótica cons-
Comentário: a coautoria, por exemplo, também deve ser titucional é visitar os preceitos que servem de base para a
protegida, tendo em vista que o texto constitucional protege instituição de diversas garantias, tal qual aquelas definidas
as participações individuais em obras coletivas. A imagem e no Código de Defesa do Consumidor.
a voz humanas também são protegidas, independentemente Sendo assim, não se cuida aqui de estudar o Direito do
de sua utilização comercial. Cabe lembrar, porém, que tanto a Consumidor, mas sim as disposições inseridas dentro da
imagem quanto a voz podem sofrer divulgação, independen- ótica constitucional. Esse é um ponto que merece destaque
temente de autorização, quando houver um interesse público no presente estudo.
de informação. Nesse caso, a relativização desse dispositivo A Constituição Federal começa a referir-se ao consu-
encontra amparo no art. 5º, XIV, da Constituição Federal, que midor em seu art. 5º, XXXII, que assim determina: “XXXII
trata do direito de informação. O direito de fiscalização do – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con-
aproveitamento econômico das obras é feito, por exemplo, sumidor;”.
por meio do ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Dis-
tribuição, entidade que arrecada e distribui direitos autorais. Verifica-se que a Constituição Federal não elabora lista-
gem sobre o que venha a ser o direito do consumidor. Por
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos indus- outro lado, traz a obrigação constitucional de sua proteção
triais privilégio temporário para sua utilização, bem como pelo Estado. Tal defesa será efetivada por meio da edição de
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, leis, como se verifica no Código de Defesa do Consumidor
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo (Lei nº 8.078/1990).
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico O referido código também possui previsão no Ato das
e econômico do País; Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). O ADCT,
em seu art. 48, determina que o Congresso Nacional de-
Comentário: apesar de se relacionar também com a veria elaborar o Código de Defesa do Consumidor dentro
propriedade intelectual, a propriedade industrial se difere do
Noções de Direito Constitucional

de cento e vinte dias após a promulgação da Constituição


direito autoral em virtude do caráter pragmático da invenção, Federal. Esse dispositivo possui grande importância, já que
que se volta à utilidade da atividade criativa. Como a utilidade criou a obrigação de legislar sobre a matéria, reduzindo,
deve ser regulada segundo o interesse social e o desenvolvi-
assim, a discricionariedade do Poder Legislativo.
mento tecnológico e econômico do País, o privilégio de utili-
zação dessa propriedade será apenas temporário. Após um O referido prazo não foi respeitado, visto a data de
determinado período, uma invenção, por exemplo, poderá ser edição da Lei nº 8.078, 11 de setembro de 1990.
produzida e comercializada sem necessidade de licença de seu Os consumidores também são protegidos pelo texto
inventor ou do detentor do direito de propriedade industrial. constitucional quando é estabelecida, no art. 24, VIII, da
Constituição Federal, a competência concorrente para a
XXX – é garantido o direito de herança; edição de lei que disponha sobre a responsabilidade por
dano causado ao consumidor. Amplia-se, assim, a gama de
Comentário: o direito de herança, como todos os de- normas que podem ser editadas nesse sentido, nas órbitas
mais direitos fundamentais, não é absoluto, podendo ser federal e estadual.
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2012.
39
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/2010.
40

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Outro dispositivo de grande interesse para o direito do b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
consumidor é o que garante o esclarecimento acerca dos para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
impostos que incidem sobre mercadorias e serviços. Assim interesse pessoal42;
dispõe o art. 150, § 5º, da CF:
Comentário: trata o presente inciso de uma gratuidade
A lei determinará medidas para que os consumidores constitucional incondicionada, o que significa dizer que a
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam cobrança de taxas para o exercício do direito de petição ou
sobre mercadorias e serviços. do direito de obter certidões será sempre inconstitucional.
Há que se ressaltar que a constituição dispõe também sobre
Essa disposição constitucional ganha destaque pelo fato a gratuidade de duas certidões específicas: de óbito e de
nascimento, no art. 5º, LXXVI, da CF, que no âmbito consti-
de consistir em obrigação destinada ao ente Estatal, que tucional alcança apenas os reconhecidamente pobres, nos
institui tributos. Demonstra-se, assim, que o Direito do Con- termos da lei.
sumidor não se restringe a impor obrigação ao fornecedor de
bens ou serviços, mas também a todos aqueles que possam XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
atingir a categoria dos consumidores. lesão ou ameaça a direito;
Por fim, destacamos a disposição expressa no
art. 170, V, que estabelece a defesa do consumidor como um Comentário: cuida‑se da inafastabilidade da jurisdição
dos princípios da ordem econômica. A inserção do direito ou do princípio do amplo acesso ao Poder Judiciário, que
consumerista em nossa ordem econômica representa um demonstra a intenção do constituinte de submeter ao Poder
contrapeso ao liberalismo econômico, destacado pela liber- Judiciário toda lesão ou amea­ça de lesão a direito, afastando,
dade de iniciativa. Demonstra que a atividade econômica, assim, o modelo francês de contencioso administrativo, ou
apesar de livre, não se situa em posição de anarquia, tendo seja, de submissão de questões administrativas a tribunais
em vista o papel cogente dos direitos fundamentais, como específicos. Sendo assim, seria inconstitucional, por exemplo,
do consumidor. a estipulação de taxas judiciárias elevadas ou fixadas em per-
Essas são as disposições constitucionais relacionadas ao centuais sobre o valor da causa, sem limite, pois impedem o
Direito do Consumidor. amplo acesso da população ao Poder Judiciário.
Em certos casos é possível transacionar acerca do direito
de acesso à máquina judiciária, por exemplo, nas hipóteses
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos
de convenção de arbitragem livremente acordada em um
informações de seu interesse particular, ou de interesse
negócio jurídico. É possível também que a Fazenda Pública
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
venha a condicionar um parcelamento tributário à renúncia
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
do direito de discutir o débito perante o Poder Judiciário.
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado41;
Em alguns casos, o prévio acesso à via recursal adminis-
trativa se mostra necessário para a configuração do interesse
Comentário: o direito de informação pode ser encarado de agir, condição para o ajuizamento de uma ação. Para
sob ótica pública ou privada. Sob o aspecto privado, refere‑se a impetração de habeas data, por exemplo, é necessário
ao direito de ser informado, independentemente de censu- que o interessado em obter acesso ou a retificação de seus
ra. Sob a ótica pública, podemos entender tal prerrogativa dados pessoais comprove a existência de prévia negativa do
como o direito que possuímos de obter, junto aos órgãos detentor do banco de dados.
públicos, informações de interesse particular, ou de interesse A justiça desportiva possui uma precedência sobre o
coletivo ou geral. Esse direito é essencial, tendo em vista a sistema judicial no que se refere às causas relativas à dis-
adoção de forma de governo republicana, que insere a ideia ciplina e às competições desportivas. Nesse caso, a justiça
de que o Estado é uma coisa pública, de todos, razão pela desportiva terá o prazo de 60 dias, a partir da instauração
qual deve imperar o princípio da publicidade. A lei definirá o do processo, para proferir sua decisão final. Somente após
prazo no qual, sob pena de responsabilidade, a informação o esgotamento da instância desportiva é que será possível
será prestada. Há, porém, exceções a esse princípio e que submeter a causa ao Poder Judiciário.
possibilitam a existência de informações sigilosas nos órgãos
públicos. Esse sigilo deverá estar amparado na segurança da XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
sociedade e do Estado. jurídico perfeito e a coisa julgada;
Noções de Direito Constitucional

Interessante notar que os fundamentos para o sigilo das


Comentário: nosso sistema constitucional adota a ideia
informações constantes dos órgãos públicos recebeu funda-
de irretroatividade da lei, impedindo, assim, que uma nova
mento diverso do segredo de justiça, que, segundo o art. 5º,
lei produza efeitos sobre atos anteriormente realizados, até
LX, da CF, será possível nos casos de proteção do interesse
mesmo sobre os efeitos futuros desses atos. A irretroativida-
social ou da intimidade.
de, porém, não é total. A proibição constitucional limita‑se
aos casos em que a aplicação retroativa da lei prejudica o
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
do pagamento de taxas: A Lei de Introdução ao Código Civil, o Decreto‑Lei
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de nº 4.657/1942, define o alcance dos referidos termos da
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; seguinte forma:

Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico


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Judiciário/2012 e Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
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de Defesa Civil/2012. vil/2012.

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16 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, que o veredicto resultante do julgamento do conselho de
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido sentença é soberano, o que impede que o juiz‑presidente
e a coisa julgada. do tribunal venha a alterar alguma conclusão decorrente
§ 1º Reputa‑se ato jurídico perfeito o já consumado da votação. Isso não impede, por outro lado, que sejam
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. interpostos recursos contra a decisão proferida pelo tri-
§ 2º Consideram‑se adquiridos assim os direitos bunal do júri, ocasião na qual é possível que o julgamento
que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, seja desconstituído.
como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo
pré‑fixo, ou condição preestabelecida inalterável, XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem
a arbítrio de outrem. pena sem prévia cominação legal;
§ 3º Chama‑se coisa julgada ou caso julgado a decisão
judicial de que já não caiba recurso. Comentário: trata‑se do princípio da reserva legal ou
da anterioridade da lei penal. A definição de crimes e a
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; cominação de penas somente é possível por meio de lei
em sentido estrito, excluindo‑se portanto atos normativos
Comentário: a proibição da existência de juízo ou primários, como as medidas provisórias. A previsão cons-
tribunal de exceção impede que alguém seja julgado por titucional desse inciso, porém, não impede a existência
um órgão judicial que não seja aquele ordinariamente de leis penais em branco, que admitem a existência de
competente para o julgamento da causa. A vedação do complemento a ser veiculado por normas infraconstitu-
dispositivo, porém, não se limita a esse aspecto, relativo cionais, como a Lei de Tóxicos, por exemplo, que possui
à competência. A proibição também visa a evitar que no regulamento infraconstitucional no intuito de disciplinar
processo seja utilizado procedimento diverso daquele quais substâncias devem ser consideradas entorpecentes
previsto em lei, ofendendo, assim, a legislação processual. para efeitos penais.

XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar
organização que lhe der a lei, assegurados: o réu;
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações; Comentário: trata‑se do princípio da irretroatividade
c) a soberania dos veredictos; da lei penal mais maléfica, da retroatividade da lei penal
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos mais benéfica ou da ultratividade da lei penal mais benéfica.
contra a vida; Segundo o referido princípio, a legislação penal não pode
ser aplicada a fatos produzidos antes de sua vigência, salvo
Comentário: o júri configura uma forma de exercício quando tratar‑se de aplicação que beneficie o réu.
direto da soberania popular, tendo em vista que assegura Dessa forma, se uma pessoa comete um crime quando
ao povo o julgamento de crimes dolosos contra a vida. da vigência de uma Lei A e, posteriormente, surge uma lei
No tribunal do júri, o conselho de sentença, formado por B, mais maléfica, a data do julgamento será aplicada a Lei
pessoas leigas, do povo, será o juiz de fato, sendo que o A, ainda que não mais tenha vigência, tendo em vista que
juiz de direito, togado, apenas terá a função de coordenar não se trata de retroatividade em prol do réu.
os atos processuais.
Como foi dito, o tribunal do júri possui competência
para julgar os crimes dolosos contra a vida, que são aque-
les crimes cometidos intencionalmente e que se voltam
diretamente contra o bem “vida”. São exemplos de crimes
contra a vida o homicídio, o aborto, auxílio ou a instigação
ao suicídio e o infanticídio. Para que o crime seja julgado
pelo júri, é necessário que ele se volte diretamente contra No caso de a lei posterior ser mais benéfica, a condena-
a vida, não sendo cabível o julgamento de crimes que se ção aplicar‑lhe‑á, ainda que não vigente à época da conduta
destinam a ofender outros valores, mas que acabam por delitiva. Essa retroação pode até mesmo desconstituir
atingir também a vida da vítima, tais como o latrocínio e a decisões que já tenham transitado em julgado.
lesão corporal seguida de morte. Cabe nota de que não se admite a Combinação de Leis.
No júri, é admitida a utilização de quaisquer meios Se a lei posterior for em parte melhor e em parte pior que
Noções de Direito Constitucional

lícitos para o convencimento do conselho de sentença, a anterior, o juiz não pode se utilizar da parte benéfica de
garantia que a Carta Maior denomina plenitude de defesa. uma Lei W e da parte benéfica da Lei K, sob pena de agir
Também será garantido o sigilo da votação, o que impede como um legislador positivo, já que criará uma terceira lei.
que os juízes leigos sejam ameaçados ou que sejam feitas O juiz deverá, portanto, analisar qual das leis é mais branda
tentativas de suborno, por exemplo. Por fim, cabe lembrar para beneficiar o réu no caso concreto.

Ex. 1:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 17
Crime Permanente
Na hipótese de crime permanente, a prática criminosa se alonga no tempo. Como na extorsão mediante se-
questro, a lei será aplicada levando‑se em conta o último momento em que praticado ato executório do crime. Vejamos.

Ex. 2:

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos Cabe lembrar que nada impede que a legislação venha a
direitos e liberdades fundamentais; ampliar as características aqui listadas, prevendo, por exem-
plo, que outros crimes também sejam sujeitas a prescrição.
Comentário: trata‑se de cláusula genérica de proteção
ao próprio sistema de garantias fundamentais do cidadão. XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
Comentário: primeiramente, há que se asseverar que o
Comentário: o princípio da pessoalidade da pena impede
racismo consiste em atitude de segregação, não se limitando a
que a condenação penal venha a ser estendida, subjetiva-
ofensas verbais de conteúdo discriminatório. Ademais, o racis- mente, extrapolando a figura do autor. Nosso sistema repudia
mo não precisa estar atrelado a critérios biológicos, englobando a responsabilidade de pena objetiva, razão pela qual a pena
qualquer forma de discriminação baseada em critérios étnicos, somente pode ser aplicada a quem seja culpado (em sentido
religiosos etc. A inafiançabilidade impede a concessão de liber- lato) pela conduta delitiva. A referida limitação, porém, não
dade provisória mediante pagamento de fiança. A imprescriti- se aplica aos reflexos patrimoniais da atividade criminosa.
bilidade impede que o Estado venha a perder sua pretensão A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento
punitiva em virtude do decurso do tempo. Por fim, a pena de de bens pode alcançar os herdeiros, desde que a execução
reclusão impõe a aplicação de regime de pena inicialmente da dívida se limite ao patrimônio efetivamente transferido.
fechado, sendo cabível, porém, a progressão de regime. Dessa forma, ainda que os reflexos patrimoniais sejam
transferidos aos sucessores, a obrigação nunca poderá ser
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetí- cobrada em montante superior ao valor do patrimônio
veis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito transferido, o que, de certa forma, impede a existência de
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos uma responsabilidade penal objetiva.
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandan-
tes, os executores e os que, podendo evitá‑los, se omitirem; XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará,
entre outras, as seguintes:
Comentário: os delitos definidos nesse inciso não admitem a) privação ou restrição da liberdade;
o pagamento de fiança com a finalidade de se obter a liberdade b) perda de bens;
provisória, bem como a concessão dos benefícios da graça ou c) multa;
da anistia. Interessante notar que será cabível a modalidade d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
omissiva em relação àqueles que puderem evitar esses crimes.
Comentário: as penas descritas no presente inciso for-
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a malizam um rol meramente exemplificativo das penas que
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem podem ser adotadas em nosso ordenamento jurídico. Estabe-
constitucional e o Estado Democrático43; lece a Constituição, ainda, o princípio da individualização da
pena, que impõe a pena adequada ao réu, segundo elemen-
Comentário: o presente inciso disciplina o terceiro grupo tos objetivos (relacionados à conduta criminosa) e subjetivos
de crimes que mereceram do constituinte uma repressão (relativos ao perfil do réu). Segundo esse preceito, deve o juiz,
especial. Tal qual no racismo, foi excluída a possibilidade de ao proceder à dosimetria da pena, adequar a pena de forma
pagamento de fiança e de prescrição de tais delitos. a amoldar‑se perfeitamente à situação segundo critérios de
Noções de Direito Constitucional

Sendo assim, temos o seguinte panorama no que se quantidade, tipo e regime de cumprimento.
refere aos crimes com repressão especial, definidos cons- Por conta desse preceito já foi considerada inconstitucional
titucionalmente: a tentativa de se proibir a progressão de regime, que permite
– inafiançáveis: racismo, crimes hediondos, tráfico, ao réu progredir, passando do regime fechado, mais grave,
tortura, terrorismo e ação de grupos armados contra para os regimes semiaberto e aberto. A imposição de regime
a ordem constitucional e o Estado Democrático; integralmente fechado retira do juiz a possibilidade de indivi-
– imprescritíveis: racismo e ação de grupos armados dualizar a pena segundo as peculiaridades existentes no caso,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; aplicando o mesmo regime de pena em qualquer situação.
– sujeitos a reclusão: racismo;
– insuscetíveis de graça ou anistia: hediondos, tráfico, XLVII – não haverá penas:
tortura e terrorismo. a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente
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c) de trabalhos forçados;
Técnico Legislativo/2010; FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrati-
va/2010 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área
d) de banimento;
Administrativa/2010. e) cruéis;

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18 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Comentário: a pena de morte, como podemos perce­ Por fim, registra a Constituição do Brasil a proibição
ber, somente é cabível quando o Presidente da República de aplicação de penas cruéis, já que ferem a dignidade da
declara guerra, sendo aplicada nas hipóteses previstas na pessoa humana.
legislação penal específica57.
Apesar de a Constituição Federal proibir a condenação XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos
em relação a penas de caráter perpétuo, é possível que uma distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
sentença condenatória venha a impor pena de duzentos anos sexo do apenado;
de reclusão, por exemplo. Ocorre que, apesar de a sentença
impor pena que provavelmente extrapola a prazo de vida Comentário: a medida acima visa a resguardar a figura do
de um ser humano, impõe o Código Penal que a execução preso, evitando abusos em virtude da maior suscetibilidade
dessa pena não poderá ultrapassar o prazo de trinta anos, de certos presos. Evita também que a prisão deixe de ser
o que acaba por impedir que a condenação resulte em uma um local de ressocialização para se tornar uma verdadeira
penalidade de caráter perpétuo. escola de crime, já que os presos de menor periculosidade
A pena de trabalhos forçados impede que o condenado poderiam ser influenciados pelos presos de maior tendência
seja obrigado a trabalhar de forma desumana, sendo obri- à criminalidade.
gado a empreender esforços que extrapolem o limite da
capacidade humana. XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade
O banimento significa o exílio, o desterro de um nacional. física e moral;
Consiste na proibição de permanência no território de seu
país. Não pode ser confundido com a expulsão, que se refere Comentário: o preso fica sob a tutela do Estado, devendo
apenas aos estrangeiros e não é propriamente uma pena, ter resguardada sua integridade física e moral. O Estado será
mas uma medida de resguardo da soberania do país. Se fosse responsável tanto pelos danos gerados por seus agentes,
considerada uma pena, seríamos obrigados a obedecer a um quanto por aqueles que sejam gerados pelos demais presos,
devido processo legal para poder expulsar um estrangeiro, tendo em vista o dever de cuidar da integridade daqueles
o que não ocorre. Na expulsão, o estrangeiro é retirado do que estão sob sua custódia.
País por ter cometido ato contrário aos interesses nacionais.
Também não pode ser confundida com banimento a ex- L – às presidiárias serão asseguradas condições para
tradição, que consiste na entrega de um estrangeiro ou de um que possam permanecer com seus filhos durante o período
brasileiro naturalizado a um país estrangeiro, permitindo‑se, de amamentação;
assim, seu julgamento e a aplicação de pena naquele Estado.
Por fim, registramos que o banimento não pode ser Comentário: o direito à amamentação assegura, de certa
confundido com a deportação, que decorre da retirada do forma, a obediência ao princípio da pessoa­lidade da pena,
território brasileiro daqueles estrangeiros que não cumprem já que a criança não será afetada nem sofrerá prejuízo em
com os requisitos legais migratórios. virtude do fato cometido pela mãe.
Resumindo:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o na­
turalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei58;

Comentário: cuida‑se, aqui, da primeira distinção trazida


no texto constitucional acerca dos brasileiros natos e dos na-
turalizados. Graficamente podemos representar a disposição
acima da seguinte maneira:
4445

Noções de Direito Constitucional

Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.


44

Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/Técnico em Radiologia/2012 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente
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Legislativo de Serviços Técnicos e Administrativos/2010.

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LII – não será concedida extradição de estrangeiro por A doutrina e a jurisprudência reconhecem a regra da
crime político ou de opinião46; prova ilícita por derivação (teoria dos frutos da árvore en-
venenada). Segundo tal regra, também serão inadmitidas no
Comentário: o disposto neste inciso impede que o ins- processo as provas que forem obtidas a partir de uma prova
tituto da extradição venha a ser utilizado como forma de obtida por meio ilícito. Vamos supor, por exemplo, que um
perseguição política. É respeitado, portanto, o pluralismo policial faça uma escuta clandestina, descobrindo que um
político, que é a liberdade de se optar por determinadas crime será cometido no dia seguinte, em tal lugar, em tal
concepções políticas. Cabe lembrar, ainda, que a Constituição hora. Se esse policial presenciar o crime e fotografar a cena,
Federal, em seu art. 4º, X, prevê a concessão de asilo políti- tais fotos também serão ilícitas, pois somente foram obtidas
co, que nada mais é do que um impedimento à extradição, a partir das informações colhidas na escuta clandestina,
concedido àqueles que sofrem de perseguição política em atividade criminosa que contamina as provas subsequentes.
país estrangeiro. Por fim, ressaltamos que o simples fato de existirem provas
obtidas por meios ilícitos em um processo não significa que
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão haverá absolvição do réu. É possível, dessa forma, a conde-
pela autoridade competente47; nação se existirem no processo outras provas independentes
e capazes de fundamentar eventual sentença condenatória.
Comentário: cuida‑se do princípio do juiz natural, que
garante ao jurisdicionado o direito a receber a prestação LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito
jurisdicional segundo as regras rigidamente estabelecidas em em julgado de sentença penal condenatória;
lei. Se uma causa é julgada em juiz incompetente, por exem-
plo, estamos diante de nítida ofensa ao referido princípio. Comentário: cuida o presente inciso do que comumente
Há quem defenda a existência do princípio do promotor se denomina princípio da presunção de não culpabilidade
natural, que também seria um consectário do presente inci- ou da presunção de inocência. Com base nesse dispositivo,
so. Esse princípio diz respeito à impossibilidade de alteração, somente após o trânsito em julgado da sentença condenató-
de forma arbitrária, do membro do Ministério Público desig- ria, o réu poderá ser considerado culpado. Isso não significa,
nado para uma causa, buscando‑se, dessa forma, a garantia porém, que ele não poderá ser preso antes disso. A prisão
da independência funcional, já que impede que os membros não é atrelada à culpa, já que pode ser uma medida de cau-
do parquet sofram qualquer pressão. tela, evitando‑se a fuga do preso ou o risco de cometimento
de novos delitos.
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens São exemplos de prisões cautelares as temporárias,
sem o devido processo legal; preventivas, por pronúncia etc.

Comentário: estamos diante do princípio do devido pro- LVIII – o civilmente identificado não será submetido a
cesso legal, que impõe a observância das normas processuais identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
vigentes para que alguém seja privado de sua liberdade
ou de seus bens. A presente regra também é denominada Comentário: em nosso país, privilegiando‑se a presun-
“devido processo legal substancial” e impõe a observância ção de legitimidade e a fé pública, adota‑se como regra a
da proporcionalidade de da razoabilidade. identificação feita por meio de documentos civis. Em casos
excepcionais, porém, desde que haja previsão legal, poderá
ser feita a identificação criminal, papiloscópica ou fotográfica,
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrati-
por exemplo.
vo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório
Assim, quando alguém é detido, somente será obrigado
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
a proceder a uma identificação criminal se, por exemplo,
não possuir identificação civil, tiver identificação civil em
Comentário: este inciso explicita o conteúdo do devido mau estado de conservação ou cometer delitos específicos,
processo legal processual, estipulando duas regras básicas, previstos em lei.
que são o contraditório e a ampla defesa.
O contraditório consiste no direito de con­tra‑argumen­tar, LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação
ou seja, de apresentar uma versão que conteste as alegações pública, se esta não for intentada no prazo legal48;
feitas pela parte adversa.
A ampla defesa pressupõe a possibilidade de se produzir Comentário: esse é o caso da ação penal privada sub-
provas no processo, juntando elementos fáticos à argumen- sidiária da pública. Vamos aqui, de forma sintética, resumir
esse trâmite.
Noções de Direito Constitucional

tação feita em sua defesa.


O Poder Judiciário somente age quando é provocado.
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas A isso chamamos princípio da inércia. Dessa forma, para
por meios ilícitos; que o Estado possa condenar alguém pelo cometimento de
um crime, é necessário que o Judiciário seja provocado por
Comentário: no exercício da ampla defesa, não é possível meio de uma ação penal.
juntar aos autos provas que tenham sido obtidas por meios As ações penais podem ser ajuizadas pela vítima (ação
ilícitos. A presente medida busca evitar que a atividade de pro- penal privada) ou pelo Ministério Público (ação penal pú-
dução de provas se torne um estímulo à prática de atos ilícitos. blica), quando for o caso. Quando proposta pela vítima,
Em certos casos, porém, essa proibição é relativizada, denominamos queixa‑crime; quando iniciada pelo Ministério
Público, denominamos denúncia.
desde que a prova obtida por meio ilícito seja o único meio
A lei penal possui o papel de definir qual será a forma de
de prova capaz de garantir o direito de defesa de pessoa que
propositura da ação, sendo mais comum a propositura pelo
esteja na condição de acusada. Ministério Público. Nesse caso, se o Ministério Público não
Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010.
46

Esaf/MF/Assistente Técnico/Administrativo/2012.
47
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
48

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20 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
apresentar denúncia no prazo legal, abrir‑se‑á oportunidade A segunda hipótese de prisão diz respeito à ordem
de a vítima substituir o Ministério Público, por meio da ação judicial escrita e fundamentada. Nesse caso, deverá o juiz
penal privada subsidiária da pública. determinar a expedição do respectivo mandado, que poderá
instrumentalizar diversos tipos de prisão (preventiva, tem-
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos porária etc.). Cabe notar o fato de que essa prisão, por ser
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse escrita, nada tem a ver com a voz de prisão, que pode ser
social o exigirem49; dada pelo juiz em uma audiência, por exemplo.
A terceira hipótese de prisão refere‑se à transgressão
Comentários: os atos processuais, via de regra, são militar ou crime propriamente militar, que, no caso, pres-
públicos, assim como os julgamentos realizados no âmbito cindem de ordem judicial. Ressalte‑se que a Constituição
do Poder Judiciário (art. 93, IX, da CF). Excepcionalmente, expressamente proíbe a impetração de habeas corpus, que
porém, teremos o chamado “segredo de justiça”, que impõe é uma medida destinada à proteção do direito de ir e vir,
restrição à publicidade dos atos processuais. A Constituição nas hipóteses de punição disciplinar militar (art. 142, § 2º).
Federal traz duas hipóteses de restrição do acesso aos atos Por fim, cabe registrar uma hipótese bem específica de
processuais: prisão, que será criada no caso de decretação de Estado de
a) defesa da intimidade; Defesa. Trata‑se da prisão por crime contra o Estado, que
b) interesse social. tem previsão no art. 136, § 3º, da Constituição do Brasil.
É importante que o aluno não confunda esse segredo
com o segredo relativo às informações de caráter público. LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
O art. 5º, XXXIII, da CF dispõe sobre o acesso às informações encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com-
constantes de órgãos públicos. Naquele caso, as hipóteses de petente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada51;
sigilo são as relacionadas à defesa do Estado e da sociedade.
Interessante notar que a Constituição defenda a possi- Comentário: duas são, portanto, as comunicações obri-
bilidade de um julgamento ser sigiloso para a proteção da gatórias relativas à prisão de uma pessoa e ao local onde
intimidade, mas dispõe que não será possível restringir a se encontre:
publicidade se a sua divulgação for necessária para o res- a) ao juiz competente. Essa comunicação justifica‑se, por
guardo do direito de informação (art. 5º, XIV, da CF), que exemplo, pelo fato de esse juiz possuir o poder de relaxar a
possui titularidade coletiva. prisão, quando ilegal.
b) à família do preso ou à pessoa por ele indicada. A co-
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou municação à família ou a pessoa indicada é essencial para
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária que o direito à assistência seja prontamente exercido.
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou Se, porém, o preso não indicar nenhuma pessoa, torna‑se
crime propriamente militar, definidos em lei50; irrelevante a previsão da segunda comunicação, segundo o
entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Comentário: nesse ponto do texto constitucional, come-
ça a ser tratado o instituto da prisão. A utilização do termo LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre
“ninguém será preso senão...” dá a entender que se trata os quais o de permanecer calado, sendo‑lhe assegurada a
de um rol taxativo, motivo pelo qual não há que se aceitar assistência da família e de advogado52;
hipóteses de prisão que não se ajustem às hipóteses previstas
constitucionalmente. Comentário: o presente dispositivo garante ao preso três
O presente inciso inicialmente dispõe sobre duas hipóte- prerrogativas: permanecer calado, assistência da família e
ses de prisão: prisão em flagrante e prisão por ordem judicial assistência de advogado.
escrita e fundamentada. O direito de permanecer calado deve ser garantido a
A prisão em flagrante, primeira hipótese tratada, pode todos, independentemente de serem presos. As testemu-
ser feita por “qualquer do povo”, nos termos do que dispõe nhas, porém, somente possuem direito de permanecerem
o art. 301 do Código de Processo Penal. Está em situação caladas em relação às informações que possam servir para
de flagrante quem: sua incriminação. Essa determinação protege o direito que
• está cometendo a infração penal; temos contra autoincriminação (princípio do nemo tenetur
• acaba de cometê‑la; se detegere).
• é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofen- O direito de permanecer calado pode ser estendido
dido ou por qualquer pessoa, em situação que faça para alcançar também o direito de mentir sem incorrer em
presumir ser autor da infração; atividade ilícita.
• é encontrado logo depois com instrumentos, armas, A assistência da família impede, por exemplo, que o preso
Noções de Direito Constitucional

objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da fique incomunicável. A assistência do advogado é irrestrita,
infração. devendo ser assegurada proteção da defensoria pública ao
preso que não possua condições de contratar um advogado
Atenção! Nas infrações permanentes, como na de ex- às suas expensas.
torsão mediante sequestro, entende‑se o agente em fla-
grante delito enquanto não cessar a permanência. Dessa LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsá-
forma, é possível sua prisão durante todo o período do veis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
sequestro, sem necessidade de autorização judicial.
Comentário: a identificação dos responsáveis pela prisão
Como a prisão em flagrante pode ser feita por qualquer ou pelo interrogatório do preso é um instrumento necessário
do povo, ela será a única possibilidade de prisão que é con- à proteção contra abusos, já que intimida o agente público
cedida às Comissões Parlamentares de Inquérito.
51
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/Senado Federal/Técnico Legisla-
49
Assunto cobrado na prova da FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Admi- tivo/Administração/2012 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrati-
nistração/2012. va/2010.
50
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012. 52
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.

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quanto às práticas abusivas ou ilícitas. Importante notar que tornou, na prática, inviável a utilização do instrumento de
a identificação será obrigatória mesmo nas hipóteses de cri- prisão nessas hipóteses.
minosos de alto grau de periculosidade, independentemente
de supostamente oferecerem risco de retaliação em relação LXVIII – conceder‑se‑á habeas corpus sempre que al-
aos agentes públicos. guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela abuso de poder53;
autoridade judiciária;
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
Comentário: como já ressaltado, cabe ao juiz analisar “Remédios Constitucionais”.
a legalidade da prisão, podendo, de ofício, determinar o
relaxamento da prisão. LXIX – conceder‑se‑á mandado de segurança para prote-
ger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus
ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Comentário: a liberdade provisória consiste no direito de Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
o preso responder ao processo em liberdade. A lei definirá “Remédios Constitucionais”.
quais são as hipóteses em que a liberdade provisória será
admitida, casos em que o acusado não poderá ser levado à LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser im-
prisão ou nela mantido. petrado por:
Existem duas modalidades de liberdade provisória: sem a) partido político com representação no Congresso
pagamento de fiança e mediante pagamento de fiança. Com- Nacional.
pete à lei definir quais serão as hipóteses em que a liberdade b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
provisória exigirá o pagamento de fiança, que é um valor ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo
dado em garantia pelo preso, assegurando sua colaboração menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros
nas investigações e na instrução. ou associados54.
Não admitem fiança: racismo, crime de grupos armados
contra o Estado Democrático e contra a ordem constitucional, Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
crimes hediondos, tráfico de drogas, tortura e terrorismo. “Remédios Constitucionais”.

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do LXXI – conceder‑se‑á mandado de injunção sempre que
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania55;
Comentário: a prisão civil é aquela utilizada na cobrança
de dívidas. Não tem um caráter punitivo, mas sim coerciti- Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
“Remédios Constitucionais”.
vo, voltado ao adimplemento da obrigação. A prisão civil é
admitida em duas hipóteses: LXXII – conceder‑se‑á habeas data:
a) inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação a) para assegurar o conhecimento de informações
alimentícia; relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
b) depositário infiel. ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
A prisão por obrigação alimentícia somente ocorrerá caráter público.
nos casos em que a dívida é voluntária, ou seja, quando não b) para a retificação de dados, quando não se prefira
houver um motivo de força maior para o inadimplemento fazê‑lo por processo sigiloso, judicial ou administra­tivo.
da obrigação.
O depositário infiel é responsável pelo bem, devendo Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
devolvê-lo imediatamente nas hipóteses legais. “Remédios Constitucionais”.
Tais hipóteses eram definidas em nosso ordenamento
jurídico. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal veio a consi- LXXIII – qualquer cidadão56 é parte legítima para propor
derar o Pacto de São José da Costa Rica, tratado internacional ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio pú-
que impede esse tipo de prisão, uma norma supralegal, ou blico ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
Noções de Direito Constitucional

seja, superior às demais normas legais. Isso fez com que administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
fossem derrogadas as normas legais que dispunham sobre e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má‑fé, isento
a prisão civil do depositário infiel. de custas judiciais e do ônus da sucumbência57;
Antes desse entendimento, a prisão do depositário infiel
era justificada por uma obrigação processual ou por uma Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
obrigação contratual. Na primeira situação, estando o bem “Remédios Constitucionais”.
em discussão perante o Poder Judiciário, determinava-se que
o detentor fosse nomeado depositário infiel. Na segunda si- 53
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de
tuação, o depositário recebia o bem em virtude de uma obri- Diligências/2012 e FCC/Instituto Nacional do Seguro Social /Técnico do Seguro
gação contratual, como no contrato de alienação fiduciária. Social/2012.
Em resumo, a situação que temos hoje é a seguinte: 54
Esaf/MF/Assistente Técnico/Administrativo/2012.
55
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
a prisão civil do depositário infiel é prevista na Constituição vil/2012.
nos casos previstos em lei. O Pacto de São José da Costa 56
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/
Rica, porém, com seu status supralegal, derrogou todas as Administrativo/2013.
57
Assunto cobrado na prova da Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico
previsões legais de prisão do depositário, de tal forma que Judiciário//2010.

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22 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico República Federativa do Brasil seja parte.
“Gratuidades Constitucionais”.
Comentário: o presente dispositivo deixa claro que o rol
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judi- de direitos do art. 5º não possui caráter exaustivo, mas sim,
ciário, assim como, o que ficar preso além do tempo fixado exemplificativo. Fica, portanto, aberta a oportunidade de
na sentença; reconhecimento de novos direitos e garantias decorrentes
do regime e dos princípios constitucionais, bem como de
Comentário: essa indenização não poderá ser plei­teada tratados internacionais.
pela via do habeas corpus. Será necessário portanto que, Nesse sentido, já foi reconhecida a existência de direitos
além do habeas corpus liberatório, seja ajuizada ação ordi- e garantias individuais até mesmo no art.150 da Constituição
nária para demonstração da responsabilidade civil do Estado. Federal, que estabelece as limitações constitucionais ao
poder de tributar.
LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, Cabe lembrar que os tratados internacionais que apenas
na forma da lei: disponham de direitos e garantias fundamentais, sem se
a) o registro civil de nascimento; submeter ao procedimento de aprovação similar ao da pro-
b) a certidão de óbito58. posta de emenda constitucional, não terá status de emenda
constitucional, mas força de norma supralegal.
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
“Gratuidades Constitucionais”. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
exercício da cidadania59. emendas constitucionais61.

Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico Comentário: o presente dispositivo, inserido pela Emen-
“Gratuidades Constitucionais”. da Constitucional nº 45/2004, abriu a possibilidade de trata-
dos e convenções internacionais possuírem força de emenda
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são constitucional. Para tanto, será necessário preencher os dois
assegurados a razoável duração do processo e os meios que requisitos, de forma cumulada: tratar de direitos humanos
garantam a celeridade de sua tramitação. e ser aprovado por três quintos de cada Casa do Congresso
Nacional em dois turnos de votação.
Comentário: esse dispositivo foi inserido na reforma Os tratados que não cumprirem tais requisitos, como
constitucional de 2004 que, por meio da Emenda Constitucio- vimos, terão forma de lei ordinária ou força supralegal.
nal nº 45, realizou a chamada “reforma do Poder Judiciário”.
No caso, os processos judicial e administrativo passam a ter § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
a garantia da razoável duração do processo. Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão62.
Dois problemas surgem em relação a tal dispositivo.
Primeiramente, temos a dificuldade em definir qual será a Comentário: essa importante determinação acaba por
duração razoável do processo, principalmente pelo fato de colocar em discussão a noção clássica de soberania, que vê no
que as ações possuem múltiplos graus de complexidade. Estado Soberano um ente totalmente independente. Passa
Em segundo lugar, a dificuldade encontrada reside no fato o Brasil, a partir da inserção desse dispositivo pela Emenda
de o dispositivo possuir uma redação muito ampla, que não Constitucional nº 45/2004, a submeter‑se à jurisdição de um
especifica, no caso concreto, as medidas a serem adotadas. organismo internacional se houver manifestado adesão ao
A conclusão a que chegamos, portanto, é a de que se trata ato de criação. Cumpre ressaltar, porém, que essa previsão
de uma norma‑princípio, que exigirá concretização por meio se limita aos tribunais penais, não podendo ser estendida a
de políticas públicas e da atividade legislativa. outras áreas como a do comércio internacional.
O judiciário, em caráter excepcional, tem deferido pedi-
dos de julgamento imediato da causa em respeito ao direito Remédios Constitucionais
à razoável duração do processo.
Os remédios constitucionais são garantias definidas no
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias corpo do art. 5º da Constituição Federal, que visam à prote-
fundamentais têm aplicação imediata60. ção de valores também definidos na Carta Maior. Apesar de
Noções de Direito Constitucional

a maioria dos remédios tramitar perante o Poder Judiciário,


Comentário: o fato de as normas desse artigo terem apli- existem remédios, como o direito de petição, que podem
cação imediata significa dizer que podem ser aplicadas a um tramitar perante órgãos administrativos. Consideraremos,
caso concreto imediatamente, sem necessidade de norma em nosso estudo, os seguintes remédios constitucionais:
regulamentadora, por exemplo. Essa é a razão pela qual di- • habeas corpus;
versos remédios constitucionais, ainda que não tivessem seu • habeas data;
papel bem definido pela legislação, puderam ser utilizados • mandado de segurança;
imediatamente, como é o caso do mandado de segurança. • mandado de injunção;
A aplicação imediata, porém, não impede que uma nor- • ação popular;
ma tenha eficácia contida, ou seja, que admita a restrição • direito de petição.
de sua eficácia por meio da atuação do legislador ordinário.
61
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico
58
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati- Judiciário/2012; Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/Técnico
va/2010. em Radiologia/2012 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legisla-
59
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013. tivo/2010.
60
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013. 62
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.

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Habeas Corpus habeas corpus de ofício, para reconhecer que o crime está
prescrito.
Finalidade: este remédio constitucional, previsto no
art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal, visa à proteção da Gratuidade: trata‑se de ação gratuita, independente-
liberdade de locomoção (direito de ir, vir e permanecer) mente de qualquer condição.
contra lesão ou ameaça causada por abusos de poder ou
ilegalidade63. Como se percebe, não há uma necessária Habeas Data
correlação desse remédio ao Direito Penal, motivo pelo qual
o habeas corpus poderá ser impetrado até mesmo no caso Finalidade: o presente remédio constitucional, previsto
de prisão civil por dívida, já que está envolvida, nesse caso, no art. 5º, LXXII, da Constituição do Brasil possui uma dupla
a liberdade de locomoção. finalidade. Vejamos no quadro abaixo.
Como já salientamos anteriormente, este remédio constitu- de informações relativas à pessoa do
cional não se presta a discutir punições disciplinares militares. acesso impetrante, constantes de registros
O habeas corpus não se submete a prazo prescricional Visa a ou  ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter
ou decadencial, sendo cabível enquanto durar a lesão ou assegurar retificação público.
ameaça de lesão ao direito que se pretende proteger.

Legitimidade ativa: possui legitimidade ativa aquele Portanto, uma das finalidades do habeas data é a pos-
que pode impetrar o habeas corpus, chamado, portanto, sibilidade de retificação de dados, quando não se prefira
de impetrante. Esse remédio é dos mais informais, já que fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.64
pode ser impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica, A impetração do habeas data exige, ainda, a demonstra-
independentemente de capacidade civil, de advogado e de ção de que houve uma prévia negativa administrativa. Em
mandato outorgado pelo paciente. Exige‑se, porém, como outras palavras, o impetrante deve demonstrar que buscou
um formalismo mínimo, que a petição seja assinada, já que previamente o acesso às informações diretamente junto ao
é considerado inexistente o habeas corpus apócrifo. banco de dados, sem obter, porém, sucesso.

Paciente: será considerado paciente aquele que estiver a Legitimidade ativa: qualquer pessoa pode impetrar o
sofrer lesão ou ameaça a seu direito de locomoção e venha habeas data, desde que as informações pleiteadas se refiram
a ser protegido pelo remédio constitucional. O paciente exclusivamente ao impetrante. Trata‑se, dessa forma, de uma
será necessariamente uma pessoa física, já que as pessoas ação personalíssima.
jurídicas não possuem liberdade de locomoção, prerrogativa
que é incompatível com elas. Legitimidade passiva: apenas pode ser impetrado o
banco de dados de caráter público (Serasa, SPC etc.) ou
Legitimidade passiva: a legitimidade passiva é conferida respectiva entidade governamental (INSS, Receita Federal
àquele que age como coator, praticando atos ilícitos ou em do Brasil, Polícia Federal etc.).
abuso de poder, razão pela qual será considerado impetrado.
Gratuidade: trata‑se de ação gratuita, independente-
Tipos: podemos classificar o habeas corpus como pre­ mente de qualquer condição.
ventivo, que é aquele impetrado quando há uma amea­ça ao
direito de locomoção, ou repressivo, impetrado quando já Mandado de Segurança
se configura a ilegalidade ou o abuso de poder, e “de ofício”,
concedido pelo juiz independentemente de impetração. Finalidade: o mandado de segurança se presta à proteção
No habeas corpus preventivo, pode ser expedido salvo de direito líquido e certo contra abuso de poder ou ilegalida-
conduto, que é instrumento que impede a prisão do paciente de. Direito líquido e certo é aquele que se mostra delimitado
nas hipóteses descritas na ordem judicial concessiva da ordem. quanto à extensão e inquestionável quanto à existência. De
Imaginemos uma situação em que o paciente será ouvido forma simplificada, podemos dizer que o direito líquido e
como acusado em uma Comissão Parlamentar de Inquérito certo é aquele que não demanda ampla instrução probatória,
e requer, por meio de um habeas corpus, a expedição de um motivo pelo qual a única prova admitida no mandado de
salvo conduto para garantia de seu direito de permanecer ca- segurança é a de caráter documental.
lado. Poderá o Supremo Tribunal Federal, nesse caso, conceder No mandado de segurança, o direito é facilmente aferí-
o remédio para que o paciente não seja preso caso venha a vel a partir da leitura das normas legais aplicáveis ao caso.
legitimamente exercer seu direito sem que incida, portanto, Compete à parte, portanto, apenas demonstrar que se
em crime, caso recaia em falso testemunho. enquadra na situação descrita na lei. Cabe mandado de se-
No writ repressivo, já existe a situação de coação e o gurança, portanto, para pleitear aposentadoria por tempo de
serviço, quando bastar a certidão de tempo de serviço para
Noções de Direito Constitucional

paciente requer, portanto, a sua soltura, por exemplo. Tanto


no habeas corpus preventivo quanto no repressivo, há a comprovar que o impetrante preenche os requisitos legais
possibilidade de concessão de medida liminar. para usufruir do benefício. No caso, porém, de aposentadoria
A liminar é uma medida precária, que busca a proteção por invalidez, quando é necessário realizar perícias e ouvir
do bem quando exista perigo de dano irreparável ao bem testemunhas, o direito não é líquido e certo, motivo pelo qual
tutelado. Somente será concedida a liminar se houver a fu- não será possível, a priori, impetrar mandado de segurança.
maça do bom direito, ou seja, a plausibilidade das alegações Dessa forma, no mandado de segurança não se discute
feitas pelo impetrante. matéria probatória, de cunho fático. Por outro lado, mos-
Por fim, o habeas corpus ex officio é aquele que é tra‑se plenamente possível discutir questões de direito, de
concedido pelo juiz independentemente de provocação. cunho abstrato. Nesse sentido, a Súmula nº 625/STF dispõe
Imaginemos que um impetrante ingressa com um recurso que “a controvérsia sobre matéria de direito não impede
requerendo a atipicidade da conduta do réu. Nesse caso, concessão de mandado de segurança”.
o magistrado, ainda que não concorde com o impetrante A impetração do mandado de segurança não está vincu-
no que toca à atipicidade da atitude do réu, pode conceder lado ao esgotamento da instância administrativa. Por conta

63
Assunto cobrado na prova do Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010. 64
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/Direito/2010.

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24 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
disso, dispõe a Súmula nº 430/STF que “pedido de reconsi- direito, já que o seu titular poderá pleitear seu direito por
deração na via administrativa não interrompe o prazo para meio de uma ação ordinária. Cabe lembrar que, no mandado
o mandado de segurança”. de segurança preventivo, não há prazo decadencial, tendo
em vista que o ato coator sequer foi produzido.
Legitimidade ativa: o mandado de segurança pode ser
ajuizado por qualquer pessoa, física ou jurídica. Súmula nº 512/STF: segundo entendimento jurispru-
dencial do Supremo Tribunal Federal, não cabe condenação
Legitimidade passiva: somente pode ser impetrado em em pagamento de honorários advocatícios em Mandado
um mandado de segurança quem seja autoridade pública de Segurança. Em outras palavras, a parte que sucumbente
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições não será obrigada a pagar à parte vencedora uma parcela
do Poder Público65, ou seja, a ela equiparado por atuar em do valor da causa para pagamento do advogado responsável
função eminentemente pública, mediante delegação. pelo êxito.
Tipos: o mandado de segurança pode ser classificado em
preventivo ou repressivo, e ainda em individual ou coletivo. Atenção! O prazo decadencial para impetração do man-
O mandado de segurança preventivo presta‑se a evitar dado de segurança foi considerado constitucional pelo
ofensa a direito líquido e certo que seja e que se ache ame- Supremo Tribunal Federal, o que resultou na edição da
açado, ainda que não exista o ato lesivo. Súmula nº 632/STF.
O mandado de segurança repressivo volta‑se a afastar
ofensa já perpetrada contra direito líquido e certo. Já existe, Jurisprudência: vejamos alguns entendimentos jurispru-
nesse caso, lesão ao bem jurídico que se quer tutelar. denciais acerca do cabimento do mandado de segurança.
O mandado de segurança individual busca a proteção
dos interesses do impetrante. O mandado de segurança será Cabe mandado de se­gurança Não cabe mandado de se­­
individual ainda que vários impetrantes optem por ajuizar gurança
uma só ação, na condição de litisconsortes. Para a proteção do direito de Contra lei em tese.
No mandado de segurança coletivo, previsto no art. 5º, reunião.
LXIX, da Constituição Federal, o impetrante defende, em
Para proteção do direito de Contra decisão judicial transi-
nome próprio, um direito alheio. Cuida‑se de forma de subs-
certidão. tada em julgado.
tituição processual, razão pela qual não há necessidade de
autorização dos titulares do direito protegido. Nesse sentido, Para a proteção de direito que Contra ato judicial passível
a Súmula nº 629/STF, que determina que a “impetração de esteja na pendência de decisão de recurso.
mandado de segurança coletivo por entidade de classe em na esfera administrativa.
favor dos associados independe da autorização destes”. Mandado de Injunção
São legitimados a impetrar o mandado de se­gurança
coletivo: Cabimento: o mandado de injunção, previsto no art. 5º,
• partido político com representação no Congresso LXXI, da Constituição Federal, pode ser impetrado sempre que
Nacional66; a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
• organização sindical, entidade de classe ou associação dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania69.
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou Cuida‑se, assim, de ação voltada à supressão de omissão
associados. legislativa relativa à regulamentação de direitos previstos cons-
titucionalmente. Se tivermos uma norma de eficácia limitada,
Um partido político com representação no Congresso por exemplo, que ainda não produza totalmente seus efeitos
Nacional possui legitimidade para impetrar mandado de porque ainda não foi produzida lei regulamentadora, será
segurança coletivo apenas em defesa de seus filiados.67 cabível o mandado de injunção contra o órgão responsável
É possível a concessão de mandado de segurança cole- pela omissão, buscando‑se a edição da norma.
tivo impetrado por partido político com representação no Durante muito tempo defendeu‑se que o mandado de
Congresso Nacional, para proteger direito líquido e certo injunção não poderia dar ao Poder Judiciá­rio o poder de,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando persistindo a omissão, determinar qual será a disciplina legal
o responsável pelo abuso de poder for ministro de Estado.68 a ser aplicada ao caso concreto. Entendia‑se, nesse caso, que
Destaca‑se que a entidade de classe possui legitimidade estaríamos ferindo o princípio da separação dos poderes,
para impetrar o mandado de segurança ainda que a preten- motivo pelo qual era necessário adotar posicionamento não
são veiculada interesse apenas a uma parte da categoria concretista. Esse não é, porém, o atual entendimento do
(Súmula nº 630/STF). Supremo Tribunal Federal, que já admite que o Poder Judiciário
indique, no caso de omissão, quais serão as regras aplicáveis
Noções de Direito Constitucional

para que os impetrantes possam usufruir de forma plena os


Atenção! O mandado de segurança coletivo é hipótese iso- direitos que lhe foram conferidos pela Constituição do Brasil.
lada em que as associações fazem substituição processual. O desrespeito à determinação de regulamentação de um
Nas demais ações ajuizadas pelas associações, o que se dispositivo constitucional é denominada inconstitucionalida-
pratica é a representação processual, que exige autorização de por omissão, e também pode ser combativa por meio da
dos representados. ação direta de inconstitucionalidade por omissão, que será
posteriormente tratada.
Prazo Decadencial: a impetração do mandado de se­
gurança deve ser feita no prazo de cento e vinte dias, con- Legitimidade ativa: o mandado de injunção pode ser
tados da data da ciência do ato ilegal ou cometido em abuso impetrado por qualquer pessoa que possua interesse direto
de poder. A perda desse prazo, porém, não leva à perda do na regulamentação do dispositivo constitucional.

65
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012.
Legitimidade passiva: será considerado impetrado aque-
66
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa- SP/Agente Legislativo le que seja responsável pela omissão legislativa.
de Serviços Técnicos e Administrativos/2010.
67
Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012. 69
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Legislativo de Serviços Técnicos e Admi-
68
Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2013. nistrativos/2010.

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Tipos: são cabíveis o mandado de injunção individual e o Gratuidades Constitucionais
mandado de injunção coletivo. O segundo tipo de mandado O texto constitucional trata de diversas hipóteses de
de segurança é uma criação pretoriana, ou seja, foi reco- gratuidade, sendo de suma importância que o candidato
nhecido pelos tribunais, ainda que não houvesse disciplina identifique quais as condicionantes para a fruição desse
constitucional a respeito. Assim, devem ser aplicadas ao direito. Vamos esquematizar.
mandado de injunção coletivo as disposições do mandado
de segurança coletivo. Dispositivo Gratuidade Observações
5º, XXXIV Direito de peti- Incondicionada – independe
Ação Popular ção do pagamento de taxas
Finalidade: a ação popular é voltada à anulação de ato 5º, XXXIV Direito de certi- Incondicionada – independe
dão do pagamento de taxas
lesivo:
• ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 5º, LXXIII Ação Popular Condicionada à boa-fé do autor
participe; 5º, LXXIV Assistência jurídi- Condicionada à comprovação
• à moralidade administrativa; ca integral da insufi­ciência de recursos
• ao meio ambiente; 5º, LXXVI Certidão de nas- Condicionada à comprovação
• ao patrimônio histórico e cultural. cimento de pobreza, na forma da lei
5º, LXXVI Certidão de óbito Condicionada à comprovação
Cumpre notar que a ação popular só se presta à anulação de pobreza, na forma da lei
desses atos, não sendo o instrumento adequado à punição 5º, LXXVII Habeas corpus Incondicionada
do agente público que causou um dano a interesses da socie-
5º, LXXVII Habeas data Incondicionada
dade. A punição, no caso, poderá ser discutida em eventual
ação de improbidade. 5º, LXXVII Atos necessários Gratuitos na forma da lei
É possível declarar a inconstitucionalidade de uma lei ao exercício da
por meio da ação popular, desde que essa declaração não cidadania
seja o objeto principal da ação popular. Assim, a declaração
de inconstitucionalidade da lei pode ser um meio, nunca a Direitos Sociais
finalidade precípua da ação.
A ação popular deverá ter por objeto um ato adminis- A Constituição dedica um capítulo inteiro aos direitos
trativo. Não é cabível essa ação contra uma decisão judicial. sociais, quais sejam: a educação, a saúde, a alimentação
Por permitir que o cidadão defenda diretamente os o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência
interesses do povo, pode‑se considerar a ação popular uma social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência
forma de exercício da democracia direta. aos desamparados71.
Não existe foro por prerrogativa de função em relação à Esses direitos, delineados no art. 6º da CF, possuem um
ação popular. Assim, ainda que a ação seja ajuizada contra caráter protetivo, assistencial. Trata‑se de direitos funda-
o Presidente da República, não será julgada pelo Supremo mentais de segunda geração (introduzidos em larga escala
Tribunal Federal. no Brasil com a política social introduzida por Getúlio Vargas,
principalmente em 1934). Outros direitos sociais podem ser
Legitimidade ativa: só podem ajuizar ações populares encontrados no Título VIII do texto constitucional.
os cidadãos, ou seja, aqueles que possuam direitos políticos. Os direitos sociais consubstanciam, em sua grande maio-
Ficam excluídas, portanto, as pessoas jurídicas e as pessoas fí- ria, normas programáticas. Esse tipo de norma possui eficácia
sicas que não estejam no pleno gozo de seus direitos políticos. limitada, exigindo, para seu alcance, a construção de políticas
públicas pelo legislador constituído. Questão tormentosa
Legitimidade passiva: a ação popular deve ser ajuizada que hoje se apresenta é aquela relativa à possibilidade de
contra a autoridade pública autora do ato impugnado. se limitar a efetividade dos direitos fundamentais em nome
do princípio da reserva do possível. Em outras palavras, isso
Gratuidade: a ação popular será gratuita, mas sua gratuida- resulta em saber se o Estado pode deixar de cumprir com
de é condicionada à boa‑fé. Se a ação for ajuizada com má‑fé, seu papel de garantir os direitos sociais à população, sob a
o autor será condenado ao pagamento das custas judiciais. alegação de não possuir recursos materiais para tanto.
Em contraposição à limitação da reserva do possível,
Direito de Petição encontra‑se a previsão de um mínimo existencial no que
tange à concretização dos direitos sociais. Esse contraponto
Finalidade: o direito de petição, previsto no art. 5º, XX- é reforçado pela proibição do retrocesso, outra teoria que
Noções de Direito Constitucional

XIV, da CF, também considerado um remédio constitucional, também impede que a reserva do possível sirva de justificati-
difere‑se dos demais por não consistir em uma ação judicial. va ao abandono das previsões constitucionais programáticas.
Trata‑se de instrumento exercido perante o Poder Público A proibição do retrocesso impede que venha a reduzir
com o objetivo de: o montante de recursos voltados à execução de políticas
• defesa de direitos; públicas concretizadoras dos direitos fundamentais. Essa
• representação contra ilegalidade ou abuso de poder. teoria, porém, pode desenvolver um perigoso efeito colateral.
Caso reconhecida a proibição da diminuição dos recursos
Qualquer pessoa pode utilizar‑se do direito de petição, alocados em determinada atividade, é possível que o gestor
que não pode ser impedido por meio de obstáculos legais. evite aumentar a parcela orçamentária destinada à política
Dessa forma, segundo o novo entendimento do Supremo pública desenvolvida, com vistas a evitar uma vinculação nos
Tribunal Federal, é inconstitucional exigir depósito prévio orçamentos vindouros.
ou arrolamento de bens e direitos como condição de ad­ Sobre a eficácia das normas programáticas, o Supremo
missibilidade de recurso administrativo70. Tribunal Federal vem expedindo alguns pronunciamentos no
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.
70
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ibama/Técnico Administrativo/2012.
71

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26 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
sentido de que o Estado não pode deixar de atender à popu- • Salário mínimo, fixado em lei e nacionalmente uni­
lação sob a alegação de que não possui receita orçamentária. ficado. Mesmo aqueles que recebem remuneração
A maioria dos casos se relaciona à atuação do Estado na área variável não podem receber nunca salário inferior ao
da saúde, nos quais o Tribunal tem julgado procedentes re- mínimo.
cursos interpostos com o objetivo de se autorizar a compra
de medicamentos. O salário mínimo deve ter aumentos periódicos, de modo
Conforme estudamos, o Brasil terá como um de seus fun- a manter seu poder aquisitivo. O reajuste, porém, deve ser
damentos a busca da função social do trabalho e, para tanto, veiculado por lei, nada impedindo que a matéria seja tratada
prevê a Constituição Federal alguns direitos do trabalhador. também por meio de medida provisória.
Os direitos dos trabalhadores podem ser divididos em duas O salário mínimo atender às necessidades básicas do
categorias: direitos individuais e direitos coletivos do trabalho. trabalhador e de sua família, com moradia, alimentação,
Os trabalhadores urbanos e rurais são tratados de forma igua- educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
litária, sendo que a maioria dos seus direitos individuais está previdência social.
A economia não pode ser indexada ao salário mínimo. Em
descrita no art. 7º da CF, que passaremos a estudar.
outras palavras, o salário mínimo não pode servir de valor
Antes de visualizarmos os direitos em espécie, devemos
de referência, vinculando reajustes de preços e serviços. Isso
registrar que para o Direito do Trabalho não há uma total evita que os reajustes periódicos deixem de surtir efeitos
coincidência entre os termos “trabalhador” e “emprega- reais, já que, ao mesmo tempo em que o salário mínimo
do”, sendo que o segundo pressupõe o preenchimento de aumentasse, toda a economia sofreria um fenômeno infla-
diversos requisitos, como a habitualidade, a onerosidade, cionário automático.
a subordinação e a pessoalidade. Para o Direito Constitu- A Suprema Corte entende que o salário mínimo não pode
cional, porém, de natureza marcantemente principiológica, servir de base de cálculo de nenhum adicional, inclusive do
essa distinção deixa de ter importância, de tal forma que adicional de insalubridade. Nesse julgamento foi aprovada a
utilizaremos os dois termos indiscriminadamente. quarta súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, que
recebeu a seguinte redação:
Isonomia Trabalhista
Salvo os casos previstos na Constituição, o salário
A Constituição Federal se preocupou com a discriminação mínimo não pode ser usado como indexador de base
entre os trabalhadores que apresentam formas diferentes de cálculo de vantagem de servidor público ou de
de contratos. Sendo assim, cuidou o texto de impor o trata- empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
mento igualitário entre os trabalhadores:
• urbanos e rurais; Nada impede que pensões, estipuladas em virtude de
• portador de deficiência; ato ilícito (morte de um pai de família, por exemplo), sejam
• trabalhador manual, técnico e intelectual; fixadas com base no salário mínimo, já que essas prestações
• trabalhadores com vínculo empregatício permanente buscam satisfazer as necessidades básicas tratadas pelo
e trabalhador avulso72; art. 7º, IV, da CF. Então, se alguém atropela um trabalhador,
• não pode, ainda, haver diferenças por motivos de sexo, pode ser obrigado a pagar um salário mínimo à viúva, du-
idade, cor ou estado civil. rante o prazo provável em que a vítima teria de sobrevida,
sem que isso signifique ofensa à proibição de vinculação ao
Proteção da Relação de Trabalho salário mínimo.
• Piso salarial: é aquele valor considerado como o mí-
nimo a ser pago por determinada empresa. Não deve
• Proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa
ser confundido com o salário mínimo profissional.
causa, a ser definida em lei complementar, que deve
• Irredutibilidade do salário: não é possível ao em-
prever indenização compensatória, entre outros direitos:
pregador diminuir o salário, salvo por meio acordo
atualmente, uma indenização compensatória imposta ao ou convenção coletiva de trabalho, que são acordos
empregador que promove a demissão arbitrária ou sem firmados entre o sindicato e o empregador ou entre o
justa causa é a multa de 40% sobre o saldo do FGTS do sindicato patronal e os sindicatos dos trabalhadores,
trabalhador, autorizada pelo art. 10 do ADCT. respectivamente.
• Seguro-desemprego, no caso de despedida involuntá- • Décimo terceiro salário.
ria do trabalhador. • Remuneração do trabalho noturno superior ao
• Aviso prévio proporcional, no mínimo de trinta dias, diurno. Para cumprir tal determinação a legislação
proporcional ao tempo de serviço, nos termos da lei. infraconstitucional prevê, além de um percentual
Noções de Direito Constitucional

• Proteção em face da automação: a evolução de ramos a mais no salário daquele que trabalha no período
da ciência, tal qual a mecatrônica, pode levar a uma noturno, também uma redução na contagem da hora
demissão em massa (exemplo: uso de catracas ele- trabalhada, que se reduz a 52 minutos e 30 segundos.
trônicas em ônibus coletivos). Deve o Estado cuidar • Proteção contra a retenção dolosa do salário, cons­
para que os trabalhadores se preparem para as novas tituindo crime o não pagamento sem justificativa73.
tecnologias e não se tornem “obsoletos” no mercado Proíbem‑se, assim, descontos no salário que não sejam
de trabalho. autorizados pelos trabalhadores. No caso de a empresa
estar passando por sérios problemas financeiros, o não
Prestações Pecuniárias pagamento do salário pode não ser doloso, e sim,
culposo, não constituindo, portanto, crime.
• Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, obri- • Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada
gatório aos trabalhadores. da remuneração, e participação na gestão da empre­

Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-


72
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-
73

tiva/2010. tiva/2010.

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sa, conforme definido em lei, sendo que a participa­ desse no acidente. As ações acidentárias atualmente são
ção na gestão tem um caráter excepcional74. julgadas na Justiça do Trabalho (art. 114 da CF).
• Salário‑família, pago por cada dependente do traba-
lhador de baixa renda, nos termos da lei. Prescrição Trabalhista
• Remuneração das horas extras em pelo menos cin­
quenta por cento superior à hora normal75. A legisla- • A prescrição resulta da perda de uma pretensão em
ção, porém, pode determinar a aplicação de hora extra virtude da inércia de seu titular. O direito de ação, vi-
em percentual superior em casos específicos. sando ao recebimento de créditos trabalhistas, existe
• Remuneração paga em virtude do gozo de férias, desde que o empregado busque a proteção jurisdi-
correspondente a 1/3 (um terço) do salário normal, cional no prazo de cinco anos após o surgimento do
independentemente da remuneração ordinariamente direito reclamado, limitado tal prazo a dois anos após
devida no período. o término do contrato de trabalho. Anteriormente,
• Pagamento de adicional para as atividades penosas havia uma diferenciação para o prazo prescricional dos
(que exigem muito esforço do trabalhador), insalubres trabalhadores rurais. Porém, com a Emenda Constitu-
(que oferecem risco à saúde do trabalhador) ou peri- cional nº 28/2000, o prazo passou a ser único para os
gosas (que apresentam risco de morte ao trabalhador). trabalhadores urbanos e rurais.
Interessante notar que, no caso de morte do trabalha-
Jornada de Trabalho dor, se aplica apenas o prazo de cinco anos, sem se le-
var em conta o prazo de dois anos. Assim, a prescrição
• Jornada de trabalho não superior a oito horas diá­rias total dos direitos ocorrerá apenas cinco anos após a
de forma a não ultrapassar, no total, quarenta e quatro morte do trabalhador.
horas semanais. Por meio de acordo ou convenção
coletiva é possível a compensação de horários ou Vejamos alguns exemplos de prescrição.
redução de jornada.
O turno ininterrupto de revezamento, hipótese na
qual o empregado não desfruta do intervalo intrajor-
nada, exige jornada de trabalho máxima de seis horas,
salvo negociação coletiva76. O STF, no julgamento do
RE nº 205.815/RS firmou o entendimento de que o
fato de a empresa conceder intervalo para descanso
e refeição não descaracteriza o turno ininterrupto de
revezamento, com direito a jornada de seis horas,
prevista no art. 7º, XIV, da Constituição Federal.
• Repouso semanal remunerado. Tal repouso deve ser
concedido preferencialmente aos domingos.
• Férias anuais remuneradas, com o pagamento de um
adicional correspondente a 1/3 do salário normal,
conforme tratado anteriormente. Interessante notar
que, apesar de o direito de férias possuir fundamento
constitucional, o período de gozo das férias não tem Maioridade Trabalhista
cunho constitucional, sendo definido pela legislação.
Assim, uma eventual redução do período de férias, • Os menores de 18 anos não podem exercer trabalho
visando à flexibilização das relações trabalhistas, no noturno, perigoso ou insalubre77. Somente a legislação
ponto, sequer exigiria a edição de norma constitucio- infraconstitucional restringe o exercício de atividade
nal, bastando uma reforma legislativa. penosa pelo menor, não havendo, portanto, previsão
constitucional. Os menores de 16 anos só podem tra-
Proteção à Saúde do Trabalhador balhar na condição de aprendiz, que é um contrato de
trabalho específico, o qual busca a profissionalização
• Licença-gestante, com garantia de manutenção do do educando. Por fim, temos que os menores de 14
emprego e do salário, pelo período de 120 (cento anos não podem exercer nenhum trabalho.
e vinte) dias e licença‑paternidade de acordo com
o que a lei estabelecer, que é atualmente de cinco Em resumo, temos o seguinte quadro:
dias. A licença‑paternidade pode, sob determinados
Noções de Direito Constitucional

Menores de Menores de Menores de


aspectos, se afastar de uma literal medida de proteção
18 anos 16 anos 14 anos
à saúde do trabalhador. Sua manutenção neste tópico
Proibição de trabalho Somente podem exer-
se faz sob o ponto de vista didático. noturno, perigoso ou cer trabalho na condi-
Não podem exercer
• Redução dos riscos de acidentes de trabalho, utilizan- atividade laborativa.
insalubre. ção de aprendiz.
do‑se de medidas eficazes na prevenção de acidentes
e de doenças profissionais. Outros direitos
• Seguro contra acidentes de trabalho, que deverá ser
pago pelo empregador, sem que isso exclua a possibili- • Incentivo ao mercado de trabalho da mulher.
dade de sua responsabilização civil quando houver culpa • Aposentadoria, desde que preenchidos os critérios
previstos na legislação.
74
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Ad-
ministrativa/2010 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/
• Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde
Área Administrativa/2010. o nascimento até cinco anos de idade em creches e
75
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra- pré‑escolas.
tiva/2010.
76
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-
tiva/2010. Assunto cobrado na prova da Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2012.
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28 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Com a nova redação do art. 7º, parágrafo único, dada vínculo permanente e trabalhador avulso. Alguns desses não
pela EC nº 72/2013, foram assegurados aos trabalhadores são previstos, pois são incompatíveis com o vínculo domés-
domésticos os seguintes direitos em total equiparação aos tico, como a distribuição de lucros e o trabalhador avulso.
demais trabalhadores: O rol de direitos aqui apresentado é meramente exem-
• salário mínimo; plificativo, sendo que outros podem ser previstos na própria
• irredutibilidade de salário; Constituição ou pela legislação infraconstitucional. Nesse
• garantia de salário mínimo a quem percebe remune- sentido, o Supremo Tribunal Federal julgou constitucional
ração variável; o art. 118 da Lei nº 8.213/1991, que garante a manutenção
• décimo terceiro salário; do contrato de trabalho, em caso de acidente de trabalho,
• proteção do salário, constituinte crime sua retenção dolosa; pelo prazo mínimo de doze meses.
• jornada de trabalho não superior a 8 horas diárias e
quarenta e quatro semanais; Sindicatos
• repouso semanal remunerado; Em nosso País, é livre a associação profissional ou sin-
• hora extra; dical, constituindo uma importante forma de proteção dos
• férias anuais remuneradas; direitos sociais. Assim, seria inconstitucional a estipulação
• licença à gestante; por meio da legislação de restrições à liberdade de criação
• licença-paternidade; de sindicatos ou associação profissional. Isso não significa,
• aviso prévio proporcional; porém, que não existam na Constituição inúmeras restri-
• redução dos riscos inerentes ao trabalho; ções à sua atuação. O texto constitucional, por exemplo,
• aposentadoria; estipula que somente é permitida a criação de uma única
• reconhecimento das convenções e acordos coletivos organização sindical, para cada categoria profissional ou
de trabalho; econômica, em cada base territorial, que nunca será inferior
• proibição de diferença de salários, de exercício de à área de um Município. Não existe, portanto, concorrência
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, entre sindicatos, já que cada trabalhador estará vinculado
idade, cor ou estado civil; a uma categoria, que, por sua vez, terá um único sindicato
• proibição de discriminação do trabalhador portador na base territorial.
de deficiência; Os sindicatos não dependem de autorização do Estado
• proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a para sua fundação, porém a Constituição impõe que sejam
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores registrados no órgão competente. Dispõem, assim, de direito
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a de auto‑organização, que impede a interferência e a inter-
partir dos quatorze anos. venção estatal na organização sindical.
Além disso, cabe registro de que os trabalhadores tam-
Outros direitos foram estendidos, porém com ressal- bém são livres para decidir se serão ou não inscritos nos
vas. A Constituição define que os direitos a seguir devem quadros do sindicato. Mesmo que não inscrito no sindicato,
ser conferidos às empregadas domésticas se atendidas as o trabalhador possui direito de ser protegido por essa ins-
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação tituição. A filiação ao sindicato pode trazer algumas prer-
do cumprimento das obrigações tributárias, decorrentes da rogativas que não são previstas em lei como, por exemplo,
relação de trabalho doméstico e suas peculiaridades. Em a utilização de serviços assistenciais (clubes de recreação,
outras palavras, podemos dizer que são direitos que depen- planos de saúde etc.), que são um atrativo à filiação.
dem de regulamentação específica, que levará em conta as O objetivo do sindicato é a defesa dos interesses da
características e peculiaridades da relação doméstica, que é categoria, razão pela qual, por exemplo, é obrigatória a parti-
marcada por um grau de informalidade e pela simplicidade cipação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
do empregador, que não possui tanto aparato econômico e Essa defesa de direitos e interesses coletivos ou individuais da
burocrático quanto uma empresa. São eles: categoria envolve tanto questões judiciais quanto administra-
• relação de emprego protegida contra a despedida ar- tivas. Na defesa no âmbito judicial, os sindicatos exercem o
bitrária ou sem justa causa, inclusive com indenização que se denomina direito de substituição processual, no qual
compensatória, dentre outros direitos; se defende em nome próprio direito alheio. A substituição
• seguro-desemprego, em caso de desemprego involun- processual é feita sem a necessidade de autorização de seus
tário; filiados ou dos integrantes da categoria.
• fundo de garantia do tempo de serviço; Quanto à substituição processual, cabe notar que se for-
• remuneração do trabalho noturno superior à do diur- maram duas correntes. A primeira entendia que os sindicatos
no; poderiam defender interesses coletivos (supraindividuais)
• salário-família; e individuais homogêneos, mas não teria a capacidade de
Noções de Direito Constitucional

• assistência gratuita aos filhos e dependentes desde executar a sentença, papel que caberia individualmente aos
o nascimento até cinco anos de idade, em creches e beneficiados. A segunda corrente, mais ampliativa, defendia a
pré-escolas; possibilidade ampla de os sindicatos defenderem os interesses
• seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do em- da categoria. No julgamento do RE nº 210.029‑STF, a Supre-
pregador, sem excluir a indenização no caso de dolo ma Corte, em votação por maioria, definiu a prevalência em
ou culpa; nosso País da segunda corrente, findando, assim, a discussão
• integração à previdência social. a respeito da amplitude do art. 8º, III, da CF. De acordo com o
Supremo Tribunal Federal, o art. 8º, III, da CF, assegura ampla
Continuaram sem previsão o piso salarial, a participa- legitimidade ativa ad causam dos sindicatos como substitutos
ção nos lucros, jornada reduzida para turnos ininterruptos, processuais das categorias que representam na defesa de di-
proteção do mercado de trabalho da mulher, adicional por reitos e interesses coletivos ou individuais de seus integrantes.
atividades penosas, insalubres ou perigosas, proteção em A contribuição confederativa/assistencial, destinada
face da automação, ação trabalhista com prazo prescricional à manutenção do sistema confederativo, será fixada em
de cinco anos, proibição de distinção entre trabalho manual, assembleia, tem incidência facultativa aos trabalhadores
técnico ou intelectual e igualdade entre trabalhador com da categoria e não se confunde com a contribuição sindical,

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fixada em lei e de pagamento obrigatório por todos aqueles III – fundo de garantia do tempo de serviço;
que integram a categoria. IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unifica-
Os aposentados têm direito de votar e serem votados nas do, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às
organizações sindicais. A Carta Maior traz ainda a estabilida- de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
de sindical, que significa que o empregado sindicalizado não lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
pode ser dispensado a partir do registro da candidatura a reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se V – piso salarial proporcional à extensão e à complexi-
cometer falta grave. dade do trabalho80;
Por fim, note‑se que as disposições constitucionais VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
acerca dos sindicatos também se aplicam à organização de convenção ou acordo coletivo81;
sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para
condições que a lei estabelecer. os que percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração
Considerações Finais integral ou no valor da aposentadoria;
A Constituição Federal de 1988 assegura aos trabalha­ IX – remuneração do trabalho noturno superior à do
dores o direito de greve78, que não deve, no entanto, ser diurno;
confundido com o direito de greve dos servidores públicos, X – proteção do salário na forma da lei, constituindo
o qual possui fundamento em norma de eficácia limitada, crime sua retenção dolosa;
prescrita no art. 37, VII, da Constituição Federal. XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada
Essa prerrogativa deverá ser utilizada segundo a vontade da remuneração, e, excepcionalmente, participação na ges-
dos trabalhadores, não sendo admitida a greve do empre- tão da empresa, conforme definido em lei;
gador, chamada lock out. Dessa forma, compete aos traba- XII – salário‑família pago em razão do dependente do
lhadores decidir sobre a oportunidade de exercer o direito trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
de greve e os interesses que devam por meio dele defender. XIII – duração do trabalho normal não superior a oito
A lei deve definir os serviços ou atividades essenciais, dis- horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
pondo sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da compensação de horários e a redução da jornada, mediante
comunidade, bem como deve prever penalidades para o caso acordo ou convenção coletiva de trabalho;
de cometimento de abusos no exercício do direito de greve. XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado
Dispõe ainda o texto constitucional, que é assegurada em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
a participação dos trabalhadores e dos empregadores nos coletiva;
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente
profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão aos domingos82;
e deliberação. XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no
Finalizando o rol do Capítulo II do Título II, dispõe o texto mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
constitucional que é assegurada, nas empresas com mais XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo me-
de duzentos empregados, a eleição de um representante nos, um terço a mais do que o salário normal;
dos trabalhadores com a finalidade exclusiva de promover XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
o entendimento direto com os empregadores. Seria assim, salário, com a duração de cento e vinte dias;
um verdadeiro representante eleito pelos empregados para XIX – licença‑paternidade, nos termos fixados em lei83;
a defesa de seus direitos junto ao empregador. Cabe ressal- XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, me-
var que isso não retira a obrigatoriedade da intervenção do diante incentivos específicos, nos termos da lei;
sindicato nas negociações coletivas de trabalho. XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei84;
Dispositivos Constitucionais XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio
de normas de saúde, higiene e segurança;
TÍTULO II XXIII – adicional de remuneração para as atividades pe-
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS nosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
............................................................................................. XXIV – aposentadoria;
CAPÍTULO II XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes
Dos Direitos Sociais desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches
e pré‑escolas85;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a ali- XXVI – reconhecimento das convenções e acordos cole-
Noções de Direito Constitucional

mentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a tivos de trabalho;


segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional do empregador, sem excluir a indenização a que este está
nº 90, de 2015) obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações
além de outros que visem à melhoria de sua condição social: de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
I – relação de emprego protegida contra despedida trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei comple- após a extinção do contrato de trabalho;
mentar, que preverá indenização compensatória, dentre
outros direitos; 80
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
II – seguro‑desemprego, em caso de desemprego in­ 81
Assunto cobrado na prova da Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligên-
cias/2012.
voluntário79; 82
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
83
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.
78 84
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
79 85
Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2013.

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30 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
a) e b) (Revogadas pela Emenda Constitucional nº 28, Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores
de 25/5/2000) e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, de discussão e deliberação.
cor ou estado civil; Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados,
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante é assegurada a eleição de um representante destes com a
a salário e critérios de admissão do trabalhador portador finalidade exclusiva de promover‑lhes o entendimento direto
de deficiência; com os empregadores.
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual,
técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; Nacionalidade
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a Nacionalidade é o laço de caráter político e jurídico que
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, liga um indivíduo a um determinado Estado, de forma a
a partir de quatorze anos; qualificá‑lo como parte integrante do povo. Esse laço traz em
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com si muitos direitos e muitos deveres àqueles que se enquadram
vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. nos requisitos necessários à aquisição de uma nacionalidade.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos traba-
lhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, Origem da Nacionalidade
VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas A nacionalidade pode ser adquirida por um critério terri-
em lei e observada a simplificação do cumprimento das torial ou por critério hereditário. No primeiro caso, trata‑se
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes do ius soli, hipótese na qual se adquire uma nacionalidade em
da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos virtude do nascimento dentro do território de determinado
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua in- Estado. Por outro lado, a aquisição de uma nacionalidade
tegração à previdência social. (Redação dada pela Emenda pode decorrer da nacionalidade dos pais do indivíduo, caso
Constitucional nº 72, de 2013) em que teremos um direito transferido de maneira consan-
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, ob- guínea, hereditária, o que a doutrina denomina ius sanguinis.
servado o seguinte: Na maioria dos países, os critérios utilizados para a con-
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para cessão do vínculo da nacionalidade combinam os critérios
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão consanguíneo e territorial, como no caso do Brasil, que
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a veremos à frente.
intervenção na organização sindical; Cabe notar que o Direito Constitucional tem um caráter
II – é vedada a criação de mais de uma organização histórico muito marcante, decorrente da evolução gradativa
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria pro- nos negócios do Estado. Dessa maneira, conseguimos per-
fissional ou econômica, na mesma base territorial, que será ceber fatores históricos que influenciam demasiadamente
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, na adoção dos critérios de nacionalidade. Por exemplo,
não podendo ser inferior à área de um Município; em países que tiveram forte movimento emigratório ou
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses que apresentam baixa densidade demográfica, percebe‑se
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões uma tendência à adoção do critério do ius sanguinis (ex.:
judiciais ou administrativas; Itália e Japão). Em outros, porém, que recebem um grande
IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se contingente de imigrantes ou que possuem alta densidade
tratando de categoria profissional, será descontada em folha, demográfica, nota‑se que o critério do ius soli ganha mais
para custeio do sistema confederativo da representação sindical força (ex.: Estados Unidos da América).
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar‑se ou a manter‑se Espécies de Nacionalidade
filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas Destacam‑se duas espécies de nacionalidade: a primária
negociações coletivas de trabalho86; e a secundária. A primária ou originária é aquela que resulta
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado do nascimento, por mais que o reconhecimento somente
nas organizações sindicais; ocorra posteriormente. Em nosso país denominamos bra-
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado sileiro nato aquele que possui esse tipo de nacionalidade.
a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou A nacionalidade secundária, derivada ou adquirida, se forma
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até após o nascimento do indivíduo, caso em que brasileiros são
Noções de Direito Constitucional

um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave denominados naturalizados.
nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam‑se à Polipátridas e Apátridas
organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores,
atendidas as condições que a lei estabelecer. É possível que uma pessoa possua mais de uma nacio­
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos nalidade. Trata‑se do polipátrida, indivíduo que adquire,
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê‑lo de forma primária ou de forma secundária, nacionalidades
e sobre os interesses que devam por meio dele defender. diversas, mantendo‑as87. No caso do Brasil, as hipóteses de
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e dupla (ou múltipla) nacionalidade estão prevista no art. 12,
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis § 4º, II, que estudaremos a seguir.
da comunidade. Por sua vez, os apátridas, também chamados heimatlos,
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às não possuem qualquer nacionalidade. Tal situação ocorrerá,
penas da lei. por exemplo, no caso de os pais possuírem a nacionalidade
Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
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Assunto cobrado na prova do Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2013.
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de um país que adota exclusivamente o critério do ius soli e cionalidade tem caráter personalíssimo (só pode ser exercida
terem seu filho em um país que apenas aceita o ius sanguinis. pelo titular do direito), só podendo ser exercida quando o
A criança não possuirá a nacionalidade do país de origem indivíduo adquirir a capacidade civil, ou seja, o menor não
de seus pais nem a nacionalidade do país em que nasceu. pode ser representado ou assistido pelos pais para exercer
O art. 15 da Declaração Universal dos Direitos Humanos a opção. Assim sendo, depois de atingir a maioridade civil,
estatui que todos têm direito a uma nacionalidade e proíbe a opção passa a ser condição suspensiva da nacionalidade
que as pessoas sejam privadas de sua nacionalidade ou que brasileira, isto é, o direito só vale a partir do implemento da
sejam obrigados a mudar a nacionalidade de forma arbitrária. condição. O menor, antes da opção, é, portanto, brasileiro
nato, sendo que, após a maioridade, a opção passa a cons-
Formas de Aquisição de Nacionalidade no Brasil tituir condição para a continuidade do vínculo do indivíduo
com o Brasil. A necessidade da maioridade para a realiza-
Primária (brasileiros natos) ção da opção foi positivada pela Emenda Constitucional
A Constituição brasileira denominou natos aqueles bra- nº 54/2007, que inseriu, ainda, a possibilidade de registro
sileiros que adquirem a nacionalidade primária. A naciona­ em repartição brasileira no exterior.
lidade primária pode ser estabelecida pelo ius soli (critério
territorial), que é aquele determinado pelo local de nasci­ Secundária
mento, ou pelo ius sanguinis (critério hereditário), quando Existem duas formas de se adquirir a nacionalidade
a aquisição se dá pela ascendência, ou seja, pelo sangue88.
brasileira, que estão previstas na Constituição Federal. Há
No Brasil os critérios de ius soli e ius sanguinis foram
outras hipóteses de naturalização, que são previstas em lei,
adotados de forma mesclada, de tal maneira que diversas
mas não possuem cunho constitucional, estando afetas à
hipóteses descritas no texto constitucional envolvem ques-
tões territoriais e hereditárias ao mesmo tempo. matéria Direito Internacional Público. Deixaremos de tratar
das hipóteses legais, referindo‑nos apenas às hipóteses
São brasileiros natos: previstas expressamente no texto constitucional.
1º caso: São brasileiros naturalizados:
• nascidos no Brasil; 1º Caso (naturalização ordinária)
• excetuando‑se os filhos de pais estrangeiros a serviço • ser um estrangeiro originário de país de língua por­
de seu país de origem. tuguesa;
2º caso: • residir há pelo menos um ano, sem interrupção, no
• nascidos no estrangeiro, filho de pai ou mãe brasilei­ Brasil;
ro (não importa se nato ou naturalizado), a serviço • possuir idoneidade moral, ou seja, ter uma conduta
do Brasil89. Por exemplo, o filho de uma diplomata moralmente correta perante a sociedade.92
brasileira a serviço do Brasil em Cuba. A utilização do 2º Caso (naturalização extraordinária)
termo ou deixa claro que basta que um dos genitores • ser estrangeiro, de qualquer nacionalidade;
esteja na situação descrita para que o filho receba a • residir no Brasil há pelo menos quinze anos, sem
nacionalidade brasileira. interrupção;
Ex.: conforme disposição da CF, será brasileiro nato • não possuir condenação penal;
o filho, nascido em Paris, de mulher alemã e de em- • requerer a naturalização.93
baixador brasileiro que esteja a serviço do governo
brasileiro naquela cidade quando do nascimento do O primeiro caso de naturalização depende de um ato
filho.90 discricionário do Presidente da República, enquanto o se-
3º caso: gundo caso configura um direito subjetivo do estrangeiro,
• nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros, ficando o Estado brasileiro obrigado a concedê‑la caso todos
desde que: os requisitos estejam preenchidos. A concessão da naturali-
– sejam registrados em repartição brasileira compe- zação, portanto, não está sujeita a juízo de conveniência da
tente; ou administração, sendo um ato vinculado.
– venham a residir na República Federativa do Brasil e Importante lembrar que a naturalização sempre depen-
optem, em qualquer tempo, após atingida a maiorida- derá de requerimento do estrangeiro, não existindo mais
de, pela nacionalidade brasileira. A jurisprudência do previsão para a naturalização automática, como a grande
STF diz que, nesse caso, a nacionalidade é primária, naturalização que ocorreu no governo provisório do marechal
pois existe desde o nascimento, ficando apenas sujeita Deodoro da Fonseca (1889‑1891).
a uma condição para o seu implemento. O STF decidiu que o requerimento de naturalização
Noções de Direito Constitucional

possui caráter meramente declaratório. O que isso traz de


A título de exemplo: Eulina, nascida em 18 de novembro
efeito prático? Na prática, isso leva ao entendimento de que
de 2011 no Brasil, é filha de cidadão espanhol e de cidadã
os efeitos da naturalização retroagem à data da solicitação.
croata que estavam passando suas férias em passeio turís-
Assim, um estrangeiro que possua os 15 anos de residência
tico no Piauí. Carmem, nascida em 22 de fevereiro de 2012
ininterrupta e não tenha sido condenado criminalmente,
na Grécia, é filha de cidadãos brasileiros que estavam a
nos termos do art. 12, II, b, da CF, poderá ser investido em
serviço da República Federativa do Brasil no mencionado
país. Neste caso, Eulina e Carmem são brasileiras natas91. um cargo público, mesmo que sua posse tenha ocorrido
Segundo o Supremo Tribunal Federal, a opção pela na- antes da naturalização, desde que ele já tenha solicitado a
nacionalidade brasileira.
88
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/
Administrativo/2013.
89
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MF/Assistente Técnico/Adminis-
trativo/2012 e Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de
Defesa Civil/2012. 92
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MF/Assistente Técnico/Adminis-
90
Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013. trativo/2012 e Esaf/Ministério da Intergação Nacional/Secretaria Nacional de
91
FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/Técnico Ministerial/Auxiliar Ad- Defesa Civil/2012.
ministrativo/2012. 93
Assunto cobrado na prova da Esaf/MF/Assistente Técnico/Administrativo/2012.

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Observação: aos portugueses residentes no Brasil • adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos em que
podem ser atribuídos os mesmos direitos reservados é admitida a dupla nacionalidade:
aos brasileiros naturalizados107. Tal instituto, chamado – concessão de nacionalidade estrangeira de forma
de quase nacionalidade (a ser estudado a seguir), não originária pela lei estrangeira, ou seja, o brasileiro não
pode ser confundido com a naturalização ordinária. tenha optado por adquiri‑la. Ainda que o brasileiro se
esforce por reconhecer essa nacionalidade, esse reco-
94
nhecimento não pode ser confundido com pedido de
Quase Nacionalidade naturalização, já que se trata de nacionalidade originá-
ria. Tal situação é muito comum com os descendentes
É possível que os portugueses possuam todas as prerro- de italianos, caso em que a nacionalidade italiana é
gativas dos brasileiros naturalizados, caso em que teremos a concedida pelo critério do ius sanguinis, tornando o
figura do português equiparado. Para obter um certificado de brasileiro um polipátrida.
equiparação, é necessário que o português venha a residir – exigência da aquisição da nacionalidade estrangeira
no Brasil e que haja reciprocidade em relação aos brasileiros para que o brasileiro exerça seus direitos civis no país
que venham a residir em Portugal. Não há, como se pode estrangeiro, ou para que permaneça no território desse
perceber, um prazo mínimo de residência e sequer critérios país.
quanto à índole do português que requer a naturalização.
Cabe ressaltar que a quase nacionalidade não é concedida Dispositivos Constitucionais
a todos aqueles que sejam oriundos de países que adotem
o idioma português como língua oficial, mas apenas àqueles TÍTULO II
que sejam oriundos da República de Portugal. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Nesse caso, não teremos um português naturalizado .............................................................................................
brasileiro, mas sim, um português que, mesmo sem se natu- CAPÍTULO III
ralizar, possui todos os direitos que são conferidos aos brasi- Da Nacionalidade
leiros naturalizados, bastando um certificado de equiparação.
Art. 12. São brasileiros:
Distinções entre Natos e Naturalizados I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
Não poderá haver distinções entre brasileiros natos e na- que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
turalizados, salvo nos casos previstos na Constituição, a saber: serviço de seu país99;
• possibilidade de extradição apenas dos brasileiros b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
naturalizados (art. 5º, LI, da CF); brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
• restrições quanto à propriedade de empresas de República Federativa do Brasil;
comunicação social para os brasileiros naturalizados, c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
consistente na exigência de um mínimo de dez anos brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasi-
de naturalização (art. 222 da CF); leira competente ou venham a residir na República Federativa
• previsão de cargos privativos de brasileiros natos do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
(art. 12, § 3º, da CF). maioridade, pela nacionalidade brasileira;
II – naturalizados:
São cargos privativos, ou seja, reservados apenas aos a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileiros natos: brasileira, exigidas aos originários de países de língua
• Presidente e Vice‑Presidente da República95; portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
• Presidente da Câmara dos Deputados96; idoneidade moral;
• Presidente do Senado Federal; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes
• Ministro do Supremo Tribunal Federal97; na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
• Carreira diplomática; ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram
• Oficial das Forças Armadas98; a nacionalidade brasileira.
• Ministro de Estado da Defesa; § 1º Aos portugueses com residência permanente no
• Membros do Conselho da República (art. 89, VII), que País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
define a existência de seis brasileiros natos a serem atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
indicados para esse Conselho. previstos nesta Constituição.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasi-
Perda da Nacionalidade
Noções de Direito Constitucional

leiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta


Constituição.
Perderá a nacionalidade o brasileiro que: § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
• tiver contra si sentença judicial que cancele a naturali- I – de Presidente e Vice‑Presidente da República;
zação, por haver o brasileiro cometido atividade nociva II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
ao interesse nacional (não alcança os natos). III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
94
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
vil/2012. V – da carreira diplomática;
95
Assunto cobrado na prova da FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/ VI – de oficial das Forças Armadas;
Técnico Ministerial/Auxiliar Administrativo/2012. VII – de Ministro de Estado da Defesa.
96
Assunto cobrado na prova da FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/
Técnico Ministerial/Auxiliar Administrativo/2012. § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasi-
97
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judi- leiro que:
ciário/2012; FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/Técnico Ministerial/ I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judi-
Auxiliar Administrativo/2012; Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secre-
taria Nacional de Defesa Civil/2012 e Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente cial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
Técnico Judiciário/2010.
98
Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2012. Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2013.
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II – adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: é que, naquele, o Estado realiza a consulta pública antes de
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela editar o ato, enquanto no referendo, o ato é instituído an-
lei estrangeira; teriormente à consulta pública. Tanto no plebiscito quanto
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, no referendo a decisão popular é soberana.
ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição Um exemplo prático de plebiscito decorreu da previsão
para permanência em seu território ou para o exercício de contida no art. 2º do ADCT. Em tal dispositivo, havia a pre-
direitos civis. visão de um plebiscito a ser realizado com a finalidade de
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Repú- se estipular a forma de governo (república ou monarquia
blica Federativa do Brasil. constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a ou presidencialismo). Tal plebiscito, que fora previsto ini-
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. cialmente para o dia 7 de setembro de 1993, acabou sendo
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pode- transferido para a data de 21 de abril de 1993 pela Emenda
rão ter símbolos próprios. Constitucional nº 2/1992.
Quanto ao referendo, podemos citar aquele realizado em
Direitos Políticos outubro de 2005, com a finalidade de decidir a respeito do
fim do comércio de armas e munição no Brasil.
Esta parte da Constituição prevê uma série de regras De acordo com o art. 49, XV, da Constituição, compete
destinadas a delimitar a forma de atuação do indivíduo nas exclusivamente ao Congresso Nacional, independentemente
decisões políticas do Estado. Aquele que se enquadra nos de sanção do Presidente da República, autorizar o referendo
requisitos impostos pela Constituição para atuar ativamente e convocar plebiscito. A Lei nº 9.709/1998 regulamentou o
na vida política do País recebe a denominação “cidadão”. exercício do referendo e do plebiscito, assim definindo os
A atuação política é um direito público subjetivo que institutos em seu art. 2º:
confirma a opção feita no parágrafo único do art. 1º da
Constituição Federal, de um regime político democrático, Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formu-
no qual “o poder emana do povo, que o exerce por meio de ladas ao povo para que delibere sobre matéria de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta acentuada relevância, de natureza constitucional,
Constituição”. legislativa ou administrativa.
A participação indireta do povo no poder ocorre com a § 1º O plebiscito é convocado com anterioridade a
representação. Nesta, o representante exerce um mandato ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo,
e não fica vinculado à vontade dos representados. Além pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido
disso, o eleito não representa apenas os seus eleitores, mas submetido.
toda a população de um território. Desse modo, o mandato § 2º O referendo é convocado com posterioridade a
é considerado livre e geral.100 ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo
a respectiva ratificação ou rejeição.
A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal
e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos101.
A iniciativa popular de lei é uma forma de os cidadãos
Deve‑se ter muito cuidado com esses termos:
iniciarem um projeto de lei, que será votado pelo Congresso
• Sufrágio é o núcleo básico do direito político, que se
Nacional, pelas Assembleias Legislativas ou pelas Câmaras
exprime pela capacidade de atuar politicamente, vo-
Municipais de Vereadores, conforme a iniciativa seja de ato
tando, sendo votado etc. O sufrágio aqui adotado é o
legislativo federal, estadual ou municipal, respectivamente.
universal, que garante a todos o direito do voto com
Cabe ressaltar que o termo “iniciativa popular” não é o mais
peso único, contrapondo‑se ao sufrágio censitário ou
adequado, pois não é qualquer um do povo que pode iniciar
capacitário, em que há critérios discriminatórios para
o processo legislativo, mas tão somente os cidadãos.
o acesso à cidadania.
Os requisitos para a iniciativa popular variam segundo a
• Voto representa o próprio exercício do poder decisório. esfera, conforme quadro abaixo:
O voto é direto, secreto e tem valor igual.
• Escrutínio é o modo de exercício do direito de voto.
Iniciativa popular
Segundo o art. 60, § 4º, o voto direto, secreto, universal Ato normativo requisitos
e periódico é cláusula pétrea, ou seja, algo que não pode Assinatura de 1% do eleitorado nacional,
ser extinto por meio de emenda constitucional. Cabe res- dividido em pelo menos cinco Estados,
saltar que não é cláusula pétrea o voto obrigatório, o que Federal sendo que em cada Estado deve ser re-
nos leva a pensar que podemos, por meio de uma emenda colhida assinatura de 0,3% (três décimos
Noções de Direito Constitucional

constitucional, instituir o voto facultativo como regra. Voto por cento) do eleitorado estadual.
universal significa o fim do voto censitário ou capacitário,
Os requisitos devem ser definidos em lei
no qual apenas aqueles que tinham riquezas podiam votar. Estadual
Outras formas de exercício da soberania popular são o estadual.
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. Tais instrumen- Assinatura de 5% (cinco por cento) do
Municipal
tos se apresentam como emanações da democracia direta, eleitorado do Município.
aquela por meio da qual os cidadãos definem diretamente
suas pretensões, sem a intervenção de representantes. Capacidade Eleitoral Ativa
Tanto o plebiscito quanto o referendo são formas de
perguntar aos cidadãos o que eles pensam sobre determi- Para votar é necessário o alistamento eleitoral. O alis-
nada opção política do Estado (lei ou ato administrativo a ser tamento eleitoral é um procedimento administrativo feito
adotado). Tais formas de consulta pública, porém, não são junto à Justiça Eleitoral e que irá permitir a aquisição dos
idênticas. A grande diferença entre o plebiscito e o referendo direitos políticos àquele que preencher os requisitos legais
para ser eleitor.
Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.
100 É obrigado a se alistar e a votar o brasileiro que possua
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
101 mais de dezoito anos.

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34 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Podem ou não se alistar e votar, ou seja, possuem alis- rada a vida pregressa do candidato, e a normalidade
tamento e voto facultativo o analfabeto, o maior de setenta e legitimidade das eleições contra a influência do
anos e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. poder econômico ou o abuso do exercício da função,
Cabe lembrar que tanto o alistamento eleitoral quanto o voto cargo ou emprego na administração direta e indireta.
são facultativos. Assim, um cidadão que se aliste aos dezessete
anos, ainda assim, mantém a sua opção de votar ou não. Esse papel é exercido pela Lei Complementar nº 64/1990.
Não podem se alistar, sendo considerados, portanto, Não é possível a criação de inelegibilidade por lei ordi-
inalistáveis, os estrangeiros e, durante o serviço militar nária ou medida provisória. Não cabe à lei complementar
obrigatório, os militares conscritos102. a criação de inelegibilidades absolutas, papel reservado à
própria Constituição.
Capacidade Eleitoral Passiva – Condições de Há vários tipos de inelegibilidade:
Elegibilidade • absoluta: são impedimentos para a eleição em qual-
quer cargo.
Para que um cidadão possa se candidatar é necessário São absolutamente inelegíveis os inalistáveis (como os
comprovar sua elegibilidade. Para tanto, são necessários estrangeiros e militares conscritos103) e os analfabetos.
alguns requisitos: O rol de inelegibilidades absolutas é taxativo, sendo
• Nacionalidade brasileira. A nacionalidade brasi­leira impossível o seu implemento por meio de lei.
nata só é exigível para a candidatura a Presidente da • relativa: não são impedimentos relativos à própria
República e Vice‑Presidente da República. Nos cargos pessoa, mas a uma condição circunstancial que restrin-
de senador e deputado federal, a nacionalidade nata ge o exercício da capacidade eleitoral passiva no que
só é exigida do presidente da respectiva Casa. tange a certos cargos. A Constituição Federal admite
• Pleno exercício dos direitos políticos. Se o cidadão a criação de novas inelegibilidades relativas por meio
sofre uma suspensão ou perda dos direitos políticos, de lei complementar. Tratando dessas inelegibilidades
por exemplo, não está apto a ocupar um cargo público legais, temos a Lei Complementar nº 64/1990.
eletivo.
• Alistamento eleitoral. É possível o exercício isola­do da Inelegibilidades Relativas
capacidade eleitoral ativa, ou seja, é possível que uma O doutrinador Alexandre de Moraes, em seu Direito
pessoa possa votar sem ter capacidade de ser votado, Constitucional, sintetizou com grande clareza as possíveis
tal qual os analfabetos. Por outro lado, o exercício da inelegibilidades relativas. Ousamos, porém, em discordar
capacidade eleitoral passiva depende do alistamento quanto à suposta inelegibilidade relativa referente aos mi-
como eleitor, de tal forma que não é possível ser votado litares. As regras distintas, aplicadas aos militares com mais
sem ter a capacidade de votar. ou com menos de dez anos de serviço, não são, em verdade,
• Domicílio eleitoral na circunscrição. O domicílio inelegibilidades, tendo em vista que não impedem de ne-
eleitoral, que não se confunde com o domicílio civil, nhuma forma o exercício da capacidade eleitoral passiva por
é aquela região onde o cidadão se alista e mantém parte daquele que compõe as forças armadas ou as forças
algum vínculo. militares estaduais. Trata‑se, como veremos, de uma regra
• Filiação partidária. Não é permitida a candidatura funcional castrense, que somente definirá a possibilidade de
de candidato não filiado a partido político. Existem permanência do candidato nas forças armadas.
regras próprias para a candidatura daqueles que não A primeira inelegibilidade que encontramos é a inele-
podem exercer atividade político‑partidária, tais como gibilidade por motivos funcionais. Nesse caso, temos que
os militares. os chefes do Poder Executivo federal, estadual, distrital e
• Idade mínima. A idade mínima será definida de acor- municipal e quem os houver sucedido ou substituído ao
do com o cargo que o candidato pretende ocupar. longo do mandato somente poderão ser reeleitos para um
Segundo o art. 11, § 2º, da Lei nº 9.504/1997, o preen- único período subsequente.
chimento desse requisito será verificado com base na Essa possibilidade foi inserida pela Emenda Constitucio-
data da posse, não do registro da candidatura. Vejamos nal nº 16/1997, beneficiando o então Presidente da República,
quais são as idades relativas a cada cargo eletivo de Fernando Henrique Cardoso (1995‑1998 e 1999‑2002). Tam-
nossa república: bém foi reeleito o Presidente da República Luiz Inácio Lula da
– trinta e cinco anos para Presidente da República, Silva (2003‑2006 e 2007‑2010). A experiência mostrou que
Vice‑Presidente da República e senador; há forte tendência de que o povo venha a preferir a estabi-
– trinta anos para governador e vice‑governador; lidade, evitando a quebra do ciclo iniciado pelo Presidente
– vinte e um anos para deputado federal, estadual e da República em seu primeiro mandato. Essa tendência tam-
distrital, prefeito, vice‑prefeito e juiz de paz; e bém pode ser verificada em outros países, como os Estados
Noções de Direito Constitucional

– dezoito anos para vereador. Unidos da América do Norte.


O que se proíbe não é o exercício de mais de dois man-
Inelegibilidade datos, mas que se exerça mais de dois mandatos de forma
sucessiva. Nesse ponto, a Constituição brasileira se distingue
As inelegibilidades são condições impeditivas do exercício da Norte Americana, que proíbe que alguém exerça o car-
da capacidade eleitoral passiva. A Constituição traz algumas go de Presidente da República mais de uma vez, de forma
hipóteses de inelegibilidade e prevê que uma lei complemen- sucessiva ou não.
tar deverá estabelecer A renúncia antes do término do mandato não retira a
vedação a um terceiro mandato sucessivo, já que, do con-
outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua ces- trário, a norma poderia ser facilmente burlada, bastando
sação, a fim de proteger a probidade administrativa, que se renunciasse em períodos muito próximos ao fim
a moralidade para o exercício do mandato, conside- do mandato. Além disso, essa vedação também alcança as

Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário/Área Adminis-


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Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Administra-
103

trativa/2010. tiva/2013.

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eleições previstas no art. 81 da CF, que são aquelas abertas para cargos no Município, os parentes do governador ficam
no caso de vacância dos cargos de Presidente da República e impedidos de se elegerem pelo próprio Estado e os paren-
Vice‑Presidente da República antes do término do mandato. tes do Presidente da República não podem se eleger para
Também não é possível que o titular de dois mandatos qualquer cargo no território brasileiro. Já houve decisão do
presidenciais sucessivos venha a se candidatar a Vice‑Presi- TSE que estendeu esse impedimento não só para o cônjuge,
dente, ainda que realize a desincompatibilização, pois o vice mas também para o companheiro, ou seja, aquele a que se
substitui e sucede o presidente. Assim, teríamos a possibilidade une por meio de uma união estável. Interessante notar que
de um indivíduo exercer o cargo três vezes consecutivas. a união estável entre pessoas do mesmo sexo, denominada
Diferente é a situação do vice, que possui interessantes homoafetiva ou homossexual, também resulta em inelegi-
posicionamentos jurisprudenciais. Vejamos: bilidade, equiparando‑se ao casamento para tais efeitos.
• O vice, reeleito ou não, pode se candidatar ao cargo do A desincompatibilização (afastamento do cargo nos
titular, mesmo se houver substituído o titular durante seis meses anteriores ao pleito) também traz reflexos para
o mandato. a inelegibilidade reflexa. Assim, de acordo com o entendi-
• Se o vice houver substituído o titular nos últimos seis mento do Tribunal Superior Eleitoral, caso o titular do cargo
meses anteriores à eleição, poderá se candidatar ao eletivo executivo renuncie ao mandato seis meses antes das
cargo do titular, mas não poderá buscar, posterior- eleições, seus parentes e cônjuge (ou companheiro) poderão
mente, a reeleição. A substituição já terá contado se candidatar para cargos eletivos no mesmo território de
como um primeiro mandato. Essa mesma regra, com jurisdição.
maior razão, também é aplicada no caso de sucessão, Cabe, porém, uma ressalva no sentido de que o parente
a qualquer tempo. somente poderá ocupar o mesmo cargo preenchido pelo
• Se o vice desejar disputar cargo que não seja o do seu renunciante por uma vez consecutiva. Então, se João, pai de
respectivo titular, deverá obedecer à norma descrita Marília, é prefeito de uma cidade e realiza a desincompati-
no art. 1º, § 2º, da LC nº 64/1990, que assim dispõe: bilização, Marília somente poderá ocupar o cargo por um
mandato. Essa regra se mostra de extrema importância, pois
o Vice‑Presidente, o Vice‑Governador e o Vice‑Pre- considera os parentes como um único candidato, mesmo que
feito poderão candidatar‑se a outros cargos, preser- pela via reflexa, evitando assim a perpetuação de oligarquias
vando os seus mandatos respectivos, desde que, no poder pela técnica do revezamento entre membros da
nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, não mesma família. A possibilidade de ocupar o cargo de chefe
tenham sucedido ou substituído o titular. do Poder Executivo não será concedida ao parente, porém,
se o atual ocupante estiver no segundo mandato, caso em
• Se o vice houver sucedido o titular, ele ocupará de que, efetuada a desincompatibilização por um prefeito, por
forma plena esse cargo e, com isso, recebe também exemplo, o parente fica elegível, não podendo, entretanto, se
todas as incompatibilidades. Dessa forma, caso queira candidatar ao cargo de prefeito, nem mesmo de vice‑prefeito,
se candidatar a cargo diverso, deverá proceder à de- em respeito ao art. 14, § 5º e 7º, da CF.
sincompatibilização. Dessa forma, se o renunciante ao mandato for o prefeito
reeleito do Município de Cabrobró, sua companheira poderá
Estes mesmos chefes do Executivo, caso queiram se ele- se candidatar a deputada federal, mas não a prefeita do
ger para outros cargos, deverão renunciar ao mandato seis referido Município.
meses antes das eleições. Esta norma não se aplica para o O Supremo Tribunal Federal decidiu que não subsiste a
caso de reeleição para o mesmo cargo, em que é inexigível inelegibilidade se havia separação de fato do cônjuge antes
tal afastamento. Essa renúncia é o que a doutrina chama de do início do mandato, já que o que a norma busca é evitar
norma de desincompatibilização do chefe do Poder Execu- o monopólio do poder político por grupos hegemônicos
tivo, já que tem a função de retirar uma incompatibilidade, ligados por laços familiares. No caso concreto analisado
evitando o uso da máquina pública para favorecimento do pela Suprema Corte, a separação de fato foi reconhecida na
candidato. sentença que decidiu o pedido de divórcio.
O vice que deseja se candidatar ao cargo de titular não Outra inelegibilidade é a denominada inelegibilidade por
tem obrigação de proceder à desincompatibilização. motivo de domicílio, que deriva da condição para exercício
A renúncia ou licença para o exercício de outros cargos da cidadania passiva e envolve a exigência de que, na forma
pode ser requerida, mas não é obrigatória e nem gerará da lei, o requisito do domicílio eleitoral seja preenchido. As-
inelegibilidade do renunciante. sim sendo, a legislação eleitoral determina um prazo mínimo
O Vice‑Presidente, vice‑governador e vice‑prefeito po- de domicílio na circunscrição eleitoral em que se pretende
derão concorrer para outros cargos sem a necessidade de concorrer. Isso acaba gerando um obstáculo ao cidadão que
renunciar, desde que nos seis meses antes das eleições não deseja alterar seu domicílio para se candidatar em uma outra
Noções de Direito Constitucional

tenham sucedido ou substituído o titular. circunscrição, por exemplo.


Outra inelegibilidade relativa é aquela que aparece por Por fim, cabe registro de que as inelegibilidades e as
motivo de casamento, parentesco ou afinidade. No território condições de elegibilidade são aferidas ao tempo do registro
de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos da candidatura.
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente
da República, de governador de Estado ou Território, do Militares
Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído
dentro dos seis meses anteriores não poderão ser eleitos. O militar das forças armadas e os militares dos Estados,
No caso de reeleição do cônjuge ou parente, não há esse Distrito Federal e Territórios são plenamente alistáveis, desde
impedimento, ou seja, se o cônjuge ou parente já é titular de que não estejam na condição de conscritos. Por outro lado,
mandato eletivo e está concorrendo ao mesmo cargo, não o art. 142, § 3º, V, da Constituição Federal, determina que o
haverá tal impedimento, que é denominado inelegibilidade “militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a
reflexa. partidos políticos”.
Como consequência de estar restrita à jurisdição do chefe Diante desse quadro surgiu um problema: como permitir
do Executivo, os parentes do prefeito não podem se eleger o registro da candidatura do militar se, para comprovar a

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elegibilidade, é necessário comprovar filiação partidária? A dos direitos políticos, por também resultarem na perda da
resposta foi dada pelo Tribunal Superior Eleitoral. nacionalidade, por exemplo, a perda da nacionalidade pela
O TSE entendeu que o militar da ativa, sendo alistável e aquisição de outra (art. 12, § 4º, II).
elegível, mas não filiável, em função de sua condição excep-
cional, não precisa comprovar a prévia filiação partidária, Princípio da Anualidade da Lei Eleitoral
bastando demonstrar o pedido do registro da candidatura,
apresentado pelo partido e autorizado pelo candidato. Para evitar mudanças de última hora nas regras do “jogo”,
Interessante notar que a mesma regra não será aplica- a Constituição Federal prevê que uma lei editada para alterar
da ao servidor da Justiça Eleitoral, tendo em vista que se o processo eleitoral só se aplicará às eleições que ocorram
trata de situação diversa. O referido servidor, em respeito à pelo menos um ano após sua vigência. A vigência dessas leis
moralidade que deve ser preservada nos pleitos eleitorais, coincidirá com a sua publicação, não existindo, via de regra,
para candidatar‑se deverá pedir exoneração do cargo público vacatio legis, ou seja, período de tempo entre a publicação
em tempo hábil para o cumprimento da exigência legal de e a vigência.
filiação partidária.
A partir do registro da candidatura o militar será: Dispositivos Constitucionais
• afastado da atividade se tiver menos de dez anos de
serviço; ou TÍTULO II
• agregado pela autoridade superior se contar com mais DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
de dez anos de serviço. O militar ficará na condição de .............................................................................................
agregado a partir do registro da candidatura até a diplo- CAPÍTULO IV
mação, caso eleito, ou até o regresso à força armada, Dos Direitos Políticos
caso não seja eleito. Na hipótese de ser eleito, o militar
que estava agregado, passará para a inatividade no ato Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
da diplomação. universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante:
O afastamento da atividade do militar que possui menos I – plebiscito;
de dez anos de serviço é considerado definitivo, sem possi- II – referendo;
bilidade de retorno à atividade, portanto. III – iniciativa popular104.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
Perda ou Suspensão dos Direitos Políticos I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II – facultativos para:
Não existe mais no Brasil a cassação de direitos políticos, a) os analfabetos;
utilizada como instrumento político de repressão em tempos b) os maiores de setenta anos;
passados. Atualmente, somente é permitida a perda (tempo c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
indefinido) ou suspensão (tempo definido) desses direitos. § 2º Não podem alistar‑se como eleitores os estran-
O fato de a perda não ter tempo definido de duração não geiros e, durante o período do serviço militar obrigatório,
significa que ela seja perpétua. Haverá sempre a possibi- os conscritos105.
lidade de se afastar a causa da perda, restaurando‑se os § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
direitos políticos. I – a nacionalidade brasileira106;
A perda/suspensão dos direitos políticos implica a im- II – o pleno exercício dos direitos políticos;
possibilidade de votar, de ser votado e, se já detentor de III – o alistamento eleitoral;
mandato eletivo, de perder o cargo. IV – o domicílio eleitoral na circunscrição107;
São hipóteses de perda dos direitos políticos: V – a filiação partidária;
• cancelamento da naturalização por sentença transitada VI – a idade mínima de:
em julgado; e a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice‑Presidente
• recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou pres- da República e Senador108;
tação alternativa (art. 5º, VIII, da CF). b) trinta anos para Governador e Vice‑Governador de
Estado e do Distrito Federal109;
São hipóteses de suspensão: c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
• condenação criminal com trânsito em julgado, enquan- Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice‑Prefeito e juiz de paz110;
to durarem os efeitos da pena; d) dezoito anos para Vereador.
• improbidade administrativa (art. 37, § 4º, da CF); e § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Noções de Direito Constitucional

• incapacidade civil absoluta. § 5º O Presidente da República, os Governadores de


Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
Basta a verificação judicial da incapacidade civil abso- sucedido, ou substituído, no curso dos mandatos poderão
luta, mediante decretação de interdição de incapaz, para a ser reeleitos para um único período subsequente.
imediata suspensão dos direitos políticos. § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
A suspensão por condenação criminal com trânsito em República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal
julgado se aplica inclusive aos casos de condenação por con-
travenções penais. No caso de o condenado ser beneficiado 104
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
com a suspensão condicional da pena, o sursis, não ocorre a 105
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
reaquisição dos direitos políticos, continuando suspensos até 106
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
a extinção da punibilidade. 107
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Di-
ligências/2012 e FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
É necessária uma sentença judicial para a decretação da 108
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área
perda dos direitos políticos, de uma forma geral. Administrativa/2013; Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012 e
Existem outras hipóteses previstas na Constituição FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
109
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
Federal que acabarão por resultar em perda e suspensão 110
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 37
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos • caráter nacional113;
até seis meses antes do pleito111. • proibição de recebimento de recursos financeiros de
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titu- entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação
lar, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o a estes114;
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, • prestação de contas à Justiça Eleitoral115;
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, • funcionamento parlamentar de acordo com a lei116.
de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato Os partidos políticos são dotados de autonomia no que
eletivo e candidato à reeleição. tange à sua estrutura interna. Os estatutos, que devem ser
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes registrados no Tribunal Superior Eleitoral após a aquisição da
condições: personalidade civil, devem estabelecer normas de fidelidade
e disciplina partidárias.
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá
O Supremo Tribunal Federal entende que a fidelidade
afastar‑se da atividade;
partidária emana da Constituição e impede que os candi-
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado datos eleitos venham a migrar de partido. Entendeu‑se que
pela autoridade superior e, se eleito, passará automatica- o caráter partidário é particularmente verificado no sistema
mente, no ato da diplomação, para a inatividade. proporcional e que a mudança de partido quebra um voto de
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de confiança que é dado pelo cidadão‑eleitor e gera uma relação
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger desequilibrada de forças no parlamento. Ressaltou‑se, na hipó-
a probidade administrativa, a moralidade para exercício de tese, que não se tratava de impor sanções como as descritas
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a nor- no art. 55 da Constituição Federal, mas de reconhecer que não
malidade e legitimidade das eleições contra a influência do há direito subjetivo a manter‑se no cargo, que, em essência,
poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo pertence ao partido. Considera‑se, assim, a desfiliação ou a
ou emprego na administração direta ou indireta. transferência injustificada um ato culposo incompatível com
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a função representativa do ideário político responsável pelo
a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da di­ ingresso do parlamentar na sua função representativa.
plomação, instruída a ação com provas de abuso do poder Ainda em relação à fidelidade partidária, entendeu a Su-
econômico, corrupção ou fraude112. prema Corte que o reconhecimento da fidelidade partidária
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em não implicava atividade legiferante do Poder Judiciário, mas
sim conferir a máxima efetividade das normas constitucio-
segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se
nais. Asseverou‑se, ainda, que não haveria nulidade nos atos
temerária ou de manifesta má‑fé.
praticados pelos parlamentares tidos por infiéis, tendo em
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja vista a aplicação da teoria do agente estatal de fato.
perda ou suspensão só se dará nos casos de: Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo
I – cancelamento da naturalização por sentença transi- partidário e a horários gratuitos na televisão e no rádio.
tada em julgado; É proibida a formação de partidos políticos de caráter
II – incapacidade civil absoluta; paramilitar. Aliás, toda forma de associação é proibida de
III – condenação criminal transitada em julgado, enquan- possuir tal caráter. Uma associação de caráter paramilitar é
to durarem seus efeitos; aquela que se caracteriza, por exemplo, pelo uso de unifor-
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou mes, patentes e palavras de ordem com fins militares.
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, Verticalização
§ 4º.
A Emenda Constitucional nº 52, de 8 de março de 2006,
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em
acabou com o instituto denominado verticalização, ou
vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição
seja, a obrigação de que as coligações de âmbito nacional
que ocorra até um ano da data de sua vigência. encontrassem paralelo nas coligações feitas no âmbito es-
tadual, municipal e distrital. Essa regra, apesar de constituir
Partidos Políticos importante norma de moralização do sistema partidário,
impedindo a utilização do partido para efeitos eleitorais que
Noções de Direito Constitucional

Os partidos políticos podem ser livremente criados, subvertessem as diferentes ideologias por eles defendidas,
fundidos, incorporados ou extintos, desde que se resguarde: limitava a atuação dos partidos, o que levou o Congresso
• a soberania nacional; Nacional a promulgar a EC nº 52/2006, com a intenção de
que ela tivesse validade para as eleições que ocorreriam no
• o regime democrático;
mesmo ano.
• o pluripartidarismo; A tentativa de fazer com que a verticalização já se extinguis-
• os direitos fundamentais da pessoa humana. se no ano de 2006 feria o art. 16 da Constituição Federal, que

Existem alguns preceitos que devem ser observados 113


Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
Judiciário/Área Administrativa/2010.
pelos partidos políticos. São eles: 114
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área
Administrativa/2013 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judici-
ário/Área Administrativa/2010.
111
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati- 115
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
va/2010. Judiciário/Área Administrativa/2010.
112
Assunto cobrado na prova da FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Admi- 116
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
nistração/2012. Judiciário/Área Administrativa/2010.

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38 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
prevê o princípio da anterioridade da lei eleitoral, o que foi reco- Vejamos o conceito de cada um:
nhecido pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI • Legalidade: a noção de legalidade para a administração
nº 3.685/DF–STF, em que se entendeu que o § 1º do art. 17 pública pode ser bem resumida na expressão usada pelo
alterava profundamente o processo eleitoral em nosso País, direito administrativo: o particular pode fazer tudo aquilo
razão pela qual somente deve incidir sobre as eleições que que não estiver vedado em lei, enquanto a administração
ocorram após um ano da sua inserção no texto constitucional. pública somente pode fazer o que determina o ordenamen-
to jurídico. Isso não significa que os cidadãos não estejam
Dispositivos Constitucionais submetidos à imperatividade das normas, pelo contrário,
ambos – Estado e sociedade – estão sob a sujeição da Cons-
TÍTULO II tituição e das leis infraconstitucionais. Contudo, o Estado tem
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS rigidamente controlada sua conduta de administrar, desde
o Presidente da República até o mais modesto servidor.
CAPÍTULO V É uma forma de preservar o patrimônio público ao impor
Dos Partidos Políticos procedimentos de atuação.
O agente público tem o poder-dever de agir conforme o
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção ordenamento jurídico.
de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, Essa distinção é chamada por Hely Lopes Meirelles de cri­
o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fun- tério de subordinação à lei (o agente público somente pode
damentais da pessoa humana e observados os seguintes fazer o que a lei determina) e critério de não contradição
preceitos: à lei (o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe).
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros Cuidado! Pelo princípio da legalidade, a conduta do agente
de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação público não precisa estar descrita totalmente na lei. É o
a estes; que acontece nos atos discricionários, em que a lei confere
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral; certa margem de liberdade de atuação, segundo um juízo
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei. de conveniência e oportunidade do agente público, obser­
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para vados os parâmetros fixados no ordenamento jurídico.
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento Exemplo: quando o município concede permissão de uso
e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas co- de bem público para que seja realizada uma festa de bairro.
ligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre
as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou Caso o agente público venha a desrespeitar o princípio
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de da legalidade, estará sujeito à responsabilidade disciplinar
disciplina e fidelidade partidária. (administrativa), civil e criminal, conforme o caso.
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade A doutrina faz uma distinção decorrente do princípio
jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no da legalidade.
Tribunal Superior Eleitoral. – princípio da legalidade em sentido estrito: nos termos
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do explicados acima;
fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na – princípio da reserva de lei: quando a Constituição
forma da lei. faz referência à determinada matéria que venha a ser re­
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de gulamentada por certa espécie legislativa, ou seja, o assunto
organização paramilitar. X deve ser tratado por meio de lei ordinária, ou que o tema
Y deve ser abordado por meio de lei complementar.
• Impessoalidade: por este princípio, o agente público
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA deve conduzir suas atividades de forma genérica e abstrata,
sem visar interesses pessoais próprios ou de terceiros. Ou
A legislação brasileira ordenou a administração pública seja, a administração pública não pode agir com o intuito de
em direta e indireta. beneficiar ou prejudicar pessoas ou grupos. A impessoalida-
Administração pública direta: é formada pela União, de representa o interesse público, e a pessoalidade significa
Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios. o interesse particular (subjetivo).
Administração pública indireta: é formada pelas au- Nada impede, contudo, que em determinadas situa­
tarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de ções o interesse público também represente um interesse
Noções de Direito Constitucional

economia mista. particular, como ocorre, por exemplo, nos casos de contratos
A administração pública direta corresponde à entidade entre particulares e administração pública para realização
política (unidade-federada) centralizada, já a administração de uma obra. O que não pode acontecer, nesse exemplo, é
pública indireta compõe-se das entidades descentralizadas. eleger uma empresa (particular) sem a licitação necessária
A Constituição Federal estabeleceu cinco princípios – concorrência pública.
expressos (não significa que outros não existam) a serem
obedecidos pela administração pública. São eles: legalida­ Atenção! O fato de haver políticas públicas voltadas para
de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência o desenvolvimento de determinado setor econômico, ou
(L.I.M.P.E). mesmo políticas públicas sociais direcionadas para certas
regiões, não significa, necessariamente, violação ao princípio
Atenção! Os concursos costumam trocar os princípios da impessoalidade, pois se estiver em consonância com o
acima, como impessoalidade por isonomia. Mas é preciso princípio da igualdade (isonomia) – tratar os iguais de forma
ficar atento, pois, embora possuam conceitos muito próxi- igualitária e os desiguais de forma desigual na medida de sua
mos, às vezes, a questão exige a literalidade do dispositivo. desigualdade – não haverá afronta à norma constitucional.

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• Moralidade: o agente público deve atuar com hones- Estrutura da Administração Pública
tidade, lealdade, retidão, integridade, boa-fé, norteando-se
pelos princípios éticos e morais. A aplicação do princípio da Administração Pública direta: União, Estados-Mem­bros,
moralidade ao agente público deve ser revestida de boa Distrito Federal e Municípios.
administração (bom administrador), buscando as melhores
condutas gerenciais. A Administração Pública direta foi objeto de estudo no
O princípio da moralidade administrativa, que deve capítulo pertinente à organização político-administrativa.
reger a atuação do poder público, confere substância e dá
expressão a uma pauta de valores éticos sobre os quais
Administração Pública indireta: Autarquias, Fundações,
se funda a ordem jurídica do Estado. Nesse contexto, a
inobservância do referido princípio pode configurar impro- Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
bidade administrativa e acarretar, para o agente público, a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, • Autarquias: segundo Maria Sylvia Di Pietro, é a pessoa
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, jurídica de direito público, criada por meio de lei, com aptidão
sem prejuízo da ação penal cabível, se sua conduta confi- de autoadministração, para o desempenho de serviço público
gurar, também, a prática de ato tipificado como crime.117 descentralizado, mediante controle administrativo exercido
A moralidade na administração pública deve ser vista nos limites da lei. Um exemplo é o Instituto Nacional do
não só sobre o resultado, mas no procedimento realizado Seguro Social – INSS; ou o Instituto Nacional de Colonização
para alcançá-lo. e Reforma Agrária – INCRA.

• Publicidade: o agente público deve agir com transpa- • Fundações: podem ser de direito privado ou de direito
rência, fazendo com que os administrados (cidadãos) tomem público. As fundações de direito privado são entes dotados
conhecimento (ciência/informação) dos atos praticados. de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucra-
Como exemplos, podem ser citados: o oferecimento de tivos, com patrimônio próprio. Têm o intuito de desenvolver
certidões quando requeridas; a publicação dos contratos atividades em que não seja necessária a execução por órgão
celebrados pela administração pública na Imprensa Oficial, ou entidade de direito público. Como exemplo, temos a
dentre outros meios. Fundação Roberto Marinho. As fundações também podem
Esse princípio representa uma forma de tornar possível ostentar natureza jurídica de direito público, assemelhando-
a fiscalização dos atos (e contratos) públicos pela sociedade -se às autarquias. Um exemplo é a Fundação Universidade
e órgãos oficiais de controle, assim como uma forma de de Brasília.
se exigir da sociedade e do Estado o cumprimento dos co-
mandos administrativos, já que, após a publicidade, não há
justificativa para alegação de desconhecimento da existência • Empresas públicas: possuem personalidade jurídica
de determinado ato administrativo. de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclu-
Em curtas palavras, o dinheiro público é do povo, que tem sivamente público. São criadas para exploração de atividade
direito a saber o que está sendo feito com as verbas públicas. econômica ou prestação de serviço, em razão da necessária
intervenção do poder público, principalmente como forma
Atenção! O princípio da publicidade pode sofrer exceções, de fomentar determinado setor. Como exemplo, pode-se
considerando que os princípios, de uma maneira geral, não citar a Caixa Econômica Federal e a Empresa Brasileira de
são rígidos em sua aplicação. A doutrina aponta a situação Correios e Telégrafos.
na qual o direito à informação sobre atos administrativos
pode acarretar insegurança nacional. Por isso, deve haver • Sociedades de economia mista: assim como as empresas
uma ponderação de interesses: informação x segurança. públicas, possuem personalidade jurídica de direito privado,
Mas, a regra é de publicidade dos atos públicos. tendo como objetivo a exploração de atividade econômica,
sob a forma de sociedade anônima. Constitu­i-se por parte
• Eficiência: este princípio foi incorporado via emenda do capital público e parte do capital privado, ou seja, colabo-
constitucional (EC nº 19/1998). Significa agilidade, sem ração do Estado e do particular. Pode-se citar como exemplo
desperdício de dinheiro público, ao tempo em que venha a Petrobras (Petróleo Brasileiro S.A) e o Banco do Brasil S.A.
atender ao interesse do bem comum. Deve ser visto como
qualidade no serviço público, ou seja, celeridade com resul- Segundo a Constituição, somente por lei específica pode-
tado satisfatório. rá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
O administrador deve obter um bom resultado, com o pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
menor custo possível. cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua atuação.
Noções de Direito Constitucional

Observações:
a) Os atos que venham a violar os princípios nortea­dores • Autarquia: lei específica cria a autarquia.
da administração pública podem caracterizar improbidade • Empresas públicas, sociedade de economia mista
administrativa. Importarão como penalidades: a suspen­ e fundação: lei específica autoriza a criação dessas
são dos direitos políticos, a perda da função pública, a entidades.
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da Depende de autorização legislativa, em cada caso, a
ação penal cabível. criação de subsidiárias das entidades mencionadas ante-
b) Os cidadãos, usuários dos serviços públicos, têm o
riormente, assim como a participação de qualquer delas em
direito de reclamar indenização das pessoas jurídicas de
direito público e das de direito privado prestadoras de empresa privada.
serviços públicos, pelos danos que seus agentes, nessa A Administração Pública direta e indireta, como regra,
qualidade, causarem, assegurado o direito de regresso deve fazer licitação para contratação de obras, serviços,
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. compras e alienações, que assegure igualdade de condições
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010.
117 obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas

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40 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
da proposta, nos termos da lei. A licitação exigirá somente entende que é possível fazer exigências específicas em certos
a qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia concursos públicos em razão do cargo a ser ocupado, como
do cumprimento das obrigações. ocorre, por exemplo, nos concursos públicos para policial,
A licitação corresponde ao processo de concorrência para em que se fazem imperiosas determinadas condições. Para
que a administração pública realize, de forma impessoal, a citar um exemplo: em um concurso público para o cargo de
contratação de obras, serviços, compras e alienações. mergulhador policial, seria praticamente inviável o ingresso
A administração pública não pode se valer da publicidade de candidato com idade mais avançada. É por isso que os
de seus atos, programas, obras, serviços e campanhas dos requisitos estipulados no edital do concurso público devem
órgãos públicos, constando nomes, símbolos ou imagens que corresponder, diante da proporcionalidade, à natureza do
caracterizem promoção pessoal de autoridade e servidores serviço a ser prestado.
públicos. A publicidade deve ter caráter educativo, informa- Destaca-se que é ilegal a reprovação em con­curso pú-
tivo ou de orientação social. blico com base em critério subjetivo, como pode ocorrer
A Constituição prevê que a administração pública direta pelo exame psicotécnico, sem lei que preveja essa etapa de
e indireta venha a oferecer condições, re­gulamentadas por seleção, assim como seus critérios.
lei, para a participação do usuário (cidadão), especialmente: A admissão para cargo sem concurso público, salvo as ex-
• reclamações relativas à prestação de serviços públicos ceções constitucionais, implica a nulidade do ato e a punição
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendi- da autoridade responsável, nos termos da lei.
mento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, A lei reserva percentual dos cargos e empregos públicos
da qualidade dos serviços; para as pessoas portadoras de deficiência e também define
• acesso dos usuários a registros administrativos e às os critérios de sua admissão.
informações sobre atos de governo, observado o disposto
no art. 5º, X e XXXIII; Concurso Público e Prazo de Validade
• disciplina da representação contra o exercício negligen-
te ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração Será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual pe-
pública. ríodo. Durante esse prazo previsto no edital do concurso pú-
blico, o candidato aprovado será convocado com prioridade
SERVIDORES PÚBLICOS sobre novos concursados para assumir o cargo ou emprego
na carreira. A título de exemplo: órgão da administração
Regime Jurídico direta estadual realiza concurso público para o preenchi-
mento de cinquenta cargos de seu quadro de pessoal, sendo
A denominação “servidores públicos” atende, de forma o prazo de validade do concurso de dois anos, prorrogável
estrita, àqueles que se vinculam à administração pública por uma vez por igual período. Trinta candidatos são aprovados,
uma relação estatutária. As empresas públicas e as socie- mas apenas quinze são convocados para assumir os cargos
dades de economia mista, que se enquadram no conceito nos dois primeiros anos. O concurso tem sua validade pror-
de administração indireta, podem contratar por vínculo rogada, mas, passado um ano, ninguém mais é convocado,
trabalhista aqueles que virão a cumprir suas funções, que a despeito de ainda haver necessidade de preenchimento
são denominados empregados públicos. da totalidade das vagas remanescentes. Nessa hipótese,
A Emenda Constitucional nº 19, de 1998, excluiu do art. o órgão da administração poderá realizar novo concurso,
39 da Constituição Federal a previsão de regime jurídico único para o preenchimento das vagas remanescentes, mesmo
de contratação, que era obrigatório para os entes da adminis- durante o prazo de validade do concurso anterior, mas
tração direta, fundações e autarquias. Dessa forma, ficavam deverá dar prioridade aos aprovados naquele, sobre novos
autorizados a contratar com base na Consolidação das Leis do concursados, para assumirem os cargos.118
Trabalho – CLT. Contudo, foi identificado um vício formal na Apesar da natureza jurídica de Direito Privado, as em-
emenda, que teria recebido votos favoráveis de número insu- presas públicas e as sociedades de economia mista precisam
ficiente de parlamentares, inferior ao quórum constitucional contratar os seus empregados por meio de concurso público119.
(três quintos). Assim, o Supremo Tribunal Federal considerou,
cautelarmente, inconstitucional a alteração do caput do art. Cargos de Confiança e em Comissão
39 da Constituição Federal, o que gerou o retorno da obriga-
toriedade de contratação exclusivamente por meio do regime Não se faz necessário o concurso público. Seus ocupan-
jurídico único – no âmbito federal, é regulamentado pela Lei tes são demitidos conforme a vontade do administrador –
nº 8.112/1990. ad nutum. Entretanto, é de se ressaltar que esses cargos
devem estar limitados às funções de direção, chefia e asses-
Investidura na Administração Pública soramento. Há também um limite de cargos em comissão a
Noções de Direito Constitucional

serem ocupados por servidores públicos efetivos, que será


Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis indicado pela lei, assim como suas condições e percentuais
aos brasileiros e estrangeiros, nos termos da lei, depen- mínimos para preenchimento.
dendo, como regra, de aprovação em concurso público de • cargo de confiança: preenchidos por pessoas que já
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e são servidores públicos;
a complexidade do cargo ou emprego, salvo as nomeações • cargo em comissão: preenchidos por pessoas que não
para cargo em comissão declarado por lei como de livre fazem parte do serviço público.
nomeação e exoneração.
Portanto, é exceção à regra do concurso público o provi- Direitos dos Servidores
mento para os cargos em comissão e de confiança, os quais
podem ser de livre nomeação e exoneração, conforme o Além dos direitos já abordados, como a greve e a sindi-
interesse da administração pública. calização, outros direitos, originalmente atribuídos a outros
O concurso público é a forma de consagração do princípio trabalhadores, são estendidos aos servidores públicos.
da igualdade, pois oferece oportunidade, indistintamente,
FCC/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2012.
118
aos candidatos. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012.
119

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 41
Descrição resumida Texto constitucional Dispositivo
Salário mí­nimo salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a 7º, IV
suas necessidades vitais básicas e às de sua família como moradia, alimen-
tação, edu­cação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social, com reajustes perió­dicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
Salário mínimo aos que perce- garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remu- 7º, VII
bem remuneração variável neração variável;
Décimo-ter­ceiro décimo-terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da 7º, VIII
aposentadoria;
Remuneração superior para o remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 7º, IX
trabalho noturno
Salário-fa­mília salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda 7º, XII
nos termos da lei;
Jornada de trabalho de oito duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta 7º, XIII
horas e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
Repouso semanal remunerado repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 7º, XV
Hora extra remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta 7º, XVI
por cento à do normal;
Férias gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do 7º, XVII
que o salário normal;
Licença à gestante licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração 7º, XVIII
de cento e vinte dias;
Licença-paternidade licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 7º, XIX
Proteção do mercado de traba- proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especí- 7º, XX
lho da mulher ficos, nos termos da lei;
Redução dos riscos redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, 7º, XXII
higiene e segurança;
Isonomia salarial proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de 7º, XXX
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

Estabilidade As três primeiras hipóteses de perda do cargo por servidor


estável podem ser encontradas no art. 41 da Constituição Fe-
A estabilidade do servidor público garante que o ocupan- deral. A quarta hipótese encontra-se no art. 169 da Constituição
te somente perderá o cargo em quatro hipóteses: Federal e refere-se à necessidade de adequação das finanças
• sentença judicial transitada em julgado; do Estado aos percentuais previstos na Lei de Responsabilidade
• processo administrativo em que seja assegurada a Fiscal, podendo alcançar inclusive servidores já estáveis.
ampla defesa; Nesse caso, deverão ser reduzidos primeiramente 20%
• avaliação periódica de desempenho; dos cargos em comissão e os servidores não estáveis. Não
sendo o bastante para adequar os gastos aos limites estabele-
• adequação dos gastos públicos à lei complementar
cidos na lei complementar, deverão ser exonerados também
que define o limite de gastos com o funcionalismo público os servidores já estáveis, sendo devida indenização corres-
(art. 169, § 4º, da CF). pondente a uma remuneração por ano de serviço prestado.
Outra hipótese de perda do cargo, não vinculada, nesse
O dispositivo estabelece, portanto, hipóteses de relati- caso, à estabilidade, foi inserida pela Emenda Constitucional
vização das regras de estabilidade. Essas regras, porém, não nº 51/2006 e refere-se à possibilidade de o agente comunitá-
Noções de Direito Constitucional

podem ser estendidas àqueles agentes que sejam dotados de rio de saúde ou de combate às endemias perder o cargo caso
vitaliciedade. No caso da vitaliciedade, as hipóteses de perda não cumpra os requisitos específicos para o seu exercício,
são as taxativamente estabelecidas no art. 95 e no art. 128. que serão previstos em lei.
O direito de a Administração Pública Federal punir seus O servidor público efetivo possui a prerrogativa da rein­
servidores prescreve em cinco anos em relação às infrações tegração. Se a demissão do servidor estável for invalidada
passíveis de demissão, cassação de aposentadoria ou dispo- por sentença judicial, esse servidor será reintegrado, sendo
nibilidade e destituição de cargo em comissão, contados a que o eventual ocupante da vaga, se também estável, será:
partir da data em que o fato tornou-se conhecido. • reconduzido ao cargo de origem, sem direito à inde-
A estabilidade será alcançada após três anos de efeti­ nização;
• aproveitado em outro cargo; ou
vo exercício120, sendo exigida, como condição obrigatória,
• posto em disponibilidade com remuneração propor-
a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
cional ao tempo de serviço.
para essa finalidade.
Se o cargo público for extinto ou for declarada a sua
120
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Ancine/Técnico Administrati-
desnecessidade, o servidor estável deve ficar em disponibi­
vo/2012 e Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2012. lidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço,

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42 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
até seu adequado aproveitamento em outro cargo. Ex.: Bru- para os servidores do Executivo (art. 37, XII). A Constituição
no, servidor público federal, ocupou por exatos 5 anos um assegura revisão geral e anual, sempre na mesma data e sem
cargo na administração pública, até que foi aprovada uma distinção de índices da remuneração dos servidores públicos.
lei federal extinguindo o referido cargo. Nesse caso, Bruno Ao contrário da iniciativa privada, é vedada a vin­culação
ficará em disponibilidade com remuneração proporcional ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para
ao tempo de serviço.121 o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, salvo,
em alguns casos, em que a própria Constituição faz vinculação
Livre Associação Sindical e Direito de Greve ou equiparação: é o que ocorre com os Ministros dos Tribunais
de Contas, que são equiparados aos Ministros do Superior
Aos servidores públicos civis é garantido o direito de Tribunal de Justiça, com a vinculação entre os subsídios dos
associarem-se às entidades de classe (sindicatos), assim Ministros do STF com os do STJ e demais magistrados.
como ocorre na iniciativa privada122. Os membros das Forças A Constituição Federal fixa um teto remuneratório para
Armadas, das Polícias Militares e do Corpo de Bombeiros o funcionalismo público, tendo como parâmetro limite o
Militar têm seus direitos associativos restringidos em razão subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
do grau de hierarquia e disciplina exigidas na carreira. É de Tribunal Federal. Nos Municípios, o teto, no âmbito do Poder
se destacar que o direito de greve dos servidores públicos Executivo, é o subsídio dos prefeitos. Nos Estados e no Distri-
exige lei específica para sua regulamentação. Trata-se de to Federal, da mesma forma, no âmbito do Poder Executivo,
norma constitucional de eficácia limitada. o  subsídio mensal do governador, e  no âmbito do Poder
Legislativo, o teto é os subsídios dos deputados estaduais
Contratação por Tempo Determinado e distritais. No Poder Judiciário Estadual, o teto do subsídio
é o fixado para os desembargadores do Tribunal de Justiça
Essa é mais uma forma de exceção à regra do concurso (que corresponde a 90,25% do subsídio do Ministro do STF),
público, pois a contratação se faz independentemente desse sendo esse mesmo limite aplicado aos membros do Minis-
processo. São dois os requisitos para contratação temporária: tério Público, aos procuradores e aos defensores públicos.
a) excepcional interesse público, de forma que não se possa
aguardar todo o processo de realização de um concurso público; Teto Remuneratório
b) por tempo determinado; c) hipóteses expressamente
previstas em lei. Um exemplo é a contratação de médicos
UNIÃO

para sanar uma epidemia. Executivo, Legislativo e Judiciário:


Subsídio mensal em espécie, dos Ministros do STF.
Remuneração dos Servidores Públicos
Executivo: o subsídio mensal do governador.
ESTADOS E DF

Legislativo: o subsídio mensal dos deputados estaduais


Pode ocorrer de duas formas: a) vencimento; e b) sub-
ou distritais.
sídio.
• vencimentos: admite várias parcelas, como indeni- Judiciário: o subsídio dos desembargadores do Tribunal
zações, adicionais, gratificações, abonos, dentre outras, de Justiça, limitados a 90,25% dos subsídios dos Minis-
acrescido do vencimento (vencimento + parcelas extras); tros do STF; assim como aos membros do Ministério
• subsídios: é fixado em parcela única, vedado o acrés- Público, procuradores e defensores públicos.
cimo de qualquer verba extra;
MUNICÍPIOS

Já o salário é a remuneração paga aos empregados pú-


Executivo e Legislativo:
blicos da administração pública direta e indireta regidos pela
Subsídio do prefeito.
CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
A remuneração ou subsídio, como veremos, deve levar
em consideração o grau de complexidade e responsabilida-
de, suas peculiaridades, a natureza do cargo e os requisitos Observações:
para ingresso. • Todas as categorias devem observar a norma que esta-
A remuneração é irredutível, salvo exceções previstas na belece o teto remuneratório previsto no art. 37, XI, CF: “[...]
própria Constituição123, como o caso de aumento na alíquota não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
do imposto de renda. Ministros do Supremo Tribunal Federal [...]”. Por isso que, no
Alguns cargos obrigatoriamente devem receber remunera- âmbito Estadual e Municipal, deve-se observar os subtetos.
ção por subsídio, como os políticos, os juízes, os procuradores, • É facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em
os promotores, os Ministros de Estado e os Secretários Esta- seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições
Noções de Direito Constitucional

duais e Municipais. Mas nada impede que outras carreiras e Lei Orgânica, como limite único, o  subsídio mensal dos
também recebam por meio de subsídio, desde que haja desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado
previsão em lei específica. a 90,25% do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tri-
Deve-se observar a legitimação para apresentar projetos bunal Federal, não se aplicando aos subsídios dos deputados
de lei que visem a fixar ou alterar vencimentos ou subsídios estaduais e distritais e dos vereadores.
dos servidores públicos, como no caso do Poder Executivo, • Os salários dos empregados públicos das empresas pú-
em que se exige iniciativa privativa do Chefe do Poder Exe- blicas e das sociedades de economia mista, assim como suas
cutivo. Também deve-se atinar para a iniciativa privativa em subsidiárias, só estarão submetidas ao teto geral se essas
cada caso: Chefe do Executivo, Tribunais, Ministério Público pessoas jurídicas receberem recursos da União, dos Estados,
e Tribunais de Contas. Cada órgão remete ao legislativo pro- do DF ou dos municípios para pagamento das despesas de
jeto de lei, devendo todos observar os limites estabelecidos pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, § 9º).
• Não serão computadas, para efeito dos limites remune-
121
Cesgranrio/Bacen/Técnico/2010. ratórios citados, as parcelas de caráter indenizatório previstas
122
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Anac/Técnico Administrati- em lei. A indenização considera-se como ressarcimento por
vo/2012 e Cespe/TRT 10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013.
123
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012. dinheiro gasto pelo servidor.

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Acumulação de Cargos Públicos eletivo127, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso anterior;
É vedada a acumulação remunerada de cargos públi­ • em qualquer caso que exija o afastamento para o
cos, exceto quando houver compatibilidade de horários, exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
e observando-se sempre o teto do funcionalismo público: contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
• a de dois cargos de professor; por merecimento;
• a de um cargo de professor com outro técnico ou • para efeito de benefício previdenciário, no caso de
científico; afastamento, os  valores serão determinados como se no
• a de dois cargos ou empregos privativos de profissio­ exercício estivesse.
nais de saúde, com profissões regulamentadas124.
Aposentadoria dos Servidores Públicos
Ex.: Joaquim, servidor público federal, é médico, ocupa
cargo privativo de profissional de saúde, com profissão Os servidores titulares de cargos efetivos, incluí­dos os
regulamentada, tendo ingressado no serviço público por de autarquias ou fundações, terão direito a um regime de
concurso há dez anos. Joaquim pretende prestar novo con- previdência de caráter contributivo e solidário, observado o
equilíbrio financeiro e atuarial. Apesar do caráter contribu-
curso público com o objetivo de cumular, de forma remune-
tivo do regime próprio de previdência, é cabível a aplicação
rada, dois cargos públicos. A Constituição Federal admite,
da penalidade de cassação de aposentadoria em virtude de
em situações excepcionais, a acumulação remunerada de
faltas cometidas pelo servidor quando em atividade.
cargos públicos, desde que haja compatibilidade de horá-
A aposentadoria pode ser concedida em três hipóteses:
rios. No caso narrado, Joaquim somente poderá cumular
• por invalidez permanente. Nesse caso, os proventos
se o segundo cargo público for privativo de profissional de serão proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
saúde, com profissão regulamentada.125 decorrer de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei. Caso
É de se destacar que a acumulação de aposentadorias o servidor seja aposentado em virtude de doença ou moléstia
somente é permitida nos cargos em que haja possibilidade não especificada na lei, os proventos serão proporcionais;
de acumulação na ativa. • compulsoriamente. Quando completar setenta anos
O Supremo Tribunal Federal entende que não pode haver de idade ou, nos termos de lei complementar, quando com-
acumulação de proventos com remuneração na atividade, pletar setenta e cinco anos de idade. Os proventos também
quando os cargos efetivos de que decorrem ambas as remu- serão proporcionais ao tempo de contribuição;
nerações não sejam acumuláveis na atividade. • voluntariamente. A aposentadoria voluntária poderá
A proibição de acúmulo da remuneração estende-se ser integral ou proporcional ao tempo de contribuição. An-
a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, tes de tratarmos, porém, dos requisitos para cada tipo de
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas aposentadoria voluntária, vamos enumerar dois requisitos
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indireta­ genéricos, aplicáveis às duas formas de aposentadoria volun-
mente, pelo poder público126. tária. São requisitos genéricos: 10 anos no serviço público e
5 anos no cargo em que se requer a aposentadoria. Vejamos
Política Remuneratória os requisitos específicos para a aposentadoria voluntária:
– integral: 60 anos de idade e 35 anos de contribuição
A política de remuneração dos servidores deverá, na para homens; ou 55 anos de idade e 30 anos de contribuição
fixação dos padrões de vencimento e vantagens, observar: para as mulheres;
• natureza, grau de responsabilidade e complexidade – proporcional: 65 anos de idade, se homem; 60 anos,
da função; se mulher.
• requisitos para investidura; Os valores pagos a título de aposentadoria não podem
• peculiaridades dos cargos. exceder a remuneração do cargo efetivo. Os  proventos de
aposentadoria serão equivalentes à base de cálculo da sua
O valor das remunerações e dos subsídios deve ser pu- contribuição previdenciária. Para aqueles servidores que não
blicado anualmente (princípio da publicidade). ingressaram no serviço público antes da Emenda Constitucio-
Ademais, devem ser previstos cursos e programas de nal nº 41 de 2003, será aplicado o teto diferenciado das apo-
aperfeiçoamento dos servidores públicos, o  que deve ser sentadorias, desde que instituída a previdência complementar
requisito para promoção na carreira. (art. 40, § 3º). Esse teto deve ser revisto de modo a preservar-
-lhe o seu valor real, equivalendo ao teto dos benefícios pagos
Servidor Público e Mandato Eletivo aos beneficiários do regime geral de previdência.
Os professores que se dedicam ao magistério terão uma
Noções de Direito Constitucional

O servidor público da administração direta, autárquica e diminuição de cinco anos nos prazos específicos de conces-
fundacional, no exercício do mandato eletivo, tem o seguinte são da aposentadoria voluntária integral. A Suprema Corte
regimento: mudou o entendimento de que o professor que trabalha em
• tratando-se de mandato eletivo federal, esta­dual ou cargos burocráticos dentro da Secretaria de Educação não
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; faz jus ao referido benefício (Súmula nº 726/STF). A partir do
• investido no mandato de prefeito, será afastado do julgamento proferido na ADI nº 3.772, o STF decidiu que as
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela funções de direção, coordenação e assessoramento pedagó-
sua remuneração; gico integram a carreira do magistério, desde que exercidos
• investido no mandato de vereador, havendo compati­ em estabelecimentos de ensino básico, por professores de
bilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, carreira, excluídos os especialistas em educação, fazendo
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo jus aqueles que as desempenham ao regime especial de
aposentadoria estabelecido nos arts. 40, § 4º, e 201, § 1º,
124
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2012. da Constituição Federal.
125
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
126
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico
Judiciário/2013 e Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010. Assunto cobrado na prova da Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012.
127

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
44 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O valor das pensões por morte corresponderá: adquiridos o regime jurídico aplicável aos já aposentados,
• ao valor integral dos proventos do servidor falecido, que, por exemplo, não poderão arguir o disposto no art. 5º,
até o limite dos benefícios concedidos pelo regime XXXVI, da CF, para se eximirem de recolher contribuição
geral (art. 201) + 70 % do excedente (se houver) caso previdenciária.
já aposentado à época do óbito; As aposentadorias e pensões daqueles que exercem
• ao valor integral da remuneração do servidor, até o cargos em comissão será concedida pelo Regime Geral de
limite dos benefícios concedidos pelo regime geral Previdência Social (RGPS).
(art.  201) + 70 % do excedente (se houver) caso o Cabe lembrar que as regras do art. 40 da Constituição
servidor esteja em atividade na data do óbito. Federal são de observância obrigatória aos Estados, o que
significa que será eivada de inconstitucionalidade uma nor-
Vamos entender, demonstrando matematicamente, ma estadual que disponha de modo diverso do disposto na
como isso ocorre. Imagine que o servidor ganhe R$ 13.000 Carta Maior.
e o teto seja R$ 3.000. O excedente será R$ 10.000; 70 % do
excedente será, então, 7.000, que, somados aos R$ 3.000 ini- Dispositivos Constitucionais
ciais, referentes ao teto, totalizará uma pensão de R$ 10.000.
Antes da reforma da previdência de 2003, havia a pre- TÍTULO III
visão de que os proventos das aposentadorias e pensões DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
seriam reajustados na mesma proporção e data da remu-
.............................................................................................
neração dos servidores da ativa, incluindo reclassificações
CAPÍTULO VII
ou alteração dos cargos e quaisquer outras vantagens. Havia
Da Administração Pública
uma vinculação, portanto, entre o valor das remunerações
e o valor das aposentadorias. Com a reforma, alterou-se o
§  8º do art.  40 para que se assegurasse o reajustamento Seção I
dos benefícios em caráter permanente apenas de modo a Disposições Gerais
preservar o seu valor real. Há, portanto, a possibilidade de se
reajustar de forma diferenciada os proventos dos ativos e dos Art. 37. A administração pública direta e indireta de
inativos. Cabe ressaltar que esse reajuste pode ser veiculado qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
por medida provisória editada pelo Presidente da República. Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali­
A partir da Emenda Constitucional nº 47/2005, podem ser dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
privilegiados com regras especiais de aposentadoria, median- e, também, ao seguinte128:
te lei complementar, servidores portadores de deficiência, I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
os que exercem atividades de risco e aqueles cujas atividades aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos
sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei129;
a saúde ou a integridade física. Outro benefício concedido II – a investidura em cargo ou emprego público depende
àqueles que possuem doença incapacitante consiste no di- de aprovação prévia em concurso público de provas ou
reito de pagar contribuição sobre aposentadoria ou pensão, de provas e títulos130, de acordo com a natureza e a com-
imposição criada pela Emenda Constitucional nº 41/2003, plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
que cabe apenas quando os proventos excederem o dobro ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
do limite estabelecido para os benefícios do regime geral da em lei de livre nomeação e exoneração;
previdência social. III – o prazo de validade do concurso público será de até
Há a possibilidade de contagem recíproca das contribui- dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
ções pagas a instituições previdenciárias federais, estaduais IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital
ou municipais. de convocação, aquele aprovado em concurso público de
Não poderá haver contagem fictícia de tempo. Um exem- provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade
plo muito comum que acontecia era o de leis que permitiam sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego,
a servidores públicos terem o tempo de licença-prêmio não na carreira131;
gozada em dobro ou em triplo, para efeitos de aposentadoria. V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente
O Poder Executivo deve iniciar processo legislativo visan- por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
do instituir regime de previdência complementar, formado comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
por entidades fechadas de previdência, de natureza pública, nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
que oferecerão planos de benefícios na moda­lidade de con- lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
tribuição definitiva, optativos aos servidores. assessoramento132;
Com a reforma da previdência (Emenda Constitucional VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre
Noções de Direito Constitucional

nº 41/2003), começou a incidir contribuição previdenciária associação sindical;


sobre os proventos de aposentadoria e pensão que superem VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos
o limite do Regime Geral da Previdência, o que era vedado limites definidos em lei específica;
pela ordem constitucional anterior. VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos
O servidor que já tenha tempo para se aposentar volun- públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá
tariamente com proventos integrais, mas opte por continuar os critérios de sua admissão;
trabalhando, terá um abono de permanência correspondente
ao valor da contribuição previdenciária.
Por fim, a Emenda Constitucional nº 41/2003 trouxe a
128
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judi-
ciário/2013, Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012 e Cespe/Anac/Técnico
estipulação de que deve haver apenas um regime de previ- Administrativo/2012.
dência social para as carreiras públicas, bem como a exis- 129
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012.
tência de uma única unidade gestora para cada ente estatal. 130
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
Em qualquer caso, será preservado o direito adquirido vil/2012.
dos servidores que já estavam em condições de se aposentar 131
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
vil/2012.
à data das reformas. Não está incluído dentre o rol de direitos 132
Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010.

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IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo XX – depende de autorização legislativa, em cada caso,
determinado para atender a necessidade temporária de a  criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
excepcional interesse público; inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas
X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio em empresa privada;
de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados XXI – ressalvados os casos especificados na legislação,
ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mediante processo de licitação pública que assegure igual-
mesma data e sem distinção de índices; dade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
funções e empregos públicos da administração direta, autár- condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o  qual
quica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes obrigações.
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remu- XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados,
neratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao
as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carrei-
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Minis- ras específicas, terão recursos prioritários para a realização
tros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no com o compartilhamento de cadastros e de informações
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito fiscais, na forma da lei ou convênio.
do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educa-
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa tivo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos137.
Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade res-
Defensores Públicos; ponsável, nos termos da lei.
XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usu-
do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos ário na administração pública direta e indireta, regulando
pelo Poder Executivo; especialmente:
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quais­ I  – as reclamações relativas à prestação dos serviços
quer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços
de pessoal do serviço público133; de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa
XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor e interna, da qualidade dos serviços;
público não serão computados nem acumulados para fins de II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a
concessão de acréscimos ulteriores; informações sobre atos de governo, observado o disposto
XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos no art. 5º, X e XXXIII;
e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto III  – a disciplina da representação contra o exercício
nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
153, III, e 153, § 2º, I; administração pública.
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos pú- § 4º Os atos de improbidade administrativa importa-
blicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, rão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
a) a de dois cargos de professor134; erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou da ação penal cabível138.
científico; § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilí-
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissio- citos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
nais de saúde, com profissões regulamentadas; causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e de ressarcimento.
funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e socieda- privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
Noções de Direito Constitucional

des controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei-
XVIII  – a administração fazendária e seus servidores ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e juris- nos casos de dolo ou culpa.
dição, precedência sobre os demais setores administrativos, § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
na forma da lei135; ocupante de cargo ou emprego da administração direta e
XIX  – somente por lei específica poderá ser criada indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo dos órgãos e entidades da administração direta e indireta
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado en-
sua atuação136; tre seus administradores e o poder público, que tenha por
objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
133
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012. entidade, cabendo à lei dispor sobre:
134
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012. 137
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
135
Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012. vil/2012.
136
Assunto cobrado na prova da Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012. 138
Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012.

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I – o prazo de duração do contrato; § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos dife-
III – a remuneração do pessoal. renciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públi- § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo,
cas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Munici-
que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito pais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratifi-
pessoal ou de custeio em geral. cação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso,
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 o disposto no art. 37, X e XI.
com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constitui- Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a
ção, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em
em lei de livre nomeação e exoneração. qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites re- § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciá­rio publi-
muneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, carão anualmente os valores do subsídio e da remuneração
as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. dos cargos e empregos públicos.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentá-
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar,
rios provenientes da economia com despesas correntes em
em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constitui-
cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desen-
ções e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos
volvimento de programas de qualidade e produtividade,
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado
treinamento e desenvolvimento, modernização, reapare-
a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do lhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
Art. 38. Ao  servidor público da administração direta, Art. 40. Aos  servidores titulares de cargos efetivos da
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
aplicam-se as seguintes disposições: incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; contribuição do respectivo ente público, dos servidores ati-
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do vos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto
sua remuneração; neste artigo.
III – investido no mandato de Vereador, havendo compa- § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência
tibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, de que trata este artigo serão aposentados, calcula­dos os seus
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a I – por invalidez permanente, sendo os proventos propor-
norma do inciso anterior; cionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contagiosa ou incurável, na forma da lei;
contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção II  – compulsoriamente, com proventos proporcionais
por merecimento; ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
afastamento, os  valores serão determinados como se no complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional
exercício estivesse. nº 88, de 7/5/2015)
III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mí­
Seção II nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e
Dos Servidores Públicos cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria,
observadas as seguintes condições:
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui­
Noções de Direito Constitucional

nicípios instituirão conselho de política de administração e ção, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta
remuneração de pessoal, integrado por servidores designa- de contribuição, se mulher;
dos pelos respectivos Poderes. b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao
componentes do sistema remuneratório observará: tempo de contribuição139.
I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexi- § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
dade dos cargos componentes de cada carreira; ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu-
II – os requisitos para a investidura; neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que
III – as peculiaridades dos cargos. se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão concessão da pensão.
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunera-
cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, fa- ções utilizadas como base para as contribuições do servidor
cultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judici-
139
entre os entes federados. ário/2013 e Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010.

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aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o §  15. O  regime de previdência complementar de que
art. 201, na forma da lei. trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferen- Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
ciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades
pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos fechadas de previdência complementar, de natureza públi-
definidos em leis complementares, os casos de servidores: ca, que oferecerão aos respectivos participantes planos de
I – portadores de deficiência; benefícios somente na modalidade de contribuição definida.
II – que exerçam atividades de risco; § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção,
III  – cujas atividades sejam exercidas sob condições o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
que tiver ingressado no serviço público até a data da publi-
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
cação do ato de instituição do correspondente regime de
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no
previdência complementar.
§ 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na § 17. Todos os valores de remuneração considerados para
educação infantil e no ensino fundamental e médio. o cálculo do benefício previsto no § 3º serão devidamente
§  6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos atualizados, na forma da lei.
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata
de previdência previsto neste artigo. este artigo que superem o limite máximo estabelecido para
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão os benefícios do regime geral de previdência social de que
por morte, que será igual: trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para
I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor fa- os servidores titulares de cargos efetivos.
lecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios §  19. O  servidor de que trata este artigo que tenha
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, completado as exigências para aposentadoria voluntária
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
limite, caso aposentado à data do óbito; ou atividade fará jus a um abono de permanência equivalente
II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor ao valor da sua contribuição previdenciária até completar
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite as exigências para aposentadoria compulsória contidas no
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral § 1º, II.
de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
§  20. Fica vedada a existência de mais de um regime
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
próprio de previdência social para os servidores titulares de
em atividade na data do óbito.
cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do res-
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, confor- pectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto
me critérios estabelecidos em lei. no art. 142, § 3º, X.
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou muni- § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá
cipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de
de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de para os benefícios do regime geral de previdência social de
contagem de tempo de contribuição fictício. que trata o art. 201 desta Constituição, quando o benefici-
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total ário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício
da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime em virtude de concurso público.
geral de previdência social, e  ao montante resultante da § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
adição de proventos de inatividade com remuneração de I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em
II – mediante processo administrativo em que lhe seja
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração,
assegurada ampla defesa;
e de cargo eletivo.
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de pre- III – mediante procedimento de avaliação periódica de
vidência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
Noções de Direito Constitucional

observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados ampla defesa.


para o regime geral de previdência social. § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do ser-
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo vidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante
em comissão declarado em lei de livre nomea­ção e exone- da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
ração bem como de outro cargo temporário ou de emprego direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto
público, aplica-se o regime geral de previdência social140. em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- de serviço.
nicípios, desde que instituam regime de previdência com- § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade,
plementar para os seus respectivos servidores titulares de o servidor estável ficará em disponibilidade, com remune-
cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias ração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este aproveitamento em outro cargo.
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do §  4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
regime geral de previdência social de que trata o art. 201. é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co-
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
140 missão instituída para essa finalidade.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
48 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
QUESTÕES DE CONCURSOS (CESPE) 13. (Cespe/Polícia Federal/Conhecimentos Básicos/2014) O
estabelecimento pela CF de que todo o poder emana do
Julgue os itens seguintes. povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
1. (Cespe/FUB/Assistente em Administração/2015) A li- ou diretamente, nos seus termos, evidencia a adoção
vre iniciativa, fundamento da República Federativa do da democracia semidireta ou participativa.
Brasil, possui valor social que transcende o interesse
do empreendedor, merecendo proteção constitucio- Um agente da Polícia Federal foi escalado para atuar em
nal apenas quando respeitar e ajudar a desenvolver o operação para cumprimento de mandado judicial de prisão
trabalho humano. Por isso, não se coaduna com a CF e de busca e apreensão, durante o dia, de documentos no
empreitada que deixe de assegurar os direitos sociais escritório profissional do investigado. A respeito da atuação
dos trabalhadores. do agente na situação descrita acima, julgue os itens a seguir.
2. (Cespe/FUB/Assistente em Administração/2015) O plu- 14. (Cespe/Polícia Federal/Agente de Polícia Federal/2014)
O agente poderá acessar o conteúdo de correspondên-
ralismo político, fundamento da República Federativa
cias encontradas no escritório profissional do investiga-
do Brasil, é pautado pela tolerância a ideologias diver-
do, uma vez que está prevista na CF, de forma expressa,
sas, o que exclui discursos de ódio, não amparados pela
a possibilidade de violação do sigilo das correspondên-
liberdade de manifestação do pensamento. cias quando houver ordem judicial em processo penal.
3. (Cespe/FUB/Conhecimentos Básicos/2015) O regime 15. (Cespe/Polícia Federal/Agente de Polícia Federal/2014)
político adotado na CF caracteriza a República Federa- Mesmo sem o consentimento do proprietário, é permi-
tiva do Brasil como um estado democrático de direito tido ao agente entrar no escritório profissional onde se
em que se conjuga o princípio representativo com a encontrem os objetos de busca e apreensão.
participação direta do povo por meio do voto, do ple- 16. (Cespe/Polícia Federal/Agente de Polícia Federal/2014)
biscito, do referendo e da iniciativa popular. É livre a associação sindical das categoriais profissionais,
4. (Cespe/Antaq/Conhecimentos Básicos/2014) A conces- sendo vedado ao poder público exigir, para a fundação
são de asilo político é princípio norteador das relações de um sindicato, que haja seu registro prévio em órgão
internacionais brasileiras, conforme expressa disposi- competente.
ção do texto constitucional. 17. (Cespe/Polícia Federal/Agente de Polícia Federal/2014)
5. (Cespe/TJ-SE/Analista Judiciário/2014) A dignidade da A historicidade, como característica dos direitos funda-
pessoa humana, princípio fundamental da República mentais, proclama que seu conteúdo se modifica e se
Federativa do Brasil, promove o direito à vida digna em desenvolve de acordo com o lugar e o tempo. Por isso,
sociedade, em prol do bem comum, fazendo prevalecer os direitos fundamentais podem surgir e se transformar.
o interesse coletivo em detrimento do direito individual.
6. (Cespe/TJ-SE/Analista Judiciário/2014) O pluralismo Julgue os itens a seguir.
político traduz a liberdade de convicção filosófica e 18. (Cespe/TJ-SE/Técnico Judiciário/Área Judiciária/2014)
política, assegurando aos indivíduos, além do enga- Os direitos fundamentais têm o condão de restringir a
jamento pluripartidário, o direito de manifestação de atuação estatal e impõem um dever de abstenção, mas
forma apartidária. não de prestação.
7. (Cespe/TC-DF/Técnico de Administração Pública/2014) 19. (Cespe/TC-DF/Técnico de Administração Pública/2014)
Ao implementar ações que visem reduzir as desigual- É livre o exercício das profissões, podendo a lei exigir
dades sociais e regionais e garantir o desenvolvimento inscrição em conselho de fiscalização profissional ape-
nacional, os governos põem em prática objetivos fun- nas quando houver potencial lesivo na atividade, o que
damentais da República Federativa do Brasil. não ocorre com a profissão de músico, por exemplo.
8. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/ 20. (Cespe/TC-DF/Técnico de Administração Pública/2014)
2014) A democracia brasileira é indireta, ou represen- Embora a casa seja asilo inviolável do indivíduo, em caso
tativa, haja vista que o poder popular se expressa por de flagrante delito, é permitido nela entrar, durante o
meio de representantes eleitos, que recebem manda- dia ou à noite, ainda que não haja consentimento do
to para a elaboração das leis e a fiscalização dos atos morador ou determinação judicial para tanto.
estatais. 21. (Cespe/MDS/Agente Administrativo/2009) Todos têm
direito a receber dos órgãos públicos informações de
9. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou ge-
2014) A República Federativa do Brasil, constituída
ral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
como Estado democrático de direito, visa garantir o
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
pleno exercício dos direitos e garantias fundamentais, imprescindível à segurança da sociedade ou do Estado.
Noções de Direito Constitucional

incluindo-se, entre seus fundamentos, a cidadania e a 22. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislati-
dignidade da pessoa humana. vo/2014) Se o poder público tiver a intenção de con-
10. (Cespe/Suframa/Agente Administrativo/2014) A CF dicionar o exercício de determinada profissão a certas
propugna, de forma específica, a integração econômi- exigências, e se tais exigências forem estabelecidas
ca, política, social e cultural do Brasil com os povos da mediante lei formal, elas serão constitucionais, pois o
América Latina. Estado tem discricionariedade para eleger as restrições
11. (Cespe/Cade/Conhecimentos Básicos/2014) Os valores que entenda cabíveis para todos os ofícios ou profis-
sociais da livre iniciativa e a livre iniciativa são princípios sões, desde que o faça por lei federal.
da República Federativa do Brasil; o primeiro é um fun- 23. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/
damento, e o segundo, um princípio geral da atividade 2014) Interceptações telefônicas — comumente chama-
econômica. das de grampos — e gravações ambientais realizadas
12. (Cespe/Polícia Federal/Conhecimentos Básicos/2014) por autoridade policial, sem autorização judicial, ainda
A República Federativa do Brasil, formada pela união que em situações emergenciais, constituem violações
indissolúvel dos estados, municípios e Distrito Federal aos princípios estruturantes do estado democrático de
(DF), adota a federação como forma de Estado. direito e da dignidade da pessoa humana.

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24. (Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/ (Cespe/TC-DF/Técnico de Administração Pública/2014) Acer-
Agente de Polícia Legislativa/2014) Os direitos e ga- ca da administração pública e dos poderes da República,
rantias individuais previstos na CF têm caráter absoluto. julgue os itens subsequentes.
25. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/ 33. Além dos juízes oriundos dos tribunais regionais fede-
2014) Historicamente, os direitos fundamentais de pri- rais e dos desembargadores advindos dos tribunais de
meira dimensão pressupõem dever de abstenção pelo justiça, comporão o STJ, na proporção de um quinto de
Estado, ao contrário dos direitos fundamentais de se- suas vagas, advogados e membros do Ministério Público
gunda dimensão, que exigem, para sua concretização, com mais de dez anos de atividade efetiva e mais de
prestações estatais positivas. dez anos de carreira, respectivamente.
26. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/ 34. A CF prevê expressamente que o subsídio dos parlamen-
tares federais e do presidente da República seja igual
2014) Segundo a jurisprudência do STF, é necessária
ao dos ministros do STF, previsão essa que atende ao
autorização judicial prévia para o repasse de informa-
princípio da moralidade.
ções sobre movimentações bancárias de um cidadão à
administração tributária. (Cespe/PM‑CE/Oficial da Polícia Militar/2014) Com referência
27. (Cespe/Instituto Rio Branco/Diplomata/2014) O catá- aos direitos e garantias fundamentais e às ações constitu-
logo de direitos fundamentais na CF inclui, além dos cionais, julgue o item.
direitos e garantias expressos em seu texto, outros que 35. De acordo com a doutrina e a jurisprudência do Supre-
decorrem do regime e dos princípios por ela adotados, mo Tribunal Federal, a  casa, domicílio, que constitui
ou de tratados internacionais em que a República Fe- o objeto de proteção da garantia da inviolabilidade
derativa do Brasil seja parte. consagrada pelo texto constitucional é todo o espaço
28. (Cespe/Suframa/Conhecimentos Básicos/2014) O direi- delimitado que determinado indivíduo utiliza para uso
to à vida, assim como todos os demais direitos funda- residencial ou profissional. Dessa forma, um simples
mentais, é protegido pela CF de forma não absoluta. quarto de hotel ou um escritório podem ser abrangidos
29. (Cespe/Suframa/Conhecimentos Básicos/2014) Os direi- pela referida proteção constitucional.
tos previstos na CF alcançam tanto as pessoas naturais,
brasileiras ou estrangeiras, no território nacional, como (Cespe/Segesp‑AL/Papiloscopista/2013) Com base no dispos-
as pessoas jurídicas. to na Constituição Federal de 1988, julgue o próximo item,
30. (Cespe/Suframa/Conhecimentos Básicos/2014) Embora relativo a direitos e garantias fundamentais.
a CF preveja a inviolabilidade da intimidade e da vida 36. A proteção conferida à honra e à imagem das pessoas
privada das pessoas, é possível a quebra de sigilo ban- não se estende às pessoas jurídicas, por se tratar de
cário por parte do Ministério Público e da administração proteção inerente à pessoa física.
tributária, independentemente de autorização judicial.
(Cespe/PC‑DF/Escrivão de Polícia/2013) À luz da Constituição
31. (Cespe/PM-CE/Oficial da Polícia Militar/2014) Segun-
Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir, acerca de direitos
do a doutrina majoritária, os direitos fundamentais de
e garantias fundamentais.
terceira geração, também denominados de direitos de 37. Havendo iminente perigo público, a autoridade compe-
fraternidade ou de solidariedade, caracterizam-se por tente poderá usar de propriedade particular, assegura-
se destinarem à proteção de direitos transindividuais. da ao proprietário indenização ulterior se houver dano.
32. (Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Área Administrativa/
2014) Acerca de princípios fundamentais, direitos e (Cespe/PRF/2013) Julgue os itens subsequentes, relativos aos
garantias fundamentais e aplicabilidade das normas direitos e garantias fundamentais previstos na CF.
constitucionais, assinale a opção correta. Nesse senti- 38. No caso de iminente perigo público, a autoridade compe-
do, considere que a sigla CF, sempre que empregada, tente poderá usar de propriedade particular, assegurada
se refere à Constituição Federal de 1988. ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
a) Segundo a CF, a casa é asilo inviolável do indivíduo, 39. Aos que comprovem insuficiência de recursos é assegu-
razão por que ninguém, independentemente da rada a gratuidade na prestação de assistência jurídica
circunstância, poderá nela ingressar sem o consen- integral pelo Estado.
timento do morador.
b) O princípio constitucional do direito de acesso à (Cespe/TJ‑SE/Analista Judiciário/2014) Julgue os itens a
informação veda o sigilo da fonte, ainda que se ale- seguir, a  respeito da teoria dos direitos fundamentais e
guem motivos profissionais. dos princípios fundamentais na Constituição Federal de
1988 (CF).
Noções de Direito Constitucional

c) O repúdio à prática do racismo configura um dos


princípios que norteia a República Federativa do 40. A dignidade da pessoa humana, princípio fundamental
Brasil em suas relações internacionais. Essa prática da República Federativa do Brasil, promove o direito
à vida digna em sociedade, em prol do bem comum,
constitui crime inafiançável e imprescritível, e o re-
fazendo prevalecer o interesse coletivo em detrimento
ferido princípio é considerado norma constitucional
do direito individual.
de eficácia contida. 41. O pluralismo político traduz a liberdade de convicção
d) As normas programáticas, que veiculam princípios filosófica e política, assegurando aos indivíduos, além
a serem cumpridos pelo Estado, podem ser exem- do engajamento pluripartidário, o direito de manifes-
plificadas, entre outras, pela previsão constitucional tação de forma apartidária.
de proteção ao mercado de trabalho da mulher me-
diante incentivos específicos. (Cespe/TJ‑SE/Técnico Judiciário/2014) Acerca dos direitos
e) Os fundamentos da República Federativa do Brasil fundamentais e do conceito e da classificação das constitui-
incluem, entre outros, a dignidade da pessoa hu- ções, julgue os itens a seguir.
mana, o pluralismo político e a construção de uma 42. Diferentemente das constituições sintéticas, as quais
sociedade livre, justa e solidária. se limitam às regras básicas constitucionais, as consti-

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50 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
tuições semânticas extrapolam o essencial para consti- (Cespe/Bacen/Técnico/Conhecimentos Básicos/2013) Em re-
tucionalizar variadas matérias adicionais e estabelecer, lação aos princípios fundamentais e aos direitos e garantias
de forma dirigente, objetivos a serem atingidos pelo fundamentais estabelecidos na Constituição Federal de 1988
legislador ordinário. (CF), julgue o item.
43. Os direitos fundamentais têm o condão de restringir a 53. Entre os princípios fundamentais da República Federativa
atuação estatal e impõem um dever de abstenção, mas do Brasil inclui-se o princípio democrático, que se refere
não de prestação. ao exercício direto e indireto do poder pelo povo.
44. Do ponto de vista jurídico, a constituição funda as bases
do ordenamento jurídico, contendo, em seu corpo, (Cespe/FUB/Assistente em Administração/2013) Acerca da
disposições estruturais acerca do funcionamento do Constituição Federal de 1988 (CF), da sua classificação e dos
Estado, seus entes e órgãos, e dos limites à atuação es- princípios constitucionais fundamentais, julgue o item a seguir.
tatal, quais sejam, os direitos e garantias fundamentais 54. A CF institui no Brasil um modelo de Estado democráti-
do cidadão. co, em que o poder emana do povo e é exercido tanto
45. Normas materialmente constitucionais encerram dispo- por meio de uma democracia direta, quanto por inter-
sições a respeito de matéria tipicamente constitucional, médio de uma democracia representativa.
isto é, de elementos inerentes à constituição, ao passo
que as normas formalmente constitucionais, embora (Cespe/TCE-RS/Oficial de Controle Externo/2013) À luz da CF,
não tratem de matéria constitucional, são constitucio- julgue o item subsequente, acerca da organização do Estado.
nais, do ponto de vista eminentemente formal, somente 55. Os vencimentos dos cargos dos Poderes Executivo e
porque integram a constituição. Legislativo não poderão ser superiores aos pagos pelo
Poder Judiciário.
Julgue os itens.
46. (Cespe/TCE-RO/Agente Administrativo/2013) Incluem- (Cespe/FUB/Conhecimentos Básicos/2015) Com relação aos
-se nos direitos e garantias fundamentais da República servidores públicos, julgue o próximo item, de acordo com
Federativa do Brasil a inviolabilidade do direito à igual-
a Constituição Federal de 1988.
dade, a aposentadoria, a nacionalidade e o plebiscito.
56. Para o cálculo de benefício previdenciário, o tempo
47. (Cespe/Anatel/Conhecimentos Básicos/2014) Em
de serviço do servidor afastado para investidura em
respeito ao princípio da dignidade humana, previsto
mandato eletivo continua a ser contado como se em
na CF, caso o Brasil seja signatário de determinado
exercício estivesse.
tratado sobre direitos humanos, o referido tratado
será recepcionado automaticamente como emenda
constitucional. (Cespe/TJ-SE/Técnico Judiciário/Área Judiciária/2014) No
    que diz respeito à administração pública e aos servidores
(Cespe/TRE-GO/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2015) públicos, julgue o item a seguir.
Quanto ao conceito de Constituição e aos direitos individuais 57. Basta a observância da legalidade estrita para que a con-
e de nacionalidade, julgue o seguinte item. duta do agente público seja considerada moralmente
48. Devido ao status que tem uma Constituição dentro de adequada do ponto de vista da administração pública.
um ordenamento jurídico, a entrada em vigor de um
novo texto constitucional torna inaplicável a legislação 58. (Cespe/TJ-CE/Técnico Judiciário/Área Judiciária/2014)
infraconstitucional anterior. Conforme disposições da CF, assinale a opção correta
a respeito da administração pública.
(Cespe/ANTT/Todos os Cargos/Conhecimentos Básicos/2013) a) A lei deverá reservar parte dos cargos e empregos
À luz da CF, julgue o próximo item, referente à administração públicos para afrodescendentes e pessoas portado-
pública e ao processo legislativo. ras de deficiência.
49. A matéria constante de projeto de emenda à CF re- b) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
jeitada ou havida por prejudicada pode ser objeto de espécies remuneratórias, exceto entre os cargos do
nova proposta na mesma sessão legislativa, desde que Poder Executivo e do Legislativo.
subscrita por um terço, no mínimo, dos membros da c) Somente por lei complementar poderão ser criadas
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. autarquia, empresa pública, sociedade de economia
mista e fundação.
(Cespe/Ancine/Todos os Cargos/2013) A respeito dos direitos d) É deferida aos servidores públicos a garantia da vi-
fundamentais e dos remédios constitucionais, julgue o item taliciedade, após dois anos de efetivo exercício.
Noções de Direito Constitucional

seguinte. e) As funções de confiança destinam-se apenas às atri-


50. A Constituição Federal de 1988 (CF) prevê expressamen- buições de chefia, direção e assessoramento.
te a prevalência dos direitos humanos como sendo um
dos objetivos fundamentais da República Federativa do 59. (Cespe/TRE-MS/Programador de Computador/2013)
Brasil. Assinale a opção correta, considerando o contorno
jurídico-constitucional da administração pública.
(Cespe/Segesp-AL/Técnico Forense/2013) A respeito dos a) Ação popular é a via constitucional posta à dispo-
princípios fundamentais da CF, julgue os itens seguintes. sição dos cidadãos para a obtenção da anulação
51. A igualdade perante a lei, a periodicidade dos manda- de atos ou contratos administrativos – ou a eles
tos políticos e a responsabilidade dos mandatários são equiparados – lesivos ao patrimônio público ou ao
características do princípio republicano. patrimônio de entidade de que o Estado participe,
52. O princípio democrático é pertinente aos regimes po- à moralidade administrativa e ao meio ambiente na-
líticos, evidenciado pela titularidade do poder estatal tural ou cultural. Caso o autor da ação popular seja
pelos cidadãos e exercido por meio da representação vencido na demanda, ele será, em qualquer caso,
política, com o fim de atender interesses populares. condenado ao pagamento de custas e honorários.

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b) Os atos políticos, os atos legislativos e os atos interna
corporis podem ser amplamente controlados pelo
Poder Judiciário.
c) A prática de abuso pelo servidor no exercício das
funções exclui a responsabilidade objetiva da ad-
ministração.
d) A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entida-
des da administração direta e indireta quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncia de receitas, além dos
sistemas internos de cada poder, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo.
e) Ao Poder Judiciário é vedado o exame dos motivos
determinantes do ato administrativo.

60. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/


2013) Em relação aos direitos e garantias fundamentais,
assinale a opção correta.
a) O brasileiro naturalizado não pode ocupar o cargo
de deputado federal, privativo de brasileiro nato.
b) A CF garante aos estrangeiros em trânsito pelo ter-
ritório nacional os mesmos direitos garantidos aos
cidadãos brasileiros.
c) O direito à vida, protegido constitucionalmente,
resume-se ao direito de continuar vivo.
d) Em algumas situações, é constitucionalmente ad-
missível o tratamento diferenciado entre homem e
mulher.
e) As convenções internacionais de direitos humanos
ingressam no ordenamento jurídico nacional com
status de lei complementar.

GABARITO
1. C 13. C 25. C 37. C 49. E    
2. C 14. E 26. C 38. C 50. E    
3. C 15. C 27. C 39. C 51. C    
4. C 16. E 28. C 40. E 52. C
5. E 17. C 29. C 41. C 53. C    
6. C 18. E 30. E 42. E 54. C    
7. C 19. C 31. C 43. E 55. E    
8. E 20. C 32. d 44. C 56. C    
9. C 21. C 33. E 45. C 57. E
10. C 22. E 34. E 46. C     58. e    
11. C 23. C 35. C 47. E 59. d  
12. C 24. E 36. E 48. E     60. d    
Noções de Direito Constitucional

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52 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
INSS

SUMÁRIO

Noções de Direito Administrativo


Estado, governo e administração pública:
conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios.................................................................... 3/8

Direito Administrativo:
conceito, fontes e princípios........................................................................................................................................9/14

Organização administrativa da União; administração direta e indireta............................................................................. 18

Agentes públicos:
espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos; regime jurídico
único: provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; direitos e vantagens; regime disciplinar;
responsabilidade civil, criminal e administrativa.......................................................................................................... 86*

Poderes administrativos:
poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder........................... 25

Ato administrativo:
validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e sanatória; classificação, espécies e exteriorização;
vinculação e discricionariedade..................................................................................................................................... 32

Serviços Públicos; conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos; delegação:
concessão, permissão, autorização................................................................................................................................ 46

Controle e responsabilização da administração:


controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; responsabilidade civil do Estado................................. 61
Lei nº 8.429/1992 (sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício
de mandato, cargo, emprego ou função da administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras
providências).................................................................................................................................................................. 67

Lei n° 9.784 (Lei do Processo Administrativo)..................................................................................................................... 76

* Este tópico tem como complemento de estudo a Lei nº 8.112/1990, que se encontra na matéria Regime Jurídico Único, nesta apostila.

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Noções de Direito Administrativo
Edgard Antônio Lemos Alves / Welma Maia /
Maurício Nicácio

Edgard Antônio Lemos Alves / Welma Maia Elementos do Estado


O Estado é constituído de três elementos originários e
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO indissociáveis: Povo, Território e Governo Soberano, sendo
PÚBLICA assim definidos:

Considerações Gerais Povo É o componente humano do Estado, ou seja,


o conjunto de nacionais ligados por laços de
Antes de iniciarmos o estudo da Administração Pública, tradição, idioma e crenças. É composto so-
faz-se necessário estabelecermos o conceito de Estado, mente de cidadãos que pertencem ao Estado,
pois é nele que encontramos toda a concepção moderna de estejam no país ou em território estrangeiro.
organização e funcionamento dos serviços públicos a serem Diferente de população que é o conglomerado
prestados aos administrados. de indivíduos estatisticamente considerados,
num dado momento, dentro do território,
sejam eles nacionais ou estrangeiros.
Conceito de Estado
Território É a sua base física, onde se estabelece o povo
e o limite de atuação jurisdicional do Estado.
O termo Estado vem do latim status, com o sentido “estar
firme”. Já o seu conceito pode variar segundo o ângulo em Governo É o elemento condutor do Estado, que detém e
que é considerado. Soberano exerce o poder supremo e absoluto emanado
Porém, encontrar um conceito de Estado que satisfaça a do povo, de fazer leis e de obrigar o seu cumpri-
mento. Dentro dos limites territoriais do Estado
todas as correntes doutrinárias é absolutamente impossível,
é poder superior a todos os demais, tanto dos
pois sendo o Estado um ente complexo, que pode ser abor-
indivíduos quanto dos grupos sociais, com rela-
dado sob diversos pontos de vista e, além disso, sendo extre- ção aos demais Estados, tem a significação de
mamente variável quanto à forma por sua própria natureza, independência, admitindo que haja outros pode-
haverá tantos pontos de partida quantos forem os ângulos res iguais; porém, nenhum que lhe seja superior.
de preferência dos observadores. E, em função do elemento
ou do aspecto considerado primordial pelo estudioso, é que Dessa forma, para fazer valer esse Poder de Império é
este desenvolverá o seu conceito. Assim, por mais que os que foram adotados, nos Estados de Direito, os denominados
autores se esforcem para chegar a um conceito objetivo, Poderes de Estado.
haverá sempre um quantum de subjetividade, vale dizer, Visto pelo prisma positivista, Estado de Direito é aquele
haverá sempre a possibilidade de uma grande variedade de que se submete às leis por ele próprio criadas, voltadas para
conceitos. (DALLARI, 2006) a promoção do interesse social. É aquele que prima pela de-
Ante o exposto, seguem os conceitos mais usuais: mocracia, zela pela moralidade pública e administrativa, pro-
move a Justiça, a segurança pública e o bem-estar coletivo.

Malberg “Comunidade de homens, fixada sobre Poderes ou Funções do Estado


(Político) um território com poder de mando, ação
e coerção”. Os Poderes ou Funções do Estado, na clássica tripartição
Jellinek “Corporação territorial dotada de um de Montesquieu, são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário,
(Jurídico) poder de mando originário”. independentes e harmônicos entre si e com suas funções
reciprocamente indelegáveis (art. 2º da CF).
Paolo Biscaretti “Pessoa jurídica territorial soberana”. Quando Montesquieu escreveu em seu livro O Espírito
Di Ruffia das Leis as três funções básicas do Estado, ele individualizou
(Constitucional) cada uma delas, “para que não se possa abusar do poder”.
Código Civil, “Pessoa jurídica de Direito Público Inter- Também conhecido como Checks and balances (sistemas de
art. 41 no”. Aqui o Estado como ente federativo freios e contrapesos), postulação norte‑americana.
(Legal) representa um compartimento interno do Segundo ele,
Noções de Direito Administrativo

Estado federativo brasileiro. Enquadra-se


também como um conceito jurídico. quando na mesma pessoa ou no mesmo corpo de
magistratura o poder legislativo está reunido ao
Analisando os conceitos ora apresentados, nota-se que poder executivo, não existe liberdade, pois pode‑se
ou se dá mais ênfase a um elemento concreto ligado à noção temer que o mesmo monarca ou o mesmo senado
apenas estabeleçam leis tirânicas para executá‑las
de força (Político e Jurídico) ou se realça a natureza jurídica
tiranicamente. Não haverá também liberdade se o
(Constitucional e Legal).
poder de julgar não tivesse separado do poder legisla-
Foi a partir da concepção da teoria da personalidade tivo e do poder executivo. Se tivesse ligado ao poder
jurídica do Estado (Jellinek) como algo real e não fictício que legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos
o interesse coletivo consagrou-se como um dos principais cidadãos seria arbitrário, pois o juiz seria legislador.
fundamentos do direito público. Se estivesse ligado ao poder executivo, o juiz poderia
Com essa consagração, tem-se que o Estado, no desem- ter a força de um opressor. Tudo estaria perdido se
penho da atividade administrativa, existe para realizar o o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais,
bem comum. ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três

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poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções • autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de ma-
públicas e o de julgar os crimes ou as divergências terial bélico;
dos indivíduos. • emitir moeda;
• administrar as reservas cambiais do País;
Dessa forma, cada Poder tem a sua função precípua, • fiscalizar as operações de natureza financeira, em
assim determinada: especial as de crédito, câmbio, capitalização, seguros
e previdência privada;
• manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
PODER FUNÇÃO • organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério
Executivo Função administrativa, ou seja, conversão da Público do Distrito Federal e dos Territórios e a De-
lei em ato individual e concreto. fensoria Pública dos Territórios, bem como a como a
Legislativo Função normativa, ou seja, elaboração da lei. Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros
Judiciário Função jurisdicional, ou seja, aplicação coativa Militar do Distrito Federal;
da lei aos litigantes. • organizar e manter os serviços oficiais de estatística,
geografia, geologia e cartografia;
Embora o ideal fosse a exclusividade de cada função para • organizar, manter e executar a inspeção do trabalho.
cada um dos Poderes, sabemos que isso não ocorre, uma vez
que todos os Poderes praticam atos administrativos, ainda Cumpre ressaltar que essas competências são indelegá-
que restritos à sua organização e ao seu funcionamento ou veis, ou seja, cabem somente à União.
desempenham funções, que em caráter excepcional são Por outro lado, existem competências que, apesar de
admitidos pela Constituição Federal, e que a rigor, seriam serem exclusivas da União, podem ser outorgadas à uma
de outro Poder, por exemplo, quando o Executivo expede entidade integrante de sua Administração Indireta (uma
decretos e regulamentos (art. 84, IV), o Legislativo processa Autarquia, por exemplo) ou delegadas a terceiros (um con-
e julga o Presidente da República (art. 52, I) ou quando o cessionário, por exemplo) não integrantes de sua Adminis-
Judiciário elabora seu regimento interno (art. 96, I, a), de tração. Entre estas, destacam-se as seguintes:
modo que o quadro acima adquire a seguinte forma: • explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão, os serviços de radiodifusão
sonora, e de sons e imagens.
FUNÇÃO
PODER FUNÇÕES RESIDUAIS • explorar, diretamente ou mediante autorização,
PRINCIPAL concessão ou permissão, os serviços e instalações de
Executivo Administrar Legislar/Julgar energia elétrica e o aproveitamento energético dos
Legislativo Legislar Administrar/Julgar cursos de água, em articulação com os Estados onde
se situam os potenciais hidroenergéticos;
Judiciário Julgar Administrar/Legislar • explorar, diretamente ou mediante autorização, con-
cessão ou permissão, os serviços de navegação aérea,
Organização do Estado aeroespacial e a infraestrutura aeropor­tuária;
• explorar, diretamente ou mediante autorização, con-
Apesar de ser matéria constitucional, veremos tão cessão ou permissão, os serviços de transporte ferro-
somente como está organizado politicamente (art. 18, CF). viário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras
nacionais, ou que transponham os limites de Estado
Entidades que Compõem o Estado Federal ou Território;
• explorar, diretamente ou mediante autorização, con-
A organização político‑administrativa do Brasil compreende cessão ou permissão, os serviços de transporte rodo-
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos au- viário interestadual e internacional de passageiros;
tônomos, cabendo à União exercer as prerrogativas de sobera- • explorar, diretamente ou mediante autorização, con-
nia do Estado brasileiro no âmbito internacional (art. 18 da CF). cessão ou permissão os portos marítimos, fluviais e
Por autonomia entende‑se que a entidade tem capaci- lacustres.
dade de auto‑organização (pode criar seu próprio diploma
constitutivo), autogoverno (organizar seu próprio governo e Competências Privativas da União
eleger seus dirigentes) e autoadministração (organizar seus
próprios serviços). Cabe à União, privativamente, legislar sobre matérias
Por soberania entende-se a capacidade de autodeter- específicas, entre as quais destacam‑se as seguintes (art. 22
minação; superioridade; não se submete a nenhuma outra da CF):
Noções de Direito Administrativo

vontade; é ilimitada; não se admite poder superior no plano • Direito Civil, Comercial, Penal, Processual, Eleitoral,
internacional, nem igual no plano interno. Agrário, Marítimo, Aeronáutico, Espacial e do Trabalho;
Quem detém a soberania é a República Federativa do • desapropriação;
Brasil, a União apenas a representa. • atividades nucleares de qualquer natureza;
• água, energia (inclusive nuclear), informática, teleco-
Competências Exclusivas da União municações e radiodifusão;
• comércio exterior e interestadual;
Destacam‑se, dentre outras competências de caráter • serviço postal;
exclusivo da União, as seguintes (art. 21 da CF): • nacionalidade, cidadania, naturalização e direitos
• manter relações com países estrangeiros; referentes aos estrangeiros;
• a participação em organizações internacionais; • população indígena;
• declarar guerra e celebrar a paz; • organização judiciária, do Ministério Público e da De-
• assegurar a defesa nacional; fensoria Pública do Distrito Federal e Territórios, bem
• decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a como a organização administrativa destes;
intervenção federal; • seguridade social;

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4 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• diretrizes e bases da educação nacional; Competências do Distrito Federal
• normas gerais de licitação e contratação para a Ad-
ministração Pública nas diversas esferas de governo e Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legis-
empresas sob seu controle. lativas reservadas aos Estados e Municípios, nos termos do
art. 32, § 1º, da Constituição Federal.
Competências Comuns da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios Competências dos Municípios

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Aos Municípios competem legislar (competência residual)
possuem competências comuns (concomitantes), que são sobre assuntos de interesse local e ainda suplementar a
exercidas de modo que cada unidade restrinja‑se a um de- legislação federal e estadual, no que couber (art. 30 da CF).
terminado espaço de atuação.
Dentre estas competências, destacam‑se as seguintes Governo X Administração Pública
(art. 23 da CF):
• zelar pela guarda da Constituição, das leis e das insti- Um dos sentidos da palavra administrar é “governar”, por
tuições democráticas; isso Administração e Governo muitas vezes se confundem,
• conservação do patrimônio público; até mesmo como sinônimos. Na verdade, são criações abs-
• saúde e assistência públicas; tratas da Constituição e das leis, sendo assim definidos pela
• proteção dos bens de valor histórico, das paisagens doutrina (MEIRELLES, 2005):
naturais notáveis e dos sítios arqueológicos;
• acesso à educação, à cultura e à ciência; Governo É a expressão política de comando, de ini-
• proteção ao meio ambiente e controle da poluição; ciativa, de fixação de objetivos, do Estado e
• preservar a fauna e a flora; da manutenção da ordem jurídica vigente.
• combate às causas da pobreza e da marginalização,
promovendo a integração dos setores desfavorecidos. Administração É o instrumental de que dispõe o Estado
para pôr em prática as opções políticas
Competências Concorrentes do governo.

O Governo ora se identifica com os Poderes e órgãos


O art. 24 da Constituição Federal possibilita à União,
supremos do Estado, ora se apresenta nas funções originárias
aos Estados e ao Distrito Federal legislarem de forma con-
desses Poderes e órgãos como manifestação da soberania.
corrente em matérias específicas, tais como:
Já a Administração Pública atua por intermédio de suas
• Direito Tributário, Financeiro, Penitenciário, Econômico
entidades (pessoas jurídicas), de seus órgãos (centros de
e Urbanístico;
competência/decisão) e de seus agentes (pessoas físicas
• orçamento;
investidas em cargos e funções), gerindo o Estado, com vistas
• custas dos serviços forenses;
na satisfação das necessidades coletivas.
• produção e consumo;
Para ficar mais fácil diferenciá‑los, observe o quadro e o
• florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza,
que eles abrangem em seus três sentidos.
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
• proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico e
paisagístico; GOVERNO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• educação, cultura, ensino e desporto; Formal É o conjunto de É o conjunto de órgãos ins-
• previdência social, proteção e defesa da saúde; Poderes e órgãos tituídos para a consecução
• assistência jurídica e defensoria pública; constitucionais. dos objetivos do Governo.
• proteção à infância e à juventude. Material É o conjunto de É o conjunto de funções/
funções estatais atribuições, necessárias aos
Neste âmbito, a União limita‑se a estabelecer normas básicas. serviços públicos em geral,
gerais. Caso inexista norma geral, os Estados poderão exer- a serem desempenhadas
cer a competência legislativa plena, para atender às suas por órgãos ou entidades do
peculiaridades. Estado.
Operacional Governar é con- Administrar é desempenhar;
Competências dos Estados duzir politicamen- regular, continua­m ente,
te os negócios e os  serviços do Estado em
Os Estados têm a denominada competência remanescen- serviços públicos. benefício da coletividade.
Noções de Direito Administrativo

te ou residual, uma vez que a Carta Magna (§ 1º do art. 25)


dispõe que: “São reservados aos Estados as competências Princípios Fundamentais da Administração
que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.” Pública Federal
Além da competência residual, encontramos algumas
poucas hipóteses de competência enumerada dos Estados: O planejamento, a  coordenação, a  descentralização,
1) Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante a  delegação de competência e o controle surgiram por
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na intermédio do Decreto‑Lei nº  200, de 25 de fevereiro de
forma da lei, vedada a edição de medida provisória 1967, como princípios fundamentais a serem obedecidos
para a sua regulamentação (§ 2º do art. 25). pela Administração Pública Federal.
2) Os Estados poderão, mediante lei complementar, ins- De acordo com o saudoso administrativista Hely Lopes
tituir regiões metropolitanas, aglomerações ur­banas Meirelles (2005, p. 735), esses princípios foram criados com
e microrregiões, constituídas por agrupamentos de a preocupação maior de diminuir o tamanho da máquina
municípios limítrofes, para integrar a organização, o estatal e simplificar os procedimentos administrativos e,
planejamento e a execução de funções públicas de consequentemente, reduzir as despesas causadoras do de-
interesse comum (§ 3º do art. 25). ficit público. Como forma de obter esses fins, foram editados

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decretos e leis, visando à extinção e privatização de órgãos • Coordenação. Como forma de harmonizar a execução
e de entidades da Administração Federal, instituindo nova dos planos e programas de Governo ao que foi planejado,
sistemática monetária e tributária e reorganizando a Presi- as atividades da Administração Federal serão submetidas à
dência da República e os Ministérios. Seguem visão geral de permanente coordenação. Quando órgãos estaduais e mu-
cada um e suas finalidades. nicipais exercerem atividades idênticas, os órgãos fe­derais
• Planejamento. Com vistas a promover o desenvolvi- buscarão com eles coordenar‑se. Com a coordenação evita‑se
mento econômico‑social do país e a segurança nacional, desperdício de esforços e de investimentos na mesma área
a  Administração Pública Federal, através de seus órgãos geográfica.
de planejamento, deverá estabelecer por meio de planos Segundo Meirelles (2005), o princípio da coordenação
gerais de governo programas globais, setoriais e regionais de foi tratado da seguinte maneira:
duração plurianual, do orçamento‑programa anual e da pro-
gramação financeira de desembolso, diretrizes e metas que O princípio da coordenação visa entrosar as ativida-
orientarão a ação governamental, cabendo a cada Ministro des da Administração, de modo a evitar a duplicidade
de Estado orientar e dirigir a elaboração do programa setorial de atuação, a dispersão de recursos, a divergência
e regional correspondente a seu Ministério e ao Ministro de de soluções e outros males característicos da bu-
Estado, Chefe da Secretaria de Planejamento, auxiliar dire- rocracia. Coordenar é, portanto, harmonizar todas
tamente o Presidente da República na coordenação, revisão as atividades da Administração, submetendo‑as ao
e consolidação dos programas setoriais e regionais e na que foi planejado e poupando‑a de desperdícios, em
elaboração da programação geral do Governo. A aprovação qualquer de suas modalidades.
dos planos gerais, setoriais e regionais é de competência do De aplicação permanente, a coordenação impõe‑se a
Presidente da República. todos os níveis da Administração, através das chefias
Na obra Direito Administrativo Brasileiro, Hely Lopes individuais, de reuniões de que participem as chefias
Meirelles (2005) discorre acerca do assunto da seguinte subordinadas e de comissões de coordenação em
maneira: cada nível administrativo. Na Administração superior
a coordenação é, agora, da competência da Casa
A finalidade precípua da Administração é a promoção Civil da Presidência da República (art. 2º da Lei nº
do bem‑estar social, que a Constituição traduz na ela- 10.683/2003). A  assistência direta e imediata ao
boração e execução de planos nacionais e regionais Presidente da República, especialmente na coorde-
de ordenação do território e de desenvolvimento nação política e na condução do relacionamento do
econômico e social (art. 21, IX).
Governo com o Congresso Nacional e com os partidos
Bem‑estar social é o bem comum da coletividade,
políticos, assim como na interlocução com os Estados,
expresso na satisfação de suas necessidades funda-
o Distrito Federal e os Municípios, passou a ser exerci-
mentais. Desenvolvimento é prosperidade. Prospe-
da pela Secretaria de Coordenação Política e Assuntos
ridade econômica e social; prosperidade material e
institucionais, conforme as alterações introduzidas na
espiri­tual; prosperidade individual e coletiva; prospe-
ridade do Estado e de seus membros; prosperidade Lei nº 10.683/2003 pela Lei nº 10.869/2004.
global, enfim. Diante dessa rea­lidade, podemos Como corolário do princípio da coordenação, nenhum
conceituar o desenvolvimento nacional como o assunto poderá ser submetido à decisão presidencial
permanente aprimoramento dos meios essenciais ou de qualquer autoridade administrativa compe-
à sobrevivência dos indivíduos e do Estado, visando tente sem ter sido previamente coordenado, isto é,
ao bem‑estar de todos e ao conforto de cada um na sem ter passado pelo crivo de todos os setores nele
comunidade em que vivemos. Assim, o  desenvol- interessados, através de consultas e entendimentos
vimento nacional é obtido pelo aperfeiçoamento que propiciem soluções integrais e em sincronia com
ininterrupto da ordem social, econômica e jurídica; a política geral e setorial do Governo.
pela melhoria da educação; pelo aumento da riqueza A fim de evitar a duplicação de esforços e de inves-
pública e particular; pela preservação dos direitos timentos na mesma área geográfica, admite‑se a
e garantias individuais; pelo aprimoramento das coordenação até mesmo com órgãos da Adminis-
instituições; pela manutenção da ordem interna e tração estadual e municipal que exerçam atividades
pela afirmação da soberania nacional. Todavia, esses idênticas às dos federais, desde que seja inviável a
objetivos não podem ser deixados ao acaso e, para delegação de atribuições àqueles órgãos. Com isso,
sua consecução, necessitam da tranquilidade que além de economizar recursos materiais e humanos,
advém da segurança interna e externa. faculta‑se aos Estados e Municípios a integração nos
Planejamento é o estudo e estabelecimento das planos governamentais, deles haurindo benefícios
diretrizes e metas que deverão orientar a ação de interesse local.
Noções de Direito Administrativo

governamental, através de um plano geral de gover- Em outras disposições do Estatuto da Reforma


no, de programas globais, setoriais e regionais de preveem‑se medidas especiais de coordenação
duração plurianual, do orçamento‑programa anual nos campos da Ciência e da Tecnologia, da Política
e da programação financeira de desembolso, que Nacional de Saúde, do Abastecimento Nacional, dos
são seus instrumentos básicos. Na elaboração do Transportes e das Comunicações, abrangendo as
plano geral, bem como na coordenação, revisão e atividades de todos os interessados nesses setores,
consolidação dos programas setoriais e regionais, inclusive particulares.
de competência dos Ministros de Estado nas res-
pectivas áreas de atuação, o Presidente da República • Descentralização. Conforme disposição prevista no
é assessorado pelo Conselho de Governo. Toda a Decreto‑Lei nº 200/1967 (art. 10), a execução das atividades
atividade da Administração Federal deve ajustar‑se à da Administração Federal deverá ser amplamente descen-
programação aprovada pelo Presidente da República tralizada. A descentralização será feita dentro dos quadros
e ao orçamento‑programa, vedando‑se assunção de da própria Administração Federal (é o que chamamos de
compromissos financeiros em discordância com a desconcentração); da Administração Federal para a das
programação financeira de desembolso. unidades federadas, quando estejam devidamente apare-

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6 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
lhadas e mediante convênio; e, da Administração Federal zação das suas atividades específicas (planejamento,
para a órbita privada, mediante contratos ou concessões. coordenação, supervisão e controle), bem como
O princípio da descentralização, previsto no Estatuto da evitar o desmesurado crescimento da máquina admi-
Reforma Administrativa de 1967, foi tratado por Meirelles nistrativa. É estimulante e aconselhada sempre que,
(2005) da seguinte forma: na área de atuação do órgão interessado, a iniciativa
privada esteja suficientemente desenvolvida e capaci-
Descentralizar, em sentido comum, é afastar do tada para executar o objeto do contrato, precedido de
centro; descentralizar, em sentido jurídico‑adminis- licitação, salvo nos casos de dispensa previstos em lei
trativo, é atribuir a outrem poderes da Administração. ou inexigibilidade por impossibilidade de competição
O detentor dos poderes da Administração é o Estado, entre contratantes (Lei nº 8.666/1993, arts. 24 a 26).
pessoa única, embora constituída dos vários órgãos
que integram sua estrutura. Despersonalizados, es- • Delegação de competência. De acordo com o Decreto-
ses órgãos não agem em nome próprio, mas no do -Lei nº 200 (art. 11), a delegação de competência será utili-
Estado, de que são instrumentos indispensáveis ao zada como instrumento de descentralização administrativa,
exercício de suas funções e atividades típicas. A des- com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetividade
centralização administrativa pressupõe, portanto, às decisões, situando‑as na proximidade dos fatos, pessoas
a existência de uma pessoa, distinta da do Estado, ou problemas a atender. O  Decreto nº  83.937/1979, por
a qual investida dos necessários poderes de admi- sua vez, regulamentando o disposto no Decreto‑Lei nº 200,
nistração, exercita atividade pública ou de utilidade estabelece que a delegação de competência tem por objetivo
pública. O ente descentralizado age por outorga do acelerar a decisão dos assuntos de interesse público ou da
serviço ou atividade, ou por delegação de sua exe- própria Administração. Por meio da delegação a autoridade
cução, mas sempre em nome próprio. delegante transfere atribuições a seus subordinados, median-
Diversa da descentralização é a desconcentração te ato próprio indicando à autoridade delegada o objeto da
administrativa, que significa repartição de funções delegação, e quando for o caso, o prazo de vigência, que, na
entre vários órgãos (despersonalizados) de uma omissão, ter‑se‑á por indeterminado. A Lei nº 9.784/1999, ao
mesma Administração, sem quebra de hierarquia. Na tratar da matéria, estabeleceu em seu artigo 13 os atos que
descentralização a execução de atividades ou a pres- não são passíveis de delegação: a) a edição de atos de caráter
tação de serviços pelo Estado é indireta e mediata; normativo; b) a decisão de recursos administrativos; e c) as
na desconcentração é direta e imediata. matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Feitas essas considerações, verifica‑se que o legislador O princípio da delegação de competência foi tratado da
da Reforma Administrativa, após enquadrar na Admi- seguinte forma por Meirelles (2005):
nistração indireta alguns entes descentralizados, [...],
propõe, sob o nome genérico de descentralização, A delegação de competência que o Decreto‑Lei
tomando o termo na sua acepção vulgar, um amplo nº 200/1967 (arts. 11 e 12) considera princípio autô-
descongestionamento da Administração Federal, atra- nomo, melhor se situaria como forma de aplicação do
vés da desconcentração administrativa, da delegação “princípio da descentralização”, pois é também simples
de execução de serviço e da execução direta. técnica de descongestionamento da Administração.
A desconcentração administrativa opera desde logo O art. 11 da Lei nº 9.784, de 29/1/1999, estabelece
pela distinção entre os níveis de direção e execução. que a competência é irrenunciável e se exerce pelos
No nível de direção situam‑se os serviços que, em órgãos administrativos a que foi atribuída como
cada órgão da Administração, integram sua estrutura própria, salvo os casos de delegação e avocação
central de direção, competindo‑lhe primordialmente legalmente admitidos.
as atividades relacionadas com o planejamento, a su- Pela delegação de competência, o  Presidente da
pervisão, a coordenação e o controle, bem como o República, os Ministros de Estado e, em geral, as au-
estabelecimento de normas, critérios, programas e toridades da Administração transferem atribuições
princípios a serem observados pelos órgãos enqua- decisórias a seus subordinados, mediante ato próprio
drados no nível de execução. A esses últimos cabem que indique com a necessária clareza e conveniente
a tarefa de mera rotina, inclusive as de formalização precisão a autoridade delegante, a delegada e o objeto
de atos administrativos e, em regra, de decisão de da delegação. O princípio visa assegurar maior rapidez
casos individuais, principalmente quando localizados e objetividade às decisões, situando‑as na proximidade
na periferia da administração, e em maior contato dos fatos, pessoas ou problemas a atender.
com os fatos e com os administrados. Considerando que os agentes públicos devem exercer
A delegação da prestação de serviço público ou de pessoalmente suas atribuições, a delegação de com-
Noções de Direito Administrativo

utilidade pública pode ser feita a particular – pessoa petência depende de norma que a autorize, expressa
física ou jurídica  – que tenha condições para bem ou implicitamente. As atribuições constitucionais do
realizá‑lo, sempre através de licitação, sob regime de Presidente da República, por exemplo, só podem ser
concessão ou permissão (CF, art. 175). Esses serviços delegadas nos casos expressamente previstos na
também podem ser executados por pessoa adminis- Constituição (art. 84, parágrafo único).
trativa, mediante convênio ou consórcio (CF, art. 23, Observamos, finalmente, que só é delegável a compe-
parágrafo único). Os signatários dos convênios ficam tência para a prática de atos e decisões administrati-
sujeitos ao poder normativo, fiscalizador e controla- vas, não o sendo para o exercício de atos de natureza
dor dos órgãos federais competentes, dependendo política como são a proposta orçamentária, a sanção
a liberação dos recursos do fiel cumprimento dos e o veto. Também não se transfere por delegação o
programas e das cláusulas do ajuste. poder de tributar. [...]. Nesse sentido, o art. 13 da Lei
A execução indireta das obras e serviços da Adminis- nº 9.784/1999 estatui que não podem ser objeto de
tração, mediante contratos com particulares, pessoas delegação a edição de atos de caráter normativo,
físicas ou jurídicas, tem por finalidade aliviá‑la das a decisão de recursos administrativos e as matérias
tarefas executivas, garantindo, assim, a melhor reali- de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

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• Controle. De acordo com o Decreto‑Lei nº  200/1967 lhe confere expressamente o poder de, por motivo
(art. 13), o controle das atividades da Administração Fe­deral de relevante interesse público, avocar e decidir qual-
deverá ser exercido em todos os níveis e em todos os órgãos quer assunto na esfera da Administração Federal,
(exceto os meramente formais e aqueles cujo custo seja supe- o que faz dele o controlador máximo das atividades
rior ao risco), compreendendo particularmente: a) o controle, administrativas.
pela chefia competente, da execução dos programas e da Os Ministros de Estado detêm o poder‑dever de
observância das normas que governam a atividade específica supervisão sobre os órgãos da Administração direta
do órgão controlado; b) o controle, pelos órgãos próprios de ou indireta enquadrados em suas respectivas áreas
cada sistema, da observância das normas gerais que regulam de competência. Consoante dispõe o art. 17 da Lei
o exercício das atividades auxiliares; c) o controle da aplicação nº 10.683/2003, compete à Controladoria‑Geral da
dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da União pelos União assistir direta e imediatamente ao Presidente
órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria. da República, no desempenho de suas atribuições,
Para Meirelles (2005), o princípio do controle é analisado quanto aos assuntos e providências que, no âmbito
da seguinte forma: do Poder Executivo sejam atinentes à defesa do
patrimônio público, ao controle interno, à auditoria
O controle das atividades administrativas no âmbito pública, às  atividades de ouvidoria‑geral e ao in-
interno da administração é, ao lado do comando, da cremento da transparência da gestão no âmbito da
coordenação e da correção, um dos meios pelos quais Administração Pública Federal.
se exercita o poder hierárquico. Assim, o órgão supe-
rior controla o inferior, fiscalizando o cumprimento da O art.  17 da Lei nº  10.683/2003 foi alterado pela Lei
lei e das instruções e a execução de suas atribuições, nº 11.204, de 2005, hoje tendo a seguinte redação:
bem como os atos e o rendimento de cada servidor.
Todavia, o princípio do controle estabelecido na lei da Art.  17. À  Controladoria‑Geral da União compete
Reforma Administrativa tem significado mais amplo, assistir direta e imediatamente ao Presidente da Repú-
uma vez que se constitui num dos três instrumentos blica no desempenho de suas atribuições quanto aos
da supervisão ministerial, a que estão sujeitos todos assuntos e providências que, no âmbito do Poder Exe-
os órgãos da Administração Federal, inclusive os en- cutivo, sejam atinentes à defesa do patrimônio público,
tes descentralizados, normalmente não submetidos ao controle interno, à auditoria pública, à correição,
ao poder hierárquico das autoridades da Administra- à prevenção e ao combate à corrupção, às atividades
ção direta. Esse controle, que, quanto às entidades de ouvidoria e ao incremento da transparência da
da Administração indireta, visa, em especial, à conse- gestão no âmbito da Administração Pública Federal.
cução de seus objetivos e à eficiência de sua gestão,
é exercido de vários modos, [...], podendo chegar até ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
a intervenção, ou seja, ao controle total.
No âmbito da Administração direta preveem‑se, es-
pecificamente, os controles de execução e observân- Conceito
cia de normas específicas, de observância de normas
genéricas e de aplicação dos dinheiros públicos e Em sentido amplo, administrar é gerir interesses, segun-
guarda e bens da União. do a lei, a moral e a finalidade dos bens entregues à guarda
Em cada órgão, o controle da execução dos programas e conservação alheias. Se os bens e interesses geridos são
que lhe concernem e o da observância das normas que individuais, realiza‑se administração particular; se forem da
disciplinam suas atividades específicas são feitos pela coletividade, realizar‑se‑á a Administração Pública.
chefia competente. Já, o controle do atendimento das Administração Pública, portanto, é a gestão de bens e
normas gerais reguladoras do exercício das atividades interesses qualificados da comunidade no âmbito federal,
auxiliares, organizadas sob a forma de sistemas (pes- estadual ou municipal, segundo os preceitos do Direito e da
soal, orçamento, estatística, administração financeira, moral, visando ao bem comum (MEIRELLES, 2005).
contabilidade e auditoria e serviços gerais, além de ou- Para o doutrinador, a locução Administração Pública
tros, comuns a todos os órgãos da Administração, que, tanto designa pessoas e órgãos governamentais como a
a juízo do Poder Exe­cutivo, necessitem de coordenação atividade administrativa em si.
central), é  realizado pelos órgãos de cada sistema. Em sentido estrito, conforme ensina Di Pietro (2008),
Finalmente, o controle da aplicação dos dinheiros a Administração Pública compreende:
públicos e da guarda dos bens da União compete ao Em sentido subjetivo, formal ou orgânico: o conjunto
órgão próprio do sistema de contabilidade e auditoria de órgãos e pessoas jurídicas que tenham a incumbência de
de cada Ministério. executar as atividades (funções) administrativas.
Noções de Direito Administrativo

Estabelecidas as formas de controle das atividades Em sentido objetivo, material ou funcional: a própria
administrativas devem ser suprimidos todos os atividade administrativa (concreta e imediata) exercida pelo
controles meramente formais, como determina, Estado (por seus órgãos e agentes) sob o regime de direito
acertadamente, o  Decreto‑Lei nº  200/1967, que público, para a consecução dos interesses coletivos.
prevê também a supressão daqueles cujo custo seja A Administração Pública em sentido objetivo abrange o
evidentemente superior ao risco decorrente da ine- fomento, a polícia administrativa e o serviço público, sendo
xistência de controle específico. assim definidos:
A Administração Federal é constituída na forma de Fomento  – Abrange a atividade administrativa de in-
uma pirâmide, cujos componentes são mantidos centivo à iniciativa privada de utilidade pública, tais como
no devido lugar pelo poder hierárquico e em cujo auxílios financeiros ou subvenções por conta dos orçamentos
ápice coloca‑se o Presidente da República, ficando públicos, financiamento sob condições especiais, favores fis-
logo abaixo os Ministros de Estado, seus auxiliares cais que estimulem atividades consideradas particularmente
diretos. Assim, o Presidente da República é o Chefe benéficas ao progresso material do país e desapropriações
supremo, exercendo o poder hierárquico em toda que favoreçam entidades privadas sem fins lucrativos, que
sua plenitude, por isso que o Estatuto da Reforma realizem atividades úteis à coletividade.

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8 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Polícia Administrativa – Compreende toda atividade de Natureza e Fins da Administração
execução das chamadas limitações administrativas, que são
restrições impostas por lei ao exercício de direitos individu- Natureza da Administração Pública
ais em benefício do interesse coletivo, tais como, ordens,
notificações, licenças, autorizações, fiscalização e sanções. É a de um múnus público para quem a exerce, isto é,
Serviço Público  – Compreende toda atividade que a a de um encargo de guarda, defesa, conservação e aprimo-
Administração Pública executa, direta ou indiretamente, ramento dos bens, serviços e interesses da coletividade,
para satisfazer a necessidade coletiva, sob regime jurídico impondo ao administrador público a obrigação de cumprir
predominantemente público, abrangendo atividades que, fielmente os preceitos do Direito e da Moral administrativa
por sua essencialidade ou relevância para a coletividade, que regem sua atuação, pois tais preceitos é que expressam
foram assumidas pelo Estado, com ou sem exclusividade, a vontade do titular, dos interesses administrativos (o povo)
tais como o serviço postal, serviços de telecomunicações, e condicionam os atos a serem praticados no desempenho
serviços e instalações de energia elétrica, serviços oficiais do múnus público que lhe foi confiado (MEIRELLES, 2005).
de estatística, geografia, geologia e cartografia, serviços
nucleares (art. 21 da CF). Fins da Administração Pública
Alguns autores indicam a intervenção como quarta ati-
vidade administrativa a ser exercida pelo Estado, outros já Resume‑se em um único objetivo: o bem comum da co-
a consideram como espécie de fomento. Vamos abordar o letividade administrada. O fim e não a sua própria vontade
aspecto geral dessa atividade. é a regra a ser observada pelo agente público no desem-
A intervenção compreende a regulamentação e fiscaliza- penho da atividade administrativa, não podendo deixar
ção da atividade econômica de natureza privada, bem como de cumprir os deveres que a lei lhe impõe, nem renunciar
a atuação direta do Estado no domínio econômico, o que total ou parcialmente ao poder (dever) que lhe foi atribuído.
se dá normalmente por meio das empresas estatais (Em- Ao descumprir ou renunciar tais poderes, comete ato ilícito.
presas Públicas e Sociedades de Economia Mista). Quando No Direito Administrativo, configura o chamado desvio de
o Estado atua por meio dessas entidades, segue as normas finalidade, que pode ser atacado por meio de ação popular,
de direito privado, conforme estabelece o art. 173, § 1º, II, ação civil pública, entre outras.
da Constituição Federal, porém com derrogações impostas Ante o exposto, a Administração Pública abrange, pois,
por normas de direito público, estabelecidas pela própria toda atividade superior de planejar, dirigir, comandar, como
Constituição, tais como a fiscalização pelo Estado de suas também a atividade subordinada de executar.
atividades, a obrigatoriedade de licitação, a observância dos
princípios da administração pública, entre outras.
Di Pietro (2008) não considera a intervenção como ati- DIREITO ADMINISTRATIVO:
vidade administrativa. A  autora considera como atividade NOÇÕES PRELIMINARES
ou função administrativa apenas aquela sujeita total ou
predominantemente ao direito público. Para ela, quando O estudo do Direito Administrativo parte, necessaria-
o Estado atua de forma direta no domínio econômico, não mente, da noção geral de Direito.
constitui função administrativa, trata-se de atividade tipica-
mente privada, que o Estado exerce em regime de monopólio Direito
nos casos indicados na Constituição (art. 177) ou em regime
de competição com o particular, conforme determine o O Direito, objetivamente considerado, é um conjunto de
interesse público ou por razões de segurança nacional (art. normas – regras e princípios – impostas coercitivamente pelo
173). As demais atividades ou são, originalmente, próprias Estado para disciplinar a vida em sociedade, restringindo
do Estado ou foram por ele assumidas como suas, para aten- de certa forma a liberdade individual, porém garantindo o
der às necessidades coletivas; ele as exerce diretamente ou bem‑estar coletivo.
transfere a terceiros o seu exercício, outorgando-lhes deter- Uma das características naturais do homem é a vida
minadas prerrogativas públicas necessárias a esse fim. E por gregária, isto é, o homem é um ser que vive em sociedade.
fim ratificando, as atividades que o Estado exerce a título de Vivendo em sociedade, pessoas tendem a entrar em conflito
intervenção na ordem econômica não são assumidas pelo para predomínio de seus interesses pessoais. Daí surge a
Estado como atividade pública; ele a exerce conservando necessidade das regras de Direito: para que não haja desor-
sua condição de atividade de natureza privada, submetendo- dem, mas harmonia.
-se, por isso mesmo, às normas de direito privado que não O Direito, portanto, mantém equilíbrio nas relações
forem expressamente derrogadas pela Constituição. Aqui a humanas para que a sociedade se conserve e não pereça.
Administração Pública sai de sua órbita natural de ação para Por isso é que se costuma simbolizar o direito com uma
atuar no âmbito de atuação reservado preferencialmente à balança – que representa o equilíbrio – e uma espada que
Noções de Direito Administrativo

iniciativa privada. sustém a balança e que garante, pela força (ou sanção),
o cumprimento das normas jurídicas. (MONTEIRO, 1954)
Características da Administração Pública O Direito foi tradicionalmente dividido em dois grandes
ramos: o Direito Público e o Direito Privado. Este último
• Exerce atividade politicamente neutra, normalmente regula as relações individuais, privadas, fazendo valer, em
vinculada à lei ou norma. regra, o princípio da autonomia da vontade. Temos como
ramos do Direito Privado, o Direito Civil, o Direito Comercial
• Pratica atos administrativos (ou também conhecidos e o Direito do Trabalho (Teoria dominante no Brasil). Já o
como de execução). Direito Público, subdividindo‑se em dois – interno e exter-
• É hierarquizada. no – regula, respectivamente, as relações do Estado com a
• Pratica atos com responsabilidade técnica e legal. coletividade e suas relações com outros Estados. Como ramos
• Possui caráter instrumental. do Direito Público, temos o Direito Constitucional, o Direito
Administrativo, o Direito Tributário, o Direito Internacional,
• Tem poder de decisão tão somente na área de suas atri- o Direito Financeiro, o Direito Penal e Processual (Penal,
buições e nos limites legais de sua competência executiva. Civil e Trabalhista), o Direito Eleitoral, entre outros.

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Conceito de Direito Administrativo José Cretella Júnior
“É o ramo do Direito Público interno que regula a ativida-
Há vários critérios para se conceituar o Direito Adminis- de e as relações jurídicas das pessoas públicas e a instituição
trativo. Cada doutrinador, em busca de fornecer a conceitu- de meios e órgãos relativos à ação dessas pessoas”. Utiliza o
ação exata do Direito Administrativo, usa tais critérios para critério da atividade jurídica e social do Estado.
embasar o seu próprio conceito, seja combinando‑os, seja
dando ênfase a um em especial. Maria Sylvia Z. Di Pietro
“É o ramo do Direito Público que tem por objeto os
Critério do Poder Executivo órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que
integram a Administração Pública, a atividade jurídica não
Resumia o estudo do Direito Administrativo ao estudo contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a
dos atos do Poder Executivo, limitando-o, pois sabemos que consecução de seus fins, de natureza pública”. Combina
o Poder Judiciário e o Poder Legislativo também exercem vários critérios, tais como o da atividade jurídica e social
atividades administrativas. do Estado, o  critério teleológico e o critério negativo ou
residual.
Critério das Relações Jurídicas Celso Antônio B. de Mello
“É o ramo do Direito Público que disciplina a função
Pelo critério das relações jurídicas, o Direito Administra-
administrativa e os órgãos que a exercem”. Utiliza o critério
tivo é o conjunto de regras jurídicas que disciplinam o rela-
da atividade jurídica e social do Estado.
cionamento da Administração Pública com os administrados.
Também não é suficiente, pois o Estado não se relaciona
Diógenes Gasparini
juridicamente apenas com seus administrados, relaciona-se
“É a sistematização de normas de direito (conjunto
também com seus agentes e com outros Estados.
harmônico de princípios jurídicos), destinadas a ordenar a
Critério da Atividade Jurídica e Social do Estado estrutura e o pessoal (órgãos e agentes) e os atos e atividades
da Administração Pública, praticadas ou desempenhadas
Seus defensores definem o Direito Administrativo consi- enquanto Poder Público”. Utiliza o critério teleológico.
derando, de um lado, o tipo de atividade exercida (a atividade
não contenciosa) e de outro, os órgãos que a regulam. Objeto do Direito Administrativo
Critério do Serviço Público Tamanha é a amplitude do Direito Administrativo que
somente podemos compreender seu objeto se analisarmos
Seus defensores definiam o Direito Administrativo a relação existente entre a Administração Pública e seus
como sendo a disciplina jurídica que regulava a instituição, administrados, agentes e órgãos.
a organização e o funcionamento dos serviços públicos e o Uma de suas vertentes tem como objeto o estudo dos
oferecimento aos administrados. Também é inadequado, órgãos públicos administrativos do Estado, bem como a
visto que muitos serviços públicos, tais como os de utilidade estrutura, a organização e a regulamentação das atividades
pública, são prestados por meio de concessionários ou per- e serviços públicos que serão prestados aos administrados.
missionários, utilizando o regime jurídico de Direito Privado. Hoje, também abrange toda a matéria atinente à intervenção
do Estado no domínio econômico e na propriedade privada.
Critério da Administração Pública
Fontes do Direito Administrativo
Os autores que o adotaram diziam que o Direito Admi-
nistrativo é o conjunto de princípios que regem a Adminis- Fonte, na concepção mais antiga e ainda em vigor, é o
tração Pública. lugar de onde nasce, provém, brota. No Direito Administra-
tivo, é a sua origem, a sua base fundamental.
Critério Teleológico ou Finalístico De acordo com a doutrina dominante, quatro são as
fontes do Direito Administrativo: a Lei, a Doutrina, a Juris-
O Direito Administrativo seria o sistema de princípios que prudência e os Costumes. A  primeira fonte é primária ou
regulam a atividade do Estado para o cumprimento de seus imediata. As demais são secundárias ou mediatas.
fins. Também é insuficiente, uma vez que o Estado não se
utiliza só de princípios para reger a atividade administrativa. Lei
Noções de Direito Administrativo

Critério Negativo ou Residual Em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Adminis-
trativo. É o conjunto de normas de conduta geral, impessoal
De acordo com este critério, o  Direito Administrativo e abstrata, que, impondo o seu poder normativo, traça os
tem por objeto as atividades desenvolvidas para a conse- limites de atuação dos indivíduos e do próprio Estado nas
cução dos fins estatais, excluídas a legislação e a jurisdição atividades administrativas. Abrange desde a Constituição até
ou somente esta. os regulamentos executivos.
Dada a dificuldade de se conceituar o que é o Direito A lei como fonte principal do Direito Administrativo tem
Administrativo, ora pela insuficiência, ora pela limitação das papel fundamental na aplicação do princípio da legalidade
definições, vejamos os conceitos mais utilizados: previsto no art. 5º, II, da Constituição Federal, segundo o
qual o cidadão pode praticar todos os atos não vedados pela
Hely Lopes Meirelles lei, diferentemente do Estado, que só pode agir dentro dos
“Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem parâmetros fixados expressamente na lei (entendida em suas
os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a várias espécies – Constituição, lei, medida provisória, lei com-
realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados plementar, lei delegada, tratado, portaria, regulamento, reso-
pelo estado”. Utiliza o critério da Administração Pública. lução, entre outras). Ressalte‑se que algumas dessas espécies

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10 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
têm assegurada a apreciação pelo Poder Legislativo para sua judiciária, uma que vez que facilitará e simplificará o julga-
plena eficácia; outras, porém, constituem‑se em meros atos mento de infinitos processos que possuam causas idênticas
unilaterais, originados de autoridades administrativas, seja ou semelhantes.
impondo condutas para os administrados, seja organizando Atualmente, temos 53 Súmulas Vinculantes. A Súmula
internamente a estrutura da própria Administração. Vinculante nº 30, todavia, encontra-se suspensa pelo
A lei é fundamental na conduta do agente público. Plenário do STF.
Enquanto o parti­cular pode fazer tudo aquilo que a lei não São elas:
proíbe, o agente público só pode praticar os atos determi-
nados por lei ou por ela permitidos. Súmula Vinculante nº 1
Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito
Doutrina a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso
concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo
Formando o sistema teórico de princípios aplicáveis ao constante de termo de adesão instituído pela Lei Comple-
Direito Positivo, é elemento construtivo do Direito Adminis- mentar nº 110/2001. (Data de Aprovação: Sessão Plenária
trativo, pois emana de grandes estudiosos da matéria que, de 30/5/2007; Fonte de Publicação: DJe nº 31/2007, p. 1,
fornecendo poderosos argumentos para sustentar opiniões em 6/6/2007, DJ de 6/6/2007, p. 1, DOU de 6/6/2007, p. 1)
jurídicas ou servindo de base para a formação ou interpreta-
ção das leis, usufruem a condição de autoridade no assunto. Súmula Vinculante nº 2
A doutrina resulta de trabalho de pesquisas e elaboração É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou dis-
trital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios,
de estudos. Ressalte‑se que, por ser a doutrina universal, é
inclusive bingos e loterias. (Data de Aprovação: Sessão Plená-
possível recorrer tanto a doutrinadores brasileiros quanto a
ria de 30/5/2007; Fonte de Publicação: DJe nº 31/2007, p. 1,
estrangeiros para sua formação, sendo comum a lei incorpo- em 6/6/2007, DJ de 6/6/2007, p. 1, DOU de 6/6/2007, p. 1)
rar em seu texto normas extraídas dessas doutrinas ou até
mesmo contar com participação de algum doutrinador em Súmula Vinculante nº 3
sua elaboração. Como exemplo disso, temos Maria Sylvia Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
Zanella Di Pietro, integrante da comissão de juristas que asseguram‑se o contraditório e a ampla defesa quando da de-
elaborou o anteprojeto do qual resultou a Lei nº 9.784/1999, cisão puder resultar anulação ou revogação de ato adminis-
que regula o processo administrativo no âmbito da Adminis- trativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação
tração Pública Federal (Maria Sylvia Zanella Di Pietro, 21ª da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
edição, p. 80). reforma e pensão. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de
30/5/2007; Fonte de Publicação: DJe nº 31/2007, p. 1, em
Jurisprudência 6/6/2007, DJ de 6/6/2007, p. 1, DOU de 6/6/2007, p. 1)

Traduz‑se na reiteração de decisões de órgãos judicantes Súmula Vinculante nº 4


em um mesmo sentido, influenciando de forma relevante Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário míni-
a construção do Direito Administrativo. Mesmo não tendo mo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de
caráter obrigatório, acaba por nortear os profissionais do vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser subs-
Direito, bem como o cidadão, quanto à interpretação e tituído por decisão judicial. (Data de Aprovação: Sessão Plená-
aplicação das leis. Cabe ressaltar que, com o advento da ria de 30/4/2008; Fonte de Publicação: DJe nº 83/2008, p. 1,
Súmula Vinculante (Lei nº 11.417/2006), o Supremo Tribunal em 9/5/2008, DOU de 9/5/2008, p. 1)
Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de Súmula Vinculante nº 5
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, A falta de defesa técnica por advogado no processo
terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder admi­nistrativo disciplinar não ofende a Constituição. (Data de
Judiciário e à Administração Pública Direta e Indireta, nas Aprovação: Sessão Plenária de 7/5/2008; Fonte de Publicação:
esferas Federal, Estadual e Municipal. DJe nº 88/2008, p. 1, em 16/5/2008, DOU de 16/5/2008, p. 1)
Ante o exposto, a  jurisprudência transformada em
súmula vinculante passará a ser fonte primária do Direito Súmula Vinculante nº 6
Administrativo. Não viola a constituição o estabelecimento de remune-
Vale lembrar também que, diferentemente da doutrina, ração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras
a jurisprudência não é universal; a jurisprudência estrangeira de serviço militar inicial. (Data de Aprovação: Sessão Plenária
não é fonte do Direito Administrativo, apesar de poder servir de 7/5/2008; Fonte de Publicação: DJe nº 88/2008, p. 1, em
16/5/2008, DOU de 16/5/2008, p. 1)
de inspiração.
Noções de Direito Administrativo

Por fim, diga‑se que, como forma de garantir o princípio


Súmula Vinculante nº 7
da segurança jurídica, a alteração jurisprudencial no âmbito A norma do § 3º do art. 192 da Constituição, revogada pela
do Direito Administrativo não atinge situações já consolida- Emenda Constitucional nº 40/2003, que limitava a taxa de ju-
das: só vale para o futuro. ros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à edi-
Nessa linha, prescreve o art.  2º, inciso XIII, parágrafo ção de Lei Complementar. (Data de Aprovação: Sessão Plená-
único, da Lei nº 9.784/1999, que é critério a ser observado ria de 11/6/2008; Fonte de Publicação: DJe nº 112/2008, p. 1,
na tramitação do processo administrativo em 20/6/2008, DOU de 20/6/2008, p. 1)
a interpretação da norma administrativa da forma Súmula Vinculante nº 8
que melhor garanta o atendimento do fim público a São inconstitucionais o parágrafo único do art.  5º
que se dirige, vedada a aplicação retroativa de nova do Decreto‑Lei nº 1.569/1977 e os arts. 45 e 46 da Lei
interpretação. nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de
crédito tributário. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de
A adoção da súmula vinculante no nosso ordenamento 12/6/2008; Fonte de Publicação: DJe nº 112/2008, p. 1, em
jurídico contribuirá decisivamente para desafogar a máquina 20/6/2008, DOU de 20/6/2008, p. 1)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 11
Súmula Vinculante nº 9 Súmula Vinculante nº 17
O disposto no art. 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Exe- Durante o período previsto no § 1º do art. 100 da Consti-
cução Penal) foi recebido pela ordem constitucional vigente, tuição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que
e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do nele sejam pagos. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de
art. 58. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de 12/6/2008; 29/10/2009; Fonte de Publicação: DJe nº 210/2009, p. 1, em
Fonte de Publicação: DJe nº 112/2008, p. 1, em 20/6/2008, 10/11/2009. DOU de 10/11/2009, p. 1)
DOU de 20/6/2008, p. 1)
Súmula Vinculante nº 18
Súmula Vinculante nº 10 A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art.  97) a curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não
declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou § 7º do art. 14 da Constituição Federal. (Data de Aprovação:
ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no Sessão Plenária de 29/10/2009; Fonte de Publicação: DJe
todo ou em parte. (Data de Aprovação; Sessão Plenária de nº 210/2009, p. 1, em 10/11/2009. DOU de 10/11/2009, p. 1)
18/6/2008; Fonte de Publicação: DJe nº 117/2008, p. 1, em
27/6/2008, DOU de 27/6/2008, p. 1) Súmula Vinculante nº 19
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços pú-
Súmula Vinculante nº 11 blicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II,
e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade da Constituição Federal. (Data de Aprovação: Sessão Plenária
física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, de 29/10/2009; Fonte de Publicação: DJe nº 210/2009, p. 1,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de em 10/11/2009. DOU de 10/11/2009, p. 1)
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual Súmula Vinculante nº 20
a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do A Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico‑Admi­
Estado. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de 13/8/2008; nistrativa – GDATA, instituída pela Lei nº 10.404/2002, deve
Fonte de Publicação: DJe nº 157/2008, p. 1, em 22/8/2008, ser deferida aos inativos nos valores correspondentes a 37,5
DOU de 22/8/2008, p. 1) (trinta e sete vírgula cinco) pontos no período de fevereiro
a maio de 2002 e, nos termos do art. 5º, parágrafo único,
Súmula Vinculante nº 12 da Lei nº 10.404/2002, no período de junho de 2002 até a
A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públi-
conclusão dos efeitos do último ciclo de avaliação a que se
cas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.
(Data de Aprovação: Sessão Plenária de 13/8/2008; Fonte refere o art. 1º da Medida Provisória nº 198/2004, a partir da
de Publicação: DJe nº 157/2008, p. 1, em 22/8/2008, DOU qual passa a ser de 60 (sessenta) pontos. (Data de Aprovação:
de 22/8/2008, p. 1) Sessão Plenária de 29/10/2009; Fonte de Publicação: DJe
nº 210/2009, p. 1, em 10/11/2009. DOU de 10/11/2009, p. 1)
Súmula Vinculante nº 13
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em Súmula Vinculante nº 21
linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, É inconstitucional a exigência de depósito ou arrola-
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mes- mento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de
ma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou recurso administrativo1. (Data de Aprovação: Sessão Plenária
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de de 29/10/2009; Fonte de Publicação: DJe nº 210/2009, p. 1,
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração em 10/11/2009. DOU de 10/11/2009, p. 1)
pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compre- Súmula Vinculante nº 22
endido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar
Constituição Federal. (Data de Aprovação: Sessão Plenária as ações de indenização por danos morais e patrimoniais de-
de 21/8/2008; Fonte de Publicação: DJe nº 162/2008, p. 1,
em 29/8/2008, DOU de 29/8/2008, p. 1) correntes de acidente de trabalho propostas por empregado
contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam
Súmula Vinculante nº 14 sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação
É direito do defensor, no interesse do representado, ter da Emenda Constitucional nº 45/2004. (Data de Aprovação:
acesso amplo aos elementos de prova que, já documen- Sessão Plenária de 2/12/2009; Fonte de Publicação: DJe
tados em procedimento investigatório realizado por órgão nº 232/2009, p. 1, em 11/12/2009. DOU de 11/12/2009, p. 1)
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa. (Data de Aprovação: Sessão Súmula Vinculante nº 23
Noções de Direito Administrativo

Plenária de 2/2/2009; Fonte de Publicação: DJe nº 26/2009, A Justiça do Trabalho é competente para processar e
p. 1, em 9/2/2009, DOU de 9/2/2009, p. 1) julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício
do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
Súmula Vinculante nº 15 (Data de Aprovação: Sessão Plenária de 2/12/2009; Fonte
O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor de Publicação: DJe nº 232/2009, p. 1, em 11/12/2009. DOU
público não incide sobre o abono utilizado para se atingir de 11/12/2009, p. 1)
o salário mínimo. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de
25/6/2009; Fonte de Publicação: DJe nº 121/2009, p. 1, em
1/7/2009, DOU de 1º/7/2009, p. 1) Súmula Vinculante nº 24
Se tipifica crime material contra a ordem tributária,
Súmula Vinculante nº 16 previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/1990, antes
Os art. 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC nº 19/1998), da do lançamento definitivo do tributo. (Data de Aprovação:
Constituição, referem‑se ao total da remuneração percebida Sessão Plenária de 2/12/2009; Fonte de Publicação: DJe
pelo servidor público. (Data de Aprovação: Sessão Plenária nº 232/2009, p. 1, em 11/12/2009. DOU de 11/12/2009, p. 1)
de 25/6/2009; Fonte de Publicação: DJe nº 121/2009, p. 1,
em 1º/7/2009, DOU de 1º/7/2009, p. 1) 1
Cespe/Tribunal de Contas-RO/Procurador do Ministério Público/2010/Questão 23.

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12 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Súmula Vinculante nº 25 20/1998, 41/2003 e 47/2005). (Data de Aprovação: Sessão
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que Plenária de 16/10/2014. Fonte de Publicação: DJe nº 210,
seja a modalidade do depósito. (Data de Aprovação: Sessão de 24/10/2014, p. 1. DOU de 24/10/2014, p. 1).
Plenária de 16/12/2009. Fonte de Publicação: DJe nº 238, p. 1,
em 23/12/2009. DOU de 23/12/2009, p. 1.) Súmula Vinculante nº 35
A homologação da transação penal prevista no artigo
Súmula Vinculante nº 26 76 da Lei nº 9.099/1995 não faz coisa julgada material e,
Para efeito de progressão de regime no cumprimento descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior,
de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da
execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou
Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar requisição de inquérito policial. (Data de Aprovação: Sessão
se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e Plenária de 16/10/2014. Fonte de Publicação: DJe nº 210,
subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de 24/10/2014, p. 1. DOU de 24/10/2014, p. 1).
de modo fundamentado, a realização de exame criminoló-
gico. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de 16/12/2009. Súmula Vinculante nº 36
Fonte de Publicação DJe nº 238, p. 1, em 23/12/2009. DOU Compete à justiça federal comum processar e julgar
de 23/12/2009, p. 1.) civil denunciado pelos crimes de falsificação e de uso
de documento falso quando se tratar de falsificação da
Súmula Vinculante nº 27 Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de
Compete à Justiça estadual julgar causas entre con- Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela
sumidor e concessionária de serviço público de telefonia, Marinha do Brasil. (Data de Aprovação: Sessão Plenária
quando a Anatel não seja litisconsorte passiva necessária, de 16/10/2014. Fonte de Publicação: DJe nº 210, de
assistente, nem opoente. (Data de Aprovação: Sessão Ple- 24/10/2014, p. 1. DOU de 24/10/2014, p. 1).
nária de 18/12/2009. Fonte de Publicação: DJe nº 238, p. 1,
Súmula Vinculante nº 37
em 23/12/2009. DOU de 23/12/2009, p. 1.)
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função
legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos
Súmula Vinculante nº 28 sob o fundamento de isonomia. (Data de Aprovação: Sessão
É inconstitucional a exigência de depósito prévio como Plenária de 16/10/2014. Fonte de Publicação: DJe nº 210,
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pre- de 24/10/2014, p. 2. DOU de 24/10/2014, p. 1).
tenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. (Data de
Aprovação: Sessão Plenária de 3/2/2010. Fonte de Publicação Súmula Vinculante nº 38
DJe nº 28, p. 1, em 17/2/2010. DOU de 17/2/2010, p. 1.) É competente o Município para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial. (Data
Súmula Vinculante nº 29 de Aprovação: Sessão Plenária de 11/3/2015. Fonte
É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de Publicação: DJe nº 55 de 20/3/2015, p. 1. DOU de
de um ou mais elementos da base de cálculo própria de 20/3/2015, p. 1).
determinado imposto, desde que não haja integral identi-
dade entre uma base e outra. (Data de Aprovação: Sessão Súmula Vinculante nº 39
Plenária de 3/2/2010. Fonte de Publicação: DJe nº 28, p. 1, Compete privativamente à União legislar sobre
em 17/2/2010. DOU de 17/2/2010, p. 1.) vencimentos dos membros das polícias civil e militar e
do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. (Data
Súmula Vinculante nº 31 de Aprovação: Sessão Plenária de 11/3/2015. Fonte
É inconstitucional a incidência do Imposto sobre de Publicação: DJe nº 55, de 20/3/2015, p. 1. DOU de
Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de 20/3/2015, p. 1).
locação de bens móveis. (Data de Aprovação: Sessão Ple-
nária de 4/2/2010. Fonte de Publicação: DJe nº 28, p. 1, em Súmula Vinculante nº 40
17/2/2010. DOU de 17/2/2010, p. 1.) A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da
Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato
Súmula Vinculante nº 32 respectivo. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de
O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro 11/3/2015. Fonte de Publicação: DJe nº 55, de 20/3/2015,
pelas seguradoras. Data de Aprovação: Sessão Plenária de p. 1. DOU de 20/3/2015, p. 1).
16/2/2011. Fonte de Publicação: DJe nº 37 de 24/2/2011,
p. 1. DOU de 24/2/2011, p. 1.) Súmula Vinculante nº 41
O serviço de iluminação pública não pode ser remunera-
Súmula Vinculante nº 33 do mediante taxa. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de
Noções de Direito Administrativo

Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras 11/3/2015. Fonte de Publicação: DJe nº 55, de 20/3/2015,
do regime geral da previdência social sobre aposentadoria p. 2. DOU de 20/3/2015, p. 1).
especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III, da
Constituição Federal, até a edição de lei complementar Súmula Vinculante nº 42
específica. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de É inconstitucional a vinculação do reajuste de venci-
9/4/2014. Fonte de Publicação: DJe nº 77, de 24/4/2014, p. mentos de servidores estaduais ou municipais a índices
1. DOU, de 24/4/2014, p. 1). federais de correção monetária. (Data de Aprovação: Ses-
são Plenária de 11/3/2015. Fonte de Publicação: DJe nº 55,
Súmula Vinculante nº 34 de 20/3/2015, p. 2. DOU de 20/3/2015, p. 2).
A Gratificação de Desempenho de Atividade de
Seguridade Social e do Trabalho – GDASST, instituída Súmula Vinculante nº 43
pela Lei nº 10.483/2002, deve ser estendida aos inativos É inconstitucional toda modalidade de provimento que
no valor correspondente a 60 (sessenta) pontos, desde o propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em
advento da Medida Provisória nº 198/2004, convertida concurso público destinado ao seu provimento, em cargo
na Lei nº 10.971/2004, quando tais inativos façam jus que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
à paridade constitucional (Emendas Constitucionais nºs (Data de Aprovação: Sessão Plenária de 8/4/2015).

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Súmula Vinculante nº 44 nação constante das sentenças que proferir e acordos por
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a ha- ela homologados. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de
bilitação de candidato a cargo público. (Data de Aprovação: 18/6/2015; Fonte de Publicação: DJe nº 121, de 23/6/2015,
Sessão Plenária de 8/4/2015). p. 2, DOU de 23/6/2015, p. 2)

Súmula Vinculante nº 45 Costumes


A competência constitucional do Tribunal do Júri
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabe- A regra é a legalidade, mas diante de situações em que
lecido exclusivamente pela Constituição Estadual. (Data de não exista norma jurídica para reger o caso concreto, o cos-
Aprovação: Sessão Plenária de 8/4/2015). tume poderia ainda exercer influência. O costume não pode
ser acolhido se e quando contrário à lei, porém pode ser
Súmula Vinculante nº 46 utilizado ante a sua omissão, como ocorre com a Analogia e
A definição dos crimes de responsabilidade e o estabe- com os Princípios Gerais do Direito (art. 4º da LICC).
lecimento das respectivas normas de processo e julgamen- O costume pode ser admitido como fonte do Direito,
to são de competência legislativa privativa da União. (Data mas seu uso é restritivo. Somente na ausência de norma
de Aprovação: Sessão Plenária de 9/4/2015). escrita é que poderia ser admitido. No caso de divergência
entre normas costumeiras e a norma positivada, sempre
Súmula Vinculante nº 47 prevalecerá esta última.
Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou O costume acaba por funcionar como elemento informa-
destacados do montante principal devido ao credor con- tivo da doutrina e, por conseguinte, da própria elaboração
substanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação da lei, não ganha muito espaço no Direito Administrativo por
ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de prevalecer o princípio da legalidade, restando‑lhe apenas a
pequeno valor, observada ordem especial restrita aos crédi- condição de resumir‑se a mera praxe administrativa.
tos dessa natureza. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de
27/5/2015). Fonte de Publicação: DJe nº 104, de 2/6/2015, PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
p. 1, DOU de 2/6/2015, p. 1)
Noções Gerais
Súmula Vinculante nº 48
Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legí- Conforme ensina Diógenes Gasparini, princípios são
tima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço adu- proposições que alicerçam ou embasam um sistema e lhe
aneiro. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de 27/5/2015; garantem a validade. Geralmente não estão hierarquizados
Fonte de Publicação: DJe nº 104, de 2/6/2015, p. 1, DOU de nem positivados, mas devem ser observados em toda atua­
2/6/2015, p. 1) ção administrativa.
Corroborando o entendimento do ilustre doutrinador,
Súmula Vinculante nº 49 tem-se a jurisprudência de Pretório Excelso, que assim
Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal acentuou:
que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do
mesmo ramo em determinada área. (Data de Aprovação: Os princípios podem estar ou não explicitados em
Sessão Plenária de 17/6/2015; Fonte de Publicação: DJe nº normas. Normalmente sequer constam de texto
121, de 23/6/2015, p. 1, DOU de 23/6/2015, p. 1) regrado. Defluem no todo do ordenamento jurídico.
Encontram-se ínsitos, implícitos no sistema, perme-
Súmula Vinculante nº 50 ando as diversas normas regedoras de determinada
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de matéria. O  só fato de um princípio não figurar no
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterio- texto constitucional não significa que nunca teve
ridade. (Data de Aprovação: Sessão Plenária de 17/6/2015; relevância de princípio (RE nº 160.381/SP).
Fonte de Publicação: DJe nº 121, de 23/6/2015, p. 1, DOU
de 23/6/2015, p. 1) Princípios Constitucionais Explícitos que Regem a
Administração Pública – art. 37, caput
Súmula Vinculante nº 51
O reajuste de 28,86%, concedido aos servidores milita-
res pelas Leis nºs 8.622/1993 e 8.627/1993, estende-se aos L EGALIDADE
servidores civis do Poder Executivo, observadas as eventuais I MPESSOALIDADE
compensações decorrentes dos reajustes diferenciados con- M ORALIDADE
cedidos pelos mesmos diplomas legais. (Data de Aprovação; P UBLICIDADE
Sessão Plenária de 18/6/2015; Fonte de Publicação: DJe nº
Noções de Direito Administrativo

121, de 23/6/2015, p, 1, DOU de 23/6/2015, p. 1) E FICIÊNCIA

Súmula Vinculante nº 52 Princípios Informativos ou Implícitos


Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao
IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas Supremacia do Interesse Público sobre o Privado
pelo art. 150, VI, c, da Constituição Federal, desde que o valor
dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais Indisponibilidade do Interesse Público
entidades foram constituídas. (Data de Aprovação: Sessão Continuidade do Serviço Público
Plenária de 18/6/2015; Fonte de Publicação: DJe nº 121, de Finalidade
23/6/2015, p. 2, DOU de 23/6/2015, p. 2) Autotutela
Razoabilidade
Súmula Vinculante nº 53
Proporcionalidade
A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114,
VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das Motivação
contribuições previdenciárias relativas ao objeto da conde- Segurança Jurídica

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14 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Princípios Constitucionais da Administração Propicia ao Administrador a transparência em suas atuações
Pública e possibilita aos administrados a defesa de seus direitos.
Constitui ato de improbidade administrativa que atenta
Legalidade (art. 37, caput, da CF; art. 5º, II, da CF) contra os Princípios da Administração Pública negar publici-
dade aos atos oficiais.
É princípio básico de todo Estado de Direito e também
de toda Administração Pública na execução de suas ativi- Exceções ao princípio da publicidade:
dades. A atuação administrativa deve estar pautada na lei.
A doutrina costuma usar a seguinte expressão: enquanto São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
na atividade particular tudo o que não está proibido é per- e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in-
mitido, na Administração Pública é o inverso, ela só pode denização pelo dano material ou moral decorrente
fazer o que a lei permite, desse modo tudo o que não está de sua violação (Art. 5º, X da CF).
permitido é proibido.
Se “ninguém será obrigado a fazer ou a deixar de fazer É assegurado a todos o acesso à informação e res-
alguma coisa senão em virtude de lei”, o  agente público guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
atuan­do de acordo com ela estará cumprindo sua finalidade. exercício profissional (Art.5º, XIV).
Caso contrário, desviando-se de sua finalidade cometerá
ato ilícito, expondo-se à responsabilização administrativa, Informações de interesse particular ou coletivo quan-
civil e criminal, conforme o caso. do imprescindíveis para a segurança da sociedade ou
do Estado (Art. 5º, XXXIII da CF).
Impessoalidade (art. 5º, caput, da CF; art. 37, § 1º,
da CF) Garantias contra a negativa injustificada:
Habeas data (art.  5º, LXXII): tem cabimento quan­do
Significa que o administrador deve orientar‑se por crité- a informação negada injustificadamente é personalíssima.
rios objetivos, não devendo fazer distinções fundamentadas Mandado de segurança (art.  5º, LXIX): não sendo
em critérios pessoais. Todos são iguais perante a lei. É em de- prestada por meio de habeas data, é possível impetrar
corrência desse princípio que se criou o concurso e a licitação. mandado de segurança, para obter o direito líquido e certo
Cabe ressaltar também que os agentes públicos, no à informação negada.
exercício de suas funções, não praticam atos em seu próprio
nome, mas no da Administração, por esse motivo se faz Eficiência (art. 37, caput, da CF; art. 41, § 1º, III, da CF)
presente a restrição constitucional à publicidade dos atos
oficiais que caracterizem promoção pessoal. Impõe ao agente público que realize suas atribuições com
perfeição, presteza e rendimento funcional.
Moralidade (art. 37, § 1º, da CF) A eficiência é a capacidade de obtenção dos objetivos
fixados em razão dos meios disponíveis. A  eficiência está
O administrador deve atuar com ética e moralidade, vinculada aos princípios da legalidade, impessoalidade,
isto é, de acordo com a lei. Tendo em vista que tal princípio moralidade e publicidade, nunca acima deles; ela veio para
integra o conceito de legalidade, decorre a conclusão de somar. A violação a qualquer um desses princípios implica
que ato imoral é ato ilegal, e, portanto, sujeito ao controle violação à eficiência, uma vez que será eficiente a Adminis­
do Poder Judiciário. tração Pública que cumprir com excelência a lei e a moral, de
A moralidade veio para dar coe­rência ao nosso ordena- forma impessoal e pública. A eficiência também configura
mento jurídico. Foi consagrada não só pela Constituição Fe- meio de controle da própria Administração Pública, quando
deral, mas também pela doutrina e jurisprudência, estando exige avaliação periódica de desempenho funcional dos seus
intimamente ligada à probidade administrativa – “ao agente servidores (art. 41, § 1º, III, da CF).
público não basta ser honesto e probo, tem que mostrar que
possui tal qualidade”. O que se exige (indisponibilidade do Igualdade ou Isonomia
interesse público) no presente Estado Democrático de Direito O princípio da igualdade é, também, um dos princípios
é a legalidade moral e ética, ou seja, a legalidade legítima da das Ciências Jurídicas em geral, mas que para o Direito
conduta administrativa, visando ao atendimento do interesse Público e em especial para o Direito Administrativo adqui-
público e não à satis­fação pessoal do agente. re coloração especial, dada a particular subordinação da
Noções de Direito Administrativo

Ademais, a CF confere aos particulares o poder de exi- Administração ao princípio da legalidade estrita, segundo
gir, por meio da ação popular, que a administração pública a qual só é dado fazer somente o que a lei determina ou
respeite o princípio da moralidade2. expressamente permite.
A igualdade perante a lei costuma ser chamada de isono-
Publicidade (art. 5º, XXXIII, da CF; art. 37, § 3º, II, da mia. Sempre foi, desde a antiguidade, associada à democracia,
CF; art. 11, IV, da Lei nº 8.429/1992) como uma de suas características fundamentais, bem como
princípio interpretativo e limitação ao legislador. Mas a dife-
É requisito de eficácia e moralidade dos atos administra- renciação de tratamento às pessoas, em condições diferentes,
tivos. Entretanto, não é requisito de forma, pois o ato para ou seja, o tratamento desigual dos casos desiguais, na medida
estar formado basta ser legal, impessoal, moral e eficiente, em que se desigualam, é exigência da própria conceituação
para ser eficaz é que se faz necessária a sua publicação3. de Justiça. Isto se dá porque o princípio da igualdade, previsto
da Constituição Federal, significa que, na verdade, todos são
Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo – AUFC/2010/Questão 52.
2 iguais, mas mesmas condições, pois não de pode, a título
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
3
de isonomia, ser-lhe dada abrangência com o fim de que se
Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010/ promova o nivelamento de desiguais. Ora se todos são iguais
Questão 55.

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perante a lei, nas mesmas condições, todos são iguais em Finalidade
idêntica situação, perante a Administração, executora da lei.
Com efeito, todos têm o direito de, nas mesmas condições, Toda atuação do administrador destina‑se a atender o
ter as mesmas oportunidades e o mesmo tratamento pela interesse público. É a Lei que vai indicar qual o interesse a
Administração. Resultam deste princípio, por exemplo, a obri- ser atingido pela Administração Pública. Daí se falar que o
princípio da finalidade é inerente ao princípio da legalidade.
gatoriedade de realização de concurso público para ingresso Se o administrador se desvia de tal finalidade, praticando
em cargo público efetivo, de licitação para as contratações ad- ato diverso do previsto na regra de competência, comete ato
ministrativas, da isonomia fiscal, da responsabilidade objetiva ilícito, o que em Direito Administrativo chamamos de abuso
do Estado por ato de seus agentes, entre outras. de poder, podendo sofrer o controle popular, exercido por
meio de ação popular, além da correspondente ação civil
Princípios Informativos da Administração Pública pública.

Autotutela
Supremacia do Interesse Pú­blico
A Administração tem o dever de zelar pela legalidade e
É a essência do regime jurídico administrativo. O poder eficiência dos seus próprios atos. É por isso que se reconhece
é dado para que a Administração o exerça, buscando fina- à Administração o poder/dever de declarar a nulidade dos
lidades de interesses gerais, por isso há de haver sempre a seus próprios atos, praticados em desacordo com a Lei. É, ain-
sua prevalência. Pelo princípio da supremacia do interesse da, em consequência da Autotutela que existe a possibilidade
público, temos que os atos administrativos são presumidos de a Administração revogar os atos administrativos que não
mais atendam às finalidades públicas (sejam inoportunos ou
legítimos e, em regra, imperativos e autoexecutáveis. inconvenientes), embora legais.
É por meio dele que houve uma ampliação das atividades A capacidade da Administração Pública de poder sanar
assumidas pelo Estado para atender às necessidades coleti- os seus atos irregulares ou de reexaminá-los à luz da con-
vas, com a consequente ampliação do próprio conceito de veniência e oportunidade, reconhecida nas Súmulas nº 346
serviço público. Ocorreu o mesmo com o poder de polícia e 473 do Supremo Tribunal Federal, está em consonância
do Estado, que deixou de impor apenas obrigações negativas direta com o princípio da autotutela4.
(de não fazer), visando resguardar a ordem pública, e passou
a impor obrigações positivas, uma vez que ampliou o seu Súmula nº 346, 1963/STF: A Administração Pública
pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
campo de atuação (além da ordem pública agora também
a ordem econômica e social – arts. 173, § 4º, e 182 da CF), Súmula nº 473, 1969/STF: A administração pode
condicionando o uso da propriedade ao bem-estar social, anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
regulando e fiscalizando as atividades de forma a reprimir o que os tornam ilegais, porque deles não se originam
abuso do poder econômico. direitos; ou revogá‑los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiri-
Indisponibili­da­de do Interesse Público dos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial5.
Conforme visto no princípio da supremacia do interesse Razoabilidade
público, o poder é dado ao Administrador para que ele o
exerça. Portanto, não é lícito dispor desse interesse ou fazer Os poderes concedidos à Administração devem ser exer-
prevalecer interesse próprio, uma vez que não possui sua cidos na medida necessária ao atendimento do interesse
titularidade, só mera guarda. coletivo, sem excessos, ou seja, adequação entre os fins e
É justamente por não poder dispor desses interesses, cuja os meios (art. 2º, VI, da Lei nº 9.784/1999).
guarda lhe é atribuída por lei, que não poderá renunciá-los A razoabilidade é um dos principais limites à discricio-
nem total, nem parcialmente, sob pena de responder pela nariedade, uma vez que o agente público deve pautar sua
conduta em critérios racionais, sensatos e coerentes, fun-
omissão. Constituem-se em poder-dever de agir. Assim, damentados sempre no atendimento ao interesse público.
a autoridade não pode deixar de punir, quando constatada O princípio da razoabilidade também foi preconizado
a prática de ilícito administrativo; não pode deixar de exercer pela EC nº 45/2004, que acrescentou novo inciso no art. 5º
o poder de polícia para coibir o exercício dos direitos indivi- da Constituição Federal, assegurando a todos, no âmbito
duais que estejam em conflito com o interesse coletivo; não judicial e administrativo, a razoável duração do processo.
pode deixar de exercer os poderes decorrentes da hierarquia.
Atualmente, esse princípio é citado no art. 2º, caput, da Proporcionalidade
Lei nº 9.784/1999 e especificado no parágrafo único, com a É um desdobramento da razoabilidade. Adotando a
Noções de Direito Administrativo

seguinte exigência: “Atendimento a fins de interesse geral, medida necessária para atingir o interesse público almejado,
vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competên- o Administrador age com proporcionalidade, sendo vedada
cias, salvo autorização em lei.” a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento
Continuidade dos Serviços Públicos do interesse público6.

Art. 2º, VI, da Lei nº 9.784/1999: Adequação entre


Este princípio está diretamente ligado ao serviço público meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
e destina‑se a atender necessidades sociais; portanto, não restrições e sanções em medida superior àquelas
pode parar. Era com fundamento nesse princípio que nos estritamente necessárias ao atendimento do inte-
contratos administrativos não se permitia a invocação pelo resse público.
particular da exceção do contrato não cumprido. Hoje,
a legislação já permite que o particular a invoque no caso de
suspensão de sua execução, por ordem escrita da adminis- 4
FCC/Defensoria Pública do Estado de São Paulo/Defensor Público/2010/Questão 13.
tração, por mais de 120 dias ou atraso superior a 90 dias dos 5
Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo – AUFC/2010/Questão 53.
6
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-Acre/Técnico Judiciário/Área Adminis-
pagamentos devidos (art. 78, XIV e XV, da Lei nº 8.666/1993). trativa/2010/Questão 54.

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Motivação Entretanto, recomenda-se cautela em sua aplicação para não
impedir que a Administração anule seus atos ilegais.
É a exposição ou a indicação por escrito dos fatos e No Direito Administrativo, esse princípio foi inserido
fundamentos jurídicos que ensejaram a prática do ato. na Lei nº 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, XIII, que diz:
A regra geral é a motivação, para que a atuação ética do
administrador fique demonstrada, na exposição dos motivos, Nos processos administrados, serão observados,
e o administrado tenha garantida a ampla defesa e o con- entre outros, o critério de: interpretação da norma
traditório. Somente ficaria desobrigada nos casos em que a administrativa da forma que melhor garanta o aten-
lei a dispensasse ou a natureza do ato praticado fosse, com dimento do fim público a que se dirige, sendo vedada
ela, incompatível. a aplicação retroativa de nova interpretação.
A Lei nº 9.784/1999 determina, em seu art. 2º, parágrafo
único, VII, que: “A Administração Pública obedecerá, den- Hierarquia
tre outros, ao princípio da motivação [...] com a indicação
dos pressupostos de fato e de direito que determinarem Em consonância com o princípio da hierarquia, os órgãos
a decisão”. Já no art. 50, estabelece a obrigatoriedade de da Administração Pública são estruturados de tal forma que
motivação, com indicação dos fatos e fundamentos, quando: se cria uma relação de coordenação e subordinação entre
• neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; uns e outros, cada qual com suas atribuições definidas na
imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; lei. (DI PIETRO,Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo.
• decidam processos administrativos de concurso ou 22. ed. São Paulo: Atlas, p. 70).
seleção pública;
• dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo Especialidade
licitatório;
• decidam recursos administrativos; decorram de ree- O princípio da especialidade está ligado diretamente à
xame de ofício; ideia de descentralização administrativa. Quando o Estado
• deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a cria pessoas jurídicas públicas administrativas – as autarquias,
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas por exemplo – como forma de descentralizar a prestação de
e relatórios oficiais; serviços públicos, com vistas à especialização de função, a lei
• importem anulação, revogação, suspensão ou conva- cria a entidade, estabelece com precisão as finalidades que lhe
lidação de ato administrativo. incube, de tal modo que não cabe aos seus administradores
afastar-se dos objetivos definidos na lei. (DI PIETRO,Maria
Conforme o disposto acima, a motivação, em regra, se faz Sylvia. Direito Administrativo. 22. ed. São Paulo: Atlas, p. 68)
obrigatória quando os atos afetam direitos ou interesses indi-
viduais. A lei se preocupa mais com os administrados do que Controle ou tutela
com a própria Administração. Todavia, as hipóteses previstas
não necessariamente constituem rol taxativo, uma vez que Para assegurar que as entidades da Administração Indi-
podem surgir outras em que a motivação será obrigatória, reta observem o Princípio da Especialidade, elaborou-se o
para fins de controle da legalidade. Como exemplo, temos Princípio do Controle ou Tutela, em consonância com o qual
no art. 64-A, do mesmo diploma, a exigência de que o órgão a Administração Pública Direta fiscaliza as atividades dos
competente para decidir recurso administrativo explicite as referidos entes, com o objetivo de garantir a observância de
razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade de súmula vin- suas finalidades institucionais.
culante, quando o recorrente alegar a sua violação.
Probidade Administrativa
Art. 64-A da Lei nº 9.784/1999: Se o recorrente alegar
violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão A probidade administrativa está diretamente atrelada
competente para decidir o recurso explicitará as ra- ao princípio da legalidade e da moralidade administrativa.
zões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, Pelo princípio da legalidade, o administrador deve atuar
conforme o caso. em conformidade com a lei. Pelo princípio da moralidade,
o administrador deve atuar com ética e moralidade. Já a
Motivação nas Decisões Proferidas pelo Poder Judiciário probidade administrativa exige do administrador que atue,
não só de acordo com a legalidade, a ética e a moral, mas
Art. 93, IX, da CF: Todos os julgamentos dos órgãos do com a honestidade.
Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas A probidade administrativa recebeu tratamento consti-
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o in- tucional em vários dispositivos, tais como o art. 37, § 4º e
teresse público o exigir, limitar em determinados atos às o art. 85, V, bem como em legislações infraconstitucionais.
Noções de Direito Administrativo

próprias partes e seus advogados, ou somente a estes. Regulamentando o art. 37, § 4º, temos a Lei nº 8.429,
Art. 93, X, da CF: As decisões administrativas dos tri- de 2 de junho de 1992, também conhecida como Lei de Im-
bunais serão motivadas, sendo as disciplinares toma- probidade Administrativa. Essa lei dispõe sobre as sanções
das pelo voto da maioria absoluta de seus membros. aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento
ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na
Segurança Jurídica Administração Pública.
A Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, disciplina os crimes
É um dos alicerces do Estado de Direito, está relacionada de responsabilidade do Presidente da República. De acordo
com a previsibilidade e a estabilidade das relações jurídicas, com a norma, são crimes de responsabilidade do Presidente
de forma a garantir que a norma não retroagirá em situações da República atos que atentarem contra a Constituição Fede-
já constituídas (art. 5º, XXXVI, da CF), sendo considerada ral, e, especialmente, contra a probidade na Administração.
válida somente a partir do momento em que foi adotada. Convém, entretanto, ressaltar que os atos eivados de
Se o administrado teve reconhecido determinado direito vícios de improbidade poderão sofrer invalidação pela
com base em interpretação adotada uniformemente para to- própria Administração, exercitando o poder de autotutela
dos, torna-se claro que houve boa-fé e esta deve ser respeita- como através do Poder Judiciário, quando devidamente
da, inclusive quanto a seus efeitos que devem ser preservados. provocado.

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ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DA se organizar no desempenho de suas atividades típicas –
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA normativa e jurisdicional. É composta na esfera Federal pela
Presidência da República e Ministérios. Na esfera Estadual,
pelo princípio da simetria, temos a Governadoria do Esta-
Noções Gerais do, os órgãos de Assessoria ao Governador e as Secretarias
Estaduais com seus órgãos internos. E na esfera municipal,
Como já vimos, a expressão Administração Pública admi-
temos as Prefeituras e seus órgãos de Assessoria ao Prefeito
te mais de um sentido, agora vamos estudá‑la em seu sentido
e as Secretarias Municipais com seus órgãos internos.
subjetivo, ou seja, os órgãos de que se vale o Estado para
atingir os fins desejados. Como o Estado atua por meio de
órgãos, agentes e pessoas jurídicas, sua organização engloba Estruturação em Órgãos
três situações fundamentais:
Centralização – Na centralização, o Estado executa suas Necessariamente, a Administração Pública centralizada
tarefas diretamente por meio dos órgãos e agentes adminis- deve utilizar‑se de uma estrutura interna, em que se dividem
trativos que compõem sua estrutura funcional. atribuições e poderes, de modo a permitir a efetiva prestação
Descentralização – Na descentralização, ele o faz indire- de serviços e a materialização de sua função. A tal estrutura
tamente por meio de outras pessoas jurídicas. Pode ser por interna damos o nome de órgãos.
meio de outorga ou delegação. Há outorga quando o Estado
cria uma entidade e a ela transfere, por lei, a titularidade e Conceito de Órgãos Públicos
a execução de determinado serviço público. Há delegação,
quando o Estado transfere, por contrato (concessão ou con- São centros de competência despersonificados, criados
sórcio público) ou ato unilateral (permissão ou autorização),
por lei (art. 48, XI, da CF), instituídos para o desempenho
unicamente a execução do serviço, para que o ente delegado
o preste à coletividade, em nome próprio e por sua conta e de funções estatais, por meio de seus agentes, cuja atuação
risco, mas nas condições e sob o controle do Estado. é imputada à pessoa jurídica a que pertencem (Teoria do
Desconcentração  – Na desconcentração temos uma órgão).
distribuição de competências no âmbito interno da própria A principal característica da teoria do órgão consiste no
entidade encarregada de executar um ou mais serviços. princípio da imputação volitiva, ou seja, a vontade do órgão
público é imputada à pessoa jurídica que eles integram, en-
Com os conceitos expostos, podemos traçar o seguinte tretanto, quando se tratar da chamada função de fato, se a
quadro: atividade provém de um órgão, é irrelevante que tenha sido
praticado por um agente que não tenha competência, basta
a aparência de investidura e o exercício pelo órgão para que
os efeitos da conduta sejam imputados à pessoa jurídica.

Classificação dos Órgãos Públicos

a) Quanto à Posição Estatal

Independentes
São os órgãos originários da Constituição, e representati-
vos dos Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário).
A concentração, por outro lado, é uma técnica admi- Não possuem qualquer subordinação hierárquica e seus agen-
nistrativa que promove a extinção de órgãos públicos. Veja
tes são denominados de Agentes Políticos. Ex.: Congresso Na-
o exemplo de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino para
caracterizar a concentração administrativa: “Pessoa jurídica cional, Câmara dos Deputados, Presidência da República etc.
integrante da administração pública extingue órgãos antes
existentes em sua estrutura, reunindo em um número menor Autônomos
de unidade as respectivas competências”. Imagine-se, como São os órgãos localizados na cúpula da administração;
exemplo, que a secretaria da fazenda de um município tivesse tem autonomia administrativa, financeira e técnica. Carac-
em sua estrutura superintendências, delegacias, agências e terizam‑se como órgãos diretivos, com funções precípuas de
postos de atendimento, cada um desses órgãos incumbidos de planejamento, supervisão, coordenação e controle das ativi-
desempenhar específicas competências da referida secretaria. dades que constituem sua área de competência. Ex.: Minis-
Caso a administração pública municipal decidisse, em face de térios, Secretarias de Estado, Advocacia Geral da União etc.
Noções de Direito Administrativo

restrições orçamentárias, extinguir os postos de atendimento,


atribuindo às agências as competências que aqueles exerciam, Superiores
teria ocorrido concentração administrativa. É importante São os que detêm poder de direção, controle, decisão e
ressaltar que tanto a concentração quanto a desconcentração comando de assuntos de sua competência específica, mas
podem ser utilizadas na administração direta e indireta.
sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico
de uma chefia mais alta. Não gozam de autonomia adminis-
Administração Pública Desconcentrada trativa nem financeira. Ex.: Gabinetes, Secretarias Gerais,
Centralizada Direta Coordenadorias, Departamentos etc.
É o conjunto de órgãos que integram as pessoas federati-
Subalternos
vas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de
forma centralizada, das atividades administrativas do Estado. São órgãos subordinados hierarquicamente. Detêm reduzi-
Sua abrangência não se limita, somente, ao Executivo, ape- do poder decisório, pois se destinam basicamente à realização
sar de ser o incumbido da função administrativa em geral, de serviços de rotina e tem predominantemente atribuições
alcança também o Legislativo e o Judiciário, pois precisam de execução. Ex.: Portarias e seções de expediente.

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18 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
b) Quanto à Estrutura Controle
Institucional: não há subordinação hierárquica da autar-
Simples quia com o ente que a criou e sim vinculação, cabendo a este
São constituídos por um único centro de competência. apenas o controle finalístico (supervisão ministerial), que visa
O órgão simples constitui uma única unidade. Ex.: Portaria, mantê‑la no estrito cumprimento de suas finalidades (tutela).
Agência da Secretaria da Receita. Administrativo: controle interno ou autotutelar, ou seja,
poder de rever seus próprios atos.
Compostos Judicial: os atos praticados pelas Autarquias e por seus
São aqueles que reúnem, na sua estrutura, outros órgãos agentes são considerados atos administrativos, portanto,
menores, com função principal idêntica ou com funções estão sujeitos ao controle pelo Poder Judiciário.
auxiliares diversificadas. Ex.: Secretaria de Educação (esco- Financeiro: é feito pelo Congresso Nacional com auxílio
las – órgãos menores). do Tribunal de Contas da União (arts. 70 e 71 da CF).

c) Quanto à Atuação Funcional Regime de Pessoal


Em regra, é o estatutário, da Lei nº 8.112/1990.
Singulares
São aqueles que atuam e decidem por meio de um único Patrimônio
agente, que é seu chefe e representante. Pode ter vários As Autarquias possuem orçamento, patrimônio e receita
auxiliares, mas só um representante. Ex.: Presidência da próprios.
República (Presidente), Governadorias dos Estados, Prefei- O patrimônio das autarquias é formado inicialmente a
turas Municipais etc. partir da transferência de bens móveis e imóveis do ente
federado que as criou10.
Colegiados O patrimônio das autarquias goza dos mesmos privilégios
São todos aqueles que atuam e decidem pela manifes- atribuídos aos bens públicos em geral, é imprescritível, não
tação conjunta e majoritária da vontade de seus membros. podendo ser adquirido mediante usucapião, bem como não
Ex.: Tribunal. pode ser objeto de penhora a fim de garantir a execução
judicial11.
Administração Pública Desconcentrada Foro Competente
Descentralizada Indireta Nos litígios comuns, sendo autoras, rés, assistentes ou
opoentes, o foro competente é a justiça federal, conforme
É o conjunto de entidades, criadas ou autorizadas por determina o art. 109, I, da CF.
lei, que, vinculadas à respectiva Administração Direta, têm
o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de Responsabilidade Civil
forma descentralizada. Em regra, abrange o Poder Executivo A Autarquia responde objetivamente pelos danos que
Federal, Estadual e Municipal. De acordo com o Decreto‑Lei seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, asse-
nº 200/1967, compreende as seguintes entidades: Autar- gurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
quias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de dolo ou culpa (art. 37, § 6º, CF).
de Economia Mista.
Privilégios
Autarquias Imunidade tributária; prescrição quinquenal de suas
dívidas; prazo em quádruplo para contestar e em dobro para
Conceito recorrer; impenhorabilidade e imprescritibilidade de bens;
As Autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público, não estão sujeitas à falência.
integrantes da Administração Indireta, criadas por lei7 para
desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, Exemplos
sejam próprias e típicas do Estado. Bacen, INSS, CVM, Incra, Ibama, Detran.
As autarquias, pessoas administrativas que gozam de
liberdade administrativa nos limites da lei que as criou, só Obs.: os Conselhos Profissionais, além de possuírem
podem ser extintas por lei8. personalidade jurídica própria, são autarquias12.

Objeto Agências Reguladoras


As Autarquias destinam‑se à execução de serviços pú- As Agências Reguladoras surgiram na Inglaterra, a partir
blicos de natureza administrativa. Por desempenharem ati- da criação pelo Parlamento, em 1834, de diversos órgãos
Noções de Direito Administrativo

autônomos com a finalidade de aplicação e concretização


vidades típicas do Estado, a descentralização administrativa
dos textos legais (MORAES, 2002, p. 22).
ocorre por meio de outorga.
Posteriormente, em virtude da influência do direito
anglo‑saxão, os Estados Unidos criaram, em 1887, a Inters-
Autoadminis­tra­ção
tate Commerce Comission, órgão inicialmente destinado a
As Autarquias não possuem autonomia política para regular o transporte ferroviário.
criar suas próprias normas, elas possuem apenas autonomia As agências reguladoras, porém, só passaram a intervir
administrativa, ou seja, auto‑organização9. fortemente no Direito Administrativo norte‑americano após
a grande depressão (1929). No ápice da crise, já em 1933,
7
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-RS/Técnico Judiciário/Área Administra-
o Presidente americano Franklin Delano Roosevelt aprovou
tiva/Analista Judiciário/Área Administrativa/2010/Questão 49.
8
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto 10
Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar
– II/2010/Questão 61. Administrativo/2010/Questão 36.
9
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Prefeitura Municipal de Boa 11
Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar
Vista-RR/Analista Municipal/Procurador Municipal/2010/Questão 41 e Fepese/ Administrativo/2010/Questão 36.
Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Adminis- 12
Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar
trativo/2010/Questão 23. Administrativo/2010/Questão 24.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 19
uma série de medidas político‑econômicas para restabelecer • As que regulam e controlam atividades que constituem
a economia e assistir os prejudicados. Essas medidas ficaram objeto de concessão, permissão ou autorização de
conhecidas como New Deal (novo acordo). Como resultado serviço público (teleco­municações, energia elétrica,
do New Deal, foram criadas, por meio de leis, várias agências transportes etc.) ou de concessão para exploração
federais destinadas a regular os vários setores da economia, de bem público (petróleo e outras riquezas minerais,
cada qual com seus procedimentos decisórios. rodovias etc.).
Diante disso, tornou‑se necessária a padronização desse
sistema e, em 1946, foi editado o Administrative Procedure As primeiras não são muito diferentes das autarquias
Act (Lei de Procedimento Administrativo), estabelecendo‑se, comuns que nós conhecemos, tais como o Banco Central,
assim, procedimentos uniformes a serem adotados por todas o  Cade, o  Conselho Monetário Nacional ou a Comissão
as agências, conferindo‑lhes maior legitimidade. de Valores Mobiliários. Já as segundas é que constituem
No Direito Administrativo brasileiro, diferentemente do
novidade maior no Direito brasileiro, pelo papel que vêm de-
modelo norte‑americano, as agências reguladoras tiveram
sempenhando, ao assumirem os poderes que, na concessão,
forte e decisiva influência francesa e, consequentemente,
incorporaram as ideias de centralização administrativa e permissão ou autorização de serviços públicos, eram antes
forte hierarquia. No entanto, ao  adaptarmos as agências desempenhados pela própria Administração Pública Direta,
reguladoras ao Direito Administrativo brasileiro, devemos na qualidade de poder concedente.
levar em conta as diferentes características decorrentes de
cada ordenamento jurídico. As primeiras agências
Em 1995, as Emendas Constitucionais nºs 8 e 9 previram
Natureza a criação de um órgão regulador para o setor de teleco-
No Brasil, as  agências reguladoras foram constituí­ municações (art.  21, XI) e outro para o setor de petróleo
das como autarquias de regime especial integrantes da (art. 177, § 2º, III), o que foi implementado pelas Leis nºs
administração indireta, vinculadas (não é subordinada) 9.472/1997 e 9.478/1997, as quais instituíram respectiva-
ao Ministério competente para tratar da respectiva ativi- mente a Agência Nacional de Telecomunicações  – Anatel
dade13. O regime especial vem definido nas respectivas leis e a Agência Nacional do Petróleo – ANP. Porém a primeira
instituidoras e diz respeito, em regra, à  maior autonomia agência reguladora brasileira tem origem infraconstitucional.
em relação à Administração Direta; à estabilidade de seus Trata‑se da Agência Nacional de Energia Elétrica, instituída
dirigentes, garantida pelo exercício de mandato fixo, que pela Lei nº 9.427/1996.
eles somente podem perder nas hipóteses expressamente
prevista, afastada a possibilidade de exoneração ad nutum; A desestatização do Estado
ao caráter final das suas decisões que, a princípio, não são Em 1997, foi instituído o Plano Nacional de desestati-
passíveis de apreciação por outros órgãos ou entidades zação (Lei nº 9.491), com o objetivo estratégico de, entre
da Administração, exceto no que se refere à legalidade14. outros fins, reduzir o déficit público e sanear as finanças
Vistas por outro ângulo, foram criadas para realizar as tra-
públicas, transferindo para a iniciativa privada atividades
dicionais atribuições da Administração Direta, na qualidade
de Poder Público concedente, nas concessões, permissões indevidamente exploradas pelo setor público e permitindo,
e autorizações de serviços públicos. Derivam, pois da ideia dessa forma, que a Administração Pública concentrasse seus
de descentralização administrativa (art.  10, Decreto‑Lei esforços nas atividades em que a presença do Estado fosse
nº 200/1967) e têm como função a regulação das matérias fundamental para a consecução das prioridades nacionais.
afetas a sua área de atuação e a permanente missão de fis- Com o afastamento do Estado da execução dessas ati-
calizar a eficiência na prestação dos serviços públicos pelos vidades, seria necessário que se instituíssem mais órgãos
concessionários, permissionários e autorizados. reguladores. A partir daí, diversos órgãos da mesma natureza
Ou, ainda, em sentido amplo, agência reguladora no foram criados por lei infraconstitucionais como é o caso da
Direito brasileiro seria qualquer órgão da Administração Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, instituída
Direta ou entidade da Administração Indireta com a função pela Lei nº 9.782/1999. Em 2000, as Leis nºs 9.661 e 9.984
de regular matéria específica que lhe está afeta. Se for enti- instituíram respectivamente a Agência Nacional de Saúde
dade da Administração indireta, está sujeita ao princípio da Suplementar – ANS e a Agência Nacional de Águas – ANA. Em
especialidade, significando que cada qual exerce e é espe- 2001, a Lei nº 10.233 criou a Agência Nacional de Transportes
cializada na matéria que lhe foi atribuída por lei. A regulação Terrestres – ANTT e a Agência Nacional de Transportes Aquá-
engloba toda forma de organização da atividade econômica ticos – Antaq. No mesmo ano, a Medida Provisória nº 2.281
pelo Estado, seja a intervenção por meio da concessão de criou a Agência Nacional do Cinema – Ancine. Em 2005, a Lei
serviço público, seja pelo exercício do poder de polícia, ou nº 11.182, criou a Agência Nacional de Aviação Civil – Anac.
seja, o Estado está ordenando ou regulando a atividade eco-
Noções de Direito Administrativo

nômica tanto quando concede ao particular a prestação de


serviços públicos e regula sua utilização – impondo preços, Características
quantidade produzida, qualidade – como quando edita regras As agências reguladoras distinguem‑se das demais au-
no exercício do poder de polícia administrativo. tarquias porque suas leis instituidoras lhes outorgam certas
Dentro dessa função regulatória, podemos considerar a prerrogativas que não são encontráveis na maioria das enti-
existência de dois tipos de agências reguladoras no direito dades autárquicas comuns. Segundo alguns doutrinadores,
brasileiro: suas características podem envolver:
• As que exercem, com base em lei, típico poder de po- • Serem criadas por lei; a criação por lei é exigência que
lícia, com a imposição de limitações administrativas, vem desde o Decreto‑Lei nº 6.016/1943, repetindo‑se
previstas em lei, fiscalização, repressão; é o caso, por no Decreto‑Lei nº  200/1967 e agora constando na
exemplo, da Anvisa, ANS e ANA. Constituição Federal, art. 37, XIX.
• Serem dotadas de autonomia financeira, administrativa
13
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto e poderes normativos complementares à legislação
– II/2010/Questão 59. própria do setor. A autonomia financeira é assegurada
14
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto pela disponibilidade de recursos humanos e infraes-
– II/2010/Questão 59.

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20 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
trutura material fixados em lei, além da previsão de • aplicar sanções;
dotações consignadas no orçamento geral da União, • encampar;
créditos especiais, transferências e repasses que lhe • decretar a caducidade;
forem conferidos. A autonomia administrativa significa • intervir;
que, dada a personalidade jurídica própria, a autarquia • fazer rescisão amigável;
contrata e administra em seu próprio nome, contrai • fazer a reversão de bens ao término da concessão;
obrigações e adquire direitos, mas dentro das regras do • exercer o papel de ouvidor de denúncias e reclamações
ordenamento vigente; como exemplo, seus servidores dos usuários.
devem ingressar no quadro funcional por meio de
concurso público. Com relação aos poderes normati- Enfim, exercer todas as prerrogativas que a lei outorga
vos, não abrange o poder de regulamentar leis, suas ao Poder Púbico na concessão, permissão e autorização.
normatizações deverão ser operacionais, no sentido
de regular a própria atividade da agência por meio de Regime de pessoal
normas de efeitos internos, e conceituar, interpretar ou O regime jurídico de pessoal é o da Lei nº 8.112/1990,
explicitar conceitos jurídicos indeterminados contidos assim determinado pela Lei nº  10.871/2004, que dispõe
na lei, sem inovar na ordem jurídica. Por conceito jurídi- sobre a criação de carreiras e organização de cargos efe-
co indeterminado entende‑se aquele que permite mais tivos das autarquias especiais denominadas Agências
de uma interpretação, ou seja, mutável em função da Reguladoras15.
valoração que se proceda diante dos pressupostos da
norma; geralmente seu sentido necessita de definição Fundações Públicas
por órgão técnico especializado.
• Operam como instância administrativa final nos litígios Conceito
sobre matérias de sua competência. Isso significa que, Com propriedade, Di Pietro (2008) define a Fundação
em princípio, não cabe recurso hierárquico de suas instituída (autorização legislativa) pelo Poder Público como:
decisões, exceto quanto ao controle de legalidade.
• Possuírem direção colegiada, sendo os membros no- o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado
meados pelo Presidente da República, com aprovação de personalidade jurídica, de direito público ou
do Senado Federal (Lei nº 9.986/2000, art. 5º). privado, e destinado, por lei, ao desempenho de
• Seus dirigentes possuírem mandato com prazo de atividades do Estado na ordem social, com capaci-
duração determinado (Lei nº 9.986/2000, art. 8º). dade de autoadministração e mediante o controle da
• Após cumprido o mandato, seus dirigentes ficarem im- Administração Pública, nos limites da lei.
pedidos, por um prazo certo e determinado (quarente-
na), de atuar no setor atribuído à agência, sob pena de Objeto
incidirem em crime de advocacia administrativa, sem As Fundações Públicas destinam‑se às atividades de cará-
prejuízo das demais sanções cabíveis, administrativas ter social, tais como, assistência social, assistência médica e
e civis (Lei nº 9.986/2000, art. 8º, § 4º). hospitalar, educação e ensino, pesquisa e atividades culturais.
• Especialização técnica: refere‑se à especialização de
cada agência em relação à sua atribuição técnica. Este Autoadministração
grau de especialização técnica das agências, emprega- As Fundações Públicas também não possuem autonomia
do em suas decisões, fundamenta não só a criação da política para criar suas próprias normas, elas possuem apenas
própria agência, como também boa parte do poder autonomia administrativa, ou seja, auto‑organização.
normativo a ela conferido. Na verdade, as  impede
de exercer atividades diversas daquelas para as quais Controle
foram instituídas. Institucional: não há subordinação hierárquica da
• Sujeição a controle ou tutela: como nas autarquias Fundação Pública com o ente que a criou e sim vinculação,
comuns, o controle feito pelo Ministério é um controle cabendo a este apenas o controle finalístico (supervisão
finalistico (supervisão ministerial), que visa mantê‑la ministerial), que visa mantê‑la no estrito cumprimento de
no estrito cumprimento de suas finalidades (tutela). suas finalidades (tutela).
Administrativo: controle interno ou autotutelar, ou seja,
É claro que sendo decorrentes de lei criadora, compatível poder de rever seus próprios atos.
com o ordenamento constitucional, as prerrogativas e auto- Judicial: assim como nas Autar­quias, as Fundações Pú-
nomias podem variar de uma agência para outra. No entanto blicas, também, sofrem o controle de legalidade feito pelo
Noções de Direito Administrativo

as suas atribuições encontram certo consenso na doutrina. Poder Judiciário.


Financeiro: é feito pelo Congresso Nacional com auxílio
Atribuições do Tribunal de Contas da União (arts. 70 e 71 da CF).
As atribuições das agências, no que diz respeito à conces-
Obs.: o MP é curador das Fundações.
são, permissão e autorização de serviço público resumem‑se
ou deveriam resumir‑se às funções que o poder concedente
Regime de Pessoal
exerce nesses tipos de contratos ou atos de delegação, ou seja:
Em regra, é o estatutário, da Lei nº 8.112/1990.
• regulamentar os serviços que constituem objeto da
delegação;
• realizar o procedimento licitatório para escolha do Patrimônio
concessionário/ permissionário; As Fundações Públicas possuem orçamento, patrimônio
• celebrar o contrato de concessão ou permissão ou e receita próprios.
praticar ato unilateral de outorga da autorização;
• definir o valor da tarifa e da sua revisão ou reajuste;
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
15
• controlar a execução dos serviços; – II/2010/Questão 59.

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Foro Competen­te de subsidiárias. Caso contrário, será necessária nova lei au-
O foro competente, assim como nas Autarquias, é a torizando sua criação (art. 37, XX, CF). As subsidiárias serão
Justiça Federal. instituídas com o objetivo de se dedicar a um dos seguimen-
tos da entidade primária, sendo a subsidiária controlada pela
Responsabilidade Civil primária, e ambas pelo Estado.
As Fundações Públicas, também, respondem objeti-
vamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, Controle
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra Institucional: as empresas públicas não possuem subor-
o responsável nos casos de dolo ou culpa (art. 37, § 6º, CF). dinação hierárquica com o ente que as criou e sim vinculação,
cabendo a este apenas o controle finalístico (supervisão
Privilégios ministerial), que visa mantê‑la no estrito cumprimento de
As Fundações Públicas gozam dos mesmos privilégios que suas finalidades (tutela).
as Autarquias, ou seja, imunidade tributária, prazo em quá- Administrativo: controle interno ou autotutelar, ou seja,
druplo para contestar e em dobro para recorrer, prescrição poder de rever seus próprios atos.
quinquenal, seus bens são considerados bens públicos, não Judicial: as empresas públicas sofrem o controle de
estão sujeitas à falência. legalidade feito pelo Poder Judiciário.
Financeiro: é feito pelo Congresso Nacional com auxílio
do Tribunal de Contas da União (arts. 70 e 71 da CF).
Exemplos
Ipea, IBGE, Fundação Nacional de Saúde, Funai, Enap,
Regime de Pessoal
Caje.
Submetem‑se ao regime trabalhista comum, previsto no
Decreto nº 5.452/1943 (Consolidação das Leis do Trabalho).
Quadro Comparativo
Patrimônio
As empresas públicas possuem orçamento, patrimônio
Autarquia Fundação Pública e receita próprios.
Criada por lei específica. Autorizada por lei espe-
cífica. Foro Competente
Pessoa Jurídica de Direito Pessoa Jurídica de Direito O juízo competente nos litígios comuns é a Justiça Fe­
Público (SEMPRE). Público ou Privado. deral, conforme determina o art. 109, I, da CF.
Exerce atividades típicas do Exerce atividades atípicas.
Estado. Responsabilidade Civil
As empresas públicas que exercem atividade econômica
Possui natureza adminis- Possui natureza social (edu-
estão isentas da responsabilidade civil decorrente do art. 37,
trativa. cativa, recreativa e assis-
§ 6º, da CF. Dessa forma, os prejuízos que seus empregados
tencial).
causarem a terceiros deverão ser tratados pelo Código Civil.
Obs.: As autarquias e as fundações públicas não são Se forem prestadoras de serviços públicos, responderão
consideradas entidades políticas16. objetivamente por tais prejuízos.

Empresa Pública Privilégios


As Empresas Públicas exploradoras de atividade econô-
Conceito mica não dispõem de qualquer privilégio fiscal não extensivo
As Empresas Públicas são pessoas jurídicas de Direito ao setor privado (art. 173, § 2º, da CF).
Privado, integrantes da Administração Indireta, criadas por
autorização legal17, sob qualquer forma (Ltda., S.A) e capital Exemplos
exclusivamente público para que o Governo exerça atividades ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos); CEF
gerais ou prestação de serviços públicos. (Caixa Econômica Federal); Embrapa (Empresa Brasileira de
É admitida a participação de outras pessoas jurídicas de Pesquisa Agropecuária); Emater‑DF (Empresa de e Extensão
Direito Público Interno, bem como de entidades da Admi- Rural do Distrito Federal); Caesb (Companhia de Saneamento
nistração Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal Ambiental do Distrito Federal).
e dos Municípios, desde que a maioria do capital votante
permaneça de propriedade da União (art. 5º, Decreto‑Lei Sociedade de Economia Mista
nº 900/1969)18.
Noções de Direito Administrativo

Conceito
Objeto Sociedades de Economia Mista são pessoas jurídicas
As Empresas Públicas têm por objeto o desempenho de Direito Privado, integrantes da Administração Indireta,
de atividades de caráter econômico ou de prestação de
criadas por autorização legal19, sob a forma de Sociedades
serviços públicos.
Anônimas, cujo controle acionário pertença ao Poder Público,
Subsidiárias tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades
A lei que autorizou a criação da Empresa Pública pode de caráter econômico ou a prestação de serviços públicos,
prever, desde logo, a possibilidade de posterior instituição não exclusivos do Estado.
Após a autorização de sua criação, promoverão a apro-
16
Assunto cobrado na prova do Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo vação de seu estatuto, e o respectivo Registro, observando
– AUFC/2010/Questão 56. o que determina a Lei das Sociedades por Ações.
17
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010/
Questão 56.
18
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
19

Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010/ Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010/


Questão 56. Questão 56.

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22 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Objeto Privilégios
As Sociedades de Economia Mista têm por objeto o As Sociedades de Economia Mista exploradoras de ativi-
desempenho de atividades de caráter econômico ou a pres- dade econômica não dispõem de qualquer privilégio fiscal
tação de serviços, assim como as Empresas Públicas. não extensivo ao setor privado (art. 173, § 2º, da CF).

Capital Social Exemplos


O Capital social das Sociedades de Economia Mista é Banco do Brasil; Banco da Amazônia; Petrobras; Banco
formado pela composição de recursos públicos e privados, de Brasília.
sendo que o controle acionário pertence ao Poder Público,
independentemente de serem exploradoras de atividades Quadro Comparativo
econômicas ou prestadoras de serviços públicos. Empresa Pública Sociedade de
Economia Mista
Controle
Institucional: as Sociedades de Economia Mista não Pessoa jurídica de direito Pessoa jurídica de direito
possuem subordinação hierárquica com o ente que as criou privado. privado.
e sim vinculação, cabendo a este apenas o controle finalís- Formação do capital social: Formação do capital social:
tico (supervisão ministerial), que visa mantê‑la no estrito 100% patrimônio público. capital social dividido entre
cumprimento de suas finalidades (tutela). o poder público e particula­
Administrativo: controle interno ou autotutelar, ou seja, res (privado); com maioria do
poder de rever seus próprios atos. capital votante (ações ordiná-
Judicial: as Sociedades de Economia Mista sofrem o rias) em poder do Estado.
controle de legalidade feito pelo Poder Judiciário. Forma de constituição: Forma de constituição: so-
Financeiro: é feito pelo Congresso Nacional com auxílio qualquer forma. mente S/A (Sociedade Anô-
do Tribunal de Contas da União (arts. 70 e 71 da CF). nima).
Regime de Pessoal Tem seus feitos (processos) Tem seus feitos (processos)
Submetem‑se ao regime trabalhista comum, previsto no julgados pela Justiça Fe- julgados pela Justiça Esta­
Decreto nº 5.452/1943 (Consolidação das Leis do Trabalho). deral (exceto trabalhistas dual, mesmo se forem fe-
/ eleitorais), no caso de derais.
Subsidiárias
Empresa Pública Federal.
A lei que autorizou a criação da Sociedade de Economia
Mista, também, pode prever desde logo a possibilidade de Bens não podem ser penho- Bens podem ser penhorados
posterior instituição de subsidiárias. rados, se forem prestadoras ou executados (até o limite do
de serviços públicos. particular).
Patrimônio Prestação de serviços públi- Exploração de atividade eco-
As Sociedades de Economia Mista possuem orçamento, cos ou atividades econômi- nômica de utilidade pública.
patrimônio e receita próprios. cas de interesse do Estado,
Respeitados os requisitos e trâmites legais, é possível ou consideradas como con-
ao Estado-membro desapropriar, mediante prévia e justa venientes à coletividade.
indenização em dinheiro, imóvel não utilizado pertencente
a sociedade de economia mista federal exploradora de Obs.: O pessoal das empresas públicas e das sociedades
atividade econômica em sentido estrito20. de economia mista são considerados agentes públicos,
para os fins de incidência das sanções previstas na Lei de
Foro Competente Improbidade Administrativa22.
O juízo competente nos litígios comuns é a Justiça Es-
tadual. O regime jurídico das empresas públicas e sociedades
de economia mista que desempenham atividade econômica
Súmula nº 517/STF: As Sociedades de Economia em sentido estrito estabelece que a remuneração de seus
Mista só têm foro na justiça federal, quando a União agentes não está sujeita ao teto constitucional, a menos que
intervém como assistente ou opoente21. a entidade receba recursos orçamentários para pagamento
de despesa de pessoal ou de custeio em geral23.
Súmula nº 556/STF: É competente a justiça comum
para julgar as causas em que é parte Sociedade de Agências Executivas
Economia Mista. As Agências Executivas, diferentemente das Agências
Noções de Direito Administrativo

Reguladoras, não têm por objetivo a regulamentação,


Responsabilidade Civil controle e fiscalização, mas sim a execução de atividades
As Sociedades de Economia Mista que exercem atividade
administrativas.
econômica, também, estão isentas da responsabilidade civil
decorrente do art. 37, § 6º, da CF. Dessa forma, os prejuízos É apenas um qualificativo atribuído às autarquias e às
que seus empregados causarem a terceiros deverão ser fundações da Administração Pública Federal, por iniciativa
tratados pelo Código Civil. do Ministério supervisor ao qual está vinculada, que tive-
Se forem prestadoras de serviços públicos, responderão rem com ele celebrado contrato de gestão e possuam plano
objetivamente por tais prejuízos. estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional
voltado para a melhoria da qualidade de sua gestão e para
a redução de custos (art. 51 da Lei nº 9.649/1998)24.
20
FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/Procurador do Estado de 3ª 22
FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/Analista Judiciário/Área
Classe/2010/Questão 30. Judiciária/Execução de Mandatos/2010/Questão 56.
21
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho 23
FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/Procurador do Estado de 3ª
Substituto – II/2010/Questão 61 e FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Classe/2010/Questão 18.
Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010/ 24
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
Questão 56. – II/2010/Questão 59.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 23
O termo contrato de gestão tem sido utilizado tanto para Art. 37, inciso XIX: somente por lei específica poderá
designar acordos celebrados entre entidades públicas, como ser criada autarquia e autorizada a instituição de
entidades privadas que atuam paralelamente ao Estado, mais empresa pública, de sociedade de economia mista
especificamente às organizações sociais. e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
No âmbito da Administração Pública Federal foi criado último caso, definir as áreas de sua atuação;
como uma das formas de materializar o princípio constitucio-
nal da eficiência (art. 37, § 8º, da CF), garantindo a amplia- Entidades Empresariais: são pessoas jurídicas de Direito
ção da autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos Privado, instituídas sob a forma de sociedade de economia
órgãos e entidades da Administração direta e indireta. Seu mista ou empresa pública, com a finalidade de prestar serviço
objeto é a fixação de metas de desem­penho para os órgãos público que possa ser explorado no modelo empresarial,
e entidades. Nela, devem estar previstos, além das metas ou de exercer atividade econômica de relevante interesse
a serem alcançadas, mecanismos de controle e critérios de coletivo. Sua criação deve ser autorizada por lei específica,
avaliação (controle de resultados), o prazo de sua duração, cabendo ao Poder Executivo as providências complementa-
remuneração do pessoal, bem como direitos, obrigações e res para sua instituição.
responsabilidades dos administradores. Entidades Paraestatais: são pessoas jurídicas de Direito
No âmbito da Administração indireta ressalte-se que as Privado que, por lei, são autorizadas a prestar serviços ou
autarquias e fundações que tenham um plano estratégico realizar atividades de interesse coletivo ou público, mas não
de reestruturação e de desenvolvimento institucional em exclusivos do Estado. As entidades paraestatais são autôno-
andamento e que celebrem contrato de gestão com o respec- mas, administrativa e financeiramente, têm patrimônio e
tivo Ministério supervisor, serão qualificadas como Agências operam em regime da iniciativa particular, na forma de seus
Executivas (art. 51 da Lei nº 9.649/1998). estatutos, ficando sujeitas apenas à supervisão do órgão da
Fora do âmbito da Administração indireta, os contratos entidade estatal a que se encontrem vinculadas, para o con-
de gestão estão previstos como modalidade de ajuste a ser trole de desempenho estatuário. São também denominadas
celebrado com instituições não governamentais passíveis de de “entes de cooperação” com o Estado. São espécies de
serem qualificadas pelo Poder Executivo como Organizações entidades paraestatais os serviços sociais autônomos (Sesc,
Sociais, para fins de fomento. As Organizações Sociais são Sesi, Senai, Sebrae entre outros), as organizações sociais e as
necessariamente pessoas jurídicas de direito privado, sem Oscips (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).
finalidade lucrativa, cujas atividades estão dirigidas ao ensi-
no, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico,
à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à
Entidades Paraestatais (Terceiro Setor)
saúde, atendidos aos requisitos previstos no art. 2º da Lei É composto por particulares, portanto, pessoa jurídica
nº 9.637/1998. de direito privado, que não integram a estrutura da Admi-
nistração Pública, mas que com ela mantém, por razões
ENTIDADES POLÍTICAS E diversas e por meio de formas diferenciadas, parcerias com
ADMINISTRATIVAS o intuito de preservar o interesse público. São exemplos de
entidades paraestatais:
Entidade é pessoa jurídica, pública ou privada; órgão é
elemento despersonalizado incumbido da realização das Organizações Sociais
atividades da entidade a que pertence, por meio de seus
agentes. Após o Plano de desestatização do Estado em 1997,
Na organização política e administrativa brasileira, as en- o Governo, com a necessidade de ampliar a descentraliza-
tidades classificam-se em estatais, autárquicas, fundacionais, ção de serviços públicos, instituiu o Programa Nacional de
empresariais e paraestatais. Publicização – PNP (Lei nº 9.637/1998), por meio do qual o
Entidades Estatais: são as pessoas jurídicas de direito Poder Executivo poderia qualificar como organização social
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas
público que integram a estrutura constitucional do Estado e
atividades fossem dirigidas ao ensino, à pesquisa científica,
têm poderes políticos e administrativos, tais como a União, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Destas, a única do meio ambiente, à cultura e à saúde.
soberana é a União, as demais têm apenas autonomia polí- A parceria é concretizada por meio de um contrato
tica, administrativa e financeira. de gestão, no qual constam discriminadas as atribuições,
Entidades Autárquicas: são pessoas jurídicas de Direito responsabilidades e obrigações do Poder Público e da orga-
Público, de natureza meramente administrativa, criadas nização social, bem como os incentivos que essas pessoas
por lei específica, para a realização de atividades, obras ou receberão do Estado para sua execução (recursos orça-
Noções de Direito Administrativo

serviços descentralizados da entidade estatal que as criou. mentários e bens públicos necessários ao cumprimento do
Funcionam e operam na forma estabelecida na lei instituido- contrato de gestão).
ra e nos termos de seu regulamento. Podem desempenhar Na hipótese de decretação de indisponibilidade de bens
atividades econômicas, educacionais, previdenciárias e das Organizações Sociais ou de sequestro de bens dos diri-
quaisquer outras outorgadas pela entidade estatal-matriz, gentes, o poder público será o depositário e gestor desses
bens até o término da ação25.
mas sem a subordinação hierárquica, sujeitas apenas ao
controle finalístico de sua administração (conhecido como Serviços Sociais Autônomos
supervisão ministerial) e da conduta de seus dirigentes. Na
verdade, a autarquia é o próprio braço do Estado apesar de São todos aqueles instituídos por lei com personalidade
pertencente à administração indireta. jurídica de direito privado (possuem CNPJ), para ministrar
Entidades Fundacionais: são pessoas jurídicas de Direito assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos
Público ou pessoas jurídicas de Direito Privado, devendo a lei profissionais, e que não tenham finalidade lucrativa; atuam
definir as respectivas áreas de atuação, conforme disposto
Vunesp/Ministério Público do Estado de São Paulo/Analista de Promotoria I/
25
no art. 37, inciso XIX, da Constituição Federal. Assistente Jurídico/2010/Questão 29.

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24 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
ao lado do Estado em caráter de cooperação, sendo mantidos Corroborando tal afirmação, Meirelles (2005, p. 105)
por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais. assim manifestou:
Exemplos: constituem basicamente o sistema S – Sesi,
Sesc, Senai, Senac, Sebrae. Se para o particular o poder de agir é uma faculdade,
para o administrador público é uma obrigação de
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá‑lo
em benefício da comunidade. É que o Direito Pú-
É outro qualificativo atribuído às pessoas jurídicas de blico ajunta ao poder do administrador o dever de
direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais te- administrar.
nham pelo menos uma das seguintes finalidades: promoção
da assistência social; promoção da cultura, defesa e conser- Confirma tal posição Di Pietro (2008, p. 81):
vação do patrimônio histórico e artístico; promoção gratuita
da educação; promoção gratuita da saúde; promoção da Embora o vocábulo “poder” dê a impressão de que
segurança alimentar e nutricional26; defesa, preservação e se trata de “faculdade” da Administração, na reali-
conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvi- dade trata‑se de “poder‑dever”, já que reconhecido
mento sustentável; promoção do voluntariado; promoção ao poder público para que o exerça em benefício da
do desenvolvimento econômico e social e combate à po- coletividade; os poderes são, pois, irrenunciáveis.
breza; experimentação, não lucrativa, de novos modelos
socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, A liberdade do administrador em deixar de praticar atos
comércio, emprego e crédito; promoção de direitos estabe- de sua competência é muito pouca ou nenhuma. Daí por
lecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica que a omissão da autoridade ou o silêncio da administração,
gratuita de interesse suplementar; promoção da ética, da quando deve agir ou manifestar‑se, pode gerar a responsabi-
paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e lidade administrativa, civil e até penal para o agente omisso.
de outros valores universais; estudos e pesquisas, desenvol- Ainda referindo‑se aos poderes, Meirelles (2005) ensina:
vimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação
Aos poderes administrativos contrapõem alguns
de informações e conhecimentos técnicos e científicos que
deveres, como a eficiência, a probidade e, uma vez
digam respeito às atividades mencionadas acima (art. 3º da
que a prestação de contas que o administrador não
Lei nº 9.790/1999).
é proprietário e sim gestor dos negócios públicos,
Diferentemente das organizações sociais, a parceria é
razão pela qual não constituir‑se mera faculdade,
firmada por meio de termo de parceria, no qual deverão mas poder‑dever.
estar formalizados, de modo detalhado, os direitos e as
obrigações dos pactuantes. Basicamente, são três os principais deveres do adminis-
trador público: o dever de eficiência, o dever de probidade
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA e o dever de prestar contas. Vejamos:
Introdução Dever de Eficiência
Para realizar suas atividades, a Administração Pública Cabe ao agente agir com a máxima eficiência funcional.
detém prerrogativas ou poderes que permitem à autoridade O desempenho da atividade administrativa deve ser rápido e
remover os interesses particulares que se opõem ao interesse oferecido de forma que satisfaça o interesse do administrado.
público. Os poderes e deveres do Administrador Público são Reside na necessidade de se tornar cada vez mais qualitativa
os expressos em lei, os impostos pela moral administrativa a atividade administrativa.
e os exigidos pelo interesse da coletividade. Cada agente A eficiência inicialmente foi acolhida pelo ordenamento
público é investido da necessária parcela de poder para o jurídico no Decreto-Lei nº 200/1967 ao submeter toda a ati-
desempenho de suas atribuições. Esse poder é para ser usado vidade administrativa da Administração Federal ao controle
normalmente como atributo do cargo ou da função, e não de resultado (arts. 13 e 25, V), ao fortalecer o sistema de
como privilégio da pessoa que o exerce. É esse poder que mérito (art. 25, VII), e ao sujeitar a Administração Indireta
empresta autoridade ao agente público quando recebe da à supervisão ministerial quanto à eficiência administrativa
lei competência decisória e força para impor suas decisões (art. 26, III). Atualmente promovida a princípio, a eficiência
aos administrados. é de observância obrigatória em toda a Administração Direta
Nessas condições, o poder de agir se converte no dever e Indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
de agir. Assim, se no Direito Privado o poder de agir é uma do Distrito Federal e dos Municípios (art. 37, caput, da CF).
Noções de Direito Administrativo

faculdade, no Direito Público é uma imposição, um dever O princípio da efi­ciência pressupõe o dever de bem adminis-
para o agente que o detém, pois não se admite a omissão trar, impondo ao administrador a obrigação de realizar suas
da autoridade diante de situações que exijam sua atuação. atribuições com rapidez, perfeição e rendimento. Nada justi-
fica qualquer procrastinação, aliás, é justamente essa atitude
Poder-Dever de Agir do agente público que pode levar o Estado a indenizar os
prejuízos que o atraso possa vir a ocasionar ao administrado.
O poder do agente significa um dever diante da socie- Após a EC nº 19/1998, que adicionou a efi­ciência no texto
dade. Só aquele que o detém está sempre na obrigação de constitucional, vários dispositivos foram adicionados à Carta
exercitá‑lo. Pelo princípio da indisponibilidade do interesse Magna objetivando o seu cumprimento, tais como a razoável
público podemos afirmar que ele é irrenunciável, consti- duração do processo e os meios que garantem a celeridade
tuindo múnus público (encargo) para o agente, ou seja, ele de sua tramitação (art. 5º, LXXVIII, da CF), a possibilidade
é obrigado a agir na defesa dos interesses coletivos. de perda do cargo de servidor público estável que não seja
eficiente (art. 41, III, da CF), a promoção obrigatória de juízes
por merecimento, conforme o desempenho (art. 93, II, c, e
Vunesp/Ministério Público do Estado de São Paulo/Analista de Promotoria I/
26
III, da CF).
Assistente Jurídico/2010/Questão 30.

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Dever de Probidade O uso anormal do poder é o que caracteriza o abuso
de poder; é a circunstância que torna ilegal, total (desvio
É dever do agente agir com honestidade e moralidade. de finalidade) ou parcialmente (excesso de poder), o  ato
Está constitucionalmente integrado na conduta do agente pú- administrativo, ou irregular sua execução (abuso de poder).
blico como elemento necessário à legitimidade de seus atos. O abuso de poder ocorre na fase executória do ato ad-
Esse dever impõe ao administrador o desempenho de ministrativo e diz respeito somente aos aspectos materiais
suas atribuições pautadas em atitudes retas, leais, justas e de sua concretude.
honestas, sob pena de ilegitimidade de suas ações. Ocorre o abuso de poder quando a autoridade, embora
Para aqueles que praticam atos de improbidade, a Consti- competente para a prática do ato, ultrapassa os limites de
tuição Federal prevê punições civis e político‑administrativas, sua atribuição (excesso) ou se desvia das finalidades admi-
sem prejuízo das sanções penais cabíveis (art. 37, § 4º). nistrativas (desvio).
A Lei nº 8.429/1992, que dispõe a respeito das sanções O abuso de poder, pela própria natureza do fato em si,
aplicáveis a agentes públicos que cometem atos de impro- configura-se como ilegalidade, por isso pode ser revisto tanto
bidade administrativa, classifica tais atos em três espécies: administrativa (direito de petição – art. 5º, XXXIV, a, da CF)
os que importam enriquecimento ilícito (art. 9º), os que quanto judicialmente (habeas data – art. 5º, LXXI, da CF e
causam prejuízo ao erário (art. 10) e os que atentam contra Lei nº 9.507/1997; mandado de segurança – art. 5º, LXIX, da
os princípios da Administração Pública, sujeitando seus au- CF e Lei nº 12.016/2009; ação popular – art. 5º, LXXIII, e Lei
tores a penalidades previamente estabelecidas na própria lei nº 4.717/1965; direito de representação nos casos de abuso
(art. 12), além de outras previstas em legislação específica. de autoridade – Lei nº 4.898/1965).
O uso do poder é lícito; o abuso, sempre ilícito. Daí por
Dever de Prestar Contas que todo ato abusivo é nulo, por excesso ou desvio de poder.
O abuso de poder pode ocorrer de duas formas:
O agente deve prestar contas de todos os seus atos,
não só da gestão de dinheiros públicos (art. 70, CF) como Excesso de Poder
de todos os atos de governo (arts. 49, IX, e 71, I, da CF) e
de administração (art. 5º, XXXIV, c, da CF). É da essência da Ocorre quando a autoridade, embora competente para
gestão de bens, direitos e serviços alheios o dever de prestar praticar o ato, vai além do permitido e exorbita no uso de
contas. Com a Administração Pública não poderia ser dife- suas faculdades administrativas. Essa conduta provoca a
ilegitimidade do ato de forma parcial ou total, incidindo
rente, trata‑se da prestação de contas sobre a gestão de um
sempre durante a execução do ato autorizado por lei. Pode
patrimônio pertencente à coletividade.
ser caracterizada pelo descumprimento frontal da lei (quan-
O dever de prestar contas alcança não só os administra-
do a autoridade age claramente além de sua competência)
dores de entidades e órgãos públicos como, também enti- ou quando contorna dissimuladamente as limitações da
dades paraestatais ou até mesmo particulares que recebam lei (quando a autoridade se arroga poderes que não lhe
subvenções. A regra é universal: quem utilize, arrecade, são atribuídos legalmente). Para Gasparini (2006, p. 145),
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores o conceito de excesso de poder é o seguinte:
públicos deve prestar contas (art. 70, parágrafo único).
De acordo com a Constituição Federal, essa prestação de Há excesso de Poder quando o próprio conteúdo (o
contas deve ser feita ao órgão legislativo de cada entidade que o ato decide) vai além dos limites legais fixados.
estatal por meio do Tribunal de Contas competente, que O excesso amplia ou restringe o conteúdo.
é o responsável pelo controle externo (no âmbito federal,
o controle é feito pelo Congresso Nacional com o auxílio Embora aparente semelhança com o vício conhecido por
do Tribunal de Contas da União), e ao sistema de controle “desvio de finalidade”, com ele não se confunde. No desvio
interno de cada poder. de finalidade o ato administrativo é ilegal, portanto nulo.
No excesso de poder o ato praticado não é nulo por inteiro;
Uso e Abuso do Poder prevalece naquilo que não exceder.
O excesso de poder é uma forma de abuso que retira a
Em um Estado democrático de Direito como o nosso, no legitimidade da conduta do administrador, colocando-o na
qual a Constituição Federal assim o declara em seu art. 1º, ilegalidade (art. 5º, LXIX, da CF) e até mesmo no crime de
impõe-se à Administração que somente atue nos estritos abuso de autoridade, quando incidir nas previsões penais
limites da legalidade. da Lei nº 4.898/1965.
O uso de poderes administrativos tem por objetivo im-
pedir o arbítrio, a violência, as perseguições ou favoritismos Desvio de Poder ou Desvio de Finalidade
Noções de Direito Administrativo

governamentais, que são desnecessários para atingir a finali-


dade do Estado e, por conseguinte da própria Administração, Verifica‑se esta espécie de abuso quando a autoridade,
sendo justamente por esse motivo que devem estar submeti- embora atuando nos limites de sua competência, pratica o
dos à lei e principalmente ao princípio da proporcionalidade. ato por motivos ou com fins diversos dos objetivados pela
Nesse sentido, Gasparini (2006, p. 142) pronunciou-se: lei ou exigidos pelo interesse público. Constitui-se na vio-
lação ideológica da lei, pois busca fins não desejados pelo
Destarte, o  uso do poder só se legitima quando legislador utilizando-se de meios ou motivos imorais para
normal, isto é, quando aplicado para a consecução agir. Este ato é sempre consumado às escondidas ou se apre-
de interesses públicos e na medida em que for ne- senta disfarçado sob o manto da legalidade e do interesse
cessário para satisfazer tais interesses. público. Pode-se citar como exemplo uma desapropriação
por utilidade pública visando atender interesses próprios ou
a favorecer interesses parti­culares ou, ainda, como instru-
O uso do poder é prerrogativa da autoridade, porém
mento de vingança. Entre os elementos indiciários do desvio
deve guardar conformidade com o que a lei dispuser; não é
de finalidade está a falta de motivo ou a discordância dos
incondicionado ou ilimitado.
motivos com o ato praticado.

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26 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
No desvio de finalidade o ato administrativo é ilegal, não f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial
há como aproveitá-lo, é nulo. carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra
É um vício que pode ser atacado por meio de ação po- despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em
pular (art. 2º, parágrafo único, d e e, da Lei nº 4.717/1965), lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;
e  mandado de segurança (art.  5º, LXIX, da CF e Lei g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade
nº 12.016/2009), constituindo também abuso de autoridade policial recibo de importância recebida a título de
(Lei nº 4.898/1965). carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer
outra despesa;
Abuso de Autoridade – Lei nº 4.898/1965 h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa
natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou
A Lei nº 4.898/1965 regula o direito de representação e desvio de poder ou sem competência legal;
o processo de responsabilidade administrativa, civil e penal, i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena
nos casos de abuso de autoridade. ou de medida de segurança, deixando de expedir
Considera-se autoridade (art.  5º) para efeitos dessa em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente
lei: “quem exerce cargo, emprego ou função pública, de ordem de liberdade.
natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.” Sanções
Cabe lembrar que o abuso de poder pode ocorrer de
duas formas: Segundo a lei, aquele que pratica abuso de autoridade
a) Por excesso de poder: quando a autoridade, embora está sujeito à responsabilidade administrativa, civil e penal;
competente para praticar o ato, vai além do permitido autônoma ou cumulativamente (art. 6º).
(comete um plus) e exorbita no uso de suas faculdades
administrativas. Sanção Administrativa (art. 6º, § 1º)
b) Por desvio de poder ou desvio de finalidade: quando a As sanções administrativas consistem em:
autoridade, embora atuando nos limites de sua competência, a) advertência;
pratica o ato por motivos ou com fins diversos dos objetiva- b) repreensão;
dos pela lei ou exigidos pelo interesse público. c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de
cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e
Direito de Representação vantagens;
d) destituição de função;
Para exercer esse direito de representação, nos crimes de e) demissão;
abuso de autoridade, o interessado representará mediante f) demissão, a bem do serviço público.
petição dirigida à autoridade (civil ou militar) superior que
tiver atribuição legal para apurar e aplicar a respectiva sanção A pena deverá ser aplicada de acordo com a gravidade
ou ao órgão do Ministério Público que tiver competência para do abuso cometido.
iniciar o processo (art. 2º).
Sanção Civil (art. 6º, § 2º)
Condutas que Caracterizam Abuso de Autoridade A sanção civil será aplicada de acordo com a extensão
do dano.
Segundo a Lei nº 4.898/1965 (art. 3º), constitui abuso de
autoridade qualquer atentado: Sanção Penal (art. 6º, § 3º)
A sanção penal será aplicada de acordo com as regras do
a) à liberdade de locomoção; Código Penal e consistirá em:
b) à inviolabilidade do domicílio; a) multa;
c) ao sigilo da correspondência; b) detenção;
d) à liberdade de consciência e de crença; c) perda do cargo e inabilitação para o exercício de
e) ao livre exercício do culto religioso; qualquer outra função pública por prazo de até três anos
f) à liberdade de associação; (quando a autoridade for policial-civil ou militar, poderá ser
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao cominada a pena autônoma ou acessória de não poder o
exercício do voto; acusado exercer funções de natureza policial ou militar no
h) ao direito de reunião; município da culpa, por prazo de um a cinco anos).
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exer-
Poderes Administrativos
Noções de Direito Administrativo

cício profissional.

Bem como o art. 4º: É o conjunto de prerrogativas conferidas aos agentes


públicos que permitem ao Estado que alcance os seus fins.
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade Os poderes administrativos nascem com a Administração
individual, sem as formalidades legais ou com abuso e constituem-se em instrumentos necessários para atingir a
de poder; finalidade do Estado e, por conseguinte, da própria Adminis-
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a tração, que é o bem comum.
vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz com- Nesse sentido, ensina Hely Lopes Meirelles (2005, p. 116):
petente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão Os poderes administrativos nascem com a Adminis-
ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; tração e se apresentam diversificados segundo as
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se pro- exigências do serviço público, o interesse da coleti-
ponha a prestar fiança, permitida em lei; vidade e os objetivos a que se dirigem.

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Os poderes administrativos são inerentes à Administra- A conveniência indica em que condições vai se conduzir
ção de todas as entidades estatais (União, Estados, Distrito o agente; a oportunidade diz respeito ao momento em que
Federal e Municípios) na proporção e limites de suas com- a atividade deve ser produzida, ressaltando-se que essa
petências institucionais. Podem ser utilizados isoladamente liberdade de escolha tem que se conformar com a finalida-
ou em conjunto para a consecução do mesmo ato, como de, sob pena de não ter sido atingido seu objetivo, que é o
ocorre, por exemplo, com o ato de polícia administrativa, interesse coletivo.
que normalmente é precedido de uma regulamentação A discricionariedade tanto pode concretizar-se no mo-
do Executivo (poder regulamentar), em que a autoridade mento em que o ato é praticado, quanto a posteriori, no
escalona e distribui as funções dos agentes fiscalizadores momento em que a Administração decide por sua revogação.
(poder hierárquico), concedendo-lhes atribuições vinculadas Entretanto, não pode ser exercida arbitrariamente. É neces-
(poder vinculado) ou discricionárias (poder discricionário) sário que haja adequação (razoabilidade) entre a conduta
para a imposição de sanções aos infratores (poder de polícia). escolhida pelo agente e a finalidade exigida pela norma. Se
Nesse sentido, ensina Di Pietro (2008): a conduta escolhida não está de acordo com a finalidade da
norma, ela é ilegítima e deve ser objeto de controle judicial.
Todos eles encerram prerrogativas da autoridade, Outro fator importante para se evitar o uso indevido da
as  quais, por isso mesmo, só podem ser exercidas discricionariedade é a verificação dos motivos inspiradores
nos limites da lei. da conduta. Se o agente não permite o exame dos fundamen-
tos de fato ou de direito que basearam sua decisão, haverá,
Feitas essas considerações, agora vamos estudar os no mínimo, fundada suspeita de má utilização do poder
poderes administrativos um a um: discricionário e de desvio de finalidade. Tanto a razoabilidade
quanto a verificação dos motivos constituem meios de evitar
Poder Vinculado o uso indevido da discricionariedade, possibilitando a revisão
da conduta administrativa no âmbito da própria administra-
É aquele cujos requisitos (competência, forma, finalida- ção ou pelo Poder Judiciário. O que se veda ao Judiciário é
de, motivo e objeto) estão previamente estabelecidos na apenas a aferição da conveniência e oportunidade firmados
lei. A norma legal condiciona a expedição do ato aos dados em parâmetros legais; a ilegalidade sempre será passível de
constantes de seu texto. A administração fica sem liberdade sua revisão (art. 5º, XXXV, da CF).
para a expedição do ato. É a lei que regula o comportamento
a ser seguido. Ex.: aposentadoria compulsória aos 70 anos. Súmula nº 346, 1963/STF: A Administração Pública
A atuação vinculada impõe ao administrador a obrigação pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
de conduzir-se rigorosamente em conformidade com os
parâmetros legais, diferentemente do poder discricionário, Súmula nº 473, 1969/STF: A Administração pode
em que o administrador tem a prerrogativa de decidir qual anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
a conduta mais adequada à satisfação do interesse público. que os tornam ilegais, porque deles não se originam
Se todos os elementos do ato têm previsão legal, bastará direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
para o controle da legalidade. Havendo adequação entre os ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
seus elementos, o ato será válido; se não houver, haverá vício e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
de legalidade passível de controle pela própria Administração
ou pelo Poder Judiciário. Poder Hierárquico
O controle de legalidade feito pela própria Administração
pode atingir todos os elementos/requisitos (competência, É o poder por meio do qual “os órgãos e respectivas
forma, finalidade, motivo e objeto) do ato administrativo, funções são escalonados numa relação de subordinação
porém o controle de legalidade feito pelo Poder Judiciário e de crescente responsabilidade”28. Do poder hierárquico
abrange apenas os requisitos que são sempre vinculados decorrem faculdades para o superior, tais como:
em todos os atos administrativos (competência, forma e a) Dar ordens e fiscalizar seu cumprimento: dar ordens é
finalidade), inclusive naqueles que são discricionários. determinar, especificamente, aos subordinados os atos que
devem praticar ou a conduta a ser seguida em caso concreto;
Poder Discricionário fiscalizar é vigiar permanentemente os atos praticados pelos
subordinados, com o intuito de mantê-los dentro dos pa-
É a faculdade conferida à autoridade administrativa para, drões legais regulamentares instituídos para cada atividade
diante de certa circunstância, optar entre várias soluções administrativa. Impõe ao administrado obediência, sob pena
possíveis por aquela que melhor atenda ao interesse público. de responsabilização.
Há um juízo de conveniência e oportunidade27. Ex.: pedido b) Delegar e avocar atribuições e rever atos dos inferiores:
Noções de Direito Administrativo

de porte de armas (a Administração pode ou não deferir o delegar é conferir a outrem atribuições que originariamente
pedido após analisar o caso). competem ao delegante. As  delegações são admissíveis,
Acontece que, muitas vezes, a lei não é capaz de traçar desde que expressamente prevista em lei. No âmbito admi-
todas as condutas de um agente público. Por mais que se nistrativo, as delegações são frequentes e, como emanam
procure definir elementos que lhe restringem a atuação, do poder hierárquico, não podem ser recusadas pelo subor-
é certo que, em algumas situações, a própria lei lhe oferece dinado. Não podem ser objeto de delegação as atribuições
a oportunidade de avaliar a conveniência e oportunidade de caráter exclusivo do órgão ou da autoridade. (Art. 13, I,
dos atos que vai praticar na qualidade de administrador da Lei nº 9.784/1999).
dos interesses coletivos. É  justamente nessa prerrogativa Avocar é chamar a si funções originariamente atribuí­
de valoração que se situa o poder discricionário. Conveni- das a um subordinado. Só pode ser adotada pelo superior
ência e oportunidade são os elementos nucleares do poder hierárquico e quando houver motivos relevantes para tal
discricionário. (art. 15 da Lei nº 9.784/1999)29.
28
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-RS/Analista Judiciário/Área Judiciá-
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-RS/Analista Judiciário/Área Judiciá-
27
ria/2010/Questão 50.
ria/2010/Questão 50. 29
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto

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28 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Rever atos de inferiores é apreciá-los em todos os seus Tal poder compreende a edição de decretos autônomos,
elementos (competência, forma, finalidade, motivo, objeto), restringindo-se estes às hipóteses decorrentes de exercício
a fim de mantê-los ou invalidá-los, de ofício ou por provoca- de competência própria, outorgada diretamente pela
ção do interessado. A revisão hierárquica é possível enquanto Constituição35.
o ato não se tornou definitivo para a administração, ou não O regulamento é ato administrativo geral e normativo,
criou direito subjetivo para o interessado. expedido privativamente pelos Chefes do Executivo, por
c) decidir conflitos de atribuições (choque de compe- meio de decreto, com o fim de explicar o modo e forma
tência). de execução da lei (regulamento de execução) ou prover
Não existe hierarquia no judi­ciário e no legislativo em situações não disciplinadas em lei (regulamento autônomo
suas funções essenciais. A hierarquia é privativa da função ou independente).
executiva. Na omissão da lei o regulamento supre a lacuna, até que o
legislador a complete. Enquanto não fizer, o regulamento tem
Poder Disciplinar plena validade, desde que não invada matéria reservada à lei.
Caso contrário, quando a lei trouxer a recomendação de
É o poder atribuído a autoridades administrativas, com ser regulamentada, ela não será exequível antes da expedição
o objetivo de apurar e punir faltas funcionais30. O poder do decreto regulamentar. Caso a lei estabeleça prazo para a
disciplinar não se confunde com o poder punitivo do Esta- expedição da regulamentação, decorrido este sem a publi-
do por meio da justiça penal. Ele só abrange as infrações cação do decreto, os destinatários da norma podem invocar
relacionadas com o serviço. O poder de aplicar a pena é o seus preceitos e auferir todas as vantagens dela decorrentes.
poder‑dever, ou seja, o superior não pode ser condescenden- Todavia, se o regulamento for imprescindível para a execu-
te na punição, ele não pode deixar de punir. É considerada a ção da lei, o beneficiário poderá utilizar‑se de mandado de
condescendência, na punição, crime contra a Administração injunção para obter a norma regulamentadora (art. 5º, LXXI).
Pública (art. 320 do Código Penal). Cabe ao Congresso Nacional sustar os atos normativos
O poder disciplinar aplica-se aos servidores públicos dos Chefes do Executivo que exorbitem do poder regula-
hierarquicamente subordinados, bem como àqueles dota- mentar36 (art. 49, V, da CF).
dos de autonomia funcional31. Há também outros atos normativos que, editados por
A doutrina aponta o poder disciplinar como discricio- outras autoridades administrativas, se caracterizam como
nário, o que deve ser entendido em seus devidos termos. inseridos no poder regulamentar. É o caso de instruções
A Administração não tem liberdade de escolha entre punir e normativas, resoluções, portarias, regimento, entre outros.
não punir, a discricionariedade está justamente na natureza Tais atos têm um círculo de aplicação mais restrito.
e gravidade da penalidade a ser aplicada.
Por outro lado, no mesmo diploma legal, temos casos Poder de Polícia
vinculados, afirmando expressamente os casos em que será
aplicada a penalidade de demissão: É o poder conferido à Administração para condicionar,
É certo que a discricionariedade existe, mas é limita- restringir, frenar o exercício de direitos e atividades dos
da, uma vez que nenhuma penalidade pode ser aplicada particulares em nome dos interesses da coletividade. Essa
sem prévia apuração por meio de procedimento legal, é uma definição construída pela doutrina. Existe, no entan-
sem a devida motivação (art. 128, parágrafo único, da Lei to, uma definição legal do poder de polícia que também
nº 8.112/1990)32 e sem os meios que lhe assegurem o con- surge como fato gerador do gênero tributo, a taxa. Está
traditório e a ampla defesa (art. 5º, LV, da CF)33. prevista nos arts. 77 e 78, do Código Tributário Nacional (Lei
nº 5.172/1966), que assim dispõem:
Poder Regulamentar (ou Normativo)
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados,
É o poder conferido aos Chefes do Executivo para editar pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbi-
decretos e regulamentos com a finalidade de oferecer fiel to de suas respectivas atribuições, têm como fato
execução à lei, ou completá‑las, se for o caso34. Decorre de gerador o exercício regular do poder de polícia, ou
disposição constitucional (art. 84, IV, CF/1988). Por viabilizar a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
sua execução, ao poder regulamentar não cabe contrariar específico e divisível, prestado ao contribuinte ou
a lei, sob pena se sofrer invalidação. Seu exercício somente posto à sua disposição.
pode dar‑se em conformidade com o conteúdo da lei e nos Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da
limites que ela impuser. administração pública que, limitando ou disciplinan-
No poder de chefiar a Administração, o poder de regu- do direito, interesse ou liberdade, regula a prática
lamentar a lei e suprir com normas próprias as omissões do de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
Noções de Direito Administrativo

Legislativo (desde que esteja no âmbito de sua competência) público concernente à segurança, à higiene, à ordem,
faz‑se necessário, uma vez que a imprevisibilidade de certos aos costumes, à disciplina da produção e do mercado,
fatos e circunstâncias, que surgem, reclamam providências ao exercício de atividades econômicas dependentes
imediatas da Administração, impondo aos Chefes do Executi- de concessão ou autorização do Poder Público, à tran-
vo o poder de regulamentar, por meio de decreto, as normas quilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
legislativas incompletas, ou de prover situações não previstas direitos individuais ou coletivos.
pelo legislador, mas que ocorrem na prática administrativa.
A competência para exercer o poder de polícia é, em prin-
cípio, da pessoa federativa (arts. 21, 22, 25 e 30 da CF) à qual
– I/2010/Questão 12.
30
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-RS/Analista Judiciário/Área Judiciá- a Constituição Federal atribuiu o poder de regular a matéria
ria/2010/Questão 50.
31
FCC/Tribunal de Contas-RO/Auditor/Substituto de Conselheiro/2010/Questão 11.
32
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto FCC/Tribunal de Contas-RO/Procurador do Ministério Público Junto ao Tribunal
35

– I/2010/Questão 12. de Contas/2010/Questão 16.


33
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho
36

– I/2010/Questão 12. Substituto – I/2010/Questão 12 e FCC/TRE-RS/Analista Judiciário/Área Judiciá­


34
FCC/TRE-RS/Analista Judiciário/Área Judiciária/2010/Questão 50. ria/2010/Questão 50.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 29
(poder de polícia originário), ou seja, os assuntos de interesse devendo então proceder à apreensão da mercadoria, à apli-
nacional ficam sujeitos a regulamentação e a policiamento cação de multa e a interdição da atividade, chegando até
da União; as matérias de interesse regional sujeitam-se às mesmo a fechar o estabelecimento no caso de reincidência.
normas e à polícia estadual; e os assuntos de interesse local Já a polícia judiciária, em regra, age repressivamente,
subordinam-se às normas e à polícia municipal. Aquelas investigando delitos cometidos e aplicando a devida sanção,
em que a competência for concorrente ensejam o exercício mas também pode atuar preventivamente, por exemplo,
conjunto do poder de polícia (art. 24 da CF). quando faz policiamento de rotina em locais de risco,
Por fim, o poder de polícia pode ser originário ou dele- evitando‑se assim a prática de futuros crimes.
gado. O poder de polícia originário é, conforme visto acima, Provada a impropriedade da referida aplicação, procedere-
aquele exercido pelas pessoas federativas; nascem com mos a uma diferenciação que não deixa margem para dúvidas:
elas. Já o poder de polícia delegado é aquele outorgado às
pessoas administrativas do Estado, integrantes da chamada Polícia Administrativa X Polícia Judiciária
Administração Indireta. Cabe ressaltar que a doutrina, em Atua sobre bens, direitos e X Atua sobre pessoas.
sua maioria, não admite a delegação do poder de polícia atividades.
a pessoas da iniciativa privada, ainda que prestadores de Direito Administrativo. X Direito Penal/Proces­
serviços de titularidade do Estado, porque o poder de im- sual68.
pério é próprio e privativo do Poder Público. Nesse sentido, Inicia e encerra sua atividade X Inicia na Administração
temos o disposto no art. 4º, III, da Lei nº 11.079, que regula na Administração. e prepara a atuação dos
as denominadas parcerias público-privadas: órgãos jurisdicionais.
Ex.: qualquer setor onde as É privativa de corporações
Art. 4º Na contratação de parceria público-privada normas de polícia se fazem especializadas (Polícia Civil
serão observadas as seguintes diretrizes: sentir: Polícia de trânsito, Po- e Militar).
[...] lícia sanitária, Polícia de pesca,
III – indelegabilidade das funções de regulação, juris- até a própria Polícia Militar.
dicional, do exercício do poder de polícia e de outras
atividades exclusivas do Estado. 37

Abrangência do Poder de Polícia


O que autoriza o Poder Público a condicionar ou res- O seu âmbito de incidência é amplo. Pode‑se dizer que
tringir o exercício de direitos e a atividade dos parti­culares onde houver relevante interesse da coletividade, ou até
é a supremacia do interesse público sobre o interesse mesmo do Poder Público, há de haver o poder de polícia
particular; eis a sua finalidade (razão) e o seu fundamento. para dar provimento a tais interesses. Ocorre, por exem-
A finalidade do poder de polícia é o interesse coletivo e o seu plo, quando atuar sobre o direito da livre manifestação do
fundamento está na supremacia geral que o Estado exerce pensamento, na intervenção da propriedade, no combate
em seu território sobre todas as pessoas, bens e atividades, ao abuso do poder econômico, a esta ou aquela liberdade,
supremacia que se revela nos mandamentos constitucionais entre outros.
e nas normas de ordem pública, que a cada passo opõem
Limites do Poder de Polícia
condicionamentos e restrições aos direitos individuais em O exercício do poder de polícia encontra limites no pró-
favor da coletividade, incumbindo ao Poder Público o seu prio princípio da legalidade, uma vez que o setor encarregado
policiamento administrativo. de exercer o poder deve ter regulamentação legal, embora
os atos materiais e administrativos em sua maioria guardem
Polícia Administrativa X Polícia Judiciária boa dose de discricionariedade.
O poder de polícia pode ser exercido de duas formas Outro aspecto, no que concerne aos limites do poder de
distintas: a polícia administrativa e a polícia judiciária. Antes polícia, diz respeito aos requisitos de validade: competência,
de traçar as diferenças entre cada um desses setores, cabe forma e finalidade, que são requisitos vinculados em todos os
ressaltar que ambos se enquadram no âmbito da função atos administrativos e surgem como limites para o exercício
administrativa, ou seja, representam atividades de gestão do poder de polícia. Quanto aos requisitos que podem ser
de interesses públicos. discricionários, motivo e objeto, deverão sempre atender ao
A polícia administrativa é atividade da Administração princípio da proporcionalidade dos meios empregados, ou
que se exaure em si mesma, ou seja, inicia e se completa no seja, adequação e necessidade entre a restrição imposta e o
âmbito da função administrativa, e é executada por órgãos benefício coletivo que será colhido com tal medida.
administrativos de caráter mais fiscalizador. O mesmo não Alguns doutrinadores costumam indicar regras a serem
ocorre com a polícia judiciária, que, embora seja atividade observadas pela polícia administrativa, com o fim de não
administrativa, prepara a atuação da função jurisdicional e eliminar os direitos individuais:
Noções de Direito Administrativo

é executada por órgãos de segurança.


Alguns doutrinadores tentam atribuir como traço mar- Necessidade O poder de polícia só deve ser adotado
cante para a polícia administrativa atuar preventivamente e para evitar ameaças reais ou prováveis
para a polícia judiciária agir repressivamente. Essa afirmação, de perturbação ao interesse público.
entretanto, não é absoluta, pois as duas podem agir das Proporcionalidade É a exigência de uma relação entre
duas formas. a limitação ao direito individual e o
prejuízo a ser evitado.
Senão vejamos:
A polícia administrativa age preventivamente, quando, Eficácia A medida deve ser adequada para
por exemplo, visita um estabelecimento comercial e orienta impedir o dano ao interesse público.
os comerciantes quanto à proibição de expor à venda produ-
É por isso que os meios diretos de coação só devem ser
tos impróprios para o consumo, mas na maioria das vezes a
utilizados quando não houver outro meio eficaz para alcançar
vemos agindo repressivamente, geralmente motivada por
denúncia, pois quando chega ao estabelecimento já se depa- Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
37
ra com mercadorias sendo vendidas sem a higiene adequada, Administrativa/2010/Questão 30.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
30 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
o mesmo objetivo; se forem desproporcionais ou excessivos Meios de Atuação
deverão ser invalidados. No exercício do poder de polícia, a Administração age,
preventivamente, não só por meio de ordens e proibições,
Atributos do Poder de Polícia mas, sobretudo, por meio de normas limitadoras e sancio-
O poder de polícia possui três atributos específicos e nadoras da conduta daqueles que utilizam bens ou exercem
inerentes ao seu exercício: atividades que possam afetar a coletividade, estabelecendo
as denominadas limitações administrativas (obrigação de
Discricionariedade fazer, de não fazer, deixar fazer; suportar).
No poder de polícia, a discricionariedade traduz‑se na Para tanto, o  Poder Público edita leis e os órgãos
opção legítima que a Administração Pública tem de escolher executivos expedem regulamentos e instruções fixando
o melhor momento para agir, o meio de atuação necessário e as condições e requisitos para o uso da propriedade e o
a sanção que mais se enquadra para atingir o fim colimado. exercício das atividades que devam ser policiadas. Após as
Cabe ressaltar que o ato de polícia é, em princípio,
verificações necessárias, é outorgado o respectivo alvará de
discricionário, mas passará a ser vinculado se a norma
licença ou autorização.
legal que o rege estabelecer o modo e a forma de sua
rea­lização38. Nesse caso, a autoridade só poderá praticá-lo Os alvarás de licença ou autorização são denominados
validamente atendendo a todas as exigências da lei ou do na doutrina de atos de consentimento da Administração
regulamento pertinente. Não se confunde discricionarie- (atos concretos), ou seja, representam a resposta positiva
dade com arbitrariedade. Discricionariedade é liberdade da Administração Pública aos pedidos formulados pelos
de agir dentro dos limites legais; arbitrariedade é ação indivíduos que tenham interesse em exercer determinada
fora ou excedente da lei, com abuso ou desvio de poder atividade que dependa do referido consentimento para ser
(desvio de finalidade). considerada legítima.
Convém, entretanto, estabelecermos a diferença entre
Autoexecutorie­dade alvará de licença e alvará de autorização.
É prerrogativa que tem a Administração Pública de exe- O alvará de licença é ato vinculado e, como regra, defi-
cutar o ato, por seus meios próprios, sem a necessidade de nitivo. Consubstancia um direito subjetivo do requerente e
intervenção do Poder Judiciário. Com efeito, no uso desse deve ser expedido desde que satisfeitas todas as exigências
poder, a Administração impõe diretamente as medidas ou estabelecidas nas normas. Só pode ser anulado por ilegalida-
sanções de polícia administrativa necessárias à contenção de na sua expedição; revogado por interesse público super-
antissocial que ela visa impedir39. Se o particular se sentir veniente, devidamente justificado e mediante indenização
prejudicado em seus direitos, poderá reclamar, pela via caso já iniciadas as obras; ou cassado por descumprimento
adequada, ao Judiciário, que intervirá oportunamente para das normas legais na sua execução. Como exemplo, temos
a correção de eventual ilegalidade administrativa ou fixação o alvará para construção; satisfeitas as normas edilícias,
da indenização que for cabível. A autoexecutoriedade auto- necessariamente deve ser expedido.
riza a prática do ato de polícia administrativa pela própria Já o alvará de autorização constitui ato discricionário e
administração, independentemente de mandado judicial. precário. A Administração o concede por liberalidade e desde
A multa de trânsito é uma exceção à regra da autoexecu- que não haja impedimento legal para a sua expedição. Por
toriedade. Para ser executada, deverá aguardar o prazo para sua vez, pode ser revogado a qualquer momento e sem in-
a defesa de quem foi multado, e sua execução só poderá ser denização. Como exemplo, temos o uso de um bem público,
efetivada pela via judicial.
a autorização para compra de arma de fogo e também para
Coercibilidade o seu porte. (Art. 4º e 10 da Lei nº 10.826/2003).
Implica a imposição coativa das medidas ou decisões Além dos atos normativos e dos atos concretos (atos
adotadas pela Administração ao administrado, admitindo o de consentimento), a  Administração pode manifestar-se
emprego da força – se houver oposição do infrator – dentro por meio de atos de fiscalização. De nada adiantaria a ela
dos limites da legalidade. poder impor restrições aos indivíduos se não dispusesse de
Não existe ato de polícia facultativo para o particular, mecanismos necessários à fiscalização de suas condutas.
todos eles admitem a coerção estatal para torná-los efetivos, Essa fiscalização restringe-se à verificação da normalidade
e essa coerção também independe de autorização judicial. do uso do bem público ou da atividade policiada, ou seja,
É a própria Administração que determina e faz executar se a sua utilização ou realização condiz com estabelecido
as medidas de força necessárias para a execução do ato ou no respectivo alvará. Caso se depare com irregularidade ou
aplicação da penalidade administrativa resultante do exer- infringência legal, é inevitável que o agente fiscalizador im-
cício do poder de polícia. A coercibilidade do ato de polícia ponha ao administrado alguma obrigação de fazer ou de não
justifica o emprego da força física quando houver oposição fazer ou aplique-lhe uma sanção, que deverá ser formalizada
Noções de Direito Administrativo

do infrator, mas não legaliza a violência desnecessária ou des- por meio do respectivo auto de infração constando a sanção
proporcional à resistência, que em tal caso pode caracterizar cabível para oportuna execução pela própria Administração,
o excesso de poder e o abuso de autoridade nulificadores do salvo nos casos de multa, que só poderá ser executada por
ato praticado e ensejadores das ações civis e criminais para via judicial.
reparação do dano e punição dos culpados.
Há doutrinadores que sustentam outro atributo: Sanções
Como sanções decorrentes de atos de fiscalização do
Atividade negativa – É atividade negativa no sentido de que poder de polícia, temos a multa, a  demolição de cons-
sempre impõe uma abstenção ao particular; uma obrigação trução, a  interdição de atividade, a  destruição de coisa,
de não fazer (BANDEIRA DE MELO, 2008, p.817). a  inutilização de bens privados, a  cassação de patentes,
a proibição de fabricar produtos e tudo o mais que houver
38
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/ de ser impedido em defesa da moral, da saúde e da segu-
Área Administrativa/2010/Questão 30 e FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/ rança pública, bem como da segurança nacional, ou seja,
Área Administrativa/2010/Questão 30.
39
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área em benefício do interesse coletivo,desde que estabelecidos
Administrativa/2010/Questão 30. em lei ou regulamento.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 31
Essas sanções, por ser o ato de polícia autoexecutável, Diferentemente do fato administrativo, o ato adminis-
são impostas e executadas pela própria Administração em trativo caracteriza‑se como uma manifestação unilateral da
procedimentos administrativos compatíveis com as exigên- Administração, preordenada à produção de efeitos jurídicos,
cias do interesse público. sendo o conceito mais usual o de Meirelles (2005, p. 149):
O que se requer é a legalidade da sanção e a proporcio-
nalidade à infração cometida ou ao dano que a atividade Conceito de Ato Administrativo – É a manifestação unilate-
causa à coletividade ou ao próprio Estado. ral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
Na esfera federal a Lei nº 9.873/1999 (art. 1º), estabelece qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
o prazo prescricional de cinco anos para a Administração transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
apurar infrações no exercício do poder de polícia:
obrigação aos administrados ou a si própria.
A prescrição também incide no procedimento administra-
tivo parado por mais de três anos, pendente de julgamento
ou despacho (§1º, do art. 1º, da Lei nº 9.873/1999). Quando se diz que um ato administrativo é a manifesta-
Todavia, quando o fato constituir crime, a  prescrição ção unilateral de vontade da administração, diz‑se que ela
reger-se-á pelo Código Penal (§2º, do art. 1º, da Lei nº está fazendo uso de suas prerrogativas de Poder Público,
9.873/1999). agindo com o poder de império de que dispõe em relação ao
Por fim, importante saber que o disposto nessa lei não particular. Esse ponto é o que distingue o ato administrativo
se aplica a infrações de natureza funcional nem tributária. do ato de direito privado praticado pela Administração.
(§ 5º do art. 1º da Lei nº 9.873/1999) O ato de direito privado (Civil ou Comercial) praticado
pela Administração não dá a ela a prerrogativa de superiori-
ATOS ADMINISTRATIVOS dade em relação ao particular; ela se nivela com ele, abrindo
mão de sua supremacia de poder. Ocorre, por exemplo,
Introdução quando ela emite um cheque ou assina uma escritura pública
de compra e venda, sujeitando em tudo às normas do Direito
Os atos administrativos são instrumentos por meio dos Privado, inclusive às regras que antecedem o negócio jurídico
quais se vale a Administração Pública para realizar a sua almejado, tais como a autorização legislativa, avaliação,
função executiva. É por meio de atos administrativos que licitação, entre outras. Por essa razão, a Administração não
ela se comunica com os seus administrados. pode alterar, revogar, anular, nem rescindir, unilateralmente,
O estudo do ato administrativo parte da sua inserção na os  atos de direito privado; dependerá sempre da concor-
Teoria Geral do Direito, com as distinções entre ato jurídico dância da outra parte ou da via judicial cabível, que, neste
e fato jurídico: caso, será o único privilégio que ainda lhe resta. As ações
correspondentes devem ser propostas no juízo privativo da
Fato Jurídico É um acontecimento material involuntário Administração interessada, ou seja, o foro eleito para dirimir
(pode ser ordinário: nascimento, morte, ou conflitos deverá ser sempre o da Administração.
extraordinário: caso fortuito, força maior), A prática de atos administrativos cabe normalmente
que produz efeitos no mundo jurídico. aos órgãos executivos, mas as autoridades judiciárias e as
Mesas legislativas também os praticam quando, por exem-
Ato Jurídico É uma manifestação de vontade destinada plo, ordenam seus serviços, dispõem sobre seus servidores
a produzir efeitos jurídicos. ou expedem instruções sobre matéria de sua competência
privativa; sujeitos, portanto, a toda disciplina dos atos admi-
Essa distinção é transplantada para o Direito Adminis- nistrativos praticados pela Administração Pública (requisitos,
trativo, colocando‑se, de um lado, o ato administrativo e, atributos, extinção etc.).
do outro, o fato administrativo:
Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo
Fato Administrativo É o acontecimento material da Admi-
nistração, que produz consequências Parte da doutrina emprega a expressão “elementos”;
jurídicas. No entanto, não traduz uma outra parte, prefere utilizar a expressão “requisitos”. De uma
manifestação de vontade voltada forma ou de outra, o importante é sabermos que todos são
para produção dessas consequências, pressupostos necessários para a existência e validade de
na verdade tem sentido de ativida- todo e qualquer ato administrativo.
de material no exercício da função A doutrina dominante aponta cinco elementos ou
administrativa, visando ao efeito de requisitos dos atos administrativos: competência, forma,
ordem prática, como, por exemplo, finalidade, motivo e objeto40. Porém Celso Antônio Bandeira
de Melo acrescenta outro, a causa.
Noções de Direito Administrativo

a construção de uma obra pública,


a desapropriação de bens privados,
a apreensão de mercadorias. Competência – Forma – Finalidade
Acrescente-se ainda que até fenô-
menos naturais, quando repercutem São elementos ou requisitos sempre vinculados em
na esfera administrativa, constituem qualquer ato administrativo, mesmo naqueles chamados
fatos administrativos, como é o discricionários41. Em relação a eles, a lei não oferece qual-
caso, por exemplo, de um raio que quer margem para a apreciação do Administrador, que está
destrói um bem público ou de uma preso ao seu conteúdo legal.
enchente que inutiliza equipamen- Equivalem aos requisitos de validade do ato jurídico, no
Direito Civil:
tos pertencentes ao serviço público.
Por outro lado, se o fato administra-
tivo não produz qualquer efeito jurí- Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar
40

dico no Direito Administrativo, ele é Administrativo/2010/Questão 25.


chamado de fato da Administração. Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
41

Administrativa/2010/Questão 29.

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32 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer Cabe ressaltar que o ato de delegação e a sua revogação
agente capaz, objeto lícito possível, determinado ou deverão ser publicados em meio oficial, conforme estabele-
determinável e forma prescrita ou não defesa em lei. cido no art. 14 do diploma em comento:

Motivo – Objeto Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão


ser publicados no meio oficial.
Esses requisitos podem vir predeterminados rigorosa- §  1º O ato de delegação especificará as matérias
mente na lei ou não. Quando estão, ocorre o ato vinculado. e poderes transferidos, os limites da atuação do
Quando, diferentemente, a lei confere uma margem de delegado, a duração e os objetivos da delegação e o
liberdade ao Administrador no que tange a esses elementos, recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício
estamos diante do que chamamos de ato discricionário. da atribuição delegada.
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo
Causa pela autoridade delegante.
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencio-
É a relação de adequação entre o motivo e o conteúdo nar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão
do ato, em função da finalidade. editadas pelo delegado.
Estudaremos pormenorizadamente os cinco elementos Art.  15. Será permitida, em caráter excepcional e
ou requisitos apontados pela doutrina dominante. por motivos relevantes devidamente justificados,
a avocação temporária de competência atribuída a
A Competência órgão hierarquicamente inferior.
É o poder que a lei outorga ao agente público para de- Outros exemplos de modificação de competência
sempenho de suas funções. Constitui o primeiro requisito
de validade do ato administrativo. Inicialmente, é necessário A delegação pode ser apreciada no art. 84, incisos VI,
verificar se a lei atribuiu aquela competência para o agente. XII e XXV, da Constituição Federal, conforme disposto no
Não basta que o sujeito tenha capacidade, é necessário que parágrafo único do texto constitucional.
tenha competência. A competência decorre sempre de lei.
Sendo um requisito de ordem pública, tem duas caracterís- Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
ticas básicas: é intransferível (não se transfere a outro órgão República:
por acordo entre as partes; fixada por lei deve ser rigida- [...]
mente observada) e improrrogável (não se transmuda, ou VI – dispor, mediante decreto, sobre:
seja, um órgão que não é competente não poderá vir a sê‑lo a) organização e funcionamento da administração
superveniente). Entretanto, pode haver a delegação (atribuir federal, quando não implicar aumento de despesa
a outrem uma competência tida como própria) e a avocação nem criação ou extinção de órgãos públicos;
(chamar para si competência atribuída a subordinado) de b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
competências, sendo, em regra, esses institutos resultantes vagos;
da hierarquia. Nesse sentido, a competência administrativa, [...]
sendo requisito de ordem pública, é intransferível e impror- XII – conceder indulto e comutar penas, com audi-
rogável pela vontade dos interessados. Pode, entretanto, ência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
ser delegada e avocada, desde que o permitam as normas [...]
reguladoras da Administração42. XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais,
na forma da lei;
Para Di Pietro (2008), a regra é a possibilidade de dele- Parágrafo único. O Presidente da República poderá
gação; a exceção é a impossibilidade, que só ocorre quando delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI,
se trata de competência outorgada com exclusividade a XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado,
determinado órgão. A autora cita os arts. 11, 12, 13 e 15 da ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Lei nº 9.784/1999 para corroborar sua afirmação: -Geral da União, que observarão os limites traçados
nas respectivas delegações.
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce
pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
Como o parágrafo único só menciona esses três incisos,
própria, salvo os casos de delegação e avocação
pressupõe que os demais sejam indelegáveis.
legalmente admitidos.
Outro exemplo de delegação de competência está no
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular pode-
art. 93, inciso XIV, da Constituição Federal, que assim estabelece:
rão, se não houver impedimento legal, delegar parte
Noções de Direito Administrativo

da sua competência a outros órgãos ou titulares,


ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente XIV  – os servidores receberão delegação para a
subordinados, quando for conveniente, em razão de prática de atos de administração e atos de mero
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, expediente sem caráter decisório.
jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O  disposto no caput deste artigo Também temos modificação de competência no art. 103-B,
aplica-se à delegação de competência dos órgãos § 4º, inciso III, da Constituição, que admitiu a possibilidade
colegiados aos respectivos presidentes. de avocação pelo Conselho Nacional de Justiça de proces-
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: sos disciplinares em curso instaurados contra membros do
I – a edição de atos de caráter normativo; Poder Judiciário:
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão §  4º Compete ao Conselho o controle da atuação
ou autoridade. administrativa e financeira do Poder Judiciário e
do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe
FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Administrativa/2010/Questão 29.
42 forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:

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[...] Vícios Relativos ao Sujeito
III – receber e conhecer das reclamações contra mem-
bros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra Partindo-se do pressuposto de que não basta que o
seus serviços auxiliares, serventias e órgãos presta- agente tenha capacidade e que é necessário que tenha
dores de serviços notariais e de registro que atuem competência, têm-se duas categorias de vícios: o de incom-
por delegação do poder público ou oficializados, sem petência e o de incapacidade.
prejuízo da competência disciplinar e correicional dos O vício de incompetência está previsto no art. 2º, pará-
tribunais, podendo avocar processos disciplinares em grafo único, a, da Lei nº 4.717/1965:
curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou
a aposentadoria com subsídios ou proventos propor- A incompetência fica caracterizada quando o ato
cionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções não se incluir nas atribuições legais do agente que
administrativas, assegurada ampla defesa; o praticou.

Por fim, observe o que o Decreto-Lei nº 200, de 25 de Visto que a competência vem sempre definida em lei,
fevereiro de 1967, estabelece sobre a delegação de com- será nulo o ato praticado por quem não seja detentor ou
petência: pratique o ato exorbitando o uso dessas atribuições.
Os principais vícios quanto à competência são:
Art. 11. A delegação de competência será utilizada • Usurpação de função: ocorre quando a pessoa que
como instrumento de descentralização administra- pratica o ato não foi investida no cargo, emprego ou
tiva, com o objetivo de assegurar maior rapidez e função, ou seja, ela se apossa, por conta própria,
objetividade às decisões, situando-as na proximidade do exercício das atribuições de agente público, sem
dos fatos, pessoas ou problemas a atender. ter essa qualidade. O ato é considerado inexistente.
Art.  12. É  facultado ao Presidente da República, É tipificado como crime no art. 328, CP.
aos Ministros de Estado e, em geral, às autoridades
da Administração Federal delegar competência para a Usurpação de função pública
prática de atos administrativos, conforme se dispuser Art. 328. Usurpar o exercício de função pública:
em regulamento. Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. O ato de delegação indicará com pre- Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
cisão a autoridade delegante, a autoridade delegada Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
e as atribuições objeto de delegação.
• Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o
Regulamentando os arts. 11 e 12 do Decreto-Lei nº 200, ato está irregularmente investida no cargo, emprego
de 25 de fevereiro de 1967, referente à delegação de com- ou função, mas tem toda aparência de legalidade. Um
petência, temos o Decreto nº 83.937, de 6 de setembro de exemplo claro ocorre quando um chefe substituto
1979, que assim dispõe: exerce funções além do prazo fixado.
• Excesso de poder: ocorre quando o agente ultrapassa
Art.  1º A delegação de competência prevista nos os limites de sua competência, comete um plus. Ex.:
artigos 11 e 12 do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fe- quando a autoridade policial excede no uso da força.
vereiro de 1967, terá por objetivo acelerar a decisão
dos assuntos de interesse público ou da própria O excesso de poder constitui juntamente com o desvio de
administração. poder ou desvio de finalidade espécies de abuso de poder.
Art.  2º O ato de delegação, que será expedido a Tanto o excesso de poder como o desvio de finalidade
critério da autoridade delegante, indicará a autori- podem configurar crime de abuso de autoridade (art. 4º da
dade delegada, as atribuições objeto da delegação Lei nº 4.898/1965).
e, quando for o caso, o prazo de Vigência, que, na
omissão, ter-se-á por indeterminado. Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
Parágrafo único. A  delegação de competência não [...]
envolve a perda, pelo delegante, dos corresponden- h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa
tes poderes, sendo-lhe facultado, quando entender natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou
conveniente, exercê-los mediante avocação do caso, desvio de poder ou sem competência legal.
sem prejuízo da validade da delegação.
Art. 3º A delegação poderá ser feita a autoridade não Além dos vícios de incompetência, existem os de incapa-
diretamente subordinada ao delegante. cidade, previstos no Código Civil, arts. 3º e 4º, e os previstos
Art. 4º A mudança do titular do cargo não acarreta a na Lei nº 9.784/1999, arts. 18 e 20.
Noções de Direito Administrativo

cessação da delegação.
Art.  5º Quando conveniente ao interesse da Ad- Art.  3º São absolutamente incapazes de exercer
ministração, as  competências objeto de delegação pessoalmente os atos da vida civil:
poderão ser incorporadas, em caráter permanente, I – os menores de dezesseis anos;
aos  regimentos ou normas internas dos órgãos e II – os que, por enfermidade ou deficiência mental,
entidades interessados. não tiverem o necessário discernimento para a prá-
Art. 6º O ato de delegar pressupõe a autoridade para tica desses atos;
subdelegar, ficando revogadas as disposições em III – os que, mesmo por causa transitória, não pude-
contrário constantes de decretos, regulamentos ou rem exprimir sua vontade.
atos normativos em vigor no âmbito da Administra- Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos,
ção Direta e Indireta. ou à maneira de os exercer:
Art. 7º Cabe ao Ministro Extraordinário para a Des- I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
burocratização orientar e acompanhar as medidas II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os
constantes deste Decreto, assim como dirimir as que, por deficiência mental, tenham o discernimento
dúvidas suscitadas em sua execução. reduzido;

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III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental Visando à proteção dos direitos dos administrados e
completo; ao melhor cumprimento dos fins da Administração, a Lei
IV – os pródigos. nº 9.784/1999 estabeleceu em seu art. 22:
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regu-
lada por legislação especial. Os atos do processo administrativo não dependem
de forma determinada senão quando a lei expressa-
No que se refere aos vícios de incapacidade previstos mente a exigir.
na Lei nº 9.784/1999, temos o impedimento e a suspeição.
O impedimento gera a presunção absoluta de incapaci- Se o Administrador puder escolher a forma, haverá dis-
dade, razão pela qual o agente público fica proibido de atuar cricionariedade, porém, em alguns casos, a forma escrita é
no processo, devendo obrigatoriamente comunicar o fato à particularizada e exige‑se um determinado tipo de forma
autoridade competente, sob pena de ser responsabilizado. escrita para que o ato seja válido. Ocorre, por exemplo, no
O  art.  18 da Lei prevê expressamente aqueles que estão decreto de expropriação. O decreto é uma das formas que
impedidos de atuar no processo: deve revestir o ato do Chefe do Poder Executivo que declara
a expropriação (a outra é a lei); qualquer outra forma tornará
Art. 18. É impedido de atuar em processo adminis- o ato nulo.
trativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria; Vícios Relativos à Forma
II  – tenha participado ou venha a participar como
perito, testemunha ou representante, ou se tais Como garantia do princípio da legalidade e da segurança
situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro jurídica, a forma deve ser rigorosamente respeitada. Caso
ou parente e afins até o terceiro grau; não seja observada, estaremos diante de um ato ilegal,
III – esteja litigando judicial ou administrativamente portanto nulo.
com o interessado ou respectivo cônjuge ou com- O vício de forma está previsto no art. 2º, parágrafo único,
panheiro. b, da Lei nº 4.717/1965:
Art. 19. A  autoridade ou servidor que incorrer em
impedimento deve comunicar o fato à autoridade O vício de forma consiste na omissão ou na obser-
competente, abstendo-se de atuar. vância incompleta ou irregular de formalidades indis-
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar pensáveis à existência ou seriedade do ato.
o impedimento constitui falta grave, para efeitos
disciplinares. A Finalidade
Já a suspeição gera a presunção relativa de incapacidade, O ato deve alcançar a finalidade expressa ou implicita-
razão pela qual o vício fica sanado se não for arguido pelo mente prevista na norma que atribui competência ao agente
interessado no momento oportuno. O art. 20 também dispõe para a sua prática, sendo o resultado que se busca alcançar
expressamente sobre quem poderá ser arguida a suspeição: com a prática do ato. O Administrador não pode fugir da
finalidade que a lei imprimiu ao ato, sob pena de nulidade
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade por desvio de finalidade45.
ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade Dessa forma, podemos falar em finalidade ou fim em
notória com algum dos interessados ou com os res- dois sentidos diferentes:
pectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins • Em sentido amplo: a finalidade sempre corresponde à
até o terceiro grau. consecução de um resultado de interesse público, ou
seja, o ato administrativo tem que ter sempre finali-
A Forma dade pública.
• Em sentido estrito: a finalidade é o resultado específico
É o meio pelo qual se exterioriza o ato. Em regra, que cada ato deve produzir, conforme definido na lei,
exige‑se a forma escrita para a sua prática. Excepcional- ou seja, a finalidade do ato administrativo é sempre a
mente, admitem‑se as ordens verbais, gestos, apitos, sinais que decorre explícita ou implicitamente da lei.
luminosos (como são feitos no trânsito)43.
A finalidade não se confunde com nenhum outro
A forma como requisito de existência e validade do ato
elemento. Enquanto o objeto é o efeito jurídico ime-
administrativo, se estabelecida em lei e não observada,
diato que o ato produz (adquirir, transferir, extinguir),
gera sua nulidade. Assim, sempre que a lei expressamente
a finalidade é o efeito mediato (indireto).
exigir determinada forma para que um ato administrativo
Distingue do motivo, porque este antecede a prática do
seja considerado válido, a inobservância dessa exigência
acarretará a nulidade do ato44. ato, correspondendo aos fatos, às circunstâncias, que
Noções de Direito Administrativo

A exigência da observância da forma é garantia dos ad- levaram a Administração a praticar o ato. Já a finalidade
ministrados contra a arbitrariedade e fator de estabilidade sucede a prática do ato, porque é justamente o que a
e segurança nas relações jurídicas. Nesse sentido, temos Administração quer alcançar com a sua edição.
o disposto no inciso VIII, parágrafo único, art.  2º, da Lei Tanto o motivo como a finalidade contribuem para a
nº 9.784/1999, que assim estabelece: formação de vontade da Administração que diante de
certa situação de fato ou de direito (motivo) a autori-
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão dade (sujeito competente) pratica certo ato (objeto)
observados, entre outros, os critérios de: para alcançar determinado resultado (finalidade).
[...]
VIII  – observância das formalidades essenciais à
garantia dos direitos dos administrados; Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário
45

– Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Tec-


nologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Fisioterapia,
Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatística, Analista Judiciário – Apoio
43
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto Especializado – Medicina do Trabalho, Analista Judiciário – Apoio Especializado
– I/2010/Questão 11. – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Psicologia/2010/
44
Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo – AUFC/2010/Questão 57. Questão 27.

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Vícios Relativos à Finalidade Art.  50. Os  atos administrativos deverão ser moti-
vados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
Visto que a finalidade pode ter duplo sentido (amplo jurídicos, quando:
e estrito), pode-se dizer que ocorre o desvio de finalidade I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
quando o agente pratica o ato com inobservância do interes- II  – imponham ou agravem deveres, encargos ou
se público ou com objetivo diverso daquele previsto explícita sanções;
ou implicitamente na lei. III – decidam processos administrativos de concurso
Está previsto no art. 2º, parágrafo único, e, da Lei ou seleção pública;
nº 4.717/1965: IV  – dispensem ou declarem a inexigibilidade de
processo licitatório;
O desvio de finalidade se verifica quando o agente V – decidam recursos administrativos;
pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, VI – decorram de reexame de ofício;
explícita ou implicitamente, na regra de competência.
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre
a questão ou discrepem de pareceres, laudos, pro-
A grande dificuldade com relação ao desvio de finalidade
é a sua comprovação, pois o agente não declara sua verda- postas e relatórios oficiais;
deira intenção; ele procura ocultá-la para produzir enganosa VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou
impressão de que o ato é legal. Por isso mesmo, o desvio convalidação de ato administrativo.
de finalidade comprova-se por meio de indícios, como, por
exemplo, a falta de motivo ou a discordância dos motivos A Constituição Federal também vinculou as suas decisões
com o ato praticado. à regra da motivação:

O Motivo Art. 93, IX, da CF: Todos os julgamentos dos órgãos


do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
São as razões de fato e de direito que levam à prática todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo
do ato. Pressuposto de fato corresponde ao conjunto de a lei limitar a presença, em determinados atos,
circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam às próprias partes e a seus advogados, ou somente
a Administração a praticar o ato; o pressuposto de direito a estes, em casos nos quais a preservação do direito
é o dispositivo legal em que se baseia o ato. Em alguns à intimidade do interessado no sigilo não prejudique
casos, esses motivos já estão traçados na lei, sem margem o interesse público à informação;
de liberdade para o Administrador. Nesses casos, temos o
motivo vinculado. Em outros, a lei permite ao Administra- Art. 93, X, da CF: As decisões administrativas dos tri-
dor certa margem de liberdade, sendo assim seu motivo é bunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
discricionário.
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta
Adquire relevância o aspecto de vinculação aos motivos
a partir da presunção de legitimidade, em que o particular de seus membros;
interessado em invalidar o ato é que tem o ônus de provar
a sua ilegalidade. É justamente a partir da demonstração da Entretanto, sabemos que em determinados casos a mo-
inexistência dos motivos declinados para a prática do ato tivação pode ser dispensada (art. 37, II, da CF, por exemplo),
que se poderá conseguir a sua invalidação. restando então como exceções a esse princípio quando a lei
A efetiva existência do motivo é sempre um requisito assim a dispensar ou quando a natureza do ato for com ela
para a validade do ato. Se o Administrador invoca deter- incompatível.
minados motivos, a validade do ato fica subordinada à
efetiva existência desses motivos invocados para a sua Art.  37. A  administração pública direta e indireta
prática. É a teoria dos motivos determinantes46. Em outras de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
palavras, se a Administração motiva o ato mesmo que a do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
lei não exija sua motivação, ele só será válido se os motivos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
forem verdadeiros. publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Ressalte-se que motivo não se confunde com motivação. [...]
O motivo é um fato, um dado real e objetivo que autoriza ou II  – a investidura em cargo ou emprego público
impõe a prática do ato. de­pende de aprovação prévia em concurso público
Já a motivação é a exposição dos motivos, ou seja, é a
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
demonstração, por escrito, de que os pressupostos de fato
realmente existiram. O ato sem motivo é nulo; o ato sem natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
motivação só será nulo se está for obrigatória. forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
Noções de Direito Administrativo

A Lei nº 9.784/1999, elevando a motivação à categoria cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação
de princípio a ser obedecido pela Administração Pública e exoneração;
(art. 2º), tornou-a obrigatória:
Vícios Relativos ao Motivo
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, mo- Para o ato administrativo, a inexistência de um motivo
tivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralida- atribuível à Administração ao cuidar do interesse público
de, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, configura vício insanável, pela inexistência exatamente de
interesse público e eficiência. interesse público que determine sua finalidade. Para alguns
doutrinadores, como Di Pietro (2008), além da hipótese de
E ainda foi mais além, determinou, em seu art. 50, quais inexistência, existe a falsidade do motivo, que da mesma for-
os atos administrativos que devem ser motivados. ma torna o ato nulo. A autora cita como exemplo o seguinte
caso: se a Administração pune um funcionário (servidor), mas
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
46
este não praticou qualquer infração, o motivo é inexistente,
– I/2010/Questão 11. porém, se ele praticou infração diversa, o motivo é falso.

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36 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O vício relativo ao motivo está previsto no art. 2º, pará- O conceito acima não abrange todas as hipóteses possí-
grafo único, d, da Lei nº 4.717/1965: veis, pois, como visto acima, o objeto do ato administrativo
corresponde ao do ato jurídico. Assim, haverá vício quando
A inexistência dos motivos se verifica quando a ma- a declaração sobre o objeto for ilícita ou imoral, impossível,
téria de fato ou de direito, em que se fundamenta o indeterminada ou indeterminável.
ato, é materialmente inexistente ou juridicamente Obs.: Motivo e Objeto, nos chamados atos discricionários,
inadequada ao resultado obtido. caracterizam o que denominamos de Mérito Administrativo.

O Objeto Mérito Administrativo


É o conteúdo do ato, ou seja, é o que ele prescreve ou dis- Corresponde à esfera de discricionariedade reservada
põe. Nota-se que, neste requisito, a Administração manifesta ao Administrador, ou seja, o mérito administrativo parte da
seu poder e sua vontade ou atesta simplesmente situações análise da valoração dos motivos e da escolha do objeto,
preexistentes. Ele só existe quando produz efeito jurídico, quando a Administração encontra-se devidamente autori-
ou seja, quando em decorrência dele, nasce, extingue-se, zada a decidir sobre a conveniência e a oportunidade do
transforma-se um determinado direito. No chamado ato ato administrativo.
vin­culado, o objeto já está predeterminado na lei (ex.: apo- Não pode o Poder Judiciário pretender substituir a dis-
sentadoria do servidor). Nos chamados atos discricionários, cricionariedade do administrador pela discricionariedade
há uma margem de liberdade do Administrador para pre- do Juiz, pois a ele é vedado adentrar nesta área. Pode, no
encher o conteúdo do ato (ex.: desapropriação – cabe ao entanto, examinar os motivos invocados pelo Administrador
Administrador escolher o bem, de acordo com os interesses para verificar se eles efetivamente existem. Ao Poder Judici-
da Administração), por isso, o objeto pode ser discricionário. ário somente é facultado discutir a respeito da competência,
Considerando-se constituir o ato administrativo em espé- da finalidade e da forma.
cie do gênero ato jurídico, seu objeto também deve ser lícito
(conforme a lei e a moral), possível (realizável no mundo dos O Silêncio no Direito Administrativo e seus Efeitos
fatos e do direito), determinado (quando o ato enuncia seu
objeto de modo certo, definindo, por exemplo, seus destina- No direito privado, a aplicação normativa sobre o silêncio
tários, seus efeitos etc.) ou pelo menos determinável (quando encontra solução no art. 111 do Código Civil. De acordo com
adotar algum critério a ser observado subsequentemente, esse dispositivo, o silêncio, como regra, importa consen-
por exemplo: uma condição). timento tácito, considerando os usos ou as circunstâncias
O objeto do ato administrativo, como no direito privado, normais. Só não valerá como anuência se a lei declarar
também pode ser natural ou acidental. O objeto natural é indispensável a manifestação expressa.
o efeito que o ato produz, sem necessidade de expressa
menção. Ele decorre da própria natureza do ato, tal como Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as
definido na lei. circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for
Já o objeto acidental é o efeito jurídico que o ato produz necessária a declaração de vontade expressa.
em decorrência de cláusulas acessórias apostas ao ato pelo
sujeito que o pratica, trazendo alguma alteração no objeto No Direito Administrativo, o silêncio administrativo não
natural. Refere-se ao termo, ao encargo ou modo e à condição: constitui ato administrativo, eis que inexiste manifestação
• Pelo termo, indica-se o dia em que inicia ou termina a formal de vontade. É sim mero fato administrativo, o que não
eficácia do ato. impede a produção de efeitos no mundo jurídico.
• O modo ou encargo é um ônus imposto ao destinatário Nesse sentido, é  o ensinamento de Meirelles (2005,
do ato. p. 114):
• A condição é a cláusula que subordina a eficácia do ato
a evento futuro e incerto. Pode ser suspensiva (quan- A omissão da Administração pode representar apro-
do suspende o início da eficácia do ato) ou resolutiva vação ou rejeição da pretensão do administrado, tudo
(quando verificada, faz cessar a produção de efeitos dependendo do que dispuser a norma pertinente.
jurídicos do ato).
Ocorre que a Administração pode ser omissa e não fazer
Vícios Relativos ao Objeto qualquer referência sobre o efeito que produza tal silêncio.
Cumpre então distinguir, de um lado, a hipótese em que a
São nulos os atos administrativos de conteúdo ou objeto lei aponta a consequência da omissão e, de outro, aquela
Noções de Direito Administrativo

ilícito, não sendo possível, portanto, sua convalidação47. em que a lei não aponta quais os efeitos que decorrem de
A ilicitude do objeto se configura quando ele está em sua omissão.
desacordo com as normas jurídicas pertinentes ou então No primeiro caso, a lei pode indicar dois efeitos:
quando não corresponde ao interesse público que motivou • o silêncio importa manifestação positiva (anuência
a declaração de vontade, motivo este que, se ilícito ou ine- tácita); ou
xistente, comunicará o defeito à finalidade. • o silêncio importa manifestação negativa (denegatória).
O vício relativo ao objeto está previsto no art. 2º, pará-
grafo único, c, da Lei nº 4.717/1965: Quando o efeito retrata manifestação positiva, conside-
ra‑se que a Administração pretendeu emitir vontade com
A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado caráter de anuência, de modo que o interessado decerto terá
do ato importa em violação de lei, regulamento ou sua pretensão satisfeita. Por outro lado, quando a Adminis-
outro ato normativo. tração emite manifestação com efeito denegatório, deve‑se
entender que ela contrariou o interesse do administrado,
o que o habilita a postular a invalidação do ato, se julgar que
Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto – II/2010/Questão 63.
47 tem vício de legalidade.

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No segundo caso, é o mais comum, a omissão pode É a possibilidade que tem a Administração de, por seus
ocorrer também de duas maneiras: próprios meios, exigir o cumprimento das obrigações im-
• com a ausência de manifestação volitiva no prazo postas aos administrados, independentemente de ordem
fixado na lei; ou judicial.
• com a demora excessiva na prática do ato quando a lei Não se confunde executoriedade com exigibilidade, pois
não estabeleceu prazo (considera‑se excessiva aquela aquela é a possibilidade de exigir o cumprimento do ato,
que foge dos padrões de razoabilidade). independentemente da via judicial, enquanto exigibilidade
pode ser feita por Ação Judicial ou não.
Nas duas situações o interessado faz jus a uma definição Nos atos em que se vai envolver o patrimônio do admi-
por parte da Administração, valendo‑se, inclusive, do direito nistrado (cobrança de uma multa, por exemplo), a Adminis-
de petição (art. 5º, XXXIV, da CF). tração tem de se utilizar da via judicial, não podendo utilizar
a força pública pelos seus próprios meios.
XXXIV – são a todos assegurados, independentemen- Só é possível a autoexecutoriedade quando permitida por
te do pagamento de taxas: lei ou para atender situações urgentes, como, por exemplo,
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em a interdição de um prédio que ameaça desabar, entretanto,
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso o administrado não fica impossibilitado de recorrer ao Poder
de poder. Judiciário para se insurgir contra o uso da autoexecutorieda-
de. É possível, inclusive, que por meio de medidas preventi-
Decorridos o “prazo legal” e o “razoável”, caso o adminis-
vas (Mandado de Segurança Preventivo, Ações Cautelares,
trado não obtenha êxito na via administrativa, não restará
alternativa senão recorrer à via judicial adequada (mandado Antecipação de Tutela) venha o executado evitar que se
de segurança, mandado de injunção etc.). realize a autoexecutoriedade ou até mesmo após a prática
Por fim, cabe ressaltar que, dependendo da natureza do ato, o administrado pode ingressar em juízo pedindo a
do silêncio ou omissão, o administrador omisso poderá ser reconstituição do estado anterior, se for possível, inclusive,
responsabilizado administrativa, civil e penalmente. as indenizações cabíveis.
Este requisito normalmente é verificável nos atos ad-
Atributos e/ou Privilégios dos Atos ministrativos decorrentes do poder de polícia, nos quais
Administrativos a Administração impõe coercitivamente seu cumprimento
independentemente de mandado judicial (interdição de
A palavra atributo significa qualidade própria, que, neste atividades, inutilização de gêneros alimentícios).
caso, são aquelas outorgadas pelo ordenamento jurídico ao
ato administrativo, como decorrência do princípio da supre- Imperatividade
macia do interesse público sobre o privado.
Essas qualidades não se apresentam em todos os atos É o atributo pelo qual os atos administrativos se im-
administrativos, mas somente naqueles regidos pelo Direito põem a terceiros, independentemente de sua concordân-
Público e que tenham por finalidade condicionar ou restringir cia50. É uma consequência da ascendência da Administração
a situação jurídica dos administrados ou impor obrigações. Pública sobre o particular, justificada pelo interesse público.
É o denominado poder extroverso da Administração, porém
Presunção de Legitimidade não existe em todos os atos administrativos, mas somente
naqueles que impõem uma obrigação ao administrado,
A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade como, por exemplo, os que decorrem do poder de polícia,
do ato com a lei. Decorre do princípio da legalidade, sendo, do poder hierárquico, e os que regulam condutas gerais
portanto, legais e verdadeiros os fatos alegados (presunção e abstratas. Nos atos enunciativos (certidões, atestados,
de veracidade). Essa presunção, porém, é relativa (juris tan- pareceres) e nos que conferem direitos aos administrados
tum), pois cabe prova em contrário. É a inversão do ônus da (licença, autorização, permissão) a imperatividade não existe.
prova, cabendo ao particular demonstrar tal irregularidade. A imperatividade autoriza a produção imediata de seus
Ex.: Execução de Dívida Ativa – cabe ao particular o ônus de efeitos até a declaração de possível invalidade, tornando
provar que não deve ou que o valor está errado. obrigatória a sua observância pelo particular.
Presume-se que os atos administrativos são legítimos, visan-
do assegurar a eficiência e a segurança nas atividades do Poder Exigibilidade
Público, autorizando a execução imediata ou operatividade dos
atos administrativos, ainda que haja arguição de vício. É a possibilidade de a Administração, coercitivamente,
Em todo e qualquer ato administrativo pode-se observar
exigir o cumprimento da obrigação imposta ao administrado,
a presença da presunção de legitimidade48.
utilizando‑se de meios indiretos, como, por exemplo, a multa,
Noções de Direito Administrativo

A presunção de legitimidade é conferida ao ato até o


momento em que for declarada sua nulidade. para induzir o acatamento dos seus atos.
Não obstante os atos administrativos gozarem desta A exigibilidade permite que a Administração Pública
presunção, faz-se necessário que a Administração motive objetive o cumprimento efetivo da obrigação por ela esta-
(indicação dos pressupostos de fato e de direito que ense- belecida, socorrendo-se ou não da interferência do Poder
jaram a prática do ato) sempre o ato, para fins de controle Judiciário.
de legalidade. As determinações para que o particular construa muro no
alinhamento da rua, apare árvores cujos galhos ameaçam a
Autoexe­cutoriedade segurança da rede elétrica ou a dissolução de passeatas com
o fim de resguardar o interesse da coletividade são exemplos
É atributo do ato administrativo, entre outros, a de atos que possuem esse atributo. Nesses casos, a Admi-
autoexecutoriedade49. nistração não necessita da participação do Poder Judiciário
para seu cumprimento.
48
FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/Procurador do Estado de 3ª
Classe/2010/Questão 19. Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-RS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/
50
49
FCC/TRE-Acre/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010/Questão 57. Analista Judiciário/Área Administrativa/2010/Questão 48.

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38 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Outras vezes, contudo, a  Administração deve trilhar Art.  36. Remoção é o deslocamento do servidor,
procedimento previamente estabelecido na lei, que exige a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro,
o trânsito pelo Judiciário. É o caso de um tributo que não com ou sem mudança de sede.
pago pelo administrado exige que a Administração promova Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo,
a competente execução fiscal. entende-se por modalidades de remoção:
I – de ofício, no interesse da Administração.
Tipicidade
• quando a lei é omissa: por não ser possível prever
É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corres-
todas as situações supervenientes no momento de sua
ponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas
promulgação, a autoridade deverá decidir de acordo
a produzir determinados resultados, ou seja, para cada
finalidade que a Administração pretende alcançar existe um com princípios extraídos do ordenamento jurídico.
ato definido em lei. • quando a lei prevê determinada competência, mas
Conforme ensina Di Pietro (2008), esse atributo repre- não estabelece a conduta a ser adotada: ocorre, por
senta uma garantia para o administrado, pois impede que exemplo, no âmbito do poder de polícia onde a razoa-
a Administração pratique atos dotados de imperatividade e bilidade e a proporcionalidade devem ser observadas
executoriedade, vinculando unilateralmente o particular sem na aplicação das sanções.
que haja previsão legal, e também fica afastada a possibili-
dade de ser praticado ato totalmente discricionário, pois a Por ser muito amplo o âmbito de incidência da discri-
lei, ao prever o ato, já define os limites em que a discricio- cionariedade, cumpre, pois, analisarmos onde é possível
nariedade poderá ser exercida. localizá-la.
O primeiro aspecto a ser observado concerne ao mo-
Discricionariedade e Vinculação mento da prática do ato: se a lei nada estabelece a respeito,
a Administração escolhe o momento que lhe pareça mais
A discricionariedade e vinculação com que são expedi- adequado para atingir a consecução de determinado fim.
dos os atos administrativos estão relacionadas diretamente Como nem sempre é possível para o legislador fixar um
com os poderes de que dispõe a Administração Pública para momento preciso para a prática do ato, normalmente ele
praticá-los.
estabelece um prazo para que a Administração adote deter-
Para o desempenho de suas funções, a Administração
minadas decisões, com ou sem sanções para o caso de seu
dispõe de poderes para a prática de seus atos que lhe asse-
guram posição de supremacia sobre o particular e sem os descumprimento. Ocorre, por exemplo, com o prazo de 15
quais não conseguiria atingir os seus fins. Esses poderes, no dias de que dispõe o Executivo para vetar ou sancionar um
Estado Democrático de Direito como o nosso, têm como pos- projeto de lei aprovado pelo Legislativo; decorrido o prazo,
tulado básico o princípio da legalidade, sendo limitados pela o silêncio do Executivo implica sua sanção (art. 66 da CF).
lei, sob pena de ilegalidade por abusos ou arbitrariedades.
No entanto, esse regramento pode atingir os vários Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação
aspectos de uma atividade determinada. Nesse caso, o po- enviará o projeto de lei ao Presidente da República,
der da Administração é vinculado, porque a lei não deixou que, aquiescendo, o sancionará.
opções para a prática do ato, estabelecendo que diante de § 1º Se o Presidente da República considerar o proje-
determinados requisitos a Administração deve agir de tal to, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário
ou qual forma. ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente,
Em outras hipóteses, o regramento não atinge todos os no prazo de quinze dias úteis, contados da data do
aspectos da atuação administrativa; a lei deixa certa margem recebimento, e  comunicará, dentro de quarenta
de liberdade de decisão diante do caso concreto, de tal e oito horas, ao  Presidente do Senado Federal os
modo que a autoridade poderá optar por uma dentre várias motivos do veto.
soluções possíveis, todas válidas perante o direito. Nesses § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral
casos, o poder da Administração é tido como discricionário;
de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
a adoção de uma ou outra solução é feita segundo critérios
de oportunidade, conveniência, justiça, equidade, próprios § 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
da autoridade, pois não foram definidos pelo legislador. Presidente da República importará sanção.
Mesmo aí, entretanto, o  poder de ação administrativa,
embora discricionário, não é totalmente livre, porque sob Outro aspecto a ser considerado diz respeito à escolha
alguns aspectos a lei impõe limitações51. entre agir e não agir. Se diante de certa situação a Admi-
Noções de Direito Administrativo

nistração está obrigada a adotar determinada providência,


Fonte e Âmbito de Aplicação da Discricionariedade a atuação é vinculada; se ela tem possibilidade de escolher
entre atuar ou não, existe a discricionariedade. Como
A fonte da discricionariedade é a própria lei. A discricio- exemplo de atuação vinculada, temos que a Administração
nariedade só existe nos espaços deixados pela lei. Normal- é obrigada a apurar e punir ilícitos administrativos, sob pena
mente ocorre: de condescendência criminosa (art. 320 do Código Penal).
• de forma expressa: quando a lei confere à Adminis-
tração o seu uso. Como exemplo, temos a remoção ex Condescendência criminosa
officio (de ofício). O servidor é removido pela Adminis- Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de
tração e no interesse dela, para atender à conveniência responsabilizar subordinado que cometeu infração no
do serviço (art. 36, I, da Lei nº 8.112/1990). exercício do cargo ou, quando lhe falte competência,
não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente:
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto – II/
51

2010/Questão 63. Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

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Referindo-se aos elementos ou requisitos dos atos Atos Externos
admi­nistrativos, a discricionariedade abrange tão somente São todos aqueles que alcançam os administrados,
o motivo e o objeto. A competência, a forma e a finalidade os contratantes e, em certos casos, os próprios servidores,
são sempre vinculadas, até mesmo nos atos discricionários. provendo sobre seus direitos, obrigações, negócios ou condu-
A partir da ideia de que certos atos administrativos são ta perante a Administração. Tais atos, pela sua destinação, só
sempre vinculados (competência, forma, finalidade), afirma- entram em vigor ou execução depois de divulgados pelo ór-
-se que não existe ato administrativo inteiramente discricio- gão oficial, dado o interesse do público no seu conhecimento.
nário. É também por isso que se diz que o ato vinculado é
Quanto aos Destinatários
analisado sob o aspecto da legalidade (de acordo com a lei)
e que o ato discricionário pode ser analisado sob os aspectos
Atos Gerais
da legalidade e do mérito (conveniência e oportunidade Destinam‑se a pessoas indeterminadas, atingindo todos
diante do interesse público a atingir). aqueles que estiverem em uma determinada situa­ção. É o
caso do regulamento que estabelece normas para todos que
Limites da Discricionariedade e Controle pelo Poder estiverem no âmbito das regras ali previstas. Ex.: o edital de
Judiciário um concurso público. 

A discricionariedade também encontra limites na própria Atos Individuais


lei. O  legislador, ao definir determinado ato, intencional- Atingem uma situação determinada. Há um destinatário
mente deixa um espaço para livre decisão da Administração certo, podendo ser mais de uma pessoa (pluralidade de
Pública; legitimando previamente a sua opção, qualquer uma destinatários). Ex.: a nomeação.
delas será válida.
Como forma de fixar limites ao exercício do poder discri- Quanto ao Objeto
cionário, algumas teorias têm sido adotadas de modo a am-
pliar a possibilidade de sua apreciação pelo Poder Judiciário. Atos de Império
Uma delas é a que se refere ao abuso de poder na espécie O Poder Público atua com supremacia sobre o admi-
desvio de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder nistrado, coercitiva e unilateralmente. Ex.: atos de polícia
(interdição de atividade, apreensão de bens).
ou desvio de finalidade ocorre quando a autoridade usa do
poder discricionário para atingir fim diverso daquele que a lei Atos de Gestão
fixou. Quando isso ocorre, fica o Poder Judiciário autorizado São aqueles em que o Poder Público se coloca em
a decretar a nulidade do ato, já que a Administração fez situação de igualdade com o particular. Atos de gestão
uso indevido da discricionariedade, ao desviar-se dos fins correspondem aos atos de direito privado que a Adminis-
de interesse público definidos na lei52. tração Pública pratica. Ex.: locação de imóvel para funcionar
A outra é a teoria dos motivos determinantes. Quando repartição pública.
a Administração indica os motivos que a levaram a praticar
o ato, este somente será válido se os motivos forem verda- Atos de Expediente
deiros. Para apreciar esse aspecto, o Poder Judiciário terá São todos aqueles que se destinam a dar andamento
que examinar os motivos, ou seja, os pressupostos de fato aos processos e papéis que tramitam nas repartições pú-
e as provas de sua ocorrência, para verificar se o motivo blicas. São atos de rotina interna, sem caráter vinculante e
realmente existiu. Se não existiu ou se não for verdadeiro, sem forma especial, geralmente, praticados por servidores
anulará o ato. subalternos, sem competência decisória.
O controle feito pelo Poder Judiciário ganha fundamental
importância após a distinção entre atos discricionários e Quanto ao Regramento
atos vinculados.
Atos Vinculados
Nos atos vinculados, não existe restrição quanto aos
São aqueles que possuem todos os seus requisitos
elementos que sofrem o chamado controle de legalidade, pré‑determinados na lei, não oferecendo margem de esco-
visto que todos devem estar de acordo com a lei. lha para apreciação do administrador53. Cabe a este somente
Com relação aos atos discricionários, o  controle de verificar se esses requisitos estão em conformidade com a
legalidade é possível, mas terá que respeitar a discriciona- lei. Se estiverem, o administrador estará obrigado a praticar
riedade administrativa nos limites em que ela é assegurada o ato. Se faltar qualquer deles, o administrador não poderá
pela lei, ou seja, o Judiciário só pode apreciar os aspectos praticar o ato. Ex.: aposentadoria do servidor, nomea­ção de
da legalidade e verificar se a Administração não ultrapassou cargo efetivo. 
Noções de Direito Administrativo

os limites da discricionariedade.
Atos Discricionários
Classificação dos Atos Administrativos Existem dois requisitos (motivo e objeto) em que a
lei oferece, na prática do ato, uma margem de opção ao
Quanto ao Alcance administrador, que irá fazer sua escolha de acordo com
as razões de conveniên­cia e oportunidade, mas sempre
Atos Internos visando ao interesse público54.
São os destinados a produzir efeitos no recesso das
repartições administrativas, e por isso mesmo incidem, Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-Acre/Técnico Judiciário/Área Adminis-
53

trativa/2010/Questão 56.
normalmente, sobre os órgãos e agentes da Administração Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário
54

que os expediram. – Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Tec-
nologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Fisioterapia,
Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatística, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Medicina do Trabalho, Analista Judiciário – Apoio Especializado
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
52
– Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Psicologia/2010/
– II/2010/Questão 63. Questão 27.

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40 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Quanto à Eficácia Ato Consumado
É o que produziu todos os seus efeitos, tornando‑se, por
Ato Válido isso mesmo, irretratável ou imodificável por lhe faltar objeto.
É o que provém de autoridade competente para prati-
cá‑lo e contém todos os requisitos necessários à sua eficácia. Quanto ao Conteúdo

Ato Nulo Ato Constitutivo


É o que nasce afetado de vício insanável por ausência ou É o que cria uma situação jurídica individual para seus
defeito substancial em seus elementos constitutivos ou no destinatários, em relação à Administração. Ex.: licença, no-
procedimento formativo. Não produz qualquer efeito válido meação, sanção administrativa.
entre as partes, pela evidente razão de que não se adquire
Ato Extintivo ou Desconstitutivo
direito de ato ilegal.
É o que põe termo a situações jurídicas individuais,
como a cassação de autorização, a encampação de serviço
Ato Inexistente de utilidade pública.
É o que apenas tem aparência de manifestação regular
da Administração, mas não chega a se aperfeiçoar como ato Ato Declaratório
administrativo. É o que ocorre, por exemplo, com o “ato” É o que visa preservar direitos, reconhecer situações
praticado por um usurpador de função pública. Tais atos preexistentes ou, mesmo, possibilitar seu exercício. São
equiparam‑se, em nosso Direito, aos atos nulos, sendo, exemplos dessa espécie a apostila de títulos de nomeação,
assim, irrelevante e sem interesse prático a distinção entre a expedição de certidões e demais atos fundados em situa-
nulidade e inexistência, porque ambas conduzem ao mesmo ções jurídicas anteriores.
resultado – a invalidade – e subordinam-se às mesmas regras
de invalidação. Ato inexistente ou ato nulo é ato ilegal. Ato Alienativo
É o que opera a transferência de bens ou direitos de um
Quanto à Formação titular para outro. Ex.: venda de imóvel da Administração
para o particular.
Atos Simples
Resultam da manifestação de vontade de apenas um Ato Modificativo
único órgão, sendo ele unipessoal ou colegiado. Ex.: nomea­ É o que tem por fim alterar situa­ções preexistentes, sem
ção, exoneração, demissão de um servidor, despacho de suprimir direitos ou obrigações, como ocorre com aqueles
autoridade. que alteram horários, percursos, locais de reunião e outras
situações anteriores estabelecidas pela Administração.
Atos Complexos
Resultam da manifestação de vontade de dois ou mais Ato Abdicativo
É aquele pelo qual o titular abre mão de um direito.
órgãos, sejam singulares ou colegiados, cuja vontade soma-se
A peculiaridade desse ato é seu caráter incondicionável e
à outra para a prática de um único ato. Ex.: nomeação de
irretratável. Desde que consumado, o ato é irreversível e
Ministro do STF depende da aprovação do Senado.
imodificável, como são as renúncias de qualquer tipo.
Atos Compostos Quanto à Retratabilidade
São aqueles praticados por um órgão, mas que exigem a
aprovação de outro órgão. Um pratica o ato e o outro confir- Ato Irrevogável
ma. O ato só produz efeito depois de aprovado pelo último É aquele que se tornou insuscetível de revogação, por
órgão. Geralmente, os atos que dependem de autorização ter produzido seus efeitos ou gerado direito subjetivo para
ou homologação são compostos (um depende do outro). o beneficiário ou, ainda, por resultar de coisa julgada admi-
Ex.: nomeação de um dos indicados em lista tríplice para nistrativa. Neste último, cabe considerar que a coisa julgada
Desembargador Federal. administrativa só o é para a Administração, uma vez que não
impede a reapreciação judicial do ato.
Quanto à Exequibilidade
Ato Revogável
Ato Perfeito É aquele que a Administração, e somente ela, pode in-
É aquele que reúne todos os elementos necessários à validar, por motivos de conveniência, oportunidade. Nesses
Noções de Direito Administrativo

sua exequibilidade ou operatividade, apresentando‑se apto atos devem ser respeitados todos os efeitos já produzidos,
e disponível para produzir seus regulares efeitos. porque decorrem de manifestação válida da Administração.
A revogação só atua ex nunc. Em princípio, todo ato admi-
Ato Imperfeito nistrativo é revogável até que se torne irretratável para a
É aquele que se apresenta incompleto na sua formação Administração, quer por ter exaurido seus efeitos ou seus
ou carente de um ato complementar para tornar‑se exequí- recursos, quer por ter gerado direito subjetivo para o bene-
vel e operante. Para se tornar perfeito, necessita de um ato ficiário, interessado na sua manutenção.
complementar que o torne operativo.
Ato Suspensível
É aquele em que a Administração pode fazer cessar os
Ato Pendente seus efeitos, em determinadas circunstâncias ou por certo
É aquele que, embora perfeito, por reunir todos os tempo, embora mantendo o ato, para oportuna restauração
elementos de sua formação, não produz seus efeitos, por de sua operatividade. Difere a suspensão da revogação,
não verificado o termo ou a condição de que depende sua porque esta retira o ato do mundo jurídico, ao passo que
exequibilidade ou operatividade. aquela susta, apenas, a sua exequibilidade.

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Quanto ao Modo de Execução Espécies de Atos Administrativos
Ato Autoexecutório Atos Normativos
É aquele que traz em si a possibilidade de ser exe­cutado
pela própria Administração, independentemente de ordem São aqueles que contêm um comando geral do Exe­cutivo,
judicial. visando à correta aplicação da lei55; o objetivo imediato é
explicitar a norma legal a ser observada pela Administração
Ato não Autoexe­cutó­rio e pelos administrados; estabelecem regras gerais e abstratas
É o que depende de pronunciamento judicial para produ- de conduta; têm a mesma normatividade da lei e a ela equi-
ção de seus efeitos finais, tal como ocorre com a dívida fiscal, param-se para fins de controle judicial; quando individualizam
cuja execução é feita pelo Judiciário, quando provocado pela situações e impõem encargos específicos a administrados,
Administração interessada na sua efetivação. podem ser atacados e invalidados direta e imediatamente por
via judicial comum, ou por mandado de segurança.
Quanto ao Objetivo Visado pela Administração
Principais Atos Normativos
Ato Principal
Decretos
É o que encerra a manifestação de vontade final da
São atos administrativos da competência exclusiva dos
Administração. O ato principal pode resultar de um único Chefes do Executivo, destinados a prover situações gerais
órgão (ato simples) ou da conjugação de vontades de mais ou individuais, abstratamente previstas de modo expresso,
de um órgão (ato complexo) ou, ainda, de uma sucessão de explícito ou implícito pela legislação. Como ato adminis-
atos intermediários (procedimento administrativo). trativo, está sempre em situação inferior à lei, por isso não
pode contrariá‑la.
Ato Complementar
É o que aprova ou ratifica o ato principal, para dar‑lhe Regulamentos
exequibilidade. O ato complementar atua como requisito de São atos administrativos, postos em vigência por decreto,
operatividade do ato principal, embora este se apresente para especificar os mandamentos da lei ou prover situações
completo em sua formação desde a sua edição. ainda não disciplinadas por elas. Como ato inferior à lei, não
pode contrariá‑la ou ir além do que ela permite.
Ato Inter­mediário
É o que concorre para a formação de um ato principal e Instruções Normativas
final. Assim, em uma concorrência, são atos intermediários São atos administrativos expedidos pelos Ministros de
o edital, a habilitação e o julgamento das propostas, porque Estado para a execução das leis, decretos e regulamentos
desta sucessão é que resulta o ato principal e final objetivado (art. 87, parágrafo único, II, da CF). Podem ser utilizadas por
pela Administração, que é a adjudicação da obra ou do ser- outros órgãos superiores para o mesmo fim.
viço ao melhor proponente. O ato intermediário é sempre
autônomo em relação aos demais e ao ato final, razão pela Regimentos
São atos administrativos normativos de atuação interna
qual pode ser impugnado e invalidado isoladamente (o que
que se destinam a reger o funcionamento de órgãos co-
não ocorre com o ato complementar), no decorrer do pro-
legiados e de corporações legislativas, por esse motivo só
cedimento administrativo.
se dirigem aos que devem executar o serviço ou realizar a
atividade funcional regimentada.
Ato‑Con­dição
É todo aquele que se antepõe a outro para permitir a sua Resoluções
realização. O ato‑condição destina‑se a remover um obstá- São atos administrativos normativos expedidos pelas
culo à prática de certas atividades públicas ou particulares, altas autoridades do Executivo (exceto Presidente, pois este
para as quais se exige a satisfação prévia de determinados só pode expedir decreto) ou pelos presidentes de tribunais,
requisitos. Assim, o concurso é ato‑condição da nomeação órgãos legislativos e colegiados administrativos, para admi-
efetiva; a concorrência é ato‑condição dos contratos adminis- nistrar matéria de sua competência específica.
trativos. Como se vê, o ato‑condição é sempre um ato‑meio
para a realização de um ato‑fim. A ausência do ato‑condição Deliberações
invalida o ato final, e essa nulidade pode ser declarada pela São atos administrativos normativos ou decisórios, ema-
Noções de Direito Administrativo

própria Administração ou pelo Judiciário, porque é matéria nados de órgãos colegiados. Quando normativos, são atos
de legalidade, indissociável da prática administrativa. gerais; quando decisórios, atos individuais. Devem sempre
obediência ao regulamento e ao regimento que houver para
Ato de Jurisdição a organização e funcionamento do colegiado.
É todo aquele que contém decisão sobre matéria contro-
vertida. No âmbito da Administração, resulta, normalmente, Atos Ordinatórios
da revisão de ato do inferior pelo superior hierárquico ou
tribunal administrativo, mediante provocação do interessa- São os que visam disciplinar o funcionamento da Admi-
nistração e a conduta funcional de seus agentes; emanam
do, ou de ofício. O ato administrativo de jurisdição, embora
do poder hierárquico; só atuam no âmbito interno das
decisório, não se confunde com o ato judicial propriamente
repartições e só alcançam os servidores hierarquizados à
dito (despacho, sentença, acórdão em ação e recurso), nem chefia que os expediu56.
produz coisa julgada no sentido processual da expressão, mas
quando proferido em instância final torna‑se imodificável 55
Assunto cobrado na prova do Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de
Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010/Questão 37.
pela Administração. 56
Assunto cobrado na prova do Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de

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42 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Entre os atos ordinatórios merecem apreciação: Autorização
É o ato administrativo discricionário e precário pelo qual
Instruções o Poder Público torna possível ao pretendente a rea­lização
São ordens escritas e gerais a respeito do modo e forma de certa atividade, serviço ou utilização de determinados
de execução de determinado serviço público, expedidas bens particulares ou públicos, de seu exclusivo ou predomi-
pelo superior hierárquico com o escopo de orientar os su- nante interesse, que a lei condiciona à aquiescência prévia
balternos, no desempenho das atribuições que lhes estão da Administração, tais como o uso especial de bem público,
apresentadas e assegurar a unidade de ação no organismo o porte de arma etc.
administrativo.
Permissão
Circulares É o ato administrativo, discricionário e precário, pelo qual
São ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a o Poder Público faculta ao particular a execução de serviços
determinados funcionários incumbidos de certo serviço, de interesse coletivo, ou o uso especial de bens públicos,
ou de desempenho de certas atribuições em circunstâncias a título gratuito ou remunerado, nas condições estabelecidas
especiais. pela Administração.

Avisos Aprovação
São atos emanados dos Ministros de Estado a respeito É o ato administrativo pelo qual o Poder Público verifica a
de assuntos dedicados aos seus ministérios. legalidade e o mérito de outro ato ou de situações e realiza-
ções materiais de seus próprios órgãos, de outras entidades
Portarias ou de particulares, dependentes de seu controle, e consente
São atos administrativos internos pelos quais os chefes na sua execução ou manutenção.
de órgão, repartições ou serviços expedem determinações
gerais ou especiais a seus subordinados, ou designam ser- Admissão
vidores para função e cargos secundários. É o ato administrativo vinculado pelo qual o Poder
Público, verificando a satisfação de todos os requisitos legais
Ordens de Serviço pelo particular, defere‑lhe determinada situação jurídica de
São determinações especiais dirigidas aos responsáveis seu exclusivo ou predominante interesse, como ocorre no
por obra ou serviços públicos autorizando seu início, ou ingresso aos estabelecimentos de ensino mediante concurso
contendo imposições de caráter administrativo, ou especi- de habilitação.
ficações técnicas sobre o modo e forma de sua realização.
Visto
Ofícios É o ato pelo qual o Poder Público controla outro ato da
São comunicações escritas que as autoridades fazem própria Administração ou do administrado, aferindo sua
entre si, entre subalternos e superiores e entre Administra- legitimidade formal para dar‑lhe exequibilidade.
ção e particulares.
Homologação
Despachos É o ato de controle pelo qual a autoridade superior
Os despachos podem ser: examina a legalidade e a conveniência de ato anterior da
• Administrativos: são decisões que as autoridades própria Administração, de outra entidade, ou de particular,
executivas proferem em papéis, requerimentos e para dar‑lhe eficácia.
processos sujeitos à sua apreciação; ou
• Normativos: é aquele que, embora proferido indivi- Dispensa
dualmente, a autoridade competente determina que É o ato que exime o particular do cumprimento de deter-
se aplique aos casos idênticos, passando a vigorar minada obrigação até então exigida por lei. Ex.: a prestação
como norma interna da Administração para situa­ções do serviço militar.
análogas subsequentes.
Renúncia
Atos Negociais É o ato pelo qual o Poder Público extingue unilateral­
mente um crédito ou um direito próprio, liberando definiti-
São todos aqueles que contêm uma declaração de von- vamente a pessoa obrigada perante a Administração.
tade da Administração, apta a concretizar determinado ne-
Noções de Direito Administrativo

gócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao parti­cular, nas Protocolo Administrativo


condições impostas ou consentidas pelo Poder Público57. É o ato pelo qual o Poder Público acerta com o particular
Enquadram‑se nessa categoria os seguintes atos admi- a realização de determinado empreendimento ou atividade
nistrativos: ou a abstenção de certa conduta, no interesse recíproco da
Administração e do administrado signatário do instrumento
Licença protocolar.
É o ato administrativo vinculado e definitivo pelo qual o
Poder Público, verificando que o interessado atendeu todas Atos Enunciativos
as exigências legais, faculta‑lhe o desempenho de atividades
ou a realização de fatos materiais antes vedados ao particular. São todos aqueles em que a Administração se limita a
Ex.: o exercício de uma profissão. certificar ou atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre
determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado58.
Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010/Questão 37.
Assunto cobrado na prova do Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de
57
Assunto cobrado na prova do Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de
58

Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010/Questão 37. Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010/Questão 37.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 43
Entre os mais comuns, estão os seguintes: Revogação
Certidões
São cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou É o ato pelo qual a Administração extingue um ato admi-
fatos constantes no processo, livro ou documento que se nistrativo revestido de legitimidade, em razão de interesse
encontra nas repartições públicas; o fornecimento de certi- público, buscando o bem‑estar coletivo. Os efeitos da revo-
dões é obrigação constitucional de toda repartição pública, gação operam a partir de sua edição (ex nunc), respeitando
desde que requerida pelo interessado; devem ser expedidas os já produzidos61, conforme Súmula nº 473, 1969/STF:
no prazo improrrogável de 15 dias, contados do registro do
pedido (Lei nº 9.051/1995).
A Administração pode anular seus próprios atos,
Atestados quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
São os atos pelos quais a Administração comprova um porque deles não se originam direitos; ou revogá‑los,
fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus por motivo de conveniência ou oportunidade, respei-
órgãos competentes. tados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.
Pareceres
São manifestações de órgãos técnicos sobre assuntos A Lei nº 9.784/1999, em seu art. 53, estabelece que:
submetidos à sua consideração; tem caráter meramente
opinativo59. Podem ser: Art. 53. A Administração deve anular seus próprios
a) Normativos: é aquele que, ao ser aprovado pela atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
autoridade competente, é convertido em norma de proce- revogá‑los por motivo de conveniência ou oportuni-
dimento interno; ou dade, respeitados os direitos adquiridos.
b) Técnicos: é o que provém de órgão ou agente espe-
cializado na matéria, não podendo ser contrariado por leigo Ademais, caso a Administração revogue várias autori-
ou por superior hierárquico. zações de porte de arma, invocando como motivo o fato
de um dos autorizados ter se envolvido em brigas, referida
Apostilas revogação só será válida em relação àquele que perpetrou
São atos enunciativos ou declaratórios de uma situa­ção a situação fática geradora do resultado do ato62.
anterior criada por lei. Equivale a uma averbação. O poder de revogar, como em qualquer ato discricionário,
encontra limites; portanto, não podem ser revogados:
Atos Punitivos • atos vinculados: pois não existe margem para discri-
cionariedade nesses atos.
São os que contêm uma sanção imposta pela Adminis- • atos que exauriram seus efeitos: se o ato já exauriu
tração àqueles que infringem disposições legais, regula- seus efeitos não há que se falar em revogação, pois
mentares ou ordinatórias dos bens e serviços públicos60. ela surte efeito a partir de sua edição. Assim, não
Visam punir e reprimir infrações administrativas ou condutas
podem ser revogados atos que exauriram os seus
irregulares dos servidores ou dos particulares, perante a
Administração. Exemplos: efeitos, pois a revogação supõe ato que ainda esteja
produzindo efeitos, como ocorre na autorização para
Multa porte de armas63.
É toda imposição pecuniária a que sujeita o administrado • atos que geraram direitos adquiridos: conforme
a título de compensação do dano presumido da infração; é Súmula nº 473/STF.
de natureza objetiva e se torna devida in­dependentemente Obs.: Os atos administrativos individuais são re-
da ocorrência de culpa ou dolo do infrator. vogáveis desde que seus efeitos se revelem incon-
venientes ou contrários ao interesse público, mas
Interdição de Atividade ocorre que esses atos podem se tornar irrevogáveis
É o ato pelo qual a Administração veda a alguém a prática por circunstâncias supervenientes a sua emissão,
de atos sujeitos ao seu controle ou que incidam sobre seus quando por exemplo geram direitos subjetivos para
bens; deve ser precedida de processo regular e do respectivo os destinatários64.
auto, que possibilite defesa do interessado. • meros atos administrativos: pois seus efeitos decor-
rem de lei. Ex.: certidões, atestados, pareceres.
Destruição de Coisas • atos integrantes de procedimento administrativo:
É o ato sumário da Administração pelo qual se inutilizam pois a cada novo ato ocorre a preclusão do anterior.
Noções de Direito Administrativo

alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis


ou nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei. Anulação

Desfazimento do Ato Administrativo – Cessação É a extinção do ato administrativo por motivo de ilega-
da Eficácia lidade, feita pela Administração (autotutela) ou pelo Poder
A forma normal de extinção do ato administrativo é o 61
Assunto cobrado na prova da Cespe/Prefeitura Municipal de Boa Vista-RR/
Analista Municipal/Procurador Municipal/2010/Questão 39.
esgotamento do seu conteúdo. 62
FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Administrativa/2010/Questão 29.
No entanto, existem vários casos de extinção do ato 63
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário
administrativo, entre eles: – Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Tec-
nologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Fisioterapia,
Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatística, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Medicina do Trabalho, Analista Judiciário – Apoio Especializado
59
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Psicologia/2010/
– I/2010/Questão 11. Questão 27.
60
Assunto cobrado na prova do Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de 64
Soluções Concursos/Prefeitura Municipal de Mato Grosso-PB/Advogado/2010/
Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010/Questão 37. Questão 25.

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44 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Judiciário65, produzindo uma eficácia retroativa (ex tunc), Convalidação ou Sanatória
pois deles não se originam direitos66.
Súmula nº 346, 1963/STF: “A Admi­nistração Pública pode A convalidação é o processo de que se vale a Administra-
declarar a nulidade dos seus próprios atos.” ção para aproveitar atos administrativos que possuam vícios
A Lei nº 9.784/1999, em seu art. 53, estabelece que: sanáveis, de forma a confirmá-los no todo ou em parte68.
É a prática de um ato posterior que vai conter todos os re-
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios quisitos de validade, inclusive, aquele que não foi observado
atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode no ato anterior e determinar a sua retroatividade à data de
revogá‑los por motivo de conveniência ou oportuni- vigência do ato tido como anulável. Os efeitos passam a con-
dade, respeitados os direitos adquiridos67. tar da data do ato anterior (ex tunc); é editado um novo ato.
Normalmente as leis que tratam de direito público silen-
Aqui, a anulação não seria pelo princípio da autotutela ciam sobre o instituto da convalidação. Entretanto, indicando
e sim pelo princípio da legalidade. avanço decorrente da jurisprudência, a Lei nº 9.784/1999,
Deve‑se ressaltar que em alguns casos, quando terceiros em seu art. 55, assim se pronuncia:
de boa-fé são atingidos por atos nulos, a doutrina reconhece
a possibilidade de preservação dos seus efeitos, de forma Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acar-
a garantir a estabilidade das relações jurídicas (DI PIETRO, retarem lesão ao interesse público nem prejuí­zo a
2008). Um exemplo bastante claro é o do funcionário de fato terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis
(alguém irregularmente investido no serviço público), que poderão ser convalidados pela própria Administração.
praticou atos que tenham atingido terceiro de boa-fé. Estes
efeitos devem ser preservados. Por esse motivo, a aplicação O poder de convalidar também encontra limites, portanto
da Súmula nº  473/STF tem recebido temperamentos na não podem ser convalidados:
jurisprudência, não sendo aplicável quando for possível a • atos válidos ou inexistentes: não existe a possibilidade
convalidação ou, ainda, diante de situações consolidadas, de convalidar atos que não sejam inválidos ou que não
que não trouxeram efetiva lesão para o interesse público. existam no mundo jurídico;
Nesse sentido: • atos absolutamente nulos: não podem ser convali-
dados atos que apresentem vícios insanáveis, como,
por exemplo, o ato comprovadamente praticado com
Embora o princípio da legalidade imponha a anulação
desvio de poder ou desvio de finalidade;
dos atos viciados, as  relações jurídicas hão de ter
• atos impugnados judicial ou administrativamente: não
segurança e as situações constituídas há muito re-
é possível inovar sobre situação jurídica contestada ou
querem a manutenção do ato. Segundo Miguel Reale,
mesmo resistida;
é possível a convalidação de atos administrativos ei-
• atos que geraram direito subjetivo ao beneficiá­rio,
vados de nulidade que não firam legítimos interesses entre outros.
de terceiros ou do Estado, quando da inexistência de
dolo. É a sanatória excepcional do nulo em homena- Cassação
gem à boa-fé. Ademais, há interesse público em se
proteger a boa-fé e a confiança dos administrados, Ocorre em decorrência do descumprimento das condi-
garantindo-lhes a proteção da segurança jurídica, ções que deveriam ser atendidas pelo administrado para
que não pode ser atingida por ilações relativas a uma continuar merecedor do desfrute. Ex.: alguém obteve uma
suposta atuação de má-fé por parte do administrador. permissão para explorar um serviço público, porém des-
REO nº 1997.39.00.010815-2/PA-TRF. cumpriu uma das condições para a prestação desse serviço.

Ainda em matéria de anulação, vale também lembrar, Caducidade


a questão do prazo de que dispõe o poder público para anular
seus atos. Em regra, pelo princípio da legalidade, a anulação É a cessação dos efeitos do ato em razão de uma lei su-
pode ser feita a qualquer momento, não existe prazo, entre- perveniente, com a qual esse ato é incompatível. Ex.: reti­rada
tanto é possível que haja exceção à regra se devidamente da licença para dirigir, outorgada a menor de idade, em face
previsto em norma, foi o que fez a Lei nº 9.784/1999, em da vigência de lei que impede o menor de dirigir.
seu art. 54, que diz o seguinte:
Mera Retirada
Noções de Direito Administrativo

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis É a revogação de um ato administrativo que ainda não
para os destinatários decai em cinco anos, contados começou a produzir efeitos. Não se confunde com a revo-
da data em que foram praticados, salvo comprovada gação propriamente dita, uma vez que não existem efeitos
má-fé. a serem preservados. Ex.: Houve nomeação para cargo pú-
blico e não houve posse. É retirado do mundo jurídico o ato
65
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-Acre/Técnico Judiciário/Área de nomeação para que outro seja nomeado e tome posse.
Administrativa/2010/Questão 58 e FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário –
Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Tec-
nologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Fisioterapia, Conversão
Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatística, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Medicina do Trabalho, Analista Judiciário – Apoio Especializado
– Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Psicologia/2010/ Aproveita‑se, com outro conteúdo, o ato que inicialmen-
Questão 27. te foi considerado nulo. Ex.: Nomeação de alguém para cargo
66
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-Acre/Técnico Judiciário/Área Adminis-
trativa/2010/Questão 58.
67
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal de Contas-RO/Auditor/Substituto Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
68

de Conselheiro/2010/Questão 12. Administrativa/2010/Questão 29.

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público sem aprovação em concurso, mas poderá haver a ração com o Poder Público, o regime jurídico é híbrido,
nomeação para cargo comissionado. A conversão dá ao ato a podendo prevalecer o Direito Público ou o Direito Privado,
conotação que deveria ter tido no momento da sua criação. dependendo do que dispuser a lei71. Em ambos os casos,
Produz efeito ex tunc. a responsabilidade do Estado é objetiva (art. 37, § 6º, CF).

Contraposição ou Derrubada Elemento Material


É a retirada de um ato pelo exercício de competência O serviço público deve corresponder a uma atividade de
diversa que gerou o ato anterior, mas cujos efeitos são con- interesse público. Não basta que haja interesse público para
traposto aos daqueles. Ex.: exoneração de um servidor, que
caracterizar serviço público, é necessário que a lei atribua
aniquila os efeitos do ato de nomeação.
a atividade ao Estado, uma vez que particulares também
Renúncia podem exercer atividades de interesse geral.

Consiste na extinção dos efeitos do ato ante a rejeição Formas e Meios de Execução dos Serviços
pelo beneficiário de uma situação jurídica favorável de que Públicos
desfrutava em consequência daquele ato. Ex.: a renúncia
a um cargo de Secretário de Estado, um beneficiário de Centralização
um título honorífico (se desinteressando, a ele renuncia).
Geralmente, não investe o beneficiário no direito de ser É a prestação ou a execução dos serviços, diretamente
indenizado. pelo Estado, por meio de seus órgãos, em nome próprio e
sob sua inteira responsabilidade.
Recusa
Descentralização
Ao recusar o que o ato outorga, seu beneficiário o ex-
tingue, dado que a aceitação era elemento necessário para
que o ato pudesse produzir os efeitos para os quais estava É a transferência, por lei, da execução do serviço ou da
preordenado. A recusa não se confunde com a renúncia, pois titularidade do serviço para outra pessoa, quer de direito
na recusa rejeita o que não se possui, na renúncia, rejeita público ou de direito privado. São meios de descentralização:
o que já se possui. Também não investe o beneficiário no • outorga: implica a transferência da própria titularidade
direito de ser indenizado. do serviço. Ocorre quando, por exemplo, a União cria
uma Autarquia e transfere para esta a titularidade e a
SERVIÇOS PÚBLICOS execução de um serviço público. É sempre feita por lei
e somente por outra lei pode ser mudada ou retirada.
O serviço público compreende uma das atividades que • delegação: implica a mera transferência da execução
a Administração Pública presta em seu sentido objetivo ou do serviço. Realiza‑se por ato ou contrato administra-
material. tivo, por meio de:
– concessão: é a delegação da prestação de servi-
Conceito ços públicos feita pelo poder concedente (União,
Estado, Distrito Federal ou Município), mediante
É uma atividade do Estado ou de seus delegados visando
licitação, na modalidade concorrência, à  pessoa
à satisfação de necessidades essenciais ou secundárias da
coletividade ou do próprio Estado. jurídica ou consórcio de empresas que evidencie
aptidão para seu desempenho, por sua conta e risco
Características dos Serviços Públicos e por prazo determinado. É formalizada por meio
de contrato (art. 2º, II, e 4º da Lei nº 8.987/1995).
Elemento Subjetivo – permissão: é a delegação, a título precário, me-
diante licitação, da prestação de serviços públicos,
O serviço público é sempre incumbência do Estado feita pelo poder concedente à pessoa física ou
(art. 175 da CF), sendo permitido ao Estado delegar de- jurídica que demonstre capacidade para seu de-
terminados serviços públicos, sempre por meio de lei e sempenho, por sua conta e risco. É formalizada por
de licitação, sob o regime de concessão ou permissão69. meio de contrato de adesão (arts. 2º, IV, e 40 da Lei
Noções de Direito Administrativo

Ex.: correios, telecomunicações e energia elétrica. nº 8.987/1995).


No mesmo sentido, considera-se serviço público toda – autorização: é a delegação de serviços públicos
atividade exercida pelo Estado ou por seus delegados, de fácil execução, por meio de ato administrativo
sob regime total ou parcial de direito público, com vistas precário e discricionário.
à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da
coletividade70.
Princípios
Elemento Formal
A doutrina francesa elenca três princípios como sen-
O regime jurídico, a princípio, é de Direito Público. do comuns à generalidade dos serviços públicos: o da
Quando, porém, particulares prestam serviço em colabo- continuidade, o  da mutabilidade e o da igualdade dos
usuários.
69
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal de Contas-RO/Auditor/Substituto
de Conselheiro/2010/Questão 20. Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
71
70
Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto – I/2010/Questão 9. – I/2010/Questão 9.

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46 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Princípio da segundo esse princípio o serviço público Classificação dos Serviços Públicos
continuidade não pode parar. Esse princípio tem apli-
cação especial com relação aos contratos De Utilidade Pública
administrativos e ao exercício da função
pública. São os que a Administração, reconhecendo sua co-
Princípio da autoriza mudanças no regime de execução modidade para os membros da coletividade, presta‑os
mutabilidade do serviço para adaptá-lo ao interesse diretamente ou aquiesce que terceiros (concessionários,
público, que é sempre variável no tempo. permissionários e autorizatários) o façam, por sua conta
e risco, mediante remuneração dos usuários, mas nas
Princípio da os usuários dos serviços públicos têm di- condições regulamentadas e sob fiscalização do poder
igualdade reito a prestação do serviço, sem qualquer delegante72. Ex.: transporte coletivo, energia elétrica, gás,
distinção de caráter pessoal. telefone.
No Brasil, Hely Lopes Meirelles elenca como princípios
Próprios do Estado
do serviço público os requisitos estabelecidos no art. 6º da
Lei nº 8.987/1995.
Para o autor, todo serviço público deve ser prestado da São aqueles que se relacionam intimamente com as
forma adequada, satisfazendo às exigências estabelecidas na atribuições do Estado, são prestados diretamente por ele,
lei, nas normas e no respectivo contrato. Para que isso ocorra, mantendo sua condição de titular e prestador do serviço,
a lei criou alguns requisitos que devem ser observados. Fal- uma vez que são indelegáveis e intransferíveis73. Ex.: defesa
tando qualquer um deles, é dever da Administração intervir nacional, polícia, saúde pública.
para restabelecer seu regular funcionamento ou retomar sua
prestação. São, portanto, princípios dos serviços públicos: Impróprios do Estado
Continuidade e Regularidade
São aqueles que não são inerentes às funções básicas do
Impõe continuidade no serviço, não podendo sofrer inter- Estado, mas satisfazem interesses comuns de seus membros,
rupções e em quantidade necessária para atender os usuários. e, por isso, a Administração os presta remuneradamente,
por seus órgãos ou entidades (Autarquias, Fundações Pú-
Generalidade blicas, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista)
ou delega sua prestação (concessionários, permissionários
Impõe o seu oferecimento igual para todos; sem discri- ou autorizatários).
minação.
Administrativo
Atualidade
São os que a Administração executa para atender as suas
Exige a atualização do serviço, ou seja, a utilização de téc- necessidades internas ou preparar outros serviços que serão
nicas modernas, que garantam a segurança, a conservação, prestados ao público.
bem como a melhoria e a expansão do serviço. Ex.: Imprensa oficial.
Modicidade
Industrial
Exige que os serviços sejam prestados mediante taxas
ou tarifas justas, razoáveis, de modo a equilibrar o benefício São os que produzem renda para quem os presta. Por
recebido com o valor pago. consubstanciarem atividade econômica, somente podem ser
explorados diretamente pelo Estado quando necessários aos
Cortesia imperativos da segurança nacional ou por relevante interesse
público (são serviços impróprios do Estado).
Traduz‑se em oferecer bom tratamento para seus usuários.
Uti Universi
Remuneração
São aqueles que não têm destinatário ou usuário de-
Noções de Direito Administrativo

Os serviços públicos podem ser remunerados por meio de: terminado, é indivisível e não pode ser mensurado, por
isso devem ser mantidos por imposto (tributo) e não tarifa.
Não gera direito subjetivo à fruição (não pode ser exigido).
Taxa Sempre que sua utilização pelo adminis-
É dirigido à coletividade em geral. Ex.: polícia, iluminação
(tributo) trado for compulsória, não importando
pública, calçamento.
se há ou não efetiva utilização. Ex.: coleta
de lixo, esgoto.
Uti Singuli
Tarifa Sempre que sua utilização for fa­cultativa,
(preço público) ou seja, se assim desejarem a sua presta- São aqueles mensuráveis, divisíveis, têm destinatário
ção. Ex.: telefonia, energia elétrica*, água. ou usuário certo e determinado. Quando disponibilizados

* Súmula Vinculante nº 41: Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
72

O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. (Data – I/2010/Questão 9.
de Aprovação: Sessão Plenária de 11/3/2015.Fonte de Publicação: DJe nº 55, de Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
73

20/3/2015, p. 2. DOU de 20/3/2015, p. 1). – I/2010/Questão 9.

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e atendidos os seus requisitos, geram direito subjetivo à • organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Pú-
fruição. São remunerados por taxa ou tarifa. Ex.: o telefone, blico do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria
a água e a energia elétrica domiciliares. Pública dos Territórios;
Nesse sentido, os serviços que têm por finalidade a sa- • organizar e manter os serviços oficiais de estatística,
tisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos, geografia, geologia e cartografia;
como os de energia elétrica e gás, são exemplos de serviços • organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
públicos uti singuli74. • exercer a classificação, para efeito indicativo, de diver-
sões públicas e de programas de rádio e televisão;
Competência para Prestação dos Serviços • planejar e promover a defesa permanente contra as
Públicos calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;
O legislador utilizou‑se do critério da predominância do • instituir sistema nacional de gerenciamento de recur-
interesse ao dispor no texto constitucional a qual ente da
sos hídricos e definir critérios de outorga de direitos
Federação caberia a prestação do serviço público, ou seja,
de seu uso.
sendo o serviço de interesse nacional a competência para
prestá‑lo é da União, se o interesse for de âmbito regional
a competência será dos Estados‑membros, e no caso do Competências Comuns
interesse predominante ser local a competência será dos A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
Municípios. possuem competências comuns (concomitantes), que são
Como sabemos, todos os entes são autônomos, ou seja, exercidas de modo que cada unidade restrinja‑se a um
possuem o poder de organizar seus próprios serviços, de determinado espaço de atuação; visam ao equilíbrio do
modo que as competências foram assim repartidas: desenvolvimento e ao bem‑estar em âmbito nacional.
Dentre estas competências, destacam‑se as seguintes
Competências da União (art. 23, da CF):
• conservação do patrimônio público;
A competência da União em matéria de serviços públicos • saúde e assistência pública;
abrange as que lhe são exclusivas (art. 21), as que lhe priva- • proteção dos bens de valor histórico, das paisagens
tivas (art. 22), as que lhe são comuns (art. 23), bem como, naturais notáveis e dos sítios arqueológicos;
as que lhe são concorrentes (art. 24). • acesso à educação, à cultura e à ciência;
• proteção ao meio ambiente e controle da poluição;
Competências Exclusivas da União • preservar a fauna e a flora;
São competências exclusivas (material ou administrativa) • combate às causas da pobreza e da marginalização,
da União as constantes no art. 21 da Constituição Federal. promovendo a integração dos setores desfavore­cidos.
A característica marcante com relação a essas competên-
cias é a sua indelegabilidade para outros entes federados. Competências Concorrentes
Porém essa impossibilidade de delegação não quer dizer
No âmbito da legislação concorrente (art. 24), foram
que será necessariamente a União quem exercerá por meio
atribuídas as seguintes competências:
de seus órgãos (Administração Direta) tal competência, uma
vez que ela pode outorgar a titularidade dessas competências • custas dos serviços forenses;
a uma entidade da Administração Indireta (uma Autarquia, • produção e consumo;
por exemplo) ou delegar a terceiros não integrantes da Ad- • florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza,
ministração Pública (um concessionário). proteção do meio ambiente e controle da poluição;
Destacam‑se entre as competências exclusivas da União, • proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico e
as seguintes: paisagístico;
• assegurar a defesa nacional; • educação, cultura, ensino e desporto;
• emitir moeda; • previdência social, proteção e defesa da saúde;
• administrar as reservas cambiais do País; • assistência jurídica e defensoria pública;
• manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; • proteção à infância e à juventude.
• explorar, mediante concessão ou permissão, os servi-
ços de telecomunicações; Neste âmbito, a União limita‑se a estabelecer normas
• explorar, diretamente ou mediante autorização, gerais. Caso inexista norma geral, os estados poderão exer-
Noções de Direito Administrativo

concessão ou permissão: os serviços de radiodifusão cer a competência legislativa plena, para atender às suas
sonora, e de sons e imagens; os serviços e instalações peculiaridades.
de energia elétrica e o aproveitamento energético dos
cursos de água, em articulação com os Estados onde Competências dos Estados
se situam os potenciais hidroenergéticos; a navegação
aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária; Os Estados ficaram com as competências remanescentes
os serviços de transporte ferroviário e aquaviário (art. 25, § 1º), ou seja, por exclusão, pertencem aos Estados
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou
todos os serviços públicos não reservados à União nem atri-
que transponham os limites de Estado ou Território;
buídos aos Municípios, e que sejam de interesse regional.
os serviços de transporte rodoviário interestadual e
A única exceção feita com relação a essa distribuição de
internacional de passageiros; os portos marítimos,
competência diz respeito à exploração e distribuição dos
fluviais e lacustres;
serviços de gás canalizado, que não podem ser atribuídos ao
Município (art. 25, § 2º); devem ser prestados diretamente
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
74

– I/2010/Questão 9. pelo Estado.

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48 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Competências dos Municípios autárquicas, fundacionais, empresas públicas ou sociedades
de economia mista que integram sua Administração indire-
Os Municípios ficaram com a competência residual, ou ta, ou ainda, por meio de entes paraestatais de cooperação
seja, aquelas afetas aos assuntos de interesse local, bem que não compõem a Administração direta e a indireta
como suplementar a legislação federal e estadual, no que (também conhecidos como Terceiro Setor) e, finalmente,
couber; dentre elas destacam‑se as seguintes (art. 30): por empresas privadas e particulares individualmente (con-
• instituir e arrecadar os tributos de sua competência, cessionários, permissionários e autorizatários).
bem como aplicar suas rendas; Quando a Administração Pública executa seus próprios
• organizar e prestar, diretamente ou sob regime de serviços, o faz como titular dos mesmos, quando os comete
concessão ou permissão, os serviços públicos de inte- a outrem, pode transferir‑lhes a titularidade (outorga) ou
resse local, incluído o de transporte coletivo, que tem simplesmente a execução (delegação).
caráter essencial; Neste estudo, trataremos especialmente da delegação
• prestar, com a cooperação técnica e financeira da de serviços públicos sob as modalidades de concessão,
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde permissão e autorização.
da população;
• promover, no que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, Concessão
do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
• promover a proteção do patrimônio histórico‑cultural Concessão de serviço público é a delegação de sua
local, observada a legislação e a ação fiscalizadora prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação
federal e estadual. (art. 175, da Constituição Federal), na modalidade de con-
corrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
Competências do Distrito Federal demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta
e risco, por prazo determinado. A concessão é formalizada
Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legis- por meio de contrato administrativo e remunerada mediante
lativas reservadas aos Estados e Municípios, nos termos do tarifa cobrada dos usuários.
art. 32, § 1º, da Constituição Federal. A concessão comum está regulada pela Lei nº 8.987/1995
e a concessão especial (administrativa e patrocinada) pela
Regulamentação dos Serviços Públicos Lei nº 11.079/2005 (Parcerias Público‑Privadas).

A regulamentação do serviço público caberá sempre ao Permissão


Poder Público, qualquer que seja a modalidade de sua pres-
tação aos usuários. O fato de tais serviços serem delegados
Permissão de serviço público é a delegação, a título pre-
a terceiros não retira do Estado seu poder indeclinável de
cário, mediante licitação (art. 175, da Constituição Federal),
regulamentá-los. Dessa forma, podemos enumerar os passos
da prestação de serviços públicos, feita pelo poder conce-
a serem seguidos na regulamentação dos serviços públicos
da seguinte forma: dente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade
• A Constituição Federal discrimina as competências para seu desempenho, por sua conta e risco. A permissão é
originárias e genéricas das atividades de cada esfera formalizada por meio de termo de adesão e remunerada por
do Poder Público (art. 21). meio de tarifa cobrada aos usuários do serviço.
• A Lei nº 8.987/1995 disciplina as normas e condições A permissão também é regulada pela Lei nº 8.987/1995,
gerais para a descentralização por meio de delegação, que estudaremos a seguir.
pois se trata de uma lei federal.
• Lei específica (federal, estadual distrital e municipal) Autorização
autoriza a delegação e delimita sua amplitude.
• O regulamento estabelece as condições de execução Serviços autorizados são aqueles que o Poder Público,
do serviço. por ato unilateral, precário e discricionário, consente na sua
• E o contrato administrativo, nos casos de concessão e execução por particular para atender a interesses coletivos
permissão, consubstancia a delegação da execução ao instáveis ou emergência transitória. A remuneração de tais
particular que venceu a licitação. serviços também é tarifada pela Administração.
Noções de Direito Administrativo

Controle e Fiscalização dos Serviços Públicos REGIME JURÍDICO DAS CONCESSÕES E


PERMISSÕES – LEI Nº 8.987/1995
O controle e a fiscalização são feitos pelo Poder con-
cedente responsável pela delegação, porém a sua fiscali- Introdução
zação pode contar com a ajuda dos usuários (art. 3º da Lei
A Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, veio regula-
nº 8.987/1995).
mentar o disposto no art. 175 da Constituição Federal, que
assim dispõe:
Delegação: Concessão, Permissão e Autorização
Art.  175. Incumbe ao Poder Público, na forma da
O Poder Público pode realizar centralizadamente seus lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
próprios serviços, por meio dos órgãos da Administração permissão, sempre através de licitação, a prestação
direta, ou prestá‑los descentralizadamente, pelas entidades de serviços públicos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 49
Parágrafo único. A lei disporá sobre: Já a permissão de serviço público é formalizada por meio
I  – o regime das empresas concessionárias e per- de contrato de adesão (art. 40).
missionárias de serviços públicos, o caráter especial
de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as O Serviço Adequado
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da
concessão ou permissão; De acordo com a Lei, serviço adequado é o que satisfaz
II – os direitos dos usuários; as condições de regularidade, continuidade, eficiência, se-
III – política tarifária; gurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação
IV – a obrigação de manter serviço adequado. e modicidade das tarifas (art. 6º).
A Lei, porém, só explica o que seja atualidade, compre-
Trata‑se, pois, de norma geral que disciplina o regime endendo a modernidade das técnicas, do equipamento e
de concessões e permissões de serviços públicos, devendo das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria
todos os entes federativos, inclusive a União, promoverem e a expansão do serviço.
a revisão e as adaptações de sua legislação às prescrições Temos, pois, que a continuidade significa que o serviço
desta lei, buscando atender as peculiaridades das diversas público não pode sofrer interrupções. A lei, porém, não ca-
modalidades dos seus serviços. racteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção
em situação de emergência ou após prévio aviso, quando
Conceito Legal de Poder Concedente motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das
instalações ou por inadimplemento do usuário, considerado
o interesse da coletividade.
A Lei definiu como poder concedente a União, os Estados, A regularidade significa que deve funcionar em quanti-
o Distrito Federal e os Municípios, em cuja competência se dade necessária para atender os usuários.
encontre o serviço público concedido ou permitido, pre- Pela generalidade ou igualdade temos que o seu ofereci-
cedido ou não da execução de obra pública (art. 2º, inc. I). mento deve ser igual para todos; sem discriminação.
Já a cortesia traduz‑se em oferecer bom tratamento
Conceito Legal de Permissão de Serviço Público para usuários.
Por fim, pela modicidade, exige‑se que os serviços sejam
A permissão foi definida pela lei como a delegação de prestados mediante taxas ou tarifas justas, razoáveis; de
serviço público, a  título precário, mediante licitação da modo a equilibrar o benefício recebido com o valor pago.
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente A doutrina elevou as condições para se obter um serviço
à pessoa física ou jurídica, que demonstre capacidade para adequado à categoria de princípios.
seu desempenho, por sua conta e risco (art. 2º, inc.IV).
Direitos e Obrigações do Usuário – Art. 7º
Conceito Legal de Concessão de Serviço Público
A Lei elenca como direitos do usuário:
A lei dividiu a concessão em duas modalidades: a con- • receber serviço adequado;
cessão de serviço público e a concessão de serviço público • receber do poder concedente e da concessionária
precedida da execução de obra pública. informações para a defesa de interesses individuais
A concessão de serviço público é a delegação de sua pres- ou coletivos;
tação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na • obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha
modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de entre vários prestadores de serviços;
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, • mínimo de seis datas opcionais para escolherem os
por sua conta e risco e por prazo determinado (art. 2º, inc. II). dias de vencimento de seus débitos.
Já a concessão de serviço público precedida da execução
de obra pública é a delegação feita pelo poder concedente, Por outro lado, são obrigações dos usuários:
de construção (total ou parcial), conservação, reforma, am- • levar ao conhecimento do poder público e da conces-
pliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse sionária as irregularidades referentes ao serviço de
público, mediante licitação, na modalidade de concorrência, que tenham conhecimento;
à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre • comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos
capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de praticados pela concessionária na prestação do servi-
forma que o investimento da concessionária seja remune- ço; conservar os bens públicos através dos quais são
rado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da prestados os serviços.
obra por prazo determinado (art. 2º, inc. III). Ex.: constru-
Noções de Direito Administrativo

ção, ampliação e manutenção de estradas, posteriormente Política Tarifária – Arts. 9º a 13


remuneradas pelo pedágio.
Como remuneração pela execução do serviço, o Poder Pú-
Motivação da Outorga de Concessão ou Permissão blico fixa a tarifa (ou preço público) a ser paga pelos usuários.
De acordo com a Lei, essa tarifa será fixada pelo preço da
O art. 5º, da Lei nº 8.987/1995, determina que, previa- proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras
mente ao edital de licitação, o poder concedente publique de revisão previstas na legislação, no edital e no contrato.
ato justificando a conveniência da outorga de concessão ou Os contratos podem prever mecanismos de revisão das
permissão, caracterizando seu objeto, área e prazo. tarifas, a fim de manter‑se o equilíbrio econômico‑financeiro
do contrato, todavia, sendo este alterado unilateralmente
Formalização da Concessão e da Permissão pelo poder concedente, o equilíbrio econômico‑financeiro
do contrato deve ser restabelecido concomitantemente à
A concessão de serviço público, precedida ou não da alteração unilateral do contrato que o afete.
execução de obra pública, é formalizada por meio de con- De acordo com a Lei, após a apresentação da proposta,
trato (art. 4º). se for criado, alterado ou extinto qualquer tributo ou encargo

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50 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
legal, e este causar impacto comprovado sobre o contrato, • nos casos de concessão de serviços públicos precedida
cabe revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o da execução de obra pública, os dados relativos à obra,
caso. A Lei, porém, excluiu dessa previsão o imposto sobre a dentre os quais os elementos do projeto básico que
renda, caso em que não haverá a revisão da tarifa. permitam sua plena caracterização, bem assim as ga-
Visando dar aplicabilidade ao princípio da modicidade rantias exigidas para essa parte específica do contrato,
visto acima, a Lei autorizou ao poder concedente, ao fixar adequadas a cada caso e limitadas ao valor da obra;
as normas do edital da licitação, a possibilidade de que o • nos casos de permissão, os termos do contrato de
concessionário possa receber receitas alternativas, com- adesão a ser firmado.
plementares, acessórias ou de projetos associados, com ou
sem exclusividade. De acordo com o art.  15, no julgamento da licitação
deverá ser considerado um dos seguintes critérios:
Licitação – Art. 14 • o menor valor da tarifa do serviço público a ser pres-
tado;
Todos os contratos administrativos, como regra, exigem • a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder
o procedimento licitatório e com a concessão não poderia concedente pela outorga da concessão;
ser diferente. A Lei nº 8.987/1995 não só fixou essa obriga- • a combinação, dois a dois, dos critérios previstos acima
toriedade, como indicou que a modalidade licitatória para e da melhor oferta de pagamento pela outorga após a
o caso é a concorrência, aplicando‑se a exigência quer para qualificação das propostas técnicas.
as concessões simples, quer para as precedidas da execução • a melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;
de obra pública (art. 2º, incisos II e III). Também fixou que a • a melhor proposta em razão da combinação dos crité-
licitação para a concessão de serviços públicos deve observar rios de menor valor da tarifa do serviço público a ser
os princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igual- prestado com o de melhor técnica;
dade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação • a melhor proposta em razão da combinação dos crité-
ao instrumento convocatório. rios de maior oferta pela outorga da concessão com o
Ao elaborar o edital, o poder concedente deve observar de melhor técnica; ou
as regras gerais da Lei nº 8.666/1993 e, especialmente, • a melhor oferta de pagamento pela outorga após
os requisitos abaixo: qualificação de propostas técnicas.
• o objeto, metas e prazo da concessão;
• a descrição das condições necessárias à prestação A outorga da concessão ou permissão não tem caráter
adequada do serviço; de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou
• os prazos para recebimento das propostas, julgamento econômica, justificada na motivação (arts.  5º e 16). Nos
da licitação e assinatura do contrato; termos do art. 18-A, o edital poderá prever a inversão da
• prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos in- ordem das fases de habilitação e julgamento, hipótese em
teressados, os dados, estudos e projetos necessários que encerrada a fase de classificação das propostas ou o
à elaboração dos orçamentos e apresentação das oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os do-
propostas; cumentos de habilitação do licitante mais bem classificado.
Se este for inabilitado, serão analisados os documentos do
• os critérios e a relação dos documentos exigidos para
licitante com a proposta classificada em segundo lugar e
a aferição da capacidade técnica, da idoneidade finan-
ceira e da regularidade jurídica e fiscal; assim sucessivamente. Proclamado o resultado final, o ob-
jeto será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e
• as possíveis fontes de receitas alternativas, comple-
econômicas por ele ofertadas.
mentares ou acessórias, bem como as provenientes
O art. 19 prevê que, se permitida, na licitação a partici-
de projetos associados;
pação de empresas em consórcio, devem ser observadas as
• os direitos e obrigações do poder concedente e da
seguintes normas:
concessionária em relação a alterações e expansões a
serem realizadas no futuro, para garantir a continui-
• comprovação de compromisso, público ou particular,
de constituição de consórcio, subscrito pelas consor-
dade da prestação do serviço;
ciadas;
• os critérios de reajuste e revisão da tarifa;
• indicação da empresa responsável pelo consórcio;
• os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a • apresentação dos documentos relativos à idoneidade
serem utilizados no julgamento técnico e econômico- financeira, regularidade jurídica e fiscal por parte de
financeiro da proposta; cada consorciada. Nos casos em que for permitida a
Noções de Direito Administrativo

• a indicação dos bens reversíveis; participação de empresas em consórcio também será


• as características dos bens reversíveis e as condições exigido as condições de liderança da empresa respon-
em que estes serão postos à disposição, nos casos em sável;
que houver sido extinta a concessão anterior; • impedimento de participação de empresas consorcia-
• a expressa indicação do responsável pelo ônus das das na mesma licitação, por intermédio de mais de um
desapropriações necessárias à execução do serviço consórcio ou isoladamente.
ou da obra pública, ou para a instituição de servidão
administrativa; A empresa líder do consórcio é a responsável perante
• as condições de liderança da empresa responsável, o poder concedente pelo cumprimento do contrato de
na hipótese em que for permitida a participação de concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária das
empresas em consórcio; demais consorciadas.
É facultado ao poder concedente, desde que previsto no
• nos casos de concessão, a minuta do respectivo con-
edital, no interesse do serviço a ser concedido, determinar
trato, que conterá as cláusulas essenciais referidas no que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se constitua
art. 23 desta Lei, quando aplicáveis; em empresa antes da celebração do contrato.

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Fiscalização da Concessão Responsabilidade pelos Prejuízos Causados a
Terceiros
A fiscalização, normalmente, é feita pelo poder conce-
dente responsável pela delegação, com a cooperação dos De acordo com o previsto no art. 25 da lei, incumbe à con-
usuários (art. 3º). cessionária a execução do serviço concedido, cabendo‑lhe
Nos ditames da Lei, essa fiscalização é feita por intermé- responder por todos os prejuízos causados ao poder conce-
dio de órgão técnico do poder concedente ou por entidade dente, aos usuários, ou a terceiros, sem que a fiscalização
com ele conveniada, e, periodicamente, conforme previsto exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa
em norma regulamentar, por comissão composta de repre- responsabilidade.
sentantes do poder concedente, da concessionária e dos Sem prejuízo da responsabilidade prevista acima, a con-
usuários (art. 30, parágrafo único). cessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimen-
Por conseguinte, no exercício dessa fiscalização, o poder to de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao
concedente terá acesso aos dados relativos à administração, serviço concedido, bem como a implementação de projetos
contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros associados.
da concessionária (art. 30). Os contratos celebrados entre a concessionária e os
terceiros serão regidos pelas normas do direito privado,
Cláusulas Essencias dos Contratos de Concessão e
Permissão – Arts. 23 e 40 não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os
terceiros e o poder concedente.
São cláusulas essenciais do contrato de concessão e
permissão, as relativas: Subconcessão – Art. 26
• ao objeto, à área e ao prazo da concessão;
• ao modo, forma e condições de prestação do serviço; A lei admitiu a possibilidade de subconcessão, desde que
• aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros de- devidamente previsto no contrato de concessão, e expressa-
finidores da qualidade do serviço; mente autorizada pelo poder concedente, devendo também
• ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos ser precedida de licitação na modalidade concorrência.
para o reajuste e a revisão das tarifas; A transferência de concessão ou do controle societário
• aos direitos, garantias e obrigações do poder conce- da concessionária sem prévia anuência do poder concedente
dente e da concessionária, inclusive os relacionados implicará a caducidade da concessão, ou seja, a sua extinção
às previsíveis necessidades de futura alteração e (art. 27).
expansão do serviço e conseqüente modernização, Entretanto para que o pretendente (possível subconces-
aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e sionário) consiga essa anuência são necessários os seguintes
das instalações;
requisitos:
• aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e
utilização do serviço;
• atender às exigências de capacidade técnica, idoneida-
• à forma de fiscalização das instalações, dos equipamen- de financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias
tos, dos métodos e práticas de execução do serviço, à assunção do serviço; e
bem como a indicação dos órgãos competentes para • comprometer‑se a cumprir todas as cláusulas do con-
exercê‑la; trato em vigor.
• às penalidades contratuais e administrativas a que se
sujeita a concessionária e sua forma de aplicação; O subconcessionário, por sua vez, se sub‑rogará todos os
• aos casos de extinção da concessão; direitos e obrigações da subconcedente dentro dos limites
• aos bens reversíveis; da subconcessão.
• aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento
das indenizações devidas à concessionária, quando for Encargos do Poder Concedente – Art. 29
o caso;
• às condições para prorrogação do contrato; São encargos (obrigações) do Poder Concedente:
• à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação • regulamentar o serviço concedido e fiscalizar perma-
de contas da concessionária ao poder concedente; nentemente a sua prestação;
• à exigência da publicação de demonstrações financei- • aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
ras periódicas da concessionária; e • intervir na prestação do serviço, nos casos e condições
• ao foro e ao modo amigável de solução das divergên- previstos em lei;
cias contratuais.
• extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e
Noções de Direito Administrativo

na forma prevista no contrato;


Os contratos relativos à concessão de serviço público pre-
cedido da execução de obra pública deverão, adicionalmente: • homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na
• estipular os cronogramas físico‑financeiros de execu- forma desta Lei, das normas pertinentes e do contrato;
ção das obras vinculadas à concessão; e • cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares
• exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessio- do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;
nária, das obrigações relativas às obras vinculadas à • zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar
concessão. e solucionar queixas e reclamações dos usuários, que
serão cientificados, em até trinta dias, das providências
De acordo com o art. 23-A, o contrato de concessão tomadas;
poderá prever o emprego de mecanismos privados para • declarar de utilidade pública os bens necessários à
resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao con- execução do serviço ou obra pública, promovendo as
trato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em desapropriações, diretamente ou mediante outorga
língua portuguesa, nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de de poderes à concessionária, caso em que será desta
setembro de 1996. a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;

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52 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• declarar de necessidade ou utilidade pública, para será devolvida à concessionária, precedida de prestação de
fins de instituição de servidão administrativa, os bens contas pelo interventor, que responderá pelos atos pratica-
necessários à execução de serviço ou obra pública, dos durante a sua gestão.
promovendo‑a diretamente ou mediante outorga de
poderes à concessionária, caso em que será desta a Extinção da Concessão
responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
• estimular o aumento da qualidade, produtividade, As formas de extinção da concessão, bem como das
preservação do meio‑ambiente e conservação; permissões, estão previstas no art.  35. São elas: advento
• incentivar a competitividade; e de termo contratual; encampação; caducidade; rescisão;
• estimular a formação de associações de usuários para anulação; e falência ou extinção da empresa concessionária
defesa de interesses relativos ao serviço. e falecimento ou incapacidades do titular, no caso de em-
presa individual.
Encargos da Concessionária – Art. 31 De acordo com o disposto na lei, a extinção da concessão
provoca a imediata assunção do serviço pelo poder conce-
São encargos da concessionária: dente, retornando a ele, todos os bens reversíveis, além de
• prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, direitos e privilégios transferidos ao concessionário, confor-
nas normas técnicas aplicáveis e no contrato; me previsão no edital e estabelecido no contrato.
• manter em dia o inventário e o registro dos bens vin-
culados à concessão; Advento do Termo Contratual
• prestar contas da gestão do serviço ao poder conceden-
te e aos usuários, nos termos definidos no contrato; Como em qualquer contrato, essa é a forma natural de
• cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as extinção do contrato de concessão ou permissão. A extinção
cláusulas contratuais da concessão; pelo encerramento do prazo contratual opera efeitos ex nunc,
• permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, de modo que só a partir do termo final é que o serviço se
em qualquer época, às obras, aos equipamentos e às considera revertido.
instalações integrantes do serviço, bem como a seus Caso haja direito à indenização, esta será feita nos
registros contábeis; termos do art. 36 que dispõe que “A reversão no advento
• promover as desapropriações e constituir servidões do termo contratual far-se-à com a indenização das parcelas
autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não
no edital e no contrato; amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados
• zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do
do serviço, bem como segurá‑los adequadamente; e serviço concedido”.
• captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessá-
rios à prestação do serviço. Encampação

A lei ainda foi cuidadosa estabelecendo que as contra- Encampação é a retomada do serviço pelo poder conce-
tações, inclusive de mão de obra, feitas pela concessionária dente, por motivo de interesse público, mediante lei autori-
serão regidas pelas disposições de direito privado e pela zativa específica e após o prévio pagamento de indenização.
legislação trabalhista, não se estabelecendo qualquer rela- Funda‑se, portanto, em razões de ordem administrativa.
ção entre os terceiros contratados pela concessionária e o Aqui, o Poder concedente utiliza a sua prerrogativa especial
poder concedente. de poder público para rescindir unilateralmente o contrato,
mas sempre por motivo de interesse público.
Intervenção – Art. 32
Caducidade
Especificamente em relação às concessões, e  aplican-
do‑se tal diretriz às permissões, no que couber, o  poder A caducidade corresponde à rescisão unilateral pela
concedente poderá intervir na concessão, com o fim de inexecução total ou parcial do contrato, ou seja, por má
assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como execução ou descumprimento de cláusulas. Dentre as causas
o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares que podem levar à declaração de caducidade pelo poder
Noções de Direito Administrativo

e legais pertinentes. A intervenção formaliza‑se mediante concedente estão as seguintes:


decreto, que indicara o interventor, o prazo, o objetivo e os • quando o serviço estiver sendo prestado de forma
limites da medida. inadequada ou deficiente, tendo por base as normas,
Declarada a intervenção, o  poder concedente deverá, critérios, indicadores e parâmetros definidores da
no prazo de 30 dias, instaurar procedimento administrativo qualidade do serviço;
para comprovar as causas determinantes da medida e apurar • quando a concessionária descumprir cláusulas con-
responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa. tratuais ou disposições legais ou regulamentares
Se ficar comprovado que a intervenção não observou os concernentes à concessão;
pressupostos legais e regulamentares será declarada sua • quando a concessionária paralisar o serviço ou concor-
nulidade, devendo o serviço ser imediatamente devolvido rer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes
à concessionária, sem prejuízo de seu direito à indenização. de caso fortuito ou força maior;
O procedimento deve ser concluído em até 180 dias, sob • quando a concessionária perder as condições econômi-
pena de ser invalidada a medida. Cessada a intervenção, cas, técnicas ou operacionais para manter a adequada
não sendo extinta a concessão, a administração do serviço prestação do serviço concedido;

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• quando a concessionária não cumprir as penalidades Quanto à falência, a Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de
impostas por infrações, nos devidos prazos; 2005, também prevê a extinção do contrato de concessão
• quando a concessionária não atender a intimação do no caso de a empresa concessionária de serviços públicos
poder concedente no sentido de regularizar a presta- ter decretada a sua falência (art.  195). A  impossibilidade
ção do serviço; e de dar andamento ao contrato tem razão de ser, pois, a de-
• quando a concessionária não atender a intimação do cretação de falência implica o afastamento do devedor de
poder concedente para, em 180 (cento e oitenta) dias, suas atividades, visando a preservar e otimizar a utilização
apresentar a documentação relativa a regularidade produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive
fiscal, no curso da concessão. os intangíveis, da empresa.
Quanto à Incapacidade do titular, entende‑se como
A declaração de caducidade impõe a observância prévia a falta de condições financeiras ou jurídicas por parte do
concessionário, para executar o contrato.
de algumas formalidades, ensejando atividade vinculada dos
agentes da Administração: primeiramente, o concessionário
Lei nº 8.987, de 13 de Fevereiro de 1995
deve receber a comunicação do seu descumprimento e a
recomendação de ser sanada a irregularidade dentro de certo
Dispõe sobre o regime de con-
prazo. Somente após esse procedimento é que o concedente
cessão e permissão da prestação
instaurará processo administrativo, assegurando‑se ampla de serviços públicos previsto no
defesa ao concessionário. art. 175 da Constituição Federal,
Sendo constatada a inadimplência deste, o Poder Conce- e dá outras providências.
dente declarará a caducidade por meio de Decreto expedido
pelo Chefe do Poder Executivo. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso
Se for devida indenização pelo poder concedente, serão Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
descontadas as multas e os danos causados pelo concessio-
nário, se for o caso. CAPÍTULO I
Declarada a caducidade, não resultará para o poder Das Disposições Preliminares
concedente qualquer espécie de responsabilidade em
relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos Art. 1º As concessões de serviços públicos e de obras
com terceiros ou com empregados da concessionária. públicas e as permissões de serviços públicos reger‑se‑ão
pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta
Rescisão Lei, pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos
indispensáveis contratos.
O art.  39 da lei trouxe a possibilidade de rescisão do Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e
contrato por iniciativa da concessionária no caso de descum- os Municípios promoverão a revisão e as adaptações neces-
primento das normas contratuais (legais ou regulamentares) sárias de sua legislação às prescrições desta Lei, buscando
pelo poder concedente. A  concessionária, porém, deve atender as peculiaridades das diversas modalidades dos
intentar ação judicial para esse fim, o  que não a autoriza seus serviços.
interromper nem paralisar seus serviços até a decisão ju- Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera‑se:
dicial transitada em julgado, ou seja, o concessionário não I – poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal
pode valer‑se da exceptio adimpleti contractus (exceção de ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço
contrato não cumprido), prevista no art. 476 do Código Civil. público, precedido ou não da execução de obra pública,
objeto de concessão ou permissão;
Segundo o dispositivo, nos contratos bilaterais, nenhum dos
II  – concessão de serviço público: a delegação de sua
pactuantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir
prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação,
o implemento da do outro.
na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou con-
sórcio de empresas que demonstre capacidade para seu
Anulação
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
III – concessão de serviço público precedida da execução
A anulação da concessão pode ocorrer por ilegalidade na
Noções de Direito Administrativo

de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação,


licitação ou no contrato. Sua decretação tanto pode ocorrer reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras
por decisão administrativa como judicial, e os efeitos que de interesse público, delegada pelo poder concedente, me-
produz são ex tunc, ou seja, a partir da ocorrência do vício. diante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capaci-
Falência ou Extinção da Empresa Concessionária e dade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma
Falecimento ou Incapacidade do Titular que o investimento da concessionária seja remunerado e
amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra
Nada mais adequado como a extinção do contrato de por prazo determinado;
concessão pela falência ou extinção da empresa concessioná- IV – permissão de serviço público: a delegação, a título
ria e pelo falecimento ou incapacidade de seu titular, uma vez precário, mediante licitação, da prestação de serviços públi-
que ficaria inviável a execução do serviço público objeto do cos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica
ajuste. Ocorrendo isso o serviço delegado retorna ao poder que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
concedente para, se for o caso, providenciar nova concessão. conta e risco.

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54 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 3º As concessões e permissões sujeitar‑se‑ão à fisca- CAPÍTULO IV
lização pelo poder concedente responsável pela delegação, Da Política Tarifária
com a cooperação dos usuários.
Art. 4º A concessão de serviço público, precedida ou não Art. 8º (Vetado)
da execução de obra pública, será formalizada mediante con- Art. 9º A tarifa do serviço público concedido será fixada
trato, que deverá observar os termos desta Lei, das normas pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada
pertinentes e do edital de licitação. pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no
Art. 5º O poder concedente publicará, previamente ao contrato.
edital de licitação, ato justificando a conveniência da outor- § 1º A tarifa não será subordinada à legislação específica
ga de concessão ou permissão, caracterizando seu objeto, anterior e somente nos casos expressamente previstos em
área e prazo. lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de
serviço público alternativo e gratuito para o usuário. (Reda-
CAPÍTULO II ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
Do Serviço Adequado § 2º Os contratos poderão prever mecanismos de revisão
das tarifas, a  fim de manter‑se o equilíbrio econômico‑fi-
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a presta- nanceiro.
ção de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, § 3º Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação,
conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos le-
no respectivo contrato. gais, após a apresentação da proposta, quando comprovado
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualida- menos, conforme o caso.
de, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade § 4º Em havendo alteração unilateral do contrato que
afete o seu inicial equilíbrio econômico‑financeiro, o poder
das tarifas.
concedente deverá restabelecê‑lo, concomitantemente à
§ 2º A atualidade compreende a modernidade das técni-
alteração.
cas, do equipamento e das instalações e a sua conservação,
Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do
bem como a melhoria e expansão do serviço.
contrato, considera‑se mantido seu equilíbrio econômi-
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço
co‑financeiro.
a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio
Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada
aviso, quando:
serviço público, poderá o poder concedente prever, em
I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança
favor da concessionária, no edital de licitação, a possibili-
das instalações; e,
dade de outras fontes provenientes de receitas alternativas,
II – por inadimplemento do usuário, considerado o inte-
complementares, acessórias ou de projetos associados, com
resse da coletividade. ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade
das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei.
CAPÍTULO III Parágrafo único. As  fontes de receita previstas neste
Dos Direitos e Obrigações dos Usuários artigo serão obrigatoriamente consideradas para a aferição
do inicial equilíbrio econômico‑financeiro do contrato.
Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078, de 11 Art. 12. (Vetado)
de setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários: Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função
I – receber serviço adequado; das características técnicas e dos custos específicos prove-
II – receber do poder concedente e da concessionária nientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.
informações para a defesa de interesses individuais ou
coletivos; CAPÍTULO V
III – obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha Da Licitação
entre vários prestadores de serviços, quando for o caso,
observadas as normas do poder concedente. (Redação dada Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida
pela Lei nº 9.648, de 1998) ou não da execução de obra pública, será objeto de prévia
IV – levar ao conhecimento do poder público e da con- licitação, nos termos da legislação própria e com observância
cessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, dos princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igual-
Noções de Direito Administrativo

referentes ao serviço prestado; dade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação


V – comunicar às autoridades competentes os atos ilíci- ao instrumento convocatório.
tos praticados pela concessionária na prestação do serviço; Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um
VI – contribuir para a permanência das boas condições dos seguintes critérios: (Redação dada pela Lei nº  9.648,
dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os de 1998)
serviços. I – o menor valor da tarifa do serviço público a ser pres-
Art.  7º‑A. As  concessionárias de serviços públicos, de tado; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
direito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, II – a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder
são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro concedente pela outorga da concessão; (Redação dada pela
do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para Lei nº 9.648, de 1998)
escolherem os dias de vencimento de seus débitos. (Incluído III – a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos
pela Lei nº 9.791, de 1999) incisos I, II e VII; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
Parágrafo único. (Vetado) (Incluído pela Lei nº  9.791, IV – melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;
de 1999) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

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V – melhor proposta em razão da combinação dos crité- VIII – os critérios de reajuste e revisão da tarifa;
rios de menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado IX  – os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros
com o de melhor técnica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) a serem utilizados no julgamento técnico e econômico‑fi-
VI  – melhor proposta em razão da combinação dos nanceiro da proposta;
critérios de maior oferta pela outorga da concessão com o X – a indicação dos bens reversíveis;
de melhor técnica; ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) XI – as características dos bens reversíveis e as condições
VII – melhor oferta de pagamento pela outorga após qua- em que estes serão postos à disposição, nos casos em que
lificação de propostas técnicas. (Incluído pela Lei nº 9.648, houver sido extinta a concessão anterior;
de 1998) XII  – a expressa indicação do responsável pelo ônus
§  1º A aplicação do critério previsto no inciso III só das desapropriações necessárias à execução do serviço
será admitida quando previamente estabelecida no edital ou da obra pública, ou para a instituição de servidão ad-
de licitação, inclusive com regras e fórmulas precisas para ministrativa;
avaliação econômico‑financeira. (Redação dada pela Lei XIII – as condições de liderança da empresa responsá-
nº 9.648, de 1998) vel, na hipótese em que for permitida a participação de
§ 2º Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V, empresas em consórcio;
VI e VII, o edital de licitação conterá parâmetros e exigências XIV – nos casos de concessão, a minuta do respectivo
para formulação de propostas técnicas. (Redação dada pela contrato, que conterá as cláusulas essenciais referidas no
Lei nº 9.648, de 1998) art. 23 desta Lei, quando aplicáveis;
§ 3º O poder concedente recusará propostas manifesta- XV – nos casos de concessão de serviços públicos pre-
mente inexequíveis ou financeiramente incompatíveis com cedida da execução de obra pública, os dados relativos à
os objetivos da licitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, obra, dentre os quais os elementos do projeto básico que
de 1998) permitam sua plena caracterização, bem assim as garantias
§ 4º Em igualdade de condições, será dada preferência exigidas para essa parte específica do contrato, adequadas
à proposta apresentada por empresa brasileira. (Redação a cada caso e limitadas ao valor da obra; (Redação dada
pela Lei nº 9.648, de 1998)
dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 16. A outorga de concessão ou permissão não terá XVI – nos casos de permissão, os termos do contrato
de adesão a ser firmado.
caráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade
técnica ou econômica justificada no ato a que se refere o Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem
das fases de habilitação e julgamento, hipótese em que:
art. 5º desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
Art. 17. Considerar‑se‑á desclassificada a proposta que,
para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios I – encerrada a fase de classificação das propostas ou
que não estejam previamente autorizados em lei e à dispo- o oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os
documentos de habilitação do licitante mais bem classifica-
sição de todos os concorrentes.
do, para verificação do atendimento das condições fixadas
§ 1º Considerar‑se‑á, também, desclassificada a proposta
no edital; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
de entidade estatal alheia à esfera político‑administrativa
do poder concedente que, para sua viabilização, necessite II – verificado o atendimento das exigências do edital,
o  licitante será declarado vencedor; (Incluído pela Lei
de vantagens ou subsídios do poder público controlador da
nº 11.196, de 2005)
referida entidade. (Renumerado do parágrafo único pela Lei
nº 9.648, de 1998) III  – inabilitado o licitante melhor classificado, serão
§ 2º Inclui‑se nas vantagens ou subsídios de que trata este analisados os documentos habilitatórios do licitante com a
proposta classificada em segundo lugar, e assim sucessiva-
artigo, qualquer tipo de tratamento tributário diferenciado,
mente, até que um licitante classificado atenda às condições
ainda que em conseqüência da natureza jurídica do licitante,
fixadas no edital; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
que comprometa a isonomia fiscal que deve prevalecer entre
todos os concorrentes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) IV – proclamado o resultado final do certame, o obje-
Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder to será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e
econômicas por ele ofertadas. (Incluído pela Lei nº 11.196,
concedente, observados, no que couber, os critérios e as nor-
de 2005)
mas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos
e conterá, especialmente: Art. 19. Quando permitida, na licitação, a participação
I – o objeto, metas e prazo da concessão; de empresas em consórcio, observar‑se‑ão as seguintes
normas:
II – a descrição das condições necessárias à prestação
adequada do serviço; I – comprovação de compromisso, público ou particular,
Noções de Direito Administrativo

III  – os prazos para recebimento das propostas, julga- de constituição de consórcio, subscrito pelas consorciadas;
mento da licitação e assinatura do contrato; II – indicação da empresa responsável pelo consórcio;
IV  – prazo, local e horário em que serão fornecidos, III – apresentação dos documentos exigidos nos incisos
aos interessados, os dados, estudos e projetos necessários V e XIII do artigo anterior, por parte de cada consorciada;
à elaboração dos orçamentos e apresentação das propostas; IV – impedimento de participação de empresas consor-
V – os critérios e a relação dos documentos exigidos para ciadas na mesma licitação, por intermédio de mais de um
a aferição da capacidade técnica, da idoneidade financeira e consórcio ou isoladamente.
da regularidade jurídica e fiscal; § 1º O licitante vencedor fica obrigado a promover, an-
VI  – as possíveis fontes de receitas alternativas, com- tes da celebração do contrato, a constituição e registro do
plementares ou acessórias, bem como as provenientes de consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso
projetos associados; I deste artigo.
VII  – os direitos e obrigações do poder concedente e § 2º A empresa líder do consórcio é a responsável pe-
da concessionária em relação a alterações e expansões a rante o poder concedente pelo cumprimento do contrato
serem realizadas no futuro, para garantir a continuidade da de concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária
prestação do serviço; das demais consorciadas.

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56 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que Art. 24. (Vetado)
previsto no edital, no interesse do serviço a ser concedido, Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço
determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, concedido, cabendo‑lhe responder por todos os prejuízos
se constitua em empresa antes da celebração do contrato. causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros,
Art.  21. Os  estudos, investigações, levantamentos, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente
projetos, obras e despesas ou investimentos já efetuados, exclua ou atenue essa responsabilidade.
vinculados à concessão, de utilidade para a licitação, rea- § 1º Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere
lizados pelo poder concedente ou com a sua autorização, este artigo, a concessionária poderá contratar com tercei-
estarão à disposição dos interessados, devendo o vencedor ros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias
da licitação ressarcir os dispêndios correspondentes, espe- ou complementares ao serviço concedido, bem como a
cificados no edital. implementação de projetos associados.
Art.  22. É  assegurada a qualquer pessoa a obtenção § 2º Os contratos celebrados entre a concessionária e
de certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres os terceiros a que se refere o parágrafo anterior reger‑se‑ão
relativos à licitação ou às próprias concessões. pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação
jurídica entre os terceiros e o poder concedente.
CAPÍTULO VI § 3º A execução das atividades contratadas com tercei-
Do Contrato de Concessão ros pressupõe o cumprimento das normas regulamentares
da modalidade do serviço concedido.
Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de con- Art. 26. É admitida a subconcessão, nos termos previs-
cessão as relativas: tos no contrato de concessão, desde que expressamente
I – ao objeto, à área e ao prazo da concessão; autorizada pelo poder concedente.
II – ao modo, forma e condições de prestação do serviço; § 1º A outorga de subconcessão será sempre precedida
III – aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros de concorrência.
definidores da qualidade do serviço; § 2º O subconcessionário se sub‑rogará todos os direi-
IV – ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos tos e obrigações da subconcedente dentro dos limites da
para o reajuste e a revisão das tarifas; subconcessão.
V – aos direitos, garantias e obrigações do poder con- Art. 27. A transferência de concessão ou do controle
cedente e da concessionária, inclusive os relacionados às societário da concessionária sem prévia anuência do poder
previsíveis necessidades de futura alteração e expansão do concedente implicará a caducidade da concessão.
serviço e conseqüente modernização, aperfeiçoamento e § 1º Para fins de obtenção da anuência de que trata o
ampliação dos equipamentos e das instalações; caput deste artigo, o pretendente deverá: (Renumerado do
VI – aos direitos e deveres dos usuários para obtenção parágrafo único pela Lei nº 11.196, de 2005)
e utilização do serviço; I – atender às exigências de capacidade técnica, idonei-
VII  – à forma de fiscalização das instalações, dos dade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias
equipamentos, dos métodos e práticas de execução do à assunção do serviço; e
serviço, bem como a indicação dos órgãos competentes II  – comprometer‑se a cumprir todas as cláusulas do
para exercê‑la; contrato em vigor.
VIII  – às penalidades contratuais e administrativas a § 2º (Revogado pela Lei nº 13.097, de 2015)
que se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação; § 3º (Revogado pela Lei nº 13.097, de 2015)
IX – aos casos de extinção da concessão; § 4º (Revogado pela Lei nº 13.097, de 2015)
X – aos bens reversíveis; Art. 27-A. Nas condições estabelecidas no contrato de
XI – aos critérios para o cálculo e a forma de pagamen- concessão, o poder concedente autorizará a assunção do
to das indenizações devidas à concessionária, quando for controle ou da administração temporária da concessionária
o caso; por seus financiadores e garantidores com quem não man-
XII – às condições para prorrogação do contrato; tenha vínculo societário direto, para promover sua reestru-
XIII – à obrigatoriedade, forma e periodicidade da pres- turação financeira e assegurar a continuidade da prestação
tação de contas da concessionária ao poder concedente; dos serviços. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
XIV  – à exigência da publicação de demonstrações § 1o Na hipótese prevista no caput, o poder concedente
financeiras periódicas da concessionária; e exigirá dos financiadores e dos garantidores que atendam
XV – ao foro e ao modo amigável de solução das diver- às exigências de regularidade jurídica e fiscal, podendo al-
Noções de Direito Administrativo

gências contratuais. terar ou dispensar os demais requisitos previstos no inciso


Parágrafo único. Os  contratos relativos à concessão I do parágrafo único do art. 27. (Incluído pela Lei nº 13.097,
de serviço público precedido da execução de obra pública de 2015)
deverão, adicionalmente: § 2o A assunção do controle ou da administração tem-
I – estipular os cronogramas físico‑financeiros de exe- porária autorizadas na forma do caput deste artigo não
cução das obras vinculadas à concessão; e alterará as obrigações da concessionária e de seus contro-
II – exigir garantia do fiel cumprimento, pela conces- ladores para com terceiros, poder concedente e usuários
sionária, das obrigações relativas às obras vinculadas à dos serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 13.097, de
concessão. 2015)
Art.  23-A. O  contrato de concessão poderá prever o § 3o Configura-se o controle da concessionária, para
emprego de mecanismos privados para resolução de dis- os fins dispostos no caput deste artigo, a propriedade
putas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a resolúvel de ações ou quotas por seus financiadores e ga-
arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, rantidores que atendam os requisitos do art. 116 da Lei no
nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) 13.097, de 2015)

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§ 4o Configura-se a administração temporária da con- VII – a instituição financeira depositária deverá trans-
cessionária por seus financiadores e garantidores quando, ferir os valores recebidos ao mutuante à medida que as
sem a transferência da propriedade de ações ou quotas, obrigações do contrato de mútuo tornarem‑se exigíveis; e
forem outorgados os seguintes poderes: (Incluído pela Lei (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
nº 13.097, de 2015) VIII – o contrato de cessão disporá sobre a devolução
I - indicar os membros do Conselho de Administração, à concessionária dos recursos excedentes, sendo vedada
a serem eleitos em Assembleia Geral pelos acionistas, nas a retenção do saldo após o adimplemento integral do con-
sociedades regidas pela Lei 6.404, de 15 de dezembro de trato. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
1976; ou administradores, a serem eleitos pelos quotistas,
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, serão consi-
nas demais sociedades; (Incluído pela Lei nº 13.097, de
2015) derados contratos de longo prazo aqueles cujas obrigações
II – indicar os membros do Conselho Fiscal, a serem elei- tenham prazo médio de vencimento superior a 5 (cinco)
tos pelos acionistas ou quotistas controladores em Assem- anos. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
bleia Geral; (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
III – exercer poder de veto sobre qualquer proposta CAPÍTULO VII
submetida à votação dos acionistas ou quotistas da con- Dos Encargos do Poder Concedente
cessionária, que representem, ou possam representar,
prejuízos aos fins previstos no caput deste artigo; (Incluído Art. 29. Incumbe ao poder concedente:
pela Lei nº 13.097, de 2015) I – regulamentar o serviço concedido e fiscalizar per-
IV – outros poderes necessários ao alcance dos fins pre- manentemente a sua prestação;
vistos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.097,
II – aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
de 2015)
§ 5o A administração temporária autorizada na forma III – intervir na prestação do serviço, nos casos e con-
deste artigo não acarretará responsabilidade aos financia- dições previstos em lei;
dores e garantidores em relação à tributação, encargos, IV – extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei
ônus, sanções, obrigações ou compromissos com terceiros, e na forma prevista no contrato;
inclusive com o poder concedente ou empregados. (Incluí- V – homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas
do pela Lei nº 13.097, de 2015) na forma desta Lei, das normas pertinentes e do contrato;
§ 6o O Poder Concedente disciplinará sobre o prazo da VI – cumprir e fazer cumprir as disposições regulamen-
administração temporária. (Incluído pela Lei nº 13.097, de tares do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;
2015) VII – zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar
Art.  28. Nos contratos de financiamento, as  conces- e solucionar queixas e reclamações dos usuários, que serão
sionárias poderão oferecer em garantia os direitos emer- cientificados, em até trinta dias, das providências tomadas;
gentes da concessão, até o limite que não comprometa a VIII – declarar de utilidade pública os bens necessários à
operacionalização e a continuidade da prestação do serviço.
execução do serviço ou obra pública, promovendo as desa-
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.074, de 1995) propriações, diretamente ou mediante outorga de poderes
Art. 28-A. Para garantir contratos de mútuo de longo à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade
prazo, destinados a investimentos relacionados a con- pelas indenizações cabíveis;
tratos de concessão, em qualquer de suas modalidades,
IX – declarar de necessidade ou utilidade pública, para
as concessionárias poderão ceder ao mutuante, em caráter
fiduciário, parcela de seus créditos operacionais futuros, fins de instituição de servidão administrativa, os bens neces-
observadas as seguintes condições: (Incluído pela Lei sários à execução de serviço ou obra pública, promovendo‑a
nº 11.196, de 2005) diretamente ou mediante outorga de poderes à conces-
I – o contrato de cessão dos créditos deverá ser regis- sionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas
trado em Cartório de Títulos e Documentos para ter eficácia indenizações cabíveis;
perante terceiros; X – estimular o aumento da qualidade, produtividade,
II – sem prejuízo do disposto no inciso I do caput deste preservação do meio‑ambiente e conservação;
artigo, a cessão do crédito não terá eficácia em relação ao XI – incentivar a competitividade; e
Poder Público concedente senão quando for este formal- XII – estimular a formação de associações de usuários
mente notificado; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) para defesa de interesses relativos ao serviço.
III – os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo Art.  30. No exercício da fiscalização, o  poder conce-
serão constituídos sob a titularidade do mutuante, indepen- dente terá acesso aos dados relativos à administração,
Noções de Direito Administrativo

dentemente de qualquer formalidade adicional; (Incluído contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros
pela Lei nº 11.196, de 2005) da concessionária.
IV – o mutuante poderá indicar instituição financeira Parágrafo único. A  fiscalização do serviço será feita
para efetuar a cobrança e receber os pagamentos dos por intermédio de órgão técnico do poder concedente
créditos cedidos ou permitir que a concessionária o faça, ou por entidade com ele conveniada, e, periodicamente,
na qualidade de representante e depositária; (Incluído pela conforme previsto em norma regulamentar, por comissão
Lei nº 11.196, de 2005) composta de representantes do poder concedente, da
concessionária e dos usuários.
V – na hipótese de ter sido indicada instituição financei-
ra, conforme previsto no inciso IV do caput deste artigo, fica
a concessionária obrigada a apresentar a essa os créditos CAPÍTULO VIII
para cobrança; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Dos Encargos da Concessionária
VI – os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser
depositados pela concessionária ou pela instituição encar- Art. 31. Incumbe à concessionária:
regada da cobrança em conta corrente bancária vinculada I – prestar serviço adequado, na forma prevista nesta
ao contrato de mútuo; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Lei, nas normas técnicas aplicáveis e no contrato;

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58 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – manter em dia o inventário e o registro dos bens VI – falência ou extinção da empresa concessionária e
vinculados à concessão; falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa
III – prestar contas da gestão do serviço ao poder con- individual.
cedente e aos usuários, nos termos definidos no contrato; § 1º Extinta a concessão, retornam ao poder concedente
IV – cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos
as cláusulas contratuais da concessão; ao concessionário conforme previsto no edital e estabele-
V  – permitir aos encarregados da fiscalização livre cido no contrato.
acesso, em qualquer época, às obras, aos equipamentos § 2º Extinta a concessão, haverá a imediata assunção
e às instalações integrantes do serviço, bem como a seus do serviço pelo poder concedente, procedendo‑se aos
registros contábeis; levantamentos, avaliações e liquidações necessários.
VI  – promover as desapropriações e constituir ser- §  3º A assunção do serviço autoriza a ocupação das
vidões autorizadas pelo poder concedente, conforme instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos
previsto no edital e no contrato; os bens reversíveis.
VII – zelar pela integridade dos bens vinculados à pres- § 4º Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo,
tação do serviço, bem como segurá‑los adequadamente; e o poder concedente, antecipando‑se à extinção da conces-
VIII  – captar, aplicar e gerir os recursos financeiros são, procederá aos levantamentos e avaliações necessários
necessários à prestação do serviço. à determinação dos montantes da indenização que será de-
Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão de vida à concessionária, na forma dos arts. 36 e 37 desta Lei.
obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas dis- Art.  36. A  reversão no advento do termo contratual
posições de direito privado e pela legislação trabalhista, far‑se‑á com a indenização das parcelas dos investimentos
não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou
contratados pela concessionária e o poder concedente. depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de
garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.
CAPÍTULO IX Art. 37. Considera‑se encampação a retomada do ser-
Da Intervenção viço pelo poder concedente durante o prazo da concessão,
por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na con- específica e após prévio pagamento da indenização, na
cessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação forma do artigo anterior.
do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas Art.  38. A  inexecução total ou parcial do contrato
contratuais, regulamentares e legais pertinentes. acarretará, a critério do poder concedente, a declaração
Parágrafo único. A  intervenção far‑se‑á por decreto de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções
do poder concedente, que conterá a designação do in- contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do
terventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.
da medida. § 1º A caducidade da concessão poderá ser declarada
Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente pelo poder concedente quando:
deverá, no prazo de trinta dias, instaurar procedimento I – o serviço estiver sendo prestado de forma inadequa-
administrativo para comprovar as causas determinantes da ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indi-
da medida e apurar responsabilidades, assegurado o cadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
direito de ampla defesa.
II – a concessionária descumprir cláusulas contratuais
§  1º Se ficar comprovado que a intervenção não ou disposições legais ou regulamentares concernentes à
observou os pressupostos legais e regulamentares será
concessão;
declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imediata-
III – a concessionária paralisar o serviço ou concorrer
mente devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu
direito à indenização. para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso
fortuito ou força maior;
§ 2º O procedimento administrativo a que se refere o
IV – a concessionária perder as condições econômicas,
caput deste artigo deverá ser concluído no prazo de até
técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação
cento e oitenta dias, sob pena de considerar‑se inválida
a intervenção. do serviço concedido;
Art.  34. Cessada a intervenção, se não for extinta a V – a concessionária não cumprir as penalidades im-
concessão, a  administração do serviço será devolvida à postas por infrações, nos devidos prazos;
Noções de Direito Administrativo

concessionária, precedida de prestação de contas pelo VI – a concessionária não atender a intimação do po-
interventor, que responderá pelos atos praticados durante der concedente no sentido de regularizar a prestação do
a sua gestão. serviço; e
VII – a concessionária não atender a intimação do poder
CAPÍTULO X concedente para, em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar
a documentação relativa a regularidade fiscal, no curso da
Da Extinção da Concessão
concessão, na forma do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 12.767, de 2012)
Art. 35. Extingue‑se a concessão por:
§ 2º A declaração da caducidade da concessão deverá
I – advento do termo contratual;
ser precedida da verificação da inadimplência da conces-
II – encampação; sionária em processo administrativo, assegurado o direito
III – caducidade; de ampla defesa.
IV – rescisão; §  3º Não será instaurado processo administrativo de
V – anulação; e inadimplência antes de comunicados à concessionária,

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detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos ou que possuam cláusula que preveja prorrogação, terão
no § 1º deste artigo, dando‑lhe um prazo para corrigir as validade máxima até o dia 31 de dezembro de 2010, desde
falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, que, até o dia 30 de junho de 2009, tenham sido cumpridas,
nos termos contratuais. cumulativamente, as seguintes condições: (Incluído pela Lei
§ 4º Instaurado o processo administrativo e comprovada nº 11.445, de 2007).
a inadimplência, a caducidade será declarada por decreto I – levantamento mais amplo e retroativo possível dos
do poder concedente, independentemente de indenização elementos físicos constituintes da infraestrutura de bens
prévia, calculada no decurso do processo. reversíveis e dos dados financeiros, contábeis e comerciais
§ 5º A indenização de que trata o parágrafo anterior, relativos à prestação dos serviços, em dimensão necessária
será devida na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, e suficiente para a realização do cálculo de eventual inde-
descontado o valor das multas contratuais e dos danos nização relativa aos investimentos ainda não amortizados
causados pela concessionária. pelas receitas emergentes da concessão, observadas as
§ 6º Declarada a caducidade, não resultará para o po- disposições legais e contratuais que regulavam a prestação
der concedente qualquer espécie de responsabilidade em do serviço ou a ela aplicáveis nos 20 (vinte) anos anteriores
relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos ao da publicação desta Lei; (Incluído pela Lei nº  11.445,
com terceiros ou com empregados da concessionária. de 2007).
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido II – celebração de acordo entre o poder concedente e o
por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimen- concessionário sobre os critérios e a forma de indenização
to das normas contratuais pelo poder concedente, median- de eventuais créditos remanescentes de investimentos
te ação judicial especialmente intentada para esse fim. ainda não amortizados ou depreciados, apurados a partir
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste dos levantamentos referidos no inciso I deste parágrafo e
artigo, os serviços prestados pela concessionária não pode- auditados por instituição especializada escolhida de comum
rão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial acordo pelas partes; e (Incluído pela Lei nº 11.445, de 2007).
transitada em julgado. III  – publicação na imprensa oficial de ato formal de
autoridade do poder concedente, autorizando a prestação
CAPÍTULO XI precária dos serviços por prazo de até 6 (seis) meses, reno-
Das Permissões vável até 31 de dezembro de 2008, mediante comprovação
do cumprimento do disposto nos incisos I e II deste pará-
grafo. (Incluído pela Lei nº 11.445, de 2007).
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada
§ 4º Não ocorrendo o acordo previsto no inciso II do
mediante contrato de adesão, que observará os termos
§ 3º deste artigo, o cálculo da indenização de investimentos
desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de
será feito com base nos critérios previstos no instrumento
licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade
de concessão antes celebrado ou, na omissão deste, por
unilateral do contrato pelo poder concedente.
avaliação de seu valor econômico ou reavaliação patri-
Parágrafo único. Aplica‑se às permissões o disposto
monial, depreciação e amortização de ativos imobilizados
nesta Lei.
definidos pelas legislações fiscal e das sociedades por
ações, efetuada por empresa de auditoria independente
CAPÍTULO XII escolhida de comum acordo pelas partes. (Incluído pela
Disposições Finais e Transitórias Lei nº 11.445, de 2007).
§ 5º No caso do § 4º deste artigo, o pagamento de even-
Art. 41. O disposto nesta Lei não se aplica à concessão, tual indenização será realizado, mediante garantia real, por
permissão e autorização para o serviço de radiodifusão meio de 4 (quatro) parcelas anuais, iguais e sucessivas, da
sonora e de sons e imagens. parte ainda não amortizada de investimentos e de outras
Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas indenizações relacionadas à prestação dos serviços, rea-
anteriormente à entrada em vigor desta Lei consideram‑se lizados com capital próprio do concessionário ou de seu
válidas pelo prazo fixado no contrato ou no ato de outorga, controlador, ou originários de operações de financiamento,
observado o disposto no art. 43 desta Lei. (Vide Lei nº 9.074, ou obtidos mediante emissão de ações, debêntures e outros
de 1995) títulos mobiliários, com a primeira parcela paga até o último
Noções de Direito Administrativo

§ 1º Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato de dia útil do exercício financeiro em que ocorrer a reversão.
outorga, o serviço poderá ser prestado por órgão ou entida- (Incluído pela Lei nº 11.445, de 2007).
de do poder concedente, ou delegado a terceiros, mediante § 6º Ocorrendo acordo, poderá a indenização de que
novo contrato. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). trata o § 5º deste artigo ser paga mediante receitas de novo
§  2º As concessões em caráter precário, as  que esti- contrato que venha a disciplinar a prestação do serviço.
verem com prazo vencido e as que estiverem em vigor (Incluído pela Lei nº 11.445, de 2007).
por prazo indeterminado, inclusive por força de legislação Art. 43. Ficam extintas todas as concessões de serviços
anterior, permanecerão válidas pelo prazo necessário à públicos outorgadas sem licitação na vigência da Constitui-
realização dos levantamentos e avaliações indispensáveis ção de 1988.(Vide Lei nº 9.074, de 1995)
à organização das licitações que precederão a outorga das Parágrafo único. Ficam também extintas todas as
concessões que as substituirão, prazo esse que não será concessões outorgadas sem licitação anteriormente à
inferior a 24 (vinte e quatro) meses. Constituição de 1988, cujas obras ou serviços não tenham
§ 3º As concessões a que se refere o § 2º deste artigo, sido iniciados ou que se encontrem paralisados quando da
inclusive as que não possuam instrumento que as formalize entrada em vigor desta Lei.

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60 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 44. As concessionárias que tiverem obras que se Quanto ao Momento em que se Efetua
encontrem atrasadas, na data da publicação desta Lei,
apresentarão ao poder concedente, dentro de cento e Prévio ou Preventivo
oitenta dias, plano efetivo de conclusão das obras.(Vide É o controle exercido antes de consumar‑se a conduta
Lei nº 9.074, de 1995) administrativa, como ocorre, por exemplo, com aprovação
prévia, por parte do Senado Federal, do Presidente e de
Parágrafo único. Caso a concessionária não apresente Diretores do Banco Central.
o plano a que se refere este artigo ou se este plano não
oferecer condições efetivas para o término da obra, o poder Concomitante
concedente poderá declarar extinta a concessão, relativa Acompanha a situação administrativa no momento em
a essa obra. que ela se verifica. É o que ocorre, por exemplo, com a fis-
Art.  45. Nas hipóteses de que tratam os arts.  43 e calização de um contrato em andamento.
44 desta Lei, o  poder concedente indenizará as obras e
serviços realizados somente no caso e com os recursos da Posterior ou corretivo
Tem por objetivo a revisão de atos já praticados, para
nova licitação. corrigi‑los, desfazê‑los ou, somente, confirmá‑los. Abrange
Parágrafo único. A licitação de que trata o caput deste atos como os de aprovação, homologação, anulação, revo-
artigo deverá, obrigatoriamente, levar em conta, para fins gação ou convalidação.
de avaliação, o estágio das obras paralisadas ou atrasadas,
de modo a permitir a utilização do critério de julgamento Quanto à Natureza do Controle
estabelecido no inciso III do art. 15 desta Lei.
Art. 46. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi- Legalidade
cação. É o que verifica a conformidade da conduta administrativa
com as normas legais que a regem. Vale dizer que a Admi-
Art. 47. Revogam‑se as disposições em contrário. nistração exercita‑o de ofício (controle interno) ou mediante
provocação (controle externo); o Legislativo só o efetiva nos
Brasília, 13 de fevereiro de 1995; 174º da Independência casos constitucionalmente previstos (art. 71 da CF); e o Judi-
e 107º da República. ciário por meio da ação adequada. Por esse controle, o ato
ilegal e ilegítimo somente pode ser anulado, e não revogado.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Mérito
Nelson Jobim É o que se consuma pela verificação da conveniência e
da oportunidade da conduta administrativa. A competência
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA para exercê‑lo é da Administração, e, em casos excepcionais,
BRASILEIRA expressos na Constituição, ao Legislativo (art. 49, IX e X), mas
nunca ao Judiciário.
Conceito
Quanto ao Órgão que o Exerce
Ora aparece como o poder/dever de fiscalização e revi-
Controle Administrativo
são, ora aparece como a faculdade de vigilância, orientação
É exercido pelo Executivo, mas também pode ser exer-
e correção que um Poder, órgão, ou autoridade exerce sobre cido pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judi-
a conduta funcional de outro. ciário, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa
Em razão da amplitude do conceito, inúmeros são os própria (autotutela) ou mediante provocação75.
critérios adotados pela doutrina para identificar as espécies
de controle. Meios de Controle
• Fiscalização Hierárquica – É a exercida pelos órgãos
Espécies de Controle superiores sobre os inferiores integrantes da mesma
Administração. É meio de controle inerente ao poder
Quanto à Extensão do Controle hierárquico (autotutela).
• Supervisão Ministerial  – Aplicável geralmente nas
entidades de administração indireta vinculadas a
Interno
um Ministério (Decreto‑Lei nº 200/1967, art. 19).
Noções de Direito Administrativo

É todo aquele realizado pela entidade ou órgão respon- Observe‑se que supervisão não é a mesma coisa que
sável pela atividade controlada, no âmbito de sua própria subordinação, trata‑se de controle finalístico (tutela).
administração. • Recursos Administrativos  – São meios hábeis que
podem ser utilizados para provocar o reexame do ato
Externo administrativo, pela própria Administração Pública. Em
Ocorre quando o órgão fiscalizador se situa em Admi- regra, o efeito é devolutivo, ou seja, devolve o exame
nistração diversa daquela de onde a conduta administrativa da matéria à autoridade competente para decidir. Se
se originou. for suspensivo, deve estar previsto em lei, pois, como
o próprio nome já diz, suspende os efeitos do ato até
Externo Popular a decisão do recurso, podendo ser atacado pelas vias
É o que determina que as contas públicas fiquem durante judiciais somente se ocorrer omissão.
sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contri- Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-RS/Analista Judiciário/Área
75

buinte, para exame e apreciação, podendo ser questionada Judiciária/2010/Questão 49 e FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010/
por meio de mandado de segurança ou ação popular. Questão 57.

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Nesse sentido: Controle Legislativo
É o exercido pelos órgãos legislativos ou por Comis-
Súmula nº 429/STF: A existência de recurso ad- sões Parlamentares sobre determinados atos do Poder
ministrativo com efeito suspensivo não impede o Executivo78.
uso do mandado de segurança contra omissão da
autoridade. Meios de Controle
• Controle Político – Tem por base a possibilidade de
• Direito de Petição – É o direito que toda pessoa tem, pe- fiscalização sobre atos ligados à função administrativa
rante a autoridade administrativa competente, de defender e organizacional do Poder Executivo e do Poder Judi-
seus direitos ou noticiar ilegalidade ou abuso de autoridade ciário. A instauração de CPIs, a oitiva de testemunhas
pública (art. 5º, XXXIV, da CF). Dentro do direito de petição, e indiciados, a competência do Congresso Nacional
para sustar os atos do Poder Executivo que exorbitem
encontramos os seguintes recursos:
do poder regulamentar ou dos limites de delegação
– Representação: constitui‑se em denúncia de irregu-
legislativa (art. 49, V, da CF) e outros procedimentos
laridades feita perante a própria Administração, o Tri- apuratórios fazem parte do rol do controle político do
bunal de Contas ou outros órgãos de controle, como Poder Legislativo (art. 58, § 3º, da CF).
o Ministério, por exemplo. Quando for representação • Controle financeiro – É o controle exercido pelo Con-
por abuso de autoridade, aplica‑se o disposto na Lei gresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas
nº 4.898/1995. da União, sobre os atos do Executivo e do Judiciário
– Reclamação administrativa: oposição expressa a atos (controle externo) e sobre sua própria administração
da Administração que afetem direitos ou interesses (controle interno) no que se refere à gestão dos recur-
legítimos do interessado. Está prevista no Decreto sos públicos.
nº 20.910/1932. Caberá reclamação administrati-
va, perante o Supremo Tribunal Federal, quando Áreas fiscalizadas: contábil, financeira, orçamentária,
ato administrativo contrariar enunciado de súmula operacional e patrimonial da União e das entidades da admi-
vinculante ou que indevidamente a aplicar. Se a nistração direta e indireta quanto à legalidade, legitimidade,
reclamação for julgada procedente, anulará o ato economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de
administrativo e determinará que outro seja profe- receitas (art. 70 da CF).
rido com ou sem a aplicação da súmula, conforme
o caso (art. 103‑A da CF). Subvenções Valores repassados pelo Poder Público para
– Pedido de Reconsideração: solicitação de reexame subsídio e incremento de atividades de in-
dirigida à mesma autoridade que praticou o ato. teresse social, tais como assistência social,
– Recurso Hierárquico Próprio: por decorrer da hie- hospitalar e educacional.
rarquia, deve ser dirigido à autoridade ou instância Renúncia de Por meio da renúncia fiscal (perdão de
superior do mesmo órgão administrativo em que foi receitas dívidas).
praticado o ato (Lei nº 9.784/1999).
– Recurso Hierárquico Impróprio: dirigido à autori- Abrangência do Controle
dade ou órgão estranho à repartição que expediu O controle abrange não só os Poderes Constitucionais,
o ato recorrido, mas com competência julgadora mas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
expressa76. Ocorre esse tipo de recurso impróprio no que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinhei-
caso da reclamação administrativa, proposta perante ro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda,
o Supremo Tribunal Federal, pois é órgão diverso do ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
qual a decisão foi emanada. pecuniária (art. 70, parágrafo único, da CF).
– Revisão: é o recurso de que se utiliza o servidor
As Atribuições dos Tribunais de Contas
público, punido pela Administração, para reexame No controle externo da administração financeira, orça-
da decisão, em caso de surgirem fatos novos ou mentária e da gestão fiscal é que se inserem as principais
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a atribuições dos nossos Tribunais de Contas, como órgãos in-
inadequação da sanção aplicada ou de demonstrar a dependentes, mas auxiliares dos Legislativos e colaboradores
sua inocência (art. 65 da Lei nº 9.784/1999 e art. 174 dos Executivos. A Constituição Federal elencou, no art. 71,
da Lei nº 8.112/1990)77. as atribuições dos Tribunais de Contas da União. São elas:

Prescrição Administrativa Art.  71. O  controle externo, a  cargo do Congresso


Noções de Direito Administrativo

Significa a perda do prazo, diferente da decadência, que Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
é a perda do direito. Administrativamente, pode ser, entre Contas da União, ao qual compete:
I  – apreciar as contas prestadas anualmente pelo
outros, a perda do prazo para recorrer da decisão adminis-
Presidente da República, mediante parecer prévio
trativa; a perda do prazo para a Administração rever seus que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar
próprios atos; a perda do prazo para aplicação de penalida- de seu recebimento;
des administrativas. II  – julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
Coisa Julgada Administrativa da administração direta e indireta, incluídas as funda-
Significa apenas que a decisão se tornou irretratável ções e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
pela própria Administração, podendo ser revista pelo Poder Público federal, e  as contas daqueles que derem
Judiciário. causa a perda, extravio ou outra irregula­ridade de
que resulte prejuízo ao erário público;
76
Assunto cobrado na prova da FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/
Procurador do Estado de 3ª Classe/2010/Questão 29. Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
78
77
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-Acre/Técnico Judiciário/Área Adminis- Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010/
trativa/2010/Questão 61. Questão 57.

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62 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos Controle Judicial
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na É o poder de fiscalização que o Judiciário exerce especifi-
administração direta e indireta, incluídas as fun- camente sobre a atividade administrativa do Estado. Alcança,
dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, basicamente, os atos administrativos do Exe­cutivo, mas
excetuadas as nomeações para cargo de provimen- também examina os atos do Legislativo e do próprio Judi-
to em comissão, bem como a das concessões de ciário quando realiza atividade administrativa79. É vedado
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as ao Judiciário apreciar o mérito administrativo, restringe‑se
melhorias posteriores que não alterem o fundamento apenas ao controle da legalidade e da legitimidade do ato
legal do ato concessório; impugnado80.
IV  – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Assim, apesar de a decisão executória da administração
Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica pública dispensar a intervenção prévia do Poder Judiciário,
ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza não há impedimento para que ocorra o controle judicial
contábil, financeira, orçamentária, operacional e pa- após a realização do ato81.
trimonial, nas unidades administrativas dos Poderes De acordo com a doutrina, os atos administrativos podem
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades estar sujeitos a controle comum ou especial.
referidas no inciso II;
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas su- Atos sujeitos a controle comum
pranacionais de cujo capital social a União participe, Os atos sujeitos a controle judicial comum são os admi-
de forma direta ou indireta, nos termos do tratado nistrativos em geral. No nosso sistema de jurisdição única
constitutivo; consagrado pelo preceito constitucional de que não se pode
VI  – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos excluir da apreciação do poder judiciário qualquer lesão
repassados pela União mediante convênio, acordo, ou ameaça a direito (art.  5, inciso XXXV), a  justiça tem a
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, faculdade de julgar todo ato de administração praticado por
ao Distrito Federal ou a Município; agente de qualquer dos órgãos ou Poderes de Estado. Sua
VII  – prestar as informações solicitadas pelo Con- limitação é apenas quanto ao objeto do controle, que há de
gresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por ser unicamente a legalidade, sendo-lhe vedado pronunciar-se
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscali- sobre conveniência, oportunidade ou eficiência do ato em
exame, ou seja, sobre o mérito administrativo.
zação contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
Atos sujeitos a controle especial
inspeções realizadas;
Enquanto os atos administrativos em geral expõem-se à
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade revisão comum da justiça, outros existem que, por sua ori-
de despesa ou irregularidade de contas, as sanções gem, fundamento, natureza ou objeto, ficam sujeitos a um
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras comi- controle especial do Poder Judiciário, e tais são os chamados
nações, multa proporcional ao dano causado ao erário; atos políticos, os atos legislativos e os atos interna corporis.
IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote Atos políticos: atos políticos são os que, praticados por
as providências necessárias ao exato cumprimento agentes do Governo, no uso de competência constitucional,
da lei, se verificada ilegalidade; se fundam na ampla liberdade de apreciação da conveniência
X  – sustar, se não atendido, a  execução do ato ou oportunidade de sua realização, sem se aterem a critérios
impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos jurídicos preestabelecidos. São atos governamentais por exce-
Deputados e ao Senado Federal; lência, e não apenas de administração. São atos de condução
XI – representar ao Poder competente sobre irregula­ dos negócios públicos, e não simplesmente de execução de
ridades ou abusos apurados. serviços públicos. Daí seu maior discricionarismo e, conse-
§  1º No caso de contrato, o  ato de sustação será quentemente, as maiores restrições para o controle judicial.
adotado diretamente pelo Congresso Nacional, Mas nem por isso afastam a apreciação da justiça quando ar-
que solicitará, de imediato, ao  Poder Executivo as guidos de lesivos a direito individual ou ao patrimônio público.
medidas cabíveis. Todos os poderes de Estado são autorizados constitucio-
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, nalmente a praticar determinados atos, em determinadas
no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas circunstâncias, com fundamento político. Nesse sentido,
previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá pratica ato político o Executivo quando veta um projeto de lei,
a respeito. quando nomeia Ministro de Estado, quando concede indulto.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação O  legislativo pratica-o quando rejeita veto, aprova contas.
de débito ou multa terão eficácia de título executivo. O judiciário pratica-o quando propõe a criação de tribunais
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, inferiores, quando escolhe advogado e membro do Ministério
trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. Público para compor o quinto constitucional. Em todos esses
Noções de Direito Administrativo

exemplos são as conveniências do Estado que comandam o


Salvo no tocante ao controle da gestão fiscal e na forma ato e infundem caráter político que o torna insuscetível de
da Lei Complementar nº 101/2000, a atuação dos Tribunais controle judicial quanto à valoração de seus motivos. Nenhum
de Contas deve ser a posteriori, não tendo apoio constitu- ato do Poder Público deixará de ser examinado pelo poder ju-
cional qualquer controle prévio sobre atos ou contratos da diciário quando arguida sua inconstitucionalidade ou for lesivo
Administração direta ou indireta, nem sobre a conduta de de direito subjetivo de alguém. Não basta a simples alegação
particulares que tenham gestão de bens ou valores públicos, de que se trata de ato político para tolher o controle judicial,
salvo as inspeções e auditorias in loco, que podem ser rea- pois será sempre necessário que a própria justiça verifique a
lizadas a qualquer tempo. natureza do ato e suas consequências perante o direito indivi-
As atividades dos Tribunais de Contas expressam-se
fundamentalmente em funções técnicas opinativas, verifi- 79
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
cadoras, assessoradoras e jurisdicionais administrativas, de- – II/2010/Questão 63.
sempenhadas simetricamente tanto pelo Tribunal de Contas 80
Assunto cobrado na prova do Cespe/Tribunal de Contas-RO/Procurador do
da União quanto pelos Tribunais dos Estados-membros, do Ministério Público/2010/Questão 26.
81
Cespe/Prefeitura Municipal de Boa Vista-RR/Analista Municipal/Procurador
Distrito Federal e dos Municípios que os tiverem. Municipal/2010/Questão 37.

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dual do postulante. O que se nega ao Poder Judiciário é, depois • Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI, CF) – Utilizado
de ter verificado a natureza e os fundamentos políticos do ato, sempre que a falta de norma regulamentadora torne
adentre seu conteúdo e valore seus motivos. Necessário se faz, inviável o exercício dos direitos e liberdades constitu-
portanto, que não sejam excedidos os limites discricionários cionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
demarcados ao órgão ou autoridade para a prática do ato. à soberania e à cidadania. Qualquer pessoa (física ou
Atos Legislativos: os atos legislativos, ou seja, as  leis jurídica) pode impetrar, sempre por intermédio de um
propriamente ditas (normas em sentido formal e material), advogado.
não ficam sujeitos à anulação judicial pelos meios proces- • Mandado de Segurança Individual (art. 5º, LXIX,
suais comuns, mas sim pela via especial da ação direta de CF  – Lei nº 12.016/2009)  – Visa proteger direito lí-
inconstitucionalidade bem como pela ação declaratória de quido e certo não amparado por HC ou HD, quando
constitucionalidade, tanto para leis em tese como para atos o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
normativos.Somente pela via constitucional da represen- autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça.
tação de inconstitucionalidade (art. 102, I, a) e através do
Líquido e Certo: o direito não suscita dúvidas, está
processo especial estabelecido pela Lei nº 4.337, de 1º de isento de obscuridades.
junho de 1964, promovido pelas pessoas e órgãos indicados Qualquer pessoa física ou jurídica pode impetrar, mas
(art. 103), é que o STF pode declarar a inconstitucionalidade somente por intermédio de um advogado.
da lei em tese ou de qualquer outros ato normativo. • Mandado de Segurança Coletivo (art. 5º, LXX, CF –
Atos interna corporis: os atos interna corporis das Câmaras Lei nº 12.016/2009) – Instrumento que visa proteger
também são vedados a revisto judicial comum, mas é preciso direito líquido e certo de uma coletividade, quando o
que se entenda em seu exato conceito e nos seus justos limites, responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for au-
o significado de tais atos. Em sentido técnico-jurídico, interna toridade, seja de que categoria for e sejam quais forem
corporis não é tudo que provém do seio da Câmara ou de suas as funções que exerça. Legitimidade para impetrar MS
deliberações. Interna corporis são só aquelas questões ou as- Coletivo: Organização Sindical, entidade de classe ou
suntos que entendem direta e imediatamente com a economia associação legalmente constituída e em funcionamen-
interna da corporação legislativa, com seus privilégios e com a to a pelo menos 1 ano, assim como partidos políticos
formação ideológica da lei, que, por sua própria natureza, são com representação no Congresso Nacional. Objetivo:
reservados à exclusiva apreciação e deliberação do Plenário da defesa do interesse dos seus membros ou associados.
Câmara. Tais são os atos de escolha da Mesa (eleições inter-
nas), os de verificação de poderes e incompatibilidade de seus RESPONSABILIDADE CIVIL
membros (cassação de mandatos, concessão de licenças etc.) EXTRACONTRATUAL DO ESTADO
e os de utilização de suas prerrogativas institucionais (modo
de funcionamento da Câmara, elaboração de regimento,
constituição de comissões, organização de serviços auxiliares
Considerações Iniciais
etc.) e a valoração das votações.
A Responsabilidade Civil teve sua origem no âmbito do
Daí não podemos concluir que tais assuntos afastam, por
Direito Privado, em que a obrigação de indenizar derivava
si sós, a revisão judicial. O que o Poder Judiciário não pode é de um contrato.
substituir a deliberação da Câmara por um pronunciamento No Direito Administrativo chamamos de Responsabilida-
judicial sobre o que é da exclusiva competência discricionária de Civil Extracontratual, pois não decorre de um contrato.
do Plenário, da Mesa ou da Presidência. Mas pode confrontar A Responsabilidade Extracontratual que aqui se evidencia
sempre o ato praticado com as prescrições constitucionais, importa no reparo que o Poder Público deverá oferecer ao
legais ou regimentais que estabeleçam condições, forma ou lesado pelo dano que, voluntária ou involuntariamente,
rito para seu cometimento. o tenha causado.
Meios de Controle Conceito
• Ação Popular (art. 5º, LXXIII, CF)  – Objetiva a anu-
lação ou a declaração de nulidade de atos lesivos A Responsabilidade Civil do Estado é a obrigação imposta
ao Patrimônio Público, à moralidade Administrativa, ao Poder Público para ressarcir os danos causados a terceiros
ao Meio Ambiente, ao Patrimônio Histórico e Cultural. pelos seus agentes, quando no exercício de suas atribuições.
A propositura cabe a qualquer cidadão (brasileiro) no
exercício de seus direitos políticos. Evolução da Responsabilidade do Estado
• Ação Civil Pública (art. 129, III, CF – Lei nº 7.347/1985) –
Visa proteger o patrimônio público e social, o meio am- Irresponsabilidade do Estado
Noções de Direito Administrativo

biente e outros direitos difusos e coletivos; é ajuizada


pelo Ministério Público. Nos Governos absolutos prevalecia a irresponsabilidade
• Habeas Corpus (art. 5º, LXVIII, CF  – Visa proteger do Estado, uma vez que não era possível que o rei, represen-
o direito de locomoção. Sempre que alguém sofrer tante do Estado, pudesse lesar seus súditos. (The King can do
(HC Repressivo) ou se achar ameaçado de sofrer (HC no Wrong – O rei não erra). Quanto aos seus agentes, estes
Preventivo) violência ou coação em sua liberdade de sim, poderiam ser responsabilizados pes­soalmente por atos
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. ilícitos que viessem a cometer.
• Habeas Data (art. 5º, LXXII, CF) – Visa proteger o direi-
to a ter informações relativas à pessoa do impetrante, Teoria da Responsabilidade com Culpa
constante de registro ou banco de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; serve também Previam‑se dois tipos de atitudes, que poderiam distin-
para retificação de dados, quando não se prefira fazê‑lo guir em quais atos o rei poderia ser responsabilizado ou não.
por processo sigiloso, judicial ou administrativamente. Quando o Estado praticar atos de gestão em regime de
A propositura da ação é gratuita. É uma ação persona- igualdade com os particulares, amparados, portanto, no
líssima. direito privado estaria sujeito à responsabilidade civil, entre-

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tanto quando praticasse atos de império, ou seja, aqueles Um agente público, pertencente aos quadros de uma
pelos quais desempenha prerrogativa de manutenção da empresa pública federal prestadora de serviço público, no
ordem e do bem comum, bem como relacionados ao geren- exercício de suas atribuições, veio a causar dano a terceiro
ciamento de seus bens e serviços, não haveria a possibilidade usuário do serviço em decorrência de conduta culposa
de ser responsabilizado por tais atos. comissiva. Nesse caso, responderá pelo dano causado ao
Diante da dificuldade em distinguir na prática tais terceiro a empresa pública federal, sendo a responsabi-
situações, adotou‑se a teoria civilista da culpa ou culpa lidade civil de natureza objetiva por tratar-se de pessoa
administrativa.
jurídica de direito privado prestadora de serviço público,
Teoria da Culpa Administrativa assegurado o direito de regresso contra o responsável83.
O ônus da prova não cabe à vítima e sim ao Estado, de-
O Estado respondia pelos danos causados a terceiros, vendo a vítima apenas provar o nexo de causalidade. Cabe
desde que houvesse culpa no serviço: inexistência do serviço, ação regressiva do Estado contra o agente, mas como sua
o serviço não foi prestado e causou prejuízo; o serviço foi responsabilidade é subjetiva, o Estado deverá comprovar sua
prestado de forma deficiente e causou prejuízo. conduta dolosa ou culposa. A ação regressiva é uma ação
judicial de natureza civil que a Administração tem contra
Teoria do Risco Administrativo o agente público ou o particular prestador de serviços pú-
blicos causador do dano a terceiros84.
O Estado indeniza independentemente de dolo ou
culpa do agente, porém, deve a vítima comprovar o nexo Excludentes ou Atenuantes da Responsabilidade
causal entre a ação ou omissão do Estado e o dano sofrido.
Admite excludente ou atenuante de responsabilidade, por Atos de Multidões
exemplo, culpa da vítima, culpa concorrente, caso fortuito
ou força maior.
O Estado não responde civilmente pelos danos causados
Teoria do Risco Integral por atos praticados por agrupamentos de pessoas ou mul-
tidões, por se tratar de atos de terceiros que caracterizam
A teoria do risco integral é a modalidade extremada da uma excludente de causalidade, salvo quando se verificar
teoria do risco administrativo. Por essa teoria o Estado teria omissão do poder público em garantir a integridade do
que indenizar os danos causados a terceiro, mesmo que não patrimônio danificado, hipótese em que a responsabilidade
os tivesse causado, não podendo alegar nenhuma excludente civil é subjetiva.
ou atenuante de responsabilidade.
Há doutrinadores, que não admitem a existência dessa Culpa Exclusiva da Vítima
teoria no nosso ordenamento jurídico, porém, a Constituição
Federal, em seu art. 21, XXXIII, a, diz que: “a responsabilidade Inexiste responsabilidade do Estado85. Ocorre, por
civil por danos nucleares independe da existência de culpa.” exemplo, quando uma pessoa, com o intuito de suicidar‑se,
se atira diante de veículo em movimento. Não tem como ela
A Responsabilidade Civil do Estado na requerer indenização pelos prejuízos sofridos, uma vez que
Constituição Federal de 1988 ela concorreu para que o evento acontecesse.
Assim dispôs a Constituição Federal, em seu art. 37, § 6º:
Culpa Concorrente
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão O Estado e o lesado contribuem para o resultado danoso,
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, cau- desse modo, a indenização do Estado deverá atingir apenas
sarem a terceiros, assegurado o direito de regresso o limite dos prejuízos que tenha causado, arcando o lesado
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. com o restante.

Por meio desse dispositivo, com auxílio da jurisprudência Caso Fortuito e Força Maior
e da doutrina, temos que o nosso ordenamento jurídico
adotou a Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado, Podem ocorrer também fatos imprevisíveis, que fogem
na modalidade risco administrativo, segundo a qual o Esta- ao controle do Estado e das pessoas, são o que a doutrina
do responde objetivamente pelos danos que seus agentes costuma chamar de caso fortuito e força maior. Há diver-
causarem a terceiros, independentemente de dolo ou culpa, gência na doutrina com relação à caracterização de cada
bastando apenas que se comprove o nexo de causalidade
Noções de Direito Administrativo

entre a ação ou omissão do Estado e o dano sofrido pelo um, pois alguns entendem que caso fortuito são eventos
administrado. produzidos pela natureza (um terremoto ou uma inundação,
Exs.: Um servidor público, condutor de uma viatura por exemplo) e força maior como o acontecimento originário
oficial, deu causa a acidente de trânsito com veículo de da vontade humana (por exemplo, no caso de uma greve),
particular. Foram apurados danos materiais de grande e outros já falam que é exatamente o contrário, considerando
vulto, equivalentes aos reparos promovidos no veículo a força maior os eventos produzidos pela natureza e caso
particular e às despesas médicas geradas pelo atendimento fortuito decorrente de ato humano. Nesses casos, como
ao motorista particular. O condutor da viatura particular eram imprevisíveis e inevitáveis, inexiste a responsabilidade
tem pretensão indenizatória para ressarcimento dos danos do Estado.
materiais. Nesse caso, o Estado responde sob a modalidade
objetiva, presumindo-se a culpa do servidor, que poderá
ser penalizado também disciplinarmente na esfera admi- 83
Cesgranrio/Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social/Advoga-
nistrativa82. do/2010/Questão 40.
84
FCC/TRE-Acre/Analista Judiciário/Área Judiciária/2010/Questão 47.
85
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal de Contas-RO/Procurador do Mi-
FCC/Tribunal de Contas-RO/Auditor/Substituto de Conselheiro/2010/Questão 14.
82
nistério Público Junto ao Tribunal de Contas/2010/Questão 21.

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Responsabilidade Civil do Estado por Atos ação é a Justiça Federal (art. 109, I, da CF); se for pessoa
Legislativos jurídica de Direito Privado, será competente a Justiça
Estadual ou, conforme o caso, deve ser examinado o
Em regra, não acarretam a responsabilidade do Estado, disposto na Lei de Organização Judiciária do local.
entretanto, podem surgir situações específicas que poderiam
ensejá‑la, tal como leis inconstitucionais, que durante a sua Para eximir-se do dever de indenizar, caberá à Fazenda
vigência e eficácia poderiam acarretar dano, ou leis de efeitos Pública comprovar que a vítima concorreu para o evento
concretos, aquelas que atingem uma categoria de pessoas danoso (dolo ou culpa). Enquanto não evidenciar a culpa-
ou número exíguo de pessoa. Nesses casos, o lesado pode bilidade da vítima, subsiste a responsabilidade objetiva da
responsabilizar o Estado com o fim de obter a indenização Administração. Se, por outro lado, ficar comprovada a culpa
pelos prejuízos sofridos.
ou dolo exclusivo da vítima, ficará excluída a responsabi-
lidade da Fazenda Pública; se restar comprovada a culpa
Responsabilidade Civil do Estado por Atos concorrente, o Estado arcará apenas no limite dos prejuízos
Jurisdicionais que tenha causado.
Em regra, a responsabilidade do Estado não se aplica aos
atos praticados pelo Poder Judiciário, porém, como garantia Prescrição
fundamental estabelecida no art. 5º, LXXV, temos que o Es-
tado indenizará o condenado por erro judiciário, bem como O direito do lesado à reparação dos prejuízos tem natu-
aquele que ficar preso além do tempo fixado na sentença. reza obrigacional e pessoal, portanto, como qualquer direito
Um caso notório ocorrido no Brasil quanto a erro judiciário subjetivo não pode ser objeto da inércia do seu titular, sob
foi o dos irmãos Naves em 1937. pena do surgimento da prescrição. A prescrição nada mais é
do que a perda do direito de ação.
A Reparação do Dano A União, Estados, Distrito Federal e Municípios bem
como suas Autarquias e Fundações Públicas, Empresas Pú-
A existência de dano indenizável, quantificado e detalha- blicas e Sociedades de Economia Mista gozam da prescrição
do em sua expressão econômica é requisito indispensável quinquenal, ou seja, o prazo de cinco anos contados a partir
para a reparação do prejuízo decorrente da lesão que em- do fato danoso.
penha a responsabilidade civil do Estado, ou seja, inexiste O Decreto nº 20.910/1932, em seu art. 1º, estabelece
obrigação se não puder ser identificado o dano, pois é exa- que:
tamente dele que resulta o dever de indenizar do Estado.
O dano indenizável deve decorrer de ato ou omissão, As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Mu-
atividades, coisas ou fatos imputáveis ao Estado (nexo de nicípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação
causalidade), lícitos ou ilícitos, sem ocorrência de excludentes contra a Fazenda Federal, Estadual ou Municipal,
da responsabilidade, pois, caso contrário, embora existente, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco
o dano não será indenizável. Também não basta que o dano anos contados da data do ato ou fato do qual se
seja certo e real, para que seja indenizável é necessário que originarem.
a ordem jurídica reconheça o direito lesado e o direito ao
ressarcimento como direitos do indivíduo.
Já a Lei nº 9.494/1997, em seu art. 1º‑C, determina que:
Indiscutível é, pois, que a indenização deve ser completa,
devendo abranger o que a vítima perdeu (o dano efetivo,
ocorrido, emergente), o que despendeu (o que gastou) e o Prescreverá em cinco anos o direito de obter inde-
que deixou de ganhar em razão do evento danoso (lucros nização dos danos causados por agentes de pessoas
cessantes), bem como honorários advocatícios, correção jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas
monetária e juros de mora, se houver atraso no pagamento. de direito privado prestadoras de serviços públicos.

Meios de Reparação do Dano e a Ação de Indenização O Direito de Regresso (ação regressiva)

A reparação do dano causado pela Administração a De acordo com o sistema constitucional da responsabili-
terceiros dá-se de duas formas: administrativa (amigável) dade objetiva do Estado, este indenizará o dano causado ao
ou judicialmente. particular, desde que seja configurado o nexo de causalidade
• Administrativa – Se for proposta no âmbito adminis- entre a ação ou omissão do Estado e o prejuízo sofrido pelo
Noções de Direito Administrativo

trativo, o lesado formulará reclamação administrativa administrado.


com pedido indenizatório junto ao órgão competente Quando identificado o agente causador do dano, a par-
da pessoa jurídica civilmente responsável, formando te final do § 6º, art. 37, da CF assegura que, caso tenha o
assim o processo administrativo no qual os interessa- agente agido com dolo ou culpa, o Estado deve promover o
dos se manifestarão, produzirão provas e chegarão a ressarcimento ao erário das despesas havidas com a men-
um resultado final sobre o pedido. cionada indenização, intentando ação regressiva contra o
• Judicial  – Se não houver acordo, caberá ao lesado responsável.
propor a adequada ação de indenização perante a A ação regressiva é, pois, medida judicial de rito ordinário
Fazenda Pública. Esta será processada de acordo com que propicia ao Estado reaver o que desembolsou à custa do
os preceitos comuns do Código de Processo Civil (Título patrimônio do agente causador direto do dano, que agiu com
VIII) e paga na forma do art. 100 da Constituição Fede- dolo ou culpa no desempenho de suas funções.
ral (precatórios). Se a ação de indenização for contra A aplicação de tal medida pressupõe o trânsito em
a União, entidades autárquicas federais e empresas julgado de sentença que condenou a Administração ao
públicas, a justiça competente para se propor a referida pagamento da indenização, pois somente depois desse ato

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consuma-se o efetivo prejuízo da Administração Pública, ou Alguns doutrinadores sustentam a tese de que a Lei
após esse pagamento, nos casos de acordo. nº 8.429/1992 já nasceu inconstitucional (vício de forma),
Serão, portanto, requisitos para o ajuizamento da ação pois a Câmara Federal, após aprovar apenas alguns dos
regressiva: dispositivos constantes do substitutivo do Senado Federal,
• a condenação da Administração Pública a indenizar; deveria a ele retornar para nova revisão.
• o pagamento do valor da indenização; Este, porém, não é o entendimento proferido em acórdão
• a conduta lesiva, dolosa ou culposa, do agente causa- na ADI nº 2.182-6, de 31 de maio de 2000, onde foi negada
dor do dano. a arguição de inconstitucionalidade da referida lei por vício
de forma.
Eis trecho do voto do relator Min. Maurício Corrêa:
Desse modo, se não houver o pagamento, não há como
justificar o pedido de regresso, mesmo que haja sentença De fato, aprovada a emenda substitutiva no Senado
condenatória com trânsito em julgado e o agente tenha Federal, tenho que pode a Câmara dos Deputados,
agido com dolo ou culpa. O primeiro requisito pode até não retomando o projeto inicial, do qual se originou o
existir, quando, por exemplo, a satisfação do prejuízo tenha substitutivo, nele incorporar destaques da emenda
ocorrido de forma amigável. Entretanto, os  dois últimos substitutiva da Casa Revisora, visto que cumprida a
devem estar devidamente comprovados, fato que deverá plena realização do processo legislativo, com a ma-
ser feito pelo Poder Público. nifestação de vontade das duas Casas do Congresso
Cabe ainda ressaltar que como ação civil destinada Nacional.
a promover a reparação patrimonial, a  ação regressiva Aproveitar partes do substitutivo e fazê-las inserir
transmite-se aos herdeiros e sucessores do servidor culpado no projeto de lei final constitui prerrogativa da Casa
e contra eles será executada até o limite do valor da herança Iniciadora consoante está definido no artigo 190 do
(Lei nº 8.112/1990, art. 122, § 3º). Regimento interno da Câmara dos Deputados, que
O direito de regresso no âmbito do direito privado en- transcrevo:
contra fundamento no art. 934 do Código Civil. Já o prazo
Art.  190. O  substitutivo da Câmara a projeto do
para proposição da competente ação regressiva é de três Senado será considerado como série de emendas e
anos nos termos do art. 206, § 3º, V, do mesmo diploma. votado em globo, exceto:
Já no âmbito do direito público, as ações de ressarcimen- I  – se qualquer Comissão, em seu parecer, se ma-
to ao erário são imprescritíveis conforme disposto no art. 37, nifestar favoravelmente a uma ou mais emendas e
§ 5º, da Constituição Federal. contrariamente a outra ou outras, caso em que a
votação se fará em grupos, segundo o sentido dos
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – pareceres;
LEI Nº 8.429/1992 II – quando for aprovado requerimento para a vota-
ção de qualquer emenda destacadamente.
Introdução Parágrafo único. Proceder-se-á da mesma forma com
relação a substitutivo do Senado a projeto da Câmara.
A Lei de Improbidade Administrativa nasceu do Projeto
de Lei nº 1.446, de 14 de agosto de 1991, enviado pelo Po- Em conclusão o que ocorreu foi o seguinte: o Senado
der Executivo ao Congresso Nacional através da Mensagem Federal apresentou ao projeto originário da Câmara Fe­deral
nº 406. emenda substitutiva. Em consequência, não o rejeitou.
A proposta legislativa tinha por finalidade combater a Apenas o alterou. Voltando à Câmara, foi o substitutivo re-
prática desenfreada e a impunidade dos atos de corrupção jeitado, mantida a redação originária, com os destaques da
que tanto assolavam o País na época, definindo os casos que proposição substitutiva que foram devidamente analisadas
constituíam enriquecimento ilícito e disciplinando o proce- pelas Comissões Técnicas respectivas. Cumprindo dessa
dimento administrativo e judicial que deveria ser seguido forma, o iter procedimental, o projeto subiu à sanção. Não
para apurar tais casos. há pois, a meu ver, qualquer ofensa ao artigo 65 do Texto
O processo legislativo teve início na Câmara Federal (Casa Fundamental.
Iniciadora, conforme disposição constitucional  – art.  64),
onde foi aprovado o Projeto de Lei e encaminhado ao Senado A Improbidade na Constituição Federal de 1988
Federal para revisão.
O art. 37, § 4º, da Constituição Federal, dispõe que:
Noções de Direito Administrativo

Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de


iniciativa do Presidente da República, do Supremo Os atos de improbidade administrativa importarão
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
início na Câmara dos Deputados. pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarci-
mento ao erário, na forma e gradação previstas em
No Senado Federal sofreu emenda substitutiva e ne- lei, sem prejuízo da ação penal cabível86.
cessariamente voltou à Casa Iniciadora. A Câmara Federal,
examinando o substitutivo, aprovou apenas alguns de seus A Lei nº 8.429/1992, por sua vez, veio regulamentar o
dispositivos e remeteu-os em seguida à sanção presidencial, disposto na Constituição Federal, classificando os atos de
obedecendo ao disposto no art. 65 da Constituição Federal. improbidade, os sujeitos ativos e passivos, as penalidades
cabíveis, bem como o procedimento administrativo e judicial
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será para sua apuração.
revisto pela outra, em um só turno de discussão e
votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a FCC/Tribunal de Contas-RO/Procurador do Ministério Público Junto ao Tribunal
86

Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar. de Contas/2010/Questão 26.

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Trata-se de lei que pune apenas condutas não com- Sujeito Passivo
patíveis com a probidade e a moralidade administrativa.
As sanções possuem natureza civil ou político-administrativa, Podem ser sujeitos passivos nos atos de improbidade
entretanto, serão julgadas pelo Poder Judiciário (não confun- (art. 1º):
dir com o processo administrativo da Lei nº 8.112/1990, no
qual quem processa e julga é a autoridade administrativa). Administração • Ministérios;
Podemos então conceituar o ato de improbidade ad- Direta • Presidência da República.
ministrativa como sendo todo aquele praticado por agente Administração • Autarquias;
público, que seja contrário às normas da moral e à lei, com Indireta • Fundações Públicas;
visível falta de honradez e de retidão de conduta em seu • Empresas Públicas;
modo de agir perante a Administração Pública Direta, Indi- • Sociedades de Economia Mista, de
reta ou Fundacional e demais entidades protegidas pela lei. qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do DF, dos Municípios.
Princípios Obrigatórios a Serem Observados pelos Outras entida- • Empresa incorporada ao patrimônio
Agentes Públicos des público;
• Entidade para cuja criação ou custeio
Repetindo mandamento constitucional do art. 37, caput, o erário haja concorrido ou concorra
o art. 4º desta Lei dispõe que os agentes públicos de qual- com mais de 50% do patrimônio ou da
quer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita receita anual;
observância dos seguintes princípios: • Entidades que recebem subvenção,
benefício ou incentivo (fiscal ou cre-
ditício) de Órgão Público.
Legalidade Subordina a atividade administrativa • Entidade para cuja criação ou custeio
à lei. o erário haja concorrido ou concorra
Impessoalidade O agente público administra para com menos de 50% do patrimônio ou
todos, não podendo privilegiar nem da receita anual (nesse caso, a sanção
patrimonial limita-se à repercussão do
desmerecer ninguém em especial.
ilícito sobre a contribuição dos cofres
Moralidade Impõe ao agente público a observân- públicos).
cia da lei de acordo com o interesse
público. Ato Danoso Previsto como Improbidade
Publicidade Impõe aos agentes públicos trans-
parência na gestão da coisa pública. Atos que importam enriquecimento ilícito.
Eficiência Apesar de não figurar na “LIA”, é de Atos que causam prejuízo ao erário.
observância obrigatória para os agen- Atos que atentam contra os princípios da Administração
tes públicos após a EC nº  19/1998. Pública.
Impõe ao agente público a persecu-
ção do bem comum de forma eficaz, Classificação dos Atos de Improbidade
sempre em busca da qualidade.
A  eficiência, como princípio, evita A Lei nº 8.429/1992 classificou os atos de improbidade
desperdícios e garante maior renta- administrativa em três espécies: atos que importam enri-
bilidade funcional. quecimento ilícito, atos que causam prejuízo ao erário e
atos que atentam contra os princípios da Administração
Elementos Necessários para Configurar o Ato de Pública.
Improbidade Administrativa A seguir veremos cada uma das espécies e as penalidades
aplicáveis aos agentes públicos que nelas incidam.
Sujeito Ativo
Atos que Importam Enriquecimento Ilícito (art. 9º)
Noções de Direito Administrativo

Podem ser sujeitos ativos nos atos de improbidade:


Constitui ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem pa-
Agente público Todo aquele que exerce, ainda que
trimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
transitoriamente ou sem remuneração,
função, emprego ou atividade nas entidades enquadradas
por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de como sujeito passivo.
investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função pública (art. 2º). Elementos Formadores
Além do sujeito ativo e do sujeito passivo, ainda são
Terceiros São aqueles que, não sendo agentes
públicos, na qualidade de coautores dos necessários os seguintes elementos para caracterizar o
atos de improbidade administrativa, in- enriquecimento ilícito:
duzam ou concorram para sua prática ou
deles se beneficiem sob qualquer forma, Elemento • Ação dolosa (comissiva ou omissiva).
seja ela direta ou indireta (art. 3º). subjetivo

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68 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Pressupostos • Vantagem patrimonial indevida; •
receber vantagem econômica de qualquer natureza,
exigíveis • Nexo de causalidade entre a vantagem direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
patrimonial indevida e o exercício de providência ou declaração a que esteja obrigado
cargo, mandato, função ou atividade. (art. 9º, X);
incorporar, por qualquer forma, ao  seu patrimônio

Atos de Improbidade Administrativa que Importam bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
Enriquecimento Ilícito patrimonial das entidades mencionadas no art.  1º
A lei, ao elencar os atos de improbidade administrativa (art. 9º, XI);
que importam enriquecimento ilícito, o faz de forma exem- usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou va-

plificativa, constituindo apenas parâmetro orientador para lores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1º (art. 9º, XII).
aqueles que deverão interpretar e aferir a responsabilidade
do agente público.
Penalidades (art. 12, I)
São atos de improbidade administrativa que importam
O agente público recebe poderes para cumprir deveres
enriquecimento ilícito: e não para se locupletar ou permitir que outro se locuplete.
• receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel Como forma de assegurar o correto direcionamento das
ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, condutas dos agentes públicos a serviço do interesse público,
direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, a lei estabelece sanções para aquele que vier a cometer ato
gratificação ou presente de quem tenha interesse, di- de improbidade que importe enriquecimento ilícito.
reto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado Na aplicação das penalidades, o juiz deve levar em conta a
por ação ou omissão decorrente das atribuições do extensão do dano causado, bem como o proveito patrimonial
agente público (art. 9º, I)87; obtido pelo agente público.
• perceber vantagem econômica, direta ou indireta, Independentemente das sanções previstas abaixo, que
para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas com a gravidade do fato o agente público também pode vir
entidades referidas no art. 1º por preço superior ao a ser responsabilizado penal, civil e administrativamente
valor de mercado (art. 9º, II); conforme disposição prevista em legislação específica.
• perceber vantagem econômica, direta ou indireta, Sanções aplicáveis àqueles que praticam atos de impro-
para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem bidade que importa enriquecimento ilícito:
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal • perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
por preço inferior ao valor de mercado (art. 9º, III); patrimônio;
• utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máqui- • ressarcimento integral do dano, quando houver;
nas, equipamentos ou material de qualquer natureza, • perda da função pública;
de propriedade ou à disposição de qualquer das enti- • suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos;
dades mencionadas no art. 1º, bem como o trabalho • pagamento de multa civil de até 3 vezes o valor do
de servidores públicos, empregados ou terceiros acréscimo patrimonial;
contratados por essas entidades (art. 9º, IV); • proibição de contratar com o poder público pelo prazo
• receber vantagem econômica de qualquer natureza, de 10 anos;
• proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais
direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prá-
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
tica de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade
majoritário, pelo prazo de 10 anos.
ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem (art. 9º, V);
• receber vantagem econômica de qualquer natureza, Atos que Causam Prejuízo ao Erário (art. 10)
direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer Constitui ato de improbidade administrativa que causa
outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa,
qualidade ou característica de mercadorias ou bens que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbara-
fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no tamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
art. 1º (art. 9º, VI); enquadradas como sujeito passivo.
• adquirir, para si ou para outrem, no exercício de
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de Elementos Formadores
Noções de Direito Administrativo

qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à Além do sujeito ativo e do sujeito passivo, ainda são
evolução do patrimônio ou à renda do agente público necessários os seguintes elementos para caracterizar pre-
(art. 9º, VII); juízo ao erário:
• aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou Elemento • Ação ou omissão (dolosa ou culposa).
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido subjetivo
ou amparado por ação ou omissão decorrente das Pressuposto • Ocorrência de dano ao patrimônio público:
atribuições do agente público, durante a atividade exigível perda patrimonial, desvio, apropriação,
(art. 9º, VIII); malbarateamento ou dilapidação dos bens
• perceber vantagem econômica para intermediar a ou haveres das entidades previstas como
liberação ou aplicação de verba pública de qualquer sujeitos passivos dos atos de improbidade.
natureza (art. 9º, IX); • Nexo de causalidade entre a ocorrência do
dano ao patrimônio público e o exercício
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
87

Administrativa/2010/Questão 34. de cargo, mandato, função ou atividade.

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Atos de Improbidade Administrativa que Causam Pre- • celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
juízo ao Erário por objeto a prestação de serviços públicos por meio
A lei, ao elencar os atos de improbidade administrativa da gestão associada sem observar as formalidades
que causam prejuízo ao erário, também o faz de forma previstas na lei (art. 10, XIV);
exemplificativa. • celebrar contrato de rateio de consórcio público sem
São atos de improbidade administrativa que causam suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem
prejuízo ao erário: observar as formalidades previstas na lei (art. 10, XV);
• facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incor-
poração ao patrimônio particular, de pessoa física ou
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes Atenção:
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no Os incisos XVI a XXI foram acrescentados pela Lei nº
art. 1º desta lei (art. 10, I); 13.019, de 31 de julho de 2014, todavia, eles somente
• permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurí- entram em vigor 540 dias contados da publicação dessa
dica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores Lei.
integrantes do acervo patrimonial das entidades • facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância incorporação, ao patrimônio particular de pessoa
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores
à espécie (art. 10, II); públicos transferidos pela administração pública a
• doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente entidades privadas mediante celebração de parce-
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assis- rias, sem a observância das formalidades legais ou
tências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio regulamentares aplicáveis à espécie (art. 10, XVI);
de qualquer das entidades mencionadas no art.  1º • permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurí-
desta lei, sem observância das formalidades legais e dica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
regulamentares aplicáveis à espécie (art. 10, III);
públicos transferidos pela administração pública a
• permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação
de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidade privada mediante celebração de parcerias,
entidades referidas no art.  1º desta lei, ou ainda a sem a observância das formalidades legais ou regu-
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior lamentares aplicáveis à espécie (art. 10, XVII);
ao de mercado (art. 10, IV); • celebrar parcerias da administração pública com en-
• permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação tidades privadas sem a observância das formalidades
de bem ou serviço por preço superior ao de mercado legais ou regulamentares aplicáveis à espécie (art. 10,
(art. 10, V); XVIII);
• realizar operação financeira sem observância das • frustrar a licitude de processo seletivo para cele-
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia bração de parcerias da administração pública com
insuficiente ou inidônea (art. 10, VI); entidades privadas ou dispensá-lo indevidamente
• conceder benefício administrativo ou fiscal sem a ob- (art. 10, XIX);
servância das formalidades legais ou regulamentares • agir negligentemente na celebração, fiscalização
aplicáveis à espécie (art. 10, VII); e análise das prestações de contas de parcerias
• frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo firmadas pela administração pública com entidades
indevidamente (art. 10, VIII); privadas (art. 10, XX);
Atenção: • liberar recursos de parcerias firmadas pela adminis-
Este inciso foi alterado pela Lei nº 13.019, de 31 de tração pública com entidades privadas sem a estrita
julho de 2014, contudo tal alteração somente entra em observância das normas pertinentes ou influir de
vigor 540 dias contados da publicação dessa Lei e passará qualquer forma para a sua aplicação irregular (art. 10,
a ter a seguinte redação: XXI).
• frustrar a licitude de processo licitatório ou de
processo seletivo para celebração de parcerias com Penalidades (art. 12, inciso II)
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevi- Independentemente das sanções previstas abaixo, que
damente; podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo
com a gravidade do fato o agente público que comete ato
de improbidade que causa prejuízo ao erário também pode
• ordenar ou permitir a realização de despesas não
autorizadas em lei ou regulamento (art. 10, IX); vir a ser responsabilizado penal, civil e administrativamente
conforme disposição prevista em legislação específica.
Noções de Direito Administrativo

• agir negligentemente na arrecadação de tributo ou


renda, bem como no que diz respeito à conservação Para a aplicação das penalidades o juiz deve levar em
do patrimônio público (art. 10, X); conta a extensão do dano causado, bem como o proveito
• liberar verba pública sem a estrita observância das patrimonial obtido pelo agente público.
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para Sanções aplicáveis àqueles que causam prejuízo ao
a sua aplicação irregular (art. 10, XI); erário:
• permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se • ressarcimento integral do dano;
enriqueça ilicitamente (art. 10, XII); • perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
• permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, patrimônio (somente se concorrer esta circunstância);
veículos, máquinas, equipamentos ou material de • perda da função pública;
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de • suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos;
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta • pagamento de multa civil de até 2 vezes o valor do
lei, bem como o trabalho de servidor público, empre- dano;
gados ou terceiros contratados por essas entidades • proibição de contratar com o poder público pelo prazo
(art. 10, XIII); de 5 anos;

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70 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais Na aplicação das penalidades, o juiz deve levar em conta
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que a extensão do dano causado pelo agente público.
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio Sanções aplicáveis àqueles que atentam contra os prin-
majoritário, pelo prazo de 5 anos. cípios da Administração Pública:
• ressarcimento integral do dano, se houver;
Atos que Atentam contra os Princípios da • perda da função pública;
• suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos;
Administração Pública (art. 11)
• pagamento de multa civil de até 100 vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente;
Constitui ato de improbidade administrativa que atenta • proibição de contratar com o poder público pelo prazo
contra os princípios da administração pública qualquer ação de 3 anos;
ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcia- • proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais
lidade, legalidade e lealdade às instituições. ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
Elementos Formadores majoritário, pelo prazo de 3 anos.
Além do sujeito ativo e do sujeito passivo, ainda são
necessários os seguintes elementos para caracterizar a Controle Patrimonial do Agente Público – Art. 13
violação de princípios: e Parágrafos

Elemento Ação ou omissão (dolosa), que viole os Como forma de possibilitar o controle da evolução pa-
subjetivo deveres de honestidade, imparcialidade, trimonial do agente público pela Administração, a lei condi-
legalidade e lealdade às instituições. cionou sua posse e exercício à apresentação de declaração
de bens e valores que compõem o seu patrimônio privado.
Pressuposto Nexo de causalidade entre o exercício A declaração também será exigida na data em que o agente
exigível funcional e o desrespeito aos princípios da público deixar o cargo. Ambas devem ser arquivadas no
Administração Pública. serviço de pessoal do órgão ou entidade. A apresentação da
declaração foi regulamentada pelo Decreto nº 5.483 de 30
Atos de Improbidade que Atentam contra os Princípios de junho de 2005 (vide legislação a seguir).
da Administração Pública A declaração compreenderá imóveis, móveis, semo-
A lei, ao elencar os atos de improbidade administrativa ventes, dinheiro, títulos, ações e qualquer outra espécie de
que atentam contra os princípios da Administração Pública, bens e valores patrimoniais (excluindo apenas os objetos
também o faz de forma exemplificativa. e utensílios de uso doméstico), localizados no país ou no
São atos de improbidade administrativa que atentam exterior, podendo, quando for o caso, abranger os bens e
contra os princípios da Administração Pública: valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro e filhos,
• praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamen- ou de outras pessoas que vivam sob a sua dependência
to ou diverso daquele previsto, na regra de competên- econômica (Ex.: pai, mãe, irmão inválido, e outros).
cia (art.11, I); O agente público que se recusar a apresentar a declara-
• retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ção de bens no prazo determinado pela Administração ou a
ofício (art.11, II); prestar falsa, será demitido a bem do serviço público.
• revelar fato ou circunstância de que tem ciência em
razão das atribuições e que deva permanecer em se-
gredo (art.11, III); O Procedimento Administrativo e o Processo
• negar publicidade aos atos oficiais (art.11, IV); Judicial para Apuração de Ato de Improbidade
• frustrar a licitude de concurso público (art.11, V);
• deixar de prestar contas quando esteja obrigado a Qualquer pessoa poderá representar à autoridade
fazê-lo (art.11, VI); competente para que seja instaurado procedimento admi-
• revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de nistrativo investigatório, com vistas a colher elementos que
terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de comprovem a prática de atos de improbidade.
medida política ou econômica capaz de afetar o preço A representação poderá ser escrita ou reduzida a termo
de mercadoria, bem ou serviço (art.11, VII). e assinada.
Como forma de se evitar denúncias infundadas ou fal-
sas, a lei estabeleceu alguns requisitos que deverão estar
Atenção: presentes na representação:
A Lei nº 13.069, de 31 de julho de 2014, acrescentou 1º) a qualificação do representante;
Noções de Direito Administrativo

o inciso VIII ao texto normativo do art. 11, porém seu 2º) as informações sobre o fato;
conteúdo somente entrará em vigor 540 dias contados de 3º) a sua autoria;
sua publicação, e terá a seguinte redação: 4º) a indicação das provas de que tenha conhecimento.
• descumprir as normas relativas à celebração, Caso a autoridade administrativa rejeite a representação
fiscalização e aprovação de contas de parcerias por não atender aos requisitos estabelecidos acima, deverá,
em despacho, fundamentar a decisão. A rejeição pela auto-
firmadas pela administração pública com entidades
ridade administrativa não impede o autor da denúncia de
privadas (art.11, VIII). fazê-la diretamente ao Ministério Público.
Por outro lado, se forem atendidos os requisitos da
Penalidades (art. 12, inciso III) representação, a autoridade determinará a apuração dos
Independentemente das sanções previstas abaixo, que fatos. Caso o denunciado seja servidor federal, a apuração
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo será processada de acordo com os arts. 148 a 182 da Lei
com a gravidade do fato o agente público também pode vir nº 8.112 de 11 de dezembro de 1990, se for servidor militar,
a ser responsabilizado penal, civil e administrativamente será processada de acordo com os respectivos regulamentos
conforme disposição prevista em legislação específica. disciplinares.

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A comissão encarregada de dar andamento ao procedi- Em qualquer fase do processo, se o juiz reconhecer a
mento administrativo deverá dar conhecimento ao Ministério inadequação da ação de improbidade extinguirá a ação sem
Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas de que existe julgamento (resolução do mérito – art. 267 do CPC) do mérito.
um procedimento em curso, que visa apurar ato de impro-
bidade administrativa. O Ministério Público e o Tribunal ou Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de
Conselho de Contas, por sua vez, poderão, a requerimento, mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
designar um representante para acompanhar o referido I – quando o juiz indeferir a petição inicial;
procedimento administrativo. II – quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano
Havendo fundados indícios de responsabilidade, a  lei, por negligência das partes;
em seus arts. 7º e 16, estabeleceu a possibilidade de medida III – quando, por não promover os atos e diligências
cautelar de indisponibilidade dos bens do indiciado, devendo que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais
a comissão processante, representar junto ao Ministério de 30 (trinta) dias;
Público ou à Procuradoria do órgão, para que requeira ao IV – quando se verificar a ausência de pressupostos
juízo competente a decretação do sequestro dos bens do de constituição e de desenvolvimento válido e regular
agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou do processo;
causado dano ao erário. V – quando o juiz acolher a alegação de perempção,
O pedido de sequestro poderá incluir a investigação, litispendência ou de coisa julgada;
o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações VI – quando não concorrer qualquer das condições
financeiras que por ventura o indiciado mantenha no exterior. da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade
Vale acrescentar também que, para fins de instrução das partes e o interesse processual;
processual, a autoridade judicial ou administrativa compe- VII – pela convenção de arbitragem; (Redação dada
tente poderá determinar o afastamento do agente público do pela Lei nº 9.307, de 23/9/1996)
exercício do cargo, emprego ou função. A Lei nº 8.112/1990 VIII – quando o autor desistir da ação;
trata do assunto no art. 147, que assim dispõe: IX – quando a ação for considerada intransmissível
por disposição legal;
X – quando ocorrer confusão entre autor e réu;
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o XI – nos demais casos prescritos neste Código.
servidor não venha a influir na apuração da irre-
gularidade, a autoridade instauradora do processo A sentença que julgar procedente a ação civil de repa-
disciplinar poderá determinar o seu afastamento ração de dano ou que decretar a perda dos bens havidos
do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessen- ilicitamente, determinará o pagamento ou a reversão dos
ta) dias, sem prejuízo da remuneração88. bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica preju-
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorro- dicada pelo Ilícito89.
gado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio
efeitos, ainda que não concluído o processo. público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às comi-
nações desta lei até o limite do valor da herança90.
A ação principal (rito ordinário) será proposta pelo Mi- A perda da função pública e a suspensão dos direitos
nistério Público ou pela pessoa jurídica interessada, em até políticos só se materializam com o trânsito em julgado da
trinta dias da efetivação da medida cautelar, sendo vedada sentença condenatória (princípio da presunção de inocência,
a transação, acordo ou conciliação. estabelecido no art. 5º, LVII, da CF).
Quando a ação principal for proposta pelo Ministério
Público, a  pessoa jurídica interessada poderá, a  juízo do LVII – ninguém será considerado culpado até o trân-
respectivo representante legal ou dirigente, abster-se de sito em julgado de sentença penal condenatória.
contestar o pedido ou atuar ao lado do MP como litisconsor-
te, e desde que comprovadamente útil ao interesse público. Prescrição – Art. 23
(Lei nº 4.717/1965, art. 6º, § 3º).
A lei prevê duas hipóteses:
§ 3º A pessoa jurídica de direito público ou de direito • Pelo inciso I, a prescrição ocorre cinco anos após o tér-
privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá mino do exercício de mandato, de cargo em comissão
abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ou de função de confiança;
ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao • Para aqueles que exercem cargo ou emprego efeti-
interesse público, a juízo do respectivo representante vo, o inciso II estabelece que a prescrição ocorre no
legal ou dirigente. mesmo prazo prescricional previsto em lei específica
para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem
Se a ação for proposta pela pessoa jurídica, o Ministério do serviço público. No caso da Lei nº  8.112/1990,
Público atuará, obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena o prazo prescricional para punir os servidores com a
de nulidade do processo. penalidade de demissão é de cinco anos, art. 142, I.
Noções de Direito Administrativo

A ação judicial deverá ser instruída com os do­cumentos


que fundamentaram a representação ou as razões funda- Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
mentadas da impossibilidade de apresentação dessas provas. I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis
Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá- com demissão, cassação de aposentadoria ou dispo-
-la e ordenará a notificação do requerido para oferecer nibilidade e destituição de cargo em comissão;
manifestação por escrito dentro do prazo de quinze dias.
O juiz tem o prazo de trinta dias para rejeitar a ação se Por fim, cabe ressaltar que prescreve a propositura de
estiver convencido da inexistência do ato de improbidade, ação destinada a apurar a responsabilização de agente pú-
da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita blico pela prática de atos de improbidade, contudo, as ações
(ação). para a obtenção de ressarcimento por dano causado ao
Recebida a petição inicial, o réu será citado para apre- erário público são imprescritíveis (art. 37, § 5º, da CF)91.
sentar contestação. Da decisão que receber a petição inicial
caberá agravo de instrumento.
89
Assunto cobrado na prova do Vunesp/Ministério Público do Estado de São
Paulo/Analista de Promotoria I/Assistente Jurídico/2010/Questão 35.
90
FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/Analista Judiciário/Área
Assunto cobrado na prova da Cespe/Prefeitura Municipal de Boa Vista-RR/
88
Judiciária/Execução de Mandatos/2010/Questão 60.
Analista Municipal/Procurador Municipal/2010/Questão 96. 91
Assunto cobrado na prova da FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/

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72 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o ca-
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou put deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial
respectivas ações de ressarcimento. resultante do enriquecimento ilícito.
Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patri-
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 mônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às
cominações desta lei até o limite do valor da herança.
Dispõe sobre as sanções apli-
cáveis aos agentes públicos nos CAPÍTULO II
casos de enriquecimento ilícito no Dos Atos de Improbidade Administrativa
exercício de mandato, cargo, em-
prego ou função na administração Seção I
pública direta, indireta ou funda- Dos Atos de Improbidade Administrativa
cional e dá outras providências. que Importam Enriquecimento Ilícito

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Art.  9º Constitui ato de improbidade administrativa
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de
vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
CAPÍTULO I cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades
Das Disposições Gerais mencionadas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta
agente público, servidor ou não, contra a administração direta, ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação
indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto,
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão
empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade decorrente das atribuições do agente público;
para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou con- II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
corra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel
receita anual, serão punidos na forma desta lei. ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalida- referidas no art. 1º por preço superior ao valor de mercado;
des desta lei os atos de improbidade praticados contra o III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem públi-
ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem co ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja inferior ao valor de mercado;
concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento IV  – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
a contribuição dos cofres públicos92. mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta servidores públicos, empregados ou terceiros contratados
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente por essas entidades;
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, V – receber vantagem econômica de qualquer natureza,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando,
mencionadas no artigo anterior. de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar
Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que promessa de tal vantagem;
couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, in- VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza,
duza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta93. ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou
Art.  4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hie- sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica
rarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e mencionadas no art. 1º desta lei;
publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de
Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qual-
Noções de Direito Administrativo

ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, quer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do
dar-se-á o integral ressarcimento do dano. patrimônio ou à renda do agente público;
Art.  6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica
acrescidos ao seu patrimônio. que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, cabe- público, durante a atividade;
rá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito IX – perceber vantagem econômica para intermediar a li-
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade beração ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
dos bens do indiciado. X – receber vantagem econômica de qualquer natureza,
direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providên-
Procurador do Estado de 3ª Classe/2010/Questão 27.
92
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto cia ou declaração a que esteja obrigado;
– I/2010/Questão 8. XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio
93
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Prefeitura Municipal de Boa bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo pa-
Vista-RR/Analista Municipal/Procurador Municipal/2010/Questão 34 e Cespe/
TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto – I/2010/Questão 8. trimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

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XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou Seção III
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam
mencionadas no art. 1º desta lei. Contra os Princípios da Administração Pública

Seção II Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa


Dos Atos de Improbidade Administrativa que atenta contra os princípios da administração pública
que Causam Prejuízo ao Erário qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honesti-
dade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições,
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que e notadamente:
causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamen-
culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, to ou diverso daquele previsto, na regra de competência;
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: de ofício;
I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incor- III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em
poração ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;
de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo IV – negar publicidade aos atos oficiais;
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; V – frustrar a licitude de concurso público;
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídi- VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a
ca privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes fazê-lo;
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento
desta lei, sem a observância das formalidades legais ou re- de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de
medida política ou econômica capaz de afetar o preço de
gulamentares aplicáveis à espécie;
mercadoria, bem ou serviço;
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
VIII – XVI a XXI (Vide Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assis-
IX – (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
tências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de
qualquer das entidades mencionadas no art.  1º desta lei, CAPÍTULO III
sem observância das formalidades legais e regulamentares Das Penas
aplicáveis à espécie;
IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis
de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades e administrativas previstas na legislação específica, está o
referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
por parte delas, por preço inferior ao de mercado; cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulati-
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação vamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada
de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; pela Lei nº 12.120, de 2009)
VI  – realizar operação financeira sem observância das I  – na hipótese do art.  9º, perda dos bens ou valores
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insufi- acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral
ciente ou inidônea; do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão
VII  – conceder benefício administrativo ou fiscal sem dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa
a observância das formalidades legais ou regulamentares civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proi-
aplicáveis à espécie; bição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
dispensá-lo indevidamente; (Vide Lei nº 13.019, de 2014) ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
(Vigência); sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não II  – na hipótese do art.  10, ressarcimento integral do
autorizadas em lei ou regulamento; dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função
renda, bem como no que diz respeito à conservação do pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos,
patrimônio público; pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano
XI – liberar verba pública sem a estrita observância das e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indi-
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
retamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
aplicação irregular; qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se III  – na hipótese do art.  11, ressarcimento integral do
enriqueça ilicitamente;
Noções de Direito Administrativo

dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos


XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa
veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
entidades mencionadas no art.  1º desta lei, bem como o receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
trabalho de servidor público, empregados ou terceiros con- ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurí-
tratados por essas entidades. dica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim
gestão associada sem observar as formalidades previstas na como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem CAPÍTULO IV
suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar Da Declaração de Bens
as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107,
de 2005) Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam
XVI a XXI – (Vide Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) condicionados à apresentação de declaração dos bens e

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valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será
ser arquivada no serviço de pessoal competente. proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica
§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis, semo- interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida
ventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de cautelar.
bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, §  1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas
e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais ações de que trata o caput.
do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá
vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos as ações necessárias à complementação do ressarcimento
apenas os objetos e utensílios de uso doméstico. do patrimônio público.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atua­lizada § 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo
e na data em que o agente público deixar o exercício do Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no
mandato, cargo, emprego ou função. §  3º do art.  6º da Lei nº  4.717, de 29 de junho de 1965.
§  3º Será punido com a pena de demissão, a  bem do (Redação dada pela Lei nº 9.366, de 1996)
serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, § 4º O Ministério Público, se não intervir no processo
o  agente público que se recusar a prestar declaração dos como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei,
bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. sob pena de nulidade.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia § 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo
da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da para todas as ações posteriormente intentadas que possuam
Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela
sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no §  6º A ação será instruída com documentos ou justi-
caput e no § 2º deste artigo. ficação que contenham indícios suficientes da existência
do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da
CAPÍTULO V impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas,
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial observada a legislação vigente, inclusive as disposições ins-
critas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. (Incluído
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autori- pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
dade administrativa competente para que seja instaurada § 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará
investigação destinada a apurar a prática de ato de impro- autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para ofere-
bidade94. cer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com
§  1º A representação, que será escrita ou reduzida a documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.
termo e assinada, conterá a qualificação do representante, (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das § 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta
provas de que tenha conhecimento. dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se conven-
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representa- cido da inexistência do ato de improbidade, da improcedên-
ção, em despacho fundamentado, se esta não contiver as cia da ação ou da inadequação da via eleita. (Incluído pela
formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
não impede a representação ao Ministério Público, nos §  9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para
termos do art. 22 desta lei. apresentar contestação. (Incluído pela Medida Provisória
§  3º Atendidos os requisitos da representação, a  au- nº 2.225-45, de 2001)
toridade determinará a imediata apuração dos fatos que, §  10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá
em se tratando de servidores federais, será processada na agravo de instrumento. (Incluído pela Medida Provisória
forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de nº 2.225-45, de 2001)
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de §  11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a
acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao processo sem julgamento do mérito96. (Incluído pela Medida
Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da Provisória nº 2.225-45, de 2001)
existência de procedimento administrativo para apurar a § 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas
prática de ato de improbidade95. nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221,
Parágrafo único. O  Ministério Público ou Tribunal ou caput e § 1º, do Código de Processo Penal. (Incluído pela
Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar repre- Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
sentante para acompanhar o procedimento administrativo. Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos
a comissão representará ao Ministério Público ou à procu- ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos
Noções de Direito Administrativo

radoria do órgão para que requeira ao juízo competente a bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica preju-
decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro dicada pelo ilícito.
que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
patrimônio público. CAPÍTULO VI
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo Das Disposições Penais
com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, Art. 19. Constitui crime a representação por ato de im-
o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações probidade contra agente público ou terceiro beneficiário,
financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos quando o autor da denúncia o sabe inocente97.
da lei e dos tratados internacionais.
Assunto cobrado na prova do Vunesp/Ministério Público do Estado de São
96
94
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Paulo/Analista de Promotoria I/Assistente Jurídico/2010/Questão 35.
Substituto – I/2010/Questão 8 e Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Subs- Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Prefeitura Municipal de Boa
97

tituto – I/2010/Questão 8. Vista-RR/Analista Municipal/Procurador Municipal/2010/Questão 99, FCC/


95
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho TRE-RS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Analista Judiciário/Área Admi-
Substituto – I/2010/Questão 8 e Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Subs- nistrativa/2010/Questão 5 e Vunesp/Ministério Público do Estado de São Paulo/
tituto – I/2010/Questão 8. Analista de Promotoria I/Assistente Jurídico/2010/Questão 35.

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Pena: detenção de seis a dez meses e multa. Com propriedade, a  lei estabelece suas finalidades,
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante quais sejam:
está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, • proteção dos direitos dos administrados;
morais ou à imagem que houver provocado.
• melhor cumprimento dos fins da Administração.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos
direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado
da sentença condenatória98. A lei é de observância obrigatória para a Administração
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa Federal direta e indireta e aos órgãos dos Poderes Legislati-
competente poderá determinar o afastamento do agente vo e Judiciário da União, quando no desempenho de função
público do exercício do cargo, emprego ou função, sem pre- administrativa101. Por conseguinte, os Estados, o Distrito Fe-
juízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária deral e os Municípios podem editar leis específicas a respeito
à instrução processual.
Art.  21. A aplicação das sanções previstas nesta lei da matéria. Caso não possuam, podem valer-se das normas
independe: aqui previstas (analogia).
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, Segundo o Decreto-Lei nº 200, de 1967 (art. 4º), a Admi-
salvo quanto à pena de ressarcimento99; (Redação dada pela nistração Pública Federal compreende:
Lei nº 12.120, de 2009) • a Administração Federal direta: Presidência da Repú-
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de blica e Ministérios; e
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, • a Administração Federal indireta (Autarquias, Fundações,
o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista).
administrativa ou mediante representação formulada de
acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instau- Art. 4º A Administração Federal compreende:
ração de inquérito policial ou procedimento administrativo. I  – A Administração Direta, que se constitui dos
serviços integrados na estrutura administrativa da
CAPÍTULO VII
Da Prescrição Presidência da República e dos Ministérios.
II  – A Administração Indireta, que compreende as
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções seguintes categorias de entidades, dotadas de per-
previstas nesta lei podem ser propostas: sonalidade jurídica própria:
I – até cinco anos após o término do exercício de man- a) Autarquias;
dato, de cargo em comissão ou de função de confiança; b) Empresas Públicas;
II – dentro do prazo prescricional previsto em lei especí-
c) Sociedades de Economia Mista;
fica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem
do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo d) Fundações Públicas.
ou emprego100.
CAPÍTULO VIII Por fim, a  lei foi cuidadosa em respeitar normas que
Das Disposições Finais disciplinam processos específicos, dispondo que estas con-
tinuarão a ser regidas por lei própria. A Lei nº 9.784/1999
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. será aplicada apenas subsidiariamente (art. 69).
Art. 25. Ficam revogadas as Leis nºs 3.164, de 1º de junho
de 1957, e  3.502, de 21 de dezembro de 1958, e demais
Art.  69. Os  processos administrativos específicos
disposições em contrário.
continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171º da Independên- -lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
cia e 104º da República.
Processo X Procedimento
FERNANDO COLLOR
Célio Borja Processo administrativo é o conjunto de atos coor-
denados para a solução de uma controvérsia no âmbito
PROCESSO ADMINISTRATIVO – administrativo.
LEI Nº 9.784/1999 Procedimento é o modo de realização do processo,
a forma de proceder; o rito processual.
Noções de Direito Administrativo

Introdução Os dois não se confundem, uma vez que pode haver


procedimento sem processo, mas nunca processo sem
A Lei nº 9.784/1999 veio suprir a omissão antes sentida procedimento.
no ordenamento jurídico, passando-se a ter regras, princípios
Nesse sentido, ensina Di Pietro (2008, p. 589):
e critérios a serem observados nos processos administrativos
no âmbito da Administração Pública Federal.
O procedimento é o conjunto de formalidades que
devem ser observadas para a prática de certos atos
98
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho
Substituto – I/2010/Questão 8, Cespe/Prefeitura Municipal de Boa Vista-RR/ administrativos; equivale a rito, a forma de proceder;
Analista Municipal/Procurador Municipal/2010/Questão 98 e Vunesp/Mi- o procedimento se desenvolve dentro de um proces-
nistério Público do Estado de São Paulo/Analista de Promotoria I/Assistente
Jurídico/2010/Questão 35. so administrativo.
99
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/Ministério Público do Estado de
São Paulo/Analista de Promotoria I/Assistente Jurídico/2010/Questão 35 e Cespe/ Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle
101

Tribunal de Contas-RO/Procurador do Ministério Público/2010/Questão 25. Externo – AUFC/2010/Questão 66 e FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
100
Assunto cobrado na prova da Cespe/Prefeitura Municipal de Boa Vista-RR/ Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010/
Analista Municipal/Procurador Municipal/2010/Questão 100. Questão 59.

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76 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Diferenças Básicas entre Processo Judicial e O princípio da eficiência exige do administrador que
Processo Administrativo atue com perfeição, presteza e rendimento funcional. Já o
princípio da impessoalidade impede que o administrador
pratique atos em seu interesse próprio.
PROCESSO PROCESSO
JUDICIAL ADMINISTRATIVO • Atuação Segundo Padrões Éticos de Probidade, Decoro
É instaurado mediante pro- É instaurado mediante pro- e Boa-fé (Princípio da Moralidade)
vocação das partes. vocação do interessado ou A moralidade administrativa constitui pressuposto de
de ofício, pela própria Ad- validade de todo ato da Administração. Impõe ao adminis-
ministração. trador decidir não somente entre o legal e o ilegal, o justo e
Estabelece-se uma relação Estabelece-se uma relação o injusto, mas principalmente entre o honesto e o desonesto.
trilateral: partes (autor e réu) bilateral, pois a Administra-
e o terceiro imparcial (o juiz). ção é parte interessada. • Divulgação Oficial dos Atos Administrativos, Res-
Em regra, é oneroso. Em regra é gratuito, exceto salvadas as Hipóteses de Sigilo Previstas na Constituição
quando a lei o exigir. (Princípio da Publicidade)
Faz coisa julgada. Não faz coisa julgada. Podem Todos os atos do processo administrativo devem estar
ser revistos pelo Poder Judi- abertos ao conhecimento dos interessados, salvo previsões
ciário (art. 5º, XXXV). constitucionais.

Critérios a Serem Observados nos Processos Exceções ao princípio da publicidade


Administrativos
São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in-
A lei arrola, em seu art. 2º, alguns dos princípios a serem
denização pelo dano material ou moral decorrente
obedecidos pela Administração Pública, dispondo, em seu de sua violação (art. 5º, X, da CF).
parágrafo único, sobre os critérios que devem ser observados É assegurado a todos o acesso à informação e res-
nos processos administrativos. guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
Ressalta-se que todos os critérios previstos no parágrafo exercício profissional (art. 5º, XIV, da CF).
único do artigo em comento constituem princípios da Ad- Informações de interesse particular ou coletivo quan-
ministração Pública. Entre estes, alguns são princípios que do imprescindíveis para a segurança da sociedade ou
advêm da teoria geral do direito, mas comuns aos processos do Estado (art. 5º, XXXIII, da CF).
administrativos. Identificaremos, pois, os princípios inseridos
em cada critério e devidas considerações. • Adequação entre Meios e Fins, Vedada a Imposição de
Obrigações, Restrições e Sanções em Medida Superior àque-
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre las Estritamente Necessárias ao Atendimento do Interesse
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, mo- Público (Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade)
tivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralida- Nos processos administrativos, a  Administração deve
de, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, observar a razoabilidade e a proporcionalidade, ou seja,
interesse público e eficiência. a adequação entre a penalidade a ser aplicada e o fim a ser
alcançado.
• Atuação Conforme a Lei e o Direito (Princípio da • Indicação dos Pressupostos de Fato e de Direito que
Legalidade) Determinarem a Decisão (Princípio da Motivação)
Como princípio básico de toda atuação administrativa, É a exposição ou a indicação por escrito dos fatos e fun-
é também de observância obrigatória no processo adminis- damentos jurídicos que ensejaram a prática do ato. Os atos
trativo. O  processo administrativo só pode ser instaurado administrativos que devem ser motivados estão previstos
com base na lei e para preservá-la, caso contrário será nulo. no art. 50.
É também conhecido na doutrina como princípio da
legalidade objetiva ou da legalidade estrita. • Observância das Formalidades Essenciais à Garantia
• Atendimento a Fins de Interesse Geral, Vedada a Re- dos Administrados (Princípio da Instrumentalidade das
núncia Total ou Parcial de Poderes ou Competências, Salvo Formas)
Autorização em Lei (Princípio da Finalidade ou Interesse Princípio advindo do processo civil e utilizado também
Público) no processo administrativo. Significa que, se a forma pres-
Noções de Direito Administrativo

Trata-se do princípio da supremacia do interesse público crita não for atendida, o ato é ilícito; constitui segurança nas
relações entre a Administração e o administrado.
sobre o interesse privado, abordado na lei com o nome de
O art. 26 prevê que, para dar ciência de decisão ou para
interesse público e finalidade. Toda atuação do administrador
efetivar diligências, o interessado deve ser intimado (a forma
destina-se a atender o interesse público; esta é a finalidade a ser utilizada é a intimação).
de toda e qualquer norma.
Como decorrência do princípio da supremacia do interes- • Adoção de Formas Simples, Suficientes para Pro-
se público sobre o interesse privado tem-se a indisponibilida- piciar Adequado Grau de Certeza, Segurança e Respeito
de do interesse público, segundo a qual a Administração não aos Direitos Adquiridos (Princípio do Informalismo e da
pode dispor desse interesse geral nem renunciar a poderes Segurança Jurídica)
que a lei lhe deu a fim de cumpri-lo. Os atos do processo administrativo não dependem de
forma determinada. Entende-se que, se a forma para o ato
• Objetividade no Atendimento do Interesse Público, processual não estiver fixada em lei, o agente público com-
Vedada a Promoção Pessoal de Agentes ou Autoridades petente poderá dispor sobre a forma mais oportuna e con-
(Princípio da Eficiência e da Impessoa­lidade) veniente (desde que não prejudique o curso do processo).

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• Garantia dos Direitos à Comunicação, às Alegações Deveres do Administrado
Finais, à Produção de Provas e à Interposição de Recur-
sos, nos Processos de que Possam Resultar Sanções e São deveres do Administrado perante a Administra-
nas Situações de Litígios (Princípio da Ampla Defesa e do ção, sem prejuízo de outros previstos em atos normativos
Contraditório) (art. 4º):
Na Lei nº 9.784/1999, temos estes princípios presentes • atuar conforme a verdade, lealdade, urbanidade e
em vários dispositivos, tais como: o direito de ter ciência boa-fé;
da tramitação dos processos administrativos; ter vistas dos • não agir de modo temerário;
• prestar as informações solicitadas e colaborar para o
autos; obter cópias de documentos; conhecer decisões pro- esclarecimento dos fatos.
feridas; formular alegações; apresentar documentos antes da
decisão final; fazer-se assistir facultativamente por advogado, Instauração do Processo
salvo quando a lei assim o exigir; entre outros.
O processo administrativo pode iniciar-se (arts. 5º e 6º):
• Proibição de Cobrança de Despesas Processuais, • de ofício: pela própria Administração.
Ressalvadas as Previstas em Lei (Princípio da Gratuidade) • a pedido de interessado: qualquer pessoa que tiver
Diferentemente dos atos dos processos judiciais, que, ciência de irregularidades.
em regra, são onerosos, os atos do processo administrativo
são gratuitos, salvo disposição legal. A solicitação pode ser:
• oral; ou
• Impulsão, de Ofício, do Processo Administrativo, • escrita: quando for escrita deve conter os seguintes
dados:
sem Prejuízo da Atuação dos Interessados (Princípio da
1) a quem se dirige;
Oficialidade) 2) identificação do requerente ou de quem este repre-
O processo administrativo pode ser instaurado de ofí- sente;
cio, ou seja, por iniciativa da própria Administração, inde- 3) local para receber comunicação;
pendente de provocação do interessado. Esse princípio se 4) o pedido fundamentado;
aplica apenas aos processos administrativos. Nos processos 5) data e assinatura.
judiciais, o Estado-Juiz deve ser provocado, para só depois
agir de ofício. O que fazer se não houver competência legal específica
para dar início ao processo? Deverá ser iniciado perante a
• Interpretação da Norma Administrativa da Forma que autoridade de menor grau hierárquico para decidir (art. 17).
Melhor Garanta o Atendimento do Fim Público a que se Considera-se autoridade para efeitos dessa lei o servidor ou
Dirige, Vedada Aplicação Retroativa de Nova Interpretação agente público dotado de poder de decisão.
(Princípio da Segurança Jurídica) É proibido, à Administração, recusar imotivadamente o
recebimento de documentos, devendo o servidor orientar
Como forma de garantir aos administrados um mínimo de o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
segurança em suas relações com a Administração, é vedada Os órgãos e entidades administrativos deverão elaborar
a aplicação retroativa de nova interpretação. modelos ou formulários padronizados para assuntos que
Assim dispõe o art. 5º, XXXVI, da CF: “A lei não prejudicará importem pretensões equivalentes.
o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. Considera-se órgão, para efeitos desta lei, a unidade de
atuação integrante da estrutura da Administração direta e da
Direitos do Administrado estrutura da Administração indireta; e entidade, a unidade
de atuação dotada de personalidade jurídica.
Os administrados têm os seguintes direitos perante a
Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam asse- Legitimidados para Atuar no Processo como
gurados (art. 3º): Interessados
• ser tratado com respeito pelas autoridades e servido-
São legitimados como interessados no processo (art. 9º):
res;
• titulares de direitos ou interesses individuais ou repre-
• ter facilitado o exercício de seus direitos e o cumpri- sentantes;
mento de suas obrigações; • terceiros que podem ser afetados pela decisão;
• ter ciência da tramitação dos processos administrativos • organizações e associações representativas (direitos
em que tenha a condição de interessado; coletivos);
• ter vista dos autos; • pessoas ou associações legalmente constituídas (direi-
Noções de Direito Administrativo

• obter cópias de documentos; tos difusos).


• conhecer decisões proferidas;
• formular alegações e apresentar documentos antes de Para efeitos desta lei, são capazes os maiores de dezoito
decisão; anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio
• faculdade de ser assistido por advogado, salvo quando (art. 10).
obrigatória a representação.
Competência
Súmula Vinculante nº  5/STF: A falta de defesa Conceito: limite de atuação da autoridade, cujo exercício
técnica por advogado no processo administrativo só é lícito se obedecidos os seguintes requisitos:
disciplinar não ofende a Constituição102. (Data de • se for praticado pelo sujeito previsto;
Aprovação: Sessão Plenária de 7/5/2008; Fonte de • sobre o território de sua jurisdição;
Publicação: DJe nº 88/2008, p. 1, em 16/5/2008, DOU • em relação às matérias indicadas na norma;
de 16/5/2008, p. 1.) • no momento adequado;
• à vista de ocorrência dos fatos indicados na norma;
FCC/Defensoria Pública do Estado de São Paulo/Defensor Público/2010/Questão 9.
102 • para atingir a finalidade que levou à outorga do poder.

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78 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A competência é irrenunciável (art. 11), ressalvados os Comunicação dos Atos
casos de delegação e avocação, mediante ato publicado
oficialmente, constando (art. 14, § 1º): A comunicação dos atos é feita por meio de intimação
• as matérias e poderes transferidos; com antecedência mínima de 3 dias úteis; visa dar ciência
• os limites de atuação do delegado; ao interessado de decisões ou efetivar diligências (arts. 26,
• a duração e os objetivos da delegação; 39, 41). Constituem, portanto, objeto de intimação os atos
• o recurso cabível e eventual, ressalva que poderá advir do processo administrativo que imponham deveres, ônus,
da atribuição delegada. sanções ou restrições ao exercício de direitos e atividades e
os atos de outra natureza, de seu interesse (art. 28).
Delegar é atribuir a outrem competência tida como
própria; avocação é chamar para si competência atribuída O desatendimento da intimação não importa o reco-
a subordinado. nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito
Segundo a lei, pode haver delegação de competência de pelo administrado.
um órgão para outro ou entre seus titulares, mesmo que não Se a intimação não for atendida, o  órgão competente
haja subordinação hierárquica. Necessário se faz que não poderá (se entender relevante) suprir de ofício a omissão,
haja impedimento legal, e desde que seja conveniente em não se eximindo de proferir decisão (art. 39, parágrafo único).
razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial, podendo tal delegação ser revogada a Meios:
qualquer momento pela autoridade delegante103. As deci- • ciência no processo: quando ocorre nos próprios
sões adotadas por delegação devem mencionar explicitamen- autos; normalmente na própria audiência;
te essa qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. • carta com AR (aviso de recebimento);
Já a avocação somente será permitida em caráter excep- • telegrama; ou
cional, temporário e por motivos relevantes, devidamente • qualquer outro meio que assegure a certeza da ciência
justificados (art. 15). do interessado.
Atos que não podem ser Objeto de Delegação No caso de interessados indeterminados, desconhecidos
(Art. 13) ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser feita por
meio de publicação oficial (art. 26, § 4º).
• atos de caráter normativo;
• atos que decidam recursos administrativos;
• atos de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Instrução do Processo

Impedimentos As instruções (atividades destinadas a averiguar e com-


provar dados necessários à tomada de decisões) realizar-
Estão impedidos de atuar no processo (art. 18): -se-ão (art. 29):
• servidor ou autoridade que tenha interesse direto ou • de ofício; ou
indireto na matéria; • o interessado propõe atuação probatória (juntar
• servidor ou autoridade que tenha participado ou venha documentos e pareceres, requerer diligências e perí-
a participar como perito, testemunha ou representan- cias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
te, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, objeto do processo).
companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
• servidor ou autoridade que esteja litigando judicial ou Quando dados, atuações ou documentos solicitados
administrativamente com o interessado ou respectivo aos interessados forem necessários à apreciação de pe-
cônjuge ou companheiro. dido formulado, o  não atendimento no prazo fixado pela
Administração para a respectiva apresentação implicará o
Observação: O servidor tem o dever de comunicar o im- arquivamento do processo (art. 40).
pedimento, constituindo falta grave a sua omissão (art. 19). Quando a matéria do processo envolver assunto de inte-
resse geral (art. 31), o órgão competente poderá (mediante
Suspeições
despacho motivado) abrir período de consulta pública (devi-
A autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou damente publicada nos meios oficiais) para manifestação de
inimizade notória com algum dos interessados ou com os terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo
respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o para a parte interessada, ou, ainda, a critério da autoridade
terceiro grau podem ser declarados suspeitos; se isso acon- competente, poderá ser realizada audiência pública (con-
tecer, não poderão atuar no processo (art. 20). siste em debates sobre determinada matéria que tenham
Noções de Direito Administrativo

comprovada relevância).
Forma, Tempo e Lugar dos Atos Processuais Quando for necessário ouvir órgão consultivo, o parecer
deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo
• Não exige forma determinada (art. 22), salvo previsão norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.
legal (princípio do informalismo). Se o parecer for obrigatório e vinculante, e não for emitido no
• Deverão preferencialmente realizar-se na sede do prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respec-
órgão, em dias úteis, no horário normal de funciona- tiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao
mento das repartições, por escrito, em vernáculo, com
atraso. Porém, se for obrigatório e não vinculante, e não for
data, local e assinatura da autoridade; reconhecimento
de firma só quando houver dúvida de autenticidade. emitido no prazo fixado, o processo poderá prosseguir e ser
• Não havendo prazo específico para a prática dos atos, decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade
este será de 5 dias; se devidamente justificado, o prazo de quem se omitiu no atendimento (art. 42).
pode ser dilatado até o dobro, ou seja, até 10 dias.
São inadmissíveis no processo:
• provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou pro-
Assunto cobrado na prova da FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/
103

Procurador do Estado de 3ª Classe/2010/Questão 17. telatórias (art. 38, §2º).

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Obs.: Cabe aos interessados a prova dos fatos que alegar. A Revogação

Finalizada a instrução, o interessado tem o prazo de • É a extinção de um ato administrativo legal e legítimo
10 dias para manifestar-se, salvo se outro for estipulado em razão de conveniência e oportunidade. Efeitos: Ex
(art. 44). nunc (não retroage; seus efeitos são válidos a partir da
Administração Pública poderá motivadamente adotar data em que foi praticado o ato).
providências acauteladoras, em caso de risco iminente, sem • A Administração pode revogar seus próprios atos por
a prévia manifestação do interessado (art. 45). motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos (art. 53).
Do Dever de Decidir
A Convalidação
• A Administração tem o dever de emitir decisão explícita
em processos, solicitações e reclamações quando a • É a prática de um novo ato pelo qual é suprido o vício
matéria for de sua competência (art. 48). existente em um ato ilegal. Efeito: Ex tunc (retroage à
• Prazo: até 30 dias, se devidamente motivada, pode data em que o ato foi praticado, anulando-o).
ser prorrogada por igual período, ou seja, até 60 dias • Os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão
(art. 49). ser convalidados pela própria Administração, desde
que fique evidenciado que não acarretam lesão ao
Atos que Devem ser Motivados (Art. 50) interesse público nem prejuízo a terceiros (art. 55).
Os atos administrativos deverão ser motivados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: Recursos Administrativos
• atos que neguem, limitem ou afetem direitos ou inte-
resses; • Cabimento: por razões de legalidade e de mérito
• atos que imponham ou agravem deveres, encargos ou (art.  56), por meio de requerimento contendo os
sanções; fundamentos do pedido de reexame. O  interessado
• atos que decidam processos administrativos de con- pode juntar os documentos que julgar convenientes
curso ou seleção pública; (art. 60).
• atos que dispensem ou declarem a inexigibilidade de
processo licitatório; Em regra, o recurso não tem efeito suspensivo (art. 61),
• atos que decidam recursos administrativos; porém, se houver justo receio de prejuízo de difícil ou incerta
• atos que decorram de reexame de ofício; reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida
• atos que deixem de aplicar jurisprudência firmada ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido,
sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, dar efeito suspensivo ao recurso (art. 61, parágrafo único).
propostas e relatórios oficiais;
• atos que importem anulação, revogação, suspensão • Tramitação: 03 instâncias administrativas, no máximo,
ou convalidação de ato administrativo. salvo disposição legal (art. 57). O que não as tornam
obrigatórias, uma vez que a penalidade pode ser
Desistência do Processo aplicada pela autoridade máxima do órgão, cabendo
a este apenas pedido de reconsideração; em caso de
O interessado poderá desistir (total ou parcialmente) negativa, caberá somente ao Poder Judiciário a sua
do pedido formulado, mediante manifestação por escrito, revisão.
ou, ainda, renunciar direitos disponíveis. Se houver vários
interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem Na via administrativa, esgotadas as instâncias, só será
tenha formulado o pedido, e, conforme o caso, não prejudica possível o pedido de revisão de sanções, no caso de fatos
o curso do processo, se a Administração considerar que o novos ou circunstâncias relevantes, suscetíveis de justificar a
interesse público assim o exige. inadequação da sanção aplicada. Nesse caso, o pedido de
revisão pode ser feito a qualquer tempo (art. 65).
Extinção do Processo Cabe ressaltar que do pedido de reconsideração e do
recurso hierárquico cabe agravamento de sanção (art. 64,
O órgão competente poderá declarar extinto o processo parágrafo único), diferentemente do pedido de revisão,
quando: que não poderá resultar agravamento de sanção (art.  65,
• exaurida sua finalidade; ou parágrafo único).
• o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou
Noções de Direito Administrativo

prejudicado por fato superveniente. • Hierarquia: o recurso será dirigido inicialmente à


autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
Também extinguem o ato: reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à au-
toridade superior (art. 56, § 1º). Se o recorrente alegar
A Anulação que a decisão administrativa contraria enunciado de
súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da
• É a extinção do ato administrativo por motivo de ile- decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar,
galidade, feita pela Administração (autotutela) ou pelo antes de encaminhar o recurso à autoridade superior,
Poder Judiciário. Efeitos: Ex tunc (retroage à data em as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da sú-
que o ato foi praticado, anulando-o). mula, conforme o caso (art. 56, § 1º).
• É dever da Administração Pública anular seus próprios
atos, quando eivados de vício de legalidade (art. 53 e • Legitimidade para interpor recurso administrativo
Súmulas nºs 346 e 473 do STF). (art. 58):
• Prazo de decadência para a anulação: 5 anos, para atos – os titulares de direitos e interesses que forem parte
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários.
no processo;
Se houver má-fé: imprescritível.

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80 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
– aqueles cujos direitos ou interesses forem indire- Sanções (Art. 68)
tamente afetados pela decisão recorrida;
– as organizações e associações representativas no As sanções possuem natureza pecuniária ou obrigação de
tocante a direitos e interesses coletivos; fazer ou de não fazer e devem ser aplicadas pela autoridade
– os cidadãos ou associações quanto a direitos ou competente.
interesses difusos. Considera-se autoridade para efeitos dessa lei o servidor
ou agente público dotado de poder de decisão.
• Situações em que o recurso não será conhecido quan- Ademais, cumpre observar que, em processo adminis-
do interposto (art. 63): trativo disciplinar, a remoção de ofício de um servidor não
– fora do prazo;
pode ser utilizada como forma de punição104.
– perante órgão incompetente;
– por quem não seja legitimado;
– após exaurida a esfera administrativa. Súmulas Aplicáveis

Obs.1: Se o recurso for interposto perante órgão incom- Súmula nº 429


petente, será indicada ao recorrente a autoridade compe- A existência de recurso administrativo com efeito sus-
tente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. pensivo não impede o uso do mandado de segurança contra
omissão da autoridade. (Data de Aprovação: Sessão Plenária
Obs.2: O não conhecimento do recurso pela Administra- de 1º/6/1964).
ção não a impede de rever de ofício o ato ilegal, desde que
não ocorrida preclusão administrativa (art. 63, § 2º). Súmula nº 430
Pedido de reconsideração na via administrativa não in-
• Prazo para interposição: 10 dias, contados da data terrompe o prazo para o mandado de segurança. (Data de
de ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida, Aprovação: Sessão Plenária de 1º/6/1964).
salvo disposição legal específica (art. 59).
Súmula Vinculante nº 3
• Prazo para julgamento: máximo de 30 dias, contados Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
do recebimento dos autos pelo órgão competente, se asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
a lei não fixar prazo diferente (art. 59, § 1º). Poderá da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
haver prorrogação por igual período, ante justificativa administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
explícita (art. 59, § 2º). apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de apo-
sentadoria, reforma e pensão. (Data de Aprovação: Sessão
Obs.1: O órgão competente para decidir o recurso poderá Plenária de 30/5/2007).
confirmar, modificar, anular ou revogar (total ou parcialmen-
te) a decisão recorrida (art. 64). Súmula Vinculante nº 5
A falta de defesa técnica por advogado no processo
Obs.2: Caso ocorra agravamento de sanção, o recorrente administrativo disciplinar não ofende a Constituição. (Data
será cientificado para que formule suas alegações antes da de Aprovação: Sessão Plenária de 7/5/2008).
decisão (art. 64, parágrafo único).

Obs.3: Se o recorrente alegar violação de enunciado de LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999


súmula vinculante, o  órgão deverá explicitar as razões de
aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, e, se for aco- Regula o processo administra-
lhida pelo STF a reclamação fundada em sua violação, será tivo no âmbito da Administração
dada ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente Pública Federal.
pelo julgamento do recurso, para que adéquem à futuras
decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso
responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
penal (arts. 64-A e 64-B).
CAPÍTULO I
Prazos (Arts. 66 e 67) Das Disposições Gerais

• Começam a correr a partir da data da cientificação Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o pro-
Noções de Direito Administrativo

oficial. cesso administrativo no âmbito da Administração Federal


• Exclui-se da contagem o dia do começo e inclui-se o direta e indireta, visando, em especial, à  proteção dos
do vencimento. direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos
• Prorroga-se o prazo até o 1º dia útil seguinte, se o fins da Administração.
vencimento cair em dia em que não houver expediente
§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos
ou este for encerrado antes da hora normal.
• Os prazos expressos em dias contam-se de modo dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no
contínuo. desempenho de função administrativa.
• Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de § 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
data a data. Se no mês do vencimento não houver o I – órgão – a unidade de atuação integrante da estrutura
dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como da Administração direta e da estrutura da Administração
termo o último dia do mês. indireta;

Os prazos processuais não se suspendem, salvo motivo


Assunto cobrado na prova do Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo
104
de força maior devidamente comprovado (art. 67). – AUFC/2010/Questão 59.

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II – entidade – a unidade de atuação dotada de perso- CAPÍTULO III
nalidade jurídica; Dos Deveres do Administrado
III – autoridade – o servidor ou agente público dotado
de poder de decisão. Art. 4º São deveres do administrado perante a Adminis-
Art.  2º A Administração Pública obedecerá, dentre tração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, I – expor os fatos conforme a verdade;
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla de- II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
fesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e III – não agir de modo temerário;
eficiência. IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e
colaborar para o esclarecimento dos fatos.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
observados, entre outros, os critérios de:
CAPÍTULO IV
I – atuação conforme a lei e o Direito; Do Início do Processo
II – atendimento a fins de interesse geral, vedada a re-
núncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício
autorização em lei; ou a pedido de interessado.
III – objetividade no atendimento do interesse público, Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por
IV  – atuação segundo padrões éticos de probidade, escrito e conter os seguintes dados:
decoro e boa-fé; I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalva- II  – identificação do interessado ou de quem o repre-
das as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; sente;
VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposição III – domicílio do requerente ou local para recebimento
de obrigações, restrições e sanções em medida superior de comunicações;
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do inte- IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos e
resse público; de seus fundamentos;
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que V  – data e assinatura do requerente ou de seu repre-
determinarem a decisão; sentante.
Parágrafo único. É  vedada à Administração a recusa
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia
imotivada de recebimento de documentos, devendo o
dos direitos dos administrados;
servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de
IX – adoção de formas simples, suficientes para propiciar eventuais falhas.
adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas deverão
dos administrados; elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos
X – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação que importem pretensões equivalentes.
de alegações finais, à produção de provas e à interposição Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de interes-
de recursos, nos processos de que possam resultar sanções sados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão
e nas situações de litígio; ser formulados em um único requerimento, salvo preceito
XI  – proibição de cobrança de despesas processuais, legal em contrário.
ressalvadas as previstas em lei;
XII – impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem CAPÍTULO V
prejuízo da atuação dos interessados; Dos Interessados
XIII – interpretação da norma administrativa da forma
que melhor garanta o atendimento do fim público a que se Art. 9º São legitimados como interessados no processo
dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. administrativo:
I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titu-
CAPÍTULO II lares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do
direito de representação;
Dos Direitos dos Administrados
II  – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm
direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos peran- a ser adotada;
Noções de Direito Administrativo

te a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam III – as organizações e associações representativas, no
assegurados: tocante a direitos e interesses coletivos;
I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servi- IV – as pessoas ou as associações legalmente constituídas
dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o quanto a direitos ou interesses difusos.
cumprimento de suas obrigações; Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo,
II – ter ciência da tramitação dos processos administra- os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em
tivos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos ato normativo próprio.
autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer
as decisões proferidas; CAPÍTULO VI
III – formular alegações e apresentar documentos antes Da Competência
da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão
competente; Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos
IV  – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo
salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

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82 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, § 1º Os atos do processo devem ser produzidos por es-
se não houver impedimento legal, delegar parte da sua crito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes a assinatura da autoridade responsável.
não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for § 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma so-
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, mente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
social, econômica, jurídica ou territorial. § 3º A autenticação de documentos exigidos em cópia
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica- poderá ser feita pelo órgão administrativo.
-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos §  4º O processo deverá ter suas páginas numeradas
respectivos presidentes.
sequencialmente e rubricadas.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos; úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou qual tramitar o processo.
autoridade. Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário nor-
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser mal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso
publicados no meio oficial. regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e pode- à Administração.
res transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração Art.  24. Inexistindo disposição específica, os  atos do
e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos ad-
conter ressalva de exercício da atribuição delegada. ministrados que dele participem devem ser praticados no
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.
pela autoridade delegante. Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem men- dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.
cionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferen-
editadas pelo delegado. cialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado
Art.  15. Será permitida, em caráter excepcional e por
se outro for o local de realização.
motivos relevantes devidamente justificados, a  avocação
temporária de competência atribuída a órgão hierarquica-
mente inferior. CAPÍTULO IX
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulga- Da Comunicação dos Atos
rão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando
conveniente, a unidade fundacional competente em matéria Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o
de interesse especial. processo administrativo determinará a intimação do interes-
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o pro- sado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
cesso administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade § 1º A intimação deverá conter:
de menor grau hierárquico para decidir. I – identificação do intimado e nome do órgão ou enti-
dade administrativa;
CAPÍTULO VII II – finalidade da intimação;
Dos Impedimentos e da Suspeição III – data, hora e local em que deve comparecer;
IV – se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrati- fazer-se representar;
vo o servidor ou autoridade que:
V – informação da continuidade do processo indepen-
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
dentemente do seu comparecimento;
II – tenha participado ou venha a participar como perito,
testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem VI – indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o § 2º A intimação observará a antecedência mínima de
terceiro grau; três dias úteis quanto à data de comparecimento.
III – esteja litigando judicial ou administrativamente com §  3º A intimação pode ser efetuada por ciência no
o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. processo, por via postal com aviso de recebimento, por
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impe- telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência
dimento deve comunicar o fato à autoridade competente, do interessado.
abstendo-se de atuar. §  4º No caso de interessados indeterminados, desco-
Noções de Direito Administrativo

Parágrafo único. A  omissão do dever de comunicar o nhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser
impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. efetuada por meio de publicação oficial.
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou § 5º As intimações serão nulas quando feitas sem ob-
servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com servância das prescrições legais, mas o comparecimento do
algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, administrado supre sua falta ou irregularidade.
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Art.  27. O  desatendimento da intimação não importa
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição po-
o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a
derá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
direito pelo administrado.
CAPÍTULO VIII Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será
Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo garantido direito de ampla defesa ao interessado.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do pro-
Art. 22. Os atos do processo administrativo não depen- cesso que resultem para o interessado em imposição de
dem de forma determinada senão quando a lei expressa- deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos
mente a exigir. e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

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CAPÍTULO X Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá
Da Instrução o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir
de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averi- Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos soli-
guar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão citados ao interessado forem necessários à apreciação de
realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão respon- pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela
sável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados Administração para a respectiva apresentação implicará
de propor atuações probatórias. arquivamento do processo.
§ 1º O órgão competente para a instrução fará constar Art. 41. Os  interessados serão intimados de prova ou
dos autos os dados necessários à decisão do processo. diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias
§  2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.
interessados devem realizar-se do modo menos oneroso Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um
para estes. órgão consultivo, o  parecer deverá ser emitido no prazo
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada
provas obtidas por meios ilícitos. necessidade de maior prazo.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto § 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser
de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até
despacho motivado, abrir período de consulta pública para a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der
manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se causa ao atraso.
não houver prejuízo para a parte interessada. § 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar
§ 1º A abertura da consulta pública será objeto de divul- de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter pros-
gação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou seguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo
jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.
oferecimento de alegações escritas. Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam
§ 2º O comparecimento à consulta pública não confere, ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos adminis-
por si, a condição de interessado do processo, mas confere trativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinala-
o direito de obter da Administração resposta fundamentada, do, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo
que poderá ser comum a todas as alegações substancial- técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade
mente iguais. técnica equivalentes.
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autori- Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito
dade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro
audiência pública para debates sobre a matéria do processo. prazo for legalmente fixado.
Art.  33. Os  órgãos e entidades administrativas, em Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Públi-
matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de ca poderá motivadamente adotar providências acauteladoras
participação de administrados, diretamente ou por meio de sem a prévia manifestação do interessado.
organizações e associações legalmente reconhecidas. Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e
de outros meios de participação de administrados deverão documentos que o integram, ressalvados os dados e docu-
ser apresentados com a indicação do procedimento adotado. mentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à
Art.  35. Quando necessária à instrução do processo, privacidade, à honra e à imagem.
a audiência de outros órgãos ou entidades administrativas Art. 47. O órgão de instrução que não for competente
poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participa- para emitir a decisão final elaborará relatório indicando
ção de titulares ou representantes dos órgãos competentes, o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e
lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. formulará proposta de decisão, objetivamente justificada,
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha encaminhando o processo à autoridade competente.
alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão compe-
tente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
CAPÍTULO XI
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados
Do Dever de Decidir
estão registrados em documentos existentes na própria Ad-
ministração responsável pelo processo ou em outro órgão ad-
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente
ministrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de
emitir decisão nos processos administrativos e sobre soli-
Noções de Direito Administrativo

ofício, a obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.


citações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e an-
tes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo,
requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir,
referentes à matéria objeto do processo. salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
§ 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados
na motivação do relatório e da decisão. CAPÍTULO XII
§ 2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão Da Motivação
fundamentada, as  provas propostas pelos interessados
quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,
protelatórias. com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informa- I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
ções ou a apresentação de provas pelos interessados ou II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, men- III – decidam processos administrativos de concurso ou
cionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento. seleção pública;

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IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo CAPÍTULO XV
licitatório; Do Recurso Administrativo e da Revisão
V – decidam recursos administrativos;
VI – decorram de reexame de ofício; Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a face de razões de legalidade e de mérito.
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e § 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a
relatórios oficiais; decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias,
VIII  – importem anulação, revogação, suspensão ou o encaminhará à autoridade superior.
convalidação de ato administrativo. §  2º Salvo exigência legal, a  interposição de recurso
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, administrativo independe de caução.
podendo consistir em declaração de concordância com fun- § 3º Se o recorrente alegar que a decisão administrativa
damentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autori-
propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. dade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar,
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade supe-
pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os funda- rior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmu-
mentos das decisões, desde que não prejudique direito ou la, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).
garantia dos interessados. Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo
§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e por três instâncias administrativas, salvo disposição legal
comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata diversa.
ou de termo escrito. Art.  58. Têm legitimidade para interpor recurso admi-
nistrativo:
CAPÍTULO XIII I – os titulares de direitos e interesses que forem parte
Da Desistência e Outros Casos de Extinção do Processo no processo;
II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta-
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação mente afetados pela decisão recorrida;
escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado III – as organizações e associações representativas, no
ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis105. tocante a direitos e interesses coletivos;
§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou re- IV  – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou
núncia atinge somente quem a tenha formulado106. interesses difusos.
§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o
o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a prazo para interposição de recurso administrativo, contado
Administração considerar que o interesse público assim o a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
exige107. § 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de
o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da trinta dias, a  partir do recebimento dos autos pelo órgão
decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato competente.
superveniente108. § 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá
ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
CAPÍTULO XIV Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimen-
Da Anulação, Revogação e Convalidação to no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do
pedido de reexame, podendo juntar os documentos que
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos,
julgar convenientes.
quando eivados de vício de legalidade, e  pode revogá-los
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
não tem efeito suspensivo.
os direitos adquiridos.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de
Art.  54. O direito da Administração de anular os atos
difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a au-
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
toridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé. ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para
de decadência contar-se-á da percepção do primeiro paga- dele conhecer deverá intimar os demais interessados para
Noções de Direito Administrativo

mento. que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.


§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
medida de autoridade administrativa que importe impugna- I – fora do prazo;
ção à validade do ato. II – perante órgão incompetente;
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem III – por quem não seja legitimado;
lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos IV – após exaurida a esfera administrativa.
que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalida- § 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente
dos pela própria Administração. a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para
recurso.
105
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-RS/Técnico Judiciário/Área Administra- § 2º O não conhecimento do recurso não impede a Ad-
tiva/Analista Judiciário/Área Administrativa/2010/Questão 55. ministração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não
106
FCC/TRE-RS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Analista Judiciário/Área
Administrativa/2010/Questão 55. ocorrida preclusão administrativa.
107
FCC/TRE-RS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Analista Judiciário/Área Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá
Administrativa/2010/Questão 55. confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente,
108
FCC/TRE-RS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Analista Judiciário/Área
Administrativa/2010/Questão 55. a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.

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Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste arti- IV – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose
go puder decorrer gravame à situação do recorrente, este múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível
deverá ser cientificado para que formule suas alegações e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
antes da decisão. espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepato-
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado patia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte
da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o deformante), contaminação por radiação, síndrome de imu-
recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inapli- nodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em
cabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença
nº 11.417, de 2006) tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído pela
Art.  64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Fe­deral a Lei nº 12.008, de 2009)
reclamação fundada em violação de enunciado da súmula § 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, jun-
vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão tando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade
competente para o julgamento do recurso, que deverão ade- administrativa competente, que determinará as providências
quar as futuras decisões administrativas em casos semelhan- a serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009)
tes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, § 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identifica-
administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006) ção própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009)
sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido § 3º (Vetado) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009)
ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias § 4º (Vetado) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009)
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá Brasília, 29 de janeiro de 1999; 178º da Independência
resultar agravamento da sanção. e 111º da República.

CAPÍTULO XVI FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Dos Prazos Renan Calheiros
Paulo Paiva
Art.  66. Os  prazos começam a correr a partir da data
da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do Maurício Nicácio
começo e incluindo-se o do vencimento.
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia AGENTES PÚBLICOS
útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver
expediente ou este for encerrado antes da hora normal. O agente público, que segundo a boa doutrina é “todo
§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo aquele que com vínculo ou mesmo sem vínculo presta um
contínuo. serviço ao Estado de forma permanente ou temporária”.
§  3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se O agente público pode ser dividido, segundo uma cor-
de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia rente de administrativistas, em:
equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo • Agentes políticos, em regra, são aqueles que detêm
o último dia do mês. parcela de poder, ou seja, representam a vontade es-
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente com- tatal por meio de comandos constitucionais. Segundo
provado, os prazos processuais não se suspendem. o saudoso administrativista Prof. Hely Lopes Meirelles
os agentes políticos são “todas as pessoas físicas in-
CAPÍTULO XVII cumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício
Das Sanções de alguma função estatal”.
• Agentes honoríficos (agentes por colaboração): em
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade sentido lato (amplo) podemos ter como exemplo os
competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em mesários e jurados (eles atuam de forma compulsória).
obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o
direito de defesa. O servidor público em sentido estrito também é consi-
derado uma espécie de agente público.
CAPÍTULO XVIII É importante ressaltar que os militares possuem regimes
Noções de Direito Administrativo

Das Disposições Finais próprios (a Emenda Constitucional nº  18 retirou deles a


expressão “servidores”) e também os Empregados Públicos
Art. 69. Os processos administrativos específicos conti- da Administração indireta, que atuam nas Sociedades de
nuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas Economia Mista e nas Empresas Públicas, pois são regidos
subsidiariamente os preceitos desta Lei. pelo Decreto‑Lei nº 5.452 de 1943, ou seja, a Consolidação
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer das Leis Trabalhistas (CLT).
órgão ou instância, os procedimentos administrativos em
que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº Servidor Público
12.008, de 2009)
I – pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) O servidor público em sentido estrito, é todo aquele que
anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009) mantém uma relação jurídica de cunho permanente com
II – pessoa portadora de deficiência, física ou mental; o Estado, por meio de uma função pública. Os servidores
(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009) públicos atuam na prestação de serviços públicos para aten-
III – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009) der a função estatal e são regidos por um estatuto jurídico.

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86 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A administrativista Maria Sílvia Z. Di Pietro afirma que Poder de Polícia
servidores públicos são as pessoas que prestam serviços,
com vínculo empregatício, à Administração Pública direta, Para tratarmos do poder de polícia devemos buscar
autarquias e fundações públicas. o conceito legal no Código Tributário, no seu art. 78, que
preceitua que:
Deveres dos Agentes Públicos Considera‑se poder de polícia a atividade da Administra-
ção Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse
A Constituição de 1988 preceitua no seu art. 37, caput, ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato,
os princípios da administração, que são: legalidade, impes- em razão de interesse público concernente à segurança,
soalidade, moralidade, publicidade e a eficiência. à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção
Todos da Administração Pública, independentemente da e do mercado, ao  exercício de atividades econômicas de-
esfera em que atuam, devem obedecer a estes princípios. pendentes de concessão ou autorização do Poder Público,
à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
Assim, é dever de todo agente público obedecer a: direitos individuais e coletivos.
• Legalidade: o agente público deve obedecer aos di- Em suma, podemos afirmar que o poder de polícia é a
tames legais e caso não cumpra a determinação do faculdade dada à Administração Pública de poder condicio-
Constituinte Originário de obedecer ao princípio da nar e restringir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos
legalidade ele poderá ser responsabilizado nas esferas individuais, visando o bem da coletividade ou do próprio
administrativa, civil e penal; Estado. São atributos do Poder de Polícia: a discricionarie-
• Impessoalidade: alguns administrativistas consideram dade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade.
a “finalidade”. Este princípio obriga o agente público
a atuar sempre visando o interesse público e nunca Poder Disciplinar
atuar em seu próprio benefício, pois a administração
visa o interesse público; Tem embasamento na Constituiçao Federal, no seu art. 5,
• Moralidade: se o agente público atua de forma impes- LV, que preceitua: “aos litigantes, em processo judicial ou
soal e busca o bem comum, ele está atuando conforme administrativo, e  aos acusados em geral são assegurados
a vontade do Constituinte, ou seja, estará dentro da o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
“moral”, que deve nortear todo o serviço público; ela inerentes.”
• Publicidade: a regra é que os atos administrativos Logo, a Administração Pública tem o dever de punir inter-
devam ser públicos, ou seja, devem ser divulgados, namente, em conformidade com a CF/1988, todos àqueles
e assim ser do conhecimento de todos, pois a Admi- que venham praticar atos funcionais em desconformidade
nistração Pública visa o bem comum, logo não se pode com a lei.
permitir que a Publicidade seja pessoal (do agente
público); Prerrogativas
• Eficiência: este princípio não é oriundo do Constituinte No sentido etimológico, é um “privilégio atribuído a
Originário, foi inserido no caput do art. 37 pelo Consti- alguém por seu cargo”. Podemos citar como prerrogativas:
tuinte Derivado (EC nº 19 de 1998). Refere-se à atuação • vencimento;
do agente público, que deverá ser efetiva, buscando • remuneração;
sempre a perfeição e concretizando, assim, a função
• aposentadoria;
estatal, que não só é prestar o serviço público, mas sim
• direito de petição;
um bom serviço público.
• férias.
Logo, ante o exposto, podemos perceber que o agente
público também tem o dever de agir, de probidade e de CARGO PÚBLICO
eficiência, que estão insertos nos princípios do caput do
art. 37 da CF/1988. O conceito de cargo público, segundo o Regime Jurídico
do Servidor Público Federal é o conjunto de atribuições e
Poderes Administrativos responsabilidades previstas na estrutura organizacional que
devem ser cometidas a um servidor.
Os poderes administrativos encontram respaldo no Di-
reito, pois sem eles a Administração Pública não conseguiria Os cargos públicos:
atingir sua finalidade, que é o interesse público. • são acessíveis a todos os brasileiros;
Principais poderes: Poder hierárquico, Poder regulamen- • devem ser criados por lei (decretos não podem criar
Noções de Direito Administrativo

tar, Poder disciplinar, Poder de polícia. cargos);


• devem ter denominação própria; e
Poder Hierárquico • devem ser pagos pelos cofres públicos, tanto para
cargo de provimento efetivo, como também para os
Na Administração Pública, de acordo com as funções cargos em comissão.
exercidas pelos agentes públicos, deve ocorrer a subordi-
nação, pois com ela pode‑se escalonar as funções e assim Enfim, o  referido estatuto jurídico proíbe a prestação
distribuí‑las. Este poder facilita a coordenação e o controle de serviços gratuitos, a não ser nos casos previstos em lei.
das atividades dos órgãos e dos seus agentes. Existem os cargos isolados e os de carreira. Segundo o
mestre Hely Lopes Meirelles, cargo isolado é o tipo de cargo
Poder Regulamentar que não vem a ser escalonado em classes, tendo a natureza
de ser único.
É oriundo das leis, pois com este poder a administração O cargo de carreira vem a ser aquele, nas palavras do
pode editar atos administrativos de caráter normativo geral mestre, que pode ser escalonado em classes, que é a junção
e também abstrato. de cargos da mesma área (profissão).

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Requisitos para Investidura em Cargos Públicos 10. (Cespe/Polícia Federal/Agente de Polícia Federal/2014)
O cargo de dirigente de empresa pública e de sociedade
Segundo o Estatuto do Servidor Público Federal deve‑se de economia mista é regido pela Consolidação das Leis
comprovar: do Trabalho (CLT).
• comprovar a nacionalidade; 11. (Cespe/Antaq/Técnico Administrativo/2014) A distribui-
• estar em gozo dos direitos políticos; ção de competências entre os órgãos de uma mesma
• estar em dia com as obrigações militares e eleitorais; pessoa jurídica denomina-se desconcentração, poden-
• comprovar o nível de escolaridade exigido para o do ocorrer em razão da matéria, da hierarquia ou por
exercício do cargo; critério territorial.
• ter a idade mínima de dezoito anos; 12. (Cespe/Antaq/Técnico Administrativo/2014) Para a
• ter aptidão física e mental. criação de entidades da administração indireta, como
sociedades de economia mista, empresas públicas e
Urge ressaltar que as atribuições do cargo também po- organizações sociais, é necessária a edição de lei formal
dem trazer a necessidade de outros requisitos, desde que pelo Poder Legislativo.
13. (Cespe/Antaq/Técnico Administrativo/2014) As entida-
haja previsão em lei.
des administrativas, como as autarquias, são pessoas
jurídicas de direito público interno, detentoras de au-
QUESTÕES DE CONCURSOS (CESPE) tonomia política e financeira e de autorregulação.
14. (Cespe/Antaq/Conhecimentos Básicos/2014) O poder
Sobre o direito administrativo, julgue os itens seguintes. normativo das agências reguladoras, cujo objetivo é
1. (Cespe/FUB/Assistente em Administração/2015) O Mi- atender à necessidade crescente de normatividade
nistério da Fazenda é o órgão da administração direta baseada em questões técnicas com mínima influência
que trata dos seguros privados e previdências privadas política, deve estar amparado em fundamento legal.
abertas. 15. (Cespe/Antaq/Conhecimentos Básicos/2014) As entida-
2. (Cespe/MPU/Técnico do MPU/Segurança Institucional des que compõem o serviço social autônomo prestam
e Transporte/2015) Autarquia é entidade dotada de serviço público e, por isso, integram a administração
personalidade jurídica própria, com autonomia ad- pública indireta, estando sujeitas ao controle do tribu-
ministrativa e financeira, não sendo possível que a lei nal de contas.
institua mecanismos de controle da entidade pelo ente 16. (Cespe/Antaq/Conhecimentos Básicos/2014) Embora as
federativo que a criou. autarquias não estejam hierarquicamente subordinadas
3. (Cespe/MPU/Técnico do MPU/Segurança Institucional e à administração pública direta, seus bens são impe-
Transporte/2015) As autarquias responderão objetiva- nhoráveis e seus servidores estão sujeitos à vedação
mente pelos danos provocados por seus agentes a ter- de acumulação de cargos e funções públicas.
ceiros, ainda que se comprove que esses agentes tenham 17. (Cespe/Antaq/Conhecimentos Básicos/2014) As deci-
agido com prudência, perícia e cuidados exigidos. sões das agências reguladoras federais estão sujeitas
4. (Cespe/MPU/Técnico do MPU/Segurança Institucional à revisão ministerial, inclusive por meio de recurso hie-
e Transporte/2015) O instrumento adequado para a rárquico impróprio.
criação de autarquia é o decreto, pois o ato é de natu- 18. (Cespe/Antaq/Conhecimentos Básicos/2014) Dada a
reza administrativa e de iniciativa privativa do chefe do importância da Antaq como autoridade administrativa
Poder Executivo. independente das atividades portuárias e de transporte
5. (Cespe/MPU/Analista do MPU/2015) A criação de autar- aquaviário, ela figura entre as três primeiras agências
quia é uma forma de descentralização por meio da qual criadas com assento constitucional, ao lado da Agência
se transfere determinado serviço público para outra Nacional do Petróleo (ANP) e da Agência Nacional de
pessoa jurídica integrante do aparelho estatal. Telecomunicações (Anatel).
6. (Cespe/TRE-GO/Analista Judiciário/Área Administrati-
va/2015) Às organizações sociais é vedada a finalidade O servidor responsável pela segurança da portaria de um
de lucro, devendo ser suas atividades estatutárias di- órgão público desentendeu-se com a autoridade superior
rigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvi- desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade de-
mento tecnológico, à proteção e preservação do meio terminou que, a partir daquele dia, ele anotasse os dados
ambiente, à cultura e à saúde. completos de todas as pessoas que entrassem e saíssem do
7. (Cespe/TRE-GO/Analista Judiciário/Área Administrati- imóvel. Com referência a essa situação hipotética, julgue o
va/2015) As organizações da sociedade civil de inte- item que se segue.
Noções de Direito Administrativo

resse público são pessoas jurídicas de direito privado 19. (Cespe/MPU/Técnico do MPU/Segurança Institucional
que firmam contrato de gestão com o poder público, e Transporte/2015) O ato da autoridade superior foi
com a finalidade de firmar parceria entre as partes, praticado no exercício de seu poder disciplinar.
objetivando o fomento e a execução de atividades de
interesse social, sem fins lucrativos. 20. (Cespe/MPU/Analista do MPU/2015) O poder de polícia
8. (Cespe/TRE-GO /Analista Judiciário/Área Administrativa/ administrativa, que incide sobre as atividades, os bens
2015) Entidades para estatais são pessoas jurídicas de e os próprios indivíduos, tem caráter eminentemente
direito público ou privado que atuam ao lado do Estado, repressivo.
executando atividades de interesse público, porém não 21. (Cespe/DPU/Defensor Público Federal de Segunda Ca-
privativos do ente estatal. tegoria/2015) A hierarquia é uma característica encon-
9. (Cespe/DPU/Defensor Público Federal de Segunda Ca- trada exclusivamente no exercício da função adminis-
tegoria/2015) Considera-se desconcentração a transfe- trativa, que inexiste, portanto, nas funções legislativa
rência, pela administração, da atividade administrativa e jurisdicional típicas.
para outra pessoa, física ou jurídica, integrante do apa- 22. (Cespe/DPU/Defensor Público Federal de Segunda
relho estatal. Categoria/2015) A multa, como sanção resultante do

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88 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
exercício do poder de polícia administrativa, não possui 37. (Cespe/MPU/Técnico do MPU/Segurança Institucional
a característica da autoexecutoriedade. e Transporte/2015) O servidor responsável pela segu-
23. (Cespe/DPE-PE/Defensor Público/2015) Segundo enten- rança da portaria de um órgão público desentendeu-se
dimento já consolidado no âmbito no STJ, a quitação de com a autoridade superior desse órgão. Para se vingar
multas de trânsito vencidas não pode ser condição para do servidor, a autoridade determinou que, a partir da-
a liberação de veículo regularmente apreendido, haja quele dia, ele anotasse os dados completos de todas
vista que a multa não constitui punição autoexecutória. as pessoas que entrassem e saíssem do imóvel. Com
24. (Cespe/Polícia Federal/Agente de Polícia Federal/2014) referência a essa situação hipotética, julgue o item que
A aplicação de sanção administrativa contra concessio- se segue. Na situação apresentada, a ordem exarada
nária de serviço público decorre do exercício do poder pela autoridade superior é ilícita, por vício de finalidade.
disciplinar. 38. (Cespe/MPU/Técnico do MPU/Segurança Institucional
25. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2014) O adminis- e Transporte/2015) Os atos praticados pelos servidores
trador público que age fora dos limites de sua compe- do MPU possuem presunção de legitimidade, não sendo
tência atua com desvio de poder. possível, por isso, questionar-se, administrativamente,
26. (Cespe/Antaq/Conhecimentos Básicos/2014) O ato de a veracidade dos fatos expostos em declaração por eles
delegação de competência, revogável a qualquer tempo
exarada.
pela autoridade delegante, decorre do poder adminis-
39. (Cespe/MPU/Analista do MPU/Conhecimentos Básicos/
trativo hierárquico.
2015) O ato que aplica determinada sanção a um servidor
27. (Cespe/Anatel/Conhecimentos Básicos/2014) A auto-
executoriedade de certos atos de poder de polícia é público configura exemplo de ato constitutivo, que se ca-
limitada, não sendo possível que a administração, por racteriza por criar, modificar ou extinguir direitos.
exemplo, condicione a liberação de veículo retido por 40. (Cespe/MPU/Analista do MPU/2015) Tanto os atos
transporte irregular de passageiros ao pagamento de administrativos constitutivos quanto os negociais e os
multa anteriormente imposta. enunciativos têm o atributo da imperatividade.
28. (Cespe/TJ-SE /Técnico Judiciário/Área Judiciária/2014) 41. (Cespe/MPU/Analista do MPU/2015) A função pública
No exercício do poder administrativo disciplinar, a ad- compreende o conjunto de atribuições conferidas aos
ministração pode aplicar punições aos particulares que servidores ocupantes de cargo efetivo, razão por que
cometam infrações, independentemente de estes se não é exercida por servidores temporários.
sujeitarem às regras do regime administrativo. 42. (Cespe/ICMbio/Técnico Administrativo/2014) A auto-
executoriedade dos atos administrativos ocorre nos
Considere que, durante uma fiscalização, fiscais do DF te- casos em que é prevista em lei ou, ainda, quando é
nham encontrado alimentos com prazo de validade expirado necessário adotar providências urgentes em relação a
na geladeira de um restaurante. Diante da ocorrência, lavra- determinada questão de interesse público.
ram auto de infração, aplicaram multa e apreenderam esses 43. (Cespe/DPU/Defensor Público Federal de Segunda Ca-
alimentos. Com base na situação hipotética apresentada, tegoria/2015) Os atos administrativos negociais são
julgue os itens subsecutivos. também considerados atos de consentimento, uma vez
29. (Cespe/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) que são editados a pedido do particular como forma
A aplicação de multa ao estabelecimento comercial de- de viabilizar o exercício de determinada atividade ou a
corre do poder disciplinar da administração pública. utilização de bens públicos.
30. (Cespe/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) 44. (Cespe/DPE-PE/Defensor Público/2015) Em obediência
Diante do risco à saúde da população, as mercadorias ao princípio da solenidade das formas, o ato adminis-
com prazo de validade expirado poderão ser imedia- trativo deve ser escrito, registrado e publicado, não se
tamente apreendidas, mesmo antes da abertura de admitindo no direito público o silêncio como forma de
processo administrativo e sem prévio contraditório do manifestação de vontade da administração.
proprietário do estabelecimento. 45. (Cespe/DPE-PE/Defensor Público/2015) Os atos da
31. (Cespe/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) administração que apresentarem vício de legalidade
Se a aplicação da multa for indevida, a administração deverão ser anulados pela própria administração. No
tem o poder de anulá-la, de ofício, independentemente entanto, se de tais atos decorrerem efeitos favoráveis
de provocação do interessado.
a seus destinatários, o direito da administração de anu-
32. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014)
lar esses atos administrativos decairá em cinco anos,
Há exigibilidade de taxas em razão do efetivo exercício
contados da data em que forem praticados, salvo se
do poder de polícia.
33. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) houver comprovada má-fé.
Noções de Direito Administrativo

No âmbito do poder disciplinar, não se aplica o princípio 46. (Cespe/Antaq/Técnico Administrativo/2014) A com-
da inexistência da infração sem prévia lei que a defina petência, um dos requisitos do ato administrativo, é
e apene. intransferível, sendo vedada a sua delegação.
34. (Cespe/Suframa/Agente Administrativo/2014) A remo- 47. (Cespe/Antaq/Técnico Administrativo/2014) A san-
ção de ofício de um servidor, como forma de puni-lo ção do presidente da República é qualificada como
por faltas funcionais, configura abuso de poder. ato administrativo em sentido estrito, ou seja, é uma
35. (Cespe/Suframa/Agente Administrativo/2014) O poder manifestação de vontade da administração pública no
hierárquico confere aos agentes superiores o poder exercício de prerrogativas públicas, cujo fim imediato
para avocar e delegar competências é a produção de efeitos jurídicos determinados.
36. (Cespe/CGE-PI/Auditor Governamental/2015) A admi- 48. (Cespe/Antaq/Conhecimentos Básicos/2014) Consi-
nistração pode anular os próprios atos, por motivo de deram-se válidos os efeitos produzidos pelo ato admi-
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos nistrativo até o momento de sua eventual revogação
adquiridos e ressalvada a apreciação judicial, bem como pela administração pública, quer no que diz respeito às
pode revogá-los quando eles estiverem eivados de ví- partes interessadas, quer em relação a terceiros sujeitos
cios que os tornem ilegais. aos seus efeitos reflexos.

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49. (Cespe/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) Em decorrência do lançamento indevido de condenação
Os atos administrativos praticados pelo Poder Legisla- criminal em seu registro eleitoral, efetuado por servidor do
tivo e pelo Poder Judiciário submetem-se ao regime TRE/GO, um cidadão que não havia cometido nenhum crime,
jurídico administrativo. ficou impedido de votar na eleição presidencial, razão por
50. (Cespe/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) que ajuizou contra o Estado ação pleiteando indenização
Nos processos administrativos, as intimações serão por danos morais. Apurou-se que o erro havia ocorrido em
nulas quando feitas sem observância das prescrições virtude de homonímia e que tal cidadão, instado pelo TRE/GO
legais, no entanto o comparecimento do administrado em determinado momento, havia se recusado a fornecer
supre sua falta ou sua irregularidade. ao tribunal o número de seu CPF. Considerando a situação
51. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2014) A revoga- hipotética apresentada, julgue os itens seguintes, referentes
ção importa em juízo de oportunidade e conveniência, à responsabilidade civil do Estado.
razão por que os atos administrativos somente podem 62. (Cespe/TRE-GO/Analista Judiciário/Área Judiciária/2015)
ser revogados pela autoridade que os tenha exarado. Em sua defesa, o poder público poderá alegar culpa
52. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/ 2014) Os atos do cidadão na geração do erro, uma vez que ele não
administrativos são praticados por servidores e empre- forneceu o número de seu CPF. Nesse caso, conforme
gados públicos, bem como por determinados particula- a teoria do risco administrativo, demonstrada culpa da
res, a exemplo dos concessionários e permissionários vítima, a indenização poderá ser atenuada ou excluída.
de serviços públicos e oficiais de cartórios. 63. (Cespe/TRE-GO/Analista Judiciário/Área Judiciária/2015)
53. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2014) Os atos Para garantir o seu direito de regresso, o poder público,
administrativos devem ser praticados, necessariamen- ao responder à ação de indenização, deverá promover a
te, por escrito, em atendimento ao princípio do forma- denunciação da lide ao servidor causador ao suposto dano.
lismo. 64. (Cespe/TRE-GO/Analista Judiciário/Área Judiciária/2015)
54. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2014) Atual- Na referida ação, fundamentada na responsabilidade
mente, no âmbito federal, todo ato administrativo objetiva do Estado, constarão como corréus o servidor
restritivo de direitos deve ser expressamente motivado. responsável pelo erro e o poder público
55. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2014) Impera- 65. (Cespe/DPU/Defensor Público Federal de Segunda Cate-
tividade é o atributo com base no qual o ato adminis- goria/2015) A responsabilidade civil do servidor público
trativo pode ser praticado pela própria administração pela prática, no exercício de suas funções, de ato que
sem a necessidade de intervenção do Poder Judiciário. acarrete prejuízo ao erário ou a terceiros pode decorrer
56. (Cespe/CGE-PI/Auditor Governamental/2015) De acor- tanto de ato omissivo quanto de ato comissivo, doloso
do com a teoria do risco integral, é suficiente a exis- ou culposo.
tência de um evento danoso e do nexo de causalidade 66. (Cespe/PM-CE/Oficial da Polícia Militar/2014) A respon-
entre a conduta administrativa e o dano para que seja sabilidade civil do servidor público por dano causado
obrigatória a indenização por parte do Estado, afastada a terceiros, no exercício de suas funções, ou à própria
a possibilidade de ser invocada alguma excludente da administração, é subjetiva, razão pela qual se faz ne-
responsabilidade. cessário, em ambos os casos, comprovar que ele agiu
57. (Cespe/CGE-PI/Auditor Governamental/Conhecimentos de forma dolosa ou culposa para que seja diretamente
básicos/2015) As pessoas jurídicas de direito público responsabilizado.
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qua- 67. (Cespe/Anatel/Conhecimentos Básicos/2014) Caso seja
lidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de impossível a identificação do agente público respon-
regresso contra o responsável apenas nos casos de dolo. sável por um dano, o Estado será obrigado a reparar o
dano provocado por atividade estatal, mas ficará invia-
Rafael, agente público, chocou o veículo que dirigia, de pro- bilizado de exercer o direito de regresso contra qualquer
priedade do ente ao qual é vinculado, com veículo parti­cular agente.
dirigido por Paulo, causando-lhe danos materiais. Acerca des- 68. (Cespe/Anatel/Conhecimentos Básicos/2014) A condu-
sa situação hipotética, julgue os seguintes itens. ta do lesado, a depender da extensão de sua partici-
58. (Cespe/TRE-GO/Analista Judiciário/Área Administrati- pação para o aperfeiçoamento do resultado danoso, é
va/2015) Rafael pode ser responsabilizado, regressiva- relevante e tem o condão de afastar ou de atenuar a
mente, se for comprovado que agiu com dolo ou culpa, responsabilidade civil do Estado.
mesmo sendo ocupante de cargo em comissão, e deve 69. (Cespe/Anatel/Conhecimentos Básicos/2014) De acor-
ressarcir a administração dos valores gastos com a in- do com o princípio da presunção de constitucionalida-
denização que venha a ser paga a Paulo. de, o Estado não pode ser responsabilizado por danos
Noções de Direito Administrativo

59. (Cespe/TRE-GO/Analista Judiciário/Área Administrati- oriundos de lei posteriormente declarada inconstitu-


va/2015) A responsabilidade da administração pelos cional.
danos causados a terceiro é objetiva, ou seja, independe 70. (Cespe/Anatel/Conhecimentos Básicos/2014) Tal qual
da comprovação do dolo ou culpa de Rafael. o ressarcimento pelo particular por prejuízo ao erário,
60. (Cespe/TRE-GO/Analista Judiciário/Área Administra- é imprescritível a pretensão do administrado quanto à
tiva/2015) Caso Rafael seja empregado de empresa reparação de dano perpetrado pelo Estado.
terceirizada, contratada pela administração para a 71. (Cespe/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014)
prestação de serviços de transporte de materiais, a Tanto o dano moral quanto o dano material são passí-
responsabilidade do ente público será objetiva, porém veis de gerar a responsabilidade civil do Estado.
subsidiária. 72. (Cespe/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014)
61. (Cespe/TRE-GO /Analista Judiciário/Área Administrativa/ De acordo com o sistema da responsabilidade civil ob-
2015) A responsabilidade da administração pode ser jetiva adotado no Brasil, a administração pública pode,
afastada caso fique comprovada a culpa exclusiva de a seu juízo discricionário, decidir se intenta ou não ação
Paulo e pode ser atenuada em caso de culpa concor- regressiva contra o agente causador do dano, ainda que
rente. este tenha agido com culpa ou dolo.

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Servidor responsável pela gestão dos sistemas de tecnologia
da informação da Câmara dos Deputados, em retaliação à
aprovação de uma lei que ele considerava prejudicial aos
interesses nacionais, resolveu, após o horário de expediente,
invadir o órgão e instalar um vírus no sistema de protocolo,
o que ocasionou a perda de todas as informações sobre a
tramitação dos processos legislativos no último ano. Consi-
derando essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo.
73. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014)
A administração não responde pelo dano causado a
terceiros em razão da conduta do servidor, uma vez
que o ato foi praticado após o horário de expediente.
74. (Cespe/Polícia Federal/Agente Administrativo/2014)
Considere que, durante uma operação policial, uma
viatura do DPF colida com um carro de propriedade
particular estacionado em via pública. Nessa situação,
a administração responderá pelos danos causados ao
veículo particular, ainda que se comprove que o mo-
torista da viatura policial dirigia de forma diligente e
prudente.

GABARITO

1. C 20. E 39. C 58. C


2. E 21. C 40. E 59. C
3. C 22. C 41. E 60. E
4. E 23. E 42. C 61. C
5. C 24. C 43. C 62. C
6. C 25. E 44. C 63. E
7. E 26. C 45. C 64. E
8. E 27. C 46. E 65. C
9. E 28. E 47. E 66. C
10. E 29. E 48. C 67. C
11. C 30. C 49. C 68. C
12. E 31. C 50. C 69. E
13. E 32. C 51. E 70. E
14. C 33. C 52. C 71. C
15. E 34. C 53. E 72. E
16. C 35. C 54. C 73. E
17. C 36. E 55. E 74.C
18. E 37. C 56. C
19. E 38. E 57. E

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INSS

SUMÁRIO

Língua Portuguesa
Compreensão e interpretação de textos.................................................................................................................................3

Tipologia textual....................................................................................................................................................................11

Ortografia oficial....................................................................................................................................................................13

Acentuação gráfica................................................................................................................................................................23

Emprego das classes de palavras...........................................................................................................................................26

Emprego do sinal indicativo de crase....................................................................................................................................53

Sintaxe da oração e do período....................................................................................................................................... 60/70

Pontuação..............................................................................................................................................................................78

Concordância nominal e verbal.............................................................................................................................................86

Regências nominal e verbal...................................................................................................................................................92

Significação das palavras.......................................................................................................................................................96

Redação de correspondências oficiais (conforme Manual de Redação da Presidência da República)........................... 97

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
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Língua Portuguesa
Ernani Pimentel / Márcio Wesley / Luzia Pimenta

Ernani Pimentel que está escrito, mas o que se pode inferir, ou concluir, ou
deduzir do que está escrito.
INTELECÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Comandos para Questão de Interpretação
Texto
Da leitura do texto, infere-se que...
Textum, em latim, particípio do verbo tecer, significa O texto permite deduzir que...
tecido. Dessa palavra originou-se textus, que gerou, em Da fala do articulista pode-se concluir que...
português, “texto”. Portanto, está-se falando de “tecido” de Depreende-se do texto que...
frases, orações, períodos, parágrafos... Uma “tessitura” de Qual a intenção do narrador quando afirma que...
ideias, de argumentos, de fatos, de relatos... Subentende-se das ideias e informações do texto que...

Intelecção (ou Compreensão) Questão

Intelecção significa entendimento, compreensão. Os 1. Observe a tirinha a seguir, da cartunista Rose Araújo:
testes de intelecção exigem do candidato uma postura muito
voltada para o que realmente está escrito.

Comandos para Questão de Compreensão

O narrador do texto diz que...


O texto informa que...
Segundo o texto, é correto ou errado dizer que...

Questão (www.fotolog.com/rosearaujocartum)

1. Assinale a opção correta em relação ao texto. Infere-se que o humor da tirinha se constrói:
a) pois a imagem resgata o valor original do radical que
O Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recur- compõe a gíria bombar.
sos Hídricos – PROÁGUA Nacional é um programa do b) pois o vocábulo bombar foi dito equivocadamente
Governo Brasileiro financiado pelo Banco Mundial. O no sentido de “bombear”.
Programa originou-se da exitosa experiência do PRO- c) pois reflete o problema da educação no país, em
5 ÁGUA / Semiárido e mantém sua missão estruturante, que os alunos só se comunicam por gírias, como é
com ênfase no fortalecimento institucional de todos os o caso de fessor.
atores envolvidos com a ges­tão dos recursos hídricos d) porque a forma fessor é uma tentativa de incluir na
no Brasil e na implantação de infraestruturas hídricas norma culta o regionalismo fessô.
viáveis do ponto de vista técnico, financeiro, econômico, e) porque o vocábulo bombar não está dicionarizado.
10 ambiental e social, promovendo, assim, o uso racional
dos recursos hídricos. Gabarito: a
(http://proagua.ana.gov.br/proagua)
Preste, portanto, atenção aos comandos para não errar.
Se o texto diz que o rapaz está cabisbaixo, você não pode
a) O PROÁGUA / Semiárido é um dos subprojetos de-
“deduzir”, ou “inferir”, que ele está de cabeça baixa, porque
rivados do PROÁGUA/Nacional.
isso já está dito no texto. Mas você pode interpretar ou con-
b) A expressão “sua missão estruturante” (l.5) refere-se
cluir que, por exemplo, ele esteja preo­cupado, ou tímido, em
a “Banco Mundial” (l.3).
função de estar de cabeça baixa.
c) A ênfase no fortalecimento institucional de todos os
atores envolvidos com a gestão de recursos hídricos
é exclusiva do PROÁGUA/Semiárido. Como Fazer Inferências
d) Tanto o PROÁGUA/Semiárido como o PROÁGUA/
Nacional promovem o uso racional dos recursos No processo de interpretação textual, o leitor não pode
hídricos. acreditar que todas as informações deverão ser entendidas
e) A implantação de infraestruturas hídricas viáveis do literalmente, “ao pé da letra”. É  necessário que ele se dê
Língua Portuguesa

ponto de vista técnico, financeiro, econômico, am- conta de que algumas informações apresentadas querem,
biental e social é exclusiva do PROÁGUA/Nacional. na verdade, dizer outra coisa.
Uma das belezas da interpretação textual é, justamente,
Gabarito: d perceber que o texto muitas vezes diz mais do que fica escrito...
Além das informações que ficam explicitamente marcadas,
Interpretação os textos trazem informações que ficam nas entrelinhas: ideias
que o autor faz chegar até o leitor confiando em sua capaci-
Interpretação significa dedução, inferência, conclusão, dade de raciocinar a partir do contexto. A essas informações
ilação. As questões de interpretação não querem saber o damos o nome de Inferência.

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Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, A coesão sequencial, por intermédio dos elementos de
inferir é fazer uma “operação intelectual por meio da qual se transição, ajuda o leitor a perceber a tessitura das ideias,
afirma a verdade de uma proposição em decorrência de sua como elas se relacionam. Os principais elementos de tran-
ligação com outras já reconhecidas como verdadeiras”. Em sição são:
outras palavras, a inferência acontece quando, baseado no • Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto,
contexto e considerando as implicações lógicas decorrentes embora, contra, apesar de, conquanto, não obstante,
das informações do texto, o leitor é capaz de tomar como ao contrário, salvo, exceto, menos – Denotam oposição,
verdadeira uma dedução feita. contraste, adversão, restrição ou ressalta.
Para a realização correta de uma inferência é necessário • Porque, visto que, porquanto, em virtude de, uma
que o leitor compartilhe com o autor conhecimentos prévios vez que, devido a, por motivo, graças a, sem razão
e tenha familiaridade com o tipo de texto apresentado e com de, em decorrência de, por causa de, com efeito, por
a linguagem utilizada. Conforme afirma Ferreira e Dias, “é conseguinte – Denotam relação de causa e consequ-
lançando mão desse conhecimento (linguístico e de mundo) ência.
que o leitor poderá garantir uma compreensão para além dos • A fim de, a fim de que, com intuito de, para, para
elementos superficiais do texto, negociando com o autor os que, com o objetivo de – Denotam finalidade.
significados plausíveis e permitidos.” • Vale dizer, ou seja, que dizer, isto é, com outras pa-
Observe, por exemplo, a piada abaixo: lavras, ou por outra, a saber – Indicam uma relação
O marido decide mudar de atitude. Chega em casa todo de esclarecimento ou ilustração.
machão e ordena: • À medida que, à proporção que, ao passo que, tan-
– Eu quero que você prepare uma refeição dos deuses to quanto, tanto mais, a menos que – Estabelecem
para o jantar e quando eu terminar espero uma so- relação de proporção.
bremesa divina. Depois do jantar você vai me fazer
• Em pouco tempo, em muito tempo, logo que, assim
um whisky e preparar um banho porque eu preciso
que, antes que, depois que, quando, sempre que –
relaxar. E  tem mais: Quando eu terminar o banho,
Estabelecem noção temporal.
adivinha quem vai me vestir e me pentear?
• Se, caso, contanto que, a não ser que, a menos que –
– O homem da funerária... Respondeu placidamente a
esposa. Indicam condição.
• Portanto, então, assim, logo, por isso, por conseguin-
Você é capaz de perceber rapidamente que o humor te, pois, de modo que, em vista disso, em suma –
contido nessa piada está associado ao fato de que a mulher Denotam relação de conclusão.
faz uma ameaça de morte ao marido. Nenhum leitor com-
petente entende de maneira literal esse texto, imaginando A coesão é uma auxiliar e, às vezes, uma geradora da cons-
que a esposa vai trocar de lugar com o homem da funerária trução da coerência, sentido global do texto. Ao ler um texto,
na hora de pentear o cabelo do marido. Ou que ela não gosta o leitor espera encontrar elementos interligados, explícita ou
de pentear cabelos. Ao contrário, inferimos que a esposa não implicitamente, que confirmem as deduções e inferências
aceita passivamente ser subdominada. que são feitas ao longo da leitura. Por exemplo, se alguém lê
As inferências tornam-se possíveis, a partir de um proces- num texto que “João viera leciona em Belém”, por causa da
so de ativação mental por que passa o leitor. Essa ativação coerência espera confirmar em algum momento que João é
pode se dar pelo contexto comunicativo ou pelo uso de professor e não um comerciante.
determinadas palavras ou expressões que o texto utliliza. No São tipos de coerências a serem verificadas nos textos:
caso da piada analisada, a ativação acontece quando o leitor • Coerência Narrativa: é incoerente narrar uma história
raciocina que homens de funerárias normalmente arrumam em que alguém está descendo uma ladeira num carro
(inclusive penteiam) pessoas que já estão mortas. Além disso, sem freios, que para imediatamente, depois de ser
como em nosso contexto social as imposições do marido não brecado, quando uma criança lhe corta a frente.
são reconhecidas como lícitas, chegamos à interpretação de • Coerência Figurativa: suponhamos que se deseje
que a mulher reage com a ameaça. figurativizar o tema “despreocupação”. Podem‑se
usar figuras como “pessoas deitadas à beira de uma
Coesão e Coerência Textuais piscina”, “drinques gelados”, passeios pelos shoppin-
gs”. Não caberia, no entanto, na figurativização desse
Para que o texto possa ser entendido como unidade de tema, a  utilização de figuras como “pessoas indo
significação e de construção de sentido é preciso que ele apressadas para o trabalho”, “fábricas funcionando a
seja um todo harmônico e que possua uma progressividade pleno vapor”.
que leve o leitor a realizar as inferências necessárias à com- • Coerência Argumentativa: quando se defende um
preensão. Essa progressividade é dada, entre outras formas, ponto de vista de que o homem deve buscar o amor
por meio da coesão textual. e a amizade, não se pode dizer em seguida que não
A coesão é construída ou por meio de elementos refe- se deve confiar em ninguém e que por isso é melhor
renciadores ou por meio sequenciadores, ou elementos de viver isolado.
transição.
No primeiro caso a conexão no texto dá‑se de forma Concursando
lexical, em que o processo de referenciação acontece pela
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substituição de um nome por outro, e gramatical, em que a As questões que a banca deste concurso tem privilegiado
coesão é dada pela referência dos pronomes e dos artigos, exigem do candidato informações teóricas que vamos pas-
entre outras categorias gramaticais, a  um nome. A  coesão sar a você na forma de exercício. Você vai respondendo C
lexical acontece por meio da substituição de um nome por (Certo) ou E (Errado) para cada item e leia o comentário do
sinônimos (detalhes/pormenores), hipônimos (colher/ talher) gabarito. Cada informação errada é comentada no gabarito.
ou hiperônimos (talher/colher). A gramatical, pela substituição As informações certas, muitas vezes, dispensam comentário.
do referente por uma classe de natureza gramatical, principal- Assim você se exercita e aprende o assunto de uma maneira
mente os pronomes, que pode fazer retomadas (anafóricas) mais dinâmica.
ou antecipações (catafóricas). Ernani Pimentel

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4 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Leia o Texto 5. Certo Por quê? Essa inferência (dedução) nasce da
informação de que “foram raros os maestros
Em vida, Gustav Mahler (1860-1911), tanto por sua per- que, nas décadas que se seguiram à sua mor-
sonalidade artística como por sua obra, foi alvo de intensas te, se empenharam na apresentação de suas
polêmicas – e de desprezo por boa parte da crítica. A incom- obras.”
preensão estética e o preconceito antissemita também o 6. Errado Por quê? Primeiro, o texto não abrange assun-
acompanhariam postumamente e foram raros os maestros to nacional, mas internacional. Segundo, não
que, nas décadas que se seguiram à sua morte, se empenha- se pode deduzir que haja unanimidade, mas
ram na apresentação de suas obras. [...] uma boa ou grande aceitação.
7. Certo
INTELECÇÃO E INTERPRETAÇÃO 8. Certo
9. Certo
Julgue os itens a seguir.
10. Certo
1. Deduz-se do texto que Gustav Mahler foi alvo de inten-
sas polêmicas. 11. Certo Por quê? Conforme o texto, tais críticos, além
de não compreenderem o lado estético do
2. Deduz-se do texto que o personagem central (Mahler)
artista, incorreram em preconceito.
foi um compositor.
3. Deduz-se do texto que o personagem central (Mahler)
IDEIA PRINCIPAL E SECUNDÁRIA
era de origem judaica.
4. Pode-se deduzir do texto que o personagem central Em vida, Gustav Mahler (1860-1911), tanto por sua per-
(Mahler) foi um compositor de músicas eruditas. sonalidade artística como por sua obra, foi alvo de intensas
5. Pode-se inferir do texto que só depois de se terem polêmicas – e de desprezo por boa parte da crítica. A incom-
passado algumas ou várias décadas desde sua morte preensão estética e o preconceito antissemita também o
é que Mahler acabou por ser admirado artisticamente acompanhariam postumamente e foram raros os maestros
e deixou de ter sua obra segregada. que, nas décadas que se seguiram à sua morte, se empenha-
6. Pode-se inferir do texto que hoje a avaliação positiva da ram na apresentação de suas obras.
obra de Mahler constitui uma unanimidade nacional.
7. Intelecção, ou entendimento do texto é a captação Julgue os itens:
objetiva das informações que o texto traz abertamente, 12. O parágrafo lido constitui-se de dois períodos,
explicitamente. residindo a ideia principal no segundo.
8. Interpretação, ilação, dedução, conclusão, percepção 13. A ideia principal está contida no primeiro período,
do texto é resultado de raciocínio aplicado, permitindo representando o segundo um desenvolvimento
captar-lhe tanto as informações explícitas, quanto as das ideias do primeiro.
implícitas.
9. A aplicação do raciocínio lógico às informações contidas 14. Qual a ideia principal do texto?
no texto, expostas ou subentendidas, permite ao leitor a) Mahler foi um compositor.
tirar dele conclusões ou interpretá-lo corretamente. b) Mahler tinha origem judaica.
c) Mahler compunha música erudita.
10. A leitura de um texto deve levar em consideração o mo-
d) O valor de Mahler só foi reconhecido devidamente
mento e as circunstâncias em que foi construído, bem a partir de algumas décadas após seu falecimento.
como à finalidade a que se propõe. e) A finalidade do texto é dizer que boa parte da crítica
11. Segundo opinião dedutível do texto, os críticos que foi contrária a Mahler.
desprezaram o compositor estavam errados.
GABARITO COMENTADO
GABARITO COMENTADO
12. Errado A questão seguinte esclarece o assunto.
1. Errado. Por quê? Esta informação – “foi alvo de inten- 13. Certo
sas polêmicas” – não “se deduz” do texto, está 14. d
claramente expressa nele.
2. Certo Por quê? Esta dedução se origina da informa- Nesta questão 14, todas as cinco alternativas exprimem
ção de que “maestros” apresentaram obras informações contidas no texto dado. Contudo, entre as
dele. ideias lançadas em qualquer texto, existe uma hierarquia,
3. Certo Por quê? A informação de que ele foi alvo de uma gradação de importância. Daí os conceitos de IDEIA
CENTRAL OU PRINCIPAL e IDEIAS SECUNDÁRIAS OU PERIFÉ-
”preconceito antissemita” leva à conclusão de
RICAS. A ideia central ou principal será a responsável pelo
que ele era “de origem judaica”.
TEMA, que não se define por uma só palavra, mas por uma
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4. Certo Por quê? A palavra “maestro” tem uma co- AFIRMAÇÃO. Pode-se dizer que o tema do trecho lido é a
notação diferente (sem vírgula) de “cantor”, valorização póstuma da obra mahleriana. As demais ideias,
“compositor”, “DJ”, “intérprete” etc. Maestro secundárias, servem para dar maior compreensão ao texto
pressupõe erudição, por sua própria formação e propiciar ao leitor uma visão mais detalhada do assunto.
acadêmica; por isso, “pode-se deduzir que as
músicas sejam eruditas, pois ‘eruditos’ se em- COMO ACHAR A IDEIA PRINCIPAL OU O TEMA
penham na sua apresentação”. O “pode-se
deduzir” é aceitável, porque não impõe que Tratando-se de texto expositivo, argumentativo, os exa-
seja uma “dedução obrigatória”. minadores buscam avaliar no candidato a capacidade de

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captar o mais importante. Quando você tem pouco tempo • Pronomes: (eu) gosto... (eu) prefiro... (nós) não te-
na prova e precisa responder a uma questão que indaga mos: os pronomes que estão subentendidos (eu, nós)
sobre o tema ou a ideia central de um longo texto, ou de referem-se às pessoas do emissor e do receptor. Em
um texto completo, basta concentrar-se na leitura do último “destacam os que (aqueles que) sabem lidar”, os pro-
parágrafo. Necessariamente lá está a resposta da questão. nomes sublinhados ligam o texto à pessoa de quem se
Normalmente, num parágrafo, a ideia principal se encon- fala. Em “não temos controle sobre o que acontece”, o
tra na parte inicial sendo seguida de um desenvolvimento, que (aquilo que) liga o texto às coisas que acontecem
em forma de explicação, detalhamento, exemplificação etc.. fora dele. Em todos esses casos, o emissor, o receptor
Essa ideia principal também é conhecida por TÓPICO FRASAL. e o referente, representados pela primeira, segunda e
Mais raramente, pode ser encontrada no final do parágrafo, terceira pessoas do discurso, embora estejam dentro
sob a forma de conclusão das informações ou explanações do texto, referem-se ao que se situa geograficamente
que a antecedem. Repetindo: a ideia central ou principal de fora dele. Trata-se de referência exofórica.
um parágrafo se situa no início ou no final. Nas outras partes, • Substantivos: Em “não temos controle sobre o que
aparecem os argumentos. acontece no país e no mundo”, os substantivos desta-
Quando a abordagem é não apenas de um parágrafo, cados também ligam o texto ao que está ao seu redor,
mas de um texto completo, o tema ou ideia principal se ou fora dele (o Brasil e o planeta Terra).
encontra no último parágrafo, podendo também aparecer • Advérbios: Se alterarmos a frase para “não temos
no primeiro, conhecido como parágrafo introdutório. Os controle sobre o que acontece aqui e lá”, notamos
parágrafos centrais são reservados às argumentações, que que os advérbios sublinhados também continuam
contribuem para dar suporte à principal ideia. ligando o texto ao que está ao fora dele, como ele-
mento de coesão exofórica. Enquanto ”aqui” se refere
ao ambiente que circunda o emissor; “lá” indica o
COESÃO ambiente da terceira pessoa, a que não é emissor,
nem receptor.
Coesão é a “amarração” que existe entre as frases, os
termos e as palavras do texto. Essa “amarração” se constrói
com conectores (elementos coesivos). ANÁFORA E CATÁFORA
O trecho “Crise oportunidade sinônimo gostar preferir
Anáfora é a repetição de uma palavra ou ideia, é a refe-
ambientes estáveis” é um conjunto de partes desconexas.
rência ao que já foi dito:
Cada palavra isoladamente tem um significado, mas o seu
Em Logo, as crises sempre virão e se destacam os que
conjunto não tem, por faltarem elementos coesivos.
sabem lidar com elas, ou melhor, os que sabem aproveitar
Já em “Crise é sinônimo de oportunidades. Não gosto as oportunidades que aparecem no meio delas, os pronomes
de crises e prefiro ambientes estáveis.”, a forma verbal “é”, a destacados são anafóricos, porque retomam o que já havia
preposição “de” e a conjunção “e”, como conectores, trans- sido dito (crises).
formaram ideias soltas e desconexas em uma frase coesa. Catáfora é a antecipação do que será dito, é referência
Veja, agora: no texto ao que vem depois:
Em Preste atenção a isto: se souber amar, saberá com-
ENDÓFORA E EXÓFORA preender, o pronome destacado é elemento de coesão ca-
tafórica porque se refere a algo que aparece depois dele,
Crise é sinônimo de oportunidades no texto.
Não gosto de crises e prefiro os ambientes estáveis. No
COERÊNCIA
entanto, não temos controle sobre o que acontece no país e
no mundo. Logo, as crises sempre virão e se destacam os que Coerência é a relação lógica correta entre as ideias
sabem lidar com elas, ou melhor, os que sabem aproveitar as contidas no texto.
oportunidades que aparecem no meio delas. (Flávio Augusto)
O mundo tem-se apresentado fortissimamente turbulen-
A coesão dentro de um texto, entre suas ideias e palavras, to, por isso as pessoas de um modo geral se comportam com
chama-se coesão endofórica e, no trecho que você acabou insegurança, medo, agressividade... Um ambiente tranquilo
de ler, foi construída com: é mais propício para despertar tranquilidade nos seres vivos.
• Repetição de palavras: Crise é sinônimo de oportuni- Portanto se você quer uma vida tranquila, conviva com
dades. Não gosto de crises ... Logo, as crises sempre... a turbulência.
• Verbo de ligação: Crise é sinônimo de oportunidades.
• Preposição: sinônimo de oportunidades; controle No trecho que acabamos de ler, constituído de dois
sobre o que; acontece no país... parágrafos, existe, no primeiro deles, coerência entre as
• Conjunção: Não gosto de crises e prefiro os ambien- ideias de turbulência e insegurança, medo e agressividade,
tes estáveis. No entanto, não temos controle sobre da mesma maneira que entre a tranquilidade do ambiente
o que acontece no país e no mundo. Logo, as crises e a do indivíduo.
sempre virão e se destacam os que... Porém o segundo parágrafo, como conclusão do primeiro,
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• Pronomes: Logo, as crises sempre virão e se desta- mostra-se incoerente e contraditório em relação às ideias
cam os que sabem lidar com elas, ou melhor, os que que o antecedem. Incoerência, incongruência e contradição
sabem aproveitar as oportunidades que aparecem no são, pois, antônimos de coerência.
meio delas (ambos os pronomes retomam a palavra
“crises”). EXERCÍCIOS
A coesão exofórica, ou coesão com o que está fora, liga o Praticamente a maior parte das questões de texto explora
texto ao contexto, isto é, liga o texto ao ambiente e às pessoas do aluno conhecimentos de coesão e coerência, quer de
que o circundam. Que recursos foram usados? maneira teórica ou intuitiva. Veja a seguir:

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
6 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
(BB/ Escriturário/2011) c) As dificuldades que em geral são encontradas na
rotina diária levam à percepção de que a alegria é
Atenção: As questões de números 1 a 7 referem-se ao texto um sentimento muitas vezes superior àquilo que
seguinte. se supõe, habitualmente, tratar-se de felicidade
absoluta.
Será a felicidade necessária? d) A possibilidade de que mais pessoas venham a sentir-
-se felizes decorre de uma educação voltada para a
Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas simplicidade de vida, sem esperar grandes realiza-
felicidade é pesada. Diante da pergunta “Você é feliz?”, ções, que acabam levando apenas a frustrações.
dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro e) Uma resposta provável à questão colocada como
é procu­rar uma definição para felicidade, o que equivale a título do texto remete à constatação de que felici-
rastrear uma escala que pode ir da simples satisfação de dade é um estado difícil de ser alcançado, a partir
gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O da própria complexidade de conceituação daquilo
segundo é examinar-se, em busca de uma resposta. que se acredita ser a felicidade.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se te-
nha ganhado um aumento no emprego no dia anterior, o 3. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes.
mun­do parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de Ora, felicidade é coisa grandiosa. (3º parágrafo)
dente, pare­cerá feio e perverso. Mas a dor de dente vai pas- Com a palavra grifada, o autor
sar, assim co­mo a euforia pelo aumento de salário, e se há a) retoma o mesmo sentido do que foi anteriormente
afirmado.
algo imprescin­dível, na difícil conceituação de felicidade, é
b) exprime reserva em relação à opinião exposta na
o caráter de perma­nência. Uma resposta consequente exige
afirmativa anterior.
colocar na balança a experiência passada, o estado presente
c) coloca uma alternativa possível para a afirmativa
e a expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não
feita anteriormente.
ser clara.
d) determina uma situação em que se realiza a proba-
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que
bilidade antes considerada.
os filhos sejam felizes. É uma tendência que se impôs ao e) estabelece algumas condições necessárias para a
influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que efetivação do que se afirma.
entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro,
que sejam bem-sucedidos na profissão. O que espero, eis a 4. Nos pares de frases a seguir, é correto afirmar que o
resposta cor­reta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa sentido expresso na frase I está sendo retomado com
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas outras palavras na frase II apenas em:
pequenas coi­sas da vida. Se não for suficiente, que consiga a) I – O primeiro [fardo] é procurar uma definição para
cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. felicidade...
Se ainda for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. II – ... que importante é que os filhos sejam felizes.
Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para b) I – O segundo [fardo] é examinar-se, em busca de
a pobre criança. uma resposta.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo.
Veja. 24 de março de 2010, p. 142)
II – O que espero, eis a resposta correta, é que sejam
felizes.
c) I – Nesse processo, depara-se com armadilhas.
1. De acordo com o texto, II – ... colocar na balança a experiência passada...
a) a realização pessoal que geralmente faz parte da vida d) I – ... até a conquista da bem-aventurança.
humana, como o sucesso no trabalho, costuma ser II – Se ainda for pouco, que atinja o enlevo místico
percebida como sinal de plena felicidade. dos santos.
b) as atribuições sofridas podem comprometer o sen- e) I – ... felicidade é coisa grandiosa.
timento de felicidade, pois superam os benefícios II – ... que o filho sinta prazer nas pequenas coisas
de conquistas eventuais. da vida.
c) o sentimento de felicidade é relativo, porque pode
vir atrelado a circunstâncias diversas da vida, ao 5. O segmento cujo sentido original está reproduzido com
mesmo tempo que deve apresentar constância. outras palavras é:
d) as condições da vida moderna tornam quase im- a) dois fardos são lançados às costas do inquirido =
possível a alguma pessoa sentir-se feliz, devido às sérios embates se apresentam à questão.
rotineiras situações da vida. b) a rastrear uma escala =a estabelecer um novo ca-
e) muitos pais se mostram despreparados para fazer minho.
com que seus filhos planejem sua vida no sentido c) depara-se com armadilhas =as interferências são
de que sejam, realmente, pessoas felizes. enormes.
d) assim como a euforia pelo aumento de salário =
2. A afirmativa correta, em relação ao texto, é: tendo em vista um pagamento maior.
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a) A expectativa de muitos, ao colocarem a felicidade e) ao influxo das teses libertárias =sob a influência das
acima de quaisquer outras situações da vida diária, ideias em defesa da liberdade.
leva à frustração diante dos pequenos sucessos que
são regularmente obtidos, como, por exemplo, no 6. Sobre os elementos de coesão usados no texto e sobre a
emprego. temática, julgue os itens. (Questão elaborada por Ernani
b) Sentir-se alegre por haver conquistado algo pode Pimentel)
significar a mais completa felicidade, se houver a) “segundo”, no final do primeiro parágrafo, retoma
uma determinação, aprendida desde a infância, de a ideia de “fardos”, lançada no começo desse pa-
sentir-se feliz com as pequenas coisas da vida. rágrafo.

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b) Na metade do último parágrafo, a oração “que sejam 8. De acordo com o texto, o Relatório de 2010
bem-sucedidos na profissão” tem um sujeito elíptico a) aponta vários problemas de saúde da população
que retoma a ideia de “os filhos”. mundial, com as medidas a serem adotadas para
c) No último período do segundo parágrafo, a expres- resolvê-los.
são “uma resposta consequente” funciona como ele- b) deixa de lado a avaliação das causas do crescimento
mento de coesão no texto, retomando uma indaga- econômico desigual, que ocorre no mundo todo.
ção feita no terceiro período do primeiro parágrafo. c) mostra preocupação com a persistência de proble-
d) Os três primeiros itens desta questão exemplificam mas no mundo, apesar da constatação de alguns
coesão catafórica. avanços, desde 1990.
e) Os três primeiros itens desta questão exemplificam d) assinala algumas divergências, entre os autores do
documento, em relação às conclusões possíveis a
coesão anafórica.
partir de seus dados.
e) reconhece a importância da intervenção da ação
7. Considere as alterações feitas nos segmentos abaixo pública no controle permanente da economia.
sublinhados.
I – Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara. 9. O texto informa claramente que
Dá trabalho, e a conclusão não pode ser clara. a) muitas ações voltadas para a melhoria das condições
II – Nesse processo, depara-se com armadilhas. Depara- de vida em situação precária se valem de expedien-
-se com armadilhas nesse processo. tes bastante simples, como a adoção de hábitos de
III – Não dá para preencher caderno de encargos mais higiene.
cruel para a pobre criança. b) alguns dados estatísticos sobre desenvolvimento
Não dá para preencher caderno de encargos mais humano vêm melhorando desde 1990, realçando
cruel para a criança pobre. os indiscutíveis avanços em todo o mundo.
c) os atuais índices encontrados a respeito de desen-
Com as modificações feitas na 2ª frase, altera-se o sentido volvimento humano demonstram que os problemas
do que foi afirmado na 1ª frase em mais sérios já estão solucionados.
a) II, apenas. d) os grandes investimentos financeiros necessários
b) III, apenas. para a solução de problemas mundiais, como as
c) I e II, apenas. crises econômicas, ainda não têm sido suficientes.
d) I e III, apenas. e) os ganhos em crescimento econômico, cujos resul-
e) I, II e III. tados foram comprovados pelo recente Relatório,
foram bastante expressivos nas últimas décadas.
Atenção: As questões de números 8 a 10 referem-se ao
texto seguinte. 10. Ainda com base na coesão textual, só não é certo o que
aparece em que alternativa? (Questão elaborada por
A média universal do Índice de Desenvolvimento Huma­ Ernani Pimentel)
no aumentou 18% desde 1990. Mas a melhora estatística a) A conjunção “Embora” que abre o 3º parágrafo es-
está longe de animar os autores do Relatório de 2010. Eles tabelece coesão com o parágrafo anterior.
argu­mentam que, embora os números reflitam avanços em b) A repetição de uma palavra pode ser usada como
deter­minadas áreas, o mundo continua a conviver com pro- elemento de coesão anafórica. É o que acontece no
blemas graves, que exigem uma nova perspectiva política. 2º, no 3º e no 4º parágrafos que começam repetindo
O cenário apresentado pelo Relatório não é animador. a palavra “Relatório”, usada no parágrafo inicial.
c) O demonstrativo isso é usado para referir-se a algo
O documento adverte que, nestes 20 anos, parte dos países
que já foi dito antes, como acontece com “Além dis-
en­frentou sérios problemas, sobretudo na saúde, anulando
so” e “Isso se dá”.
em al­guns anos os ganhos de várias décadas. Além disso, o
d) O demonstrativo isto é usado para referir-se a algo
cres­cimento econômico tem sido desigual. Os padrões de que será dito depois dele, como em “Preste atenção
produção e consumo atuais são considerados inadequados. nisto: muitas vezes, ouvir é melhor que falar”.
Embora não queira apresentar receitas prontas, o Rela­ e) No 2º parágrafo, em “nestes 20 anos”, o demonstra-
tório traça caminhos possíveis. Entre eles, o reconhecimento tivo este faz referência exofórica, ou seja, refere-se a
da ação pública na regulação da economia para proteger algo externo ao texto, como o tempo em que vivem
grupos mais vulneráveis. Outro aspecto ressaltado é a neces- autor e leitores.
sidade de considerar pobreza, crescimento e desigualdade
como temas interligados. “Crescimento rápido não deve ser Atenção: As questões de números 11 a 14 referem-se ao
o único objetivo político, porque ignora a distribuição do
texto seguinte.
rendimento e negligen­cia a sustentabilidade do crescimen-
to”, informa o texto. Desde o início da evolução humana, buscamos formas
Um aspecto importante revelado pelo Relatório é que alternativas para o nosso desenvolvimento, seja por meio
Língua Portuguesa

muitas das ações para melhoria da saúde e da educação não da fala, de ferramentas ou de associações para superar bar-
necessitam de grande investimento financeiro. Isso está mais reiras. Nos últimos tempos, nos acostumamos à expressão
presente sobretudo onde os indicadores são ruins. “Numa Tecnologia Social, sem compreender exatamente o que isso
primeira etapa, medidas simples como inclusão do soro ca- significa.
seiro e lavagem das mãos já trazem impacto relevante”, avalia Para a Fundação Banco do Brasil, o conceito de Tecno­
Flávio Comim, economista do Programa das Nações Unidas logia Social percorre as experiências desenvolvidas nas
para o Desenvolvimento. comu­nidades urbanas e rurais, nos movimentos sociais, nos
(Adaptado de Lígia Formenti. O Estado de S. Paulo, centros de pesquisa e nas universidades − que podem pro-
A30 Vida, 5 de novembro de 2010) duzir méto­dos, técnicas ou produtos que contribuam para

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8 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
a inclusão e a transformação social, em particular quando a) busca de formas alternativas. (1º parágrafo)
desenvolvidas em um processo no qual se soma e se com- b) compartilhamento do saber científico. (2º parágrafo)
partilha o conhecimento científico com o saber popular. c) conceito de Tecnologia Social. (2º parágrafo)
Muitas experiências foram desenvolvidas no Brasil, nos d) construção do desenvolvimento local. (3º parágrafo)
últimos anos, tendo como perspectiva a construção do desen­ e) espaço de inclusão digital. (4º parágrafo)
volvimento local, com sustentabilidade. Nesse processo, o
obje­tivo é, ao mesmo tempo, dinamizar as potencialidades 14. Nesse processo, o objetivo é, ao mesmo tempo, dina-
locais e desbloquear aqueles entraves que impedem esse mizar as potencialidades locais e desbloquear aqueles
potencial de se realizar. Grupos e comunidades organizadas, entraves que impedem esse potencial de se realizar. (3º
ou em organi­zação, presentes em todo o país, buscam levar parágrafo)
adiante projetos de geração de trabalho e renda nas mais Os dois segmentos grifados podem ser substituídos,
diversas realidades, seja no campo, seja nas pequenas, mé- mantendo-se o mesmo sentido, na ordem, por:
dias e grandes cidades. a) reduzir -equacionar os problemas
Nos povoados com características do mundo rural, es- b) incentivar -afastar os obstáculos
ses projetos aparecem em atividades tradicionais que vão c) desconsiderar -libertar os fatores
do artesanato, casas de farinha, criação de galinha caipira, d) diversificar -identificar os empecilhos
produ­ção de rapadura ou de cachaça até às atividades mais e) valorizar -perceber as dificuldades
novas da apicultura, piscicultura, fruticultura. Nas grandes
cidades, na reciclagem, nos espaços de inclusão digital e Atenção: As questões de números 15 a 17 referem-se ao
nas rádios comu­nitárias, entre outras atividades, milhares poema a seguir.
de pessoas desen­volvem empreendimentos econômicos e
solidários, dos quais muitos contam com a parceria da Fun-
dação Banco do Brasil. Madrugada na aldeia
(Adaptado de artigo de Jacques de Oliveira Pena. Madrugada na aldeia nervosa, com as glicínias escorren-
http://www.fbb.org.br/portal/pages/publico/expandir.fbb?cod do orvalho, os figos prateados de orvalho, as uvas multipli-
ConteudoLog=8577, acessado em 15 de janeiro de 2011)
cadas em orvalho, as últimas uvas miraculosas.
O silêncio está sentado pelos corredores, encostado às
11. O texto afirma que paredes grossas, de sentinela.
a) as áreas rurais, por suas características, têm recebido E em cada quarto os cobertores peludos envolvem o
maior número de propostas direcionadas para seu sono: poderosos animais benfazejos, encarnados e negros.
desenvolvimento. Antes que um sol luarento dissolva as frias vidraças, e o
b) projetos de desenvolvimento urbano são em número calor da cozinha perfume a casa com lembrança das árvo-
reduzido por serem essas áreas já consideradas em res ardendo, a velhinha do leite de cabra desce as pedras
desenvolvimento. da rua antiquíssima, antiquíssima, e o pescador oferece aos
c) as atividades artesanais que se baseiam no saber recém-acordados os translúcidos peixes, que ainda se mo-
popular nem sempre geram emprego e renda na vem, procurando o rio.
quan-tidade necessária para as comunidades caren-
(Cecília Meireles. Mar absoluto, in Poesia completa.
tes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p.311)
d) as atividades econômicas, cujo objetivo está no auxí-
lio a comunidades carentes, devem estar vinculadas
a instituições financeiras. 15. Considere as afirmativas seguintes:
e) projetos de geração de trabalho e renda surgem I – O assunto do poema reflete simplicidade de vida,
em todo o país, de acordo com as características e coerentemente com o título.
necessidades do lugar onde são desenvolvidos. II – Predominam nos versos elementos descritivos da
realidade.
12. A afirmativa correta, segundo o texto, é: III – Há no poema clara oposição entre o frio silencioso
a) A organização de grupos voltados para melhorias da madrugada e o sol que surge e traz o calor do dia.
das atividades econômicas esbarra na ausência de
formação de seus componentes. Está correto o que consta em
b) O 2º parágrafo explica claramente o significado da a) I, II e III.
expressão Tecnologia Social e seu papel no desen- b) I, apenas.
volvimento sustentável de comunidades. c) III, apenas.
c) É difícil determinar, com clareza, quais formas alter- d) II e III, apenas.
nativas seriam necessárias para o desenvolvimento e) I e II, apenas.
de comunidades.
d) A indefinição sobre o que seja conhecimento científi­ 16. O verso com lembrança das árvores ardendo remete
co ou saber popular torna difícil a aplicação de um a) ao ambiente natural existente em toda a aldeia.
ou de outro nas comunidades mais pobres. b) à queima da lenha no fogão da casa.
c) ao costumeiro hábito de atear fogo às florestas.
Língua Portuguesa

e) Nem sempre as experiências programadas para


determinados lugares apresentam resultados satis- d) ao nascer do sol, que aquece as frias vidraças.
fatórios, devido à resistência contra inovações no e) à colheita de frutas, no quintal da casa.
modo de vida local.
17. A afirmativa incorreta, considerando-se o que dizem
13. ...que impedem esse potencial de se realizar. (3º pará- os versos, é:
grafo) a) As cabras e os peixes são considerados animais
A expressão grifada retoma, considerando-se o con- benfazejos, por constituírem a base da alimentação
texto, o sentido de dos moradores.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 9
b) A velhinha e o pescador oferecem seus produtos ain- d) Certa No texto, “bem-aventurança” e “enlevo mís-
da bastante cedo aos moradores, recém-acordados. tico dos santos” são sinônimos.
c) O silêncio que impera durante a madrugada pode ser
e) Errada Os sentidos de I e II são muito diferentes.
visto como guardião do sono das pessoas aconche-
gadas em suas camas. 5.
d) O último verso deixa evidente o fato de que o pes-
cador trazia peixes que havia acabado de pescar. e) Certa É a única alternativa em que as duas frases
e) A repetição da palavra orvalho acentua a sensação de são sinônimas.
frio e de umidade característicos de uma madrugada
de inverno. 6. (dispensa comentários, porque cada item é autoexplica-
tivo)
GABARITO COMENTADO a) Certa.
b) Certa.
1. c) Certa.
a) Errada Uma das temáticas do texto abrange a difi- d) Errada.
culdade de se definir o que seja felicidade. O e) Certa.
conceito de “plena felicidade” existente neste
item é, portanto, incoerente com o texto.
7.
b) Errada A informação de que “as atribuições sofridas
... superam os benefícios e conquistas even- I – Verdadeira “a conclusão pode não ser clara” sig-
tuais” não é tema do texto. nifica que ela “pode ser clara e pode
c) Certa Depreende-se que “O sentimento de felici- ser obscura”; a segunda frase, ao dizer
dade é relativo”, pela leitura do trecho “Ora, que “a conclusão não pode ser clara”,
felicidade é coisa grandiosa ... o enlevo místico contradiz a afirmação anterior, pois diz
dos santos”, no último parágrafo. que a conclusão só pode ser obscura.
Percebe-se que “O sentimento de felicidade II – Falsa A posição do adjunto adverbial “nesse
pode vir atrelado a circunstâncias diversas processo” não atrapalha o sentido base
da vida”, com a leitura do trecho “Caso se da frase.
tenha ganhado ... parecerá feio e perverso”,
no segundo parágrafo. Constata-se no texto III – Verdadeira Em “pobre criança”, o adjetivo “pobre”,
que “O sentimento de felicidade deve apre- ao anteceder o substantivo, perde
sentar constância”, pela leitura de “... se há o sentido de “sem dinheiro”, para
algo imprescindível, na difícil conceituação significar “coitada da criança, criança
de felicidade, é o caráter de permanência”, que provoca pena”, ou seja, o adjetivo
no segundo parágrafo. “pobre” adquire sentido figurado ou co-
d) Errada Esta alternativa se atém à “vida moderna”, notativo. Em “criança pobre”, o adjetivo,
o que não se dá no primeiro e no segundo por vir após o substantivo, é empregado
parágrafos. O título e a conclusão (última no sentido denotativo, ou seja, sem
frase) também são atemporais, o que não se dinheiro, sem recursos econômicos ou
coaduna com a limitação do sentido apenas financeiros.
à vida moderna, pode também, por exemplo,
aplicar-se ao passado e ao futuro. Como o comando da questão pede em que número(s) a
mudança da frase muda o seu sentido, a resposta correta
e) Errada Neste item, ideia de que “seus filhos ... se-
é a letra “d”: I e III, apenas.
jam, realmente, pessoas felizes” contradiz
a informação do texto, no final do segundo
8.
parágrafo, de que “não se tem uma ideia clara
do que seja felicidade”. a) Errada O primeiro período do 2º parágrafo mostra
que o texto não aponta as medidas a serem
2. adotadas.
a),b),c),d) Essas ideias podem ser corretas, mas não b) Errada No final do 2º parágrafo, a frase “Os padrões
Erradas estão apoiadas no texto. de produção e consumo atuais são consi-
e) Certa Esta alternativa é coerente com o texto, como derados inadequados” pode ser vista como
se viu nas explicações da letra c da questão 1. causa de “o crescimento econômico tem sido
desigual”, o que torna errada esta alternativa.
3. c) Certa É o que afirma a conclusão do 1º parágrafo.
b) Certa Este é o sentido que mais se adéqua ao do d) Errada Todo o texto relata o que os autores do Rela-
texto. tório expuseram, mas em nenhum momento
Língua Portuguesa

mostra divergências entre eles.


4.
e) Errada Sobre a “ação pública”, o texto, no 3º pará-
a) Errada Enquanto I fala sobre fardo, II se atém à feli- grafo, não defende o controle permanente da
cidade. Sentidos opostos. economia. Mas sugere que ela, a ação pública,
b) Errada I fala em “busca de resposta”, II já vem com deva: 1. regular a economia “para proteger
“a resposta correta”. Sentidos bem diferentes. grupos mais vulneráveis”; 2. não pensar só em
c) Errada Em I, fala-se de armadilhas; em II, de avalia- crescimento, mas também na distribuição de
ção. Sentidos divergentes. renda e na igualdade.

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10 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
9. 15.
a) Certa É o que desenvolve o último parágrafo. I – Verdadeira Glicínias, figos, uvas, calor da cozinha
b) Errada Conforme o 1º parágrafo, não há a ideia positi- (fogão a lenha), velhinha do leite de
cabra, pedras da rua antiquíssima, pes-
va de “indiscutíveis avanços em todo o mundo”,
cador oferecendo peixes... são índices de
ao contrário, a afirmação é de que “o mundo
“simplicidade de vida”.
continua a conviver com problemas graves, que
II – Verdadeira O texto é um retrato da madrugada na al-
exigem uma nova perspectiva política”.
deia. Os verbos no presente do indicativo
c) Errada A explicação da letra b vale para esta alter- (está, envolvem, desce, oferece, movem)
nativa também. confirmam tratar-se de uma descrição,
d) Errada O texto não foca “os grandes investimentos pois as ações acontecem simultaneamen-
financeiros”, nem “crises econômicas”. te, o tempo está parado. Narração exigiria
e) Errada O texto não foca “os grandes investimentos ações sucessivas, tempo em movimento.
financeiros”. III – Falsa Ainda não chegou sol trazendo o calor do
dia, porque, segundo o texto, “antes que
10. (dispensa comentários, porque cada item é autoexpli- um sol luarento dissolva as frias vidraças”
cativo) é que acontece a “madrugada na aldeia”.
a) Errada. Se o comando da questão pede apenas as afirmativas cor-
b) Certa. retas, a resposta correta é a letra e: I e II, apenas.
c) Certa.
16.
d) Certa.
a) Errada “árvore ardendo” não é ambiente natural por-
e) Certa. que, no texto, significa lenha acesa no fogão.
11. b) Certa Conforme resposta anterior.
a) Errada O texto não compara a quantidade de pro- c), d), e) Erradas, por exclusão.
postas direcionadas ao campo ou à cidade.
17.
b) Errada O texto não autoriza a dizer que “projetos
de desenvolvimento urbano são em número a) Errada No poema “animais benfazejos, encarnados
reduzido”. e negros” constituem uma descrição metafó-
rica, uma linguagem figurada para descrever
c) Errada Essa afirmação não encontra suporte no texto. os “cobertores peludos”.
d) Errada A vírgula antes de “cujo” (estudar oração adjeti- b) Errada No poema, “a velhinha do leite de cabra desce
va explicativa) informa que “todas as atividades as pedras da rua”... não há informação de que
econômicas têm objetivo de auxiliar comunida- ela está trazendo consigo, naquele momento,
des carentes”, o que não é verdade. E também leite de cabra, nem de que o “oferece” aos
não diz que tais atividades “devam estar vincu- moradores. Quem, sem dúvida, “oferece”
ladas a instituições financeiras”, embora fale do seus produtos aos recém-acordados, é o
trabalho do Banco do Brasil nesse campo. pescador. Além disso, “recém-acordados”, no
e) Certa Tais informações se situam no 3º e 4º parágrafos. texto não são necessariamente moradores,
mas os que estão na rua, podendo ser tran-
12. seuntes, comerciantes, visitantes do lugar etc.
a) Errada O texto não evidencia ausência de formação c) Certa É o que se deduz da leitura da 2ª estrofe.
dos componentes dos grupos. d) Certa Os peixes ainda estavam vivos, querendo
b) Certa O texto apresenta uma explicação detalhada voltar para o rio.
do que é “Tecnologia Social”, na visão do BB. e) Certa A repetição se dá em 3 versos da 1ª estrofe.
c) Errada Essa informação é errada, porque o texto nada O comando da questão pede a alternativa incorreta. O
fala sobre isso. gabarito oficial contemplou a alternativa a. Quem res-
d) Errada Mesma explicação da alternativa c. pondeu b poderia pedir atribuição de pontos por acerto,
e) Errada O texto não dá destaque a essa “resistência”, e não anulação da questão. Assim não se prejudicam os
apenas cita que resistências devem ser ven- mais bem preparados.
cidas, quando, no 3º parágrafo, se refere a
“desbloquear entraves”. TIPOLOGIA TEXTUAL
13. Narração ou história: texto que conta uma história, cur-
d) Certa Como a expressão “esse potencial” está na tíssima ou longa, tendo personagem, ação, espaço e tempo,
Língua Portuguesa

metade do 3º parágrafo, o mais lógico é que mas o tempo tem de estar em desenvolvimento.
se refira a algo que a antecede, ainda no Ela chegou, abriu a porta, entrou e olhou para mim. (As
mesmo parágrafo. Isso já elimina todas as ações acontecem em sequência)
demais alternativas.
Descrição ou retrato:
14. 1. Texto que mostra um ambiente.
O Sol estava a pino, as portas trancadas, as janelas
b) Certa Como se trata de apenas encontrar expres- escancaradas, as ruas vazias, os carros estacionados, os
sões sinônimas, a letra b é a única correta. galhos das árvores e o capim absolutamente parados.

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2. Texto que mostra ações simultâneas. assentos, o que temos agora é uma verdadeira sala de estar,
Enquanto ela falava, o cachorro latia, a criança cho- com poltronas reclináveis, mesa no centro e telas de LED.
rava, o vizinho aplaudia. (As ações acontecem no As velhas carrocerias de aço foram substituídas por redomas
mesmo momento, o tempo está parado) translúcidas, com visibilidade total para o ambiente externo.
Se você preferir, é possível torná-la opaca e transformar o
Dissertação ou ideias: texto construído não para con- carro em um ambiente privado, quase como um quarto
tar história ou fazer um retrato, mas para desenvolver um ambulante. Como o sistema de navegação é autônomo,
raciocínio. basta informar ao computador aonde você quer ir e ele faz
É sábio dizer-se que o limite de um homem é o limite de o resto. Resta passar o tempo da forma que lhe der na telha:
seu próprio medo. lendo, trabalhando, assistindo ao seu seriado preferido ou
até dormindo. A viagem é agradável e silenciosa. (Superin-
Obs.: na prática, um texto mistura esses três tipos, mas teressante, novembro de 2014).
um desses predomina, por isso é comum ser classificado
como predominantemente narrativo, descritivo ou disser- 2. (FGV/TJ-RJ/Analista Judiciário/2014) O texto deve ser
tativo. incluído, por suas marcas predominantes, entre o se-
guinte modo de organização discursiva:
a) narrativo.
EXERCÍCIOS b) dissertativo-expositivo.
c) dissertativo-argumentativo.
O tráfico internacional de drogas começou a desenvolver- d) dissertativo-informativo.
se em meados da década de 70, tendo tido o seu boom e) descritivo.
na década de 80. Esse desenvolvimento está estreitamente A realidade percebida pelos animais
ligado à crise econômica mundial. O narcotráfico determina
É difícil imaginar como pode ser o mundo de um animal
as economias dos países produtores de coca e, ao mesmo
considerando que não só sua inteligência, mas também seus
tempo, favorece principalmente o sistema financeiro
sistemas sensoriais são diferentes dos nossos. Todavia, os
mundial. O dinheiro oriundo da droga corresponde à lógica
animais captam estímulos que nós não captamos. O ornitor-
do sistema financeiro, que é eminentemente especulativo.
rinco, por exemplo, percebe com seu bico, parecido com o
Este necessita, cada vez mais, de capital “livre” para girar, dos patos, as descargas elétricas produzidas pelos camarões,
e o tráfico de drogas promove o “aparecimento mágico” a um metro de distância. As abelhas percebem as alterações
desse capital que se acumula de modo rápido e se move elétricas causadas por uma tempestade distante e voltam
velozmente. para a colmeia; as serpentes detectam o calor de suas ví-
A América Latina participa do narcotráfico na qualidade timas; os morcegos percebem o eco dos sons que lançam.
de maior produtora mundial de cocaína, e um de seus paí- O biólogo alemão von Uexküll assinalou que cada espécie
ses, a Colômbia, detém o controle da maior parte do tráfi- animal vive em um mundo próprio, ao que chamou Umwelt.
co internacional. A cocaína gera “dependência” em grupos
econômicos e até mesmo nas economias de alguns países, 3. (FGV/TJ-RJ/Analista Judiciário/2014) O último parágrafo
como nos bancos da Flórida, em algumas ilhas do Caribe ou do texto é típico de um texto:
nos principais países produtores – Peru, Bolívia e Colômbia, a) informativo.
para citar apenas os casos de maior destaque. Na Bolívia, os b) publicitário.
lucros com o narcotráfico chegam a US$ 1,5 bilhão contra c) didático.
US$ 2,5 bilhões das exportações legais. d) instrucional.
Na Colômbia, o narcotráfico gera de US$ 2 a 4 bilhões, e) preditivo.
enquanto as exportações oficiais geram US$ 5,25 bilhões.
Nesses países, a corrupção é generalizada. Os narcotrafican- Um pé de milho
tes controlam o governo, as forças armadas, o corpo diplomá-
tico e até as unidades encarregadas do combate ao tráfico. Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra
Não há setor da sociedade que não tenha ligação com os trazido pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser
traficantes e até mesmo a Igreja recebe contribuições destes. um pé de capim – mas descobri que era um pé de milho.
Osvaldo Coggiola. O comércio de drogas hoje. In: Olho Transplantei-o para o exíguo canteiro na frente da casa. Se-
de História, nº 4. Internet: < www.oolhodahistoria.ufba.br>
(com adaptações).
caram as pequenas folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele
reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio um
amigo e declarou desdenhosamente que na verdade aquilo
Julgue o próximo item, referente aos sentidos do texto acima. era capim. Quando estava com dois palmos veio outro amigo
1. (Cespe/Polícia Federal/Agente de Polícia Federal/2014) e afirmou que era cana.
O texto, que se classifica como dissertativo, expõe a Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu
articulação entre o tráfico internacional de drogas e o tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança as suas
sistema financeiro mundial. folhas além do muro – e é um esplêndido pé de milho. Já viu
Língua Portuguesa

o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto


Estamos no trânsito de São Paulo, ano 2030. E não é centenas de milharais – mas é diferente. Um pé de milho
preciso apertar os cintos: nosso carro agora trafega sozinho sozinho, em um canteiro, espremido, junto do portão, numa
pelas ruas, salvo de acidentes, graças a um sistema que o esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser
mantém em sincronia com os demais veículos lá fora. O vo- vivo e independente. Suas raízes roxas se agarram ao chão e
lante, item de uso opcional, inclina-se de um lado para outro suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis.
como se fosse manuseado por um fantasma. Mas ninguém Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que
liga pra ele - até porque o carro do futuro está cheio de nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho
novidades bem mais legais. Em vez dos tradicionais quatro pendoou. Há muitas flores belas no mundo, e a flor do meu

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12 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
pé de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, Usa-se o “S”
vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso
canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que fazem • Depois de ditongos:
bem. É alguma coisa de vivo que se afirma com ímpeto e Neusa, Sousa, maisena, lousa, coisa, deusa, faisão,
certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. E eu mausoléu etc.
não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma
chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da Rua • Adjetivos terminados pelos sufixos “oso”, “osa” (indi-
Júlio de Castilhos. cadores de abundância):
(Rubem Braga. cheiroso, prazeroso, amoroso, ansioso etc.
200 crônicas escolhidas, 2001. Adaptado)

• Palavras com os sufixos “es”, “esa” e “isa” (indicadores


4. (Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2014) Para
de títulos de nobreza, de origem, gentílicos ou pátrios,
o narrador, o surgimento de um pé de milho em seu
cargo ou profissão):
quintal
duquesa, chinês, poetisa etc.
a) obrigou-o a acabar com o jardim.
b) era interessante, mas não dava orgulho. • Nas palavras em que haja “trans”:
c) criou desavenças entre ele e seus amigos. transigir, transação, transeunte etc.
d) interessou mais ao jardineiro que a ele.
e) representou algo inusitado que o cativou. • Nos substantivos não derivados de adjetivos:
marquesa (de marquês), camponesa (de camponês),
GABARITO defesa (de defender).

1. c 2. e 3. c 4. e • Nos derivados dos verbos “pôr” e “querer”:


ela não quis; se quiséssemos; ela pôs o disco na estante;
compus uma música; se ela quisesse; eu pus etc.
Márcio Wesley
• Nos sufixos gregos “ese”, “ise”, “ose” (de aplicação
ORTOGRAFIA OFICIAL científica, ou erudita – culta):
trombose, análise, metamorfose, virose, exegese, os-
O Alfabeto mose etc.

Com a nova ortografia, o alfabeto passa a ter 26 letras. • Nos vocábulos derivados de outros primitivos que são
Foram reintroduzidas as letras k, w e y. escritos com “s”:
análise – analisar, analisado
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ atrás – atrasar, atrasado
casa – casinha, casarão, casebre
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desapare-
cido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas Porém há algumas exceções:
em várias situações. Por exemplo: catequese – catequizar
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km síntese – sintetizar
(quilômetro), kg (quilograma), w (watt); batismo – batizar
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus
derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, • Nos diminutivos “inho”, “inha”, “ito”, “ita”:
yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano. Obs.: Se a palavra primitiva já termina com “s”, basta
acrescentar o sufixo de diminutivo adequado:
pires – piresinho
Emprego das Letras casa – casinha, casita
empresa – empresinha
• Ortho = Correta
Graphia = Escrita • Usa-se o “s” nos substantivos cognatos (pertencentes
• No Português atual, segue-se o sistema ortográfico à mesma família de formação) de verbos em “-dir” e
aprovado em 12 de agosto de 1943 pela Academia “-ender”.
Brasileira de Letras. Esse sistema sofreu algumas al- dividir – divisão
terações em 18 de dezembro de 1971. colidir – colisão
• A Nova Ortografia está em fase de implantação no aludir – alusão
Brasil desde 2009. A data limite para a transição é rescindir – rescisão
31/12/2015. Portanto, em 2016, vigora a nova grafia iludir – ilusão
Língua Portuguesa

como forma obrigatória.


EXERCÍCIOS
Emprego do “S”
1. Assinale a alternativa em que, na frase, a palavra subli-
• O “s” intervocálico tem sempre o som de “z”: nhada esteja escrita incorretamente.
casa, mesa, acesa etc. a) Paula saiu da sala muito pesarosa.
• O “s” em início de palavras tem sempre o som de “ss”: b) Esta água possui muita impuresa.
sílaba, sabonete, seno etc. c) Faça a gentileza de sair rapidamente.

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d) A nossa amizade é muito sólida. EXERCÍCIOS
e) A buzina do meu carro disparou, o que faço?
1. Em todas as alternativas abaixo as palavras são grafadas
2. Assinale a alternativa em que, na frase, a palavra subli- com “z”, exceto:
nhada esteja escrita incorretamente. a) limpeza – beleza.
a) O rapaz defendeu uma tese. b) canalizar – utilizar.
b) O teste será realizado amanhã. c) avizar – improvisar.
c) Comerei, mais tarde, um sanduíche misto. d) catequizar – sintetizar.
d) Deixe os parafusos em uma lata com querozene. e) batizar – hipnotizar.
e) A usina de açúcar fica distante da fazenda.
2. Complete corretamente os espaços do período a seguir
3. O sufixo “isar” foi usado incorretamente na alternativa: com uma das alternativas abaixo.
a) É necessário bisar muitas músicas. “Nossa ______ não tem ______ para terminar, disse a
b) De longe, não consigo divisar as coisas. ______.”
c) É necessário pesquisar incansavelmente. a) amizade – praso – meretriz
d) É muito importante paralisar as obras, agora. b) amisade – prazo – meretris
e) Não há erro em nenhuma alternativa. c) amizade – prazo – meretris
d) amizade – prazo – meretriz
4. Há palavra estranha em um dos grupos abaixo: e) amisade – praso – meretriz
a) pesaroso – previsão – empresário.
b) querosene – gasolina – música. 3. Há, nas alternativas abaixo, uma palavra diferente do
c) celsa – virose – maisena. grupo em relação à ortografia:
d) quiser – puser – hipnotizar. a) avidez, beleza.
e) anestesia – dosagem – divisa. b) algoz, baliza.
c) defesa, limpeza.
5. Assinale a frase em que a palavra sublinhada esteja es- d) gozado, bazar.
crita incorretamente. e) miudeza, jeitoza.
a) Eu não quero acusar ninguém.
b) Ela é uma mulher obesa. 4. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação
c) Ela está com náusea, está grávida. à ortografia, exceto:
d) Ao dirigir, cuidado com os transeuntes. a) utilizar.
e) Devemos suavisar o impacto. b) grandeza.
c) certeza.
GABARITO d) orgulhoza.
e) agonizar.
1. b 2. d 3. e 4. d 5. e
5. Complete os espaços do período abaixo com uma das
alternativas que se seguem de forma correta e ordenada.
Emprego do “Z” “Ela era ______ de ______ e ______ o trabalho com
______.”
Usa-se o “z” a) incapaz – atualizar – finalizar – presteza
b) incapás – atualisar – finalisar – prestesa
• Nas palavras derivadas de uma primitiva já grafada c) incapas – atualizar – finalizar – presteza
com “z”: d) incapaz – atualisar – finalisar – presteza
cruz ‑ cruzamento – cruzeta – cruzeiro e) incapaz – atualizar – finalizar – prestesa
juiz – juízo – ajuizado – juizado
desliza – deslizamento – deslizante GABARITO
• Nos sufixos “ez/eza” formadores de substantivos abs-
tratos e adjetivos com o acréscimo dos sufixos citados: 1. c 2. d 3. e 4. d 5. a
beleza – belo + eza
gentileza – gentil + eza
insensatez – insensato + ez Emprego do “G”
• Nos diminutivos “inho” e “inha”: • Nas palavras que representam o mesmo som de “j”
Obs. 1: Se a palavra escrita primitiva já termina com “z”, quando for empregada antes das vogais “e” e “i”:
basta acrescentar o sufixo de diminutivo adequado: gente, girafa, urgente, gengiva, gelo, gengibre, giz etc.
Língua Portuguesa

juiz – juizinho Obs.: apenas nesses casos, surgem dúvidas quanto ao


raiz – raizinha uso. Nos demais casos, usa-se o “g”.
xadrez – xadrezinho
• Nas palavras derivadas de outras que já são escritas
Obs. 2: Se a palavra primitiva não tiver “s” nem “z”; com “g”:
então se acrescenta: “zinho” ou “zinha”: ágio – agiota – agiotagem
sofá – sofazinho gesso – engessado – engessar
mãe – mãezinha exigir – exigência – exigível
pé – pezinho afligir – afligem – afligido

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• Nas terminações “agem”, “igem” e “ugem”: d) algema.
margem, coragem, vertigem, ferrugem, fuligem, e) página.
garagem, origem etc.
GABARITO
Exceção:
pajem, lajem, lambujem. 1. c 2. b 3. c 4. d 5. a
Note bem:
O substantivo viagem escreve-se com “g”, mas viajem Emprego do “J”
(forma verbal de viajar) escreve- se com “j”:
Usa-se o “j”:
Dica:
Quando podemos escrever artigo antes (a, uma), temos • Nos vocábulos de origem tupi:
o substantivo “viagem”, com “g”. maracujá, caju, jenipapo, pajé, jerimum, Ubirajara etc.
A viagem para Búzios foi maravilhosa.
Quando podemos ter o sujeito e conjugar, então tere- Exceção:
mos o verbo, escrito com “j”: Mogi das cruzes, Mogi-guaçu, Mogi-mirim, Sergipe.
Que eles viajem muito bem.
• Nas palavras cuja origem latina assim o exijam:
• Nas terminações “ágio”, “égio”, “ígio”, “ógio”, “úgio”, majestade, jeito, hoje, Jesus etc.
“ege”, “oge”:
pedágio, relógio, litígio, colégio, subterfúgio, estágio, • Nas palavras de origem árabe:
prodígio, egrégio, herege, doge etc. alforje, alfanje, berinjela.

• Nos verbos terminados em “ger” e “gir”: • Nas palavras derivadas de outras já escritas com “j”:
corrigir, fingir, fugir, mugir etc. gorja – gorjeio, gorjeta, gorjear
laranja – laranjinha, laranjeira, laranjeirinha
EXERCÍCIOS loja – lojinha, lojista
granja – granjear, granjinha, granjeiro
1. Todas as palavras sublinhadas nas frases abaixo são es- • Nas palavras de uso um tanto e quanto discutíveis:
critas com “g”, exceto: manjerona, jerico, jia, jumbo etc.
a) Joga esta geringonça no lixo.
b) A geada foi muito forte na região Sul do Brasil. • A terminação “aje” é sempre com “j”:
c) A giboia é uma serpente não venenosa. ultraje, laje etc.
d) Guarde a tigela no armário da sala.
e) Pessoas cultas não falam muita gíria. EXERCÍCIOS
2. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas 1. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia.
em relação à ortografia, exceto: a) pajem.
a) gengiva – Sergipe – evangelho. b) varejo.
b) trage – ogeriza – cangica. c) gorjeta.
c) giz – monge – sargento. d) ajiota.
d) vagem – ogiva – tangerina. e) rijeza.
e) gim – ogiva – sugestão.
2. Assinale a alternativa correta em relação à ortografia.
3. Todas as palavras das alternativas abaixo estão incorretas a) refújio.
em relação à ortografia, exceto: b) estájio.
a) ultrage – lage – berinjela. c) rijeza.
b) cangerê – cafageste – magé. d) pedájio.
c) refúgio – estágio – ferrugem. e) ferrujem.
d) geca – girau ‑cangica.
3. Observe as frases que se seguem:
4. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação I – Minha coragem é algo incontestável.
à ortografia, exceto: II – O jiló é um fruto amargo, mas delicioso.
a) fuselagem. III – A giboia é uma serpente brasileira.
b) aflige. Agora, responda, em relação à ortografia das palavras
c) angina.
Língua Portuguesa

sublinhadas.
d) grangear. a) Todas estão corretas.
e) fuligem. b) Somente a III está correta.
c) Todas estão incorretas.
5. Todas as palavras das alternativas abaixo são grafadas d) Somente a III está incorreta.
com “g”, exceto: e) Somente a I está correta.
a) ceregeira.
b) cingir. 4. Assinale a alternativa correta em relação à ortografia.
c) contágio. a) Jertrudes.

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b) jestão. c) repuchão.
c) jerimum. d) chuteira.
d) jesso. e) relachado.
e) jerminar.
3. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia.
5. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia. a) chilindró.
a) jereré. b) estrebuchar.
b) jeropiga. c) facho.
c) jenipapo. d) chafurdar.
d) jequitibá. e) chamego.
e) jervão.
4. Assinale a afirmação incorreta.
GABARITO a) A palavra “boliche” está corretamente grafada.
b) A palavra “rocho” está corretamente grafada.
1. d 2. c 3. d 4. c 5. e c) A palavra “mecha” está corretamente grafada.
d) A palavra “richa” está incorretamente grafada.
e) A palavra “chereta” está incorretamente grafada.
Emprego do “ch”
5. Assinale a alternativa correta.
O “ch” provém da evolução de grupos consonantais la- a) tachinha (prego).
tinos: b) chilindró.
CI ‑ clave / Ch – Chave c) cocho (manco).
FI – Flagrae / Ch – Cheirar d) muchocho.
PI – Plenu / Ch – Cheio e) muchiba.
PI – Planu / Ch – Chão.
GABARITO
• Na palavra derivada de outra que já vem escrita com
“ch”: 1. b 2. d 3. a 4. b 5. a
charco / encharcar, encharcado
chafurda / enchafurdar
chocalho / enchocalhar Emprego do “X”
chouriço / enchouriçar
chumaço / enchumaçar • O “x” representa cinco fonemas tradicionais:
cheio / encher, enchimento – “s” em final de sílabas seguido de consoante:
enchova / enchovinha extático, externo, experiência, contexto etc.

• Nas palavras após “re”: – “z” em palavras com prefixo “ex”, seguido de vogal:
brecha, trecho, brechó exame, exultar, exequível etc.

• Nas palavras aportuguesadas, oriundas de outros idio- – “ss” como “ss” intervocálico:
mas: trouxe, próximo, sintaxe etc.
salsicha / do itálico “salsíccia”
sanduíche / do inglês “sandwich” – “ch” no início ou no interior de algumas palavras:
chapéu / do francês “chapei” xícara, xarope, luxo, ameixa etc.
chope / do francês “chope” e do alemão “Schoppen”
– “cs” no meio ou no fim de algumas palavras:
• O “ch” provém, também, da formação do dígrafo “ch” fixo, tórax, conexão, tóxico etc.
latino que se originou da evolução ao longo dos tempos:
cheirar, cheio, chão, chaleira etc. Obs.:
Quando no final de sílabas o “x” não for precedido da
EXERCÍCIOS vogal “a”, deve-se empregar o “s” em vez de “x”:
misto, justaposição etc.
1. Todas as palavras das alternativas abaixo estão correta- • Em vocábulos de origem árabe e castelhana:
mente grafadas, exceto: xadrez, oxalá, enxaqueca, enxadrista etc.
a) enchumaçar.
b) cachumba. • Em palavras de formação popular, africana ou indígena:
Língua Portuguesa

c) chave. xepa, xereta, xingar, abacaxi, caxumba, muxoxo, xa-


d) brecha. vante, xiquexique, xodó etc.
e) galocha.
• Geralmente é usado após a sílaba inicial “en”, em pa-
2. Todas as palavras abaixo estão incorretamente grafadas, lavras primitivas:
exceto: enxada, enxergar, enxaqueca, enxó, enxadrezar, enxam-
a) faicha. brar, enxertar, enxoval, enxovalhar, enxurrada, enxofre,
b) fachina. enxovia, enxuto etc.

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Exceções: GABARITO
encher, derivada de cheio
anchova ou enchova e seus derivados etc. 1. c 2. d 3. b 4. d 5. b

Obs.:
Se a palavra é derivada, dependerá da grafia da primitiva. Uso do “E”
charco – encharcar; chocalho – enchocalhar
chafurda – enchafurdar; chouriço – enchouriçar • Nos verbos terminados em “uar”, “oar”, nas formas do
chumaço – enchumaçar (estofar) etc. presente do subjuntivo:
continuar – continue – continues
• Emprega-se o “x” após ditongos: efetuar – efetue – efetues
ameixa, caixa, peixe, feixe, frouxo, deixar, baixa, rou- habituar – habitue – habitues
xinol etc. averigue – averigues
perdoar – perdoe – perdoes
Exceções: abençoar – abençoe – abençoes
caucho, cauchal, caucheiro, recauchutar, recauchuta-
gem etc. • Palavras formadas com o prefixo “ante”:
antecipar, anterior, antevéspera
• Emprega-se “ex” quando seguido de vogal:
exame, exército, exato etc.
Uso do “I”.
• Emprega-se “ex” quando se segue:
• Nos verbos terminados em “uir” nas segunda e tercei-
PLI – exPLIcar
CI – exCItante ra pessoas do singular do presente do indicativo e a
CE – exCElência segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo:
PLO – exPLOrar constituir – constitui – constituis
possuir – possui – possuís
influir – influi – influis
EXERCÍCIOS fluir – flui – fluis
diminuir ‑diminui – diminuis
1. Assinale a alternativa incorreta.
instituir – institui – instituis
a) enxada.
b) enxaqueca.
c) enxova. EXERCÍCIOS
d) enxofre.
e) enxertar. 1. Assinale a alternativa incorreta em relação ao uso do
“e” e do “i”:
2. Assinale a alternativa correta. a) destilar.
a) enxarcar. b) cumeeira.
b) enxocalhar. c) quase.
c) enxouriçar. d) cadiado.
d) enxurrada.
e) enxumaçar. 2. Assinale a alternativa correta em relação ao uso do “e”
e do “i”:
3. Assinale a alternativa incorreta em relação ao uso do a) criolina.
“X”: b) cemitério.
a) cambaxirra. c) palitó.
b) flexar. d) orquídia.
c) taxar (preço).
d) explicar. 3. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação
ao uso do “e” e do “i”, exceto:
4. Todas as palavras abaixo estão corretas em relação ao a) seringa.
uso do “X”, exceto: b) seriema.
a) enxerto. c) umedecer.
b) sintaxe. d) desinteria.
c) textual.
d) síxtole. 4. Todas as alternativas abaixo estão incorretas em relação
Língua Portuguesa

ao uso do “e” e do “i”, exceto:


5. Complete as lacunas das palavras, com uma das alter- a) crâneo.
nativas que se segue: b) meretíssimo.
e__pontâneo; e__terior; e__perto; e__cessivo. c) previlégio.
a) x – s – x – s d) Filipe.
b) s – x – s – x
c) s – s – x – x 5. Quanto às palavras
d) x – x – s – s I – impigem;

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II – terebentina; 5. Assinale a alternativa de palavra incorretamente grafada.
III – pinicilina. a) custume.
b) tribo.
podemos afirmar: c) romênia.
a) somente a I está correta. d) buliçoso.
b) somente a II está correta.
c) todas estão incorretas. GABARITO
d) todas estão corretas.
1. d 2. a 3. d 4. e 5. a
GABARITO

1. d 2. b 3. d 4. d 5. a Algumas Dificuldades Gramaticais


Notações sobre o uso de “mal” e “mau”:
Uso do “O” e do “U”
• Usa-se “mal” nos seguintes casos:
A letra “o” átono pode soar como “u”, acarretando he-
Como substantivo (opõe-se a “bem”)
sitação na grafia.
Assim varia de número (males) e, geralmente, vem
Pode-se recorrer ao artifício da comparação com palavras
precedido de artigo:
da mesma família:
“O chato da bebida não é o mal que ela nos pode trazer,
abolir – abolição são os bêbados que ela nos traz.” (Leon Eliachar)
tábua – tabular “Para se trilhar o caminho do mal, é indispensável não
comprimento – comprido se importar com o constrangimento.” (Fraga)
cumprimento – cumprimentar
explodir – explosão Como advérbio (opõe-se a “bem”)
Nesse caso, modifica o verbo, o adjetivo e o próprio
EXERCÍCIOS advérbio:
“Andam mal os versos de pé quebrado.” (Jaab)
1. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas “Varam o espaço foguetes mal intencionados.” (Cecília
em relação à grafia, exceto: Meireles)
a) nódoa. “Mendicância vai muito mal: falta de verba.” (Sylvio
b) óbolo. Abreu)
c) poleiro.
d) pulir. Como conjunção
Equivale a quando, assim que, apenas:
2. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas “Mal o Flamengo entrou em campo, foi delirantemente
em relação à grafia, exceto: aplaudido”.
a) capueira. “Mal colocou o papel na máquina, o menino começou
b) embolo. a empurrar a cadeira pela sala, fazendo um barulho
c) focinho. infernal”. (Fernando Sabino)
d) goela.
• Usa-se “mau” nos seguintes casos
3. Em relação às seguintes palavras:
I – muleque; Como adjetivo (opõe-se a bom)
II – mulambo; Modifica o substantivo a que se relaciona:
“Um bom romance nos diz a verdade sobre o seu herói,
III – buate,
mas um mau romance nos diz a verdade sobre seu
autor”. (Chesterton Apud Josué Montello)
podemos afirmar:
“Quando a previsão diz tempo bom, isso é mau.” (Leon
a) todas estão corretas.
Eliachar)
b) somente a I e II estão corretas.
c) somente a I e III estão corretas. Como substantivo
d) todas estão incorretas. Normalmente vem precedido de artigo:
“Por que não prender os maus para vivermos tranqui-
4. Em relação às seguintes palavras: los?”
I – bueiro; “O Belo e o Feio... O Bom e o Mau... Dor e Prazer”.
II – manoel;
Língua Portuguesa

(Mário Quintana)
III – jaboticaba “... só que viera a pé e foi-se sentado, cansado talvez
de cavalgar por montes e vales do Oeste, e de tantas
podemos afirmar como verdadeiro: lutas contra os maus”. (CDA)
a) somente a II e III estão incorretas.
b) somente a II e III estão corretas. Notações sobre o uso de “a”, “há” e “ah”
c) somente a I está correta.
d) todas estão corretas. • Usa-se “há”
e) somente II está incorreta. Com referência a tempo passado:

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“Estou muito doente. Há dez anos venho sofrendo de “Contavam fatos da vida, incidentes perigosos por que
mal súbito”. (Aldu) tinham passado”. (José Lins do Rego)
“Isso aconteceu há quatro ou cinco anos”. (Rubem Braga)
Quando é formado do verbo haver: • Por quê – No final da frase.
“Já não há mais tempo. O futuro chegou”. “Mas por quê? Por quê? Por amor? (Eça de Queiroz)
“O garçom era atencioso, você sabia que há garçons “Sou a que chora sem saber por quê”. (Florbela Espanca)
atenciosos?” (CDA)
• Porquê
• Usa-se “a” É substantivo e, então, varia em número; normalmen-
Com referência a tempo futuro: te, o artigo o precede:
“... mas daí a pouco tinha a explicação”. (Machado de “Eu sem você não tenho porquê”. (Vinícius de Morais)
Assis) “Só mesmo Deus é quem sabe o porquê de certas von-
“Fui casado, disse ele, depois de algum tempo, daqui tades femininas, se é que consegue saber.” (CDA)
a três meses posso dizer outra vez: sou casado”. (Ma-
chado de Assis) Notações sobre o uso de “quê” e “’que”

• Usa-se “ah” • Quê


Como interjeição enfatizante: Como interjeição exclamativa (seguida de ponto de
“Ah, ia-se me esquecendo: um escritório funcional deve exclamação):
ter também uma secretária funcional”. (Leon Eliachar) “Quê! Você ainda não tomou banho?”
“Ah! Disse o velho com indiferença”. (Machado de Assis)
No final de frases:
Notações sobre o uso de “mas”, “más” e “mais” Zombaria de todos, mesmo sem saber de quê.
“Medo de quê?” (José Lins do Reco)
• Mas Como substantivo
É conjunção adversativa (dá ideia de oposição, retifi- “Um quê misterioso aqui me fala.” (Gonçalves Dias)
cação): “A arte de escrever é, por essência, irreverente e tem
sempre um quê de proibido...” (Mário Quintana)
“Sinto muito, doutor, mas não sinto nada”. (Aldu)
“O dinheiro não traz felicidade, mas acalma os nervos”.
• Que
(Aldu)
Em outros casos usa-se a forma sem acento:
“Da igreja – exclamou. Que horror.” (Eça de Queiroz)
• Más
“E que sonho mau eu tive.” (Humberto de Campos)
Plural feminino de “MAU”
“Não tinha más qualidades, ou se as tinha, eram de
Notações sobre o uso de “onde”, “aonde” e “donde”
pouca monta”. (Machado de Assis)
“Não há coisas, na vida, inteiramente más”. (Mário
• Onde
Quintana) É estático. Usa-se com os verbos chamados de repouso,
situação, fixação, como o verbo “ser” e suas modali-
• Mais dades (estar – permanecer) e outros (ficar, estacionar
Advérbio de intensidade etc.); corresponde a “lugar em que” (ubi, em latim):
“As fantasias mais usadas no carnaval são: homem “Onde foi inventado o feijão com arroz? (Clarice Lis-
vestido de mulher e mulher vestida de homem”. (Leon pector)
Eliachar) “Vende-se uma bússola enguiçada. Infelizmente não
Ele nunca está satisfeito. Sempre quer mais do que sei onde estou, senão não venderia a bússola”. (Leon
recebe. Eliachar)

Notações sobre o uso do porquê (e variações) • Aonde


É dinâmico. Usa-se com os verbos chamados de mo-
• Porque – Conjunção causal ou explicativa: vimento, como ir, andar, caminhar etc.; corresponde
“Vende-se um segredo de cofre a quem conseguir abrir a lugar em que (quo, em latim):
o cofre, porque o dono não consegue”. (Leon Eliachar) “Tal prática era possível na cidade, aonde ainda não
“Os macróbios são macróbios porque não acreditam haviam chegado os automóveis.” (Manuel Bandeira)
em micróbios”. (Mário Quintana) “Se chegares sempre aonde quiseres, ganharás”. (Paulo
Mendes Campos)
Língua Portuguesa

• Por que – Nas interrogações


“ – Diga-se cá, por que foi que você não apareceu mais • Donde
lá em casa?” (Graciliano Ramos) (Interrogativa direta) Equivale a “de onde” e apresenta ideia de afastamento;
“Não sei por que você foi embora”. (Interrogação indi- corresponde a lugar do qual (unde, em latim):
reta) “Tomás estava, mas encerrara-se no quarto, donde só
Como pronome relativo, equivalente a o qual, a qual, saíra...” (Machado de Assis)
os quais, as quais. “Às vezes se atiram a distantes excursões donde regres-
“Não sei a razão por que me ofenderam”. sas com uma enorme lava.” (Manoel Bandeira)

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Notações sobre o uso de “senão” e “se não” d) ______ entrou no campo, deu um _______ jeito no
pé, devido à _______ condição do gramado.
• Senão e) Uma redação _______ escrita pode ser, apenas, o
Conjunção adversativa com o sentido de “em caso resultado de uma _______ organização de ideias.
contrário”, “de outra forma”: f) Ele organizou ______ o texto.
“Cala a boca, mulher, senão aparece polícia”. (Raquel g) Sua _______ redação foi um negócio ________ para
de Queiroz) ela.
Com o sentido de “mas sim” e com o sentido de “a não h) Este menino é _______ porque sempre aprendeu a
ser”: praticar o _______.
“Ele, a quem eu nada podia dar senão minha sincerida- i) Se não tivesse recebido ______ exemplos, evitaria os
de, ele passou a ser uma acusação de minha pobreza”. ______ que tem causado.
(Clarice Lispector) j) Há pessoas que têm o _____ costume de fazer ______
juízo dos outros, ______ os conhecem.
Quando substantivo com o sentido de “falha”, “defei-
to”, “imperfeição”. Admite, então, flexão de número:
2. Preencha as lacunas com porque, por que, porquê, por
“Esfregam as mãos, têm júbilos de solteiras histéricas, dão
quê, ou quê:
pulinhos, apenas porque encontram senões miúdos nas
a) Você não disse _________ veio, ontem, à festa.
páginas que não saberiam compor”. (Josué Montello)
b) Não sei ________ você não veio, ontem, à festa.
c) Você sabe se José não veio à aula hoje, ________ não
• Se não
chegou ainda do passeio de final de semana?
Quando conjunção condicional “se”:
‘’Se não fosse Van Gogh, o que seria do amarelo?” d) Todos temos direitos inalienáveis, ________ somos
(Mário Quintana) pessoas humanas.
e) _________ se questiona tanto o progresso e se ques-
Quando advérbio de negação “Não” tionam pouco os responsáveis pela ampliação desu-
“Os ex-seminaristas, como os ex-padres, permanecem mana da técnica? ___________?
ligados indissoluvelmente à Igreja. Se não, pela fé – f) Os caminhos __________ temos andado, os valores
pelo rito”. (Josué Montello) _________ temos lutado, podem não ser os mais
‘’Se não fosse Van Gogh, o que seria do amarelo?” certos, porém são aqueles em que acreditamos.
(Mário Quintana) g) Há um _______ misterioso em tudo isso.
h) Não consigo perceber o _________ de tudo isso, mas
Notações sobre “afim” e “a fim de” as razões ________ não consigo perceber tudo isso
já estão bem identificadas.
• Afim
Adjetivo com o sentido de parente, próximo: GABARITO
“... era meu parente afim, [...] interrogou-nos de cara
amarrada e mandou-nos embora.” (CDA) 1. a) mau 2. a) por que
Naquele grupo todos eram afins; por isso brigavam b) mal b) por que
tanto. c) mal, mal c) porque
d) Mal, mau, má d) porque
• A fim e) mal, má e) Por que, Por quê
Locução prepositiva; dá ideia de finalidade; equivale f) mal f) por que, por que
g) má, mau g) porquê
a “para”: h) mau, mal h) porquê, por que
Viajou a fim de se esconder. i) maus, males
“Metade da massa ralada vai para a rede da goma, a fim j) mau, mau, mal
de se lhe tirar o excesso de amido”. (Raquel de Queiroz)

Notações sobre o uso de “a par” e “ao par” Emprego do Hífen


(Conforme a Nova Ortografia)
• A par
Tem o significado de conhecer, saber, tomar conheci- a) Não será usado hífen quando o prefixo termina em
mento: vogal e o segundo elemento começa com r ou s. Essas letras
Estamos a par da evolução técnica. serão duplicadas. Observe as regras no quadro abaixo.
• Ao par
Tem o significado de igual, equilibrado, paralelo: Velha Regra Nova Regra
O câmbio está ao par. ante-sala antessala
Língua Portuguesa

anti-reumatismo antirreumatismo
EXERCÍCIOS auto-recuo autorrecuo
contra-senso contrassenso
1. Preencha as lacunas com “mal”, “mau”, “má”:
a) Foi um _______ resultado para a equipe. extra-rigoroso extrarrigoroso
b) Foi um ______ irrecuperável. infra-solo infrassolo
c) Não me interprete _____ quando lhe digo _____ que ultra-rede ultrarrede
responderá pelo que fez a esta criança. ultra-sentimental ultrassentimental

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semi-sótão semissótão neo-academicismo neoacademicismo
supra-renal suprarrenal neo-aristotélico neoaristotélico
supra-sigiloso suprassigiloso neo-aramaico neoaramaico
neo-escolástica neoescolástico
Os prefixos hiper-, inter- e super- se ligam com hífen a neo-escocês neoescocês
neo-estalinismo neoestalinismo
elementos iniciados por r.
neo-idealismo neoidealismo
hiper-risonho, hiper-realidade, hiper-rústico, hiper-regu-
neo-imperialismo neoimperialismo
lagem, inter-regional, inter-relação, inter-racial, super-
-ramificado, super-risco, super-revista. semi-erudito semierudito
supra-ocular supraocular
b) Passa a ser usado o hífen, agora, quando o prefixo * Observe que a palavra extraordinário já era escrita sem hífen antes
do novo acordo.
termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento.
Lembremos que, nas regras anteriores ao acordo ortográfico,
os prefixos abaixo eram grafados sem hífen diante de vogal. d) Não se usa mais o hífen em palavras compostas por
Observe o quadro: justaposição, quando se perde a noção de composição e
surge um vocábulo autônomo. Observe o quadro:
Velha Regra Nova Regra
Velha Regra Nova Regra
antiinflacionário anti-inflacionário
antiictérico anti-ictérico manda-chuva mandachuva
antiinflamatório anti-inflamatório pára-quedas paraquedas
arquiinimigo arqui-inimigo pára-lama, pára-brisa paralama, parabrisa
arquiinteligente arqui-inteligente pára-choque parachoque
microondas micro-ondas
microônibus micro-ônibus Devemos observar que continuam com hífen: ano-luz,
microorganismo micro-organismo arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, tio-avô,
mato-grossense, norte-americano, sul-africano, afro-luso-
Exceção: -brasileiro, primeiro-sargento, segunda-feira, guarda-chuva.
Não se usa hífen com o prefixo co-, mesmo que o segundo
elemento comece com a vogal o: e) Fica sendo regra geral o hífen antes de h:
coordenação, cooperação, coocorrência, coocupante, anti-higiênico, circum-hospitalar, co-herdeiro, contra-
coonestar, coobrigar, coobrar. -harmônico, extra-humano, pré-histórico, sub-hepático,
super-homem.
c) Não será mais usado quando o prefixo termina em
vogal diferente da que inicia o segundo elemento. Lem- O que não muda no hífen
bremos que, nas regras anteriores ao acordo ortográfico, os
prefixos abaixo eram sempre grafados com hífen antes de Continua-se a usar hífen nos seguintes casos:
vogal. Observe o quadro: • Em palavras compostas que constituem unidade sin-
tagmática e semântica e nas que designam espécies:
Velha Regra Nova Regra ano-luz, azul-escuro, conta-gotas, guarda-chuva,
auto-análise autoanálise segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor,
auto-afirmação autoafirmação erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi.
auto-adesivo autoadesivo • Com os prefixos ex-, sota-, soto-, vice-, vizo-:
auto-estrada autoestrada ex-mulher, sota-piloto, soto-mestre, vice-campeão,
auto-escola autoescola vizo-rei.
auto-imune autoimune • Com prefixos circum- e pan- se o segundo elemento
extra-estatutário extraestatutário começa por vogal h e m ou n:
extra-escolar extraescolar circum-adjacência, pan-americano, pan-histórico.
extra-estatal extraestatal • Com prefixos tônicos acentuados pré-, pró- e pós- se
extra-ocular extraocular o segundo elemento tem vida à parte na língua:
extra-oficial extraoficial
pré-bizantino, pró-romano, pós-graduação.
extraordinário* extraordinário
extra-urbano extraurbano • Com sufixos de base tupi-guarani que representam for-
extra-uterino extrauterino mas adjetivas: -açu, -guaçu, e -mirim, se o primeiro
elemento acaba em vogal acentuada ou a pronúncia
infra-escapular infraescapular
Língua Portuguesa

infra-escrito infraescrito exige a distinção gráfica entre ambos:


infra-específico infraespecífico amoré-guaçu, manacá-açu, jacaré-açu, paraná-mirim.
infra-estrutura infraestrutura • Com topônimos iniciados por grão- e grã- e forma ver-
infra-ordem infraordem bal ou elementos com artigo:
intra-epidérmico intraepidérmico Grã-Bretanha, Santa Rita do Passa-Quatro, Baía de
intra-estelar intraestelar Todos-os-Santos, Trás-os-Montes etc.
intra-orgânico intraorgânico • Com os advérbios mal e bem quando formam uma
intra-ósseo intraósseo unidade sintagmática com significado e o segundo

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elemento começa por vogal ou h: d) Sua autobiografia é um verdadeiro contrassenso.
bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal- e) O meia-direita deu início ao contra-ataque.
-estar, mal-humorado.
Obs.: Os compostos com o advérbio bem se escrevem 5. Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção quan-
sem hífen quando tal prefixo é seguido por elemento to ao emprego do hífen.
iniciado por consoante: a) O pseudo-hermafrodita não tinha infraestrutura para
bem-nascido, bem-criado, bem-visto (ao contrário de assumir um relacionamento extraconjugal.
“malnascido”, “malcriado” e “malvisto”). b) Era extra-oficial a notícia da vinda de um extraterreno.
• Nos compostos com os elementos além, aquém, recém c) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultrama-
e sem: rinas.
além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém- d) O antissemita tomou antibiótico e vacina antirrábica.
-casados, sem-número, sem-teto. e) Era um suboficial de uma superpotência.

Hífen em locuções 6. Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do


hífen.
Não se usa hífen nas locuções (substantivas, adjetivas, a) Pelo interfone ele me comunicou bem-humorado que
pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjunti- estava fazendo uma superalimentação.
vas), como em:  cão de guarda, fim de semana, café com leite, b) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assombrada.
pão de mel, pão com manteiga, sala de jantar, cor de vinho, c) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.
à vontade, abaixo de, acerca de, a fim de que. d) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos.
São exceções algumas locuções consagradas pelo uso. É e) O autodidata fez uma auto-análise.
o caso de expressões como: água-de-colônia, arco-da-velha,
cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à 7. Fez um esforço ______ para vencer o campeonato
queima-roupa. _________.
a) sobre-humano – inter-regional
EXERCÍCIOS b) sobrehumano – interregional
c) sobreumano – interregional
Responda conforme as novas regras da ortografia. d) sobrehumano – inter-regional
e) sobre-humano – inter-regional
1. Nas frases que seguem, indique a única que apresente a
expressão incorreta, levando em conta o emprego do hífen. 8. Usa-se hífen nos vocábulos formados por sufixos que re-
a) Aqueles frágeis recém-nascidos bebiam o ar com presentam formas adjetivas, como açu, guaçu, e mirim.
aflição. Com base nisso, marque as formas corretas.
b) Nunca mais hei-de dizer os meus segredos. a) capim-açu.
c) Era tão sem ternura aquele afago, que ele saiu mal- b) anajá-mirim.
-humorado. c) paraguaçu.
d) Havia uma super-relação entre aquela região deserta d) para-guaçu.
e esta cidade enorme.
e) Este silêncio imperturbável, amá-lo-emos como uma 9. Marque as formas corretas.
a) autoescola.
alegria que não deixa de ser triste.
b) contra-mestre.
c) contra-regra.
2. Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub- às
d) infraestrutura.
palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale
e) semisselvagem.
aquela que tem que ser escrita com hífen.
f) extraordinário.
a) (sub) chefe.
g) proto-plasma.
b) (sub) entender.
h) intra-ocular.
c) (sub) desenvolvido. i) neo-republicano.
d) (sub) reptício. j) ultrarrápido.
e) (sub) liminar.
10. Marque, então, as formas corretas.
3. Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do hífen: a) supra-renal.
a) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo. b) supra-sensível.
b) O meia-direita fez um gol sem-pulo na semifinal do c) supracitado.
campeonato. d) supra-enumerado.
c) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
Língua Portuguesa

e) suprafrontal.
d) O recém-chegado veio de além-mar. f) supra-ocular.
e) O vice-reitor está em estado pós-operatório.
GABARITO
4. Em qual alternativa ocorre erro quanto ao emprego do
hífen?
1. b 4. c 7. a 10. c, e
a) Foi iniciada a campanha pró-leite.
2. d 5. b 8. a, b, c
b) O ex-aluno fez a sua autodefesa. 3. a 6. e 9. a, d, e, f, j
c) O contra-regra comeu um contrafilé.

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA Os nomes das notas musicais são monossílabos tôni-
cos: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Apesar de serem todos tônicos,
Regras Básicas acentuam-se apenas: dó, ré, fá, lá.

Importante! Dica:
A nova ortografia não mudará estas regras básicas de O sistema de acentuação da Língua Portuguesa se baseia
acentuação. nas terminações a(s), e(s), o(s), em, ens.
Memorize!
As paroxítonas terão acento quando a terminação for
Posição da diferente de a(s), e(s), o(s), em, ens.
Terminação Exemplos
sílaba tônica
Proparoxítonas todas lúcido, anátema, arsê- Obs. 2:
nico, paralelepípedo. O sinal til (~) não é acento. É apenas o sinal para indicar
Monossílabas a(s), e(s), o(s) lá, ré, pó, pás, mês, vogal com som nasal. Portanto: rã (monossílaba tônica sem
tônicas cós. acento), sã (feminino de são = saudável), irmã (oxítona sem
acento), ímã (paroxítona com acento agudo e final ã).
Oxítonas a(s), e(s), o(s), crachá, Irecê, trenó,
em, ens ananás, Urupês, re- Obs. 3:
trós, armazém, para- O único caso de palavra com dois acentos no Português
béns. é verbo no futuro com pronome mesoclítico:
Paroxítonas r, n, l, x, ditongo, fêmur, próton, fácil, Cantará o hino → Cantará + o → Cantar + o + á → Cantá-lo-á.
ps, i, is, us, um, látex, colégio, pônei, Note acima a forma verbal oxítona em “cantará” e em
uns, ão(s), ã(s). bíceps, júri, lápis, bô- “cantá”.
nus, álbum, fóruns,
acórdão, ímã, órfãs. Regras Especiais
Obs. 1: As regras especiais resolvem casos que as regras básicas
Monossílabo tônico é a palavra (sílaba) com sentido pró- não resolvem.
prio. Continua com seu sentido mesmo que fora da frase. Atenção!
Geralmente, verbos, advérbios, substantivos e adjetivos. Estas regras mudam com a nova ortografia.
Quando não possui sentido, o monossílabo é átono.
Tenho dó do menino. Dica:
dó: monossílaba tônica Só muda na penúltima sílaba da palavra.
do: monossílaba átona (de + o) Lembrete: a pronúncia não se altera.

Velha Ortografia Nova Ortografia


Acentuavam-se os ditongos abertos tônicos: éi, ói, éu: Nos ditongos abertos tônicos ei, oi perdeu-se o acento na
idéia, asteróide, jóia, factóide, platéia, colméia, esquizóide, penúltima sílaba:
Eritréia, fiéis, corrói, chapéu. ideia, asteroide, joia, factoie, plateia, colmeia, esquizoide,
Eritreia.
Note que a regra básica das paroxítonas não acentuaria:
ideia, asteroide, plateia, colmeia, esquizoide, Eritreia. Cuidado!
Continuam acentuados éi e ói de oxítonas e monossílabas
tônicas de timbre aberto:
corrói, dói, fiéis, papéis, faróis, anéis, anzóis.

Note que é a sílaba final. Não muda, continua acentuada.


Lembre-se: Só muda na penúltima sílaba da palavra.

Também se conserva o acento do ditongo de timbre aberto


éu:
céu, véu, chapéu, escarcéu, ilhéu, tabaréu, mausoléu.
Note que é a sílaba final. Não muda.

Atenção!
Na palavra “dêitico” temos proparoxítona. O acento deve-se
à regra das proparoxítonas. Continua acentuado.
Língua Portuguesa

Velha Ortografia Nova Ortografia


Acentuavam-se a penúltima sílaba das terminações ee e oo. Perdeu-se o acento na penúltima sílaba das terminações ee
Verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados: e oo.
Eles crêem, eles dêem, eles lêem, eles vêem. Eles descrêem, Verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados:
eles relêem, eles prevêem. Eles creem, eles deem, eles leem, eles veem. Eles descreem,
Lembrete: são verbos do credelever. eles releem, eles preveem.
Lembrete: são verbos do credelever.

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Velha Ortografia Nova Ortografia
Verbos com final -oar, -oer: Verbos com final -oar, -oer:
perdoar: perdôo, perdoar: perdoo,
voar: vôo, voar: voo,
moer: môo, moer: moo,
roer: rôo. roer: roo.

Note que o acento é na penúltima sílaba. São paroxítonas.


A regra básica não acentuaria essas palavras.

Velha Ortografia Nova Ortografia


Acentuavam-se í e ú na 2ª vogal diferente do hiato, tônico, Perdem o acento o i e o u tônicos na penúltima sílaba, se
sozinho na sílaba ou com s, não seguido de nh: precedidos de ditongo.
caído, país, miúdo, baús, ruim (com m não acentuamos), sair, Lembre-se: só muda na penúltima sílaba:
Saul, tainha, moinho, xiita, Piauí (Pi-au-í), tuiuiú (tui-ui-ú). sau-í-pe (velha) → sau-i-pe (nova regra)
bo-cai-ú-va (velha) → bo-cai-u-va (nova regra)
Outros na nova regra:
bai-u-ca, fei-u-ra.
Cuidado!
Em friíssimo e seriíssimo temos proparoxítonas. É outra re- Note que o acento dessas palavras desaparece da penúltima
gra. Não é a regra do hiato com i ou u. sílaba após ditongo.
Atenção:
Em Pi-au-í e tui-ui-ú, o acento está na sílaba final. Não muda
nada.

Cuidado!
Em fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo, pe-rí-o-do continuamos tendo
proparoxítonas acentuadas. Não é a regra do hiato com i ou u.

Velha Ortografia Nova Ortografia


Trema ( ¨ ) O trema está extinto das palavras portuguesas e aportu-
Era usado sobre a semivogal u antecedida de g ou q, e se- guesamentos. Lembre que a pronúncia continua a mesma.
guida de e ou i: O acordo é só ortográfico.
seqüela, tranqüilo, agüenta, argüir, argüir, delinqüir, tran-
qüilo, cinqüenta, agüentar, pingüim, seqüestro, qüinqüênio. Porém, é mantido o trema em nomes próprios estrangeiros
e seus derivados:
Obs.: Quando temos vogal u tônica, nesses grupos, surge um Müller, mülleriano, Hübner, hübneriano, Bündchen.
acento agudo diferencial:
obliqúes, apazigúe, argúi, averigúe. Atenção:
Como o trema foi extinto, então perdeu o acento o u tônico
de formas verbais rizotônicas (com acento na raiz) quando
parte dos grupos que e qui, gue e gui:
obliques, apazigue, argui, averigue.

Velha Ortografia Nova Ortografia


Acento Diferencial Acento Diferencial
Morei no Pará. → oxítona final “a”, nome do Estado. Regra Fica extinto na penúltima sílaba (palavras paroxítonas ho-
básica. mógrafas):
Vou para casa. → paroxítona final “a” não tem acento pela para (verbo) x para (prep.); coa, coas (verbo) x coa, coas (com
regra básica. +a); pelo, pelos (subst.), pelo (verbo) x pelo, pelos (per + o);
Pára com isso. → paroxítona final “a” não deveria ter acento pela, pelas (subst. ou verbo) x pela, pelas (per + a; arcaico);
pela regra básica, mas recebe acento para diferenciar a forma polo, polos [filhote de gavião], polo, polos [extremidade]
verbal “pára” e a preposição “para”. (substantivos) x polo, polos (por + o; arcaico); pera (subst.) x
pera (= para; arcaico).
Lista de palavras com acento diferencial:
pára (verbo) x para (prep.); côa, côas (verbo) x coa, coas (com
+a); pêlo, pêlos (subst.), pélo (verbo) x pelo, pelos (per + o); Entretanto, é mantido pôde e pôr. Além desses, também
péla, pélas (subst. ou verbo) x pela, pelas (per + a; arcaico); ficam mantidos têm e tem, vêm e vem.
Língua Portuguesa

pôlo, pôlos [filhote de gavião], pólo, pólos [extremidade] pôde (passado) x pode (presente); pôr (verbo) x por (prep.);
(substantivos) x polo, polos (por + o; arcaico); pêra (subst.) têm (eles), tem (ele); vêm (eles), vem (ele).
x pera (= para; arcaico), mas peras (plural da fruta “pêra”).

Atenção:
Para os verbos ter, vir e derivados: têm (eles), tem (ele),
vêm (eles), vem (ele).

Cuidado com pôde (passado) e pode (presente).

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Atenção! 8. (Funiversa/Sejus/Atendente de Reintegração Social)
Apesar de não serem obrigatórias, as novas regras podem Assinale a alternativa que contenha apenas palavras
ser objeto de questões que perguntem qual palavra será acentuadas pela aplicação da mesma regra de acentu-
modificada com o novo acordo ortográfico. As regras ve- ação gráfica.
lhas valem até 31/12/2015, segundo o Decreto nº 7.875, a) Assistência, públicas, após.
de 27/12/2012. b) políticas, referência, jurídica.
Então, estude as regras antigas e saiba o que muda com c) caráter, saúde, após.
as novas. d) jurídica, responsável, públicas.
e) referência, beneficiários, indivíduo.
Curiosidade!
O caso da proparoxítona eventual 9. (Funiversa/Terracap/Técnico Administrativo) As palavras
Palavras paroxítonas terminadas em ditongo crescente crítica, irônica e saudável têm o acento gráfico justifi-
(semivogal + vogal) podem ser pronunciadas como se fosse cado pela mesma regra.
hiato no final. 10. (Funiversa/Sejus/Administrador) As palavras país, físico
História → duas pronúncias: his-tó-ria ou his-tó-ri-a e presídios são acentuadas pela mesma razão: o acento
Vácuo → duas pronúncias: vá-cuo ou vá-cu-o recai sobre a vogal i.
Cárie → duas pronúncias: cá-rie ou cá-ri-e
Colégio → duas pronúncias: co-lé-gio ou co-lé-gi-o 11. (Funiversa/Terracap/Administrador) A palavra quê, na
frase “Paixonite é uma inflamação do quê?”, aparece
E com hiato final, tais palavras são chamadas proparoxí- acentuada porque está inserida em uma pergunta.
tonas eventuais. As duas pronúncias são aceitas. A pronúncia 12. (Funiversa/HFA/Assistente Técnico Administrativo) A
como hiato no final atende ao uso regional de Portugal. Note sílaba tônica da palavra recordes é a penúltima, assim
bem: são duas pronúncias, mas apenas uma separação si- como ocorre na palavra executivos.
lábica correta (como ditongo final).
Responda às questões 13 a 17 conforme as novas regras de
EXERCÍCIOS acentuação.
Acentuação com a velha ortografia. 13. Assinale a alternativa de vocábulo corretamente acen-
tuado:
Julgue C (certo) ou E (errado). a) hífen. c) itens. e) ítem.
1. Está correto o seguinte agrupamento de palavras do b) hífens. d) rítmo.
texto pela regra de acentuação:
• Regra das proparoxítonas: Sócrates/genética/físico. 14. Assinale a alternativa que completa corretamente as
• Regra das paroxítonas terminadas em ditongo cres- frases:
cente: contrário/ caráter/ suicídio/ compulsório/ sá- I – Normalmente ela não ... em casa.
bios/ gênios/ tédio/ ciência/ própria/ experiência/ II – Não sabíamos onde ... os discos.
equilíbrio. III – De algum lugar ... essas ideias.
• Regra das oxítonas: você/ está/ também. a) pára / pôr / provém
• Regra dos monossílabos tônicos: há. b) para / pôr / provém
c) pára / por / provêem
2. Os vocábulos têm e também seguem a mesma regra d) para / pôr / provêm
de acentuação. e) para / por / provém
3. As palavras paroxítonas língua e discórdia são acentua­
15. Assinale a alternativa onde aparecem os vocábulos que
das porque terminam em ditongo.
completem corretamente as lacunas dos períodos:
4. A acentuação das palavras arquitetônico, hábitos, invó- I – Os professores ... seus alunos constantemente.
lucro, hóspede, íntima e âmago atende a uma mesma II – Temos visto, com alguma ... fatos escandalosos nos
regra, já que todas essas palavras são proparoxítonas. jornais.
III – Estudam-se as ... da questão social.
5. As palavras abundância, quilômetros, território, climá- a) arguem / freqüência / raízes
ticas, árida, biogeográficas e ecológicas estão grafadas b) argúem / freqüência / raízes
com acento agudo porque são todas proparoxítonas. c) arguem /freqüência / raízes
d) argüem /freqüência / raízes
6. Pôde é uma palavra que leva acento a fim de indicar ao e) arguem / frequência / raízes
leitor que se trata do pretérito perfeito e não da forma
pode, do presente do indicativo; o vocábulo abaixo que GABARITO
recebe acento obrigatoriamente é:
a) Numero. c) sede. e) segredo.
1. E 4. C 7. a 10. E
b) egoista. d) ate.
2. E 5. E 8. e
Língua Portuguesa

3. C 6. b 9. E
7. (Funiversa/CEB/Administrador) Assinale a alternativa
em que todas as palavras são acentuadas pela mesma
11. E. Trata-se de substantivo monossílabo tônico. Note
razão.
o artigo. Isso substantiva a palavra. Lembre-se de que
a) Brasília, prêmios, vitória.
substantivos são palavras significativas por si mesmas.
b) elétrica, hidráulica, responsáveis.
c) sérios, potência, após. Monossílabo tônico tem sentido próprio.
d) Goiás, já, vários.
e) Solidária, área, após. 12. C 13. a 14. d 15. e

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EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS (pena; nota musical), o lança-perfume, o matiz, o pro-
clama.
Substantivo • Só femininos: a agravante, a aguardente, a alface,
a apendicite, a bacanal, a cal, a cataplasma, a cólera,
É a palavra que se emprega para nomear seres, coisas, a comichão, a elipse, a gênese, a ioga, a libido, a nuança,
ideias, qualidades, ações, estados, sentimentos. a sentinela.
• Masculinos ou femininos: ágape, aluvião, amálgama,
Classificação dos Substantivos diabete (ou diabetes), ilhós, laringe, sabiá, suéter,
usucapião.
• Comuns (nomes comuns a todos os seres da mesma
espécie): casa, felicidade, mesa, chão, criança, bondade. Gênero e Semântica
• Concretos (seres com existência própria, real ou ima-
ginária): fada, saci, mesa, cadeira, caneta. Cabeça Masculino: o chefe, o dirigente, o líder.
• Abstratos (nomeiam ações, qualidades ou estados, to- Feminino: parte do corpo; pessoa muito in-
mados como seres. Indicam coisas que não existem por teligente; extremidade mais dilatada de um
si, que são o resultado de uma abstração): felicidade, objeto; pessoa ou animal numericamente.
pobreza, honra, caridade.
Caixa Masculino: livro contábil.
• Próprios (designam um ser específico, determinado):
Feminino: recipiente; seção de pagamentos;
Tânia, Pagu, Recife, Brasil, Coca-Cola.
estabelecimento financeiro.
• Simples (um só radical): janela, livro, trem, porta.
• Composto (mais de um radical): arco-íris, sempre-viva, Capital Masculino: riqueza, conjunto de bens.
arranha-céu. Feminino: cidade onde se localiza a sede do
• Primitivo (forma outros substantivos): rosa, pedra, mar. Poder Executivo.
• Derivado (formado a partir de um primitivo): roseiral, Moral Masculino: ânimo, brio.
rosácea, pedreiro, pedregulho. Feminino: conjunto de regras de comporta-
• Coletivos (nomeiam uma coleção de seres ou coisas mento; parte da filosofia que estuda essas
da mesma espécie): acervo (bens, obras artísticas), al- regras; conclusão que se tira de uma história.
cateia (lobos), atilho (espigas), arsenal (armas), atlas Grama Masculino: unidade de massa.
(mapas), baixela (utensílios de mesa), banca (exami- Feminino: erva, relva, planta rasteira.
nadores), bandeira (exploradores), boana (peixes miú-
dos), cabilda (selvagens), cáfila (camelos), código (leis), Número dos Substantivos
corja (bandidos), cortiço (abelhas, casas velhas), correi-
ção (formigas), dactilioteca (anéis), enxoval (roupas), Alguns substantivos usados só no plural: as núpcias, as
falange (soldados, anjos), farândola (maltrapilhos), fezes, os óculos, as cócegas, os víveres.
fressura (vísceras), girândola (fogos), hemeroteca (jor- Outros são uniformes, ou seja, uma única forma tanto
nais, revistas), matilha (cães), mó (gente), pinacoteca para o plural como singular: tênis, vírus, lápis, ônibus, pires.
(quadros), tertúlia (amigos), súcia (gente ordinária). Nesses casos, o número será indicado por artigo, pronome
ou outra palavra que especifique o substantivo: o ônibus, os
Gênero dos Substantivos ônibus, um pires, dois pires, meu lápis, meus lápis.
Uniformes (uma só forma para o masculino e para o
1) Formação do plural dos substantivos simples
feminino):
• Comum de dois gêneros (masculino e feminino dis-
tinguem-se com artigo, pronome ou outra): dentista, a) Substantivos terminados em vogal ou ditongo.
jovem, imigrante, fã, motorista, jornalista, rival. Acrescenta-se a desinência s: caneta(s), livro(s), rei(s), pai(s),
• Sobrecomum (um só gênero, sem flexão nem do ar- herói(s), mãe(s).
tigo): a criança, o cônjuge, o sósia, a vítima, o ídolo, b) Substantivos terminados em ão. Plural em ôes, ães ou
a mascote. ãos: balão – balões; alemão – alemães; cidadão – cidadãos.
• Epiceno (designa certos animais, diferindo-se pelo Admitem mais de uma forma para o plural: ancião – anciões,
acréscimo de macho e fêmea): o jacaré, a cobra, anciães, anciãos; corrimão – corrimões, corrimãos; guardião
a onça, a borboleta, mosca, tatu, barata, anta. – guardiões, guardiães; vilão – vilões, vilãos.
c) Substantivos terminados em r ou z. Acrescenta-se es
Biformes (uma forma para masculino e outra para o fe- ao singular (no caso, o e é vogal temática; o s é desinência):
minino): pintor – pintores, cruz – cruzes, hambúrguer – hambúrgueres,
• Feminino com o mesmo radical (flexão por desinên- júnior – juniores, sênior – seniores.
cia): menino / menina, aluno / aluna, prefeito / prefeita, d) Substantivos terminados em s. Podemos distinguir
pintor / pintora. dois casos: se o substantivo é proparoxítono ou paroxítono,
• Heterônimos (feminino com radical diferente da for- ele invariável (ônibus, pires, lápis); se é oxítono, acrescenta-
ma masculina): bode / cabra, cão / cadela, carneiro / -se es (país – países, japonês – japonês).
Língua Portuguesa

ovelha, cavaleiro / amazona, cavalheiro / amazona, e) Substantivos terminados em n. Podem formar o plural
compadre / comadre, genro / nora, homem / mulher, em es ou s, sendo a última forma a mais usada (hífen – hífens
patriarca / matriarca. ou hífenes; pólen – pólens ou pólenes; abdômen – abdomens
ou abdômenes).
Substantivos que podem Suscitar Dúvidas f) Substantivos terminados em al, el, ol, ul. Perdem o l
final, que é substituído por is: varal – varais, papel – papéis,
• Só masculinos: o alvará, o anátema, o aneurisma, o farol – faróis, paul – pauis. Exceções: cônsul – cônsules, mal
apêndice, o axioma, o champanha, o diadema, o dó – males, real – réis (a moeda).

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g) Substantivos terminados em il: prefixo + substantivo: vice-reitor – vice-reitores; pré-
• quando oxítonos, trocam o l por s: fuzil – fuzis, barril -candidato – pré-candidatos.
– barris. Reduplicação (palavras repetidas ou quase): ono-
• quando paroxítonos, trocam o l por eis: projétil – pro- matopeias (pingue-pongues, tico-ticos, tique-taques,
jéteis, réptil – répteis, fóssil – fósseis. bem-te-vis, reco-recos), mas verbos repetidos têm dois
h) Todos os substantivos terminados em x são unifor- plurais (pisca-piscas ou piscas-piscas, corre-corres ou
mes: o tórax – os tórax, o látex – os látex, a fênix – as fênix. corres-corres).
• Varia somente o primeiro ou variam os dois
2) Formação do plural dos substantivos compostos Substantivo + substantivo (o segundo especifica tipo,
a) Elementos grafados sem hífen, o plural segue as re- finalidade, semelhança ao primeiro, parecendo um ad-
gras utilizadas para os substantivos simples: passatempo – jetivo): pombo-correio – pombos-correio ou pombos-
passatempos, pontapé – pontapés, televisão – televisões, -correios; peixe-espada – peixes-espada ou peixes-es-
planalto – planaltos. padas; manga-rosa – mangas-rosa ou mangas-rosas.
b) Radicais unidos por hífen: • Invariáveis
• Ambos se flexionam: Verbo + advérbio: pisa-mansinho – os pisa-mansinho.
substantivo + substantivo: couve-flor – couves-flores. Verbos antônimos: senta-levanta – os senta-levanta.
substantivo + adjetivo: guarda-florestal – guardas- Frases substantivas: deus-nos-acuda – os deus-nos-
-florestais, obra-prima – obras-primas. -acuda; maria-vai-com-as-outras – os/as maria-vai-
adjetivo + substantivo: puro-sangue – puros-sangues. -com-as-outras; louva-a-deus – os louva-a-deus, estou-
numeral + substantivo: terça-feira – terças-feiras. -fraco – os estou-fraco.
• Somente o primeiro varia • Alguns substantivos que admitem dois plurais
Substantivo + preposição + substantivo: pé de mole- guarda-marinha – guardas-marinhas ou guardas-
que – pés de moleque; mula sem cabeça – mulas sem -marinha
cabeça; água-de-colônia – águas-de-colônia. salvo-conduto – salvos-condutos ou salvo-condutos
• Somente o segundo varia: xeque-mate – xeques-mates ou xeques-mate
verbo + substantivo: guarda-sol – guarda-sóis; beija- fruta-pão – frutas-pães ou frutas-pão
-flor – beija-flores; arranha-céu – arranha-céus.
advérbio + adjetivo: sempre-viva – sempre-vivas; 3) Plural com metafonia. Alguns substantivos, no singu-
abaixo-assinado – abaixo-assinados; alto-falante – lar, têm o o tônico fechado e, quando se pluralizam, trocam
alto-falantes. o o tônico fechado pelo o tônico aberto. Principais casos:

Singular (ô) Plural (ó) Singular (ô) Plural (ó) Singular (ô) Plural (ó)
aposto apostos fogo fogos poço poços
caroço caroços forno fornos porco porcos
corno cornos foro foros porto portos
coro coros fosso fossos posto postos
corvo corvos imposto impostos povo povos
despojo despojos jogo jogos reforço reforços
desporto desportos miolo miolos socorro socorros
destroço destroços olho olhos tijolo tijolos
esforço esforços ovo ovos troco trocos

Grau dos Substantivos Por outro lado, a flexão de grau é mais nítida com o uso
do processo analítico.
A flexão de grau exprime ideia de aumento ou de dimi- Outra curiosidade é perceber que o grau pode condu-
nuição de tamanho, tendo como referência um grau normal, zir a novos significados. Exemplo: portão, cartão, cartilha,
que seria o substantivo tal como aparece no dicionário. folhinha (calendário).

Formação do grau do substantivo EXERCÍCIOS


Utilizamos dois processos para formar o aumentativo e 1. Indique a opção em que só aparecem substantivos abs-
o diminutivo: tratos.
a) sintético: acrescentam-se sufixos ao grau normal: a) tempo, angústia, saudade, ausência, esperança, ima-
concurso – concursão (aumentativo sintético) e concursinho
gem.
(diminutivo sintético).
b) angústia, choro, sol, presença, esperança, amizade.
b) analítico: o substantivo é modificado por adjetivos que
c) amigo, dor, claridade, esperança, luz, tempo.
Língua Portuguesa

expressem ideia de aumento ou de diminuição: concurso –


concurso grande e concurso pequeno. d) angústia, saudade, presença, esperança, amizade.
e) espaço, mãos, claridade, rosto, ausência, esperança.
É curioso notar que o processo sintético expressa, com
frequência, não uma variação de tamanho, mas uma carga 2. Aponte a opção em que haja erro quanto à flexão do
afetiva, ou pejorativa. Exemplo: falar que tal obra é um livri- nome composto.
nho agradável ou que Fulano é um amigão são formas que a) vice-presidentes, amores-perfeitos, os bota-fora.
expressam juízos de valor, possuem conotação afetiva e não b) tico-ticos, salários-família, obras-primas.
podem ser classificadas como flexão de grau. c) reco-recos, sextas-feiras, sempre-vivas.

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d) pseudoesferas, chefes de seção, pães de ló. Adjetivo
e) pisca-piscas, cartões-postais, mulas sem cabeças.
Adjetivo é a palavra que caracteriza o substantivo,
3. Preencha a frase seguinte com uma das opções. Dese- atribuindo-lhe qualidades (ou defeitos) e modos de ser, ou
javam transformar os...... em ....... do céu. indicando-lhe o aspecto ou o estado.
a) pagões – cidadões Imprensa injusta, sensacionalista, partidária, tenden-
b) pagãos – cidadões ciosa.
c) pagões – cidadãos Acusações substantivas, ferozes, infundadas, justas.
d) pagãos – cidadãos
A palavra adjetivo significa “colocado ao lado de, jus-
4. Assinale o par de vocábulos que formam o plural como taposta a”. Esse significado enfatiza o caráter funcional do
balão e caneta-tinteiro: conceito de adjetivo: observe que é necessário apresentar
a) vulcão, abaixo-assinado. a relação que se estabelece entre o substantivo e o adjetivo
b) irmão, salário-família. para poder conceituar este último. Na realidade, substantivos
c) questão, manga-rosa. e adjetivos apresentam muitas características semelhantes e,
d) bênção, papel-moeda. em muitas situações, a distinção entre ambos só é possível
e) razão, guarda-chuva. a partir de elementos fornecidos pelo contexto:
O jovem brasileiro tornou-se participativo.
5. Assinale a opção incorreta. O brasileiro jovem enfrenta dificuldades profissionais.
a) Borboleta é substantivo epiceno.
b) Rival é comum de dois gêneros. Na primeira frase, jovem é substantivo, e brasileiro é
c) Omoplata é substantivo masculino. adjetivo. Na segunda, invertem-se esses papéis: brasileiro
d) Vítima é substantivo sobrecomum. é substantivo, e jovem passa a ser adjetivo. Ser adjetivo ou
e) Nenhuma opção. ser substantivo não decorre, portanto, de características
morfológicas da palavra, mas de sua situação efetiva numa
6. Indique o período que não contém um substantivo no frase da língua.
grau diminutivo. Há conjuntos de palavras que têm o valor de um adjetivo:
a) Todas as moléculas foram conservadas com as pro- são as locuções adjetivas. Essas locuções são normalmente
priedades particulares, independentemente da atu- formadas por uma preposição e um substantivo ou por uma
ação do cientista. preposição e um advérbio; para muitas delas, existem adje-
b) O ar senhoril daquele homúnculo transformou-o no
tivos equivalentes.
centro de atenções na tumultuada assembleia.
Conselho de pai (= paterno) / Jornal de ontem / Inflama-
c) Através da vitrina da loja, a pequena observava curio-
ção da boca (= bucal) Gente de longe.
samente os objetos decorativos expostos à venda,
por preço bem baratinho.
d) De momento a momento, surgiam curiosas sombras Flexões dos Adjetivos
e vultos apressados na silenciosa viela.
e) Enquanto distraía as crianças, a professora tocava Os adjetivos se flexionam em gênero e número e apre-
flautim, improvisando cantigas alegres e suaves. sentam variações de grau bem mais complexas que as dos
substantivos.
7. Numere a segunda coluna de acordo com o significado
das expressões da primeira coluna e assinale a opção Flexão de Gênero
que contém os algarismos na sequência correta.
(1) o óleo santo ( ) a moral O adjetivo concorda em gênero com o substantivo a que
(2) a relva ( ) a crisma se refere:
(3) um sacramento ( ) o moral Um comportamento estranho.
(4) a ética ( ) o crisma Uma atitude estranha.
(5) a unidade de massa ( ) a grama Um jornalista ativo.
(6) o ânimo ( ) o grama Uma jornalista ativa.

a) 6, 1, 4, 3, 5, 2 Formação do feminino dos adjetivos biformes


b) 6, 3, 4, 1, 2, 5 Os adjetivos biformes possuem uma forma para o gênero
c) 4, 1, 6, 3, 5, 2 masculino e outra para o feminino. A formação do feminino
d) 4, 3, 6, 1, 2, 5 desses adjetivos costuma variar de acordo com a terminação
e) 6, 1, 4, 3, 2, 5 da forma masculina.

8. Assinale a opção em que a flexão do substantivo com- • Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos,
posto está errada. apenas o último elemento sobre flexão:
a) os pés de chumbo. cidadão luso-brasileiro – cidadã luso-brasileira
b) os corre-corre. casaco verde-escuro – saia verde-escura
Língua Portuguesa

c) as públicas-formas. consultório médico-dentário – clínica médico-dentária


d) os cavalos-vapor.
e) os vai-véns. Destaque-se surdo-mudo, em que variam os dois ele-
mentos:
GABARITO rapaz surdo-mudo – moça surda-muda

1. d 3. d 5. c 7. d Adjetivos uniformes
São os adjetivos que possuem uma única forma para
2. e 4. c 6. e 8. e o masculino e o feminino.

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pássaro frágil/ave frágil Essa solução é melhor (do) que a outra.
ator ruim/atriz ruim Minha voz é pior (do) que a sua.
empresa agrícola/planejamento agrícola O descaso pela miséria é maior (do) que o senso huma-
vida exemplar/comportamento exemplar nitário.
homem audaz/mulher audaz A preocupação social é menor (do) que a ambição in-
• São uniformes os adjetivos compostos em que o se- dividual.
gundo elemento é um substantivo.
casaco amarelo-limão – camisa amarelo-limão As formas analíticas correspondentes (mais bom, mais
carro verde-garrafa – bicicleta verde-garrafa mau, mais grande, mais pequeno) só devem ser usadas quan-
papel verde-mar – tinta verde-mar do se comparam duas características de um mesmo ser:
• Também são uniformes os compostos azul-marinho e Ele é mais bom (do) que inteligente.
azul-celeste. Todo corrupto é mais mau (do) que esperto.
Meu salário é mais pequeno (do) que justo.
Flexão de Número Este país é mais grande (do) que equilibrado.

O adjetivo concorda em número com o substantivo a Atente para o fato de que a forma menor é um compara-
que se refere.
tivo de superioridade, pois equivale a mais pequeno.
governante capaz / governantes capazes
salário digno/salários dignos
Grau superlativo
Formação do plural dos adjetivos compostos A característica atribuída pelo adjetivo é intensificada de
O plural dos adjetivos compostos segue os mesmos pro- forma relativa ou absoluta.
cedimentos da variação de gênero desses adjetivos: No grau superlativo relativo, a intensificação da caracte-
• Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos, rística atribuída pelo adjetivo é feita em relação a todos os
apenas o segundo elemento vai para o plural: demais seres de um conjunto que a possuem.
tratado luso-brasileiro / tratados luso-brasileiros O superlativo relativo pode exprimir superioridade ou
intervenção médico-cirúrgica / intervenções médico- inferioridade, e é sempre expresso de forma analítica:
-cirúrgicas
Destaque-se novamente surdo-mudo: Superlativo relativo Ele é o mais atento de todos.
rapaz surdo-mudo / rapazes surdos-mudos de superioridade Ele é o mais exigente de todos
• Os adjetivos compostos em que o segundo elemento os irmãos.
é um substantivo são invariáveis também em número:
recipiente verde-mar / recipientes verde-mar
uniforme amarelo-canário / uniformes amarelo-canário Superlativo relativo Você é o menos crítico de todos.
Também são invariáveis azul-marinho e azul-celeste: de inferioridade Você é o menos passivo de to-
camisa azul-marinho / camisas azul-marinho dos os amigos.
camiseta azul-celeste / camisetas azul-celeste
As formas do superlativo relativo de superioridade dos
Flexão de Grau adjetivos bom, mau, grande pequeno também são sintéti-
cas: o melhor, o pior, o maior e o menor.
Os adjetivos variam em grau quando se deseja comparar No grau superlativo absoluto, intensifica-se a caracterís-
ou intensificar as características que atribuem. Há, portanto, tica atribuída pelo adjetivo a um determinado ser. O super-
dois graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo. lativo absoluto pode ser analítico ou sintético:
a) O superlativo absoluto analítico é formado normal-
Grau comparativo mente com a participação de um advérbio:
Compara-se a mesma característica atribuída a dois ou Você é muito crítico. Ele é demasiadamente exigente.
mais seres ou duas ou mais características atribuídas a um Somos excessivamente tolerantes.
mesmo ser. Observe as frases seguintes:
b) O superlativo absoluto sintético é expresso com a
Comparativo Ele é tão exigente quanto justo. participação de sufixos. O mais comum deles é -íssimo; nos
de igualdade Ele é tão exigente quanto (ou adjetivos terminados em vogal, esta desaparece ao ser acres-
como) seu irmão. centado o sufixo do superlativo:
Trata-se de um artista originalíssimo.
Ele é exigentíssimo. Seremos tolerantíssimos.
Comparativo de Estamos mais atentos (do) que
superioridade eles. Muitos adjetivos possuem formas irregulares para expri-
Estamos mais atentos (do) que mir o grau superlativo absoluto sintético. Muitas dessas irre-
ansiosos. gularidades ocorrem porque o adjetivo, ao receber o sufixo,
reassume a forma latina. É o caso dos adjetivos terminados
Língua Portuguesa

Comparativo de Somos menos passivos (do) que em -vel, que assumem a terminação -bilíssimo:
inferioridade eles. volúvel – volubilíssimo / indelével – indelebilíssimo
Somos menos passivos (do) que
tolerantes Os adjetivos terminados em -io formam o superlativo
absoluto sintético em -íssimo:
Os adjetivos bom, mau, grande e pequeno têm formas sério – seriíssimo
sintéticas para o grau comparativo de superioridade: melhor, necessário – necessariíssimo
pior, maior e menor, respectivamente: frio – friíssimo

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Locução Adjetiva h) Seria um homem bom.
i) É uma solução boa.
Compõe-se de preposição (de) e substantivo. Ex.: de pai j) Teria sido um animal feroz.
(paterno), bucal (da boca). Essa correspondência entre lo­ k) Fora um espírito livre.
cução adjetiva e adjetivo, no entanto, nem sempre se verifica, l) É um sujeito magro.
ou por não existir um dos dois, ou por não ser preservado o m) É um país pobre.
sentido quando se substitui um pelo outro. Colar de marfim, n) Tinha sido uma pessoa simpática.
por exemplo, é expressão usada cotidianamente, mas seria o) É uma alma volúvel.
pouco recomendável dizer, no mesmo contexto cotidiano,
colar ebúrneo ou colar ebóreo, porque tais adjetivos têm 5. Alguns concursos cobram diferença entre o nível formal
uso restrito à linguagem literária e, portanto, seriam ade- e o nível coloquial. Observe algumas dessas formas co-
quados somente em contextos eruditos, mais formais. Ana- loquiais nas frases abaixo; reescreva as frases utilizando
logamente, contrato leonino é uma expressão empregada na o superlativo absoluto apropriado à língua formal.
linguagem jurídica; entretanto, é pouquíssimo provável que a) É um piloto hiperveloz!
os advogados passem a dizer contrato de leão. b) Crianças subnutridas têm uma constituição vulnerá-
Observe: vel, vulnerável.
A greve de professores tem tomado proporções incontro- c) Ela adotou uma posição supercrítica.
láveis. O movimento docente se justifica em face da inércia d) É superpossível que a gente vá viajar.
do governo. e) Tem uma cabeça arquipequena!
f) É um cão supermanso.
g) Ele é arquiamigo de meu irmão.
EXERCÍCIOS h) É uma planta fragilzinha.
i) Saiu daqui felizinho da silva!
1. Complete as frases abaixo com a forma apropriada do j) É um cara sabidão!
adjetivo colocado entre parênteses.
a) Apesar de ser uma dentista ___________________
(recém-formado), possuía já uma ______________ GABARITO
(numeroso) clientela.
b) Comprei uma camisa __________________ (ama- 1. a) recém-formada, numerosa.
relo-claro) e um chapéu __________________ (cor- b) amarelo-clara, cor-de-rosa.
-de-rosa) para desfilar no Carnaval. c) sandia, amarelo-limão.
c) Aquela moça é __________ (sandeu). Onde já se viu d) sulinas, europeia.
dar tanto dinheiro por uma motocicleta __________ e) branca, azul-marinho, pretos.
____________ (amarelo-limão)!
d) Todas aquelas famílias __________ (sulino) são de 2. a) É um indivíduo tão capaz quanto seus companheiros.
b) É um rio menos poluído (do) que outros.
origem __________ (europeu).
c) É um animal mais feroz (do) que outros.
e) Sou do tempo em que se usava camisa __________
d) É uma cidade menor (do) que as cidades vizinhas.
(branco), calça _____________________ (azul-ma-
rinho) e sapatos __________ (preto) como uniforme 3. a) é a mais razoável de todas.
nos colégios ____________ (estadual). b) é o mais aplicado de todos.
c) é a pior de todas.
2. Seguindo o modelo, construa frases comparativas a d) é o maior de todos.
partir dos elementos fornecidos em casa item seguinte.
A relação de comparação a ser feita vem indicada entre 4. a) fragílima
parênteses. b) talentosíssimo.
País pobre – países vizinhos (igualdade) c) agílimo
É um país tão pobre quanto (ou como) os países vizinhos. d) agradabilíssimo
a) indivíduo capaz – seus companheiros (igualdade). e) amabilíssima
b) rio poluído – outros rios (inferioridade). f) antiguíssima
c) animal feroz – outros animais (superioridade). g) audacíssimo
d) cidade pequena – cidades vizinhas (superioridade). h) boníssimo
I) boníssima
3. Complete as frases de acordo com o modelo. j) ferocíssimo
Ela não é apenas uma funcionária competente: ela é a k) libérrimo
mais competente de todas! l) macérrimo/magríssimo
a) Esta não é apenas uma solução razoável: m) pobríssimo/paupérrimo
b) Ele não é apenas um aluno aplicado: n) simpaticíssima
c) Esta não é apenas uma má saída: o) volubilíssima
d) Ele não é apenas um grande amigo:
5. a) velocíssimo
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4. Complete as frases de acordo com o modelo: b) vulnerabilíssima


É um poema belo. Não: é belíssimo! c) criticíssima
a) A vida é frágil. d) possibilíssimo
b) Era um homem talentoso. e) mínima
c) É um jogador ágil. f) mansuetíssimo
d) Foi um lugar agradável. g) amicíssimo
e) Será uma pessoa amável. h) fragílima
f) É uma moeda antiga. i) felicíssimo
g) É um corredor audaz. j) sapientíssimo

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Artigo b) Artigo definido: indica seres determinados dentro
de uma espécie; seu sentido é particularizante. Assume as
Canção Mínima formas o, a; os, as.
Meu vizinho gosta muito de animais: você precisa ver o
No mistério do Sem-Fim, cachorro, a gata, os tucanos e as araras que ele tem em casa.
Equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim, Combinações dos Artigos
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro, uma violeta, É muito frequente a combinação dos artigos definidos e
e, sobre ela, o dia inteiro, indefinidos com preposições. O quadro seguinte apresenta
entre o planeta e o sem-fim, a forma assumida por essas combinações:
a asa de uma borboleta.
(Cecília Meireles)
Preposições Artigos Combinações
Julgue os itens. a ao, aos, à, às
1. Nesse jogo de retomadas e acréscimos, os substantivos o, os, a, do, dos, da, das, dum, duma,
surgem inicialmente precedidos pelo artigo um (“um de
as, um, duns, dumas
planeta”, “um jardim”) e depois pelo artigo o (“no pla- uma, uns, no, nos, na, nas, num, numa,
neta”, “no jardim”). A diferença que essa troca de artigo em
umas nuns, numas
estabelece constitui passagem do particular para o geral.
2. A introdução do substantivo asa, no último verso do po- por (per) pelo, pelos, pela, pelas
ema, precedido pelo artigo a, rompe o processo indicado
na questão anterior, produzindo o efeito de retomar o Observações:
texto como um todo. 1. As formas à e às indicam a fusão da preposição a com
o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhe-
Comentários: cida por crase.
No poema “Canção mínima”, ocorre seguidamente um 2. As formas pelo(s) /pela(s) resultam da combinação
mesmo processo: um substantivo surge inicialmente pre- dos artigos definidos com a forma per, equivalente a por.
cedido pelo artigo um para, pouco depois, ser repetido,
desta vez precedido do artigo o. Dessa forma, passa-se de EXERCÍCIOS
“um planeta” para “o planeta”, de “um jardim” para “o
jardim” e de “um canteiro” para “o canteiro”. Há, nessa 1. Os artigos são responsáveis por diversos detalhes de sig-
substituição de um artigo por outro, uma evidente dife- nificação nas diferentes situações comunicativas em que
rença de significado: aquilo que era genérico e indefinido são empregados. Leia as frases seguintes e comente o
ao ser nomeado pela primeira vez surge como particula- valor dos artigos destacados.
rizado e definido ao ser retomado. No poema, esse jogo a) Estou levando produtos da região.
envolvendo artigos e substantivos é o principal recurso b) O menino estava tão encabulado que não sabia o que
no caminho do amplo e universal ao mínimo e particular. fazer com as mãos.
c) Em poucos instantes, pôs-se a chorar e a chamar pela
Artigo é a palavra que pressupõe substantivo escrito. mãe.
Generaliza ou particulariza o sentido desse substantivo. Ob- d) A carne está custando 20 reais o quilo.
serve: um planeta/o planeta; um canteiro/o canteiro; um e) Aquele era o momento de minha vida.
jardim/o jardim; uma violeta/a violeta.
Em muitos casos, o artigo é essencial na especificação 2. Explique as diferenças de significado entre as frases de
do gênero e do número do substantivo. cada par:
O jornalista recusou o convite do representante dos ar- a) Todo dia ele faz isso.
tistas. A jornalista recusou o convite da representante das Todo o dia ele faz isso.
artistas. b) Pedro não veio.
A empresa colocou em circulação o ônibus de três eixos. O Pedro não veio.
A empresa colocou em circulação os ônibus de três eixos. c) Essa caneta é minha.
Essa caneta é a minha.
Quando antepostos a palavras de qualquer classe gra- d) O dirigente sindical apresentou reivindicações dos
matical, os artigos as transformam em substantivos. Nesses trabalhadores na reunião.
casos, ocorre a chamada derivação imprópria. O dirigente sindical apresentou as reivindicações dos
É um falar que não tem fim. trabalhadores na reunião
O assalariado vive um sofrer interminável. e) Chico Buarque, grande compositor brasileiro, é tam-
O aqui e o agora nem sempre se conjugam favoravel- bém escritor.
mente. Chico Buarque, o grande compositor brasileiro, é tam-
bém escritor.
Sintaticamente, os artigos atuam sempre como adjuntos
Língua Portuguesa

adnominais. 3. Observe:
“... foram intimados a comparecer...”
Classificação dos artigos “... não a fizeram...”
“... a sua oração...”
a) Artigo indefinido: indica seres quaisquer dentro de
uma mesma espécie; seu sentido é genérico. Assume as for- As três ocorrências do a são, respectivamente:
mas um, uma; uns, umas. a) preposição, pronome, preposição.
Gosto muito de animais: queria ter um cachorro, uma b) artigo, artigo, preposição.
gata, uns tucanos e umas araras. c) pronome, artigo, preposição.

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d) preposição, pronome, artigo. Numeral
e) artigo, pronome, pronome.
Do Ponto de Vista Semântico
4 Assinale a opção correta.
a) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos cinco.
b) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos cinco livros. Numeral é a palavra que quantifica numericamente os
c) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos os cinco. seres ou indica a ordem que eles ocupam numa certa se-
d) Mostraram-me cinco livros. Comprei a todos cinco quência.
livros. Apenas dois fatos ocorreram.
e) Nenhuma das alternativas. Apenas o segundo fato merece atenção.

5 “O policial recebeu o ladrão a bala. Foi necessário ape- Subclassificação do Numeral


nas um disparo: o assaltante recebeu a bala na cabeça e
morreu na hora.”
No texto, os vocábulos destacados são, respectivamente: • Cardinal: indica uma quantidade determinada de seres.
a) preposição e artigo. Há cinco vagas para cem candidatos.
b) preposição e preposição. • Ordinal: indica a posição relativa de um ou vários seres
c) artigo e artigo. numa determinada sequência.
d) artigo e preposição. Acerte o quarto botão da esquerda para a direita.
e) artigo e pronome indefinido. • Multiplicativo: indica quantas vezes uma quantidade
é multiplicada.
6 Procure e assinale a única opção em que há erro no em- Os especuladores lucraram o triplo do capital investido.
prego do artigo. • Fracionário: indica em quantas partes uma quantidade
a) Nem todas as opiniões são valiosas. é dividida.
b) Disse-me que conhece todo o Brasil. Os agricultores só recuperaram um terço das sementes
c) Leu todos os dez romances do escritor.
plantadas.
d) Andou por todo Portugal.
e) Todas as cinco, menos uma, estão corretas.
Do Ponto de Vista Sintático
7 Assinale a opção em que há erro.
a) Li a notícia no Estado de S. Paulo. O numeral, sintaticamente, pode funcionar como:
b) Li a notícia em O Estado de S. Paulo. • palavra adjetiva
c) Essa notícia, eu a vi em A Gazeta. O juiz expulsou dois jogadores.
d) Vi essa notícia em A Gazeta. O corretor cometeu duplo engano.
e) Foi em O Estado de S. Paulo que li a notícia.
• palavra substantiva
8 Indique o erro quanto ao emprego do artigo.
Dois mais dois são quatro.
a) Em certos momentos, as pessoas as mais corajosas
A inflação subiu o dobro em 1982.
se acovardam.
b) Em certos momentos, as pessoas mais corajosas se
acovardam. Do Ponto de Vista Mórfico
c) Em certos momentos, pessoas as mais corajosas se
acovardam. Numeral cardinal: exceto um, os cardinais são todos
d) Em certos momentos, as mais corajosas pessoas se plurais. Os cardinais terminados em ão ocorrem sob forma
acovardam. singular e plural (um milhão / dois milhões) e são masculinos.
Os milhares de vítimas (certo).
GABARITO As milhares de vítimas (errado).

1. a) Região específica. Os cardinais um, dois e todas as centenas a partir de


b) Sentido de posse (mãos dele). duzentos apresentam forma masculina e feminina.
c) Posse (mãe dele). um – uma; dois – duas; duzentos – duzentas; novecentos
d) Sentido de cada quilo.
– novecentas
e) Momento específico.

2. a) Diariamente x O dia inteiro. Numeral ordinal: flexiona-se em gênero e número.


b) Qualquer Pedro, pouco conhecido x Pedro especí- primeiro – primeira
Língua Portuguesa

fico, bem conhecido. primeiro – primeiros


c) Uma entre minhas canetas x Minha única caneta.
d) Algumas reivindicações x A totalidade das reivindi- Numeral multiplicativo: flexiona-se em gênero e número
cações. quando funcionam como palavras adjetivas. Caso contrário,
e) Um dos grandes compositores brasileiros x O único ficam invariáveis.
grande, o maior compositor brasileiro. Arriscou dois palpites duplos.
O atacante cometeu dupla falta.
3. d 4. c 5. a 6. d 7. a
Os atletas renderam o dobro do que costumavam.

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Alguns numerais multiplicativos Leitura dos ordinais superiores a dois mil

duplo ou dobro = duas vezes Segundo a tradição gramatical, nos ordinais superiores
triplo ou tríplice = três vezes a dois mil (2000), lê-se o milhar como cardinal e os demais
quádruplo = quatro vezes como ordinais. Ex.: 2101ª inscrição – a duas milésima centési-
quíntuplo = cinco vezes ma primeira inscrição. Nesse caso, entretanto, o número todo
sêxtuplo = seis vezes pode ser lido como ordinal. Ex.: 10203º quilômetro rodado –
séptuplo, sétuplo = sete vezes o décimo milésimo ducentésimo terceiro quilômetro rodado.
óctuplo = oito vezes Obs.: Muitas vezes, como forma de compensar a dificul-
nônuplo = nove vezes dade de se ler um ordinal muito extenso, usa-se o cardinal
décuplo = dez vezes posposto ao substantivo. O cardinal, nessa situação, fica
undécuplo = onze vezes invariável. Ex.: Usa-se inscrição 2101 e lê-se: inscrição dois
duodécuplo = doze vezes mil cento e um, em vez de 2101ª inscrição (dois milésima
cêntuplo = cem vezes centésima primeira inscrição).

Desses, os mais usados são duplo ou dobro e triplo ou Bento XVI – Século XIX
tríplice. Os demais, muito menos usados, são substituídos Na inscrição de séculos, reis, papas, capítulos de obras:
pelo cardinal seguido de vezes. Assim, em vez de undécuplo, • Usa-se o ordinal até dez:
usa-se onze vezes; em vez de duodécuplo, usa-se doze vezes. século V = século quinto
Obs.: Muitas vezes o numeral foge do seu significado exato, Paulo VI = Paulo sexto
indicando uma quantidade indefinida e conseguindo, com • Usa-se o cardinal acima de dez:
isso, um efeito expressivo ou enfático. século XIX = século dezenove
Eu já lhe disse mil vezes que não gosto dessa sua atitude. Luiz XIV = Luiz quatorze
(exagero) Bento XVI = Bento dezesseis
Obs.: se, nesses casos, o numeral vier antes do substan-
Numeral fracionário: concorda com o cardinal indicador tivo, sempre se usa o ordinal:
vigésimo século
do número de partes em que se dividiu a quantidade. Com-
décimo nono século
prou um terço das terras do município.
Comprou dois quartos da produção anual.
Obs.: O fracionário meio concorda em gênero e número EXERCÍCIOS
com o substantivo a que se refere.
É meio-dia e meia (hora). 1. Complete os espaços, segundo o modelo:
São homens de meias palavras. O dólar subiu duas vezes mais. (o dobro)
a) Cada quilo de grão produziu dez vezes mais. _________
b) Em condições mais favoráveis, os operários renderão
Leitura dos Numerais Fracionários cem vezes mais. __________
Apenas dois numerais fracionários apresentam formas 2. Complete os espaços vazios com o numeral fracionário,
típicas: meio e terço. Os demais fracionários são indicados segundo o modelo:
de duas maneiras: Queria duas de cada cem sacas de café. (dois centésimos)
• por um cardinal (representando o numerador da fra- a) Seu lucro era de um por mil. ___________________
ção) seguido de um ordinal (representando o deno- ______________________
minador). 1/4 = um quarto; 2/8 = dois oitavos ; 5/10 = b) Pretendia nove partes entre cinquenta da produção.
cinco décimos ; 3/100 = três centésimos; _______________________
• por um cardinal (representando o numerador) e outro c) A seca estragou sete de cada dez alqueires da plan-
cardinal seguido de avos (representando o denomina- tação. _____________________________
dor). Esse processo é utilizado para os ordinais que se d) Treze entre vinte e cinco perfurações jorravam petró-
situam no intervalo de onze a noventa e nove. leo. _____________________________
5/12 = cinco doze avos ; 3/67 = três sessenta e sete
avos 3. Classifique os numerais destacados nos versos a seguir.
“A primeira vez que te vi, / Era menino e tu menina (...)
Alguns numerais cardinais e ordinais apresentam formas Quando te vi pela segunda vez, / Já eras moça. (...)
variantes: quatorze / catorze; bilhão / bilião; septuagésimo / Vejo-te agora. Oito anos faz / Oito anos que não te via...
setuagésimo. Entretanto, as formas cincoenta (50) e hum (1), (...)” (Manuel Bandeira)
Língua Portuguesa

ainda que usadas nas relações bancárias, não são registradas


e, portanto, devem ser tidas como erradas. Resposta:
Primeira: _____________________________________
Leitura do cardinal Segunda: _____________________________________
Oito: _________________________________________
Na leitura (ou escrita por extenso) do cardinal, coloca-se
e após as centenas e após as dezenas. 4. “Inquietante expectativa marcou a aproximação do 800º.
2623 = dois mil seiscentos e vinte e três. pavimento.” (Murilo Rubião)

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A leitura correta do numeral destacado na frase acima é: GABARITO
a) octogésimo.
b) octagésimo. 1. a) O décuplo
c) octogenário. b) O cêntuplo
d) octingentésimo. 2. a) Um milésimo
b) Nove cinquenta avos
5. Estabeleça correspondência entre as duas colunas, rela- c) Sete décimos
cionando o numeral cardinal ao ordinal correspondente. d) Treze vinte avos
a) 91 ( ) quinquagésimo quinto 3. Ordinal, ordinal, cardinal.
b) 901 ( ) quingentésimo quinto 4. d
c) 55 ( ) nonagésimo primeiro 5. c, d, a, b, e ,f
d) 505 ( ) noningentésimo primeiro 6. Cinco mil seiscentos e cinquenta e sete reais e doze
e) 704 ( ) setingentésimo quarto centavos.
f) 74 ( ) setuagésimo quarto 6. b
7. C
6. No preenchimento de cheques, faz-se uso dos numerais 8. c
cardinais. Preencha o cheque abaixo com a quantia indi-
cada. Advérbio e Locução Adverbial
Pague por este cheque a quantia de: R$5657,12
______________________________________________ Advérbio exprime uma circunstância do fato expresso
______________________________________________ pelo verbo, pelo adjetivo ou pelo advérbio.
_____________________________________________
ou a sua ordem. Um advérbio
Longe, o rio roncava ameaçadoramente.
6. Assinale a alternativa em que o numeral não está em-
pregado corretamente. Uma locução adverbial
a) A citação encontra-se à altura da página vinte e duas. Fabiano falava com dificuldade.
b) As declarações estão na página duzentos e trinta e
dois. Uma oração adverbial
c) A vigésima quarta hora já havia soado. Quando começou a chuva, todos se recolheram.
d) A encomenda foi entregue na Rua Vinte e um, casa
dois. Conforme a circunstância que exprimir, o advérbio ou a
locução adverbial podem ser:
7. Assinale a alternativa que traz a leitura correta dos nu- De modo: O vento soprava fortemente.
merais destacados nas frases seguintes. De lugar: A família estava em tomo da fogueira.
I – “João Paulo II manteve-se em Roma por 27 anos.” De tempo: Amanhã procuraremos água fresca.
II – Segundo dizem, o capítulo X é o mais interessante De afirmação: De fato, o tempo se apresenta nublado.
do livro todo. De negação: Não era propriamente uma conversa de
III – A supremacia papal entrou em declínio no fim do amigos.
século XI. De dúvida: Talvez o frio diminua pela madrugada.
IV – Tutmósis III subiu ao trono egípcio em 174+9 1479 De intensidade: Iniciou uma história bastante confusa.
a.C. De causa: Os meninos tremiam de frio.
De companhia: Os meninos mais velhos saíram com o pai.
a) João Paulo Dois; capítulo dez; século onze; Tutmósis De instrumento: O garoto feriu-se com a faca.
três. De meio: Fabiano navegava a vela.
b) João Paulo Segundo; capítulo décimo; século décimo De fim ou finalidade: O lenhador trouxe o machado para
primeiro; Tutmósis terceiro. o trabalho.
c) João Paulo segundo; capítulo décimo; século onze; De concessão: Apesar do calor, permanecemos na praia.
Tutmósis terceiro. De preço: Vendemos os ovos a cinco cruzeiros.
d) João Paulo segundo; capítulo dez; século onze; Tut- De opção: Lutava contra a tempestade.
mósis terceiro.
OBS.: Estudaremos as conjunções, com maior detalhe,
8. Muitas vezes os numerais são utilizados para indicar
quantidade indeterminada. Assinale, dentre as frases juntamente com as orações subordinadas.
abaixo, aquela em que isso ocorreu:
Língua Portuguesa

a) “já pedi duzentos mil réis emprestados ao André Preposição


Gonzaga, para as alianças e outros proveitos.” (José
Candido de Carvalho) Preposição é a palavra invariável que liga dois termos da
b) “Como e por que lhe veio aos vinte anos a deter- oração, subordinando um ao outro.
minação de sair do convento, não sei (...)” (Clarice Chegou de ônibus.
Lispector)
c) “Mas reconheço que em Frederico viveu uma raposa O termo que antecede a preposição é denominado re-
de mil astúcias.” (José Cândido de Carvalho) gente; o termo que a sucede é denominado regido.

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Classificação das Preposições d) O mendigo morreu de fome.
e) Ganhei uma linda caneta de ouro.
a) Essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, f) Os cavalos partiram a galope.
em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás. g) Arrombaram a porta com uma chave falsa.
Obs.: A preposição per só é utilizada na expressão de per h) Ele não entende nada de política.
si (que significa cada um por sua vez, isoladamente) ou nas i) A vaca não vai para o brejo.
contrações pelo, pela, pelos, pelas. j) Ante o crime organizado, o governo tomará atitude.
b) Acidentais. Não são efetivamente preposições, mas k) Desde maio, chove continuamente.
podem funcionar como tal: afora, conforme, consoante, du- l) Entre hoje e amanhã, sairá o resultado.
rante, exceto... m) Tu vais comparecer perante o trono.
n) Sem combater a inflação, não se pode baixar os juros.
Locução Prepositiva o) Existe interesse por concursos aqui.

Conjunto de duas ou mais palavras com valor de pre- 2. Explique a diferença de sentido entre:
posição: a) Ele queria vender antiguidades no museu.
abaixo de, acerca de, a fim de, ao lado de, apesar de, b) Ele queria vender antiguidades ao museu.
através de, de acordo com, em vez de, junto de, para
com, perto de, ... 3. Nas frases seguintes, selecione as locuções prepositivas.
a) Apesar de João ter saído cedo, de acordo com as ins-
Emprego das Preposições truções de seu pai, não chegou a tempo.
b) Em vez de Marica ficar perto de mim, ela preferiu ficar
Algumas preposições podem aparecer combinadas com junto de ti.
outras palavras. Quando na junção da preposição com outra
palavra não houver alteração fonética, temos combinação. 4. Reescreva as frases seguintes, corrigindo-as.
Caso a preposição sofra redução, temos contração. a) Está na hora do menino sair.
b) Chegou a hora do povo falar.
combinação contração
5. As relações expressas pelas preposições estão corretas
ao (a + o) do (de + o)
na sequência:
aos (a + os) dum (de + um) I – Sai com ela.
aonde (a + onde) desta (de + esta) II – Ficaram sem um tostão.
III – Esconderam o lápis de Maria.
Obs.: Não se deve contrair a preposição de com o artigo IV – Ela prefere viajar de navio.
que encabeça o sujeito de um verbo. V – Estudou para passar.
Está na hora da onça beber água. (errado)
Está na hora de a onça beber água. (certo) a) companhia, falta, posse, meio, fim.
b) falta, companhia, posse, meio, fim.
Esta regra vale também para construções como: c) companhia, falta, posse, fim, meio.
Chegou a hora sair. (Errado) d) companhia, posse, falta, meio, fim.
Chegou a hora de ele sair. (Errado) e) companhia, falta, meio, posse, fim.
As preposições podem assumir inúmeros valores:
• de lugar: ver de perto
GABARITO
• de origem: ele vem de Brasília
• de causa: morreu de fome 1. a) oposição
b) lugar fixo
• de assunto: falava de futebol c) distância
• de meio: veio de trem d) causa
• de posse: casa de Paulo e) material
• de matéria: chapéu de palha f) modo
g) instrumento
h) assunto
Morfossintaxe da Preposição i) lugar de destino
j) posição
A preposição não desempenha função sintática na ora- k) tempo de início
ção. Ela apenas une termos, palavras. É um conectivo e, como l) intervalo de tempo
tal, é responsável pela coesão de um texto. m) posição
Língua Portuguesa

n) condição
o) assunto.
EXERCÍCIOS 2. a) dentro do museu para visitante comprar.
b) para o museu comprar.
1. Indique as relações estabelecidas pelas preposições des- 3. a) apesar de, de acordo com
tacadas nas frases seguintes. b) em vez de, perto de, junto de
a) Ergueram-se todos contra Getúlio. 4. a) Está na hora de o menino sair.
b) Resido em São Paulo há anos. b) Chegou a hora de o povo falar.
5. a
c) O estádio fica a dois quilômetros daqui.

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Interjeição Já as letras I e S representam os modos indicativo e sub-
juntivo, respectivamente.
Palavra invariável que exprime sensações e estados emo- Em cada tempo, observe a terminação que o verbo ado-
cionais. tará, conforme a conjugação.
1 – primeira conjugação: final – ar. Cantar.
2 – segunda conjugação: final – er. Comer.
Tipos de Interjeição 3 – terceira conjugação: final – ir. Sorrir.
Classifica-se de acordo com o sentimento traduzido:
• Alegria: oba!, oh!, ah! Viva!, aleluia!, maravilha I – Modo Indicativo S – Modo Subjuntivo
• Alívio: ufa!, uf!, arre!, até que enfim a – presente g – presente
• Animação ou estímulo: coragem!, vamos!, avante!, b – futuro do presente h – futuro
eia!, firme! c – futuro do pretérito i – pretérito imperfeito
• Aplauso: bravo!, bis!, viva! d – pretérito imperfeito
• Desejo: tomara!, oxalá! e – pretérito perfeito
• Dor: ai!, ui! f – pretérito mais-que-perfeito
• Espanto ou surpresa: ah!, chi!, ih!, oh!, ué!, puxa!,
uau!, opa!, caramba!, gente!, céus!, uai!, hem! (va- Padrão dos Verbos Regulares
riante: hein!), hã!
• Impaciência: hum! Na primeira pessoa singular (EU)
• Invocação ou chamamento: olá!, alô!, ô!, psiu!, psit!,
ó!, atenção!, olha! c b
• Silêncio: silêncio!, psiu! 1 – ria 1 – rei
2 – ria 2 – rei
• Suspensão: alto!, basta!, chega!
3 – ria 3 – rei
• Medo ou terror: credo!, cruzes!, uh!, ai!, Jesus!, ui!
• Tristeza: oh! meu Deus! que pena! que azar!

Obs.: Essa lista pode ser aumentada com palavras que a


passam a funcionar como interjeições, dependendo do con- 1–o
texto em que ocorrem. 2–o
3–o
Locuções Interjetivas

São grupos de duas ou mais palavras que funcionam


como interjeições: d (antigamente) e (ontem) f (outrora)
Valha-me Deus! 1 – ava 1 – ei 1 – ara
Meu Deus do céu! 2 – ia 2 – i 2 – era
Ai, meu Deus! 3 – ia 3 – i 3 – ira
Minha Nossa Senhora!
Jesus Cristo!
Macacos me mordam! h
Ai de mim! 1-r
Ora, bolas! 2-r
Oh, céus! (se/ quando) 3-r
Que horror!
Puxa vida!
Raios o partam!
Quem me dera!
Que coisa incrível!
g 1–e
Quem diria!
(que) 2–a
Cruz-credo!
3–a
Alto lá!
Bico fechado! i (se) 1-asse
2-esse
EMPREGO/CORRELAÇÃO DE TEMPOS E 3-isse
EXERCÍCIOS
Língua Portuguesa

MODOS VERBAIS
Conjugue os verbos cantar, vender e partir em todos os
Tempos Verbais tempos simples.

Para visualizar e memorizar melhor, vamos esquematizar os Verbos irregulares sofrem mudança de letra e som no
tempos e modos verbais com suas desinências (terminações). radical e ou nas terminações padronizadas acima, para ver-
No esquema a seguir, observe as letras a, b, c, d, e, f, g, bos regulares. Repito: muda letra e som. Não basta mudar
h, i. Essas letras representam os tempos verbais. letra para ser verbo irregular.

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Certa vez a prova do concurso do Senado perguntou se Conjugação dos Verbos Irregulares Ver e Vir
o verbo “agir” é irregular. Vamos fazer o teste?
O teste consiste em conjugar o verbo em uma pessoa c b
qualquer, no presente, no passado e no futuro. Se for regu- 2 – veria 2 – verei
lar, o verbo passa no teste completo, mantém-se inalterado. 3 – viria 3 – virei
Talvez mude letra, mas não muda o som.
Já para ser irregular, o verbo só precisa de uma mudança a
em um desses tempos. 2 – vejo
3 – venho
TESTE:
Verbo Presente Passado Futuro Classifi- d (antigamente) e (ontem) f (outrora)
cação 2 – via 2 – vi 2 – vira
Agir Eu ajo Eu agi Eu agirei Regular 3 – vinha 3 – vim 3 – viera
(muda só (no padrão) (no padrão)
letra) h
(se / quando) 2 – vir
Fazer Eu faço Eu fiz Eu farei Irregular
3 – vier
(mudou (mudou Observe
letra e letra e som) que perde
som) o “z”. g
(que) 2 – veja
Observação:
Alguns verbos sofrem tantas alterações que seu radical 3 – venha
desaparece e muda totalmente ao longo da conjugação. Cha- i
mamos tais verbos de anômalos: SER e IR. (se) 2 – visse
3 – viesse
Conjugação dos Dois Verbos Anômalos: Ser e Ir
EXERCÍCIOS
c b
2 – seria 2 – serei Conjugue os verbos ver e vir em todos os tempos simples.
3 – iria 3 – irei
Conjugação dos Verbos Irregulares Haver, Ter e Pôr

a c b
2 – sou haveria haverei
3 – vou teria terei
poria porei
d (antigamente) e (ontem) f (outrora) a
2 – era 2 – fui 2 – fora hei
3 – ia 3 – fui 3 – fora tenho
h ponho
(se / quando) 2 – for d (antigamente) e (ontem) f (outrora)
3 – for havia houve houvera
tinha tive tivera
punha pus pusera
g
(que) 2 – seja h
3 – vá (se / quando) houver
tiver
i puser
(se) 2 – fosse
3 – fosse
g
EXERCÍCIOS (que) haja
tenha
Conjugue os verbos ser e ir em todos os tempos simples. ponha
Língua Portuguesa

Nas provas de concursos em geral, podemos observar


que basta conhecer a conjugação de nove verbos irregulares. i
E, melhor ainda, basta conhecer bem três tempos verbais (se) houvesse
em que as questões incidem mais. É claro que não ficamos tivesse
dispensados de conhecer todos os tempos verbais. pusesse
Esses verbos mais importantes formam famílias de verbos EXERCÍCIOS
derivados deles. O resultado é que ficamos sabendo, por
tabela, um número grande de verbos. Conjugue os verbos haver, ter e pôr em todos os tempos
São eles: ser, ir, ver, vir, intervir, ter, pôr, haver, reaver. simples.

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Verbos defectivos apresentam falhas na conjugação. Mas Flexão de Modo
tenha cuidado: a falha ocorre apenas no presente. Esses
verbos não serão defectivos no passado, nem no futuro. Modo Indicativo
Flexão Verbal Indica atitude do falante e condições do fato.
O modo indicativo traduz geralmente a segurança: Estu-
Verbo é a palavra variável que expressa:
dei. Não agi mal. Amanhã chegarão os convites.
• ação (estudar)
• posse (ter, possuir)
• fato (ocorrer) Tempos do Modo Indicativo
• estado (ser, estar) Presente: basicamente significa o fato realizado no mo-
• fenômeno (chover, ventar), situados no tempo: chove mento da fala. Ele estuda Francês. A prova está fácil.
agora, choveu ontem, choverá amanhã. Pode significar também:
• Permanência: O Sol nasce no Leste. José é pai de Jesus.
Conjugação é a distribuição dos verbos em sistemas con- A Constituição exige isonomia.
forme a terminação do infinitivo: • Hábito: Márcio leciona Português. Vou ao cinema todos
-ar → cantar, estudar: primeira conjugação os domingos.
-er → ver, crer: segunda conjugação • Passado histórico: Cabral chega ao Brasil em 1500.
-ir → dirigir, sorrir: terceira conjugação. Militares governam o Brasil por 20 anos.
• Futuro próximo: Amanhã eu descanso. No próximo ano,
As vogais a, e, i dessas terminações chamam-se vogais o país tem eleições.
temáticas. Somente “pôr” e derivados (compor, repor) ficam • Pedido: Você me envia os pedidos do memorando
sem vogal temática no infinito, mas têm nas conjugações: amanhã.
põe, pusera etc.
• Radical: é a parte invariável do verbo no infinitivo, re- O presente dos verbos regulares se forma com adição ao
tirada a vogal temática e a desinência “-r”: cant-, cr-, radical das terminações:
dirig-. • 1a conjugação: -o, -as, -a, -amos, -ais, -am: canto, can-
• Tema: é o resultado de juntar a vogal temática ao ra- tas, canta, cantamos, cantais, cantam.
dical: canta-, cre-, dirigi-.
• 2a conjugação: -o, -es, -e, -emos, -eis, -em: vivo, vives,
• Rizotônica: é a forma verbal com vogal tônica no radi-
cal: estUda, vIvo, vImos. vive, vivemos, viveis, vivem.
• Arrizotônica: é a forma verbal com vogal tônica fora • 3a conjugação: -o, -es, -e, -imos, -is, -em: parto, partes,
do radical: estudAmos, vivEis, virIam. parte, partimos, partis, partem.
• Flexão verbal: pode ser de número (singular e plural),
de pessoa (primeira, segunda, terceira) ou de tempo e Pretérito imperfeito
modo. Passado em relação ao momento da fala, mas simultâneo
– flexão de número: no singular, eu aprendo, ele che- em relação a outro fato passado. Pode significar:
ga; no plural, nós aprendemos, eles chegam. • Hábitos no passado: Quando jogava no Santos, Pelé
– flexão de pessoa: na primeira pessoa, ou emissor fazia gols espetaculares.
da mensagem, eu canto, nós cantamos; eu venho, • Descrição no passado: Ela parecia satisfeita. A estrada
nós vimos. Na segunda pessoa, o receptor da men- fazia uma curva fechada.
sagem: tu cantas, vós cantais; tu vens, vós viestes. • Época: Era tempo da seca quando Fabiano emigrou.
Obs.: Quando “vós” se refere a uma só pessoa, indica • Simultaneidade: Paulo estudava quando cheguei. Es-
singular apesar de tomar a flexão plural: Senhor, Vós tava conversando quando a criança caiu.
que sois todo poderoso, ouvi minha prece. • Frequência, causa e consequência: Eu sorria quando
ela chegava.
Flexão de Tempo • Ação planejada, mas não feita: Eu ia estudar, mas
chegou visita. Pretendíamos chegar cedo, mas houve
Situa o momento do fato: presente, pretérito e futuro. congestionamento.
São três tempos primitivos: infinitivo impessoal, presente
• Fábulas, lendas: Era uma vez um professor que canta-
do indicativo e pretérito perfeito simples do indicativo.
va...
Derivações: • Fato preciso, exato: Duas horas depois da prova, o ga-
• Do infinitivo impessoal, surge o pretérito imperfeito barito saía no site da banca.
do indicativo, o futuro do presente do indicativo, o
futuro do pretérito do indicativo, o infinitivo pessoal, O imperfeito se forma com adição ao radical das termi-
o gerúndio e o particípio. nações a seguir (exceto ser, ter, vir e pôr):
• Da primeira pessoa do singular (eu) do presente do • 1a conjugação: -ava, -avas, -ava, -ávamos, -áveis, -avam:
indicativo, obtemos o presente do subjuntivo. cantava, cantavas, cantava, cantávamos, cantáveis,
cantavam.
Língua Portuguesa

• Da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito sim-


ples do indicativo, encontramos o pretérito mais que • 2a e 3a conjugação: -ia, -ias, -ia, -íamos, -íreis, -iam:
perfeito do indicativo, o pretérito imperfeito do sub- vivia, vivias, vivia, vivíamos, vivíeis, viviam.
juntivo e o futuro do subjuntivo.
Os tempos podem assumir duas formas: Pretérito perfeito simples
• Simples: um só verbo: Estudo Francês. Terminamos o Ação passada terminada antes da fala. Forma-se, nos
livro. Faremos revisão. verbos regulares, com adição ao radical das terminações:
• Composto: verbos “ter” ou “haver” com particípio: • 1ª conjugação: -ei, -aste, -ou, -amos, -astes, -aram: can-
tenho estudado, tínhamos estudado, haveremos feito. tei, cantaste, cantou, cantamos, cantastes, cantaram.

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• 2ª conjugação: -i, -este, -eu, -emos, -estes, -eram: vivi, Forma-se com o futuro do presente de ter (ou haver)
viveste, viveu, vivemos, vivestes, viveram. mais o particípio: teremos lido, haveremos lido.
• 3ª conjugação: -i, -iste, -iu, -imos, -istes, -iram: parti,
partiste, partiu, partimos, partistes, partiram. Futuro do pretérito simples
• Futuro em relação a um passado: Ele me disse que
Pretérito perfeito composto estaria aqui até as 17h.
Indica repetição ou continuidade do passado até o pre- • Hipóteses, suposições: Iríamos se ele permitisse.
sente: Tenho feito o melhor possível. Não temos nos preju- • Incerteza sobre o passado: Quem poderia com isso?
dicado. Ele teria 25 anos quando se formou.
Forma-se com o presente do indicativo de ter (ou haver) • Surpresa ou indignação: Nunca aceitaríamos tal humi-
mais o particípio. lhação! Seria possível uma crise assim?
• Desejo presente de modo educado: Gostariam de sair
Pretérito mais que perfeito simples conosco? Poderia me ajudar?
Fato concluído antes de outro no passado. Usa-se:
• Em situações formais na escrita: Já explicara o conte- Forma-se com adição ao infinitivo de: -ia, -ias, -ia, -íamos,
údo na aula anterior. -íeis, -iam:
• Para substituir o imperfeito do subjuntivo: Comportou- cantaria, cantarias, cantaria, cantaríamos, cantaríeis,
-se como se fora (=fosse) senhora das terras. cantariam.
• Em frases exclamativas: Quem me dera trabalhar no viveria, viverias, viveria, viveríamos, viveríeis, viveriam.
Senado. (Exceto fazer, dizer, trazer, que trocam “z” por “r”: faria,
diria, traria)
Forma-se trocando o final –ram (cantaram, viveram, par-
tiram) por: -ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -ram: Futuro do pretérito composto
cantara, cantaras, cantara, cantáramos, cantáreis, can- • Suposição no passado: Se os juros caíssem, o consumo
taram. teria aumentado.
vivera, viveras, vivera, vivêramos, vivêreis, viveram. • Incerteza no passado: Quando teriam entregado as
partira, partiras, partira, partíramos, partíreis, partiram. notas?
• Possibilidade no passado: Teria sido melhor ficar.
Pretérito mais que perfeito composto
O mesmo sentido da forma simples. Usado na língua fa- Forma-se com o futuro do pretérito simples de ter (ou
lada e também na escrita, sem causar erro, nem diminuir o
haver) mais o particípio: teria aumentado, teriam entregado.
nível culto: Já tinha explicado o conteúdo na aula anterior.
Forma-se com o imperfeito de ter ou haver mais o par-
Modo Subjuntivo
ticípio: havia explicado, tinha vivido (=vivera), havia partido
(partira).
Indica incerteza, dúvida, possibilidade. Usado sobretudo
em orações subordinadas: Quero que ele venha logo. Gosta-
Futuro do presente simples
ria que ele viesse logo. Será melhor se ele vier a pé.
Fato posterior em relação à fala: Trabalharei no Senado
em dois anos. E também:
• Fatos prováveis, condicionados: Se os juros caírem, Tempos do Modo Subjuntivo
existirá mais consumo.
• Incerteza, dúvida: Será possível uma coisa dessas? Por Presente
que estarei aqui? Indica presente ou futuro: É pena que o país esteja em
crise. (presente) Espero que os empregos voltem. (futuro)
Forma-se com adição ao infinitivo das seguintes termi- Forma-se trocando o final -o do presente (canto, vivo,
nações: -ei, -ás, -á, -emos, -eis, -ão: parto) por:
cantarei, cantarás, cantará, cantaremos, cantareis, • 1a conjugação: -e, -es, -e, -emos, -eis, -em: cante, can-
cantarão. Viverei, viverás, viverá, viveremos, vivereis, tes, cante, cantemos, canteis, cantem.
viverão. • 2a e 3a conjugação: -a, -as, -a, -amos, -ais, -am: viva,
partirei, partirás, partirá, partiremos, partireis, partirão. vivas, viva, vivamos, vivais, vivam.
(Exceto fazer, dizer e trazer, que mudam o “z” em “r”.) Exceção: dar, ir, ser, estar, querer, saber, haver: dê, dês,
dê, demos, deis, deem; vá, vás, vá, vamos, vais, vão; seja...;
Obs.: Locuções verbais substituem o futuro do presente queira...; saiba...; haja...
simples. Veja:
• com ideia de intenção: Hei de falar com ele até do- Pretérito imperfeito
mingo. Ação simultânea ou futura: Duvidei que ele viesse. Eu
• com ideia de obrigação: Tenho que falar com ele até queria que ele fosse logo. Gostaríamos que eles trouxessem
domingo. os livros.
Língua Portuguesa

• com ideia de futuro próximo ou imediato: verbo “ir” Forma-se trocando o final -ram do perfeito simples do
mais infinitivo (exceto ir e vir): Que fome! Vou almoçar. indicativo (cantaram, viveram, partiram) por: -sse, -sses,
Corre, que o carro vai sair. (vou ir, vou vir – erros) -sse, -ssemos, -sseis, -ssem: cantasse, cantasses, cantasse,
cantássemos, cantásseis, cantassem; vivesse...; partisse...
Futuro do presente composto Pretérito perfeito
Indica: • Suposta conclusão antes do tempo da fala: Talvez ele
• Futuro realizado antes de outro futuro: Já teremos lido tenha chegado. Duvido que ela tenha saído sozinha.
o livro quando o professor perguntar. • Suposta conclusão antes de um futuro: É possível que
• Possibilidade: Já terão chegado? ele já tenha chegado quando vocês voltarem.

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Forma-se com o presente do subjuntivo de ter (ou haver) ð Verbos sem “eu” no presente indicativo não pos-
mais o particípio: tenha chegado, tenha saído. suem imperativo negativo.

Pretérito mais que perfeito Formas Nominais


Passado suposto antes de outro passado: Se tivessem
lido o aviso, não se atrasariam. Não exprimem tempo nem modo. Valores de substantivo
Forma-se com o imperfeito do subjuntivo de ter (ou ha- ou adjetivo. São: infinitivo, gerúndio e particípio.
ver) mais o particípio: tivessem lido. Infinitivo é a pura ideia da ação. Subdivide-se em infini-
tivo impessoal e pessoal.
Futuro simples 1. Infinitivo impessoal: não se refere a uma pessoa, ne-
Suposição no futuro: Posso aprender o que quiser. Poderei nhum sujeito próprio. É agradável viajar. Posso falar
aprender o que quiser. com João. Usos:
Forma-se trocando o final -ram do perfeito do indicati- • Como sujeito: Navegar é preciso, viver não é preciso.
vo (cantaram, viveram, partiram) por: r, res, r, rmos, rdes, • Como predicativo: Seu maior sonho é cantar.
rem. Quando/que/se cantar, cantares, cantar, cantarmos, • Objeto direto: Admiro o cantar dos pássaros.
• Objeto indireto: Gosto de viajar.
cantardes, cantarem. Quando/que/se viver, viveres, viver,
• Adjunto adnominal: Comprei livros de desenhar.
vivermos, viverdes, viverem.
• Complemento nominal: Este livro é bom de ler.
• Em lugar do gerúndio: Estou a pensar (=Estou pen-
Futuro composto sando).
Futuro suposto antes de outro: Isso será resolvido depois • Valor passivo: O dano é fácil de reparar. Frutas boas
que tivermos recebido a verba. de comer.
Forma-se com o futuro simples do subjuntivo de ter (ou • Tom imperativo: O que nos falta é estudar.
haver) mais o particípio: tivermos recebido.
Duas formas do infinitivo impessoal:
Modo Imperativo Simples (valor de presente). Ações de aspecto não con-
cluído: Estudar Português ajuda em todas as provas. Perder
Expressa ordem, conselho, convite, súplica, pedido, a de- o jogo irrita.
pender da entonação da voz. Dirige-se aos ouvintes apenas: Composto (passado). Ações de aspecto concluído: Ter es-
tu, você, vós, vocês. tudado Português ajuda nas provas. Ter perdido o jogo irrita.
• Quando o falante se junta ao ouvinte, usa-se a primeira
pessoa plural (nós): cantemos, vivamos. 2. Infinitivo pessoal: refere-se a um sujeito próprio. Não
• O imperativo pode ser suavizado com: estudou para errar. Não estudei para errar. Não estu-
a) Presente do indicativo: Você me ajuda amanhã. damos para errarmos. Não estudaram para errarem.
b) Futuro do presente: Não matarás, não furtarás. Usos:
c) Pretérito imperfeito do subjuntivo: Se você falasse • Mesmo sujeito: Para nós sermos pássaros, precisa-
baixo! mos de imaginação.
d) Locução com imperativo de ir mais infinitivo: Felipe • Sujeitos diferentes: (Eu) Ouvi os pássaros cantarem.
rasgou a roupa; não vá brigar com ele. (eu x os pássaros)
e) Expressões de polidez (por favor, por gentileza etc.): • Preposicionado: Nós lhes dissemos isso por sermos
Feche a porta, por favor. amigos. Nós lhes dissemos por serem amigos.
f) Querer no presente ou imperfeito (interrogação), • Sujeito indeterminado: Naquela hora ouvi chegarem.
ou imperativo, mais infinitivo: Quer calar a boca?
Queria calar a boca? Queira calar a boca. Duas formas do infinitivo pessoal:
g) Infinitivo (tom impessoal): Preencher as lacunas Simples (presente). Aspecto não concluído: Por chegar-
com a forma verbal adequada. mos cedo, estamos em dia. Por chegarmos cedo, obtivemos
• O imperativo pode ser reforçado: uma vaga.
a) Com repetição: Saia, saia já daqui! Composto (passado). Aspecto concluído: Por termos
chegado cedo, estamos em dia. Por termos chegado cedo,
b) Advérbio e expressões: Venha aqui! Repito outra
obtivemos uma vaga.
vez, fique quieto! Suma-se, seu covarde!
• O imperativo pode ser:
Gerúndio é processo em ação. Papel de adjetivo ou de
a) Afirmativo advérbio: Chegou com os olhos lacrimejando. Vi-o cantando.
1. Tu e vós vêm do presente do indicativo, retiran- Usos:
do-se -s final: deixa (tu), deixai (vós). • Início da frase para: I) ação anterior encerrada (Jurando
ð Exceção: “ser” forma sê (tu) e sede (vós). vingança, atacou o ladrão.); II) ação anterior e continu-
ð Verbo “dizer” e terminados em -azer e -uzir ada (Fechando os olhos, começou a imaginar a festa.).
podem perder “-es” ou só “-s”: diz/dize (tu), • Após um verbo, para ação simultânea: Saí cantando.
traz/traze (tu), traduz/traduze (tu). Morreu jurando inocência.
Língua Portuguesa

2. Você, nós e vocês vêm do presente do subjunti- • Ação posterior: Os juros subiram, reduzindo o consumo.
vo: deixe (você), deixemos (nós), deixem (vocês).
ð Verbos sem a pessoa “eu” no presente indi- Duas formas de gerúndio:
cativo terão apenas tu e vós: abole (tu), aboli Simples (presente): aspecto não concluído. Sorrindo, olha
(vós). para o pai. Ignorando os perigos, continuou na estrada. =>
b) Negativo Forma-se trocando o -r do infinitivo por -ndo.
Copia exatamente o presente do subjuntivo: não Composto (passado): aspecto de ação concluída. Tendo
deixes tu, não deixe você, não deixemos nós, não sorrido, olhou para o pai. Tendo compreendido os perigos,
deixeis vós, não deixem vocês. abandonou a estrada.

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40 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Particípio ser, estar, ter, haver, ir, vir, andar. Devo estudar.
Com verbo auxiliar Comecei a sorrir. O carro foi lavado. Temos vivido.
• ter ou haver, locução verbal chamada tempo composto Ando estudando. Vou lavar.
(não varia em gênero e número): A polícia tem pren-
dido mais traficantes. Já havíamos chegado quando Ser: forma a voz passiva de ação. O livro será aberto
você veio. pelo escolhido.
• ser ou estar, locução verbal (varia em gênero e nú-
mero): Muitos ladrões foram presos pela milícia. Os Estar:
corruptos estão presos. ð Na voz passiva de estado: O livro está aberto.
ð Com gerúndio, ação duradoura num momento
Sem verbo auxiliar preciso: Estou escrevendo um livro.
Estado resultante de ação encerrada: Derrotados, os sol-
ter e haver
dados não ofereceram resistência. ð Nos tempos compostos com particípio: Já tinham
Forma-se trocando o -r do infinitivo por -do: beber ⇒ (ou haviam) aberto o livro. Se tivesse (ou houvesse)
bebido, aparecer ⇒ aparecido, cantar ⇒ cantado. ficado, não perderia o trem.
ð Com preposição “de” e infinitivo, sentido de obriga-
Atenção! ção (ter) ou de promessa (haver): Tenho de estudar
• Vir e derivados têm a mesma forma no gerúndio e no mais. Hei de chegar cedo amanhã.
particípio: Tenho vindo aqui todo dia. (particípio) Estou Ir
vindo aqui todo dia. (gerúndio) ð Com gerúndio, indicando:
• Se apenas estado, trata-se de adjetivo: A criança as- – ação duradoura: O professor ia entrando devagar.
sustada não dorme. – ação em etapas sucessivas: Os alunos iam chegando
• Pode ser substantivado: A morta era inocente. Muitos a pé.
mortos são enterrados como indigentes. ð No presente do indicativo mais infinitivo, indicando
intenção firme ou certeza no futuro próximo: Vou
Vozes do Verbo encerrar a reunião. Corra! O avião vai decolar!

Verbos que indicam ação admitem voz ativa, voz passiva, Vir
voz reflexiva. A voz verbal consiste em uma atitude do sujeito ð Com gerúndio, indica:
em relação à ação do verbo. – ação gradual: Venho estudando este fenômeno há
Lembrete! Sujeito é o assunto da oração. Não precisa ser tempo.
o praticante da ação. – duração rumo à nossa época ou lugar: Os alunos
vinham chegando, quando o sinal tocou.
ð Com infinitivo, sentido de resultado final: Viemos
1. Voz ativa: o sujeito só pratica ação.
a descobrir o culpado mais tarde.
O governo aumentou os juros.
2. Voz passiva: o sujeito só recebe ação. Andar, com gerúndio, sentido de duração, continui-
Os juros foram aumentados pelo governo. dade: Ando estudando muito. Ele anda escrevendo
Note que o sentido se mantém nas duas frases acima. livros.
Há dois tipos de voz passiva:
a) Passiva analítica: com verbo ser (passiva de ação) b) Pela Flexão: regular, irregular, defectivo e abundante.
ou estar (passiva de estado): Os juros foram au- • Regular: o radical e as terminações do padrão de
mentados pelo governo. O ladrão foi preso pelos cada conjugação não mudam letra e som. Pode até
guardas. O ladrão está preso. mudar letra, mas o som permanece: agir ⇒ ajo, agi,
Repare: agirei; ficar ⇒ fico, fiquei, ficarei; tecer ⇒ teço, teci,
• O agente da voz passiva (pelo governo, pelos tecerei.
guardas) indica o ser que pratica a ação sofrida • Irregular: o radical e/ou as terminações mudam letra
pelo sujeito. Preposição “por” ou “de”: Ele é e som. Não basta mudar letra. Deve mudar também
querido de todos. o som: fazer ⇒ faço, fiz, farei.
• Locuções: temos sido amados. Tenho sido ama- Obs.: fazer é capaz de substituir outro verbo na
do. Estou sendo amado. sequência de frases. Veja: Gostaríamos de reverter
b) Passiva sintética: a partícula apassivadora “se” o quadro do país como fez (=reverteu) o governo
com verbo transitivo direto (não pede preposi- anterior.
ção): Não se revisou o relatório = O relatório não • Defectivo: não possui certas formas, em razão de
foi revisado. eufonia ou homofonia.
3. Voz reflexiva: o sujeito pratica e recebe ação. Ocorre Grupo 1: impessoais e unipessoais, conjugados
apenas na terceira pessoa. Indicam fenômenos da
pronome oblíquo reflexivo (me, te, se, nos, vos): Eu me
natureza, vozes de animais, ruídos, ou pelo sentido
lavei. Ele se feriu com facas. Nós nos arrependemos tarde.
não admitem certas pessoas. chover, zurrar, zunir.
Língua Portuguesa

Grupo 2: verbos sem a primeira pessoa do singular


Classificando os Verbos no presente do indicativo e suas derivadas: abolir,
jungir, puir, soer, demolir, explodir, colorir.
a) Pela função: Grupo 3: adequar, doer, prazer, precaver, reaver,
• Principal é sempre o último verbo de uma locução urgir, viger, falir.
(verbos com o mesmo sujeito): Devo estudar. Co- • Abundante: possui mais de uma forma correta.
mecei a sorrir. Diz/dize, faz/faze, traz/traze, requer/requere, tu
• Auxiliar são os verbos anteriores na locução. Servem destruis/destróis, tu construis/constróis, nós he-
para matizar aspectos da ação do verbo principal: mos/havemos. A maioria possui duplo particípio:

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Tinha expulsado os invasores. Os invasores foram c) Os consumidores se absteram de comprar produtos
expulsos. A gráfica havia imprimido o livro. O livro de empresas que não consideram a sustentabilidade
está impresso. Tínhamos entregado a encomenda. do planeta.
A encomenda será entregue. d) A constatação de que a vida humana estaria compro-
Como regra: ter e haver pedem o particípio regular metida deteu a exploração descontrolada daquela
(-ado/-ido); ser e estar pedem o particípio irregular. área de mata nativa.
e) Com a alteração climática sobreviu o excesso de chuvas
EXERCÍCIOS que destruiu cidades inteiras com os alagamentos.

6. (FCC/Bagas) Ambos os verbos estão corretamente fle-


1. (FCC/TCE-SP) “... quando há melhoria também em fa-
xionados na frase:
tores de qualidade de vida ...”. O verbo flexionado nos
a) O descrédito sofrido pelo mais recente relatório so-
mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado breviu da descoberta de ter havido manipulação dos
está na frase: dados nele apresentados.
a) que levou nota máxima... b) As informações que comporam o relatório sobre
b) O destaque, aqui, cabe ao Tocantins. Mudanças Climáticas contiam erros só descobertos
c) era um dos estados menos desenvolvidos do país. depois de algum tempo.
d) ainda que siga como um dos mais atrasados ... c) Os relatórios sobre o aquecimento global, sem que
e) conseguiu se distanciar um pouco dos retardatários. se queresse, troxeram conclusões pessimistas sobre
a vida no planeta.
2. (FCC/Bagas) “De um lado, havia Chega de Saudade, de d) Alguns cientistas de todo o mundo tiveram sua repu-
Tom Jobim e Vinicius de Morais”. A frase cujo verbo está tação abalada por fazerem previsões aleatórias, sem
flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado na base científica.
frase é: e) Ninguém preveu com segurança as consequências
a) A “Divina” era uma cantora presa ao sambacanção... que o derretimento de geleiras poderia trazer para
b) um compacto simples que ele gravou em julho de diversas populações.
1958.
c) A batida da bossa nova, por sua vez, aparecera no 7. (FCC/Bagas) Transpondo-se o segmento “João Gilberto
LP... segue as duas estratégias” para a voz passiva, a forma
d) Quando se pergunta a João Gilberto por que... verbal resultante é:
e) Ele recompõe músicas tradicionais e contemporâneas. a) eram seguidos.
b) segue-se.
3. (FCC/PBGAS) “Assim, mesmo que tal evolução impacte c) é seguido.
d) são seguidas.
as contas públicas ...”. O verbo flexionado nos mesmos
e) foram seguidas.
tempo e modo em que se encontra o grifado está tam-
bém grifado na frase: 8. (FCC/Sergas) Transpondo-se para a voz passiva a cons-
a) Entre os fatores apontados pela pesquisa, deve ser trução “um artista plástico pesquisando linguagem”, a
considerado o controle dos índices de inflação. forma verbal resultante será:
b) Com a valorização do salário mínimo, percebe-se um a) sendo pesquisada.
aumento do poder de compra dos trabalhadores mais b) estando a pesquisar.
humildes. c) tendo sido pesquisada.
c) A última pesquisa Pnad assinala expressiva melhoria d) tendo pesquisado.
das condições de vida em todas as regiões do país. e) pesquisava-se.
d) É desejável que ocorra uma redução dos índices de
violência urbana, consolidando as boas notícias tra- 9. (FCC/Bagas) “Os relatórios do IPCC são elaborados por
zidas pela pesquisa. 3000 cientistas de todo o mundo ...”. O verbo que ad-
e) Segundo a pesquisa, a renda obtida por aposentados mite transposição para a voz passiva, como no exemplo
acaba sendo veículo de movimentação da economia grifado, está na frase:
regional. a) Cientistas de todo o mundo oferecem dados para os
relatórios sobre os efeitos do aquecimento global.
4. (FCC/PBGAS) “Apesar do rigor científico das pesquisas b) As geleiras do Himalaia estão sujeitas a um rápido der-
que conduzira ...”. O tempo e o modo em que se encontra retimento, em virtude do aquecimento do planeta.
o verbo grifado acima indicam c) Os cientistas incorreram em erros na análise de dados
a) ação passada anterior a outra, também passada. sobre o derretimento das geleiras do Himalaia.
b) fato que acontece habitualmente. d) Populações inteiras dependem da água resultante do
c) ação repetida no momento em que se fala. derretimento de geleiras, especialmente na Ásia.
e) São evidentes os efeitos desastrosos, em todo o mun-
d) situação presente em um tempo passado.
do, do aquecimento global decorrente da atividade
e) situação passada num tempo determinado.
humana.
Língua Portuguesa

5. (FCC/Assembl.Leg./SP) Os verbos grifados estão corre- 10. (FCC/PBGAS) “... de como se pensavam essas coisas antes
tamente flexionados na frase: dele”. A forma verbal grifada acima pode ser substituída
a) Após a catástrofe climática que se abateu sobre a corretamente por
região, os responsáveis propuseram a liberação dos a) havia pensado.
recursos necessários para sua reconstrução. b) deveriam ser pensadas.
b) Em vários países, autoridades se disporam a elaborar c) eram pensadas.
projetos que prevessem a exploração sustentável o d) seria pensada.
meio ambiente. e) tinham sido pensados.

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42 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
11. (FCC/Assembl.Leg./SP) Quanto à flexão e à correlação instâncias internacionais, como a Organização Mundial do
de tempos e modos, estão corretas as formas verbais Comércio (OMC).
da frase: 15. Pelo emprego do subjuntivo em “estivesse”, estaria de
a) Não constitue desdouro valer-se de uma frase feita, a acordo com a norma culta escrita a substituição de “ti-
menos que se pretendesse que ela venha a expressar nha de apelar” por teria de apelar.
um pensamento original.
b) Se os valores antigos virem a se sobrepor aos novos, a (Cespe/IRBr/Diplamata) Píndaro nos preveniu de que o futu-
sociedade passaria a apoiar-se em juízos anacrônicos ro é muralha espessa, além da qual não podemos vislumbrar
e hábitos desfibrados. um só segundo. O poeta tanto admirava a força, a agilidade
c) Dizia o Barão de Itararé que, se ninguém cuidar da e a coragem de seus contemporâneos nas competições dos
moralidade, não haveria razão para que todos não estádios quanto compreendia a fragilidade dos seres huma-
obtessem amplas vantagens. nos no curto instante da vida. Dele é a constatação de que o
d) Para que uma sociedade se cristalize e se estaguine, homem é apenas o sonho de uma sombra. Apesar de tudo,
basta que seus valores tivessem chegado à triste con- ele se consolará no mesmo poema: e como a vida é bela!
solidação dos lugares-comuns. 16. Embora o efeito de sentido seja diferente, no lugar do
e) Não conviria a ninguém valer-se de um cargo público futuro do presente em “consolará”, estaria gramatical-
para auferir vantagens pessoais, houvesse no hori- mente correto e textualmente coerente o emprego do
zonte a certeza de uma sanção. futuro do pretérito consolaria ou do pretérito perfeito
consolou.
12. (FCC/Bagas) Está correta a flexão verbal, bem como
adequada a correlação entre os tempos e os modos na (Cespe/STJ/Ttécnico) Tudo o que signifique para os negros
frase: possibilidades de ascensão social mais amplas do que as
a) Zeus teria irritado-se com a ousadia de Prometeu e oferecidas pelo antigo e caricato binômio futebol/música
o havia condenado a estar acorrentado ao monte popular representará um passo importante na criação de
Cáucaso. uma sociedade harmônica e civilizada.
b) Seu sofrimento teria durado várias eras, até que Hér- 17. O emprego do tempo futuro do presente do verbo re-
cules intercedera, compadecido que ficou. presentar é exigência do emprego do modo subjuntivo
c) O sofrimento de Prometeu duraria várias eras ainda, em signifique.
não viesse Hércules a abater a águia e livrá-lo do su-
plício. A opinião é de Paul Krugman, um dos mais importantes e
d) Irritado com a ousadia que Prometeu cometesse, polêmicos economistas do mundo, atualmente. Segundo ele,
Zeus o teria condenado e acorrentado ao monte países emergentes como o Brasil embarcaram, durante a dé-
Cáucaso. cada passada, na ilusão de que a adoção de reformas liberais
e) Prometeu haveria de sofrer por várias eras, quando resolveria todos os seus problemas. Isso não aconteceu. E,
Hércules o livrara do suplício, e abateu a águia. segundo ele, está claro que faltaram políticas de investimento
em educação e em saúde.
13. (FCC/Sergas) Está plenamente adequada a correlação 18. Como introduz a ideia de probabilidade, se a forma ver-
entre tempos e modos verbais na frase: bal “resolveria” fosse substituída por poderia resolver,
a) Se separássemos drasticamente o visível do invisível, estariam preservadas as relações semânticas e a corre-
o efeito de beleza das obras de arte pode reduzir-se, ção gramatical.
ou mesmo perder-se.
b) Diante do frêmito que notou na relva, o autor com- O Brasil ratificou o Protocolo de Kyoto, para combater o au-
pusera um verso que havia transcrito nesse texto. mento do efeito estufa, e apresentou uma proposta à Rio+10
c) Ambrosio Bierce lembraria que houvesse sons inau- de aumento da participação de energias renováveis na matriz
díveis, da mesma forma que nem todas as cores se energética em todo o mundo. Se os líderes mundiais não
percebam no espectro solar. foram capazes de dar um passo significativo em prol das
d) Se o próprio ar que respiramos é invisível, argumenta energias do futuro, o Rio de Janeiro demonstrou que não
Mário Quintana, por que não viéssemos a crer que aceita mais os impactos ambientais negativos da energia do
pudesse haver cor na passagem do tempo? passado, apontando a direção a ser seguida por uma política
e) A caneta esferográfica, de onde saírem as mágicas energética realmente sustentável no país.
imagens de um escritor, é a mesma que repousará 19. Por fazer parte de uma estrutura condicional, a forma
sobre a cômoda, depois de o haver servido. verbal “foram” pode ser substituída por fossem.

(Cespe/Anatel/Analista) Durante muitos anos discutiu-se (Cespe/TRT-PE/Analista Judiciário) Talvez o habeas corpus da
apaixonadamente se as empresas multinacionais (EMNs) iam saudade consinta o teu regresso ao meu amor.
dominar o mundo, ou se serviam aos interesses imperialistas 20. O advérbio “Talvez” admite que a forma verbal “Consin-
de seus países-sede, mas esses debates foram murchando, ta” seja alterada para Consente, no modo indicativo.
seja porque não fazia sentido econômico hostilizar as EMNs,
Língua Portuguesa

seja porque elas pareciam, ao menos nas grandes questões, (Cespe/TRT 9 R/Técnico) O material orgânico presente no
alheias e inofensivas ao mundo da política. lixo se decompõe lentamente, formando biogás rico em
14. A substituição das formas verbais “iam” e “serviam” por metano, um dos mais nocivos ao meio ambiente por con-
iriam e serviriam preserva a coerência e a correção textual. tribuir intensamente para a formação do efeito estufa. No
Aterro Bandeirantes, foi instalada, no ano passado, a Usina
(Cespe/Anatel/Analista) Até agora, quando os países-mem- Termelétrica Bandeirantes, uma parceria entre a prefeitura
bros divergiam sobre assuntos comerciais, era acionado o e a Biogás Energia Ambiental. Lá, 80% do biogás é usado
Tribunal Arbitral. Quem estivesse insatisfeito com o resul- como combustível para gerar 22 megawatts, energia elétrica
tado do julgamento, no entanto, tinha de apelar a outras suficiente para atender às necessidades de 300 mil famílias.

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Em relação às ideias e a aspectos morfossintáticos do texto 28 superintendências e sua modernização tecnológica tam-
acima, julgue os itens a seguir. bém foram algumas das ações realizadas no período. Foram
21. A substituição de “se decompõe” por é decomposto nomeados 1.300 servidores aprovados no concurso realizado
mantém a correção gramatical do período. em 2005. Somado aos nomeados desde 2003, o número de
22. A substituição de “foi instalada” por instalou-se preju- novos servidores passou para 1.800, o que representa um
dica a correção gramatical do período. aumento de mais de 40% na força de trabalho do Instituto.
Em questão, nº 481, Brasília, 14/2/2007 (com adaptações).
(Cespe/TRT 9 R) Relação é uma coisa que não pode exis-
tir, que não pode ser, sem que haja uma outra coisa para 25. Estão empregadas em função adjetiva as seguintes pala-
completá-la. vras do texto: “investidos”, “aplicados”, “beneficiando”
23. O emprego do modo subjuntivo em “haja”, além de ser e “assentados”.
exigido sintaticamente, indica que a existência de “uma 26. O vocábulo “Somado” é forma nominal no particípio e
outra coisa” é uma hipótese ou uma conjectura. introduz oração reduzida com valor condicional.

É preciso sublinhar o fato de que todas as posições existen- (TCU)


ciais necessitam de pelo menos duas pessoas cujos papéis Veja – Dez anos não é tempo curto demais para mudanças
combinem entre si. O algoz, por exemplo, não pode continuar capazes de afetar o clima em escala global?
a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima procurará seu Al Gore – Não precisamos fazer tudo em dez anos. De qual-
salvador e este último, uma vítima para salvar. O condicio- quer forma, seria impossível. A questão é outra. De acordo
namento para o desempenho de um dos papéis é bastante com muitos cientistas, se nada for feito, em dez anos já não
sorrateiro e trabalha de forma invisível. teremos mais como reverter o processo de degradação da
24. O uso do futuro do presente em “procurará” sugere mais Terra. (Veja, 11/10/2006, com adaptações).
uma probabilidade ou suposição decorrente da situação 27. O emprego do futuro-do-presente do indicativo em “te-
do que uma realização em tempo posterior à fala. remos” indica que a preposição “em”, que precede “dez
anos”, tem o sentido de daqui a.
(TRE-AP)
Nesse período foram implantados 2.343 projetos de Época – Em seu livro, o senhor diz que todos os países devem
assentamento (PA). A criação de um PA é uma das etapas ter uma estratégia para se desenvolver.
do processo da reforma agrária. Quando uma família de Vietor – Qualquer país precisa ter uma estratégia de cres-
trabalhador rural é assentada, recebe um lote de terra para cimento.
morar e produzir dentro do chamado assentamento rural. 28. A locução verbal “devem ter” expressa uma ação ocor-
A partir da sua instalação na terra, essa família passa a ser rida em um passado recente.
beneficiária da reforma agrária, recebendo créditos de apoio
(para compra de maquinários e sementes) e melhorias na (Cespe/Prefeitura de Rio Branco/AC) As sociedades indígenas
infraestrutura (energia elétrica, moradia, água etc.), para se acreanas dividem-se de maneira desigual em duas grandes
estabelecer e iniciar a produção. O valor dos créditos para famílias linguísticas: Pano e Arawak. Alguns desses povos
apoio à instalação dos assentados aumentou. Os montantes encontram-se também nas regiões peruanas e bolivianas
investidos passaram de R$ 191 milhões em 2003 para R$ fronteiriças ao Acre.
871,6 milhões, empenhados em 2006. 29. A substituição de “dividem-se” por são divididas man-
Também a partir do assentamento, essa família passa a tém a correção gramatical do período.
participar de uma série de programas que são desenvolvidos 30. Em “encontram-se”, o pronome “se” indica que o sujei-
pelo governo federal. Além de promover a geração de renda to da oração é indeterminado, o que contribui para a
das famílias de trabalhadores rurais, os assentamentos da impessoalização do texto.
reforma agrária também contribuem para inibir a grilagem
de terras públicas, combater a violência no campo e auxiliar A história do Acre começou a se definir em 1895, quando
na preservação do meio ambiente e da biodiversidade local, uma comissão demarcatória foi encarregada de estabelecer
especialmente na região Norte do país. os limites entre o Brasil e a Bolívia, com base no Tratado de
Na qualificação dos assentamentos, foram investidos R$ Ayacucho, de 1867.
2 bilhões em quatro anos. Os recursos foram aplicados na No processo demarcatório foi constatado, no ponto inicial
construção de estradas, na educação e na oferta de luz elétri- da linha divisória entre os dois países (nascente do Javari),
ca, entre outros benefícios. O governo também construiu ou que a Bolívia ficaria com uma região rica em látex, na época
reformou mais de 32 mil quilômetros de estradas e pontes, ocupada por brasileiros. Internet: <www.agenciaamazonia.
beneficiando diretamente 197 mil assentados. Além disso, o com.br> (com adaptações).
número de famílias assentadas beneficiadas com assistência 31. A substituição de “se definir” por ser definida prejudica
técnica cresceu significativamente. Em 2006, esse número a correção gramatical e a informação original do período.
foi superior a 555 mil. 32. O emprego do futuro do pretérito em “ficaria” justifica-
O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrá- -se por se tratar de uma ideia provável no futuro.
ria (PRONERA), que garante o acesso à educação entre os
Língua Portuguesa

trabalhadores rurais, promoveu, mediante convênios com O Brasil tem-se caracterizado por perenizar problemas, para
instituições de ensino, a realização de 141 cursos. Com o os quais não se encontram soluções ao longo de décadas.
programa Luz Para Todos – parceria do Ministério do Desen- Ellen Gracie e Paulo Skaf. Folha de S. Paulo, 18/3/2007
volvimento Agrário, INCRA e Ministério das Minas e Energia 33. Para o trecho “não se encontram soluções”, a redação
–, os assentamentos também ganharam luz elétrica. Mais de não são encontradas soluções mantém a correção gra-
132 mil famílias em 2,3 mil assentamentos já foram benefi- matical do período.
ciadas com o programa.
O fortalecimento institucional do INCRA, com a realiza- Na região entre Caravelas, sul da Bahia, e São Mateus, norte
ção de dois concursos públicos, e o aumento no número de do Espírito Santo, a plataforma continental prolonga-se por

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44 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
mais de 200 quilômetros para fora da costa, formando 25 Os pequenos tecercam, perguntam se você será o pai delas,
extensos planaltos submersos com profundidades médias disputam o teu colo ou a garupa como que implorando pelo
de 200 metros. toque físico, TE convidam para voltar, te perguntam se você
34. A redação para fora da costa e forma em lugar de “para irá passear com elas.
fora da costa, formando” mantém a correção gramatical 43. O pronome “te” destacado pode ser corretamente subs-
do período. tituído por lhe.

A Petrobras e o governo do Espírito Santo assinaram um “Ações que não emancipam os usuários, pelo contrário, re-
protocolo de intenções com o objetivo de identificar opor- forçam sua condição de subalternização perante os serviços
tunidades de negócios que potencializem o valor agregado prestados.”
da indústria de petróleo e gás no estado. 44. O fragmento ações que não emancipam os usuários,
35. O emprego do modo subjuntivo em “que potencializem” pelo contrário, reforçam a condição deles de subalter-
justifica-se por tratar-se de uma hipótese. nização perante os serviços prestados substitui corre-
tamente o original.
(PM-ES) A economia colonial brasileira gerou uma divisão
de classes muito hierarquizada e bastante simples. No topo (Terracap) A respeito do fragmento “qualquer país que passe
da pirâmide, estavam os grandes proprietários rurais e os pela nossa mente – e alguns outros de cuja existência sequer
grandes comerciantes das cidades do litoral. No meio, loca- desconfiávamos.”
lizavam-se os pequenos proprietários rurais e urbanos, os 45. O pronome “cuja” tem valor possessivo, já que equivale
pequenos mineradores e comerciantes, além dos funcioná- a sua.
rios públicos.
36. A substituição de “localizavam-se” por estavam locali- Ao coração, coube a função de bombear sangue para o res-
zados prejudica a correção gramatical do período. to do corpo, mas é nele que se depositam também nossos
mais nobres sentimentos. Qual é o órgão responsável pela
(Petrobras/Advogado) Cabe lembrar que o efeito estufa saudade, pela adoração? Quem palpita, quem sofre, quem
existe na Terra independentemente da ação do homem. É dispara? O próprio.
importante que este fenômeno não seja visto como um pro- 46. A repetição do pronome na frase “Quem palpita, quem
blema: sem o efeito estufa, o Sol não conseguiria aquecer sofre, quem dispara?” cria destaque e certo suspense
a Terra o suficiente para que ela fosse habitável. Portanto o na informação.
problema não é o efeito estufa, mas, sim, sua intensificação. 47. A resposta “O próprio.”, dada às perguntas feitas ante-
37. Preservam-se a coerência da argumentação e a correção riormente, omite o nome (coração) ao qual se refere o
gramatical do texto ao se substituir “que este fenômeno adjetivo, o que valoriza enfaticamente o termo “próprio”.
não seja” por este fenômeno não ser.
(Terracap) Foi pensando nisso que me ocorreu o seguinte:
Trabalho Semiescravo se alguém está com o coração dilacerado nos dois sentidos,
biológico e emocional, e por ordens médicas precisa de um
Autoridades europeias ameaçam impor barreiras não tari- novo, o paciente irá se curar da dor de amor ao receber o
fárias ao etanol e exigir certificados de que, desde o cultivo, órgão transplantado?
são observadas relações de trabalho não degradantes e pro- Façamos de conta que sim. Você entrou no hospital com o
cessos autossustentáveis. coração em frangalhos, literalmente. Além de apaixonado por
38. No fragmento intitulado “Trabalho semiescravo”, pre- alguém que não lhe dá a mínima, você está com as artérias
servam-se a correção gramatical e a coerência textual obstruídas e os batimentos devagar quase parando. A vida
ao se empregar forem em lugar de “são”. se esvai, mas localizaram um doador compatível: já para a
mesa de cirurgia.
(Inmetro) Atualmente, o PEFC é composto por 30 membros Horas depois, você acorda. Coração novo.
representantes de programas nacionais de certificação flo- 48. O pronome “Você” é empregado na frase como forma
restal. de indeterminar o agente da ação, traço característico
39. A substituição da expressão “é composto” por com- da oralidade brasileira. Assim, “Você entrou no hospital”
põem-se mantém a correção gramatical do período. corresponde a Entrou-se no hospital.
49. A sequência “a mínima”, à qual falta o nome importân-
Em dezembro de 2004, foi editado o Decreto nº 5.296. cia, faz do qualificativo “mínima” o núcleo, o foco da
40. A substituição de “foi editado” por editou-se mantém informação.
a correção gramatical do período.
(Adasa) Na história da humanidade, a formação de grandes
O Inmetro tem realizado estudos aprofundados que visam comunidades, com a sobrecarga do meio natural que ela
diagnosticar a realidade do país e encontrar melhores solu- implica, priva cada vez mais os seres humanos de seu acesso
ções técnicas para que o Programa de Acessibilidade para livre aos recursos de subsistência de que eles necessitam e re-
Transportes Coletivos e de Passageiros seja eficaz. Idem, cai, necessariamente, sobre a sociedade enquanto sistema de
ibidem (com adaptações). convivência, a tarefa (responsabilidade) de proporcioná-los.
41. O segmento “tem realizado” pode, sem prejuízo para Essa tarefa (responsabilidade) é frequentemente negada com
Língua Portuguesa

a correção gramatical do período, ser substituído por algum argumento que põe o ser individual como contrário ao
qualquer uma das seguintes opções: vem realizando, ser social. Isso é falacioso. A natureza é, para o ser humano, o
está realizando, realiza. reino de Deus, o âmbito em que encontra à mão tudo aquilo
de que necessita, se convive adequadamente nela.
(MS/Agente) Não ingira nem dê remédio no escuro para que 50. O pronome demonstrativo ‘Isso’ tem como referência
não haja trocas perigosas. anafórica o termo “ser social” do período anterior.
42. Em “para que não haja trocas perigosas”, o emprego do
modo subjuntivo justifica-se por se tratar de situação (Iphan) Os povos da oralidade são portadores de uma cul-
hipotética. tura cuja fecundidade é semelhante à dos povos da escrita.

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Em vez de transmitir seja lá o que for e de qualquer ma- Pronomes
neira, a tradição oral é uma palavra organizada, elaborada,
estruturada, um imenso acervo de conhecimentos adquiridos Pronome substitui e/ou acompanha o nome.
pela coletividade, segundo cânones bem determinados. Tais Pedro acordou tarde. Ele ainda dormia, quando sua mãe
conhecimentos são, portanto, reproduzidos com uma meto- o chamou.
dologia rigorosa. Existem, também, especialistas da palavra Pronomes: Ele = Pedro (só substitui).
cujo papel consiste em conservar e transmitir os eventos do Sua = de Pedro (substitui Pedro e acompanha “mãe”).
passado: trata-se dos griôs.
O = Pedro (só substitui Pedro).
51. O termo “cujo” refere-se a palavra.
Existem seis tipos de pronomes:
(Terracap) Há cinquenta anos, a cidade artificial procura en-
• pessoais
contrar uma identidade que lhe seja natural. “Nós queremos
• demonstrativos
ação! Acabar com o tédio de Brasília, essa jovem cidade mor-
• possessivos
ta! Agitar é a palavra do dia, da hora, do mês!”, gritava Renato
• relativos
Russo, com todas as exclamações possíveis, no fim dos anos 70,
• interrogativos
quando era voz e baixo da banda punk Aborto Elétrico. Em
• indefinidos
meio à burocracia oficial, o rock ocupou o espaço urbano, os
parques, as superquadras de Lucio Costa, cresceu e apareceu.
As provas cobram muito os pronomes relativos, os de-
Foi a primeira manifestação cultural coletiva a dizer ao país
monstrativos e os pessoais “o” e “lhe”.
que a cidade existia fora da Praça dos Três Poderes e que,
além disso, estava viva.
52. A palavra “que” pode ser substituída por o(a) qual em Pronomes Substantivos e Pronomes Adjetivos
todas as ocorrências do primeiro parágrafo.
Quando um pronome é empregado junto de um subs-
Texto: A alternativa existente seria o aproveitamento da tantivo, ele é chamado de pronome adjetivo; e quando um
energia elétrica da Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada pronome aparece isolado, sozinho na frase, ele é chamado
53. O tempo do verbo indica um fato passado em relação a de pronome substantivo.
outro, ocorrido também no passado. Ninguém pode adivinhar suas vontades?
Ninguém → pronome substantivo (pois está sozinho).
Texto: No que se refere às práticas assistenciais, tem sido suas → pronome adjetivo (pois está junto do substantivo
comum a confusão na utilização dos termos assistência e vontades).
assistencialismo.
54. O fragmento Referindo-se às práticas assistenciais, era Encontrei minha caneta, mas não a apanhei.
comum a confusão na utilização dos termos assistência minha → pronome adjetivo.
e assistencialismo é uma reescrita correta, de acordo a → pronome substantivo.
com as normas gramaticais, do original acima.
EXERCÍCIO
(Terracap) A respeito do fragmento “qualquer país que passe
pela nossa mente – e alguns outros de cuja existência sequer Coloque: (1) para pronome substantivo e (2) para pro-
desconfiávamos.”, julgue. nome adjetivo.
55. A forma verbal “desconfiávamos” indica a ideia de tempo a) Estas montanhas escondem tesouros.
passado inacabado. b) Aquilo jamais se repetirá.
56. A forma verbal “passe” indica a ideia de possibilidade, c) Qualquer pessoa o ajudaria.
um fato incerto de acontecer. d) Nossa esperança é que ele volte.

(Iphan) Pode-se dizer que ele assume o papel de historiador Pronomes Pessoais
se admitirmos que a história é sempre um reordenamento
dos fatos proposto pelo historiador. Vamos supor que a Gorete esteja com fome e que ela
57. A forma verbal “é” pode ser substituída por seja. queira contar isso para uma outra pessoa que a esteja ouvin-
do. É claro que, numa situação normal de comunicação, não
GABARITO usaria a frase Gorete está com fome, e sim a frase:
Eu estou com fome.
1. b 16. C 31. E 46. C • eu designa o que chamamos de 1ª pessoa gramatical,
2. a 17. E 32. C 47. C isto é, a pessoa que fala.
3. d 18. C 33. C 48. C Se, no entanto, fosse mais de uma pessoa que estivesse
4. a 19. E 34. C 49. C com fome, uma delas poderia falar assim:
5. a 20. E 35. C 50. E Nós estamos com fome.
6. d 21. C 36. E 51. E
7. d 22. E 37. C 52. E Vamos supor, agora, que Gorete esteja conversando com
Língua Portuguesa

8. a 23. C 38. E 53. C um amigo e queira saber se tal amigo está com fome. Ela,
9. a 24. C 39. E 54. E então, usaria a seguinte frase:
10. c 25. E 40. C 55. C Tu estás com fome? ou: Você está com fome?
11. e 26. E 41. C 56. C • Tu (você) designa o que chamamos de 2ª pessoa gra-
12. c 27. C 42. C 57. C matical, isto é, a pessoa com quem se fala.
13. e 28. E 43. E
14. C 29. C 44. C Se, por outro lado, Gorete estiver conversando com mais de
15. C 30. E 45. C uma pessoa e quiser saber se elas estão com fome, falará assim:
Vós estais com fome? ou: Vocês estão com fome?

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46 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Vamos imaginar, agora, que Gorete esteja conversando sujeito. Nas frases em que isso ocorre, tais pronomes são
com um amigo e queira afirmar que o cão que acompanha chamados pronomes reflexivos.
esse amigo está doente. Ela pode se expressar assim: Eu me machuquei. me (= a mim mesmo) → pronome
O cão está doente, ou então, Ele está doente. reflexivo.
• ele designa o que chamamos de 3ª pessoa gramatical,
isto é, a pessoa, o ser a respeito de quem se fala. b) Os pronomes oblíquos si e consigo são sempre re-
flexivos.
eu, nós, tu, vós, ele, eles são, nas frases analisadas, exem- Márcia só pensa em si. (= pensa nela mesma)
plos de pronomes pessoais. Ele trouxe consigo o livro. (= com ele mesmo)

Podemos concluir, então, que pronomes pessoais são Note, portanto, que frases como as exemplificadas a se-
aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas guir são gramaticalmente incorretas.
gramaticais. Marcos, eu preciso falar consigo.
São três as pessoas gramaticais: Eu gosto muito de si, minha amiga.
• 1ª pessoa (a que fala): eu, nós
• 2ª pessoa (com quem se fala): tu, vós c) Os pronomes oblíquos nos, vos e se, quando significam
• 3ª pessoa (de quem se fala): ele(s), ela(s). um ao outro, indicam a reciprocidade (troca) da ação. Nesse
caso são chamados de pronomes reflexivos recíprocos.
Quadro dos pronomes pessoais Os jogadores se abraçavam após o gol. Onde: se (= um
ao outro) → pronome reflexivo recíproco.
Caso oblíquo (outras funções)
Caso reto
(sujeito) Átonos (sem Tônicos (com d) Eu x mim: eu (pronome reto) só pode funcionar como
preposição escrita) preposição escrita) sujeito, enquanto mim (pronome oblíquo) só pode ter outras
Singular: funções, nunca sujeito. Daí termos frases como:
eu, me, mim, comigo Ela trouxe o livro para eu ler. (correto)
tu te, ti, contigo
ele(a) se, o, a, lhe si, consigo, ele, ela Sujeito

Plural: Ela trouxe o livro para mim. (correto)


nós, nos, nós, conosco
vós, vos, vós, convosco Não pode ser sujeito
eles(as) se, os, as, lhes si, consigo, eles, elas Ela trouxe o livro para mim ler. (errado)

Observações: Não pode ser sujeito
1. Um pronome pessoal é pronome reto quando exerce a
função de sujeito da oração e é um pronome oblíquo e) Entre todos os pronomes pessoais somente os pro-
quando exerce função que não seja a de sujeito da nomes eu e tu não podem ser pronomes oblíquos (reveja
oração. o quadro). Esses dois pronomes só podem exercer a função
Ela pediu ajuda para nós. de sujeito da oração. Nas frases em que não for para exercer
Ela: pronome reto (funciona como sujeito). a função de sujeito, tais pronomes devem ser substituídos
nós: pronome oblíquo (não funciona como sujeito). pelos seus pronomes oblíquos correspondentes.
Eu → me, mim; Tu → te, ti.
Nós jamais a prejudicamos.
Nós: pronome reto (sujeito). Eu e ela iremos ao jogo. (correto)
a: pronome oblíquo (não sujeito).

Sujeito
2. Os pronomes oblíquos átonos nunca aparecem pre-
cedidos de preposição. Uma briga aconteceu entre mim e ti. (correto)
A vida me ensina a ser realista.
Sujeito não sujeito

pron. obl. átono Não houve nada entre eu e ela. (errado)
Não houve nada entre mim e ela. (correto)
3. Os pronomes oblíquos tônicos sempre aparecem
precedidos de preposição. Pronomes Pessoais de Tratamento
Ela jamais iria sem mim.
Os pronomes de tratamento* são pronomes pessoais
prep. pron. obl. tônico usados no tratamento cerimonioso e cortês entre pessoas.
Língua Portuguesa

Os principais são:
4. Os pronomes oblíquos tônicos, quando precedidos da Vossa Alteza (V.A.) → Príncipe, Duques
preposição com, combinam-se com ela, originando as Vossa Majestade (V.M.) → Reis
formas: comigo, contigo, consigo, conosco, convosco. Vossa Santidade (V.S.) → Papas
Vossa Eminência (V.Emª.) → Cardeais
Emprego dos Pronomes Pessoais Vossa Excelência (V.Exª.) → Autoridades em geral

a) Os pronomes oblíquos me, nos, te, vos e se podem * Ver Manual de Redação da Presidência da República, para usos
indicar que a ação praticada pelo sujeito reflete-se no próprio conforme normas de redação oficial.

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Observação: Pronomes Indefinidos
Existem, para os pronomes de tratamento, duas formas
distintas: Vossa (Majestade, Excelência etc.) e Sua (Majesta- Pronomes indefinidos são pronomes que se referem à 3ª
de, Excelência etc.). Você deve usar a forma Vossa quando pessoa gramatical (pessoa de quem se fala), quando consi-
estiver falando com a própria pessoa e usar a forma Sua derado de modo vago e indeterminado.
quando estiver falando a respeito da pessoa. Acredita em tudo que lhe dizem certas pessoas.
Vossa Majestade é cruel. (falando com o rei)
Sua Majestade é cruel. (falando a respeito do rei) Quadro dos pronomes indefinidos

Pronomes Possessivos
Variáveis Invariáveis
Pronomes possessivos são aqueles que se referem às algum(ns); alguma(s) alguém
três pessoas gramaticais (1ª, 2ª e 3ª), indicando o que cabe nenhum(ns); nenhuma(s) ninguém
ou pertence a elas. todo(s); toda(s) tudo
Tuas opiniões são iguais às minhas. outro(s); outra(s) outrem
• tuas: pronome possessivo correspondente à 2ª pessoa muito(s); muita(s) nada
do singular (tu). pouco(s); pouca(s) cada
• minhas: pronome possessivo correspondente à 1ª certo(s); certa(s) algo
pessoa do singular (eu). tanto(s); tanta(s)
quanto(s); quanta(s)
É importante fixar bem que há uma relação entre os pro- qualquer; quaisquer
nomes possessivos e os pronomes pessoais.
Observe atentamente o quadro abaixo: Observação:
Um pronome indefinido pode ser representado por ex-
pressões formadas por mais de uma palavra. Tais expressões
Pronomes pessoais Pronomes possessivos
são denominadas locuções pronominais. As mais comuns
eu → meu, minha, meus, minhas são: qualquer um, todo aquele que, um ou outro, cada um,
seja quem for.
tu → teu, tua, teus, tuas Seja qual for o resultado, não desistiremos.
ele → seu, sua, seus, suas
nós → nosso, nossa, nossos, nossas Pronomes Interrogativos
vós → vosso, vossa, vossos, vossas Pronomes interrogativos são aqueles empregados para
eles → seu, sua, seus, suas fazer uma pergunta direta ou indireta. Da mesma forma que
ocorre com os indefinidos, os interrogativos também se re-
Emprego dos Pronomes Possessivos ferem, de modo vago, à 3ª pessoa gramatical.
Os pronomes interrogativos são os seguintes:
a) Quando são usados pronomes de tratamento (V.Sª, Que, quem, qual, quais, quanto(s) e quanta(s).
V.Excia etc.), o pronome possessivo deve ficar na 3ª pessoa
Que horas são? (frase interrogativa direta)
(do singular ou do plural) e não na 2ª pessoa do plural.
Gostaria de saber que horas são. (interrogativa indireta)
Vossa Majestade depende de seu povo.
Quantas crianças foram escolhidas?

Pron. tratamento 3ª pessoa
Pronomes Relativos
Vossas Majestades confiam em seus conselheiros?
Vamos supor que alguém queira transmitir-nos duas in-
Pron. tratamento 3ª pessoa formações a respeito de um menino. Esse alguém poderia
falar assim:
b) Os pronomes possessivos seu(s) e sua(s) podem se Eu conheço o menino. O menino caiu no rio.
referir tanto à 2ª pessoa (pessoa com quem se fala), como
à 3ª pessoa (pessoa de quem se fala). Mas essas duas informações poderiam também ser trans-
Sua casa foi vendida (sua = de você) mitidas utilizando-se não duas frases separadas, mas uma
Sua casa foi vendida (sua = dele, dela) única frase formada por duas orações. Com isso, seria evitada
a repetição do substantivo menino. A frase ficaria assim:
Essa dupla possibilidade de uso de tais pronomes pode

gerar ambiguidade ou frases com duplo sentido. Quando isso
Eu conheço o menino que caiu no rio.
ocorrer, você deve procurar trocar os pronomes seu(s) e sua(s)

Língua Portuguesa

por dele(s) ou dela(s), a fim de tornar a frase mais clara.


1ª oração 2ª oração
c) Os pronomes seu(s) e sua(s) são usados tanto para 3ª
pessoa do singular como para 3ª pessoa do plural (confira Observe que a palavra que substitui, na segunda oração,
tal afirmação no quadro acima). a palavra menino, que já apareceu na primeira oração. Essa
é a função dos pronomes relativos.
d) Os pronomes possessivos podem, em muitos casos, Podemos dizer, então, que pronomes relativos são os que
ser substituídos por pronomes oblíquos equivalentes. se referem a um substantivo anterior a eles, substituindo-o
A chuva molha-me o rosto. (= molha meu rosto). na oração seguinte.

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Quadro dos pronomes relativos EXERCÍCIOS
Variáveis
Invariáveis (Cespe/Prefeitura do Rio Branco) À semelhança do Brasil, o
Masculino Feminino Acre compõe-se de uma grande diversidade de povos indí-
o qual, os quais, a qual, as quais, genas, cujas situações frente à sociedade nacional também
que, quem, são muito variadas.
cujo, cujos, quanto, cuja, cujas,
onde, como 1. A substituição de “cujas” por as quais mantém a correção
quantos quanta, quantas
gramatical do período e as relações lógicas originais.
Observações:
• Como relativo, o pronome que é substituível por o qual, Analisando o emprego do pronome relativo CUJO
a qual, os quais, as quais. • acompanha substantivo posterior;
Já li o livro que comprei. (= livro o qual comprei) • refere-se a substantivo anterior;
• sentido de posse;
• Há frases em que a palavra retomada, repetida pelo • varia com a palavra posterior.
pronome relativo, é o pronome demonstrativo o, a,
os, as. Observo os povos indígenas cujo líder é guerreiro.
Ele sempre consegue o que deseja. Observo os povos indígenas cuja cultura é milenar.
Observo as tribos indígenas cujos líderes são guerreiros.
pron. dem. pron. relativo Observo as tribos indígenas cujas culturas são milenares.
(= aquilo) (o qual)
Cuidado!
• O relativo quem só é usado em relação a pessoas e São estruturas inadequadas as seguintes:
aparece sempre precedido de preposição. Observo os povos indígenas que o líder é guerreiro.
O professor de quem você gosta chegou. Observo os povos indígenas que o líder deles é guerreiro.

pessoa preposição Regra:
Para “ligar” dois substantivos com relação de posse entre
• O relativo cujo (e suas variações) é, normalmente, em- si, somente é correto no padrão da Língua Portuguesa o
pregado entre dois substantivos, estabelecendo entre emprego do relativo cujo e suas variações.
eles uma relação de posse e equivale a do qual, da
qual, dos quais, das quais. (PMVTEC/Analista) Na saúde, o município destaca o proje-
Compramos o terreno cuja frente está murada. (cuja to MONICA – Monitoramento Cardiovascular –, em que se
frente = frente do qual) quantificou o risco de a população de Vitória na faixa de 25
a 64 anos ter problemas cardiovasculares.
Note que após o pronome cujo (e variações) não se 2. Mantendo-se a correção gramatical do período, o trecho
usa artigo. Por isso, deve-se dizer, por exemplo: “em que se quantificou” poderia ser reescrito da seguinte
Visitei a cidade cujo prefeito morreu, e não: maneira: por meio do qual se quantificou.
Visitei a cidade cujo o prefeito morreu.
(PMVSEMUS/Médico) Texto dos itens 3, 4 e 5:
• O relativo onde equivale a em que. Preocupam-se mais com a AIDS do que os meninos e as me-
Conheci o lugar onde você nasceu. ninas da África do Sul, onde a contaminação segue em ritmo
alarmante. Chegam até a se apavorar mais com a gripe do
(em que) frango do que as crianças chinesas, que conviveram com a
epidemia. Esses dados constam de uma pesquisa inédita que
• Quanto(s) e quantas(s) só são pronomes relativos se ouviu 2.800 crianças com idade entre 8 e 15 anos das classes
estiverem precedidos dos indefinidos tudo, tanto(s), A e C em catorze países.
tanta(s), todo(s), toda(s). 3. Preservam-se as ideias e a correção gramatical do texto
Sempre obteve tudo quanto quis. ao se substituir o pronome “onde” por cuja, apesar de
o texto tornar-se menos formal.
indefinido relativo
Estudando o pronome relativo ONDE
Outros exemplos de reunião de frases por meio de pro- Observe:
nomes relativos: Visitei o bairro. Você mora no bairro.
Eu visitei a cidade. Você nasceu na cidade. Note que no = em + o.
Então: Visitei o bairro no qual você mora.
onde Note que no qual = em + o qual.
Eu visitei a cidade em que você nasceu.
na qual Empregando onde, teremos:
Visitei o bairro onde você mora.
Observe que, nesse exemplo, antes dos relativos que e
qual houve a necessidade de se colocar a preposição em, que é Regras:
Língua Portuguesa

exigida pelo verbo nascer (quem nasce, nasce em algum lugar). • onde só pode se referir a um lugar;
Você comprou o livro. Eu gosto do livro. • podemos substituir onde por no qual e suas variações;
• podemos substituir onde por em que.
de que
Você comprou o livro eu gosto.
do qual ONDE versus AONDE
Observe:
Da mesma forma que no exemplo anterior, aqui houve Visitei o bairro onde você mora. (Quem mora, mora em...)
a necessidade de se colocar a preposição de, exigida pelo Visitei o bairro aonde você foi. (Quem foi, foi a...)
verbo gostar (quem gosta, gosta de alguma coisa). Então: aonde = a + onde.

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Pronomes Demonstrativos Senhor Governador,
Informo a V. Exa. que esta Casa colocará em pauta na
Pronomes demonstrativos são os que indicam a posição quarta-feira próxima a análise do projeto que destina
ou o lugar dos seres, em relação às três pessoas gramaticais. verba para reforma do Ginásio Américo de Almeida.
Aquela casa é igual à nossa. Essa Governadoria pode aguardar informativo na
quinta-feira.
Pron. dem.
Exemplo 2:
Quadro dos pronomes demonstrativos Aqui nesta sala onde estamos, às vezes, escutamos vo-
zes vindas daquela sala onde estão tendo aula de Finanças
Variáveis Invariáveis Públicas.
este, esta, estes, estas isto
2) Para referência a termos anteriores e posteriores
esse, essa, esses, essas isso
Regra:
aquele, aquela, Para termos a serem mencionados: este, esta, isto.
aquilo
aqueles, aquelas Para termos já mencionados: esse, essa, isso.
o, a, os, as o
3) Para referência a termos anteriores separadamente
Atenção! Regra:
Também podem funcionar como pronomes demonstra- Para referência ao primeiro mencionado: aquele, aquela,
tivos as palavras: o(s), a(s), mesmo(s), semelhante(s), aquilo.
tal e tais, em frases como: Para referência ao último mencionado: este, esta, isto.
Chegamos hoje, não o sabias? (o = isto) Para referência ao termo entre o primeiro e o último:
Quem diz o que quer, ouve o que não quer. (o = aquilo) esse, essa, isso.
Tais coisas não se dizem em público! (tais = estas)
4. (AFRF) Em relação aos elementos que constituem a coe­
É importante saber distinguir quando temos artigo o, são do texto abaixo, assinale a opção correta.
a, os, as e quando pronomes demonstrativos o, a, os, as.
O livro que você trouxe não é o que te pedi. 1 O caráter ético das relações entre o cidadão e o
– Note que o equivale a aquele. poder está naquilo que limita este último e, mais que
A revista que você trouxe não é a que te pedi. isso, o orienta. Os direitos humanos, em sua primei-
– Note que a equivale a aquela. 4 ra versão, como direitos civis, limitavam a ação do
Pode fazer o que você quiser. Estado sobre o indivíduo, em especial na qualidade
– Note que o equivale a aquilo. que este tivesse, de proprietário. Com a extensão
7 dos direitos humanos a direitos políticos e sobretudo
Cuidado! sociais, aqueles passam – pelo menos idealmente
Artigo pressupõe um substantivo ligado a ele na expressão. – a fazer mais do que limitar o governante: devem
O livro, a revista, o grande e precioso livro, a nova e in- 10 orientar sua ação. Os fins de seus atos devem estar di-
teressante revista. recionados a um aumento da qualidade de vida, que
não se esgota na linguagem dos direitos humanos,
São três situações de uso dos pronomes demonstrativos: 13 mas tem nela, ao menos, sua condição necessária,
este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, essas, isso, ainda que não suficiente.
aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.
1) Para referência a objetos em relação às pessoas que a) Em “o orienta” (l. 3), “o” refere-se a “cidadão” (l. 1).
participam de um diálogo (pessoas do discurso). b) Em “este tivesse” (l. 6), “este” refere-se a “Estado” (l. 5).
c) Em “aqueles passam” (l. 8), “aqueles” refere-se a “di-
Regra: reitos políticos” (l. 7).
Primeira pessoa: eu, nós (pessoa que fala). Deve-se em- d) “sua ação” (l. 10) e “seus atos” (l. 10) remetem ao
pregar este, esta, isto com referência a objeto próximo de mesmo referente: “proprietário” (l. 6).
quem fala. e) “sua condição” (l. 13) refere-se a “um aumento na
Segunda pessoa: tu, vós, você (pessoa que ouve). Deve- qualidade de vida” (l. 11).
-se empregar esse, essa, isso com referência a objeto pró-
ximo de quem ouve. (PMDF/Médico)
Terceira pessoa: ele, ela, eles, elas (pessoa ou assunto
da conversa). Deve-se empregar aquele, aquela, aquilo com 1 Notaria apenas que, em nossos dias, as regiões
referência a objeto distante tanto de quem fala, como de onde essa grade é mais cerrada, onde os buracos
quem ouve. negros se multiplicam, são as regiões da sexualidade
4 e as da política: como se o discurso, longe de ser
Língua Portuguesa

Exemplo 1: elemento transparente ou neutro no qual a sexua-


• Correspondência do Governador para o Presidente da lidade se desarma e a política se pacifica, fosse um
Assembleia Legislativa. 7 dos lugares onde elas exercem, de modo privilegiado,
Senhor Presidente, alguns de seus mais temíveis poderes. Por mais que
Solicito a V. Exa. que essa Casa Legislativa analise com o discurso seja aparentemente bem pouca coisa, as
urgência o projeto que destina verba para reforma do 10 interdições que o atingem revelam logo, rapidamen-
Ginásio Estadual Américo de Almeida. te, sua ligação com o desejo e com o poder.
• Resposta do Presidente da Assembleia Legislativa para Nisto não há nada de espantoso, visto que o
o Governador. 13 discurso — como a psicanálise nos mostrou — não

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é simplesmente aquilo que manifesta (ou oculta) o 13. Os pronomes “essa” e “dela” são flexionados no feminino
desejo; é, também, aquilo que é objeto do desejo; e porque remetem ao mesmo referente do pronome em
16 visto que — isto a história não cessa de nos ensinar “completá-la”.
— o discurso não é simplesmente aquilo que traduz 14. Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual,
as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo por ao se retirar do texto a expressão “que são”.
19 que, pelo que se luta, o poder do qual nos queremos
apoderar. É preciso sublinhar o fato de que todas as posições existen-
ciais necessitam de pelo menos duas pessoas cujos papéis
Julgue os itens, relativos às estruturas linguísticas do texto. combinem entre si. O algoz, por exemplo, não pode continuar
5. Preservam-se a correção gramatical e o sentido do texto a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima procurará seu
se o pronome “onde” (l. 2) for substituído por as quais. salvador e este último, uma vítima para salvar.
6. A expressão “no qual” (l. 5) tem como referente a ex- 15. O pronome “cujos” atribui a “pessoas” a posse de uma
pressão “elemento transparente ou neutro”. característica que também pode ser expressa da seguinte
7. O pronome “aquilo” (l. 14 e 17) pode ser substituído maneira: com papéis que combinem entre si.
por o, sem prejuízo do sentido original e de correção
gramatical. (MS/Agente) “Tempo é Vida” é o bordão da campanha, que
8. O pronome “isto” (linha 16) recupera o sentido do trecho expressa o apelo daqueles que estão à espera de um trans-
“visto que o discurso (…) desejo”. (l. 12-15) plante.
16. A substituição de “daqueles” por dos prejudica a correção
(TCE-AC/Analista) Há umas ocasiões oportunas e fugitivas, gramatical e a informação original do período.
em que o acaso nos inflige duas ou três primas de Sapucaia;
outras vezes, ao contrário, as primas de Sapucaia são an- (TRT1ª R/Analista) A raça humana é o cristal de lágrima / Da
tes um benefício do que um infortúnio. Era à porta de uma lavra da solidão / Da mina, cujo mapa / Traz na palma da mão.
igreja. Eu esperava que as minhas primas Claudina e Rosa 17. A respeito do emprego dos pronomes relativos, assinale
tomassem água benta, para conduzi-las à nossa casa, onde a opção correta.
estavam hospedadas. a) É correto colocar artigo após o pronome relativo cujo
9. Na oração “em que o acaso nos inflige duas ou três pri- (cujo o mapa, por exemplo).
mas de Sapucaia”, a substituição de “em que” por onde b) O relativo cujo expressa lugar, motivo pelo qual apare-
manteria o sentido original e a correção gramatical do ce no texto ligado ao substantivo mapa na expressão
texto. “cujo mapa”.
c) O pronome cujo é invariável, ou seja, não apresenta
(Cariacica/Assistente Social) Em alguns segmentos de nossa flexões de gênero e número.
d) O pronome relativo quem, assim como o relativo que,
sociedade, o trabalho fora de casa é considerado inconve-
tanto pode referir-se a pessoas quanto a coisas em
niente para o sexo feminino. É óbvio que a participação de
geral.
um indivíduo em sua cultura depende de sua idade. Mas é
e) O pronome relativo que admite ser substituído por o
necessário saber que essa afirmação permite dois tipos de
qual e suas flexões de gênero e número.
explicações: uma de ordem cronológica e outra estritamente
cultural. (DFTrans/Analista) Ao se criticar a concepção da linguagem
10. A expressão “essa afirmação” retoma a ideia de que o como representação do outro e para o outro, não se a de-
trabalho fora de casa pode ser considerado inconveniente sautoriza nem sequer a refuta.
para as mulheres. 18. Mantêm-se a coerência e a correção da estrutura sintá-
tica e das relações semânticas do texto ao se inserir o
(Iema-ES/Advogado) O destino dos compostos orgânicos pronome se logo após “sequer”.
no meio ambiente, dos mata-matos aos medicamentos, é
largamente decidido pelos micróbios. Esses organismos que-
Pronomes Pessoais Oblíquos
bram alguns compostos diretamente em dióxido de carbono
(CO2), mas outros produtos químicos permanecem no meio (Emprego e Colocação Pronominal)
ambiente por anos, absolutamente intocados.
o, a, os, as → somente no lugar de trechos sem prepo-
11. O termo “Esses organismos” está empregado em referên-
sição inicial.
cia a “mata-matos” e “medicamentos”, ambos na mesma
lhe, lhes → somente no lugar de trechos com preposição
linha.
inicial.
Devemos dar valor aos pais. → Devemos dar-lhes valor.
(BB/Escriturário) Em meio a uma crise da qual ainda não sabe
Amo os pais. → Amo-os.
como escapar, a União Europeia celebra os 50 anos do Tra- Apertei os pregos da caixa. → Apertei-lhe os pregos.
tado de Roma, pontapé inicial da integração no continente. Apertei os pregos da caixa. → Apertei-os.
12. O emprego de preposição em “da qual” atende à regência
do verbo “escapar”.
Língua Portuguesa

Cuidado!
Pronomes que podem ficar no lugar de trechos com ou
(TRT 9ª R/Analista) Relação é uma coisa que não pode exis- sem preposição: me, te, se, nos, vos.
tir, que não pode ser, sem que haja uma outra coisa para Eu lhe amo. (errado)
completá-la. Mas essa “outra coisa” fica sendo essencial Eu te amo. (certo)
dela. Passa a pertencer à sua definição específica. Muitas Eu a amo. (certo)
vezes ficamos com a impressão, principalmente devido aos Dei-lhe amor. (certo)
exemplos que são dados, de que relação seja algo que “une”, Dei-te amor. (certo)
que “liga” duas coisas. Dei-a amor. (errado)

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Alterações gráficas dos pronomes Correção: Tenho-me dedicado. (Portugal)
Verbo com final -r, -s, -z, diante de pronomes o, a, os, as. Tenho me dedicado. (Brasil)
Vamos cantar os hinos. →Vamos cantá-los.
Cantamos os hinos. → Cantamo-los. • Não escrever esses pronomes após verbo no futuro:
Fiz o relatório. → Fi-lo. Ele faria-me um favor. (errado)
Ele me faria um favor. (correto)
Verbo com final -m, -ão, -õe, diante de pronomes o, a,
os, as. Casos de próclise obrigatória
Eles cantam os hinos. → Eles cantam-nos. 1. Advérbios.
Pais dão presentes aos filhos. → Pais dão-nos aos filhos. 2. Negações.
Põe o livro aqui. → Põe-no aqui. 3. Conjunções subordinativas (que, se, quando, embora
etc.).
19. (S. Leopoldo-RS/Advogado) A substituição das palavras 4. Pronomes relativos (que, o qual, onde, quem, cujo).
grifadas pelo pronome está incorreta em: 5. Pronomes demonstrativos (este, esse, aquele, aquilo).
a) “que transpõe um conceito moral” – que o transpõe. 6. Pronomes indefinidos (algo, algum, tudo, todos, vários
b) Em “a democracia convida a um perpétuo exercício de etc.).
reavaliação. Isso quer dizer que, para bem funcionar, 7. Exclamações.
exige crítica. Substituir “exige crítica” por exige-a. 8. Interrogações.
c) “o que expõe o Brasil” – o que o expõe. 9. Em mais pronome mais gerúndio (-ndo).
d) “seria extirpar suas camadas iletradas” – seria extir-
par-lhes. Observação:
e) “mais apto a exercer a crítica” – mais apto a exercê-la. Em caso de não ser obrigatória a próclise, então ela
será facultativa.
20. (Guarapari/Técnico de Informática) A substituição do
segmento grifado pelo pronome está feita de modo in- 22. Julgue os itens seguintes, quanto à colocação pronominal.
correto em: a) Jamais devolver-te-ei aquela fita.
a) “o privilégio de acessar o caminho da universidade” b) Deus pague-lhe esta caridade!
= o privilégio de acessá-lo. c) Tenho dedicado-me ao estudo das plantas.
b) “no final têm que saltar o muro do vestibular” = no d) Ali fazem-se docinhos e salgadinhos.
final têm que saltar-lhe. e) Te amo, Maria!
c) “ficam impedidos de desenvolver seus talentos” = f) Algo vos perturba?
ficam impedidos de desenvolvê-los. g) Eu me feri.
d) “perdendo a proteção de escolas especiais desde a h) Eu feri-me.
infância” = perdendo-a desde a infância. i) Eu não feri-me.
e) “Injusta porque usa seus recursos” = injusta porque j) O rapaz que ofendeu-te foi repreendido.
os usa. k) Em me chegando a notícia, tratarei de divulgá-la.
Colocação dos pronomes oblíquos átonos: me, te, se, Colocando pronomes na locução verbal
nos, vos, o, a, os, as, lhe, lhes.
Pronome antes do verbo chama-se próclise: Regra:
Eu te amo. Você me ajudou. • Se não houver caso de próclise, o pronome está livre.
Pronome depois do verbo chama-se ênclise: • Se houver caso de próclise, o pronome só pode ficar
Eu amo-te. Você ajudou-me. antes do verbo auxiliar ou após o verbo principal, sem-
pre respeitadas as regras básicas.
Pronome no meio da estrutura do verbo chama-se me-
sóclise: 23. Julgue as alternativas em C ou E.
Amar-te-ei. Ajudar-te-ia. a) Elas lhe querem obedecer.
b) Elas querem-lhe obedecer.
21. (Seplan/MA) Quanto aos jovens de hoje, falta a estes c) Elas querem obedecer-lhe.
jovens maior perspectiva profissional, sem a qual não d) Elas não querem-lhe obedecer.
há como motivar estes jovens para a vida que os espera. e) Elas não querem obedecer-lhe.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituin-
do-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: Casos de ênclise obrigatória
a) faltam-lhes - motivar-lhes. 1. Verbo no início de oração:
b) falta-lhes - motivar-lhes. Me trouxeram este presente. (errado)
c) lhes falta - lhes motivar. Trouxeram-me este presente. (certo)
d) falta-lhes - motivá-los.
e) lhes faltam - os motivar. 2. Verbo no imperativo afirmativo:
Vá ali e me traga uma calça. (errado)
Língua Portuguesa

Colocação Pronominal Vá ali e traga-me uma calça. (certo)

Pronomes oblíquos átonos: me, nos, te, vos, se, o, a, lhe. Casos de mesóclise obrigatória
A mesóclise é obrigatória somente se o verbo no futuro
Regras básicas: iniciar a oração:
• Não iniciar oração com pronome oblíquo átono: Te darei o céu. (errado)
Me dedico muito ao trabalho. (errado) Dar-te-ei o céu. (certo)
• Não escrever tais pronomes após verbo no particípio: Eu te darei o céu. (certo)
Tenho dedicado-me. (errado). Eu dar-te-ei o céu. (certo)

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52 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Observação: EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE
Se houver caso de próclise, prevalece o pronome antes CRASE
do verbo.
Eu não te darei o céu. (certo)
Crase é a contração de a + a = à.
Eu não dar-te-ei o céu. (errado)
O acento (`) é chamado de acento grave, ou simplesmen-
te de acento indicador de crase.
Cuidado!
Gostei de + o filme. = Gostei do filme.
Verbo no infinitivo fica indiferente aos casos de próclise.
Acredito em + o filho. = Acredito no filho.
É importante não se irritar à toa. (certo)
Refiro-me a + o filme. = Refiro-me ao filme.
É importante não irritar-se à toa. (certo)
Refiro-me a + a revista. = Refiro-me à revista.
24. “Encontrará lavrado o campo”. Com pronome no lugar
Exercitando e fixando a diferença entre a letra “a” como ar-
de “campo”, escreveríamos assim:
tigo somente e a letra “a” como preposição somente.
a) encontrará-o lavrado
1. Ponha nos parênteses P se o a for preposição, A se for
b) encontrará-lhe lavrado
artigo:
c) encontrar-lhe-á lavrado
a) A nave americana Voyager chegou a ( ) Saturno.
d) lhe encontrará lavrado
b) O Papa visitou a ( ) nação brasileira.
e) encontrá-lo-á lavrado
c) Admirava a ( ) paisagem.
(Abin/Analista) Em 2005, uma brigada completa, atualmente d) Cabe a ( ) todos contribuir para o bem comum.
instalada em Niterói – com aproximadamente 4 mil soldados –, e) Ele só assiste a ( ) filmes de cowboy.
será deslocada para a linha de divisa com a Colômbia. f) Procure resistir a ( ) essa tentação.
25. A substituição de “será deslocada” por deslocar-se-á g) Ajude a ( ) Campanha.
mantém a correção gramatical do período. h) O acordo satisfez a ( ) direção do Sindicato.
i) Falou a ( ) todos com simpatia contagiante.
26. (Metrô-SP/Advogado) O termo grifado está substituído j) O acordo convém a ( ) funcionários e a ( ) funcionárias.
de modo incorreto pelo pronome em:
a) Como forma de motivar funcionários = como forma Exercitando e fixando a regra prática de crase com artigo.
de motivar-lhes. 2. Complete as lacunas com a, as, à ou às junto dos subs-
b) De que todos na empresa tenham habilidades múlti- tantivos femininos, observando as correspondências
plas = de que todos as tenham. necessárias: o = a; os = as; ao = à; aos = às.
c) Para obter sucesso = para obtê-lo. Observe o paralelismo.
d) Essas mudanças causam perplexidade = essas mudan- a) Dava comida aos gatos e ____ gatas.
ças causam-na. b) Estimava o pai e ____ mãe.
e) As pessoas buscam novas regras = as pessoas bus- c) Perdoa aos devedores e ___ devedoras.
cam-nas. d) Prefiro o dia para estudar; ela prefere ____ noite.
e) Terás direito ao abono e ____ gratificação.
27. (TRT 19 R) Antonio Candido escreveu uma carta, fez có- f) Confessou suas dúvidas ao amigo e ___ amiga.
pias da carta e enviou as cópias a amigos do Rio. Substi- g) Nunca faltava aos bailes e _____ festas de São João.
tuem de modo correto os termos sublinhados na frase, h) Sempre auxilio os vizinhos e __ vizinhas.
respectivamente, i) Tinha atitudes agradáveis aos homens e ___ mulheres.
a) destas – enviou-as
b) daquela – os enviou Pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo
c) da mesma – enviou-lhes
d) delas – lhes enviou Método prático
e) dela – as enviou Entregue o livro a este menino.
Note: a + este  a + aquele (veja que temos a + a).
28. Assinale abaixo a alternativa que não apresenta correta
colocação dos pronomes oblíquos átonos, de acordo com Então:
a norma culta da língua portuguesa: Entregue o livro àquele menino.
a) Eu vi a menina que apaixonou-se por mim na juven-
tude. Leia este livro.
b) Agora se negam a falar. Note: só temos este, sem preposição a. Então ficará sem
c) Não te afastes de mim. crase com “aquele”:
d) Muitos se recusaram a trabalhar. Leia aquele livro.

GABARITO Exercitando e fixando a regra prática de crase com pronome


aquele(s), aquela(s), aquilo.
Língua Portuguesa

1. E 9. E 17. e 24. e 3. Preencha as lacunas com aquele, aqueles, aquela, aque-


2. C 10. E 18. C 25. C las, aquilo, se não houver preposição a; ou então com
3. E 11. E 19. e 26. a àquele, àqueles, àquela, àquelas, àquilo, se ocorrer a
4. e 12. C 20. b 27. e preposição a exigida pelo termo anterior regente.
5. E 13. E 21. d 28. a a) A verba aprovada destinava-se apenas ________ des-
6. C 14. C 22. E E E E E pesas inadiáveis.
7. C 15. C CCCEEC b) Prefiro este produto __________.
8. E 16. E 23. C C C E C c) As providências cabem ________ que estejam inte-
ressados.

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d) Submeterei _________ alunos a uma prova. Conclusão:
e) Nunca me prestaria a isso nem ____________. O artigo definido é necessário para acompanhar nomes
f) Ficaram todos obrigados ____________ horário. já definidos, únicos, específicos. Mas é facultativo, do ponto
g) Já não amava __________ moça. de vista de correção gramatical, quando o nome não está
h) Ofereceu uma rosa _______ moça. definido, não é específico. Apenas o sentido se altera.
i) Reprovo _______ atitude.
j) Não teremos direito ______ abono. 5. (TJDFT) Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase,
k) Não se negue alimento _______ que têm fome. julgue os fragmentos apresentados nos itens a seguir.
l) ___________ hora tudo estava tranquilo. a) Direito a trabalho e a remuneração que assegure con-
m) Deves ser grato _______ que te fazem benefícios. dições de uma existência digna.
n) Traga-me _____ cadeira, por favor. b) Direito à unir-se em sindicatos.
o) Diga _______ candidatos que logo os atenderei. c) Direito a descanso e à lazer.
p) É isso que acontece ______ que não têm cautela. d) Direito à uma segurança social.
q) Ofereça uma cadeira ______ senhora. e) Direito à proteção à família.
r) Abra ___________ janelas: o calor está sufocante. f) Assistência para a mãe e às crianças.
g) Direito à boa saúde e à educação de qualidade.
s) Compareceste ________ festa?
(TST) “São parâmetros hoje exigidos pelo mercado no que
Exercitando e fixando a regra prática de crase com a(s) =
se refere à empregabilidade.”
aquela(s). 6. Ocorre acento grave em “à” antes de “empregabilida-
Faça o exercício a seguir observando as comparações entre de” para indicar que, nesse lugar, houve a fusão de uma
parênteses. Onde tiver a + o no masculino, você usará crase preposição, exigida pelo vocábulo antecedente, com um
(a + a) no feminino. artigo definido, usado antes dessa palavra feminina.
4. Preencha as lacunas com a, as, quando se tratar do artigo
ou do pronome demonstrativo; e com à, às, quando hou- (TJDFT) “A fé crescente na revolução científica gerava otimis-
ver crase da preposição a com artigo ou o demonstrativo mo quanto às futuras condições da humanidade.”
a, as: 7. O acento indicativo de crase é opcional no texto; por-
a) Estavam acostumados tanto ____ épocas de guerra tanto, pode ser retirado sem prejuízo para a correção
quanto ____ de paz. (Compare: Estavam acostumados gramatical da frase.
tanto aos tempos de guerra quanto aos de paz.)
b) Confiava ____ tarefas difíceis mais _____ velhas (HUB) “Há contradições entre o mundo universitário tradi-
amizades do que _____ novas. (Compare: Confiava cional e as aspirações dos estudantes e de seus familiares
os trabalhos difíceis mais aos velhos amigos do que quanto a possibilidades finais de inserção profissional no
aos novos.) mundo real.”
c) ______ espadas antigas eram mais pesas que ___ de 8. O emprego do sinal indicativo de crase (à) em “quanto
hoje. (Compare: Os rifles antigos eram mais pesados a possibilidades” dispensaria outras transformações no
que os de hoje.) texto e manteria a correção gramatical do período.
d) _____ forças de Carlos Magno eram tão valentes como
____ do Rei Artur. (Compare: Os soldados de Carlos (PRF) “Muitos creem que a Internet é um meio seguro de
Magno eram tão valentes como os do Rei Artur.) acesso às informações.”
e) _____ forças de Bernardo deram combate ____ que 9. A omissão do artigo definido na expressão “acesso às
defendiam Carlos Magno. (Compare: Os homens de informações”, semanticamente, reforçaria a noção ex-
Bernardo deram combate aos que defendiam Carlos pressa pelo substantivo em plena extensão de seu sig-
Magno.) nificado e, gramaticalmente, eliminaria a necessidade
f) Esta moça se assemelha ____ que você me apresentou do emprego do sinal indicativo de crase, resultando na
ontem. (Compare: Este rapaz se assemelha ao que seguinte forma: acesso a informações.
você me apresentou ontem.)
g) ______ Medicina dá combate ____ doenças dos ho- Julgue os itens 10, 11 e 12 quanto ao uso da crase.
mens e ____ dos animais. (Compare: Os médicos dão 10. (TRF) “O TCU quer avaliar o controle exercido pela Supe-
rintendência da Receita Federal sobre à rede arrecada-
combate aos males dos homens e aos dos animais.)
dora de receitas federais.
h) Esta tinta não se compara ___ que usaram antes.
(Compare: Este papel não se compara ao que usaram
11. (AFRF) Para os membros da Comissão de Assuntos Eco-
antes.) nômicos do Senado (CAE), a qual os acordos internacio-
i) Prestava atenção ___ palavras dos velhos, mas não nais são submetidos, cabe ao Brasil novas solicitações de
____ dos jovens. (Compare: Prestava atenção aos empréstimos ao FMI.
ensinamentos dos velhos, mas não aos dos jovens.)
12. (AFRF) As Metas de Desenvolvimento do Milênio preve-
Importante: em a redução da pobreza a metade até 2015.
Língua Portuguesa

Precisamos enxergar situações em que o artigo definido


pode ser suprimido corretamente. Apenas o sentido mudará. 13. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas
Todo o país comemorou. do texto.
Sentido: país definido. Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desen-
Todo país comemorou. volvimento do Milênio no Brasil, o presidente Luiz Inácio
Sentido: país qualquer. Lula da Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A iniciativa
do governo federal em conjunto com o Movimento Na-
Todo Brasil comemorou. (errado) cional pela Cidadania e Solidariedade e o Programa das
Todo o Brasil comemorou. (certo) Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) vai se-

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lecionar e dar visibilidade __1___ experiências em todo à maneira de
o país que estão contribuindo para o cumprimento dos à beira de
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), como à procura de
__2__ erradicação da extrema pobreza e __3__ redu-
ção da mortalidade infantil. Os ODM fazem parte de um Locução adverbial possui a seguinte estrutura:
compromisso assumido, perante __4__ Organização das Preposição + substantivo
Nações Unidas, por 189 países de cumprir __5__ 18 me- à vista
tas sociais até o ano de 2015. a prazo
1 2 3 4 5 a lápis
a) a à à a às à caneta
b) as a a à as
c) às à a à às 3. Locução adjetiva
d) a a a a as Estrutura: preposição + substantivo
e) as a a à às Relação: qualifica, especifica um substantivo.
Houve pagamento à vista.
Casos Especiais de Crase Houve pagamento a prazo.
O risco à caneta não sai.
Sinal de Crase em Locuções Femininas O risco a lápis sai.

1. Locuções adverbiais 4. Locução conjuntiva


Risquei o lápis. À proporção que / À medida que
Risquei a caneta. Ele enriqueceu à medida que investiu na bolsa.
Risquei a lápis. Foi grande a medida que ele investiu na bolsa. (Notemos
Risquei à caneta. aqui o sujeito: a medida foi grande)
À proporção que estudava, surgiam dúvidas.
Regra: Os matemáticos estudam a proporção que existe entre
O sinal de crase distingue entre a locução adverbial fe- os números. (Note aqui o objeto direto de “estudam”: estu-
minina e o objeto direto. dam o quê? Resposta: estudam a proporção..., como alguém
Vendo a prazo. estuda o limite e a derivada).
Vendo à vista.
Vendo a vista. Sinal de Crase na Indicação de Horário
Dobrei a direita.
Dobrei à direita. Regra:
Ocorre crase somente se indicarmos a hora como horário
Nota: quando algo ocorre, ocorreu ou ocorrerá.
Será facultativo o sinal de crase somente com a locução Não ocorre crase quando indicamos quanto tempo pas-
adverbial feminina de instrumento, apenas no caso de não sou ou passará.
haver duplo sentido sem o sinal de crase. Nós vamos chegar lá às duas horas.
Risquei o muro a caneta. (certo) Compare com: Nós chegaremos lá ao meio-dia.
Risquei o muro à caneta. (certo) Nós vamos estar lá daqui a duas horas. (quantidade de
Perceba que se trata de locução adverbial de instrumen- tempo que vai passar)
to, mesmo sem ter visto o sinal de crase. Nós estamos aqui há duas horas. (quantidade de tempo
que já passou, tempo decorrido)
2. Locuções prepositivas
A espera de vagas terminou. Sinal de Crase após a Palavra “Até”
Consegui matricular-me.
À espera de vagas, ficamos todos. Vou ao clube.
Ainda não nos matriculamos. Vou até o clube.
Vou até ao clube.
Regra:
O sinal de crase é necessário para indicar a locução pre- Nota:
positiva feminina. O sinal distingue entre a locução e outras Após “até”, será facultativa a preposição pedida pelo
estruturas. termo anterior.

Quais outras estruturas? Então:


Sujeito, objeto, complemento não constituem locução Vou à praia.
prepositiva. Vou até a praia.
Vou até à praia.
Dica:
Língua Portuguesa

De modo geral, a locução prepositiva introduz locução Conclusão:


adverbial. Crase facultativa após “até”, desde que seja pedida pre-
Os trabalhadores já concluíram a cata de cocos. posição pelo termo anterior.
Os trabalhadores saíram cedo à cata de cocos.
Mas, cuidado!
Observação: Vi o clube. (certo)
Locução prepositiva possui a seguinte estrutura: Vi até o clube. (certo)
Preposição + substantivo + preposição Vi até ao clube. (errado)
à custa de Vi a praia. (certo)

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Vi até a praia. (certo) Sinal de Crase diante de Pronome Possessivo Feminino:
Vi até à praia. (errado) minha, sua, tua, nossa, vossa
Meu livro chegou. (certo)
Sinal de Crase diante de Pronomes de Tratamento O meu livro chegou. (certo)

Vossa Senhoria deve comparecer. (certo) Conclusão:


A Vossa Senhoria deve comparecer. (errado) O artigo definido é facultativo antes de pronomes pos-
sessivos.
Regra: Minha revista chegou. (certo)
De modo geral, não se pode empregar artigo antes de A minha revista chegou. (certo)
pronomes de tratamento.
Refiro-me a Vossa Senhoria. (certo) Aplicação (Como o artigo fica facultativo, então a crase
Refiro-me à Vossa Senhoria. (errado) ficará também facultativa):
Refiro-me a meu livro. (certo)
Observe também: Refiro-me ao meu livro. (certo)
O senhor deve comparecer. (certo) Refiro-me a minha revista. (certo)
Senhor deve comparecer. (errado) Refiro-me à minha revista. (certo)
Regra: Informação:
Exigem artigo os pronomes de tratamento: Senhor, Se- Artigo pressupõe substantivo escrito ao qual se refere
nhora, Madame, Senhorita. na sequência.
Refiro-me ao Senhor. O uso de água e o de combustível são prioritários.
Refiro-me à Senhora.
Note:
Mas, cuidado! Substantivo “uso”. Artigo “o”, que acompanha “uso”.
Visitarei o Senhor. Mas, em “o de combustível”, apenas subentendemos
Visitarei a Senhora. “uso”. Não está escrito. Então, não temos aqui artigo defini-
do. Trata-se de pronome demonstrativo “o = aquele”.
Atenção:
O artigo é opcional com o tratamento dona. Observe ainda:
Dona Maria chegou. Meu livro chegou e o seu não.
A Dona Maria chegou.
Note que o artigo é facultativo, porém o pronome “o”
não é. O pronome é obrigatório para representar o termo
Então:
“livro” não repetido.
Refiro-me a Dona Maria.
Refiro-me à Dona Maria.
Aplicação (Onde o pronome “o” ou “a” for obrigatório,
então a crase também será obrigatória):
Vamos analisar uma questão interessantíssima!
(MI/Agente Adm.) A expressão nominal “D. Fortunata” é em- Refiro-me a meu livro e não ao seu. (certo)
pregada, no texto, sem artigo. Por essa razão, caso a palavra Refiro-me a meu livro e não a seu. (errado)
sublinhada em “deu joias à mulher” fosse substituída por “D. Refiro-me ao meu livro e não ao seu. (certo)
Fortunata”, o acento grave sobre o a que sucede “joias” não Refiro-me ao meu livro e não a seu. (errado)
deveria ser empregado.
Resposta: Certo Então:
Refiro-me a minha revista e não à sua. (certo)
(MJ/Analista) “Às vezes faz bem chorar / E nas velhas cordas Refiro-me a minha revista e não a sua. (errado)
procurar / Notas e acordes esquecidos / Os dedos calejados Refiro-me à minha revista e não à sua. (certo)
deslizar / Recordar, saudoso, um samba antigo”. Refiro-me à minha revista e não a sua. (errado)
14. A letra de Ivor Lancelllotti emprega adequadamente o
acento de crase. Também está correto esse uso do acento 16. (MJ/Agente) “À margem das rodovias de grande movi-
em mento...” Diferente do exemplo destacado, o único caso
a) Deixei o carro no lava à jato e fui à confeitaria escolher em que o acento grave foi usado de forma ERRADA, nas
uns doces. alternativas abaixo, é
b) Quando saímos à cavalo estamos apenas à procura a) Ficamos à vontade no evento.
de paz e sossego. b) Refiro-me à minha irmã.
c) Retiraram-se às pressas para não responderem às c) Chegarei à uma hora, não ao meio-dia.
perguntas da mídia. Nota:
d) Daqui à uma hora e meia irei até à piscina para exa- Aqui temos o numeral “uma”. Só ele pode ter crase
minar a água e o cloro. antes de si. Não há crase antes do artigo indefinido
Língua Portuguesa

e) Encaminhamos ontem à V. Sa. os convites para a re- “uma”.


cepção à família. d) Dirija-se à qualquer moça do balcão.
Nota:
(MJ/Economista) Presente à entrevista de apresentação da Proibido crase diante de palavras indefinidas. Lembre
pesquisa, o secretário de Educação Continuada, Alfabetiza- que o artigo que a crase contém é definido.
ção e Diversidade do MEC, André Luiz Lázaro, admitiu que e) À medida que os anos passam, fico pior.
há um desafio de qualidade a ser superado no EJA.
15. A supressão do acento grave em “presente à entrevista” 17. (IBGE) Assinale a opção incorreta com relação ao empre-
manteria a correção gramatical e o sentido do texto. go do acento indicativo de crase.

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a) O pesquisador deu maior atenção à cidade menos b) Pedimos silêncio a todos. Pouco a pouco, a praça cen-
privilegiada. tral se esvaziava.
b) Este resultado estatístico poderia pertencer à qual- c) Esta música foi dedicada a ele. / Os romeiros chegaram
quer população carente. a Bahia.
c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu à entre- d) Bateram a porta! Fui atender. / O carro entrou a direita
vista. da rua.
d) A verba aprovada destina-se somente àquela cidade e) Todos a aplaudiram. / Escreve a redação a tinta.
sertaneja.
e) Veranópolis soube unir a atividade à prosperidade. GABARITO
Sinal de Crase diante de Nomes Próprios de Lugar (To- 1. a) P c) àqueles f) à
pônimos) b) A d) aqueles g) a,às,às
c) A e) àquilo h) à
Regra Prática: d) P f) àquele i) às,às
Se volto da, crase no a. e) P g) aquela
Se volto de, crase pra quê. f) P h) àquela 5. CEEECCC
g) A i) aquela 6. C
Saímos de Brasília, fomos a Fortaleza (voltamos de Forta- h) A j) àquele 7. E
leza), depois fomos a Natal (voltamos de Natal), descemos i) P k) àqueles 8. E
à Bahia (voltamos da Bahia). Então retornamos a Brasília j) PP l) àquela 9. C
(voltamos de Brasília). m) àqueles 10. E
2. a) às n) aquela 11. E
Mas: b) a o) àqueles 12. E
Saímos de Brasília, fomos à Fortaleza dos sonhos (volta- c) às p) àqueles 13. d
mos da Fortaleza dos sonhos), depois fomos à Natal dos d) a q) àquela 14. c
holandeses (voltamos da Natal dos holandeses), desce- e) à r) aquelas 15. E
mos à Bahia (voltamos da Bahia). Então retornamos à f) à s) àquela 16. d
bela Brasília (voltamos da bela Brasília). g) às 17. b
h) as 4. a) às, às 18. d
18. (IBGE) Assinale a opção em que o a sublinhado nas duas i) às b) as,às,às
frases deve receber acento grave indicativo de crase. c) as,as
a) Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar 3. a) àquelas d) as,as
em voz alta. b) àquele e) as,às

QUADRO-RESUMO DE CRASE

CRASE OBRIGATÓRIA CRASE PROIBIDA CRASE FACULTATIVA


Antes de hora = trocar por ao meio-dia. Antes de palavra masculina. Antes de pronome possessivo adjetivo
Chegou às duas horas. (ao meio-dia) Andava a pé. feminino.
Espero desde as três horas. (o meio-dia) Foi assassinato a sangue-frio. Refiro-me à/a sua tia.
Escreveu a lápis.
Com as palavras moda ou maneira Antes de verbo. Antes de nome de mulher.
ocultas. Estava decidido a fugir. Dei o carro à/a Maria.
Quero bife à milanesa. (à moda milanesa) Tudo a partir de 1,99.
Estilo à Rui Barbosa. (à maneira de Rui
Barbosa)
Subentendendo as palavras faculdade, A (no singular) + palavra no plural. Depois da preposição Até.
universidade, escola, companhia, em- Só faço favor a pessoas dignas. Fui até à / a praia.
presa e semelhantes. Dê isto a suas irmãs. Mas: Visitei até a praia. (VTD)
O Governo não fez concessões à Ford.
Preferiu a Faculdade de Letras à Hélio
Afonso.
Antes da palavra distância, quando de- Antes de pronome indefinido ou pala- Antes de Europa, Ásia, África, Espanha,
terminada. vra por ele modificada. França, Inglaterra, Escócia e Holanda
Fiquei à distância de dez metros. Disse isso a toda pessoa.
Fiquei a distância. Não irei a festa alguma.
Língua Portuguesa

Aqui não cabe crase, pois a palavra “fes-


ta” está determinada por pronome in-
definido. Compare com masculino: Não
irei a baile algum.
Nas locuções com palavras femininas. Antes de pronome de tratamento, salvo Antes do tratamento dona.
Choveu à noite. Dona, Senhora, Madame, Senhorita. Ele dirigiu a palavra a / à dona Maria.
Ele melhora à medida que é medicado. Enviarei tudo a Vossa Senhoria.
Houve um baile à fantasia.

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Antes de terra, salvo quando antônimo Antes de terra antônimo de bordo. Em locuções adverbiais femininas de
de bordo. Mandou o marinheiro a terra. instrumento.
O agricultor tem apego à terra. Galdesteu matou o rei a / à faca.
Do céu à terra. Voltou à terra onde nasceu. Antes de quem e cujo(s), cuja(s). Mas: Preencher à máquina ou em letra
O prêmio cabe a quem chegar primeiro. de forma. (crase obrigatória para evitar
Esta é a autora a cuja peça me referi. duplo sentido)
Antes de Senhora, Madame, Senhorita. Entre palavras repetidas.
Ninguém resiste à Senhora Neide. (Mas: Estavam cara a cara.
Vi a Senhora Neide. – VTD) Venceu a corrida de ponta a ponta.
Antes de nomes de lugar especificados Depois de preposições (ante, após, com,
ou que aceitem artigo. conforme, contra, desde, durante, entre,
Fui à bela Brasília. mediante, para, perante, sob, sobre, se-
Fui à Bahia. gundo).
Após as aulas, conforme a ocasião, para
a paz; segundo a lei etc.
Quando ocorre as diante de pronome Quando se subentende um indefinido
possessivo adjetivo no plural. entre a preposição a e o substantivo
Refiro-me às suas tias. feminino.
Estacionamento sujeito a multa. (a uma
multa)
Antes da palavra casa, quando deter- Antes de casa = lar.
minada por adjunto de posse. Retornei a casa.
Chegamos à casa de Pafúncio.
Antes de nomes de lugar que não ad-
mitem o artigo.
Fui a Brasília.
Chegamos a Maceió.
Antes de numerais.
O número de acidentes chegou a 35.
Antes de nomes de santas.
Sou grato a Santa Clara.

EXERCÍCIOS 5. O acento indicativo de crase em “semelhante à dos povos


da escrita” pode ser eliminado, pois é opcional.
(Funiversa/Terracap) Acerca da frase “Às vezes até esqueço
que fui adotada”. 6. (Funiversa/Sejus) Cada uma das alternativas a seguir
1. O verbo esquecer está empregado com traços tipica- apresenta reescritura de fragmento do texto. Assinale
mente coloquiais, pois a forma padrão culta exige que, aquela em que a reescritura apresenta erro relacionado
na frase, ele seja acompanhado de pronome me e pre- ao emprego ou à ausência do sinal indicativo de crase.
posição de. a) Seu desenvolvimento pode ser atribuído a violações
de direitos humanos.
(Funiversa/Terracap) Acerca da frase “São emissoras trans- b) O legado do nazismo foi condicionar a titularidade de
mitidas de qualquer país que passe pela nossa mente – e
direitos aquele que pertencesse à raça ariana.
alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.”
2. A troca da preposição “de”, na segunda ocorrência, c) Pelo horror absoluto à exterminação.
por em provocaria uma falha na regência do verbo d) A ruptura do paradigma deve-se à barbárie do totali-
desconfiar. tarismo.
e) É necessária a reconstrução dos direitos humanos.
(Funiversa/Terracap) A respeito do texto “Cada órgão do
nosso corpo tem uma função vital e precisa estar 100% em 7. (Funiversa/Terracap) No trecho: “Em meio à burocracia
condições.” oficial, o rock ocupou o espaço urbano, os parques, as
3. A expressão “em condições”, segundo a gramática da superquadras de Lucio Costa, cresceu e apareceu.”, o uso
língua portuguesa, exige um complemento que integre do sinal indicativo de crase é
o seu sentido. Porém, no texto, a ausência desse com- a) facultativo, pois antecipa palavra feminina seguida de
plemento não promoveu prejuízo para a compreensão adjetivo masculino.
da informação. b) inadequado, pois não indica contração.
c) proibido, porque não se admite crase antes de subs-
Por maiores que sejam os esforços e a generosidade dos tantivos abstratos.
Língua Portuguesa

que lhes oferecem atenção e cuidado, essas crianças estarão d) obrigatório, pois indica uma vogal átona representada
desprovidas do fundamental: carinho e referência familiar. por um artigo.
4. O termo “lhes” pode ser substituído pela expressão à elas,
e) adequado, pois representa a contração da preposição
com acento indicativo de crase, pois o pronome elas re-
mete a “crianças”, substantivo feminino utilizado no texto. a e do artigo definido feminino a.

(Funiversa/Iphan) Os povos da oralidade são portadores de (Funiversa/Terracap) Na frase “O que se opõe à nossa cultura
uma cultura cuja fecundidade é semelhante à dos povos da de excessos e complicações é a vivência da simplicidade”.
escrita. 8. O acento indicativo de crase é facultativo.

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58 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
No texto “A simplicidade sempre foi criadora de excelên- a) à - a - a c) à - à - a e) a - à – à
cia espiritual e de liberdade interior. Henry David Thoreau b) à - a - à d) a - a - à
(+1862), que viveu dois anos em sua cabana na floresta junto
a Walden Pond, atendendo estritamente às necessidades 16. (SP/BIBLIOT) Alguns atribuem ...... linguagem as infindá-
vitais, recomenda incessantemente em seu famoso livro- veis possibilidades de comunicação entre os homens.
-testemunho: Walden ou a vida na floresta: “simplicidade, Mas é comum que durante uma conversa o falante faça
simplicidade, simplicidade”.” alusões ...... conteúdos implícitos que ultrapassam aquilo
9. O acento indicativo de crase antes de “necessidades vi- que está de fato sendo dito; tais conteúdos podem ser
tais” é exigência da palavra “estritamente”. corretamente inferidos pelo interlocutor, devido, por
exemplo, ...... entonação usada pelo falante.
(Funiversa/HFA) Na frase: “As demissões recordes nas com- Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
panhias americanas devido à crise fizeram vítimas inusitadas ordem dada:
– os próprios executivos de recursos humanos.” a) a − à − à c) a − a − à e) a − à − a
10. O uso da crase em “à crise” deve-se ao fato de ser uma b) à − a − à d) à − à − a
locução adverbial feminina.
17. (TJ-SE/Técnico Judiciário) A frase inteiramente correta,
11. (Alesp) Orientação espiritual ...... todas as pessoas é um
considerando-se a colocação ou a ausência do sinal de
dos propósitos ...... que escritores e pensadores vêm se
dedicando, porque a perplexidade e a dúvida são inevi- crase, é:
táveis ...... condição humana. a) Brigas entre torcidas de times rivais se iniciam sem-
As lacunas da frase acima estarão corretamente preen- pre com provocações de parte à parte, à qualquer
chidas, respectivamente, por: momento.
a) à - a – à b) O respeito as medidas de segurança tomadas em um
b) à - à - a evento de grande interesse garante à alegria do es-
c) a - a – à petáculo.
d) a - à - à c) Uma multidão polarizada pode ser induzida à atitudes
e) a - a - a hostis, tomadas em oposição às medidas adotadas.
d) Com a constante invasão às sedes de clubes, os diri-
12. (Bagas) Tomando a melodia ...... música europeia, ao gentes passaram a monitorar a presença de torcedo-
mesmo tempo em que a harmonia era inspirada no jazz res, até mesmo nos treinos.
americano, a bossa nova foi buscar o ritmo na música e) As pessoas, enfurecidas, iam em direção à um dos
africana, o que resultou numa mistura que parece encan- dirigentes, quando os policiais conseguiram controlar
tar ...... todos os estrangeiros que vêm ...... conhecê-la. toda a multidão.
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
ordem dada: 18. (TRT 16 R) Lado ...... lado das restrições legais, são im-
a) à - a – a portantes os estímulos ...... medidas educativas, que
b) à - a - à permitam avanços em direção ...... um desenvolvimento
c) a - à – a sustentável do setor da saúde.
d) a - à - à As lacunas da frase acima estarão corretamente preen-
e) à - à - a chidas, respectivamente, por
a) a − à − à c) à − a − a e) a − à − a
13. (TCE/SP) A alimentação diária, ...... base de feijão com b) à − a − à d) a − a − a
arroz, fornece ...... população brasileira os nutrientes
necessários ...... uma boa saúde. 19. (TRT 7 R) Pela internet, um grupo de jovens universitários
As lacunas da frase acima estarão corretamente preen- buscou a melhor formar de ajudar ...... vítimas de en-
chidas, respectivamente, por: chentes em Santa Catarina, e um deles foi ...... Itapema,
a) a - à – à disposto ...... colaborar na reconstrução da cidade.
b) à - a - a
As lacunas da frase acima estarão corretamente preen-
c) à - à – a
chidas, respectivamente, por:
d) a - a - à
e) à - à - à a) as - a - a c) as - à - à e) as - a – à
b) às - à - a d) às - a - à
14. (FCC/TRE-RN) Graças ...... resistência de portugueses e
espanhóis, a Inglaterra furou o bloqueio imposto por Na- 20. (TRT 20) Exportadores brasileiros lançaram-se ...... con-
poleão e deu início ...... campanha vitoriosa que causaria quista de vários mercados internacionais, após ...... mo-
...... queda do imperador francês. dernização do setor agropecuário, que passou a oferecer
Preenchem as lacunas da frase acima, na ordem dada, ...... esses mercados produtos de qualidade reconhecida.
a) a - à - a As lacunas da frase acima estarão corretamente preen-
b) à - a - a chidas, respectivamente, por
c) à - à - a a) à - a - a c) a - a - à e) à - à – a
d) a - a - à b) à - a - à d) a - à - à
Língua Portuguesa

e) à - a - à
GABARITO
15. (DNOCS) Muitos consumidores não se mostram atentos
...... necessidade de sustentabilidade do ecossistema e 1. E 6. b 11. c 16. b
não chegam ...... boicotar empresas poluentes; outros 2. C 7. e 12. a 17. d
se queixam de falta de tempo para se dedicarem ...... 3. C 8. C 13. c 18. d
alguma causa que defenda o meio ambiente. As lacu- 4. E 9. E 14. c 19. a
nas da frase acima estarão corretamente preenchidas, 5. E 10. E 15. a 20. a
respectivamente, por

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SINTAXE DA ORAÇÃO • Termos acessórios: adjunto adnominal, adjunto ad-
verbial, aposto.
Relações Morfossintáticas e Semânticas no • Vocativo.
Período Simples
Estudo dos Termos em Sequência Didática
Conceituando frase, período e oração
1) Sujeito
Frase precisa ter sentido completo. Sem verbo, é frase O primeiro passo para uma análise sintática correta é
nominal. Com verbo, é frase verbal. Início com maiúscula, fim encontrar o sujeito.
com ponto, exclamação, interrogação ou reticências. Para encontrar o sujeito, lembremos que o sujeito é o
Psiu! Chuva, fogo, vento, neve, tudo de uma vez. (frases assunto da oração.
nominais) Uma pergunta bem feita ajuda a encontrar o sujeito com
Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (frase verbal) segurança. Devemos perguntar antes do verbo: O que é que
O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (frase + verbo? ou Quem é que + verbo?
verbal) Aqui faltava um caderno.
Pergunte: O que é que faltava?
Período é frase com verbo, ou seja, é frase verbal. Sen- Resposta (sujeito): um caderno.
tido completo. Início com maiúscula, fim com ponto, excla-
mação, interrogação ou reticências. A resposta pode estar onde estiver (antes ou depois do
O período é simples quando tem só uma oração. Esta verbo). Ela será o sujeito. Só depois de encontrar o sujeito,
oração é chamada de oração absoluta. podemos procurar complementos para o verbo.
Entre as várias oportunidades de trabalho no mercado,
destacam-se as vagas em concurso público. (período simples São quatro casos de sujeito inexistente
tem apenas um verbo ou locução, com o mesmo sujeito; a
oração é absoluta) VERBO SENTIDO
= existir
O período é composto quando tem mais de uma ora- haver = ocorrer
ção. Haverá oração principal, oração coordenada e oração
subordinada. = tempo decorrido
Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (período com- = tempo
fazer
posto tem dois ou mais verbos independentes. Orações in- = clima
dependentes são coordenadas) = tempo
O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (perí- ser = data, hora
odo composto. Uma oração tem função sintática para outra:
= distância
uma é subordinada e a outra é principal).
Fenômenos naturais: chover, ventar, nevar etc.
Oração só precisa ter verbo. O sentido não precisa ser
Coloque nos parênteses que precedem as orações:
completo.
(S) para sujeito simples (um só núcleo).
Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (três orações, (C) para sujeito composto (dois ou mais núcleos).
porque são três verbos independentes) (O) para sujeito oculto, elíptico ou implícito (subentendido
O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (duas no contexto).
orações, porque são dois verbos com sentidos próprios, in- (I) para sujeito indeterminado (3ª plural; ou com índice e
dependentes, ou seja, não formam locução verbal) verbo na 3ª singular).
Entre as várias oportunidades de trabalho no mercado, (SS) para sujeito inexistente ou oração sem sujeito.
destacam-se as vagas em concurso público. (uma oração (SO) para sujeito for uma oração (sujeito oracional).
absoluta)
8. ( ) Voavam, nas alturas, os pássaros.
EXERCÍCIOS 9. ( ) Entraram, apressadamente na sala, o diretor e o
secretário.
Identifique frases, períodos e orações 10. ( ) Deixaremos a cidade amanhã.
11. ( ) Havia muitas pessoas no gabinete do diretor.
1. Casa de ferreiro, espeto de pau. 12. ( ) Todos os dias passavam muitos vendedores pelas
2. Todos os que lançam mão da espada, à espada perece- estradas.
rão. (Mt. 26, 52) 13. ( ) Entregaram a ela um bilhete anônimo.
3. O temer ao Senhor é o princípio da sabedoria. 14. ( ) Choveu copiosamente no dia de ontem.
4. Foi escolhido o projeto que tinha sido mais bem elaborado. 15. ( ) Apareceu um pássaro no jardim.
16. ( ) Hoje, pela manhã, telefonaram muitas vezes para você.
5. Dentre as mais belas histórias, uma não tão bela.
Língua Portuguesa

17. ( ) A mente humana é poderosa arma contra o mal.


6. Sobre a mesa, um copo de leite.
18. ( ) A vida e a morte são os extremos da raça humana.
7. O candidato da oposição está melhor do que os da situação. 19. ( ) Necessitamos de muita paz.
20. ( ) O querer e o fazer são alcançáveis.
Termos da Oração 21. ( ) ( ) ( ) Querer e fazer é alcançável.
22. ( ) Todos necessitam de ajuda.
• Termos essenciais: sujeito e predicado. 23. ( ) O valor do homem é medido pela cultura.
• Termos integrantes: objeto, complemento nominal, 24. ( ) Houve dias de sol em pleno inverno.
agente da passiva. 25. ( ) Caíram ao solo os lápis e os cadernos.

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26. ( ) Assaltaram um banco na cidade. 534 km da cidade de São Paulo, impondo critérios bastante
27. ( ) Já é muito tarde. rígidos para que os estabelecimentos penais da região pos-
28. ( ) São sete horas da noite. sam receber novos presos, confirma a dramática dimensão
29. ( ) ( ) Convém que o país cresça. da crise do sistema prisional.
30. ( ) Abre a porta, Maria! 43. O trecho “pequena cidade a 534 km da cidade de São
31. ( ) Chegaste antes da hora marcada. Paulo” encontra-se entre vírgulas por exercer a função
32. ( ) Devagar, caminhavam os tropeiros na estrada. de aposto.
33. ( ) Aquelas aves azuis cruzavam o céu cinzento.
34. ( ) Nada o aborrecia. (MS/Agente) A diretora-geral da OPAS, com sede em Washing-
35. ( ) Poucos entenderam a palavra do chefe. ton (EUA), Mirta Roses Periago, elogiou a iniciativa de estados
36. ( ) Brincavam na calçada os meninos e as meninas. e municípios brasileiros de levar a vacina contra a rubéola
37. ( ) Chegaram os primeiros imigrantes italianos. aos locais de maior fluxo de pessoas, especialmente homens,
38. ( ) Ouviu-se uma voz de choro dentro da noite brasi- como forma de garantir a maior cobertura vacinal possível.
leira. 44. O nome próprio “Mirta Roses Periago” funciona como
39. ( ) Ao longe, tocavam os sinos da aldeia. aposto de “A diretora-geral da OPAS”.
40. ( ) Atropelaram um cão na estrada.
Indique se o termo destacado é aposto ou predicativo.
41. (MJ/Adm.) Aparece uma oração sem sujeito em: 45. A moça, bonita, chegou.
a) “... há uma linha divisória entre o trabalho formal e Morfologia:
informal...” Sintaxe:
b) “No entanto, creditam à prática apenas um ‘jeito de Semântica:
ganhar a vida’ sem cometer crimes.”
c) “Todos gostariam de trabalhar tendo um patrão...” 46. A moça, chefe da seção, chegou.
d) “Isso é quase um sonho para muitos” Morfologia:
e) “São pouquíssimos os que ganham mais de R$ 300 Sintaxe:
por mês.” Semântica:

2) Predicativo Versus Aposto 47. A mãe, carinhosa, observava o filho.


Morfologia:
Observe a Questão: Sintaxe:
(Cespe/Abin) A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência Semântica:
(Sisbin) e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligên-
cia (Abin) permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a 48. A mãe, fonte de carinho, observava o filho.
atividade de Inteligência, mediante uma ação coordenadora Morfologia:
do fluxo de informações necessárias às decisões de governo, Sintaxe:
no que diz respeito ao aproveitamento de oportunidades, Semântica:
aos antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, relativos
aos mais altos interesses da sociedade e do país. 49. As ameaças, reais ou potenciais, ainda existem.
42. As vírgulas que isolam a expressão “reais ou potenciais” Morfologia:
são obrigatórias, uma vez que se trata de um aposto Sintaxe:
explicativo. Semântica:

Veja o quadro: 3) Adjunto Adnominal Versus Predicativo

Predicativo Aposto Adjunto adnominal Predicativo


É adjetivo ou equivalente. É substantivo ou equivalente. É adjetivo ou equivalente. É adjetivo ou equivalente.
Refere-se a um substantivo Refere-se a um substantivo Refere-se ao substantivo. Refere-se ao substantivo.
ou equivalente. ou equivalente. Estado passageiro ou perma-
Estado passageiro ou perma- Explica, resume, restringe, Estado permanente.
nente.
nente. enumera. Restrição. Explicação.
Separado explica, junto res-
Separado do nome. Indique se o termo sublinhado é adjunto adnominal ou
tringe.
predicativo.
Exemplos de Predicativo 50. A moça bonita chegou.
Morfologia:
Nós somos estudantes. (substantivo na função de pre- Sintaxe:
dicativo) Semântica:
Nós somos vinte. (numeral na função de predicativo)
Língua Portuguesa

Eu sou seu. (pronome na função de predicativo) 51. A moça, bonita, chegou.


Nós somos esforçados. (adjetivo na função de predicativo) Morfologia:
Nós somos de ferro. (locução adjetiva na função de pre- Sintaxe:
dicativo) Semântica:
A solução é que você venha. (oração não função de pre-
dicativo) 52. A moça parece bonita.
Morfologia:
(SGA-AC/Administrador) Uma decisão singular de um juiz Sintaxe:
da Vara de Execuções Criminais de Tupã, pequena cidade a Semântica:

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53. A mãe carinhosa observava o filho. 65. O juiz considerou a jogada ilegal.
Morfologia: Na voz passiva: A jogada foi considerada ilegal pelo juiz.
Sintaxe: Note: “ilegal” separado de “a jogada”. Então:
Semântica: Morfologia: adjetivo.
Sintaxe: predicativo do objeto.
54. A mãe, carinhosa, observava o filho. Semântica: estado.
Morfologia:
Sintaxe: 66. O juiz observou a jogada ilegal.
Semântica: Na voz passiva: A jogada ilegal foi observada pelo juiz.
Note: “ilegal” junto de “a jogada”. Então:
55. A mãe era carinhosa. Morfologia: adjetivo.
Morfologia:
Sintaxe: adjunto adnominal.
Sintaxe:
Semântica: característica.
Semântica:

56. O trem atrasado chegou. 67. O edital deixou a turma agitada.


Morfologia: Morfologia:
Sintaxe: Sintaxe:
Semântica: Semântica:

57. O trem chegou atrasado. 68. Um fraco rei faz fraca a forte gente.
Morfologia: Morfologia:
Sintaxe: Sintaxe:
Semântica: Semântica:

58. O trem, atrasado, chegou. 69. Gosto de vocês alegres.


Morfologia: Morfologia:
Sintaxe: Sintaxe:
Semântica: Semântica:

59. O trem continua atrasado. 70. O pai tornou o filho um vencedor.


Morfologia: Morfologia:
Sintaxe: Sintaxe:
Semântica: Semântica:
60. Os inquietos meninos esperavam o resultado.
71. Helena virou professora.
Morfologia:
Sintaxe: Morfologia:
Semântica: Sintaxe:
Semântica:
61. Os meninos esperavam o resultado inquietos.
Morfologia: 72. A vida fez dele um lutador.
Sintaxe: Morfologia:
Semântica: Sintaxe:
Semântica:
62. Os meninos, inquietos, esperavam o resultado.
Morfologia: 73. (Idene-MG/Analista) No fragmento a seguir (...) não con-
Sintaxe: sidero desertor um jogador que, por qualquer motivo,
Semântica: não queira defender a seleção de seu país), o termo
“desertor” desempenha a função de
63. O furioso Otelo matou Desdêmona. a) predicativo do sujeito.
Morfologia: b) predicativo do objeto direto.
Sintaxe: c) predicativo do objeto indireto.
Semântica: d) adjunto adverbial de modo.
e) adjunto adverbial de causa.
64. Otelo estava furioso.
Morfologia:
5) Adjunto Adnominal Versus Adjunto Adverbial
Sintaxe:
Semântica:
Língua Portuguesa

Adjunto adnominal Adjunto adverbial


4) Adjunto Adnominal Versus Predicativo do Objeto É advérbio ou locução ad-
É adjetivo ou equivalente.
verbial.
Técnica. Fazer a voz passiva. Ver se fica junto ou separado, Refere-se a um verbo, um
quando faz mais sentido. Refere-se a um substantivo.
adjetivo ou um advérbio.
Lembrar que junto é adjunto adnominal.
Lembrar que separado é predicativo. Varia. Não varia.
Obs.: separado significa fora do objeto, quando anali- Tempo, modo, lugar, causa,
Estado, situação.
samos. intensidade etc.

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Analise os termos destacados colocando ADN para adjunto 8) Complemento Nominal Versus Adjunto Adnominal
adnominal e ADV para adjunto adverbial.
74. Muitos animais da floresta são perigosos. Complemento nominal Adjunto adnominal
75. Estes belos animais vieram da floresta. Pode ser agente, posse ou
76. Ele é um narciso às avessas. É alvo, é passivo.
espécie.
77. Ele sempre agiu às avessas. Completa adjetivo, advérbio
78. Investigaram em sigilo os escândalos de alguns políticos. Só determina substantivo.
ou substantivo abstrato.
79. Uma investigação em sigilo desvendou alguns mistérios.
80. É saudável caminhar de manhã. Identifique os termos destacados conforme o código: CN
81. Passeios de manhã fazem bem à saúde. para complemento nominal e ADN para adjunto adnominal.
82. Devemos dirigir com cautela. 111. Foi forte o chute do jogador na bola.
83. Manobras com cautela são mais seguras. 112. O mergulho do atleta no mar causou espanto.
84. As enchentes causam muito prejuízo à população. 113. A comunicação do crime à polícia deixou revoltada a
85. A população sofre muito com as enchentes. população do bairro.
114. O ataque dos EUA ao Iraque promoveu inimizade do
6) Adjunto Adverbial povo árabe contra o Ocidente.
115. Nenhum de nós seria capaz de tanto.
Indique a circunstância expressa pelos adjuntos adverbiais 116. Rumor suspeito quebra a doce harmonia da seta.
destacados. 117. As outras filhas do latim se mantiveram mais ou menos
86. No Pátio do Colégio afundem meu coração paulistano. fiéis às suas tradições.
87. As cores das janelas e da porta estão lavadas de velhas. 118. Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!
88. Clara passeava no jardim com as crianças. 119. As leis de assistência ao proletariado ainda não são
89. Ainda era muito cedo, não podia aparecer ninguém. muito eficientes.
90. Foi para vós que ontem colhi, senhora, este ramo de 120. O interesse do povo não diminuiu.
flores que ora envio. 121. Minha terra tem macieiras da Califórnia.
91. A gente não pode dormir com os oradores e os perni- 122. Os vigilantes, enérgicos, regularizavam a ocupação dos
lugares.
longos.
123. O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração.
92. Quando Ismália enlouqueceu, pôs-se na torre a sonhar...
124. (...) fez o paraíso cheio de amores e frutos, e pôs o
93. És tão mansa e macia, que teu nome a ti mesma acaricia.
homem nele.
94. Sigo depressa machucando a areia.
125. O olho da vida inventa luar.
95. Saio de meu poema como quem lava as mãos. 126. Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
96. O céu jamais me dê a tentação funesta de adormecer 127. O estudante de Direito elogiou o leitor de alfarrábios.
ao léu, na lomba da floresta.
97. A bunda, que engraçada. Está sempre sorrindo, nunca (Jucerja/Administrador)
é trágica.
98. Talvez um dia o meu amor se extinga. “Velhos e novos”

7) Predicativo Versus Adjunto Adverbial Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2006.

Predicativo Adjunto adverbial Quero discutir uma questão que vem há muito me in-
É advérbio ou locução ad- comodando. Há alguns anos, o governo e a sociedade se
É adjetivo ou equivalente. preocupam com o ingresso no mercado de trabalho de jovens
verbial.
e idosos (o que acho válido). E a faixa intermediária, como
Refere-se a um verbo, um
Refere-se ao substantivo. fica? Sendo velhos para o mercado de trabalho e novos para
adjetivo ou um advérbio.
se aposentarem, ficam esquecidos, sujeitos a todo tipo de
Estado passageiro ou perma- Tempo, modo, lugar, causa, humilhação, caindo muitas vezes na depressão, no alcoolis-
nente. intensidade etc. mo, com baixa autoestima. Por que até o momento ainda
Varia. Não varia. não foram lembrados? Alguém já fez alguma pesquisa a esse
respeito, para saber o número dos cidadãos brasileiros que
Analise os termos destacados colocando PDV para predica- passam por esse momento?
tivo e ADV para adjunto adverbial.
99. A moça chegou bonita. Atenciosamente,
100. A moça chegou rápido. Jussimar de Jesus
101. A moça chegou rápida.
102. A moça chegou rapidamente. 128. Com referência às palavras e expressões empregadas
Língua Portuguesa

103. A cerveja desceu redondo. no texto, está incorreto o que se afirma em:
104. A cerveja desceu redonda. a) A carta foi escrita em linguagem formal, e as inter-
105. Dona Vitória entrou lenta. rogações cumprem um papel retórico.
106. Dona Vitória lentamente entrou. b) A maioria dos verbos está no presente do indicativo,
107. Dona Vitória, lento, entrou. mas “ainda não foram lembrados” está no pretérito
108. Dona Vitória, lenta, entrou. perfeito passivo.
109. Vivem tranquilos os anões do orçamento. c) “que vem há muito me incomodando”, que refere-se
110. Vivem na tranquilidade os anões do orçamento. à questão e é sujeito de vem.

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d) “de jovens e idosos” é locução adjetiva e funciona 146. O leitor deve permitir-se repousar um pouco.
como complemento nominal de ingresso. 147. O leitor deve perguntar-se a razão da leitura.
e) O emprego dos parênteses em “(o que acho válido)” 148. O professor deu-se férias.
deve-se à intercalação de um comentário à margem. 149. A minha paz vos dou.
150. Esta regra vos permitirá entender o caso.
129. (Idene-MG/Analista) O segmento inicial do Hino Na- 151. Batei na porta e abrir-se-vos-á.
cional Brasileiro diz o seguinte: “Ouviram do Ipiranga
as margens plácidas// De um povo heroico o brado (Jucerja/Administrador)
retumbante”. Mantendo o sentido original do excerto,
reescrevendo seus versos a partir do sujeito da oração Operário em construção (fragmento)
original e desfazendo as inversões nele ocorrentes, o
texto resultaria em Era ele que erguia casas
a) As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado Onde antes só havia chão.
retumbante de um povo heroico. Como um pássaro sem asas
b) As plácidas margens ouviram do Ipiranga o heroico Ele subia com as casas
brado retumbante de um povo. Que lhe brotavam da mão.
c) As margens do Ipiranga, plácidas, ouviram de um Mas tudo desconhecia
povo o retumbante brado heroico. De sua grande missão:
d) Do Ipiranga as margens plácidas ouviram o brado Não sabia, por exemplo
retumbante de um povo heroico. Que a casa de um homem é um templo
e) Ouviram as margens plácidas do Ipiranga de um povo Um templo sem religião
o heroico brado retumbante. Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
9) Função Sintática dos Pronomes Oblíquos Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
Indique a função sintática dos pronomes oblíquos destaca-
dos: De fato, como podia
(OD) objeto direto Um operário em construção
(OI) objeto indireto Compreender por que um tijolo
(CN) complemento nominal Valia mais do que um pão?
(ADN) adjunto adnominal Tijolos ele empilhava
(S) sujeito Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Técnica: trocar o pronome por o menino e analisar. Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
130. Agora, meu filho, diga-me toda a verdade. Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Trocando por “o menino”: Agora, meu filho, diga toda a Adiante um apartamento
verdade AO MENINO. Além uma igreja, à frente
Assim, temos “diga” como VTDI e “AO MENINO” como Um quartel e uma prisão:
objeto indireto. Portanto, o pronome “me” também será Prisão de que sofreria
objeto indireto. Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
131. O vento batia-me gostosamente no rosto.
(MORAES, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Org.
Eucanaã Ferraz. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004, p. 461)
Trocando por “o menino”: O vento batia gostosamente
no rosto DO MENINO. 152. Considere as afirmações a seguir sobre o emprego dos
Assim, temos “DO MENINO” conectado a “rosto”, que pronomes nos versos.
é substantivo concreto. Portanto, “do menino” só pode ser I – “Era ele que erguia casas” – pronome pessoal reto,
adjunto adnominal e, portanto, o pronome “me” também em função de sujeito.
será adjunto adnominal. II – “Que lhe brotavam da mão.” – pronome pessoal
oblíquo, em função de objeto indireto.
Agora, continue seguindo o modelo acima. III – “Que a casa que ele fazia” – pronome relativo, em
132. Aquele mal atormentou-me durante muito tempo. função de objeto direto.
133. Deixei-me ficar ali em paz. IV – “Sendo a sua liberdade” – pronome possessivo,
134. O processo me foi favorável. em função de adjunto adnominal.
135. Comuniquei-lhe os fatos ontem de manhã.
136. Os meus conselhos foram-lhe bastante úteis. É correto apenas o que se afirma na alternativa:
Língua Portuguesa

137. Vejo-lhe na fronte uma certa amargura. a) I e II.


138. Confiei-lhe todos os meus segredos. b) I e III.
139. Sempre te considerei um grande amigo. c) I, II e IV.
140. Vocês devem ser-me sempre fiéis. d) I, III e IV.
141. Contou-nos essa jovem uma triste história. e) I, II e III.
142. Deixou-nos o moribundo uma bela obra.
143. Eles nos viram entrar aqui. (Prefeitura Cel. Fabriciano-MG/) Há duas expressões no fute-
144. O resultado nos será benéfico. bol que me incomodam. (...) Sem ditar regras, e muito menos
145. Chora-lhe de saudade o coração. sem a pretensão de dar aula de educação cívica, prefiro que a

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cidadania, muitas vezes com o hino nacional de fundo, seja 170. Muitos vícios são curados pelas boas leituras.
exercida em outras atividades do dia-a-dia. Por exemplo? Na 171. Ana continua a mesma doçura.
cobrança de transparência das ações de políticos, no con- 172. Elogiaram Pafúncio.
trole do dinheiro arrecadado pelos impostos, no banimento 173. Faz quatro noites que me estão observando.
da vida pública daqueles que nos roubam recursos, mas, 174. A cantora apareceu sorridente e parecia cansada.
sobretudo sonhos. 175. Alguém chegou atrasado.
153. Os pronomes pessoais são muito versáteis quanto aos 176. Eles falaram sério.
valores sintáticos que expressam, em função dos con- 177. Elas falaram sérias.
textos frasais em que se encontrem. Considerando essa 178. Joana e eu entramos apressados no cinema.
reflexão, compare, nos dois fragmentos retirados do
texto de Grecco, o emprego dos pronomes pessoais 12) Aposto Versus Vocativo
nele presentes e indique a alternativa que contém a
indicação correta das funções que eles desempenham Aposto Vocativo
nas orações.
Fala sobre. Fala com.
I. “que nos roubam recursos”
II. “que me incomodam” Explica, resume, restringe ou enumera. Chama.
Ambos os termos desempenham a função de:
a) objeto direto tanto de roubar quanto de incomodar. Identifique predicativos, adjuntos adnominais, apostos e
b) objeto indireto tanto de roubar quanto de incomodar. vocativos nas orações.
c) objeto direto e indireto, respectivamente. 179. Bem-vindo sejas às terras dos Tabajaras, senhores da
d) objeto indireto e direto, respectivamente. aldeia.
e) adjunto adnominal e complemento nominal. 180. Bem-vindo sejas às terras dos Tabajaras, senhor da al-
deia.
10) Podem ser Verbos de Ligação 181. A mãe, dona de bela voz, entre cantos dizia:
– Vá ao mercado para mim, filho!
Veja o mnemônico: CAFÉ SPP MTV 182. Durante sete anos, Jacó serviu Labão, pai de Raquel,
serrana, bela.
183. Jacó serviu ao pai de Raquel, serrana bela.
C Continuar
A Andar Tipos de Aposto
F Ficar
E Estar Aposto Explicativo Versus Aposto Restritivo
Obs.: somente serão verbos de liga-
ção se tiverem predicativo do sujeito. Restrição significa atributo dado a uma parte do todo.
S Ser
Explicação significa atributo dado à totalidade.
P Parecer Nota: Outros verbos sinônimos des-
P Permanecer tes podem ser de ligação. Entendendo restrição e explicação
184. homem honesto.
M Manter-se 185. homem mortal.
186. pedra amarela.
T Tornar-se 187. pedra dura.
V Virar 188. homem fiel.
189. céu azul.
Classifique os verbos.
154. Ana estava tranquila. Entendendo aposto explicativo e aposto restritivo
155. Ana estava em casa. • Aposto restritivo é nome próprio atribuído a um substan-
156. Fernando foi elogiado. tivo anterior, com a finalidade de particularizar um ser
157. Fernando era calmo. entre outros.
158. O país anda preocupado. • Aposto explicativo repete o sentido com outras palavras,
159. O país anda depressa com as reformas. igualando o sentido das expressões.
160. João continua esforçado.
161. João continua no trabalho. 190. Gosto do poeta Fernando Pessoa e do Drummond, mi-
162. A moça chegou bonita. neirão ensimesmado.
163. A moça chegou rápido. 191. A obra de Drummond é orgulho da citada de Itabira.
164. A moça chegou a piloto. 192. O rio São Francisco nasce na serra da Canastra, no es-
165. Ela vive despreocupada. tado de Minas Gerais.
166. Ela vive bem aqui.
193. O rio Amazonas nasce na Cordilheira dos Andes, maior
167. Ele tornou o setor mais produtivo.
acidente geográfico das Américas.
168. Ele tornou-se mais produtivo.
Língua Portuguesa

Aposto Enumerativo Versus Aposto Resumitivo


11) Termo Essencial: Predicado
• Aposto enumerativo constitui lista de seres que especifica
V.LIG. + P.S. => P.N. um termo genérico antecedente. Veja:
SUJEITO V. NÃO LIG. + SEM P.S. => P.V. Lemos autores românticos: Castro Alves, Casimiro de
V. NÃO LIG. + COM predvo.=> P.V.N. Abreu, Álvares de Azevedo.
=> Aposto enumerativo: Castro Alves, Casimiro de Abreu,
Classifique os predicados: verbal, nominal ou verbo-nominal. Álvares de Azevedo.
169. Todo aquele monumento foi restaurado. Termo genérico antecedente: autores românticos.

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• Aposto resumitivo consiste de termo que sintetiza uma (PM/Vila Velha-ES) Apenas 1% de toda a água existente no
lista de elementos já citados. Veja: planeta é apropriado para beber ou ser usado na agricultura.
Lemos Castro Alves, Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, O restante corresponde à água salgada dos mares (97%) e
todos poetas do Romantismo. ao gelo nos pólos e no alto das montanhas. Administrar essa
Obs.: aposto resumitivo: todos. cota de água doce já desperta preocupação.
204. A oração “Administrar essa cota de água doce” exerce
194. A cidade, os campos, as plantações, as montanhas, tudo função sintática de sujeito.
era mar.
195. João, Maria, Lúcio e Teresa, ninguém acreditava. (Sebrae-BA) Falido e perplexo, o homem que descobriu a lei
196. Piratas modernos, os sequestradores precisam ser de- da gravidade, conjecturou: “consigo calcular os movimentos
tidos. dos corpos celestes, mas não a loucura dos homens”. Pode
197. Piratas modernos, os sequestradores, serão detidos. ser discurso de mau perdedor, mas na verdade foi uma gran-
198. Nem todos estavam escalados. Restavam alguns: Robi- de sacada. Sem saber, Newton estava prevendo a criação de
nho, Fernando e Franco. uma nova ciência, cujas descobertas podem ajudar a enten-
der a crise atual: a neuroeconomia, que vasculha a mente
EXERCÍCIOS humana em busca de explicações para o comportamento
do mercado.
(Idene-MG/Analista) 205. O “homem que descobriu a lei da gravidade” é o sujei-
199. O termo “Brasil”, presente no estribilho a seguir repro- to enunciador da sentença “Pode ser discurso de mau
duzido, desempenha a função sintática de perdedor, mas na verdade foi uma grande sacada”.

(Detran/Analista de Trânsito) O poluente associado à maior


Terra adorada,
probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono
Entre outras mil,
(CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima
És tu, Brasil,
incompleta dos combustíveis.
Ó Pátria amada!,
206. O trecho “um gás sem cor nem cheiro que resulta da
queima incompleta dos combustíveis” exerce a função
a) adjunto. de aposto.
b) aposto.
c) predicativo. (MCT) O pesquisador Lambert Lumey, principal autor do estu-
d) sujeito. do, afirmou que o resultado dessa pesquisa “é a prova, mais
e) vocativo. uma vez, de que o ambiente tem um poder muito grande
sobre os nossos genes.
200. (Ibama/Analista) No período que se inicia abaixo, o su- 207. A expressão “principal autor do estudo” tem natureza
jeito da oração principal está posposto ao verbo. explicativa e faz referência ao termo que a antecede.
“E ela veio na quarta-feira 10, no palco do Teatro Plácido
de Castro, em Rio Branco, na forma de uma portaria (Min. Esportes) Talento só não basta”, disse Phelps na entre-
assinada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. Antes, vista coletiva após a sexta medalha de ouro. “Muito trabalho,
porém, realizou-se uma sessão de julgamento da Co- muita dedicação, é uma combinação de tudo... Tentar dormir
missão de Anistia, cujo resultado foi o reconhecimento, e se recuperar, armar cada sessão de treino da melhor forma
por unanimidade, da perseguição política sofrida por possível e acumular muito treino.
Chico Mendes no início dos anos 80 do século passado. 208. No último parágrafo, o sujeito dos verbos “Tentar”, “re-
A viúva do líder seringueiro, Izalmar Gadelha Mendes, cuperar”, “armar” e “acumular” é o pronome “tudo”,
vai receber uma pensão vitalícia de 3 mil reais mensais, que funciona como aposto.
além de indenização de 337,8 mil reais.”
(MPE-RR/Analista) Mais preocupante, no entanto, é a situa-
(M.C.) Do sucesso no circuito comunicacional dependem a ção criada pelo relator da ONU para o direito à alimentação,
existência e a felicidade pessoal. Jean Ziegler, que classificou os biocombustíveis como “um
201. Na assertiva, o sujeito composto – “a existência e a feli- crime contra a humanidade”,...
cidade pessoal” – está posposto ao núcleo do predicado 209. O nome “Jean Ziegler” está entre vírgulas por constituir
verbal. um vocativo.

(MMA/Analista) O bom momento que vive a economia na- (TCE-TO) Marx, herdeiro e defensor das postulações do Ilu-
cional estimula suas vendas, mas a indiscutível preferência minismo, indagou se as relações de produção e as forças
do consumidor pelo modelo flex tem outras razões. produtivas do capitalismo permitiriam, de fato, a realização
202. No trecho “O bom momento que vive a economia nacio- da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.
nal estimula suas vendas”, o sujeito das formas verbais 210. O trecho “herdeiro e defensor das postulações do Ilumi-
“vive” e “estimula” é o mesmo. nismo” exerce, na oração, a função sintática de vocativo.
Língua Portuguesa


(MS/Redação Oficial) Segundo a observação de H. von Stein, 211. (TCE-AC/ACE) Nos trechos “cinco fatores estão atuan-
ao ouvir a palavra “natureza”, o homem dos séculos XVII e do, em escala mundial, nessa crise”, “e a crise norte-
XVIII pensa imediatamente no firmamento; o do século XIX -americana” e “o diretor-geral do FMI rompeu o silêncio
pensa em uma paisagem. constrangedor...”, os termos sublinhados qualificam os
203. Em “o homem dos séculos XVII e XVIII pensa imediata- nomes aos quais se referem.
mente no firmamento; o do século XIX pensa em uma “Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala mun-
paisagem”, o núcleo do sujeito está elíptico, na segunda dial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de
ocorrência do verbo pensar. biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta

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do petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertili- que não os profissionaliza, não os torna livres da dependên-
zantes; o aumento do consumo em países como China, cia química, e onde inexistem programas que os reintegrem
Índia e Brasil; a seca e a quebra de safras em vários saudavelmente e os acompanhem após o desligamento.
países; e a crise norte-americana, que levou investi- 217. O sujeito do verbo “passam” é “resultados”.
dores a apostar no aumento dos preços de alimentos
em fundos de hedge. Foi de olho nessa situação que o (Funiversa/Terracap) A partir da análise morfossintática da
diretor-geral do FMI rompeu o silêncio constrangedor frase “Só em Brasília se anda de camelo ou de baú”, julgue:
que pairava sobre os escritórios de Washington.” 218. Brasília é o sujeito da oração, pois protagoniza a frase.
219. As expressões “de camelo” e “de baú” transmitem ideia
(Banco do Brasil/Escriturário) O código de acesso exigido em de lugar.
transações nos caixas eletrônicos do Banco do Brasil é uma
sequência de letras, gerada automaticamente pelo sistema. O português de todas as origens,
Até o dia 17/12/2007, o código de acesso era composto por o modo de falar da capital
3 letras maiúsculas. Os códigos de acessos gerados a partir
de 18/12/2007 utilizam, também, sílabas de 2 letras – uma O sotaque não é carioca. Mesmo assim, o erre é carrega-
letra maiúscula seguida de uma letra minúscula. do. Não é nordestino, mas, ao ser contrariado, o brasiliense
Exemplos de código de acesso no novo modelo: imediatamente dispara um “ôxe”. Brasília tem ou não tem
Ki Ca Be; Lu S Ra; T M Z. sotaque, afinal? Sim e não. Stella Bortoni, doutora em linguís-
212. Os termos “automaticamente” e “a partir de tica e organizadora do livro O Falar Candango, a ser publicado
18/12/2007” acrescentam, às orações em que se in- pela Editora Universidade de Brasília em 2010, explica: “A
serem, informações circunstanciais de modo e tempo, marca do dialeto do Distrito Federal é justamente a falta de
respectivamente. marcas. A mistura faz com que os sotaques das diferentes
regiões do país percam muito de sua peculiaridade”.
(Abin/Analista) Do esquema grego, montado em colabora-
ção com sete países – Estados Unidos da América (EUA), 220. (Funiversa/Terracap) Ao se analisar a frase “Não é nor-
Austrália, Alemanha, Inglaterra, Israel, Espanha e Canadá destino, mas, ao ser contrariado, o brasiliense imedia-
–, faz parte o sistema de navegação por satélite da Agência tamente dispara um ‘ôxe’, é correto afirmar que
Espacial Europeia. a) o sujeito do verbo “é” é inexistente.
213. A presença da preposição em “Do esquema grego” é b) o sujeito referente a “ser contrariado” é simples e está
uma exigência sintática justificada pela regência da pa- alocado de acordo com a ordem direta da oração.
lavra “sistema”. c) as expressões verbais “é”, “ser contrariado” e “dis-
para” possuem o mesmo sujeito.
Da terra, ar e água, 70 mil policiais, bombeiros, guarda cos- d) a expressão “ôxe” está entre parênteses por ser um
teira e mergulhadores da Marinha vão zelar pela segurança. neologismo muito conhecido no Brasil.
Até a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em- e) o sujeito da oração “Não é nordestino (...)” pode ser
prestará sua experiência militar no combate ao terrorismo. recuperado na primeira oração do texto.
214. A substituição do trecho “Da terra, ar e água” por Da
terra, do ar e da água representaria uma transgressão ao 221. (Funiversa/Adasa) No trecho “Onde a chuva caía, quase
estilo próprio do texto informativo, pois se trata de um todo dia, já não chove nada”, a expressão sublinhada
recurso de subjetividade próprio dos textos literários. desempenha a função de sintática de
a) objeto direto.
A alternativa existente seria o aproveitamento da energia b) complemento nominal.
elétrica da Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada, das c) conectivo conjuntivo.
Centrais Elétricas de Goiás S/A-CELG, no Rio Parnaíba, divisa d) adjunto adnominal.
dos estados de Minas Gerais e Goiás, distante quase 400 km e) adjunto adverbial.
de Brasília.
215. A expressão “divisa dos estados de Minas Gerais e Goi- 222. (Funiversa/Adasa) O rio que desce as encostas, já quase
ás” está entre vírgulas por ser um vocativo. sem vida, parece que chora. O sujeito do verbo “parece” é
a) “as encostas”.
Na perspectiva de quem não tem o mínimo, o fundamental b) “a vida”.
é não morrer de fome e ver supridas certas necessidades c) “O rio”.
básicas. d) “o lamento das águas”.
216. Na frase “o fundamental é não morrer de fome e ver e) “o triste lamento”.
supridas certas necessidades básicas.”, os verbos “mor-
rer” e “ver” têm sujeitos diferentes. 223. (Funiversa/Adasa) Assinale a alternativa em que o termo
sublinhado desempenha a função a ele relacionada.
(Funiversa/Sejus) Os resultados mostram que os adolescen- a) “A segunda campanha do Projeto Brasil das Águas”
tes são induzidos ao encontro da marginalidade pela de- – objeto direto.
Língua Portuguesa

sestrutura familiar, dos quais quase a metade (48%) vem b) “Mas também encontramos muitos outros” – conec-
de famílias com pais separados; pela baixa escolaridade, tivo prepositivo.
quando a maioria (81%) é excluída do sistema educacional; c) “várias coletas foram feitas” – sujeito paciente.
pela entrada precoce no mundo do trabalho, pois 83% dos d) “Cientes da preocupação dos índios” – adjunto ad-
adolescentes já tinham experiência laborativa antes de co- nominal.
meter o ato infracional e pelo uso de drogas lícitas e ilícitas e) “houve um incidente” – sujeito.
por 97,6% dos meninos. No atual sistema, após entrar no
mundo infracional e de proferida a sentença de internação, 224. (Funiversa/Adasa) Quanto ao trecho “Bancos de areia
passam a vivenciar a violência dentro do centro educacional, submersa traçando desenhos ondulados por baixo das

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águas transparentes.”, assinale a alternativa que apre- 55. Morfologia: adjetivo
senta termos exercendo a mesma função sintática. Sintaxe: predicativo
a) “submersa” – “transparentes” Semântica: estado
b) “ondulados” – “traçando” 56. Morfologia: adjetivo
c) “de areia” – “desenhos” Sintaxe: adj. adn.
d) “por baixo” – “Bancos” Semântica: característica
e) “de areia” – “das águas” 57. Morfologia: adjetivo
Sintaxe: predicativo
GABARITO Semântica: estado
58. Morfologia: adjetivo
1. frase nominal. Sintaxe: predicativo
2. frase verbal, período composto, duas orações. Semântica: estado
3. frase verbal, período simples, oração absoluta. 59. Morfologia: adjetivo
4. frase verbal, período composto, duas orações. Sintaxe: predicativo
5. frase nominal. Semântica: estado
6. frase nominal. 60. Morfologia: adjetivo
7. frase verbal, período composto, duas orações (note Sintaxe: adj. adn.
verbo subentendido: estão).
Semântica: característica
8. S 27. SS
61. Morfologia: adjetivo
9. C 28. SS
Sintaxe: predicativo
10. O 29. SO,S
Semântica: estado
11. SS 30. O
62. Morfologia: adjetivo
12. S 31. O
Sintaxe: predicativo
13. I 32. S
Semântica: estado
14. SS 33. S
63. Morfologia: adjetivo
15. S 34. S
Sintaxe: adj. adn.
16. I 35. S
36. C Semântica: característica
17. S
18. C 37. S 64. Morfologia: adjetivo
19. O 38. S Sintaxe: predicativo
20. C 39. S Semântica: estado
21. I,I,SO 40. I 65. Morfologia: adjetivo
22. S 41. a Sintaxe: predicativo do objeto
23. S 42. E Semântica: estado
24. SS 43. C 66. Morfologia: adjetivo
25. C 44. C Sintaxe: adj. adn.
26. I Semântica: característica
45. Morfologia: adjetivo 67. Morfologia: adjetivo
Sintaxe: predicativo Sintaxe: predicativo
Semântica: estado Semântica: estado
46. Morfologia: substantivo (chefe) 68. Morfologia: adjetivo
Sintaxe: aposto Sintaxe: adj. adn.
Semântica: explicação Semântica: característica
47. Morfologia: adjetivo 69. Morfologia: adjetivo
Sintaxe: predicativo Sintaxe: predicativo do objeto
Semântica: estado Semântica: estado.
48. Morfologia: substantivo (mãe) 70. Morfologia: substantivo (vencedor)
Sintaxe: aposto Sintaxe: predicativo do objeto
Semântica: explicação Semântica: estado
49. Morfologia: adjetivo 71. Morfologia: substantivo
Sintaxe: predicativo Sintaxe: predicativo do sujeito
Semântica: estado Semântica: estado
50. Morfologia: adjetivo 72. Morfologia: substantivo
Sintaxe: adj. adn. Sintaxe: predicativo do sujeito
Semântica: característica Semântico: estado
51. Morfologia: adjetivo 73. b
Sintaxe: predicativo 74. ADN
Semântica: estado 75. ADV
52. Morfologia: adjetivo 76. ADN
Língua Portuguesa

Sintaxe: predicativo 77. ADV


Semântica: estado 78. ADV
53. Morfologia: adjetivo 79. ADN
Sintaxe: adj. adn. 80. ADV
Semântica: característica: 81. ADN
54. Morfologia: adjetivo 82. ADV
Sintaxe: predicativo 83. ADN
Semântica: estado 84. ADN

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85. ADV 151. OI
86. lugar 152. D
87. causa 153. D
88. companhia 154. VL
89. tempo, intensidade, tempo, negação 155. VI
90. finalidade 156. VTD (loc. verbal)
91. causa 157. VL
92. lugar 158. VL
93. intensidade 159. VI
94. modo 160. VL
95. lugar 161. VI
96. negação, lugar, lugar 162. VI
97. tempo, negação/tempo 163. VI
98. negação 164. VL
99. PDV 165. VL
100. ADV 166. VI
101. PDV 167. VL
102. ADV 168. VL
103. ADV 169 - PV
104. PDV 170. PV
105. PDV 171. PN
106. ADV 172. PV
107. ADV 173. PV, PV
108. PDV 174. PVN, PN
109. PDV 175. PVN
110. ADV 176. PV
111. CN 177. PVN
112. ADN, CN 178. PVN
113. CN, CN, ADN 179. aposto
114. AND, CN, ADN, CN 180. vocativo
115. CN 181. aposto, vocativo
116. ADN 182. aposto
117. CN 183. aposto
118. ADN 184. restrição
119. CN 185. explicação
120. ADN 186. restrição
121. ADN 187. explicação
122. CN 188. restrição
123. ADN 189. explicação
124. CN 190. restritivos: Fernando Pessoa, Drummond.
125. ADN Explicativo: Mineirão ensimesmado.
126. ADN 191. ADN: de Drummond.
127. ADN, ADN Aposto restritivo: de Itabira.
128. D (ADN) 192. apostos restritivos: São Francisco, da Canastra, de
129. A Minas Gerais. ADV: no estado de Minas Gerais.
130. OI 193. apostos restritivos: Amazonas, dos Andes.
131. ADN Aposto explicativo: maior acidente geográfico das
132. OD Américas. ADN: das Américas.
133. S 194. aposto resumitivo: TUDO.
134. CN 195. aposto resumitivo: NINGUÉM.
135. OI 196. aposto explicativo: piratas modernos.
136. CN 197. aposto explicativo: os sequestradores.
137. ADN 198. aposto enumerativo: Robinho, Fernando e Franco.
138. OI 199. e 212. C
139. OD 200. E 213. E
140. CN 201. C 214. E
141. OI 202. E 215. E
142. OI 203. C 216. E
Língua Portuguesa

143. S 204. C 217. C


144. CN 205. E 218. C
145. ADN 206. C 219. E
146. S 207. C 220. E
147. OI 208. E 221. E
148. OI 209. E 222. E
149. OI 210. E 223. E
150. OI 211. C 224. E

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SINTAXE DO PERÍODO locuções conjuntivas coordenativas explicativas, que são:
pois (antes do verbo), que, porque, por quanto etc.
Saia logo, pois já são nove horas.
Relações Morfossintáticas e Semânticas no Ele está lutando, pois precisa vencer.
Período Composto Não a prejudique, porque ela é doente.
Período Composto por Coordenação
EXERCÍCIOS
No período composto por coordenação, as orações re-
cebem o nome de orações coordenadas e podem ser assin- Coloque nos parênteses que precedem os períodos a seguir,
déticas ou sindéticas. em relação às orações sublinhadas:
• São assindéticas quando não são introduzidas por co- (A) para oração coordenada assindética.
nectivos (conjunções). (B) para oração coordenada sindética adversativa.
• São sindéticas quando são introduzidas por conectivos (C) para oração coordenada sindética aditiva.
(conjunções). (D) para oração coordenada sindética alternativa.
(E) para oração coordenada sindética explicativa.
Observe: (F) para oração coordenada sindética conclusiva.
No período:
Compramos, vendemos, fazemos qualquer negócio. 1. ( ) O vaqueiro do Sul ou está cavalgando ou está par-
Há quatro orações coordenadas e todas assindéticas. ticipando de corrida.
2. ( ) Havia muita gente na sala, mas ninguém socorreu
Porém no período: a vítima.
As casas estavam fechadas e as ruas desertas. 3. ( ) O vaqueiro no Norte conhece bem os seus espaços,
Há duas orações coordenadas, sendo a primeira assin- pois nasceu nas caatingas.
dética e a segunda sindética. 4. ( ) Ele devia estar muito enfraquecido, pois desmaiou.
5. ( ) O trabalho do vaqueiro é duro, portanto ele tem de
As orações coordenadas sintédicas podem ser: ser um homem forte.
6. ( ) Você vem comigo, ou vai-se embora com eles?
1. Orações coordenadas sindéticas aditivas 7. ( ) Telefonei-lhe ontem, mas você tinha saído.
Quando simplesmente ligadas à anterior, sendo introdu- 8. ( ) Meus amigos, o verdadeiro homem não foge, en-
zidas por conjunções ou locuções conjuntivas coordenativas frenta tudo.
aditivas, que são: e, nem, e não, mas também, bem como, 9. ( ) Ele foi a São Paulo de automóvel e voltou de avião.
também etc. 10. ( ) Passou a noite, veio o novo dia e ele continuava
Ele não toma uma atitude nem nos apoia. dormindo.
A casa foi vendida e o carro trocado.
11. ( ) Você não estuda, portanto não passará de ano.
Ele comprou o carro e não comprou a casa.
12. ( ) Tudo parecia difícil, mas ela não reclamava, nem
perdia o ânimo.
2. Orações coordenadas sindéticas adversativas
Quando o seu sentido se opõe ao da anterior, sendo in- 13. ( ) Havia problemas, mas ninguém tentava resolvê-los.
troduzidas por conjunções ou locuções conjuntivas coorde- 14. ( ) Ninguém nos atendeu; ou estavam dormindo, ou
nativas adversativas, que são: mas, porém, todavia, contudo, tinham saído.
entretanto, no entanto, não obstante etc. 15. ( ) Não perturbes teu pai, que ele está trabalhando.
Queremos lutar, mas ninguém nos apoia. 16. ( ) Nós o prevenimos; portanto ele acautelou-se.
Estou estudando, porém preciso parar. 17. ( ) Ele não só me atrapalha, como também me preju-
Ele estudou, contudo não passou. dica.
18. ( ) Nós o prevenimos, mas ele descuidou-se.
3. Orações coordenadas sindéticas alternativas 19. ( ) Vocês sentem-se prejudicados; ninguém, no entan-
Quando têm significados que se excluem (ou um ou ou- to, protesta.
tro), sendo introduzidas por conjunções ou locuções conjun- 20. ( ) Certamente ele acautelou-se, pois nós o prevenimos.
tivas coordenativas alternativas, que são: ou, ou... ou, já... 21. ( ) Tudo já está terminado, portanto vamo-nos embora.
já, ora... ora, seja... seja, quer... quer etc. 22. ( ) Provavelmente seremos punidos, porque transgre-
Ou ele resolve tudo, ou tenho de ir eu mesmo. dimos a lei.
Quer estude, quer trabalhe, ele não muda. 23. ( ) O professor não veio; logo não haverá aula.
Esta terra é assim mesmo, ora chove, ora faz sol. 24. ( ) Transgredimos a lei, logo seremos punidos.
25. ( ) Você se diz meu amigo, todavia nem sempre o en-
4. Orações coordenadas sindéticas conclusivas tendo.
Quando exprimem uma conclusão, sendo introduzidas
por conjunções ou locuções conjuntivas coordenativas con- GABARITO
Língua Portuguesa

clusivas, que são: logo, portanto, então, por isso, por con-
seguinte, pois (depois do verbo) etc.
1. D 8. A 15. E 22. E
Houve algum engano, por isso vamos verificar.
2. B 9. C 16. F 23. F
Ele estudou muito, logo venceu na vida.
3. E 10. A 17. C 24. A
Ele pagou seus compromissos, então merece crédito.
4. E 11. F 18. B 25. B
5. F 12. B 19. B
5. Orações coordenadas sindéticas explicativas
6. D 13. A 20. E
Quando encerram uma explicação daquilo que vem ex-
7. B 14. D 21. F
presso na anterior, sendo introduzidas por conjunções ou

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Período Composto por Subordinação Período simples:
Meu desejo é a vossa felicidade.
Vimos no período composto por coordenação que as (predicativo do sujeito)
orações são independentes, não havendo nenhuma ligação Período composto:
de subordinação entre elas, ou seja, uma principal e uma, Meu desejo é que sejais feliz.
ou várias subordinadas. (oração subordinada substantiva predicativa)
Quanto ao período composto por subordinação, haverá
uma espécie de dependência entre elas, havendo é claro, f) Aposto – oração subordinada substantiva apositiva
uma principal e uma ou mais subordinadas. Desempenha a função de aposto da oração principal.
As orações de um período composto por subordinação Veja:
podem ser. Período simples:
• substantivas Só quero uma coisa: a tua absolvição.
• adjetivas (aposto)
• adverbiais Período composto:
Só quero uma coisa: que sejais absolvido.
• Orações Subordinadas Substantivas (oração subordinada substantiva apositiva)

As orações subordinadas substantivas, além de desempe- Observação:


nharem as funções de substantivo, desempenham também Você deve ter notado que as orações subordinadas subs-
as funções dos elementos de um período simples, ou seja: tantivas começaram todas por:
a) Sujeito – oração subordinada substantiva subjetiva • Conjunção integrante: que ou se
Desempenha a função de sujeito da oração principal. Todavia podem também ser introduzidas por:
Veja: • Advérbio interrogativo: por que? onde? quando?
Período simples: como?
É necessário a morte do peru. • Pronomes interrogativos: que? quem? qual? quanto?
(sujeito) • Pronomes indefinidos: quem? quantos?
Período composto:
É necessário que o peru morra.
(oração subordinada substantiva subjetiva) EXERCÍCIOS

b) Objeto direto – oração subordinada substantiva ob- Coloque nos parênteses que precedem os períodos a seguir,
jetiva direta analisando o que estiver sublinhado.
Desempenha a função de objeto direto da oração prin- (OSSSU) para oração subordinada substantiva subjetiva.
cipal. (OSSSOD) para oração subordinada substantiva objetiva di-
Veja: reta.
Período simples: (OSSSOI) para oração subordinada substantiva objetiva in-
Eu quero a tua colaboração. direta.
(objeto direto) (OSSSPR) para oração subordinada substantiva predicativa.
Período composto: (OSSSAP) para oração subordinada substantiva apositiva.
Eu quero que tu colabores. (OSSSCN) para oração subordinada substantiva completava
(oração subordinada substantiva objetiva direta)
nominal.
1. ( ) Ali, bem ali, esperávamos que os balões caíssem.
c) Objeto indireto – oração subordinada substantiva
2. ( ) É necessário que você colabore.
objetiva indireta
3. ( ) Alberto disse que não morava na cidade.
Desempenha a função de objeto indireto da oração
principal. 4. ( ) Ficamos à espera de que o barco se aproximasse.
Veja: 5. ( ) Somos gratos a quem nos ajuda.
Período simples: 6. ( ) Reconheço-lhe uma qualidade: você é sincera.
Eu preciso de tua colaboração. 7. ( ) O sonho do pai era que o filho se formasse.
(objeto indireto) 8. ( ) Convém que te justifiques.
Período composto: 9. ( ) Está provado que esta doença já tem cura.
Eu preciso de que tu colabores. 10. ( ) Roberto era quem mais reclamava.
(oração subordinada substantiva objetiva indireta)
11. No período: “Que conversassem de amores, é possível”.
d) Complemento nominal – oração subordinada subs- A primeira oração classifica-se como:
tantiva completiva nominal a) subordinada substantiva predicativa.
Desempenha a função de complemento nominal da b) subordinada substantiva apositiva.
oração principal. c) subordinada substantiva subjetiva.
Veja: d) subordinada substantiva objetiva direta.
Período simples: e) Principal.
Sou favorável à execução da fera.
Língua Portuguesa

(complemento nominal)
Período composto: 12. A oração sublinhada em: “Não permita Deus que eu
Sou favorável a que executem a fera. morra...” tem:
(oração subordinada substantiva completiva nominal) Valor de função sintática de
a) adjetivo objeto direto
e) Predicativo – oração subordinada substantiva pre- b) substantivo sujeito
dicativa c) advérbio adjunto adverbial
Desempenha a função de predicativo do sujeito da ora- d) substantivo objeto direto
ção principal. e) adjetivo sujeito

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13. Observe as orações sublinhadas nos períodos seguintes: Que: Mulher que muito se mira, pouco fiado tira.
I – Era necessário que Tistu compreendesse. Quem: Sou eu quem perde.
II – Todos esperavam que vencêssemos.
III – Tistu precisava de que o ajudassem. Observação:
Para analisar orações em que entre o relativo quem, é
São respectivamente: necessário desdobrá-lo em: aquele que.
a) objetiva direta, objetiva direta e subjetiva. Qual: Dê-me o troco do dinheiro com o qual você pagou
b) subjetiva, objetiva direta e objetiva indireta. a entrada.
c) subjetiva, subjetiva e completiva nominal. Cujo: Xadrez é um jogo cujas regras nunca entendi.
Onde: Conheço a rua onde mora o professor.
d) predicativa, completiva nominal e subjetiva.
e) subjetiva, objetiva indireta e objetiva direta. Observação:
Onde = em que
14. Numere corretamente, de acordo com a classificação Quanto: Tudo quanto existe é obra divina.
das orações subordinadas substantivas:
(1) Subjetiva A oração subordinada adjetiva pode ser:
(2) Objetiva direta
(3) Objetiva indireta Restritiva ou Explicativa
(4) Predicativa
(5) Completiva nominal É restritiva quando restringe ou limita o sentido do nome
(6) Apositiva ou pronome a que se refere. A qualidade ou propriedade
expressa pela oração subordinada adjetiva, nesses casos, não
( ) Fabiano viu que tudo estava perdido. é intrínseca, não é essencial ao nome ou pronome a que se
( ) O seu desespero era que os bichos se finavam. reporta a oração.
( ) Era preciso que chovesse. O homem que crê, nunca se desespera.
( ) Tudo dependia de que Deus fizesse um milagre. Oração principal: O homem nunca se desespera.
( ) Eles só esperavam uma coisa: que chovesse. Oração subordinada adjetiva: que crê.
( ) Sinhá Vitória fez referência a que Fabiano a acom- Justificativa: Nem todo homem crê.
panhasse. Logo, a crença não é qualidade comum a todos os ho-
mens.
Assinale a sequência obtida: A oração restringe ou limita o sentido do termo homem,
a) 2 – 4 – 1 – 3 – 6 – 5 pois o autor refere-se somente ao homem que crê, e não a
b) 2 – 4 – 3 – 1 – 5 – 6 todo e qualquer homem.
c) 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6
d) 2 – 4 – 1 – 6 – 5 – 3 É explicativa quando exprime uma qualidade inerente,
essencial ao nome com que se relaciona.
GABARITO O homem, que é mortal, tem no túmulo o epílogo da vida.
Oração principal: O homem tem no túmulo o epílogo da
1. OD 5. CN 9. SU 13. b vida.
2. SU 6. AP 10. PR 14. a Oração subordinada adjetiva explicativa: que é mortal.
3. OD 7. PR 11. c Justificativa: todo homem é mortal.
4. CN 8. SU 12. d Logo, a morte é inerente à natureza do homem.

Os exemplos apresentados revelam-nos que a adjetiva


• Orações Subordinadas Adjetivas restritiva é indispensável ao sentido do período, enquanto
que a adjetiva explicativa pode ser retirada do período sem
A oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor prejudicar o sentido. A adjetiva explicativa vem sempre en-
de um adjetivo e funciona como adjunto adnominal de um tre vírgulas e as restritivas aceitam vírgulas apenas, onde
termo que a antecede. Observe: terminam.
Na hora da despedida, o japonês disse uma frase co-
movente. Importante:
A palavra sublinhada funciona como adjunto adnominal Se, no entanto, as palavras: quem, qual, onde, quan-
da palavra frase. to, quando e como figuram na oração, sem antecedente
expresso, as orações por eles introduzidas não mais serão
Veja agora a substituição: adjetivas, mas sim, subjetivas.
Na hora da despedida, o japonês disse uma frase que Exemplifiquemos comparando adjetivas com subjetivas:
me comoveu. Conheço a rua onde mora o professor.
Antecedente expresso: rua
O termo sublinhado, que substitui a palavra comovente
Or. sub. adj. restr.: onde mora o professor
da oração, recebe o nome de oração subordinada adjetiva,
Língua Portuguesa

e está sendo introduzida pelo pronome relativo que. Diga-me onde mora o professor.
oração sub. sub. ob. direta
Veja outros exemplos:
Restavam-se as conversas interrompidas à noite. Ficamos admirados todos quantos o viram.
Restavam-se as conversas que eram interrompidas à noite. Antecedente expresso: todos
Algumas fábricas liberam gases prejudiciais à saúde. Or. sub. adj. restr.: quantos o viram
Algumas fábricas liberam gases que prejudicam à saúde.
As orações subordinadas adjetivas são introduzidas por Veja quanto pode emprestar-me.
um pronome relativo (que, quem, qual, cujo, onde, quando). or. sub. sub. obj. direta

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• Oração Subordinada Adjetiva • Orações Subordinadas Adverbiais

1. Restritiva Além das orações subordinadas substantivas e adjeti-


vas, existem as adverbiais, que exercem a função de adjunto
Características adverbial, ou seja, funcionam como adjunto adverbial de
a) Restringe a significação do substantivo ou do pronome outras orações e vêm, normalmente, introduzidas por uma
antecedente . conjunção subordinativa (com exceção das integrantes).
b) É indispensável ao sentido da frase. São classificadas de acordo com a conjunção ou locução
c) Não se separa por vírgula da oração principal. conjuntiva que as introduz.
O livro que ela lia era a loucura do homem agoniado.
1) Causal
2. Explicativa Indica a causa da ação expressa pelo verbo da oração
principal. As principais conjunções introdutoras são: porque,
Características visto que, já que, uma vez que, como.
a) Acrescenta uma qualidade acessória ao antecedente. Só não morri à míngua, porque o povo daqui me socorreu.
b) É dispensável ao sentido da frase.
c) Vem separada por vírgulas da oração principal. 2) Comparativa
Jorge de Lima, que foi um poeta da segunda fase, do Estabelece uma comparação com a ação indicada pelo
Modernismo brasileiro, escreveu uma obra junto com verbo da oração principal. As principais conjunções introdu-
Murilo Mendes. toras são: que e do que (precedidos do mais, menos, melhor,
pior, maior, menor), como.
EXERCÍCIOS Obs.: frequentemente, omite-se nas comparativas o ver-
bo da oração subordinada.
Coloque nos parênteses que precedem os períodos seguin- Ela é tão bela como uma flor.
tes, em relação à oração que estiver sublinhada.
(R) para oração subordinada adjetiva restritiva. 3) Concessiva
(E) para oração subordinada adjetiva explicativa. Indica uma concessão às ações do verbo da oração prin-
cipal. Isto é, admite uma contradição ou um fato inesperado.
1. ( ) Os alunos que chegarem atrasados serão advertidos. As principais conjunções introdutoras são: embora, a menos
2. ( ) A vida, que é curta, deve ser bem aproveitada. que, se bem que, ainda que, contanto etc.
3. ( ) A perseverança, que a marca dos fortes, leva a su-
Fiz a prova, embora tivesse chegado atrasado.
cessos na vida.
4. ( ) Quero somente as fotos que saírem perfeitas.
5. ( ) Pedra que rola fica lisa. 4) Condicional
6. ( ) O carro que bateu vinha a mais de oitenta. Indica a situação necessária à ocorrência da ação do
7. ( ) O Amazonas, que é o maior rio do mundo em vo- verbo da oração principal. As principais conjunções condi-
lume d’água, nasce nos Andes. cionais que as introduzem são: se, salvo se, exceto, desde
8. ( ) O cavalo que ganhou o grande prêmio Brasil chama- que, contanto que, sem que.
-se Sun Set. Só irei com vocês, se me pagarem a passagem.
9. ( ) Os carros que não tiverem placa serão multados.
10. ( ) O homem, que é um ser mortal, tem uma missão 5) Conformativa
sobre a terra. Indica uma conformidade entre o fato que expressa e a
11. ( ) A lua, que é um satélite da terra, recebe a luz solar. ação do verbo da oração principal. As principais conjunções
12. ( ) O negro que está faminto precisa de cuidados especiais. introdutórias são: como, consoante, segundo, conforme.
13. ( ) A vida, que é boa, deve ser aproveitada. Como havíamos previsto, a festa esteve ótima.
14. ( ) Ali fica o consultório que pertence a meu amigo.
15. ( ) As justificativas, que escutei, são do pobre coitado. 6) Consecutiva
16. ( ) Ontem vi o amigo que vai viajar comigo. Indica a consequência resultante da ação do verbo da
17. ( ) O médico, que está a serviço do povo, atendeu a oração principal. As principais conjunções introdutórias são:
um chamado. (tão)... que, (tanto) ... que, (tamanho)... que etc.
18. ( ) Era um homem que tinha muita coragem. Tremia tanto, que mal podia andar.
19. ( ) O médico prestou favores que não podem ser esti-
mados. 7) Final
20. ( ) É deliciosa a sensação inusitada que senti. Indica o fim, o objetivo a que se destina o verbo da oração
21. ( ) Ontem examinei a senhora gorda que está diabética. principal. As principais conjunções que as introduzem são:
22. ( ) O cliente que chegar atrasado será advertido.
para que, afim de que, (= para que).
23. ( ) O médico que ajudou o preto chama-se Jamur.
24. ( ) O Rio de Janeiro, que é a cidade rica em belezas Fiz-lhe sinal, para que viesse.
naturais, é hospitaleira.
25. ( ) O homem que desmaiou vinha mal intencionado. 8) Proporcional
Língua Portuguesa

Indica uma relação de proporcionalidade com o verbo


da oração principal. As principais conjunções introdutoras
GABARITO
são: à medida que, enquanto, quanto mais... mais, quanto
mais... menos, à proporção que.
1. R 6. R 11. E 16. R 21. R À medida que caminhávamos, víamos aparecer a casa.
2. E 7. E 12. R 17. E 22. R
3. E 8. R 13. E 18. R 23. R 9) Temporal
4. R 9. R 14. R 19. R 24. E Indica a circunstância de tempo em que ocorre a ação do
5. R 10. E 15. E 20. R 25. R verbo da oração principal. As principais conjunções introdu-

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toras são: antes que, quando, assim que, logo que, até que, h) ( ) Os preços dos gêneros alimentícios aumentam
depois que, mal, apenas. diariamente, porque a inflação está acelerada.
Assim que deu o sinal, os alunos saíram. i) ( ) Semeie hoje, para que colha bons frutos amanhã.
j) ( ) Os deveres tomam-se agradáveis, se os cumpri-
EXERCÍCIOS mos com boa vontade.
k) ( ) Os outros nos tratam, conforme os tratamos.
1. No período: “As nuvens são cabelos crescendo como l) ( ) À proporção que lemos, vamos adquirindo mais
rios” (JCMN). cultura.
A oração sublinhada é classificada como: m) ( ) Só valorizamos certas coisas, quando as perdemos.
a) adverbial consecutiva. n) ( ) Tanto vai o vaso à fonte, que um dia se rompe.
b) adverbial final. o) ( ) O amor só floresce, se o regarmos com muito
c) adverbial proporcional. carinho.
d) adverbial comparativa. p) ( ) O silêncio pode comunicar tanto, quanto a palavra.
q) ( ) Habituai-vos a obedecer, para aprender a mandar
2. Nos versos: (R.R.)
r) ( ) Se eu não fosse imperador, desejaria ser profes-
“... delas se emite um canto
sor (D. Pedro II)
de uma tal continuidade
s) ( ) Os olhos nunca enganam; nem mesmo quando
que continua cantando (1)
pretendem enganar.
se deixa de ouvi-lo a gente; t) ( ) Se os espelhos falassem, haveria menos gente
como a gente às vezes canta (2) diante deles.
para sentir-se existente” (3)
(J.C.M.N.)
GABARITO
Temos nos versos (1), (2) e (3) sublinhados, respectiva-
mente, orações subordinadas adverbiais: 1. d c) 4 i) 7 o) 4
a) consecutiva ‑ comparativa – final. 2. a d) 2 j) 4 p) 2
b) final – proporcional – comparativa. 3. c e) 9 k) 5 q) 7
c) Causal – conformativa – final. 4. c f) 3 l) 8 r) 4
d) causal – comparativa – final. 5. a) 8 g) 6 m) 9 s) 9
b) 5 h) 1 n) 6 t) 4
3. No período: “Não permita Deus que eu morra sem que
eu volte para lá”. (Gonçalves Dias)
A oração subordinada adverbial deve ser classifica como: EXERCÍCIOS
a) comparativa.
b) consecutiva. (MMA) Foram expedidas cerca de 7 mil cartas de expulsão
de brasileiros no ano passado. O medo faz parte da rotina
c) condicional.
de boa parte dos cerca de 60 mil brasileiros sem papéis,
d) final.
que vivem de casa para o trabalho e do trabalho para casa,
receosos de serem detidos e repatriados.
4. No período: “Como havia pouca gente presente, a reu-
1. O uso das vírgulas justifica-se por isolar oração subor-
nião foi suspensa”. dinada adjetiva restritiva.
A oração destacada apresenta uma circunstância de:
a) tempo. (MMA/Analista) Quando, há cerca de cinco anos, chegou ao
b) condição. mercado brasileiro o primeiro modelo de carro bicombustí-
c) causa. vel, que pode utilizar gasolina e álcool em qualquer propor-
d) consequência. ção, ninguém apostava no seu êxito imediato e muito menos
na sua permanência no mercado por muito tempo.
5. Coloque nos parênteses que precedem os períodos 2. A vírgula após “bicombustível” isola oração subordinada
abaixo, em relação às orações subordinadas adverbiais adjetiva explicativa.
sublinhadas:
(1) para causal (MPE-RR/Atendente) Os Estados Unidos da América (EUA),
(2) para comparativa que desde a última década vinham relegando para um segun-
(3) para concessiva do plano esforços direcionados à conservação de energia – os
(4) para condicional carros grandes têm hoje maior participação relativa, no total
(5) para conformativa da frota norte-americana, que a registrada antes do primeiro
(6) para consecutiva choque do petróleo, em 1973/1974 –, até estabeleceram me-
(7) para final tas ambiciosas de redução do consumo de óleo no setor de
(8) para proporcional transportes, contando com expressiva produção de etanol.
(9) para temporal 3. A vírgula empregada após “transportes” isola oração
adjetiva restritiva.
a) ( ) À medida que o trem se aproximava, o barulho
Língua Portuguesa

aumentava. (MRE/Assistente de chancelaria) Segundo o ex-assessor es-


b) ( ) Ele agia, como devia. pecial de Lula, Frei Betto, que chegou recentemente de Cuba,
c) ( ) Nada farei, sem que me auxilies. onde esteve com Raúl Castro, de quem é amigo pessoal, os
d) ( ) Leem, como analfabetos. cubanos fazem sérias ressalvas ao processo chinês, exata-
e) ( ) Sempre que posso, leio alguma coisa. mente por valorizar o crescimento econômico sem levar em
f) ( ) Ainda que as estatísticas comprovem, não acre- conta o desenvolvimento social.
dito no que dizem. 4. O trecho “que chegou recentemente de Cuba” está entre
g) ( ) A inflação está tão acelerada, que os preços dos vírgulas por tratar-se de oração subordinada adjetiva
gêneros alimentícios aumentam diariamente. restritiva.

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74 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
(Teresina-PI/Agente Fiscal) A produtividade industrial, que Anita trabalhou e estudou.
se mede dividindo o volume da produção pelo número de O povo não só exige respeito, mas também paga im-
trabalhadores, vem crescendo há bastante tempo, mas, até postos.
recentemente, o crescimento era fruto da redução do nível
de emprego. Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto,
5. A oração “que se mede dividindo o volume da produ- entretanto, não obstante.
ção pelo número de trabalhadores” está entre vírgulas O país cresceu, mas não gerou empregos.
porque tem natureza restritiva.
Alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja.
Emprego das Conjunções Ou saio para ir com você ou fico em casa.

1) Conjunções subordinativas e locuções prepositivas Conclusivas: logo, pois (após o verbo da oração e entre
Causais: porque, pois, visto que, já que, na medida em vírgulas), portanto, assim, por isso, por conseguinte, dessar-
que, que, visto como, uma vez que, como (anteposto à oração te/destarte, posto isso.
principal), porquanto. Mílvio estuda Português faz dois anos, portanto já sabe
Os turistas desistiram da visita, visto que chovia. muito.
Já que o país não crescia, o investidor se retirava.
Explicativas: pois (antes do verbo), que ( = porque), por-
Concessivas: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, porquanto.
que, posto que, apesar de que, por mais que, por menos que, Feche a porta, que está frio.
apesar de, não obstante, malgrado, conquanto. O país cresceu, porque o desemprego diminuiu.
Embora chova, sairei.
Por mais que tente, não te entendo. EXERCÍCIOS
A fé ainda move montanhas, posto que esteja abalada.
Malgrado seja domingo, ela está trabalhando. (Banco do Brasil/Escriturário) As empresas que pretendem
fazer um investimento social mais eficaz tendem a não ser as
Condicionais: se, caso, desde que, contanto que, a não executoras dos projetos, contratando consultores ou orga-
ser que, sem que. nizações especializadas para desenvolvê-los. Ao adotar essa
O amor não se rompe, desde que sejam fortes os laços. estratégia, a empresa compartilha o papel de produtora so-
Se viagens instruíssem homens, os marinheiros seriam cial com a organização executora.
o mais sábios. 6. A substituição de “Ao adotar” por Quando adota man-
A não ser que trabalhe, não prosperará. tém a correção gramatical e o sentido original do perí-
odo.
Consecutivas: tal que, tanto que, de sorte que, de modo
que, de forma que, tamanho que. (Banco do Brasil/Escriturário) O número de mulheres no
A fé era tamanha que muitos milagres se operavam. mercado de trabalho mundial é o maior da História, tendo
Choveu tanto que a ponte caiu. alcançado, em 2007, a marca de 1,2 bilhão, segundo relatório
da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em dez anos,
Conformativas: conforme, como, segundo, consoante. houve um incremento de 200 milhões na ocupação feminina.
Chorarão as pedras das ruas, como diz Jeremias sobre as Ainda assim, as mulheres representaram um contingente
de Jerusalém destruída. distante do universo de 1,8 bilhão de homens empregados.
7. O desenvolvimento das ideias do texto confere à ora-
Comparativas: como, assim como, tal qual, que, do que, ção reduzida iniciada por “tendo alcançado” um valor
(tanto) quanto / como. adjetivo, correspondente a que tem alcançado.
Janete estuda mais que trabalha. 8. A relação de sentidos entre as orações do 1º parágrafo
Elias canta tal qual Zezé. do texto permite substituir “Ainda assim” por No en-
Jesus crescia tanto em estatura quanto em sabedoria. tanto ou por Apesar disso, sem prejuízo da correção
gramatical do texto.
Finais: para que, porque, a fim de que, para, a fim de.
O gerente deu ordens para que nada faltasse aos hós- (Banco do Brasil/Escriturário) Vale notar, também, que os
pedes. bons resultados dos bancos médios brasileiros atraíram gran-
Estudei porque vencesse na vida. des instituições do setor bancário internacional interessa-
das em participação segmentada em forma de parceria. O
Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao pas- Sistema Financeiro Nacional só tem a ganhar com esse tipo
so que, quanto mais... mais, quanto mais... menos, quanto de integração. Dessa forma, o cenário, no médio prazo, é
menos... mais, quanto menos... menos. de acelerado movimento de fusões entre bancos médios,
Quanto mais conhecia os homens, mais Pafúncio confiava processo que já começou. Será um novo capítulo da história
em Deus. bancária do país.
À medida que enxergava, o ex-cego se alegrava. 9. A relação semântico-sintática entre o período que ter-
mina em “parceria” e o que começa com “O Sistema
Língua Portuguesa

Temporais: quando, enquanto, logo que, antes que, de- Financeiro” seria corretamente explicitada por meio da
pois que, mal, sempre que. conjunção Entretanto.
Sempre que corríamos à janela, assistíamos ao pôr-do-sol.
Mal as provas chegaram, os alunos se agitaram. (Banco do Brasil/Escriturário) A Airbus mantém 4.463 aerona-
ves em operação, enquanto a Boeing tem 24 mil – incluindo
2) Conjunções coordenativas (para comparar e distin- 5 mil Boeing 737, o principal rival do Airbus 320, o mesmo
guir) modelo do envolvido em recente acidente aéreo. As duas
Aditivas: e, nem ( = e não), mas também. empresas travam um duelo à parte pelo mercado da aero-
Astolfo não cantou nem dançou. náutica. No ano passado, a Airbus recebeu 791 encomendas

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contra 1.044 da Boeing. No entanto, a Airbus entregou 434 E então a paz começa a chegar.
aviões a jato; sua concorrente, 398. 46 A paz é uma infatigável busca de valores para o bem
10. O termo “enquanto” pode, sem prejuízo para a correção de todos. É o esforço criador da humanidade gerando
gramatical do período, ser substituído por ao passo que. recursos econômicos, culturais, sociais, morais, espiri-
49 tuais, que são indispensáveis à subsistência, ao cresci-
(Banco do Brasil/Escriturário) Uma pesquisa realizada em 16 mento e ao relacionamento consciente e fraterno da
países mostrou que os jovens brasileiros são os que colecio- humanidade.
nam o maior número de amigos virtuais. A média brasileira
de contatos é mais do que o dobro da mundial, que tem como Acerca das ideias e da sintaxe do texto, julgue os itens.
base países como Estados Unidos da América (EUA) e China. 14. A oração “Pois o que importa são as situações concretas”
11. Em “mais do que”, a eliminação de “do” prejudica a cor- (l.11-12) estabelece uma relação de causa com a oração
reção gramatical do período. anterior.
15. A oração “Se a humanidade quiser a paz efetiva” (l. 20)
(Banco do Brasil/Escriturário) O século XX testemunhou o estabelece uma relação de condição.
desenvolvimento de grandes eventos esportivos, tanto em 16. Nos períodos “A paz conformista que adia soluções”
escala mundial – como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mun- (l. 25), “A paz alienante que distrai a consciência” (l. 28)
do – quanto regional, com disputas nos vários continentes. e “A paz cúmplice que disfarça absurdos” (l. 31), o vo-
12. O emprego de “tanto” está articulado ao emprego de cábulo “que” é um pronome relativo que exerce função
“quanto” e ambos conferem ao período o efeito de sen- de sujeito.
tido de comparação. 17. Na oração “A paz é uma infatigável busca de valores”
13. Subentende-se após “quanto” a elipse da expressão (l. 46), a expressão sublinhada é predicativo do sujeito.
como.
Julgue os itens subsequentes, relativos à sintaxe do trecho:
(CBM-ES/Soldado) Exigências da paz “Expressa o modo existencial como os homens trabalham,
se relacionam e conduzem o destino da História”.
1 Acredito na paz e na sua possibilidade como forma 18. Subentende-se a expressão essa forma de convivência
normal de existência humana. Mas não acredito nas ca- como sujeito da forma verbal “Expressa”.
ricaturas de paz que nos são constantemente propostas, 19. Antes de “se relacionam” e de “conduzem” subentende-
4 e até inculcadas. Há por aí uma paz muito proclamada, -se o conector “como”.
mas que na realidade atrapalha a verdadeira paz. 20. A expressão “o destino da história” é complemento
A paz não é uma abstração. É uma forma de convi- direto das formas verbais “trabalham”, “relacionam” e
7 vência humana. Expressa o modo existencial como os “conduzem”.
homens trabalham, se relacionam e conduzem o destino
da História. (CPC) Se a Holanda tivesse vencido os portugueses no Nor-
10 Sendo assim, não adianta apregoar a sublime paz. deste no século XVII, nosso herói não seria Matias de Albu-
Que não passe de fórmula sem conteúdo. Pois o querque, mas Domingos Fernandes Calabar, senhor de terras
que importa são as situações concretas em que vive a e contrabandista que traiu os portugueses e se passou para
13 humanidade. o lado dos batavos.
Sociedade pacífica não é a sociedade que usa e con- 21. A substituição de “Se a Holanda tivesse vencido” por
Tivesse a Holanda vencido preserva a correção e o sig-
some slogans de paz, mas a que desenvolve concreta-
nificado.
16 mente formas de existência social em que os homens
vivam com dignidade, e possam participar dos valores
(Seplag/DFTrans/Técnico)
materiais e espirituais que respondam às necessidades
19 básicas da vida humana. 1 A compreensão dos processos históricos relacio-
Se a humanidade quiser a paz efetiva, deve estar nados a determinados assuntos é possível quando se
disposta a remover tudo aquilo que a impede. E a buscar levam em consideração manifestações concretas que
22 tudo aquilo que a possibilita. Antes de tudo, remover a 4 acontecem na vida das pessoas, contextualizando-as no
falsa paz: A paz concordista que aceita, com tolerância espaço e no tempo. Assim sendo, é de suma importância
descabida, situações injustas. relacionar fatos históricos brasileiros ao desenvolvimen-
25 A paz conformista que adia soluções contorna pro- 7 to dos meios de transporte para facilitar o entendimento
blemas, silencia dramas sob a alegação de que o mun- da participação e da importância destes na integração
do sempre foi assim, e de que é preciso esperar com das regiões brasileiras e no seu desenvolvimento so-
28 paciência. 10 cioeconômico.
A paz alienante que distrai a consciência para que Tão antigos quanto a existência do próprio homem
não se percebam os males que machucam o corpo e são o desejo e a necessidade humanos de se deslocar, de
31 encolerizam a alma da humanidade. A paz cúmplice que 13 se mover, de transportar, enfim, de transitar, fato que se
disfarça absurdos, desculpa atrocidades, justifica opres- antecipa mesmo ao surgimento dos meios de transporte.
sões e torna razoáveis espoliações desumanas. Foi exatamente pela necessidade de transitar que, há
34 A paz não tem a missão de camuflar erros, mas 16 500 anos, os europeus chegaram ao continente ameri-
de diagnosticá-los com lucidez. Não é um subterfúgio cano e fizeram do território que hoje se chama Brasil o
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para evitar a solução reclamada. Existe para resolver o seu espaço de exploração. Entretanto, para descobrir as
37 problema. 19 potencialidades de um país com tamanha vastidão terri-
Pode haver paz onde há fome crônica? Pode haver torial e conhecê-lo em sua totalidade, desenrolaram-se
paz no lar em que a criança está morrendo por falta de muitas histórias.
40 remédios? Pode haver paz onde há desemprego? Pode
haver paz onde o ódio domina? Pode haver paz onde a 22. A relação que o período iniciado por “Assim sendo”
perseguição age bem acobertada? Nesses casos, o pri- (l. 5-6) mantém com as ideias do período imediatamente
43 meiro passo é suprimir a fome, a doença, o desemprego, anterior permite que esse termo seja substituído por
o ódio, a perseguição. Desse modo ou Por isso.

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23. As ocorrências da preposição “para” nas linhas 7 e 18 30. A expressão “A despeito da” pode, sem prejuízo para a
introduzem, no desenvolvimento da argumentação, fi- correção gramatical e as informações originais do perí-
nalidades para as ações centradas em “relacionar” (l. 6) odo, ser substituída por qualquer uma das seguintes:
e em “desenrolaram-se” (l. 20), respectivamente. Apesar da, Embora haja, Não obstante a.

(MMA/Analista) Por ironia, as notícias mais frequentes pro- (Prefeitura de Vila Velha-ES) O restante corresponde à água
duzidas pelas pesquisas científicas relatam não a descober- salgada dos mares (97%) e ao gelo nos polos e no alto das
ta de novos seres ou fronteiras marinhas, mas a alarmante montanhas. Administrar essa cota de água doce já desperta
escalada das agressões impingidas aos oceanos pela ação preocupação.
humana. 31. A oração “Administrar essa cota de água doce” exerce
24. O termo “mas” corresponde a qualquer um dos seguin- função sintática de sujeito.
tes: todavia, entretanto, no entanto, conquanto.
Ele só descobre que um bem é fundamental quando dei-
(MPE-RR/Atendente) Enquanto autoridades internacionais xa de possuí-lo. Preso naquele porão, eu descobria que a
vêm condenando duramente a expansão da produção de liberdade mais importante que existia era a liberdade de ir
biocombustíveis, o governo federal arma-se, acertadamente, e vir, a liberdade de movimento. Eu tinha todas as outras
para enfrentar a onda de rejeição daí nascida. liberdades, preso no porão.
25. A substituição do termo “Enquanto” por À medida que 32. A oração “que um bem é fundamental” exerce a mesma
prejudica a correção gramatical do período. função sintática que “todas as outras liberdades”.

(MRE/Assistente de Chancelaria) O boom no preço das com- 33. No trecho “de que me adiantava isso”, o pronome “isso”
modities exportadas pelo Brasil amplia o fôlego da economia complementa a forma verbal “adiantava”.
nacional para absorver importações crescentes sem ameaçar
o equilíbrio externo. O nível do câmbio, entretanto, também (Abin/Analista) A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência
produz efeitos adversos, não neutralizados pela política eco- (Sisbin) e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligência
nômica. (Abin) permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a ativi-
26. O termo “entretanto” pode, sem prejuízo para a corre- dade de Inteligência, mediante uma ação coordenadora do
ção gramatical e a informação original do período, ser fluxo de informações necessárias às decisões de governo, no
substituído por qualquer um dos seguintes: contudo, que diz respeito ao aproveitamento de oportunidades, aos
mas, porém, todavia, conquanto. antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, relativos
aos mais altos interesses da sociedade e do país.
34. O primeiro período sintático permaneceria gramatical-
(MRE/Assistente de Chancelaria) Certamente, o recorde de
mente correto e as informações originais estariam pre-
atração de investimentos externos confirmado agora tem
servadas com a substituição da palavra “mediante” por
relação direta com o fato de o país ter-se transformado de
qualquer uma das seguintes expressões: por meio de,
devedor em credor internacional. Ao assegurar um volume
por intermédio de, com, desencadeando, realizando,
de reservas cambiais superior ao necessário para garantir o
desenvolvendo, empreendendo, executando.
pagamento da dívida externa, o Brasil tranquilizou os credo-
res sobre a sua possibilidade de honrar os compromissos. O dinheiro foi aplicado em um poderoso esquema para evitar
27. A substituição de “Ao assegurar” por Quando assegurou ataques terroristas, como ocorreu nos Jogos de Munique, em
prejudica a correção gramatical do período e altera as 1972, quando palestinos da organização Setembro Negro
suas informações originais. invadiram a Vila Olímpica e mataram dois atletas israelenses.
35. A inserção de o que imediatamente antes de “ocorreu”
(MRE/Assistente de Chancelaria) O afastamento de Fidel Cas- prejudicaria a sintaxe do período e modificaria o sentido
tro, como quer que deva ser analisado de diversos pontos da informação original.
de vista, tem certamente significado simbólico. Ele aponta
para o fim de uma singular experiência revolucionária no 36. (TRT 1ª R/Analista)As conjunções destacadas nos trechos
hemisfério, que, não obstante o que aparece como sobrevi- a seguir estão associadas a uma determinada interpre-
da melancólica nas condições de hoje, ao nascer incendiou tação. Assinale a opção que apresenta trecho do texto
romanticamente a imaginação de muitos de nós e nos mo- seguido de interpretação correta da conjunção desta-
bilizou. cada.
28. O termo “não obstante o” pode, sem prejuízo para a a) A série de dados do Caged tem início em 1992. Con-
correção gramatical e para as informações originais do tra os três primeiros meses de 2007, quando foram
período, ser substituído por apesar do ou a despeito do. criadas 399 mil vagas (recorde anterior), segundo
informações do MTE, o crescimento no número de
(Teresina-PI/Agente Fiscal) No ano passado, a produção in- empregos formais criados foi de 38,7%. (proporcio-
dustrial cresceu 6%, enquanto o emprego aumentou 2,2% e o nalidade)
total de horas pagas pela indústria aumentou 1,8%. Isso quer b) “Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos,
dizer que a produtividade cresceu sem necessidade de de- bombou”, afirmou o ministro do Trabalho a jornalis-
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missões de trabalhadores, como ocorreu entre 1990 e 2003. tas. (comparação)


29. O termo “enquanto” pode, sem prejuízo para a correção c) “É um erro imaginar que há inflação no Brasil. ‘É um
gramatical e para as informações originais do período, erro imaginar que há inflação no Brasil’. (consequência)
ser substituído por qualquer um dos seguintes: ao passo d) “Os preços dos bens duráveis (fogões, geladeiras e
que, na medida que, conquanto. carros, por exemplo, que são impactados pela decisão
dos juros) não estão aumentando”, disse ele a jorna-
(Teresina-PI/Agente Fiscal) A despeito da desaceleração listas. O ministro avaliou, entretanto, que o impacto
econômica nas nações ricas, as cotações das commodities maior se dará nas operações de comércio exterior.
agrícolas, minerais e energéticas persistem em ascensão. (oposição)

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e) “Os preços dos bens duráveis (fogões, geladeiras e (Abin/Oficial de Inteligência) Há histórias, no plural; o mundo
carros, por exemplo, que são impactados pela de- tornou-se intensamente complexo e as respostas não são
cisão dos juros) não estão aumentando”, disse ele diretas nem estáveis. Mesmo que não possamos olhar de
a jornalistas. O ministro avaliou, entretanto, que o um curso único para a história, os projetos humanos têm um
impacto maior se dará nas operações de comércio assentamento inicial que já permite abrir o presente para a
exterior. Isso porque a decisão sobre juros tende a construção de futuros possíveis.
trazer mais recursos para o Brasil “Isso porque a de- 45. A relação que a oração iniciada por “e as respostas” man-
cisão sobre juros tende a trazer mais recursos para tém com a anterior mostra que a função da conjunção
o Brasil”. (conclusão) “e” corresponde à função de por isso.

(SGA-AC) A sentença determina, entre outras medidas, que (Detran/Analista de Trânsito) Construções e usos de interes-
as penitenciárias somente acolham presos que residam em se particular desrespeitam sistematicamente os códigos de
um raio de 200 km. Segundo o juiz, as medidas que tomou obra e as leis de ocupação do solo. Invadem o espaço público,
são previstas pela Lei de Execução Penal. Sua sentença foi e o resultado é uma cidade de edificação monstruosa e hostil
muito elogiada. Contudo, o governo estadual anunciou que ao transeunte. É preciso, portanto, que o espírito da blitz na
irá recorrer ao Tribunal de Justiça. avenida Paulista seja estendido para toda a cidade.
37. As orações subordinadas “que as penitenciárias somente 46. A palavra “portanto” estabelece relação de condição
acolham presos”, “que tomou” e “que irá recorrer ao entre segmentos do texto.
Tribunal de Justiça” desempenham a função de com-
plemento do verbo. (Detran/Analista de Trânsito) Há, porém, outras mais graves,
que se instalam lentamente no organismo, como o aumento
(SGA-AC) Sua sentença foi muito elogiada. Contudo, o gover- da pressão arterial e a ocorrência de paradas cardíacas. Estas
no estadual anunciou que irá recorrer ao Tribunal de Justiça. podem passar despercebidas, já que nem sempre apresen-
38. O emprego da conjunção “Contudo” estabelece uma tam uma relação tão clara e direta com o fator ambiental.
relação de causa e efeito entre as orações. De imediato, existe o alerta: onde morar em metrópoles?
47. A locução “já que” estabelece uma relação de compa-
(SGA-AC) Falara com voz sincera, exaltando a beleza da pai- ração no período.
sagem e revelando que, se dependesse só dele, passaria o
resto da vida ali, morreria na varanda, abraçado à visão do (Detran/Analista de Trânsito) Todavia, foi somente após a
rio e da floresta. Era isso o que mais queria, se Alícia estivesse Independência que começou a se manifestar explicitamente,
ao seu lado. no Brasil, a preocupação com o isolamento das regiões do
39. As orações “se dependesse só dele” e “se Alícia estivesse país como um obstáculo ao desenvolvimento econômico.
ao seu lado” estabelecem circunstância de condição em 48. O termo “Todavia” estabelece uma relação de causa
relação às orações às quais se subordinam. entre as ideias expressas no primeiro e no segundo pe-
ríodos do texto.
(SGA-AC) Não parecia estar no iate, e sim em sua casa, em
Manaus: sentado, pernas e pés juntos, tronco ereto, a cabeça (Detran/Analista de Trânsito) Observe o trecho:
oscilando, como se fizesse um não em câmera lenta. linguagem. S.f. 1. o uso da palavra articulada ou escrita como
40. A oração “como se fizesse um não em câmera lenta” meio de expressão e de comunicação entre as pessoas.
expressa uma comparação estabelecida pelo narrador. 49. No texto do verbete de dicionário, o valor de comparação
da palavra “como” deixa subentender uma expressão
(SGA-AC) Eu esperava o fim da tarde com ansiedade. mais complexa: assim como.
41. A correção gramatical e o sentido do texto seriam manti-
dos se a preposição a fosse incluída após a forma verbal (Ibama/Analista) Preso em diversas ocasiões, só foi defini-
“esperava”: Eu esperava ao fim da tarde com ansiedade. tivamente absolvido em 1º de março de 1984, quatro anos
depois, portanto, de iniciadas as perseguições. De acordo
(DFTrans/Analista) Acho que se compreenderia melhor o com a conselheira Sueli Bellato, embora o relatório não tenha
funcionamento da linguagem supondo que o sentido é um se aprofundado na questão, foi possível constatar que Chico
efeito do que dizemos, e não algo que existe em si, inde- Mendes também foi torturado enquanto estava sob custódia
pendentemente da enunciação, e que envelopamos em um de policiais federais.
código também pronto. 50. Os termos “portanto” e “enquanto” estabelecem idên-
42. O valor condicional da oração iniciada por “supondo” ticas relações de sentido.
permite sua substituição, no texto, por se supusermos,
sem que sejam prejudicadas a coerência ou a correção GABARITO
gramatical.
1. E 14. E 27. E 40. C
(MS/Agente) Para aumentar o volume de doações e trans- 2. C 15. C 28. C 41. E
plantes de órgãos no país, o ministro da Saúde lançou a Cam-
3. E 16. C 29. E 42. E
panha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos.
4. E 17. C 30. C 43. E
43. A primeira oração do texto estabelece com a segunda
5. E 18. E 31. C 44. E
Língua Portuguesa

uma relação de tempo.


6. C 19. C 32. C 45. C
(MS/Agente) Acredito que todos possam fazer uma reflexão 7. E 20. E 33. E 46. E
diante disso: 28,6% das intoxicações por medicamentos ocor- 8. C 21. C 34. C 47. E
ridas com 25 crianças são acidentais, portanto, poderiam ser 9. E 22. C 35. E 48. E
evitadas, observa a coordenadora. 10. C 23. C 36. d 49. E
44. O termo “portanto” estabelece uma relação adversativa 11. E 24. E 37. E 50. E
entre as informações da oração que o precede e as da 12. C 25. E 38. E
oração subsequente. 13. E 26. E 39. C

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PONTUAÇÃO • Antes de citações.
Ana gritava: “Eu faço tudo!”.
• Antes de explicação ou esclarecimento.
Aspectos Sintáticos, Semânticos, Estilísticos – Sombra e água fresca: as férias começaram.
Prática Aplicada Festa no prédio: o síndico se mudou.
• Depois da invocação nas correspondências.
Vírgula Cara amiga:
• Depois de exemplo, nota, observação.
• Separa objeto direto ou indireto antecipado e com Nota: aos domingos o preço será maior.
pleonástico. • Depois de a saber, tais como, por exemplo.
Ao injusto, nada lhe devo. Combate doenças, tais como: dengue, tifo e malária.
• Separa adjunto adverbial longo e deslocado.
Antes do início do mês, começam as obras.
• Separa predicativo do sujeito deslocado, com verbo Aspas
intransitivo ou transitivo.
Descrente, chorou. Ivo, aflito, pedia explicações. • No início e no final das transcrições.
• Separa aposto explicativo. O preso se defendia: “Não fui eu”.
Salvador, minha cidade natal, tem muitas igrejas. • Só aparecem após a pontuação final se abrangem o
• Separa vocativo. período inteiro.
Não diga isso, Mariana. “Fica, amor”. Quantas vezes eu te disse isso.
• Separa expressões explicativas e corretivas. • Destacam palavras ou expressões nos enunciados de
Falei, quer dizer, explodi! São, aliás, somos felizes. regras.
• Separa nome de lugar antes de data. A preposição “de” não cabe aqui.
Brasília, 17 de janeiro de 1998. • Indicam estrangeirismos, gírias, arcaísmos, formas po-
• Entre elementos enumerados. pulares etc. (tais expressões podem vir sublinhadas ou
Estão aí Júlio, Carlos, Maria e Sílvia. em itálico).
• Indica verbo oculto. Você foi muito “legal” com a gente.
O pai trabalha na capital; a mãe, no interior. Ortografia é o seu maior “problema”.
• Antes de subordinada substantiva apositiva. • Destacam palavras empregadas em sentido irônico.
Teve um pressentimento, que morreria jovem. Foi “gentilíssimo”: gritou comigo e bateu a porta.
• Antes de subordinada adjetiva explicativa. • Destacam títulos de obras.
Esta é a minha casa, que recebeu tanta gente. “Quincas Borba” é o meu livro preferido.
• Separa subordinada adverbial deslocada.
Se perder o emprego, vou para outra cidade. Reticências
• Entre coordenadas assindéticas.
Entrou no carro, ligou o rádio, ficou à espera. • Indicam interrupção ou suspensão por hesitação, sur-
• Separa conjunção coordenativa deslocada. presa, emoção.
Não se defende; quer a própria condenação, portanto. Você... Aqui... Para sempre... Não acredito!
• Antes de conjunção coordenativa. • Para realçar uma palavra ou expressão seguinte.
Decida logo, pois seu concorrente age rápido. Abriu a caixa de correspondência e... nada.
• Antes de e e nem só em oração com sujeito diferente
• Indicam interrupção por ser óbvia a continuação da
do da anterior.
frase.
A vida continua, e você não muda.
Eu cumpro cada um dos meus deveres; já você...
• Antes de mas também, como também (em correlação
com não só). • Indicam a supressão de palavras num texto transcrito.
Não só reclama, mas também torce contra nós. Ficar ou fugir, “... eis a questão”.
• Podem vir entre parênteses, se o trecho suprimido é
longo.
Ponto e vírgula “São onze jogadores: José, Mário (...) e Paulo”.
• Para fazer uma pausa maior que a da vírgula e menor
que a do ponto.
Parênteses
A sala está cheia de móveis; o quadro cheira a mofo.
• Separa coordenadas adversativas e conclusivas com • Separam a intercalação de uma explicação ou de um
conjunção deslocada. comentário.
Não estuda; não quer, pois, a aprovação. Ativistas (alguns armados) exigiam reforma.
• Separa orações que já tem vírgula no seu interior. • Separam a indicação da fonte da transcrição.
Ivo, sozinho, lutava; Ana, sem forças, rezava. “Todo óbvio é ululante.” (Nelson Rodrigues).
• Separa coordenadas que formam um paralelismo ou • Separam a sigla de estado ou de entidade após seu
um contraste. nome completo.
Muitos entendem pouco; poucos entendem muito. Vitória (ES). Programa de Integração Social (PIS).
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• Aparece no final dos itens de uma enumeração. • Separam uma unidade (moeda, peso, medida) equi-
Há duas hipóteses para o seu gesto: a) não conseguiu valente a outra.
o emprego; b) saúde da filha pirou. O animal pesaria 10 arrobas (150 kg).
• Separam números e letras, numa relação de itens, e
Dois-pontos asterisco.
(1), (2), (a), (b), (*).
• Antes de aposto (explicativo ou enumerativo) e de • Deslocado para a linha seguinte, basta usar o segundo
oração apositiva. parêntese.
Tem um sonho: viajar. Leu três itens: “a”, “c” e “i”. 1), 2), a), b).

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• Separa o latinismo sic (confirma algo exagerado ou 4. A substituição dos sinais de ponto e vírgula por ponto
improvável). final, no último tópico, mesmo com ajuste na letra ini-
Levava na mala US$20 milhões (sic). cial para maiúscula da palavra seguinte, prejudicaria a
• O ponto sempre vem após o segundo parêntese, salvo correção gramatical do período.
se um período inteiro estiver entre parênteses.
Todos votaram contra (alguns rasgaram a célula). (Banco do Brasil) Representantes dos maiores bancos brasi-
O perigo já passara. (A mão ainda tremia.) leiros reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir um tema
desafiante.
Travessão 5. Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do
texto, é possível deslocar a oração “para discutir um
• É usado, duplamente, para destacar uma palavra ou tema desafiante”, que expressa uma finalidade, para
expressão. o início do período, fazendo-se os devidos ajustes nas
A vida – quem sabe? – pode ser melhor. letras maiúsculas e acrescentando-se uma vírgula logo
• Aparece, nos diálogos, antes da fala de um interlocutor após “desafiante”.
e, depois dela, quando se segue uma identificação de
quem falou. 6. (Pref. Mun. S.P.) A frase corretamente pontuada é:
– Agora? – indaguei. a) Nas cidades europeias; onde foram implantados pe-
– imediatamente! – explodiu Júlio. dágios o fluxo de automóveis se reduziu, diminuindo
• Liga palavras ou expressões que indicam início e final o número, e a extensão dos engarrafamentos.
de percurso. b) Nas cidades, europeias onde foram, implantados pe-
Inaugurada a nova estrada Rio-Petrópolis. dágios o fluxo de automóveis se reduziu; diminuindo
• É usando duplamente quando um trecho extenso se o número e a extensão dos engarrafamentos.
intercala em outro. c) Nas cidades europeias onde foram implantados pe-
Vi Roma – quase me perdi pelas vielas – e Paris. dágios o fluxo de automóveis se reduziu diminuindo,
o número e a extensão, dos engarrafamentos.
Ponto d) Nas cidades europeias onde foram implantados pe-
dágios; o fluxo de automóveis se reduziu diminuindo
• Aparece no final da frase, quando se conclui todo o o número, e a extensão dos engarrafamentos.
pensamento. e) Nas cidades europeias onde foram implantados pe-
Mudemos de assunto. O povo espera fortes medidas. dágios, o fluxo de automóveis se reduziu, diminuindo
• É usado nas abreviaturas. o número e a extensão dos engarrafamentos.
Gen., acad., ltda.
• Estando a abreviatura no final da frase, não há outro 7. (TCE-AL) Está inteiramente correta a pontuação da se-
ponto. guinte frase:
Comprou ações da Multimport S.A.
a) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano
• Separa as casas decimais nos números, salvo os indi-
Novo, pois não há como de fato alguém começar algo
cativos de ano.
inteiramente do nada.
127.814; 22.715.810. Nasceu em 1976.
b) É realmente muito difícil: cumprir propósitos de Ano
Novo; pois não há como, de fato, alguém começar
EXERCÍCIOS algo inteiramente do nada.
c) É, realmente, muito difícil – cumprir propósitos de
(TST) Os trabalhadores cada vez mais precisam assumir novos
Ano Novo: pois não há como de fato, alguém começar
papéis para atender às exigências das empresas.
algo inteiramente do nada.
1. Por constituir uma expressão adverbial deslocada para
d) É, realmente, muito difícil cumprir propósitos de Ano
depois do sujeito, seria correto que a expressão “cada
Novo, pois não há como, de fato, alguém começar
vez mais” estivesse, no texto, escrita entre vírgulas.
algo inteiramente do nada.
(TST) O cenário econômico otimista levou os empresários e) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano
brasileiros a aumentarem a formalização do mercado de Novo; pois não há como de fato alguém começar algo,
trabalho nos últimos cinco anos. inteiramente do nada.
2. Preservam-se a coerência e a correção do texto ao se
deslocar o trecho “nos últimos cinco anos” para depois (MMA) O alívio dos que, tendo a intenção de viver irregular-
de “brasileiros”, desde que esse trecho seja seguido de mente na Espanha, conseguem passar pelo controle de imi-
vírgula. gração do Aeroporto Internacional de Barajas não dura muito
tempo. A polícia está pelas ruas, uniformizada ou à paisana,
(TJDFT) Investir no país é considerado uma burrice; constituir e constantemente faz batidas em lugares que os imigrantes
uma família e mantê-la saudável, um atraso de vida. frequentam ou onde trabalham. Foram expedidas cerca de
7 mil cartas de expulsão de brasileiros no ano passado.
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3. A vírgula depois da oração “e mantê-la saudável” indica


que essa oração constitui um aposto explicativo para a 8. As vírgulas da primeira linha justificam-se por isolar ora-
oração anterior. ção reduzida de gerúndio intercalada na principal.

(MS) Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, bri- 9. (TRF 5 R) A frase cuja pontuação está inteiramente cor-
lhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a reta é:
atenção e a curiosidade natural das crianças; não estimule a) Momentos de extrema felicidade, sabe-se, costumam
essa curiosidade; mantenha medicamentos e produtos do- ser raros e efêmeros; por isso, há quem busque tirar
mésticos trancados e fora do alcance dos pequenos. o máximo proveito de acreditar neles e antegozá-los.

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80 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
b) É muito comum que as pessoas valendo-se do sen- 14. No segundo parágrafo do texto, os dois travessões de-
so comum, vejam o pessimismo e o otimismo como marcam a inserção de uma informação que define o que
simples oposições: no entanto, não é esta a posição é “Per Capita”.
do autor do texto.
c) Talvez, se não houvesse a expectativa da suprema (STF/Analista) A ação ética só é virtuosa se for livre e só o
felicidade, também não haveria razão para sermos será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão
pessimistas, ou otimistas, eis uma sugestão, das en- interior do próprio agente e não de uma pressão externa.
trelinhas do texto. Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre
d) O autor nos conta que outro dia, interessou-se por um a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana
fragmento de um blog; e o transcreveu para melhor apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores
explicar a relação entre otimismo e pessimismo. morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao
e) Quem acredita que o pessimismo é irreversível, não sujeito).
observa que, na vida, há surpresas e espantos que 15. Os sinais de parênteses têm a função de organizar as
deveriam nos ensinar algo, sobre a constante impre- ideias que destacam e de inseri-las na argumentação do
visibilidade de tudo.
texto; por isso, sua substituição pelos sinais de travessão
preservaria a coerência textual e a correção do texto.
(DFtrans) As estradas da Grã-Bretanha tinham sido constru-
ídas pelos romanos, e os sulcos foram escavados por carru-
agens romanas: (STF/Analista) Muito da experiência humana vem justamente
10. A vírgula que precede a conjunção “e” indica que esta de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por
liga duas orações de sujeitos diferentes; mas a retirada isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade
desse sinal de pontuação preservaria a correção e a co- de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta
erência textual. em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução
que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto.
(TCU/Analista) Ao apresentar a perspectiva local como infe- 16. O deslocamento do travessão para logo depois de “pro-
rior à perspectiva global, como incapaz de entender, de ex- fissionalmente” preservaria a correção gramatical do
plicar e, em última análise, de tirar proveito da complexidade texto e a coerência da argumentação, com a vantagem
do mundo contemporâneo, a concepção global atualmente de não acumular dois sinais de pontuação juntos.
dominante tem como objetivo fortalecer a instauração de um
único código unificador de comportamento humano, e abre o (Banco do Brasil/Escriturário) O século XX testemunhou o
caminho para a realização do sonho definitivo de economias desenvolvimento de grandes eventos esportivos, tanto em
globais de escala. escala mundial — como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mun-
11. A supressão da vírgula logo após o termo “humano” não do — quanto regional, com disputas nos vários continentes.
prejudica a correção gramatical do texto. 17. A substituição dos travessões por parênteses prejudica
a correção gramatical do período.
12. (TRT 18 R) Está inteiramente adequada a pontuação da
seguinte frase: 18. (SADPB/Agente Seg.Penitenciaria) “O estudo do cérebro
a) Quem cuida da saúde, conta com os recursos do conheceu avanços sem precedentes nas últimas duas
corpo, já quem cultiva uma amizade, conta com o décadas, com o surgimento de tecnologias que permi-
conforto moral. tem observar o que acontece durante atividades como
b) No que me diz respeito, não me interessam os amigos o raciocínio, a avaliação moral e o planejamento. Ao
de ocasião: prezo apenas os verdadeiros, os que me mesmo tempo, essa revolução na tecnologia abre novas
apoiam incondicionalmente. possibilidades para um campo da ciência que sempre
c) De que pode valer, gozarmos um momento de felici- despertou controvérsias de caráter ético – a interferên-
dade, se não dispomos de alguém, a quem possamos cia no cérebro destinada a alterar o comportamento de
estendê-la?
pessoas.
d) Confio sempre num amigo; pois minha confiança
– a interferência no cérebro destinada a alterar o com-
nele, certamente será retribuída com sua confiança
portamento de pessoas”.
em mim.
e) São essas enfim, minhas razões para louvar a amiza-
de: diga-me você agora quais as suas? O emprego do travessão indica, considerando-se o con-
texto,
13. (TCESP/Agente Fiscal) O emprego das vírgulas assinala a) enumeração de fatos de caráter científico.
a ocorrência de uma ressalva em: b) retomada resumida do assunto do parágrafo.
a) onde é vista como a pequena, mas muito respeitada, c) repetição destinada a introduzir o desenvolvimento
irmã. posterior.
b) que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito, d) retificação de uma afirmativa feita anteriormente.
no restrito clube... e) especificação de uma expressão usada anteriormente.
Língua Portuguesa

c) de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de


Buenos Aires, se estão esgotando. 19. (Metrô-SP) No trecho “– e comerciais, por meio das pa-
d) abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades. tentes.” O emprego do travessão
e) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das a) confere pausa maior no contexto, acrescentando
reservas totais, é úmido e rico em etano... sentido de crítica ao segmento.
b) introduz segmento desnecessário no contexto, pois
(TST/Técnico) É preciso “investir no povo”, recomenda o Per repete o que foi afirmado anteriormente.
Capita — um centro pensante, criado recentemente na Aus- c) assinala apenas escolha pessoal do autor, sem signi-
trália —, com seus dons progressistas. ficação importante no parágrafo.

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d) indica a aceitação de um fato real e comum, sem 23. Preservam-se a coerência da argumentação e a correção
qualquer observação particular. gramatical do texto ao se inserir um sinal de dois-pontos
e) introduz enumeração das possibilidades decorrentes depois da primeira ocorrência de “é” e um ponto de
das descobertas antes citadas. interrogação depois de “DNA”.

24. (TCEAM/Analista Controle Externo) Está inteiramente


(Banco do Brasil/Escriturário) Os brasileiros com idade entre correta a pontuação da seguinte frase:
14 e 24 anos têm em média 46 amigos virtuais, enquanto a) A realização de estudos com primatas não humanos,
a média global é de 20. No mundo, os jovens costumam tem revelado que a inteligência ao contrário do que
ter cerca de 94 contatos guardados no celular, 78 na lista se pensa, não é nosso dom exclusivo.
de programas de mensagem instantânea e 86 em sítios de b) A conclusão é, na verdade, surpreendente: a cons-
relacionamento como o Orkut. ciência humana, longe de ser um dom sobrenatural,
20. O emprego da vírgula após “celular” justifica-se por iso- emerge da consciência dos animais.
lar oração de natureza explicativa. c) Ernst Mayr, eminente biólogo do século passado não
teve dúvida em afirmar que, a nossa consciência, é
(Banco do Brasil) Nas Américas, os jogos estimulam a reflexão uma evolução da consciência dos animais.
sobre as possibilidades de um continente unido, pacífico, d) Sejam sinfonias sejam equações de segundo grau, há
próspero, com a construção de uma rede de solidariedade operações que de tão sofisticadas, não são acessíveis
e cooperação por meio do esporte, uma das principais ex- à inteligência de outros animais.
pressões do pan-americanismo. e) O que caracteriza efetivamente o verdadeiro altruís-
21. O emprego de vírgulas após “unido” e após “pacífico” mo, é o comportamento cooperativo que se adota,
tem justificativas diferentes. de modo desinteressado.

22. (Metrô-SP/Téc.Segurança) Apontado por entidades 25. (GOVBA/Soldado/PMBA) Analise as frases a seguir:
internacionais como um dos mais bem estruturados e I – Este quadro moral levou a duas situações dramáticas:
bem geridos programas ambientais do mundo, o Projeto o gosto do mal e o mau gosto.
Tietê está sob ameaça de ser interrompido. Sua segunda II – O grande desafio de hoje é de ordem ética: construir
etapa está terminando e, apesar do cumprimento do uma vida em que o outro não valha apenas por satisfazer
cronograma e do vulto das obras – que permitiram sig- necessidades sensíveis.
nificativo avanço nos serviços de coleta e de tratamento
de esgoto –, a diretoria de Controle Ambiental da Cetesb Considerando-se o emprego dos dois-pontos nos perí-
alerta: a meta de aumentar o número de empresas no odos acima, é correto o que se afirma em:
monitoramento de efluentes despejados no rio não foi a) Os dois-pontos introduzem segmentos de sentido
cumprida. O não atendimento dessa exigência do con- enumerativo e conclusivo, respectivamente, assina-
trato de financiamento, firmado pelo governo estadual lando uma pausa maior em cada um deles.
com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), b) Os segmentos introduzidos pelos dois-pontos apre-
poderá impedir a liberação dos recursos para a terceira sentam sentido idêntico, de realce.
etapa do programa. Essa fase prevê a universalização da c) Os sinais marcam a presença de afirmativas redun-
coleta de esgoto e o combate à poluição nos afluentes dantes no contexto, mas que reforçam a opinião do
do rio. autor.
d) Os dois-pontos indicam a interferência de um novo
Considere as afirmativas seguintes, a respeito dos sinais interlocutor no contexto, representando o diálogo
de pontuação empregados no texto. com o leitor.
I – Os travessões isolam um segmento explicativo, mar- e) Os dois segmentos introduzidos pelos dois-pontos
cado por uma pausa maior do que haveria caso esse são inteiramente dispensáveis, pois seu sentido está
segmento estivesse separado por vírgulas. exposto com clareza nas afirmativas anteriores a eles.
II – Os dois-pontos (9ª linha) assinalam a causa da amea-
ça referida anteriormente, introduzida pela forma verbal Na frase: “Ela encontrou um bebê recém-nascido em um
alerta. terreno baldio em frente de sua casa, em Curitiba.”
III – A vírgula que aparece após a expressão do mundo 26. No trecho “de sua casa, em Curitiba”, a eliminação da
(3ª linha) pode ser corretamente substituída por ponto- vírgula e a substituição da preposição “em” por de man-
-e-vírgula. têm o sentido original da frase.

Está correto o que se afirma em 27. (Funiversa/Terracap) A vírgula da frase “Ao coração, cou-
a) I e II, somente. be a função de bombear sangue para o resto do corpo”
b) I e III, somente. justifica-se pelo deslocamento do termo “Ao coração”,
c) II e III, somente. com finalidade estilística de criar ênfase.
d) III, somente.
Língua Portuguesa

e) I, II e III. (Funiversa/Terracap) Acerca da frase “São emissoras trans-


mitidas de qualquer país que passe pela nossa mente – e
(Banco do Brasil) A turbulência decorrente do estouro de alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.”
mais essa bolha ainda não teve suas consequências totalmen- 28. O travessão foi usado para enfatizar trecho do enuncia-
te dimensionadas. A questão que se coloca é até que ponto do. Efeito similar se conseguiria com o uso de negrito,
é possível injetar alguma previsibilidade em um mercado tão ou, no discurso oral, com entonações enfáticas.
interconectado, gigantesco e que tem o risco no DNA. O único
consenso é que o mercado precisa ser mais transparente. 29. (Funiversa/Sejus/Téc. Adm.) Cada uma das alternativas
(Veja, 12/3/2008 0 com adaptações). a seguir apresenta reescritura de fragmento do texto.

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82 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Assinale aquela em que a reescritura não apresenta erro Hoje, a Capital Federal conta com a CEB, Companhia
de pontuação. Energética de Brasília, que já recebeu vários prêmios. Em
a) A cooperação entre seus países, permitiria à região novembro de 2009, ela conquistou uma importante vitória
fazer frente a outras potências, como os Estados Uni- em seu esforço pela melhoria no atendimento aos clientes.
dos e o Japão, e assim, assegurar o bem-estar social Venceu o prêmio IASC - Índice Aneel de Satisfação do Con-
e a segurança da população. sumidor, pela quinta vez. A empresa foi escolhida a melhor
b) Com o passar dos anos o bloco incorporou nações distribuidora de energia elétrica do Centro-Oeste, a partir
menos desenvolvidas do continente; e instituiu uma de pesquisa que abrange toda a área de concessão das 63
moeda única – o euro que atraiu investidores e che- distribuidoras no Brasil.
gou a ameaçar o domínio do dólar como reserva in- Na premiação, que ocorreu na sede da Aneel, a CEB
ternacional de valor. foi apontada como uma das cinco melhores distribuidoras
c) Mas, a crise financeira mundial fez emergir as fragi- de energia elétrica do País. O Índice Aneel de Satisfação do
lidades na estrutura econômica de algumas nações Consumidor para a CEB, de 70,33 pontos, ficou acima da mé-
do bloco: à medida que, a turbulência dos mercados dia nacional, de 66,74 pontos. Anteriormente, a Companhia
se acentuou, veio à tona a irresponsabilidade fiscal obteve o Prêmio IASC em 2003, 2004, 2006 e 2008.
de alguns países, sobretudo a Grécia. Entre suas importantes iniciativas sociais, destaca-se o
d) Diante do risco de que o deficit crescente no orça- Programa CEB Solidária e Sustentável, um projeto de inser-
mento grego pudesse contaminar outros europeus ção e reinserção social de crianças, denominado “Gente de
com situação fiscal semelhante e pôr em xeque a Sucesso”, que foi implementado em parceria com o Instituto
confiabilidade do bloco, líderes regionais reuniram- de Integração Social e Promoção da Cidadania — INTEGRA
-se, às pressas, na semana passada. e com a Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal.
e) Levar as reformas adiante terá um custo político. Na Internet: <http://www.ceb.com.br> (com adaptações).
semana passada, as ruas de Atenas, foram tomadas Acesso em 3/1/2010.
por manifestantes e os funcionários públicos entra-
ram em greve. 31. (Funiversa/CEB – Adaptada) Em cada uma das alternativas
a seguir, há uma reescritura de parte do texto. Assinale
(Funiversa/HFA/Ass.Téc.Adm.) Na frase: “As demissões re- aquela em que a reescritura altera o sentido original.
cordes nas companhias americanas devido à crise fizeram a) A empresa foi escolhida a melhor distribuidora de
vítimas inusitadas – os próprios executivos de recursos hu- energia elétrica do Centro-Oeste / Escolheu-se a em-
manos.” presa como a melhor distribuidora de energia elétrica
30. Não haverá incorreção gramatical, caso o travessão seja do Centro-Oeste.
substituído por vírgula. b) A partir de pesquisa que abrange toda a área de con-
cessão das 63 distribuidoras no Brasil / A partir de
Reescritura de Frases e Parágrafos – Substituição de pesquisa que abrange todas as áreas de concessão
palavras ou de trechos de texto de todas as distribuidoras no Brasil.
c) O suprimento de energia elétrica foi um dos sérios
Texto para responder à questão seguinte. problemas que os responsáveis pela construção da
Nova Capital da República enfrentaram / O suprimen-
O suprimento de energia elétrica foi um dos sérios pro-
to de energia elétrica foi um dos sérios problemas
blemas que os responsáveis pela construção da Nova Capital
enfrentados pelos responsáveis pela construção da
da República enfrentaram, desde o início de suas atividades
Nova Capital da República.
no Planalto Central, em fins de 1956.
d) O prazo, imposto pela data fixada para a inauguração
A região não contava com nenhuma fonte de geração de
da capital – 21 de abril de 1960 –, era relativamente
energia elétrica nas proximidades, e o prazo, imposto pela
data fixada para a inauguração da capital — 21 de abril de curto para a instalação de uma fonte de energia local /
1960 —, era relativamente curto para a instalação de uma O prazo (...) era relativamente curto para a instalação,
fonte de energia local, em caráter definitivo. em caráter definitivo, de uma fonte de energia local.
A alternativa existente seria o aproveitamento da ener- e) Paralelamente à adoção de providências / Paralela-
gia elétrica da Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada, das mente ao fato de se adotarem providências.
Centrais Elétricas de Goiás S/A-CELG, no Rio Parnaíba, divisa
dos estados de Minas Gerais e Goiás, distante quase 400 km Texto para responder à questão seguinte.
de Brasília. Assim, tendo em vista o surgimento da nova Ca-
pital do Brasil, as obras foram aceleradas, e a primeira etapa A preocupação com o planeta intensificou-se a partir
da Usina de Cachoeira Dourada foi inaugurada em janeiro de dos anos 1970, com a crise petroleira, ocasião em que as
1959, com 32 MW e potência final prevista para 434 MW. questões ambientais começaram a ser tratadas de forma
Entretanto, paralelamente à adoção de providências relevante e participativa nos diversos setores socioeconômi-
para o equacionamento do problema de suprimento de ener- cos. Preservar o ambiente e economizar os recursos naturais
gia elétrica da nova Capital após sua inauguração, outras me- tornou-se importante tema de discussão, com ênfase no uso
Língua Portuguesa

didas tiveram de ser tomadas pela Companhia Urbanizadora racional, em especial de energia elétrica.
da Nova Capital do Brasil — NOVACAP — objetivando à ins- O processo de reciclagem é muito relevante na medida
talação de fontes de energia elétrica necessárias às ativida- em que o lixo recebe o devido destino, retornando à cadeia
des administrativas desenvolvidas no gigantesco canteiro de produtiva.
obras. Assim sendo, já nos primeiros dias de 1957, a energia Uma economia de 15,3 gigawatts.hora (GWh) em dois
elétrica de origem hidráulica era gerada, pela primeira vez, anos foi um dos resultados do projeto desenvolvido pela
no território do futuro Distrito Federal, pela usina pioneira Companhia Energética do Ceará (COELCE). O montante é
do Catetinho, de 10 HP, instalada em pequeno afluente do equivalente ao suprimento de quase oito mil residências
Ribeirão do Gama. com perfil de consumo da ordem de 80 kilowatts.hora/mês.

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O Programa Ecoelce de troca de resíduos por bônus na Em uma manhã de inverno de 1978, a assistente social Zé-
conta de luz gerou créditos de R$ 570 mil a 88 mil clientes res- lia Machado, 49 anos de idade, encontrou um bebê recém-
ponsáveis pelo recolhimento de pouco mais de quatro mil tone- -nascido em um terreno baldio.
ladas de lixo reciclável, como vidro, plástico, papel, metal e óleo. 33. A expressão “a assistente social”, caso seja colocada após
A COELCE instalou 62 pontos de coleta no Ceará a partir o substantivo próprio a que se refere, cria, necessaria-
de pesquisas em comunidades de baixa renda de Fortaleza e mente, uma falha gramatical.
região metropolitana da capital, para montar a arquitetura
do programa. Essa é uma questão delicada, daí a importância que se tenha
Para participar, o cliente procura o posto de coleta ou a clareza sobre ela.
associação comunitária e solicita o cartão do Programa Ecoel- 34. A frase Essa é uma questão delicada, por isso é impor-
ce. A cada entrega, o operador do posto registra o volume de tante que se tenha clareza sobre ela é uma reescrita
resíduos, com informações sobre o tipo de material e peso, e, adequada da original registrada.
por meio da máquina de registro de coleta, calcula o bônus a
ser creditado na conta do cliente. Os resíduos recebidos são Parte da população torna-se receptora de “benefícios” não
separados e encaminhados para a indústria de reciclagem. no sentido do patamar do direito e, sim, na perspectiva da
Reconhecido pela Organização das Nações Unidas troca votos-favores.
(ONU), o programa tem como vantagens estimular a eco- 35. A frase parte da população torna-se receptora de “be-
nefícios” não somente no sentido do patamar do direi-
nomia de energia com melhoria da qualidade de vida das
to, mas também na perspectiva da troca votos-favores
comunidades envolvidas, tanto pela diminuição da conta
é uma reescrita adequada da original.
de luz quanto pela redução dos resíduos nas vias urbanas.
Alberto B. Gradvohl et alii. Programa Ecoelce de troca de
resíduos por bônus na conta de energia. Agência Nacional de (Funiversa/Terracap) Acerca da frase “São emissoras trans-
Energia Elétrica (Brasil). In: Revista pesquisa e desenvolvimento mitidas de qualquer país que passe pela nossa mente – e
da ANEEL, n.º 3, jun./2009, p. 115-6 (com adaptações). alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.”
36. A sequência “de qualquer país” pode ser reescrita, sem
32. (Funiversa/CEB – Adaptada) Em cada uma das alternativas perda de sentido, como por seja qual for o país.
a seguir, há uma reescritura de uma parte do texto. Assi-
nale aquela em que a reescritura mantém a ideia original. (Funiversa/Terracap) A respeito do fragmento “qualquer país
a) A preocupação com o planeta intensificou-se a partir que passe pela nossa mente – e alguns outros de cuja exis-
dos anos 1970, com a crise petroleira, ocasião em que tência sequer desconfiávamos.”
as questões ambientais começaram a ser tratadas de 37. A conjunção “e” poderia ser substituída, sem perda de
forma relevante e participativa nos diversos setores sentido, pela locução além de.
socioeconômicos. / A preocupação com o planeta
intensificou-se com a crise petroleira, a partir dos (Funiversa/Terracap) A vida se esvai, mas localizaram um
anos 1970, pois as questões ambientais começaram doador compatível: já para a mesa de cirurgia.
a ser tratadas de forma relevante e participativa nos 38. A seguinte reescritura do trecho está gramaticalmente
diversos setores socioeconômicos. correta: localizaram um doador compatível; portanto,
b) O processo de reciclagem é muito relevante na medi- vá urgente para a mesa de cirurgia. Porém, ela perde em
da em que o lixo recebe o devido destino, retornan- qualidade para a original, mais sintética e mais expressiva.
do à cadeia produtiva. / O processo de reciclagem é
muito relevante à medida que o lixo recebe o devido 39. (Funiversa/Adasa) O trecho “É a conduta dos seres hu-
manos, cegos entre si mesmos e ao mundo na defesa da
destino, retornando à cadeia produtiva.
negação do outro, o que tem feito do presente humano
c) A COELCE instalou 62 pontos de coleta no Ceará a
o que ele é.” pode ser reescrito, sem que haja alteração
partir de pesquisas em comunidades de baixa renda
de sentido, da seguinte forma:
de Fortaleza e região metropolitana da capital, para a) É o agir humano, cego ao outro e ao mundo na negação
montar a arquitetura do programa. / Por causa de de outro mundo, o que faz do presente o que ele é.
pesquisas em comunidades de baixa renda de For- b) É o mal inerente ao homem, que o torna cego em
taleza e região metropolitana da capital, a COELCE relação ao próximo e ao mundo, que faz do presente
instalou 62 pontos de coleta no Ceará, para montar o que ele é.
a arquitetura do programa. c) É a maneira de agir do homem, alienado ao negar o
d) Para participar, o cliente procura o posto de coleta outro seja na forma do semelhante ou na forma do
ou a associação comunitária e solicita o cartão do mundo, que faz do presente o que ele é.
Programa Ecoelce. / O cliente, para participar, assim d) É a forma de agir dos homens que se tornam cegos
que procura o posto de coleta ou a associação comu- para com os outros e para com o mundo que faz deste
nitária, solicita o cartão do Programa Ecoelce. mundo o que ele é.
e) Reconhecido pela Organização das Nações Unidas e) É a conduta da humanidade, cega entre si e ao mundo
(ONU), o programa tem como vantagens estimular por negar o outro, o que torna o homem mau como
Língua Portuguesa

a economia de energia com melhoria da qualidade o presente em que ele vive.


de vida das comunidades envolvidas, tanto pela di-
minuição da conta de luz quanto pela redução dos Texto para responder às questões 40 e 41.
resíduos nas vias urbanas. / Reconhecido pela ONU,
o programa tem como vantagens estimular a econo- Cidadezinha qualquer
mia de energia com melhoria da qualidade de vida
das comunidades envolvidas, em virtude tanto da Casas entre bananeiras
diminuição da conta de luz quanto da redução dos mulheres entre laranjeiras
resíduos nas vias urbanas. pomar amor cantar.

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84 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Um homem vai devagar. d) Um bom “tratamento penal” resiste a um processo
Um cachorro vai devagar. de superação de uma história de conflitos.
Um burro vai devagar. e) Um bom “tratamento penal” supõe a superação dos
conflitos da história, promovendo direitos e recom-
Devagar... as janelas olham. pondo os vínculos da sociedade, para que o sujeito
Eta vida besta, meu Deus. se torne mais responsável.
Carlos Drummond de Andrade. Reunião, 10.ª ed.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1980, p. 17.
1 A União Europeia inaugurou um novo patamar de
integração política e econômica no globo. A cooperação
40. (Funiversa/Iphan) Com base no texto, assinale a alter- entre seus países permitiria à região fazer frente a outras
nativa incorreta. 4 potências, como os Estados Unidos e o Japão, e, assim,
a) Para o autor, em uma visão integral, porém dinâmica assegurar o bem-estar social e a segurança de sua po-
da cidade, a ausência de artigos na primeira estrofe pulação. Com o passar dos anos, o bloco incorporou na-
do texto reflete a similaridade conceitual estabele- 7 ções menos desenvolvidas do continente e instituiu uma
cida entre os substantivos. moeda única, o euro, que atraiu investidores e chegou a
b) A fusão dos elementos humanos à paisagem natu- ameaçar o domínio do dólar como reserva internacional
ral, em uma visão panorâmica, ratifica a ausência de 10 de valor. Mas a crise financeira mundial fez emergir as
artigos na primeira estrofe. fragilidades na estrutura econômica de algumas nações
c) Ao longo do texto, quase não há inserção de adje- do bloco. À medida que a turbulência dos mercados
tivos, dado o fato de a dinamicidade do texto não 13 se acentuou, veio à tona a irresponsabilidade fiscal de
promover espaço para o detalhamento. alguns países, sobretudo a Grécia. Diante do risco de que
d) O emprego da pontuação ao longo do texto sugere o deficit crescente no orçamento grego pudesse conta-
ausência de conhecimento sintático, promovendo 16 minar outros europeus com situação fiscal semelhante e
lentidão e morosidade na leitura. pôr em xeque a confiabilidade do bloco, líderes regionais
e) É empregada a sinonímia de estruturação sintática e reuniram-se às pressas na semana passada. Ao fim do
lexical na segunda estrofe. 19 encontro, chegou-se a um acordo para ajudar a Grécia.
Ainda que não tenha sido feita menção formal a um
41. (Funiversa/Iphan) Com base no texto, assinale a alter- resgate financeiro, a reunião serviu para acalmar o te-
nativa incorreta. 22 mor dos investidores internacionais. In: Veja, 17/2/2010,
a) Se, ao penúltimo verso, for dada a seguinte redação:
p. 57 (com adaptações).
Devagar... às janelas olham ter-se-á modificação se-
mântica da estrutura textual.
b) A variação da abordagem semântica na estrutura 43. (Funiversa) Cada uma das alternativas a seguir apresenta
sintática do texto tornou-o incoeso e inacessível ao reescritura de fragmento do texto. Assinale aquela em
leitor. que a reescritura mantém a ideia original.
c) Nenhum atributo é legado aos substantivos da se- a) A União Europeia lançou um novo andar para a inte-
gunda estrofe, porém, apesar desta característica, é gração política e econômica no globo (linhas 1 e 2).
perceptível a introdução de movimentação espacial. b) A cooperação entre seus países faria que a região
d) No texto, é possível verificar a ocorrência de artigo esbarrasse em outras potências, como os Estados
indefinido. Unidos e o Japão (linhas de 2 a 4).
e) No trecho “Devagar... as janelas olham.”, foi emprega- c) A crise, contudo, trouxe à tona a solidez da econo-
da a personificação, processo que humaniza objetos. mia de certos países que integram a União Europeia
(linhas de 10 a 12).
Partindo-se desse entendimento, vê-se que um bom “trata- d) Diante do risco de que o deficit crescente no or-
mento penal” não pode residir apenas na abstenção da vio- çamento grego pudesse influenciar outros países
lência física ou na garantia de boas condições para a custódia europeus que apresentam situação fiscal similar e
do indivíduo, em se tratando de pena privativa de liberdade: comprometer a confiabilidade da União Europeia, lí-
deve, antes disso, consistir em um processo de superação de deres regionais encontraram-se às pressas na semana
uma história de conflitos, por meio da promoção dos seus passada (linhas de 14 a 18).
direitos e da recomposição dos seus vínculos com a socie- e) Ainda que não tenha sido discutida uma solução fi-
dade, visando criar condições para a sua autodeterminação nanceira, o encontro teve como objetivo reduzir o
responsável. medo dos investidores internacionais (l. 20 a 22).
42. (Funiversa/Sejus) Nas alternativas a seguir, são apresen- GABARITO
tadas reescrituras de trechos do segundo parágrafo do
texto. Assinale aquela em que se preserva o sentido do
trecho original. 1. C 12. b 23. C 34. C
a) Um tratamento eficaz da pena não pode dispensar 2. E 13. a 24. b 35. E
3. E 14. C 25. a 36. C
Língua Portuguesa

a agressão física ou a garantia de uma permanência


prolongada do indivíduo por um certo tempo privado 4. E 15. C 26. E 37. C
de sua liberdade. 5. C 16. E 27. C 38. E
b) A abstenção da violência física e a garantia de boas 6. e 17. E 28. C 39. c
condições para a custódia do indivíduo correspondem 7. d 18. e 29. d 40. d
a um bom “tratamento penal”. 8. C 19. a 30. C 41. b
c) Em se tratando de pena privativa de liberdade, um bom 9. a 20. E 31. b 42. c
“tratamento penal” não é garantido pela falta de vio- 10. C 21. E 32. e 43. d
lência física ou pela boa guarda do detento na prisão. 11. C 22. a 33. E

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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL • Sujeito = que, verbo de acordo com o antecedente.
Fui eu que prometi.
Concordância Verbal Foste tu que prometeste.
Foram eles que prometeram.
• Sujeito composto com pessoas gramaticais diferentes.
Verbo no plural e na pessoa de número mais baixo. • Sujeito = quem
Carlos, eu e tu vencemos. a) verbo na 3ª pessoa singular; ou
Carlos e tu vencestes ou venceram. Fui eu quem prometeu. (prometer, passado)
Foste tu quem prometeu. Foram eles quem prometeu.
• Sujeito composto posposto ao verbo. Verbo no plural ou b) verbo concorda com o antecedente.
de acordo com o núcleo mais próximo. Fui eu quem prometi. Foste tu quem prometeste. Foram
Vencemos Carlos, eu e tu. Ou: eles quem prometeram.
Venceu Carlos, eu e tu.

• Sujeito composto de núcleos sinônimos (ou quase) ou em • Dar, bater, soar


gradação. Verbo no plural ou conforme o núcleo próximo. a) Se o sujeito for número de horas, concordam com nú-
A alegria e o contentamento rejuvenescem. Ou: mero.
A alegria e o contentamento rejuvenesce. Deu uma hora. Deram duas horas.
Os EUA, a América, o mundo lembraram ontem o Onze de Soaram dez horas no relógio.
Setembro. Ou: b) Se o sujeito não for número de horas.
Os EUA, a América, o mundo lembrou ontem o Onze de O relógio deu duas horas. Soou dez horas no relógio.
Setembro.
• Faltar, restar, sobrar, bastar, concordam com seu sujeito
• Núcleos no infinitivo, verbo no singular. normalmente.
Obs.: artigo e contrários, verbo no plural. Obs.: sujeito oracional, verbo no singular.
Cantar e dançar relaxa. Faltam cinco minutos para o fim do jogo.
Obs.: O cantar e o dançar relaxam. Restavam apenas algumas pessoas.
Subir e descer cansam. Sobraram dez reais.
Basta uma pessoa.
• Sujeito = mais de, verbo de acordo com o numeral.
Obs.: repetição ou reciprocidade, só plural. Obs.: Ainda falta depositar dez reais. (note o sujeito ora-
Mais de um político se corrompeu. cional)
Mais de dois políticos se corromperam.
Obs.: Mais de um político, mais de um empresário se cor- • Com os verbos mandar, deixar, fazer, ver, ouvir e sentir
romperam. Mais de um político se cumprimentaram. a) seguidos de pronome oblíquo, o infinitivo não se fle-
xiona.
• Sujeito coletivo, partitivo ou percentual, verbo concorda Mandei-os sair da sala. Ele deixou-as falar. O professor
com o núcleo do sujeito ou com o adjunto. viu-os assinar o papel. Eu os senti bater à porta.
Obs.: coletivo distante do verbo fica no singular ou no plural. b) seguidos de substantivo, o infinitivo pode se flexionar
O bando assaltou a cidade (assaltar, no passado). ou não.
O bando de meliantes assaltou ou assaltaram a cidade. Mandei os rapazes sair ou saírem. Ele deixou as amigas
A maior parte das pessoas acredita nisso. Ou: falar ou falarem. O professor viu os diretores assinar ou
A maior parte das pessoas acreditam nisso. assinarem.
A maior parte acredita. c) seguidos de infinitivo reflexivo, este pode se flexionar
Oitenta por cento da turma passaram ou passou.
ou não.
Obs.: O povo, apesar de toda a insistência e ousadia, não
conseguiu ou conseguiram evitar a catástrofe. Cuidado: Na locução verbal, o infinitivo é impessoal
(sem variação).
• Sujeito = pronome pessoal preposicionado Vi-os agredirem-se no comício. Ou: Vi-os agredir-se no
a) núcleo singular, verbo singular. comício. Ele prefere vê-las abraçarem-se ou abraçar-se.
Algum de nós errou. Qual de nós passou. Cuidado: Os números da fome podem ficar piores. (fi-
b) núcleo plural, verbo plural ou com o pronome pessoal. carem: errado)
Alguns de nós erraram ou erramos. Quais de nós
erraram ou erramos. • Concordância especial do verbo ser.
a) se sujeito indica coisa no singular, e predicativo indica
• Sujeito = nome próprio que só tem plural coisa no plural, ser prefere o plural, mas admite o sin-
a) Não precedido de artigo, verbo no singular. gular.
Estados Unidos é uma potência. Emirados Árabes fica Tua vida são essas ilusões. (presente). Ou: Tua vida é
no Oriente Médio. essas ilusões.
b) precedido de artigo no plural, verbo no plural. b) se sujeito ou predicativo for pessoa, ser conforme a
Os Estados Unidos são uma potência. Os Emirados Ára-
Língua Portuguesa

pessoa.
bes ficam no Oriente Médio.
Você é suas decisões. Seu orgulho eram os velhinhos.
• Parecer + outro verbo no infinitivo, só um deles varia. O motorista sou eu. Ou: Eu sou o motorista.
Os alunos parecem gostar disso. Ou: c) data, hora e distância, verbo conforme o numeral.
Os alunos parece gostarem disso. É primeiro de junho. (presente) São ou é quinze de maio.
É uma hora. São vinte para as duas. É uma légua. São
• Pronome de tratamento, verbo na 3ª pessoa. três léguas.
Vossas Excelências receberão o convite. d) indicando quantidade pura, verbo na 3ª pessoa singular.
Vossa Excelência receberá seu convite. Quinze quilos é pouco. Três quilômetros é suficiente.

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EXERCÍCIOS mas apenas pelo sentido, jamais pela análise sintática. A aná-
lise sintática deve ser feita dentro de cada oração.
Regra Básica
(TCU) “Se virmos o fenômeno da globalização sob esta luz,
O núcleo do sujeito conjuga o verbo. creio que não poderemos escapar da conclusão de que o pro-
cesso é totalmente coerente com as premissas da ideologia
Dica: econômica que têm se afirmado como a forma dominante
Núcleo do sujeito começa sem preposição. de representação do mundo ao longo dos últimos 100 anos,
aproximadamente.”
1. (TRT 1ª R/Analista) Julgue os fragmentos de texto apre- 2. A forma verbal “têm” em “têm se afirmado” estabele-
sentados nos itens a seguir quanto à concordância verbal. ce relação de concordância com o termo antecedente
I – De acordo com o respectivo estatuto, a proteção “ideologia”.
à criança e ao adolescente não constituem obrigação 3. Qual é o sujeito sintático de “têm”?
exclusiva da família. 4. Qual é o sujeito semântico de “têm”?
II – A legislação ambiental prevê que o uso de água para 5. Qual é a função sintática de “as premissas da ideologia”?
o consumo humano e para a irrigação de culturas de
subsistência são prioritários em situações de escassez. (TCU) “Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no
III – A administração não pode dispensar a realização mês seguinte cinquenta e cinco; em março de 1877 contava
do EIA, mesmo que o empreendedor se comprometa quatrocentas e noventa.”
expressamente a recuperar os danos ambientais que, 6. O verbo ter está empregado no sentido de haver, existir,
porventura, venham a causar. por isso mantém-se no singular, sem concordar com o
IV – A ausência dos elementos e requisitos a que se sujeito da oração – “vinte aranhas”.
referem o CPC pode ser suprida de ofício pelo juiz, em
qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não for Obs.: Verbo sem sujeito chama-se verbo impessoal.
proferida a sentença de mérito. A regra é ficar na 3ª pessoa do singular. Ver verbo haver.

A quantidade de itens certos é igual a “Novos instrumentos vêm ocupar o lugar dos instrumentos
a) 0. velhos e passam a ser utilizados para fazer algo que nunca
b) 1. tinha sido imaginado antes.”
c) 2 7. É gramaticalmente correta e coerente com a argumen-
d) 3. tação do texto a seguinte reescrita para o período final:
e) 4. Cada novo instrumento que vêm ocupar o lugar dos ins-
trumentos antigos passam a ser utilizados para fazer algo
Obs.: 1 que ainda não fôra imaginado.
Depois que o primeiro núcleo do sujeito já está escrito,
o segundo que houver deve estar escrito ou representado “Agora, ao vê-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar
por um pronome. o tempo todo e murmurando palavras que me escapavam,
O uso de água e o de combustível são prioritários. (dois temia que me abordasse para conversar sobre o filho.”
núcleos) 8. A forma verbal “temia” concorda com o sujeito de tercei-
Veja a repetição do “o”. O segundo é pronome. Sem ra pessoa do singular ele, que foi omitido pelo narrador.
preposição. É núcleo.
Mas em: O uso de água e de combustível é prioritário. 9. A substituição de “teria” por teriam não altera o sentido
(um só núcleo = uso) nem a adequação gramatical do trecho “o valor de suas
casas, que serviam de garantia para os empréstimos,
Obs.: 2 teria de continuar subindo indefinidamente”.
O pronome relativo pode exercer a função de sujeito,
de objeto, de complemento etc., sempre dentro da oração Regras Especiais
adjetiva.
Verbo haver com sujeito.
Cuidado! Eles haviam chegado.
O pronome relativo refere-se a um termo antes, mas
Verbo haver sem sujeito tem o sentido de existir, acon-
esse termo faz parte de outra oração. O termo referido pre-
tecer ou tempo decorrido.
enche, supre apenas o sentido. Esse termo referido não é o
sujeito, o objeto etc. da oração subordinada adjetiva. Regra:
A casa / que comprei / era velha. Verbo sem sujeito (impessoal) fica no singular (3ª pessoa).
Aqui havia uma escola. → Aqui existia uma escola.
Oração principal: A casa era velha uma escola = objeto direto
Sujeito = A casa uma escola = sujeito
Língua Portuguesa

Oração subordinada adjetiva: que comprei


Sujeito = eu Aqui havia duas escolas. → Aqui existiam duas escolas.
Objeto direto (sintático) = que Cuidado: Aqui haviam duas escolas. (errado)

Atenção: Obs.: O verbo haver no sentido de existir é invariável.


Somente o sentido é que nos leva a ver que: comprei a casa.
Porém, o pronome relativo está no lugar da casa. O pronome Certo ou errado?
relativo é o objeto sintático. 10. ( ) Na sala, havia vinte pessoas.
Podemos chamar de objeto semântico o termo “A casa”, 11. ( ) Na sala, haviam vinte pessoas.

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12. ( ) Na sala, existiam vinte pessoas. Sujeito com Núcleo Coletivo, Partitivo ou Percentual
13. ( ) Na sala, existia vinte pessoas.
14. ( ) No carnaval, houve menos acidentes. Regra:
15. ( ) No carnaval, houveram menos acidentes. O núcleo conjuga o verbo, ou o adjunto adnominal
16. ( ) No carnaval, ocorreram menos acidentes. conjuga o verbo.
17. ( ) No carnaval, ocorreu menos acidentes.
18. ( ) Haverá dois meses que não o vejo. (Ibram-DF) “Um caso de amor e ódio. A maioria dos estudio-
19. ( ) Haverão dois meses que não o vejo. sos evita os clichês como o diabo foge da cruz, mas as frases
20. ( ) Jamais pode haver incoerências no texto.
feitas dão o tom do uso da língua.”
21. ( ) Jamais podem haver incoerências no texto.
22. ( ) Jamais podem existir incoerências no texto. 32. No segundo período do texto, a forma verbal “evita”, em-
23. ( ) Jamais pode existir incoerências no texto. pregada no singular, poderia ser substituída pela forma
24. ( ) Haviam sido eleitos novos presidentes. flexionada no plural, evitam, caso em que concordaria
25. ( ) Havia sido eleito novos presidentes. com “estudiosos”, sem que houvesse prejuízo gramatical
para o período.
Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens a se-
guir quanto à concordância verbal. (MPU) “A maioria dos países prefere a paz.”
33. Está de acordo com a norma gramatical escrever “pre-
26. (TRT 9ª R) Na redação da peça exordial, deve haver indi- ferem”, em lugar de “prefere”.
cações precisas quanto à identificação das partes bem
como do representante daquele que figurará no polo (PF) “Hoje, 13% da população não sabe ler.”
ativo da eventual ação. 34. A forma verbal “sabe”, no texto, está flexionada para
concordar com o núcleo do sujeito.
(TCU) “O melhor é afrouxar a rédea à pena, e ela que vá
andando, até achar entrada. Há de haver alguma”. (PCDF) “Uma equipe de policiais está junta por dez anos e
27. Na expressão Há de haver verifica-se o emprego impes-
aprenderam a investigar.”
soal do verbo haver na forma “Há”.
35. Está adequada à norma culta a redação do texto.
(DFTrans) “As estradas da Grã-Bretanha tinham sido cons-
truídas pelos romanos, e os sulcos foram escavados por car- (TCU) “Os meus pupilos não são os solários de Campanela
ruagens romanas”. ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que
28. Devido ao valor de mais-que-perfeito das duas formas não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares.”
verbais, preservam-se a coerência textual e a correção 36. A forma verbal “formam” está flexionada na 3ª pessoa
gramatical ao se substituir “tinham sido” por havia sido. do plural para concordar com a ideia de coletividade
que a palavra “povo” expressa.
(PMDF) “Jamais houve tanta liberdade e o crescimento das
democracias foi extraordinário”. Cuidado com a exceção!
29. A substituição do verbo impessoal haver, na sua forma Quando o núcleo coletivo, partitivo ou percentual está
flexionada “houve”, pelo verbo pessoal existir exige após o verbo, somente o núcleo conjuga o verbo.
que se faça a concordância verbal com “liberdade” e
“crescimento”, de modo que, fazendo-se a substituição, (Iema-ES) “Quando se constrói um transgênico, os objetivos
deve-se escrever existiram. são previsíveis, bem como seus benefícios. Entretanto, os
riscos de efeitos indesejáveis ao meio ambiente e à saúde
(Abin) “Melhorar o mecanismo de solução de controvérsias
é um dos requisitos para o fortalecimento do Mercosul, vide humana são imprevisíveis, a não ser que se gere também
as últimas divergências entre Brasil e Argentina”. uma série de estudos para avaliar suas reais consequências.”
30. Mantém-se a obediência à norma culta escrita ao se 37. Seria mantida a correção gramatical do período caso a
substituir a palavra “vide” por haja visto, uma vez que forma verbal “gere” estivesse flexionada no plural, em
as relações sintáticas permanecem sem alteração. concordância com a palavra “estudos”.

Outros Verbos Impessoais Sujeito com Núcleos Sinônimos ou Quase

Verbo fazer indicando tempo ou clima. Regra:


Os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo
31. (Metro-DF) Assinale a opção correspondente ao período próximo conjuga o verbo.
gramaticalmente correto. A paz e a tranquilidade descansam a alma.
a) Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas, A paz e a tranquilidade descansa a alma.
mas até agora eles não tem nenhum resultado con-
clusivo.
(Abin) “A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin)
Língua Portuguesa

b) Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas. En-


e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
tretanto, até agora, eles não têm nenhum resultado
conclusivo. permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a atividade de
c) Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas, Inteligência.”
mas, até agora eles não têm nenhum resultado con- 38. Como o sujeito do primeiro período sintático é formado
clusivo. por duas nominalizações articuladas entre si pelo sentido
d) Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas en- – “criação” e “consolidação” –, estaria também gramati-
tretanto, até agora, eles não tem nenhum resultado calmente correta a concordância com o verbo permitir
conclusivo. no singular – permite.

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Sujeito Composto Escrito após o Verbo Os países precisam investir em novas tecnologias e oti-
mizar os processos burocráticos. (certo)
Regra:
Os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo Note:
próximo conjuga o verbo. Subentendemos “precisam” antes de “otimizar”. Então,
“otimizar” é verbo principal. Forma locução verbal.
“Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz
um livro, um governo, ou uma revolução”. Dica:
39. No trecho “assim se faz um livro”, a expressão “um livro” O verbo principal é o último da locução verbal. O pri-
exerce a função de sujeito. meiro é auxiliar. Conforme o padrão da Língua Portuguesa,
só o verbo auxiliar se flexiona.
Atenção:
Com a palavra se, o verbo de ação não tem objeto direto. Regra 2:
Quando temos a palavra se, o objeto direto vira sujeito pacien- Como verbo que complementa algum termo, o infinitivo
te. Então, chamamos a palavra se de partícula apassivadora. pode se flexionar ou não. É facultativo. Claro que precisa se
referir, pelo menos, a um sujeito semântico no plural.
“Acho que se compreenderia melhor o funcionamento da lin-
guagem supondo que o sentido é um efeito do que dizemos, (TRT 9ª R) “E a crise norte-americana, que levou investidores
e não algo que existe em si, independentemente da enun- a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos
ciação, e que envelopamos em um código também pronto. de hedge.”
Poderiam mudar muitas perspectivas: se o sentido nunca 42. No trecho “que levou investidores a apostar no aumento
é prévio, empregar ou não um estrangeirismo teria menos a dos preços de alimentos em fundos de hedge”, a substi-
ver com a existência ou não de uma palavra equivalente na tuição de “apostar” por apostarem manteria a correção
língua do falante. O que importa é o efeito que palavras es- gramatical do texto.
trangeiras produzem. Pode-se dar a entender que se viajou,
que se conhecem línguas. Uma palavra estrangeira em uma (Iema-ES) “O Ibama tem capacitado seus quadros para au-
placa ou em uma propaganda pode indicar desejo de ver-se xiliar as comunidades a elaborarem o planejamento do uso
associado a outra cultura e a outro país, por seu prestígio.” sustentável de áreas de proteção ambiental, florestas nacio-
40. Para se manter o paralelismo com o primeiro e o último nais e reservas extrativistas.”
períodos sintáticos do texto, o segundo período também 43. Se a forma verbal “elaborarem” estivesse no singular
admitiria uma construção sintática de sujeito indeter-
elaborar, a correção gramatical seria preservada.
minado, podendo ser alterado para Poderia se mudar
muitas perspectivas.
(HFA) “Essa fartura de tal modo contrasta com o padrão de
vida médio, que obriga aquelas pessoas a se protegerem
Atenção:
do assédio, do assalto e da inveja, sob forte esquema de
Muito cuidado com as duas opções de análise! Em lo-
segurança.”
cução verbal com a palavra SE na função de partícula apas-
sivadora, podemos analisar como sujeito simples nominal, 44. Se o infinitivo em “se protegerem” fosse empregado,
(regra: o núcleo conjuga o verbo) ou como sujeito oracional, alternativamente, na forma não flexionada, o texto man-
(regra: o verbo fica no singular). teria a correção gramatical e a coerência textual.

41. A flexão de plural em lugar de “Pode-se” respeita as Regra 3:


regras de concordância com o sujeito oracional “dar a Muita atenção com os verbos causativos mandar, fazer,
entender”. deixar e semelhantes e os sensitivos ver, ouvir, notar, per-
ceber, sentir, observar e semelhantes.
Regra: Esses verbos não são auxiliares do infinitivo, ou seja, não
Sujeito oracional pede verbo no singular. formam locução verbal como verbo principal do infinitivo.
Cantar e dançar relaxa. (certo) => O sujeito de “relaxa” É simples: basta ver que o sujeito de um, geralmente,
é oração: cantar e dançar. não é o mesmo do outro. E verbos que formam locução
Cantar e dançar relaxam (errado). verbal devem possuir o mesmo sujeito sintático.

Atenção: Vejamos as regras em três situações diferentes:


Caso os verbos do sujeito oracional expressem sentidos a) O sujeito do infinitivo é representado por substantivo.
opostos, teremos plural. Regra:
Subir e descer cansam. (certo) => Note os opostos: subir A flexão do infinitivo é opcional.
e descer. Mandei os meninos entrar. (certo)
Subir e descer cansa. (errado) Mandei os meninos entrarem. (certo também)

Verbo no Infinitivo b) O sujeito do infinitivo é representado por pronome.


Língua Portuguesa

Regra:
Regra 1: A flexão do infinitivo é proibida.
Como verbo principal, não pode ser flexionado. Mandei-os entrar. (certo)
Temos de estudarmos. (errado) Mandei-os entrarem. (errado)
Temos de estudar. (certo)
Observação:
Observe: Note o pronome “OS” no lugar de “os meninos”.
Os países precisam investir em novas tecnologias e oti-
mizarem os processos burocráticos. (errado) c) O sentido do infinitivo é de reciprocidade.

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Regra: Sem Sujeito Com o Numeral Hora
A flexão volta a ser opcional, mesmo que o sujeito Distância
do infinitivo seja representado por pronome. Data
Mandei-os abraçar-se. (certo)
São nove horas.
Mandei-os abraçarem-se. (certo também)
Eram vinte para a uma da tarde.
Note que o sentido de “abraçar” é fazer ação um ao
É uma e quarenta da manhã.
outro (recíproca).
Até lá são duzentos quilômetros.
(MI) “A primeira ideia do Pádua, quando lhe saiu o prêmio,
foi comprar um cavalo do Cabo, um adereço de brilhantes Obs.: nas datas, o núcleo do predicativo conjuga o verbo.
para a mulher, uma sepultura perpétua de família, mandar Hoje são 19.
vir da Europa alguns pássaros etc.” Amanhã serão 20.
45. Em “mandar vir da Europa alguns pássaros”, a forma É dia 20.
verbal “vir” poderia concordar com a expressão nominal (núcleo = dia)
“alguns pássaros”, que é o sujeito desse verbo. Quantidade pura Singular Nada
Pouco
Regra 4: Bastante...
Infinitivo após o verbo parecer. Dois litros é bastante.
Vinte milhões de reais é muito.
Regra: Três quilômetros será suficiente.
Flexionamos o verbo parecer, mas não o verbo no infini- Quinze quilos é pouco.
tivo; ou deixamos o verbo parecer no singular e flexionamos
o verbo no infinitivo. (PMDF) “Antes da Revolução Industrial, um operário só pos-
Os meninos parecem brincar. (certo) suía a roupa do corpo. Sua maior riqueza eram os pregos
Os meninos parece brincarem. (certo também) de sua casa.”
46. A flexão de plural na forma verbal “eram” deve-se à
Atenção: concordância com “os pregos”; mas as regras gramaticais
Somente quando flexionamos apenas o verbo auxiliar é permitiriam usar também a flexão de singular, era.
que se pode considerar de fato uma locução verbal.
Os meninos parecem brincar. GABARITO
Portanto, não temos locução verbal em
Os meninos parece brincarem. 1. a 20. C
Trata-se de uma figura de linguagem de ordem sintáti- 2. E 21. E
ca que consiste em antepor a uma oração parte da oração 3. que, pronome relativo 22. C
seguinte (prolepse). com função de sujeito 23. E
Traduzindo: a oração subordinada substantiva subjetiva sintático. 24. C
tem seu sujeito escrito antes do verbo da oração principal, 4. As premissas da ideolo- 25. E
mas o predicado da oração subordinada substantiva subjetiva gia econômica, referen- 26. C
permanece após o verbo da principal. te do pronome relativo. 27. C
5. Complemento nominal 28. E
Os meninos parece brincarem. É o mesmo que, na ordem do adjetivo “coerente”. 29. E
direta: Os meninos brincarem parece. 6. E 30. E
Oração principal: parece. 7. E 31. b
Oração subordinada substantiva subjetiva: Os meninos 8. E 32. C
brincarem. 9. E 33. C
7. C 34. E
Regra especial do verbo ser. 8. C 35. E
9. E 36. E
10. C 37. E
Sujeito “Ser” varia Predicativo 11. E 38. E
12. C 39. C
13. E 40. E
Coisa Singular Singular ou Plural Coisa Plural
14. C 41. E
Obs.: o plural é preferível. 15. E 42. C
Seu orgulho são os livros. 16. C 43. C
Seu orgulho é os livros. 17. E 44. C
18. C 45. C
Cuidado! 19. E 46. C
Língua Portuguesa

Se o plural vier primeiro, somente verbo no plural.


Os livros são seu orgulho.
Coisa Com a Pessoa Pessoa
Concordância Nominal
Obs.: a ordem não importa. Regra Geral
Seu orgulho eram os filhos.
Os filhos eram seu orgulho. Adjetivo concorda com substantivo
As alegrias da casa será Gabriela. Acordo diplomático, relação diplomática, acordos diplo-
Gabriela será as alegrias da casa. máticos, relações diplomáticas.

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90 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Substantivos + Adjetivo Não varia = somente.
Adjetivo concorda com substantivo mais próximo ou com Não estamos sós na sala.
todos. No plural, o masculino prevalece sobre o feminino. Só nós estamos na sala.
Acordo e relação diplomática / diplomáticos
Proposta e relação diplomática / diplomáticas Variam
Relação e acordos diplomáticos • Mesmo, próprio
Os membros mesmos / próprios ignoram a solução.
Adjetivo + Substantivo • mesmo = realmente ou até: não varia
Adjetivo concorda com substantivo mais próximo. A solução será mesmo essa.
Novo acordo e relação, nova relação e acordo. Mesmo os membros criticaram.
• extra
As horas extras serão pagas.
Substantivo + Adjetivos
• quite
Artigo e substantivo no plural + adjetivos no singular. Os servidores estão quites com suas obrigações.
Artigo e substantivo no sing. + adjetivos no sing. (2º com • nenhum
artigo) Não entregaremos propostas nenhumas.
As embaixadas brasileira e argentina. • obrigado
A embaixada brasileira e a argentina. – Obrigada, disse a secretária.
O mercado europeu e o americano. • anexo, incluso
Os mercados europeu e americano. As planilhas estão anexas / inclusas.
Em anexo não varia
Ordinais + Substantivo As planilhas estão em anexo.
Ordinais com artigo => substantivo no singular ou no plural. • todo
Só o 1º ordinal com artigo => substantivo no plural. As regras todas foram estabelecidas.
O penúltimo e o último discurso / discursos
O penúltimo e último discursos. Não variam
• alerta
É bom, é necessário, é proibido Os vigias do prédio estão alerta.
Não variam com sujeito em sentido vago ou geral (sem • menos
artigo definido, pronome...) Essas eram nações menos desenvolvidas.
É necessário aprovação rápida do acordo. • haja vista
É necessária a aprovação rápida do acordo. Haja vista as negociações, os americanos não cederão.
• em via de
Os europeus estão em via de superar os americanos.
Um e outro, nem um nem outro
• em mão
Substantivo seguinte no singular, adjetivo no plural.
Entregue em mão os convites.
Um e outro memorando foi encaminhado. • a olhos vistos
O governo não aprovou nem uma nem outra medida A reforma agrária cresce a olhos vistos.
provisória. • de maneira que, de modo que, de forma que
Os ouvintes silenciaram, de maneira que estão do nosso
Particípio lado.
Só não varia nos tempos compostos (com ter ou haver) • cor com nome proveniente de objeto
– voz ativa. Papéis rosa, tecidos abóbora. Carros vinho.
O Ministério havia obtido informações.
Informações foram obtidas. Terminada a conferência, EXERCÍCIOS
procedeu-se ao debate.
Julgue os itens seguintes quanto à concordância nominal.
De + Adjetivo 1. É proibida entrada de pessoas não autorizadas.
Adjetivo não varia ou concorda com termo a que se refere. 2. Fica vedada visita às segundas-feiras.
Essa decisão tem pouco de sábio / de sábia. 3. Os consumidores não somos nenhuns bobocas.
4. Traga cervejas o mais geladas possível.
Meio, bastante, barato e caro 5. Houve menas gente no comício hoje.
Variam quando adjetivos (modificam substantivo). 6. Vai inclusa à relação o recibo dos depósitos.
Não variam quando advérbios (modificam verbo ou ad- 7. Era deserta a vila, a casa, o campo.
jetivo). 8. É necessária muita fé.
Bastantes índios invadiram o Ministério. Reivindicações 9. Em sua juventude, escreveu bastantes poemas.
de meias palavras, porém protestos meio confusos. 10. Ele usava uma calça meia desbotada.
Atendê-las custa caro, pois não são baratos os prejuízos. 11. A Marinha e o Exército brasileiro participaram do desfile.
12. A Marinha e o Exército brasileiros participaram do desfile.
Possível 13. Remeto-lhe incluso uma fotocópia do certificado.
14. O garoto queria ficar a só.
Língua Portuguesa

O mais, o menos, o maior... + possível.


15. Os Galhofeiros é um ótimo filme dos Irmãos Marx.
Os mais, os menos, os maiores... + possíveis. 16. Descontado o imposto, restou apenas R$10.000,00.
Quanto possível não varia. 17. Muito obrigada – disse-me ela – eu mesma resolverei o
Haverá reuniões o mais curtas possível. problema: vou comprar trezentos gramas de presunto.
Haverá reuniões as mais curtas possíveis. 18. Necessitam-se de leis mais rigorosas para controlar os
As reuniões serão tão curtas quanto possível. abusos dos motoristas inescrupulosos.
19. Já faziam duas semanas que a reunião estava marcada,
Só mas os diretores não compareciam para concretizá-la.
Varia = sozinho. 20. Senhor diretor, já estamos quite com a tesouraria.

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Julgue os itens seguintes. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
“Ainda estava sob a impressão da cena meio cômica entre
sua mãe e seu marido”. Verbos Importantes:
21. O vocábulo meio é um advérbio, por isso não concorda assistir, avisar, informar, comunicar, visar, aspirar, custar, cha-
com cômica. mar, implicar, lembrar, esquecer, obedecer, constar, atender,
proceder.
“Existe toda uma hierarquia de funcionários e autoridades re-
presentados pelo superintendente da usina, o diretor-geral, Para as provas de diversas bancas, é importante estudar
o presidente da corporação, a junta executiva do conselho e saber a maneira correta de completar esses verbos.
de diretoria e o próprio conselho de diretoria.”
22. Com relação à norma gramatical de concordância, o
autor poderia ter usado, sem incorrer em erro, a forma Verbo Prep. Complemento Sentido
funcionários e autoridades representadas. Assistir a algo = ver
Assistir (a) alguém = ajudar
“Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos,
alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio Obs.: Entre parênteses (a) quando for elemento facultativo.
desbotado.”
23. No texto lido seria gramaticalmente correta a construção Julgue os itens a seguir.
apertada em uma roupa de chita, meia desbotada. 1. Ontem, assistimos ao jogo do Vasco.
2. Ontem, assistimos o jogo do Vasco.
(Iades) “Oitenta e cinco por cento dos casos estudados foram 3. O bombeiro assistiu o acidentado.
muito bem-sucedidos”. 4. O bombeiro assistiu ao acidentado.
24. O verbo ser, conjugado como “foram”, pode ser empre- 5. Foi bom o jogo que assistimos.
gado também no singular. 6. Foi bom o jogo a que assistimos.
7. Foi bom o jogo ao qual assistimos.
(Iades) “O fundamental é não morrer de fome e ver supridas 8. Foi bom o jogo o qual assistimos.
certas necessidades básicas”. 9. O acidentado que o bombeiro assistiu melhorou.
25. O termo “supridas” poderia ser usado no masculino 10. O acidentado a que o bombeiro assistiu melhorou.
singular, sem prejuízo gramatical. 11. O acidentado a quem o bombeiro assistiu melhorou.
12. O acidentado ao qual o bombeiro assistiu melhorou.
(Iades) “Essa é uma questão delicada, daí a importância que 13. O acidentado o qual o bombeiro assistiu melhorou.
se tenha clareza sobre ela, pois, quando se trabalha com a
política de assistência social nos espaços”, Verbo Prep. Complemento Sentido
26. O verbo “trabalha” poderia ser usado no plural, sem
prejuízo gramatical. visar a algo = almejar
visar (a) verbo = almejar
(Funiversa/Terracap) “São emissoras transmitidas de qual- visar algo/alguém = mirar
quer país que passe pela nossa mente – e alguns outros de
cuja existência sequer desconfiávamos.” Julgue os itens a seguir.
27. A forma verbal “passe”, se usada no plural, provocaria 14. O plano visa o combate da inflação.
mudança inaceitável de sentido, uma vez que remeteria 15. O plano visa ao combate da inflação.
a emissoras, e não mais a país. 16. O plano visa combater a inflação.
17. O plano visa a combater a inflação.
(Funiversa/Terracap) “Já existem vários portais ativos e em 18. O policial visou o sequestrador e atirou.
crescimento que disponibilizam para o internauta canais de 19. O policial visou ao sequestrador e atirou.
televisão. O wwitv, por exemplo, oferece atualmente nada 20. O combate que o plano visa exige rigor.
menos de 1.827 estações on-line (número de 4 de dezembro, 21. O combate a que o plano visa exige rigor.
crescendo à razão de duas por dia). São emissoras transmiti- 22. O combate ao qual o plano visa exige rigor.
das de qualquer país que passe pela nossa mente – e alguns 23. O combate a quem o plano visa exige rigor.
outros de cuja existência sequer desconfiávamos.” 24. O sequestrador que o policial visou fugiu.
28. A forma verbal “São” é usada no plural porque concorda 25. O sequestrador a que o policial visou fugiu.
com o sujeito implícito duas por dia. 26. O sequestrador a quem o policial visou fugiu.
Obs.: o pronome relativo “quem” sempre é preposicio-
(Funiversa/Terracap) “Em meio à burocracia oficial, o rock nado, quando seu papel é complemento.
ocupou o espaço urbano, os parques, as superquadras de 27. O sequestrador ao qual o policial visou fugiu.
Lucio Costa, cresceu e apareceu.”
29. Os verbos “cresceu” e “apareceu” deveriam vir flexio-
nados no plural para concordar com seus referentes, os Verbo Prep. Complemento Sentido
parques e as superquadras. implicar algo = acarretar
implicar com alguém = embirrar
Língua Portuguesa

GABARITO
Julgue os itens.
1. E 7. C 13. E 19. E 25. E 28. A crise implicou em desemprego.
29. A crise implicou desemprego.
2. C 8. E 14. E 20. E 26. E
30. Ele implica com a sogra.
3. C 9. C 15. C 21. C 27. E
31. Foi grande o desemprego em que a crise implicou.
4. C 10. E 16. E 22. C 28. E
32. Foi grande o desemprego que a crise implicou.
5. E 11. C 17. C 23. E 29. E 33. O estudo implica vitória.
6. E 12. C 18. E 24. E
34. O estudo implica na vitória.

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Verbo Prep. Complemento 77. Chamaram corajoso ao delegado.
78. Chamaram-lhe corajoso.
obedecer a algo/alguém
79. Chamaram-lhe de corajoso.
80. Chamaram-no de corajoso.
Julgue os itens.
35. Os motoristas obedecem o código de trânsito. 81. Chamaram-no corajoso.
36. Os motoristas obedecem ao código de trânsito.  
37. Eles estudaram o código e o obedecem. Verbo Prep. Complemento
38. Eles estudaram o código e lhe obedecem. esqueci algo ou alguém
39. Eles estudaram o código e obedecem a ele. esqueci-me de algo ou alguém
40. O código que eles obedecem é rigoroso. esqueci-me (de) algo ou alguém
41. O código a que eles obedecem é rigoroso.
42. Os funcionários obedecem o chefe. Lembre-se: entre parênteses (de), preposição facultativa.
43. Os funcionários obedecem ao chefe.
44. Eles ouvem o chefe e o obedecem.
Julgue os itens.
45. Eles ouvem o chefe e lhe obedecem.
82. Esqueci dos eventos.
46. Eles ouvem o chefe e obedecem a ele.
47. O chefe que eles obedecem é rigoroso. 83. Esqueci os eventos.
48. O chefe a que eles obedecem é rigoroso. 84. Esqueci-me dos eventos.
49. O chefe a quem eles obedecem é rigoroso. 85. Esqueci-me que era feriado.
86. Esqueci-me de que era feriado.
87. Esqueci de que era feriado.
avisar algo a alguém 88. Esqueci que era feriado.
informar alguém de / algo
comunicar sobre Atenção! Existe um uso literário raro:
Esqueceu-me o seu aniversário. Sentido: o seu aniversário
Julgue os itens. saiu de minha memória.
50. Avise o prazo aos estudantes. Sujeito: o seu aniversário (não é complemento). Aqui o com-
51. Avise os estudantes sobre o prazo. plemento é representado pelo pronome “me”.
52. Avise do prazo os estudantes. Obs.: A mesma regra do verbo “esquecer” vale também para
53. Avise aos estudantes o prazo.
os verbos “lembrar” e “recordar”.
54. Avise aos estudantes sobre o prazo.
55. Avise-lhes o prazo.  
56. Avise-lhes do prazo. Verbo Prep. Complemento
57. Avise-os do prazo. atender (a) algo
58. Avise-os o prazo. atender (a) alguém
59. Avise-o a eles.
60. O prazo que lhes avisei expirou. Julgue os itens a seguir.
61. O prazo de que lhes avisei expirou. 89. Atendi o cliente.
62. O prazo de que os avisei expirou. 90. Atendi ao cliente.
63. O prazo que os avisei expirou. 91. Atendi o telefonema.
64. Avisamos-lhe que é feriado. 92. Atendi ao telefonema.
65. Avisamos-lhe de que é feriado. 93. Vi o cliente e o atendi.
66. Avisamo-lo que é feriado. 94. Vi o cliente e lhe atendi.
67. Avisamo-lo de que é feriado.
Verbo Prep. Complemento Sentido
Verbo Prep. Complemento Sentido
proceder a algo = realizar, fazer
aspirar a algo = almejar
proceder = ter fundamento
aspirar algo = respirar, sorver proceder de lugar = ser originário de
Julgue os itens. proceder = agir, comportar-se
68. Estava no centro de São Paulo. Ali, aspirava o ar puro
do campo. Julgue os itens seguintes.
69. Estava no centro de São Paulo. Ali, aspirava ao ar puro 95. O delegado procedeu ao inquérito.
do campo. 96. O delegado procedeu o inquérito.
70. Estava na fazenda. Ali, aspirava o ar puro do campo. 97. Os argumentos do advogado procedem.
71. Estava na fazenda. Ali, aspirava ao ar puro do campo. 98. O delegado procede de Brasília.
  99. O delegado procedeu com firmeza.
 
Verbo Prep. Complemento Sentido
chamar alguém = convidar, invocar Verbo Prep. Complemento Sentido
constar de partes = ser formado de
Língua Portuguesa

chamar (a) alguém = qualificar, atribuir


partes
característica
constar em um todo = estar dentro de um
Julgue os itens. todo
72. Chamaram o delegado para o evento. constar = estar presente
73. Chamaram ao delegado para o evento.
74. Chamaram o delegado de corajoso. Julgue os itens.
75. Chamaram ao delegado de corajoso. 100. O nome do candidato constava na lista de aprovados.
76. Chamaram corajoso o delegado. 101. O nome do candidato constava da lista de aprovados.

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102. O relatório consta de dez páginas. que vivem em uma região de conflitos” e Y corresponde
103. O relatório consta com dez páginas. a “[a saúde mental] das pessoas que vivem em favelas
104. Tais informações constam. ou na periferia das grandes cidades brasileiras”.
105. Consta uma multa.
  114. (MPE-RS/Agente Administrativo) “... para aprovar, até o
Verbo Prep. Complemento Sentido final de 2009, um texto ...” O verbo que exige o mesmo
tipo de complemento que o do grifado está na frase:
custar adverbial = valor a) De fato, o resultado é modesto.
b) como fugir aos temas ...
Julgue os itens. c) já respondem por 20% do total das emissões globais.
106. O carro custa R$20.000,00. d) que já estão na atmosfera ...
Atenção! O sentido não pode ser “demorar”: e) só prejudica formas insustentáveis de desenvolvimento.
107. O desfile custou a terminar.
Cuidado! O sujeito não pode ser pessoa. 115. (Metrô-SP/Advogado) “... que preferiu a vida breve
108. O pai custou a acreditar no filho. gloriosa a uma vida longa obscurecida”. O verbo que
Importante! O sentido adequado é algo (sujeito) custar apresenta o mesmo tipo de regência que o destacado
(ser difícil) para alguém (complemento). Veja: está na frase:
O relatório custou ao especialista. a) para finalizar com uma celebridade do contagiante
Custou-me acreditar. (Sentido: acreditar foi difícil para futebol.
mim). Aqui o sujeito é oracional: acreditar. b) “as fronteiras entre a ficção e realidade são cada vez
Custou ao pai acreditar no filho. (Certo). Aqui o sujeito mais vagas”.
é a oração: acreditar no filho. O complemento é: ao pai. c) e retirou a menininha do berço incendiado.
d) Lembrei o exemplo de mártires...
EXERCÍCIOS e) Não foram estes homens combatentes de grandes
feitos militares ...
Julgue os itens.
(PMDF/Médico) A leitura crítica pressupõe a capacidade do 116. (Seplan-MA) Está correto o emprego da expressão des-
indivíduo de construir o conhecimento, sua visão de mundo, tacada na frase:
sua ótica de classe. a) É vedada a exposição às cenas de violência a que
109. O trecho “de construir o conhecimento” estabelece estão sujeitas as crianças.
relação de regência com o termo “capacidade”, espe- b) Os fatos violentos de que se deparam as crianças
cificando-lhe o significado. multiplicam-se dia a dia.
c) O autor refere-se a um tempo em cujo os índices de
(TRT 9 R/Técnico) Ao realizar leilões de créditos de carbono violência eram bem menores.
no mercado internacional, São Paulo dá o exemplo a outras d) As tensões urbanas à que se refere o autor já estão
cidades brasileiras de como transformar os aterros, de fontes banalizadas.
de poluição e de encargos onerosos para as finanças muni- e) As mudanças sociais de cujas o autor está tratando
cipais, em fontes de receitas, inofensivas ao meio ambiente. pioraram a qualidade de vida.
110. Em “de como transformar”, o emprego da preposição
“de” é exigido pela regência de “transformar”. 117. (AFRF) Marque o item em que a regência empregada
atende ao que prescreve a norma culta da língua escrita.
(TRT 9 R/Analista) Há séculos os estudiosos tentam entender a) A causa por que lutou ao longo de uma década po-
os motivos que levam algumas sociedades a evoluir mais deria tornar-se prioridade de programas sociais de
rápido que outras. Só recentemente ficou patente que, além seu estado.
da liberdade, outros fatores intangíveis são essenciais ao b) Seria implementado o plano no qual muitos funcio-
desenvolvimento das nações. nários falaram a respeito durante a assembleia anual.
O principal deles é a capacidade de as sociedades criarem c) A equipe que a instituição mantinha parceria a lon-
regras de conduta que, caso desrespeitadas, sejam impla- go tempo manifestou total discordância da linha de
cavelmente seguidas de sanções. pesquisa escolhida.
111. O emprego da preposição de separada do artigo que d) Todos concordavam que as empresas que a licença
determina “sociedades”, em “a capacidade de as socie- de funcionamento não estivesse atualizada deveriam
dades”, indica que o termo “as sociedades” é o sujeito ser afastadas do projeto.
da oração subordinada. e) Alheio aos assuntos sociais, o diretor não se afinava
com a nova política que devia adequar-se para de-
(Crea-DF) Caso uma indústria lance uma grande concentra- senvolver os projetos.
ção de poluentes na parte alta do rio, por exemplo, a coleta
de uma amostra na parte baixa não será capaz de detectar (Detran-DF) Das 750 filiadas ao Instituto Ethos, 94% dos car-
o impacto, mesmo que esta seja feita apenas um minuto gos das diretorias são ocupados por homens brancos.
antes de a onda tóxica atingir o local. Esse tipo de controle, 118. A substituição de “Das” por Nas não acarretaria pro-
portanto, pode ser comparado à fotografia de um rio. blema de regência no período, que se manteria gama-
112. No trecho “antes de a onda tóxica atingir o local”, a ticalmente correto.
Língua Portuguesa

substituição da parte grifada por da resulta em um su-


jeito preposicionado. De janeiro a maio, as vendas ao mercado chinês atingiram
US$ 1,774 bilhão.
(HUB) É possível comparar a saúde mental de pessoas que 119. Pelos sentidos textuais, a substituição da preposição a,
vivem em uma região de conflitos à das pessoas que vivem imediatamente antes de “mercado”, por em não alte-
em favelas ou na periferia das grandes cidades brasileiras? raria os sentidos do texto.
113. Considerando, para a regência do verbo comparar, o se-
guinte esquema: comparar X a Y, é correto afirmar que, (MRE/Assistente) O Brasil só conseguiu passar da condição de
no texto, X corresponde a “a saúde mental de pessoas país temerário para a aplicação de recursos, em uma época

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de prosperidade mundial, para a de mercado preferencial dos (MS/Agente) A diretora-geral da OPAS, com sede em Washing-
investidores, justamente no auge de um período de turbu- ton (EUA), Mirta Roses Periago, elogiou a iniciativa de estados
lência financeira nos mercados internacionais, porque está e municípios brasileiros de levar a vacina contra a rubéola
colhendo agora os resultados de uma política econômica aos locais de maior fluxo de pessoas, especialmente homens,
ortodoxa. (Zero Hora (RS), 26/2/2008 – com adaptações). como forma de garantir a maior cobertura vacinal possível.
120. Imediatamente após “para a”, subentende-se o termo 129. O emprego de preposição em “aos locais” justifica-se
elíptico condição. pela regência de “vacina”.

A ética aponta o caminho por meio da consideração daquilo 130. (TRT 21 R) Está correto o emprego do elemento desta-
que se convencionou chamar de direitos e deveres. cada na frase:
121. O pronome “daquilo” pode ser substituído, sem prejuízo a) Quase todas as novidades à que os moradores tive-
para a correção gramatical do período, por do ou por ram acesso são produtos da moderna tecnologia.
de tudo. b) O gerador a diesel é o meio pelo qual os moradores
de Aracampinas têm acesso à luz elétrica.
Estudo do Banco Mundial (BIRD) sobre políticas fundiárias em c) A hipertensão na qual foram acometidos muitos mo-
todo o mundo defende que a garantia do direito à posse de radores tem suas causas na mudança de estilo de vida.
terra a pessoas pobres promove o crescimento econômico. d) O extrativismo, em cujo os caboclos tanto se empe-
122. As regras de regência da norma culta exigem o emprego nhavam, foi substituído por outras atividades.
da preposição “a” imediatamente antes de “pessoas e) Biscoitos e carne em conserva são alguns dos alimen-
pobres” para que se complemente sintaticamente o tos dos quais o antropólogo exemplifica a mudança
termo garantia. dos hábitos alimentares dos caboclos.

A cocaína é um negócio bilionário que conta com a proteção 131. (Sesep-SE) Isso proporciona à fábula a característica de
das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), cujo ser sempre nova. A mesma regência do verbo detacado
contingente é estimado em 20.000 homens. na frase acima repete-se em:
123. No texto, “cujo”, pronome de uso culto da língua, corres- a) Histórias criadas por povos primitivos desenvolviam
ponde à forma mais coloquial, mas igualmente correta, explicações fantasiosas a respeito de seu mundo.
do qual. b) As narrativas de povos primitivos constituem um rico
acervo de fábulas, tanto em prosa quanto em versos.
(TRF) Um dos motivos principais pelos quais a temática das c) Pequenas narrativas sempre foram instrumento,
identidades é tão frequentemente focalizada tanto na mídia nas sociedades primitivas, de transmissão de va-
assim como na universidade são as mudanças culturais. lores morais.
124. Preserva-se a correção gramatical e a coerência textual d) Nas fábulas, seus autores transferem atitudes e
ao usar o pronome relativo que em lugar de “quais”, características humanas para animais e seres ina-
desde que precedido da preposição por. nimados.
e) Fábulas tornaram-se recursos valiosos de transmissão
(TRF) A busca de sentido para o cosmos se engata com a de valores, desde sua origem, em todas as sociedades.
procura de sentido para a existência da família humana.
125. Substituir “com a” por na não prejudicaria os sentidos 132. (Ipea) Preferimos confiar e acreditar nas coisas ..., a
originais ou a correção gramatical do texto. expressão destacada complementa corretamente, ao
mesmo tempo, dois verbos que têm a mesma regên-
(TJBA) Por seis julgamentos passou Cristo, três às mãos dos cia: confiar em, acreditar em. Do mesmo modo, está
judeus, três às dos romanos, e em nenhum teve um juiz. Aos também correta a seguinte construção: Preferimos
olhos dos seus julgadores refulgiu sucessivamente a inocên- a) ignorar e desconfiar das coisas...
cia divina, e nenhum ousou estender-lhe a proteção da toga. b) subestimar e descuidar das coisas...
126. “Lhe” equivale à expressão a Ele e se refere a “Cristo”. c) não suspeitar e negligenciar as coisas...
d) nos desviar e evitar as coisas...
(TJBA) Julgue o trecho abaixo quanto à correção gramatical. e) nos contrapor e resistir às coisas...
127. Exatamente no processo do justo por excelência, daquele
133. (Ipea) Ambos os elementos destacados estão empre-
em cuja memória todas as gerações até hoje adoram por
gados de modo correto na frase:
excelência o justo, não houve no código de Israel norma
a) Nas sociedades mais antigas, em cujas venerava-
que escapasse à prevaricação dos seus magistrados.
-se a sabedoria dos ancestrais, não se manifestava
qualquer repulsa com os valores tradicionais.
(DFTrans/Analista) Seja qual for a função ou a combinatória
b) Os pais experientes, a cujas recomendações o ado-
de funções dominantes em um determinado momento de
lescente não costuma estar atento, não devem es-
comunicação, postula-se que preexiste a todas elas a função morecer diante das reações rebeldes.
pragmática de ferramenta de atuação sobre o outro, de recur- c) A autoridade da experiência, na qual os pais julgam
so para fazer o outro ver/conceber o mundo como o emissor/ estar imbuídos, costuma mobilizar os filhos em bus-
locutor o vê e o concebe, ou para fazer o destinatário tomar car seu próprio caminho.
atitudes, assumir crenças e eventualmente desejos do locutor. d) Quando penso em fazer algo de que ninguém tenha
128. No período sintático “postula-se que (...) desejos do lo­ ainda experimentado, arrisco-me a colher as desven-
Língua Portuguesa

cutor”, as três ocorrências da preposição “de” estabelecem turas com que me alertaram meus pais.
a dependência dos termos que regem para com o termo e) A autoridade dos pais, pela qual os adolescentes cos-
“função pragmática”, como mostra o esquema seguinte. tumam se esquivar, não deve ser imposta aos jovens,
cuja a reação tende a ser mais e mais libertária.
de ferramenta
de atuação sobre o outro 134. (Codesp) A matança ............estão sujeitas as baleias é
função pragmática: preocupação da Comissão Baleeira Internacional, ........
de recurso para fazer o outro con- atuação se iniciou em 1946 e ........ participam mais de
ceber o mundo 50 países.

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As formas que preenchem corretamente as lacunas na 3. Os bancos transacionam somas ______________. (vul-
frase acima são, respectivamente: tuosas - vultosas)
a) a que – cuja – de que 4. Hoje a ________ de trabalho se encerra às quatro. (ses-
b) que – cujo – de que são - seção - cessão - secção)
c) à que – cuja – com que 5. Encaminharemos à _______ de Normas Técnicas esse
d) à que – cuja a – com que texto. (sessão - seção - cessão - secção)
e) a que – cuja a – de que 6. O governo efetivou a _______ de auxílio-gás. (sessão -
seção - cessão - secção)
GABARITO 7. Foi feita uma pequena ________ para introduzir o ca-
teter. (sessão - seção - cessão - secção)
8. ________ os direitos políticos de José Orfeu. (caçaram
1. C 28. E 55. C 82. E 109. C - cassaram)
2. E 29. C 56. E 83. C 110. E 9. Ele perdeu seu ________ político. (mandado - mandato)
3. C 30. C 57. C 84. C 111. C 10. O criminoso foi apanhado em _____________. (flagrante
4. C 31. E 58. E 85. C 112. C - fragrante).
5. E 32. C 59. C 86. C 113. C 11. Os surdos não conseguem ___________ música e baru-
6. C 33. C 60. C 87. E 114. e lho. (descriminar - discriminar).
7. C 34. E 61. E 88. C 115. c 12. É intensa a campanha para __________ o aborto. (des-
8. E 35. E 62. C 89. C 116. a criminar - discriminar)
9. C 36. C 63. E 90. C 117. a 13. O político foi _________ de subversivo. (tachado - taxado)
10. C 37. E 64. C 91. C 118. C 14. O estacionamento não era ____________ naquele pré-
11. C 38. E 65. E 92. C 119. E dio. (tachado - taxado)
12. C 39. C 66. E 93. C 120. C 15. O professor _________ metáfora e metonímia. (deferiu
13. C 40. E 67. C 94. C 121. C - diferiu)
14. E 41. C 68. E 95. C 122. C 16. O secretário ___________ o pedido do aluno. (deferiu
15. C 42. E 69. C 96. E 123. E - diferiu)
16. C 43. C 70. C 97. C 124. C 17. Chegou à cidade um _____________ conferencista.
(eminente - iminente)
17. C 44. E 71. E 98. C 125. C 18. O edital do concurso é _________ . Pode sair a qualquer
18. C 45. C 72. C 99. C 126. C hora. (eminente - iminente)
19. E 46. C 73. E 100. C 127. C 19. Aquele homem __________ a “lei seca”. (infringiu - infligiu)
20. E 47. E 74. C 101. E 128. E 20. O delegado _______ -lhe uma dura pena. (infringiu -
21. C 48. C 75. C 102. C 129. e infligiu)
22. C 49. C 76. C 103. E 130. b 21. A escolha do candidato ___________ os prognósticos
23. E 50. C 77. C 104. C 131. d do partido. (retificou - ratificou)
24. C 51. C 78. C 105. C 132. e 22. O comentário do professor __________ os erros do es-
25. E 52. C 79. C 106. C 133. b tudante. (retificou - ratificou)
26. C 53. C 80. C 107. E 134. a 23. A mensagem do autor ficou _________ . (subtendida -
27. E 54. E 81. C 108. E subentendida)
24. Com maior valor do dólar, os produtores podem
__________ mais lucros. (auferir - aferir)
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS 25. Os técnicos do Inmetro vão ___________ a balança.
(auferir - aferir)
Emprego de Expressões, Homônimos, Parônimos 26. É verdade que, __________, a inflação deixou de inco-
modar. (em princípio - a princípio)
Denotação consiste no sentido real, exato, dicionarizado. 27. É verdade que, __________, a reunião demorou a co-
O homem tinha dez mil animais. meçar. (em princípio - a princípio)
28. Todos trabalharam _________ obter reconhecimento.
(a fim de - afim)
Conotação consiste no sentido figurado, literário, ima- 29. Priscila e Ana têm uma preocupação _______ (a fim
ginário. de - afim)
O homem tinha dez mil cabeças de gado. 30. Obteremos lucro apenas ___________ rigoroso controle.
(através de - por meio de)
Homônimos são palavras com escrita igual e ou pronún-
cia igual, mas sentidos diferentes. Gabarito
A sede(ê) x a sede(é)
sessão x cessão x seção
1. despercebido 16. deferiu
Parônimos são palavras com escrita semelhante, com 2. desapercebido 17. eminente
sentidos diferentes. 3. vultosas 18. iminente
infringir = desobedecer 4. sessão 19. infringiu
inflingir = aplicar, impor 5. seção 20. infligiu
depercebido = não foi notado 6. cessão 21. ratificou
Língua Portuguesa

desapercebido = não preparado, desprevenido 7. secção 22. retificou


8. Cassaram 23. subentendida
Exercícios 9. mandato 24. auferir
10. flagrante 25. aferir
Complete as lacunas com a palavra adequada. 11. discriminar 26. em princípio
1. O fato passou _______________ . (despercebido - de- 12. descriminar 27. a princípio
sapercebido). 13. tachado 28. a fim de
2. O projeto novo não era conhecido do diretor 14. taxado 29. afim
_____________ . (despercebido - desapercebido) 15. diferiu 30. por meio de

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96 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Luzia Pimenta ambiguidade, obscuridade e rebuscamento. O texto claro
pressupõe o uso de sintaxe correta e de vocabulário ao al-
REDAÇÃO OFICIAL cance do leitor.

Concisão
Conceito
Consiste em informar o máximo em um mínimo de
Redação oficial é a forma padronizada pela qual o Po- palavras. No entanto, contenção de palavras não significa
der Público se expressa. Além das características básicas de contenção de pensamentos. Por essa razão, não se devem
uma boa redação, o texto oficial apresenta fundamentos eliminar fragmentos essenciais do texto com o objetivo de
normatizados em seus documentos, correspondências e reduzir-lhe o tamanho. Os itens que nada acrescentam ao
atos. que já foi dito é que necessitam ser eliminados. A conci-
Desde o início da República, sempre houve preocupação
são colabora para a correção do texto, pois as chances de
em padronizar a linguagem dos órgãos públicos. A primeira
erro aumentam na mesma proporção que a quantidade de
tentativa real, no entanto, foi em 1972, quando o Ministério
da Educação e Cultura publicou a obra Normas sobre Cor- palavras. Mais que curtas e claras, as expressões empre-
respondência, Comunicação e Atos Oficiais. O livro determi- gadas devem ser precisas. Para redigir um texto conciso, é
nava que a Redação Oficial abrangeria as seguintes comu- fundamental ter conhecimento do assunto sobre o qual se
nicações: apostila, ata, atestado, aviso, certidão, circular, escreve.
contrato, convênio, curriculum vitae, declaração, decreto,
decreto-lei, despacho, edital, ementa, exposição de moti- Formalidade
vos, informação, instrução, lei, memorando ou papeleta,
mensagem, ofício, ofício-circular, ordem de serviço, pare- Por causa de seu caráter público e de sua finalidade, os
cer, petição, portaria, regimento, regulamento, relatório, atos e os expedientes oficiais requerem o uso do padrão
requerimento, resolução, telegrama, telegrama-circular, culto do idioma, que acata os preceitos da gramática for-
telex, voto (declaração de voto). mal e emprega um léxico compartilhado pelo conjunto dos
Em 11 de janeiro de 1991, com a edição do Decreto usuários da língua. É, portanto, imprescindível na redação
nº 100.000, o Presidente da República autorizou a criação oficial, por estar acima das diferenças lexicais, morfológicas
de comissão para rever, atualizar, uniformizar e simplifi- ou sintáticas, regionais, dos modismos vocabulares e das
car as normas de redação de atos e comunicações oficiais. particularidades linguísticas.
Surgiu a primeira edição do Manual de Redação da Pre-
sidência da República. A intenção era produzir uma obra Impessoalidade
que servisse de exemplo para todos os textos oficiais dos
três Poderes, mas limitava sua atuação obrigatória ao Exe- O assunto de um texto oficial está sempre relaciona-
cutivo. do com as atividades do órgão que comunica. A comuni-
A finalidade do Manual não era propriamente definir cação é feita sempre em nome da Administração Pública,
padrões para comunicações oficiais. O objetivo primeiro por isso o tratamento nessas redações deve ser impessoal,
era permitir a adequada reflexão sobre os textos produ- isento da interferência da individualidade de quem as ela-
zidos no Executivo com clara preocupação sobre a qua- bora. É possível até mesmo falar em impessoalidade
lidade do texto em si. Grande parte do Manual aborda de quem recebe a comunicação, visto que o destinatário,
questões gramaticais, estilísticas e erros que devem ser na redação oficial, pode ser tanto um cidadão ou o conjun-
evitados. O Manual sofreu uma revisão e atualização em 2002. to dos cidadãos quanto qualquer outro órgão público. Em
A extinta Secretaria de Administração Federal, em qualquer caso, o destinatário é concebido de forma homo-
1992, por meio da Instrução Normativa nº 4, de 6 de março, gênea e impessoal. A uniformidade e as normas rígidas em
orientou normas e padrões a serem respeitados na Reda- relação ao emprego dos pronomes de tratamento também
ção Oficial. A preocupação principal foi especificar aspectos imprimem impessoalidade aos textos oficiais.
gerais da linguagem e dirimir dúvidas sobre determinados
usos de números, símbolos, siglas, tratamento, formas etc. Objetividade
A Constituição de 1988 faz referência ao uso da lingua-
gem e, por meio da Lei Complementar nº 95, de 26 de fe- A objetividade consiste em ir diretamente ao assunto,
vereiro de 1998, e do Decreto nº 4.176, de 28 de março
evitando rodeios e divagações. Para ser objetivo, é necessá-
de 2002, passou-se a ter uma padronização mais exata de
rio escrever apenas as palavras imprescindíveis à compre-
como redigir atos normativos.
A Redação Oficial é, em poucas palavras, a maneira pela ensão do assunto. Redigir com objetividade é evidenciar a
qual o Poder Público redige seus atos e comunicações de ideia central a ser transmitida e usar vocabulário de sentido
modo comum nos órgãos que o integram. Caracteriza-se exato, com referencial preciso, para facilitar a compreensão
pela impessoalidade, uso do padrão culto da linguagem, do leitor.
clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
Simplicidade
Características Redigir com simplicidade significa escrever para todos
os tipos de leitor, que têm o direito de entender qualquer
Clareza texto, seja ele político, econômico ou jurídico. Deve-se en-
Língua Portuguesa

focar a matéria principal e particularizar os pontos necessá-


Princípio que consiste na habilidade de transpor com rios sem utilizar estilo prolixo, retórico ou confuso. O bom
exatidão uma ideia ou pensamento para o papel. Mais que senso estabelecerá o equilíbrio entre a linguagem técnica
inteligível, o texto deve ser claro de tal forma que não per- e a comum.
mita interpretação equivocada pelo leitor. A compreensão As ideias devem ser expressas de maneira gradual, en-
do documento deve ser imediata. Para alcançar esse ob- volvendo todas as suas implicações. A simplicidade do texto
jetivo, é importante redigir orações na ordem direta, uti- não implica necessariamente repetição de formas e frases
lizar períodos curtos e eliminar o emprego excessivo de desgastadas, uso exagerado da voz passiva, pobreza voca-
adjetivos. Além disso, deve-se excluir da escrita qualquer bular etc. Com palavras conhecidas por todos, é possível

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escrever de maneira original e criativa e produzir frases ele- Segunda e Demais Páginas
gantes, variadas, fluentes e bem interligadas.
a) Margem superior: 3,5 cm.
Uniformidade b) Demais margens como na primeira página.
c) O número da página fica no rodapé centralizado.
As comunicações oficiais devem obedecer a formatos d) A primeira página não recebe número.
padronizados, pois cada tipo de expediente tem suas carac- e) Não se repete o endereçamento do destinatário nas
terísticas próprias. A uniformização do leiaute e a correta demais páginas.
diagramação dos documentos oficiais, combinadas com a O Fecho
clareza do texto, são elementos indispensáveis à adequada
transmissão da mensagem. O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina-
lidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatá-
Formatação das Correspondências Oficiais em Geral rio. Somente dois fechos diferentes para todas as modalida-
des de comunicação oficial:
Os documentos do PADRÃO OFÍCIO (Ofício, Memoran- a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
da República: “Respeitosamente”
do e Aviso), bem como a Exposição de Motivos e a Mensa- b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
gem, seguem a seguinte forma de apresentação: quia inferior: “Atenciosamente”
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas Obs.: Não deixe a assinatura em página isolada do ex-
pediente. Transfira para essa página ao menos a última fra-
de rodapé; se anterior ao fecho.
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; Pronomes de Tratamentos
c) é obrigatório constar a partir da segunda página o
Os pronomes de tratamento referem-se à pessoa a
número da página; quem se fala. Embora se refiram à segunda pessoa (“tu”), a
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser concordância gramatical deve ser feita na terceira pessoa.
impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar- Isso ocorre porque o verbo concorda com o substantivo que
integra o núcleo do pronome de tratamento. Um exemplo é
gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas a frase: “Vossa Alteza fará a melhor escolha.”
páginas pares (“margem espelho”); Observe que o verbo “fará” concorda e integra o núcleo
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de “Alteza”. Isso ocorre também com os pronomes possessi-
distância da margem esquerda; vos. Quanto aos adjetivos, eles concordam com o sexo da
pessoa ao qual se dirige a comunicação, e não com o núcleo
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, do pronome de tratamento.
no mínimo, 3,0 cm de largura;
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; Observe a diferença:
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as li- “Vossa Senhoria está cansada.”
“Vossa Senhoria está cansado.”
nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de
texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em Observe que os adjetivos “cansada” e “cansado” con-
branco; cordam com aqueles que recebem a comunicação. É pelo
adjetivo que sabemos se o receptor da mensagem é do
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, su- sexo masculino ou feminino.
blinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo,
bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a • Dica!
elegância e a sobriedade do documento; Não se usa o tratamento digníssimo (DD), pois pressu-
põe-se que a dignidade é intrínseca a qualquer cidadão que
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em ocupe cargo público, logo o uso do termo é interpretado
papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas como repetida chamada.
para gráficos e ilustrações; Também é dispensado o uso do superlativo ilustríssimo
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de- para as autoridades que recebem o tratamento de “Vossa
Senhoria” e para particulares. O uso do pronome de trata-
vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, mento Senhor é satisfatório.
29,7 x 21,0 cm; Doutor não é forma de tratamento. É um título acadê-
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de mico. Deve ser empregado apenas em comunicações para
arquivo Rich Text nos documentos de texto; pessoas que tenham o doutorado como formação acadê-
mica.
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas
devem ter o arquivo de texto preservado para consulta pos- aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do
terior ou aproveitamento de trechos para casos análogos; cargo respectivo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de- Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso
Língua Portuguesa

vem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento Nacional,


+ número do documento + palavras-chaves do conteúdo. Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo
Ex. Of. 123 – relatório produtividade ano 2009 Tribunal Federal.
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo
Numeração dos Parágrafos Senhor, seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador,
a) O primeiro pode receber número ou não. Senhor Juiz,
b) Os demais parágrafos devem ter enumeração. Senhor Ministro,
c) O fecho é parágrafo, mas não recebe enumeração. Senhor Governador,

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98 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Ainda há algumas autoridades especiais para o Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
vocativo, são elas: Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Para reitores de universidade usa-se Magnífico Reitor; Embaixadores;
Para autoridades eclesiásticas usa-se: Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupan-
tes de cargos de natureza especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores;
Ministros do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

c) do Poder Judiciário:
Ministros dos Tribunais Superiores;
Membros de Tribunais;
Juízes;
Auditores da Justiça Militar.
• Dica! • Dica!
O pronome de tratamento em geral é formado pelo pro- Os pronomes de tratamentos acima serão usados no
nome de tratamento senhor ou senhora + cargo da autori- corpo do texto.
dade seguido obrigatoriamente de vírgula ou dois-pontos. Não se pode esquecer um detalhe importante: os pro-
nomes de tratamento mesmo sendo de 2ª pessoa, exigem
Emprego dos Pronomes de Tratamento a concordância com a 3ª pessoa gramatical. Ademais, é
sabido o gênero do pronome de tratamento por meio do
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento adjetivo a ele empregado.
obedece a secular tradição. São de uso consagrado: Vossa Não se deve usar acento indicativo de crase diante de
Excelência, para as seguintes autoridades: pronome de tratamento. Exceção para os pronomes de tra-
tamento: senhora, senhorita, dona e madame.
a) do Poder Executivo:
Presidente da República; CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS
Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado; o Chefe da Casa Civil da Presidên- O texto oficial mais abordado em concursos é o Ofício.
cia da República, o Chefe do Gabinete de Segurança Em segundo lugar, temos o Memorando. As correspondên-
Institucional, o Chefe da Secretaria Geral da Presidência cias oficiais se distinguem mais pela finalidade do que pela
da República, o Advogado-Geral da União e o Chefe da forma. Ou seja, a estrutura é muito semelhante. Vejamos
Corregedoria-Geral da União. a diferença:

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Características Principais do Ofício 3. Forma Estrutura:
Quanto à sua forma, o ofício segue o modelo do padrão
1. Documento destinado à comunicação oficial entre ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatá-
órgãos da administração pública e de autoridades para par- rio, seguido de vírgula.
ticulares.
Exemplos:
2. Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
as seguintes informações do remetente: Senhora Ministra,
- nome do órgão ou setor; Senhor Chefe de Gabinete,
- endereço postal;
- telefone e endereço de correio eletrônico. Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as
seguintes informações do remetente: nome do órgão ou setor.

Para evitar desnecessário aumento do número de co-


Características Principais do Memorando municações, os despachos ao memorando devem ser da-
dos no próprio documento e, no caso de falta de espaço,
O memorando é a modalidade de comunicação entre em folha de continuação.
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem Esse procedimento permite formar uma espécie de
processo simplificado, assegurando maior transparência à
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis dife-
tomada de decisões, e permitindo que se historie o anda-
rentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação mento da matéria tratada no memorando.
eminentemente interna. Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em- padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário
Língua Portuguesa

pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes etc. deve ser mencionado somente pelo cargo que ocupa.
a serem adotados por determinado setor do serviço público.
Sua característica principal é a AGILIDADE. A tramitação Exemplos:
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

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100 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Características Principais do Aviso Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Tem como finalidade o tratamento de assuntos oficiais do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
entre Ministros de Estado. Como se trata de correspondên-
cia sempre entre autoridades de mesma hierarquia, então destinatário, seguido de vírgula.
o fecho será “Atenciosamente”.
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial Exemplos:
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que Excelentíssimo Senhor Presidente da República
o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, Senhora Ministra
Secretário-Geral da Presidência da República, Consultor-
-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das Forças Ar- Senhor Chefe de Gabinete
madas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da Repú-
blica, e pelos Secretários da Presidência para autoridades Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as
de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido seguintes informações do remetente:
para e pelas demais autoridades. Ambos têm como fina- – nome do órgão ou setor;
lidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da
Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também – endereço postal;
com particulares. – telefone e endereço de correio eletrônico.

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Características Principais da Exposição de Motivos por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão,
chamada de interministerial.
É o expediente dirigido ao Presidente da República ou Exposição de motivos tem a apresentação do padrão
ao Vice-Presidente para: ofício. O anexo que acompanha a exposição de motivos que
proponha alguma medida ou apresente projeto de ato nor-
a) informá-lo de determinado assunto;
mativo, segue o modelo descrito adiante.
b) propor alguma medida; ou
A exposição de motivos, de acordo com sua finalida-
c) submeter a sua consideração projeto de ato nor- de, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para
mativo. aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e ou-
tra para a que proponha alguma medida ou submeta pro-
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi- jeto de ato normativo. No primeiro caso, o da exposição de
dente da República por um Ministro de Estado. motivos que simplesmente leva algum assunto ao conheci-
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de mento do Presidente da República, sua estrutura segue o
um Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada modelo antes referido para o padrão ofício.

MAIS DOCUMENTOS OFICIAIS QUE NÃO • Dica!


A ata será assinada e (ou) rubricada por todos os pre-
CONSTAM DO MANUAL DA PREDIDÊNCIA DA sentes à reunião ou apenas pelo presidente e relator.
REPÚBLICA
Carta
Ata
Instrumento utilizado para o registro expositivo dos fa- Forma de correspondência emitida por particular, ou
tos e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão, ou autoridade com objetivo particular, não se confundido com
assembleia. o memorando (correspondência interna) ou ofício (corres-
pondência externa). Neles a autoridade que assina expres-
Estrutura: sa uma opinião ou dá uma informação não sua, mas, sim,
1ª) Título – ATA. No caso de atas elaboradas sequencial- do órgão pelo qual responde.
mente, indicar o número da reunião ou sessão, em caixa
Língua Portuguesa

alta. Estrutura:
2ª) Texto, incluindo: preâmbulo – registro da situação 1ª) Local e data.
espacial, temporal e participantes. 2ª) Endereçamento, com forma de tratamento, destina-
3ª) Registro dos assuntos tratados e de suas decisões,
com indicação das personagens envolvidas, se for o tário, cargo e endereço.
caso. 3ª) Vocativo.
4ª) Fecho – termo de encerramento com indicação, se 4ª) Texto.
necessário, do redator, do horário de encerramento, de 5ª) Fecho.
convocação de nova reunião e outros. 6ª) Assinatura: nome e, quando necessário, função ou cargo.

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• Dica! Requerimento
O fecho da carta segue, em geral, o padrão da corres-
pondência oficial, mas outros fechos podem ser usados, a Instrumento por meio do qual o interessado requer a
exemplo de “cordialmente”, quando se deseja indicar rela- uma autoridade administrativa um direito do qual se julga
ção de proximidade ou igualdade de posição entre os cor- detentor:
respondentes.
Estrutura:
Declaração 1ª) Título: REQUERIMENTO, centralizado.
2ª) Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário),
Documento em que se informa, sob responsabilidade, ou seja, da autoridade competente.
algo sobre pessoa ou acontecimento. 3ª) Texto, incluindo: Preâmbulo, contendo nome do
requerente (grafado em letras maiúsculas) e respecti-
Estrutura: va qualificação: nacionalidade, estado civil, profissão,
1ª) Título: DECLARAÇÃO, centralizado.
documento de identidade, idade (se maior de 60 anos,
2ª) Texto: exposição do fato ou situação.
para fins de preferência para tramitação do processo).
3ª) Local e data.
4ª) Assinatura. 4ª) Exposição do pedido, de preferência indicando os
5ª) Nome. fundamentos legais do requerimento e os elementos
6ª) Cargo. probatórios de natureza fática.
5ª) Fecho: Nesses termos, pede deferimento.
Despacho 6ª) Local e data.
7ª) Assinatura.
Pronunciamento de autoridade administrativa em peti- 8ª) Nome.
ção que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento do pro- 9ª) Cargo.
cesso. Pode ter caráter decisório ou apenas de expediente.
Meios de Transmissão
Estrutura:
1ª) Nome do órgão principal e secundário. O telegrama, o fax e o email (correio eletrônico) são
2ª) Número do processo. meios de transmissão de mensagens.
3ª) Texto.
4ª) Local e data. EXERCÍCIOS
5ª) Assinatura e função ou cargo da autoridade.
Mem. 03/2015 – SePes
Parecer Goiânia, 21 de janeiro de 2015.

Opinião técnica fundamentada, emitida em nome pes- Ao Senhor Chefe do Setor de Estágios (SEst)
soal ou de órgão administrativo, sobre tema que lhe haja
sido submetido para análise e competente pronunciamen- Assunto: Novos procedimentos para envio de frequência
to. Visa fornecer subsídios para tomada de decisão. de estagiários

Estrutura: 1. Para garantir mais agilidade em relação ao pagamento


1ª) Número de ordem (quando necessário). da bolsa-estágio, informo que, a partir do mês de abril deste
2ª) Número de processo de origem. ano, serão adotados novos procedimentos para o envio da
3ª) Emenda (resumo do assunto). frequência dos estagiários ao Setor de Pessoal (SePes).
4ª) Texto, compreendendo. 2. A frequência mensal de cada estagiário deverá ser
5ª) Histórico ou relatório (introdução). enviada para o endereço de email do SePes até o quinto dia
6ª) Parecer (desenvolvimento com razões e justificati- útil de cada mês.
vas). 3. As informações do email devem ser complementadas
7ª) Fecho opinativo (conclusão). com anexo contendo a planilha de frequência de estagiários,
8ª) Local e data. carimbada e assinada pelo chefe do SEst e pelos estagiários.
9ª) Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista. 4. A observância desses procedimentos é essencial para
evitar atrasos no pagamento da bolsa.
Relatório
Atenciosamente,
Relatório expositivo, detalhado ou não, do funciona-
mento de uma instituição, do exercício de atividades ou (espaço para assinatura)
acerca do desenvolvimento de serviços específicos num [nome do signatário]
determinado período.
Chefe do Setor de Pessoal
Estrutura:
1ª) Título – relatório ou relatório de... (Cespe/TRE-GO/Cebraspe/2015) Com base no Manual de
2ª) Texto – registro em tópicos das principais ativida- Redação da Presidência da República, julgue os itens se-
Língua Portuguesa

des desenvolvidas, podendo ser indicados os resulta- guintes, relativos à correspondência oficial hipotética apre-
dos parciais e totais, com destaque, se for o caso, para sentada.
os aspectos positivos e negativos do período abrangi- 1. A finalidade comunicativa do expediente em apreço é
do. O cronograma de trabalho a ser desenvolvido, os anunciar novas diretrizes a serem seguidas pelo SEst na
quadros, os dados estatísticos e as tabelas poderão ser comunicação da frequência dos estagiários ao SePes.
apresentados com anexos. 2. A substituição do fecho “Atenciosamente” por Respei-
3ª) Local e data. tosamente, apesar de denotar impessoalidade, carac-
4ª) Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário (s) terística dos textos oficiais, seria inadequada no expe-
relator (es). diente oficial em questão.

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3. No tipo de texto oficial ilustrado, a assinatura e a indicação do funcionários do seu setor” por todos os funcionários
cargo da autoridade que o expede constituem informações do vosso setor.
obrigatórias para a identificação do signatário, ao passo que 11. O segundo período do primeiro parágrafo do texto
o nome dessa autoridade constitui informação opcional. poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma:
Como esse sistema difere muito do anterior, informo
4. Se, na situação em apreço, o SePes não tivesse determinado Vossa Senhoria de que o Setor de Tecnologia (SeTec)
o email como via para a remessa da planilha de frequência de oferecerá, entre os dias 26 e 30 de janeiro deste ano,
estagiários pelo SEst, este poderia fazer uso do memorando. uma série de oficinas práticas para apresentação desse
5. As regras da norma padrão do português seriam respeitadas novo sistema aos funcionários.
se, no parágrafo 4 do texto, a expressão “para evitar” fosse
substituída por para que se evite. 12. (Funiversa/Seplan-GO/2015) Com base no previsto
6. A situação comunicativa mediada pelo texto em questão no Manual de Redação da Presidência da República,
envolve três interlocutores: o chefe do SePes (comunicador), assinale a alternativa correta a respeito da redação
de correspondência oficial.
o chefe do SEst (destinatário direto) e os estagiários a) Em uma correspondência enviada a Senador da
(destinatários indiretos). República, deve-se empregar o seguinte vocativo:
Excelentíssimo Senhor Senador.
Xxx. 1032/SeTec b) A forma de tratamento adequada a uma corres-
Goiânia, 15 de janeiro de 2015. pondência oficial encaminhada a um delegado de
polícia é a seguinte: Doutor Delegado de Polícia.
c) Ao encaminhar um documento oficial ao secretário
Ao Senhor Chefe do Setor de Documentação de Segurança do estado, o perito criminal deve uti-
lizar o seguinte fecho: Atenciosamente.
Assunto: Oficinas de apresentação do novo sistema ope- d) Decorre, entre outros aspectos, do próprio assunto
racional das correspondências oficiais o fato de elas carac-
terizarem-se pela impessoalidade.
1. Como é sabido, recentemente adquirimos um novo e) O memorando é a modalidade de comunicação
sistema operacional. Como se trata de um sistema muito adequada à comunicação dirigida, pela Administra-
diferente do anterior, informo a Vossa Senhoria que o ção, aos administrados.
Setor de Tecnologia (SeTec) oferecerá, entre os dias 26 e
30 de janeiro deste ano, uma série de oficinas práticas para (Cespe/Cebraspe/Antaq/2014) Com base no Manual de Re-
apresentação desse novo sistema aos funcionários. dação da Presidência da República, julgue os itens a seguir,
2. Por essa razão, solicito que, no período acima acerca de aspectos gerais da redação oficial.
indicado, Vossa Senhoria libere todos os funcionários do 13. O fecho é um elemento da estrutura das comunicações
seu setor duas horas antes do fim do expediente para que oficiais que tem como funções básicas sinalizar o final
eles possam frequentar as oficinas. da correspondência e saudar aquele a quem ela se
3. Devo mencionar, por fim, que a participação dos destina.
funcionários nas oficinas é obrigatória, pois o novo sistema 14. Para que os textos oficiais sejam entendidos em
já entrará em funcionamento no dia 20 de julho do corrente sua plenitude e por todos os cidadãos, não se deve
ano. Nessa data, todos já deverão conhecê-lo e saber como empregar, em nenhuma circunstância, a linguagem
operá-lo. técnica, pois ela só é inteligível àqueles que com ela
estejam familiarizados.
Atenciosamente,
Acerca do formato das correspondências oficiais, de sua
(espaço para assinatura) função e da linguagem empregada nessas comunicações,
[nome do signatário] julgue os itens a seguir, de acordo com o Manual de Reda-
Chefe do Setor de Tecnologia ção da Presidência da República.
15. O correio eletrônico é uma forma de comunicação
(Cespe/TRE-GO/Cebraspe/2015) Com base no disposto no caracterizada pela flexibilidade, ou seja, é um texto
Manual de Redação da Presidência da República, julgue os ao qual não está associada uma estrutura formal
itens que se seguem, a respeito da correspondência oficial rígida. Essa flexibilidade, no entanto, não se estende à
hipotética Xxx. 1032/SeTec, anteriormente apresentada, na linguagem, que deve ser compatível com a comunicação
qual o remetente e o destinatário são funcionários de igual oficial.
nível hierárquico de um mesmo órgão da administração pú- 16. O memorando, texto oficial cuja esfera de circulação é
blica. interna, isto é, estabelece comunicação entre unidades
7. De acordo com as informações apresentadas, é correto administrativas de um mesmo órgão, caracteriza-se pela
tramitação ágil e procedimento burocrático simples.
afirmar que essa comunicação é um memorando. Por
esse motivo, em lugar de “Xxx.”, no início do expediente,
deveria constar a abreviação Mem. (Cespe/MEC/PS/2014) Julgue os itens subsequentes, à luz
8. A numeração dos três parágrafos que compõem o texto do Manual de Redação da Presidência da República.
é opcional. 17. Nas comunicações endereçadas ao ministro da Educação,
a forma de tratamento empregada deve ser Vossa
Língua Portuguesa

9. São propósitos comunicativos do texto oficial em


Excelência, e o vocativo utilizado deve ser Excelentíssimo
questão informar sobre as oficinas de apresentação
Senhor.
do novo sistema operacional e solicitar a liberação 18. O ministro da Educação, caso precise submeter projeto de
dos funcionários do setor de documentação para sua ato normativo à consideração do presidente da República,
participação nessas oficinas. deverá redigir uma exposição de motivos.
10. Dada a presença, no texto, do pronome de tratamento 19. Em comunicações de mero encaminhamento de documento,
“Vossa Senhoria”, estaria adequada a substituição, no só deverá haver parágrafos de desenvolvimento se o
segundo parágrafo da correspondência em apreço, da autor desejar fazer observações a respeito do documento
forma verbal “libere” por libereis e do trecho “todos os encaminhado.

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104 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
20. Caso a autoridade competente do MEC pretenda enviar 26. O e-mail encaminhado por Machado, além de estar
aviso ao ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e inadequado quanto ao recurso “confirmação de leitura”,
Informação, sua comunicação deverá obedecer aos não pode ser aceito como documento original.
princípios de impessoalidade, clareza, uniformidade, 27. O expediente oficial e-mail apresenta flexibilidade
concisão e formalidade. tanto na forma quanto na linguagem, o que tornaria
adequada à situação em análise a seguinte mensagem:
Ofício nº 28/2014- IE “Prezado Alencar, mande rápido, por favor, os materiais
Brasília, 2 de março de 2014. descritos na lista anexa. Cordialmente, Machado”.
A Sua Excelência o senhor
[nome] (Cespe/MTE/2014) Com base nos preceitos do Manual de
Coordenador de Estudos Econômicos Regionais Redação da Presidência da República, julgue os itens a se-
Ministério da Integração Social guir.
Eixo Monumental Bloco E s/n 28. No âmbito da administração pública, arquiva-se, se
2º andar, sala 214 necessário, a cópia xérox do fax, meio de comunicação
70.160-900 – Brasília – DF utilizado para transmissão de mensagens urgentes
e para o envio de documentos que não possam ser
encaminhados por meio eletrônico.
Assunto: Solicitação de documentação
29. A mensagem e o ofício possuem praticamente a mesma
estrutura, mas suas finalidades são diferentes: a
Senhor Coordenador,
mensagem é usada para comunicação entre autoridades
de mesma hierarquia, sendo dispensada a assinatura
1. Em complementação à solicitação dos documentos do seu signatário; o ofício é utilizado para comunicação
sobre os estudos econômicos regionais feitos sob sua com o público, sendo obrigatória a assinatura do seu
coordenação, nas publicações do ano de 2012, informamos signatário.
que o material foi recebido e, na oportunidade, solicitamos
os estudos registrados nas publicações desta Coordenação
no ano de 2013. Mem. 23/CBMCE
2. Este novo pedido tem por objetivo completar o Em 3 de junho de 2013.
acervo universitário dos registros econômicos regionais
elaborados por esta Coordenadoria, cuja leitura tem trazido
qualidade às pesquisas de professores e alunos do curso de Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Economia.
Assunto: Instalação de persianas
Atenciosamente,
1. Tendo em vista a recorrente reclamação dos
José da Silva servidores deste setor em relação à excessiva luminosidade
da sala, solicito a V. S.ª verificar a possibilidade de serem
instaladas persianas nas janelas deste departamento.
2. Acrescento que o ideal seria que as persianas fossem
Com base no documento hipotético acima, julgue os itens feitas com material reflexivo, para rebater quantidade
seguintes. significativa de luz solar.
21. O documento apresentado não atende às recomendações 3. Deverá ficar a cargo do Departamento de Manutenção
do padrão ofício, visto que trata de assuntos distintos em a instalação do material.
um mesmo parágrafo. 4. Menciono, por fim, que a instalação do acessório,
22. Identifica-se, no ofício, erro de formatação em relação à tornando mais agradável o ambiente de trabalho,
numeração de parágrafos, que só devem ser enumerados possibilitará uma melhoria na qualidade dos serviços
caso haja mais de três parágrafos. prestados por este departamento.
23. O emprego das formas pronominais “desta”, no primeiro
parágrafo, e “esta”, no segundo parágrafo, atende às
exigências do padrão culto da linguagem, visto que Atenciosamente,
se refere à primeira pessoa do discurso, ou seja, ao
remetente da comunicação oficial. (Cespe/CBMCE/2014) Considerando que o memorando aci-
24. Nesse ofício, deveriam constar do cabeçalho ou do ma tenha sido produzido em um departamento do Corpo
rodapé informações acerca do remetente, tais como de Bombeiros Militar do estado do Ceará, julgue os itens
nome do órgão ou setor; endereço postal; telefone; e subsequentes com base nas recomendações do Manual de
endereço de correio eletrônico. Redação da Presidência da República.
30. Procedendo às devidas alterações de destinatário,
Machado, chefe de setor do MTE, encaminhou uma assunto e conteúdo, um memorando análogo ao
mensagem de correio eletrônico a Alencar, chefe de patri- apresentado acima, como documento atinente a
mônio do mesmo ministério, solicitando-lhe o envio, com assunto oficial, poderia, para a reivindicação de
urgência, de material de expediente para a sua seção, con- recursos financeiros, ser direcionado a outro órgão do
forme lista anexa à mensagem. Machado não acrescentou Poder Executivo.
ao e-mail certificação digital nem utilizou o recurso “confir-
Língua Portuguesa

31. Além de ser empregado para a exposição de solicitação,


mação de leitura”, apesar de disponível. tal como o apresentado, o memorando é utilizado
para a comunicação de diretrizes a serem adotadas no
(Cespe/MTE/2014) Com base na situação hipotética acima âmbito do departamento de origem.
e no que dispõe o Manual de Redação da Presidência da 32. Para conferir agilidade ao processo, o despacho ao
República, julgue os seguintes itens. memorando 23/CBMCE deverá ser feito em folha
25. Na mensagem eletrônica enviada, para facilitar a separada.
organização documental, Machado deveria ter dado 33. No memorando em análise, está correta a menção ao
informações detalhadas acerca do arquivo anexado, e destinatário, com a indicação do cargo que ele ocupa.
tê-lo encaminhado preferencialmente no formato pdf.

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34. (Fepese/MPE-SC/2014) Indique se são verdadeiras 1. Vimos, por intermédio do presente, levar ao conheci-
(V) ou falsas (F) as afirmativas abaixo, de acordo com mento de Vossa Senhoria que assumimos a tarefa de plane-
as normas da correspondência oficial. jar e colocar em ação políticas e programas sociais voltados
( ) A redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público ao bem estar de crianças vítimas de maus-tratos. 
redige atos normativos e comunicações. Uma de suas 2. É com satisfação que comunicamos a V. Senhoria que
características é a informalidade, ou seja, a ausência de recentemente assumimos a importante tarefa de planejar
impressões pessoais de quem comunica.  e colocar em ação políticas e programas sociais voltados ao
( ) O padrão culto é aquele em que se observam as regras bem-estar de crianças vítimas de maltratos. 
da gramática formal e um vocabulário comum ao 3. Comunicamos a Vossa Senhoria que recentemente
conjunto dos usuários do idioma. assumimos a tarefa de planejar e colocar em ação políticas
( ) Em países com grandes diferenças regionais, como o e programas sociais voltados ao bem-estar de crianças
Brasil, aceitam-se regionalismos vocabulares ou jargões vítimas de maus-tratos. 
técnicos nas comunicações oficiais para facilitar a
compreensão por parte do público em geral.  Quais estão corretos, de acordo com os princípios que
( ) O texto oficial deve ter como característica a concisão, regem a redação oficial?
isto é, transmitir um máximo de informações com um a) Apenas 1.
mínimo de palavras.  b) Apenas 2.
( ) O memorando é a forma de comunicação entre c) Apenas 3
unidades administrativas de um mesmo órgão, portanto, d) Apenas 1 e 2.
eminentemente interna. e) 1, 2 e 3.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de 43. (Fumarc/PC-MG/2014) São recomendações que
cima para baixo. contribuem para a clareza da Redação Oficial, exceto:
a) V, V, V, F, F. a) Apresentação inicial do assunto tratado.
b) V, V, F, F, V. b) Emprego de metáforas e outras figuras de estilo.
c) F, V, V, V, V. c) Precisão vocabular.
d) F, V, F, V, V. d) Uso preferencial da ordem direta na construção das
e) F, F, V, V, F. frases.

44. (Cespe/TJ-CE/2014) Assinale a opção correta acerca


(Cespe/TJ-SE/2014) À luz das orientações presentes no Ma- das comunicações oficiais.
nual de Redação da Presidência da República, julgue os pró- a) O correio eletrônico tem estrutura flexível, por isso
ximos itens. admite-se que seja redigido em linguagem colo-
35. Os atributos da comunicação oficial, a exemplo quial.
da clareza, concisão, formalidade e uniformidade, b) O memorando é uma forma de comunicação inter-
estão associados aos princípios que, segundo a na e externa de determinado órgão, demandando
Constituição Federal, norteiam a administração procedimentos burocráticos complexos, como os
pública, como os da publicidade e da impessoalidade. despachos feitos em documentos apartados.
36. No envelope de uma comunicação destinada a um c) O uso do telegrama nos órgãos da administração
juiz de direito, deve-se adotar o seguinte modelo de pública deve reservar-se a situações em que tenha
endereçamento: sido decretado estado de emergência.
Ao Senhor  d) Para a indicação de autoridades ou o encaminha-
[nome do juiz] mento de medida provisória, o expediente utilizado
Juiz de Direito  deve ser a mensagem.
Rua Tal, nº 456 
49000-000 — Aracaju – SE 45. (Vunesp/TJ-PA/2014) A questão deve ser respondida com
base na norma-padrão da língua portuguesa.
37. A mensagem que tenha por finalidade recomendar Documentos oficiais serão encaminhados ao Procura-
autoridades para a ocupação de cargos deve ser dor-Geral do Estado do Pará para que ele analise as
acompanhada do curriculum vitae do indicado, informações.
devidamente assinado. Nesses documentos, deve-se empregar como forma
38. A redação oficial consiste na comunicação tanto do abreviada de tratamento:
poder público quanto do particular, com o objetivo a) V. S
de transmitir mensagem de interesse público rele- b) V. Ex.ª
vante. c) V. Em.ª
39. O uso de uma forma específica de linguagem adminis- d) V. Mag.ª
trativa contraria as normas de redação das correspon- e) V. S.ª
dências oficiais.
40. Todo expediente oficial deve ser claro, qualidade para a
qual concorrem a impessoalidade, a concisão e o uso do GABARITO
padrão culto da língua.
41. Para sugerir projeto de ato normativo ao presidente 1. C 10. E 19. C 28. C 37. C
Língua Portuguesa

da República, um ministro de Estado deve redigir ex- 2. C 11. C 20. C 29. C 38. E
posição de motivos, sendo-lhe facultado, nesse caso, o 3. E 12. d 21. E 30. E 39. C
acréscimo de um anexo para a sugestão do projeto. 4. C 13. C 22. E 31. C 40. C
5. E 14. E 23. E 32. E 41. E
42. (MPE-RS/2014) A redação de documentos oficiais 6. E 15. C 24. C 33. E 42. C
deve ser pautada pela impessoalidade, clareza, concisão
7. C 16. C 25. E 34. d 43. b
e observância da norma culta padrão. Com base nessa
informação, considere os três enunciados a seguir, redi- 8. E 17. E 26. C 35. C 44. d
gidos para constar na parte introdutória de um ofício.  9. C 18. C 27. E 36. E 45. b

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INSS

SUMÁRIO

Raciocínio Lógico
Conceitos básicos de raciocínio lógico:
proposições; valores lógicos das proposições; sentenças abertas; número de linhas da tabela verdade;
conectivos; proposições simples; proposições compostas................................................................................................ 3

Tautologia............................................................................................................................................................................... 7

Operação com conjuntos...................................................................................................................................................... 26

Cálculos com porcentagens.................................................................................................................................................. 31

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Raciocínio Lógico
Júlio Lociks

NOÇÕES DE LÓGICA Conectivos Lógicos (ou Estruturas Lógicas)

O Que é uma Proposição? Existem alguns termos e expressões que estão frequen‑
temente presentes nas proposições compostas tais como
Denomina‑se proposição a toda sentença, expressa “não”, “e”, “ou”, “se ... então” e “se e somente se” aos quais
em palavras ou símbolos, que exprima um juízo ao qual se denominamos conectivos lógicos ou estruturas lógicas.
possa atribuir, dentro de certo contexto, somente um de dois
valores lógicos possíveis: verdadeiro ou falso. Exemplo: A sentença “Se x não é maior que y, então x
Somente às sentenças declarativas pode‑se atribuir va‑ é igual a y ou x é menor que y” é uma proposição composta
lores de verdadeiro ou falso, o que ocorre quando a sentença na qual se pode observar alguns conectivos lógicos (“não” ,
é, respectivamente, confirmada ou negada. De fato, não se “se ... então” e “ou”) que estão agindo sobre as proposições
pode atribuir um valor de verdadeiro ou de falso às demais simples “x é maior que y”, “x é igual a y” e “x é menor que y”.
formas de sentenças como as interrogativas, as exclamativas
e outras, embora elas também expressem juízos. Os conectivos lógicos agem sobre as proposições a que
São exemplos de proposições as seguintes sentenças estão ligados de tal modo que o valor lógico (verdadeiro
declarativas: ou falso) de uma proposição composta depende somente:
– do valor lógico de cada uma de suas proposição
O número 6 é par. componentes;
O número 15 não é primo. – e da forma como estas proposições componentes
Todos os homens são mortais. sejam ligadas pelos conectivos lógicos utilizados.
Nenhum porco espinho sabe ler.
Alguns canários não sabem cantar. Exemplo: Compare as seguintes proposições e seus
Se você estudar bastante, então aprenderá tudo. respectivos valores lógicos:
Eu falo inglês e espanhol.
Míriam quer um sapatinho novo ou uma boneca.
Proposições Valores Lógicos
Não são proposições: O número 10 é inteiro. V
O número 10 ímpar. F
Qual é o seu nome?
Preste atenção ao sinal. O número 10 é inteiro e é ímpar. F
Caramba! O número 10 é inteiro ou é ímpar. V
Proposição Simples
V = verdadeiro ; F = falso
Uma proposição é dita proposição simples ou proposi‑
Algumas proposições compostas recebem denomina‑
ção atômica quando não contém qualquer outra proposição
ções especiais de acordo com a estrutura usada para ligar
como sua componente.
as proposições componentes.
Isto significa que não é possível encontrar como parte de
uma proposição simples alguma outra proposição diferente O reconhecimento de tais estruturas é muito importante
dela. Não se pode subdividi‑la em partes menores tais que para a análise e a resolução dos problemas de raciocínio
lógico que estudaremos mais adiante.
alguma delas seja uma nova proposição.
A tabela seguinte mostra as seis principais estruturas
Exemplo: lógicas e suas denominações. A  partir deste ponto, pas‑
A sentença “Cínthia é irmã de Maurício” é uma proposi‑ saremos a nos referir a estas estruturas como estruturas
ção simples, pois não é possível identificar como parte dela fundamentais:
qualquer outra proposição diferente. Se tentarmos separá‑la
em duas ou mais partes menores nenhuma delas será uma Estruturas fundamentais Denominações
proposição nova. Não‑A Negação
A ou B Disjunção
Proposição Composta
Ou A ou B Disjunção Exclusiva
Uma proposição que contenha qualquer outra como AeB Conjunção
sua parte componente é dita proposição composta ou Se A, então B Condicional
Raciocínio Lógico

proposição molecular. Isto quer dizer que uma proposição A se e somente se B Bicondicional
é composta quando se pode extrair como parte dela uma
nova proposição. Negação: Não‑A

Exemplo: A sentença “Cínthia é irmã de Maurício e de Dada uma proposição qualquer A denominamos ne‑
Júlio” é uma proposição composta, pois é possível retirar‑se gação de A a proposição composta que se obtém a partir
dela duas outras proposições: “Cínthia é irmã de Maurício” da proposição A acrescida do conectivo lógico “não” ou de
e “Cínthia é irmã de Júlio”. outro equivalente.

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A negação “não‑A” pode ser representada simbolica‑ Disjunção: A ou B
mente como:
Denominamos disjunção a proposição composta for‑
~A mada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas
ou pelo conectivo “ou”.
A A disjunção A ou B pode ser representada simbolica‑
ou ainda mente como:
¬A
A∨B
Podem‑se empregar também, como equivalentes de
“não‑A” as seguintes expressões: Exemplo: Dadas as proposições simples:
A: Alberto fala espanhol.
Não é verdade que A; B: Alberto é universitário.
É falso que A.
A disjunção “A ou B” pode ser escrita como:
Uma proposição A e sua negação “não‑A” terão sempre
valores lógicos opostos.
A ∨ B: Alberto fala espanhol ou é universitário.
Tabela‑Verdade da Negação (~A)
Na tabela apresentada a seguir, denominada tabela‑ver‑ Para que a disjunção “A ou B” seja verdadeira basta
dade, podemos observar os resultados possíveis da negação que pelo menos uma de suas proposições componentes
“~A” para cada um dos valores lógicos que A pode assumir. seja verdadeira.
Em outras palavras, se A for verdadeira ou se B for
verdadeira ou mesmo se ambas, A e B, forem verdadeiras,
A Não‑A
então a disjunção “A ou B” será verdadeira.
V F Ou seja, a disjunção “A ou B” é falsa somente quando
F V A é falsa e B é falsa também.

Como se pode observar na tabela‑verdade, uma propo‑ Tabela‑Verdade da Disjunção (A ∨ B)


sição qualquer e sua negação nunca poderão ser simultane‑ Na tabela‑verdade apresentada a seguir podemos ob‑
amente verdadeiras ou simultaneamente falsas. servar os resultados da disjunção “A ou B” para cada um dos
valores que A e B podem assumir.
Conjunção: A e B

Denominamos conjunção a proposição composta for‑ A B A∨B


mada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas V V V
pelo conectivo “e”. V F V
A conjunção “A e B” pode ser representada simbolica‑ F V V
mente como:
F F F
A∧B
Disjunção Exclusiva: ou A ou B
Exemplo: Dadas as proposições simples:
Denominamos disjunção exclusiva a proposição com‑
posta formada por duas proposições quaisquer onde cada
A: Elisabeth é mãe de Cínthia.
uma delas esteja precedida pelo conectivo “ou”.
B: Elisabeth é mãe de Maurício.
A disjunção exclusiva ou A ou B pode ser representada
simbolicamente como:
A conjunção A e B pode ser escrita como:
A∨B
A ∧ B: Elisabeth é mãe de Cínthia e de Maurício.
(observe o sublinhado no símbolo ∨)
Uma conjunção é verdadeira somente quando as duas
proposições que a compõem forem verdadeiras. Ou seja, Exemplo: Dadas as proposições simples:
a  conjunção “A ∧ B” é verdadeira somente quando A é
verdadeira e B é verdadeira também. A: O número 19 é par.
B: O número 19 é ímpar.
Tabela‑Verdade da Conjunção (A ∧ B)
Na tabela apresentada a seguir (tabela‑verdade) pode‑ A disjunção exclusiva “ou A ou B” pode ser escrita como:
mos observar todos os resultados possíveis da conjunção “A e
Raciocínio Lógico

B” para cada um dos valores lógicos que A e B podem assumir. A ∨ B: Ou o número 19 é par ou o número 19 é ímpar.

A B A∧B Uma disjunção exclusiva é verdadeira somente quando


V V V uma e apenas uma das proposições que a compõem for
verdadeira.
V F F
Ou seja, a disjunção exclusiva “ou A ou B” é verdadeira
F V F somente quando A e B têm valores lógicos contrários (A é
F F F verdadeira e B é falsa ou vice‑versa).

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4 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Se A e B tiverem o mesmo valor lógico (ambas verdadei‑ Alguns dos resultados da tabela acima podem parecer
ras ou ambas falsas) então a disjunção exclusiva será falsa. absurdos à primeira vista.
A fim de esclarecer o significado de cada um dos re‑
Tabela‑Verdade da Disjunção Exclusiva (A ∨ B) sultados possíveis numa sentença condicional, considere a
Na tabela‑verdade apresentada a seguir podemos ob‑ seguinte situação: numa tarde de domingo um casal está
servar os resultados da disjunção exclusiva “ou A ou B” para sentado no sofá da sala de seu apartamento assistindo a
cada um dos valores que A e B podem assumir. um filme quando a campainha toca. A mulher, que se diz
sensitiva, diz: “Se for uma mulher, então ela estará trazendo
um pacote nas mãos”. O marido, que não costuma dar muita
A B A∨B importância às previsões da mulher, resmunga “Vamos ver
V V F se você está mesmo certa!” e vai abrir a porta.
V F V Em que conjunto de situações poderemos dizer que a
F V V previsão da mulher estava errada?
Há quatro situações a serem analisadas:
F F F
1a – Quem tocou a campainha era realmente uma
Condicional: Se A então B mulher que estava mesmo trazendo um pacote nas mãos.
Neste caso teremos que reconhecer que a previsão da mu‑
lher era correta (este caso corresponde ao que está descrito
Denominamos condicional a proposição composta for‑
na primeira linha da tabela‑verdade apresentada para a
mada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas
condicional).
pelo conectivo “Se ... então” ou por uma de suas formas
2a – Quem tocou a campainha era realmente uma mu‑
equivalentes.
lher, mas ela não estava trazendo um pacote nas mãos. Neste
A proposição condicional “Se A, então B” pode ser caso podemos dizer que a previsão da mulher mostrou‑se
representada simbolicamente como: errada (este caso corresponde ao que está descrito na segun‑
da linha da tabela‑verdade apresentada para a condicional).
A→B 3a – Quem tocou a campainha não era uma mulher
Exemplo: Dadas as proposições simples: embora estivesse mesmo trazendo um pacote nas mãos.
Neste caso não podemos dizer que a previsão da mulher
A: José é alagoano. estava errada, pois ela não disse que somente uma mulher
B: José é brasileiro. poderia estar trazendo um pacote nas mãos. Acontece que
toda proposição deve ser ou verdadeira ou falsa e esta não
A condicional “Se A, então B” pode ser escrita como: é falsa. Então é verdadeira! (Este caso corresponde ao que
está descrito na terceira linha da tabela‑verdade apresentada
A → B: Se José é alagoano, então José é brasileiro. para a condicional)
4a – Quem tocou a campainha não era uma mulher e
Na proposição condicional “Se A, então B” a proposição nem mesmo estava trazendo um pacote nas mãos. Neste
A, que é anunciada pelo uso da conjunção “se”, é denomi‑ caso também não podemos dizer que a previsão da mu‑
nada condição ou antecedente enquanto a proposição B, lher estava errada, pois a previsão de que a pessoa traria
apontada pelo advérbio “então” é denominada conclusão um pacote nas mãos estava condicionada ao fato de que
ou consequente. a pessoa fosse uma mulher. Não sendo uma mulher, não
As seguintes expressões podem ser empregadas como teria necessariamente que trazer um pacote nas mãos. No‑
equivalentes de “Se A, então B”: vamente, a proposição não é falsa. Logo, é verdadeira (este
caso corresponde ao que está descrito na quarta linha da
Se A, B; tabela‑verdade apresentada para a condicional).
B, se A;
Todo A é B; Cuidado: Usualmente, quando empregarmos uma sen‑
A implica B; tença do tipo “se A então B” esperamos que exista alguma
A somente se B; forma de relacionamento entre A e B ou que guardem entre
A é suficiente para B; si alguma relação de causa e efeito.
B é necessário para A. Neste sentido, aceitaríamos com facilidade, por exem‑
plo, a  proposição “Se um número inteiro termina com o
algarismo 8 então este número é par”.
Uma condicional “Se A então B” é falsa somente quando
No mesmo sentido, tenderíamos a recusar proposições
sua condição (A) é verdadeira e sua conclusão (B) é falsa,
como:
sendo verdadeira em todos os outros casos.
Isto significa que numa proposição condicional, a única “se um triângulo tem três lados então o número sete
situação inaceitável é termos uma condição verdadeira e é primo”
uma conclusão falsa.
Na tabela‑verdade apresentada a seguir podemos ob‑ Ou, ainda:
servar os resultados da proposição condicional “Se A então
Raciocínio Lógico

B” para cada um dos valores que A e B podem assumir. “se um quadrado tem sete lados então fala‑se o por‑
tuguês no Brasil”
A B A→B
V V V Provavelmente recusaríamos a primeira dizendo algo
como:
V F F
F V V “O que é que tem a ver um triângulo ter três lados com o
F F V fato de o número sete ser primo?”

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Quanto à segunda, é quase certo que alguém a recusasse Assim, percebemos que, para a Lógica, o valor lógico
alegando algo como: de uma proposição composta independe da existência de
qualquer relação entre as proposições dadas.
“Para começar, um quadrado não tem sete lados, mas
quatro. E mesmo que tivesse, isto não tem nada a ver com Bicondicional: A se e somente se B
falar‑se ou não o português no Brasil”.
Denominamos bicondicional a proposição composta
Esse tipo de recusa parece razoável, pois nestas afirma‑ formada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas
ções falta algo que relacione a primeira parte da proposição pelo conectivo “se e somente se”.
(condição) com a segunda (conclusão). A proposição bicondicional “A se e somente se B” pode
No entanto, segundo as regras da Lógica, estas duas ser representada simbolicamente como:
proposições são verdadeiras!
Para verificarmos isto, basta analisarmos cada uma delas A↔B
seguindo as regras estudadas: Exemplo: Dadas as proposições simples:
Vejamos:
A: Adalberto é meu tio.
Proposição: Se um triângulo tem três lados então o B: Adalberto é irmão de um de meus pais.
número sete é primo.
A proposição bicondicional “A se e somente se B” pode
Esta é uma proposição do tipo “Se A então B”. ser escrita como:

A condição da proposição é: A ↔ B: Adalberto é meu tio se e somente se Adalberto


A: Um triângulo tem três lados. é irmão de um de meus pais.
(verdade)
Como o próprio nome e símbolo sugerem, uma propo‑
A conclusão é: sição bicondicional “A se e somente se B” equivale à propo‑
B: O número sete é primo. sição composta “se A então B e se B então A”.
(verdade) Podem‑se empregar também como equivalentes de “A
se e somente se B” as seguintes expressões:
Como sabemos, uma proposição condicional onde a
condição e a conclusão sejam, ambas, verdadeiras será ela A se e só se B;
mesma, também, verdadeira. Todo A é B e todo B é A;
Todo A é B e reciprocamente;
Confira na tabela‑verdade: Se A então B e reciprocamente;
A é necessário e suficiente para B;
A B A→B A é suficiente para B e B é suficiente para A;
A é necessário para B e B é necessário para A.
V V V
V F F A proposição bicondicional “A se e somente se B” é
F V V verdadeira somente quando A e B têm o mesmo valor lógico
F F V (ambas são verdadeiras ou ambas são falsas), sendo falsa
quando A e B têm valores lógicos contrários.
Proposição: Se um quadrado tem sete lados então Na tabela‑verdade apresentada a seguir podemos
fala‑se o português no Brasil” observar os resultados da proposição bicondicional “A se e
somente se B” para cada um dos valores que A e B podem
A proposição é do tipo “Se A então B”. assumir.

Condição da sentença: A B A↔B


A: Um quadrado tem sete lados. V V V
(falso) V F F
F V F
Conclusão da sentença é:
B: Fala‑se o português no Brasil. F F V
(verdade)
Sentenças Abertas
Como sabemos, TODA proposição condicional com con‑
dição FALSA é, sempre, VERDADEIRA (independentemente Dizemos que uma expressão P(x) é uma sentença
de a conclusão ser verdadeira ou falsa). aberta na variável x se, e somente se, P(x) se tornar uma
proposição sempre que substituirmos a variável x por qual‑
quer elemento pertencente a certo conjunto denominado
Raciocínio Lógico

Confira na tabela‑verdade:
universo de discurso.
Note que, ao substituirmos a variável da sentença aberta
A B A→B por um elemento dado do seu universo de discurso, a pro‑
V V V posição resultante não tem que ser Verdadeira.
V F F
Exemplo: A expressão 2x + 5 = 25 é uma sentença aberta
F V V
na variável x. Quando substituímos a variável pelo número 5
F F V obtemos uma proposição Falsa: 2⋅(5) + 5 = 25.

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6 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Tautologia Assim, quando uma proposição composta for uma
contingência, a última coluna de sua tabela‑verdade deverá
Uma proposição composta é uma tautologia se e so‑ apresentar o valor lógico V (verdadeiro) pelo menos uma
mente se ela for sempre verdadeira, independentemente vez e, também, o valor lógico F (falso) pelo menos uma vez.
dos valores lógicos das proposições que a compõem.
Deste modo, quando uma proposição composta for uma Exemplo:
tautologia, a última coluna de sua tabela‑verdade será o valor A proposição “Se A então B” é uma contingência, pois
lógico V (verdadeiro) em todas as suas linhas. será Falsa quando A for Verdadeira e B Falsa, sendo Verda‑
deira em todos os outros casos.
Exemplo:
A proposição “Se (A e B) então (A ou B)” é uma tau‑ As Três Leis Fundamentais do Pensamento Lógico
tologia, pois é sempre verdadeira independentemente
dos valores lógicos de A e de B, como se pode observar na Alguns autores citam três princípios como sendo funda‑
tabela‑verdade abaixo: mentais para o pensamento lógico.

A B AeB A ou B (A e B) → (A ou B) Princípio da Identidade


V V V V V
Se uma proposição qualquer é verdadeira, então ela é
V F F V V
verdadeira.
F V F V V Em símbolos:
F F F F V P→P

Contradição Princípio da Não Contradição

Uma proposição composta formada por duas ou mais Nenhuma proposição pode ser verdadeira e também
proposições é uma contradição se e somente se ela for ser falsa.
sempre falsa, independentemente dos valores lógicos das Em símbolos:
proposições que a compõem. ~(P ∧ ~P)
Portanto, quando uma proposição composta for uma
contradição a última coluna de sua tabela‑verdade será o Princípio do Terceiro Excluído
valor lógico F (falso) em todas as suas linhas.
Uma proposição ou é verdadeira ou é falsa.
Exemplo: Em símbolos:
A proposição “A se e somente se não A” é uma con‑ ou P ou ~P
tradição pois é sempre falsa, independentemente dos
valores lógicos de A e de não A, como se pode observar na
Implicação Lógica
tabela‑verdade abaixo:
Dizemos que a proposição A implica (ou acarreta) a
A ~A A ↔ ~A proposição B se, e somente se, for impossível termos simulta‑
V F F neamente A verdadeira e B falsa na proposição condicional
F V F “Se A então B” (em símbolos: A→B).
Quando A implica B anotamos:
O exemplo acima mostra que uma proposição qualquer
A e sua negação, ~A, nunca serão ambas verdadeiras nem A⇒B
ambas falsas. (lê‑se: A implica B ou A acarreta B)

Relação entre Tautologia e Contradição Propriedades da Implicação Lógica

Sabemos que uma tautologia é sempre verdadeira en‑ São propriedades da relação de implicação lógica:
quanto uma contradição, sempre falsa, daí pode‑se concluir 1ª – A ⇒ A (reflexiva);
que: 2ª – Se A ⇒ B e se B ⇒ C então A ⇒ C (transitiva);
3ª – A implicação lógica NÃO é simétrica.
A negação de uma tautologia é sempre uma contradição.
Proposições Logicamente Equivalentes
e
Dizemos que duas proposições são logicamente equi‑
A negação de uma contradição é sempre uma tautologia. valentes ou simplesmente equivalentes quando satisfazem
Raciocínio Lógico

às duas condições seguintes:


Contingência 1o – são compostas pelas mesmas proposições simples;
2o – têm tabelas‑verdade idênticas.
Uma proposição composta formada por duas ou mais
proposições é uma contingência se e somente se for possível Uma consequência prática da equivalência lógica é que
que ela seja verdadeira tanto quanto que ela também seja ao trocar uma dada proposição por qualquer outra que lhe
falsa, dependendo dos valores lógicos das proposições que seja equivalente, estamos apenas mudando a maneira de
a compõem. dizê‑la.

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A equivalência lógica entre duas proposições, A e B, A tabela a seguir mostra as equivalências mais comuns
pode ser representada simbolicamente como: para as negações de algumas proposições compostas:

A⇔B Equivalente da
(lê‑se: A é equivalente a B) Proposição Negação direta
Negação
AeB Não (A e B) Não A ou não B
As proposições A e B serão equivalentes se, e somente
se, for impossível termos simultaneamente A verdadeira A ou B Não (A ou B) Não A e não B
com B falsa ou A falsa com B verdadeira na proposição Se A então B Não (se A então B) A e não B
bicondicional “ A se, e somente se, B” (em símbolos: A↔B). A se e Não (A se e Ou A ou B
somente se B somente se B)
Regras de Equivalência Todo A é B Não (todo A é B) Algum A não é B
Algum A é B Não (algum A é B) Nenhum A é B
Da definição de equivalência lógica podem‑se demons‑
trar as seguintes equivalências:
1. A ⇔ A (reflexiva); Diagramas Lógicos
2. Se A ⇔ B então B ⇔ A (simétrica);
Um diagrama lógico é um esquema que busca repre‑
3. Se A ⇔ B e se B ⇔ C então A ⇔ C (transitiva); sentar as relações existentes entre as diversas partes que
4. Se A e B são duas tautologias então A ⇔ B; compõem uma proposição.
5. Se A e B são duas contradições então A ⇔ B. O modelo mais comum para diagramas lógicos é o dos
diagramas de Venn‑Euler.
Leis de comutatividade Neste capítulo aprofundaremos nossos estudos sobre
6. A ∧ B ⇔ B ∧ A os digramas lógicos estudando uma variação do modelo
7. A ∨ B ⇔ B ∨ A de Venn‑Euler que nos permitirá uma representação mais
8. A ∨ B ⇔ B ∨ A precisa do que aquela vista anteriormente.
9. A ↔ B ⇔ B ↔ A
Universo de discurso (U)
Leis de associatividade
10. (A ∧ B) ∧ C ⇔ A ∧ (B ∧ C) Denomina‑se universo de discurso o conjunto de tudo o
11. (A ∨ B) ∨ C ⇔ A ∨ (B ∨ C) que se admite como possível em um dado contexto.
Deste modo, qualquer proposição possível será um
Leis de distributividade subconjunto do universo de discurso.
12. A ∧ (B ∨ C) ⇔ (A ∧ B) ∨ (A ∧ C) O universo de discurso será sempre indicado pela região
13. A ∨ (B ∧ C) ⇔ (A ∨ B) ∧ (A ∨ C) interna de um retângulo.
Cada proposição é indicada por uma região delimitada
Lei da dupla negação dentro do universo de discurso.
14. ~(~A) ⇔ A

Equivalências da Condicional
15. A → B ⇔ ~A ∨ B
16. A → B ⇔ ~B → ~A

Equivalências da Bicondicional
17. A ↔ B ⇔ (A → B) ∧ (B → A)
18. A ↔ B ⇔ (A ∧ B) ∨ (~B ∧ ~A)
19. A ↔ B ⇔ ~(A ∨ B)
U = universo de discurso
Leis de Morgan A = proposição
20. ~(A ∪ B) ⇔ ~A ∩ ~B
21. ~(A ∩ B) ⇔ ~A ∪ ~B Uma proposição é verdadeira em qualquer ponto dentro
de sua região sendo falsa em todos os demais pontos do
universo de discurso.
Negação de Proposições Compostas
Um problema de grande importância para a lógica é
o da identificação de proposições equivalentes à negação
de uma proposição dada. Negar uma proposição simples é
uma tarefa que não oferece grandes obstáculos. Entretanto
podem surgir algumas dificuldades quando procuramos
Raciocínio Lógico

identificar a negação de uma proposição composta.


Como vimos anteriormente, a negação de uma propo‑
sição deve ter sempre valor lógico oposto ao da proposição
dada. Deste modo, sempre que uma proposição A for ver‑
dadeira, a sua negação não‑A deve ser falsa e sempre que
A for falsa, não‑A deve ser verdadeira.
Em outras palavras a negação de uma proposição deve Na região 1 a proposição A é verdadeira.
ser contraditória com a proposição dada. Na região 2 a proposição A é falsa.

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8 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Diagrama Lógico da Disjunção Exclusiva
Na região 1 A e B são falsas.
Na região 2 A é verdadeira e B é falsa. Se as proposições A e B forem representadas como
Na região 3 A e B são verdadeiras. conjuntos através de um diagrama, a  disjunção exclusiva
Na região 4 A é falsa e B é verdadeira. “A ∨ B” corresponderá à união da parte do conjunto A que
não está em B (A−B) com a parte do conjunto B que não
Ao representar uma estrutura lógica por um diagrama está em A (B−A).
lógico somente as regiões para as quais o resultado da
(A−B) ∪ (B−A)
tabela‑verdade da estrutura representada for verdadeiro
serão sombreadas.

Diagrama Lógico da Negação

Num diagrama de conjuntos, se a proposição A for


representada pelo conjunto A, então a negação “não‑A”
corresponderá ao conjunto complementar de A.

Observe que isto equivale à diferença entre a união e a


interseção dos conjuntos A e B.

(A∪B) − (A ∩B)

Diagramas Lógicos da Condicional “A → B”

Se as proposições A e B forem representadas como


conjuntos através de um diagrama, a proposição condicional
“Se A então B” poderá ser indicada de dois modos:

Diagrama Lógico da Conjunção 1º Como nos casos anteriores, sombreando somente as


regiões dos conjuntos A e B correspondentes às linhas cujo
Se as proposições A e B forem representadas como resultado é V na tabela‑verdade da proposição condicional.
conjuntos através de um diagrama, a  conjunção “A ∧ B”
corresponderá à interseção do conjunto A com o conjunto
B, A ∩ B.

2º Como a inclusão do conjunto A no conjunto B (A está


contido em B).
Raciocínio Lógico

Diagrama Lógico da Disjunção

Se as proposições A e B forem representadas como


conjuntos através de um diagrama, a  disjunção “A ∨ B”
corresponderá à união do conjunto A com o conjunto B.

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Diagramas Lógicos da Bicondicional Representações Gráficas

Se as proposições A e B forem representadas como Deve‑se ao matemático suíço Leonhard Euler (1707-
conjuntos através de um diagrama, a  proposição bicondi‑ 1783) a ideia de representar as proposições categóricas por
cional “A se e somente se B” corresponderá à igualdade meio de diagramas que, por isto, são denominados diagra‑
dos conjuntos A e B. mas de Euler ou diagramas lógicos.
Nas representações gráficas das proposições categóricas
considere o significado dos seguintes sinais que aparecerão
em certas regiões dos conjuntos citados:

Sinal Significado
x Esta região tem pelo menos um elemento.
? Esta região pode ter elementos ou não.

Todo A é B.

Algum A é B.

Proposições Categóricas
Na lógica clássica (também chamada lógica aristotélica)
o estudo da dedução era desenvolvido usando‑se apenas
quatro tipos especiais de proposições, denominadas pro‑
posições categóricas.
As proposições categóricas podem ser universais ou
particulares, cada uma destas podendo ser afirmativa ou
negativa. Temos, portanto, quatro proposições categóricas
possíveis. Nenhum A é B.
As quatro proposições categóricas possíveis, em suas
formas típicas, são apresentadas no quadro seguinte:

Afirmativas Negativas
Universais Todo A é B. Nenhum A é B.
Particulares Algum A é B. Algum A não é B.

Sujeito e Predicado de uma Proposição Categórica

Dada uma proposição categórica em sua forma típica Algum A não é B.


chamamos de:
– sujeito o elemento da sentença relacionado ao quan‑
tificador da proposição;
– predicado o elemento que se segue ao verbo.

Exemplos:
Raciocínio Lógico

Proposições
Sujeito Predicado
Categóricas
Todo atleta nato é um ven‑ atleta nato um vencedor
cedor Neste último caso é importante lembrar que o conjunto
B não poderá resultar totalmente vazio. Isto se deve em
Nenhum ser vivo é imortal ser vivo imortal
obediência a um dos princípios da lógica das proposições
Algum quadro é obra de arte quadro obra de arte categóricas que estabelece que “toda classe tem que possuir
Algum político não é honesto político honesto pelo menos um elemento”.

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Quantificação

A quantificação é uma forma de estabelecer uma relação


entre sujeito e predicado de uma proposição.
Quando dizemos “Todo atleta é um batalhador”, es‑
tamos fazendo referência a dois conjuntos – o conjunto
daqueles que são atletas e o conjunto daqueles que são ba‑
talhadores. Assim, o sentido da sentença é que “todo aquele
que pertença ao conjunto dos atletas, também pertence ao
conjunto dos batalhadores”.
Na teoria dos conjuntos, os elementos de um conjunto
é que são quantificados para que se possa estabelecer sua
relação de pertinência com um outro conjunto.
1. Contraditórias – Uma proposição categórica qualquer
Representação Simbólica e sua negação lógica são ditas contraditórias.

Os quantificadores são representados por símbolos es‑ “Todo A é B” e “Algum A não é B” são contraditórias.
peciais e sua leitura é feita de modo ligeiramente diferente
daquela como usamos nas proposições categóricas. “Nenhum A é B” e “Algum A é B” são contraditórias.

Duas proposições contraditórias não podem ser am‑


Quantificador Símbolo Significado bas verdadeiras nem ambas falsas, tendo sempre valores
Todo, lógicos opostos.
Universal ∀ Para todo ou
– Se soubermos que uma proposição qualquer é ver‑
Qualquer que seja
dadeira, poderemos garantir que a sua contraditória
Particular ∃ Existe algum será falsa.
– Se soubermos que uma proposição qualquer é falsa,
Não existe poderemos garantir que a sua contraditória será
Particular negativo ∃/ verdadeira.
Particular exclusivo ∃I Existe um único
2. Contrárias – Uma afirmativa universal e a correspon‑
dente negativa universal são ditas contrárias.
Exemplos:
“Todo A é B” e “Nenhum A é B” são contrárias.
Universal afirmativa:
Todo A é B. Duas sentenças contrárias nunca são ambas verdadei‑
∀x, x∈A → x∈B ras, mas podem ser ambas falsas.
(para todo x, se x∈A então x∈B)
– Se soubermos que uma universal qualquer é verda‑
Universal negativa: deira poderemos garantir que a sua contrária é falsa.
Nenhum A é B. – Por outro lado se soubermos que uma universal
∀x, x∈A → x∉B qualquer é falsa não poderemos garantir que a sua
(para todo x, se x∈A então x∉B) contrária seja falsa também.
Particular afirmativa: 3. Subcontrárias – Uma afirmativa particular e a cor‑
Algum A é B. respondente negativa particular são ditas subcontrárias.
∃x, x∈A ∧ x∈B
(existe algum x tal que x∈A e x∈B) “Algum A é B” e “Algum A não é B” são subcontrárias.

Particular negativa: Duas sentenças subcontrárias nunca são ambas falsas,


Nenhum A é B. mas podem ser ambas verdadeiras.
∃/ x, x∈A ∧ x∈B
(não existe x tal que x∈A e x∈B) – Se soubermos que uma proposição particular é falsa,
poderemos garantir que a sua subcontrária é verda‑
Relações Quantificacionais deira.
– Por outro lado, se soubermos que uma proposição
Duas proposições categóricas distintas, que tenham particular é verdadeira não poderemos garantir que
mesmo sujeito e mesmo predicado, ou não poderão ser sua subcontrária seja verdadeira também.
Raciocínio Lógico

ambas verdadeiras ou não poderão ser ambas falsas, ou as


duas coisas. 4. Subalternas  – Duas afirmativas ou duas negativas
Dizemos que estarão sempre em oposição. (sendo uma universal e sua particular correspondente) são
ditas subalternas.
São quatro os tipos de oposição.
“Todo A é B” e “Algum A é B” são subalternas.
Observe o quadro a seguir que é conhecido como qua‑
dro de oposições. “Nenhum A é B” e “Algum A não é B” são subalternas.

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– Se soubermos que uma proposição universal é verda‑ premissa = hipótese
deira então poderemos garantir que sua subalterna conclusão = tese
particular também será verdadeira. A recíproca (da
particular para a universal) não pode ser garantida. Silogismo
– Se soubermos que uma proposição particular
é falsa então poderemos garantir que sua subalterna Um argumento formado por exatamente três proposi‑
universal será falsa também. A recíproca (da univer‑ ções, sendo duas como premissas e a outra como conclusão,
sal para a particular) não pode ser garantida. é denominado silogismo.
{ P1, P2 } ⇢ C
Existe uma forma simples de resumirmos o comporta‑ Assim, são exemplos de silogismos os seguintes argu‑
mento de duas proposições subalternas. mentos:
1º – Monte uma sentença condicional colocando as
proposições subalternas na seguinte ordem: I. P1: Todos os artistas são apaixonados.
P2: Todos os apaixonados gostam de flores.
Se (Universal) então (Particular) C : Todos os artistas gostam de flores.

2º – Marque o valor lógico (V ou F) junto da parte que II. P1: Todos os apaixonados gostam de flores.
contém a proposição cujo valor lógico é conhecido. P2: Míriam gosta de flores.
C : Míriam é uma apaixonada.
3º  – Deduzimos quais valores lógicos poderão ter a
subalterna restante de modo que a sentença condicional Silogismos Categóricos
seja verdadeira. Um silogismo é denominado categórico quando:
1o É composto por três proposições categóricas;
Exemplos: 2 o As três proposições categóricas devem conter,
1. Sabemos que a proposição universal é verdadeira. ao todo, três únicos termos;
3o Cada um dos termos deve ocorrer em exatamente
Se (universal) então (particular) duas das três proposições que compõem o silogismo.
V → V Exemplo:
No silogismo:
Portanto, a proposição particular também é verdadeira. P1: Todo bom atleta é persistente.
P2: Hudson é um bom atleta.
2. Sabemos que a proposição universal é falsa. C: Hudson é persistente.

Se (universal) então (particular) Os três termos são:


F → V ou F bom atleta – que ocorre nas duas premissas, P1 e P2;
persistente – que ocorre na primeira premissa e na
Portanto, a proposição particular pode ser verdadeira conclusão;
ou falsa. Hudson – que ocorre na segunda premissa e na conclusão.

3. Sabemos que a proposição particular é verdadeira. Termos de um Silogismo


Cada um dos termos que ocorrem num silogismo cate‑
górico tem um nome especial:
Se (universal) então (particular) – Termo médio (M): é aquele que ocorre nas duas
V ou F ← V premissas.
– Termo maior (T): é o termo que ocorre como predi‑
Portanto, a proposição universal pode ser verdadeira cado da conclusão.
ou falsa. – Termo menor (t): é o termo que ocorre como sujeito
da conclusão.
4. Sabemos que a proposição particular é falsa.
Forma Típica de um Silogismo Categórico
Se (universal) então (particular)
Um silogismo categórico é dito de forma típica quando
F ← F
satisfaz às três seguintes condições:
1o As três proposições categóricas que o integram estão
Portanto, a proposição universal também é falsa. em suas formas típicas;
2o A primeira premissa (premissa maior) tem o predi‑
Argumento cado da conclusão (termo maior) como um de seus termos;
3o A segunda premissa (premissa menor) tem o sujeito
Raciocínio Lógico

Denomina‑se argumento a relação que associa um da conclusão (termo menor) como um de seus termos.
conjunto de proposições P1, P2, ... Pn, chamadas premissas
do argumento, a  uma proposição C a qual chamamos de Exemplo:
conclusão do argumento. Observe o silogismo categórico seguinte:
{P1, P2, ... Pn} ⇢ C
No lugar dos termos “premissa” e “conclusão” podem P1: Todo artista é brincalhão.
ser empregados os termos correspondentes “hipótese” e P2: Todo brincalhão é cortês.
“tese”, respectivamente. C: Todo artista é cortês.

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12 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Este silogismo não está na forma típica, pois o seu 1 AAA
termo maior (cortês) está presente na segunda premissa e 2 AAE
não na primeira. 3 AAI
Para colocá‑lo na forma típica, no entanto, basta permu‑ 4 AAO
tarmos a premissas entre si. Assim teremos: 5 AEA
6 AEE
P1: Todo brincalhão é cortês. 7 AEI
P2: Todo artista é brincalhão. : :
C: Todo artista é cortês. : :
: :
Figura 64 OOO
Num silogismo categórico, na forma típica a posição do
termo médio em cada uma das duas premissas varia de um Forma
silogismo para outro havendo quatro situações possíveis. Como podemos observar dos conceitos que estudamos
Cada uma dessas quatro situações corresponde a uma de figura e de modo, um silogismo não é completamente
figura, conforme segue: caracterizado somente por sua figura nem somente por seu
Primeira Figura – O termo médio ocorre “nos extremos”, modo.
ou seja, o termo médio ocorre como sujeito da primeira Ou seja, podemos ter dois silogismos categóricos de mo‑
premissa e como predicado da segunda premissa. dos diferentes mas de mesma figura, assim como podemos
Segunda Figura – O termo médio ocorre como predica‑ ter dois silogismos categóricos de figuras diferentes mas de
do nas duas premissas. mesmo modo.
Para caracterizarmos completamente um silogismo
Terceira Figura – O termo médio ocorre como sujeito
categórico, devemos identificar, conjuntamente, tanto seu
nas duas premissas.
modo quanto sua figura.
Quarta Figura – O termo médio ocorre “nos meios”, Ao definirmos tanto o modo quanto a figura de um
ou seja, o termo médio ocorre como predicado da primeira silogismo, estamos identificando a sua forma.
premissa e como sujeito da segunda premissa. É, portanto
o inverso da primeira figura. ( modo ) + ( figura ) = ( forma )

Modo Exemplo:
O modo de um silogismo de forma típica é determina‑ Considere o seguinte silogismo categórico:
do pelos tipos de proposições categóricas usados em sua
“Todo elemento perigoso é potencialmente nocivo à
construção.
sociedade;
Cada modo é representado por três vogais, cada uma Todo motorista desatento é um elemento perigoso;
delas indicando uma proposição categórica de modo que: Logo, todo motorista desatento é potencialmente nocivo
– A primeira vogal indica o tipo da proposição categó‑ à sociedade”
rica da premissa maior;
– A segunda vogal indica o tipo da proposição categó‑ é um silogismo da forma AAA-1 (modo AAA – primeira figura)
rica da premissa menor;
– A terceira vogal indica o tipo da proposição categórica Número de Formas Possíveis de Silogismos
da conclusão. Cada um dos 64 modos possíveis de um silogismo pode
ocorrer em qualquer uma das 4 figuras.
As vogais representativas das proposições categóricas Portanto temos
são:
A: Universal Afirmativa – Todo X é Y. 64×4 = 256
E: Universal Negativa – Nenhum X é Y.
Este é o total de formas diferentes possíveis para os
I : Particular Afirmativa – Algum X é Y. silogismos.
O: Particular Negativa – Algum X não é Y. De todos os 256 silogismos categóricos possíveis, so‑
mente uma pequena parte constitui argumentos válidos,
Exemplo: conceito este que passaremos a estudar a seguir.
O silogismo
“Todos os cantores são pessoas vaidosas; Argumento Válido
Algumas pessoas vaidosas são chatas.
Logo, alguns cantores são pessoas chatas.” Dizemos que um argumento é válido ou ainda que ele é
legítimo ou bem construído quando a sua conclusão é uma
É um silogismo do modo AII pois a primeira premissa é consequência obrigatória do seu conjunto de premissas.
Posto de outra forma:
Raciocínio Lógico

do tipo A (universal afirmativa) enquanto a segunda premissa


é do tipo I (particular afirmativa) e a conclusão é do tipo I
(particular afirmativa). Um argumento é válido quando, ao assumirmos as pre‑
Além disso, podemos dizer também que este silogismo missas do argumento como verdadeiras, a verdade da
conclusão fica logicamente estabelecida.
é da quarta figura, pois o termo médio ocorre nos “meios”
das duas premissas. Isto significa que, num argumento válido, jamais pode‑
Se enumerarmos todos os modos possíveis para um remos ter uma conclusão falsa quando as premissas forem
silogismo, verificaremos que eles são, ao todo, 64. verdadeiras.

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É importante observar que o estudo dos argumentos Na tabela abaixo podemos ver um resumo das situações
ocupa‑se tão somente da validade destes e não leva em possíveis para um argumento:
conta se as proposições que o compõem são realmente
verdadeiras ou não. Se um argumento e as premissas... então a conclusão
Deste modo, ao se discutir a validade de um argumento é... será:
é irrelevante saber se as premissas são realmente verda‑
são todas verda‑ n e ce s s a r i a m e nte
deiras ou não.
Válido deiras Verdadeira.
Tudo que precisamos fazer é assumir que as premissas
sejam todas verdadeiras e verificar se isto obriga ou não a (bem construído) não são todas ver‑ ou Verdadeira ou
conclusão a ser também verdadeira. dadeiras Falsa.

Exemplo: Se um argumento e as premissas... então a conclusão


Considere o silogismo: é... será:
“Todos os pardais adoram jogar xadrez. Independente‑
Nenhum enxadrista gosta de óperas. Inválido mente de serem ou Verdadeira ou
Portanto, nenhum pardal gosta de óperas.” (mal construído) ou não todas ver‑ Falsa.
dadeiras
Este silogismo está perfeitamente bem construído (veja
Noções sobre Cálculo de Predicados de 1a Ordem
o diagrama abaixo), sendo, portanto, um argumento válido
muito embora a verdade das premissas seja questionável.
Não existe um meio efetivo de testar a validade de
todos os argumentos possíveis. Daí surge o interesse no
desenvolvimento de um método que permita a dedução
da conclusão de um argumento qualquer, ou seja, o cálculo
axiomático de predicados.
Este assunto é vasto e uma abordagem completa exigiria,
primeiramente, que se fundamentasse axiomaticamente o
cálculo proposicional.
Faremos a seguir um breve resumo do assunto.
Op = Conjunto dos que gostam de Óperas
X = Conjunto dos que adoram jogar xadrez Sentenças Abertas
P = Conjunto dos pardais
Pelo diagrama pode‑se perceber que nenhum elemento o Considere uma expressão p(x) capaz de ser lida como
conjunto P (pardais) pode pertencer ao conjunto Op (os que uma proposição para cada valor atribuído a x num dado
gostam de Óperas). conjunto U não vazio, ou seja, p(x) ou é verdadeira ou é falsa
para todo x pertencente a U.
Argumento Inválido Nessas condições dizemos que p(x) é uma sentença
aberta em U.
Dizemos que um argumento é inválido, também de‑ Se p(x) é uma sentença aberta no conjunto U então
nominado ilegítimo, mal construído ou falacioso, quando esse conjunto é chamado conjunto-universo de discussão
a verdade das premissas não é suficiente para garantir a da sentença enquanto x é chamado variável de discussão
verdade da conclusão. da sentença.
Exemplo:
O silogismo: Exemplos:

“Todos os alunos do curso, passaram. Sentença aberta p(x) Universo Valor de p(2)
Maria não é aluna do curso.
x>3 Z Falso
Portanto, Maria não passou.”
2x+1 = 5 Z Verdadeiro
é um argumento inválido, falacioso, mal construído, 3x=10 Z Falso
pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade
da conclusão (veja o diagrama abaixo). Quando p(u) for verdadeira para algum u ∈ U dizemos
que esse u confirma p(x) ou ainda que u é uma solução de
p(x).
É preciso ficar bem claro que as sentenças abertas não
são verdadeiras nem são falsas. Ao substituirmos as variáveis
das sentenças abertas por valores específicos as sentenças
tornam-se proposições. Estas sim é que são ou verdadeiras
ou falsas. Por esse motivo é que as sentenças abertas tam‑
Raciocínio Lógico

bém são chamadas de funções proposicionais.


P = Conjunto das pessoas que passaram.
C = Conjunto dos alunos do curso. Conjunto-Verdade
m = Maria.
Pelo diagrama vê‑se que Maria pode ter passado mesmo Chama-se conjunto-verdade de p(x) em U, ou conjunto‑
sem ser aluna do curso. -solução de p(x) em U, ao  conjunto que reúne todos os
(a primeira premissa não afirmou que somente os alunos do elementos de U que sejam solução de p(x), ou seja, para os
curso haviam passado). quais p(x) é verdadeira.

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O conjunto-verdade é representado costumeiramente P3. O conjunto-verdade da conjunção p(x) ∧ q(x) é a
por V ou por S. interseção dos seus conjuntos-verdade.

V = {u ∈ U| p(u) é verdadeira}. Vp∧q = Vp ∩ Vq

Exemplos: P4. O conjunto-verdade da condicional p(x) → q(x) é a


união dos conjuntos-verdade de ~p(x) e de q(x).
Sentença aberta Universo Conjunto-Verdade
x>3 Z V={4, 5, 6, 7, 8, ...} Vp→q = V~p ∪ Vq
2x+1 = 5 Z V={2}
P5. O conjunto-verdade da bicondicional p(x) ↔ q(x)
3x=10 Q V={10/3}
é a interseção dos conjuntos-verdade de ~p(x) e de ~q(x).
3x=10 Z V=∅
Vp↔q = V~p ∩ V~q
Sentenças com duas ou mais Variáveis

Uma sentença aberta pode ter duas ou mais variáveis. Quantificação


p(x, y) sentença aberta nas variáveis, x e y. Existem duas maneiras de se transformar uma sentença
p(x, y, z) sentença aberta nas variáveis, x, y e z. aberta em uma proposição. Uma delas é atribuindo valores
p(x, y, z, w) sentença aberta nas variáveis, x, y, z e w. a suas variáveis. A outra é fazer uso da quantificação.
As quantificações estabelecem relações de inclusão ou
No conjunto-verdade de uma sentença aberta com duas exclusão entre sujeito e predicado em certas sentenças que
ou mais variáveis os elementos serão representados por funcionarão como proposições.
pares ordenados ou por seus análogos para mais variáveis. O quadro seguinte resume as quatro proposições quan‑
tificacionais fundamentais:
Exemplos:

– O conjunto-verdade da sentença aberta xy = 5 em Z Afirmativa Negativa


será: Universal Todo A é B. Nenhum A é B.
V={(1;5), (5;1), (−1; −5), (−5; −1)} Particular Algum A é B. Algum A não é B.
– O conjunto-verdade da sentença aberta 0 < (x+y+z) <
4 em N será: Símbolos Quantificacionais

V={(1; 1; 2), (1; 2; 1), (2; 1; 1)} Quando dizemos “Todo atleta é um batalhador.” estamos
fazendo referência a dois conjuntos – o conjunto daqueles
Operações lógicas sobre sentenças abertas que são atletas e o conjunto daqueles que são batalhadores.
Assim, o sentido da sentença é que “todo aquele que per‑
As operações lógicas proposicionais podem ser associa‑ tença ao conjunto dos atletas, também pertence ao conjunto
das às sentenças abertas criando outras sentenças abertas. dos batalhadores”.
Assim, se p(x) e q(x) forem duas sentenças abertas quais‑ Na teoria dos conjuntos os elementos de um conjunto é
quer, serão também sentenças abertas: que são quantificados para que se possa estabelecer sua
relação de pertinência com outro conjunto.
~p(x) Os quantificadores são representados por símbolos espe‑
~q(x) ciais e sua leitura é usualmente feita de modo ligeiramente
p(x) ∧ q(x) diferente daquela como usamos nas proposições categóricas.
p(x) ∨ q(x)
p(x) → q(x)
Quantificador Símbolo Significado
p(x) ↔ q(x)
etc. Universal ∀ Todo,
Para todo
Propriedades ou
Qualquer que seja
Se p(x) e q(x) são sentenças abertas discutidas no uni‑
Particular ∃ Existe algum
verso U e Vp representa o conjunto-verdade de p(x), então
valem as seguintes propriedades: Particular negativo ∃/ Não existe

P1. O conjunto-verdade da negação ~p(x) é o comple‑ Particular exclusivo ∃I Existe um único


Raciocínio Lógico

mento do conjunto verdade de p(x).


Exemplos
V~p = U − Vp
Universal afirmativa:
P2. O conjunto-verdade da disjunção p(x) ∨ q(x) é a
união dos seus conjuntos-verdade. Todo A é B.
∀x, x∈A → x∈B
Vp∨q = Vp ∪ Vq (para todo x, se x∈A então x∈B)

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Universal negativa: 8. silogismo disjuntivo
A ∨ B , ~A ∴ B
Nenhum A é B. A ∨ B , ~B ∴ A
∀x, x∈A → x∉B
(para todo x, se x∈A então x∉B) 9. dilema construtivo
(A→B) ∧ (C→D), A ∨ C ∴ B ∨ D
Particular afirmativa:
10. dilema destrutivo
Algum A é B. (A→B) ∧ (C→D), ~B ∨ ~D ∴ A ∨ C
∃x, x∈A ∧ x∈B
(existe algum x tal que x∈A e x∈B) Teoremas
Particular negativa: T1- (A ∨ B) , B→C ∴ (A ∨ C)
Nenhum A é B. T2- A→B ∴ ∼B→ ∼A
∃/ x, x∈A ∧ x∈B Rec- ∼B→ ∼A ∴ A→B
(não existe x tal que x∈A e x∈B)
T3- A→B , (∼A→B) ∴ B
Particular exclusiva:
T4- (A ∧ B) → C ∴ A → (B→C)
Só existe um número real que satisfaz a igualdade x+2 = 6 Rec- A → (B→C) ∴ (A ∧ B) → C
∃I x, x ∈ ℝ, x+2 = 6
(existe um único x tal que x∈ ℝ e x+2 = 6) T5- (A ∧ ∼B) → (C ∧ ∼C) ∴ A→B ( princ. da não con‑
tradição)
Variáveis Livres
T6- A → (B ∨ C) , ∼B ∴ A→C
Dizemos que uma variável é livre em uma dada sentença
se ela não está ligada a algum quantificador.
Proposições Dependentes
Exemplos
Sejam P1 e P2 duas proposições quaisquer. Dizemos que
x ≤ 3 (x é variável livre) P2 é dependente de P1 se, e somente se, o valor lógico de P2
depende do valor lógico dado a P1.
∃x (x ≠ w) (x não é variável livre mas w é) Ou seja, pelo menos uma das seguintes situações deve
ocorrer:
∀x (∃y (x ≥ y) ) (nem x nem y é livre) P1 Verdadeira obriga P2 Verdadeira
ou
Regras de Inferência P1 Verdadeira obriga P2 Falsa
ou
Nas regras apresentadas abaixo: P1 Falsa obriga P2 Verdadeira
– uma vírgula separa duas premissas; ou
– o sinal ∴ lê‑se portanto e separa as premissas da P1 Falsa obriga P2 Falsa
conclusão;
– as premissas estão sempre à esquerda do sinal ∴; Dependência entre Proposições
– a conclusão está sempre à direita do sinal ∴; Quanto à dependência entre duas proposições dadas,
– Rec. significa teorema recíproco do apresentado na P1 e P2, podem ocorrer somente duas situa­ções distintas:
linha anterior. 1ª Nenhuma das duas proposições tem seu o valor lógico
dependente do valor lógico da outra. Neste caso dizemos
1. modus ponens que não existe dependência ou ainda que as proposições
A , A→B ∴ B consideradas são independentes.
2ª Cada uma das proposições tem seu o valor lógico
2. modus tollens dependente do valor lógico da outra. Neste caso dizemos
A→B , ~B ∴ ~A que existe dependência ou ainda que as proposições consi‑
deradas são dependentes.
3. dupla negação
~(~B) ∴ B Exemplos: Considere as seguintes proposições:
A: Ana é alta;
4. introdução da conjunção
B: Beto é baixo;
A, B ∴ A ∧ B
C: Ana não é alta;
5. eliminação da conjunção D: Se Ana é Alta então Beto é baixo.
Raciocínio Lógico

A∧B∴A
A∧B∴B As proposições A e B são independentes, pois, em prin‑
cípio, pode‑se ter qualquer uma delas verdadeira ou falsa in‑
6. adição dependentemente do valor lógico que seja atribuído à outra.
A, B ∴ A ∨ B As proposições A e C são dependentes. De fato uma
vez que se tenha atribuído algum valor lógico a uma delas,
7. silogismo hipotético a  outra, necessariamente ficará obrigada ao valor lógico
A→B , B→C ∴ A→C oposto, dado que C é a negação de A.

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16 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
As proposições A e D também são dependentes. Isto II)
pode ser constatado observando que ao colocarmos qual‑
quer uma das duas com Falsa a outra, obrigatoriamente,
será Verdadeira.

Número de Linhas de uma Tabela‑Verdade

Se uma tabela‑verdade tem como componentes as


proposições P1, P2, ..., Pn, duas a duas independentes, então
o número de linhas desta tabela‑verdade será igual a: III e IV)
n
Ln = 2
Exemplo: Sejam P1, P2 e P3, três proposições inde‑
pendentes entre si, então a tabela verdade da proposição
composta “(P1 e P2) ou não‑P3” terá 23 = 8 linhas, como se
pode ver abaixo:

P1 P2 P3 (P1 e P2) não‑P3 (P1 e P2) ou não‑P3 V)


1 V V V V F V
2 V V F V V V
3 V F V F F F
4 V F F F V V
5 F V V F F F
6 F V F F V V
7 F F V F F F
3. Dê uma negação para cada uma das proposições abaixo.
8 F F F F V V
a) O tempo será frio e chuvoso.
b) Ela estudou muito ou teve sorte na prova.
Exercícios Resolvidos c) Maria não é morena ou Regina é baixa.
d) Se o tempo está chuvoso então está frio.
1. Todos os bons estudantes são pessoas tenazes. Assim
e) Todos os corvos são negros.
sendo:
a) Alguma pessoa tenaz não é um bom estudante. f) Nenhum triângulo é retângulo.
b) O conjunto dos bons estudantes contém o conjunto g) Alguns sapos são bonitos.
das pessoas tenazes. h) Algumas vidas não são importantes.
c) Toda pessoa tenaz é um bom estudante.
d) Nenhuma pessoa tenaz é um bom estudante. Solução:
e) O conjunto das pessoas tenazes contém o conjunto a) O tempo não será frio ou não será chuvoso.
dos bons estudantes. b) Ela não estudou muito e não teve sorte na prova.
c) Maria é morena e Regina não é baixa.
Solução: d) O tempo está chuvoso e não está frio.
Alternativa: e e) Algum corvo não é negro.
Dizer que “todos os bons estudantes são pessoas f) Algum triângulo é retângulo.
tenazes” equivale a dizer que dentro do conjunto que g) Nenhum sapo é bonito.
reúne todas as pessoas tenazes acharemos todos os h) Todas as vidas são importantes.
bons estudantes. Assim sendo, podemos dizer que o
conjunto das pessoas tenazes contém o conjunto dos 4. Todo baiano gosta de “axé music”. Sendo assim:
bons estudantes. Isto poderia ser visualizado com um a) Todo aquele que gosta de “axé music” é baiano.
diagrama de conjuntos (diagrama de Euler‑Venn). b) Todo aquele que não é baiano não gosta de “axé
music”.
2. Represente com diagramas de conjuntos: c) Todo aquele não gosta de “axé music” não é baiano.
I) Algum A é B. d) Algum baiano não gosta de “axé music”.
II) Algum A não é B. e) Alguém que não goste de “axé music” é baiano.
III) Todo A é B.
IV) Se A, então B. Solução:
V) Nenhum A é B. Alternativa: c
Assumindo que “todo baiano gosta de ‘axé music’”
Solução: podemos dizer que o conjunto dos baianos (conjunto
Raciocínio Lógico

I) B) encontra‑se completamente dentro do conjunto


dos que gostam de ‘axé music’ (conjunto A). Qualquer
um que esteja fora do conjunto A não poderá estar no
conjunto B pois B está dentro de A. Mas todos os que
não gostam de ‘axé music’ estão fora do conjunto A.
Logo todos os que não gostam de ‘axé music’ estão fora
do conjunto B. Ou seja: todo aquele que não gosta de
‘axé music’ não é baiano.

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5. Se Ana é altruísta então Bruna é benevolente. Se Bruna é simplesmente que A é suficiente para B. Por outro lado,
benevolente então Cláudia é conservadora. Sabe‑se que sabemos que a não ocorrência de B implica a não ocor‑
Cláudia não é conservadora. Nestas condições pode‑se rência de A, ou seja: sem a ocorrência de B certamente
concluir que: A também não ocorreria. Por este motivo dizemos que
a) Ana não é benevolente. B é uma condição necessária para a ocorrência de A, ou
b) Bruna não é altruísta. simplesmente que B é necessária para A. No contexto
c) Ana não é conservadora. da questão: Chuva é condição suficiente para frio. Frio
d) Cláudia não é altruísta. é condição necessária para chuva.
e) Ana não é altruísta.
8. Numa competição de enigmas, três espertas participan‑
Solução: tes de uma das equipes propõem um desafio dizendo o
Alternativa: e seguinte:
Esta questão faz uso de uma estrutura bem conhecida Míriam: A Ana Flávia mente.
na Lógica: a cadeia de proposições condicionais – A Ana Flávia: A Anna Laryssa é que mente.
implica B que implica C ..... Por outro lado, toda vez Anna Laryssa: A Míriam e a Ana Flávia é que mentem.
que uma proposição condicional como ‘Se A então B’ O desafio consiste em descobrir, de acordo com as
for verdadeira será verdadeira também ‘Se não‑B então afirmações feitas, quem está mentindo e quem está
não‑A’(repare a ordem!), onde não‑B e não‑A são as dizendo a verdade. Nestas condições, marque a alter‑
negações das proposições B e A, respectivamente. Deste nativa correta:
modo, quando sabemos que ‘Se A então B’ e sabemos a) A única mentirosa é Míriam.
que B não ocorre, podemos concluir que A também não b) A única mentirosa é Ana Flávia.
ocorre. Neste problema podemos representar a cadeia c) Míriam e Anna Laryssa mentem.
de proposições condicionais dada como A implica B d) Ana Flávia e Míriam mentem.
que implica C que implica D. Como temos a negação e) Anna Laryssa e Ana Flávia mentem.
de D, teremos também não‑C, não‑B e não‑A consecu‑
tivamente. Ou seja: Cláudia não é conservadora, Bruna Solução:
não é benevolente e Ana não é altruísta. As  demais Alternativa: c
opções não podem ser aceitas como conclusões pois Míriam diz: “A Ana Flávia mente”. Suponha que o que
não há dados suficientes no enunciado para decidir se Míriam diz seja verdade. Então Ana Flávia é mesmo
são verdadeiras ou se são falsas. mentirosa. Sendo a Ana Flávia mentirosa, o que ela diz
é mentira e, portanto, a Anna Laryssa diz a verdade. Por
6. Todo atleta é bondoso. Nenhum celta é bondoso. Daí sua vez, se Anna Laryssa diz a verdade, então Míriam
pode‑se concluir que: deve ser mentirosa. Ora, isto contradiz a suposição inicial
a) Algum atleta é celta. de que Míriam diz a verdade. Logo, não é possível que
b) Nenhum atleta é celta. Míriam tenha dito a verdade. Então Míriam mente e,
c) Nenhum atleta é bondoso. se Míriam mente, Ana Flávia diz a verdade e, portanto,
d) Alguém que seja bondoso é celta. Anna Laryssa mente.
e) Ninguém que seja bondoso é atleta.
9. Um antiquário acordou assustado quando o alarme ins‑
Solução: talado em sua casa acusou, às 2 horas da madrugada,
Alternativa: b que sua loja estava sendo invadida. Chamou a polícia
Sejam A = o conjunto dos atletas, B o conjunto das por telefone e saiu correndo para a loja que ficava
pessoas bondosas e C o conjunto dos celtas. De acordo apenas a uma quadra de sua residência. Tudo o que
com o enunciado, o conjunto A esta totalmente dentro o pobre antiquário conseguiu ver foi um carro saindo
de B pois ‘todo atleta é bondoso’. O  conjunto C está em disparada, mas não conseguiu ver quem estava no
completamente fora de B pois ‘nenhum celta é bondoso’. carro e nem mesmo soube dizer quantos eram os seus
Sendo assim os conjunto A e C não podem ter qualquer ocupantes. Após investigar o caso, o detetive Berloque
elemento em comum, pois o primeiro está dentro de B Gomes conseguiu apurar os seguintes fatos:
e o segundo, fora. Ou seja: nenhum atleta é celta. – O carro visto pelo antiquário foi realmente o carro
usado para a fuga;
7. Se chove então faz frio. Assim sendo: – Ninguém mais, exceto três conhecidos delinquentes,
a) Chover é condição necessária para fazer frio. Ário, Bário e Cário, poderiam estar envolvidos no
b) Fazer frio é condição suficiente para chover. assalto;
c) Chover é condição necessária e suficiente para fazer – Cário nunca pratica um assalto sem usar, pelo menos,
frio. Ário como cúmplice;
d) Chover é condição suficiente para fazer frio. – Bário não sabe dirigir.
e) Fazer frio é condição necessária e suficiente para
chover. Admitindo que os fatos apurados por Berloque Gomes
sejam verdadeiros, pode‑se concluir logicamente que:
Raciocínio Lógico

Solução: a) Bário é necessariamente inocente.


Alternativa: d b) Cário é necessariamente inocente.
Esta questão faz referência aos conceitos de necessi‑ c) Ário é necessariamente inocente.
dade e de suficiência e às relações destes conceitos d) Cário é necessariamente culpado.
com as proposições condicionais. Como já vimos, numa e) Ário é necessariamente culpado.
proposição condicional ‘Se A então B’ a ocorrência de A
implica (garante) a ocorrência de B. Então dizemos que Solução:
A é uma condição suficiente para a ocorrência de B, ou Alternativa: e

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18 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Existem somente três hipóteses razoáveis: Solução:
1. Ário cometeu o crime sozinho. Alternativa: b
2. Cário é culpado – Neste caso Ário também é culpado. – Se aquela que usava o vestido azul fosse Alba, ela teria
3. Bário é culpado  – Neste caso, alguém o ajudou a mentido ao dizer “Alba está de branco” mas sabemos
que Alba diz a verdade. Logo Alba não pode estar de
dirigir o carro da fuga (pois ele não sabe dirigir). Se
azul.
o motorista foi Cário, então Ário também é culpado – Alba também não pode estar de branco pois aquela
(pois Cário nunca pratica um roubo sem Ário). Se o que estava de branco disse “Eu sou Bianca” e sabe‑se
motorista foi Ário, não se pode provar nada sobre que Alba não poderia mentir dizendo ser Bianca.
Cário, mas Ário já está novamente implicado. – Ora, se Alba não está de azul e também não está de
Como se pode notar, em qualquer das três hipóteses branco, então Alba só pode estar usando o vestido
Ário está necessariamente envolvido. carmim.
Então concluímos que a afirmação de Alba (que estava de
10. Considere as afirmativas seguintes: carmim) foi “Clara está de branco” e como sabemos que
Alba diz a verdade o vestido de Clara é mesmo o branco.
I – A bolinha amarela está depois da branca. Por exclusão, resta o vestido azul para Bianca e, de quebra,
II – A bolinha azul está antes da verde. ainda poderíamos concluir que Bianca também mentiu!
III – a bolinha que está imediatamente após a azul é Resumindo o que descobrimos, as cores dos vestidos
maior que a que está antes desta. de Alba, Bianca e Clara, nesta ordem são Carmim, Azul,
IV – A bolinha verde é a menor de todas. e Branco.

Com base nas quatro afirmativas anteriores, a ordem 12. (Esaf) Se Beto briga com Glória, então Glória vai ao
correta das quatro bolinhas é: cinema. Se Glória vai ao cinema, então Carla fica em
casa. Se Carla fica em casa, então Raul briga com Carla.
a) Branca, amarela, azul, verde.
Ora, Raul não briga com Carla. Logo,
b) Branca, azul, amarela, verde. a) Carla não fica em casa e Beto não briga com Glória.
c) Branca, azul, verde, amarela. b) Carla fica em casa e Glória vai ao cinema.
d) Azul, branca, amarela, verde. c) Carla não fica em casa e Glória vai ao cinema.
e) Azul, branca, verde, amarela. d) Glória vai ao cinema e Beto briga com Glória.
e) Glória não vai ao cinema e Beto briga com Glória.
Solução:
Alternativa: b Solução:
As afirmativas I e II estão satisfeitas em todas as alter‑ Alternativa: a
Se Beto brigasse com Glória, Glória iria ao cinema, Carla
nativas de resposta dadas. Assim, concentremos nossa ficaria em casa e Raul brigaria com Carla.
atenção nas afirmativas III e IV: Raul não brigou com Carla. Logo, Beto não briga com
– A afirmativa III indica a existência de ao menos uma Glória, Glória não vai ao cinema e Carla não fica em
bolinha ANTES e ao menos uma bolinha DEPOIS da Casa. A única alternativa concordante com estas con‑
bolinha azul. Portanto, a bolinha azul não pode ser clusões é a letra A: “Carla não fica em casa e Beto não
a primeira nem pode ser a última. Isto elimina as briga com Glória”.
alternativas de resposta D e E.
– Ainda na afirmativa III temos que a bolinha que está EXERCÍCIOS PROPOSTOS
imediatamente após a azul é MAIOR do que a bolinha
que está antes desta. Além disto, sabemos pela afir‑ Noções de Lógica
mativa IV que a bolinha verde é a MENOR DE TODAS.
Portanto a bolinha que está imediatamente após a 1. Sejam A e B duas proposições distintas quaisquer, então
pode‑se garantir que:
azul não pode ser a verde. Isto elimina as alternativas a) Sendo A verdadeira e B falsa a proposição composta
de resposta A e C. “A e B” será verdadeira.
Por exclusão, resta‑nos apenas a alternativa de resposta B. b) Sendo A falsa e B verdadeira a proposição composta
“A e B” será verdadeira.
11. Alba, Bianca e Clara foram a uma festa com vestidos de c) Sendo A falsa e B falsa a proposição composta “A e
cores diferentes, sendo um azul, um branco e um carmim, B” será verdadeira.
mas não necessariamente nesta ordem. Atraído pela d) Sendo A verdadeira e B verdadeira a proposição
beleza das três jovens, um rapaz aproximou‑se delas e composta “A e B” será falsa.
e) Sendo A verdadeira e B verdadeira a proposição
lhes perguntou quem era cada uma delas. A de azul res‑
composta “A e B” será verdadeira.
pondeu: “Alba está de branco.”. A que estava de branco
retrucou: “Eu sou Bianca!”. Então aquela que estava 2. Sejam A e B duas proposições distintas quaisquer, então
vestindo carmim disse: “Clara é que está de branco.”. pode‑se garantir que:
Perplexo, o rapaz pensou “Nossa, mas que confusão!”. a) Sendo A verdadeira e B falsa a proposição composta
Sabendo que Alba disse a verdade e que Clara mentiu, “A ou B” será falsa.
Raciocínio Lógico

deduza as cores dos vestidos de Alba, de Bianca e de b) Sendo A falsa e B verdadeira a proposição composta
Clara, nesta ordem: “A ou B” será falsa.
a) Carmim, branco e azul. c) Sendo A falsa e B falsa a proposição composta “A ou
B” será verdadeira.
b) Carmim, azul e branco. d) Sendo A verdadeira e B verdadeira a proposição
c) Azul, carmim, e branco. composta “A ou B” será verdadeira.
d) Azul, branco e carmim. e) Sendo A verdadeira e B verdadeira a proposição
e) Branco, azul e carmim. composta “A ou B” será falsa.

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3. Considere a proposição composta X = “Se A então B”, 9. Se Ana é altruísta então Bruna é benevolente. Se Bruna
onde A (condição) e B (conclusão) são duas outras pro‑ é benevolente então Cláudia é conservadora. Sabe‑se
posições quaisquer, A ≠ B. Nestas condições, assinale a que Bruna não é benevolente. Nestas condições pode‑se
única correta: concluir que:
a) X será verdadeira somente se a condição for falsa, a) Ana é altruísta.
independentemente de a conclusão ser verdadeira b) Ana não é altruísta mas Cláudia é conservadora.
ou falsa. c) Ana não é altruísta e Cláudia não é conservadora.
b) X será falsa sempre que a conclusão for verdadeira, d) Cláudia não é conservadora.
independentemente de a condição ser verdadeira ou e) Ana não é altruísta.
falsa.
c) X será verdadeira somente se A e B tiverem valores 10. (Esaf) Ou Celso compra um carro, ou Ana vai à África, ou
lógicos iguais , ou seja, A e B ambas verdadeiras ou Rui vai a Roma. Se Ana vai à África, então Luís compra
então ambas falsas. um livro. Se Luís compra um livro, então Rui vai a Roma.
d) X será falsa somente quando a condição e a conclusão Ora, Rui não vai a Roma, logo:
tiverem valores lógicos opostos, ou seja, A verdadeira a) Celso compra um carro e Ana não vai à África
com B falsa ou A falsa com B verdadeira. b) Celso não compra um carro e Luís não compra o livro
e) X será falsa somente quando a conclusão for falsa. c) Ana não vai à África e Luís compra um livro
d) Ana vai à África ou Luís compra um livro
4. Uma proposição X é dita logicamente equivalente a uma e) Ana vai à África e Rui não vai a Roma
outra, Y, quando ocorrer que elas tenham sempre o
mesmo valor lógico, ou seja, sempre que uma das duas 11. (Esaf) Considere as afirmações:
é verdadeira a outra também é verdadeira e sempre que A – Se Patrícia é uma boa amiga, Vítor diz a verdade;
uma das duas é falsa a outra também é falsa. Com base B – Se Vítor diz a verdade, Helena não é uma boa amiga;
nesta definição assinale a única proposição abaixo que C – Se Helena não é uma boa amiga, Patrícia é uma boa
não é equivalente da proposição “Se A então B”: amiga.
a) Todo A é B.
b) A é condição suficiente para B. A análise do encadeamento lógico dessas três afirma‑
c) Se B então A. ções permite concluir que elas:
d) Se não‑B então não‑A. a) São equivalentes a dizer que Patrícia é uma boa amiga
e) B é condição necessária para A. b) Implicam necessariamente que Patrícia é uma boa
amiga
5. Entre as proposições abaixo assinale a única que não c) Implicam necessariamente que Vítor diz a verdade e
corresponde corretamente à negação da proposição “A que Helena não é uma boa amiga
e B”: d) São consistentes entre si, quer Patrícia seja uma boa
a) Não é verdade que A ou B. amiga, quer Patrícia não seja uma boa amiga
b) Não ocorre A ou não ocorre B. e) São inconsistentes entre si
c) Não ocorre A ou não ocorre B ou não ocorrem ambos.
d) É falso que tem‑se A e B. 12. Todo atleta é bondoso. Nenhum celta é bondoso. Daí
e) Não se tem A e B. pode‑se concluir que:
a) Algum atleta é celta.
6. Sabe‑se que a proposição “A ou B” é verdadeira. Assim b) Nenhum atleta é celta.
sendo: c) Nenhum atleta é bondoso.
a) Se soubermos também que a proposição A é verda‑ d) Alguém que seja bondoso é celta.
deira poderemos concluir que proposição B é falsa. e) Ninguém que seja bondoso é atleta.
b) Se soubermos também que a proposição A é falsa
poderemos concluir que proposição B é falsa. 13. (Esaf) Há três suspeitos de um crime: o cozinheiro,
c) Se soubermos também que a proposição A é falsa a governanta e o mordomo. Sabe‑se que o crime foi
poderemos concluir que proposição B é verdadeira. efetivamente cometido por um ou por mais de um deles,
d) Se soubermos também que a proposição A é ver‑ já que podem ter agido individualmente ou não. Sabe‑se,
dadeira poderemos concluir que proposição B é ainda, que:
verdadeira. A – se o cozinheiro é inocente, então a governanta é
e) Se soubermos também que a proposição A tem um culpada;
valor lógico (verdadeira ou falsa) poderemos concluir B – ou o mordomo é culpado ou a governanta é culpada,
que proposição B tem o valor lógico oposto (falsa ou mas não os dois;
verdadeira). C – o mordomo não é inocente.

7. Se é verdade que “Nenhum A é B”, então é necessaria‑ Logo:


mente verdadeiro que: a) a governanta e o mordomo são os culpados.
a) Algum A não é B. b) o cozinheiro e o mordomo são os culpados.
b) Algum A é B. c) Somente a governanta é culpada.
c) Todo A é B. d) Somente o cozinheiro é inocente.
d) Algum B é A. e) Somente o mordomo é culpado.
Raciocínio Lógico

e) Todo B é A.
14. (Esaf) Três irmãs – Ana, Maria e Cláudia – foram a uma
8. Todo artista é um boêmio. Sendo assim: festa com vestidos de cores diferentes. Uma vestiu azul,
a) Todo boêmio é um artista. a outra branco e a terceira preto. Chegando à festa o
b) Todo aquele que não é artista não é boêmio. anfitrião perguntou quem era cada uma delas. A de azul
c) Todo aquele não é boêmio não é artista. respondeu: “Ana é a que está de branco.” A de branco
d) Algum artista não é boêmio. falou: “Eu sou Maria.” E a de preto disse: “Cláudia é
e) Alguém que não é boêmio é artista. quem está de branco.” Como o anfitrião sabia que Ana

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sempre diz a verdade, que Maria às vezes diz a verdade a) Anaís será professora e Anelise não será cantora
e que Cláudia nunca diz a verdade, ele foi capaz de iden‑ b) Anaís não será professora e Ana não será atleta
tificar corretamente quem era cada pessoa. As cores dos c) Anelise não será cantora e Ana será atleta
vestidos de Ana, Maria e Cláudia eram, respectivamente: d) Anelise será cantora ou Ana será atleta
a) preto, branco, azul. e) Anelise será cantora e Anamélia não será pianista
b) preto, azul, branco.
c) azul, preto, branco. 20. (TFC/SFC/2000) Se é verdade que “Nenhum artista é
d) azul, branco, preto. atleta”, então também será verdade que:
e) branco, azul, preto. a) todos não artistas são não atletas
b) nenhum atleta é não artista
15. (Esaf) Quatro amigos, André, Beto, Caio e Dênis, obtive­ c) nenhum artista é não atleta
ram os quatro primeiros lugares em um concurso de d) pelo menos um não atleta é artista
oratória julgado por uma comissão de três juízes. Ao co‑ e) nenhum não atleta é artista
municarem a classificação final, cada juiz anunciou duas
colocações, sendo uma delas verdadeira e a outra falsa: 21. (Gestor/2000) Dizer que “André é artista ou Bernardo
Juiz 1: “André foi o primeiro; Beto foi o se­gundo” não é engenheiro” é logicamente equivalente a dizer
Juiz 2: “André foi o segundo; Dênis foi o ter­ceiro” que:
Juiz 3: “Caio foi o segundo; Dênis foi o quarto”
a) André é artista se e somente se Bernardo não é en‑
Sabendo que não houve empates, o primeiro, o segundo,
genheiro.
o terceiro e o quarto colocados foram, respectivamente,
a) André, Caio, Beto, Dênis. b) Se André é artista, então Bernardo não é engenheiro.
b) Beto, André, Caio, Dênis. c) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro
c) Beto, André, Dênis, Caio. d) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista.
d) André, Caio, Dênis, Beto. e) André não é artista e Bernardo é engenheiro
e) Caio, Beto, Dênis, André.
22. Todos os bons estudantes são pessoas tenazes. Assim
16. (AFC/SFC/2000) Os cursos de Márcia, Berenice e Priscila sendo:
são, não necessariamente nesta ordem, Medicina, Bi­ a) Alguma pessoa tenaz não é um bom estudante.
ologia e Psicologia. Uma delas realizou seu curso em b) O conjunto dos bons estudantes contém o conjunto
Belo Horizonte, a outra em Florianópo­lis, e a outra em das pessoas tenazes.
São Paulo. Márcia realizou seu curso em Belo Horizonte. c) Toda pessoa tenaz é um bom estudante.
Priscila cursou Psicolo­gia. Berenice não realizou seu d) Nenhuma pessoa tenaz é um bom estudante.
curso em São Paulo e não fez Medicina. Assim, os cursos e) O conjunto das pessoas tenazes contém o conjunto
e os respectivos locais de estudo de Márcia, Berenice e dos bons estudantes.
Priscila são, pela ordem:
a) Medicina em Belo Horizonte, Psicologia em Florianó‑ 23. (Esaf) Se é verdade que “Alguns A são R” e que “Nenhum
polis, Biologia em São Paulo G é R”, então é necessariamente verdadeiro que
b) Psicologia em Belo Horizonte, Biologia em Florianó‑ a) Algum A não é G
polis, Medicina em São Paulo b) Algum A é G
c) Medicina em Belo Horizonte, Biologia em Florianó‑ c) Nenhum A é G
polis, Psicologia em São Paulo d) Algum G é A
d) Biologia em Belo Horizonte, Medicina em São Paulo, e) Nenhum G é A
Psicologia em Florianópolis
e) Medicina em Belo Horizonte, Biologia em São Paulo, 24. Todo baiano gosta de ‘axé music’. Sendo assim:
Psicologia em Florianópolis a) Todo aquele que gosta de ‘axé music’ é baiano.
b) Todo aquele que não é baiano não gosta de ‘axé
17. (AFC/SFC/2000) Se Vera viajou, nem Camile nem Carla music’.
foram ao casamento. Se Carla não foi ao casamento, c) Todo aquele não gosta de ‘axé music’ não é baiano.
Vanderléia viajou. Se Vanderléia viajou, o navio afundou. d) Algum baiano não gosta de ‘axé music’.
Ora, o navio não afundou. Logo, e) Alguém que não goste de ‘axé music’ é baiano.
a) Vera não viajou e Carla não foi ao casa­mento
b) Camile e Carla não foram ao casamento 25. Se chove então faz frio. Assim sendo:
c) Carla não foi ao casamento e Vanderléia não viajou a) Chover é condição necessária para fazer frio.
d) Carla não foi ao casamento ou Vanderléia viajou b) Fazer frio é condição suficiente para chover.
e) Vera e Vanderléia não viajaram c) Chover é condição necessária e suficiente para fazer
frio.
18. (Analista/2002) Se M=2x+3y, então M=4p+3r. Se d) Chover é condição suficiente para fazer frio.
M=4p+3r, então M=2w−3r. Por outro lado, M=2x+3y e) Fazer frio é condição necessária e suficiente para
ou M=0. Se M=0 então M+H = 1. Ora, M+H ≠ 1. Logo, chover.
a) 2w−3r = 0
b) 4p+3r ≠ 2w−3r 26. (Esaf) Seis pessoas – A, B, C, D, E, F – devem sentar‑se em
c) M ≠ 2x+3y torno de uma mesa redonda para discutir um contrato.
Raciocínio Lógico

d) 2x+3y ≠ 2w−3r Há exatamente seis cadeiras em torno da mesa, e cada


e) M = 2w−3r pessoa senta‑se de frente para o centro da mesa e numa
posição diametralmente oposta à pessoa que está do
19. (TFC/SFC/2000) Ou Anaís será professora, ou Anelise outro lado da mesa. A disposição das pessoas à mesa
será cantora, ou Anamélia será pianista. Se Ana for atle‑ deve satisfazer às seguintes restrições:
ta, então Anamélia será pianista. Se Anelise for cantora, F não pode sentar‑se ao lado de C
então Ana será atleta. Ora, Anamélia não será pianista. E não pode sentar‑se ao lado de A
Então: D deve sentar‑se ao lado de A

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Então uma distribuição aceitável das pessoas em torno 33. Assinale a alternativa que apresenta uma contradição
da mesa é: lógica:
a) F, B, C, E, A, D a) Todo dramaturgo não é perspicaz e algum perspicaz
b) A, E, D, F, C ,B é dramaturgo.
c) A, B, F, C, D, E b) Todo dramaturgo é perspicaz e algum perspicaz não
d) F, D, A, C, E, B é dramaturgo.
e) F, E, D, A, B, C c) Nenhum dramaturgo é perspicaz e algum dramaturgo
não é perspicaz.
27. (Esaf) Dizer que é verdade que “para todo x, se x é uma d) Algum dramaturgo é perspicaz e algum dramaturgo
rã e se x é verde, então x está saltando” é logicamente não é perspicaz.
equivalente a dizer que não é verdade que e) Algum dramaturgo não é perspicaz e todo perspicaz
a) “algumas rãs que não são verdes estão saltando” é dramaturgo.
b) “algumas rãs verdes estão saltando”
c) “nenhuma rã verde não está saltando” 34. Todo criança gosta de brincar.
d) “existe uma rã verde que não está saltando” Logo:
e) “algo que não seja uma rã verde está saltando” a) Se Miriam não gosta de brincar, então Miriam não é
uma criança.
28. (Gestor/2000) A partir das seguintes premissas: b) Se Miriam é uma criança, então Miriam não gosta de
Premissa 1: “X é A e B, ou X é C” brincar.
Premissa 2: “Se Y não é C, então X não é C” c) Se Miriam gosta de brincar então Miriam é uma
Premissa 3: “Y não é C” criança.
Conclui‑se corretamente que X é: d) Se Miriam não é uma criança então Miriam não gosta
a) A e B. de Brincar.
b) não A ou não C. e) Se Miriam não é uma criança então Miriam gosta de
c) A ou B. Brincar.
d) A e não B.
e) não A e não B. 35. Altair é alto ou Bruna é bela.
Altair não é alto.
29. A proposição “Todo A é B” não é equivalente a: Logo:
a) Se A, então B. a) Bruna não é bela.
b) Se não B, então não A. b) Altair é alto.
c) Se não A, então não B. c) Bruna é bela.
d) B é necessário para A. d) Altair é alto e Bruna é bela.
e) A é suficiente para B. e) Altair não é alto e Bruna não é bela.

30. Se é verdade que todo atávico é belicoso, então: também 36. Todo atleta é batalhador.
é verdade que: Sophia é atleta.
a) Todo belicoso é atávico. Logo:
b) Algum atávico não é belicoso. a) Sophia é atleta e batalhadora.
c) Nenhum atávico é belicoso. b) Sophia é atleta, mas não é necessariamente batalha‑
d) Se não é atávico então não é belicoso. dora.
e) Se não é belicoso então não é atávico. c) Sophia é batalhadora, mas não necessariamente é
atleta.
31. Se Ana é atenciosa, então Bruna é bagunceira. d) Sophia não é atleta e nem batalhadora.
Se Bruna é bagunceira, então Carla é carinhosa. e) Ou Sophia é atleta ou Sophia é batalhadora.
Sabe‑se que Bruna não é bagunceira. Logo:
37. Todo ator é bonachão.
a) Ana é atenciosa e Carla é carinhosa.
Luís não é bonachão.
b) Ana não é atenciosa e Carla não é carinhosa.
Logo:
c) Ana não é atenciosa e Carla é carinhosa.
a) Luís é ator.
d) Carla é carinhosa, mas nada se pode afirmar sobre b) Luís pode ser ator, bem como pode não sê‑lo.
Ana. c) Luís é bonachão e não é ator.
e) Ana não é atenciosa, mas nada se pode afirmar sobre d) Luís não é ator.
Carla. e) Ou Luís não é ator ou Luís não é Bonachão.
32. Se Bruna brinca, Rita ri. 38. Todo homem que gosta de andar tem muitas bermudas.
Se Rita ri, Carla canta. Todo homem que come couve gosta de andar.
Se Carla canta, Diana dança. Logo:
Se Diana dança, Lulu late. a) Todo homem que tem muitas bermudas come couve.
b) Todo homem que come couve tem muitas bermudas.
Com base nestas proposições, pode‑se concluir que: c) Todo homem que tem muitas bermudas gosta de
a) Se Bruna não brinca, então Rita não ri, Carla não andar.
Raciocínio Lógico

canta, Diana não dança e Lulu não late. d) Alguém que come couve pode não gostar de andar.
b) Se Rita não ri, então Carla não canta, Diana não dança, e) Alguém que gosta de andar pode não ter muitas
Lulu não late e Bruna não brinca. bermudas.
c) Se Carla não canta, então Diana não dança, Lulu não
late, Bruna não brinca e Rita não ri. 39. Todo animal que tenha pelagem arlequim é belicoso.
d) Se Diana não dança, então Lulu não late, Bruna não Nenhum dos meus cães é belicoso.
brinca, Rita não ri e Carla não canta. Logo:
e) Se Lulu não late, então Bruna não brinca, Rita não ri, a) Todo animal belicoso tem pelagem arlequim.
Carla não canta e Diana não dança. b) Algum animal belicoso não tem pelagem arlequim.

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22 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
c) Nenhum animal belicoso tem pelagem arlequim. 44. Com base em um conjunto de hipóteses uma pessoa de‑
d) Algum dos meus cães pode ter pelagem arlequim e duziu que um determinado evento ocorreria. Conforme
não ser belicoso. o previsto, o tal evento ocorreu mesmo. Assim sendo:
e) Nenhum dos meus cães tem pelagem arlequim. a) Todas as hipóteses que a pessoa usou para deduzir
que o evento ocorreria são necessariamente verda‑
40. Todo objeto que é acessório é sempre barato. deiras.
Tudo o que é barato é descartável. b) Várias das hipóteses que a pessoa usou para deduzir
Logo: que o evento ocorreria são verdadeiras, mas não
a) Se eu tenho um objeto que é acessório então ele é necessariamente todas elas.
necessariamente barato e é descartável. c) Pelo menos uma das hipóteses que a pessoa usou
b) Se eu tenho um objeto que é acessório então ele é para deduzir que o evento ocorreria tem que ser
barato, mas não é necessariamente descartável. verdadeira.
c) Se eu tenho um objeto que é acessório então ele é d) Pelo menos uma das hipóteses que a pessoa usou
descartável, mas não é necessariamente barato. para deduzir que o evento ocorreria é falsa.
d) Existe algum objeto barato que não é um acessório. e) Nada se pode garantir sobre a verdade das hipóteses
e) Existe algum objeto descartável que não é barato. que a pessoa usou para deduzir que o evento ocor‑
reria.
41. Todo anel é brilhante.
Tudo o que é brilhante é caro. 45. Considere o seguinte argumento: “Sei que uma moeda
Meu presente não é caro. normal não pode dar ‘cara’ em vinte lances consecutivos.
Logo: Sei também que você jogou uma moeda vinte vezes e
a) Existe alguma coisa que é brilhante, mas que não é que esta moeda é normal. Com base nisto posso concluir
cara. que você não obteve uma sequência de vinte ‘caras’
b) Meu presente é um anel e não é brilhante. consecutivas.”
c) Meu presente é brilhante, mas não é um anel. Admita que a conclusão dada neste argumento tenha se
d) Meu presente não é um anel e não é brilhante. mostrado verdadeira. Nestas condições pode‑se garantir
e) Existe alguma coisa cara que não é brilhante. que:
a) O argumento não é válido, ou seja, não está bem
42. Com base em um conjunto de hipóteses uma pessoa construído e, por isso, um conjunto com hipóteses
deduziu logicamente que um determinado evento ocor‑ não todas verdadeiras puderam levar a uma conclu‑
reria. Porém, ao contrário do previsto, o tal evento não são verdadeira.
ocorreu. Assim, esta pessoa deve logicamente concluir b) O argumento é falacioso, ou seja, embora bem cons‑
que: truído o conjunto das hipóteses, ainda que todas
a) Todas as hipóteses que ela usou para deduzir que o verdadeiras, não seria capaz de garantir que aquela
evento ocorreria são falsas. conclusão fosse sempre verdadeira.
b) Várias das hipóteses que ela usou para deduzir que c) O argumento não é válido, ou seja, não está bem
o evento ocorreria são falsas. construído e, portanto, pelo menos uma das duas
c) Pelo menos uma das hipóteses que ela usou para hipóteses é falsa.
deduzir que o evento ocorreria é falsa. d) O argumento é legítimo, ou seja, está bem construído
d) Várias das hipóteses que ela usou para deduzir que e a verdade de suas premissas levaria necessariamente
o evento ocorreria são verdadeiras. a uma conclusão verdadeira. Mas a recíproca não está
e) Pelo menos uma das hipóteses que ela usou para garantida, ou seja, uma conclusão verdadeira não
deduzir que o evento ocorreria é verdadeira. implica em que as premissas sejam todas verdadeiras.
Este, alias, é o caso aqui, pois sabemos que, embora
43. “Sei que todos os cisnes são brancos. Sei também que muito improvável, é possível que uma moeda normal
o animal que você me trouxe é um cisne. Logo, posso possa dar ‘cara’ vinte vezes consecutivamente.
concluir que o animal que você me trouxe é branco.” e) O argumento é legítimo, ou seja, está bem construído
Considere que a conclusão dada no texto acima tenha e a verdade de suas premissas levaria necessaria‑
se mostrado errada. Nestas condições pode‑se afirmar mente a uma conclusão também verdadeira. Como
corretamente que: a conclusão mostrou‑se verdadeira as duas premissas
a) O argumento não é válido, ou seja, não está bem utilizadas têm que ser necessariamente verdadeiras.
construído e, portanto, duas hipóteses verdadeiras
levaram a uma conclusão falsa. 46. Considere o seguinte argumento: “ Todas as pessoas
b) O argumento é falacioso, ou seja, embora bem cons‑ nascidas sob o signo de peixes são sensíveis e criativas e
truído duas premissas verdadeiras levaram a uma eu notei que você é sensível e criativo. Assim eu deduzi
conclusão falsa. que você só pode ser do signo de peixes! “
c) O argumento não é válido, ou seja, não está bem Com relação ao argumento acima é correto que:
construído e, portanto, pelo menos uma das duas a) Este é um argumento falacioso, ou seja, está mal
hipóteses é falsa. construído e, assim sendo, mesmo que as premissas
d) O argumento é legítimo, ou seja, está bem construído apresentadas sejam verdadeiras isto não garantirá
e a verdade de suas premissas levaria necessaria‑ que a conclusão seja verdadeira nem implicará que
mente a uma conclusão também verdadeira. Como seja falsa.
Raciocínio Lógico

a conclusão mostrou‑se falsa as duas premissas b) Este é um argumento falacioso, ou seja, está bem
utilizadas têm que ser necessariamente falsas. construído, mas ainda que suas premissas sejam
e) O argumento é legítimo, ou seja, está bem construído verdadeiras não se pode garantir que a conclusão
e a verdade de suas premissas levaria necessaria‑ será verdadeira.
mente a uma conclusão também verdadeira. Como a c) Este é um argumento inválido, ou seja, está mal
conclusão mostrou‑se falsa pelo menos uma das duas construído, mas ainda que suas premissas sejam
premissas utilizadas tem que ser necessariamente verdadeiras sua conclusão será necessariamente
falsa. falsa.

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d) Este é um argumento legítimo, ou seja, está bem b) A negação de “A ou B” pode ser corretamente enun‑
construído e, portanto, uma vez que suas premissas ciada como “Não A e não B”.
sejam verdadeiras sua conclusão será necessariamen‑ c) A negação de “Todo A é B” pode ser corretamente
te verdadeira também. enunciada como “Algum A não é B”.
e) Este é um argumento válido, ou seja, está bem cons‑ d) A negação de “Se A então B” pode ser corretamente
truído e, portanto, uma vez que alguma de suas pre‑ enunciada como “A e não B”.
missas seja falsa sua conclusão será necessariamente e) A negação de “Nenhum A é B” pode ser corretamente
falsa também. enunciada como “Todo A é B”.

47. (AFC/STN/2000) Em uma pequena comunidade sabe‑se 54. (Vunesp) Todo A é B e todo C não é B. Portanto:
que nenhum filósofo é rico e que alguns professores são a) Algum A é C.
filósofos. Assim, pode‑se afirmar corretamente que, b) Nenhum A é C.
nesta comunidade, c) Nenhum A é B.
a) Alguns filósofos são professores. d) Algum B é C.
b) Alguns professores são filósofos. e) Nenhum B é A.
c) Nenhum filósofo é professor.
d) Alguns professores não são filósofos. 55. (Vunesp) Se você se esforçar, então irá vencer. Assim
e) Nenhum professor é filósofo. sendo:
a) Seu esforço é condição suficiente para vencer.
48. Entre as proposições abaixo a única verdadeira é: b) Seu esforço é condição necessária para vencer.
a) 5 é par e 3 é par. c) Se você não se esforçar, então não irá vencer.
b) 5 é ímpar e 3 é par. d) Você só vencerá caso se esforce.
c) 5 é par e 3 é ímpar. e) Mesmo que se esforce, você não vencerá.
d) 5 é ímpar e 3 é ímpar.
e) 5 e 3 são pares. 56. (Vunesp) Se os tios de músicos sempre são músicos,
então:
49. Entre as proposições abaixo a única falsa é: a) Os sobrinhos de não músicos nunca são músicos.
a) 10 é ímpar ou 5 é ímpar. b) Os sobrinhos de não músicos sempre são músicos.
b) 10 é par ou 5 é ímpar. c) Os sobrinhos de músicos sempre são músicos.
c) 10 é par ou 5 é par. d) Os sobrinhos de músicos nunca são músicos.
d) 10 ≥ 5. e) Os sobrinhos de músicos quase sempre são músicos.
e) 10 ≤ 5.
57. (AFC/CGU/2004) Ana é prima de Bia, ou Carlos é filho
50. Entre as proposições abaixo a única verdadeira é: de Pedro. Se Jorge é irmão de Maria, então Breno não
a) Ou 6 é ímpar ou 5 > 10. é neto de Beto. Se Carlos é filho de Pedro, então Breno
b) Ou 6 é par ou 5 é ímpar. é neto de Beto. Ora, Jorge é irmão de Maria. Logo:
c) Ou 6 é inteiro ou 5 < 10. a) Carlos é filho de Pedro ou Breno é neto de Beto.
d) Ou 6 > 10 ou 5 é par. b) Breno é neto de Beto e Ana é prima de Bia.
e) Ou 6 é ímpar ou 5 é inteiro. c) Ana não é prima de Bia e Carlos é filho de Pedro.
d) Jorge é irmão de Maria e Breno é neto de Beto.
e) Ana é prima de Bia e Carlos não é filho de Pedro.
51. Seja X a proposição composta “se A então B”, onde A
e B são duas proposições quaisquer. Assinale a única
58. (AFC/CGU/2006) Se X está contido em Y, então X está
incorreta:
contido em Z. Se X está contido em P, então X está
a) Caso A seja uma proposição verdadeira e B uma
contido em T. Se X não está contido em Y, então X está
proposição falsa, X será falsa.
contido em P. Ora, X não está contido em T. Logo:
b) Caso A e B sejam proposições falsas, X será uma
a) Z está contido em T e Y está contido em X.
proposição verdadeira. b) X está contido em Y e X não está contido em Z.
c) Caso A seja uma proposição falsa e B uma proposição c) X está contido em Z e X não está contido em Y.
verdadeira, X será falsa. d) Y está contido em T e X está contido em Z.
d) Caso A e B sejam proposições verdadeiras, X será uma e) X não está contido em P e X está contido em Y.
proposição verdadeira.
e) A proposição X é equivalente à proposição “se não B 59. (AFC/CGU/2004) Uma professora de matemática faz as
então não A”. três seguintes afirmações:
“X > Q e Z < Y”;
52. A proposição composta “A se e somente se B” , onde A “X > Y e Q > Y, se e somente se Y > Z”;
e B são duas proposições quaisquer, é verdadeira: “R ≠ Q, se e somente se Y = X”.
a) Somente quando A e B são ambas falsas.
b) Somente quando A é verdadeira e B é falsa. Sabendo‑se que todas as afirmações da professora são
c) Somente quando A é falsa e B é verdadeira. verdadeiras, conclui‑se corretamente que:
d) Somente quando A e B são ambas verdadeiras. a) X > Y > Q > Z
e) Somente quando A e B têm o mesmo valor lógico, ou b) X > R > Y > Z
Raciocínio Lógico

seja, A e B são ambas verdadeiras ou A e B são ambas c) Z < Y < X < R
falsas. d) X > Q > Z > R
e) Q < X < Z < Y
53. Entre as proposições abaixo assinale a única falsa con‑
siderando que A e B representam duas proposições 60. (AFC/CGU/2006) Márcia não é magra ou Renata é ruiva.
quaisquer: Beatriz é bailarina ou Renata não é ruiva. Renata não é
a) A negação de “A e B” pode ser corretamente enun‑ ruiva ou Beatriz não é bailarina. Se Beatriz não é bailarina
ciada como “Não A ou não B”. então Márcia é magra. Assim,

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a) Márcia não é magra, Renata não é ruiva, Beatriz é Caixa 1: “O livro está na caixa 3.”
bailarina. Caixa 2: “A caneta está na caixa 1.”
b) Márcia é magra, Renata não é ruiva, Beatriz é baila‑ Caixa 3: “O livro está aqui.”
rina. Pedro sabe que a inscrição da caixa que contém o livro
c) Márcia é magra, Renata não é ruiva, Beatriz não é pode ser verdadeira ou falsa. Sabe, ainda, que a inscrição
bailarina. da caixa que contém a caneta é falsa, e que a inscrição
d) Márcia não é magra, Renata é ruiva, Beatriz é bailarina. da caixa que contém o diamante é verdadeira. Com tais
e) Márcia não é magra, Renata é ruiva, Beatriz não é informações, Pedro conclui corretamente que nas caixas
bailarina. 1, 2 e 3 estão, respectivamente,
a) a caneta, o diamante, o livro.
61. (AFC/CGU/2006) Ana é artista ou Carlos é compositor. b) o livro, o diamante, a caneta.
Se Mauro gosta de música, então Flávia não é fotógrafa. c) o diamante, a caneta, o livro.
Se Flávia não é fotógrafa, então Carlos não é compositor. d) o diamante, o livro, a caneta.
Ana não é artista e Daniela não fuma. Pode‑se, então, e) o livro, a caneta, o diamante.
concluir corretamente que:
a) Ana não é artista e Carlos não é compositor. 66. (AFC/CGU/2006) Um professor de lógica encontra‑se
b) Carlos é compositor e Flávia é fotógrafa. em viajem em um país distante, habitado pelos verda‑
c) Mauro gosta de música e Daniela não fuma. manos e pelos mentimanos. O que os distingue é que
d) Ana não é artista e Mauro gosta de música. os verdamanos sempre dizem a verdade, enquanto os
e) Mauro não gosta de música e Flávia não é fotógrafa. mentimanos sempre mentem. Certo dia, o  professor
depara‑se com um grupo de cinco habitantes locais.
62. (AFC/CGU/2004) Homero não é honesto, ou Júlio é justo. Chamemo‑los de Alfa, Beta, Gama, Delta e Épsilon.
Homero é honesto, ou Júlio é justo, ou Beto é bondoso. O professor sabe que um e apenas um no grupo é ver‑
Beto é bondoso, ou Júlio não é justo. Beto não é bondo‑ damano, mas não sabe qual deles o é. Pergunta, então,
so, ou Homero é honesto. Logo, a cada um do grupo quem entre eles é verdamano e
a) Beto é bondoso, Homero é honesto, Júlio não é justo. obtém as seguintes respostas:
b) Beto não é bondoso, Homero é honesto, Júlio não é Alfa: “Beta é mentimano”
justo. Beta: “Gama é mentimano”
c) Beto é bondoso, Homero é honesto, Júlio é justo. Gama: “Delta é verdamano”
d) Beto não é bondoso, Homero não é honesto, Júlio Delta: “Épsilon é verdamano”
não é justo. Épsilon, afônico, fala tão baixo que o professor não con‑
e) Beto não é bondoso, Homero é honesto, Júlio é justo.
segue ouvir sua resposta. Mesmo assim, o professor de
lógica conclui corretamente que o verdamano é:
63. (AFC/CGU/2006) Três meninos estão andando de bicicle‑
a) Delta.
ta. A bicicleta de um deles é azul, a do outro é preta, a do
b) Alfa.
outro é branca. Eles vestem bermudas destas mesmas
c) Gama.
três cores, mas somente Artur está com bermuda de
mesma cor que sua bicicleta. Nem a bermuda nem a d) Beta.
bicicleta de Júlio são brancas. Marcos está com bermuda e) Épsilon.
azul. Desse modo,
a) a bicicleta de Júlio é azul e a de Artur é preta. 67. (AFC/CGU/2004) Três homens são levados à presença
b) a bicicleta de Marcos é branca e sua bermuda é preta. de um jovem lógico. Sabe‑se que um deles é um ho‑
c) a bermuda de Júlio é preta e a bicicleta de Artur é nesto marceneiro, que sempre diz a verdade. Sabe‑se,
branca. também, que um outro é um pedreiro, igualmente ho‑
d) a bermuda de Artur é preta e a bicicleta de Marcos nesto e trabalhador, mas que tem o estranho costume
é branca. de sempre mentir, de jamais dizer a verdade. Sabe‑se,
e) a bicicleta de Artur é preta e a bermuda de Marcos ainda, que o restante é um vulgar ladrão que ora mente,
é azul. ora diz a verdade. O problema é que não se sabe quem,
entre eles, é quem. À frente do jovem lógico, esses três
64. (AFC/CGU/2006) Amigas desde a infância, Beatriz, Dalva homens fazem, ordenadamente, as seguintes declara‑
e Valna seguiram diferentes profissões e hoje uma delas ções:
é arquiteta, outra é psicóloga, e outra é economista. O primeiro diz: “Eu sou o ladrão.”
Sabe‑se que ou Beatriz é a arquiteta ou Dalva é a ar‑ O segundo diz: “É verdade; ele, o que acabou de falar,
quiteta. Sabe‑se, ainda, que ou Dalva é a psicóloga ou é o ladrão.”
Valna é a economista. Sabe‑se, também, que ou Beatriz O terceiro diz: “Eu sou o ladrão.”
é a economista ou Valna é a economista. Finalmente,
sabe‑se que ou Beatriz é a psicóloga ou Valna é a psicó‑ Com base nestas informações, o jovem lógico pode,
loga. As profissões de Beatriz, Dalva e Valna são, pois, então, concluir corretamente que:
respectivamente, a) O ladrão é o primeiro e o marceneiro é o terceiro.
a) psicóloga, economista, arquiteta. b) O ladrão é o primeiro e o marceneiro é o segundo.
b) arquiteta, economista, psicóloga. c) O pedreiro é o primeiro e o ladrão é o segundo.
c) arquiteta, psicóloga, economista. d) O pedreiro é o primeiro e o ladrão é o terceiro.
Raciocínio Lógico

d) psicóloga, arquiteta, economista. e) O marceneiro é o primeiro e o ladrão é o segundo.


e) economista, arquiteta, psicóloga.
68. (AFC/CGU/2006) Perguntado sobre as notas de cinco
65. (AFC/CGU/2006) Pedro encontra‑se à frente de três alunas (Alice, Beatriz, Cláudia, Denise e Elenise), um
caixas, numeradas de 1 a 3. Cada uma das três caixas professor de Matemática respondeu com as seguintes
contém um e somente um objeto. Uma delas contém afirmações:
um livro; outra, uma caneta; outra, um diamante. Em 1. “A nota de Alice é maior do que a de Beatriz e menor
cada uma das caixas existe uma inscrição, a saber: do que a de Cláudia”;

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2. “A nota de Alice é maior do que a de Denise e a nota OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
de Denise é maior do que a de Beatriz, se e somente
se a nota de Beatriz é menor do que a de Cláudia”; Noção de Conjunto e de Elemento
3. “Elenise e Denise não têm a mesma nota, se e so‑
mente se a nota de Beatriz é igual à de Alice”.
Entenderemos como um conjunto qualquer coleção ou
Sabendo‑se que todas as afirmações do professor são lista que reúna todos os objetos, pessoas, números etc., que
verdadeiras, conclui‑se corretamente que a nota de: tenham algum a característica ou propriedade em comum.
a) Alice é maior do que a de Elenise, menor do que a Cada um destes objetos, pessoas, números etc., capazes de
de Cláudia e igual à de Beatriz. satisfazer todas as características que determinam um conjun‑
b) Elenise é maior do que a de Beatriz, menor do que a to, é chamado elemento do conjunto. Por outro lado, quando
de Cláudia e igual à de Denise. não satisfaz alguma das características que determinam o
c) Beatriz é maior do que a de Cláudia, menor do que conjunto, diz-se que este objeto não é elemento do conjunto.
a de Denise e menor do que a de Alice.
d) Beatriz é menor do que a de Denise, menor do que Relação de Pertinência
a de Elenise e igual à de Cláudia.
e) Denise é maior do que a de Cláudia, maior do que a Se x é um elemento de um conjunto A, então dizemos que
de Alice e igual à de Elenise. x pertence ao conjunto A e podemos indicar isto como x ∈ A.
Se x não é um elemento de um conjunto A, então dize‑
69. (AFC/CGU/2006) Cinco irmãs nasceram, cada uma, em
um Estado diferente do Brasil. Lúcia é morena como a mos que x não pertence ao conjunto A e podemos indicar
cearense, é mais moça do que a gaúcha e mais velha isto como x ∉ A.
do que Maria. A cearense, a paulista e Helena gostam
de teatro tanto quanto Norma. A paulista, a mineira e Exemplo:
Lúcia são, todas, psicólogas. A  mineira costuma ir ao O conjunto P dos números pares compreendidos entre
cinema com Helena e Paula. A paulista é mais moça do 1 e 15 compreende os números 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 14. O
que a goiana, mas é mais velha do que a mineira; esta, número 6 é um elemento deste conjunto porque ele é
por sua vez, é mais velha do que Paula. par e está compreendido entre 1 e 15, mas os números
Logo: 5 e 20 não são, pois 5 não é par e 20, embora seja par,
a) Norma é gaúcha, a goiana é mais velha do que a não está compreendido entre 1 e 15.
mineira, e Helena é mais moça do que a paulista. P = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14}
b) Paula é gaúcha, Lúcia é mais velha do que Helena,
e a mineira é mais velha do que Maria. 6∈P
c) Norma é mineira, a goiana é mais velha do que a 5∉P
gaúcha, e Maria é mais moça do que a cearense. 20 ∉ P
d) Lúcia é goiana, a gaúcha é mais moça do que a cea‑
rense, e Norma é mais velha do que a mineira. Conjunto Vazio
e) Paula é cearense, Lúcia é mais velha do que a paulista,
e Norma é mais moça do que a gaúcha. Dizemos que um conjunto é vazio quando ele não tem
qualquer elemento.
GABARITO Se o conjunto A é vazio, indicamos isto anotando:

1. e 27. d 53. e A=∅


2. d 28. a 54. b ou
3. e 29. c 55. a A={}
4. c 30. e 56. a
5. a 31. e 57. e Diagramas de Euler-Venn
6. c 32. e 58. e
7. a 33. a 59. b Os diagramas de Euler-Venn representam os conjuntos
8. c 34. a 60. a através de regiões do plano limitadas por curvas ou linhas
9. e 35. c 61. b poligonais fechadas. Os elementos de um conjunto serão os
10. a 36. a 62. c pontos que estiverem dentro da região que o representa,
11. d 37. d 63. c
enquanto que todos os pontos que estiverem fora da mesma
12. b 38. b 64. d
região não serão elementos daquele conjunto.
13. b 39. e 65. c
14. b 40. a 66. d Exemplo:
15. d 41. d 67. b No diagrama a seguir, o conjunto de todas as pessoas
16. c 42. c 68. b está representado pela região interior ao retângulo P, e
17. e 43. e 69. e o conjunto das pessoas que falam espanhol, pela região
18. e 44. e interior à oval E:
19. a 45. d
Raciocínio Lógico

20. d 46. a
21. d 47. d
22. e 48. d
23. a 49. e
24. c 50. e
25. d 51. c
26. d 52. e

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26 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A letra x representa algo que não é uma pessoa, pois 4a – Se um conjunto A tem n elementos, então existem
está fora do conjunto P (x ∉ P). 2 subconjunto possíveis de A.
n

A letra y representa uma pessoa que não fala espanhol,


pois y está fora do conjunto E (y ∉ E). Conjunto das Partes de um Conjunto
A letra z representa uma pessoa que fala espanhol
(z ∈ P e z ∈ E). Dado um conjunto A qualquer, chamamos de conjunto
das partes de A ao conjunto que reúna todos os subconjunto
Subconjunto e Relação de Inclusão possíveis de A.

Dizemos que B é um subconjunto do conjunto A quando O conjunto das partes de A é indicado por P(A).
todos os elementos de B também são elementos de A.
Quando B é um subconjunto de A, podemos dizer que P(A) = { X / X ⊂ A}
B está contido em A e escrevemos:
Exemplo:
B⊂A Seja A = { 1, 2, 3}. O conjunto das partes de A é:

Exemplo: P(A) = { ∅, {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, A }
O conjunto B = {3, 4} é um subconjunto do conjun‑
to A = {1, 2, 3, 4, 5} e podemos anotar isto como Atenção: Cada um dos elementos de P(A) é um dos
B ⊂ A, pois todos os elementos de B também são ele‑ subconjuntos de A. Portanto, o número de elementos de
mentos de A. P(A) é sempre igual ao total de subconjuntos possíveis de
A, ou seja: 2n, onde n é o número de elementos do conjunto
Se pelo menos um dos elementos de B não pertencer ao A. No exemplo anterior, A tem 3 elementos e P(A) tem 23 =
conjunto A, então B não será um subconjunto de A e diremos 8 elementos.
que B não está contido em A, escrevendo:
Igualdade entre Conjuntos
B⊄A
Dizemos que dois conjuntos quaisquer, A e B, são iguais
Exemplo: e anotamos A = B se e somente se A é um subconjunto de B
O conjunto M = {3, 4} não é um subconjunto do conjunto e também B é um subconjunto de A.
N = {2, 4, 6, 8, 10} e podemos anotar isto como M ⊄ N,
pois algum dos elementos de M não pertence a N (3 ∈ A = B ⇔ A⊂ B e B⊂ A
M e 3 ∉ N).
Exemplo:
Obs.: Se B está contido em A (B ⊂ A), então também Os conjuntos A = {1; 2; 3}, B = {2; 3; 1} e C = {1; 1; 2; 3;
podemos dizer que A contém B (que pode ser anotado 1; 3} são todos iguais pois:
como A ⊃ B).
Todos os elementos de A pertencem a B e vice-versa.
B⊂A⇔A⊃B Logo A = B.
Todos os elementos de B pertencem a C e vice versa.
“B está contido em A” ⇔ “A contém B” Logo B = C.
Como A = B e B = C, então temos, também, que A = C.
De modo análogo, se B não está contido em A (B ⊄ A),
então também podemos dizer que A não contém B (que pode
Interseção de Conjuntos
ser anotado como A ⊃ / B).
B⊄A⇔A ⊃ / B Dados dois conjuntos, A e B, a interseção destes con‑
juntos compreende todo aquele que seja elemento de A e
“B não está contido em A” ⇔ “A não contém B”
também de B, simultaneamente.
A interseção do conjunto A com o conjunto B pode ser
Algumas Propriedades da Inclusão
indicada por A ∩ B (lê-se A interseção B), ou pela expressão
A e B.
1a – O conjunto vazio é subconjunto de qualquer con‑
junto dado.
A ∩ B = {todo x tal que x ∈ A e x ∈ B}
∅ ⊂ A, para qualquer conjunto A.
Observe o diagrama abaixo, cuja interseção dos
2 – Qualquer conjunto é subconjunto de si mesmo.
a conjuntos A e B, A ∩ B, está indicada pela parte som­breada:
Raciocínio Lógico

A ⊂ A, para qualquer conjunto A.

3a – Se o conjunto A é subconjunto do conjunto B e


este B é subconjunto do conjunto C, então o conjunto A é
subconjunto de C.

A⊂B⊂C⇒A⊂C

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Propriedades da Interseção de Conjuntos Diferença de Conjuntos

1a – A ordem dos conjuntos não altera o resultado de Dados dois conjuntos, A e B, a diferença do conjunto A
sua interseção. para o conjunto B, nesta ordem, compreende todo aquele
que seja elemento de A e não seja elemento de B.
A∩B=B∩A A diferença do conjunto A para o conjunto B pode ser
indicada por A-B (lê-se A menos B), ou pela expressão A e
2a – A interseção de conjuntos é associativa, ou seja: não B.
(A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C) A−B = {todo x tal que x∈A e x∉B}

3a – Se A é subconjunto de um conjunto B qualquer, A diferença de A para B, A-B, está representada pela


então: parte sombreada do diagrama seguinte:

A∩B=A

4a – Dois conjuntos quaisquer, A e B, são chamados


disjuntos quando sua interseção é o conjunto vazio.

A ∩ B = ∅ ⇔ A e B são disjuntos

União de Conjuntos

Dados dois conjuntos, A e B, a união desses conjuntos


compreende todo aquele que seja elemento de A ou de B
Propriedades da Diferença de Conjuntos
ou de ambos.
1a – A ordem dos conjuntos normalmente altera o re‑
A união do conjunto A com o conjunto B pode ser indi‑
sultado de sua diferença.
cada por A ∪ B (lê-se A união B), ou pela expressão A ou B.
A ∪ B = {todo x tal que x ∈ A ou x ∈ B}
A – B ≠ B – A (sempre que A ≠ B)
A união dos conjuntos A e B, A ∪ B, está indicada pela
2a – A diferença de conjuntos não é associativa, ou seja:
parte sombreada do diagrama abaixo:
(A – B) C ≠ A – (B – C) (usualmente)

3a – Se A é subconjunto de um conjunto B qualquer,


então:

A–B=∅

Complemento de um Conjunto

Seja A um subconjunto qualquer do conjunto U, chama‑


Propriedades da União de Conjuntos -se complemento de A em relação ao conjunto U ao conjunto
1a – A ordem dos conjuntos não altera o resultado de que compreende todos os elementos de U que não sejam
sua união. elementos de A.
A∪B=B∪A Quando não houver dúvidas sobre qual deva ser o
conjunto U do qual se pretende determinar o complemento
2a – A união de conjuntos é associativa, ou seja: do conjunto A, o complemento de A poderá ser indicado
por ~A (lê-se complemento de A) ou pela expressão não-A.
(A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C) A parte sombreada no diagrama abaixo indica o com‑
plemento do conjunto A, ~A.
3a – Se A é subconjunto de um conjunto B qualquer,
então:
Raciocínio Lógico

A∪B=B

4a – Dados três conjunto quaisquer, A, B e C, valem


sempre as seguintes igualdades:

A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C)

A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)

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28 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Um tipo de exercício especial Representando num diagrama os conjuntos considera‑
dos, tem-se:
Nos problemas de raciocínio que envolvem conjuntos,
deve-se estudar as características que determinam cada um
dos conjuntos dados, bem como as relações existentes entre
os elementos desses conjuntos, de maneira que se possa con‑
cluir algo novo sobre os conjuntos ou sobre seus elementos.
O uso de diagramas frequentemente facilita o entendimento
de tais problemas, simplificando a sua resolução.

Exemplos:
1. De um grupo com 300 alunos de línguas, 170 estudam
A proporção das pessoas que leem “A Gazeta” e “A
inglês e 180 estudam espanhol. Considerando que,
Tribuna” (um sexto) tanto está incluída na fração dos que
neste grupo, ninguém estude qualquer outro idioma,
leem o primeiro jornal (metade dos elementos do grupo),
quantos alunos dedicam-se tanto ao estudo da língua
quanto na terça parte dos que leem o segundo jornal. Então,
de Sakespeare quanto ao da de Cervantes? a fração de pessoas que lê algum dos dois jornais (“A Gazeta”
ou “A Tribuna” ou os dois) é:
Solução:
Se somarmos o número de alunos de inglês (170), com o (1/2)+(1/3)-(1/6)
de alunos de espanhol (180), encontraremos 170 + 180 =
350, ou seja, 50 alunos a mais do que o total. Isto ocorreu = (3/6)+(2/6) -(1/6) = 4/6 = 2/3
porque, ao somarmos os dois números, tomamos duas
vezes o número daqueles que se dedicam ao inglês e Se dois terços dos entrevistados leem algum dos dois
ao espanhol. Logo, o número de alunos que estudam jornais, então o um terço restante não lê “A Gazeta” nem
os dois idiomas é 50. “A Tribuna”.

Pode-se chegar a esta conclusão também com o auxílio EXERCÍCIOS PROPOSTOS


do seguinte raciocínio:
Considere o diagrama a seguir, onde I é o conjunto de 1. Para que {2, 9, 5, 7, x} = {2, 3, 5, 7, 9}, o valor de x deve
todos os alunos que estudam inglês e E, o de todos os alunos ser:
que estudam espanhol. O x representa o número de alunos a) 5
que estudam tanto inglês quanto espanhol. b) 7
c) 3
d) 2
e) 9

2. Sabendo que A ∩ B = {5, 6, 7}, A = {4, m, 6, 7} e B = {1, m,


n, 7, 9} então os valores de m e n são, respectivamente:
a) 4 e 6
b) 5 e 6
Uma vez que x representa o uma parte dos 170 alunos c) 6 e 5
que estudam inglês, restam 170-x que estudam inglês mas d) 6 e 4
não estudam espanhol. Do mesmo modo, x também repre‑ e) 1 e 6
senta parte dos 180 alunos que estudam espanhol, restando
180-x que estudam espanhol mas não estudam inglês. 3. Sejam M, N e P três conjuntos tais que
Como a soma dos três números deve dar 300, devemos
fazer: M ∪ N = {1, 2, 3, 5} e M ∪ P = {1, 3, 4},

170-x + x +180-x = 300 então M ∪ N ∪ P é:


170 +180-x = 300 a) ∅
350-x = 300 b) {1, 3}
x = 50 c) {1, 3, 4}
d) {1, 2, 3, 5}
2. Num certo grupo de pessoas metade leem o jornal “A e) {1, 2, 3, 4, 5}
Gazeta”, um terço leem “A Tribuna” mas somente um
Raciocínio Lógico

sexto delas leem estes dois jornais. Qual a fração que 4. Se A e B são dois conjuntos quaisquer tais que
representa as pessoas deste grupo que não leem nem A ⊂ B e A ≠ ∅, então:
“A Gazeta” nem “A Tribuna”? a) Sempre existe x ∈ A tal que x ∉ B
b) Sempre existe x ∈ B tal que x ∉ A
Solução: c) Se x ∈ B então x ∈ A
Cada uma das frações indica uma proporção entre a d) Se x ∉ B então x ∉ A
parte considerada e o total de pessoas do grupo. e) A ∩ B = ∅

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5. Sabe-se que: 10. Considere cada uma das afirmativas seguintes.
A ∪ B ∪ C = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10} (1) 0 ∈ {0, 1, 2, 3, 4}
A ∩ B = {2, 3, 8} (2) {a} ∈ {a, b}
A ∩ C = {2, 7} (4) ∅ ∈ {0}
B ∩ C = {2, 5, 6} (8) 0 ∈ ∅
A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} (16) {a} ⊂ ∅

Nestas condições pode-se concluir que o conjunto C é: A soma dos valores correspondentes às afirmativas
a) {9, 10} Verdadeiras é:
b) {5, 6, 9, 10} a) 1
c) {2, 5, 6, 7, 9, 10} b) 3
d) {2, 5, 6, 7} c) 5
e) igual a A ∪ B d) 7
e) 9
6. Na figura a seguir estão representados os conjuntos A,
B e C, todos não vazios. Assinale a alternativa que teria 11. Considere cada uma das afirmativas seguintes.
como resultado o conjunto correspondente à região
(1) {a} ∈ {a, {a}}
sombreada.
(2) {a} ⊂ {a, {a}}
(4) {∅, a, {a}} ⊃ {a}
(8) ∅ ⊂ {a, {a}}
(16) {a, b} ∈ {a, b, c, d}

A soma dos valores correspondentes às afirmativas


Verdadeiras é
a) 12
b) 13
c) 14
d) 15
e) 16

12. Dados os conjuntos: P = {0, 1, 3, 5}, Q = {1, 3, 5, 7} e R =


a) (A ∩ B) – C {3, 8, 9}, o conjunto X, definido pela igualdade X = Q – (P
b) (A ∩ C) – B ∪ R) é:
c) (B ∩ C) – A a) {1, 3, 5}
d) (B ∩ A) – A b) {7}
e) (A ∩ B) – B c) {7, 5, 8, 9}
d) {0, 8, 9}
7. Sejam os conjuntos A com 2 elementos, B com 3 ele‑
e) {1, 5, 7}
mentos e C com 4 elementos; então:
a) A ∩ B tem no máximo 1 elemento.
13. Considere os seguintes conjuntos:
b) A ∪ C tem no máximo 5 elementos.
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...} é o conjunto dos números naturais;
c) (A ∩ B) ∩ C tem no máximo 2 elementos.
A = {x; x = 3n, com n∈N e x ≤ 30};
d) (A ∪ B) ∩ C tem no máximo 2 elementos.
e) A ∩ ∅ tem no mínimo 2 elementos. B = {x; x∈N e x = 2n+1}.

8. O número de conjuntos X que satisfazem {1, 2} ⊂ X ⊂ Se o conjunto X é tal que X ⊂ (A∩B) e (A∩B)–X = {3, 15,
{1, 2, 3, 4} é: 21}, então X é igual a:
a) 3 a) ∅
b) 4 b) {3, 15, 21}
c) 5 c) {9, 27}
d) 6 d) {0, 6, 12, 18, 24, 27, 30}
e) 7 e) {0, 1, 5, 6, 7, 11, 12, 13, 18, 23, 24, 25, 27, 29, 30}

9. Dado o conjunto A = {0, {0}, ∅, {∅}}, considere as afir‑ 14. Se X, Y e X ∩ Y são conjuntos com 50, 90 e 30 elemen‑
mativas: tos, respectivamente, então o número de elementos do
I – {0} ∈ A conjunto X ∪ Y é:
II – {0} ⊂ A a) 90
III – ∅ ∈ A
Raciocínio Lógico

b) 100
IV – ∅ ⊂ A c) 110
d) 120
Com relação a estas afirmativas é correto dizer que:
a) Todas são verdadeiras. e) 130
b) Apenas a I é verdadeira.
c) Apenas a II é verdadeira. 15. Numa pesquisa feita com 290 pessoas a respeito da
d) Apenas a III é verdadeira. audiência de dois filmes, A e B, apurou-se que:
e) Todas são falsas. - 130 das pessoas consultadas assistiram ao filme A;

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30 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
- Somente 50 dentre todas as pessoas consultadas as‑ PORCENTAGENS
sistiram aos dois filmes;
- Dentre todos os pesquisados, apenas 60 não assistiram Razão Centesimal
a A nem a B.
Chamamos de razão centesimal a toda razão cujo con‑
Quantas pessoas assistiram ao filme B? sequente (denominador) seja igual a 100.
a) 100
b) 110 Exemplos:
c) 130 37 em cada 100 → 37/100
d) 150 19 em cada 100 → 19/100
e) 170
Diversas outras razões não centesimais podem ser facil‑
mente reescritas na forma centesimal.
16. Uma empresa, fabricante de computadores, pretende
lançar um novo modelo de notebook no mercado. Para
Exemplos:
tanto, encomendou uma pesquisa sobre as preferências
3 em cada 10 → 3/10 = 30/100 → 30 em cada 100
dos consumidores entre dois modelos: Alfa e Beta. Das
2 em cada 5 → 2/5 = 40/100 → 40 em cada 100
400 pessoas consultadas, apurou-se o seguinte:
1 em cada 4 → 1/4 = 25/100 → 25 em cada 100
- Ao todo, 150 pessoas consultadas gostaram somente
do modelo Alfa. Outros nomes usados para uma razão centesimal são
- O número de pessoas consultadas que gostaram do razão porcentual, índice porcentual e percentil.
modelo Beta foi 240.
- Apenas 60 dentre as pessoas consultadas gostaram Forma Porcentual
dos dois modelos.
Uma razão centesimal pode ser indicada na forma por‑
Com base nestes dados é correto dizer que o número centual anotando-se o antecedente (numerador) da razão
de pessoas consultadas que: centesimal seguido do símbolo % (lê-se “por cento”).
a) gostaram do modelo Alfa é 150.
b) gostaram do modelo Beta mas não gostaram do Exemplos:
modelo Alfa é 190. 12
c) gostaram de um único dos dois modelos é 120. 100
= 12% (doze por cento)
d) não gostaram de nenhum dos dois modelos é 20.
3
e) não gostaram de algum dos dois modelos é 340. = 3% (três por cento)
100

17. Um professor de Literatura sugeriu em uma classe a Porcentagem


leitura dos livros O Mulato, e Helena. Sabe-se que:
– exatamente 20 alunos leram O Mulato; Dados dois números quaisquer, A e B (B ≠ 0) dizemos
– exatamente 15 alunos leram só o romance Helena; que A é igual a p% de B quando a razão A/B for igual a p%.
– apenas 10 leram os dois livros;
– 15 foi o número de alunos que não leram O Mulato A p
A é p% de B ↔ =
nem Helena. B 100

a) 20 foi o número de alunos que leram somente um Na expressão acima, o valor B é a referência do cálculo
dos livros. porcentual. Dizemos então que A é uma porcentagem do
b) 15 foi o número de alunos que leram Helena. número B.
c) 25 foi o número de alunos que não leram algum dos Todo problema de porcentagens depende, basicamente,
dois livros. de determinarmos um dos valores dados na expressão acima,
d) 30 foi o número de alunos que leram Iracema. A, B ou p em função dos outros dois.
e) 50 era o número de alunos dessa classe.
Observação:
Nas questões de concursos públicos é comum en‑
GABARITO contrarmos:
- lucro, rendimento, desconto, abatimento, prejuízo
1. c 11. d etc. indicando uma porcentagem em situações
2. b 12. b específicas;
3. e 13. c
Raciocínio Lógico

- a expressão “principal” indicando o valor de refe‑


4. d 14. c rência que corresponde a 100%.
5. c 15. d
6. a 16. e Exemplos:
7. c 17. e
8. b 1) Calcular 20% de 250.
9. a
10. a
Solução: O número procurado é igual a 20% de 250.

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Logo: Para Calcular um Aumento de p%:

x 20 Quando aumentamos em p% um valor V, ficamos com


x é 20% de 250 ↔ = (100+p)% de V.
250 100
Então, basta multiplicar o valor V pela forma decimal de
100 . x = 20 × 250 (100+p)% para termos o resultado desejado.
20 × 250 5000
x= = = 50 Exemplos:
100 100
1) Aumentar o valor 230 em 30%.
x = 50 Solução: (100+30)% = 130% = 1,30
→ 230 × 1,30 = 299
Então, 20% de 250 dá 50.
2) Aumentar o valor 400 em 3,4%.
2) 30 é igual a 20% de quanto?
Solução: (100+3,4)% = 103,4% = 1,034
Solução: Da definição de porcentagem temos: → 400 × 1,034 = 413,6

30 20 Para Calcular uma Redução de p%:


30 é 20% de x ↔ =
x 100
Quando reduzimos em p% um valor V, ficamos com
20 . x = 30×100 (100 – p)% de V.
100 × 30 Então, basta multiplicar o valor V pela forma decimal de
x= = 150 (100 – p)% para termos o resultado desejado.
20
Portanto, 30 é igual a 20% de 150. Exemplos:
1) Reduzir o valor 300 em 30%.
3) 21 representa quanto por cento de 15? Solução: (100 – 30)% = 70% = 0,70
→ 300 × 0,70 = 210
Solução: Da definição de porcentagem temos:
21 x
21 é x% de 15 ↔ = 2) Reduzir o valor 400 em 2,5%.
15 100 Solução: (100 – 2,5)% = 97,5% = 0,975
.
15 x = 21 × 100 → 400 × 0,975 = 390

x=
2100
= 140
Aumentos Sucessivos:
15
Para aumentarmos um valor V sucessivamente em p1%,
Logo, 21 representa 140% de 15. p2 %, ...., pn %, de tal forma que cada um dos aumentos, a
partir do segundo, incida sobre o resultado do aumento
Forma Unitária anterior, basta multiplicar o valor V sucessivamente pelas
formas unitárias de (100+p1 )%, (100+p2)%, ..... , (100+pn)% .
Além da forma porcentual, existe uma outra forma de
expressarmos uma razão porcentual a qual chamamos de Exemplos:
forma unitária. 1) Aumentar o valor 2.000 sucessivamente em 10%,
A forma unitária da razão p/100 é o número decimal 20% e 30%.
que obtemos dividindo o valor p por 100. Solução: 2.000 × 1,10 × 1,20 × 1,30 = 3.432

Exemplos: 2) Se o valor 4.000 sofrer três aumentos sucessivos de


23% = 23/100 = 0,23 5%, qual será o valor resultante?
6% = 6/100 = 0,06 Solução: 4.000 × 1,05 × 1,05 × 1,05 = 4.630,5
133% = 133/100 = 1,33
0,5% = 0,5/100 = 0,005 Reduções Sucessivas:

Aumentos e Reduções Porcentuais Para reduzirmos um valor V sucessivamente em p1%,


p2 %, ...., pn %, de tal forma que cada uma das reduções, a
Quando queremos calcular um aumento ou uma re‑ partir da segunda, incida sobre o resultado da anterior, basta
dução de p% sobre determinado valor, é comum calcular o multiplicar o valor V sucessivamente pelas formas decimais
resultado em duas etapas: de (100 – p1)%, (100 – p2)% , ..... , (100 – pn )% .
1ª – Calculamos a porcentagem p% do valor dado.
Raciocínio Lógico

Exemplos:
2ª – Adicionamos ou subtraímos do valor original a 1) Reduzir o valor 5.000 sucessivamente em 10%, 20%
porcentagem encontrada, para obter, respectivamente, e 30%.
o valor aumentado ou reduzido em p% do valor dado,
Solução: 5.000 × 0,90 × 0,80 × 0,70 = 2.520
conforme o caso desejado.
Usando a forma unitária, poderemos calcular au­men­tos 2) Se o valor 4.000 sofrer três reduções sucessivas de
e reduções percentuais de modo mais rápido, usando um 5%, qual será o valor resultante?
dos seguintes raciocínios: Solução: 4.000 × 0,95 × 0,95 × 0,95 = 3.429,5

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Exercícios Resolvidos 4. Uma mercadoria foi vendida com um lucro de 20% sobre
a venda. Qual o preço de venda desta mercadoria se o
1. A conta de um restaurante indicava uma despesa de R$ seu preço de custo foi de R$ 160,00?
26,00 e trazia a seguinte observação: “Não incluí­mos os
10% de serviço”. Calcular, em dinheiro, os 10% de serviço Solução:
e o total da despesa se nela incluirmos a porcentagem
referente ao serviço. A expressão “sobre a venda” significa que o valor de
Solução: referência para o cálculo porcentual do lucro, neste
Serviço =10% de 26,00 = 2,60 exercício, deverá ser o preço de venda (ao contrário
do que é comum!). Portanto, devemos fazer o preço de
Portanto, os 10% cobrados como serviço representam venda corresponder a 100%.
R$ 2,60.
Incluindo esta porcentagem na despesa original, teremos: Observe, então, o esquema:
26,00 + 2,60 = 28,60
(Preço de Custo) + (Lucro) = (Preço de Venda)
Assim, o total da despesa passa a ser de R$ 28,60. x % + 20% = 100%

2. Num laboratório, 32% das cobaias são brancas e as x % + 20% = 100%


outras 204 são de cor cinza. Quantas cobaias há neste logo: x% = 80%
laboratório?
Então, o preço de custo (R$ 160,00) corresponde a 80%
Solução: do preço de venda (V):
O total de cobaias corresponde a 100%:
80% de V = 160,00 (custo)
brancas (32%) + cinza (x%) = total (100%)
32% + x% = 100%
Resolvendo, nos dá:
x% = 100% – 32% = 68%

Então, as 204 cobaias de cor cinza são 68% do total.


160 × 100
V= = 200
Chamando o total de cobaias de C, poderemos escrever: 80

68% de C = 204 O preço de venda foi de R$ 200,00


68
× C = 204
100 5. Para atrair fregueses, um supermercado anuncia por R$
204 ×100 10,00 um determinado produto que lhe custou R$ 13,00.
C= = 300
68 Determine a taxa porcentual de prejuízo sobre o preço
C = 300 de venda.

Portanto, há 300 cobaias no laboratório. Solução:

3. O preço de um produto A é 30% maior que o de B e o preço A expressão “sobre o preço de venda” significa que o
deste é 20% menor que o de C. Sabe-se que A, B e C custa‑ valor de referência para o cálculo porcen­tual do prejuízo
ram, juntos, R$ 28,40. Qual o preço de cada um deles? deverá ser o preço de venda:
Solução:
Digamos que os preços de A, B e C são a, b e c, respec‑ Observe o esquema:
tivamente:
(Preço de Custo) – (Prejuízo) = (Preço de Venda)
a = (100%+30%) de b = 130% de b → a = 1,3 b (100 + x) % – x% = 100%

b = (100% - 20%) de c = 80% de c → b = 0,8 c O valor do prejuízo, em dinheiro, pode ser determinado
Comparando as duas igualdades acima, temos: pela diferença entre os preços de custo e de venda:
b = 0,8c e a = 1,3b, portanto a = 1,3 × 0,8c 13,00 – 10,00 = 3,00
a = 1,04c
Assim, podemos dizer que o prejuízo (R$ 3,00) é igual a
O preço dos três, juntos, é R$ 28,40:
x% do preço de venda (R$ 10,00):
a + b + c = 28,40
Raciocínio Lógico

1,04c + 0,8c + 1c = 28,40 x% de 10 = 3


2,84c = 28,40
c = 10,00 (valor de C) Resolvendo a expressão, encontramos:
b = 0,8c = 0,8 × 10 = 8,00 (valor de B) 100× 3
a = 1,04c = 1,04 × 10 = 10,40 (valor de A) x= = 30
10
Então, os preços são: A custa R$ 10,40, B custa R$ 8,00
e C custa R$ 10,00. O porcentual de prejuízo sobre a venda é de 30%.

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS QUESTÕES DE CONCURSOS (CESPE)
1. Em um concurso havia 15.000 homens e 10.000 mulhe‑ (Cespe/TCE-RN/Assessor de Informática/2015) Para fiscalizar
res. Sabe-se que 60% dos homens e 55% das mulheres determinada entidade, um órgão de controle escolherá 12
foram aprovados. Do total de candidatos, quantos por de seus servidores: 5 da secretaria de controle interno, 3
cento foram reprovados?
da secretaria de prevenção da corrupção, 3 da corregedoria
2. Uma cidade possui uma população de 100.000 habi‑
tantes, dos quais alguns são eleitores. Na eleição para a e 1 da ouvidoria. Os 12 servidores serão distribuídos, por
prefeitura da cidade havia 3 candidatos. Sabendo-se que sorteio, nas equipes A, B e C; e cada equipe será composta
o candidato A obteve 20% dos votos dos eleitores, que o por 4 servidores. A equipe A será a primeira a ser formada,
candidato B obteve 30%, que os votos nulos foram 10%, depois a equipe B e, por último, a C. A respeito dessa situa‑
que o candidato C obteve 12.000 votos e que não houve ção, julgue os itens subsequentes.
abstenções, a parte da população que não é eleitora é 1. A probabilidade de um servidor que não for sorteado
de quantos habitantes. para integrar a equipe A ser sorteado para integrar a
3. (Metrô/Técnico de Contabilidade/2ºG-IDR/1994) João, equipe B é igual a 0,5.
Antônio e Ricardo são operários de uma certa empresa. 2. A probabilidade de a equipe A ser composta por qua‑
Antônio ganha 30% a mais que João, e Ricardo, 10% a me‑ tro servidores da secretaria de controle interno é infe‑
nos que Antônio. A soma dos salários dos três, neste mês, rior a 0,01.
foi de R$ 4.858,00. Qual a quantia que coube a Antônio? 3. Se, após a formação das 3 equipes, as quantidades
4. Fiz em 50min o percurso de casa até a escola. Quanto de servidores das unidades mencionadas forem iguais
tempo gastaria na volta, se utilizasse uma velocidade nas equipes A e B, então a equipe C será formada por
20% menor?
1 servidor de cada unidade.
5. A população de uma cidade aumenta à taxa de 10% ao
ano. Sabendo-se que em 1990 a população era de 200.000 4. A chance de a equipe A ser composta por um servidor
hab.. Quantos habitantes esta cidade terá em 1994? de cada unidade é superior a 10%.
6. (UnB/1993) A soma de dois números x e y é 28 e a razão
entre eles é de 75%. Qual é o maior desses números? (Cespe/TCE-RN/Assessor de Informática/2015) Em campanha
de incentivo à regularização da documentação de imóveis,
7. Calcular: um cartório estampou um cartaz com os seguintes dizeres:
a) 30% de 20% de 40% b) 81% “O comprador que não escritura e não registra o imóvel não
se torna dono desse imóvel”.
8. Um depósito de combustível de capacidade de 8m3 A partir dessa situação hipotética e considerando que a pro‑
tem 75% de sua capacidade preenchida. Quantos m3 posição P: “Se o comprador não escritura o imóvel, então
de combustível serão necessários para preenchê-lo?
9. (CEF/1991) Num grupo de 400 pessoas, 70% são do ele não o registra” seja verdadeira, julgue os itens seguintes.
sexo masculino. Se, nesse grupo, 10% dos homens são 5. A negação da proposição P pode ser expressa correta‑
casados e 20% das mulheres são casadas. Qual o número mente por “Se o comprador escritura o imóvel, então
de pessoas casadas? ele o registra”.
10. (CEB/Contador/IDR/1994) Para obter um lucro de 25% 6. A proposição P é logicamente equivalente à proposi‑
sobre o preço de venda de um produto adquirido por ção “O comprador escritura o imóvel, ou não o registra".
R$ 615,00, o comerciante deverá vendê-lo por quanto? 7. Um comprador que tiver registrado o imóvel, necessa‑
11. (Metrô/Assist. Administrativo/IDR/1994) Uma merca‑ riamente, o escriturou.
doria custou R$ 100,00. Para obter-se um lucro de 20% 8. Se A for o conjunto dos compradores que escrituram o
sobre o preço de venda, por quanto deverá ser vendida? imóvel, e B for o conjunto dos que o registram, então
12. (TTN/2ºG/1989) Antônio comprou um conjunto de sofás B será subconjunto de A.
com um desconto de 20% sobre o preço de venda. Saben‑
do-se que o valor pago por Antônio foi de R$ 1.200,00, (Cespe/STJ/ Técnico Judiciário/Administrativo/2015) Mariana
de quanto era o preço de venda da mercadoria? é uma estudante que tem grande apreço pela matemática,
13. (TTN/1989) Um produto é vendido com um lucro bruto apesar de achar essa uma área muito difícil. Sempre que tem
de 20%. Sobre o preço total da nota, 10% correspon­dem
tempo suficiente para estudar, Mariana é aprovada nas disci‑
a despesas. De quantos por cento foi o lucro líquido do
comerciante? plinas de matemática que cursa na faculdade. Neste semes‑
14. Um cliente obteve de um comerciante desconto de 20% tre, Mariana está cursando a disciplina chamada Introdução
no preço da mercadoria. Sabendo-se que o preço de à Matemática Aplicada. No entanto, ela não tem tempo su‑
venda, sem desconto, é superior em 20% ao do custo, ficiente para estudar e não será aprovada nessa disciplina.
pode-se afirmar que houve, por parte do comerciante A partir das informações apresentadas nessa situação hipo‑
um lucro ou um prejuízo e de quanto? tética, julgue os itens a seguir, acerca das estruturas lógicas.
15. Quanto por cento sobre o custo corresponde a um lucro 9. Considerando-se como p a proposição “Mariana acha
de 60% sobre a venda? a matemática uma área muito difícil" de valor lógico
verdadeiro e como q a proposição “Mariana tem grande
GABARITO apreço pela matemática" de valor lógico falso, então o
valor lógico de p → ¬q é falso.
Raciocínio Lógico

1. 42% 8. 2m3 10. Considerando-se as seguintes proposições: p: “Se


2. 70.000 9. 52 Mariana aprende o conteúdo de Cálculo 1, então ela
3. R$ 1.820,00 10. R$ 820,00 aprende o conteúdo de Química Geral"; q: “Se Maria‑
4. 62min 30s 11. R$ 125,00 na aprende o conteúdo de Química Geral, então ela é
5. 292.820 hab. 12. R$ 1.500,00 aprovada em Química Geral"; c: “Mariana foi aprovada
6. 16 13. 8% em Química Geral", é correto afirmar que o argumento
7. a) 2,4% 14. Prejuízo de 4% formado pelas premissas p e q e pela conclusão c é um
b) 90% 15. 150% argumento válido.

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11. Designando por p e q as proposições “Mariana tem tem‑ Considerando que as proposições lógicas sejam representadas
po suficiente para estudar" e “Mariana será aprovada por letras maiúsculas e utilizando os conectivos lógicos usuais,
nessa disciplina", respectivamente, então a proposição julgue o item a seguir a respeito de lógica proposicional.
“Mariana não tem tempo suficiente para estudar e não 18. A sentença “A vida é curta e a morte é certa" pode
será aprovada nesta disciplina" é equivalente a ¬p ∧¬q. ser simbolicamente representada pela expressão lógica
P ∧ Q, em que P e Q são proposições adequadamente
(Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Administrativo/2015) Deter‑ escolhidas.
minada faculdade oferta, em todo semestre, três discipli‑
nas optativas para alunos do quinto semestre: Inovação 19. (Cespe/MEC/2015) A sentença “Somente por meio da
e Tecnologia (INT); Matemática Aplicada (MAP); Economia educação, o homem pode crescer, amadurecer e de‑
do  Mercado empresarial (EME). Neste semestre, dos 150 senvolver um sentimento de cidadania" pode ser sim‑
alunos que possuíam os requisitos necessários para cursar bolicamente representada pela expressão lógica P ∧ Q
essas disciplinas, foram registradas matrículas de alunos nas ∧ R, em que P, Q e R são proposições adequadamente
seguintes quantidades: escolhidas.
● 70 em INT;
● 45 em MAP; (Cespe/MEC/2015)
● 60 em EME;
● 25 em INT e MAP;
● 35 em INT e EME;
● 30 em MAP e EME;
● 15 nas três disciplinas.

Com base nessas informações, julgue o item que se segue.


12. Os dados disponíveis são insuficientes para se deter‑
minar a quantidade de alunos que não efetuaram ma‑
trícula em nenhuma das três disciplinas.
13. A quantidade de alunos que se matricularam apenas
na disciplina MAP é inferior a 10.
14. Ao se escolher um aluno ao acaso, a probabilidade de
ele estar matriculado em apenas duas das três discipli‑
nas será maior que a probabilidade de ele estar matri‑
culado apenas em INT.

(Cespe/MEC/2015) A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela‑


-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógi‑
cas,  e V e F correspondem, respectivamente, aos valores
lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos ló‑
gicos usuais, julgue os itens subsecutivos.
20. A última coluna da tabela-verdade referente à proposi‑
ção lógica Pv(Q↔R) quando representada na posição
horizontal é igual a

Um jogo é constituído de um tabuleiro com 4 filas  (colu‑


nas) numeradas de 1 a 4 da esquerda para direita e de 12
pedras — 4 de cor amarela , 4 de cor verde  e 4 de 21. A última coluna da tabela-verdade referente à propo‑
sição  lógica P→(Q∧R) quando representada na posi‑
cor branca . Essas 12 pedras devem ser distribuídas nesse ção horizontal é igual a
tabuleiro de modo que cada fila contenha exatamente três
pedras, todas de cores diferentes. Uma jogada será conside‑
rada válida se as 12 pedras estiverem distribuídas de acordo
com essas regras.
A figura acima apresenta uma possível jogada válida. 
(Cespe/MEC/2015) Considerando que as proposições lógicas
A partir dessas informações, julgue os itens seguintes con‑ sejam representadas por letras maiúsculas e utilizando os
siderando que, em cada fila, a ordem das pedras é definida conectivos lógicos usuais, julgue o item a seguir a respeito
de cima para baixo. de lógica proposicional.
Raciocínio Lógico

15. O número de maneiras distintas de se obter uma jogada 22. A sentença “A aprovação em um concurso é conse­
válida em que as primeiras pedras de cada fila sejam quência de um planejamento adequado de estudos"
sempre verdes é inferior a 20. pode ser simbolicamente representada pela expressão
16. O número de maneiras distintas de se obter uma joga‑ lógica P → Q, em que P e Q são proposições adequa‑
da válida em que as primeiras pedras de 2 filas sejam damente escolhidas.
amarelas é inferior a 700.
17. O número de maneiras distintas de se obter uma jogada (Cespe/MEC/2015) Julgue o item subsequente, relacionado
válida é superior a 1.200. à lógica de argumentação.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 35
23. O texto “O homem inteligente nunca recebe penalida‑ 32. A pergunta complexa: “Você deixou de roubar dinheiro
des, pois somente o homem que erra recebe penalida‑ de seus pais?” se baseia na pressuposição de que o
des e o homem inteligente jamais erra" apresenta um interlocutor a quem essa pergunta se dirige não rouba
argumento válido. mais dinheiro de seus pais.
33. A seguinte situação é um exemplo de apelo popular:
(Cespe/MPOG/Analista/2015) Considerando a proposição P: “Dentro do metrô, um rapaz começa a pedir ajuda aos
“Se João se esforçar o bastante, então João conseguirá o que demais passageiros para pagar sua passagem de volta
desejar", julgue os itens a seguir. para casa. Sua justificativa para essa atitude é o fato de
24. A proposição “João não se esforça o bastante ou ter sido assaltado e não ter um centavo”.
João conseguirá o que desejar" é logicamente equiva‑ 34. Adotando-se o processo de inferência do tipo indutivo,
lente à proposição P. usado em ciências experimentais, parte-se do particular
25. A proposição “Se João não conseguiu o que desejava, para o geral, ou seja, a partir da observação de casos
então João não se esforçou o bastante" é logicamente particulares, chega-se a uma conclusão que os trans‑
equivalente à proposição P. cende. 
26. Se a proposição “João desejava ir à Lua, mas não con‑ 35. Não estão explicitamente declaradas duas premissas
seguiu" for verdadeira, então a proposição P será ne‑ do argumento que embasa a seguinte afirmação: “A
cessariamente falsa. empresa Z não respeita seus funcionários porque não
27. A negação da proposição P pode ser corretamente lhes paga em dia”.
expressa por “João não se esforçou o bastante, mas,
mesmo assim, conseguiu o que desejava". GABARITO
1. c 10. e 19. e 28. c
2. e 11. c 20. c 29. e
3. c 12. e 21. e 30. c
4. e 13. c 22. e 31. c
5. e 14. c 23. c 32. e
6. c 15. e 24. c 33. e
7. c 16. e 25. c 34. c
8. c 17. c 26. e 35. e
(Cespe/MPOG/Analista/2015) A partir dos argumentos apre‑ 9. e 18. c 27. e
sentados pelo personagem Calvin na tirinha acima mostrada,
julgue os seguintes itens.
28. Considerando o sentido da proposição “Os ignorantes
é que são felizes", utilizada por Calvin no segundo qua‑
drinho, é correto afirmar que a negação dessa propo‑
sição pode ser expressa por “Não só os ignorantes são
felizes".
29. Considere que o argumento enunciado por Calvin na
tirinha seja representado na forma: “P: Se for ignorante,
serei feliz; Q: Se assistir à aula, não serei ignorante; R:
Serei feliz; S: Logo, não assistirei à aula", em que P, Q
e R sejam as premissas e S seja a conclusão, é correto
afirmar que essa representação constitui um argumento
válido.

(Cespe/MPOG/Analista/2015) Determinado órgão público é


composto por uma diretoria geral e quatro secretarias; cada
secretaria é formada por três diretorias; cada diretoria tem
quatro coordenações; cada coordenação é constituída por
cinco divisões, com um chefe e sete funcionários subalternos
em cada divisão.
A respeito desse órgão público, julgue o item seguinte, sa‑
bendo que cada executivo e cada funcionário subalterno só
pode ocupar um cargo nesse órgão.
30. Se, entre onze servidores previamente selecionados,
forem escolhidos: sete para compor determinada di‑
visão, um para chefiar essa divisão, um para a chefia
da coordenação correspondente, um para a diretoria e
um para a secretaria, haverá menos de 8.000 maneiras
Raciocínio Lógico

distintas de se fazer essas escolhas.

(Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2015) Jul‑


gue os itens a seguir com base nas características do raciocí‑
nio analítico e na estrutura da argumentação.
31. A superstição segundo a qual passar debaixo de esca‑
da traz azar ilustra uma relação equivocada entre uma
causa e um efeito.

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36 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
INSS

SUMÁRIO

Noções de Informática

Conceitos de Internet e intranet............................................................................................................................................ 3

Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática........8

Conceitos e modos de utilização de aplicativos para edição de textos, planilhas e apresentações utilizando-se a
suíte de escritório LibreOffice.............................................................................................................................................. 12

Conceitos e modos de utilização de sistemas operacionais Windows 7 e 10............................................................... 26/32

Noções básicas de ferramentas e aplicativos de navegação e correio eletrônico.............................................................. 42

Noções básicas de segurança e proteção: vírus, worms e derivados.................................................................................. 50

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
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Noções de Informática
Marcelo Andrade / Jorge Fernando

Marcelo Andrade à Internet podem ser também aplicados à Intranet, que


pode ser então considerada uma Internet “em miniatura”
CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET ou “privada”.
Extranet é a parte de uma Intranet que usa a Internet
Redes e Internet para compartilhar parte de suas informações. Uma Extranet
também pode ser entendida como uma porção da rede da
Uma rede de computadores é qualquer estrutura física e empresa que é disponibilizada a usuários externo. Outro uso
lógica que permita a conexão de computadores, com a finalida- comum do termo Extranet se dá na designação da “parte
de de troca de informações e compartilhamento de recursos. privada” de um site, onde somente “usuários registrados”
A Internet é o conjunto das redes, em escala mundial, podem navegar, previamente autenticados por sua senha
interligadas utilizando uma mesma tecnologia (protocolos (login de acesso).
TCP/IP), permitindo o acessoà informações e transferência
de dados. VPN (Rede Privada Virtual)
Normalmente, um computador que se conecta a Inter-
net pode acessar informações a partir de uma vasta gama Uma VPN é uma rede privada que usa a infraestrutura
de servidores disponíveis e outras informações a partir de das redes públicas para transmitir dados. Porém, como as
computadores, movendo-os para a memória do computador redes são públicas há, normalmente, necessidade de se
local. A  mesma conexão permite que o computador para utilizar protocolos de segurança para que os dados sejam
enviar informações para servidores da rede e que, por sua transmitidos de forma sigilosa.
vez, a informação é acessada e potencialmente modificada As VPNs seguras utilizam protocolos de segurança e con-
por uma variedade de outros computadores interligados. troles de acesso (criptografia e firewall). A VPN é bloqueada
A maioria das informações amplamente acessíveis na Inter- da parte pública para assegurar que mesmo estando fisica-
net consiste de hipertexto (documentos interligados) e de mente hospedada, apenas os usuários autorizados tenham
outros recursos da World Wide Web (WWW). acesso a ela, garantindo assim a integridade dos dados e a
A circulação de informações na Internet é alcançada por confidencialidade da comunicação.
meio de um sistema de redes interconectadas que compar- As redes VPNs também são conhecidas pelos termos
tilham dados com comutação por pacotes padronizados. “Túneis Virtuais” ou simplesmente “tunelamento”.
Trata-se de uma “rede de redes”, que consiste de milhões
de redes públicas e privadas, acadêmicas, empresariais, Classificação das Redes quanto a Extensão
governamentais e de redes de âmbito local ao global que Geográfica
estão ligados por fios de cobre, fibra óptica, cabos, ligações
sem fios, e outras tecnologias. PAN (Personal Area Network): rede pessoal; dispositivos
ligados a um único computador.

LAN (Local Area Network): rede local, de pequena ex-


tensão (1 km), capaz de conectar salas e prédios vizinhos.

MAN (Metropolitan Area Network): rede metropolitana,


com a extensão de uma cidade (10 km) – campus de univer-
sidades e TV a cabo.

WAN (Wide Area Network): rede extensa, sem limita-


ção geográfica – grandes bancos e operadoras de cartão de
crédito.

Os termos Internet e World Wide Web são frequente-


mente utilizados sem muita distinção. No entanto, a Internet
e a World Wide Web não são a mesma. A Internet é um siste-
ma de comunicações de dados global. É uma infraestrutura
de hardware e software que fornece conectividade entre os
Noções de Informática

computadores. Em contraste, a Web é um dos serviços de co-


municação através da Internet. É uma coleção interligada de
documentos e outros recursos, ligadas por hiperlinks e URLs.

Intranet e Extranet
A Intranet é uma rede privada que se baseia na mesma
tecnologia da Internet, mas que é utilizada para agilizar e
incrementar a comunicação e a produtividade dentro de uma
empresa. Consequentemente, todos os conceitos aplicados

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Meios Físicos de Transmissão
Com Fios

coaxial par trançado fibra ótica


cabeamento

tipos fino ou grosso UTP ou STP monomodo ou multimodo


conector BNC, formato de T e terminadores RJ 45 SC, FC, ST, FDDI
velocidade de
10 Mbps 10, 100 ou 1.000 Mbps 100 ou 1.000 Mbps
transmissão
padrão 10base2 e 10base5 10, 100 ou 1.000baseT 100baseF, 1.000baseS ou L

não sofre interferência


características eletromagnética. Resistente à
corrosão

Sem Fios (ondas eletromagnéticas)

tipos infravermelho (IrDA) microondas (radiofrequência RF)


obstáculos entre os dispositivos não podem existir podem existir
alcance máximo 1m 1 m a 50 km
velocidade de transmissão 4 a 16 Mbps 3 a 108 Mbps
características requer “sight line”: ponto focal e desvio máximo de 15 o
Bluetooth, WiFi, WiMAX

Topologias e Arquiteturas
Topologias são formas de construção das redes que definem a forma de conexão (física) e o funcionamento da rede (lógica).

BARRA ANEL ESTRELA


através de cabo central diretamente um ao outro, por meio do concentrador,
ligação entre os PCs
compartilhado formando caminho fechado ou núcleo da rede
se um computador falha a rede NÃO para a rede PARA a rede NÃO para
tipo de cabo coaxial UTP ou fibra UTP ou fibra
chega a todos da rede e é chega ao destinatário, que o passa sempre pelo núcleo
distribuição da
descartada, exceto pelo destinatário copia e reenvia até o emissor, da rede e de lá segue até
informação
(difusão, ou broadcast) cruzando todo o anel seu destino

A arquitetura de uma rede é um conjunto de características padronizadas que especificam como uma rede funciona
(cabos, conectores, concentradores, placas de rede, protocolos, regras). É o “modelo” da rede. Todos os equipamentos
usados em uma mesma rede devem ter as mesmas especificações (mesma arquitetura).
Noções de Informática

arquiteturas Ethernet FDDI Token Ring Wi-Fi


IEEE 802.3 802.4 802.5 802.11
topologia barra (coaxial) ou estrela (par trançado) anel duplo anel barra, sem cabos
A mais usada atualmente. Gerações:
Com 4 ou 16 Mbps,
1. Ethernet 10 Mbps (coaxial ou PT) Self Healing Estrutura de WLAN mais
características é pouco usada
2. Fast Ethernet 100 Mbps (PT ou FO) CDDI (PT) usada atualmente
atualmente
3. Giga Ethernet 1.000 Mbps (PT ou FO)

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4 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Wi-Fi: Modos de funcionamento

Infraestrutura: requer equipamento central (concentrador sem fio), chamado ponto de acesso.
Ad-Hoc: as placas de rede dos computadores se comunicam diretamente entre si, sem a necessidade de concentradores.

Subpadrões Wi-Fi

802.11b 802.11a 802.11g 802.11n


velocidade de 104 Mbps
11 Mbps (6) 54 Mbps (30) 54 Mbps
transmissão (600-MIMO)
frequência 2,4 GHz 5 GHz 2,4 GHz 2,4 e 5 GHz
alcance 100 m 50 m 100 m 500 m
telefones sem fio,
interferência rede menos saturada
microondas, bluetooth
mais cara, usada em compatível com o
mais usado em hotspots,
características empresas, não se comunica “b” e mais rápido
mais barato (2001)
com outros padrões (2002) (2006)

Protocolos sucessivamente de uma camada a outra chegar à camada


Física que levará a solicitação ao destinatário. Ao se chegar
Até o fim dos anos de 1970 cada desenvolvedor de ao destino, o caminho é feito ao inverso.
tecnologias para redes era responsável por criar seu pró- As camadas são dividas em três grupos: Aplicação (Apli-
prio método de transporte que se encarregasse de fazer a cação, Apresentação, Sessão), Transporte (Transporte) e Rede
comunicação entre dois computadores em uma rede. Como (Rede, Link de Dados e Física), onde em cada uma alguns
os padrões eram muito divergentes a ISO (International Or- softwares específicos (protocolos) atuarão.
ganization for Standardization – Organização Internacional Um Protocolo é um conjunto de regras que estabelece
para Padronização) criou um modelo chamado OSI (Open um padrão de comunicação entre os computadores de uma
Systems Interconnection  – 1977) para que os fabricantes rede. Ou seja, para que esses computadores possam inte-
pudessem criar tecnologias a partir deste modelo. ragir, se entender, devem seguir a mesma regra de envio e
O modelo OSI é estruturado em sete camadas: Aplicação, recebimento de informações. Com isso pode-se dizer que o
Apresentação, Sessão, Transporte, Rede, Link de Dados e protocolo é uma linguagem que permite aos computadores
Física. Quando uma informação é solicitada, deverá passar ligados a uma rede se comuniquem.

Modelo de camadas OSI

• define o protocolo a ser usado de acordo com a solicitação do aplicativo


7 – APLICAÇÃO
e usuário (SMTP, POP, IMAP, HTTP, FTP, ONS)

6 – Apresentação • traduz as mensagens para um formato padrão universal

• negocia o método de comunicação, estabelece e encerra as sessões de


5 – Sessão
comunicação

4 – TRANSPORTE • divide a mensagem em pacotes sequenciais e adiciona um número de


controle (TCP, UDP)

3 – REDE • adiciona aos pacotes um endereço para que localizem o destino, trans-
formando-os em datagramas (IP, roteador)
Noções de Informática

2 – Link de Dados • adiciona o MAC e transforma datagramas em quadros – conjuntos de


bits (placas de rede, switch)

1 – Física • os bits são transferidos (cabos, conectores, hub, repetidor)

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Protocolos da Camada de Aplicação vez recebida a mensagem, está impossibilitado o acesso à
mesma em outros computadores.
SMTP (Simple Mail Tranfer Protocol): usado para o IMAP4 (Internet Message Access Protocol): recebe men-
envio de e-mails do remetente para o servidor de saída de sagens do servidor de correio eletrônico, mantendo uma cópia
mensagens e entre os servidores de e-mails. e permitindo que a mesma mensagem seja vista em diferentes
POP3 (Post Office Protocol): usado no recebimento de computadores. Útil para situações em que o usuário utiliza o
e-mails e, por regra, os apaga do servidor de entrada. Uma correio eletrônico em dois ou mais ambientes distintos.

HTTP (Hyper Text Tranfer Protocol): realiza a transfe- são gratuitas, enquanto chamadas de VoIP para rede pública
rência de documentos hipermídia (hipertexto), escritas em podem ter custo.
linguagem HTML (HyperText Markup Language) entre um SNMP (Simple Network Management Protocol): pro-
servidor Web e um programa cliente (navegador, browser), tocolo de gerência e monitoramento de redes TCP/IP, que
os  quais interpretam as páginas e as descarregam para o facilita a troca de informação entre os dispositivos de rede,
computador do usuário final. A implementação do protocolo como placas e comutadores. O SNMP permite aos adminis-
HTTP sobre uma camada adicional, SSL (Secure Socket Layer) tradores de rede verificar o desempenho da rede, encontrar
ou TLS (Transport Layer Security), fazem com que as informa- e resolver problemas, e reunir informações para planejar sua
ções sejam enviadas através de uma conexão criptografada expansão, dentre outras.
e autenticada entre servidor e cliente e cria uma variação DNS (Domain Name Service): protocolo que realiza o ser-
do HTTP, o HTTPS (o “S” lembra seguro). viço de consulta a um banco de dados hierárquico, realizando
FTP (File Transfer Protocol): transfere arquivos entre a tradução (resolução, transformação) de um nome amigável,
dois computadores usando a arquitetura servidor/cliente, nome domínio ou URL (fácil de guardar na memória, como
sendo um dos mais utilizados na Internet. Pode-se usar um www.google.com.br) em um endereço IP (74.125.93.103),
navegador ou programas específicos para acessar, copiar, usado para acessar recursos em redes.
apagar e renomear arquivos remotos. Todos os recursos presentes em servidores na Internet
TELNET (Terminal Emulator): protocolo para acesso são localizados por meio de um endereço padronizado – o
remoto a um computador numa intranet ou na Internet, URL (Uniform Resource Locator), que obedece ao formato
permitindo controle sobre seus recursos – simula a presença protocolo://domínio/recurso. O nome de domínio deve ser
de um usuário diante da máquina de outro. adquirido junto a um órgão competente e será único na
SSH (Secure Shell): conecta dois computadores na rede, Internet, para que não haja confusões no acesso às páginas.
permitindo que um envie comandos que serão executados No Brasil, a responsável pela distribuição dos nomes de do-
na unidade remota. Tem as mesmas funções do TELNET, mínio é a Registro.br, ligada ao Comitê Gestor da Internet
com a vantagem da conexão entre o cliente e o servidor ser Brasileira (CGI.br).
criptografada e, consequentemente, segura, criando um Quando desejamos visualizar o site do Google, por
Noções de Informática

túnel de dados. exemplo, informamos ao navegador sua URL (www.google.


VoIP (Voice over Internet Protocol): voz sobre IP, tele- com.br), o qual enviará a requisição de consulta ao servidor
fonia IP, telefonia Internet, telefonia em banda larga ou voz DNS do provedor de acesso à Internet. Caso seja encontrado
sobre banda larga é o roteamento de conversação humana o endereço IP correspondente, o servidor DNS retorna ao
usando a Internet ou qualquer outra rede de computadores usuário essa informação que será usada para, então, trazer
baseada na pilha de protocolos TCP/IP, tornando a transmis- os arquivos da página.
são de voz mais um dos serviços suportados pela rede de Cada provedor de acesso possui um servidor DNS que é
dados. Usa softwares como o Skype e um conjunto de proto- alimentado pelo servidor DNS principal no Brasil. Os regis-
colos especiais nas camadas de aplicação (SIP) e transporte tros DNS brasileiros (.br) começaram a ser feitos na Fapesp
(RTCP). Ligações de sistemas VoIP para VoIP normalmente (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo),

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6 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
de forma espontânea. Atualmente, quem mantém o registro IRC (Internet Relay Chat): utilizado em salas de bate-
de domínios brasileiros é a NIC.br (Núcleo de Informação e -papo (chat) e para a troca de arquivos, permite conversa
Coordenação do Ponto Br), ligada ao CGI. em grupo ou privada. No fim da década de 1990, o IRC foi
A localização do endereço IP pelo DNS, a partir da URL substituído por mensageiros instantâneos como o MSN e
solicitada, obedece a uma sequência hierárquica, em três sites de relacionamento como o Orkut. O IRC é hoje usado
níveis, analisando o nome de domínio da direita para a para fins específicos como troca de arquivos e suporte
esquerda: domínio geográfico ou de 1º nível (indica o país técnico.
onde o domínio foi registrado  – .br indica que o registro WAP (Wireless Application Protocol): conjunto de proto-
aconteceu no Brasil), domínio de tipo ou 2º nível (indica a colos que define um ambiente semelhante à web, mas que
natureza do domínio, ou tipo da instituição – .com mostra funciona em redes de aparelhos sem fio e em velocidades
fins comerciais) e nome da instituição ou 3º nível (mostra o mais baixas, como celulares e PDAs. O acesso à web é feito
nome adquirido – google). através de um browser miniatura que interpreta linguagem
WML ou XML, disponibilizada por alguns sites.
IDNA (Internationalizing Domain Names in Applica- NNTP (Network News Transfer Protocol): protocolo da
tions): nome de Domínio Internacionais em Aplicação é uma Internet para grupo de discussão, ou fórum. Especifica o
tecnologia que permite o registro de nomes de domínios modo de distribuição, busca, recuperação e postagem de
com caracteres permitidos na língua portuguesa (vogais informações usando um sistema de transmissão confiável.
acentuadas e a cedilha exclusivamente). O IDNA converte
uma URL com caracteres especiais em uma URL compreendia Protocolos da Camada de Transporte
pelo serviço DNS.
DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol): protocolo Na camada de transporte atuam, basicamente, dois
de serviço da pilha de protocolos TCP/IP que configura de protocolos de suma importância: o TCP e o UDP. Têm como
forma dinâmica os terminais, concedendo endereços IP de responsabilidade dividir as mensagens em pacotes no com-
host e outros parâmetros de configuração para clientes de putador de origem, recebê-las e montá-las no computador
rede. É um protocolo sucessor do limitado BOOTP. de destino.

TCP UDP
(Transmission Control Protocol) (User Datagram Protocol)
Serviço orientado por conexão Serviço sem conexão
(é estabelecida uma sessão entre os hosts) (nenhuma sessão é estabelecida entre os hosts)
Garante a entrega através de confirmações e entrega sequen- Não garante e nem confirma a entrega dos dados
ciada dos dados
Numera os pacotes e garante sua entrega no destino; controla o Não numera os pacotes e não garante sua entrega no destino;
fluxo para que o destino não receba mais do que pode processar não controla o fluxo e não dá falta por nenhum pacote extraviado
É confiável, porém mais lento Não é confiável, porém é rápido
Usado em quase todos os serviços: páginas, email, transferência Usado em situações de menor prioridade, como músicas e
de arquivos vídeos, VoIP

Protocolos da Camada de Rede atribuição a operadores se esgote é de Outubro de 2010,


o que mostra que a implantação do IPv6 era inevitável.
IPv4 (Internet Protocol): é um dos mais importantes Como os endereços IPv6 usam agora 128 bits em sua
protocolos da pilha TCP/IP. Sua função é criar meios para que construção, são escritos em 8 grupos de 4 dígitos hexadeci-
as informações trafeguem pela estrutura física das redes, mais cada, separados por dois pontos (:), como estes:
facilitando a decisão do melhor caminho a ser tomado pela
mensagem para a chegada ao destino. 8000:0000:0000:0000:0123:4567:89AB:CDEF
O IP é o identificador numérico de um computador,
definindo um endereço de origem e outro de destino para Como os endereços IPv6 possuem muitos bytes usando
cada pacote entregue pela camada de transporte. Cada o valor 0 (zero), duas otimização dos números podem ser
computador conectado à Internet possui um número que o realizadas:
identifica na rede. Ele deve ser único para que as informações • zeros podem ser omitidos no início do grupo. Assim,
possam chegar até este computador. Este endereço pode ser 0123 pode ser escrito como 123.
estático (fixo) ou dinâmico. • grupos com 4 bytes usando o valor 0 (zero) podem ser
As informações são enviadas para a camada física em omitidos, e substituídos por um par de dois pontos.
pacotes que têm o endereço do remetente, do destinatário
e o tempo de vida do pacote. O IP é um protocolo de ende- IPSec (IP Security Protocol): é um protocolo da camada
reçamento e permite roteamento dos pacotes. de rede (ou camada 3) do modelo OSI. Outros protocolos de
Noções de Informática

O protocolo IP não garante a entrega dos pacotes no segurança como SSL e TLS trabalham da camada de trans-
destino. Essa função é do TCP. porte (camada 4) até a camada de aplicação (camada 7).
É uma variação do protocolo IP que visa fornecer privacidade
IPv6: é a versão mais atual do protocolo IP. Ele está sendo ao usuário (aumentando a confiabilidade das informações
implantado gradativamente na Internet e deve funcionar em fornecidas pelo usuário), integridade dos dados (garantindo
conjunto com o IPv4, numa situação temporária chamada que o mesmo conteúdo que chegou ao seu destino seja a
de “pilha dupla” ou “dual stack”. A longo prazo, o IPv6 deve mesma da origem) e autenticidade das informações ou
substituir o IPv4, que aceita criar cerca de 4 bilhões (4 x 109) identity spoofing (garantia de que uma pessoa é quem diz
de endereços, contra 3.4 x 1038 endereços do novo protocolo. ser), quando se transferem informações através de redes IP
A previsão para que todos os endereços livres do IPv4 para pela internet.

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HARDWARE E SOFTWARE Múltiplo Quantidade de bytes
Equivale a
1 Kilobyte (KB) 1.024 bytes (210)
Sistemas de Informação 1 Megabyte (MB) 1.048.576 bytes (220) 1.024 KB
De um modo geral, o  termo Sistema de Informação 1 Gigabyte (GB) 1.073.741.824 bytes (2 )30
1.024 MB
refere-se a uma estrutura organizada de pessoas, equipa- 1 Terabyte (TB) 1.099.511.627.776 bytes (240) 1.024 GB
mentos e processos que coletam, manipulam, armazenam
e distribuem os dados e informações e fornecem um meca- O número 1.024 foi escolhido, pois é a potência de duas
nismo de feedback. Uma visão comum desse sistema está mais próxima de 1.000 (103). Para efeitos práticos, podemos
no uso dos computadores, máquinas capazes de aceitar uma adotar que 1 KB equivale a mil bytes, 1 MB a um milhão de
ENTRADA DE DADOS estruturada, realizar seu PROCESSA- bytes e 1 GB a um bilhão de bytes.
MENTO através de regras preestabelecidas e produzir uma
SAÍDA DE INFORMAÇÃO com resultados aceitáveis. Hardware

Os principais componentes de um computador en-


contram-se instalados dentro de um gabinete (conhecido
erroneamente como CPU) em uma placa-mãe (mainboard
ou motherboard), como o processador, a memória principal,
as unidades de armazenamento e o chipset.
Itens de hardware conectados à placa-mãe e acessíveis
ao usuário, fora do gabinete, são periféricos.

Processador

Processador, UCP (Unidade Central de Processamento)


ou CPU, conhecido como “cérebro” da máquina, é o principal
circuito eletrônico (chip) de um computador, onde acontece
o processamento dos dados. Entre suas funções estão:
1) execução dos cálculos necessários ao processamento;
O funcionamento do computador depende da interação 2) processamento das instruções (comandos); e
entre os elementos que o compõe: o Peopleware (usuários) 3) gerenciamento do fluxo de informações entre o pro-
manipula o Software, parte lógica (programas, instruções) cessador, memórias, periféricos e demais itens de hardware.
que controla o Hardware, parte física, tangível (dispositivos,
equipamentos), fazendo com que atividades úteis sejam É composto pela Unidade de Controle (UC), Unidade
realizadas. Lógica e Aritmética (ULA) e Registradores.
É na CPU que os dados são convertidos em informações.
Linguagem Binária São chips responsáveis pela execução de cálculos, testes
lógicos e instruções que resultam em todas as tarefas que
Existem duas maneiras de representar uma informação: um computador pode fazer. Embora haja poucos fabricantes
analógica ou digitalmente. Um equipamento analógico ma- (essencialmente, Intel, AMD e VIA), o mercado conta com
nipula a eletricidade variando-a de forma contínua, irregular, uma variedade de processadores.
permitindo que a mesma assuma qualquer valor entre o
mínimo (zero) e o máximo. O equipa­mento digital, como os
nossos computadores pessoais, permite que a eletricidade
assuma apenas dois valores bem definidos: o mínimo, 0
(zero), e o máximo, 1 (um). Cada um desses valores recebe
o nome de bit (binary digit, ou dígito binário).
Qualquer tipo de informação, seja um texto, imagem ou
programa, será processado e armazenado pelo computador
na forma de uma grande sequência de uns e zeros. Um con-
junto de 8 bits forma um byte (binary term, ou termo binário)
que é usado para representar caracteres (A=01000001 no
padrão ASCII) e medir capacidades de armazenamento de
informação.
A representação através de um “B” maiúsculo significa
byte, enquanto o bit é representado por um “b” minúsculo.
Quando uma questão apresentar um valor em bytes e for ne-
cessário convertê-lo em bits, basta multiplicá-lo por 8 (oito);
Noções de Informática

se, por outro lado, apresentar um valor em bits, consiga o


equivalente em bytes dividindo-o por 8 (oito).

30 Bytes = 240 bits 32 bits = 4 Bytes

Como um byte é uma unidade com valor muito peque-


no (armazena apenas um caractere), é comum que sejam
utilizados prefixos multiplicadores, conhecidos da nossa
linguagem decimal, como o kilo, para apresentar grandes
quantidades de informação:

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8 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Microfone: transmite sons para uma placa de som que
os converte para sinais digitais, possibilitando seu armaze-
namento e transmissão.
Centrino: nome comercial da combinação de Joystick: dispositivo de controle de ações do computador
três componentes de hardware com a marca Intel, num para aplicações especiais, como jogos e programas gráficos.
mesmo equipamento – processador (Pentium M, Core, Core Drives de CD-ROM (Leitoras de CD): equipamentos que
2 ou Core i7), chipset e interface de rede wireless. A partir de fazem apenas a leitura de dados gravados em um CD e os
janeiro de 2010 o nome Centrino passa a se referir apenas transfere ao computador, usando tecnologia ótica (laser).
a dispositivos sem fio.
Periféricos de Saída
Impressora e plotter: periférico exclusivamente de saída
Atom: processador de 15 mm desenvolvido que permite a visualização de textos e imagens em diversos
para netbooks (subnotebooks), smart phones e computado- substratos como papéis especiais, transparências, lona, PVC,
tecido, cerâmica etc.
res ultraportáteis (nettops), privilegiando baixo consumo de
Monitor: serve de interface visual para o usuário, permi-
energia em detrimento de perfomance (baixa frequência
tindo a visualização de informações na tela e sua interação
interna e pouca memória cache). Podem ter um ou dois
com elas.
núcleos e GPU integrada.
Periféricos de Entrada e Saída (Híbridos ou Mistos)
Clock Interno
Monitor Touch Screen (tela sensível ao toque): tecnologia
presente na tela de um monitor ou acoplado a ela que detecta
a presença e localização de um toque, permitindo interação
direta com o usuário que envia dados (sem a necessidade
de outros periféricos) e recebe de volta novas informações.
Drive de Disquete (FDD, Floppy Disk Drive): dispositivo
eletromecânico que lê e grava dados em um pedaço de
plástico circular revestido de material ferromagnético, de
forma semelhante a uma fita cassete. Expondo esse disco a
um campo magnético, ele ficará permanentemente magne-
Frequência de trabalho do processador que identifica a
tizado, armazenando a informação.
capacidade do processador de realizar cálculos e processar
Gravadoras de CD, DVD e Blu-ray: equipamentos que
instruções. É medido em bilhões de operações por segundo
transferem dados entre um disco de 12 cm (5¼”) de diâmetro
(GHz). Atualmente, encontrada nas frequências de 1,4 a e o computador, usando tecnologia ótica (laser). Podem ser
4,2 GHz. chamadas de unidade CD-RW ou unidade DVD-RAM.
Drive de Fita Magnética (streamer, hexabyte ou DAT):
Clock Externo dispositivo de armazenamento de grande capacidade em
fita plástica revestida de material magnético, assim como as
Frequência de trabalho da placa-mãe, ou FSB, é o ritmo fitas de áudio ou vídeo. Normalmente utilizada nas cópias
(velocidade) com que ocorre a comunicação entre o proces- de segurança (backup).
sador e as outras partes da máquina. É medido em milhões Zip e Jaz Drives: dispositivos que permitem o armaze-
de acessos por segundo (MHz). Atualmente, encontrada nas namento de dados em discos magnéticos de média capa-
frequências de 266 a 1.600 MHz. cidade (Zip Disks de 100, 250 e 750 MB; Jaz Disks de 1 e 2
GB), criados pela Iomega em 1994. Os discos apresentam a
Periféricos conveniência do disquete 3.5”, mas armazenam mais dados
e são mais rápidos.
São equipamentos que ligam o usuário ao computador, USB Flash Drive (UFD): conhecido como Pen Drive, é um
permitindo a entrada de dados que serão levados ao pro- dispositivo de armazenamento de dados em massa, com-
cessador (periféricos de entrada, input devices) onde serão posto por uma memória flash (EEPROM) integrada a uma
analisados e, posteriormente, apresentados ao usuário, interface USB para conexão com o computador.
através de periféricos de saída (output devices). Hard Disk Drive (HDD, HD, Disco Rígido, Disco Local ou
Winchester): dispositivo que armazena dados em discos de
Periféricos de Entrada metal recobertos por material magnético onde os dados são
gravados através de cabeçotes de leitura e gravação. É a me-
Scanner: aparelho de leitura ótica que permite converter mória permanente do computador, não volátil, que fornece
imagens e textos em papel para um formato digital que pode um meio de armazenamento para o sistema operacional,
ser manipulado em computador. dados do usuário e demais programas.
Teclado: principal meio de comunicação entre o usuário
Noções de Informática

e o computador. Transforma os toques em códigos para o Barramentos e Slots de Expansão


computador. É  semelhante a uma máquina de escrever e
permite a inserção de dados através de caracteres. Slot é um termo em inglês para designar ranhura, fenda,
Mouse: utilizado em softwares com ambiente gráfico, conector, encaixe ou espaço. Tem a finalidade de dotar a pla-
permite a movimentação de um ponteiro na tela e a execu- ca-mãe de novos recursos ou melhorar o seu desempenho.
ção de algumas ações através de cliques com seus botões. Barramentos são as vias de comunicação que levam
Webcam: câmera de vídeo de baixo custo que capta a informação de um componente a outro no computador
imagens e as transfere para o computador, sendo utilizada (normalmente, essa ligação liga o chipset da placa-mãe
em videoconferência, em editores de vídeo, editores de aos demais equipamentos, como impressora, placa de som
imagem e monitoramento de ambientes. etc.). Há vários tipos de barramentos em um computador,

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para ligar diversos equipamentos diferentes. Todos os barra- – Ótica: armazenam informações em uma superfície
mentos existentes na placa-mãe vão culminar em conectores capaz de refletir a luz e usam laser para sua leitura
(slots) que podem estar na própria placa-mãe (barramentos (CD e DVD).
internos) ou na traseira do gabinete do computador (portas
ou barramentos externos). Nosso computador tem vários tipos de memórias, que
Em algumas provas, pode-se encontrar o termo Interface podem ser classificadas (didaticamente) em:
para representar também a palavra barramento.
DRAM SDRAM
(dinâmica) (DDR)
Barramentos Externos: ligam os componentes que ficam RAM
SRAM
fora do gabinete. O Barramento Paralelo transmite sinais em Primária
(estática)
ROM
vários condutores elétricos em paralelo (8 bits simultanea-
mente), enquanto o Barramento Serial envia bit a bit, em Secundária
Unidades de
Armazenamento
Disquete, HD, CD,
DVD, Pen Drive
Memórias
série, por um condutor elétrico único. Cache
Barramento Paralelo: LPT (Linha Paralela de Transmis- Intermediária (SRAM)
são), DB 25 (conector tipo A, host), IEEE 1284. Apoio Virtual (HD)
Taxas de transferência: entre 150 Kbps e 16 Mbps.
Usado para: impressoras, scanners, Zip e Jaz Drive.
Observações: barramento antigo está em desuso devido Memória Primária (Principal)
à grande possibilidade de falhas na transmissão de dados e
Memória essencial, indispensável para o funcionamento
comprimento limitado do cabo (2 m).
do computador. São endereçadas diretamente pelo proces-
sador e usadas durante o processamento. É capaz de arma-
Barramento Serial RS-232 (Recommended Standard):
zenar não somente os dados, mas também os programas
COM1, COM2, ... DB9, EIA232 (Electronic Industries Alliance).
que irão manipular esses dados. É dividida em ROM e RAM.
Usado para: monitores, mouses, canetas óticas e joys-
ticks.
Taxas de Transferência: 115 Kbps (14,4 KB/s).
Memória RAM (Random Access Memory)
Observações: barramento antigo (usa-se preferencial-
mente a USB).

Barramento Serial PS/2 (Personal System): conector


miniDIN 6.
Usado para: mouse e teclado.
Taxas de Transferência: 115 Kbps.
Observações: barramento que veio substituir o barra-
mento RS232 para mouses e o DIN 5 pinos para teclados
(antigo padrão AT).

Barramento Serial USB (Universal Serial Bus): conector


padrão USB tipo A, B, mini A e mini B, micro A e Micro B,
fornecendo até 6 amperes a voltagens de 5, 12 ou 24 V. Memória de acesso aleatório que pode ser lida ou gra-
Usado para: qualquer equipamento externo (impressora, vada pelo processador e outros dispositivos, responsável
scanner, teclado, mouse, caneta óptica, joystick, câmeras pelo armazenamento temporário das informações para a
fotográficas, webcam etc.). CPU. Quando um programa está em execução, seus dados e
Taxas de Transferência: USB1.1 = 12 Mbps (Full-speed, instruções estão na memória RAM, e por isso ela é também
1996), USB2.0 = 480 Mbps (Hi-speed, 2000) e USB3.0 = 4,8 chamada de memória de trabalho. Armazena informações na
Gbps (Super-speed, 2007). forma de pulsos elétricos e, por isso, é considerada VOLÁTIL,
Observações: permite conectar até 127 equipamentos si- ou seja, seu conteúdo é totalmente apagado com a falta de
energia elétrica.
multaneamente. Esse barramento usa as tecnologias Hotbus
Um programa que não está aberto não está na RAM,
(é possível conectar e remover dispositivos sem reinicializar
mas armazenado em outro tipo de memória, dita auxiliar
o computador) e Plug and Play (dispositivos conectados são
ou secundária. Quando o usuário abre o programa, suas
reconhecidos pelo sistema operacional sem reinicializar o
instruções e dados são jogados na memória RAM, de onde
computador). a CPU passa a trazer essas instruções e dados para permitir
que o programa seja executado. Portanto, a capacidade de
Memórias armazenamento e “velocidade” da memória RAM influen-
ciam diretamente no desempenho do computador.
Memória é todo componente eletrônico capaz de arma-
zenar dados e informações. Há vários tipos de memórias, Tipos de Memória RAM
desde as utilizadas o tempo todo pelo computador até as
Noções de Informática

raramente solicitadas; desde as que armazenam dados por De acordo com a sua fabricação, a memória RAM pode
muito tempo (mesmo com o computador desligado) até ser de dois tipos principais: a DRAM (RAM Dinâmica) e a
aquelas que só armazenam informações enquanto o com- SRAM (RAM Estática):
putador está sendo utilizado. – DRAM: menos rápida, mais barata e encontrada em
De acordo com o meio de armazenamento, as memórias maior quantidade em nossos computadores. São
podem ser classificadas em: fabricadas com capacitores (pequenas pilhas) que
– Semicondutoras: armazenam informações em chips se descarregam com o tempo e devem sofrer atua­
de silício (RAM, ROM, EPROM, Cache). lizações frequentes (refresh, realimentação). Esse
– Magnéticas: armazenam informações em uma super- processo toma tempo do processador e aumenta o
fície magnetizável (disquete, HD, fita). tempo final de processamento.

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10 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• A SDRAM (DRAM Síncrona) tinha uma velocidade – EEPROM (ROM programável e apagável eletricamen-
boa e acessos com frequências sincronizadas com te) pode ser gravada e apagada milhares de vezes
a frequência da placa-mãe (uma revolução em por meio do aumento da tensão elétrica em seus
relação aos modelos anteriores). conectores. Quando um chip EEPROM permite que
• Atualmente as memórias mais comuns são chama- múltiplos endereços sejam apagados ou escritos numa
das de DDR-SDRAM ou simplesmente DDR (Dupla só operação, é então conhecido como Memória Flash
Taxa de Dados). São mais rápidas que a SDRAM e usado em pen drives.
convencional porque utilizam duas vezes cada ciclo
de sua frequên­cia para transmitir/receber dados. A principal característica em comum entre esses tipos
– SRAM: mais rápida, mais cara, e, por isso, aparece em de memória é que NÃO SÃO VOLÁTEIS, ou seja, o conteúdo
menor quantidade em nossos micros. São usadas na dessas memórias é mantido mesmo quando não houver
construção de memória cache e nos registradores. Não energia elétrica alimentando o computador.
há a necessidade de refresh nesse tipo de RAM, porque No computador, um exemplo de memória ROM é o chip
utiliza semicondutores ao invés de capacitores. que armazena o BIOS (Sistema Básico de Entrada e Saída),
que existe em toda placa-mãe:
Memória ROM (Read Only Memory) – BIOS (Basic Input Output System): é a primeira camada
de software do sistema, a mais intimamente ligada ao
Memória não volátil que, uma vez gravada, não pode ser hardware. É encarregado de reconhecer os componen-
alterada. Normalmente é usada por fabricantes de hardware para tes de hardware instalados, realizar o boot e prover
armazenar nela o programa básico que determina o funciona- informações básicas para o funcionamento do micro.
mento de um equipamento (Firmware ou software embarcado).
Nos computadores é possível encontrar chips de memó- Memória Secundária (Memória Auxiliar)
ria ROM e outros com variações da ROM original:
– PROM (ROM Programável): vem de fábrica “limpa” Qualquer dispositivo capaz de armazenar dados perma-
e pode ser gravada uma única vez por equipamentos nentemente, mesmo na ausência de energia elétrica (não
especiais. voláteis). Podem conter programas que controlam o com-
– EPROM (ROM programável e apagável): pode ser putador, como o Sistema Operacional, e ainda os arquivos
gravada e apagada por meio de luz ultravioleta. de dados e programas do usuário.

Memória Tecnologia de Leitura e Gravação Capacidade de armazenamento


HD (disco rígido) magnética, acesso direto
160 GB a 2 TB
Fita de backup magnética, acesso sequencial
Disquete de 3½” magnética 1,44 MB ≈ 1.474 KB (1,38 MB utilizáveis)
Zip Disk magnética 100, 250 e 750 MB
Jaz Disk magnética 1 e 2 GB
CD ótica 800 MB
DVD ótica 4,7 (padrão) a 17 GB
Blu-ray ótica (laser azul) 23 a 54 GB
Pen Drive elétrica, flash, EEPROM 1 a 256 GB

Memória Cache (Memória Intermediária) chamada de Arquivo de Troca, Permuta ou Paginação, Swap
File e Memória Paginada.
Além da RAM principal (SDRAM), há uma pequena quan- A memória virtual é um recurso de armazenamento tem-
tidade de memória RAM estática (SRAM) nos nossos compu- porário usado por um computador para executar programas
tadores. Essa memória é muito rápida e fica localizada dentro
do processador (5 ns contra 70 ns da SDRAM), interposta entre que precisam de mais memória do que ele dispõe. Quando
ele e a RAM principal. O nome cache vem do francês e significa o computador está com pouca memória RAM e precisa de
“escondida”, pois quem controla o que entra e o que sai dela é mais, imediatamente, para completar a tarefa atual, o Win-
a própria CPU, e não os programas ou o sistema operacional. dows usará um espaço reservado em disco rígido para simular
A cache serve para armazenar os dados e instruções que a RAM do sistema.
foram mais frequentemente trazidos da memória principal. Ou O Windows XP define o tamanho inicial do arquivo de
seja, se um dado está sendo requisitado na RAM, ele é arma- paginação como 1,5 vezes e o tamanho máximo como duas
zenado na cache para que, quando for requisitado novamente, vezes a quantidade de RAM instalada no computador. Essa
não precise ser buscado na RAM, que está mais distante e é “reserva” de espaço é feita quando o Windows é carregado
menos rápida, aumentando a performance do processador e
reduzindo o tempo de acesso aos dados e instruções. (inicialização), mas a área em si de memória virtual só será
De acordo com a proximidade em relação ao núcleo de utilizada quando (e se) necessário.
processamento, a  memória cache recebe níveis: a cache Usando a memória virtual, se o processador procurar
Noções de Informática

primária (L1) é a mais próxima, a mais rápida e a mais cara. por um dado na memória RAM, poderá encontrar apenas
A cache secundária (L2) está ainda dentro do processador, um endereço, um atalho, para o dado que está de fato ar-
porém um pouco mais afastada do núcleo e tem capacidade mazenado no HD.
de armazenamento superior à L1. Alguns processadores para Quando um programa está sendo mais usado que outro,
servidores possuem um terceiro nível (L3), como o Xeon e o
eles trocam de lugar: o programa mais usado, se estiver na
Itanium, da Intel, e o Opteron, da AMD.
Virtual, é transposto para a real e o programa menos usado,
Memória Virtual (Memória de Apoio) se estiver na real, é transposto imediatamente para a virtual.
Se a memória virtual estiver sendo utilizada.
É a parte do HD usada como memória RAM, ou é a parte O desempenho do computador será bastante prejudica-
da memória fixa usada como memória provisória. Pode ser do, pois o acesso ao HD é mais lento que à RAM.

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SOBRE O LIBREOFFICE • pode ser livremente copiado, distribuído e usado.
A propriedade intelectual da norma é feita irrevoga-
A origem do LibreOffice remonta a meados da década de velmente disponível em uma base livre de royalties.
1990, quando a empresa alemã Star Division criou um pacote • é padronizado e mantido um fórum independente,
de escritório chamado StarOffice e começou a distribuí‑lo aberto (também chamado de “organização de nor-
gratuitamente para as plataformas Windows e Linux. mas”) usando um processo aberto.
Em 1999, a  Star Division foi adquirida pela empresa
americana Sun Microsystems. Logo após lançar o StarOffice A The Document Foundation tem a missão de facilitar a
5.2, em 13 de outubro de 2000, a Sun Microsystems doou evolução do LibreOffice em uma organização aberta, merito-
parte do código fonte do StarOffice para a comunidade de crática e democrática. Uma fundação independente reflete
código aberto, tornando‑se colaboradora e patrocinadora melhor o valor dos contribuidores, usuários e apoiadores,
principal do recém lançado projeto OpenOffice.org. A ini- e  permitirá uma comunidade mais agregadora, efetiva,
ciativa ganhou o apoio de diversas organizações do mundo eficiente e transparente. A TDF protegerá os investimentos
tecnológico como Novell, Red Hat, Debian, Intel, Mandriva, anteriores ao construir sobre as conquistas da primeira déca-
além das importantes contribuições de desenvolvedores da, estimulará a participação ampla dentro da comunidade,
independentes, ONGs e agências governamentais. e coordenará as atividades dentro da comunidade.
No Brasil, uma comunidade de voluntários se formou Em um manifesto disponibilizado em seu site  – www.
com a missão de adaptar o OpenOffice.org para o português documentfoundation.org/foundation – a TDF divulga seus
brasileiro. Em fevereiro de 2002, a um grupo de brasileiros foi comprometimentos:
destinada a primeira grande tarefa do projeto: a tradução do 1. eliminar a exclusão digital na sociedade, dando a todos
glossário padrão, que daria o subsídio para a compilação das o acesso a ferramentas de produtividade de escritório
primeiras versões do OpenOffice.org em português do Brasil. livres de cobrança que lhes permitam participar, como
A partir de então, além da tradução, o projeto OpenOffice. cidadãos plenos, do século 21;
org.br passou a organizar e desenvolver funcionalidades
2. apoiar a preservação da língua materna, incentivan-
específicas para a versão brasileira do pacote.
do todos os povos a traduzir, documentar, apoiar e
Em 2004, no entanto, devido a problemas com a marca
promover as nossas ferramentas de produtividade
Open Office, registrada anteriormente por uma empresa do
de escritório na sua língua materna;
Rio de Janeiro, foi necessário trocar o nome da comunidade
3. permitir que usuários de software de escritório man-
e do produto. Surgiu assim o BrOffice.org.
No dia 25 de janeiro de 2006 foi anunciado oficialmente tenham a propriedade intelectual dos documentos
o lançamento da ONG BrOffice.org que passou a organizar que criam através da utilização de formatos abertos
as atividades da comunidade OpenOffice.org.br. Apesar da de documentos e padrões abertos; e
mudança de nome, o BrOffice.org continuou representando 4. manter um processo de desenvolvimento de software
o OpenOffice.org, com a garantia de todos os instrumentos aberto e transparente, onde a excelência técnica é
jurídicos de proteção à marca BrOffice.org. valorizada.
Em 2010, com a aquisição da Sun Microsystems pela
Oracle, a  comunidade OpenOffice.org sofreu uma grande LibreOffice 3.5
avaria devido à forma que a Oracle trata os projetos de código
aberto, trazendo um grande prejuízo ao projeto, se traduzin-
do na insatisfação dos voluntários do projeto, o que resultou
um fork, ou derivação, deste projeto surgindo o LibreOffice.
Como o nome OpenOffice pertence à Oracle, os membros
da comunidade de desenvolvedores da suíte de aplicativos
de mesmo nome decidiram dar o novo nome LibreOffice
ao software e um nome diferente para a comunidade: The
Document Foundation (TDF).
A TDF é uma empresa alemã independente e sem fins
lucrativos, criada em setembro de 2010 por membros da
comunidade OpenOffice para desenvolver uma suíte de apli-
cativos para escritório livre (seguindo a LGPL), com suporte
a ODF (formato de arquivo aberto e público, padrão para
aplicativos de escritório segundo a ISO/IEC 26300, baseado
em XML) e sem direitos autorais.
Noções de Informática

Formato (padrão) de arquivo aberto: um padrão aberto O pacote de escritório livre e gratuito LibreOffice oferece
oferece um meio de fazer algo que é independente do fabri- os programas: Writer – processador de textos equivalente
cante ou fornecedor, permitindo assim competir programas ao Word, do pacote da Microsoft; Calc – planilha eletrônica,
de software para usar livremente os mesmos formatos de equivalente ao Excel; Impress – cria apresentações em slides,
arquivo. HTML, XML e ODF são exemplos de padrões abertos equivalente ao Powerpoint; Base – bancos de dados, equiva-
para documentos. Um padrão aberto atende aos seguintes lente ao Access; Draw – programa para desenhos vetoriais,
requisitos: sem um equivalente no Microsoft Office, mas semelhante
• é bem documentado com a especificação completa ao Publisher.
disponível para o público, gratuitamente ou a um custo Como vantagens do pacote LibreOffice podem‑se des-
nominal; tacar:

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12 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
1) Sem taxas de licenciamento. O  LibreOffice é livre uma extensão (incluída): a capacidade de importar e
para qualquer um usá‑lo e distribuí‑lo sem custos. Em editar alguns arquivos PDF.
outros pacotes de escritório, muitas funcionalidades 9) Sem dependência do fornecedor. O LibreOffice usa
são oferecidas adicionalmente, a  um custo extra os formatos de arquivo ODF, um formato baseado
(como exportação para o formato PDF), enquanto em XML (eXtensible Markup Language) desenvol-
no LibreOffice estão disponíveis gratuitamente. Não vido como um padrão para a indústria pelo OASIS
existem taxas ocultas, nem hoje, nem nunca. (Organization for the Advancement of Structured
2) Código aberto. O  usuário pode distribuir, copiar e Information Standards). Esses arquivos podem ser
modificar o software o quanto quiser, de acordo com facilmente descompactados e lidos por qualquer
as licenças de código aberto do LibreOffice. editor de texto, e seu modelo e aberto e público.
3) Multiplataforma. O LibreOffice roda em varias arqui- 10) O usuário tem voz. Melhorias, correções e datas de
teturas de hardware e múltiplos sistemas operacio- lançamento são decididas pela comunidade. O usuá-
nais, como o Microsoft Windows, Mac OS X e Linux. rio pode se juntar a comunidade e influenciar o rumo
4) Extenso suporte a idiomas. A interface de usuário do do produto que utiliza.
LibreOffice esta disponível em mais de 40 idiomas,
e o projeto LibreOffice oferece corretor ortográfico, Extensão nativa dos programas do pacote
hifenização e dicionário léxico em mais de 70 dialetos.
5) Interface de usuário consistente. Todos os compo- Formato do documento Extensão de arquivo
nentes possuem uma aparência semelhante, o que Texto .odt (open document text)
faz com que sejam fáceis de usar e controlar.
Modelo de texto .ott (open template text)
6) Integração. Os  componentes do LibreOffice estão
bem integrados entre si. Planilha .ods (open document spreadsheet)
• Todos os componentes compartilham um corretor Modelo de planilha .ots
ortográfico comum além de outras ferramentas, Desenho .odg (graphic)
que são utilizadas de maneira consistente por todo Modelo de desenho .otg
o pacote. Por exemplo, as ferramentas de desenho Apresentação .odp (presentation)
disponível no Writer também são encontradas no
Modelo de apresentação .otp
Calc, com versões parecidas, mas melhoradas no
Impress e no Draw. Fórmula .odf (formula)
• O usuário não precisa saber qual aplicativo foi Banco de dados .odb (base)
usado para criar um arquivo em particular. Por
exemplo, pode abrir um arquivo do Draw direto LibreOffice Writer 3.5
no Writer.
7) Granularidade. Normalmente, se o usuário muda uma
opção, isso afeta todos os componentes. Entretanto,
as opções do LibreOffice podem ser ajustadas a nível
de componente ou do documento.
8) Compatibilidade com arquivos. Além dos formatos O Writer é o editor de textos do pacote de
de Documentos Abertos nativos, o LibreOffice tem a escritório gratuito e livre da LibreOffice, concorrente direto
capacidade de exportar para os formatos PDF e Flash, do Word da Microsoft. É  uma ferramenta onde o usuário
assim como pode abrir e salvar arquivos nos formatos pode criar documentos usando os mais diversos recursos
mais populares, incluindo o Microsoft Office, HTML, de edição e formatação, inserção e manipulação de objetos
XML, WordPerfect, e Lotus 1-2-3 formats. Utilizando (como gráficos, imagens, tabelas, molduras).

1. Área de Trabalho
Noções de Informática

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1.1. Barra de Menus ①: mostra os comandos do Writer O Navegador exibe as diferentes partes do documento,
em listas verticais. como títulos, tabelas, quadros, objetos ou hyperlinks e per-
mite uma rápida movimentação entre eles.
ALT + Letra sublinhada (teclas de acesso) ou F10
1.2. Barra de Ferramentas Padrão ②: apresenta coman-
dos de todos os menus (exceto Janela) acessíveis na forma
de botões e listas de opções.
1.3. Barra de Ferramentas Formatação ③: apresenta
comandos do menu Formatar, permitindo aplicar efeitos e
formatos ao texto de forma prática. Quando uma imagem
é selecionada, a Barra de Ferramentas Quadro é mostrada
em seu lugar.
1.4. Barra de Ferramentas Desenho ④: apresenta botões
que permitem inserir, editar e formatar figuras, imagens e
FontWork (semelhante ao WordArt do Word).
Exibir/ Barras de ferramentas / Desenho 
1.5. Réguas ⑤: as réguas horizontais e verticais no
Word são normalmente usadas para alinhar texto, gráficos,
tabelas e outros elementos em um documento. Possibilitam
controlar a formatação das margens, cabeçalho e rodapé,
recuos, tabulação.
1.5.1. Margens da página ⑥: espaço em branco em
volta das bordas da página, fora da área de impressão.
Em geral, texto e elementos gráficos são inseridos na área
imprimível entre as margens. No entanto, é possível posicio-
nar alguns itens nas margens, como cabeçalhos, rodapés e
números da página.
1.5.2. Cabeçalho e Rodapé ⑦: áreas situadas nas re-
giões superior e inferior de cada página de um documento,
em que se pode inserir textos ou elementos gráficos – como
números de página, data, logotipo de uma empresa, o nome
de arquivo do documento – que são impressos no início ou
no fim de cada página de um documento.
Inserir / Cabeçalho e Inserir / Rodapé ① Clique no sinal de +: mostra a lista de objetos exis-
1.5.3. Recuos ⑧: determinam a distância das linhas dos tentes na categoria.
parágrafos selecionados em relação às margens esquerda ② Clique duplo no objeto: leva a visualização até o
ou direita. objeto no documento.
③ Clique com o botão direito/Objeto/Renomear: per-
mite alterar o nome padrão para facilitar a identificação do
① Recuo de Primeira ② Recuo Antes do objeto.
Linha Texto

③Recuo Depois 1.9. Modos de Exibição: visualizações diferenciadas do


do Texto documento em edição, adequadas à tarefa realizada. No
Writer, os  modos de exibição estão disponíveis apenas
Botão esquerdo 2x: Formatar / Pará- no menu Exibir e com as opções Layout de Impressão e
grafo...
da Web.

1.6. Janela/Dividir: no Word, divide a janela em dois • Layout de Impressão: mostra como o texto, os ele-
painéis, permitindo a visualização e edição de duas regiões mentos gráficos e outros elementos serão posiciona-
diferentes do documento ao mesmo tempo. Não está dis- dos na página impressa. Itens como cabeçalhos, notas
ponível no Writer. de rodapé, colunas e caixas de texto aparecem em
Noções de Informática

1.7. Barras de Rolagem ⑨: permitem navegar e visuali- suas posições reais. É o único modo de exibição onde
zar regiões diferentes do documento sem alterar a posição se pode visualizar e editar o cabeçalho e o rodapé.
do cursor. Mostra todas as ferramentas de edição disponíveis
1.8. Navegação ⑩: permite navegar pelo documento, no Word.
acessando com agilidade alguns objetos como páginas, • Layout da Web: apresenta o documento sem a divi-
gráficos, tabelas e seções. são entre as páginas, útil para documentos que serão
apresentados em um navegador. A  opção Arquivo/
Editar / Localizar e Substituir... (CTRL + F) e Exibir /
Visualizar no navegador da Web pré‑visualiza o do-
Navegador  (F5) cumento no navegador padrão.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
14 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
1.10. Barra de Status

Status Significado Clique ...


Está sendo visualizada a página 1 de um total de 11
① duplo: abre a janela Navegador.
páginas existentes no documento.
duplo: abre a janela Estilo de página.
② Estilo de página em uso no documento atual. com o botão direito: menu suspenso com estilos de
página .
Idioma de verificação de ortografia e gramática em simples ou duplo: mostra um menu com idiomas dis-

uso no trecho atual. poníveis.
simples: alterna entre INSER e SOBRE (sobrescrever,
④ Modo de inserção atual.
ativado também pela tecla Insert).
simples: alterna entre PADRÃO, EXT (SHIFT), ADIC
⑤ Ativa os modos de seleção extensão, adição e bloco.
(CTRL) e BLOCO (ALT) .
⑥ O arquivo foi alterado e ainda não foi salvo. duplo: salva o documento.
duplo ou com o botão direito: Arquivo / Assinaturas
⑦ Assinatura digital.
digitais ...
Informações sobre o objeto selecionado, como figuras duplo: abre uma caixa de diálogo para formatação do

e tabelas. objeto selecionado.
em cada imagem para ativar um layout de visualização
diferente: Página Individual (exibe as páginas uma em
baixo da outra e nunca lado a lado), Colunas (páginas
⑨ Layouts de visualização.
lado a lado) e Modo de Livro (a primeira página é uma
página à direita com um número de página ímpar e as
demais lado a lado como em um livro aberto).
na guia deslizante aumenta ou diminui o zoom.
Os símbolos de + e – alteram o zoom em 5% a cada cli-
⑩ e ⑪ Zoom.
que e com o botão direito é mostrado um menu para
seleção de valor de zoom.

2. Seleção de Texto com o Mouse 3. Menu Arquivo

clicar... seleciona...
2x sobre uma palavra a palavra
3.1. Novo (CTRL + N): quando acionado pela
3x sobre uma palavra a frase onde está a palavra imagem do botão ou tecla de atalho cria, imediatamente, um
o parágrafo onde está a documento novo, em branco, pronto para edição, em uma
4x sobre uma palavra
palavra nova janela, sem alterar o documento atual.
e arrastar ou a tecla SHIFT
do início ao fim do trecho Se o comando for acionado pelo menu Arquivo/Novo ou
pressionada
pela seta ao alado da imagem do botão serão apresentadas
com a tecla CTRL
trechos não adjacentes opções para criação de novos arquivos de qualquer programa
pressionada
do pacote BrOffice, como planilhas, apresentações e modelos
e arrastar sob qualquer para formulários e etiquetas.
trecho, uma área retangular
pressionando a tecla ALT
Noções de Informática

3.2. Abrir (CTRL + O): mostra uma caixa de


Diferentemente do que acontece no Word, clicar na diálogo (janela) que permite ao usuário escolher arquivos,
margem esquerda do Writer não realiza nenhuma forma previamente gravados em uma unidade de armazenamento
de seleção especial.
qualquer, que serão recolocados na memória RAM e altera-
dos no Writer.
Para selecionar todo o documento, pode usar o
menu Editar / Selecionar tudo, o atalho CTRL + A ou o botão
3.3. Fechar (CTRL + F4 ou CTRL + W): fecha a
. Se o cursor estiver dentro de uma tabela, o CTRL + A janela atual (encerra a sessão de uso do documento atual),
selecionará inicialmente a célula, depois a tabela e, só então, mantendo o Writer aberto. Também está disponível no
o documento todo. menu Janela.

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3.3.1. Sair (ALT + F4 ou CTRL + Q): fecha o programa. 4. Menu Editar

4.1. Desfazer (CTRL + Z): desfaz as ações realiza-


3.4. Salvar (CTRL + S): salva as alterações das na sessão de uso atual do documento. Clicar na imagem
realizadas no documento atual, usando as mesmas infor- do botão desfaz apenas a última ação.
mações do arquivo aberto (nome, local de armazenamento, A setinha preta ao lado da ferramenta dá acesso a uma
extensão). Se o arquivo foi aberto como somente leitura ou listagem das ações que podem ser desfeitas, sempre em
estiver sendo salvo pela primeira vez, a janela Salvar como... conjunto. Por padrão, podem ser desfeitas 100 ações.
aparecerá. Através do menu Ferramentas / Opções / BrOffice / Me-
mória pode‑se o número de etapas para qualquer valor
3.5. Salvar como... (CTRL + SHIFT + S): abre uma janela entre 1 e 999.
onde o usuário poderá salvar o documento atual com ou-
tro nome e em outro local (duplica o arquivo original sem 4.2. Refazer (CTRL + Y): refaz as ações desfeitas
alterá‑lo, cria backup). Permite ainda alterar a extensão do pelo comando Desfazer. Clicar na setinha preta à direita da
arquivo, criar pastas, salvar com senha. ferramenta dá acesso a uma lista das ações que se pode
refazer. As  ações devem ser refeitas imediatamente após
.odt (documento completo ODF) desfeitas, sob pena de se desabilitar a ferramenta.
.ott (modelo de documento ODF)
.doc (documento completo) 4.3. Repetir (CTRL + SHIFT + Y): disponível quando
.docx (documento completo) não há ações a serem refeitas, repete o último comando.
.sxw (documento do OpenOffice)
.txt (texto sem formatação) 5. Menu Formatar
.rtf (rich text format)
.html (página web)
.xml (xtensible markup language) 5.1. Formatar/Caractere: para se formatar toda
.xls (planilha Excel) não disponível uma palavra não é necessário selecioná‑la. Basta que o cursor
.pdf (portable document format) não disponível esteja dentro da palavra (entre dois caracteres quaisquer da
palavra) – exceto com o uso do botão cor da fonte, que exige
3.6. Salvar tudo: salva alterações realizadas em todos os seleção de texto.
arquivos do Writer atualmente abertos.

3.7. Recarregar: substitui o documento atual pela


última versão salva. Todas as alterações efetuadas após o
último salvamento serão perdidas.

3.8. Exportar... e Exportar como PDF...: abrem uma


janela para configuração de opções de criação de arquivo PDF
a partir do documento atual, como definição do intervalo
de páginas, qualidade das imagens e senhas de abertura e ① Fonte: permite selecionar um tipo de letra (fonte)
permissão do arquivo gerado. a ser aplicado, disponibilizadas pelo Windows. A  escolha
da fonte pode ser realizada digitando‑se o nome da fonte
3.9. Exportar diretamente como PDF: abre uma pelo teclado.
janela para definição do local onde um arquivo PDF será ② Tamanho da Fonte: apresenta uma lista de tamanhos
criado a partir do documento atual, sem a possibilidade de de fontes sugeridas, com valores de 6 a 96 (em intervalos
configurar o intervalo de páginas, qualidade das imagens irregulares). Esta ferramenta aceita a digitação e aplicação
e senhas para o arquivo gerado. O documento atual não é de qualquer tamanho de fonte entre 2 e 999,9 (com varia-
fechado ou alterado. ções de 0,1).
3.10. Enviar: permite enviar o documento atual por ③Negrito (CTRL + B – bold): aplica o efeito (também
email, criar documento mestre e arquivo HTML, estrutura chamado estilo) negrito ao texto selecionado, dando‑lhe
de tópicos para apresentação e autorresumo. O documento destaque.
poderá ser enviado anexado com a extensão de arquivo atual ④Itálico (CTRL + I): aplica o efeito itálico ao texto sele-
( Email com o documento anexado...), como ODT (Email cionado, dando‑lhe destaque.
com o documento em formato OpenDocument...), DOC ⑤Sublinhado (CTRL + U – underline): aplica uma linha
(Email com o documento em formato Microsoft Word...), ou contínua sob todo o trecho de texto selecionado, dando‑lhe
PDF (Email com o documento em formato PDF...). destaque. A opção Formatar / Caractere / Efeitos de fonte /
Sublinhado permite a escolha de cores e outros tipos de
Noções de Informática

3.11. Imprimir (CTRL + P): quando acionado pelo sublinhado, como duplo, pontilhado e ondulado.
botão da barra de ferramentas, imprime imediatamente
uma cópia, de todo o documento (independentemente Os estilos negrito, itálico e sublinhado (aplicado pelo
da seleção atual), na impressora padrão, sem apresentar botão ou tecla de atalho) acompanham a cor da fonte em
qualquer opção ao usuário. Se o comando for acionado uso e não apresentam opções: podem apenas ser aplicados
pelo menu Arquivo/Imprimir ou através da tecla de atalho, ou removidos. A ativação de um desses estilos não desativa
uma janela com opções da impressão será aberta, onde é outro e podem ser ativados todos ao mesmo tempo.
possível, além de enviar o documento para a impressora, ⑥ Sobrescrito (CTRL + SHIFT + P): eleva a posição e
escolher determinadas opções, como intervalos de páginas, reduz o tamanho da fonte do trecho de texto selecionado.
quantidade de cópias, qualidade de impressão. Exemplos: 23 – 1º.

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16 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
⑦ Subscrito (CTRL + SHIFT + B): rebaixa a posição e pequena quantidade de espaço adicional. A quantidade de
reduz o tamanho da fonte do trecho de texto selecionado. espaço adicional varia de acordo com a fonte usada. O es-
Exemplo: H2O. paçamento 1,5 ⑥ aplica uma vez e meia o espaçamento
⑧ Aumentar Fonte: aumenta o tamanho da fonte do simples entre linhas e o duplo ⑦, o dobro. Outras opções
texto selecionado de dois em dois pontos. estão disponíveis no menu Formatar / Parágrafo.
⑨ Reduzir Fonte :: diminui o tamanho da fonte do texto ⑧ Ativar/Desativar numeração: destaca e recua o início
selecionado de dois em dois pontos. de cada parágrafo selecionado com uma sequencia numérica.
⑩ Cor da Fonte: aplica a última cor utilizada ao texto se- ⑨ Ativar/Desativar marcadores: destaca e recua o início
lecionado. A pequena seta permite selecionar uma nova cor. de cada parágrafo selecionado com um símbolo.
⑪ Realce: faz o texto selecionado parecer marcado com ⑩Diminuir recuo: reduz em 1,25 cm o recuo esquerdo
marca‑texto ou ativa a ferramenta Realce com a última cor do parágrafo.
usada. A  pequena seta permite escolher cores e remover ⑪Aumentar recuo: aumenta em 1,25 cm o recuo es-
o realce. querdo do parágrafo.

Sobrelinha: aplica uma linha contínua sobre todo o tre- 5.2.1. Fluxo do Texto
cho de texto selecionado, dando‑lhe destaque. Controle de linhas órfãs/viúvas: evita que o Writer im-
Intermitente: cria texto que pisca a cada dois segundos. prima a última linha do parágrafo sozinha no início de uma
Tachado: marca a parte central de um trecho de texto página (viúva) ou a primeira linha do parágrafo sozinha no
com um ou dois traços, com / ou X. final de uma página (órfã).
Rotação/Dimensionamento: gira e altera a comprimento
do trecho de texto selecionado, dentro do parágrafo. 6. Verificação da Ortografia
Efeitos/Maiúsculas: faz com que todas as letras tenham
o mesmo formato e tamanho das letras maiúsculas. 6.1. AutoVerificação: sinaliza trechos de texto usando
Efeitos/Minúsculas: faz com que todas as letras tenham um sublinhado ondulado vermelho para indicar possíveis
o mesmo formato e tamanho das letras minúsculas. problemas de ortografia, facilitando sua identificação e
Título: faz com que todas as primeiras letras do trecho posterior correção. Para remover o sublinhado dos trechos
selecionado apresentem letras maiúsculas. marcados, as seguintes opções podem ser usadas:
Caixa alta (Versalete): faz com que todas as letras tenham 1) clique com botão direito no trecho sublinhado com
o mesmo formato das letras maiúsculas e tamanho reduzido.
ondulado vermelho ou verde
Formatar / Formatação Padrão (CTRL + M): desfazer toda
as formatações diretas (que não foram aplicadas por estilos). 2) 
Oculto: transforma o trecho selecionado em caracteres 3) F7
não imprimíveis. Para visualizar o trecho novamente, o botão 4) Ferramentas/Ortografia e Gramática
Caracteres não imprimíveis deverá ser ativado. Outros
caracteres não imprimíveis serão também mostrados: Durante a correção, é possível ignorar, adicionar ao
Dicionário ou alterar os erros baseado em sugestões que o
Writer apresenta.

A AutoVerificação pode ser desativada com um clique


5.2. Formatar/Parágrafo: para se formatar um pa- sobre o botão ou pelo menu Ferramentas/Opções/
rágrafo não é necessário selecioná‑lo todo. Basta selecionar Configurações de idioma/Recursos para redação/Verificar
uma parte qualquer ou manter o cursor dentro dele. ortografia ao digitar.

6.2. AutoCorreção: corrige automaticamente a ortogra-


fia e a gramática ao digitar, sem precisar confirmar cada
correção. É possível alterar a lista de palavras automatica-
mente corrigidas, acrescentando novos pares ou excluindo
alguns já inseridos através do menu Ferramentas/Opções
da autocorreção.

7. Reutilização de Formatação

① Alinhar à Esquerda (CTRL + L): mantêm as linhas 7.1. Pincel: copia a formatação de um trecho de
do parágrafo alinhadas apenas à esquerda em relação aos texto ou elemento gráfico para outro. Basta selecionar o
recuos definidos. trecho que possui a formatação desejada, clicar no pincel e
Noções de Informática

② Centralizar (CTRL + E): mantêm as linhas do parágrafo selecionar o trecho que receberá a formatação.
alinhadas pelo centro em relação aos recuos definidos.
③ Alinhar à Direita (CTRL + R): mantêm as linhas do 7.2. Estilos e formatação: conjunto de ações de
parágrafo alinhadas apenas à direita em relação aos recuos formatação que podem ser aplicadas ao texto, tabelas e
definidos. listas do documento para alterar rapidamente sua aparência.
④ Justificado (CTRL + J): mantêm as linhas do parágra- Ao aplicar um estilo, todo um grupo de formatos é aplicado
fo alinhadas ao mesmo tempo pela direita e esquerda em com um clique do mouse. Clicar o botão ou acessar o menu
relação aos recuos definidos aplica. Formatar/Esilos e formatação (F11) mostrará uma janela
Espaçamento de linhas: altera o espaçamento entre com estilos para parágrafos, caracteres, quadros, página e
as linhas dentro do parágrafo selecionado. O espaçamento listas que podem ser aplicados ao documento com um clique
simples ⑤ acomoda a maior fonte na linha, além de uma duplo sobre o nome do estilo ou usando o botão Modo Pincel

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de formato . Novos estilos podem ser criados usando a Editar arquivo: ativa ou desativa o modo de edi-
seleção atual, usando o botão  . ção. Para desativá‑lo, será necessário salvar as alterações
no documento, ele se tornará Somente leitura e não será
8. Recursos Especiais possível realizar modificações.

LibreOffice Calc 3.5
Galeria (Ferramentas/Galeria): mostra uma faixa
horizontal entre as Barras de Ferramentas e a régua com listas
de imagens que podem inseridas no documento arrastando
e soltando.
Fontes de dados (F4 ou Exibir/Fontes de Dados):
mostra uma faixa horizontal entre as Barras de Ferramentas O Calc é o editor de planilhas eletrônicas
e a régua mostrando os bancos de dados registrados. A exibi- do pacote de escritório gratuito e livre da BrOffice.org, con-
ção da fonte de dados pode ser usada para arrastar campos corrente direto do Excel da Microsoft. É um software que
de tabela de bancos de dados registrados e soltá‑los nos facilita a análise de dados inseridos em uma grande tabela
documentos, bem como para criar arquivos de mala direta. (folha de cálculo), realizando cálculos e construindo gráficos.

1. Área de Trabalho

1.1. Pasta: arquivo do Calc criado com três planilhas 1.5. Linha de Entrada ⑥: mostra o conteúdo da célula
(páginas) prontas para edição. ativa e permite editá‑lo.
1.2. Planilha: tabela, folha ou página de cálculo, formada Conteúdo x Resultado: o que é mostrado na barra
por 1.024 colunas (AMJ) ①, dispostas na vertical, em ordem de fórmulas é o conteúdo – o que é mostrado na célula é a
alfabética, da esquerda para a direita, e 1.048.576 linhas ② representação do conteúdo, ou o seu resultado.
numeradas de cima para baixo. 1.6. Autocálculo ⑦: recurso presente na barra de status
1.2.1. Guia das Planilhas ④: mostra a planilha atual de que mostra, por padrão, a soma dos valores selecionados na pla-
trabalho e, por padrão, outras duas disponíveis. Podem ser nilha. Pode mostrar ainda média, contagens, mínimo, máximo.
renomeadas e coloridas, excluídas ou adicionadas, movidas 1.7. Janela/Dividir ⑧: ferramenta presente na ponta das
ou duplicadas. barras de rolagem vertical e horizontal, permite dividir a janela
Inserir / Planilha atual em quatro painéis que mostram regiões diferentes da
mesma planilha.
Formatar / Planilha...
Noções de Informática

Editar / Planilha... 2. Seleção e Edição de Células


1.3. Célula ③: retângulo formado pelo cruzamento
de uma coluna e uma linha, onde são inseridos os dados e clicar... seleciona...
cálculos. O nome, endereço ou referência de uma célula é
1x em uma célula a célula
dado pela coluna, seguida da linha que a formam.
1.4. Caixa de Nome ⑤: identifica a célula ou intervalo 2x em uma célula edita o conteúdo na célula
selecionado, localiza uma célula qualquer, atribui nome a intervalo de células
e arrastar
uma célula ou intervalo de células. (células adjacentes)
em uma célula, manter a
Exibir / Navegador (F5) intervalo de células
tecla SHIFT pressionada,
(células adjacentes)
Inserir / Nomes / Definir... (Ctrl+F3) clicar em outra célula

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em uma célula, manter a adiciona células à seleção Diferentemente do Excel, as funções que utilizam acen-
tecla CTRL pressionada, anterior (seleciona células tos, como MÉDIA, MÍNIMO e MÁXIMO, devem ser acentu-
clicar em outra célula não adjacentes) adas pelo usuário para que sejam aceitas no Calc.
no cabeçalho da coluna
toda a coluna ou linha 3.2. Operadores Matemáticos
ou linha
no retângulo entre os cabe- todas as células da
çalhos das colunas e linhas planilha atual Prioridade Caractere Operação
altera a largura da coluna 1º ( ) Parênteses (transfere prioridade)
no ponto médio entre duas 2º ^ Potenciação (exponenciação)
anterior ou altura da linha
colunas ou linhas e arrastar
anterior 3º * / Multiplicação e divisão
4º + - Soma e subtração
2.1. Alinhamento padrão de valores
3.3. Operadores de Comparação
Texto Número Resultado de testes lógicos Erros
Mengão 1983 VERDADEIRO #DIV/0! Caractere Operação
= igual a
3. Caracteres Especiais
> maior que
3.1. Iniciadores de Cálculo < menor que
No Calc, apenas os caracteres igual (=), mais (+) e menos >= maior ou igual a
(-) podem ser usados como iniciadores de cálculos, para fór- <= menor ou igual a
mulas ou funções. O arroba (@), usado no Excel, não inicia
<> diferente de
cálculos, inserindo apenas texto nas células do Calc.

3.4. Operadores de Referência

SÍMBOLO FUNÇÃO / EXEMPLO LEITURA


Representa intervalos de
Soma de
: dois pontos células (células adjacentes)
A1 ATÉ A20
=SOMA(A1:A20)
Operação de união, usada
para unir células ou Soma de
; ponto e vírgula
intervalos distintos A1 E A20
=SOMA(A1;A20)
Operação de interseção,
Soma da interseção de
usado para destacar células
! exclamação A1 até A10
comuns a dois intervalos
com A1 até C5
=SOMA(A1:A10!A1:C5)
Cria referências mistas e
absolutas. Fixa o endereço A1 multiplicado
$ cifrão
da célula. por B2
=$A$1*B$2
Identifica uma célula
Multiplica a célula A1,
de outra planilha, na
. ponto da planilha Plan2 por
mesma pasta
B5 da planilha atual
=Plan2.A1*B5
Identifica uma célula Multiplica a célula A1,
de outra planilha, em da planilha Plan2, da
# cerquilha
outra pasta pasta Teste.xls por B5
=‘Teste.ods’#Plan2.A1*B5 da planilha atual

3.5. Operador de Texto 4. Funções


Noções de Informática

Caractere Operação Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos


usando valores específicos, denominados argumentos, em
Conecta, ou concatena, valores de uma determinada ordem ou estrutura. As  funções podem
& células diferentes para produzir um valor de ser usadas para executar cálculos simples ou complexos. Por
texto único. exemplo, a função ARRED arredonda um número na célula A10.
3.6. Precedência (prioridade) 4.1. Sintaxe (estrutura) de uma Função

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①Estrutura: a estrutura de uma função começa com um • matriz é um intervalo de dados numéricos cujo menor
sinal de igual (=), seguido do nome da função, um parêntese k‑ésimo valor se deseja determinar.
de abertura, os argumentos da função separados por ponto • k é a posição (a partir do menor) no intervalo de dados
e vírgula (;) e um parêntese de fechamento. a ser fornecido.
②Nome da função: comando que indica qual o cálculo • Se matriz estiver vazia, MENOR retornará o valor de
ou avaliação será realizada com os argumentos da lista a erro #VALOR!. Se k ≤ 0 a função MENOR retornará o
seguir. Para obter uma lista das funções disponíveis, clique valor de erro Erro:502 (argumento inválido). Se k ex-
em uma célula e pressione SHIFT+F3. ceder o número de pontos de dados, a função MENOR
③Argumentos: os argumentos podem ser números, retornará o valor de erro #VALOR!.
texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, ma- • Se n for o número de pontos de dados em ma-
trizes, valores de erro como #N/D ou referências de célula. triz, MENOR(matriz;1) será igual ao menor valor,
O argumento que o usuário atribuir deve produzir um valor e MENOR(matriz;n) será igual ao maior valor.
válido para esse argumento. Os argumentos também podem
ser constantes, fórmulas ou outras funções. =MAIOR(matriz;k)
• Idem MENOR, retorna o k‑ésimo maior valor do con-
Se um argumento for uma matriz ou referência, apenas junto de dados.
os números nesta matriz ou referência serão contados.
Células vazias, valores lógicos, texto ou valores de erro na =ARRED(núm;núm_dígitos)
matriz ou referência são ignorados. Nos cálculos simples, • Arredonda um número até uma quantidade especifi-
onde apenas referências e operadores matemáticos são cada de dígitos.
utilizados, células com texto geram erro e células vazias • núm é o número que você deseja arredondar.
• núm_dígitos especifica o número de dígitos para o
são tratadas como zero.
qual você deseja arredondar núm.
• Se núm_dígitos for maior que 0, então núm será
arredondado para o número especificado de casas
decimais.
• Se núm_dígitos for 0, então núm será arredondado
para o inteiro mais próximo.
• Se núm_dígitos for menor que 0, então núm será
arredondado para a esquerda da vírgula decimal.

Os argumentos que são valores de erro ou texto que não =HOJE( )


podem ser traduzidos em números geram erros. • Retorna o número de série da data atual. O número
de série é o código de data‑hora usado pelo Calc para
4.2. Principais Funções do Calc cálculos de data e hora.
=SOMA(núm1; núm2;...)
• Retorna a soma de todos os números na lista de argu- O Calc armazena datas como números de série sequenciais
mentos. para que eles possam ser usados em cálculos. Por padrão,
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 30 que se deseja 30 de dezembro de 1899 é o número de série 0 (zero) e 1º
somar. de janeiro de 2010 é o número de série 40179 porque está
40.179 dias após 30 de dezembro de 1899.
=MULT(núm1;núm2;...)
• Multiplica todos os números fornecidos como argu- =AGORA( )
mentos e retorna o produto. • Retorna o número de série sequencial da data e hora
• núm1, núm2,... são números de 1 a 30 que se deseja atuais.
multiplicar. • Os números à direita da vírgula decimal no número
de série representam a hora; os números à esquerda
=SOMAQUAD(núm1;núm2; ...) representam a data. Por exemplo, o número de série
• Retorna a soma dos quadrados dos argumentos. 0,5 representa a hora 12:00 (meio‑dia).
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 30 para os quais • A função AGORA só muda quando a planilha é cal-
se deseja a soma dos quadrados. culada ou quando a macro que contém a função é
executada (ao abrir a pasta, por exemplo), não sendo
=MÍNIMO(núm1;núm2;...) atualizada continuamente.
• Retorna o menor número na lista de argumentos.
• núm1, núm2,... são de 1 a 30 números dos quais se =MÉDIA(núm1;núm2; ...)
deseja saber o valor mínimo. • Retorna a média aritmética dos argumentos.
• Caso o texto e os valores lógicos não devam ser igno- • núm1; núm2;... são de 1 a 30 argumentos numéricos
rados, utilize a função MÍNIMOA. para os quais se deseja obter a média.
Noções de Informática

• Se os argumentos não contiverem números, MÍNIMO • Se uma matriz ou argumento de referência contiver
retornará 0. texto, valores lógicos ou células vazias, estes valores
serão ignorados; no entanto, células com valor zero
=MÁXIMO(núm1;núm2;...) serão incluídas (devem ser consideradas no cálculo).
• Idem MÍNIMO, retorna o maior número na lista de
argumentos. =MED(núm1;núm2;...)
• Retorna a mediana dos números indicados. A mediana
=MENOR(matriz;k) é o número no centro de um conjunto de números
• Retorna o k‑ésimo menor valor do conjunto de dados. ORGANIZADOS; isto é, metade dos números possui
Use esta função para retornar valores com uma posição valores que são maiores do que a mediana e a outra
específica relativa em um conjunto de dados. metade possui valores menores.

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20 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• núm1; núm2;... são de 1 a 30 números dos quais se • intervalo é o intervalo de células que se deseja calcular.
deseja obter a mediana. • critérios  são os critérios na forma de um número,
• Se houver uma quantidade par de números no conjun- expressão ou texto, que define quais células serão
to, MED calculará a média dos dois números do meio. adicionadas.
• intervalo_soma  são as células que serão realmente
=MODO(núm1;núm2;...) somadas.
• Retorna o valor que ocorre com mais frequência em • As células em intervalo_soma são somadas somente se
uma matriz ou intervalo de dados. suas células correspondentes em intervalo coincidirem
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 30 para os quais com os critérios estipulados.
se deseja calcular o modo.
• Se intervalo_soma é omitido, as células em intervalo
• Se o conjunto de dados não contiver pontos de dados
são somadas.
duplicados (amodal), MODO retornará o valor de erro
#VALOR!.
• Numa amostra bimodal, o Calc mostrará como resposta 5. Atualização de Cálculos
o menor valor entre aqueles que se repetem.
Quando células que contenham cálculos com referências
=CONT.VALORES(valor1;valor2;...) são arrastadas pela alça de preenchimento, as células são
• Calcula o número de células não vazias e os valores na preenchidas com uma atualização do conteúdo da célula
lista de argumentos. original.
• valor1; valor2;... são argumentos de 1 a 30 que repre- Essa operação pode ser usada para automatizar a cons-
sentam os valores que se deseja calcular. Neste caso, trução de cálculos repetitivos, construindo nas demais células
um valor é qualquer tipo de informações, incluindo cálculos com a mesma estrutura da original, porém com re-
texto vazio (“”), mas não incluindo células em branco. ferências de célula atualizadas, de acordo com o movimento
• Se um argumento for uma matriz ou referência, as cé- realizado a partir da primeira.
lulas vazias na matriz ou referência são ignoradas. As referências nos cálculos serão atualizadas também
quando copiadas e coladas em outra célula, sem a neces-
=CONT.NÚM(valor1;valor2;...) sidade da alça. Recortar e colar não irá atualizá‑las, apenas
• Conta quantas células contêm números e também os movê‑las.
números na lista de argumentos.
• valor1; valor2, ... são argumentos de 1 a 30 que contêm
ou se referem a uma variedade de diferentes tipos de
dados, mas somente os números são contados.
• Os argumentos que são números, datas ou representa-
ções de texto de número são calculados; os argumen-
tos que são valores de erro ou texto que não podem
ser traduzidos em números são ignorados.

=CONT.SE(intervalo;critérios) 5.1. Referências Relativas, Absolutas e Mistas


• Calcula o número de células não vazias em um intervalo
que corresponde a determinados critérios.
• intervalo  é o intervalo de células no qual se deseja
contar células não vazias.
• critérios é o critério na forma de um número, expressão
ou texto que define quais células serão contadas. Por
exemplo, os critérios podem ser expressos como 32,
“32”, “>32”, “maçãs”.
5.1.1. Referências relativas: uma referência relativa em
=SE(teste_lógico;valor_se_verdadeiro;valor_se_falso) uma fórmula, como A1, é  baseada na posição relativa da
• Retorna um valor se uma condição especificada for célula que contém a fórmula e da célula à qual a referência
avaliada como VERDADEIRO e um outro valor se for se refere. Se a posição da célula que contém a fórmula se
avaliado como FALSO. Use SE para conduzir testes alterar, a referência será alterada. Se você copiar a fórmula
condicionais sobre valores e fórmulas. ao longo de linhas ou colunas, a referência se ajustará auto-
maticamente. Por padrão, novas fórmulas usam referências
teste_lógico é qualquer valor ou expressão que possa relativas. Por exemplo, se você copiar uma referência rela-
ser avaliado como VERDADEIRO ou FALSO. Esse argumento tiva que está na célula B2 para a célula B3, a referência será
pode usar qualquer operador de comparação. automaticamente ajustada de =A1 para =A2.
valor_se_verdadeiro é o valor retornado se teste_lógico
for VERDADEIRO e pode ser uma fórmula, uma outra função,
Noções de Informática

texto ou simplesmente um número.


valor_se_falso é o valor retornado se teste_lógico for
FALSO.
É possível aninhar até sete funções SE como argumentos
valor_se_verdadeiro e valor_se_falso para construir testes
mais elaborados.
5.1.2. Referências absolutas: uma referência absoluta
=SOMASE(intervalo;critérios;intervalo_soma) de célula em uma fórmula, como $A$1, sempre se refere a
• Adiciona as células especificadas por um determinado uma célula em um local específico. Se a posição da célula
critério. que contém a fórmula se alterar, a referência absoluta per-

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manecerá a mesma. Se você copiar a fórmula ao longo de Para obrigar o Calc a repetir um valor que está sendo
linhas ou colunas, a referência absoluta não se ajustará. Por atualizado quando arrastado pela alça de preenchimento,
padrão, novas fórmulas usam referências relativas e você mantenha o CTRL pressionado.
precisa trocá‑las para referências absolutas. Por exemplo, se
você copiar uma referência absoluta na célula B2 para a célula 7. AutoSoma
B3, ela permanecerá a mesma em ambas as células =$A$1.
5.1.3. Referências mistas: uma referência mista tem uma O Calc disponibiliza aos usuários um recurso que facilita
coluna absoluta e linha relativa, ou linha absoluta e coluna a soma de um conjunto de valores contidos em células.
relativa. Uma referência de coluna absoluta tem o formato
$A1, $B1 e assim por diante. Uma referência de linha absoluta O botão pode ser usado de diversas formas, auto-
tem o formato A$1, B$1 e assim por diante. Se a posição da matizando o uso da função SOMA. Este botão não permite,
célula que contém a fórmula se alterar, a referência relativa como acontece no Excel, automatizar também o uso de
será alterada e a referência absoluta não se alterará. Se você outras funções além da soma.
copiar a fórmula ao longo de linhas ou colunas, a referência
relativa se ajustará automaticamente e a referência absoluta 7.1. Seleção da célula de resposta e aceitação da su-
não se ajustará. Por exemplo, se você copiar uma referência gestão
mista da célula A2 para B3, ela se ajustará de =A$1 para =B$1. • Selecionar a célula onde se deseja que o resultado da
soma apareça.
• Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
• Visualizar a sugestão de intervalo dada pelo Calc (suge-
re somar os valores adjacentes à célula selecionada).
O intervalo de sugestão será interrompido por células
com funções, vazias ou com texto.
• Mostrar o resultado, pressionando ENTER (move célula
ativa para baixo), TAB (move célula ativa para a direita)
6. Alça de Preenchimento ou clicando Aceitar – clicar novamente o botão Soma
não mostra o resultado, como no Excel.
A alça de preenchimento é o pequeno quadrado preto
visível sempre no canto inferior direito da seleção. Quando o
ponteiro está sobre a alça sua aparência muda de uma cruz
branca e grossa para uma cruz preta e fina.
Arrastar a alça de preenchimento de uma célula copia o
conteúdo de uma célula para outras células na mesma linha
ou coluna. Entretanto, o Calc pode preenchê‑las rapidamente
com vários tipos de séries de dados como, por exemplo,
meses do ano, dias da semana, datas, sequências numéricas
(Editar / Preencher).
É possível criar séries de preenchimento personalizadas
através do menu Ferramentas / Opções / LibreOffice Calc /
Listas de Classificação. 7.2. Seleção da célula de resposta e alteração da su-
Arrastar a alça de preenchimento para baixo ou para a gestão
direita (no sentido crescente das linhas e colunas) cria uma • Selecionar a célula onde se deseja que o resultado da
soma apareça.
sequência progressiva.
• Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
Arrastar a alça de preenchimento para cima ou para a
• Visualizar e alterar a sugestão de intervalo dada pelo
esquerda (no sentido decrescente das linhas e colunas) cria Calc, editando‑a ou selecionando‑se um novo intervalo
uma sequência regressiva. de células a serem somadas.
Por exemplo, as seleções iniciais na tabela a seguir são • Mostrar o resultado, pressionando ENTER, TAB ou
estendidas da forma mostrada. Os itens separados por vír- Aceitar.
gulas estão em células adjacentes.

Seleção inicial Série expandida


1, 2, 3 4, 5, 6
1 2,3,4
Seg Ter, Qua, Qui
Segunda‑feira Terça‑feira, Quarta‑feira
Jan Fev, Mar, Abr
Noções de Informática

Jan, Abr Jul, Out, Jan


texto1, textoA texto2, textoA, texto3, textoA,...
1º Período 2º Período, 3º Período,... 7.3. Seleção do intervalo a ser somado
Produto 1 Produto 2, Produto 3,... • Selecionar o intervalo de células que se deseja somar.
• Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
• A função soma será automatizada, mostrando o resul-
tado na primeira célula livre e adjacente aos valores
previamente selecionados.
• Caso mais de um valor tenha sido selecionado numa
mesma coluna, o Calc os somará em colunas.

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• Texto: exibe células com formato de texto mesmo
quando houver um número na célula – a célula é exi-
bida exatamente como digitada.

8.1.2. Alinhamento de Texto


8.1.2.1.1. Horizontal: altera o posicionamento horizontal
do conteúdo das células. As alterações no alinhamento dos
dados não alteram os tipos de dados.
8.1.2.1.2. Vertical: altera o posicionamento vertical do
conteúdo das células.
8.1.2.1.3. Recuo: recua o conteúdo das células a partir de
qualquer borda da célula, dependendo das opções escolhidas
em Horizontal e Vertical. Cada incremento na caixa Recuo
equivale à largura de um caractere.
8.1.2.1.4. Orientação do texto: altera a inclinação do
texto nas células selecionadas e permite criar texto empi-
lhado. Pode ser usada para economizar espaço em células,
8. Formatação de Células na direção horizontal.
8.1.2.1.5. Propriedades: ajusta a maneira como o texto
8.1. Formatar/Células
deve ser exibido em uma célula.
Este menu oferece ao usuário as principais opções de
formatação das células e seus valores, permitindo ainda a • Quebrar texto automaticamente: divide o texto auto-
formatação de itens selecionados de gráficos. A tecla de ata- maticamente em várias linhas dentro de uma célula.
lho CTRL + 1 pode ser usada para abrir uma caixa de diálogo O número de linhas depende da largura da coluna e
e acessar configurações da célula selecionada. do comprimento do conteúdo da célula.
• Reduzir para caber no tamanho da célula: reduz o
8.1.1. Números tamanho dos caracteres para que todos os dados de
8.1.1.1. Categoria: mostra opções para um formato uma célula selecionada caibam dentro da coluna. O ta-
numérico. A caixa Exemplo mostra como ficarão as células manho dos caracteres será ajustado automaticamente
selecionadas com a formatação escolhida. Clicar em Defini- caso a largura da coluna seja modificada.
do pelo usuário permite criar formatos personalizados para
números. 8.2. Formatar/Mesclar células
• Número: usada em células que devem mostrar nú- Combina duas ou mais células selecionadas em uma
meros em geral. É  possível escolher quantas casas única célula. A referência de célula de uma célula mesclada
decimais e zeros a esquerda serão mostrados, ativar será a da célula superior esquerda da faixa original de células
o separador de milhar e escolher o estilo de número selecionadas. Caso várias células com conteúdos diferentes
negativo. Para exibir mais ou menos dígitos após a estejam selecionadas, mesclar as células poderá manter
vírgula decimal, pode‑se também utilizar os botões apenas o dado da célula superior esquerda, desprezando os
Adicionar casa decimal e Excluir casa decimal demais ou agrupar todos os conteúdos na célula mesclada,
separados por espaços. Pode‑se usar ainda o botão Mesclar
, na barra de ferramentas Formatação.
células .
• Moeda (CTRL + $): usado para quantias mone-
tárias em geral – permite selecionar a quantidade de 9. Assistente de Gráfico
casas decimais e zeros à esquerda, símbolo de moeda
e estilo de número negativo. Os gráficos são a forma mais simples de mostrar ao seu
público o que seus números estão dizendo, e o assistente de
gráfico do Calc o ajuda a criá‑los com apenas alguns cliques.
O coração de um gráfico do Calc é a área de plotagem, a área
que exibe os dados graficamente. A  área de plotagem é
envolvida por elementos de gráfico opcionais, como títulos,
legendas ou rótulos, que o usuário pode usar para explicar
exatamente o que a área de plotagem está mostrando.
A criação de um gráfico personalizado, em quatro etapas,
será iniciada clicando‑se o botão Gráfico ou pelo menu
• Data e hora: exibem números de série de data e hora Inserir / Gráfico.
como valores de data e hora – valores numéricos po- • Etapa 1 de 4 – tipo de gráfico: definição do estilo do
dem ser apresentados na forma de data e vice‑versa. gráfico a ser usado. O Calc oferece nove tipos – coluna,
Noções de Informática

• Porcentagem: multiplica o valor das células selecio- barra, pizza, área, linha, XY (dispersão), rede (radar),
nadas por 100 e exibe o resultado com um símbolo cotações (ações), coluna e linha. Muitos deles podem
de porcentagem. Pode ser ativado através do uso do ser apresentados com efeito 3D.
botão Estilo de porcentagem (com duas casas • Etapa 2 de 4 – intervalo de dados: permite selecionar
decimais) ou pelo atalho CTRL + %. e alterar os dados que participarão da construção do
• Fração: mostra o valor atual na forma de um número gráfico.
inteiro acrescido de uma fração, na base escolhida, • Etapa 3 de 4 – série de dados: personaliza a sequencia
que represente seus valores decimais. com que os dados serão mostrados no gráfico.
• Científico: usa notação científica para representar • Etapa 4 de 4 – elementos do gráfico: acrescenta título
número de valores elevados. e subtítulo, configura legenda, eixos e grades.

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Mesmo depois de pronto, todas as configurações do gráfi- Excluir tudo: exclui todo o conteúdo do intervalo de
co podem ser alteradas, inclusive seus valores. Sempre que o células selecionado.
valor de uma célula que tenha participado da construção do Texto: exclui somente o texto. Os formatos, as fórmulas,
gráfico for alterado, o gráfico será automaticamente atualizado. os números e as datas não são afetados.
Números: exclui somente números. Os  formatos e as
10. Exclusão Seletiva: Editar / Excluir conteúdo ou fórmulas permanecem inalterados.
Tecla BACKSACE Data e hora: exclui os valores de data e hora. Os formatos,
o texto, os números e as fórmulas permanecem inalterados.
Especifica o conteúdo a ser excluído da célula ativa ou Fórmulas: exclui fórmulas. O texto, os números, os for-
de um intervalo de células selecionado. Pressionar a tecla matos, as datas e as horas permanecem inalterados.
BACKSPACE não excluirá os valores das células selecionadas: Anotações: exclui as anotações adicionadas às células.
mostrará a caixa de diálogo representada a seguir, permitindo Todos os demais elementos permanecem inalterados.
que o usuário defina quais tipos de valores pretende excluir, Formatos: exclui os atributos de formato aplicados às
entre os vários selecionados. células. Todo o conteúdo das células permanece inalterado.
Objetos: exclui objetos. Todo o conteúdo das células
permanece inalterado.

LibreOffice Impress 3.5
O LibreOffice Impress é uma versão do editor de apre-
sentações de slides que compõe o pacote de escritório
livre e gratuito LibreOffice. É um software que facilita a
criação e animação de slides, permitindo a inserção de
imagens, sons, vídeos, tabelas e gráficos, apresentando‑se
como programa funcionalmente idêntico ao Microsoft
Office PowerPoint.

1. Principais comandos do menu Arquivo 2. Principais comandos do menu Editar


Noções de Informática

1.1. Novo (CTRL + N): cria arquivos novos de qualquer 2.1. Duplicar... (SHIFT + F3): cria cópias do objeto
programa do pacote LibreOffice. selecionado, permitindo identificar a quantidade de có-
1.2. Salvar tudo: salva todos os arquivos abertos do pias, deslocamento, ampliação e cores dos novos objetos
pacote LibreOffice. criados.
1.3. Recarregar: desfaz todas as alterações realizadas 2.2. Pontos (F8): permite a modificação das bordas de
desde a última gravação do arquivo. uma figura geométrica (para arredondar os cantos de um
1.4. Versões: salva, mostra e compara versões da apre- quadrado, por exemplo).
sentação atual. 2.3. Mapa de imagem: permite definir uma URL a
1.5. Exportar: cria uma cópia da apresentação para for- uma região de uma imagem de modo que, quando essa
matos como HTML, SWF (Flash), PDF e arquivos de imagem, região for clicada, o usuário será levado a abrir uma página
como BMP, JPG e GIF. web.

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3. Principais comandos do menu Exibir 5.6. Alterar caixa: altera o uso de maiúsculas e minúsculas
nos caracteres selecionados ou, se o cursor estiver em uma
3.1. Normal: alterna para a exibição normal na qual é palavra, altera o uso de maiúsculas e minúsculas de todos
possível criar e editar slides. os caracteres nela.
3.2. Estrutura de tópicos: alterna para a exibição de es- 5.7. Posição e tamanho (F4): redimensiona, move, gira
trutura de tópicos onde é possível reordenar slides e editar ou inclina o objeto selecionado.
os títulos e cabeçalhos dos slides. 5.8. Modelos de slides...: exibe a caixa de diálogo Mo-
3.3. Classificador de slides: exibe miniaturas dos slides. delos de slides, para selecionar um esquema de layout para
3.4. Apresentação de slides (F5): inicia a apresentação o slide atual. Os objetos no modelo de slides são inseridos
de slides. atrás dos objetos contidos no slide atual.
3.5. Exibição de notas: alterna para a exibição de página 5.9. Layout de slide...: abre o painel Layout de slide no
de notas, onde você pode adicionar notas aos slides. Duran- painel Tarefas.
te a apresentação, o público não consegue vê‑las porque elas 5.10. Estilos e formatação (F11): lista os estilos disponí-
permanecem ocultas. veis em uma janela flutuante.
3.6. Exibição de folhetos: alterna para a exibição da pá- 5.11. Agrupar: agrupa os objetos selecionados de forma
gina mestre de folhetos, onde é possível dimensionar vários que possam ser movidos ou formatados como um único
slides para que se ajustem a uma página impressa. objeto.
3.7. Mestre: alterna para uma das várias exibições mes-
tre, onde é possível adicionar elementos que deverão ser 6. Principais comandos do menu Ferramentas
exibidos em todos os slides da apresentação.
3.8. Navegador (CTRL+SHIFT+F5): abre o um painel com 6.1. Ortográfica (F7): verifica a ortografia manualmente.
o qual é possível saltar para outros slides ou mover entre 6.2. Galeria: abre a Galeria, onde encontram‑se figuras
arquivos abertos. e sons para inserir no documento.
3.9. Cabeçalho e rodapé...: adiciona ou altera o texto em 6.3. Substituir cores: abre a caixa de diálogo do con-
espaços reservados na parte superior ou inferior dos slides ta‑gotas para substituir cores em figuras de meta‑arquivo
e dos slides mestre. e de bitmap.
6.4. Player de mídia: abre a janela do Player de mídia,
4. Principais comandos do menu Inserir para poder visualizar arquivos de filme e som e inseri‑los no
documento atual.
4.1. Slide: insere um slide depois do slide atual. 6.5. Macros: permite gravar, organizar e editar macros.
4.2. Duplicar slide: insere uma cópia do slide após o 6.6. Opções da Autocorreção: define as opções para a
slide atual. substituição automática de texto à medida que você digita.
Expandir slide 6.7. Personalizar: personaliza menus, teclas de atalho,
4.3. Slide de resumo: cria um novo slide com uma lista barras de ferramentas e atribuições de macros do LibreOffice.
de marcadores contendo os títulos dos slides seguintes ao org para eventos.
slide selecionado. O  slide de resumo é inserido atrás do 6.8. Opções: abre uma caixa de diálogo para configuração
último slide. personalizada do programa.
4.4. Número da página, Data e hora, Campos, Anotação, 6.9. Compactar apresentação...: ativa assistente para
Caractere especial (símbolo), Marca de formatação, Hyper- reduzir o tamanho da apresentação atual, comprimindo
link, Tabela, Figura, Objeto de desenho, Gráfico, Quadro imagens e removendo dados desnecessários.
flutuante.
4.5. Imagem animada: cria uma animação personalizada 7. Principais comandos do menu Apresentação de
no slide atual. Só é possível usar objetos existentes para criar Slides
uma animação.
4.6. Arquivo: insere um arquivo no slide ativo. Você pode 7.1. Apresentação de slides (F5): inicia a apresentação
inserir arquivos do LibreOffice.org Draw ou Impress, ou textos de slides.
de um documento HTML ou de um arquivo de texto. 7.2. Configurações da apresentação de slides: define as
4.7. Filme e som: insere um arquivo de vídeo ou de som configurações da apresentação de slides, inclusive com que
no documento, com os formatos: AIF Audio (.aiff), AU Audio slide iniciar, o tipo de apresentação, o modo como os slides
(.au), AVI (.avi), CD Audio (.cda), MIDI Audio (.midi), MPEG avançam e as opções de ponteiro.
Audio (.mp2, .mp3, .mpa), MPEG Video (.mpg, .mpeg, .mpv, 7.3. Cronometrar: inicia uma apresentação de slides com
.mp4), Ogg Bitstream (.ogg), Quicktime Video (.mov), Vivo um temporizador no canto inferior esquerdo.
Video (.viv), WAVE Audio (.wav). 7.4. Interação: define como o objeto selecionado se
comportará quando ele for clicado durante uma apresen-
5. Principais comandos do menu Formatar tação de slides.
7.5. Animação personalizada: atribui um efeito ao objeto
5.1. Formatação padrão: remove a formatação direta e a selecionado que será executado durante a apresentação
Noções de Informática

formatação por estilos de caracteres da seleção. de slides.


5.2. Caractere: muda a fonte e a formatação de fonte dos 7.6. Transição de slides: define o efeito especial que
caracteres selecionados. será executado quando um slide for exibido durante uma
5.3. Parágrafo: modifica o formato do parágrafo atual, apresentação de slides.
por exemplo, alinhamento e recuo. 7.7. Ocultar slide: oculta o slide selecionado para que não
5.4. Marcadores e numeração: adiciona marcadores ou seja exibido durante uma apresentação de slides.
numeração ao parágrafo atual e permite que você edite o 7.8. Apresentação de slides personalizada: define uma
formato da numeração ou dos marcadores. apresentação de slides personalizada utilizando slides con-
5.5. Página: define a orientação da página, as margens da tidos na apresentação atual. Podem‑se selecionar os slides
página, o plano de fundo e outras opções de layout. que atendem às necessidades do público.

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WINDOWS 7 segundo plano somente quando o usuá­rio precisar deles.
Ele foi feito para executar programas, hibernar, voltar e se
Introdução reconectar a redes sem fio mais rápido. E, com suporte a
64 bits, o usuário aproveita totalmente os mais recentes e
O Windows 7 é um sistema operacional com caracterís- poderosos computadores de 64 bits.
ticas gerais semelhantes as suas versões anteriores:
• gerencia o software instalado e o hardware disponível Personalize seu Computador
no computador, permitindo interação entre usuário e O Windows 7 deixa o usuário se expressar facilmente,
computador; com temas, planos de fundo de área de trabalho, apresen-
• oferece suporte a instalações Plug and Play; tações de slides da área de trabalho personalizados, barra
• é multitarefa preemptivo, multiusuário e multisessão. de tarefas reformulada e gadgets mais flexíveis e divertidos.
Novos downloads estão disponíveis na Galeria de Personali-
Com o intuito de corrigir as muitas falhas do seu último zação, para que o usuário possa baixar extras divertidos para
sistema operacional lançado, o  Windows Vista, e  apro- dar um toque pessoal ao seu computador.
veitando a oportunidade para lançar algumas novidades,
a Microsoft divulgou assim suas melhorias mais interessantes Avisos que não Chateiam
para o Windows 7. A Central de Ações, uma novidade do Windows 7,
permite que o usuário controle as mensagens de manuten-
Uma área de trabalho melhor ção e segurança. Ele pode ativar ou desativar as notificações
Com o Windows 7 é possível acessar as coisas no compu- para coisas como o Windows Defender ou o Controle de
tador mais rápido do que nunca. A Barra de Tarefas tem bo- Conta do Usuário. Se o Windows precisar da sua atenção,
tões maiores e visualizações em tamanho grande, e o usuário
o  usuário verá uma notificação no canto direito da barra
pode fixar programas nela, para acessá-los com um só clique.
de tarefas.
As Listas de Atalhos contêm atalhos para arquivos, pastas e
sites. E o Snap, o Peek e o Shake oferecem maneiras novas,
fáceis e divertidas de se livrar de todas as janelas abertas. Windows Live Essentials

Listas de Atalhos – Novidade do Windows 7: são listas de O Windows 7 não disponibiliza, em sua instalação padrão,
itens abertos recentemente, como arquivos, pastas ou sites, programas para fotos, filmes, mensagens instantâneas, e-
organizados pelo programa que o usuário usa para abri-los. -mail, blogs, proteção para a família. Usuários de qualquer
Além de poder abrir itens recentes usando uma Lista de versão do W7 que desejem utilizar programas da Microsoft
Atalhos, o usuário também pode fixar favoritos na Lista de para estas finalidades podem baixar do site da empresa um
Atalhos; dessa forma, é possível acessar de maneira rápida conjunto de programas chamado Windows Live Essentials
os itens usados diariamente. Para abrir uma Lista de Atalhos, que inclui Messenger, Galeria de Fotos, Mail, Movie Maker,
basta clicar com o botão direito do mouse em um ícone de Writer, Proteção para a Família e a Barra de Ferramentas,
programa na barra de tarefas do Windows 7 ou clicar uma além do Microsoft Office Outlook Connector, Suplemento
vez sobre ícones no Menu Iniciar. do Office Live e Microsoft Silverlight.

Aero Snap: novo e rápido jeito de redimensionar as jane- Utilização do Windows 7


las abertas, simplesmente arrastando-as para as bordas da
tela. Dependendo de onde o usuário arrastar uma janela, será Ao iniciar o Windows 7, o usuário é recepcionado por
possível expandi-la verticalmente, colocá-la na tela inteira ou uma Tela de Boas-vindas, onde deve-se informar o nome
exibi-la lado a lado com outra janela. do usuário e sua senha para que o Windows efetue seu
logon (entrada no sistema) e apresente a área de trabalho
Aero Shake: minimiza rapidamente todas as janelas personalizada.
abertas, exceto a que está sacudida pela barra de título No Windows XP, a Tela de Boas-Vindas pode ser ativada
(arrastada de um lado para outro). ou desativada. Nesta versão do Windows, não é possível
desativá-la.
Aero Peek: exibe temporariamente a área de trabalho
apontando para o botão Mostrar Área de Trabalho, na ex-
Área de Trabalho
tremidade da Barra de Tarefas.

Pesquisa mais Inteligente Ao inicializar o Windows todo o ambiente gráfico visua-


Digitando na caixa de pesquisa do menu Iniciar os resul- lizado é definido como área de trabalho, onde encontra-se
tados aparecem instantaneamente, agrupados por categoria, apenas um ícone, a Lixeira, uma barra horizontal, localizada
documentos, imagens, músicas, e-mail e programas. na parte inferior da tela, chamada Barra de Tarefas (Taskbar)
Noções de Informática

e um plano de fundo (papel de parede ou desktop). Outros


Compartilhamento fácil com o Grupo Doméstico ícones (representações gráficas de arquivos, pastas e recur-
Com o Grupo Doméstico é simples compartilhar arquivos sos do sistema) podem ser adicionados à área de trabalho
e impressoras em uma rede doméstica. Um Grupo Domés- e ativados por um duplo clique.
tico é um conjunto de computadores em uma rede os quais Outros itens presentes na área de trabalho do Windows
podem compartilhar arquivos e impressoras. são os gadgets (bugigangas), miniprogramas que oferecem
informações rápidas e acesso fácil a ferramentas usadas
Feito para ser Veloz com frequência, como apresentação de slides ou manchetes
O Windows 7 tem melhorias de desempenho funda- atualizadas continuamente, calendário, bloco de anotações
mentais para usar menos memória e executar serviços em e medidor de uso da CPU e RAM.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
26 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Barra de Tarefas Menu Iniciar ou clicando-se em uma área livre da barra com
o botão direito do mouse e a opção Propriedades. O menu
Parte da área de trabalho que é, por padrão, visível todo de contexto apresentado após o clique com o botão direito
o tempo (mesmo com várias janelas de programas abertos), em uma área livre da Barra de Tarefas permite realizar as
foi completamente reprojetada para ajudar o usuário a ge- seguintes atividades:
renciar e acessar mais facilmente seus arquivos e programas • Barras de Ferramentas: acrescenta ou remove barras
mais importantes. Ela contém o botão Iniciar, botões fixos da com funcionalidades adicionais à Barra de Tarefas,
Barra de Tarefas e botões de programas em execução. Cada como a Barra de Endereços.
programa aparece como um botão único sem rótulo, mesmo • Janelas: organiza automaticamente as janelas de
quando vários itens de um programa estão abertos, para se programas abertos.
obter uma aparência limpa e organizada. • Iniciar Gerenciador de Tarefas: mostra a janela do
A Barra de Ferramentas Inicialização Rápida não está mais Gerenciador de Tarefas (CTRL + ALT + DEL ou CTRL +
disponível, enquanto outras, como a barra de endereços, SHIFT + ESC).
ainda podem ser mostradas e agora dispõem de mais espaço. • Bloquear a Barra de Tarefas: impede ou permite que
A Barra de Tarefas pode ser usada para ver rapidamente a barra de tarefas seja movida ou redimensionada.
outras janelas abertas sem clicar fora da janela em que está
trabalhando. Basta apontar o mouse para um botão da barra Menu Iniciar
de tarefas, e as visualizações de qualquer janela aberta asso-
ciada a esse botão serão exibidas acima da barra de tarefas. O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tare-
A Área de Notificação (região mais à direita da Barra de Ta- fas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, que mostra uma lista de
refas, onde se localiza o relógio do sistema) contém atalhos para opções onde o usuário pode iniciar a utilização do sistema,
programas e informações de status importantes. No passado, como iniciar programas, abrir pastas usadas com frequência,
a área de notificação podia às vezes ficar cheia de ícones. Agora, pesquisar arquivos, pastas e programas, ajustar configura-
o usuário pode escolher quais ícones estão sempre visíveis e ções do computador, obter ajuda para o uso do sistema,
manter o restante deles disponíveis em uma área de exceden- desligar o computador, fazer logoff ou alternar para outra
Noções de Informática

tes, onde estarão acessíveis com apenas um clique de mouse. conta de usuário.
O botão Mostrar Área de Trabalho foi movido para a O lado esquerdo do Menu Iniciar permite acesso a to-
extremidade oposta da barra de tarefas do botão Iniciar, dos os programas instalados no computador, inclusive aos
facilitando clicar ou apontar para o botão sem abrir aciden- Acessórios do Windows e Ferramentas do Sistema. É atu-
talmente o menu Iniciar. alizado com links para os 10 (dez) programas abertos com
mais frequência pelo usuário atual e, na parte superior são
Propriedades da Barra de Tarefas fixados atalhos para outros programas, os quais aparecerão
independentemente de utilização frequente.
A Barra de Tarefas pode ser personalizada através do O lado direito permite acessar pastas especiais do Win-
Painel de Controle, usando-se o ícone Barra de Tarefas e dows criadas para cada usuário e outros recursos do sistema.

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O Menu Iniciar não pode mais ser configurado para ser Itens Recentes: exibe uma lista de até 15 itens, com ata-
visualizado usando o estilo de versões antigas do Windo- lhos para os últimos arquivos abertos. A limpeza da lista Do-
ws, chamado Menu Iniciar clássico. O cabeçalho do menu cumentos recentes não exclui os arquivos correspondentes.
Iniciar, contendo o nome e imagem de exibição do usuário
atual, foi transferido para o painel da direita. As opções dos Caixa de Pesquisa: é uma das maneiras mais convenien-
botões do rodapé do menu Iniciar do Windows XP foram tes de encontrar algo no computador. Para usá-la, basta abrir
o menu Iniciar e começar a digitar. À medida que se digita,
adaptadas em único botão e incluído na base do painel da
os  resultados da pesquisa são exibidos acima da caixa de
direita do menu Iniciar.
pesquisa, no painel esquerdo do menu Iniciar.
• Trocar Usuário: se houver mais de uma conta de Painel de Controle: personaliza as configurações do com-
usuário no computador, a Troca Rápida de Usuário é putador, altera a aparência e o funcionamento do Windows,
um modo fácil de outra pessoa fazer logon no com- adiciona e remove programas ou dispositivos de hardware,
putador sem fazer seu logoff ou fechar os programas configura as conexões de rede e as contas de usuário, entre
e arquivos da sessão atual. Também disponível após outras opções.
pressionamento de CTRL + ALT + DEL.
• Fazer Logoff: permite a entrada de um novo usuário,
fechando todos os programas abertos do usuário atu-
al, encerrando a sessão, sem desligar o computador. Backup e Restauração : os backups ajudam a
• Bloquear: mostra a Tela de Boas-vindas e apenas o garantir que os arquivos não serão permanentemente per-
usuário atual ou um administrador poderão desblo- didos ou danificados em caso de acidentes. Caso o Backup
queá-lo. do Windows não tenha ainda sido usado, o  assistente de
• Desligar: fecha todos os arquivos e programas abertos Backup do Windows criará automaticamente uma agenda
e encerra o Windows, para que o computador seja para o usuário, que poderá ser alterada. Com o recurso de
desligado com segurança. backup do Windows 7 é possível realizar backup e restaura-
• Reiniciar: encerra o Windows, desliga o computador ção de arquivos de todos os usuários do computador e da
e o reinicia. imagem do sistema, lidar com versões anteriores e realizar
restauração do sistema a um ponto anterior.
• Suspender: estado de economia de energia que
permite que o computador reinicie rapidamente a
operação de energia plena quando o usuário desejar
continuar o trabalho.
• Hibernar: estado de economia de energia projetado Barra de Tarefas e Menu Iniciar : personaliza a
principalmente para laptops. Enquanto a suspensão aparência e comportamento da Barra de Tarefas e do Menu
coloca o trabalho atual e as configurações na memória Iniciar, indicando os tipos de itens a serem exibidos e a ma-
e usa uma pequena quantidade de energia, a hiberna- neira como devem ser mostrados:
ção coloca no disco rígido os documentos e programas • Mantidos: bloquear e ocultar automaticamente a
Barra de Tarefas, comportamento dos ícones inativos
abertos e desliga o computador.
na Área de Notificação.
• Alterados: agrupar botões semelhantes para combi-
Suspensão Híbrida: projetada especificamente para nar e ocultar rótulos dos botões da Barra de Tarefas.
computadores desktop. É  uma combinação de suspensão • Novidades: usar ícones pequenos; Local da Barra de
e hibernação. Ele coloca todos os documentos e programas Tarefas na tela (inferior, superior, esquerda, direita);
abertos na memória e no disco rígido e, em seguida, coloca ativar/desativar Aero Peek; ação do botão de energia;
o computador em um estado de energia fraca, de forma que armazenar e exibir programas e itens abertos recen-
o usuário possa retomar rapidamente o seu trabalho. temente.
• Removidos: manter a Barra de Tarefas sobre as outras
Os itens Executar e Itens Recentes não estão mais janelas; mostrar o relógio; estilos visuais (Windows XP
disponíveis no menu Iniciar, por padrão. Para mostrar o ou Clássico); limpar lista de documentos recentes e
Executar: programas usados com mais frequência.
1) clicar em Propriedades da Barra de Tarefas e do
Menu Iniciar do Painel de Controle, ou com o botão
direito no botão Iniciar / Propriedades.
2) clicar Menu Iniciar / Personalizar e ativar a opção Central de Ações : substituiu a Central de Segu-
Comando Executar. rança do Windows nesta versão do Windows, gerenciando as
Para mostrar os Itens Recentes: configurações do firewall, o Windows Update, as configura-
1) clicar em Propriedades da Barra de Tarefas e do ções do software antispyware, a segurança da internet e as
Menu Iniciar do Painel de Controle, ou com o botão configurações de controle da Conta do Usuário. A Central de
Noções de Informática

direito no botão Iniciar / Propriedades. Ações também monitora as configurações de manutenção


2) em Privacidade, marcar a caixa de seleção Armaze- do computador e fornece links para soluções de problemas e
nar e exibir itens abertos recentemente no menu Iniciar outras ferramentas que podem ajudar a corrigir problemas.
e na barra de tarefas. É  o local central para exibir alertas e tomar providências
3) clicar no botão Personalizar e ativar a opção Itens que podem ajudar a executar o Windows uniformemente.
Recentes.

Executar: apresenta uma janela onde, de maneira prática


e rápida, é possível abrir programas instalados no Windows, Grupo Doméstico : facilita o compartilhamen-
arquivos, pastas e quando conectado à internet, sites. to de bibliotecas e impressoras em uma rede doméstica,

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permitindo compartilhar imagens, músicas, vídeos, documen­ Para ajudar a manter as definições atualizadas, o Windows
tos e impressoras com outras pessoas do grupo doméstico. Defender trabalha com o Windows Update para instalar
O grupo doméstico é protegido por senha e o usuário poderá automaticamente novas definições à medida que elas são
sempre escolher o que vai compartilhar com o grupo. lançadas.

Windows Explorer

Windows Defender : software antispyware É o gerenciador de arquivos do Windows. No Windows


incluído no Windows e executado automaticamente ao Explorer, é possível ver a hierarquia das pastas no computa-
ser ativado. O uso do software antispyware pode ajudar o dor e todos os arquivos e pastas localizados em cada pasta
usuário a proteger seu computador contra spyware e outros selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e mover
possíveis softwares indesejados. arquivos.

Elementos das Janelas programa. Por padrão não é mostrada no Windows


Explorer do Windows 7, pois os comandos de menu
Embora o conteúdo de cada janela seja diferente, todas mais comuns agora podem ser acessados pela Barra
têm alguma coisa em comum. A maioria das janelas possui de Ferramentas. Quando necessário, o pressionamen-
as mesmas partes básicas: to do ALT ou F10 permite visualizá-la temporariamen-
• Barra de Título 1 : na área superior livre, exibe o título te. Para fixá-la, deve-se clicar em Organizar / Layout
do arquivo em uso e o nome do programa aberto. No / Barra de Menus.
canto esquerdo, aparece um ícone que representa • Barra de Ferramentas : de forma geral, uma Barra
o programa que está usando a janela (no Windows de Ferramentas apresenta botões e menus dropdown
Explorer a Barra de Título não apresenta ícone do distribuídos para facilitar a ativação de recursos do
programa ou título do objeto selecionado). No canto programa, facilitando a execução de tarefas comuns.
Noções de Informática

direito são mostrados os botões Minimizar, Restaurar, No Windows Explorer do Windows 7, a Barra de Fer-
Maximizar e Fechar , os quais permitem ocultar a ramentas e o Painel de Tarefas do Windows XP foram
janela, reduzi-la, alargá-la para preencher a tela in- fundidos e a Barra de Ferramentas atual não apresenta
teira e fechá-la, respectivamente. Ainda na Barra de mais botões para ativar comandos. Sempre que um
Título, os botões Voltar e Avançar são mostrados , objeto é selecionado, as ações que podem ser exe-
cutadas junto a este objeto são mostradas na barra,
a Barra de Endereços , Botão Atualizar e Caixa como em um menu de contexto, mostrando apenas
de Pesquisa . as tarefas que são relevantes. Três botões aparecem
• Barra de Menus : contém itens nos quais o usuário sempre na Barra de Ferramentas: Organizar, Modos
pode clicar para ativar recursos e comandos em um de Exibição e Mostrar o Painel de Visualização:

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1.
No Painel de Pastas podemos visualizar sinais de e
antes das pastas ou unidades. O sinal de indica
que dentro da unidade ou pasta podemos encontrar
outra(s) pasta(s). O sinal de indica que já estamos
visualizando a(s) outra(s) pasta(s) existente(s) naquela
pasta ou unidade.
• Painel da Biblioteca : é exibido apenas quando uma
biblioteca está sendo visualizada (como a biblioteca
Documentos) e aparece logo acima do Painel do
Conteúdo. Mostra informações sobre a biblioteca se-
lecionada, como seu nome e quantos locais estão nela
agrupados e permite alterar o modo de organização
dos ícones mostrados no Painel do Conteúdo.
• Painel da Visualização : mostra o conteúdo da maioria
dos arquivos. Se uma mensagem de e-mail, um arquivo
de texto ou uma imagem forem selecionados, seu con-
A opção Layout permite mostrar ou ocultar a Barra teúdo poderá ser visto sem abri-lo em um programa.
de Menus e os Painéis de Detalhes , Visualização
7 – APLICAÇÃO

6 – Apresentação

5 – Sessão
Ações com Arquivos
, Navegação e Biblioteca .
4 – TRANSPORTE

3 – REDE

2 – Link de Dados

1 – Física

Selecionar vários arquivos e/ou pastas


• Adjacentes: clique o 1º arquivo, mantenha pressiona-
2. Modos de Exibição : ao ser clicada a
da a tecla SHIFT, clique o último arquivo.
imagem do botão, cinco dos modos de exibição vão • Não adjacentes: clique o 1º arquivo, mantenha pres-
sendo ativados um a um, em sequência (a opção sionada a tecla CTRL, clique outros arquivos.
Ícones ativa apenas Ícones Grandes). Clicar a seta
preta ao lado do botão permite escolher um de um Renomear uma pasta ou arquivo selecionado
total de oito modos visuais diferentes de ícones.
A guia deslizante permite definir com precisão o • Pressionar F2.
tamanho do ícone a ser mostrado. • Clique sobre o nome da pasta ou arquivo já selecio-
nado.
• Arquivo / Renomear.
• Botão direito sobre o arquivo/pasta e clicar Renomear.
Mover e copiar arquivos e pastas
Usando o botão esquerdo do mouse, a partir do painel da
direita, arrastando seu ícone para o painel da esquerda, de um
local em uma unidade de armazenamento para outro local...
• Na mesma unidade, MOVE.
• Pressionando simultaneamente CTRL, COPIA.
• Em outra unidade, COPIA.
• Pressionando simultaneamente SHIFT, MOVE.
3. Mostrar o Painel de Visualização : mostra
ou oculta o Painel de Visualização. Usando o botão esquerdo do mouse, a partir do painel
da direita, arrastando-se uma pasta ou arquivo e soltando-o
• Barra de Status x Painel de Detalhes: a maioria dos em qualquer local pressionando simultaneamente a tecla
programas mostra uma barra horizontal na parte infe- ALT (ou CTRL + SHIFT), será criado um atalho para o arquivo.
Usando o botão direito do mouse, a partir do painel da
rior da janela onde aparecem informações ao usuário
direita, arrastando-se um arquivo para o painel da esquerda
sobre o arquivo em uso ou sobre o objeto selecionado e soltando-o em qualquer local será mostrada uma lista com
na janela. No Windows Explorer, essa Barra de Status opções para copiar, mover ou criar atalho para o arquivo.
foi substituída por um Painel de Detalhes , que apa-
rece na mesma posição da primeira, mas ocupando um
espaço maior e mostrando mais informações. O painel
de detalhes mostra as propriedades mais comuns as-
sociadas ao arquivo selecionado, como o autor, a data
da última alteração e qualquer marca descritiva que
Noções de Informática

possa ter sido adicionada ao arquivo.


7 – APLICAÇÃO

6 – Apresentação

• Painel de Navegação : substituto do Painel de Pastas,


5 – Sessão

4 – TRANSPORTE

3 – REDE

2 – Link de Dados

1 – Física

é um painel à esquerda da área de trabalho do WE que


mostra uma árvore de pastas hierarquizada com atalhos
para todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de tra-
balho, Atalhos Favoritos, Bibliotecas, Grupo Doméstico,
Redes e Pesquisas salvas. Quando uma das pastas deste
Painel é clicada, seu conteúdo é mostrado no Painel do
Conteúdo (único sempre visível).

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30 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Bibliotecas um arquivo do computador, ele apenas é movido para a
Lixeira onde fica temporariamente armazenado até a Lixeira
Nas versões anteriores do Windows, o gerenciamento ser esvaziada. Com isso, o usuário tem a oportunidade de
de arquivos significava organizá-los em pastas e subpastas recuperar arquivos excluídos e restaurá-los para os locais
diferentes. Nesta versão do Windows, o usuário pode usar originais. Características da Lixeira:
também bibliotecas para organizar e acessar arquivos, inde-
pendentemente de onde eles estejam armazenados. • Para excluir arquivos e levá-los para a Lixeira, pode-se
Bibliotecas é o local onde o usuário gerencia documen- adotar, inicialmente, os seguintes procedimentos:
tos, músicas, imagens e outros arquivos. O  usuário pode – pressionar a tecla delete;
procurar arquivos da mesma forma como faz em uma pasta – clicar com o botão direito do mouse sobre o objeto
ou exibir os arquivos organizados por propriedades como a ser excluído e escolher a opção Excluir no menu
data, tipo e autor. de contexto;
Uma biblioteca se assemelha em alguns pontos a uma – clicar a opção de menu Arquivo / Excluir;
pasta. Por exemplo, ao abri uma biblioteca, o usuário vê um – recortar o objeto e colar na pasta Lixeira;
ou mais arquivos. Porém, diferente de uma pasta, a biblioteca – arrastar o ícone do objeto para a Lixeira.
reúne os arquivos que estão armazenados em diversos locais.
As bibliotecas não armazenam de fato os itens. Elas monito- • Para excluir definitivamente arquivos ou pastas, sem
ram as pastas que contêm os itens e permitem que o usuário passar pela lixeira, é possível realizar as mesmas ta-
os acesse e organize de várias maneiras. Por exemplo, se o refas acima, mantendo pressionada a tecla SHIFT.
usuário tem arquivos de música em pastas no disco rígido • Por padrão, uma caixa de diálogo é apresentada ao
e na unidade externa, poderá todos esses arquivos de uma usuário para confirmar a exclusão de uma pasta ou
vez usando a Biblioteca de música. arquivo, exceto quando arrastados para a Lixeira. Essa
caixa de diálogo é uma ferramenta de segurança do
Windows que tenta impedir exclusões acidentais.
• Um arquivo, enquanto armazenado na Lixeira, ainda
ocupa espaço no disco rígido de onde foi excluído. Seu
espaço será liberado quando o arquivo for removido
da Lixeira.
• Não é possível restaurar arquivos excluídos definiti-
vamente, usando ferramentas disponíveis em uma
instalação padrão do Windows.
• Apenas arquivos de discos rígidos (HDs) conectados
diretamente ao computador vão para a lixeira.

O Windows tem quatro bibliotecas padrão: Documentos,


Músicas, Imagens e Vídeos. O usuário também pode criar
novas bibliotecas, que podem incluir até 50 pastas.
• Biblioteca Documentos. Organiza documentos de pro-
cessamento de texto, planilhas, apresentações e outros
arquivos relacionados a texto. Por padrão, os arquivos
movidos, copiados ou salvos na Biblioteca Documentos
são armazenados na pasta Meus Documentos.
• Biblioteca Imagens. Organiza as imagens digitais, se-
jam elas obtidas da câmera, do scanner ou de e-mails • O Windows reserva, por padrão, 10% da capacidade
recebidos de outras pessoas. Por padrão, os arquivos de armazenamento de cada disco local ou partição
movidos, copiados ou salvos na Biblioteca Imagens para a Lixeira, podendo o usuário configurar esse
são armazenados na pasta Minhas Imagens. tamanho até o limite da capacidade total do disco.
• Biblioteca Músicas. Organiza as músicas digitais, • É possível configurar a Lixeira para que os arquivos
como as que o usuário copia de um CD de áudio ou não sejam para ela movidos, mas sempre removidos
as baixadas da Internet. Por padrão, os arquivos mo- permanentemente.
vidos, copiados ou salvos na biblioteca Músicas são • Não é possível abrir arquivos que estão na Lixeira.
armazenados na pasta Minhas Músicas. • É possível esvaziar toda a Lixeira, confirmando a exclusão.
• Biblioteca Vídeos. Organiza e arrumar seus vídeos, • Ao restaurar um arquivo da Lixeira, o mesmo voltará
Noções de Informática

como clipes da câmera digital ou da câmera de vídeo, para o local de origem, usando opções do clique duplo
ou arquivos de vídeo baixados da Internet. Por padrão, / Restaurar, botão direito / Restaurar, menu Arquivo
os arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca / Restaurar ou clicar o botão Restaurar este item da
Vídeos são armazenados na pasta Meus Vídeos. Barra de Ferramentas.
• É possível restaurar arquivos e pastas da Lixeira para
Lixeira qualquer outro local usando Recortar / Colar ou
arrastando-os.
Lixeira é uma pasta especial do Windows que pode • Para mostrar novamente o ícone da Lixeira na área de
ser acessada através de seu ícone na área de trabalho ou trabalho do Windows: Painel de Controle / Persona-
Windows Explorer . Quando o usuário exclui lização / Alterar ícones da área de trabalho.

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Jorge Fernando O Windows Update for Business também estará presente
aqui, juntamente com o Long Term Servicing Branch, como
WINDOWS 10 uma opção de distribuição de updates de segurança para
situações e ambientes críticos.
O Windows 10 é um excelente sistema operacional e está
sendo considerado um dos melhores de todos os tempos. Para Windows 10 Education
o concurso do INSS de 2015 foram cobrados Windows 7 e 10, e Construído sobre o Windows 10 Enterprise, a versão
entre esses dois sistemas operacionais temos o “Windows 8”, Education é destinada a atender às necessidades do meio
que não foi pedido no edital. O Windows 10 oferece o melhor educacional. Os funcionários, administradores, professores
do Windows 7 e 8 devolvendo ao usuário o “Menu Iniciar” (uma e estudantes poderão aproveitar os recursos desse sistema
grande novidade/diferença e que pode cair em prova). operacional que terá seu método de distribuição baseado
Como o Cespe já cobrou várias vezes em concursos as através da versão acadêmica de licenciamento de volume.
edições do “Windows 7”, a exemplo do concurso recente do
STJ na questão: “(Cespe/STJ/Analista/2015) O Windows 7 foi Windows 10 Mobile Enterprise
lançado em quatro versões, cada uma direcionada a um pú- Projetado para smartphones e tablets do setor corpora-
blico específico. A versão Starter possibilita a encriptação de tivo. Essa edição também estará disponível através do Licen-
dados mediante o uso do recurso conhecido como BitLocker.” ciamento por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do
Questão errada. O Windows 7 foi lançado em seis versões, Windows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas para
cada uma direcionada a um público específico. Outro erro o mercado corporativo.
é afirmar que o recurso BitLocker, de criptografia de dados,
existe na edição STARTER. Já o Windows 10, que nos interessa Windows 10 Iot Core
nesse módulo, foi lançado nas sete seguintes edições: Claro que a Microsoft não deixaria de pensar no setor de IoT
(Internet of Things), que nada mais é do que o grande “boom”
Edições do Windows 10 no mercado para os próximos anos. Trata-se da intenção de
interligar todos os dispositivos à rede. A Microsoft prometeu que
Windows 10 Home haverá edições do Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile
Esta é a versão mais simples, destinada aos usuários do- Enterprise destinados a dispositivos como caixas eletrônicos,
mésticos que utilizam computadores de mesa, notebooks, terminais de autoatendimento, máquina de atendimento para
tablets e dispositivos 2 em 1. Será disponibilizada gratuita- o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será destinada
mente em formato de atualização (durante o primeiro ano de para dispositivos pequenos e de baixo custo.
lançamento) para usuários do Windows 7 e do Windows 8.1.
Haverá também uma segunda versão, destinada ao varejo. O Mudanças do Windows 10
Windows 10 Home vai contar com a maioria das funcionalida-
des apresentadas até agora: Cortana como assistente pessoal O Windows 10 é a mais recente versão do sistema opera-
(em mercados selecionados), navegador Microsoft Edge, o cional da Microsoft. Multiplataforma, ele pode ser instalado
recurso Continuum para os aparelhos compatíveis, Windows em PCs e dispositivos móveis como smartphones e tablets.
Hello (reconhecimento facial, íris e digitais para autenticação), A versão liberada para computadores une a interface clássica
streaming de jogos do Xbox One e alguns dos primeiros apps do Windows 7 com o design renovado do Windows 8, criando
universais, como Photos, Maps, Mail, Calendar, Music e Vídeo.
um ambiente versátil capaz de se adaptar a telas de todos os
tamanhos e perfeito para uso com teclado e mouse, como
Windows 10 Mobile
o tradicional desktop.
Essa é a versão do Windows 10 destinada ao setor móvel,
Vamos explorá-lo:
que engloba os dispositivos de tela pequena sensíveis ao to-
que, como smartphones e tablets. Disponível gratuitamente
para atualização (durante o primeiro ano de lançamento) Menu Iniciar:
para usuários do Windows Phone 8.1. Essa versão irá contar Fiquem atentos ao novo MENU INICIAR, pois o Cespe
com os mesmos aplicativos da versão Home, além de uma também cobrou o Windows 7, e não podem existir confu-
versão otimizada do Office. sões. De um lado ele possui uma lista de locais, aplicativos
instalados e documentos, e do outro lado, ficam os blocos
Windows 10 Pro dinâmicos (live tiles), onde são exibidos ícones de programas,
Assim como a Home, essa versão também é destinada informações de clima, notícias e dados de softwares. Há tam-
para os PCs, notebooks, tablets e dispositivos 2 em 1. A ver- bém atalhos para contatos e websites prediletos.
são Pro difere-se do Home em relação a certas funcionali-
dades que não estão presentes na versão mais básica. Essa
é a versão recomendada para pequenas empresas, graças
aos seus recursos para segurança digital, suporte remoto,
produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem. Dis-
Noções de Informática

ponível gratuitamente para atualização (durante o primeiro


ano de lançamento) para clientes licenciados do Windows
7 e do Windows 8.1.

Windows 10 Enterprise
A versão Enterprise do Windows 10 é construída sobre o
Windows 10 Pro e é destinada ao mercado corporativo. Conta
com recursos de segurança digital que são prioridade para
perfis corporativos. Essa edição vai estar disponível através
do programa de Licenciamento por Volume, facilitando a
vida dos consumidores que têm acesso a essa ferramenta. Figura 01

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32 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O menu do sistema pode ser personalizado: os blocos • Rede e Internet
podem ser rearranjados e redimensionados, e tudo pode ser • Personalização
fixado e desafixado do Menu Iniciar, permitindo que o mesmo • Contas
fique cheio de informações, de acordo com as necessidades • Hora e Idioma
do usuário. O Menu Iniciar também pode ser expandido de • Facilidade de Acesso
forma que fique como uma janela maximizada. Muito cui- • Privacidade
dado aos detalhes desse novo recurso tão importante que • Atualização e Segurança
mostraremos agora:
Essas categorias são apresentadas de acordo com a ima-
gem abaixo:

Figura 03

Figura 02 É possível usar o antigo painel de controles no novo Win-


dows 10? Sim, é possível. Muitos preferem usar a antiga
Aí está, na Figura 2, o aspecto do novo menu Iniciar do forma de configurar o computador, pois alguns recursos de
estágio (“build”) 9926 de Windows 10. E não se deixe enganar configuração não estão facilmente acessíveis no “Configu-
pelo fato de ele parecer tanto com o antigo (Windows 7). rações” do Windows 10. Para isso basta seguir os seguintes
Vamos analisá-lo para que se entenda a diferença. passos:
1. A seta 01 indica “Todos os aplicativos” que nos remete Passo 1. Clique com o botão direito do mouse no canto
a uma lembrança do “Todos os programas” do Windows 7. inferior esquerdo da tela – sobre o botão Iniciar. Em segui-
A diferença é que a do novo menu Iniciar abre, no painel da, no menu decorrente que aparece, clique em “Painel de
esquerdo, um conjunto de entradas absolutamente análogo Controle”;
ao que aparece no velho e saudoso menu Iniciar do Windows
7, mudando apenas a aparência dos ícones. Mas a lista de
todos os aplicativos e sua estrutura de pastas é exatamente
a mesma a que todos estavam acostumados.
2. A seta 02 aponta para a “Caixa de Pesquisar” que sem-
pre foi um recurso útil, porém foi removida no Windows 8.
Além de efetuar pesquisas em todos os programas e arquivos
do computador, executa também uma busca na Internet.
Mudou, e mudou para melhor. Incidentalmente: o acionar
do menu Iniciar apenas aumenta seu tamanho. Porque ela
existe, permanentemente, na Barra de Tarefas, representada
pelo ícone em forma de lupa (que fica encoberto quando se
abre o menu Iniciar). Só lembrando que era possível inserir
uma barra de endereços na barra de tarefas no Windows
7, que aceitava todo tipo de caminho ou endereço. Já no
Windows 10 essa mesclagem já é padrão.
3. A seta 03 indica as “Configurações” do Windows 10
que substitui o “Painel de controles” e permite manipular
Noções de Informática

toda a parte de Software e Hardware do computador. Isto,


naturalmente, caso seja este o desejo do usuário, pois este
ícone, assim como todos os outros que aparecem no painel
esquerdo ao se abrir o novo menu Iniciar, é opcional, já que
todo o conteúdo e aparência do novo menu Iniciar será confi- Figura 04
gurável pelo usuário. Essa nova central configurativa do Win-
dows 10 possui, por padrão, nove categorias que agrupam Passo 2. O Painel de Controle antigo do Windows será
os recursos configurativos do sistema operacional. São elas: aberto. Você pode adicionar um atalho na barra de tarefas
• Sistema ou na área de trabalho clicando sobre o ícone à esquerda
• Dispositivos do nome e arrastando.

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É muito provável que o Cespe faça alguma questão com
o “Menu Iniciar” do Windows 10, logo toda atenção é pouca.
Para começar, o que aparece na Figura 7 é o menu Iniciar
expandido, não a antiga Tela Iniciar do Windows 8. O “Iniciar”
do Windows 8 foi eliminado da Microsoft e muito rejeitado
pelos usuários, pois o menu Iniciar do Windows 10 expandido
cumpre, e bem melhor, o papel que cumpria o Iniciar do 8.
O menu Iniciar expandido também pode ser personalizado,
pode incluir qualquer dos blocos dinâmicos de Windows
(que permanecem redimensionáveis), pode receber grupos
de aplicativos e apresenta todas as facilidades da extinta Tela
Figura 05 Iniciar, porém é dotado de maior funcionalidade. Tudo nesta
nova configuração (ou praticamente tudo) é personalizável.
Passo 3. Para ficar um atalho na barra de tarefas, clique A lista de programas representados pelos blocos dinâmicos é
com o botão direito do mouse sobre o ícone e, no menu que a mesma tanto no menu Iniciar padrão quanto no expandido.
aparece, clique em “Fixar este programa na barra de tarefas”. A diferença é que o expandido contém mais blocos dinâmi-
cos. Esta, sim, é uma solução que oferece tudo aquilo que
o usuário precisa e pode ser usada de uma forma bastante
semelhante àquela a que ele já está acostumado há anos
com seus menus Iniciar tradicionais.
7. A seta 07 aponta uma identificação do usuário, mos-
trando um nome e podendo inserir uma foto. Como todos
os últimos sistemas operacionais da Microsoft são “Multiu-
suários” e permitem organizar o acesso ao computador por
meio de uma conta específica que pode ter uma senha de
acesso. Isso tudo pode ser personalizado por meio do “Con-
Figura 06
figurações”, disponibilizado no próprio menu iniciar.
4. A Seta 04 aponta para o “Menu Iniciar” que classica-
Barra de Tarefas
mente, por padrão, permanece no canto inferior esquerdo
A “Barra de tarefas” sempre foi um recurso muito aliado
da tela, na barra de tarefas. Como já falamos anteriormente,
o menu Iniciar é uma grande vantagem que reconquistou os ao usuário que a utiliza constantemente. A seguir mostramos
usuários do Windows. Esse botão também é acionado por uma imagem de uma barra de tarefas e sua forma padrão.
uma tecla do teclado chamada “Winkey” que fica situada um
pouco à esquerda da barra de espaço e tem como imagem
de representação a clássica “Janelinha do windows” que é Figura 08
a mesma mostrada na figura 02. Só que agora ele não mais
aciona a Tela Iniciar, que desapareceu para sempre, mas o Na imagem, há uma nova barra de ferramentas que agora
próprio Menu Iniciar. E um clique com o botão secundário no tem um fundo preto, ícones monocromáticos e planos, muito
pequeno botão Windows abre o mesmo menu de contexto minimalista. Da esquerda para a direita, observa-se o menu
com todas as facilidades para gerenciamento da máquina. Iniciar, uma barra de pesquisa, em que vemos um ícone de
5. A Seta 05 aponta para o botão de desligar, porém além microfone, que pode ser a busca por voz ou acesso à Cortana.
de desligar oferece outras opções como “Suspender” e “Rei- A barra de tarefas é altamente personalizável, assim
niciar”. Caso o usuário clique sobre o referido ícone com o como todo o Windows 10, porém caso o usuário não queira
botão direito do mouse será mostrada a estrada “Opções o campo de busca por ocupar muito espaço da barra de tare-
de Energia”, importante para gerenciar a alimentação de
fas ou por qualquer outro motivo poderá clicar com o botão
dispositivos móveis.
direito do mouse em qualquer lugar da barra de tarefas.
6. A seta 06 aponta para uma grande novidade da Mi-
Selecione “Pesquisar” e clique em “Oculto” para esconder
crosoft. Um clique nele e será acionado o modo “Tela cheia”
completamente o campo de busca ou “Mostrar ícone de
para que o usuário possa procurar melhor o item que deseja
usar/acionar. Essa facilidade proporcionada para o usuário pesquisa” para mostrar o botão da lupa ao invés do campo
resultou nessa tela: completo.
Noções de Informática

Figura 09

Agora para remover o botão “Visão de Tarefas” basta


clicar com o botão direito do mouse na barra de tarefas e
Figura 07 desmarcar a opção “Mostrar botão Visão de Tarefas”.

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34 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Em seguida, acesse a aba “Cores” e explore as três opções
de customização do botão que fornece acesso aos programas
do sistema:
• Escolha uma cor: desmarque a chave desta opção e
selecione a cor que deverá ser aplicada à Barra de ta-
refas – clique em “Ativar” se você deseja permitir a
escolha automática das cores de destaque. Atenção:
a tela de fundo e as marcações exibidas pelos ícones
dos programas ativos também terão sua tonalidade
modificada.
• Mostrar cor em Iniciar, na Barra de tarefas e na Central
Figura 10 de Ações: ative esta função para que as modificações
ajustadas pela opção acima sejam aplicadas – a Barra
A barra de tarefas do Windows 10 sem campo de pes- de tarefas, assim, será colorida de acordo com as pre-
quisa e sem botão “Visão de Tarefas”. ferências do campo “Escolha uma cor”.
• Deixar o menu Iniciar, a Barra de tarefas e a Central
de Ações transparentes: deseja atribuir ao botão uma
cor sólida? Então deixe esta opção desativada. Caso
contrário, ligue a chave (“Ativado”) para deixar a Barra
de tarefas translúcida.

Figura 11

A versatilidade do Windows 10 ainda nos permite re-


alizar uma busca de forma prática mesmo escondendo a
barra de pesquisa e o botão/ícone da lupa. Para isso basta
clicar no botão da janelinha do Windows (no teclado ou no
computador) e não clique em mais nada, digite no teclado
a palavra que quiser procurar, o campo de pesquisa surgirá
automaticamente.
E mesmo removendo o botão Visão de Tarefas você ainda
pode visualizar as tarefas abertas apertando e segurando no
teclado o botão da janelinha do Windows e depois o “Tab”.
O efeito é o mesmo do botão Visão de Tarefas.

Figura 14

As alterações sobre os parâmetros de controle visual são


aplicadas instantaneamente – o que facilita a escolha pelo
tema que melhor corresponde às necessidades do usuário.
Outras configurações acerca das preferências estéticas do
sistema podem ser ajustadas em “Configurações de alto con-
traste”; selecione as opções disponíveis e avalie as sugestões
Figura 12
gráficas sugeridas pelo próprio Windows.
Dentre as alterações visuais da “Barra de tarefas” temos
as opções de cores e a TRANSPARÊNCIA, grande marca do
Windows 10, e para alterá-las abra as “Configurações” (ou
“Settings”) por meio do botão Iniciar e clique sobre a opção
“Personalização”.
Noções de Informática

Figura 13 Figura 15

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 35
Configurações de Touchpad
O Windows 10 também trouxe uma série de melhorias
no que diz respeito às configurações de notebooks com tou-
chpad de precisão.
Antes, a maioria dos recursos só era acessível e confi-
gurável em ferramentas de configurações específicas do
fabricante de cada dispositivo. Agora, a Microsoft tornou
essa opção nativa no Windows 10. Os touchpads de precisão
vêm com várias configurações que geralmente não estão in-
cluídas nos outros touchpads. Por exemplo, você pode rolar
a página passando o dedo a partir das bordas esquerda ou Figura 17
direita, ou inverter a direção de rolagem. Alguns dos novos
gestos adicionados pela Microsoft no Windows 10 incluem: O Novo Prompt de Comando
deslizar com três dedos para cima para abrir a visualização de Pela primeira vez em anos, a Microsoft adicionou novos
tarefas e ver todos os aplicativos abertos; deslizar com três recursos ao Prompt de Comando. No lançamento do Win-
dedos para baixo para visualizar a área de trabalho; deslizar dows 10, a empresa divulgou que, finalmente, os comandos
com três dedos para a esquerda ou para a direita para mudar de copiar (Ctrl + C) e colar (Ctrl + V) poderão ser usados com
entre aplicativos abertos; deslize os dedos lentamente pelo mais facilidade.
touchpad para percorrer todos os aplicativos. Para verificar
se você possui um touchpad de precisão e usufruir dos re-
cursos citados, basta ir até o Menu Iniciar > Configurações
> Dispositivos e procurar pela opção “Mouse e touchpad”,
localizada no lado esquerdo da janela.

Figura 18

Além disso, você poderá clicar com o botão direito do


mouse na barra de título, selecionar propriedades e clicar
na guia “Experimental” para conferir diversos novos recursos
que podem ser habilitados. Entre as opções estão a capacida-
Aplicativos Janeláveis de de alterar a transparência da janela, ajustar o texto para a
Outra grande mudança do Windows 10 é a possibilida- borda e reconfigurar a largura e a altura. Também é possível
de de usar aplicativos diretamente no Desktop. E, em vez ativar novos recursos de seleção de texto, filtrar entradas
de visualizá-los apenas em tela cheia, como no Windows quando coladas para evitar erros e muito mais.
8 e 8.1, você poderá redimensioná-los para ver (quase) no Para testar a novidade, procure pelo Prompt de Comando
tamanho que quiser. na barra de pesquisa do Windows 10, localizada na parte
inferior da área de trabalho, e clique no aplicativo. Na versão
final do Windows 10, essas melhorias no prompt são ativadas
por padrão, mas você pode conferir se elas estão habilita-
das clicando com o botão direito sobre a barra de título do
Prompt e, em seguida, selecionando “Propriedades”.
Desmarque a opção “Usar console herdado” e certifique-
-se de que as caixas destacadas a seguir estão selecionadas
antes de clicar em “OK”.

Figura 16
Noções de Informática

Cada programa agora contará com um menu-padrão, lo-


calizado no canto superior esquerdo, que permite realizar
ações comuns. Esse menu nada mais é que a barra charms,
que foi removida do Windows e agora aparece, de certa
forma, dentro de cada app, com algumas funções novas.
Além dos botões de pesquisar, compartilhar e configurações,
temos também as opções executar, imprimir, projetar e tela
cheia. O botão de dispositivos desaparece, até porque não
faria sentido mantê-lo dentro de um menu de programa.

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Após certificar-se de que os novos recursos do controle Agora, além de encaixar janelas para a metade esquerda
estão ativos, é só testar os novos atalhos: ou direita da tela, você pode jogar janelas para quatro lados
– Ctrl + C: copia o texto selecionado para a área de trans- da tela. Isto lhe dará um pouco mais de flexibilidade quando
ferência. for trabalhar com múltiplas aplicações ao mesmo tempo.
– Ctrl + V: cola o texto. Ao clicar em um botão localizado na barra de tarefas, um
– Ctrl + A: seleciona todo o texto. desktop novo com programas e pastas independentes poderá
– Alt + F4 : fecha a janela do prompt de comando. ser criado para oferecer mais organização ao computador.
– Shift + Esquerda / Direita / Cima / Baixo: move o cursor Note na tela abaixo a organização de 6 janelas:
para a esquerda ou para a direita de um caractere, para
cima ou para baixo de uma linha, selecionando o texto.
– Ctrl + Shift + Esquerda / Direita: move o cursor uma
palavra para a esquerda ou para a direita, selecionando
a palavra.
– Shift + Home / End: move o cursor para o início ou para
o fim da linha atual selecionando o texto.
– Shift + Page Up / Page Down: move o cursor para cima
ou para baixo de uma tela, selecionando o texto.
– Ctrl + Shift + Home / End: move o cursor para o início
ou fim, selecionando o texto.
– Ctrl + Cima / Baixo: move uma linha para cima ou para
baixo na história do Prompt.
– Ctrl + Page Up / Page Down: move uma página para Figura 20
cima ou para baixo na história do Prompt.
– Ctrl + F: abre uma caixa de diálogo “Pesquisar” para Cortana
pesquisar palavras e caracteres no Prompt de Comando. É um assistente pessoal de integração ao sistema. Nasceu
no Windows Phone e é um dos melhores recursos desse
sistema, que agora chega ao Windows 10. Uma das apostas
TASK VIEW da Microsoft com seu recém-lançado Windows 10 é a central
Bastante útil durante a alternância de apps, a prévia de de ações rápidas CORTANA. Por meio do aplicativo, pesqui-
programas abertos exibe miniaturas grandes dos softwares sas via comandos de texto e voz podem ser feitas; cotação
em execução, facilitando a identificação de cada um deles. de moedas, resultados de jogos ou a previsão do tempo de
Esse recurso é manifestado por esse botão à direita, que fica cidades ou e-mails usando apenas a voz são algumas das
situado na barra de tarefas. informações que podem ser buscadas às custas do assistente.
Há duas maneiras de usar este modo no Windows 10. Cli- Mas nem todos têm acesso a essa regalia do novo siste-
que no ícone Task Vista na barra de tarefas (mostrado acima ma. O Windows 10, contudo, permite a alteração das prefe-
e destacado em vermelho), ou pressione as teclas “Winkey rências de regiões. Significa, então, que é possível ativar o app
+ Tab”, simultaneamente. Qualquer opção irá abrir o Visua- Cortana em português Brasil e utilizá-lo aqui em nosso país.
lizador de Tarefas, assim como o mostrado abaixo.
Continuum
Esse recurso resolve um grande problema dos apaixona-
dos pelo Windows 7 que gostam de tablets.
Quando o Windows 8 foi lançado, a Microsoft enfrentou
muitas críticas, já que o sistema trazia para computadores
com mouse e teclado uma interface que funcionava bem
apenas em tablets. Com isso, muita gente preferiu retornar
para o velho Windows 7 e esperar para adotar o sistema
mais recente. Agora, com o Continuum, a Microsoft pre-
tende acabar com esses problemas e trazer novas funções.
O Continuum pretende fazer com que o sistema se adapte a
diferentes modalidades de uso, especialmente em compu-
tadores híbridos e smartphones, evitando erros de uso do
Figura 19 Windows 8 em diferentes resoluções de tela e hardwares.
A funcionalidade irá se estender ainda aos telefones. Nesse
Snap caso, esse modo deve fazer com que os aparelhos funcionem
Esse recurso é muito funcional e o Windows 10 recebeu como um computador ao serem conectados em monitores,
uma grande atualização na ferramenta Snap, que divide a mouses e teclados.
Noções de Informática

tela em mais de um aplicativo. Embora a função não seja Devemos ficar atentos com a malícia do Cespe e uma
nova, a Microsoft adicionou atalhos e liberou um recurso característica bastante interessante revelada pela Microsoft
para abrir e redimensionar até quatro programas diferen- é que o Continuum para smartphones reconhecerá também
tes ao mesmo tempo. Esse recurso é acionado facilmente os atalhos do teclado. Assim, você pode copiar e colar algo
ao arrastar e soltar uma janela para diferentes bordas da usando o clássico “Ctrl + C” e “Ctrl + V”, entre outras pos-
tela. Basta arrastar uma aplicação para um dos lados que o sibilidades.
sistema encaixa e já oferece uma miniatura das outras para
que você escolha qual quer colocar no outro lado da tela. Windows Hello
Assim que você soltar o botão do mouse, a janela irá pular Esse recurso promove uma identificação de acesso rápi-
para essa posição. do, prático e seguro do usuário. Como a própria Microsoft

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afirmou: “O Windows Hello é uma maneira mais pessoal de nalidades para o sistema operacional disponibilizados via
entrar em seus dispositivos Windows 10. Basta seu olhar ou Windows Update.
touch. Você receberá segurança de nível empresarial sem Ele permitirá que os administradores especifiquem quais
precisar digitar uma senha.” Para os usuários que ficam pre- aparelhos/PCs receberão primeiro as atualizações, especifi-
ocupados com a descoberta de suas senhas pessoais para quem horários para a implantação das atualizações e distri-
acessos no computador, a função Windows Hello funciona buam as atualizações usando tecnologia “Peer to peer”. Só
de forma mais completa. para finalizar, sobre a expansão do “Windows Update for Bu-
A ideia é se distanciar do que pode ser hackeado facil- siness” precisamos entender que o modelo de comunicação
mente, como os códigos de acesso com números, letras e da internet é o “Cliente Servidor”, onde o usuário é o cliente
caracteres. A função integrada à plataforma Windows 10, que consome os dados, produtos ou serviços do servidor. Já
apresentada pela Microsoft, utiliza recursos de biometria o modelo “Peer to peer” seria o usuário trocando dados com
para fazer o reconhecimento do usuário. Dessa forma, os outro usuário. E o Windows Update for Business trabalha
dispositivos que vêm integrados com leitor de digitais, por com esses dois modelos de comunicação da internet.
exemplo, terão compatibilidade com o Windows Hello.
E o reconhecimento facial? Referimo-nos ao scan da íris Apps “Modern” em Janelas
ocular ou reconhecimento da face. Este precisará de um Fiquem atentos ao termo “Modern”, pois se refere à in-
equipamento mais avançado, com um hardware especial de terface visual de exploração do windows. Nessa versão todos
infravermelho para fazer a análise em diferentes ambientes, os aplicativos, mesmo os feitos para a interface “Modern”
com condições de luz diversas. A função não será tão simples – antiga Metro – do Windows 8, ficam dentro de uma janela
quanto o reconhecimento facial implementado em alguns completa e integram-se bem com o Desktop, podendo até
modelos de smartphones, por exemplo, que tem o funcio- mesmo ser redimensionados, maximizados e minimizados.
namento anulado em ambientes escuros. No novo sistema, apps “Modern” e programas comuns tra-
O Windows Hello deve servir como mais um aliado para balharão lado a lado em janelas redimensionáveis.
oferecer mais segurança para o usuário no seu acesso diário, Para entender melhor, apesar de evoluir bastante, desde
de forma simples. Porém, a iniciativa da Microsoft depen- o lançamento do Windows 8, o Windows 10 ainda é um
de dos aparatos de hardware dos dispositivos dos usuários, conflito entre duas interfaces: uma mais antiga, sustentada
como os sensores de biometria. Já o suporte de compatibili- pela Área de trabalho, com pastas e programas; e outra mais
dade com os leitores fica por conta do Windows Hello. Logo, nova, sustentada pelo agora Menu Iniciar, com aplicativos
fiquem atentos candidados: O Windows Hello dependerá de modernos que podem ser baixados em uma única loja e são
um dispositivo de Hardware para seu correto e adequado operados de forma distinta.
funcionamento. A Microsoft ainda se esforça para reduzir o atrito entre os
Dessa forma, ainda deve levar um tempo para o desenvol- dois ambientes, como a adição de um menu de contexto nos
vimento de dispositivos mais completos, que tenham as três apps modern, dos aplicativos janeláveis, do Menu Iniciar que
leituras de biometria, por exemplo. Além disso, uma das van- reúne programas e apps e dos novos formatos dos ícones.
tagens para alguns usuários é que não será mais necessário
ficar decorando dezenas de senhas em serviços, para quem
Explorer
preferir adotar o recurso implementado no Windows 10.
O Explorador de Arquivos do Windows (antigo Windows
Explorer) ajuda os usuários na organização de arquivos e pas-
Windows Update for Business
tas no OneDrive, computador e na rede. Desde o Windows
Esse recurso daria uma excelente questão de prova, pois
8, o recurso recebeu diversas novidades e no Windows 10
todos que estudam para concurso sabem que o “Windows
ele ganhou um acesso rápido por meio do novo Menu Iniciar.
Update” baixa e atualiza recursos do sistema operacional e isso
já caiu diversas vezes em prova. O windows update for business
continua com sua ideia central de atualização de recursos,
porém com um foco especial para as aplicações de segurança.
Com o Windows Update for Business as empresas terão
maior controle sobre o processo de atualização e começa-
rá a usar o método “plataforma como serviço”. Com isso a
empresa poderá disponibilizar correções e adicionar novos
recursos e funcionalidades ao sistema operacional com maior
frequência e sem ter que esperar pelo lançamento de no-
vas versões. O Windows Update for Business pode ajudar
as empresas a reduzir os custos de gerenciamento, fornecer
controle sobre implantações de atualizações, oferecer acesso
mais rápido a atualizações de segurança e dar acesso às mais Figura 21
recentes inovações da Microsoft.
Noções de Informática

Para usuários domésticos isto não chega a ser um pro- Esse atalho oferece acesso a pastas e arquivos usados
blema. No caso das empresas, ter completo controle sobre com frequência recentemente; uma grande ajuda para os
o processo de atualização é algo necessário principalmente usuários menos experientes que não conseguem encontrar
por questões de compatibilidade. arquivos importantes rapidamente, eliminando a frustração
O Windows Update for Business é uma nova opção de de cavar todo o sistema atrás do documento.
gerenciamento voltada para o mercado corporativo e ajudará Nessa versão do sistema, a aba “Computador” foi remo-
a reduzir custos com gerenciamento, oferecerá maior con- vida e o app recebeu as abas “Compartilhar” e “Início”, além
trole sobre a implantação de atualizações, oferecerá acesso das tradicionais “Arquivos” e “Exibir”.
mais rápido às atualizações de segurança e correções críticas, A nova aba chamada “Início” funciona como uma página
e também oferecerá acesso aos novos recursos e funcio- inicial padrão ao abrir uma nova janela do programa. Essa

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janela mostra os locais que você marcou como favoritos, • Xbox One no Windows
bem como seus arquivos e pastas utilizados recentemente.

Figura 22

Para completar, o Windows Explorer permite fixar as suas Jogue jogos do Xbox One no PC, laptop ou tablet com
pastas favoritas na Home para facilitar o acesso a elas. Apesar Windows 10. Use o recurso de DVR do Jogo para gravar os
de simples, o recurso se destaca por dar mais agilidade na melhores movimentos do seu herói e enviar para os seus ami-
hora de acessar arquivos e pastas. gos imediatamente, sem sair do jogo. O Windows agora está
Mas se você prefere a exibição padrão na janela do mais integrado do que nunca com o console da Microsoft.
Explorador de Arquivos, basta abrir o aplicativo, clicar em Junto com o novo sistema operacional vem um aplicativo
“Arquivo” e, em seguida, “Alterar opções de pasta e pesqui- Xbox renovado com uma lista de jogos e amigos, incluin-
sa”. Na guia “Geral”, clique na seta ao lado da opção “Abrir do chat da Xbox Live. A interface “My Games” organiza o
o Explorador de Arquivos” (que estará configurado como conteúdo em colunas, tornando design e usabilidade muito
“Acesso Rápido”) e altere para “Meu computador”. parecidos no desktop, tablet e smartphone. Nele você poderá
postar na sua timeline, ver as atividades de seus amigos,
Jogos assistir vídeos de gameplay em DVR e muito mais.
Uma das novidades mais legais do Windows 10 é a cha- Com o programa também é possível interagir com amigos
mada Barra de Jogos, que permite a gravação de vídeos de da Xbox Live no computador. Mas a melhor novidade é uma
gameplay e também a captura de screenshots graças ao função que concorre como o Remote Play, do Playstation 4:
recurso Game DVR. As configurações para essa ferramenta no novo Windows, jogos do Xbox One poderão ser transmi-
estão disponíveis no aplicativo nativo do Xbox. Apesar de ser tidos pela rede e jogados em qualquer dispositivo Windows
destinado aos games, o recurso pode ser usado para capturar 10 sem a ajuda de fios. Com isso, é possível usar o recurso
vídeos de outros aplicativos e programas em seu desktop. de gravação de cenas para criar vídeos do gameplay e até
Isso quer dizer que você “ganhou” um gravador de tela na- editá-los no PC, para compartilhar nas redes sociais.
tivo que pode ser utilizado por meio de um atalho rápido no
teclado. Para visualizar a barra de jogos basta apertar a tecla Busca do Sistema
do Windows + G e – após você confirmar que está entrando A ferramenta de busca do Windows agora está fixada
em um jogo e deseja abrir a barra de jogos – ela aparecerá no Menu Iniciar e na Barra de tarefas, o que facilita seu uso
na barra de tarefas do seu PC. e a vida do usuário. Uma busca do Windows é possível en-
contrar não apenas arquivos e documentos, mas também
apps instalados no PC e resultados na web. Já citamos esse
recurso ao tratarmos da barra de tarefas, pois a barra de
busca pode ser removida.

Figura 24 Temporizador na Captura de Tela


A Ferramenta de Captura nativa do Windows é muito
Para iniciar ou parar a captura de clipes e screenshots útil e prática, pois nos permite obter imagens e recortes da
com o Game DVR basta usar o atalho Win + ALT + R. Já a tela do PC com poucos cliques. A ferramenta é uma velha
gravação em plano de fundo/background pode ser ativada conhecida dos usuários, mas a novidade é que no Windows
usando Win + ALT + G, e a captura de screenshots por Win 10 ela ganhou um “plus” muito interessante: um recurso
+ ALT + PrtScr. Depois de conseguir as imagens desejadas, o chamado “Atraso”. Trata-se de um temporizador que per-
aplicativo Xbox pode ser utilizado para ajustar seus clipes e mite ao usuário definir um espaço de tempo entre 1 e 5
compartilhá-los (ou não) na Xbox Live para que seus amigos segundos antes que a captura de tela seja obtida. Antes,
possam ver. era preciso utilizar ferramentas de terceiros para ganhar
um pouco de tempo antes de obter uma nova captura.
Para encontrar a Ferramenta de Captura no seu PC, digite
“Ferramenta de Captura” na caixa de pesquisa do Windows
Noções de Informática

10 e abra o aplicativo.
Figura 25 Para tirar um print da tela, basta clicar na seta ao lado
do botão “Novo” e selecionar entre as opções “Recorte de
E por falar em jogos no Windows 10, você candidato ao Formato Livre”, “Captura Retangular”, “Captura de Janela”
INSS não pode esquecer que dois famosos jogos estarão no ou “Recorte de Tela Cheia” na lista e selecionar a área da
Windows 10: O tradicional Candy Crush dos celulares o e tela a ser capturada. Caso você precise de mais tempo antes
clássico de cartas do Windows – Paciência. Os dois jogos, do clique, o novo temporizador está indicado pela palavra
o clássico das cartas e o hit dos smartphones, estarão pre- “Atraso”. É só clicar na seta ao lado do recurso para escolher
sentes no novo sistema. Instalados de fábrica, os games não o tempo de espera antes que a captura seja obtida e, em
precisarão ser baixados. seguida, clicar em “Novo”.

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Para não esquecer: O OneDrive também recebeu algumas
melhorias no seu método de funcionamento. Agora o usuário
já pode escolher os arquivos que serão armazenados em nu-
vem. Também é possível escolher o local onde o documento
será guardado, mesmo quando o computador estiver sem
uma conexão com a Internet.

Impressora PDF Nativa


Desde o lançamento do Windows Vista, a Microsoft in-
troduziu a opção de transformar um documento em arquivo,
Onedrive mas o grande problema é que a empresa de Redmond ficou
Com o OneDrive disputando a preferência dos usuários
com ferramentas amplamente utilizadas como Dropbox e esse tempo todo obcecada em empurrar para os usuários
Google Drive, o serviço de armazenamento na nuvem da seu formato proprietário XPS. Nem precisamos dizer que
Microsoft largou atrasado na competição. Porém, o One- não colou. Atualmente, a grande maioria das pessoas ainda
Drive mudou muito desde o seu lançamento e chegou até recorre a programas de terceiros para gerar arquivos em
a oferecer armazenamento ilimitado para seus usuários no PDF, mas isso pode mudar com a chegada do Windows 10.
ano passado. O lançamento do Windows 10 também mar- Isso porque a empresa resolveu adicionar uma impressora
cou a chegada de novidades no serviço, como o retorno da chamada “Microsoft Print to PDF”, que já vem instalada no
ferramenta de busca inteligente de arquivos no computa- sistema. A novidade permite imprimir um documento em
dor. No Windows 8.1 não era possível obter os arquivos em
PDF a partir de qualquer lugar do Windows, tudo sem a ne-
um computador com essa versão do sistema operacional.
Basicamente, é possível usar um computador executando cessidade de instalar outros softwares.
o Windows 8.1 para buscar arquivos que estão em outro O procedimento não tem nenhum segredo: se você sabe
computador, mas não é possível buscar arquivos que estão como imprimir uma cópia de um arquivo em papel, já sabe
em um computador executando o Windows 8.1, mesmo se como criar um PDF. Basta abrir o arquivo que deseja trans-
o usuário instalar o aplicativo do OneDrive. Agora, com o formar em PDF em um aplicativo do Windows que possua a
Windows 10 é possível utilizar o recurso de busca de arquivos opção “Imprimir”. Na caixa de diálogo de impressão procure
para acessar todos os arquivos do seu computador em outros por “Microsoft Print to PDF” no campo “Nome” da impres-
dispositivos. Na primeira vez que você utilizar o aplicativo do
sora e clique em “Imprimir”. Por fim, clique em OK, dê um
OneDrive no seu PC, o app irá perguntar se deseja habilitar
o recurso de busca; basta assinalar essa opção e concluir a nome ao arquivo PDF e salve-o no local desejado.
configuração do OneDrive.
Suporte Nativo para Arquivos MKV
Bastante popular, o formato de arquivos multimídia MKV
agora é suportado nativamente pelo sistema. Ou seja, ar-
quivos nesse formato podem ser reproduzidos diretamente
no Windows Media Player, bem como nas aplicações de sua
preferência, sem a necessidade de instalar codecs. O suporte
é tão completo que o sistema exibe miniaturas e metadados
dos arquivos no Windows Explorer.

Suporte para Tecnologia DLNA


A Microsoft também melhorou o suporte para a tecno-
logia DLNA ou Digital Living Network Alliance. Isso tornará
Porém, se você passar batido por essa etapa, basta clicar bem mais fácil a integração do PC com dispositivos de mídia,
com o botão direito do mouse no ícone do OneDrive na área
e ouvir músicas ou assistir vídeos do computador na sua TV
de notificação do seu PC. Em seguida, clique em “Configura-
ções” e, na guia “Geral”, selecione a opção “Deixe-me usar será muito mais simples.
o OneDrive para buscar qualquer um dos meus arquivos no
PC”. Em seguida, reinicie o aplicativo do OneDrive para con- Central de Notificações
cluir o processo. Seguindo uma tendência dos sistemas mobile e do OS X,
o novo Windows agora tem uma Central de notificações. Ela
exibe alertas interativos que podem ser executados instan-
taneamente, e pode ser acessada através de um botão em
Noções de Informática

formato de balão localizado perto do relógio. Quando che-


gam novas notificações, o botão da Central fica preenchido;
caso contrário, exibe apenas contornos.
A Central do Windows traz ainda atalhos rápidos para
que o usuário alterne entre o modo tablet e computador, se
conecte a outros dispositivos sem fio, acesse configurações,
use VPN, modo avião, entre outros. Tudo de forma bem pa-
recida com o que é encontrado em telefones com Windows
Phone e Android.

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40 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Google Chrome:

2. Modo Leitura: Se você adora ler na internet, mas não


consegue se acostumar com o layout dos sites, pode utilizar
um modo de leitura bem simples no Edge. Tudo o que você
precisa fazer para ativá-lo é clicar sobre o atalho representa-
do por um livro (ao lado da barra de endereços). Em instantes
a página será modificada e você terá muito mais conforto
em suas leituras.

3. Lista de Leitura: Caso você queira adicionar algum


website à lista de leitura — ou seja, uma lista em que ficam
os links que você deseja acessar novamente, mas não são
Microsoft Edge os “favoritos” —, encontra muita facilidade no Edge. Basta
clicar sobre a estrela (ao lado da barra de endreços) e então
selecionar “Lista de leitura”. Todas as páginas armazenadas
nesse segmento ficarão disponíveis no caminho “Hub > Lista
de Leitura” (no canto superior direito).
Fiquem atentos a esse tópico, pois todas as provas do
Cespe caem questões de navegadores e o Microsoft Edge
tem grandes chances de cair no INSS. O nome do projeto
inicial do novo navegador da Microsoft era “Project Spartan”
e depois se tornou o atual “Edge”.
O tão falado Edge pode cair na prova do INSS de forma
implícita, pois, no edital cobra o Windows 10, e o Edge é o
navegador padrão. Lembre-se de que em todas as provas
atuais do Cespe tem-se questões de navegadores. O novo
navegador da Microsoft promete superar o atual Internet
Explorer em desempenho e funcionalidades. Visualmente
ele é bastante parecido com o Google Chrome: abas ficam
na parte superior e o restante fica logo abaixo.
No novo browser, a Microsoft investiu em um modo de
leitura para sites de notícia, anotações manuscritas e sincro-
nizadas com o OneDrive e, claro, a integração com a assis- Anotações e Compartilhamento
tente de voz Cortana, explicado mais acima nesse material. Logo ao lado da Hub do navegador, você pode encontrar
Assim como o Google Chrome e o Mozilla Firefox, o Microsoft um ícone representando um pedaço de papel e uma caneta.
Edge também suportará complementos, plugins e extensões. Clicando sobre ele, você ativa o modo de anotações, que per-
O Windows 10 é o resultado de um trabalho conjunto da mite o destaque de textos, criação de comentários e também
Microsoft com seus usuários e uma grande autocrítica. O de desenhos à mão livre. Isso é bem interessante para quem
resultado é um sistema com boas funções e que entrega quer compartilhar telas com seus amigos.
uma ótima experiência de uso.
Sem dúvida, um dos maiores destaques dessa nova ver-
são do sistema é a assistente pessoal Cortana. Assim como
fez no Windows Phone, ela tem potencial para mudar a ex-
periência de uso do sistema no desktop.
Embora não traga uma nova funcionalidade, o Edge se
destaca por dar uma nova chance a um navegador da Mi-
crosoft, já que o Internet Explorer perdeu seu espaço e a
simpatia dos usuários no decorrer dos últimos anos.
Veja algumas vantagens do “Microsoft Edge” que podem
ser abordadas em prova:

1. Velocidade e Aprimoramento de Acesso: O novo nave-


gador da Microsoft teve o motor totalmente otimizado para
garantir mais velocidade no carregamento de páginas. E é
Noções de Informática

possível dizer que a desenvolvedora realmente teve sucesso,


pois o browser está mais rápido do que o consolidado Google
Chrome. Em um dos testes realizados por críticos da internet 4. Simples Para Qualquer Um: Um dos grandes desta-
compararam as velocidades de acesso dos dois navegado- ques do Edge está na simplicidade com que ele é mostrado
res: O Edge atingiu 163,55 pontos, enquanto o Chrome teve a qualquer consumidor — dos que já usam computadores há
apenas 145,75. muito tempo até aqueles que estão começando agora. Essa
interface simples e as funcionalidades já mostradas podem
Barra Microsoft Edge: fazer dele uma excelente opção no mercado internacional —
mesmo com a ausência de extensões tão completas quanto
as do Chrome.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 41
Marcelo Andrade Menu de Pesquisa: oferece sugestões, histórico e preen-
chimento automático na caixa de pesquisa. Pode-se também
INTERNET EXPLORER 8 alterar rapidamente os provedores de pesquisa, clicando na
seta à direita da caixa de pesquisa e escolhendo o provedor
O Internet Explorer 8 é um aplicativo (navegador, browser, que o usuário quer usar.
cliente Web) para recuperação e apresentação de recursos de
Intranets e da World Wide Web, como páginas Web, imagens e
vídeo. É um software proprietário lançado em março de 2009,
integrado ao Windows 7 e disponível para atualização de suas
versões anteriores no Windows XP ou Vista. Acelerador: cria um link instantâneo para
executar tarefas como abrir um endereço físico em um site
de mapeamento da Web, tradução ou pesquisa quando uma
Novidades
palavra ou frase em uma página da Web é realçada.
Segurança e privacidade

Modo de Exibição de Compatibilidade: enquanto


os desenvolvedores estão ocupados com a atualização de
Filtro do SmartScreen: ajuda a detectar sites seus sites para esta versão do Internet Explorer, este recurso
de phishing, fraude online, sites falsos e sites que distri- exibe sites que não tenham sido atualizados.
buem softwares mal-intencionados ou malwares, que são
programas que manifestam comportamento ilegal, viral, Recuperação de falhas: quando nada funciona em um
fraudulento ou mal-intencionado. site, e uma guia trava, esse recurso fecha e tenta recuperar
automaticamente a guia sem afetar as outras guias abertas.

Sites sugeridos: novo serviço da Web, oferecem suges-


Navegação InPrivate: janela especial para na- tões de sites que podem ser do interesse do usuário com
vegação com privacidade onde o navegador não armazena base no seu histórico de navegação.
os dados sobre a sessão de navegação, incluindo cookies,
arquivos de Internet temporários, histórico e outros dados. Barra Favoritos
Novos recursos
Web Slices: conteúdos ou porção específica de uma
página da Web que o usuário pode monitorar por meio de
assinatura, que permite saber quando um conteúdo atuali-
zado está disponível nos sites favoritos. Após a assinatura do
Menu Segurança: reúne recursos de se- Web Slice, ele será exibido como um link na barra Favoritos.
gurança e privacidade como o Windows Update, Filtro do Quando o Web Slice for atualizado, o link na barra Favoritos
SmartScreen e Navegação InPrivate em um único local. será exibido em negrito.

Interface (Área de Trabalho)


Noções de Informática

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42 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Barra de título: mostra um ícone do programa (que o nível de privacidade definido em Ferramentas / Opções
apresenta opções de controle da janela), o título da página da Internet / Privacidade. A janela Relatório de Privacidade
exibida atualmente, o nome do programa e botões de con- será mostrada com um duplo clique sobre o ícone na barra
trole da janela. de status, clicando o menu Exibir / Relatório de Privacidade
Barra de menus: apresenta atalhos para listas verticais e ainda em Política de Privacidade da Página da Web... no
que permitem utilizar os recursos do programa. Por padrão Botão Segurança.
não é apresentada e pode ser visualizada pressionando-se
as teclas ALT ou F10, clicando-se com o botão direito na
barra de ferramentas e selecionando-se Barra de Menus ou COOKIES: pequenos arquivos de texto gravados por
um site da Web que armazenam informações no compu-
pelo menu Exibir / Barras de Ferramentas / Barra de Menus.
tador do usuário, como suas preferências ao visitar esse
Barra de Comandos: apresenta botões e campos que
site. Da próxima vez que voltar ao mesmo site, o servidor
permitem ativar os recursos mais comumente utilizados do
poderá identificá-lo lendo o cookie que foi gravado em
navegador de forma prática. A Barra de Endereços permite
um acesso anterior.
inserir o URL da página que se deseja visitar e ainda realizar
pesquisas em mecanismos de busca pela Internet.
Área de Navegação: região onde as páginas e Barras de
Informações são mostradas ao usuário.
Barra de Status: região inferior horizontal da janela que
mostra informações relevantes sobre a página em navegação. Zona de Segurança: informa a qual Zona de
Segurança pertence a página atual. Um clique duplo sobre
esse ícone abrirá a janela Propriedades de Segurança da
Internet, também disponível no menu Ferramentas / Opões
da Internet / Segurança.
O canto inferior esquerdo indica se o download da pá-
gina foi concluído, está em carregamento, apresenta erros
(triângulo amarelo com exclamação no canto esquerdo) ou
mostra o endereço do link sob o ponteiro do mouse. Filtragem InPrivate: ativa, desativa e per-
mite configurar a Filtragem InPrivate, cuja função é evitar
que provedores de conteúdo de sites coletem informações
Trabalhando off-line: quando não se consegue sobre os sites visitados pelo usuário.
acessar à Internet, esse ícone indica que o navegador con-
seguirá acessar apenas páginas gravadas no computador em
Zoom: permite alterar o nível de am-
unidades de armazenamento locais ou pela intranet. O modo
pliação da página entre um mínimo de 10% e máximo de
off-line pode ser ativado pelo menu Arquivo / Trabalhar off-
1.000%.
-line ou Trabalhar Off-line no Botão Ferramentas.
Barra de Comandos

Bloqueador de pop-up: janela adicional teve


visualização impedida pelo navegador (Ferramentas / Op-
ções da Internet / Privacidade). Quando os pop-ups foram
Nova Guia (CTRL + T) – Arquivo / Nova Guia:
autorizados anteriormente pelo usuário para a página atual,
cria uma nova guia, pronta para navegação, mostrando uma
o ícone será mostrado.
página local (about:Tabs).

POP-UP: pequena janela do navegador da Web que


aparece sobre a página em exibição, geralmente assim
que se entra em um site e quase sempre é criada por Guias Rápidas (CTRL + Q) – Exibir / Guias Rápi-
anunciantes. Pop-ups podem ter sua visualização limitada das: exibe miniaturas de todas as guias abertas, facilitando
ou bloqueada, de acordo com configuração do usuário. a localização de uma página Web que deve ser fechada ou
trazida para navegação em primeiro plano.

Lista de Guias: seta ao lado do botão Guias Rápidas que


Gerenciar complementos: aviso sobre um pro- mostra em uma lista suspensa os títulos dos sites abertos
grama adicional (plugin, controle ActiveX) não disponível
no momento. Clicar em um desses sites trará sua guia para
e necessário para ativar algum recurso na página, como
primeiro plano.
Noções de Informática

imagem em Flash, arquivo PDF ou teclado virtual. Os comple-


mentos podem ser identificados, habilitados, desabilitados
e localizados clicando-se duas vezes no ícone da barra de
status ou por meio do menu Ferramentas / Gerenciar comple- Home (ALT + HOME mostra as páginas ini-
mentos ou Gerenciar complementos no Botão Ferramentas. ciais e ALT + M ativa as opções da seta do botão) – Exibir / Ir
Para / Home Page: durante a navegação, o pressionamento
do botão mostra as páginas definidas como iniciais em abas
separadas, na ordem em que foram configuradas. A pequena
seta ao lado da imagem do botão permite visualizar apenas
Relatório de Privacidade: alerta de privaci- uma das páginas iniciais na aba atual, adicionar, alterar e
dade que indica bloqueio a alguns cookies, de acordo com remover páginas iniciais.

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RSS Feeds: o RSS é uma tecnologia que começou a
Voltar (ALT + ←) e Avançar (ALT + →): ser desenvolvida em 1999 pela Netscape com o nome
retornam e avançam para páginas visitadas anteriormente. de Rich Site Summary (RSS 0.91) e hoje é amplamente
A seta à direita aciona uma menu dropdown onde é utilizada como Really Simple Syndication (RSS 2.0). Per-
possível ir diretamente para uma das nove últimas pági- mite a criação e envio de arquivos (chamados Feeds, ou
nas visitadas. Esse mesmo menu apresenta atalho para alimentadores, em linguagem RSS e Atom, baseados em
o Histórico. Funciona de forma independente para cada XML) contendo resumos de informações atualizadas dis-
aba. ponibilizadas por um sítio nos formatos de texto, áudio
(podcasting) ou vídeo. Esses arquivos serão enviados,
sempre que disponíveis, ao usuário que se inscreva nesse
serviço, evitando visitas constantes ao sítio para manter-
Ferramentas (ALT + T): conjunto de botões que -se informado. Um gerenciador de correio eletrônico
permite ativar, de forma prática, comandos disponíveis em ou um software chamado Agregador (leitor RSS) recebe
alguns menus – Ferramentas (Opções da Internet, Bloquea- automaticamente os arquivos enviados por todos os sítios
dor de Pop-ups, Gerenciar Complementos, Modo de Exibição onde o usuário se cadastrou. O IE7 apresenta um leitor
de Compatibilidade), Arquivo (Trabalhar Off-line ), Exibir (Tela RSS integrado e monitora o fornecimento da tecnologia
Inteira, Barras de Ferramentas e Barras do Explorer). RSS pelos sítios, onde o botão fica ativo (muda de cinza
para laranja) e permite fácil inscrição. Alternativamente,
deve-se procurar por outros ícones dentro da página,
como ou . Inscreva-se no RSS do MTE (por
Página (ALT + G): conjunto de botões que exemplo, incluindo o endereço http://www.mte.gov.
permite ativar, de forma prática, comandos disponíveis em br/imprensa/rss/RSSdoMTE.xml ao seu agregador) e
alguns menus – Arquivo (Nova janela, Salvar como, Enviar resumos das últimas notícias lhe serão enviadas assim
que publicadas. Se forem do seu interesse, clique neles
Página por E-mail, Enviar Link por Email, Editar com), Editar
para ser levado ao sítio, onde a notícia completa estará
(Recortar, Copiar, Colar) e Exibir (Zoom, Tamanho da fonte,
disponível.
Codificação, Exibir Código-Fonte).
Histórico (CTRL + H): exibe a lista dos atalhos para os
Salvar como...: armazena o conteúdo completo ou ape-
sites visitados pelo usuário (criados pelo IE8), facilitando o
nas o HTML da página atual.
acesso a eles. Por padrão são armazenados todos os sítios
Editar com...: copia o conteúdo da página atual para uma visitados nos últimos 20 dias. Este valor pode ser alterado
pasta temporária e abre o HTML em um editor padrão. Não com números entre 0 e 999. É possível pesquisar dentro dos
é possível republicar o conteúdo modificado. sítios visitados e excluí-los, usando opções disponíveis no
Enviar por e-mail: abre o gerenciador de correio eletrô- menu Ferramentas / Opções da Internet / Geral / Histórico
nico padrão e envia o link da página atual ou seu conteúdo de Navegação. Com essa ação, os  sítios deixarão de ser
completo por e-mail a um destinatário. sugeridos na barra de endereços até que uma nova visita
seja feita.

Segurança (ALT + S): conjunto de botões que Feeds e Web Slices (ALT + J): O IE8 procura
permite ativar, de forma prática, comandos disponíveis no feeds e Web Slices em cada página da Web
visitada. Quando encontra feeds disponí-
menu Ferramentas relacionados à segurança e privacidade
veis, o  botão passa de cinza a laranja e
da navegação – Excluir Histórico de Navegação, Navegação emite um som. Se encontrar Web Slices,
InPrivate, Filtragem InPrivate, Filtro do SmartScreen. o botão muda para o botão do Web Slice.

Como os Web Slices são baseados em feeds, geralmente


Centro de Favoritos (ALT + C): exibe uma janela são exibidos Web Slices e feeds quando forem exibidos os
suspensa apresentando a lista de atalhos armazenados pelo feeds disponíveis. Clicar no botão Feeds mostrará uma pá-
usuário para acesso futuro (Favoritos) e permite acesso à gina com uma lista de tópicos e artigos que podem ser lidos
lista de Feeds e Histórico (CTRL + I). e assinados. Clicar em um Web Slice mostrará a opção de
Noções de Informática

assiná-lo e o adiciona à barra Favoritos.


O botão Adicionar a Favoritos... permite acrescentar à
lista de Favoritos um atalho para a página atual por meio da Barra de Favoritos (ALT + J): substitui a barra de ferra-
utilização da janela ilustrada abaixo (CTRL + D). A seta ao lado mentas Links das versões anteriores do Internet Explorer e
inclui não apenas os links favoritos do usuário, mas também
do botão (ALT + Z) permite Adicionar à Barra de Favoritos,
feeds e Web Slices.
Adicionar Guias Atuais a Favoritos..., Importar e Exportar e
Organizar Favoritos.

Feeds (CTRL + J): exibe a lista dos sites cadastrados para


receber atualizações de conteúdo.

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Caixa Pesquisa Instantânea (CTRL + E): ferramenta que sível, informações da pasta de Arquivos da Internet Tempo-
facilita a realização de pesquisas em mecanismos de busca rários.
pela Internet. A caixa de pesquisa mostra, em fonte esmae-
cida e itálico, o provedor selecionado para realizar a busca.
O tópico ou frase a ser usado na pesquisa deve ser digitado
sobre o nome do provedor e a lupa clicada, mostrando na Interromper (ESC)  – Exibir / Parar: interrompe
guia atual os resultados da busca. o carregamento do sítio mostrado na guia atual. Não inter-
Vários provedores de pesquisa podem ser adicionados à lista rompe downloads de arquivos em janelas separadas, nem
dessa ferramenta, usando-se a opção Localizar Mais Provedo- desconecta o computador da Internet ou fecha a janela do
res... disponível ao se clicar na pequena seta no canto direito navegador.
da ferramenta. Uma página Web mantida pela Microsoft será
mostrada com sugestões da empresa para novos provedores.
A ferramenta de pesquisa por palavras dentro da página
atual, disponível no menu Editar / Localizar nesta página... Ler Email: abre o cliente de email padrão.
(CTRL +F ou F3) também está disponível na Caixa Pesquisa
Instantânea para centralizar todos os recursos de pesquisa Ferramentas / Opções da Internet
do navegador num local único.

Barra de Endereços (F4): permite digitar a URL do site que


se deseja visitar e, pressionando a tecla ENTER ou clicando-
-se o botão que estará disponível no canto direito da barra,
o site será mostrado na guia atual. Recurso exaustivamente exigido em questões
de concursos, o  menu Ferramentas / Opções da Internet
permite modificar configurações do navegador. Também
pode ser acionado pelo Painel de Controle do Windows e
Atualizar (F5, CTRL + R ou CTRL + F5) – Exibir / ao se clicar com o botão direito sobre o ícone do Internet
Atualizar: recarrega a página atual utilizando, quando pos- Explorer na área de trabalho.

Guia Geral

Noções de Informática

Home Page: define as páginas iniciais que serão carregadas Excluir... permite deletar os Arquivos de Internet Temporários
automaticamente quando o navegador for iniciado ou quando do usuário atual (cópias de páginas Web, imagens, mídia e
o botão Home for clicado. A página inicial pode ser trocada aplicativos), cookies, Histórico (lista de sites visitados), dados
digitando-se uma nova URL ou clicando sobre os botões Usar de formulários (informações salvas durante o preenchimento
atual (copia o endereço das páginas atualmente exibidas), Usar de dados em páginas Web), senhas e dados da Filtragem InPri-
vate. É possível ainda marcar a opção Preservar dados de sites
padrão (reutiliza o endereço inicial padrão – MSN Brasil) ou favoritos para manter cookies e outros arquivos de Internet
Usar em branco (insere a informação about:blank que carrega- temporários para permitir aos sites favoritos armazenar as
rá uma página local, em branco, sem informações da Internet). preferências do usuário e agilizar sua navegação. Em Configu-
Histórico de Navegação: gerencia os arquivos armaze- rações é possível modificar a periodicidade para verificação de
nados no computador do usuário pelo navegador. O botão versão de páginas armazenadas off-line, redefinir o local e o

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espaço máximo ocupado pela pasta de arquivos temporários
e mostrar seus arquivos. No quadro Histórico, também em Sites confiáveis (padrão Média) mínimo de segu-
Configurações, pode-se especificar o número de dias durante rança e avisos: pergunta antes de baixar conteúdo potencial-
os quais o IE8 deve manter registro das páginas que foram mente inseguro e não recebe controle ActiveX sem assinatura.
visualizadas (padrão 20, mínimo zero e máximo 999). Marcar Sites dos quais podem-se baixar e instalar arquivos sem riscos
a opção Excluir histórico de navegação ao sair impedirá que para o computador. Essa zona de segurança contém os sites
qualquer registro de endereços das páginas visitadas durante da Web que não danificarão o computador ou seus dados,
a sessão atual seja armazenado. apropriada para sites nos quais o usuá­rio confia plenamente.

Arquivos de Internet Temporários são arquivos (ele-


mentos gráficos, pequenos aplicativos) e informações Sites restritos (padrão Alto) maneira mais segura
que o IE8 armazena no computador, incluindo uma lista de navegar, porém a menos funcional: os recursos menos
de sites visitados, cookies, informações digitadas em seguros são desativados. Esta zona contém sites da Web que
formulários da Web, senhas de site e outras informações podem conter conteúdo perigoso e danificar o computador e
salvas temporariamente. A permanência desses dados no seus dados. O único nível permitido para esta zona é o Alto.
Modo Protegido: além de ajudar a proteger o compu-
computador pode agilizar a exibição das páginas visitadas
tador contra software mal-intencionado, o modo protegido
e utilização de seus recursos, abrindo arquivos locais ao
permite que o usuário instale complementos ou controles
invés de arquivos da Internet. ActiveX desejados quando faz login como administrador. Por
padrão, o modo protegido fica ativado na Internet, na Intra-
Pesquisa: altera as opções de pesquisa definindo um net local e em zonas de Sites restritos; um ícone é exibido na
provedor padrão para a barra de endereços e caixa Pesquisa barra de status informando que esse modo está em execução.
Instantânea, acrescenta e remove provedores.
Guias: configura a navegação com guias  – habillitar/ Guia Privacidade
desabilitar o uso das guias e Guias Rápidas, avisar ao fechar
várias guias, definir opção para abrir pop-up em nova janela
ou nova guia, abrir links em nova guia ou janela.

Guia Segurança

Configurações: especifica o nível de privacidade para a


zona da Internet, definindo os tipos de cookies que serão
bloqueados. É possível Bloquear todos os cookies e Aceitar
todos os cookies. O botão Sites permite substituir a diretiva
de privacidade para alguns sites específicos, permitindo ou
bloqueando seus cookies.
Lista as zonas de conteúdo da Web disponíveis para o com-
putador e define o nível de segurança para cada um deles (res-
trição a download e execução de arquivos, como Javascript e
ActiveX). São quatro as zonas de segurança disponíveis no IE6:

Internet (padrão Médio-Alto) somente permi-


tidos os níveis de Médio a Alto: adequado para a maioria
Noções de Informática

dos sites da Internet, pergunta antes de baixar conteúdo


potencialmente inseguro e não recebe controle ActiveX sem
assinatura. Sites que não estão em nenhuma outra classifi-
cação são definidos nesta zona de segurança. Não é possível
incluir sites nessa classificação.

Intranet local (padrão Média-baixa) semelhante


ao nível médio, mas sem confirmação: a maior parte do
conteúdo é executada sem confirmação e não faz download
de ActiveX não assinado. Esta zona contém os sites da Web
que pertencem à intranet da organização.

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46 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
MSOFFICE OUTLOOK 2010 Tarefas Pendentes, o usuário pode organizar e localizar ra-
pidamente a informação que precisa. Com o Office Outlook
O Office Outlook 2010 proporciona ao usuário um 2010 é mais fácil priorizar e controlar seu tempo, para que
gerenciador completo de tempo e informação. Usando o usuário possa se concentrar nas coisas que têm mais
novos recursos como a Busca Instantânea e a Barra de importância.

Visão Geral procura rapidamente nos dados do seu Outlook, realçando


os locais em que esse termo de busca aparece. A Busca
O cliente de mensagens e colaboração do Office Outlook Instantânea faz “seleção de palavras”, o que significa que os
2010 proporciona uma solução integrada para ajudá-lo a resultados começam a aparecer assim que o usuário começa
gerenciar melhor seu tempo e informações, conectar-se a digitar seus termos de busca. A Busca Instantânea consegue
além das fronteiras, e permanecer mais seguro e no controle. procurar amplamente por meio de todos os itens e pastas
Esse gerenciador completo de informações e tempo ajuda de seu Outlook, ou o usuário pode especificar uma busca
a organizar e buscar rapidamente pela informação que o dentro de uma pasta específica em um determinado local.
usuário precisa. Com o Office Outlook 2010, o usuário pode
compartilhar informações com colegas de trabalho, amigos Categorias de Cor
e família, com segurança aperfeiçoada, não importa onde
estejam localizados. As novas categorias de cor proporcionam um modo
Noções de Informática

visual rápido de personalizar e distinguir itens um do outro,


facilitando a localização de informações. Vamos supor, por
Gerencie Tempo e Informações
exemplo, que o usuário quer atribuir uma categoria de cor a
todos os itens relacionados a certo projeto. O usuário pode
Busca Instantânea adicionar a mesma categoria de cor aos itens de e-mail,
calendário ou tarefa, para que possa facilmente localizar
Com a nova e potente Busca Instantânea integrada, o todos os itens de um projeto num relance. Quando o usuário
usuário pode rapidamente localizar as informações que precisar encontrar as informações mais tarde, pode buscar
precisa, estejam elas em seus e-mails, calendário, contatos e classificar por categoria de cor para identificar de modo
ou tarefas. Digite uma palavra-chave e a Busca Instantânea rápido e visual o que o usuário está procurando.

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Pré-Visualizador de Anexos Integração com Feeds RSS

Acessar anexos é geralmente um processo tedioso e de O Office Outlook 2010 tem suporte à agregação nativa
muitos passos. Nas versões anteriores do Outlook, não havia para Feeds (fragmentos de informações ou notícias) RSS
um modo fácil de ter uma visão do anexo sem abri-lo. Com o (Really Simple Syndication), portanto o usuário pode facil-
novo Pré-Visualizador de Anexos, o usuário pode visualizar
mente assinar e manter-se atualizado com os sites e blogs
seus anexos com um clique diretamente a partir do painel de
leitura. Assim o usuário poupa tempo porque pode visualizar de notícias mais recentes. Com a assinatura desse tipo de
os anexos em contexto com a mensagem do e-mail. alerta informacional é mais fácil acompanhar as informa-
ções relevantes sobre negócios e indústrias, ou as últimas
Gerencie Facilmente Suas Prioridades Diárias informações sobre seus hobbies e interesses pessoais. O
usuário pode gerenciar suas Feeds RSS no Office Outlook
O Office Outlook 2010 oferece as ferramentas que o 2010 como faz com outros e-mails, portanto pode sinalizá-
usuário precisa para gerenciar sua lista diária de tarefas pen- -las para follow-up, atribuir categorias de cor, ou automatizar
dentes, com tecnologias integradas na interface de usuário qualquer processo usando o mecanismo de regras.
para priorizar e classificar suas tarefas.
Instalação Automática de Contas
Barra de Tarefas Pendentes
Com o Office Outlook 2010, o usuário pode instalar e
Acompanhar suas tarefas pode consumir muito tempo,
acessar todas as suas contas de e-mail a partir da interface
pois normalmente elas estão contidas de modo implícito
dentro de e-mails, ou armazenadas em outros locais. A nova do Outlook. A Instalação Automática de Contas facilita essas
Barra de Tarefas Pendentes integra suas tarefas, e-mails tarefas. Basta digitar o nome e a senha para sua conta de
sinalizados para acompanhamento, compromissos futuros e-mail do Exchange Server, POP ou IMAP. O Office Outlook
e informações de calendário em um só lugar conveniente. 2010 configura a conta para o usuário. O usuário não precisa
A Barra de Tarefas Pendentes dá a o usuário uma visualiza- lembrar do nome do servidor ou de qualquer informação
ção sólida de suas prioridades para aquele dia, portanto o oculta, configurar as portas, ou fazer qualquer outra coisa.
usuário não precisa perder tempo verificando vários locais
para planejar seus horários.
Compartilhe Informações com Qualquer Pessoa,
Sinalizando E-mails Como Tarefas em Qualquer Lugar

Com frequência as tarefas estão contidas dentro de e- Capacidades de Compartilhamento de Calendário


-mails, portanto incluí-las em sua lista de tarefas costumava Aprimoradas
referir-se a digitar manualmente as informações. Com a nova
sinalização de e-mails do Office Outlook 2010, já não é mais Com as capacidades aprimoradas de compartilhamento
assim. Com o recurso Sinalizando E-mails como Tarefas, o
de calendário do Office Outlook 2010, o usuário pode com-
usuário pode criar uma tarefa a partir de seu e-mail em um
simples passo. Basta clicar com o botão direito para sinalizar partilhar calendários com pessoas tanto dentro como fora
sua mensagem e designar uma data para a conclusão. O de sua organização, dando aos seus contatos importantes
item é então adicionado à sua Barra de Tarefas Pendentes acesso aos seus horários. Com o novo suporte nativo para
e as datas de vencimento são integradas automaticamente calendários da Internet, o usuário pode facilmente criar um
ao seu calendário. novo calendário da Internet a partir do Office Outlook 2010
e publicá-lo no Microsoft Office On-line. Ou o usuário pode
Integração de Tarefas no Calendário usar as Cópias Instantâneas do Calendário para enviar uma
cópia instantânea em HTML de seu calendário por meio do
No passado talvez o usuário tenha agendado compro- e-mail, facilitando o agendamento de reuniões com qualquer
missos falsos em seu calendário para justificar o tempo que pessoa, com pouco tempo de espera.
suas tarefas levariam. O Office Outlook 2010 integra tarefas
no calendário na Lista de Tarefas Diárias, para que o usuário
as veja exibidas abaixo de suas reuniões e compromissos Superposição de Calendário
diários. Para separar o tempo para trabalhar em uma tarefa,
o usuário simplesmente arrasta a tarefa para o calendário. Quando o usuário visualiza calendários no modo de
Quando o usuário completa uma tarefa em determinado superposição, pode navegar por múltiplos calendários, um
dia, ela se mantém naquele dia, proporcionando um registro em cima do outro, facilitando a comparação de seu calen-
visual do trabalho que o usuário realizou. As tarefas que o dário com o de um colega de trabalho ou o da equipe, para
Noções de Informática

usuário não completou são movidas para o dia seguinte e encontrar um horário livre para a reunião.
acumulam até que o usuário as marque como completas.
Cartões de Visitas Eletrônicos
Conecte-se Além das Fronteiras da Empresa

Tenha as Informações Relevantes ao seu Alcance No Office Outlook 2010, o usuário pode criar e compar-
tilhar Cartões de Visitas Eletrônicos personalizados, obtendo
O Office Outlook 2010 põe o usuário em contato com assim um modo personalizado de comunicar suas informa-
a informação que precisa todos os dias, trazendo as infor- ções. O usuário pode compartilhar seu cartão como anexo
mações relevantes diretamente para sua caixa de entrada. ou como parte de sua assinatura de e-mail.

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48 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Permaneça Mais Seguro e no Controle a certo custo ao enviar essa mensagem e como resultado,
uma mensagem com selo acaba na caixa de entrada em vez
Controle Efetivamente quais E-Mails Chegam até o da caixa de lixo eletrônico.
Usuário
O Office Outlook 2010 não cria selos de e-mail quando:
Selo Eletrônico de E-Mail do Outlook • os destinatários são todos de sua organização;
O Selo Eletrônico de E-Mail do Outlook é uma nova tec- • a mensagem é assinada, protegida pelo gerenciamento
nologia da Microsoft para ajudar a reprimir o lixo eletrônico. de direitos de informação, ou criptografada;
Essa tecnologia pede ao computador do remetente para • o usuário escolheu desativar esse recurso como opção
realizar uma computação ou resolver um enigma, e então durante a implantação.
atribui esse trabalho como um símbolo de legitimidade ao
e-mail. Criar um Selo Eletrônico de E-Mail do Outlook torna Tecnologias Anti-Phishing e Lixo Eletrônico
difícil e cansativo para os spammers (pessoas que enviam
lixo eletrônico) enviar e-mails de massa, mas não altera sua O Office Outlook 2010 apresenta um filtro aperfeiçoado
experiência quando envia e-mails legítimos. de lixo eletrônico que separa ainda mais e-mails indesejáveis.
Quando um e-mail com selo é recebido pelo Office Há também uma nova proteção aperfeiçoada contra phishing
Outlook 2010, o sistema pode facilmente verificar a validez ou e-mails fraudulentos que levam o usuário a divulgar
dessa mensagem (levando em conta algumas das caracte- informações pessoais. O Office Outlook 2010 rastreia men-
rísticas peculiares da mensagem) e entrega a mensagem sagens de e-mail suspeitas e ajuda a protegê-lo desativando
em sua caixa de entrada ou sua pasta de lixo eletrônico, automaticamente os links dentro delas até que o usuário as
conforme for apropriado. Se o selo for válido, então é uma aprove. O usuário é alertado sobre os sites potencialmente
evidência de que o computador do remetente ficou sujeito ameaçadores ou malignos dentro do correio.

Criando Mensagens de Email

Noções de Informática

Campos Nenhum dos campos de destinatário é de preenchimento


• De: endereço de e-mail que será usado para enviar a obrigatório.
mensagem (remetente) – Só aparece se forem confi- • Assunto: resumo da mensagem – Deve ser preenchido,
guradas ao menos duas contas de email. mas não tem preenchimento obrigatório.
• Anexar: arquivos selecionados para envio junto com
• Para: endereços de e-mail dos destinatários principais,
a mensagem.
separados por vírgula ou ponto e vírgula.
• Corpo da Mensagem: espaço disponível para redigir
• Cc: destinatários secundários que receberão uma cópia a mensagem. É possível inserir texto de um arquivo,
da mensagem (com cópia, ou cópia carbono). imagem, linha horizontal, mudar o plano de fundo e
• Cco: destinatários ocultos para os demais. aplicar papel de carta.

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SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO envolvem Engenharia Social e que tentam persuadir o
usuário a fornecer seus dados pessoais e financeiros.
Ameaças aos Sistemas de Informação Em muitos casos, o usuário é induzido a instalar um
código malicioso (malware), preencher um formulário
São componentes que podem prejudicar, de forma tem- ou acessar uma página falsa, para que dados pessoais
porária ou permanente, o funcionamento de um sistema de e sensíveis possam ser furtados.
informação.
Malwares (Softwares Maliciosos)
Agentes Humanos
Vírus
Hacker: invasor passivo: tem conhecimentos avançados
de informática e explora falhas de segurança em sistemas Programa malicioso que infecta (parasita) outros progra-
de informação. Normalmente não é uma ameaça: invade, mas e arquivos (hospedeiros) fazendo cópias de si mesmo, na
espiona, copia, entra em contato com os responsáveis, sem tentativa de se espalhar para outros computadores.
gerar prejuízos. A principal característica do vírus, fora a sua capacidade
Cracker: invasor ativo, é um hacker que usa seus conhe- de destruição, é a capacidade de se propagarem de diversas
cimentos para quebrar sistemas de segurança, danificar os maneiras. Geralmente os vírus ficam alojados em outros
dados acessados e/ou obter vantagens ilícitas. Normalmente programas, após este programa hospedeiro ser executado
é uma ameaça e gera prejuízos. o vírus entra no sistema e faz seu papel malicioso. Por estas
semelhanças com os vírus biológicos: ser um programa pe-
SPAM queno, aloja-se dentro de um arquivo que contenha códigos
de instrução e por se autoreplicarem é que surgiu o nome
E-mail não solicitado, enviado para um grande número vírus. Alguns vírus podem também ficar em estado de dor-
de pessoas. Esse fenômeno é conhecido como spamming, mência no computador, atacando em datas programadas.
as mensagens em si como spam e seus autores como spam- Para ativar o vírus, o programa, parte do programa ou
mers. Como motivação para a manutenção dessa prática, arquivo que o esconde tem que ser executado, ou seja, tem
podemos citar seu baixo custo, automatização do processo que estar na memória RAM.
e anonimato dos spammers. A simples cópia do arquivo infectado não significa que o
Etimologia: SPiced hAM – presunto condimentado en- vírus ficou ativo, portanto, não significa que o computador
latado da Hormel Foods, associado ao envio de mensagens está infectado.
não solicitadas devido a um quadro do grupo de humoristas A maioria das contaminações ocorre pela ação do usuário
ingleses Monty Python. executando o anexo de um e-mail. Podem ocorrer por meio
de outras ações, como:
Tipos de SPAMs • abrir arquivos do pacote Office da Microsoft;
• abrir arquivos disponíveis em recursos compartilhados
• Corrente (Chain Letter): pede para que o usuário (redes);
(destinatário) repasse a mensagem “para todos os • abrir arquivos de qualquer tipo de mídia removível
amigos” ou “para todos que ama”. Prometem sorte, (FD, HD, CD, DVD, pen drive);
riqueza ou algum outro tipo de benefício àqueles • instalar programas não confiáveis, de procedência
que a repassarem. O texto pode contar uma história duvidosa ou desconhecida.
antiga, descrever uma simpatia (superstição) ou,
simplesmente, desejam sorte. Worm (Verme, Praga)
• Boato (Hoax): pessoas que necessitam urgentemente
de algum tipo de ajuda, alerta a algum tipo de ameaça Programa autônomo e autorreplicante que se copia
ou perigo, difamação de marcas e empresas ou ofertas usando a estrutura de uma rede de computadores (como a
falsas de produtos gratuitos. Internet ou intranets), tornando-as lentas.
• Ofensivo: divulga conteúdo agressivo e violento, como Normalmente, o  Worm não causa maiores danos aos
por exemplo: acusações infundadas contra indivíduos sistemas de computador, a não ser pelo fato de consumir
específicos, defesa de ideologias extremistas, apolo- recursos desnecessariamente (como o envio de milhares de
gia à violência contra minorias, racismo, xenofobia, e-mails com cópias dele mesmo), mas também pode deletar
pedofilia, pornografia. arquivos e enviar arquivos por e-mail.
• Propaganda: divulga desde produtos e serviços até O Worm não precisa de hospedeiro, ele é um malware
propaganda política. autônomo, que pode se copiar automaticamente para vários
• Golpe (scam): pirâmides, oportunidades enganosas e computadores, lotando caixas postais e HDs.
ofertas de produtos que prometem falsos resultados, Sua propagação se dá através da exploração de vulnera-
Noções de Informática

propostas para trabalhar em casa e empréstimos bilidades existentes ou falhas na configuração de softwares
facilitados. instalados em computadores.
• Spit (spam via Internet Telephony): mensagens não
solicitadas atingindo os usuários dos “telefones IP” Cavalo de Troia (Trojan Horse)
(VoIP).
• Spim (spam via Instant Messenge): envio de spam É um programa, normalmente recebido como um “pre-
por meio dos aplicativos de troca de mensagens ins- sente” (cartão virtual, álbum de fotos, protetor de tela, jogo
tantâneas como o Messenger e o ICQ. etc.), que além de executar as funções para as quais foi apa-
• Estelionato (Phishing): consiste no envio de e-mails, rentemente projetado, também executa funções maliciosas
mensagens instantâneas ou scraps com textos que e sem o conhecimento do usuário.

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50 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Entre as funções maliciosas executadas por um Trojan es- Princípios da Segurança da Informação
tão a instalação de malwares como keyloggers, screenloggers,
backdoors e spywares. Conjunto de técnicas, processos e componentes que
O Trojan distingue-se de um vírus ou de um worm por não visa garantir CONFIABILIDADE às transações digitais, ou seja,
infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si mesmo
o Sistema de Informação funcionará de forma eficiente de
automaticamente.
acordo com suas atribuições – DICA.
Spyware

Programa automático que monitora informações sobre


o usuário e as transmite a uma entidade externa na Internet,
sem o conhecimento ou consentimento da vítima.
Diferem dos Trojans por não terem como objetivo que
o sistema do usuário seja dominado e manipulado por uma
entidade externa (hacker).
• Monitoramento de páginas acessadas na Internet;
• Varredura dos arquivos armazenados no disco rígido Disponibilidade: garantia de que um sistema estará
do computador; sempre disponível quando necessário (estar disponível,
• Alteração da página inicial do browser do usuário acessível).
(Hijacker);
Integridade: garantia de que uma informação não foi
• Monitoramento de teclas digitadas pelo usuário
(Keylogger) ou regiões da tela próximas ao clique do alterada durante seu trajeto do emissor ao receptor.
mouse (Screenlogger). Confidencialidade (Privacidade, Sigilo): garantia de que
os dados serão acessados apenas por pessoas autorizadas.
Adware é um tipo de software especificamente projetado Autenticidade: garantia da identidade de quem está
para apresentar propagandas por maio de um browser ou enviando a mensagem.
outro programa, como o MSN e Kazaa. Não repúdio: garantia de que um emissor não consiga
Ransomwares criptografam o conteúdo do HD, exigindo negar falsamente um ato ou documento de sua autoria.
da vítima o pagamento de um “resgate”.

Agentes de Segurança Criptografia

Processo matemático utilizado para reescrever uma


mensagem de forma ilegível para pessoas não autorizadas.
Do grego kryptos = enigma, oculto e graphe = escrita (escrita
enigmática, oculta). O emissor da mensagem realiza o proces-
so de embaralhar a mensagem original, tornado-a codificada
e a envia. Ao receber a mensagem, o receptor irá transformar
a mensagem codificada de volta em mensagem original.

Termos da criptografia :
• Algoritmo de criptografia: programa (sequên­cia
finita de passos) usado para realizar a encriptação e
decriptação.
• Chave: é um número binário, um código que o progra-
ma deve conhecer para cifrar e decifrar a mensagem.
• Tamanho da chave: é a medida, em bits, do tamanho
Firewall do número usado como chave. Quanto maior a chave,
mais complexa ela será para ser descoberta (mais
Pode ser definido como uma barreira de proteção, que segura).
controla o tráfego de dados entre seu computador e a Inter-
net (ou entre a rede onde seu computador está instalado e a Criptografia Simétrica (Chave Secreta)
Internet). Seu objetivo é permitir somente a transmissão e a
recepção de dados autorizados. Existem firewalls baseados Utiliza a mesma chave tanto para codificar quanto para
Noções de Informática

na combinação de hardware e software e firewalls baseados decodificar mensagens. Apesar de ser um método bastan-
somente em software. Este último é o tipo recomendado ao te eficiente em relação ao o tempo gasto para codificar e
uso doméstico e também é o mais comum.
decodificar mensagens tem como principal desvantagem
Explicando de maneira mais precisa, o  firewall é um
mecanismo que atua como “defesa” de um computador ou a necessidade de utilização de um meio seguro para que a
de uma rede, controlando o acesso ao sistema por meio de chave possa ser compartilhada entre pessoas ou entidades
regras e a filtragem de dados. A vantagem do uso de firewalls que desejem trocar informações criptografadas  – a chave
em redes é que somente um computador pode atuar como precisa ser compartilhada entre emissor e receptor para que
firewall, não sendo necessário instalá-lo em cada máquina a mensagem possa ser cifrada ou decifrada, mas somente
conectada. os dois sujeitos podem possuir a chave.

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Criptografia Assimétrica (Chaves Pública e Privada) A chave que encripta mensagens (chave de codificação,
ou chave de encriptação) será distribuída livremente e, por
Utiliza duas chaves distintas, uma que serve apenas para isso, pode ser chamada de Chave Pública, ou Chave Com-
encriptar e outra que serve apenas para decriptar mensa- partilhada.
gens – uma fecha, a outra abre. Por sua vez, a chave que decripta mensagens (chave de
As duas chaves são matematicamente relacionadas, não decodificação criptográfica, ou chave de decriptação) será
podendo haver uma delas sem a outra – ambas tem que ser armazenada secretamente com seu titular – servirá pra seu
geradas ao mesmo tempo. uso exclusivo. É a chamada Chave Privada.
Noções de Informática

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Simétrica alteradas durante uma interceptação. Também não garante a
Assimétrica Autenticidade e, consequentemente, o não repúdio.
(Convencional)
Usa uma única chave para Usa duas chaves diferentes:
cifrar e decifrar mensagens. uma para cifrar e outra para Assinatura Digital
decifrar mensagens.
A assinatura digital consiste na criação de um código,
A chave tem que ser compar- Apenas a chave de cifragem através da utilização de uma chave privada, de modo que a
tilhada entre os usuários que é compartilhada (pública). pessoa ou entidade que receber uma mensagem contendo
irão se comunicar e deve ser A  chave de decifragem é este código possa verificar se o remetente é mesmo quem
distribuída por meio seguro. mantida em segredo (pri- diz ser e identificar qualquer mensagem que possa ter sido
vada). modificada. Garante, portanto, autenticidade aos documen-
Processo mais simples e Processo muito mais lento, tos digitais. Se as chaves forem reconhecidas por um terceiro
mais rápido, porém pouco porém quase impossível de de confiança (Autoridade Certificadora), a assinatura garante
seguro. ser quebrado. também não repúdio (irretratabilidade, irrefutabilidade) e
256 = 72 quatrilhões de com- validade jurídica. Na prática, é um hash + criptografia e o
binações, quebrada em me- algoritmo mais usado é o DSA.
nos de um dia usando força A Assinatura Digital será útil quando um emissor ne-
bruta cessitar transmitir uma mensagem autêntica e quer que o
Principais algoritmos: DES (40 Principal algoritmo: RSA, com receptor tenha certeza acerca de quem a enviou. Poderá
e 56 bits), 3DES (168 bits) e chaves de 256, 512, 1024 e então utilizar a sua chave privada para cifrar uma mensagem
AES (256 bits) 2048 bits e enviá-la para um ou mais destinatários.
O receptor pode decifrá-la por meio da chave pública do
A criptografia impede que uma mensagem seja entendida próprio emissor, tendo assim certeza de quem enviou e de
por pessoas não autorizadas atingindo, com isso, o princípio da que a mensagem não foi alterada na transmissão. Porém,
Confidencialidade (privacidade). Entretanto, a criptografia não qualquer pessoa pode decifrar a mensagem por que a chave
garante a Integridade das informações, porque elas podem ser pública está disponível a todos.

Certificado Digital Algumas das principais informações encontradas em um


certificado digital são:
Documento emitido por uma Autoridade Certificadora • dados que identificam o dono (nome, número de
(CA), que garante a identidade de uma pessoa ou empresa identificação, estado etc.);
Noções de Informática

em transações digitais. Garante autenticidade, irretrata- • nome da Autoridade Certificadora (AC) que emitiu o
bilidade e validade jurídica aos documentos e transações certificado;
comerciais realizadas pela Internet. • o número de série e o período de validade do certifi-
Instalado no browser e no programa de correio ele-
cado;
trônico do proprietário do certificado digital, contém as
seguintes informações: nome e endereço de e-mail do titular • a assinatura digital da AC.
do certificado, chave pública, data de validade da chave
pública, identificação e assinatura digital da CA, algoritmos O objetivo da assinatura digital no certificado é indicar
usados. Pode ser visto nos sites por meio de duplo clique no que outra entidade (a Autoridade Certificadora) garante a
cadeado da barra de status. veracidade das informações nele contidas.

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QUESTÕES DE CONCURSOS (CESPE) conectar tudo o que existe na Terra. O nome é didático: In-
ternet das coisas. Coisas são carros e semáforos. Coisas são
Busca Informatizada Vestcon relógios, geladeiras e televisores. Coisas são até informações
sobre nosso metabolismo pessoal, medidas à flor da pele.
(Cespe/TJ-SE/Conhecimentos Básicos para os Cargos 3,8 a Bem-vindo a uma nova era. O ano de 2014 poderá ficar co-
18/2014) Acerca dos sistemas operacionais Windows e Linux, nhecido, na história da tecnologia, como o ano zero de uma
julgue os itens subsecutivos. revolução que começa a ocupar as vinte e quatro horas do
1. No Windows 7 e em suas versões superiores, o ambien- dia de qualquer indivíduo, em casa, no trabalho, na rua.
te gráfico é nativo do sistema operacional. O ambiente Veja. 31/12/2014, p. 162-3 (com adaptações).
gráfico no Windows, assim como no Linux, funciona
como um servidor de gráficos e é denominado prompt (Cespe/FUB/Conhecimentos Básicos/2015) Tendo o fragmen-
de comando gráfico. to de texto acima como referência inicial e considerando as
múltiplas implicações do tema que ele focaliza, julgue os
(Cespe/TC-DF/Técnico de Administração Pública/2014) Com itens seguintes.
relação ao sistema operacional Windows e aos ambientes 9. Por suas características técnicas, a rede mundial de com-
Microsoft Office e BrOffice, julgue o item. putadores mostra-se imune à ação da censura política,
2. No Windows Explorer, a ação de renomear um arquivo razão pela qual tem sido muito utilizada por movimen-
pode ser realizada por meio da opção Renomear, que tos contestatórios a regimes ditatoriais, como na China
é acionada com o botão direito do mouse, bem como e em países árabes.
por meio de um duplo clique pausado. 10. O surgimento da Internet, na década de 60 do século
passado, deveu-se à conjugação de estudos, nos Es-
(Cespe/Caixa/Conhecimentos Básicos/2014) Com relação aos tados Unidos da América, oriundos de universidades,
conceitos e ao uso de ferramentas e aplicativos do Windows, empresas localizadas no Vale do Silício e laboratórios
julgue os itens a seguir. militares. Algum tempo depois, ela transpôs os limites
3. No Windows Explorer, a opção Propriedades, disponível de um empreendimento acadêmico-militar e se tornou
por meio de um clique com o botão direito do mouse comercial.
sobre uma pasta, é utilizada para apresentar o conteúdo 11. Questões de geopolítica e a contínua pressão de gran-
de uma pasta, ou seja, quais e quantos arquivos existem des potências, como da extinta União das Repúblicas
dentro dela, assim como os formatos dos arquivos. Socialistas Soviéticas, colocaram grandes obstáculos à
disseminação da Internet, processo que somente se
(Cespe/Caixa/Médico do Trabalho/2014) Com relação aos
concretizou no fim da primeira década do século atual.
conceitos e ao uso de ferramentas e aplicativos do Windows,
julgue os itens a seguir.
(Cespe/FUB/Conhecimentos Básicos/2015) Considerando os
4. No Windows Explorer, a opção ,
disponível por meio de um clique com o botão direito conceitos, os aplicativos e as ferramentas referentes a redes
do sobre uma pasta, é utilizada para apresen- de computadores, julgue o item que se segue.
tar o conteúdo de uma pasta, ou seja, quais e quantos 12. O sítio de buscas Google permite que o usuário realize
arquivos existem dentro dela, assim como os formatos pesquisas utilizando palavras e textos tanto em caixa
dos arquivos. baixa quanto em caixa alta.
5. No Windows Explorer, quando se arrasta um arquivo
de um local para outro disco diferente do atual, uma (Cespe/TRE-GO/Analista Judiciário/Conhecimentos Básicos/
cópia desse arquivo é criada no novo local e a antiga 2015) Acerca de procedimentos de segurança e de ensino a
permanece guardada no local de origem. distância, julgue o item subsecutivo.
13. Em apoio à visão construcionista social, o software de
(Cespe/FUB/Conhecimentos Básicos/2014) A respeito de ensino a distância Moodle, em sua versão 2.8, conta
organização e de gerenciamento de informações, arquivos, com atividades projetadas para permitir que os alunos
pastas e programas, julgue o item. controlem o conteúdo comum, tais como fóruns, wikis,
6. Em um computador com o sistema Windows 7 Profes- glossários, bancos de dados e mensagens.
sional, a pasta Documentos, localizada na pasta Biblio-
tecas, no Windows Explorer, indica o local físico dentro (Cespe/Antaq/Conhecimentos Básicos/2014) Analise a figura
do sistema de arquivos do sistema operacional. a seguir.

(Cespe/CADE/Conhecimentos Básicos/2014) Acerca dos


conceitos de gerenciamento de arquivos e de segurança da
informação, julgue o item subsequente.
7. Os atributos de um arquivo podem ser alterados para
permitir que somente o seu proprietário possa editá-lo
e os demais usuários possam apenas lê-lo.
Noções de Informática

(Cespe/Polícia Federal/Agente Administrativo/2014) Acerca


dos conceitos de organização, gerenciamento de arquivos e
segurança da informação, julgue o item a seguir.
8. Um arquivo sem conteúdo pode ser criado e armazena-
do no disco rígido de um computador, desde que seja
nomeado no momento da criação.

A rede que interligou nossos computadores e celulares entra


em uma nova fase, ainda mais ambiciosa, na qual pretende

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54 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A figura acima mostra uma janela do Google Chrome em um 22. Em um computador com o sistema Windows 7 Profes-
computador com o sistema operacional Windows 8. Com sional, a pasta Documentos, localizada na pasta Biblio-
relação à figura, ao Google Chrome e aos conceitos básicos, tecas, no Windows Explorer, indica o local físico dentro
ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet, julgue do sistema de arquivos do sistema operacional.
o próximo item.
14. O Facebook, sítio de serviço de rede de propriedade (Cespe/Suframa/Técnico/2014) Acerca dos sistemas opera-
do governo dos Estados Unidos da América, permite a cionais Windows e Linux, julgue o item subsequente.
interação online entre pessoas. 23. No Windows 7, uma forma de organizar arquivos e pas-
tas é distribuí-los em bibliotecas nas quais uma pasta
15. (Cespe/Antaq/Conhecimentos Básicos/2014) Ao se é um contêiner que serve para armazenar arquivos ou
digitar uma palavra para busca no Google, e clicar o outras pastas. As bibliotecas-padrão dessa versão do
Windows são: documentos, imagens, músicas e vídeos.
botão , serão apresentados links para
várias páginas da Web que contenham a palavra digita- (Cespe/TCU/Técnico/2015) A respeito dos sistemas opera-
da. Se, em vez de , for clicado o botão cionais Linux e Windows, do Microsoft PowerPoint 2013 e
de redes de computadores, julgue o item a seguir.
, irá aparecer como resultado apenas 24. Mesmo que seja uma rede privada de determinado ór-
o link de uma página, que é escolhido de forma aleatória gão ou empresa destinada a compartilhar informações
entre os resultados que seriam obtidos com a busca por confidenciais, uma intranet poderá ser acessada por
um computador remoto localizado na rede mundial de
meio da utilização do botão . computadores, a Internet.
(Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2014) No que diz res- (Cespe/FUB/Técnico/2015) Julgue o próximo item, relativo
peito a conceitos e modos de utilização de ferramentas e a informática.
aplicativos para montagem e transmissão de áudio e vídeo 25. Por meio de programas de correio eletrônico denomina-
pela Internet, julgue o item que se segue. dos webmails, os usuários podem acessar suas contas
16. A videoconferência ainda é uma aspiração para muitos a partir de computadores com acesso à Internet.
usuários da Internet pelo fato de não existir no merca-
do aplicativo disponível para essa finalidade e devido (Cespe/TCU/Técnico/2015) Julgue os itens que se seguem,
ao custo da transmissão, simultânea, de áudio e vídeo relativos ao gerenciamento de arquivos e pastas e à segu-
entre várias pessoas. rança da informação.
26. Um dos procedimentos de segurança quanto à nave-
(Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2014) No que se refe- gação na Internet é sair das páginas que exigem auten-
re a aplicações em gerenciamento, apresentação de imagens, ticação por meio dos botões ou links destinados para
execução de trabalhos em três dimensões e mídias sociais, esse fim, como, por exemplo, Sair, Desconectar, Logout
julgue o item subsequente. etc., e não simplesmente fechar o browser.
17. As redes sociais têm o tamanho padrão de medidas 27. O vírus do tipo stealth, o mais complexo da atualidade,
para imagens, o que facilita a criação, pois um único cuja principal característica é a inteligência, foi criado
arquivo de imagem pode ser utilizado para ser postado para agir de forma oculta e infectar arquivos do Word
em diferentes mídias sem comprometer a aparência. e do Excel. Embora seja capaz de identificar conteúdos
importantes nesses tipos de arquivos e, posteriormen-
(Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/2014) te, enviá-los ao seu criador, esse vírus não consegue
Julgue. empregar técnicas para evitar sua detecção durante a
18. Os cookies são arquivos gravados no computador do varredura de programas antivírus.
usuário utilizados pelos servidores web para gravar in- 28. O firewall é capaz de proteger o computador tanto de
formações de navegação na Internet. ataques de crackers quanto de ataques de vírus.

(Cespe/CADE/Conhecimentos Básicos/2014) No que se refe-


re a redes de computadores, julgue o próximo item. GABARITO
19. Para que uma rede de computadores seja classificada
de acordo com o modelo cliente/servidor, faz-se ne- 1. E 8. C 15. E 22. E
cessário que tanto o cliente quanto o servidor estejam 2. C 9. E 16. E 23. C
fisicamente no mesmo local. 3. E 10. C 17. E 24. C
4. E 11. E 18. C 25. C
(Cespe/FUB/Conhecimentos Básicos/2014) No que se refere 5. C 12. C 19. E 26. C
a ferramentas de Internet, julgue o item. 6. E 13. C 20. C 27. E
20. O Google Drive é uma ferramenta que possibilita a cria-
Noções de Informática

7. C 14. E 21. E 28. C


ção e edição de documentos, planilhas e apresentações.

(Cespe/TRE-GO/Técnico/2015) Julgue o item que se segue,


relativo a organização e gerenciamento de informações, ar-
quivos, pastas e programas.
21. No Windows 7, todos os arquivos de usuários que não
requeiram segurança devem estar associados a uma
das bibliotecas padrão (Documentos, Músicas, Imagens
e Vídeos), haja vista que não é possível criar novas bi-
bliotecas para outras coleções.

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INSS

SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos
Seguridade Social
Origem e evolução legislativa no Brasil. Conceituação. Organização e princípios constitucionais . ................................. 3

Legislação Previdenciária
Conteúdo, fontes, autonomia. Aplicação das normas previdenciárias. Vigência, hierarquia, interpretação e
integração ......................................................................................................................................................................... 6

Regime Geral de Previdência Social


Segurados obrigatórios.................................................................................................................................................... 30
Filiação e inscrição............................................................................................................................................................. 7
Conceito, características e abrangência:
empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial........................... 9
Segurado facultativo:
conceito, características, filiação e inscrição............................................................................................................. 12
Trabalhadores excluídos do Regime Geral....................................................................................................................... 12

Empresa e empregador doméstico:


conceito previdenciário................................................................................................................................................... 13

Financiamento da Seguridade Social


Receitas da União............................................................................................................................................................ 15
Receitas das contribuições sociais:
dos segurados, das empresas, do empregador doméstico, do produtor rural, do clube de futebol
profissional, sobre a receita de concursos de prognósticos, receitas de outras fontes............................................. 15
Salário de contribuição. Conceito.................................................................................................................................... 20
Parcelas integrantes e parcelas não integrantes............................................................................................................. 20
Limites mínimo e máximo............................................................................................................................................... 20
Proporcionalidade........................................................................................................................................................... 33
Reajustamento................................................................................................................................................................ 33
Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social............................................................. 21
Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal do Brasil................................................................................ 21
Obrigações da empresa e demais contribuintes............................................................................................................. 22
Prazo de recolhimento.................................................................................................................................................... 24
Recolhimento fora do prazo:
juros, multa e atualização monetária........................................................................................................................ 25

Decadência e prescrição....................................................................................................................................................... 29

Crimes contra a seguridade social........................................................................................................................................ 32

Recurso das decisões administrativas.................................................................................................................................. 33

Plano de Benefícios da Previdência Social:


beneficiários, espécies de prestações, benefícios, disposições gerais e específicas, períodos de carência,
salário de benefício, renda mensal do benefício, reajustamento do valor dos benefícios.............................................. 34

Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado................................................................................... 13

Lei nº 8.212, de 24/7/1991 e alterações posteriores........................................................................................................... 63

Lei nº 8.213, de 24/7/1991 e alterações posteriores........................................................................................................... 82

Decreto nº 3.048, de 6/5/1999 e alterações posteriores.................................................................................................. 103

Lei de Assistência Social – LOAS:


conteúdo; fontes e autonomia (Lei nº 8.742/1993 e alterações posteriores; Decreto nº 6.214/2007 e alterações
posteriores)...................................................................................................................................................... 58/175/182

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
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Conhecimentos Específicos
Sebastião Faustino

SEGURIDADE SOCIAL intergovernamentais e interinstitucionais no setor, tendo


por característica a desconcentração de poder mediante
Seguridade Social consiste na prestação estatal dos a transferência de atribuições gerenciais e de recursos
direitos sociais (segunda dimensão) compreendidos pela financeiros aos entes federados.
saúde, assistência social e previdência social. O atendimento
desses direitos está condicionado à existência de recursos Previdência Social
econômico‑financeiros por parte do Estado, a  chamada
reserva do possível. Previdência social ou seguro social é um seguro que
Segundo a Constituição Federal, seguridade social com‑ garante a renda do segurado e de sua família nos casos de
preende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos eventos como gravidez, idade avançada, tempo de contri‑
Poderes Públicos e da sociedade, destinado a assegurar os buição, amparo ao trabalhador de baixa renda e, ainda,
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social, contingências ou riscos sociais como doença, incapacidade,
conforme dispõe o art. 194: reclusão, morte ou prisão.
Conforme dispõe o art. 201 da Constituição Federal, a
Art. 194. A seguridade social compreende um con‑ Previdência Social será organizada sob a forma de regime geral,
junto integrado de ações de iniciativa dos Poderes de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
direitos relativos à saúde, à previdência e à assis‑ A previdência social adota o regime financeiro de
tência social1. repartição simples, tendo por base a solidariedade entre
os participantes, em que as contribuições destes, em um
determinado período, custeiam os benefícios decorrentes
Saúde dos eventos ou contingências surgidos nesse período. Não
há a individualização dos riscos sociais nem a constituição
A saúde consiste em dever do Estado e direito de todos.
de fundo de reservas. O montante arrecadado não é capita‑
É garantida a qualquer pessoa, inclusive o estrangeiro, inde‑
lizado, mas direcionado imediatamente para pagar os atuais
pendentemente de contribuições, conforme prevê os arts.
aposentados e pensionistas do RGPS.
196 a 200 da CF, e Lei nº 8.080, de 19/9/1990. São princípios
e diretrizes constitucionais que devem ser obedecidos na
Assistência Social
organização das atividades de saúde:
• acesso universal e igualitário; A política da Assistência Social consiste no atendimento
• provimento das ações e serviços por meio de rede das necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à
regionalizada e hierarquizada, integrados em sistema maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa
único (Sistema Único de Saúde – SUS); portadora de deficiência. Deve ser organizada levando-se
• descentralização, com direção única em cada esfera em conta as diretrizes constitucionais da descentralização
de governo; político-administrativa e a participação da população na
• atendimento integral, com prioridade para as ativida‑ formulação e controle das ações em todos os níveis.
des preventivas; As diretrizes, organização e coordenação das políticas de
• participação da comunidade na gestão, fiscalização e assistência social estão a cargo do Ministério do Desenvolvi‑
acompanhamento das ações e serviços de saúde; e mento Social e Combate à Fome (MDS).
• participação da iniciativa privada na assistência à saú‑ O direito à Assistência Social é assegurado às famílias
de, obedecidos os preceitos constitucionais. de baixa renda e não depende de contribuição por parte do
usuário, devendo ser comprovado o estado de necessidade
As instituições privadas poderão participar livremente por parte do beneficiário, portanto não é um direito universal
da assistência à saúde, de forma complementar do SUS e como o da saúde. A Assistência Social está disciplinada pela
de acordo com as suas diretrizes. Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) – Lei nº 8.742/1993
Esses serviços são prestados mediante contrato de direi‑ e o Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741, de 1/10/2003.
to público ou convênio, dando-se preferência às entidades A Constituição Federal assegurou benefício de prestação
filantrópicas e às sem fins lucrativos. Inclusive é vedada a continuada, no valor de um salário mínimo mensal, à pessoa
destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
às instituições privadas com fins lucrativos, salvo na condição meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida
de reembolso. por sua família. Este benefício foi disciplinado pelo art. 20
Em contrapartida, as empresas ou os capitais estrangeiros da Lei 8.742/1993.
só podem participar da assistência à saúde, mesmo de forma Os direitos relativos à assistência social estão previstos
Conhecimentos Específicos

indireta, nos casos previstos em lei. nos arts. 203 e 204 da Constituição:
A remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas
para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem Art. 203. A assistência social será prestada a quem
como a coleta, processamento e transfusão de sangue dela necessitar, independentemente de contribuição
e seus derivados, deverão ser facilitados de acordo com à seguridade social, e tem por objetivos:
as condições e requisitos legais. Em qualquer hipótese, é I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à
proibido qualquer tipo de comercialização dessas partes adolescência e à velhice;
ou componentes, conforme expressa previsão do art. 199 II – o amparo às crianças e adolescentes carentes;
da CF. O SUS foi desenhado como um modelo complexo III – a promoção da integração ao mercado de trabalho;
de organização dos serviços que aperfeiçoa as relações IV – a habilitação e reabilitação das pessoas porta‑
doras de deficiência e a promoção de sua integração
1
FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010. à vida comunitária;

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V – a garantia de um salário mínimo de benefício políticas de seguro social aos trabalhadores e assistência
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso social aos necessitados. Em um cenário de profundas re‑
que comprovem não possuir meios de prover à pró‑ formas econômicas e sociais, o presidente Franklin Delano
pria manutenção ou de tê-la provida por sua família, Roosevelt, em seu primeiro governo, desencadeou políticas
conforme dispuser a lei. que deram origem ao Social Security Act, tornado público
Art. 204. As ações governamentais na área da em 14 de agosto de 1935.
assistência social serão realizadas com recursos No período da Segunda Guerra Mundial, o economista in‑
do orçamento da seguridade social, previstos no glês William Beveridge foi convocado pelo governo britânico,
art. 195, além de outras fontes, e organizadas com no ano de 1941, para elaborar um plano de reestruturação
base nas seguintes diretrizes: do seguro social na Inglaterra, resultando na publicação
I – descentralização político-administrativa, cabendo de Seguro Social e Serviços Conexos, no ano de 1942, e de
a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a Pleno Emprego em uma Sociedade Livre, em 1944. Em 1946
coordenação e a execução dos respectivos programas o plano de previdência foi implantado. Seus relatórios, Be‑
às esferas estadual e municipal, bem como a entida‑ veridge defendia a adoção, por parte do Estado, de políticas
des beneficentes e de assistência social; de combate à miséria.
II – participação da população, por meio de organi‑ No Brasil, ainda no Império, no ano de 1543, iniciativas
zações representativas, na formulação das políticas isoladas de Braz Cubas criaram planos de pensão para os
e no controle das ações em todos os níveis. empregados da Santa Casa de Santos. A CF de 1824 previu
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito os socorros públicos e as ações de assistência social que
Federal vincular a programa de apoio à inclusão e não vigoram na prática. Em 1835 foi fundado o Mongeral,
promoção social até cinco décimos por cento de sua Montepio Geral dos Servidores do Estado, entidade privada
receita tributária líquida, vedada a aplicação desses que organizava os institutos por ramos. Em 26 de março de
recursos no pagamento de: 1888, o Decreto nº 9.912‑A regulou o direito à aposentadoria
I – despesas com pessoal e encargos sociais; dos empregados dos Correios. Em seguida, a Lei nº 3.397,
II – serviço da dívida; de 24/11/1888, criou a Caixa de Socorros em cada uma das
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada estradas de ferro do Império. A CF de 1891 assegurou apo‑
diretamente aos investimentos ou ações apoiados. sentadoria por invalidez aos funcionários públicos. Porém,
o marco da Previdência Social no Brasil foi a criação da
Importante não confundir as atribuições do art. 201, III, Caixa de Aposentadoria e Pensões para os empregados das
com as do art. 203, III, da Constituição, ambas remetem a ferrovias, pelo Decreto nº 4.682, de 24/1/1923, conhecida
trabalhadores e mercado de trabalho: enquanto a proteção como Lei Eloy Chaves – homenagem ao deputado autor do
ao trabalhador em situação de desemprego involuntário respectivo projeto2.
(art. 201, III) é competência da previdência social; promover Na segunda metade do século XX, o marco importante
a integração ao mercado de trabalho (art. 203, III) é compe‑ para a Previdência Social foi a criação dos Institutos de
tência da assistência social. Aposentadorias e Pensões (IAP’s). O Decreto nº 24.272, de
21/5/1934, criou o dos Comerciários. O Decreto nº 24.615,
Evolução Histórica da Seguridade Social de 9/7/1934, o dos Bancários. A Lei nº 367, de 31/12/1936,
o  dos Industriários. O Decreto‑Lei nº 288, de 23/2/1938,
A seguridade social teve início na Inglaterra com a edição o dos Servidores do Estado. O Instituto de Aposentadoria e
da Lei dos Pobres, em 1601, que regulamentou a instituição Pensões dos Marítimos, considerado a primeira instituição
de auxílios e socorros públicos. Esse programa de assistên‑ brasileira de previdência social de âmbito nacional, com base
cia social, de responsabilidade da Igreja, visava combater na atividade genérica da empresa, foi criado pelo Decreto
os efeitos da miséria. Na Prússia, em 1810, uma legislação nº 22.872, de 29/6/1933.
estabeleceu o seguro‑doença em favor dos assalariados. Em A Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, criou a Lei Orgâ‑
1854, na Áustria, uma outra legislação instituía um sistema nica de Previdência Social (LOPS), que unificou a legislação
de previdência que cobria riscos de doença, invalidez, velhice referente aos institutos de aposentadorias e pensões.
e morte. Porém, o  marco principal da Previdência Social Em 21 de novembro de 1966, por meio do Decreto‑Lei
no mundo ocorreu na Alemanha, com a edição de leis de nº 72, foi criado o Instituto Nacional de Previdência Social
iniciativa do chanceler Otto Von Bismarck, aprovadas pelo (INPS), reunindo os institutos de aposentadorias e pensões.
Parlamento, em 1883, a chamada Lei do Seguro Doença; em A Previdência Social destinada aos trabalhadores rurais
1884, a Lei do Seguro Acidente; e, em 1889, a Lei do Seguro teve início com a Lei nº 4.214, de 2/3/1963, que criou o
de Invalidez e Velhice. Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural.
O sistema idealizado por Bismarck era custeado por meio O Decreto‑Lei nº 704, de 24/7/1969, criou o Plano Básico de
de contribuições dos empregados, empregadores e do Estado. Previdência Social Rural, e a LC nº 11, de 25/5/1971, poste‑
Sua implantação se deu em três etapas, iniciando‑se em junho riormente modificada pela LC nº 16, de 30/10/1973, instituiu
de 1883, com a criação do seguro doença, seguida do seguro o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural – PRÓ‑RURAL.
contra acidentes do trabalho, no ano de 1884. Finalmente, A Lei nº 6.036, de 1º de maio de 1974, criou o Ministério
a invalidez e a velhice passam a ser protegidas a partir de junho da Previdência e Assistência Social, desmembrado do Minis‑
Conhecimentos Específicos

de 1889. Com essa medida, a Alemanha tornou‑se o primeiro tério do Trabalho e Previdência Social.
país a adotar o seguro social obrigatório, sob o comando do A Lei nº 6.439, de 1º de setembro de 1977, instituiu o
Imperador Guilherme I. Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (Sinpas),
No período pós‑Primeira Guerra Mundial, fez‑se neces‑ orientado, coordenado e controlado pelo Ministério da Pre‑
sária a adoção de medidas direcionadas ao saneamento das vidência e Assistência Social e responsável “pela proposição
calamidades sociais instauradas. Assim, no ano de 1919, foi da política de previdência e assistência médica, farmacêutica
criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com o e social, bem como pela supervisão dos órgãos que lhe são
objetivo de atuar em todos os países nas áreas do trabalho, subordinados” e das entidades a ele vinculadas.
seguridade, justiça e paz social. O Sinpas era integrado pelas seguintes entidades: 1)
No ano de 1935, nos Estados Unidos, a expressão “se‑ Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) – encarregado
guridade social” passa a ser considerada como um sistema de conceder e manter os benefícios previdenciários; 2) Ins‑
integrado de desenvolvimento social, com garantias mínimas
de proteção, abrangendo toda a população por meio de 2
Assunto cobrado na prova do Cespe/DPU/Defensor Público Federal/2010.

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4 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
tituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social Implica que qualquer pessoa pode participar da proteção
(Inamps) – encarregado pela assistência médica; 3) Fundação social patrocinada pelo Estado. Saúde – não contributiva –
Legião Brasileira de Assistência (LBA) – encarregada pela mais abrangente – sem restrições ou limitações. Assistência
assistência social; 4) Fundação Nacional do Bem‑Estar do social – não contributiva – limitação de renda – provar estado
Menor (Funabem) – encarregada pela assistência ao menor; de necessidade. Previdência social – contributiva – restrita
5) Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social aos que contribuem e/ou qualidade de segurado; em regra,
(Dataprev) – encarregada pelo processamento de dados; e exige carência para a concessão dos benefícios. Criação do se‑
6) Instituto de Administração Financeira da Previdência e gurado facultativo – atende ao mandamento constitucional.
Assistência Social (Iapas) – encarregado pela administração. Este princípio induz que a Seguridade Social deve ser
Em 1990 foi criado, mediante a fusão do Iapas com o INPS, organizada para garantir seus benefícios e serviços a todos
o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia federal, os residentes no país, sem distinções de quaisquer naturezas,
com sede no Distrito Federal, vinculada ao Ministério da Previ‑ desde que atendidos os requisitos previstos em lei.
dência Social, instituída com fundamento disposto no art. 17 da 2) Princípio da uniformidade e equivalência dos bene‑
Lei nº 8.029, de 12 de abril de 1990. As atividades do INAMPS fícios e serviços às populações urbanas e rurais. Iguala os
foram absorvidas pelo Ministério da Saúde e as da Funabem e direitos dos trabalhadores urbanos e rurais e a unificação
da LBA pelo então Ministério da Ação Social, hoje Ministério do dos regimes previdenciários em um só. Possui conteúdo
Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS. genérico – veda a concessão de benefícios diferenciados para
Em 2005, através da Lei nº 11.098, foi criada a Secretaria as populações urbanas e rurais, mesmo que justificados por
da Receita Previdenciária  – SRP/MPS, com atribuições de circunstâncias particulares e objetivas.
arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar as receitas previ‑ 3) Princípio da seletividade e distributividade na presta‑
denciárias. ção dos benefícios e serviços. A seletividade diz respeito às
A Lei nº 11.457/2007, criou a Secretaria da Receita Federal prestações, aos benefícios e/ou serviços escolhidos; enquan‑
do Brasil – SRFB/MF, conhecida como “super‑receita”, median‑ to a distributividade refere-se aos beneficiários – pessoas
te a fusão da SRP/MPS e da SRF/MF, com atribuições para pla‑ ou grupos de pessoas destinatárias dessas prestações. Na
nejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a seletividade, ocorre a escolha das prestações que melhor
tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento atendam aos objetivos da seguridade social, ao passo que,
das contribuições sociais, destinadas ao financiamento do Re‑ na distributividade, há a preocupação de atender, priorita‑
gime Geral de Previdência Social (contribuições previdenciárias riamente, àqueles indivíduos que estão em maior estado
previstas no art. 195, I, a e 195, II da CF e nas alíneas a a c do de necessidade. Corresponde à noção de que compete ao
parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212/1991). legislador considerar critérios equitativos de solidariedade
e justiça social e as possibilidades econômico‑financeiras
Princípios do sistema para definir quais benefícios serão concedidos a
A seguridade social rege‑se pelos seguintes princípios, determinados grupos de pessoas, em razão de suas especifi‑
chamados de objetivos pelo art. 194, parágrafo único da cidades. Tal princípio consiste na concessão dos benefícios a
CF, que prevê: quem deles efetivamente necessite, devendo a Seguridade
Social apontar os requisitos para a concessão de benefícios
Art. 194... e serviços3.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos ter‑ 4) Princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios.
mos da lei, organizar a seguridade social, com base Significa que os benefícios legalmente concedidos não po‑
nos seguintes objetivos: dem ter seus valores nominais reduzidos; assegurando‑se
I – universalidade da cobertura e do atendimento; suas correções/atualizações por meio de índices oficiais, que
II  – uniformidade e equivalência dos benefícios e garantam relação com o valor original e evitem a redução do
serviços às populações urbanas e rurais;
poder aquisitivo dos beneficiários. Na prática a irredutibili‑
III – seletividade e distributividade na prestação dos
dade é a nominal segundo entendimento do STF.
benefícios e serviços;
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios; 5) Princípio da equidade na forma de participação no
V – equidade na forma de participação no custeio; custeio. É um desdobramento do princípio da capacidade
VI – diversidade da base de financiamento; contributiva. Segundo esse princípio, o segurado contribuirá
VII – caráter democrático e descentralizado da admi‑ proporcional ao que ganha, ou seja, de acordo com as suas
nistração, mediante gestão quadripartite, com parti‑ forças salariais, para o custeio da seguridade social. Com
cipação dos trabalhadores, dos empregadores, dos base nesse princípio a empresa poderá ter base de cálculo
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. e alíquotas variáveis em função da economia, porte da em‑
presa, condições do mercado de trabalho, uso intensivo de
1) Princípio da universalidade da cobertura e do atendi‑ mão de obra. Da mesmo forma que empresa e trabalhadores
mento. Significa que o atendimento deve ser voltado para podem ter alíquotas diferenciadas.
todos e deve cobrir qualquer tipo de evento. Especifica‑ 6) Princípio da diversidade da base de financiamento.
mente à universalidade de atendimento, esta refere‑se aos Deriva desse princípio que a seguridade social será financiada
Conhecimentos Específicos

sujeitos protegidos, ou seja, todas as pessoas em estado de por toda a sociedade, de forma direta e indireta. Pode ser
necessidade ou que preencha determinado requisito legal objetiva, no que se refere aos fatos geradores da obrigação
– universalidade subjetiva. Já a universalidade de cobertura de pagar contribuições sociais, e subjetiva, quando se tratar
diz respeito às contingências cobertas, que significa cobrir das pessoas que devem participar do financiamento. É uma
todos os eventos que causem estado de necessidade – uni‑ norma programática. Este princípio induz que a SS será finan‑
versalidade objetiva. Esse princípio significa que a seguridade ciada de várias formas, com recursos de várias fontes – tem
social deve cobrir todos os riscos, chamados riscos sociais, diversas bases das quais originam recursos.
que podem atingir as pessoas que vivem em sociedade e 7) Princípio do caráter democrático e descentralizado da
que todos os residentes e domiciliados no território nacio‑ administração, mediante gestão quadripartite, com participa‑
nal – brasileiros e estrangeiros – devem ser atendidos pelo ção dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados
Sistema de Seguridade Social. A saúde, por exemplo, deve e do Governo nos órgãos colegiados.
ser acessível a todos, inclusive ao estrangeiro mesmo em
situação irregular no país. FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.
3

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Princípio do caráter democrático e descentralizado da delegadas, medidas provisórias e normas complementares
gestão administrativa, com participação da comunidade, em originadas do Poder Executivo completam a estrutura do
especial de trabalhadores. Determina a participação dos traba‑ sistema previdenciário.
lhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos A fonte por excelência da legislação previdenciária é a
em que seus interesses profissionais e previdenciários sejam Constituição Federal, que definiu os objetivos e os princípios
objeto de discussão e deliberação. Adotou‑se o modelo qua‑ da Previdência Social e estabeleceu os critérios e parâmetros
dripartite, composto por representantes dos empregadores, para a cobrança das contribuições para a Seguridade Social
trabalhadores, governo e aposentados. e para a concessão dos benefícios previdenciários. Porém,
Gestão democrática e participativa da sociedade nos existem outras fontes, como as leis em geral, as  medidas
órgãos colegiados. Ex.: CNPS – Conselho Nacional de Pre‑ provisórias, os decretos e as normas constantes dos tratados
vidência Social. e das convenções internacionais. As fontes secundárias são
O CNPS é órgão superior de deliberação colegiada, da os decretos, a jurisprudência, as Resoluções, as Instruções
estrutura do Gabinete do Ministro da Previdência Social Normativas e os atos administrativos em geral (portarias,
(MPS), composto por 15 membros (conselheiros): orientações, instruções normativas, circulares).
1) seis representantes do Governo Federal; e
2) nove representantes da sociedade civil, sendo: Vigência
a) três representantes dos aposentados e pensionis‑ O início da vigência das leis previdenciárias é o válido
tas; às demais normas jurídicas, exceto as que instituem novas
b) três representantes dos trabalhadores em ativida‑ contribuições ou impõem ônus ao contribuinte. A lei que
de; e instituir ou modificar as contribuições sociais só entram
c) três representantes dos empregadores. em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação.
As demais matérias previdenciárias sujeitam‑se à regra geral
Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes serão de vigência das normas previstas na Lei de Introdução ao
nomeados pelo Presidente da República, tendo os represen‑ Código Civil. As contribuições sociais, diferentemente da
tantes titulares da sociedade civil mandato de 2 (dois) anos, maioria dos tributos, podem ser cobradas no mesmo ano,
podendo ser reconduzidos, de imediato, uma única vez. Os desde que respeitados os noventa dias da data da publicação
representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposen‑ da lei que a houver instituído ou modificado. Uma espécie de
tados, dos empregadores e seus respectivos suplentes serão anterioridade mitigada, chamada de noventena, noventária,
indicados pelas centrais sindicais e confederações nacionais. nonagesimal ou trimestralidade.
O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, por Em suma, a legislação previdenciária entra em vigor de
convocação de seu Presidente, não podendo ser adiada a acordo com a Lei de Introdução às normas do Direito Bra‑
reunião por mais de 15 dias se houver requerimento nesse sileiro. Exceção: lei que instituir ou modificar contribuição
sentido da maioria dos conselheiros, podendo ser convocada social  (institui ou a torna mais onerosa) entra em vigor 90
reunião extraordinária por seu Presidente ou a requerimento dias após da publicação.
de um terço de seus membros. Não se aplica às modificações que não forem onerosas
As ausências ao trabalho dos representantes dos tra‑ ao segurado/contribuinte. Ex.: quando reduzir ou isentar
balhadores em atividade, decorrentes das atividades do contribuições, modificar datas ou formas de recolhimentos.
Conselho, serão abonadas, computando-se como jornada As contribuições sociais podem ser cobradas no ano
efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais. (respeitados 90 dias – quando onerosas).
Os representantes dos trabalhadores em atividade, titulares Súmula Vinculante nº 50 (antiga Súmula 669/STF): “Nor‑
e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da ma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação
nomeação até um ano após o término do mandato de re‑ tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.”
presentação, somente podendo ser demitidos por motivo de
falta grave, regularmente comprovada através de processo Aplicação da Legislação Previdenciária
judicial. Dentre as competências do CNPS, previstas no art.
4º da Lei nº 8.213/1991, destacam-se: O brasileiro residente no exterior é amparado pela le‑
1) estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de gislação previdenciária brasileira, salvo se for segurado na
políticas aplicáveis à Previdência Social; forma da legislação vigente do país do domicílio. De igual
2) participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a modo, o  estrangeiro residente no Brasil é amparado pela
gestão previdenciária; legislação brasileira, salvo se estiver a serviço de seu país. Já o
3) apreciar e aprovar os planos e programas da Previ‑ estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar
dência Social. em empresa brasileira no exterior se sujeitará ao regime
previdenciário brasileiro, quando contratado por empresa
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA E LEGISLAÇÃO brasileira que tenha sede e administração no país e cujo
PREVIDENCIÁRIA controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titula‑
ridade de pessoas físicas domiciliadas e residentes no país.
As normas básicas da Previdência Social, além da Constitui‑
Conhecimentos Específicos

É competência privativa da União legislar sobre segurida‑


de social. Para legislar sobre previdência social, a competên‑ ção Federal, especialmente os arts. 194/195 e 201/202, são a
cia é concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal. Lei de Custeio (Lei nº 8.212) e a Lei de Benefícios (Lei nº 8.213),
Os Municípios podem legislar sobre previdência social, ambas de 24/7/1991, e o Decreto nº 3.048, de 6/5/1999, que
principalmente na implantação dos regimes próprios de regulamentou a Lei de Custeio e a Lei de Benefícios.
previdência social, para seus servidores efetivos, através da
competência prevista no art. 30, I e II, da CF, ou previdência Integração e Interpretação da Legislação
complementar, art. 40, §§ 14 e 15 da CF. Previdenciária
A legislação previdenciária compreende um conjunto
de leis, decretos, normas complementares (incluindo os Na interpretação, não há omissão na norma, pois o le‑
atos do MPS e do INSS), tratados e convenções internacio‑ gislador já fez previsão sobre o assunto, porém, o aplicador
nais. Além das normas constitucionais e das leis de custeio ou intérprete tem dúvida quanto ao alcance ou o significado
e benefícios, as  leis complementares, leis ordinárias, leis daquelas palavras. Na aplicação da legislação previdenciária,

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6 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
principalmente na concessão de benefícios, o aplicador da automaticamente de sua inclusão na GFIP, mediante
norma tem maior liberdade de interpretação visando atender identificação específica.
aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem Art. 21. Para fins do disposto nesta Seção, a anotação de
comum, conforme preceitua o art. 4ª da Lei de Introdução dado pessoal deve ser feita na Carteira Profissional e/ou
às normas do Direito Brasileiro. na Carteira de Trabalho e Previdência Social à vista do
No que tange à interpretação das normas relativas às documento comprobatório do fato.
contribuições sociais, aplica‑se o disposto no art. 111 do CTN,
que estabelece que se interpreta literalmente a legislação Qualquer pessoa física que exerce atividade remunerada
tributária que disponha sobre: quer por conta própria quer vinculado a terceiros e que exerce
1) suspensão ou exclusão do crédito tributário; mais de uma atividade remunerada é filiado, obrigatoriamen‑
2) outorga de isenção; e te, em relação a todas as atividades. Ressalta-se que a pessoa
3) dispensa do cumprimento de obrigações tributárias jurídica não pode ser beneficiária do sistema de Previdência
acessórias. Social5. Os limites mínimos de idade para ingresso no RGPS
variaram ao longo do tempo: a) 14 anos, até 28/2/1967; b)
Os tratados e acordos internacionais que versam sobre 12 anos, de 1º/3/1967 a 4/10/1988; c) 14 anos, de 3/10/1988
matéria previdenciária são interpretados como lei especial. a 15/12/1998; e d) 16 anos, a partir de 16/12/1998. Não há
A integração é utilizada quando existe lacuna ou omis‑ limite máximo de idade para ingresso no RGPS.
são na norma, cabendo ao responsável pela sua aplicação Atualmente o menor de 16 anos pode ser segurado
completá‑la ou inteirá‑la, valendo‑se da analogia, dos obrigatório na qualidade de menor aprendiz, por força da
costumes e dos princípios gerais de direito. Tratando‑se EC nº 20/1998. Os  tribunais têm firmado entendimento
de contribuições sociais, aplica‑se o disposto no art.  108 que a prestação do serviço rural por menor de 12 a 14 anos
do CTN que prevê que na ausência de disposição expressa, de idade, até o advento da Lei nº 8.213/1991, devidamente
a autoridade competente para aplicar a legislação tributária comprovado, pode ser reconhecida para fins previdenciários.
utilizará sucessivamente, na ordem indicada: O aposentado que voltar a exercer atividade remunerada
1) a analogia; é considerado segurado obrigatório em relação à atividade
2) os princípios gerais de direito tributário; que voltou a exercer, ficando sujeito às contribuições do RGPS.
3) os princípios gerais de direito público; e O aposentado ou pensionista do RGPS não contribui
4) a equidade. nessa condição; mas, somente se voltar a exercer atividade
de filiação obrigatória, por ter imunidade constitucional às
Observando‑se que o emprego da analogia não poderá suas contribuições, conforme art. 195, II da Constituição.
resultar na exigência de tributo não previsto em lei e que o No caso de extinção de Regime Próprio de Previdência
emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do Social, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios
pagamento do tributo devido. assumirão integralmente a responsabilidade pelo pagamento
dos benefícios concedidos durante a sua vigência, bem como
Filiação e Inscrição dos segurados obrigatórios daqueles benefícios cujos requisitos necessários a sua con‑
cessão, observado o disposto no inciso III, § 1º do art. 40 da
Filiação é o vínculo jurídico que se estabelece entre o Constituição Federal, foram implementados anteriormente
segurado e o regime previdenciário; a filiação induz qua‑ à extinção do RPPS.
lidade de segurado. A filiação à previdência social para os Para os casos de ingresso no RGPS a partir da EC nº 20,
segurados obrigatórios decorre automaticamente do exer‑ de 1998, o segurado fará jus à Aposentadoria por Tempo de
cício de atividade remunerada ou de prestação de serviços. Contribuição aos 35 (trinta e cinco) anos, se homem, e aos 30
O início do exercício de atividade remunerada sujeita a (trinta) anos, se mulher. Se na data da Emenda Constitucional
filiação obrigatória ao RGPS. Em regra, a filiação ocorre no nº 20/1998, o segurado contasse apenas com o tempo de
plano abstrato. Nesse sentido, quanto à filiação do segura- contribuição para aposentadoria proporcional, a concessão
do obrigatório à previdência social, vigora o princípio da do benefício seria de responsabilidade do regime de origem,
automaticidade, segundo o qual a filiação desse segurado em razão de configurar direito adquirido para aquele RPPS.
decorre, automaticamente, do exercício de atividade re- Para a concessão de benefícios previstos no RGPS, deverá
munerada, independentemente de algum ato seu perante ser observada a data em que o segurado implementou os
a previdência social. A inscrição, ato material de registro requisitos: se anterior à mudança do regime, o  benefício
nos cadastros da previdência social, pode ser concomitante será concedido e mantido pelo regime a que pertencia; se
ou posterior à filiação, mas nunca, anterior4. Quem exerce posterior, pelo novo regime de previdência. Por expressa
mais de uma atividade remunerada sujeita ao RGPS filia‑se disposição constitucional (art. 201, § 5º) é vedada a filiação
em relação a cada uma dessas atividades, embora a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segu‑
seja única. Art. 20 e 21 do Decreto nº 3.048/1999: rado facultativo, de pessoa participante de regime próprio
de previdência.
Art. 20. Filiação é o vínculo que se estabelece entre
pessoas que contribuem para a previdência social e
Conhecimentos Específicos

Reconhecimento da filiação
esta, do qual decorrem direitos e obrigações. O segurado pode ter reconhecido, em qualquer época,
§ 1º A filiação à previdência social decorre automati‑ o tempo de exercício de atividade anteriormente abrangida
camente do exercício de atividade remunerada para pela previdência social. Será feito mediante indenização das
os segurados obrigatórios, observado o disposto no contribuições relativas ao respectivo período e desde que
§ 2º, e da inscrição formalizada com o pagamento da comprovado exercício de atividade remunerada.
primeira contribuição para o segurado facultativo.
§ 2º A filiação do trabalhador rural contratado por Inscrição
produtor rural pessoa física por prazo de até dois É um procedimento administrativo, posterior ou conco‑
meses dentro do período de um ano, para o exer‑ mitante à filiação, pelo qual se materializa a filiação. A ins‑
cício de atividades de natureza temporária, decorre crição é o ato formal pelo qual o segurado se identifica e se

Cespe/DPU/Defensor Público Federal/2010.


4 5
Assunto cobrado na prova da Esaf/MTE/Auditor Fiscal do Trabalho/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 7
qualifica perante o órgão previdenciário. É ato meramente § 2º A inscrição do segurado em qualquer categoria
formal. Admite‑se a inscrição post mortem somente do se‑ mencionada neste artigo exige a idade mínima de
gurado especial. A título de exemplo: Considere que Lucas dezesseis anos.
tenha exercido, individualmente, de modo sustentável, § 3º Todo aquele que exercer, concomitantemente,
durante toda a vida, a atividade de seringueiro na região mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime
amazônica, tendo os frutos dessa atividade sido sua única Geral de Previdência Social será obrigatoriamente
fonte de renda. Após o falecimento dele, os herdeiros – de- inscrito em relação a cada uma delas.
monstrados os pressupostos de filiação – poderão requerer § 4º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
a inscrição de Lucas, como segurado especial, no RGPS6. § 5º Presentes os pressupostos da filiação, admite‑se
Considera‑se efetivada a inscrição do segurado no RGPS a inscrição post mortem do segurado especial.
a partir do momento em que a pessoa física, maior de 16 § 6º A comprovação dos dados pessoais e de outros
anos, é cadas­trada no RGPS, mediante comprovação de que elementos necessários e úteis à caracterização do
exerce atividade que a caracterize como segurada obrigatória segurado poderá ser exigida quando da concessão
do referido regime. do benefício.
A inscrição do segurado empregado ou trabalhador avul‑ § 7º A inscrição do segurado especial será feita de
so será efetuada diretamente na empresa, no sindicato ou forma a vinculá‑lo ao seu respectivo grupo familiar e
no Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), conforme o caso. conterá, além das informações pessoais, a identifica‑
ção da forma do exercício da atividade, se individual
Os segurados contribuinte individual, facultativo e em‑
ou em regime de economia familiar; da condição no
pregado doméstico podem se inscrever por meio da Inter‑
grupo familiar, se titular ou componente; do tipo de
net (www.previdenciasocial.gov.br), da Central 135 ou nas ocupação do titular de acordo com tabela do Código
agências do INSS (onde se inscreverá o segurado especial). Brasileiro de Ocupações; da forma de ocupação do
O segurado que estiver impossibilitado de efetivar a titular vinculando‑o à propriedade ou embarcação
sua inscrição poderá providenciá‑la por meio de terceiros, em que trabalha, da propriedade em que desenvolve
independentemente de procuração. a atividade, se nela reside ou o município onde reside
Para as inscrições feitas a partir de 25 de julho de 1991 e, quando for o caso, a identificação e inscrição da
(data da vigência da Lei nº 8.213/1991) por quem não preen‑ pessoa responsável pelo grupo familiar.
che as condições de filiação obrigatória, caberá convalidação §  8º O segurado especial integrante de grupo fa‑
para a categoria de facultativo, no período correspondente miliar que não seja proprietário do imóvel rural ou
ao da inscrição indevida, estando condicionada tal convali‑ da embarcação em que desenvolve sua atividade
dação à tempestividade dos recolhimentos e à concordância deve informar, no ato da inscrição, conforme o caso,
expressa do segurado. o nome e o CPF do parceiro ou meeiro outorgante,
Os arts. 18 e 19 do Decreto nº 3.048/1999 traz o conceito arrendador, comodante ou assemelhado.
e os procedimentos necessários à formalização da inscrição Art. 19. Os dados constantes do Cadastro Nacional
do segurado no INSS: de Informações Sociais – CNIS relativos a vínculos,
remunerações e contribuições valem como prova de
Art. 18. Considera‑se inscrição de segurado para os filiação à previdência social, tempo de contribuição
efeitos da previdência social o ato pelo qual o segu‑ e salários de contribuição.
rado é cadastrado no Regime Geral de Previdência §  1º O segurado poderá solicitar, a  qualquer mo‑
Social, mediante comprovação dos dados pessoais mento, a inclusão, exclusão ou retificação das infor‑
e de outros elementos necessários e úteis a sua mações constantes do CNIS, com a apresentação de
caracterização, observado o disposto no art. 330 e documentos comprobatórios dos dados divergentes,
seu parágrafo único, na seguinte forma: conforme critérios definidos pelo INSS, independen‑
I – o empregado e trabalhador avulso – pelo preenchi‑ temente de requerimento de benefício, exceto na
mento dos documentos que os habilitem ao exercício hipótese do art. 142.
da atividade, formalizado pelo contrato de trabalho, §  2º Informações inseridas extemporaneamente
no caso de empregado, observado o disposto no no CNIS, independentemente de serem inéditas ou
§ 2º do art. 20, e pelo cadastramento e registro no retificadoras de dados anteriormente informados, so‑
sindicato ou órgão gestor de mão de obra, no caso mente serão aceitas se corroboradas por documentos
de trabalhador avulso; que comprovem a sua regularidade.
II  – empregado doméstico  – pela apresentação de § 3º Respeitadas as definições vigentes sobre a pro‑
documento que comprove a existência de contrato cedência e origem das informações, considera‑se
de trabalho; extemporânea a inserção de dados:
I – relativos à data de início de vínculo, sempre que
III – contribuinte individual – pela apresentação de
decorrentes de documento apresentado após o
documento que caracterize a sua condição ou o
transcurso de sessenta dias do prazo estabelecido
exercício de atividade profissional, liberal ou não; pela legislação;
Conhecimentos Específicos

IV – segurado especial – pela apresentação de do‑ II – relativos a remunerações, sempre que decorren‑
cumento que comprove o exercício de atividade rural; tes de documento apresentado:
V  – facultativo  – pela apresentação de documen- a) após o último dia do quinto mês subsequente ao
to de identidade e declaração expressa de que não mês da data de prestação de serviço pelo segurado,
exerce atividade que o enquadre na categoria de quando se tratar de dados informados por meio
segurado obrigatório. da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia
§ 1º A inscrição do segurado de que trata o inciso do Tempo de Serviço e Informações à Previdência
I será efetuada diretamente na empresa, sindicato Social – GFIP; e
ou órgão gestor de mão de obra e a dos demais no b) após o último dia do exercício seguinte ao a que se
Instituto Nacional do Seguro Social. referem as informações, quando se tratar de dados
informados por meio da Relação Anual de Informa‑
Cespe/DPU/Defensor Público Federal/2010.
6 ções Sociais – RAIS;

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8 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
III  – relativos a contribuições, sempre que o reco‑ • o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contra‑
lhimento tiver sido feito sem observância do do tado no Brasil para trabalhar como empregado no
estabelecido em lei. exterior8;
§  4º A extemporaneidade de que trata o inciso I • aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomá‑
do § 3º será relevada após um ano da data do do‑ tica ou a repartição consular de carreira estrangeira e
cumento que tiver gerado a informação, desde que, a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas
cumulativamente: missões e repartições, excluídos o não brasileiro sem
I  – o atraso na apresentação do documento não residência permanente no Brasil e o brasileiro ampara‑
tenha excedido o prazo de que trata a alínea a do do pela legislação previdenciária do país da respectiva
inciso II do § 3º; missão diplomática ou repartição consular;
II – tenham sido recolhidas, quando for o caso, as con‑ • o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior,
tribuições correspondentes ao período retroagido; e
em organismos oficiais internacionais dos quais o
III – o segurado não tenha se valido da alteração para
Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado
obter benefício cuja carência mínima seja de até doze
contribuições mensais. e contratado, salvo se amparado por regime próprio
§  5º Não constando do CNIS informações sobre de previdência social;
contribuições ou remunerações, ou havendo dúvi‑ • o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior,
da sobre a regularidade do vínculo, motivada por em repartições governamentais brasileiras, lá domicilia‑
divergências ou insuficiências de dados relativos ao do e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam
empregador, ao segurado, à natureza do vínculo, ou a os arts. 56 e 57 da Lei nº 11.440, de 29 de dezembro de
procedência da informação, esse período respectivo 2006, este desde que, em razão de proibição legal, não
somente será confirmado mediante a apresentação possa filiar‑se ao sistema previdenciário local;
pelo segurado da documentação comprobatória • o bolsista e o estagiário que prestam serviços a em‑
solicitada pelo INSS. presa, em desacordo com a Lei nº 11.788, de 25 de
§ 6º O INSS poderá definir critérios para apuração das setembro de 2008;
informações constantes da GFIP que ainda não tiver • o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Muni‑
sido processada, bem como para aceitação de informa‑ cípio, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante,
ções relativas a situações cuja regularidade depende exclusivamente, de cargo em comissão declarado em
de atendimento de critério estabelecido em lei. lei de livre nomeação e exoneração (inclui cargo de
§ 7º Para os fins de que trata os §§ 2º a 6º, o INSS Ministro de Estado, de Secretário Estadual, Distrital ou
e a Dataprev adotarão as providências necessárias Municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estados,
para que as informações constantes do CNIS sujeitas Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, ainda
à comprovação sejam identificadas e destacadas dos que em regime especial, e fundações);
demais registros. • o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município,
Art. 19-A. Para fins de benefícios de que trata este bem como o das respectivas autarquias e fundações,
Regulamento, os períodos de vínculos que correspon‑
ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade,
derem a serviços prestados na condição de servidor
não esteja amparado por regime próprio de previdên‑
estatutário somente serão considerados mediante
cia social;
apresentação de Certidão de Tempo de Contribuição
fornecida pelo órgão público competente, salvo se o • o servidor contratado pela União, Estado, Distrito
órgão de vinculação do servidor não tiver instituído Federal ou Município, bem como pelas respectivas
regime próprio de previdência social. autarquias e fundações, por tempo determinado, para
atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público;
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS • o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Muni‑
São segurados obrigatórios do Regime Geral da Previ‑ cípio, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante
dência Social: os empregados; os empregados domésticos; de emprego público;
os contribuintes individuais; os trabalhadores avulsos e o • o escrevente e o auxiliar contratados por titular de
segurado especial7. serviços notariais e de registro a partir de 21 de no‑
vembro de 1994, bem como aquele que optou pelo
Segurados empregados Regime Geral de Previdência Social;
São as pessoas físicas – brasileiras ou estrangeiras – que • o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou
prestam serviços, de natureza urbana ou rural, a empregador municipal, desde que não vinculado a regime próprio
ou a terceiros na condição de empregado ou equiparado, de previdência social9;
de caráter eventual ou não, com algum vínculo ou forma • o empregado de organismo oficial internacional ou es‑
Conhecimentos Específicos

de subordinação. trangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando


A inscrição do segurado empregado caracteriza‑se pela coberto por regime próprio de previdência social10;
formalização do contrato de trabalho ou assinatura da CTPS. • o trabalhador rural contratado por produtor rural
Os segurados obrigatórios, na condição de empregados, pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei nº 5.889,
estão descritos no art. 9º, I, a até r do Decreto nº 3.048/1999: de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades
de natureza temporária por prazo não superior a dois
Empregado: meses dentro do período de um ano.
• empregado urbano ou rural;
• empregado temporário;
8
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
Assunto cobrado na prova da Funiversa/Cofecon/Profissional de Atividades
7 9
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009.
Estratégicas/Contador/2010. 10
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 9
Segurado Empregado Doméstico ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando
É aquele que presta serviço de natureza contínua a pes‑ coberto por regime próprio de previdência social;
soa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades • o titular de firma individual urbana ou rural;
sem fins lucrativos. A lei que o rege é a 5.859, de 11/12/1971, • o diretor não empregado e o membro de conselho de
regulamentada pelo Decreto nº  71.885/1973. São exem‑ administração na sociedade anônima;
plos de categorias de empregado doméstico: cozinheira, • todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo e
lavadeira, babá, jardineiro, motorista e piloto particular. de capital e indústria13;
O empregado doméstico tem essa natureza descaracterizada • o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remu‑
quando passa a exercer atividade geradora de lucro para a neração decorrente de seu trabalho e o administrador
pessoa física ou família. não empregado na sociedade por cotas de responsa‑
A inscrição do segurado empregado doméstico concre‑ bilidade limitada, urbana ou rural;
tiza‑se com a comprovação da existência de contrato de • o associado eleito para cargo de direção em coope‑
trabalho na CTPS. rativa, associação ou entidade de qualquer natureza
ou finalidade, bem como o síndico ou administrador
Segurado Contribuinte Individual eleito para exercer atividade de direção condominial,
É qualquer pessoa física que não se enquadra em ne‑ desde que recebam remuneração14;
nhuma outra categoria de segurado obrigatório, que, por • quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em
conta própria ou não, em caráter eventual ou não, exerce caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação
atividade de natureza urbana ou rural, com ou sem fins lu‑ de emprego;
crativos. Foi criada em 29/11/1999, com a Lei nº 9.876, que • a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade
reuniu as três categorias existentes: empresário, autônomo econômica de natureza urbana, com fins lucrativos
e equiparado a autônomo. São exemplos de segurados na ou não;
condição de contribuinte individual: os autônomos em geral; • o aposentado de qualquer regime previdenciário no‑
o agropecuarista; o garimpeiro; o ministro de confissão re‑ meado magistrado classista temporário da Justiça do
ligiosa; o associado eleito para direção de entidade sindical Trabalho;
cooperativa ou associativa; o síndico ou administrador de • o cooperado de cooperativa de produção que, nesta
condomínio eleito e remunerado. condição, presta serviço à sociedade cooperativa me‑
A inscrição do segurado contribuinte individual efetiva‑se diante remuneração ajustada ao trabalho executado;
pela apresentação de documento que caracterize a sua con‑ • o Microempreendedor Individual – MEI de que tratam
dição ou o exercício de atividade de autônimo ou profissional os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar nº 123, de
liberal que trabalhe por conta própria. 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento
Quando o segurado contribuinte individual deixar de dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples
exercer a atividade, precisa formalizar a sua baixa imediata‑ Nacional em valores fixos mensais;
mente, mediante declaração, distrato social, alteração con‑ • o condutor autônomo de veículo rodoviário, assim
tratual ou cancelamento dos atos oficiais que constituíram considerado aquele que exerce atividade profissional
sua atividade. A comprovação do encerramento da atividade sem vínculo empregatício, quando proprietário, copro‑
deverá ser apresentada por ocasião do requerimento de prietário ou promitente comprador de um só veículo;
benefício. Caso o contribuinte individual não comprove a • aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor
interrupção ou encerramento da atividade pela qual vinha autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido
contribuindo, poderá ser considerado em débito no período em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094,
sem contribuição. de 30 de agosto de 1974;
Os segurados obrigatórios, na condição de contribuinte • aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu
individual, estão descritos no art. 9º, V, a até p do Decreto risco, exerce pequena atividade comercial em via pública
nº 3.048/1999: ou de porta em porta, como comerciante ambulante,
nos termos da Lei nº 6.586, de 6 de novembro de 1978;
• a pessoa física, proprietária ou não, que explora ati‑
• o trabalhador associado a cooperativa que, nessa
vidade agropecuária, a  qualquer título, em caráter
qualidade, presta serviços a terceiros;
permanente ou temporário, em área, contínua ou
• o membro de conselho fiscal de sociedade por ações;
descontínua, superior a quatro módulos fiscais; ou,
• aquele que presta serviço de natureza não contínua,
quando em área igual ou inferior a quatro módulos por conta própria, a  pessoa ou família, no âmbito
fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com au‑ residencial desta, sem fins lucrativos;
xílio de empregados ou por intermédio de prepostos; • o notário ou tabelião e o oficial de registros ou re‑
ou ainda nas hipóteses dos §§ 8º e 23 deste artigo; gistrador, titular de cartório, que detêm a delegação
• a pessoa física, proprietária ou não, que explora ati‑ do exercício da atividade notarial e de registro, não
vidade de extração mineral – garimpo –, em caráter remunerados pelos cofres públicos, admitidos a partir
Conhecimentos Específicos

permanente ou temporário, diretamente ou por de 21 de novembro de 1994.


intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de
empregados, utilizados a qualquer título, ainda que Segurado Avulso
de forma não contínua11; É aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço, de
• o ministro de confissão religiosa e o membro de natu­reza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo
instituto de vida consagrada, de congregação ou de empregatício, com a intermediação obrigatória do Órgão
ordem religiosa12; Gestor de Mão de Obra (OGMO) ou do sindicato da cate‑
• o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo goria15. O segurado avulso, por força do art. 7º, XXXIV da
oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo,
13
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
14
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
Assunto cobrado na prova do Cespe/Banco de Brasília/Advogado/2010.
11 15
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009 e Esaf/
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009.
12
SRFB/Auditor Fiscal/2009.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
10 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Constituição Federal, é equiparado aos trabalhadores com • a participação em plano de previdência complementar
vínculo trabalhista permanente (empregados). São exemplos instituído por entidade classista a que seja associado,
de segurados avulsos: os trabalhadores portuários; o ensaca‑ em razão da condição de trabalhador rural ou de pro‑
dor de café, cacau, sal e similares; o trabalhador da indústria dutor rural em regime de economia familiar;
de extração de sal; o prático de barra em porto; o guindas‑ • a participação como beneficiário ou integrante de grupo
teiro. O responsável pelo recolhimento das contribuições do familiar que tem algum componente que seja benefi‑
avulso é o tomador do serviço ou o OGMO. ciário de programa assistencial oficial de governo;
A inscrição do trabalhador avulso caracteriza‑se pelo • a utilização pelo próprio grupo familiar de processo
cadastramento e registro no sindicato da categoria ou Órgão de beneficiamento ou industrialização artesanal, na
Gestor de Mão de Obra (OGMO). exploração da atividade, de acordo com o disposto no
Os segurados obrigatórios, na condição de avulso, es‑ § 25; e
tão descritos no art. 9º, VI, do Decreto nº 3.048/1999, em • a associação a cooperativa agropecuária.
síntese abrange os trabalhadores portuários em geral e os
movimentadores de mercadorias. A inscrição do segurado especial ocorre com a apresenta‑
Segurado Avulso (por força do art.  7º, XXXIV, da CF, ção de documento que comprove o efetivo exercício de ativida‑
o segurado avulso equipara‑se ao segurado empregado): de rural, individualmente ou em regime de economia familiar.
• o trabalhador que exerce atividade portuária de capa‑ Também são considerados segurados especiais os índios
tazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigilância em vias de integração ou isolados: aqueles que, não podendo
de embarcação e bloco; exercer diretamente seus direitos, são tutelados pelo órgão
• o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer regional da Fundação Nacional do Índio (Funai).
natureza, inclusive carvão e minério; O segurado especial não contribui diretamente com o
• o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e RGPS. Para ter acesso aos benefícios previdenciários, ele
descarga de navios); apenas comprova o efetivo exercício da atividade rural.
• o amarrador de embarcação; A contribuição social incidente sobre a receita bruta oriunda
• o ensacador de café, cacau, sal e similares; da comercialização da produção, equivalente à alíquota de
• o trabalhador na indústria de extração de sal; 2,1% (dois vírgula um por cento), é  devida pelo produtor
• o carregador de bagagem em porto; rural e o seu recolhimento é de responsabilidade da em‑
• o prático de barra em porto; presa adquirente, não sendo exigível a comprovação do
• o guindasteiro; e recolhimento da contribuição para efeito de concessão dos
• o classificador, o movimentador e o empacotador de benefícios previdenciários.
mercadorias em portos. Ao segurado especial é garantido benefício no valor de
um salário mínimo, porém, caso queira um benefício maior,
Segurado Especial lhe é facultado contribuir facultativamente como o segurado
O segurado especial é uma espécie do gênero traba‑ facultativo e o contribuinte individual para a melhoria do
lhador rural. É a pessoa física que exerce, individualmente valor do benefício previdenciário.
ou em regime de economia familiar, atividade de natureza Os segurados obrigatórios, na condição de segura‑
rural, sem o concurso de empregado permanente16. Exem‑
do especial, estão descritos no art. 9º, VII, do Decreto
plos de segurado especial: o produtor, o parceiro, o meeiro
nº 3.048/1999:
e o arrendatário rurais, o pescador artesanal e seus asseme‑
lhados, que exerçam suas atividades, individualmente ou em
Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência
regime de economia familiar, com ou sem auxílio eventual
social as seguintes pessoas físicas:
de terceiros. Entende‑se por regime de economia familiar a
Segurado especial (trata‑se de uma espécie do gênero
atividade em que o trabalho dos membros da família é indis‑
pensável à própria subsistência e é exercido em condições de trabalhador rural) – lembrando que a esta categoria
mútua dependência e colaboração. O grupo que caracteriza a própria Constituição deu tratamento diferenciado
o regime de economia familiar compreende os respectivos na forma de contribuição – art. 195, § 8º – e apo‑
cônjuges ou companheiros e filhos maiores de dezesseis sentadoria com idade reduzida – art. 201, § 7º, II):
anos ou a eles equiparados. Considere que Pedro explore, 1) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário, pos‑
individualmente, em sua propriedade rural, atividade de suidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados,
produtor agropecuário em área contínua equivalente a 3 comodatário ou arrendatário rurais, que explore
módulos fiscais, em região do Pantanal matogrossense, e atividade (inclusive cônjuge ou companheiro, bem
que, durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro de como filho maior de dezesseis anos de idade ou a
cada ano, explore atividade turística na mesma proprieda- este equiparado que, comprovadamente, tenham
de, fornecendo hospedagem rústica. Nessa situação, Pedro participação ativa nas atividades rurais do grupo
é considerado segurado especial17. familiar.):
Não descaracteriza a condição de segurado especial: • agropecuária em área contínua ou não de até
• a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, quatro módulos fiscais; ou
Conhecimentos Específicos

meação ou comodato, de até cinquenta por cento de • de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e
imóvel rural cuja área total, contínua ou descontínua, extração, de modo sustentável, de recursos natu‑
não seja superior a quatro módulos fiscais, desde rais renováveis, e faça dessas atividades o principal
que outorgante e outorgado continuem a exercer a meio de vida;
respectiva atividade, individualmente ou em regime 2) pescador artesanal ou a este assemelhado, que
de economia familiar; faça da pesca profissão habitual ou principal meio
• a exploração da atividade turística da propriedade de vida; e
rural, inclusive com hospedagem, por não mais de Considera‑se pescador artesanal aquele que, indivi‑
cento e vinte dias ao ano; dualmente ou em regime de economia familiar, faz
da pesca sua profissão habitual ou meio principal de
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
16 vida, desde que:
Cespe/DPU/Defensor Público Federal/2010,
17 • não utilize embarcação;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 11
• utilize embarcação de pequeno porte, nos termos VIII – o bolsista que se dedique em tempo integral
da Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009; (Redação a pesquisa, curso de especialização, pós‑graduação,
dada pelo Decreto nº 8.424/2015) mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior,
• na condição, exclusivamente, de parceiro outor‑ desde que não esteja vinculado a qualquer regime
gado, utilize embarcação de até dez toneladas de de previdência social;
arqueação bruta. IX – o presidiário, regime fechado ou semiaberto, que
exerce ou não atividade remunerada, dentro ou fora
Segurado Facultativo do presídio, desde que não seja filiado a qualquer
Qualquer pessoa maior de 16 anos de idade18, que optar regime de previdência;
por filiar‑se ao RGPS, mediante contribuição, desde que não X – o brasileiro residente ou domiciliado no exterior,
seja segurado obrigatório de outro regime previdenciário19. salvo se filiado a regime previdenciário de país com
o qual o Brasil mantenha acordo internacional.
Natureza jurídica da filiação do segurado facultativo § 2º É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdên‑
A filiação do segurado facultativo representa ato volitivo, cia Social, na qualidade de segurado facultativo, de
pessoa participante de regime próprio de previdência
gerando efeito somente a partir da inscrição e do primeiro
social, salvo na hipótese de afastamento sem venci‑
recolhimento, não podendo retroagir e nem sendo permiti‑
mento e desde que não permitida, nesta condição,
do o pagamento de contribuições relativas a competências contribuição ao respectivo regime próprio.
anteriores à data da inscrição. § 3º A filiação na qualidade de segurado facultativo
Conforme previsão expressa do art. 201, V da Constitui‑ representa ato volitivo, gerando efeito somente a
ção Federal, o segurado que for filiado a regime próprio de partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não
previdência não pode filiar‑se ao RGPS na condição de segu‑ podendo retroagir e não permitindo o pagamento de
rado facultativo. Excepcionalmente o segurado participante contribuições relativas a competências anteriores à
de outro regime somente pode filiar‑se à previdência social data da inscrição, ressalvado o § 3º do art. 28.
como facultativo quando estiver afastado, sem vencimento § 4º Após a inscrição, o segurado facultativo somente
do respectivo Regime Próprio de Previdência Social; não poderá recolher contribuições em atraso quando
sendo permitido continuar contribuindo nessas condições. não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado,
Exemplos: segurado filiado a regime próprio que precisa afas‑ conforme o disposto no inciso VI do art. 13.
tar‑se ou licenciar‑se para acompanhar cônjuge no exterior.
A filiação para o segurado facultativo decorre da inscrição Trabalhadores excluídos do Regime Geral
formalizada com o pagamento da primeira contribuição e a Estão excluídos do RGPS, na condição de segurado facul‑
inscrição do segurado facultativo se efetiva pela apresenta‑ tativo, por determinação expressa do art. 201, § 5º da CF,
ção de documento de identidade e declaração expressa de os segurados filiados a outros regimes próprios de previdên‑
que não exerce atividade que o enquadre na categoria de cia, conforme disciplina o art. 10 do Decreto nº 3.048/1999:
segurado obrigatório do RGPS ou outro regime próprio de
previdência. Art. 10. O servidor civil ocupante de cargo efetivo
O segurado facultativo encontra‑se descrito no art. 11 ou o militar da União, estado, Distrito Federal ou
do Decreto nº 3.048/1999: município, bem como o das respectivas autarquias
e fundações, são excluídos do Regime Geral de
Art. 11. É segurado facultativo o maior de dezesseis Previdência Social consubstanciado neste Regula‑
mento, desde que amparados por regime próprio
anos de idade20 que se filiar ao Regime Geral de
de previdência social23.
Previdência Social, mediante contribuição, na forma
§ 1º Caso o servidor ou o militar, amparados por
do art. 199, desde que não esteja exercendo ativi‑
regime próprio de previdência social, sejam requi‑
dade remunerada que o enquadre como segurado
sitados para outro órgão ou entidade cujo regime
obrigatório da previdência social21.
previdenciário não permita a filiação nessa condição,
I – a dona‑de‑casa;
permanecerão vinculados ao regime de origem, obe‑
II – o síndico de condomínio, quando não remune‑
decidas às regras que cada ente estabeleça acerca de
rado;
sua contribuição.
III – o estudante;
§ 2º Caso o servidor ou o militar venham a exer‑
IV – o brasileiro que acompanha cônjuge que presta cer, concomitantemente, uma ou mais atividades
serviço no exterior; abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social,
V – aquele que deixou de ser segurado obrigatório tornar‑se‑ão segurados obrigatórios em relação a
da previdência social22;
Conhecimentos Específicos

essas atividades.
VI – o membro de conselho tutelar de que trata o
Estatuto da Criança e do Adolescente, quando não A título de exemplo: Pedro Luís, servidor público estadual
esteja vinculado a qualquer regime de previdência concursado, deseja se filiar ao regime geral de previdência.
social; Assim, entra com requerimento na Secretaria de Adminis-
VII – o bolsista e o estagiário que prestam serviços tração do Estado pedindo que não seja mais descontado
a empresa de acordo com a Lei nº 6.494, de 1977; o valor da contribuição para o sistema estadual de previ-
dência própria pública decorrente do cargo público efetivo
18
Assunto cobrado na prova da Esaf/MTE/Auditor Fiscal do Trabalho/2010.
19
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico que exerce na repartição estadual. Com relação ao pedido
Legislativo-Direito/2010. formulado por Pedro Luís, é correto afirmar que ele não
20
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
21
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
22
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009. Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009.
23

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12 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
pode participar do Regime Geral de Previdência Social, pois MANUTENÇÃO, PERDA E
já participa de Regime Próprio de Previdência Social como RESTABELECIMENTO DA QUALIDADE DE
servidor ocupante de cargo efetivo24.
SEGURADO
Empresa e Empregador Doméstico: Conceito Qualidade de Segurado
Previdenciário O segurado adquire essa qualidade a partir do momento
em que se filia ao RGPS ou que recolhe a primeira contribui‑
Empresa, para o Direito Previdenciário, é a firma individu‑ ção, depende da espécie de segurado: 1) para o segurado
empregado e trabalhador avulso, da data de filiação ao
al ou sociedade que assume o risco de atividade econômica
Regime Geral de Previdência Social; 2) para o segurado em‑
urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os pregado doméstico, contribuinte individual e facultativo, da
órgãos e entidades da administração pública direta, indireta data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem
e fundacional. É considerado extensão do conceito de em‑ atraso; e, 3) para o segurado especial é contado a partir do
presa, o contribuinte individual em relação ao segurado que efetivo exercício da atividade rural, mediante comprovação.
lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação
ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão Manutenção da qualidade de segurado
diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras. Existem situações ou circunstâncias em que o segurado
Empregador doméstico: é a pessoa física ou família que mantém essa qualidade independentemente de contribui‑
admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado ções, é o chamado período de graça. Este período depende
da espécie de segurado ou condições peculiares, podendo
doméstico. A contribuição do empregador doméstico é de
variar: 1) sem limite de prazo, quem está em gozo de bene‑
12% (doze por cento) do salário de contribuição do empre‑ fício26; 2) até doze meses após a cessação de benefício por
gado doméstico a seu serviço. incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segu‑
O art. 12 do Decreto nº 3.048/1999 assim dispôs sobre rado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida
empresa e empregador doméstico: pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado
sem remuneração. Este período pode ser prorrogado para
Art. 12. Consideram‑se: até 24 meses se o segurado já tiver pago mais de 120 contri‑
I – empresa – a firma individual ou a sociedade que buições. Em ambos os casos, comprovando o segurado que
assume o risco de atividade econômica urbana ou estava desempregado através de órgão oficial, esse período
rural, com fins lucrativos ou não, bem como os ór‑ prorroga mais 12 meses, podendo chegar a 36 meses; 3) até
doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido
gãos e as entidades da administração pública direta, de doença de segregação compulsória; 4) até doze meses
indireta e fundacional; e após o livramento, o segurado detido ou recluso; 5) até três
II – empregador doméstico – aquele que admite a meses após o licenciamento, o segurado incorporado às For‑
seu serviço, mediante remuneração, sem finalidade ças Armadas para prestar serviço militar; e 6) até seis meses
lucrativa, empregado doméstico. após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
Parágrafo único. Equiparam‑se a empresa, para os Nesse sentido considere a seguinte situação hipotética:
efeitos deste Regulamento: Pedro trabalhou para uma pessoa jurídica desde 1995,
I – o contribuinte individual, em relação a segurado ininterruptamente, tendo contribuído mensalmente para
que lhe presta serviço; o custeio da seguridade social, durante todo este perío-
do, na condição de segurado obrigatório. Em 11/1/2010,
II – a cooperativa, a  associação ou a entidade de
Pedro foi demitido sem justa causa. Nessa circunstância e
qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão considerando a legislação previdenciária em vigor, Pedro
diplomática e a repartição consular de carreiras manterá sua qualidade de segurado, independentemente
estrangeiras; de contribuições, até 11/1/201227.
III – o operador portuário e o órgão gestor de mão de
obra de que trata a Lei nº 8.630, de 1993; e A partir da Lei nº 10.666/2003 a perda da qualidade
IV – o proprietário ou dono de obra de construção de segurado não implica na caducidade dos direitos caso
civil, quando pessoa física, em relação a segurado o segurado implemente algum requisito após essa perda.
que lhe presta serviço. Essa disposição vale para os benefícios programados: Apo‑
sentadorias por idade, tempo de contribuição (inclusive do
professor) e especial.
Observe a seguinte assertiva cobrada em prova: Herma-
no, advogado autônomo, possui escritório no qual mantém Perda da qualidade de segurado
relação de vínculo empregatício com Lia (advogada e O segurado perde essa qualidade a partir do dia seguinte
assistente de Hermano) e Léa (secretária). A construtora do mês subsequente ao prazo para recolher as contribuições.
Conhecimentos Específicos

ABC Empreendimentos, pessoa jurídica cadastrada na Junta A manutenção e perda da qualidade de segurado estão
Comercial, possui na sua folha de pagamentos 10 empre- disciplinadas nos arts. 13 e 14 do Decreto nº 3.048/1999:
gados e 20 autônomos que prestam serviços para distintas
construtoras na área de assentamento de mármore e grani- Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, inde‑
pendentemente de contribuições:
to. De acordo com a situação-problema apresentada acima I – sem limite de prazo, quem está em gozo de
e do conceito previdenciário de empresa, é correto afirmar benefício;
que Hermano e a construtora ABC devem contribuir sobre II – até doze meses após a cessação de benefício por
a folha de pagamento de seus empregados25. incapacidade ou após a cessação das contribuições,

26
Assunto cobrado na prova da FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário –Área
24
Esaf/SRFB/Analista Tributário/2009. Judiciária/2010.
25
Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009. 27
Cespe/Banco de Brasília/Advogado/2010.

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o segurado que deixar de exercer atividade remu‑ O tempo já considerado para concessão de qualquer
nerada abrangida pela previdência social ou estiver aposentadoria do RGPS ou por outro regime não será com‑
suspenso ou licenciado sem remuneração; putado para nenhum outro tipo de benefício.
III – até doze meses após cessar a segregação, Poderá ser reconhecido o tempo de contribuição para o
o segurado acometido de doença de segregação RGPS, de período em que não era obrigatória a filiação do
compulsória; segurado à previdência social, desde que seja comprovado o
IV – até doze meses após o livramento, o segurado exercício daquela atividade com indício de prova material e
detido ou recluso; o pagamento da indenização relativo ao tempo reconhecido.
V – até três meses após o licenciamento, o segu‑
rado incorporado às Forças Armadas para prestar FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
serviço militar; e
VI – até seis meses após a cessação das contribui- É garantia constitucional, seguindo-se o princípio da
ções, o segurado facultativo28. diversidade da base de financiamento, de que a seguridade
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até social seja financiada por toda a sociedade, de forma direta
vinte e quatro meses, se o segurado já tiver pago e indireta (princípio da solidariedade contributiva), mediante
mais de cento e vinte contribuições mensais sem recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Esta‑
interrupção que acarrete a perda da qualidade de dos, do Distrito Federal, dos Municípios e das contribuições
segurado. sociais.
§ 2º O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido de Muito embora a Constituição não tenha determinado a
doze meses para o segurado desempregado, desde natureza jurídica dessas contribuições, utilizando o termo
que comprovada essa situação por registro no ór‑ contribuições como gênero, concedeu aos contribuintes
gão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego. dessas exações as garantias dadas às demais espécies tribu‑
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o  segurado tárias. Assim, independentemente de a União desempenhar
conserva todos os seus direitos perante a previ‑ diretamente a atividade de intervenção ou de atuação na
dência social. área social, quando tais fontes de custeio teriam a forma de
§ 4º Aplica‑se o disposto no inciso II do caput e tributo, ou mesmo quando houver delegação dessas ativida‑
no § 1º ao segurado que se desvincular de regime des a outra pessoa jurídica (parafiscalidade), em qualquer hi‑
próprio de previdência social. pótese, dever-se-á observar alguns princípios e limitações ao
§ 5º A perda da qualidade de segurado não será poder de tributar, como se depreende de simples leitura do
considerada para a concessão das aposentadorias art. 149 da Constituição. Tendo, portanto, essas contribuições
por tempo de contribuição e especial. natureza tributária. Sendo estas espécies das contribuições
§ 6º Aplica‑se o disposto no § 5º à aposentadoria sociais e subespécies tributárias. As contribuições sociais são
por idade, desde que o segurado conte com, no mí‑ destinadas genericamente ao financiamento da seguridade
nimo, o número de contribuições mensais exigido social (saúde, assistência social e previdência social); porém,
para efeito de carência na data do requerimento parte dos recursos arrecadados com essas contribuições é
do benefício. vinculada ao pagamento dos benefícios do RGPS, a cargo da
Art. 14. O reconhecimento da perda da qualidade Previdência Social, por expressa disposição constitucional,
de segurado no termo final dos prazos fixados no razão pela qual recebem o nome de contribuições previden‑
art. 13 ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento ciárias (art. 167, XI da CF).
da contribuição do contribuinte individual relativa Contribuição previdenciária pode ser definida como
ao mês imediatamente posterior ao término da‑ sendo a parcela das contribuições sociais vinculada ao
pagamento dos benefícios do Regime Geral de Previdência
queles prazos.
Social – RGPS, conforme entendimento do art. 167, XI, da
CF. Essa contribuição é constituída pelos recursos oriundos
Tempo de Contribuição
da folha de pagamento – art. 195, I, a, e da contribuição dos
É o período contado de data a data, ou seja, da primeira
segurados e trabalhadores – art. 195, II, da CF.
contribuição até a data do requerimento ou do desligamento
O art. 250 da CF assegurou a criação de um fundo com
de atividade abrangida pelo RGPS. Podem ser descontados do
objetivo de assegurar recursos para o pagamento dos be‑
tempo de contribuição os períodos legalmente estabelecidos, nefícios concedidos pelo RGPS. Esse fundo é constituído,
como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção dentre outros recursos, pelas contribuições previdenciárias,
de exercício e de desligamento da atividade. conforme art. 68 da Lei Complementar nº 101/2000.
Importante estabelecer a diferença entre tempo de A Constituição Federal, em seu art. 195 e a Lei de Cus‑
serviço e tempo de contribuição. Tempo de serviço corres‑ teio – Lei nº 8.212/1991, arts. 10 e 11, disciplinam o finan‑
ponde a todo período de trabalho, hoje abrangido pelo RGPS, ciamento da seguridade social:
independentemente de contribuições; enquanto tempo de
Conhecimentos Específicos

contribuição refere‑se aos períodos em que, efetivamente, Art. 195. A seguridade social será financiada por toda
foram vertidas contribuições ao RGPS. Essa mudança ocor‑ a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos
reu por disposição da Emenda Constitucional nº 20/1998, da lei, mediante recursos provenientes dos orçamen‑
quando o tempo de serviço passou a denominar‑se tempo tos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
de contribuição. A finalidade foi a de inibir a contagem de Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
tempo fictício, em dobro, tempo de serviço sem a corres‑ I – do empregador, da empresa e da entidade a ela
pondente contribuição. A prova do tempo de contribuição equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
é feita mediante provas documentais contemporâneas dos a) a folha de salários e demais rendimentos do traba‑
fatos que comprovem o exercício de atividade nos períodos lho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
e a respectiva contribuição. física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;
MPE/Procurador Geral do Ministério Público/Fepese/Nível Superior/2010.
28 b) a receita ou o faturamento;

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c) o lucro; Arts. 10 e 11 da Lei nº 8.212/1991:
II – do trabalhador e dos demais segurados da pre‑ Art. 10. A Seguridade Social será financiada por
vidência social, não incidindo contribuição sobre toda sociedade, de forma direta e indireta, nos
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime termos do art. 195 da Constituição Federal e desta
geral de previdência social de que trata o art. 201; Lei, mediante recursos provenientes da União, dos
III – sobre a receita de concursos de prognósticos. Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, contribuições sociais.
ou de quem a lei a ele equiparar. Art. 11. No âmbito federal, o orçamento da Segu‑
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal ridade Social é composto das seguintes receitas:
e dos Municípios destinadas à seguridade social cons‑ I – receitas da União;
tarão dos respectivos orçamentos, não integrando o II – receitas das contribuições sociais;
orçamento da União. III – receitas de outras fontes.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social Parágrafo único. Constituem contribuições sociais:
será elaborada de forma integrada pelos órgãos res‑ a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração
ponsáveis pela saúde, previdência social e assistência paga ou creditada aos segurados a seu serviço;
social, tendo em vista as metas e prioridades estabe‑ b) as dos empregadores domésticos;
lecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu
a cada área a gestão de seus recursos. salário de contribuição;
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da d) as das empresas, incidentes sobre faturamento
seguridade social, como estabelecido em lei, não e lucro;
poderá contratar com o Poder Público nem dele e) as incidentes sobre a receita de concursos de
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. prognósticos.
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a
garantir a manutenção ou expansão da seguridade Receitas da União
social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade
A contribuição da União é constituída de recursos adi‑
social poderá ser criado, majorado ou estendido sem
cionais do Orçamento Fiscal, fixados obrigatoriamente na
a correspondente fonte de custeio total.
Lei Orçamentária Anual. A União é responsável pela cober‑
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo
tura de eventuais insuficiências financeiras da seguridade
só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias
social, quando decorrentes do pagamento de benefícios de
da data da publicação da lei que as houver instituído
ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no prestação continuada, na forma da Lei Orçamentária Anual.
art. 150, III, b. Para pagamento dos encargos previdenciários da União
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade poderão contribuir os recursos da seguridade social das
social as entidades beneficentes de assistência social empresas, incidentes sobre a receita ou o faturamento e
que atendam às exigências estabelecidas em lei. o lucro, na forma da Lei Orçamentária Anual, assegurada a
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrenda‑ destinação de recursos para as ações de saúde e assistência
tário rurais e o pescador artesanal, bem como os social (contribuição indireta).
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
em regime de economia familiar, sem empregados Receitas das Contribuições Sociais: dos Segurados,
permanentes, contribuirão para a seguridade social das Empresas, do Empregador Doméstico, do
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o re‑ Produtor Rural, do Clube de Futebol Profissional,
sultado da comercialização da produção e farão jus sobre a Receita de Concursos de Prognósticos,
aos benefícios nos termos da lei.
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do
Receitas de Outras Fontes
caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases
Das contribuições do segurado
de cálculo diferenciadas, em razão da atividade
econômica, da utilização intensiva de mão de obra, A contribuição do segurado empregado, inclusive o
do porte da empresa ou da condição estrutural do doméstico, e do trabalhador avulso é calculada mediante a
mercado de trabalho. aplicação da correspondente alíquota, de forma não cumu‑
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de lativa, sobre o seu salário de contribuição mensal, de acordo
recursos para o sistema único de saúde e ações de com a seguinte tabela:
assistência social da União para os Estados, o Dis‑
trito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Contribuição empregado, avulso e doméstico a partir
Municípios, observada a respectiva contrapartida de 1º/1/2015 – Varia de acordo com o salário de
de recursos. contribuição
Conhecimentos Específicos

§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia


das contribuições sociais de que tratam os incisos Salário de contribuição (R$) Alíquota (%)
I, a, e  II deste artigo, para débitos em montante até 1.399,12 8,00%
superior ao fixado em lei complementar.
§ 12. A lei definirá os setores de atividade eco‑ de 1.399,13 até 2.331,88 9,00%
nômica para os quais as contribuições incidentes de 2.331,89 até 4.663,75 11,00 %
na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão
não cumulativas. Das contribuições dos segurados contribuinte indivi‑
§ 13. Aplica‑se o disposto no § 12 inclusive na hi‑ dual e facultativo
pótese de substituição gradual, total ou parcial, da A partir da competência abril/2007, para os segurados
contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela contribuinte individual e facultativo, o valor da contribuição
incidente sobre a receita ou o faturamento. poderá ser de 11% para quem recebe até um salário mínimo,

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desde que o segurado faça opção pela exclusão do direito disposição do empregador ou tomador de serviços, nos ter‑
ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição. mos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo
O segurado que recebe acima do salário‑base (mínimo) coletivo de trabalho ou sentença normativa.
contribui com 20%, caso não preste serviço a empresa(s), As Instituições financeiras, além da contribuição sobre
que poderá variar do limite mínimo ao limite máximo do a folha de 20%, têm uma contribuição adicional de 2,5%
salário de contribuição. (art. 22, § 1º da Lei nº 8.212/1991).
O segurado contribuinte individual que optar pela exclusão Essa contribuição majorada de 22,5% abrange os bancos
do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contri‑ comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvi‑
buição, poderá contribuir com 11% sobre o valor do salário míni‑ mento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financia‑
mo de acordo com a Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006. mento e investimento, sociedades de crédito imobiliário,
A partir da Medida Provisória nº 529/2011, convertida na sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mo‑
Lei nº 12.470/2011, os que exercem trabalhos domésticos, biliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas
na própria residência, com rendimentos mensais de até 2 de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização,
salários mínimos e o microempreendedor individual (MEI), agentes autônomos de seguros privados e de crédito e enti‑
podem optar por contribuir com 5% do salário mínimo. dades de previdência privada abertas e fechadas.
A empresa contribuirá com 15% sobre o valor bruto da
nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente
Tabela de contribuição para segurados contribuinte a serviços que lhe são prestados por cooperados por inter‑
individual e facultativo para pagamento de médio de cooperativas de trabalho.
remuneração a partir de 1º/1/2015
Salário de contribuição (R$) Alíquota (%) Atenção:
R$ 788,00 5%, 11% ou 20% O Supremo Tribunal Federal, ao analisar o Recurso Extra‑
ordinário nº 595.838, declarou inconstitucional o inciso IV do
de 788,01 a 4.663,75 20% art. 22 da Lei nº 8.212/1991, que previa essa contribuição.
O segurado que optar por contribuir com 5 ou 11% não
A empresa contribui com alíquota de 1, 2 ou 3% sobre a
terá direito à aposentadoria por tempo de contribuição e
folha – para o seguro acidente do trabalho – SAT; essa alíquo‑
nem à contagem desse tempo para outro regime; salvo se
ta pode ser reduzida até 50% ou aumentada em até 100%,
complementar a contribuição com a diferença para a alíquota nos casos de redução do número de acidentes ou de aumento
de 20%, acrescido de juros. Essa contribuição complementar desse número, conforme dispõe a Lei nº 10.666/2003.
será exigida a qualquer tempo, sob pena do indeferimento Sobre a alíquota o SAT é acrescido a alíquota de 12, 9
ou cancelamento do benefício. ou 6% em relação aos trabalhadores expostos aos agentes
nocivos químicos, físicos ou biológicos, que respectivamente,
Das contribuições do produtor rural pessoa física e do resultam em aposentadoria especial aos 15, 20 ou 25 anos.
segurado especial Se o trabalho for prestado por cooperado, essa alíquota
A contribuição do empregador rural pessoa física e a do será de 9, 7 ou 5% (no caso que de empresa que contrata
segurado especial, incidente sobre a receita bruta da co‑ cooperado, intermediado por cooperativa de trabalho). (Esta
mercialização da produção rural, é de 2,1% sendo: 2% para contribuição foi declarada inconstitucional pelo STF).
a seguridade social; e 0,1% para o financiamento do Seguro A contribuição da empresa, destinada ao financiamento
Acidente do Trabalho – SAT. da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em
O segurado especial, caso queira um benefício maior que razão do grau de incidência de incapacidade laborativa de‑
um salário mínimo, além da contribuição obrigatória (quando corrente dos riscos ambientais do trabalho corresponde à
comercializa a produção rural), poderá contribuir facultati‑ aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total
vamente na forma que contribuem o segurado facultativo e da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título,
o contribuinte individual. no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador
O produtor rural pessoa física continua obrigado a arreca‑ avulso: I – 1% para a empresa cuja atividade preponderante
dar e recolher ao INSS a contribuição do segurado empregado o risco de acidente do trabalho seja considerado leve; II – 2%
e do trabalhador avulso a seu serviço, descontando‑a da para a empresa cuja atividade preponderante o risco de aci‑
respectiva remuneração, nos mesmos prazos e segundo as dente do trabalho seja considerado médio; ou III – 3% para a
mesmas normas aplicadas às empresas em geral. empresa cuja atividade preponderante o risco de acidente do
O produtor rural pessoa jurídica e a agroindústria con‑ trabalho seja considerado grave. Essas alíquotas serão acresci‑
tribuem com 2,6% sobre o valor total da comercialização das de 12, 9% ou 6%, respectivamente, se a atividade exercida
da produção, sendo 2,5% para financiar a seguridade social pelo segurado a serviço da empresa ensejar a concessão de
e 0,1% para o SAT. O produtor rural não contribui sobre a aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos
folha, por isso a sua contribuição é chamada de substitutiva. de contribuição. Esse acréscimo incide exclusivamente sobre a
remuneração do segurado sujeito às condições especiais que
Das contribuições da empresa (Art. 195, I, a da CF) prejudiquem a saúde ou a integridade física.
Segundo o art. 22 da Lei nº 8.212/1991, regulamentado As alíquotas de 1% a 3% serão reduzidas em até 50%
Conhecimentos Específicos

pelo art. 201 do Decreto nº 3.048/1999, a contribuição da ou aumentadas em até 100%, em razão do desempenho da
empresa (empregador, empresa ou entidade a ela equipa‑ empresa em relação à sua respectiva atividade, ou seja, ações
rada) é de 20% sobre a folha pagamento. Essa contribuição que eliminem ou reduzam os acidentes do trabalho, aferido
é conhecida como contribuição sobre a folha ou patronal. pelo Fator Acidentário de Prevenção (FAP) que consiste num
Importante ressaltar que essa contribuição incide sobre multiplicador variável num intervalo contínuo de cinquenta
o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a centésimos (0,50) a dois inteiros (2,00), desprezando‑se as
qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e demais casas decimais, a ser aplicado à respectiva alíquota.
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a Os índices de frequência, gravidade e custo serão calculados
retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive segundo metodologia aprovada pelo CNPS.
as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades
e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – CPRB
pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à A alteração da legislação tributária incidente sobre a

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16 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Folha de Pagamento (Desoneração da Folha) foi efetuada em Contribuição Social para Financiamento da
agosto de 2011, por intermédio da Medida Provisória nº 540, Seguridade Social – Cofins
de 2 de agosto de 2011, convertida na Lei nº 12.546, de 14 de
dezembro de 2011, e ampliada por alterações posteriores (Lei A Cofins foi instituída pela Lei Complementar nº  70,
nº 12.715/2012, Lei nº 12.794/2013 e Lei nº 12.844/2013). de 30/12/1991. É devido pelas pessoas jurídicas de direito
Esta medida consiste na substituição da base de inci‑ privado e equiparadas pela legislação do imposto de renda,
dência da contribuição previdenciária patronal sobre a folha inclusive as empresas públicas, as sociedades de economia
de pagamentos, prevista nos incisos I e III do art. 22 da Lei mista, suas subsidiárias e as pessoas jurídicas previstas no
n° 8.212/1991, por uma incidência sobre a receita bruta. A § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212/1991.
implementação da incidência sobre a receita bruta se deu, O fato gerador é o faturamento mensal bruto, assim
entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica,
em termos práticos, por meio da criação de um novo tributo,
independentemente de sua denominação ou classificação
a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), contábil, de acordo com a Lei nº 10.833/2003, que estabele‑
que consiste na aplicação de uma alíquota ad valorem, 1% ceu, inclusive, a não cumulatividade dessa contribuição, me‑
ou 2%, a depender da atividade, do setor econômico (CNAE) diante aplicação da alíquota de 7,6% do faturamento mensal.
e do produto fabricado (NCM), sobre a receita bruta mensal. As receitas das entidades beneficentes de assistência
A medida tem caráter obrigatório, e abrange os seguintes social, de acordo com o art.  195, §  7º, da CF, e  aquelas
contribuintes: decorrentes de exportação, segundo art. 149, § 2º, I, da CF,
(i) que auferiram receita bruta decorrente do exercício de são imunes à Cofins.
determinadas atividades elencadas na Lei nº 12.546/2011; São isentas da Cofins, de acordo com o art.  14, X, da
(ii) que auferiram receita bruta decorrente da fabrica‑ Medida Provisória nº 2.158-35/2001:
ção de determinados produtos listados por NCM na Lei nº • templos de qualquer culto;
12.546/2011; • partidos políticos;
(iii) que estão enquadrados em determinados códigos CNAE • instituições de educação e de assistência social que
previstos na Lei nº 12.546/2011. preencham as condições e os requisitos do art. 12 da
Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997;
Simples Nacional • instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural,
O Simples Federal, aprovado pela Lei nº 9.317/1996, foi científico e as associações, que preencham as condi‑
extinto em 1º/7/2007, pela Lei Complementar nº 123/2006. ções e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997;
Esta Lei instituiu o novo regime para as microempresas, • sindicatos, federações e confederações;
empresas de pequeno porte e mais recentemente (Lei Com‑ • serviços sociais autônomos, criados ou autorizados
plementar nº 128/2008), o microempreendedor individual por lei;
(MEI) denominado Simples Nacional. • conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
O art. 12 da LC nº 123 previu a unificação dos tributos e • fundações de direito privado;
contribuições sociais: • condomínios de proprietários de imóveis residenciais
ou comerciais; e
Art. 12. Fica instituído o Regime Especial Unificado • Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB e as
Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no
de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos
art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro
pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte –
de 1971;
Simples Nacional. • sociedades civis de que trata o art. 1º do Decreto‑Lei
A contribuição patronal previdenciária, prevista nº 2.397, de 21 de dezembro de 1987.
no art.  13, VI da referida lei, varia de acordo com
a categoria, exemplo: Comércio de 1,25 a 4,60%; Não integram a base de cálculo da Cofins as receitas:
Indústria – 1,25 a 4,60%; Serviço e locação de bens – I – isentas ou não alcançadas pela incidência da contri‑
4,00 a 7,83%. buição ou sujeitas à alíquota 0 (zero);
II  – não operacionais, decorrentes da venda de ativo
Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento permanente;
mensal, mediante documento único de arrecadação, III – auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na reven‑
dos seguintes impostos e contribuições: da de mercadorias em relação às quais a contribuição seja
VI – Contribuição Patronal Previdenciária – CPP para exigida da empresa vendedora, na condição de substituta
a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de tributária;
que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de IV – de venda de álcool para fins carburantes; (Redação
1991, exceto no caso da microempresa e da empresa dada pela Lei nº 10.865, de 2004)
de pequeno porte que se dedique às atividades de V – referentes a: 1) vendas canceladas e aos descontos
prestação de serviços referidas no § 5º‑C do art. 18 incondicionais concedidos; 2) reversões de provisões e
recuperações de créditos baixados como perda que não
Conhecimentos Específicos

desta Lei Complementar; (Redação dada pela Lei


Complementar nº 128, de 2008) representem ingresso de novas receitas, o resultado positi‑
Pode optar pelo Simples Nacional, o Microempreen‑ vo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio
dedor Individual – MEI. Esta categoria foi criada pela líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos
avaliados pelo custo de aquisição que tenham sido compu‑
Lei Complementar nº 128, art. 18-A:
tados como receita.
§  1º Para os efeitos desta Lei, considera‑se MEI o A Lei nº 10.865/2004 – conversão da MP nº 164/2004,
empresário individual a que se refere o art. 966 da instituiu a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins incidentes
Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, sobre a importação de bens e serviços, denominados, res‑
que tenha auferido receita bruta, no ano‑calendário pectivamente, Contribuição para o Programa de Integração
anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
optante pelo Simples Nacional e que não esteja impe‑ Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros
dido de optar pela sistemática prevista neste artigo. ou Serviços – PIS/Pasep – Importação e Contribuição Social

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para o Financiamento da Seguridade Social Devida pelo • 10% sobre o lucro líquido ajustado no período‑base,
Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior – antes da provisão para o Imposto de Renda;
Cofins‑Importação. • 15% no caso da contribuição sobre o faturamento e o
lucro das entidades financeiras.
Programa de Integração Social – PIS e Programa de
Formação do Patrimônio do Servidor Público – Pasep Os empregadores rurais e os consórcios simplificados de
trabalhadores rurais são isentos dessa contribuição.
O PIS e o Pasep são contribuições sociais instituídas
pela Lei Complementar nº 7, de 7/9/1970 e pela Lei Com‑ Das contribuições do empregador doméstico
plementar nº  8, de 3/12/1970, respectivamente. Ambos A contribuição do empregador doméstico era de 12% (doze
os programas foram unificados pela LC nº 26/1975, sob a por cento) do salário de contribuição do empregado doméstico
denominação de PIS‑Pasep. a seu serviço. A partir da Lei Complementar nº 150/2015, este
A base de cálculo é o total das receitas da pessoa jurídica, percentual passou para 8,8%, sendo 8% sobre a folha e 0,8%
sem deduções em relação a custos, despesas e encargos. para financiar o seguro de acidente do trabalho.
Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins são, respectivamente, de 0,65% e de 3%. Das contribuições do clube de futebol profissional
As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são O clube de futebol profissional, a exemplo do produ‑
equiparadas pela legislação do imposto de renda, que apu‑ tor rural, não contribui sobre a folha de pagamento. Essa
ram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado estão contribuição substitutiva corresponde a 5% de toda receita
sujeitas à incidência cumulativa. bruta oriunda da venda de ingresso, da receita oriunda dos
As pessoas jurídicas, ainda que sujeitas à incidência não patrocínios, licenciamento de uso de marcas ou símbolos,
cumulativa, submetem à incidência cumulativa as receitas publicidade, propaganda e direito de transmissão de espe‑
elencadas no art. 10, VII a XXV da Lei nº 10.833, de 2003. táculos desportivos, conforme dispõe o art. 205 do Decreto
Regime de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep nº 3.048, de 6/5/1999:
e da Cofins instituídos em dezembro de 2002 e fevereiro de
2004, respectivamente. A  não cumulatividade da Contri‑ Art. 205. A contribuição empresarial da associação
buição para o PIS/Pasep está prevista na Lei nº 10.637, de desportiva que mantém equipe de futebol profissio‑
2002; e o da Cofins, na Lei nº 10.833, de 2003. nal, destinada à seguridade social, em substituição às
Permite o desconto de créditos apurados com base em previstas no inciso I do caput do art. 201 e no art. 202,
custos, despesas e encargos da pessoa jurídica. Nesse regime, corresponde a cinco por cento da receita bruta decor‑
as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins rente dos espetáculos desportivos de que participe
são, respectivamente, de 1,65% e de 7,6%. em todo território nacional, em qualquer modalida‑
As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são de desportiva, inclusive jogos internacionais, e  de
equiparadas pela legislação do imposto de renda, que apuram qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso
o IRPJ com base no lucro real estão sujeitas à incidência não de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e
cumulativa, exceto: as instituições financeiras, as cooperativas transmissão de espetáculos desportivos.
de crédito, as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securi­ § 1º Cabe à entidade promotora do espetáculo a
tização de créditos imobiliários e financeiros, as operadoras de responsabilidade de efetuar o desconto de cinco por
planos de assistência à saúde, as empresas particulares que cento da receita bruta decorrente dos espetáculos
exploram serviços de vigilância e de transporte de valores de desportivos e o respectivo recolhimento ao Instituto
que trata a Lei nº 7.102, de 1983, e as sociedades cooperativas Nacional do Seguro Social, no prazo de até dois dias
(exceto as sociedades cooperativas de produção agropecuária úteis após a realização do evento.
e as sociedades cooperativas de consumo). § 2º Cabe à associação desportiva que mantém
As pessoas jurídicas submetidas à incidência não cumu‑ equipe de futebol profissional informar à entidade
lativa integram a essa incidência as receitas obtidas nas promotora do espetáculo desportivo todas as receitas
vendas de bens submetidos a alíquotas diferenciadas, exce‑ auferidas no evento, discriminando‑as detalhada‑
tuadas as receitas de venda de álcool para fins carburantes, mente.
que permanecem excluídas da incidência não cumulativa. § 3º Cabe à empresa ou entidade que repassar re‑
cursos a associação desportiva que mantém equipe
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL de futebol profissional, a título de patrocínio, licen‑
A CSLL foi instituída pela Lei nº 7.689/1988. Essa con‑ ciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade,
tribuição social incide sobre o lucro das pessoas jurídicas propaganda e transmissão de espetáculos, a respon‑
e das que lhes são equiparadas pela legislação. A base de sabilidade de reter e recolher, no prazo estabelecido
cálculo da CSLL é o lucro real, presumido ou arbitrado. Inci‑ na alínea b do inciso I do art. 216, o percentual de
dindo, a contribuição, sobre o resultado ajustado, em cada cinco por cento da receita bruta, inadmitida qualquer
ano‑calendário, das pessoas jurídicas que se sujeitam ao dedução.
regime de tributação com base no lucro real. § 4º O Conselho Deliberativo do Instituto Nacional de
Conhecimentos Específicos

As normas de apuração e de pagamento estabelecidas Desenvolvimento do Desporto informará ao Instituto


para a CSLL são as mesmas definidas para o Imposto sobre Nacional do Seguro Social, com a antecedência ne‑
a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ. A pessoa jurídica que cessária, a realização de todo espetáculo esportivo
optar por recolher o IRPJ pelo lucro arbitrado também deverá de que a associação desportiva referida no caput
recolher a CSLL pela mesma forma, conforme disposição da participe no território nacional.
Lei nº 8.981/1995 e IN‑SRF nº 390/2004. § 5º O não recolhimento das contribuições a que se
referem os §§ 1º e 3º nos prazos estabelecidos no
Contribuição das Empresas sobre Faturamento e Lucro § 1º deste artigo e na alínea b do inciso I do art. 216,
As contribuições a cargo da empresa, provenientes do respectivamente, sujeitará os responsáveis ao paga‑
faturamento e do lucro, são calculadas mediante a aplicação mento de atualização monetária, quando couber,
das seguintes alíquotas: juros moratórios e multas, na forma do art. 239.
• 2% sobre sua receita bruta; § 6º O não desconto ou a não retenção das contri‑

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buições a que se referem os §§ 1º e 3º sujeitará a Receitas de outras fontes
entidade promotora do espetáculo, a empresa ou a Além das receitas vistas acima, existem outras fontes de
entidade às penalidades previstas no art. 283. financiamento da seguridade social previstas no art. 27 Lei
§ 7º O disposto neste artigo não se aplica às demais nº 8.212/1991, são elas:
entidades desportivas, que continuam a contribuir 1) 3,5% do que se arrecada para terceiros (art. 240 da
na forma dos arts. 201, 202 e 204, a partir da com‑ CF)  – sistema “S”: SESI/SENAI, SESC/SENAC, SEST/SENAT,
petência novembro de 1991. SESCOOP;
§ 8º O disposto no caput e §§ 1º a 6º aplica‑se à 2) 1% do que é arrecadado para o salário‑educação;
associação desportiva que mantém equipe de fu‑ 3) 50% do que é arrecadado de todo e qualquer bem de
tebol profissional e que se organize na forma da Lei valor econômico decorrente de tráfico ilícito de entorpecen‑
nº 9.615, de 24 de março de 1998. tes e drogas afins bens;
4) 40% do resultado dos leilões feitos pela SRFB;
Da contribuição sobre a receita de concursos de prog‑ 5) 50% do seguro DPVAT, repassado pelas seguradoras
nósticos ao SUS;
Constitui recurso da seguridade social 5% da receita dos 6) Novas contribuições sociais poderão ser instituídas
prognósticos privados e a receita líquida dos prognósticos pú‑ (competência residual da União)  – art.  195, § 4º, por lei
blicos. Excetuando as despesas, inclusive o prêmio e os valores complementar desde que sejam não cumulativos e não te‑
destinados ao Programa de Crédito Educativo, a renda líquida nham fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos
dos concursos de prognósticos públicos constitui receita da discriminados na Constituição.
seguridade social, conforme dispõe o art. 212 do Decreto
Art. 213. Constituem outras receitas da seguridade
nº 3.048, de 6/5/1999: social:
I – as multas29, a  atualização monetária e os juros
Art. 212. Constitui receita da seguridade social moratórios30;
a renda líquida dos concursos de prognósticos, II – a remuneração recebida pela prestação de servi‑
excetuando‑se os valores destinados ao Programa ços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados
de Crédito Educativo. a terceiros;
§ 1º Consideram‑se concurso de prognósticos todo e III – as receitas provenientes de prestação de ou‑
qualquer concurso de sorteio de números ou quais‑ tros serviços e de fornecimento ou arrendamento
quer outros símbolos, loterias e apostas de qualquer de bens;
natureza no âmbito federal, estadual, do Distrito IV – as demais receitas patrimoniais31, industriais e
Federal ou municipal, promovidos por órgãos do financeiras;
Poder Público ou por sociedades comerciais ou civis. V – as doações32, legados, subvenções e outras re‑
§ 2º A contribuição de que trata este artigo consti‑ ceitas eventuais33;
tui‑se de: VI – cinquenta por cento da receita obtida na forma
I – renda líquida dos concursos de prognósticos re‑ do parágrafo único do art. 243 da Constituição Fede‑
ral, repassados pelo Instituto Nacional do Seguro So‑
alizados pelos órgãos do Poder Público destinada à cial aos órgãos responsáveis pelas ações de proteção
seguridade social de sua esfera de governo; à saúde e a ser aplicada no tratamento e recuperação
II – cinco por cento sobre o movimento global de de viciados em entorpecentes e drogas afins;
apostas em prado de corridas; e VII – quarenta por cento do resultado dos leilões
III – cinco por cento sobre o movimento global de dos bens apreendidos pela Secretaria da Receita
sorteio de números ou de quaisquer modalidades Federal34; e
de símbolos. VIII – outras receitas previstas em legislação espe‑
§ 3º Para o efeito do disposto no parágrafo anterior, cífica.
entende‑se como: Parágrafo único. As companhias seguradoras que
I – renda líquida – o total da arrecadação, deduzidos mantém seguro obrigatório de danos pessoais cau‑
os valores destinados ao pagamento de prêmios, de sados por veículos automotores de vias terrestres, de
impostos e de despesas com administração; que trata a Lei nº 6.194, de 19 de dezembro de 1974,
II – movimento global das apostas – total das im‑ deverão repassar à seguridade social cinquenta por
portâncias relativas às várias modalidades de jogos, cento do valor total do prêmio recolhido, destinados
inclusive o de acumulada, apregoadas para o público ao Sistema Único de Saúde, para custeio da assistên‑
no prado de corrida, subsede ou outra dependência cia médico‑hospitalar dos segurados vitimados em
acidentes de trânsito.
da entidade; e
III – movimento global de sorteio de números – o Importante: O parágrafo único do art. 78 da Lei nº 9.503,
total da receita bruta, apurada com a venda de car‑ de 23/9/1997, altera a destinação da receita provenien‑
telas, cartões ou quaisquer outras modalidades, para te do DPVAT, regulamentado pelo Decreto nº 2.867, de
Conhecimentos Específicos

sorteio realizado em qualquer condição. 28/12/1998, como segue:


Importante: Art. 78. [...]
1) Atualmente, 30% da renda líquida dos concursos de Parágrafo único. O percentual de dez por cento do
prognósticos constitui receita do Fundo de Financiamento total dos valores arrecadados destinados à Previ‑
ao Estudante de Nível Superior  – FIES (Medida Provisória dência Social, do Prêmio do Seguro Obrigatório de
nº 1.827/1999, reeditada até a de nº 2.094-28/2001, con‑
vertida na Lei nº 10.260/2001. 29
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
2) A Súmula Vinculante/STF nº 2 preceitua que “É incons‑ 30
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
titucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que 31
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
32
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive 33
MPE/Procurador Geral do Ministério Público/Fepese/Nível Superior/2010.
bingos e loterias”. 34
MPE/Procurador Geral do Ministério Público/Fepese/Nível Superior/2010.

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Danos Pessoais causados por Veículos Automotores 1  – os benefícios da previdência social, exceto o
de Via Terrestre – DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, salário‑maternidade;
de 19 de dezembro de 1974, serão repassados men‑ 2 – a ajuda de custo e o adicional mensal recebidos
salmente ao Coordenador do Sistema Nacional de pelo aeronauta;
Trânsito para aplicação exclusiva em programas de 3 – a parcela in natura recebida de acordo com pro‑
que trata este artigo. grama de alimentação aprovado pelo MTE;
4 – férias indenizadas e o respectivo adicional cons‑
Salário de contribuição titucional – inclusive a dobra de férias;
Salário de contribuição compreende a totalidade dos 5 – indenização compensatória de 40% do FGTS;
rendimentos auferidos pelo segurado, sobre a qual incide as 6 – indenização por tempo de serviço – empregado
contribuições previdenciárias, respeitados os limites mínimo não optante pelo FGTS;
e máximo. Segundo o art. 201, § 11 da CF, os ganhos habituais 7  – indenização por despedida sem justa causa  –
do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salá‑
contratos por prazo determinado;
rio para efeito de contribuição previdenciária. O valor mínimo
8  – indenização do tempo de serviço do safrista,
do salário de contribuição varia de acordo com a situação
do segurado. No caso de segurado contribuinte individual e quando da expiração normal do contrato;
segurado facultativo, corresponde ao salário mínimo. Para o 9 – incentivo à demissão;
segurado empregado, inclusive o doméstico, e trabalhador 10  – indenização por dispensa sem justa causa no
avulso, corresponde ao piso salarial legal ou normativo da período de 30 dias que antecede a correção salarial;
categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no 11  – indenizações relativas à indenização de em‑
seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o pregados estáveis, decorrente da não reintegração
tempo de trabalho efetivo durante o mês. O valor do limite ou extinção da empresa pro força maior (art. 496 e
máximo do salário de contribuição será publicado mediante 497 da CLT);
portaria do Ministério da Previdência Social, sempre que 12 – abono de férias – até 20 dias – (art. 143 e 144
ocorrer alteração do valor dos benefícios. da CLT);
O salário de contribuição varia de acordo com a categoria 13  – ganhos eventuais e abonos expressamente
do segurado: I – para o empregado e o trabalhador avulso: desvinculados do salário por força de lei;
a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim 14 – licença‑prêmio indenizada;
entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou 15 – parcela recebida a título de vale‑transporte, na
creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a forma da legislação própria;
retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive 16 – ajuda de custo – parcela única – decorrência de
as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e mudança de local de trabalho do empregado;
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos 17 – diárias para viagens – até 50% da remuneração
serviços efetivamente prestados35, quer pelo tempo à dispo‑ mensal do empregado;
sição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da 18  – bolsa de complementação educacional de
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo estagiário;
de trabalho ou sentença normativa; II – para o empregado 19 – participação do empregado nos lucros ou resul‑
doméstico: a remuneração registrada na Carteira Profissional tados da empresa;
e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social; III – para o 20 – abono do Programa de Integração Social – PIS/
contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou
Programa de Assistência ao Servidor Público – PASEP;
mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta
própria, durante o mês; IV – para o dirigente sindical na quali‑ 21 – transporte, alimentação e habitação fornecidos –
dade de empregado: a remuneração paga, devida ou creditada distante da de sua residência – normas do MTE;
pela entidade sindical, pela empresa ou por ambas; V – para 22 – complementação ao valor do auxílio‑doença –
o dirigente sindical na qualidade de trabalhador avulso: a re‑ extensivo à totalidade dos empregados;
muneração paga, devida ou creditada pela entidade sindical; 23  – assistência ao trabalhador da agroindústria
e VI – para o segurado facultativo: o valor por ele declarado. canavieira;
O salário de contribuição será proporcional ao número 24 – previdência complementar privada, aberta ou
de dias efetivamente trabalhados, observadas as normas fechada – disponível à totalidade de seus empregados
estabelecidas pelo INSS, quando a admissão, a  dispensa, e dirigentes;
o afastamento ou a falta do empregado, inclusive o domés‑ 25 – serviço médico ou odontológico – próprio da
tico, ocorrer no curso do mês. empresa ou convênio  – reembolso de despesas
Importante ressaltar: 1) a gratificação natalina ou décimo com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos,
terceiro salário (cuja contribuição é devida quando do paga‑ despesas médico‑hospitalares e outras similares  –
mento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato totalidade dos empregados e dirigentes da empresa;
de trabalho) integra o salário de contribuição, porém não é 26 – vestuários, equipamentos e outros acessórios
computado para o cálculo do salário de benefício; 2) o salá‑ fornecidos ao empregado e utilizados no local do
rio‑maternidade é considerado salário de contribuição; 3) o va‑ trabalho para prestação dos respectivos serviços;
Conhecimentos Específicos

lor das diárias para viagens, quando excedente a cinquenta 27  – despesas pelo uso de veículo do empregado,
por cento da remuneração mensal do empregado, integra o quando devidamente comprovadas;
salário de contribuição pelo seu valor total; 4) o valor mensal 28 – o valor mensal do plano educacional ou bolsa de
do auxílio‑acidente integra o salário de contribuição para fins estudo, considerado individualmente, não ultrapasse
de cálculo do salário de benefício de qualquer aposentadoria. 5% (cinco por cento) da remuneração do segurado a
que se destina ou o valor correspondente a uma vez
Não integram o salário de contribuição (rol taxativo – e meia o valor do limite mínimo mensal do salário de
Art. 28 da Lei nº  8.212/1991 e art.  214, §  9º do Decreto
contribuição, o que for maior (Lei nº 12.513/2011) e
nº 3.048/1999)
a importância recebida a título de bolsa de aprendiza‑
gem garantida ao adolescente até 14 anos de idade, de
Assunto cobrado na prova do MPE/Procurador Geral do Ministério Público/
35 acordo com o disposto no art. 64 da Lei nº 8.069/1990;
Fepese/Nível Superior/2010.

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20 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
29 – cessão de direitos autorais; Fundo do Regime Geral de Previdência Social, de
30  – multa por atraso na rescisão do contrato de que trata o art. 68 da Lei Complementar nº 101, de
trabalho; 4 de maio de 2000.
31  – reembolso creche  – legislação trabalhista  – § 2º Nos termos do art. 58 da Lei Complementar
criança até 6 anos; nº 101, de 4 de maio de 2000, a Secretaria da Receita
32 – reembolso babá – legislação trabalhista – criança Federal do Brasil prestará contas anualmente ao Con‑
até 6 anos; selho Nacional de Previdência Social dos resultados
33 – prêmio de seguro de vida em grupo – acordo ou da arrecadação das contribuições sociais destinadas
convenção coletiva de trabalho disponível à totalida‑ ao financiamento do Regime Geral de Previdência
de de seus empregados e dirigentes; Social e das compensações a elas referentes.
34 – o valor correspondente ao vale-cultura; § 3º As obrigações previstas na Lei nº 8.212, de 24
35 – outras indenizações, desde que expressamente de julho de 1991, relativas às contribuições sociais
previstas em lei. de que trata o caput deste artigo serão cumpridas
perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Arrecadação e Recolhimento das Contribuições § 4º Fica extinta a Secretaria da Receita Previdenciária
Destinadas à Seguridade Social do Ministério da Previdência Social.
Art. 3º As atribuições de que trata o art. 2º desta Lei
Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal se estendem às contribuições devidas a terceiros,
do Brasil assim entendidas outras entidades e fundos, na for‑
ma da legislação em vigor, aplicando‑se em relação
Desde a Lei nº 11.098, de 13 de janeiro de 2005, o INSS a essas contribuições, no que couber, as disposições
não é mais competente para arrecadar, fiscalizar, lançar e desta Lei.
normatizar as receitas previdenciárias. A referida Lei atribuiu § 1º A retribuição pelos serviços referidos no caput
ao Ministério da Previdência Social competências relativas deste artigo será de 3,5% (três inteiros e cinco dé‑
à arrecadação, fiscalização, lançamento e normatização de
cimos por cento) do montante arrecadado, salvo
receitas previdenciárias e autorizou a criação da Secretaria
percentual diverso estabelecido em lei específica.
da Receita Previdenciária no âmbito do referido Ministério.
§ 2º O disposto no caput deste artigo abrangerá ex‑
Após a publicação da Lei nº 11.457, de 16 de março de
2007, as  atribuições para planejar, executar, acompanhar clusivamente contribuições cuja base de cálculo seja
e avaliar as atividades relativas à tributação, fiscalização, a mesma das que incidem sobre a remuneração paga,
arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições devida ou creditada a segurados do Regime Geral de
sociais passaram a ser competência da Secretaria da Receita Previdência Social ou instituídas sobre outras bases
Federal do Brasil, conforme arts. 1º ao 4º: a título de substituição.
§ 3º As contribuições de que trata o caput deste ar‑
Art. 1º A Secretaria da Receita Federal passa a tigo sujeitam‑se aos mesmos prazos, condições, san‑
denominar‑se Secretaria da Receita Federal do Bra‑ ções e privilégios daquelas referidas no art. 2º desta
sil, órgão da administração direta subordinado ao Lei, inclusive no que diz respeito à cobrança judicial.
Ministro de Estado da Fazenda. § 4º A remuneração de que trata o § 1º deste artigo
Art. 2º Além das competências atribuídas pela legis‑ será creditada ao Fundo Especial de Desenvolvimento
lação vigente à Secretaria da Receita Federal, cabe e Aperfeiçoa­mento das Atividades de Fiscalização –
à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, Fundaf, instituído pelo Decreto‑Lei nº 1.437, de 17
executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas de dezembro de 1975.
a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e § 5º Durante a vigência da isenção pelo atendimento
recolhimento das contribuições sociais previstas nas cumulativo aos requisitos constantes dos incisos I a V
alíneas a36, b* e c* do parágrafo único do art. 11 da Lei do caput do art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e das contribuições 1991, deferida pelo Instituto Nacional do Seguro So‑
instituídas a título de substituição. cial – INSS, pela Secretaria da Receita Previdenciária
§ 1º O produto da arrecadação das contribuições ou pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, não
especificadas no caput deste artigo e acréscimos são devidas pela entidade beneficente de assistên‑
legais incidentes serão destinados, em caráter exclu‑ cia social as contribuições sociais previstas em lei a
sivo, ao pagamento de benefícios do Regime Geral outras entidades ou fundos.
de Previdência Social e creditados diretamente ao § 6º Equiparam‑se a contribuições de terceiros, para
fins desta Lei, as destinadas ao Fundo Aeroviário – FA,
Nota: as contribuições sociais referenciadas nas alíneas a, b e c do parágrafo
36
à Diretoria de Portos e Costas do Comando da Ma‑
único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 são: rinha – DPC e ao Instituto Nacional de Colonização
Art. 11. No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é composto das
e Reforma Agrária – Incra e a do salário‑educação.
Conhecimentos Específicos

seguintes receitas:
I – receitas da União; Art. 4º São transferidos para a Secretaria da Receita
II – receitas das contribuições sociais; Federal do Brasil os processos administrativo‑fiscais,
III – receitas de outras fontes.
Parágrafo único. Constituem contribuições sociais: inclusive os relativos aos créditos já constituídos ou em
a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos fase de constituição, e as guias e declarações apresen‑
segurados a seu serviço; tadas ao Ministério da Previdência Social ou ao Insti‑
b) as dos empregadores domésticos;
c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário de contribuição; tuto Nacional do Seguro Social – INSS, referentes às
d) as das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro; contribuições de que tratam os arts. 2º e 3º desta Lei.
e) as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos.
* Nota: somente as contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c eram de
competência da Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdên‑ Atualmente, na área de arrecadação e recolhimento das
cia Social. As contribuições sociais referentes às alíneas d e c já eram de com‑ contribuições sociais, o INSS se limita a efetuar o cadastra‑
petência da Secretaria da Receita Federal. Com a edição da Lei nº 11.457/2007,
as obrigações atinentes a todas as contribuições sociais, previstas na Lei de
mento e a inscrição dos segurados do RGPS e, por delegação
Custeio, são de competência da SRFB e não mais do INSS nem do MPS. dos arts. 5º, 47 e 48 da Lei nº 11.457/2007, compete‑lhe:

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Art. 5º Além das demais competências estabelecidas dia 15 do mês seguinte ao de cada trimestre civil – prorro‑
na legislação que lhe é aplicável, cabe ao INSS: gando‑se o vencimento para o dia útil subsequente para fazer
I – emitir certidão relativa a tempo de contribuição; o recolhimento (essa opção não se aplica ao 13º). Exemplo:
II – gerir o Fundo do Regime Geral de Previdência Social; recolhimento das competências janeiro, fevereiro e março,
III – calcular o montante das contribuições referidas no recolhimento até o dia 15 de abril e assim por diante, em
art. 2º desta Lei e emitir o correspondente documento relação aos demais trimestres.
de arrecadação, com vistas no atendimento conclusivo São excluídos da obrigação de arrecadar a contribuição
para concessão ou revisão de benefício requerido. do contribuinte individual que lhe preste serviço o produtor
Art. 47 rural pessoa física, a missão diplomática, a repartição consu‑
§ 1º Até que sejam implementados os ajustes neces‑ lar e o contribuinte individual – o próprio deverá recolhê‑la
sários, o  Ministério da Previdência Social e o INSS no valor de 20%.
continuarão a executar as despesas de pessoal e de O operador portuário ou titular de instalação de uso pri‑
manutenção relativas às atividades transferidas, in‑ vativo repassará ao Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO,
clusive as decorrentes do disposto no § 5º do art. 10 até vinte e quatro horas após a realização dos serviços:
desta Lei. 1)  o valor da remuneração devida aos trabalhadores
§ 2º Enquanto não ocorrerem as transferências portuários avulsos, inclusive a referente às férias e à grati‑
previstas no caput deste artigo, o  Ministé rio da ficação natalina; e
Previdência Social, o  INSS e a Procuradoria‑Geral 2) o valor da contribuição patronal previdenciária corres‑
Federal prestarão à Secretaria da Receita Federal do pondente e o valor daquela devida a terceiros.
Brasil e à Procuradoria‑Geral da Fazenda Nacional o O Ogmo é responsável:
necessário apoio técnico, financeiro e administrativo. 1)  pelo pagamento da remuneração ao trabalhador
§ 3º Inclui‑se no apoio de que trata o § 2º deste portuário avulso;
artigo a manutenção dos espaços físicos atualmente 2) pela elaboração da folha de pagamento;
ocupados. 3) pelo preenchimento e entrega da Guia de Recolhimen‑
Art. 48. Fica mantida, enquanto não modificados pela to do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações
Secretaria da Receita Federal do Brasil, a  vigência à Previdência Social; e
dos convênios celebrados e dos atos normativos e 4) pelo recolhimento das contribuições dos prestadores
administrativos editados: de serviços, inclusive sobre férias e gratificação natalina até
I – pela Secretaria da Receita Previdenciária; o dia 20 do mês subsequente.
II – pelo Ministério da Previdência Social e pelo INSS
Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribui‑
relativos à administração das contribuições a que se
ções ou de outras importâncias devidas à Seguridade
referem os arts. 2º e 3º desta Lei;
Social obedecem às seguintes normas: (Redação
III – pelo Ministério da Fazenda relativos à adminis‑
tração dos tributos e contribuições de competência dada pela Lei nº 8.620, de 5/1/1993)
da Secretaria da Receita Federal do Brasil; I – a empresa é obrigada a:
IV – pela Secretaria da Receita Federal. a) arrecadar as contribuições dos segurados em‑
pregados e trabalhadores avulsos a seu serviço,
descontando‑as da respectiva remuneração;
Obrigações da Empresa e Demais Contribuintes b) recolher os valores arrecadados na forma da alínea
a deste inciso, a contribuição a que se refere o inciso
Obrigações principais da empresa IV do art. 22 desta Lei, assim como as contribuições
Obrigação principal diz respeito ao pagamento das con‑
a seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas,
tribuições sociais, inclusive das penalidades pecuniárias. A
devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segu‑
empresa (empregador, empresa ou entidade a ela equipa‑
rados empregados, trabalhadores avulsos e contri‑
rada – inclusive adquirente, consumidora ou consignatária
buintes individuais a seu serviço até o dia 20 (vinte)
ou a cooperativa) é obrigada a recolher a contribuição a
do mês subsequente ao da competência; (Redação
seu cargo e a dos trabalhadores a seu serviço, até o dia 20
do mês seguinte – antecipando‑se o vencimento para o dia dada pela Lei nº 11.933, de 2009).
útil imediatamente anterior quando não houver expediente c) recolher as contribuições de que tratam os incisos
bancário no dia 20. I e II do art.  23, na forma e prazos definidos pela
A cooperativa de trabalho é obrigada a descontar 11% legislação tributária federal vigente;
do valor da quota distribuída ao cooperado por serviços por II – os segurados contribuinte individual e facultativo es‑
ele prestados, por seu intermédio, a  empresas e 20% em tão obrigados a recolher sua contribuição por iniciativa
relação aos serviços prestados a pessoas físicas e recolher o própria, até o dia quinze do mês seguinte ao da com‑
produto dessa arrecadação no dia 20 do mês seguinte ao da petência; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).
competência a que se referir, antecipando‑se o vencimento III – a empresa adquirente, consumidora ou consig‑
Conhecimentos Específicos

para o dia útil imediatamente anterior quando não houver natária ou a cooperativa são obrigadas a recolher a
expediente bancário no dia 20. contribuição de que trata o art. 25 até o dia 20 (vinte)
O segurado facultativo e o contribuinte individual têm do mês subsequente ao da operação de venda ou
até o dia 15 do mês seguinte (prorrogando‑se o vencimento consignação da produção, independentemente de
para o dia útil subsequente) para fazer o recolhimento das essas operações terem sido realizadas diretamente
contribuições. O empregador doméstico tem até o dia 7 do com o produtor ou com intermediário pessoa física,
mês subsequente para fazer recolhimento das contribuições na forma estabelecida em regulamento; (Redação
e durante o período da licença‑maternidade da empregada dada pela Lei nº 11.933, de 2009)
doméstica faz o recolhimento da contribuição a seu cargo. IV – a empresa adquirente, consumidora ou consigna‑
Segurados contribuinte individual, facultativo e empre‑ tária ou a cooperativa ficam sub‑rogadas nas obriga‑
gador doméstico, que recolhem com base em um salário ções da pessoa física de que trata a alínea a do inciso
mínimo e optarem pelo recolhimento trimestral, tem até o V do art. 12 e do segurado especial pelo cumprimento

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22 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
das obrigações do art. 25 desta Lei, independentemen‑ b) de comercialização de artesanato ou do exercício
te de as operações de venda ou consignação terem de atividade artística, observado o disposto nos inci‑
sido realizadas diretamente com o produtor ou com sos VII e VIII do § 10 do art. 12 desta Lei; e (Incluído
intermediário pessoa física, exceto no caso do inciso X pela Lei nº 11.718, de 2008)
deste artigo, na forma estabelecida em regulamento; c) de serviços prestados, de equipamentos utilizados
(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) e de produtos comercializados no imóvel rural, desde
V – o empregador doméstico está obrigado a arre‑ que em atividades turística e de entretenimento de‑
cadar a contribuição do segurado empregado a seu senvolvidas no próprio imóvel, inclusive hospedagem,
serviço e a recolhê‑la, assim como a parcela a seu alimentação, recepção, recreação e atividades pedagó‑
cargo, no prazo referido no inciso II deste artigo; gicas, bem como taxa de visitação e serviços especiais;
(Redação dada pela Lei nº 8.444, de 20/7/1992) (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
VI – o proprietário, o incorporador definido na Lei XIII – o segurado especial é obrigado a arrecadar a con‑
nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da obra tribuição de trabalhadores a seu serviço e a recolhê‑la
ou condômino da unidade imobiliária, qualquer que no prazo referido na alínea b do inciso I do caput deste
seja a forma de contratação da construção, reforma artigo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
ou acréscimo, são solidários com o construtor37, § 1º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 28/4/1995).
e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das § 2º Se não houver expediente bancário nas datas in‑
obrigações para com a Seguridade Social, ressalvado dicadas: (Redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009).
o seu direito regressivo contra o executor ou contra‑ I – nos incisos II e V do caput deste artigo, o recolhimen‑
tante da obra e admitida a retenção de importância to deverá ser efetuado até o dia útil imediatamente
a este devida para garantia do cumprimento dessas posterior; e (Incluído pela Lei nº 11.933, de 2009)
obrigações, não se aplicando, em qualquer hipóte‑ II – na alínea b do inciso I e nos incisos III, X e XIII
se, o  benefício de ordem; (Redação dada pela Lei do caput deste artigo, até o dia útil imediatamente
nº 9.528, de 10/12/1997) anterior. (Incluído pela Lei nº 11.933, de 2009)
VII – exclui‑se da responsabilidade solidária peran‑ §  3º Aplica‑se à entidade sindical e à empresa de
te a Seguridade Social o adquirente de prédio ou origem o disposto nas alíneas a e b do inciso I, re‑
unidade imobiliária que realizar a operação com lativamente à remuneração do segurado referido
empresa de comercialização ou incorporador de no § 5º do art. 12. (Parágrafo acrescentado pela Lei
imóveis, ficando estes solidariamente responsáveis nº 9.528, de 10/12/1997).
com o construtor38; § 4º Na hipótese de o contribuinte individual prestar
VIII – nenhuma contribuição à Seguridade Social é de‑ serviço a uma ou mais empresas, poderá deduzir, da
vida se a construção residencial unifamiliar, destinada sua contribuição mensal, quarenta e cinco por cento
ao uso próprio, de tipo econômico, for executada sem da contribuição da empresa, efetivamente recolhida
mão de obra assalariada, observadas as exigências ou declarada, incidente sobre a remuneração que
do regulamento; esta lhe tenha pago ou creditado, limitada a dedução
IX  – as empresas que integram grupo econômico a nove por cento do respectivo salário de contribui‑
de qualquer natureza respondem entre si, solida‑ ção. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999).
riamente, pelas obrigações decorrentes desta Lei39; § 5º Aplica‑se o disposto no § 4º ao cooperado que
X – a pessoa física de que trata a alínea a do inciso prestar serviço a empresa por intermédio de coopera‑
tiva de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999).
V do art. 12 e o segurado especial são obrigados a
§  6º O empregador doméstico poderá recolher a
recolher a contribuição de que trata o art. 25 desta Lei contribuição do segurado empregado a seu serviço
no prazo estabelecido no inciso III deste artigo, caso e a parcela a seu cargo relativas à competência no‑
comercializem a sua produção: (Inciso alterado e alí­ vembro até o dia 20 de dezembro, juntamente com
neas acrescentadas pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) a contribuição referente ao 13º (décimo terceiro)
a) no exterior; salário, utilizando‑se de um único documento de
b) diretamente, no varejo, ao  consumidor pessoa arrecadação. (Incluído pela Lei nº 11.324, de 2006)
física; § 7º A empresa ou cooperativa adquirente, consumido‑
c) à pessoa física de que trata a alínea a do inciso V ra ou consignatária da produção fica obrigada a forne‑
do art. 12; cer ao segurado especial cópia do documento fiscal de
d) ao segurado especial; entrada da mercadoria, para fins de comprovação da
XI  – aplica‑se o disposto nos incisos III e IV deste operação e da respectiva contribuição previdenciária.
artigo à pessoa física não produtor rural que ad‑ § 8º Quando o grupo familiar a que o segurado es‑
quire produção para venda no varejo a consumidor pecial estiver vinculado não tiver obtido, no ano, por
pessoa física. (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, qualquer motivo, receita proveniente de comercia‑
de 10/12/1997) lização de produção deverá comunicar a ocorrência
Conhecimentos Específicos

XII – sem prejuízo do disposto no inciso X do caput à Previdência Social, na forma do regulamento.
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
deste artigo, o produtor rural pessoa física e o segu‑ § 9º Quando o segurado especial tiver comercializado
rado especial são obrigados a recolher, diretamente, sua produção do ano anterior exclusivamente com
a contribuição incidente sobre a receita bruta prove‑ empresa adquirente, consignatária ou cooperativa,
niente: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) tal fato deverá ser comunicado à Previdência Social
a) da comercialização de artigos de artesanato elabo‑ pelo respectivo grupo familiar. (Incluído pela Lei
rados com matéria‑prima produzida pelo respectivo nº 11.718, de 2008)
grupo familiar; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) Art. 31. A empresa contratante de serviços executa‑
dos mediante cessão de mão de obra, inclusive em
regime de trabalho temporário, deverá reter 11%
37
Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009. (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou
38
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
39
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009. fatura de prestação de serviços e recolher, em nome

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da empresa cedente da mão de obra, a importância fica obrigado a comunicar, até o dia 10 de cada mês, o re‑
retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da gistro dos óbitos ocorridos no mês imediatamente anterior,
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o devendo da comunicação constar o nome, a filiação, a data
dia útil imediatamente anterior se não houver expe‑ e o local de nascimento da pessoa falecida.
diente bancário naquele dia, observado o disposto O Município, por intermédio do órgão competente, for‑
no § 5º do art. 33 desta Lei. (Redação dada pela Lei necerá, mensalmente, até o dia 10 do me seguinte, a relação
nº 11.933, de 2009). de todos os alvarás para construção civil e documentos de
§ 1º O valor retido de que trata o caput, que deverá “habite‑se” concedidos.
ser destacado na nota fiscal ou fatura de prestação
de serviços, será compensado pelo respectivo esta‑ São desobrigadas de apresentação de escrituração
belecimento da empresa cedente da mão de obra, contábil:
quando do recolhimento das contribuições desti‑
nadas à Seguridade Social devidas sobre a folha de 1) o pequeno comerciante;
pagamento dos segurados a seu serviço. (Redação 2) a pessoa jurídica tributada com base no lucro presumi‑
dada pela Lei nº 9.711, de 1998). do, de acordo com a legislação tributária federal, desde que
§  2º Na impossibilidade de haver compensação mantenha a escrituração do Livro Caixa e Livro de Registro
integral na forma do parágrafo anterior, o  saldo
de Inventário; e
remanescente será objeto de restituição. (Redação
dada pela Lei nº 9.711, de 1998). 3) a pessoa jurídica que optar pela inscrição no SIMPLES,
§ 3º Para os fins desta Lei, entende‑se como cessão de desde que mantenha escrituração do Livro Caixa e Livro de
mão de obra a colocação à disposição do contratante, Registro de Inventário.
em suas dependências ou nas de terceiros, de segura‑
dos que realizem serviços contínuos, relacionados ou Créditos Previdenciários: Constituição e Apuração.
não com a atividade‑fim da empresa, quaisquer que Arrecadação e Recolhimento
sejam a natureza e a forma de contratação. (Redação
dada pela Lei nº 9.711, de 1998). Constituição e Apuração
§ 4º Enquadram‑se na situação prevista no parágrafo
anterior, além de outros estabelecidos em regula‑ O INSS, até a Lei nº  11.098/2005, data da criação da
mento, os  seguintes serviços: (Redação dada pela Secretaria da Receita Previdenciária – SRP/MPS, tinha atri‑
Lei nº 9.711, de 1998). buição de arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar as receitas
I – limpeza, conservação e zeladoria; (Incluído pela previdenciárias.
Lei nº 9.711, de 1998). A partir da Lei nº 11.457/2007, que fundiu a SRP/MPS
II – vigilância e segurança; (Incluído pela Lei nº 9.711, com SRF/MF – criando a Secretaria da Receita Federal do
de 1998). Brasil – SRFB/MF, essa competência passou para a SRFB, que
III – empreitada de mão de obra; (Incluído pela Lei ficou com as atribuições de planejar, executar, acompanhar
nº 9.711, de 1998). e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização,
IV – contratação de trabalho temporário na forma da arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições
Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974. (Incluído pela previdenciárias, previstas no art. 1, parágrafo único da Lei
Lei nº 9.711, de 1998). nº 8.212/1991.
§ 5º O cedente da mão de obra deverá elaborar folhas É prerrogativa da SRFB, por intermédio dos Auditores‑Fis‑
de pagamento distintas para cada contratante. cais da Receita Federal do Brasil (AFRFB), examinar a conta‑
bilidade das empresas, ficando estas obrigadas a prestarem
Obrigações Acessórias todos os esclarecimentos e informações solicitadas, relativas
aos segurados, aos terceiros responsáveis pelo recolhimento
Excluindo-se as obrigações de pagar – obrigação principal – das contribuições previdenciárias e das contribuições devidas
todas as demais, são obrigações acessórias. Lembrando que no a outras entidades e fundos.
Direito Previdenciário e Tributário, ao contrário do Civil, pode A empresa, o segurado da Previdência Social, o serventu‑
existir obrigação acessória sem a principal. Exemplo: empresas ário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário,
isentas ou imunes ter que continuar cumprindo as obrigações o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extraju‑
acessórias. Dentre as obrigações acessórias destacam-se que dicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros
as empresas (ou entidades equiparadas) são obrigadas a: relacionados com as contribuições sociais.
1) preparar folha de pagamento da remuneração paga, Seguindo tal raciocínio, observe a seguinte questão de
devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço; prova: Nos termos da legislação de custeio, o dependente
2) lançar mensalmente em títulos próprios de sua conta‑ da Previdência Social não é obrigado a exibir todos os
bilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas do­cumentos e livros relacionados com as contribuições
as contribuições; previstas na Lei nº 8.212/199140.
Conhecimentos Específicos

3) prestar à SRFB as informações cadastrais, financeiras No caso de recusa ou sonegação de qualquer documento
ou informação, ou sua apresentação deficiente, o  AFRFB
e contábeis;
pode, sem prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício
4) informar mensalmente, por intermédio da Guia de
a importância
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
Informações à Previdência Social – GFIP, dados cadastrais,
todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e
Créditos Previdenciários: Generalidades. Matrícula
outras informações de interesse daquele Instituto. da Empresa
As instituições financeiras ficam obrigadas a verificar, por
O crédito da seguridade social é constituído por
meio da internet, a autenticidade da Certidão Negativa de
meio de notificação de lançamento, de auto de infração
Débito – CND apresentadas pelas empresas com as quais te‑
e de confissão de valores devidos e não recolhidos pelo
nham efetuado operações de crédito com recursos públicos;
O titular de cartório de registro civil e de pessoas naturais Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Analista Tributário/2009.
40

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24 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
contribuinte. São aplicadas às contribuições sociais as federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do pri‑
presunções legais de omissão de receita previstas para os meiro dia do segundo mês subsequente ao do encerramento
demais tributos federais, especialmente no Decreto‑Lei do período de apuração até o último dia do mês anterior ao
nº 1.598/1977 e Lei nº 9.430/1996. As contribuições sociais do pagamento e de um por cento no mês do pagamento.
oriundas da folha de pagamento, do empregador doméstico
e dos segurados e trabalhadores constituem as contribuições Matrícula
previdenciárias.
Crédito previdenciário é o direito subjetivo público da É o cadastro feito pela empresa (equivale à inscrição
União, que através da Secretaria da Receita Federal do Brasil do segurado). A matrícula é feita simultaneamente com a
(SRFB), exige do contribuinte, em nome da Previdência Social, inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ; ou
o pagamento das contribuições previdenciárias, devidas da perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil no prazo de
relação jurídica que nasce com a ocorrência do fato gerador 30 dias contados do início de suas atividades, quando não
(remunerações pagas, devidas ou creditadas ou da prestação sujeita a inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica.
do serviço, no caso de contribuintes individuais). A matrícula será de ofício, quando ocorrer omissão da
O crédito previdenciário resulta da conjugação da lei, do empresa em efetivá‑la. A  unidade matriculada receberá
fato gerador e do lançamento. certificado de matrícula com número cadastral básico, de
As contribuições sociais e acréscimos legais incidentes caráter permanente.
(contribuições previdenciárias) serão destinadas, em caráter A não efetivação da matrícula na forma e tempo estipu‑
exclusivo, ao pagamento de benefícios do RGPS e creditados lados sujeita o responsável à multa.
diretamente a esse Fundo. O Departamento Nacional de Registro do Comércio, por
A SRFB prestará contas anualmente ao Conselho Nacional intermédio das juntas comerciais, bem como os cartórios
de Previdência Social – CNPS dos resultados da arrecadação de registro civil de pessoas jurídicas, prestarão obrigato‑
das contribuições sociais destinadas ao financiamento do riamente à SRFB todas as informações referentes aos atos
RGPS e das compensações a elas referentes. constitutivos e alterações posteriores relativos a empresas
neles registradas, sem ônus para a SRFB.
Recolhimento Fora do Prazo: Juros, Multa e São válidos perante a SRFB os atos de constituição, altera‑
Atualização Monetária ção e extinção de empresa registrados nas juntas comerciais.
A matrícula da empresa será efetuada nos termos e
A Lei nº 11.941/2009 alterou os procedimentos previstos condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal
no art. 35 da Lei nº 8.212/1991, sobre o pagamento de juros do Brasil.
e multas para os recolhimentos feitos fora do prazo previsto Obra de construção civil, a matrícula deverá ser efetu‑
na legislação, adequando‑os às regras já adotadas para os ada mediante comunicação obrigatória do responsável por
demais tributos administrados pela SRFB, que consistem em: sua exe­cução, no prazo de trinta dias contados do início de
a) multa de mora diária de 0,33%, limitada a 20%; b) taxa Selic suas atividades, quando obterá número cadastral básico, de
nos meses intermediários; e c) 1% no mês do pagamento. caráter permanente.
Exemplo: 1) pagamento em atraso da competência vencida O Departamento Nacional de Registro do Comér‑
no dia 20/10 e paga no dia 30/10/2011 - 3,33% de multa (10 cio – DNRC, por intermédio das Juntas Comerciais, bem como
dias de atraso X 0,33%) mais 1% no mês do pagamento; 2) os Cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, prestarão,
competência vencida no dia 1º/10 e paga no dia 30/11/2011 obrigatoriamente, à Secretaria da Receita Federal do Brasil
- 20% de multa (60 dias de atraso X 0,33%) mais 1% no mês todas as informações referentes aos atos constitutivos e
do pagamento; 3) competência vencida no dia 20/10 e paga alterações posteriores relativos a empresas e entidades
no dia 20/12/2011 - 20% + Selic + 1% no mês do pagamento. neles registradas.
Conforme previsto no art. 61 da Lei nº 9.430, de 27/12/1966: A matrícula atribuída pela SRFB ao produtor rural pes‑
soa física ou segurado especial é o documento de inscrição
Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de do contribuinte, em substituição à inscrição no Cadastro
tributos e contribuições administrados pela Secre‑ Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ, a ser apresentado em
taria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocor‑ suas relações com o Poder Público, inclusive para licencia‑
rerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos mento sanitário de produtos de origem animal ou vegetal
nos prazos previstos na legislação específica, serão submetidos a processos de beneficiamento ou industrializa‑
acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de ção artesanal, com as instituições financeiras, para fins de
trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. contratação de operações de crédito, e com os adquirentes
§ 1º A multa de que trata este artigo será calculada a
de sua produção ou fornecedores de sementes, insumos,
partir do primeiro dia subsequente ao do vencimen‑
ferramentas e demais implementos agrícolas.
to do prazo previsto para o pagamento do tributo
ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu
pagamento. Créditos Previdenciários: Retenção. Responsabilida‑
Conhecimentos Específicos

§ 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado de Solidária. Sub‑Rogação


a vinte por cento.
§  3º Sobre os débitos a que se refere este artigo Retenção: é a obrigação que recai sobre a contratante
incidirão juros de mora calculados à taxa a que se de serviços executados mediante cessão de mão de obra,
refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do que deverá reter 11% do valor dos serviços contidos na nota
mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês fiscal, fatura ou recibo (é uma antecipação da contribuição
anterior ao do pagamento e de um por cento no mês social que a empresa contratante  – tomadora  – faz em
de pagamento. nome da prestadora de serviços, nessa condição age como
substituta tributária.
Obs.: O § 3º do art. 5º dispõe que as quotas do imposto Exemplos de serviços realizados mediante cessão de
serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do mão de obra: serviços de limpeza, conservação e zeladoria;
Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic, para títulos vigilância e segurança; construção civil; serviços rurais; digi‑

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tação e preparação de dados para processamento; cobrança; siderado o vínculo pactuado e efetuado o enquadramento
coleta e reciclagem de lixo e resíduos; copa e hotelaria; como segurado empregado.
distribuição; ligação e leitura de medidores; operação de Ex.: empresa contrata, em substituição ao empregado,
pedágio e de terminais de transporte; telefonia, inclusive prestador de serviço (estagiário – contribuinte individual ou
telemarketing. empreiteiro). Dissimulando o contrato de empregado para
Responsabilidade Solidária: responsabilidade solidária é se eximir de encargos.
quando um ou mais de um devedor fica responsável, parcial
ou totalmente, pela dívida comum. Parcelamento
O proprietário, o incorporador, o dono da obra ou condô‑ O parcelamento ordinário das contribuições sociais é regido
mino da unidade imobiliária cuja contratação da construção, pela Lei nº 10.522/2002, tendo em vista que a MP nº 449/2008,
reforma ou acréscimo não envolva cessão de mão de obra, convertida na Lei nº 11.941/2009, revogou o art. 38 da Lei
são solidários com o construtor, e este e aqueles com a su‑ nº 8.212/1991.
bempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a A Lei nº  11.941/2009, art.  1º, §  2º, III, autorizou um
seguridade social. parcelamento extraordinário que se aplica aos créditos
O operador portuário e o Ogmo, quando da requisição constituídos ou não, inscritos ou não em Dívida Ativa da
de trabalhadores avulsos, são solidariamente responsáveis União, mesmo os que já foram objeto de parcelamento ou
pelo pagamento das contribuições previdenciárias e demais em fase de execução fiscal já ajuizada, que permite que os
obrigações, relativamente à requisição de mão de obra de débitos administrados pela SRFB e os débitos para com a
trabalhador avulso, vedada a invocação do benefício de ordem. PGFN poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 meses,
Existe solidariedade dos administradores de autarquias, de acordo com a opção do sujeito passivo, desde que o valor
fundações e empresas públicas e sociedade de economia de cada parcela da prestação mensal não seja inferior a: 1)
mista que deixarem de recolher as contribuições, desde que R$ 50,00 no caso de pessoa física; e 2) R$ 100,00 no caso de
se encontrem em mora por mais de 30 dias no recolhimento pessoa jurídica. As opções de parcelamento são:
das contribuições devidas à seguridade social. I – à vista: redução de 100% das multas de mora e de
Sub‑rogação, como terminologia jurídica, exprime o ofício, de 40% das isoladas, de 45% dos juros de mora e de
significado de substituir, trocar, permutar. A  sub‑rogação 100% do encargo legal;
pode ser real, quando há uma substituição do objeto da II – até 30 prestações, redução de 90% das multas de
prestação, e  pessoal, quando a substituição é do sujeito mora e de ofício, de 35% das isoladas, de 40% dos juros de
da relação creditória. É uma forma indireta de pagamento. mora e de 100% do encargo legal;
Para o Direito Previdenciário e Tributário, sub‑rogação é III – até 60 prestações, redução de 80% das multas de
quando a obrigação tributária de uma pessoa é paga por ou‑ mora e de ofício, de 30% das isoladas, de 35% dos juros de
tra que passa a exercer os direitos e ações que lhe competem. mora e de 100% do encargo legal;
A sub‑rogação legal trata‑se da forma expressa de subs‑ IV – até 120 prestações mensais, redução de 70% das
tituição do credor por terceira pessoa que não figurava na multas de mora e de ofício, de 25% das isoladas, de 30% dos
relação obrigacional. juros de mora e de 100% do encargo legal;
A lei ampara o direito ao crédito àquele que adimpliu V – até 180 prestações mensais, com redução de 60% das
a obrigação do devedor sem a necessidade da permissão multas de mora e de ofício, de 20% das isoladas, de 25% dos
prévia deste ou mesmo sem a necessidade de que este seja juros de mora e de 100% do encargo legal.
comunicado. Ocorrerá a rescisão do acordo de parcelamento quando:
Exemplo de sub‑rogação no caso de comercialização da 1) o sujeito passivo estiver com 3 (três) parcelas em atraso,
produção rural: sub‑rogam‑se no cumprimento das obriga‑ consecutivas ou não; ou 2) 1 (uma) parcela em aberto, es‑
ções do produtor rural pessoa física ou não e do segurado tando pagas todas as demais, implicará, após comunicação
especial a empresa adquirente, consumidora ou consigna‑ ao sujeito passivo, a imediata rescisão do parcelamento e,
tária ou a cooperativa. conforme o caso, o prosseguimento da cobrança. Lembrando
que as parcelas pagas com até 30 (trinta) dias de atraso não
Créditos Previdenciários – Fiscalização. Cobrança. configurarão inadimplência.
Parcelamento A Lei nº 11.960, de 29/6/2009, criou um parcelamento
especial para os Municípios e suas autarquias e fundações
As atividades de fiscalização das contribuições sociais municipais, que poderão parcelar seus débitos com venci‑
são privativas do Auditor-Fiscal da Receita Federal do Bra‑ mento até 31/1/2009 da seguinte forma:
sil – AFRFB. 1) de 120 até 240 prestações mensais e consecutivas –
O descumprimento de obrigação principal implica na‑ débitos referentes às contribuições sobre a folha  – com
Notificação de Lançamento – NL: documento emitido pelo redução de 100% das multas e 50% dos juros de mora; e/ou
AFRFB, no exercício de suas funções, com a finalidade cons‑ 2) 60 prestações mensais e consecutivas – débitos refe‑
tituir o crédito da seguridade social, notificar o contribuinte rentes às contribuições dos trabalhadores e as retidas – com
e possibilitar a cobrança do crédito. redução de 100% das multas e 50% dos juros de mora.
O descumprimento da obrigação acessória implica na
Conhecimentos Específicos

emissão do Auto de infração – AI: é o procedimento lavrado Créditos Previdenciários – Restituição.


pelo AFRFB, quando o contribuinte não cumpre com suas Compensação e Reembolso
obrigações acessórias.
Os AFRFB no exercício das funções exercem poder de Restituição é o procedimento administrativo pelo qual o
polícia, têm livre acesso nas dependências ou estabeleci‑ contribuinte é ressarcido pela Previdência Social de contribui‑
mentos da empresa e podem requisitar e apreender livros, ções recolhidas indevidamente ou recolhidas além do devido.
notas técnicas e demais documentos. Exemplo  – empresa por erro de lançamento recolheu
No caso de recusa ou sonegação por parte da empresa valores além do devido ou segurado contribuiu além do
de qualquer documento ou informação ou sua apresentação teto, por possuir mais de um vínculo ou por erro no preen‑
deficiente, além da penalidade cabível importa lançamento chimento da Guia de Recolhimento – ambos os casos pode
de ofício da importância reputada devida. No caso de dissi‑ pedir restituição. A empresa em opção por compensar esse
mulação do contrato de trabalho do segurado, será descon‑ crédito no mês subsequente.

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26 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Podem requerer a restituição: a empresa ou equipara‑ renda de 3 SM). Na Assistência Social todos os serviços e
do, o empregador doméstico, o contribuinte individual e o ações sociais deverão ser gratuitos.
segurado especial. Os Certificados de Isenção deverão ser concedidos pelos
Além da contribuição previdenciária, estão compreen‑ respectivos Ministérios da Saúde, Educação e Desenvolvi‑
didas na restituição as parcelas referentes à atualização mento Social e Combate à Fome, de acordo com o regula‑
monetária, juros moratórios e multa correspondentes ao mento, com validade de 1 a 5 anos.
recolhimento indevido. Para beneficiar da isenção, a  entidade deverá, dentre
Os benefícios previdenciários salário‑família e salário‑ma‑ outros, apresentar os seguintes requisitos:
ternidade somente serão objetos de restituição quando não 1) aplique integralmente o eventual resultado opera‑
forem objeto de compensação. cional na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos
A restituição, no caso de desconto indevido do segurado, institucionais;
somente poderá ser feita ao próprio segurado, ou ao seu 2) não remunerar seus dirigentes, seja a que título for; e
procurador, salvo se comprovado que o responsável pelo 3) regularidade fiscal em relação às contribuições sociais.
recolhimento já lhe fez a devolução. A isenção das contribuições é extensiva a todas as entida‑
Compensação. Segundo o art. 368 do Código Civil: “Se des mantidas, suas dependências, estabelecimentos e obras
duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor de construção civil, quando por ela executadas e destinadas
uma da outra, as duas obrigações extinguem‑se, até onde a uso próprio da pessoa jurídica beneficiada.
se compensarem. A isenção de contribuições previdenciárias não é exten‑
A compensação somente poderá ser efetuada entre sível às contribuições de terceiros. Não há direito adquirido
contribuições da mesma espécie, excluídas as contribuições à imunidade previdenciária.
de terceiros. O contribuinte deve estar em dia com as contri‑
buições normais, inclusive as decorrentes de parcelamento. Créditos Previdenciários: Inexistência de Débitos.
O valor a ser compensado não pode ter sido repassado Dívida Ativa
ao custo do bem ou serviço oferecido à sociedade.
A compensação é uma das formas de extinção da obri‑ Certidão Negativa de Débito – CND é o documento hábil
gação tributária. A compensação tem previsão nos artigos para comprovar a inexistência de débitos, exigível para o
31 e 89 da Lei nº 8.212/91. contribuinte contratar ou relacionar-se com o Poder Público.
Reembolso é o ato pelo qual a empresa deduzirá os valo‑ O prazo de validade da CND é de até 180 dias, contado da data
res dos benefícios , salário-família e salário-maternidade, já de sua emissão. É fornecida por meio de sistema eletrônico,
pagos aos seus empregados ou prestadores de serviços, por sendo dispensada sua guarda; suas informações não estão
época do recolhimento das contribuições previdenciárias. cobertas pelo sigilo fiscal.
O reembolso ocorre quando a empresa vai efetuar o A CND é uma exigência legal para que pessoas físicas ou
recolhimento das contribuições previdenciárias, deduzindo jurídicas pratiquem inúmeros atos jurídicos.
na GFIP os valores relativos ao salário‑maternidade e quota A CND deverá ser exigida de empresa, instituições e
de salário‑família, já efetuados. pessoas em situações diversas. Por exemplo:
O reembolso refere‑se à antecipação que o empregador a) na licitação, na contratação com o poder público e no
fez ao empregado quando pagou esses dois benefícios em recebimento de benefícios, empréstimo ou incentivo fiscal
nome da Previdência Social. ou creditício concedidos por ele;
b) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem
Créditos Previdenciários: Isenção imóvel ou direito a ele relativo; e de bem móvel a partir de
certo valor.
Isenção é a dispensa do pagamento das contribuições A CND será fornecida por meio de sistema eletrônico.
previdenciárias (cota patronal – contribuição sobre a folha Sua aceitação está condicionada à verificação de sua auten‑
mais alíquota do SAT) por parte da pessoa jurídica de direi‑ ticidade pela Internet ou junto à SRFB. Não é obrigatória a
to privado beneficente de assistência social. Não pode ser guarda da CND emitida por meio eletrônico.
confundida com as demais imunidades tributárias. Embora Pode‑se emitir a CND enquanto o débito estiver pendente
prevista na Constituição, art. 195, § 7º, a isenção pode ser de decisão em contencioso administrativo, inclusive no caso
concedida e cancelada a qualquer tempo. (Muito embora de cobrança judicial, desde que garantido mediante depósi‑
os Tribunais Superiores entendem que, por ter previsão to integral, ou efetivada penhora suficiente garantidora do
constitucional, trata-se de imunidade). débito em curso de cobrança judicial. O valor da garantia
A isenção, inicialmente prevista no art.  55 da Lei deve ser o valor da dívida, exceto no caso de parcelamento,
nº 8.212/1991, foi objeto de várias tentativas de modifica‑ pois este suspende a exigibilidade do crédito tributário, de
ções e questionamentos. Primeiro a ADIN nº 2028-5; poste‑ acordo com o art. 151, VI do CTN.
riormente a MP nº 446/2008, que acabou sendo rejeitada. Nos casos de créditos não vencidos, em curso de co‑
Finalmente, a  Lei nº  12.101/2009 alterou radicalmente o brança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou
instituto da isenção com a revogação do art. 55 da Lei de cuja exigibilidade esteja suspensa (art. 151 do CTN). Nessas
Custeio. Agora, cada ministério é o responsável pela con‑ situações será expedida Certidão Positiva de Débito com
Conhecimentos Específicos

cessão da isenção, de acordo com a sua área de atuação. Efeitos de Negativa – CPD‑EN.
A não exigência da CND nos atos em que é obrigatória a
Exemplos: entidades ligadas à saúde, compete ao Ministério
sua apresentação, além das responsabilidades administrativa
da Saúde; área de educação, ao Ministério da Educação; e
e penal cabíveis, acarretará a responsabilidade solidária dos
assistência social, ao Ministério do Desenvolvimento Social contratantes e do oficial que lavrar ou registrar o instru‑
e Combate à Fome. mento, sendo nulo o ato para todos os efeitos. Ex.: tabelião
A proporção de atendimentos gratuitos, serão: saúde, quando transfere um imóvel.
atendimento pelo SUS de pelo menos 60% gratuito. Edu‑ A certidão serve de título para promover em juízo a
cação, de acordo com as normas do Plano Nacional de cobrança da dívida ativa, cujo processo se rege pela Lei
Educação – PNE, pelo menos 20% receita anual deverá ser nº 6.830/1980. Antes de ajuizar a cobrança da dívida ativa,
destinada à concessão de bolsas, sendo: 1 bolsa (renda 1 o  órgão arrecadador, pode promover o protesto do título
e1/5 SM – um salário-mínimo e meio) para cada 9 alunos dado em garantia de sua liquidação. O título será sempre
pagantes; mais quantas bolsas de 50% (para alunos com recebido pro solvendo.

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O pagamento pro solvendo, não extingue imediatamente O proprietário, o incorporador, o dono da obra ou condô‑
o débito, fica condicionado à efetiva quitação; enquanto no mino da unidade imobiliária cuja contratação da construção,
pro soluto, haverá plena quitação do débito do devedor para reforma ou acréscimo não envolva cessão de mão de obra,
com o credor. são solidários com o construtor, e este e aqueles com a su‑
bempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a
Atenção: seguridade social.
As informações relativas à emissão e validade de CND não Na solidariedade existente entre os responsáveis pela
se encontram preservadas pelo sigilo fiscal. Porque o citado obra, ressalvado o direito regressivo contra o executor ou
termo legal se restringe aos dados que versam sobre a situ‑ contratante da obra e admitida a retenção de importância a
ação econômica ou financeira do sujeito passivo, limitando este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações,
a divulgação, precisamente, daqueles dados que tratam da não se aplica o benefício de ordem.
sua higidez e solvabilidade financeira. A responsabilidade solidária pelo recolhimento das con‑
A inscrição na Dívida Ativa ocorre em virtude de lança‑ tribuições será elidida pela comprovação do recolhimento
mento, em se tratando de crédito tributário, ou em razão de das contribuições incidentes sobre a remuneração dos se‑
contrato ou procedimento administrativo em que, garantida gurados; por meio da apresentação de folha de pagamento,
a ampla defesa, se apure a certeza e a liquidez do débito, em GFIP, GPS, ou pela comprovação do recolhimento das con‑
se tratando de crédito de natureza não tributária. tribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados
Dívida Ativa pode ocorrer: 1) em virtude de lançamen‑ aferidas indiretamente.
to – crédito tributário; 2) em virtude de contrato ou proce‑ Exclui‑se da responsabilidade solidária o adquirente
dimento administrativo – crédito de natureza não tributária. de prédio ou unidade imobiliária que realize a operação
com empresa de comercialização ou com incorporador de
Responsabilidade Solidária imóveis, ficando estes solidariamente responsáveis com o
construtor42.
A Lei nº 8.212/1991 disciplina a solidariedade pelo reco‑ O operador portuário e o OGMO, quando da requisição
lhimento das contribuições sociais. de trabalhadores avulsos, são solidariamente responsáveis
O proprietário, o incorporador definido na Lei nº 4.591 pelo pagamento das contribuições previdenciárias e demais
de 16/12/1964, o dono da obra ou o condômino da unidade obrigações, relativamente à requisição de mão de obra de
imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da trabalhador avulso, vedada a invocação do benefício de ordem.
construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o A responsabilidade existente entre as empresas que
construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento
integram grupos econômicos e os produtores rurais inte‑
das obrigações para com a Seguridade Social, ressalvado o
grantes do consórcio respondem entre si, solidariamente,
seu direito regressivo contra o executor ou contratante da
pelas obrigações decorrentes de créditos previdenciários.
obra e admitida a retenção de importância a este devida para
Existe solidariedade dos administradores de autarquias,
garantia do cumprimento dessas obrigações.
fundações e empresas públicas e sociedade de economia
A responsabilidade solidária pode ser elidida, desde que
seja exigido do construtor o pagamento das contribuições mista que deixarem de recolher as contribuições, desde que
incidentes sobre a remuneração dos segurados incluída em se encontrem em mora por mais de 30 dias no recolhimento
nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, das contribuições devidas à seguridade social.
quando da quitação da referida nota fiscal ou fatura. Não existe responsabilidade solidária na cooperativa de
O cedente de mão de obra deverá elaborar folhas de trabalho quando da contratação de serviços. A cooperativa
pagamento e guias de recolhimento distintas para cada de trabalho apenas intermedia a contratação de serviços,
empresa tomadora de serviço, devendo esta exigir do exe‑ não sendo responsável solidariamente pelo recolhimento
cutor, quando da quitação da nota fiscal ou fatura, cópia das contribuições.
autenticada da guia de recolhimento quitada e respectiva A empresa é obrigada a preparar a folha de pagamento da
folha de pagamento. remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados
O adquirente do prédio ou unidade imobiliária que a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento,
realizar a operação com empresa de comercialização ou uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos.
com incorporador de imóvel é excluído da responsabilidade A título de exemplo, observe a seguinte assertiva de
solidária perante a Seguridade Social, ficando ou outros prova: Antônio José, empresário contribuinte individual,
solidariamente responsáveis com o construtor, pelo reco‑ desejando cumprir com todas as suas obrigações fiscais,
lhimento das contribuições da seguridade social41. pede ao contador que seja elaborada a folha de pagamento
Não haverá incidência da contribuição à Seguridade das remunerações pagas ou creditadas por sua empresa.
Social sobre a construção residencial unifamiliar, destinada De acordo com a situação-problema apresentada acima e
a uso próprio, desde que a execução não utilize mão de obra das obrigações acessórias da empresa, a referida folha de
assalariada, observando as seguintes condições: pagamento deve incluir todas as remunerações pagas ou
Conhecimentos Específicos

I – a área total da edificação não deverá ultrapassar 70 creditadas a todos os segurados a serviço da empresa43.
metros quadrados; A empresa é obrigada a lançar mensalmente em títu‑
II – a obra deverá ser matriculada na SRFB. los próprios de sua contabilidade, de forma discriminada,
os fatos geradores de todas as contribuições, o montante
Aplicação na Construção Civil, na Cessão de Mão de das quantias descontadas, as  contribuições da empresa e
Obra e em Grupo Econômico os totais recolhidos. Além do mais, a empresa é obrigada a
fornecer as informações cadastrais, financeiras e contábeis
Na construção civil aplica‑se a responsabilidade solidária de interesse da fiscalização; além de informar mensalmente a
na contratação de execução de obra por empreitada total e Previdência Social, por intermédio da GFIP, dados cadastrais
quando houver o repasse integral do contrato nas mesmas de todos os fatos geradores de contribuição previdenciária.
condições pactuadas.
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
42

Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.


41
Esaf/SRFB/Analista Tributário/2009.
43

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28 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A empresa deve encaminhar ao sindicato representa‑ DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
tivo da categoria profissional mais numerosa entre seus
empregados, até o dia dez de cada mês, cópia da GPS da Decadência
competência anterior.
A empresa, com relação à publicidade dos recolhimentos É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer
das contribuições, deve afixar cópia da GPS, relativamente direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão
à competência anterior, durante o período de um mês, no do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro
quadro de horário de que trata o art. 74 da CLT. do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação
A obrigação da empresa não se exaure com o lança‑ ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento
mento. Além da obrigação de lançar mensalmente em sua da decisão indeferitória definitiva, no âmbito administrativo.
contabilidade os fatos geradores de todas as contribuições, A Previdência Social tem o prazo de dez anos para revisar de
ofício os benefícios concedidos e anular os seus atos. Depois
a empresa é obrigada a cumprir as demais normas legais e
dessa data somente poderão ser revisados se comprovada
regulamentares referentes à escrituração contábil. má-fé, hipótese em que o benefício será cancelado subsis‑
O pequeno comerciante, a pessoa jurídica tributada com tindo a obrigação do segurado em devolver as quantias re‑
base no lucro presumido e a pessoa jurídica que optar pela cebidas indevidamente. O prazo decadencial variou ao longo
inscrição no sistema simples está dispensado de apresentar do tempo: 1) até 27 de junho de 1997 não havia prazo nem
a escrituração contábil. previsão legal; 2) de 28 de junho de 1997 a 22 de outubro
As instituições financeiras que efetuam operações de de 1998, prazo de dez anos, MP nº 1.523‑9/1997; 3) a partir
crédito com dinheiro público ou de terceiros devem fornecer de 23 de outubro de 1998, cinco anos, MP nº 1.663‑15/Lei
à Previdência Social a relação das empresas com as quais nº 9.711/1998; 4) a partir de 20 de novembro de 2003, o pra‑
tenham efetuado operações de crédito com recursos públi‑ zo voltou a ser de dez anos, nos termos da MP nº 138/2003,
cos, do FGTS, do FAT, do FNDE e da caderneta de poupança. convertida na Lei nº 10.839/2004.
A responsabilidade dos notariais perante o órgão previ‑
denciário consiste que o titular de cartório de registro civil e
Prescrição
de pessoas naturais está obrigado a comunicar ao INSS, até o Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveria
dia dez de cada mês, o registro da ocorrência ou não de óbitos ter sido paga toda e qualquer ação para haver prestações
relativos ao mês imediatamente anterior, sob pena de multa. vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas
A empresa, agência ou sucursal no exterior com repre‑ pela Previdência Social, salvo o direito dos menores e dos
sentação no Brasil deverá apresentar os documentos com‑ incapazes, na forma do Código Civil.
probatórios do cumprimento das obrigações previdenciárias Para os relativamente incapazes ocorre prescrição de
à sua congênere no Brasil, observada a solidariedade entre acordo com o disposto no art. 3º e no inciso I do art. 198 do
as empresas que integram grupo econômico. Código Civil, a contar da data em que tenham completado
O OGMO está obrigado a lançar nas listas diárias a esca‑ dezesseis anos de idade. Para efeito de recebimento de
lação dos trabalhadores portuários avulsos, incumbindo‑lhe, parcelas de pensão por morte desde o óbito do instituidor,
quando exigido pela fiscalização da Previdência Social, de o requerimento do benefício deve ser protocolizado até trinta
exibi‑las, por operador portuário e por navio. dias após ser atingida a idade mencionada, independente‑
mente da data em que tenha ocorrido o óbito.
Os Municípios deverão fornecer à Previdência Social,
Com relação aos benefícios previdenciários e aciden‑
para fins de fiscalização, mensalmente, relação de todos os tários, administrados pelo INSS, o Decreto nº 3.048/1999,
alvarás para construção civil e documentos de “habite‑se” arts. 345 a 347‑A, trás as seguintes considerações sobre
concedidos, de acordo com critérios estabelecidos pelo refe‑ prescrição e decadência:
rido órgão. O prazo para o município prestar as informações
relativas às construções civis é até o dia 10 do mês seguinte. Art. 345. As ações referentes às prestações decorren‑
O descumprimento ou encaminhamento fora do prazo sujei‑ tes do acidente de que trata o art. 336 prescrevem
tará o dirigente do órgão municipal à penalidade de multa. em cinco anos, observado o disposto no art. 347,
O produtor rural é o responsável direto pelo recolhimento contados da data:
das contribuições quando a comercialização da produção I – do acidente, quando dele resultar a morte ou a
ocorrer de forma direta. incapacidade temporária, verificada esta em perícia
As empresas tomadoras de mão de obra não respondem médica a cargo da previdência social; ou
II – em que for reconhecida pela previdência social
por todas as contribuições previdenciárias não retidas, nos
a incapacidade permanente ou o agravamento das
moldes do art. 31 da Lei nº 8.212/1991. Como substitutas sequelas do acidente.
tributárias que são, respondem exclusivamente pelas contri‑ Art. 346. O segurado que sofreu o acidente a que se
buições previden­ciárias não retidas; conclusão resultante da refere o art. 336 tem garantida, pelo prazo mínimo de
inequívoca expressão “diretamente responsável”. doze meses, a manutenção do seu contrato de traba‑
O substituído que entrega ao substituto o valor previsto
Conhecimentos Específicos

lho na empresa, após a cessação do auxílio‑doença


e este não repassa tal montante ao Estado é excluído da acidentário, independentemente da percepção de
obrigação tributária, ainda que se preveja a responsabilidade auxílio‑acidente.
supletiva do substituído. Art. 347. É de dez anos o prazo de decadência de
Apenas o contribuinte individual fica dispensado do todo e qualquer direito ou ação do segurado ou
cumprimento dessas obrigações relativas à GFIP em relação beneficiário para a revisão do ato de concessão de
benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte
a segurado que lhe presta serviço. ao do recebimento da primeira prestação ou, quando
Os documentos relativos ao cumprimento das obrigações for o caso, do dia em que tomar conhecimento da
previdenciárias devem ficar à disposição do órgão arreca‑ decisão indeferitória definitiva no âmbito administra‑
dador durante dez anos. Essas obrigações são estendidas tivo. (Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
aos demais contribuintes e ao adquirente, consignatário ou § 1º Prescreve em cinco anos, a contar da data em
cooperativa, sub‑rogados nessas obrigações. que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação

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para haver prestações vencidas ou quaisquer resti‑ REGIMES PREVIDENCIÁRIOS
tuições ou diferenças devidas pela previdência social,
salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, O sistema previdenciário brasileiro é constituído por 3
na forma do Código Civil. (Incluído pelo Decreto (três) regimes obrigatórios e 1 (um) facultativo. Os regimes
nº 4.729, de 2003) obrigatórios compreendem o Regime Geral de Previdência
§ 2º Não é considerado pedido de revisão de decisão Social – RGPS, o Regime Próprio de Previdência Social – RPPS
indeferitória definitiva, mas de novo pedido de bene‑ e o Regime de Previdência dos Militares, enquanto o regime
fício, o que vier acompanhado de outros documentos facultativo é constituído pela previdência complementar
além dos já existentes no processo. (Incluído pelo privada, que pode ser aberta ou fechada.
Decreto nº 4.729, de 2003) O Regime Geral de Previdência Social – RGPS, de acor‑
§ 3º Não terá sequência eventual pedido de revi‑ do com o art.  201, é  de caráter contributivo e de filiação
são de decisão indeferitória definitiva de benefício obrigatória. Este regime abrange todos os trabalhadores
confirmada pela última instância do Conselho de da iniciativa privada, inclusive os empregados de empresa
Recursos da Previdência Social, aplicando‑se, no caso
pública e sociedade de economia mista (art. 173 da CF).
de apresentação de outros documentos, além dos já
O RGPS abrange, ainda, os servidores públicos efetivos
existentes no processo, o disposto no § 2º. (Incluído
daqueles entes que não possuem regimes próprios de pre‑
pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
Art. 347‑A. O direito da Previdência Social de anular vidência; além dos contratados temporários, contratados ou
os atos administrativos de que decorram efeitos comissionados sem vínculo efetivo com o respectivo ente
favoráveis para os seus beneficiários decai em dez público, mesmo que possua RPPS.
anos, contados da data em que foram praticados, O RGPS tem por fim garantir aos seus beneficiários (se‑
salvo comprovada má‑fé. (Incluído pelo Decreto gurados e dependentes) meios de manutenção, no caso de
nº 5.545, de 2005) ocorrência dos seguintes eventos (ou contingências): doença;
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o pra‑ invalidez; morte; idade avançada; proteção à maternidade;
zo decadencial contar‑se‑á da percepção do primeiro pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge
pagamento. (Incluído pelo Decreto nº 5.545, de 2005) ou companheiro e dependentes; salário‑família e auxílio‑re‑
§ 2º Considera‑se exercício do direito de anular clusão para os dependentes dos segurados de baixa renda.
qualquer medida de autoridade administrativa que O Regime Próprio de Previdência Social – RPPS, conforme
importe impugnação à validade do ato. (Incluído pelo dispõe o art. 40 da Constituição, abrange os servidores titula‑
Decreto nº 5.545, de 2005) res de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Fede‑
ral e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações.
Com relação às contribuições sociais, a seguridade social O RPPS é de caráter contributivo e solidário, mediante
tinha 10 (dez) anos para apurar, constituir e cobrar os seus contribuição do respectivo ente público, dos servidores
créditos, conforme previa a Lei nº  8.212/1991, em seus ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios
arts. 45 e 46. que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial44. Para
Com a edição da Súmula Vinculante nº 8, pelo STF, esses custear os respectivos RPPS, os Estados, o Distrito Federal
artigos foram declarados inconstitucionais e, posterior‑ e os Municípios deverão instituir contribuição, cobrada de
mente, expressamente revogados pela Lei Complementar seus servidores, cuja alíquota não será inferior à da contri‑
nº 128/2008, passando o referido prazo para cinco anos. buição dos servidores titulares de cargos efetivos da União,
A partir da referida Súmula, aplicam‑se às contribuições conforme prevê o art. 149, § 1º da CF.
sociais os mesmos prazos para apuração, constituição e O Regime Próprio de Previdência Social – RPPS é o regime
cobrança dos demais tributos, previstos nos arts. 173 e 174 de previdência instituído pela União, Estados, Distrito Federal e
do CTN: Municípios aos respectivos servidores públicos efetivos, de cará‑
ter contributivo e solidário. O custeio é baseado na contribuição
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o do ente público e dos servidores ativos, inativos e pensionistas
crédito tributário extingue‑se após 5 (cinco) anos, (art. 40 da CF). A contribuição mínima é de 11% (art. 149, § 1º).
contados: Somente pode existir um RPPS por ente federado, exceto
I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em militares (art. 142, § 3º, X). As leis básicas do RPPS, no âmbito
que o lançamento poderia ter sido efetuado; federal, são: Lei nº 9.717/1998 e Lei nº 10.887/2004.
II – da data em que se tornar definitiva a decisão O art. 40 da Constituição prevê os seguintes benefícios
que houver anulado, por vício formal, o lançamento para os servidores efetivos:
anteriormente efetuado. 1) Invalidez permanente:
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo – proventos proporcionais ao tempo de contribuição;
extingue‑se definitivamente com o decurso do prazo – proventos integrais – acidente em serviço, moléstia
nele previsto, contado da data em que tenha sido profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável.
iniciada a constituição do crédito tributário pela 2) Compulsória: 70 anos de idade, com proventos pro‑
notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida porcionais ao tempo de contribuição.
preparatória indispensável ao lançamento.
Conhecimentos Específicos

3) Voluntária: (10 anos na função e 5 no cargo efetivo):


Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário a) Integral*:
prescreve em cinco anos, contados da data da sua homem
constituição definitiva. – 60 anos/idade + 35 anos contribuição.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: mulher
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em – 55 anos de idade + 30 de contribuição.
execução fiscal; * Caso o servidor opte por não se aposentar terá direito
II – pelo protesto judicial;
ao abono = valor da contribuição – até compulsória.
III – por qualquer ato judicial que constitua em mora
b) proporcional: homem
o devedor;
– 65 anos de idade mulher – 60 anos de idade.
IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extraju‑
dicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor. Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico
44

Legislativo-Direito/2010.

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30 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
4) Pensão: integral até o limite máximo (teto) do RGPS O regime de previdência complementar divide‑se em
+ 70% da parcela que exceder este limite e a totalidade dos privado e público. O privado pode ser aberto ou fechado,
proventos (se aposentado) ou da remuneração do servidor enquanto o regime público, fechado. A  previdência com‑
no cargo efetivo em que se deu o falecimento. plementar é organizada de forma autônoma em relação ao
Regime de Previdência dos Militares. Este regime de RGPS, será de filiação facultativa, baseada na constituição
previdência tem previsão nos arts. 42 e 142, § 3º, X, da de reservas que garantam o benefício contratado, conforme
Constituição. O art. 42 trata da previdência dos militares dispõe o art. 202 da Constituição e as Leis Complementares
estaduais, delegando aos Estados e ao DF a competência nºs 108 e 109, ambas de 2001.
para editar lei específica sobre a inatividade de seus militares, No que tange a previdência complementar, a Constitui‑
assim prevendo: ção, art. 202, assegura que: 1) as contribuições do emprega‑
dor não integram o contrato de trabalho dos participantes; 2)
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos é vedado o aporte de recursos dos entes públicos em suas
de Bombeiros Militares, instituições organizadas respectivas entidades de previdência, salvo na qualidade
com base na hierarquia e disciplina, são militares dos de patrocinadores45; 3) a contribuição normal não poderá
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. exceder a do segurado; 4) os participantes têm amplo acesso
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito às informações da entidade de previdência; e 5) os segurados
Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado participarão da gestão das entidades.
em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; O Regime Aberto de Previdência Privada ou Entidade
e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual Aberta de Previdência Privada – EAPP é acessível a qualquer
específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, pessoa física46. Esse regime pode ser complementar (para
inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas aquele que é filiado a um regime obrigatório – RGPS ou RPPS.)
pelos respectivos governadores. ou implementar (para quem não é filiado a nenhum regime
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do obrigatório de previdência).
Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for A EAPP é operada por uma instituição financeira, com
fixado em lei específica do respectivo ente estatal. fins lucrativos, constituída como Sociedade Anônima – SA47,
e adota o sistema de capitalização.
Por sua vez, o artigo 142, § 3º, X, da Constituição discipli‑ O sistema de capitalização consiste na individualização
na o regime previdenciário dos militares das Forças Armadas, dos riscos sociais, uma espécie de poupança individual. No
prevendo que lei disporá sobre a inatividade desses militares: momento da aposentadoria, terá direito a receber de volta
uma renda vitalícia baseada na contribuição vertida ao sis‑
Art. 142. [...] tema, acrescido dos rendimentos do capital.
§ 3º [...] A Previdência Complementar Fechada ou Entidade
X – a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, Fechada de Previdência Privada  – EFPP é constituída por
os limites de idade, a estabilidade e outras condições pessoa jurídica de direito privado (fundação ou sociedade
de transferência do militar para a inatividade, os di‑ civil – fundação de direito privado (Código Civil)), sem finali‑
reitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas dade lucrativa, chamada de Fundos de Pensão. Esse regime é
e outras situações especiais dos militares, conside‑ constituído por empresa ou grupo de empresas chamadas de
radas as peculiaridades de suas atividades, inclusive patrocinadoras ou por entidade classista, sindical ou setorial,
aquelas cumpridas por força de compromissos inter‑ chamadas de instituidora. Ex.: Previ (Banco do Brasil), Petros
nacionais e de guerra. (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal).
A Lei Complementar nº  109/2001 previu a criação de
A competência para dispor acerca do regime previden­ órgão regulador e fiscalizador, enquanto esse órgão não tinha
ciário dos Militares das Forças Armadas, consoante previsão sido criado essa competência era do Ministério da Previdên‑
do art. 27 da Lei n° 10.683/2003 é Ministério da Defesa. cia Social – MPS que o regulava por meio do Conselho de
Releva destacar que o Ministério da Previdência Social detém Gestão da Previdência Complementar – CGPC e fiscalizava
atribuição para acompanhar os regimes próprios de previ‑ através da Secretaria de Previdência Complementar – SPC,
dência social dos servidores públicos dos entes federativos em relação às Entidades Fechadas.
e dos militares dos Estados e do Distrito Federal, conforme Suponha que determinada entidade fechada de previ-
disposição do art. 1° da Lei n° 9.717/1998; mas não dos dência complementar celebrou operação de fusão societária
membros das Forças Armadas. com outra entidade fechada. Nessa situação, considerando
A Lei nº 6.880, de 9/12/1980 (Estatuto dos Militares), a legislação de regência, a referida reestruturação socie-
em seu art. 50, prevê remuneração correspondente ao tária, para sua legalidade, depende de prévia e expressa
grau hierárquico superior quando, ao ser transferido para autorização do órgão fiscalizador48.
Conhecimentos Específicos

a inatividade, o militar contar mais de 30 (trinta) anos de Atualmente o MPS faz a regulação por meio do Conselho
serviço; bem como prevê que o provento será calculado com Nacional de Previdência Complementar – CNPC e a fiscalização,
base no soldo integral do posto ou graduação quando, não através da Superintendência Nacional de Previdência Comple‑
contando 30 (trinta) anos de serviço, for transferido para a mentar – Previc, conforme disposição da Lei nº 12.154/2009.
reserva remunerada, ex officio, por ter atingido a idade-limite O Ministério da Fazenda – MF faz a regulação das Enti‑
de permanência em atividade no posto ou na graduação, ou dades Abertas, através do Conselho Nacional de Seguros Pri‑
ter sido abrangido pela quota compulsória. vados – CNSP e a fiscalização, por meio da Superintendência
A contribuição dos militares das Forças Armadas (ativos de Seguros Privados – Susep.
e inativos) é de 7,5% para a pensão militar, e de 3,5% do 45
Assunto cobrado na prova do MPE/Procurador Geral do Ministério Público/
soldo, ou seja, do salário-base de cada posto ou graduação, Fepese/Nível Superior/2010.
46
Assunto cobrado na prova do Cespe/TCE-RN/Assessor Técnico Jurídico/2009,
para assistência médico-hospitalar. 47
Assunto cobrado na prova do Cespe/Banco de Brasília/Advogado/2010.
48
Cespe/Banco de Brasília/Advogado/2010.

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A previdência complementar pública, entidade fechada de Atenção: os crimes foram transferidos da Lei de Custeio
previdência, poderá ser constituída pelos entes públicos, na para o Código Penal‑CP – não ocorreu a abolitio criminis.
condição de patrocinadores, aos seus respectivos servidores
públicos efetivos. Segundo o art. 40, §§ 14 a 16 da CF, deverão Apropriação indébita previdenciária – art. 168-A (as
ser observadas as seguintes regras: 1) a criação será através de contribuições são descontadas do trabalhador e não são
lei de iniciativa do Poder Executivo; 2) a partir de sua criação, repassadas ao Fisco Previdenciário)  – deixar de repassar
os  benefícios do regime próprio observarão os limites do
à previdência social  – PS as contribuições recolhidas dos
RGPS – art. 201 da CF; 3) será optativa para os servidores que
já haviam ingressados antes de sua constituição; 4) ofertará contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional (em‑
os planos de benefícios na modalidade de contribuição defi‑ pregador ou equiparado):
nida; 5) vedação de aportar recursos nas entidades, salvo na
condição de patrocinadores; 6) a cota de patrocínio do ente Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
não poderá exceder a do segurado‑participante. Na mesma pena incorre quem efetua os descontos e
A Lei nº 12.618, de 30/4/2012 criou a previdência com‑ não repassa PS.
plementar para os servidores públicos efetivos da União. A Ex.: caixa de banco, contador.
criação deste regime tem previsão no artigo 40 da Constitui‑
ção, especialmente os §§ 14, 15 e 16. Crime contra o patrimônio  – bem jurídico tutelado  –
Após a criação deste regime, a União limitará o teto dos patrimônio da PS.
benefícios de seus servidores ao do RGPS (INSS); assim sen‑
Crime material de conduta mista  – requer a inversão
do, aquele servidor que desejar benefício maior ou manter
a paridade com a remuneração poderá se filiar ao regime da posse para materialização (ação no princípio e omissão
complementar. Caso contrário perceberá benefício limitado no final).
ao teto do INSS que atualmente é de R$ 4.663,75. Dispensa o dolo específico  – animus rem sibi habendi
Aos servidores que já haviam ingressado no serviço público (ter a coisa apropriada para si mesmo).
até a publicação desta lei poderão continuar contribuindo Para o STF não consubstancia crime formal, mas omis‑
com 11% do total da remuneração para aposentar com pro‑ sivo material (ocorrência da apropriação dos valores com
ventos integrais ou optarem por contribuir com o limite da inversão da posse).
previdência, caso optem pelo novo sistema de previdência Ausência de desconto exclui o crime.
complementar. Extingue a punibilidade: declarar, confessar e pagar antes
Para administrar o regime de previdência complementar da ação fiscal.
para os servidores públicos federais titulares de cargo efetivo,
Pagamento posterior – perdão judicial – antes da denún‑
serão criadas 3 entidades fechadas de previdência comple‑
mentar seguindo-se as diretrizes do art. 202 da Constituição, cia; após, atenuante.
regulamentado pela Leis Complementares nos108 e 109/2001.
Cada Poder terá a sua entidade de previdência. A Fundação Sonegação de contribuição previdenciária – Art. 337-A
de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do (as contribuições não são descontadas ou são descontadas
Poder Executivo-Funpresp-Exe; a Fundação de Previdência a menor ou dissimuladas) – suprimir ou reduzir contribuição
Complementar do Servidor Público Federal do Poder Legisla‑ social previdenciária e qualquer acessório, mediante as se‑
tivo-Funpresp-Leg; a Fundação de Previdência Complementar guintes condutas: 1) omitir informações da folha; 2) deixar
do Servidor Público Federal do Poder judiciário-Funpresp-Jud. de lançar; 3) omitir receitas ou lucros, remunerações pagas
Os planos de benefícios ofertados pelas entidades de pre‑ ou creditadas e fatos geradores.
vidência complementar deverão prever os seguintes institutos: Reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa
1) Benefício proporcional diferido: é o valor de um bene‑
Crime contra a administração pública.
fício proporcional que o participante, eventualmente, teria
direito, no caso de cessação do vínculo empregatício com o Crime material (resultado compõe o tipo) – necessária a
patrocinador ou associativo (instituidor), antes da aquisição supressão ou redução da contribuição.
do direito ao benefício pleno. Dolo deve ser caracterizado, sob pena de exclusão da
2) Portabilidade: é a possibilidade que o participante antijuridicidade e virar ilícito administrativo.
tem de transferir o direito acumulado para outro plano. Extinção da punibilidade – idem anterior.
A portabilidade não caracteriza resgate e não pode ser feita STJ reconhece extinção da punibilidade – parcelamento
durante a existência do vínculo com a respectiva patrocina‑ tardio (posterior).
dora ou instituidora. STF – parcelamento suspende a pretensão punitiva do
3) Resgate: é o direito que o participante tem de retirar Estado – extingue‑se com pagamento da última parcela
(sacar) a totalidade das contribuições vertidas ao plano, Base art. 9º Lei nº 10.684/2003.
descontadas, quando for o caso, as despesas de custeio.
4) Autopatrocínio ou autofinanciamento: é a faculdade
que o participante tem de manter o valor de sua contribuição Falsificação de documento público – art. 297: nas mes‑
e a do patrocinador, no caso de cessação do vínculo empre‑ mas penas incorre quem insere ou faz inserir:
Conhecimentos Específicos

gatício com o patrocinador ou associativo, com o instituidor. 1) na folha de pagamento ou em documento de infor‑
As entidades fechadas não se sujeitam a recuperação mações ou CTPS que seja destinado a fazer prova perante a
extrajudicial e não estão sujeitas a falência, mas somente a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de
liquidação extrajudicial. segurado obrigatório;
As entidades fechadas de previdência social privada al‑ 2) ou em documento contábil ou em qualquer outro
cançam imunidade tributária se não cobrar contribuição dos documento relacionado com as obrigações da empresa
seus beneficiários, de acordo com a Súmula nº 730 do STF. perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da
que deveria ter constado.
CRIMES PREVIDENCIÁRIOS
A Lei nº 9.983, de 14/7/2000 revogou o art. 95 da Lei de Nas mesmas penas incorre quem omite nome do segu‑
Custeio – Lei nº 8.212/1991, que tratava dos crimes previ‑ rado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do
denciários, e os inseriu no Código Penal – CP. contrato de trabalho ou de prestação de serviços.

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32 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Crime formal: nº  8.212/1991  – Lei de Custeio, nº  8.213/1991  – Lei de
– comissivo – ação de inserir dados; Benefícios e nº 10.666/2003 ou do Decreto nº 3.048/1999.
– omissivo – omissão da empresa em relação aos segurados. Em suma, constitui infração – não atender formalidades/
requisitos previstos nas Leis de Custeio e Benefícios.
Atenção: se for para deixar de pagar contribuições – será As multas decorrentes da infração à legislação previ‑
absorvido pelo crime de sonegação das contribuições previ‑ denciária foram atualizadas pela Portaria Interministerial
denciárias – não configura concurso de crimes. MPS/MF nº 13/2015, artigo 8º:

Inserção de dados falsos em sistema de informações – [...]


Art. 313-A – inserir ou facilitar, o  funcionário autorizado, III – o valor da multa pelo descumprimento das
a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente obrigações, indicadas no:
dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de a) caput do art. 287 do Regulamento da Previdência
dados da Administração Pública com o fim de obter vanta‑ Social (RPS), varia de R$ 253,36 (duzentos e
gem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:
cinquenta e três reais e trinta e seis centavos) a R$
“Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.”
Ex.: exclui débito, insere tempo de contribuição. 25.337,44 (vinte e cinco mil trezentos e trinte e sete
reais e quarenta e quatro centavos);
Crime próprio – somente funcionário autorizado pode b) inciso I do parágrafo único do art. 287 do RPS, é
cometê‑lo. de R$ 56.305,39 (cinquenta e seis mil trezentos e
Formal e comissivo – decorre de uma ação e não carece cinco reais e trinta e nove centavos); e
de resultado – embora aja dolo específico. c) inciso II do parágrafo único do art. 287 do RPS,
Ex.: funcionário recebe dinheiro para inserir tempo, é de R$ 281.526,96 (duzentos e oitenta e um mil
mesmo que este não seja usado. quinhentos e vinte e seis reais e noventa e seis
centavos);
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de IV – o valor da multa pela infração a qualquer
informações – Art. 313-B – modificar ou alterar, o funcio‑ dispositivo do RPS, para a qual não haja penalidade
nário, sistema de informações ou programa de informática expressamente cominada no art. 283 do RPS, varia,
sem autorização ou solicitação de autoridade competente: conforme a gravidade da infração, de R$ 1.925,81
Pena – detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa (um mil novecentos e vinte e cinco reais e oitenta
e um centavos) a R$ 192.578,66 (cento e noventa e
Parágrafo único. As  penas são aumentadas de um dois mil quinhentos e setenta e oito reais e sessenta
terço até a metade se da modificação ou alteração e seis centavos);
resulta dano para a Administração Pública ou para V – o valor da multa indicada no inciso II do art. 283
o administrado. do RPS é de R$ 19.257,83 (dezenove mil duzentos
e cinquenta e sete reais e oitenta e três centavos);
Crime próprio, formal, comissivo  – conhecido como
data dilling. VI – é exigida Certidão Negativa de Débito (CND)
Difere do anterior – ausência de dolo específico – mera da empresa na alienação ou oneração, a qualquer
modificação dos dados – qualquer fim. título, de bem móvel incorporado ao seu ativo
permanente de valor superior a R$ 48.144,19
Estelionato art. 171, § 3º – obter para si ou para outrem, (quarenta e oito mil cento e quarenta e quatro reais
vantagem ilícita, em prejuízo alheio... e dezenove centavos); e
VII – o valor de que trata o § 3º do art. 337-A do
§ 3º A pena aumenta‑se de 1/3, se o crime é come‑ Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei nº 2.848,
tido em detrimento de entidade de direito público de 7 de dezembro de 1940, é de R$ 4.117,35 (quatro
ou instituto de economia popular, assistência social mil cento e dezessete reais e trinta e cinco centavos).
ou beneficência.
RECURSO DAS DECISÕES
Delito material; ADMINISTRATIVAS
Estelionato qualificado;
Súmula nº 24 do STJ – crimes contra entidade autárquica O segurado que não se conformar com as decisões to‑
da PS;
madas pelo INSS, como, por exemplo, o indeferimento de
Crime instantâneo de resultados permanentes- caracteri‑
za na primeira parcela – as demais – exaurimento do crime; um benefício ou a negativa de um pedido de revisão, poderá
Guias falsas – justiça federal somente se houver lesão interpor recurso ao Conselho de Recursos da Previdência
ao INSS – demais, justiça estadual comum – Súmula 107 STJ. Social – CRPS, órgão colegiado integrante da estrutura do
Ministério da Previdência Social responsável pelo julgamento
Conhecimentos Específicos

Art. 327. § 1º Equipara‑se a funcionário público quem dos recursos dos beneficiários da Previdência Social. O CRPS
exerce cargo, emprego ou função em entidade para‑ é responsável pelo controle jurisdicional das decisões do
estatal, e quem trabalha para empresa prestadora de INSS, nos processos de interesse dos beneficiários. A estru‑
serviço contratada ou conveniada para a execução de tura do CRPS compreende as Juntas de Recursos, as Câmaras
atividade típica da Administração Pública. de Julgamento e o Conselho Pleno. As Juntas de Recursos têm
a competência de julgar, em primeira instância, os recursos
Infrações à Legislação Previdenciária interpostos contra as decisões prolatadas pelos órgãos regio‑
nais do INSS em matéria de interesse de seus beneficiários.
As infrações à legislação previdenciária ocorrem quan‑ As Juntas e as Câmaras são compostas por quatro membros,
do o contribuinte (empresa ou segurado) descumprem denominados conselheiros e presididas por representante
qualquer dispositivo das normas previdenciárias  – obri‑ do Governo, sendo dois representantes do Governo, um das
gações principais ou acessórias  – especialmente das Leis empresas e um dos trabalhadores.

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É vedado ao INSS escusar‑se a cumprir as decisões defi‑ segurado. A dependência dos demais (classe II e III) tem
nitivas oriundas das Juntas de Recursos ou das Câmaras de que ser comprovada. O enteado e o menor sob sua tutela
Julgamento do CRPS, a reduzir ou a ampliar alcance dessas equiparam‑se aos filhos, desde que não possuam bens,
decisões ou a executá‑las de maneira que contrarie ou pre‑ mediante declaração escrita do segurado e comprovação
judique o sentido nelas contidos. da dependência econômica.
Os titulares de direitos e interesses têm legitimidade para Concorrem entre si, em igualdade de condições, os de‑
interpor recurso administrativo. Assim, quando não confor‑ pendentes pertencentes à mesma classe, excluindo o direito
mados, poderão recorrer das decisões proferidas pelo INSS às prestações aos das classes seguintes.
referentes ao reconhecimento de direitos na concessão, na É assegurada a qualidade de dependente perante a
atualização ou na revisão, bem como na emissão de CTC e na Previdência Social ao filho e ao irmão inválido, que se eman‑
correção de dados constantes do CNIS às Juntas de Recursos – ciparem em decorrência, unicamente, de colação de grau
JR ou às Câmaras de Julgamento – CaJ do CRPS. científico em curso de ensino superior, assim como para o
As unidades da Previdência Social, em hipótese alguma, menor de 21 (vinte e um) anos, durante o período de serviço
podem sustar o recebimento ou o andamento do recurso, militar, obrigatório ou não. Porém, a dependência econômica
uma vez que é prerrogativa do órgão de controle jurisdicio‑ não se prorroga até os 24 anos para os dependentes cursando
nal – Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) – ensino superior.
admitir ou não o recurso, motivo pelo qual quaisquer que Para que o filho inválido maior de 21 figure como depen‑
tenham sido as condições de apresentação, o recurso será dente do segurado, deverá comprovar, em exame médico‑peri‑
sempre encaminhado aos órgãos competentes. Exceto cial, cumulativamente, que: 1) a incapacidade para o trabalho
quando reconhecido o direito pleiteado antes da subida dos é total e permanente, ou seja, diagnóstico de invalidez; 2) a
autos à Junta de Recursos/CRPS, pois, nesse caso, a decisão invalidez é anterior a eventual causa de emancipação civil ou
será revertida em favor do recorrente. anterior à data em que completou 21 anos; e 3) a invalidez
A interposição, por iniciativa do beneficiário, de ação judi‑ manteve‑se de forma ininterrupta até o preenchimento de
cial que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual versa o todos os requisitos de elegibilidade ao benefício.
processo administrativo importa renúncia ao direito de recorrer Os dependentes do segurado e a perda dessa qua‑
na esfera administrativa e desistência do recurso interposto. lidade estão disciplinados nos arts.  16 e 17 do Decreto
O assunto encontra‑se melhor disciplinado nos arts. 126 nº 3.408/1999:
da Lei nº 8.213/1991 e 305 a 310, do Decreto nº 3.048/1999.
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Pre‑
Plano de Benefícios da Previdência Social: vidência Social, na condição de dependentes do
Beneficiários, Espécies de Prestações, Benefícios, segurado:
Disposições Gerais e Específicas, Períodos de I – o cônjuge, a  companheira, o  companheiro e o
Carência, Salário de Benefício, Renda Mensal filho não emancipado de qualquer condição, menor
do Benefício, Reajustamento do Valor dos de vinte e um anos ou inválido;
Benefícios, Abono Anual, Acidente do Trabalho II – os pais; ou
III – o irmão não emancipado, de qualquer condição,
Consoante dispõe o art. 18 da Lei nº 8.213/1991 (Lei de menor de vinte e um anos ou inválido.
Benefícios), o RGPS atende a cobertura dos eventos (ou con‑ § 1º Os dependentes de uma mesma classe concor‑
tingências) através das prestações, expressas nos seguintes rem em igualdade de condições.
benefícios e serviços: § 2º A existência de dependente de qualquer das
classes deste artigo exclui do direito às prestações
I – quanto ao segurado: os das classes seguintes.
a) aposentadoria por invalidez; § 3º Equiparam‑se aos filhos, nas condições do
b) aposentadoria por idade; inciso I, mediante declaração escrita do segurado,
c) aposentadoria por tempo de contribuição; comprovada a dependência econômica na forma
d) aposentadoria especial; estabelecida no § 3º do art. 22, o enteado e o menor
e) auxílio‑doença; que esteja sob sua tutela e desde que não possua
f) salário‑família; bens suficientes para o próprio sustento e educação.
g) salário‑maternidade; § 4º O menor sob tutela somente poderá ser equipa‑
h) auxílio‑acidente; rado aos filhos do segurado mediante apresentação
de termo de tutela.
II – quanto ao dependente:
§ 5º Considera‑se companheira ou companheiro a
a) pensão por morte;
pessoa que mantenha união estável com o segurado
b) auxílio‑reclusão; ou segurada.
III – quanto ao segurado e dependente: § 6º Considera‑se união estável aquela verificada
a) serviço social; entre o homem e a mulher como entidade familiar,
b) reabilitação profissional. quando forem solteiros, separados judicialmente,
Conhecimentos Específicos

divorciados ou viúvos, ou tenham prole em comum,


Beneficiário é um termo que abrange os segurados e os enquanto não se separarem.
dependentes. § 7º A dependência econômica das pessoas de que
Dependentes é a pessoa que mantém um vínculo jurí‑ trata o inciso I é presumida e a das demais deve ser
dico e/ou econômico com o segurado. Existem três classes comprovada.
de dependentes em relação ao segurado: I) o cônjuge; Art. 17. A perda da qualidade de dependente ocorre:
companheiro(a) e filho(a) não emancipado(a) de quais‑ I – para o cônjuge, pela separação judicial ou divór‑
quer condições, até 21 anos de idade ou inválidos ou com cio, enquanto não lhe for assegurada a prestação de
deficiência; II) os pais; e III) os irmãos não emancipados, alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito
de qualquer condição, até 21 anos de idade ou inválido ou ou por sentença judicial transitada em julgado;
com deficiência. Os dependentes da classe I são chamados II – para a companheira ou companheiro, pela cessa‑
de preferenciais, porque excluem os das demais classes. ção da união estável com o segurado ou segurada, en‑
Têm dependência econômica presumida em relação ao quanto não lhe for garantida a prestação de alimentos;

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III – para o filho e o irmão, de qualquer condição, óbito ou por sentença judicial transitada em julgado; 2) para
ao completarem vinte e um anos de idade, salvo se a(o) companheira(o), pela cessação da união estável com o(a)
inválidos, desde que a invalidez tenha ocorrido antes: segurado(a), enquanto não lhe for garantida a prestação de
(Redação dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009) alimentos; 3) para filhos e irmãos, ao completarem 21 anos
a) de completarem vinte e um anos de idade; (Incluí­ de idade, salvo se inválidos, ou pela emancipação, ainda
do pelo Decreto nº 6.939, de 2009) que inválido. A emancipação do filho ou irmão inválido não
b) do casamento; (Incluído pelo Decreto nº 6.939, caracteriza a perda da qualidade quando for decorrente
de 2009) de colação de grau científico em curso de ensino superior;
c) do início do exercício de emprego público efetivo; 4) para os dependentes em geral, pelo falecimento ou cessa‑
(Incluído pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
ção da invalidez. A mulher que renunciou aos alimentos na
d) da constituição de estabelecimento civil ou comer‑
cial ou da existência de relação de emprego, desde separação judicial tem direito à pensão previdenciária por
que, em função deles, o menor com dezesseis anos morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica
completos tenha economia própria; ou (Incluído pelo superveniente, consoante Súmula 336 do STJ.
Decreto nº 6.939, de 2009) A inscrição do dependente encontra‑se disciplinada nos
e) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de arts. 22 a 24 do Decreto nº 3.048/1999.
um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação ju‑ Períodos de Carência
dicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o
menor tiver dezesseis anos completos; e (Incluído Carência
pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
IV – para os dependentes em geral: Carência é o número mínimo de contribuições que o
a) pela cessação da invalidez; ou segurado deve possuir para fazer jus aos benefícios previden‑
b) pelo falecimento. ciários. O RGPS é um sistema contributivo; assim, a maioria
dos benefícios exige um período mínimo de carência.
A inscrição do dependente será promovida quando do A carência exigida para a concessão dos benefícios de‑
requerimento do benefício a que tiver direito. Não será vidos pela Previdência Social será sempre aquela prevista
permitida a inscrição de dependentes para fins meramente
na legislação vigente, na data em que o interessado tenha
declaratórios.
A inscrição do dependente será realizada mediante a implementado todas as condições para a concessão do
apresentação dos seguintes documentos: 1) para os de‑ benefício, mesmo que, após essa data, venha a perder a
pendentes preferenciais: a) cônjuge e filhos – certidões de qualidade de segurado.
casamento e de nascimento; b) companheira ou compa‑ O período de carência será computado de acordo com a
nheiro – documento de identidade e certidão de casamento filiação, a inscrição ou o recolhimento efetuado pelo segu‑
com averbação da separação judicial ou divórcio, quando rado da Previdência Social e varia de acordo com a espécie
um dos companheiros ou ambos já tiverem sido casados, de cada segurado. Para o segurado empregado, inclusive
ou de óbito, se for o caso; e c) equiparado a filho – certidão os domésticos e trabalhador avulso, por exemplo, o vínculo
judicial de tutela e, em se tratando de enteado, certidão de empregatício existente no Cadastro Nacional de Informações
casamento do segurado e de nascimento do dependente; 2) Sociais (CNIS) será considerado para fins de carência, mesmo
pais – certidão de nascimento do segurado e documentos de que não conste nesse cadastro remunerações no período,
identidade dos mesmos; 3) irmão – certidão de nascimento. considerando‑se a data de filiação ao RGPS. Para o segurado
No caso de companheira ou companheiro, inclusive união contribuinte individual, especial e o facultativo, as contribui‑
homoafetiva, deverá ser comprovado o vínculo pela união ções existentes no Sistema CNIS serão consideradas para
estável e, a exemplo do cônjuge e dos filhos, não é necessá‑ fins de carência, devendo ser realizada análise dos valores e
rio comprovar a dependência econômica. No caso de pais data da efetivação dos recolhimentos. Nessas circunstâncias,
e irmãos, deve ser comprovada a dependência econômica; a contagem da carência inicia‑se a partir da data do efetivo
e, para fins de concessão de benefícios, devem, também, recolhimento da primeira contribuição sem atraso, não sendo
comprovar a inexistência de dependentes preferenciais, consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com
mediante declaração firmada perante o INSS. atraso referente às competências anteriores. Para o segura‑
A comprovação do vínculo e da dependência econômica, do especial que não contribui facultativamente, o período
quando for o caso, deverá ser feita apresentando‑se, no mí‑ de carência é contado a partir da comprovação do efetivo
nimo, três documentos que comprovem a vinculação jurídica exercício da atividade rural.
ou econômica entre o dependente e o segurado, exemplos: Para efeitos de carência, considera‑se presumido o
prova de mesmo domicílio; certidão de nascimento de filho recolhimento das contribuições do segurado empregado,
em comum; certidão de casamento religioso; declaração do do trabalhador avulso e relativamente ao contribuinte indi‑
imposto de renda do segurado em que conste o interessado vidual prestador de serviço que tem as contribuições dele
Conhecimentos Específicos

como seu dependente; disposições testamentárias; declara‑ descontadas pela empresa.


ção especial feita perante tabelião; prova de encargos do‑ Para os segurados optantes pelo recolhimento trimestral,
mésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão o período de carência é contado a partir do mês de inscrição
nos atos da vida civil etc. do segurado, desde que efetuado o recolhimento da primeira
No caso de dependente inválido, para fins de inscrição contribuição no prazo estipulado.
e concessão de benefício, a  invalidez será comprovada Regra geral, o período de carência para a concessão dos
mediante exame médico‑pericial a cargo do INSS. No ato benefícios por incapacidade (aposentadoria por invalidez e
da inscrição, o dependente menor de 21 (vinte e um) anos auxílio‑doença) é de doze contribuições mensais, podendo
deverá apresentar declaração de não emancipação. ser isentos quando a incapacidade for decorrente de aci‑
Perda da qualidade de dependente: 1) para o cônjuge, dente (do trabalho ou de qualquer natureza) ou de doenças
ocorre pela separação judicial ou divórcio, sem direito à graves. Para a aposentadoria por idade, aposentadoria por
prestação de alimentos; pela anulação do casamento; pelo tempo de contribuição e aposentadoria especial o período de

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carência é de 180 contribuições mensais. Dez contribuições § 4º Para efeito de carência, considera‑se presumi‑
mensais, no caso de salário-maternidade, para as seguradas do o recolhimento das contribuições do segurado
contribuinte individual, facultativa e especial (esta última empregado, do trabalhador avulso e, relativamente
basta comprovar o exercício da atividade rural nos dez meses ao contribuinte individual, a partir da competência
anteriores ao parto. Em caso de parto antecipado, o período abril de 2003, as contribuições dele descontadas pela
de carência será reduzido em número de contribuições equi‑ empresa na forma do art. 216.
valente ao número de meses em que o parto foi antecipado. § 5º Observado o disposto no § 4º do art. 13, as con‑
O salário-maternidade para a segurada empregada, empre‑ tribuições vertidas para regime próprio de previdên‑
gada doméstica e trabalhaora avulsa é isento de carência. cia social serão consideradas para todos os efeitos,
Existem benefícios que são isentos de carência: pensão inclusive para os de carência.
por morte; auxílio‑reclusão; salário‑família; auxílio‑doença Art. 27. (Revogado pelo Decreto nº 5.399, de 2005)
e aposentadoria por invalidez quando decorrentes de aci‑ Art. 27‑A. Havendo perda da qualidade de segurado,
dente de qualquer natureza ou quando o segurado, após as  contribuições anteriores a essa perda somente
filiar‑se ao RGPS, for acometido de doenças ou afecções serão computadas para efeito de carência depois
graves. O salário‑maternidade para a segurada empregada, que o segurado contar, a partir da nova filiação ao
empregada doméstica e trabalhadora avulsa também é Regime Geral de Previdência Social, com, no mínimo,
isento de carência. um terço do número de contribuições exigidas para o
cumprimento da carência definida no art. 29.
Atenção: Parágrafo único. Aplica‑se o disposto no caput ao
A pensão por morte é benefício isento de carência. segurado oriundo de regime próprio de previdência
Devendo o óbito ocorrer, portanto, durante o período em social que se filiar ao Regime Geral de Previdência
que o segurado mantinha essa qualidade; exceto se, ao Social após os prazos a que se refere o inciso II do
falecer, havia preenchido os requisitos para obtenção da caput e o § 1º do art. 13.
aposentadoria. Art. 28. O período de carência é contado:
I – para o segurado empregado e trabalhador avulso,
Para os benefícios requeridos a partir de 25 de julho de da data de filiação ao Regime Geral de Previdência
1991, quando ocorrer a perda da qualidade de segurado, qual‑ Social; e
quer que seja a época da inscrição ou da filiação do segurado II – para o segurado empregado doméstico, contri‑
na Previdência Social, as contribuições anteriores a essa data buinte individual, observado o disposto no § 4º do
só poderão ser computadas para efeito de carência depois que art. 26, e facultativo, inclusive o segurado especial
o segurado contar, a partir da nova filiação ao RGPS, com, no que contribui na forma do § 2º do art. 200, da data
mínimo, um terço do número de contribuições exigidas para do efetivo recolhimento da primeira contribuição
a concessão do respectivo benefício. sem atraso, não sendo consideradas para esse fim
Se o segurado já era filiado ao RGPS até 25 de julho de as contribuições recolhidas com atraso referentes a
1991, e ocorrer a perda da qualidade de segurado, as contri‑ competências anteriores, observado, quanto ao segu‑
buições anteriores a essa data só poderão ser computadas rado facultativo, o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 11.
para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir § 1º Para o segurado especial que não contribui na
da nova filiação ao RGPS, com, no mínimo, um terço do nú‑ forma do § 2º do art. 200, o  período de carência
mero de contribuições exigidas para a concessão do respec‑ de que trata o § 1º do art. 26 é contado a partir do
tivo benefício. Exemplo: auxílio doença e aposenstadoria por efetivo exercício da atividade rural, mediante com‑
invalidez: deverá adquirir quatro contribuições – 1/3 de 12 provação, na forma do disposto no art. 62.
contriuições; aposentadoria por idade, tempo de contribui‑ § 2º O período a que se refere o inciso XVIII do art. 60
ção e especial: 60 contribuições – 1/3 de 180 contribuições. será computado para fins de carência.
Os arts. 26 a 30 do Decreto nº 3.048/1999 tratam do perío­ § 3º Para os segurados a que se refere o inciso II, op‑
do de carência e dos benefícios que são isentos de carência: tantes pelo recolhimento trimestral na forma prevista
nos §§ 15 e 16 do art. 216, o período de carência é
Art. 26. Período de carência é o tempo correspon‑ contado a partir do mês de inscrição do segurado,
dente ao número mínimo de contribuições mensais desde que efetuado o recolhimento da primeira
indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao contribuição no prazo estipulado no referido § 15.
benefício, consideradas a partir do transcurso do Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do
primeiro dia dos meses de suas competências. Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o
§ 1º Para o segurado especial, considera‑se período disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos
de carência o tempo mínimo de efetivo exercício de carência:
de atividade rural, ainda que de forma descontínua, I – doze contribuições mensais, nos casos de auxí‑
Conhecimentos Específicos

igual ao número de meses necessário à concessão do lio‑doença e aposentadoria por invalidez; e


benefício requerido. II – cento e oitenta contribuições mensais, nos casos
§ 2º Será considerado, para efeito de carência, o tem‑ de aposentadoria por idade, tempo de contribuição
po de contribuição para o Plano de Seguridade Social e especial.
do Servidor Público anterior à Lei nº 8.647, de 13 de III – dez contribuições mensais, no caso de salá‑
abril de 1993, efetuado pelo servidor público ocupan‑ rio‑maternidade, para as seguradas contribuinte in‑
te de cargo em comissão sem vínculo efetivo com a dividual, especial e facultativa, respeitado o disposto
União, autarquias, ainda que em regime especial, no § 2º do art. 93 e no inciso II do art. 101.
e fundações públicas federais. Parágrafo único. Em caso de parto antecipado,
§ 3º Não é computado para efeito de carência o o período de carência a que se refere o inciso III será
tempo de atividade do trabalhador rural anterior à reduzido em número de contribuições equivalente
competência novembro de 1991. ao número de meses em que o parto foi antecipado.

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Art. 30. Independe de carência a concessão das se‑ O salário de benefício é calculado com base no salário
guintes prestações: de contribuição, que é o salário efetivamente recebido pelo
I – pensão por morte, auxílio‑reclusão, salário‑famí- segurado e sobre o qual incidem as contribuições previdenciá­
lia e auxílio‑acidente de qualquer natureza49; rias, corrigido monetariamente, mês a mês por meio do INPC
II – salário‑maternidade, para as seguradas empre‑ (Índice Nacional de Preço ao Consumidor). Após a correção,
gada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa; o salário de benefício não poderá ser inferior a um salário
III – auxílio‑doença e aposentadoria por invalidez nos mínimo nem superior ao limite máximo de contribuição ou
casos de acidente de qualquer natureza ou causa, teto previdenciário. Existem benefícios em que não se utiliza
bem como nos casos de segurado que, após filiar‑se o salário de benefício como base de cálculo, como, por exem‑
ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido plo, o salário‑família, a pensão por morte, o auxílio‑reclusão,
de alguma das doenças ou afecções especificadas o salário‑maternidade e os benefícios regidos por legislação
em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da especial.
Previdência e Assistência Social a cada três anos, de O salário de benefício, para as aposentadorias por
acordo com os critérios de estigma, deformação, idade e por tempo de contribuição, consiste na média
mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira aritmética simples dos maiores salários de contribuição
especificidade e gravidade que mereçam tratamento correspondentes a oitenta por cento de todo o período
particularizado; contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário50; o
IV – aposentadoria por idade ou por invalidez, salário de benefício para as aposentadorias por invalidez,
auxílio‑doença, auxílio‑reclusão ou pensão por morte especial, auxílio‑doença e auxílio‑acidente consiste na mé‑
aos segurados especiais, desde que comprovem o dia aritmética simples dos maiores salários de contribuição
exercício de atividade rural no período imediatamen‑ correspondentes a oitenta por cento de todo o período
te anterior ao requerimento do benefício, ainda que contributivo51.
de forma descontínua, igual ao número de meses O fator previdenciário é calculado considerando‑se a
correspondente à carência do benefício requerido; e idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição
V – reabilitação profissional. do segurado no momento que vai requerer o benefício52,
Parágrafo único. Entende‑se como acidente de qual‑ conforme fórmula abaixo:
quer natureza ou causa aquele de origem traumática
e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos Cálculo do Fator Previdenciário
e biológicos), que acarrete lesão corporal ou pertur‑
bação funcional que cause a morte, a  perda, ou a Tc × a  ( Id + Tc × a ) 
redução permanente ou temporária da capacidade =
f × 1 + 
laborativa. Es  100
onde:
Salário de Benefício – SB f = fator previdenciário;
É o valor básico utilizado para cálculo da renda mensal Es = expectativa de sobrevida no momento da aposen‑
dos benefícios de auxílio-doença, auxílio-acidente, aposen‑ tadoria;
tadoria por invalidez, aposentadoria especial, aposentdoria Tc = tempo de contribuição até o momento da aposen‑
por idade e aposentdoria por tempo de contribuição de um tadoria;
determinado período chamado de Período Básico de Cálculo Id = idade no momento da aposentadoria;
(PBC), que é fixado dependendo da data em que o segurado a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
se afastou da atividade, da entrada do requerimento ou da
data em que implementou os requisitos, no caso de direito A expectativa de sobrevida do segurado na idade da
adquirido. aposentadoria será obtida a partir da tábua completa de
Para fixação do PBC, não importa se na data do reque‑ mortalidade construída pela Fundação do Instituto Brasilei‑
rimento do benefício de aposentadoria especial o segurado ro de Geografia e Estatística (IBGE), para toda a população
estava ou não desempenhando atividade sujeita a condições brasileira, considerando‑se a média nacional única para
especiais. ambos os sexos.
No caso de auxílio‑doença, o PBC será fixado em função Na aplicação do fator previdenciário ao tempo de con‑
do novo afastamento, quando o segurado tiver se afastado, tribuição do segurado, serão adicionados: 1) cinco anos, se
inicialmente, quinze dias consecutivos, retornando à ativi‑ mulher; 2) cinco anos, se professor que exclusivamente com‑
dade no décimo sexto dia, e dela voltar a se afastar dentro prove tempo de efetivo exercício das funções de magistério
de sessenta dias. na educação infantil, no ensino fundamental ou médio; 3)
Se no PBC o segurado tiver recebido benefício por in‑ dez anos, se professora que comprove exclusivamente tempo
capacidade, considerar‑se‑á como salário de contribuição, de efetivo exercício das funções de magistério na educação
no período, o salário de benefício que serviu de base para infantil, ensino fundamental ou médio.
o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas
Conhecimentos Específicos

Os aumentos salariais deliberados aleatoriamente an‑


e nas mesmas bases dos benefícios em geral, não podendo tes do requerimento do benefício não são considerados
ser inferior ao salário mínimo nem superior ao limite máximo para efeitos de cálculo do salário de benefício, salvo: 1) os
do salário de contribuição. legalmente concedidos obtidos pela respectiva categoria,
Quando, no início ou no término do período, o segurado constantes de dissídios ou de acordos coletivos, bem como
tiver percebido benefício por incapacidade e remuneração, os decorrentes de disposição legal ou de atos das autoridades
será considerada, na fixação do salário de contribuição do competentes; e 2) os voluntários, concedidos individualmen‑
mês em que ocorreu esse fato, a soma dos valores do salário te em decorrência do preenchimento de vaga ocorrida na
de benefício e do salário de contribuição, respectivamente, estrutura de pessoal da empresa, seja por acesso, promoção,
proporcionais aos dias de benefício e aos dias trabalhados,
respeitado o limite máximo do salário de contribuição. 50
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009.
51
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009.
MPE/Procurador Geral do Ministério Público/Fepese/Nível Superior/2010.
49 52
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009.

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transferência ou designação para o exercício de função, seja ou de reajustamento salarial obtido pela categoria
em face de expansão da firma, com a criação de novos cargos, respectiva.
desde que o respectivo ato esteja de acordo com as normas § 6º Se, no período básico de cálculo, o segurado
gerais de pessoal, expressamente em vigor nas empresas e tiver recebido benefício por incapacidade, conside‑
nas disposições relativas à legislação trabalhista. rar‑se‑á como salário de contribuição, no período,
O salário de benefício não poderá ser inferior a um o  salário de benefício que serviu de base para o
salário mínimo e nem superior ao limite máximo do salário cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas
de contribuição. épocas e nas mesmas bases dos benefícios em geral,
O segurado com direito à aposentadoria por idade pode não podendo ser inferior ao salário mínimo nem su‑
optar pela aplicação ou não do fator previdenciário, consi‑ perior ao limite máximo do salário de contribuição.
derando o que for mais vantajoso. § 7º Exceto para o salário‑família e o auxílio‑acidente,
O índice de correção dos salários de contribuição utiliza‑ será pago o valor mínimo de benefício para as presta‑
dos no cálculo do salário de benefício é a variação integral ções referidas no art. 30, quando não houver salário
do Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), referente de contribuição no período básico de cálculo.
ao período decorrido, a partir da primeira competência do § 8º Para fins de apuração do salário de benefício de
salário de contribuição que compõe o período básico de qualquer aposentadoria precedida de auxílio‑aciden‑
cálculo, até o mês anterior ao do início do benefício, de modo te, o valor mensal deste será somado ao salário de
a preservar o seu valor real. contribuição antes da aplicação da correção a que
Os arts. 31 a 34 do Decreto nº 3.048/1999 disciplinam o se refere o art. 33, não podendo o total apurado ser
salário de benefício e suas variáveis: superior ao limite máximo do salário de contribuição.
§ 9º No caso dos §§ 3º e 4º do art. 56, o valor inicial
Art. 31. Salário de benefício é o valor básico utiliza‑ do benefício será calculado considerando‑se como
do para cálculo da renda mensal dos benefícios de período básico de cálculo os meses de contribuição
prestação continuada, inclusive os regidos por nor‑ imediatamente anteriores ao mês em que o segura‑
mas especiais, exceto o salário‑família, a pensão por do completou o tempo de contribuição, trinta anos
morte, o salário‑maternidade e os demais benefícios para a mulher e trinta e cinco anos para o homem,
de legislação especial. observado o disposto no § 2º do art. 35 e a legislação
Parágrafo único. O INSS terá até cento e oitenta de regência.
dias, contados da data do pedido, para fornecer ao § 10. Para os segurados contribuinte individual e
segurado as informações constantes do CNIS sobre facultativo optantes pelo recolhimento trimestral na
contribuições e remunerações utilizadas no cálculo forma prevista no § 15 do art. 216, que tenham so‑
do salário de benefício. licitado qualquer benefício previdenciário, o salário
Art. 32. O salário de benefício consiste: de benefício consistirá na média aritmética simples
I – para as aposentadorias por idade e por tempo de todos os salários de contribuição integrantes da
de contribuição, na média aritmética simples dos contribuição trimestral, desde que efetivamente
maiores salários de contribuição correspondentes recolhidos.
a oitenta por cento de todo o período contributivo, § 11. O fator previdenciário será calculado consi‑
multiplicada pelo fator previdenciário53; derando‑se a idade, a expectativa de sobrevida e o
II – para as aposentadorias por invalidez e especial, tempo de contribuição do segurado ao se aposentar,
auxílio‑doença e auxílio‑acidente na média aritmé‑ mediante a fórmula:
tica simples dos maiores salários de contribuição
correspondentes a oitenta por cento de todo o Tc × a  ( Id + Tc × a ) 
=
f × 1 + 
período contributivo54; Es  100
III – (Revogado pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999) onde:
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 5.399, de 2005) f = fator previdenciário;
§ 3º O valor do salário de benefício não será inferior Es = expectativa de sobrevida no momento da apo‑
ao de um salário mínimo, nem superior ao limite sentadoria;
máximo do salário de contribuição na data de início Tc = tempo de contribuição até o momento da apo‑
do benefício. sentadoria;
§ 4º Serão considerados para cálculo do salário de Id = idade no momento da aposentadoria; e
benefício os ganhos habituais do segurado emprega‑ a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
do, a qualquer título, sob forma de moeda corrente
ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido con‑ § 12. Para efeito do disposto no parágrafo anterior,
tribuição previdenciária55.
Conhecimentos Específicos

a expectativa de sobrevida do segurado na idade da


§ 5º Não será considerado, no cálculo do salário de aposentadoria será obtida a partir da tábua completa
benefício, o aumento dos salários de contribuição que de mortalidade construída pela Fundação Instituto
exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente Brasileiro de Geografia e Estatística, para toda a po‑
concedido nos trinta e seis meses imediatamente pulação brasileira, considerando‑se a média nacional
anteriores ao início do benefício, salvo se homologa‑ única para ambos os sexos.
do pela Justiça do Trabalho, resultante de promoção § 13. Publicada a tábua de mortalidade, os benefícios
regulada por normas gerais da empresa, admitida previdenciários requeridos a partir dessa data consi‑
pela legislação do trabalho, de sentença normativa derarão a nova expectativa de sobrevida.
§ 14. Para efeito da aplicação do fator previdenci‑
53
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009. ário ao tempo de contribuição do segurado serão
54
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009. adicionados:
55
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009.

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I – cinco anos, quando se tratar de mulher; ou do início do benefício, de modo a preservar o seu
II – cinco ou dez anos, quando se tratar, respectiva‑ valor real.
mente, de professor ou professora, que comprovem Art. 34. O salário de benefício do segurado que
exclusivamente tempo de efetivo exercício das fun‑ contribui em razão de atividades concomitantes
ções de magistério na educação infantil e no ensino será calculado com base na soma dos salários de
fundamental e médio. contribuição das atividades exercidas até a data do
§ 15. No cálculo do salário de benefício serão con‑ requerimento ou do óbito ou no período básico de
siderados os salário de contribuição vertidos para cálculo, observado o disposto no art. 32 e nas normas
regime próprio de previdência social de segurado seguintes:
oriundo desse regime, após a sua filiação ao Regime I – quando o segurado satisfizer, em relação a cada
Geral de Previdência Social, de acordo com o disposto atividade, as condições para obtenção do benefício
no art. 214. requerido, o salário de benefício será calculado com
§ 16. Na hipótese do § 23 do art. 216, enquanto as base na soma dos respectivos salários de contribuição;
contribuições não forem complementadas, o salário II – quando não se verificar a hipótese do inciso an‑
de contribuição será computado, para efeito de bene‑ terior, o salário de benefício corresponderá à soma
fício, proporcionalmente à contribuição efetivamente das seguintes parcelas:
recolhida. a) o salário de benefício calculado com base nos
§ 17. No caso do parágrafo anterior, não serão consi‑ salários de contribuição das atividades em relação
derados como tempo de contribuição, para o fim de às quais são atendidas as condições do benefício
concessão de benefício previdenciário, enquanto as requerido; e
contribuições não forem complementadas, o período b) um percentual da média do salário de contribuição
correspondente às competências em que se verificar de cada uma das demais atividades, equivalente
recolhimento de contribuição sobre salário de con‑ à relação entre o número de meses completos de
tribuição menor que um salário mínimo. contribuição e os do período da carência do benefício
§ 18. O salário de benefício, para fins de cálculo da requerido; e
III – quando se tratar de benefício por tempo de
prestação teórica dos benefícios por totalização, no
contribuição, o  percentual de que trata a alínea b
âmbito dos acordos internacionais, do segurado com
do inciso anterior será o resultante da relação entre
contribuição para a previdência social brasileira, será
os anos completos de atividade e o número de anos
apurado:
de contribuição considerado para a concessão do
I – quando houver contribuído, no Brasil, em número
benefício.
igual ou superior a sessenta por cento do número § 1º O disposto neste artigo não se aplica ao se‑
de meses decorridos desde a competência julho de gurado que, em obediência ao limite máximo do
1994, mediante a aplicação do disposto no art. 188‑A salário de contribuição, contribuiu apenas por uma
e seus §§ 1º e 2º; das atividades concomitantes.
II – quando houver contribuído, no Brasil, em número § 2º Quando o exercício de uma das atividades con‑
inferior ao indicado no inciso I, com base no valor comitantes se desdobrar por atividades sucessivas,
da média aritmética simples de todos os salários o  tempo a ser considerado para os efeitos deste
de contribuição correspondentes a todo o período artigo será a soma dos períodos de contribuição
contributivo contado desde julho de 1994, multipli‑ correspondentes.
cado pelo fator previdenciário, observados o § 2º do § 3º Se o segurado se afastar de uma das atividades
art. 188‑A, o § 19 e, quando for o caso, o § 14, ambos antes da data do requerimento ou do óbito, porém
deste artigo; e em data abrangida pelo período básico de cálculo
III – sem contribuição, no Brasil, a partir da compe‑ do salário de benefício, o respectivo salário de con‑
tência julho de 1994, com base na média aritmética tribuição será computado, observadas, conforme o
simples de todo o período contributivo, multiplicado caso, as normas deste artigo.
pelo fator previdenciário, observados o disposto § 4º O percentual a que se referem a alínea b do
no § 2º do art. 188‑A e, quando for o caso, no § 14 inciso II e o inciso III do caput não pode ser superior
deste artigo. a cem por cento do limite máximo do salário de
§ 19. Para a hipótese de que trata o § 18, o tempo de contribuição.
contribuição a ser considerado na aplicação da fór‑ § 5º No caso do § 3º do art. 73, o salário de benefício
mula do fator previdenciário é o somatório do tempo da aposentadoria por invalidez deve corresponder
de contribuição para a previdência social brasileira à soma das parcelas seguintes:
e o tempo de contribuição para a previdência social I – o valor do salário de benefício do auxílio‑doença
do país acordante. a ser transformado em aposentadoria por invalidez,
§ 20. Nos casos de auxílio‑doença e de aposentadoria reajustado na forma do § 6º do art. 32; e
Conhecimentos Específicos

por invalidez, contando o segurado com menos de II – o valor correspondente ao percentual da mé‑
cento e quarenta e quatro contribuições mensais no dia dos salários de contribuição de cada uma das
período contributivo, o salário de benefício corres‑ demais atividades não consideradas no cálculo do
ponderá à soma dos salários de contribuição dividido auxílio‑doença a ser transformado, percentual este
pelo número de contribuições apurado. equivalente à relação entre os meses completos de
Art. 33. Todos os salários de contribuição utilizados contribuição, até o máximo de doze, e os estipulados
no cálculo do salário de benefício serão corrigidos, como período de carência para a aposentadoria
mês a mês, de acordo com a variação integral do por invalidez.
Índice Nacional de Preço ao Consumidor – INPC, § 6º Não se aplica o disposto neste artigo ao se‑
referente ao período decorrido a partir da primeira gurado que tenha sofrido redução dos salários
competência do salário de contribuição que compõe de contribuição das atividades concomitantes em
o período básico de cálculo até o mês anterior ao respeito ao limite desse salário.

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O auxílio-doença não poderá exceder a média aritmé‑ atividade para a qual o segurado ficar incapacitado, salvo se
tica simples dos últimos 12 (doze) salários de contribuição, exercer a mesma profissão nas demais atividades, quando
inclusive em caso de remuneração variável, ou, se não al‑ deverá afastar‑se de todas.
cançado o número de 12 (doze), a média aritmética simples O auxílio‑doença pode ser requerido de ofício pela
dos salários de contribuição existentes. (Incluído pela Lei nº previdência social ou pela empresa em relação aos seus
13.135, de 2015). prestadores de serviço.
O auxílio‑doença cessa com a recuperação da capacida‑
Renda mensal do benefício de para o trabalho; pela concessão da aposentadoria por
É calculada com base no salário de benefício do se‑ invalidez ou auxílio‑acidente ou pelo retorno voluntário à
gurado, varia de acordo com a espécie do benefício. atividade.
Auxilio‑doença – 91% do salário de benefício – SB; A renda do auxílio‑doença é de 91% do salário de be‑
aposentadorias por invalidez, por tempo de contribui‑ nefício.
ção e especial – 100% do SB; auxílio‑acidente – 50% O direito ao benefício de auxílio‑doença, inclusive o de‑
do SB; aposentdoria por idade – 70% mais 1% a cada corrente de acidente do trabalho, deverá ser analisado com
grupo de 12 contribuições; salário‑maternidade para base na Data do Afastamento do Trabalho (DAT) ou na Data
a empregada e avulsa: o valor da última remuneração do Início da Incapacidade (DII), dependendo da categoria do
(sem teto do RGPS – art. 248/37,XI CF), empregada segurado: 1) será considerada como DAT aquela em que for
doméstica – último salário de contribuição, segurada fixado o início da incapacidade para os segurados, empre‑
especial: 1 salário mínimo, contribuinte individual gado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual,
e facultativa – 1/12 dos 12 maiores salários de con‑ facultativo, segurado especial e o desempregado; 2) nas
tribuição dos últimos 15 meses; pensão por morte situações em que o benefício for requerido após trinta dias
e auxílio‑reclusão – o valor da aposentadoria do contados da DAT ou da DII, conforme o caso, a Data do Início
segurado (caso fosse aposentado) ou o valor da apo‑ do Pagamento (DIP) será fixada na DER.
sentadoria por invalidez a que viesse a ter direito. A empresa, referente aos seus empregados ou contri‑
buintes individuais que lhe prestam serviços, e  o próprio
Prestações do RGPS segurado, independentemente da categoria, podem fazer o
São os diversos tipos de benefícios e serviços concedi‑ requerimento de auxílio‑doença pela Internet, no endereço
dos e mantidos pela previdência social e operacionalizados www.previdencia.gov.br ou pelo telefone 135. A análise do
pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Dentre os direito será feita com base nas informações constantes do
benefícios temos: auxílio‑doença; aposentadoria por inva‑ CNIS sobre as remunerações e vínculos, a partir de 1º de julho
lidez; aposentadoria por idade; aposentadoria por tempo de 1994, podendo o segurado, a qualquer momento, solicitar
de contribuição; aposentadoria especial; pensão por morte; alteração, inclusão ou exclusão das informações constante
auxílio‑reclusão; salário-maternidade e salário‑família. do CNIS, com apresentação de documentos comprobatórios
Os serviços compreendem a Reabilitação Profissional e o dos períodos ou das remunerações divergentes.
Serviço Social. Os benefícios de auxílio‑doença, concedidos por decisão
judicial, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho,
Auxílio‑Doença em manutenção, deverão ser revistos semestralmente,
O auxílio‑doença será devido ao segurado que, após contado o prazo a partir da data de seu início ou da data de
cumprida, quando for o caso, a carência de no mínimo doze seu restabelecimento.
contribuições, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para A análise médico‑pericial, para fixação da DID, e da DII,
a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecuti‑ para todos os segurados, deverá ser fundamentada a partir
vos. Se o segurado que já era portador de doença ou lesão de dados clínicos objetivos, exames complementares, com‑
ao se filiar ao RGPS não tem direito ao auxílio‑doença, salvo provante de internação hospitalar, atestados de tratamento
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ambulatorial, entre outros elementos, conforme o caso,
ou agravamento da doença ou lesão da qual já era portador. sendo que os critérios utilizados para fixação dessas datas de‑
O auxílio‑doença, a exemplo da aposentadoria por invali‑ verão ficar consignados no relatório de conclusão do exame.
dez, é isento de carência nos casos de acidente de qualquer Para fins de concessão de benefícios por incapacidade,
natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, a Perícia Médica do INSS poderá solicitar o perfil profissio‑
bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Re‑ gráfico previdenciário – PPP à empresa, com vistas à fun‑
gime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma damentação do reconhecimento e para avaliação do nexo
das doenças e afecções especificadas em lista elaborada técnico epidemiológico.
pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, de acordo O empregado em gozo de auxílio‑doença é considerado
com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiên‑ como licenciado, ficando suspenso seu contrato de trabalho.
cia ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade Os primeiros 15 dias de afastamento são considerados como
que mereçam tratamento particularizado. O auxílio‑doença, interrupção do contrato de trabalho e, a partir do 16º dia,
Conhecimentos Específicos

também é devido, independentemente de carência, ao se‑ suspensão do contrato de trabalho.


gurado obrigatório e facultativo, quando sofrerem acidente O auxílio‑doença encontra‑se melhor disciplinado nos
de qualquer natureza. arts. 71 a 80, do Decreto nº 3.048/1999:
O início do benefício depende da categoria do segurado.
Para o segurado empregado será devido a contar do déci‑ Art. 71. O auxílio‑doença será devido ao segurado que,
mo sexto dia do afastamento da atividade. Para os demais após cumprida, quando for o caso, a carência exigida,
segurados, inclusive o doméstico; a contar da data do início ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua ati‑
da incapacidade, se requerido até 30 (trinta) dias do afasta‑ vidade habitual por mais de quinze dias consecutivos.
mento. Se requerido após essa data, será devido a partir do § 1º Não será devido auxílio‑doença ao segurado que
requerimento. se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já por‑
Quando o segurado exerce mais de uma atividade abran‑ tador de doença ou lesão invocada como causa para a
gida pelo RGPS, o benefício será devido apenas em relação à concessão do benefício, salvo quando a incapacidade

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sobrevier por motivo de progressão ou agravamento § 1º Cabe à empresa que dispuser de serviço médico
dessa doença ou lesão. próprio ou em convênio o exame médico e o abono
§ 2º Será devido auxílio‑doença, independentemente das faltas correspondentes aos primeiros quinze dias
de carência, aos segurados obrigatório e facultativo, de afastamento.
quando sofrerem acidente de qualquer natureza. § 2º Quando a incapacidade ultrapassar quinze dias
Art. 72. O auxílio‑doença consiste numa renda men‑ consecutivos, o segurado será encaminhado à perícia
sal calculada na forma do inciso I do caput do art. 39 médica do Instituto Nacional do Seguro Social.
e será devido: § 3º Se concedido novo benefício decorrente da
I – a contar do décimo sexto dia do afastamento mesma doença dentro de sessenta dias contados da
da atividade para o segurado empregado, exceto o cessação do benefício anterior, a empresa fica deso‑
doméstico; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, brigada do pagamento relativo aos quinze primeiros
de 1999) dias de afastamento, prorrogando‑se o benefício
II – a contar da data do início da incapacidade, para anterior e descontando‑se os dias trabalhados, se
os demais segurados; ou for o caso.
III – a contar da data de entrada do requerimento, § 4º Se o segurado empregado, por motivo de do‑
quando requerido após o trigésimo dia do afastamen‑ ença, afastar‑se do trabalho durante quinze dias,
to da atividade, para todos os segurados. retornando à atividade no décimo sexto dia, e se dela
§ 1º Quando o acidentado não se afastar do trabalho voltar a se afastar dentro de sessenta dias desse re‑
no dia do acidente, os quinze dias de responsabili‑ torno, em decorrência da mesma doença, fará jus ao
dade da empresa pela sua remuneração integral são auxílio doença a partir da data do novo afastamento.
contados a partir da data do afastamento. (Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.668, de 2000) § 5º Na hipótese do § 4º, se o retorno à atividade
§ 3º O auxílio‑doença será devido durante o curso de tiver ocorrido antes de quinze dias do afastamento,
reclamação trabalhista relacionada com a rescisão do o segurado fará jus ao auxílio‑doença a partir do dia
contrato de trabalho, ou após a decisão final, desde seguinte ao que completar aquele período. (Incluído
que implementadas as condições mínimas para a pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
concessão do benefício, observado o disposto nos Art. 76. A previdência social deve processar de
§§ 2º e 3º do art. 36. ofício o benefício, quando tiver ciência da incapa‑
Art. 73. O auxílio‑doença do segurado que exercer cidade do segurado sem que este tenha requerido
mais de uma atividade abrangida pela previdência auxílio‑doença.
social será devido mesmo no caso de incapacidade Art. 76‑A. É facultado à empresa protocolar requeri‑
apenas para o exercício de uma delas, devendo a pe‑
mento de auxílio‑doença ou documento dele originá‑
rícia médica ser conhecedora de todas as atividades
rio de seu empregado ou de contribuinte individual a
que o mesmo estiver exercendo.
ela vinculado ou a seu serviço, na forma estabelecida
§ 1º Na hipótese deste artigo, o auxílio‑doença será
pelo INSS. (Incluído pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
concedido em relação à atividade para a qual o se‑
Parágrafo único. A empresa que adotar o procedi‑
gurado estiver incapacitado, considerando‑se para
efeito de carência somente as contribuições relativas mento previsto no caput terá acesso às decisões
a essa atividade. administrativas a ele relativas. (Incluído pelo Decreto
§ 2º Se nas várias atividades o segurado exercer a nº 5.699, de 2006)
mesma profissão, será exigido de imediato o afasta‑ Art. 77. O segurado em gozo de auxílio‑doença está
mento de todas. obrigado, independentemente de sua idade e sob
§ 3º Constatada, durante o recebimento do auxí­ pena de suspensão do benefício, a  submeter‑se a
lio‑doen­ça concedido nos termos deste artigo, a in‑ exame médico a cargo da previdência social, pro‑
capacidade do segurado para cada uma das demais cesso de reabilitação profissional por ela prescrito e
atividades, o  valor do benefício deverá ser revisto custeado e tratamento dispensado gratuitamente,
com base nos respectivos salários de contribuição, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são
observado o disposto nos incisos I a III do art. 72. facultativos.
§ 4º Ocorrendo a hipótese do § 1º, o  valor do Art. 78. O auxílio‑doença cessa pela recuperação da
auxílio‑doença poderá ser inferior ao salário mínimo capacidade para o trabalho, pela transformação em
desde que somado às demais remunerações rece‑ aposentadoria por invalidez ou auxílio‑acidente de
bidas resultar valor superior a este. (Incluído pelo qualquer natureza, neste caso se resultar sequela que
Decreto nº 4.729, de 2003) implique redução da capacidade para o trabalho que
Art. 74. Quando o segurado que exercer mais de habitualmente exercia.
uma atividade se incapacitar definitivamente para § 1º O INSS poderá estabelecer, mediante avaliação
uma delas, deverá o auxílio‑doença ser mantido médico‑pericial, o  prazo que entender suficiente
Conhecimentos Específicos

indefinidamente, não cabendo sua transformação para a recuperação da capacidade para o trabalho do
em aposentadoria por invalidez, enquanto essa segurado, dispensada nessa hipótese a realização de
incapacidade não se estender às demais atividades. nova perícia. (Incluído pelo Decreto nº 5.844 de 2006)
Parágrafo único. Na situação prevista no caput, § 2º Caso o prazo concedido para a recuperação se
o segurado somente poderá transferir‑se das demais revele insuficiente, o segurado poderá solicitar a rea‑
atividades que exerce após o conhecimento da rea‑ lização de nova perícia médica, na forma estabelecida
valiação médico‑pericial. pelo Ministério da Previdência Social. (Incluído pelo
Art. 75. Durante os primeiros quinze dias consecu‑ Decreto nº 5.844 de 2006)
tivos de afastamento da atividade por motivo de § 3º O documento de concessão do auxílio‑doença
doença, incumbe à empresa pagar ao segurado em‑ conterá as informações necessárias para o requeri‑
pregado o seu salário. (Redação dada pelo Decreto mento da nova avaliação médico‑pericial. (Incluído
nº 3.265, de 1999) pelo Decreto nº 5.844 de 2006)

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Art. 79. O segurado em gozo de auxílio‑doença, insus‑ data da entrada do requerimento, quando for requerido após
cetível de recuperação para sua atividade habitual, 30 dias do afastamento. Se for precedida de auxílio‑doença,
deverá submeter‑se a processo de reabilitação profis‑ será devida a contar do dia imediato ao da cessação do
sional para exercício de outra atividade, não cessando auxílio‑doença.
o benefício até que seja dado como habilitado para O INSS deve, a cada dois anos, reexaminar os aposenta‑
o desempenho de nova atividade que lhe garanta a dos por invalidez, com a finalidade de reavaliação da capa‑
subsistência ou, quando considerado não recuperável, cidade laborativa. O aposentado por invalidez que recusar
seja aposentado por invalidez. a submeter‑se à reavaliação médico‑pericial e a processo de
Art. 80. O segurado empregado em gozo de au‑ reabilitação sob pena de ter o benefício suspenso.
xílio‑doença é considerado pela empresa como O aposentado por invalidez pode retornar à atividade
licenciado. quando se julgar apto, porém deverá solicitar a realização de
Parágrafo único. A empresa que garantir ao segura‑ nova avaliação médico‑pericial, tendo seu benefício cessado.
do licença remunerada ficará obrigada a pagar‑lhe Caso retorne à atividade voluntariamente, terá sua aposenta‑
durante o período de auxílio‑doença a eventual di‑ doria cancelada a partir da data do retorno devendo devolver
ferença entre o valor deste e a importância garantida as parcelas correspondentes ao período em que recebeu
pela licença. indevidamente. Porém, o segurado que retornar à atividade
poderá, a qualquer tempo, requerer novo benefício, tendo
Atenção: este o processamento normal.
A partir da MP nº 664/2014, convertida na Lei nº 13.135, O contrato de trabalho do empregado, durante a per‑
de 2015, o auxílio-doença não poderá exceder a média cepção de aposentadoria por invalidez, segundo o art. 475
aritmética simples dos últimos 12 (doze) salários de contri‑ da CLT, ficará suspenso por 5 anos.
buição, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se Mensalidade de Recuperação é o valor que continua
não alcançado o número de 12 (doze), a média aritmética sendo pago após verificar a recuperação da capacidade de
simples dos salários de contribuição existentes. trabalho. Esse lapso temporal é destinado ao retorno da
capacidade laborativa. Abrange o período entre a cessação
Aposentadoria por Invalidez da aposentadoria e a data limite de pagamento. O período
Será devida ao segurado que, uma vez cumprida, quan‑ de percepção da Mensalidade de Recuperação será consi‑
do for o caso, a carência de no mínimo doze contribuições, derado como tempo de contribuição, desde que intercala‑
estando ou não em gozo de auxílio‑doença, for considerado do com períodos de atividade, uma vez que, durante este
incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de período, o segurado mantém sua condição de aposentado
atividade que lhe garanta a subsistência, e  ser‑lhe‑á paga
por invalidez.
enquanto permanecer nesta condição. A verificação da
O tempo de duração da mensalidade de recuperação
incapacidade laborativa depende de exame médico‑pericial
varia de acordo com a duração da aposentadoria por invalidez
a cargo do INSS, podendo o segurado, às  suas expensas,
e se o recuperando retorna ou não para a mesma atividade.
fazer‑se acompanhar de médico de sua confiança.
Varia de um a dezoito meses, de acordo com as seguintes
O segurado que já era portador de doença ou lesão ao
se filiar ao RGPS não tem direito à aposentadoria por inva‑ situações: 1) quando a recuperação for total e ocorrer dentro
lidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de de cinco anos contados da data do início da aposentadoria
progressão ou agravamento da doença ou lesão da qual já por invalidez ou do auxílio‑doença que a antecedeu sem
era portador. A concessão de aposentadoria por invalidez interrupção, o  benefício cessará: a) de imediato, para o
está condicionada ao afastamento para todas as atividades, segurado empregado que tiver direito a retornar à função
devendo a data do início do benefício ser fixada segundo a que desempenhava na empresa ao se aposentar, na forma da
data do último afastamento. A renda mensal da aposentado‑ legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim,
ria por invalidez é de 100% do salário de benefício. o certificado de capacidade fornecido pela previdência social;
A aposentadoria por invalidez, a exemplo do auxílio‑doen­ ou b) após tantos meses quantos forem os anos de duração
ça, é isenta de carência nos casos de acidente de qualquer na‑ do auxílio‑doença e da aposentadoria por invalidez, para os
tureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem demais segurados; 2) quando a recuperação for parcial ou
como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime ocorrer após o período previsto no inciso I, ou ainda quando
Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho
doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será
Ministérios da Saúde e da Previdência Social, de acordo com mantida, sem prejuízo do retorno à atividade: a) pelo seu
os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência valor integral, durante seis meses contados da data em que
ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que for verificada a recuperação da capacidade; b) com redução
mereçam tratamento particularizado. de 50%, no período seguinte de seis meses; e c) com redução
A aposentadoria por invalidez terá acréscimo em sua de 75%, também por igual período de seis meses, ao término
Conhecimentos Específicos

renda de 25% sobre o valor do benefício quando o bene‑ do qual cessará definitivamente.
ficiário necessitar de assistência permanente de terceiros, Durante o período de percepção da Mensalidade de
ainda que a soma ultrapasse o limite máximo do salário Recuperação, embora o segurado continue na condição
de contribuição. Se o direito ao acréscimo for reconhecido de aposentado, será permitida a sua volta ao trabalho sem
posteriormente à cessação da aposentadoria por invalidez, prejuízo do pagamento da referida mensalidade, salvo se
o  valor acrescentado à renda mensal do benefício, deve era segurado empregado e tiver retornado à função que
ser pago ao segurado. No caso de óbito, o pagamento será desempenhava na empresa antes de se aposentar.
devido aos dependentes habilitados na pensão por morte Importante ressalvar que durante o período de percep‑
ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma de lei civil, ção da Mensalidade de Recuperação integral não caberá
independente de inventário ou arrolamento. concessão de novo benefício. Porém, durante o período de
A data de início da aposentadoria por invalidez começa a percepção da Mensalidade de Recuperação reduzida, poderá
contar do 16º dia do afastamento da atividade ou a partir da ser concedido novo benefício.

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A Perícia Médica do INSS deverá rever o benefício de apo‑ de outra pessoa será acrescido de vinte e cinco por
sentadoria por invalidez, inclusive o decorrente de acidente do cento, observada a relação constante do Anexo I, e:
trabalho, a cada dois anos, contados da data de seu início, para I – devido ainda que o valor da aposentadoria atinja
avaliar a persistência, atenuação ou o agravamento da incapa‑ o limite máximo legal; e
cidade para o trabalho, alegada como causa de sua concessão. II – recalculado quando o benefício que lhe deu ori‑
Se após a revisão pericial for constatada a capacidade para o gem for reajustado.
trabalho, o segurado ou seu representante legal deverá ser Parágrafo único. O acréscimo de que trata o caput
notificado, por escrito, para, se não concordar com a decisão, cessará com a morte do aposentado, não sendo
apresentar defesa, provas ou documentos que dispuser, no incorporado ao valor da pensão por morte.
prazo regulamentar. Não sendo apresentada a defesa no prazo Art. 46. O segurado aposentado por invalidez está
estipulado ou, se apresentada, for considerada insuficiente obrigado, a  qualquer tempo, sem prejuízo do dis‑
para alterar a decisão de suspender o benefício com base no posto no parágrafo único e independentemente de
laudo da Perícia Médica, o INSS deverá cientificar o segurado sua idade e sob pena de suspensão do benefício,
por escrito informando de que poderá interpor recurso à Junta a submeter‑se a exame médico a cargo da previdên‑
de Recursos da Previdência Social no prazo de trinta dias. cia social, processo de reabilitação profissional por
O benefício da Aposentadoria por Invalidez encon‑ ela prescrito e custeado e tratamento dispensado
tra‑se melhor disciplinado nos arts. 43 a 50, do Decreto gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de
nº 3.048/1999: sangue, que são facultativos.
Parágrafo único. Observado o disposto no caput,
Art. 43. A aposentadoria por invalidez, uma vez o aposentado por invalidez fica obrigado, sob pena de
cumprida a carência exigida, quando for o caso, será sustação do pagamento do benefício, a submeter‑se
devida ao segurado que, estando ou não em gozo de a exames médico‑periciais, a  realizarem‑se bienal‑
auxílio‑doença, for considerado incapaz para o traba‑ mente.
lho e insuscetível de reabilitação para o exercício de Art. 47. O aposentado por invalidez que se julgar apto
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser‑lhe‑á a retornar à atividade deverá solicitar a realização de
paga enquanto permanecer nessa condição. nova avaliação médico‑pericial.
§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez de‑ Parágrafo único. Se a perícia médica do Instituto
penderá da verificação da condição de incapacidade, Nacional do Seguro Social concluir pela recuperação
mediante exame médico‑pericial a cargo da previdên‑ da capacidade laborativa, a aposentadoria será can‑
cia social, podendo o segurado, às  suas expensas, celada, observado o disposto no art. 49.
fazer‑se acompanhar de médico de sua confiança. Art. 48. O aposentado por invalidez que retornar vo‑
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era luntariamente à atividade terá sua aposentadoria au‑
portador ao filiar‑se ao Regime Geral de Previdência tomaticamente cessada, a partir da data do retorno.
Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por Art. 49. Verificada a recuperação da capacidade de
invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier trabalho do aposentado por invalidez, excetuando‑se
por motivo de progressão ou agravamento dessa a situação prevista no art. 48, serão observadas as
doença ou lesão. normas seguintes:
Art. 44. A aposentadoria por invalidez consiste numa I – quando a recuperação for total e ocorrer dentro
renda mensal calculada na forma do inciso II do caput de cinco anos contados da data do início da apo‑
do art. 39 e será devida a contar do dia imediato ao sentadoria por invalidez ou do auxílio‑doença que
da cessação do auxílio‑doença, ressalvado o disposto a antecedeu sem interrupção, o beneficio cessará:
no § 1º. a) de imediato, para o segurado empregado que
§ 1º Concluindo a perícia médica inicial pela existên‑ tiver direito a retornar à função que desempenhava
cia de incapacidade total e definitiva para o trabalho, na empresa ao se aposentar, na forma da legislação
a aposentadoria por invalidez será devida: trabalhista, valendo como documento, para tal fim,
I – ao segurado empregado a contar do décimo sexto o certificado de capacidade fornecido pela previdên‑
dia do afastamento da atividade ou a partir da data cia social; ou
da entrada do requerimento, se entre o afastamento b) após tantos meses quantos forem os anos de
e a entrada do requerimento decorrerem mais de duração do auxílio‑doença e da aposentadoria por
trinta dias; e (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, invalidez, para os demais segurados; e
de 1999) II – quando a recuperação for parcial ou ocorrer
II – ao segurado empregado doméstico, contribuinte após o período previsto no inciso I, ou ainda quan‑
indi­vidual, trabalhador avulso, especial ou facultativo, do o segurado for declarado apto para o exercício
a contar da data do início da incapacidade ou da data de trabalho diverso do qual habitualmente exercia,
da entrada do requerimento, se entre essas datas a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta
Conhecimentos Específicos

decorrerem mais de trinta dias. (Redação dada pelo à atividade:


Decreto nº 3.265, de 1999) a) pelo seu valor integral, durante seis meses conta‑
§ 2º Durante os primeiros quinze dias de afastamento dos da data em que for verificada a recuperação da
consecutivos da atividade por motivo de invalidez, capacidade;
caberá à empresa pagar ao segurado empregado o sa‑ b) com redução de cinquenta por cento, no período
lário. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) seguinte de seis meses; e
§ 3º A concessão de aposentadoria por invalidez, c) com redução de setenta e cinco por cento, também
inclusive mediante transformação de auxílio‑doença por igual período de seis meses, ao término do qual
concedido na forma do art. 73, está condicionada ao cessará definitivamente.
afastamento de todas as atividades. Art. 50. O segurado que retornar à atividade poderá
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do requerer, a qualquer tempo, novo benefício, tendo
segurado que necessitar da assistência permanente este processamento normal.

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Parágrafo único. Se o segurado requerer qualquer b) a partir da data do requerimento, quando não
benefício durante o período citado no artigo ante‑ houver desligamento do emprego ou quando for
rior, a  aposentadoria por invalidez somente será requerida após o prazo da alínea a; e
cessada, para a concessão do novo benefício, após II – para os demais segurados, a  partir da data da
o cumprimento do período de que tratam as alíneas entrada do requerimento.
b do inciso I e a do inciso II do art. 49. Art. 53. A aposentadoria por idade consiste numa
renda mensal calculada na forma do inciso III do
Aposentadoria por Idade caput do art. 39.
É devida ao segurado que, uma vez cumprida a carência Art. 54. A aposentadoria por idade pode ser requeri‑
exigida, completar sessenta e cinco anos de idade, se ho‑ da pela empresa, desde que o segurado tenha cum‑
mem, ou sessenta, se mulher, reduzidos esses limites para prido a carência, quando este completar setenta anos
60 (sessenta) e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, respec‑ de idade, se do sexo masculino, ou sessenta e cinco,
tivamente homens e mulheres, que exercem atividade rural se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em que
na condição de empregado, contribuinte individual, avulso, será garantida ao empregado a indenização prevista
segurado especial e garimpeiros que trabalham comprovada‑ na legislação trabalhista, considerada como data da
rescisão do contrato de trabalho a imediatamente
mente individualmente ou em regime de economia familiar.
anterior à do início da aposentadoria.
A data do início da aposentadoria Apor idade depende
Art. 55. A aposentadoria por idade poderá ser de‑
do tempo que ela é requerida após o desligamento do se‑ corrente da transformação de aposentadoria por
gurado. Para o segurado empregado, inclusive o doméstico, invalidez ou auxílio‑doença, desde que requerida pelo
será devida a partir da data do desligamento do emprego. segurado, observado o cumprimento da carência exi‑
A aposentadoria por idade será devida a contar do requeri‑ gida na data de início do benefício a ser transformado.
mento, quando requerida após 90 dias do desligamento ou
quando o segurado optar por continuar trabalhando. Aposentadoria por Tempo de Contribuição
A renda mensal da aposentadoria por idade varia de 70 Essa espécie de aposentadoria sofreu alteração substan‑
a 100% do salário de benefício. Inicia‑se com 70% mais 1% cial com a Emenda Constitucional nº 20, de 17 de dezembro
a cada 12 contribuições. de 1998, derrogando os artigos 52 e 53 da Lei n° 8.213/1991.
Os trabalhadores rurais beneficiados com a redução da Até então, era conhecida como aposentadoria por tempo de
idade deverão comprovar o efetivo exercício de atividade serviço. Porém, com intuito de evitar contagem de tempo
rural em relação aos meses imediatamente anteriores ao fictício, tempo em dobro, período de atividade sem a cor‑
requerimento administrativo, ou à data em que foram imple‑ respondente contribuição, passou‑se à nova denominação.
mentadas as condições, mesmo que de forma descontínua, Genericamente, a  aposentadoria por tempo de contribui‑
durante período igual ao da carência exigida para a concessão ção é devida ao segurado com 35 anos de contribuição, se
do benefício. homem; e 30, se mulher, independentemente da idade,
A aposentadoria por idade será compulsória, quando reduzidos em cinco anos, respectivamente, para o professor
for requerida pela empresa, ao segurado que, cumprido a e a professora dos Ensinos Infantil, Fundamental e Médio, ex‑
carência, tenha completado 70 (setenta) anos de idade, se do cluindo, portanto o magistério superior. Importante ressaltar
sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco), se do sexo feminino. que equipara‑se ao magistério as atividades de supervisão,
No caso de aposentadoria compulsória, será garantida ao coordenação e direção pedagógicas (exceto Nível Superior).
empregado a indenização prevista na legislação trabalhista, Os segurados que já se encontravam inscritos no RGPS
considerada como data da rescisão do contrato de trabalho até 16 de dezembro de 1998, mesmo que fossem oriundos
a imediatamente anterior à do início da aposentadoria. de outro Regime de Previdência Social, desde que cumprida
a carência exigida, terão direito à aposentadoria por tempo
O benefício de Aposentadoria por idade encontra‑se me‑
de contribuição, com renda mensal no valor de 100% do
lhor disciplinado nos arts. 51 a 55 do Decreto nº 3.048/1999:
salário de benefício, desde que cumpridos: a) 35 (trinta e
cinco) anos de contribuição, se homem; b) 30 (trinta) anos
Art. 51. A aposentadoria por idade, uma vez cumpri‑ de contribuição, se mulher. Em ambos os casos independen‑
da a carência exigida, será devida ao segurado que temente da idade.
completar sessenta e cinco anos de idade, se homem, A EC nº 20 extinguiu a aposentadoria proporcional,
ou sessenta, se mulher, reduzidos esses limites para porém manteve esse direito aos segurados que já se encon‑
sessenta e cinquenta e cinco anos de idade para os travam inscritos até 16/12/1998, desde que cumprissem um
trabalhadores rurais, respectivamente homens e mu‑ pedágio, que foi um percentual de tempo acrescentado ao
lheres, referidos na alínea a do inciso I, na alínea j do período que faltava entre o proporcional e o integral. Assim,
inciso V e nos incisos VI e VII do caput do art. 9º, bem continua sendo possível a aposentadoria por tempo de con‑
como para os segurados garimpeiros que trabalhem, tribuição com renda mensal proporcional, desde que cumpri‑
comprovadamente, em regime de economia familiar, dos os seguintes requisitos, cumulativamente: a) idade: 53
Conhecimentos Específicos

conforme definido no § 5º do art. 9º. (Redação dada (cinquenta e três) anos para o homem; 48 (quarenta e oito)
pelo Decreto nº 3.265, de 1999) anos para a mulher; b) tempo de contribuição: 30 (trinta)
Parágrafo único. A comprovação do efetivo exercício anos, se homem, e 25 (vinte e cinco) anos de contribuição,
de atividade rural será feita em relação aos meses se mulher; c) um período adicional de contribuição equiva‑
imediatamente anteriores ao requerimento do be‑ lente a 40% do tempo que, em 16 de dezembro de 1998,
nefício, mesmo que de forma descontínua, durante faltava para atingir o tempo para a aposentadoria integral.
período igual ao da carência exigida para a concessão Para os segurados inscritos no RGPS a partir de 17 de
do benefício, observado o disposto no art. 182. dezembro de 1998, inclusive os oriundos de outro Regime de
Art. 52. A aposentadoria por idade será devida: Previdência Social, desde que cumprida a carência exigida, te‑
I – ao segurado empregado, inclusive o doméstico: rão direito à aposentadoria por tempo de contribuição desde
a) a partir da data do desligamento do emprego, que comprovem: 1) 35 (trinta e cinco) anos de contribuição,
quando requerida até noventa dias depois dela; ou se homem; 2) 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
44 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A data do início da aposentadoria por tempo de contribui‑ § 5º O segurado oriundo de regime próprio de
ção depende de quando ela for requerida. Para o segurado previdência social que se filiar ao Regime Geral de
empregado, inclusive o doméstico será devida a partir da Previdência Social a partir de 16 de dezembro de 1998
data do desligamento do emprego se requerida até 90 dias fará jus à aposentadoria por tempo de contribuição
do desligamento do emprego. Será devida a contar do reque‑ nos termos desta Subseção, não se lhe aplicando o
rimento, quando requerida após 90 dias do desligamento ou disposto no art. 188. (Incluído pelo Decreto nº 3.265,
quando o segurado optar por continuar trabalhando. de 1999)
Para os demais segurados, contribuinte individual e Art. 57. A aposentadoria por tempo de contribuição
faculta­tivo, será devida a contar da data do requerimento. consiste numa renda mensal calculada na forma do
A renda mensal da aposentadoria por tempo de contri‑ inciso IV do caput do art. 39.
buição é de 100% do salário de benefício para o homem, Art. 58. A data do início da aposentadoria por tempo
aos trinta e cinco anos de contribuição; e, aos 30 anos de de contribuição será fixada conforme o disposto nos
contribuição para a mulher. incisos I e II do art. 52.
Considera‑se tempo de contribuição o lapso transcorrido, Art. 59. Considera‑se tempo de contribuição o tem‑
de data a data, desde a admissão na empresa ou o início po, contado de data a data, desde o início até a data
de atividade vinculada à Previdência Social Urbana e Rural, do requerimento ou do desligamento de atividade
ainda que anterior à sua instituição, até a dispensa ou o afas‑ abrangida pela previdência social, descontados os pe‑
tamento da atividade, descontados os períodos legalmente ríodos legalmente estabelecidos como de suspensão
estabelecidos como de suspensão do contrato de trabalho, de contrato de trabalho, de interrupção de exercício
de interrupção de exercício e de desligamento da atividade. e de desligamento da atividade.
O tempo de serviço/contribuição decorrente de sen‑ § 1º Cabe ao contribuinte individual comprovar a
tença trabalhista transitada em julgado poderá ser usado interrupção ou o encerramento da atividade pela qual
na concessão ou revisão de aposentadoria por tempo de vinha contribuindo, sob pena de ser considerado em
contribuição, ressalvando‑se que: 1) a contagem de tempo débito no período sem contribuição. (Incluído pelo
de serviço/contribuição dependerá da existência de início Decreto nº 4.729, de 2003)
de prova material, isto é, de documentos contemporâneos § 2º A comprovação da interrupção ou encerramento
que possibilitem a comprovação dos fatos alegados, juntos da atividade do contribuinte individual será feita,
ao processo judicial ou ao requerimento administrativo do no caso dos segurados enquadrados nas alíneas j e
benefício; 2) o cômputo de salário de contribuição conside‑ l do inciso V do art. 9º, mediante declaração, ainda
rará os valores constantes da ação trabalhista transitada em que extemporânea, e, para os demais, com base em
julgado, ainda que não tenha ocorrido o recolhimento das distrato social, alteração contratual ou documento
contribuições devidas à Previdência Social, mas desde que equivalente emitido por junta comercial, secretaria
o início de prova material contemple os valores referidos, federal, estadual, distrital ou municipal ou por outros
observando o limite máximo e mínimo de contribuição. No órgãos oficiais, ou outra forma admitida pelo INSS.
caso de não houver o recolhimento de contribuições corres‑ (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
pondentes, serão adotadas as providências necessárias ao Art. 60. Até que lei específica discipline a matéria, são
seu recolhimento por meio do órgão competente. contados como tempo de contribuição, entre outros:
O benefício aposentadoria por tempo de contribuição I – o período de exercício de atividade remunerada
encontra‑se melhor disciplinado nos arts. 56 a 63, do Decreto abrangida pela previdência social urbana e rural,
nº 3.048/1999: ainda que anterior à sua instituição, respeitado o
disposto no inciso XVII;
Art. 56. A aposentadoria por tempo de contribuição II – o período de contribuição efetuada por segurado
será devida ao segurado após trinta e cinco anos de depois de ter deixado de exercer atividade remune‑
contribuição, se homem, ou trinta anos, se mulher, rada que o enquadrava como segurado obrigatório
observado o disposto no art. 199‑A. (Redação dada da previdência social;
pelo Decreto nº 6.042, de 2007) III – o período em que o segurado esteve recebendo
§ 1º A aposentadoria por tempo de contribuição do auxílio‑doença ou aposentadoria por invalidez, entre
professor que comprove, exclusivamente, tempo de perío­dos de atividade;
efetivo exercício em função de magistério na edu‑ IV – o tempo de serviço militar, salvo se já contado
cação infantil, no ensino fundamental ou no ensino para inatividade remunerada nas Forças Armadas ou
médio, será devida nos termos do § 8º do art. 201 auxiliares, ou para aposentadoria no serviço público
da Constituição. federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal,
§ 2º Para fins do disposto no parágrafo anterior, con‑ ainda que anterior à filiação ao Regime Geral de
sidera‑se função de magistério a atividade docente do Previdência Social, nas seguintes condições:
professor exercida exclusivamente em sala de aula. a) obrigatório ou voluntário; e
Conhecimentos Específicos

§ 3º Se mais vantajoso, fica assegurado o direito à b) alternativo, assim considerado o atribuído pelas
aposentadoria, nas condições legalmente previstas na Forças Armadas àqueles que, após alistamento,
data do cumprimento de todos os requisitos previstos alegarem imperativo de consciência, entendendo‑se
no caput, ao segurado que optou por permanecer como tal o decorrente de crença religiosa e de con‑
em atividade. vicção filosófica ou política, para se eximirem de
§ 4º Para efeito do disposto no parágrafo anterior, atividades de caráter militar;
o valor inicial da aposentadoria, apurado conforme V – o período em que a segurada esteve recebendo
o § 9º do art. 32, será comparado com o valor da salário‑maternidade;
aposentadoria calculada na forma da regra geral VI – o período de contribuição efetuada como segu‑
deste Regulamento, mantendo‑se o mais vantajoso, rado facultativo;
considerando‑se como data de inicio do benefício a VII – o período de afastamento da atividade do
data da entrada do requerimento. segu­rado anistiado que, em virtude de motivação

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exclusivamente política, foi atingido por atos de ex‑ ou à integridade física, observado o disposto nos
ceção, institucional ou complementar, ou abrangido arts. 64 a 70; e
pelo Decreto Legisla­tivo nº 18, de 15 de dezembro XXI – o tempo de contribuição efetuado pelo servidor
de 1961, pelo Decreto‑Lei nº 864, de 12 de setembro público de que tratam as alíneas i, j e l do inciso I do
de 1969, ou que, em virtude de pressões ostensivas caput do art. 9º e o § 2º do art. 26, com base nos
ou expedientes oficiais sigilosos, tenha sido demitido arts. 8º e 9º da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991,
ou compelido ao afastamento de atividade remune‑ e no art. 2º da Lei nº 8.688, de 21 de julho de 1993.
rada no período de 18 de setembro de 1946 a 5 de § 1º Não será computado como tempo de contribui‑
outubro de 1988; ção o já considerado para concessão de qualquer
VIII – o tempo de serviço público federal, estadual, aposentadoria prevista neste Regulamento ou por
do Distrito Federal ou municipal, inclusive o prestado outro regime de previdência social.
a autarquia ou a sociedade de economia mista ou § 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
fundação instituída pelo Poder Público, regularmente § 3º O tempo de contribuição de que trata este arti‑
certificado na forma da Lei nº 3.841, de 15 de dezem‑ go será considerado para cálculo do valor da renda
bro de 1960, desde que a respectiva certidão tenha mensal de qualquer benefício.
sido requerida na entidade para a qual o serviço foi § 4º O segurado especial que contribui na forma do
prestado até 30 de setembro de 1975, véspera do § 2º do art. 200 somente fará jus à aposentadoria por
início da vigência da Lei nº 6.226, de 14 de junho idade, tempo de contribuição e especial após o cum‑
de 1975; primento da carência exigida para estes benefícios,
IX – o período em que o segurado esteve recebendo não sendo considerado como período de carência o
benefício por incapacidade por acidente do trabalho, tempo de atividade rural não contributivo.
intercalado ou não; § 5º Não se aplica o disposto no inciso VII ao segurado
X – o tempo de serviço do segurado trabalhador rural demitido ou exonerado em razão de processos admi‑
anterior à competência novembro de 1991; nistrativos ou de aplicação de política de pessoal do
XI – o tempo de exercício de mandato classista junto governo, da empresa ou da entidade a que estavam
a órgão de deliberação coletiva em que, nessa quali‑ vinculados, assim como ao segurado ex‑dirigente ou
dade, tenha havido contribuição para a previdência ex‑representante sindical que não comprove prévia
social; existência do vínculo empregatício mantido com a
XII – o tempo de serviço público prestado à admi‑ empresa ou sindicato e o consequente afastamento
nistração federal direta e autarquias federais, bem da atividade remunerada em razão dos atos mencio‑
como às estaduais, do Distrito Federal e municipais, nados no referido inciso.
quando aplicada a legislação que autorizou a conta‑ § 6º Caberá a cada interessado alcançado pelas
gem recíproca de tempo de contribuição; disposições do inciso VII comprovar a condição de
XIII – o período de licença remunerada, desde que segurado obrigatório da previdência social, median‑
tenha havido desconto de contribuições; te apresentação dos documentos contemporâneos
XIV – o período em que o segurado tenha sido colo‑ dos fatos ensejadores da demissão ou afastamento
cado pela empresa em disponibilidade remunerada, da atividade remunerada, assim como apresentar o
desde que tenha havido desconto de contribuições; ato declaratório da anistia, expedido pela autoridade
XV – o tempo de serviço prestado à Justiça dos Es‑ competente, e a consequente comprovação da sua
tados, às  serventias extrajudiciais e às escrivanias publicação oficial.
judiciais, desde que não tenha havido remuneração § 7º Para o cômputo do período a que se refere o
pelos cofres públicos e que a atividade não estivesse inciso VII, o Instituto Nacional do Seguro Social deverá
à época vinculada a regime próprio de previdência observar se no ato declaratório da anistia consta o
social; fundamento legal no qual se fundou e o nome do
XVI – o tempo de atividade patronal ou autônoma, órgão, da empresa ou da entidade a que estava vin‑
exercida anteriormente à vigência da Lei nº 3.807, culado o segurado à época dos atos que ensejaram a
de 26 de agosto de 1960, desde que indenizado demissão ou o afastamento da atividade remunerada.
conforme o disposto no art. 122; § 8º É indispensável para o cômputo do período a que
XVII – o período de atividade na condição de empre‑ se refere o inciso VII a prova da relação de causa entre
gador rural, desde que comprovado o recolhimento a demissão ou afastamento da atividade remunerada
de contribuições na forma da Lei nº 6.260, de 6 de e a motivação referida no citado inciso.
novembro de 1975, com indenização do período Art. 61. Observado o disposto no art. 19, são con‑
anterior, conforme o disposto no art. 122; tados como tempo de contribuição, para efeito do
XVIII – o período de atividade dos auxiliares locais disposto nos §§ 1º e 2º do art. 56: (Redação dada
de nacionalidade brasileira no exterior, amparados pelo Decreto nº 4.079, de 2002)
Conhecimentos Específicos

pela Lei nº 8.745, de 1993, anteriormente a 1º de I – o de serviço público federal, estadual, do Distrito
janeiro de 1994, desde que sua situação previden‑ Federal ou municipal;
ciária esteja regularizada junto ao Instituto Nacional II – o de recebimento de benefício por incapacidade,
do Seguro Social; entre períodos de atividade; e
XIX – o tempo de exercício de mandato eletivo fede‑ III – o de benefício por incapacidade decorrente de
ral, estadual, distrital ou municipal, desde que tenha acidente do trabalho, intercalado ou não.
havido contribuição em época própria e não tenha § 1º A comprovação da condição de professor far‑se‑á
sido contado para efeito de aposentadoria por outro mediante a apresentação:
regime de previdência social; I – do respectivo diploma registrado nos órgãos
XX – o tempo de trabalho em que o segurado esteve competentes federais e estaduais, ou de qualquer
exposto a agentes nocivos químicos, físicos, biológi‑ outro documento que comprove a habilitação para o
cos ou associação de agentes prejudiciais à saúde exercício do magistério, na forma de lei específica; e

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II – dos registros em Carteira Profissional e/ou Cartei‑ atestado de empresa ainda existente, certificado
ra de Trabalho e Previdência Social complementados, ou certidão de entidade oficial dos quais constem
quando for o caso, por declaração do estabelecimen‑ os dados previstos no caput deste artigo, desde
to de ensino onde foi exercida a atividade, sempre que extraídos de registros efetivamente existentes
que necessária essa informação, para efeito e caracte‑ e acessíveis à fiscalização do Instituto Nacional do
rização do efetivo exercício da função de magistério, Seguro Social. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729,
nos termos do § 2º do art. 56. de 2003)
§ 2º É vedada a conversão de tempo de serviço de § 4º Se o documento apresentado pelo segurado não
magistério, exercido em qualquer época, em tempo atender ao estabelecido neste artigo, a prova exigida
de serviço comum. pode ser complementada por outros documentos
Art. 62. A prova de tempo de serviço, considerado que levem à convicção do fato a comprovar, inclusive
tempo de contribuição na forma do art. 60, obser‑ mediante justificação administrativa, na forma do
vado o disposto no art. 19 e, no que couber, as pe‑ Capítulo VI deste Título. (Redação dada pelo Decreto
culiaridades do segurado de que tratam as alíneas j nº 4.729, de 2003)
e l do inciso V do caput do art. 9º e do art. 11, é feita § 5º A comprovação realizada mediante justificação
mediante documentos que comprovem o exercício de administrativa ou judicial só produz efeito perante
atividade nos períodos a serem contados, devendo a previdência social quando baseada em início de
esses documentos ser contemporâneos dos fatos a prova material. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729,
comprovar e mencionar as datas de início e término e, de 2003)
quando se tratar de trabalhador avulso, a duração do § 6º A prova material somente terá validade para a
trabalho e a condição em que foi prestado. (Redação pessoa referida no documento, não sendo permitida
dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002) sua utilização por outras pessoas. (Redação dada pelo
§ 1º As anotações em Carteira Profissional e/ou Car‑ Decreto nº 4.729, de 2003)
teira de Trabalho e Previdência Social relativas a fé‑ Art. 63. Não será admitida prova exclusivamente
rias, alterações de salários e outras que demonstrem testemunhal para efeito de comprovação de tempo
a se­quência do exercício da atividade podem suprir de serviço ou de contribuição, salvo na ocorrência de
possível falha de registro de admissão ou dispensa. motivo de força maior ou caso fortuito, observado o
(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) disposto no § 2º do art. 143.
§ 2º Servem para a prova prevista neste artigo os
documentos seguintes: (Redação dada pelo Decreto Aposentadorias por Tempo de Contribuição e por
nº 4.729, de 2003) Idade do Segurado com Deficiência
I – o contrato individual de trabalho, a Carteira Pro‑
fissional e/ou a Carteira de Trabalho e Previdência A aposentadoria da pessoa com deficiência, desde que
Social, a carteira de férias, a carteira sanitária, a ca‑ seja segurada do Regime Geral de Previdência Social – RGPS,
derneta de matrícula e a caderneta de contribuições foi instituída pela Lei Complementar nº 142/2013, por ex‑
dos extintos institutos de aposentadoria e pensões, pressa disposição do § 1º do art. 201 da Constituição Federal.
a caderneta de inscrição pessoal visada pela Capitania Pessoa com deficiência é aquela que tem impedimentos
dos Portos, pela Superintendência do Desenvolvi‑ de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sen‑
mento da Pesca, pelo Departamento Nacional de sorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem
Obras Contra as Secas e declarações da Receita Fe‑ obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
deral; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) igualdade de condições com as demais pessoas.
II – certidão de inscrição em órgão de fiscalização A concessão dessa aposentadoria pelo RGPS ao segurado
profissional, acompanhada do documento que prove com deficiência deve observar as seguintes condições:
o exercício da atividade; (Redação dada pelo Decreto I – aos 25 (vinte e cinco) anos de tempo de contribuição,
nº 4.729, de 2003) se homem, e 20 (vinte) anos, se mulher, no caso de segurado
III – contrato social e respectivo distrato, quando for com deficiência grave;
o caso, ata de assembleia geral e registro de firma II – aos 29 (vinte e nove) anos de tempo de contribuição,
individual; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, se homem, e 24 (vinte e quatro) anos, se mulher, no caso de
de 2003) segurado com deficiência moderada;
IV – contrato de arrendamento, parceria ou como‑ III – aos 33 (trinta e três) anos de tempo de contribuição,
dato rural; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, se homem, e 28 (vinte e oito) anos, se mulher, no caso de
de 2003) segurado com deficiência leve; ou
V – certificado de sindicato ou órgão gestor de mão IV – aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55
de obra que agrupa trabalhadores avulsos; (Redação (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, independen‑
dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) temente do grau de deficiência, desde que cumprido tempo
Conhecimentos Específicos

VI – comprovante de cadastro do Instituto Nacional mínimo de contribuição de 15 (quinze) anos e comprovada a
de Colonização e Reforma Agrária, no caso de pro‑ existência de deficiência durante igual período.
dutores em regime de economia familiar; (Redação Este benefício encontra-se regulamentado pelos artigos
dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) 70-A a 70-I do Decreto nº 3.048/1999, adiante transcritos.
VII – bloco de notas do produtor rural; ou (Redação
dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) Aposentadoria Especial
VIII – declaração de sindicato de trabalhadores rurais É um benefício devido àqueles segurados que tenham
ou colônia de pescadores, desde que homologada trabalhado expostos a agentes nocivos químicos, físicos ou
pelo Instituto Nacional do Seguro Social. (Redação biológicos, prejudiciais à saúde ou à integridade física. A na‑
dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) tureza e os requisitos são os mesmos da aposentadoria por
§ 3º Na falta de documento contemporâneo podem ser tempo de contribuição, porém nessa espécie, o tempo de
aceitos declaração do empregador ou seu preposto, contribuição é reduzido para quinze, vinte ou vinte e cinco

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anos, dependendo do grau de nocividade a que os segura‑ aplica‑se às seguintes situações: 1) quinze anos: trabalhos em
dos estejam expostos, conforme descrição contida no perfil mineração subterrânea, em frentes de produção, com expo‑
profissiográfico previdenciário. sição à associação de agentes físicos, químicos ou biológicos;
O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é um do­ 2) vinte anos: a) trabalhos com exposição ao agente químico
cumento emitido pela empresa ou preposto, com base asbestos (amianto); b) trabalhos em mineração subterrânea,
em laudo técnico de condições ambientais do trabalho afastados das frentes de produção, com exposição à associa‑
expedido por médico do trabalho ou engenheiro de se‑ ção de agentes físicos, químicos ou biológicos.
gurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista. O tempo de trabalho exercido sob condições especiais
O PPP constitui‑se em um documento histórico‑laboral do prejudiciais à saúde ou à integridade física do trabalhador,
trabalhador que reúne, entre outras informações, dados conforme a legislação vigente à época da prestação do ser‑
administrativos, registros ambientais e resultados de mo‑ viço, será somado, após a respectiva conversão, ao tempo
nitoração biológica, durante todo o período em que este de trabalho exercido em atividade comum, qualquer que
exerceu suas atividades. Essas condições de trabalho, que seja o período trabalhado, aplicando‑se a seguinte tabela de
dão ou não direito à aposentadoria especial, deverão ser conversão, para efeito de concessão de qualquer benefício:
comprovadas pelas demonstrações ambientais, que fazem
parte das obrigações acessórias dispostas na legislação pre‑
Tempo de
videnciária e trabalhista. Para 30 Para 35
atividade a ser
A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência (para mulher) (para homem)
convertido
exigida, será devida ao segurado empregado, trabalhador
avulso e contribuinte individual. Este somente quando co‑ De 15 anos 2,00 2,33
operado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção,
De 20 anos 1,50 1,75
que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco
anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que De 25 anos 1,20 1,40
prejudiquem a saúde ou a integridade física. Os segurados
contribuintes individuais não têm direito à aposentadoria Se o segurado exerceu sucessivamente duas ou mais ativi‑
especial. dades sujeitas a condições especiais prejudiciais à saúde ou à
A concessão da aposentadoria especial dependerá de integridade física, sem completar em qualquer delas o prazo
comprovação pelo segurado, perante o INSS, do tempo mínimo exigido para a aposentadoria especial, os respectivos
de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, períodos serão somados, após a conversão do tempo relativo
exercido em condições especiais que prejudiquem a saúde às atividades não preponderantes, cabendo, dessa forma,
ou a integridade física, durante o período mínimo de 15, 20 a concessão da aposentadoria especial com o tempo exigido
ou 25 anos. Nesse período deverá comprovar a efetiva ex‑ para a atividade preponderante não convertida. Considera‑se
posição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou atividade preponderante aquela que, após a conversão para
associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade um mesmo referencial, tenha maior número de anos.
física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão O benefício de Aposentadoria Especial encontra‑se dis‑
do benefício. ciplinado nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213/1991 e 64 a 70
O trabalho exercido em condições especiais que pre‑ do Decreto nº 3.048/1999.
judiquem a saúde ou a integridade física, com exposição a
agentes nocivos de modo permanente, não ocasional nem Pensão por Morte
intermitente, está tutelado pela Previdência Social mediante É um benefício devido aos dependentes do segurado,
concessão da aposentadoria especial, constituindo‑se em aposentado ou não, que vier a falecer, por morte física ou
fato gerador de contribuição previdenciária para custeio presumida. A pensão por morte a contar da data do óbito,
deste benefício. quando requerida até 90 dias depois deste; ou da data do
São consideradas condições especiais que prejudicam a requerimento, quando requerida após 90 dias do óbito. Em
saúde ou a integridade física, a exposição a agentes nocivos se tratando de morte presumida, a pensão por morte é de‑
químicos, físicos ou biológicos ou à associação desses agen‑ vida a contar da data da publicação da decisão judicial que
tes, em concentração ou intensidade e tempo de exposição declarar o desaparecimento. No caso de morte presumida
que ultrapasse os limites de tolerância ou que, dependendo decorrente de catástrofe, acidente ou calamidade não precisa
do agente, torne a simples exposição em condição especial de sentença judicial.
prejudicial à saúde. O valor da renda mensal da pensão por morte é de 100%
As empresas que dão causa à aposentadoria especial terão do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela
suas alíquotas aumentadas em 6, 9 ou 12%, respectivamente, a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez.
para as aposentadorias com 15, 20 ou 25 anos. Para esse efeito, Para fins de pensão por morte, os  dependentes são
considera‑se o núcleo da hipótese de incidência tributária, ob‑ classificados em preferenciais e não preferenciais. Os prefe‑
jeto do direito à aposentadoria especial: 1) nocividade, que no renciais (não precisam comprovar dependência econômica,
Conhecimentos Específicos

ambiente de trabalho é entendida como situação combinada pois esta é presumida) são: 1) o cônjuge; companheiro(a);
ou não de substâncias, energias e demais fatores de riscos filho(a) não emancipado(a) de quaisquer condições, até 21
reconhecidos, capazes de trazer ou ocasionar danos à saúde anos de idade ou inválidos. Dependentes não preferenciais
ou à integridade física do trabalhador; 2) permanência, assim (precisam comprovar dependência econômica) são: 2) os
entendida como o trabalho não ocasional nem intermitente, pais; e 3) os irmãos não emancipados, de qualquer condi‑
durante quinze, vinte ou vinte cinco anos, no qual a exposição ção, até 21 anos de idade ou inválido. Importante ressaltar
do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao que os dependentes de uma classe excluem os das demais.
agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da Exemplo 1: segurado falece deixando ex‑esposa (com direito
prestação do serviço, em decorrência da subordinação jurídica à pensão alimentícia), companheira e filhos (não emancipa‑
a qual se submete. dos menores de 21 anos). Todos terão direito ao benefício
O direito à concessão de aposentadoria especial aos quin‑ que será rateado em cotas iguais. Exemplo 2: segurado
ze e aos vinte anos, constatada a nocividade e a permanência, falece deixando cônjuge, filhos (não emancipados menores

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de 21 anos), pais e irmãos. Somente terá direito à pensão dolosamente resultado a morte do segurado; ou se for
por morte o cônjuge e os filhos. Exemplo 3: segurado falece comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no
deixando apenas pais e irmãos. Somente os pais têm direito. casamento ou na união estável, ou a formalização desses
Em síntese: os pais só terão direito à pensão quando não com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário,
existir nenhum dependente da classe 1. Os irmãos somente apuradas em processo judicial no qual será assegurado o
terão direito quando não existir nenhum dependente nas direito ao contraditório e à ampla defesa.
classes 1 e 2, em ambos os casos a dependência econômica Se existir relação entre o trabalho do segurado e a catás‑
deverá ser comprovada. trofe, o acidente ou o desastre que motivou seu desapareci‑
Para fins de obtenção da pensão por morte, equipa‑ mento, além dos documentos relacionados nesse artigo e dos
ram‑se ao menor de dezesseis anos os declarados ausentes documentos dos dependentes, caberá também a apresenta‑
por via judicial e os inválidos incapazes, assim declarados pela ção da CAT, sendo indispensável o parecer médico‑pericial
perícia médica do INSS. Os inválidos capazes equiparam‑se para caracterização do nexo técnico.
aos maiores de dezesseis anos de idade. A cota individual da pensão cessará nas seguintes hi‑
A concessão da pensão por morte não será protelada pela póteses:
falta de habilitação de outro possível dependente. Qualquer • pela morte do pensionista;
inscrição ou habilitação posterior que importe em exclusão • para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão, de ambos
ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da os sexos, ao completar 21 (vinte e um) anos de idade,
salvo se for inválido ou com deficiência;
data da inscrição ou habilitação.
• para filho ou irmão inválido, pela cessação da invalidez;
O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão por
• pelo decurso do prazo de recebimento de pensão pelo
morte o companheiro ou a companheira, que somente cônjuge, companheiro ou companheira.
fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e
mediante prova de dependência econômica. Igualmente o A cota individual da pensão por morte do cônjuge ou
cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato companheiro cessará em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer
que recebia pensão alimentícia concorrerá em igualdade de sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribui‑
condições com os dependentes preferenciais. A dependência ções mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem
econômica superveniente restabelece a condição de depen‑ sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do
dente à ex-mulher que renuciou aos alimentos do segurado, segurado.
consoante Súmula 336 do STJ. Se o segurado tiver vertido mais que 18 contribuições
O dependente menor de idade que se invalidar antes mensais para o regime previdenciário e, quando ele morreu,
de completar 21 anos deverá ser submetido a exame já era casado ou vivia em união estável há mais de 2 anos. A
médico‑pericial, não se extinguindo a respectiva cota, se pensão irá durar de acordo com a idade do(a) pensionista:
confirmada a invalidez. • 3 anos, se o beneficiário tiver menos que 21 anos de
A adoção produz efeitos a partir do trânsito em julgado idade;
da sentença que a concede, data em que deverá ser cessado • 6 anos, se o beneficiário tiver entre 21 e 26 anos de
o benefício de pensão ou a cota que o filho adotado recebe idade;
no âmbito do INSS em virtude da morte dos pais biológicos. • 10 anos, se o beneficiário tiver entre 27 e 29 anos de
Os prazos prescricionais somente começam a ser conside‑ idade;
rados, para os menores, na data em que completam dezesseis • 15 anos, se o beneficiário tiver entre 30 e 40 anos de
anos ou da data de sua emancipação, o que ocorrer primeiro. idade;
Companheiro ou companheira homossexual tem direito • 20 anos, se o beneficiário tiver entre 41 e 43 anos de
à pensão por morte. Vale para óbitos ocorridos a partir de idade;
5 de abril de 1991, desde que atendidas todas as condições • será vitalícia, se o beneficiário tiver mais que 44 anos
exigidas para o reconhecimento do direito a esse benefício de idade.
(comprovação da relação de companheirismo com no míni‑
A cota da pensão durará igual período se o segurado tiver
mo três documentos).
morrido em decorrência de acidente de qualquer natureza
A pensão por morte, se houver mais de um pensionista, ou de doença profissional ou do trabalho não importará o
será rateada entre todos, em partes iguais, sendo revertido, número de contribuições que ele tenha pago nem o tempo
em favor dos demais dependentes, a  parte daquele cujo de casamento ou união estável.
direito à pensão cessar, atentando‑se que o pagamento da A pensão por morte será encerrada com a extinção da
cota individual da pensão por morte cessará: 1) pela mor‑ cota do último pensionista.
te do pensionista; 2) para o pensionista menor de idade, O benefício pensão por morte encontra‑se disciplinado
ao completar 21 (vinte e um) anos, salvo se for inválido, ou nos arts. 105 a 115 do Decreto nº 3.048/1999.
pela emancipação, ainda que inválido, exceto, neste caso, se a
emancipação for decorrente de colação de grau científico em Auxílio‑Reclusão
curso de ensino superior; 3) para o pensionista inválido, pela É um benefício devido aos dependentes do segurado de
Conhecimentos Específicos

cessação da invalidez, verificada em exame médico‑pericial baixa renda – a partir de 1º/1/2015 tiver salário de contri‑
a cargo do INSS; ou 4) pela adoção, para o filho adotado que buição até R$ 1.089,72. Que for preso em regime fechado ou
receba pensão por morte dos pais biológicos, exceto quando semi aberto. Os requisitos para conceder o auxílio‑reclusão
o cônjuge ou o companheiro(a) adota o filho do outro. são os mesmos da pensão por morte. É devido aos depen‑
A pensão por morte presumida será comprovada com dentes do segurado recolhido à prisão que não receber remu‑
a sentença judicial ou ainda servirá como prova hábil do neração da empresa nem estiver em gozo de auxílio‑doença,
desaparecimento: 1) boletim do registro de ocorrência fei‑ aposentadoria ou abono de permanência em serviço.
to junto à autoridade policial; 2) prova documental de sua O segurado recluso, em cumprimento de pena em regime
presença no local da ocorrência; 3) noticiário nos meios de fechado ou semi aberto, pode contribuir na condição de se‑
comunicação. gurado contribuinte individual ou facultativo sem acarretar a
Implicará na perda da pensão a condenação, após o perda do direito ao recebimento do auxílio‑reclusão pelos
trânsito em julgado, pela prática de crime de que tenha seus dependentes.

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O auxílio‑reclusão é devido a partir da data do efetivo permanece recolhido à prisão; 4) quando o segurado deixar a
recolhimento do segurado à prisão, se requerido até trinta prisão por livramento condicional, por cumprimento da pena
dias desta; ou da data do requerimento, se requerido após em regime aberto ou por prisão em albergue.
30 dias, em caso de recolhimento do segurado à prisão, sem No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver
que tenha sido prolatada sentença condenatória. recaptura do segurado, será reestabelecido a contar da
O auxílio‑reclusão será mantido enquanto o segurado data em que ela ocorrer, desde que mantida a qualidade
permanecer detento ou recluso. No caso de falecimento do de segurado. O exercício de atividade dentro do período de
segurado detido ou recluso, o auxílio‑reclusão que estiver fuga será considerado para verificação de manutenção da
sendo pago será automaticamente convertido em pensão qualidade de segurado.
por morte. O benefício auxílio‑reclusão encontra‑se disciplinado nos
Será devido igualmente o benefício de auxílio‑reclusão arts. 116 a 119 do Decreto nº 3.048/1999.
nas mesmas condições da pensão por morte aos dependen‑
tes do segurado recolhido à prisão, que não receber remu‑ Salário‑Maternidade
neração da empresa nem estiver em gozo de auxílio‑doença, É um benefício substituto da remuneração da segurada,
aposentadoria ou abono de permanência ao serviço. durante os 120 dias de repouso referentes à licença‑ma‑
Equipara‑se à condição de recolhido à prisão, a situação ternidade. O salário‑maternidade é devido à segurada
do maior de dezesseis e menor de dezoito anos de idade empregada, à trabalhadora avulsa, à empregada doméstica,
que se encontre internado em estabelecimento educacio‑ à contribuinte individual, à facultativa e à segurada especial.
nal ou congênere, sob custódia do Juizado da Infância e da É considerado salário de contribuição, submetendo‑se à in‑
Juventude. cidência de contribuições da segurada e da empresa. Pode
ser requerido 28 dias antes do parto. O prazo de duração
Considera‑se pena privativa de liberdade, para fins de
do salário‑maternidade pode ser aumentado por mais duas
reconhecimento do direito ao benefício de auxílio reclusão,
semanas, anterior ou posterior ao parto, mediante atestado
aquela cumprida em regime fechado ou semiaberto. Para
médico específico. O salário‑maternidade é devido por duas
esse efeito considera‑se: 1) regime fechado aquele sujeito à semanas, em caso de aborto não criminoso, comprovado me‑
execução da pena em estabelecimento de segurança máxima diante atestado médico com CID específico. A renda mensal
ou média; 2) regime semi aberto aquele sujeito à execução do salário‑maternidade da segurada empregada e segurada
da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento avulsa é o valor da última remuneração. A renda mensal do
similar. salário‑maternidade para a segurada especial é de um salário
Não cabe a concessão do auxílio‑reclusão aos depen‑ mínimo. O valor da renda mensal do salário‑maternidade
dentes do segurado que estiver em livramento condicional para a segurada contribuinte individual, facultativa e de‑
ou que cumprir pena em regime aberto, assim entendido sempregado é de 1/12 (um doze avos) da soma dos doze
aquele cuja execução da pena seja em casa de albergado ou últimos salários de contribuição, apurados num período de
estabelecimento adequado. até quinze meses.
A privação da liberdade será comprovada por atestado do Ao segurado ou segurada da Previdência Social que ado‑
recolhimento do segurado à prisão, emitido por autoridade tar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança
competente. Se o segurado for maior de dezesseis e menor é devido salário-maternidade pelo período de 120 (cento e
de dezoito anos, será exigido a certidão do despacho de vinte) dias, independentemente se já houve pagamento à
internação e o atestado de seu efetivo recolhimento para mãe biológica. Nos casos de adoção, o benefício será pago
órgão subordinado ao Juiz da Infância e da Juventude. diretamente pela Previdência Social.
O exercício de atividade remunerada pelo segurado re‑ No caso de falecimento da segurada ou segurado que
cluso em cumprimento de pena em regime fechado ou semi fizer jus ao recebimento do salário-maternidade, o benefício
aberto, que contribuir na condição de segurado contribuinte será pago, por todo o período ou pelo tempo restante a que
individual ou facultativo, não acarretará perda do direito ao teria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que
recebimento do auxílio‑reclusão pelos seus dependentes. tenha a qualidade de segurado, exceto no caso do faleci‑
O segurado recluso não terá direito aos benefícios de mento do filho ou de seu abandono, observadas as normas
auxílio‑doença e aposentadoria durante a percepção, pelos aplicáveis ao salário-maternidade. Neste caso o pagamento
dependentes, do auxílio‑reclusão, ainda que nessa condição do benefício deverá ser requerido até o último dia do prazo
contribua como contribuinte individual ou facultativo, sendo previsto para o término do salário-maternidade originário.
permitida a opção, desde que manifestada, também, pelos A percepção do salário-maternidade, nos casos de
dependentes, pelo benefício mais vantajoso. adoção, está condicionada ao afastamento do segurado
O auxílio‑reclusão cessa: 1) com a extinção da última do trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena de
cota individual; 2) se o segurado, ainda que privado de sua suspensão do benefício.
liberdade ou recluso, passar a receber aposentadoria; 3) pelo O documento comprobatório para requerimento do
óbito do segurado ou beneficiário; 4) na data da soltura; 5) salário‑maternidade da segurada é a certidão de nascimento do
pela emancipação ou quando completar 21 (vinte e um) filho, exceto nos casos de aborto espontâneo, quando deverá
Conhecimentos Específicos

anos de idade, salvo se inválido; no caso de filho ou equi‑ ser apresentado atestado médico, e no de adoção ou guarda a
parado ou irmão, de ambos os sexos; 6) em se tratando de fim de adoção. O parto é considerado como fato gerador do sa‑
dependente inválido, pela cessação da invalidez, verificada lário‑maternidade, bem como a adoção ou guarda judicial para
em exame médico pericial a cargo do INSS; 7) pela adoção, fins de adoção. Para fins de concessão do salário‑maternidade,
para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais considera‑se parto o evento ocorrido a partir da 23ª semana (6º
biológicos, exceto quando o cônjuge ou o companheiro(a) mês) de gestação, inclusive em caso de natimorto.
adota o filho do outro. O salário‑maternidade é devido à segurada independen‑
Os pagamentos do auxílio‑reclusão serão suspensos: temente de a mãe biológica ter recebido o mesmo benefício
1) no caso de fuga; 2) se o segurado, ainda que privado de quando do nascimento da criança. Para a concessão desse
liberdade, passar a receber auxílio‑doença; 3) se o depen‑ benefício é indispensável que conste da nova Certidão de
dente deixar de apresentar atestado trimestral, firmado Nascimento da criança ou do termo de guarda, o nome da se‑
pela autoridade competente, para prova de que o segurado gurada adotante ou guardiã, bem como deste último, tratar‑se

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de guarda para fins de adoção. Mesmo que haja a adoção ou O limite máximo do salário de contribuição, para fins de
guarda judicial de mais de uma criança, é devido um único reconhecimento do direito ao salário‑família, será atualizado
salário‑maternidade relativo à criança de menor idade, obser‑ pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do RGPS,
vando que no caso de empregos concomitantes, a segurada fixados em portaria ministerial.
fará jus ao salário‑maternidade relativo a cada emprego. O salário‑família será devido a partir do mês em que for
No caso de parto antecipado ou não, ainda que ocorra apresentada à empresa ou ao órgão gestor mão de obra ou
parto de natimorto, comprovado mediante Atestado Médico ao sindicato dos trabalhadores avulsos ou ao INSS, a seguinte
original, a segurada terá direito aos 120 (cento e vinte) dias documentação: 1) Carteira de Trabalho e Previdência Social;
sem necessidade de avaliação médico‑pericial pelo INSS. Para 2) Certidão de Nascimento do filho; 3) caderneta de vaci‑
o fim de prorrogação dos períodos de repouso anteriores ou nação ou equivalente, quando dependente menor de sete
posteriores ao parto, o atestado médico deve ser original e anos, sendo obrigatória nos meses de novembro, contados
específico para essa finalidade. a partir de 2000; 4) comprovação de invalidez, a cargo da
A segurada desempregada, durante o período de graça, Perícia Médica do INSS, quando dependente maior de qua‑
fará jus ao recebimento do salário‑maternidade nos casos torze anos; 5) comprovante de frequência à escola, quando
de demissão antes da gravidez, ou, durante a gestação, nas dependente a partir de sete anos, nos meses de maio e
hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, situações novembro, contados a partir de 2000.
em que o benefício será pago diretamente pela Previdência A cota do salário‑família deve ser paga por filho, ou equi‑
Social. parado de qualquer condição, até quatorze anos de idade ou
O salário‑maternidade pode ser requerido no prazo de inválido de qualquer idade. No caso de filho ou equiparado,
5 (cinco) anos, a contar da data do parto, cabendo revisão inválido, maior de quatorze anos de idade, a invalidez deve
do ato de concessão no prazo de dez anos, a contar do re‑ ser verificada em exame médico‑pericial a cargo do INSS.
cebimento da primeira prestação. Enquanto o segurado receber o salário-família, ficará obri‑
A empresa deverá continuar recolhendo a contribuição de gado apresentar o atestado de vacinação e frequência escolar,
20% sobre o valor do salário‑maternidade pago diretamen‑ relativos aos filhos ou equiparados. A empresa, o órgão gestor
te pelo INSS à segurada empregada, além da contribuição de mão de obra ou o sindicato de trabalhadores avulsos ou
descontada da segurada e das contribuições devidas a outras o INSS suspenderá o pagamento do salário‑família se o segu‑
entidades durante o período de gozo do benefício. rado não apresentar o atestado de vacinação obrigatória e a
O pagamento do salário‑maternidade não pode ser comprovação de frequência escolar do filho ou equiparado,
cancelado, salvo se após a concessão for detectado fraude nas datas definidas neste artigo até que a documentação
ou erro administrativo. seja apresentada. No período entre a suspensão da quota
O salário‑maternidade, no âmbito do RGPS, continua sen‑ motivada pela falta de comprovação da frequência escolar
do devido por 120 dias. A Lei nº 11.770/2008, que aderiu ao e sua reativação, não será devido o salário‑família, salvo se
programa “Empresa Cidadã” prorrogou a licença-maternidade, provada a frequência escolar no período. Idêntico tratamento
por 60 dias, para a empresa que aderir a esse programa. Esse é adotado quando o pagamento é suspenso pela não com‑
benefício fiscal será deduzido na declaração do imposto de provação da vacinação do filho, uma vez apresentado, ainda
renda, por época do ajuste anual, feito pela empresa. que fora de prazo, caberá o pagamento das cotas relativas ao
período suspenso.
Quando o salário‑família for pago pela Previdência Social,
Salário‑Família
no caso de empregado, não é obrigatória a apresentação da
O salário‑família é um benefício devido, mensalmente,
certidão de nascimento do filho ou documentação relativa ao
ao trabalhador avulso e ao segurado empregado, inclusive ao
equiparado (tutelado, enteado), no ato do requerimento do
doméstico. Somente é devido aos segurados de baixa renda,
benefício, uma vez que essa informação é de responsabilida‑
na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados
de da empresa, órgão gestor de mão de obra ou sindicato de
até quatorze anos de idade ou inválido. O  pagamento do
trabalhadores avulsos, no atestado de afastamento.
salário‑família do segurado empregado é feito mensalmente,
pela empresa, junto com o respectivo salário. O pagamento Auxílio‑Acidente
do salário‑família do segurado avulso é feito pelo sindicato Será concedido como indenização, ao segurado empre‑
ou órgão gestor de mão de obra, mediante convênio com o gado, inclusive ao doméstico, ao  trabalhador avulso e ao
INSS. Para o segurado em gozo de auxílio‑doença ou aposen‑ segurado especial quando, após a consolidação das lesões
tadoria, o pagamento do salário‑família será feito pelo INSS decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seque‑
juntamente com o benefício. la definitiva, que implique em redução da capacidade para o
O valor da cota do salário‑família por filho ou equiparado trabalho que habitualmente exercia; redução da capacidade
de qualquer condição, até quatorze anos de idade, ou inváli‑ para o trabalho que habitualmente exercia, exigindo maior
do de qualquer idade, a partir de 1º/1/2015, é de: esforço para o desempenho da mesma atividade da época do
I – R$ 37,18 (trinta e sete reais e dezoito centavos) para acidente ou impossibilidade do desempenho da atividade que
o segurado com remuneração mensal não superior a R$ exercia na época do acidente, porém permita o desempenho
725,02 (setecentos e vinte e cinco reais e dois centavos); de outra, após processo de Reabilitação Profissional, nos ca‑
Conhecimentos Específicos

II – R$ 26,20 (vinte e seis reais e vinte centavos) para o sos indicados pela Perícia Médica do INSS. O auxílio‑acidente
segurado com remuneração mensal superior a R$ 725,02 é considerado como indenização e seu valor é computado
(setecentos e vinte e cinco reais e dois centavos) e igual para fins de concessão de qualquer aposentadoria. O valor
ou inferior a R$ 1.089,72 (um mil e oitenta e nove reais e do auxílio‑acidente é de 50% do salário de benefício e será
setenta e dois centavos). devido até a véspera do início de qualquer aposentadoria, da
O salário‑família é devido quando pai e mãe são se‑ data da emissão de certidão por tempo de contribuição ou até
gurados empregados ou avulsos. Ambos têm direito ao a data do óbito do segurado. O auxílio‑acidente será devido
salário‑família. O pagamento do salário‑família é devido a a contar do dia seguinte ao da cessação do auxílio‑doença.
partir da data da apresentação da certidão de nascimento do A concessão do auxílio‑acidente está condicionada à
filho ou da documentação relativa ao equiparado. As cotas confirmação, pela Perícia Médica do INSS, da redução da
do salário‑família não serão incorporadas nem ao salário capacidade laborativa do segurado, em decorrência de aci‑
nem ao benefício. dente de qualquer natureza.

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O auxílio‑acidente também será devido ao segurado Acidente do Trabalho
que, indevidamente, foi demitido pela empresa no perí‑ Acidente do trabalho é aquele acidente que ocorre pelo
odo em que estava recebendo auxílio‑doença decorrente exercício do trabalho a serviço da empresa ou do empregador
de acidente de qualquer natureza, e  que tenha resultado doméstico, provocando lesão corporal ou perturbação fun‑
sequelas definitivas. cional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente
Não caberá a concessão de auxílio‑acidente de qualquer ou temporária, da capacidade para o trabalho. Acidente de
natureza ao segurado empregado doméstico, contribuinte qualquer natureza é aquele de origem traumática ou por
individual e facultativo; nem ao que estiver desempregado exposição a agentes exógenos (físicos, químicos ou biológi‑
na data em que ocorreu o acidente ou que apresente danos cos), que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional
funcionais ou redução da capacidade funcional sem reper‑ que cause a morte, a perda ou a redução permanente ou
cussão na capacidade laborativa ou quando ocorrer mudança temporária da capacidade de laboração. Os segurados que
de função, mediante readaptação profissional promovida fazem jus aos benefícios acidentários são o empregado,
pela empresa, como medida preventiva, em decorrência de o avulso e o segurado especial.
inadequação do local de trabalho. Na caracterização do acidente, deve‑se estabelecer o
Em se tratando de reabertura de auxílio‑doença por nexo causal direto ou nexo etiológico que é a relação de
acidente do trabalho na condição de desempregado, e após causa e efeito entre o trabalho e o acidente.
sua cessação, ocorrer indicação pela perícia médica de re‑ Nexo causal indireto ou concausa – é o acidente ligado
cebimento de auxílio‑acidente, deverá ser verificado para ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única nem
direito ao benefício, se a Data de Início da Incapacidade – DII direta, haja contribuído diretamente para redução, perda
do auxílio‑doença foi fixada até o último dia de trabalho do da sua capacidade laborativa, produzindo a lesão ou morte.
vínculo onde ocorreu o acidente. O acidente do trabalho, conforme a gravidade, pode gerar
Se o segurado em gozo de auxílio‑acidente fizer jus a um auxílio‑doença ou aposentadoria por invalidez. São benefí‑
novo auxílio‑acidente, em decorrência de outro acidente ou cios idênticos aos previdenciários já vistos acima. Diferem
de doença, serão comparadas as rendas mensais dos dois apenas, na carência, visto que os benefícios acidentários
benefícios e mantido o benefício mais vantajoso. sempre são isentos de carência.
O auxílio‑acidente não substitui o salário de contribuição A comunicação do acidente de trabalho ao INSS é feita
ou rendimento do trabalhador, podendo, portanto, ter renda por meio da comunicação de acidente do trabalho (CAT),
inferior a um salário mínimo. até o 1º dia útil seguinte ao da ocorrência; e, em caso de
morte, deve comunicar de imediato, à autoridade compe‑
Abono Anual tente. O acidente pode ser comunicado, no caso de omissão
O abono anual (décimo terceiro salário ou gratificação da empresa, pelo próprio acidentado, seus dependentes,
natalina) corresponde ao valor da renda mensal do benefício a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou
no mês de dezembro ou no mês da alta ou da cessação do qualquer autoridade pública, independentemente de prazo.
benefício, para o segurado que recebeu auxílio‑doença, au‑ O pagamento do benefício acidentário por parte da Pre‑
xílio‑acidente, aposentadoria, salário‑maternidade, pensão vidência Social não exclui a responsabilidade civil da empresa
por morte ou auxílio‑reclusão. O abono anual é calculado da ou de terceiros. A natureza jurídica da responsabilidade de‑
mesma forma que a gratificação natalina dos trabalhadores, corrente do acidente do trabalho em relação à Previdência
tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês Social, no que tange o direito à percepção dos benefícios por
de dezembro de cada ano. No caso do salário‑maternidade, parte do segurado, é objetiva. Porém, a natureza jurídica da
o valor do abono é correspondente ao período de duração responsabilidade, decorrente do acidente do trabalho, em
do benefício, 4/12 (quatro doze avos), e é pago junto com relação à empresa, no que tange às indenizações, é subjetiva,
a última parcela. ou seja, a empresa só responde se ficar comprovado que agiu
O recebimento de benefício por período inferior a doze com culpa, imprudência ou negligência.
meses, dentro do mesmo ano, determina o cálculo do abono A Previdência Social deverá cooperar na integração inte‑
anual de forma proporcional, na forma de 1/12 (um doze rinstitucional, avaliando os dados estatísticos e repassando
avos). O período igual ou superior a quinze dias, dentro do informações aos outros setores envolvidos na atenção à
mês, será considerado como mês integral para efeito de saúde do trabalhador, como subsídios à DRT ou à Vigilância
cálculo do abono anual. O único benefício previdenciário que Sanitária do Sistema Único de Saúde (SUS). Inclusive, por
meio da Perícia Médica, nos casos em que entender neces‑
não dá direito ao abono anual é o salário-família.
sário, acionará os órgãos citados para que determinem a
O benefício abono anual encontra‑se disciplinado no art.
adoção, por parte da empresa, de medidas de proteção à
120 do Decreto nº 3.048/1999:
saúde do segurado.
Além do auxílio‑doença ou da aposentadoria por invali‑
Art. 120. Será devido abono anual ao segurado e ao dez, o acidentado poderá receber o auxílio‑acidente que é um
dependente que, durante o ano, recebeu auxílio‑do‑ benefício concedido ao acidentado que, após consolidação
ença, auxílio‑acidente, aposentadoria, salário‑ma‑ das lesões, resultar sequela definitiva que implique redução
Conhecimentos Específicos

ternidade, pensão por morte ou auxílio‑reclusão. da capacidade laborativa.


(Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001) O segurado, que sofreu acidente do trabalho tem garan‑
§ 1º O abono anual será calculado, no que couber, da tida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do
mesma forma que a gratificação natalina dos traba‑ seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do
lhadores, tendo por base o valor da renda mensal do auxílio‑doença acidentário, independentemente de percep‑
benefício do mês de dezembro de cada ano. (Incluído ção de auxílio‑acidente.
pelo Decreto nº 4.032, de 2001) Importante alteração na caracterização do acidente do
§ 2º O valor do abono anual correspondente ao pe‑ trabalho foi a edição da Lei nº 11.430, de 26 de dezembro de
ríodo de duração do salário‑maternidade será pago, 2006, que acrescentou o art. 21-A na Lei nº 8.213, de 24 de
em cada exercício, juntamente com a última parcela julho de 1991, estipulando os parâmetros epidemiológicos
do benefício nele devida. (Incluído pelo Decreto como um dos critérios para o estabelecimento do nexo de
nº 4.032, de 2001) causalidade entre o agravo à saúde do segurado e o trabalho

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por ele exercido, por meio da aplicação do Nexo Técnico dência Social por parte do empregador ou de seus prepostos,
Epidemiológico Previdenciário (NTEP), na concessão dos devendo produzir relatório circunstanciado da ocorrência e
benefícios por incapacidade. encaminhá‑lo, junto com as evidências e demais meios de
O NTEP é uma das espécies do gênero nexo causal. prova colhidos, à Procuradoria Federal Especializada – INSS
Quando do registro do acidente, a perícia médica do INSS ca‑ para conhecimento e providências pertinentes, inclusive,
racterizará tecnicamente o acidente do trabalho mediante o quando cabíveis, representações ao Ministério Público, DRT
reconhecimento do nexo técnico entre o trabalho e o agravo. ou a outros órgãos da Administração Pública encarregados
Considera‑se estabelecido nexo entre o trabalho e o da fiscalização ou controle da atividade.
agravo sempre que se verificar a ocorrência de nexo técnico A instituição do NTEP não desobriga a empresa da emis‑
epidemiológico entre o ramo de atividade econômica da são da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT).
empresa, expressa pela Classificação Nacional de Atividade Os litígios e medidas cautelares relativos a acidentes do
Econômica (CNAE), e  a entidade mórbida motivadora da trabalho serão apreciados: I – na esfera administrativa, pelos
incapacidade, relacionada na Classificação Internacional
órgãos da Previdência Social, segundo as regras e prazos apli‑
de Doenças.
cáveis às demais prestações, com prioridade para conclusão;
A inexistência de nexo técnico epidemiológico não elide
e II – na via judicial, pela Justiça dos Estados e do Distrito
o nexo causal entre o trabalho e o agravo, cabendo à perícia
médica a caracterização técnica do acidente do trabalho Federal, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as
fundamentadamente, sendo obrigatório o registro e a análise férias forenses, mediante petição instruída pela prova de
do relatório do médico assistente, além dos exames com‑ efetiva notificação do evento à Previdência Social, por meio
plementares que eventualmente o acompanhem. A perícia de Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT). Esse procedi‑
médica poderá, se necessário, solicitar as demonstrações mento judicial é isento do pagamento de quaisquer custas e
ambientais da empresa, efetuar pesquisa ou realizar visto‑ de verbas relativas à sucumbência. O prazo para interposição
ria do local de trabalho ou solicitar o Perfil Profissiográfico das ações acidentárias é de 5 (cinco) anos, a contar da data
Previdenciário – PPP, diretamente ao empregador. do acidente e a ação é processada na Justiça Comum.
A perícia médica do INSS poderá deixar de aplicar o nexo
técnico epidemiológico mediante decisão fundamentada, Reajustamento do valor dos benefícios
quando dispuser de informações ou elementos circuns‑ O reajustamento do valor dos benefícios é garantia
tanciados e contemporâneos ao exercício da atividade que prevista no art. 201, § 4º, da CF, que assegura o reajus‑
evidenciem a inexistência do nexo causal entre o agravo e o tamento dos benefícios para preservar‑lhes, em caráter
trabalho. O segurado pode requerer, após recebimento do permanente, o valor real da data de sua concessão. O valor
resultado da decisão quanto ao benefício, cópia da conclusão dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente,
pericial e de sua justificativa, em caso de não aplicação do na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de
NTEP pela perícia médica. acordo com suas respectivas datas de início ou do último
A existência de nexo entre o trabalho e o agravo não reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços
implica o reconhecimento automático da incapacidade para ao Consumidor (INPC), apurado pela Fundação Instituto
o trabalho, que deverá ser definida pela perícia médica. Po‑ Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os benefícios
rém, reconhecida pela perícia médica do INSS a incapacidade reajustados não podem ser superiores ao limite máximo do
para o trabalho e estabelecido o nexo entre o trabalho e o salário de contribuição nem inferior ao valor de um salário
agravo, serão devidas as prestações acidentárias a que o mínimo; exceto auxílio‑acidente, salário‑família e benefícios
beneficiário tenha direito. por totalização (estes são concedidos com base em acordos
A empresa poderá requerer ao INSS até quinze dias após internacionais); além dos já extintos abono de permanência
a data para a entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de em serviço e do auxílio‑suplementar, que podem ter renda
Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência inferior ao salário mínimo.
Social (GFIP), a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, Em síntese: os valores dos benefícios em manutenção
ao caso concreto, quando dispuser de dados e informações serão reajustados na mesma data de reajuste do salário
que demonstrem que os agravos não possuem nexo causal mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de
com o trabalho exercido pelo trabalhador, sob pena de não início ou do seu último reajustamento, com base no percen‑
conhecimento da alegação em instância administrativa. tual definido em Decreto do Poder Executivo, observando‑se
Não caracterizando o nexo, continuará sendo feito o a: 1) preservação do valor real do benefício; 2) atualização
pagamento regular do benefício, desde que atendidos os anual; 3) variação de preços de produtos necessários e re‑
requisitos de carência que permita a manutenção do reco‑ levantes para a aferição da manutenção do valor de compra
nhecimento do direito ao benefício como auxílio‑doença dos benefícios.
previdenciário. Importante destacar que nos casos de benefício prece‑
A perícia médica do INSS, quando constatar indícios de dido, para fins de reajuste, deverá ser considerada a data
culpa ou dolo por parte do empregador, em relação aos de início do benefício anterior. Exemplo: aposentadoria por
Conhecimentos Específicos

benefícios por incapacidade concedidos, deverá oficiar à invalidez que foi precedida de auxílio-doença.
Procuradoria Federal Especializada – INSS, subsidiando‑a Quando, no cálculo do salário de benefício, a  média
com evidências e demais meios de prova colhidos, notada‑ aritmética apurada for superior ao limite máximo do salá‑
mente quanto aos programas de gerenciamento de riscos rio de contribuição vigente no mês de início do benefício,
ocupacionais, para as providências cabíveis, inclusive para a diferença percentual entre a média e o referido limite será
ajuizamento de ação regressiva contra os responsáveis, de incorporada ao valor do benefício juntamente com o primeiro
modo a possibilitar o ressarcimento à Previdência Social do reajuste após a concessão.
pagamento de benefícios por morte ou por incapacidade, Nenhum benefício reajustado poderá ser superior ao
permanente ou temporária. Idêntica providência será ado‑ limite máximo do salário de contribuição, respeitado o direito
tada quando a perícia médica do INSS constatar desrespeito adquirido, nem inferior ao valor de um salário mínimo exceto,
às normas de segurança e saúde do trabalhador, fraude ou para os benefícios de auxílio‑acidente, auxílio‑suplementar,
simulação na emissão de documentos de interesse da Previ‑ abono de permanência em serviço, salário‑família e a parce‑

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la a cargo do RGPS dos benefícios por totalização, concedidos firmar recibo de benefício, independentemente da presença
com base em acordos internacionais de Previdência Social. dos pais ou do tutor.
O valor mensal do auxílio‑acidente e dos extintos abono de Nos benefícios pagos pelo RGPS só pode haver descontos
permanência em serviço e auxílio‑suplementar será reajustado autorizados por lei. Os descontos podem ser compulsórios ou
na forma dos demais benefícios, porém não varia de acordo facultativos. Os compulsórios são: contribuições devidas pelo
com o salário de contribuição do segurado. segurado à Previdência Social; pagamento de benefício além
Os benefícios de legislação especial, pagos pela Previdên‑ do devido; IRRF e pensão alimentícia judicial. Os facultativos
cia Social à conta do Tesouro Nacional e de ex‑combatentes, são: mensalidades de associações e demais entidades de
serão reajustados com base nos mesmos índices aplicáveis aposentados legalmente reconhecidas e empréstimos em
aos benefícios de prestação continuada da Previdência Social. instituições financeiras. Os descontos voluntários somente
O reajustamento dos benefícios encontra‑se disciplinado procederão mediante autorização do beneficiário.
nos arts. 40 a 42 do Decreto nº 3.048/1999. O desconto de importância recebida indevidamente por
beneficiário da previdência social ocorre nos casos de dolo,
DISPOSIÇÕES GERAIS E ESPECÍFICAS fraude ou má‑fé, quando o valor, após atualizado, poderá ser
SOBRE BENEFÍCIOS restituído em até 60 parcelas. Nos demais casos, erro adminis‑
trativo, por exemplo, poderá ser dividido em quantas parcelas
Requerimento, Pagamento e Recebimento de forem necessárias para quitação do débito, desde que o valor
dessas parcelas não ultrapasse 30% do valor do benefício.
Benefícios
Os benefícios do RGPS, regra geral, não podem ser
cumulados. Prevalece o princípio da inacumulabilidade dos
O INSS não pode recusar o requerimento de benefício
benefícios previdenciários, ressalvados os casos de direito
no caso de documentação incompleta por parte do bene‑
adquirido. Não podem ser cumulados: 1) aposentadoria e
ficiário. Nessa circunstância, ele será comunicado sobre a
auxílio‑doença; 2) mais de uma aposentadoria; 3) aposenta‑
tomada das providências necessárias à complementação da
doria e abono de permanência em serviço; 4) salário‑mater‑
documentação. Caso o segurado não tome as providências nidade e auxílio‑doença; 5) mais de um auxílio‑acidente; e 6)
no tempo estipulado ou não preencha os requisitos, o pedido mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro,
será indeferido. Nessas hipóteses o segurado terá 30 dias ressalvado o direito de opção pela mais vantajosa.
para interpor recurso na Junta de Recurso da Previdência Os benefícios do RGPS também não podem ser cumu‑
Social (JRPS). lados com seguro desemprego, exceto: pensão por morte,
Os documentos exigidos variam de acordo com a espécie auxílio‑reclusão, auxílio‑acidente, auxílio‑suplementar ou
de benefício que o beneficiário esteja requerendo. Exemplos: abono de permanência em serviço.
1) pensão por morte ou auxílio‑reclusão: o requerente tem que O valor do resíduo não recebido em vida pelo beneficiário
fazer prova de que o falecido ou preso era segurado do RGPS e será pago aos herdeiros ou sucessores, na forma da lei civil.
da dependência econômica ou vínculo jurídico existente entre A propositura, pelo beneficiário ou contribuinte, de ação
ambos e entre os demais dependentes; 2) aposentadoria: que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual versa
além da carência, que é comum para todas as espécies, é ne‑ o processo administrativo importa renuncia ao direito de
cessário provar a idade (aposentadoria por idade), o tempo recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso
de contribuição (aposentadoria por tempo de contribuição), interposto.
a  incapacidade laborativa (aposentadoria por invalidez) ou O beneficiário poderá renunciar ao benefício concedido
a prestação de atividade com exposição a agentes nocivos desde que não tenha recebido o primeiro pagamento nem
(aposentadoria especial); 3) salário-maternidade: deve‑se se utilizado da carta concessória para sacar FGTS.
comprovar a carência ou qualidade de segurado e apresentar Será devida a atualização monetária do primeiro paga‑
atestado médico (se requerido antes do parto) ou certidão de mento quando ele for efetuado com atraso, por responsabi‑
nascimento (se requerido após o parto). lidade da Previdência Social, após 45 (quarenta e cinco) dias
O benefício previdenciário poderá ser pago mediante da apresentação da documentação necessária à concessão
autorização de pagamento, cartão magnético ou depósito em do benefício, ou seja, a contar do cumprimento de provi‑
conta corrente. Será pago diretamente ao beneficiário, salvo dências de competência do segurado, chamado de Data da
em caso de ausência, moléstia contagiosa ou impossibilidade Regularização dos Documentos (DRD). Para fixar essa data,
de locomoção, quando será pago a procurador, por meio de o servidor deverá registrar o dia em que o segurado ou o
mandato (procuração), cujo prazo de validade não poderá representante legal recebeu a carta de exigência e a data
ser superior a 12 (doze) meses, podendo ser renovado ou do respectivo cumprimento da diligência ou de providências
revalidado pelos setores de benefícios. A procuração pode determinadas pela Previdência Social.
ser feita em cartório ou no próprio INSS. Nos casos de benefícios concedidos em razão de decisões
A quitação do pagamento do beneficiário incapaz de recursais, favoráveis aos segurados ou aos beneficiários,
assinar dar‑se‑á por meio da sua impressão digital, aposta na deve‑se obedecer aos seguintes critérios: 1) quando o órgão
Conhecimentos Específicos

presença de servidor da Previdência Social ou representante julgador revir o ato administrativo, em virtude de erro de
desta, valendo como assinatura para quitação de pagamento procedimento inicial da concessão, a correção será fixada
de benefício. O pagamento do beneficiário civilmente inca‑ nos termos do artigo anterior, conforme o caso; 2) quando
paz pode ser feito ao cônjuge, pai, mãe, tutor ou curador, o órgão julgador solicitar documentos com o fim de comple‑
admitindo‑se, na sua falta e por período não superior a 6 mentar julgamento ou solicitar diligências para saneamento
(seis) meses, o pagamento a herdeiro necessário, mediante de dúvidas constantes dos autos, a DRD a ser considerada
termo de compromisso firmado no ato do recebimento. será afixada na data do cumprimento da exigência, exceto
O valor não recebido em vida pelo segurado deve ser se houver indicação da DRD, pela instância recursal; 3) na
pago aos dependentes habilitados à pensão por morte ou, fase recursal, quando forem apresentados, pelo interessa‑
na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei civil, inde‑ do, novos elementos que venham ser considerados, por si
pendentemente de inventário ou arrolamento. O segurado e só, como essenciais à concessão do benefício, a DRD será
o dependente, após 16 (dezesseis) anos de idade, poderão a mesma data de apresentação desses novos elementos.

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Contagem Recíproca porém, conterá informação de todo o tempo de contribuição
Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem ao RGPS e a indicação dos períodos a serem aproveitados
recíproca do tempo de contribuição na administração pública no RPPS. Não será permitida a emissão de CTC referente a
e na atividade privada, rural e urbana, (artigo 201, § 9º da tempo de contribuição concomitante ou já utilizado para
CF). Essa contagem é a garantia da contagem do tempo de outros fins nem de períodos concomitantes de atividade
contribuição de um regime para outro. Por exemplo, segura‑ privada com a do serviço público nem os já utilizados para a
do contribuinte do RGPS (INSS) que ingressar como servidor concessão de aposentadoria, em qualquer regime de previ‑
efetivo em outra atividade no Município, Estado ou União dência social. O INSS não poderá expedir a CTC em caso de
que tenha Regime Próprio de Previdência Social  – RPPS, débitos. A certidão somente será expedida pelo INSS após
pode ali se aposentar, usando aquele tempo de contribuição. a comprovação da quitação de todos os valores devidos,
A regra legal é que o segurado se aposente no regime em inclusive de eventuais parcelamentos de débito.
que ele implementa todos os requisitos para o benefício plei‑ Se o segurado exercer cargos acumuláveis, será emitida
teado. Exemplos de contagem recíproca: segurado do RGPS CTC única com destinação do tempo de contribuição para,
que ingressar no serviço público que tenha regime próprio. no máximo, dois órgãos distintos.
Uma vez implementados os requisitos nesse novo regime O segurado em gozo de auxílio‑suplementar e abono de
poderá pleitear ali o benefício, utilizando‑se daquele tempo permanência em serviço (benefícios extintos) e auxílio‑aci‑
de contribuição oriundo do outro regime. Esse fenômeno é dente poderá requerer a CTC, porém os benefícios serão
muito recorrente nos Municípios que criaram regimes pró‑ encerrados na data de sua emissão.
prios. Como até a data dessa criação os servidores vertiam O órgão competente para certificar o tempo de con‑
contribuição para o RGPS (INSS), esse tempo será usado para tribuição relativo ao RGPS é a unidade de execução do INSS,
aposentadoria nesse novo regime municipal. a Agência da Previdência Social (APS).
A condição para que se assegure essa contagem é que
os RPPS garantam aos seus servidores, mediante legislação SERVIÇOS
própria, a contagem de tempo de contribuição em atividade
vinculada ao RGPS. A compensação financeira será feita no Os serviços previdenciários são prestados pelo INSS aos
regime a que o interessado estiver vinculado ao requerer segurados e dependentes independentemente de carência.
o benefício. São eles: serviço social e reabilitação profissional.
O benefício resultante de contagem recíproca será
concedido e pago pelo regime a que o interessado estiver Serviço Social
vinculado ao requerê‑lo. Tem a competência legal de esclarecer aos beneficiários,
tanto no âmbito interno da instituição como na dinâmica da
Compensação Previdenciária ou Compensação Finan‑ sociedade, seus direitos sociais e os meios de exercê‑los. No
ceira atendimento aos beneficiários, será dada prioridade aos se‑
Compensação previdenciária ou compensação financeira, gurados em benefício por incapacidade temporária e atenção
prevista no art. 201, § 9º, da CF, é o acerto de contas entre especial às pensionistas e aos aposentados. Para efetivar o
os regimes de previdência social; basicamente entre o RGPS atendimento aos usuários, o Serviço Social utiliza os recur‑
e os Regimes Próprios de Previdência Social dos servidores sos de intervenção técnica, assistência de natureza jurídica,
públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos ajuda material, recursos sociais, intercâmbio com empresas
Municípios, referente ao tempo de contribuição utilizado e pesquisa social. Para interagir com a comunidade, o Serviço
na concessão de benefício, mediante contagem recíproca na Social dispõe de instrumentos como a celebração de con‑
forma da Lei nº 6.226, de 14 de julho de 1975, e legislação vênios, acordos ou contratos. A diretriz que deve nortear o
subsequente. trabalho do Serviço Social é a participação do beneficiário
Quando um segurado se aposenta em um regime de na implementação e no fortalecimento da política previden‑
previdência valendo‑se da contagem recíproca, aquele ciária, em articulação com as associações e entidades de
tempo oriundo de outro regime será cobrado pelo regime classe. O Serviço Social, considerando a universalização da
onde ocorrer a aposentadoria. Por exemplo, segurado que Previdência Social, poderá prestar assessoramento técnico
se aposenta no RPPS utilizando‑se de tempo de contribuição aos estados e municípios na elaboração e implantação de
oriundo do RGPS. Nessa hipótese, o regime próprio cobrará suas propostas de trabalho.
do RGPS (INSS) aquele período em que o segurado verteu O Decreto nº 3.048/1999 regulamentou parcialmente as
contribuição para o RGPS. atividades do Serviço Social, em relação às suas atribuições
Será objeto de compensação previdenciária junto aos previstas no art. 88 da Lei de Benefícios, Lei nº 8.213/1991:
entes federativos, na forma do que dispõe o art.  4º do
Art. 88. Compete ao Serviço Social esclarecer junto
Decreto nº 3.112, de 6 de julho de 1999, os seguintes be‑
aos beneficiários seus direitos sociais e os meios de
nefícios: a) Aposentadoria por Invalidez, quando não isenta
exercê‑los e estabelecer conjuntamente com eles o
de carência; b) Aposentadoria por Idade; c) Aposentadoria processo de solução dos problemas que emergirem
Conhecimentos Específicos

por Tempo de Serviço/Contribuição; d) Pensões precedidas da sua relação com a Previdência Social, tanto no
das aposentadorias. âmbito interno da instituição como na dinâmica da
sociedade.
Certidão de Tempo de Contribuição CTC § 1º Será dada prioridade aos segurados em benefício
A CTC é o documento idôneo para comprovar o tempo por incapacidade temporária e atenção especial aos
de contribuição no caso de contagem recíproca (fazer a aposentados e pensionistas.
portabilidade do tempo de contribuição de um regime para § 2º Para assegurar o efetivo atendimento dos usuá‑
outro). A CTC somente será utilizada quando se tratar de rios serão utilizadas intervenção técnica, assistência
período de regimes diferentes. Tempo de contribuição re‑ de natureza jurídica, ajuda material, recursos sociais,
lativo ao mesmo período é feito por meio de averbação no intercâmbio com empresas e pesquisa social, inclu‑
próprio órgão ou regime, apenas com a comprovação das sive mediante celebração de convênios, acordos ou
contribuições. A CTC poderá conter períodos fracionados, contratos.

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§ 3º O Serviço Social terá como diretriz a participação IV – acompanhamento e pesquisa da fixação no
do beneficiário na implementação e no fortalecimen‑ mercado de trabalho.
to da política previdenciária, em articulação com as § 1º A execução das funções de que trata o caput
associações e entidades de classe. dar‑se‑á, preferencialmente, mediante o trabalho de
§ 4º O Serviço Social, considerando a universaliza‑ equipe multiprofissional especializada em medicina,
ção da Previdência Social, prestará assessoramento serviço social, psicologia, sociologia, fisioterapia, te‑
técnico aos Estados e Municípios na elaboração e rapia ocupacional e outras afins ao processo, sempre
implantação de suas propostas de trabalho. que possível na localidade do domicílio do beneficiá­
rio, ressalvadas as situações excepcionais em que
Habilitação e Reabilitação Profissional este terá direito à reabilitação profissional fora dela.
Consiste na assistência (re)educativa e de (re)adaptação § 2º Quando indispensáveis ao desenvolvimento
profissional aos incapacitados e portadores de deficiência e do processo de reabilitação profissional, o Instituto
no fornecimento dos meios para proporcionar o ingresso no Nacional do Seguro Social fornecerá aos segurados,
mercado de trabalho. O trabalho da Reabilitação Profissional inclusive aposentados, em caráter obrigatório, próte‑
consiste no fornecimento, aos  reabilitandos, de aparelho se e órtese, seu reparo ou substituição, instrumentos
de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomo‑ de auxílio para locomoção, bem como equipamentos
ção. Após o segurado concluir o processo de reabilitação necessários à habilitação e à reabilitação profissional,
profissional, será emitido certificado individual, indicando transporte urbano e alimentação e, na medida das
as atividades que poderão ser exercidas pelo beneficiário, possibilidades do Instituto, aos seus dependentes.
nada impedindo que ele exerça outra atividade para a qual § 3º No caso das pessoas portadoras de deficiência,
se achar capacitado. a concessão dos recursos materiais referidos no pa‑
A legislação previdenciária obriga as empresas a contra‑ rágrafo anterior ficará condicionada à celebração de
tarem segurados reabilitados ou portadores de deficiência
convênio de cooperação técnico‑financeira.
e habilitados na seguinte proporção: 1) empresa que possui
§ 4º O Instituto Nacional do Seguro Social não reem‑
de 100 a 200 empregados, 2%; 2) empresa que possui de 201
bolsará as despesas realizadas com a aquisição de
a 500, 3%; 3) empresa que possui de 501 a 1.000, 4%; e 4)
órtese ou prótese e outros recursos materiais não
empresa que possui acima de 1.001, 5%.
prescritos ou não autorizados por suas unidades de
A empresa pode dispensar o trabalhador reabilitado ou
deficiente, porém fica obrigada a contratar substituto de reabilitação profissional.
condição semelhante, quando o empregado tinha contrato Art. 138. Cabe à unidade de reabilitação profissional
por prazo superior a noventa dias ou tinha contrato por prazo comunicar à perícia médica a ocorrência de que trata
indeterminado e a dispensa foi imotivada. o § 2º do art. 337.
O Decreto nº  3.048/1999, em seus arts.  136 a 141, Art. 139. A programação profissional será desenvol‑
regulamentou as atividades de habilitação e reabilitação vida mediante cursos e/ou treinamentos, na comu‑
profissional: nidade, por meio de contratos, acordos e convênios
com instituições e empresas públicas ou privadas, na
Art. 136. A assistência (re)educativa e de (re)adap‑ forma do art. 317.
tação profissional, instituída sob a denominação § 1º O treinamento do reabilitando, quando reali‑
genérica de habilitação e reabilitação profissional, zado em empresa, não estabelece qualquer vínculo
visa proporcionar aos beneficiários, incapacitados empregatício ou funcional entre o reabilitando e a
parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter empresa, bem como entre estes e o Instituto Nacional
obrigatório, independentemente de carência, e  às do Seguro Social.
pessoas portadoras de deficiência, os meios indica‑ § 2º Compete ao reabilitando, além de acatar e cum‑
dos para proporcionar o reingresso no mercado de prir as normas estabelecidas nos contratos, acordos
trabalho e no contexto em que vivem. ou convênios, pautar‑se no regulamento daquelas
§ 1º Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social organizações.
Art. 140. Concluído o processo de reabilitação profis‑
promover a prestação de que trata este artigo aos se‑
sional, o Instituto Nacional do Seguro Social emitirá
gurados, inclusive aposentados, e, de acordo com as
certificado individual indicando a função para a qual
possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e
o reabilitando foi capacitado profissionalmente, sem
as condições locais do órgão, aos seus dependentes,
prejuízo do exercício de outra para a qual se julgue
preferencialmente mediante a contratação de servi‑
capacitado.
ços especializados. § 1º Não constitui obrigação da previdência social a
§ 2º As pessoas portadoras de deficiência serão manutenção do segurado no mesmo emprego ou a
atendidas mediante celebração de convênio de coo‑ sua colocação em outro para o qual foi reabilitado,
peração técnico‑financeira. cessando o processo de reabilitação profissional com
Conhecimentos Específicos

Art. 137. O processo de habilitação e de reabilitação a emissão do certificado a que se refere o caput.


profissional do beneficiário será desenvolvido por § 2º Cabe à previdência social a articulação com a
meio das funções básicas de: comunidade, com vistas ao levantamento da oferta
I – avaliação do potencial laborativo; do mercado de trabalho, ao direcionamento da pro‑
II – orientação e acompanhamento da programação gramação profissional e à possibilidade de reingresso
profissional; do reabilitando no mercado formal.
III – articulação com a comunidade, inclusive me‑ § 3º O acompanhamento e a pesquisa de que trata
diante a celebração de convênio para reabilitação o inciso IV do art. 137 é obrigatório e tem como fi‑
física restrita a segurados que cumpriram os pressu‑ nalidade a comprovação da efetividade do processo
postos de elegibilidade ao programa de reabilitação de reabilitação profissional.
profissional, com vistas ao reingresso no mercado Art. 141. A empresa com cem ou mais empregados
de trabalho; e está obrigada a preencher de dois por cento a cinco

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por cento de seus cargos com beneficiários reabilita‑ Art. 312. A concessão e manutenção de prestação
dos ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, devida a beneficiário residente no exterior devem
na seguinte proporção: ser efetuadas nos termos do acordo entre o Brasil e
I – até duzentos empregados, dois por cento; o país de residência do beneficiário ou, na sua falta,
II – de duzentos e um a quinhentos empregados, nos termos de instruções expedidas pelo Ministério
três por cento; da Previdência e Assistência Social.
III – de quinhentos e um a mil empregados, quatro Art. 313. Os convênios, credenciamentos e acordos
por cento; ou da linha do seguro social deverão ser feitos pelos
IV – mais de mil empregados, cinco por cento. setores de acordos e convênios do Instituto Nacional
§ 1º A dispensa de empregado na condição esta‑ do Seguro Social.
belecida neste artigo, quando se tratar de contrato Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro So‑
por tempo superior a noventa dias e a imotivada, no cial poderá ainda colaborar para a complementação
contrato por prazo indeterminado, somente poderá das instalações e equipamentos de entidades de
ocorrer após a contratação de substituto em condi‑ habilitação e reabilitação profissional, com as quais
ções semelhantes. mantenha convênio, ou fornecer outros recursos
materiais para a melhoria do padrão de atendimento
Convênios aos beneficiários.
São parcerias estabelecidas entre empresas, sindicatos Art. 314. A prestação de serviços da entidade que
ou entidades de aposentados devidamente legalizadas e a mantém convênio, contrato, credenciamento ou
Previdência Social. A finalidade desses convênios é atender acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social
aos beneficiários no próprio local de trabalho, vez que as não cria qualquer vínculo empregatício entre este e
entidades convenentes encarregam‑se de processar re‑ o prestador de serviço.
querimento de benefício, submeter o requerente a exame Art. 315. Os órgãos da administração pública direta,
médico e, inclusive, pagar benefício. A convenente que se autárquica e fundacional dos Estados, do Distrito Fe‑
dispõe a pagar benefícios deverá dispor sobre o reembolso deral e dos Municípios poderão, mediante convênio
dos exames médico‑periciais e o pagamento dos benefícios, com a previdência social, encarregar‑se, relativa‑
ajustado por valor global conforme o número de empregados mente aos seus funcionários, de formalizar processo
ou associados. A prestação de serviços pela entidade conve‑ de pedido de certidão de tempo de contribuição
nente não cria qualquer vínculo empregatício entre o INSS e para fins de contagem recíproca, preparando‑o e
o prestador de serviço. Inclusive os órgãos da administração instruindo‑o de forma a ser despachado pelo Instituto
pública podem firmar convênio com a Previdência Social com Nacional do Seguro Social.
a finalidade de formalizar processo de pedido de certidão Art. 316. O Instituto Nacional do Seguro Social, de
de tempo de contribuição para fins de contagem recíproca. acordo com as possibilidades administrativas e téc‑
nicas das unidades executivas de reabilitação profis‑
Acordo Internacional sional, poderá estabelecer convênios e/ou acordos
É o acordo firmado entre o Brasil e o país acordante que de cooperação técnico‑financeira, para viabilizar o
visa à agilização para requerimento e recebimento de benefí‑ atendimento às pessoas portadoras de deficiência.
cios entre os segurados dos países signatários. As concessões Art. 317. Nos casos de impossibilidade de instalação
e manutenções das prestações a beneficiários residentes no de órgão ou setor próprio competente do Instituto
exterior são efetuadas nos termos do acordo entre o Brasil e o Nacional do Seguro Social, assim como de efetiva
país de residência do beneficiário. Os benefícios concedidos incapacidade física ou técnica de implementação das
com base nos acordos internacionais, chamados benefícios atividades e atendimento adequado à clientela da
por totalização, podem ter valor inferior ao salário mínimo. previdência social, as unidades executivas de reabi‑
Sobre convênios, contratos, credenciamentos e acordos, litação profissional poderão solicitar a celebração de
assim dispõem os arts. 311 a 317 do Decreto nº 3.048/1999: convênios, contratos ou acordos com entidades públi‑
cas ou privadas de comprovada idoneidade financeira
Art. 311. A empresa, o sindicato ou entidade de apo‑ e técnica, ou seu credenciamento, para prestação
sentados devidamente legalizada poderá, mediante de serviço, por delegação ou simples cooperação
convênio com a previdência social, encarregar‑se,
técnica, sob coordenação e supervisão dos órgãos
relativamente a seu empregado ou associado e res‑
competentes do Instituto Nacional do Seguro Social.
pectivos dependentes, de:
I – processar requerimento de benefício, preparan‑
Benefícios regidos por legislação especial
do‑o e instruindo‑o de maneira a ser despachado
pela previdência social;
II – submeter o requerente a exame médico, inclusive Além dos benefícios previdenciários, vistos anteriormen‑
complementar, encaminhando à previdência social o te, existem os regidos por legislação especial, cujos bene‑
Conhecimentos Específicos

respectivo laudo, para posterior concessão de bene‑ ficiários são atendidos nas agências da Previdência Social.
fício que depender de avaliação de incapacidade, se Esses benefícios são concedidos e/ou mantidos pelo INSS,
for o caso; e (Redação dada pelo Decreto nº 3.668, porém são reembolsados pela União. São eles: 1) pensão
de 2000) mensal vitalícia de seringueiros e respectivos dependentes;
III – pagar benefício. 2) pensão especial devida às vítimas da Síndrome da Tali‑
Parágrafo único. O convênio deverá dispor sobre o domida; 3) benefício de prestação continuada de que trata
reem­bolso das despesas da empresa, do sindicato ou a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, a Lei Orgânica
da entidade de aposentados devidamente legalizada, da Assistência Social (Loas); 4) pensão especial mensal aos
correspondente aos serviços previstos nos incisos II dependentes das vítimas fatais de hemodiálise (acidentes
e III, ajustado por valor global conforme o número ocorridos em Caruaru/PE), na forma da Lei nº 9.422, de 24
de empregados ou associados. (Redação dada pelo de dezembro de 1996; 5) anistiados políticos; 6) vítimas de
Decreto nº 3.265, de 1999) hanseníase.

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Anistiado dade física, constante do processo de concessão, pelo valor
Aquele que, em virtude de motivação exclusivamente fixado em Portaria Ministerial que trata dos reajustamentos
política, foi atingido por atos de exceção ou que, em virtude dos benefícios pagos pela Previdência Social.
de pressões ostensivas ou de expedientes oficiais sigilosos, O beneficiário da Pensão Especial Vitalícia da Síndrome
tenha sido demitido ou compelido ao afastamento de ativi‑ da Talidomida maior de 35 (trinta e cinco) anos que neces‑
dade remunerada, no período de 18 de setembro de 1946 a site de assistência permanente de outra pessoa e que tenha
5 de outubro de 1988, terá direito aos benefícios do RGPS, recebido a pontuação superior ou igual a seis pontos fará
sendo contado como tempo de contribuição o período de jus a um adicional de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o
afastamento da atividade, vedada a adoção de requisitos valor desse benefício.
diferenciados para a concessão de benefícios. O beneficiário dessa pensão especial fará jus a mais um
A comprovação da condição de anistiado e do período que adicional de 35% (trinta e cinco por cento) sobre o valor do
foi atingido por atos de exceção, institucional ou complemen‑ benefício, desde que comprove pelo menos: 1) 25 anos,
tar ou que, em virtude de pressões ostensivas ou expedientes se homem, e  vinte anos, se mulher, de contribuição para
oficiais sigilosos, tenha sido demitido ou compelido ao afas‑ a Previdência Social, independentemente do regime; 2) 55
tamento de atividade remunerada, será por meio de certidão anos de idade, se homem ou cinquenta anos de idade, se
emitida pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça ou mulher, e contar pelo menos quinze anos de contribuição
da apresentação de cópia da portaria do Ministério da Justiça para a Previdência, independentemente do regime.
publicada no Diário Oficial da União. O benefício é vitalício e intransferível, não gerando
O período de anistia averbado no RGPS com fundamento pensão a qualquer eventual dependente ou resíduo de
na certidão referida no parágrafo anterior poderá ser utiliza‑ pagamento a seus familiares e não pode ser acumulado
do para fins de contagem recíproca, desde que devidamente com qualquer rendimento ou indenização por danos físicos,
indenizado pelo trabalhador anistiado político, nos termos inclusive os benefícios assistenciais da Loas e Renda Mensal
da legislação previdenciária vigente. Vitalícia que, a qualquer título, venha a ser pago pela União,
A partir da Lei nº 10.559/2002 esse benefício é concedido porém, é acumulável com outro benefício do RGPS ou ao
pelo Ministério da Justiça, após avaliação e deliberação da qual, no futuro, o portador da síndrome possa a vir filiar‑se,
Comissão de Anistia. O anistiado pode optar pelo benefício ainda que a pontuação referente ao quesito trabalho seja
ou receber a reparação econômica. Porém, o  pagamento igual a dois pontos totais. Isso porque trata‑se benefício de
de aposentadoria ou pensão excepcional de anistiados já natureza indenizatória, não prejudicando eventuais benefí‑
concedido pelo INSS continua sendo mantido, sem solução cios de natureza previdenciária e não podendo ser reduzido
de continuidade até a sua substituição pela reparação eco‑ em razão de eventual aquisição de capacidade laborativa ou
nômica de prestação mensal, permanente e continuada. de redução de incapacidade para o trabalho, ocorridas após
Após a concessão da reparação econômica e a conse‑ a sua concessão.
quente cessação da aposentadoria ou pensão excepcional
de anistiados pelo INSS, caso o segurado reúna as condições Pensão Mensal Vitalícia do Seringueiro e seus
necessárias, poderá ser concedido benefício do RGPS, obser‑ Dependentes
vado o prévio requerimento administrativo, computando‑se, É benefício devido ao segurado que trabalhou como
para esse fim, os períodos amparados pela legislação previ‑ seringueiro recrutado nos termos do Decreto‑Lei nº 5.813,
denciária e o período em que o segurado esteve compelido de 14 de setembro de 1943, durante a Segunda Guerra Mun‑
ao afastamento de suas atividades profissionais em virtude dial, nos seringais da região amazônica, e foi amparado pelo
de punição ou de fundada ameaça de punição, por razões Decreto‑Lei nº 9.882, de 16 de setembro de 1946; ou trabalhou
exclusivamente políticas, declarado por certidão expedida como seringueiro na região amazônica, atendendo ao apelo
pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. do governo brasileiro, contribuindo para o esforço de guerra
As aposentadorias excepcionais de anistiado, enquanto na produção da borracha, durante a Segunda Guerra Mundial.
mantidas pelo INSS até a sua substituição pelo regime de O requerente deverá comprovar que não aufere rendi‑
prestação mensal, permanente e continuada, a  cargo do mento, sob qualquer forma, igual ou superior a dois salários
Ministério da Justiça, submetem‑se ao teto estabelecido mínimos e não recebe qualquer espécie de benefício pago
pelo art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, cujo valor pela Previdência Social urbana ou rural. Não pode ser rece‑
corresponde à remuneração dos Ministros do Supremo bido de forma conjunta com qualquer outro benefício de
Tribunal Federal (STF). prestação continuada mantido pela Previdência Social, ressal‑
vada a possibilidade de opção pelo benefício mais vantajoso.
Pensão Especial aos Deficientes Físicos Portadores da O início da pensão mensal vitalícia do seringueiro será
Síndrome da Talidomida fixado na DER e o valor mensal corresponderá a dois salários
É garantido o direito à Pensão Especial aos deficientes mínimos vigentes no país.
portadores da Síndrome da Talidomida nascidos a partir de A pensão mensal vitalícia continuará sendo paga ao
1º de janeiro de 1957, data do início da comercialização da de­pendente do beneficiário, por morte desse último, no
Conhecimentos Específicos

droga denominada Talidomida (Amida Nfálica do ácido glutâ‑ valor integral do benefício recebido, desde que comprove o
mico), inicialmente comercializada com os nomes comerciais estado de carência e não seja mantido por pessoa de quem
de Sedin, Sedalis e Slip, de acordo com a Lei nº 7.070, de 20 dependa obrigatoriamente.
de dezembro de 1982.
O benefício será devido sempre que ficar constatado que BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA
a deformidade física for consequência do uso da Talidomida, LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993 –
independentemente da época de sua utilização. A data do LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
início da pensão especial será fixada na data de entrada do (LOAS)
requerimento (DER).
A renda mensal inicial (RMI) será calculada mediante O benefício assistencial corresponde à garantia de um
a multiplicação do número total de pontos indicadores da salário mínimo, na forma de benefício de prestação conti­
natureza e do grau de dependência resultante da deformi‑ nuada, devido à pessoa portadora de deficiência e ao idoso

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58 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, que comprove não cidade de Caruaru, no estado de Pernambuco, no período
possuir meios de prover a própria manutenção e também compreendido entre fevereiro e março de 1996, mediante
não possa ser provida por sua família. Essa renda per capita evidências clínico‑epidemiológicas determinadas pela autori‑
familiar deve ser inferior a 1/4 do salário mínimo. dade competente. A comprovação é feita com apresentação
A incapacidade para prover a própria subsistência, ou do atestado de óbito da vítima, comprovado com o respectivo
de tê‑la provida pela família, é suficiente para a caracteri‑ prontuário médico.
zação da incapacidade para a vida independente, conforme Essa pensão é retroativa à data do óbito, no valor de
estabelecido no art. 203, V, da CF/1988 e no art. 20, II, da um salário mínimo vigente no país, e  devida ao cônjuge,
Lei nº 8.742/1993. companheiro ou companheira, descendente, ascendente e
Na avaliação médico‑pericial do menor de dezesseis colaterais até segundo grau. Havendo mais de um pensionista
anos de idade cuja família não possua meios de prover a sua habilitado ao recebimento da pensão, a pensão será rateada
manutenção, deverá ser verificado apenas se a deficiência em cotas partes.
se encontra amparada nas definições já existentes, em razão A pensão de que trata a lei não se transmitirá ao suces‑
da incapacidade para a vida independente e para o trabalho, sor e se extinguirá com a morte do último beneficiário.
em virtude da tenra idade, ser presumida, conforme reco‑ Os efeitos dessa lei serão sustados, imediatamente, no
mendação do Ministério Público Federal. caso de a Justiça sentenciar os proprietários do Instituto
O valor do benefício assistencial ao deficiente concedido com o pagamento de pensão ou indenização aos depen‑
a outros membros do mesmo grupo familiar passa a integrar dentes das vítimas.
a renda para efeito de cálculo per capita do novo benefício A despesa decorrente dessa lei será atendida com recur‑
requerido, sendo facultada, porém, a renúncia àquele bene‑ sos alocados ao orçamento do Instituto Nacional do Seguro
fício para possibilitar a concessão do beneficio assistencial Social, à conta da subatividade “Aposentadorias e Pensões
ao idoso (espécie 88) aos pais do deficiente. Especiais concedidas por legislação específica e de respon‑
A partir da vigência da Lei nº 10.741/2003, Estatuto do sabilidade do Tesouro Nacional”.
Idoso, o benefício assistencial ao idoso (espécie 88), já con‑
cedido a qualquer membro da família, não será computado Pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase
para fins de cálculo da renda per capita do novo benefício É devida às pessoas atingidas pela hanseníase e que
requerido da mesma espécie. foram submetidas a isolamento e internação compulsórios
O benefício de prestação continuada é intransferível, em hospitais‑colônia, até 31 de dezembro de 1986, corres‑
não gera direito a pensão e não está sujeito a desconto de pondente a R$ 750,00 (setecentos e cinquenta reais). É con‑
qualquer natureza, além de não gerar direito a pagamento siderada pensão especial, mensal, vitalícia e intransferível,
de abono anual. Porém, o valor não recebido em vida gera concedida a título de indenização especial.
pagamento de resíduo a herdeiros ou a sucessores na forma O pedido é feito por meio de requerimento endereçado
da lei civil, mediante alvará judicial. diretamente ao Secretário Especial dos Direitos Humanos da
O benefício assistencial não poderá ser acumulado com Presidência da República, a quem cabe decidir sobre o pedido,
qualquer benefício da Previdência Social ou de qualquer após submetê‑lo à Comissão Interministerial de Avaliação. Essa
outro Regime Previdenciário, exceto a pensão especial devida comissão é composta por representantes da: I – Secretaria
aos dependentes das vítimas da hemodiálise de Caruaru-PE, Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República,
prevista na Lei nº 9.422, de 24 de dezembro de 1996. que a coordenará; II – Ministério da Saúde; III – Ministério
da Previdência Social; IV – Ministério do Desenvolvimento
Atenção: Social e Combate à Fome; e V – Ministério do Planejamento,
Benefício Assistencial Mensal – Trabalhadores Orçamento e Gestão.
Portuários Avulsos Após aprovação do requerimento, o procedimento admi‑
A Lei nº 12.815/2013, em seu art. 73, acresceu o art. nistrativo será enviado ao INSS para início do pagamento da
10-A à Lei nº 9.719/1998, com a seguinte redação. pensão, inclusive eventuais obrigações retroativas. A indeni‑
zação será paga diretamente ao beneficiário, salvo em caso
Art. 73. A Lei nº 9.719, de 27 de novembro de 1998, de justo motivo, quando poderá ser constituído procurador
passa a vigorar acrescida do seguinte art. 10-A: especialmente para esse fim.
Art. 10-A. É assegurado, na forma do regulamento, No caso de indeferimento do pedido, caberá um único pe‑
benefício assistencial mensal, de até 1 (um) salário dido de revisão, ao Secretário Especial dos Direitos Humanos,
mínimo, aos trabalhadores portuários avulsos, com desde que acompanhado de novos elementos de convicção.
mais de 60 (sessenta) anos, que não cumprirem
os requisitos para a aquisição das modalidades de ORIENTAÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
aposentadoria previstas nos arts. 42, 48, 52 e 57
da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e que não As principais orientações dos Tribunais Superiores são
Conhecimentos Específicos

possuam meios para prover a sua subsistência. traduzidas em Súmulas, que nada mais são dos que textos
Parágrafo único. O benefício de que trata este artigo judiciais, editados pelos Tribunais, a respeito de um tema es‑
não pode ser acumulado pelo beneficiário com pecífico, com a finalidade de tornar pública a jurisprudência
qualquer outro no âmbito da seguridade social ou para a socie­dade, bem como de promover a uniformidade
de outro regime, salvo os da assistência médica e da entre as decisões. As Súmulas editadas pelos Tribunais Supe‑
pensão especial de natureza indenizatória. riores, de alguma forma, vinculam a Administração Pública,
principalmente os órgãos jurídicos. A própria Advocacia Geral
Pensão especial mensal aos dependentes das vítimas da União – AGU já editou vários enunciados com base nessas
fatais de hemodiálise de Caruaru súmulas. Sem falar que algumas bancas examinadoras ela‑
É uma pensão especial mensal devida às vítimas fatais boram questões baseadas na literalidade dessas reiteradas
de hepatite tóxica, por contaminação em processo de decisões judiciais. A seguir, as principais Súmulas relativas
hemodiálise no Instituto de Doenças Renais, com sede na ao Direito Previdenciário.

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Súmulas do Supremo Tribunal Federal‑STF SÚMULA Nº 337
A controvérsia entre o empregador e o segurador não
SÚMULA Nº 35 suspende o pagamento devido ao empregado por acidente
Em caso de acidente do trabalho ou de transporte, a con‑ do trabalho.
cubina tem direito de ser indenizada pela morte do amásio,
se entre eles não havia impedimento para o matrimônio. SÚMULA Nº 434
A controvérsia entre seguradores indicados pelo em‑
SÚMULA Nº 128 pregador na ação de acidente do trabalho não suspende o
É indevida a taxa de assistência médica e hospitalar das pagamento devido ao acidentado.
instituições de previdência social.
SÚMULA Nº 439
SÚMULA Nº 140 Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária
Na importação de lubrificantes é devida a taxa de pre‑ quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos
vidência social. objeto da investigação.

SÚMULA Nº 141 SÚMULA Nº 464


Não incide a taxa de previdência social sobre combus‑ No cálculo da indenização por acidente do trabalho
tíveis. inclui‑se, quando devido, o repouso semanal remunerado.

SÚMULA Nº 142 SÚMULA Nº 466


Não é devida a taxa de previdência social sobre merca‑ Não é inconstitucional a inclusão de sócios e administra‑
dorias isentas do imposto de importação. dores de sociedades e titulares de firmas individuais como
contribuintes obrigatórios da previdência social.
SÚMULA Nº 217
Tem direito de retornar ao emprego, ou ser indenizado SÚMULA Nº 467
em caso de recusa do empregador, o aposentado que re­ A base do cálculo das contribuições previdenciárias,
cupera a capacidade de trabalho dentro de cinco anos, a con‑ anteriormente à vigência da lei orgânica da previdência
tar da aposentadoria, que se torna definitiva após esse prazo. social, é o salário mínimo mensal, observados os limites da
Lei nº 2.755/1956.
SÚMULA Nº 225
Não é absoluto o valor probatório das anotações da SÚMULA Nº 501
carteira profissional. Compete à Justiça Ordinária Estadual o processo e o jul‑
gamento, em ambas as instâncias, das causas de acidente do
SÚMULA Nº 230 trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autar‑
A prescrição da ação de acidente do trabalho conta‑se do quias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.
exame pericial que comprovar a enfermidade ou verificar a
natureza da incapacidade. SÚMULA Nº 529
Subsiste a responsabilidade do empregador pela indeniza‑
SÚMULA Nº 234 ção decorrente de acidente do trabalho, quando o segurador,
São devidos honorários de advogado em ação de acidente por haver entrado em liquidação, ou por outro motivo, não
do trabalho julgada procedente. se encontrar em condições financeiras, de efetuar, na forma
da lei, o pagamento que o seguro obrigatório visava garantir.
SÚMULA Nº 235
É competente para a ação de acidente do trabalho a SÚMULA Nº 530
Justiça Cível Comum, inclusive em segunda instância, ainda Na legislação anterior ao art.  4º da Lei nº  4.789, de
que seja parte autarquia seguradora. 12/8/1965, a contribuição para a previdência social não estava
sujeita ao limite estabelecido no art. 69 da Lei nº 3.807, de
SÚMULA Nº 236 26/8/1960, sobre o 13º salário a que se refere o art. 3º da Lei
Em ação de acidente do trabalho, a autarquia seguradora nº 4.281, de 8/11/1963.
não tem isenção de custas.
SÚMULA Nº 552
SÚMULA Nº 240 Com a regulamentação do art. 15 da Lei nº 5.316/1967,
O depósito para recorrer, em ação de acidente do traba‑ pelo Decreto nº 71.037/1972, tornou‑se exequível a exigên‑
Conhecimentos Específicos

lho, é exigível do segurador sub‑rogado, ainda que autarquia. cia da exaustão da via administrativa antes do início da ação
de acidente do trabalho (veja observação).
SÚMULA Nº 241
A contribuição previdenciária incide sobre o abono in‑ SÚMULA Nº 613
corporado ao salário. Os dependentes de trabalhador rural não têm direito à
SÚMULA Nº 302 pensão previdenciária, se o óbito ocorreu anteriormente à
Está isenta da taxa de previdência social a importação vigência da Lei Complementar nº 11/1971.
de petróleo bruto.
SÚMULA Nº 644
SÚMULA Nº 311 Ao titular do cargo de Procurador de Autarquia não
No típico acidente do trabalho, a  existência de ação se exige a apresentação de instrumento de mandato para
judicial não exclui a multa pelo retardamento da liquidação. representá‑la em juízo.

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SÚMULA Nº 671 SÚMULA VINCULANTE Nº 50
Os servidores públicos e os trabalhadores em geral Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obri‑
têm direito, no que concerne à URP de abril/maio de 1988, gação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
apenas ao valor correspondente a 7/30 de 16,19% sobre os
vencimentos e salários pertinentes aos meses de abril e maio SÚMULA VINCULANTE Nº 53
de 1988, não cumulativamente, devidamente corrigido até A competência da Justiça do Trabalho prevista no art.
o efetivo pagamento. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofí‑
cio das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da
condenação constante das sentenças que proferir e acordos
SÚMULA Nº 687
por ela homologados.
A revisão de que trata o art. 58 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias não se aplica aos benefícios SÚMULAS DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – STJ
previdenciários concedidos após a promulgação da Consti‑
tuição de 1988. SÚMULA Nº 15
Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios
SÚMULA Nº 688 decorrentes de acidente do trabalho.
É legítima a incidência da contribuição previdenciária
sobre o 13º salário. SÚMULA Nº 24
Aplica‑se ao crime de estelionato, em que figure como
SÚMULA Nº 689 vítima entidade autárquica da previdência social, a qualifi‑
O segurado pode ajuizar ação contra a instituição pre‑ cadora do § 3º, do art. 171 do Código Penal.
videnciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas
Varas Federais da capital do Estado‑Membro. SÚMULA Nº 44
A definição, em ato regulamentar, de grau mínimo de
SÚMULA Nº 729 disacusia, não exclui, por si só, a  concessão do benefício
A decisão na Ação Direta de Constitucionalidade não previdenciário.
se aplica à antecipação de tutela em causa de natureza
SÚMULA Nº 62
previdenciária. Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de
falsa anotação na carteira de trabalho e previdência social,
SÚMULA nº 730 atribuído à empresa privada.
A imunidade tributária conferida a instituições de as‑
sistência social sem fins lucrativos pelo art.  150, VI, c, da SÚMULA Nº 65
Constituição, somente alcança as entidades fechadas de O cancelamento, previsto no art. 29 do Decreto‑Lei nº 2.303,
previdência social privada se não houver contribuição dos de 21/11/1986, não alcança os débitos previdenciários.
beneficiários.
SÚMULA Nº 89
Súmulas Vinculantes do STF A ação acidentaria prescinde do exaurimento da via
administrativa.
SÚMULA VINCULANTE Nº 8
São inconstitucionais o parágrafo único do art.  5º SÚMULA Nº 107
do Decreto‑Lei nº  1.569/1977 e os arts. 45 e 46 da Lei Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar
nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crime de estelionato praticado mediante falsificação das
crédito tributário. guias de recolhimento das contribuições previdenciárias,
quando não ocorrente lesão à autarquia federal.
SÚMULA VINCULANTE Nº 2 SÚMULA Nº 110
É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou dis‑ A isenção do pagamento de honorários advocatícios, nas
trital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, ações acidentárias, é restrita ao segurado.
inclusive bingos e loterias.
SÚMULA Nº 111
SÚMULA VINCULANTE Nº 22 Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias,
A justiça do trabalho é competente para processar e não incidem sobre as prestações vencidas após a sentença.
julgar as ações de indenização por danos morais e patri‑
moniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por SÚMULA Nº 146
empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda O segurado, vítima de novo infortúnio, faz jus a um único
benefício somado ao salário de contribuição vigente no dia
Conhecimentos Específicos

não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando


da promulgação da emenda constitucional nº 45/2004. do acidente.

SÚMULA VINCULANTE Nº 24 SÚMULA Nº 148


Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, Os débitos relativos a benefício previdenciário, vencidos
previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/1990, antes e cobrados em juízo após a vigência da Lei nº 6.899/1981,
devem ser corrigidos monetariamente na forma prevista
do lançamento definitivo do tributo.
nesse diploma legal.
SÚMULA VINCULANTE Nº 28 SÚMULA Nº 149
É inconstitucional a exigência de depósito prévio como A prova exclusivamente testemunhal não basta à com‑
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pre‑ provação da atividade rurícola, para efeito da obtenção de
tenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. benefício previdenciário.

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SÚMULA Nº 159 Súmulas da Turma Nacional de Uniformização de
O benefício acidentário, no caso de contribuinte que Jurisprudência
perceba remuneração variável, deve ser calculado com base
na média aritmética dos últimos doze meses de contribuição. SÚMULA Nº 01
A conversão dos benefícios previdenciários em URV, em
SÚMULA Nº 175 março/94, obedece às disposições do art. 20, incisos I e II da
Descabe o depósito prévio nas ações rescisórias propos‑ Lei nº 8.880/1994 (MP nº 434/1994).
tas pelo INSS.
SÚMULA Nº 02
SÚMULA Nº 178 Os benefícios previdenciários, em maio de 1996, deverão
O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e ser reajustados na forma da Medida Provisória nº 1.415, de
emolumentos, nas ações acidentárias e de benefícios, pro‑ 29 de abril de 1996, convertida na Lei nº 9.711, de 20 de
postas na Justiça Estadual.
novembro de 1998.
SÚMULA Nº 204
SÚMULA Nº 03 (CANCELADA EM 30/9/2003)
Os juros de mora nas ações relativas a benefícios previ‑
Os benefícios de prestação continuada, no regime geral
denciários incidem a partir da citação válida.
da Previdência Social, devem ser reajustados com base no
SÚMULA Nº 226 IGP‑DI nos anos de 1997, 2000 e 2001.
O Ministério Público tem legitimidade para recorrer na
ação de acidente do trabalho, ainda que o segurado esteja SÚMULA Nº 04
assistido por advogado. Não há direito adquirido na condição de dependente de
pessoa designada, quando o falecimento do segurado deu‑se
SÚMULA Nº 232 após o advento da Lei nº 9.032/1995.
A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujei‑
ta à exigência do depósito prévio dos honorários do perito. SÚMULA Nº 05
A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos,
SÚMULA Nº 242 até o advento da Lei nº  8.213, de 24 de julho de 1991,
Cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo devidamente comprovada, pode ser reconhecida para fins
de serviço para fins previdenciários. previdenciários.

SÚMULA Nº 272 SÚMULA Nº 06


O trabalhador rural, na condição de segurado especial, A certidão de casamento ou outro documento idôneo
sujeito à contribuição obrigatória sobre a produção rural que evidencie a condição de trabalhador rural do cônjuge
comercializada, somente faz jus à aposentadoria por tempo constitui início razoável de prova material da atividade
de serviço, se recolher contribuições facultativas. rurícola.

SÚMULA Nº 310 SÚMULA Nº 08


O Auxílio‑creche não integra o salário‑de‑contribuição. Os benefícios de prestação continuada, no regime geral
da Previdência Social, não serão reajustados com base no
SÚMULA Nº 336 IGP‑DI nos anos de 1997, 1999, 2000 e 2001.
A mulher que renunciou aos alimentos na separação
judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do
SÚMULA Nº 09
ex‑marido, comprovada a necessidade econômica super‑
O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda
veniente.
que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído,
não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado.
SÚMULA Nº 340
A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por
morte é aquela vigente na data do óbito do segurado. SÚMULA Nº 10
Tempo de Serviço Rural. Contagem Recíproca. O tempo
SÚMULA Nº 351 de serviço rural anterior à vigência da Lei nº 8.213/1991 pode
Conhecimentos Específicos

A alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente ser utilizado para fins de contagem recíproca, assim enten‑
do Trabalho (SAT) é aferida pelo grau de risco desenvolvido dida aquela que soma tempo de atividade privada, rural ou
em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo urbana, ao de serviço público estatutário, desde que sejam
grau de risco da atividade preponderante quando houver recolhidas as respectivas contribuições previdenciárias.
apenas um registro.
SÚMULA Nº 11 (CANCELADA EM 24/5/2006)
SÚMULA Nº 416 A renda mensal, per capita, familiar, superior a 1/4 (um
É devida a pensão por morte aos dependentes do segu‑ quarto) do salário mínimo não impede a concessão do be‑
rado que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu nefício assistencial previsto no art. 20, § 3º da Lei nº 8.742
os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a de 1993, desde que comprovada, por outros meios, a mise‑
data do seu óbito. rabilidade do postulante.

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SÚMULA Nº 14 SÚMULA Nº 27
Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não A ausência de registro em órgão do Ministério do Traba‑
se exige que o início de prova material, corresponda a todo lho não impede a comprovação do desemprego por outros
o período equivalente à carência do benefício. meios admitidos em Direito.

SÚMULA Nº 15 (CANCELADA EM 26/3/2007) SÚMULA Nº 29


O valor mensal da pensão por morte concedida antes da Para os efeitos do art. 20, § 2º, da Lei nº 8.742/1993,
Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995, deve ser revisado de incapacidade para a vida independente não é só aquela
acordo com a nova redação dada ao art. 75 da Lei nº 8.213, que impede as atividades mais elementares da pessoa, mas
de 24 de julho de 1991. também a impossibilita de prover o próprio sustento.

SÚMULA Nº 30
SÚMULA Nº 16 (CANCELADA EM 24/4/2009)
Tratando‑se de demanda previdenciária, o  fato de o
A conversão em tempo de serviço comum, do período
imóvel ser superior ao módulo rural não afasta, por si só,
trabalhado em condições especiais, somente é possível
a qualificação de seu proprietário como segurado especial,
relativamente à atividade exercida até 28 de maio de 1998 desde que comprovada, nos autos, a  sua exploração em
(art. 28 da Lei nº 9.711/1998). regime de economia familiar.
SÚMULA Nº 18 SÚMULA Nº 31
Provado que o aluno aprendiz de Escola Técnica Fede‑ A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista
ral recebia remuneração, mesmo que indireta, à conta do homologatória constitui início de prova material para fins
orçamento da União, o respectivo tempo de serviço pode previdenciários.
ser computado para fins de aposentadoria previdenciária.
SÚMULA Nº 32
SÚMULA Nº 19 O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído
Para o cálculo da renda mensal inicial do benefício previ‑ é considerado especial, para fins de conversão em comum,
denciário, deve ser considerada, na atualização dos salários nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência
de contribuição anteriores a março de 1994, a  variação do Decreto nº 53.831/1964 (1.1.6); superior a 90 decibéis,
integral do IRSM de fevereiro de 1994, na ordem de 39,67% a  partir de 5 de março de 1997, na vigência do Decreto
(art. 21, § 1º, da Lei nº 8.880/1994). nº 2.172/1997; superior a 85 decibéis, a partir da edição do
Decreto nº 4.882, de 18 de novembro de 2003.
SÚMULA Nº 20
A Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, não modifi‑ SÚMULA Nº 33
cou a situação do servidor celetista anteriormente aposen‑ Quando o segurado houver preenchido os requisitos
legais para concessão da aposentadoria por tempo de serviço
tado pela Previdência Social Urbana.
na data do requerimento administrativo, esta data será o
termo inicial da concessão do benefício.
SÚMULA Nº 21
Não há direito adquirido a reajuste de benefícios previ‑ SÚMULA Nº 34
denciários com base na variação do IPC (Índice de Preço ao Para fins de comprovação do tempo de labor rural,
Consumidor), de janeiro de 1989 (42,72%) e abril de 1990 o início de prova material deve ser contemporâneo à época
(44,80%). dos fatos a provar.

SÚMULA Nº 22 SÚMULA Nº 36
Se a prova pericial realizada em juízo dá conta de que a Não há vedação legal à cumulação da pensão por morte
incapacidade já existia na data do requerimento administra‑ de trabalhador rural com o benefício da aposentadoria por
tivo, esta é o termo inicial do benefício assistencial. invalidez, por apresentarem pressupostos fáticos e fatos
geradores distintos.
SÚMULA Nº 24
O tempo de serviço do segurado trabalhador rural ante‑ SÚMULA Nº 37
rior ao advento da Lei nº 8.213/1991, sem o recolhimento A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de
de contribuições previdenciárias, pode ser considerado para idade, não se prorroga pela pendência do curso universitário.
a concessão de benefício previdenciário do Regime Geral de
Previdência Social (RGPS), exceto para efeito de carência, SÚMULA Nº 38
conforme a regra do art. 55, § 2º, da Lei nº 8.213/1991. Aplica‑se subsidiariamente a Tabela de Cálculos de Santa
Conhecimentos Específicos

Catarina aos pedidos de revisão de RMI  – OTN/ORTN, na


atualização dos salários de contribuição.
SÚMULA Nº 25
A revisão dos valores dos benefícios previdenciários, pre‑
vista no art. 58 do ADCT, deve ser feita com base no número
LEI Nº 8.212, DE 24 DE JULHO DE 1991
de salários mínimos apurado na data da concessão, e não no Dispõe sobre a organização
mês de recolhimento da última contribuição. da Seguridade Social, institui
Plano de Custeio, e dá outras
SÚMULA Nº 26 providências.
A atividade de vigilante enquadra‑se como especial,
equiparando‑se à de guarda, elencada no item 2.5.7. do O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congres‑
Anexo III do Decreto nº 53.831/1964. so Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

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LEI ORGÂNICA DA SEGURIDADE SOCIAL e) previdência complementar facultativa, custeada por
contribuição adicional.
TÍTULO I
CONCEITUAÇÃO E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 1º A Seguridade Social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da Art. 4º A Assistência Social é a política social que provê o
sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à saúde, atendimento das necessidades básicas, traduzidas em pro‑
à previdência e à assistência social. teção à família, à maternidade, à infância, à adolescência,
Parágrafo único. A  Seguridade Social obedecerá aos à velhice e à pessoa portadora de deficiência, independen‑
seguintes princípios e diretrizes: temente de contribuição à Seguridade Social56.
a) universalidade da cobertura e do atendimento; Parágrafo único. A  organização da Assistência Social
b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços obedecerá às seguintes diretrizes:
às populações urbanas e rurais; a) descentralização político‑administrativa;
c) seletividade e distributividade na prestação dos be‑ b) participação da população na formulação e controle
nefícios e serviços; das ações em todos os níveis.
d) irredutibilidade do valor dos benefícios;
TÍTULO V
e) equidade na forma de participação no custeio;
DA ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL
f) diversidade da base de financiamento;
g) caráter democrático e descentralizado da gestão ad‑ Art. 5º As ações nas áreas de Saúde, Previdência Social
ministrativa com a participação da comunidade, em especial e Assistência Social, conforme o disposto no Capítulo II do
de trabalhadores, empresários e aposentados. Título VIII da Constituição Federal, serão organizadas em
Sistema Nacional de Seguridade Social, na forma desta Lei.
TÍTULO II Art. 6º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37,
DA SAÚDE de 2001).
Art. 7º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37,
Art. 2º A Saúde é direito de todos e dever do Estado, de 2001).
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem Art. 8º As propostas orçamentárias anuais ou pluria-
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso nuais da Seguridade Social serão elaboradas por Comissão
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, integrada por 3 (três) representantes, sendo 1 (um) da área
proteção e recuperação. da saúde, 1 (um) da área da previdência social e 1 (um) da
Parágrafo único. As atividades de saúde são de relevância área de assistência social57.
pública e sua organização obedecerá aos seguintes princípios Art. 9º As áreas de Saúde, Previdência Social e Assistência
e diretrizes: Social são objeto de leis específicas, que regulamentarão sua
a) acesso universal e igualitário; organização e funcionamento.
b) provimento das ações e serviços através de rede re‑
gionalizada e hierarquizada, integrados em sistema único; TÍTULO VI
c) descentralização, com direção única em cada esfera DO FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
de governo;
d) atendimento integral, com prioridade para as ativida‑ INTRODUÇÃO
des preventivas;
e) participação da comunidade na gestão, fiscalização e Art. 10. A  Seguridade Social será financiada por toda
acompanhamento das ações e serviços de saúde; sociedade, de forma direta e indireta, nos termos do art. 195
f) participação da iniciativa privada na assistência à saú‑ da Constituição Federal e desta Lei, mediante recursos pro‑
venientes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
de, obedecidos os preceitos constitucionais.
Municípios e de contribuições sociais.
Art. 11. No âmbito federal, o orçamento da Seguridade
TÍTULO III
Social é composto das seguintes receitas:
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL I – receitas da União;
II – receitas das contribuições sociais;
Art. 3º A Previdência Social tem por fim assegurar aos III – receitas de outras fontes.
seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por Parágrafo único. Constituem contribuições sociais:
motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga
desemprego involuntário, encargos de família e reclusão
Conhecimentos Específicos

ou creditada aos segurados a seu serviço; (Vide art. 104 da


ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. Lei nº 11.196, de 2005)
Parágrafo único. A  organização da Previdência Social b) as dos empregadores domésticos;
obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes: c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário
a) universalidade de participação nos planos previden‑ de contribuição; (Vide art. 104 da Lei nº 11.196, de 2005)
ciários, mediante contribuição; d) as das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro;
b) valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do e) as incidentes sobre a receita de concursos de prog‑
salário de contribuição ou do rendimento do trabalho do nósticos.
segurado, não inferior ao do salário mínimo;
c) cálculo dos benefícios considerando‑se os salários de
contribuição, corrigidos monetariamente; 56
Assunto cobrado na prova do MPE/Procurador Geral do Ministério Público/
d) preservação do valor real dos benefícios; Fepese/Nível Superior/2010.
57
FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010.

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64 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CAPÍTULO I ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos
Dos Contribuintes §§ 10 e 11 deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.718,
de 2008)
Seção I b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora ativi‑
Dos Segurados dade de extração mineral – garimpo, em caráter permanente
ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos,
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer
as seguintes pessoas físicas: título, ainda que de forma não contínua; (Redação dada pela
I – como empregado: Lei nº 9.876, de 1999)
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural c) o ministro de confissão religiosa e o membro de
à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem
mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; religiosa61; (Redação dada pela Lei nº 10.403, de 2002)
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho d) revogada; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999)
temporário, definida em legislação específica, presta serviço e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organis‑
para atender a necessidade transitória de substituição de mo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo,
pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto
de serviços de outras empresas; por regime próprio de previdência social; (Redação dada pela
c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado Lei nº 9.876, de 1999)
no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor
agência de empresa nacional no exterior58; não empregado e o membro de conselho de administração
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplo‑ de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria,
mática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a o sócio gerente62 e o sócio cotista que recebam remuneração
órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural,
repartições, excluídos o não brasileiro sem residência per‑ e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa,
manente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade,
previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou bem como o síndico ou administrador eleito para exercer
repartição consular; atividade de direção condominial, desde que recebam re‑
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, muneração63; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999)
em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em
o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de
contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente emprego; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999)
do país do domicílio;
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no
econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não;
Brasil para trabalhar como empregado em empresa domici‑
(Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999)
liada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a
empresa brasileira de capital nacional; VI – como trabalhador avulso: quem presta, a diversas
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza
sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em urbana ou rural definidos no regulamento64;
regime especial, e  Fundações Públicas Federais; (Alínea VII – como segurado especial: a pessoa física residente
acrescentada pela Lei nº 8.647, de 13/4/1993) no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próxi‑
h) (Vide Resolução do Senado Federal nº 26, de 2005) mo a ele que, individualmente ou em regime de economia
i) o empregado de organismo oficial internacional ou familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a
estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando título de mútua colaboração, na condição de65: (Redação
coberto por regime próprio de previdência social59; (Incluído dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
pela Lei nº 9.876, de 1999) a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor,
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou
municipal, desde que não vinculado a regime próprio de arrendatário rurais, que explore atividade: (Incluído pela Lei
previdência social60; (Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004) nº 11.718, de 2008)
II  – como empregado doméstico: aquele que presta 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;
serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito ou (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
residencial desta, em atividades sem fins lucrativos; 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas
III – (Revogado pela Lei nº 9.876, de 1999) atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei
IV – (Revogado pela Lei nº 9.876, de 1999) nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o
a) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em principal meio de vida; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da
emprego; pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e (Incluído
Conhecimentos Específicos

b) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade pela Lei nº 11.718, de 2008)
econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16
V – como contribuinte individual: (Redação dada pela (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado
Lei nº 9.876, de 1999) de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovada‑
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora ativi‑ mente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. (Incluído
dade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente pela Lei nº 11.718, de 2008)
ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais;
ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos 61
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009.
fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados 62
Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
63
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009 e Esaf/
58
Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009. SRFB/Auditor Fiscal/2009.
59
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009. 64
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
60
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009. 65
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.

Este ebook foi adquirido por ANTONIO PASCOAL FILHO - CPF: 033.651.198-17.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 65
§ 1º Entende‑se como regime de economia familiar a ativi‑ VI – a associação em cooperativa agropecuária ou de
dade em que o trabalho dos membros da família é indispensável crédito rural; e (Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015)
à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico VII – a incidência do Imposto Sobre Produtos Industriali‑
do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua depen‑ zados - IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas nos
dência e colaboração, sem a utilização de empregados perma‑ termos do § 14 deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.873, de
nentes. (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008) 2013) (Produção de efeito)
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais §  10. Não é segurado especial o membro de grupo
de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se
Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a decorrente de: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
cada uma delas. I – benefício de pensão por morte, auxílio‑acidente ou
§  3º (Revogado):  (Redação dada pela Lei nº 11.718, auxílio‑reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício
de 2008) de prestação continuada da Previdência Social; (Incluído pela
I – (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) Lei nº 11.718, de 2008)
II – (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) II – benefício previdenciário pela participação em plano
§  4º O aposentado pelo Regime Geral de Previdên- de previdência complementar instituído nos termos do inciso
cia Social  – RGPS que estiver exercendo ou que voltar a IV do § 9º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
exercer atividade abrangida por este Regime é segurado III – exercício de atividade remunerada em período não
obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados,
às contribuições de que trata esta Lei, para fins de custeio no ano civil, observado o disposto no § 13 deste artigo; (Re­
da Seguridade Social66. (Parágrafo acrescentado pela Lei dação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)
nº 9.032, de 28/4/1995) IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de
§  5º O dirigente sindical mantém, durante o exercício organização da categoria de trabalhadores rurais; (Incluído
do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime pela Lei nº 11.718, de 2008)
Geral de Previdência Social‑RGPS de antes da investidura. V – exercício de mandato de vereador do município onde
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) desenvolve a atividade rural, ou de dirigente de cooperativa
§ 6º Aplica‑se o disposto na alínea g do inciso I do caput rural constituída exclusivamente por segurados especiais,
ao ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário observado o disposto no §  13 deste artigo;  (Incluído pela
Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a Lei nº 11.718, de 2008)
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autar‑ VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições
quias, ainda que em regime especial, e fundações. (Incluído estabelecidas no inciso I do § 9º deste artigo; (Incluído pela
pela Lei nº 9.876, de 1999) Lei nº 11.718, de 2008)
§ 7º Para serem considerados segurados especiais, o côn‑ VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria‑prima
juge ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser uti‑
anos ou os a estes equiparados deverão ter participação lizada matéria‑prima de outra origem, desde que a renda
ativa nas atividades rurais do grupo familiar. (Incluído pela mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício
Lei nº 11.718, de 2008) de prestação continuada da Previdência Social; e (Incluído
§ 8º O grupo familiar poderá utilizar‑se de empregados pela Lei nº 11.718, de 2008)
contratados por prazo determinado ou trabalhador de que VIII  – atividade artística, desde que em valor mensal
trata a alínea g do inciso V do caput deste artigo, à razão de inferior ao menor benefício de prestação continuada da
no máximo 120 (cento e vinte) pessoas por dia no ano civil, em Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equi‑ §  11. O  segurado especial fica excluído dessa catego‑
valente em horas de trabalho, não sendo computado nesse ria: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
prazo o período de afastamento em decorrência da percepção I – a contar do primeiro dia do mês em que: (Incluído
de auxílio‑doença. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 9º Não descaracteriza a condição de segurado espe‑ a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no
cial: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) inciso VII do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto no
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, art. 15 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, ou exceder
meação ou comodato, de até 50% (cinquenta por cento) de
qualquer dos limites estabelecidos no inciso I do § 9º deste
imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) mó‑
artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
dulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a
b) enquadrar-se em qualquer outra categoria de segu‑
exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime
rado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social,
de economia familiar; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e VIII do § 10 e no
II – a exploração da atividade turística da propriedade
§ 14 deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 da Lei
rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento
e vinte) dias ao ano; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) nº 8.213, de 24 de julho de 1991; (Redação dada pela Lei
III – a participação em plano de previdência complemen‑ nº 12.873, de 2013)
tar instituído por entidade classista a que seja associado, c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime pre‑
videnciário; e (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)
Conhecimentos Específicos

em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor


rural em regime de economia familiar;  (Incluído pela Lei d) participar de sociedade empresária, de sociedade sim‑
nº 11.718, de 2008) ples, como empresário individual ou como titular de empresa
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que individual de responsabilidade limitada em desacordo com
tem algum componente que seja beneficiário de programa as limitações impostas pelo § 14 deste artigo; (Incluído pela
assistencial oficial de governo; (Incluído pela Lei nº 11.718, Lei nº 12.873, de 2013) (Produção de efeito)
de 2008) II – a contar do primeiro dia do mês subsequente ao da
V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence exceder
da atividade, de processo de beneficiamento ou industria‑ o limite de: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
lização artesanal, na forma do §  11 do art.  25 desta Lei; a) utilização de trabalhadores nos termos do § 8º deste
e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso
Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009.
66 III do § 10 deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

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66 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 9º CAPÍTULO II
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) Da Contribuição da União
§ 12. Aplica‑se o disposto na alínea a do inciso V do caput
deste artigo ao cônjuge ou companheiro do produtor que Art. 16. A contribuição da União é constituída de recursos
participe da atividade rural por este explorada. (Incluído pela adicionais do Orçamento Fiscal, fixados obrigatoriamente na
Lei nº 11.718, de 2008) lei orçamentária anual.
§ 13. O disposto nos incisos III e V do § 10 e no § 14 deste Parágrafo único. A União é responsável pela cobertura
artigo não dispensa o recolhimento da contribuição devida de eventuais insuficiências financeiras da Seguridade So‑
em relação ao exercício das atividades de que tratam os refe‑ cial, quando decorrentes do pagamento de benefícios de
ridos dispositivos. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) prestação continuada da Previdência Social, na forma da Lei
§ 14. A participação do segurado especial em sociedade em‑ Orçamentária Anual.
presária, em sociedade simples, como empresário individual ou Art. 17. Para pagamento dos encargos previdenciários da
como titular de empresa individual de responsabilidade limitada União, poderão contribuir os recursos da Seguridade Social
de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, referidos na alínea d do parágrafo único do art. 11 desta Lei,
considerada microempresa nos termos da Lei Complementar no na forma da Lei Orçamentária anual, assegurada a destinação
123, de 14 de dezembro de 2006, não o exclui de tal categoria de recursos para as ações desta Lei de Saúde e Assistência
previdenciária, desde que, mantido o exercício da sua atividade Social. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998)
rural na forma do inciso VII do caput e do § 1o, a pessoa jurídica I – até 55% (cinquenta e cinco por cento), em 1992;
componha‑se apenas de segurados de igual natureza e sedie‑se II – até 45% (quarenta e cinco por cento), em 1993;
no mesmo Município ou em Município limítrofe àquele em que III – até 30% (trinta por cento), em 1994;
eles desenvolvam suas atividades. (Incluído pela Lei nº 12.873, IV – até 10% (dez por cento), a partir de 1995.
de 2013) (Produção de efeito) Art. 18. Os recursos da Seguridade Social referidos nas alí‑
§  15. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) neas a, b, c e d do parágrafo único do art. 11 desta Lei poderão
(Produção de efeito) contribuir, a partir do exercício de 1992, para o financiamento
Art. 13. O servidor civil ocupante de cargo efetivo das despesas com pessoal e administração geral apenas do
ou o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, do Instituto Nacio‑
ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias nal de Assistência Médica da Previdência Social – Inamps, da
e fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência Fundação Legião Brasileira de Assistência – LBA e da Fundação
Social consubstanciado nesta Lei, desde que amparados por Centro Brasileira para Infância e Adolescência.
regime próprio de previdência social67. (Redação dada pela Art. 19. O Tesouro Nacional repassará mensalmente re‑
Lei nº 9.876, de 1999) cursos referentes às contribuições mencionadas nas alíneas
§ 1º Caso o servidor ou o militar venham a exercer, con‑ d e e do parágrafo único do art. 11 desta Lei, destinados à
comitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo execução do Orçamento da Seguridade Social. (Redação dada
Regime Geral de Previdência Social, tornar‑se‑ão segurados pela Lei nº 9.711, de 1998)
obrigatórios em relação a essas atividades. (Incluído pela Lei § 1º Decorridos os prazos referidos no caput deste artigo,
nº 9.876, de 1999) as dotações a serem repassadas sujeitar‑se‑ão a atualização
§ 2º Caso o servidor ou o militar, amparados por regime monetária segundo os mesmos índices utilizados para efeito
próprio de previdência social, sejam requisitados para outro de correção dos tributos da União.
órgão ou entidade cujo regime previdenciário não permita a § 2º Os recursos oriundos da majoração das contribuições
filiação nessa condição, permanecerão vinculados ao regime previstas nesta Lei ou da criação de novas contribuições des‑
de origem, obedecidas as regras que cada ente estabeleça acer‑ tinadas à Seguridade Social somente poderão ser utilizados
ca de sua contribuição68. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999) para atender as ações nas áreas de saúde, previdência e
Art. 14. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) assistência social.
anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência
Social, mediante contribuição, na forma do art. 21, desde CAPÍTULO III
que não incluído nas disposições do art. 12. Da Contribuição do Segurado
Atenção: a partir da EC nº 20/1998 (art. 7º, XXXIII da CF) Seção I
essa idade passou para 16 anos. Da Contribuição dos Segurados Empregado,
Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso
Seção II
Da Empresa e do Empregador Doméstico Art. 20. A contribuição do empregado, inclusive o do‑
méstico, e a do trabalhador avulso é calculada mediante a
Art. 15. Considera‑se: aplicação da correspondente alíquota sobre o seu salário de
I – empresa – a firma individual ou sociedade que as‑ contribuição mensal, de forma não cumulativa, observado
sume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com o disposto no art.  28, de acordo com a seguinte tabela:
fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 28/4/1995) (Vide Lei
administração pública direta, indireta e fundacional; Complementar nº 150, de 2015)
II  – empregador doméstico  – a pessoa ou família que
admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado
Conhecimentos Específicos

doméstico. Salário de contribuição Alíquota em %


Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os até 249,80 8,00
efeitos desta Lei, o contribuinte individual e a pessoa física de 249,81 até 416,33 9,00
na condição de proprietário ou dono de obra de construção
civil, em relação a segurado que lhe presta serviço, bem de 416,34 até 832,66 11,00
como a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer (Valores e alíquotas dados pela Lei nº 9.129, de 20/11/1995)
natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição
consular de carreira estrangeiras. (Redação dada pela Lei nº Atenção: a  partir de 1º/1/2015 esses valores foram
13.202, de 2015) alterados para:
• até 1.399,12 – 8%
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009.
67
• de 1.399,13 até 2.331,88 – 9%
Assunto cobrado na prova do Cespe/PGE-PE/Procurador do Estado – grupo
68

II/2009. • de 2.331,89 até 4.663,75 – 11%

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§ 1º Os valores do salário de contribuição serão reajusta‑ CAPÍTULO IV
dos, a partir da data de entrada em vigor desta Lei, na mesma Da Contribuição da Empresa
época e com os mesmos índices que os do reajustamento dos
benefícios de prestação continuada da Previdência Social. Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à
(Redação dada pela Lei nº 8.620, de 5/1/1993) Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de:
§ 2º O disposto neste artigo aplica‑se também aos se‑ I – vinte por cento sobre o total das remunerações pa‑
gurados empregados e trabalhadores avulsos que prestem gas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês,
serviços a microempresas. (Parágrafo acrescentado pela Lei aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe
nº 8.620, de 5/1/1993) prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer
que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habi‑
Seção II tuais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decor‑
rentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente
Da Contribuição dos Segurados
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou
Contribuinte Individual e Facultativo tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou,
(Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sen‑
tença normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999)
Art. 21. A alíquota de contribuição dos segurados con‑ (Vide Medida Provisória nº 680, de 2015) Vigência
tribuinte individual e facultativo será de vinte por cento II  – para o financiamento do benefício previsto nos
sobre o respectivo salário de contribuição. (Redação dada arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e daque‑
pela Lei nº 9.876, de 1999) les concedidos em razão do grau de incidência de incapacida‑
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) de laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho,
II – (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no
§ 1º Os valores do salário de contribuição serão reajus‑ decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores
tados, a partir da data de entrada em vigor desta Lei, na avulsos: (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 1998)
mesma época e com os mesmos índices que os do reajus‑ a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja ativi‑
tamento dos benefícios de prestação continuada da Previ‑ dade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja
dência Social. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). considerado leve;
(Renumerado pela Lei Complementar nº 123, de 2006) b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade
§ 2º No caso de opção pela exclusão do direito ao bene‑ preponderante esse risco seja considerado médio;
fício de aposentadoria por tempo de contribuição, a alíquota c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade
de contribuição incidente sobre o limite mínimo mensal preponderante esse risco seja considerado grave.
III  – vinte por cento sobre o total das remunerações
do salário de contribuição será de: (Redação dada pela Lei
pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês,
nº 12.470, de 2011) aos  segurados contribuintes individuais que lhe prestem
I – 11% (onze por cento), no caso do segurado contribuinte serviços; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999)
individual, ressalvado o disposto no inciso II, que trabalhe IV – quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal
por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços
equiparado e do segurado facultativo, observado o disposto que lhe são prestados por cooperados por intermédio de
na alínea b do inciso II deste parágrafo; (Incluído pela Lei cooperativas de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999)
nº 12.470, de 2011) § 1º No caso de bancos comerciais, bancos de investimen‑
II – 5% (cinco por cento): (Incluído pela Lei nº 12.470, tos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, socie‑
de 2011) dades de crédito, financiamento e investimento, sociedades
a) no caso do microempreendedor individual, de que de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras
trata o art.  18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento
dezembro de 2006; e Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011); mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros
b) do segurado facultativo sem renda própria que se privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros
dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito privados e de crédito e entidades de previdência privada
de sua residência, desde que pertencente a família de baixa abertas e fechadas, além das contribuições referidas neste
renda. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) artigo e no art. 23, é devida a contribuição adicional de dois
§ 3º O segurado que tenha contribuído na forma do § 2º vírgula cinco por cento sobre a base de cálculo definida nos
deste artigo e pretenda contar o tempo de contribuição corres‑ incisos I e III deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 9.876,
pondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de de 1999). (Vide Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001)
§  2º Não integram a remuneração as parcelas de que
contribuição ou da contagem recíproca do tempo de contribui‑
trata o § 9º do art. 28.
ção a que se refere o art. 94 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de
§ 3º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social pode‑
1991, deverá complementar a contribuição mensal mediante rá alterar, com base nas estatísticas de acidentes do trabalho,
recolhimento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo apuradas em inspeção, o enquadramento de empresas para
mensal do salário de contribuição em vigor na competência a efeito da contribuição a que se refere o inciso II deste artigo,
Conhecimentos Específicos

ser complementada, da diferença entre o percentual pago e a fim de estimular investimentos em prevenção de acidentes.
o de 20% (vinte por cento), acrescido dos juros moratórios de §  4º O Poder Executivo estabelecerá, na forma da lei,
que trata o § 3º do art. 5º da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro ouvido o Conselho Nacional da Seguridade Social, mecanis‑
de 1996. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) mos de estímulo às empresas que se utilizem de empregados
§ 4º Considera‑se de baixa renda, para os fins do disposto portadores de deficiências física, sensorial e/ou mental com
na alínea b do inciso II do § 2º deste artigo, a família inscri‑ desvio do padrão médio.
ta no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo § 5º (Revogado pela Lei nº 10.256, de 2001)
Federal – CadÚnico cuja renda mensal seja de até 2 (dois) § 6º A contribuição empresarial da associação desportiva
salários mínimos. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) que mantém equipe de futebol profissional destinada à Se‑
§ 5º A contribuição complementar a que se refere o § 3º guridade Social, em substituição à prevista nos incisos I e II
deste artigo será exigida a qualquer tempo, sob pena de deste artigo, corresponde a cinco por cento da receita bruta,
indeferimento do benefício. decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em

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todo território nacional em qualquer modalidade desportiva, assemelhados, a base de cálculo da contribuição da empresa
inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocí‑ corresponde a 20% (vinte por cento) do valor da nota fiscal,
nio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, fatura ou recibo, quando esses serviços forem prestados
propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos. por condutor autônomo de veículo rodoviário, auxiliar de
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) condutor autônomo de veículo rodoviário, bem como por
§ 7º Caberá à entidade promotora do espetáculo a res‑ operador de máquinas. (Incluído pela Lei nº 13.202, de 2015)
ponsabilidade de efetuar o desconto de cinco por cento da Art. 22-A. A  contribuição devida pela agroindústria,
receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos e o res‑ definida, para os efeitos desta Lei, como sendo o produtor
pectivo recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social, rural pessoa jurídica cuja atividade econômica seja a indus‑
no prazo de até dois dias úteis após a realização do evento. trialização de produção própria ou de produção própria e
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) adquirida de terceiros, incidente sobre o valor da receita
§ 8º Caberá à associação desportiva que mantém equipe bruta proveniente da comercialização da produção, em
de futebol profissional informar à entidade promotora do substituição às previstas nos incisos I e II do art. 22 desta
espetáculo desportivo todas as receitas auferidas no evento, Lei, é de: (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001)
discriminando‑as detalhadamente. (Parágrafo acrescentado I – dois vírgula cinco por cento destinados à Seguri­dade
pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) Social; (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001)
§ 9º No caso de a associação desportiva que mantém II – zero vírgula um por cento para o financiamento do
equipe de futebol profissional receber recursos de empresa benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de
ou entidade, a título de patrocínio, licenciamento de uso de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de in‑
marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão cidência de incapacidade para o trabalho decorrente dos riscos
de espetáculos, esta última ficará com a responsabilidade de ambientais da atividade. (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001)
reter e recolher o percentual de cinco por cento da receita § 1º (Vetado pela Lei nº 10.256, de 2001)
bruta decorrente do evento, inadmitida qualquer dedução, § 2º O disposto neste artigo não se aplica às operações
no prazo estabelecido na alínea b, inciso I, do art. 30 desta Lei. relativas à prestação de serviços a terceiros, cujas contri‑
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) buições previdenciárias continuam sendo devidas na forma
§ 10. Não se aplica o disposto nos §§ 6º ao 9º às demais do art. 22 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001)
associações desportivas, que devem contribuir na forma dos § 3º Na hipótese do § 2º, a receita bruta correspondente
incisos I e II deste artigo e do art. 23 desta Lei. (Parágrafo aos serviços prestados a terceiros será excluída da base de
acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) cálculo da contribuição de que trata o caput. (Incluído pela
§ 11. O disposto nos §§ 6º ao 9º deste artigo aplica‑se à
Lei nº 10.256, de 2001)
associação desportiva que mantenha equipe de futebol pro‑
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica às sociedades
fissional e atividade econômica organizada para a produção e
cooperativas e às agroindústrias de piscicultura, carcinicul‑
circulação de bens e serviços e que se organize regularmente,
tura, suinocultura e avicultura. (Incluído pela Lei nº 10.256,
segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092 da Lei
de 2001)
nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil. (Redação
dada pela Lei nº 11.345, de 2006) § 5º O disposto no inciso I do art. 3º da Lei nº 8.315, de
§ 11-A. O disposto no § 11 deste artigo aplica‑se apenas 23 de dezembro de 1991, não se aplica ao empregador de
às atividades diretamente relacionadas com a manutenção que trata este artigo, que contribuirá com o adicional de zero
e administração de equipe profissional de futebol, não se vírgula vinte e cinco por cento da receita bruta provenien‑
estendendo às outras atividades econômicas exercidas pelas te da comercialização da produção, destinado ao Serviço
referidas sociedades empresariais beneficiárias. (Incluído Nacional de Aprendizagem Rural – Senar. (Incluído pela Lei
pela Lei nº 11.505, de 2007) nº 10.256, de 2001)
§ 12. (Vetado pela Lei nº 10.170, de 2000) §  6º Não se aplica o regime substitutivo de que trata
§  13. Não se considera como remuneração direta ou este artigo à pessoa jurídica que, relativamente à atividade
indireta, para os efeitos desta Lei, os valores despendidos rural, se dedique apenas ao florestamento e reflorestamento
pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional como fonte de matéria‑prima para industrialização própria
com ministro de confissão religiosa, membros de instituto de mediante a utilização de processo industrial que modifique
vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em a natureza química da madeira ou a transforme em pasta
face do seu mister religioso ou para sua subsistência desde celulósica. (Incluído pela Lei nº 10.684, de 2003)
que fornecidos em condições que independam da natureza §  7º Aplica‑se o disposto no §  6º ainda que a pessoa
e da quantidade do trabalho executado. (Incluído pela Lei jurídica comercialize resíduos vegetais ou sobras ou partes
nº 10.170, de 2000) da produção, desde que a receita bruta decorrente dessa
§ 14. Para efeito de interpretação do § 13 deste artigo: comercialização represente menos de um por cento de sua
(Incluído pela Lei nº 13.137, de 2015) receita bruta proveniente da comercialização da produção.
I – os critérios informadores dos valores despendidos pelas (Incluído pela Lei nº 10.684, de 2003)
entidades religiosas e instituições de ensino vocacional aos Art. 22-B. As  contribuições de que tratam os incisos I
Conhecimentos Específicos

ministros de confissão religiosa, membros de vida consagrada, e II do art. 22 desta Lei são substituídas, em relação à re‑
de congregação ou de ordem religiosa não são taxativos e sim muneração paga, devida ou creditada ao trabalhador rural
exemplificativos; (Incluído pela Lei nº 13.137, de 2015) contratado pelo consórcio simplificado de produtores rurais
II – os valores despendidos, ainda que pagos de forma de que trata o art. 25A, pela contribuição dos respectivos
e montante diferenciados, em pecúnia ou a título de ajuda produtores rurais, calculada na forma do art. 25 desta Lei.
de custo de moradia, transporte, formação educacional, (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001)
vinculados exclusivamente à atividade religiosa não confi‑ Art. 23. As  contribuições a cargo da empresa prove‑
guram remuneração direta ou indireta. (Incluído pela Lei nº nientes do faturamento e do lucro, destinadas à Seguridade
13.137, de 2015) Social, além do disposto no art. 22, são calculadas mediante
§ 15. Na contratação de serviços de transporte rodoviário a aplicação das seguintes alíquotas:
de carga ou de passageiro, de serviços prestados com a utili‑ I – 2% (dois por cento) sobre sua receita bruta, estabe‑
zação de trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e lecida segundo o disposto no § 1º do art. 1º do Decreto‑Lei

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nº 1.940, de 25 de maio de 1982, com a redação dada pelo § 10. Integra a receita bruta de que trata este artigo, além
art. 22, do Decreto‑Lei nº 2.397, de 21 de dezembro de 1987, dos valores decorrentes da comercialização da produção
e alterações posteriores; relativa aos produtos a que se refere o §  3º deste artigo,
II – 10% (dez por cento) sobre o lucro líquido do perío‑ a receita proveniente: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
do‑base, antes da provisão para o Imposto de Renda, ajusta‑ I – da comercialização da produção obtida em razão de
do na forma do art. 2º da Lei nº 8.034, de 12 de abril de 1990. contrato de parceria ou meação de parte do imóvel rural; (In­
§ 1º No caso das instituições citadas no § 1º do art. 22 cluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
desta Lei, a alíquota da contribuição prevista no inciso II é II – da comercialização de artigos de artesanato de que
de 15% (quinze por cento). trata o inciso VII do § 10 do art. 12 desta Lei; (Incluído pela
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica às pessoas de Lei nº 11.718, de 2008)
que trata o art. 25. III – de serviços prestados, de equipamentos utilizados
e de produtos comercializados no imóvel rural, desde que
CAPÍTULO V em atividades turística e de entretenimento desenvolvidas
Da Contribuição do Empregador Doméstico no próprio imóvel, inclusive hospedagem, alimentação,
recepção, recreação e atividades pedagógicas, bem como
Art. 24. A contribuição do empregador doméstico taxa de visitação e serviços especiais;  (Incluído pela Lei
incidente sobre o salário de contribuição do empregado nº 11.718, de 2008)
doméstico a seu serviço é de: (Redação dada pela Lei nº IV – do valor de mercado da produção rural dada em paga‑
13.202, de 2015) mento ou que tiver sido trocada por outra, qualquer que seja
I – 8% (oito por cento); e (Incluído pela Lei nº 13.202, o motivo ou finalidade; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
de 2015) V – de atividade artística de que trata o inciso VIII do § 10
II – 0,8% (oito décimos por cento) para o financiamento do art. 12 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
do seguro contra acidentes de trabalho. (Incluído pela Lei § 11. Considera‑se processo de beneficiamento ou in‑
nº 13.202, de 2015) dustrialização artesanal aquele realizado diretamente pelo
próprio produtor rural pessoa física, desde que não esteja
CAPÍTULO VI sujeito à incidência do Imposto Sobre Produtos Industriali‑
Da Contribuição do Produtor Rural e do Pescador zados – IPI. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
(Alterado pela Lei nº 8.398, de 7/1/1992) Art. 25-A. Equipara‑se ao empregador rural pessoa física
o consórcio simplificado de produtores rurais, formado pela
Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a
em substituição à contribuição de que tratam os incisos I e um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalha‑
II do art. 22, e a do segurado especial, referidos, respectiva‑ dores para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus
mente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta integrantes, mediante documento registrado em cartório de
Lei, destinada à Seguridade Social, é de: (Redação dada pela títulos e documentos. (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001)
Lei nº 10.256, de 2001) § 1º O documento de que trata o caput deverá conter
I – 2% da receita bruta proveniente da comercialização a identificação de cada produtor, seu endereço pessoal e o
da sua produção; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de de sua propriedade rural, bem como o respectivo registro
10/12/1997) no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária  –
II – 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização Incra ou informações relativas a parceria, arrendamento ou
da sua produção para financiamento das prestações por equivalente e a matrícula no Instituto Nacional do Seguro
acidente do trabalho. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de Social  – INSS de cada um dos produtores rurais. (Incluído
10/12/1997) pela Lei nº 10.256, de 2001)
§ 1º O segurado especial de que trata este artigo, além da §  2º O consórcio deverá ser matriculado no INSS em
contribuição obrigatória referida no caput, poderá contribuir, nome do empregador a quem hajam sido outorgados
facultativamente, na forma do art. 21 desta Lei. (Redação os poderes, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei
dada pela Lei nº 8.540, de 22/12/1992) nº 10.256, de 2001)
§ 2º A pessoa física de que trata a alínea a do inciso V § 3º Os produtores rurais integrantes do consórcio de que
do art. 12 contribui, também, obrigatoriamente, na forma trata o caput serão responsáveis solidários em relação às obri‑
do art.  21 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.540, de gações previdenciárias. (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001)
22/12/1992) § 4º (Vetado pela Lei nº 10.256, de 2001)
§ 3º Integram a produção, para os efeitos deste artigo,
os produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural CAPÍTULO VII
ou submetidos a processos de beneficiamento ou indus‑ Da Contribuição sobre a Receita
trialização rudimentar, assim compreendidos, entre outros, de Concursos de Prognósticos
os processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem,
Conhecimentos Específicos

descascamento, lenhamento, pasteurização, resfriamento, Art. 26. Constitui receita da Seguridade Social a renda
secagem, fermentação, embalagem, cristalização, fundição, líquida dos concursos de prognósticos, excetuando‑se os
carvoejamento, cozimento, destilação, moagem, torrefação, valores destinados ao Programa de Crédito Educativo. (Re­
bem como os subprodutos e os resíduos obtidos através dação dada pela Lei nº 8.436, de 25/6/1992)
desses processos. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.540, § 1º Consideram‑se concursos de prognósticos todos e
de 22/12/1992) quaisquer concursos de sorteios de números, loterias, apos‑
§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) tas, inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos
§ 5º (Vetado na Lei nº 8.540, de 22/12/1992) federal, estadual, do Distrito Federal e municipal.
§ 6º (Revogado pela Lei nº 10.256, de 2001) § 2º Para efeito do disposto neste artigo, entende‑se por
§ 7º (Revogado pela Lei nº 10.256, de 2001) renda líquida o total da arrecadação, deduzidos os valores des‑
§ 8º (Revogado pela Lei nº 10.256, de 2001) tinados ao pagamento de prêmios, de impostos e de despesas
§ 9º (Vetado pela Lei nº 10.256, de 2001) com a administração, conforme fixado em lei, que inclusive

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70 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
estipulará o valor dos direitos a serem pagos às entidades §  2º O salário‑maternidade é considerado salário de
desportivas pelo uso de suas denominações e símbolos. contribuição.
§ 3º Durante a vigência dos contratos assinados até a § 3º O limite mínimo do salário de contribuição corres‑
publicação desta Lei com o Fundo de Assistência Social – FAS ponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria ou,
é assegurado o repasse à Caixa Econômica Federal – CEF dos inexistindo este, ao  salário mínimo, tomado no seu valor
valores necessários ao cumprimento dos mesmos. mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo
de trabalho efetivo durante o mês. (Redação dada pela Lei
CAPÍTULO VIII nº 9.528, de 10/12/1997)
Das Outras Receitas §  4º O limite mínimo do salário de contribuição do
menor aprendiz corresponde à sua remuneração mínima
Art. 27. Constituem outras receitas da Seguridade Social: definida em lei.
I – as multas, a atualização monetária e os juros mora‑ §  5º O limite máximo do salário de contribuição é de
tórios; Cr$ 170.000,00 (cento e setenta mil cruzeiros), reajustado
II – a remuneração recebida por serviços de arrecadação, a partir da data da entrada em vigor desta Lei, na mesma
fiscalização e cobrança prestados a terceiros; época e com os mesmos índices que os do reajustamento dos
III  – as receitas provenientes de prestação de outros benefícios de prestação continuada da Previdência Social.
serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens; § 6º No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da
IV – as demais receitas patrimoniais, industriais e finan‑ data de publicação desta Lei, o Poder Executivo encaminhará
ceiras; ao Congresso Nacional projeto de lei estabelecendo a previ‑
V – as doações, legados, subvenções e outras receitas dência complementar, pública e privada, em especial para os
eventuais; que possam contribuir acima do limite máximo estipulado
VI  – 50% (cinquenta por cento) dos valores obtidos e no parágrafo anterior deste artigo.
aplicados na forma do parágrafo único do art. 243 da Cons‑
tituição Federal; Atenção: a partir da Portaria Interministerial MPS/MF
VII – 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões nº 13/2015, o valor mínimo de contribuição é o salário mí‑
dos bens apreendidos pelo Departamento da Receita Federal; nimo – R$ 788,00 e o limite máximo ou teto previdenciário
VIII – outras receitas previstas em legislação específica. é R$ 4.663,75.
Parágrafo único. As companhias seguradoras que man‑
têm o seguro obrigatório de danos pessoais causados por §  7º O décimo‑terceiro salário (gratificação natalina)
veículos automotores de vias terrestres, de que trata a Lei integra o salário de contribuição, exceto para o cálculo de
benefício, na forma estabelecida em regulamento. (Redação
nº 6.194, de dezembro de 1974, deverão repassar à Segurida‑
dada pela Lei nº 8.870, de 15/4/1994)
de Social 50% (cinquenta por cento) do valor total do prêmio
§ 8º Integram o salário-de-contribuição pelo seu valor
recolhido e destinado ao Sistema Único de Saúde  – SUS,
total: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997). (Vide
para custeio da assistência médico‑hospitalar dos segurados
Lei nº 13.189, de 2015) Vigência
vitimados em acidentes de trânsito.
a) o total das diárias pagas, quando excedente a cinquen‑
ta por cento da remuneração mensal; (Alínea acrescentada
CAPÍTULO IX pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997)
Do Salário de Contribuição b) (Vetada na Lei nº 9.528, de 10/12/1997)
c) (Revogado pela Lei nº 9.711, de 1998)
Art. 28. Entende‑se por salário de contribuição: d) (Vide Medida Provisória nº 680, de 2015)
I – para o empregado e trabalhador avulso: a remunera‑ § 9º Não integram o salário de contribuição para os fins
ção auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a desta Lei, exclusivamente: (Redação dada pela Lei nº 9.528,
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a de 10/12/1997)
qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o tra‑ a) os benefícios da previdência social, nos termos e
balho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, limites legais, salvo o salário‑maternidade; (Redação dada
os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adianta‑ pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997)
mentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo ae‑
efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do ronauta nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de outubro de 1973;
empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou c) a parcela in natura recebida de acordo com os progra‑
do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de mas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho
trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14
nº 9.528, de 10/12/1997) de abril de 1976;
II – para o empregado doméstico: a remuneração registra‑ d) as importâncias recebidas a título de férias indeniza‑
da na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas das e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor
as normas a serem estabelecidas em regulamento para com‑ correspondente à dobra da remuneração de férias de que
provação do vínculo empregatício e do valor da remuneração; trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT;
Conhecimentos Específicos

III – para o contribuinte individual: a remuneração au‑ (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997)
ferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua e) as importâncias: (Alínea alterada e itens de 1 a 5
atividade por conta própria, durante o mês, observado o acrescentados pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997
limite máximo a que se refere o § 5º; (Redação dada pela 1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições
Lei nº 9.876, de 1999) Constitucionais Transitórias;
IV – para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, 2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior
observado o limite máximo a que se refere o § 5º. (Incluído a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo
pela Lei nº 9.876, de 1999) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço‑FGTS;
§ 1º Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou 3. recebidas a título da indenização de que trata o
a falta do empregado ocorrer no curso do mês, o  salário art. 479 da CLT;
de contribuição será proporcional ao número de dias de 4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14
trabalho efetivo, na forma estabelecida em regulamento. da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973;

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5. recebidas a título de incentivo à demissão; dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação
6.  recebidas a título de abono de férias na forma dos profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela em‑
arts.  143 e 144 da CLT; (Redação dada pela Lei nº 9.711, presa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela
de 1998) salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso
7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos ao mesmo; (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998)
expressamente desvinculados do salário; (Redação dada u) a importância recebida a título de bolsa de aprendiza‑
pela Lei nº 9.711, de 1998) gem garantida ao adolescente até quatorze anos de idade,
8. recebidas a título de licença‑prêmio indenizada; (Re­ de acordo com o disposto no art. 64 da Lei nº 8.069, de 13
dação dada pela Lei nº 9.711, de 1998) de julho de 1990; (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528,
9. recebidas a título da indenização de que trata o art. 9º de 10/12/1997)
da Lei nº 7.238, de 29 de outubro de 1984; (Redação dada v) os valores recebidos em decorrência da cessão de
pela Lei nº 9.711, de 1998) direitos autorais; (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de
f) a parcela recebida a título de vale‑transporte, na forma 10/12/1997)
da legislação própria; x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT;
g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusi‑ (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997)
vamente em decorrência de mudança de local de trabalho y) o valor correspondente ao vale-cultura. (Incluído pela
do empregado, na forma do art. 470 da CLT; (Redação dada Lei nº 12.761, de 2012)
pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) § 10. Considera‑se salário de contribuição, para o segu‑
h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% rado empregado e trabalhador avulso, na condição prevista
(cinquenta por cento) da remuneração mensal; no § 5º do art. 12, a remuneração efetivamente auferida na
i) a importância recebida a título de bolsa de complemen‑ entidade sindical ou empresa de origem. (Parágrafo acres­
tação educacional de estagiário, quando paga nos termos da centado pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997)
Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977; § 11. Considera-se remuneração do contribuinte indi‑
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, vidual que trabalha como condutor autônomo de veículo
quando paga ou creditada de acordo com lei específica; rodoviário, como auxiliar de condutor autônomo de veículo
l) o abono do Programa de Integração Social‑PIS e do rodoviário, em automóvel cedido em regime de colaboração,
Programa de Assistência ao Servidor Público – Pasep; (Alínea nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974, como
acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) operador de trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira
m) os valores correspondentes a transporte, alimen‑ e assemelhados, o montante correspondente a 20% (vinte
tação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado por cento) do valor bruto do frete, carreto, transporte de pas‑
contratado para trabalhar em localidade distante da de sua sageiros ou do serviço prestado, observado o limite máximo
residência, em canteiro de obras ou local que, por força da a que se refere o § 5º. (Incluído pela Lei nº 13.202, de 2015)
atividade, exija deslocamento e estada, observadas as nor‑ Art. 29. (Revogado pela Lei nº 9.876, de 1999)
mas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho;
(Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) CAPÍTULO X
n) a importância paga ao empregado a título de comple‑ Da Arrecadação e Recolhimento das Contribuições
mentação ao valor do auxílio‑doença, desde que este direito
seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa; Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribui‑
(Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) ções ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social
o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador obedecem às seguintes normas: (Redação dada pela Lei
da agroindústria canavieira, de que trata o art.  36 da Lei nº 8.620, de 5/1/1993)
nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965; (Alínea acrescentada I – a empresa é obrigada a:
pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) a) arrecadar as contribuições dos segurados empregados
p) o valor das contribuições efetivamente pago pela e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontando‑as da
pessoa jurídica relativo a programa de previdência comple‑ respectiva remuneração;
mentar, aberto ou fechado, desde que disponível à totali‑ b) recolher os valores arrecadados na forma da alínea
dade de seus empregados e dirigentes, observados, no que a deste inciso, a contribuição a que se refere o inciso IV do
couber, os arts. 9º e 468 da CLT; (Alínea acrescentada pela art. 22 desta Lei, assim como as contribuições a seu cargo
Lei nº 9.528, de 10/12/1997) incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou credi‑
q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médi‑ tadas, a qualquer título, aos segurados empregados, traba‑
co ou odontológico, próprio da empresa ou por ela convenia‑ lhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço
do, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da competência;
óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico‑hospitalares (Redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009)
e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade c) recolher as contribuições de que tratam os incisos I
dos empregados e dirigentes da empresa; (Alínea acrescen­ e II do art. 23, na forma e prazos definidos pela legislação
tada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) tributária federal vigente;
Conhecimentos Específicos

r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e II  – os segurados contribuinte individual e facultativo


outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no estão obrigados a recolher sua contribuição por iniciativa
local do trabalho para prestação dos respectivos serviços; própria, até o dia quinze do mês seguinte ao da competência;
(Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999)
s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do III – a empresa adquirente, consumidora ou consignatária
empregado e o reembolso creche pago em conformidade ou a cooperativa são obrigadas a recolher a contribuição de
com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de que trata o art. 25 até o dia 20 (vinte) do mês subsequente
seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as ao da operação de venda ou consignação da produção, in‑
despesas realizadas; (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, dependentemente de essas operações terem sido realizadas
de 10/12/1997) diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa
t) o valor relativo a plano educacional que vise à educa‑ física, na forma estabelecida em regulamento; (Redação dada
ção básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de pela Lei nº 11.933, de 2009)

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72 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
IV – a empresa adquirente, consumidora ou consigna‑ c) de serviços prestados, de equipamentos utilizados e
tária ou a cooperativa ficam sub‑rogadas nas obrigações da de produtos comercializados no imóvel rural, desde que em
pessoa física de que trata a alínea a do inciso V do art. 12 e atividades turística e de entretenimento desenvolvidas no
do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do próprio imóvel, inclusive hospedagem, alimentação, recepção,
art. 25 desta Lei, independentemente de as operações de recreação e atividades pedagógicas, bem como taxa de visita‑
venda ou consignação terem sido realizadas diretamente ção e serviços especiais; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
com o produtor ou com intermediário pessoa física, exceto XIII – o segurado especial é obrigado a arrecadar a con‑
no caso do inciso X deste artigo, na forma estabelecida em re‑ tribuição de trabalhadores a seu serviço e a recolhê‑la no
gulamento; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) prazo referido na alínea b do inciso I do caput deste artigo.
V – o empregador doméstico é obrigado a arrecadar (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
e a recolher a contribuição do segurado empregado a seu § 1º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 28/4/1995)
serviço, assim como a parcela a seu cargo, até o dia 7 do § 2º Se não houver expediente bancário nas datas indi‑
mês seguinte ao da competência; (Redação dada pela Lei cadas: (Redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009)
Complementar nº 150, de 2015) I – no inciso II do caput, o recolhimento deverá ser efetu‑
VI  – o proprietário, o  incorporador definido na Lei ado até o dia útil imediatamente posterior; e (Redação dada
nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da obra ou pela Lei nº 13.202, de 2015)
condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma II – na alínea b do inciso I e nos incisos III, V, X e XIII do
de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são caput, até o dia útil imediatamente anterior. (Redação dada
solidários com o construtor, e estes com a subempreiteira, pela Lei nº 13.202, de 2015)
pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade § 3º Aplica‑se à entidade sindical e à empresa de origem
Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor o disposto nas alíneas a e b do inciso I, relativamente à remu‑
ou contratante da obra e admitida a retenção de importância neração do segurado referido no § 5º do art. 12. (Parágrafo
a este devida para garantia do cumprimento dessas obriga‑ acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997)
ções, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício §  4º Na hipótese de o contribuinte individual prestar
de ordem; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) serviço a uma ou mais empresas, poderá deduzir, da sua
VII  – exclui‑se da responsabilidade solidária perante contribuição mensal, quarenta e cinco por cento da contri‑
a Seguridade Social o adquirente de prédio ou unidade buição da empresa, efetivamente recolhida ou declarada,
imobiliária que realizar a operação com empresa de co‑ incidente sobre a remuneração que esta lhe tenha pago ou
mercialização ou incorporador de imóveis, ficando estes creditado, limitada a dedução a nove por cento do respectivo
solidariamente responsáveis com o construtor69; salário de contribuição. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999)
VIII – nenhuma contribuição à Seguridade Social é de‑ §  5º Aplica‑se o disposto no §  4º ao cooperado que
vida se a construção residencial unifamiliar, destinada ao prestar serviço a empresa por intermédio de cooperativa de
uso próprio, de tipo econômico, for executada sem mão de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999)
obra assalariada, observadas as exigências do regulamento; § 6º (Revogado pela Lei nº 13.202, de 2015)
IX  – as empresas que integram grupo econômico de § 7º A empresa ou cooperativa adquirente, consumidora
qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, ou consignatária da produção fica obrigada a fornecer ao
pelas obrigações decorrentes desta Lei70; segurado especial cópia do documento fiscal de entrada
X – a pessoa física de que trata a alínea a do inciso V da mercadoria, para fins de comprovação da operação e
do art. 12 e o segurado especial são obrigados a recolher a da respectiva contribuição previdenciária. (Incluído pela Lei
contribuição de que trata o art. 25 desta Lei no prazo esta‑ nº 11.718, de 2008)
belecido no inciso III deste artigo, caso comercializem a sua § 8º Quando o grupo familiar a que o segurado especial
produção: (Inciso alterado e alíneas acrescentadas pela Lei estiver vinculado não tiver obtido, no ano, por qualquer
nº 9.528, de 10/12/1997) motivo, receita proveniente de comercialização de produção
a) no exterior; deverá comunicar a ocorrência à Previdência Social, na forma
b) diretamente, no varejo, ao consumidor pessoa física; do regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
c) à pessoa física de que trata a alínea a do inciso V do § 9º Quando o segurado especial tiver comercializado
art. 12; sua produção do ano anterior exclusivamente com empresa
d) ao segurado especial; adquirente, consignatária ou cooperativa, tal fato deverá
XI – aplica‑se o disposto nos incisos III e IV deste artigo ser comunicado à Previdência Social pelo respectivo grupo
à pessoa física não produtor rural que adquire produção familiar. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
para venda no varejo a consumidor pessoa física. (Inciso Art. 31. A empresa contratante de serviços executados
acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de
XII – sem prejuízo do disposto no inciso X do caput deste trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do
artigo, o produtor rural pessoa física e o segurado especial valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços
são obrigados a recolher, diretamente, a contribuição inci‑ e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra,
Conhecimentos Específicos

dente sobre a receita bruta proveniente: (Incluído pela Lei a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente
nº 11.718, de 2008) ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o
a) da comercialização de artigos de artesanato elabo‑ dia útil imediatamente anterior se não houver expediente
rados com matéria‑prima produzida pelo respectivo grupo bancário naquele dia, observado o disposto no § 5º do art. 33
familiar; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009)
b) de comercialização de artesanato ou do exercício de § 1º O valor retido de que trata o caput deste artigo, que
atividade artística, observado o disposto nos incisos VII e VIII deverá ser destacado na nota fiscal ou fatura de prestação
do § 10 do art. 12 desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de serviços, poderá ser compensado por qualquer estabe‑
de 2008) lecimento da empresa cedente da mão de obra, por ocasião
do recolhimento das contribuições destinadas à Seguridade
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
69 Social devidas sobre a folha de pagamento dos seus segura‑
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
70 dos. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

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§ 2º Na impossibilidade de haver compensação integral § 9º A empresa deverá apresentar o documento a que
na forma do parágrafo anterior, o saldo remanescente será se refere o inciso IV do caput deste artigo ainda que não
objeto de restituição. (Redação dada pela Lei nº 9.711, ocorram fatos geradores de contribuição previdenciária,
de 1998) aplicando‑se, quando couber, a  penalidade prevista no
§ 3º Para os fins desta Lei, entende‑se como cessão de art. 32-A desta Lei.
mão de obra a colocação à disposição do contratante, em §  10. O  descumprimento do disposto no inciso IV do
suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que caput deste artigo impede a expedição da certidão de prova
realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional. (Redação
atividade‑fim da empresa, quaisquer que sejam a natureza dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
e a forma de contratação. (Redação dada pela Lei nº 9.711, § 11. Em relação aos créditos tributários, os do-cumentos
de 1998) comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata
§ 4º Enquadram‑se na situação prevista no parágrafo an‑ este artigo devem ficar arquivados na empresa até que ocorra
terior, além de outros estabelecidos em regulamento, os se‑ a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações
a que se refiram. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
guintes serviços: (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998)
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 12.692, de 2012)
I – limpeza, conservação e zeladoria; (Incluído pela Lei
Art. 32-A. O  contribuinte que deixar de apresentar a
nº 9.711, de 1998) declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta
II  – vigilância e segurança; (Incluído pela Lei nº 9.711, Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou
de 1998) omissões será intimado a apresentá‑la ou a prestar esclare‑
III  – empreitada de mão de obra; (Incluído pela Lei cimentos e sujeitar‑se‑á às seguintes multas: (Incluído pela
nº 9.711, de 1998) Lei nº 11.941, de 2009) (Vide Lei nº 13.097, de 2015)
IV  – contratação de trabalho temporário na forma da I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez)
Lei nº  6.019, de 3 de janeiro de 1974. (Incluído pela Lei informações incorretas ou omitidas; e  (Incluído pela Lei
nº 9.711, de 1998) nº 11.941, de 2009)
§ 5º O cedente da mão de obra deverá elaborar folhas II – de 2% (dois por cento) ao mês‑calendário ou fração,
de pagamento distintas para cada contratante. (Incluído pela incidentes sobre o montante das contribuições informadas,
Lei nº 9.711, de 1998) ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da
§ 6º Em se tratando de retenção e recolhimento realiza‑ declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por
dos na forma do caput deste artigo, em nome de consórcio, cento), observado o disposto no § 3º deste artigo. (Incluído
de que tratam os arts. 278 e 279 da Lei nº 6.404, de 15 de pela Lei nº 11.941, de 2009)
dezembro de 1976, aplica‑se o disposto em todo este artigo, § 1º Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso
observada a participação de cada uma das empresas con‑ II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial
sorciadas, na forma do respectivo ato constitutivo. (Incluído o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da
pela Lei nº 11.941, de 2009) declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou,
Art. 32. A empresa é também obrigada a: no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto
I  – preparar folhas‑de‑pagamento das remunerações de infração ou da notificação de lançamento. (Incluído pela
pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de Lei nº 11.941, de 2009)
acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão § 2º Observado o disposto no § 3º deste artigo, as multas
competente da Seguridade Social; serão reduzidas: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
I – à metade, quando a declaração for apresentada após
II – lançar mensalmente em títulos próprios de sua conta‑
o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou
bilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
as contribuições, o  montante das quantias descontadas, II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresen‑
as contribuições da empresa e os totais recolhidos; tação da declaração no prazo fixado em intimação. (Incluído
III  – prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil pela Lei nº 11.941, de 2009)
todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de § 3º A multa mínima a ser aplicada será de: (Incluído pela
seu interesse, na forma por ela estabelecida, bem como os Lei nº 11.941, de 2009)
esclarecimentos necessários à fiscalização; (Redação dada I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratando‑se de omissão de
pela Lei nº 11.941, de 2009) declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribui‑
IV – declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ção previdenciária; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de II  – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.
Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base Art. 32-B. Os órgãos da administração direta, as autar‑
de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária quias, as fundações e as empresas públicas da União, dos
e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cujas Normas
Curador do FGTS; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos
(Vide Lei nº 13.097, de 2015) orçamentos estão definidas pela Lei nº 4.320, de 17 de março
Conhecimentos Específicos

V – (Vetado pela Lei nº 10.403, de 2002) de 1964, e pela Lei Complementar no 101, de 4 de maio de
VI  – comunicar, mensalmente, aos  empregados, por 2000, ficam obrigados, na forma estabelecida pela Secreta‑
intermédio de documento a ser definido em regulamento, ria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda,
os valores recolhidos sobre o total de sua remuneração ao a apresentar: (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013)
INSS. (Incluído pela Lei nº 12.692, de 2012) I  – a contabilidade entregue ao Tribunal de Controle
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) Externo; e (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013)
§ 2º A declaração de que trata o inciso IV do caput deste II – a folha de pagamento. (Incluído pela Lei nº 12.810,
artigo constitui instrumento hábil e suficiente para a exigên‑ de 2013)
cia do crédito tributário, e suas informações comporão a base Parágrafo único. As  informações de que trata o caput
de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios deverão ser apresentadas até o dia 30 de abril do ano
previdenciários. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) seguinte ao encerramento do exercício. (Incluído pela Lei
§§ 3º ao 8º (Revogados pela Lei nº 11.941, de 2009) nº 12.810, de 2013)

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74 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 32-C. O segurado especial responsável pelo grupo § 11. A Caixa Econômica Federal, com base nos elementos
familiar que contratar na forma do § 8o do art. 12 apresentará identificadores do recolhimento, disponíveis no sistema de
as informações relacionadas ao registro de trabalhadores, que trata o caput deste artigo, transferirá para a Conta Única
aos  fatos geradores, à  base de cálculo e aos valores das do Tesouro Nacional os valores arrecadados dos tributos e
contribuições devidas à Previdência Social e ao Fundo de das contribuições previstas nos incisos X, XII e XIII do caput
Garantia do Tempo de Serviço – FGTS e outras informações do art. 30. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
de interesse da Secretaria da Receita Federal do Brasil, do § 12. A impossibilidade de utilização do sistema eletrô‑
Ministério da Previdência Social, do Ministério do Trabalho nico referido no caput será objeto de regulamento, a  ser
e Emprego e do Conselho Curador do FGTS, por meio de editado pelo Ministério da Fazenda e pelo Agente Operador
sistema eletrônico com entrada única de dados, e efetuará do FGTS. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
os recolhimentos por meio de documento único de arreca‑ § 13. A sistemática de entrega das informações e reco‑
dação. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência) lhimentos de que trata o caput poderá ser estendida pelas
§ 1º Os Ministros de Estado da Fazenda, da Previdência autoridades previstas no § 1º para o produtor rural pessoa
Social e do Trabalho e Emprego disporão, em ato conjunto, física de que trata a alínea a do inciso V do caput do art. 12.
sobre a prestação das informações, a apuração, o recolhi‑ (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
mento e a distribuição dos recursos recolhidos e sobre as
§ 14. Aplica‑se às informações entregues na forma deste
informações geradas por meio do sistema eletrônico e da
artigo o disposto no §2º do art. 32 e no art. 32-A. (Incluído
guia de recolhimento de que trata o caput. (Incluído pela Lei
pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
nº 12.873, de 2013) (Vigência)
§  2º As informações prestadas no sistema eletrônico Art. 33. À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete
de que trata o caput têm caráter declaratório, constituem planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relati‑
instrumento hábil e suficiente para a exigência dos tributos vas à tributação, à fiscalização, à arrecadação, à cobrança e
e encargos apurados e substituirão, na forma regulamentada ao recolhimento das contribuições sociais previstas no pará‑
pelo ato conjunto que prevê o § 1º, a obrigatoriedade de grafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições incidentes
entrega de todas as informações, formulários e declarações a título de substituição e das devidas a outras entidades e
a que está sujeito o grupo familiar, inclusive as relativas ao fundos. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
recolhimento do FGTS. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) §  1º É prerrogativa da Secretaria da Receita Federal
(Vigência) do Brasil, por intermédio dos Auditores‑Fiscais da Receita
§ 3º O segurado especial de que trata o caput está obri‑ Federal do Brasil, o exame da contabilidade das empresas,
gado a arrecadar as contribuições previstas nos incisos X, XII ficando obrigados a prestar todos os esclarecimentos e in‑
e XIII do caput do art. 30, os valores referentes ao FGTS e os formações solicitados o segurado e os terceiros responsáveis
encargos trabalhistas sob sua responsabilidade, até o dia 7 pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e das
(sete) do mês seguinte ao da competência. (Incluído pela Lei contribuições devidas a outras entidades e fundos. (Redação
nº 12.873, de 2013) (Vigência) dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 4º Os recolhimentos devidos, nos termos do § 3º, deve‑ §  2º A empresa, o  segurado da Previdência Social,
rão ser pagos por meio de documento único de arrecadação. o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante,
(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência) o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial
ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos
§ 5º Se não houver expediente bancário na data indicada e livros relacionados com as contribuições previstas nesta
no § 3º, o recolhimento deverá ser antecipado para o dia Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
útil imediatamente anterior. (Incluído pela Lei nº 12.873, de § 3º Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer do‑
2013) (Vigência) cumento ou informação, ou sua apresentação deficiente,
§  6º Os valores não pagos até a data do vencimento a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo
sujeitar‑se‑ão à incidência de acréscimos e encargos legais da penalidade cabível, lançar de ofício a importância devi‑
na forma prevista na legislação do Imposto sobre a Renda da. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
e Proventos de Qualquer Natureza para as contribuições de § 4º Na falta de prova regular e formalizada pelo sujeito
caráter tributário, e conforme o art. 22 da Lei no 8.036, de 11 passivo, o montante dos salários pagos pela execução de
de maio de 1990, para os depósitos do FGTS, inclusive no que obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo
se refere às multas por atraso. (Incluído pela Lei nº 12.873, da mão de obra empregada, proporcional à área construí‑
de 2013) (Vigência) da71, de acordo com critérios estabelecidos pela Secretaria
§ 7º O recolhimento do valor do FGTS na forma deste da Receita Federal do Brasil, cabendo ao proprietário, dono
artigo será creditado diretamente em conta vinculada do da obra, condômino da unidade imobiliária ou empresa cor‑
trabalhador, assegurada a transferência dos elementos iden‑ responsável o ônus da prova em contrário. (Redação dada
tificadores do recolhimento ao agente operador do fundo. pela Lei nº 11.941, de 2009)
(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência) §  5º O desconto de contribuição e de consignação le‑
§ 8º O ato de que trata o § 1º regulará a compensação galmente autorizadas sempre se presume feito oportuna e
Conhecimentos Específicos

e a restituição dos valores dos tributos e dos encargos tra‑ regularmente pela empresa a isso obrigada, não lhe sendo
balhistas recolhidos, no documento único de arrecadação, lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando
indevidamente ou em montante superior ao devido. (Incluído diretamente responsável pela importância que deixou de re‑
pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência) ceber ou arrecadou em desacordo com o disposto nesta Lei.
§  9º A devolução de valores do FGTS, depositados na § 6º Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer
conta vinculada do trabalhador, será objeto de norma re‑ outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a
gulamentar do Conselho Curador e do Agente Operador do contabilidade não registra o movimento real de remuneração
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. (Incluído pela Lei dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão
nº 12.873, de 2013) (Vigência) apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamen‑
§ 10. O produto da arrecadação de que trata o § 3º será te devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário.
centralizado na Caixa Econômica Federal. (Incluído pela Lei
nº 12.873, de 2013) (Vigência) Esaf/SRFB/Analista Tributário/2009.
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§  7º O crédito da seguridade social é constituído por o imediato recolhimento das importâncias devidas à Seguri‑
meio de notificação de lançamento, de auto de infração dade Social. (Redação dada pela Lei nº 8.620, de 5/1/1993)
e de confissão de valores devidos e não recolhidos pelo § 1º Nas sentenças judiciais ou nos acordos homologados
contribuinte. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) em que não figurarem, discriminadamente, as parcelas legais
§  8º Aplicam‑se às contribuições sociais mencionadas relativas às contribuições sociais, estas incidirão sobre o valor
neste artigo as presunções legais de omissão de receita total apurado em liquidação de sentença ou sobre o valor do
previstas nos §§ 2º e 3º do art. 12 do Decreto‑Lei nº 1.598, acordo homologado. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
de 26 de dezembro de 1977, e nos arts. 40, 41 e 42 da Lei § 2º Considera‑se ocorrido o fato gerador das contribui‑
nº  9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei ções sociais na data da prestação do serviço. (Incluído pela
nº 11.941, de 2009) Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 34. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) § 3º As contribuições sociais serão apuradas mês a mês,
Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das con‑ com referência ao período da prestação de serviços, me‑
tribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo diante a aplicação de alíquotas, limites máximos do salário
único do art.  11 desta Lei, das contribuições instituídas a de contribuição e acréscimos legais moratórios vigentes
título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, relativamente a cada uma das competências abrangidas,
assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos devendo o recolhimento ser efetuado no mesmo prazo em
prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa que devam ser pagos os créditos encontrados em liquidação
de mora e juros de mora, nos termos do art.  61 da Lei de sentença ou em acordo homologado, sendo que nesse
nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela último caso o recolhimento será feito em tantas parcelas
Lei nº 11.941, de 2009) quantas as previstas no acordo, nas mesmas datas em que
Incisos I ao III, alíneas e §§. (Revogados pela Lei sejam exigíveis e proporcionalmente a cada uma delas. (In­
nº 11.941, de 2009). cluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 35-A. Nos casos de lançamento de ofício relativos § 4º No caso de reconhecimento judicial da prestação de
às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplica‑se o serviços em condições que permitam a aposentadoria espe‑
disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de cial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos de
1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) contribuição, serão devidos os acréscimos de contribuição
Art. 36. (Revogado pela Lei nº 8.218, de 29/8/1991) de que trata o § 6º do art. 57 da Lei nº 8.213, de 24 de julho
Art. 37. Constatado o não recolhimento total ou parcial de 1991. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
das contribuições tratadas nesta Lei, não declaradas na for‑ §  5º Na hipótese de acordo celebrado após ter sido
ma do art. 32 desta Lei, a falta de pagamento de benefício proferida decisão de mérito, a contribuição será calculada
reembolsado ou o descumprimento de obrigação acessória, com base no valor do acordo. (Incluído pela Lei nº 11.941,
será lavrado auto de infração ou notificação de lançamen‑ de 2009)
to. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 6º Aplica‑se o disposto neste artigo aos valores devidos
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) ou pagos nas Comissões de Conciliação Prévia de que trata
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) a Lei nº 9.958, de 12 de janeiro de 2000. (Incluído pela Lei
Art. 38. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) nº 11.941, de 2009)
Art. 39. O débito original e seus acréscimos legais, bem Art. 44. (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007)
como outras multas previstas em lei, constituem dívida ativa
Art. 45. (Revogado pela Lei Complementar nº 128,
da União, promovendo‑se a inscrição em livro próprio daque‑
de 2008)
la resultante das contribuições de que tratam as alíneas a,
Art. 45-A. O contribuinte individual que pretenda contar
b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei. (Redação dada
como tempo de contribuição, para fins de obtenção de bene‑
pela Lei nº 11.457, de 2007)
fício no Regime Geral de Previdência Social ou de contagem
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007)
§ 2º É facultado aos órgãos competentes, antes de ajuizar recíproca do tempo de contribuição, período de atividade
a cobrança da dívida ativa de que trata o caput deste artigo, remunerada alcançada pela decadência deverá indenizar
promover o protesto de título dado em garantia, que será o INSS. (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
recebido pro solvendo. (Redação dada pela Lei nº 11.457, § 1º O valor da indenização a que se refere o caput deste
de 2007) artigo e o § 1º do art. 55 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de
§ 3º Serão inscritas como dívida ativa da União as con‑ 1991, corresponderá a 20% (vinte por cento): (Incluído pela
tribuições que não tenham sido recolhidas ou parceladas Lei Complementar nº 128, de 2008)
resultantes das informações prestadas no documento a que I – da média aritmética simples dos maiores salários de
se refere o inciso IV do art. 32 desta Lei. (Redação dada pela contribuição, reajustados, correspondentes a 80% (oitenta
Lei nº 11.457, de 2007) por cento) de todo o período contributivo decorrido desde
Art. 40. (Vetado) a competência julho de 1994; ou (Incluído pela Lei Comple­
Art. 41. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) mentar nº 128, de 2008)
Art. 42. Os administradores de autarquias e fundações II – da remuneração sobre a qual incidem as contribuições
Conhecimentos Específicos

públicas, criadas e mantidas pelo Poder Público, de empre‑ para o regime próprio de previdência social a que estiver
sas públicas e de sociedades de economia mista sujeitas ao filiado o interessado, no caso de indenização para fins da
controle da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos contagem recíproca de que tratam os arts. 94 a 99 da Lei
Municípios, que se encontrarem em mora, por mais de 30 nº 8.213, de 24 de julho de 1991, observados o limite máximo
(trinta) dias, no recolhimento das contribuições previstas previsto no art. 28 e o disposto em regulamento. (Incluído
nesta Lei, tornam‑se solidariamente responsáveis pelo res‑ pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
pectivo pagamento, ficando ainda sujeitos às proibições do § 2º Sobre os valores apurados na forma do § 1º deste
art. 1º e às sanções dos arts. 4º e 7º do Decreto‑Lei nº 368, artigo incidirão juros moratórios de 0,5% (cinco décimos
de 19 de dezembro de 1968. por cento) ao mês, capitalizados anualmente, limitados ao
Art. 43. Nas ações trabalhistas de que resultar o paga‑ percentual máximo de 50% (cinquenta por cento), e multa
mento de direitos sujeitos à incidência de contribuição previ‑ de 10% (dez por cento). (Incluído pela Lei Complementar
denciária, o juiz, sob pena de responsabilidade, determinará nº 128, de 2008)

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§ 3º O disposto no § 1º deste artigo não se aplica aos c) a averbação prevista no inciso II deste artigo, relativa
casos de contribuições em atraso não alcançadas pela de‑ a imóvel cuja construção tenha sido concluída antes de 22
cadência do direito de a Previdência constituir o respectivo de novembro de 1966.
crédito, obedecendo‑se, em relação a elas, as disposições d) o recebimento pelos Municípios de transferência de
aplicadas às empresas em geral. (Incluído pela Lei Comple­ recursos destinados a ações de assistência social, educação,
mentar nº 128, de 2008) saúde e em caso de calamidade pública. (Incluído pela Lei
Art. 46. (Revogado pela Lei Complementar nº 128, nº 11.960, de 2009)
de 2008) § 7º O condômino adquirente de unidades imobiliárias
de obra de construção civil não incorporada na forma da
CAPÍTULO XI Lei nº  4.591, de 16 de dezembro de 1964, poderá obter
Da Prova de Inexistência de Débito documento comprobatório de inexistência de débito, desde
que comprove o pagamento das contribuições relativas à
Art. 47. É  exigida Certidão Negativa de Débito  – CND, sua unidade, conforme dispuser o regulamento.
fornecida pelo órgão competente, nos seguintes casos: (Re­ § 8º (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
dação dada pela Lei nº 9.032, de 28/4/1995) Art. 48. A prática de ato com inobservância do disposto
I – da empresa: no artigo anterior, ou o seu registro, acarretará a respon‑
a) na contratação com o Poder Público e no recebimento sabilidade solidária dos contratantes e do oficial que lavrar
de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício concedido ou registrar o instrumento, sendo o ato nulo para todos
por ele; os efeitos.
b) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem § 1º Os órgãos competentes podem intervir em instru‑
imóvel ou direito a ele relativo; mento que depender de prova de inexistência de débito,
c) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem a fim de autorizar sua lavratura, desde que o débito seja
móvel de valor superior a Cr$ 2.500.000,00 (dois milhões e
pago no ato ou o seu pagamento fique assegurado mediante
quinhentos mil cruzeiros) incorporado ao ativo permanente
confissão de dívida fiscal com o oferecimento de garantias
da empresa; 19
reais suficientes, na forma estabelecida em regulamento.
d) no registro ou arquivamento, no órgão próprio, de ato
§ 2º Em se tratando de alienação de bens do ativo de
relativo a baixa ou redução de capital de firma individual,
empresa em regime de liquidação extrajudicial, visando à
redução de capital social, cisão total ou parcial, transfor‑
obtenção de recursos necessários ao pagamento dos cre‑
mação ou extinção de entidade ou sociedade comercial ou
civil e transferência de controle de cotas de sociedades de dores, independentemente do pagamento ou da confissão
responsabilidade limitada; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de dívida fiscal, o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS
de 10/12/1997) poderá autorizar a lavratura do respectivo instrumento,
II – do proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de desde que o valor do crédito previdenciário conste, regular‑
construção civil, quando de sua averbação no registro de mente, do quadro geral de credores, observada a ordem de
imóveis, salvo no caso do inciso VIII do art. 30. preferência legal. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.639,
§ 1º A prova de inexistência de débito deve ser exigida da de 25/5/1998)
empresa em relação a todas as suas dependências, estabe‑ § 3º O servidor, o serventuário da Justiça, o titular de
lecimentos e obras de construção civil, independentemente serventia extrajudicial e a autoridade ou órgão que infrin‑
do local onde se encontrem, ressalvado aos órgãos compe‑ girem o disposto no artigo anterior incorrerão em multa
tentes o direito de cobrança de qualquer débito apurado aplicada na forma estabelecida no art. 92, sem prejuízo da
posteriormente. responsabilidade administrativa e penal cabível. (Parágrafo
§ 2º A prova de inexistência de débito, quando exigível ao renumerado e alterado pela Lei nº 9.639, de 25/5/1998)
incorporador, independe da apresentada no registro de imó‑
veis por ocasião da inscrição do memorial de incorporação. TÍTULO VII
§  3º Fica dispensada a transcrição, em instrumento DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
público ou particular, do inteiro teor do documento com‑
probatório de inexistência de débito, bastando a referência Art. 49. A  matrícula da empresa será efetuada nos
ao seu número de série e data da emissão, bem como a termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Re‑
guarda do documento comprobatório à disposição dos ceita Federal do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.941,
órgãos competentes. de 2009)
§  4º O documento comprobatório de inexistência de I – (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
débito poderá ser apresentado por cópia autenticada, dis‑ II – (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
pensada a indicação de sua finalidade, exceto no caso do § 1º No caso de obra de construção civil, a matrícula
inciso II deste artigo. deverá ser efetuada mediante comunicação obrigatória
§ 5º O prazo de validade da Certidão Negativa de Débito – do responsável por sua execução, no prazo de 30 (trinta)
CND é de sessenta dias, contados da sua emissão, podendo dias, contado do início de suas atividades, quando obterá
Conhecimentos Específicos

ser ampliado por regulamento para até cento e oitenta dias. número cadastral básico, de caráter permanente. (Redação
(Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998) dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 6º Independe de prova de inexistência de débito: a) (Revogada);  (Redação dada pela Lei nº 11.941,
a) a lavratura ou assinatura de instrumento, ato ou con‑ de 2009)
trato que constitua retificação, ratificação ou efetivação de b) (Revogada).  (Redação dada pela Lei nº 11.941,
outro anterior para o qual já foi feita a prova; de 2009)
b) a constituição de garantia para concessão de crédito § 2º (Revogado dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
rural, em qualquer de suas modalidades, por instituição de § 3º O não cumprimento do disposto no § 1º deste arti‑
crédito pública ou privada, desde que o contribuinte referido go sujeita o responsável a multa na forma estabelecida no
no art. 25, não seja responsável direto pelo recolhimento art. 92 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
de contribuições sobre a sua produção para a Seguridade § 4º O Departamento Nacional de Registro do Comércio –
Social; DNRC, por intermédio das Juntas Comerciais bem como os

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Cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas prestarão, que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios possam
obrigatoriamente, à Secretaria da Receita Federal do Brasil receber as transferências dos recursos do Fundo de Partici‑
todas as informações referentes aos atos constitutivos e pação dos Estados e do Distrito Federal – FPE e do Fundo de
alterações posteriores relativos a empresas e entidades ne‑ Participação dos Municípios – FPM, celebrar acordos, contra‑
les registradas. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) tos, convênios ou ajustes, bem como receber empréstimos,
§  5º A matrícula atribuída pela Secretaria da Receita financiamentos, avais e subvenções em geral de órgãos ou
Federal do Brasil ao produtor rural pessoa física ou segu‑ entidades da administração direta e indireta da União.
rado especial é o documento de inscrição do contribuinte, § 1º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.187-13, de
em substituição à inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa 2001). (Renumerado do parágrafo único e Incluído pela Lei
Jurídica – CNPJ, a ser apresentado em suas relações com o nº 12.810, de 2013)
Poder Público, inclusive para licenciamento sanitário de pro‑ § 2º Os recursos do FPE e do FPM não transferidos em
dutos de origem animal ou vegetal submetidos a processos decorrência da aplicação do caput deste artigo poderão ser
de beneficiamento ou industrialização artesanal, com as utilizados para quitação, total ou parcial, dos débitos relativos
instituições financeiras, para fins de contratação de opera‑ às contribuições de que tratam as alíneas a e c do parágrafo
ções de crédito, e com os adquirentes de sua produção ou único do art. 11 desta Lei, a pedido do representante legal
fornecedores de sementes, insumos, ferramentas e demais do Estado, Distrito Federal ou Município. (Incluído pela Lei
implementos agrícolas. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) nº 12.810, de 2013)
§  6º O disposto no §  5º deste artigo não se aplica ao Art. 57. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
licenciamento sanitário de produtos sujeitos à incidência de serão, igualmente, obrigados a apresentar, a partir de 1º de
Imposto sobre Produtos Industrializados ou ao contribuinte junho de 1992, para os fins do disposto no artigo anterior,
cuja inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ comprovação de pagamento da parcela mensal referente
seja obrigatória. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) aos débitos com o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS,
Art. 50. Para fins de fiscalização do INSS, o Município, existentes até 1º de setembro de 1991, renegociados nos
por intermédio do órgão competente, fornecerá relação de termos desta Lei.
alvarás para construção civil e documentos de “habite‑se” Art. 58. Os débitos dos Estados, do Distrito Federal e dos
concedidos. (Redação dada pela Lei nº 9.476, de 1997) Municípios para com o Instituto Nacional do Seguro Social –
Art. 51. O crédito relativo a contribuições, cotas e res‑ INSS, existentes até 1º de setembro de 1991, poderão ser li‑
pectivos adicionais ou acréscimos de qualquer natureza quidados em até 240 (duzentos e quarenta) parcelas mensais.
arrecadados pelos órgãos competentes, bem como a atu‑ § 1º Para apuração dos débitos será considerado o valor
original atualizado pelo índice oficial utilizado pela Segurida‑
alização monetária e os juros de mora, estão sujeitos, nos
de Social para correção de seus créditos. (Renumerado pela
processos de falência, concordata ou concurso de credores,
Lei nº 8.444, de 20/7/1992)
às  disposições atinentes aos créditos da União, aos  quais
§ 2º As contribuições descontadas até 30 de junho de
são equiparados. 1992 dos segurados que tenham prestado serviços aos Esta‑
Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro Social – dos, ao Distrito Federal e aos Municípios poderão ser objeto
INSS reivindicará os valores descontados pela empresa de de acordo para parcelamento em até doze meses, não se lhes
seus empregados e ainda não recolhidos. aplicando o disposto no § 1º do art. 38 desta Lei. (Parágrafo
Art. 52. Às  empresas, enquanto estiverem em débito acrescentado pela Lei nº 8.444, de 20/7/1992)
não garantido com a União, aplica‑se o disposto no art. 32 Art. 59. O  Instituto Nacional do Seguro Social  – INSS
da Lei nº 4.357, de 16 de julho de 1964. (Redação dada pela implantará, no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data
Lei nº 11.941, de 2009) da publicação desta Lei, sistema próprio e informatizado de
I – (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) cadastro dos pagamentos e débitos dos Governos Estaduais,
II – (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) do Distrito Federal e das Prefeituras Municipais, que viabilize
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) o permanente acompanhamento e fiscalização do disposto
Art. 53. Na execução judicial da dívida ativa da União, nos arts. 56, 57 e 58 e permita a divulgação periódica dos
suas autarquias e fundações públicas, será facultado ao devedores da Previdência Social.
exequente indicar bens à penhora, a  qual será efetivada Art. 60. O pagamento dos benefícios da Seguridade Social
concomitantemente com a citação inicial do devedor. será realizado por intermédio da rede bancária ou por ou‑
§ 1º Os bens penhorados nos termos deste artigo ficam tras formas definidas pelo Ministério da Previdência Social.
desde logo indisponíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 2º Efetuado o pagamento integral da dívida executada, Art. 61. As receitas provenientes da cobrança de débitos
com seus acréscimos legais, no prazo de 2 (dois) dias úteis dos Estados e Municípios e da alienação, arrendamento
contados da citação, independentemente da juntada aos ou locação de bens móveis ou imóveis pertencentes ao
autos do respectivo mandado, poderá ser liberada a penhora, patrimônio do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS,
desde que não haja outra execução pendente. deverão constituir reserva técnica, de longo prazo, que ga‑
Conhecimentos Específicos

§ 3º O disposto neste artigo aplica‑se também às execu‑ rantirá o seguro social estabelecido no Plano de Benefícios
ções já processadas. da Previdência Social.
§ 4º Não sendo opostos embargos, no caso legal, ou sen‑ Parágrafo único. É vedada a utilização dos recursos de
do eles julgados improcedentes, os autos serão conclusos ao que trata este artigo, para cobrir despesas de custeio em
juiz do feito, para determinar o prosseguimento da execução. geral, inclusive as decorrentes de criação, majoração ou
Art. 54. Os órgãos competentes estabelecerão critério extensão dos benefícios ou serviços da Previdência Social,
para a dispensa de constituição ou exigência de crédito de admitindo‑se sua utilização, excepcionalmente, em despesas
valor inferior ao custo dessa medida. de capital, na forma da lei de orçamento.
Art. 55. (Revogado pela Lei nº 12.101/2009) Art. 62. A contribuição estabelecida na Lei nº 5.161, de
Art. 56. A inexistência de débitos em relação às contribui‑ 21 de outubro de 1966, em favor da Fundação Jorge Duprat
ções devidas ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – Funda‑
a partir da publicação desta Lei, é condição necessária para centro, será de 2% (dois por cento) da receita proveniente da

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contribuição a cargo da empresa, a título de financiamento Art. 69. O Ministério da Previdência e Assistência Social
da complementação das prestações por acidente do trabalho, e o Instituto Nacional do Seguro Social  – INSS manterão
estabelecida no inciso II do art. 22. programa permanente de revisão da concessão e da manu‑
Parágrafo único. Os recursos referidos neste artigo po‑ tenção dos benefícios da Previdência Social, a fim de apurar
derão contribuir para o financiamento das despesas com irregularidades e falhas existentes. (Redação dada pela Lei
pessoal e administração geral da Fundação Jorge Duprat Fi‑ nº 9.528, de 10/12/1997)
gueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho‑Fundacentro. § 1º Havendo indício de irregularidade na concessão ou
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.639, de 25/5/1998) na manutenção de benefício, a Previdência Social notificará
o beneficiário para apresentar defesa, provas ou documentos
TÍTULO VIII de que dispuser, no prazo de trinta dias. (Redação dada pela
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Lei nº 9.528, de 10/12/1997)
§ 2º A notificação a que se refere o parágrafo anterior
CAPÍTULO I far‑se‑á por via postal com aviso de recebimento e, não
Da Modernização da Previdência Social comparecendo o beneficiário nem apresentando defesa, será
suspenso o benefício, com notificação ao beneficiário por
Arts. 63 a 66. (Revogados pela Medida Provisória edital resumido publicado uma vez em jornal de circulação na
nº 2.216-37, de 2001). localidade. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997)
Art. 67. Até que seja implantado o Cadastro Nacional do § 3º Decorrido o prazo concedido pela notificação postal
Trabalhador – CNT, as instituições e órgãos federais, estadu‑ ou pelo edital, sem que tenha havido resposta, ou caso seja
ais, do Distrito Federal e municipais, detentores de cadastros considerada pela Previdência Social como insuficiente ou
de empresas e de contribuintes em geral, deverão colocar à improcedente a defesa apresentada, o benefício será can‑
disposição do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, me‑ celado, dando‑se conhecimento da decisão ao beneficiário.
diante a realização de convênios, todos os dados necessários (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997)
à permanente atualização dos cadastros da Previdência Social. § 4º Para efeito do disposto no caput deste artigo, o Mi‑
Art. 68. O Titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas nistério da Previdência Social e o Instituto Nacional do Seguro
Naturais fica obrigado a comunicar, ao INSS, até o dia 10 de Social – INSS procederão, no mínimo a cada 5 (cinco) anos,
cada mês, o registro dos óbitos ocorridos no mês imediata‑ ao  recenseamento previdenciário, abrangendo todos os
mente anterior, devendo da relação constar a filiação, a data aposentados e pensionistas do regime geral de previdência
e o local de nascimento da pessoa falecida. (Redação dada social. (Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004)
pela Lei nº 8.870, de 15/4/1994) Art. 70. Os beneficiários da Previdência Social, aposen‑
§ 1º No caso de não haver sido registrado nenhum óbi‑ tados por invalidez, ficam obrigados, sob pena de sustação
to, deverá o Titular do Cartório de Registro Civil de Pessoas do pagamento do benefício, a  submeterem‑se a exames
Naturais comunicar este fato ao INSS no prazo estipulado médico‑periciais, estabelecidos na forma do regulamento,
no caput deste artigo. (Parágrafo acrescentado pela Lei que definirá sua periodicidade e os mecanismos de fiscali‑
nº 8.870, de 15/4/1994)
zação e auditoria.
§  2º A falta de comunicação na época própria, bem
Art. 71. O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS de‑
como o envio de informações inexatas, sujeitará o Titular de
verá rever os benefícios, inclusive os concedidos por acidente
Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais à penalidade
do trabalho, ainda que concedidos judicialmente, para avaliar
prevista no art. 92 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.476,
de 23/7/1997) a persistência, atenuação ou agravamento da incapacidade
§  3º A comunicação deverá ser feita por meio de for‑ para o trabalho alegada como causa para a sua concessão.
mulários para cadastramento de óbito, conforme modelo Parágrafo único. Será cabível a concessão de liminar nas
aprovado pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. ações rescisórias e revisional, para suspender a execução
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) do julgado rescindendo ou revisando, em caso de fraude ou
§ 4º No formulário para cadastramento de óbito deverá erro material comprovado. (Parágrafo acrescentado pela Lei
constar, além dos dados referentes à identificação do Cartório nº 9.032, de 28/4/1995)
de Registro Civil de Pessoas Naturais, pelo menos uma das Art. 72. O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS pro‑
seguintes informações relativas à pessoa falecida: (Incluído moverá, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da
pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) publicação desta Lei, a revisão das indenizações associadas a
a) número de inscrição do PIS/PASEP; (Incluído pela benefícios por acidentes do trabalho, cujos valores excedam
Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) a Cr$ 1.700.000,00 (um milhão e setecentos mil cruzeiros)
b) número de inscrição no Instituto Nacional do Seguro Art. 73. O setor encarregado pela área de benefícios no
Social – INSS, se contribuinte individual, ou número de be‑ âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS deverá
nefício previdenciário – NB, se a pessoa falecida for titular estabelecer indicadores qualitativos e quantitativos para
de qualquer benefício pago pelo INSS; (Incluído pela Medida acompanhamento e avaliação das concessões de benefícios
Provisória nº 2.187-13, de 2001) realizadas pelos órgãos locais de atendimento.
Conhecimentos Específicos

c) número do CPF; (Incluído pela Medida Provisória Art. 74. Os postos de benefícios deverão adotar como
nº 2.187-13, de 2001) prática o cruzamento das informações declaradas pelos
d) número de registro da Carteira de Identidade e res‑ segurados com os dados de cadastros de empresas e de
pectivo órgão emissor; (Incluído pela Medida Provisória contribuintes em geral quando da concessão de benefícios.
nº 2.187-13, de 2001) Art. 75. (Revogado pela Lei nº 9.711, de 1998)
e) número do título de eleitor; (Incluído pela Medida Art. 76. O  Instituto Nacional do Seguro Social  – INSS
Provisória nº 2.187-13, de 2001) deverá proceder ao recadastramento de todos aqueles
f) número do registro de nascimento ou casamento, que, por intermédio de procuração, recebem benefícios da
com informação do livro, da folha e do termo; (Incluído pela Previdência Social.
Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) Parágrafo único. O  documento de procuração deverá,
g) número e série da Carteira de Trabalho. (Incluído pela a cada semestre, ser revalidado pelos órgãos de atendimento
Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) locais.

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Art. 77. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, devem consignar as dotações necessárias ao pagamento das
de 2001) contribuições da Seguridade Social, de modo a assegurar a
Art. 78. O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na sua regular liquidação dentro do exercício.
forma da legislação específica, fica autorizado a contratar Art. 88. Os prazos de prescrição de que goza a União apli‑
auditorias externas, periodicamente, para analisar e emitir cam‑se à Seguridade Social, ressalvado o disposto no art. 46.
parecer sobre demonstrativos econômico‑financeiros e Art. 89. As contribuições sociais previstas nas alíneas a, b
contábeis, arrecadação, cobrança e fiscalização das contri‑ e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuições
buições, bem como pagamento dos benefícios, submetendo instituídas a título de substituição e as contribuições devidas
os resultados obtidos à apreciação do Conselho Nacional da a terceiros somente poderão ser restituídas ou compensadas
Seguridade Social. nas hipóteses de pagamento ou recolhimento indevido ou
Art. 79. (Revogado pela Lei nº 9.711, de 1998) maior que o devido, nos termos e condições estabelecidos
Art. 80. Fica o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Redação dada
obrigado a: pela Lei nº 11.941, de 2009)
I – enviar às empresas e aos seus segurados, quando §§ 1º ao 3º (Revogados pela Lei nº 11.941, de 2009)
solicitado, extrato relativo ao recolhimento das suas contri‑ § 4º O valor a ser restituído ou compensado será acres‑
buições; (Redação pela Lei nº 12.692, de 2012) cido de juros obtidos pela aplicação da taxa referencial do
II – (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – Selic para
III – emitir e enviar aos beneficiários o Aviso de Conces‑ títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês
são de Benefício, além da memória de cálculo do valor dos subsequente ao do pagamento indevido ou a maior que o
benefícios concedidos; devido até o mês anterior ao da compensação ou restituição
IV – reeditar versão atualizada, nos termos do Plano de e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que estiver
Benefícios, da Carta dos Direitos dos Segurados; sendo efetuada. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
V  – divulgar, com a devida antecedência, através dos §§ 5º ao 7º (Revogados pela Lei nº 11.941, de 2009)
meios de comunicação, alterações porventura realizadas na § 8º Verificada a existência de débito em nome do sujeito
forma de contribuição das empresas e segurados em geral; passivo, o valor da restituição será utilizado para extingui‑lo,
VI – descentralizar, progressivamente, o processamento total ou parcialmente, mediante compensação. (Incluído pela
eletrônico das informações, mediante extensão dos pro‑ Lei nº 11.196, de 2005)
gramas de informatização de postos de atendimento e de § 9º Os valores compensados indevidamente serão exi‑
Regiões Fiscais. gidos com os acréscimos moratórios de que trata o art. 35
VII – disponibilizará ao público, inclusive por meio de rede desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
pública de transmissão de dados, informações atualizadas § 10. Na hipótese de compensação indevida, quando se
sobre as receitas e despesas do regime geral de previdência comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito
social, bem como os critérios e parâmetros adotados para passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada
garantir o equilíbrio financeiro e atuarial do regime. (Incluído no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei
pela Lei nº 10.887, de 2004) nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro,
Art. 81. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) e terá como base de cálculo o valor total do débito indevi‑
Art. 82. A Auditoria e a Procuradoria do Instituto Nacional damente compensado. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
do Seguro Social – INSS deverão, a cada trimestre, elaborar §  11. Aplica‑se aos processos de restituição das con‑
relação das auditorias realizadas e dos trabalhos executados, tribuições de que trata este artigo e de reembolso de
bem como dos resultados obtidos, enviando‑a a apreciação salário‑família e salário‑maternidade o rito previsto no
do Conselho Nacional da Seguridade Social. Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. (Incluído pela
Art. 83. O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS de‑ Lei nº 11.941, de 2009)
verá implantar um programa de qualificação e treinamento Art. 90. O Conselho Nacional da Seguridade Social, dentro
sistemático de pessoal, bem como promover a reciclagem e de 180 (cento e oitenta) dias da sua instalação, adotará as
redistribuição de funcionários conforme as demandas dos providências necessárias ao levantamento das dívidas da
órgãos regionais e locais, visando a melhoria da qualidade União para com a Seguridade Social.
do atendimento e o controle e a eficiência dos sistemas de Art. 91. Mediante requisição da Seguridade Social,
arrecadação e fiscalização de contribuições, bem como de a empresa é obrigada a descontar, da remuneração paga aos
pagamento de benefícios. segurados a seu serviço, a importância proveniente de dívida
Art. 84. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, ou responsabilidade por eles contraída junto à Seguridade
de 2001) Social, relativa a benefícios pagos indevidamente.
Art. 92. A  infração de qualquer dispositivo desta Lei
CAPÍTULO II para a qual não haja penalidade expressamente cominada
Das Demais Disposições sujeita o responsável, conforme a gravidade da infração,
a  multa variável de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a
Conhecimentos Específicos

Art. 85. O Conselho Nacional da Seguridade Social será Cr$ 10.000.000,00 (dez milhões de cruzeiros), conforme
instalado no prazo de 30 (trinta) dias após a promulgação dispuser o regulamento.
desta Lei. Art. 93. (Revogado o caput pela Lei nº 9.639, de
Art. 85-A. Os  tratados, convenções e outros acordos 25/5/1998.)
internacionais de que Estado estrangeiro ou organismo Art. 94. (Revogado pela Lei nº 11.501, de 2007)
internacional e o Brasil sejam partes, e que versem sobre Art. 95. (Revogado pela Lei nº 9.983, de 2000)
matéria previdenciária, serão interpretados como lei espe‑ § 1º (Revogado pela Lei nº 9.983, de 2000)
cial. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999) § 2º A empresa que transgredir as normas desta Lei, além
Art. 86. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, das outras sanções previstas, sujeitar‑se‑á, nas condições em
de 2001) que dispuser o regulamento:
Art. 87. Os orçamentos das pessoas jurídicas de direito a) à suspensão de empréstimos e financiamentos, por
público e das entidades da administração pública indireta instituições financeiras oficiais;

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80 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
b) à revisão de incentivos fiscais de tratamento tributário a outro órgão ou entidade pública que demonstre interesse
especial; na sua utilização.
c) à inabilitação para licitar e contratar com qualquer § 9º Não havendo interesse na adjudicação, poderá o juiz
órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta do feito, de ofício ou a requerimento do credor, determinar
federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal; sucessivas repetições da hasta pública.
d) à interdição para o exercício do comércio, se for so‑ § 10. O leiloeiro oficial, a pedido do credor, poderá ficar
ciedade mercantil ou comerciante individual; como fiel depositário dos bens penhorados e realizar a res‑
e) à desqualificação para impetrar concordata; pectiva remoção.
f) à cassação de autorização para funcionar no país, § 11. O disposto neste artigo aplica‑se às execuções fis‑
quando for o caso. cais da Dívida Ativa da União. (Incluído pela Lei nº 10.522,
§§ 3º ao 5º (Revogados pela Lei nº 9.983, de 2000) de 2002)
Art. 96. O Poder Executivo enviará ao Congresso Nacional, Art. 99. O  Instituto Nacional do Seguro Social  – INSS
anualmente, acompanhando a Proposta Orçamentária da poderá contratar leiloeiros oficiais para promover a venda
Seguridade Social, projeções atuariais relativas à Seguridade administrativa dos bens, adjudicados judicialmente ou que
Social, abrangendo um horizonte temporal de, no mínimo, 20 receber em dação de pagamento. (Artigo restabelecido,
(vinte) anos, considerando hipóteses alternativas quanto às com nova redação e parágrafo único acrescentado pela Lei
variáveis demográficas, econômicas e institucionais relevantes. nº 9.528, de 10/12/1997)
Art. 97. Fica o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS Parágrafo único. O INSS, no prazo de sessenta dias, provi‑
autorizado a proceder a alienação ou permuta, por ato da au‑ denciará alienação do bem por intermédio do leiloeiro oficial.
toridade competente, de bens imóveis de sua propriedade con‑ Art. 100. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997)
siderados desnecessários ou não vinculados às suas atividades Art. 101. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.187-13,
operacionais. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997)
de 2001)
§ 1º Na alienação a que se refere este artigo será obser‑
Art. 102. Os valores expressos em moeda corrente nesta
vado o disposto no art. 18 e nos incisos I, II e III do art. 19, da
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, alterada pelas Leis nºs Lei serão reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos
8.883, de 8 de junho de 1994, e 9.032, de 28 de abril de 1995. índices utilizados para o reajustamento dos benefícios de
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) prestação continuada da Previdência Social. (Redação dada
§ 2º (Vetado na Lei nº 9.528, de 10/12/1997) pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001)
Art. 98. Nas execuções fiscais da dívida ativa do INSS, § 1º O disposto neste artigo não se aplica às penalidades
o leilão judicial dos bens penhorados realizar‑se‑á por leiloeiro previstas no art. 32-A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.941,
oficial, indicado pelo credor, que procederá à hasta pública: de 2009)
(Artigo restabelecido, com nova redação e inclusão de incisos, § 2º O reajuste dos valores dos salários de contribuição
parágrafos e alíneas, pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997) em decorrência da alteração do salário mínimo será descon‑
I – no primeiro leilão, pelo valor do maior lance, que não tado por ocasião da aplicação dos índices a que se refere o
poderá ser inferior ao da avaliação; caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – no segundo leilão, por qualquer valor, excetuado o vil. Art. 103. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no
§ 1º Poderá o juiz, a requerimento do credor, autorizar prazo de 60 (sessenta) dias a partir da data de sua publicação.
seja parcelado o pagamento do valor da arrematação, na Art. 104. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
forma prevista para os parcelamentos administrativos de Art. 105. Revogam‑se as disposições em contrário.
débitos previdenciários.
§ 2º Todas as condições do parcelamento deverão constar Brasília, em 24 de julho de 1991; 170º da Independência
do edital de leilão. e 103º da República.
§ 3º O débito do executado será quitado na proporção
do valor de arrematação. FERNANDO COLLOR
§ 4º O arrematante deverá depositar, no ato, o valor da Antônio Magri
primeira parcela.
§ 5º Realizado o depósito, será expedida carta de arre‑
matação, contendo as seguintes disposições: INTRODUÇÃO À LEI Nº 8.213/1991
a) valor da arrematação, valor e número de parcelas
mensais em que será pago; A Lei nº 8.213/1991, conhecida como Lei de Benefícios,
b) constituição de hipoteca do bem adquirido, ou de regulamentou o art. 201 da Constituição Federal/1988. Essa
penhor, em favor do credor, servindo a carta de título hábil Lei dispõe sobre as prestações, ou seja, os benefícios e serviços
para registro da garantia; concedidos pelo Regime Geral de Previdência Social – RGPS.
c) indicação do arrematante como fiel depositário do Em linhas gerais, a Lei nº 8.213/1991, regulamentada
bem móvel, quando constituído penhor; pelo Decreto nº 3.048/1999, traz definições sobre: 1) ob‑
d) especificação dos critérios de reajustamento do saldo jetivos e princípios (art. 2º); 2) formação e composição do
Conhecimentos Específicos

e das parcelas, que será sempre o mesmo vigente para os Conselho Nacional de Previdência Social-CNPS (arts. 3º ao
parcelamentos de débitos previdenciários. 5º); 3) enquadramento das várias espécies de segurados e
§ 6º Se o arrematante não pagar, no vencimento, qual‑ seus dependentes (art. 11 a 17); 4) acidente do trabalho (arts.
quer das parcelas mensais, o saldo devedor remanescente 19 a 23); 5) período de carência (art. 24 a 27); 6) salário de
vencerá antecipadamente, que será acrescido em cinquenta benefício (arts. 28 a 32); 7) renda mensal e reajustamento dos
por cento de seu valor a título de multa, e, imediatamente benefícios previdenciários (arts. 33 a 41-A); 8) aposentadoria
inscrito em dívida ativa e executado. por invalidez (arts. 42 a 47); 9) aposentadoria por tempo de
§ 7º Se no primeiro ou no segundo leilões a que se refere
contribuição (arts. 52 a 56 – esses artigos foram derrogados
o caput não houver licitante, o INSS poderá adjudicar o bem
pela EC nº 20/1998. Essa observação consta na Lei abaixo
por cinquenta por cento do valor da avaliação.
transcrita); 10) Aposentadoria Especial (arts. 57 a 58), 11)
§ 8º Se o bem adjudicado não puder ser utilizado pelo
INSS, e for de difícil venda, poderá ser negociado ou doado auxílio-doença (arts. 59 a 63); 12) salário-família (arts. 65

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a 70); 13) salário-maternidade (arts. 71 a 73); 14) pensão representantes titulares da sociedade civil mandato de 2
por morte (arts. 74 a 79); 15) auxílio-reclusão (art. 80); 16) (dois) anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma
auxílio-acidente (art. 86); 17) serviços previdenciários (arts. única vez74.
88 a 93); 18) contagem recíproca de tempo de contribuição § 2º Os representantes dos trabalhadores em atividade,
(arts. 94 a 99); 19) disposições diversas relativas às prestações dos aposentados, dos empregadores e seus respectivos
(arts. 101 a 124); e 20) disposições finais e transitórias (arts. suplentes serão indicados pelas centrais sindicais e confe‑
125 a 156). A seguir a transcrição da Lei nº 8.213/1991 com derações nacionais.
as respectivas atualizações: § 3º O CNPS reunir‑se‑á, ordinariamente, uma vez por
mês, por convocação de seu Presidente75, não podendo
ser adiada a reunião por mais de 15 (quinze) dias se houver
LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991 requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros.
§ 4º Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu
Dispõe sobre os Planos de
Presidente ou a requerimento de um terço de seus membros,
Benefícios da Previdência Social e
conforme dispuser o regimento interno do CNPS.
dá outras providências.
§ 5º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
§ 6º As ausências ao trabalho dos representantes dos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congres‑
trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades do
so Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Conselho, serão abonadas, computando‑se como jornada
efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais.
TÍTULO I § 7º Aos membros do CNPS, enquanto representantes
DA FINALIDADE E DOS PRINCÍPIOS dos trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é as‑
BÁSICOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL segurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um
ano após o término do mandato de representação, somente
Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regular‑
por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis mente comprovada através de processo judicial.
de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego § 8º Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previdência
involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos Social proporcionar ao CNPS os meios necessários ao exercício
familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam de suas competências, para o que contará com uma Secre‑
economicamente. taria‑Executiva do Conselho Nacional de Previdência Social.
Art. 2º  A Previdência Social rege‑se pelos seguintes § 9º O CNPS deverá se instalar no prazo de 30 (trinta)
princípios e objetivos: dias a contar da publicação desta Lei.
I – universalidade de participação nos planos previdenciários;
Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de Previdência
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços
Social – CNPS:
às populações urbanas e rurais;
I – estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de
III  – seletividade e distributividade na prestação dos
benefícios; políticas aplicáveis à Previdência Social;
IV – cálculo dos benefícios considerando‑se os salários II – participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a
de contribuição corrigidos monetariamente; gestão previdenciária;
V – irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a III – apreciar e aprovar os planos e programas da Previ‑
preservar‑lhes o poder aquisitivo; dência Social;
VI – valor da renda mensal dos benefícios substitutos do IV – apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da
salário de contribuição ou do rendimento do trabalho do Previdência Social, antes de sua consolidação na proposta
segurado não inferior ao do salário mínimo; orçamentária da Seguridade Social;
VII – previdência complementar facultativa, custeada por V – acompanhar e apreciar, através de relatórios geren‑
contribuição adicional; ciais por ele definidos, a execução dos planos, programas e
VIII – caráter democrático e descentralizado da gestão orçamentos no âmbito da Previdência Social;
administrativa, com a participação do governo e da comu‑ VI – acompanhar a aplicação da legislação pertinente à
nidade, em especial de trabalhadores em atividade, empre‑ Previdência Social;
gadores e aposentados. VII – apreciar a prestação de contas anual a ser remetida
Parágrafo único. A participação referida no inciso VIII des‑ ao Tribunal de Contas da União, podendo, se for necessário,
te artigo será efetivada a nível federal, estadual e municipal. contratar auditoria externa;
Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Previdência VIII – estabelecer os valores mínimos em litígio, acima
Social – CNPS, órgão superior de deliberação colegiada, que dos quais será exigida a anuência prévia do Procurador‑Geral
terá como membros: ou do Presidente do INSS para formalização de desistência
I – seis representantes do Governo Federal72; (Redação ou transigência judiciais, conforme o disposto no art. 132;
dada pela Lei nº 8.619, de 1993) IX – elaborar e aprovar seu regimento interno.
Conhecimentos Específicos

II – nove representantes da sociedade civil, sendo: (Re­ Parágrafo único. As decisões proferidas pelo CNPS deve‑
dação dada pela Lei nº 8.619, de 1993) rão ser publicadas no Diário Oficial da União.
a) três representantes dos aposentados e pensionistas; Art. 5º Compete aos órgãos governamentais:
(Redação dada pela Lei nº 8.619, de 1993) I  – prestar toda e qualquer informação necessária ao
b) três representantes dos trabalhadores em atividade; adequado cumprimento das competências do CNPS, forne‑
(Redação dada pela Lei nº 8.619, de 1993) cendo inclusive estudos técnicos;
c) três representantes dos empregadores. (Redação dada II – encaminhar ao CNPS, com antecedência mínima de 2
pela Lei nº 8.619, de 1993) (dois) meses do seu envio ao Congresso Nacional, a proposta
§ 1º Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes orçamentária da Previdência Social, devidamente detalhada.
serão nomeados pelo Presidente da República73, tendo os
Assunto cobrado na prova da FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Área
74

Judiciária/2010.
72
FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010. Assunto cobrado na prova da FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Área
75
73
FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010. Judiciária/2010.

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82 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 6º  Haverá, no âmbito da Previdência Social, uma f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no
Ouvidoria‑Geral, cujas atribuições serão definidas em regu‑ Brasil para trabalhar como empregado em empresa domici‑
lamento. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 20/11/1998) liada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a
Art. 7º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, empresa brasileira de capital nacional;
de 31/8/2001) g) o servidor público ocupante de cargo em comissão,
Art. 8º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em
de 31/8/2001) regime especial, e  Fundações Públicas Federais. (Incluída
pela Lei nº 8.647, de 1993)
TÍTULO II h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou
DO PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL municipal, desde que não vinculado a regime próprio de
previdência social; (Incluída pela Lei nº 9.506, de 1997)
CAPÍTULO ÚNICO i) o empregado de organismo oficial internacional ou es‑
Dos Regimes de Previdência Social trangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto
por regime próprio de previdência social; (Incluída pela Lei
Art. 9º A Previdência Social compreende:
nº 9.876, de 26/11/1999)
I – o Regime Geral de Previdência Social;
II – o Regime Facultativo Complementar de Previdência j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou
Social. municipal, desde que não vinculado a regime próprio de
§ 1º O Regime Geral de Previdência Social – RGPS garante previdência social; (Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004)
a cobertura de todas as situações expressas no art. 1º desta II  – como empregado doméstico: aquele que presta
Lei, exceto as de desemprego involuntário, objeto de lei espe‑ serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito
cífica, e de aposentadoria por tempo de contribuição para o residencial desta, em atividades sem fins lucrativos;
trabalhador de que trata o § 2º do art. 21 da Lei nº 8.212, de III – (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei Complementar IV – (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
nº 123, de 2006) a) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
§ 2º O Regime Facultativo Complementar de Previdência b) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
Social será objeto de lei especifica. V – como contribuinte individual: (Redação dada pela Lei
nº 9.876, de 26/11/1999)
TÍTULO III a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora ativi‑
DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL dade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente
ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais;
CAPÍTULO I ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos
Dos Beneficiários fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados
ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos
Art. 10. Os beneficiários do Regime Geral de Previdência §§ 9º e 10 deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.718,
Social classificam‑se como segurados e dependentes, nos de 2008)
termos das Seções I e II deste capítulo.
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora ativi‑
dade de extração mineral – garimpo, em caráter permanente
Seção I
Dos Segurados ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos,
com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer
Art. 11.  São segurados obrigatórios da Previdência título, ainda que de forma não contínua; (Redação dada pela
Social as seguintes pessoas físicas: (Redação dada pela Lei Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
nº 8.647, de 1993) c) o ministro de confissão religiosa e o membro de
I – como empregado: (Redação dada pela Lei nº 8.647, instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem
de 1993) religiosa; (Redação dada pela Lei nº 10.403, de 8/1/2002)
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural d) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organis‑
mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; mo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo,
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto
temporário, definida em legislação específica, presta serviço por regime próprio de previdência social; (Redação dada pela
para atender a necessidade transitória de substituição de Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor
de serviços de outras empresas; não empregado e o membro de conselho de administração
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria,
no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração
agência de empresa nacional no exterior;
Conhecimentos Específicos

decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o


d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplo‑ associado eleito para cargo de direção em cooperativa, asso‑
mática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a ciação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem
órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões
como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade
e repartições, excluídos o não brasileiro sem residência per‑
manente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação de direção condominial, desde que recebam remuneração;
previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
repartição consular; g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de
em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais emprego; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade
contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não;
do país do domicílio; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)

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VI – como trabalhador avulso: quem presta, a diversas § 8º Não descaracteriza a condição de segurado espe‑
empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza cial: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
urbana ou rural definidos no Regulamento; I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria,
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no meação ou comodato, de até 50% (cinquenta por cento) de
imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) mó‑
ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, dulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a
ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime
de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008) de economia familiar; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, II – a exploração da atividade turística da propriedade
assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento
arrendatário rurais, que explore atividade: (Incluído pela Lei e vinte) dias ao ano; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
nº 11.718, de 2008) III – a participação em plano de previdência complemen‑
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fis‑ tar instituído por entidade classista a que seja associado
cais; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas rural em regime de economia familiar; e (Incluído pela Lei
atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei nº 11.718, de 2008)
nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que
principal meio de vida; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) tem algum componente que seja beneficiário de programa
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da assistencial oficial de governo; (Incluído pela Lei nº 11.718,
pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e (Incluído de 2008)
pela Lei nº 11.718, de 2008) V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 da atividade, de processo de beneficiamento ou industriali‑
(dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado zação artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da Lei nº 8.212,
de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovada‑ de 24 de julho de 1991; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
mente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. (Incluído VI – a associação em cooperativa agropecuária ou de
pela Lei nº 11.718, de 2008) crédito rural; e (Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015)
§  1º Entende‑se como regime de economia familiar VII – a incidência do Imposto Sobre Produtos Industria‑
a atividade em que o trabalho dos membros da família é lizados – IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas
indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento nos termos do § 12. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições (Produção de efeito)
de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de § 9º Não é segurado especial o membro de grupo familiar
empregados permanentes. (Redação dada pela Lei nº 11.718, que possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente
de 2008) de: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais I – benefício de pensão por morte, auxílio‑acidente ou
de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de auxílio‑reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício
Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a de prestação continuada da Previdência Social; (Incluído pela
cada uma delas. Lei nº 11.718, de 2008)
§  3º  O aposentado pelo Regime Geral de Previdência II – benefício previdenciário pela participação em plano
Social – RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer de previdência complementar instituído nos termos do inciso
atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório IV do § 8º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições III – exercício de atividade remunerada em período não
de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados,
de custeio da Seguridade Social. (Incluído pela Lei nº 9.032, no ano civil, observado o disposto no § 13 do art. 12 da
de 1995) Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; (Redação dada pela Lei
§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do nº 12.873, de 2013)
mandato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime Geral IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de
de Previdência Social‑RGPS de antes da investidura. (Incluído organização da categoria de trabalhadores rurais; (Incluído
pela Lei nº 9.528, de 1997) pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 5º Aplica‑se o disposto na alínea g do inciso I do caput V – exercício de mandato de vereador do Município em
ao ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário que desenvolve a atividade rural ou de dirigente de coope‑
Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a rativa rural constituída, exclusivamente, por segurados espe‑
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autar‑ ciais, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº 8.212,
quias, ainda que em regime especial, e fundações. (Incluído de 24 de julho de 1991; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999) VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições
§ 6º Para serem considerados segurados especiais, o côn‑ estabelecidas no inciso I do § 8º deste artigo; (Incluído pela
Conhecimentos Específicos

juge ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) Lei nº 11.718, de 2008)


anos ou os a estes equiparados deverão ter participação VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria‑prima
ativa nas atividades rurais do grupo familiar. (Incluído pela produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser uti‑
Lei nº 11.718, de 2008) lizada matéria‑prima de outra origem, desde que a renda
§ 7º O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício
contratados por prazo determinado ou de trabalhador de que de prestação continuada da Previdência Social; e (Incluído
trata a alínea g do inciso V do caput, à razão de no máximo pela Lei nº 11.718, de 2008)
120 (cento e vinte) pessoas por dia no ano civil, em períodos VIII  – atividade artística, desde que em valor mensal
corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente inferior ao menor benefício de prestação continuada da
em horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo o Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
período de afastamento em decorrência da percepção de §  10. O  segurado especial fica excluído dessa catego‑
auxílio-doença. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) ria: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

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I – a contar do primeiro dia do mês em que: (Incluído Art. 13. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze)
pela Lei nº 11.718, de 2008) anos que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social,
a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no mediante contribuição, desde que não incluído nas dispo‑
inciso VII do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto sições do art. 11.
no art. 15 desta Lei, ou exceder qualquer dos limites esta‑ Atenção: a partir da EC nº 20/1998 (art. 7º, XXXIII da CF)
belecidos no inciso I do § 8º deste artigo; (Incluído pela Lei essa idade passou para 16 anos. A redação já se se encontra
nº 11.718, de 2008) em consonância com o texto constitucional no art. 11 do
b) enquadrar‑se em qualquer outra categoria de segu‑ Decreto nº 3.048/1999.
rado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social, Art. 14. Consideram‑se:
ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e VIII do § 9º e no I – empresa – a firma individual ou sociedade que as‑
§ 12, sem prejuízo do disposto no art. 15; (Redação dada sume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com
pela Lei nº 12.873, de 2013) fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da
c) tornar‑se segurado obrigatório de outro regime pre‑ administração pública direta, indireta ou fundacional;
videnciário; e (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) II – empregador doméstico – a pessoa ou família que admite
d) participar de sociedade empresária, de sociedade sim‑ a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.
ples, como empresário individual ou como titular de empresa Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os efeitos
individual de responsabilidade limitada em desacordo com desta Lei, o contribuinte individual e a pessoa física na condição
as limitações impostas pelo § 12; (Incluído pela Lei nº 12.873, de proprietário ou dono de obra de construção civil, em relação
de 2013) (Produção de efeito) a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a
II – a contar do primeiro dia do mês subsequente ao da associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a
ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence exceder o missão diplomática e a repartição consular de carreira estran‑
limite de: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) geiras. (Redação dada pela Lei nº 13.202, de 2015)
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independen‑
a) utilização de terceiros na exploração da atividade a
temente de contribuições:
que se refere o § 7º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718,
I – sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
de 2008)
II – até 12 (doze) meses após a cessação das contribui‑
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso ções, o segurado que deixar de exercer atividade remune‑
III do § 9º deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) rada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 8º ou licenciado sem remuneração; (Vetado) (Vide Lei nº
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 13.135/2015)
§ 11. Aplica‑se o disposto na alínea a do inciso V do caput III – até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o se‑
deste artigo ao cônjuge ou companheiro do produtor que gurado acometido de doença de segregação compulsória;
participe da atividade rural por este explorada. (Incluído pela IV – até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado
Lei nº 11.718, de 2008) retido ou recluso;
§ 12. A participação do segurado especial em sociedade V – até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado
empresária, em sociedade simples, como empresário indi‑ incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;
vidual ou como titular de empresa individual de responsabi‑ VI – até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições,
lidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial o segurado facultativo.
ou agroturístico, considerada microempresa nos termos da §  1º  O prazo do inciso II será prorrogado para até 24
Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, não (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de
o exclui de tal categoria previdenciária, desde que, mantido 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção
o exercício da sua atividade rural na forma do inciso VII do que acarrete a perda da qualidade de segurado.
caput e do § 1º, a pessoa jurídica componha‑se apenas de § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de
segurados de igual natureza e sedie‑se no mesmo Município 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que
ou em Município limítrofe àquele em que eles desenvolvam comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do
suas atividades. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Pro­ Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
dução de efeito) § 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva
§ 13. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) todos os seus direitos perante a Previdência Social.
(Produção de efeito) § 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia
Art. 12. O  servidor civil ocupante de cargo efetivo ou seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio
o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos da Seguridade Social para recolhimento da contribuição
Municípios, bem como o das respectivas autarquias e referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos
fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.
Social consubstanciado nesta Lei, desde que amparados por
regime próprio de previdência social. (Redação dada pela Lei Seção II
nº 9.876, de 26/11/1999) Dos Dependentes
Conhecimentos Específicos

§ 1º Caso o servidor ou o militar venham a exercer, con‑


comitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência
Regime Geral de Previdência Social, tornar‑se‑ão segurados Social, na condição de dependentes do segurado:
obrigatórios em relação a essas atividades. (Incluído pela Lei I–- o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho
nº 9.876, de 26/11/1999) não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte
§ 2º Caso o servidor ou o militar, amparados por regime e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual
próprio de previdência social, sejam requisitados para outro ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz,
órgão ou entidade cujo regime previdenciário não permita a assim declarado judicialmente; (Redação dada pela Lei nº
filiação, nessa condição, permanecerão vinculados ao regime 12.470, de 2011) (Vigência)
de origem, obedecidas as regras que cada ente estabeleça II – os pais;
acerca de sua contribuição. (Incluído pela Lei nº 9.876, de III – o irmão não emancipado, de qualquer condição,
26/11/1999) menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha

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deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou b) auxílio‑reclusão;
relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (Re­ III – quanto ao segurado e dependente:
dação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) (Vide Lei nº 13.135, a) (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995)
de 2015) (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) b) serviço social;
IV – (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995) c) reabilitação profissional.
§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes § 1º Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente
deste artigo exclui do direito às prestações os das classes os segurados incluídos nos incisos I, II, VI e VII do art. 11 desta
seguintes. Lei. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam‑se a filho §  2º  O aposentado pelo Regime Geral de Previdência
mediante declaração do segurado e desde que comprovada Social‑RGPS que permanecer em atividade sujeita a este
a dependência econômica na forma estabelecida no Regula‑ Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma
mento. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) da Previdência Social em decorrência do exercício dessa
§ 3º Considera‑se companheira ou companheiro a pessoa atividade, exceto ao salário‑família e à reabilitação profissio‑
que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado nal, quando empregado. (Redação dada pela Lei nº 9.528,
ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da de 1997)
Constituição Federal. §  3º O segurado contribuinte individual, que trabalhe
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no por conta própria, sem relação de trabalho com empresa
inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada. ou equiparado, e o segurado facultativo que contribuam na
forma do § 2º do art. 21 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
Seção III 1991, não farão jus à aposentadoria por tempo de contri‑
Das Inscrições buição. (Incluído pela Lei Complementar nº 123, de 2006)
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exer‑
Art. 17. O Regulamento disciplinará a forma de inscrição
cício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador
do segurado e dos dependentes.
§ 1º Incumbe ao dependente promover a sua inscrição doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados
quando do requerimento do benefício a que estiver habilita‑ referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão
do. (Redação dada pela Lei nº 10.403, de 8/1/2002) corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
§ 2º (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de 2014). perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade
(Revogado pela Lei nº 13.135, de 2015) para o trabalho. (Redação dada pela Lei Complementar nº
§ 3º (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) 150, de 2015)
§ 4º A inscrição do segurado especial será feita de forma §  1º  A empresa é responsável pela adoção e uso das
a vinculá-lo ao respectivo grupo familiar e conterá, além das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da
informações pessoais, a identificação da propriedade em saúde do trabalhador.
que desenvolve a atividade e a que título, se nela reside ou § 2º Constitui contravenção penal, punível com multa,
o Município onde reside e, quando for o caso, a identifica‑ deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e
ção e inscrição da pessoa responsável pelo grupo familiar. higiene do trabalho.
(Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) § 3º É dever da empresa prestar informações pormeno‑
§ 5º O segurado especial integrante de grupo familiar rizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto
que não seja proprietário ou dono do imóvel rural em que a manipular.
desenvolve sua atividade deverá informar, no ato da inscri‑ §  4º  O Ministério do Trabalho e da Previdência Social
ção, conforme o caso, o nome do parceiro ou meeiro outor‑ fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de
gante, arrendador, comodante ou assemelhado.  (Incluído classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos
Lei nº 11.718, de 2008) parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.
§ 6º (Revogado pela Lei nº 12.873, de 2013) (Produção Art. 20. Consideram‑se acidente do trabalho, nos termos
de efeito) do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I – doença profissional, assim entendida a produzida ou
CAPÍTULO II desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determi‑
Das Prestações em Geral nada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
Seção I
II – doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou
Das Espécies de Prestações
desencadeada em função de condições especiais em que
Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compre‑ o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
ende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de constante da relação mencionada no inciso I.
eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em § 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
benefícios e serviços: a) a doença degenerativa;
I – quanto ao segurado: b) a inerente a grupo etário;
Conhecimentos Específicos

a) aposentadoria por invalidez; c) a que não produza incapacidade laborativa;


b) aposentadoria por idade; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante
c) aposentadoria por tempo de contribuição; (Redação de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de
dada pela Lei Complementar nº 123, de 2006) que é resultante de exposição ou contato direto determinado
d) aposentadoria especial; pela natureza do trabalho.
e) auxílio‑doença; § 2º Em caso excepcional, constatando‑se que a doença
f) salário‑família; não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste ar‑
g) salário‑maternidade; tigo resultou das condições especiais em que o trabalho é
h) auxílio‑acidente; executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência
i) (Revogada pela Lei nº 8.870, de 1994) Social deve considerá‑la acidente do trabalho.
II – quanto ao dependente: Art. 21. Equiparam‑se também ao acidente do trabalho,
a) pensão por morte; para efeitos desta Lei:

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I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.
sido a causa única, haja contribuído diretamente para a mor‑ (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
te do segurado, para redução ou perda da sua capacidade § 1º Da comunicação a que se refere este artigo recebe‑
para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica rão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como
para a sua recuperação; o sindicato a que corresponda a sua categoria.
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário § 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, po‑
do trabalho, em consequência de: dem formalizá‑la o próprio acidentado, seus dependentes,
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou
por terceiro ou companheiro de trabalho; qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por o prazo previsto neste artigo.
motivo de disputa relacionada ao trabalho; § 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do
terceiro ou de companheiro de trabalho; disposto neste artigo.
d) ato de pessoa privada do uso da razão; § 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social,
fortuitos ou decorrentes de força maior; das multas previstas neste artigo.
III – a doença proveniente de contaminação acidental do § 5º A multa de que trata este artigo não se aplica na
empregado no exercício de sua atividade; hipótese do caput do art. 21-A. (Incluído pela Lei nº 11.430,
IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do de 2006)
local e horário de trabalho: Art. 23.  Considera‑se como dia do acidente, no caso
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob de doença profissional ou do trabalho, a data do início da
a autoridade da empresa; incapacidade laborativa para o exercício da atividade habi‑
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empre‑ tual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que
sa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estu‑ ocorrer primeiro.
do quando financiada por esta dentro de seus planos para
melhor capacitação da mão de obra, independentemente Seção II
do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de pro‑ Dos Períodos de Carência
priedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou Art. 24.  Período de carência é o número mínimo de
deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário
faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do
inclusive veículo de propriedade do segurado.
primeiro dia dos meses de suas competências.
§  1º  Nos períodos destinados a refeição ou descanso,
Parágrafo único. Havendo perda da qualidade de se‑
ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisioló‑
gurado, as  contribuições anteriores a essa data só serão
gicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é
computadas para efeito de carência depois que o segurado
considerado no exercício do trabalho.
contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no
§  2º  Não é considerada agravação ou complicação de
mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas
acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de para o cumprimento da carência definida para o benefício
outra origem, se associe ou se superponha às consequências a ser requerido. (Vide Medida Provisória nº 242, de 2005)
do anterior. Art. 25.  A concessão das prestações pecuniárias do
Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes
Seguro Social (INSS) considerará caracterizada a natureza períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26:
acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência I  – auxílio‑doença e aposentadoria por invalidez: 12
de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, (doze) contribuições mensais;
decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do II – aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de
empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais.
da incapacidade elencada na Classificação Internacional (Redação dada pela Lei nº 8.870, de 1994)
de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser III – salário‑maternidade para as seguradas de que tratam
o regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez contribuições
150, de 2015) mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39
§ 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o dis‑ desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
posto neste artigo quando demonstrada a inexistência do Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o perío‑
nexo de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei do de carência a que se refere o inciso III será reduzido em
nº 11.430, de 2006) número de contribuições equivalente ao número de meses
Conhecimentos Específicos

§ 2º A empresa ou o empregador doméstico poderão em que o parto foi antecipado.” (Incluído pela Lei nº 9.876,
requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de 26/11/1999)
de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes
empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao prestações:
Conselho de Recursos da Previdência Social. (Redação dada I  – pensão por morte, auxílio‑reclusão, salário‑família
pela Lei Complementar nº 150, de 2015) e auxílio‑acidente; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de
Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão 26/11/1999)
comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até II – auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença pro‑
morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena fissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado
de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das
do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos

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Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a Trabalho, resultante de promoção regulada por normas
cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, gerais da empresa, admitida pela legislação do trabalho, de
deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe sentença normativa ou de reajustamento salarial obtido pela
confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento categoria respectiva.
particularizado; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) § 5º Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver
III  – os benefícios concedidos na forma do inciso I do recebido benefícios por incapacidade, sua duração será
art. 39, aos segurados especiais referidos no inciso VII do contada, considerando‑se como salário de contribuição, no
art. 11 desta Lei; período, o salário de benefício que serviu de base para o
IV – serviço social; cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e
V – reabilitação profissional. bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao
VI – salário‑maternidade para as seguradas empregada, valor de 1 (um) salário mínimo.
trabalhadora avulsa e empregada doméstica. (Incluído pela § 6º O salário de benefício do segurado especial consiste
Lei nº 9.876, de 26/11/1999) no valor equivalente ao salário mínimo, ressalvado o disposto
Art. 27.  Para cômputo do período de carência, serão no inciso II do art. 39 e nos §§ 3º e 4º do art. 48 desta Lei.
consideradas as contribuições: (Redação dada pela Lei Com­ (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
plementar nº 150, de 2015) I – (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008)
I – referentes ao período a partir da data de filiação ao II – (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008)
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), no caso dos § 7º O fator previdenciário será calculado consideran‑
segurados empregados, inclusive os domésticos, e dos tra‑ do‑se a idade, a  expectativa de sobrevida e o tempo de
balhadores avulsos; (Redação dada pela Lei Complementar contribuição do segurado ao se aposentar, segundo a fórmula
nº 150, de 2015) constante do Anexo desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.876, de
II – realizadas a contar da data de efetivo pagamento da 26/11/1999)
primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas § 8º Para efeito do disposto no § 7º, a expectativa de
para este fim as contribuições recolhidas com atraso refe‑ sobrevida do segurado na idade da aposentadoria será obtida
rentes a competências anteriores, no caso dos segurados a partir da tábua completa de mortalidade construída pela
contribuinte individual, especial e facultativo, referidos, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  –
respectivamente, nos incisos V e VII do art. 11 e no art. 13. IBGE, considerando‑se a média nacional única para ambos
(Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) os sexos. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
§  9º Para efeito da aplicação do fator previdenciário,
Seção III ao tempo de contribuição do segurado serão adicionados:
Do Cálculo do Valor dos Benefícios (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
I – cinco anos, quando se tratar de mulher; (Incluído pela
Subseção I Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
Do Salário de Benefício II – cinco anos, quando se tratar de professor que com‑
prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções
Art. 28. O valor do benefício de prestação continuada, de magistério na educação infantil e no ensino fundamental
inclusive o regido por norma especial e o decorrente de e médio; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
acidente do trabalho, exceto o salário‑família e o salário‑ma‑ III – dez anos, quando se tratar de professora que com‑
ternidade, será calculado com base no salário de benefício. prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções
(Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) §§ 1º ao 4º (Re­ de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
vogados pela Lei nº 9.032, de 1995) médio. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
Art. 29. O salário de benefício consiste: (Redação dada § 10. O auxílio-doença não poderá exceder a média
pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999) aritmética simples dos últimos 12 (doze) salários-de-contri‑
I – para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do buição, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se
inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos maiores não alcançado o número de 12 (doze), a média aritmética
salários de contribuição correspondentes a oitenta por cen‑ simples dos salários-de-contribuição existentes. (Incluído
to de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator pela Lei nº 13.135, de 2015)
previdenciário; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999) § 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
II  – para os benefícios de que tratam as alíneas a, d, § 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
e e h do inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos § 13. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
maiores salários de contribuição correspondentes a oitenta Art. 29-A. O  INSS utilizará as informações constantes
por cento de todo o período contributivo. (Incluído pela Lei no Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS sobre
nº 9.876, de 26/11/1999) os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins de
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999) cálculo do salário de benefício, comprovação de filiação ao
§ 2º O valor do salário de benefício não será inferior ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de contribuição e
de um salário mínimo, nem superior ao do limite máximo relação de emprego. (Redação dada pela Lei Complementar
Conhecimentos Específicos

do salário de contribuição na data de início do benefício. nº 128, de 2008)


§ 3º Serão considerados para cálculo do salário de bene‑ § 1º O INSS terá até 180 (cento e oitenta) dias, contados a
fício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer partir da solicitação do pedido, para fornecer ao segurado as
título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre informações previstas no caput deste artigo. (Incluído pela
os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, exceto Lei nº 10.403, de 8/1/2002)
o décimo‑terceiro salário (gratificação natalina). (Redação § 2º O segurado poderá solicitar, a qualquer momento,
dada pela Lei nº 8.870, de 1994) a inclusão, exclusão ou retificação de informações constantes
§ 4º Não será considerado, para o cálculo do salário de do CNIS, com a apresentação de documentos comprobató‑
benefício, o aumento dos salários de contribuição que ex‑ rios dos dados divergentes, conforme critérios definidos pelo
ceder o limite legal, inclusive o voluntariamente concedido INSS. (Redação dada pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
nos 36 (trinta e seis) meses imediatamente anteriores ao § 3º A aceitação de informações relativas a vínculos e re‑
início do benefício, salvo se homologado pela Justiça do munerações inseridas extemporaneamente no CNIS, inclusi‑

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ve retificações de info rmações anteriormente inseridas, fica Art. 30. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
condicionada à comprovação dos dados ou das divergências Art. 31. O  valor mensal do auxílio‑acidente integra o
apontadas, conforme critérios definidos em regulamento. salário de contribuição, para fins de cálculo do salário de
(Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008) benefício de qualquer aposentadoria, observado, no que
§  4º Considera‑se extemporânea a inserção de dados couber, o disposto no art. 29 e no art. 86, § 5º. (Restabelecido
decorrentes de documento inicial ou de retificação de dados com nova redação pela Lei nº 9.528, de 1997)
anteriormente informados, quando o documento ou a reti‑ Art. 32. O salário de benefício do segurado que contribuir
ficação, ou a informação retificadora, forem apresentados em razão de atividades concomitantes será calculado com
após os prazos estabelecidos em regulamento. (Incluído pela base na soma dos salários de contribuição das atividades
Lei Complementar nº 128, de 2008) exercidas na data do requerimento ou do óbito, ou no perí‑
§  5º Havendo dúvida sobre a regularidade do vínculo odo básico de cálculo, observado o disposto no art. 29 e as
incluído no CNIS e inexistência de informações sobre remu‑ normas seguintes:
nerações e contribuições, o INSS exigirá a apresentação dos I – quando o segurado satisfizer, em relação a cada ativi‑
documentos que serviram de base à anotação, sob pena dade, as condições do benefício requerido, o salário‑de‑be‑
de exclusão do período. (Incluído pela Lei Complementar neficio será calculado com base na soma dos respectivos
nº 128, de 2008) salários de contribuição;
Art. 29-B. Os salários de contribuição considerados no II – quando não se verificar a hipótese do inciso anterior,
cálculo do valor do benefício serão corrigidos mês a mês de o  salário de benefício corresponde à soma das seguintes
acordo com a variação integral do Índice Nacional de Preços parcelas:
ao Consumidor  – INPC, calculado pela Fundação Instituto a) o salário de benefício calculado com base nos salários
Brasileiro de Geografia e Estatística  – IBGE. (Incluído pela de contribuição das atividades em relação às quais são aten‑
Lei nº 10.877, de 2004) didas as condições do benefício requerido;
Art. 29-C. O segurado que preencher o requisito para b) um percentual da média do salário de contribuição
a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar de cada uma das demais atividades, equivalente à relação
pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de sua entre o número de meses completo de contribuição e os do
aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua período de carência do benefício requerido;
idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, III – quando se tratar de benefício por tempo de serviço,
na data de requerimento da aposentadoria, for: (Incluído o percentual da alínea b do inciso II será o resultante da re‑
pela Lei nº 13.183, de 2015) lação entre os anos completos de atividade e o número de
I – igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, anos de serviço considerado para a concessão do benefício.
observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco §  1º  O disposto neste artigo não se aplica ao segura‑
anos; ou (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) do que, em obediência ao limite máximo do salário de
II – igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, contribuição, contribuiu apenas por uma das atividades
observado o tempo mínimo de contribuição de trinta anos. concomitantes.
(Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) § 2º Não se aplica o disposto neste artigo ao segurado
§ 1º Para os fins do disposto no caput, serão somadas que tenha sofrido redução do salário de contribuição das
as frações em meses completos de tempo de contribuição atividades concomitantes em respeito ao limite máximo
e idade. (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
desse salário.
§ 2º As somas de idade e de tempo de contribuição pre‑
vistas no caput serão majoradas em um ponto em: (Incluído
Subseção II
pela Lei nº 13.183, de 2015)
Da Renda Mensal do Benefício
I – 31 de dezembro de 2018; (Incluído pela Lei nº 13.183,
de 2015)
II – 31 de dezembro de 2020; (Incluído pela Lei nº 13.183, Art. 33. A renda mensal do benefício de prestação conti­
de 2015) nuada que substituir o salário de contribuição ou o rendi‑
III – 31 de dezembro de 2022; (Incluído pela Lei nº 13.183, mento do trabalho do segurado não terá valor inferior ao do
de 2015) salário mínimo, nem superior ao do limite máximo do salário
IV – 31 de dezembro de 2024; e (Incluído pela Lei nº de contribuição, ressalvado o disposto no art. 45 desta Lei.
13.183, de 2015) Art. 34. No cálculo do valor da renda mensal do bene‑
V – 31 de dezembro de 2026. (Incluído pela Lei nº 13.183, fício, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, serão
de 2015) computados: (Redação dada pela Lei Complementar nº 150,
§ 3º Para efeito de aplicação do disposto no caput e no de 2015)
§ 2º, o tempo mínimo de contribuição do professor e da I – para o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o
professora que comprovarem exclusivamente tempo de trabalhador avulso, os salários de contribuição referentes aos
efetivo exercício de magistério na educação infantil e no meses de contribuições devidas, ainda que não recolhidas
ensino fundamental e médio será de, respectivamente, trinta pela empresa ou pelo empregador doméstico, sem prejuízo
Conhecimentos Específicos

e vinte e cinco anos, e serão acrescidos cinco pontos à soma da respectiva cobrança e da aplicação das penalidades ca‑
da idade com o tempo de contribuição. (Incluído pela Lei nº bíveis, observado o disposto no § 5o do art. 29-A; (Redação
13.183, de 2015) dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
§ 4º Ao segurado que alcançar o requisito necessário ao II – para o segurado empregado, inclusive o doméstico,
exercício da opção de que trata o caput e deixar de reque‑ o trabalhador avulso e o segurado especial, o valor mensal
rer aposentadoria será assegurado o direito à opção com do auxílio-acidente, considerado como salário de contribui‑
a aplicação da pontuação exigida na data do cumprimento ção para fins de concessão de qualquer aposentadoria, nos
do requisito nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº termos do art. 31; (Redação dada pela Lei Complementar
13.183, de 2015) nº 150, de 2015)
§ 5º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015). III – para os demais segurados, os salários-de-contribui‑
(Vigência) ção referentes aos meses de contribuições efetivamente
Art. 29-D. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) recolhidas. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)

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Art. 35. Ao segurado empregado, inclusive o doméstico, II – dos benefícios especificados nesta Lei, observados
e ao trabalhador avulso que tenham cumprido todas as os critérios e a forma de cálculo estabelecidos, desde que
condições para a concessão do benefício pleiteado, mas não contribuam facultativamente para a Previdência Social, na
possam comprovar o valor de seus salários de contribuição forma estipulada no Plano de Custeio da Seguridade Social.
no período básico de cálculo, será concedido o benefício de Parágrafo único. Para a segurada especial fica garantida
valor mínimo, devendo esta renda ser recalculada quando a concessão do salário‑maternidade no valor de 1 (um)
da apresentação de prova dos salários de contribuição. (Re­ salário-mínimo, desde que comprove o exercício de atividade
dação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) rural, ainda que de forma descontínua, nos 12 (doze) meses
Art. 36. Para o segurado empregado doméstico que, imediatamente anteriores ao do início do benefício. (Incluído
tendo satisfeito as condições exigidas para a concessão do pela Lei nº 8.861, de 1994)
benefício requerido, não comprovar o efetivo recolhimento Art. 40. É devido abono anual ao segurado e ao depen‑
das contribuições devidas, será concedido o benefício de dente da Previdência Social que, durante o ano, recebeu
valor mínimo, devendo sua renda ser recalculada quando da auxílio‑doen­ça, auxílio‑acidente ou aposentadoria, pensão
apresentação da prova do recolhimento das contribuições. por morte ou auxílio‑reclusão. (Vide Decreto nº 6.927, 2009)
Art. 37. A renda mensal inicial, recalculada de acordo Parágrafo único. O abono anual será calculado, no que
com o disposto no art. 35, deve ser reajustada como a dos couber, da mesma forma que a Gratificação de Natal dos
benefícios correspondentes com igual data de início e substi‑ trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensal do
tuirá, a partir da data do requerimento de revisão do valor do benefício do mês de dezembro de cada ano.
benefício, a renda mensal que prevalecia até então. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) Seção IV
Art. 38. Sem prejuízo do disposto no art. 35, cabe à Pre‑ Do Reajustamento do Valor dos Benefícios
vidência Social manter cadastro dos segurados com todos
os informes necessários para o cálculo da renda mensal dos Art. 41. (Revogado pela Lei nº 11.430, de 2006)
benefícios. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será
de 2015) reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do
Art. 38-A. O Ministério da Previdência Social desenvol‑ salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas
verá programa de cadastramento dos segurados especiais, datas de início ou do último reajustamento, com base no
observado o disposto nos §§ 4o e 5o do art. 17 desta Lei, Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, apurado
podendo para tanto firmar convênio com órgãos federais, pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
estaduais ou do Distrito Federal e dos Municípios, bem como IBGE. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)
com entidades de classe, em especial as respectivas confede‑ §  1º Nenhum benefício reajustado poderá exceder o
rações ou federações. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) limite máximo do salário de benefício na data do reajusta‑
§ 1º O programa de que trata o caput deste artigo deverá mento, respeitados os direitos adquiridos. (Incluído pela Lei
prever a manutenção e a atualização anual do cadastro e nº 11.430, de 2006)
conter todas as informações necessárias à caracterização §  2º Os benefícios com renda mensal superior a um
da condição de segurado especial. (Redação dada pela Lei salário mínimo serão pagos do primeiro ao quinto dia útil
nº 13.134, de 2015) do mês subsequente ao de sua competência, observada a
§ 2º Da aplicação do disposto neste artigo não poderá distribuição proporcional do número de beneficiários por dia
resultar nenhum ônus para os segurados, sejam eles filia‑ de pagamento. (Redação dada pelo Lei nº 11.665, de 2008)
dos ou não às entidades conveniadas. (Incluído pela Lei nº §  3º Os benefícios com renda mensal no valor de até
11.718, de 2008) um salário mínimo serão pagos no período compreendido
§ 3º O INSS, no ato de habilitação ou de concessão de entre o quinto dia útil que anteceder o final do mês de sua
benefício, deverá verificar a condição de segurado especial competência e o quinto dia útil do mês subsequente, obser‑
e, se for o caso, o pagamento da contribuição previdenciária, vada a distribuição proporcional dos beneficiários por dia
nos termos da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, consi‑ de pagamento. (Redação dada pelo Lei nº 11.665, de 2008)
derando, dentre outros, o que consta do Cadastro Nacional § 4º Para os efeitos dos §§ 2º e 3º deste artigo, consi‑
de Informações Sociais (CNIS) de que trata o art. 29-A desta dera‑se dia útil aquele de expediente bancário com horário
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) normal de atendimento. (Redação dada pelo Lei nº 11.665,
Art. 38-B. O INSS utilizará as informações constantes do de 2008)
cadastro de que trata o art. 38-A para fins de comprovação § 5º O primeiro pagamento do benefício será efetuado
do exercício da atividade e da condição do segurado especial até quarenta e cinco dias após a data da apresentação, pelo
e do respectivo grupo familiar. (Incluído pela Lei nº 13.134, segurado, da documentação necessária a sua concessão.
de 2015) (Incluído pelo Lei nº 11.665, de 2008)
Parágrafo único. Havendo divergências de informações, § 6º Para os benefícios que tenham sido majorados devi‑
para fins de reconhecimento de direito com vistas à conces‑ do à elevação do salário mínimo, o referido aumento deverá
são de benefício, o INSS poderá exigir a apresentação dos ser compensado no momento da aplicação do disposto no
Conhecimentos Específicos

documentos previstos no art. 106 desta Lei. (Incluído pela caput deste artigo, de acordo com normas a serem baixa‑
Lei nº 13.134, de 2015) das pelo Ministério da Previdência Social. (Incluído pelo Lei
Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso nº 11.665, de 2008)
VII do art. 11 desta Lei, fica garantida a concessão:
I – de aposentadoria por idade ou por invalidez, de Seção V
auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor Dos Benefícios
de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-acidente, conforme
disposto no art. 86, desde que comprove o exercício de ati‑ Subseção I
vidade rural, ainda que de forma descontínua, no período, Da Aposentadoria por Invalidez
imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual
ao número de meses correspondentes à carência do benefí‑ Art. 42.  A aposentadoria por invalidez, uma vez cum‑
cio requerido; ou (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) prida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao

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segurado que, estando ou não em gozo de auxílio‑doença, quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista,
for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para valendo como documento, para tal fim, o  certificado de
o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, capacidade fornecido pela Previdência Social; ou
e ser‑lhe‑á paga enquanto permanecer nesta condição. b) após tantos meses quantos forem os anos de duração
§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez depen‑ do auxílio‑doença ou da aposentadoria por invalidez, para
derá da verificação da condição de incapacidade mediante os demais segurados;
exame médico‑pericial a cargo da Previdência Social, poden‑ II – quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após
do o segurado, às suas expensas, fazer‑se acompanhar de o período do inciso I, ou ainda quando o segurado for de‑
médico de sua confiança. clarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era porta‑ habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem
dor ao filiar‑se ao Regime Geral de Previdência Social não prejuízo da volta à atividade:
lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão da data em que for verificada a recuperação da capacidade;
ou agravamento dessa doença ou lesão. b) com redução de 50% (cinquenta por cento), no período
Art. 43. A aposentadoria por invalidez será devida a partir seguinte de 6 (seis) meses;
do dia imediato ao da cessação do auxílio‑doença, ressalvado c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento),
o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo. também por igual período de 6 (seis) meses, ao término do
§ 1º Concluindo a perícia médica inicial pela existência qual cessará definitivamente.
de incapacidade total e definitiva para o trabalho, a  apo‑
sentadoria por invalidez será devida: (Redação dada pela Atenção: a Lei Complementar nº 142, de 8/5/2013,
Lei nº 9.032, de 1995) regulamentou o § 1º do art. 201 da Constituição Federal, no
a) ao segurado empregado, a  contar do décimo sexto tocante à aposentadoria da pessoa com deficiência segurada
dia do afastamento da atividade ou a partir da entrada do do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).
requerimento, se entre o afastamento e a entrada do reque‑
rimento decorrerem mais de trinta dias; (Redação Dada pela Subseção II
Lei nº 9.876, de 26/11/1999) Da Aposentadoria por Idade
b) ao segurado empregado doméstico, trabalhador avul‑
so, contribuinte individual, especial e facultativo, a contar Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao segura‑
da data do início da incapacidade ou da data da entrada do que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65
do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta),
trinta dias. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999) se mulher. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 2º Durante os primeiros quinze dias de afastamento da §  1º Os limites fixados no caput são reduzidos para
atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar sessenta e cinquenta e cinco anos no caso de trabalhadores
ao segurado empregado o salário. (Redação Dada pela Lei rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na
nº 9.876, de 26/11/1999) alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI
Art. 44. A aposentadoria por invalidez, inclusive a decor‑ e VII do art. 11. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999)
rente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal §  2º Para os efeitos do disposto no §  1º deste artigo,
correspondente a 100% (cem por cento) do salário de bene‑ o  trabalhador rural deve comprovar o efetivo exercício de
fício, observado o disposto na Seção III, especialmente no atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período
art. 33 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) tempo igual ao número de meses de contribuição corres‑
§ 2º Quando o acidentado do trabalho estiver em gozo pondente à carência do benefício pretendido, computado o
de auxílio‑doença, o  valor da aposentadoria por invalidez período a que se referem os incisos III a VIII do § 9º do art. 11
será igual ao do auxílio‑doença se este, por força de reajus‑ desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11,718, de 2008)
tamento, for superior ao previsto neste artigo. § 3º Os trabalhadores rurais de que trata o § 1º deste
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segura‑ artigo que não atendam ao disposto no § 2º deste artigo,
do que necessitar da assistência permanente de outra pessoa mas que satisfaçam essa condição, se forem considerados
será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento). períodos de contribuição sob outras categorias do segura‑
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo: do, farão jus ao benefício ao completarem 65 (sessenta e
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se
o limite máximo legal; mulher. (Incluído pela Lei nº 11,718, de 2008)
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu § 4º Para efeito do § 3º deste artigo, o cálculo da renda
origem for reajustado; mensal do benefício será apurado de acordo com o disposto
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo incor‑ no inciso II do caput do art. 29 desta Lei, considerando‑se
porável ao valor da pensão. como salário de contribuição mensal do período como se‑
Conhecimentos Específicos

Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar volun‑ gurado especial o limite mínimo de salário de contribuição
tariamente à atividade terá sua aposentadoria automatica‑ da Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 11,718, de 2008)
mente cancelada, a partir da data do retorno. Art. 49. A aposentadoria por idade será devida:
Art. 47. Verificada a recuperação da capacidade de traba‑ I  – ao segurado empregado, inclusive o doméstico,
lho do aposentado por invalidez, será observado o seguinte a partir:
procedimento: a) da data do desligamento do emprego, quando reque‑
I  – quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) rida até essa data ou até 90 (noventa) dias depois dela; ou
anos, contados da data do início da aposentadoria por inva‑ b) da data do requerimento, quando não houver desli‑
lidez ou do auxílio‑doença que a antecedeu sem interrupção, gamento do emprego ou quando for requerida após o prazo
o benefício cessará: previsto na alínea a;
a) de imediato, para o segurado empregado que tiver II  – para os demais segurados, da data da entrada do
direito a retornar à função que desempenhava na empresa requerimento.

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Art. 50.  A aposentadoria por idade, observado o dis‑ Art. 54. A data do início da aposentadoria por tempo de
posto na Seção III deste Capítulo, especialmente no art. 33, serviço será fixada da mesma forma que a da aposentadoria
consistirá numa renda mensal de 70% (setenta por cento) por idade, conforme o disposto no art. 49.
do salário de benefício, mais 1% (um por cento) deste, por Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma
grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do
100% (cem por cento) do salário de benefício. correspondente às atividades de qualquer das categorias
Art. 51. A aposentadoria por idade pode ser requerida de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que
pela empresa, desde que o segurado empregado tenha anterior à perda da qualidade de segurado:
cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) I  – o tempo de serviço militar, inclusive o voluntário,
anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cin‑ e  o previsto no §  1º do art.  143 da Constituição Federal,
co) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em ainda que anterior à filiação ao Regime Geral de Previdência
que será garantida ao empregado a indenização prevista na Social, desde que não tenha sido contado para inatividade
legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do remunerada nas Forças Armadas ou aposentadoria no ser‑
contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início viço público;
da aposentadoria. II  – o tempo intercalado em que esteve em gozo de
auxílio‑doença ou aposentadoria por invalidez;
Subseção III III – o tempo de contribuição efetuada como segurado
Da Aposentadoria por Tempo de Serviço76 facultativo; (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
IV – o tempo de serviço referente ao exercício de man‑
Art. 52.  A aposentadoria por tempo de serviço será dato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que
devida, cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado não tenha sido contado para efeito de aposentadoria por
que completar 25 (vinte e cinco) anos de serviço, se do sexo outro regime de previdência social; (Redação dada pela Lei
feminino, ou 30 (trinta) anos, se do sexo masculino. nº 9.506, de 1997)
Art. 53. A aposentadoria por tempo de serviço, obser‑ V  – o tempo de contribuição efetuado por segurado
vado o disposto na Seção III deste Capítulo, especialmente depois de ter deixado de exercer atividade remunerada que
no art. 33, consistirá numa renda mensal de: o enquadrava no art. 11 desta Lei;
I  – para a mulher: 70% (setenta por cento) do salário VI  – o tempo de contribuição efetuado com base nos
de benefício aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço, mais arts. 8º e 9º da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991, pelo
6% (seis por cento) deste, para cada novo ano completo de segurado definido no art.  11, inciso I, alínea g, desta Lei,
atividade, até o máximo de 100% (cem por cento) do salário sendo tais contribuições computadas para efeito de carência.
de benefício aos 30 (trinta) anos de serviço; (Incluído pela Lei nº 8.647, de 1993)
II – para o homem: 70% (setenta por cento) do salário de § 1º A averbação de tempo de serviço durante o qual o
benefício aos 30 (trinta) anos de serviço, mais 6% (seis por exercício da atividade não determinava filiação obrigatória
cento) deste, para cada novo ano completo de atividade, até ao anterior Regime de Previdência Social Urbana só será
o máximo de 100% (cem por cento) do salário de benefício admitida mediante o recolhimento das contribuições corres‑
aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço. pondentes, conforme dispuser o Regulamento, observado o
disposto no § 2º.
Atenção: a partir da Emenda Constitucional nº 20/1998, § 2º O tempo de serviço do segurado trabalhador rural,
este benefício passou a denominar‑se aposentadoria por anterior à data de início de vigência desta Lei, será computa‑
tempo de contribuição, restando derrogados os arts. 52 e 53, do independentemente do recolhimento das contribuições
conforme art. 201, § 7º, da CF: a ele correspondentes, exceto para efeito de carência, con‑
forme dispuser o Regulamento.
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de § 3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos
previdência social, nos termos da lei, obedecidas as desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou
seguintes condições: judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito
I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, quando baseada em início de prova material, não sendo
e trinta anos de contribuição, se mulher; admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocor‑
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do pará‑ rência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme
grafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para disposto no Regulamento.
o professor que comprove exclusivamente tempo § 4º Não será computado como tempo de contribuição,
de efetivo exercício das funções de magistério na para efeito de concessão do benefício de que trata esta sub‑
educação infantil e no ensino fundamental e médio. seção, o período em que o segurado contribuinte individual
O cálculo da aposentadoria por tempo de contribui‑ ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2º do art. 21
ção também foi alterado pela EC nº  20/1998. Para da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se tiver com‑
encotrar o salário‑de‑benefícios é obrigatório o uso plementado as contribuições na forma do § 3º do mesmo
Conhecimentos Específicos

do fator previdenciário. A renda mensal é 100% do artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 123, de 2006)
salário‑de‑benefício, para o homem aos 35 anos de Art. 56. O professor, após 30 (trinta) anos, e a professora,
contribuição, e para a mulher, aos 30 anos de contri‑ após 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício em funções de
buição. Esse tempo de contribuição é reduzido para magistério poderão aposentar‑se por tempo de serviço, com
os professores de ambos os sexos, respectivamente, renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário
em 5 anos. Exceto para o magistério superior. Esse de benefício, observado o disposto na Seção III deste Capítulo.
benefício encontra‑se disciplinado, de acordo com a EC
nº 20/1998, no Decreto nº 3.048/1999, arts. 56 a 63. Subseção IV
Da Aposentadoria Especial

Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez


Este benefício foi completamente alterado pela EC nº 20/1998. A regulamen‑
76

tação atual encontra-se no Decreto nº 3.048/1999, arts. 56 a 63. cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver

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trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de
saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) comprovação de efetiva exposição em desacordo com o res‑
ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação pectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no art. 133
dada pela Lei nº 9.032, de 1995) desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no § 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil
art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo
a 100% (cem por cento) do salário de benefício. (Redação trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato
dada pela Lei nº 9.032, de 1995) de trabalho, cópia autêntica desse documento. (Incluído pela
§ 2º A data de início do benefício será fixada da mesma Lei nº 9.528, de 1997)
forma que a da aposentadoria por idade, conforme o dis‑
posto no art. 49. Subseção V
§ 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá Do Auxílio‑Doença
de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional
do Seguro Social – INSS, do tempo de trabalho permanente, Art. 59. O auxílio‑doença será devido ao segurado que,
não ocasional nem intermitente, em condições especiais que havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência
prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o perío‑ exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou
do mínimo fixado. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
§ 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de traba‑ consecutivos.
lho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos Parágrafo único. Não será devido auxílio‑doença ao se‑
ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade gurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já
física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do portador da doença ou da lesão invocada como causa para o
benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo
§ 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiais de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde Art. 60. O  auxílio‑doença será devido ao segurado
ou à integridade física será somado, após a respectiva con‑
empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento
versão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum,
da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da
segundo critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência
data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer
e Assistência Social, para efeito de concessão de qualquer
benefício. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995) incapaz. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
§ 6º O benefício previsto neste artigo será financiado com os § 1º Quando requerido por segurado afastado da ativida‑
recursos provenientes da contribuição de que trata o inciso II do de por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio‑doença será devido
art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas a contar da data da entrada do requerimento.
serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, con‑ § 2º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
forme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa §  3º Durante os primeiros quinze dias consecutivos
permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, ao do afastamento da atividade por motivo de doença, in‑
vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. cumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salá‑
(Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11/12/1998) rio integral. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999)
§ 7º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide § 4º A empresa que dispuser de serviço médico, próprio
exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito ou em convênio, terá a seu cargo o exame médico e o abo‑
às condições especiais referidas no caput. (Incluído pela Lei no das faltas correpondentes ao período referido no § 3º,
nº 9.732, de 11/12/1998) somente devendo encaminhar o segurado à perícia médica
§  8º Aplica‑se o disposto no art.  46 ao segurado apo‑ da Previdência Social quando a incapacidade ultrapassar 15
sentado nos termos deste artigo que continuar no exercício (quinze) dias.
de atividade ou operação que o sujeite aos agentes nocivos § 5º Nos casos de impossibilidade de realização de perícia
constantes da relação referida no art. 58 desta Lei. (Incluído médica pelo órgão ou setor próprio competente, assim como
pela Lei nº 9.732, de 11/12/1998) de efetiva incapacidade física ou técnica de implementação
Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos das atividades e de atendimento adequado à clientela da
e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde previdência social, o INSS poderá, sem ônus para os segu‑
ou à integridade física considerados para fins de concessão rados, celebrar, nos termos do regulamento, convênios,
da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior termos de execução descentralizada, termos de fomento
será definida pelo Poder Executivo. (Redação dada pela Lei ou de colaboração, contratos não onerosos ou acordos de
nº 9.528, de 1997)
cooperação técnica para realização de perícia médica, por
§ 1º A comprovação da efetiva exposição do segurado
delegação ou simples cooperação técnica, sob sua coordena‑
aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma
ção e supervisão, com: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS,
emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo I – órgãos e entidades públicos ou que integrem o Sistema
Conhecimentos Específicos

técnico de condições ambientais do trabalho expedido por Único de Saúde (SUS); (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho II – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
nos termos da legislação trabalhista. (Redação dada pela Lei III – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
nº 9.732, de 11/12/1998) § 6º O segurado que durante o gozo do auxílio-doença
§  2º Do laudo técnico referido no parágrafo anterior vier a exercer atividade que lhe garanta subsistência poderá
deverão constar informação sobre a existência de tecnologia ter o benefício cancelado a partir do retorno à atividade.
de proteção coletiva ou individual que diminua a intensidade (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
do agente agressivo a limites de tolerância e recomendação § 7º Na hipótese do § 6o, caso o segurado, durante o gozo
sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo. (Reda­ do auxílio-doença, venha a exercer atividade diversa daquela
ção dada pela Lei nº 9.732, de 11/12/1998) que gerou o benefício, deverá ser verificada a incapacidade
§ 3º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado para cada uma das atividades exercidas. (Incluído pela Lei
com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de nº 13.135, de 2015)

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Art. 61. O auxílio‑doença, inclusive o decorrente de Art. 68. As cotas do salário-família serão pagas pela
acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal corres‑ empresa ou pelo empregador doméstico, mensalmente,
pondente a 91% (noventa e um por cento) do salário de be‑ junto com o salário, efetivando-se a compensação quando
nefício, observado o disposto na Seção III, especialmente no do recolhimento das contribuições, conforme dispuser o
art. 33 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) Regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº
Art. 62. O segurado em gozo de auxílio‑doença, insus‑ 150, de 2015)
ceptível de recuperação para sua atividade habitual, deverá § 1º A empresa ou o empregador doméstico conservarão
submeter‑se a processo de reabilitação profissional para o durante 10 (dez) anos os comprovantes de pagamento e as
exercício de outra atividade. Não cessará o benefício até que cópias das certidões correspondentes, para fiscalização da
seja dado como habilitado para o desempenho de nova ativi‑ Previdência Social. (Redação dada pela Lei Complementar
dade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado nº 150, de 2015)
não recuperável, for aposentado por invalidez. §  2º  Quando o pagamento do salário não for mensal,
Art. 63. O segurado empregado, inclusive o doméstico, o salário‑família será pago juntamente com o último paga‑
em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa mento relativo ao mês.
e pelo empregador doméstico como licenciado. (Redação Art. 69. O salário‑família devido ao trabalhador avulso
dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) poderá ser recebido pelo sindicato de classe respectivo,
Parágrafo único. A  empresa que garantir ao segurado que se incumbirá de elaborar as folhas correspondentes e
de distribuí‑lo.
licença remunerada ficará obrigada a pagar‑lhe durante o
Art. 70. A cota do salário‑família não será incorporada,
período de auxílio‑doença a eventual diferença entre o valor
para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício.
deste e a importância garantida pela licença.
Art. 64. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
Subseção VII
Do Salário‑Maternidade
Subseção VI
Do Salário‑Família Art. 71. O  salário‑maternidade é devido à segurada da
Previdência Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início
Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data
segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao segurado de ocorrência deste, observadas as situações e condições pre‑
trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de vistas na legislação no que concerne à proteção à maternidade.
filhos ou equiparados nos termos do § 2º do art. 16 desta (Redação dada pala Lei nº 10.710, de 5/8/2003)
Lei, observado o disposto no art. 66. (Redação dada pela Lei Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
Complementar nº 150, de 2015) Art. 71-A. Ao segurado ou segurada da Previdência Social
Parágrafo único. O aposentado por invalidez ou por idade que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção
e os demais aposentados com 65 (sessenta e cinco) anos ou de criança é devido salário‑maternidade pelo período de
mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 (sessenta) anos 120 (cento e vinte) dias. (Redação dada pela Lei nº 12.873,
ou mais, se do feminino, terão direito ao salário‑família, pago de 2013)
juntamente com a aposentadoria. § 1º O salário‑maternidade de que trata este artigo será
Art. 66. O valor da cota do salário‑família por filho ou pago diretamente pela Previdência Social. (Redação dada
equiparado de qualquer condição, até 14 (quatorze) anos pela Lei nº 12.873, de 2013)
de idade ou inválido de qualquer idade é de: §  2º Ressalvado o pagamento do salário‑maternidade
I – Cr$ 1.360,00 (um mil trezentos e sessenta cruzeiros), à mãe biológica e o disposto no art. 71-B, não poderá ser
para o segurado com remuneração mensal não superior a concedido o benefício a mais de um segurado, decorrente do
Cr$ 51.000,00 (cinquenta e um mil cruzeiros); mesmo processo de adoção ou guarda, ainda que os cônjuges
II – Cr$ 170,00 (cento e setenta cruzeiros), para o segu‑ ou companheiros estejam submetidos a Regime Próprio de
rado com remuneração mensal superior a Cr$ 51.000,00 Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
(cinquenta e um mil cruzeiros). Art. 71-B. No caso de falecimento da segurada ou segu‑
rado que fizer jus ao recebimento do salário‑maternidade,
Atenção: a partir de 1º de janeiro de 2015, o valor da o benefício será pago, por todo o período ou pelo tempo
cota do salário-família é de: restante a que teria direito, ao  cônjuge ou companheiro
I – R$ 37,18 (trinta e sete reais e dezoito centavos) para sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto no
o segurado com remuneração mensal não superior a R$ caso do falecimento do filho ou de seu abandono, observadas
725,02 (setecentos e vinte e cinco reais e dois centavos); as normas aplicáveis ao salário‑maternidade. (Incluído pela
II – R$ 26,20 (vinte e seis reais e vinte centavos) para o Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
segurado com remuneração mensal superior a R$ 725,02 §  1º O pagamento do benefício de que trata o caput
(setecentos e vinte e cinco reais e dois centavos) e igual deverá ser requerido até o último dia do prazo previsto para
ou inferior a R$ 1.089,72 (um mil e oitenta e nove reais e o término do salário‑maternidade originário. (Incluído pela
Conhecimentos Específicos

setenta e dois centavos). Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)


§ 2º O benefício de que trata o caput será pago direta‑
Art. 67. O pagamento do salário‑família é condicionado mente pela Previdência Social durante o período entre a data
à apresentação da certidão de nascimento do filho ou da do óbito e o último dia do término do salário‑maternidade
do­cumentação relativa ao equiparado ou ao inválido, e  à originário e será calculado sobre: (Incluído pela Lei nº 12.873,
apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória e de 2013) (Vigência)
de comprovação de frequência à escola do filho ou equipa‑ I – a remuneração integral, para o empregado e trabalha‑
rado, nos termos do regulamento. (Redação dada pela Lei dor avulso; (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
nº 9.876, de 26/11/1999) II – o último salário‑de‑contribuição, para o empregado
Parágrafo único. O empregado doméstico deve apre‑ doméstico; (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
sentar apenas a certidão de nascimento referida no caput. III – 1/12 (um doze avos) da soma dos 12 (doze) últimos
(Incluído pela Lei Complementar nº 150, de 2015) salários de contribuição, apurados em um período não su‑

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perior a 15 (quinze) meses, para o contribuinte individual, tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união
facultativo e desempregado; e (Incluído pela Lei nº 12.873, estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de
de 2013) (Vigência) constituir benefício previdenciário, apuradas em processo
IV – o valor do salário mínimo, para o segurado especial. judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e
(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência) à ampla defesa. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 3º Aplica‑se o disposto neste artigo ao segurado que Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será de cem
adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção.(Inclu­ por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia
ído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência) ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por
Art. 71-C. A percepção do salário‑maternidade, inclusive invalidez na data de seu falecimento, observado o disposto
o previsto no art. 71-B, está condicionada ao afastamento do no art. 33 desta lei. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
segurado do trabalho ou da atividade desempenhada, sob Art. 76. A concessão da pensão por morte não será prote‑
pena de suspensão do benefício. (Incluído pela Lei nº 12.873, lada pela falta de habilitação de outro possível dependente,
de 2013) (Vigência) e qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe
Art. 72. O salário‑maternidade para a segurada empre‑ em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito
gada ou trabalhadora avulsa consistirá numa renda mensal a contar da data da inscrição ou habilitação.
igual a sua remuneração integral.  (Redação dada pela lei § 1º O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão
nº 9.876, de 26/11/1999) por morte o companheiro ou a companheira, que somente
§ 1º Cabe à empresa pagar o salário‑maternidade devido fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e
à respectiva empregada gestante, efetivando‑se a compen‑ mediante prova de dependência econômica.
sação, observado o disposto no art. 248 da Constituição Fe‑ §  2º  O cônjuge divorciado ou separado judicialmente
deral, quando do recolhimento das contribuições incidentes ou de fato que recebia pensão de alimentos concorrerá em
sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou igualdade de condições com os dependentes referidos no
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste inciso I do art. 16 desta Lei.
serviço. (Redação dada pela Lei nº 10.710, de 5/8/2003) Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pen‑
§ 2º A empresa deverá conservar durante 10 (dez) anos sionista, será rateada entre todos em parte iguais. (Redação
os comprovantes dos pagamentos e os atestados correspon‑ dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
dentes para exame pela fiscalização da Previdência Social. § 1º Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo
(Incluído pela Lei nº 10.710, de 5/8/2003) direito à pensão cessar. (Redação dada pela Lei nº 9.032,
§ 3º O salário‑maternidade devido à trabalhadora avulsa de 1995)
e à empregada do microempreendedor individual de que § 2º O direito à percepção de cada cota individual cessará:
trata o art.  18-A da Lei Complementar nº  123, de 14 de (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
dezembro de 2006, será pago diretamente pela Previdência I – pela morte do pensionista; (Incluído pela Lei nº 9.032,
Social. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) de 1995)
Art. 73. Assegurado o valor de um salário mínimo, II – para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão, de
o salário‑maternidade para as demais seguradas, pago dire‑ ambos os sexos, ao completar 21 (vinte e um) anos de ida‑
tamente pela Previdência Social, consistirá: (Redação dada de, salvo se for inválido ou com deficiência; (Redação dada
pela Lei nº 10.710, de 5/8/2003) pela Lei nº 13.135, de 2015) (Vide Lei nº 13.146, de 2015)
I – em um valor correspondente ao do seu último salário (Vigência)
de contribuição, para a segurada empregada doméstica; III – para filho ou irmão inválido, pela cessação da inva‑
(Incluído pela lei nº 9.876, de 26/11/1999) lidez; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
II – em um doze avos do valor sobre o qual incidiu sua IV – pelo decurso do prazo de recebimento de pensão
última contribuição anual, para a segurada especial; (Incluído pelo cônjuge, companheiro ou companheira, nos termos
pela lei nº 9.876, de 26/11/1999) do § 5º. (Incluído pela Medida Provisória nº 664, de 2014)
III – em um doze avos da soma dos doze últimos salários (Vigência) (Vide Lei nº 13.135, de 2015)
de contribuição, apurados em um período não superior a V – para cônjuge ou companheiro: (Incluído pela Lei nº
quinze meses, para as demais seguradas. (Incluído pela lei 13.135, de 2015)
nº 9.876, de 26/11/1999) a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da in‑
validez ou pelo afastamento da deficiência, respeitados os
períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas b e
Subseção VIII
c; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Da Pensão por Morte
b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o
segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos
ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados
dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não,
em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado;
a contar da data: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Conhecimentos Específicos

I – do óbito, quando requerida até noventa dias depois c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos
deste; (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) de acordo com a idade do beneficiário na data de óbito do
II – do requerimento, quando requerida após o prazo pre‑ segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito)
visto no inciso anterior; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o
III  – da decisão judicial, no caso de morte presumida. início do casamento ou da união estável: (Incluído pela Lei
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) nº 13.135, de 2015)
§ 1º Perde o direito à pensão por morte, após o trânsito 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de
em julgado, o condenado pela prática de crime de que tenha idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
dolosamente resultado a morte do segurado. (Incluído pela 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis)
Lei nº 13.135, de 2015) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 2º Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e
companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer nove) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

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4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos Subseção X
de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) Dos Pecúlios
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quaren‑
ta e três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) Art. 81. (Revogado dada pela Lei nº 9.129, de 1995)
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de Arts. 82 a 85. (Revogados pela Lei nº 9.032, de 1995)
idade. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) Subseção XI
§ 2º-A. Serão aplicados, conforme o caso, a regra con‑ Do Auxílio‑Acidente
tida na alínea a ou os prazos previstos na alínea c, ambas
do inciso V do § 2o, se o óbito do segurado decorrer de Art. 86. O auxílio‑acidente será concedido, como inde‑
acidente de qualquer natureza ou de doença profissional nização, ao segurado quando, após consolidação das lesões
ou do trabalho, independentemente do recolhimento de decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem
18 (dezoito) contribuições mensais ou da comprovação de 2 sequelas que impliquem redução da capacidade para o
(dois) anos de casamento ou de união estável. (Incluído pela trabalho que habitualmente exercia. (Redação dada pela
Lei nº 13.135, de 2015) Lei nº 9.528, de 1997)
§ 2º-B. Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e § 1º O auxílio‑acidente mensal corresponderá a cinquen‑
desde que nesse período se verifique o incremento mínimo ta por cento do salário de benefício e será devido, observa‑
de um ano inteiro na média nacional única, para ambos os do o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer
sexos, correspondente à expectativa de sobrevida da popu‑ aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. (Redação
lação brasileira ao nascer, poderão ser fixadas, em números dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
inteiros, novas idades para os fins previstos na alínea c do § 2º O auxílio‑acidente será devido a partir do dia seguin‑
inciso V do § 2º, em ato do Ministro de Estado da Previdência te ao da cessação do auxílio‑doença, independentemente de
Social, limitado o acréscimo na comparação com as idades qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo aciden‑
anteriores ao referido incremento. (Incluído pela Lei nº tado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria.
13.135, de 2015) (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
§ 3º Com a extinção da parte do último pensionista a § 3º O recebimento de salário ou concessão de outro
pensão extinguir-se-á. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995) benefício, exceto de aposentadoria, observado o disposto
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de no § 5º, não prejudicará a continuidade do recebimento do
2015) auxílio‑acidente. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
§ 5º O tempo de contribuição a Regime Próprio de Pre‑ §  4º A perda da audição, em qualquer grau, somente
vidência Social (RPPS) será considerado na contagem das 18 proporcionará a concessão do auxílio‑acidente, quando,
(dezoito) contribuições mensais de que tratam as alíneas b e além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e
c do inciso V do § 2º. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda
§ 6º O exercício de atividade remunerada, inclusive na da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
condição de microempreendedor individual, não impede a (Restabelecido com nova redação pela Lei nº 9.528, de 1997)
concessão ou manutenção da parte individual da pensão § 5º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
do dependente com deficiência intelectual ou mental ou
com deficiência grave. (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) Subseção XII
Art. 78.  Por morte presumida do segurado, declarada Do Abono de Permanência em Serviço
pela autoridade judicial competente, depois de 6 (seis)
meses de ausência, será concedida pensão provisória, na Art. 87. (Revogado pela Lei nº 8.870, de 1994)
forma desta Subseção.
§ 1º Mediante prova do desaparecimento do segurado Seção VI
em consequência de acidente, desastre ou catástrofe, seus Dos Serviços
dependentes farão jus à pensão provisória independente‑
mente da declaração e do prazo deste artigo. Subseção I
§ 2º Verificado o reaparecimento do segurado, o paga‑ Do Serviço Social
mento da pensão cessará imediatamente, desobrigados os
dependentes da reposição dos valores recebidos, salvo má‑fé. Art. 88. Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos
Art. 79. Não se aplica o disposto no art. 103 desta Lei beneficiários seus direitos sociais e os meios de exercê‑los e
ao pensionista menor, incapaz ou ausente, na forma da lei. estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução
dos problemas que emergirem da sua relação com a Previ‑
Subseção IX dência Social, tanto no âmbito interno da instituição como
Do Auxílio‑Reclusão na dinâmica da sociedade.
§ 1º Será dada prioridade aos segurados em benefício por
Art. 80. O auxílio‑reclusão será devido, nas mesmas con‑ incapacidade temporária e atenção especial aos aposentados
dições da pensão por morte, aos dependentes do segurado e pensionistas.
recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa § 2º Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários
Conhecimentos Específicos

nem estiver em gozo de auxílio‑doença, de aposentadoria serão utilizadas intervenção técnica, assistência de natureza
ou de abono de permanência em serviço. jurídica, ajuda material, recursos sociais, intercâmbio com
Parágrafo único. O  requerimento do auxílio‑reclusão empresas e pesquisa social, inclusive mediante celebração
deverá ser instruído com certidão do efetivo recolhimento à de convênios, acordos ou contratos.
prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, § 3º O Serviço Social terá como diretriz a participação
a apresentação de declaração de permanência na condição do beneficiário na implementação e no fortalecimento da
de presidiário. política previdenciária, em articulação com as associações
e entidades de classe.
Atenção: benefício pago aos dependentes do segurado §  4º  O Serviço Social, considerando a universalização
de baixa renda, conforme alteração introduzida pela EC nº da Previdência Social, prestará assessoramento técnico aos
20/1998 – segurado com salário de contribuição de até R$ Estados e Municípios na elaboração e implantação de suas
1.089,72. propostas de trabalho.

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96 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Subseção II pelos demais sistemas, em relação aos respectivos tempos de
Da Habilitação e da Reabilitação Profissional contribuição ou de serviço, conforme dispuser o Regulamen‑
to. (Renumerado pela Lei Complementar nº 123, de 2006)
Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social § 2º Não será computado como tempo de contribuição,
deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial para efeito dos benefícios previstos em regimes próprios de
ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de previdência social, o período em que o segurado contribuinte
deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação individual ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2º
profissional e social indicados para participar do mercado de do art. 21 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se
trabalho e do contexto em que vive. complementadas as contribuições na forma do § 3º do mes‑
Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende: mo artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 123, de 2006)
a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e Art. 95. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.187-13,
instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda de 2001)
ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada Art. 96. O tempo de contribuição ou de serviço de que
por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação trata esta Seção será contado de acordo com a legislação
e reabilitação social e profissional; pertinente, observadas as normas seguintes:
b) a reparação ou a substituição dos aparelhos menciona‑ I – não será admitida a contagem em dobro ou em outras
condições especiais;
dos no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por
II – é vedada a contagem de tempo de serviço público
ocorrência estranha à vontade do beneficiário;
com o de atividade privada, quando concomitantes;
c) o transporte do acidentado do trabalho, quando III – não será contado por um sistema o tempo de serviço
necessário. utilizado para concessão de aposentadoria pelo outro;
Art. 90.  A prestação de que trata o artigo anterior é IV – o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigato‑
devida em caráter obrigatório aos segurados, inclusive riedade de filiação à Previdência Social só será contado me‑
aposentados e, na medida das possibilidades do órgão da diante indenização da contribuição correspondente ao período
Previdência Social, aos seus dependentes. respectivo, com acréscimo de juros moratórios de zero vírgula
Art. 91. Será concedido, no caso de habilitação e reabili‑ cinco por cento ao mês, capitalizados anualmente, e multa de
tação profissional, auxílio para tratamento ou exame fora do dez por cento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-
domicílio do beneficiário, conforme dispuser o Regulamento. 13, de 2001) (Vide Medida Provisória nº 316, de 2006)
Art. 92.  Concluído o processo de habilitação ou rea‑ Art. 97. A  aposentadoria por tempo de serviço, com
bilitação social e profissional, a  Previdência Social emitirá contagem de tempo na forma desta Seção, será concedida
certificado individual, indicando as atividades que poderão ao segurado do sexo feminino a partir de 25 (vinte e cinco)
ser exercidas pelo beneficiário, nada impedindo que este anos completos de serviço, e, ao segurado do sexo masculino,
exerça outra atividade para a qual se capacitar. a partir de 30 (trinta) anos completos de serviço, ressalvadas
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados as hipóteses de redução previstas em lei.
está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco Art. 98. Quando a soma dos tempos de serviço ultrapas‑
por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou sar 30 (trinta) anos, se do sexo feminino, e 35 (trinta e cinco)
pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte anos, se do sexo masculino, o excesso não será considerado
proporção: para qualquer efeito.
I – até 200 empregados.....................................2%; Art. 99. O benefício resultante de contagem de tempo
II – de 201 a 500................................................3%; de serviço na forma desta Seção será concedido e pago pelo
III – de 501 a 1.000............................................4%; sistema a que o interessado estiver vinculado ao requerê‑lo,
IV – de 1.001 em diante....................................5%. e calculado na forma da respectiva legislação.
§ 1º A dispensa de trabalhador reabilitado ou de defi‑
ciente habilitado ao final de contrato por prazo determinado Seção VIII
de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no contrato por Das Disposições Diversas Relativas às Prestações
prazo indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação
de substituto de condição semelhante. (Vide Lei nº 13.146, Art. 100. (Vetado)
de 2015) (Vigência) Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doença, aposen‑
§ 2º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social tadoria por invalidez e o pensionista inválido estão obrigados,
deverá gerar estatísticas sobre o total de empregados e as sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame
vagas preenchidas por reabilitados e deficientes habilitados, médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilita‑
fornecendo-as, quando solicitadas, aos sindicatos ou entida‑ ção profissional por ela prescrito e custeado, e tratamento
des representativas dos empregados. dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão
§ 3º (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) de sangue, que são facultativos.
§ 4º (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) § 1º O aposentado por invalidez e o pensionista inválido
estarão isentos do exame de que trata o caput após comple‑
Seção VII tarem 60 (sessenta) anos de idade.
Conhecimentos Específicos

Da Contagem Recíproca de Tempo de Serviço § 2º A isenção de que trata o § 1o não se aplica quando
o exame tem as seguintes finalidades:
Art. 94. Para efeito dos benefícios previstos no Regime I – verificar a necessidade de assistência permanente de
Geral de Previdência Social ou no serviço público é assegu‑ outra pessoa para a concessão do acréscimo de 25% (vinte
rada a contagem recíproca do tempo de contribuição na e cinco por cento) sobre o valor do benefício, conforme dis‑
atividade privada, rural e urbana, e do tempo de contribuição põe o art. 45; (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014)
ou de serviço na administração pública, hipótese em que II – verificar a recuperação da capacidade de trabalho,
os diferentes sistemas de previdência social se compensa‑ mediante solicitação do aposentado ou pensionista que se
rão financeiramente. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de julgar apto; (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014)
20/11/1998) III – subsidiar autoridade judiciária na concessão de
§ 1º A compensação financeira será feita ao sistema a curatela, conforme dispõe o art. 110. (Incluído pela Lei nº
que o interessado estiver vinculado ao requerer o benefício 13.063, de 2014)

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Art. 102. A perda da qualidade de segurado importa em 1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com
caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade. (Redação indicação do nome do segurado como vendedor; (Incluído
dada pela Lei nº 9.528, de 1997) pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 1º A perda da qualidade de segurado não prejudica o VII – documentos fiscais relativos a entrega de produ‑
direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido ção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado
preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou
vigor à época em que estes requisitos foram atendidos. consignante; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à
§ 2º Não será concedida pensão por morte aos depen‑ Previdência Social decorrentes da comercialização da pro‑
dentes do segurado que falecer após a perda desta quali‑ dução; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
dade, nos termos do art. 15 desta Lei, salvo se preenchidos IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indi‑
os requisitos para obtenção da aposentadoria na forma do cação de renda proveniente da comercialização de produção
parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) rural; ou (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo
qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para Incra. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia Art. 107. O tempo de serviço de que trata o art. 55 desta
primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira Lei será considerado para cálculo do valor da renda mensal
prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar de qualquer benefício.
conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito Art. 108.  Mediante justificação processada perante a
administrativo. (Redação dada pela Lei nº 10.839, de 2004) Previdência Social, observado o disposto no § 3º do art. 55
Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da e na forma estabelecida no Regulamento, poderá ser suprida
data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação a falta de documento ou provado ato do interesse de benefi‑
para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou ciário ou empresa, salvo no que se refere a registro público.
diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos Art. 109. O benefício será pago diretamente ao benefici‑
menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil. ário, salvo em caso de ausência, moléstia contagiosa ou im‑
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) possibilidade de locomoção, quando será pago a procurador,
Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os cujo mandato não terá prazo superior a doze meses, podendo
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para ser renovado. (Redação dada pela Lei nº 8.870, de 1994)
os seus beneficiários decai em dez anos, contados da data Parágrafo único. A impressão digital do beneficiário incapaz
em que foram praticados, salvo comprovada má‑fé. (Incluído de assinar, aposta na presença de servidor da Previdência Social,
pela Lei nº 10.839, de 2004) vale como assinatura para quitação de pagamento de benefício.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo Art. 110. O benefício devido ao segurado ou dependente
decadencial contar‑se‑á da percepção do primeiro pagamen‑ civilmente incapaz será feito ao cônjuge, pai, mãe, tutor
to. (Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004) ou curador, admitindo‑se, na sua falta e por período não
§ 2º Considera‑se exercício do direito de anular qualquer superior a 6 (seis) meses, o pagamento a herdeiro neces‑
medida de autoridade administrativa que importe impugna‑ sário, mediante termo de compromisso firmado no ato do
ção à validade do ato. (Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004) recebimento.
Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do Parágrafo único. Para efeito de curatela, no caso de inter‑
trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o disposto dição do beneficiário, a autoridade judiciária pode louvar‑se
no art. 103 desta Lei, contados da data: no laudo médico‑pericial da Previdência Social.
I – do acidente, quando dele resultar a morte ou a in‑ Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios ope‑
capacidade temporária, verificada esta em perícia médica a racionalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de
cargo da Previdência Social; ou termo de curatela de titular ou de beneficiário com defici‑
II  – em que for reconhecida pela Previdência Social, ência, observados os procedimentos a serem estabelecidos
a incapacidade permanente ou o agravamento das sequelas em regulamento. (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
do acidente. Art. 111. O segurado menor poderá, conforme dispuser
Art. 105. A apresentação de documentação incompleta não o Regulamento, firmar recibo de benefício, independente‑
constitui motivo para recusa do requerimento de benefício. mente da presença dos pais ou do tutor.
Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural Art. 112. O valor não recebido em vida pelo segurado só
será feita, alternativamente, por meio de:  (Redação dada será pago aos seus dependentes habilitados à pensão por
pela Lei nº 11.718, de 2008) morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da
I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e lei civil, independentemente de inventário ou arrolamento.
Previdência Social; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008) Art. 113. O benefício poderá ser pago mediante depó‑
II  – contrato de arrendamento, parceria ou comodato sito em conta corrente ou por autorização de pagamento,
rural; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008) conforme se dispuser em regulamento.
III – declaração fundamentada de sindicato que represente Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.876, de
Conhecimentos Específicos

o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou 26/11/1999)


colônia de pescadores, desde que homologada pelo Instituto Art. 114.  Salvo quanto a valor devido à Previdência
Nacional do Seguro Social  – INSS;  (Redação dada pela Lei Social e a desconto autorizado por esta Lei, ou derivado da
nº 11.718, de 2008) obrigação de prestar alimentos reconhecida em sentença
IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de judicial, o benefício não pode ser objeto de penhora, arresto
Colonização e Reforma Agrária – INCRA, no caso de produ‑ ou sequestro, sendo nula de pleno direito a sua venda ou
tores em regime de economia familiar; (Redação dada pela cessão, ou a constituição de qualquer ônus sobre ele, bem
Lei nº 11.718, de 2008) como a outorga de poderes irrevogáveis ou em causa própria
V – bloco de notas do produtor rural; (Redação dada pela para o seu recebimento.
Lei nº 11.718, de 2008) Art. 115. Podem ser descontados dos benefícios:
VI  – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que I  – contribuições devidas pelo segurado à Previdência
trata o § 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de Social;

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98 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – pagamento de benefício além do devido; Art. 122. Se mais vantajoso, fica assegurado o direito
III – Imposto de Renda retido na fonte; à aposentadoria, nas condições legalmente previstas na
IV – pensão de alimentos decretada em sentença judicial; data do cumprimento de todos os requisitos necessários à
V – mensalidades de associações e demais entidades de obtenção do benefício, ao segurado que, tendo completado
aposentados legalmente reconhecidas, desde que autoriza‑ 35 anos de serviço, se homem, ou trinta anos, se mulher,
das por seus filiados. optou por permanecer em atividade. (Restabelecido com
VI - pagamento de empréstimos, financiamentos, car‑ nova redação pela Lei nº 9.528, de 1997)
tões de crédito e operações de arrendamento mercantil Art. 123. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
concedidos por instituições financeiras e sociedades de Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, não é per‑
arrendamento mercantil, ou por entidades fechadas ou mitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios da
abertas de previdência complementar, públicas e privadas,
Previdência Social:
quando expressamente autorizado pelo beneficiário, até o
I – aposentadoria e auxílio‑doença;
limite de 35% (trinta e cinco por cento) do valor do benefício,
sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusivamente para: II – mais de uma aposentadoria; (Redação dada pela Lei
(Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015) nº 9.032, de 1995)
a) amortização de despesas contraídas por meio de car‑ III – aposentadoria e abono de permanência em serviço;
tão de crédito; ou (Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015) IV – salário‑maternidade e auxílio‑doença; (Incluído dada
b) utilização com a finalidade de saque por meio do car‑ pela Lei nº 9.032, de 1995)
tão de crédito. (Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015) V – mais de um auxílio‑acidente; (Incluído dada pela Lei
§ 1º Na hipótese do inciso II, o desconto será feito em nº 9.032, de 1995)
parcelas, conforme dispuser o regulamento, salvo má‑fé. VI – mais de uma pensão deixada por cônjuge ou com‑
(Incluído pela Lei nº 10.820, de 17/12/2003) (Vide Medida panheiro, ressalvado o direito de opção pela mais vantajosa.
Provisória nº 681, de 2015) (Incluído dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 2º Na hipótese dos incisos II e VI, haverá prevalência Parágrafo único. É vedado o recebimento conjunto do
do desconto do inciso II. (Incluído pela Lei nº 10.820, de seguro‑desemprego com qualquer benefício de prestação
17/12/2003) continuada da Previdência Social, exceto pensão por morte
Art. 116. Será fornecido ao beneficiário demonstrativo ou auxílio‑acidente. (Incluído dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
minucioso das importâncias pagas, discriminando‑se o valor
da mensalidade, as diferenças eventualmente pagas com o TÍTULO IV
período a que se referem e os descontos efetuados. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 117. A empresa, o sindicato ou a entidade de apo‑
sentados devidamente legalizada poderá, mediante convênio Art. 125 .Nenhum benefício ou serviço da Previdência
com a Previdência Social, encarregar‑se, relativamente a seu
Social poderá ser criado, majorado ou estendido, sem a
empregado ou associado e respectivos dependentes, de:
I – processar requerimento de benefício, preparando‑o e correspondente fonte de custeio total.
instruindo‑o de maneira a ser despachado pela Previdência Art. 125-A. Compete ao Instituto Nacional do Seguro
Social; Social – INSS realizar, por meio dos seus próprios agentes,
II – submeter o requerente a exame médico, inclusive quando designados, todos os atos e procedimentos necessá‑
complementar, encaminhando à Previdência Social o respec‑ rios à verificação do atendimento das obrigações não tribu‑
tivo laudo, para efeito de homologação e posterior concessão tárias impostas pela legislação previdenciária e à imposição
de benefício que depender de avaliação de incapacidade; da multa por seu eventual descumprimento. (Incluído pela
III – pagar benefício. Lei nº 11.941, de 2009)
Parágrafo único. O convênio poderá dispor sobre o reem‑ § 1º A empresa disponibilizará a servidor designado por
bolso das despesas da empresa, do sindicato ou da entidade dirigente do INSS os documentos necessários à comprovação
de aposentados devidamente legalizada, correspondente de vínculo empregatício, de prestação de serviços e de re‑
aos serviços previstos nos incisos II e III, ajustado por valor muneração relativos a trabalhador previamente identificado.
global conforme o número de empregados ou de associados, (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
mediante dedução do valor das contribuições previdenciárias § 2º Aplica‑se ao disposto neste artigo, no que couber,
a serem recolhidas pela empresa. o art. 126 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem § 3º O disposto neste artigo não abrange as competências
garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção atribuídas em caráter privativo aos ocupantes do cargo de
do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do Auditor‑Fiscal da Receita Federal do Brasil previstas no inciso
auxílio‑doença acidentário, independentemente de percep‑ I do caput do art. 6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de
ção de auxílio‑acidente.
2002. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
Art. 126. Das decisões do Instituto Nacional do Seguro
Art. 119. Por intermédio dos estabelecimentos de ensino,
sindicatos, associações de classe, Fundação Jorge Duprat Social – INSS nos processos de interesse dos beneficiários e
Conhecimentos Específicos

Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – Funda‑ dos contribuintes da Seguridade Social caberá recurso para
centro, órgãos públicos e outros meios, serão promovidas o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme
regularmente instrução e formação com vistas a incrementar dispuser o Regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.528,
costumes e atitudes prevencionistas em matéria de acidente, de 1997)
especialmente do trabalho. § 1º (Revogado pela Lei nº 11.727, de 2008)
Art. 120.  Nos casos de negligência quanto às normas § 2º (Revogado pela Lei nº 11.727, de 2008)
padrão de segurança e higiene do trabalho indicados para a §  3º A propositura, pelo beneficiário ou contribuinte,
proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá de ação que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual
ação regressiva contra os responsáveis. versa o processo administrativo importa renúncia ao direito
Art. 121. O pagamento, pela Previdência Social, das pres‑ de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso
tações por acidente do trabalho não exclui a responsabilidade interposto. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 20/11/1998)
civil da empresa ou de outrem. Art. 127. (Revogado pela Lei nº 9.711, de 20/11/1998)

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Art. 128. As demandas judiciais que tiverem por objeto a) abster‑se de constituí‑los; (Incluída pela Lei nº 9.528,
o reajuste ou a concessão de benefícios regulados nesta de 1997)
Lei cujos valores de execução não forem superiores a R$ b) retificar o seu valor ou declará‑los extintos, de ofício,
5.180,25 (cinco mil, cento e oitenta reais e vinte e cinco quando houverem sido constituídos anteriormente, ainda
centavos) por autor poderão, por opção de cada um dos que inscritos em dívida ativa; (Incluída pela Lei nº 9.528,
exequentes, ser quitadas no prazo de até sessenta dias após de 1997)
a intimação do trânsito em julgado da decisão, sem neces‑ c) formular desistência de ações de execução fiscal já
sidade da expedição de precatório. (Redação dada pela Lei ajuizadas, bem como deixar de interpor recursos de decisões
nº 10.099, de 19/12/2000) judiciais. (Incluída pela Lei nº 9.528, de 1997)
§ 1º É vedado o fracionamento, repartição ou quebra do Art. 132. A formalização de desistência ou transigência judi‑
valor da execução, de modo que o pagamento se faça, em ciais, por parte de procurador da Previdência Social, será sempre
parte, na forma estabelecida no caput e, em parte, mediante precedida da anuência, por escrito, do Procurador‑Geral do
expedição do precatório. (Incluído pela Lei nº 10.099, de Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ou do presidente desse
19/12/2000) órgão, quando os valores em litígio ultrapassarem os limites
§ 2º É vedada a expedição de precatório complementar definidos pelo Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS.
ou suplementar do valor pago na forma do caput. (Incluído § 1º Os valores, a partir dos quais se exigirá a anuência do
pela Lei nº 10.099, de 19/12/2000) Procurador‑Geral ou do presidente do INSS, serão definidos
§ 3º Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no periodicamente pelo CNPS, através de resolução própria.
caput, o pagamento far‑se‑á sempre por meio de precatório. §  2º  Até que o CNPS defina os valores mencionados
(Incluído pela Lei nº 10.099, de 19/12/2000) neste artigo, deverão ser submetidos à anuência prévia do
§ 4º É facultada à parte exequente a renúncia ao crédito, Procurador‑Geral ou do presidente do INSS a formalização
no que exceder ao valor estabelecido no caput, para que pos‑ de desistência ou transigência judiciais, quando os valores,
sa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, na forma referentes a cada segurado considerado separadamente,
ali prevista. (Incluído pela Lei nº 10.099, de 19/12/2000) superarem, respectivamente, 10 (dez) ou 30 (trinta) vezes o
§ 5º A opção exercida pela parte para receber os seus teto do salário de benefício.
créditos na forma prevista no caput implica a renúncia do Art. 133.  A infração a qualquer dispositivo desta Lei,
para a qual não haja penalidade expressamente cominada,
restante dos créditos porventura existentes e que sejam
sujeita o responsável, conforme a gravidade da infração,
oriundos do mesmo processo. (Incluído pela Lei nº 10.099,
à multa variável de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$
de 19/12/2000)
10.000.000,00 (dez milhões de cruzeiros).
§  6º O pagamento sem precatório, na forma prevista
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
neste artigo, implica quitação total do pedido constante da
petição inicial e determina a extinção do processo. (Incluído Nota: Valores atualizados pela Portaria Interministerial
pela Lei nº 10.099, de 19/12/2000) MPS/MF nº 13, de 9/1/2015, art. 8º.
§ 7º O disposto neste artigo não obsta a interposição de
embargos à execução por parte do INSS. (Incluído pela Lei [...]
nº 10.099, de 19/12/2000) IV – o valor da multa pela infração a qualquer
Art. 129.  Os litígios e medidas cautelares relativos a dispositivo do RPS, para a qual não haja penalidade
acidentes do trabalho serão apreciados: expressamente cominada no art. 283 do RPS, varia,
I – na esfera administrativa, pelos órgãos da Previdência conforme a gravidade da infração, de R$ 1.925,81
Social, segundo as regras e prazos aplicáveis às demais pres‑ (um mil novecentos e vinte e cinco reais e oitenta
tações, com prioridade para conclusão; e e um centavos) a R$ 192.578,66 (cento e noventa e
II – na via judicial, pela Justiça dos Estados e do Distrito dois mil quinhentos e setenta e oito reais e sessenta
Federal, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as e seis centavos);
férias forenses, mediante petição instruída pela prova de V – o valor da multa indicada no inciso II do art. 283
efetiva notificação do evento à Previdência Social, através do RPS é de R$ 19.257,83 (dezenove mil duzentos
de Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT. e cinquenta e sete reais e oitenta e três centavos);
Parágrafo único. O  procedimento judicial de que trata VI – é exigida Certidão Negativa de Débito (CND)
o inciso II deste artigo é isento do pagamento de quaisquer da empresa na alienação ou oneração, a qualquer
custas e de verbas relativas à sucumbência. título, de bem móvel incorporado ao seu ativo
Art. 130. Na execução contra o Instituto Nacional do permanente de valor superior a R$ 48.144,19
Seguro Social – INSS, o prazo a que se refere o art. 730 do (quarenta e oito mil cento e quarenta e quatro reais
Código de Processo Civil é de trinta dias. (Redação dada pela e dezenove centavos); e
Lei nº 9.528, de 1997) VII – o valor de que trata o § 3º do art. 337-A do
Art. 131.O Ministro da Previdência e Assistência So‑ Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei nº 2.848,
cial poderá autorizar o INSS a formalizar a desistência ou de 7 de dezembro de 1940, é de R$ 4.117,35 (quatro
Conhecimentos Específicos

abster‑se de propor ações e recursos em processos judiciais mil cento e dezessete reais e trinta e cinco centavos).
sempre que a ação versar matéria sobre a qual haja de‑
claração de inconstitucionalidade proferida pelo Supremo Art. 134. Os valores expressos em moeda corrente nesta
Tribunal Federal – STF, súmula ou jurisprudência consolidada Lei serão reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos
do STF ou dos tribunais superiores. (Redação dada pela Lei índices utilizados para o reajustamento dos valores dos be‑
nº 9.528, de 10/12/1997) nefícios. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-13,
Parágrafo único. O Ministro da Previdência e Assistência de 2001) (Vide Medida Provisória nº 316, de 2006)
Social disciplinará as hipóteses em que a administração Art. 135. Os salários de contribuição utilizados no cálculo
previdenciária federal, relativamente aos créditos previden‑ do valor de benefício serão considerados respeitando‑se os li‑
ciários baseados em dispositivo declarado insconstitucional mites mínimo e máximo vigentes nos meses a que se referirem.
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, possa: Art. 136. Ficam eliminados o menor e o maior valor‑teto
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) para cálculo do salário de benefício.

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Art. 137. Fica extinto o Programa de Previdência Social Art. 149. As prestações, e o seu financiamento, referentes
aos Estudantes, instituído pela Lei nº 7.004, de 24 de junho aos benefícios de ex‑combatente e de ferroviário servidor
de 1982, mantendo‑se o pagamento dos benefícios de público ou autárquico federal ou em regime especial que
prestação continuada com data de início até a entrada em não optou pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho,
vigor desta Lei. na forma da Lei nº 6.184, de 11 de dezembro de 1974, bem
Art. 138. Ficam extintos os regimes de Previdência Social como seus dependentes, serão objeto de legislação específica.
instituídos pela Lei Complementar nº 11, de 25 de maio de Art. 150. (Revogado pela Lei nº 10.559, de 13/11/2002)
1971, e pela Lei nº 6.260, de 6 de novembro de 1975, sen‑ Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças mencio‑
do mantidos, com valor não inferior ao do salário mínimo, nada no inciso II do art. 26, independe de carência a concessão
os benefícios concedidos até a vigência desta Lei. de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez ao segu‑
Parágrafo único. Para os que vinham contribuindo regu‑ rado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes
larmente para os regimes a que se refere este artigo, será doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental,
contado o tempo de contribuição para fins do Regime Geral esclerose múltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna,
de Previdência Social, conforme disposto no Regulamento. cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia
Arts. 139 a 141 (Revogados pela Lei nº 9.528, de 1997) grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosan‑
Art. 142. Para o segurado inscrito na Previdência Social te, nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget
Urbana até 24 de julho de 1991, bem como para o trabalhador (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica
e o empregador rural cobertos pela Previdência Social Rural, adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com base em
a carência das aposentadorias por idade, por tempo de serviço conclusão da medicina especializada. (Redação dada pela Lei
e especial obedecerá à seguinte tabela, levando‑se em conta nº 13.135/2015)
o ano em que o segurado implementou todas as condições Art. 152. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
necessárias à obtenção do benefício: (Artigo e tabela com Art. 153. O Regime Facultativo Complementar de Previ‑
nova redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) dência Social será objeto de lei especial, a ser submetida à
apreciação do Congresso Nacional dentro do prazo de 180
Ano de Implementação Meses de Contribuição (cento e oitenta) dias.
das Condições Exigidos Art. 154. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no
prazo de 60 (sessenta) dias a partir da data da sua publicação.
1991 60 meses Art. 155. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi‑
1992 60 meses cação.
1993 66 meses Art. 156. Revogam‑se as disposições em contrário.
1994 72 meses
Brasília, em 24 de julho de 1991; 170º da Independência e
1995 78 meses 103º da República.
1996 90 meses
1997 96 meses FERNANDO COLLOR
1998 102 meses Antônio Magri
1999 108 meses
2000 114 meses
LEI Nº 10.666, DE 8 DE MAIO DE 2003
2001 120 meses Dispõe sobre a concessão
2002 126 meses da aposentadoria especial ao
2003 132 meses cooperado de cooperativa de tra­
2004 138 meses balho ou de produção e dá outras
providências.
2005 144 meses
2006 150 meses O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congres‑
2007 156 meses so Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
2008 162 meses
Art. 1º As disposições legais sobre aposentadoria especial
2009 168 meses do segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social
2010 174 meses aplicam‑se, também, ao cooperado filiado à cooperativa de
2011 180 meses trabalho e de produção que trabalha sujeito a condições
especiais que prejudiquem a sua saúde ou a sua integridade
Art. 143. O trabalhador rural ora enquadrado como se‑ física.
gurado obrigatório no Regime Geral de Previdência Social, na §  1º Será devida contribuição adicional de nove, sete
ou cinco pontos percentuais, a cargo da empresa tomadora
Conhecimentos Específicos

forma da alínea a do inciso I, ou do inciso IV ou VII do art. 11


desta Lei, pode requerer aposentadoria por idade, no valor de serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho,
de um salário mínimo, durante quinze anos, contados a partir incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de
da data de vigência desta Lei, desde que comprove o exercício prestação de serviços, conforme a atividade exercida pelo
de atividade rural, ainda que descontínua, no período imedia‑ cooperado permita a concessão de aposentadoria especial
tamente anterior ao requerimento do benefício, em número após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição,
de meses idêntico à carência do referido benefício. (Redação respectivamente.
dada pela Lei nº 9.063, de 1995) (Vide Medida Provisória § 2º Será devida contribuição adicional de doze, nove ou
nº 410, de 2007) seis pontos percentuais, a cargo da cooperativa de produção,
incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao
Arts. 144 a 147 (Revogados pela Medida Provisória
cooperado filiado, na hipótese de exercício de atividade que
nº 2.187-13, de 2001)
autorize a concessão de aposentadoria especial após quinze,
Art. 148. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.

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§ 3º Considera‑se cooperativa de produção aquela em valor mínimo mensal do salário de contribuição, quando as
que seus associados contribuem com serviços laborativos ou remunerações recebidas no mês, por serviços prestados a
profissionais para a produção em comum de bens, quando pessoas jurídicas, forem inferiores a este.
a cooperativa detenha por qualquer forma os meios de Art. 6º O percentual de retenção do valor bruto da nota
produção. fiscal ou fatura de prestação de serviços relativa a serviços
Art. 2º O exercício de atividade remunerada do segurado prestados mediante cessão de mão de obra, inclusive em
recluso em cumprimento de pena em regime fechado ou regime de trabalho temporário, a cargo da empresa contra‑
semi-aberto que contribuir na condição de contribuinte tante, é acrescido de quatro, três ou dois pontos percentuais,
individual ou facultativo não acarreta a perda do direito ao relativamente aos serviços prestados pelo segurado empre‑
recebimento do auxílio‑reclusão para seus dependentes. gado cuja atividade permita a concessão de aposentadoria
§ 1º O segurado recluso não terá direito aos benefícios especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contri‑
de auxílio‑doença e de aposentadoria durante a percepção, buição, respectivamente.
pelos dependentes, do auxílio‑reclusão, ainda que, nessa Art. 7º Não poderão ser objeto de parcelamento as
condição, contribua como contribuinte individual ou facul‑ contribuições descontadas dos empregados, inclusive dos
tativo, permitida a opção, desde que manifestada, também, domésticos, dos trabalhadores avulsos, dos contribuintes in‑
pelos dependentes, ao benefício mais vantajoso. dividuais, as decorrentes da sub‑rogação e as demais impor‑
§ 2º Em caso de morte do segurado recluso que contribuir tâncias descontadas na forma da legislação previdenciária.
na forma do § 1º, o valor da pensão por morte devida a seus Art. 8º A empresa que utiliza sistema de processamento
dependentes será obtido mediante a realização de cálculo, eletrônico de dados para o registro de negócios e atividades
com base nos novos tempo de contribuição e salários de econômicas, escrituração de livros ou produção de documen‑
contribuição correspondentes, neles incluídas as contribui‑ tos de natureza contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária é
ções recolhidas enquanto recluso, facultada a opção pelo obrigada a arquivar e conservar, devidamente certificados,
valor do auxílio‑reclusão. os respectivos sistemas e arquivos, em meio digital ou as‑
Art. 3º A perda da qualidade de segurado não será con‑ semelhado, durante dez anos, à disposição da fiscalização.
siderada para a concessão das aposentadorias por tempo de Art. 9º Fica extinta a escala transitória de salário‑base,
contribuição e especial. utilizada para fins de enquadramento e fixação do salário de
§ 1º Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da contribuição dos contribuintes individual e facultativo filiados
ao Regime Geral de Previdência Social, estabelecida pela Lei
qualidade de segurado não será considerada para a concessão
nº 9.876, de 26 de novembro de 1999.
desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo,
Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por
o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito
cento, destinada ao financiamento do benefício de aposenta‑
de carência na data do requerimento do benefício.
doria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de
§  2º A concessão do benefício de aposentadoria por
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
idade, nos termos do § 1º, observará, para os fins de cálculo
ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta
do valor do benefício, o disposto no art. 3º, caput e § 2º, da
por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme
Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo
dispuser o regulamento, em razão do desempenho da empresa
salários de contribuição recolhidos no período a partir da
em relação à respectiva atividade econômica, apurado em
competência julho de 1994, o  disposto no art.  35 da Lei conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices
nº 8.213, de 24 de julho de 1991. de frequência, gravidade e custo, calculados segundo metodo‑
Art. 4º Fica a empresa obrigada a arrecadar a contri‑ logia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social.
buição do segurado contribuinte individual a seu serviço, Art. 11. O Ministério da Previdência Social e o INSS man‑
descontando‑a da respectiva remuneração, e  a recolher terão programa permanente de revisão da concessão e da
o valor arrecadado juntamente com a contribuição a seu manutenção dos benefícios da Previdência Social, a fim de
cargo até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competên‑ apurar irregularidades e falhas existentes.
cia, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver § 1º Havendo indício de irregularidade na concessão ou
expediente bancário naquele dia. (Redação dada pela Lei na manutenção de benefício, a Previdência Social notificará
nº 11.933, de 2009). (Produção de efeitos) o beneficiário para apresentar defesa, provas ou documentos
§ 1º As cooperativas de trabalho arrecadarão a contribui‑ de que dispuser, no prazo de dez dias.
ção social dos seus associados como contribuinte individual § 2º A notificação a que se refere o § 1º far‑se‑á por via
e recolherão o valor arrecadado até o dia 20 (vinte) do mês postal com aviso de recebimento e, não comparecendo o
subsequente ao de competência a que se referir, ou até o beneficiário nem apresentando defesa, será suspenso o
dia útil imediatamente anterior se não houver expediente benefício, com notificação ao beneficiário.
bancário naquele dia. (Redação dada pela Lei nº 11.933, de § 3º Decorrido o prazo concedido pela notificação postal,
2009). (Produção de efeitos) sem que tenha havido resposta, ou caso seja considerada
§ 2º A cooperativa de trabalho e a pessoa jurídica são pela Previdência Social como insuficiente ou improcedente
obrigadas a efetuar a inscrição no Instituto Nacional do a defesa apresentada, o benefício será cancelado, dando‑se
Conhecimentos Específicos

Seguro Social  – INSS dos seus cooperados e contratados, conhecimento da decisão ao beneficiário.
respectivamente, como contribuintes individuais, se ainda Art. 12. Para fins de compensação financeira entre o
não inscritos. Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e o Regime Pró‑
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica ao contribuinte prio de Previdência Social (RPPS) da União, dos Estados, do
individual, quando contratado por outro contribuinte indi‑ Distrito Federal e dos Municípios, os regimes instituidores
vidual equiparado a empresa ou por produtor rural pessoa apresentarão aos regimes de origem os dados relativos aos
física ou por missão diplomática e repartição consular de benefícios em manutenção em 5 de maio de 1999 concedi‑
carreira estrangeiras, e nem ao brasileiro civil que trabalha dos a partir de 5 de outubro de 1988. (Redação dada pela
no exterior para organismo oficial internacional do qual o Lei nº 13.135/2015)
Brasil é membro efetivo. Art. 13. Aplicam‑se ao disposto nesta Lei, no que cou‑
Art. 5º O contribuinte individual a que se refere o art. 4º é ber, as  disposições legais pertinentes ao Regime Geral de
obrigado a complementar, diretamente, a contribuição até o Previdência Social.

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102 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 14. O Poder Executivo regulamentará o art. 10 desta de outubro de 1981, 87.374, de 8 de julho de 1982, 87.430, de
Lei no prazo de trezentos e sessenta dias. 28 de julho de 1982, 88.353, de 6 de junho de 1983, 88.367, de
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, 7 de junho de 1983, 88.443, de 29 de junho de 1983, 89.167,
produzindo efeitos, quanto aos §§ 1º e 2º do art. 1º e aos de 9 de dezembro de 1983, 89.312, de 23 de janeiro de 1984,
arts. 4º a 6º e 9º, a partir de 1º de abril de 2003. 90.038, de 9 de agosto de 1984, 90.195, de 12 de setembro de
1984, 90.817, de 17 de janeiro de 1985, 91.406, de 5 de julho
Brasília, 8 de maio de 2003; 182º da Independência e de 1985, 92.588, de 25 de abril de 1986, 92.700, de 21 de maio
115º da República. de 1986, 92.702, de 21 de maio de 1986, 92.769, de 10 de junho
de 1986, 92.770, de 10 de junho de 1986, 92.976, de 22 de
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA julho de 1986, 94.512, de 24 de junho de 1987, 96.543, de 22
Ricardo José Ribeiro Berzoini de agosto de 1988, 96.595, de 25 de agosto de 1988, 98.376,
de 7 de novembro de 1989, 99.301, de 15 de junho de 1990,
DECRETO Nº 3.048, DE 6 DE MAIO DE 1999 99.351, de 27 de junho 1990, 1.197, de 14 de julho de 1994,
1.514, de 5 de junho de 1995, 1.826, de 29 de fevereiro de 1996,
Aprova o Regulamento da 1.843, de 25 de março de 1996, 2.172, de 5 de março de 1997,
Previdência Social, e dá outras 2.173, de 5 de março de 1997, 2.342, de 9 de outubro de 1997,
providências. 2.664, de 10 de julho de 1998, 2.782, de 14 de setembro de
1998, 2.803, de 20 de outubro de 1998, 2.924, de 5 de janeiro
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que de 1999, e 3.039, de 28 de abril de 1999.
lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição Federal, e de
acordo com a Emenda Constitucional no 20, de 1998, as Leis Brasília, 6 de maio de 1999; 178º da Independência e
Complementares nos 70, de 30 de dezembro de 1991, e 84, 111º da República.
de 18 de janeiro de 1996, e as Leis nos 8.138, de 28 de dezem‑
bro de 1990, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
julho de 1991, 8.218, de 29 de agosto de 1991, 8.383, de 30 Waldeck Ornélas
de dezembro de 1991, 8.398, de 7 de janeiro de 1992, 8.436,
de 25 de junho de 1992, 8.444, de 20 de julho de 1992, 8.540, REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
de 22 de dezembro de 1992, 8.542, de 23 de dezembro de
1992, 8.619, de 5 de janeiro de 1993, 8.620, de 5 de janeiro LIVRO I
de 1993, 8.630 de 25 de fevereiro de 1993, 8.647, de 13 de DA FINALIDADE E DOS PRINCÍPIOS BÁSICOS
abril de 1993, 8.742, de 7 de dezembro de 1993, 8.745, de
9 de dezembro de 1993, 8.861, de 25 de março de 1994, TÍTULO I
8.864, de 28 de março de 1994, 8.870, de 15 de abril de 1994, DA SEGURIDADE SOCIAL
8.880, de 27 de maio de 1994, 8.935, de 18 de novembro de
1994, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 9.032, de 28 de abril Art. 1º A seguridade social compreende um conjunto
de 1995, 9.063, de 14 de junho de 1995, 9.065, de 20 de integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
junho de 1995, 9.069, de 29 de junho de 1995, 9.129, de 20 sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à saúde,
de novembro de 1995, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, à previdência e à assistência social.
9.250, de 26 de dezembro de 1995, 9.317, de 5 de dezembro Parágrafo  único. A  seguridade social obedecerá aos
de 1996, 9.429, de 26 de dezembro de 1996, 9.476, de 23 de seguintes princípios e diretrizes:
julho de 1997, 9.506, de 30 de outubro de 1997, 9.528, de I – universalidade da cobertura e do atendimento;
10 de dezembro de 1997, 9.601, de 21 de janeiro de 1998, II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços
9.615, de 24 de março de 1998, 9.639, de 25 de maio de às populações urbanas e rurais;
1998, 9.649, de 27 de maio de 1998, 9.676, de 30 de junho III  – seletividade e distributividade na prestação dos
de 1998, 9.703, de 17 de novembro de 1998, 9.711, de 21 benefícios e serviços;
de novembro de 1998, 9.717, de 27 de novembro de 1998, IV – irredutibilidade do valor dos benefícios, de forma a
preservar‑lhe o poder aquisitivo;
9.718, de 27 de novembro de 1998, 9.719, de 27 de novem‑
V – equidade na forma de participação no custeio;
bro de 1998, 9.720, de 30 de novembro de 1998, e 9.732,
VI – diversidade da base de financiamento; e
de 11 de dezembro de 1998, decreta: VII – caráter democrático e descentralizado da adminis‑
tração, mediante gestão quadripartite, com participação dos
Art. 1º O Regulamento da Previdência Social passa a trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do
vigorar na forma do texto apenso ao presente Decreto, com governo nos órgãos colegiados.
seus anexos.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua pu‑ TÍTULO II
blicação. DA SAÚDE
Conhecimentos Específicos

Art. 3º Ficam revogados os Decretos nºs 33.335, de 20 de


julho de 1953, 36.911, de 15 de fevereiro de 1955, 65.106, de Art. 2º A saúde é direito de todos e dever do Estado,
5 de setembro de 1969, 69.382, de 19 de outubro de 1971, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem
72.771, de 6 de setembro de 1973, 73.617, de 12 de fevereiro à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
de 1974,73.833, de 13 de março de 1974, 74.661, de 7 de ou‑ universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
tubro de 1974, 75.478, de 14 de março de 1975, 75.706, de 8 proteção e recuperação.
de maio de 1975, 75.884, de 19 de junho de 1975, 76.326, de Parágrafo único. As atividades de saúde são de relevância
23 de setembro de 1975, 77.210, de 20 de fevereiro de 1976, pública, e sua organização obedecerá aos seguintes princí‑
79.037, de 24 de dezembro de 1976, 79.575, de 26 de abril de pios e diretrizes:
1977, 79.789, de 7 de junho de 1977, 83.080, de 24 de janeiro I – acesso universal e igualitário;
de 1979, 83.081, de 24 de janeiro de 1979, 85.745, de 23 de II  – provimento das ações e serviços mediante rede
fevereiro de 1981, 85.850, de 30 de março 1981, 86.512, de 29 regionalizada e hierarquizada, integrados em sistema único;

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III – descentralização, com direção única em cada esfera Parágrafo único. O Regime Geral de Previdência Social
de governo; garante a cobertura de todas as situações expressas no
IV – atendimento integral, com prioridade para as ativi‑ art. 5º, exceto a de desemprego involuntário, observado o
dades preventivas; disposto no art.  199-A quanto ao direito à aposentadoria
V – participação da comunidade na gestão, fiscalização e por tempo de contribuição. (Redação dada pelo Decreto
acompanhamento das ações e serviços de saúde; e nº 6.042, de 2007)
VI  – participação da iniciativa privada na assistência à Art. 7º A administração do Regime Geral de Previdência
saúde, em obediência aos preceitos constitucionais. Social é atribuída ao Ministério da Previdência e Assistên‑
cia Social, sendo exercida pelos órgãos e entidades a ele
TÍTULO III vinculados.
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
TÍTULO II
Art. 3º A assistência social é a política social que provê DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
o atendimento das necessidades básicas, traduzidas em
proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência, CAPÍTULO I
à velhice e à pessoa portadora de deficiência, independen‑ Dos Beneficiários
temente de contribuição à seguridade social.
Parágrafo  único. A  organização da assistência social Art. 8º São beneficiários do Regime Geral de Previdên‑
obedecerá às seguintes diretrizes: cia Social as pessoas físicas classificadas como segurados e
I – descentralização político‑administrativa; e dependentes, nos termos das Seções I e II deste Capítulo.
II – participação da população na formulação e controle
das ações em todos os níveis. Seção I
Dos Segurados
TÍTULO IV
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social
as seguintes pessoas físicas:
Art. 4º A previdência social rege‑se pelos seguintes I – como empregado:
princípios e objetivos: a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural
I – universalidade de participação nos planos previden‑ a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e
ciários; mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços b) aquele que, contratado por empresa de trabalho tem‑
às populações urbanas e rurais; porário, por prazo não superior a três meses, prorrogável,
III  – seletividade e distributividade na prestação dos presta serviço para atender a necessidade transitória de
benefícios; substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo
IV – cálculo dos benefícios considerando‑se os salários extraordinário de serviço de outras empresas, na forma da
de contribuição corrigidos monetariamente; legislação própria;
V – irredutibilidade do valor dos benefícios, de forma a c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado
preservar‑lhe o poder aquisitivo; no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em
VI – valor da renda mensal dos benefícios substitutos do sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis bra‑
salários de contribuição ou do rendimento do trabalho do sileiras e que tenha sede e administração no País;
segurado não inferior ao do salário mínimo; e d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contrata‑
VII – caráter democrático e descentralizado da adminis‑ do no Brasil para trabalhar como empregado em empresa
tração, mediante gestão quadripartite, com participação domiciliada no exterior com maioria do capital votante per‑
dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e tencente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que
do governo nos órgãos colegiados. tenha sede e administração no País e cujo controle efetivo
Art. 5º A previdência social será organizada sob a forma esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou
de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obri‑ indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País
gatória, observados critérios que preservem o equilíbrio ou de entidade de direito público interno;
financeiro e atuarial, e atenderá a: e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplo‑
I – cobertura de eventos de doença, invalidez, morte e mática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a
idade avançada; órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante; e repartições, excluídos o não brasileiro sem residência per‑
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego manente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação
involuntário; previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou
IV – salário‑família e auxílio‑reclusão para os dependen‑ repartição consular;
tes dos segurados de baixa renda; e f) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior,
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja
Conhecimentos Específicos

ao cônjuge ou companheiro e dependentes. membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo
se amparado por regime próprio de previdência social;
LIVRO II g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior,
DOS BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL em repartições governamentais brasileiras, lá domiciliado e
contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56
TÍTULO I e 57 da Lei nº  11.440, de 29 de dezembro de 2006, este
DOS REGIMES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL desde que, em razão de proibição legal, não possa filiar‑se
ao sistema previdenciário local; (Redação dada pelo Decreto
Art. 6º A previdência social compreende: nº 6.722, de 2008)
I – o Regime Geral de Previdência Social; e h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empre‑
II – os regimes próprios de previdência social dos servi‑ sa, em desacordo com a Lei nº 11.788, de 25 de setembro
dores públicos e dos militares. de 2008; (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)

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i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Mu‑ h) o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remu‑
nicípio, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante, neração decorrente de seu trabalho e o administrador não
exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de empregado na sociedade por cotas de responsabilidade
livre nomeação e exoneração; limitada, urbana ou rural; (Redação dada pelo Decreto
j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, nº 4.729, de 2003)
bem como o das respectivas autarquias e fundações, ocu‑ i) o associado eleito para cargo de direção em coope‑
pante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não rativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou
esteja amparado por regime próprio de previdência social; finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para
l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito exercer atividade de direção condominial, desde que rece‑
Federal ou Município, bem como pelas respectivas autar‑ bam remuneração; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
quias e fundações, por tempo determinado, para atender j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em
a necessidade temporária de excepcional interesse público, caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de
nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal; emprego; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Mu‑ l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade
nicípio, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante de econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não;
emprego público; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
n) (Revogada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) m) o aposentado de qualquer regime previdenciário
o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de nomeado magistrado classista temporário da Justiça do
serviços notariais e de registro a partir de 21 de novembro Trabalho, na forma dos incisos II do § 1º do art. 111 ou III do
de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de art. 115 ou do parágrafo único do art. 116 da Constituição Fe‑
Previdência Social, em conformidade com a Lei nº 8.935, de deral, ou nomeado magistrado da Justiça Eleitoral, na forma
18 de novembro de 1994; e dos incisos II do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da Cons‑
p) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou tituição Federal; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
municipal, desde que não vinculado a regime próprio de pre‑ n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta
vidência social; (Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005) condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante
q)  o empregado de organismo oficial internacional ou remuneração ajustada ao trabalho executado; e (Incluída
estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
coberto por regime próprio de previdência social; (Incluída o) Revogado pelo Decreto nº 7.054/2009.
pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
p) o Microempreendedor Individual – MEI de que tratam
r) o trabalhador rural contratado por produtor rural
os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar nº 123, de 14 de de‑
pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei nº 5.889, de 8 de
zembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e
junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza
temporária por prazo não superior a dois meses dentro do contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores
período de um ano; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) fixos mensais; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
II – como empregado doméstico – aquele que presta ser‑ VI – como trabalhador avulso – aquele que, sindicalizado
viço de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas
ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação
fins lucrativos; obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos da
III e IV – (Revogados pelo Decreto nº 3.265, de 1999) Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicato da
V – como contribuinte individual: (Redação dada pelo categoria, assim considerados:
Decreto nº 3.265, de 1999) a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capa‑
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora ativi‑ tazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigilância de
dade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente embarcação e bloco;
ou temporário, em área, contínua ou descontínua, superior a b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer
quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a natureza, inclusive carvão e minério;
quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e
com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; descarga de navios);
ou ainda nas hipóteses dos §§ 8º e 23 deste artigo; (Redação d) o amarrador de embarcação;
dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) e) o ensacador de café, cacau, sal e similares;
b)  a pessoa física, proprietária ou não, que explora f) o trabalhador na indústria de extração de sal;
atividade de extração mineral – garimpo –, em caráter per‑ g) o carregador de bagagem em porto;
manente ou temporário, diretamente ou por intermédio de h) o prático de barra em porto;
prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a i) o guindasteiro; e
qualquer título, ainda que de forma não contínua; (Redação j) o classificador, o movimentador e o empacotador de
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) mercadorias em portos; e
c)  o ministro de confissão religiosa e o membro de VII – como segurado especial: a pessoa física residente
instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo
religiosa; (Redação dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002) que, individualmente ou em regime de economia familiar,
Conhecimentos Específicos

d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organis‑ ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição
mo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, de: (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto a) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário, possuidor,
por regime próprio de previdência social; (Redação dada pelo assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou
Decreto nº 3.265, de 1999) arrendatário rurais, que explore atividade: (Incluído pelo
e) o titular de firma individual urbana ou rural; (Redação Decreto nº 6.722, de 2008)
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) 1. agropecuária em área contínua ou não de até quatro
f) o diretor não empregado e o membro de conselho de módulos fiscais; ou (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
administração na sociedade anônima; (Redação dada pelo 2. de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e extra‑
Decreto nº 3.265, de 1999) ção, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis,
g) todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo e de e faça dessas atividades o principal meio de vida; (Incluído
capital e indústria; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) pelo Decreto nº 6.722, de 2008)

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b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da I – benefício de pensão por morte, auxílio‑acidente ou
pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e (Incluído auxílio‑reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício
pelo Decreto nº 6.722, de 2008) de prestação continuada da previdência social; (Redação
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
dezesseis anos de idade ou a este equiparado, do segurado II – benefício previdenciário pela participação em plano
de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprova‑ de previdência complementar instituído nos termos do
damente, tenham participação ativa nas atividades rurais ou inciso III do § 18 deste artigo; (Redação dada pelo Decreto
pesqueiras artesanais, respectivamente, do grupo familiar. nº 6.722, de 2008)
(Redação dada pelo Decreto nº 8.499, de 2015) III – exercício de atividade remunerada em período de
§ 1º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência So‑ entressafra ou do defeso, não superior a cento e vinte dias,
cial que voltar a exercer atividade abrangida por este regime corridos ou intercalados, no ano civil, observado o disposto
é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando no § 22 deste artigo; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
sujeito às contribuições de que trata este Regulamento. IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de
§ 2º Considera‑se diretor empregado aquele que, par‑ organização da categoria de trabalhadores rurais; (Incluído
ticipando ou não do risco econômico do empreendimento, pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
seja contratado ou promovido para cargo de direção das V – exercício de mandato de vereador do município onde
sociedades anônimas, mantendo as características inerentes desenvolve a atividade rural, ou de dirigente de cooperativa
à relação de emprego. rural constituída exclusivamente por segurados especiais,
§ 3º Considera‑se diretor não empregado aquele que, observado o disposto no §  22 deste artigo; (Incluído pelo
participando ou não do risco econômico do empreendi‑ Decreto nº 6.722, de 2008)
mento, seja eleito, por assembleia geral dos acionistas, para VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições
cargo de direção das sociedades anônimas, não mantendo estabelecidas no inciso I do § 18 deste artigo; (Incluído pelo
as características inerentes à relação de emprego. Decreto nº 6.722, de 2008)
§  4º Entende‑se por serviço prestado em caráter não VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria‑prima
eventual aquele relacionado direta ou indiretamente com produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utili‑
as atividades normais da empresa. zada matéria‑prima de outra origem, desde que, nesse caso,
§ 5º Entende‑se como regime de economia familiar a ativi‑ a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor
dade em que o trabalho dos membros da família é indispensável benefício de prestação continuada da previdência social; e
à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua de‑ VIII  – atividade artística, desde que em valor mensal
pendência e colaboração, sem a utilização de empregados inferior ao menor benefício de prestação continuada da
permanentes. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) previdência social. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
§  6º Entende‑se como auxílio eventual de terceiros o § 9º Para os fins previstos nas alíneas a e b do inciso V do
que é exercido ocasionalmente, em condições de mútua caput, entende‑se que a pessoa física, proprietária ou não,
colaboração, não existindo subordinação nem remuneração. explora atividade através de prepostos quando, na condição
§ 7º Para efeito do disposto na alínea a do inciso VI do de parceiro outorgante, desenvolve atividade agropecuária,
caput, entende‑se por: pesqueira ou de extração de minerais por intermédio de
I – capatazia – a atividade de movimentação de merca‑ parceiros ou meeiros.
dorias nas instalações de uso público, compreendendo o re‑ § 10. O dirigente sindical mantém, durante o exercício
cebimento, conferência, transporte interno, abertura de vo‑ do mandato, o mesmo enquadramento no Regime Geral de
lumes para conferência aduaneira, manipulação, arrumação Previdência Social de antes da investidura no cargo.
e entrega, bem como o carregamento e descarga de embar‑ §  11. O  magistrado da Justiça Eleitoral, nomeado na
cações, quando efetuados por aparelhamento portuário; forma do inciso II do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da
II – estiva – a atividade de movimentação de mercadorias Constituição Federal, mantém o mesmo enquadramento no
nos conveses ou nos porões das embarcações principais ou Regime Geral de Previdência Social de antes da investidura
auxiliares, incluindo transbordo, arrumação, peação e despe‑ no cargo. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
ação, bem como o carregamento e a descarga das mesmas, §  12. O  exercício de atividade remunerada sujeita a
quando realizados com equipamentos de bordo; filiação obrigatória ao Regime Geral de Previdência Social.
III  – conferência de carga  – a contagem de volumes, §  13. Aquele que exerce, concomitantemente, mais
anotação de suas características, procedência ou destino, de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de
verificação do estado das mercadorias, assistência à pesa‑ Previdência Social  – RGPS é obrigatoriamente filiado em
gem, conferência do manifesto e demais serviços correlatos, relação a cada uma dessas atividades, observada, para os
nas operações de carregamento e descarga de embarcações; segurados inscritos até 29 de novembro de 1999 e sujeitos a
IV – conserto de carga – o reparo e a restauração das salário‑base, a tabela de transitoriedade de que trata o § 2º
embalagens de mercadoria, nas operações de carregamento do art. 278-A e, para os segurados inscritos a partir daquela
e descarga de embarcações, reembalagem, marcação, remar‑ data, o disposto no inciso III do caput do art. 214. (Redação
cação, carimbagem, etiquetagem, abertura de volumes para dada pelo Decreto nº 3.452, de 2000)
vistoria e posterior recomposição;
Conhecimentos Específicos

§ 14. Considera‑se pescador artesanal aquele que, indivi‑


V – vigilância de embarcações – a atividade de fiscalização dualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca
da entrada e saída de pessoas a bordo das embarcações atra‑ sua profissão habitual ou meio principal de vida, desde que:
cadas ou fundeadas ao largo, bem como da movimentação (Redação dada pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
de mercadorias nos portalós, rampas, porões, conveses, I – não utilize embarcação; ou (Redação dada pelo De­
plataformas e em outros locais da embarcação; e creto nº 8.424, de 2015)
VI  – bloco  – a atividade de limpeza e conservação de II – utilize embarcação de pequeno porte, nos termos da
embarcações mercantes e de seus tanques, incluindo ba‑ Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009; (Redação dada pelo
timento de ferrugem, pintura, reparo de pequena monta e Decreto nº 8.424, de 2015)
serviços correlatos. III – (Revogado pelo Decreto nº 8.424, de 2015)
§ 8º Não é segurado especial o membro de grupo familiar § 14-A. Considera-se assemelhado ao pescador artesanal
que possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente aquele que realiza atividade de apoio à pesca artesanal,
de: (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) exercendo trabalhos de confecção e de reparos de artes e

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petrechos de pesca e de reparos em embarcações de peque‑ II – a exploração da atividade turística da propriedade
no porte ou atuando no processamento do produto da pesca rural, inclusive com hospedagem, por não mais de cento e
artesanal. (Incluído dada pelo Decreto nº 8.499, de 2015) vinte dias ao ano; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
§ 15. Enquadram‑se nas situações previstas nas alíneas III – a participação em plano de previdência complemen‑
j e l do inciso V do caput, entre outros: (Redação dada pelo tar instituído por entidade classista a que seja associado,
Decreto nº 3.265, de 1999) em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor
I – o condutor autônomo de veículo rodoviário, assim rural em regime de economia familiar; (Incluído pelo Decreto
considerado aquele que exerce atividade profissional sem nº 6.722, de 2008)
vínculo empregatício, quando proprietário, coproprietário IV – a participação como beneficiário ou integrante de
ou promitente comprador de um só veículo; grupo familiar que tem algum componente que seja benefi‑
II – aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor ciário de programa assistencial oficial de governo; (Incluído
autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 V – a utilização pelo próprio grupo familiar de processo de
de agosto de 1974; beneficiamento ou industrialização artesanal, na exploração
III – aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu da atividade, de acordo com o disposto no § 25; e (Incluído
risco, exerce pequena atividade comercial em via pública ou pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
de porta em porta, como comerciante ambulante, nos termos VI – a associação a cooperativa agropecuária. (Incluído
da Lei nº 6.586, de 6 de novembro de 1978; pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
IV – o trabalhador associado a cooperativa que, nessa § 19. Os segurados de que trata o art. 199-A terão identifi‑
qualidade, presta serviços a terceiros; cação específica nos registros da Previdência Social. (Incluído
V – o membro de conselho fiscal de sociedade por ações; pelo Decreto nº 6.042, de 2007)
VI – aquele que presta serviço de natureza não contínua, § 20. Para os fins deste artigo, considera‑se que o se‑
por conta própria, a pessoa ou família, no âmbito residencial gurado especial reside em aglomerado urbano ou rural
desta, sem fins lucrativos; próximo ao imóvel rural onde desenvolve a atividade quando
VII – o notário ou tabelião e o oficial de registros ou regis‑ resida no mesmo município de situação do imóvel onde
trador, titular de cartório, que detêm a delegação do exercício desenvolve a atividade rural, ou em município contíguo ao
da atividade notarial e de registro, não remunerados pelos em que desenvolve a atividade rural. (Incluído pelo Decreto
cofres públicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994; nº 6.722, de 2008)
VIII  – aquele que, na condição de pequeno feirante, § 21. O grupo familiar poderá utilizar‑se de empregado,
compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros ou as‑ inclusive daquele referido na alínea r do inciso I do caput
semelhados; deste artigo, ou de trabalhador de que trata a alínea j do
IX – a pessoa física que edifica obra de construção civil; inciso V, em épocas de safra, à razão de no máximo cento e
X – o médico residente de que trata a Lei nº 6.932, de vinte pessoas/dia dentro do ano civil, em períodos corridos
7 de julho de 1981; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas
de 2003) de trabalho, à razão de oito horas/dia e quarenta e quatro
XI – o pescador que trabalha em regime de parceria, me‑ horas/semana. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
ação ou arrendamento, em embarcação de médio ou grande § 22. O disposto nos incisos III e V do § 8º deste artigo não
porte, nos termos da Lei nº 11.959, de 2009; (Redação dada dispensa o recolhimento da contribuição devida em relação
pelo Decreto nº 8.424, de 2015) ao exercício das atividades de que tratam os referidos incisos.
XII – o incorporador de que trata o art. 29 da Lei nº 4.591, (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
de 16 de dezembro de 1964; § 23. O segurado especial fica excluído dessa categoria:
XIII  – o bolsista da Fundação Habitacional do Exército (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
contratado em conformidade com a Lei nº 6.855, de 18 de no‑ I – a contar do primeiro dia do mês em que: (Incluído
vembro de 1980; e (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
XIV – o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformi‑ a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso
dade com a Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998; (Incluído VII do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 13,
pelo Decreto nº 3.265, de 1999) ou exceder qualquer dos limites estabelecidos no inciso I do
XV – o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 § 18 deste artigo; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando remunerado; b) se enquadrar em qualquer outra categoria de segurado
(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) obrigatório do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado
XVI – o interventor, o liquidante, o administrador especial o disposto nos incisos III, V, VII e VIII do § 8º deste artigo,
e o diretor fiscal de instituição financeira de que trata o § 6º sem prejuízo do disposto no art. 13; e (Incluído pelo Decreto
do art. 201. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) nº 6.722, de 2008)
§ 16. Aplica‑se o disposto na alínea i do inciso I do caput c) se tornar segurado obrigatório de outro regime previ‑
ao ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário denciário; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a II – a contar do primeiro dia do mês subsequente ao da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autar‑ ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence exceder o
Conhecimentos Específicos

quias, ainda que em regime especial, e fundações. (Incluído limite de: (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
pelo Decreto nº 3.265, de 1999) a) utilização de trabalhadores nos termos do § 21 deste
§ 17. (Revogado pelo Decreto nº 8.424, de 2015) artigo; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
§ 18. Não descaracteriza a condição de segurado especial: b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) III do § 8º deste artigo; e (Incluído pelo Decreto nº 6.722,
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, de 2008)
meação ou comodato, de até cinquenta por cento de imó‑ c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 18
vel rural cuja área total, contínua ou descontínua, não seja deste artigo. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
superior a quatro módulos fiscais, desde que outorgante e § 24. Aplica‑se o disposto na alínea a do inciso V do caput
outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, indi‑ deste artigo ao cônjuge ou companheiro do produtor que
vidualmente ou em regime de economia familiar; (Incluído participe da atividade rural por este explorada. (Incluído pelo
pelo Decreto nº 6.722, de 2008) Decreto nº 6.722, de 2008)

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§ 25. Considera‑se processo de beneficiamento ou in‑ § 2º É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência
dustrialização artesanal aquele realizado diretamente pelo Social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa
próprio produtor rural pessoa física, observado o disposto participante de regime próprio de previdência social, salvo
no § 5º do art. 200, desde que não esteja sujeito à incidência na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que
do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI. não permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo
§ 26. É considerado MEI o empresário individual a que regime próprio77.
se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de § 3º A filiação na qualidade de segurado facultativo repre‑
2002  – Código Civil, que tenha auferido receita bruta, no senta ato volitivo, gerando efeito somente a partir da inscrição
ano‑calendário anterior, de até R$ 36.000,00 (trinta e seis e do primeiro recolhimento, não podendo retroagir e não per‑
mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja mitindo o pagamento de contribuições relativas a competências
impedido de optar pela sistemática de recolhimento mencio‑ anteriores à data da inscrição, ressalvado o § 3º do art. 28.
nada na alínea p do inciso V do caput. (Incluído pelo Decreto § 4º Após a inscrição, o segurado facultativo somente
nº 6.722, de 2008) poderá recolher contribuições em atraso quando não tiver
Art. 10. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o ocorrido perda da qualidade de segurado, conforme o dis‑
militar da União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem posto no inciso VI do art. 13.
como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos Art. 12. Consideram‑se:
do Regime Geral de Previdência Social consubstanciado neste I – empresa – a firma individual ou a sociedade que as‑
Regulamento, desde que amparados por regime próprio de pre‑ sume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com
vidência social. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades
§ 1º Caso o servidor ou o militar, amparados por regime da administração pública direta, indireta e fundacional; e
próprio de previdência social, sejam requisitados para outro II – empregador doméstico – aquele que admite a seu
órgão ou entidade cujo regime previdenciário não permita a serviço, mediante remuneração, sem finalidade lucrativa,
filiação nessa condição, permanecerão vinculados ao regime empregado doméstico.
de origem, obedecidas às regras que cada ente estabeleça Parágrafo único. Equiparam‑se a empresa, para os efeitos
acerca de sua contribuição. (Redação dada pelo Decreto deste Regulamento: (Redação dada pelo Decreto nº 3.265,
nº 3.265, de 1999) de 1999)
§ 2º Caso o servidor ou o militar venham a exercer, con‑ I – o contribuinte individual, em relação a segurado que
comitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo lhe presta serviço; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265,
Regime Geral de Previdência Social, tornar‑se‑ão segurados de 1999)
obrigatórios em relação a essas atividades. (Redação dada II – a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer
pelo Decreto nº 3.265, de 1999) natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a
§ 3º Entende‑se por regime próprio de previdência social repartição consular de carreiras estrangeiras;
o que assegura pelo menos as aposentadorias e pensão por III – o operador portuário e o órgão gestor de mão de
morte previstas no art. 40 da Constituição Federal. (Redação obra de que trata a Lei nº 8.630, de 1993; e
dada pelo Decreto nº 3.452, de 2000) IV – o proprietário ou dono de obra de construção civil,
Art. 11. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta
de idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, serviço.
mediante contribuição, na forma do art. 199, desde que não
esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre Subseção Única
como segurado obrigatório da previdência social. Da Manutenção e da Perda da Qualidade de Segurado
§ 1º Podem filiar‑se facultativamente, entre outros:
I – a dona‑de‑casa; Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, independen‑
II – o síndico de condomínio, quando não remunerado; temente de contribuições:
III – o estudante; I – sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
IV  – o brasileiro que acompanha cônjuge que presta II  – até doze meses após a cessação de benefício por
serviço no exterior; incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segu‑
V – aquele que deixou de ser segurado obrigatório da rado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida
previdência social; pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado
VI – o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 sem remuneração;
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando não esteja III – até doze meses após cessar a segregação, o segurado
vinculado a qualquer regime de previdência social; acometido de doença de segregação compulsória;
VII  – o bolsista e o estagiário que prestam serviços a IV – até doze meses após o livramento, o segurado detido
empresa de acordo com a Lei nº 6.494, de 1977; ou recluso;
VIII  – o bolsista que se dedique em tempo integral a V  – até três meses após o licenciamento, o  segurado
pesquisa, curso de especialização, pós‑graduação, mestrado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; e
ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja VI – até seis meses após a cessação das contribuições,
vinculado a qualquer regime de previdência social; o segurado facultativo.
Conhecimentos Específicos

IX – o presidiário que não exerce atividade remunerada § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte
nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais de cento e
social; e vinte contribuições mensais sem interrupção que acarrete a
X – o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo perda da qualidade de segurado.
se filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil § 2º O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido de
mantenha acordo internacional. doze meses para o segurado desempregado, desde que
XI – o segurado recolhido à prisão sob regime fechado comprovada essa situação por registro no órgão próprio do
ou semiaberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro Ministério do Trabalho e Emprego.
ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou § 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva
sem intermediação da organização carcerária ou entidade todos os seus direitos perante a previdência social.
afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria.
Assunto cobrado na prova do MPE/Procurador Geral do Ministério Público/
77
(Incluído pelo Decreto nº 7.054/2009). Fepese/Nível Superior/2010.

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§ 4º Aplica‑se o disposto no inciso II do caput e no § 1º d) da constituição de estabelecimento civil ou comercial
ao segurado que se desvincular de regime próprio de pre‑ ou da existência de relação de emprego, desde que, em fun‑
vidência social. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) ção deles, o menor com dezesseis anos completos tenha eco‑
§ 5º A perda da qualidade de segurado não será conside‑ nomia própria; ou (Incluído pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
rada para a concessão das aposentadorias por tempo de con‑ e) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um
tribuição e especial. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) deles na falta do outro, mediante instrumento público, inde‑
§ 6º Aplica‑se o disposto no § 5º à aposentadoria por ida‑ pendentemente de homologação judicial, ou por sentença
de, desde que o segurado conte com, no mínimo, o número do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos com‑
de contribuições mensais exigido para efeito de carência na pletos; e (Incluído pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
data do requerimento do benefício. (Incluído pelo Decreto IV – para os dependentes em geral:
nº 4.729, de 2003) a) pela cessação da invalidez; ou
Art. 14. O  reconhecimento da perda da qualidade b) pelo falecimento.
de segurado no termo final dos prazos fixados no art.  13
ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição Seção III
do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente
posterior ao término daqueles prazos. (Redação dada pelo Das Inscrições
Decreto nº 4.032, de 2001)
Art. 15. (Revogado pelo Decreto nº 4.032, de 2001) Subseção I
Do Segurado
Seção II
Dos Dependentes Art. 18. Considera‑se inscrição de segurado para os
efeitos da previdência social o ato pelo qual o segurado é
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência cadastrado no Regime Geral de Previdência Social, mediante
Social, na condição de dependentes do segurado: comprovação dos dados pessoais e de outros elementos
I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho necessários e úteis a sua caracterização, observado o dis‑
não emancipado de qualquer condição, menor de vinte e posto no art. 330 e seu parágrafo único, na seguinte forma:
um anos ou inválido; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
II – os pais; ou I – o empregado e trabalhador avulso – pelo preenchi‑
III  – o irmão não emancipado, de qualquer condição, mento dos documentos que os habilitem ao exercício da
menor de vinte e um anos ou inválido. atividade, formalizado pelo contrato de trabalho, no caso de
§ 1º Os dependentes de uma mesma classe concorrem empregado, observado o disposto no § 2º do art. 20, e pelo
em igualdade de condições. cadastramento e registro no sindicato ou órgão gestor de
§ 2º A existência de dependente de qualquer das classes mão de obra, no caso de trabalhador avulso; (Redação dada
deste artigo exclui do direito às prestações os das classes pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
seguintes. II – empregado doméstico – pela apresentação de docu‑
§  3º Equiparam‑se aos filhos, nas condições do inciso mento que comprove a existência de contrato de trabalho;
I, mediante declaração escrita do segurado, comprovada a
III – contribuinte individual – pela apresentação de do‑
dependência econômica na forma estabelecida no § 3º do
art. 22, o enteado e o menor que esteja sob sua tutela e des‑ cumento que caracterize a sua condição ou o exercício de
de que não possua bens suficientes para o próprio sustento atividade profissional, liberal ou não; (Redação dada pelo
e educação. (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001) Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 4º O menor sob tutela somente poderá ser equiparado aos IV – segurado especial – pela apresentação de documen‑
filhos do segurado mediante apresentação de termo de tutela. to que comprove o exercício de atividade rural; e (Redação
§ 5º Considera‑se companheira ou companheiro a pessoa dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
que mantenha união estável com o segurado ou segurada. V  – facultativo  – pela apresentação de documento de
§ 6º Considera‑se união estável aquela configurada na identidade e declaração expressa de que não exerce ativi‑
convivência pública, contínua e duradoura entre o homem e a dade que o enquadre na categoria de segurado obrigatório.
mulher, estabelecida com intenção de constituição de família, (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
observado o § 1º do art. 1.723 do Código Civil, instituído pela § 1º A inscrição do segurado de que trata o inciso I será
Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. (Redação dada pelo efetuada diretamente na empresa, sindicato ou órgão gestor
Decreto nº 6.384, de 2008) de mão de obra e a dos demais no Instituto Nacional do Se‑
§ 7º A dependência econômica das pessoas de que trata guro Social. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
o inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada. § 2º A inscrição do segurado em qualquer categoria men‑
Art. 17. A perda da qualidade de dependente ocorre: cionada neste artigo exige a idade mínima de dezesseis anos.
I – para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, § 3º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais
enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos, de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de
pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença Previdência Social será obrigatoriamente inscrito em rela‑
judicial transitada em julgado; ção a cada uma delas.
Conhecimentos Específicos

II – para a companheira ou companheiro, pela cessação


§ 4º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
da união estável com o segurado ou segurada, enquanto não
lhe for garantida a prestação de alimentos; § 5º Presentes os pressupostos da filiação, admite‑se a
III – para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao com‑ inscrição post mortem do segurado especial. (Incluído pelo
pletarem vinte e um anos de idade, salvo se inválidos, desde Decreto nº 3.265, de 1999)
que a invalidez tenha ocorrido antes: (Redação dada pelo §  6º A comprovação dos dados pessoais e de outros
Decreto nº 6.939, de 2009) elementos necessários e úteis à caracterização do segurado
a) de completarem vinte e um anos de idade; (Incluído poderá ser exigida quando da concessão do benefício. (In­
pelo Decreto nº 6.939, de 2009) cluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
b) do casamento; (Incluído pelo Decreto nº 6.939, § 7º A inscrição do segurado especial será feita de forma
de 2009) a vinculá‑lo ao seu respectivo grupo familiar e conterá, além
c) do início do exercício de emprego público efetivo; das informações pessoais, a identificação da forma do exer‑
(Incluído pelo Decreto nº 6.939, de 2009) cício da atividade, se individual ou em regime de economia

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familiar; da condição no grupo familiar, se titular ou compo‑ § 5º Não constando do CNIS informações sobre contribui‑
nente; do tipo de ocupação do titular de acordo com tabela ções ou remunerações, ou havendo dúvida sobre a regulari‑
do Código Brasileiro de Ocupações; da forma de ocupação do dade do vínculo, motivada por divergências ou insuficiências
titular vinculando‑o à propriedade ou embarcação em que de dados relativos ao empregador, ao segurado, à natureza
trabalha, da propriedade em que desenvolve a atividade, se do vínculo, ou a procedência da informação, esse período res‑
nela reside ou o município onde reside e, quando for o caso, pectivo somente será confirmado mediante a apresentação
a identificação e inscrição da pessoa responsável pelo grupo pelo segurado da documentação comprobatória solicitada
familiar. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) pelo INSS. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
§ 8º O segurado especial integrante de grupo familiar § 6º O INSS poderá definir critérios para apuração das
que não seja proprietário do imóvel rural ou da embarcação informações constantes da GFIP que ainda não tiver sido pro‑
em que desenvolve sua atividade deve informar, no ato da cessada, bem como para aceitação de informações relativas
inscrição, conforme o caso, o nome e o CPF do parceiro ou a situações cuja regularidade depende de atendimento de
meeiro outorgante, arrendador, comodante ou assemelhado. critério estabelecido em lei. (Incluído pelo Decreto nº 6.722,
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) de 2008)
Art. 19. Os dados constantes do Cadastro Nacional de In‑ § 7º Para os fins de que trata os §§ 2º a 6º, o INSS e a
formações Sociais – CNIS relativos a vínculos, remunerações DATAPREV adotarão as providências necessárias para que
e contribuições valem como prova de filiação à previdência as informações constantes do CNIS sujeitas à comprovação
social, tempo de contribuição e salários de contribuição. sejam identificadas e destacadas dos demais registros. (In­
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) cluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
§  1º O segurado poderá solicitar, a  qualquer momen‑ § 8º Constarão no CNIS as informações do segurado re‑
to, a  inclusão, exclusão ou retificação das informações lativas aos períodos com deficiência leve, moderada e grave,
constantes do CNIS, com a apresentação de documentos fixadas em decorrência da avaliação médica e funcional.
comprobatórios dos dados divergentes, conforme critérios (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013).
definidos pelo INSS, independentemente de requerimento Art. 19-A. Para fins de benefícios de que trata este Re‑
de benefício, exceto na hipótese do art. 142. (Redação dada gulamento, os  períodos de vínculos que corresponderem
pelo Decreto nº 6.722, de 2008) a serviços prestados na condição de servidor estatutário
§ 2º Informações inseridas extemporaneamente no CNIS,
somente serão considerados mediante apresentação de Cer‑
independentemente de serem inéditas ou retificadoras de
tidão de Tempo de Contribuição fornecida pelo órgão público
dados anteriormente informados, somente serão aceitas
competente, salvo se o órgão de vinculação do servidor não
se corroboradas por documentos que comprovem a sua
regularidade. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) tiver instituído regime próprio de previdência social. (Incluído
§ 3º Respeitadas as definições vigentes sobre a procedên‑ pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
cia e origem das informações, considera‑se extemporânea Art. 19-B. A comprovação de vínculos e remunerações de
a inserção de dados: (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, que trata o art. 62 poderá ser utilizada para suprir omissão
de 2008) do empregador, para corroborar informação inserida ou
I – relativos à data de início de vínculo, sempre que de‑ retificada extemporaneamente ou para subsidiar a avaliação
correntes de documento apresentado após o transcurso de dos dados do CNIS. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
sessenta dias do prazo estabelecido pela legislação; (Incluído Art. 20. Filiação é o vínculo que se estabelece entre
pelo Decreto nº 6.722, de 2008) pessoas que contribuem para a previdência social e esta, do
II – relativos a remunerações, sempre que decorrentes qual decorrem direitos e obrigações.
de documento apresentado: (Incluído pelo Decreto nº 6.722, §  1º A filiação à previdência social decorre automa‑
de 2008) ticamente do exercício de atividade remunerada para os
a) após o último dia do quinto mês subsequente ao mês da segurados obrigatórios, observado o disposto no § 2º, e da
data de prestação de serviço pelo segurado, quando se tratar de inscrição formalizada com o pagamento da primeira contri‑
dados informados por meio da Guia de Recolhimento do Fundo buição para o segurado facultativo. (Incluído pelo Decreto
de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência nº 6.722, de 2008)
Social – GFIP; e (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) §  2º A filiação do trabalhador rural contratado por
b) após o último dia do exercício seguinte ao a que se re‑ produtor rural pessoa física por prazo de até dois meses
ferem as informações, quando se tratar de dados informados dentro do período de um ano, para o exercício de atividades
por meio da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS; de natureza temporária, decorre automaticamente de sua
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) inclusão na GFIP, mediante identificação específica. (Incluído
III – relativos a contribuições, sempre que o recolhimen‑ pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
to tiver sido feito sem observância do estabelecido em lei. Art. 21. Para fins do disposto nesta Seção, a anotação
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) de dado pessoal deve ser feita na Carteira Profissional e/
§ 4º A extemporaneidade de que trata o inciso I do § 3º ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social à vista do
Conhecimentos Específicos

será relevada após um ano da data do documento que tiver documento comprobatório do fato.
gerado a informação, desde que, cumulativamente: (Incluído
pelo Decreto nº 6.722, de 2008) Subseção II
I – o atraso na apresentação do documento não tenha Do Dependente
excedido o prazo de que trata a alínea a do inciso II do § 3º;
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) Art. 22. A  inscrição do dependente do segurado será
II – tenham sido recolhidas, quando for o caso, as contri‑ promovida quando do requerimento do benefício a que tiver
buições correspondentes ao período retroagido; e (Incluído direito, mediante a apresentação dos seguintes documentos:
pelo Decreto nº 6.722, de 2008) (Redação dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002)
III – o segurado não tenha se valido da alteração para I – para os dependentes preferenciais:
obter benefício cuja carência mínima seja de até doze con‑ a) cônjuge e filhos – certidões de casamento e de nas‑
tribuições mensais. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) cimento;

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110 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
b) companheira ou companheiro – documento de identi‑ Art. 24. Os pais ou irmãos deverão, para fins de concessão
dade e certidão de casamento com averbação da separação de benefícios, comprovar a inexistência de dependentes pre‑
judicial ou divórcio, quando um dos companheiros ou ambos ferenciais, mediante declaração firmada perante o Instituto
já tiverem sido casados, ou de óbito, se for o caso; e Nacional do Seguro Social.
c) equiparado a filho – certidão judicial de tutela e, em se
tratando de enteado, certidão de casamento do segurado e CAPÍTULO II
de nascimento do dependente, observado o disposto no Das Prestações em Geral
§ 3º do art. 16;
II – pais – certidão de nascimento do segurado e docu‑ Seção I
mentos de identidade dos mesmos; e Das Espécies de Prestação
III – irmão – certidão de nascimento.
§§ 1º e 2º (Revogados pelo Decreto nº 4.079, de 2002) Art. 25. O Regime Geral de Previdência Social compre‑
§  3º Para comprovação do vínculo e da dependência ende as seguintes prestações, expressas em benefícios e
econômica, conforme o caso, devem ser apresentados no serviços:
mínimo três dos seguintes documentos: (Redação dada pelo I – quanto ao segurado:
Decreto nº 3.668, de 2000) a) aposentadoria por invalidez;
I – certidão de nascimento de filho havido em comum; b) aposentadoria por idade;
II – certidão de casamento religioso; c) aposentadoria por tempo de contribuição;
III – declaração do imposto de renda do segurado, em d) aposentadoria especial;
que conste o interessado como seu dependente; e) auxílio‑doença;
IV – disposições testamentárias; f) salário‑família;
V – (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de 2006) g) salário‑maternidade; e
VI – declaração especial feita perante tabelião; h) auxílio‑acidente;
VII – prova de mesmo domicílio; II – quanto ao dependente:
VIII – prova de encargos domésticos evidentes e existên‑ a) pensão por morte; e
cia de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil; b) auxílio‑reclusão; e
IX – procuração ou fiança reciprocamente outorgada; III  – quanto ao segurado e dependente: reabilitação
X – conta bancária conjunta; profissional.
XI – registro em associação de qualquer natureza, onde
conste o interessado como dependente do segurado; Seção II
XII – anotação constante de ficha ou livro de registro de Da Carência
empregados;
XIII – apólice de seguro da qual conste o segurado como Art. 26. Período de carência é o tempo correspondente
instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua be‑ ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis
neficiária; para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas
XIV – ficha de tratamento em instituição de assistência a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas
médica, da qual conste o segurado como responsável; competências.
XV – escritura de compra e venda de imóvel pelo segu‑ § 1º Para o segurado especial, considera‑se período de
rado em nome de dependente; carência o tempo mínimo de efetivo exercício de atividade
XVI – declaração de não emancipação do dependente rural, ainda que de forma descontínua, igual ao número de
menor de vinte e um anos; ou meses necessário à concessão do benefício requerido.
XVII – quaisquer outros que possam levar à convicção § 2º Será considerado, para efeito de carência, o tem‑
do fato a comprovar. po de contribuição para o Plano de Seguridade Social do
§ 4º O fato superveniente que importe em exclusão ou Servidor Público anterior à Lei nº 8.647, de 13 de abril de
inclusão de dependente deve ser comunicado ao Instituto 1993, efetuado pelo servidor público ocupante de cargo
Nacional do Seguro Social, com as provas cabíveis. em comissão sem vínculo efetivo com a União, autarquias,
§ 5º (Revogado pelo Decreto nº 4.079, de 2002) ainda que em regime especial, e fundações públicas federais.
§ 6º Somente será exigida a certidão judicial de adoção § 3º Não é computado para efeito de carência o tempo
quando esta for anterior a 14 de outubro de 1990, data da de atividade do trabalhador rural anterior à competência
vigência da Lei nº 8.069, de 1990. novembro de 1991.
§ 4º Para efeito de carência, considera‑se presumido o
§§ 7º e 8º (Revogados pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
recolhimento das contribuições do segurado empregado, do
§ 9º No caso de dependente inválido, para fins de inscri‑
trabalhador avulso e, relativamente ao contribuinte indivi‑
ção e concessão de benefício, a invalidez será comprovada
dual, a partir da competência abril de 2003, as contribuições
mediante exame médico‑pericial a cargo do Instituto Nacio‑
dele descontadas pela empresa na forma do art. 216. (Reda­
nal do Seguro Social.
ção dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
Conhecimentos Específicos

§ 10. No ato de inscrição, o dependente menor de vinte e § 5º Observado o disposto no § 4º do art. 13, as contri‑
um anos deverá apresentar declaração de não emancipação. buições vertidas para regime próprio de previdência social
(Redação dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002) serão consideradas para todos os efeitos, inclusive para os
§ 11. (Revogado pelo Decreto nº 4.079, de 2002) de carência. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 12. Os dependentes excluídos de tal condição em razão Art. 27. (Revogado pelo Decreto nº 5.399, de 2005)
de lei têm suas inscrições tornadas nulas de pleno direito. Art. 27-A. Havendo perda da qualidade de segurado,
§ 13. No caso de equiparado a filho, a inscrição será feita as  contribuições anteriores a essa perda somente serão
mediante a comprovação da equiparação por documento computadas para efeito de carência depois que o segu‑
escrito do segurado falecido manifestando essa intenção, da rado contar, a  partir da nova filiação ao Regime Geral de
dependência econômica e da declaração de que não tenha Previdência Social, com, no mínimo, um terço do número
sido emancipado. (Incluído pelo Decreto nº 4.079, de 2002) de contribuições exigidas para o cumprimento da carência
Art. 23. (Revogado pelo Decreto nº 4.079, de 2002) definida no art. 29. (Incluído pelo Decreto nº 5.545, de 2005)

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Parágrafo único. Aplica‑se o disposto no caput ao segu‑ V – reabilitação profissional.
rado oriundo de regime próprio de previdência social que se Parágrafo único. Entende‑se como acidente de qualquer
filiar ao Regime Geral de Previdência Social após os prazos a natureza ou causa aquele de origem traumática e por exposi‑
que se refere o inciso II do caput e o § 1º do art. 13. (Incluído ção a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que
pelo Decreto nº 5.545, de 2005) acarrete lesão corporal ou perturbação funcional que cause
Art. 28. O período de carência é contado: a morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária
I  – para o segurado empregado e trabalhador avulso, da capacidade laborativa.
da data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social; e
II – para o segurado empregado doméstico, contribuinte Seção III
individual, observado o disposto no § 4º do art. 26, e facul‑ Do Salário de Benefício
tativo, inclusive o segurado especial que contribui na forma
do § 2º do art. 200, da data do efetivo recolhimento da pri‑ Art. 31. Salário de benefício é o valor básico utilizado
meira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para para cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação
esse fim as contribuições recolhidas com atraso referentes continuada, inclusive os regidos por normas especiais, exceto
a competências anteriores, observado, quanto ao segurado o salário‑família, a pensão por morte, o salário‑maternidade
facultativo, o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 11. (Redação e os demais benefícios de legislação especial.
dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007) Parágrafo  único. O  INSS terá até cento e oitenta dias,
§ 1º Para o segurado especial que não contribui na for‑ contados da data do pedido, para fornecer ao segurado
ma do § 2º do art. 200, o período de carência de que trata as informações constantes do CNIS sobre contribuições e
o § 1º do art. 26 é contado a partir do efetivo exercício da
remunerações utilizadas no cálculo do salário de benefício.
atividade rural, mediante comprovação, na forma do disposto
(Incluído pelo Decreto nº 4.079, de 2002)
no art. 62. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007)
Art. 32. O salário de benefício consiste: (Redação dada
§ 2º O período a que se refere o inciso XVIII do art. 60
será computado para fins de carência. pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 3º Para os segurados a que se refere o inciso II, optantes I  – para as aposentadorias por idade e por tempo de
pelo recolhimento trimestral na forma prevista nos §§ 15 contribuição, na média aritmética simples dos maiores sa‑
e 16 do art. 216, o período de carência é contado a partir lários de contribuição correspondentes a oitenta por cento
do mês de inscrição do segurado, desde que efetuado o de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator pre‑
recolhimento da primeira contribuição no prazo estipulado videnciário; (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
no referido § 15. II  – para as aposentadorias por invalidez e especial,
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Re‑ auxílio‑doença e auxílio‑acidente na média aritmética sim‑
gime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto no ples dos maiores salários de contribuição correspondentes a
art. 30, depende dos seguintes períodos de carência: oitenta por cento de todo o período contributivo; (Redação
I – doze contribuições mensais, nos casos de auxílio‑do‑ dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
ença e aposentadoria por invalidez; e III – (Revogado pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
II – cento e oitenta contribuições mensais, nos casos de § 1º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial. § 2º (Revogado pelo Decreto nº 5.399, de 2005)
III – dez contribuições mensais, no caso de salário‑mater‑ § 3º O valor do salário de benefício não será inferior ao
nidade, para as seguradas contribuinte individual, especial e de um salário mínimo, nem superior ao limite máximo do
facultativa, respeitado o disposto no §  2º do art.  93 e no salário de contribuição na data de início do benefício.
inciso II do art. 101. (Redação dada pelo Decreto nº 3.452, § 4º Serão considerados para cálculo do salário de bene‑
de 2000) fício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer
Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre
de carência a que se refere o inciso III será reduzido em nú‑ os quais tenha incidido contribuição previdenciária.
mero de contribuições equivalente ao número de meses em § 5º Não será considerado, no cálculo do salário de bene‑
que o parto foi antecipado. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, fício, o aumento dos salários de contribuição que exceder o
de 1999) limite legal, inclusive o voluntariamente concedido nos trinta
Art. 30. Independe de carência a concessão das seguintes e seis meses imediatamente anteriores ao início do benefício,
prestações: salvo se homologado pela Justiça do Trabalho, resultante de
I – pensão por morte, auxílio‑reclusão, salário‑família e promoção regulada por normas gerais da empresa, admitida
auxílio‑acidente de qualquer natureza; pela legislação do trabalho, de sentença normativa ou de
II – salário‑maternidade, para as seguradas empregada, reajustamento salarial obtido pela categoria respectiva.
empregada doméstica e trabalhadora avulsa; (Redação dada § 6º Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver
pelo Decreto nº 3.265, de 1999) recebido benefício por incapacidade, considerar‑se‑á como
III  – auxílio‑doença e aposentadoria por invalidez nos salário de contribuição, no período, o salário de benefício que
casos de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas
nos casos de segurado que, após filiar‑se ao Regime Geral de mesmas épocas e nas mesmas bases dos benefícios em geral,
Conhecimentos Específicos

Previdência Social, for acometido de alguma das doenças ou não podendo ser inferior ao salário mínimo nem superior ao
afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios limite máximo do salário de contribuição.
da Saúde e da Previdência e Assistência Social a cada três § 7º Exceto para o salário‑família e o auxílio‑acidente,
anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação,
será pago o valor mínimo de benefício para as prestações
mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especifi‑
referidas no art. 30, quando não houver salário de contri‑
cidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado;
IV – aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio‑do‑ buição no período básico de cálculo.
ença, auxílio‑reclusão ou pensão por morte aos segurados §  8º Para fins de apuração do salário de benefício de
especiais, desde que comprovem o exercício de atividade qualquer aposentadoria precedida de auxílio‑acidente,
rural no período imediatamente anterior ao requerimento o valor mensal deste será somado ao salário de contribuição
do benefício, ainda que de forma descontínua, igual ao antes da aplicação da correção a que se refere o art. 33, não
número de meses correspondente à carência do benefício podendo o total apurado ser superior ao limite máximo do
requerido; e salário de contribuição.

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112 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 9º No caso dos §§ 3º e 4º do art. 56, o valor inicial do forem complementadas, o período correspondente às com‑
benefício será calculado considerando‑se como período petências em que se verificar recolhimento de contribuição
básico de cálculo os meses de contribuição imediatamente sobre salário de contribuição menor que um salário mínimo.
anteriores ao mês em que o segurado completou o tempo (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
de contribuição, trinta anos para a mulher e trinta e cinco § 18. O salário de benefício, para fins de cálculo da pres‑
anos para o homem, observado o disposto no § 2º do art. 35 tação teórica dos benefícios por totalização, no âmbito dos
e a legislação de regência.  (Redação dada pelo Decreto acordos internacionais, do segurado com contribuição para
nº 3.265, de 1999) a previdência social brasileira, será apurado: (Incluído pelo
§ 10. Para os segurados contribuinte individual e faculta‑ Decreto nº 4.729, de 2003)
tivo optantes pelo recolhimento trimestral na forma prevista I  – quando houver contribuído, no Brasil, em número
no § 15 do art. 216, que tenham solicitado qualquer benefício igual ou superior a sessenta por cento do número de meses
previdenciário, o  salário de benefício consistirá na média decorridos desde a competência julho de 1994, mediante a
aritmética simples de todos os salários de contribuição inte‑ aplicação do disposto no art. 188-A e seus §§ 1º e 2º; (Incluído
grantes da contribuição trimestral, desde que efetivamente pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
recolhidos. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) II – quando houver contribuído, no Brasil, em número
§ 11. O fator previdenciário será calculado consideran‑ inferior ao indicado no inciso I, com base no valor da média
do‑se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de con‑ aritmética simples de todos os salários de contribuição
tribuição do segurado ao se aposentar, mediante a fórmula: correspondentes a todo o período contributivo contado
(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) desde julho de 1994, multiplicado pelo fator previdenciá‑
rio, observados o § 2º do art. 188-A, o § 19 e, quando for o
Tc × a  (Id + Tc × a)  caso, o § 14, ambos deste artigo; e (Incluído pelo Decreto
f
= × 1 +  nº 4.729, de 2003)
Es  100 III – sem contribuição, no Brasil, a partir da competência
julho de 1994, com base na média aritmética simples de
onde: todo o período contributivo, multiplicado pelo fator previ‑
f = fator previdenciário; denciário, observados o disposto no § 2º do art. 188-A e,
quando for o caso, no § 14 deste artigo. (Incluído pelo Decreto
Es = expectativa de sobrevida no momento da aposen‑
nº 4.729, de 2003)
tadoria;
§ 19. Para a hipótese de que trata o § 18, o tempo de
Tc = tempo de contribuição até o momento da aposen‑
contribuição a ser considerado na aplicação da fórmula do
tadoria;
fator previdenciário é o somatório do tempo de contribuição
Id = idade no momento da aposentadoria; e
para a previdência social brasileira e o tempo de contribuição
a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
para a previdência social do país acordante. (Incluído pelo
Decreto nº 4.729, de 2003)
§ 12. Para efeito do disposto no parágrafo anterior, a ex‑ § 20. (Revogado pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
pectativa de sobrevida do segurado na idade da aposenta‑ § 21. O salário de benefício do segurado especial consiste
doria será obtida a partir da tábua completa de mortalidade no valor equivalente ao salário mínimo, ressalvado o disposto
construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e no inciso II do § 2º do art. 39 deste Regulamento. (Incluído
Estatística, para toda a população brasileira, considerando‑se pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
a média nacional única para ambos os sexos. (Incluído pelo § 22. Considera‑se período contributivo: (Incluído pelo
Decreto nº 3.265, de 1999) Decreto nº 6.939, de 2009)
§ 13. Publicada a tábua de mortalidade, os benefícios I – para o empregado, empregado doméstico e trabalhador
previdenciários requeridos a partir dessa data considerarão avulso: o conjunto de meses em que houve ou deveria ter
a nova expectativa de sobrevida. (Incluído pelo Decreto havido contribuição em razão do exercício de atividade remu‑
nº 3.265, de 1999) nerada sujeita a filiação obrigatória ao regime de que trata este
§  14. Para efeito da aplicação do fator previdenciário Regula­mento; ou (Incluído pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
ao tempo de contribuição do segurado serão adicionados: II  – para os demais segurados, inclusive o facultativo:
(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) o conjunto de meses de efetiva contribuição ao regime de
I – cinco anos, quando se tratar de mulher; ou (Incluído que trata este Regulamento. (Incluído pelo Decreto nº 6.939,
pelo Decreto nº 3.265, de 1999) de 2009)
II – cinco ou dez anos, quando se tratar, respectivamente, § 23. É garantida a aplicação do fator previdenciário no
de professor ou professora, que comprovem exclusivamente cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição e por
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na idade devidas ao segurado com deficiência, se resultar em
educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Incluído renda mensal de valor mais elevado, devendo o INSS, quando
pelo Decreto nº 3.265, de 1999) da concessão do benefício, proceder ao cálculo da renda
§ 15. No cálculo do salário de benefício serão considera‑ mensal inicial com e sem a aplicação do fator previdenciário.
dos os salário de contribuição vertidos para regime próprio (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
Conhecimentos Específicos

de previdência social de segurado oriundo desse regime, § 24. Para efeitos do disposto no § 23, na aplicação do
após a sua filiação ao Regime Geral de Previdência Social, fator previdenciário, será considerado o tempo de contribui‑
de acordo com o disposto no art. 214. (Incluído pelo Decreto ção computado para fins de cálculo do salário-de-benefício.
nº 3.265, de 1999) (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
§  16. Na hipótese do §  23 do art.  216, enquanto as Art. 33. Todos os salários de contribuição utilizados no
contribuições não forem complementadas, o  salário de cálculo do salário de benefício serão corrigidos, mês a mês,
contribuição será computado, para efeito de benefício, de acordo com a variação integral do Índice Nacional de
proporcionalmente à contribuição efetivamente recolhida. Preço ao Consumidor – INPC, referente ao período decorrido
(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) a partir da primeira competência do salário de contribuição
§ 17. No caso do parágrafo anterior, não serão conside‑ que compõe o período básico de cálculo até o mês anterior
rados como tempo de contribuição, para o fim de concessão ao do início do benefício, de modo a preservar o seu valor
de benefício previdenciário, enquanto as contribuições não real. (Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005)

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Art. 34. O salário de benefício do segurado que contribui § 2º A renda mensal inicial, apurada na forma do § 9º
em razão de atividades concomitantes será calculado com do art. 32, será reajustada pelos índices de reajustamento
base na soma dos salários de contribuição das atividades aplicados aos benefícios, até a data da entrada do requeri‑
exercidas até a data do requerimento ou do óbito ou no mento, não sendo devido qualquer pagamento relativamente
período básico de cálculo, observado o disposto no art. 32 a período anterior a esta data.
e nas normas seguintes: § 3º Na hipótese de a média apurada na forma do art. 32
I – quando o segurado satisfizer, em relação a cada ati‑ resultar superior ao limite máximo do salário de contribuição
vidade, as condições para obtenção do benefício requerido, vigente no mês de início do benefício, a diferença percentual
o salário de benefício será calculado com base na soma dos entre esta média e o referido limite será incorporada ao valor
respectivos salários de contribuição; do benefício juntamente com o primeiro reajuste do mesmo
II – quando não se verificar a hipótese do inciso anterior, após a concessão, observado que nenhum benefício assim
o salário de benefício corresponderá à soma das seguintes reajustado poderá superar o limite máximo do salário de con‑
parcelas: tribuição vigente na competência em que ocorrer o reajuste.
Art. 36. No cálculo do valor da renda mensal do benefício
a) o salário de benefício calculado com base nos salários
serão computados:
de contribuição das atividades em relação às quais são aten‑
I – para o segurado empregado e o trabalhador avulso,
didas as condições do benefício requerido; e os salários de contribuição referentes aos meses de contri‑
b) um percentual da média do salário de contribuição buições devidas, ainda que não recolhidas pela empresa,
de cada uma das demais atividades, equivalente à relação sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das
entre o número de meses completos de contribuição e os penalidades cabíveis; e
do período da carência do benefício requerido; e II – para o segurado empregado, o trabalhador avulso
III – quando se tratar de benefício por tempo de contri‑ e o segurado especial, o valor do auxílio‑acidente, conside‑
buição, o percentual de que trata a alínea b do inciso anterior rado como salário de contribuição para fins de concessão
será o resultante da relação entre os anos completos de de qualquer aposentadoria, nos termos do § 8º do art. 32.
atividade e o número de anos de contribuição considerado § 1º Para os demais segurados somente serão compu‑
para a concessão do benefício. tados os salários de contribuição referentes aos meses de
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica ao segurado que, contribuição efetivamente recolhida.
em obediência ao limite máximo do salário de contribuição, § 2º No caso de segurado empregado ou de trabalhador
contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes. avulso que tenham cumprido todas as condições para a con‑
§ 2º Quando o exercício de uma das atividades conco‑ cessão do benefício pleiteado, mas não possam comprovar
mitantes se desdobrar por atividades sucessivas, o tempo a o valor dos seus salários de contribuição no período básico
ser considerado para os efeitos deste artigo será a soma dos de cálculo, considerar‑se‑á para o cálculo do benefício, no
períodos de contribuição correspondentes. período sem comprovação do valor do salário de contri‑
§  3º Se o segurado se afastar de uma das atividades buição, o valor do salário mínimo, devendo esta renda ser
antes da data do requerimento ou do óbito, porém em data recalculada quando da apresentação de prova dos salários de
abrangida pelo período básico de cálculo do salário de be‑ contribuição. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
nefício, o respectivo salário de contribuição será computado, § 3º Para o segurado empregado doméstico que, mesmo
observadas, conforme o caso, as normas deste artigo. tendo satisfeito as condições exigidas para a concessão do
§ 4º O percentual a que se referem a alínea b do inci‑ benefício requerido, não possa comprovar o efetivo recolhi‑
so II e o inciso III do caput não pode ser superior a cem por mento das contribuições devidas, será concedido o benefício
cento do limite máximo do salário de contribuição. de valor mínimo, devendo sua renda ser recalculada quando
§ 5º No caso do § 3º do art. 73, o salário de benefício da da apresentação da prova do recolhimento das contribuições.
aposentadoria por invalidez deve corresponder à soma das § 4º Nos casos dos §§ 2º e 3º, após a concessão do be‑
parcelas seguintes: nefício, o órgão concessor deverá notificar o setor de arre‑
I – o valor do salário de benefício do auxílio‑doença a ser cadação do Instituto Nacional do Seguro Social, para adoção
transformado em aposentadoria por invalidez, reajustado das providências previstas nos arts. 238 a 246.
na forma do § 6º do art. 32; e §  5º Sem prejuízo do disposto nos §§  2º e 3º, cabe à
II – o valor correspondente ao percentual da média dos
previdência social manter cadastro dos segurados com todos
salários de contribuição de cada uma das demais atividades
os informes necessários para o cálculo da renda mensal.
não consideradas no cálculo do auxílio‑doença a ser trans‑
§ 6º Para o segurado especial que não contribui faculta‑
formado, percentual este equivalente à relação entre os
tivamente, o disposto no inciso II será aplicado somando‑se
meses completos de contribuição, até o máximo de doze,
e os estipulados como período de carência para a aposen‑ ao valor da aposentadoria a renda mensal do auxílio‑acidente
tadoria por invalidez. vigente na data de início da referida aposentadoria, não
§ 6º Não se aplica o disposto neste artigo ao segurado sendo, neste caso, aplicada a limitação contida no inciso I
que tenha sofrido redução dos salários de contribuição das do § 2º do art. 39 e do art. 183.
atividades concomitantes em respeito ao limite desse salário. § 7º A renda mensal inicial da aposentadoria por invalidez
Conhecimentos Específicos

concedida por transformação de auxílio‑doença será de cem


Seção IV por cento do salário de benefício que serviu de base para o
Da Renda Mensal do Benefício cálculo da renda mensal inicial do auxílio doença, reajustado
pelos mesmos índices de correção dos benefícios em geral.
Art. 35. A  renda mensal do benefício de prestação Art. 37. A renda mensal inicial, recalculada de acordo com
continua­da que substituir o salário de contribuição ou o o disposto nos §§ 2º e 3º do art. 36, deve ser reajustada como
rendimento do trabalho do segurado não terá valor inferior a dos benefícios correspondentes com igual data de início e
ao do salário mínimo nem superior ao limite máximo do substituirá, a partir da data do requerimento de revisão do
salário de contribuição, exceto no caso previsto no art. 45. valor do benefício, a renda mensal que prevalecia até então.
§ 1º A renda mensal dos benefícios por totalização, con‑ Parágrafo único. Para fins da substituição de que trata
cedidos com base em acordos internacionais de previdência o caput, o  requerimento de revisão deve ser aceito pelo
social, pode ter valor inferior ao do salário mínimo. Instituto Nacional do Seguro Social a partir da concessão

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do benefício em valor provisório e processado quando da Seção V
apresentação de prova dos salários de contribuição ou de Do Reajustamento do Valor do Benefício
recolhimento das contribuições.
Art. 38. Para o cálculo da renda mensal do benefício refe‑ Art. 40. É  assegurado o reajustamento dos benefícios
rido no inciso III do caput do art. 39, deverá ser considerado para preservar‑lhes, em caráter permanente, o valor real da
o tempo de contribuição de que trata o art. 60. data de sua concessão.
Art. 39. A  renda mensal do benefício de prestação §  1º Os valores dos benefícios em manutenção serão
continuada será calculada aplicando‑se sobre o salário de reajustados, anualmente, na mesma data do reajuste do
benefício os seguintes percentuais: salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas
I – auxílio‑doença – noventa e um por cento do salário datas de início ou do último reajustamento, com base no
de benefício; Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, apurado
II  – aposentadoria por invalidez  – cem por cento do pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti‑
salário de benefício; ca – IBGE. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007)
III – aposentadoria por idade – setenta por cento do salá‑ § 2º Os benefícios com renda mensal superior a um sa‑
rio de benefício, mais um por cento deste por grupo de doze lário mínimo serão pagos do primeiro ao quinto dia útil do
contribuições mensais, até o máximo de trinta por cento; mês subsequente ao de sua competência, observada a dis‑
IV – aposentadoria por tempo de contribuição: tribuição proporcional do número de beneficiários por dia de
a) para a mulher – cem por cento do salário de benefício pagamento. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
aos trinta anos de contribuição; § 3º (Revogado pelo Decreto nº 6.042, de 2007)
b) para o homem – cem por cento do salário de benefício §  4º Os benefícios com renda mensal no valor de até
aos trinta e cinco anos de contribuição; e um salário mínimo serão pagos no período compreendido
c) cem por cento do salário de benefício, para o profes‑ entre o quinto dia útil que anteceder o final do mês de sua
competência e o quinto dia útil do mês subsequente, obser‑
sor aos trinta anos, e  para a professora aos vinte e cinco
vada a distribuição proporcional dos beneficiários por dia de
anos de contribuição e de efetivo exercício em função de
pagamento. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou
§ 5º Para os efeitos dos §§ 2º e 4º, considera‑se dia útil
no ensino médio;
aquele de expediente bancário com horário normal de aten‑
d) cem por cento do salário-de-benefício, para o segurado
dimento. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
que comprovar, na condição de pessoa com deficiência, o §  6º Para os benefícios que tenham sido majorados
tempo de contribuição disposto no art. 70-B; (Incluído pelo devido à elevação do salário mínimo, o referido aumento
Decreto nº 8.145, de 2013) deverá ser compensado no momento da aplicação do
V – aposentadoria especial – cem por cento do salário disposto no § 1º, de acordo com normas a serem baixadas
de benefício; e pelo Ministério da Previdência Social. (Incluído pelo Decreto
VI  – auxílio‑acidente  – cinquenta por cento do salário nº 6.722, de 2008)
de benefício. Art. 41. O valor mensal do abono de permanência em
§ 1º Para efeito do percentual de acréscimo de que trata o serviço, do auxílio‑suplementar e do auxílio‑acidente será
inciso III do caput, assim considerado o relativo a cada grupo reajustado na forma do disposto no art. 40 e não varia de
de doze contribuições mensais, presumir‑se‑á efetivado o acordo com o salário de contribuição do segurado.
recolhimento correspondente, quando se tratar de segurado Art. 42. Nenhum benefício reajustado poderá exceder o
empregado ou trabalhador avulso. limite máximo do salário de benefício na data do reajusta‑
§ 2º Para os segurados especiais, inclusive os com defi­ mento, respeitados os direitos adquiridos, nem inferior ao
ciência, é garantida a concessão, alternativamente: (Redação valor de um salário mínimo. (Redação dada pelo Decreto
dada pelo Decreto nº 8.145, de 2013) nº 6.722, de 2008)
I  – de aposentadoria por idade ou por invalidez, de Parágrafo único. O auxílio‑acidente, o abono de perma‑
auxílio‑doença, de auxílio‑reclusão ou de pensão por morte, nência em serviço, o auxílio‑suplementar, o salário‑família
no valor de um salário mínimo, observado o disposto no e a parcela a cargo do Regime Geral de Previdência Social
inciso III do art. 30; ou dos benefícios por totalização, concedidos com base em
II  – dos benefícios especificados neste Regulamento, acordos internacionais de previdência social, poderão ter
observados os critérios e a forma de cálculo estabelecidos, valor inferior ao do salário mínimo.
desde que contribuam, facultativamente, de acordo com o
disposto no § 2º do art. 200. Seção VI
§ 3º O valor mensal da pensão por morte ou do auxílio‑re‑ Dos Benefícios
clusão será de cem por cento do valor da aposentadoria que
o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse Subseção I
aposentado por invalidez na data de seu falecimento, obser‑ Da Aposentadoria por Invalidez
vado o disposto no § 8º do art. 32.
Conhecimentos Específicos

§ 4º Se na data do óbito o segurado estiver recebendo Art. 43. A  aposentadoria por invalidez, uma vez cum‑
aposentadoria e auxílio‑acidente, o valor mensal da pensão prida a carência exigida, quando for o caso, será devida ao
por morte será calculado conforme o disposto no parágrafo segurado que, estando ou não em gozo de auxílio‑doença,
anterior, não incorporando o valor do auxílio‑acidente. for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de
§ 5º Após a cessação do auxílio‑doença decorrente de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a
acidente de qualquer natureza ou causa, tendo o segurado subsistência, e ser‑lhe‑á paga enquanto permanecer nessa
retornado ou não ao trabalho, se houver agravamento ou condição.
sequela que resulte na reabertura do benefício, a  renda § 1º A concessão de aposentadoria por invalidez depen‑
mensal será igual a noventa e um por cento do salário de derá da verificação da condição de incapacidade, mediante
benefício do auxílio‑doença cessado, corrigido até o mês exame médico‑pericial a cargo da previdência social, poden‑
anterior ao da reabertura do benefício, pelos mesmos índices do o segurado, às suas expensas, fazer‑se acompanhar de
de correção dos benefícios em geral. médico de sua confiança.

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§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era porta‑ a) de imediato, para o segurado empregado que tiver
dor ao filiar‑se ao Regime Geral de Previdência Social não direito a retornar à função que desempenhava na empresa
lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo ao se aposentar, na forma da legislação trabalhista, valendo
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão como documento, para tal fim, o certificado de capacidade
ou agravamento dessa doença ou lesão. fornecido pela previdência social; ou
Art. 44. A  aposentadoria por invalidez consiste numa b) após tantos meses quantos forem os anos de duração
renda mensal calculada na forma do inciso II do caput do do auxílio‑doença e da aposentadoria por invalidez, para os
art. 39 e será § 1º Concluindo a perícia médica inicial pela demais segurados; e
existência de incapacidade total e definitiva para o trabalho, II – quando a recuperação for parcial ou ocorrer após o
a aposentadoria por invalidez será devida: período previsto no inciso I, ou ainda quando o segurado for
I – ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual
do afastamento da atividade ou a partir da data da entrada habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem
do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do prejuízo da volta à atividade:
requerimento decorrerem mais de trinta dias; e (Redação a) pelo seu valor integral, durante seis meses contados
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) da data em que for verificada a recuperação da capacidade;
II  – ao segurado empregado doméstico, contribuinte b) com redução de cinquenta por cento, no período
individual, trabalhador avulso, especial ou facultativo, a con‑ seguinte de seis meses; e
tar da data do início da incapacidade ou da data da entrada c) com redução de setenta e cinco por cento, também
do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de por igual período de seis meses, ao término do qual cessará
trinta dias. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) definitivamente.
§ 2º Durante os primeiros quinze dias de afastamento Art. 50. O  segurado que retornar à atividade poderá
consecutivos da atividade por motivo de invalidez, caberá à requerer, a  qualquer tempo, novo benefício, tendo este
empresa pagar ao segurado empregado o salário. (Redação processamento normal.
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) Parágrafo único. Se o segurado requerer qualquer bene‑
§ 3º A concessão de aposentadoria por invalidez, inclu‑ fício durante o período citado no artigo anterior, a aposenta‑
sive mediante transformação de auxílio‑doença concedido doria por invalidez somente será cessada, para a concessão
na forma do art. 73, está condicionada ao afastamento de do novo benefício, após o cumprimento do período de que
todas as atividades. tratam as alíneas b do inciso I e a do inciso II do art. 49.
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do se‑
gurado que necessitar da assistência permanente de outra Subseção II
pessoa será acrescido de vinte e cinco por cento, observada a Da Aposentadoria por Idade
relação constante do Anexo I, e:
I – devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o Art. 51. A aposentadoria por idade, uma vez cumprida
limite máximo legal; e a carência exigida, será devida ao segurado que completar
II – recalculado quando o benefício que lhe deu origem sessenta e cinco anos de idade, se homem, ou sessenta, se
for reajustado. mulher, reduzidos esses limites para sessenta e cinquenta e
Parágrafo único. O acréscimo de que trata o caput cessará cinco anos de idade para os trabalhadores rurais, respecti‑
com a morte do aposentado, não sendo incorporado ao valor vamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso
da pensão por morte. I, na alínea j do inciso V e nos incisos VI e VII do caput do
Art. 46. O  segurado aposentado por invalidez está art. 9º, bem como para os segurados garimpeiros que traba‑
obrigado, a qualquer tempo, sem prejuízo do disposto no lhem, comprovadamente, em regime de economia familiar,
parágrafo único e independentemente de sua idade e sob conforme definido no § 5º do art. 9º. (Redação dada pelo
pena de suspensão do benefício, a  submeter‑se a exame Decreto nº 3.265, de 1999)
médico a cargo da previdência social, processo de reabilita‑ § 1º Para os efeitos do disposto no caput, o trabalhador
ção profissional por ela prescrito e custeado e tratamento rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural,
dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão ainda que de forma descontínua, no período imediatamente
de sangue, que são facultativos. anterior ao requerimento do benefício ou, conforme o caso,
Parágrafo único. Observado o disposto no caput, o apo‑ ao mês em que cumpriu o requisito etário, por tempo igual
sentado por invalidez fica obrigado, sob pena de sustação ao número de meses de contribuição correspondente à
do pagamento do benefício, a submeter‑se a exames médi‑ carência do benefício pretendido, computado o período a
co‑periciais, a realizarem‑se bienalmente. que se referem os incisos III a VIII do § 8º do art. 9º. (Incluído
Art. 47. O aposentado por invalidez que se julgar apto pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
a retornar à atividade deverá solicitar a realização de nova §  2º Os trabalhadores rurais de que trata o caput que
avaliação médico‑pericial. não atendam ao disposto no § 1º, mas que satisfaçam essa
Parágrafo único. Se a perícia médica do Instituto Nacional condição, se forem considerados períodos de contribuição
do Seguro Social concluir pela recuperação da capacidade sob outras categorias do segurado, farão jus ao benefício ao
Conhecimentos Específicos

laborativa, a  aposentadoria será cancelada, observado o completarem sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses‑
disposto no art. 49. senta anos, se mulher. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
Art. 48. O aposentado por invalidez que retornar volun‑ § 3º Para efeito do § 2º, o cálculo da renda mensal do
tariamente à atividade terá sua aposentadoria automatica‑ benefício será apurado na forma do disposto no inciso II do
mente cessada, a partir da data do retorno. caput do art. 32, considerando‑se como salário de contri‑
Art. 49. Verificada a recuperação da capacidade de tra‑ buição mensal do período como segurado especial o limite
balho do aposentado por invalidez, excetuando‑se a situação mínimo do salário de contribuição da previdência social.
prevista no art. 48, serão observadas as normas seguintes: (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
I – quando a recuperação for total e ocorrer dentro de § 4º Aplica‑se o disposto nos §§ 2º e 3º ainda que na
cinco anos contados da data do início da aposentadoria por oportunidade do requerimento da aposentadoria o segura‑
invalidez ou do auxílio‑doença que a antecedeu sem inter‑ do não se enquadre como trabalhador rural. (Incluído pelo
rupção, o beneficio cessará: Decreto nº 6.722, de 2008)

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Art. 52. A aposentadoria por idade será devida: Art. 59. Considera‑se tempo de contribuição o tempo,
I – ao segurado empregado, inclusive o doméstico: contado de data a data, desde o início até a data do reque‑
a) a partir da data do desligamento do emprego, quando rimento ou do desligamento de atividade abrangida pela
requerida até noventa dias depois dela; ou previdência social, descontados os períodos legalmente
b) a partir da data do requerimento, quando não houver estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho,
desligamento do emprego ou quando for requerida após o de interrupção de exercício e de desligamento da atividade.
prazo da alínea a; e § 1º Cabe ao contribuinte individual comprovar a inter‑
II – para os demais segurados, a partir da data da entrada rupção ou o encerramento da atividade pela qual vinha con‑
do requerimento. tribuindo, sob pena de ser considerado em débito no período
Art. 53. A aposentadoria por idade consiste numa renda sem contribuição. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
mensal calculada na forma do inciso III do caput do art. 39. § 2º A comprovação da interrupção ou encerramento da
Art. 54. A aposentadoria por idade pode ser requerida atividade do contribuinte individual será feita, no caso dos
pela empresa, desde que o segurado tenha cumprido a carên‑ segurados enquadrados nas alíneas j e l do inciso V do art. 9º,
cia, quando este completar setenta anos de idade, se do sexo mediante declaração, ainda que extemporânea, e, para os
masculino, ou sessenta e cinco, se do sexo feminino, sendo demais, com base em distrato social, alteração contratual
compulsória, caso em que será garantida ao empregado a ou documento equivalente emitido por junta comercial,
indenização prevista na legislação trabalhista, considerada secretaria federal, estadual, distrital ou municipal ou por
como data da rescisão do contrato de trabalho a imediata‑ outros órgãos oficiais, ou outra forma admitida pelo INSS.
mente anterior à do início da aposentadoria. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
Art. 55. (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008) Art. 60. Até que lei específica discipline a matéria, são
contados como tempo de contribuição, entre outros:
Subseção III I – o período de exercício de atividade remunerada abran‑
Da Aposentadoria por Tempo de Contribuição gida pela previdência social urbana e rural, ainda que anterior
à sua instituição, respeitado o disposto no inciso XVII;
Art. 56. A aposentadoria por tempo de contribuição será II  – o período de contribuição efetuada por segurado
devida ao segurado após trinta e cinco anos de contribuição, depois de ter deixado de exercer atividade remunerada que o
se homem, ou trinta anos, se mulher, observado o disposto enquadrava como segurado obrigatório da previdência social;
no art. 199-A. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007) III  – o período em que o segurado esteve recebendo
§  1º A aposentadoria por tempo de contribuição do auxílio‑doença ou aposentadoria por invalidez, entre perí‑
professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo odos de atividade;
exercício em função de magistério na educação infantil, no IV – o tempo de serviço militar, salvo se já contado para
ensino fundamental ou no ensino médio, será devida ao inatividade remunerada nas Forças Armadas ou auxiliares, ou
professor aos trinta anos de contribuição e à professora para aposentadoria no serviço público federal, estadual, do
aos vinte e cinco anos de contribuição. (Redação dada pelo Distrito Federal ou municipal, ainda que anterior à filiação ao
Decreto nº 6.722, de 2008) Regime Geral de Previdência Social, nas seguintes condições:
§ 2º Para os fins do disposto no § 1º, considera‑se função a) obrigatório ou voluntário; e
de magistério a exercida por professor, quando exercida em b) alternativo, assim considerado o atribuído pelas Forças
estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e Armadas àqueles que, após alistamento, alegarem imperati‑
modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as fun‑ vo de consciência, entendendo‑se como tal o decorrente de
ções de direção de unidade escolar e as de coordenação e crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se
assessoramento pedagógico. (Redação dada pelo Decreto eximirem de atividades de caráter militar;
nº 6.722, de 2008) V  – o período em que a segurada esteve recebendo
§ 3º Se mais vantajoso, fica assegurado o direito à apo‑ salário‑maternidade;
sentadoria, nas condições legalmente previstas na data do VI – o período de contribuição efetuada como segurado
cumprimento de todos os requisitos previstos no caput, facultativo;
ao segurado que optou por permanecer em atividade. VII – o período de afastamento da atividade do segurado
§ 4º Para efeito do disposto no parágrafo anterior, o valor anistiado que, em virtude de motivação exclusivamente
inicial da aposentadoria, apurado conforme o § 9º do art. 32, política, foi atingido por atos de exceção, institucional ou
será comparado com o valor da aposentadoria calculada na complementar, ou abrangido pelo Decreto Legislativo nº 18,
forma da regra geral deste Regulamento, mantendo‑se o mais de 15 de dezembro de 1961, pelo Decreto‑Lei nº 864, de 12
vantajoso, considerando‑se como data de inicio do benefício de setembro de 1969, ou que, em virtude de pressões osten‑
a data da entrada do requerimento. sivas ou expedientes oficiais sigilosos, tenha sido demitido
§ 5º O segurado oriundo de regime próprio de previdên‑ ou compelido ao afastamento de atividade remunerada no
Conhecimentos Específicos

cia social que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social período de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988;
a partir de 16 de dezembro de 1998 fará jus à aposentadoria VIII – o tempo de serviço público federal, estadual, do Dis‑
por tempo de contribuição nos termos desta Subseção, não trito Federal ou municipal, inclusive o prestado a autarquia
se lhe aplicando o disposto no art. 188. (Incluído pelo Decreto ou a sociedade de economia mista ou fundação instituída
nº 3.265, de 1999) pelo Poder Público, regularmente certificado na forma da Lei
Art. 57. A  aposentadoria por tempo de contribuição nº 3.841, de 15 de dezembro de 1960, desde que a respecti‑
va certidão tenha sido requerida na entidade para a qual o
consiste numa renda mensal calculada na forma do inciso
serviço foi prestado até 30 de setembro de 1975, véspera do
IV do caput do art. 39.
início da vigência da Lei nº 6.226, de 14 de junho de 1975;
Art. 58. A data do início da aposentadoria por tempo de
IX  – o período em que o segurado esteve recebendo
contribuição será fixada conforme o disposto nos incisos I
benefício por incapacidade por acidente do trabalho, inter‑
e II do art. 52. calado ou não;

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X – o tempo de serviço do segurado trabalhador rural carência exigida para estes benefícios, não sendo conside‑
anterior à competência novembro de 1991; rado como período de carência o tempo de atividade rural
XI – o tempo de exercício de mandato classista junto a não contributivo.
órgão de deliberação coletiva em que, nessa qualidade, tenha § 5º Não se aplica o disposto no inciso VII ao segurado
havido contribuição para a previdência social; demitido ou exonerado em razão de processos administra‑
XII  – o tempo de serviço público prestado à adminis‑ tivos ou de aplicação de política de pessoal do governo, da
tração federal direta e autarquias federais, bem como às empresa ou da entidade a que estavam vinculados, assim
estaduais, do Distrito Federal e municipais, quando aplicada como ao segurado ex‑dirigente ou ex‑representante sindical
a legislação que autorizou a contagem recíproca de tempo que não comprove prévia existência do vínculo empregatí‑
de contribuição; cio mantido com a empresa ou sindicato e o consequente
XIII – o período de licença remunerada, desde que tenha afastamento da atividade remunerada em razão dos atos
havido desconto de contribuições; mencionados no referido inciso.
XIV – o período em que o segurado tenha sido colocado §  6º Caberá a cada interessado alcançado pelas dis‑
pela empresa em disponibilidade remunerada, desde que posições do inciso VII comprovar a condição de segurado
tenha havido desconto de contribuições; obrigatório da previdência social, mediante apresentação
XV – o tempo de serviço prestado à Justiça dos Estados, dos documentos contemporâneos dos fatos ensejadores da
às serventias extrajudiciais e às escrivanias judiciais, desde demissão ou afastamento da atividade remunerada, assim
que não tenha havido remuneração pelos cofres públicos e como apresentar o ato declaratório da anistia, expedido pela
que a atividade não estivesse à época vinculada a regime autoridade competente, e a consequente comprovação da
próprio de previdência social; sua publicação oficial.
XVI  – o tempo de atividade patronal ou autônoma, § 7º Para o cômputo do período a que se refere o inciso
exercida anteriormente à vigência da Lei nº 3.807, de 26 de VII, o Instituto Nacional do Seguro Social deverá observar
agosto de 1960, desde que indenizado conforme o disposto se no ato declaratório da anistia consta o fundamento legal
no art. 122; no qual se fundou e o nome do órgão, da empresa ou da
XVII – o período de atividade na condição de empregador entidade a que estava vinculado o segurado à época dos atos
rural, desde que comprovado o recolhimento de contribui‑ que ensejaram a demissão ou o afastamento da atividade
ções na forma da Lei nº 6.260, de 6 de novembro de 1975, remunerada.
com indenização do período anterior, conforme o disposto
§ 8º É indispensável para o cômputo do período a que se
no art. 122;
refere o inciso VII a prova da relação de causa entre a demis‑
XVIII  – o período de atividade dos auxiliares locais de são ou afastamento da atividade remunerada e a motivação
nacionalidade brasileira no exterior, amparados pela Lei referida no citado inciso.
nº 8.745, de 1993, anteriormente a 1º de janeiro de 1994,
Art. 61. Observado o disposto no art. 19, são contados
desde que sua situação previdenciária esteja regularizada
como tempo de contribuição, para efeito do disposto nos
junto ao Instituto Nacional do Seguro Social;
§§ 1º e 2º do art. 56: (Redação dada pelo Decreto nº 4.079,
XIX – o tempo de exercício de mandato eletivo federal,
de 2002)
estadual, distrital ou municipal, desde que tenha havido
I  – o de serviço público federal, estadual, do Distrito
contribuição em época própria e não tenha sido contado
Federal ou municipal;
para efeito de aposentadoria por outro regime de previ‑
dência social; II  – o de recebimento de benefício por incapacidade,
entre períodos de atividade; e
XX  – o tempo de trabalho em que o segurado esteve
exposto a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou III – o de benefício por incapacidade decorrente de aci‑
associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade dente do trabalho, intercalado ou não.
física, observado o disposto nos arts. 64 a 70; e § 1º A comprovação da condição de professor far‑se‑á
XXI – o tempo de contribuição efetuado pelo servidor mediante a apresentação:
público de que tratam as alíneas i, j e l do inciso I do caput I – do respectivo diploma registrado nos órgãos compe‑
do art. 9º e o § 2º do art. 26, com base nos arts. 8º e 9º da tentes federais e estaduais, ou de qualquer outro documento
Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991, e no art. 2º da Lei que comprove a habilitação para o exercício do magistério,
nº 8.688, de 21 de julho de 1993. na forma de lei específica; e
XXII – o tempo exercido na condição de aluno‑aprendiz II – dos registros em Carteira Profissional e/ou Carteira de
referente ao período de aprendizado profissional realizado Trabalho e Previdência Social complementados, quando for o
em escola técnica, desde que comprovada a remuneração, caso, por declaração do estabelecimento de ensino onde foi
mesmo que indireta, à conta do orçamento público e o vín‑ exercida a atividade, sempre que necessária essa informação,
culo empregatício. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) para efeito e caracterização do efetivo exercício da função
Conhecimentos Específicos

§ 1º Não será computado como tempo de contribuição de magistério, nos termos do § 2º do art. 56.
o já considerado para concessão de qualquer aposentadoria § 2º É vedada a conversão de tempo de serviço de ma‑
prevista neste Regulamento ou por outro regime de previ‑ gistério, exercido em qualquer época, em tempo de serviço
dência social. comum.
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999) Art. 62. A prova de tempo de serviço, considerado tempo
§ 3º O tempo de contribuição de que trata este artigo de contribuição na forma do art. 60, observado o disposto
será considerado para cálculo do valor da renda mensal de no art. 19 e, no que couber, as peculiaridades do segurado
qualquer benefício. de que tratam as alíneas j e l do inciso V do caput do art. 9º
§ 4º O segurado especial que contribui na forma do § 2º e do art. 11, é feita mediante documentos que comprovem
do art.  200 somente fará jus à aposentadoria por idade, o exercício de atividade nos períodos a serem contados,
tempo de contribuição e especial após o cumprimento da devendo esses documentos ser contemporâneos dos fatos a

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comprovar e mencionar as datas de início e término e, quan‑ l) certidão fornecida pela Fundação Nacional do Índio –
do se tratar de trabalhador avulso, a duração do trabalho e a FUNAI, certificando a condição do índio como trabalhador
condição em que foi prestado. (Redação dada pelo Decreto rural, desde que homologada pelo INSS. (Incluído pelo De­
nº 4.079, de 2002) creto nº 6.722, de 2008)
§ 1º As anotações em Carteira Profissional e/ou Carteira III – (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
de Trabalho e Previdência Social relativas a férias, alterações IV – (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
de salários e outras que demonstrem a sequência do exercí‑ V – (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
cio da atividade podem suprir possível falha de registro de VI – (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
admissão ou dispensa. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, VII – (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
de 2003) VIII – (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
§  2º Subsidiariamente ao disposto no art.  19, servem § 3º Na falta de documento contemporâneo podem ser
para a prova do tempo de contribuição que trata o caput: aceitos declaração do empregador ou seu preposto, atestado
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) de empresa ainda existente, certificado ou certidão de enti‑
I  – para os trabalhadores em geral, os  documentos dade oficial dos quais constem os dados previstos no caput
seguintes: (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) deste artigo, desde que extraídos de registros efetivamente
a) o contrato individual de trabalho, a Carteira Profissio‑ existentes e acessíveis à fiscalização do Instituto Nacional do
nal, a Carteira de Trabalho e Previdência Social, a carteira Seguro Social. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
de férias, a  carteira sanitária, a  caderneta de matrícula e §  4º Se o documento apresentado pelo segurado não
a caderneta de contribuições dos extintos institutos de atender ao estabelecido neste artigo, a prova exigida pode
aposentadoria e pensões, a caderneta de inscrição pessoal ser complementada por outros do-cumentos que levem à
visada pela Capitania dos Portos, pela Superintendência do convicção do fato a comprovar, inclusive mediante justifi‑
Desenvolvimento da Pesca, pelo Departamento Nacional de cação administrativa, na forma do Capítulo VI deste Título.
Obras Contra as Secas e declarações da Secretaria da Receita (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
Federal do Brasil; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) § 5º A comprovação realizada mediante justificação admi‑
b) certidão de inscrição em órgão de fiscalização profis‑ nistrativa ou judicial só produz efeito perante a previdência
sional, acompanhada do documento que prove o exercício social quando baseada em início de prova material. (Redação
da atividade; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
c) contrato social e respectivo distrato, quando for o §  6º A prova material somente terá validade para a
caso, ata de assembleia geral e registro de empresário; ou pessoa referida no documento, não sendo permitida sua
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) utilização por outras pessoas. (Redação dada pelo Decreto
d) certificado de sindicato ou órgão gestor de mão de nº 4.729, de 2003)
obra que agrupa trabalhadores avulsos; (Incluído pelo De­
§ 7º A empresa colocará à disposição de servidor desig‑
creto nº 6.722, de 2008)
nado por dirigente do Instituto Nacional do Seguro Social
II  – de exercício de atividade rural, alternativamente:
as informações ou registros de que dispuser, relativamente
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
a segurado a seu serviço e previamente identificado, para
a) contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho
e Previdência Social; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) fins de instrução ou revisão de processo de reconhecimen‑
b) contrato de arrendamento, parceria ou comodato to de direitos e outorga de benefícios do Regime Geral de
rural; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) Previdência Social. (Incluído pelo Decreto nº 6496, de 2008)
c) declaração fundamentada de sindicato que represente § 8º A declaração mencionada na alínea c do inciso II do
o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou § 2º, além da identificação da entidade e do emitente da
colônia de pescadores, desde que homologada pelo INSS; declaração, com indicação do respectivo mandato: (Incluído
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
d) comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Co‑ I – deverá ser fornecida em duas vias, em papel timbrado
lonização e Reforma Agrária – INCRA; (Incluído pelo Decreto da entidade, com numeração sequencial controlada e inin‑
nº 6.722, de 2008) terrupta; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
e) bloco de notas do produtor rural; (Incluído pelo Decreto II – deverá conter a identificação, a qualificação pessoal
nº 6.722, de 2008) do beneficiário e a categoria de produtor a que pertença;
f) notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
§ 24 do art. 225, emitidas pela empresa adquirente da pro‑ III – deverá consignar os documentos e informações que
dução, com indicação do nome do segurado como vendedor; serviram de base para a sua emissão, bem como, se for o
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
caso, a origem dos dados extraídos de registros existentes
g) documentos fiscais relativos a entrega de produção ru‑
Conhecimentos Específicos

na própria entidade declarante ou em outro órgão, entidade


ral à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros,
ou empresa, desde que idôneos e acessíveis à previdência
com indicação do segurado como vendedor ou consignante;
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) social; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
h) comprovantes de recolhimento de contribuição à Pre‑ IV – não poderá conter informação referente a período
vidência Social decorrentes da comercialização da produção; anterior ao início da atividade da entidade declarante, salvo
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) se baseada em documento que constitua prova material do
i) cópia da declaração de imposto de renda, com indica‑ exercício da atividade; e (Incluído pelo Decreto nº 6.722,
ção de renda proveniente da comercialização de produção de 2008)
rural; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) V – deverá consignar dados relativos ao período e forma
j) licença de ocupação ou permissão outorgada pelo de exercício da atividade rural na forma estabelecida pelo
Incra; ou (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) INSS. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)

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§ 9º Sempre que a categoria de produtor informada na §  2º Consideram‑se condições especiais que preju‑
declaração de que trata a alínea c do inciso II do § 2º for de par‑ diquem a saúde e a integridade física aquelas nas quais
ceiro, meeiro, arrendatário, comodatário, ou outra modalidade a exposição ao agente nocivo ou associação de agentes
de outorgado, o do-cumento deverá identificar e qualificar o presentes no ambiente de trabalho esteja acima dos limites
outorgante. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) de tolerância estabelecidos segundo critérios quantitativos
§ 10. A segunda via da declaração prevista na alínea c do ou esteja caracterizada segundo os critérios da avaliação
inciso II do § 2º deverá ser mantida na própria entidade, com qualitativa dispostos no § 2º do art. 68. (Redação dada pelo
numeração sequencial em ordem crescente, à disposição do Decreto nº 8.123, de 2013)
INSS e demais órgãos de fiscalização e controle. (Incluído pelo Art. 65. Considera‑se tempo de trabalho permanente
Decreto nº 6.722, de 2008) aquele que é exercido de forma não ocasional nem intermi‑
§ 11. Na hipótese de inexistência de sindicato que repre‑ tente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador
sente o trabalhador rural, a declaração mencionada na alínea avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável
c do inciso II do § 2º poderá ser suprida pela apresentação de da produção do bem ou da prestação do serviço. (Redação
duas declarações firmadas por autoridades administrativas dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
ou judiciárias locais, desde que exerçam cargos ou funções Parágrafo único. Aplica‑se o disposto no caput aos perí‑
de juízes federais ou estaduais ou do Distrito Federal, pro‑ odos de descanso determinados pela legislação trabalhista,
motores de justiça, delegados de polícia, comandantes de inclusive férias, aos de afastamento decorrentes de gozo de
unidades militares do Exército, Marinha, Aeronáutica ou benefícios de auxílio‑doença ou aposentadoria por invalidez
de forças auxiliares, titulares de representação local do Mi‑ acidentários, bem como aos de percepção de salário‑ma‑
nistério do Trabalho e Emprego e de diretores titulares de ternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado
estabelecimentos públicos de ensino fundamental e médio. estivesse exposto aos fatores de risco de que trata o art. 68.
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) (Redação dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
§  12. As  autoridades mencionadas no §  11 somente Art. 66. Para o segurado que houver exercido duas ou
poderão fornecer declaração relativa a período anterior à mais atividades sujeitas a condições especiais prejudiciais à
data do início das suas funções na localidade se puderem saúde ou à integridade física, sem completar em qualquer
fundamentá‑la com documentos contemporâneos do fato delas o prazo mínimo exigido para a aposentadoria especial,
declarado, que evidenciem plena convicção de sua veraci‑ os  respectivos períodos de exercício serão somados após
dade. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) conversão, devendo ser considerada a atividade preponde‑
§ 13. A declaração de que trata o § 11, sujeita à homo‑ rante para efeito de enquadramento. (Redação dada pelo
logação pelo INSS, e a certidão a que se refere a alínea l do Decreto nº 8.123, de 2013)
inciso II do § 2º deverão obedecer, no que couber, ao disposto § 1º Para fins do disposto no caput, não serão considera‑
no § 8º. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) dos os períodos em que a atividade exercida não estava su‑
§ 14. A homologação a que se refere a alínea l do inciso jeita a condições especiais, observado, nesse caso, o disposto
II do § 2º se restringe às informações relativas à atividade no art. 70. (Redação dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
rural, em especial o atendimento dos incisos II, III e V do § 8º. § 2ª A conversão de que trata o caput será feita segundo a
(Incluído pelo Decreto nº 6.939, de 2009) tabela abaixo: (Redação dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
Art. 63. Não será admitida prova exclusivamente teste‑
munhal para efeito de comprovação de tempo de serviço ou Tempo a
Multiplicadores
de contribuição, salvo na ocorrência de motivo de força maior converter
ou caso fortuito, observado o disposto no § 2º do art. 143. Para 15 Para 20 Para 25
De 15 anos - 1,33 1,67
Subseção IV De 20 anos 0,75 - 1,25
Da Aposentadoria Especial De 25 anos 0,60 0,80 -

Art. 64. A  aposentadoria especial, uma vez cumprida Art. 67. A aposentadoria especial consiste numa renda
a carência exigida, será devida ao segurado empregado, mensal calculada na forma do inciso V do caput do art. 39.
trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente Art. 68. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos,
quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de
biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou
produção, que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou
à integridade física, considerados para fins de concessão de
vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a condições
aposentadoria especial, consta do Anexo IV.
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
Conhecimentos Específicos

(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) § 1º As dúvidas sobre o enquadramento dos agentes de
que trata o caput, para efeito do disposto nesta Subseção,
§  1º A concessão da aposentadoria especial prevista
serão resolvidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e
neste artigo dependerá da comprovação, durante o perí‑
odo mínimo fixado no caput: (Redação dada pelo Decreto pelo Ministério da Previdência e Assistência Social.
nº 8.123, de 2013) § 2º A avaliação qualitativa de riscos e agentes nocivos
I – do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem será comprovada mediante descrição: (Redação dada pelo
intermitente; e (Incluído pelo Decreto nº 8.123, de 2013) Decreto nº 8.123, de 2013)
II – da exposição do segurado aos agentes nocivos quí‑ I  – das circunstâncias de exposição ocupacional a de‑
micos, físicos, biológicos ou a associação de agentes preju‑ terminado agente nocivo ou associação de agentes nocivos
diciais à saúde ou à integridade física. (Incluído pelo Decreto presentes no ambiente de trabalho durante toda a jornada;
nº 8.123, de 2013) (Incluído pelo Decreto nº 8.123, de 2013)

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II – de todas as fontes e possibilidades de liberação dos § 12. Nas avaliações ambientais deverão ser considera‑
agentes mencionados no inciso I; e (Incluído pelo Decreto dos, além do disposto no Anexo IV, a metodologia e os pro‑
nº 8.123, de 2013) cedimentos de avaliação estabelecidos pela Fundação Jorge
III – dos meios de contato ou exposição dos trabalha‑ Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho –
dores, as  vias de absorção, a  intensidade da exposição, FUNDACENTRO. (Incluído pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
a frequência e a duração do contato. (Incluído pelo Decreto § 13. Na hipótese de não terem sido estabelecidos pela
nº 8.123, de 2013) FUNDACENTRO a metodologia e procedimentos de avaliação,
§ 3º A comprovação da efetiva exposição do segurado cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego definir outras
aos agentes nocivos será feita mediante formulário emitido instituições que os estabeleçam. (Incluído pelo Decreto
pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico nº 8.123, de 2013)
de condições ambientais do trabalho expedido por médico do Art. 69. A data de início da aposentadoria especial será
trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. (Redação fixada: (Redação dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
I – para o segurado empregado: (Incluído pelo Decreto
§  4º A presença no ambiente de trabalho, com possi‑ nº 8.123, de 2013)
bilidade de exposição a ser apurada na forma dos §§ 2o e
a) a partir da data do desligamento do emprego, quando
3o, de agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos em
humanos, listados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, requerida a aposentadoria especial, até noventa dias após
será suficiente para a comprovação de efetiva exposição do essa data; ou (Incluída pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
trabalhador. (Redação dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013) b) a partir da data do requerimento, quando não houver
§ 5º No laudo técnico referido no § 3o, deverão constar desligamento do emprego ou quando a aposentadoria for
informações sobre a existência de tecnologia de proteção requerida após o prazo estabelecido na alínea “a”; e (Incluída
coletiva ou individual, e de sua eficácia, e deverá ser elabo‑ pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
rado com observância das normas editadas pelo Ministério II – para os demais segurados, a partir da data da entrada
do Trabalho e Emprego e dos procedimentos estabelecidos Parágrafo único. Aplica‑se o disposto no art. 48 ao se‑
pelo INSS. (Redação dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013) gurado que retornar ao exercício de atividade ou operações
§  6º A empresa que não mantiver laudo técnico atu‑ que o sujeitem aos agentes nocivos constantes do Anexo
alizado com referência aos agentes nocivos existentes no IV, ou nele permanecer, na mesma ou em outra empresa,
ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir qualquer que seja a forma de prestação do serviço, ou ca‑
documento de comprovação de efetiva exposição em desa‑ tegoria de segurado, a partir da data do retorno à atividade.
cordo com o respectivo laudo estará sujeita às penalidades (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
previstas na legislação. (Redação dada pelo Decreto nº 8.123, Art. 70. A conversão de tempo de atividade sob condi‑
de 2013) ções especiais em tempo de atividade comum dar‑se‑á de
§ 7º O INSS estabelecerá os procedimentos para fins de acordo com a seguinte tabela: (Redação dada pelo Decreto
concessão de aposentadoria especial, podendo, se neces‑ nº 4.827)
sário, confirmar as informações contidas nos documentos
mencionados nos § 2o e 3o.
Multiplicadores
§ 8º A empresa deverá elaborar e manter atualizado o Tempo a Converter
Mulher (para 30) Homem (para 35)
perfil profissiográfico do trabalhador, contemplando as ativi‑
De 15 anos 2,00 2,33
dades desenvolvidas durante o período laboral, documento
que a ele deverá ser fornecido, por cópia autêntica, no prazo De 20 anos 1,50 1,75
de trinta dias da rescisão do seu contrato de trabalho, sob De 25 anos 1,20 1,40
pena de sujeição às sanções previstas na legislação aplicável.
(Redação dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013) §  1º A caracterização e a comprovação do tempo de
§ 9º Considera‑se perfil profissiográfico, para os efeitos atividade sob condições especiais obedecerá ao disposto
do § 8o, o documento com o históricolaboral do trabalhador, na legislação em vigor na época da prestação do serviço.
segundo modelo instituído pelo INSS, que, entre outras infor‑ (Incluído pelo Decreto nº 4.827, de 2003)
mações, deve conter o resultado das avaliações ambientais, § 2º As regras de conversão de tempo de atividade sob
o nome dos responsáveis pela monitoração biológica e das condições especiais em tempo de atividade comum constan‑
avaliações ambientais, os resultados de monitoração bioló‑ tes deste artigo aplicam‑se ao trabalho prestado em qualquer
gica e os dados administrativos correspondentes. (Redação período. (Incluído pelo Decreto nº 4.827, de 2003)
dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
§  10. O  trabalhador ou seu preposto terá acesso às Subseção IV-A
informações prestadas pela empresa sobre o seu perfil Das Aposentadorias por Tempo de Contribuição e por
Conhecimentos Específicos

profissiográfico, podendo inclusive solicitar a retificação


Idade do Segurado com Deficiência
de informações quando em desacordo com a realidade do
ambiente de trabalho, conforme orientação estabelecida em (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
ato do Ministro de Estado da Previdência Social. (Redação
dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013) Art. 70-A. A concessão da aposentadoria por tempo de
§ 11. A cooperativa de trabalho e a empresa contratada contribuição ou por idade ao segurado que tenha reconhe‑
para prestar serviços mediante cessão ou empreitada de mão cido, em avaliação médica e funcional realizada por perícia
de obra atenderão ao disposto nos §§ 3o, 4o e 5o com base própria do INSS, grau de deficiência leve, moderada ou grave,
nos laudos técnicos de condições ambientais de trabalho está condicionada à comprovação da condição de pessoa com
emitidos pela empresa contratante, quando o serviço for deficiência na data da entrada do requerimento ou na data
prestado em estabelecimento da contratante. (Redação dada da implementação dos requisitos para o benefício. (Incluído
pelo Decreto nº 8.123, de 2013) pelo Decreto nº 8.145, de 2013)

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Art. 70-B. A aposentadoria por tempo de contribuição § 4º Ato conjunto do Ministro de Estado Chefe da Secre‑
do segurado com deficiência, cumprida a carência, é devida taria de Direitos Humanos da Presidência da República, dos
ao segurado empregado, inclusive o doméstico, trabalhador Ministros de Estado da Previdência Social, da Fazenda, do
avulso, contribuinte individual e facultativo, observado o Planejamento, Orçamento e Gestão e do Advogado‑Geral da
disposto no art. 199-A e os seguintes requisitos: (Incluído União definirá impedimento de longo prazo para os efeitos
pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
deste Decreto. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
I – aos vinte e cinco anos de tempo de contribuição na
condição de pessoa com deficiência, se homem, e  vinte Art. 70-E. Para o segurado que, após a filiação ao RGPS,
anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência grave; tornar‑se pessoa com deficiência, ou tiver seu grau alterado,
(Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013) os parâmetros mencionados nos incisos I, II e III do caput do
II – aos vinte e nove anos de tempo de contribuição na art. 70-B serão proporcionalmente ajustados e os respecti‑
condição de pessoa com deficiência, se homem, e vinte e vos períodos serão somados após conversão, conforme as
quatro anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência tabelas abaixo, considerando o grau de deficiência prepon‑
moderada; e (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013) derante, observado o disposto no art. 70-A: (Incluído pelo
III – aos trinta e três anos de tempo de contribuição na Decreto nº 8.145, de 2013)
condição de pessoa com deficiência, se homem, e vinte e
oito anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência
leve. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013) MULHER
Parágrafo único. A aposentadoria de que trata o caput é MULTIPLICADORES
devida aos segurados especiais que contribuam facultativa‑ TEMPO A
mente, de acordo com o disposto no art. 199 e no § 2º do CONVERTER Para 20 Para 24 Para 28 Para 30
art. 200. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
De 20 anos 1,00 1,20 1,40 1,50
Art. 70-C. A  aposentadoria por idade da pessoa com
deficiência, cumprida a carência, é devida ao segurado aos De 24 anos 0,83 1,00 1,17 1,25
sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos
de idade, se mulher. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013) De 28 anos 0,71 0,86 1,00 1,07
§ 1º Para efeitos de concessão da aposentadoria de que
trata o caput, o segurado deve contar com no mínimo quinze De 30 anos 0,67 0,80 0,93 1,00
anos de tempo de contribuição, cumpridos na condição
HOMEM
de pessoa com deficiência, independentemente do grau,
observado o disposto no art.  70-D. (Incluído pelo Decreto TEMPO A
MULTIPLICADORES
nº 8.145, de 2013) CONVERTER
§  2º Aplica‑se ao segurado especial com deficiência o Para 25 Para 29 Para 33 Para 35
disposto nos §§ 1º a 4º do art. 51, e na hipótese do § 2º será
considerada a idade prevista no caput deste artigo, desde De 25 anos 1,00 1,16 1,32 1,40
que o tempo exigido para a carência da aposentadoria por De 29 anos 0,86 1,00 1,14 1,21
idade seja cumprido na condição de pessoa com deficiência. De 33 anos 0,76 0,88 1,00 1,06
(Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
Art. 70-D. Para efeito de concessão da aposentadoria da De 35 anos 0,71 0,83 0,94 1,00
pessoa com deficiência, compete à perícia própria do INSS,
nos termos de ato conjunto do Ministro de Estado Chefe da § 1º O grau de deficiência preponderante será aquele
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em que o segurado cumpriu maior tempo de contribuição,
dos Ministros de Estado da Previdência Social, da Fazenda, antes da conversão, e servirá como parâmetro para definir o
do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Advogado‑Geral tempo mínimo necessário para a aposentadoria por tempo
da União: (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
de contribuição da pessoa com deficiência e para a conver‑
I – avaliar o segurado e fixar a data provável do início da são. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
deficiência e o seu grau; e (Incluído pelo Decreto nº 8.145,
de 2013) §  2º Quando o segurado contribuiu alternadamente
II – identificar a ocorrência de variação no grau de de‑ na condição de pessoa sem deficiência e com deficiência,
ficiência e indicar os respectivos períodos em cada grau. os respectivos períodos poderão ser somados, após aplicação
(Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013) da conversão de que trata o caput. (Incluído pelo Decreto
§  1º A comprovação da deficiência anterior à data da nº 8.145, de 2013)
vigência da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013, Art. 70-F. A redução do tempo de contribuição da pessoa
será instruída por documentos que subsidiem a avaliação com deficiência não poderá ser acumulada, no mesmo pe‑
Conhecimentos Específicos

médica e funcional, vedada a prova exclusivamente teste‑ ríodo contributivo, com a redução aplicada aos períodos de
munhal. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013) contribuição relativos a atividades exercidas sob condições
§ 2º A avaliação da pessoa com deficiência será realizada especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
para fazer prova dessa condição exclusivamente para fins (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
previdenciários. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
§ 1º É garantida a conversão do tempo de contribuição
§  3º Considera‑se pessoa com deficiência aquela que
cumprido em condições especiais que prejudiquem a saúde
tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas ou a integridade física do segurado, inclusive da pessoa com
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva deficiência, para fins da aposentadoria de que trata o art. 70-
na sociedade em igualdade de condições com as demais B, se resultar mais favorável ao segurado, conforme tabela a
pessoas. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013) seguir: (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
MULHER
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MULTIPLICADORES atividade para o segurado empregado, exceto o doméstico;
TEMPO A
CONVERTER Para 15 Para 20 Para 24 Para 25 Para 28 (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
De 15 anos 1,00 1,33 1,60 1,67 1,87 II – a contar da data do início da incapacidade, para os
De 20 anos 0,75 1,00 1,20 1,25 1,40 demais segurados; ou
De 24 anos 0,63 0,83 1,00 1,04 1,17 III – a contar da data de entrada do requerimento, quando
De 25 anos 0,60 0,80 0,96 1,00 1,12
requerido após o trigésimo dia do afastamento da atividade,
para todos os segurados.
De 28 anos 0,54 0,71 0,86 0,89 1,00
§  1º Quando o acidentado não se afastar do trabalho
HOMEM
no dia do acidente, os quinze dias de responsabilidade da
TEMPO A MULTIPLICADORES
empresa pela sua remuneração integral são contados a partir
CONVERTER Para 15 Para 20 Para 25 Para 29 Para 33
da data do afastamento.
De 15 anos 1,00 1,33 1,67 1,93 2,20
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
De 20 anos 0,75 1,00 1,25 1,45 1,65
§ 3º O auxílio‑doença será devido durante o curso de re‑
De 25 anos 0,60 0,80 1,00 1,16 1,32
clamação trabalhista relacionada com a rescisão do contrato
De 29 anos 0,52 0,69 0,86 1,00 1,14 de trabalho, ou após a decisão final, desde que implemen‑
De 33 anos 0,45 0,61 0,76 0,88 1,00 tadas as condições mínimas para a concessão do benefício,
observado o disposto nos §§ 2º e 3º do art. 36.
§ 2º É vedada a conversão do tempo de contribuição da Art. 73. O auxílio‑doença do segurado que exercer mais
pessoa com deficiência para fins de concessão da aposen‑ de uma atividade abrangida pela previdência social será de‑
tadoria especial de que trata a Subseção IV da Seção VI do vido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício
Capítulo II. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013) de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de
§ 3º Para fins da aposentadoria por idade da pessoa com todas as atividades que o mesmo estiver exercendo.
deficiência é assegurada a conversão do período de exercício §  1º Na hipótese deste artigo, o  auxílio‑doença será
de atividade sujeita a condições especiais que prejudiquem concedido em relação à atividade para a qual o segurado
a saúde ou a integridade física, cumprido na condição de estiver incapacitado, considerando‑se para efeito de carência
pessoa com deficiência, exclusivamente para efeito de cál‑ somente as contribuições relativas a essa atividade.
culo do valor da renda mensal, vedado o cômputo do tempo § 2º Se nas várias atividades o segurado exercer a mesma
convertido para fins de carência. (Incluído pelo Decreto profissão, será exigido de imediato o afastamento de todas.
nº 8.145, de 2013) § 3º Constatada, durante o recebimento do auxílio‑doen­
Art.70-G. É facultado ao segurado com deficiência optar ça concedido nos termos deste artigo, a  incapacidade do
pela percepção de qualquer outra espécie de aposentadoria segurado para cada uma das demais atividades, o  valor
do RGPS que lhe seja mais vantajosa. (Incluído pelo Decreto do benefício deverá ser revisto com base nos respectivos
nº 8.145, de 2013) salários de contribuição, observado o disposto nos incisos
Art. 70-H. A critério do INSS, o segurado com deficiência I a III do art. 72.
deverá, a qualquer tempo, submeter‑se a perícia própria para § 4º Ocorrendo a hipótese do § 1º, o valor do auxílio‑do‑
avaliação ou reavaliação do grau de deficiência. (Incluído pelo ença poderá ser inferior ao salário mínimo desde que somado
Decreto nº 8.145, de 2013) às demais remunerações recebidas resultar valor superior a
Parágrafo único. Após a concessão das aposentadorias na este. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
forma dos arts. 70-B e 70-C, será observado o disposto nos Art. 74. Quando o segurado que exercer mais de uma ati‑
arts. 347 e 347-A. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013) vidade se incapacitar definitivamente para uma delas, deverá
Art. 70-I. Aplicam‑se à pessoa com deficiência as demais o auxílio‑doença ser mantido indefinidamente, não cabendo
normas relativas aos benefícios do RGPS. (Incluído pelo De­ sua transformação em aposentadoria por invalidez, enquanto
creto nº 8.145, de 2013) essa incapacidade não se estender às demais atividades.
Parágrafo único. Na situação prevista no caput, o segura‑
Subseção V do somente poderá transferir‑se das demais atividades que
exerce após o conhecimento da reavaliação médico‑pericial.
Do Auxílio‑doença
Art. 75. Durante os primeiros quinze dias consecutivos
de afastamento da atividade por motivo de doença, incum‑
Art. 71. O auxílio‑doença será devido ao segurado que,
be à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário.
após cumprida, quando for o caso, a carência exigida, ficar
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade
§  1º Cabe à empresa que dispuser de serviço médico
habitual por mais de quinze dias consecutivos.
próprio ou em convênio o exame médico e o abono das faltas
Conhecimentos Específicos

§ 1º Não será devido auxílio‑doença ao segurado que se correspondentes aos primeiros quinze dias de afastamento.
filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador de § 2º Quando a incapacidade ultrapassar quinze dias con‑
doença ou lesão invocada como causa para a concessão do secutivos, o segurado será encaminhado à perícia médica do
benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo Instituto Nacional do Seguro Social.
de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. § 3º Se concedido novo benefício decorrente da mesma
§ 2º Será devido auxílio‑doença, independentemente de doença dentro de sessenta dias contados da cessação do
carência, aos  segurados obrigatório e facultativo, quando benefício anterior, a  empresa fica desobrigada do paga‑
sofrerem acidente de qualquer natureza. mento relativo aos quinze primeiros dias de afastamento,
Art. 72. O  auxílio‑doença consiste numa renda mensal prorrogando‑se o benefício anterior e descontando‑se os
calculada na forma do inciso I do caput do art. 39 e será devido: dias trabalhados, se for o caso.
I  – a contar do décimo sexto dia do afastamento da § 4º Se o segurado empregado, por motivo de doença,

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afastar‑se do trabalho durante quinze dias, retornando à ativi‑ Subseção VI
dade no décimo sexto dia, e se dela voltar a se afastar dentro Do Salário‑família
de sessenta dias desse retorno, em decorrência da mesma
doença, fará jus ao auxílio doença a partir da data do novo Art. 81. O  salário‑família será devido, mensalmente,
afastamento. (Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005) ao segurado empregado, exceto o doméstico, e ao trabalha‑
§ 5º Na hipótese do § 4º, se o retorno à atividade tiver dor avulso que tenham salário de contribuição inferior ou
ocorrido antes de quinze dias do afastamento, o segurado igual a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), na proporção
fará jus ao auxílio‑doença a partir do dia seguinte ao que do respectivo número de filhos ou equiparados, nos termos
completar aquele período. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, do art. 16, observado o disposto no art. 83.
de 2003)
Art. 76. A previdência social deve processar de ofício o Atenção: benefício pago aos dependentes do segurado
benefício, quando tiver ciência da incapacidade do segurado de baixa renda, conforme alteração introduzida pela EC
sem que este tenha requerido auxílio‑doença. nº 20/1998. Segurado empregado e avulso com salário de
Art. 76-A. É facultado à empresa protocolar requerimen‑ contribuição até R$ 1.089,72.
to de auxílio‑doença ou documento dele originário de seu
empregado ou de contribuinte individual a ela vinculado ou Art. 82. O salário‑família será pago mensalmente:
a seu serviço, na forma estabelecida pelo INSS. (Incluído pelo I – ao empregado, pela empresa, com o respectivo salário,
Decreto nº 5.699, de 2006) e ao trabalhador avulso, pelo sindicato ou órgão gestor de
Parágrafo único. A empresa que adotar o procedimento mão de obra, mediante convênio;
previsto no caput terá acesso às decisões administrativas a II  – ao empregado e trabalhador avulso aposentados
ele relativas. (Incluído pelo Decreto nº 5.699, de 2006) por invalidez ou em gozo de auxílio‑doença, pelo Instituto
Art. 77. O  segurado em gozo de auxílio‑doença está Nacional do Seguro Social, juntamente com o benefício;
III  – ao trabalhador rural aposentado por idade aos
obrigado, independentemente de sua idade e sob pena de
sessenta anos, se do sexo masculino, ou cinquenta e cinco
suspensão do benefício, a submeter‑se a exame médico a
anos, se do sexo feminino, pelo Instituto Nacional do Seguro
cargo da previdência social, processo de reabilitação profis‑
Social, juntamente com a aposentadoria; e
sional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado
IV  – aos demais empregados e trabalhadores avulsos
gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue,
aposentados aos sessenta e cinco anos de idade, se do
que são facultativos. sexo masculino, ou sessenta anos, se do sexo feminino,
Art. 78. O  auxílio‑doença cessa pela recuperação da pelo Instituto Nacional do Seguro Social, juntamente com
capacidade para o trabalho, pela transformação em aposen‑ a aposentadoria.
tadoria por invalidez ou auxílio‑acidente de qualquer natu‑ § 1º No caso do inciso I, quando o salário do empregado
reza, neste caso se resultar sequela que implique redução não for mensal, o salário‑família será pago juntamente com
da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. o último pagamento relativo ao mês.
§  1º O INSS poderá estabelecer, mediante avaliação § 2º O salário‑família do trabalhador avulso independe
médico‑pericial, o  prazo que entender suficiente para a do número de dias trabalhados no mês, devendo o seu pa‑
recuperação da capacidade para o trabalho do segurado, gamento corresponder ao valor integral da cota.
dispensada nessa hipótese a realização de nova perícia. § 3º Quando o pai e a mãe são segurados empregados ou
(Incluído pelo Decreto nº 5.844 de 2006) trabalhadores avulsos, ambos têm direito ao salário‑família.
§ 2º Caso o prazo concedido para a recuperação se revele §  4º As cotas do salário‑família, pagas pela empresa,
insuficiente, o segurado poderá solicitar a realização de nova deverão ser deduzidas quando do recolhimento das contri‑
perícia médica, na forma estabelecida pelo Ministério da buições sobre a folha de salário.
Previdência Social. (Incluído pelo Decreto nº 5.844 de 2006) Art. 83. A partir de 1º de maio de 2004, o valor da cota do
§  3º O documento de concessão do auxílio‑doença salário‑família por filho ou equiparado de qualquer condição,
conterá as informações necessárias para o requerimento até quatorze anos de idade ou inválido, é de: (Redação dada
da nova avaliação médico‑pericial. (Incluído pelo Decreto pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
nº 5.844 de 2006) I – R$ 20,00 (vinte reais), para o segurado com remune‑
Art. 79. O segurado em gozo de auxílio‑doença, insus‑ ração mensal não superior a R$ 390,00 (trezentos e noventa
cetível de recuperação para sua atividade habitual, deverá reais); e (Incluído pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
submeter‑se a processo de reabilitação profissional para II  – R$ 14,09 (quatorze reais e nove centavos), para o
segurado com remuneração mensal superior a R$ 390,00
Conhecimentos Específicos

exercício de outra atividade, não cessando o benefício até


que seja dado como habilitado para o desempenho de (trezentos e noventa reais) e igual ou inferior a R$ 586,19
(quinhentos e oitenta e seis reais e dezenove centavos).
nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando
(Incluído pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
considerado não recuperável, seja aposentado por invalidez.
Art. 80. O segurado empregado em gozo de auxílio‑do‑
Atenção: o valor da cota do salário-família  varia de
ença é considerado pela empresa como licenciado.
acordo com o salário de contribuição do segurado. A partir
Parágrafo  único. A  empresa que garantir ao segurado
de 1º/1/2015 é:
licença remunerada ficará obrigada a pagar‑lhe durante o
período de auxílio‑doença a eventual diferença entre o valor I – R$ 37,18 (trinta e sete reais e dezoito centavos)
deste e a importância garantida pela licença. para o segurado com remuneração mensal não superior a
R$ 725,02 (setecentos e vinte e cinco reais e dois centavos);

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II – R$ 26,20 (vinte e seis reais e vinte centavos) para o Art. 90. A falta de comunicação oportuna de fato que
segurado com remuneração mensal superior a R$ 725,02 implique cessação do salário‑família, bem como a prática,
(setecentos e vinte e cinco reais e dois centavos) e igual ou pelo empregado, de fraude de qualquer natureza para o seu
recebimento, autoriza a empresa, o  Instituto Nacional do
inferior a R$ 1.089,72 (um mil e oitenta e nove reais e setenta
Seguro Social, o sindicato ou órgão gestor de mão de obra,
e dois centavos). conforme o caso, a  descontar dos pagamentos de cotas
Art. 84. O pagamento do salário‑família será devido a devidas com relação a outros filhos ou, na falta delas, do
partir da data da apresentação da certidão de nascimento do próprio salário do empregado ou da renda mensal do seu
filho ou da documentação relativa ao equiparado, estando benefício, o valor das cotas indevidamente recebidas, sem
condicionado à apresentação anual de atestado de vacina‑ prejuízo das sanções penais cabíveis, observado o disposto
ção obrigatória, até seis anos de idade, e de comprovação no § 2º do art. 154.
semestral de frequência à escola do filho ou equiparado, Art. 91. O empregado deve dar quitação à empresa, sin‑
a partir dos sete anos de idade. (Redação dada pelo Decreto dicato ou órgão gestor de mão de obra de cada recebimento
nº 3.265, de 1999) mensal do salário‑família, na própria folha de pagamento
§  1º A empresa deverá conservar, durante dez anos, ou por outra forma admitida, de modo que a quitação fique
os comprovantes dos pagamentos e as cópias das certidões plena e claramente caracterizada.
correspondentes, para exame pela fiscalização do Instituto Art. 92. As cotas do salário‑família não serão incorpora‑
Nacional do Seguro Social, conforme o disposto no § 7º do das, para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício.
art. 225. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 2º Se o segurado não apresentar o atestado de vaci‑ Subseção VII
nação obrigatória e a comprovação de frequência escolar Do Salário‑Maternidade
do filho ou equiparado, nas datas definidas pelo Instituto
Nacional do Seguro Social, o  benefício do salário‑família Art. 93. O salário‑maternidade é devido à segurada da
será suspenso, até que a documentação seja apresentada. previdência social, durante cento e vinte dias, com início
(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) vinte e oito dias antes e término noventa e um dias depois
§ 3º Não é devido salário‑família no período entre a sus‑ do parto, podendo ser prorrogado na forma prevista no § 3º.
pensão do benefício motivada pela falta de comprovação da (Redação dada pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
frequência escolar e o seu reativamento, salvo se provada a § 1º Para a segurada empregada, inclusive a doméstica,
frequência escolar regular no período. (Incluído pelo Decreto observar‑se‑á, no que couber, as  situações e condições
previstas na legislação trabalhista relativas à proteção à
nº 3.265, de 1999)
maternidade.
§  4º A comprovação de frequência escolar será feita
§ 2º Será devido o salário‑maternidade à segurada espe‑
mediante apresentação de documento emitido pela escola, cial, desde que comprove o exercício de atividade rural nos
na forma de legislação própria, em nome do aluno, onde últimos dez meses imediatamente anteriores à data do parto
consta o registro de frequência regular ou de atestado do ou do requerimento do benefício, quando requerido antes
estabelecimento de ensino, comprovando a regularidade do parto, mesmo que de forma descontínua, aplicando‑se,
da matrícula e frequência escolar do aluno. (Incluído pelo quando for o caso, o disposto no parágrafo único do art. 29.
Decreto nº 3.265, de 1999) (Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
Art. 85. A  invalidez do filho ou equiparado maior de §  3º Em casos excepcionais, os  períodos de repouso
quatorze anos de idade deve ser verificada em exame anterior e posterior ao parto podem ser aumentados de
médico‑pericial a cargo da previdência social. mais duas semanas, mediante atestado médico específico.
Art. 86. O salário‑família correspondente ao mês de afas‑ (Redação dada pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
tamento do trabalho será pago integralmente pela empresa, § 4º Em caso de parto antecipado ou não, a segurada tem
pelo sindicato ou órgão gestor de mão de obra, conforme direito aos cento e vinte dias previstos neste artigo.
o caso, e o do mês da cessação de benefício pelo Instituto §  5º Em caso de aborto não criminoso, comprovado
Nacional do Seguro Social. mediante atestado médico, a segurada terá direito ao salá‑
Art. 87. Tendo havido divórcio, separação judicial ou de rio‑maternidade correspondente a duas semanas. (Redação
fato dos pais, ou em caso de abandono legalmente caracte‑ dada pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
rizado ou perda do pátrio‑poder, o salário‑família passará a § 6º (Revogado pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
ser pago diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do Art. 93-A. O salário‑maternidade é devido à segurada da
menor, ou a outra pessoa, se houver determinação judicial Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para
nesse sentido. fins de adoção de criança com idade: (Incluído pelo Decreto
Art. 88. O  direito ao salário‑família cessa automatica‑ nº 4.729, de 2003)
mente:
I – por morte do filho ou equiparado, a contar do mês Atenção: a Lei nº 12.873, de 2013, alterou o artigo 71-A
seguinte ao do óbito; da Lei 8.213/1991, estendendo o salário-maternidade ao
II – quando o filho ou equiparado completar quatorze segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou
anos de idade, salvo se inválido, a contar do mês seguinte obtiver guarda judicial para fins de adoção, indepedentemen‑
Conhecimentos Específicos

ao da data do aniversário; te da idade da criança, pelo período de 120 (cento e vinte)


III – pela recuperação da capacidade do filho ou equipa‑ dias. Vide artigos 71-A a 71-C da Lei 8.213/1991.
rado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da
I – até um ano completo, por cento e vinte dias; (Incluído
incapacidade; ou
pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
IV – pelo desemprego do segurado. II – a partir de um ano até quatro anos completos, por
Art. 89. Para efeito de concessão e manutenção do sessenta dias; ou(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
salário‑família, o  segurado deve firmar termo de respon‑ III – a partir de quatro anos até completar oito anos, por
sabilidade, no qual se comprometa a comunicar à empresa trinta dias. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
ou ao Instituto Nacional do Seguro Social qualquer fato ou § 1º O salário‑maternidade é devido à segurada inde‑
circunstância que determine a perda do direito ao benefício, pendentemente de a mãe biológica ter recebido o mesmo
ficando sujeito, em caso do não cumprimento, às sanções benefício quando do nascimento da criança. (Incluído pelo
penais e trabalhistas. Decreto nº 4.729, de 2003)

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§ 2º O salário‑maternidade não é devido quando o termo Art. 100. O salário‑maternidade da segurada trabalhado‑
de guarda não contiver a observação de que é para fins de ra avulsa, pago diretamente pela previdência social, consiste
adoção ou só contiver o nome do cônjuge ou companheiro. numa renda mensal igual à sua remuneração integral equi‑
(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) valente a um mês de trabalho, devendo aplicar‑se à renda
§ 3º Para a concessão do salário‑maternidade é indispen‑ mensal do benefício o disposto no art. 198. (Redação dada
sável que conste da nova certidão de nascimento da criança, pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
ou do termo de guarda, o nome da segurada adotante ou Art. 101. O salário‑maternidade, observado o disposto
guardiã, bem como, deste último, tratar‑se de guarda para nos arts.  35, 198, 199 ou 199-A, pago diretamente pela
fins de adoção. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) previdência social, consistirá: (Redação dada pelo Decreto
§ 4º Quando houver adoção ou guarda judicial para ado‑ nº 6.722, de 2008)
ção de mais de uma criança, é devido um único salário‑ma‑ I  – em valor correspondente ao do seu último salário
ternidade relativo à criança de menor idade, observado o de contribuição, para a segurada empregada doméstica;
disposto no art. 98. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 5º A renda mensal do salário‑maternidade é calculada II  – em um salário mínimo, para a segurada especial;
na forma do disposto nos arts. 94, 100 ou 101, de acordo com (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
a forma de contribuição da segurada à Previdência Social. III – em um doze avos da soma dos doze últimos salários
(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) de contribuição, apurados em período não superior a quinze
§ 6º O salário‑maternidade de que trata este artigo é pago meses, para as seguradas contribuinte individual, facultativa
diretamente pela previdência social. (Incluído pelo Decreto e para as que mantenham a qualidade de segurada na forma
nº 4.862, de 2003) do art. 13. (Redação dada pelo Decreto nº 6.122, de 2007)
Art. 94. O salário‑maternidade para a segurada empre‑ §§ 1º e 2º. (Revogados pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
gada consiste numa renda mensal igual à sua remuneração § 3º O documento comprobatório para requerimento do
integral e será pago pela empresa, efetivando‑se a compen‑ salário‑maternidade da segurada que mantenha esta qualida‑
sação, observado o disposto no art.  248 da Constituição, de é a certidão de nascimento do filho, exceto nos casos de
quando do recolhimento das contribuições incidentes sobre aborto espontâneo, quando deverá ser apresentado atestado
a folha de salários e demais rendimentos pagos ou credita‑
médico, e no de adoção ou guarda para fins de adoção, casos
dos, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
em que serão observadas as regras do art. 93-A, devendo o
devendo aplicar‑se à renda mensal do benefício o disposto
evento gerador do benefício ocorrer, em qualquer hipótese,
no art. 198. (Redação dada pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
§ 1º e 2º. (Revogados pelo Decreto nº 3.265, de 1999) dentro do período previsto no art. 13. (Incluído pelo Decreto
§ 3º A empregada deve dar quitação à empresa dos reco‑ nº 6.122, de 2007)
lhimentos mensais do salário‑maternidade na própria folha Art. 102. O salário‑maternidade não pode ser acumulado
de pagamento ou por outra forma admitida, de modo que com benefício por incapacidade.
a quitação fique plena e claramente caracterizada. (Incluído Parágrafo único. Quando ocorrer incapacidade em con‑
pelo Decreto nº 4.862, de 2003) comitância com o período de pagamento do salário‑materni‑
§  4º A empresa deve conservar, durante dez anos, dade, o benefício por incapacidade, conforme o caso, deverá
os  comprovantes dos pagamentos e os atestados ou cer‑ ser suspenso enquanto perdurar o referido pagamento, ou
tidões correspondentes para exame pela fiscalização do terá sua data de início adiada para o primeiro dia seguinte
INSS, conforme o disposto no § 7º do art. 225. (Incluído pelo ao término do período de cento e vinte dias.
Decreto nº 4.862, de 2003) Art. 103. A segurada aposentada que retornar à atividade
Art. 95. Compete à interessada instruir o requerimento fará jus ao pagamento do salário‑maternidade, de acordo
do salário‑maternidade com os atestados médicos necessá‑ com o disposto no art. 93.
rios. (Redação dada pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
Parágrafo  único. Quando o benefício for requerido Subseção VIII
após o parto, o documento comprobatório é a Certidão de Do Auxílio‑acidente
Nascimento, podendo, no caso de dúvida, a  segurada ser
submetida à avaliação pericial junto ao Instituto Nacional do Art. 104. O  auxílio‑acidente será concedido, como in‑
Seguro Social. (Redação dada pelo Decreto nº 3.668, de 2000) denização, ao  segurado empregado, exceto o doméstico,
Art. 96. O início do afastamento do trabalho da segurada ao trabalhador avulso e ao segurado especial quando, após a
empregada será determinado com base em atestado médico consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer
ou certidão de nascimento do filho. (Redação dada pelo natureza, resultar sequela definitiva, conforme as situações
Decreto nº 4.862, de 2003) discriminadas no anexo III, que implique: (Redação dada pelo
§ 1º e 2º (Revogados pelo Decreto nº 4.729, de 2003) Decreto nº 4.729, de 2003)
Art. 97. O salário‑maternidade da segurada empregada I – redução da capacidade para o trabalho que habitu‑
será devido pela previdência social enquanto existir relação almente exerciam; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729,
de emprego, observadas as regras quanto ao pagamento de 2003)
desse benefício pela empresa. (Redação dada pelo Decreto II – redução da capacidade para o trabalho que habitu‑
nº 6.122, de 2007) almente exerciam e exija maior esforço para o desempenho
Conhecimentos Específicos

Parágrafo  único. Durante o período de graça a que se da mesma atividade que exerciam à época do acidente; ou
refere o art. 13, a segurada desempregada fará jus ao re‑ III – impossibilidade de desempenho da atividade que
cebimento do salário‑maternidade nos casos de demissão exerciam à época do acidente, porém permita o desempenho
antes da gravidez, ou, durante a gestação, nas hipóteses de de outra, após processo de reabilitação profissional, nos
dispensa por justa causa ou a pedido, situações em que o casos indicados pela perícia médica do Instituto Nacional
benefício será pago diretamente pela previdência social. do Seguro Social.
(Incluído pelo Decreto nº 6.122, de 2007) §  1º O auxílio‑acidente mensal corresponderá a cin‑
Art. 98. No caso de empregos concomitantes, a segurada quenta por cento do salário de benefício que deu origem
fará jus ao salário‑maternidade relativo a cada emprego. ao auxílio‑doença do segurado, corrigido até o mês anterior
Art. 99. Nos meses de início e término do salário‑mater‑ ao do início do auxílio‑acidente e será devido até a véspera
nidade da segurada empregada, o salário‑maternidade será de início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito
proporcional aos dias de afastamento do trabalho. do segurado.

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126 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 2º O auxílio‑acidente será devido a contar do dia seguin‑ Art. 108. A  pensão por morte somente será devida
te ao da cessação do auxílio‑doença, independentemente de ao filho e ao irmão cuja invalidez tenha ocorrido antes da
qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo aciden‑ emancipação ou de completar a idade de vinte e um anos,
tado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. desde que reconhecida ou comprovada, pela perícia médica
§ 3º O recebimento de salário ou concessão de outro do INSS, a continuidade da invalidez até a data do óbito do
benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a con‑ segurado. (Redação dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
tinuidade do recebimento do auxílio‑acidente. Parágrafo  único. (Revogado pelo Decreto nº 6.722,
§ 4º Não dará ensejo ao benefício a que se refere este de 2008)
artigo o caso: Art. 109. O pensionista inválido está obrigado, indepen‑
I – que apresente danos funcionais ou redução da capaci‑ dentemente de sua idade e sob pena de suspensão do bene‑
dade funcional sem repercussão na capacidade laborativa; e fício, a submeter‑se a exame médico a cargo da previdência
II – de mudança de função, mediante readaptação pro‑ social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito
fissional promovida pela empresa, como medida preventiva, e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto
em decorrência de inadequação do local de trabalho. o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.
§ 5º A perda da audição, em qualquer grau, somente pro‑ Art. 110. O cônjuge ausente somente fará jus ao benefí‑
porcionará a concessão do auxílio‑acidente quando, além do cio a partir da data de sua habilitação e mediante prova de
reconhecimento do nexo entre o trabalho e o agravo, resultar, dependência econômica, não excluindo do direito a compa‑
comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para nheira ou o companheiro.
o trabalho que o segurado habitualmente exercia. (Redação Art. 111. O cônjuge divorciado ou separado judicialmente
dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009) ou de fato, que recebia pensão de alimentos, receberá a pen‑
§  6º No caso de reabertura de auxílio‑doença por são em igualdade de condições com os demais dependentes
acidente de qualquer natureza que tenha dado origem referidos no inciso I do art. 16.
a auxílio‑acidente, este será suspenso até a cessação do Art. 112. A  pensão poderá ser concedida, em caráter
auxílio‑doença reaberto, quando será reativado. provisório, por morte presumida:
§ 7º Cabe a concessão de auxílio‑acidente oriundo de I – mediante sentença declaratória de ausência, expedida
acidente de qualquer natureza ocorrido durante o período por autoridade judiciária, a contar da data de sua emissão; ou
de manutenção da qualidade de segurado, desde que aten‑ II – em caso de desaparecimento do segurado por moti‑
didas às condições inerentes à espécie. (Redação dada pelo vo de catástrofe, acidente ou desastre, a contar da data da
Decreto nº 6.722, de 2008) ocorrência, mediante prova hábil.
§  8º Para fins do disposto no caput considerar‑se‑á a Parágrafo único. Verificado o reaparecimento do segura‑
do, o pagamento da pensão cessa imediatamente, ficando
atividade exercida na data do acidente. (Incluído pelo Decreto
os dependentes desobrigados da reposição dos valores
nº 4.729, de 2003)
recebidos, salvo má‑fé.
Art. 113. A pensão por morte, havendo mais de um pen‑
Subseção IX
sionista, será rateada entre todos, em partes iguais.
Da Pensão por Morte
Parágrafo único. Reverterá em favor dos demais depen‑
dentes a parte daquele cujo direito à pensão cessar.
Art. 105. A pensão por morte será devida ao conjunto Art. 114. O pagamento da cota individual da pensão por
dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou morte cessa:
não, a contar da data: I – pela morte do pensionista;
I  – do óbito, quando requerido até trinta dias depois II  – para o pensionista menor de idade, ao  completar
deste; (Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005) vinte e um anos, salvo se for inválido, ou pela emancipação,
II  – do requerimento, quando requerida após o prazo ainda que inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for
previsto no inciso I; ou decorrente de colação de grau científico em curso de ensino
III – da decisão judicial, no caso de morte presumida. superior; ou (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 1º No caso do disposto no inciso II, a data de início III  – para o pensionista inválido, pela cessação da in‑
do benefício será a data do óbito, aplicados os devidos rea‑ validez, verificada em exame médico‑pericial a cargo da
justamentos até a data de início do pagamento, não sendo previdência social.
devida qualquer importância relativa ao período anterior IV – pela adoção, para o filho adotado que receba pen‑
à data de entrada do requerimento. (Redação dada pelo são por morte dos pais biológicos. (Incluído pelo Decreto
Decreto nº 5.545, de 2005) nº 5.545, de 2005)
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 5.545, de 2005) §  1º Com a extinção da cota do último pensionista,
Art. 106. A pensão por morte consiste numa renda men‑ a pensão por morte será encerrada. (Incluído pelo Decreto
sal calculada na forma do § 3º do art. 39. nº 5.545, de 2005)
Parágrafo único. O valor da pensão por morte devida aos § 2º Não se aplica o disposto no inciso IV do caput quando
dependentes do segurado recluso que, nessa condição, exer‑ o cônjuge ou companheiro adota o filho do outro. (Incluído
Conhecimentos Específicos

cia atividade remunerada será obtido mediante a realização pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
de cálculo com base no novo tempo de contribuição e salários Art. 115. O dependente menor de idade que se invalidar
de contribuição correspondentes, neles incluídas as contri‑ antes de completar vinte e um anos deverá ser submetido a
buições recolhidas enquanto recluso, facultada a opção pela exame médico‑pericial, não se extinguindo a respectiva cota
pensão com valor correspondente ao do auxílio‑reclusão, na se confirmada a invalidez.
forma do disposto no § 3º do art. 39. (Incluído pelo Decreto
nº 4.729, de 2003) Subseção X
Art. 107. A concessão da pensão por morte não será pro‑ Do Auxílio‑reclusão
telada pela falta de habilitação de outro possível dependente,
e qualquer habilitação posterior que importe em exclusão ou Art. 116. O auxílio‑reclusão será devido, nas mesmas con‑
inclusão de dependente somente produzirá efeito a contar dições da pensão por morte, aos dependentes do segurado
da data da habilitação. recolhido à prisão que não receber remuneração da empresa

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nem estiver em gozo de auxílio‑doença, aposentadoria ou § 1º O abono anual será calculado, no que couber, da mesma
abono de permanência em serviço, desde que o seu último forma que a gratificação natalina dos trabalhadores, tendo por
salário de contribuição seja inferior ou igual a R$ 360,00 base o valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro
(trezentos e sessenta reais). de cada ano. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
§ 2º O valor do abono anual correspondente ao período
Atenção: benefício pago aos dependentes do segurado de duração do salário‑maternidade será pago, em cada
de baixa renda, conforme alteração introduzida pela EC exercício, juntamente com a última parcela do benefício nele
nº 20/1998. Devido ao segurado com salário de contribuição devida. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
de até R$ 1.089,72.
CAPÍTULO III
§ 1º É devido auxílio‑reclusão aos dependentes do se‑ Do Reconhecimento da Filiação
gurado quando não houver salário de contribuição na data
do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a Seção Única
qualidade de segurado. Do Reconhecimento do Tempo de Filiação
§  2º O pedido de auxílio‑reclusão deve ser instruído
com certidão do efetivo recolhimento do segurado à prisão, Art. 121.  Reconhecimento de filiação é o direito do
firmada pela autoridade competente. segurado de ter reconhecido, em qualquer época, o tempo
§  3º Aplicam‑se ao auxílio‑reclusão as normas refe‑ de exercício de atividade anteriormente abrangida pela
rentes à pensão por morte, sendo necessária, no caso de previdência social.
qualificação de dependentes após a reclusão ou detenção
do segurado, a preexistência da dependência econômica. Subseção I
§ 4º A data de início do benefício será fixada na data do Da Indenização
efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requerido
até trinta dias depois desta, ou na data do requerimento, se Art. 122. O reconhecimento de filiação no período em que o
posterior, observado, no que couber, o disposto no inciso I exercício de atividade remunerada não exigia filiação obrigatória
do art. 105. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) à previdência social somente será feito mediante indenização
§  5º O auxílio‑reclusão é devido, apenas, durante o das contribuições relativas ao respectivo período, conforme o
período em que o segurado estiver recolhido à prisão sob disposto nos §§ 7º a 14 do art. 216 e § 8º do art. 239.
regime fechado ou semi aberto. (Incluído pelo Decreto § 1º O valor a ser indenizado poderá ser objeto de parce‑
nº 4.729, de 2003) lamento mediante solicitação do segurado, de acordo com o
§ 6º O exercício de atividade remunerada pelo segurado disposto no art. 244, observado o § 1º do art. 128.
recluso em cumprimento de pena em regime fechado ou § 2º Para fins de concessão de benefício constante das
semi aberto que contribuir na condição de segurado de que alíneas a a e e h do inciso I do art. 25, não se admite o par‑
trata a alínea o do inciso V do art. 9º ou do inciso IX do § 1º celamento de débito.
do art.  11 não acarreta perda do direito ao recebimento Art. 123.  Para fins de concessão dos benefícios deste
do auxílio‑reclusão pelos seus dependentes. (Incluído pelo Regulamento, o tempo de serviço prestado pelo trabalhador
Decreto nº 4.729, de 2003) rural anteriormente à competência novembro de 1991 será
Art. 117. O  auxílio‑reclusão será mantido enquanto o reconhecido, desde que devidamente comprovado.
segurado permanecer detento ou recluso. Parágrafo  único. Para fins de contagem recíproca,
§ 1º O beneficiário deverá apresentar trimestralmente o tempo de serviço a que se refere o caput somente será
atestado de que o segurado continua detido ou recluso, reconhecido mediante a indenização de que trata o § 13 do
firmado pela autoridade competente. art. 216, observado o disposto no § 8º do 239.
§ 2º No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se
houver recaptura do segurado, será restabelecido a contar da Subseção II
data em que esta ocorrer, desde que esteja ainda mantida a Da Retroação da Data do Início
qualidade de segurado. das Contribuições
§ 3º Se houver exercício de atividade dentro do período
de fuga, o  mesmo será considerado para a verificação da Art. 124. Caso o segurado contribuinte individual mani‑
perda ou não da qualidade de segurado.
feste interesse em recolher contribuições relativas a período
Art. 118. Falecendo o segurado detido ou recluso, o au‑
anterior à sua inscrição, a retroação da data do início das
xílio‑reclusão que estiver sendo pago será automaticamente
contribuições será autorizada, desde que comprovado o
convertido em pensão por morte.
exercício de atividade remunerada no respectivo período,
Parágrafo único. Não havendo concessão de auxílio‑re‑
clusão, em razão de salário de contribuição superior a R$ observado o disposto nos §§ 7º a 14 do art. 216 e no § 8º
360,00 (trezentos e sessenta reais), será devida pensão por do art. 239. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
morte aos dependentes se o óbito do segurado tiver ocorrido Parágrafo único. O valor do débito poderá ser objeto de
Conhecimentos Específicos

dentro do prazo previsto no inciso IV do art. 13. parcelamento mediante solicitação do segurado junto ao
Art. 119. É vedada a concessão do auxílio‑reclusão após setor de arrecadação e fiscalização do Instituto Nacional do
a soltura do segurado. Seguro Social, observado o disposto no § 2º do art. 122, no
§ 1º do art. 128 e no art. 244.
Subseção XI
Do Abono Anual CAPÍTULO IV
Da Contagem Recíproca de Tempo
Art. 120. Será devido abono anual ao segurado e ao de Contribuição
dependente que, durante o ano, recebeu auxílio‑doença,
auxílio‑acidente, aposentadoria, salário‑maternidade, Art. 125.  Para efeito de contagem recíproca, hipótese
pensão por morte ou auxílio‑reclusão. (Redação dada pelo em que os diferentes sistemas de previdência social com‑
Decreto nº 4.032, de 2001) pensar‑se‑ão financeiramente, é assegurado:

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128 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I – o cômputo do tempo de contribuição na administração Art. 128. A certidão de tempo de contribuição anterior
pública, para fins de concessão de benefícios previstos no ou posterior à filiação obrigatória à previdência social so‑
Regime Geral de Previdência Social, inclusive de aposenta‑ mente será expedida mediante a observância do disposto
doria em decorrência de tratado, convenção ou acordo inter‑ nos arts. 122 e 124.
nacional; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007) § 1º A certidão de tempo de contribuição, para fins de
II  – para fins de emissão de certidão de tempo de averbação do tempo em outros regimes de previdência,
contribuição, pelo INSS, para utilização no serviço público, somente será expedida pelo Instituto Nacional do Seguro
o cômputo do tempo de contribuição na atividade privada, Social após a comprovação da quitação de todos os valores
rural e urbana, observado o disposto no § 4º deste artigo e devidos, inclusive de eventuais parcelamentos de débito.
no parágrafo único do art. 123, § 13 do art. 216 e § 8º do § 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
art. 239. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007) § 3º Observado o disposto no § 6º do art. 62, a certidão
§ 1º Para os fins deste artigo, é vedada: (Redação dada de tempo de contribuição referente a período de atividade
pelo Decreto nº 8.145, de 2013) rural anterior à competência novembro de 1991 somente
I – conversão do tempo de contribuição exercido em ati‑ será emitida mediante comprovação do recolhimento das
vidade sujeita à condições especiais, nos termos dos arts. 66 contribuições correspondentes ou indenização nos termos
e 70; (Redação dada pelo Decreto nº 8.145, de 2013) dos §§ 13 e 14 do art. 216, observado o disposto no § 8º
II – conversão do tempo cumprido pelo segurado com do art. 239.
deficiência, reconhecida na forma do art. 70-D, em tempo Art. 129. O  segurado em gozo de auxílio‑acidente,
de contribuição comum; e (Redação dada pelo Decreto auxílio‑suplementar ou abono de permanência em serviço
nº 8.145, de 2013) terá o benefício encerrado na data da emissão da certidão
III – a contagem de qualquer tempo de serviço fictício. de tempo de contribuição. (Redação dada pelo Decreto
(Redação dada pelo Decreto nº 8.145, de 2013) nº 4.729, de 2003)
§  2º Admite‑se a aplicação da contagem recíproca de Art. 130. O tempo de contribuição para regime próprio
tempo de contribuição no âmbito dos tratados, convenções
de previdência social ou para Regime Geral de Previdência
ou acordos internacionais de previdência social. (Redação
Social deve ser provado com certidão fornecida: (Redação
dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007)
dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
§ 3º É permitida a emissão de certidão de tempo de con‑
I – pela unidade gestora do regime próprio de previdência
tribuição para períodos de contribuição posteriores à data
social ou pelo setor competente da administração federal,
da aposentadoria no Regime Geral de Previdência Social.
(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) esta­dual, do Distrito Federal e municipal, suas autarquias e
§ 4º Para efeito de contagem recíproca, o período em que fundações, desde que devidamente homologada pela uni‑
o segurado contribuinte individual e o facultativo tiverem dade gestora do regime próprio, relativamente ao tempo de
contribuído na forma do art. 199-A só será computado se contribuição para o respectivo regime próprio de previdência
forem complementadas as contribuições na forma do § 1º social; ou (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
do citado artigo. (Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007) II – pelo setor competente do Instituto Nacional do Se‑
§ 5º A certidão referente ao tempo de contribuição com guro Social, relativamente ao tempo de contribuição para o
deficiência deverá identificar os períodos com deficiência e Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pelo
seus graus. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013) Decreto nº 3.668, de 2000)
Art. 126. O segurado terá direito de computar, para fins a) a certidão deverá abranger o período integral de
de concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência filiação à previdência social, não se admitindo o seu forne‑
Social, o  tempo de contribuição na administração pública cimento para períodos fracionados;
federal direta, autárquica e fundacional”. (Redação dada b) em hipótese alguma será expedida certidão de tempo
pelo Decreto nº 3.112, de 6/7/1999) de contribuição se o mesmo já tiver sido utilizado para efei‑
Parágrafo único. Poderá ser contado o tempo de contri‑ to de concessão de qualquer aposentadoria, em qualquer
buição na administração pública direta, autárquica e fun‑ regime de previdência social; e
dacional dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, c) o tempo de contribuição para o Regime Geral de
desde que estes assegurem aos seus servidores, mediante Previdência Social relativo a período concomitante com o
legislação própria, a contagem de tempo de contribuição em de contribuição para regime próprio de previdência social,
atividade vinculada ao Regime Geral de Previdência Social. mesmo após a expedição da certidão de tempo de contri‑
Art. 127. O tempo de contribuição de que trata este Ca‑ buição, não será considerado para qualquer efeito perante
pítulo será contado de acordo com a legislação pertinente, o Regime Geral de Previdência Social.
observadas as seguintes normas: § 1º O setor competente do Instituto Nacional do Seguro
I – não será admitida a contagem em dobro ou em outras Social deverá promover o levantamento do tempo de filiação
condições especiais; ao Regime Geral de Previdência Social à vista dos assenta‑
II – é vedada a contagem de tempo de contribuição no mentos internos ou das anotações na Carteira do Trabalho
serviço público com o de contribuição na atividade privada, ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, ou de outros
Conhecimentos Específicos

quando concomitantes; meios de prova admitidos em direito. (Redação dada pelo


III – não será contado por um regime o tempo de con‑ Decreto nº 3.668, de 2000)
tribuição utilizado para concessão de aposentadoria por § 2º O setor competente do órgão federal, estadual, do
outro regime; Distrito Federal ou municipal deverá promover o levantamen‑
IV  – o tempo de contribuição anterior ou posterior à to do tempo de contribuição para o respectivo regime próprio
obrigatoriedade de filiação à previdência social somente de previdência social à vista dos assentamentos funcionais.
será contado mediante observância, quanto ao período § 3º Após as providências de que tratam os §§ 1º e 2º,
respectivo, do disposto nos arts. 122 e 124; e e observado, quando for o caso, o disposto no § 9º, os setores
V – o tempo de contribuição do segurado trabalhador competentes deverão emitir certidão de tempo de contri‑
rural anterior à competência novembro de 1991 será com‑ buição, sem rasuras, constando, obrigatoriamente: (Redação
putado, desde que observado o disposto no parágrafo único dada pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
do art. 123, no § 13 do art. 216 e no § 8º do art. 239. I – órgão expedidor;

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II  – nome do servidor, seu número de matrícula, RG, tência, que serão utilizados para fins de cálculo dos proventos
CPF, sexo, data de nascimento, filiação, número do PIS ou da aposentadoria. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
PASEP, e, quando for o caso, cargo efetivo, lotação, data de §  15. O  tempo de serviço considerado para efeito de
admissão e data de exoneração ou demissão; (Redação dada aposentadoria e cumprido até 15 de dezembro de 1998 será
pelo Decreto nº 6.722, de 2008) contado como tempo de contribuição. (Incluído pelo Decreto
III – período de contribuição, de data a data, compreen‑ nº 6.722, de 2008)
dido na certidão; § 16. Caberá revisão da certidão de tempo de contribui‑
IV – fonte de informação; ção, inclusive de ofício, quando constatado erro material,
V – discriminação da frequência durante o período abran‑ vedada à destinação da certidão a órgão diverso daquele a
gido pela certidão, indicadas as várias alterações, tais como que se destinava originariamente. (Incluído pelo Decreto
faltas, licenças, suspensões e outras ocorrências; nº 6.722, de 2008)
VI – soma do tempo líquido; Art. 131. Concedido o benefício, caberá:
VII – declaração expressa do servidor responsável pela I – ao Instituto Nacional do Seguro Social comunicar o
certidão, indicando o tempo líquido de efetiva contribuição fato ao órgão público emitente da certidão, para as anotações
em dias, ou anos, meses e dias; nos registros funcionais e/ou na segunda via da certidão de
VIII – assinatura do responsável pela certidão e do diri‑ tempo de contribuição; e
gente do órgão expedidor e, no caso de ser emitida por outro II – ao órgão público comunicar o fato ao Instituto Na‑
órgão da administração do ente federativo, homologação da cional do Seguro Social, para efetuar os registros cabíveis.
unidade gestora do regime próprio de previdência social; Art. 132.  O tempo de contribuição na administração
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) pública federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal
IX  – indicação da lei que assegure, aos  servidores do de que trata este Capítulo será considerado para efeito do
Estado, do Distrito Federal ou do Município, aposentadorias percentual de acréscimo previsto no inciso III do art. 39.
por invalidez, idade, tempo de contribuição e compulsória, Art. 133. O tempo de contribuição certificado na forma
e pensão por morte, com aproveitamento de tempo de con‑ deste Capítulo produz, no Instituto Nacional do Seguro Social
e nos órgãos ou autarquias federais, estaduais, do Distrito
tribuição prestado em atividade vinculada ao Regime Geral
Federal ou municipais, todos os efeitos previstos na respec‑
de Previdência Social.
tiva legislação pertinente.
§  4º A certidão de tempo de contribuição deverá ser
Art. 134. As aposentadorias e demais benefícios resul‑
expedida em duas vias, das quais a primeira será fornecida
tantes da contagem de tempo de contribuição na forma
ao interessado, mediante recibo passado na segunda via,
deste Capítulo serão concedidos e pagos pelo regime a que
implicando sua concordância quanto ao tempo certificado.
o interessado pertencer ao requerê‑los e o seu valor será
§ 5º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008) calculado na forma da legislação pertinente.
§ 6º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008) Art. 135. (Revogado pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
§ 7º Quando solicitado pelo segurado que exerce cargos
constitucionalmente acumuláveis, é permitida a emissão de CAPÍTULO V
certidão única com destinação do tempo de contribuição Da Habilitação e da Reabilitação Profissional
para, no máximo, dois órgãos distintos.
§  8º Na situação do parágrafo anterior, a  certidão de Art. 136. A assistência (re)educativa e de (re)adaptação
tempo de contribuição deverá ser expedida em três vias, das profissional, instituída sob a denominação genérica de ha‑
quais a primeira e a segunda serão fornecidas ao interessado, bilitação e reabilitação profissional, visa proporcionar aos
mediante recibo passado na terceira via, implicando sua beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o
concordância quanto ao tempo certificado. trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de
§ 9º A certidão só poderá ser fornecida para os períodos carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios
de efetiva contribuição para o Regime Geral de Previdência indicados para proporcionar o reingresso no mercado de
Social, devendo ser excluídos aqueles para os quais não tenha trabalho e no contexto em que vivem.
havido contribuição, salvo se recolhida na forma dos §§ 7º §  1º  Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social pro‑
a 14 do art. 216. (Incluído pelo Decreto nº 3.668, de 2000) mover a prestação de que trata este artigo aos segurados,
§ 10. Poderá ser emitida, por solicitação do segurado, inclusive aposentados, e, de acordo com as possibilidades
certidão de tempo de contribuição para período fracionado. administrativas, técnicas, financeiras e as condições locais do
(Incluído pelo Decreto nº 3.668, de 2000) órgão, aos seus dependentes, preferencialmente mediante a
§ 11. Na hipótese do parágrafo anterior, a certidão con‑ contratação de serviços especializados.
terá informação de todo o tempo de contribuição ao Regime §  2º As pessoas portadoras de deficiência serão aten‑
Geral de Previdência Social e a indicação dos períodos a didas mediante celebração de convênio de cooperação
serem aproveitados no regime próprio de previdência social. técnico‑financeira.
(Incluído pelo Decreto nº 3.668, de 2000) Art. 137.  O processo de habilitação e de reabilitação
Conhecimentos Específicos

§ 12. É vedada a contagem de tempo de contribuição de profissional do beneficiário será desenvolvido por meio das
atividade privada com a do serviço público ou de mais de funções básicas de:
uma atividade no serviço público, quando concomitantes, I – avaliação do potencial laborativo; (Redação dada pelo
ressalvados os casos de acumulação de cargos ou empregos Decreto nº 3.668, de 2000)
públicos admitidos pela Constituição. (Redação dada pelo II  – orientação e acompanhamento da programação
Decreto nº 6.722, de 2008) profissional;
§  13. Em hipótese alguma será expedida certidão de III – articulação com a comunidade, inclusive mediante
tempo de contribuição para período que já tiver sido utilizado a celebração de convênio para reabilitação física restrita a
para a concessão de aposentadoria, em qualquer regime de segurados que cumpriram os pressupostos de elegibilidade
previdência social. (Incluído pelo Decreto nº 3.668, de 2000) ao programa de reabilitação profissional, com vistas ao
§ 14. A certidão de que trata o § 3º deverá vir acompa‑ reingresso no mercado de trabalho; e (Redação dada pelo
nhada de relação dos valores das remunerações, por compe‑ Decreto nº 4.729, de 2003)

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130 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
IV – acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado IV – mais de mil empregados, cinco por cento.
de trabalho. §  1º A dispensa de empregado na condição estabele‑
§  1º A execução das funções de que trata o caput cida neste artigo, quando se tratar de contrato por tempo
dar‑se‑á, preferencialmente, mediante o trabalho de equipe superior a noventa dias e a imotivada, no contrato por prazo
multiprofissional especializada em medicina, serviço social, indeterminado, somente poderá ocorrer após a contratação
psicologia, sociologia, fisioterapia, terapia ocupacional e de substituto em condições semelhantes.
outras afins ao processo, sempre que possível na localidade § 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.298, de 1999)
do domicílio do beneficiário, ressalvadas as situações excep‑
cionais em que este terá direito à reabilitação profissional CAPÍTULO VI
fora dela. Da Justificação Administrativa
§  2º Quando indispensáveis ao desenvolvimento do
processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Art. 142. A justificação administrativa constitui recurso
Seguro Social fornecerá aos segurados, inclusive aposenta‑ utilizado para suprir a falta ou insuficiência de documento
dos, em caráter obrigatório, prótese e órtese, seu reparo ou ou produzir prova de fato ou circunstância de interesse dos
substituição, instrumentos de auxílio para locomoção, bem beneficiários, perante a previdência social.
como equipamentos necessários à habilitação e à reabilita‑ § 1º Não será admitida a justificação administrativa quan‑
ção profissional, transporte urbano e alimentação e, na me‑ do o fato a comprovar exigir registro público de casamento,
dida das possibilidades do Instituto, aos seus dependentes. de idade ou de óbito, ou de qualquer ato jurídico para o qual
§  3º No caso das pessoas portadoras de deficiência, a lei prescreva forma especial.
a concessão dos recursos materiais referidos no parágrafo § 2º O processo de justificação administrativa é parte de
anterior ficará condicionada à celebração de convênio de processo antecedente, vedada sua tramitação na condição
cooperação técnico‑financeira.
de processo autônomo.
§ 4º O Instituto Nacional do Seguro Social não reembol‑
Art. 143. A  justificação administrativa ou judicial, no
sará as despesas realizadas com a aquisição de órtese ou
caso de prova exigida pelo art. 62, dependência econômica,
prótese e outros recursos materiais não prescritos ou não
autorizados por suas unidades de reabilitação profissional. identidade e de relação de parentesco, somente produzirá
Art. 138.  Cabe à unidade de reabilitação profissional efeito quando baseada em início de prova material, não
comunicar à perícia médica a ocorrência de que trata o § 2º sendo admitida prova exclusivamente testemunhal.
do art. 337. § 1º No caso de prova exigida pelo art. 62 é dispensado o
Art. 139. A programação profissional será desenvolvida início de prova material quando houver ocorrência de motivo
mediante cursos e/ou treinamentos, na comunidade, por de força maior ou caso fortuito.
meio de contratos, acordos e convênios com instituições e § 2º Caracteriza motivo de força maior ou caso fortuito
empresas públicas ou privadas, na forma do art. 317. a verificação de ocorrência notória, tais como incêndio,
§ 1º O treinamento do reabilitando, quando realizado em inundação ou desmoronamento, que tenha atingido a em‑
empresa, não estabelece qualquer vínculo empregatício ou presa na qual o segurado alegue ter trabalhado, devendo
funcional entre o reabilitando e a empresa, bem como entre ser comprovada mediante registro da ocorrência policial
estes e o Instituto Nacional do Seguro Social. feito em época própria ou apresentação de documentos
§ 2º Compete ao reabilitando, além de acatar e cumprir as contemporâneos dos fatos, e verificada a correlação entre a
normas estabelecidas nos contratos, acordos ou convênios, atividade da empresa e a profissão do segurado.
pautar‑se no regulamento daquelas organizações. § 3º Se a empresa não estiver mais em atividade, deverá
Art. 140. Concluído o processo de reabilitação profissio‑ o interessado juntar prova oficial de sua existência no período
nal, o Instituto Nacional do Seguro Social emitirá certificado que pretende comprovar.
individual indicando a função para a qual o reabilitando foi §  4º No caso dos segurados empregado doméstico e
capacitado profissionalmente, sem prejuízo do exercício de contribuinte individual, após a homologação do processo,
outra para a qual se julgue capacitado. este deverá ser encaminhado ao setor competente de arre‑
§  1º Não constitui obrigação da previdência social a cadação para levantamento e cobrança do crédito. (Redação
manutenção do segurado no mesmo emprego ou a sua dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
colocação em outro para o qual foi reabilitado, cessando Art. 144.  A homologação da justificação judicial pro‑
o processo de reabilitação profissional com a emissão do cessada com base em prova exclusivamente testemunhal
certificado a que se refere o caput. dispensa a justificação administrativa, se complementada
§ 2º Cabe à previdência social a articulação com a comu‑ com início razoável de prova material.
nidade, com vistas ao levantamento da oferta do mercado
Art. 145.  Para o processamento de justificação admi‑
de trabalho, ao direcionamento da programação profissional
nistrativa, o  interessado deverá apresentar requerimento
e à possibilidade de reingresso do reabilitando no mercado
formal. expondo, clara e minuciosamente, os pontos que pretende
§  3º O acompanhamento e a pesquisa de que trata o justificar, indicando testemunhas idôneas, em número não
Conhecimentos Específicos

inciso IV do art.  137 é obrigatório e tem como finalidade inferior a três nem superior a seis, cujos depoimentos pos‑
a comprovação da efetividade do processo de reabilitação sam levar à convicção da veracidade do que se pretende
profissional. comprovar.
Art. 141. A empresa com cem ou mais empregados está Parágrafo único. As testemunhas, no dia e hora marcados,
obrigada a preencher de dois por cento a cinco por cento de serão inquiridas a respeito dos pontos que forem objeto da
seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas por‑ justificação, indo o processo concluso, a seguir, à autoridade
tadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: que houver designado o processante, a  quem competirá
I – até duzentos empregados, dois por cento; homologar ou não a justificação realizada.
II  – de duzentos e um a quinhentos empregados, três Art. 146. Não podem ser testemunhas:
por cento; I – os loucos de todo o gênero;
III – de quinhentos e um a mil empregados, quatro por II – os cegos e surdos, quando a ciência do fato, que se
cento; ou quer provar, dependa dos sentidos, que lhes faltam;

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III – os menores de dezesseis anos; e corresponder, no máximo, a  trinta por cento do valor do
IV – o ascendente, descendente ou colateral, até o ter‑ benefício em manutenção, e ser descontado em número de
ceiro grau, por consanguinidade ou afinidade. meses necessários à liquidação do débito.
Art. 147. Não caberá recurso da decisão da autoridade §  4º Se o débito for originário de erro da previdência
competente do Instituto Nacional do Seguro Social que social e o segurado não usufruir de benefício, o valor deve‑
considerar eficaz ou ineficaz a justificação administrativa. rá ser devolvido, com a correção de que trata o parágrafo
Art. 148.  A justificação administrativa será avaliada anterior, da seguinte forma:
globalmente quanto à forma e ao mérito, valendo perante I – no caso de empregado, com a observância do disposto
o Instituto Nacional do Seguro Social para os fins especifica‑ no art. 365; e
mente visados, caso considerada eficaz. II – no caso dos demais beneficiários, será observado:
Art. 149. A justificação administrativa será processada a) se superior a cinco vezes o valor do benefício suspenso
sem ônus para o interessado e nos termos das instruções ou cessado, no prazo de sessenta dias, contados da notifi‑
do Instituto Nacional do Seguro Social. cação para fazê‑lo, sob pena de inscrição em Dívida Ativa; e
Art. 150. Aos autores de declarações falsas, prestadas em b) se inferior a cinco vezes o valor do benefício suspenso
justificações processadas perante a previdência social, serão ou cessado, no prazo de trinta dias, contados da notificação
aplicadas as penas previstas no art. 299 do Código Penal. para fazê‑lo, sob pena de inscrição em Dívida Ativa.
Art. 151. Somente será admitido o processamento de § 5º No caso de revisão de benefícios em que resultar
justificação administrativa na hipótese de ficar evidenciada valor superior ao que vinha sendo pago, em razão de erro
a inexistência de outro meio capaz de configurar a verdade da previdência social, o valor resultante da diferença verifi‑
do fato alegado, e o início de prova material apresentado cada entre o pago e o devido será objeto de atualização nos
levar à convicção do que se pretende comprovar. mesmos moldes do art. 175.
§ 6º O INSS disciplinará, em ato próprio, o desconto de
CAPÍTULO VII valores de benefícios com fundamento no inciso VI do caput,
Das Disposições Diversas Relativas às observadas as seguintes condições: (Incluído pelo Decreto
Prestações do Regime Geral de Previdência Social nº 4.862, de 2003)
I – a habilitação das instituições consignatárias deverá
Art. 152. Nenhum benefício ou serviço da previdência ser definida de maneira objetiva e transparente; (Incluído
social poderá ser criado, majorado ou estendido, sem a pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
correspondente fonte de custeio total78. II – o desconto somente poderá incidir sobre os benefí‑
Art. 153. O benefício concedido a segurado ou depen‑ cios de aposentadoria, qualquer que seja sua espécie, ou de
dente não pode ser objeto de penhora, arresto ou sequestro, pensão por morte, recebidos pelos seus respectivos titulares;
sendo nula de pleno direito a sua venda ou cessão, ou a (Incluído pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
constituição de qualquer ônus sobre ele, bem como a ou‑ III  – a prestação de informações aos titulares de be‑
torga de poderes irrevogáveis ou em causa própria para seu nefícios em manutenção e às instituições consignatárias
recebimento, ressalvado o disposto no art. 154. necessária à realização do desconto deve constar de rotinas
Art. 154. O  Instituto Nacional do Seguro Social pode próprias; (Incluído pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
descontar da renda mensal do benefício: IV – os prazos para o início dos descontos autorizados e
I  – contribuições devidas pelo segurado à previdência para o repasse das prestações às instituições consignatárias
social; devem ser definidos de forma justa e eficiente; (Incluído pelo
II – pagamentos de benefícios além do devido, observado Decreto nº 4.862, de 2003)
o disposto nos §§ 2º ao 5º; V  – o valor dos encargos a serem cobrados pelo INSS
III – imposto de renda na fonte; deverá corresponder, apenas, ao ressarcimento dos custos
IV – alimentos decorrentes de sentença judicial; e operacionais, que serão absorvidos integralmente pelas
V – mensalidades de associações e demais entidades de instituições consignatárias; (Incluído pelo Decreto nº 4.862,
aposentados legalmente reconhecidas, desde que autoriza‑ de 2003)
das por seus filiados, observado o disposto no § 1º. VI – o próprio titular do benefício deverá firmar auto‑
VI – pagamento de empréstimos, financiamentos e ope‑ rização expressa para o desconto; (Incluído pelo Decreto
rações de arrendamento mercantil concedidos por institui‑ nº 4.862, de 2003)
ções financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, VII – o valor do desconto não poderá exceder a trinta por
públicas ou privadas, quando expressamente autorizado cento do valor disponível do benefício, assim entendido o
pelo beneficiário, até o limite de trinta por cento do valor do valor do benefício após a dedução das consignações de que
benefício. (Incluído pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
tratam os incisos I a V do caput, correspondente a última
§ 1º O desconto a que se refere o inciso V do caput ficará
competência paga, excluída a que contenha o décimo tercei‑
na dependência da conveniência administrativa do setor de
ro salário, estabelecido no momento da contratação;(Incluído
benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social.
pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
§ 2º A restituição de importância recebida indevidamente
Conhecimentos Específicos

VIII – o empréstimo poderá ser concedido por qualquer


por beneficiário da previdência social, nos casos compro‑
instituição consignatária, independentemente de ser ou não
vados de dolo, fraude ou má‑fé, deverá ser atualizada nos
responsável pelo pagamento de benefício; (Redação dada
moldes do art. 175, e feita de uma só vez ou mediante acordo
pelo Decreto nº 5.180, de 2004)
de parcelamento na forma do art. 244, independentemente
IX – os beneficiários somente poderão realizar as opera‑
de outras penalidades legais. (Redação dada pelo Decreto
ções previstas no inciso VI do caput se receberem o benefício
nº 5.699, de 2006)
no Brasil; (Redação dada pelo Decreto nº 5.180, de 2004)
§ 3º Caso o débito seja originário de erro da previdência
social, o  segurado, usufruindo de benefício regularmente X – a retenção recairá somente sobre as parcelas mensais
concedido, poderá devolver o valor de forma parcelada, fixas integrais, vedada a administração de eventual saldo
atualizado nos moldes do art.  175, devendo cada parcela devedor; (Incluído pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
XI – o titular de benefício poderá autorizar mais de um
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009.
78 desconto em favor da mesma instituição consignatária,

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respeitados o limite consignável e a prevalência de retenção Art. 157. O Instituto Nacional do Seguro Social apenas
em favor dos contratos mais antigos; (Incluído pelo Decreto poderá negar‑se a aceitar procuração quando se manifestar
nº 4.862, de 2003) indício de inidoneidade do documento ou do mandatário,
XII  – a eventual modificação no valor do benefício ou sem prejuízo, no entanto, das providências que se fizerem
das consignações de que tratam os incisos I a V do caput necessárias.
que resulte margem consignável inferior ao valor da parcela Art. 158. Na constituição de procuradores, observar‑se‑á
pactuada, poderá ensejar a reprogramação da retenção, subsidiariamente o disposto no Código Civil.
alterando‑se o valor e o prazo do desconto, desde que solici‑ Art. 159. Somente será aceita a constituição de procura‑
tado pela instituição consignatária e sem acréscimo de custos dor com mais de uma procuração, ou procurações coletivas,
operacionais; e (Incluído pelo Decreto nº 4.862, de 2003) nos casos de representantes credenciados de leprosários,
XIII – outras que se fizerem necessárias. (Incluído pelo sanatórios, asilos e outros estabelecimentos congêneres,
Decreto nº 4.862, de 2003) nos casos de parentes de primeiro grau, ou, em outros casos,
§ 7º Na hipótese de coexistência de descontos relaciona‑ a critério do Instituto Nacional do Seguro Social.
dos nos incisos II e VI do caput, prevalecerá o desconto do Art. 160. Não poderão ser procuradores:
inciso II. (Incluído pelo Decreto nº 4.862, de 2003) I – os servidores públicos civis ativos e os militares ativos,
§ 8º É facultado ao titular do benefício solicitar a subs‑ salvo se parentes até o segundo grau; e
tituição da instituição financeira pagadora do benefício por II  – os incapazes para os atos da vida civil, ressalvado
outra, para pagamento de benefício mediante crédito em o disposto no art. 666 do Código Civil. (Redação dada pelo
conta corrente, exceto se já tiver realizado operação com a Decreto nº 4.729, de 2003)
instituição pagadora na forma do § 9º e enquanto houver Parágrafo único. Podem outorgar procuração as pessoas
saldo devedor em amortização. (Redação dada pelo Decreto maiores ou emancipadas, no gozo dos direitos civis.
nº 5.699, de 2006) Art. 161. O  serviço social constitui atividade auxiliar
§ 9º O titular de benefício de aposentadoria, qualquer do seguro social e visa prestar ao beneficiário orientação e
que seja a sua espécie, ou de pensão por morte do regime apoio no que concerne à solução dos problemas pessoais e
deste Regulamento, poderá autorizar, de forma irrevogável familiares e à melhoria da sua inter‑relação com a previdência
e irretratável, que a instituição financeira na qual receba social, para a solução de questões referentes a benefícios,
seu benefício retenha valores referentes ao pagamento bem como, quando necessário, à obtenção de outros recur‑
mensal de empréstimos, financiamentos e operações de sos sociais da comunidade.
arrendamento mercantil por ela concedidos, para fins de § 1º Será dada prioridade de atendimento a segurados
amortização. (Redação dada pelo Decreto nº 5.699, de 2006) em benefício por incapacidade temporária e atenção espe‑
§ 10. O INSS não responde, em nenhuma hipótese, pelos cial a aposentados e pensionistas. (Incluído pelo Decreto
débitos contratados pelos segurados, restringindo‑se sua nº 6.722, de 2008)
responsabilidade: (Incluído pelo Decreto nº 5.699, de 2006) § 2º Para assegurar o efetivo atendimento aos benefi‑
I – à retenção dos valores autorizados pelo beneficiário e ciários, poderão ser utilizados mecanismos de intervenção
seu repasse à instituição consignatária, em relação às opera‑ técnica, ajuda material, recursos sociais, intercâmbio com
ções contratadas na forma do inciso VI do caput; e (Incluído empresas, inclusive mediante celebração de convênios, acor‑
pelo Decreto nº 5.699, de 2006) dos ou contratos, ou pesquisa social. (Incluído pelo Decreto
II – à manutenção dos pagamentos na mesma institui‑ nº 6.722, de 2008)
ção financeira enquanto houver saldo devedor, desde que § 3º O serviço social terá como diretriz a participação do
seja por ela comunicado, na forma estabelecida pelo INSS, beneficiário na implementação e fortalecimento da política
e enquanto não houver retenção superior ao limite de trinta previdenciária, em articulação com associações e entidades
por cento do valor do benefício, em relação às operações de classes. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
contratadas na forma do § 9º. (Incluído pelo Decreto nº 5.699, §  4º O serviço social prestará assessoramento técnico
de 2006) aos estados, Distrito Federal e municípios na elaboração de
Art. 154-A. O INSS poderá arredondar, para a unidade suas respectivas propostas de trabalho relacionadas com a
de real imediatamente superior, os valores em centavos dos previdência social. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
benefícios de prestação continuada pagos mensalmente a § 5º O Ministro de Estado da Previdência Social editará
seus beneficiários. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) atos complementares para a aplicação do disposto neste
artigo. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
Parágrafo único. Os valores recebidos a maior pelo be‑
Art. 162. O benefício devido ao segurado ou dependente
neficiário serão descontados no pagamento do abono anual
civilmente incapaz será pago ao cônjuge, pai, mãe, tutor
ou do último valor do pagamento do benefício, na hipótese
ou curador, admitindo‑se, na sua falta e por período não
de sua cessação. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
superior a seis meses, o pagamento a herdeiro necessário,
Art. 155. Será fornecido ao beneficiário demonstrativo
mediante termo de compromisso firmado no ato do rece‑
minucioso das importâncias pagas, discriminando‑se o valor
bimento.
da mensalidade, as diferenças eventualmente pagas, com o
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
período a que se referem, e os descontos efetuados. § 2º (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
Conhecimentos Específicos

Art. 156. O benefício será pago diretamente ao benefici‑ Parágrafo único. O período a que se refere o caput poderá
ário, salvo em caso de ausência, moléstia contagiosa ou im‑ ser prorrogado por iguais períodos, desde que comprovado o
possibilidade de locomoção, quando será pago a procurador, andamento regular do processo legal de tutela ou curatela.
cujo mandato não terá prazo superior a doze meses, podendo (Incluído pelo Decreto nº 6.214, de 2007)
ser renovado ou revalidado pelos setores de benefícios do Art. 163. O  segurado e o dependente, após dezesseis
Instituto Nacional do Seguro Social. anos de idade, poderão firmar recibo de benefício, inde‑
Parágrafo  único. O  procurador do beneficiário deverá pendentemente da presença dos pais ou do tutor. (Redação
firmar, perante o Instituto Nacional do Seguro Social, termo dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002)
de responsabilidade mediante o qual se comprometa a Art. 164. A impressão digital do beneficiário incapaz de
comunicar ao Instituto qualquer evento que possa anular a assinar, aposta na presença de servidor da previdência social
procuração, principalmente o óbito do outorgante, sob pena ou representante desta, vale como assinatura para quitação
de incorrer nas sanções criminais cabíveis. de pagamento de benefício.

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Art. 165. O valor não recebido em vida pelo segurado so‑ Parágrafo único. Os servidores de que trata o caput pode‑
mente será pago aos seus dependentes habilitados à pensão rão solicitar ao médico assistente do beneficiário que forneça
por morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da informações sobre antecedentes médicos a este relativas, na
lei civil, independentemente de inventário ou arrolamento. forma a ser disciplinada pelo INSS, para fins do disposto nos
Art. 166. Os benefícios poderão ser pagos mediante de‑ § 2º do art. 43 e § 1º do art. 71 ou para subsidiar emissão
pósito em conta corrente bancária em nome do beneficiário. de laudo médico pericial conclusivo. (Incluído pelo Decreto
(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) nº 6.939, de 2009)
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999) Art. 171. Quando o segurado ou dependente deslocar‑se
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 4.729, de 2003) por determinação do Instituto Nacional do Seguro Social
§ 3º Na hipótese da falta de movimentação relativo a para submeter‑se a exame médico‑pericial ou a processo
saque em conta corrente cujos depósitos sejam decorrentes de reabilitação profissional em localidade diversa da de sua
exclusivamente de pagamento de benefícios, por prazo supe‑ residência, deverá a instituição custear o seu transporte e
pagar‑lhe diária no valor de R$ 24,57 (vinte e quatro reais e
rior a sessenta dias, os valores dos benefícios remanescentes
cinquenta e sete centavos), ou promover sua hospedagem
serão estornados e creditados à Conta Única do Tesouro
mediante contratação de serviços de hotéis, pensões ou
Nacional, com a identificação de sua origem. (Incluído pelo similares.
Decreto nº 4.729, de 2003) § 1º Caso o beneficiário, a critério do Instituto Nacional
Art. 167. Salvo no caso de direito adquirido, não é per‑ do Seguro Social, necessite de acompanhante, a viagem deste
mitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios da poderá ser autorizada, aplicando‑se o disposto neste artigo.
previdência social, inclusive quando decorrentes de acidente § 2º Quando o beneficiário ficar hospedado em hotéis,
do trabalho: pensões ou similares contratados ou conveniados pelo
I – aposentadoria com auxílio‑doença; Instituto Nacional do Seguro Social, não caberá pagamento
II – mais de uma aposentadoria; de diária.
III  – aposentadoria com abono de permanência em Art. 172. Fica o Instituto Nacional do Seguro Social
serviço; obrigado a emitir e a enviar aos beneficiários aviso de con‑
IV – salário‑maternidade com auxílio‑doença; cessão de benefício, além da memória de cálculo do valor
V – mais de um auxílio‑acidente; dos benefícios concedidos.
VI – mais de uma pensão deixada por cônjuge; Art. 173. O  segurado em gozo de aposentadoria por
VII – mais de uma pensão deixada por companheiro ou tempo de contribuição, especial ou por idade, que voltar
companheira; a exercer atividade abrangida pelo Regime Geral de Pre‑
VIII – mais de uma pensão deixada por cônjuge e com‑ vidência Social, somente terá direito ao salário‑família e à
panheiro ou companheira; e reabilitação profissional, quando empregado ou trabalhador
IX – auxílio‑acidente com qualquer aposentadoria. avulso, observado o disposto no art.  168 e, nos casos de
§ 1º No caso dos incisos VI, VII e VIII é facultado ao de‑ aposentadoria especial, a proibição de que trata o parágrafo
pendente optar pela pensão mais vantajosa. único do art. 69.
§  2º É vedado o recebimento conjunto do seguro‑de‑ Art. 174. O primeiro pagamento do benefício será efetu‑
semprego com qualquer benefício de prestação continuada ado até quarenta e cinco dias após a data da apresentação,
da previdência social, exceto pensão por morte, auxílio‑re‑ pelo segurado, da documentação necessária à sua concessão.
clusão, auxílio‑acidente, auxílio‑suplementar ou abono de (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
Parágrafo único. O prazo fixado no caput fica prejudicado
permanência em serviço.
nos casos de justificação administrativa ou outras providên‑
§  3º É permitida a acumulação dos benefícios previs‑
cias a cargo do segurado, que demandem a sua dilatação,
tos neste Regulamento com o benefício de que trata a Lei iniciando‑se essa contagem a partir da data da conclusão
nº 7.070, de 20 de dezembro de 1982, que não poderá ser das mesmas.
reduzido em razão de eventual aquisição de capacidade Art. 175. O pagamento de parcelas relativas a benefícios
laborativa ou de redução de incapacidade para o trabalho efetuado com atraso, independentemente de ocorrência de
ocorrida após a sua concessão. mora e de quem lhe deu causa, deve ser corrigido monetaria‑
§ 4º O segurado recluso, ainda que contribua na forma do mente desde o momento em que restou devido, pelo mesmo
§ 6º do art. 116, não faz jus aos benefícios de auxílio‑doença índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do
e de aposentadoria durante a percepção, pelos dependentes, RGPS, apurado no período compreendido entre o mês que
do auxílio‑reclusão, permitida a opção, desde que mani‑ deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento. (Reda­
festada, também, pelos dependentes, pelo benefício mais ção dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
vantajoso. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) Art. 176. A apresentação de documentação incompleta
Art. 168. Salvo nos casos de aposentadoria por invalidez não constitui motivo para recusa do requerimento de bene‑
ou especial, observado quanto a esta o disposto no parágrafo fício. (Redação dada pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
único do art. 69, o retorno do aposentado à atividade não Art. 177. (Revogado pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
Art. 178. O  pagamento mensal de benefícios de va‑
Conhecimentos Específicos

prejudica o recebimento de sua aposentadoria, que será


mantida no seu valor integral. (Redação dada pelo Decreto lor superior a vinte vezes o limite máximo de salário de
nº 4.729, de 2003) contribuição deverá ser autorizado expressamente pelo
Art. 169.  Os pagamentos dos benefícios de prestação Gerente‑Executivo do Instituto Nacional do Seguro Social,
continuada não poderão ser antecipados. observada a análise da Divisão ou Serviço de Benefícios.
Art. 170. Compete privativamente aos servidores de (Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
que trata o art. 2º da Lei nº 10.876, de 2 de junho de 2004, Parágrafo único. Os benefícios de valor inferior ao limite
a realização de exames médico‑periciais para concessão e estipulado no caput, quando do reconhecimento do direito
manutenção de benefícios e outras atividades médico‑pe‑ da concessão, revisão e manutenção de benefícios, serão su‑
riciais inerentes ao regime de que trata este Regulamento, pervisionados pelas Agências da Previdência Social e Divisões
ou Serviços de Benefícios, sob critérios pré‑estabelecidos
sem prejuízo do disposto no mencionado artigo. (Redação
pela Direção Central. (Redação dada pelo Decreto nº 5.545,
dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
de 2005)

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Art. 179. O Ministério da Previdência e Assistência Social Art. 181-B. As aposentadorias por idade, tempo de con‑
e o Instituto Nacional do Seguro Social manterão programa tribuição e especial concedidas pela previdência social, na
permanente de revisão da concessão e da manutenção dos forma deste Regulamento, são irreversíveis e irrenunciáveis.
benefícios da previdência social, a fim de apurar irregulari‑ (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
dades e falhas existentes. Parágrafo  único. O  segurado pode desistir do seu pe‑
§ 1º Havendo indício de irregularidade na concessão ou dido de aposentadoria desde que manifeste esta intenção
na manutenção do benefício ou, ainda, ocorrendo a hipótese e requeira o arquivamento definitivo do pedido antes da
prevista no § 4º, a previdência social notificará o beneficiá‑ ocorrência do primeiro de um dos seguintes atos: (Redação
rio para apresentar defesa, provas ou documentos de que dada pelo Decreto nº 6.208, de 2007)
dispuser, no prazo de dez dias. (Redação dada pelo Decreto I – recebimento do primeiro pagamento do benefício; ou
nº 5.699, de 2006) (Incluído pelo Decreto nº 6.208, de 2007)
§ 2º A notificação a que se refere o § 1º far‑se‑á por via II – saque do respectivo Fundo de Garantia do Tempo de
postal com aviso de recebimento e, não comparecendo o Serviço ou do Programa de Integração Social. (Incluído pelo
beneficiário nem apresentando defesa, será suspenso o Decreto nº 6.208, de 2007)
benefício, com notificação ao beneficiário. (Redação dada Art. 181-C. Na hipótese de o inventariante não tomar
pelo Decreto nº 4.729, de 2003) a iniciativa do pagamento das contribuições devidas pelo
§ 3º Decorrido o prazo concedido pela notificação postal, segurado falecido o Instituto Nacional do Seguro Social
sem que tenha havido resposta, ou caso seja considerada deverá requerer, no inventário ou arrolamento de bens por
pela previdência social como insuficiente ou improcedente ele deixado, o pagamento da dívida. (Incluído pelo Decreto
a defesa apresentada, o benefício será cancelado, dando‑se nº 4.729, de 2003)
conhecimento da decisão ao beneficiário. (Redação dada Parágrafo único. Na hipótese de ter sido feita a partilha
pelo Decreto nº 4.729, de 2003) da herança sem a liquidação das contribuições devidas pelo
§ 4º O recenseamento previdenciário relativo ao paga‑ segurado falecido, respondem os herdeiros, cada qual em
mento dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social proporção da parte que na herança lhe coube, aplicando‑se,
de que tratam o § 4º do art. 69 e o caput do art. 60 da Lei em relação aos herdeiros dependentes, o  disposto no
nº 8.212, de 1991, deverá ser realizado pelo menos uma vez art. 154, inciso I, combinado com o § 3º do mesmo artigo.
a cada quatro anos. (Incluído pelo Decreto nº 5.545, de 2005) (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
§ 5º A coleta e transmissão de dados cadastrais de titu‑
lares de benefícios, com o objetivo de cumprir o disposto no CAPÍTULO VIII
§ 4º, serão realizados por meio da rede bancária contratada Das Disposições Transitórias Relativas às Prestações do
para os fins do art. 60 da Lei nº 8.212, de 1991. (Incluído pelo Regime Geral de Previdência Social
Decreto nº 5.545, de 2005)
§ 6º Na impossibilidade de notificação do beneficiário Art. 182. A carência das aposentadorias por idade, tempo
ou na falta de atendimento à convocação por edital, o paga‑ de contribuição e especial para os segurados inscritos na
mento será suspenso até o comparecimento do beneficiário previdência social urbana até 24 de julho de 1991, bem como
e regularização dos dados cadastrais ou será adotado pro‑ para os trabalhadores e empregadores rurais amparados
cedimento previsto no § 1º. (Incluído pelo Decreto nº 5.699, pela previdência social rural, obedecerá à seguinte tabela:
de 2006)
Art. 180. Ressalvado o disposto nos §§ 5º e 6º do art. 13, Ano de Implementação Meses de Contribuição
a perda da qualidade de segurado importa em caducidade das Condições Exigidos
dos direitos inerentes a essa qualidade. (Redação dada pelo 1998 102 Meses
Decreto nº 4.729, de 2003) 1999 108 Meses
§ 1º A perda da qualidade de segurado não prejudica o 2000 114 Meses
direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido 2001 120 Meses
preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em 2002 126 Meses
vigor à época em que estes requisitos foram atendidos.
2003 132 Meses
§ 2º Não será concedida pensão por morte aos depen‑
2004 138 Meses
dentes do segurado que falecer após a perda desta quali‑
dade, nos termos dos arts.  13 a 15, salvo se preenchidos 2005 144 Meses
os requisitos para obtenção de aposentadoria na forma do 2006 150 Meses
parágrafo anterior, observado o disposto no art. 105. 2007 156 Meses
§ 3º No cálculo da aposentadoria de que trata o § 1º, 2008 162 Meses
será observado o disposto no § 9º do art. 32 e no art. 52. 2009 168 Meses
Art. 181. Todo e qualquer benefício concedido pelo 2010 174 Meses
Instituto Nacional do Seguro Social, ainda que à conta do 2011 180 Meses
Conhecimentos Específicos

Tesouro Nacional, submete‑se ao limite a que se refere o


§ 5º do art. 214. Parágrafo único. Não se aplica a tabela de que trata o
Parágrafo único. Aos beneficiários de que trata o art. 150 caput para os benefícios de aposentadoria por tempo de
da Lei nº 8.213, de 1991, aplicam‑se as disposições previstas contribuição e por idade garantida aos segurados com de‑
neste Regulamento, vedada a adoção de critérios diferencia‑ ficiência, de que tratam os arts. 70-B e 70-C. (Incluído pelo
dos para a concessão de benefícios. Decreto nº 8.145, de 2013)
Art. 181-A. Fica garantido ao segurado com direito à Art. 183. O trabalhador rural enquadrado como segura‑
aposentadoria por idade a opção pela não aplicação do fator do obrigatório do RGPS, na forma da alínea a do inciso I ou
previdenciário, devendo o Instituto Nacional do Seguro So‑ da alínea j do inciso V do caput do art. 9º, pode requerer a
cial, quando da concessão do benefício, proceder ao cálculo aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo, até
da renda mensal inicial com e sem o fator previdenciário. 31 de dezembro de 2010, desde que comprove o exercício
(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no pe‑

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ríodo imediatamente anterior ao requerimento do benefício I – contar cinquenta e três anos ou mais de idade, se ho‑
ou, conforme o caso, ao mês em que cumpriu o requisito mem, e quarenta e oito anos ou mais de idade, se mulher; e
etário, em número de meses idêntico à carência do referido II  – contar tempo de contribuição igual, no mínimo,
benefício. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) à soma de:
Art. 183-A. Na concessão de aposentadoria por idade do a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher;
empregado rural, em valor equivalente ao salário mínimo, e (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
serão contados para efeito de carência: (Incluído pelo Decreto b) um período adicional de contribuição equivalente a, no
nº 6.722, de 2008) mínimo, quarenta por cento do tempo que, em 16 de dezem‑
I – até 31 de dezembro de 2010, o período de atividade bro de 1998, faltava para atingir o limite de tempo constante
comprovado na forma do inciso II, letra a, do § 2º do art. 62, da alínea a. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
observado o disposto no art.  183; (Incluído pelo Decreto § 1º (Revogado pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
nº 6.722, de 2008) §  2º O valor da renda mensal da aposentadoria pro‑
II – de janeiro de 2011 a dezembro de 2015, cada mês porcional será equivalente a setenta por cento do valor da
comprovado de emprego, multiplicado por três, limitado a
aposentadoria a que se referem as alíneas a e b do inciso
doze meses dentro do respectivo ano civil; e (Incluído pelo
IV do art. 39, acrescido de cinco por cento por ano de con‑
Decreto nº 6.722, de 2008)
III – de janeiro de 2016 a dezembro de 2020, cada mês tribuição que supere a soma a que se refere o inciso II até
comprovado de emprego, multiplicado por dois, limitado o limite de cem por cento. (Redação dada pelo Decreto
a doze meses dentro do respectivo ano civil. (Incluído pelo nº 4.729, de 2003)
Decreto nº 6.722, de 2008) §  3º O segurado que, até 16 de dezembro de 1998,
Parágrafo único. Aplica‑se o disposto no caput e respec‑ tenha cumprido os requisitos para obter a aposentadoria
tivo inciso I ao trabalhador rural enquadrado na categoria de proporcional somente fará jus ao acréscimo de cinco por
segurado contribuinte individual que comprovar a prestação cento a que se refere o § 2º se cumprir o requisito previsto
de serviço de natureza rural, em caráter eventual, a  uma no inciso I, observado o disposto no art. 187 ou a opção por
ou mais empresas, sem relação de emprego. (Incluído pelo aposentar‑se na forma dos arts. 56 a 63. (Redação dada pelo
Decreto nº 6.722, de 2008) Decreto nº 4.729, de 2003)
Art. 184. O segurado que recebe aposentadoria por ida‑ § 4º Nos casos de auxílio‑doença e de aposentadoria por
de, tempo de contribuição ou especial do Regime Geral de invalidez, o salário de benefício consiste na média aritmética
Previdência Social que permaneceu ou retornou à atividade simples dos maiores salários de contribuição corresponden‑
e que vinha contribuindo até 14 de abril de 1994, véspera da tes a oitenta por cento do período contributivo decorrido
vigência da Lei nº 8.870, de 15 de abril de 1994, receberá o desde a competência julho de 1994 até a data do início do
pecúlio, em pagamento único, quando do desligamento da benefício. (Redação dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
atividade que vinha exercendo. Art. 188-A. Para o segurado filiado à previdência social
§  1º  O pecúlio de que trata este artigo consistirá em até 28 de novembro de 1999, inclusive o oriundo de regime
pagamento único de valor correspondente à soma das impor‑ próprio de previdência social, que vier a cumprir as condições
tâncias relativas às contribuições do segurado, remuneradas exigidas para a concessão dos benefícios do Regime Geral
de acordo com o índice de remuneração básica dos depósitos de Previdência Social, no cálculo do salário de benefício
de poupança com data de aniversário no dia primeiro. será considerada a média aritmética simples dos maiores
§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplica‑se a contar salários de contribuição, correspondentes a, no mínimo,
de 25 de julho de 1991, data da vigência da Lei nº 8.213, de oitenta por cento de todo o período contributivo decorrido
1991, observada, com relação às contribuições anteriores,
desde a competência julho de 1994, observado o disposto
a legislação vigente à época do seu recolhimento.
nos incisos I e II do caput e § 14 do art. 32. (Incluído pelo
Art. 185. Serão mantidos, de acordo com a respectiva
legislação específica, as prestações e o seu financiamento, Decreto nº 3.265, de 1999)
referentes aos benefícios de ferroviário servidor público ou § 1º No caso das aposentadorias por idade, tempo de
autárquico federal ou em regime especial que não optou contribuição e especial, o  divisor considerado no cálculo
pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho, na forma da média a que se refere o caput não poderá ser inferior a
da Lei nº 6.184, de 11 de dezembro de 1974, bem como de sessenta por cento do período decorrido da competência
seus dependentes. julho de 1994 até a data de início do benefício, limitado a
Art. 186. (Revogado pelo Decreto nº 4.079, de 2002) cem por cento de todo o período contributivo. (Incluído pelo
Art. 187. É assegurada a concessão de aposentadoria, Decreto nº 3.265, de 1999)
a qualquer tempo, nas condições previstas na legislação ante‑ §  2º Para a obtenção do salário de benefício, o  fator
rior à Emenda Constitucional nº 20, de 1998, ao segurado do previdenciário de que trata o art. 32 será aplicado de forma
Regime Geral de Previdência Social que, até 16 de dezembro progressiva, incidindo sobre um sessenta avos da média arit‑
de 1998, tenha cumprido os requisitos para obtê‑la. mética de que trata o caput, por competência que se seguir
Parágrafo único. Quando da concessão de aposentadoria a 28 de novembro de 1999, cumulativa e sucessivamente,
nos termos do caput, o tempo de serviço será considerado
Conhecimentos Específicos

até completar sessenta sessenta avos da referida média,


até 16 de dezembro de 1998, e a renda mensal inicial será na competência novembro de 2004. (Incluído pelo Decreto
calculada com base nos trinta e seis últimos salários de con‑ nº 3.265, de 1999)
tribuição anteriores àquela data, reajustada pelos mesmos § 3º (Revogado pelo Decreto nº 5.399, de 2005)
índices aplicados aos benefícios, até a data da entrada do § 4º Nos casos de auxílio‑doença e de aposentadoria por
requerimento, não sendo devido qualquer pagamento rela‑ invalidez, contando o segurado com salários de contribuição
tivamente a período anterior a esta data, observado, quando
em número inferior a sessenta por cento do número de
couber, o disposto no § 9º do art. 32 e nos §§ 3º e 4º do art. 56.
Art. 188. O segurado filiado ao Regime Geral de Previdên‑ meses decorridos desde a competência julho de 1994 até
cia Social até 16 de dezembro de 1998, cumprida a carência a data do início do benefício, o salário de benefício corres‑
exigida, terá direito a aposentadoria, com valores proporcio‑ ponderá à soma dos salários de contribuição dividido pelo
nais ao tempo de contribuição, quando, cumulativamente: número de contribuições mensais apurado. (Incluído pelo
(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) Decreto nº 5.545, de 2005)

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136 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 188-B. Fica garantido ao segurado que, até o dia 28 provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
de novembro de 1999, tenha cumprido os requisitos para a Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais.
concessão de benefício, o cálculo do valor inicial segundo Art. 195. No âmbito federal, o orçamento da seguridade
as regras até então vigentes, considerando‑se como perío‑ social é composto de receitas provenientes:
do básico de cálculo os trinta e seis meses imediatamente I – da União;
anteriores àquela data, observado o § 2º do art. 35, e asse‑ II – das contribuições sociais; e
gurada a opção pelo cálculo na forma do art. 188-A, se mais III – de outras fontes.
vantajoso. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) Parágrafo único. Constituem contribuições sociais:
Arts. 188-C e 188-D. (Revogados pelo Decreto nº 4.729, I  – as das empresas, incidentes sobre a remuneração
de 2003) paga, devida ou creditada aos segurados e demais pessoas
Art. 188-E. O  cálculo das aposentadorias concedidas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
mediante a utilização do critério estabelecido nos §§ 5º e II – as dos empregadores domésticos, incidentes sobre
6º do art. 13 obedecerá ao disposto no art. 188-A e, quando o salário de contribuição dos empregados domésticos a seu
inexistirem salários de contribuição a partir de julho de 1994, serviço;
serão concedidas no valor mínimo do salário de benefício.
III – as dos trabalhadores, incidentes sobre seu salário
(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
de contribuição;
Art. 188-F. Aplica‑se o disposto no § 2º do art. 56 aos
pedidos de benefícios requeridos a partir de 11 de maio de IV – as das associações desportivas que mantêm equipe
2006, levando‑se em consideração todo o período de exer‑ de futebol profissional, incidentes sobre a receita bruta
cício nas atividades citadas. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, decorrente dos espetáculos desportivos de que participem
de 2008) em todo território nacional em qualquer modalidade des‑
Art. 189. Os  benefícios de legislação especial pagos portiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma
pela previdência social à conta do Tesouro Nacional e de de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos,
ex‑combatentes, iniciados até 16 de dezembro de 1998, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos
serão reajustados com base nos mesmos índices aplicáveis desportivos;
aos benefícios de prestação continuada da previdência social. V – as incidentes sobre a receita bruta proveniente da
Art. 190. A partir de 14 de outubro de 1996, não serão comercialização da produção rural;
mais devidos os benefícios de legislação específica do jor‑ VI  – as das empresas, incidentes sobre a receita ou o
nalista profissional, do jogador profissional de futebol e do faturamento e o lucro; e
telefonista. VII  – as incidentes sobre a receita de concursos de
Parágrafo único. A aposentadoria especial do aeronauta prognósticos.
nos moldes do Decreto‑Lei nº  158, de 10 de fevereiro de
1967, está extinta a partir de 16 de dezembro de 1998, CAPÍTULO II
passando a ser devida ao aeronauta os benefícios deste Da Contribuição da União
Regulamento.
Art. 191. É  vedada a inclusão em regime próprio de Art. 196. A contribuição da União é constituída de recur‑
previdência social do servidor de que tratam as alíneas i, l sos adicionais do Orçamento Fiscal, fixados obrigatoriamente
e m do inciso I do caput do art. 9º, sendo automática sua na Lei Orçamentária anual.
filiação ao Regime Geral de Previdência Social a partir de 16 Parágrafo único. A União é responsável pela cobertura
de dezembro de 1998. de eventuais insuficiências financeiras da seguridade so‑
Art. 192. Aos menores de dezesseis anos filiados ao Regi‑ cial, quando decorrentes do pagamento de benefícios de
me Geral de Previdência Social até 16 de dezembro de 1998 prestação continuada da previdência social, na forma da Lei
são assegurados todos os direitos previdenciários. Orçamentária anual.
Art. 193. O Instituto Nacional do Seguro Social deverá Art. 197. Para pagamento dos encargos previdenciários
rever: da União poderão contribuir os recursos da seguridade so‑
I – as aposentadorias concedidas no período de 29 de cial referidos no inciso VI do parágrafo único do art. 195, na
abril de 1995 até a data da publicação deste Regulamento,
forma da Lei Orçamentária anual, assegurada a destinação
com conversão de tempo de atividade sob condições es‑
de recursos para as ações de saúde e assistência social.
peciais em tempo de atividade comum, considerando‑se a
legislação vigente quando do cumprimento dos requisitos
CAPÍTULO III
necessários à concessão das referidas aposentadorias; e
Da Contribuição do Segurado
II – as aposentadorias por tempo de serviço e especial
e as certidões de tempo de serviço com cômputo de tempo
de serviço rural concedidas ou emitidas a partir de 24 de Seção I
julho de 1991 até a data da publicação deste Regulamento. Da Contribuição do Segurado Empregado,
Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso
Conhecimentos Específicos

LIVRO III
DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL Art. 198. A contribuição do segurado empregado, inclusi‑
ve o doméstico, e do trabalhador avulso é calculada mediante
TÍTULO I a aplicação da correspondente alíquota, de forma não cumu‑
DO FINANCIAMENTO lativa, sobre o seu salário de contribuição mensal, observado
DA SEGURIDADE SOCIAL o disposto no art. 214, de acordo com a seguinte tabela:

CAPÍTULO I Salários de contribuição Alíquotas


Introdução Até R$ 360,00 8,0 %
Art. 194. A  seguridade social é financiada por toda a De R$ 360,01 até R$ 600,00 9,0 %
sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos De R$ 600,01 até R$ 1.200,00 11,0 %

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Atenção: valores atualizados pela Portaria Interministe‑ II – zero vírgula um por cento para o financiamento dos
rial MPS/MF nº 13/2015: benefícios concedidos em razão do grau de incidência de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais
até 1.399,12 8% do trabalho.
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
de 1.399,13 até 2.331,88 9%
§ 2º O segurado especial referido neste artigo, além da
de 2.331,89 até 4.663,75 11 % contribuição obrigatória de que tratam os incisos I e II do
caput, poderá contribuir, facultativamente, na forma do
Parágrafo único. A contribuição do segurado trabalhador art. 199. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007)
rural a que se refere à alínea r do inciso I do art. 9º é de oito § 3º O produtor rural pessoa física de que trata a alínea a
por cento sobre o respectivo salário de contribuição defini‑ do inciso V do caput do art. 9º contribui, também, obrigato‑
do no inciso I do art. 214. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, riamente, na forma do art. 199, observando ainda o disposto
de 2008)
nas alíneas a e b do inciso I do art. 216.
§ 4º Integra a receita bruta de que trata este artigo, além
Seção II
dos valores decorrentes da comercialização da produção
Da Contribuição dos Segurados
relativa aos produtos a que se refere o § 5º, a receita pro‑
Contribuinte Individual e Facultativo veniente: (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) I – da comercialização da produção obtida em razão de
contrato de parceria ou meação de parte do imóvel rural;
Art. 199. A alíquota de contribuição dos segurados con‑ (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
tribuinte individual e facultativo é de vinte por cento aplicada II – da comercialização de artigos de artesanato de que
sobre o respectivo salário de contribuição, observado os trata o inciso VII do § 8º do art. 9º; (Incluído pelo Decreto
limites a que se referem os §§ 3º e 5º do art. 214. (Redação nº 6.722, de 2008)
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) III – de serviços prestados, de equipamentos utilizados
Art. 199-A. A partir da competência em que o segurado e de produtos comercializados no imóvel rural, desde que
fizer a opção pela exclusão do direito ao benefício de apo‑ em atividades turística e de entretenimento desenvolvidas
sentadoria por tempo de contribuição, é de onze por cento, no próprio imóvel, inclusive hospedagem, alimentação,
sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do recepção, recreação e atividades pedagógicas, bem como
salário de contribuição, a alíquota de contribuição: (Incluído taxa de visitação e serviços especiais; (Incluído pelo Decreto
pelo Decreto nº 6.042, de 2007) nº 6.722, de 2008)
I  – do segurado contribuinte individual, que trabalhe IV  – do valor de mercado da produção rural dada em
por conta própria, sem relação de trabalho com empresa pagamento ou que tiver sido trocada por outra, qualquer
ou equiparado; (Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007) que seja o motivo ou finalidade; e (Incluído pelo Decreto
II  – do segurado facultativo; e (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
nº 6.042, de 2007) V – de atividade artística de que trata o inciso VIII do § 8º
III – do MEI de que trata a alínea p do inciso V do art. 9º, do art. 9º. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
cuja contribuição deverá ser recolhida na forma regulamen‑ §  5º Integram a produção, para os efeitos dos incisos
tada pelo Comitê Gestor do Simples Nacional. (Redação dada I e II do caput, observado o disposto no §  25 do art.  9º,
pelo Decreto nº 6.722, de 2008) os produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural
§ 1º O segurado, inclusive aquele com deficiência, que ou submetidos a processos de beneficiamento ou indus‑
tenha contribuído na forma do caput e pretenda contar o trialização rudimentar, assim compreendidos, entre outros,
tempo de contribuição correspondente, para fins de ob‑ os processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem,
tenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou descascamento, lenhamento, pasteurização, resfriamento,
de contagem recíproca do tempo de contribuição, deverá secagem, socagem, fermentação, embalagem, cristalização,
complementar a contribuição mensal. (Redação dada pelo fundição, carvoejamento, cozimento, destilação, moagem e
Decreto nº 8.145, de 2013) torrefação, bem como os subprodutos e os resíduos obtidos
§ 2º A complementação de que trata o § 1º dar‑se‑á me‑ por meio desses processos. (Redação dada pelo Decreto
diante o recolhimento sobre o valor correspondente ao limite nº 6.722, de 2008)
mínimo mensal do salário‑de‑contribuição em vigor na compe‑ § 6º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
tência a ser complementada da diferença entre o percentual I – o produto vegetal destinado ao plantio e refloresta‑
pago e o de vinte por cento, acrescido dos juros moratórios de mento;
que trata o § 3º do art. 5º da Lei no 9.430, de 27 de dezembro II – o produto vegetal vendido por pessoa ou entidade
de 1996. (Redação dada pelo Decreto nº 8.145, de 2013) que, registrada no Ministério da Agricultura e do Abaste‑
§  3º A contribuição complementar a que se refere os cimento, se dedique ao comércio de sementes e mudas
§§ 1º e 2º será exigida a qualquer tempo, sob pena do in‑ no País;
deferimento ou cancelamento do benefício. (Incluído pelo III – o produto animal destinado à reprodução ou criação
Conhecimentos Específicos

Decreto nº 8.145, de 2013) pecuária ou granjeira; e


IV – o produto animal utilizado como cobaia para fins de
Seção III pesquisas científicas no País.
Da Contribuição do Produtor Rural § 7º A contribuição de que trata este artigo será recolhida:
Pessoa Física e do Segurado Especial I  – pela empresa adquirente, consumidora ou consig‑
natária ou a cooperativa, que ficam sub‑rogadas no cum‑
Art. 200. A  contribuição do empregador rural pessoa primento das obrigações do produtor rural pessoa física
física, em substituição à contribuição de que tratam o inciso de que trata a alínea a do inciso V do caput do art. 9º e do
I do art. 201 e o art.202, e a do segurado especial, incidente segurado especial, independentemente de as operações de
sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, venda ou consignação terem sido realizadas diretamente
é de: (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001) com estes ou com intermediário pessoa física, exceto nos
I – dois por cento para a seguridade social; e casos do inciso III;

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138 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II  – pela pessoa física não produtor rural, que fica CAPÍTULO IV
sub‑rogada no cumprimento das obrigações do produtor Das Contribuições da Empresa e
rural pessoa física de que trata a alínea a do inciso V do caput do Empregador Doméstico
do art. 9º e do segurado especial, quando adquire produção
para venda, no varejo, a consumidor pessoa física; ou Seção I
III – pela pessoa física de que trata alínea a do inciso V Das Contribuições da Empresa
do caput do art. 9º e pelo segurado especial, caso comercia‑
lizem sua produção com adquirente domiciliado no exterior, Art. 201. A contribuição a cargo da empresa, destinada
diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física, a outro à seguridade social, é de:
produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial. I – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas,
§ 8º O produtor rural pessoa física continua obrigado a devidas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês,
arrecadar e recolher ao Instituto Nacional do Seguro Social a aos segurados empregado e trabalhador avulso, além das
contribuição do segurado empregado e do trabalhador avul‑ contribuições previstas nos arts. 202 e 204; (Redação dada
so a seu serviço, descontando‑a da respectiva remuneração, pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
nos mesmos prazos e segundo as mesmas normas aplicadas II – vinte por cento sobre o total das remunerações ou
às empresas em geral. retribuições pagas ou creditadas no decorrer do mês ao se‑
§  9º Sem prejuízo do disposto no inciso III do §  7º, gurado contribuinte individual; (Redação dada pelo Decreto
o  produtor rural pessoa física e o segurado especial são nº 3.265, de 1999)
obrigados a recolher, diretamente, a contribuição incidente III – quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal
sobre a receita bruta proveniente: (Incluído pelo Decreto ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços
nº 6.722, de 2008) que lhes são prestados por cooperados por intermédio de
I – da comercialização de artigos de artesanato elabo‑ cooperativas de trabalho, observado, no que couber, as dis‑
rados com matéria‑prima produzida pelo respectivo grupo posições dos §§  7º e 8º do art.  219; (Redação dada pelo
familiar; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) Decreto nº 3.265, de 1999)
II – de comercialização de artesanato ou do exercício de IV – dois vírgula cinco por cento sobre o total da receita
atividade artística, observado o disposto nos incisos VII e VIII bruta proveniente da comercialização da produção rural, em
do § 8º do art. 9º; e (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) substituição às contribuições previstas no inciso I do caput
e no art. 202, quando se tratar de pessoa jurídica que tenha
III – de serviços prestados, de equipamentos utilizados
como fim apenas a atividade de produção rural. (Redação
e de produtos comercializados no imóvel rural, desde que
dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
em atividades turística e de entretenimento desenvolvidas
§  1º São consideradas remuneração as importâncias
no próprio imóvel, inclusive hospedagem, alimentação,
auferidas em uma ou mais empresas, assim entendida a
recepção, recreação e atividades pedagógicas, bem como
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados
taxa de visitação e serviços especiais. (Incluído pelo Decreto
a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o
nº 6.722, de 2008)
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive os ganhos
§ 10. O segurado especial é obrigado a arrecadar a con‑ habituais sob a forma de utilidades, ressalvado o disposto no
tribuição de trabalhadores a seu serviço e a recolhê‑la no § 9º do art. 214 e excetuado o lucro distribuído ao segurado
prazo referido na alínea b do inciso I do art. 216. (Incluído empresário, observados os termos do inciso II do § 5º.
pelo Decreto nº 6.722, de 2008) § 2º Integra a remuneração para os fins do disposto nos
Art. 200-A. Equipara‑se ao empregador rural pessoa física incisos II e III do caput, a bolsa de estudos paga ou creditada
o consórcio simplificado de produtores rurais, formado pela ao médico‑residente participante do programa de residência
união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a médica de que trata o art. 4º da Lei nº 6.932, de 7 de julho
um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalha‑ de 1981, na redação dada pela Lei nº 10.405, de 9 de janeiro
dores rurais, na condição de empregados, para prestação de 2002. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante § 3º Não havendo comprovação dos valores pagos ou
documento registrado em cartório de títulos e documentos. creditados aos segurados de que tratam as alíneas e a i
(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) do inciso V do art. 9º, em face de recusa ou sonegação de
§ 1º O documento de que trata o caput deverá conter qualquer documento ou informação, ou sua apresentação
a identificação de cada produtor, seu endereço pessoal e o deficiente, a contribuição da empresa referente a esses se‑
de sua propriedade rural, bem como o respectivo registro gurados será de vinte por cento sobre: (Redação dada pelo
no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ou Decreto nº 3.452, de 2000)
informações relativas à parceria, arrendamento ou equiva‑ I – o salário de contribuição do segurado nessa condição;
lente e à matrícula no INSS de cada um dos produtores rurais. (Incluído pelo Decreto nº 3.452, de 2000)
(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) II – a maior remuneração paga a empregados da empresa;
Conhecimentos Específicos

§ 2º O consórcio deverá ser matriculado no INSS, na for‑ ou (Incluído pelo Decreto nº 3.452, de 2000)
ma por este estabelecida, em nome do empregador a quem III – o salário mínimo, caso não ocorra nenhuma das hi‑
hajam sido outorgados os mencionados poderes. (Incluído póteses anteriores. (Incluído pelo Decreto nº 3.452, de 2000)
pelo Decreto nº 4.032, de 2001) § 4º A remuneração paga ou creditada a condutor au‑
Art. 200-B. As contribuições de que tratam o inciso I do tônomo de veículo rodoviário, ou ao auxiliar de condutor
art. 201 e o art. 202, bem como a devida ao Serviço Nacional autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido
Rural, são substituídas, em relação à remuneração paga, em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de
devida ou creditada ao trabalhador rural contratado pelo 30 de agosto de 1974, pelo frete, carreto ou transporte de
consórcio simplificado de produtores rurais de que trata passageiros, realizado por conta própria, corresponde a vinte
o art. 200-A, pela contribuição dos respectivos produtores por cento do rendimento bruto. (Redação dada pelo Decreto
rurais. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) nº 4.032, de 2001)

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§ 5º No caso de sociedade civil de prestação de serviços § 19. A cooperativa de trabalho não está sujeita à con‑
profissionais relativos ao exercício de profissões legalmente tribuição de que trata o inciso II do caput, em relação às
regulamentadas, a contribuição da empresa referente aos importâncias por ela pagas, distribuídas ou creditadas aos
segurados a que se referem as alíneas g a i do inciso V do respectivos cooperados, a título de remuneração ou retribui‑
art. 9º, observado o disposto no art. 225 e legislação espe‑ ção pelos serviços que, por seu intermédio, tenham prestado
cífica, será de vinte por cento sobre: (Redação dada pelo a empresas. (Redação dada pelo Decreto nº 3.452, de 2000))
Decreto nº 3.265, de 1999) § 20. A contribuição da empresa, relativamente aos ser‑
I  – a remuneração paga ou creditada aos sócios em viços que lhe são prestados por cooperados por intermédio
decorrência de seu trabalho, de acordo com a escrituração de cooperativas de trabalho na atividade de transporte
contábil da empresa; ou rodoviário de carga ou passageiro, é  de quinze por cento
II  – os valores totais pagos ou creditados aos sócios, sobre a parcela correspondente ao valor dos serviços pres‑
ainda que a título de antecipação de lucro da pessoa jurídi‑ tados pelos cooperados, que não será inferior a vinte por
cento do valor da nota fiscal ou fatura. (Incluído pelo Decreto
ca, quando não houver discriminação entre a remuneração
nº 4.032, de 2001)
decorrente do trabalho e a proveniente do capital social ou
§ 21. O disposto no inciso IV do caput não se aplica às
tratar‑se de adiantamento de resultado ainda não apurado
operações relativas à prestação de serviços a terceiros, cujas
por meio de demonstração de resultado do exercício. (Re­ contribuições previdenciárias continuam sendo devidas
dação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) na forma deste artigo e do art. 202. (Incluído pelo Decreto
§ 6º No caso de banco comercial, banco de investimento, nº 4.032, de 2001)
banco de desenvolvimento, caixa econômica, sociedade de §  22. A  pessoa jurídica, exceto a agroindústria, que,
crédito, financiamento e investimento, sociedade de crédito além da atividade rural, explorar também outra atividade
imobiliário, inclusive associação de poupança e empréstimo, econômica autônoma, quer seja comercial, industrial ou
sociedade corretora, distribuidora de títulos e valores mobi‑ de serviços, no mesmo ou em estabelecimento distinto,
liários, inclusive bolsa de mercadorias e de valores, empresa independentemente de qual seja a atividade preponderante,
de arrendamento mercantil, cooperativa de crédito, empresa contribuirá de acordo com os incisos I, II e III do art. 201 e
de seguros privados e de capitalização, agente autônomo art. 202. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
de seguros privados e de crédito e entidade de previdência Art. 201-A. A  contribuição devida pela agroindústria,
privada, aberta e fechada, além das contribuições referidas definida como sendo o produtor rural pessoa jurídica cuja
nos incisos I e II do caput e nos arts. 202 e 204, é devida a atividade econômica seja a industrialização de produção
contribuição adicional de dois vírgula cinco por cento sobre a própria ou de produção própria e adquirida de terceiros,
base de cálculo definida nos incisos I e II do caput. (Redação incidente sobre o valor da receita bruta proveniente da
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) comercialização da produção, em substituição às previstas
§ 7º A pessoa jurídica enquadrada na condição de mi‑ no inciso I do art. 201 e art. 202, é de: (Incluído pelo Decreto
croempresa ou de empresa de pequeno porte, na forma nº 4.032, de 2001)
do art. 2º da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, que I – dois vírgula cinco por cento destinados à Seguridade
optar pela inscrição no Sistema Integrado de Pagamento de Social; e (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas II – zero vírgula um por cento para o financiamento do
de Pequeno Porte, contribuirá na forma estabelecida no benefício previsto nos arts. 64 a 70, e daqueles concedidos
art. 23 da referida Lei, em substituição às contribuições de em razão do grau de incidência de incapacidade para o traba‑
que tratam os incisos I a IV do caput e os arts. 201-A, 202 e lho decorrente dos riscos ambientais da atividade. (Incluído
pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
204. (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
§ 1º Para os fins deste artigo, entende‑se por receita bruta
§ 8º A contribuição será sempre calculada na forma do
o valor total da receita proveniente da comercialização da
inciso II do caput quando a remuneração ou retribuição for
produção própria e da adquirida de terceiros, industrializada
paga ou creditada a pessoa física, quando ausentes os requi‑ ou não. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
sitos que caracterizem o segurado como empregado, mesmo § 2º O disposto neste artigo não se aplica às operações
que não esteja inscrita no Regime Geral de Previdência Social. relativas à prestação de serviços a terceiros, cujas contribui‑
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) ções previdenciárias continuam sendo devidas na forma do
§ 9º a 14. (Revogados pelo Decreto nº 3.265, de 1999) art. 201 e 202, obrigando‑se a empresa a elaborar folha de
§ 15. Para os efeitos do inciso IV do caput e do § 8º do salários e registros contábeis distintos. (Incluído pelo Decreto
art. 202, considera‑se receita bruta o valor recebido ou cre‑ nº 4.032, de 2001)
ditado pela comercialização da produção, assim entendida § 3º Na hipótese do § 2º, a receita bruta correspondente
a operação de venda ou consignação, observadas as dispo‑ aos serviços prestados a terceiros não integram a base de
sições do § 5º do art. 200. cálculo da contribuição de que trata o caput. (Incluído pelo
§ 16. A partir de 14 de outubro de 1996, as contribuições Decreto nº 4.032, de 2001)
Conhecimentos Específicos

de que tratam o inciso IV do caput e o § 8º do art. 202 são § 4º O disposto neste artigo não se aplica: (Redação dada
de responsabilidade do produtor rural pessoa jurídica, não pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
sendo admitida a sub‑rogação ao adquirente, consignatário I – às sociedades cooperativas e às agroindústrias de pis‑
ou cooperativa. cicultura, carcinicultura, suinocultura e avicultura; e (Incluído
§ 17. O produtor rural pessoa jurídica continua obrigado a pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
arrecadar e recolher ao Instituto Nacional do Seguro Social a II – à pessoa jurídica que, relativamente à atividade ru‑
contribuição do segurado empregado e do trabalhador avul‑ ral, se dedique apenas ao florestamento e reflorestamento
so a seu serviço, descontando‑a da respectiva remuneração, como fonte de matéria‑prima para industrialização própria
nos mesmos prazos e segundo as mesmas normas aplicadas mediante a utilização de processo industrial que modifique a
às empresas em geral. natureza química da madeira ou a transforme em pasta ce‑
§ 18. (Revogado pelo Decreto nº 4.032, de 2001) lulósica. (Incluído pelo Decreto nº 4.862, de 2003)

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§ 5º Aplica‑se o disposto no inciso II do § 4º ainda que a §  2º No caso de empresa em início de atividades ou
pessoa jurídica comercialize resíduos vegetais ou sobras ou sem receita de exportação até a data de publicação da Lei
partes da produção, desde que a receita bruta decorrente nº 11.774, de 17 de setembro de 2008, a apuração de que
dessa comercialização represente menos de um por cento trata o caput poderá ser realizada com base em período
de sua receita bruta proveniente da comercialização da pro‑ inferior a doze meses, observado o mínimo de três meses
dução. (Incluído pelo Decreto nº 4.862, de 2003) anteriores. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
Art. 201-B. Aplica‑se o disposto no artigo anterior, ain‑ § 3º Para efeito do caput, consideram‑se serviços de TI
da que a agroindústria explore, também, outra atividade e TIC: (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
econômica autônoma, no mesmo ou em estabelecimento I – análise e desenvolvimento de sistemas; (Incluído pelo
distinto, hipótese em que a contribuição incidirá sobre o Decreto nº 6.945, de 2009)
valor da receita bruta dela decorrente. (Incluído pelo Decreto II  – programação; (Incluído pelo Decreto nº 6.945,
nº 4.032, de 2001) de 2009)
Art. 201-C. Quando a cooperativa de produção rural III  – processamento de dados e congêneres; (Incluído
contratar empregados para realizarem, exclusivamente, pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
a colheita da produção de seus cooperados, as contribuições IV – elaboração de programas de computadores, inclu‑
de que tratam o art. 201, I, e o art. 202, relativas à folha de sive de jogos eletrônicos; (Incluído pelo Decreto nº 6.945,
salário destes segurados, serão substituídas pela contribuição de 2009)
devida pelos cooperados, cujas colheitas sejam por eles rea‑ V – licenciamento ou cessão de direito de uso de pro‑
lizadas, incidentes sobre a receita bruta da comercialização gramas de computação; (Incluído pelo Decreto nº 6.945,
da produção rural, na forma prevista no art. 200, se pessoa de 2009)
física, no inciso IV do caput do art. 201 e no § 8º do art. 202, VI – assessoria e consultoria em informática; (Incluído
se pessoa jurídica. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
§  1º A cooperativa deverá elaborar folha de salários VII – suporte técnico em informática, inclusive instalação,
distinta e apurar os encargos decorrentes da contratação configuração e manutenção de programas de computação e
de que trata o caput separadamente dos relativos aos seus bancos de dados; e (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
empregados regulares, discriminadamente por cooperado, VIII – planejamento, confecção, manutenção e atualiza‑
na forma definida pelo INSS. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, ção de páginas eletrônicas. (Incluído pelo Decreto nº 6.945,
de 2001) de 2009)
§ 2º A cooperativa é diretamente responsável pela arre‑ § 4º O disposto neste artigo aplica‑se também a empresas
cadação e recolhimento da contribuição previdenciária dos que prestam serviços de call center. (Incluído pelo Decreto
segurados contratados na forma deste artigo. (Incluído pelo nº 6.945, de 2009)
Decreto nº 4.032, de 2001) § 5º No caso das empresas que prestam serviços refe‑
§  3º O disposto neste artigo aplica‑se à contribuição ridos nos §§ 3º e 4º, os valores das contribuições devidas a
devida ao Serviço Nacional Rural. (Incluído pelo Decreto terceiros, denominados outras entidades ou fundos, com
nº 4.032, de 2001) exceção do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa‑
Art. 201-D. As alíquotas de que tratam os incisos I e II do ção – FNDE, ficam reduzidos no percentual resultante das
art. 201, em relação às empresas que prestam serviços de operações referidas no caput e de acordo com a aplicação
tecnologia da informação – TI e de tecnologia da informa‑ sucessiva das seguintes operações: (Incluído pelo Decreto
ção e comunicação – TIC, ficam reduzidas de acordo com a nº 6.945, de 2009)
aplicação sucessiva das seguintes operações: (Incluído pelo I – calcular a contribuição devida no mês a cada entidade
Decreto nº 6.945, de 2009) ou fundo, levando em consideração as regras aplicadas às
I – subtrair do valor da receita bruta total de venda de empresas em geral; (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
bens e serviços relativa aos doze meses imediatamente an‑ II – aplicar o percentual de redução, resultante do inciso V
teriores ao trimestre‑calendário o valor correspondente aos do caput, sobre o valor resultante do inciso I; (Incluído pelo
impostos e às contribuições incidentes sobre venda; (Incluído Decreto nº 6.945, de 2009)
pelo Decreto nº 6.945, de 2009) III  – subtrair, do valor apurado na forma do inciso I,
II – identificar, no valor da receita bruta total resultante o  valor obtido no inciso II, o  que resultará no valor a ser
da operação prevista no inciso I, a parte relativa aos serviços recolhido a cada entidade ou fundo no mês. (Incluído pelo
Decreto nº 6.945, de 2009)
mencionados nos §§ 3º e 4º que foram exportados; (Incluído
§ 6º As reduções de que tratam o caput e o § 5º pres‑
pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
supõem o atendimento ao seguinte: (Incluído pelo Decreto
III – dividir a receita bruta de exportação resultante do
nº 6.945, de 2009)
inciso II pela receita bruta total resultante do inciso I; (Inclu­
I – até 31 de dezembro de 2009, a empresa deverá im‑
ído pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
plementar programa de prevenção de riscos ambientais e
IV – multiplicar a razão decorrente do inciso III por um de doenças ocupacionais, que estabeleça metas de melhoria
Conhecimentos Específicos

décimo; (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009) das condições e do ambiente de trabalho que reduzam a
V – multiplicar o valor encontrado de acordo com a ope‑ ocorrência de benefícios por incapacidade decorrentes de
ração do inciso IV por cem, para que se chegue ao percentual acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais, em pelo me‑
de redução; (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009) nos cinco por cento, em relação ao ano anterior, observado
VI – subtrair de vinte por cento o percentual resultante o seguinte: (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009) (Vide
do inciso V, de forma que se obtenha a nova alíquota percen‑ Decreto nº 6.945, de 2009)
tual a ser aplicada sobre a base de cálculo da contribuição a) a responsabilidade pela elaboração do programa de
previdenciária. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009) prevenção de riscos ambientais e de doenças ocupacionais
§ 1º A alíquota apurada na forma do inciso VI do caput será, exclusivamente, de engenheiro com especialização em
será aplicada uniformemente nos meses que compõem o Engenharia de Segurança do Trabalho, devidamente registra‑
trimestre‑calendário.  (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de do no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA,
2009) que o assinará; (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009)

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b) o programa de prevenção de riscos ambientais e de § 9º Para fins do § 8º, as empresas beneficiadas pela Lei
doenças ocupacionais elaborado deverá ser homologado nº  8.248, de 23 de outubro de 1991, poderão deduzir do
pelas Superintendências Regionais do Trabalho, vinculadas montante previsto no § 7º as despesas efetivamente realiza‑
ao Ministério do Trabalho e Emprego, e  será colocado à das, no atendimento às exigências da referida Lei, observado
disposição da fiscalização da Secretaria da Receita Federal o disposto no § 10. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
do Brasil e do Ministério do Trabalho e Emprego sempre que §  10. O  disposto no §  9º aplica‑se exclusivamente às
exigido; (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009) despesas de mesma natureza das previstas no § 7º. (Incluído
II – até 31 de dezembro de 2010, a empresa que com‑ pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
provar estar executando o programa de prevenção de riscos § 11. A União compensará, mensalmente, o Fundo do
ambientais e de doenças ocupacionais implantado nos prazo Regime Geral de Previdência Social, de que trata o art. 68
e forma estabelecidos no inciso I, terá presumido o atendi‑ da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, no valor
mento à exigência fixada no inciso I do § 9º do art. 14 da Lei correspondente à renúncia previdenciária decorrente da
nº 11.774, de 2008; (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009) desoneração de que trata este artigo, de forma a não afetar
(Vide Decreto nº 6.945, de 2009) a apuração do resultado financeiro do Regime Geral de
III – a partir de 1º de janeiro de 2011, a empresa deverá Previdência Social. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
comprovar a eficácia do respectivo programa de prevenção § 12. A renúncia de que trata o § 11 consistirá na dife‑
de riscos ambientais e de doenças ocupacionais, por meio de rença entre o valor da contribuição que seria devido, como
relatórios que atestem o atendimento da meta de redução se não houvesse incentivo, e o valor da contribuição efetiva‑
de sinistralidade nele estabelecida; (Incluído pelo Decreto mente recolhido. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
nº 6.945, de 2009) (Vide Decreto nº 6.945, de 2009) § 13. O valor estimado da renúncia será incluído na Lei
IV – a partir do início da efetiva aplicação do FAP de que Orçamentária Anual, sem prejuízo do repasse enquanto não
trata o art. 202-A, a empresa perderá o direito à redução: constar na mencionada Lei. (Incluído pelo Decreto nº 6.945,
(Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009) de 2009)
a) se o respectivo FAP superar a média do segmento eco‑ § 14. O não cumprimento das exigências de que tratam
nômico, caso em que a perda do direito contará a partir de os §§  6º e 7º implica a perda do direito das reduções de
1º de janeiro do ano seguinte ao da publicação dos índices; que tratam o caput e o § 5º, ensejando o recolhimento da
(Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009) diferença de contribuições com os acréscimos legais cabíveis.
b) se o respectivo FAP for inferior à média do segmento (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
econômico e superar o FAP do exercício anterior em mais de Art. 202. A  contribuição da empresa, destinada ao
cinco por cento. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009) financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos
§  7º Sem prejuízo do disposto no §  6º, as  empresas arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau
dos setores de TI e de TIC só farão jus às reduções de que de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos
tratam o caput e o §  5º se aplicarem montante igual ou riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos
superior a dez por cento do benefício auferido, alternativa seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remunera‑
ou cumulativamente em despesas: (Incluído pelo Decreto ção paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer
nº 6.945, de 2009) do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso:
I – para capacitação de pessoal, relacionada a aspectos I  – um por cento para a empresa em cuja atividade
técnicos associados aos serviços de TI e TIC, referidos no § 3º, preponderante o risco de acidente do trabalho seja consi‑
bem como a serviços de call centers, aí incluída a capacita‑ derado leve;
ção em temas diretamente relacionados com qualidade de II  – dois por cento para a empresa em cuja atividade
produtos, processos ou sistemas, bem como a proficiência preponderante o risco de acidente do trabalho seja consi‑
em línguas estrangeiras; (Incluído pelo Decreto nº 6.945, derado médio; ou
de 2009) III  – três por cento para a empresa em cuja atividade
II  – relacionadas ao desenvolvimento de atividades preponderante o risco de acidente do trabalho seja consi‑
de avaliação de conformidade, incluindo certificação de derado grave.
produtos, serviços e sistemas, realizadas com entidades ou § 1º As alíquotas constantes do caput serão acrescidas
especialistas do País ou do exterior; (Incluído pelo Decreto de doze, nove ou seis pontos percentuais, respectivamente,
nº 6.945, de 2009) se a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa
III – realizadas com desenvolvimento tecnológico de pro‑ ensejar a concessão de aposentadoria especial após quinze,
vinte ou vinte e cinco anos de contribuição.
dutos, processos e serviços, sendo consideradas atividades
§  2º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior
de pesquisa e desenvolvimento em TI aquelas dispostas nos
incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado
arts. 24 e 25 do Decreto nº 5.906, de 26 de setembro de 2006;
sujeito às condições especiais que prejudiquem a saúde ou
ou (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009)
a integridade física.
IV – realizadas no apoio a projetos de desenvolvimento
Conhecimentos Específicos

§ 3º Considera‑se preponderante a atividade que ocupa,


científico ou tecnológico, por instituições de pesquisa e na empresa, o maior número de segurados empregados e
desenvolvimento, conforme definidos nos arts. 27 e 28 do trabalhadores avulsos.
Decreto nº 5.906, de 2006, devidamente credenciadas pelo § 4º A atividade econômica preponderante da empresa
Comitê da Área de Tecnologia da Informação – CATI ou pelo e os respectivos riscos de acidentes do trabalho compõem
Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento da a Relação de Atividades Preponderantes e correspondentes
Amazônia – CAPDA. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009) Graus de Risco, prevista no Anexo V.
§ 8º O valor do benefício e a especificação das contrapar‑ § 5º É de responsabilidade da empresa realizar o enqua‑
tidas referidos no § 7º deverão ser declarados formalmente dramento na atividade preponderante, cabendo à Secretaria
pelas empresas beneficiárias, a cada exercício, ao Ministério da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência So‑
da Ciência e Tecnologia, na forma a ser definida em ato da‑ cial revê‑lo a qualquer tempo. (Redação dada pelo Decreto
quele Ministério. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de 2009) nº 6.042, de 2007)

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142 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 6º Verificado erro no autoenquadramento, a Secretaria I – para o índice de frequência, os registros de acidentes
da Receita Previdenciária adotará as medidas necessárias à e doenças do trabalho informados ao INSS por meio de Co‑
sua correção, orientará o responsável pela empresa em caso municação de Acidente do Trabalho – CAT e de benefícios
de recolhimento indevido e procederá à notificação dos valo‑ acidentários estabelecidos por nexos técnicos pela perícia
res devidos. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007) médica do INSS, ainda que sem CAT a eles vinculados; (Re­
§ 7º O disposto neste artigo não se aplica à pessoa física dação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
de que trata a alínea a do inciso V do caput do art. 9º. II – para o índice de gravidade, todos os casos de auxí‑
§ 8º Quando se tratar de produtor rural pessoa jurídica lio‑doença, auxílio‑acidente, aposentadoria por invalidez e
que se dedique à produção rural e contribua nos moldes do pensão por morte, todos de natureza acidentária, aos quais
inciso IV do caput do art. 201, a contribuição referida neste são atribuídos pesos diferentes em razão da gravidade
artigo corresponde a zero vírgula um por cento incidente da ocorrência, como segue: (Redação dada pelo Decreto
sobre a receita bruta proveniente da comercialização de nº 6.957, de 2009)
sua produção. a) pensão por morte: peso de cinquenta por cento; (Re­
§ 9º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999) dação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
§ 10. Será devida contribuição adicional de doze, nove ou b) aposentadoria por invalidez: peso de trinta por cento;
seis pontos percentuais, a cargo da cooperativa de produção, (Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao c) auxílio‑doença e auxílio‑acidente: peso de dez por
cooperado filiado, na hipótese de exercício de atividade que cento para cada um; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.957,
autorize a concessão de aposentadoria especial após quinze, de 2009)
vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. III  – para o índice de custo, os  valores dos benefícios
(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) de natureza acidentária pagos ou devidos pela Previdência
§ 11. Será devida contribuição adicional de nove, sete Social, apurados da seguinte forma: (Redação dada pelo
ou cinco pontos percentuais, a cargo da empresa tomadora Decreto nº 6.957, de 2009)
de serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho, a) nos casos de auxílio‑doença, com base no tempo de
incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de afastamento do trabalhador, em meses e fração de mês; e
prestação de serviços, conforme a atividade exercida pelo (Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
cooperado permita a concessão de aposentadoria especial b) nos casos de morte ou de invalidez, parcial ou total,
após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, mediante projeção da expectativa de sobrevida do segurado,
respectivamente. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) na data de início do benefício, a partir da tábua de mortali‑
§  12. Para os fins do §  11, será emitida nota fiscal ou dade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geo‑
fatura de prestação de serviços específica para a atividade grafia e Estatística – IBGE para toda a população brasileira,
exercida pelo cooperado que permita a concessão de apo‑ considerando‑se a média nacional única para ambos os sexos.
sentadoria especial. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) (Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
§ 13. A empresa informará mensalmente, por meio da § 5º O Ministério da Previdência Social publicará anual‑
Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de mente, sempre no mesmo mês, no Diário Oficial da União,
Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, a alíquota os róis dos percentis de frequência, gravidade e custo por Sub‑
correspondente ao seu grau de risco, a respectiva atividade classe da Classificação Nacional de Atividades Econômicas –
preponderante e a atividade do estabelecimento, apuradas CNAE e divulgará na rede mundial de computadores o FAP
de acordo com o disposto nos §§  3º e 5º. (Incluído pelo de cada empresa, com as respectivas ordens de frequência,
Decreto nº 6.042, de 2007) gravidade, custo e demais elementos que possibilitem a esta
Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos I a III do verificar o respectivo desempenho dentro da sua CNAE‑Sub‑
art. 202 serão reduzidas em até cinquenta por cento ou au‑ classe. (Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
mentadas em até cem por cento, em razão do desempenho § 6º O FAP produzirá efeitos tributários a partir do pri‑
da empresa em relação à sua respectiva atividade, aferido meiro dia do quarto mês subsequente ao de sua divulgação.
pelo Fator Acidentário de Prevenção  – FAP.  (Incluído pelo (Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007)
Decreto nº 6.042, de 2007) §  7º Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados os
§  1º O FAP consiste num multiplicador variável num dados de janeiro a dezembro de cada ano, até completar o
intervalo contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois inteiros período de dois anos, a partir do qual os dados do ano inicial
serão substituídos pelos novos dados anuais incorporados.
(2,0000), aplicado com quatro casas decimais, considerado
(Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
o critério de arredondamento na quarta casa decimal, a ser
§ 8º Para a empresa constituída após janeiro de 2007,
aplicado à respectiva alíquota. (Redação dada pelo Decreto
o FAP será calculado a partir de 1º de janeiro do ano ano se‑
nº 6.957, de 2009)
guinte ao que completar dois anos de constituição. (Redação
§ 2º Para fins da redução ou majoração a que se refere
dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
o caput, proceder‑se‑á à discriminação do desempenho da
Conhecimentos Específicos

§ 9º Excepcionalmente, no primeiro processamento do


empresa, dentro da respectiva atividade econômica, a partir
FAP serão utilizados os dados de abril de 2007 a dezembro
da criação de um índice composto pelos índices de gravida‑
de 2008. (Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
de, de frequência e de custo que pondera os respectivos
§ 10. A metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de
percentis com pesos de cinquenta por cento, de trinta cinco
Previdência Social indicará a sistemática de cálculo e a forma
por cento e de quinze por cento, respectivamente. (Redação
de aplicação de índices e critérios acessórios à composição
dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
do índice composto do FAP. (Redação dada pelo Decreto
§ 3º (Revogado pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
nº 6.957, de 2009)
§ 4º Os índices de frequência, gravidade e custo serão
Art. 203. A fim de estimular investimentos destinados a
calcula­dos segundo metodologia aprovada pelo Conselho diminuir os riscos ambientais no trabalho, o Ministério da
Nacio­nal de Previdência Social, levando‑se em conta: (In­ Previdência e Assistência Social poderá alterar o enquadra‑
cluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007) mento de empresa que demonstre a melhoria das condições

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do trabalho, com redução dos agravos à saúde do trabalha‑ § 4º O Conselho Deliberativo do Instituto Nacional de De‑
dor, obtida através de investimentos em prevenção e em senvolvimento do Desporto informará ao Instituto Nacional
sistemas gerenciais de risco. do Seguro Social, com a antecedência necessária, a realização
§ 1º A alteração do enquadramento estará condiciona‑ de todo espetáculo esportivo de que a associação desportiva
da à inexistência de débitos em relação às contribuições referida no caput participe no território nacional.
devidas ao Instituto Nacional do Seguro Social e aos demais § 5º O não recolhimento das contribuições a que se re‑
requisitos estabelecidos pelo Ministério da Previdência e ferem os §§ 1º e 3º nos prazos estabelecidos no § 1º deste
Assistência Social. artigo e na alínea b do inciso I do art. 216, respectivamente,
§  2º O Instituto Nacional do Seguro Social, com base sujeitará os responsáveis ao pagamento de atualização
principalmente na comunicação prevista no art.  336, im‑ monetária, quando couber, juros moratórios e multas, na
plementará sistema de controle e acompanhamento de forma do art. 239.
acidentes do trabalho. § 6º O não desconto ou a não retenção das contribuições
§  3º Verificado o descumprimento por parte da em‑ a que se referem os §§ 1º e 3º sujeitará a entidade promo‑
presa dos requisitos fixados pelo Ministério da Previdência tora do espetáculo, a empresa ou a entidade às penalidades
e Assistência Social, para fins de enquadramento de que previstas no art. 283.
trata o artigo anterior, o Instituto Nacional do Seguro Social §  7º O disposto neste artigo não se aplica às demais
procederá à notificação dos valores devidos.
entidades desportivas, que continuam a contribuir na forma
Art. 204. As contribuições a cargo da empresa, provenien‑
dos arts. 201, 202 e 204, a partir da competência novembro
tes do faturamento e do lucro, destinadas à seguridade social,
de 1991.
são arrecadadas, normatizadas, fiscalizadas e cobradas pela
Secretaria da Receita Federal. (Redação dada pelo Decreto § 8º O disposto no caput e §§ 1º a 6º aplica‑se à associa‑
nº 4.729, de 2003) ção desportiva que mantém equipe de futebol profissional e
I – até 31 de março de 1992, dois por cento sobre sua que se organize na forma da Lei nº 9.615, de 24 de março
receita bruta, estabelecida segundo o disposto no § 1º do de 1998.
art. 1º do Decreto‑Lei nº 1.940, de 25 de maio de 1982, com
a redação dada pelo art. 22 do Decreto‑Lei nº 2.397, de 21 Seção II
de dezembro de 1987, e alterações posteriores; a partir de Da Isenção de Contribuições
1º de abril de 1992 até 31 de janeiro de 1999, dois por cento
sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita Art. 206. (Revogado pela Lei nº 12.101/2009)
bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços Art. 207. A pessoa jurídica de direito privado sem fins
e de serviços de qualquer natureza, nos termos da Lei Com‑ lucrativos, que exerce atividade educacional nos termos da
plementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991; a partir de 1º Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, ou que atenda ao
de fevereiro de 1999, três por cento sobre o faturamento, Sistema Único de Saúde, mas não pratique de forma exclusiva
nos termos da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998; e e gratuita atendimento a pessoas carentes, gozará da isenção
II – até 31 de dezembro de 1995, dez por cento sobre o das contribuições de que tratam os arts. 201, 202 e 204, na
lucro líquido do período‑base, antes da provisão para o Im‑ proporção do valor das vagas cedidas, integral e gratuitamen‑
posto de Renda, ajustado na forma do art. 2º da Lei nº 8.034, te, a carentes ou do valor do atendimento à saúde de caráter
de 12 de abril de 1990; a partir de 1º de janeiro de 1996, oito assistencial, desde que satisfaçam os requisitos constantes
por cento sobre o lucro líquido, nos termos da Lei nº 9.249, dos incisos I, II, III, V e VI do caput do art. 206.
de 26 de dezembro de 1995. § 1º O valor da isenção a ser usufruída pela pessoa jurídi‑
§ 1º a 3º (Revogados pelo Decreto nº 4.729, de 2003) ca de direito privado sem fins lucrativos da área de educação
Art. 205. A  contribuição empresarial da associação
corresponde ao percentual resultante da relação existente
desportiva que mantém equipe de futebol profissional,
destinada à seguridade social, em substituição às previstas entre o valor efetivo total das vagas cedidas, integral e gra‑
no inciso I do caput do art. 201 e no art. 202, corresponde a tuitamente, e a receita bruta mensal proveniente da venda
cinco por cento da receita bruta decorrente dos espetáculos de serviços e de bens não integrantes do ativo imobilizado,
desportivos de que participe em todo território nacional, acrescida da receita decorrente de doações particulares,
em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos inter‑ a ser aplicado sobre o total das contribuições sociais devidas.
nacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento §  2º Não será considerado, para os fins do cálculo da
de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e isenção de que trata o parágrafo anterior, o valor das vagas
transmissão de espetáculos desportivos. cedidas com gratuidade parcial, nem cedidas a alunos não
§  1º Cabe à entidade promotora do espetáculo a res‑ carentes.
ponsabilidade de efetuar o desconto de cinco por cento da § 3º O valor da isenção a ser usufruída pela pessoa jurí‑
receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos e o res‑ dica de direito privado sem fins lucrativos que presta servi‑
pectivo recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social, ços ao Sistema Único de Saúde corresponde ao percentual
no prazo de até dois dias úteis após a realização do evento. resultante da relação existente entre a receita auferida com
Conhecimentos Específicos

§ 2º Cabe à associação desportiva que mantém equipe esses serviços e o total da receita bruta mensal proveniente
de futebol profissional informar à entidade promotora do da venda de serviços e de bens não integrantes do ativo
espetáculo desportivo todas as receitas auferidas no evento, imobilizado, acrescida da receita decorrente de doações
discriminando‑as detalhadamente.
particulares, excluída a receita decorrente dos atendimentos
§ 3º Cabe à empresa ou entidade que repassar recursos
ao Sistema Único de Saúde, a ser aplicado sobre o total das
a associação desportiva que mantém equipe de futebol
profissional, a título de patrocínio, licenciamento de uso de contribuições sociais devidas.
marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão § 4º O cálculo do percentual de isenção a ser utilizado
de espetáculos, a  responsabilidade de reter e recolher, mês a mês será efetuado tomando‑se por base as receitas
no prazo estabelecido na alínea b do inciso I do art.  216, de serviços e contribuições relativas ao mês anterior ao da
o percentual de cinco por cento da receita bruta, inadmitida competência, à exceção do mês de abril de 1999, que será
qualquer dedução. efetuado tomando‑se por base os valores do próprio mês.

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§ 5º No caso de pessoa jurídica de direito privado sem fins § 3º A existência de débito em nome da requerente cons‑
lucrativos que preste simultaneamente serviços nas áreas de titui impedimento ao deferimento do pedido até que seja
educação e saúde, a isenção a ser usufruída será calculada regularizada a situação da entidade requerente, hipótese em
nos termos dos §§ 1º e 3º, em relação a cada uma daquelas que a decisão concessória da isenção produzirá efeitos a par‑
atividades, isoladamente. tir do 1º dia do mês em que for comprovada a regularização
§  6º O recolhimento das contribuições previstas nos da situação. (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
arts. 201 e 202, para a pessoa jurídica de direito privado de § 4º No caso de não ser proferida a decisão de que trata
que trata este artigo, deduzida a isenção calculada com base o § 1º, o interessado poderá reclamar à autoridade superior,
nos §§ 1º e 3º, deverá ser efetuado até o dia dois do mês que apreciará o pedido da concessão da isenção requerida e
seguinte ao da competência. promoverá a apuração de eventual responsabilidade do
§ 7º A isenção das contribuições é extensiva a todas as servidor omisso, se for o caso.
entidades mantidas, suas dependências, estabelecimentos e
§  5º Indeferido o pedido de isenção, cabe recurso ao
obras de construção civil da pessoa jurídica de direito privado
Conselho de Recursos da Previdência Social, que decidirá
sem fins lucrativos, quando por ela executadas e destinadas
a uso próprio, desde que voltadas a atividades educacionais por uma de suas Câmaras de Julgamento.
ou de atendimento ao Sistema Único de Saúde, na forma § 6º Os documentos referidos nos incisos I a V poderão ser
deste Regulamento. apresentados por cópia, conferida e autenticada pelo servidor
§  8º O Instituto Nacional do Seguro Social verificará, encarregado da instrução, à vista dos respectivos originais.
periodicamente, se a pessoa jurídica de direito privado sem Art. 209. A pessoa jurídica de direito privado beneficiada
fins lucrativos continua atendendo aos requisitos de que com a isenção de que trata os arts. 206 ou 207 é obrigada a
trata este artigo. apresentar, anualmente, até 30 de abril, ao órgão do Insti‑
§  9º Caberá ao órgão gestor municipal de assistência tuto Nacional do Seguro Social jurisdicionante de sua sede,
social, bem como ao respectivo conselho, acompanhar e relatório circunstanciado de suas atividades no exercício
fiscalizar a concessão das vagas, integrais e gratuitas, cedidas anterior, na forma por ele definida, contendo as seguintes
anualmente pela pessoa jurídica de direito privado de que informações e documentos:
trata o caput. I – localização de sua sede;
§ 10. Aplica‑se à pessoa jurídica de direito privado de II – nome e qualificação completa de seus dirigentes;
que trata o caput o disposto nos §§ 2º, 3º, 6º, 8º, 9º, 10 e III – relação dos seus estabelecimentos e obras de cons‑
11 do art. 206. trução civil identificados pelos respectivos números do Ca‑
§ 11. Para os efeitos deste artigo, considera‑se carente dastro Nacional da Pessoa Jurídica ou no Cadastro Específico
o aluno de curso de educação superior cuja renda familiar do Instituto Nacional do Seguro Social;
mensal per capita corresponda, no máximo, a  R$ 313,83
IV – descrição pormenorizada dos serviços assistenciais,
(trezentos e treze reais e oitenta e três centavos), reajustados
nas mesmas épocas e com os mesmos índices utilizados para de educação ou de saúde prestados a pessoas carentes, em
o reajustamento do benefício de prestação continuada da especial a crianças, adolescentes, idosos e portadores de
assistência social. deficiência, mencionando a quantidade de atendimentos e os
Art. 208. A pessoa jurídica de direito privado deve reque‑ respectivos custos, para o caso da pessoa jurídica de direito
rer o reconhecimento da isenção ao Instituto Nacional do privado a que se refere o art. 206;
Seguro Social, em formulário próprio, juntando os seguintes V – demonstrativo mensal por atividade, no qual conste a
documentos: quantidade de atendimentos gratuitos oferecidos a pessoas
I – decretos declaratórios de entidade de utilidade pública carentes, o valor efetivo total das vagas cedidas, a receita
federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal; proveniente dos atendimentos prestados ao Sistema Único
II  – Registro e Certificado de Entidade Beneficente de de Saúde, o  valor da receita bruta, da contribuição social
Assistência Social fornecidos pelo Conselho Nacional de As‑ devida, o percentual e o valor da isenção usufruída, para o
sistência Social, renovado a cada três anos; (Redação dada caso da pessoa jurídica de direito privado a que se refere o
pelo Decreto nº 4.032, de 2001) art. 207; e
III – estatuto da entidade com a respectiva certidão de VI – resumo de informações de assistência social.
registro em cartório ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas; § 1º A pessoa jurídica de direito privado de que trata o
IV – ata de eleição ou nomeação da diretoria em exer‑ caput será, ainda, obrigada a manter à disposição do Instituto
cício, registrada em cartório ou no Registro Civil de Pessoas Nacional do Seguro Social, durante dez anos, os seguintes
Jurídicas; documentos:
V – comprovante de entrega da declaração de imunidade
I – balanço patrimonial e da demonstração de resultado
do imposto de renda de pessoa jurídica, fornecido pelo setor
do exercício, com discriminação das receitas e despesas,
competente do Ministério da Fazenda;
VI  – relação nominal de todas as suas dependências, relativos ao exercício anterior, para o caso da pessoa jurídica
estabelecimentos e obras de construção civil, identificados de direito privado de que trata o art. 206;
Conhecimentos Específicos

pelos respectivos números de inscrição no Cadastro Nacional II – demonstrações contábeis e financeiras relativas ao
da Pessoa Jurídica ou matrícula no Cadastro Específico do exercício anterior, para o caso da pessoa jurídica de direito
Instituto Nacional do Seguro Social; e privado de que trata o art. 207, abrangendo:
VII – resumo de informações de assistência social, em a) balanço patrimonial;
formulário próprio. b) demonstração de resultado do exercício, com discri‑
§ 1º O Instituto Nacional do Seguro Social decidirá sobre o minação das receitas e despesas;
pedido no prazo de trinta dias contados da data do protocolo. c) demonstração de mutação de patrimônio; e
§ 2º Deferido o pedido, o Instituto Nacional do Seguro d) notas explicativas.
Social expedirá Ato Declaratório e comunicará à pessoa § 2º A pessoa jurídica de direito privado de que trata o
jurídica requerente a decisão sobre o pedido de reconhe‑ caput deverá apresentar, até 31 de janeiro de cada ano,
cimento do direito à isenção, que gerará efeito a partir da plano de ação das atividades a serem desenvolvidas durante
data do seu protocolo. o ano em curso.

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§ 3º A pessoa jurídica de direito privado manterá, ainda, Seção III
as folhas de pagamento relativas ao período, bem como os Da Contribuição do Empregador Doméstico
respectivos documentos de arrecadação que comprovem
o recolhimento das contribuições ao Instituto Nacional do Art. 211. A contribuição do empregador doméstico é de
Seguro Social, além de outros documentos que possam vir doze por cento do salário de contribuição do empregado
a ser solicitados pela fiscalização do Instituto, devendo, doméstico a seu serviço.
também, registrar na sua contabilidade, de forma discrimi‑
nada, os valores aplicados em gratuidade, bem como o valor CAPÍTULO V
correspondente à isenção das contribuições previdenciárias Da Contribuição Sobre a
a que fizer jus. Receita de Concursos de Prognósticos
§  4º O Ministério da Previdência e Assistência Social
poderá determinar à pessoa jurídica de direito privado Art. 212. Constitui receita da seguridade social a renda
isenta das contribuições sociais nos termos dos arts. 206 ou líquida dos concursos de prognósticos, excetuando‑se os
207 que obedeça a plano de contas padronizado segundo valores destinados ao Programa de Crédito Educativo.
critérios por ele definidos, aos princípios fundamentais de §  1º Consideram‑se concurso de prognósticos todo e
contabilidade e às normas emanadas do Conselho Federal qualquer concurso de sorteio de números ou quaisquer
de Contabilidade. outros símbolos, loterias e apostas de qualquer natureza no
§  5º Aplicam‑se à pessoa jurídica de direito privado âmbito federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal,
no exercício do direito à isenção as demais normas de promovidos por órgãos do Poder Público ou por sociedades
arrecadação, fiscalização e cobrança estabelecidas neste comerciais ou civis.
Regulamento. §  2º A contribuição de que trata este artigo consti‑
§ 6º A falta da apresentação do relatório anual circuns‑ tui‑se de:
tanciado ou de qualquer documento que o acompanhe ao I – renda líquida dos concursos de prognósticos realizados
Instituto Nacional do Seguro Social constitui infração ao pelos órgãos do Poder Público destinada à seguridade social
inciso III do caput do art. 225. de sua esfera de governo;
§ 7º A pessoa jurídica de direito privado que se enquadre II – cinco por cento sobre o movimento global de apostas
nos arts. 206 ou 207 deverá manter, em seu estabelecimento, em prado de corridas; e
em local visível ao público, placa indicativa da respectiva III – cinco por cento sobre o movimento global de sorteio
disponibilidade de serviços gratuitos de assistência social, de números ou de quaisquer modalidades de símbolos.
educacionais ou de saúde a pessoas carentes, em especial §  3º Para o efeito do disposto no parágrafo anterior,
a crianças, adolescentes, idosos e portadores de deficiência, entende‑se como:
indicando tratar‑se de pessoa jurídica de direito privado I – renda líquida – o total da arrecadação, deduzidos os
abrangida pela isenção de contribuições sociais, segundo valores destinados ao pagamento de prêmios, de impostos e
modelo estabelecido pelo Ministério da Previdência e As‑ de despesas com administração;
sistência Social. II – movimento global das apostas – total das importân‑
Art. 210. O Instituto Nacional do Seguro Social, a Secre‑ cias relativas às várias modalidades de jogos, inclusive o de
taria de Estado de Assistência Social e o Conselho Nacional acumulada, apregoadas para o público no prado de corrida,
de Assistência Social manterão intercâmbio de informações, subsede ou outra dependência da entidade; e
observados os seguintes procedimentos: III – movimento global de sorteio de números – o total
I – o Conselho Nacional de Assistência Social comunicará da receita bruta, apurada com a venda de cartelas, cartões
mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social e à ou quaisquer outras modalidades, para sorteio realizado em
Secre­taria de Estado de Assistência Social as decisões sobre qualquer condição.
defe­rimento ou indeferimento dos pedidos de concessão
ou renovação do Registro e do Certificado de Entidade de CAPÍTULO VI
Fins Filantrópicos; Das Outras Receitas da Seguridade Social
II – os Conselhos de Assistência Social dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios e os órgãos gestores desses Art. 213. Constituem outras receitas da seguridade social:
entes estatais comunicarão, a qualquer época, ao Instituto I – as multas, a atualização monetária e os juros mora‑
Nacional do Seguro Social, à Secretaria de Estado de Assis‑ tórios;
tência Social e ao Conselho Nacional de Assistência Social as II – a remuneração recebida pela prestação de serviços
irregularidades verificadas na oferta dos serviços assistenciais de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros;
prestados pela pessoa jurídica de direito privado abrangida III  – as receitas provenientes de prestação de outros
pela isenção de contribuições sociais; e serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens;
III  – o Instituto Nacional do Seguro Social repassará à IV – as demais receitas patrimoniais, industriais e finan‑
Conhecimentos Específicos

Secretaria de Estado de Assistência Social e ao Conselho ceiras;


Nacional de Assistência Social as informações de assistência V – as doações, legados, subvenções e outras receitas
social relativas às pessoas jurídicas de direito privado abran‑ eventuais;
gidas pela isenção de contribuições sociais. VI – cinquenta por cento da receita obtida na forma do
Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro Social parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal, repas‑
publicará anualmente, até 30 de junho, para fins de controle sados pelo Instituto Nacional do Seguro Social aos órgãos
de fiscalização, informando à Secretaria de Estado de Assis‑ responsáveis pelas ações de proteção à saúde e a ser aplicada
tência Social, ao  Conselho Nacional de Assistência Social, no tratamento e recuperação de viciados em entorpecentes
à Secretaria da Receita Federal e à Secretaria Nacional de e drogas afins;
Justiça, a lista das entidades beneficentes ou as isentas a que VII – quarenta por cento do resultado dos leilões dos bens
se refere os arts. 206 e 207, especialmente as de educação apreendidos pela Secretaria da Receita Federal; e
e de saúde. VIII – outras receitas previstas em legislação específica.

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Parágrafo único. As companhias seguradoras que man‑ § 6º A gratificação natalina – décimo terceiro salário –
tém seguro obrigatório de danos pessoais causados por integra o salário de contribuição, exceto para o cálculo do
veículos automotores de vias terrestres, de que trata a Lei salário de benefício, sendo devida a contribuição quando do
nº  6.194, de 19 de dezembro de 1974, deverão repassar pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do
à seguridade social cinquenta por cento do valor total do contrato de trabalho.
prêmio recolhido, destinados ao Sistema Único de Saúde, § 7º A contribuição de que trata o § 6º incidirá sobre o
para custeio da assistência médico‑hospitalar dos segurados valor bruto da gratificação, sem compensação dos adianta‑
vitimados em acidentes de trânsito. (Redação dada pelo mentos pagos, mediante aplicação, em separado, da tabela
Decreto nº 3.265, de 1999) de que trata o art. 198 e observadas as normas estabelecidas
pelo Instituto Nacional do Seguro Social.
CAPÍTULO VII § 8º O valor das diárias para viagens, quando excedente a
Do Salário de Contribuição cinquenta por cento da remuneração mensal do empregado,
integra o salário de contribuição pelo seu valor total.
Art. 214. Entende‑se por salário de contribuição: § 9º Não integram o salário de contribuição, exclusiva‑
I – para o empregado e o trabalhador avulso: a remune‑ mente:
ração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida I  – os benefícios da previdência social, nos termos e
a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados limites legais, ressalvado o disposto no § 2º;
a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o II – a ajuda de custo e o adicional mensal recebidos pelo
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, aeronauta, nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de outubro
os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adianta‑ de 1973;
mentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços III – a parcela in natura recebida de acordo com progra‑
efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do ma de alimentação aprovado pelo Ministério do Trabalho e
empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou Emprego, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976;
do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de IV – as importâncias recebidas a título de férias indeni‑
trabalho ou sentença normativa; zadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor
II – para o empregado doméstico: a remuneração regis‑ correspondente à dobra da remuneração de férias de que
trada na Carteira Profissional e/ou na Carteira de Trabalho e trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho;
Previdência Social, observados os limites mínimo e máximo V – as importâncias recebidas a título de:
previstos nos §§ 3º e 5º; a) indenização compensatória de quarenta por cento
III – para o contribuinte individual: a remuneração au‑ do montante depositado no Fundo de Garantia do Tempo
ferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua de Serviço, como proteção à relação de emprego contra
atividade por conta própria, durante o mês, observados os despedida arbitrária ou sem justa causa, conforme disposto
limites a que se referem os §§ 3º e 5º; (Redação dada pelo no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais
Decreto nº 3.265, de 1999) Transitórias;
IV – para o dirigente sindical na qualidade de emprega‑ b) indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de
do: a remuneração paga, devida ou creditada pela entidade outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo
sindical, pela empresa ou por ambas; e
de Garantia do Tempo de Serviço;
V – para o dirigente sindical na qualidade de trabalha‑
c) indenização por despedida sem justa causa do empre‑
dor avulso: a remuneração paga, devida ou creditada pela
gado nos contratos por prazo determinado, conforme esta‑
entidade sindical.
belecido no art. 479 da Consolidação das Leis do Trabalho;
VI – para o segurado facultativo: o valor por ele decla‑
d) indenização do tempo de serviço do safrista, quando
rado, observados os limites a que se referem os §§ 3º e 5º;
(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) da expiração normal do contrato, conforme disposto no
§ 1º Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a art. 14 da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973;
falta do empregado, inclusive o doméstico, ocorrer no curso e) incentivo à demissão;
do mês, o salário de contribuição será proporcional ao núme‑ f) (Revogado pelo Decreto nº 6.727, de 2009)
ro de dias efetivamente trabalhados, observadas as normas g) indenização por dispensa sem justa causa no período
estabelecidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social. de trinta dias que antecede a correção salarial a que se
§  2º O salário‑maternidade é considerado salário de refere o art. 9º da Lei nº 7.238, de 29 de outubro de 1984;
contribuição. h) indenizações previstas nos arts. 496 e 497 da Conso‑
§ 3º O limite mínimo do salário de contribuição corres‑ lidação das Leis do Trabalho;
ponde: (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) i) abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da Con‑
I – para os segurados contribuinte individual e facultativo, solidação das Leis do Trabalho;
ao salário mínimo; e (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) j) ganhos eventuais e abonos expressamente desvincula‑
II – para os segurados empregado, inclusive o doméstico, dos do salário por força de lei; (Redação dada pelo Decreto
Conhecimentos Específicos

e trabalhador avulso, ao piso salarial legal ou normativo da nº 3.265, de 1999)


categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no l) licença‑prêmio indenizada; e
seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e m) outras indenizações, desde que expressamente pre‑
o tempo de trabalho efetivo durante o mês. (Incluído pelo vistas em lei;
Decreto nº 3.265, de 1999) VI  – a parcela recebida a título de vale‑transporte, na
§ 4º A remuneração adicional de férias de que trata o forma da legislação própria;
inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal integra o salário VII – a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclu‑
de contribuição. sivamente em decorrência de mudança de local de trabalho
§ 5º O valor do limite máximo do salário de contribuição do empregado, na forma do art. 470 da Consolidação das
será publicado mediante portaria do Ministério da Previ‑ Leis do Trabalho;
dência e Assistência Social, sempre que ocorrer alteração VIII – as diárias para viagens, desde que não excedam a
do valor dos benefícios. cinquenta por cento da remuneração mensal do empregado;

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IX  – a importância recebida a título de bolsa de com‑ XXV – o valor das contribuições efetivamente pago pela
plementação educacional de estagiário, quando paga nos pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro de vida em gru‑
termos da Lei nº 6.494, de 1977; po, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva
X – a participação do empregado nos lucros ou resultados de trabalho e disponível à totalidade de seus empregados e
da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da
específica; Consolidação das Leis do Trabalho. (Incluído pelo Decreto
XI – o abono do Programa de Integração Social/Programa nº 3.265, de 1999)
de Assistência ao Servidor Público; § 10. As parcelas referidas no parágrafo anterior, quan‑
XII – os valores correspondentes a transporte, alimen‑ do pagas ou creditadas em desacordo com a legislação
tação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado pertinente, integram o salário de contribuição para todos
contratado para trabalhar em localidade distante da de sua os fins e efeitos, sem prejuízo da aplicação das cominações
residência, em canteiro de obras ou local que, por força da legais cabíveis.
atividade, exija deslocamento e estada, observadas as nor‑ § 11. Para a identificação dos ganhos habituais recebidos
mas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho sob a forma de utilidades, deverão ser observados:
e Emprego; I – os valores reais das utilidades recebidas; ou
XIII – a importância paga ao empregado a título de com‑ II – os valores resultantes da aplicação dos percentuais
plementação ao valor do auxílio‑doença desde que este direi‑ estabelecidos em lei em função do salário mínimo, aplicados
to seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa; sobre a remuneração paga caso não haja determinação dos
XIV – as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador valores de que trata o inciso I.
da agroindústria canavieira de que trata o art.  36 da Lei §  12. O  valor pago à empregada gestante, inclusive à
nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965; doméstica, em função do disposto na alínea b do inciso II do
XV – o valor das contribuições efetivamente pago pela art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
pessoa jurídica relativo a programa de previdência comple‑ da Constituição Federal, integra o salário de contribuição,
mentar privada, aberta ou fechada, desde que disponível à excluídos os casos de conversão em indenização previstos
totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, nos arts. 496 e 497 da Consolidação das Leis do Trabalho.
no que couber, os arts. 9º e 468 da Consolidação das Leis § 13. Para efeito de verificação do limite de que tratam o
do Trabalho; § 8º e o inciso VIII do § 9º, não será computado, no cálculo
XVI – o valor relativo à assistência prestada por servi‑ da remuneração, o valor das diárias.
ço médico ou odontológico, próprio da empresa ou com § 14. A incidência da contribuição sobre a remuneração
ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com das férias ocorrerá no mês a que elas se referirem, mesmo
medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas quando pagas antecipadamente na forma da legislação
médico‑hospitalares e outras similares, desde que a cober‑ trabalhista.
tura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da § 15. O valor mensal do auxílio‑acidente integra o salário
empresa; de contribuição, para fins de cálculo do salário de benefício
XVII – o valor correspondente a vestuários, equipamen‑ de qualquer aposentadoria, observado, no que couber,
tos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados o disposto no art. 32.
no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços; § 16. Não se considera remuneração direta ou indireta os
XVIII – o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições
do empregado, quando devidamente comprovadas; (Reda­ de ensino vocacional com ministro de confissão religiosa,
ção dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) membros de instituto de vida consagrada, de congregação
XIX – o valor relativo a plano educacional que vise à edu‑ ou de ordem religiosa em face do seu mister religioso ou
cação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 1996, para sua subsistência, desde que fornecidos em condições
e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vincu‑ que independam da natureza e da quantidade do trabalho
lados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que executado. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que Art. 215. (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo;
XX – (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999) CAPÍTULO VIII
XXI – os valores recebidos em decorrência da cessão de Da Arrecadação e Recolhimento das Contribuições
direitos autorais; e
XXII – o valor da multa paga ao empregado em decor‑ Seção I
rência da mora no pagamento das parcelas constantes do Das Normas Gerais de Arrecadação
instrumento de rescisão do contrato de trabalho, conforme
previsto no §  8º do art.  477 da Consolidação das Leis do Art. 216. A arrecadação e o recolhimento das contribui‑
Trabalho. ções e de outras importâncias devidas à seguridade social,
Conhecimentos Específicos

XXIII – o reembolso creche pago em conformidade com observado o que a respeito dispuserem o Instituto Nacional
a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis do Seguro Social e a Secretaria da Receita Federal, obedecem
anos de idade da criança, quando devidamente comprovadas às seguintes normas gerais:
as despesas; (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) I – a empresa é obrigada a:
XXIV  – o reembolso babá, limitado ao menor salário a) arrecadar a contribuição do segurado empregado, do
de contribuição mensal e condicionado à comprovação do trabalhador avulso e do contribuinte individual a seu serviço,
registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social da em‑ descontando‑a da respectiva remuneração; (Redação dada
pregada, do pagamento da remuneração e do recolhimento pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
da contribuição previdenciária, pago em conformidade b) recolher o produto arrecadado na forma da alínea a e
com a legislação trabalhista, observado o limite máximo as contribuições a seu cargo incidentes sobre as remunera‑
de seis anos de idade da criança; e (Incluído pelo Decreto ções pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, inclusive
nº 3.265, de 1999) adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, acordo ou

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convenção coletiva, aos segurados empregado, contribuinte XI  – a entidade sindical que remunera dirigente que
individual e trabalhador avulso a seu serviço, e sobre o valor mantém a qualidade de segurado contribuinte individual é
bruto da nota fiscal ou fatura de serviço, relativo a serviços obrigada a recolher a contribuição prevista no inciso II do
que lhe tenham sido prestados por cooperados, por inter‑ caput do art. 201 na forma deste artigo, observado o disposto
médio de cooperativas de trabalho, até o dia vinte do mês no § 26; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
seguinte àquele a que se referirem as remunerações, bem XII – a empresa que remunera contribuinte individual é
como as importâncias retidas na forma do art. 219, até o dia obrigada a fornecer a este comprovante do pagamento do
vinte do mês seguinte àquele da emissão da nota fiscal ou serviço prestado consignando, além dos valores da remune‑
fatura, antecipando‑se o vencimento para o dia útil imedia‑ ração e do desconto feito, o número da inscrição do segurado
tamente anterior quando não houver expediente bancário no Instituto Nacional do Seguro Social; (Redação dada pelo
no dia vinte; (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) Decreto nº 4.729, de 2003)
c) recolher as contribuições de que trata o art. 204, na XIII – cabe ao empregador, durante o período de licen‑
forma e prazos definidos pela legislação tributária federal; ça‑maternidade da empregada, recolher apenas a parcela
(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) da contribuição a seu cargo. (Incluído pelo Decreto nº 3.452,
II – os segurados contribuinte individual, quando exercer de 2000)
atividade econômica por conta própria ou prestar serviço a § 1º O desconto da contribuição do segurado incidente
pessoa física ou a outro contribuinte individual, produtor sobre o valor bruto da gratificação natalina – décimo terceiro
rural pessoa física, missão diplomática ou repartição consular
salário – é devido quando do pagamento ou crédito da última
de carreira estrangeiras, ou quando tratar‑se de brasileiro
parcela e deverá ser calculado em separado, observado o
civil que trabalha no exterior para organismo oficial inter‑
§ 7º do art. 214, e recolhida, juntamente com a contribuição
nacional do qual o Brasil seja membro efetivo, ou ainda, na
hipótese do § 28, e o facultativo estão obrigados a recolher a cargo da empresa, até o dia vinte do mês de dezembro,
sua contribuição, por iniciativa própria, até o dia quinze do antecipando‑se o vencimento para o dia útil imediatamente
mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem, anterior se não houver expediente bancário no dia vinte.
prorrogando‑se o vencimento para o dia útil subsequente (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
quando não houver expediente bancário no dia quinze, § 1º‑A. O empregador doméstico pode recolher a contri‑
facultada a opção prevista no §  15; (Redação dada pelo buição do segurado empregado a seu serviço e a parcela a
Decreto nº 4.729, de 2003) seu cargo relativas à competência novembro até o dia 20 de
III – a empresa adquirente, consumidora ou consignatária dezembro, juntamente com a contribuição referente à grati‑
ou a cooperativa são obrigadas a recolher a contribuição de ficação natalina – décimo terceiro salário – utilizando‑se de
que trata o art. 200 no prazo referido na alínea b do inciso um único documento de arrecadação. (Incluído pelo Decreto
I, no mês subsequente ao da operação de venda ou con‑ nº 6.722, de 2008)
signação da produção rural, independentemente de estas § 2º Se for o caso, a contribuição de que trata o § 1º será
operações terem sido realizadas diretamente com o produtor atualizada monetariamente a partir da data prevista para o
ou com o intermediário pessoa física; seu recolhimento, utilizando‑se o mesmo indexador defini‑
IV – o produtor rural pessoa física e o segurado espe‑ do para as demais contribuições arrecadadas pelo Instituto
cial são obrigados a recolher a contribuição de que trata Nacional do Seguro Social.
o art. 200 no prazo referido na alínea b do inciso I, no mês §  3º No caso de rescisão de contrato de trabalho,
subsequente ao da operação de venda, caso comercializem as contribuições devidas serão recolhidas no mesmo prazo
a sua produção com adquirente domiciliado no exterior, referido na alínea b do inciso I, do mês subsequente à res‑
diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física, a outro cisão, computando‑se em separado a parcela referente à
produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial; gratificação natalina – décimo terceiro salário.
V – (Revogado pelo Decreto nº 3.452, de 2000) §  4º A pessoa jurídica de direito privado beneficiada
VI – a pessoa física não produtor rural que adquire pro‑ pela isenção de que tratam os arts. 206 ou 207 é obrigada a
dução para venda, no varejo, a consumidor pessoa física é arrecadar a contribuição do segurado empregado e do tra‑
obrigada a recolher a contribuição de que trata o art. 200 no balhador avulso a seu serviço, descontando‑a da respectiva
prazo referido na alínea b do inciso I, no mês subsequente remuneração, e recolhê‑la no prazo referido na alínea b do
ao da operação de venda; inciso I.
VII – o produtor rural pessoa jurídica é obrigado a re‑ § 5º O desconto da contribuição e da consignação legal‑
colher a contribuição de que trata o inciso IV do caput do mente determinado sempre se presumirá feito, oportuna e
art. 201 e o § 8º do art. 202 no prazo referido na alínea b regularmente, pela empresa, pelo empregador doméstico,
do inciso I, no mês subsequente ao da operação de venda; pelo adquirente, consignatário e cooperativa a isso obriga‑
(Redação dada pelo Decreto nº 3.452, de 2000)) dos, não lhes sendo lícito alegarem qualquer omissão para
VIII – o empregador doméstico é obrigado a arrecadar
se eximirem do recolhimento, ficando os mesmos direta‑
a contribuição do segurado empregado doméstico a seu
mente responsáveis pelas importâncias que deixarem de
serviço e recolhê‑la, assim como a parcela a seu cargo, no
descontar ou tiverem descontado em desacordo com este
prazo referido no inciso II, cabendo‑lhe durante o período
Conhecimentos Específicos

da licença‑maternidade da empregada doméstica apenas o Regulamento.


recolhimento da contribuição a seu cargo, facultada a opção §  6º Sobre os valores das contribuições arrecadadas
prevista no § 16; pelo Instituto Nacional do Seguro Social e não recolhidas
IX – a empresa que remunera empregado licenciado para até a data de seu vencimento serão aplicadas na data do
exercer mandato de dirigente sindical é obrigada a recolher pagamento as disposições dos arts. 238 e 239.
a contribuição deste, bem como as parcelas a seu cargo, na § 7º Para apuração e constituição dos créditos a que se
forma deste artigo; refere o § 1º do art. 348, a seguridade social utilizará como
X  – a entidade sindical que remunera dirigente que base de incidência o valor da média aritmética simples dos
mantém a qualidade de segurado empregado, licenciado maiores salários de contribuição correspondentes a oitenta
da empresa, ou trabalhador avulso é obrigada a recolher a por cento de todo o período contributivo decorrido desde
contribuição destes, bem como as parcelas a seu cargo, na a competência julho de 1994, ainda que não recolhidas as
forma deste artigo; e contribuições correspondentes, corrigidos mês a mês pelos

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mesmos índices utilizados para a obtenção do salário de para amortização de parcela do débito, nos termos da Lei
benefício na forma deste Regulamento, observado o limite nº 8.870, de 1994.
máximo a que se refere o § 5º do art. 214. (Redação dada § 20. Na hipótese de o contribuinte individual prestar
pelo Decreto nº 6.042, de 2007) serviço a outro contribuinte individual equiparado a empresa
§ 8º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008) ou a produtor rural pessoa física ou a missão diplomática e
§ 9º No caso de o segurado manifestar interesse em in‑ repartição consular de carreira estrangeiras, poderá deduzir,
denizar contribuições relativas a período em que o exercício da sua contribuição mensal, quarenta e cinco por cento da
de atividade remunerada não exigia filiação obrigatória à contribuição patronal do contratante, efetivamente recolhida
previdência social, aplica‑se, desde que a atividade tenha se ou declarada, incidente sobre a remuneração que este lhe
tornado de filiação obrigatória, o disposto no § 7º. (Redação tenha pago ou creditado, no respectivo mês, limitada a nove
dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) por cento do respectivo salário de contribuição. (Redação
§ 10. O disposto no § 7º não se aplica aos casos de con‑ dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
tribuições em atraso de segurado contribuinte individual não § 21. Para efeito de dedução, considera‑se contribuição
alcançadas pela decadência do direito de a previdência social declarada a informação prestada na Guia de Recolhimento
constituir o respectivo crédito, obedecendo‑se, em relação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
a elas, às disposições do caput e §§ 2º a 6º do art. 239. (Re­ Previdência Social ou declaração fornecida pela empresa ao
dação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) segurado, onde conste, além de sua identificação completa,
§  11. Para o segurado recolher contribuições relativas inclusive com o número no Cadastro Nacional de Pessoas
a perío­do anterior à sua inscrição, aplica‑se o disposto nos Jurídicas, o nome e o número da inscrição do contribuinte
§§ 7º a 10. individual, o valor da retribuição paga e o compromisso de
§ 12. Somente será feito o reconhecimento da filiação que esse valor será incluído na citada Guia de Recolhimento
nas situações referidas nos §§ 7º, 9º e 11 após o efetivo re‑ do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
colhimento das contribuições relativas ao período em que for Previdência Social e efetuado o recolhimento da correspon‑
comprovado o exercício da atividade remunerada. (Redação dente contribuição. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) § 22. (Revogado pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
§  13. No caso de indenização relativa ao exercício de §  23.  O contribuinte individual que não comprovar a
atividade remunerada para fins de contagem recíproca regularidade da dedução de que tratam os §§ 20 e 21 terá
correspondente a período de filiação obrigatória ou não, na glosado o valor indevidamente deduzido, devendo comple‑
forma do inciso IV do art. 127, a base de incidência será a mentar as contribuições com os acréscimos legais devidos.
remuneração da data do requerimento sobre a qual incidem (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
as contribuições para o regime próprio de previdência social § 24. (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
a que estiver filiado o interessado, observados os limites a § 25. Relativamente aos que recebem salário variável,
que se referem os §§ 3º e 5º do art. 214. (Redação dada pelo o  recolhimento da contribuição decorrente de eventual
Decreto nº 3.265, de 1999) diferença da gratificação natalina (13º salário) deverá ser efe‑
§ 14. Sobre os salários de contribuição apurados na forma tuado juntamente com a competência dezembro do mesmo
dos §§ 7º a 11 e 13 será aplicada a alíquota de vinte por cento, ano. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
e o resultado multiplicado pelo número de meses do período § 26. A alíquota de contribuição a ser descontada pela
a ser indenizado, observado o disposto no § 8º do art. 239. empresa da remuneração paga, devida ou creditada ao
§ 15. É facultado aos segurados contribuinte individual contribuinte individual a seu serviço, observado o limite
e facultativo, cujos salários de contribuição sejam iguais ao máximo do salário de contribuição, é de onze por cento no
valor de um salário mínimo, optarem pelo recolhimento tri‑ caso das empresas em geral e de vinte por cento quando se
mestral das contribuições previdenciárias, com vencimento tratar de entidade beneficente de assistência social isenta
no dia quinze do mês seguinte ao de cada trimestre civil, das contribuições sociais patronais. (Incluído pelo Decreto
prorrogando‑se o vencimento para o dia útil subsequente nº 4.729, de 2003)
quando não houver expediente bancário no dia quinze. §  27. O  contribuinte individual contratado por pessoa
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) jurídica obrigada a proceder à arrecadação e ao recolhimento
§ 16. Aplica‑se o disposto no parágrafo anterior ao em‑ da contribuição por ele devida, cuja remuneração recebida
pregador doméstico relativamente aos empregados a seu ou creditada no mês, por serviços prestados a ela, for infe‑
serviço, cujos salários de contribuição sejam iguais ao valor rior ao limite mínimo do salário de contribuição, é obrigado
de um salário mínimo, ou inferiores nos casos de admissão, a complementar sua contribuição mensal, diretamente,
dispensa ou fração do salário em razão de gozo de benefício. mediante a aplicação da alíquota estabelecida no art. 199
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) sobre o valor resultante da subtração do valor das remu‑
§ 17. A inscrição do segurado no segundo ou terceiro mês nerações recebidas das pessoas jurídicas do valor mínimo
do trimestre civil não altera a data de vencimento prevista do salário de contribuição mensal. (Incluído pelo Decreto
no § 15, no caso de opção pelo recolhimento trimestral. nº 4.729, de 2003)
Conhecimentos Específicos

§ 18. Não é permitida a opção prevista no § 16 relativa‑ § 28. Cabe ao próprio contribuinte individual que pres‑
mente à contribuição correspondente à gratificação nata‑ tar serviços, no mesmo mês, a mais de uma empresa, cuja
lina – décimo terceiro salário – do empregado doméstico, soma das remunerações superar o limite mensal do salário
observado o disposto no § 1º e as demais disposições que de contribuição, comprovar às que sucederem à primeira o
regem a matéria. valor ou valores sobre os quais já tenha incidido o desconto
§  19. Fica autorizada, nos termos deste Regulamen‑ da contribuição, de forma a se observar o limite máximo
to, a  compensação de contribuições devidas ao Instituto do salário de contribuição. (Incluído pelo Decreto nº 4.729,
Nacional do Seguro Social, pelos hospitais contratados ou de 2003)
conveniados com o Sistema Único de Saúde com parcela dos § 29. Na hipótese do § 28, o Instituto Nacional do Seguro
créditos correspondentes a faturas emitidas para recebimen‑ Social poderá facultar ao contribuinte individual que prestar,
to de internações hospitalares, cujo valor correspondente regularmente, serviços a uma ou mais empresas, cuja soma
será retido pelo órgão pagador do Sistema Único de Saúde das remunerações seja igual ou superior ao limite mensal

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do salário de contribuição, indicar qual ou quais empresas §  4º Aplica‑se o disposto neste artigo às contratações
e sobre qual valor deverá proceder o desconto da contri‑ feitas por organismos internacionais, em programas de coo‑
buição, de forma a respeitar o limite máximo, e dispensar peração e operações de mútua conveniência entre estes e o
as demais dessa providência, bem como atribuir ao próprio governo brasileiro. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
contribuinte individual a responsabilidade de complementar Art. 217. Na requisição de mão de obra de trabalhador
a respectiva contribuição até o limite máximo, na hipótese avulso efetuada em conformidade com as Leis nºs 8.630, de
de, por qualquer razão, deixar de receber remuneração ou 1993, e 9.719, de 27 de novembro de 1998, o responsável
receber remuneração inferior às indicadas para o desconto. pelas obrigações previstas neste Regulamento, em relação
(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) aos segurados que lhe prestem serviços, é  o operador
§ 30. Aplica‑se o disposto neste artigo, no que couber portuário, o tomador de mão de obra, inclusive o titular de
e observado o § 31, à cooperativa de trabalho em relação instalação portuária de uso privativo, observadas as normas
à contribuição devida pelo seu cooperado. (Incluído pelo fixadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social.
Decreto nº 4.729, de 2003) § 1º O operador portuário ou titular de instalação de uso
§ 31. A cooperativa de trabalho é obrigada a descontar privativo repassará ao órgão gestor de mão de obra, até vinte
onze por cento do valor da quota distribuída ao cooperado e quatro horas após a realização dos serviços:(Redação dada
por serviços por ele prestados, por seu intermédio, a em‑ pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
presas e vinte por cento em relação aos serviços prestados I  – o valor da remuneração devida aos trabalhadores
a pessoas físicas e recolher o produto dessa arrecadação no portuários avulsos, inclusive a referente às férias e à gratifi‑
dia vinte do mês seguinte ao da competência a que se referir, cação natalina; e (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
antecipando‑se o vencimento para o dia útil imediatamente II – o valor da contribuição patronal previdenciária cor‑
anterior quando não houver expediente bancário no dia respondente e o valor daquela devida a terceiros conforme o
vinte. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) art. 274. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
§ 32. São excluídos da obrigação de arrecadar a contribui‑ § 2º O órgão gestor de mão de obra é responsável:(Redação
ção do contribuinte individual que lhe preste serviço o pro‑ dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
dutor rural pessoa física, a missão diplomática, a repartição I  – pelo pagamento da remuneração ao trabalhador
consular e o contribuinte individual. (Incluído pelo Decreto portuário avulso;(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
nº 4.729, de 2003) II – pela elaboração da folha de pagamento;(Incluído pelo
§ 33. Na hipótese prevista no § 32, cabe ao contribuinte Decreto nº 4.032, de 2001)
individual recolher a própria contribuição, sendo a alíquo‑ III  – pelo preenchimento e entrega da Guia de Reco‑
ta, neste caso, de vinte por cento, observado o disposto lhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
nos §§ 20, 21 e 23. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, Informações à Previdência Social; e (Incluído pelo Decreto
de 2008) nº 4.032, de 2001)
§ 34. O recolhimento da contribuição do produtor rural
IV – pelo recolhimento das contribuições de que tratam o
pessoa física ou produtor rural pessoa jurídica, quando hou‑
art. 198, o inciso I do caput do art. 201 e os arts. 202 e 274,
ver, será efetuado pela Companhia Nacional de Abastecimen‑
incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada
to – Conab, à conta do Programa de Aquisição de Alimentos,
aos trabalhadores portuários avulsos, inclusive sobre férias e
instituído pelo art.  19 da Lei nº  10.696, de 2 de julho de
gratificação natalina, no prazo previsto na alínea b do inciso I
2003, na aquisição de produtos agropecuários no âmbito do
do art. 216. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
referido Programa. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
Art. 216-A. Os órgãos da administração pública direta, § 3º (Revogado pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
indireta e fundações públicas da União, bem como as demais § 4º O prazo previsto no § 1º pode ser alterado mediante
entidades integrantes do Sistema Integrado de Administração convenção coletiva firmada entre entidades sindicais re‑
Financeira do Governo Federal ao contratarem pessoa física presentativas dos trabalhadores e operadores portuários,
para prestação de serviços eventuais, sem vínculo empregatí‑ observado o prazo legal para recolhimento dos encargos pre‑
cio, inclusive como integrante de grupo‑tarefa, deverão obter videnciários. (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
dela a respectiva inscrição no Instituto Nacional do Seguro § 5º A contribuição do trabalhador avulso, relativamente
Social, como contribuinte individual, ou providenciá‑la em à gratificação natalina, será calculada com base na alíquota
nome dela, caso não seja inscrita, e proceder ao desconto correspondente ao seu salário de contribuição mensal. (Re­
e recolhimento da respectiva contribuição, na forma do dação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
art. 216. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) § 6º O salário‑família devido ao trabalhador portuário
§  1º Aplica‑se o disposto neste artigo mesmo que o avulso será pago pelo órgão gestor de mão de obra, mediante
contratado exerça concomitantemente uma ou mais ativi‑ convênio, que se incumbirá de demonstrá‑lo na folha de
dades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social pagamento correspondente.
ou por qualquer outro regime de previdência social ou seja Art. 218. A empresa tomadora ou requisitante dos servi‑
ços de trabalhador avulso, cuja contratação de pessoal não
Conhecimentos Específicos

aposentado por qualquer regime previdenciário. (Incluído


pelo Decreto nº 4.032, de 2001) for abrangida pelas Leis nºs 8.630, de 1993, e 9.719, de 1998,
§ 2º O contratado que já estiver contribuindo para o Regi‑ é  responsável pelo cumprimento de todas as obrigações
me Geral de Previdência Social na condição de empregado ou previstas neste Regulamento, bem como pelo preenchimento
trabalhador avulso sobre o limite máximo do salário de con‑ e entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia
tribuição deverá comprovar esse fato e, se a sua contribuição do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social em
nessa condição for inferior ao limite máximo, a contribuição relação aos segurados que lhe prestem serviços, observadas
como contribuinte individual deverá ser complementar, as normas fixadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social.
respeitando, no conjunto, aquele limite, procedendo‑se, no §  1º O salário‑família devido ao trabalhador avulso
caso, de conformidade com o disposto no § 28 do art. 216. mencionado no caput será pago pelo sindicato de classe
(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) respectivo, mediante convênio, que se incumbirá de elaborar
§ 3º (Revogado pelo Decreto nº 4.729, de 2003) as folhas correspondentes.

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§ 2º O tomador de serviços é responsável pelo recolhi‑ § 5º O contratado deverá elaborar folha de pagamento
mento das contribuições de que tratam o art. 198, o inciso e Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo
I do caput do art. 201 e os arts. 202 e 274, incidentes sobre de Serviço e Informações à Previdência Social distintas para
a remuneração paga, devida ou creditada ao trabalhador cada estabelecimento ou obra de construção civil da empresa
avulso, inclusive sobre férias e gratificação natalina, no prazo contratante do serviço.
previsto na alínea b do inciso I do art. 216. (Redação dada § 6º A empresa contratante do serviço deverá manter em
pelo Decreto nº 4.032, de 2001) boa guarda, em ordem cronológica e por contratada, as cor‑
respondentes notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de
Seção II serviços, Guias da Previdência Social e Guias de Recolhimento
Da Retenção e da Responsabilidade Solidária do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
Previdência Social com comprovante de entrega.
Art. 219. A empresa contratante de serviços executados §  7º Na contratação de serviços em que a contratada
mediante cessão ou empreitada de mão de obra, inclusive se obriga a fornecer material ou dispor de equipamentos,
em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por fica facultada ao contratado a discriminação, na nota fiscal,
cento do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de fatura ou recibo, do valor correspondente ao material ou
prestação de serviços e recolher a importância retida em equipamentos, que será excluído da retenção, desde que
nome da empresa contratada, observado o disposto no § 5º contratualmente previsto e devidamente comprovado.
do art. 21679. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) §  8º Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social nor‑
§  1º Exclusivamente para os fins deste Regulamento, matizar a forma de apuração e o limite mínimo do valor
entende‑se como cessão de mão de obra a colocação à do serviço contido no total da nota fiscal, fatura ou recibo,
disposição do contratante, em suas dependências ou nas quando, na hipótese do parágrafo anterior, não houver
de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, previsão contratual dos valores correspondentes a material
relacionados ou não com a atividade fim da empresa, in‑ ou a equipamentos.
dependentemente da natureza e da forma de contratação, § 9º Na impossibilidade de haver compensação integral
inclusive por meio de trabalho temporário na forma da Lei na própria competência, o saldo remanescente poderá ser
nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, entre outros. compensado nas competências subsequentes, inclusive na
§ 2º Enquadram‑se na situação prevista no caput os se‑ relativa à gratificação natalina, ou ser objeto de restituição,
guintes serviços realizados mediante cessão de mão de obra: não sujeitas ao disposto no § 3º do art. 247. (Redação dada
I – limpeza, conservação e zeladoria; pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
II – vigilância e segurança; § 10. Para fins de recolhimento e de compensação da
III – construção civil; importância retida, será considerada como competência
IV – serviços rurais; aquela a que corresponder à data da emissão da nota fiscal,
V – digitação e preparação de dados para processamento; fatura ou recibo.
VI – acabamento, embalagem e acondicionamento de § 11. As importâncias retidas não podem ser compensa‑
produtos; das com contribuições arrecadadas pelo Instituto Nacional
VII – cobrança; do Seguro Social para outras entidades.
VIII – coleta e reciclagem de lixo e resíduos; §  12. O  percentual previsto no caput será acrescido
IX – copa e hotelaria; de quatro, três ou dois pontos percentuais, relativamente
X – corte e ligação de serviços públicos; aos serviços prestados pelos segurados empregado, cuja
XI – distribuição; atividade permita a concessão de aposentadoria especial,
XII – treinamento e ensino; após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição,
XIII – entrega de contas e documentos; respectivamente. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
XIV – ligação e leitura de medidores; Art. 220. O  proprietário, o  incorporador definido na
XV  – manutenção de instalações, de máquinas e de Lei nº 4.591, de 1964, o dono da obra ou condômino da
equipamentos; unidade imobiliária cuja contratação da construção, re-
XVI – montagem; forma ou acréscimo não envolva cessão de mão de obra,
XVII – operação de máquinas, equipamentos e veículos; são solidários com o construtor80, e este e aqueles com a
XVIII – operação de pedágio e de terminais de transporte; subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com
XIX – operação de transporte de passageiros, inclusive a seguridade social, ressalvado o seu direito regressivo contra
nos casos de concessão ou subconcessão; (Redação dada o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de
pelo Decreto nº 4.729, de 2003) importância a este devida para garantia do cumprimento
XX – portaria, recepção e ascensorista; dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese,
XXI – recepção, triagem e movimentação de materiais; o benefício de ordem.
XXII – promoção de vendas e eventos; § 1º Não se considera cessão de mão de obra, para os
XXIII – secretaria e expediente; fins deste artigo, a contratação de construção civil em que
XXIV – saúde; e a empresa construtora assuma a responsabilidade direta e
XXV – telefonia, inclusive telemarketing. total pela obra ou repasse o contrato integralmente.
Conhecimentos Específicos

§ 3º Os serviços relacionados nos incisos I a V também § 2º O executor da obra deverá elaborar, distintamente
estão sujeitos à retenção de que trata o caput quando con‑ para cada estabelecimento ou obra de construção civil da
tratados mediante empreitada de mão de obra. empresa contratante, folha de pagamento, Guia de Reco‑
§ 4º O valor retido de que trata este artigo deverá ser lhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e In‑
destacado na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de formações à Previdência Social e Guia da Previdência Social,
serviços, sendo compensado pelo respectivo estabeleci‑ cujas cópias deverão ser exigidas pela empresa contratante
mento da empresa contratada quando do recolhimento das quando da quitação da nota fiscal ou fatura, juntamente com
contribuições destinadas à seguridade social devidas sobre o comprovante de entrega daquela Guia.
a folha de pagamento dos segurados. § 3º A responsabilidade solidária de que trata o caput
será elidida:
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/SRFB/Analista Tributário/2009 e
79

Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009. Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.


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I – pela comprovação, na forma do parágrafo anterior, do IV – informar mensalmente ao Instituto Nacional do Segu‑
recolhimento das contribuições incidentes sobre a remune‑ ro Social, por intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo
ração dos segurados, incluída em nota fiscal ou fatura cor‑ de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência
respondente aos serviços executados, quando corroborada Social, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos
por escrituração contábil; e os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras
II – pela comprovação do recolhimento das contribuições informações de interesse daquele Instituto;
incidentes sobre a remuneração dos segurados, aferidas V – encaminhar ao sindicato representativo da categoria
indiretamente nos termos, forma e percentuais previstos profissional mais numerosa entre seus empregados, até o
pelo Instituto Nacional do Seguro Social; dia dez de cada mês, cópia da Guia da Previdência Social
III  – pela comprovação do recolhimento da retenção relativamente à competência anterior; e
permitida no caput deste artigo, efetivada nos termos do VI – afixar cópia da Guia da Previdência Social, relativa‑
art. 219. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) mente à competência anterior, durante o período de um mês,
no quadro de horário de que trata o art. 74 da Consolidação
§ 4º Considera‑se construtor, para os efeitos deste Re-
das Leis do Trabalho.
gulamento, a pessoa física ou jurídica que executa obra sob
VII  – informar, anualmente, à  Secretaria da Receita
sua responsabilidade, no todo ou em parte81.
Fe­deral do Brasil, na forma por ela estabelecida, o nome,
Art. 221. Exclui‑se da responsabilidade solidária perante a o número de inscrição na previdência social e o endereço
seguridade social o adquirente de prédio ou unidade imobili‑ completo dos segurados de que trata o inciso III do § 15 do
ária que realize a operação com empresa de comercialização art. 9º, por ela utilizados no período, a qualquer título, para
ou com incorporador de imóveis definido na Lei nº 4.591, distribuição ou comercialização de seus produtos, sejam
de 1964, ficando estes solidariamente responsáveis com o eles de fabricação própria ou de terceiros, sempre que se
construtor, na forma prevista no art. 220. tratar de empresa que realize vendas diretas. (Incluído pelo
Art. 222. As empresas que integram grupo econômico Decreto nº 6.722, de 2008)
de qualquer natureza, bem como os produtores rurais inte‑ § 1º As informações prestadas na Guia de Recolhimento
grantes do consórcio simplificado de que trata o art. 200-A, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações decor‑ Previdência Social servirão como base de cálculo das contri‑
rentes do disposto neste Regulamento. (Redação dada pelo buições arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social,
Decreto nº 4.032, de 2001) comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão
Art. 223. O operador portuário e o órgão gestor de mão dos benefícios previdenciários, bem como constituir‑se‑ão
de obra são solidariamente responsáveis pelo pagamento em termo de confissão de dívida, na hipótese do não reco‑
das contribuições previdenciárias e demais obrigações, in‑ lhimento.
clusive acessórias, devidas à seguridade social, arrecadadas § 2º A entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de
pelo Instituto Nacional do Seguro Social, relativamente à Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência
requisição de mão de obra de trabalhador avulso, vedada a Social deverá ser efetuada na rede bancária, conforme esta‑
invocação do benefício de ordem. belecido pelo Ministério da Previdência e Assistência Social,
Art. 224. Os administradores de autarquias e fundações até o dia sete do mês seguinte àquele a que se referirem as
públicas, criadas ou mantidas pelo Poder Público, de em‑ informações. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
presas públicas e de sociedades de economia mista sujeitas § 3º A Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do
ao controle da União, dos Estados, do Distrito Federal ou Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social é exi‑
dos Municípios, que se encontrarem em mora por mais de gida relativamente a fatos geradores ocorridos a partir de
trinta dias, no recolhimento das contribuições previstas neste janeiro de 1999.
Regulamento, tornam‑se solidariamente responsáveis pelo §  4º O preenchimento, as  informações prestadas e a
respectivo pagamento, ficando ainda sujeitos às proibições entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do
do art. 1º e às sanções dos arts. 4º e 7º do Decreto‑Lei nº 368, Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social são de
de 19 de dezembro de 1968. inteira responsabilidade da empresa.
Art. 224-A. O disposto nesta Seção não se aplica à contra‑ § 5º A empresa deverá manter à disposição da fiscali‑
tação de serviços por intermédio de cooperativa de trabalho. zação, durante dez anos, os  documentos comprobatórios
(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) do cumprimento das obrigações referidas neste artigo,
observados o disposto no § 22 e as normas estabelecidas
Seção III pelos órgãos competentes. (Redação dada pelo Decreto
Das Obrigações Acessórias nº 4.729, de 2003)
§  6º O Instituto Nacional do Seguro Social e a Caixa
Art. 225. A empresa é também obrigada a: Econômica Federal estabelecerão normas para disciplinar a
I – preparar folha de pagamento da remuneração paga, entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do
devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, nos
devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da casos de rescisão contratual.
Conhecimentos Específicos

respectiva folha e recibos de pagamentos; § 7º A comprovação dos pagamentos de benefícios reem‑
II – lançar mensalmente em títulos próprios de sua conta‑ bolsados à empresa também deve ser mantida à disposição
bilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas da fiscalização durante dez anos.
as contribuições, o  montante das quantias descontadas, § 8º O disposto neste artigo aplica‑se, no que couber,
aos  demais contribuintes e ao adquirente, consignatário
as contribuições da empresa e os totais recolhidos;
ou cooperativa, sub‑rogados na forma deste Regulamento.
III – prestar ao Instituto Nacional do Seguro Social e à
§ 9º A folha de pagamento de que trata o inciso I do caput,
Secretaria da Receita Federal todas as informações cadas‑
elaborada mensalmente, de forma coletiva por estabeleci‑
trais, financeiras e contábeis de interesse dos mesmos, na
mento da empresa, por obra de construção civil e por toma‑
forma por eles estabelecida, bem como os esclarecimentos dor de serviços, com a correspondente totalização, deverá:
necessários à fiscalização; I – discriminar o nome dos segurados, indicando cargo,
Esaf/SRFB/Auditor Fiscal/2009.
81 função ou serviço prestado;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal. 153
II – agrupar os segurados por categoria, assim entendi‑ §  17. A  empresa, agência ou sucursal estabelecida no
do: segurado empregado, trabalhador avulso, contribuinte exterior deverá apresentar os documentos comprobatórios
indivi­dual; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) do cumprimento das obrigações referidas neste artigo à
III – destacar o nome das seguradas em gozo de salá‑ sua congênere no Brasil, observada a solidariedade de que
rio‑maternidade; trata o art. 222.
IV – destacar as parcelas integrantes e não integrantes §  18. Para o cumprimento do disposto no inciso V do
da remuneração e os descontos legais; e caput serão observadas as seguintes situações:
V – indicar o número de quotas de salário‑família atri‑ I – caso a empresa possua mais de um estabelecimento
buídas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso. localizado em base geográfica diversa, a cópia da Guia da
§ 10. No que se refere ao trabalhador portuário avulso, Previdência Social será encaminhada ao sindicato repre‑
o órgão gestor de mão de obra elaborará a folha de pagamen‑ sentativo da categoria profissional mais numerosa entre os
to por navio, mantendo‑a disponível para uso da fiscalização empregados de cada estabelecimento;
do Instituto Nacional do Seguro Social, indicando o operador II – a empresa que recolher suas contribuições em mais
portuá­rio e os trabalhadores que participaram da operação, de uma Guia da Previdência Social encaminhará cópia de
detalhando, com relação aos últimos: todas as guias;
I – os correspondentes números de registro ou cadastro III – a remessa poderá ser efetuada por qualquer meio
no órgão gestor de mão de obra; que garanta a reprodução integral do documento, cabendo
II – o cargo, função ou serviço prestado; à empresa manter, em seus arquivos, prova do recebimento
III – os turnos em que trabalharam; e pelo sindicato; e
IV  – as remunerações pagas, devidas ou creditadas a IV – cabe à empresa a comprovação, perante a fiscaliza‑
cada um dos trabalhadores e a correspondente totalização. ção do Instituto Nacional do Seguro Social, do cumprimento
§  11. No que se refere ao parágrafo anterior, o  órgão de sua obrigação frente ao sindicato.
gestor de mão de obra consolidará as folhas de pagamento § 19. O órgão gestor de mão de obra deverá, quando
relativas às operações concluídas no mês anterior por opera‑ exigido pela fiscalização do Instituto Nacional do Seguro
dor portuário e por trabalhador portuário avulso, indicando, Social, exibir as listas de escalação diária dos trabalhadores
com relação a estes, os respectivos números de registro ou portuários avulsos, por operador portuário e por navio.
cadastro, as datas dos turnos trabalhados, as importâncias § 20. Caberá exclusivamente ao órgão gestor de mão de
pagas e os valores das contribuições previdenciárias retidas. obra a responsabilidade pela exatidão dos dados lançados
§  12. Para efeito de observância do limite máximo da nas listas diárias referidas no parágrafo anterior.
contribuição do segurado trabalhador avulso, de que trata § 21. Fica dispensado do cumprimento do disposto nos
o art. 198, o órgão gestor de mão de obra manterá resumo incisos V e VI do caput o contribuinte individual, em relação a
mensal e acumulado, por trabalhador portuário avulso, dos segurado que lhe presta serviço. (Redação dada pelo Decreto
valores totais das férias, do décimo terceiro salário e das nº 3.265, de 1999)
contribuições previdenciárias retidas. § 22 A empresa que utiliza sistema de processamento
§ 13. Os lançamentos de que trata o inciso II do caput, eletrônico de dados para o registro de negócios e atividades
devidamente escriturados nos livros Diário e Razão, serão econômicas, escrituração de livros ou produção de documen‑
exigidos pela fiscalização após noventa dias contados da tos de natureza contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária é
ocorrência dos fatos geradores das contribuições, devendo, obrigada a arquivar e conservar, devidamente certificados,
obrigatoriamente: os respectivos sistemas e arquivos, em meio digital ou as‑
I – atender ao princípio contábil do regime de compe‑ semelhado, durante dez anos, à disposição da fiscalização.
tência; e (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
II – registrar, em contas individualizadas, todos os fatos § 23. A cooperativa de trabalho e a pessoa jurídica são
geradores de contribuições previdenciárias de forma a obrigadas a efetuar a inscrição no Instituto Nacional do
identificar, clara e precisamente, as rubricas integrantes e Seguro Social dos seus cooperados e contratados, respec‑
não integrantes do salário de contribuição, bem como as tivamente, como contribuintes individuais, se ainda não
contribuições descontadas do segurado, as da empresa e os inscritos. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
totais recolhidos, por estabelecimento da empresa, por obra § 24. A empresa ou cooperativa adquirente, consumidora
de construção civil e por tomador de serviços. ou consignatária da produção fica obrigada a fornecer ao
§ 14. A empresa deverá manter à disposição da fiscaliza‑ segurado especial cópia do documento fiscal de entrada
ção os códigos ou abreviaturas que identifiquem as respecti‑ da mercadoria, onde conste, além do registro da operação
vas rubricas utilizadas na elaboração da folha de pagamento, realizada, o valor da respectiva contribuição previdenciária.
bem como os utilizados na escrituração contábil. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
§ 15. A exigência prevista no inciso II do caput não deso‑
Art. 226. O  Município, por intermédio do órgão com‑
briga a empresa do cumprimento das demais normas legais e
petente, fornecerá ao Instituto Nacional do Seguro Social,
regulamentares referentes à escrituração contábil.
para fins de fiscalização, mensalmente, relação de todos os
§ 16. São desobrigadas de apresentação de escrituração
contábil: (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) alvarás para construção civil e documentos de “habite‑se”
Conhecimentos Específicos

I  – o pequeno comerciante, nas condições estabeleci‑ concedidos, de acordo com critérios estabelecidos pelo
das pelo Decreto‑Lei nº 486, de 3 de março de 1969, e seu referido Instituto.
Regulamento; § 1º A relação a que se refere o caput será encaminhada
II – a pessoa jurídica tributada com base no lucro presu‑ ao INSS até o dia dez do mês seguinte àquele a que se referi‑
mido, de acordo com a legislação tributária federal, desde rem os documentos. (Redação dada pelo Decreto nº 4.032,
que mantenha a escrituração do Livro Caixa e Livro de Re‑ de 2001)
gistro de Inventário; e § 2º O encaminhamento da relação fora do prazo ou a
III – a pessoa jurídica que optar pela inscrição no Sistema sua falta e a apresentação com incorreções ou omissões su‑
Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das jeitará o dirigente do órgão municipal à penalidade prevista
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, desde que na alínea f do inciso I do art. 283.
mantenha escrituração do Livro Caixa e Livro de Registro Art. 227. (Revogado pelo Decreto nº 8.302, de 4 de se­
de Inventário. tembro de 2014)

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154 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 228. O titular de cartório de registro civil e de pessoas IV – normatizar procedimentos relativos à arrecadação,
naturais fica obrigado a comunicar, até o dia dez de cada fiscalização e cobrança das contribuições de que trata o
mês, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro inciso I.
Social, o registro dos óbitos ocorridos no mês imediatamente
anterior, devendo da comunicação constar o nome, a filiação, Seção V
a data e o local de nascimento da pessoa falecida. Do Exame da Contabilidade
Parágrafo único. No caso de não haver sido registrado
nenhum óbito, deverá o titular do cartório comunicar esse Art. 231. É prerrogativa do Ministério da Previdência e
fato ao Instituto Nacional do Seguro Social, no prazo estipu‑ Assistência Social, do Instituto Nacional do Seguro Social e
lado no caput. da Secretaria da Receita Federal o exame da contabilidade
da empresa, não prevalecendo para esse efeito o disposto
Seção IV nos arts. 17 e 18 do Código Comercial, ficando obrigados a
Da Competência para Arrecadar, Fiscalizar e Cobrar empresa e o segurado a prestarem todos os esclarecimentos
e informações solicitados.
Art. 229. O Instituto Nacional do Seguro Social é o órgão Art. 232. A empresa, o servidor de órgão público da admi‑
competente para: nistração direta e indireta, o segurado da previdência social,
I – arrecadar e fiscalizar o recolhimento das contribuições o  serventuário da Justiça, o  síndico ou seu representante
sociais previstas nos incisos I, II, III, IV e V do parágrafo único legal, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação
do art. 195, bem como as contribuições incidentes a título de judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os docu‑
substituição; (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001) mentos e livros relacionados com as contribuições previstas
II – constituir seus créditos por meio dos correspondentes neste Regulamento.
lançamentos e promover a respectiva cobrança; Art. 233. Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer
III – aplicar sanções; e documento ou informação, ou sua apresentação deficien‑
IV – normatizar procedimentos relativos à arrecadação, te, o Instituto Nacional do Seguro Social e a Secretaria da
fiscalização e cobrança das contribuições referidas no inciso I. Receita Federal podem, sem prejuízo da penalidade cabível
§ 1º Os Auditores Fiscais da Previdência Social terão livre nas esferas de sua competência, lançar de ofício importância
acesso a todas as dependências ou estabelecimentos da que reputarem devida, cabendo à empresa, ao empregador
empresa, com vistas à verificação física dos segurados em doméstico ou ao segurado o ônus da prova em contrário.
serviço, para confronto com os registros e documentos da Parágrafo único. Considera‑se deficiente o documento ou
informação apresentada que não preencha as formalidades
empresa, podendo requisitar e apreender livros, notas téc‑
legais, bem como aquele que contenha informação diversa
nicas e demais documentos necessários ao perfeito desem‑
da realidade, ou, ainda, que omita informação verdadeira.
penho de suas funções, caracterizando‑se como embaraço
Art. 234. Na falta de prova regular e formalizada, o mon‑
à fiscalização qualquer dificuldade oposta à consecução do
tante dos salários pagos pela execução de obra de construção
objetivo. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
civil pode ser obtido mediante cálculo da mão de obra empre‑
§ 2º Se o Auditor Fiscal da Previdência Social constatar
gada, proporcional à área construída e ao padrão de execução
que o segurado contratado como contribuinte individual,
da obra, de acordo com critérios estabelecidos pelo Instituto
trabalhador avulso, ou sob qualquer outra denominação, Nacional do Seguro Social, cabendo ao proprietário, dono
preenche as condições referidas no inciso I do caput do da obra, incorporador, condômino da unidade imobiliária
art. 9º, deverá desconsiderar o vínculo pactuado e efetuar o ou empresa corresponsável o ônus da prova em contrário.
enquadramento como segurado empregado. (Redação dada Art. 235. Se, no exame da escrituração contábil e de
pelo Decreto nº 3.265, de 1999) qualquer outro documento da empresa, a fiscalização cons‑
§ 3º A fiscalização das entidades fechadas de previdência tatar que a contabilidade não registra o movimento real da
privada, estabelecida na Lei nº 6.435, de 15 de julho de 1977, remuneração dos segurados a seu serviço, da receita ou do
será exercida pelos Fiscais de Contribuições Previdenciárias faturamento e do lucro, esta será desconsiderada, sendo
do Instituto Nacional do Seguro Social, devidamente cre‑
apuradas e lançadas de ofício as contribuições devidas,
denciados pelo órgão próprio, sem prejuízo das atribuições
cabendo à empresa o ônus da prova em contrário.
e vantagens a que fazem jus, conforme disposto no Decreto
Art. 236. Deverá ser dado tratamento especial ao exa‑
nº 1.317, de 29 de novembro de 1994.
me da documentação que envolva operações ou assuntos
§ 4º A fiscalização dos regimes próprios de previdência
social dos servidores públicos e dos militares da União, dos de caráter sigiloso, ficando o fiscal responsável obrigado à
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos guarda da informação e à sua utilização exclusivamente nos
da Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, será exercida documentos elaborados em decorrência do exercício de
pelos Fiscais de Contribuições Previdenciárias do Instituto suas atividades.
Nacional do Seguro Social, devidamente credenciados pelo Art. 237. A  autoridade policial prestará à fiscalização,
órgão próprio, sem prejuízo das atribuições e vantagens a mediante solicitação, o auxílio necessário ao regular desem‑
que fazem jus, conforme orientação expedida pelo Ministério penho dessa atividade.
da Previdência e Assistência Social.
Seção VI
Conhecimentos Específicos

§  5º Aplica‑se à fiscalização de que tratam os §§  3º e


4º o disposto na Lei nº 8.212, de 1991, neste Regulamento Das Contribuições e Outras Importâncias não
e demais dispositivos da legislação previdenciária, no que Recolhidas até o Vencimento
couber e não colidir com os preceitos das Leis nºs 6.435, de
1977, e 9.717, de 1998. Art. 238. Os créditos de qualquer natureza da seguridade
Art. 230. A Secretaria da Receita Federal é o órgão com‑ social, constituídos ou não, vencidos até 31 de dezembro
petente para: de 1991 e não pagos até 2 de janeiro de 1992, serão atua‑
I – arrecadar e fiscalizar o recolhimento das contribuições lizados monetariamente com base na legislação aplicável e
sociais previstas nos incisos VI e VII do parágrafo único do convertidos, nessa data, em quantidade de Unidade Fiscal
art. 195; de Referência diária.
II – constituir seus créditos por meio dos correspondentes § 1º Os juros de mora calculados até 2 de janeiro de 1992
lançamentos e promover a respectiva cobrança; serão, também, convertidos em Unidade Fiscal de Referência,
III – aplicar sanções; e na mesma data.

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§  2º Sobre a parcela correspondente à contribuição, § 3º Se houver pagamento antecipado à vista, no todo
convertida em quantidade de Unidade Fiscal de Referên‑ ou em parte, do saldo devedor, o acréscimo previsto no pa‑
cia, incidirão juros moratórios à razão de um por cento, rágrafo anterior não incidirá sobre a multa correspondente
ao mês‑calendário ou fração, a partir de fevereiro de 1992, à parte do pagamento que se efetuar.
inclusive, além da multa variável pertinente. § 4º O valor do pagamento parcial, antecipado, do saldo
§ 3º Os créditos calculados e expressos em quantidade devedor de parcelamento ou do reparcelamento somente
de Unidade Fiscal de Referência conforme o disposto neste poderá ser utilizado para quitação de parcelas na ordem
artigo serão reconvertidos para moeda corrente, com base no inversa do vencimento, sem prejuízo da que for devida no
valor da Unidade Fiscal de Referência na data do pagamento. mês de competência em curso e sobre a qual incidirá sempre
Art. 239. As contribuições sociais e outras importâncias o acréscimo a que se refere o § 2º.
arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social, inclu‑ § 5º É facultada a realização de depósito à disposição da
ídas ou não em notificação fiscal de lançamento, pagas com seguridade social, sujeito ao mesmo percentual do item 1 da
atraso, objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas a: alínea b do inciso III, desde que dentro do prazo legal para
I – atualização monetária, quando exigida pela legislação apresentação de defesa.
de regência; § 6º À correção monetária e aos acréscimos legais de que
II – juros de mora, de caráter irrelevável, incidentes sobre trata este artigo aplicar‑se‑á a legislação vigente em cada
o valor atualizado, equivalentes a: competência a que se referirem.
a) um por cento no mês do vencimento; § 7º Às contribuições de que trata o art. 204, devidas e
b) taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e não recolhidas até as datas dos respectivos vencimentos,
de Custódia nos meses intermediários; e aplicam‑se multas e juros moratórios na forma da legislação
c) um por cento no mês do pagamento; e pertinente.
III – multa variável, de caráter irrelevável, nos seguintes § 8º Sobre as contribuições devidas e apuradas com base
percentuais, para fatos geradores ocorridos a partir de 28 de no § 1º do art. 348 incidirão juros moratórios de cinco déci‑
novembro de 1999: (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, mos por cento ao mês, capitalizados anualmente, limitados
de 1999) ao percentual máximo de cinquenta por cento, e multa de dez
a) para pagamento após o vencimento de obrigação não por cento. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007)
incluída em notificação fiscal de lançamento: §  9º Não se aplicam as multas impostas e calculadas
1.  oito por cento, dentro do mês de vencimento da como percentual do crédito por motivo de recolhimento
obrigação; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) fora do prazo das contribuições, nem quaisquer outras penas
2.  quatorze por cento, no mês seguinte; ou (Redação pecuniárias, às massas falidas de que trata o art. 192 da Lei
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, e às missões diplomá‑
3. vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao ticas estrangeiras no Brasil e aos membros dessas missões
do vencimento da obrigação; (Redação dada pelo Decreto quando assegurada a isenção em tratado, convenção ou
nº 3.265, de 1999) outro acordo internacional de que o Estado estrangeiro ou
b) para pagamento de obrigação incluída em notificação organismo internacional e o Brasil sejam partes. (Redação
fiscal de lançamento: dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007)
1. vinte e quatro por cento, até quinze dias do recebi‑ § 10. O disposto no § 8º não se aplica aos casos de con‑
mento da notificação; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, tribuições em atraso a partir da competência abril de 1995,
de 1999) obedecendo‑se, a partir de então, às disposições aplicadas às
2. trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebi‑ empresas em geral. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
mento da notificação; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, § 11. Na hipótese de as contribuições terem sido declara‑
de 1999) das no documento a que se refere o inciso IV do art. 225, ou
3.  quarenta por cento, após apresentação de recurso quando se tratar de empregador doméstico ou de empresa
desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, ou segurado dispensados de apresentar o citado documento,
a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos será
até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recur‑
reduzida em cinquenta por cento. (Incluído pelo Decreto
sos da Previdência Social; ou (Redação dada pelo Decreto
nº 3.265, de 1999)
nº 3.265, de 1999) Art. 240. Os créditos de qualquer natureza da seguridade
4.  cinquenta por cento, após o décimo quinto dia da social, constituídos ou não, que forem objeto de parcelamen‑
ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência to serão consolidados na data da concessão e expressos em
Social, enquanto não inscrita em Dívida Ativa; e (Redação moeda corrente.
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) §  1º Os valores referentes a competências anteriores
c) para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a 1º de janeiro de 1995 e expressos em Unidade Fiscal de
1.  sessenta por cento, quando não tenha sido objeto Referência serão reconvertidos para moeda corrente, com
de parcelamento; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, base no valor da Unidade Fiscal de Referência na data do
de 1999) pagamento.
2. setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação § 2º O valor do crédito consolidado será dividido pela
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
Conhecimentos Específicos

quantidade de parcelas mensais concedidas na forma da


3. oitenta por cento, após o ajuizamento da execução legislação pertinente.
fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, §  3º O valor de cada parcela mensal, por ocasião do
se o crédito não foi objeto de parcelamento; ou (Redação pagamento, será acrescido de juros na forma da legislação
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) pertinente.
4. cem por cento, após o ajuizamento da execução fis‑ § 4º A parcela mensal com valores relativos a competên‑
cal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se cias anteriores a janeiro de 1995 será determinada de acordo
o crédito foi objeto de parcelamento. (Redação dada pelo com as disposições do § 1º, acrescida de juros conforme a
Decreto nº 3.265, de 1999) legislação pertinente.
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 6.224, de 2007) Art. 241. No caso de parcelamento concedido adminis‑
§ 2º Nas hipóteses de parcelamento ou de reparcelamen‑ trativamente até o dia 31 de dezembro de 1991, cujo saldo
to, incidirá um acréscimo de vinte por cento sobre a multa devedor foi expresso em quantidade de Unidade Fiscal de
de mora a que se refere o inciso III. Referência diária a partir de 1º de janeiro de 1992, median‑

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156 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
te a divisão do débito, atualizado monetariamente, pelo valor § 3º As contribuições de que tratam os incisos I e II do
da Unidade Fiscal de Referência diária no dia 1º de janeiro caput do art. 204 poderão ser objeto de parcelamento, de
de 1992, terá o valor do débito ou da parcela expresso em acordo com a legislação específica vigente.
Unidade Fiscal de Referência reconvertido para moeda cor‑ § 4º O disposto neste artigo aplica‑se às contribuições
rente, multiplicando‑se a quantidade de Unidade Fiscal de arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social para
Referência pelo valor desta na data do pagamento. outras entidades e fundos, na forma prevista no art. 274,
Art. 242. Os valores das contribuições incluídos em notifi‑ bem como às relativas às cotas de previdência devidas na
cação fiscal de lançamento e os acréscimos legais, observada forma da legislação anterior à Lei nº 8.212, de 1991.
a legislação de regência, serão expressos em moeda corrente. § 5º Sobre o valor de cada prestação mensal decorrente
§ 1º Os valores das contribuições incluídos na Guia de de parcelamento serão acrescidos, por ocasião do pagamen‑
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e to, juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial
Informações à Previdência Social, não recolhidos ou não par‑ de Liquidação e Custódia, a que se refere o art. 13 da Lei
celados, serão inscritos na Dívida Ativa do Instituto Nacional nº  9.065, de 20 de junho de 1995, para títulos federais,
do Seguro Social, dispensando‑se o processo administrativo acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia
de natureza contenciosa. do mês da concessão do parcelamento até o mês anterior
§ 2º Os juros e a multa serão calculados com base no ao do pagamento e de um por cento relativamente ao mês
valor da contribuição. do pagamento.
Art. 243. Constatada a falta de recolhimento de qualquer § 6º O deferimento do parcelamento pelo Instituto Na‑
contribuição ou outra importância devida nos termos deste cional do Seguro Social fica condicionado ao pagamento da
Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação primeira parcela.
fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos § 7º Na hipótese do parágrafo anterior, não sendo paga
fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a primeira parcela, proceder‑se‑á à inscrição da dívida
a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas confessada, salvo se já tiver sido inscrita, na Dívida Ativa do
pelos órgãos competentes. Instituto Nacional do Seguro Social e à sua cobrança judicial.
§ 8º O acordo de parcelamento será imediatamente res‑
§ 1º Aplica‑se o disposto neste artigo em caso de falta
cindido, aplicando‑se o disposto no § 1º do art. 245, salvo se
de pagamento de benefício reembolsado ou em caso de
a dívida já tiver sido inscrita, procedendo‑se a sua cobrança
pagamento desse benefício sem observância das normas
judicial, caso ocorra uma das seguintes situações:
pertinentes estabelecidas pelo Instituto Nacional do Seguro I – falta de pagamento de qualquer parcela nos termos
Social. acordados;
§ 2º Recebida a notificação, o empregador doméstico, II – perecimento, deterioração ou depreciação da garantia
a empresa ou o segurado terão o prazo de trinta dias para oferecida para obtenção da Certidão Negativa de Débito, se
efetuar o pagamento ou apresentar impugnação. (Redação o devedor, avisado, não a substituir ou reforçar, conforme
dada pelo Decreto nº 6.103, de 2007) o caso, no prazo de trinta dias contados do recebimento do
§ 3º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008) aviso; ou
§ 4º Após o prazo referido no parágrafo anterior, o crédito III  – descumprimento de qualquer outra cláusula do
será inscrito em Dívida Ativa. acordo de parcelamento.
§ 5º Apresentada a defesa, o processo formado a partir § 9º Será admitido o reparcelamento por uma única vez.
da notificação fiscal de lançamento será submetido à autori‑ § 10. As dívidas inscritas, ajuizadas ou não, poderão ser
dade competente, que decidirá sobre a procedência ou não objeto de parcelamento, no qual se incluirão, no caso das
do lançamento, cabendo recurso na forma da Subseção II da ajuizadas, honorários advocatícios, desde que previamente
Seção II do Capítulo Único do Título I do Livro V. quitadas as custas judiciais.
§ 6º Ao lançamento considerado procedente aplicar‑se‑á § 11. A amortização da dívida parcelada deve ser con‑
o disposto no §  1º do art.  245, salvo se houver recurso tínua e uniforme em relação ao número total das parcelas.
tempestivo na forma da Subseção II da Seção II do Capítulo § 12. O acordo celebrado com o Estado, o Distrito Federal
Único do Título I do Livro V. ou o Município conterá cláusula em que estes autorizem a
§  7º A liquidação de crédito incluído em notificação retenção do Fundo de Participação dos Estados ou do Fun‑
deve ser feita em moeda corrente, mediante documento do de Participação dos Municípios e o repasse ao Instituto
próprio emitido exclusivamente pelo Instituto Nacional do Nacional do Seguro Social do valor correspondente a cada
Seguro Social. prestação mensal, por ocasião do vencimento desta.
Art. 244. As contribuições e demais importâncias devidas § 13. O acordo celebrado com o Estado, o Distrito Fe‑
à seguridade social e não recolhidas até seu vencimento, deral ou o Município conterá, ainda, cláusula em que estes
incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento, após autorizem, quando houver o atraso superior a sessenta dias
verificadas e confessadas, poderão ser objeto de acordo, no cumprimento das obrigações previdenciárias correntes,
para pagamento parcelado em moeda corrente, em até ses‑ a retenção do Fundo de Participação dos Estados ou do Fun‑
senta meses sucessivos, observado o número de até quatro do de Participação dos Municípios e o repasse ao Instituto
parcelas mensais para cada competência a serem incluídas Nacional do Seguro Social do valor correspondente à mora,
Conhecimentos Específicos

no parcelamento. por ocasião da primeira transferência que ocorrer após a


§ 1º Não poderão ser objeto de parcelamento as contri‑ comunicação da autarquia previdenciária ao Ministério da
Fazenda.
buições descontadas dos segurados empregado, inclusive
§  14. Não é permitido o parcelamento de dívidas de
o doméstico, trabalhador avulso e contribuinte individual,
empresa com falência decretada.
as  decorrentes da sub‑rogação de que tratam os incisos I Art. 245. O crédito da seguridade social é constituído por
e II do § 7º do art. 200 e as importâncias retidas na forma meio de notificação fiscal de lançamento, auto de infração,
do art. 219. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) confissão ou documento declaratório de valores devidos
§ 2º A empresa ou segurado que tenha sido condenado apresentado pelo contribuinte ou outro instrumento previsto
criminalmente por sentença transitada em julgado, por obter em legislação própria.
vantagem ilícita em prejuízo da seguridade social ou de suas § 1º As contribuições, a atualização monetária, os juros
entidades, não poderá obter parcelamento de seus débitos, de mora, as multas, bem como outras importâncias devidas
nos cinco anos seguintes ao trânsito em julgado da sentença. e não recolhidas até o seu vencimento devem ser lançados

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em livro próprio destinado à inscrição em Dívida Ativa do Parágrafo único. A restituição de contribuição indevida‑
Instituto Nacional do Seguro Social e da Fazenda Nacional, mente descontada do segurado somente poderá ser feita ao
após a constituição do respectivo crédito. próprio segurado, ou ao seu procurador, salvo se comprovado
§ 2º A certidão textual do livro de que trata este artigo que o responsável pelo recolhimento já lhe fez a devolução.
serve de título para que o órgão competente, por intermédio Art. 250. O pedido de restituição ou de compensação de
de seu procurador ou representante legal, promova em juízo contribuição ou de outra importância recolhida à seguridade
a cobrança da Dívida Ativa, segundo o mesmo processo e com social e recebida pelo Instituto Nacional do Seguro Social
as mesmas prerrogativas e privilégios da Fazenda Nacional, será encaminhado ao próprio Instituto.
nos termos da Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980. § 1º No caso de restituição de contribuições para tercei‑
§ 3º Os órgãos competentes podem, antes de ajuizar a ros, vinculada à restituição de contribuições previdenciárias,
cobrança da Dívida Ativa, promover o protesto de título será o pedido recebido e decidido pelo Instituto Nacional do
dado em garantia de sua liquidação, ficando, entretanto, Seguro Social, que providenciará a restituição, descontando‑a
ressalvado que o título será sempre recebido pró solvendo. obrigatoriamente do valor do repasse financeiro seguinte ao
§ 4º Considera‑se Dívida Ativa o crédito proveniente de da restituição, comunicando o fato à respectiva entidade.
fato jurídico gerador das obrigações legais ou contratuais, § 2º O pedido de restituição de contribuições que envol‑
desde que inscrito no livro próprio, de conformidade com ver somente importâncias relativas a terceiros será formu‑
os dispositivos da Lei nº 6.830, de 1980. lado diretamente à entidade respectiva e por esta decidido,
§ 5º As contribuições arrecadadas pelo Instituto Nacional cabendo ao Instituto Nacional do Seguro Social prestar as
do Seguro Social poderão, sem prejuízo da respectiva liqui‑ informações e realizar as diligências solicitadas.
dez e certeza, ser inscritas em Dívida Ativa. Art. 251. A partir de 1º de janeiro de 1992, nos casos de
Art. 246. O crédito relativo a contribuições, atualização pagamento indevido ou a maior de contribuições, mesmo
monetária, juros de mora, multas, bem como a outras impor‑ quando resultante de reforma, anulação, revogação ou res‑
tâncias, está sujeito, nos processos de falência, concordata ou cisão de decisão condenatória, o contribuinte pode efetuar a
concurso de credores, às disposições atinentes aos créditos compensação desse valor no recolhimento de importâncias
da União, aos quais é equiparado. correspondentes a períodos subsequentes.
Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro Social §  1º  A compensação, independentemente da data do
reivindicará os valores descontados pela empresa do se‑ recolhimento, não pode ser superior a trinta por cento do
gurado empregado e trabalhador avulso, as  decorrentes valor a ser recolhido em cada competência, devendo o saldo
da sub‑rogação de que tratam os incisos I e II do § 7º do remanescente em favor do contribuinte ser compensado
art. 200 e as importâncias retidas na forma do art. 219 e nas competências subsequentes, aplicando‑se as normas
não recolhidos, sendo que esses valores não estão sujeitos previstas nos §§ 1º e 2º do art. 247.
ao concurso de credores. § 2º A compensação somente poderá ser efetuada com
parcelas de contribuição da mesma espécie.
Seção VII § 3º É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de
Da Restituição e da Compensação de restituição.
Contribuições e Outras Importâncias § 4º Em caso de compensação de valores nas situações a
que se referem os arts. 248 e 249, os documentos comproba‑
Art. 247. Somente poderá ser restituída ou compensada tórios da responsabilidade assumida pelo encargo financeiro,
contribuição para a seguridade social, arrecadada pelo Insti‑ a autorização expressa de terceiro para recebimento em seu
tuto Nacional do Seguro Social, na hipótese de pagamento nome, a procuração ou o recibo de devolução de contribuição
ou recolhimento indevido. descontada indevidamente de segurado, conforme o caso,
§ 1º Na hipótese de pagamento ou recolhimento inde‑ devem ser mantidos à disposição da fiscalização, sob pena
vido, a  contribuição será atualizada monetariamente, nos de glosa dos valores compensados.
períodos em que a legislação assim determinar, a contar da §  5º Os órgãos competentes expedirão as instruções
data do pagamento ou recolhimento até a da efetiva resti‑ necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo.
tuição ou compensação, utilizando‑se os mesmos critérios Art. 252. No caso de recolhimento a maior, originário de
aplicáveis à cobrança da própria contribuição em atraso, na evidente erro de cálculo, a restituição será feita por rito su‑
forma da legislação de regência. mário estabelecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social,
§ 2º A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou reservando‑se a este o direito de fiscalizar posteriormente a
regularidade das importâncias restituídas.
restituição é acrescida de juros equivalentes à taxa referencial
Art. 253. O direito de pleitear restituição ou de realizar
do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, acumulada
compensação de contribuições ou de outras importâncias
mensalmente, calculados a partir da data do pagamento extingue‑se em cinco anos, contados da data:
indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação I – do pagamento ou recolhimento indevido; ou
ou restituição e de um por cento relativamente ao mês em II – em que se tornar definitiva a decisão administrativa
que estiver sendo efetuada. ou passar em julgado a sentença judicial que tenha reforma‑
§ 3º Somente será admitida a restituição ou a compen‑ do, anulado ou revogado a decisão condenatória.
sação de contribuição a cargo da empresa, recolhida ao Art. 254. Da decisão sobre pedido de restituição de
Instituto Nacional do Seguro Social, que, por sua natureza,
Conhecimentos Específicos

contribuições ou de outras importâncias, cabe recurso na


não tenha sido transferida ao preço de bem ou serviço ofe‑ forma da Subseção II da Seção II do Capítulo Único do Título
recido à sociedade. I do Livro V.
Art. 248. A restituição de contribuição ou de outra im‑
portância recolhida indevidamente, que comporte, por sua Seção VIII
natureza, a  transferência de encargo financeiro, somente Do Reembolso de Pagamento
será feita àquele que provar ter assumido esse encargo ou,
no caso de tê‑lo transferido a terceiro, estar por este expres‑ Art. 255. A empresa será reembolsada pelo pagamento
samente autorizado a recebê‑la. do valor bruto do salário‑maternidade, observado o disposto
Art. 249. Somente poderá ser restituído ou compensado, no art. 248 da Constituição, incluída a gratificação natalina
nas contribuições arrecadadas pelo Instituto Nacional do proporcional ao período da correspondente licença e das
Seguro Social, valor decorrente das parcelas referidas nos cotas do salário‑família pago aos segurados a seu serviço,
incisos I, II, III, IV e V do parágrafo único do art. 195. de acordo com este Regulamento, mediante dedução do

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158 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
respectivo valor, no ato do recolhimento das contribuições § 2º O disposto no caput não se aplica ao licenciamento
devidas, na forma estabelecida pelo INSS. (Redação dada sanitário de produtos sujeitos à incidência do IPI ou ao con‑
pelo Decreto nº 4.862, de 2003) tribuinte cuja inscrição no CNPJ seja obrigatória. (Incluído
§ 1º Se da dedução prevista no caput resultar saldo favo‑ pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
rável, a empresa receberá, no ato da quitação, a importância
correspondente. CAPÍTULO X
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999) Da Prova de Inexistência de Débito
§ 3º O reembolso de pagamento obedecerá aos mesmos
critérios aplicáveis à restituição prevista no art. 247. Art. 257. (Revogado pelo Decreto nº 8.302, de 4 de se­
tembro de 2014)
CAPÍTULO IX Art. 258. (Revogado pelo Decreto nº 8.302, de 4 de se­
Da Matrícula da Empresa, do Produtor tembro de 2014)
Rural Pessoa Física e do Segurado Especial Art. 259. (Revogado pelo Decreto nº 8.302, de 4 de se­
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) tembro de 2014)
Art. 260. Serão aceitas as seguintes modalidades de
Art. 256. A matrícula da empresa será feita: garantia:
I – simultaneamente com a inscrição no Cadastro Nacio‑ I – depósito integral e atualizado do débito em moeda
nal da Pessoa Jurídica; ou
corrente;
II  – perante o Instituto Nacional do Seguro Social, no
II – hipoteca de bens imóveis com ou sem seus acessórios;
prazo de trinta dias contados do início de suas atividades,
quando não sujeita a inscrição no Cadastro Nacional da III – fiança bancária;
Pessoa Jurídica. IV – vinculação de parcelas do preço de bens ou serviços
§  1º Independentemente do disposto neste artigo, a serem negociados a prazo pela empresa;
o Instituto Nacional do Seguro Social procederá à matrícula: V – alienação fiduciária de bens móveis; ou
I – de ofício, quando ocorrer omissão; e VI – penhora.
II – de obra de construção civil, mediante comunicação Parágrafo  único. A  garantia deve ter valor mínimo de
obrigatória do responsável por sua execução, no prazo do cento e vinte por cento do total da dívida, observado, em
inciso II do caput. qualquer caso, o valor de mercado dos bens indicados, em
§ 2º A unidade matriculada na forma do inciso II do caput conformidade com os critérios estabelecidos pelo Instituto
e do §  1º receberá certificado de matrícula com número Nacional do Seguro Social. (Derrogado)
cadastral básico, de caráter permanente. Art. 261. A autorização do órgão competente para outor‑
§ 3º O não cumprimento do disposto no inciso II do caput ga de instrumento em que se estipule o pagamento do débito
e no inciso II do § 1º sujeita o responsável à multa prevista da empresa no ato, ou apenas parte no ato e o restante
no art. 283. em parcelas ou prestações do saldo do preço do bem a ser
§ 4º O Departamento Nacional de Registro do Comércio, negociado pela empresa, com vinculação ao cumprimento
por intermédio das juntas comerciais, bem como os cartórios das obrigações assumidas na confissão de dívida fiscal desta
de registro civil de pessoas jurídicas, prestarão obrigato‑ perante a seguridade social, na forma do inciso IV do art. 260,
riamente ao Instituto Nacional do Seguro Social todas as será dada mediante interveniência no instrumento.
informações referentes aos atos constitutivos e alterações
Parágrafo único. A autorização para lavratura de instru‑
posteriores relativos a empresas neles registradas, sem ônus
mento de interesse da empresa em que a garantia oferecida
para o Instituto.
§ 5º São válidos perante o Instituto Nacional do Seguro pelo devedor não tem relação com o bem transacionado será
Social os atos de constituição, alteração e extinção de em‑ dada mediante alvará.
presa registrados nas juntas comerciais. Art. 262. (Revogado pelo Decreto nº 8.302, de 4 de se­
§ 6º O Ministério da Previdência e Assistência Social esta‑ tembro de 2014)
belecerá as condições em que o Departamento Nacional de Art. 263. (Revogado pelo Decreto nº 8.302, de 4 de se­
Registro do Comércio, por intermédio das juntas comerciais, tembro de 2014)
e os cartórios de registro civil de pessoas jurídicas cumprirão Art. 264. A  inexistência de débito em relação às con‑
o disposto no § 4º. tribuições devidas ao Instituto Nacional do Seguro Social é
Art. 256-A. A  matrícula atribuída pela Secretaria da condição necessária para que os Estados, o Distrito Federal e
Receita Federal do Brasil ao produtor rural pessoa física ou os Municípios possam receber as transferências dos recursos
segurado especial é o documento de inscrição do contri‑ do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e
buinte, em substituição à inscrição no Cadastro Nacional de do Fundo de Participação dos Municípios, celebrar acordo,
Pessoa Jurídica – CNPJ, a ser apresentado em suas relações: contrato, convênio ou ajuste, bem como receber emprésti‑
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) mo, financiamento, aval ou subvenção em geral de órgão ou
I – com o Poder Público, inclusive para licenciamento sa‑ entidade da administração direta e indireta da União.
nitário de produtos de origem animal ou vegetal submetidos
Conhecimentos Específicos

Parágrafo único. Para recebimento do Fundo de Parti‑


a processos de beneficiamento ou industrialização artesanal; cipação dos Estados e do Distrito Federal e do Fundo de
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) Participação dos Municípios e para a consecução dos de‑
II  – com as instituições financeiras, para fins de con‑
mais instrumentos citados no caput, os Estados, o Distrito
tratação de operações de crédito; e (Incluído pelo Decreto
Federal e os Municípios deverão apresentar aos órgãos ou
nº 6.722, de 2008)
III – com os adquirentes de sua produção ou fornecedores entidades responsáveis pela liberação dos fundos, celebração
de sementes, insumos, ferramentas e demais implementos de acordos, contratos, convênios ou ajustes, concessão de
agrícolas. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008) empréstimos, financiamentos, avais ou subvenções em geral
§ 1º Para fins de recolhimento das contribuições previ‑ os comprovantes de recolhimento das suas contribuições ao
denciárias, a matrícula de que trata o caput será atribuída ao Instituto Nacional do Seguro Social referentes aos três meses
grupo familiar no ato de sua inscrição. (Incluído pelo Decreto imediatamente anteriores ao mês previsto para a efetivação
nº 6.722, de 2008) daqueles procedimentos.

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Art. 265. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Art. 270. A existência de débitos junto ao Instituto Na‑
serão, igualmente, obrigados a apresentar, para os fins do cional do Seguro Social, não renegociados ou renegociados e
disposto no art. 264, comprovação de pagamento da parcela não saldados, nas condições estabelecidas em lei, importará
mensal referente aos débitos com o Instituto Nacional do na indisponibilidade dos recursos existentes, ou que venham
Seguro Social objeto do parcelamento. a ingressar nas contas dos órgãos ou entidades devedoras de
que trata o artigo anterior, abertas em quaisquer instituições
TÍTULO II financeiras, até o valor equivalente ao débito apurado na
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS RELATIVAS data de expedição de solicitação do Instituto Nacional do Se‑
AO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL guro Social ao Banco Central do Brasil, incluindo o principal,
corrigido monetariamente nos períodos em que a legislação
Art. 266. Os  sindicatos poderão apresentar denúncia assim dispuser, as multas e os juros.
contra a empresa, junto ao Instituto Nacional do Seguro Parágrafo único. Os Ministros da Fazenda e da Previdên‑
Social, nas seguintes hipóteses: cia e Assistência Social expedirão as instruções para aplicação
I – falta de envio da Guia da Previdência Social para o do disposto neste artigo.
sindicato, na forma do inciso V do caput do art. 225; Art. 271. As contribuições referentes ao período de que
II – não afixação da Guia da Previdência Social no quadro trata o § 2º do art. 26, vertidas desde o início do vínculo do
de horário, na forma do inciso VI do caput do art. 225; servidor com a administração pública ao Plano de Seguridade
III – divergência entre os valores informados pela em‑ Social do Servidor Público, nos termos dos arts. 8º e 9º da Lei
presa e pelo Instituto Nacional do Seguro Social sobre as nº 8.162, de 1991, serão atualizadas monetariamente e re‑
contribuições recolhidas na mesma competência; ou passadas de imediato ao Instituto Nacional do Seguro Social.
IV – existência de evidentes indícios de recolhimento a Art. 272. As  alíquotas a que se referem o inciso II do
menor das contribuições devidas, constatados pela compa‑ art. 200 e os incisos I, II, III e § 8º do art. 202 são reduzidas
ração com dados disponíveis sobre quantidade de empre‑ em cinquenta por cento de seu valor, a partir de 22 de janei‑
gados e de rescisões de contrato de trabalho homologadas ro de 1998, por sessenta meses, nos contratos de trabalho
pelo sindicato. por prazo determinado, nos termos da Lei nº 9.601, de 21
§ 1º As denúncias formuladas pelos sindicatos deverão de janeiro de 1998. (Redação dada pelo Decreto nº 4.032,
identificar com precisão a empresa infratora e serão enca‑ de 2001)
minhadas por seu representante legal, especificando nome, Art. 273. A  empresa é obrigada a preparar folha de
número no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica e endereço pagamento dos trabalhadores contratados com base na
da empresa denunciada, o item infringido e outros elementos Lei nº 9.601, de 1998, na forma do art. 225, agrupando‑os
indispensáveis à análise dos fatos. separadamente.
§ 2º A constatação da improcedência da denúncia apre‑ Art. 274. O Instituto Nacional do Seguro Social poderá
sentada pelo sindicato implicará a cessação do seu direito arrecadar e fiscalizar, mediante remuneração de três vírgula
ao acesso às informações fornecidas pelas empresas e pelo cinco por cento sobre o montante arrecadado, contribuição
Instituto Nacional do Seguro Social, pelo prazo de: por lei devida a terceiros, desde que provenha de empre‑
I – um ano, quando fundamentada nos incisos I, II e III sa, segurado, aposentado ou pensionista a ele vinculado,
do caput; e aplicando‑se a essa contribuição, no que couber, o disposto
II – quatro meses, quando fundamentada no inciso IV neste Regulamento.
do caput. § 1º O disposto neste artigo aplica‑se às contribuições
§ 3º Os prazos mencionados no parágrafo anterior serão que tenham a mesma base utilizada para o cálculo das con‑
duplicados a cada reincidência, considerando‑se esta a ocor‑ tribuições incidentes sobre a remuneração paga, devida ou
rência de nova denúncia improcedente, dentro do período creditada a segurados, bem como sobre as contribuições
de cinco anos contados da data da denúncia não confirmada. incidentes sobre outras bases a título de substituição. (Re­
Art. 267. (Revogado pelo Decreto nº 4.032, de 2001) dação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
Art. 268. O  titular da firma individual e os sócios das §  2º As contribuições previstas neste artigo ficam su‑
empresas por cotas de responsabilidade limitada respondem jeitas aos mesmos prazos, condições, sanções e privilégios
solidariamente, com seus bens pessoais, pelos débitos junto das contribuições da seguridade social, inclusive no que se
à seguridade social. refere à cobrança judicial.
Parágrafo único. Os acionistas controladores, os admi‑ Art. 275. O Instituto Nacional do Seguro Social divulgará,
nistradores, os gerentes e os diretores respondem solidaria‑ trimestralmente, lista atualizada dos devedores com débitos
mente e subsidiariamente, com seus bens pessoais, quanto inscritos na Dívida Ativa relativos às contribuições previstas
ao inadimplemento das obrigações para com a seguridade nos incisos I, II, III, IV e V do parágrafo único do art. 195,
social, por dolo ou culpa. acompanhada de relatório circunstanciado das medidas
Art. 269. Os orçamentos das entidades da administração administrativas e judiciais adotadas para a cobrança e exe‑
pública direta e indireta devem consignar as dotações ao cução da dívida.
Conhecimentos Específicos

pagamento das contribuições devidas à seguridade social, § 1º O relatório a que se refere o caput será encaminha‑
de modo a assegurar a sua regular liquidação dentro do do aos órgãos da administração federal direta e indireta,
exercício. às entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Parágrafo único. O pagamento das contribuições devi‑ aos  registros públicos, cartórios de registro de títulos e
das ao Instituto Nacional do Seguro Social terá prioridade documentos, cartórios de registro de imóveis e ao sistema
absoluta nos cronogramas financeiros de desembolso dos financeiro oficial, para os fins do § 3º do art. 195 da Consti‑
órgãos da administração pública direta, das entidades de tuição Federal e da Lei nº 7.711, de 22 de dezembro de 1988.
administração indireta e suas subsidiárias e das demais en‑ § 2º O Ministério da Previdência e Assistência Social fica
tidades sob controle acionário direto ou indireto da União, autorizado a firmar convênio com os governos estaduais,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como do Distrito Federal e municipais para extensão, àquelas
de suas autarquias, e fundações instituídas ou mantidas pelo esferas de governo, das hipóteses previstas no art. 1º da Lei
Poder Público. nº 7.711, de 1988.

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160 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 276. Nas ações trabalhistas de que resultar o pa‑ uso próprio, do tipo econômico e tiver sido executada sem
gamento de direitos sujeitos à incidência de contribuição a utilização de mão de obra assalariada.
previdenciária, o recolhimento das importâncias devidas à Parágrafo  único. Comprovado o descumprimento de
seguridade social será feito no dia dois do mês seguinte ao qualquer das disposições do caput, tornam‑se devidas as
da liquidação da sentença. contribuições previstas neste Regulamento, sem prejuízo
§ 1º No caso do pagamento parcelado, as contribuições das cominações legais cabíveis.
devidas à seguridade social serão recolhidas na mesma data
e proporcionalmente ao valor de cada parcela. TÍTULO III
§ 2º Nos acordos homologados em que não figurarem, DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS RELATIVAS AO CUSTEIO
discriminadamente, as parcelas legais de incidência da con‑ DA SEGURIDADE SOCIAL
tribuição previdenciária, esta incidirá sobre o valor total do (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
acordo homologado.
§ 3º Não se considera como discriminação de parcelas Art. 278-A. (Revogado pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
legais de incidência de contribuição previdenciária a fixação
de percentual de verbas remuneratórias e indenizatórias LIVRO IV
constantes dos acordos homologados, aplicando‑se, nesta DAS PENALIDADES EM GERAL
hipótese, o disposto no parágrafo anterior.
§  4º A contribuição do empregado no caso de ações TÍTULO I
trabalhistas será calculada, mês a mês, aplicando‑se as alí‑ DAS RESTRIÇÕES
quotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do
salário de contribuição. Art. 279. A  empresa que transgredir as normas deste
§  5º Na sentença ou acordo homologado, cujo valor Regulamento, além de outras sanções previstas, sujeitar‑se‑á
da contribuição previdenciária devida for inferior ao limite às seguintes restrições:
mínimo permitido para recolhimento na Guia da Previdên‑ I  – suspensão de empréstimos e financiamentos, por
cia Social, é autorizado o recolhimento dos valores devidos instituições financeiras oficiais;
cumulativamente com as contribuições normais de mesma II – revisão de incentivo fiscal de tratamento tributário
competência. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) especial;
§  6º O recolhimento das contribuições do empregado III  – inabilitação para licitar e contratar com qualquer
reclamante deverá ser feito na mesma inscrição em que são órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta
recolhidas as contribuições devidas pela empresa. (Incluído federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal;
pelo Decreto nº 4.032, de 2001) IV – interdição para o exercício do comércio, se for so‑
§ 7º Se da decisão resultar reconhecimento de vínculo ciedade mercantil ou comerciante individual;
empregatício, deverão ser exigidas as contribuições, tanto V – desqualificação para impetrar concordata; e
do empregador como do reclamante, para todo o período VI  – cassação de autorização para funcionar no País,
reconhecido, ainda que o pagamento das remunerações a quando for o caso.
ele correspondentes não tenham sido reclamadas na ação, Art. 280. A empresa em débito para com a seguridade
tomando‑se por base de incidência, na ordem, o valor da social não pode:
remuneração paga, quando conhecida, da remuneração paga I – distribuir bonificação ou dividendo a acionista; e
a outro empregado de categoria ou função equivalente ou II – dar ou atribuir cota ou participação nos lucros a sócio
semelhante, do salário normativo da categoria ou do salário cotista, diretor ou outro membro de órgão dirigente, fiscal
mínimo mensal, permitida a compensação das contribuições ou consultivo, ainda que a título de adiantamento.
patronais eventualmente recolhidas. (Incluído pelo Decreto
nº 4.032, de 2001) TÍTULO II
§  8º Havendo reconhecimento de vínculo empregatí‑ DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES
cio para empregado doméstico, tanto as contribuições do
segurado empregado como as do empregador deverão ser CAPÍTULO I
recolhidas na inscrição do trabalhador. (Incluído pelo Decreto Dos Crimes
nº 4.032, de 2001)
§ 9º É exigido o recolhimento da contribuição previdenciá­ Art. 281. (Revogado pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
ria de que trata o inciso II do art. 201, incidente sobre o valor
resultante da decisão que reconhecer a ocorrência de pres‑ CAPÍTULO II
tação de serviço à empresa, mas não o vínculo empregatício, Da Apreensão de Documentos
sobre o valor total da condenação ou do acordo homologado,
independentemente da natureza da parcela e forma de pa‑ Art. 282. A seguridade social, por meio de seus órgãos
gamento. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) competentes, promoverá a apreensão de comprovantes
Conhecimentos Específicos

Art. 277. A autoridade judiciária deverá velar pelo fiel de arrecadação e de pagamento de benefícios, bem como
cumprimento do disposto no artigo anterior, executando, de de quaisquer documentos pertinentes, inclusive contábeis,
ofício, quando for o caso, as contribuições devidas, fazendo mediante lavratura do competente termo, com a finalidade
expedir notificação ao Instituto Nacional do Seguro Social, de apurar administrativamente a ocorrência dos crimes
para dar‑lhe ciência dos termos da sentença, do acordo previstos em lei.
celebrado ou da execução. Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro Social e a
Parágrafo único. O Instituto Nacional do Seguro Social Secretaria da Receita Federal estabelecerão normas espe‑
fornecerá, quando solicitados, as orientações e dados neces‑ cíficas para:
sários ao cumprimento do que dispõe este artigo. I – apreensão de comprovantes e demais documentos;
Art. 278. Nenhuma contribuição é devida à seguridade II – apuração administrativa da ocorrência de crimes;
social se a construção residencial for unifamiliar, com área III – devolução de comprovantes e demais documentos;
total não superior a setenta metros quadrados, destinada a IV – instrução do processo administrativo de apuração;

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V – encaminhamento do resultado da apuração referida c) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular
no inciso IV à autoridade competente; e de serventia extrajudicial de exigir documento compro‑
VI – acompanhamento de processo judicial. batório de inexistência de débito, quando da contratação
com o poder público ou no recebimento de benefício ou de
CAPÍTULO82 III incentivo fiscal ou creditício;
Das Infrações d) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular
de serventia extrajudicial de exigir o documento compro‑
Art. 283. Por infração a qualquer dispositivo das  Leis batório de inexistência de débito, quando da alienação ou
nºs 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8 de maio de 2003, oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele
para a qual não haja penalidade expressamente cominada nes‑ relativo;
te Regulamento, fica o responsável sujeito a multa variável de e) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular
R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centa‑ de serventia extrajudicial de exigir a apresentação do docu‑
vos) a R$ 63.617,35 (sessenta e três mil, seiscentos e dezes‑ mento comprobatório de inexistência de débito na alienação
sete reais e trinta e cinco centavos), conforme a gravidade ou oneração, a qualquer título, de bem móvel incorporado
da infração, aplicando‑se‑lhe o disposto nos arts. 290 a 292, ao ativo permanente da empresa, de valor superior a R$
e de acordo com os seguintes valores: (Redação dada pelo 15.904,18 (quinze mil novecentos e quatro reais e dezoito
Decreto nº 4.862, de 2003) centavos);
I – a partir de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais f) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular
e dezessete centavos) nas seguintes infrações: de serventia extrajudicial de exigir documento comprobató‑
a) deixar a empresa de preparar folha de pagamento rio de inexistência de débito no registro ou arquivamento,
das remunerações pagas, devidas ou creditadas a todos os no órgão próprio, de ato relativo a baixa ou redução de
segurados a seu serviço, de acordo com este Regulamento e capital de firma individual, redução de capital social, cisão
com os demais padrões e normas estabelecidos pelo Instituto total ou parcial, transformação ou extinção de entidade ou
Nacional do Seguro Social; sociedade comercial ou civil e transferência de controle de
b) deixar a empresa de se matricular no Instituto Nacional cotas de sociedades de responsabilidade limitada;
do Seguro Social, dentro de trinta dias contados da data do g) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular
início de suas atividades, quando não sujeita a inscrição no de serventia extrajudicial de exigir documento comprobató‑
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; rio de inexistência de débito do proprietário, pessoa física ou
c) deixar a empresa de descontar da remuneração paga
jurídica, de obra de construção civil, quando da averbação
aos segurados a seu serviço importância proveniente de dívi‑
de obra no Registro de Imóveis;
da ou responsabilidade por eles contraída junto à seguridade
social, relativa a benefícios pagos indevidamente; h) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular
d) deixar a empresa de matricular no Instituto Nacional de serventia extrajudicial de exigir documento comproba‑
do Seguro Social obra de construção civil de sua propriedade tório de inexistência de débito do incorporador, quando da
ou executada sob sua responsabilidade no prazo de trinta averbação de obra no Registro de Imóveis, independente‑
dias do início das respectivas atividades; mente do documento apresentado por ocasião da inscrição
e) deixar o Titular de Cartório de Registro Civil de Pessoas do memorial de incorporação;
Naturais de comunicar ao Instituto Nacional do Seguro Social, i) deixar o dirigente da entidade da administração pública
até o dia dez de cada mês, a ocorrência ou a não ocorrência direta ou indireta de consignar as dotações necessárias ao
de óbitos, no mês imediatamente anterior, bem como enviar pagamento das contribuições devidas à seguridade social,
informações inexatas, conforme o disposto no art. 228; de modo a assegurar a sua regular liquidação dentro do
f) deixar o dirigente dos órgãos municipais competen‑ exercício;
tes de prestar ao Instituto Nacional do Seguro Social as j) deixar a empresa, o  servidor de órgão público da
informações concernentes aos alvarás, “habite‑se” ou do‑ administração direta e indireta, o segurado da previdência
cumento equivalente, relativos a construção civil, na forma social, o  serventuário da Justiça ou o titular de serventia
do art. 226; e extrajudicial, o síndico ou seu representante, o comissário
g) deixar a empresa de efetuar os descontos das con‑ ou o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extra‑
tribuições devidas pelos segurados a seu serviço; (Redação judicial, de exibir os documentos e livros relacionados com as
dada pelo Decreto nº 4.862, de 2003) contribuições previstas neste Regulamento ou apresentá‑los
h) deixar a empresa de elaborar e manter atualizado perfil sem atender às formalidades legais exigidas ou contendo
profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas informação diversa da realidade ou, ainda, com omissão de
pelo trabalhador e de fornecer a este, quando da rescisão informação verdadeira;
do contrato de trabalho, cópia autêntica deste documento; l) deixar a entidade promotora do espetáculo desportivo
e (Incluída pelo Decreto nº 4.862, de 2003) de efetuar o desconto da contribuição prevista no § 1º do
II – a partir de R$ 6.361,73 (seis mil trezentos e sessenta art. 205;
e um reais e setenta e três centavos) nas seguintes infrações: m) deixar a empresa ou entidade de reter e recolher a
Conhecimentos Específicos

a) deixar a empresa de lançar mensalmente, em títu‑ contribuição prevista no § 3º do art. 205;


los próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, n) deixar a empresa de manter laudo técnico atualizado
os fatos geradores de todas as contribuições, o montante com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente
das quantias descontadas, as  contribuições da empresa e de trabalho de seus trabalhadores ou emitir documento de
os totais recolhidos; comprovação de efetiva exposição em desacordo com o
b) deixar a empresa de apresentar ao Instituto Nacio‑ respectivo laudo; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.722,
nal do Seguro Social e à Secretaria da Receita Federal os de 2008)
documentos que contenham as informações cadastrais, o) (Revogada pelo Decreto nº 4.882, de 2003)
financeiras e contábeis de interesse dos mesmos, na forma
§  1º Considera‑se dirigente, para os fins do disposto
por eles estabelecida, ou os esclarecimentos necessários à
neste Capítulo, aquele que tem a competência funcional
fiscalização;
para decidir a prática ou não do ato que constitua infração à
Valores atualizados ao final deste capítulo.
82 legislação da seguridade social.

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162 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 2º A falta de inscrição do segurado sujeita o responsável § 3º A multa será aplicada no seu grau mínimo na ocor‑
à multa de R$ 1.254,89 (mil, duzentos e cinquenta e quatro rência da primeira comunicação feita fora do prazo estabele‑
reais e oitenta e nove centavos), por segurado não inscrito. cido neste artigo, ou não comunicada, observado o disposto
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) nos arts. 290 a 292.
§  3º As demais infrações a dispositivos da legislação, Art. 287. Pelo descumprimento das obrigações contidas
para as quais não haja penalidade expressamente cominada, nos incisos V e VI do caput do art. 225, e verificado o disposto no
sujeitam o infrator à multa de R$ 636,17 (seiscentos e trinta inciso III do caput do art. 266, será aplicada multa de R$ 99,74
e seis reais e dezessete centavos). (noventa e nove reais e setenta e quatro centavos)  a R$
Art. 284. A infração ao disposto no inciso IV do caput do 9.974,34 (nove mil, novecentos e setenta e quatro reais e
art.  225 sujeitará o responsável às seguintes penalidades trinta e quatro centavos), para cada competência em que
administrativas: tenha havido a irregularidade. (Redação dada pelo Decreto
I – valor equivalente a um multiplicador sobre o valor mí‑ nº 4.032, de 2001)
nimo previsto no caput do art. 283, em função do número de Parágrafo  único. O  descumprimento das disposições
segurados, pela não apresentação da Guia de Recolhimento constantes do art.  227 e dos incisos V e VI do caput do
art. 257, sujeitará a instituição financeira à multa de:
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
I – R$ 22.165,20 (vinte e dois mil, cento e sessenta e cinco
Previdência Social, independentemente do recolhi reais e vinte centavos), no caso do art. 227; e (Redação dada
pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
0 a 5 segurados ½ valor mínimo II – R$ 110.826,01 (cento e dez mil, oitocentos e vinte e
6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo seis reais e um centavo), no caso dos incisos V e VI do caput
16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo do art. 257. (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
Art. 288. O descumprimento do disposto nos §§ 19 e 20
51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo do art. 225 sujeitará o infrator à multa de:
101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo I – R$ 173,00 (cento e setenta e três reais) a R$ 1.730,00
501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo (um mil setecentos e trinta reais), no caso do § 19; e
1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo II – R$ 345,00 (trezentos e quarenta e cinco reais) a R$
3.450,00 (três mil quatrocentos e cinquenta reais), no caso
acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo do § 20.
Art. 289. O dirigente de órgão ou entidade da adminis‑
II – cem por cento do valor devido relativo à contribui‑ tração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal
ção não declarada, limitada aos valores previstos no inciso responde pessoalmente pela multa aplicada por infração
I, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de a dispositivos deste Regulamento, sendo obrigatório o
Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência respectivo desconto em folha de pagamento, mediante
Social com dados não correspondentes aos fatos geradores, requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro
seja em relação às bases de cálculo, seja em relação às infor‑ pagamento que se seguir à requisição.
mações que alterem o valor das contribuições, ou do valor Parágrafo único. Ao disposto neste artigo não se aplica
que seria devido se não houvesse isenção ou substituição, a multa de que trata o inciso III do art. 239.
quando se tratar de infração cometida por pessoa jurídica
de direito privado beneficente de assistência social em gozo Atenção: valores atualizados pela Portaria Interminis‑
de isenção das contribuições previdenciárias ou por empresa terial MPS/MF nº 13/2015:
cujas contribuições incidentes sobre os respectivos fatos
geradores tenham sido substituídas por outras; e (Redação Art. 8º A partir de 1º de janeiro de 2015:
dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) I – o valor a ser multiplicado pelo número total
III – cinco por cento do valor mínimo previsto no caput do de pontos indicadores da natureza do grau de
art. 283, por campo com informações inexatas, incompletas dependência resultante da deformidade física,
ou omissas, limitada aos valores previstos no inciso I, pela para fins de definição da renda mensal inicial da
apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garan‑ pensão especial devida às vítimas da síndrome da
tia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social talidomida, é de R$ 359,63 (trezentos e cinquenta e
com erro de preenchimento nos dados não relacionados nove reais e sessenta e três centavos);
aos fatos geradores. II – o valor da diária paga ao segurado ou dependente
§  1º A multa de que trata o inciso I, a  partir do mês pelo deslocamento, por determinação do INSS, para
seguinte àquele em que o documento deveria ter sido submeter-se a exame médico-pericial ou processo
de reabilitação profissional, em localidade diversa
entregue, sofrerá acréscimo de cinco por cento por mês
da de sua residência, é de R$ 77,94 (setenta e sete
calendário ou fração.
reais e noventa e quatro centavos);
§  2º O valor mínimo a que se refere o inciso I será o III – o valor da multa pelo descumprimento das
vigente na data da lavratura do auto de infração. obrigações, indicadas no:
Conhecimentos Específicos

Art. 285. A  infração ao disposto no art.  280 sujeita o a) caput do art. 287 do Regulamento da Previdência
responsável à multa de cinquenta por cento das quantias que Social (RPS), varia de R$ 253,36 (duzentos e
tiverem sido pagas ou creditadas, a partir da data do evento. cinquenta e três reais e trinta e seis centavos) a R$
Art. 286. A infração ao disposto no art. 336 sujeita o res‑ 25.337,44 (vinte e cinco mil trezentos e trinte e sete
ponsável à multa variável entre os limites mínimo e máximo reais e quarenta e quatro centavos);
do salário de contribuição, por acidente que tenha deixado b) inciso I do parágrafo único do art. 287 do RPS, é
de comunicar nesse prazo. de R$ 56.305,39 (cinquenta e seis mil trezentos e
§ 1º Em caso de morte, a comunicação a que se refere cinco reais e trinta e nove centavos); e
este artigo deverá ser efetuada de imediato à autoridade c) inciso II do parágrafo único do art. 287 do RPS,
competente. é de R$ 281.526,96 (duzentos e oitenta e um mil
§ 2º A multa será elevada em duas vezes o seu valor a quinhentos e vinte e seis reais e noventa e seis
cada reincidência. centavos);

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IV – o valor da multa pela infração a qualquer Parágrafo único. Na aplicação da multa a que se refere o
dispositivo do RPS, para a qual não haja penalidade art. 288, aplicar‑se‑á apenas as agravantes referidas nos inci‑
expressamente cominada no art. 283 do RPS, varia, sos III a V do art. 290, as quais elevam a multa em duas vezes.
conforme a gravidade da infração, de R$ 1.925,81 Art. 293. Constatada a ocorrência de infração a disposi‑
(um mil novecentos e vinte e cinco reais e oitenta tivo deste Regulamento, será lavrado auto de infração com
e um centavos) a R$ 192.578,66 (cento e noventa e discriminação clara e precisa da infração e das circunstâncias
dois mil quinhentos e setenta e oito reais e sessenta em que foi praticada, contendo o dispositivo legal infringido,
e seis centavos); a penalidade aplicada e os critérios de gradação, e indicando
V – o valor da multa indicada no inciso II do art. 283 local, dia e hora de sua lavratura, observadas as normas fixa‑
do RPS é de R$ 19.257,83 (dezenove mil duzentos das pelos órgãos competentes. (Redação dada pelo Decreto
e cinquenta e sete reais e oitenta e três centavos); nº 6.103, de 2007)
VI – é exigida Certidão Negativa de Débito (CND) § 1º Recebido o auto de infração, o autuado terá o prazo
da empresa na alienação ou oneração, a qualquer de trinta dias, a contar da ciência, para efetuar o pagamento
título, de bem móvel incorporado ao seu ativo da multa de ofício com redução de cinquenta por cento ou
permanente de valor superior a R$ 48.144,19 impugnar a autuação. (Redação dada pelo Decreto nº 6.103,
(quarenta e oito mil cento e quarenta e quatro reais de 2007)
e dezenove centavos); e § 2º Impugnada a autuação, o autuado, após a ciência da
VII – o valor de que trata o § 3º do art. 337-A do decisão de primeira instância, poderá efetuar o pagamento
Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei nº 2.848, da multa de ofício com redução de vinte e cinco por cento,
de 7 de dezembro de 1940, é de R$ 4.117,35 (quatro até a data limite para interposição de recurso. (Redação dada
mil cento e dezessete reais e trinta e cinco centavos). pelo Decreto nº 6.103, de 2007)
§ 3º O recolhimento do valor da multa, com redução, im‑
CAPÍTULO IV plica renúncia ao direito de impugnar ou de recorrer. (Redação
Das Circunstâncias Agravantes da Penalidade dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
§ 4º Apresentada impugnação, o processo será submeti‑
Art. 290. Constituem circunstâncias agravantes da do à autoridade competente, que decidirá sobre a autuação,
infração, das quais dependerá a gradação da multa, ter o cabendo recurso na forma da Subseção II da Seção II do
infrator: Capítulo Único do Título I do Livro V deste Regulamento.
I – tentado subornar servidor dos órgãos competentes; (Redação dada pelo Decreto nº 6.032, de 2007)
II – agido com dolo, fraude ou má‑fé; § 5º (Revogado pelo Decreto nº 6.032, de 2007)
III  – desacatado, no ato da ação fiscal, o  agente da § 6º (Revogado pelo Decreto nº 6.032, de 2007)
fiscalização;
IV – obstado a ação da fiscalização; ou LIVRO V
V – incorrido em reincidência. DA ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL
Parágrafo único. Caracteriza reincidência a prática de
nova infração a dispositivo da legislação por uma mesma TÍTULO I
pessoa ou por seu sucessor, dentro de cinco anos da data DO SISTEMA NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL
em que se tornar irrecorrível administrativamente a decisão
condenatória, da data do pagamento ou da data em que Art. 294. As ações nas áreas de saúde, previdência social
se configurou a revelia, referentes à autuação anterior. e assistência social, conforme o disposto no Capítulo II do
(Redação dada pelo Decreto nº 6.032, de 2007) Título VIII da Constituição Federal, serão organizadas em
Sistema Nacional de Seguridade Social.
CAPÍTULO V Parágrafo  único. As  áreas de que trata este artigo
Das Circunstâncias Atenuantes da Penalidade organizar‑se‑ão em conselhos setoriais, com representantes
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
Art. 291. (Revogado pelo Decreto nº 6.727, de 2009) e da sociedade civil.

CAPÍTULO VI CAPÍTULO ÚNICO
Da Gradação das Multas Dos Órgãos Colegiados

Seção I
Art. 292. As multas serão aplicadas da seguinte forma:
Do Conselho Nacional de Previdência Social
I – na ausência de agravantes, serão aplicadas nos valores
mínimos estabelecidos nos incisos I e II e no § 3º do art. 283
Conhecimentos Específicos

Art. 295. O Conselho Nacional de Previdência Social, ór‑


e nos arts. 286 e 288, conforme o caso;
gão superior de deliberação colegiada, terá como membros:
II – as agravantes dos incisos I e II do art. 290 elevam a
I – seis representantes do Governo Federal; e
multa em três vezes; II – nove representantes da sociedade civil, sendo:
III – as agravantes dos incisos III e IV do art. 290 elevam a) três representantes dos aposentados e pensionistas;
a multa em duas vezes; b) três representantes dos trabalhadores em atividade; e
IV – a agravante do inciso V do art. 290 eleva a multa em c) três representantes dos empregadores.
três vezes a cada reincidência no mesmo tipo de infração, § 1º Os membros do Conselho Nacional de Previdência
e em duas vezes em caso de reincidência em infrações di‑ Social e seus respectivos suplentes serão nomeados pelo
ferentes, observados os valores máximos estabelecidos no Presidente da República, tendo os representantes titulares
caput dos arts. 283 e 286, conforme o caso; e da sociedade civil mandato de dois anos, podendo ser re‑
V – (Revogado pelo Decreto nº 6.727, de 2009) conduzidos, de imediato, uma única vez.

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164 A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 2º Os representantes dos trabalhadores em atividade, a) pelo Gerente‑Executivo da Gerência‑Executiva a que
dos aposentados, dos empregadores e seus respectivos se refere o §  1º; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.722,
suplentes serão indicados pelas centrais sindicais e confe‑ de 2008)
derações nacionais. b) outros Gerentes‑Executivos; ou (Redação dada pelo
§  3º O Conselho Nacional de Previdência Social reu‑ Decreto nº 6.722, de 2008)
nir‑se‑á, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação c) servidores da Divisão ou do Serviço Benefícios ou de
de seu Presidente, não podendo ser adiada a reunião por Atendimento ou da Procuradoria Federal Especializada junto
mais de quinze dias se houver requerimento nesse sentido ao INSS de Gerência‑Executiva sediadas na cidade, ou de
da maioria dos conselheiros. representante da Secretaria da Receita Federal do Brasil, ou
§ 4º Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu de representante da Dataprev; (Redação dada pelo Decreto
Presidente ou a requerimento de um terço de seus membros, nº 6.722, de 2008)
conforme dispuser o regimento interno do Conselho Nacional d) (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
de Previdência Social. II – nas cidades onde houver apenas uma Gerência‑Exe­
Art. 296. Compete ao Conselho Nacional de Previdência cutiva: (Redação dada pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
Social: a) pelo Gerente‑Executivo; (Redação dada pelo Decreto
nº 5.699, de 2006)
I – estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de
b) servidores da Divisão ou do Serviço de Benefícios ou
políticas aplicáveis à previdência social;
de Atendimento ou da Procuradoria Federal Especializada
II – participar, acompanhar e avaliar, sistematicamente, junto ao INSS da Gerência‑Executiva, ou de representante da
a gestão previdenciária; Secretaria da Receita Federal do Brasil, ou de representante
III – apreciar e aprovar os planos e programas da previ‑ da Dataprev. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
dência social; c) (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
IV – apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da d) (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
previdência social, antes de sua consolidação na proposta III – (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
orçamentária da seguridade social; a) (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
V – acompanhar e apreciar, mediante relatórios geren‑ b) (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
ciais por ele definidos, a execução dos planos, programas e § 3º As reuniões serão mensais ou bimensais, a critério
orçamentos no âmbito da previdência social; do respectivo CPS, e abertas ao público, cabendo a sua orga‑
VI – acompanhar a aplicação da legislação pertinente à nização e funcionamento ao titular da Gerência‑Executiva na
previdência social; qual for instalado o colegiado. (Redação dada pelo Decreto
VII – apreciar a prestação de contas anual a ser remetida nº 5.699, de 2006)
ao Tribunal de Contas da União, podendo, se for necessário, § 4º Os representantes dos trabalhadores, dos aposen‑
contratar auditoria externa; tados e dos empregadores serão indicados pelas respectivas
VIII – estabelecer os valores mínimos em litígio, acima entidades sindicais ou associações representativas. (Redação
dos quais será exigida a anuência prévia do Procurador‑Geral dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
ou do Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social § 5º Os CPS terão caráter consultivo e de assessoramento,
para formalização de desistência ou transigência judiciais, competindo ao CNPS disciplinar os procedimentos para o seu
conforme o disposto no art. 353; funcionamento, suas competências, os critérios de seleção
IX – elaborar e aprovar seu regimento interno; dos representantes da sociedade e o prazo de duração dos
X – aprovar os critérios de arrecadação e de pagamento respectivos mandatos, além de estipular por resolução o
dos benefícios por intermédio da rede bancária ou por regimento dos CPS. (Incluído pelo Decreto nº 4.874, de 2003)
§ 6º As funções dos conselheiros dos CPS não serão re‑
outras formas; e
muneradas e seu exercício será considerado serviço público
XI – acompanhar e avaliar os trabalhos de implantação e relevante. (Incluído pelo Decreto nº 4.874, de 2003)
manutenção do Cadastro Nacional de Informações Sociais. §  7º A Previdência Social não se responsabilizará por
Art. 296-A. Ficam instituídos, como unidades descentra‑ eventuais despesas com deslocamento ou estada dos conse‑
lizadas do Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS, lheiros representantes da sociedade. (Incluído pelo Decreto
Conselhos de Previdência Social  – CPS, que funcionarão nº 4.874, de 2003)
junto às Gerências‑Executivas do INSS. (Redação dada pelo § 8º Nas cidades onde houver mais de uma Gerência‑Exe‑
Decreto nº 5.699, de 2006) cutiva, o Conselho será instalado naquela indicada pelo Ge‑
§  1º Os CPS serão compostos por dez conselheiros e rente Regional do INSS cujas atribuições abranjam a referida
respectivos suplentes, designados pelo titular da Gerência cidade. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
Executiva na qual for instalado, assim distribuídos: (Redação § 9º Cabe ao Gerente‑Executivo a designação dos conse‑
dada pelo Decreto nº 5.699, de 2006) lheiros. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
I – quatro representantes do Governo Federal; e (Incluído § 10. É facultado ao Gerente Regional do INSS participar
pelo Decreto nº 4.874, de 2003) das reuniões do CPS localizados em região de suas atribui‑
ções e presidi‑las. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
Conhecimentos Específicos

II – seis representantes da sociedade, sendo: (Incluído


pelo Decreto nº 4.874, de 2003) Art. 297. Compete aos órgãos governamentais:
I  – prestar toda e qualquer informação necessária ao
a)  dois dos empregadores; (Incluída pelo Decreto
adequado cumprimento das competências do Conselho
nº 4.874, de 2003) Nacional de Previdência Social, fornecendo inclusive estudos
b)  dois dos empregados; e (Incluída pelo Decreto técnicos; e
nº 4.874, de 2003) II  – encaminhar ao Conselho Nacional de Previdência
c)  dois dos aposentados e pensionistas. (Incluído pelo Social, com antecedência mínima de dois meses do seu
Decreto nº 4.874, de 2003) envio ao Congresso Nacional, a proposta orçamentária da
§ 2º O Governo Federal será representado:(Incluído pelo previdência social, devidamente detalhada.
Decreto nº 4.874, de 2003) Art. 298. As resoluções tomadas pelo Conselho Nacio‑
I – nas cidades onde houver mais de uma Gerência‑Exe­ nal de Previdência Social deverão ser publicadas no Diário
cutiva: (Redação dada pelo Decreto nº 5.699, de 2006) Oficial da União.

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Art. 299. As reuniões do Conselho Nacional de Previdên‑ § 5º O mandato dos membros do Conselho de Recursos
cia Social serão iniciadas com a presença da maioria absoluta da Previdência Social é de dois anos, permitida a recondu‑
de seus membros, sendo exigida para deliberação a maioria ção, atendidas às seguintes condições: (Redação dada pelo
simples de votos. Decreto nº 5.699, de 2006)
Art. 300. As ausências ao trabalho dos representantes I – os representantes do Governo são escolhidos entre
dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades servidores federais, preferencialmente do Ministério da Pre‑
do Conselho Nacional de Previdência Social, serão abonadas, vidência Social ou do INSS, com curso superior em nível de
computando‑se como jornada efetivamente trabalhada para
graduação concluído e notório conhecimento da legislação
todos os fins e efeitos legais.
previdenciária, que prestarão serviços exclusivos ao Conselho
Art. 301. Aos membros do Conselho Nacional de Previ‑
dência Social, enquanto representantes dos trabalhadores de Recursos da Previdência Social, sem prejuízo dos direitos
em atividade, titulares e suplentes, é assegurada a estabili‑ e vantagens do respectivo cargo de origem; (Redação dada
dade no emprego, da nomeação até um ano após o término pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
do mandato de representação, somente podendo ser demi‑ II – os representantes classistas, que deverão ter esco‑
tidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada laridade de nível superior, exceto representantes dos traba‑
mediante processo judicial. lhadores rurais, que deverão ter nível médio, são escolhidos
Art. 302. Compete ao Ministério da Previdência e dentre os indicados, em lista tríplice, pelas entidades de
Assistência Social proporcionar ao Conselho Nacional de classe ou sindicais das respectivas jurisdições, e manterão
Previdência Social os meios necessários ao exercício de a condição de segurados do Regime Geral de Previdência
suas competências, para o que contará com uma Secretaria Social; e (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
Executiva do Conselho Nacional de Previdência Social. III – o afastamento do representante dos trabalhadores
da empresa empregadora não constitui motivo para altera‑
Seção II ção ou rescisão contratual.
Do Conselho de Recursos da Previdência Social §  6º A gratificação dos membros de Câmara de Julga‑
mento e Junta de Recursos será definida pelo Ministro de
Subseção I Estado da Previdência e Assistência Social. (Redação dada
Da Composição pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
I – o Presidente do Conselho definirá o número de sessões
Art. 303. O Conselho de Recursos da Previdência Social – mensais, que não poderá ser inferior a dez, de acordo com
CRPS, colegiado integrante da estrutura do Ministério da Pre‑ o volume de processos em andamento;
vidência Social, é órgão de controle jurisdicional das decisões II  – a gratificação de relatoria por processo relatado
do INSS, nos processos referentes a benefícios a cargo desta com voto corresponderá a um cinquenta avos do valor da
Autarquia. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008)
retribuição integral do cargo em comissão do grupo Direção
§ 1º O Conselho de Recursos da Previdência Social com‑
e Assessoramento Superior prevista para o presidente da
preende os seguintes órgãos:
câmara ou junta a que pertencer o conselheiro; e
I – vinte e nove Juntas de Recursos, com competência para
III – o valor total da gratificação de relatoria do conse‑
julgar, em primeira instância, os recursos interpostos contra
lheiro não poderá ultrapassar o dobro da retribuição integral
as decisões prolatadas pelos órgãos regionais do INSS, em
do cargo em comissão previsto para o presidente da câmara
matéria de benefício administrado pela autarquia ou quanto
a controvérsias relativas à apuração do FAP, a que se refere ou junta que pertencer.
o art.  202-A, conforme sistemática a ser definida em ato § 7º Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social,
conjunto dos Ministérios da Previdência Social e da Fazenda; mediante ato do Ministro de Estado da Previdência Social,
(Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009) poderão ser cedidos para terem exercício no Conselho de
II – quatro Câmaras de Julgamento, com sede em Brasília, Recursos da Previdência Social, sem prejuízo dos direitos e
com a competência para julgar, em segunda instância, os re‑ das vantagens do respectivo cargo de origem, inclusive os
cursos interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas previstos no art. 61 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
de Recursos que infringirem lei, regulamento, enunciado 1990. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
ou ato normativo ministerial; (Redação dada pelo Decreto § 8º (Revogado pelo Decreto nº 3.452, de 2000)
nº 6.722, de 2008) §  9º O conselheiro afastado por qualquer das razões
III – (Revogado pelo Decreto nº 3.668, de 2000) elencadas no Regimento Interno do Conselho de Recursos
IV – Conselho Pleno, com a competência para uniformizar da Previdência Social, exceto quando decorrente de renún‑
a jurisprudência previdenciária mediante enunciados, poden‑ cia voluntária, não poderá ser novamente designado para
do ter outras competências definidas no Regimento Interno o exercício desta função antes do transcurso de cinco anos,
do Conselho de Recursos da Previdência Social. (Redação contados do efetivo afastamento. (Redação dada pelo De­
Conhecimentos Específicos

dada pelo Decreto nº 6.857, de 2009) creto nº 5.699, de 2006)


§ 2º O CRPS é presidido por representante do Governo, § 10. O limite máximo de composições por Câmara de
com notório conhecimento da legislação previdenciária, Julgamento ou Junta de Recursos, do Conselho de Recursos
nomeado pelo Ministro de Estado da Previdência Social, da Previdência Social, será definido em ato do Ministro de
cabendo‑lhe dirigir os serviços administrativos do órgão. Estado da Previdência Social, por proposta fundamentada
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008) do presidente do referido Conselho, em função da quanti‑
§ 3º (Revogado pelo Decreto nº 3.668, de 2000) dade de processos em tramitação em cada órgão julgador.
§ 4º As Juntas e as Câmaras, presididas

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