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SRI RANJIT MAHARAJ

1913-2000

http://editoraadvaita.blogspot.com/2010/08/sri-ranjit-maharaj.html

Sri Ranjit Maharaj nasceu a 6 de janeiro de 1913 em Bombaim,


Índia. Na sua tenra infância foi um devoto fervoroso de Krishna,
mas, aos 12 anos de idade, conheceu Shri Sadguru
Siddharameshwar Maharaj, que se tornou seu mestre. Depois,
Shri Siddharameshwar também se tornou mestre do venerado
sábio indiano Nisargadatta Maharaj.

Siddharameshwar Maharaj constatou o Ser através da


meditação, um caminho árduo e longo, que, nas suas próprias
palavras, na filosofia indiana se chama Pipilika Marg e significa o
"caminho da formiga". Siddharameswar ensinava o "caminho do
pássaro", Vihangam Marg. Esse é o caminho da compreensão, o
caminho direto para a Auto-Constatação (Auto-Realização). O
Caminho do Pássaro também é o ensinamento de Sri Ranjit
Maharaj. É bastante interessante que exatamente na mesma
época em que o jovem Ranjit se encontrava pela primeira vez
com seu mestre, também visitava Siddharameshwar, e era um
dos primeiros americanos a fazê-lo, um jovem viajante
americano em sua quase disfarçada busca espiritual da
iluminação, que ganhou fama anonimamente alguns anos
depois no romance intitulado O Fio da Navalha, do famoso autor
e dramaturgo britânico W. Somerset Maugham. Narra-se que
por ter morado na Índia ele alcançou paz de espírito.

O jovem americano, Larry Darrell, como no romance o


denomina Maugham, viajava para Bijapur para encontrar-se
com Siddharameshwar e aprender o Vihangam Marg, o caminho
do pássaro. O santo contou a Darrell o que Ranjit Maharaj por
fim também viria a aprender: "que só por escutar e praticar os
ensinamentos do Mestre e refletir a respeito, tal como o
pássaro, que voa de uma árvore a outra, é que se pode alcançar
rapidamente o Despertar".

PERGUNTAS & RESPOSTAS

PERGUNTA: Quando considero minha verdadeira natureza, fico


no "EU SOU", invade-me um sentimento de amor sem causa.
Esse sentimento é correto ou ainda é uma ilusão?
MAHARAJ: É o êxtase do Ser. Você sente a presença do "EU
SOU". Você se esquece de tudo, dos conceitos e da ilusão. É um
estado não-condicional. Essa felicidade aparece quando você se
esquece do objeto, mas na felicidade ainda há um pequeno
toque do eu. Afinal, é ainda um conceito. Quando você se cansa
do mundo externo, você quer ficar só, para estar consigo
mesmo. É a vivência de um estado mais elevado, mas ainda faz
parte da mente. O Ser não sente prazer nem desprazer. Sem o
eu, sem o "EU SOU". O completo esquecimento da ilusão
significa que nada é, nada existe. Ela ainda está aí, mas para
você ela não tem realidade. É a isso que se chama de
Constatação (Realização), ou Auto-Conhecimento. É a
constatação do Ser sem o eu.
Se alguém o chama, você diz "Estou aqui", mas antes de dizer
"Estou aqui", você estava. A ilusão não pode colar mais alguma
coisa na Realidade. Não pode colar algo extraordinário na
Realidade, porque a Realidade está na própria base de tudo que
existe. Tudo que existe, tudo que você vê, os objetos da sua
percepção, tudo se deve à Realidade. A ignorância e o
conhecimento não existem. Não existem. Então, como é que
você poderá expressá-los?

Quando você objetifica algo, significa que está sentindo alguma


coisa. Tão logo sinta alguma coisa, você se afasta de Si, do Ser.
Você sente amor, que é melhor que estar na ignorância, mas,
afinal de contas, isso ainda é um estado, e um estado é sempre
condicionado. O não-condicionado não tem estados. É a
experiência da inexistência da ilusão. Tão logo você sinta a
mínima existência, isso é ignorância. Isso é muito sutil.
Ignorância e conhecimento ambos são sutis. É difícil entender,
mas, se você realmente averiguar, chegará a esse estado. Isso
é, e sempre foi, mas você não sabe; essa é a dificuldade. Não
há um único ponto em que a Realidade não esteja. Você
vivencia a existência através dos objetos, mas tudo isso não é
nada. É onipresente, mas você não pode vê-lo. Por quê? Porque
você é a própria Realidade. Então como pode você se ver? Para
ver seu rosto, você precisa de um espelho.

A verdadeira felicidade está dentro de você e não fora. No sono


profundo, você é feliz. Esquece-se do mundo. Portanto, a
felicidade jaz no esquecimento do mundo. Deixe o mundo ser
como é; não o destrua, mas saiba que ele não é. Faça tudo
quanto tenha que fazer, mas fique desapegado com a
compreensão de que seja lá o que for que você sinta, perceba e
alcance é ilusão; não existe, e a sua mente precisa aceitar isso.

Os santos dizem: "Já que tudo é nada, como poderá você ser
afetado por este nada, como o nada poderá atingi-lo?" Então, o
que fazer? A mente não passa de conhecimento. As pessoas
diferenciam a mente do conhecimento, mas isso não é correto.
Não há nada no mundo. É ilusão. Só a Realidade existe, e,
quando você entender que a ilusão é realmente ilusão, como
poderá ela afetá-lo? Como poderá você sequer sentir que ela o
afeta? A pétala de lótus origina-se da água; fica em cima
d’água, mas não é tocada pela água. Se você verte água sobre
ela, a água escorre; a flor não se molha.

Quando você compreende que nada permanece, já não se trata


mais do amor. A felicidade do Ser que você sente é ainda o
prazer do conhecimento. Primeiro você precisa se conscientizar
e depois se tornar a própria Realidade, porque você é Ela.
Portanto, não faz mal algum viver na ilusão, no mundo, mas ele
não existe, você não é atingido. O lótus permanece na água,
mas nem liga para ela.

É assim que você deve vivenciar sua verdadeira natureza. Digo


"vivenciar", mas aí essa palavra já não existe, porque ela está
além do espaço, além do zero. E as palavras não podem entrar
aí; param aí. No Bhagavad Gita, o Senhor Krishna diz: "Para
onde as palavras retornam está o meu estado". Ainda assim, ele
era rei e reinava, mas sabia que nada existe. Você não sabe que
nada pode atingi-lo. Quando sentir que nada o atinge, você
estará fora da ilusão. Esse é o ponto culminante da filosofia e
você pode chegar lá. Lá, lá não há Mestre nem discípulo, pois
ambos são um só. Não existe dualidade. Existe somente a
Unidade e nada fica fora dela. Portanto, fique na ilusão, mas por
compreensão.

Dois amigos queriam pregar uma peça num outro amigo. Um


começou a insultar o outro, mas o outro ria do insulto. O
terceiro ficou perturbado e disse: "Como podes rir quando ele
está te insultando?" Ele ria porque tinha a chave do jogo, mas o
terceiro rapaz não entendia. Do mesmo modo, uma pessoa
Realizada, embora viva no mundo, compreende que tudo isto é
nada e o que quer que esteja acontecendo, nada está
acontecendo. Portanto, ela não é atingida. As pessoas andam
sempre com medo do que acontece ou vai acontecer. Temem o
que as pessoas vão dizer. Pensam: "O que é que vou fazer? O
que vai acontecer comigo?" Lutam ou desfrutam. Todos esses
cativeiros se devem à mente.

Aquele que está fora do círculo entende que tudo é nada. Não
existe; é apenas ignorância. Diz-se que só quem mergulha
fundo no oceano é que pode encontrar a pérola. Quem fica na
superfície é levado pela corrente do prazer e do sofrimento.
Você deve mergulhar fundo até as profundezas do ilimitado,
porque é lá que você está. Nunca pare no limitado. O ouro não
liga para as formas que ele assume nos ornamentos; pode ser a
forma de um cachorro ou de um deus, ele não se preocupa com
a forma. Da mesma maneira, seja indiferente com as coisas,
porque elas não existem.

Nada pode atingi-lo. Você é intocado. A mente deve chegar ao


ponto de uma compreensão completa da ilusão. Ali jaz o seu
estado. Nada permanece para quem compreendeu. Não há mais
perda ou ganho. Não pergunte se você pode atingir a Realidade,
porque você é a Realidade, então por que dizer: "Será que eu
posso?" Primeiro saia do círculo. Largue tudo, uma coisa após
outra, e entre fundo em seu Ser. Depois volte e esteja em tudo.

O que você descreveu é um bom estado, não há dúvidas, mas


vá um pouco mais adiante. Quando a mente aceita que tudo é
ilusão, somente ilusão, então você está no seu Ser. O corpo e a
mente são ilusões; você devia ficar contente de saber isso.
Desvencilhe-se da identificação com eles. A única coisa que o
Mestre faz é dar o seu verdadeiro valor ao Poder que está em
você, ao qual você nem presta atenção. Ele não faz nada mais.
Era uma pedra, e o Mestre revela a própria natureza dela, que é
diamante. Ele faz de você a pedra mais preciosa.

Eu sou onipresente, todo-poderoso, sou o Criador de tudo que


existe. Quando você está na base de tudo, você está em tudo. É
por isso que nem um assassino pode ser considerado mau. O
que quer que esteja acontecendo, é "ordem minha". Seja o
senhor, não o escravo! Você é o senhor.

PERGUNTA: Eu gostaria de saber por que algumas pessoas


Realizadas reencarnam a fim de ajudar os outros a acordar?

MAHARAJ: Ninguém vem, ninguém vai. Quem lhe contou isso?


Você leu livros e repete. Diz-se que o maior homem é aquele
que morre desconhecido. Rama e Krishna foram heróis
secundários. O homem realizado vive em silêncio e morre em
silêncio. Depois, o pensamento dele funciona numa outra
pessoa; mas que eles voltam é bobagem. Veja "A Doutrina do
Renascimento".

Ninguém vem, ninguém vai. É tudo um sonho. Num sonho você


pode se tornar um grande Mestre, mas, quando acorda, você
volta ao seu estado normal. Quem foi lá e quem voltou? Não
aconteceu nada. O conceito de um grande Mestre passou por
você e você virou aquele "grande Mestre", mas, quando acorda,
você percebe: "Nossa, tudo isso é absurdo! Como posso eu ser
um grande Mestre? Não sei nada!" Mesmo assim, no sonho você
dava palestras e falava com facilidade sobre todas essas coisas,
mas, quando chega o despertar, todo conhecimento se esvai.
Era um sonho.

De onde ele veio e aonde desapareceu? Quando nada existe,


tudo são apenas crenças e conceitos da mente. O suposto sábio
que diz "Eu sou a reencarnação de Deus" não o conhece, não
conhece a Realidade. Ao contrário, é escravo do seu ego, da
ilusão. Quando o próprio conhecimento não tem entidade, não
vêm à baila todas essas coisas.

Aquele que compreende, livra-se de tudo. Uma pessoa assim


parece comum, mas seu coração é bem diferente. Se ficar do
lado de fora, como você poderá entender? Para se tornar o dono
da casa, você precisar entrar nela. Da mesma maneira, você
precisa penetrar o seu próprio Ser para tornar-se o dono. Mas aí
o "eu" não permanece "eu". Não mais se trata de Mestre ou
discípulo. O pensamento em um Mestre pode inspirar quem
quer que assuma um corpo porque ele e o Sábio são unos.
Penetre o coração do Realizado e você não permanecerá como
"Você", porque só ele é. É por isso que se diz que aqueles que
ensinam são reencarnações de Deus. O Mestre passa o
ensinamento a todos, mas não o valoriza, porque sabe que o
conhecimento é a maior ignorância. Portanto não se deixe tocar
por nada.

PERGUNTA: Se tudo é ilusão, você mesmo é uma ilusão?

MAHARAJ: Ah, sim! Eu sou a maior ilusão! Tudo que digo de


todo o coração e com tanta franqueza é tudo falso! Mas o falso
‘eu’ pode fazer você alcançar esse ponto. O endereço da pessoa
não é o objetivo. Quando você chega à casa, é graças ao
endereço que lhe deram, o endereço é verdadeiro somente até
o momento em que você entra na casa. Assim que você entra,
desaparece o endereço. As palavras não passam de indicações;
não têm nenhuma realidade em si mesmas. Se o ‘eu’
permanece, eu também sou ilusão. Não permaneça como ‘eu’.
Essa é a mais alta compreensão da filosofia. O santo Tukaram
dizia: "Vi a minha própria morte, e o que vi lá, a alegria que se
revelou, isso eu conheço". Antes de tudo, você precisa morrer.
"Você" significa ilusão.

Por isso, o que digo é falso, todavia verdadeiro, porque eu falo


daquilo. O endereço é falso, mas, quando você atinge o
objetivo, é a Realidade. Da mesma maneira, todas as escrituras
e os livros filosóficos destinam-se apenas a indicar esse ponto,
e, quando você o atinge, eles se tornam inexistentes, vazios. As
palavras são falsas; só o sentido que elas comunicam é que é
verdadeiro. Portanto, tudo é ilusão, mas, para compreender a
ilusão, é preciso ilusão. Por exemplo, para tirar um espinho do
dedo, você utiliza outro espinho; depois joga fora os dois. Mas,
se você guardar o segundo espinho que utilizou para remover o
primeiro, certamente você estará de novo preso. Para remover
a ignorância, é preciso conhecimento, mas por fim ambos
devem dissolver-se na Realidade. O seu Ser é sem ignorância
nem conhecimento.

Portanto, o Mestre e o buscador são ilusões, porque ambos são


um só. Se você guardar o segundo espinho, que significa
conhecimento, nem que seja um espinho de ouro, você estará
preso (pelo segundo espinho). O ego é a única ilusão, e ego é
conhecimento. Conta-se que para apanhar um ladrão é preciso
tornar-se um ladrão. Então você poderá dizer-lhe: "Cuidado, eu
estou aqui e sei que você é ladrão; portanto, não poderá me
roubar". Mas você não pode apanhar o ladrão porque ele tem
quatros olhos e você só tem dois. Num relance, o ladrão
percebe os objetos de valor e, se você não estiver atento, ele
lhos rouba. A ilusão é como o ladrão, de modo que você precisa
ser mais forte do que o ladrão. A sua mente precisa aceitar que
tudo é ilusão, somente ilusão. Então você será o "maior dos
maiorais".

O conhecimento é uma grande coisa, mas deve ser apenas um


remédio. Quando a febre baixa graças ao remédio que você
tomou, você deve parar de tomá-lo. Não prolongue o
tratamento, senão você criará mais problemas. O conhecimento
só é necessário para remover o mal da ignorância. O médico
sempre prescreve uma dosagem limitada! Antes de tudo,
compreenda que o ‘eu’ é uma ilusão e o que ‘eu’ diz é ilusão. O
Mestre e o que ele diz também são ilusão, porque na Realidade,
‘eu’ e ‘Ele’ não existem mais. Vá fundo para dentro de si, tão
fundo até você desaparecer. Caso contrário, veja o que
acontece. Entra um bode em sua casa, e, para fazê-lo sair, você
abre a porta. O bode sai, mas entra um camelo. O camelo é
apenas como a ilusão. Portanto, fique fora da ilusão.

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