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Dia Mundial da Língua Portuguesa

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O primeiro poema de a “Mensagem” mostra-

nos que o destino de Portugal, território onde

decorrerá a grande aventura épica de um povo eleito

por Deus para uma missão: a conquista dos mares. A 1

sua posição geográfica é privilegiada.

Seguindo, então, esta “Olhar” profético, que coloca

o nosso país como o “Escolhido”, iremos, também nós,

mostrar que os portugueses, após a conquista do seu

território, levaram a sua língua, os seus costumes,

a sua religião, por mares nunca antes navegados, regressando mais ricos do que

nunca, pois o contacto de culturas só pode enriquecer quem passa por tão

grandiosa experiência...conhecemos outros povos, outras culturas. Tornamos o

mundo mais rico e enriquecemos!

Partiremos, então, à descoberta da descoberta, à procura de nós próprios,

revisitando o passado para o (re)lembrarmos, para o presentificarmos, para não

esquecermos nunca que, também nós olhamos o futuro da Europa…do mundo!


"...a aldeia parece uma festa, no colorido, na graça, na invenção que nasce das mãos

desse homem modesto e simples que, n o entanto, é ao mesmo tempo sábio de

profundo conhecimento e traz no coração e nos dedos o dom da criação. Nasceu para 2

criar beleza, para dar de si aos demais, para tornar mais rico o património do povo

português com as suas imagens, suas figuras de barro, seus vasos utilitários, seus bois de

longos cornos, seus peixes leves como versos, seus porcos e galos feitos de terra e de

lirismo. Parece uma festa, a aldeia..."

JORGE AMADO, BRASIL


RITOS

a cobra
se
ao deslocar 3

se
deixa rasto.
a cabra cobra
se
no óbito
há choro de mutudi.
... rasgar a noite negra?
se
e só no pó
se lê:
- o riso da morte
é único
e redondo
como um ponto final.

CONCEIÇÃO CRISTOVÃO, ANGOLA


Era o tempo da rua despovoada
Escorria das paredes o musgo do abandono
E o esquecimento gotejava as horas
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Sob o charco empedrado do silêncio
Era o tempo dos crepúsculos baixos
Das janelas neutras e cerradas
Era o tempo do cágado
(Morena veio à porta e
Viu o cágado
Atravessar a deserta rua
Silencioso, incógnito e determinado
Entre os perigos inexistentes)
Era o tempo em que a presença dum cágado
Preenchia a humana e inquieta solidão

ANTERO DE ABREU, ANGOLA


CONGO MEU CONGO

Pingo de chuva,
Que pinga, 5

Que pinga,
Pinga de leve
No meu coração.
Pingo de chuva,
Tu lembras a canção,
Que um preto cansado,
Cantou para mim,
Pingo de chuva,
A canção é assim.
Congo meu congo
Aonde nasci
Jamais voltarei
Disto bem sei
Congo meu congo
Aonde nasci...

SOLANO TRINDADE, CONGO


SONHO

A miragem desfez-se
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em sobressalto
aquele enorme estandarte rubro
desfez-se e m nada
toda a minha alegria
esfumou-se em vento
duas fartas lágrimas
lavraram minhas faces
todo eu tremi desesperado.
É que na verdade
a miragem a alegria o estandarte
tudo isso era mentira
fora um sonho.

DAVID HOPFFER ALMADA, CABO-VERDE


Se tivesse de escolher um livro, seria a Bíblia. Li-o até ficar com as páginas rotas. Era o
único que tinha lá em casa. Não tive sorte de ler outros. À colónia portuguesa de
Timor não chegavam livros. Apenas desterrados políticos. Homens que foram para lá
mandados pelo Salazar, por causa das suas ideias que do ponto de vista do regime
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eram subversivas. De uma maneira ou de outra, esses homens eram livros abertos.
Só mais tarde, e muito mais tarde, dei conta que por detrás dos livros se escondiam os
autores. Foi assim que me interessei por José Cardoso Pires, Sofia de Melo Breyner
Andresen, Ferreira de Castro, Rui Cinatti e António Lobo Antunes, o timorense Borja da
Costa. Os brasileiros Jorge Amado e Érico Veríssimo. Lamento não ter lido na minha
juventude Guimarães Rosa. Tenho uma grande admiração e respeito pela obra dos
angolanos Luandino Vieira e Pepetela.

A língua portuguesa já teve o seu esplendor no passado, sobretudo com os grandes vultos
brasileiros e portugueses. A atribuição do Nobel em certa medida premeia esse passado,
bem como os autores consagrados de hoje, cujas obras lemos e amamos. E há ainda que
referir uma nova geração que está a despontar com vigor, como Francisco José Viegas,
Mia Couto, José Eduardo Agualusa, Ana Paula Tavares, Luíz Rufatto, Pedro Rosa
Mendes, Adriana Lisboa e outros tantos, fazendo da língua portuguesa, não só esplendor
de Portugal, mas de todos quantos a utilizam e a potenciam como uma língua universal.

LUÍS CARDOSO, TIMOR


“Um Minuto de Silêncio”
Calai
Montes
Vales e fontes
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Regatos e ribeiros
Pedras dos caminhos
E ervas do chão,
Calai
Calai

Pássaros do ar
E ondas do mar
Ventos que sopram
Nas praias que sobram
De terras de ninguém,
Calai
Calai
Canas e bambus
Árvores e “ai - rús”
Palmeiras e capim
Na verdura sem fim
Do pequeno Timor,
Calai
Calai
Calai-vos e calemo-nos

FRANCISCO BORJA DA COSTA, TIMOR

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