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1.

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por finalidade dar noções básicas de ruído e informações sobre
a realização de medição de ruído e conseqüentemente a utilização da Norma
NBR 10.151 da ABNT.

2. CONCEITOS BÁSICOS

a) O QUE É UMA ONDA?

Antes de definir o que é som, vamos saber o que é uma onda.

Ao pegar uma corda e movimentá-la para cima e para baixo a partir da posição
inicial, teremos uma série de pulsos alternados para cima e para baixo,
propagando-se ao longo da corda, conforme a Figura 1.

Esta série de pulsos constitui uma onda propagando-se na corda. Pode-se


perceber que a corda como um todo permanece no mesmo lugar enquanto que os
pulsos passam por ela, ou seja, cada ponto da corda oscila para cima e para
baixo. Da mesma forma ao colocar uma rolha num lago e jogar uma pedra,
observa-se que as ondas formadas pela queda da pedra na água, não arrastam a
rolha, quando as ondas (pulsos) passam pela rolha apenas faz com que oscile
para cima e para baixo.

Desta forma, pode-se concluir que uma onda transporta apenas energia. sem
transportar matéria.
A onda anteriormente mencionada é denominada onda transversal, pois os
pontos da corda vibram em direção á propagação.

A Figura 2 apresenta uma onda longitudinal:

b) O QUE É SOM?

É definido como qualquer variação de pressão (no ar, água ou algum outro meio)
que o ouvido humano possa detectar.

Para um som ser percebido, é necessário que ele esteja dentro da faixa de
freqüência captada pelo ouvido humano. Essa faixa, para um ouvido saudável
varia em média de 20 a 20.000 Hz (ou 20 kHz). Também é necessária uma certa
variação de pressão para a percepção. Assim, a percepção dos sons só ocorrera
quando~s variações de pressão e a freqüência de propagação estiverem dentro de
limites compatíveis com as características fisiológicas do ouvido humano.

Quando um objeto vibra, ou se movimenta, altera o valor da pressão normal


provocando compressões e rarefações sucessivas (Figura 3). As ondas ao
penetrarem no ouvido, provocam vibrações que nos causam as sensações
auditivas.

Portanto, som é uma onda longitudinal, com freqüências compreendidas entre 20


Hz e 20 kHz, que ocorre quando uma fonte sonora, coloca as partículas de um
meio material (sólido, líquido ou gasoso) em movimento, acarretando uma
variação de pressão, capaz de provocar sensações auditivas.
A Figura 3 apresenta a representação de uma onda sonora longitudinal

c) O QUE É RUIDO?

Os termos som e ruído são utilizados com freqüência indiscriminadamente mas,


geralmente, som é utilizado para as sensações prazerosas, tais como, música ou a
fala, ao passo que ruído é usado para descrever um som indesejável como
buzina, explosão, barulho de trânsito e máquinas.

Essa correlação de ruído e som é muito subjetiva, depende muito de nossa


atitude frente a ele. Para os engenheiros de projetos, o som da decolagem de seu
novo avião a jato, soa como música para seus ouvidos, mas será um estrondo
agonizante para as pessoas que residem no fim da pista de decolagem.

3. EFEITOS DO RUÍDO

O ruído pode causar danos e destruição. Uma onda sônica pode destruir vidraças,
e quebrar o reboco das paredes. O efeito do ruído no homem pode ser físico,
psicológico e social.

O ruído:

 Incomoda;
 Causa fadiga;
 Reação muscular;
 Reduz a eficiência;
 Diminui os reflexos;
 Prejudica a audição;
 Dilata as pupilas;
 Interfere na comunicação;
 Aumenta a freqüência cardíaca;
 Provoca a contração dos vasos sangüíneos;
 Aumenta a produção de hormônios;
 Provoca a movimentação do estômago e abdômen;
 Aumenta a corticotrofina (diabete pancreática);
 Acelera o ritmo cardíaco, aumentando a pressão arterial;
 Aumenta a produção de adrenalina (glândulas supra renais).

A figura 4 apresenta alguns efeitos, do ruído no homem:


4. AMPLITUDE, FREQUÊNCIA E PERÍODO

Amplitude (A) do movimento é a distância percorrida entre a posição de


equilíbrio e a posição extrema ocupada por um corpo que oscila.

Figura 5 - Na natureza, encontra-se várias situações em que um corpo executa


movimento vibratório. Fonte: IAC

Quando um corpo vai de uma posição extrema a outra e retorna à posição inicial (vai
de B a B’ e retorna a B, como na figura 5), dizemos que ele efetuou uma vibração
completa ou um ciclo completo.

O número de vibrações completas ou ciclos completos que o corpo efetua por unidade
de tempo, é denominado Freqüência (f), do movimento, e é medida em Hertz (Hz).

O tempo que o corpo gasta para efetuar uma vibração completa ou um ciclo completo,
é denominado Período (T), do movimento, e é definido como:

T = 1/f

Desta relação podemos concluir que, quanto maior é a freqüência com que um
corpo oscila, menor será o seu período e vice-versa.

5. VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DE UMA ONDA

A velocidade de uma onda em um meio é a velocidade com que os pulsos da


onda se propagam neste meio. Assim, se uma pessoa produzir um pulso na
extremidade de uma corda, cujo comprimento é de 6,0 metros e o pulso atingir a
outra extremidade depois de 1,5 segundos, concluímos que a velocidade de
propagação da onda nesta corda é:
v = 6,0m/1,5s portanto v = 4,0 m/s

De um modo geral, a velocidade de uma onda depende do meio no qual ela se


propaga.

6. COMPRIMENTO DE ONDA

Comprimento de onda (λ), é a distância que a onda percorre durante um


determinado período T.

λ = v.T ou λ = v/f

Onde:

λ =comprimento de onda
v = velocidade de propagação da onda
f = freqüência da onda

A freqüência de uma onda não se altera quando ela é transmitida de um meio


para outro.

7. FENÔMENOS SONOROS

a) REFLEXAO DE UMA ONDA:

• Eco: reflexão regular


• Reverberação: é a reflexão difusa

FIGURA 6 - Esquema de reflexão de ondas bidimensionais. Fonte IAC


b) REFRAÇÃO: Consiste em uma onda passar de um meio para o outro,
mudando sua velocidade de propagação e o comprimento de onda, mas
mantendo constante a freqüência.

c) DIFRAÇÃO: Fenômeno em que uma onda sonora pode transpor obstáculos.


As Figuras 7 e 8 ilustram o fenômeno da difração.

Figura 7- Quando uma onda encontra um obstáculo, ela o contorna, isto é, sua
propagação deixa de ser retilínea. Fonte IAC

Figura 8 - Difração de ondas sonoras através de um muro.


Fonte IAC

d) ABSORÇÃO: Capacidade de não deixar o som refletir, ou seja, está


relacionada com a capacidade de um material em absorver parte da energia
sonora incidente sobre ele.

e) RESSONÂNCIA: Fenômeno pelo qual um corpo vibra, na sua freqüência


natural coincidindo com a freqüência da fonte geradora. Como por exemplo,
podemos citar o caso do vidro de uma janela que se quebra, ao entrar em
ressonância com as ondas sonoras produzidas por um avião a jato.

8. DECIBEL (dB)

O som mais fraco que um ouvido humano saudável pode detectar é 20


milionésimos de um Pascal (20 μPa ou 20 micropascals, lPa = 1N/m2).

Esta variação de pressão de 20 μPa é tão pequena, que causa na membrana do


ouvido humano uma deflexão menor do que o diâmetro de um átomo simples.

Surpreendentemente, o ouvido humano pode tolerar pressões acima de um


milhão de vezes mais alta. Assim, se tivéssemos que medir som em “Pa”
chegaríamos a números elevados, e de difícil manejo. Para evitar isto, foi criada
uma nova escala: “escala decibel” (dB).

A escala decibel usa o limiar da audição de 20 μPa como seu ponto de partida ou
pressão de referência que equivale 0 (zero) dB.
A figura 9, a seguir, apresenta os níveis de pressão sonora (NPS) de vários sons
familiares, tanto em dB como em μPa.

Cada vez que se multiplica por 10 a pressão sonora em Pa, adiciona-se 20 dB ao


nível em dB; 2.000 μPa correspondem a 40 dB.

Desta forma, a escala em dB comprime os milhões de unidades de uma escala


em Pa, em apenas 120 dB. Outro aspecto importante da escala em dB, é que ela
apresenta uma correlação com a audibilidade humana melhor do que a escala
absoluta (N/m2).
9. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA (NPS)

Conforme foi visto anteriormente, quando o som se propaga no ar, as vibrações


de suas partículas resultam em alterações na pressão. E, como normalmente o
que se mede é justamente a pressão sonora, torna-se conveniente termos a escala
em dB para pressão sonora.

O nível de pressão sonora é dado pela seguinte fórmula:

NPS = 10.Log10.{P/P0} ouNPS = 20.Log10 P/P0

onde:

NPS = nível de pressão sonora, em dB;


P = raiz média quadrática da pressão sonora, em Pa;
P0 = pressão sonora de referência, em Pa (20 μPa).

10. DEFINIÇÕES

a) Curva (A) de Ponderação: é um conjunto eletrônico programado de ajuste


de nível, que o aparelho Medidor de Nível Sonoro (MNS), aplica
eletronicamente aos componentes graves, médios e agudos de um som, ou
ruído, conferindo ao MNS uma sensibilidade semelhante a do ouvido
humano.

b) dB(A): Unidade do nível de pressão sonora em decibel, ponderada pela curva


de resposta (A), para quantificação do nível de ruído.

c) Fonte: Emissor de ruídos, vozes ou sons, com uma origem única (máquina,
veículo, alarme, alto-falante, pessoa, animal etc.), ou um conjunto de origens
(indústrias, construção civil, ruído de tráfego, atividades de entretenimento
etc.).

d) Fontes Confináveis: São as que podem ser, parciais ou totalmente,


encerradas em uma edificação ou invólucro, capazes de reduzir sua emissão
acústica. (Por exemplo: serra circular, compressor, bomba de água etc.).

e) Fontes não Confináveis: São as que não podem ser encerradas em


edificações ou invólucros. (Por exemplo: bate-estacas, escavadeiras, etc.).

f) Limites da área de propriedade da fonte emissora: Linha divisória que


define a propriedade onde se encontra instalada(s) a(s) fonte(s) objeto de
estudo.
g) Nível de Ruído Equivalente Contínuo - (Leq): É o nível que, na hipótese de
poder ser mantido constante, durante o período de medição, representa a
mesma quantidade de energia acústica que a soma das parcelas de energia
correspondente às variações do nível de ruído, efetivamente ocorridos durante
aquele período. Quando se utiliza o circuito de integração para a obtenção do
Leq o mesmo estará ponderado na curva (A), neste caso, o Leq será expresso
como LAeq.

h) Nível de Ruído Ambiente - (Lra): Nível de pressão sonora equivalente


ponderado na escala (A), no local e horário considerados, na ausência de
ruídos provocados pela fonte geradora.

i) Nível Pontual de Ruído: Valor do nível de ruído medido uma única vez num
instante qualquer. Também denominado ruído discreto. É medido em dB(A).

j) Nível Sonoro de um Ambiente: É o nível de ruído detectado no ambiente.


Pode ser medido por equipamento dotado de circuito integrador, que expressa
o resultado em LAeq, ou através de MNS, tomando-se a média aritmética de
pelo menos 30 níveis pontuais de ruído medidos num período de no mínimo 5
minutos no mesmo ambiente.

11. CLASSIFICAÇÃO DOS RUÍDOS

Para fins de entendimento desta apostila, e de acordo com a variabilidade do


ruído no decorrer do tempo, os ruídos são classificados como a seguir:

a) Ruído Constante: Ruído que no período de 5 minutos não apresenta


qualquer variação de nível.
b) Ruído Contínuo: Ruído que no período de 5 minutos apresenta uma variação
menor ou igual a 6 dB(A), entre seus valores máximo e mínimo.
c) Ruído Descontínuo: Ruído que no período de 5 minutos apresenta uma
variação maior que 6 dB(A), entre seus valores máximo e mínimo.
d) Ruído Impulsivo ou de Impacto: Aquele que apresenta no decorrer da
medição, pico ou picos de energia acústica, cuja duração é inferior a 1 (um)
segundo, em intervalos maiores do que 1 (um) segundo. Ex martelagens,
prensas, bate estacas, tiros, detonações etc.
e) Tom Puro: Ruído constituído apenas por uma frequência. Ex. Apitos, sinais
de aviso etc.

12. MEDIÇÃO DOS NÍVEIS DE RUÍDO


a) Pontos de Medição

O número de pontos de medição varia em função das dimensões do recinto a ser


avaliado. Sempre que possível deve ser obedecida a seguinte regra geral:

N = √S/8

Onde:
√ = raiz quadrada;
N = número de pontos de medição;
S = área do recinto, em m2.

Obs: O resultado deve ser arredondado para o inteiro imediatamente superior.

Os pontos devem ser criteriosamente distribuídos pela área do recinto em


avaliação, a fim de que sejam medidos os maiores níveis de ruído existentes no
recinto.

b) Condições para Medição

As medições devem ser realizadas nas condições menos favoráveis às atividades


em avaliação.

Todos os equipamentos ou objetos do recinto em avaliação que gerem ruído ou


que possam interferir nas medições devem ser desligados.

Deve ser evitada a interferência de outras fontes transitórias, tais como, veículos
automotores, aeronaves, fontes passageiras dignas de nota, nos níveis de ruído da
fonte em avaliação.

c) Equipamentos de Medição

Os instrumentos utilizados nas medições devem atender às especificações das


seguintes normas, IEC 60651 (tipos 0 (zero), 1 e 2), IEC 225 e 60804.

12.1. INFLUENCIA DO MEIO AMBIENTE

a) Vento

Quando o vento sopra sobre o microfone, provoca uma série de ruídos estranhos,
semelhantes aos ruídos que se podem ouvir quando o vento sopra em nossos
ouvidos. Para se minimizar esse efeito, deve-se usar sobre o microfone, sempre
que se trabalhar ao ar livre, um pára-vento especial, constituído de uma esfera
de esponja de poliuretano poroso. Ele protege o microfone da poeira, sujeira e
chuva. Sempre que possível deve-se medir a velocidade do vento usando um
Anemômetro calibrado. Na falta deste aparelho a velocidade do vento deve ser
avaliada utilizando-se a Escala de Beaufort (Ver Anexo A).

b) Chuva

Na ocorrência de chuva, não poderão ser realizadas medições dos níveis de


ruído, tendo em vista que, a chuva interfere diretamente nos níveis de ruído
medidos, podendo até danificar o medidor de nível sonoro. Além disso, o ruído
gerado pelo tráfego dos veículos na pista molhada poderá provocar um
incremento no nível sonoro.

12.2 AMBIENTES EXTERNOS

O microfone deverá estar posicionado a uma altura aproximada de 1,2 m acima


do solo.

A distância do microfone de qualquer superfície refletiva deve ser no mínimo 2,0


m.

Na impossibilidade de atender algumas destas recomendações, a descrição da


condição medida deve constar do relatório.

O microfone deverá estar provido de protetor de vento (pára-vento).

12.3 AMBIENTES INTERNOS

O microfone deverá estar posicionado a uma altura aproximada de 1,2 m acima


do piso.

O microfone deverá estar posicionado a uma distância mínima de 1,0 m das


paredes, tetos, móveis etc.

A distância do microfone em relação às janelas, deverá ser de 1,0 m.

Na impossibilidade de atender algumas destas recomendações, a descrição da


condição medida deve constar do relatório.

O recinto a ser avaliado, deve encontrar-se nas condições habituais de uso, com
janelas e portas abertas, se as janelas e portas costumam estar sempre abertas, ou
vice-versa, se possível fazer as medições nas duas condições de uso, ou seja,
com a janela e porta aberta e fechada.

13. EXECUÇÃO DA MEDIÇÃO

• Certifique-se de que o medidor de nível sonoro (MNS), esteja calibrado de


acordo com as recomendações do fabricante.

• Ajustar o (MNS) para que opere no circuito de ponderação (A), na condição


de resposta rápida (Fast).

• Colocar o dispositivo de proteção contra o vento (pára-vento).

• Posicionar o equipamento obedecendo às distâncias recomendadas.

• A cada intervalo de 10 segundos, fazer a leitura do nível de ruído até


completar 30 medições, num total de 5 minutos de medição.

Obs: Se durante as leituras, o nível de ruído for alterado por algum ruído
transitório de uma fonte passageira, desprezar o valor correspondente e
proceder uma nova leitura, sem prejuízo das medições anteriores realizadas.

• Quando se dispuser de equipamento com indicação automática de LAeq, fazer


a medição durante um período mínimo de 5 minutos e anotar o valor do nível
de ruído LAeq correspondente.

• Sempre que possível medir o nível de ruído ambiente Lra sem a interferência
da fonte objeto da avaliação.

14. ESTABELECIMENTO DO PADRÃO

Os padrões são estabelecidos pela norma NBR 10.151 “Avaliação do Ruído em


Áreas Habitadas Visando o Conforto da Comunidade” - da ABNT, conforme
Resolução CONAMA nº 1 de 08 de março de 1.990, retificada em 16 de agosto
de 1.990.

O método de avaliação do ruído baseia-se em uma comparação entre o nível de


pressão sonora corrigido Lc e o nível de critério de avaliação NCA.

O NCA é função do período do dia e do ambiente onde está sendo realizada a


medição. Os períodos diurno e noturno podem ser definidos pelas autoridades
de acordo com os hábitos da população. Usualmente tem sido adotado:
• período diurno: das 07:00 às 20:00 horas;
• período noturno: das 20:00 às 07:00 horas.

Obs: caso o dia seguinte à avaliação for domingo ou feriado, o término do


período noturno será estendido até as 09:00 horas.

O NCA para ambientes externos e internos são dados nas tabelas 1 e 2 abaixo,
em função do período do dia.

Para os municípios onde existir definição de uso preponderante, caberá ao órgão


ambiental a adequação da classificação sugerida no NCA com a municipal,
observando a real ocupação do solo na área de estudo.
15. A CETESB E O CONTROLE DA POLUIÇÃO SONORA - NBR 10.151

Ruído é um aspecto ambiental muitas vezes caracterizado como um som


indesejável, ou desagradável, fatores estes relativos e subjetivos.

O tempo de exposição a este ruído, o tipo e o grupo de população (crianças,


grávidas, idosos e/ou doentes) atingido são significativos na avaliação da
“Poluição Sonora”.

Podemos definir “Poluição Sonora” como a contaminação do ambiente acústico


pelo excesso de ruído, vozes ou sons, em circunstâncias que provoquem
prejuízos ao descanso, ao lazer, ou ao desempenho das pessoas, no estudo e no
trabalho, levando a problemas de saúde como estresse, desequilíbrio emocional,
alterações do sono, etc.

Atualmente vários efeitos causados pelo ruído à saúde humana já são atestados
por estudos médicos, que recomendam a conscientização e a prevenção no dia a
dia nos próprios locais de convívio das pessoas.

Devido ao adensamento populacional, ao aumento do tráfego de veículos (fontes


móveis), à proximidade das indústrias com as residências, além das
manifestações sociais como shows, promoções comerciais, igrejas, etc; a
proteção sonora antes proporcionada pelas edificações, tornou-se insuficiente
ficando a população cada vez mais exposta a este tipo de poluição.

A Resolução CONAMA nº 01, de 08 de Março de 1990, caracteriza como forma


de poluição os níveis excessivos de ruído e remete à Norma NBR 10.151 onde
constam os níveis aceitáveis de ruído em áreas habitadas visando o conforto
humano. Esta norma foi revista, sendo a versão atual de junho de 2000 (Válida a
partir de 31/07/2000).

Os limites de horário para o período diurno e noturno da Tabela 01 podem ser


definidos pelas autoridades de acordo com os hábitos da população. Porém, o
período noturno não deve começar depois das 22hs e não deve terminar antes das
7hs do dia seguinte. No caso de domingos e feriados o término do período
noturno não deve ser antes das 9hs.

Em ambientes internos os níveis de ruído aceitáveis são os estipulados pela NBR


10.151 (Tabela 01), subtraídos de 10 dB (A) para medições realizadas com a
janela do receptor aberta e subtraídos 15 dB (A) com as janelas fechadas.

Além dos níveis aceitáveis, a NBR 10.151 estabelece os critérios de medições a


serem utilizados para a avaliação de uma possível fonte de poluição sonora. Um
destes critérios é a avaliação do Nível de Ruído Ambiente (Lra) que é o nível de
ruído existente no local na ausência do ruído gerado pela fonte sonora.

Caso o Nível de Ruído Ambiente se mostrar superior aos valores da Tabela 01,
será adotado este como nível de ruído aceitável.

A CETESB vem atuando de forma constante no controle de fontes móveis e


Industriais. Demais fontes como bares, restaurantes, parques, etc, a fiscalização é
de competência da municipalidade, embora, como será demonstrado mais
adiante, a pedido do Ministério Público e/ou devido à ausência de capacitação
técnica das prefeituras, esta companhia tem realizado avaliações nestes locais.

No Estado de São Paulo podemos citar diversos centros urbanos como ambientes
degradados quanto a esta forma de poluição, tais como: as Regiões
Metropolitanas de São Paulo e Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto,
e outras cidades com características industriais e prestadoras de serviços do
interior de São Paulo.

Em 1976, foi criada na CETESB, uma divisão de ruído, inserida na Diretoria de


Controle de Poluição do Ar, composta por uma equipe multidisciplinar:
(engenheiros, arquitetos e técnicos de nível médio). Os primeiros equipamentos
de avaliação de níveis de ruído e vibração foram adquiridos em 1977.

Além das ações de controle de poluição industrial, eram realizados


monitoramentos de ruído urbano. Dentro da política ambiental da época, foram
prestados serviços a órgãos públicos e empresas privadas de outros estados como
Rio de Janeiro, Maranhão e Espírito Santo.

Quanto a construções e ampliações de rodovias, tratam-se de empreendimentos


sujeitos a licenciamento ambiental por parte da Secretaria Estadual de Meio
Ambiente (SMA). Por solicitação da mesma são realizadas e/ou acompanhadas
avaliações de ruído em áreas lindeiras a estas rodovias, visando o conforto da
população que habita, estuda e/ou trabalha ao longo destes empreendimentos.

Dentro da parcela de demanda advinda da indústria destacam-se alguns tipos de


indústrias como as mecânicas, metalúrgicas, calçados (principalmente na região
de Franca) e de plásticos que respondem por 62% dos atendimentos realizados
em fontes industriais (ano base 2003). Outro detalhe Importante a ser notado é o
fato de maior parte destas indústrias são microempresas.
O controle do ruído tem como objetivo impedir a propagação da onda mecânica
através de um meio físico e pode ser realizado na fonte geradora, ou entre a fonte
e o receptor ou até mesmo utilizando se das duas formas simultaneamente.

As medidas de controle normalmente utilizadas para atenuação na fonte são:

 Especificação de níveis de potência acústica na compra do equipamento


(controle preventivo);

 Substituição do equipamento por outro que apresente níveis de ruído


reduzidos;

 Redução ou minimização das forças envolvidas na geração de ruído tais


como ancoragem do equipamento em suportes antivibratórios,
balanceamento e equilíbrio das partes móveis, alinhamento dos eixos,
lubrificação das peças, etc;

 Alteração do processo produtivo por um menos ruidoso, realização e/ou


eliminação de algumas atividades em horários pré-determinados,
principalmente noturnas, e;

 Atenuação da resposta da fonte através da instalação de material


absorvente, alterações das dimensões de modo que as freqüências de
ressonâncias sejam modificadas, etc.

A técnica de controle normalmente implantada entre a fonte e o receptor é:

 Tratamento acústico das superfícies (ex: aplicação de isolamento


acústico);

 Enclausuramento;

 Barreiras acústicas;

 Instalação de silenciosos em equipamentos com tomada de ar e escape, e;

 Mudança do Lay-out.

Uma das técnicas mais utilizadas em casos de ruído em áreas lindeiras às


rodovias é a implantação de barreiras acústicas. Atualmente existem inúmeros
tipos de barreiras com diferentes tipos de materiais e níveis de atenuação de
ruído. Um caso de aplicação deste tipo de controle pode ser observado na
Rodovia dos Bandeirantes, sentido interior-capital, próximo à chegada a São
Paulo.

O licenciamento ambiental deve levar em consideração a localização do


empreendimento e os equipamentos que serão instalados como forma de reduzir
ou eliminar os conflitos. Exigindo os controles necessários antes do inicio de
funcionamento, ou até mesmo o indeferimento do pedido de Licença
Prévia/Instalação.

16. BIBLIOGRAFIA

ABNT - NBR 10151 “Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas


visando o conforto da comunidade - Procedimento”. 2.000.

ABNT NBR 10152 “Níveis de ruído para conforto acústico - Procedimento”.


1987.

BRÜEL & KJAER. A medição do som. Denmark, 1978.

CETESB. Avaliação de ruído industrial. Apostila de curso. São Paulo, 1988.

CETESB. Conceitos básicos de acústica. Apostila de curso. São Paulo, 1988.

INSTITUTO DE AVIAÇÃO CIVIL - IAC. Ruído Aeronáutico. Apostila de


curso. Rio de Janeiro, 1996.

NEPOMUCENO, L.X. Acústica. São Paulo, Edgard Blücher, 1997.

WELLS, M. G. & ASTETE, K. S. Manual prático de avaliação do barulho


industrial. São Paulo, FUNDACENTRO, 1978.
ANEXO - A
ANEXO - B

SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE

Conselho Nacional do Meio Ambiente

RESOLUÇÃO Nº 1, de 08 de MARÇO DE 1990.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA no uso das


atribuições que lhe confere o inciso I do § 2 do Art. 8º, do seu Regimento Interno o Art 10º da Lei
7.804 de 18 de julho de 1989 e,
Considerando que os problemas dos níveis excessivos de ruído estão incluídos entre
os sujeitos ao Controle da Poluição de Meio Ambiente;
Considerando que a deterioração da qualidade de vida causada pela poluição está
sendo continuamente agravada nos grandes centros urbanos;
Considerando que os critérios e padrões deverão ser abrangentes e de forma a permitir
fácil aplicação em todo o Território Nacional, RESOLVE:
I- A emissão de ruídos em decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais,
sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política, obedecerá, no interesse da saúde, do
sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos nesta Resolução.
II- São prejudiciais á saúde e ao sossego público, para os fins do item anterior aos
ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela norma NBR 10151 - Avaliação do
Ruído em Áreas Habitadas Visando o Conforto da Comunidade, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas - ABNT.
III- Na execução dos projetos de construção ou de reformas de edificações para
atividades heterogêneas, o nível de som produzido por uma delas não poderá ultrapassar os níveis
estabelecidos pela NBR 10151 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas Visando o Conforto da
Comunidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
IV- A emissão de ruídos produzidos por veículos automotores e os produzidos no
interior dos ambientes de trabalho, obedecerão ás normas expedidas, respectivamente, pelo Conselho
Nacional de Trânsito - CONTRAN, e pelo órgão competente do Ministério do Trabalho.
V- As entidades e órgãos públicos (federais, estaduais e municipais) competentes, no
uso do respectivo poder de polícia, disporão de acordo com o estabelecido nesta Resolução, sobre a
emissão ou proibição da emissão de ruídos produzidos por quaisquer meios ou de qualquer espécie,
considerado sempre os locais, horários e a natureza das atividades emissoras, com vistas a
compatibilizar o exercício das atividades com a preservação da saúde e do sossego público.
VI- Para os efeitos desta Resolução, as medições deverão ser efetuadas de acordo com
a NBR 10151 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o conforto da Comunidade da
ABNT.
VII- Todas as normas reguladoras da poluição sonora, emitidas a partir da presente
data, deverão ser compatibilizadas com a presente Resolução.
VIII- Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

José Carlos Carvalho Fernando César de Moreira Mesquita


Secretário - Executivo em exercício Presidente em exercício

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