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PSICOLOGIA DO CRIME

 A criminologia é o conjunto de conhecimentos que se ocupa do crime,


da criminalidade e suas causas, da vítima, do controle social
referente ao ato criminoso, a personalidade do criminoso e da
ressocialização.

 A criminologia clínica e a psicologia criminal estudam os


componentes e as motivações da conduta criminosa, pessoa que a
praticou, o cárcere e suas vicissitudes.

 Preocupa-se ainda com as estratégias de intervenção para a


reinserção do apenado no convívio social.

 A psicologia criminal se ocupa do estudo dos comportamentos,


pensamentos, intenções e reações do criminoso, tentando entender
profundamente o que leva alguém a cometer crimes e os seus
mecanismos.
 A criminologia enquanto ciência, se originou na segunda metade do
séc. XIX, tendo como marco principal as concepções de Cesare
Lombroso (“Tratado antropológico experimental do homem
delinquente”).

 Já no final do séc. XIX, os estudos se intensificam e a criminologia


passa a ser pensada através de um método causal e explicativo,
fundamentando sua pena sobre a personalidade do criminoso e sua
periculosidade. Assim, o crime passa a ser visto não somente como um
comportamento individual, mas também em seu fator humano e
social.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
CRIMINOLÓGICO

 Concepção Causalista (conceito tradicional em criminologia


clínica): há uma relação de causa e efeito entre a conduta criminosa e
o que a originou. Sendo assim, o crime seria uma decorrência natural
ou quase necessária frente a determinadas condições, imanentes
daquele que o praticou.
A causa nos possibilita uma explicação dos fatos, ainda que de
forma enganosa, além de nos dar uma noção do conceito de
periculosidade do criminoso.
A periculosidade é uma condição imanente do indivíduo, por
força da qual sua conduta estaria pretederminada a prática de
crimes.
 Concepção Multifatorial (conceito moderno em criminologia
clínica): conduta criminosa origina-se de uma série de circunstancias
entrelaçadas sem uma relação predeterminista com o crime, e não de
uma relação física, orgânica, direta com determinada causa. A
periculosidade passou a ser reconhecida nos indivíduos inimputáveis
e semi-imputáveis.
Não se pressupõe nenhuma condição interna de predisposição
ao crime. Passou-se a se falar unicamente em prognóstico de
reincidência, e não mais em periculosidade, havendo uma evolução da
concepção causalista para a multifatorial.
 Concepção da Criminologia Crítica: opõe-se as outras duas
questões, centralizando seus questionamentos acerca das razões pelas
quais determinadas condutas são consideradas criminosas, enquanto
outras, mais prejudiciais, não o são.
Ao invés de se voltar para os motivos da conduta criminosa, essa
concepção volta sua crítica para os fundamentos e princípios
norteadores dos Sistema de Justiça.
O crime como resultado de um estado de vulnerabilidade do
indivíduo (proveniente da marginalização econômica, social e cultural,
acarretando vulnerabilidade psíquica).
PSICOLOGIA APLICADA AO ESTUDO DA
CONDUTA ANTISSOCIAL

 Deve-se fundamentar:

 Diretrizes periciais e de pesquisa;


 Além do processo diagnóstico, compor-se de uma conduta de
orientação diante do caso;
 O processo de investigação do comportamento criminoso deve
seguir uma sequência temporal, considerando-se o
comportamento funcional do indivíduo no decorrer de sua
vida.;
 Não deve se basear apenas no estado atual ou fatores
situacionais extremos, como aspectos etiológicos prováveis do
comportamento antissocial.
 Maranhão (1993) sugere que o processo dinâmico gerador
do ato criminoso e do ato socialmente ajustado não se
difere.

 Ato Criminoso:
 Condições solicitadoras (desencadeantes);
 Personalidade do agente.

 Fatores causais do crime:


 Primários: provenientes de diversas naturezas, seja biológica,
psicológica ou social, compõem a estruturação psicológica do
indivíduo;
 Secundários: atuam na estrutura pronta, acabada, como uma
solicitação que leva alguém a agir. Fato desencadeante de uma
ação.
 Segundo Soares (1978) o comportamento criminoso
pode ser dividido em três categorias:

 Endógenas: antropológicas; genéticas; psicológicas;


patológicas; relacionadas a hereditariedade, distúrbios
psíquicos etc.

 Exógenas mesológicas: referentes ao meio ambiente,


decorrente de poluição, utilização de adubos, detergente,
inseticidas, resíduos industriais, drogas, remédios nocivos;

 Sociológicas: referentes ao meio social, tais como


desigualdade e injustiças sociais, desenvolvimento
econômico desordenado e elitista, falta de assistência social.
ORIGEM DO COMPORTAMENTO CRIMINOSO SEGUNDO
CARVALHO, CITADO POR MARANHÃO (1981):

 Mesocriminoso: atuação antissocial por força das injunções do


meio exterior, como se o indivíduo fosse mero agente passivo, ex.
silvícola;

 Mesocriminoso preponderante: maior preponderância de


fatores ambientais;

 Mesobiocriminoso: determinantes tanto ambientais, quanto


biológicos;

 Biocriminoso preponderante: portador de anomalia biológica


insuficiente para levá-lo ao crime, mas capaz de torná-lo
vulnerável a uma situação exterior, respondendo a ela com
facilidade;

 Biocriminoso puro: atua em virtude de incitações endógenas,


como ocorre em algumas perturbações mentais.
DINAMICA DO ATO E A CLASSIFICAÇAO
NATURAL DOS CRIMINOSOS

 “A ação humana, para ser criminosa, há de responder


objetivamente a conduta descrita pela lei, contrariando
a ordem jurídica e incorrendo seu autor no juízo de
censura ou reprovação social.
Considera-se então, o delito como ação típica,
antijurídica e culpável”. (Magalhães Noronha, 1974)

 Pressupõe então que seja o autor imputável, pois “não


poderá ser objeto de reprovação quem não tenha
capacidade para tanto”. (Da Costa, 1991)

 “A culpabilidade nao é requisito do crime, funcionando


como condiçao da pena”. (De Jesus, 1985)
Ato delitivo Circunstancia Dinâmica

Agudo Específica Circunstancia


Grave “sui generis” predomina e
Eventual vence as
resistências
pessoais
Praticado por Inespecífica Personalidade
maturação procurada ou domina a
criminal preparada circunstancia –
resistência fraca
ou nula
CLASSIFICAÇAO NATURAL DOS CRIMINOSOS
(SEGUNDO A PSICOLOGIA FORENSE)

TIPO CARACTERÍSTICAS

Ocasional a) Personalidade normal


b) Poderoso fator desencadeante
c) Ato conseqüente do rompimento transitório dos meios
contensores dos impulsos

Sintomático a) A personalidade com perturbação transitória ou


permanente
b) Mínimo ou nulo fator desencadeante
c) Ato vinculado a sintomatologia da doença
Caracterológico a) Personalidade com defeito constitucional ou formativo
do caráter
b) Mínimo eventual fator desencadeante
c) Ato ligado a natureza do caráter do agente
COMPONENTES DE ORIGEM INTRAPSÍQUICA
IDENTIFICÁVEIS NA ORIGEM DO
COMPORTAMENTO DELITIVO

 O valores, crenças e conceitos;

 A cópia e/ou identificação com modelos (pessoas significativas);

 A influência do grupo ou equipe a qual o indivíduo pertence ou


com a qual participa de ações;

 O condicionamento capaz de produzir comportamentos


esteriotipados inadequados;

 Emoções extrema, que conduzem a momentos de descontrole


em que o indivíduo comete ações fora do domínio consciente,
embora responsável por elas.
PERSONALIDADE

“totalidade relativamente estável e previsível dos traços


emocionais e comportamentais que caracterizam a
pessoa na vida cotidiana, sob condições normais”
(Kaplan e Sadock, 1993, p. 556).

 Entretanto, estabilidade não significa imutabilidade.

“personalidade é a organização dinâmica, dentro


do indivíduo, daqueles sistemas psicofísicos que
determinam seus ajustamentos únicos ao ambiente”
(Campbell, Hall, Lindzey, 2000, p. 228).
 Em um ambiente sob controle (ex.: na presença de juiz
ou delegado de polícia), a pessoa pode se mostrar dócil
porque estas situações não se encontram condições
estimuladoras da agressividade.

 Contudo, a mesma pessoa pode mostrar-se agressiva


em casa, no trânsito ou no trabalho.

 Muda o ambiente, modifica-se o comportamento.


 Comportamento varia:

“Conforme a situação na qual ocorre, bem como de


acordo com propriedades da ação e que é possível
considerar que os seres humanos atuam a partir de
uma determinada história pessoal, bem como o
ambiente social, econômico, cultural, político” (Kienen
& Wolff, 2002, p.17-19).
ALTERAÇÕES DE CARACTERÍSTICAS DE
PERSONALIDADE

 O estresse prolongado e os eventos traumáticos afetam as


características de personalidade.

 O aumento da violência e dos conflitos dissemina o estresse e o


trauma na sociedade contemporânea, com efeitos físicos e
psíquicos.

 A alteração de características de personalidade têm o objetivo


de neutralizar a situação estressante. Contudo, essas
modificações não são, necessariamente, suficientes para tirar a
funcionalidade do indivíduo.

 Quando a funcionalidade fica comprometida, causa prejuízo


para a saúde mental, podendo desenvolver um quadro de
transtorno de personalidade.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE

 “São padrões de comportamento profundamente arraigados e


permanentes, manifestando-se como respostas inflexíveis a
uma ampla série de situações pessoais e sociais” (Kaplan &
Sadock, 1993, p.196).

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL


(TPAS)

 Também denominado como psicopatia, sociopatia, transtorno


de caráter, transtorno sociopático, transtorno dissocial.

 DSM IV (1995) define:

301.7 Transtorno da Personalidade Antissocial


“Característica essencial: padrão invasivo de desrespeito
e violação dos direitos dos outros, que inicia na infância ou
começo da adolescência e continua na idade adulta”.
 Sujeitos com deficiência de caráter são insensíveis às
necessidades dos outros, condição que obedece a um espectro
de manifestação: do sujeito ambicioso até o pior dos perversos
cruéis.

 Processos mentais responsáveis pelas funções da sociabilidade


não se estruturam de forma adequada. Enquanto criminosos
comuns desejam riqueza, poder e prestígio os psicopatas
manifestam crueldade.

 A psicopatia é um conceito forense que na área da saúde é


definido como transtorno de conduta.

 Em geral, não aprendem com a punição.


DEFINIÇÃO DE PSICOPATIA OSCILA ENTRE ASPECTOS
ORGÂNICOS E SOCIAIS:

- Charme superficial;
- Superestima;
- Estilo de vida parasitário, necessidade de estimulação,
tendência ao tédio;
- Mentira patológica, vigarice, manipulação;
- Ausência de remorso ou culpa;
- Insensibilidade afetivo-emocional, indiferença, falta de
empatia;
- Impulsividade, descontroles comportamentais;
- Ausência de metas realistas a longo prazo;
- Irresponsabilidade, incapacidade para aceitar
responsabilidade pelos próprios atos;
- Promiscuidade sexual;
- Muitas relações conjugais de curta duração;
- Transtornos de conduta na infância;
- Delinqüência juvenil;
- Versatilidade criminal.
 Observam-se falhas na formação do superego (valores
morais, éticos e sociais) e ausência de sentimentos de
culpa, de remorso e de empatia. Estatísticas apontam
influencias biológicas, ambientais e familiares,
sugerindo, portanto, uma conjugação de valores.

 Na prática prisional, o que torna a intervenção mais


delicada é a dificuldade de essas pessoas aprenderem
com a experiência. Para alguns autores, pessoas que
preenchem critérios de psicopatia não são tratáveis por
qualquer tipo de terapia.

 Alguns estudos indicam que, após os 40 anos, a


tendência é diminuir a probabilidade de reincidência
criminal. Existe medicação que busca minimizar a
excitabilidade do comportamento.
PRINCIPAIS CONDUTAS CRIMINOSAS

- Furto, arrombamento, posse de ferramentas para


arrombamento de domicílios, porte de pertences roubados,
vadiagem noturna etc;
- Assalto, assalto a mao armada, assalto com emprego de
violência, extorsão etc;
- Porte e tráfico de drogas;
- Agressão, agressão com lesão corporal, ameaça etc;
- Homicídio, tentativa de homicídio, homicídio culposo, etc;
- Posse de armas ou explosivos;
- Agressão sexual;
- Negligencia criminosa, incluindo infrações graves de transito:
dirigir intoxicado, provocar colisão seguida de fuga e direção
perigosa.
- Fraude, falsificaçao, falsa apresentaçao, falsa identidade civil,
falsificaçao de moeda, etc;
- Fuga, sob qualquer condiçao considerada ilegal, quebra de
fiança, nao-comparecimento, nao atendimento a intimaçao
judicial;
- Sequestro, confinamento ilegal, carcere privado, sequestro
aéreo;
- Incendio criminoso;
- Obstruçao da justiça, perjúrio, desacato a autoridade policial
etc;
- Crimes contra o Estado, incluindo traiçao, espionagem,
contrabando, sonegaçao de impostos etc;
- Outras condenaçoes menores, incluindo vandalismo,
perturbaçao da ordem, injúria, dano intencional, infraçao de
transito menos graves etc.
 Esses indivíduos se encontram envolvidos com tráficos
de drogas, no crime organizado em geral, na política,
na religião; tornam-se líderes carismáticos e poderosos.

 Mentira, promiscuidade, direção perigosa, homicídios,


seqüestros compõem seus repertórios, não havendo
sentimentos de culpa, pois, os outros não passam de
“otários”.
 Entretanto, nem todo psicopata é criminoso. Paul
Babiack (Shine, 2000) denomina esses casos como
“psicopatia subcriminal”, cujas características básicas
são habilidades manipulativas, boa aparência, charme,
certo grau de inteligência que podem revelar-se
candidatos ideais para uma vaga de trabalho.

 No trabalho optam pelas relações individuais; evitam


situações de grupo, criam conflitos entre os colegas e
abandonam aqueles que não são úteis a seus próprios
propósitos. Quando ocupa cargo de relevância, o
psicopata utiliza o poder em detrimento de colegas,
subordinados e superiores.
CONCEPÇÕES EVOLUCIONISTAS SOBRE O
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL

 Existem hoje boas evidências de que o TPAS esteja


associado a uma série de reguladores biológicos.
Estudos desenvolvidos por Stalenheim e colaboradores
encontraram uma correlação significativa entre o
TPAS e um elevado nível de testosterona em
indivíduos portadores do citado transtorno.

 Sabe-se pouco a respeito das causas do TPAS, mas


seria ingenuidade negligenciar a influência de fatores
psicossociais no desenvolvimento de comportamento
anti-social.
 A ocorrência de eventos estressores nos primeiros
anos de vida, como conflitos entre os pais, abuso
físico ou sexual e institucionalização, tem sido
associada ao TPAS (O’Connell, 1998; Cadoret,
1991).

 A comorbidade com outros transtornos de


personalidade, especialmente o transtorno de
personalidade borderline (TPB), é bastante
comum.
 A apresentação clínica do TPB, baseada em critérios
diagnósticos (DSM-IV, APA, 1994) é bastante
heterogênea, mas as suas dimensões centrais seriam
refletidas por três fatores:
- dificuldades de relacionamento interpessoal,
- instabilidade afetiva ou emocional e
- impulsividade (Clarkin et al., 1993; Sanislow et al.,
2000).

 A falta de controle de impulso é um componente


compartilhado pelos dois transtornos de personalidade
em questão, o que pode dificultar ainda mais o
diagnóstico diferencial.

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