CDU – Coligação Democrática Unitária

Concelho da NAZARÉ
Assembleia Municipal da Nazaré
DECLARAÇÃO DE VOTO

A CDU, representada pelo seu deputado eleito, vota contra, neste ponto 4 da ordem
de trabalhos, “Plano Plurianual de Investimentos, Mapa de Pessoal e Orçamento da Receita
e da Despesa da Câmara Municipal da Nazaré para o ano de 2011 e Plano Plurianual de
Investimentos, Mapa de Pessoal e Orçamento da Receita e da Despesa dos Serviços
Municipalizados da Nazaré para o ano de 2011 “, pelo seguinte:

Começamos por transcrever, porque as palavras não são nossas, a apreciação que
os Distintos Vereadores que constituem o nosso executivo camarário fizeram ao orçamento
hoje submetido à aprovação desta Assembleia.
E disseram aqueles Distintos Vereadores, conforme vertido em acta da Reunião
Ordinária da Câmara Municipal da Nazaré realizada em 13/12/2010:
a) As recomendações antes apresentadas, ao longo dos anos, ao executivo camarário
para apresentar orçamentos reais “no sentido de melhorar o sistema orçamental da
autarquia, e assim evitar o avolumar da dívida” não foram observadas;
b) “…infelizmente, estamos a atravessar a pior situação financeira de sempre”;
c) “ …a proposta orçamental para o exercício do ano 2011 (..) ronda mais de 44 milhões
de euros, para fazer face aos encargos assumidos no passado”;
d) Verifica-se no orçamento “empolamento de rubricas, em particular as Receitas
Correntes e de Capital na ordem dos 12.700.000,00”; (Enganaram-se na conta, são 13.700.000,00€).
e) Verificar-se-ão, no próximo ano “cortes nas transferências de verbas do Orçamento
de Estado, diminuição das receitas de impostos e estagnação de economia, o que se
traduz numa redução significativa de receitas”.
Destas palavras dos vereadores resulta, então, de forma clara:
a) Que o executivo camarário tem vindo a endividar-se de forma absolutamente
desregrada e irresponsável;
b) Que o volume de endividamento actual determina a pior situação financeira de
sempre deste Município;
c) Que o valor previsto no orçamento a título receitas foi empolado, ou seja,
exagerado e sem correspondência com as receitas expectáveis;
d) Que, apesar desse empolamento, efectivamente e na verdade, contrariamente ao
que está referido no orçamento, as receitas vão, no próximo ano, atenta a
conjuntura política e económica que atravessamos, diminuir;

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e) Que o orçamento se encontra, assim realizado com base em premissas

absolutamente falsas, chegando mesmo a ser por eles publicamente considerado
de “meramente virtual”.

Aqui chegados, perguntar-se-ia qualquer cidadão comum: então os Senhores

Vereadores votaram contra o orçamento, certamente?
O insólito, porém, acontece neste executivo camarário: todos os Vereadores votaram
a favor deste orçamento mentiroso, com as seguintes caricaturais justificações:
a) Parte dos vereadores, aliviando-se com a romântica esperança de que “no futuro
estes instrumentos se possam aproximar do aperfeiçoamento, permitindo assim
melhorar o sistema do controlo contabilístico e financeiro, reduzindo a dívida da
autarquia”;
b) Outra vereadora, fazendo consignar a admirável expressão de que o presente
orçamento, o tal que apresenta receitas empoladas, “é o que neste momento
salvaguardará obras e investimento que se pretende realizar!” (com ponto de
exclamação e tudo).

Ou seja: este executivo camarário apesar de saber que o orçamento que apresenta
para aprovação nesta assembleia não apresenta dados fidedignos, nem contribui para
reduzir o endividamento, tem o distinto desplante de solicitar às forças políticas do Concelho
a sua aprovação, com base nos seguintes argumentos:

1º - O ARGUMENTO ESPERANÇA: expressando o desejo de que, no futuro, o

orçamento seja real e fidedigno, por forma a contribuir efectivamente para reduzir o
endividamento da autarquia, ao contrário da virtualidade do agora apresentado;

2º – O ARGUMENTO COMPULSÃO PARA O SUÍCIDIO FINANCEIRO : proclamando

que só através de um orçamento fictício será possível o Município continuar na senda do
endividamento.

Só nos resta, assim, concluir que, através do presente orçamento o executivo

camarário prossegue o alucinado e absurdo objectivo, de deixar de ser o 5º mais
endividado do País proporcionalmente, para passar a ser o 1º nesse lamentável
ranking!
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O PCP/CDU, através da presente declaração, pretende desmascarar perante esta

Assembleia o enorme logro e falta de respeito para com os Munícipes que consiste em o
executivo apresentar à aprovação, um orçamento que confessa não corresponder ao real e
nem sequer contribuir para reduzir o endividamento!

A CDU apresentou, construtivamente, nesta assembleia ao longo do ano, medidas

que promoveriam maior justiça fiscal, melhor gestão do ordenamento territorial e que,
CONTRIBUIRIAM PARA AUMENTAR AS RECEITAS DO MUNICÍPIO.
Todas foram recusadas pelo executivo.
É certo que exigiriam trabalho, planificação racional e dedicação da parte dos
membros do executivo camarário e orientação por estes das estruturas hierarquicamente
deles dependentes. Porém, é justamente com trabalho, planificação racional e dedicação
que deverá ser servida a Causa Pública!
E não com mentiras, “empolamentos de receitas”, nem com propósitos de persistir na
senda do endividamento sem apresentação de qualquer estratégia de recuperação ou
gestão racional e transparente de recursos!
O PCP/CDU recusa pactuar com esta política de mentira, mediocridade e
irresponsabilidade e vota contra o documento intitulado “orçamento”, que foi apresentado
nesta Assembleia.

Nazaré, 22 de Dezembro de 2010

A representação da CDU na Assembleia Municipal da Nazaré

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