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Tipologia dos Crimes

a) Quanto aos autores:


1. Qualidade dos Autores:

a. Comuns ou geral: os crimes que podem ser praticados por qualquer pessoa.
Crime cujo tipo não estabelece qualquer exigência relativa ao agente, pelo que
pode ser cometido por qualquer pessoa.
b. Específicos ou especial: praticados por certas pessoas, normalmente
vinculadas por um dever especial ou profissional. Crime cujo tipo prevê
características especiais ou qualidades do agente, tais como a de funcionário.
Podem classificar-se, por sua vez, em:
ii. Próprios ou Puros: o Estatuto Profissional ou qualidade implicam um
dever especial fundamento da ilicitude e responsabilidade penais. A lei
exige a intervenção de pessoas de um certo círculo, que detenham
certas qualidades ou relações pessoais. Crime cujo tipo prevê
características especiais do agente, não existindo incriminação
paralela para os agentes que não detêm essas características.
iii. Impróprios ou impuros: o estatuto ou dever apenas agravam a conduta
do agente. Crimes cujo tipo prevê determinadas características do
agente, existindo incriminação paralela para os agentes que não detêm
essas características.

2. Quantidade de autores:
a. Singulares: crimes praticados por uma só pessoa;
b. Plurais: crimes praticados por várias pessoas.

b) Quanto à conduta:

a. Crimes materiais ou de resultado: condutas que preenchem tipos cuja


consumação obriga à verificação de um certo resultado. Crime cujo tipo prevê
um evento material que se autonomiza espacial e temporalmente da conduta
do agente.
b. Crimes formal ou de mera actividade: tipo cujo preenchimento se completa
unicamente por via da sua simples execução. Crimes cuja consumação ocorre
com o comportamento do agente, não exigindo o tipo qualquer evento material
espacial e temporalmente autonomizado da conduta típica.

c. Crimes de execução vinculada: o tipo descreve o modo de execução que a


acção há-de compreender. Crime cuja execução típica apenas se refere a um
determinado modo de execução. O tipo determina o modo de produção do
evento típico. O crime só é cometido se o agente executar o crime através da
conduta tipicamente descrita.
d. Crimes de execução livre ou forma livre: ao tipo é indistinta a modalidade do
procedimento, meio ou acção. Crime cuja descrição típica abrange qualquer
acção susceptível de originar o evento típico. O tipo não determina o modo de
cometimento do crime.

e. Crimes instantâneos ou de execução instantânea: a lesão do bem jurídico


esgota-se num único momento. Crime cuja execução ocorre por força de um
só e único acto. Crime cuja consumação ocorre num momento preciso, nele se
esgotando.

f. Crimes duradouros ou pluri-executivos: a lesão do bem jurídico prolonga-se no


tempo. Crime cuja consumação se prolonga no tempo.

c) Quanto ao bem jurídico (interesse da pessoa ou da comunidade na manutenção ou


integridade de um certo estado, objecto ou bem em si mesmo socialmente relevante e
por isso juridicamente reconhecido como valioso):
a. Crimes de dano ou de lesão: a lesão do bem jurídico integra o tipo legal.
Expressão que, em sinonímia com a de crime de lesão, se refere aos crimes
cuja consumação implica a efectiva afectação do bem jurídico tutelado pela
norma incriminadora.
b. Crimes de perigo: quando apenas se coloca em perigo o bem jurídico. Crime
cuja consumação formal somente origina a possibilidade forte de lesão do bem
jurídico protegido pelo respectivo tipo incriminador e não a sua efectiva lesão.
Podem ser:
i. Crimes de perigo concreto: nos casos em que o tipo legal exige que o
bem jurídico haja sido, em rigor, sujeito a uma situação concreta,
efectiva e real de perigo. O tipo prevê como resultado o próprio perigo
referente a determinados bens jurídicos. O perigo é expressamente
previsto pela norma incriminadora como resultado da conduta típica.
ii. Crimes de perigo abstracto: A perigosidade da conduta típica é
presumida pela lei. O perigo consubstancia o motivo da proibição, não
exigindo a lei a concreta e efectiva colocação em perigo do bem
jurídico;
iii. Crimes de perigo abstracto-concreto: Crime de perigo, cuja
perigosidade é inerente à própria conduta (abstracto), mas cujo tipo
exige ainda uma especial perigosidade da conduta, isto é, uma
perigosidade da conduta particularmente intensa (concreto).

c. Crimes simples: o tipo de ilícito tutela um só bem jurídico;


d. Crimes complexos: o tipo de ilícito refere-se a dois ou mais bens jurídicos.
Crime cujo cometimento implica a afectação de mais do que um bem jurídico,
ainda que sejam identificáveis vários níveis de protecção dos bens jurídicos
abrangidos pela tutela conferida pela norma incriminadora.
d) Outras classificações:

a. Crimes qualificados pelo resultado: os que agravam a pena em função de um


certo resultado que deriva do tipo principal. A sua estrutura comporta dois
nexos causais: o primeiro, doloso; o segundo, negligente.
b. Crimes de diligência ou empreendimento: quando a tentativa de realização do
facto é tida em semelhança à consumação e desse modo, responsabilizante do
ponto de vista penal.
c. Crimes de mão própria: o tipo exige a execução corporal do crime pela própria
pessoa do agente (incesto – 164.º e 177.º, n.º 1, a)/ perjúrio – 359.º).
Expressão que se refere a crimes que apenas implicam a responsabilidade do
autor material, que só pode ser praticado pelo agente que efectivamente
pratica o facto.

Bibliografia:

Dicionário Jurídico, Volume II, Direito Penal, Direito Processual Penal, Ana Prata, Catarina
Veiga, José Manuel Vilalonga, Almedina, Coimbra, 2007.

Direito Penal, Volume I, Casos Práticos Resolvidos, Luís Duarte Manso, Quid Juris, Lisboa,
2007.

Noções Elementares de Direito Penal, 2.ª Edição, M. Simas Santos e M. Leal-Henriques,


Editora Rei dos Livros, 2003.

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