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No final do século XIX, a crise obrigou a uma reorientação da economia portuguesa, que apostou nos
seguintes vectores:
- retorno à doutrina proteccionista (com a pauta alfandegária de 1892),que permitiu à agricultura enfrentar os
preços dos cereais estrangeiros e à indústria colocar a produção no mercado em condições vantajosas;
- concentração industrial - através da criação de grandes companhias, melhor preparadas para enfrentar as
flutuações do mercado (por exemplo, a CUF - Companhia União Fabril, de Alfredo da Silva, produtora de
adubos);
- valorização do mercado colonial, suprindo a perda de mercados europeus;
- expansão tecnológica, com a difusão dos sectores ligados à 2ª revolução industrial (electricidade, indústria
química, metalurgia pesada) e da mecanização.
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4.3. As transformações do regime político na viragem do século
As principais ideias sobre as quais assentou a actuação dos governos da Primeira República foram:
- a laicização do Estado (total separação entre a Igreja e o Estado) - porém, as medidas anticlericais do
ministro Afonso Costa (por exemplo, a expulsão dos jesuítas do país) fizeram com que a primeira república
perdesse uma grande parte do apoio popular;
- a abolição da sociedade de ordens (pela aniquilação definitiva dos privilégios do Clero e da Nobreza);
- a defesa dos direitos dos trabalhadores (nomeadamente, instituindo o direito à greve e o descanso
obrigatório aos domingos para os assalariados);
- o direito à instrução (através da reforma do ensino público) - a Primeira República conseguiu resultados
assinaláveis no domínio do ensino, porém, afastou os analfabetos da intervenção política.
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A Revolução de 5 de Outubro de 1910
A revolução foi preparada para ter início no dia 4 de Outubro, em Lisboa. Com efeito, desde a madrugada,
foram-se organizando os oficiais revoltosos, os quais puderam contar com o auxílio da Marinha. Seguiram-
se recontros entre os republicanos e as tropas fiéis à monarquia. A República foi proclamada às 9 horas do
dia 5 de Outubro de 1910, da varanda dos Paços do Concelho. Consumava-se o fim de um sistema político
que, na prática, já ruíra.
Logo após a revolução, formou-se um Governo Provisório presidido por Teófilo Braga.
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