EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL
NA COMARCA DE VILHENA
Junior da Silva, solteiro, corretor de imóveis, inscrito no CPF sob nº
000.111.222-00, juniorsilva@gmail.com, residente e domiciliado na Avenida Brigadeiro, nº 10-W, bairro Centro, vem à presença de Vossa Excelência, por seu representante constituído propor
AÇÃO DE COBRANÇA
em face de Joaquim Pedroso, casado, autônomo, inscrito no CPF
sob nº 111.222.333-00, residente e domiciliado na Rua da Paz, nº 587-N bairro setor industrial, pelos fatos e motivos que passa a expor.
DOS FATOS
O Autor foi procurado pelo Réu para promover a venda de
seu imóvel localizado na cidade de Vilhena/RO, denominado lote 01, setor 01, quadra 01 avaliado em R$ 80.000,00, com o objetivo, o de realizar a venda o imóvel acima descrito, na qual o autor realizou diversas atividades iniciais, tais como publicidades em meios de comunicação, combustível, etc, demonstrados nas fotos anexas.
Após tamanho esforço para atender o que foi acordado, o
Réu firmou contrato de compra e venda com Jorge Silva, comprador do imóvel mediante a competente escritura pública, título esse que foi levado a registro, conforme documentos anexos. O negócio foi fechado em R$, 80.000,00 reais, valor acordado entre o réu e o comprador, e a par a participação da corretagem do autor que, mediou a venda do imóvel, na qual o réu assumiu o compromisso de pagar a comissão ajustada no montante de 6% sobre o valor da operação, porém o réu não adimpliu o débito até o momento na qual fora combinado na realização da venda, razão pela qual intenta a presente ação.
DO DIREITO
O Código Civil, prevê a possibilidade de o credor buscar a
satisfação de seu crédito mediante a oposição de ação pertinente.
No presente caso, tem-se em tela um ato ilícito pelo
descumprimento de obrigação contratual por parte do Réu, o que se enquadra no Código Civil nos seguintes termos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Ou seja, pela omissão voluntária do réu, que reflete
diretamente num prejuízo ao Autor tem-se configurado um ato ilícito. Afinal, o Código Civil é claro sobre o DEVER DO PAGAMENTO DA CORRETAGEM:
Art. 725. A remuneração é devida ao
corretor uma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude de arrependimento das partes.
No mesmo sentido, o Código Civil dispõe:
Art. 389. Não cumprida a obrigação,
responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Trata-se da necessária aplicação da lei, uma vez que
demonstrado o compromisso firmado pelo contrato e a ocorrência do descumprimento, outra solução não resta se não o imediato pagamento do débito, conforme amplamente protegido pelos tribunais:
AÇÃO DE COBRANÇA - SERVIÇOS DE REPARAÇÃO
EM IMÓVEL E DE CORRETAGEM - PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA - DESCABIMENTO - CONTRATO VERBAL - COMPROVAÇÃO POR MEIO DE TESTEMUNHAS - POSSIBILIDADE "O contrato de corretagem é classificado pela doutrina como não solene e consensual, podendo, inclusive, ser perfectibilizado oralmente, ainda que seu valor ultrapasse o décuplo do salário-mínimo (art. 401 do CPC)" (AC n. 2006.040289-3, Des. Henry Petry Junior). 2 Não há exigências formais para a configuração do contrato de corretagem, de modo que, comprovado, ainda que por intermédio de testemunha que o serviço de intermediação de locação foi contratado, restam devidos os honorários de corretagem exigidos e não impugnados. (TJSC, Apelação n. 0013725- 86.2009.8.24.0005, de Balneário Camboriú, rel. Des. Luiz Cézar Medeiros, j. 11-07-2016).
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE COBRANÇA.
COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. COMISSÃO DE CORRETAGEM. ILEGITIMIDADE PASSIVA AFASTADA. RESPONSABILIDADE DA INCORPORADORA, NA CONDIÇÃO DE PROMITENTE-VENDEDORA, PARA RESPONDER PELA RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS A TÍTULO DE COMISSÃO DE CORRETAGEM. ENTENDIMENTO SEDIMENTADO NO STJ. RESP. N. 1.551.951/SP - TEMA 939. AUSÊNCIA DE PREVISÃO EXPRESSA NO PACTO. POSIÇÃO PACIFICADA NO STJ. RESP N. 1.601.149/RS - TEMA 960. JURISPRUDÊNCIA DESTA TURMA RECURSAL. DEVER DE RESTITUIÇÃO DOS VALORES, NA FORMA SIMPLES. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME. (TJ-RS; Recurso Cível, Nº 71005834114, Quarta Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Jerson Moacir Gubert, Julgado em: 29-11-2019)
PROCESSUAL CIVIL - ILEGITIMIDADE PASSIVA
AFASTADA - PRELIMINAR ACOLHIDA. Os réus (...) são partes legítimas para figurarem no polo passivo da demanda, porquanto eram proprietários do imóvel em questão, se beneficiaram da transação e se manifestaram sobre o valor da possível comissão de corretagem. MEDIAÇÃO - COBRANÇA DE COMISSÃO DE CORRETAGEM - OBRIGAÇÃO DO RÉU DE PAGAR AOS AUTORES O VALOR RELATIVO À COMISSÃO PELA INTERMEDIAÇÃO DO NEGÓCIO - SALDO DEVEDOR COMPROVADO CONFORME DOCUMENTAÇÃO ACOSTADA AOS AUTOS - RECONHECIMENTO - SENTENÇA MANTIDA POR SEUS FUNDAMENTOS - ART. 252 DO RITJ/SP. O corretor tem direito à comissão pela intermediação do negócio efetivamente concretizado. "In casu", como os autores demonstraram as negociações com os réus por meio de e-mail e contrato, de rigor o reconhecimento do direito referente à comissão de corretagem. Assim, deve ser mantida a sentença, cujos fundamentos se adotam como razão de decidir na forma do art. 252 do Regimento Interno deste Tribunal. (TJSP; Apelação Cível 1007247- 59.2014.8.26.0152; Relator (a): Paulo Ayrosa; Órgão Julgador: 31ª Câmara de Direito Privado; Foro de Cotia - 3ª Vara Civel; Data do Julgamento: 25/07/2017; Data de Registro: 28/02/2019)
A doutrina e jurisprudência são pacificas no entendimento
de que poderá haver mútuo acordo verbal entre as partes para que sejam firmadas as formas de pagamento de comissão de corretagem e sua porcentagem.
Assim, preleciona Carlos Roberto Gonçalves, em sua obra
Direito Civil Esquematizado 2, parte geral, 2016 (digital)
“(…), pois não exige forma especial. Basta o
acordo de vontade, que se prova por qualquer meio. Destarte, pode concretizar-se por meios diversos, como por exemplo, entendimento verbal direto entre o comitente e corretor, telefone, correspondência escritura, computador, fax e outras formas de comunicação”.
Fica evidente a obrigação de pagar a comissão de
corretagem ao autor, na qual não restam duvida sobre sua obrigatoriedade.
Neste sentido acerca do contrato de corretagem, leciona
Paulo Nader:
Forma-se contrato de corretagem ou mediação
quando a pessoa, denominada corretor ou mediador, obriga-se perante o seu cliente a se empenhar em aproximá-lo de terceiro, indicando ou não, visando à realização do negócio, mediante retribuição condicionada à eficacia de seu trabalho. (...)
Razão pela qual, deve o Réu pagar ao Autor o montante
correspondente o 6% sobre o calor do imóvel, totalizando R$ 4.800,00 reais cumulados com juros e correção monetária.
DOS PEDIDOS
1. A citação do réu para, querendo responder a presente
demanda; 2. A procedência do pedido, com a condenação do Réu ao pagamento imediato das quantias devidas, no valor de R$ quatro mil e oitocentos reais, acrescidas ainda de juros e correção monetária;
3. A produção de todas as provas admitidas em direito;
4. Manifesta o interesse na realização de audiência conciliatória;
5. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios