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Epistemologia

A Geografia como ciência surge sob forte influência do Positivismo Lógico. E essa


condição se expressa em grande parte nos estudos de geografia até hoje. Entretanto, a
Ciência evoluiu e transformou as suas orientações teórico-metodológicas.
Sobre a sua epistemologia, é proverbial ressaltar um problema não só da geografia, como
também de todas as ciências ambientais: Os recursos metodológicos utilizados na
verificação dos postulados ou estudos geográficos são oriundos aos primeiros passos
do naturalismo (Humboldt e Ritter).
É fácil concluir que em detrimento de diversas mudanças na temática ambiental,
as ciências ambientais não poderiam utilizar recursos verificatórios de um lapso
cronológico em que a vertente ambiental não provia atenção alguma da mídia e menos
ainda dos poderes políticos, que enxergavam apenas o fortalecimento de suas economias
em função de uma interminável exploração e esgotamento dos recursos naturais. Então, é
extremamente necessário pensar em uma nova epistemologia, não só para geografia, mas
para as demais ciências autodenominadas "ambientais".
Com o surgimento da discussão a respeito de um estatuto próprio para as Ciências
Humanas, a Geografia sente a necessidade de revisar sua epistemologia. Os críticos
do positivismo, sob influência do Historicismo de Hegel e Dilthey, afirmavam ser impossível
manter a objetividade e a neutralidade do conhecimento científico. Um exemplo claro é a
ideia de Incomensurabilidade do Conhecimento, de Thomas Kuhn, na qual afirma a
impossibilidade de separar os conceitos e juízos de valor do conhecimento dito neutro.
Ainda no contexto do embate historicismo x positivismo surgem dois grandes nomes da
Geografia: Friedrich Ratzel e Vidal de La Blache. O primeiro, influenciado
por Ritter e Haeckel, notabilizou-se pelos estudos de Geografia Política e de alguma forma
ajudou a consolidar a Geografia de Estado. Já o outro, empirista, trabalhou principalmente
sobre o conceito de Gênero de Vida e afastou a Geografia das relações com a sociologia,
então representada pela morfologia social de Émile Durkheim. Essa condição é
exemplificada na famosa definição: Geografia é a ciência dos lugares e não dos Homens.
La Blache e Ratzel representavam respectivamente as escolas Francesa e Alemã em uma
época em que as universidades se fecharam em seus próprios países criando escolas
nacionais. Lucien Febvre, historiador francês, em seu livro A Terra e Evolução do Homem,
criou uma imagem reducionista deste conflito teórico-ideológico, através da criação dos
conceitos de escolas geográficas: Determinismo e Possibilismo. Essa consideração
reducionista contribuiu para criar imagens errôneas sobre os dois autores, e por muito
tempo Ratzel foi entendido como simples determinista geográfico e La Blache como um
simples possibilista geográfico. Hoje essa concepção foi superada e o recorte abstrato de
Febvre foi relativizado, na medida em que nenhum dos dois Geógrafos enquadrava-se
completamente nas escolas a eles atribuídas.
Durante a renovação pragmática nos EUA, surgiu uma corrente chamada Geografia
Teorética, na qual os métodos quantitativos geográficos agem com métodos numéricos
peculiares para (ou pelo menos é muito comum) a geografia. Por consequência à análise
do espaço, provavelmente encontrará temas como a análise de rácios, análise
discriminatória, e não – paramétrica e testes estatísticos nos estudos geográficos. Um
expoente dessa corrente no Brasil foi Antonio Christofoletti, co-fundador da Revista de
Geografia Teorética.
Sob a influência da Fenomenologia de Husserl e Merleau-Ponty foram desenvolvidos
estudos de Geografia da Percepção, que valorizam a construção subjetiva da noção de
espaço perceptivo. Inter-relações com a psicologia de massas e psicanálise, entre outras
áreas, garantiram uma multidisciplinalidade desses estudos na (re)construção de conceitos
como horizonte geográfico, (percepção do) lugar, sociabilidade e percepção do espaço,
espaço esquizoide, entre outros. Alguns textos de Armando Corrêa da Silva fazem
referência à Geografia da Percepção. Cabe também ressaltar que a influência da
fenomenologia foi importante para o desenvolvimento da Geografia Humanista.
No final da década de 1970 iniciou-se um movimento de renovação crítica da Geografia
humana, marcado no Brasil pelo encontro nacional de Geógrafos em 1978 no Ceará. Esse
movimento acompanhou a inserção do marxismo como base teórica do discurso
geográfico humano e assimilou um arcabouço conceitual do marxismo na construção de
teorias sobre a (re)produção do espaço e a formações sócio-espaciais.
No Brasil, um representante dessa corrente, conhecida como Geocrítica ou Geografia
Crítica, foi Milton Santos. O geógrafo Armando Corrêa da Silva escreveu alguns artigos
sobre as possíveis limitações que uma adesão cega a essa corrente pode causar.
Na Itália, Massimo Quaini foi o principal autor a escrever sobre a relação entre a
corrente marxista e a Ciência Geográfica.
O principal veículo de divulgação da Renovação Crítica da Geografia humana foi a Revista
Antipode, criada em agosto de 1968 nos Estados Unidos, sob a direção editorial de
Richard Peet, então professor na University of British Columbia. O primeiro artigo da
Revista justificava seu subtítulo – A Radical Jornal Of Geography – escrito por David Stea,
"Positions, Purposes, Pragmatics: A Journal Of Radical Geography", introduzia no mundo
acadêmico uma publicação que viria a ter muita importância para discussões no âmbito da
ciência geográfica.
Antipode já contou a com a participação de Geógrafos como Milton Santos e David
Harvey, que até hoje é um dos colaboradores, além de um grupo de cientistas do mundo
todo: EUA, Canadá, Japão, Índia, Inglaterra, Espanha, África do
Sul, Holanda, Suíça, Quênia, coordenados sob a editoração de Noel Castree da
Universidade de Manchester (Inglaterra) e Melissa Wright da Universidade da Pensilvânia
(EUA)

Fonte Wikipedia

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