Sie sind auf Seite 1von 9

Colesterol, a arma

secreta do
cérebro para
preservar a
memória
Cientistas espanhóis comprovam em
ratos que essa molécula poderia
prevenir os sintomas da demência e o
Alzheimer

span class="boton-
contador"
id="fbnumsuperior_"></
span
span class="boton-
contador"
id="tnumsuperior_"></s
pan
Otros
Login
Login
Imprimir

NUÑO DOMÍNGUEZ

← Twitter
16 SET 2016 - 17:03 BRT
Uma de cada três pessoas sofrerá de
demência ao longo de sua vida. A perda
progressiva da memória é uma das
consequências mais frequentes do
envelhecimento e se deve a uma longa
relação de alterações que ocorrem no
encéfalo e que se acumulam com o passar do
tempo. Entre elas está a morte de neurônios
causada pelo Alzheimer, a variante mais
comum de demência, a mais difícil de
combater e uma das maiores ameaças
enfrentadas pela nossa civilização.
Pesquisador observa imagem de cérebro. WESTERN
UNIVERSITY
MAIS INFORMAÇÕES
← Solidão, uma nova epidemia
← Nova revisão invalida milhares de estudos
sobre o cérebro
← O colesterol bom reduz a expansão das
células do câncer
Um novo estudo de pesquisa básica acaba de
descobrir uma outra possível causa para a
perda da memória e aponta um aliado que
poderia ser capaz de resgatá-la: o colesterol.
O excesso de colesterol ruim (LDL) no sangue
faz aumentar o risco de infarto e outras
doenças cardiovasculares fatais. Mas o
cérebro produz o seu próprio colesterol, e,
dentro desse órgão, ele é essencial para
manter os neurônios vivos e saudáveis.
Cada vez que uma recordação é formada, os
neurônios acionam determinados genes para
fixá-la. Para isso, precisam ter colesterol o
suficiente na parte exterior de sua membrana.
Como um óleo que lubrifica uma máquina, o
colesterol funciona como um transmissor dos
sinais externos necessários para ativar os
genes. A presença dessa molécula no
encéfalo tende a diminuir com a idade, e as
pessoas idosas, sejam saudáveis ou atingidas
pelo Alzheimer, costumam apresentar taxas
de colesterol cerebral inferiores ao normal.
Nesse novo estudo, publicado em Cell
Reports, a equipe de Carlos Dottino,
pesquisador do Centro de Biologia Molecular
Severo Ochoa, de Madri, demonstra o papel
fundamental desempenhado por essa
molécula para a manutenção da memória em
bom estado. Os ratos mais velhos possuem
taxas de colesterol baixas demais no
hipocampo, uma área do cérebro relacionada
à memória. Os cientistas demonstram que,
quando se aplica uma substância que impede
a perda de colesterol no encéfalo, a memória
dos roedores mais velhos melhora
significativamente. Isso poderia abrir um novo
caminho para a melhora da memória em
pessoas idosas.
“Acreditamos que essa descoberta pode
avançar para a clínica”, explica Dotti ao EL
PAÍS. “Normalmente, seriam necessários
muitos estudos” sobre a substância utilizada
no trabalho, mas, neste caso, “muitas delas já
estão disponíveis, pois a droga em questão já
foi aprovada, e se trata do voriconazol”. Esse
medicamento, que leva o nome comercial de
Vfend e é produzido pela Pfizer, é usado para
combater infecções por fungos em pessoas
com o sistema imunológico muito fragilizado,
como as que acabam de receber um
transplante ou que contraíram aids.
Por acaso, a equipe acabou por descobrir que
essa substância também inibe uma enzima
responsável pela eliminação do colesterol
dentro do cérebro e cuja atividade é
acelerada com o passar dos anos. Nos
animais estudados, o medicamento inibe esse
efeito negativo da idade e permite que todo o
colesterol necessário seja preservado, e, com
ele, a memória. O próximo passo, comenta
Dotti, “seria testar o medicamento em
animais mais parecidos com os humanos,
cães ou macacos”, e comprovar se também
nesses casos a capacidade cognitiva é
resgatada.
O risco das estatinas
“Trata-se de um estudo em ratos. Por isso, é
preciso vê-lo com cautela. Mas, de todo
modo, é uma demonstração de que o
colesterol não é o inimigo público número
um”, avalia Félix Viñuela, coordenador do
Grupo de Estudos de Neuropsicologia da
Sociedade Espanhola de Neurologia. O
pesquisador destaca a importância dos
estudos de ciência básica com ratos, como
neste caso. A grande maioria acaba não
sendo reproduzível em humanos, admite ele,
mas alguns são, como ficou evidenciado
recentemente com um anticorpo que poderia
combater o Alzheimer em pacientes e que
começou a ser testado em ratos há vários
anos.
Outro aspecto importante do estudo está
relacionado a um tipo de medicamento que é
consumido diariamente por milhões de
pessoas na Espanha. Hoje em dia, os
medicamentos mais utilizados para diminuir o
chamado colesterol ruim são as estatinas.
Esses compostos são eficazes, mas poderiam
ser responsáveis também por efeitos
colaterais não previsto inicialmente.
Recentemente, a agência de medicamentos
dos EUA alertou para o fato de que certos
pacientes que ingerem estatinas podem
sofrer perda de memória e uma deterioração
cognitiva por razões desconhecidas.
“Existem estatinas que são capazes de
passar da corrente sanguínea para o
cérebro”, explica Dotti, destacando que é
possível que essas drogas estejam
diminuindo os níveis de colesterol normais no
encéfalo e danificando, assim, a memória dos
pacientes.
Viñuelas, que não participou diretamente do
estudo, mas que irá coordenar um teste com
o anticorpo experimental contra o Alzheimer
no Hospital Universitário Virgem de
Macarena, em Sevilha, concorda: “As
estatinas salvaram vidas controlando o
colesterol patológico, mas também podem ter
um lado negativo”. “Talvez devêssemos nos
colocar a possibilidade do uso de estatinas
que não sejam capazes de cruzar a barreira
de proteção hemato-encefálica”, sugere.

Das könnte Ihnen auch gefallen