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II – DOS FATOS
A Autora é consumidora de energia elétrica da fornecedora
concessionária LIGHT, possuindo como código de cliente o n°30546721,
conforme documentos anexos.
Atualmente, o ICMS exigido pelo Réu é manifestamente
excessivo e INCONSTITUCIONAL, tendo em vista a cobrança superior ao
percentual de 18%, chegando a alíquotas de 31%, conforme se comprova em
tabela anexa.
Nos termos da Arguição de Inconstitucionalidade nº 27/2005 e nº
21/2008, o E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, através de seu
Órgão Especial, declarou a inconstitucionalidade dos artigos 14, VI, item 2 e
VIII, item 7 do Decreto Estadual nº 24.427/00, e 14, VI, b, da Lei Estadual nº
2.657/96, no que se referem à cobrança do ICMS pela alíquota de 25%.
Desta forma, como a decisão proferida pelo Órgão Especial é
observância obrigatória, deve ser reconhecida a inconstitucionalidade de tarifas
superiores a 18%, por nítida violação ao princípio da seletividade.
III - DO DIREITO
III.I – DA INCONSTITUCIONALIDADE DA ALÍQUOTA PREVISTA NA
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
Como já informado, fora declarada a inconstitucionalidade dos
artigos 14, VI, item 2 e VIII, item 7 do Decreto Estadual nº 24.427/00, e 14, VI, b,
da Lei Estadual nº 2.657/96, consoante observa-se na ementa dos seguintes
julgados, a saber:
V – DA TUTELA DE URGÊNCIA
A concessão da tutela de urgência antecipada visa salvaguardar a
Autora de danos maiores. Conforme se verifica, nas faturas da Autora estão
sendo inseridas alíquotas que superam 30%, valor recolhido mensalmente aos
cofres públicos e exacerbadamente maior que o constitucional devido, qual seja,
18%.
Nos termos do art. 300, do CPC/15 e § 3º do art. 84 do CDC.
"Art. 300. "A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo. ”
Desta forma, não há a menor probabilidade de perigo de
irreversibilidade do provimento que será antecipado, causando prejuízo apenas
à Autora, caso indefira o pedido. É certo que todas as provas acostadas aos
autos evidenciam a inequívoca probabilidade do direito, como também refletem
o perigo de danos maiores ao jurisdicionado.
Portanto, inquestionável o dano irreparável ou de difícil reparação
que está exposto a parte Autora, e dúvida não poderá existir quanto ao pleno
atendimento dos pressupostos do art. 300, parágrafo 2º, do CPC e
consequentemente, verifica-se estarem presentes todos os requisitos que
autorizam a concessão da tutela de urgência em caráter liminar, do direito
postulado na presente.
Por tais razões, requer seja concedida a suspensão da
exigibilidade do excesso da alíquota de 18%, consoante já declarada
inconstitucional cobrança superior ao cobrado atualmente.
VI – DO DANO MORAL
O dano moral decorre da cobrança superior ao percentual de 18%,
exação que deveria seguir as diretrizes estabelecidas nos princípios
constitucionais. In casu, em razão da prática abusiva do Estado, tendo em vista
a aplicação da Teoria do Desvio Produtivo do consumidor, deve ser apto a
configurar os danos morais.
A Autora é pessoa idosa – 90 anos - e, há pelo menos 05 anos,
sofre com a cobrança de uma alíquota de ICMS que compromete a parca
remuneração que recebe como aposentada. O simples fato de a Autora ter que
se socorrer ao Judiciário não pode ser tratado de mero aborrecimento do
cotidiano.
A indenização, em tais casos, além de servir como compensação
pelo sofrimento experimentado, deve ter caráter pedagógico-punitivo, de modo
a desestimular condutas semelhantes.
Merece destaque, nesse ponto, que o desperdício do tempo vital
do consumidor, suporte implícito da existência humana, bem jurídico-
constitucional, demonstra de modo inequívoco não só a lesão ao seu direito da
personalidade, como também a obrigação de a Ré reparar o dano temporal,
especialmente quando se constata que a Autora, pessoa idosa de 90 anos,
deixou de desempenhar suas atividades existenciais, descansar ou cuidar de
si mesma (direitos fundamentais), em razão do ato lesivo cometido.
Como salienta o professor, Marcos Dessaune:
(...) o “desvio produtivo do consumidor”, que é o fato
o evento danoso que se consuma quando o
consumidor, sentindo-se prejudicado, gasta o seu
tempo vital – que é um recurso produtivo –e se
desvia das suas atividades cotidianas – que
geralmente são existenciais. Por sua vez, a
esquiva abusiva do fornecedor de se responsabilizar
pelo referido problema, que causa diretamente o
evento de desvio produtivo do consumidor,
evidencia a relação de causalidade existente
entre a prática abusiva do fornecedor e o
evento danoso dela resultante”
Desta forma, verifica-se que a Autora suportou a inserção
indevida de uma alíquota superior à 18% em sua fatura de consumo, devendo
ser objurgada a cobrança abusiva, além de ser o Réu condenado na reparação
no dano suportado pela Autora.
VI - DO PEDIDO: