Sie sind auf Seite 1von 15

Por que Aconselhar?

A importância da Antropologia Bíblica


Por Flávio Ezaledo

A Bíblia é o único livro que lida com uma antropologia completa porque
fala sobre o homem antes da queda. A sociologia e a psicologia
apresentam um conhecimento parcial do homem porque não abordam o
assunto sobre a criação do homem.

Estas disciplinas não lidam com o propósito que Deus tinha para o
homem quando ele foi criado, por isto, elas não podem dar esperança ao
ser humano, porque não existe um referencial que dê base para uma
comparação de como o homem seria se não tivesse pecado. Estas
ciências partem do princípio que o homem é produto da evolução e não
do poder criador de Deus.

A criação do homem foi diferente de todos os outros seres viventes.


Gênesis 2:7 diz “então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra,
e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma
vivente”.

O homem foi formado do pó da terra do termo Hebraico (adamah) raiz


de onde vem o nome Adão que significa “barro”. Como um ser material o
homem faz parte deste mundo porque é constituído dele.

O homem não é somente matéria, o texto bíblico fala que Deus soprou
nas suas narinas “o fôlego de vida” do hebraico (nishemat). Só depois
que Deus deu o fôlego de vida é que ele tornou-se “alma vivente”.

Os versos de Gênesis 1:20; 21; 24 e 30 mostram que ter o fôlego de vida


não foi exclusividade do homem, pois nestes versos encontramos que
outras criaturas também são chamadas de seres viventes, pois também,
têm o “fôlego da vida”.

A diferença está em que nas outras criaturas Deus não soprou o fôlego da
vida, elas já foram criadas com o fôlego da vida.

A maneira exclusiva como o homem foi criado mostra a essência do


homem; por um lado, ele é um ser material porque foi formado da terra,
por outro lado, ele é também um ser espiritual porque Deus soprou nele
foi o fôlego de vida. Assim o homem pertence tanto ao mundo material
quanto ao mundo espiritual.

Na morte cada parte constituinte do homem volta de onde veio.


Eclesiastes 12:7 diz: “e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a
Deus, que o deu”.

O autor de Eclesiastes também diz: “Todos vão para o mesmo lugar;


todos procedem do pó, e ao pó tornarão. Quem sabe que o fôlego de vida
dos homens se dirige para cima e o dos animais para baixo, para a terra”
(Eclesiastes 2:20-21). Na morte, tudo do animal é destruído enquanto
que do homem o corpo volta para a terra enquanto o seu espírito volta
para Deus.

A Bíblia diz que tudo o que Deus havia criado era muito bom, logo, não
há espaço para relacionar a natureza criada com qualquer coisa má como
querem as seitas gnósticas.

marcoparisotto@ymail.com IBG 1
Deus fez o homem diferente de qualquer outro ser criado porque ele foi
feito a sua imagem e semelhança Deus.

Algo deve ser dito ainda a respeito da imagem e semelhança quanto à


criação do homem, para que não venhamos a achar que o aspecto físico
que o homem possui foi uma decisão divina no momento em que Ele o
estava criando. Não, não foi. Adão foi criado conforme o modelo que o
Filho do Homem, Jesus, viria ao mundo, o Cordeiro que foi morto desde a
fundação do mundo (Apocalípse 13:8).

O propósito de Deus para o homem era que ao viver debaixo do Seu


conselho, ele alcançasse a mesma perfeição que Cristo tem. Não é este o
propósito de Deus em Cristo Jesus para os crentes depois da Queda?
(Romanos 8:28-29).

Adão foi criado moralmente e fisicamente bom, mas ele não tinha
alcançado ainda aquele estado de perfeição que tinha sido estabelecido
para ele, se tivesse obedecido. Ele tinha todo potencial para obedecer,
mas, algo aconteceu no percurso da sua caminhada para a perfeição,
quando Adão decidiu dispensar o Conselho de Deus para aceitar o
Conselho da Serpente . Assunto que será desenvolvido na próxima
edição.

Que Deus tenha misericórdia de nós!

Nota: Na última matéria sobre Aconselhamento Bíblico por motivo da


fonte, algumas palavras da Língua Grega não ficaram claras.

1. (pronuncia-se nutecía), ela é formada pelo substantivo grego


(pronuncia-se nus) significando: mente, e pelo verbo (pronuncia-se
tetéo), significando: por, colocar.

2. “Portanto, vigiai, lembrando-vos que por três anos, noite e dia, não
cessei de admoestar ( )

3. Colossenses 3:16 diz: “Habite ricamente em vós a palavra de Cristo,


instruí-vos e ACONSELHAI-VOS ( ) mutuamente em toda a sabedoria,
louvando a Deus com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão
em vossos corações.”

“DEUS NOS DÁ SEMPRE A FORÇA E O PODER PARA


REALIZAR TUDO QUANTO ELE NOS ORDENA”
Parte 1
Por Flávio Ezaledo

O Assunto que estamos desenvolvendo nestas últimas duas matérias tem


a ver com o Pecado Escravizador (como exemplo, estamos usando o caso
de um convertido que continua escravizado pelo pecado do fumo) que
muitas vezes é erroneamente chamado de vício.

Na matéria anterior à última, nós aprendemos como ENTENDER O


PROBLEMA DO PECADO ESCRAVIZADOR PELO PONTO DE VISTA DE
DEUS ou seja, entendendo porque o fumo é um pecado escravizador. O
resultado de hábitos escravizadores é pecado e não vício.

Quando o aconselhado é ensinado que o problema que ele tem não é um


vício e sim pecado, ele ganha a ESPERANÇA BÍBLICA para resolver o
seu problema, pois, ele passa a ter a visão correta que Cristo já resolveu
marcoparisotto@ymail.com IBG 2
o problema de todos os seus pecados, inclusive o fumo, quando Ele deu a
sua vida na Cruz em favor dos pecadores.

A visão correta do problema pelo Ponto de Vista de Deus leva à


Esperança Bíblica, assunto que o meu pastor de jovens definiu muito bem
na última matéria.

Nesta matéria quero falar sobre um fato que comumente ocorre nas
sessões de aconselhamento a partir do momento em que o aconselhado
tem a visão correta do seu problema e ganhando a Esperança Bíblica,
reluta em praticar as preciosas promessas que a Palavra de Deus lhe
fornece para ser vitorioso sobre o seu pecado escravizador.

O aconselhado precisa ser ensinado de que TUDO O QUE DEUS NOS


ORDENA A FAZER, ELE TAMBÉM NOS DÁ A FORÇA E O PODER PARA
REALIZAR.

Quando o aconselhado retorna após a sessão em que ele ganhou a


esperança bíblica e ser ensinado a confiar nas preciosas promessas como
a de I Coríntios 10:13, e eu lhe pergunto:

Conselheiro: “Você foi vitorioso sobre o seu problema?”


Aconselhado: “Não”.
Conselheiro: “Você memorizou I Coríntios 10:13?”
Aconselhado: “Sim... mas, eu não consigo vencer o meu problema.

Você percebe onde está o foco do aconselhado? Ele ainda está voltado
para o seu “Eu” baseando nas suas próprias forças para lutar contra o seu
problema. Ele precisa tirar o foco de si mesmo e focalizar na toda
Suficiente Palavra de Deus de uma maneira prática. O conselheiro deve
lhe perguntar:

Conselheiro: “Você consegue ou não quer?”


Aconselhado: (Despertando para a realidade) “Bem, claro que eu quero
mas...”
Conselheiro: “O que Deus diz em I Coríntios 10:13?”
Aconselhado: “Que não há tentação que eu não possa suportar.”
Conselheiro: “O que mais o verso lhe ensina?”
Aconselhado: “Que Deus é fiel e não permitirá que eu seja tentado além
das minhas forças... é... mais quando vejo eu já fumei de novo”
Conselheiro: “A promessa está baseada em qual atributo de Deus?”
Aconselhado: “Na Fidelidade de Deus.”
Conselheiro: “Deus pode mentir?”
Aconselhado: “Claro que não!!!”
Conselheiro: “Quem está mentindo então?”
Aconselhado: “Bem... eu acho que... sou eu.” - “Mas por que eu não
venço o meu problema?”
Conselheiro: “Antes de responder a sua pergunta, me diga: o que mais I
Coríntios 10:13 lhe ensina?”
Aconselhado: “Que Deus me proverá livramento de sorte que eu posso
suportar.”
Conselheiro: “Qual o tamanho de um cigarro?”
Aconselhado “Uns dez ou quinze centímetros”
Conselheiro: “ Um toquinho de dez ou quinze centímetros consegue
vencer uma pessoa do seu tamanho?”
Aconselhado: (meio sem graça ele responde) “É...o que parece estar
acontecendo.”
Conselheiro: Deus não promete na Sua Palavra que lhe dará livramento?

Aconselhado: “Sim”
Conselheiro: “Lembre-se de que Deus está prometendo a vitória sobre o
pecado e não da situação”
marcoparisotto@ymail.com IBG 3
Aconselhado: “Como assim?”
Conselheiro: “Toda situação que leva você praticar o seu pecado
escravizador, por exemplo: Manter consigo o maço de cigarro, estar perto
de alguém que está fumando, nutrindo o desejo de fumar, entre outros, é
de sua responsabilidade fugir delas, pois, você pode ser tentado por estas
situações.

Neste momento normalmente eu interrompo o processo da APLICAÇÃO


da promessa para fazê-lo entender a IMPORTÂNCIA DE SE CRER na
Palavra de Deus de uma maneira PRÁTICA e não apenas por repetir
mecanicamente o que ela diz.

Um texto que eu uso é Marcos 3: 1 – 6 mas, este assunto será discutido


no próximo número. A Deus seja Toda Glória.

DEUS NOS DÁ SEMPRE A FORÇA E O PODER PARA


REALIZAR TUDO QUANTO ELE NOS ORDENA”
Parte 2
Por Flávio Ezaledo

No Aconselhamento Bíblico é importante levar o aconselhado a entender


o seu problema pelo ponto de vista de Deus. Quando assim o faz ele
ganha a Esperança Bíblica porque encontra na Palavra de Deus as
respostas que precisa para vencer o seu pecado escravizador.

O conselheiro, todavia, deve estar atento para duas tarefas que o


aconselhado precisa praticar diariamente para ganhar fibra espiritual a
fim de encarar, lidar e suportar as circunstâncias da vida vitoriosamente,
que são: Devocionais Diárias e Memorização.

O aconselhado mesmo praticando suas tarefas diárias, ainda assim,


poderá justificar sua incapacidade de vencer o seu problema por fazer uso
de uma resposta muito comum: “Eu não consigo”.

Neste momento é importante, o conselheiro levar o aconselhado a ver a


IMPORTÂNCIA DE SE CRER na Palavra de Deus de uma maneira PRÁTICA
e não apenas por repetir mecanicamente o que ela diz, principalmente,
com respeito à memorização. O aconselhado precisa fazer que o ensino
que está em sua cabeça desça para o coração e daí para as pernas a fim
de ter um estilo de vida controlado pela Palavra de Deus.

O aconselhado precisa entender que “TUDO QUANTO DEUS NOS ORDENA


A FAZER, ELE TAMBÉM NOS DÁ A FORÇA E O PODER PARA REALIZAR.”

Um texto que normalmente eu uso para ensinar este princípio ao


aconselhado é Marcos 3: 1 – 6. Este é o trecho que Jesus cura o homem
que tinha uma de suas mãos encolhida.

O interesse de Marcos é mostrar entre outros ensinos, o poder de Cristo


sobre muitas situações da vida como; demonismo (1: 21 – 28); doenças
(1: 29 – 39); lepra (1: 40 – 45); paralisia (2: 1 – 12); deformidade física,
que é o nosso texto e sobre qualquer enfermidade no texto que segue (3:
7 – 12).

Note, porém, que o texto anterior ao que estamos considerando (2: 23 –


28), Cristo contradiz a posição legalista dos fariseus sobre o sábado, ao

marcoparisotto@ymail.com IBG 4
ensiná-los de que o sábado não é maior do que a necessidade física de
uma pessoa, usando para isto o episódio de Davi.

Com certeza que enraivecidos com o ensino bíblico de Cristo com respeito
ao dia do descanso que já tinham ouvido anteriormente, é que os fariseus
estavam tão ansiosos por verem o que Cristo faria com o homem com a
deformação em uma de suas mãos dentro da sinagoga. Para este autor, é
bem possível que foram os próprios fariseus que colocaram o homem ali,
só para terem do que acusar a Jesus.

O ensino deste trecho pode ser resumido na seguinte pergunta: O


QUANTO VOCÊ ESTÁ DISPOSTO A OBEDECER A PALAVRA DE
DEUS?

O Texto não nos diz quanto tempo o homem tinha aquela deformação,
mas o fato é que Cristo vendo-o chamou-o para o meio da sinagoga. O
homem obedecendo ao convite de Cristo logo se dirigiu para onde estava
Jesus.

A pergunta de Jesus no verso quatro é muito reveladora, pois, mostra


que naquele recinto havia dois tipos de pessoas: Os que não estavam
dispostos a obedecer e o que estava disposto a obedecer.

O primeiro tipo está representado na pessoa dos fariseus e dos outros


ouvintes. Lembre-se de que os fariseus já tinham ouvido o ensino de
Jesus sobre o que fazer ou não fazer no dia do sábado. A discordância é
evidente, pois, eles permanecem calados diante da Sua pergunta. Eles
poderiam prontamente responder: “Bem, é uma necessidade física, se o
Senhor pode curá-lo não fazemos nenhuma objeção”. O silêncio deles
mostra que eles não estavam dispostos a obedecer ao ensino de Cristo.

O Segundo tipo está representado na pessoa do homem com a mão


deformada. Cristo ordenou àquele homem: “Estende a tua mão.” O
homem poderia bem se justificar: “Oh mestre, o Senhor não sabe que eu
sou assim, como você quer que eu estique a minha mão? Vem aqui o
Senhor mesmo e a estique porque é o Senhor que tem poder para fazer
isto.” Foi assim que aquele homem fez? NÃO!

Cristo ordenou e ele obedeceu. Ele creu na Palavra Viva que estava em
sua frente, a Palavra de Cristo, e se DISPÔS A OBEDECÊ-LO e no
momento em que ele em obediência à Palavra de Cristo SE ESFORÇOU
para esticar a sua mão o PODER DE DEUS OPEROU NA SUA MÃO e ela foi
restaurada. ALELUIA!

Você percebe então o que este trecho nos ensina? “TUDO QUANTO DEUS
NOS ORDENA A FAZER, ELE TAMBÉM NOS DÁ A FORÇA E O PODER PARA
REALIZAR.”

Cristo ordenou ao homem: “Estende a tua mão”. Ele confiou que o


Homem que estava ordenando poderia dar o poder para esticar a sua
mão. ELE CREU NA PALAVRA DE CRISTO!

É este ensino que o aconselhado precisa aprender e praticar. Ele tem que
crer na Palavra de Deus porque é o próprio Deus quem o está ordenando.
O aconselhado não pode endurecer o seu coração e calar-se diante da sua
necessidade espiritual ou esconder-se atrás da resposta “Eu não consigo”.

O conselheiro por isso, deve sempre refutar qualquer argumento que


demonstre a incapacidade do aconselhado obedecer à Palavra de Deus,
perguntando: “Você está disposto a obedecer?” Porque se ele estiver
disposto DEUS VAI DAR O PODER PARA REALIZAR TUDO QUANTO ELE

marcoparisotto@ymail.com IBG 5
ORDENA. A Deus seja toda Glória!

O DEUS QUE RESTAURA


“O Significado das Torrentes do Negueve em Salmo 126:4”
Provendo Esperança e Restauração ao Aconselhado

Por Flávio Ezaledo

Muitas vezes os crentes, igrejas quando celebram aniversários utilizam o


verso 2 do Salmo 126 para darem testemunhos das bênçãos recebidas
citando: “Grandes coisas o Senhor fez nós; por isso estamos alegres”.

É muito bom o crente expressar sua alegria pelas grandes coisas que o
Senhor tem feito, porém, no ímpeto de citar versos conhecidos, deixamos
de dar atenção ao contexto, não observando versos que seriam muito
importantes para um bom entendimento do que o Senhor quer nos
mostrar.

No Salmo 126 há um verso que por ser relacionado ao ambiente judaico


passa despercebido quando fazemos uso deste belíssimo salmo, é o verso
quatro: “Restaura, Senhor a nossa sorte, como as torrentes do Negueve”.

O que significa as torrentes do Negueve? O que o salmista quis realçar ao


fazer uso de uma situação geográfica puramente judaica? Como o
entendimento desta situação nos levará a sermos mais gratos em nossa
demonstração de alegria e esperança?

O termo Negueve, significa Sul. É traduzido também por deserto, pois se


refere também à região árida localizada ao Sul de Israel.

Outra palavra do verso que precisamos compreender é torrente. O Novo


Dicionário Brasileiro Melhoramentos define como: Curso de água
impetuoso e de grande velocidade. Abundância, grande quantidade de
coisa que cai ou jorra.

Na Bíblia Hebraica, o termo usado para torrente é , (que se lê afiq), que


o léxico BDB (Brown, Driver and Briggs) p. 67, traduz por canal, leito do
ribeiro, ravina e wady (ribeiro de águas perenes). O Dicionário: “O
Estudos de Vocábulos do Antigo Testamento de Larry A. Mitchel” traduz
por corrente de água, canal.

O que muitas vezes acontece quando lemos a Palavra de Deus é não


darmos atenção às situações que achamos serem puramente judaicas,
deduzindo que não tem muita importância, pois é aí onde perdermos a
oportunidade de perceber a beleza dos significados que os autores
bíblicos quiseram dar.

Como é possível haver torrentes no deserto? É possível imaginar uma


corrente de águas impetuosa num lugar deserto?

Olhando-se um mapa pode-se notar que o Negueve é a região


montanhosa situada ao sul de Israel. O Solo dessa região é formado por
um material chamado “loess”, que com o calor, a parte mais exposta se
torna numa camada de pó ficando muito destacada no solo.

Ao caírem as primeiras chuvas no fim de setembro e início de outubro, no


alto das montanhas do Negueve, as chuvas não são facilmente absorvidas
pela terra por causa da condição típica desse solo, “loess”.

marcoparisotto@ymail.com IBG 6
A camada fina de pó se solidifica com o cair das primeiras chuvas
formando-se uma crosta. À medida que as águas descem montanha
abaixo elas vão se avolumando cada vez mais como se estivessem dentro
de um canal desaguando torrencialmente quando chegam ao pé da
montanha formando um verdadeiro mar.

Já houve caso de turistas menos advertidos, que subindo as montanhas


do Negueve na época das chuvas foram pegos de surpresa, tiveram que
abandonar seus carros às pressas e se refugiarem nas encostas das
montanhas para salvarem suas vidas em virtude do grande volume de
água que descia.

Mas como isto nos ajuda a entender melhor o Salmo? E fornecer


esperança àqueles que precisam ser restaurados? Note que o salmista
inicia este salmo descrevendo o retorno deles para Israel mostrando que
o Deus de Israel é o Deus que restaura.

O que Deus restaura?


1) Deus restaura a alegria (vs 1-2);
2) Deus restaura a confiança em Deus (v: 3);
3) Deus restaura a terra (v: 4) e
4) Deus restaura a abundância dos frutos (5 – 6).

A oração do Salmista revela o desejo deles, os israelitas, serem


restaurados como as torrentes do Negueve.

O que o Salmista está pedindo é que assim como aquelas torrentes eram
aguardadas pelos agricultores no sopé da montanha com muita
esperança, o que lhes dariam condições de plantio e provisão até a
próxima safra, assim, o salmista deseja que eles sejam supridos
abundantemente pelas bênçãos do Senhor.

O retorno à terra de Israel era um momento alegre, mas, sem a


restauração do Senhor, a alegria estaria incompleta.

Assim como as torrentes eram provedoras de irrigação e restauradoras


para um solo árido, assim o salmista deseja ser restaurado da sua aridez
através das torrentes das bênçãos supridoras de Deus.

Quando Cristo nos salvou fomos restaurados de nossa aridez espiritual


para vivermos sempre supridos com torrentes supridoras de Deus, assim
nós lemos em João 7: 38, “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do
seu interior fluirão (jorrarão) rios de água viva”.

No Aconselhamento Bíblico prover esperança e restaurar o aconselhado é


uma tarefa que o Conselheiro sempre deve ter em mente quando lidar
com as dificuldades de quem ele aconselha.

Por que Aconselhar-


Imagem e Semelhança
Por Flávio Ezaledo

Na última matéria sobre aconselhamento bíblico eu falei sobre a


necessidade de conhecer a Antropologia Bíblica para ter-se um completo
conhecimento de como tratar dos problemas que o ser humano enfrenta
nos ditames da sua vida. É no livro de Gênesis onde encontramos
informações suficientes para saber como o homem foi e como se tornou

marcoparisotto@ymail.com IBG 7
depois da queda.

A grande diferença entre o aconselhamento bíblico e as disciplinas que


ensinam a respeito do homem, a saber, a psicologia e sociologia, é a
abordagem bíblica que o aconselhamento faz a respeito do homem antes
da queda.

Somente a Bíblia fala que o homem foi criado a imagem e semelhança de


Deus e quais foram as conseqüências da sua desobediência.

Tanto sociologia quanto a psicologia lidam com o ser humano partindo do


princípio que ele é produto da evolução. Deve-se então perguntar, como é
possível dar solução ao problema do ser humano sem lidar com assunto
da queda? O ponto onde todos os seus problemas começaram.

O conhecimento de Adão antes da queda nos ajudará a entender quais


eram as normas que Deus tinha para ele e quais seriam as bênçãos que
adviriam da sua obediência a elas.

O processo do raciocínio aqui será desenvolvido a partir das informações


que temos no Novo Testamento para depois investigarmos as do Antigo
Testamento.

Em Efésios 4:24 diz: “e vos revistais do novo homem, criado segundo


Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade”. Note a expressão:
“criado segundo Deus”. O Espírito Santo nos ensina por meio de Paulo
que o novo homem, ou seja, a nova natureza que nos foi doada pela
graça de Deus em Cristo Jesus, foi uma obra realizada para que o homem
fosse conformado à imagem de Deus.

A passagem paralela de Colossenses 3:10 também diz: “e vos revestistes


do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a
imagem daquele que o criou”. Estas duas passagens deixam claro que a
imagem de Deus está sendo renovada no homem.

Como então que a imagem de Deus está sendo renovada no homem?


Efésios 4:23 responde: “e vos renoveis no espírito do vosso
entendimento”.

Este verso provavelmente refere-se ao Espírito Santo que renova a mente


por meio de restaurar a imagem e semelhança de Deus nos crentes.

Deus é quem levará o homem a ser conforme à imagem de Cristo (cf.


Romanos 8:28), e esta obra é realizada pelo “Espírito que exerce
(mudanças) nas vossas mentes”. Somente pessoas redimidas por Jesus é
que poderão efetuar mudanças permanentes no pensamento e
comportamento pela ação santificadora do Espírito Santo.

Note ainda, que Colossenses 3:10 diz que o homem “... se refaz para o
pleno conhecimento segundo a imagem daquele que o criou” e Efésios
4:24, diz o novo homem é criado segundo Deus em justiça e retidão
procedentes da verdade. Essas qualidades, ou seja, pleno conhecimento
do próprio Deus, retidão e justiça que vem da verdade, refletem a
imagem de Deus que está sendo renovada no homem.

Gênesis 3 ensina o momento quando o homem desobedeceu as normas


de Deus e teve sua imagem e semelhança distorcida. Isto é muito
significativo, pois mostra que se o Espírito Santo renova as nossas
mentes, a fim de que tenhamos o pleno conhecimento, retidão e justiça
que vem da verdade, é porque foram essas as qualidades que Adão

marcoparisotto@ymail.com IBG 8
deveria desenvolvê-las antes da queda.

A utilidade das Escrituras


n o A c o n s e l h a m e n t o[i]
[ii]Por Wayne Mack

O que a Bíblia nos ensina? A Bíblia nos ensina a respeito da vida; ela nos
ensina a própria verdade (Jo 17.17). A Bíblia nos ensina a verdade que
precisamos saber para começarmos a viver a vida que honra e glorifica a
Deus. Ela nos ensina o que é certo e o que é errado; o que é proveitoso,
o que é sábio e o que é estultice. A Bíblia nos ensina como podemos
escapar da corrupção que existe no mundo e em nosso coração. Ela nos
ensina como podemos ser eficientes no ministério cristão; como ser bons
esposos e esposas, pais e filhos; como ser bons cidadãos, como amar a
Deus e ao nosso próximo (2 Pe 1.3,4). A Bíblia nos ensina como resolver
nossos problemas à maneira de Deus (1 Co 10.13; Rm 8.32-39). Ela nos
ensina como ter alegria, paz, gentileza, paciência, bondade, amabilidade,
autocontrole e dignidade (2 Pe 1.5-7; Gl 5.22,23). A Bíblia nos ensina a
respeito da Divindade, do céu, do inferno, da vida presente e da vida por
vir. Na verdade, a Palavra de Deus nos ensina (pelo menos na forma de
princípios) tudo o que necessitamos saber para que tenhamos uma vida
eficaz e bem-sucedida, conforme Deus mesmo define esse tipo de vida (2
Pe 1.8,9; 1 Tm 4.7; Jo 10.10).
As Escrituras são o nosso padrão infalível e inerrante em assuntos de fé e
prática. A Palavra de Deus é “perfeita e restaura a alma”; é “fiel e dá
sabedoria aos símplices”; é correta e alegra o coração; é pura e “ilumina
os olhos”. Seus ensinos são “mais desejáveis do que o ouro, mais do que
muito ouro depurado”. Por meio deles, o povo de Deus é advertido,
protegido do erro e de angústias, e, “em os guardar, há grande
recompensa” (Sl 19.7-11).
O Salmo 119, o capítulo mais longo da Bíblia, refere-se totalmente à
Palavra de Deus. Neste salmo, em quase todos os seus 176 versículos, o
autor exalta a utilidade dos ensinos encontrados na Palavra de Deus.
Conhecer e praticar os ensinos da Palavra de Deus produz uma vida
abençoada, um coração agradecido, livramento do opróbrio, pureza de
coração, libertação do pecado, alegria e gozo incomparáveis, livramento
da reprovação e do desprezo, vigor e fortalecimento interior, ousadia e
coragem, conforto e refrigério, liberdade e segurança e muitos outros
benefícios. Não devemos nos admirar destas palavras do salmista: “Terei
prazer nos teus mandamentos, os quais eu amo”; “Terei prazer nos teus
decretos; não me esquecerei da tua palavra”; “Os teus testemunhos são
o meu prazer, são os meus conselheiros”; “Lâmpada para os meus pés é
a tua palavra e, luz para os meus caminhos”; “A minha alma tem
observado os teus testemunhos; eu os amo ardentemente”; “Tenho por,
em tudo, retos os teus preceitos todos” (Sl 119.47, 16, 24, 105, 167,
128).
Que bênção é possuirmos o ensino infalível do Deus infinito e inerrante,
desfrutando deste infinito e inerrante, desfrutando deste ensino como um
guia para nossa vida e um auxílio para entendermos nossos problemas e
as soluções para eles! Este ensino se tornou especialmente real para mim
há algum tempo, quando estava em meus estudos universitários na área
de psicologia. Enquanto estudava na universidade, ouvi muito a respeito
de teorias e opiniões de muitas pessoas supostamente eruditas no que
diz respeito ao homem e seus problemas. Depois de apresentar as várias
e habitualmente conflitantes teorias a respeito do homem e seus
problemas (teorias ensinadas por líderes respeitados no campo da
psicologia), um dos professores disse: “Não podemos ter certeza se
qualquer destas teorias é completamente verdadeira. Mas, se vocês têm
de aconselhar outras pessoas, estudem estas teorias e decidam qual
delas lhes parece mais sensata. Vocês têm de fazer isso porque, quando
marcoparisotto@ymail.com IBG 9
as pessoas vierem para aconselhamento, elas desejarão ouvir algo que
lhes esclareça o porquê dos problemas pelos quais elas estão passando”.
Apreciei a sinceridade deste homem, mas fiquei triste por reconhecer que
pessoas estariam procurando ajudar outras a entenderem seus problemas
e a encontrarem soluções para eles, sem terem qualquer razão
consistente que lhes daria a certeza de que as coisas em que estavam
crendo tinham algum valor genuíno. Ao mesmo tempo, eu me regozijei
em saber que a Palavra de Deus é proveitosa para nos ensinar, de
maneira infalível, “todas as coisas que conduzem à vida e à piedade” (2
Pe 1.3).
Em outro curso de psicologia, a questão dos valores estava sendo
discutida. Havíamos aprendido que a única maneira de alguém
determinar o certo e o errado é agir de conformidade com esta máxima:
“O certo é tudo aquilo que é significativo e satisfatório para você e não
machuca as outras pessoas”. Em meu papel de respostas daquela aula,
afirmei que isso nos deixa em um dilema terrível, relativista e incerto no
que se refere a determinar o certo e o errado. De maneira tão respeitosa
e gentil quanto possível, escrevi: “Esta maneira de determinar o certo e o
errado é bastante relativista e subjetiva, pois aquilo que eu penso ser
significativo e satisfatório pode ser muito diferente daquilo que outra
pessoa pensa ser significativo e satisfatório. Além disso, como eu posso
saber que algo é realmente significativo e satisfatório? Visto que eu sou
um ser humano limitado, aquilo que eu penso ser significativo e
satisfatório pode não ser, de maneira alguma, uma avaliação exata”.
No mesmo papel de respostas, escrevi as seguintes perguntas a respeito
da declaração de que o certo é aquilo que não machuca as outras
pessoas: “Que padrão devo utilizar para determinar se algo realmente
não machucará outra pessoa? Como posso ter certeza de que outra
pessoa não será ferida por aquilo que eu faço ou não faço? Sou finito e
falível, e meu entendimento daquilo que machuca os outros pode ser total
ou, pelo menos, parcialmente errado”. Em respostas às minhas
perguntas, o professor escreveu: “Você levantou algumas questões sérias
e interessantes, para as quais não temos respostas; mas continuaremos a
lutar com tais questões”. Em outras palavras, se esquadrinharmos este
padrão do certo e do errado, descobriremos que não temos realmente
nenhum padrão.
Quão infeliz é a situação daqueles que, trabalhando em ajudar outras,
não têm uma base sólida que lhes capacite a entender as pessoas e seus
problemas e a encontrar soluções para eles. Quão agradecidos e humildes
nos deveríamos mostrar pelo fato de que temos a Palavra de Deus, a qual
é proveitosa para nos ensinar. Meus irmãos, posso dizer-lhes, não com
orgulho, e sim com ousadia, que realmente temos as respostas! Temos a
verdade na Palavra de Deus. Neste livro, a Bíblia, o Deus todo-poderoso
nos revela o que é certo e o que é errado. Quando fundamentamos nosso
entendimento neste livro, não precisamos perguntar: “O que eu estou
fazendo é certo ou errado?” Se os ensinos deste livro são inspirados por
Deus, podemos ter paz, confiança e segurança, se aquilo em que cremos,
o que dizemos, o que fazemos está de acordo com o que a Bíblia diz. Se o
Deus todo-poderoso, todo-sábio, onisciente e infalível ensina algo, o que
nos importam as coisas ensinadas pelo resto do mundo? É de acordo com
a lei e com o testemunho da Palavra de Deus que falamos a verdade, e
qualquer coisa que contradiz a Palavra de Deus é expressamente falsa (Is
8.20).
Se uma pessoa não tem a certeza resultante de reconhecer que aquilo
em que ela crê é o ensino de Deus, tal pessoa passa a vida toda como um
navio sem âncora. Ela é constantemente jogada de um lado para outro,
sem qualquer fundamento verdadeiro para ter certeza a respeito de
qualquer coisa. Quando tal pessoa medita realisticamente a respeito de
sua situação, o resultado é incerteza, temor, ansiedade, depressão,
confusão, perplexidade e várias outras experiências desagradáveis. Ao
contrário disso, quando uma pessoa reconhece que os ensinos da Bíblia
foram inspirados por Deus, e tal pessoa entende, crê e aplica esses
ensinos à sua vida, ela possui os fundamento sólidos para desfrutar de
marcoparisotto@ymail.com IBG 10
paz, confiança, certeza, contentamento, ousadia, coragem, gozo,
gentileza, bondade, amabilidade, autocontrole e dignidade.

[i] MACK, Wayne. A utilidade das Escrituras no Aconselhamento. Fé para hoje. São José dos Campos,
SP, ano 2004, n. 24, p. 16-19.
[ii] Wayne Mack é professor de aconselhamento bíblico no The Master’s College, Califórnia (EUA). Ele se
especializou no Wheaton College, no Philadelphia Seminary e no Seminário Teológico de Westminister.

Características Distintivas do
A c o n s e l h a m e n t o C r i s t ã o[i]
[ii]Por Wayne Mack

Há vários anos, um crente da Holanda entrevistou-me a respeito do meu


ponto de vista sobre o aconselhamento cristão. Ele estava viajando pelos
Estados Unidos, fazendo perguntas a vários crentes que eram
conselheiros e professores de aconselhamento a respeito da opinião deles
sobre o que constitui o aconselhamento cristão. Disse ao meu
entrevistador que todo aconselhamento digno de ser chamado cristão
possui quatro características distintivas.

1. Aconselhamento centralizado em Cristo

Primeiramente, o aconselhamento cristão está consciente e


abrangentemente centralizado em Cristo. O aconselhamento cristão
atribui muito valor ao que Cristo é; ao que Ele fez por nós em sua vida,
sua morte, sua ressurreição e seu envio do Espírito Santo; ao que Ele
está fazendo por nós agora em sua intercessão, à direita do Pai, e ao que
ainda fará por nós, no futuro. No aconselhamento cristão, o Cristo da
Bíblia não é um acessório, um acréscimo com o qual podemos viver
melhor. Pelo contrário, Ele está no centro, nos arredores e em todos os
aspectos do aconselhamento. O aconselhamento centralizado em Cristo
envolve o entendimento da natureza e das causas de nossas dificuldades
humanas, bem como o entendimento das maneiras em que somos
diferentes de Cristo em nossos valores, aspirações, desejos,
pensamentos, escolhas, atitudes e reações. Resolver dificuldades
relacionadas ao pecado inclui sermos pessoas redimidas e justificadas por
Cristo, recebermos o perdão de Deus por meio de Cristo e obtermos dEle
o poder que nos capacita a substituir padrões de vida pecaminosos e
anticristãos por um modo de viver piedoso e semelhante ao de Cristo.

2. Aconselhamento centralizado na salvação

Um conselheiro cristão é um crente que expressa sua fé, de modo


consciente e abrangente, em sua perspectiva a respeito da vida. O
aconselhamento verdadeiramente cristão é realizado por indivíduos que
experimentaram a obra regeneradora do Espírito Santo, que vieram a
Cristo, através do arrependimento e da fé, que O reconheceram como
Senhor e Salvador de suas vidas e que desejam viver em obediência a
Ele; são pessoas cujo principal objetivo da vida é exaltar a Cristo e
glorificar o nome dEle. Os conselheiros verdadeiramente cristãos são
pessoas que crêem no fato de que, se Deus não poupou seu próprio Filho
(de ir à cruz e de morrer ali), mas O entregou (à cruz e à morte) por nós
(em nosso favor e em nosso lugar, como nosso substituto), Ele nos dará
graciosamente tudo que necessitamos para uma vida eficiente e produtiva
(para nos transformar na própria imagem de seu Filho, na totalidade de
nosso ser). O aconselhamento verdadeiramente cristão é realizado por
aqueles cujas convicções teológicas influenciam, permeiam e controlam
sua vida pessoal, bem como sua teoria e prática de aconselhamento.

marcoparisotto@ymail.com IBG 11
3. Aconselhamento centralizado na Igreja

Outra característica distintiva do aconselhamento verdadeiramente


cristão é que ele estará centralizado, de modo consciente e abrangente,
na Igreja. As Escrituras deixam claro que a igreja local é o instrumento
primário pelo qual Deus realiza sua obra no mundo. A igreja local é o
instrumento designado por Ele para chamar o perdido a Si mesmo e o
ambiente no qual Ele santifica e transforma seu povo na própria
semelhança de Cristo. De acordo com as Escrituras, a Igreja é a casa de
Deus, a coluna e o baluarte da verdade; é o instrumento que Ele utiliza
para ajudar seu povo a despojar-se da velha maneira de viver (hábitos,
estilo de vida, maneiras de pensar, sentimentos, escolhas e atitudes
características da vida sem Cristo) e vestir-se do novo homem (uma nova
maneira de viver com pensamentos, escolhas, sentimentos, atitudes,
valores, reações, estilo de vida e hábitos semelhantes ao de Cristo (ver 1
Timóteo 3.15; Efésios 4.1-32).

4. Aconselhamento centralizado na Bíblia

Finalmente, o aconselhamento verdadeiramente cristão está


fundamentado, de modo consciente e abrangente, na Bíblia, extraindo
dela a sua compreensão a respeito de quem é o homem, da natureza de
seus problemas, dos “porquês” destes problemas e de como resolvê-los.
Em outras palavras, o conselheiro precisa estar comprometido, de modo
consciente e envolvente, com a suficiência das Escrituras para resolver e
compreender todas dificuldades não-físicas, relacionadas ao pecado, que
afetam o próprio indivíduo e seu relacionamento com os outros. Muitos
em nossos dias se declaram conselheiros cristãos, mas não afirmam a
suficiência das Escrituras. Em vez disso, eles crêem que precisamos de
discernimento proveniente de teorias psicológicas e extrabíblicas para
compreendermos e ajudarmos as pessoas, especialmente se elas têm
problemas sérios. Para tais conselheiros, a Bíblia possui autoridade
apenas designadora (ou seja, como um instrumento que nomeia) e não
funcional (atual, genuína e respeitada quanto à pratica) no
aconselhamento. Estes conselheiros reconhecem que a Bíblia é a Palavra
de Deus e, por isso, digna de respeito, mas, quando se refere a entender
e resolver muitos dos problemas autênticos da vida, eles crêem que a
Bíblia possui valor limitado. Onde quer e por quem quer que seja
realizado esse tipo de aconselhamento, somos convencidos de que,
embora o conselheiro seja um crente, seu aconselhamento é sub-cristão,
porque não está fundamentado, de modo consciente e abrangente, na
Bíblia.

Estas quatro características distintivas do aconselhamento não


constituem assuntos que podemos deixar de lado. Também não são “uma
tempestade num copo d’água”. Pelo contrário, elas são o âmago de
qualquer aconselhamento digno do nome “cristão”. Visto que entendemos
estas características como o ensino da Palavra de Deus sobre o
aconselhamento, elas determinam o modelo de nosso cursos de
graduação e pós-graduação em aconselhamento.

[i] MACK, Wayne.Características distintivas do aconselhamento cristão. Fé para hoje. São José dos
Campos, SP, ano 2004, n. 23, p. 11-13.
[ii] Wayne Mack é professor de aconselhamento bíblico no The Master’s College, Califórnia (EUA). Ele se
especializou no Wheaton College, no Philadelphia Seminary e no Seminário Teológico de Westminister.

DEUS NÃO SABE CUIDAR-SE DE SI MESMO!”


Por Flávio Ezaledo

marcoparisotto@ymail.com IBG 12
A insensibilidade ao pecado pela nação de Israel tinha chegado a tal
extremo nos dias do sacerdote Eli, que seus próprios filhos agiam no
sacerdócio sem nenhuma reverência tratando com desprezo aos
sacrifícios sagrados (1 Samuel 2:11-17) além de praticarem imoralidade
com as mulheres que serviam à porta da tenda da congregação (1
Samuel 2:22).

O convívio com tanta insensibilidade os levara a usar a arca do Senhor


como um talismã a fim de assegurar vitória a Israel. A união da
insensibilidade com a irresponsabilidade resultou na tomada da arca pelos
filisteus culminando também na morte dos filhos perversos e também de
Eli, como havia sido profetizada pelo homem de Deus (2:27) e
confirmada na chamada de Samuel (3:11-14).

A insensibilidade foi tão grande que embora a arca fosse devolvida pelos
filisteus, mesmo assim se passaram vinte anos até que ela retornasse ao
seu lugar de origem.

A dureza de coração leva pessoas e até uma nação a perderem a


confiança na Palavra de Deus por se distanciarem da visão correta da
Santidade e Soberania de Deus.

Davi o homem segundo o coração de Deus e que tinha uma grande


devoção por Deus se preocupou com o lugar da manifestação da glória de
Deus, a arca no lugar Santo dos Santos, e planejou trazê-la da casa de
Abinadabe, em Quiriate Jearim, (1 Samuel 7:1-2) para Jerusalém.

O desejo de Davi em fazer retornar a arca foi maior do que se certificar


das diretrizes que deveriam ser obedecidas para se lidar com a arca.
Possivelmente a negligência e o ignorar da arca por vinte anos fizeram
que tanto Davi quanto os sacerdotes e levitas perdessem a reverência em
lidar com os bens de Deus.

Não basta boa intenção é preciso obedecer a Palavra de Deus. Davi fez o
que era certo, porém da maneira errada. Os sacerdotes estavam tão
insensíveis com os assuntos de Deus que nem perceberam que trazer a
arca num carro puxado por bois não era a forma correta de se conduzi-la.
Os versos de Números 4:5-15 não faziam mais parte das leituras dos
sacerdotes e nem dos levitas.

A insensibilidade os havia feito perderem a percepção do verdadeiro


culto. Davi e toda casa de Israel alegravam-se perante o Senhor com
todos os instrumentos disponíveis. O terreno possivelmente era plano e
sem pedras, tudo corria bem e com muita alegria; até que os bois
tropeçaram e instintivamente Uzá estendeu a mão e segurou a arca de
Deus que balançara.

O respeito que Uzá tinha pela Palavra de Deus era tão baixo que ele
achou que poderia ajudar Deus por não permitir que a arca caísse do
carro puxado pelos bois.

Muitos crentes quando lêem esta passagem ficam indignados com tanta
severidade de Deus, pois dizem: “Mas Uzá só queria que a arca não
caísse e sofresse algum dano!!!”.

O que ficou evidente foi que Uzá achou que DEUS NÃO PODIA CUIDAR-SE
BEM DE SI MESMO, ele não entendeu que DEUS PODERIA CUIDAR
MELHOR DA ARCA DO QUE ELE. O Dr. Bob Smith diz referindo a esta
passagem: “Se o carro tivesse sobre ele um caldeirão cheio de óleo
quente e ele começasse a chacoalhar Uzá sairia correndo para salvar sua
vida”. O desprezo que ele tinha pela Palavra de Deus fez com que ele
perdesse o medo pelo fulminar de Deus.
marcoparisotto@ymail.com IBG 13
Davi, os sacerdotes e levitas só foram sensibilizados quando a
insensibilidades deles se tornou em dano físico.

No Aconselhamento muitas vezes o aconselhado pensa que ele pode


cuidar melhor do Plano que Deus tem para ele do que Deus.

O aconselhado precisa ser sempre lembrado de que sua insensibilidade


por desrespeitar a Palavra de Deus, poderá resultar em dores físicas para
ele aprender que DEUS SABE CUIDAR-SE DE SI MESMO.

Introdução ao Aconselhamento Bíblico:


um guia básico de princípios e práticas de aconselhamento
MacARTHUR, John e MACK, Mack - HAGNOS

Autoconfrontação: um manual de discipulado em profundidade


BROGER, John - BCF

Depressão espiritual: suas causas e cura


LLOYD-JONES, D.M - PES

Conselheiro capaz
ADAMS - São José dos Campos: Fiel

O manual do conselheiro cristão


ADAMS - São José dos Campos: Fiel

Tarefas práticas para uso no aconselhamento bíblico


MACK - São José dos Campos: Fiel

Nossa suficiência em Cristo


MacARTHUR - São José dos Campos: Fiel

Sedução do cristianismo
HUNT e McMAHON - Porto Alegre: Chamada da Meia-Noite

Escapando da sedução
HUNT e McMAHON - Porto Alegre: Chamada da Meia-Noite

Fatos sobre: auto-estima, psicologia e movimento da recuperação


ANKERBERG e WELDON - Porto Alegre: Chamada da Meia-Noite

Fatos sobre: saúde holística e a nova medicina


ANKERBERG e WELDON - Porto Alegre: Chamada da Meia-Noite

Fatos sobre: aborto


ANKERBERG e WELDON - Porto Alegre: Chamada da Meia-Noite

Fatos sobre: homossexualismo


ANKERBERG e WELDON - Porto Alegre: Chamada da Meia-Noite

Ponha ordem no seu mundo interior


MacDONALD - Venda Nova: Betânia

Perguntas cruciais
BLANCHARD - São José dos Campos: Fiel

A estatura de um homem espiritual


GETZ - São Paulo: Vida

A estatura de uma mulher espiritual


GETZ - São Paulo: Vida

O controle da língua

marcoparisotto@ymail.com IBG 14
STOWELL III - São Paulo: EBR

O crescimento espiritual
STANFORD - São Paulo: EBR

A estratégia de satanás
WIERSBE - São Paulo: EBR

A crise de integridade
WIERSBE - São Paulo: Vida

O discipulado dinâmico
KHUN - Venda Nova: Betânia

Como aproveitar ao máximo o seu tempo e potencial


DAYTON e ENGSTROM - Venda Nova: Betânia

Psicologia: ciência ou religião?


MARTIN e DEIDRE BOBAGAN - Firme Fundamento

A minha paz vos dou


BLANCHARD - São José dos Campos: Fiel

Ídolos do coração e feira das vaidades


POWLISON - Brasília: Refúgio

Como descobrir e fazer a vontade de Deus


FRIESEN - São Paulo: Vida

O amor que não se apaga


WHEAT - São Paulo: Mundo Cristão

A vida cristão no lar


ADAMS - São José dos Campos: Fiel

Disciplinas do homem cristão


HUGHES - Rio de Janeiro: CPAD

marcoparisotto@ymail.com IBG 15

Das könnte Ihnen auch gefallen