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Anexo 1 – Letras de que águas meninas cobiçava — Mas isso então será tudo

Morte e vida severina, Por isso é que ao descer em que sabe trabalhar?
de Chico Buarque e caminho de pedras eu vamos, diga, retirante,
Airton Barbosa buscava outras coisas saberá.
01 – De sua formosura que não o leito de areia — Deseja mesmo saber
— De sua formosura com suas bocas o que que eu fazia por lá?
deixai-me que diga: multiplicadas comer quando havia o quê
é belo como o coqueiro Por trás do que me lembro e, havendo ou não,
que vence a areia marinha. ouvi de uma terra desertada trabalhar.
— Belo como a última onda Baseada, não vazia 04 – Homens de pedra
que o fim do mar sempre mais que seca, calcinada Meu caminho divide de nome
adia De onde tudo fugia as terras que desço
é tão belo como um sim onde só pedra é que ficava Entretanto, a paisagem
numa sala negativa. Pedras e poucos homens com tantos nomes
— Belo porque é uma porta com raízes de pedra ou de é quase a mesma.
abrindo-se em mais saída. cabra A mesma dor calada
Belo como a coisa nova Lá o céu perdia as nuvens o mesmo soluço seco
na prateleira vazia. derradeiras de suas aves mesma morte de coisa
— De sua formosura As árvores a sombra que não apodrece, mas seca
deixai-me que diga: que nelas já não pousava Vou na mesma paisagem
belo como a coisa nova Tudo o que não fugia, reduzida à sua pedra.
na prateleira vazia. gaviões, urubus, plantas A vida veste ainda
— Belo como a coisa nova bravas sua mais dura pele.
inaugurando o seu dia A terra devastada 05 – Todo o céu e a terra
Ou como o caderno novo ainda mais fundo devastava — Todo o céu e a terra
quando a gente o principia. 03 – Mulher na janela lhe cantam louvor.
16 17 — Trabalho aqui nunca falta Foi por ele que a maré
02 – Severino – O rio – a quem sabe trabalhar esta noite não baixou.
Notícias do Alto Sertão o que fazia o compadre — Todo o céu e a terra
Severino fala: na sua terra de lá? lhe cantam louvor.
— Meu nome é Severino, — Pois fui sempre lavrador, a lama ficou coberta
não tenho outro de pia. lavrador de terra má e o mau-cheiro não voou.
Como há muitos Severinos, não há espécie de terra — Todo o céu e a terra
que é santo de romaria, que eu não possa cultivar. lhe cantam louvor.
deram então de me chamar 18 19 20 21
Severino de Maria — Isso aqui de nada adianta, — E a alfazema do sargaço,
como há muitos Severinos pouco existe o que lavrar ácida, desinfetante,
com mães chamadas Maria, mas diga-me, retirante, veio varrer nossas ruas
fiquei sendo o da Maria o que mais fazia por lá? enviada do mar distante.
do finado Zacarias. — Também lá na minha — Todo o céu e a terra
Mais isso ainda diz pouco: terra lhe cantam louvor.
há muitos na freguesia, de terra mesmo pouco há — E a língua seca de esponja
por causa de um coronel mas até a calva da pedra que tem o vento terral
que se chamou Zacarias sinto-me capaz de arar. veio enxugar a umidade
e que foi o mais antigo — Também de pouco do encharcado lamaçal.
senhor dessa sesmaria. adianta, — Todo o céu e a terra
Uma segunda voz fala: nem pedra há aqui que lhe cantam louvor
Sempre pensar em ir amassar e cada casa se torna
caminho do mar diga-me ainda, compadre, num mocambo sedutor.
Para os bichos e rios que mais fazias por lá? — Cada casebre se torna
nascer já é caminhar — Conheço todas as roças no mocambo modelar.
Eu não sei o que os rios que nesta chã podem dar 06 – Encontro com o
têm de homem do mar o algodão, a mamona, canavial
Sei que se sente o mesmo a pita, o milho, o caroá. As coisas não são muitas
e exigente chamar — Esses roçados o banco que vou encontrando nesse
Eu já nasci descendo a serra já não quer financiar caminho
que se diz do Jacarará mas diga-me, retirante, Tudo planta de cana
Entre caraibeiras de que o que mais fazia lá? nos dois lados do caminho
só sei por ouvir contar — Em qualquer das cinco E mais plantas de cana
pois também como gente tachas nos dois lados do caminho,
não consigo me lembrar de um bangüê sei cozinhar por onde os rios descem
dessas primeiras léguas sei cuidar de uma moenda, que vou encontrando neste
de meu caminhar de uma casa de purgar. caminho.
Desde tudo o que lembro — Com a vinda das usinas E outras plantas de cana
lembro-me bem de que há poucos engenhos já ara as ribanceiras dos outros
baixava nada mais o retirante rios,
entre terras de sede aprendeu a fazer lá? que estes encontraram
que das margens me — Ali ninguém aprendeu antes de se encontrarem
vigiavam outro ofício, ou aprenderá comigo
Rio menino, eu temia mas o sol, de sol a sol, Tudo planta de cana
aquela grande sede de palha bem se aprende a suportar. e assim até o infinito.
Grande sede sem fundo Tudo planta de cana
para uma só boca dividido. — Atenção peço, senhores, vejo coisa que o trabalho
07 – Funeral de um para esta breve leitura: talvez até lhe conquiste:
lavrador somos ciganas do Egito, que é mudar-se destes
— Esta cova em que estás, lemos a sorte futura. mangues
com palmos medida Primeira cigana: daqui do Capibaribe
É a conta menor que tiraste Vou dizer todas as coisas para um mocambo melhor
em vida que desde já posso ver nos mangues do Beberibe.
— É de bom tamanho, na vida desse menino 10 – Despedida do
nem largo, nem fundo acabado de nascer: agreste
É a parte que te cabe deste aprenderá a caminhar Instrumental
latifúndio na lama, como goiamuns, 11 – O outro recife
— Não é cova grande, é e a correr o ensinarão Mas antes de ir ao mar
cova medida o anfíbios caranguejos, onde minha fala se perde
É a terra que querias ver pelo que será anfíbio Vou contar da cidade
dividida como a gente daqui mesmo. habitada por aquela gente
— É uma cova grande para Segunda cigana: que veio ao meu caminho
teu pouco defunto — Atenção peço, senhores, e de quem fui o confidente.
Mas estarás mais ancho que também pra minha leitura: Lá pelo Beberibe
estavas no mundo também venho dos Egitos, aquela cidade também se
— Mas estarás mais ancho vou completar a figura. estende
que estavas no mundo Outras coisas que estou Pois sempre junto aos rios
— É uma cova grande pra vendo prefere se fixar aquela gente
tua carne pouca é necessário que eu diga: Sempre perto dos rios,
Mas à terra dada não se não pensem que a vida dele companheiros de
abre a boca há de ser sempre daninha. antigamente
— É a parte que te cabe Primeira cigana: Como se não pudessem
deste latifúndio Cedo aprenderá a caçar: por um minuto somente
— É a terra que querias ver primeiro, com as galinhas, dispensar a presença
dividida que é catando pelo chão de seus conhecidos de
Enquanto homens e tudo o que cheira a comida sempre
mulheres repetem estrofe e depois, aprenderá Tudo o que encontrei
acima, os versos abaixo com outras espécies de na minha longa descida
são recitados por várias bichos: Montanhas, povoados,
vozes, masculinas e com os porcos nos caieiras, viveiros, olarias
femininas: monturos, Mesmo esses pés de cana
— Aí ficarás para sempre, com os cachorros no lixo. que tão iguais me pareciam
livre do sol e da chuva, 24 25 Tudo levava um nome
criando tuas saúvas Segunda cigana: com que poder ser
— Agora trabalharás Não ficará a pescar conhecido
só para ti, não a meias de jereré toda a vida. A não ser essa gente
como antes em terra alheia Minha amiga se esqueceu que pelos mangues habita
— Trabalhando nessa terra de dizer todas as linhas Eles são gente apenas
tu sozinho tudo empreitas: Enxergo daqui a planura sem nenhum nome que os
serás semente, adubo, que é a vida do homem de destina
colheita ofício, Que os destina na morte
22 23 bem mais sadia que os que aqui é anônima e
— Trabalharás numa terra mangues, seguida
que também te abriga e te tenha embora precipícios. 26 27
veste: Primeira cigana: 12 – Fala do mestre
embora com o brim do Vejo-o, uns anos mais tarde, carpina
Nordeste. na ilha do Maruim, — Severino, retirante,
— Terás de terra vestido negro de lama, deixe agora que lhe diga:
completo agora o teu fato: voltar de pescar siris eu não sei bem a resposta
e pela primeira vez, sapato. e vejo-o, ainda maior, da pergunta que fazia,
08 – Chegada ao Recife pelo imenso lamarão se não vale mais saltar
Ao entrar no Recife fazendo dos dedos iscas fora da ponte e da vida
não penses que entro só para pescar camarão. Nem conheço essa resposta,
Entra comigo a gente Segunda cigana: se quer mesmo que lhe diga
que comigo baixou Não o vejo dentro dos É difícil defender,
por essa velha estrada mangues, só com palavras, a vida,
que tem no interior vejo-o dentro de uma ainda mais quando ela é
Entram comigo rios fábrica: esta que vê, severina.
a quem o mar chamou se está negro não é lama, Mas se responder não pude
Entra comigo a gente é graxa de sua máquina, à pergunta que fazia,
que com o mar sonhou coisa mais limpa que a lama ela, a vida, a respondeu
E também retirantes do pescador de maré com a sua presença viva.
de que só o suor não secou que vemos aqui vestido E não há melhor resposta
E entra essa gente triste, de lama da cara ao pé. que o espetáculo da vida:
a mais triste que já baixou E mais: para que não ver a fábrica que ela mesma,
A gente que a usina pensem teimosamente, se fabrica,
depois de mastigar, o largou que em sua vida tudo é vê-la brotar como há pouco
09 – As ciganas triste, em nova vida explodida.
Mesmo quando é assim som das vozes dos que as esperanças vão se
pequena rezam.9 rareando, porque em
a explosão, como a ocorrida 5. O retirante cansado qualquer lugar a morte é
mesmo quando é assim interrompe a viagem e sua sempre companheira.14
como a de há pouco, procura um trabalho. 10. Chegando ao Recife,
franzina Em solilóquio, Severino Severino pára para
mesmo quando é a explosão retoma os motivos que o descansar e ouve
de uma vida severina. fizeram partir: a conversa de dois coveiros.
Referências está à procura da vida. De Ambos discutem a
certa maneira, tenta possibilidade de arrematar
esconder sua bens com a morte, com
própria vida, ultrapassar os promoções e gorjetas. O
Estrutura do poema trinta anos, catando as lugar do
“Morte e vida severina”, migalhas que lhe morto no cemitério depende
por João Cabral de Melo permitem a sobrevivência.10 de sua classe social quando
Neto 6. Ainda à procura de era vivo. Os
A seguir, apresento um trabalho, Severino trava retirantes são a “massa” da
pequeno resumo de cada diálogo com morte e recebem o pior
uma das 18 cenas uma mulher. Enquanto lugar.15
componentes de “Morte e Severino expõe o que sabe
vida severina” de João fazer, o leitor percebe
11. O retirante se aproxima
Cabral. Essa exposição que o conhecimento
de um cais de rio, confessa
será utilizada mais à frente adquirido por ele como
não ter
quando falarmos sobre a lavrador não pode
esperado muita coisa, pois
relação do ajudá-lo, pois o que ele
tinha a consciência de que a
texto de João Cabral com as precisa saber para trabalhar
vida não seria
transcriações de Chico com a mulher
diferente na cidade. No
Buarque/Airton é “a morte ajudar”.11
entanto esperava que
Barbosa e Walter Avancini. 7. A caminhada prossegue e
melhorassem suas
1. Severino se apresenta e Severino chega à Zona da
condições de vida, com
diz a que vem. Nesta Mata. Em
água, farinha e um pouco
primeira parte, contato com a terra mais
mais de expectativa
as peregrinações do branda e macia, já próxima
de vida. Só que sem querer
protagonista servem para do litoral e com
descobre, da conversa dos
revelar seus diferentes rios que não secam,
coveiros
encontros com a morte. No Severino percebe que ali
que seguia seu próprio
entanto, a morte não é pode se estabelecer e
enterro:
única, vê uma leve esperança adiantado de uns dias;
é diversificada, assumindo surgir, decerto pela aparente o enterro espera na porta;
diferenças próprias em cada beleza do lugar.12 o morto ainda está com
uma das 8. A oitava cena vem em vida.16
cenas.6 resposta aos versos que 12. A décima segunda cena
2. A primeira morte é finalizaram estabelece uma ruptura com
narrada. Severino trava um a anterior, que afirmava não a
diálogo com haver gente no lugar. Mas anterior e ao mesmo tempo
dois homens que carregam por quê? anuncia a próxima parte.
um defunto embrulhado na Os trabalhadores levam um Trata-se do
rede. Na morto ao cemitério, um encontro de Severino com a
cena acontece a denúncia trabalhador da primeira forma de otimismo
daqueles que abusam do lavoura. Severino, exterior
poder, matam observador, ouve o que ao personagem, um
para tomar posse da terra e dizem os amigos do finado. otimismo contido, o único
jamais são discriminados. A Uma raiva até então contida possível em tais
cena desperta vai crescendo, acompanhada circunstâncias
a solidariedade do do da vida. O retirante trava
andarilho.7 ritmo da poesia que salta em um diálogo com José, mestre
3. Severino encontra a versos de redondilhas carpina. Enquanto vai dando
segunda forma de morte, a menores até forma às suas angústias
própria natureza versos eneassílabos, através de
agreste do sertão. O sofrendo cortes rápidos, o perguntas, recebe uma
retirante vê o seu rio-guia, o que dá a impressão resposta que será dada na
Capibaribe, seco.8 de tumulto.13 próxima cena.17
4. Temeroso de perder o 9. O retirante apressa o 13. A mulher de José
rumo, Severino segue a passo a fim de chegar mais anuncia a chegada do filho.
viagem, indo rapidamente O anúncio do
em direção ao som de uma ao Recife. Nesta cena, ele nascimento do filho do
cantoria. De repente, ele se reitera o motivo de sua mestre carpina, que “saltou
depara com retirada: para dentro da
um velório. No momento do não foi pela cobiça, mas vida”, mostra um jogo
ritual, dois homens para defender sua própria contínuo de antíteses em
começam a imitar o vida. No entanto, que se opõem as
desesperanças severinas à mas permanece mudo. O implica a modificação de
esperança da vida.18 mestre reitera a beleza do estruturas e a utilização de
14. Aparecem para visitar o milagre da materiais muito
recém-nascido amigos, vida e convence Severino da diferentes daqueles usados
vizinhos e vitória dela sobre a morte.23 no texto de partida, e devido
duas ciganas. Ao tomarem a a essa diferença,
palavra, os elementos de Música e poesia é impossível dizer
cada grupo João Cabral sempre foi um objetivamente se a tradução
(que forma uma espécie de escritor inteirado do que foi fiel ou infiel.
coral), tecem loas, fazem acontecia a sua É uma análise mais subjetiva
predições, trazem volta e sensível a outras do que na tradução
presentes, em cena que artes. Em entrevista, ele interlingual, em que
reconstitui no lamaçal afirma: podemos analisar
ribeirinho (presépio) Meu engajamento é com a correspondências sintáticas,
o milagre da vida. Severino realidade. Sou fonéticas e rítmicas.
é colocado fora da cena, pernambucano e não posso No texto “Tradução
como deixar intersemiótica – problemas,
mero observador em contato de ser. O nordestino é mais teoria e modelos”,
com a pequena alegria, que telúrico que o carioca ou
faz o povo paulista. Meu mundo
João Queiroz e Daniela
esquecer, por um tempo, a é outro, fui criado num
engenho, minha família é de Aguiar apontam esse
dura realidade que
senhores de engenho, problema, dizendo que
carrega.19
a classe da casa grande, da a tradução opera em
15. Presentes são levados ao
zona da mata, longe da diferentes níveis de
recém-nascido. Reis magos
miséria do sertão, mas descrição. Por exemplo, o
da miséria
conheço bem os dois ritmo, a semântica e a
repartem a pobreza dando
lados.26 estrutura narrativa de um
ao menino um pouco do livro podem ser
A obra de João Cabral
pouco que têm.20 sempre revelou a traduzidos na trilha sonora,
preocupação com o no figurino e na cenografia
16. Ao tomarem a palavra, mal-estar de si e do outro, de um filme.
as duas ciganas tecem suas propulsor da crítica social. É o que acontece nas
previsões. Em “Morte e adaptações de “Morte e vida
Num processo de perfeita vida severina” João Cabral severina” de Chico
identidade do homem ao faz crítica à condição de vida Buarque, Airton Barbosa e
meio em do nordestino, Walter Avancini. Elas captam
que ele vive, as videntes em oposição à riqueza do a essência
tiram lições de litoral. Chico Buarque do poema (e essa essência,
sobrevivência. A primeira também tem claro, é inteiramente
cigana toma a palavra e um histórico de afirmação subjetiva, como
antecipa para a criança o política forte, sendo um dos qualquer ponto de vista) e a
mesmo destino de principais mostram de uma forma
miséria de seu pai; a expoentes artísticos da diferente.
segunda cigana, antepondo- resistência à ditadura militar Em “Tradução: literatura e
se, prediz um destino no Brasil, nos literalidade”, Octavio Paz
que não será totalmente anos 1960-1980. Essa afirma que
ruim e levará o menino às postura se traduziu em sua o tradutor é também poeta,
máquinas e adaptação da obra pois a tradução poética é
às paragens nos mangues de João Cabral. Canções uma operação
melhores do Beberibe.21 como “Irmãos das almas”, análoga à criação poética. Se
17. Chegam os vizinhos e “Mulher na janela” na tradução interlingual o
cantam a beleza do recém- e “Homens de pedra” conceito de
nascido. revelam a aspereza da vida tradução de Octavio Paz
Os atributos que distinguem no sertão e a pode soar um pouco
a criança são os mesmos tradição da música idealista, na tradução
que marcam nordestina através de um intersemiótica ele assume
toda a população restante. ritmo urgente e de um total autoridade. Para se
Criança magra, franzina, canto lamentoso, fazer uma tradução
pálida, pequena, constituindo assim o de uma linguagem a outra,
mas criança que vai fazer paradoxo entre morte e vida não se pode procurar
minar um pouco de vida e presente na obra de João correspondências
contagiar os Cabral. literais, tal como ocorre na
que já não acreditam mais Música, poesia e tradução exclusivamente
nela.22 movimento literária.
18. No último segmento da A negação da adaptação Assim, o conjunto de
peça, após a valorização da como tradução de que traduções de “Morte e vida
vida, o falamos mais acima severina” é naturalmente
mestre carpina toma a tem origem na qualidade plural em sentidos. O
palavra, dialoga com particular da tradução trabalho de Buarque e
Severino, que é chamado, intersemiótica. Ela Barbosa e de
Avancini consiste em
perceber o texto de João
Cabral, desmontá-lo
e reconstruí-lo. Tal como
uma fotografia tirada no
mesmo local, com
as mesmas características
técnicas e físicas, porém em
duas épocas
diferentes, as traduções
nunca são iguais ao texto;
não são sequer
semelhantes. Elas remetem
a um processo de leitura e
resignificação
poética que sempre retorna
àquilo que o poema tem de
nuclear,
essencial. Em 50 minutos,
Buarque e Barbosa e
Avancini traduzem
tudo o que de poético lhes
pareceu haver em “Morte e
vida severina”,
cada um com sua concepção
artística. As obras acabam
constituindo
uma transcendência da obra
original que não tem
vergonha de mostrar
que transcende, um recorte
acrescido de elementos
novos que
(re)afirmam o caráter
transcriador do tradutor.

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