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Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro

FAETEC-RJ
Inspetor de Alunos

OT024-N9
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
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conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.

OBRA

Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro

Inspetor de Alunos

EDITAL Nº 001/2019

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Raciocínio Lógico - Profº Bruno Chieregatti E João De Sá Brasil
Conhecimentos Específicos - Profº Bruna Pinotti

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Leandro Filho

DIAGRAMAÇÃO
Thais Regis
Renato Vilela
Victor Andrade

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de texto................................................................................................................................................... 01
Modos de organização textual: descrição, narração e dissertação/argumentação............................................................... 08
Coerência e coesão textual........................................................................................................................................................................... 10
Intertextualidade............................................................................................................................................................................................... 15
Polifonia............................................................................................................................................................................................................... 19
Níveis de linguagem........................................................................................................................................................................................ 20
Uso e adequação da língua à situação de comunicação.................................................................................................................. 22
Discurso direto e indireto.............................................................................................................................................................................. 22
Adequação vocabular. Prosódia e semântica: denotação, conotação e ambiguidade. Polissemia. Homonímia,
sinonímia, antonímia e paronímia. Ortoépia e prosódia................................................................................................................... 23
A norma culta..................................................................................................................................................................................................... 31
Sistema ortográfico vigente......................................................................................................................................................................... 31
Relação grafema/fonema.............................................................................................................................................................................. 35
Acentuação gráfica e sinais diacríticos.................................................................................................................................................... 38
Pontuação............................................................................................................................................................................................................ 41
Estrutura e formação das palavras............................................................................................................................................................. 44
Classes de palavras. Emprego das classes gramaticais. Colocação de pronomes átonos. Flexão nominal e
flexão verbal. Verbos regulares, irregulares, defectivos e anômalos; vozes verbais, locuções verbais e tempos
compostos........................................................................................................................................................................................................... 46
Termos da oração. Processos de coordenação e subordinação (valores sintáticos e semânticos).................................. 85
Regência nominal e verbal............................................................................................................................................................................ 95
Crase...................................................................................................................................................................................................................... 101
Concordância nominal e verbal.................................................................................................................................................................. 105

RACIOCÍNIO LÓGICO

Estruturas Lógicas..................................................................................................................................................................................................... 01
Lógica de Argumentação, negação de proposições, implicação lógica............................................................................................... 01
Diagramas Lógicos................................................................................................................................................................................................... 01
Compreensão e elaboração da lógica das situações por meio de raciocínio matemático.......................................................... 01
Problemas envolvendo as quatro operações nas formas fracionária e decimal; números e grandezas direta e indiretamente
proporcionais; razão e proporção; divisão proporcional; regra de três simples e composta; porcentagem.................................... 31
Sistemas de medidas de comprimento, perímetro, área, volume, temperatura, massa e tempo............................................. 42
Princípios de contagem e noção de probabilidade.................................................................................................................................... 47
Equações do primeiro e segundo graus.......................................................................................................................................................... 53
Geometria básica....................................................................................................................................................................................................... 55
Noções de estatística; médias e leitura de gráficos..................................................................................................................................... 78
SUMÁRIO

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Artigos 1 a 6 da Lei 9.394/96 de 20/12/1996 - Diretrizes e Bases da Educação – LDB;......................................................... 01
Decreto n°. 2479/79 – Estatuto do Servidor Público e Civil do Estado do Rio de Janeiro;.......................................................... 02
Lei Federal n.º 8.069/90 – Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente................................................................... 35
Artigos 205 a 214 da Constituição da República Federativa do Brasil......................................................................................... 36
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de texto................................................................................................................................................... 01


Modos de organização textual: descrição, narração e dissertação/argumentação............................................................... 08
Coerência e coesão textual........................................................................................................................................................................... 10
Intertextualidade............................................................................................................................................................................................... 15
Polifonia............................................................................................................................................................................................................... 19
Níveis de linguagem........................................................................................................................................................................................ 20
Uso e adequação da língua à situação de comunicação.................................................................................................................. 22
Discurso direto e indireto.............................................................................................................................................................................. 22
Adequação vocabular. Prosódia e semântica: denotação, conotação e ambiguidade. Polissemia. Homonímia,
sinonímia, antonímia e paronímia. Ortoépia e prosódia................................................................................................................... 23
A norma culta..................................................................................................................................................................................................... 31
Sistema ortográfico vigente......................................................................................................................................................................... 31
Relação grafema/fonema.............................................................................................................................................................................. 35
Acentuação gráfica e sinais diacríticos.................................................................................................................................................... 38
Pontuação............................................................................................................................................................................................................ 41
Estrutura e formação das palavras............................................................................................................................................................. 44
Classes de palavras. Emprego das classes gramaticais. Colocação de pronomes átonos. Flexão nominal e
flexão verbal. Verbos regulares, irregulares, defectivos e anômalos; vozes verbais, locuções verbais e tempos
compostos........................................................................................................................................................................................................... 46
Termos da oração. Processos de coordenação e subordinação (valores sintáticos e semânticos).................................. 85
Regência nominal e verbal............................................................................................................................................................................ 95
Crase...................................................................................................................................................................................................................... 101
Concordância nominal e verbal.................................................................................................................................................................. 105
Compreender significa
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
TEXTO O texto diz que...
É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL O narrador afirma...
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e Erros de interpretação
relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade • Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
de codificar e decodificar). contexto, acrescentando ideias que não estão no
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. pela imaginação.
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com • Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para atenção apenas a um aspecto (esquecendo que
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa um texto é um conjunto de ideias), o que pode
interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento ser insuficiente para o entendimento do tema
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada desenvolvido.
de seu contexto original e analisada separadamente, • Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
poderá ter um significado diferente daquele inicial. contrárias às do candidato, fazendo-o tirar
conclusões equivocadas e, consequentemente,
Intertexto - comumente, os textos apresentam errar a questão.
referências diretas ou indiretas a outros autores através
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Observação: Muitos pensam que existem a ótica do
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação em uma prova de concurso, o que deve ser levado em
de um texto é a identificação de sua ideia principal. consideração é o que o autor diz e nada mais.
A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou
fundamentações), as argumentações (ou explicações), Coesão e Coerência
que levam ao esclarecimento das questões apresentadas
na prova. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de
• Identificar os elementos fundamentais de uma um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
argumentação, de um processo, de uma época pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, que se vai dizer e o que já foi dito.
os quais definem o tempo). São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre
• Comparar as relações de semelhança ou de eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
diferenças entre as situações do texto. oblíquo átono. Este depende da regência do verbo;
• Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer
uma realidade. também de que os pronomes relativos têm, cada um,
• Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. valor semântico, por isso a necessidade de adequação
• Parafrasear = reescrever o texto com outras ao antecedente.
palavras. Os pronomes relativos são muito importantes na
interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros
Condições básicas para interpretar de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração
que existe um pronome relativo adequado a cada
Fazem-se necessários: conhecimento histórico- circunstância, a saber:
literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
leitura e prática; conhecimento gramatical, estilístico mas depende das condições da frase.
(qualidades do texto) e semântico; capacidade de qual (neutro) idem ao anterior.
observação e de síntese; capacidade de raciocínio. quem (pessoa)
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
Interpretar/Compreender o objeto possuído.
LÍNGUA PORTUGUESA

como (modo)
Interpretar significa: onde (lugar)
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. quando (tempo)
Através do texto, infere-se que... quanto (montante)
É possível deduzir que... Exemplo:
O autor permite concluir que... Falou tudo QUANTO queria (correto)
Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
aparecer o demonstrativo O).

1
Dicas para melhorar a interpretação de textos

• Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral EXERCÍCIOS COMENTADOS
do assunto. Se ele for longo, não desista! Há
muitos candidatos na disputa, portanto, quanto 1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística –
mais informação você absorver com a leitura, mais AOCP-2015)
chances terá de resolver as questões.
• Se encontrar palavras desconhecidas, não O verão em que aprendi a boiar
interrompa a leitura. Quando achamos que tudo já aconteceu, novas
• Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas capacidades fazem de nós pessoas diferentes do que
forem necessárias. éramos
• Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma IVAN MARTINS
conclusão).
• Volte ao texto quantas vezes precisar. Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acredito
• Não permita que prevaleçam suas ideias sobre em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um gosto
as do autor. especial.
• Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transformou.
compreensão. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A cidade,
• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia.
cada questão. Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era
• O autor defende ideias e você deve percebê-las. diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com
• Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar
geralmente mantém com outro uma relação a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia
de continuação, conclusão ou falsa oposição. insuspeitada.
Identifique muito bem essas relações. Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me
• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, parece, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato
a ideia mais importante. que, mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou
• Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou inteiramente.
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na
Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra
hora da resposta – o que vale não somente para
descoberta temporã.
Interpretação de Texto, mas para todas as demais
Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes,
questões!
num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom
• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia
da flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia
principal, leia com atenção a introdução e/ou a
Brava, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente
conclusão.
consegui boiar.
• Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos,
etc., chamados vocábulos relatores, porque oito anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso
remetem a outros vocábulos do texto. e esforço, vocês que não mais se surpreendem com a
sensação de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas
SITES vocês se esqueceram de como tudo isso é bom.
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/09- montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao
dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em- ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança
provas> água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e
Disponível em: <http://www.portuguesnarede. isso, curiosamente, não é fácil.
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. Essa experiência me sugeriu algumas considerações
html> sobre a vida em geral.
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/ Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender
cursinho/questoes/questao-117-portugues.htm> ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente,
de um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre
incorporando novidades que nos transformam. Somos
geneticamente elaborados para lidar com o novo, mas
não só. Também somos profundamente modificados por
LÍNGUA PORTUGUESA

ele. A cada momento da vida, quando achamos que tudo


já aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de
nós uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa
capaz de boiar é diferente daquelas que afundam como
pedras.
Suspeito que isso tenha importância também para os
relacionamentos.

2
Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém
está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode
se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação. acontecer.
Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro,
em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar- Resposta: Letra A
se tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria Ao texto: (...) tudo se aprende, mesmo as coisas simples
frustração e a nossa fúria, em permitir que o parceiro que pareciam impossíveis. / Enquanto se está vivo e
floresça, em dar atenção aos detalhes dele. Penso, relação existe, há chance de melhorar = sempre há
sobretudo, em conquistar, aos poucos, a ansiedade e tempo para boiar (aprender).
insegurança que nos bloqueiam o caminho do prazer, não Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para tentar
apenas no sentido sexual. Penso em estar mais tranquilo relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com
na companhia do outro e de si mesmo, no mundo. mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e
Assim como boiar, essas coisas são simples, mas precisam menos medo = correta.
ser aprendidas. Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos
Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar relacionamentos amorosos para que eles não
na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você se desfaçam = incorreta – o autor propõe viver
boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode intensamente.
afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tempo, Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais
relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas se criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles
combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, a sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos
relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada objetivo nos relacionamentos.
apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas
relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos novas, inclusive agir com o raciocínio nas relações
que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada amorosas = incorreta – ser mais emoção.
um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos,
e relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que
forma relaxada e consciente um grande amor. pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando,
Na minha experiência, esse aprendizado não se fez não pensando em algo ruim.
rapidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque
eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coisas 2. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-2018)
do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações Observe a charge a seguir:
emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações
afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser.
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar.
A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo
se aprende, mesmo as coisas simples que pareciam
impossíveis.
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de
melhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra
no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com
mais prazer, com mais intensidade e menos medo.
O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se
pode tentar boiar.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/
noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html
A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking,
De acordo com o texto, quando o autor afirma que “Todos destacando o fato de o cientista:
os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de
a) ter alcançado o céu após sua morte;
a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar b) mostrar determinação no combate à doença;
e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais calma, c) ser comparado a cientistas famosos;
com mais prazer, com mais intensidade e menos d) ser reconhecido como uma mente brilhante;
medo. e) localizar seus interesses nos estudos de Física.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) ser necessário agir com mais cautela nos


relacionamentos amorosos para que eles não se
desfaçam. Resposta: Letra D
c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterioso Em “a”: ter alcançado o céu após sua morte; = incorreto
com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam Em “b”: mostrar determinação no combate à doença;
vividos intensamente. = incorreto
d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incorreto
inclusive agir com o raciocínio nas relações amorosas. Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante;

3
Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física. De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema
= incorreto bancário, a reserva fracional foi criada com o objetivo de
Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que
estávamos esperando”. a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.
b) proteger os bens dos clientes de bancos.
3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) c) impedir que os bancos fossem à falência.
d) permitir o empréstimo de mais dinheiro
Lastro e o Sistema Bancário e) preservar as economias das pessoas.
[...]
Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro depositado Resposta: Letra D
nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade de Ao texto: (...) Com o tempo, os banqueiros se deram
ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse conta de que ninguém estava interessado em trocar
metal é limitado, isso garantia que a produção de dinheiro dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva
fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros se fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que
deram conta de que ninguém estava interessado em realmente tinham em ouro nos cofres.
trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro =
reserva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do incorreta
que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos =
como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar incorreta
suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos, Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência =
deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas incorreta
economias seguramente guardadas. Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro =
Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- correta
ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e Em “e”, preservar as economias das pessoas = incorreta
principalmente de valores em contas bancárias, já não
4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
tendo nenhuma riqueza material para representar, é
A leitura do texto permite a compreensão de que
criado a partir de empréstimos. Quando alguém vai até
o banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em
a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.
sua conta é gerado naquele instante, criado a partir de
b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário.
uma decisão administrativa, e assim entra na economia.
c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.
Essa explicação permaneceu controversa e escondida
d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.
por muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do
e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.
Bank of England de 2014.
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo Resposta: Letra A
é criado assim, inventado em canetaços a partir da Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os
concessão de empréstimos. O que torna tudo mais bancos = correta
estranho e perverso é que, sobre esse empréstimo, Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é
é cobrada uma dívida. Então, se eu peço dinheiro ao imaginário = nem todo
banco, ele inventa números em uma tabela com meu Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros
nome e pede que eu devolva uma quantidade maior clientes = deve ao banco, este paga/empresta a outros
do que essa. Para pagar a dívida, preciso ir até o dito clientes
“livre-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear, para Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
conseguir o dinheiro que o banco inventou na conta mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-
de outras pessoas. Esse é o dinheiro que vai ser usado mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
para pagar a dívida, já que a única fonte de moeda é Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes
o empréstimo bancário. No fim, os bancos acabam com endividados = desde que não paguem a dívida
todo o dinheiro que foi inventado e ainda confiscam os
bens da pessoa endividada cujo dinheiro tomei.
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante.
Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante
porque é gerada pela simples manipulação de bancos
de dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e
poder sem precedentes: um mundo onde o patrimônio
LÍNGUA PORTUGUESA

de 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde


o 1% mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.
[...]
Disponível em https://fagulha.org/artigos/inventando-
dinheiro/
Acessado em 20/03/2018

4
5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO 6. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Observe
GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge a charge abaixo.
abaixo, publicada no momento da intervenção nas
atividades de segurança do Rio de Janeiro, em março de
2018.

Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO No caso da charge, a crítica feita à internet é:
pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a
seguinte informação: a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva;
b) a falta de exercícios físicos nas crianças;
a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes c) o risco de contatos perigosos;
cometidos no Rio; d) o abandono dos estudos regulares;
b) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem- e) a falta de contato entre membros da família.
feita;
c) a linguagem do personagem mostra intimidade com Resposta: Letra A
o interlocutor; Em “a”: a criação de uma dependência tecnológica
d) a presença do orelhão indica o atraso do local da excessiva;
charge; Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; =
e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a incorreto
presença do Exército. Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto
Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorreto
Resposta: Letra D Em “e”: a falta de contato entre membros da família. =
incorreto
Através da fala do garoto chegamos à resposta:
dependência tecnológica - expressa em sua fala.

7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo


Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse termo
denota, além da agressão física, diversos tipos de impo-
sição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar
NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de
seguinte informação: determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado
Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos pelas condições de trabalho e condições econômicas”. A
crimes cometidos no Rio = inferência correta manchete jornalística abaixo que NÃO se enquadra em
Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está
nenhum tipo de violência citado nesse segmento é:
sendo bem-feita = inferência correta
Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimidade
a) Presa por mensagem racista na internet;
com o interlocutor = inferência correta
b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana;
Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local
da charge = incorreta c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico;
Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia;
a presença do Exército = inferência correta e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.

Resposta: Letra C
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “a”: Presa por mensagem racista na internet =


como a repressão política, familiar ou de gênero
Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura
venezuelana = como a repressão política, familiar ou
de gênero
Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa
eletrônico = não consta na Manchete acima

5
Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a serem
Rússia = como a repressão política, familiar ou de devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,
gênero conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa
Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do trabalho acontecer... = precisa acontecer a punição dos
escravo = o desgaste causado pelas condições de excessos.
trabalho
9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL –
8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – CESPE-2018)
ÁREA JURÍDICA – FGV-2018)
Texto CG1A1AAA
Oportunismo à Direita e à Esquerda A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos
Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós,
o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas independentemente de idade, sexo, estrato social,
leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime crença religiosa etc. é chamado à criação de um mundo
pacificado, um mundo sob a égide de uma cultura da
de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem
paz.
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,
Mas, o que significa “cultura da paz”?
conforme estabelecido na legislação.
Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos
e os adultos da compreensão de princípios como
caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, liberdade, justiça, democracia, direitos humanos,
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados tolerância, igualdade e solidariedade. Implica uma
em se beneficiar do barateamento do combustível. rejeição, individual e coletiva, da violência que tem
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico sido percebida na sociedade, em seus mais variados
para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de contextos. A cultura da paz tem de procurar soluções que
eleição, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não advenham de dentro da(s) sociedade(s), que não sejam
faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para impostas do exterior.
desgastar governantes e reforçar seus projetos de poder, Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado
por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o que em sentido negativo, quando se traduz em um estado
está delimitado pelo estado democrático de direito, de não guerra, em ausência de conflito, em passividade
defendido pelos diversos instrumentos institucionais de e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese,
que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público, condenada a um vazio, a uma não existência palpável,
Forças Armadas etc. difícil de se concretizar e de se precisar. Em sua concepção
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a prática
vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo da não violência para resolver conflitos, a prática do
funcionando, do qual depende a sobrevivência física diálogo na relação entre pessoas, a postura democrática
da população. Isso não pode ser esquecido e serve de frente à vida, que pressupõe a dinâmica da cooperação
alerta para que as autoridades desenvolvam planos de planejada e o movimento constante da instalação de
contingência. justiça.
O Globo, 31/05/2018. Uma cultura de paz exige esforço para modificar o
pensamento e a ação das pessoas para que se promova
“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos a paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa
caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e
temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso,
se beneficiar do barateamento do combustível.” Segundo
a ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de
esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” é
palavras e conceitos que anunciem os valores humanos
que decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A
a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento.
violência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos
b) garantir-se o direito de reunião e de greve. dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio
c) lastrear leis e regras na Constituição. social. É hora de começarmos a convocar a presença da
d) punirem-se os responsáveis por excessos. paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.
e) concluírem-se as investigações sobre a greve. Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à gestão
de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencialmente
Resposta: Letra D violentos e reconstruir a paz e a confiança entre pessoas
Em “a”: manter-se o direito de livre expressão do
LÍNGUA PORTUGUESA

originárias de situação de guerra é um dos exemplos mais


pensamento. = incorreto comuns a serem considerados. Tal missão estende-se às
Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = escolas, instituições públicas e outros locais de trabalho
incorreto por todo o mundo, bem como aos parlamentos e centros
Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incorreto de comunicação e associações.
Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos. Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as de-
Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. sigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento
= incorreto sustentado e o respeito pelos direitos humanos, refor-

6
çando as instituições democráticas, promovendo a liber- O humor da tira é conseguido através de uma quebra de
dade de expressão, preservando a diversidade cultural e expectativa, que é:
o ambiente.
É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento a) o fato de um adulto colecionar figurinhas;
— direitos humanos — democracia” que podemos b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos;
vislumbrar a educação para a paz. c) a falta de muitas figurinhas no álbum;
Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas: d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho;
desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc. e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário.
Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com
adaptações). Resposta: Letra B
Em “a”: o fato de um adulto colecionar figurinhas; =
De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos incorreto
“gestão de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser Em “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não
esportivos;
concebidos como
Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; =
a) obstáculos para a construção da cultura da paz.
incorreto
b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.
Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não
c) irrelevantes na construção da cultura da paz.
pelo filho; = incorreto
d) etapas para a construção da cultura da paz. Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o
e) consequências da construção da cultura da paz. contrário. = incorreto
O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema
Resposta: Letra D incomum: assuntos sociais.
Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz.
= incorreto 11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR –
Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da VUNESP-2015) Leia a tira.
paz. = incorreto
Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz.
= incorreto
Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz.
Em “e”: consequências da construção da cultura da paz.
= incorreto
Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido
refere-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar
erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades = etapas
para construção da paz. (Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado)

10. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE Com sua fala, a personagem revela que
JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018) a) a violência era comum no passado.
b) as pessoas lutam contra a violência.
c) a violência está banalizada.
d) o preço que pagou pela violência foi alto.

Resposta: Letra C
Em “a”: a violência era comum no passado. = incorreto
Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incorreto
Em “c”: a violência está banalizada.
Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. =
incorreto
Infelizmente, a personagem revela que a violência está
banalizada, nem há mais “punições” para os agressivos.
LÍNGUA PORTUGUESA

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12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo
[INTERIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge. uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais
afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos
jornaleiros estão levando seus estoques para casa
quando termina o expediente. Pode parecer piada, mas
há até boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha
espalhados por mensagens de celular.

Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa


adequada é:

a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do


celular e da carteira nos roubos urbanos;
b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à
carteira como alvo de desejo dos assaltantes;
(Pancho. www.gazetadopovo.com.br) c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que
vendem as figurinhas da Copa;
É correto associar o humor da charge ao fato de que d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa
nas bancas de jornais;
a) os personagens têm uma autoestima elevada e são e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo
otimistas, mesmo vivendo em uma situação de principal dos ladrões.
completo confinamento.
b) os dois personagens estão muito bem informados Resposta: Letra B
sobre a economia, o que não condiz com a imagem Em “a”: as figurinhas da Copa passaram a ocupar o
de criminosos. lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; =
c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos incorreto
personagens, pois eles demonstram preocupação Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e
com a aparência. à carteira como alvo de desejo dos assaltantes;
d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros
os personagens, que estão acostumados a pagar caro que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto
por eles nos presídios. Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da
e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes Copa nas bancas de jornais; = incorreto
para os personagens, dada a condição em que se Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no
encontram. alvo principal dos ladrões. = incorreto
O título do texto já nos dá a resposta: além do celular
Resposta: Letra E e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também
Em “a”: os personagens têm uma autoestima elevada passaram a ser alvo dos assaltantes.
e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de
completo confinamento. = incorreto
Em “b”: os dois personagens estão muito bem
informados sobre a economia, o que não condiz com a MODOS DE ORGANIZAÇÃO TEXTUAL:
imagem de criminosos. = incorreto DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO/
Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida ARGUMENTAÇÃO
dos personagens, pois eles demonstram preocupação
com a aparência. = incorreto
Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL
surpreende os personagens, que estão acostumados
a pagar caro por eles nos presídios. = incorreto A todo o momento nos deparamos com vários textos,
Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
relevantes para os personagens, dada a condição em do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
que se encontram. que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
Pela condição em que as personagens se encontram, o interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
aumento no preço dos cosméticos não os afeta. em um texto escrito.
É de fundamental importância sabermos classificar
os textos com os quais travamos convivência no nosso
LÍNGUA PORTUGUESA

13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos
JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018) textuais e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa
as figurinhas da Copa opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018 lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre
alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente

8
nessas situações corriqueiras que classificamos os Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por
Descrição e Dissertação. exemplo, são comuns gêneros como notícias, reportagens,
editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação
As tipologias textuais se caracterizam pelos científica são comuns gêneros como verbete de dicionário
aspectos de ordem linguística ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário,
Os tipos textuais designam uma sequência definida conferência.
pela natureza linguística de sua composição. São
observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
relações logicas. Os tipos textuais são o narrativo, CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
descritivo, argumentativo/dissertativo, injuntivo e char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
expositivo. – São Paulo: Saraiva, 2010.
A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa.
ação demarcados no tempo do universo narrado, Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática –
como também de advérbios, como é o caso de an- volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
tes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu
carro quando ele apareceu. Depois de muita conver- SITE
sa, resolveram... Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
B) Textos descritivos – como o próprio nome indica, redacao/tipologia-textual.htm>
descrevem características tanto físicas quanto psi-
cológicas acerca de um determinado indivíduo ou
objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados EXERCÍCIO COMENTADO
no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os
cabelos mais negros como a asa da graúna...”
1. (TJ-DFT – CONHECIMENTOS BÁSICOS – TÉCNICO
C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar
JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE –
um assunto ou uma determinada situação que se
2015)
almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das ra-
zões de ela acontecer, como em: O cadastramento
Ouro em Fios
irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portan-
to, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o
A natureza é capaz de produzir materiais preciosos,
benefício.
como o ouro e o cobre - condutor de ENERGIA ELÉTRICA.
D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de
O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso.
uma modalidade na qual as ações são prescritas de Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de
forma sequencial, utilizando-se de verbos expres- energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT:
sos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente: - Desligue as luzes nos ambientes onde é possível usar a
Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador iluminação natural.
até criar uma massa homogênea. - Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado.
E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar- - Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do am-
cam-se pelo predomínio de operadores argumen- biente.
tativos, revelados por uma carga ideológica cons- - Utilize o computador no modo espera.
tituída de argumentos e contra-argumentos que Fique ligado! Evite desperdícios.
justificam a posição assumida acerca de um deter- Energia elétrica.
minado assunto: A mulher do mundo contemporâ- A natureza cobra o preço do desperdício.
neo luta cada vez mais para conquistar seu espaço Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações)
no mercado de trabalho, o que significa que os gê-
neros estão em complementação, não em disputa. Há no texto elementos característicos das tipologias ex-
positiva e injuntiva.
Gêneros Textuais
( ) CERTO ( ) ERRADO
São os textos materializados que encontramos em
nosso cotidiano; tais textos apresentam características Resposta: Certo. Texto injuntivo – ou instrucional – é
sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função, aquele que passa instruções ao leitor. O texto acima
composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: apresenta tal característica.
receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema,
LÍNGUA PORTUGUESA

editorial, piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum,


blog, etc.
A escolha de um determinado gênero discursivo
depende, em grande parte, da situação de produção,
ou seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são
os locutores e os interlocutores, o meio disponível para
veicular o texto, etc.

9
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAL Sua Santidade participou de uma reunião com a Presidente
Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
por elas.
COESÃO E COERÊNCIA • Uso de hipônimos – relação que se estabelece com
base na maior especificidade do significado de um
Na construção de um texto, assim como na fala, deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel
usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a (mais genérico).
compreensão do que é dito, ou lido. Estes mecanismos
• Emprego de hiperônimos - relações de um termo
linguísticos que estabelecem a coesão e retomada do
de sentido mais amplo com outros de sentido mais
que foi escrito - ou falado - são os referentes textuais,
que buscam garantir a coesão textual para que haja específico. Por exemplo, felino está numa relação
coerência, não só entre os elementos que compõem de hiperonímia com gato.
a oração, como também entre a sequência de orações • Substitutos universais, como os verbos vicários.
dentro do texto. Essa coesão também pode muitas vezes
se dar de modo implícito, baseado em conhecimentos Verbo vicário é aquele que substitui outro já utilizado
anteriores que os participantes do processo têm com o no período, evitando repetições. Geralmente é o verbo
tema. fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. Faço porque
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha preciso. O “faço” foi empregado no lugar de “estudo”,
imaginária - composta de termos e expressões - que evitando repetição desnecessária.
une os diversos elementos do texto e busca estabelecer A coesão apoiada na gramática se dá no uso de
relações de sentido entre eles. Dessa forma, com o conectivos, como pronomes, advérbios e expressões
emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais adverbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse
(repetição, substituição, associação), sejam gramaticais justifica-se quando, ao remeter a um enunciado anterior,
(emprego de pronomes, conjunções, numerais, elipses), a palavra elidida é facilmente identificável (Exemplo.: O
constroem-se frases, orações, períodos, que irão jovem recolheu-se cedo. Sabia que ia necessitar de todas
apresentar o contexto – decorre daí a coerência textual. as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e,
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou
assim, estabelece a relação entre as duas orações).
o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa
incoerência é resultado do mau uso dos elementos
de coesão textual. Na organização de períodos e de Dêiticos são elementos linguísticos que têm a
parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos propriedade de fazer referência ao contexto situacional
gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. ou ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa
Construído com os elementos corretos, confere-se a ele função de progressão textual, dada sua característica: são
uma unidade formal. elementos que não significam, apenas indicam, remetem
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o aos componentes da situação comunicativa.
enunciado não se constrói com um amontoado de Já os componentes concentram em si a significação.
palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito:
gerais de dependência e independência sintática e “Os pronomes pessoais e as desinências verbais
semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes
que sedimentam estes princípios”. demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais,
Não se deve escrever frases ou textos desconexos bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento
– é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que da enunciação, podendo indicar simultaneidade,
as frases estejam coesas e coerentes formando o texto. anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje,
Relembre-se de que, por coesão, entende-se ligação, neste momento (presente); ultimamente, recentemente,
relação, nexo entre os elementos que compõem a ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em
estrutura textual.
diante, no próximo ano, depois de (futuro).”
Formas de se garantir a coesão entre os elementos
de uma frase ou de um texto: A coerência de um texto está ligada:
1. à sua organização como um todo, em que devem
• Substituição de palavras com o emprego de estar assegurados o início, o meio e o fim;
sinônimos - palavras ou expressões do mesmo 2. à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um
campo associativo. texto técnico, por exemplo, tem a sua coerência
fundamentada em comprovações, apresentação
LÍNGUA PORTUGUESA

• Nominalização – emprego alternativo entre um


verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente de estatísticas, relato de experiências; um texto
(desgastar / desgaste / desgastante). informativo apresenta coerência se trabalhar com
• Emprego adequado de tempos e modos verbais: linguagem objetiva, denotativa; textos poéticos, por
Embora não gostassem de estudar, participaram da outro lado, trabalham com a linguagem figurada,
aula. livre associação de ideias, palavras conotativas.
• Emprego adequado de pronomes, conjunções,
preposições, artigos:

10
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA d) “Elas são guardadas em uma espécie de carteira, que
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa. é criada quando o usuário se cadastra no software.”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – [espécie ]
volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. e) “Críticos afirmam que a moeda vive uma bolha que em
algum momento deve estourar.” [bolha]
SITE
Disponível em: <http://www.mundovestibular.com. Resposta: Letra E
br/articles/2586/1/COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/ Em “a”: “Ela é produzida de forma descentralizada por
Paacutegina1.html> milhares de computadores, mantidos por pessoas que
(= as quais – retoma o termo “pessoas”)
Em “b”: “No processo de nascimento de uma bitcoin,
que é chamado de ‘mineração’ (= o qual - retoma o
EXERCÍCIOS COMENTADOS termo “processo de nascimento”)
Em “c”: “O nível de dificuldade dos desafios é ajustado
1. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO pela rede, para que a moeda cresça dentro de uma
GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) faixa limitada, que é de até 21 milhões de unidades” =
retoma o termo “faixa limitada”
Texto 2 Em “d”: “Elas são guardadas em uma espécie de
carteira, que é criada (= a qual – retoma “carteira”)
“A prefeitura da capital italiana anunciou que vai banir a Em “e”: “Críticos afirmam que a moeda vive uma bolha
circulação de carros a diesel no centro a partir de 2024. O que (= a qual) em algum momento deve estourar.”
objetivo é reduzir a poluição, que contribui para a erosão [bolha] = correta
dos monumentos”. (Veja, 7/3/2018) GABARITO OFICIAL: E
A ordem cronológica dos fatos citados no texto 2 é: 3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR –
CESGRANRIO-2018-ADAPTADA)
a) redução da poluição / banimento da circulação de
carros / erosão dos monumentos; O vício da tecnologia
b) banimento da circulação de carros / erosão dos
monumentos / redução da poluição; Entusiastas de tecnologia passaram a semana com
c) erosão dos monumentos / redução da poluição / os olhos voltados para uma exposição de novidades
banimento da circulação de carros;
eletrônicas realizada recentemente nos Estados Unidos.
d) redução da poluição / erosão dos monumentos /
Entre as inovações, estavam produtos relacionados
banimento da circulação de carros;
a experiências de realidade virtual e à utilização de
e) erosão dos monumentos / banimento da circulação de
inteligência artificial — que hoje é um dos temas que
carros / redução da poluição.
mais desperta interesse em profissionais da área, tendo
em vista a ampliação do uso desse tipo de tecnologia nos
Resposta: Letra E
mais diversos segmentos.
“A prefeitura da capital italiana anunciou que vai banir
a circulação de carros a diesel no centro a partir de Mais do que prestar atenção às novidades lançadas
2024. O objetivo é reduzir a poluição, que contribui no evento, vale refletir sobre o motivo que nos leva a
para a erosão dos monumentos”. uma ansiedade tão grande para consumir produtos que
Primeiro ocorreu a erosão dos monumentos (=1) prometem inovação tecnológica. Por que tanta gente se
devido à poluição; optou-se pelo banimento da dispõe a dormir em filas gigantescas só para ser um dos
circulação dos carros (=2) para que a poluição diminua primeiros a comprar um novo modelo de smartphone?
(=3), o que preservará os monumentos. Por que nos dispomos a pagar cifras astronômicas para
GABARITO OFICIAL: E comprar aparelhos que não temos sequer certeza de que
serão realmente úteis em nossas rotinas?
2. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO – A teoria de um neurocientista da Universidade de Oxford
CESGRANRIO-2018) A ideia a que o pronome destacado (Inglaterra) ajuda a explicar essa “corrida desenfreada”
se refere está adequadamente explicitada entre colchetes por novos gadgets. De modo geral, em nosso processo
em: evolutivo como seres humanos, nosso cérebro aprendeu
a suprir necessidades básicas para a sobrevivência e a
a) “Ela é produzida de forma descentralizada por perpetuação da espécie, tais como sexo, segurança e
milhares de computadores, mantidos por pessoas que status social.
LÍNGUA PORTUGUESA

‘emprestam’ a capacidade de suas máquinas para criar Nesse sentido, a compra de uma novidade tecnológica
bitcoins” [computadores] atende a essa última necessidade citada: nós nos sentimos
b) “No processo de nascimento de uma bitcoin, que melhores e superiores, ainda que momentaneamente,
é chamado de ´mineração´, os computadores quando surgimos em nossos círculos sociais com um
conectados à rede competem entre si” [bitcoin] produto que quase ninguém ainda possui.
c) “O nível de dificuldade dos desafios é ajustado pela Foi realizado um estudo de mapeamento cerebral que
rede, para que a moeda cresça dentro de uma faixa mostrou que imagens de produtos tecnológicos ativavam
limitada, que é de até 21 milhões de unidades” [rede] partes do nosso cérebro idênticas às que são ativadas

11
quando uma pessoa muito religiosa se depara com um Em “b”: “tendo em vista a ampliação do uso desse
objeto sagrado. Ou seja, não seria exagero dizer que o tipo de tecnologia nos mais diversos segmentos”
vício em novidades tecnológicas é quase uma religião [inteligência artificial]
para os mais entusiastas. Texto: Entre as inovações, estavam produtos
O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais relacionados a experiências de realidade virtual e à
novo lançamento tecnológico dispara em nosso cérebro utilização de inteligência artificial — que hoje é um
a liberação de um hormônio chamado dopamina, dos temas que mais desperta interesse em profissionais
responsável por nos causar sensações de prazer. Ele da área, tendo em vista a ampliação do uso desse tipo
é liberado quando nosso cérebro identifica algo que de tecnologia nos mais diversos segmentos.= correta
represente uma recompensa.
O grande problema é que a busca excessiva por Em “c”: “a compra de uma novidade tecnológica atende
recompensas pode resultar em comportamentos a essa última necessidade citada” [segurança]
impulsivos, que incluem vícios em jogos, apego excessivo Texto: (...) suprir necessidades básicas para a
a redes sociais e até mesmo alcoolismo. No caso do sobrevivência e a perpetuação da espécie, tais como
consumo, podemos observar a situação problematizada sexo, segurança e status social. / Nesse sentido, a
aqui: gasto excessivo de dinheiro em aparelhos eletrônicos compra de uma novidade tecnológica atende a essa
que nem sempre trazem novidade –– as atualizações de última necessidade citada... = status social
modelos de smartphones, por exemplo, na maior parte
das vezes apresentam poucas mudanças em relação ao Em “d”: “O ato de seguir esse impulso cerebral e
modelo anterior, considerando-se seu preço elevado. Em comprar o mais novo lançamento tecnológico dispara
outros casos, gasta-se uma quantia absurda em algum em nosso cérebro a liberação de um hormônio
aparelho novo que não se sabe se terá tanta utilidade chamado dopamina” [mapeamento cerebral]
prática ou inovadora no cotidiano. (...) vício em novidades tecnológicas é quase uma
No fim das contas, vale um lembrete que pode ajudar religião para os mais entusiastas. / O ato de seguir esse
a conter os impulsos na hora de comprar um novo impulso cerebral e comprar
smartphone ou alguma novidade de mercado: compare
o efeito momentâneo da dopamina com o impacto de
Em “e”: “Ele é liberado quando nosso cérebro identifica
imaginar como ficarão as faturas do seu cartão de crédito
algo que represente uma recompensa.” [impulso
com a nova compra.
cerebral]
O choque ao constatar o rombo em seu orçamento pode
(...) a liberação de um hormônio chamado dopamina,
ser suficiente para que você decida pensar duas vezes a
responsável por nos causar sensações de prazer. Ele é
respeito da aquisição.
liberado = dopamina
DANA, S. O Globo. Economia. Rio de Janeiro, 16 jan.
2018. Adaptado.
4. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO
A ideia a que a expressão destacada se refere está AMBIENTE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018)
explicitada adequadamente entre colchetes em:
Texto I
a) “relacionados a experiências de realidade virtual e à
utilização de inteligência artificial — que hoje é um dos Portugueses no Rio de Janeiro
temas que mais desperta interesse em profissionais
da área” [experiências de realidade virtual] O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração portuguesa
b) “tendo em vista a ampliação do uso desse tipo de até meados dos anos cinquenta do século passado,
tecnologia nos mais diversos segmentos” [inteligência quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa do
artificial] mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo
c) “a compra de uma novidade tecnológica atende a essa de sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam-
última necessidade citada” [segurança] se ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis,
d) “O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar como os cafés, as panificações, as leitarias, os talhos,
o mais novo lançamento tecnológico dispara em além de outros ramos, como os das papelarias e lojas
nosso cérebro a liberação de um hormônio chamado de vestuários. Fora do comércio, podem exercer as mais
dopamina” [mapeamento cerebral] variadas profissões, como atividades domésticas ou as de
e) “Ele é liberado quando nosso cérebro identifica algo barbeiros e alfaiates. Há, de igual forma, entre os mais
que represente uma recompensa.” [impulso cerebral] afortunados, aqueles ligados à indústria, voltados para
construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de
Resposta: Letra B bebidas.
A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação de
LÍNGUA PORTUGUESA

Ao texto:
Em “a”: “relacionados a experiências de realidade guetos, denota uma tendência para a sua concentração
virtual e à utilização de inteligência artificial — que em determinados bairros, escolhidos, muitas das vezes,
hoje é um dos temas que mais desperta interesse pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da
em profissionais da área” [experiências de realidade cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo
virtual] significativo de patrícios e algumas associações de porte,
Nesse caso, a resposta se encontra na alternativa: como o Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu
inteligência artificial Literário Português. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio

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de Sá, Catumbi e Tijuca, outro ponto de concentração 6. (MPE-AL - TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO –
da colônia, se localizam outras associações portuguesas, FGV-2018)
como a Casa de Portugal e um grande número de casas
regionais. Há, ainda, pequenas concentrações nos bairros NÃO FALTOU SÓ ESPINAFRE
periféricos da cidade, como Jacarepaguá, originalmente
formado por quintas de pequenos lavradores; nos A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos.
subúrbios, como Méier e Engenho Novo; e nas zonas Mostrou também danos morais.
mais privilegiadas, como Botafogo e restante da zona Aconteceu num mercadinho de bairro em São Paulo.
sul carioca, área nobre da cidade a partir da década de
A dona, diligente, havia conseguido algumas verduras
cinquenta, preferida pelos mais abastados.
e avisou à clientela. Formaram-se uma pequena fila e
PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro:
salazaristas e opositores em manifestação na cidade. In: uma grande discussão. Uma senhora havia arrematado
ALVES, Ida et alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de todos os dez maços de espinafre. No caixa, outras
Janeiro. Rio de Janeiro: Ofi cina Raquel, 2017, pp. 260-1. freguesas perguntaram se ela tinha restaurante. Não
Adaptado. tinha. Observaram que a verdura acabaria estragada.
Ela explicou que ia cozinhar e congelar. Então, foram
“No Centro da cidade, próximo ao grande comércio, temos ao ponto: caramba, havia outras pessoas na fila, ela não
um grupo significativo de patrícios e algumas associações poderia levar só o que consumiria de imediato?
de porte”. No trecho acima, a autora usou em itálico a “Não, estou pagando e cheguei primeiro”, foi a resposta.
palavra destacada para fazer referência aos Compras exageradas nos supermercados, estoques
domésticos, filas nervosas nos postos de combustível –
a) luso-brasileiros teve muito comportamento na base de cada um por si.
b) patriotas da cidade Cabem nessa categoria as greves e manifestações
c) habitantes da cidade
oportunistas. Governo, cedendo, também vou buscar o
d) imigrantes portugueses
e) compatriotas brasileiros meu – tal foi o comportamento de muita gente.
Carlos A. Sardenberg, in O Globo, 31/05/2018.
Resposta: Letra D
Ainda hoje é o utilizado o termo “patrício” para se “A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos.
referir aos portugueses. “Patrício” significa “da mesma Mostrou também danos morais”. A palavra ou expressão
pátria”. do primeiro período que leva à produção do segundo
período é
5. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) Todas
as frases abaixo apresentam elementos sublinhados que a) a crise.
estabelecem coesão com elementos anteriores (anáfora); b) não trouxe.
a frase em que o elemento sublinhado se refere a um c) apenas.
elemento futuro do texto (catáfora) é: d) danos sociais.
e) (danos) econômicos.
a) “A civilização converteu a solidão num dos bens mais
preciosos que a alma humana pode desejar”;
b) “Todo o problema da vida é este: como romper a Resposta: Letra C
própria solidão”; 1.º período: A crise não trouxe apenas danos sociais e
c) “É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de econômicos.
viver com alguém que saiba pensar”; 2.º período: Mostrou também danos morais.
d) “O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas A expressão que nos dá a ideia de que haverá mais
a de uma vela que queima”; informações que complementarão a primeira “tese”
e) “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas que apresentada é “apenas”.
produzem menos”.
7. (IBGE – RECENSEADOR – FGV-2017)
Resposta: Letra B
Em “a”: “A civilização converteu a solidão num dos Texto 3 – “Silva, Oliveira, Faria, Ferreira... Todo mundo
bens mais preciosos que a alma humana pode desejar”
tem um sobrenome e temos de agradecer aos romanos
= retoma “bens preciosos”
por isso. Foi esse povo, que há mais de dois mil anos
Em “b”: “Todo o problema da vida é este: como romper
a própria solidão” = o pronome se refere ao período ergueu um império com a conquista de boa parte das
que virá (= catáfora) terras banhadas pelo Mediterrâneo, o inventor da moda.
Eles tiveram a ideia de juntar ao nome comum, ou
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “c”: “É sobretudo na solidão que se sente a


vantagem de viver com alguém que saiba pensar” = prenome, um nome.
retoma “solidão” Por quê? Porque o império romano crescia e eles
Em “d”: “O homem ama a companhia, mesmo que precisavam indicar o clã a que a pessoa pertencia ou o
seja apenas a de uma vela que queima” = retoma lugar onde tinha nascido”.
“companhia” (Ciência Hoje, março de 2014)
Em “e”: “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas
que produzem menos” = retoma “pessoas”

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“Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer 9. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015)
aos romanos por isso”. (texto 3) O pronome “isso”, nesse
segmento do texto, se refere a(à): Texto I

a) todo mundo ter um sobrenome; Na organização do poder político no Estado moderno,


b) sobrenomes citados no início do texto; à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a
c) todos os sobrenomes hoje conhecidos; preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a
d) forma latina dos sobrenomes atuais; desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco
e) existência de sobrenomes nos documentos. da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige
a existência de um poder institucional. Mas a conquista
Resposta: Letra A da liberdade humana também reclama a distribuição do
Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer poder em ramos diversos, com a disposição de meios
aos romanos por isso = ter um sobrenome. que assegurem o controle recíproco entre eles para o
GABARITO OFICIAL: A advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas
sociedades estatais. A concentração do poder em um só
8. (MPU – ANALISTA – ANTROPOLOGIA – CESPE-2010) órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exercício
Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar da liberdade. É que, como observou Montesquieu, “todo
a eficiência, a produtividade e a competitividade nos homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até
processos gerenciais e nos produtos e serviços das onde encontra limites. Para que não se possa abusar do
organizações. Ou seja, é o fermento do crescimento poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder
econômico e social de um país. Para isso, é preciso limite o poder”.
criatividade, capacidade de inventar e coragem para Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza
sair dos esquemas tradicionais. Inovador é o indivíduo as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se
que procura respostas originais e pertinentes em concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua
situações com as quais ele se defronta. É preciso uma separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma
atitude de abertura para as coisas novas, pois a novidade de sistema coerente, as consequências de conceitos
é catastrófica para os mais céticos. Pode-se dizer diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu
que o caminho da inovação é um percurso de difícil situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo
travessia para a maioria das instituições. Inovar significa de origem baconiana, não abandonando o rigor das
transformar os pontos frágeis de um empreendimento certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém,
em uma realidade duradoura e lucrativa. A inovação refugindo às especulações metafísicas que, no plano da
estimula a comercialização de produtos ou serviços idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a
e também permite avanços importantes para toda a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade
sociedade. Porém, a inovação é verdadeira somente civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos.
quando está fundamentada no conhecimento. A Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do
capacidade de inovação depende da pesquisa, da geração Ministério Público em função da proteção dos direitos
de conhecimento. É necessário investir em pesquisa humanos.
para devolver resultados satisfatórios à sociedade. No Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9.
entanto, os resultados desse tipo de investimento não Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).
são necessariamente recursos financeiros ou valores
econômicos, podem ser também a qualidade de vida No trecho “controle recíproco entre”, o pronome “eles” faz
com justiça social. referência a “ramos diversos”.
Luís Afonso Bermúdez. O fermento tecnológico. In:
Darcy. Revista de jornalismo científico e cultural da ( ) CERTO ( ) ERRADO
Universidade de Brasília, novembro e dezembro de
2009, p. 37 (com adaptações). Resposta: Certo
Ao período: (...) reclama a distribuição do poder
Subentende-se da argumentação do texto que o pronome em ramos diversos, com a disposição de meios que
demonstrativo, no trecho “desse tipo de investimento”, assegurem o controle recíproco entre eles para o
refere-se à ideia de “fermento do crescimento econômico advento de um cenário de equilíbrio e harmonia.
e social de um país”.
10. (PC-PI – AGENTE DE POLÍCIA CIVIL – 3.ª CLASSE
( ) CERTO ( ) ERRADO – NUCEPE-2018 - ADAPTADA) Alguém apaixonado
LÍNGUA PORTUGUESA

sempre atrai novas oportunidades, se destaca do grupo,


Resposta: Errado é promovido primeiro, é celebrado quando volta de
Ao trecho: (...) É necessário investir em pesquisa férias, é convidado para ser padrinho ou madrinha e
para devolver resultados satisfatórios à sociedade. No para ser companhia em momentos prazerosos. Quanto
entanto, os resultados desse tipo de investimento = melhor vivemos, mais motivos surgem para vivermos
investir em pesquisa / desse tipo de investimento. bem. A prosperidade é um ciclo que se retroalimenta. O
importante é decidir fazer parte dele.

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Em: O importante é decidir fazer parte dele, a palavra memória, que é uma faculdade humana e influenciável
Dele retoma, textualmente, por tudo o que guarda. Quando acreditamos estarmos
criando algo original, fatalmente nos esbarramos nas
a) ciclo. lembranças das coisas que lemos e ouvimos. Nesse
b) Alguém. sentido, não existe originalidade absoluta, mas modos
c) padrinho. originais de reorganizar essa colcha de retalhos chamada
d) grupo. memória.
e) apaixonado. Assim sendo, quando lemos um texto, quantas vozes
estão presentes dentro dele? Somente a daquele que
Resposta: Letra A escreve ou também de alguns autores que o influenciaram
Voltemos ao período: até o momento da escrita? O linguista Mikhail Bakthin
A prosperidade é um ciclo que se retroalimenta. O usava os conceitos de dialogismo e polifonia (várias vozes)
importante é decidir fazer parte dele. para tratar dessa questão. Segundo o pensador russo,
GABARITO OFICIAL: A um texto sempre lembra outros textos, pois escrever é
dialogar com o mundo. Para que se entenda melhor tal
questão, atente à música do compositor Chico Buarque
“Até o fim”:
INTERTEXTUALIDADE
Quando nasci veio um anjo safado
O chato do querubim
E decretou que eu estava predestinado
Intertextualidade A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Imagine a situação: você passa uma tarde lendo Mas vou até o fim
o romance Crime e Castigo do escritor russo Fiodor “inda” garoto deixei de ir à escola
Dostoievski. Tal romance trata da história de um Cassaram meu boletim
assassinato e do sentimento de culpa gerado por esse Não sou ladrão , eu não sou bom de bola
ato. Você fecha o livro e liga a televisão. O telejornal Nem posso ouvir clarim
está transmitindo a notícia de um crime. Então você Um bom futuro é o que jamais me esperou
lembra o que leu e assiste ao noticiário influenciado Mas vou até o fim
pelo romance russo. Tenta verificar, no agressor da vida Eu bem que tenho ensaiado um progresso
real, características descritas nas páginas ficcionais. Isso Virei cantor de festim
nada mais é do que um modo de leitura muito comum Mamãe contou que eu faço um bruto sucesso
chamado intertextualidade, a fusão e interferência de Em quixeramobim
um texto lido sobre o outro. Não sei como o maracatu começou
Somos seres dotados de memória. Mas a memória Mas vou até o fim
humana é menos imparcial do que a dos computadores. Por conta de umas questões paralelas
Quando pensamos estar criando algo, muitas vezes não Quebraram meu bandolim
passa de uma lembrança de algo visto em tempo remoto, Não querem mais ouvir as minhas mazelas
atravessada por outras lembranças. No século XIX, E a minha voz chinfrim
período marcado pela estética romântica, encarava-se o Criei barriga, a minha mula empacou
artista enquanto um gênio criador, que criava suas obras Mas vou até o fim
a partir do zero. Entretanto, no século XX, percebeu-se Não tem cigarro acabou minha renda
que não existe criação pura, qualquer artista ou pessoa Deu praga no meu capim
cria influenciado pelo que já leu, viu e ouviu ao longo da Minha mulher fugiu com o dono da venda
vida. Somos uma colcha de retalhos, ou seja, somos seres O que será de mim ?
marcados pela intertextualidade por excelência.
Aqueles que não têm costume de ler poesia podem
1 – Conceito de intertextualidade gostar dessa letra de Chico Buarque e classificarem-
na como original, devido ao tema do “anjo safado”.
Intertextualidade é o diálogo estabelecido entre Entretanto, quando Chico escreve esse texto dialoga
textos, através das referências presentes um no outro. diretamente com o poeta mineiro Carlos Drummond de
Segundo a linguista Julia Kristeva, “qualquer texto se Andrade, autor do “Poema de Sete Faces”:
constrói como um mosaico de citações e é a absorção Quando nasci, um anjo torto 
e transformação de um outro texto.” Isso não quer dizer desses que vivem na sombra 
LÍNGUA PORTUGUESA

que intertextualidade seja um fenômeno que se apresente disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
quando o autor cita diretamente outros autores. Pelo As casas espiam os homens 
contrário, esse diálogo textual se dá de modo implícito, que correm atrás de mulheres. 
quando as ideias apresentadas numa página sofreram A tarde talvez fosse azul, 
influências de outros autores e pensamentos. não houvesse tantos desejos.
Isso nos faz concluir que não existe texto neutro, nem O bonde passa cheio de pernas: 
texto puro. Se toda escrita é um mosaico de citações é pernas brancas pretas amarelas. 
porque escrevemos o que quer que seja auxiliados pela

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Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu Esse é um clássico da poesia romântica, de um
coração.  período em que se tentou desenhar a identidade do Brasil
Porém meus olhos  a partir da apresentação de uma natureza paradisíaca.
não perguntam nada. Mais tarde, vários poetas vão criticar essa postura
O homem atrás do bigode  artificial do romantismo usando Canção do Exílio como
é sério, simples e forte.  alvo, recriando-o sob um viés mais crítico e humorístico.
Quase não conversa.  É o caso de Canto de regresso à Pátria, de Oswald de
Tem poucos, raros amigos  Andrade:
o homem atrás dos óculos e do -bigode,
Meu Deus, por que me abandonaste  CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA
se sabias que eu não era Deus 
se sabias que eu era fraco. Minha terra tem palmares
Mundo mundo vasto mundo,  onde gorjeia o mar
se eu me chamasse Raimundo  Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
seria uma rima, não seria uma solução. 
Mundo mundo vasto mundo, 
Minha terra tem mais rosas
mais vasto é meu coração.
E quase que mais amores
Eu não devia te dizer 
Minha terra tem mais ouro
mas essa lua  Minha terra tem mais terra
mas esse conhaque 
botam a gente comovido como o diabo.  Ouro terra amor e rosas
  Eu quero tudo de lá
Lendo agora o poema de Drummond percebemos sua Não permita Deus que eu morra
influência sobre a música de Chico Buarque, agora, claro Sem que volte para lá
exemplo de intertextualidade. O anjo torno do poema
mineiro é transformado em anjo safado e a referência é Não permita Deus que eu morra
clara ao texto poético. Uma forma de intertextualidade Sem que volte pra São Paulo
bastante usada pelos poetas é a paródia, quando se Sem que veja a Rua 15
faz uma explícita menção a um poema conhecido, E o progresso de São Paulo
invertendo ou humorizando sua mensagem. Veja os
exemplos abaixo: A intertextualidade tecida por Oswald de Andrade
se quer crítica, substituindo as “palmeiras” naturais
Canção do exílio – Gonçalves Dias pelos “palmares” escravocratas. Esse método é comum
Minha terra tem palmeiras,  no século XX, século de releitura da tradição. Um outro
Onde canta o Sabiá;  modo de intertextualidade é a paráfrase (do grego,
As aves, que aqui gorjeiam,  reprodução de uma sentença), em que se resgata um texto
Não gorjeiam como lá. original, modificando-o, sem alterar sua mensagem. Veja
Nosso céu tem mais estrelas,  o exemplo:
Nossas várzeas têm mais flores,  “Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Nossos bosques têm mais vida,  Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Nossa vida mais amores. Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Em  cismar, sozinho, à noite,  Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Mais prazer eu encontro lá; 
Onde canta o sabiá!”
Minha terra tem palmeiras, 
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e
Onde canta o Sabiá.
Bahia”)
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá;  Notamos acima a intertextualidade oferecida por
Em cismar, sozinho, à noite, Drummond, que dialoga com o poema de Gonçalves
Mais prazer eu encontro lá;  Dias mas, ao contrário de Oswald de Andrade, não desvia
Minha terra tem palmeiras,  o sentido do texto original, antes reforça sua primeira
Onde canta o Sabiá. mensagem.
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
LÍNGUA PORTUGUESA

Sem que disfrute os primores 


Que não encontro por cá; 
Sem qu’inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.  
 
De Primeiros cantos (1847)

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Nas artes visuais a intertextualidade também é A epígrafe apresentada acima já adianta ao leitor o
conhecida. Vejamos: tom que será usado na análise posterior.
- Citação: essa palavra, oriunda do latim, significa
convocação. Utilizada principalmente em textos
científicos e acadêmicos, consiste no resgate da fala de
uma autoridade do assunto em questão para reforçar os
argumentos apresentados no texto.
Exemplo:
Diz-se que a racionalidade é o que separa o homem
do seu outro, animal. Como diria Jean-Paul Sartre: “No
ponto de partida não pode haver outra verdade além
desta: «penso, logo existo», esta é a verdade absoluta da
consciência alcançando-se a si mesma.”

- Alusão: do latim alludere (para brincar), usado


quando se faz uma menção direta a algum fato explicitado
em outro texto.
Exemplo: E ela ainda diz que não se trata de uma
Quem nunca ouviu falar da Monalisa, iniciada em 1503 Amélia.
por Leonardo Da Vinci, e considerada uma das obras Na frase acima, faz-se uma alusão à música de Mário
mais famosas do mundo? Durante séculos vista como Lago, “Amélia”, em que se apresenta a imagem de uma
símbolo de perfeição, tal obra foi relida em 1919 pelo mulher submissa e do lar.
artista dadaísta Marcel Duchamp e tomou essa feição: Podemos perceber, portanto, que a intertextualidade
faz parte da própria cultura diária. A todo momento
somos influenciados pelo que lemos e vemos e o
reproduzimos de forma criativa. Como diria Julia Kristeva,
todos somos um “mosaico de citações”.

PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS.

Texto:
“Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um
desses craques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e
Pelé), mas ainda tem um longo caminho a trilhar (...).”
Veja São Paulo, 26/12/1990, p. 15.

Esse texto diz explicitamente que:


I – Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são
craques;
II – Neto não tem o mesmo nível desses craques;
III – Neto tem muito tempo de carreira pela frente.
Um simples bigode numa musa como Gioconda é
bem mais que uma paródia, é também intertextualidade O texto deixa implícito que:
crítica. Ao mesmo tempo que Duchamp dialoga com Da I – Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se
Vinci, resgatando sua obra máxima, o francês dialoga dos craques citados;
também com artistas e pensadores do século XX, os II – Esses craques são referência de alto nível em sua
quais estão criticando a noção do pintor enquanto gênio especialidade esportiva;
criador. III – Há uma oposição entre Neto e esses craques no
Há outras formas de intertextualidade. Vejamos: que diz respeito ao tempo disponível para evoluir.

- Epígrafe: originalmente “o que está na posição Todos os textos transmitem explicitamente certas
superior”, a epígrafe é utilizada no início de textos, informações, enquanto deixam outras implícitas.
quando o autor resgata uma citação de outro pensador e Por exemplo, o texto acima não explicita que existe
a coloca como indicação do que será analisado nas linhas a possibilidade de Neto se equiparar aos quatro
LÍNGUA PORTUGUESA

que seguem. futebolistas, mas a inclusão do advérbio ainda estabelece


Exemplo: esse implícito. Não diz também com explicitude que há
Uma análise dos aspectos sociolinguísticos dos oposição entre Neto e os outros jogadores, sob o ponto
falantes do sul do Brasil de vista de contar com tempo para evoluir. A escolha do
Maria Silva conector “mas” entre a segunda e a primeira oração só
“O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o é possível levando em conta esse dado implícito. Como
que nós mesmos fazemos com aquilo que fazem de nós” se vê, há mais significados num texto do que aqueles
- Jean-Paul Sartre que aparecem explícitos na sua superfície. Leitura

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proficiente é aquela capaz de depreender tanto um tipo “Mas quem disse que é certa a mudança do curso do
de significado quanto o outro, o que, em outras palavras, rio?”
significa ler nas entrelinhas. Sem essa habilidade, o leitor A aceitação do pressuposto estabelecido pelo
passará por cima de significados importantes ou, o que emissor permite levar adiante o debate; sua negação
é bem pior, concordará com ideias e pontos de vista que compromete o diálogo, uma vez que destrói a base
rejeitaria se os percebesse. sobre a qual se constrói a argumentação, e daí nenhum
Os significados implícitos costumam ser classificados argumento tem mais importância ou razão de ser. Com
em duas categorias: os pressupostos e os subentendidos. pressupostos distintos, o diálogo não é possível ou não
Pressupostos: são ideias implícitas que estão tem sentido.
implicadas logicamente no sentido de certas palavras ou A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes,
expressões explicitadas na superfície da frase. Exemplo: pode ser embaraçosa ou não, dependendo do que está
pressuposto em cada situação. Para alguém que não
“André tornou-se um antitabagista convicto.” faz segredo sobre a mudança de emprego, não causa o
A informação explícita é que hoje André é um menor embaraço uma pergunta como esta:
antitabagista convicto. Do sentido do verbo tornar-se,
que significa “vir a ser”, decorre logicamente que antes “Como vai você no seu novo emprego?”
André não era antitabagista convicto. Essa informação O efeito da mesma pergunta seria catastrófico se ela
está pressuposta. Ninguém se torna algo que já era se dirigisse a uma pessoa que conseguiu um segundo
antes. Seria muito estranho dizer que a palmeira tornou- emprego e quer manter sigilo até decidir se abandona
se um vegetal. o anterior. O adjetivo novo estabelece o pressuposto
de que o interrogado tem um emprego diferente do
“Eu ainda não conheço a Europa.” anterior.
A informação explícita é que o enunciador não tem
conhecimento do continente europeu. O advérbio ainda Marcadores de Pressupostos
deixa pressuposta a possibilidade de ele um dia conhecê-
la. Adjetivos ou palavras similares modificadoras do
substantivo
As informações explícitas podem ser questionadas
pelo receptor, que pode ou não concordar com elas. Os
Exemplo:
pressupostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo
I – Julinha foi minha primeira filha;
menos, admitidos como tais, porque esta é uma condição
“Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as
para garantir a continuidade do diálogo e também
outras nasceram depois de Julinha.
para fornecer fundamento às afirmações explícitas. Isso
significa que, se o pressuposto é falso, a informação
II – Destruíram a outra igreja do povoado.
explícita não tem cabimento. Assim, por exemplo, se “Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma
Maria não falta nunca a aula nenhuma, não tem o menor igreja além da usada como referência.
sentido dizer “Até Maria compareceu à aula de hoje”. Até
estabelece o pressuposto da inclusão de um elemento 2. Certos verbos
inesperado. I – Renato continua doente;
Na leitura, é muito importante detectar os O verbo “continua” indica que Renato já estava
pressupostos, pois eles são um recurso argumentativo doente no momento anterior ao presente.
que visa a levar o receptor a aceitar a orientação
argumentativa do emissor. Ao introduzir uma ideia sob a II – Nossos dicionários já aportuguesaram a palavra
forma de pressuposto, o enunciador pretende transformar copydesk;
seu interlocutor em cúmplice, pois a ideia implícita não O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de
é posta em discussão, e todos os argumentos explícitos que copidesque não existia em português.
só contribuem para confirmá-la. O pressuposto aprisiona
o receptor no sistema de pensamento montado pelo 3. Certos advérbios
enunciador. I – A produção automobilística brasileira está
A demonstração disso pode ser feita com as “verdades totalmente nas mãos das multinacionais;
incontestáveis” que estão na base de muitos discursos O advérbio totalmente pressupõe que não há no
políticos, como o que segue: Brasil indústria automobilística nacional.
II – Você conferiu o resultado da loteria?
“Quando o curso do rio São Francisco for mudado, será Hoje não.
resolvido o problema da seca no Nordeste.” A negação precedida de um advérbio de tempo de
O enunciador estabelece o pressuposto de que é certa
LÍNGUA PORTUGUESA

âmbito limitado estabelece o pressuposto de que apenas


a mudança do curso do São Francisco e, por consequência, nesse intervalo (hoje) é que o interrogado não praticou o
a solução do problema da seca no Nordeste. O diálogo ato de conferir o resultado da loteria.
não teria continuidade se um interlocutor não admitisse
ou colocasse sob suspeita essa certeza. Em outros termos, Orações adjetivas
haveria quebra da continuidade do diálogo se alguém I – Os brasileiros, que não se importam com a
interviesse com uma pergunta deste tipo: coletividade, só se preocupam com seu bem-estar e, por
isso, jogam lixo na rua, fecham os cruzamentos, etc.

18
O pressuposto é que “todos” os brasileiros não se
importam com a coletividade. POLIFONIA
II – Os brasileiros que não se importam com a
coletividade só se preocupam com seu bem-estar e, por
isso, jogam lixo na rua, fecham os cruzamentos, etc. POLIFONIA
Nesse caso, o pressuposto é outro: “alguns” brasileiros
não se importam com a coletividade. A introdução do conceito de polifonia no universo das
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, ciências da linguagem deve-se aos trabalhos realizados
é restritiva. As explicativas pressupõem que o que elas por Bakhtin para caracterizar o romance de Dostoiévski.
expressam se refere à totalidade dos elementos de um A abordagem do tema remete-nos a um ponto es-
conjunto; as restritivas, que o que elas dizem concerne sencial da obra bakhtiniana: a relação autor-herói. Se-
apenas a parte dos elementos de um conjunto. O gundo Faraco (2006, p. 46), a “teorização sobre a relação
produtor do texto escreverá uma restritiva ou uma estética entre autor e herói passa por um significativo
explicativa segundo o pressuposto que quiser comunicar. refinamento quando Bakhtin analisa a narrativa de Dos-
Subentendidos: são insinuações contidas em uma toiévski”, pois, através desse exame, torna-se possível a
frase ou um grupo de frases. Suponhamos que uma visualização de uma nova posição artística: um cenário
pessoa estivesse em visita à casa de outra num dia de frio no qual a voz autoral e a voz do herói são colocadas em
glacial e que uma janela, por onde entravam rajadas de um mesmo plano.
vento, estivesse aberta. Se o visitante dissesse “Que frio A voz do herói sobre si mesmo e o mundo é tão plena
terrível”, poderia estar insinuando que a janela deveria como a palavra comum do autor; não está subordinada à
ser fechada. imagem objetificada do herói como uma de suas carac-
Há uma diferença capital entre o pressuposto e o terísticas, mas tampouco serve de intérprete da voz do
subentendido. O primeiro é uma informação estabelecida autor. Ela possui independência excepcional na estrutura
como indiscutível tanto para o emissor quanto para da obra, é como se soasse ao lado da palavra do autor
o receptor, uma vez que decorre necessariamente do coadunando-se de modo especial com ela e com as vo-
sentido de algum elemento linguístico colocado na zes plenivalentes de outros heróis. (BAKHTIN, 1981, p. 03)
frase. Ele pode ser negado, mas o emissor coloca o Segundo Bakhtin, o termo “voz” refere-se à consciên-
implicitamente para que não o seja. Já o subentendido cia falante que se faz presente nos enunciados. Tal cons-
é de responsabilidade do receptor. O emissor pode ciência não é neutra, está sempre refletindo percepções
esconder-se atrás do sentido literal das palavras e negar de mundo, juízos e valores. Para ele, a análise das perso-
que tenha dito o que o receptor depreendeu de suas nagens de Dostoievski permite-nos identificar a presença
palavras. Assim, no exemplo dado acima, se o dono da desses diferentes pontos de vista da sociedade.
casa disser que é muito pouco higiênico fechar todas as A personagem interessa a Dostoiévski enquanto pon-
janelas, o visitante pode dizer que também acha e que to de vista específico sobre o mundo e sobre si mesma,
apenas constatou a intensidade do frio. enquanto posição racional e valorativa do homem em
O subentendido serve, muitas vezes, para o emissor relação a si mesmo e à realidade circundante. Para Dos-
se proteger, para transmitir a informação que deseja toiévski não importa o que sua personagem é no mundo,
dar a conhecer sem se comprometer. Imaginemos, por mas, acima de tudo, o que o mundo é para a persona-
exemplo, que um funcionário recém promovido numa gem e o que ela é para si mesma. (BAKHTIN, 1981, p.46)
empresa ouvisse de um colega o seguinte: Florêncio (2002) ressalta que a polifonia manifesta-
“Competência e mérito continuam não valendo nada -se em certos tipos de textos que deixam entrever outras
como critério de promoção nesta empresa...” vozes. Em alguns discursos, é o “acionamento” dessa po-
lifonia que permite aos interlocutores escutar as diferen-
Esse comentário talvez suscitasse esta suspeita: tes vozes, sem disfarçá-las”.
“Você está querendo dizer que eu não merecia a Cada conjunto verbalizado grande e criativo é um sis-
promoção?” tema de relações muito complexo e multiplanar. Na rela-
ção criadora com a língua não existem palavras sem voz,
Ora, o funcionário preterido, tendo recorrido a um palavras de ninguém. Em cada palavra há vozes às vezes
subentendido, poderia responder: infinitamente distantes, anônimas, quase impessoais (as
“Absolutamente! Estou falando em termos gerais.” vozes dos matizes lexicais, dos estilos, etc.), quase im-
perceptíveis, e vozes próximas, que soam concomitante-
mente (Bakhtin, [1979]; 2003:330).
A questão da polifonia ou multiplicidade de vozes
surge em Bakhtin quando o autor inicia suas concepções
LÍNGUA PORTUGUESA

relacionadas ao romance, mais especificamente no en-


saio O autor e a personagem , aqui no Brasil incluído
em Estética da Criação Verbal (2003). Segundo Bakhtin,
o autor-criador (que não é por princípio, uma instância
narrativa abstrata, ou seja, “o narrador”) é a consciên-
cia de uma consciência, uma consciência que engloba
e acaba a consciência do personagem (herói) e do seu

19
mundo; o autor-criador sabe mais do que seu persona- curso único, de uma única voz (há uma espécie de aba-
gem. Daí surge o conceito de exotopia usado por Bakhtin famento de vozes). Tanto o discurso monológico como o
(2003); Tezza (1997; 2001) e Bezerra (2005), apontando discurso heteroglóssico (constituído por vozes diversas),
que a relação criadora é sempre marcada por um princí- ambos resultantes das forças centralizadoras e descen-
pio básico, isto é, como o autor (-criador) sabe mais do tralizadoras da língua, respectivamente, estão presentes
que seu personagem, há um excedente de saber e é esse em qualquer enunciado.
excedente que lhe dará o princípio da obra literária. Pelo
princípio da exotopia, devido ao fato de uma consciência
estar fora de outra, de uma consciência ver a outra como
um todo acabado, ela nunca poderá fazer isso consigo NÍVEIS DE LINGUAGEM
mesma. Ou seja, o personagem não se define por sua
estrutura intrínseca, por suas características autônomas,
mas, fundamentalmente, pela relação que o autor-cria- NÍVEIS DE LINGUAGEM
dor mantém com ele. O autor dá ao personagem o que é
inacessível ao próprio personagem: sua imagem externa. A língua é um código de que se serve o homem
Fazendo um paralelo com a vida real: o autor é para o para elaborar mensagens, para se comunicar. Existem
personagem o que o outro é para mim; é o ponto de basicamente duas modalidades de língua, ou seja, duas
vista do outro que me dá acabamento. Cada aconteci- línguas funcionais:
mento que passamos ou vivemos em nossas vidas está A) a língua funcional de modalidade culta, língua
permanentemente aberto. Fica mais uma vez claro que a culta ou língua-padrão, que compreende a
natureza dialógica da linguagem, na visão de mundo de língua literária, tem por base a norma culta, forma
Bakhtin, está presente em todas as suas realizações – no linguística utilizada pelo segmento mais culto e
universo bakhtiniano, nenhuma voz, jamais, fala sozinha. influente de uma sociedade. Constitui, em suma,
E isso acontece não porque estamos socialmente expos- a língua utilizada pelos veículos de comunicação
tos a influências externas, mas porque a natureza da lin- de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais,
guagem é inelutavelmente dupla.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a
Tezza (2001:283), afirma que “O conceito de exo-
de serem aliados da escola, prestando serviço à
topia que Bakhtin criou é de tal forma produtivo como
sociedade, colaborando na educação;
interpretação da consciência e dos fatos da consciência
B) a língua funcional de modalidade popular;
que, (...), em alguns momentos não sabemos mais se ele
língua popular ou língua cotidiana, que
está nos falando apenas dos fenômenos estéticos ou se
apresenta gradações as mais diversas, tem o seu
ele está mesmo criando uma concepção filosófica.”. Pois
limite na gíria e no calão.
com frequência, a forma como ele se refere ao “aconte-
cimento aberto da vida”, e de como este acontecimento
aberto encontra-se impregnado no objeto estético, nos NORMA CULTA
dá lampejos de sua visão de mundo – ou utilizando as
concepções de Tezza (2001), O autor e o herói de fato se A norma culta, forma linguística que todo povo
insere num painel teórico muito mais amplo. civilizado possui, é a que assegura a unidade da língua
Se eu mesmo sou um ser acabado e se o aconteci- nacional. E justamente em nome dessa unidade, tão
mento é algo acabado, não posso nem viver nem agir: importante do ponto de vista político--cultural, que é
para viver, devo estar inacabado, aberto para mim mes- ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas. Sendo
mo – pelo menos no que constitui o essencial da minha mais espontânea e criativa, a língua popular afigura-se
vida -, devo ser para mim mesmo um valor ainda porvir, mais expressiva e dinâmica. Temos, assim, à guisa de
devo não coincidir com a minha própria atualidade (Ba- exemplificação:
khtin apud Tezza, 2001:284). Estou preocupado. (norma culta)
Eu só posso me imaginar, por inteiro, sob o olhar do Tô preocupado. (língua popular)
outro; pelo princípio dialógico (que em certo sentido de- Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)
corre da exotopia), a minha palavra está inexoravelmente
contaminada do olhar de fora, do outro que lhe dá sen- Não basta conhecer apenas uma modalidade de
tido e acabamento. É o outro que nos completa, que vê língua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a
o que não podemos ver, assim como nós vemos no ou- espontaneidade, expressividade e enorme criatividade,
tro o que ele próprio não pode ver. Por isso, ao escrever para viver; urge conhecer a língua culta para conviver.
esta dissertação estou me (re)construindo como pessoa Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das
e como profissional. normas da língua culta.
Em Diálogos com Bakhtin (2001), Barros (p.36) em-
LÍNGUA PORTUGUESA

prega o termo polifonia para caracterizar certo tipo de O conceito de erro em língua
texto, aquele em que o dialogismo se deixa ver, se deixa Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto
transparecer. Aquele texto em que são percebidas muitas nos casos de ortografia. O que normalmente se comete
vozes, em que os diálogos entre discursos mostram-se, são transgressões da norma culta. De fato, aquele que,
deixam-se ver ou entrever. Por oposição, há também os num momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou
textos monofônicos que escondem os diálogos que os ele falar”, não comete propriamente erro; na verdade,
constituem, eles se ocultam sob a aparência de um dis- transgride a norma culta.

20
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário
fala, transgride tanto quanto um indivíduo que compare- escolar palavras como corrigir e correto, quando nos
ce a um banquete trajando xortes ou quanto um banhis- referimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão
ta, numa praia, vestido de fraque e cartola. que deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas
Releva considerar, assim, o momento do discurso, frases da língua popular para a língua culta”.
que pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
íntimo é o das liberdades da fala. No recesso do lar, na uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada
fala entre amigos, parentes, namorados, etc., portanto, conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a
são consideradas perfeitamente normais construções do norma culta.
tipo:
Eu não vi ela hoje. LÍNGUA ESCRITA E LÍNGUA FALADA - NÍVEL DE
Ninguém deixou ele falar. LINGUAGEM
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse! A língua escrita, estática, mais elaborada e menos
Não assisti o filme nem vou assisti-lo. econômica, não dispõe dos recursos próprios da língua
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo. falada.
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação
Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a (melodia da frase), as pausas (intervalos significativos
norma culta, deixando mais livres os interlocutores. no decorrer do discurso), além da possibilidade de
O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que gestos, olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada
é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se a modalidade mais expressiva, mais criativa, mais
por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou espontânea e natural, estando, por isso mesmo, mais
seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções sujeita a transformações e a evoluções.
se alteram: Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em
Eu não a vi hoje. importância. Nas escolas, principalmente, costuma
Ninguém o deixou falar. se ensinar a língua falada com base na língua escrita,
Deixe-me ver isso! considerada superior. Decorrem daí as correções, as
Eu te amo, sim, mas não abuses! retificações, as emendas, a que os professores sempre
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
estão atentos.
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades,
mostrando as características e as vantagens de uma
Considera-se momento neutro o utilizado nos
e outra, sem deixar transparecer nenhum caráter de
veículos de comunicação de massa (rádio, televisão,
superioridade ou inferioridade, que em verdade inexiste.
jornal, revista, etc.). Daí o fato de não se admitirem
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na
deslizes ou transgressões da norma culta na pena ou na
língua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação
boca de jornalistas, quando no exercício do trabalho, que
deve refletir serviço à causa do ensino. de línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de
O momento solene, acessível a poucos, é o da arte dialetos, consequência natural do enorme distanciamento
poética, caracterizado por construções de rara beleza. entre uma modalidade e outra.
Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-
Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa elaborada que a língua falada, porque é a modalidade
de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta que mantém a unidade linguística de um povo, além
o comete, passando, assim, a constituir fato linguístico de ser a que faz o pensamento atravessar o espaço e o
registro de linguagem definitivamente consagrado pelo tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida
uso, ainda que não tenha amparo gramatical. Exemplos: será possível sem a língua escrita, cujas transformações,
Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!) por isso mesmo, processam-se lentamente e em número
Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir) consideravelmente menor, quando cotejada com a
Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos modalidade falada.
dispersar e Não vamos dispersar-nos) Importante é fazer o educando perceber que o nível
Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho da linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo
de sair daqui bem depressa) com a situação em que se desenvolve o discurso.
O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no O ambiente sociocultural determina o nível da
seu posto) linguagem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a
pronúncia e até a entoação variam segundo esse nível.
As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos Um padre não fala com uma criança como se estivesse
LÍNGUA PORTUGUESA

impedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são em uma missa, assim como uma criança não fala como
exemplos também de transgressões ou “erros” que se um adulto. Um engenheiro não usará um mesmo
tornaram fatos linguísticos, já que só correm hoje porque discurso, ou um mesmo nível de fala, para colegas e
a maioria viu tais verbos como derivados de pedir, que para pedreiros, assim como nenhum professor utiliza o
tem início, na sua conjugação, com peço. Tanto bastou mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.
para se arcaizarem as formas então legítimas impido, Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre
despido e desimpido, que hoje nenhuma pessoa bem- esses níveis, destacam-se em importância o culto e o
escolarizada tem coragem de usar. cotidiano, a que já fizemos referência.

21
USO E ADEQUAÇÃO DA LÍNGUA À DISCURSO DIRETO E INDIRETO
SITUAÇÃO DE COMUNICAÇÃO

ANÁLISE E TIPO DE DISCURSO


TEORIA DA COMUNICAÇÃO: EMISSOR, MENSAGEM
E RECEPTOR A Análise do Discurso é uma prática da linguística
no campo da Comunicação, e consiste em analisar a
Nas situações de comunicação, alguns elementos são estrutura de um texto e, a partir disto, compreender as
sempre identificados, isto é, sem eles, pode-se dizer que construções ideológicas presentes no mesmo.
não há comunicação. É o que diz a teoria da comunicação. O discurso em si é uma construção linguística atrelada
Os elementos da comunicação são: ao contexto social no qual o texto é desenvolvido. Ou seja,
A) Emissor ou destinador: alguém que emite a as ideologias presentes em um discurso são diretamente
mensagem. Pode ser uma pessoa, um grupo, uma determinadas pelo contexto político-social em que vive
empresa, uma instituição. o seu autor. Mais que uma análise textual, a análise do
B) Receptor ou destinatário: a quem se destina a Discurso é uma análise contextual da estrutura discursiva
mensagem. Pode ser uma pessoa, um grupo ou em questão.
mesmo um animal, como um cão, por exemplo. Michel Foucault descreveu a Ordem do Discurso como
C) Código: a maneira pela qual a mensagem se uma construção de características sociais. A sociedade
organiza. O código é formado por um conjunto de que promove o contexto do discurso analisado é a base
sinais, organizados de acordo com determinadas de toda a estrutura do texto, atrelando, deste modo, todo
regras, em que cada um dos elementos tem e qualquer elemento que possa fazer parte do sentido do
significado em relação com os demais. Pode ser a discurso. O texto só pode assim ser chamado se o seu
língua, oral ou escrita, gestos, código Morse, sons receptor for capaz de compreender o seu sentido, e isto
etc. O código deve ser de conhecimento de ambos cabe ao autor do texto e à atenção que o mesmo der
os envolvidos: emissor e destinatário. ao contexto da construção de seu discurso. É a relação
D) Canal de comunicação: meio físico ou virtual, que básica para a existência da comunicação verbal: emissão
assegura a circulação da mensagem, por exemplo: – recepção – compreensão.
ondas sonoras, no caso da voz. O canal deve As práticas discursivas geram também outros
garantir o contato entre emissor e receptor. âmbitos de análise do discurso, como o Universo de
E) Mensagem: é o objeto da comunicação, é Concorrências, que consiste na competição entre vários
constituída pelo conteúdo das informações emissores para atingir um mesmo público-alvo. A partir
transmitidas. disto, os emissores precisam inteirar-se do contexto
F) Referente: o contexto, a situação à qual a da vida do seu receptor, para que deste modo possam
mensagem se refere. O contexto pode se constituir interpelá-lo segundo sua própria ideologia, fazendo
na situação, nas circunstâncias de espaço e tempo com que sua mensagem seja recebida e assimilada pelo
em que se encontra o remetente da mensagem. receptor sem que o mesmo perceba que está sendo alvo
Pode também dizer respeito aos aspectos do de uma tentativa de convencimento, por assim dizer.
mundo textual da mensagem. Dentro da análise do Discurso há também o discurso
estético, feito por meio de imagens, e que interpelam o
Todo sistema de comunicação é constituído por esse indivíduo através de sua sensibilidade, que está ligada ao
conjunto de elementos, que entra em jogo em cada ato seu contexto também. A sensibilidade de um indivíduo
de comunicação para assegurar a troca de informações. se define a partir do que, ao longo de sua vida, torna-
Nem sempre a troca de informações é bem sucedida. se importante e desperta-lhe sentimentos. Com isto,
Denomina-se ruído os elementos que perturbam, podemos analisar as artes produzidas em diferentes
dificultam a compreensão pelo destinador, como por épocas da história em todo o mundo e perceber as
exemplo, o barulho ou mesmo uma voz muito baixa. O diferentes formas de interpelação e contextualidade
ruído pode ser também de ordem visual, como borrões, presentes nas mesmas. O discurso estético tem a mesma
rabiscos etc. capacidade ideológica que o discurso verbal, com a
vantagem de atingir o indivíduo esteticamente, o que
SITE pode render muito mais rapidamente o sucesso do
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/ discurso aplicado.
disciplinas/portugues/teoria-da-comunicacao-emissor- A partir na análise de todos os aspectos do discurso
mensagem-e-receptor.htm> chega-se ao mais importante: o sentido. O sentido do
LÍNGUA PORTUGUESA

discurso não é fixo, por vários motivos: pelo contexto,


pela estética, pela ordem do discurso, pela sua forma de
construção. O sentido do discurso encontra-se sempre
em aberto para a possibilidade de interpretação do seu
receptor. O efeito do discurso é, claramente, transmitir
uma mensagem e alcançar um objetivo premeditado
através da interpretação e interpelação do indivíduo alvo.

22
Tipos de Discurso: direto, indireto e indireto livre
ADEQUAÇÃO VOCABULAR. PROSÓDIA E
Vozes do Discurso SEMÂNTICA: DENOTAÇÃO, CONOTAÇÃO E
Ao lermos um texto, observamos que há um narrador AMBIGUIDADE. POLISSEMIA. HOMONÍMIA,
- que é quem conta o fato. Esse locutor ou narrador
SINONÍMIA, ANTONÍMIA E PARONÍMIA.
pode introduzir outras vozes no texto para auxiliar a
narrativa. Para fazer a introdução dessas outras vozes no ORTOÉPIA E PROSÓDIA.
texto, a voz principal ou privilegiada - o narrador - usa
o que chamamos de discurso. O que vem a ser discurso
dentro do texto? É a forma como as falas são inseridas na SIGNIFICADO DAS PALAVRAS
narrativa. Ele pode ser classificado em: direto, indireto e
indireto livre. Semântica é o estudo da significação das palavras
e das suas mudanças de significação através do tempo
A) Discurso direto: reproduz fiel e literalmente algo ou em determinada época. A maior importância está em
dito por alguém. Um bom exemplo de discurso distinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia)
direto são as citações ou transcrições exatas da e homônimos e parônimos (homonímia / paronímia).
declaração de alguém.
 Primeira pessoa (eu, nós) – é o narrador quem fala, Sinônimos
usando aspas ou travessões para demarcar que São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto
está reproduzindo a fala de outra pessoa: “Não - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar -
gosto disso” – disse a menina em tom zangado. abolir.
Duas palavras são totalmente sinônimas quando
B) Discurso indireto: o narrador, usando suas são substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto
próprias palavras, conta o que foi dito por outra (cara e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas
pessoa. Temos então uma mistura de vozes, pois quando, ocasionalmente, podem ser substituídas,
as falas dos personagens passam pela elaboração uma pela outra, em deteminado enunciado (aguadar e
da fala do narrador. esperar).
 Terceira pessoa - ele(s), ela(s) – O narrador só usa
sua própria voz, o que foi dito pela personagem Observação:
passa pela elaboração do narrador. Não há uma A contribuição greco-latina é responsável pela
pontuação específica que marque o discurso existência de numerosos pares de sinônimos: adversário e
indireto: A menina disse em tom zangado, que não
antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo;
gostava daquilo.
contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo;
transformação e metamorfose; oposição e antítese.
C) Discurso indireto livre: É um discurso no qual
há uma maior liberdade, o narrador insere a fala
do personagem de forma sutil, sem fazer uso Antônimos
das marcas do discurso direto. É necessário que São palavras que se opõem através de seu significado:
se tenha atenção para não confundir a fala do ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar;
narrador com a fala do personagem, pois esta mal - bem.
surge de repente em meio à fala do narrador: A
menina perambulava pela sala irritada e zangada. Observação:
Eu não gosto disso! E parecia que ninguém a ouvia. A antonímia pode se originar de um prefixo de
sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer;
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e
discórdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista
e anticomunista; simétrico e assimétrico.

Homônimos e Parônimos

• Homônimos = palavras que possuem a mesma


grafia ou a mesma pronúncia, mas significados
diferentes. Podem ser
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e


diferentes na pronúncia:
rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher
(subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.)
e denuncia (verbo); providência (subst.) e providencia
(verbo).

23
B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e Polissemia
diferentes na escrita: Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
acender (atear) e ascender (subir); concertar multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
(harmonizar) e consertar (reparar); cela (compartimento) um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
e sela (arreio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço mas que abarca um grande número de significados
(palácio) e passo (andar). dentro de seu próprio campo semântico.
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo
C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou percebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade
perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pro- de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-
núncia: se em consideração as situações de aplicabilidade. Há
caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e uma infinidade de exemplos em que podemos verificar a
cedo (adv.); livre (adj.) e livre (verbo). ocorrência da polissemia:
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
• Parônimos = palavras com sentidos diferentes,
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
porém de formas relativamente próximas. São
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
palavras parecidas na escrita e na pronúncia: cesta
sobrevivência
(receptáculo de vime; cesta de basquete/esporte) O passarinho foi atingido no bico.
e sesta (descanso após o almoço), eminente
(ilustre) e iminente (que está para ocorrer), osso Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
(substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
e/ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
comprimento (medida) e cumprimento (saudação), de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
autuar (processar) e atuar (agir), infligir (aplicar que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão”
pena) e infringir (violar), deferir (atender a) e ou “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões
diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emitir é o formato quadriculado que têm.
som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar;
apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal) e Polissemia e homonímia
tráfego (relativo a movimento, trânsito), mandato A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
(procuração) e mandado (ordem), emergir (subir à comum. Quando a mesma palavra apresenta vários
superfície) e imergir (mergulhar, afundar). significados, estamos na presença da polissemia. Por
outro lado, quando duas ou mais palavras com origens
Hiperonímia e Hiponímia e significados distintos têm a mesma grafia e fonologia,
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem temos uma homonímia.
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
o hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não
hiperônimo, mais abrangente. é polissemia porque os diferentes significados para a
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao palavra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma
hipônimo, criando, assim, uma relação de dependência palavra polissêmica: pode significar o elemento básico
semântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de
hiperonímia com carros, já que veículos é uma palavra de um determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes
significados estão interligados porque remetem para o
significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões.
mesmo conceito, o da escrita.
Veículos é um hiperônimo de carros.
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
Polissemia e ambiguidade
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto
utilização correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado
evita a repetição desnecessária de termos. pode ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma
interpretação. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS colocação específica de uma palavra (por exemplo, um
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Pessoas que têm uma alimentação equilibrada
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza frequentemente são felizes.
Cochar - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. Neste caso podem existir duas interpretações
– São Paulo: Saraiva, 2010. diferentes:
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: As pessoas têm alimentação equilibrada porque
LÍNGUA PORTUGUESA

literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. são felizes ou são felizes porque têm uma alimentação
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua equilibrada.
Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica,
SITE ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma
Disponível em: <http://www.coladaweb.com/ interpretação. Para fazer a interpretação correta é muito
portugues/sinonimos,-antonimos,-homonimos-e- importante saber qual o contexto em que a frase é
paronimos> proferida.

24
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção medicamentos, textos científicos, entre outros. A palavra
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, “pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas
comicidade. Repare na figura abaixo: um pedaço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero.
As estrelas deixam o céu mais bonito!

B) Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes
interpretações, dependendo do contexto em que esteja
inserida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que
vão além do sentido original da palavra, ampliando sua
significação mediante a circunstância em que a mesma
é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido
conotativo ela pode significar castigo (dar-lhe um pau),
(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- reprovação (tomei pau no concurso).
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). A conotação tem como finalidade provocar
sentimentos no receptor da mensagem, através da
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, expressividade e afetividade que transmite. É utilizada
mas duas seriam: principalmente numa linguagem poética e na literatura,
mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras
Corte e coloração capilar de música, em anúncios publicitários, entre outros.
ou Exemplos:
Faço corte e pintura capilar Você é o meu sol!
Minha vida é um mar de tristezas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Você tem um coração de pedra!
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
#FicaDica
– São Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Procure associar Denotação com Dicionário:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. trata-se de definição literal, quando o termo
é utilizado com o sentido que consta no
SITE dicionário.
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
gramatica/polissemia.htm>
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Denotação e Conotação SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Exemplos de variação no significado das palavras: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. –
literal) São Paulo: Saraiva, 2010.
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
figurado) SITE
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-
denotacao/
As variações nos significados das palavras ocasionam
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras.

A) Denotação EXERCÍCIOS COMENTADOS


Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
apresenta seu significado original, independentemente 1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) Um
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado ex-governador do estado do Amazonas disse o seguinte:
LÍNGUA PORTUGUESA

mais objetivo e comum, aquele imediatamente “Defenda a ecologia, mas não encha o saco”. (Gilberto
reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro Mestrinho) O vocábulo sublinhado, composto do radical-
significado que aparece nos dicionários, sendo o logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do meio
significado mais literal da palavra. ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo radical,
A denotação tem como finalidade informar o receptor que tem seu significado corretamente indicado é:
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um
caráter prático. É utilizada em textos informativos, como a) Antropologia: estudo do homem como representante
jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de do sexo masculino;

25
b) Etimologia: estudo das raças humanas; A palavra “chaga”, empregada com o sentido de ferida
c) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre social, refere-se, na estrutura sintática do parágrafo, a
a Terra; “pobreza”.
d) Ginecologia: estudo das doenças privativas das
mulheres; ( ) CERTO ( ) ERRADO
e) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza.
Resposta: Errado
Resposta: Letra D (...) É o caso do trabalho infantil. A chaga encontra
Em “a”: Antropologia: Ciência que se dedica ao estudo terreno = refere-se a “trabalho infantil”.
do homem (espécie humana) em sua totalidade
Em “b”: Etimologia: Ciência que investiga a origem 4. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CARGO
das palavras procurando determinar as causas e 33 – TÉCNICO ADMINISTRATIVO - Nível Médio –
circunstâncias de seu processo evolutivo CESPE-2013)
Em “c”: Meteorologia: Estudo dos fenômenos Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a
atmosféricos e das suas leis, principalmente com a edição de biografias à autorização do biografado ou
intenção de prever as variações do tempo. descendentes. As consequências da norma são negativas.
Em “d”: Ginecologia: estudo das doenças privativas das Uma delas é a impossibilidade de se registrar e deixar
mulheres = correta para a posteridade a vida de personagens importantes
Em “e”: Fisiologia: Ciência que trata das funções na formação do país, em qualquer ramo de atividade.
orgânicas pelas quais a vida se manifesta Permite-se a interdição de registros de época, em
prejuízo dos historiadores e pesquisadores do futuro.
2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o relato da
LEGISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Na verdade, vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores Mário de
todos os anos a imprensa nacional destaca os inaceitáveis Andrade e Guimarães Rosa. Tanto no jornalismo quanto
números da violência no país”. O vocábulo “inaceitáveis” na literatura não pode haver censura prévia. Publicada a
equivale ao “que não se aceita”. A equivalência correta reportagem (ou biografia), os que se sentirem atingidos
abaixo indicada é: que recorram à justiça. É preciso seguir o padrão existente
em muitos países, em que há biografias “autorizadas” e
a) tinta indelével / que não se apaga; “não autorizadas”.
b) ação impossível / que não se possui; Reclamações posteriores, quando existem, são
c) trabalho inexequível / que não se exemplifica; encaminhadas ao foro devido, os tribunais.
d) carro invisível / que não tem vistoria; O alegado “direito à privacidade” é argumento frágil
e) voz inaudível / que não possui audiência. para justificar o veto a que a historiografia do país seja
enriquecida, como se não bastasse o fato de o poder
de censura concedido a biografados e herdeiros ser um
atentado à Constituição.
Resposta: Letra A
O Globo, 23/9/2013 (com adaptações).
Em “a”: tinta indelével / que não se apaga = correta
Em “b”: ação impossível = que não é possível
A palavra “sonegado” está sendo empregada com o
Em “c”: trabalho inexequível = que não se executa
sentido de reduzido, diminuído.
Em “d”: carro invisível = que não se vê
Em “e”: voz inaudível = que não se ouve
( ) CERTO ( ) ERRADO
3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010) Resposta: Errado
A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis (...) Permite-se a interdição de registros de época, em
pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela prejuízo dos historiadores e pesquisadores do futuro.
origem de uma série de mazelas, algumas das quais Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o
proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do relato da vida do poeta Manoel Bandeira e dos
trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas escritores Mário de Andrade e Guimarães Rosa = o
sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde sentido é o de “impedido”.
o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga
crianças e adolescentes a participarem do processo de 5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014) O
produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem termo destacado na passagem do primeiro parágrafo –
e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na hora
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do da compra. – tem sentido equivalente a
LÍNGUA PORTUGUESA

Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil


foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado, a) impetuosidade.
ele continua sendo grave problema nos países mais b) empatia.
pobres. c) relutância.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com d) consentimento.
adaptações). e) segurança.

26
Resposta: Letra C Figuras de Palavras ou de Pensamento
Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na
hora da compra. Metáfora
Em “a”: impetuosidade (força) = incorreto Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão
Em “b”: empatia = incorreto em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas
Em “c”: relutância (resistência). em virtude da circunstância de que o nosso espírito as
Em “d”: consentimento (aceitação) = incorreto associa e percebe entre elas certas semelhanças. É o
Em “e”: segurança = incorreto emprego da palavra fora de seu sentido normal.
A substituição que manteria o sentido do período é
“ainda há relutância”. Observação:
Toda metáfora é uma espécie de comparação
implícita, em que o elemento comparativo não aparece.
Seus olhos são como luzes brilhantes.
FIGURA DE LINGUAGEM, PENSAMENTO E CONS- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
TRUÇÃO através do emprego da palavra como.

Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.


Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes.
Esta é a verdadeira metáfora.

Outros exemplos:
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Disponível em: <http://www.terapiadapalavra.com.
Pessoa)
br/figuras-de-linguagem-na-escrita-literaria/> Acesso
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
abr, 2018.
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando
A figura de palavra consiste na substituição de uma
a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico,
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja
Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar
por uma associação, uma comparação, uma similaridade. algum.
São construções que transformam o significado das Uma estrada de terra que leva a lugar algum é,
palavras para tirar delas maior efeito ou para construir na frase acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa
uma mensagem nova. expressão que indica uma alma rústica e abandonada
(e angustiadamente inútil), há uma comparação
Tipos de Figuras de Linguagem subentendida: Minha alma é tão rústica, abandonada
(e inútil) quanto uma estrada de terra que leva a lugar
Figuras de Som algum.

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes A Amazônia é o pulmão do mundo.


como recurso para intensificação do ritmo ou como Em sua mente povoa só inveja.
efeito sonoro significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes. Metonímia (ou sinédoque)
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa) É a substituição de um nome por outro, em virtude de
Quem com ferro fere com ferro será ferido. existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
pode acontecer dos seguintes modos:
Assonância - Consiste na repetição ordenada de Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
sons vocálicos idênticos: “Sou um mulato nato no sentido Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
lato mulato democrático do litoral.” Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
As lâmpadas iluminam o mundo).
Onomatopeia - Ocorre quando se tentam reproduzir Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da
na forma de palavras os sons da realidade: Os sinos
LÍNGUA PORTUGUESA

cruz. (= Não te afastes da religião).


faziam blem, blem, blem. Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
Paranomásia – é o uso de sons semelhantes em Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócrates
palavras próximas: “A fossa, a bossa, a nossa grande tomou veneno).
dor...” (Carlos Lyra) Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que
produzo).

27
Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Antítese
Bebeu todo o líquido que estava no cálice). Consiste no emprego de palavras que se opõem
Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones quanto ao sentido. O contraste que se estabelece serve,
foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos
dos jogadores). envolvidos que não se conseguiria com a exposição
Parte pelo todo: Várias pernas passavam isolada dos mesmos. Observe os exemplos:
apressadamente. (= Várias pessoas passavam “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
apressadamente). O corpo é grande e a alma é pequena.
Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem “Quando um muro separa, uma ponte une.”
nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse Não há gosto sem desgosto.
mundo).
Paradoxo ou oximoro
Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir
É a associação de ideias, além de contrastantes,
às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram
contraditórias. Seria a antítese ao extremo.
chamadas, não apenas uma mulher).
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Ouvimos as vozes do silêncio.
Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone).
Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns Eufemismo
astronautas foram à Lua). É o emprego de uma expressão mais suave, mais
Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá nobre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa
para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). áspera, desagradável ou chocante.
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao
Catacrese Senhor. (= morreu)
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
falta de um termo específico para designar um conceito, Faltar à verdade. (= mentir)
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a
empregar algumas palavras fora de seu sentido original. Ironia
Exemplos: “asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário
rosto”, “pé da mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”. do que as palavras ou frases expressam, geralmente
apresentando intenção sarcástica. A ironia deve ser muito
bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal
Perífrase ou Antonomásia
construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à
Trata-se de uma expressão que designa um ser
desejada pelo emissor.
através de alguma de suas características ou atributos, Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota
ou de um fato que o celebrizou. É a substituição de um mínima.
nome por outro ou por uma expressão que facilmente o Parece um anjinho aquele menino, briga com todos
identifique: que estão por perto.
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua O governador foi sutil como um elefante.
atraindo visitantes do mundo todo.
A Cidade-Luz (=Paris) Hipérbole
O rei das selvas (=o leão) É a expressão intencionalmente exagerada com o
intuito de realçar uma ideia.
Observação: Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
nome de antonomásia. Exemplos: O concurseiro quase morre de tanto estudar!
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida
praticando o bem. Prosopopeia ou Personificação
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito É a atribuição de ações ou qualidades de seres
animados a seres inanimados, ou características humanas
jovem.
a seres não humanos. Observe os exemplos:
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
As pedras andam vagarosamente.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um
Sinestesia cego que guia.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
LÍNGUA PORTUGUESA

Chora, violão.
É o cruzamento de sensações distintas.
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = Figuras de Construção ou de Sintaxe
auditivo; áspero = tátil)
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os Apóstrofe
acontecimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) personificada, de acordo com o objetivo do discurso,
que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-

28
se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele B) Vossa Excelência está preocupado.
imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe O adjetivo preocupado concorda com o sexo da
a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim pessoa, que nesse caso é masculino, e não com o termo
a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr Vossa Excelência.
em evidência com tal invocação. Realiza-se por meio do
vocativo. Exemplos: Silepse de Número - Os números são singular e
Moça, que fazes aí parada? plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da
“Pai Nosso, que estais no céu” oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da
Deus, ó Deus! Onde estás? oração, mas com a ideia que nele está contida. Exemplos:
A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
Gradação (ou clímax) de Salvador.
Apresentação de ideias por meio de palavras, O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
sinônimas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou
descendente (anticlímax). Observe este exemplo: Note que nos exemplos acima, os verbos andaram
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana e gritavam não concordam gramaticalmente com os
com seus olhos claros e brincalhões... sujeitos das orações (que se encontram no singular,
procissão e povo, respectivamente), mas com a ideia que
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade neles está contida. Procissão e povo dão a ideia de muita
dos olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se gente, por isso que os verbos estão no plural.
refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e
seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais:
ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos: eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu (as três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há
amor”. (Olavo Bilac) um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa
colheu-se.” (Padre Antônio Vieira) que está inscrita no sujeito. Exemplos:
O que não compreendo é como os brasileiros
Elipse persistamos em aceitar essa situação.
Consiste na omissão de um ou mais termos numa
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
oração e que podem ser facilmente identificados, tanto
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins
por elementos gramaticais presentes na própria oração,
públicos.” (Machado de Assis)
quanto pelo contexto.
A catedral da Sé. (a igreja catedral)
Observe que os verbos persistamos, temos e somos
Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao
não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos
estádio)
(brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira
Zeugma pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita brasileiros, os agricultores e os cariocas).
a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de Polissíndeto / Assíndeto
português) Para estudarmos as duas figuras de construção é
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só necessário recordar um conceito estudado em sintaxe
modernos. (só havia móveis) sobre período composto. No período composto por
Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de) coordenação, podemos ter orações sindéticas ou
assindéticas. A oração coordenada ligada por uma
Silepse conjunção (conectivo) é sindética; a oração que não
A silepse é a concordância que se faz com o termo apresenta conectivo é assindética. Recordado esse
que não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. conceito, podemos definir as duas figuras de construção:
É uma concordância anormal, psicológica, porque se faz A) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela
com um termo oculto, facilmente identificado. Há três repetição enfática dos conectivos. Observe o
tipos de silepse: de gênero, número e pessoa. exemplo: O menino resmunga, e chora, e grita, e
ninguém faz nada.
Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino B) Assíndeto - É uma figura caracterizada
e feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a pela ausência, pela omissão das conjunções
concordância se faz com a ideia que o termo comporta. coordenativas, resultando no uso de orações
LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: coordenadas assindéticas. Exemplos:


Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
A) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o “Vim, vi, venci.” (Júlio César)
calor intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando Pleonasmo
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é
(a cidade de Porto Velho). realçar a ideia, torná-la mais expressiva.

29
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O
amor venceu ao ódio)
Nesta oração, os termos “o problema da violência” Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
e “lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. Eu cuido dos meus problemas)
Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o
pronome “lo” classificado como objeto direto pleonástico.
Outro exemplo:
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas. #FicaDica
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
O nosso Hino Nacional é um exemplo de
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, hipérbato, já que, na ordem direta, teríamos:
e o pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o
pleonástico. brado retumbante de um povo heroico”.

Observação:
O pleonasmo só tem razão de ser quando confere
mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
vicioso: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Vi aquela cena com meus próprios olhos. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Vamos subir para cima. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Ele desceu pra baixo. Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Anáfora CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
É a repetição de uma ou mais palavras no início Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
de várias frases, criando, assim, um efeito de reforço
São Paulo: Saraiva, 2002.
e de coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão
em causa é posta em destaque, permitindo ao escritor
SITES
valorizar determinado elemento textual. Os termos
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
anafóricos podem muitas vezes ser substituídos por
secoes/estil/estil8.php>
pronomes.
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te
secoes/estil/estil5.php>
conhecia.
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo secoes/estil/estil2.php>
acaba.” (Padre Vieira)

Anacoluto
Consiste na mudança da construção sintática no meio
da frase, ficando alguns termos desligados do resto do EXERCÍCIOS COMENTADOS
período. É a quebra da estrutura normal da frase para a
introdução de uma palavra ou expressão sem nenhuma 1. (PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – FUNRIO
ligação sintática com as demais. – 2009) Observe o trecho de “O Cortiço”, de Aluísio
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles. de Azevedo: “Eram cinco horas da manhã e o cortiço
Morrer, todo haveremos de morrer. acordava, [...]. Um acordar alegre e farto de quem dormiu
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo? de uma assentada sete horas de chumbo.” Seu autor
utiliza o seguinte recurso estilístico:
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há a) eufemismo.
uma interrupção da frase e esta expressão fica à b) gradação.
parte, não exercendo nenhuma função sintática. O c) comparação.
anacoluto também é chamado de “frase quebrada”, pois d) antítese.
corresponde a uma interrupção na sequência lógica do e) personificação.
pensamento.
Resposta: Letra E
Observação: Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, [...].
LÍNGUA PORTUGUESA

O anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma
em casos muito especiais. Em geral, evite-o. assentada sete horas de chumbo = dar características
humanas a seres inanimados é a figura de
Hipérbato / Inversão pensamento da Personificação – também conhecida
É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da por Prosopopeia.
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o GABARITO OFICIAL: E
sujeito venha depois do predicado:

30
2. (PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – FUNRIO São escritos com SS e não C e Ç
– 2009) O hino do América F.C., composto por Lamartine • Nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
Babo, diz: “Hei de torcer, torcer, torcer... Hei de torcer em gred, ced, prim ou com verbos terminados
até morrer, morrer, morrer... Pois a torcida americana é por tir ou -meter: agredir - agressivo / imprimir -
toda assim, a começar por mim.” O recurso linguístico impressão / admitir - admissão / ceder - cessão /
que enfatiza o compromisso entoado pelo hino é exceder - excesso / percutir - percussão / regredir
- regressão / oprimir - opressão / comprometer -
a) o uso das reticências. compromisso / submeter – submissão.
b) a repetição da estrutura sintática. • Quando o prefixo termina com vogal que se junta
c) o emprego do verbo auxiliar “haver”. com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a +
d) a presença da palavra “torcida”. simétrico - assimétrico / re + surgir – ressurgir.
e) a autorreferência do pronome “mim”. • No pretérito imperfeito simples do subjuntivo.
Exemplos: ficasse, falasse.
Resposta: Letra C
São escritos com C ou Ç e não S e SS
Em “a”, o uso das reticências = incorreta
• Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
Em “b”, a repetição da estrutura sintática = incorreta
• Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,
Em “c”, o emprego do verbo auxiliar “haver”.
Em “d”, a presença da palavra “torcida” = incorreta Juçara, caçula, cachaça, cacique.
Em “e”, a autorreferência do pronome “mim” = • Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
incorreta uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça,
O uso do verbo “haver” (hei de ... hei de ...) reforça o caniço, esperança, carapuça, dentuço.
compromisso do torcedor com o time. • Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção /
deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
• Após ditongos: foice, coice, traição.
• Palavras derivadas de outras terminadas em -te,
A NORMA CULTA to(r): marte - marciano / infrator - infração /
absorto – absorção.

“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado na B) O fonema z


íntegra em: Níveis de linguagem.”
São escritos com S e não Z
• Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical
SISTEMA ORTOGRÁFICO VIGENTE é substantivo, ou em gentílicos e títulos
nobiliárquicos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa,
baronesa, princesa.
• Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese,
metamorfose.
ORTOGRAFIA • Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
quiseste.
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da • Nomes derivados de verbos com radicais terminados
correta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão /
devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma
empreender - empresa / difundir – difusão.
língua são grafados segundo acordos ortográficos.
• Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
A maneira mais simples, prática e objetiva de aprender
Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras • Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções • Verbos derivados de nomes cujo radical termina
e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar
etimologia (origem da palavra). – pesquisar.

Regras ortográficas São escritos com Z e não S


• Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de
A) O fonema S adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo –
beleza.
São escritas com S e não C/Ç • Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra
LÍNGUA PORTUGUESA

• Palavras substantivadas derivadas de verbos com de origem não termine com s): final - finalizar /
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender concreto – concretizar.
- pretensão / expandir - expansão / ascender - • Consoante de ligação se o radical não terminar com
ascensão / inverter - inversão / aspergir - aspersão / “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
submergir - submersão / divertir - diversão / impelir Exceção: lápis + inho – lapisinho.
- impulsivo / compelir - compulsório / repelir -
repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
sentir - sensível / consentir – consensual.

31
C) O fonema j de referência até mesmo para a criação de dicionários,
pois traz a grafia atualizada das palavras (sem o
São escritas com G e não J significado). Na Internet, o endereço é www.academia.
• Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, org.br.
gesso.
• Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, Informações importantes
gim.
• Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com Formas variantes são as que admitem grafias ou
poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, pronúncias diferentes para palavras com a mesma
bege, foge. significação: aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/
Exceção: pajem. quatorze, dependurar/pendurar, flecha/frecha, germe/
gérmen, infarto/enfarte, louro/loiro, percentagem/
• Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, porcentagem, relampejar/relampear/relampar/
litígio, relógio, refúgio. relampadar.
• Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, Os símbolos das unidades de medida são escritos
mugir. sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar
• Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg,
surgir. 20km, 120km/h.
• Depois da letra “a”, desde que não seja radical Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
terminado com j: ágil, agente.
Na indicação de horas, minutos e segundos, não
São escritas com J e não G deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h,
• Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. 22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três
• Palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, minutos e trinta e quatro segundos).
manjerona. O símbolo do real antecede o número sem espaço:
• Palavras terminadas com aje: ultraje. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma
barra vertical ($).
D) O fonema ch
Alguns Usos Ortográficos Especiais
São escritas com X e não CH
POR QUE / POR QUÊ / PORQUÊ / PORQUE
• Palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi,
xucro.
POR QUE (separado e sem acento)
• Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu,
lagartixa. É usado em:
• Depois de ditongo: frouxo, feixe. 1. interrogações diretas (longe do ponto de
• Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. interrogação) = Por que você não veio ontem?
Exceção: quando a palavra de origem não derive de 2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale
outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por
que faltara à aula ontem.
São escritas com CH e não X 3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” =
Ignoro o motivo por que ele se demitiu.
 Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo,
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha. POR QUÊ (separado e com acento)

E) As letras “e” e “i” Usos:


1. como pronome interrogativo, quando colocado no
• Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. fim da frase (perto do ponto de interrogação) =
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. Você faltou. Por quê?
• Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar 2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por
são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. quê?
Escrevemos com “i”, os verbos com infinitivo em
-air, -oer e -uir: trai, dói, possui, contribui. PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico)

Há palavras que mudam de sentido quando Usos:


substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície),
LÍNGUA PORTUGUESA

1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale


ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de escrita (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até
estância, que anda a pé), pião (brinquedo). ponto final) = Compre agora, porque há poucas
Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à peças.
ortografia de uma palavra, há a possibilidade de consultar 2. como conjunção subordinativa causal, substituível
o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu
elaborado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra porque se antecipou.

32
PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico) A) Uso do hífen que continua depois da Reforma
Ortográfica:
Usos: 1. Em palavras compostas por justaposição que
1. como substantivo, com o sentido de “causa”, formam uma unidade semântica, ou seja, nos termos
“razão” ou “motivo”, admitindo pluralização que se unem para formam um novo significado:
(porquês). Geralmente é precedido por artigo = tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-
Não sei o porquê da discussão. É uma pessoa cheia coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva,
de porquês. arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
ONDE / AONDE zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer,
abóbora-menina, erva-doce, feijão-verde.
Onde = empregado com verbos que não expressam 3. Nos compostos com elementos além, aquém,
a ideia de movimento = Onde você está? recém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-
número, recém-casado.
Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas
que expressam movimento = Aonde você vai? algumas exceções continuam por já estarem
consagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha,
MAU / MAL mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia,
queima-roupa, deus-dará.
Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte
como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas
combinações históricas ou ocasionais: Áustria-
mau elemento.
Hungria, Angola-Brasil, etc.
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e
Mal = pode ser usado como
super- quando associados com outro termo que é
1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”,
iniciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-
“logo que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu.
racional, etc.
2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-
mal na prova?
diretor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação,
não compensa. etc.
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa 10. Nas formações em que o prefixo tem como
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. segundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza hepático, geo-história, neo-helênico, extra-humano,
Cochar - Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform. semi-hospitalar, super-homem.
– São Paulo: Saraiva, 2010. 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras: termina com a mesma vogal do segundo elemento:
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000. micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, observação, etc.
Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira
Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo: O hífen é suprimido quando para formar outros
Saraiva, 2002. termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.

SITE
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/ #FicaDica
aulas/portugues/ortografia>
Ao separar palavras na translineação
(mudança de linha), caso a última palavra a
Hífen
ser escrita seja formada por hífen, repita-o
na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado
inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”.
para ligar os elementos de palavras compostas (como ex-
LÍNGUA PORTUGUESA

Na próxima linha escreverei: “-inflamatório”


presidente, por exemplo) e para unir pronomes átonos (hífen em ambas as linhas). Devido à
a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente diagramação, pode ser que a repetição do
para fazer a translineação de palavras, isto é, no fim de hífen na translineação não ocorra em meus
uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa; conteúdos, mas saiba que a regra é esta!
compa-/nheiro).

33
B) Não se emprega o hífen: Em “c”: Determinado / determinassão = determinação
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo Em “d”: Existir / existência = corretas
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em Em “e”: Característica / caracterizasão = caracterização
“r” ou “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas
consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom, 2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
microssistema, minissaia, microrradiografia, etc. I – CESGRANRIO-2018) O termo destacado está grafado
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo de acordo com as exigências da norma-padrão da língua
termina em vogal e o segundo termo inicia-se com portuguesa em:
vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação,
autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, a) O estagiário foi mal treinado, por isso não
plurianual, autoescola, infraestrutura, etc. desempenhava satisfatoriamente as tarefas solicitadas
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos pelos seus superiores.
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” b) O time não jogou mau no último campeonato,
inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc. apesar de enfrentar alguns problemas com jogadores
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando descontrolados.
o segundo elemento começar com “o”: cooperação, c) O menino não era mal aluno, somente tinha dificuldade
coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, em assimilar conceitos mais complexos sobre os temas
coedição, coexistir, etc. expostos.
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram d) Os funcionários perceberam que o chefe estava de
noção de composição: pontapé, girassol, mal humor porque tinha sofrido um acidente de carro
paraquedas, paraquedista, etc. na véspera.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: e) Os participantes compreendiam mau o que estava
benfeito, benquerer, benquerido, etc. sendo discutido, por isso não conseguiam formular
perguntas.
Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas
correspondentes átonas, aglutinam-se com o elemento Resposta: Letra A
Mal = advérbio (antônimo de “bem”) / mau = adjetivo
seguinte, não havendo hífen: pospor, predeterminar,
(antônimo de “bom”). Para saber quando utilizar um
predeterminado, pressuposto, propor.
ou outro, a dica é substituir por seu antônimo. Se a
Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso,
frase ficar coerente, saberemos qual dos dois deve ser
auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
utilizado. Por exemplo: Cigarro faz mal/mau à saúde
humano, super-realista, alto-mar.
= Cigarro faz bem à saúde. A frase ficou coerente –
Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
embora errada em termos de saúde! Então, a maneira
antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, correta é “Cigarro faz mal à saúde”.
ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, Vamos aos itens:
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi. Em “a”: O estagiário foi mal (bem) treinado = correta
Em “b”: O time não jogou mau (bem)no último
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA campeonato = mal
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Em “c”: O menino não era mal (bom) aluno = mau
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Em “d”: Os funcionários perceberam que o chefe
estava de mal (bom) humor = mau
SITE Em “e”: Os participantes compreendiam mau (bem) o
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/ que estava sendo discutido = mal
aulas/portugues/ortografia>
3. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –
CESGRANRIO-2018) Obedecem às regras ortográficas
da língua portuguesa as palavras

a) admissão, paralisação, impasse


EXERCÍCIOS COMENTADOS b) bambusal, autorização, inspiração
c) consessão, extresse, enxaqueca
1. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015) d) banalisação, reexame, desenlace
Assinale a alternativa em que as palavras estão grafadas e) desorganisação, abstração, cassação
corretamente.
Resposta: Letra A
a) Extrovertido – extroverção. Em “a”: admissão / paralisação / impasse = corretas
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Disponível – disponibilisar. Em “b”: bambusal = bambuzal / autorização /


c) Determinado – determinassão. inspiração
d) Existir – existência. Em “c”: consessão = concessão / extresse = estresse /
e) Característica – caracterizasão. enxaqueca
Em “d”: banalisação = banalização / reexame /
Resposta: Letra D desenlace
Em “a”: Extrovertido / extroverção = extroversão Em “e”: desorganisação = desorganização / abstração
Em “b”: Disponível / disponibilisar = disponibilizar / cassação

34
4. (MPU – ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – Não se sabe por que realizou tal procedimento. =
ESAF-2004-ADAPTADA) Na questão abaixo, baseada substituir por “a causa”
em Manuel Bandeira, escolha o segmento do texto que Este ponto de vista é porque não há manifestação de
não está isento de erros gramaticais e de ortografia, outro pensamento. = conjunção causal
considerando-se a ortodoxia gramatical. Teremos: 2, 1, 1, 2

a) Descoberta a conspiração, enquanto os outros não 6. (TJ-SC – TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR – FGV-
procuravam outra coisa se não salvar-se, ele revelou 2018) “Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele
a mais heróica força de ânimo, chamando a si toda a só usava meias vermelhas”. Nesse segmento do texto 1
culpa. há um erro gramatical, que é:
b) Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da profissão
que lhe valera o apelido. a) empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe cercaram”;
c) Não obstante, foi ele talvez o único a demonstrar fé, b) haver vírgula após a expressão “Um dia”;
entusiasmo e coragem na aventura de 89.
c) usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o perguntaram”;
d) A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa,
d) grafar-se “porque” em vez de “por que”;
Alvarenga eram homens requintados, letrados, a
e) escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”.
quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes sempre
lutara pela subsistência.
e) Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim, Resposta: Letra D
enfrentou a pena última. “Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só
usava meias vermelhas”
Resposta: Letra A Em “a”: empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe
Em “a”: Descoberta a conspiração, enquanto os outros cercaram”; = está correto, pois o “o” funciona como
não procuravam outra coisa se não salvar-se (senão se objeto direto (sem preposição)
salvar) , ele revelou a mais heróica (heroica) força de Em “b”: haver vírgula após a expressão “Um dia”; = está
ânimo, chamando a si toda a culpa. correto, pois separa o advérbio no início do período
Em “b”: Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da Em “c”: usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o
profissão que lhe valera o apelido = correta perguntaram”; = está correto (o “lhe” é objeto indireto
Em “c”: Não obstante, foi ele talvez o único a – perguntaram o que a quem)
demonstrar fé, entusiasmo e coragem na aventura de Em “d”: grafar-se “porque” em vez de “por que”;
89 = correta Em “e”: escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”.
Em “d”: A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da = correto, pois se invertermos haverá mudança de
Costa, Alvarenga eram homens requintados, letrados, sentido (ele usava só meias, nenhuma outra peça de
a quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes roupa).
sempre lutara pela subsistência = correta A incorreção está no uso de “porque” no lugar de “por
Em “e”: Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim, que”, já que se trata de uma pergunta indireta.
enfrentou a pena última = correta

5. (TJ-MG – OFICIAL JUDICIÁRIO – COMISSÁRIO DA


INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – CONSULPLAN-2017) RELAÇÃO GRAFEMA/FONEMA
Estabeleça a associação correta entre a 1.ª coluna e a 2.ª
considerando o emprego do por que / porque.
(1) “Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas
LETRA E FONEMA
mulheres [...].”
(2) “Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque
A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos
são mulheres.”
fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”).
( ) Faltei _____________ você estava doente.
( ) Todos sabem _____________ não poderei estar presente. Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos
( ) Não se sabe ____________realizou tal procedimento. sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que
( ) Este ponto de vista é _________não há manifestação de estuda os sons da língua quanto à sua função no sistema
outro pensamento. de comunicação linguística, quanto à sua organização e
classificação. Cuida, também, de aspectos relacionados à
A sequência está correta em: divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da
a) 1, 1, 1, 2 forma correta de pronunciar certas palavras. Lembrando
que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar
LÍNGUA PORTUGUESA

b) 1, 2, 1, 2
c) 2, 1, 1, 2 estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia
d) 2, 2, 2, 1 de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de
Resposta: Letra C fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas
Faltei porque você estava doente. = conjunção causal por meio de símbolos gráficos, chamados de letras
Todos sabem por que não poderei estar presente. = dá ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor
para substituir por “a causa pela qual” elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção

35
de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos Classificação dos Fonemas
a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre os Os fonemas da língua portuguesa são classificados
pares de palavras: em:
amor – ator / morro – corro / vento - cento
Vogais
Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma
portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa
que você - como falante de português - guarda de cada língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso
um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma
Este forma os significantes dos signos linguísticos. única vogal.
Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, Na produção de vogais, a boca fica aberta ou
/a/, /v/, etc. entreaberta. As vogais podem ser:
O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta
é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/,
por exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se /o/, /u/.
sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema
/z/ (lê-se zê). Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas
Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado nasais.
por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /ã/: fã, canto, tampa
/z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, / ẽ /: dente, tempero
casamento, exílio. / ĩ/: lindo, mim
Em alguns casos, a mesma letra pode representar /õ/: bonde, tombo
mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode / ũ /: nunca, algum
representar:
A) o fonema /sê/: texto Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até,
B) o fonema /zê/: exibir bola.
C) o fonema /che/: enxame
D) o grupo de sons /ks/: táxi Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até,
bola.
O número de letras nem sempre coincide com o
número de fonemas. Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
Abertas: pé, lata, pó
Tóxico: Fechadas: mês, luta, amor
Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das
fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ palavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”).
1234567
Semivogais
letras: t ó x i c o Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais.
12 3 45 6 Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela
uma só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes
Galho: fonemas são chamados de semivogais. A diferença
fundamental entre vogais e semivogais está no fato de
fonemas: /g/a/lh/o/ que estas não desempenham o papel de núcleo silábico.
1 2 3 4 Observe a palavra papai. Ela é formada de duas
sílabas: pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que
letras: ga lho se destaca é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico
12345 “i” não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros
exemplos: saudade, história, série.
As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não
representam fonemas. Observe os exemplos: compra, Consoantes
conta. Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização Para a produção das consoantes, a corrente de ar
das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar
é um fonema; dança: o “n” não é um fonema; o fonema é pela cavidade bucal, fazendo com que as consoantes
/ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”. sejam verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como
A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa núcleos silábicos. Seu nome provém justamente desse
fonema. fato, pois, em português, sempre consoam (“soam com”)
LÍNGUA PORTUGUESA

as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.


Hoje:
Encontros Vocálicos
fonemas: ho / j / e /
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e
1 2 3
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos
letras: hoje
em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o
1234
tritongo e o hiato.

36
A) Ditongo ss /se/ (no interior da palavra) passo
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
versa) numa mesma sílaba. Pode ser: qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
sc /se/ crescer
Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal:
pai (a = vogal, i = semivogal) sç /se/ desço
Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai xc /se/ exceção
Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais:
mãe B) Dígrafos Vocálicos
Registram-se na representação das vogais nasais:
B) Tritongo
É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal
e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. Fonemas Letras Exemplos
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - /ã/ am tampa
Tritongo nasal. an canto
C) Hiato /ẽ/ em templo
É a sequência de duas vogais numa mesma palavra en lenda
que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca /ĩ/ im limpo
há mais de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-
da), poesia (po-e-si-a). in lindo
õ/ om tombo
Encontros Consonantais
on tonto
O agrupamento de duas ou mais consoantes,
sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro /ũ/ um chumbo
consonantal. Existem basicamente dois tipos: un corcunda
A) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, Observação:
pla-no, a-tle-ta, cri-se. “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos
B) os que resultam do contato de duas consoantes de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra,
pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a
lis-ta.
nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u”
representa um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar,
Há ainda grupos consonantais que surgem no início
linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos.
dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
psi-có-lo-go. Também não há dígrafos quando são seguidos de “a” ou
“o” (quase, averiguo).
Dígrafos
De maneira geral, cada fonema é representado,
na escrita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro #FicaDica
fonemas e quatro letras.
Há, no entanto, fonemas que são representados, na Conseguimos ouvir o som da letra “u”
escrita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e também, por isso não há dígrafo! Veja outros
cinco letras. exemplos: Água = /agua/ pronunciamos a
Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em
foram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”. “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas = /gitara/ - não pronunciamos o “u”, então
para representar um único fonema (di = dois + grafo temos dígrafo (aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”).
= letra). Em nossa língua, há um número razoável de Portanto: 8 letras e 6 fonemas.
dígrafos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em
dois tipos: consonantais e vocálicos.
Dífonos
A) Dígrafos Consonantais Assim como existem duas letras que representam um
LÍNGUA PORTUGUESA

só fonema (os dígrafos!), exite letra que representa dois


Letras Fonemas Exemplos fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o
“x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são
lh /lhe/ telhado
exemplos de dífonos. Quando uma letra representa dois
nh /nhe/ marinheiro fonemas temos um caso de dífono.
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro

37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E) til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras: Regras fundamentais
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza A) Palavras oxítonas:acentuam-se todas as oxítonas
Cochar - Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform. terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não
– São Paulo: Saraiva, 2010. do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém.
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
SITE Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”,
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
secoes/fono/fono1.php>
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo

ACENTUAÇÃO GRÁFICA E SINAIS B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas


DIACRÍTICOS terminadas em:
i, is: táxi – lápis – júri
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
ACENTUAÇÃO fórceps
ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
Quanto à acentuação, observamos que algumas ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
palavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a
outra. Por isso, vamos às regras!
#FicaDica
Regras básicas
Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que
A acentuação tônica está relacionada à intensidade esta palavra apresenta as terminações das
com que são pronunciadas as sílabas das palavras. paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U
Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO.
como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas Assim ficará mais fácil a memorização!
com menos intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são
classificadas como: C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre quando a sua antepenúltima sílaba é tônica
a última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju – (mais forte). Quanto à regra de acentuação:
papel todas as proparoxítonas são acentuadas,
independentemente de sua terminação: árvore,
Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima
paralelepípedo, cárcere.
sílaba: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúltima Regras especiais
sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré. palavras paroxítonas.

Os acentos
FIQUE ATENTO!
A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” Se os ditongos abertos estiverem em uma
e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas palavra oxítona (herói) ou monossílaba
letras representam as vogais tônicas de palavras (céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu.
como pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o”
indica, além da tonicidade, timbre aberto: herói –
céu (ditongos abertos). Antes Agora
B) acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras
assembléia assembleia
LÍNGUA PORTUGUESA

“a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre


fechado: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs . idéia ideia
C) acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
geléia geleia
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
D) trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi jibóia jiboia
totalmente abolido das palavras. Há uma exceção: apóia (verbo apoiar) apoia
é utilizado em palavras derivadas de nomes
paranóico paranoico
próprios estrangeiros: mülleriano (de Müller)

38
Acento Diferencial
#FicaDica
Representam os acentos gráficos que, pelas regras
de acentuação, não se justificariam, mas são utilizados Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os
para diferenciar classes gramaticais entre determinadas verbos que, no plural, dobram o “e”, mas
palavras e/ou tempos verbais. Por exemplo: Pôr (verbo) X que não recebem mais acento como antes:
por (preposição) / pôde (pretérito perfeito do Indicativo do CRER, DAR, LER e VER.
verbo “poder”) X pode (presente do Indicativo do mesmo Repare:
verbo). O menino crê em você. / Os meninos creem
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
em você.
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
Elza lê bem! / Todas leem bem!
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição. Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos
Os demais casos de acento diferencial não são que os garotos deem o recado!
mais utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
(substantivo), pelo (preposição). Seus significados e Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! /
classes gramaticais são definidos pelo contexto. Eles vêm à tarde!
Polícia para o trânsito para que se realize a operação
planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo,
conjunção (com relação de finalidade).
As formas verbais que possuíam o acento tônico na
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
#FicaDica “e” ou “i” não serão mais acentuadas:
Quando, na frase, der para substituir o “por”
por “colocar”, estaremos trabalhando com Antes Agora
um verbo, portanto: “pôr”; nos demais casos, apazigúe (apaziguar) apazigue
“por” é preposição: Faço isso por você. /
Posso pôr (colocar) meus livros aqui? averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui

Regra do Hiato Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira


pessoa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, vêm (verbo vir). A regra prevalece também para os verbos
segunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm,
haverá acento: saída – faísca – baú – país – Luís ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato
– eles convêm.
quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
estiverem seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
vierem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u- CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
ba Cochar - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, – São Paulo: Saraiva, 2010.
formando hiato quando vierem depois de ditongo (nas
paroxítonas): SITE
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
Antes Agora gramatica/acentuacao.htm>
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Sauípe Sauipe

O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi 1. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – EXATUS-2015)
abolido: Assinale a alternativa em que a palavra é acentuada pela
mesma razão que “Bíblia”:
LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Agora a) íris.


crêem creem b) estórias.
lêem leem c) queríamos.
d) aí.
vôo voo e) páginas.
enjôo enjoo

39
Resposta: Letra B d) Para decorar o texto antes de gravar, cada ator rele
“Bíblia” = esta é acentuada por ser uma paroxítona sua fala várias vezes.
terminada em ditongo. e) Alguns atores de novela constroem seus personagens
Em “a”, íris = paroxítona terminada em i(s) fazendo pesquisa.
Em “b”, estórias = paroxítona terminada em ditongo
Em “c”, queríamos = proparoxítona Resposta: Letra D
Em “d”, aí = regra do hiato Em “a”: Todo escritor de novela tem = singular (não
Em “e”, páginas = proparoxítona acentuado)
Em “b”: Os telespectadores veem = correta - plural
2. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – FADESP-2018) dobra o “e” (perdeu o acento com o Acordo)
A sequência de palavras cujos acentos são empregados Em “c”: Alguns novelistas gostam de superpor =
pelo mesmo motivo é correta
Em “d”: Para decorar o texto antes de gravar, cada ator
a) público, função, dói. rele = relê (oxítona)
b) burocráticos, próximo, século. Em “e”: Alguns atores de novela constroem = correta
c) será, aí, é, está.
5. (TJ-SP - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E
d) glória, exercício, publicação.
PROCESSAMENTO DE DADOS JUDICIÁRIO –
e) hábito, bancário, poética.
VUNESP/2012) Seguem a mesma regra de acentuação
gráfica relativa às palavras paroxítonas:
Resposta: Letra B
Em “a”, público = proparoxítona / função = o til tem a) probatório; condenatório; crédito.
função de nasalizar (indicar som fechado) / dói = b) máquina; denúncia; ilícita.
monossílabo formado por ditongo aberto c) denúncia; funcionário; improcedência.
Em “b”, burocráticos = proparoxítona / próximo = d) máquina; improcedência; probatório.
proparoxítona / século = proparoxítona e) condenatório; funcionário; frágil.
Em “c”, será = oxítona terminada em ‘a” / aí = regra do
hiato / é = (verbo) monossílabo tônico terminado em Resposta: Letra C
“e” / está = (verbo) oxítona terminada em “a” Vamos a elas:
Em “d”, glória = paroxítona terminada em ditongo Em “a”: probatório = paroxítona terminada em ditongo
/ exercício = paroxítona terminada em ditongo / / condenatório = paroxítona terminada em ditongo /
publicação = o til indica nasalização (som fechado) crédito = proparoxítona.
Em “e”, hábito = (substantivo) proparoxítona / Em “b”: máquina = proparoxítona / denúncia
bancário = paroxítona terminada em ditongo / poética = paroxítona terminada em ditongo / ilícita =
= proparoxítona proparoxítona.
Em “c”: Denúncia = paroxítona terminada em ditongo
3. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR – / funcionário = paroxítona terminada em ditongo /
CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014) O emprego improcedência = paroxítona terminada em ditongo
do acento gráfico nas palavras “metálica”, “acúmulo” Em “d”: máquina = proparoxítona / improcedência
e “imóveis” justifica-se com base na mesma regra de = paroxítona terminada em ditongo / probatório =
acentuação. paroxítona terminada em ditongo
Em “e”: condenatório = paroxítona terminada em
( ) CERTO ( ) ERRADO ditongo / funcionário = = paroxítona terminada em
ditongo / Frágil = paroxítona terminada em “l”
Resposta: Errado
6. (TJ-AC – TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA
O emprego do acento gráfico nas palavras “metálica”,
- CESPE/2012) As palavras “conteúdo”, “calúnia” e
“acúmulo” e “imóveis” justifica-se com base na mesma “injúria” são acentuadas de acordo com a mesma regra
regra de acentuação. de acentuação gráfica.
metálica = proparoxítona / acúmulo = proparoxítona /
imóveis = paroxítona terminada em ditongo ( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – Resposta: Errado


CESGRANRIO-2018) A palavra que precisa ser acentuada “Conteúdo” = regra do hiato / calúnia = paroxítona
graficamente para estar correta quanto às normas em terminada em ditongo / injúria = paroxítona terminada
vigor está destacada na seguinte frase:
LÍNGUA PORTUGUESA

em ditongo.

a) Todo escritor de novela tem o desejo de criar um 7. (TRE-AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre
personagem inesquecível. as frases que seguem, a única correta é:
b) Os telespectadores veem as novelas como um espelho
da realidade. a) Ele se esqueceu de que?
c) Alguns novelistas gostam de superpor temas sociais b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-
com temas políticos. lo entre os presentes.

40
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas. • Separa partes de frases que já estão separadas
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor;
funcionários. outros, montanhas, frio e cobertor.
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
• Separa itens de uma enumeração, exposição de
Resposta: Letra E motivos, decreto de lei, etc.
Em “a”: Ele se esqueceu de que? = quê? Ir ao supermercado;
Em “b”: Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu Pegar as crianças na escola;
para distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes. Caminhada na praia;
Em “c”: Embora devêssemos (devêssemos), não fomos Reunião com amigos.
excessivos nas críticas.
Em “d”: O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às C) Dois pontos (:)
reivindicações dos funcionários.
Em “e”: Não sei por que ele mereceria minha • Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio
consideração. Coutinho trata este assunto:
• Antes de um aposto = Três coisas não me agradam:
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
PONTUAÇÃO • Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá
estava a deplorável família: triste, cabisbaixa,
vivendo a rotina de sempre.
PONTUAÇÃO
• Em frases de estilo direto
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que Maria perguntou:
servem para compor a coesão e a coerência textual, além - Por que você não toma uma decisão?
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando D) Ponto de Exclamação (!)
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
depende, em certos momentos, da intenção do autor do • Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me
relacionados ao contexto e ao interlocutor. casar com você!

Principais funções dos sinais de pontuação • Depois de interjeições ou vocativos


Ai! Que susto!
A) Ponto (.) João! Há quanto tempo!

• Indica o término do discurso ou de parte dele, E) Ponto de Interrogação (?)


encerrando o período.
• Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
• Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur
(Companhia). Se a palavra abreviada aparecer em Azevedo)
final de período, este não receberá outro ponto;
neste caso, o ponto de abreviatura marca, também, F) Reticências (...)
o fim de período. Exemplo: Estudei português,
matemárica, constitucional, etc. (e não “etc..”) • Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
canetas, cadernos...
• Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
• Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero
ponto, assim como após o nome do autor de uma
dizer... é verdad... Ah!”
citação:
Haverá eleições em outubro • Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão mal... pega doutor?
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) • Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
depois, o coração falar...
• Os números que identificam o ano não utilizam pon-
to nem devem ter espaço a separá-los, bem como G) Vírgula (,)
os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
LÍNGUA PORTUGUESA

Não se usa vírgula


B) Ponto e Vírgula (;) Separando termos que, do ponto de vista sintático,
ligam-se diretamente entre si:
• Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; 1. Entre sujeito e predicado:
os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos Todos os alunos da sala foram advertidos.
generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum Sujeito predicado
espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)

41
2. Entre o verbo e seus objetos: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O trabalho custou sacrifício aos realizadores. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
V.T.D.I. O.D. O.I. Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Usa-se a vírgula: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Para marcar intercalação:
A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua SITE
abundância, vem caindo de preço. Disponível em: <http://www.infoescola.com/
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. portugues/pontuacao/>
Estão produzindo, todavia, altas quantidades de Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
alimentos. gramatica/uso-da-virgula.htm>
C) das expressões explicativas ou corretivas: As
indústrias não querem abrir mão de suas vantagens,
isto é, não querem abrir mão dos lucros altos. EXERCÍCIOS COMENTADOS
2. Para marcar inversão: 1. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
A) do adjunto adverbial (colocado no início da O enunciado em que a vírgula foi empregada em
oração): Depois das sete horas, todo o comércio está desacordo com as regras de pontuação é
de portas fechadas.
B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos a) Como esse metal é limitado, isso garantia que a
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. produção de dinheiro fosse também limitada.
C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de b) Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-
maio de 1982. ouro.
c) Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo
3. Para separar entre si elementos coordenados é criado assim, inventado em canetaços a partir da
(dispostos em enumeração): concessão de empréstimos.
Era um garoto de 15 anos, alto, magro. d) Assim, o sistema monetário atual funciona com uma
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante.
animais. e) Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e
abundante porque é gerada pela simples manipulação
4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós de bancos de dados.
queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
Resposta: Letra E
5. Para isolar: O enunciado pede a alternativa em desacordo:
A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole Em “a”, Como esse metal é limitado, isso garantia
brasileira, possui um trânsito caótico. que a produção de dinheiro fosse também limitada
B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. = correta
Em “b”, Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o
Observações: padrão-ouro = correta
Em “c”, Praticamente todo o dinheiro que existe no
Considerando-se que “etc.” é abreviatura da
mundo é criado assim, inventado em canetaços a
expressão latina et coetera, que significa “e outras coisas”,
partir da concessão de empréstimos = correta
seria dispensável o emprego da vírgula antes dele.
Em “d”, Assim, o sistema monetário atual funciona
Porém, o acordo ortográfico em vigor no Brasil exige com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e
que empreguemos etc. predecido de vírgula: Falamos de abundante = correta
política, futebol, lazer, etc. Em “e”, Escassa porque só banqueiros podem criá-
As perguntas que denotam surpresa podem ter la, (X) e abundante porque é gerada pela simples
combinados o ponto de interrogação e o de exclamação: manipulação de bancos de dados = incorreta - a
Você falou isso para ela?! vírgula pode ser utilizada antes da conjunção “e”,
desde que haja mudança de sujeito, por exemplo (o
Temos, ainda, sinais distintivos: que não acontece na questão)
• a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), GABARITO OFICIAL: E
separação de siglas (IOF/UPC);
• os colchetes ([ ]) = usados em transcrições 2. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO
feitas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018)
LÍNGUA PORTUGUESA

primeira opção aos parênteses, principalmente na


matemática; Texto 1
• o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma
nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir Em artigo publicado no jornal carioca O Globo, 19/3/2018,
um nome que não se quer mencionar. com o nome Erros do passado, o articulista Paulo
Guedes escreve o seguinte: “Os regimes trabalhista e
previdenciário brasileiros são politicamente anacrônicos,

42
economicamente desastrosos e socialmente perversos. Em “b”, Apareciam novos problemas , (X) e o funcionário
Arquitetados de início em sistemas políticos fechados , embora competente, nem sempre conseguia resolvê-
(na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista los.
de Mussolini), e desde então cultivados por obsoletos Em “c”, Ainda que os níveis de educação estivessem
programas socialdemocratas, são hoje armas de avançando, o sentimento geral, às vezes, era de
destruição em massa de empregos locais em meio à frustração.= correta
competição global. Reduzem a competitividade das Em “d”, É claro , (X) que se fôssemos levar a lei ao pé da
empresas, fabricam desigualdades sociais, dissipam em letra, muitos sofreriam sanções diariamente.
consumo corrente a poupança compulsória dos encargos Em “e”, O tempo não para , as transformações sociais
recolhidos, derrubam o crescimento da economia e são urgentes , mas há quem não perceba esse fato,
solapam o valor futuro das aposentadorias”. (adaptado) que é evidente.

No texto 1, os termos inseridos nos parênteses – na 4. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO –


Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista de CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão
Mussolini – têm a finalidade textual de: da língua portuguesa, a pontuação está corretamente
empregada em:
a) enumerar os sistemas políticos fechados do passado;
b) destacar os sistemas onde se originaram os regimes
a) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando
trabalhista e previdenciário;
atendem, de forma voluntária, aos funcionários e
c) criticar o atraso político de alguns sistemas da História;
à comunidade em geral, pode ser definido como
d) condenar nossos regimes trabalhista e previdenciário
responsabilidade social.
por serem muito antigos;
e) exemplificar alguns dos nossos erros do passado. b) As empresas que optam por encampar a prática da
responsabilidade social, beneficiam-se de conseguir
Resposta: Letra B uma melhor imagem no mercado.
Arquitetados de início em sistemas políticos fechados c) A noção de responsabilidade social foi muito utilizada
(na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália em campanhas publicitárias: por isso, as empresas
fascista de Mussolini) = os termos entre parênteses precisam relacionar-se melhor, com a sociedade.
servem para se referir aos sistemas políticos fechados, d) A responsabilidade social explora um leque abrangente
exemplificando-os. de beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de
Em “a”, enumerar os sistemas políticos fechados do vida o bem-estar dos trabalhadores, a redução de
passado = incorreta impactos negativos, no meio ambiente.
Em “b”, destacar os sistemas onde se originaram os e) Alguns críticos da responsabilidade social defendem
regimes trabalhista e previdenciário = correta a ideia de que: o objetivo das empresas é o lucro e
Em “c”, criticar o atraso político de alguns sistemas da a geração de empregos não a preocupação com a
História = incorreta sociedade como um todo.
Em “d”, condenar nossos regimes trabalhista e
previdenciário por serem muito antigos = incorreta Resposta: Letra A
Em “e”, exemplificar alguns dos nossos erros do Assinalei com (X) as inadequações e destaquei as
passado = incorreta inclusões:
Em “a”: O conjunto de preocupações e ações efetivas,
3. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE quando atendem, de forma voluntária, aos funcionários
DADOS – FGV-2010) Assinale a alternativa em que a e à comunidade em geral, pode ser definido como
vírgula está corretamente empregada. responsabilidade social = correta
Em “b”: As empresas que optam por encampar a
a) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode
prática da responsabilidade social, (X) beneficiam-se
ser considerado, sem dúvida, um desvio de caráter.
de conseguir uma melhor imagem no mercado.
b) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora
Em “c”: A noção de responsabilidade social foi muito
competente, nem sempre conseguia resolvê-los.
utilizada em campanhas publicitárias: (X) ; por isso, as
c) Ainda que os níveis de educação estivessem avançando,
o sentimento geral, às vezes, era de frustração. empresas precisam relacionar-se melhor, (X) com a
d) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, sociedade.
muitos sofreriam sanções diariamente. Em “d”: A responsabilidade social explora um leque
e) O tempo não para as transformações sociais são abrangente de beneficiários, envolvendo , assim: (X) ,
urgentes mas há quem não perceba esse fato, que é a qualidade de vida , o bem-estar dos trabalhadores,
(X) e a redução de impactos negativos, (X) no meio
LÍNGUA PORTUGUESA

evidente.
ambiente.
Resposta: Letra C Em “e”: Alguns críticos da responsabilidade social
Indiquei com (X) os lugares inadequados e acrescentei defendem a ideia de que: (X) o objetivo das empresas é
a pontuação que faltou: o lucro e a geração de empregos , não a preocupação
Em “a”, O jeitinho, essa instituição tipicamente com a sociedade como um todo.
brasileira , pode ser considerado, sem dúvida, um GABARITO OFICIAL: A
desvio de caráter.

43
5. (PC-SP - Investigador de Polícia – Vunesp-2014)
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

ESTRUTURA DAS PALAVRAS

As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista


de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
(Folha de S.Paulo, 03.01.2014. Adaptado) em seus menores elementos (partes) possuidores de
sentido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída
De acordo com a norma-padrão, no primeiro quadrinho, por três elementos significativos:
na fala de Hagar, deve ser utilizada uma vírgula, In = elemento indicador de negação
obrigatoriamente, Explic – elemento que contém o significado básico da
palavra
a) antes da palavra “olho”. Ável = elemento indicador de possibilidade
b) antes da palavra “e”.
c) depois da palavra “evitar”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
d) antes da palavra “evitar”. nome de morfemas. Através da união das informações
e) depois da palavra “e”. contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se
entender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que
Resposta: Letra C não tem possibilidade de ser explicado, que não é possível
“Não posso evitar doutor” = no diálogo, Hagar fala com tornar claro”.
o doutor (vocativo); portanto, presença obrigatória de Morfemas = são as menores unidades significativas
vírgula após o verbo “evitar”. que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.

6. (TJ-RS – JUIZ DE DIREITO – SUBSTITUTO – Classificação dos morfemas


VUNESP-2018) No trecho do primeiro parágrafo
do texto – Nas escolas da Catalunha, a separação da A) Radical, lexema ou semantema – é o elemento
Espanha tem apoio maciço. É uma situação que contrasta portador de significado. É através do radical que
com outros lugares de Barcelona, uma cidade que vive podemos formar outras palavras comuns a um
hoje em duas dimensões. De um lado, há a Barcelona grupo de palavras da mesma família. Exemplo:
dos turistas, que se cotovelam nos pontos turísticos da pequeno, pequenininho, pequenez. O conjunto de
cidade, … –, empregam-se as vírgulas para separar as palavras que se agrupam em torno de um mesmo
expressões destacadas porque elas radical denomina-se família de palavras.

a) acrescem às informações precedentes comentários B) Afixos – elementos que se juntam ao radical antes
que lhes ampliam o sentido. (os prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo:
b) sintetizam as ideias centrais das informações beleza (sufixo), prever (prefixo), infiel (prefixo).
precedentes.
c) apresentam informações que se opõem às informações C) Desinências - Quando se conjuga o verbo amar,
precedentes. obtêm-se formas como amava, amavas, amava,
d) retificam as informações precedentes, dando-lhes o amávamos, amáveis, amavam. Estas modificações
correto matiz semântico. ocorrem à medida que o verbo vai sendo
e) estabelecem certas restrições de sentido às informações flexionado em número (singular e plural) e pessoa
precedentes. (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem
se modificarmos o tempo e o modo do verbo
Resposta: Letra A (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim,
É uma situação que contrasta com outros lugares podemos concluir que existem morfemas que
de Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas indicam as flexões das palavras. Estes morfemas
dimensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas, sempre surgem no fim das palavras variáveis e
que se cotovelam nos pontos turísticos da cidade recebem o nome de desinências. Há desinências
Os períodos destacados acrescentam informações aos nominais e desinências verbais.
termos citados anteriormente.
C.1 Desinências nominais: indicam o gênero e o
LÍNGUA PORTUGUESA

número dos nomes. Para a indicação de gênero,


o português costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina. Para a indicação
de número, costuma-se utilizar o morfema –s,
que indica o plural em oposição à ausência de
morfema, que indica o singular: garoto/garotos;
garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas.

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No caso dos nomes terminados em –r e –z, a Formação das Palavras
desinência de plural assume a forma -es: mar/ Há em Português palavras primitivas, palavras
mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes. derivadas, palavras simples, palavras compostas.
A) Palavras primitivas: aquelas que, na língua
C.2 Desinências verbais: em nossa língua, as portuguesa, não provêm de outra palavra: pedra,
desinências verbais pertencem a dois tipos flor.
distintos. Há desinências que indicam o modo e B) Palavras derivadas: aquelas que, na língua
o tempo (desinências modo-temporais) e outras portuguesa, provêm de outra palavra: pedreiro,
que indicam o número e a pessoa dos verbos floricultura.
(desinência número-pessoais): C) Palavras simples: aquelas que possuem um só
radical: azeite, cavalo.
cant-á-va-mos: D) Palavras compostas: aquelas que possuem mais
cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência
de um radical: couve-flor, planalto.
modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do
indicativo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza
a primeira pessoa do plural) As palavras compostas podem ou não ter seus
elementos ligados por hífen.
cant-á-sse-is:
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência Processos de Formação de Palavras
modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do Na Língua Portuguesa há muitos processos de
subjuntivo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza formação de palavras. Entre eles, os mais comuns são a
a segunda pessoa do plural) derivação, a composição, a onomatopeia, a abreviação e
o hibridismo.
D) Vogal temática
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga É o processo pelo qual se obtêm palavras novas
o radical às desinências, é chamado de vogal (derivadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A
temática. Sua função é ligar-se ao radical, derivação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
constituindo o chamado tema. É ao tema (radical +
vogal temática) que se acrescentam as desinências. A) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida
Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais por acréscimo de prefixo.
temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática
In feliz / des leal
indica as conjugações: -a (da 1.ª conjugação =
Prefixo radical prefixo radical
cantar), -e (da 2.ª conjugação = escrever) e –i (3.ª
conjugação = partir).
B) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida
D.1 Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, por acréscimo de sufixo.
quando átonas finais, como em mesa, artista, Feliz mente / leal dade
perda, escola, base, combate. Nestes casos, não Radical sufixo radical sufixo
poderíamos pensar que essas terminações são
desinências indicadoras de gênero, pois mesa e C) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo
escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo. Por
É a estas vogais temáticas que se liga a desinência parassíntese formam-se principalmente verbos.
indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os
nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, En trist ecer
cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal Prefixo radical sufixo
temática.
En tard ecer
D.2 Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que prefixo radical sufixo
caracterizam três grupos de verbos a que se dá o
nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal
Há dois casos em que a palavra derivada é formada
temática é -a pertencem à primeira conjugação;
sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à
segunda conjugação e os que têm vogal temática regressiva e a derivação imprópria.
-i pertencem à terceira conjugação.
Derivação
LÍNGUA PORTUGUESA

E) Interfixos
São os elementos (vogais ou consoantes) que se • Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
intercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo,
mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. na formação de substantivos derivados de verbos.
Por exemplo: janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. (substantivo) – deriva de pescar (verbo)
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.

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• Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
obtida pela mudança de categoria gramatical da SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
palavra primitiva. Não ocorre, pois, alteração na Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
forma, mas somente na classe gramatical. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
“porquê” deriva da conjunção porque) – São Paulo: Saraiva, 2010.
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras:
do verbo olhar). literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
#FicaDica Disponível em: http://www.brasilescola.com/
gramatica/estrutura-e-formacao-de-palavras-i.htm
A derivação regressiva “mexe” na estrutura
da palavra, geralmente transforma verbos
em substantivos: caça = deriva de caçar, CLASSES DE PALAVRAS EMPREGO DAS
saque = deriva de sacar CLASSES GRAMATICAIS. COLOCAÇÃO DE
PRONOMES ÁTONOS. FLEXÃO NOMINAL
E FLEXÃO VERBAL. VERBOS REGULARES,
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
IRREGULARES, DEFECTIVOS E ANÔMALOS;
apenas faz com que ela pertença a uma classe
gramatical “imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, VOZES VERBAIS, LOCUÇÕES VERBAIS E
costumeiramente faz parte. A alteração acontece devido TEMPOS COMPOSTOS.
à presença de outros termos, como artigos, por exemplo:
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a
funcionar como substantivo devido à presença do artigo CLASSES DE PALAVRAS
“o”)
1. ADJETIVO
Composição
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais É a palavra que expressa uma qualidade ou
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de característica do ser e se relaciona com o substantivo,
composição: justaposição e aglutinação. concordando com este em gênero e número.
A) Justaposição: ocorre quando os elementos que As praias brasileiras estão poluídas.
formam o composto são postos lado a lado, ou Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos
seja, justapostos: para-raios, corre-corre, guarda- (plural e feminino, pois concordam com “praias”).
roupa, segunda-feira, girassol.
B) Composição por aglutinação: ocorre quando os Locução adjetiva
elementos que formam o composto aglutinam-
se e pelo menos um deles perde sua integridade Locução = reunião de palavras. Sempre que são
sonora: aguardente (água + ardente), planalto necessárias duas ou mais palavras para falar sobre a
(plano + alto), pernalta (perna + alta), vinagre mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição
(vinho + acre). + substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a
Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo).
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. freio (paixão desenfreada).
Abreviação – é a redução de palavras até o limite
permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu Observe outros exemplos:
(pneumático), metrô (metropolitano), foto (fotografia).
Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras, de águia aquilino
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras
iniciais: p. ou pág. (para página), Sr. (para senhor). de aluno discente
Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual de anjo angelical
se reduzem locuções substantivas próprias às suas
de ano anual
letras iniciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais
(siglas impuras), que se grafam de duas formas: IBGE, de aranha aracnídeo
MEC (siglas puras); DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou
LÍNGUA PORTUGUESA

de boi bovino
Petrobras (siglas impuras).
de cabelo capilar
Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes: automóvel (auto: grego; de cabra caprino
móvel: latim); sociologia (socio: latim; logia: grego); de campo campestre ou rural
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego).
de chuva pluvial
de criança pueril

46
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:

de estômago estomacal ou gástrico


Alagoas alagoano
de falcão falconídeo
Amapá amapaense
de farinha farináceo
Aracaju aracajuano ou aracajuense
de fera ferino
Amazonas amazonense ou baré
de ferro férreo
Belo Horizonte belo-horizontino
de fogo ígneo
Brasília brasiliense
de garganta gutural
Cabo Frio cabo-friense
de gelo glacial
Campinas campineiro ou campinense
de guerra bélico
de homem viril ou humano Adjetivo Pátrio Composto
de ilha insular
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
de inverno hibernal ou invernal elemento aparece na forma reduzida e, normalmente,
de lago lacustre erudita. Observe alguns exemplos:
de leão leonino
de lebre leporino África afro- / Cultura afro-americana
de lua lunar ou selênico germano- ou teuto-/Competições
Alemanha
teuto-inglesas
de madeira lígneo
américo- / Companhia américo-
de mestre magistral América
africana
de ouro áureo belgo- / Acampamentos belgo-
Bélgica
de paixão passional franceses
de pâncreas pancreático China sino- / Acordos sino-japoneses
de porco suíno ou porcino Espanha hispano- / Mercado hispano-português
dos quadris ciático Europa euro- / Negociações euro-americanas
de rio fluvial franco- ou galo- / Reuniões franco-
França
de sonho onírico italianas

de velho senil Grécia greco- / Filmes greco-romanos

de vento eólico Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas

de vidro vítreo ou hialino Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa

de virilha inguinal Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras

de visão óptico ou ótico Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Observação: Flexão dos adjetivos


Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo
correspondente, com o mesmo significado: Vi as alunas O adjetivo varia em gênero, número e grau.
da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
Gênero dos Adjetivos
Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função referem (masculino e feminino). De forma semelhante
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, aos substantivos, classificam-se em:
atuando como adjunto adnominal ou como predicativo
(do sujeito ou do objeto). A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o
masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau
LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio (ou gentílico) e má.


Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. feminino somente o último elemento: o moço norte-
Observe alguns deles: americano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

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B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o A) Comparativo
masculino como para o feminino: homem feliz e Nesse grau, comparam-se a mesma característica
mulher feliz. atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável características atribuídas ao mesmo ser. O comparativo
no feminino: conflito político-social e desavença político- pode ser de igualdade, de superioridade ou de
social. inferioridade.

Número dos Adjetivos Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
A) Plural dos adjetivos simples comparação é introduzido pelas palavras como, quanto
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo ou quão.
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de
ruins, boa e boas. Superioridade
Caso o adjetivo seja uma palavra que também
exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de
se a palavra que estiver qualificando um elemento for, Inferioridade
originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma
primitiva. Exemplo: a palavra cinza é, originalmente, um Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim.
funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo: São eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/
camisas cinza, ternos cinza. superior, grande/maior, baixo/inferior.
Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas). Observe que:
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). • As formas menor e pior são comparativos de
superioridade, pois equivalem a mais pequeno e
mais mau, respectivamente.
• Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
B) Adjetivo Composto
(melhor, pior, maior e menor), porém, em
É aquele formado por dois ou mais elementos.
comparações feitas entre duas qualidades de um
Normalmente, esses elementos são ligados por hífen.
mesmo elemento, deve-se usar as formas analíticas
Apenas o último elemento concorda com o substantivo
mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno.
a que se refere; os demais ficam na forma masculina,
Por exemplo:
singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois
composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo elementos.
composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver duas qualidades de um mesmo elemento.
qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de
Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um Inferioridade
adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o Sou menos passivo (do) que tolerante.
adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja:
Camisas rosa-claro. B) Superlativo
Ternos rosa-claro. O superlativo expressa qualidades num grau muito
Olhos verde-claros. elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. relativo e apresenta as seguintes modalidades:
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a
Observação: qualidade de um ser é intensificada, sem relação com
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer outros seres. Apresenta-se nas formas:
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre • Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).
vestidos cor-de-rosa. Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois • Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
elementos flexionados: crianças surdas-mudas. exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
LÍNGUA PORTUGUESA

Grau do Adjetivo Observe alguns superlativos sintéticos:

Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a benéfico beneficentíssimo


intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do
adjetivo: o comparativo e o superlativo. bom boníssimo ou ótimo
comum comuníssimo

48
cruel crudelíssimo Tempo: Ela chegou tarde.
Lugar: Ele mora aqui.
difícil dificílimo Modo: Eles agiram mal.
doce dulcíssimo Negação: Ela não saiu de casa.
fácil facílimo Dúvida: Talvez ele volte.
fiel fidelíssimo Flexão do Advérbio
B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não
de um ser é intensificada em relação a um conjunto de apresentam variação em gênero e número. Alguns
seres. Essa relação pode ser: advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe:
• De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
todas. A) Grau Comparativo
• De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo
todas. modo que o comparativo do adjetivo:
• de igualdade: tão + advérbio + quanto (como):
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio Renato fala tão alto quanto João.
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, • de inferioridade: menos + advérbio + que (do
antepostos ao adjetivo. que): Renato fala menos alto do que João.
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas • de superioridade:
formas: uma erudita - de origem latina – e outra popular
- de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo fala mais alto do que João.
ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; a popular é A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato
constituída do radical do adjetivo português + o sufixo fala melhor que João.
-íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo B) Grau Superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os O superlativo pode ser analítico ou sintético:
terminados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio:
cheio – cheíssimo. Renato fala muito alto.
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS de modo
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. altíssimo.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Observação:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são
Português: novas palavras: literatura, gramática, comuns na língua popular.
redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
A criança levantou cedinho. (muito cedo)
SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ Classificação dos Advérbios
secoes/morf/morf32.php>
De acordo com a circunstância que exprime, o
2. ADVÉRBIO advérbio pode ser de:
A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
Compare estes exemplos: atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto,
O ônibus chegou. aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte,
O ônibus chegou ontem. nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém,
embaixo, externamente, a distância, à distância de,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de ao lado, em volta.
tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
do próprio advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei
LÍNGUA PORTUGUESA

antes, doravante, nunca, então, ora, jamais,


Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve,
(bem) constantemente, entrementes, imediatamente,
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um primeiramente, provisoriamente, sucessivamente,
adjetivo (claros) às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
vez em quando, de quando em quando, a qualquer
Quando modifica um verbo, o advérbio pode momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
acrescentar ideia de: dia.

49
C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior,
depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às #FicaDica
claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em Como saber se a palavra bastante é
geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em advérbio (não varia, não se flexiona) ou
vão e a maior parte dos que terminam em “-mente”: pronome indefinido (varia, sofre flexão)? Se
calmamente, tristemente, propositadamente, der, na frase, para substituir o “bastante” por
pacientemente, amorosamente, docemente, “muito”, estamos diante de um advérbio; se
escandalosamente, bondosamente, generosamente. der para substituir por “muitos” (ou muitas),
D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, é um pronome. Veja:
efetivamente, certo, decididamente, deveras, 1. Estudei bastante para o concurso. (estudei
indubitavelmente. muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio
E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, 2. Estudei bastantes capítulos para o concurso.
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. (estudei muitos capítulos) = pronome
F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, indefinido
provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por
certo, quem sabe.
G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em Advérbios Interrogativos
excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto,
quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes
extremamente, intensamente, grandemente, bem às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
(quando aplicado a propriedades graduáveis).
H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão,
Interrogação Direta Interrogação Indireta
somente, simplesmente, só, unicamente. Por
exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das Como aprendeu? Perguntei como aprendeu
árvores. Onde mora? Indaguei onde morava
I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente,
Por que choras? Não sei por que choras
também. Por exemplo: O indivíduo também
amadurece durante a adolescência. Aonde vai? Perguntei aonde ia
J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por Donde vens? Pergunto donde vens
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer
aos meus amigos por comparecerem à festa. Quando voltas? Pergunto quando voltas

Saiba que: Locução Adverbial


Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei Quando há duas ou mais palavras que exercem
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos função de advérbio, temos a locução adverbial, que
tarde possível. pode expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, ordinariamente por uma preposição. Veja:
em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto,
calma e respeitosamente. para dentro, por aqui, etc.
B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão,
em geral, frente a frente, etc.
Há palavras como muito, bastante, que podem D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
aparecer como advérbio e como pronome indefinido. hoje em dia, nunca mais, etc.
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo,
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo o adjetivo e outro advérbio:
e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
De repente correram para a rua. (verbo)
LÍNGUA PORTUGUESA

Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais


mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é
advérbio: Cheguei primeiro.

50
Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
adverbial desempenham na oração a função de adjunto Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân- (qualquer classe)
cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advér-
bio. Exemplo: Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto facultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso.
adverbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”) A utilização do artigo indefinido pode indicar uma
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve
intensidade e de tempo, respectivamente. ter é uns vinte anos.
O artigo também é usado para substantivar palavras
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza porquê de tudo isso. / O bem vence o mal.
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. Há casos em que o artigo definido não pode ser
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: usado:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. conhecidas: O professor visitará Roma.
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a
SITE presença do artigo será obrigatória: O professor visitará
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ a bela Roma.
secoes/morf/morf75.php>
Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria
3. ARTIGO sairá agora?
Exceção: O senhor vai à festa?
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
se como o termo variável que serve para individualizar ou Após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o
(masculino/feminino) e o número (singular/plural).
candidato cuja nota foi a mais alta.
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as
variações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
“uma”[s] e “uns]).
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
A) Artigos definidos – São usados para indicar seres
– São Paulo: Saraiva, 2010.
determinados, expressos de forma individual: O
concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
muito. literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
de modo vago, impreciso: Uma candidata foi Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
aprovada! Umas candidatas foram aprovadas! CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar - Português linguagens: volume 1– 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Circunstâncias em que os artigos se manifestam:
SITE
Considera-se obrigatório o uso do artigo depois Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
do numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal gramatica/artigo.htm>
conteúdo.
Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos) 4. CONJUNÇÃO
admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
Janeiro, Veneza, A Bahia... Além da preposição, há outra palavra também
Quando indicado no singular, o artigo definido pode invariável que, na frase, é usada como elemento de
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem. ligação: a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou
No caso de nomes próprios personativos, denotando duas palavras de mesma função em uma oração:
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O São Paulo.
LÍNGUA PORTUGUESA

Pedro é o xodó da família. A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
No caso de os nomes próprios personativos estarem
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, Morfossintaxe da Conjunção
os Incas, Os Astecas...
As conjunções, a exemplo das preposições, não
Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) exercem propriamente uma função sintática: são
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do conectivos.
artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”.

51
Classificação da Conjunção Não demore, que o filme já vai começar.
Falei muito, pois não gosto do silêncio!
De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
conjunções podem ser classificadas em coordenativas e Conjunções Subordinativas
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse São aquelas que ligam duas orações, sendo uma
isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade delas dependente da outra. A oração dependente,
de sentido que cada um dos elementos possui. Já no introduzida pelas conjunções subordinativas, recebe o
segundo caso, cada um dos elementos ligados pela nome de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já
conjunção depende da existência do outro. Veja: tinha começado quando ela chegou.
Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo. O baile já tinha começado: oração principal
Podemos separá-las por ponto: quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal)
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo. ela chegou: oração subordinada

Temos acima um exemplo de conjunção (e, As conjunções subordinativas subdividem-se em


consequentemente, orações coordenadas) coordenativa integrantes e adverbiais:
– “mas”. Já em:
Espero que eu seja aprovada no concurso! Integrantes - Indicam que a oração subordinada
por elas introduzida completa ou integra o sentido
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois da principal. Introduzem orações que equivalem
a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração a substantivos, ou seja, as orações subordinadas
principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período substantivas. São elas: que, se.
temos uma oração subordinada substantiva objetiva Quero que você volte. (Quero sua volta)
direta (ela exerce a função de objeto direto do verbo da
oração principal). Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
exerce a função de adjunto adverbial da principal. De
Conjunções Coordenativas acordo com a circunstância que expressam, classificam-
se em:
São aquelas que ligam orações de sentido completo
e independente ou termos da oração que têm a mesma
A) Causais: introduzem uma oração que é causa da
função gramatical. Subdividem-se em:
ocorrência da oração principal. São elas: porque,
que, como (= porque, no início da frase), pois que,
A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e
que, etc.
não), não só... mas também, não só... como também,
bem como, não só... mas ainda. Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
A sua pesquisa é clara e objetiva.
Não só dança, mas também canta. B) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
ideia contrária à da principal, sem, no entanto,
B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, impedir sua realização. São elas: embora, ainda
expressando ideia de contraste ou compensação. que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por
São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, mais que, posto que, conquanto, etc.
no entanto, não obstante. Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.
C) Condicionais: introduzem uma oração que indica
C) Alternativas: ligam orações ou palavras, a hipótese ou a condição para ocorrência da
expressando ideia de alternância ou escolha, principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se,
indicando fatos que se realizam separadamente. a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
seja... seja, talvez... talvez.
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.

D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração


que expressa ideia de conclusão ou consequência.
São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
LÍNGUA PORTUGUESA

conseguinte, por isso, assim.


Marta estava bem preparada para o teste, portanto
não ficou nervosa.
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.

E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração


que a explica, que justifica a ideia nela contida. São
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.

52
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa
#FicaDica a consequência da principal. São elas: de sorte que,
de modo que, sem que (= que não), de forma que, de
Você deve ter percebido que a conjunção jeito que, que (tendo como antecedente na oração
condicional “se” também é conjunção principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto,
integrante. A diferença é clara ao ler as tamanho), etc.
orações que são introduzidas por ela. Acima, Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
ela nos dá a ideia da condição para que exame.
recebamos um telefonema (se for preciso
ajuda). Já na oração: Não sei se farei o
concurso. = Não há ideia de condição FIQUE ATENTO!
alguma, há? Outra coisa: o verbo da oração Muitas conjunções não têm classificação
principal (sei) pede complemento (objeto única, imutável, devendo, portanto, ser
direto, já que “quem não sabe, não sabe classificadas de acordo com o sentido que
algo”). Portanto, a oração em destaque apresentam no contexto (destaque da Zê!).
exerce a função de objeto direto da oração
principal, sendo classificada como oração
subordinada substantiva objetiva direta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
D) Conformativas: introduzem uma oração que Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
exprime a conformidade de um fato com outro.
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
São elas: conforme, como (= conforme), segundo,
– São Paulo: Saraiva, 2010.
consoante, etc.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
O passeio ocorreu como havíamos planejado.
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
E) Finais: introduzem uma oração que expressa
SITE
a finalidade ou o objetivo com que se realiza a
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
oração principal. São elas: para que, a fim de que, secoes/morf/morf84.php>
que, porque (= para que), que, etc.
Toque o sinal para que todos entrem no salão. 5. INTERJEIÇÃO
F) Proporcionais: introduzem uma oração que Interjeição é a palavra invariável que exprime
expressa um fato relacionado proporcionalmente emoções, sensações, estados de espírito. É um recurso da
à ocorrência do expresso na principal. São elas: à linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada
medida que, à proporção que, ao passo que e as de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas
combinações quanto mais... (mais), quanto menos... sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma
(menos), quanto menos... (mais), quanto menos... decorrente de uma situação particular, um momento ou
(menos), etc. um contexto específico. Exemplos:
O preço fica mais caro à medida que os produtos Ah, como eu queria voltar a ser criança!
escasseiam. ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
Observação: hum: expressão de um pensamento súbito =
São incorretas as locuções proporcionais à medida interjeição
em que, na medida que e na medida em que.
O significado das interjeições está vinculado à maneira
G) Temporais: introduzem uma oração que como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o
acrescenta uma circunstância de tempo ao fato sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto
expresso na oração principal. São elas: quando, em que for utilizada. Exemplos:
enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as
vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora Psiu!
que, mal (= assim que), etc. contexto: alguém pronunciando esta expressão
A briga começou assim que saímos da festa. na rua ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te
chamando! Ei, espere!”
LÍNGUA PORTUGUESA

H) Comparativas: introduzem uma oração que


expressa ideia de comparação com referência à Psiu!
oração principal. São elas: como, assim como, tal contexto: alguém pronunciando em um hospital;
como, como se, (tão)... como, tanto como, tanto significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça
quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, silêncio!”
que (combinado com menos ou mais), etc.
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia

53
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! Toda frase mais ou menos breve dita em tom
puxa: interjeição; tom da fala: decepção exclamativo torna-se uma locução interjetiva,
dispensando análise dos termos que a compõem:
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: Macacos me mordam!, Valha-me Deus!, Quem me dera!
A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo 1. As interjeições são como frases resumidas,
alegria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito sintéticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava
interessante! por essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe)
B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da 2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição
minha frente. é o seu tom exclamativo; por isso, palavras de
outras classes gramaticais podem aparecer como
As interjeições podem ser formadas por: interjeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) /
• simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô Fora! Francamente! (Advérbios)
• palavras: Oba! Olá! Claro! 3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
• grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu frase” porque sozinha pode constituir uma
Deus! Ora bolas! mensagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me!
Silêncio! Fique quieto!
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou
Classificação das Interjeições
imitativas, que exprimem ruídos e vozes. Por
exemplo: Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba!
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! 5. Não se deve confundir a interjeição de apelo
Atenção! Olha! Alerta! «ó» com a sua homônima «oh!», que exprime
B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua! admiração, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa
C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! depois do «oh!» exclamativo e não a fazemos
D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! depois do «ó» vocativo. Por exemplo: “Ó natureza!
E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Ânimo! Adiante!
F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Francamente! Essa não! Chega! Basta! CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa
I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! - Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Queira Deus! – volume único – 3.ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
J) Desculpa: Perdão!
K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! SITE
L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! secoes/morf/morf89.php>
Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! 6. NUMERAL
Puxa! Pô! Ora!
O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! Numeral é a palavra variável que indica quantidade
P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de
Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, pessoas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa
determinada sequência.
Deus!
Os numerais traduzem, em palavras, o que os números
Q) Silêncio: Psiu! Silêncio!
indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão
R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se trata de
numerais, mas sim de algarismos.
Saiba que: Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem
As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não a ideia expressa pelos números, existem mais algumas
sofrem variação em gênero, número e grau como os palavras consideradas numerais porque denotam
nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto quantidade, proporção ou ordenação. São alguns
e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.
algumas interjeições sofrem variação em grau. Não se
trata de um processo natural desta classe de palavra, mas Classificação dos Numerais
tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. A) Cardinais: indicam quantidade exata ou


determinada de seres: um, dois, cem mil, etc.
Locução Interjetiva Alguns cardinais têm sentido coletivo, como por
exemplo: século, par, dúzia, década, bimestre.
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem ou alguma coisa ocupa numa determinada
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! sequência: primeiro, segundo, centésimo, etc.

54
As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo, Mas, se a centena começa por “zero” ou termina
final e penúltimo também indicam posição dos seres, por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e
mas são classificadas como adjetivos, não ordinais. quinhentos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)
C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade,
ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois Para designar papas, reis, imperadores, séculos e
quintos, etc. partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais
D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação até décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade numeral venha depois do substantivo;
foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Ordinais Cardinais
Flexão dos numerais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/ D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
cardinais são invariáveis.
Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
Os numerais ordinais variam em gênero e número: como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

primeiro segundo milésimo


primeira segunda milésima
#FicaDica
primeiros segundos milésimos Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiras segundas milésimas associação. Ficará mais fácil!

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando


atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
esforço e conseguiram o triplo de produção. ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
triplas do medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
duas terças partes. “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. Sua utilização exige a presença do artigo posposto:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização dia. O artigo só é dispensado caso haja um pronome
de sentido. É o que ocorre em frases como: demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
segunda divisão de futebol)

Emprego e Leitura dos Numerais

Os numerais são escritos em conjunto de três


algarismos, contados da direita para a esquerda, em
forma de centenas, dezenas e unidades, tendo cada
conjunto uma separação através de ponto ou espaço
correspondente a um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
LÍNGUA PORTUGUESA

Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar


exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a
conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em
mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

55
Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


Um Primeiro -
Dois Segundo Dobro, Duplo Meio
Três Terceiro Triplo, Tríplice Terço
Quatro Quarto Quádruplo Quarto
Cinco Quinto Quíntuplo Quinto
Seis Sexto Sêxtuplo Sexto
Sete Sétimo Sétuplo Sétimo
Oito Oitavo Óctuplo Oitavo
Nove Nono Nônuplo Nono
Dez Décimo Décuplo Décimo
Onze Décimo Primeiro - Onze Avos
Doze Décimo Segundo - Doze Avos
Treze Décimo Terceiro - Treze Avos
Catorze Décimo Quarto - Catorze Avos
Quinze Décimo Quinto - Quinze Avos
Dezesseis Décimo Sexto - Dezesseis Avos
Dezessete Décimo Sétimo - Dezessete Avos
Dezoito Décimo Oitavo - Dezoito Avos
Dezenove Décimo Nono - Dezenove Avos
Vinte Vigésimo - Vinte Avos
Trinta Trigésimo - Trinta Avos
Quarenta Quadragésimo - Quarenta Avos
Cinqüenta Quinquagésimo - Cinquenta Avos
Sessenta Sexagésimo - Sessenta Avos
Setenta Septuagésimo - Setenta Avos
Oitenta Octogésimo - Oitenta Avos
Noventa Nonagésimo - Noventa Avos
Cem Centésimo Cêntuplo Centésimo
Duzentos Ducentésimo - Ducentésimo
Trezentos Trecentésimo - Trecentésimo
Quatrocentos Quadringentésimo - Quadringentésimo
Quinhentos Quingentésimo - Quingentésimo
Seiscentos Sexcentésimo - Sexcentésimo
Setecentos Septingentésimo Septingentésimo
Oitocentos Octingentésimo Octingentésimo
Nongentésimo ou
Novecentos Nongentésimo
Noningentésimo
Mil Milésimo Milésimo
LÍNGUA PORTUGUESA

Milhão Milionésimo Milionésimo


Milhão Bilionésimo Bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.

56
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Irei à festa sozinha.
SITE Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ artigo; o segundo, preposição.
secoes/morf/morf40.php>
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
7. PREPOSIÇÃO lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a
apostila. = Nós a trouxemos.
Preposição é uma palavra invariável que serve para
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas
normalmente há uma subordinação do segundo termo por meio das preposições:
em relação ao primeiro. As preposições são muito
importantes na estrutura da língua, pois estabelecem
Destino = Irei a Salvador.
a coesão textual e possuem valores semânticos
Modo = Saiu aos prantos.
indispensáveis para a compreensão do texto.
Lugar = Sempre a seu lado.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tipos de Preposição
Tempo = Chegarei em instantes.
A) Preposições essenciais: palavras que atuam Causa = Chorei de saudade.
exclusivamente como preposições: a, ante, perante, Fim ou finalidade = Vim para ficar.
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, Instrumento = Escreveu a lápis.
por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para Posse = Vi as roupas da mamãe.
com. Autoria = livro de Machado de Assis
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes Companhia = Estarei com ele amanhã.
gramaticais que podem atuar como preposições, Matéria = copo de cristal.
ou seja, formadas por uma derivação imprópria: Meio = passeio de barco.
como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, Origem = Nós somos do Nordeste.
segundo, senão, visto. Conteúdo = frascos de perfume.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
valendo como uma preposição, sendo que a última Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
palavra é uma (preposição): abaixo de, acerca de,
acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas
em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, locuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por prepositiva por trás de.
cima de, por trás de.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
gênero ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
a = pela. Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
Essa concordância não é característica da preposição, – São Paulo: Saraiva, 2010.
mas das palavras às quais ela se une.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
Esse processo de junção de uma preposição com
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
outra palavra pode se dar a partir dos processos de:
 • Combinação: união da preposição “a” com o
SITE
artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos.
Os vocábulos não sofrem alteração. Disponível em: <http://www.infoescola.com/
 • Contração: união de uma preposição com portugues/preposicao/>
outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de
fonema: de + o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + PRONOME
aquele = daquele, em + isso = nisso.
 • Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” Pronome é a palavra variável que substitui ou
preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª acompanha um substantivo (nome), qualificando-o de
alguma forma.
LÍNGUA PORTUGUESA

vogal do pronome “aquilo”).


O homem julga que é superior à natureza, por isso o
O “a” pode funcionar como preposição, pronome homem destrói a natureza...
pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é
seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo superior à natureza, por isso ele a destrói...
para determiná-lo como um substantivo singular e Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de
feminino: A matéria que estudei é fácil! termos (homem e natureza).

57
Grande parte dos pronomes não possuem significados 3.ª pessoa do singular: ele, ela
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação 1.ª pessoa do plural: nós
dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar 2.ª pessoa do plural: vós
a referência exata daquilo que está sendo colocado 3.ª pessoa do plural: eles, elas
por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com
exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os Esses pronomes não costumam ser usados como
demais pronomes têm por função principal apontar para complementos verbais na língua-padrão. Frases como
as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando- “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu
lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude até aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem
dessa característica, os pronomes apresentam uma forma ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na
específica para cada pessoa do discurso. língua formal, devem ser usados os pronomes oblíquos
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”,
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] “Trouxeram-me até aqui”.
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se Frequentemente observamos a omissão do pronome
fala] reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. formas verbais marcam, através de suas desinências, as
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
se fala] boa viagem. (Nós)

Em termos morfológicos, os pronomes são palavras B) Pronome Oblíquo


variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
número (singular ou plural). Assim, espera-se que a sentença, exerce a função de complemento verbal
referência através do pronome seja coerente em termos (objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores.
de gênero e número (fenômeno da concordância) com (objeto indireto)
o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente
no enunciado. Observação:
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da O pronome oblíquo é uma forma variante do
nossa escola neste ano. pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância a função diversa que eles desempenham na oração:
adequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome
[neste: pronome que determina “ano” = concordância oblíquo marca o complemento da oração. Os pronomes
adequada] oblíquos sofrem variação de acordo com a acentuação
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.
concordância inadequada]
B.1 Pronome Oblíquo Átono
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, São chamados átonos os pronomes oblíquos que
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. não são precedidos de preposição. Possuem acentuação
tônica fraca: Ele me deu um presente.
Pronomes Pessoais Lista dos pronomes oblíquos átonos
1.ª pessoa do singular (eu): me
São aqueles que substituem os substantivos, 2.ª pessoa do singular (tu): te
indicando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os 1.ª pessoa do plural (nós): nos
pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a 2.ª pessoa do plural (vós): vos
quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
Os pronomes pessoais variam de acordo com as
funções que exercem nas orações, podendo ser do caso
reto ou do caso oblíquo.

A) Pronome Reto
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na
sentença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos
flores.
LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes retos apresentam flexão de número,


gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa
última a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do
discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é
assim configurado:
1.ª pessoa do singular: eu
2.ª pessoa do singular: tu

58
A combinação da preposição “com” e alguns
FIQUE ATENTO! pronomes originou as formas especiais comigo, contigo,
Os pronomes o, os, a, as assumem formas consigo, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos
especiais depois de certas terminações tônicos frequentemente exercem a função de adjunto
verbais: adverbial de companhia: Ele carregava o documento
consigo.
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou
-r, o pronome assume a forma lo, los, la A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
ou las, ao mesmo tempo que a terminação Ela veio até mim, mas nada falou.
verbal é suprimida. Por exemplo: Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
fiz + o = fi-lo inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na
fazeis + o = fazei-lo prova, até eu! (= inclusive eu)
dizer + a = dizê-la
As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
2. Quando o verbo termina em som nasal, por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
o pronome assume as formas no, nos, na, são reforçados por palavras como outros, mesmos,
nas. Por exemplo: próprios, todos, ambos ou algum numeral.
viram + o: viram-no Você terá de viajar com nós todos.
repõe + os = repõe-nos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
retém + a: retém-na notícias.
tem + as = tem-nas Ele disse que iria com nós três.

B.3 Pronome Reflexivo


B.2 Pronome Oblíquo Tônico São pronomes pessoais oblíquos que, embora
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre
funcionem como objetos direto ou indireto, referem-
precedidos por preposições, em geral as preposições a,
se ao sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e
para, de e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos
recebe a ação expressa pelo verbo.
exercem a função de objeto indireto da oração. Possuem
acentuação tônica forte.
Lista dos pronomes oblíquos tônicos: Lista dos pronomes reflexivos:
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me
2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo lembro disso.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo.
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo =
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Guilherme já se preparou.
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas Ela deu a si um presente.
Antônio conversou consigo mesmo.
Observe que as únicas formas próprias do pronome
tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa 1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio.
(ti). As demais repetem a forma do pronome pessoal do 2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes
caso reto. com esta conquista.
As preposições essenciais introduzem sempre 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se
pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome conheceram. / Elas deram a si um dia de folga.
do caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o
uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados
desta forma:
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. #FicaDica
Não há nenhuma acusação contra mim. O pronome é reflexivo quando se refere
Não vá sem mim. à mesma pessoa do pronome subjetivo
(sujeito): Eu me arrumei e saí.
Há construções em que a preposição, apesar de É pronome recíproco quando indica
surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir
reciprocidade de ação: Nós nos amamos. /
uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
Olhamo-nos calados.
o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
O “se” pode ser usado como palavra
LÍNGUA PORTUGUESA

pronome, deverá ser do caso reto.


expletiva ou partícula de realce, sem ser
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
rigorosamente necessária e sem função
Não vá sem eu mandar.
sintática: Os exploradores riam-se de suas
A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!” tentativas. / Será que eles se foram?
está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil
para mim!

59
C) Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das
São pronomes utilizados no tratamento formal, suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem
cerimonioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor reconhecidos.
(portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na
terceira pessoa. Alguns exemplos: 5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar,
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos
religiosos em geral a chamar alguém de “você”, não poderemos usar
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, terceira pessoa.
professores de curso superior, ministros de Estado
e de Tribunais, governadores, secretários de Estado, Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
presidente da República (sempre por extenso) teus cabelos. (errado)
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de
universidades Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários ou
de igual categoria
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
de direito teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento
cerimonioso Pronomes Possessivos
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
Também são pronomes de tratamento o senhor,
(coisa possuída).
a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora”
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
são empregados no tratamento cerimonioso; “você”
singular)
e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são
largamente empregados no português do Brasil; em
algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em Número Pessoa Pronome
outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito Singular Primeira Meu(s), minha(s)
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
Singular Segunda Teu(s), tua(s)
Observações: Singular Terceira Seu(s), sua(s)
Plural Primeira Nosso(s), nossa(s)
1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes
Plural Segunda Vosso(s), vossa(s)
de tratamento que possuem “Vossa(s)” são
empregados em relação à pessoa com quem Plural Terceira Seu(s), sua(s)
falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro,
compareça a este encontro. Note que:
A forma do possessivo depende da pessoa gramatical
2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito a que se refere; o gênero e o número concordam com o
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição
que Sua Excelência, o Senhor Presidente da naquele momento difícil.
República, agiu com propriedade.
Observações:
3. Os pronomes de tratamento representam uma
forma indireta de nos dirigirmos aos nossos 1. A forma “seu” não é um possessivo quando resultar
interlocutores. Ao tratarmos um deputado por da alteração fonética da palavra senhor: Muito
Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos obrigado, seu José.
endereçando à excelência que esse deputado
supostamente tem para poder ocupar o cargo que 2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam
LÍNGUA PORTUGUESA

ocupa. posse. Podem ter outros empregos, como:


A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40
2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita anos.
com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
possessivos e os pronomes oblíquos empregados lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
em relação a eles devem ficar na 3.ª pessoa.

60
3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento, Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Excelência trouxe sua mensagem? Sua aprovação no concurso, isso é o que mais
desejamos!
4. Referindo-se a mais de um substantivo, o
possessivo concorda com o mais próximo: Trouxe- Este e aquele são empregados quando se quer fazer
me seus livros e anotações. referência a termos já mencionados; aquele se refere ao
termo referido em primeiro lugar e este para o referido
5. Em algumas construções, os pronomes pessoais por último:
oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou
seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos) Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São
Paulo; este está mais bem colocado que aquele. (= este
6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, [São Paulo], aquele [Palmeiras])
próprio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá- ou
lo, para que não ocorra redundância: Coloque tudo
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São
nos respectivos lugares.
Paulo; aquele está mais bem colocado que este. (= este
[São Paulo], aquele [Palmeiras])
Pronomes Demonstrativos
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
São utilizados para explicitar a posição de certa invariáveis, observe:
palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
pode ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. aquela(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
A) Em relação ao espaço:
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
Este material é meu. • o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s),
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da aquilo.
pessoa com quem se fala: Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Esse material em sua carteira é seu? Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
indiquei.)
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está
distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com • mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s):
quem se fala: variam em gênero quando têm caráter reforçativo:
Aquele material não é nosso. Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
Vejam aquele prédio! Eu mesma refiz os exercícios.
Elas mesmas fizeram isso.
B) Em relação ao tempo: Eles próprios cozinharam.
Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em Os próprios alunos resolveram o problema.
relação à pessoa que fala:
Esta manhã farei a prova do concurso! • semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.

• tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.


Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado,
porém relativamente próximo à época em que se situa
1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
a pessoa que fala:
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este.
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! (ou então: este solteiro, aquele casado) - este se
refere à pessoa mencionada em último lugar;
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um aquele, à mencionada em primeiro lugar.
afastamento no tempo, referido de modo vago ou como 2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
tempo remoto: irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Naquele tempo, os professores eram valorizados. 3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de,
em com pronome demonstrativo: àquele, àquela,
C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se falará
LÍNGUA PORTUGUESA

deste, desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no


ou escreverá): que estava vendo. (no = naquilo)
Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se Pronomes Indefinidos
falará:
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso,
ortografia, concordância. dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
quantidade indeterminada.

61
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- Pronomes Relativos
plantadas. São aqueles que representam nomes já mencionados
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa as orações subordinadas adjetivas.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser um grupo racial sobre outros.
humano que seguramente existe, mas cuja identidade é (afirma a superioridade de um grupo racial sobre
desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: outros = oração subordinada adjetiva).

A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, “sistema” é antecedente do pronome relativo que.
beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo. O antecedente do pronome relativo pode ser o
Algo o incomoda? pronome demonstrativo o, a, os, as.
Quem avisa amigo é. Não sei o que você está querendo dizer.
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um expresso.
ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de Quem casa, quer casa.
quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s),
certa(s). Observe:
Cada povo tem seus costumes. Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
Certas pessoas exercem várias profissões. quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
quantas.
Note que: Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
pronomes indefinidos adjetivos:
Note que:
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito,
O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego,
muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum,
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser
nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),
substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando
qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal,
seu antecedente for um substantivo.
tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s),
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
vários, várias.
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (=
Menos palavras e mais ações.
Alguns se contentam pouco. a qual)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em quais)
variáveis e invariáveis. Observe: As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (=
• Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, as quais)
vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda,
muita, pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos, pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente
vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas, para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde”
todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas. (que podem ter várias classificações) são pronomes
• Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, relativos. Todos eles são usados com referência à
algo, cada. pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de
determinadas preposições: Regressando de São Paulo,
*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado.
querer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra O uso de “que”, neste caso, geraria ambiguidade. Veja:
cujo plural é feito em seu interior). Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que
me deixou encantado (quem me deixou encantado: o
Todo e toda no singular e junto de artigo significa sítio ou minha tia?).
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as: Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira) dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades) utiliza-se o qual / a qual)
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que,
e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas
LÍNGUA PORTUGUESA

Trabalho todo dia. (= todos os dias)


deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.
São locuções pronominais indefinidas: cada qual, O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda
cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o
(que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal consequente (o ser possuído, com o qual concorda
qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma em gênero e número); não se usa artigo depois deste
ou outra, etc. pronome; “cujo” equivale a do qual, da qual, dos quais,
Cada um escolheu o vinho desejado. das quais.

62
Existem pessoas cujas ações são nobres. O pronome pessoal é do caso reto quando tem
(antecedente) (consequente) função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso
oblíquo quando desempenha função de complemento.
Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
pronome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
(referiu-se a) lhe ajudar.

“Quanto” é pronome relativo quando tem por Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao
e tudo: caso reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce
função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
Emprestei tantos quantos foram necessários. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso.
(antecedente) O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta
para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não
Ele fez tudo quanto havia falado. sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
(antecedente)
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
precedido de preposição. diferentemente dos segundos, que são sempre
É um professor a quem muito devemos. precedidos de preposição.
(preposição) A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o
que eu estava fazendo.
“Onde”, como pronome relativo, sempre possui B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para
antecedente e só pode ser utilizado na indicação de mim o que eu estava fazendo.
lugar: A casa onde morava foi assaltada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Na indicação de tempo, deve-se empregar quando SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
ou em que: Sinto saudades da época em que (quando) Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
morávamos no exterior. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
Podem ser utilizadas como pronomes relativos as – São Paulo: Saraiva, 2010.
palavras: AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
• como (= pelo qual) – desde que precedida das CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
palavras modo, maneira ou forma: Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Não me parece correto o modo como você agiu semana Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
passada. São Paulo: Saraiva, 2002.

• quando (= em que) – desde que tenha como SITE


antecedente um nome que dê ideia de tempo: Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
Bons eram os tempos quando podíamos jogar secoes/morf/morf42.php>
videogame.
Colocação Pronominal
Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase. Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste pronomes oblíquos átonos na frase.
esporte.
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
#FicaDica
Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de Pronome Oblíquo é aquele que exerce a
gente que conversava, (que) ria, observava. função de complemento verbal (objeto). Por
isso, memorize:
Pronomes Interrogativos OBlíquo = OBjeto!
LÍNGUA PORTUGUESA

São usados na formulação de perguntas, sejam


elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes
indefinidos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo Embora na linguagem falada a colocação dos
impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas
(e variações), quanto (e variações). normas devem ser observadas na linguagem escrita.
Com quem andas?
Qual seu nome? Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo.
Diz-me com quem andas, que te direi quem és. A próclise é usada:

63
• Quando o verbo estiver precedido de palavras que Tenho me deliciado com a leitura!
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: Eu tenho me deliciado com a leitura!
A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, Eu me tenho deliciado com a leitura!
jamais, etc.: Não se desespere!
B) Advérbios: Agora se negam a depor. • Não convém usar hífen nos tempos compostos e
C) Conjunções subordinativas: Espero que me nas locuções verbais:
expliquem tudo! Vamos nos unir!
D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se Iremos nos manifestar.
esforçou.
E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a • Quando há um fator para próclise nos tempos
oportunidade. compostos ou locuções verbais: opção pelo uso
F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. do pronome oblíquo “solto” entre os verbos =
Não vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos
• Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem preocupar”).
lhe disse isso?
• Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto Emprego de o, a, os, as
se ofendem!
• Orações que exprimem desejo (orações optativas): • Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os
Que Deus o ajude. pronomes: o, a, os, as não se alteram.
• A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome Chame-o agora.
reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o Deixei-a mais tranquila.
material amanhã. / Tu sabes cantar?
• Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
verbo. A mesóclise é usada: (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
Quando o verbo estiver no futuro do presente ou • Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em,
futuro do pretérito, contanto que esses verbos não ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para
estejam precedidos de palavras que exijam a próclise. no, na, nos, nas.
Exemplos: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande Chamem-no agora.
evento em prol da paz no mundo. Põe-na sobre a mesa.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo
“realizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração
alguma palavra que justificasse o uso da próclise, esta #FicaDica
prevaleceria. Veja: Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que
nessa viagem. significa “antes”! Pronome antes do verbo!
(com presença de palavra que justifique o uso de Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/
próclise: Não fossem os meus compromissos, EU te (end, em Inglês – que significa “fim, final!).
acompanharia nessa viagem). Pronome depois do verbo!
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. verbo
A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis:
• Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Quando eu avisar, silenciem-se todos. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
• Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
era minha intenção machucá-la. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
• Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se Cochar - Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
inicia período com pronome oblíquo). – São Paulo: Saraiva, 2010.
Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h. SITE
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/
• Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo gramatica/colocacao-pronominal-.html>
no concurso, mudo-me hoje mesmo!
LÍNGUA PORTUGUESA

• Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a 9. SUBSTANTIVO


proposta fazendo-se de desentendida.
Substantivo é a classe gramatical de palavras
Colocação pronominal nas locuções verbais variáveis, as quais denominam todos os seres que existem,
sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e
• Após verbo no particípio = pronome depois do fenômenos, os substantivos também nomeiam:
verbo auxiliar (e não depois do particípio): • lugares: Alemanha, Portugal

64
• sentimentos: amor, saudade beleza depende de outro ser para se manifestar.
• estados: alegria, tristeza Portanto, a palavra beleza é um substantivo
• qualidades: honestidade, sinceridade abstrato.
• ações: corrida, pescaria Os substantivos abstratos designam estados,
qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais
Morfossintaxe do substantivo podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir:
vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções (sentimento).
diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto • Substantivos Coletivos
ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha,
funcionar como núcleo do complemento nominal ou do outra abelha, mais outra abelha.
aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
ou como núcleo do vocativo. Também encontramos Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais
e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi
desempenhadas por grupos de palavras. necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra
abelha, mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-
Classificação dos Substantivos se duas palavras no plural. No terceiro, empregou-se
um substantivo no singular (enxame) para designar um
A) Substantivos Comuns e Próprios conjunto de seres da mesma espécie (abelhas).
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Observe a definição: Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
mesmo estando no singular, designa um conjunto de
Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas seres da mesma espécie.
casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil,
toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma Substantivo coletivo Conjunto de:
cidade (em oposição aos bairros).
assembleia pessoas reunidas
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas alcateia lobos
casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será
acervo livros
chamada cidade. Isso significa que a palavra cidade é um
substantivo comum. trechos literários
antologia
selecionados
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de arquipélago ilhas
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
banda músicos
homem, mulher, país, cachorro.
Estamos voando para Barcelona. desordeiros ou
bando
malfeitores
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da banca examinadores
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de batalhão soldados
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
B) Substantivos Concretos e Abstratos
B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa cacho frutas
o ser que existe, independentemente de outros cancioneiro canções, poesias líricas
seres. colmeia abelhas
Observação: concílio bispos
Os substantivos concretos designam seres do mundo congresso parlamentares, cientistas
real e do mundo imaginário. atores de uma peça ou
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, elenco
filme
Brasília.
esquadra navios de guerra
LÍNGUA PORTUGUESA

Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água,


fantasma. enxoval roupas
falange soldados, anjos
B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres
que dependem de outros para se manifestarem ou fauna animais de uma região
existirem. Por exemplo: a beleza não existe por si feixe lenha, capim
só, não pode ser observada. Só podemos observar
flora vegetais de uma região
a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela. A

65
frota navios mercantes, ônibus B) Substantivos Primitivos e Derivados
B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva
girândola fogos de artifício de nenhuma outra palavra da própria língua
horda bandidos, invasores portuguesa. O substantivo limoeiro, por exemplo, é
derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
médicos, bois, credores,
junta B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina
examinadores
de outra palavra.
júri jurados
legião soldados, anjos, demônios Flexão dos substantivos
leva presos, recrutas
O substantivo é uma classe variável. A palavra é
malfeitores ou variável quando sofre flexão (variação). A palavra menino,
malta
desordeiros por exemplo, pode sofrer variações para indicar:
manada búfalos, bois, elefantes, Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo:
meninão / Diminutivo: menininho
matilha cães de raça
molho chaves, verduras A) Flexão de Gênero
multidão pessoas em geral Gênero é um princípio puramente linguístico, não
devendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz
insetos (gafanhotos, respeito a todos os substantivos de nossa língua, quer se
nuvem
mosquitos, etc.) refiram a seres animais providos de sexo, quer designem
penca bananas, chaves apenas “coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
pinacoteca pinturas, quadros Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
quadrilha ladrões, bandidos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja
ramalhete flores estes títulos de filmes:
O velho e o mar
rebanho ovelhas
Um Natal inesquecível
peças teatrais, obras Os reis da praia
repertório
musicais
réstia alhos ou cebolas Pertencem ao gênero feminino os substantivos que
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
romanceiro poesias narrativas
A história sem fim
revoada pássaros Uma cidade sem passado
sínodo párocos As tartarugas ninjas
talha lenha Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
tropa muares, soldados
turma estudantes, trabalhadores 1. Substantivos Biformes (= duas formas):
apresentam uma forma para cada gênero: gato –
vara porcos gata, homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito -
prefeita
Formação dos Substantivos 2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única
forma, que serve tanto para o masculino quanto
A) Substantivos Simples e Compostos para o feminino. Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra. A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo
O substantivo chuva é formado por um único se faz mediante a utilização das palavras “macho”
elemento ou radical. É um substantivo simples. e “fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré
macho e o jacaré fêmea.
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes
único elemento. a pessoas de ambos os sexos: a criança, a
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo,
Veja agora: O substantivo guarda-chuva é formado por o indivíduo.
dois elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros:
LÍNGUA PORTUGUESA

composto. indicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o


colega e a colega, o doente e a doente, o artista e
A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por a artista.
dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-
flor, passatempo. Substantivos de origem grega terminados em ema
ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o
sintoma, o teorema.

66
• Existem certos substantivos que, variando de gênero, A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo
variam em seu significado: masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça caso, nem o artigo nem um possível adjetivo permitem
(líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) identificar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
e a capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma A criança chorona chamava-se João.
(cabeleira, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de A criança chorona chamava-se Maria.
aumento); o moral (estado de espírito) e a moral (ética;
conclusão); o praça (soldado raso) e a praça (área pública); Outros substantivos sobrecomuns:
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora). a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma
boa criatura.
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu
Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
- aluna. Comuns de Dois Gêneros:
• Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
ao masculino: freguês - freguesa
• Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
de três formas: É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã A distinção de gênero pode ser feita através da
3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona análise do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o
Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão - substantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante;
sultana um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa;
repórter francês - repórter francesa
• Substantivos terminados em -or:
acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora A palavra personagem é usada indistintamente
nos dois gêneros. Entre os escritores modernos nota-
troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz
se acentuada preferência pelo masculino: O menino
descobriu nas nuvens os personagens dos contos de
• Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
carochinha.
cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta
Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino:
- poetisa / duque - duquesa / conde - condessa /
O problema está nas mulheres de mais idade, que não
profeta - profetisa
aceitam a personagem.
• Substantivos que formam o feminino trocando o -e
final por -a: elefante - elefanta
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
• Substantivos que têm radicais diferentes no
fotográfico Ana Belmonte.
masculino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
• Substantivos que formam o feminino de maneira Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó
especial, isto é, não seguem nenhuma das regras (pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
anteriores: czar – czarina, réu - ré maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o
proclama, o pernoite, o púbis.
Formação do Feminino dos Substantivos
Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata,
a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a
Epicenos: libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
São geralmente masculinos os substantivos de origem
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma,
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
forma para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema,
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o
para designar os dois sexos. Esses substantivos são tracoma, o hematoma.
chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
LÍNGUA PORTUGUESA

palavras macho e fêmea. Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exceções,
A cobra macho picou o marinheiro. nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro Preto. /
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Alegre. / Uma
Londres imensa e triste.
Sobrecomuns: Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
Entregue as crianças à natureza.

67
Gênero e Significação Observação:
A palavra réptil pode formar seu plural de duas
Muitos substantivos têm uma significação no maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
masculino e outra no feminino. Observe:
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à duas maneiras:
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), 1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do 2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam
corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma invariáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
(ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta),
a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural
a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma de três maneiras.
(cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), 1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações
a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado 2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães
na administração da crisma e de outros sacramentos), 3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
a crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco),
a cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a Observação:
estepe (vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam
guia outras), a guia (documento, pena grande das asas dois – e até três – plurais:
das aves), o grama (unidade de peso), a grama (relva), aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos ancião –
o caixa (funcionário da caixa), a caixa (recipiente, setor anciões/anciães/anciãos
de pagamentos), o lente (professor), a lente (vidro de charlatão – charlatões/charlatães corrimão –
aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons corrimãos/corrimões
costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a guardião – guardiões/guardiães vilão – vilãos/
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
vilões/vilães
a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o
pala (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe,
Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
anteparo), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora),
o látex - os látex.
o voga (remador), a voga (moda).
Plural dos Substantivos Compostos
B) Flexão de Número do Substantivo
Em português, há dois números gramaticais: o
A formação do plural dos substantivos compostos
singular, que indica um ser ou um grupo de seres, e o
depende da forma como são grafados, do tipo de
plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A
característica do plural é o “s” final. palavras que formam o composto e da relação que
estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem
Plural dos Substantivos Simples hífen comportam-se como os substantivos simples:
aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/
Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e pontapés, malmequer/malmequeres.
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – O plural dos substantivos compostos cujos elementos
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas
Exceção: cânon - cânones. e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

Os substantivos terminados em “m” fazem o plural A) Flexionam-se os dois elementos, quando


em “ns”: homem - homens. formados de:
Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-
perfeitos
Atenção: adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-
O plural de caráter é caracteres. homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; B) Flexiona-se somente o segundo elemento,
LÍNGUA PORTUGUESA

caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, quando formados de:
cônsul e cônsules. verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
duas maneiras: alto-falantes
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-
2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. recos

68
C) Flexiona-se somente o primeiro elemento, túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
quando formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água- pai(s) + zinhos = paizinhos
de-colônia e águas-de-colônia pé(s) + zinhos = pezinhos
substantivo + preposição oculta + substantivo =
pé(s) + zitos = pezitos
cavalo-vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como
Plural dos Nomes Próprios Personativos
determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou
o tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã,
sempre que a terminação preste-se à flexão.
peixe-espada - peixes-espada.
Os Napoleões também são derrotados.
As Raquéis e Esteres.
D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
Plural dos Substantivos Estrangeiros
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os
saca-rolhas
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser
escritos como na língua original, acrescentando-se “s”
Casos Especiais
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os
shorts, os jazz.
o louva-a-deus e os louva-a-deus Substantivos já aportuguesados flexionam-se de
o bem-te-vi e os bem-te-vis acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os
chopes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os
o bem-me-quer e os bem-me-queres garçons, os réquiens.
o joão-ninguém e os joões-ninguém. Observe o exemplo: Este jogador faz gols toda vez que
joga.
Plural das Palavras Substantivadas O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.

As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras Plural com Mudança de Timbre


classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos. Certos substantivos formam o plural com mudança
Pese bem os prós e os contras. de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um
O aluno errou na prova dos noves. fato fonético chamado metafonia (plural metafônico).
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Singular Plural
Observação:
Numerais substantivados terminados em “s” ou “z” Corpo (ô) Corpos (ó)
não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos Esforço Esforços
seis e alguns dez.
Fogo Fogos
Plural dos Diminutivos Forno Fornos
Fosso Fossos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s”
Imposto Impostos
final e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
Olho Olhos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos Osso (ô) Ossos (ó)
animai(s) + zinhos = animaizinhos Ovo Ovos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos Poço Poços
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos Porto Portos
farói(s) + zinhos = faroizinhos Posto Postos
tren(s) + zinhos = trenzinhos Tijolo Tijolos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços,
LÍNGUA PORTUGUESA

flore(s) + zinhas = florezinhas bolsos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros,
mão(s) + zinhas = mãozinhas etc.
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
Observação:
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
funi(s) + zinhos = funizinhos molho (ó) = feixe (molho de lenha).

69
Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o A) Radical: é a parte invariável, que expressa o
norte, o leste, o oeste, a fé, etc. significado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei;
Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, fal-ava; fal-am. (radical fal-)
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, indica a conjugação a que pertence o verbo. Por
bom nome) e honras (homenagem, títulos). exemplo: fala-r. São três as conjugações:
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática
com sentido de plural: Aqui morreu muito negro. - E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
improvisadas. C) Desinência modo-temporal: é o elemento que
designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
C) Flexão de Grau do Substantivo falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
as variações de tamanho dos seres.
D) Desinência número-pessoal: é o elemento que
Classifica-se em: designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o
1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho número (singular ou plural):
considerado normal. Por exemplo: casa falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam
2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho (indica a 3.ª pessoa do plural.)
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um
adjetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande. FIQUE ATENTO!
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo O verbo pôr, assim como seus derivados
indicador de aumento. Por exemplo: casarão. (compor, repor, depor), pertencem à 2.ª
conjugação, pois a forma arcaica do verbo
3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver
do ser. Pode ser: desaparecido do infinitivo, revela-se em
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo algumas formas do verbo: põe, pões,
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. põem, etc.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo
indicador de diminuição. Por exemplo: casinha.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. dos verbos com o conceito de acentuação tônica,
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas o
Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam,
– São Paulo: Saraiva, 2010. amo, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira (fora do radical): opinei, aprenderão, amaríamos.
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
São Paulo: Saraiva, 2002. Classificação dos Verbos

SITE Classificam-se em:


Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
secoes/morf/morf12.php> A) Regulares: são aqueles que apresentam o radical
inalterado durante a conjugação e desinências
VERBO idênticas às de todos os verbos regulares da
mesma conjugação. Por exemplo: comparemos os
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número, verbos “cantar” e “falar”, conjugados no presente
tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o do Modo Indicativo:
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre Canto Falo
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno
LÍNGUA PORTUGUESA

(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). Cantas Falas


Canta Falas
Estrutura das Formas Verbais
Cantamos Falamos
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar Cantais Falais
os seguintes elementos:

70
Basta de tolices.
#FicaDica Chega de promessas.
Observe que, retirando os radicais, as 6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem,
desinências modo-temporal e número- Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem
pessoal mantiveram-se idênticas. Tente fazer referência a sujeito expresso anteriormente (por
com outro verbo e perceberá que se repetirá exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso,
o fato (desde que o verbo seja da primeira classificar o sujeito como hipotético, tornando-se,
conjugação e regular!). Faça com o verbo tais verbos, pessoais.
“andar”, por exemplo. Substitua o radical
“cant” e coloque o “and” (radical do verbo 7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente
andar). Viu? Fácil! de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?
B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca
alterações no radical ou nas desinências: faço, fiz, E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito,
farei, fizesse. conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do
singular e do plural. São unipessoais os verbos
Observação: constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os
Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/ miar, latir, piar).
corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais
alterações não caracterizam irregularidade, porque o Os verbos unipessoais podem ser usados como
fonema permanece inalterado. verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
C) Defectivos: são aqueles que não apresentam O que é que aquela garota está cacarejando?
conjugação completa. Os principais são adequar,
precaver, computar, reaver, abolir, falir. Principais verbos unipessoais:
D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito
e, normalmente, são usados na terceira pessoa do • Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer,
singular. Os principais verbos impessoais são: ser (preciso, necessário):
Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos
1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, bastante)
realizar-se ou fazer (em orações temporais). Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = É preciso que chova. (Sujeito: que chova)
Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) • Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo,
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão) seguidos da conjunção que.
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz) Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei
à Europa)
2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo) Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a
Faz invernos rigorosos na Europa. vejo. (Sujeito: que não a vejo)
Era primavera quando o conheci.
Estava frio naquele dia. F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou
mais formas equivalentes, geralmente no particípio,
3. Todos os verbos que indicam fenômenos da em que, além das formas regulares terminadas em
natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, (particípio irregular).
se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado
“amanhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular
impessoal, empregado em sentido figurado, deixa é empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser,
de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá ficar e estar. Observe:
conjugação completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu) Particípio Particípio
Infinitivo
LÍNGUA PORTUGUESA

Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) Regular Irregular


Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
Aceitar Aceitado Aceito
4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando Acender Acendido Aceso
tempo: Já passa das seis.
Anexar Anexado Anexo
5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição Benzer Benzido Bento
“de”, indicando suficiência:

71
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito,
escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois,
fui) e ir (fui, ia, vades).

H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo
principal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é
expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Pret. mais-que- Fut. do


Presente Pret. Perfeito Pret. Imp. Fut.do Pres.
perf. Pretérito
Sou Fui Era Fora Serei Seria
És Foste Eras Foras Serás Serias
É Foi Era Fora Será Seria
Somos Fomos Éramos Fôramos Seremos Seríamos
LÍNGUA PORTUGUESA

Sois Fostes Éreis Fôreis Sereis Seríeis


São Foram Eram Foram Serão Seriam

72
SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres Fut.do Preté
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR Modo Subjuntivo – Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
LÍNGUA PORTUGUESA

estejas estivesses estiveres está estejas


esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

73
ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


tenho tive tinha tivera terei teria
LÍNGUA PORTUGUESA

tens tiveste tinhas tiveras terás terias


tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

74
TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

• Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a
reflexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de
reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e
respectivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem

• Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto
representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com
os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou-
me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente
pronominais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa
idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro.
Existem três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

A) Infinitivo
LÍNGUA PORTUGUESA

A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
substantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
exemplo:

75
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:


Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

C) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente,
o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os
exames, os candidatos saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função
de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
tempos.

A) Tempos do Modo Indicativo


Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado:
Ele estudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

76
B) Tempos do Modo Subjuntivo
Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse
o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!

Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para
indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
No próximo final de semana, faço a prova!
faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

Modo Indicativo

Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

3.ª conjugação
1.ª conjugação 2.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S


cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

77
Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

Desinên. Pessoal Des. tem


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.poral
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
LÍNGUA PORTUGUESA

cantES vendAS partAS E A S


cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

78
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

C) Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Imperativo Presente do


Indicativo Afirmativo Subjuntivo
Eu canto - Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
LÍNGUA PORTUGUESA

Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

79
Imperativo Negativo Vozes do Verbo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
a negação às formas do presente do subjuntivo. ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
as vozes verbais:
Que eu cante -
Que tu cantes Não cantes tu A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
ação expressa pelo verbo:
Que ele cante Não cante você Ele fez o trabalho.
Que nós cantemos Não cantemos nós sujeito agente ação objeto (paciente)
Que vós canteis Não canteis vós
B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo
Que eles cantem Não cantem eles a ação expressa pelo verbo:
O trabalho foi feito por ele.
• No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª sujeito paciente ação agente da passiva
pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois
uma ordem, pedido ou conselho só se aplicam C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
razão, utiliza-se você/vocês. O menino feriu-se.
• O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente:
sê (tu), sede (vós).
#FicaDica
Infinitivo Pessoal
Não confundir o emprego reflexivo do verbo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação com a noção de reciprocidade:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
CANTAR VENDER PARTIR
Nós nos amamos. (um ama o outro)
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
Formação da Voz Passiva
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS A voz passiva pode ser formada por dois processos:
cantarDES venderDES partirDES analítico e sintético.
cantarEM venderEM partirEM A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte
maneira:
• O verbo parecer admite duas construções: Verbo SER + particípio do verbo principal. Por
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução exemplo:
verbal) A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos:
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito os alunos pintarão a escola)
oracional, correspondendo à construção: parece gostarem O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)
de você).
Observações:
• O verbo pegar possui dois particípios (regular e
irregular): • O agente da passiva geralmente é acompanhado
Elvis tinha pegado minhas apostilas. da preposição por, mas pode ocorrer a construção
Minhas apostilas foram pegas. com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cer-
cada de soldados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa • Pode acontecer de o agente da passiva não estar
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform. • A variação temporal é indicada pelo verbo auxi-
LÍNGUA PORTUGUESA

– São Paulo: Saraiva, 2010. liar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a
AMARAL, Emília... [et al.] - Português: novas palavras: transformação das frases seguintes:
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
SITE O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito
Disponível em: http://www.soportugues.com.br/ perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da
secoes/morf/morf54.php voz ativa)

80
Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
indicativo)
SITE
Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) secoes/morf/morf54.php>

• Nas frases com locuções verbais, o verbo SER as-


sume o mesmo tempo e modo do verbo principal
da voz ativa. Observe a transformação da frase se- EXERCÍCIOS COMENTADOS
guinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) 1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) CESGRANRIO-2018)
B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética -
O ano da esperança
ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª
pessoa, seguido do pronome apassivador “se”. Por
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos
exemplo:
Abriram-se as inscrições para o concurso. desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás
Destruiu-se o velho prédio da escola. do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações
de amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o
Observação: dinheiro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava,
O agente não costuma vir expresso na voz passiva com a consciência de que era uma doação. A situação
sintética. foi piorando. Os argumentos também. No início era para
pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva doentes. Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso.
Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar Mas que sofreu um acidente e não tinha como pagar a
substancialmente o sentido da frase. fisioterapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas
internações, remédios. A situação piorando, eu já estava
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) encomendando missa de sétimo dia. Falei com um amigo
Sujeito da Ativa objeto Direto médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso
gratuitamente. Surpresa! O doente não aparecia para
A apostila foi comprada pelo concurseiro. a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se
(Voz Passiva) consultava ou eu não ajudava mais.
Sujeito da Passiva Agente da Passiva Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita
de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo emprego após o suposto acidente. Foi por isso que me
tempo. deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde
Os mestres têm constantemente aconselhado os também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As
alunos.
pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a
Os alunos têm sido constantemente aconselhados
indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar.
pelos mestres.
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos
Eu o acompanharei.
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir.
Ele será acompanhado por mim.
Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: consciência para votar. Como? Num mundo em que as
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado. notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites
Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir, servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva, cada história a meu respeito que nem sei o que dizer.
porque o sujeito não pode ser visto como agente, Já inventaram casos de amor, tramas nas novelas que
escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por
LÍNGUA PORTUGUESA

paciente ou agente paciente.


que isso ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS a trama. Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa mentira da internet.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Duvidam. Acham que estou mentindo.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez.
char - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform. 2017, p.97. Adaptado.
– São Paulo: Saraiva, 2010.

81
No trecho “perde-se o dinheiro e o amigo”, a colocação 3. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUI-
do pronome átono em destaque está de acordo com a TETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Se substituíssemos
norma-padrão da língua portuguesa. O mesmo ocorre os complementos dos verbos abaixo por pronomes pes-
em: soais oblíquos enclíticos, a única forma INADEQUADA
seria:
a) Não se perde nem o dinheiro nem o amigo.
b) Perderia-se o dinheiro e o amigo. a) impregna a vida cotidiana / impregna-a;
c) O dinheiro e o amigo tinham perdido-se. b) entender os debates / entendê-los;
d) Se perdeu o dinheiro, mas não o amigo. c) ganha destaque / ganha-o;
e) Se o amigo que perdeu-se voltasse, ficaria feliz. d) supõe um conhecimento / supõe-lo;
e) marcaram sua história / marcaram-na.
Resposta: Letra A
Em “a”: Não se perde = correta (advérbio atrai o Resposta: Letra D
pronome = próclise) Em “a”: impregna a vida cotidiana / impregna-a =
Em “b”: Perderia-se = verbo no futuro do pretérito: correta
perder-se-ia (mesóclise) Em “b”: entender os debates / entendê-los = correta
Em “c”: O dinheiro e o amigo tinham perdido-se = Em “c”: ganha destaque / ganha-o = correta
tinham se perdido Em “d”: supõe um conhecimento / supõe-lo = supõe-
Em “d”: Se perdeu = não se inicia período com no
pronome oblíquo/partícula apassivadora (Perdeu-se) Em “e”: marcaram sua história / marcaram-na = correta
Em “e”: Se o amigo que perdeu-se = o “que” atrai o
pronome (próclise): que se perdeu 4. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –
VUNESP-2014) Considerando-se o uso do pronome e
2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – a colocação pronominal, a expressão em destaque no
CESGRANRIO-2018) Segundo as exigências da norma- trecho – ... que cercam o sentido da existência humana...
padrão da língua portuguesa, o pronome destacado foi – está corretamente substituída pelo pronome, de
utilizado na posição correta em: acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, na
alternativa:
a) Os jornais noticiaram que alguns países mobilizam-se
para combater a disseminação de notícias falsas nas a) ... que cercam-lo...
redes sociais. b) ... que cercam-no...
b) Para criar leis eficientes no combate aos boatos, c)... que o cercam...
sempre deve-se ter em mente que o problema de d) ... que lhe cercam...
divulgação de notícias falsas é grave e muito atual. e) ... que cercam-lhe...
c) Entre os numerosos usuários da internet, constata-se
um sentimento generalizado de reprovação à prática Resposta: Letra C
de divulgação de inverdades. Correções à frente:
d) Uma nova lei contra as fake news promulgada na Em “a”: que cercam-lo = o “que” atrai o pronome (que
Alemanha não aplica-se aos sites e redes sociais com o cercam)
menos de 2 milhões de membros. Em “b”: que cercam-no = que o cercam (“no” está
e) Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo mais correta – caso não tivéssemos o “que”, pois, devido a
eficaz para que adote-se a conduta correta em relação sua presença, teremos próclise, não ênclise)
à reputação das celebridades. Em “c”: que o cercam = correta
Em “d”: que lhe cercam = a posição está correta, mas
Resposta: Letra C o pronome está errado (“lhe” é para objeto indireto =
Em “a”: Os jornais noticiaram que alguns países a ele/ela)
mobilizam-se = se mobilizam Em “e”: que cercam-lhe = que o cercam
Em “b”: Para criar leis eficientes no combate aos
boatos, sempre deve-se = sempre se deve 5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014)
Em “c”: Entre os numerosos usuários da internet, Considerando apenas as regras de regência e de colocação
constata-se um sentimento = correta pronominal da norma-padrão da língua portuguesa, a
Em “d”: Uma nova lei contra as fake news promulgada expressão destacada em – Ainda assim, 60% afirmam que
na Alemanha não aplica-se = não se aplica raramente ou nunca têm informações sobre o impacto
Em “e”: Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo ambiental do produto ou do comportamento da empresa.
– pode ser corretamente substituída por
LÍNGUA PORTUGUESA

mais eficaz para que adote-se = que se adote

a) ... nunca informam-se sob o impacto...


b)... nunca se informam o impacto...
c) ... nunca informam-se ao impacto...
d) ... nunca se informam do impacto...
e)... nunca informam-se no impacto...

82
Resposta: Letra D d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de
Por eliminação: o advérbio “nunca” atrai o pronome, Barros na literatura...
teremos próclise (nunca se). Ficamos com B e D. Agora e) ... para depois casá-las...
vamos ao verbo: quem se informa, informa-se sobre
algo = precisa de preposição. A alternativa que tem Resposta: Letra A
preposição presente é a D (do = de+o). Teremos: “Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do
nunca se informam do impacto. Indicativo. Procuremos nos itens:
Em “a”, Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo
6. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL Em “b”, Porque não seria = futuro do pretérito do
– VUNESP-2013) Considerando a substituição da Indicativo
expressão em destaque por um pronome e as normas da Em “c”, Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfeito
colocação pronominal, a oração – … que abrem a cabeça do Indicativo
… – equivale, na norma-padrão da língua, a: Em “d”, Quase meio século separa = presente do
a) que abrem-a. Indicativo
b) que abrem-na. Em “e”, para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar
c) que a abrem. elas)
d) que lhe abrem.
e) que abrem-lhe. 9. (TRT 20.ª REGIÃO-SE - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC-
2016)
Resposta: Letra C Precisamos de um treinador que nos ajude a comer...
Primeiramente: o “que” atrai o pronome oblíquo, O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o
então teremos que + pronome. Resta-nos identificar sublinhado acima está também sublinhado em:
se o pronome é objeto direto (a) ou indireto (lhe).
Voltemos ao verbo: abrir. Quem abre, abre algo... abre a) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as
o quê? Sem preposição! Portanto: objeto direto = que amas...
a abrem. b) Não é por acaso que proliferaram os coaches.
c) ... país que transformou a infância numa bilionária
7. (TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA APOIO indústria de consumo...
ESPECIALIZADO - ESPECIALIDADE MEDICINA DO d) E, mesmo que se esforcem muito...
TRABALHO – FCC/2012) Aos poucos, contudo, fui e) Hoje há algo novo nesse cenário.
chegando à constatação de que todo perfil de rede
social é um retrato ideal de nós mesmos. Resposta: Letra D
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra que nos ajude = presente do Subjuntivo
alteração seja feita na frase, o elemento grifado pode ser Em “a”, que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
substituído por: Em “b”, que proliferaram = pretérito perfeito (e
também mais-que-perfeito) do Indicativo
a) ademais. Em “c”, que transformou = pretérito perfeito do
b) conquanto. Indicativo
c) porquanto. Em “d”, que se esforcem = presente do Subjuntivo
d) entretanto. Em “e”, há algo novo nesse cenário = presente do
e) apesar. Indicativo

Resposta: Letra D 10. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - Técnico Judiciário – FCC-


Contudo é uma conjunção adversativa (expressa 2016) Empregam-se todas as formas verbais de acordo
oposição). A substituição deve utilizar outra de mesma com a norma culta na seguinte frase:
classificação, para que se mantenha a ideia do período.
A correta é entretanto. a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento
não poderia receber qualquer tipo de retificação.
8. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - ANALISTA JUDICIÁRIO - b) Os documentos com assinatura digital disporam de
ÁREA ADMINISTRATIVA- FCC-2016) algoritmos de criptografia que os protegeram.
... para quem Manoel de Barros era comparável a São c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
Francisco de Assis... contar com a proteção de uma assinatura digital.
d) Quem se propor a alterar um documento criptografado
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da deve saber que comprometerá sua integridade.
LÍNGUA PORTUGUESA

frase acima está em: e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem
comprometer a integridade dos documentos.
a) Dizia-se um “vedor de cinema”...
b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no Resposta: Letra E
espaço... Em “a”, Para que se mantesse (mantivesse) sua
c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e autenticidade, o documento não poderia receber
Charles Baudelaire. qualquer tipo de retificação.

83
Em “b”, Os documentos com assinatura digital Resposta: Letra E
disporam (dispuseram) de algoritmos de criptografia Em “a”, Existe grande confusão = substantivo
que os protegeram. Em “b”, o médico ou alguém causa ativamente a
Em “c”, Arquivados eletronicamente, os documentos morte = pronome
poderam (puderam) contar com a proteção de uma Em “c”, prolonga o processo de morrer procurando
assinatura digital. distanciar a morte = substantivo
Em “d”, Quem se propor (propuser) a alterar Em “d”, Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo
um documento criptografado deve saber que Em “e”, E como seria a verdadeira boa morte? =
comprometerá sua integridade. adjetivo
Em “e”, Não é possível fazer as alterações que
convierem sem comprometer a integridade dos 13. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA
documentos = correta DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE
– SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010)
11. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO -
SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) Considere
as seguintes frases:
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos.
Segundo, não memorize apenas por repetição.
Terceiro, rabisque!

Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos


empregados nessas frases está em destaque em:

a) ... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem


com que o cérebro humano não considere útil gravar
esses dados...
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-
número de informações.
c) ... após discar e fazer a ligação, não precisamos mais
dele...
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em Disponível em: http://www.acharge.com.br/index.htm
que morou quando era criança? (acesso: 03/03/2010)
e) É o que mostra também uma pesquisa recente
conduzida pela empresa de segurança digital A palavra “oposição”, da charge, é classificada
Kaspersky... morfologicamente como:

Resposta: Letra D a) Substantivo concreto.


Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperativo b) Substantivo abstrato.
(expressam ordem). Vamos aos itens: c) Substantivo coletivo.
Em “a”, ... o acesso rápido e a quantidade de textos d) Substantivo próprio.
fazem = presente do Indicativo e) Adjetivo.
Em “b”, Na internet, basta um clique = presente do
Indicativo Resposta: Letra B
Em “c”, ... após discar e fazer a ligação, não precisamos O termo “oposição” é classificado – morfologicamente
= presente do Indicativo – como substantivo abstrato, pois não existe por si só
Em “d”, Pense rápido: = Imperativo – depende de outro ser para “se concretizar”.
Em “e”, É o que mostra também uma pesquisa =
presente do Indicativo

12. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –


VUNESP-2014) Assinale a alternativa em que a palavra
em destaque na frase pertence à classe dos adjetivos
(palavra que qualifica um substantivo).
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de


eutanásia...
b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar
a morte.
d) Ela é proibida por lei no Brasil,...
e) E como seria a verdadeira boa morte?

84
Período composto é aquele constituído por duas ou
TERMOS DA ORAÇÃO. PROCESSOS DE mais orações:
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO Cantei, dancei e depois dormi.
(VALORES SINTÁTICOS E SEMÂNTICOS). Quero que você estude mais.

Termos da Oração
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
Termos essenciais
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
TERMOS DA ORAÇÃO
O sujeito e o predicado são considerados termos
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para para a formação das orações. No entanto, existem
estabelecer comunicação. Normalmente é composta orações formadas exclusivamente pelo predicado. O
por dois termos – o sujeito e o predicado – mas não que define a oração é a presença do verbo. O sujeito é o
obrigatoriamente, pois há orações ou frases sem sujeito: termo que estabelece concordância com o verbo.
Trovejou muito ontem à noite. O candidato está preparado.
Os candidatos estão preparados.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação
em verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”.
nominais (sem a presença de verbos), feita a partir de seus “Candidato” é a principal palavra do sujeito, sendo, por
elementos constituintes, elas podem ser classificadas a isso, denominada núcleo do sujeito. Este se relaciona
partir de seu sentido global: com o verbo, estabelecendo a concordância (núcleo no
A) frases interrogativas = o emissor da mensagem
singular, verbo no singular: candidato = está).
formula uma pergunta: Que dia é hoje?
A função do sujeito é basicamente desempenhada
B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou
faz um pedido: Dê-me uma luz! por substantivos, o que a torna uma função substantiva
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer
estado afetivo: Que dia abençoado! outras palavras substantivadas (derivação imprópria)
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A também podem exercer a função de sujeito.
prova será amanhã. Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo,
substantivo)
Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no
(oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: exemplo: substantivo)
sujeito e predicado.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos:
verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do
algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é
sujeito.
a parte da frase que contém “a informação nova para
o ouvinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao
tema, constituindo a declaração do que se atribui ao Um sujeito é determinado quando é facilmente
sujeito. identificado pela concordância verbal. O sujeito
Quando o núcleo da declaração está no verbo (que determinado pode ser simples ou composto.
indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo A indeterminação do sujeito ocorre quando não
significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o é possível identificar claramente a que se refere a
núcleo estiver em um nome (geralmente um adjetivo), concordância verbal. Isso ocorre quando não se pode
teremos um predicado nominal (os verbos deste tipo de ou não interessa indicar precisamente o sujeito de uma
predicado são os que indicam estado, conhecidos como oração.
verbos de ligação): Estão gritando seu nome lá fora.
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação Trabalha-se demais neste lugar.
(predicado verbal)
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o O sujeito simples é o sujeito determinado que
núcleo é “fácil” (predicado nominal)
apresenta um único núcleo, que pode estar no singular
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída ou no plural; pode também ser um pronome indefinido.
por uma ou mais orações, formando um todo, com Abaixo, sublinhei os núcleos dos sujeitos:
Nós estudaremso juntos.
LÍNGUA PORTUGUESA

sentido completo. O período pode ser simples ou


composto. A humanidade é frágil.
Ninguém se move.
Período simples é aquele constituído por apenas O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma
uma oração, que recebe o nome de oração absoluta. derivação imprópria, tranformando-o em substantivo)
Chove. As crianças precisam de alimentos saudáveis.
A existência é frágil.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.

85
O sujeito composto é o sujeito determinado que • os verbos que indicam fenômenos da natureza:
apresenta mais de um núcleo. Amanheceu.
Alimentos e roupas custam caro. Está trovejando.
Ela e eu sabemos o conteúdo.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda. • os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a tempo em geral:
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o Está tarde.
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo Já são dez horas.
do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido Faz frio nesta época do ano.
pela desinência verbal ou pelo contexto. Há muitos concursos com inscrições abertas.
Abolimos todas as regras. = (nós)
Falaste o recado à sala? = (tu) Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
primeira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado
segunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os é aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com
pronomes não estejam explícitos. exceção do vocativo - que é um termo à parte - tudo
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito o que difere do sujeito numa oração é o seu predicado.
na desinência verbal “-mos” Chove muito nesta época do ano.
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na Houve problemas na reunião.
desinência verbal “-ais”
Em ambas as orações não há sujeito, apenas
Mas: predicado. Na segunda oração, “problemas” funciona
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós como objeto direto.
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós
As questões estavam fáceis!
O sujeito indeterminado surge quando não se quer - Sujeito simples = as questões
ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Predicado = estavam fáceis
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso
contrário, teríamos uma oração sem sujeito. Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser Sujeito = uma ideia estranha
indeterminado de duas maneiras: Predicado = passou-me pelo pensamento

A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que Para o estudo do predicado, é necessário verificar
o sujeito não tenha sido identificado anteriormente: se seu núcleo é um nome (então teremos um predicado
Bateram à porta; nominal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se
Andam espalhando boatos a respeito da queda do considerar também se as palavras que formam o
ministro. predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao
sujeito da oração.
Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
ou composto: Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres
Os meninos bateram à porta. (simples) de opinião.
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto) Predicado

B) com o verbo na terceira pessoa do singular, O predicado acima apresenta apenas uma palavra
acrescido do pronome “se”. Esta é uma que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se
construção típica dos verbos que não apresentam ligam direta ou indiretamente ao verbo.
complemento direto: A cidade está deserta.
Precisa-se de mentes criativas.
Vivia-se bem naqueles tempos. O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-
Trata-se de casos delicados. se ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como
Sempre se está sujeito a erros. elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o
sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta =
predicativo do sujeito).
LÍNGUA PORTUGUESA

O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice


de indeterminação do sujeito.
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo significativo um verbo:
predicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. Chove muito nesta época do ano.
A mensagem está centrada no processo verbal. Os Estudei muito hoje!
principais casos de orações sem sujeito com: Compraste a apostila?

86
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem A) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam referentes a pessoas:
processos. Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
(o objeto é direto, mas como há preposição,
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo denomina-se: objeto direto preposicionado)
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou
estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a outro de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero
nome da oração por meio de um verbo (o verbo de cansar a Vossa Senhoria.
ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao (sem preposição, o sentido seria outro: O povo
predicativo, indicando circunstâncias referentes ao prejudica a crise)
estado do sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, O objeto indireto é o complemento que se liga
andar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como indiretamente ao verbo, ou seja, através de uma
elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele preposição.
relacionadas. Gosto de música popular brasileira.
Necessito de ajuda.
A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. Objeto Pleonástico

O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos.
dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No Normalmente, as frases em que ocorrem objetos
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir pleonásticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o
ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto). objeto, antecipado para o início da oração; em seguida,
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre ele é repetido através de um pronome oblíquo. É à
significativo, indicando processos. É também sempre por repetição que se dá o nome de objeto pleonástico.
intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com
o termo a que se refere. “Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçalves
O dia amanheceu ensolarado; Dias)
As mulheres julgam os homens inconstantes.
objeto pleonástico
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de
ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: Ao traidor, nada lhe devemos.
um verbal e outro nominal.
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado. O termo que integra o sentido de um nome chama-
se complemento nominal, que se liga ao nome que
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o completa por intermédio de preposição:
complemento homens com o predicativo “inconstantes”. A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a
palavra “necessária”
Termos integrantes da oração Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”

Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o Termos acessórios da oração e vocativo


complemento nominal são chamados termos integrantes
da oração. Os termos acessórios recebem este nome por serem
Os complementos verbais integram o sentido explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o
dos verbos transitivos, com eles formando unidades adjunto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o
significativas. Estes verbos podem se relacionar com vocativo – este, sem relação sintática com outros temos
seus complementos diretamente, sem a presença da oração.
de preposição, ou indiretamente, por intermédio de
preposição. O adjunto adverbial é o termo da oração que indica
uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
LÍNGUA PORTUGUESA

O objeto direto é o complemento que se liga sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função
diretamente ao verbo. adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
Houve muita confusão na partida final. exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei
Queremos sua ajuda. a pé àquela velha praça.

O objeto direto preposicionado ocorre principal- O adjunto adnominal é o termo acessório que
mente: determina, especifica ou explica um substantivo. É uma
função adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções

87
adjetivas que exercem o papel de adjunto adnominal na Estou comprando um protetor solar, depois irei à
oração. Também atuam como adjuntos adnominais os praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas
artigos, os numerais e os pronomes adjetivos. orações)
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
amigo de infância. um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três
orações).
O adjunto adnominal se liga diretamente ao
substantivo a que se refere, sem participação do verbo. Há dois tipos de relações que podem se estabelecer
Já o predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de entre as orações de um período composto: uma relação
um verbo. de coordenação ou uma relação de subordinação.
O poeta português deixou uma obra originalíssima. Duas orações são coordenadas quando estão juntas
O poeta deixou-a. em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: de informações, marcado pela pontuação final), mas têm,
adjunto adnominal) ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
O poeta português deixou uma obra inacabada. (Período Composto)
O poeta deixou-a inacabada. Podemos dizer:
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo 1. Estou comprando um protetor solar.
do objeto) 2. Irei à praia.

Enquanto o complemento nominal se relaciona a um Separando as duas, vemos que elas são independentes.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se Tal período é classificado como Período Composto por
relaciona apenas ao substantivo. Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas,
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, temos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um Sindéticas.
termo que exerça qualquer função sintática: Ontem,
segunda-feira, passei o dia mal-humorado. A) Coordenadas Assindéticas
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de São orações coordenadas entre si e que não são
tempo “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ligadas através de nenhum conectivo. Estão apenas
ao termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: justapostas.
Segunda-feira passei o dia mal-humorado. Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu
valor na oração, em: B) Coordenadas Sindéticas
A) explicativo: A linguística, ciência das línguas Ao contrário da anterior, são orações coordenadas
humanas, permite-nos interpretar melhor nossa entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção
relação com o mundo. coordenativa, que dará à oração uma classificação. As
B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas orações coordenadas sindéticas são classificadas em
coisas: amor, arte, ação. cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas
C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e e explicativas.
sonho, tudo forma o carnaval.
D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.
• Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas
O vocativo é um termo que serve para chamar, principais conjunções são: e, nem, não só... mas
invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, também, não só... como, assim... como.
não mantendo relação sintática com outro termo da Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
oração. A função de vocativo é substantiva, cabendo Comprei o protetor solar e fui à praia.
a substantivos, pronomes substantivos, numerais e
palavras substantivadas esse papel na linguagem. • Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas:
João, venha comigo! suas principais conjunções são: mas, contudo,
Traga-me doces, minha menina! todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda,
assim, senão.
Períodos Compostos Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
LÍNGUA PORTUGUESA

Li tudo, porém não entendi!


Período Composto por Coordenação
• Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas:
O período composto se caracteriza por possuir mais suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora;
de uma oração em sua composição. Sendo assim: quer...quer; seja...seja.
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
oração)

88
• Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: O garoto perguntou qual seu nome.
suas principais conjunções são: logo, portanto, Oração Subordinada Substantiva
por fim, por conseguinte, consequentemente, pois
(posposto ao verbo). Não sabemos quando ele virá.
Passei no concurso, portanto comemorarei! Oração Subordinada Substantiva
A situação é delicada; devemos, pois, agir.
Classificação das Orações Subordinadas
• Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: Substantivas
suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a
saber, na verdade, pois (anteposto ao verbo). Conforme a função que exerce no período, a oração
Não fui à praia, pois queria descansar durante o subordinada substantiva pode ser:
Domingo.
Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos. 1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal:
Período Composto Por Subordinação
É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Quero que você seja aprovado! Sujeito
Oração principal oração subordinada
É fundamental que você compareça à reunião.
Observe que na oração subordinada temos o verbo Oração Principal Oração Subordinada
“seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular Substantiva Subjetiva
do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
conjunção. As orações subordinadas que apresentam
verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo
do indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas FIQUE ATENTO!
por conjunção, chamam-se orações desenvolvidas ou Observe que a oração subordinada
explícitas. substantiva pode ser substituída pelo
pronome “isso”. Assim, temos um período
Podemos modificar o período acima. Veja:
simples:
É fundamental isso ou Isso é
Quero ser aprovado.
fundamental.
Oração Principal Oração Subordinada
Desta forma, a oração correspondente a
A análise das orações continua sendo a mesma:
“isso” exercerá a função de sujeito.
“Quero” é a oração principal, cujo objeto direto é a
oração subordinada “ser aprovado”. Observe que a
oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo
(ser). Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia
as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na
cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo, oração principal:
gerúndio ou particípio) são chamadas de orações
reduzidas ou implícitas (como no exemplo acima). • Verbos de ligação + predicativo, em construções
do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece
Observação: certo - É claro - Está evidente - Está comprovado
As orações reduzidas não são introduzidas por É bom que você compareça à minha festa.
conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
eventualmente, introduzidas por preposição. • Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-
se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi
A) Orações Subordinadas Substantivas anunciado, Ficou provado.
A oração subordinada substantiva tem valor de Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção
integrante (que, se). • Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
importar - ocorrer - acontecer
Não sei se sairemos hoje. Convém que não se atrase na entrevista.
Oração Subordinada Substantiva
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação:
Temos medo de que não sejamos aprovados. Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva,
Oração Subordinada Substantiva o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa do
singular.
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem 2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, do verbo da oração principal:
como).

89
Todos querem sua aprovação no concurso. 5. Predicativa = exerce papel de predicativo do
Objeto Direto sujeito do verbo da oração principal e vem sempre
depois do verbo ser.
Todos querem que você seja aprovado. (Todos Nosso desejo era sua desistência.
querem isso) Predicativo do Sujeito
Oração Principal Oração Subordinada
Substantiva Objetiva Direta Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso
desejo era isso)
As orações subordinadas substantivas objetivas Oração Subordinada
diretas (desenvolvidas) são iniciadas por: Substantiva Predicativa
• Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam 6. Apositiva = exerce função de aposto de algum
presentes. termo da oração principal.
• Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
vezes regidos de preposição), nas interrogações Aposto
indiretas: O pessoal queria saber quem era o dono
do carro importado. Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
• Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às Oração subordinada
vezes regidos de preposição), nas interrogações substantiva apositiva reduzida de infinitivo
indiretas: Eu não sei por que ela fez isso.
(Fernanda tinha um grande sonho: isso)
3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto
do verbo da oração principal. Vem precedida de Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )
preposição.
B) Orações Subordinadas Adjetivas
Meu pai insiste em meu estudo. Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objeto Indireto valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale.
As orações vêm introduzidas por pronome relativo e
Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Esta foi uma redação bem-sucedida.
Objetiva Indireta Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)

Observação: O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo


Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
oração. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Oração Subordinada Esta foi uma redação que fez sucesso.
Substantiva Objetiva Indireta Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva

4. Completiva Nominal = completa um nome Perceba que a conexão entre a oração subordinada
que pertence à oração principal e também vem adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
marcada por preposição. feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Sentimos orgulho de seu comportamento. uma função sintática na oração subordinada: ocupa o
Complemento Nominal papel que seria exercido pelo termo que o antecede (no
caso, “redação” é sujeito, então o “que” também funciona
Sentimos orgulho de que você se comportou. (= como sujeito).
Sentimos orgulho disso.)
Oração Subordinada
Substantiva Completiva Nominal FIQUE ATENTO!
Vale lembrar um recurso didático para
As orações subordinadas substantivas objetivas reconhecer o pronome relativo “que”: ele
indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto sempre pode ser substituído por: o qual -
que orações subordinadas substantivas completivas a qual - os quais - as quais
LÍNGUA PORTUGUESA

nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta
uma da outra, é necessário levar em conta o termo oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno
complementado. Esta é a diferença entre o objeto indireto o qual estuda.
e o complemento nominal: o primeiro complementa um
verbo; o segundo, um nome.
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas

90
Quando são introduzidas por um pronome C) Orações Subordinadas Adverbiais
relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou Uma oração subordinada adverbial é aquela que
subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são exerce a função de adjunto adverbial do verbo da oração
chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as principal. Assim, pode exprimir circunstância de tempo,
orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando
são introduzidas por pronome relativo (podem ser desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções
introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa subordinativas (com exclusão das integrantes, que
das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio). introduzem orações subordinadas substantivas).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. conjuntiva que a introduz (assim como acontece com as
coordenadas sindéticas).
No primeiro período, há uma oração subordinada
adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito Oração Subordinada Adverbial
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração
subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há A oração em destaque agrega uma circunstância de
pronome relativo e seu verbo está no infinitivo. tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada
adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas acessórios que indicam uma circunstância referente, via
de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial
Na relação que estabelecem com o termo que depende da exata compreensão da circunstância que
caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem exprime.
atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
restringem ou especificam o sentido do termo a que minha vida.
se referem, individualizando-o. Nestas orações não Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas minha vida.
adjetivas restritivas. Existem também orações que realçam
No primeiro período, “naquele momento” é um
um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente,
adjunto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal
que já se encontra suficientemente definido. Estas orações
“senti”. No segundo período, este papel é exercido
denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
pela oração “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma
oração subordinada adverbial temporal. Esta oração é
Exemplo 1:
desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção
subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que modo indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo).
passava naquele momento. Seria possível reduzi-la, obtendo-se:
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
trata-se de um homem específico, único. A oração limita das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não
o universo de homens, isto é, não se refere a todos os é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por
homens, mas sim àquele que estava passando naquele uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
momento.
Observação:
Exemplo 2: A classificação das orações subordinadas adverbiais
é feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos
O homem, que se considera racional, muitas vezes adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela
age animalescamente. oração.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais
Agora, a oração em destaque não tem sentido
restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, A) Causal = A ideia de causa está diretamente
apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida ligada àquilo que provoca um determinado fato,
no conceito de “homem”. ao motivo do que se declara na oração principal.
LÍNGUA PORTUGUESA

Principal conjunção subordinativa causal: porque.


Saiba que: Outras conjunções e locuções causais: como
A oração subordinada adjetiva explicativa é separada (sempre introduzido na oração anteposta à oração
da oração principal por uma pausa que, na escrita, principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto
é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a que.
pontuação seja indicada como forma de diferenciar as As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito
orações explicativas das restritivas; de fato, as explicativas forte.
vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. Já que você não vai, eu também não vou.

91
A diferença entre a subordinada adverbial causal e Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse /
a sindética explicativa é que esta “explica” o fato que embora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
aconteceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela
apresenta a “causa” do acontecimento expresso na E) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais
oração à qual ela se subordina. Repare: comparativas estabelecem uma comparação com
1. Faltei à aula porque estava doente. a ação indicada pelo verbo da oração principal.
2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. Principal conjunção subordinativa comparativa:
como.
Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa) Ele dorme como um urso. (como um urso dorme)
que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de Você age como criança. (age como uma criança age)
estar doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a
oração sublinhada relata um fato que aconteceu depois, • geralmente há omissão do verbo.
já que primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram
vermelhos. F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequência, para a execução do que se declara na oração
é efeito do que se declara na oração principal. São principal. Principal conjunção subordinativa
introduzidas pelas conjunções e locuções: que, conformativa: conforme. Outras conjunções
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas conformativas: como, consoante e segundo (todas
estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que. com o mesmo valor de conforme).
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que Fiz o bolo conforme ensina a receita.
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho) Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou direitos iguais.
concretizando-os.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
Reduzida de Infinitivo) se declara na oração principal. Principal conjunção
subordinativa final: a fim de. Outras conjunções
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe
finais: que, porque (= para que) e a locução
como necessário para a realização ou não de
conjuntiva para que.
um fato. As orações subordinadas adverbiais
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer
Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
para que se realize - ou deixe de se realizar - o fato
expresso na oração principal.
H) Proporcional = exprime ideia de proporção,
Principal conjunção subordinativa condicional: se.
ou seja, um fato simultâneo ao expresso na
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que,
desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, oração principal. Principal locução conjuntiva
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). subordinativa proporcional: à proporção que.
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, Outras locuções conjuntivas proporcionais: à
certamente o melhor time será campeão. medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
Caso você saia, convide-me. quanto maior...(maior), quanto maior...(menor),
quanto menor...(maior), quanto menor...(menor),
D) Concessiva = indica concessão às ações do quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto
verbo da oração principal, isto é, admitem uma menos...(mais), quanto menos...(menos).
contradição ou um fato inesperado. A ideia de À proporção que estudávamos mais questões
concessão está diretamente ligada ao contraste, acertávamos.
à quebra de expectativa. Principal conjunção À medida que lia mais culto ficava.
subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se
também a conjunção: conquanto e as locuções I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, expresso na oração principal, podendo exprimir
posto que, apesar de que. noções de simultaneidade, anterioridade ou
Só irei se ele for. posterioridade. Principal conjunção subordinativa
A oração acima expressa uma condição: o fato de temporal: quando. Outras conjunções
“eu” ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita. subordinativas temporais: enquanto, mal e
Compare agora com: locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as
Irei mesmo que ele não vá. vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde
LÍNGUA PORTUGUESA

que, etc.
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando
A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial terminou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
concessiva.
Observe outros exemplos:
Embora fizesse calor, levei agasalho.

92
Orações Reduzidas 2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE
LEGISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Ou seja,
As orações subordinadas podem vir expressas como foi usada para criar uma desigualdade social...”; se
reduzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas modificarmos a oração reduzida de infinitivo por uma
nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem oração desenvolvida, a forma adequada seria:
conectivo subordinativo que as introduza.
É preciso estudar! = reduzida de infinitivo a) para a criação de uma desigualdade social;
É preciso que se estude = oração desenvolvida b) para que se criasse uma desigualdade social;
(presença do conectivo) c) para que se crie uma desigualdade social;
d) para a criatividade de uma desigualdade social;
Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam e) para criarem uma desigualdade social.
“desenvolvidas” – como no exemplo acima.
É preciso estudar = oração subordinada substantiva Resposta: Letra B
subjetiva reduzida de infinitivo Em “b”: para que se criasse uma desigualdade social;
É preciso que se estude = oração subordinada Em “c”: para que se crie uma desigualdade social;
substantiva subjetiva Desenvolvida = tem conjunção. Ambas têm. A
diferença é o tempo verbal. A ação aconteceu (foi
Orações Intercaladas usada para criar): Ou seja, foi usada para que se criasse
uma desigualdade social.
São orações independentes encaixadas na sequência
do período, utilizadas para um esclarecimento, um 3. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
aparte, uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou – FGV-2017) Uma manchete do Estado de São Paulo,
travessões. 10/04/2017, dizia o seguinte: “Atentados contra cristãos
Nós – continuava o relator – já abordamos este matam 44 no Egito e país decreta emergência”. As duas
assunto. orações desse período mantêm entre si a seguinte
relação lógica:
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa a) causa e consequência;
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. b) informação e comprovação;
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, c) fato e exemplificação;
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira d) afirmação e explicação;
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – e) tese e argumentação.
São Paulo: Saraiva, 2002.
Resposta: Letra A
SITE Atentados contra cristãos matam 44 no Egito e país
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/ decreta emergência = devido aos atentados (causa),
aulas/portugues/frase-periodo-e-oracao> o país decretou emergência (consequência).

4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO


– FGV-2017) “Com as novas medidas para evitar a
EXERCÍCIOS COMENTADOS abstenção, o governo espera uma economia vultosa no
Enem”. A oração reduzida “para evitar a abstenção” pode
1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) ser adequadamente substituída pela seguinte oração
“Talvez um dia seja bom relembrar este dia”. (Virgílio) A desenvolvida:
forma de oração desenvolvida adequada correspondente
à oração sublinhada acima é: a) para que se evitasse a abstenção;
b) a fim de que a abstenção fosse evitada;
a) relembrarmos este dia; c) para que se evite a abstenção;
b) a relembrança deste dia; d) a fim de evitar-se a abstenção;
c) que relembremos este dia; e) evitando-se a abstenção.
d) que relembrássemos este dia;
e) uma nova lembrança deste dia. Resposta: Letra C
Em “a”: para que se evitasse a abstenção;
Resposta: Letra C Em “b”: a fim de que a abstenção fosse evitada;
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “c”: que relembremos este dia; Em “c”: para que se evite a abstenção;
Em “d”: que relembrássemos este dia; Desenvolvida tem conjunção. O período traz “para
Em uma oração desenvolvida há a presença de evitar a abstenção” = hipótese. A forma correta é: “com
conjunção. Ambos os itens têm, mas temos que fazer as novas medidas para que se evite a abstenção”.
a correlação verbal com o período da oração reduzida
(o verbo nos dá uma hipótese – talvez seja bom
relembrar). Portanto, a forma correta é: Talvez um dia
seja bom que relembremos este dia.

93
5. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – Resposta: Letra B
ÁREA JURÍDICA – FGV-2018) Assinale a opção em que A expressão destacada exerce a função de aposto
o termo sublinhado funciona como sujeito. – uma informação a mais sobre o termo citado
anteriormente (no caso, Minas Gerais). É um termo
a) “Em um regime de liberdades, há sempre o risco de acessório, podendo ser retirado do período sem
excessos”. prejudicar a coerência.
b) “Sempre há, também, o oportunismo político-
ideológico para se aproveitar da crise”. 8. (TRF-1.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
c) “Não faltam, também, os arautos do quanto pior, INFORMÁTICA – FCC-2014)
melhor, ...”. Em 1980, um gigabyte de dados armazenados ocupava
d) “A greve atravessou vários sinais ao estrangular as uma sala...
vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo O verbo que exige complemento tal como o sublinhado
funcionando”. acima está em:
e) “Numa democracia, é livre a expressão”.
a) A capacidade de computação duplicou a cada 18
Resposta: Letra C meses nos últimos 20 anos ...
Em “a”: há sempre o risco de excessos = objeto direto b) ... que deriva da informação.
Em “b”: “Sempre há, também, o oportunismo político- c) ... que reduz as barreiras ao acesso.
ideológico = objeto direto d) ... do que era nos anos 70.
Em “c”: “Não faltam, também, os arautos do quanto e) ... atualmente, 200 gigabytes cabem no bolso de uma
pior, melhor = sujeito camisa.
Em “d”: que mantêm o sistema produtivo funcionando
= objeto direto Resposta: Letra C
Em “e”: é livre a expressão = predicativo do sujeito “Ocupava uma sala” = transitivo direto
Em “a”: A capacidade de computação duplicou =
6. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FUNÇÃO JUDICI- verbo intransitivo
ÁRIA – IBFC-2017 - ADAPTADA) “A resposta que lhe Em “b”: que deriva da informação = transitivo indireto
daria seria: ‘Essa estória não aconteceu nunca para que Em “c”: que reduz as barreiras = transitivo direto
aconteça sempre... ’” O pronome destacado cumpre papel Em “d”: do que era nos anos 70 = verbo de ligação
coesivo, mas também sintático na oração. Assim, sintati- Em “e”: atualmente, 200 gigabytes cabem = verbo
camente, ele deve ser classificado como: intransitivo

9. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) “Tenho


a) adjunto adnominal.
comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da
b) objeto direto.
internet, que se ressente ainda da falta de uma legislação
c) complemento nominal.
específica que coíba não somente os usos mas os abusos
d) objeto indireto.
deste importante e eficaz veículo de comunicação”. Sobre
e) predicativo.
as ocorrências do vocábulo que, nesse segmento do
texto, é correto afirmar que:
Resposta: Letra D
O verbo “dar” é bitransitivo (transitivo direto e indireto):
a) são pronomes relativos com o mesmo antecedente;
Quem dá, dá algo (direto) a alguém (indireto). No b) exemplificam classes gramaticais diferentes;
caso: resposta (objeto direto) / lhe (objeto indireto = c) mostram diferentes funções sintáticas;
a ele[a]) d) são da mesma classe gramatical e da mesma função
GABARITO OFICIAL: D sintática;
e) iniciam o mesmo tipo de oração subordinada.
7. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA
ADMINISTRATIVA – AOCP-2015) Em “Ele diz que vota Resposta: Letra D
desde os 18, quando ainda era jovem e morava em Minas “Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas,
Gerais, sua terra natal...”, a expressão em destaque os usos da internet, que (= a qual) se ressente ainda da
falta de uma legislação específica que (= a qual) coíba
a) exerce função de vocativo e não pode ser excluída da não somente os usos mas os abusos deste importante
oração por tratar-se de um termo essencial. e eficaz veículo de comunicação” = ambos podem
b) exerce função de aposto e pode ser excluída da oração ser substituídos por “a qual”, portanto são pronomes
por tratar-se de um termo acessório. relativos (pertencem à mesma classe gramatical); o 1.º
LÍNGUA PORTUGUESA

c) exerce função de aposto e não pode ser excluída da inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa; o
oração por tratar-se de um termo essencial. 2.º, adjetiva restritiva.
d) exerce função de adjunto adnominal, portanto é um
termo acessório.
e) exerce função de adjunto adverbial, portanto é um
termo acessório.

94
10. (TRE-RJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
ADMINISTRATIVA – CONSULPLAN-2017) Analise as contentar.
afirmações apresentadas a seguir. A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a agrado ou prazer”, satisfazer.
oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva
explicativa. Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o “agradar a alguém”.
diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua
como sujeito da locução verbal “ter surgido”. O conhecimento do uso adequado das preposições
III. “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência
é uma oração subordinada substantiva objetiva direta. verbal (e também nominal). As preposições são capazes
IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é de modificar completamente o sentido daquilo que está
que você exploda.”, a oração destacada é uma oração sendo dito.
subordinada adverbial causal.
Cheguei ao metrô.
Estão corretas apenas as afirmativas Cheguei no metrô.

a) I e II. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no


b) II e III. segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
c) III e IV.
d) I, II e IV. A voluntária distribuía leite às crianças.
A voluntária distribuía leite com as crianças.
Resposta: Letra B
Em “I” - “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
a oração sublinhada é uma oração subordinada como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto
adjetiva explicativa = substituindo “que” por “a qual”, (objeto indireto: às crianças); na segunda, como transitivo
continua com sentido, então é pronome relativo – direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto
presente nas adjetivas, mas no período em questão adverbial).
temos uma restritiva = incorreta Para estudar a regência verbal, agruparemos os
Em “II” - tem surgido, cada vez mais frequente, o verbos de acordo com sua transitividade. Esta, porém,
diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
atua como sujeito da locução verbal “ter surgido” = diferentes formas em frases distintas.
correta
Em “III” - “Não pense que para por aí [...]”, a oração A) Verbos Intransitivos
sublinhada é uma oração subordinada substantiva Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
objetiva direta = correta importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
Em “IV” - se te chamarem de ‘queridinho’, a oração aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
destacada é uma oração subordinada adverbial causal
= adverbial condicional (“se”) = incorreta Chegar, Ir
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos
adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições
usadas para indicar destino ou direção são: a, para.
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Ricardo foi para a Espanha.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Adjunto Adverbial de Lugar
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome
(regência nominal) e seus complementos. Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO por em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
A regência verbal estuda a relação que se estabelece último jogo.
LÍNGUA PORTUGUESA

entre os verbos e os termos que os complementam


(objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam B) Verbos Transitivos Diretos
(adjuntos adverbiais). Há verbos que admitem mais Os verbos transitivos diretos são complementados por
de uma regência, o que corresponde à diversidade objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
de significados que estes verbos podem adquirir para o estabelecimento da relação de regência. Ao
dependendo do contexto em que forem empregados. empregar esses verbos, lembre-se de que os pronomes
oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses

95
pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após O questionário foi respondido corretamente.
formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, Todas as perguntas foram respondidas
nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), satisfatoriamente.
enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais,
objetos indiretos. Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus
São verbos transitivos diretos, dentre outros: complementos introduzidos pela preposição “com”.
abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, Antipatizo com aquela apresentadora.
acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, Simpatizo com os que condenam os políticos que
auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, governam para uma minoria privilegiada.
defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir,
prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
ver, visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente Os verbos transitivos diretos e indiretos são
como o verbo amar: acompanhados de um objeto direto e um indireto.
Amo aquele rapaz. / Amo-o. Merecem destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar
Amo aquela moça. / Amo-a. e pagar. São verbos que apresentam objeto direto
Amam aquele rapaz. / Amam-no. relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. pessoas.

Observação: Agradeço aos ouvintes a audiência.


Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos Objeto Indireto Objeto Direto
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
adnominais): Paguei o débito ao cobrador.
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Objeto Direto Objeto Indireto
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua
carreira) O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau com particular cuidado:
humor) Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
C) Verbos Transitivos Indiretos Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Os verbos transitivos indiretos são complementados Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos Paguei minhas contas. / Paguei-as.
exigem uma preposição para o estabelecimento da Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
relação de regência. Os pronomes pessoais do caso
oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como Informar
objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
complementos de verbos transitivos indiretos. Com os
Informe os novos preços aos clientes.
objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os
pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela)
novos preços)
em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.
Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Consistir - Tem complemento introduzido pela as construções:
preposição “em”: A modernidade verdadeira consiste em Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos
direitos iguais para todos. preços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou
Obedecer e Desobedecer - Possuem seus sobre eles)
complementos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Observação:
Eles desobedeceram às leis do trânsito. A mesma regência do verbo informar é usada para os
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
Responder - Tem complemento introduzido pela
preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para Comparar
indicar “a quem” ou “ao que” se responde. Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
LÍNGUA PORTUGUESA

Respondi ao meu patrão.


Respondemos às perguntas. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondeu-lhe à altura. uma criança.

Observação: Pedir
O verbo responder, apesar de transitivo indireto Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz na forma de oração subordinada substantiva) e indireto
passiva analítica: de pessoa.

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Pedi-lhe favores. Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa,
Objeto Indireto Objeto Direto as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”.
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
Objeto Indireto Oração Subordinada Aspiravam a ela)
Substantiva Objetiva Direta
Assistir
A construção “pedir para”, muito comum na Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado assistência a, auxiliar.
na língua culta. No entanto, é considerada correta As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
quando a palavra licença estiver subentendida. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em
casa. Assistir é transitivo indireto no sentido de ver,
presenciar, estar presente, caber, pertencer.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz Assistimos ao documentário.
uma oração subordinada adverbial final reduzida de Não assisti às últimas sessões.
infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). Essa lei assiste ao inquilino.

Preferir No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é


Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial
indireto introduzido pela preposição “a”: de lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. numa conturbada cidade.
Prefiro trem a ônibus.
Chamar
Observação: Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado
solicitar a atenção ou a presença de.
sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo
chamá-la.
prefixo existente no próprio verbo (pre).
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Mudança de Transitividade - Mudança de
Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
Significado
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere
Há verbos que, de acordo com a mudança de
predicativo preposicionado ou não.
transitividade, apresentam mudança de significado. O
conhecimento das diferentes regências desses verbos é A torcida chamou o jogador mercenário.
um recurso linguístico muito importante, pois além de A torcida chamou ao jogador mercenário.
permitir a correta interpretação de passagens escritas, A torcida chamou o jogador de mercenário.
oferece possibilidades expressivas a quem fala ou A torcida chamou ao jogador de mercenário.
escreve. Dentre os principais, estão:
Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Agradar Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
Agradar é transitivo direto no sentido de fazer
carinhos, acariciar, fazer as vontades de. Custar
Sempre agrada o filho quando. Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
Aquele comerciante agrada os clientes. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
Frutas e verduras não deveriam custar muito.
Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
introduzido pela preposição “a”. ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração
O cantor não agradou aos presentes. reduzida de infinitivo.
O cantor não lhes agradou.
Muito custa viver tão longe da família.
O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: Verbo Intransitivo Oração Subordinada
O cantor desagradou à plateia. Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
LÍNGUA PORTUGUESA

Aspirar Custou-me (a mim) crer nisso.


Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar Objeto Indireto Oração Subordinada
(o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, A Gramática Normativa condena as construções que
ter como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
(Aspirávamos a ele) pessoa: Custei para entender o problema.

97
= Forma correta: Custou-me entender o problema. No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
Implicar O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes estar público.
implicavam um firme propósito.
B) ter como consequência, trazer como consequência, Esquecer – Lembrar
acarretar, provocar: Uma ação implica reação. Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo
Como transitivo direto e indireto, significa (pronominal)
comprometer, envolver: Implicaram aquele jornalista em
questões econômicas. No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,
exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me,
indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São,
quem não trabalhasse arduamente.
portanto, transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Namorar
Eu me esqueci da chave.
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois Eles se esqueceram da prova.
anos. Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Obedecer - Desobedecer Há uma construção em que a coisa esquecida ou
Sempre transitivo indireto: lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre
Todos obedeceram às regras. leve alteração de sentido. É uma construção muito rara
Ninguém desobedece às leis. na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la
em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses.
Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Proceder Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa momentos é sujeito)
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
adverbial de modo. Simpatizar - Antipatizar
As afirmações da testemunha procediam, não havia São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
como refutá-las. Não simpatizei com os jurados.
Você procede muito mal. Simpatizei com os alunos.

Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a Importante:


preposição “de”) e fazer, executar (rege complemento A norma culta exige que os verbos e expressões que
introduzido pela preposição “a”) é transitivo indireto. dão ideia de movimento sejam usados com a preposição
O avião procede de Maceió. “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Procedeu-se aos exames.
Cláudia desceu ao segundo andar.
O delegado procederá ao inquérito.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
Querer
Regência Nominal
Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
vontade de, cobiçar. É o nome da relação existente entre um nome
Querem melhor atendimento. (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos
Queremos um país melhor. por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por
uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso
Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, levar em conta que vários nomes apresentam exatamente
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.
LÍNGUA PORTUGUESA

o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer


o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o
Visar regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
O homem visou o alvo. Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque. Obediente a algo/ a alguém.

98
Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
completiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
LÍNGUA PORTUGUESA

Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php>

99
Resposta: Letra C
Em “a”: Podemos esperar para um futuro melhor = po-
EXERCÍCIOS COMENTADOS demos esperar o quê?
Em “b”: Podemos esperar com um futuro melhor = po-
1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES- demos esperar o quê?
GRANRIO-2018) Em “c”: Podemos esperar um futuro melhor = correta
Em “d”: Podemos esperar porquanto um futuro me-
O ano da esperança lhor = sentido de “porque”
Em “e”: Podemos esperar todavia um futuro melhor =
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos conjunção adversativa (ideia contrária à apresentada
desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás anteriormente)
do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de A única frase correta – e coerente - é podemos esperar
amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinhei- um futuro melhor.
ro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a
consciência de que era uma doação. A situação foi pio- 2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
rando. Os argumentos também. No início era para pagar GRANRIO-2018) Considere a seguinte frase: “Os lança-
a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes.
mentos tecnológicos a que o autor se refere podem re-
Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso. Ajudava
sultar em comportamentos impulsivos nos consumidores
um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que so-
desses produtos”. A utilização da preposição destacada
freu um acidente e não tinha como pagar a fisioterapia.
a é obrigatória para atender às exigências da regência
Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas internações,
remédios. A situação piorando, eu já estava encomen- do verbo “referir-se”, de acordo com a norma-padrão da
dando missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, língua portuguesa. É também obrigatório o uso de uma
no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso gratuitamen- preposição antecedendo o pronome que destacado em:
te. Surpresa! O doente não aparecia para a consulta. Até
que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou eu a) Os consumidores, ao adquirirem um produto que qua-
não ajudava mais. se ninguém possui, recém-lançado no mercado, pas-
Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita sam a ter uma sensação de superioridade.
de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca b) Muitos aparelhos difundidos no mercado nem sempre
conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter trazem novidades que justifiquem seu preço elevado
caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o em- em relação ao modelo anterior.
prego após o suposto acidente. Foi por isso que me dei- c) O estudo de mapeamento cerebral que o pesquisador
xei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde realizou foi importante para mostrar que o vício em
também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As novidades tecnológicas cresce cada vez mais.
pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a d) O hormônio chamado dopamina é responsável por
indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar. causar sensações de prazer que levam as pessoas a se
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos sentirem recompensadas.
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão sur- e) As pessoas, na maioria das vezes, gastam muito mais
gir. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça do que o seu orçamento permite em aparelhos que
de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova elas não necessitam.
consciência para votar. Como? Num mundo em que as
notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites Resposta: Letra E
servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram Em “a”: Os consumidores, ao adquirirem um produto
cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já que (= o qual) quase ninguém possui, recém-lançado
inventaram casos de amor, tramas nas novelas que escre-
no mercado, passam a ter uma sensação de superio-
vo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso
ridade.
ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama.
Em “b”: Muitos aparelhos difundidos no mercado nem
Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era mentira da
sempre trazem novidades que (= as quais) justifiquem
internet.
Duvidam. Acham que estou mentindo. seu preço elevado em relação ao modelo anterior.
CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. Em “c”: O estudo de mapeamento cerebral que (= o
2017, p.97. Adaptado. qual) o pesquisador realizou foi importante para mos-
trar que o vício em novidades tecnológicas cresce
Considere o trecho “Podemos esperar por um futuro me- cada vez mais.
lhor”. Respeitando-se as regras da norma-padrão e con- Em “d”: O hormônio chamado dopamina é responsá-
vel por causar sensações de prazer que (= as quais)
LÍNGUA PORTUGUESA

servando-se o conteúdo informacional, o trecho acima


está corretamente reescrito em: levam as pessoas a se sentirem recompensadas.
Em “e”: As pessoas, na maioria das vezes, gastam mui-
a) Podemos esperar para um futuro melhor to mais do que o seu orçamento permite em apare-
b) Podemos esperar com um futuro melhor lhos de que (= das quais) elas não necessitam.
c) Podemos esperar um futuro melhor GABARITO OFICIAL: E
d) Podemos esperar porquanto um futuro melhor
e) Podemos esperar todavia um futuro melhor

100
3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010) 5. (TJ-SP – ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA)
A pobreza é um dos fatores mais comumente respon- Na passagem – ... e ausência de candidatos para preen-
sáveis pelo baixo nível de desenvolvimento humano chê-las. –, substituindo-se o verbo preencher por concor-
e pela origem de uma série de mazelas, algumas das rer e atendendo-se à norma-padrão, obtém-se:
quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso
do trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas a) … e ausência de candidatos para concorrer a elas.
sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde b) … e ausência de candidatos para concorrer à elas.
o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga c) … e ausência de candidatos para concorrer-lhes.
crianças e adolescentes a participarem do processo de d) … e ausência de candidatos para concorrê-las.
produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem e) … e ausência de candidatos para lhes concorrer.
e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do Resposta: Letra A
Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil Vamos por exclusão: “à elas” está errada, já que não
foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado, temos acento indicativo de crase antes de pronome
ele continua sendo grave problema nos países mais po- pessoal; quando temos um verbo no infinitivo, pode-
bres. mos usar a construção: verbo + preposição + prono-
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações). me pessoal. Por exemplo: Dar a eles (ao invés de “dar-
-lhes”).
O emprego de preposição em “a participarem” é exigido
pela regência da forma verbal “obriga”.
CRASE
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo
(...) o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, CRASE
obriga crianças e adolescentes a participarem =
quem obriga, obriga alguém (crianças e adolescentes – A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a”
objeto direto) a algo (a participarem – objeto indireto:
com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente
com preposição – no caso, uma oração com a função
aos pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s),
de objeto indireto).
aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a
qual (as quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se
4. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2013)
demarcada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele,
Considerando as regras de regência verbal, assinale a al-
àquilo, à qual, às quais.
ternativa correta.
O uso do acento indicativo de crase está condicionado
aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e
a) Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o amigo nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
comentou de que o livro estava acabando. regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome -
b) Enquanto seu amigo continua encomendando livros que exige complemento regido pela preposição “a”, e o
de papel, o autor aderiu o livro digital. termo regido é aquele que completa o sentido do termo
c) Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer seria sair regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
para jantar. Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela
d) As estantes que o autor aludiu foram projetadas para contratada recentemente.
armazenar livros e CDs. Após a junção da preposição com o artigo (destacados
e) O único detalhe do apartamento que o amigo se ateve entre parênteses), temos:
foi o número de estantes. Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela
contratada recentemente.

Resposta: Letra C O verbo referir, de acordo com sua transitividade,


Em “a”: Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o classifica-se como transitivo indireto, pois sempre
amigo comentou de (X) que = comentou que nos referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da
Em “b”: Enquanto seu amigo continua encomendando preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo
livros de papel, o autor aderiu o = aderiu ao feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela).
Em “c”: Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer
seria sair para jantar = correta Observações importantes:
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “d”: As estantes que o autor aludiu = às quais/a Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
que confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns:
Em “e”: O único detalhe do apartamento que o amigo
se ateve = ao qual/ a que • Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a
crase está confirmada.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor.

101
• No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se Casos passíveis de nota:
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na
expressão “voltar da”, há a confirmação da crase. • A crase é facultativa diante de nomes próprios
Faremos uma visita à Bahia. femininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) • Também é facultativa diante de pronomes
possessivos femininos: O diretor fez referência a
Não me esqueço da viagem a Roma. (à) sua empresa.
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos • Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja
jamais vividos. ficará aberta até as (às) dezoito horas.
• Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas
à moda de, à maneira de apresentarem-se
FIQUE ATENTO!
implícitas, mesmo diante de nomes masculinos:
Nas situações em que o nome geográfico Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à
se apresentar modificado por um adjunto moda de Luís XV)
adnominal, a crase está confirmada. • Não se efetiva o uso da crase diante da locução
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana,
de suas praias. observamos a queima de fogos a distância.
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; Entretanto, se o termo vier determinado, teremos
vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O
Vou a Campinas. = Volto de Campinas. pedestre foi arremessado à distância de cem metros.
(crase pra quê?)
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)
• De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
-, faz-se necessário o emprego da crase.
Ensino à distância.
Quando o nome de lugar estiver especificado,
Ensino a distância.
ocorrerá crase. Veja:
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
• Em locuções adverbiais formadas por palavras
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
repetidas, não há ocorrência da crase.
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
Eu o seguirei passo a passo.
A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo
Casos em que não se admite o emprego da crase:
regente exigir complemento regido da preposição “a”.
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando Ele estava a cantar.
criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)
Antes de numeral.
A letra “a” que acompanha locuções femininas O número de aprovados chegou a cem.
(adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento Faremos uma visita a dez países.
grave:
• locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às Observações:
pressas, à vontade... • Nos casos em que o numeral indicar horas –
• locuções prepositivas: à frente, à espera de, à funcionando como uma locução adverbial
procura de... feminina – ocorrerá crase: Os passageiros partirão
• locuções conjuntivas: à proporção que, à medida às dezenove horas.
que. • Diante de numerais ordinais femininos a crase
está confirmada, visto que estes não podem ser
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem empregados sem o artigo: As saudações foram
a função de locuções não ocorrerá crase. Repare: direcionadas à primeira aluna da classe.
LÍNGUA PORTUGUESA

Eu adoro a noite! • Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando


Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer essa não se apresentar determinada: Chegamos
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não todos exaustos a casa.
preposição. Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto
adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
exaustos à casa de Marcela.

102
• Não há crase antes da palavra “terra”, quando Em “b”, tinha uma propensão à jogar = a jogar (sem
essa indicar chão firme: Quando os navegantes acento grave indicativo de crase antes de verbo no
regressaram a terra, já era noite. infinitivo)
Contudo, se o termo estiver precedido por um Em “c”, tinha um comportamento indiferente à
determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá qualquer influência = a qualquer (antes de pronome
crase. indefinido)
Paulo viajou rumo à sua terra natal. Em “d”, refere-se à uma maneira = a uma (antes de
O astronauta voltou à Terra. artigo indefinido)
Em “e”, O personagem revelou à pessoa com quem
• Não ocorre crase antes de pronomes que requerem conversava que jogava o tempo fora = revelou o quê?
o uso do artigo. que jogava o tempo fora; revelou a quem? à pessoa
Os livros foram entregues a mim. (objeto indireto, com preposição) = correta.
Dei a ela a merecida recompensa.
2. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017)
• Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos Assinale a alternativa que preenche, correta e
à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, respectivamente, as lacunas do texto a seguir.
o uso da crase está confirmado no “a” que os Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de
antecede, no caso de o termo regente exigir a atendimento _____ presos da Casa de Detenção, em São
preposição. Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella chega ao
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de
“Estação Carandiru” (1999), que mostra ________ entranhas
• Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado daquela que foi ________maior prisão da América Latina,
em sentido genérico ou indeterminado: e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que
Estamos sujeitos a críticas. trabalham no sistema prisional, Varella agora faz um
Refiro-me a conversas paralelas. retrato das detentas da Penitenciária Feminina da Capital,
também na capital paulista, onde cumprem pena mais de
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS duas mil mulheres.
(https://oglobo.globo.com. Adaptado)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
a) à … às … a
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
b) a … as … a
Cochar. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
c) a … às … a
– São Paulo: Saraiva, 2010.
d) à … às … à
e) a … as … à
SITE
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/
Resposta: Letra B
gramatica/o-uso-crase-.html> Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de
atendimento a (preposição – regência nominal de
“atendimento”, mas sem acento grave por estar diante
de palavra masculina) presos da Casa de Detenção,
EXERCÍCIOS COMENTADOS em São Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella
chega ao fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”.
Depois de “Estação Carandiru” (1999), que mostra as
1. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - (objeto direto do verbo “mostrar”) entranhas daquela
SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) O acento que foi a (artigo definido) maior prisão da América
indicativo de crase está empregado corretamente em: Latina, e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários
que trabalham no sistema prisional, Varella agora faz
a) O personagem evita considerar à internet responsável um retrato das detentas da Penitenciária Feminina da
por suas atitudes. Capital, também na capital paulista, onde cumprem
b) O personagem reconheceu que já tinha uma propensão pena mais de duas mil mulheres.
à jogar o tempo fora. Teremos: a / as / a.
c) O personagem tinha um comportamento indiferente à
qualquer influência da internet.
d) O personagem refere-se à uma maneira de se portar 3. (CÂMARA MUNICIPAL DE DOIS CÓRREGOS-SP
com relação ao tempo.
LÍNGUA PORTUGUESA

- OFICIAL DE ATENDIMENTO E ADMINISTRAÇÃO –


e) O personagem revelou à pessoa com quem conversava VUNESP-2018) Assinale a alternativa em que o acento
que jogava o tempo fora. indicativo de crase está empregado corretamente.

Resposta: Letra E a) Algumas pessoas com supermemória chegam à sofrer


Aos itens: com dores de cabeça.
Em “a”, evita considerar à internet = a internet (objeto b) Há lembranças tão vivas que nos fazem voltar à
direto) episódios de nosso passado.

103
c) Lembrar-se do passado pode ser uma tarefa muito Era Dourada. A desigualdade nunca foi tão grande – até
difícil à determinadas pessoas. agora. É o que mostra um relatório da UBS, companhia de
d) Ela referiu-se à vontade de esquecer completamente serviços financeiros, feito em parceria com a consultora
os momentos dolorosos. PwC.
e) Ao nos atermos à uma experiência ruim, Para os autores do documento, a primeira Era Dourada
desconsideramos o que ela traz de bom. aconteceu entre 1870 e 1910. Segundo eles, a atual
começou em 1980 e deve se estender pelos próximos 10
Resposta: Letra D a 20 anos, prolongada pelo desempenho econômico da
Aos itens: Ásia e de negócios ligados ________ tecnologia.
Em “a”, chegam à sofrer = a sofrer (antes de verbo no (IstoÉ, 15.11.2017. Adaptado)
infinitivo não se usa acento grave)
Em “b”, que nos fazem voltar à episódios = a episódios Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do
(palavra masculina e no plural) texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
Em “c”, pode ser uma tarefa muito difícil à determinadas
= a determinadas (palavra no plural e presença só da a) a … a … a
preposição) b) à … à … à
c) a … à … à
Em “d”, Ela referiu-se à vontade = correta (quem se
d) à … à … a
refere, refere-se a algo ou a alguém)
e) a … a … à
Em “e”, Ao nos atermos à uma experiência = a uma
(antes de artigo indefinido) Resposta: Letra E
Vamos aos trechos:
4. (IPSM-SP - ASSISTENTE DE GESTÃO MUNICIPAL - a rápida industrialização nos Estados Unidos deu
VUNESP-2018) De acordo com a norma- -padrão, o origem a algumas das maiores fortunas = antes de
acento indicativo da crase está corretamente empregado pronome indefinido
em: e passaram a ostentar sua riqueza = antes de verbo
no infinitivo
a) O leitor aludiu à escrita como se ela fosse questão de e de negócios ligados à tecnologia = regência nominal
talento: quem não tem, não vai nunca aprender. de “ligados” pede preposição
b) A escrita deve levar o texto à uma riqueza, marcada
pela clareza e precisão, afastando o leitor da confusão 6. (CÂMARA MUNICIPAL DE COTIA-SP – CONTADOR -
ou tédio. VUNESP-2017) Assinale a alternativa correta quanto ao
c) De parte à parte, o texto precisa organizar-se como um emprego do acento indicativo da crase.
tecido coeso e claro, instigando, assim, o leitor.
d) Existem aquelas pessoas que chegam à conclusões a) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
semelhantes, no entanto elas seguem pelo lado chegam à um grande público devido à rapidez
oposto. da internet, é favorável à formação de ondas de
e) Também não estamos falando só de correção credulidade.
gramatical e ortográfica. Estamos nos referindo à b) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
pensamento. chegam à muitas pessoas devido a rapidez da internet,
favorece que se formem ondas de credulidade.
Resposta: Letra A c) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
Em “a”, O leitor aludiu à escrita = correta (regência do chegam a muitas pessoas devido à rapidez da internet,
verbo “aludir” pede preposição) é favorável à formação de ondas de credulidade.
d) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
Em “b”, A escrita deve levar o texto à uma riqueza = a
chegam a um grande número de pessoas devido à
uma (antes de artigo indefinido)
rapidez da internet, é favorável as ondas de credulidade
Em “c”, De parte à parte = parte a parte (entre palavras
que se formam.
repetidas) e) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
Em “d”, Existem aquelas pessoas que chegam à chegam a muitas pessoas devido a rapidez da internet,
conclusões = a conclusões (antes de palavra no plural favorece à formação de ondas de credulidade.
e o “a” está “sozinho” = somente preposição)
Em “e”, Estamos nos referindo à pensamento = a Resposta: Letra C
pensamento (palavra masculina) Acertos entre parênteses:
Em “a”, as quais chegam à um (a um) grande público
5. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES- devido à rapidez (ok) da internet, é favorável à
-SP - AUXILIAR DE APOIO ADMINISTRATIVO - VU-
LÍNGUA PORTUGUESA

formação (ok)
NESP-2018) Em “b”, às quais (as quais) chegam à muitas (a muitas)
No começo do século 20, a rápida industrialização nos pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet
Estados Unidos deu origem _______ algumas das maiores Em “c”, as quais chegam a muitas pessoas devido à
fortunas que o mundo já viu. Famílias como os Vanderbilt rapidez da internet, é favorável à formação = correta
e os Rockefeller investiram em ferrovias, petróleo e Em “d”, às quais (as quais) chegam a um (ok) grande
aço, obtendo um grande retorno, e passaram _________ número de pessoas devido à rapidez (ok) da internet,
ostentar sua riqueza. O período ficou conhecido como é favorável as ondas (às ondas)

104
Em “e”, às quais (as quais) chegam a muitas (ok) Observação:
pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet, Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a
favorece à formação (a formação) unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque
Observação: quanto à regência verbal de “favorecer” aos elementos que formam esse conjunto.
= pede complemento verbal direto (favorece o quê?
favorece quem?); já a regência nominal de “favorável” B) Quando o sujeito é formado por expressão que
pede preposição (favorável a quem? a quê?). indica quantidade aproximada (cerca de, mais
de, menos de, perto de...) seguida de numeral e
substantivo, o verbo concorda com o substantivo.
Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL Perto de quinhentos alunos compareceram à
solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL últimas Olimpíadas.

Observação:
Os concurseiros estão apreensivos.
Quando a expressão “mais de um” se associar a verbos
Concurseiros apreensivos.
que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais
de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra ao outro)
na terceira pessoa do plural, concordando com o seu
sujeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo C) Quando se trata de nomes que só existem no
“apreensivos” está concordando em gênero (masculino) plural, a concordância deve ser feita levando-se
e número (plural) com o substantivo a que se refere: em conta a ausência ou presença de artigo. Sem
concurseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo
número e gênero se correspondem. A correspondência no plural, o verbo deve ficar o plural.
de flexão entre dois termos é a concordância, que pode Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
ser verbal ou nominal. Estados Unidos possui grandes universidades.
Alagoas impressiona pela beleza das praias.
Concordância Verbal As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
seu sujeito. D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos,
Sujeito Simples - Regra Geral muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou
“de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o
em número e pessoa. Veja os exemplos: pronome pessoal.
Quais de nós são / somos capazes?
A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h. Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular Vários de nós propuseram / propusemos sugestões
inovadoras.
Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Observação:
3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
Veja que a opção por uma ou outra forma indica a
inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém
Casos Particulares
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada
fizemos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
A) Quando o sujeito é formado por uma expressão não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de
partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia.
metade de, a maioria de, a maior parte de, grande Nos casos em que o interrogativo ou indefinido
parte de...) seguida de um substantivo ou pronome estiver no singular, o verbo ficará no singular.
no plural, o verbo pode ficar no singular ou no Qual de nós é capaz?
plural. Algum de vós fez isso.
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
LÍNGUA PORTUGUESA

E) Quando o sujeito é formado por uma expressão


proposta. que indica porcentagem seguida de substantivo, o
verbo deve concordar com o substantivo.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos 25% do orçamento do país será destinado à Educação.
dos coletivos, quando especificados: Um bando de 85% dos entrevistados não aprovam a administração
vândalos destruiu / destruíram o monumento. do prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.

105
• Quando a expressão que indica porcentagem não J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
é seguida de substantivo, o verbo deve concordar sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do
com o número. singular. São verbos impessoais: Haver no sentido
25% querem a mudança. de existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que
1% conhece o assunto. indicam fenômenos da natureza. Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.
• Se o número percentual estiver determinado por Faz dois meses que não vejo meu pai.
artigo ou pronome adjetivo, a concordância far- Chovia ontem à tarde.
se-á com eles:
Os 30% da produção de soja serão exportados. Sujeito Composto
Esses 2% da prova serão questionados.
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao
F) O pronome “que” não interfere na concordância; verbo, a concordância se faz no plural:
já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa
Pai e filho conversavam longamente.
do singular.
Sujeito
Fui eu que paguei a conta.
Fomos nós que pintamos o muro.
Pais e filhos devem conversar com frequência.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. Sujeito
Sou eu quem faz a prova.
Não serão eles quem será aprovado. B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas
gramaticais diferentes, a concordância ocorre da
G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve seguinte maneira: a primeira pessoa do plural (nós)
assumir a forma plural. prevalece sobre a segunda pessoa (vós) que, por
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais sua vez, prevalece sobre a terceira (eles). Veja:
encantaram os poetas. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Primeira Pessoa do Plural (Nós)

• Se a expressão for de sentido contrário – nenhum Tu e teus irmãos tomareis a decisão.


dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no Segunda Pessoa do Plural (Vós)
singular:
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nem uma das que me escreveram mora aqui. Terceira Pessoa do Plural (Eles)

• Quando “um dos que” vem entremeada de Observação:


substantivo, o verbo pode: Quando o sujeito é composto, formado por um
1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele),
o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural
faça o mesmo). (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar
2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão de “tomaríeis”.
poluídos (noção de que existem outros rios na
mesma condição). C) No caso do sujeito composto posposto ao
verbo, passa a existir uma nova possibilidade de
concordância: em vez de concordar no plural com
H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
concordância com o núcleo do sujeito mais
Vossa Excelência está cansado?
próximo.
Vossas Excelências renunciarão? Faltaram coragem e competência.
Faltou coragem e competência.
I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se Compareceram todos os candidatos e o banca.
de acordo com o numeral. Compareceu o banca e todos os candidatos.
Deu uma hora no relógio da sala.
Deram cinco horas no relógio da sala. D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a
Soam dezenove horas no relógio da praça. concordância é feita no plural. Observe:
Baterão doze horas daqui a pouco. Abraçaram-se vencedor e vencido.
LÍNGUA PORTUGUESA

Ofenderam-se o jogador e o árbitro.


Observação:
Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, Casos Particulares
torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas. • Quando o sujeito composto é formado por núcleos
Soa quinze horas o relógio da matriz. sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no
singular.

106
Descaso e desprezo marca seu comportamento. Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói.
Café com leite é uma delícia!
• Quando o sujeito composto é formado por núcleos O frango com quiabo foi receita da vovó.
dispostos em gradação, verbo no singular:
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um Quando os núcleos do sujeito são unidos por
segundo me satisfaz. expressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não
somente”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”,
• Quando os núcleos do sujeito composto são unidos o verbo ficará no plural.
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
de acordo com o valor semântico das conjunções: Nordeste.
Drummond ou Bandeira representam a essência da Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
poesia brasileira. notícia.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Quando os elementos de um sujeito composto são
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância
“adição”. Já em: é feita com esse termo resumidor.
Juca ou Pedro será contratado. Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima apatia.
Olimpíada. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
na vida das pessoas.
Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
no singular. Outros Casos

• Com as expressões “um ou outro” e “nem um O Verbo e a Palavra “SE”


nem outro”, a concordância costuma ser feita no
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há
singular.
duas de particular interesse para a concordância verbal:
Um ou outro compareceu à festa.
A) quando é índice de indeterminação do sujeito;
Nem um nem outro saiu do colégio.
B) quando é partícula apassivadora.
• Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou
Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
no singular: Um e outro farão/fará a prova.
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos
e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na
• Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
terceira pessoa do singular:
o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos Precisa-se de funcionários.
recebem um mesmo grau de importância e a Confia-se em teses absurdas.
palavra “com” tem sentido muito próximo ao de
“e”. Quando pronome apassivador, o “se” acompanha
O pai com o filho montaram o brinquedo. verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e
O governador com o secretariado traçaram os planos indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética.
para o próximo semestre. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da
O professor com o aluno questionaram as regras. oração. Exemplos:
Construiu-se um posto de saúde.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se Construíram-se novos postos de saúde.
a ideia é enfatizar o primeiro elemento. Aqui não se cometem equívocos
O pai com o filho montou o brinquedo. Alugam-se casas.
O governador com o secretariado traçou os planos
para o próximo semestre.
O professor com o aluno questionou as regras.

Com o verbo no singular, não se pode falar em


sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que as
expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como
LÍNGUA PORTUGUESA

se houvesse uma inversão da ordem. Veja:


“O pai montou o brinquedo com o filho.”
“O governador traçou os planos para o próximo
semestre com o secretariado.”
“O professor questionou as regras com o aluno.”

107
• Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade
#FicaDica e for seguido de palavras ou expressões como
pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER
Para saber se o “se” é partícula apassivadora fica no singular:
ou índice de indeterminação do sujeito, ten- Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
te transformar a frase para a voz passiva. Se Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
a frase construída for “compreensível”, esta- Duas semanas de férias é muito para mim.
remos diante de uma partícula apassivadora;
se não, o “se” será índice de indeterminação. • Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
Veja: for pronome pessoal do caso reto, com este
Precisa-se de funcionários qualificados. concordará o verbo.
Tentemos a voz passiva: No meu setor, eu sou a única mulher.
Funcionários qualificados são precisados (ou Aqui os adultos somos nós.
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se”
destacado é índice de indeterminação do Observação:
sujeito. Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo)
Agora: representados por pronomes pessoais, o verbo concorda
Vendem-se casas. com o pronome sujeito.
Voz passiva: Casas são vendidas. Constru- Eu não sou ela.
ção correta! Então, aqui, o “se” é partícula Ela não é eu.
apassivadora. (Dá para eu passar para a voz
passiva. Repare em meu destaque. Percebeu • Quando o sujeito for uma expressão de sentido
semelhança? Agora é só memorizar!). partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no
plural, o verbo SER concordará com o predicativo.
A grande maioria no protesto eram jovens.
O Verbo “Ser” O resto foram atitudes imaturas.

A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo O Verbo “Parecer”


e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa O verbo parecer, quando é auxiliar em uma
concordância pode ocorrer também entre o verbo e o locução verbal (é seguido de infinitivo), admite duas
predicativo do sujeito. concordâncias:

Quando o sujeito ou o predicativo for: • Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo
SER concorda com a pessoa gramatical: • A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Ele é forte, mas não é dois. sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
Fernando Pessoa era vários poetas.
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho
A esperança dos pais são eles, os filhos.
aas crianças)
B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER fica no
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, singular. Por exemplo: As paredes parece que têm ouvidos.
com o que estiver no plural: (Parece que as paredes têm ouvidos = oração subordinada
Os livros são minha paixão! substantiva subjetiva).
Minha paixão são os livros!
Concordância Nominal
Quando o verbo SER indicar
A concordância nominal se baseia na relação entre
• horas e distâncias, concordará com a expressão nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
numérica: ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
É uma hora. adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
São quatro horas. normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
LÍNGUA PORTUGUESA

quilômetros. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as


seguintes regras gerais:
• datas, concordará com a palavra dia(s), que pode A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
estar expressa ou subentendida: se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas
Hoje é dia 26 de agosto. denunciavam o que sentia.
Hoje são 26 de agosto. B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos,
a concordância pode variar. Podemos sistematizar
essa flexão nos seguintes casos:

108
• Adjetivo anteposto aos substantivos:
O adjetivo concorda em gênero e número com o #FicaDica
substantivo mais próximo.
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”.
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Se a frase ficar coerente com o primeiro,
Encontramos caído o prendedor e a roupa. trata-se de advérbio, portanto, invariável; se
houver coerência com o segundo, função de
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de adjetivo, então varia:
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. Ele está só descansando. (apenas
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. descansando) - advérbio

• Adjetivo posposto aos substantivos:


O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
se houver substantivo feminino e masculino). Ele está só, descansando. (ele está sozinho e
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. descansando)
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. G) Quando um único substantivo é modificado por
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. dois ou mais adjetivos no singular, podem ser
usadas as construções:
Observação: • O substantivo permanece no singular e coloca-se o
Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos espanhola e a portuguesa.
dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado • O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
no plural masculino, que é o gênero predominante antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e
quando há substantivos de gêneros diferentes. portuguesa.
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o
adjetivo fica no singular ou plural. Casos Particulares
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s). É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É
permitido
C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo • Estas expressões, formadas por um verbo mais
não for acompanhado de nenhum modificador: Água é um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a
bom para saúde. que se referem possuir sentido genérico (não vier
O adjetivo concorda com o substantivo, se este
precedido de artigo).
for modificado por um artigo ou qualquer outro
É proibido entrada de crianças.
determinativo: Esta água é boa para saúde.
Em certos momentos, é necessário atenção.
No verão, melancia é bom.
D) O adjetivo concorda em gênero e número com
É preciso cidadania.
os pronomes pessoais a que se refere: Juliana
Não é permitido saída pelas portas laterais.
encontrou-as muito felizes.
• Quando o sujeito destas expressões estiver
E) Nas expressões formadas por pronome indefinido
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição determinado por artigos, pronomes ou adjetivos,
DE + adjetivo, este último geralmente é usado tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele.
no masculino singular: Os jovens tinham algo de É proibida a entrada de crianças.
misterioso. Esta salada é ótima.
A educação é necessária.
F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem São precisas várias medidas na educação.
função adjetiva e concorda normalmente com o
nome a que se refere: Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
Cristina saiu só. Quite
Estas palavras adjetivas concordam em gênero e
LÍNGUA PORTUGUESA

Cristina e Débora saíram sós.


número com o substantivo ou pronome a que se referem.
Observação: Seguem anexas as documentações requeridas.
Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou A menina agradeceu: - Muito obrigada.
“apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto, Muito obrigadas, disseram as senhoras.
invariável: Eles só desejam ganhar presentes. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Estamos quites com nossos credores.

109
Bastante - Caro - Barato - Longe c) As notícias informam que até hoje, em nenhuma parte
Estas palavras são invariáveis quando funcionam do mundo, se substituíram totalmente as moedas
como advérbios. Concordam com o nome a que se reais pelas virtuais.
referem quando funcionam como adjetivos, pronomes d) De acordo com as regras do mercado financeiro,
adjetivos, ou numerais. criou-se apenas 21 milhões de bitcoins nos últimos
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) anos.
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. e) O valor dos produtos comercializados seriam
(pronome adjetivo) determinados por uma moeda virtual se a real fosse
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) abolida.
As casas estão caras. (adjetivo)
Achei barato este casaco. (advérbio) Resposta: Letra C
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) Em “a”: Atualmente, comercializam-se diferentes
criptomoedas mas a bitcoin é a mais conhecida de
todas as moedas virtuais.
Meio - Meia
Em “b”: A especulação e o comércio ilegal, de
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, acordo com alguns analistas, podem tornar as bitcoins
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi inviáveis.
meia porção de polentas. Em “c”: As notícias informam que até hoje, em nenhuma
Quando empregada como advérbio permanece parte do mundo, se substituíram totalmente as
invariável: A candidata está meio nervosa. moedas reais pelas virtuais. = correta
Em “d”: De acordo com as regras do mercado
financeiro, criaram-se apenas 21 milhões de bitcoins
#FicaDica nos últimos anos.
Em “e”: O valor dos produtos comercializados seria
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim determinado por uma moeda virtual se a real fosse
saberei que se trata de um advérbio, não abolida.
de adjetivo: “A candidata está um pouco
nervosa”. 2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
I – CESGRANRIO-2018) A concordância da palavra
destacada atende às exigências da norma-padrão da
Alerta - Menos língua portuguesa em:
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
a) Alimentos saudáveis e prática constante de exercícios
sempre invariáveis. são necessárias para uma vida longa e mais
Os concurseiros estão sempre alerta. equilibrada.
Não queira menos matéria! b) Inexistência de esgoto em muitas regiões e falta de
tratamento adequado da água são causadores de
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS doenças.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza c) Notícias falsas e boatos perigosos não deveriam
Cochar. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform. ser reproduzidas nas redes sociais da forma como
– São Paulo: Saraiva, 2010. acontece hoje.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa d) Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. da Região Nordeste foram elogiados por suas
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: propriedades alimentares.
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. e) Profissionais dedicados e pesquisas constantes
precisam ser estimuladas para que se avance na cura
SITE de algumas doenças.
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
secoes/sint/sint49.php> Resposta: Letra D
Em “a”: Alimentos saudáveis e prática constante de
exercícios são necessárias (necessários) para uma vida
longa e mais equilibrada.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Em “b”: Inexistência de esgoto em muitas regiões e
falta de tratamento adequado da água são causadores
(causadoras) de doenças.
1. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO – Em “c”: Notícias falsas e boatos perigosos não
CESGRANRIO-2018) A forma verbal em destaque está
LÍNGUA PORTUGUESA

deveriam ser reproduzidas (reproduzidos) nas redes


empregada de acordo com a norma-padrão em: sociais da forma como acontece hoje.
Em “d”: Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos
a) Atualmente, comercializa-se diferentes criptomoedas da Região Nordeste foram elogiados por suas
mas a bitcoin é a mais conhecida de todas as moedas propriedades alimentares = correta
virtuais. Em “e”: Profissionais dedicados e pesquisas constantes
b) A especulação e o comércio ilegal, de acordo com precisam ser estimuladas (estimulados) para que se
alguns analistas, pode tornar as bitcoins inviáveis. avance na cura de algumas doenças.

110
3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES- e) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ deveria estar
GRANRIO-2018) A concordância do verbo destacado foi no singular por referir-se ao substantivo ‘conteúdo’.
realizada de acordo com as exigências da norma-padrão
da língua portuguesa em: Resposta: Letra D
1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
a) Com a corrida desenfreada pelas versões mais atuais independente.
dos smartphones, evidenciou-se atitudes agressivas e 2. A agenda pública é determinada pela imprensa
violentas por parte dos usuários. tradicional.
b) Devido à utilização de estratégias de marketing, 3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de
desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de que a conteúdo independentes.
posse de novos aparelhos eletrônicos é garantia de Em “a”: os dois adjetivos da frase (1) referem-se,
sucesso. respectivamente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’;
c) É necessário que se envie a todas as escolas do país A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
vídeos educacionais que permitam esclarecer os independente = apenas a “jornalismo”
jovens sobre o vício da tecnologia. Em “b”: os adjetivos da frase (1) deveriam estar no
d) É preciso educar as novas gerações para que se reduza plural por referirem-se a dois substantivos;
os comportamentos compulsivos relacionados ao uso A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
das novas tecnologias. independente = a um substantivo (jornalismo)
e) Nos países mais industrializados, comprovou-se Em “c”: na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’
os danos psicológicos e o consumismo exagerado se refere a ‘imprensa’;
causados pelo vício da tecnologia. A agenda pública é determinada pela imprensa
tradicional = refere-se ao termo “agenda pública”
Resposta: Letra B Em “d”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está
Em “a”: Com a corrida desenfreada pelas versões mais corretamente no plural por referir-se a ‘empresas’;
atuais dos smartphones, evidenciou-se (evidenciaram- Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de
se) atitudes agressivas e violentas por parte dos conteúdo independentes = correta
usuários. Em “e”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’
Em “b”: Devido à utilização de estratégias de deveria estar no singular por referir-se ao substantivo
marketing, desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de ‘conteúdo’ = incorreta (refere-se a “empresas”)
que a posse de novos aparelhos eletrônicos é garantia
de sucesso = correta 5. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015)
Em “c”: É necessário que se envie (enviem) a todas as
escolas do país vídeos educacionais que permitam Texto I
esclarecer os jovens sobre o vício da tecnologia.
Em “d”: É preciso educar as novas gerações para que Na organização do poder político no Estado moderno,
se reduza (reduzam) os comportamentos compulsivos à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a
relacionados ao uso das novas tecnologias. preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a
Em “e”: Nos países mais industrializados, comprovou- desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco
se (comprovaram-se) os danos psicológicos e o da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige
consumismo exagerado causados pelo vício da a existência de um poder institucional. Mas a conquista
tecnologia. da liberdade humana também reclama a distribuição do
poder em ramos diversos, com a disposição de meios
4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO – que assegurem o controle recíproco entre eles para o
FGV-2017) Observe os seguintes casos de concordância advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas
nominal retirados do texto 1: sociedades estatais. A concentração do poder em um só
1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exercício
independente. da liberdade. É que, como observou Montesquieu, “todo
2. A agenda pública é determinada pela imprensa homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até
tradicional. onde encontra limites. Para que não se possa abusar do
3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder
conteúdo independentes. limite o poder”.
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza
A afirmação correta sobre essas concordâncias é: as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se
concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua
LÍNGUA PORTUGUESA

a) os dois adjetivos da frase (1) referem-se, respectiva- separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma
mente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’; de sistema coerente, as consequências de conceitos
b) os adjetivos da frase (1) deveriam estar no plural por diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu
referirem-se a dois substantivos; situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo
c) na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’ se re- de origem baconiana, não abandonando o rigor das
fere a ‘imprensa’; certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém,
d) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está correta- refugindo às especulações metafísicas que, no plano da
mente no plural por referir-se a ‘empresas’; idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a

111
explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade
civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos.
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do HORA DE PRATICAR!
Ministério Público em função da proteção dos direitos
humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 1. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS DA
18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações). AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) “Os astrônomos
eram formidáveis. Eu, pobre de mim, não desvendaria os
A flexão plural em “eram identificadas” decorre da segredos do céu. Preso à terra, sensibilizar-me-ia com his-
concordância com o sujeito dessa forma verbal: “as tórias tristes [...]”. Nas alternativas a seguir, os vocábulos
esferas de abrangência dos poderes políticos”. acentuados do trecho anterior foram colocados em pares
com palavras também acentuadas graficamente. Dentre
( ) CERTO ( ) ERRADO os pares formados, indique o que apresenta igual justifi-
cativa para tal evento.
Resposta: Certo
(...) Até Montesquieu, não eram identificadas com a) céu / avô
clareza as esferas de abrangência dos poderes b) astrônomos / álibi
políticos = passando o período para a ordem direta c) histórias / balaústre
(sujeito + verbo), temos: Até Montesquieu, as esferas d) formidáveis / ínterim
de abrangência dos poderes políticos não eram
identificadas com clareza. 2. (MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERO-
NÁUTICA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁU-
6. (PC-RS – ESCRIVÃO e Inspetor de Polícia – TICA EXAME DE ADMISSÃO AO CFS-B 1-2/2014) Rela-
Fundatec-2018 - adaptada) Sobre a frase “Esses alunos cione as colunas quanto às regras de acentuação gráfica,
que são usuários constantes de redes sociais têm um risco sabendo que haverá repetição de números. Em seguida,
27% maior de desenvolver depressão”, avalie as assertivas assinale a alternativa com a sequência correta.
que seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas. (1) Põe-se acento agudo no i e no u tônicos que formam
( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado para o hiato com a vogal anterior.
singular, outras quatro palavras deveriam sofrer ajustes
(2) Acentua-se paroxítona terminada em i ou u seguidos
para fins de concordância.
ou não de s.
( ) Mais da metade dos alunos que usam redes sociais
(3) Todas as proparoxítonas devem ser acentuadas.
podem ficar deprimidos.
(4) Oxítona terminada em e ou o, seguidos ou não de s,
( ) O risco de alunos usuários de redes sociais
é acentuada.
desenvolverem depressão constante extrapola o índice
dos 27%.
( ) íris
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de ( ) saída
cima para baixo, é: ( ) compraríamos
( ) vendê-lo
a) V – V – V. ( ) bônus
b) F – V – F. ( ) viúvo
c) V – F – F. ( ) bisavôs
d) F – F – V.
e) F – F – F. a) 2 – 1 – 3 – 4 – 2 – 1 – 4
b) 1 – 2 – 3 – 4 – 1 – 1 – 4
Resposta: Letra C c) 4 – 1 – 1 – 2 – 2 – 3 – 2
Esses alunos que são usuários constantes de redes sociais d) 2 – 2 – 3 – 4 – 2 – 1 – 3
têm um risco 27% maior de desenvolver depressão
Em: ( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado 3. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –
para o singular, outras quatro palavras deveriam sofrer CESGRANRIO-2018) Em conformidade com o Acordo
ajustes para fins de concordância. Ortográfico da Língua Portuguesa vigente, atendem às
Esse aluno que é usuário constante de redes sociais regras de acentuação todas as palavras em:
tem um risco 27% maior de desenvolver depressão
= (verdadeira = haveria quatro alterações) a) andróide, odisseia, residência
Em: ( ) Mais da metade dos alunos que usam redes b) arguição, refém, mausoléu
sociais podem ficar deprimidos. c) desbloqueio, pêlo, escarcéu
d) feiúra, enjoo, maniqueísmo
LÍNGUA PORTUGUESA

= falsa (o período em análise não nos transmite tal


informação, apenas afirma que usuários constantes e) sutil, assembléia, arremesso
têm um risco 27% maior que os demais)
Em: ( ) O risco de alunos usuários de redes sociais
desenvolverem depressão constante extrapola o
índice dos 27%.
= Falsa (“depressão constante” altera o sentido do
período)

112
4. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUI- 8. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
TETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Entre as palavras – FGV-2017)
abaixo, retiradas dos textos 1 e 2, aquela que só existe
com acento gráfico é: Texto 1 - “A democracia reclama um jornalismo vigo-
roso e independente. A agenda pública é determinada
a) história; pela imprensa tradicional. Não há um único assunto rele-
b) evidência; vante que não tenha nascido numa pauta do jornalismo
c) até; de qualidade. Alguns formadores de opinião utilizam as
d) país; redes sociais para reverberar, multiplicar e cumprem as-
e) humanitárias. sim relevante papel mobilizador. Mas o pontapé inicial é
sempre das empresas de conteúdo independentes”.
5. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS (O Estado de São Paulo, 10/04/2017)
DA AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) De acordo
O texto 1, do Estado de São Paulo, mostra um conjunto
com seu significado, o conjunto de características for-
de adjetivos sublinhados que poderiam ser substituídos
mais e sua posição estrutural no interior da oração, as
por locuções; a substituição abaixo que está adequada é:
palavras podem pertencer à mesma classe de palavras
ou não. Estabeleça a relação correta entre as colunas a a) independente = com dependência;
seguir considerando tais aspectos (considere as palavras b) pública = de publicidade;
em destaque). c) relevante = de relevância;
d) sociais = de associados;
(1) advérbio e) mobilizador = de motivação.
(2) pronome
(3) conjunção 9. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP-2014)
(4) substantivo Considerando que o adjetivo é uma palavra que modifica
o substantivo, com ele concordando em gênero e núme-
( ) “Não há prisão pior [...]” ro, assinale a alternativa em que a palavra destacada é
( ) “O lugar de estudo era isso.” um adjetivo.
( ) “E o olho sem se mexer [...]”
( ) “Ora, se eles enxergavam coisas tão distantes, [...]” a) ... um câncer de boca horroroso, ...
( ) “Emília respondeu com uma pergunta que me espan- b) Ele tem dezesseis anos...
tou.” c) Eu queria que ele morresse logo, ...
d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às fa-
A sequência está correta em mílias.
e) E o inferno não atinge só os terminais.
a) 1 – 4 – 2 – 3 – 2
b) 2 – 1 – 3 – 3 – 4 10. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI-
c) 3 – 4 – 1 – 3 – 2 NISTRATIVA – AOCP-2015) Assinale a alternativa cujo
d) 4 – 2 – 4 – 1 – 3 “que” em destaque funciona como pronome relativo.

a) «É uma maneira de expressar a vontade que a gente


6. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015)
tem. Acho que um voto pode fazer a diferença”.
Assinale a alternativa em que o termo destacado é um
b) “Ele diz que vota desde os 18...”.
pronome indefinido.
c) “Acho que um voto pode fazer a diferença”.
d) “... e acreditam que um voto consciente agora pode
a) “Ele não exige fatos...”. influenciar futuramente na vida de seus filhos e netos”.
b) “Era um ídolo para mim.”. e) “O idoso afirma que sempre incentivou sua família a
c) “Discordo dele.”. votar”.
d) “... espécie de carinho consigo mesmo.”.
e) “O bom humor está disponível a todos...”. 11. (TRF-1.ª Região – ANALISTA JUDICIÁRIO – INFOR-
MÁTICA – FCC- 2014-ADAPTADA) No período O livro
7. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015) explica os espíritos chamados ‘xapiris’, que os ianomâmis
Em “Mas o bom humor de ambos os tornava parecidos.”, creem serem os únicos capazes de cuidar das pessoas e
os termos destacados são, respectivamente, das coisas, a palavra grifada tem a função de pronome
relativo, retomando um termo anterior. Do mesmo modo
a) artigo e pronome.
LÍNGUA PORTUGUESA

como ocorre em:


b) artigo e preposição.
c) preposição e artigo. a) Os ianomâmis acreditam que os xamãs recebem dos
d) pronome e artigo. espíritos chamados “xapiris” a capacidade de cura.
e) preposição e pronome. b) Eu queria escrever para os não indígenas não acharem
que índio não sabe nada.
c) O branco está preocupado que não chove mais em
alguns lugares.

113
d) Gravou 15 fitas em que narrou também sua própria 14. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN-
trajetória. RIO-2018) De acordo com as exigências da norma-pa-
e) Não sabia o que me atrapalhava o sono. drão da língua portuguesa, o verbo destacado está cor-
retamente empregado em:
12. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR
– CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014-ADAP- a) No mundo moderno, conferem-se às grandes metró-
TADA) poles importante papel no desenvolvimento da eco-
nomia e da geopolítica mundiais, por estarem no topo
A busca de uma convenção para medir riquezas e trocar da hierarquia urbana.
mercadorias é quase tão antiga quanto a vida em so- b) Conforme o grau de influência e importância interna-
ciedade. Ao longo da história, os mais diversos artigos cional, classificou-se as 50 maiores cidades em três
foram usados com essa finalidade, como o chocolate, diferentes classes, a maior parte delas na Europa.
entre os astecas, e o bacalhau seco, entre os noruegue- c) Há quase duzentos anos, atribuem-se às cidades a
ses, tendo cabido aos gregos do século VII a.C. a criação responsabilidade de motor propulsor do desenvolvi-
de uma moeda metálica com um valor padronizado pelo mento e a condição de lugar privilegiado para os ne-
Estado. “Foi uma invenção revolucionária. Ela facilitou o gócios e a cultura.
acesso das camadas mais pobres às riquezas, o acúmulo d) Em centros com grandes aglomerações populacionais,
de dinheiro e a coleta de impostos – coisas muito difíceis realiza-se negócios nacionais e internacionais, além
de fazer quando os valores eram contados em bois ou de um atendimento bastante diversificado, como jor-
imóveis”, afirma a arqueóloga Maria Beatriz Florenzano, nais, teatros, cinemas, entre outros.
da Universidade de São Paulo. A segunda grande revo- e) Em todos os estudos geopolíticos, considera-se as ci-
lução na história do dinheiro, o papel-moeda, teve uma dades globais como verdadeiros polos de influência
origem mais confusa. Existiam cédulas na China do ano internacional, devido à presença de sedes de grandes
960, mas elas não se espalharam para outros lugares e empresas transnacionais e importantes centros de
caíram em desuso no fim do século XIV. pesquisas.
As notas só apareceram na Europa – e daí para o mundo
– em 1661, na Suécia. Há quem acredite que cartões de 15. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
crédito e caixas eletrônicos em rede já representam uma I – CESGRANRIO-2018) A palavra destacada atende às
terceira revolução monetária. “Com a informática, o di- exigências de concordância da norma-padrão da língua
nheiro se transformou em impulsos eletrônicos invisíveis, portuguesa em:
livres do espaço, do tempo e do controle de governos e
corporações”, afirma o antropólogo Jack Weatherford, da a) Atualmente, causa impacto nas eleições de vários pa-
Faculdade Macalester, nos Estados Unidos da América. íses as notícias falsas.
Internet: <http://super.abril.com.br> (com adaptações). b) A recomendação de testar a veracidade das notícias
precisam ser seguidas, para não prejudicar as pesso-
A expressão “essa finalidade” refere-se ao trecho “para as.
medir riquezas e trocar mercadorias”. c) O propósito de conferir grandes volumes de dados re-
sultaram na criação de serviços especializados.
( ) CERTO ( ) ERRADO d) Os boatos causam efeito mais forte do que as notícias
reais porque vem acompanhados de títulos chamati-
13. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE- vos.
GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Por outro lado, e) Os resultados de pesquisas recentes mostram que
nas sociedades complexas, a violência deixou de ser uma 67% das pessoas consultam os jornais diariamente.
ferramenta de sobrevivência e passou a ser um instrumen-
to da organização da vida comunitária. Ou seja, foi usada 16. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AM-
para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam BIENTE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018)
alguns teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se
complexificaria”. A utilização do termo “ou seja” introduz: Texto I

a) uma informação sobre o significado de um termo an- Portugueses no Rio de Janeiro


teriormente empregado;
b) a explicação de uma expressão de difícil entendimen- O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração portu-
to; guesa até meados dos anos cinquenta do século passa-
c) uma outra maneira de dizer-se rigorosamente a mes- do, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa do
ma coisa; mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo
LÍNGUA PORTUGUESA

d) acréscimo de um esclarecimento sobre o que foi dito de sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam-
antes; -se ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis,
e) a ênfase de algo que parece importante para o texto. como os cafés, as panificações, as leitarias, os talhos,
além de outros ramos, como os das papelarias e lojas
de vestuários. Fora do comércio, podem exercer as mais
variadas profissões, como atividades domésticas ou as de
barbeiros e alfaiates. Há, de igual forma, entre os mais

114
afortunados, aqueles ligados à indústria, voltados para 18. (PC-AP – DELEGADO DE POLÍCIA – FCC-2017) As
construção civil, o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de normas de concordância e a adequada articulação entre
bebidas. tempos e modos verbais estão plenamente observadas
A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação na frase:
de guetos, denota uma tendência para a sua concentra-
ção em determinados bairros, escolhidos, muitas das ve- a) É comum que se assinale numa crônica os aspectos do
zes, pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da cotidiano que o escritor resolvesse analisar e interpre-
cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo tar, apesar das dificuldades que encerram tal desafio.
significativo de patrícios e algumas associações de por- b) Se às crônicas de Rubem Braga viessem a faltar sua
te, como o Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu marca autoral inconfundível, elas terão deixado de
Literário Português. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio constituir textos clássicos desse gênero.
de Sá, Catumbi e Tijuca, outro ponto de concentração c) Caso um dia venham a surgir, simultaneamente, ta-
da colônia, se localizam outras associações portuguesas, lentos à altura de um Rubem Braga, esse gênero terá
como a Casa de Portugal e um grande número de casas alcançado uma relevância jamais vista.
regionais. Há, ainda, pequenas concentrações nos bairros d) Não seria fácil, de fato, que venha a se equilibrar, na
periféricos da cidade, como Jacarepaguá, originalmente cabeça de um jovem cronista de hoje, os valores de
formado por quintas de pequenos lavradores; nos subúr- sua experiência pessoal com os de sua comunidade.
bios, como Méier e Engenho Novo; e nas zonas mais pri- e) Tanto uma padaria como um banheiro poderiam ofe-
vilegiadas, como Botafogo e restante da zona sul carioca, recer matéria para uma boa crônica, desde que não
área nobre da cidade a partir da década de cinquenta, falte ao cronista recursos de grande imaginação.
preferida pelos mais abastados.
PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: salaza- 19. (PC-BA – DELEGADO DE POLÍCIA – VUNESP-2018)
ristas e opositores em manifestação na cidade. In: ALVES, A concordância está em conformidade com a norma-pa-
Ida et alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de Janeiro. Rio drão na seguinte frase:
de Janeiro: Ofi cina Raquel, 2017, pp. 260-1. Adaptado.
a) São comuns que a adaptação de livros para o cinema
O texto emprega duas vezes o verbo “haver”. Ambos es- suscitem reações negativas nos fãs do texto escrito.
tão na 3.ª pessoa do singular, pois são impessoais. Esse b) Cabem aos leitores completar, com a imaginação, as
papel gramatical está repetido corretamente em: lacunas que fazem parte da estrutura significativa do
texto literário.
a) Ninguém disse que os portugueses havia de saírem c) Aos esforços envolvidos na leitura soma-se a imagina-
da cidade. ção, a que a linguagem literária apela constantemente.
b) Se houvessem mais oportunidades, os imigrantes fi- d) Algumas pessoas mantém o hábito de só assistirem à
cariam ricos. adaptação de uma obra depois de as terem lido, para
c) Haveriam de haver imigrantes de outras procedências não ser influenciadas.
na cidade. e) Há livros que dispõe de uma infinidade de adaptações
d) Os imigrantes vieram de Lisboa porque lá não haviam para o cinema, as quais tende a compor seu repertório
empregos. de leituras.
e) Os portugueses gostariam de que houvesse mais ofer-
tas de trabalho. 20. (FUNDASUS-MG – ANALISTA EM SERVIÇO PÚBLI-
CO DE SAÚDE - ANALISTA DE SISTEMA – AOCP-2015)
17. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR Observe o excerto: “Entre os fatores ligados à relação do
– CESGRANRIO-2018) A concordância da forma verbal aluno com a instituição e com os colegas, gostar de ir à
destacada foi realizada de acordo com as exigências da escola (...)” e assinale a alternativa correta com relação
norma-padrão da língua portuguesa em: ao emprego do acento utilizado nos termos destacados.

a) Com o crescimento da espionagem virtual, é necessá- a) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a
rio que se promova novos estudos sobre mecanismos supressão do advérbio “a” com o pronome feminino
de proteção mais eficazes. “a” que acompanha os substantivos “relação” e “es-
b) O rastreamento permanente das invasões cibernéticas cola”.
de grande porte permite que se suspeitem dos ha- b) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a
ckers responsáveis. nasalidade da vogal “a” que acompanha os substanti-
c) Para atender às demandas dos usuários de celulares, é vos “relação” e “escola”.
preciso que se destinem à pesquisa tecnológica mui- c) Trata-se do acento circunflexo, empregado para assi-
LÍNGUA PORTUGUESA

tos milhões de dólares. nalar a vogal aberta “a” que acompanha os substanti-
d) Para detectar as consequências mais prejudiciais da vos “relação” e “escola”.
guerra virtual pela informação, necessitam-se de es- d) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a
tudos mais aprofundados. supressão da preposição “a” com o artigo feminino “a”
e) Se o crescimento das redes sociais assumir uma pro- que acompanha os substantivos “relação” e “escola”.
porção incontrolável, é aconselhável que se estabele- e) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a
ça novas restrições de utilização pelos jovens. junção da preposição “a” com o artigo feminino “a”
que acompanha os substantivos “relação” e “escola”.

115
21. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO c) Uma boa história pode ser escrita imediatamente ou
DE DADOS – FGV-2010) Na frase “é ingênuo creditar à prazo.
a postura brasileira apenas à ausência de educação d) Devido à interferências do público, pode haver mu-
adequada” foi corretamente empregado o acento indi- danças na trama.
cativo de crase. e) O novelista ficou aliviado quando entregou a sinopse
à emissora.
Assinale a alternativa em que o acento indicativo de cra-
se está corretamente empregado. 25. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
GRANRIO-2018) De acordo com a norma- -padrão
a) O memorando refere-se à documentos enviados na da língua portuguesa, o acento grave indicativo da crase
semana passada. deve ser empregado na palavra destacada em:
b) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiên-
cia urgente. a) Os novos lançamentos de smartphones apresentam,
c) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar com em geral, pequena variação de funções quando com-
pessoas já desestimuladas. parados a versões anteriores.
d) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome b) Estudantes do ensino médio fizeram uma pesquisa
consta na lista. junto a crianças do ensino fundamental para ver como
e) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário elas se comportam no ambiente virtual.
flexível e são responsáveis. c) O acesso dos jovens a redes sociais tem causado enor-
mes prejuízos ao seu desempenho escolar, conforme
22. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010) o depoimento de professores.
De acordo com as regras gramaticais, no trecho “a exor- d) Os consumidores compulsivos sujeitam-se a ficar ho-
bitante carga tributária a que estão submetidas as empre- ras na fila para serem os primeiros que comprarão os
sas”, não se deve empregar acento indicativo de crase, novos lançamentos.
devendo ocorrer o mesmo na frase: e) As pessoas precisam ficar atentas a fatura do cartão
de crédito para não serem surpreendidas com valores
a) Entregue o currículo as assistentes do diretor. muito altos.
b) Recorra a esta empresa sempre que precisar.
c) Avise aquela colega que chegou sua correspondência. 26. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU-
d) Refira-se positivamente a proposta filosófica da com- NESP-2014)
panhia. A cada ano, ocorrem cerca de 40 mil mortes; segundo
e) Transmita confiança aqueles que observam seu de- especialistas, quase metade delas está associada _____
sempenho. bebidas alcoólicas. Isso revela a necessidade de um com-
bate efetivo _____ embriaguez ao volante.
23. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO – As lacunas do trecho devem ser preenchidas, correta e
CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão da respectivamente, com:
língua portuguesa, o sinal grave indicativo da crase deve
ser empregado na palavra destacada em: a) às … a
b) as … à
a) A intenção da entrevista com o diretor estava relacio- c) à … à
nada a programação que a empresa pretende desen- d) às … à
volver. e) à … a
b) As ações destinadas a atrair um número maior de
clientes são importantes para garantir a saúde finan- 27. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) De
ceira das instituições. acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o
c) As instituições financeiras deveriam oferecer condi- acento indicativo de crase está corretamente empregado
ções mais favoráveis de empréstimo a quem está fora em:
do mercado formal de trabalho.
d) As pessoas interessadas em ampliar suas reservas fi- a) A população, de um modo geral, está à espera de que,
nanceiras consideram que vale a pena investir na nova com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
moeda virtual. b) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensa-
e) Os participantes do seminário sobre mercado financei- rem a sua postura.
ro foram convidados a comparar as importações e as c) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à puni-
exportações em 2017. ções muito mais severas.
d) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida
LÍNGUA PORTUGUESA

24. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – dos demais motoristas e de pedestres.


CESGRANRIO-2018) O emprego do acento indicativo e) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da
de crase está de acordo com a norma-padrão em: nova lei para que ela possa funcionar.

a) O escritor de novelas não escolhe seus personagens


à esmo.
b) A audiência de uma novela se constrói no dia à dia.

116
28. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE- c) para sua sobrevida.
GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) d) no intuito de sobreviverem.
e) para sua sobrevivência.
Texto 1 – Guerra civil
Renato Casagrande, O Globo, 23/11/2017 31. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR-
GO 33 – TÉCNICO ÁREA ADMINISTRATIVA - NÍVEL
O 11.º Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pú- MÉDIO – CESPE-2013)
blica, mostrando o crescimento das mortes violentas no O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do es-
Brasil em 2016, mais uma vez assustou a todos. Foram tado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada
61.619 pessoas que perderam a vida devido à violência. por processos que culminaram na sua formalização insti-
Outro dado relevante é o crescimento da violência em tucional e na ampliação de sua área de atuação.
alguns estados do Sul e do Sudeste. No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito
Na verdade, todos os anos a imprensa nacional destaca lusitano. Não havia o Ministério Público como instituição.
os inaceitáveis números da violência no país. Todos se Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Ordena-
assustam, o tempo passa, e pouca ação ocorre de fato. ções Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores
Tem sido assim com o governo federal e boa parte das de justiça, atribuindo a eles o papel de fiscalizar a lei e
demais unidades da Federação. Agora, com a crise, o ar- de promover a acusação criminal. Existiam os cargos de
gumento é a incapacidade de investimento, mas, mesmo procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa) e de
em períodos de economia mais forte, pouco se viu da im- procurador da Fazenda (defensor do fisco).
plementação de programas estruturantes com o objetivo A Constituição de 1988 faz referência expressa ao Mi-
de enfrentar o crime. Contratação de policiais, aquisição nistério Público no capítulo Das Funções Essenciais à
de equipamentos, viaturas e novas tecnologias são medi- Justiça. Define as funções institucionais, as garantias e as
das essenciais, mas é preciso ir muito além. Definir metas vedações de seus membros. Isso deu evidência à institui-
e alcançá-las, utilizando um bom método de trabalho, ção, tornando-a uma espécie de ouvidoria da sociedade
deve ser parte de um programa bem articulado, que per-
brasileira.
mita o acompanhamento das ações e que incentive o
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).
trabalho integrado entre as forças policiais do estado, da
União e das guardas municipais.
No período “A sua história é marcada por processos que
culminaram”, o termo “que” introduz oração de natureza
O segmento do texto 1 em que a conjunção E tem valor
restritiva.
adversativo (oposição) e NÃO aditivo (adição) é:
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) “...crescimento da violência em alguns estados do Sul
e do Sudeste”;
b) “Todos se assustam, o tempo passa, e pouca ação de- (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO
corre de fato”; - VUNESP – 2017 - ADAPTADA) Leia o texto, para res-
c) “Tem sido assim com o governo federal e boa parte ponder às questões a seguir:
das demais unidades da Federação”;
d) “...viaturas e novas tecnologias”; Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos execu-
e) “Definir metas e alcançá-las...”. tivos no setor de tecnologia já tinham feito – ele transfe-
riu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
29. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – AR- paredes e divisórias.
QUITETURA – FGV-2017) “... implica poder decifrar as Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas
referências cristãs...”; a forma reduzida sublinhada fica ele queria que todos estivessem juntos, para se conec-
convenientemente substituída por uma oração em forma tarem e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco
desenvolvida na seguinte opção: tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande
erro. Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e
a) a possibilidade de decifrar as referências cristãs; os nove empregados estavam insatisfeitos, sem falar do
b) a possibilidade de decifração das referências cristãs; próprio chefe.
c) que se pudessem decifrar as referências cristãs; Em abril de 2015, quase três anos após a mudança
d) que possamos decifrar as referências cristãs; para o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa
e) a possibilidade de que decifrássemos as referências para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu pró-
cristãs. prio espaço, com portas e tudo.
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório
30. (COMPESA-PE – ANALISTA DE GESTÃO – ADMI- aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Unidos
LÍNGUA PORTUGUESA

NISTRADOR – FGV-2018) “... mas já conhecem a brutal são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao
realidade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras modelo de espaços tradicionais com salas e portas.
para sobreviver.” A forma reduzida de “para sobreviver” Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder
pode ser nominalizada de forma conveniente na seguin- até 15% da produtividade, desenvolver problemas graves
te alternativa: de concentração e até ter o dobro de chances de ficar
doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que
a) para que sobrevivam. estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de
b) a fim de que sobrevivessem. organização.

117
Desde que se mudou para o formato tradicional, Na- 34. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
gele já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. – até então –, em destaque no início do segundo pará-
“Muita gente concorda – simplesmente não aguentam o grafo, expressa um limite, com referência
escritório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e
é preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele. a) temporal ao momento em que se deu a transferência
É improvável que o conceito de escritório aberto da equipe de Nagele para o escritório aberto.
caia em desuso, mas algumas firmas estão seguindo o b) espacial aos escritórios fechados onde trabalhava a
exemplo de Nagele e voltando aos espaços privados. equipe de Nagele antes da mudança para locais aber-
Há uma boa razão que explica por que todos ado- tos.
ram um espaço com quatro paredes e uma porta: foco. c) temporal ao dia em que Nagele decidiu seguir o exem-
A verdade é que não conseguimos cumprir várias tarefas plo de outros executivos, e espacial ao tipo de escri-
ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem desviar tório que adotou.
nosso foco por até 20 minutos. d) espacial ao caso de sucesso de outros executivos do
Retemos mais informações quando nos sentamos em setor de tecnologia que aboliram paredes e divisórias.
um local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e) espacial ao novo tipo de ambiente de trabalho, e tem-
e design de interiores. poral às mudanças favoráveis à integração.
(Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos
podem ser ruins para funcionários.” Disponível em:<- 35. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adap- DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
tado) – contudo –, destacada no quinto parágrafo, estabelece
uma relação de sentido com o parágrafo
32. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
DIO - VUNESP – 2017) Segundo o texto, são aspectos a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das
empresas que adotaram o modelo de escritórios aber-
desfavoráveis ao trabalho em espaços abertos compar-
tos.
tilhados
b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção
do modelo de escritórios abertos.
a) a impossibilidade de cumprir várias tarefas e a restri-
c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com
ção à criatividade.
base em resultados de pesquisas.
b) a dificuldade de propor soluções tecnológicas e a
d) anterior, introduzindo informações que se contra-
transferência de atividades para o lar.
põem à visão positiva acerca dos escritórios abertos.
c) a dispersão e a menor capacidade de conservar con-
e) posterior, contestando com dados estatísticos o for-
teúdos. mato tradicional de escritório fechado.
d) a distração e a possibilidade de haver colaboração de
colegas e chefes. 36. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESTA-
e) o isolamento na realização das tarefas e a vigilância TÍSTICA – AOCP-2015) Assinale a alternativa correta em
constante dos chefes. relação à ortografia dos pares.
33. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- a) Atenção – atenciozo.
DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que a b) Aprender – aprendizajem.
nova redação dada ao seguinte trecho do primeiro pará- c) Simples – simplissidade.
grafo apresenta concordância de acordo com a norma- d) Fúria – furiozo.
-padrão: Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos e) Sensação – sensacional.
executivos no setor de tecnologia já tinham feito.
37. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010)
a) Muitos executivos já havia transferido suas equipes As palavras jeitinho, pesquisa e intrínseco apresentam
para o chamado escritório aberto, como feito por diferentes graus de dificuldade ortográfica e estão corre-
Chris Nagele. tamente grafadas. Assinale a alternativa em que a grafia
b) Mais de um executivo já tinham transferido suas equi- da palavra sublinhada está igualmente correta.
pes para escritórios abertos, o que só aconteceu com
Chris Nagele fazem mais de quatro anos. a) Talvez ele seje um caso de sucesso empresarial.
c) O que muitos executivos fizeram, transferindo suas b) A paralização da equipe técnica demorou bastante.
equipes para escritórios abertos, também foi feito por c) O funcionário reinvindicou suas horas extras.
Chris Nagele, faz cerca de quatro anos. d) Deve-se expor com clareza a pretenção salarial.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) Devem fazer uns quatro anos que Chris Nagele trans- e) O assessor de imprensa recebeu o jornalista.
feriu sua equipe para escritórios abertos, tais como foi
transferido por muitos executivos.
e) Faz exatamente quatro anos que Chris Nagele fez o
que já tinham sido feitos por outros executivos do se-
tor.

118
38. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL 42. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
I – CESGRANRIO-2018) O grupo em que todas as pala- GRANRIO-2018) A vírgula foi plenamente empregada
vras estão grafadas de acordo com a norma-padrão da de acordo com as exigências da norma-padrão da língua
língua portuguesa é: portuguesa em:

a) admissão, infração, renovação a) A conexão é feita por meio de uma plataforma especí-
b) diversão, excessão, sucessão fica, e os conteúdos, podem ser acessados pelos dis-
c) extenção, eleição, informação positivos móveis dos passageiros.
d) introdução, repreção, intenção b) O mercado brasileiro de automóveis, ainda é muito
e) transmissão, conceção, omissão grande, porém não é capaz de absorver uma presença
maior de produtos vindos do exterior.
39. (MPE-AL - TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO – c) Depois de chegarem às telas dos computadores e ce-
FGV-2018) “A crise não trouxe apenas danos sociais e lulares, as notícias estarão disponíveis em voos inter-
econômicos”; se juntarmos os adjetivos sublinhados em nacionais.
um só vocábulo, a forma adequada será d) Os últimos dados mostram que, muitas economias
apresentam crescimento e inflação baixa, fazendo
a) sociais-econômicos. com que os juros cresçam pouco.
b) social-econômicos. e) Pode ser que haja uma grande procura de carros im-
c) sociais-econômico. portados, mas as montadoras vão fazer os cálculos e
d) socioeconômicos. ver, se a importação vale a pena.
e) socioseconômicos.
43. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
40. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e
I – CESGRANRIO-2018) O sinal de dois-pontos (:) está traficantes que possam ser encontrados em uma rua es-
empregado de acordo com a norma-padrão da língua cura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os
portuguesa em: danos que tais criminosos causam são minúsculos quan-
do comparados com os de criminosos respeitáveis, que
vestem colarinho branco e trabalham para as organiza-
a) A diferença entre notícias falsas e verdadeiras é maior
ções mais poderosas. Estima-se que as perdas provoca-
no campo da política: é menor nas publicações rela-
das por violações das leis antitrust — apenas um item de
cionadas às catástrofes naturais.
uma longa lista dos principais crimes do colarinho bran-
b) A explicação para a difusão de notícias falsas é que
co — sejam maiores que todas as perdas causadas pelos
os usuários compartilham informações com as quais
crimes notificados à polícia em mais de uma década, e
concordam: pois não verificam as fontes antes.
as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime
c) As informações enganosas são mais difundidas do que
apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela in-
as verdadeiras: de acordo com estudo recente feito dústria do asbesto (amianto), dos perigos representados
por um instituto de pesquisa. por seus produtos provavelmente custou tantas vidas
d) As notícias falsas podem ser desmascaradas com o quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos
uso do bom senso: mas esperar isso de todo mundo é nos Estados Unidos da América durante uma década in-
quase impossível. teira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, tam-
e) As revistas especializadas dão alguns conselhos: não bém provocam, a cada ano, mais mortes do que essas.
entre em sites desconhecidos e não compartilhe notí- James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São
cias sem fonte confiável. Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).

41. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL Não haveria prejuízo para o sentido original do texto
I – CESGRANRIO-2018) A vírgula está empregada cor- nem para a correção gramatical caso a expressão “a cada
retamente em: ano” fosse deslocada, com as vírgulas que a isolam, para
imediatamente depois de “e”.
a) A divulgação de histórias falsas pode ter consequên-
cias reais desastrosas: prejuízos, financeiros e cons- ( ) CERTO ( ) ERRADO
trangimentos às empresas.
b) As novas tecnologias, criaram um abismo ao separar
quem está conectado de quem não faz parte do mun-
do digital.
c) As pessoas tendem a aceitar apenas as declarações que
LÍNGUA PORTUGUESA

confirmam aquilo que corresponde, às suas crenças.


d) Os jornalistas devem verificar as fontes citadas, cruzar
dados e checar se as informações refletem a realidade.
e) Os consumidores de notícias não agem como cientis-
tas porque não estão preocupados em conferir, pon-
tos de vista alternativos.

119
44. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- 48. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que I – CESGRANRIO-2018)
a substituição dos trechos destacados na passagem – O
paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere Na internet, mentiras têm pernas longas
estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
metros quadrados de chão. – está de acordo com a nor- Diz o velho ditado que “a mentira tem pernas curtas”,
ma-padrão de crase, regência e conjugação verbal. mas nestes tempos de internet parece que a situação se
inverteu, pelo menos no mundo digital. Pesquisadores
a) prefere mais estendê-la do que desistir – põe à dis- mostram que rumores falsos “viajam” mais rápido e mais
posição. “longe”, com mais compartilhamentos e alcançando um
b) prefere estendê-la à desistir – ponham a disposição. maior número de pessoas, nas redes sociais, do que in-
c) prefere estendê-la a desistir – põe a disposição. formações verdadeiras.
d) prefere estendê-la do que desistir – põem a disposi- Foram reunidos todos os rumores nas redes sociais
ção. - falsos, verdadeiros ou “mistos”. Esses rumores foram
e) prefere estendê-la a desistir – ponham à disposição. acompanhados, chegando a um total de mais de 4,5 mi-
lhões de postagens feitas por cerca de 3 milhões de pes-
45. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO - SP – FARMA- soas, formando “cascatas” de compartilhamento.
CÊUTICO - SUPERIOR - VUNESP – 2017 - adaptada) Ao compararem os padrões de compartilhamento
Leia as frases. dessas milhares de “cascatas”, os pesquisadores obser-
As previsões alusivas ............. aumento da depressão são varam que os rumores “falsos” se espalharam com mais
alarmantes. rapidez, aumentando o número de “degraus” da casca-
Os sentimentos de tédio ou de tristeza são inadequada- ta - e com maior abrangência do que os considerados
mente convertidos .......... estados depressivos. verdadeiros.
Qualquer situação que possa ser um obstáculo ............ feli- A tendência também se manteve, independentemen-
cidade é considerada doença. te do tema geral que os rumores abordassem, mas foi
mais forte quando versavam sobre política do que os de-
Para que haja coerência com a regência nominal estabe- mais, na ordem de frequência: lendas urbanas; negócios;
lecida pela norma-padrão, as lacunas das frases devem terrorismo e guerras; ciência e tecnologia; entretenimen-
ser preenchidas, respectivamente, por: to; e desastres naturais.
Uma surpresa provocada pelo estudo revelou o perfil
a) ao … com … na de quem mais compartilha rumores falsos: usuários com
b) ao … em … à poucos seguidores e novatos nas redes.
c) do … com … na — Vivemos inundados por notícias e muitas vezes
d) com o … em … para as pessoas não têm tempo nem condições para verificar
e) com o … para … à se elas são verdadeiras — afirma um dos pesquisado-
res. Isso não quer dizer que as pessoas são estúpidas. As
46. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – redes sociais colocam todas as informações no mesmo
2014) Assinale a assertiva cuja regência verbal está cor- nível, o que torna difícil diferenciar o verdadeiro do falso,
reta: uma fonte confiável de uma não confiável.
BAIMA, Cesar. Na internet, mentiras têm pernas lon-
a) Ela queria namorar com ele. gas. O Globo. Sociedade. 09 mar. 2018. Adaptado.
b) Já assisti a esse filme.
c) O caminhoneiro dormiu no volante. No trecho “independentemente do tema geral que os ru-
d) Quando eles chegam em Campo Grande? mores abordassem”, a palavra que pode substituir rumo-
e) A moça que ele gosta é aquela ali. res, por ter sentido equivalente, é:

47. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – a) assuntos


2014) A regência nominal está correta em: b) boatos
c) debates
a) É preferível um inimigo declarado do que um amigo d) diálogos
falso. e) temas
b) As meninas têm aversão de verduras.
c) Aquele cachorro é hostil para com desconhecidos. 49. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) O
d) O sentimento de liberdade é inerente do ser humano. período abaixo em que os dois termos sublinhados NÃO
e) Construiremos portos acessíveis de qualquer navio. podem trocar de posição é:
LÍNGUA PORTUGUESA

a) A arte é a mais bela das mentiras;


b) O importante na obra de arte é o espanto;
c) A forma segue a emoção;
d) A obra de arte: uma interrupção do tempo;
e) Na arte não existe passado nem futuro.

120
50. (MPU – TÉCNICO – SEGURANÇA INSTITUCIONAL
E TRANSPORTE – CESPE-2015)
GABARITO
TEXTO II

A partir de uma ação do Ministério Público Federal 1 B


(MPF), o Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2) 2 A
determinou que a Google Brasil retirasse, em até 72 ho- 3 B
ras, 15 vídeos do YouTube que disseminam o preconcei-
to, a intolerância e a discriminação a religiões de matriz 4 E
africana, e fixou multa diária de R$ 50.000,00 em caso de 5 A
descumprimento da ordem judicial. Na ação civil pública,
a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/ 6 E
RJ) alegou que a Constituição garante aos cidadãos não 7 A
apenas a obrigação do Estado em respeitar as liberdades,
mas também a obrigação de zelar para que elas sejam 8 C
respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas. 9 A
Para a PRDC/RJ, somente a imediata exclusão dos ví-
10 A
deos da Internet restauraria a dignidade de tratamento,
que, nesse caso, foi negada às religiões de matrizes afri- 11 D
canas. Corroborando a visão do MPF, o TRF2 entendeu 12 CERTO
que a veiculação de vídeos potencialmente ofensivos e
fomentadores do ódio, da discriminação e da intolerância 13 D
contra religiões de matrizes africanas não corresponde 14 C
ao legítimo exercício do direito à liberdade de expressão.
O tribunal considerou que a liberdade de expressão não 15 E
se pode traduzir em desrespeito às diferentes manifesta- 16 E
ções dessa mesma liberdade, pois ela encontra limites no
17 C
próprio exercício de outros direitos fundamentais.
Internet: <http://ibde.org.br> (com adaptações). 18 C
19 C
No trecho “adulterar ou destruir dados”, a palavra “adul-
terar” está sendo empregada com o sentido de alterar 20 E
prejudicando. 21 D
( ) CERTO ( ) ERRADO 22 B
23 A
51. (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO
BRANCO-SP – TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO PO- 24 E
LICIAL MILITAR – VUNESP-2010) Analise a charge. 25 E
26 D
27 A
28 B
29 D
30 E
31 CERTO
32 C
33 C
34 A
35 D
(www.arionaurocartuns.com.br) 36 E
37 E
A palavra só, presente na fala do personagem, tem o
LÍNGUA PORTUGUESA

mesmo sentido em: 38 A


39 D
a) Só vence quem concorre.
40 E
b) Mariana veio só, infelizmente.
c) Pedro estava só, quando cheguei. 41 D
d) A mulher, por estar só, sentiu-se amedrontada. 42 C
e) O marujo, só, resolveu passear pela praia.

121
43 CERTO ANOTAÇÕES
44 E
45 B
46 B ________________________________________________

47 C _________________________________________________
48 B _________________________________________________
49 C
_________________________________________________
50 CERTO
51 A _________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA

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122
ÍNDICE

RACIOCÍNIO LÓGICO

Estruturas Lógicas..................................................................................................................................................................................................... 01
Lógica de Argumentação, negação de proposições, implicação lógica............................................................................................... 01
Diagramas Lógicos................................................................................................................................................................................................... 01
Compreensão e elaboração da lógica das situações por meio de raciocínio matemático.......................................................... 01
Problemas envolvendo as quatro operações nas formas fracionária e decimal; números e grandezas direta e indiretamente
proporcionais; razão e proporção; divisão proporcional; regra de três simples e composta; porcentagem.................................. 31
Sistemas de medidas de comprimento, perímetro, área, volume, temperatura, massa e tempo............................................. 42
Princípios de contagem e noção de probabilidade.................................................................................................................................... 47
Equações do primeiro e segundo graus.......................................................................................................................................................... 53
Geometria básica....................................................................................................................................................................................................... 55
Noções de estatística; médias e leitura de gráficos..................................................................................................................................... 78
As proposições são a base do pensamento lógico.
Este pensamento pode ser composto por uma ou mais
ESTRUTURAS LÓGICAS. sentenças lógicas, formando uma idéia mais complexa.
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO, NEGAÇÃO É importante ressaltar que objetivo fundamental de uma
DE PROPOSIÇÕES, IMPLICAÇÃO LÓGICA. proposição é transmitir uma tese, que afirmam fatos ou
DIAGRAMAS LÓGICOS. juízos que formamos a respeito das coisas.
COMPREENSÃO E ELABORAÇÃO DA LÓ- Sabendo disso, uma questão importante tem que ser
GICA DAS SITUAÇÕES POR MEIO DE RA- respondida: como realmente podemos identificar uma
CIOCÍNIO MATEMÁTICO. proposição? A única técnica direta que temos é verifi-
car se podemos atribuir o valor de verdadeiro ou falso a
elas. Entretanto, existe uma técnica indireta que facilita
muito o trabalho de identificação de uma proposição e é
frequentemente cobrada em concursos públicos.
CONCEITO FUNDAMENTAL A técnica consiste em sabermos o que não é pro-
posição e por eliminação, achar a proposição. A seguir,
A Preposição
seguem exemplos do que não é proposição e a reco-
No ensino fundamental, nos ensinam que os seres
mendação é que se memorizem esses tipos para facilitar
humanos são diferentes dos outros animais e a justifica-
na hora da prova:
tiva é que os humanos pensam e os animais não pensam.
Porém, temos animais com inteligência suficiente para
i.) Sentenças Imperativas: Todas as declarações que
serem treinados a executar tarefas, como os chimpanzés
remeterem a uma ordem não são proposições.
e os golfinhos. Assim, qual é o real motivo que nos dife-
Ex: “Apague a luz.”, “Observe aquele painel”, “Não
renciam de todos os outros seres vivos?
faça isso”.
A resposta envolve não somente o ato se pensar
como também o de se comunicar. Primeiro, aprendemos
ii.) Sentenças Interrogativas: Perguntas não são defi-
a falar, depois, a escrita dividiu nossa existência em Pré-
nidas como proposições:
-História e História. Os registros por escrito guardaram
Ex: “Olá, tudo bem?”, “Qual a raiz quadrada de 5?”,
os pensamentos de nossos antepassados, proporcionan-
“Onde está minha carteira?”
do as gerações futuras, dados importantíssimos para se
ir além daquilo que já foi feito.
iii.) Sentenças Exclamativas:
Porém, acabou surgindo o grande desafio que nor-
Ex: “Como o dia está lindo!”, “Isto é um absurdo!”,
teou a disciplina de lógica: Como interpretar esses re-
“Não concordo com isto!”
gistros?
A grande diferença do ser humano em relação aos
iv.) Sentenças que não tem verbo: 
outros seres vivos está nesse ponto, pois tão importante
Ex: “A bicicleta de Bruno”, “O cartão de João”.
é o ato se interpretar uma informação quanto é elaborar
a mesma. Assim, nossa mente é capaz de receber dados
v.) Sentenças abertas: Este tipo de sentença possui
e deles extrair uma conclusão. Essa habilidade está dire-
uma grande quantidade de exemplos e os exem-
tamente ligada ao raciocínio lógico.
plos são importantes para sabermos identifica-las:
Muitos pensam que essa disciplina está voltada ape-
Ex: “x é menor que 7 ou x < 7” – Essa expressão por
nas para as pessoas de “exatas”, mas ela é voltada para
si só é genérica pois não temos informações de x
o público em geral e aqui seguem alguns exemplos que
para saber se ele é ou não menor que 7.Entretanto,
provam nosso conceito:
caso seja atribuído um valor a x, essa sentença se
tornará uma proposição, pois será possível atribuir
- Um advogado reúne todas as informações dos au-
VERDADEIRO ou FALSO a sentença original. Assim,
tos do processo e através do Raciocínio Lógico,
a expressão “Para x=5, tem-se que: 5 é menor que
elabora sua tese de acusação ou defesa;
7” é uma proposição e é VERDADEIRA. Por outro
- Um médico ao estudar todos os exames consegue a
lado, “Para x=9, tem-se que: 9 é menor que 7” é
partir de raciocínio lógico, elaborar um diagnostico
uma proposição mas é FALSA.
e propor um tratamento;
Ex: “z é a capital da França” – As sentenças abertas
- Um CEO de uma empresa, através dos relatórios
não necessariamente são números, como mostra
mensais consegue definir o plano de ação para es-
o exemplo. Se substituirmos “z” por “Toulouse”, a
timular o crescimento da companhia.
sentença virará proposição e será FALSA. Se z = Pa-
ris, a proposição será VERDADEIRA.
Todos os exemplos acima mostram como será o estu-
RACIOCÍNIO LÓGICO

do da disciplina, onde receberemos informações e delas


Valores Lógicos das proposições – Leis de Pensa-
extrairemos respostas ou em outras palavras, conclusões.
No Raciocínio Lógico, essas informações terão uma mento
particularidade: Elas sempre serão declarações onde po- Definido o que é preposição, podemos aprofundar
deremos classificá-las de duas maneiras, VERDADEIRA o conceito apresentando as leis fundamentais (axiomas)
ou FALSA. Essas declarações serão chamadas de PRO- que norteiam a lógica:
POSIÇÕES.

1
1) Princípio do Terceiro Excluído: “Toda proposição Veja que as proposições acima podem ser divididas
ou é verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sem- em duas partes. Observe:
pre um destes casos e nunca um terceiro”.
Pode parecer óbvio, mas às vezes as pessoas se con-
fundem em questões de concursos públicos quan-
do aparecem as alternativas “VERDADEIRO”, “FAL-
SO” ou “NENHUMA DAS ANTERIORES”. Qualquer
proposição lógica será verdadeira ou falsa, não
existe uma terceira opção.

2) Principio da identidade: “Se uma proposição é


verdadeira, então todo objeto idêntico a ela tam-
bém será verdadeiro”.
Esse principio coloca que se duas proposições que As sentenças compostas dos exemplos acima não são
apresentam a mesma informação mas são escritas ligadas apenas pela conjunção “e”, podem ser ligadas
de maneiras distintas, devem possuir o mesmo va- por outros CONECTORES LÓGICOS (Capítulo 2). Seguem
lor lógico. Por exemplo, “Bruno é 5 anos mais velho alguns exemplos para iniciar sua curiosidade pelo próxi-
que João” e “João é 5 anos mais novo que Bruno”. mo capítulo:
As duas proposições dizem a mesma coisa mas de T – Osmar tem uma moto OU Tainá tem um carro.
maneira diferente. Portanto se uma delas é verda- U – SE Kléber é asiático ENTÃO eu sou brasileiro.
deira, a outra deve ser.
FIQUE ATENTO!
3) Princípio da não contradição: “Uma proposição
não pode ser verdadeira ou falsa ao mesmo tempo” As proposições compostas irão nortear seus
Esse axioma é importante, pois a partir do momen- estudos nos próximos capítulos, então aten-
to em uma proposição recebe um valor lógico, ele te-se a saber como dividir as proposições
deve ser carregado em toda a análise para evitar compostas em duas ou mais proposições
contradições. simples!

Tipos de proposições
Existem dois tipos de proposições: Simples e Com-
postas
As proposições simples são aquelas que não con-
têm nenhuma outra proposição como parte de si mes- EXERCÍCIO COMENTADO
ma. São, geralmente, designadas por letras minúsculas
do alfabeto (p,q,r,s,...). Uma definição equivalente é de 1. (SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS ESTA-
uma proposição que não se consegue dividi-la em partes DUAIS – FCC – 2006) Das cinco frases abaixo, quatro
menores, de tal maneira que as partes divididas gerem delas têm uma mesma característica lógica em comum,
novas proposições. Exemplos: enquanto uma delas não tem essa característica. 
p – O rato comeu o queijo;
q – Astolfo é advogado; I. Que belo dia! 
r – Hermenegildo gosta de pizza; II. Um excelente livro de raciocínio lógico. 
s – Raimunda adora samba. III. O jogo terminou empatado? 
IV. Existe vida em outros planetas do universo. 
Já as proposições compostas são formadas por uma V. Escreva uma poesia. 
ou mais proposições que podem ser divididas, formando
proposições simples. São, geralmente, designadas por A frase que não possui essa característica comum é a
letras maiúsculas do alfabeto (P,Q,R,S,...).Exemplos:
P – O rato é branco e comeu o queijo; a) I
Q – Astolfo é advogado e gosta de jogar futebol; b) II
R – Hermenegildo gosta de pizza e de suco de uva; c) III
S – Raimunda adora samba e seu tênis é vermelho. d) IV
e) V

Resposta: Letra D. Podemos interpretar do exercício


RACIOCÍNIO LÓGICO

que o mesmo quer a identificação da proposição. As al-


ternativas A,B,C e E são respectivamente sentenças ex-
clamativas, sem verbo, interrogativa e imperativa, o que
não as caracterizam como proposições. Já a alternativa
D é uma sentença que pode ser classificada como ver-
dadeira ou falsa, caracterizando uma proposição.

2
2. (NOVA CONCURSOS – 2018) Assinale a alternativa Aqui conseguimos observar a importância do “Prin-
que representa um não cumprimento das 3 leis de pen- cípio do terceiro excluído”, explicado no capítulo 1. Se
samento da lógica  tivéssemos mais do que dois valores lógicos, a negação
se tornaria impossível pois não conseguiríamos criar um
a) Se Abelardo é mais alto que Hormindo, pelo princípio vínculo de “ida e volta” entre os valores lógicos.
da identidade posso dizer que Hormindo é mais baixo O conectivo NÃO possui dois símbolos e recomenda-
que Abelardo. -se que o leitor conheça ambos pois as bancas de con-
b) A proposição “Choveu está manhã na cidade” pode cursos não possuem um padrão em qual símbolo usar.
ser considerada “meia verdade” se apenas uma leve Observe o exemplo a seguir:
garoa atingir a cidade. p : A secretária foi ao banco esta tarde.
c) O réu no processo afirmou que não estava dirigindo
embriagado, porém o mesmo foi encontrado sentado O exemplo acima já usa os conceitos vistos no capí-
no banco do motorista durante a abordagem policial,
tulo 1, onde temos uma proposição simples e chamare-
caracterizando uma contradição.
mos essa proposição com uma letra minúscula “p” (Lê-
d) Eu sou milionário pois tenho patrimônio acima de 1
-se “proposição p”). Vamos agora negar essa proposição
milhão de reais. Josevaldo possui menos que 1 milhão
usando os dois símbolos possíveis:
e não pode ser considerado um milionário.
e) Não estava presente para afirmar que foi o gato que ~ p : A secretária não foi ao banco esta tarde.
derrubou o vaso. ¬ p : A secretária não foi ao banco esta tarde.

Resposta: Letra B. Não existe “meia verdade” dentro Os símbolos “~” e “¬” são os símbolos que indicam
da lógica. As proposições receberão apenas dois valo- negação. É Importante frisar que os símbolos de negação
res lógicos: Verdadeiro ou Falso. não indicam a presença da palavra “não” na frase. Obser-
ve este outro exemplo:
CONECTIVOS LÓGICOS q : Bráulio não comprou detergente

Como visto rapidamente no capítulo anterior, os co- Observe que a proposição q possui a palavra “não” e
nectivos lógicos são estruturas usadas para formar pro- quando negarmos a mesma, ficaremos com a frase afir-
posições compostas a partir da junção de proposições mativa:
simples. As proposições compostas são linhas de raciocí- ~ q : Bráulio comprou detergente.
nio mais complexas e permitem se formular teses lógicas ¬ q : Bráulio comprou detergente.
com vários níveis de pensamento. Observe o exemplo a
seguir:
“Otávio gosta de jogar futebol e seu irmão não gosta FIQUE ATENTO!
de jogar futebol”
No Raciocínio Lógico, pode-se existir a “ne-
Facilmente conseguimos separar essa sentença em
gação da negação” que chamaremos de
duas: “Otávio gosta de jogar futebol” e “O irmão de Otá-
Dupla Negação e veremos isso mais adiante
vio não gosta de jogar futebol”. Entretanto, ao invés de
no capítulo 4. O que você precisa saber nes-
tratarmos as duas proposições simples separadamente,
te momento é que negando uma negação,
ligamos as mesmas com a palavrinha “e”, que é um dos
voltaremos a uma frase afirmativa, ou na lin-
conectores lógicos que iremos estudar a seguir.
guagem coloquial: “O não do não é o sim”.
Logo, com esse vínculo, poderemos estudar se a pro-
posição composta é inteiramente verdadeira ou inteira-
mente falsa, dependendo do valor lógico de cada propo-
A CONJUNÇÃO – Conectivo “e”
sição simples, ou seja, cada proposição simples interfere
O próximo conectivo lógico certamente é um dos
no valor a ser atribuído na proposição composta.
As seções a seguir irão estudar os cinco conectivos mais usados dentro do raciocínio lógico e é também um
lógicos, apresentando suas características principais e as dos mais conhecidos. O “e” também é chamado de con-
combinações possíveis entre duas proposições simples. junção e segue a mesma classificação da própria língua
portuguesa.
A Negação – Conectivo “Não” Diferentemente do conectivo “não”, a conjunção irá
O primeiro conectivo a ser estudado é o mais sim- relacionar duas proposições simples, formando uma pro-
ples de todos e remete a negação de uma proposição. posição composta. Vamos ao exemplo:
A importância deste conectivo se dá na ligação entre o p : Carlos gosta de jogar badminton.
valor lógico VERDADEIRO e o valor lógico FALSO pois a q : Pablo tomou suco de maçã
RACIOCÍNIO LÓGICO

negação de um valor lógico será exatamente o outro va-


lor lógico, ou seja: Temos acima duas proposições simples e podemos
formar uma proposição composta usando o conectivo
i) Se uma proposição for VERDADEIRA, sua negação “e”:
será FALSA. 𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo
ii) Se uma proposição for FALSA, sua negação será tomou suco de maçã.
VERDADEIRA.

3
Seguindo as definições do capítulo 1, a proposição Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí-
composta será indicada com uma letra maiúscula, neste veis para uma proposição composta formada pelo co-
caso, R. O símbolo
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒indica a conjunção, ou seja, quando nectivo “ou”. Novamente vale lembrar que no capítulo 3
ele aparecer, estaremos usando o conectivo “e”. aprenderemos sobre as tabelas-verdade e elas ajudarão
Se invertermos a ordem das proposições simples, for- (e muito!) na memorização das combinações possíveis
maremos outra proposição composta: dos conectivos lógicos. Por enquanto, vamos enumerar
𝑺 = 𝒒 ∧ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã e Carlos gosta todos os casos para familiarização:
de jogar badminton. i) Uma proposição composta formada por uma
disjunção será VERDADEIRA se uma ou mais pro-
No caso da conjunção, o valor lógico da proposição posições forem VERDADEIRAS.
composta não se altera com a inversão das proposições ii) Uma proposição composta formada por uma
simples, mas outros conectivos que veremos a seguir po- disjunção será FALSA se todas as proposições sim-
dem ter alterações dependendo da ordem das proposi- ples forem FALSAS.
ções simples.
Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí- Comparando com a conjunção, observa-se que hou-
veis para uma proposição composta formada pelo co- ve uma certa “inversão” em relação as combinações das
nectivo “e”. No capítulo 3 aprenderemos sobre as tabe- proposições simples. Enquanto na conjunção precisáva-
las-verdade e elas ajudarão (e muito!) na memorização mos de todas as proposições simples VERDADEIRAS para
das combinações possíveis dos conectivos lógicos. Por que a proposição composta ser VERDADEIRA, no ope-
enquanto, vamos enumerar todos os casos para familia- rador “ou” precisamos de apenas 1 delas para tornar a
rização: proposição composta VERDADEIRA.
i) Uma proposição composta formada por uma con- No caso do valor lógico FALSO também há inversão,
junção será VERDADEIRA se todas as proposições onde no conectivo “e” basta 1 proposição simples ser
simples forem VERDADEIRAS. FALSA e na disjunção, precisamos de todas FALSAS.
ii) Uma proposição composta formada por uma con- Assim:
junção será FALSA se uma ou mais proposições 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo
simples forem FALSAS. tomou suco de maçã.

Recuperando o exemplo anterior: Termos que R será VERDADEIRO se uma (ou as duas)
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo proposição (ões) sejam VERDADEIRAS e R será FALSO se
tomou suco de maçã. p e q forem FALSOS.

Termos que R será VERDADEIRO somente se p e q A DISJUNÇÃO exclusiva – Conectivo “OU exclusivo”
forem VERDADEIROS. Se uma (ou as duas) proposições O conectivo “ou” possui um caso particular que nor-
simples for (forem) falsa(s), R será FALSO. malmente é cobrado em concursos públicos de maior
complexidade, porém é importante que o leitor tenha
A DISJUNÇÃO – Conectivo “OU” conhecimento do mesmo pois pode se tornar um dife-
O conectivo “ou”, também conhecido como disjun- rencial importante em concursos públicos de maior dis-
ção, segue a mesma linha de pensamento que o conec- puta.
tivo “e”, relacionando duas proposições simples, forman- Este caso particular é chamado de “ou exclusivo” pois
do uma proposição composta. Vamos manter o exemplo implica que as proposições simples são eliminatórias, ou
da seção anterior: seja, quando uma delas for VERDADEIRA, a outra será
p : Carlos gosta de jogar badminton. necessariamente FALSA. Veja o exemplo:
q : Pablo tomou suco de maçã p: Diego nasceu no Brasil
q: Diego nasceu na Argentina
Temos acima duas proposições simples e vamos for-
mar agora uma proposição composta usando o conecti- Temos duas proposições referentes a nacionalidade
vo “ou”: de Diego. Fica claro que ele não pode ter nascido em
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo dois locais diferentes, ou seja, se p for VERDADEIRO, q
tomou suco de maçã. é necessariamente FALSO e vice-versa. Assim, quando
montarmos a disjunção, temos que indicar essa questão
O símbolo
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒indica a disjunção, ou seja, quando ele e será feito da seguinte forma:
aparecer, estaremos usando o conectivo “ou”. Observe 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen-
que ele é o símbolo do conectivo “e” invertido, então, tina
muita atenção na hora de identificar um ou o outro.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Se invertermos a ordem das proposições simples, for- A leitura da proposição lógica acrescente mais um
maremos outra proposição composta: “ou” no início e o restante é como se fosse um operador
𝑺 = 𝒒 ∨ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã ou Carlos gos- “ou” convencional (que para diferenciar, é chamado de
ta de jogar badminton. inclusivo), porém, o símbolo é sublinhado para indicar
No caso da disjunção, o valor lógico da proposição exclusividade:
𝑹=𝒑∨𝒒 . Os casos possíveis para o “ou exclusi-
composta também não se altera com a inversão das pro- vo” são:
posições simples (igual a conjunção).

4
i) Uma proposição composta formada por uma mente deve haver dúvidas do leitor em relação a situação
disjunção exclusiva será VERDADEIRA se apenas onde a proposição a esquerda do conector ser falsa e
uma das proposições for VERDADEIRA. isso implicar que a proposição composta seja verdadeira.
ii) Uma proposição composta formada por uma A explicação é a seguinte: Na condicional, limitamos
disjunção exclusiva será FALSA se todas as propo- apenas ao caso da proposição da esquerda do conector
sições simples forem FALSAS ou se as duas propo- em si e não em relação a sua negação, ou seja, quan-
sições forem VERDADEIRAS. do montamos 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 , estamos condicionando apenas ao
caso de p ocorrer, ou em outras palavras, p ser VERDA-
Perceba que a diferença é sutil entre os casos inclusi- DEIRO. Se p for FALSO, não há nenhuma condição para
vo e exclusivo e ela se dá no caso das duas proposições q, ou seja, não importa o que acontecer com q, já que
simples serem VERDADEIRAS. No caso exclusivo, isso é p não é VERDADEIRO. Assim, define-se 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 sempre
uma contradição e assim a proposição composta deve VERDADEIRO quando p for FALSO. Logo:
ser FALSA. Usando o exemplo: 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en-
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen- tão Pablo tomou suco de maçã.
tina Temos R VERDADEIRO se p for FALSO ou se p for
VERDADEIRO e q VERDADEIRO e R é FALSO apenas se p
Temos que R é VERDADEIRO se p for VERDADEIRO e for VERDADEIRO e q FALSO.
q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO. R é FALSO se p e
q forem ambas VERDADEIRAS ou ambas FALSAS. Pegadinhas da condicional
Este tópico é uma análise complementar da condi-
A CONDICIONAL – Conectivo “SE...ENTÃO” cional. Em concursos mais apurados, sobretudo de en-
O conectivo “Se...então”, conhecido como condicio- sino superior, existem certas “pegadinhas” que testam a
nal não é tão conhecido quanto o “e” e o “ou”, porém é atenção do candidato em relação ao seu conhecimento.
o que normalmente gera mais dúvidas e o que contém Existem quatro formas de raciocínio que envolvem a con-
as famosas “pegadinhas” que confundem o candidato dicional que merecem destaque.
durante a prova. A principal característica dele é que se i) Modus Ponens: Essa linha de raciocínio é o básico
você inverter a ordem das proposições simples, o valor da condicional onde considera a mesma VERDADEIRA e
lógico da proposição composta muda, o que não acon- no caso da ocorrência de p, podemos afirmar com certe-
tecia na conjunção e na disjunção. Vamos recuperar o za que q ocorreu:
mesmo exemplo das seções 2.2.3 e 2.2.4:
p : Carlos gosta de jogar badminton.
q : Pablo tomou suco de maçã
Temos acima duas proposições simples e vamos for-
mar agora uma proposição composta usando o conecti-
vo “Se...então”: Exemplo:
𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en-
tão Pablo tomou suco de maçã.

Observe que agora temos uma condição para que Pa-


blo tome o suco de maçã. A frase em si pode parecer sem
nexo, mas no Raciocínio Lógico nem sempre fará sentido ii) Falácia de afirmar o consequente: Pode-se dizer que
a conexão de duas proposições e até por isso nós monta- é a pegadinha mais clássica da condicional pois induz a
mos esses exemplos para o leitor ficar mais familiarizado pessoa a considerar que se o consequente ocorreu (q),
com essa situação! pode-se afirmar que o antecedente (p) também ocorreu:
O símbolo
𝑹 = 𝒑“ → ”𝒒 indica a condicional, mostrando que
a proposição da esquerda condiciona o acontecimento Esse raciocínio está INCORRETO. Para justificar, lem-
da proposição da direita. As combinações possíveis para bre-se dos casos em que a condicional é VERDADEIRA.
esse conector são: Em um desses casos, se o antecedente (p) for FALSO, não
i) Uma proposição composta formada por uma condi- importa o valor lógico de q, a proposição com condicio-
cional será VERDADEIRA se ambas as proposições nal será VERDADEIRA. Assim, se q ocorrer não é garantia
forem VERDADEIRAS ou a proposição a esquerda que p também ocorreu:
do conector for FALSA.
ii) Uma proposição composta formada por uma con-
dicional será FALSA se a proposição a esquerda
RACIOCÍNIO LÓGICO

(antecedente) do conector for VERDADEIRA e a


proposição a direita (consequente) do conector for
FALSA.
iii) Modus Tollens: Nessa linha de raciocínio, estamos
Observe agora que a posição da proposição em rela- negando que o consequente (q) ocorreu e se olharmos
ção ao conector lógico importa no resultado da proposi- os casos possíveis da condicional, isso só será possível se
ção composta. Considerando os casos observados, certa- o antecedente (p) também não ocorrer:

5
i) Uma proposição composta formada por uma bi
condicional será VERDADEIRA se ambas as propo-
sições forem VERDADEIRAS ou se ambas as propo-
sições forem FALSAS.
ii) Uma proposição composta formada por uma bi
Exemplo: condicional será FALSA se uma proposição for
VERDADEIRA e outra for FALSA e vice-versa.

Assim:
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e
somente se Pablo tomou suco de maçã.
iv) Falácia de negar o antecedente: Novamente um A proposição R será VERDADEIRA se p e q forem VER-
erro de pensamento referente aos casos possíveis da DADEIROS ou p e q forem FALSOS e R será FALSO se p for
condicional. Se você nega o antecedente (p) não é ga- VERDADEIRO e q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO.
rantia que o consequente (q) não irá ocorrer pois a partir
do momento que temos ~p, o valor lógico de q pode ser
qualquer um e a condicional se manterá VERDADEIRA:
EXERCÍCIO COMENTADO

1. (PREFEITURA DE SARZEDO, MG – TÉCNICO ADMI-


Exemplo: NISTRATIVO – IBGP, 2018) “Cecília comprará ou o vesti-
do azul ou o vestido preto.” 
Com base na estrutura lógica, assinale a alternativa COR-
RETA.

a) 𝑝 ∨ 𝑞
FIQUE ATENTO! b) 𝑝 ∧ 𝑞
As pegadinhas da condicional nem sempre c) 𝑝 ∨ 𝑞
são cobradas em concursos mas se você ob-
d) 𝑝 → 𝑞
servar os exercícios resolvidos deste capítu-
lo, verá o quanto é importante este conector
Resposta: Letra C. Provavelmente muitos devem ter
lógico e o conhecimento de todos os casos
pensado que este era um caso de “ou exclusivo”, mas
possíveis.
observe que o verbo em questão é “comprar” e não
“vestir”. Cecília pode muito bem comprar os dois ves-
A BI-CONDICIONAL – Conectivo “SE E SOMENTE tidos, não há nada lógico que impeça isso, porém se a
SE” proposição fosse “Cecília vestirá ou o vestido azul ou
o vestido preto”, aí teríamos o caso de “ou exclusivo”
O conectivo “Se e somente se”, conhecido como bi pois ela não poderia vestir os dois vestidos ao mesmo
condicional elimina justamente o limitante da condicio- tempo.
nal de não ser possível inverter a ordem das proposições
sem perder o valor lógico da proposição composta. Ago- 2. (EMATER-MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO
ra, os dois valores lógicos serão limitantes, tanto se a CONCURSO – 2018) Considere as proposições compos-
proposição a esquerda do conector for VERDADEIRA ou tas abaixo, identificadas como P e Q.
FALSA. Novamente vamos ao mesmo exemplo:
p : Carlos gosta de jogar badminton. P: Se faz frio, então bebo muita água.
q : Pablo tomou suco de maçã Q: Se estudo e trabalho no mesmo dia, fico muito can-
sado.
Temos acima duas proposições simples e vamos for-
mar agora uma proposição composta usando o conecti- Sabendo-se que as duas proposições citadas no enuncia-
vo “Se e somente se”: do são falsas, é verdade afirmar que
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e a) Fico muito cansado ou bebo muita água
somente se Pablo tomou suco de maçã. b) Não estudo e trabalho no mesmo dia e faz frio
RACIOCÍNIO LÓGICO

c) Não fico muito cansado e não bebo muita água


O símbolo
𝑹=𝒑↔𝒒 indica a bi condicional, ou seja, os dois d) Se faz frio, então não estudo e trabalho no mesmo dia
sentidos devem ser satisfeitos. Em outras palavras, a bi
condicional será VERDADEIRA apenas se os valores lógi- Resposta: Letra C. O enunciado nos diz que as duas
cos das duas proposições forem iguais: condicionais são falsas, ou seja, podemos afirmar que
“Faz frio” e “Estudo e trabalho no mesmo dia” são
VERDADEIRAS e “Bebo muita água” e “Fico muito can-

6
sado” são FALSAS, pois é a única combinação possível lógicos da estrutura composta, correspondentes a todas
para as condicionais serem FALSAS. Logo, a letra A é as possíveis atribuições de valores lógicos às proposições
FALSA pois ambas são FALSAS e a disjunção será FAL- simples.
SA, a letra B é FALSA pois ‘Não estudo e trabalho” é Para se construir uma tabela verdade, são necessárias
FALSO o que faz a conjunção ser FALSA. A letra C é três informações iniciais: O número de proposições que
VERDADEIRA pois as duas negações geram proposi- compõem a proposição composta, o número de linhas
ções VERDADEIRAS que combinada em uma conjun- que a tabela-verdade irá ter e a variação dos valores
ção, formam uma proposição VERDADEIRA. E por fim lógicos.
a letra D é FALSA pois “Faz frio” é VERDADEIRO e “Não A primeira informação é puramente visual, basta olhar
estudo e trabalho no mesmo dia” é FALSO e combina- a proposição composta e verificar quantas proposições
dos em uma condicional, gera uma proposição FALSA. simples a compõem, contando a quantidade de letras
distintas que existem nela, vejam os exemplos:
3. (COLÉGIO PEDRO II – ANALISTA DA TECNOLOGIA 𝒑 ∧ 𝒒 : Temos as proposições simples p e q, ou seja, a
DA INFORMAÇÃO - 2018) Considere as seguintes pro- proposição composta possui duas proposições;
posições P e Q, sendo que P é falsa e Q é verdadeira;  (𝒑 ∧ 𝒒) → (~𝒒 ↔ 𝒑) : Esta estrutura possui duas
proposições simples também, p e q. Não se deve
P: Se o monitor está funcionando, então a placa de vídeo considerar a repetição das proposições que no caso de p
não está com defeito.     e q, repetiram duas vezes;
Q: A placa de vídeo está com defeito se, e somente se, a 𝒓 ↔ (𝒑 ∨ 𝒒) : Neste caso, com a presença da
memória não apresenta defeito.  proposição r, temos três proposições simples distintas,
p,q e r.
Logo, é verdadeira a proposição: A segunda informação, que é o número de linhas
da tabela verdade, deriva do número de proposições
a) Se o monitor não está funcionando, então a memória simples que a estrutura composta possui. Usando essa
não apresenta defeito. conta simples:
b) Ou o monitor está funcionando ou a memória não
apresenta defeito. 𝐿 = 2𝑛
c) O monitor não está funcionando ou a memória apre-
senta defeito. Onde L é o número de linhas da tabela-verdade e n
d) O monitor está funcionando e a memória apresenta é o número de proposições simples que ela possui. Ou
defeito. seja, para duas proposições simples, temos 4 linhas na
tabela-verdade, para 3 proposições simples, 8 linhas
Resposta: Letra A e B (Anulada). Como P é uma na tabela e para 4 proposições simples, a tabela possui
condicional FALSA, temos que “O monitor está fun- 16 linhas. Além disso, para o caso de uma proposição
cionando” é VERDADEIRO e “A placa de vídeo não simples, pode-se aplicar a fórmula também, e teremos
está com defeito” é FALSO. No caso de Q temos duas duas linhas na tabela-verdade.
possibilidades: “A placa de vídeo está com defeito” e Esses valores são derivados da organização da tabela,
“A memória não apresenta defeito” são ambas VER- para que tenhamos todos os casos possíveis avaliados.
DADEIRAS ou ambas FALSAS. Entretanto, como vimos Com essa informação, podemos organizar a tabela e isso
em P que “A placa de vídeo está com defeito” é VER- será apresentado caso a caso nas seções seguintes.
DADEIRO, só teremos um caso, onde “A memória não
apresenta defeito” também é VERDADEIRO. A alter- TABELA-VERDADE DE PROPOSIÇÃO SIMPLES:
nativa A é VERDADEIRA pois temos uma condicional NEGAÇÃO
e a proposição “O monitor não está funcionando” é Nós iremos seguir a ordem do capítulo anterior e
FALSA, o que faz a condicional ser VERDADEIRA. A al- apresentar a montagem das tabelas-verdade para os
ternativa B é VERDADEIRA também pois “O monitor operadores lógicos descritos. Inicia-se pele negação, que
está funcionando” é VERDADEIRO e isso já basta para é uma proposição simples e terá apenas duas linhas na
uma disjunção ser VERDADEIRA, além disso, “A me- tabela-verdade:
mória não apresenta defeito” também é VERDADEIRA.
A alternativa C é FALSA pois “O monitor não está fun- p ~p
cionando” é FALSO e “A memória apresenta defeito”
também é FALSA, sendo o único caso da disjunção ser V F
FALSA. Por fim, a alternativa D também é falsa pois “A F V
memória apresenta defeito” é FALSA e isso na conjun-
ção já caracteriza uma proposição composta FALSA. Observe que a tabela possui duas colunas. A primeira
RACIOCÍNIO LÓGICO

contém os valores possíveis para a proposição simples,


que pela fundamentação da lógica, é o VERDADEIRO (V)
TABELAS VERDADE e o FALSO (F).
Já a segunda coluna possui o operador lógico
A tabela-verdade é um dispositivo prático muito negação. O operador foi aplicado em casa linha da
usado para a organizar os valores lógicos de proposições tabela, gerando o resultado correspondente. Ou seja, se
compostas pois ela ilustra todos os possíveis valores a proposição p é V, sua negação será F e vice-versa.

7
É importante frisar que as operações da tabela- p q
verdade ocorrem de linha em linha, ou seja, se na
primeira linha temos que a proposição p é V, esse valor V V
permanecerá assim até que todas as operações daquela V F
linha correspondente tenham terminado.
F V
TABELA-VERDADE PARA 2 PROPOSIÇÕES F F
SIMPLES
Chegamos as seções onde a tabela-verdade fará mais Pronto, a tabela-verdade para duas proposições foi
sentido, pois ela é aplicada em proposições compostas.
organizada e agora podemos passar para as proposições
Iniciando com uma estrutura de duas proposições
simples, vamos primeiramente explicar a organização compostas.
destas proposições.
Como já sabemos que são duas proposições simples, Tabela Verdade da Conjunção (“e”)
que chamaremos de p e q, temos que a tabela-verdade Seguindo a ordem do capítulo anterior, temos o
terá quatro linhas: operador lógico “e”, ou a conjunção. Para atribuir valores
lógicos a essa expressão, cria-se uma terceira coluna na
p q tabela-verdade e insere no título qual proposição lógica
iremos tratar, desta maneira:

p q
V V
V F
F V
FIQUE ATENTO! F F
Observe que além das linhas corresponden-
tes da tabela-verdade, nós inserimos uma li- No caso da conjunção, temos que ela é VERDADEIRA
nha inicial indicando qual a proposição que apenas se as duas proposições compostas, p e q, forem
estamos atribuindo o valor lógico. Isso é de VERDADEIRAS, caso contrário, ela será FALSA. Usando
suma importância para se dominar esse con- essa informação, vamos preencher a tabela:
teúdo. Na primeira linha, temos que p é VERDADEIRO e
q é VERDADEIRO, logo, a conjunção nesse caso será
Agora temos que combinar os dois valores lógicos VERDADEIRA por definição:
possíveis entre as proposições, formando as quatro
linhas. Para isso, recomenda-se que sigam os seguintes p q
passos:
V V V
i) Na coluna da primeira proposição, atribua o valor V F
de V para a primeira metade das linhas e F para a
segunda metade. Ou seja, as duas primeiras linhas F V
são V e as duas últimas são F: F F

p q A segunda linha possui p = V e q = F. Para a conjunção


é necessário que as duas proposições sejam V para ela
V
ser V, logo, ela será FALSA:
V
F p q
F V V V

ii) Para a segunda coluna, repita o mesmo V F F


procedimento dentro de cada valor lógico atribuído F V
para a coluna anterior. Ou seja, como temos V nas
F F
RACIOCÍNIO LÓGICO

duas primeiras linhas de p, vamos colocar V na


primeira linha e F na segunda. Da mesma forma,
vamos fazer o mesmo procedimento para as duas Seguindo o mesmo raciocínio, a terceira linha possui
linhas de p que contém F: p = F e q = V, o que faz a conjunção ser FALSA:

8
p q Esta é a tabela da disjunção é também deve ser
memorizada.
V V V
V F F Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)
O próximo conector lógico é a condicional (“Se...
F V F então”) e montaremos a tabela-verdade do mesmo jeito
F F que os anteriores:

Finalmente, a quarta linha possui as duas proposições p q


simples com valor lógico FALSO, o que faz a conjunção
ser FALSA também: V V
V F
p q F V
V V V F F
V F F
O princípio deste operador lógico está na relação
F V F
entre o antecedente (p) e o consequente (q). Ele será
F F F FALSO apenas se 𝑝 = 𝑉 e 𝑞 = 𝐹 , o que ocorre na
segunda linha. Nos outros casos, ele será VERDADEIRO.
Esta é a tabela-verdade para conjunção é deve ser Em caso de dúvidas deste operador, recomenda-se a
memorizada ou resolvida de forma rápida no caso de releitura do capítulo 2.
tabelas maiores.
p q
Tabela Verdade da Disjunção (“ou”)
Passando agora para o próximo conectivo, que é V V V
a disjunção (“ou”). Esse operador possui a definição V F F
contrária a conjunção, onde ele só será FALSO no caso
de as duas proposições simples serem FALSAS, caso F V V
contrário, será sempre VERDADEIRO. F F V
Montando a tabela:
Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)
p q O último operador é o Bicondicional (“Se e somente
se”) e a tabela será montada da mesma forma:
V V
V F
p q
F V
V V
F F
V F
A primeira, segunda e terceira linhas possuem ao F V
menos 1 valor lógico VERDADEIRO, ou seja, condição F F
suficiente para o operador lógico ser VERDADEIRO:
p q Montaremos a tabela usando sua lógica simples:
Ele será VERDADEIRO se as duas proposições simples
V V V
tiverem o mesmo valor lógico e FALSO se tiverem valores
V F V diferentes:
F V V
F F p q
V V V
Já a última linha, possui ambas proposições simples
V F F
com o valor lógico FALSO, o que faz a disjunção ser
FALSA também: F V F
F F V
RACIOCÍNIO LÓGICO

p q
V V V Com essas informações memorizadas é possível
montar QUALQUER tabela-verdade.
V F V
F V V
F F F

9
Montagem de tabelas usando mais de um opera- p q ~p
dor lógico
V V V F
Obviamente que as seções acima introduziram as V F F F
tabelas-verdade fundamentais, que vão auxiliar na
montagem de tabelas mais complexas. Vamos apresentar F V F V
um exemplo onde isso será aplicado. Considere a F F F V
seguinte proposição composta:
(𝒑 ∧ 𝒒) ↔ ~𝒑 ∨ 𝒒 Nós temos que utilizar os valores lógicos da quarta
e segunda colunas em cada linha correspondente da
Observe que a proposição possui duas proposições tabela. É aqui que muitos candidatos se confundem e
simples mas possui três operações lógicas. Para montar acabam usando colunas diferentes. Na primeira linha,
a tabela-verdade desta proposição, deveremos fazer temos que a quarta coluna tem valor F e a segunda
combinações dos resultados fundamentais vistos coluna tem valor V, assim a disjunção entre elas será V:
anteriormente.
Iniciando, vamos montar a estrutura inicial, com as
p q ~p
colunas de p e q:
V V V F V
p q V F F F
V V F V F V
V F F F F V
F V
Na segunda linha, temos a quarta e a segunda coluna
F F com valores lógicos FALSO, o que faz a disjunção FALSA:

Agora, vamos analisar a expressão: temos dois


p q ~p
parênteses separados por uma bicondicional, portanto,
teremos que saber os valores lógicos de cada parêntese V V V F V
antes de resolver o “se e somente se”. Para isso, vamos V F F F F
criar colunas específicas na tabela para cada informação
e depois agrupá-las. F V F V
Começando com a conjunção no primeiro parêntese F F F V
e atribuindo os valores lógico de cada linha, cria-se uma
terceira coluna a partir da primeira e da segunda: Na terceira linha, temos ambos VERDADEIROS, o que
faz a disjunção VERDADEIRA:
p q
V V V p q ~p
V F F V V V F V
F V F V F F F F
F F F F V F V V
F F F V
Agora, vamos resolver o segundo parêntese. Para
isso, precisaremos da negação de p para fazer uma E na quarta linha, temos a quarta coluna VERDADEIRA
disjunção com q. Logo, vamos criar primeiro uma coluna e a segunda coluna FALSA, o que faz a disjunção ser
da negação e depois faremos a disjunção: VERDADEIRA:

p q ~p p q ~p
V V V F V V V F V
V F F F V F F F F
F V F V F V F V V
RACIOCÍNIO LÓGICO

F F F V F F F V V

Observe que esta quarta coluna é a negação da


primeira, como deve ser, já que estamos negando a
proposição p. Criaremos agora uma quinta coluna, onde
faremos a disjunção de ~p (quarta coluna) e q (segunda
coluna):

10
TABELA VERDADE PARA 3 PROPOSIÇÕES SIMPLES
FIQUE ATENTO! Vamos agora aumentar a complexidade do problema
Fizemos uma disjunção entre a quarta e a inserindo uma terceira proposição, que chamaremos de
segunda coluna, NESTA ORDEM. No caso r. Pela relação de número de linhas da tabela, teremos
da disjunção, se fizéssemos invertido, não então L=23=8 linhas. A tabela fica na seguinte forma:
haveria problemas, mas nem sempre isso
acontece. A recomendação é que se mante- p q r
nha a ordem da operação lógica.

Finalmente, vamos criar a sexta coluna que será a


bicondicional da terceira e quinta colunas:

p q ~p
V V V F V
V F F F F
F V F V V
Para organizar todas as combinações possíveis dos
F F F V V valores lógicos, vamos usar o mesmo artifício visto na
tabela com duas proposições simples. Primeiro, vamos
Na primeira linha, temos a terceira coluna VERDADEIRA dividir a primeira coluna em dois blocos de 4 linhas, onde
e a quinta também, que pela bicondicional, gera um valor o primeiro bloco será VERDADEIRO e o segundo, FALSO:
VERDADEIRO:
p q r
p q ~p
V
V V V F V V
V
V F F F F
V
F V F V V
V
F F F V V
F
Na segunda linha, temos ambas as colunas FALSAS, F
que pela bicondicional, gera um valor VERDADEIRO:
F
F
p q ~p
V V V F V V Na segunda coluna, vamos subdividir cada bloco da
V F F F F V primeira coluna em dois novamente, colocando VERDADEIRO
na primeira parte e FALSO na segunda, desta maneira:
F V F V V
F F F V V p q r

Na terceira e quarta linhas temos o mesmo caso, com V V


a terceira coluna FALSA e a quinta VERDADEIRA, o que V V
gera um valor FALSO na bicondicional:
V F
V F
p q ~p
F
V V V F V V
F
V F F F F V
F
F V F V V F
F
RACIOCÍNIO LÓGICO

F F F V V F
Veja que o primeiro bloco da primeira coluna, que é
Pronto, esses são os resultados possíveis da
VERDADEIRO foi dividido em dois blocos de duas linhas
proposição composta, variando os valores lógicos das
cada, em um, colocamos duas linhas VERDADEIRO e nas
proposições simples p e q que a compõem.
outras duas linhas, FALSO. Fazendo o mesmo para o
bloco seguinte:

11
p q r p q r ~p 𝒒∧𝒓
V V
V V V F V
V V
V V F F F
V F
V F V F F
V F
V F F F F
F V
F V V V V
F V
F V F V F
F F
F F V V F
F F
F F F V F
A terceira coluna é mais simples, basta subdividir
Interessante observar que ficamos apenas com duas
cada bloco de duas linhas em uma linha cada, colocando
linhas com o valor lógico VERDADEIRO e isso não é nenhum
V e F intercalado, montando assim todas as combinações
problema, pois quando se realiza operações lógicas não
possíveis: teremos sempre a divisão de 50% VERDADEIRO e 50%
FALSO. Combinando a quarta e quinta colunas, podemos
p q r formar o primeiro parênteses, que é ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 :
V V V
V V F p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓

V F V V V V F V V
V F F V V F F F V
F V V V F V F F V
F V F V F F F F V
F F V F V V V V V
F F F F V F V F F
F F V V F F
Como exemplo, vamos montar a tabela-verdade da
seguinte proposição composta: ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 ↔ 𝑝 ∨ 𝑟 . F F F V F F
Com a tabela acima, vamos organizar quais informações
precisamos para montar a expressão final. Observando o Antes de montarmos a bicondicional entre os
primeiro parênteses, precisaremos da negação de p, ou dois parênteses, precisamos montar a coluna relativa
seja, ~p. Criando uma quarta coluna e preenchendo em ao segundo parênteses da expressão. Colocando a
função da primeira: conjunção a partir da primeira e terceira colunas:

p q r ~p p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓

V V V F V V V F V V V
V V F F V V F F F V V
V F V F V F V F F V V
V F F F V F F F F V V
F V V V F V V V V V V
F V F V F V F V F F F
F F V V F F V V F F V
F F F V F F F V F F F

Agora precisaremos fazer a conjunção entre q e r


RACIOCÍNIO LÓGICO

Finalmente, a oitava coluna é montada a partir da


no primeiro parênteses para poder combinar com a combinação entre a sexta e a sétima colunas:
negação de p. Montando a quinta coluna com , que é a
combinação entre a segunda e a terceira coluna, temos
que:

12
p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 ↔ 𝒑∨𝒓

V V V F V V V V
V V F F F V V V
V F V F F V V V
V F F F F V V V
F V V V V V V V
F V F V F F F V
F F V V F F V F
F F F V F F F V

O resultado é interessante pois apenas a sétima linha da proposição completa possui valor lógico FALSO. Isso pode
ser facilmente uma questão de concurso, onde pergunta-se quais são os valores lógicos para que a proposição acima
seja FALSA. A resposta correta é p e q FALSOS e r VERDADEIRO.

TABELA VERDADE PARA 4 PROPOSIÇÕES SIMPLES

Os problemas envolvendo 4 proposições simples são mais trabalhosos pois envolvem 16 linhas de análise. Entretanto,
a resolução é a mesma dos problemas de duas ou três proposições simples. Considerando as proposições p, q, r e s, a
tabela fica da seguinte maneira:

p q r s

A primeira coluna é dividida em dois blocos de oito linhas, atribuindo V ao primeiro bloco e F ao segundo.

p q r s
RACIOCÍNIO LÓGICO

V
V
V
V
V

13
V F V V
V F V V
V F V F
F F V F
F F F V
F F F V
F F F F
F F F F
F
A quarta coluna basta intercalar V e F:
F
F p q r s
A segunda coluna subdivide a primeira novamente V V V V
em dois, formando blocos de quatro linhas, intercalando V V V F
os valores V e F: V V F V
V V F F
p q r s
V F V V
V V
V F V F
V V
V F F V
V V
V F F F
V V
F V V V
V F
F V V F
V F
F V F V
V F
F V F F
V F
F F V V
F V
F F V F
F V
F F F V
F V
F F F F
F V
F F CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES SEGUNDO A
TABELA-VERDADE
F F Após a montagem de qualquer proposição composta
F F na tabela-verdade, podemos classificar seu resultado de
três maneiras:
F F
Tautologia
A terceira coluna subdivide a segunda em blocos de A tautologia ocorre quando todas as linhas da
duas linhas, intercalando V e F: coluna correspondente a proposição composta seja
VERDADEIRA. Ou seja, não importa os valores lógicos
das proposições simples, a proposição composta terá
p q r s
sempre o valor lógico V. Observe o exemplo:
V V V Tabela-verdade para a proposição 𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑝 ∨ 𝑞 .
V V V São duas proposições simples, o que formará quatro
linhas na tabela:
V V F
RACIOCÍNIO LÓGICO

V V F p q
V F V V V
V F V V F
V F F F V
V F F F F

14
Inserindo os dois parênteses na terceira e quarta
colunas: p q ~q 𝑝𝑝 ↔
↔ ~𝑞
~𝑞 ∧∧ (𝑝
(𝑝 ∧∧ 𝑞).
𝑞). 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞).
p q 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞
V V F F V F
V V V V V F V V F F
V F F V F V F V F F
F V F V F F V F F F
F F F F
Como todas as linhas do resultado final são FALSAS,
Aplicando a condicional entre a terceira e quarta co- temos uma contradição.
lunas:
Contingência
A contingência é o caso mais simples de todos
p q 𝑝𝑝∧∧𝑞𝑞 →→ 𝑝𝑝∨∨𝑞𝑞 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞 pois são as tabelas-verdade que não são tautologia ou
contradição, ou seja, possui os dois valores lógicos (V e
V V V V V F) no resultado final.
V F F V V
F V F V V
F F F F V EXERCÍCIOS COMENTADOS

O resultado da proposição composta mostra que


todas as linhas geraram um valor lógico VERDADEIRO. 1. (EMATER, MG – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
Assim, podemos classificar essa proposição composta GESTÃO CONCURSO, 2018) Para Alencar (2002, p.14),
como Tautologia. “na tabela verdade figuram todos os possíveis valores
lógicos da proposição composta, correspondentes a
todas as possíveis atribuições de valores lógicos às
FIQUE ATENTO! proposições simples correspondentes.” Considerando
O exemplo de tautologia foi com duas pro- duas proposições identificadas como  p  e  q, deseja-se
posições simples mas considere que a clas- construir a tabela verdade da proposição composta ,
sificação é válida também para três ou mais conforme descrito na tabela a seguir.
proposições simples.

Contradição
A contradição é exatamente o contrário da tautologia,
onde todos os resultados lógicos da operação da
proposição composta devem ser FALSOS. Observe o
exemplo:
Tabela verdade para 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞).. Os valores lógicos da proposição composta , descritos
Antes de montarmos a proposição composta, de cima para baixo na última coluna da tabela, serão,
precisaremos montar a negação de q, a bicondicional do respectivamente,
primeiro parênteses e a disjunção do segundo, assim:
a) (F);(F);(F);(F)
b) (F);(V);(F);(F)
p q ~q 𝑝𝑝↔
↔~𝑞
~𝑞 ∧∧(𝑝
(𝑝∧∧𝑞).
𝑞).
c) (V);(V);(V);(V)
V V F F V d) (V);(F);(V);(V)
V F V V F
F V F V F Resposta: Letra D. O exercício já auxiliou deixando a
tabela com todas as colunas organizado. A “pegadinha”
F F V F F é se você esquecer de fazer a negação final, que faria
você marcar a alternativa B e não a D.
Combinando a quarta e quinta colunas para montar a
RACIOCÍNIO LÓGICO

disjunção entre os dois parênteses: p q ~q


V V F F V
V F V V F
F V F F V
F F V F V

15
2. (EMATER, MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO CONCURSO, 2018) Considere que temos três proposições,
identificadas como p, q e r. Objetiva-se construir uma tabela-verdade para avaliar os valores lógicos que a proposição
composta 𝑝 𝑣 ~ 𝑟 → 𝑞 ᴧ ~ 𝑟 .A esse respeito, avalie as afirmações a seguir.

I. A tabela-verdade, nesse caso, terá seis linhas.


II. A tabela-verdade, nesse caso, terá oito linhas.
III. Haverá apenas três linhas da tabela-verdade na coluna correspondente à proposição composta p v ~ r → q ᴧ ~ r, que
assumirá o valor verdadeiro.

Está correto apenas o que se afirma em 

a) II
b) III
c) I e III
d) II e III

Resposta: Letra A. Antes de montarmos a tabela-verdade, já podemos verificar que a afirmação I está errada e a
II está certa pois está relacionado com o número de linhas da tabela, que é uma função apenas da quantidade de
proposições simples, neste caso 3. Montando a tabela verdade e respeitando a ordem de resolução dos operadores
lógicos, pois não temos parênteses (negação primeiro, depois as conjunções e disjunções e por fim a condicional),
você verificará que a linhas 2,5,6 e 7 são VERDADEIRAS, tornando a afirmação III incorreta pois ela afirma que são 3
linhas que são VERDADEIRAS.

3. (CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA – AGENTE ADMINISTRATIVO – IBFC, 2017) De acordo com o raciocínio
lógico proposicional a proposição composta [𝑝 ∨ (~𝑞 ↔ 𝑟)] → ~𝑝 é uma: 

a) Contingência
b) Tautologia
c) Contradição
d) Equivalência

Resposta: Letra A. Construindo a tabela verdade:

p q r ~p ~q[𝑝 ∨ (~𝑞 ↔ 𝑟)] →𝒑 ∨~𝑝


(~𝒒 ↔ 𝒓) 𝒑 ∨ ~𝒒 ↔ 𝒓 → ~𝒑

V V V F F F V F
V V F F F V V F
V F V F V V V F
V F F F V F V F
F V V V F F F V
F V F V F V V V
F F V V V V V V
F F F V V F F V

PROPOSIÇÕES LÓGICAS

As proposições categóricas são formadas basicamente por três palavras: Todo, Nenhum e o Algum. Desta última,
deriva-se também o “Algum Não” para completar as quatro proposições fundamentais. Assim, vamos interpretar e
representar as seguintes expressões:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Todo A é B
A primeira proposição categórica é bem conhecida e facilmente interpretada. Ela afirma que todos os elementos
que pertencem ao grupo (ou na nossa linguagem, conjunto) A também pertencem ao conjunto B. Para este caso, temos
duas representações possíveis:

16
descarta é o fato de nenhum elemento de A pertencer a B,
e essa consideração será importante quando estudarmos
a negação das proposições categóricas.
Além disso, são quatro diagramas possíveis para
interpretar essa proposição:

O primeiro caso talvez seja o que a maioria das


pessoas pensam quando se diz que “Todo A é B”, ou seja, o
conjunto A sendo subconjunto do conjunto B. Entretanto,
quando ambos os conjuntos são coincidentes, ou sejam,
são exatamente iguais, a proposição ainda é válida, com
todos os elementos do conjunto A pertencentes também
ao conjunto B.

FIQUE ATENTO! Os dois primeiros casos remetem ao conjunto A ser


subconjunto de B ou vice-versa. Em ambos conseguimos
Observe que quando falamos que afirmar que existe ao menos um elemento de A que
“Todo A é B” não é necessariamen- pertence a B. O terceiro caso é o mesmo de “Todo A é B”
te verdade que “Todo B é A” pois o pois, como dissemos, essa proposição afirma que temos
primeiro caso da figura acima justi- no mínimo um elemento de A que está em B, então
fica que nem todos os elementos de logicamente todos os elementos de A pertencerem a
B podem pertencer ao conjunto A.”. B atendem a “Algum A é B”. E o último caso é aquele
onde temos termos exclusivos de A e B, mas uma região
de interseção onde há elementos pertencentes aos dois
conjuntos, satisfazendo a proposição.
Nenhum A é B Além disso, é possível inverter os conjuntos de
A segunda proposição categórica é a mais simples posição e manter a lógica correta, ou seja, se falarmos
de se observar através do diagrama de conjuntos pois que “Algum A é B”, pode-se afirmar que “Algum B é A”
quando falamos que “Nenhum A é B”, conclui-se que
nenhum elemento do conjunto A pertence ao conjunto Algum A não é B
B, ou seja, são dois conjuntos distintos sem nenhuma Análogo a proposição anterior, a proposição “Algum
intersecção: A não é B” estabelece que há ao menos um elemento
de A que não pertence ao conjunto B. Novamente
não se estipula quantos elementos de A não são de B
(e podem ser todos eles inclusive), mas sim que não
temos todos os elementos de A pertencendo a B, algum
necessariamente não será. São três diagramas para
representar essa proposição categórica:

Diferentemente da proposição “Todo A é B”, dizer


que “Nenhum A é B” é logicamente equivalente a dizer
que “Nenhum B é A”, ou seja, permite-se a inversão dos
conjuntos sem prejudicar o raciocínio.

Algum A é B
RACIOCÍNIO LÓGICO

As próximas duas proposições também são


categóricas, mas não casos extremos como as anteriores
em que ou temos todos os elementos de A pertencente
a B ou não temos nenhum. A expressão “Algum A é
B” estabelece que ao menos um elemento pertence
também ao conjunto B. Ela não fala quantos elementos
de A pertencem a B (podem ser todos inclusive), o que ela

17
No primeiro caso, como temos elementos exclusivos Ou seja, nas proposições categóricas, negar uma
de A e B, esses elementos exclusivos satisfazem a proposição universal é transformá-la em uma proposição
proposição. No segundo caso, temos B como subconjunto particular de afirmação contrária e vice-versa. Isso reforça
de A sem serem coincidentes, o que também deixam o que foi dito no início do capítulo que a negação de
alguns elementos de A não pertencendo a B. Finalmente “Todo A é B” não é “Nenhum A é B” e agora fica fácil
o terceiro caso, onde A e B não possuem intersecção de entender pois para que “Todo A é B” seja falso, basta
(coincidente com “Nenhum A é B”), temos que os apenas um único elemento de A não pertencer a B, o
elementos de A não pertencem a B, bastava apenas 1 caracteriza a proposição “Algum A não é B”.
mas nesse caso foram todos.
No caso das relações “subalternas”, quando temos o
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS valor lógico definido da proposição universal, podemos
As quatro proposições categóricas também expandi-lo para a sua correspondente proposição
possuem nomes formalizados que são de importante particular, ou seja:
conhecimento para se interpretar enunciados de - O valor lógico da proposição particular afirmativa
concursos que utilizarem essas definições. Vamos a elas será o mesmo que o da proposição universal
afirmativa.
Proposição Universal Afirmativa - O valor lógico da proposição particular negativa será
A proposição universal afirmativa é equivalente o mesmo que o da proposição universal negativa.
a expressão “Todo A é B”, ou seja, todo o universo do
conjunto A pertence a B. ANÁLISE COM MAIS DE UMA PROPOSIÇÃO
CATEGÓRICA ENVOLVIDA
Proposição Universal Negativa
A proposição universal negativa é equivalente a Os problemas envolvendo proposições categóricas
expressão “Nenhum A é B”, ou seja, todo o universo do podem ser simples de se revolver como visto no exercí-
conjunto A não pertence a B.
cio comentado acima, porém, existem casos mais elabo-
rados, onde pode haver 3 ou mais conjuntos para serem
Proposição Particular Afirmativa
analisados. Observe esse exemplo extraído de uma ban-
A proposição particular afirmativa é equivalente a
ca que aborda muito o raciocínio lógico, a ESAF:
expressão “Algum A é B”, ou seja, algum caso de todo o
Se é verdade que “Alguns A são R” e que “Nenhum G
universo do conjunto A pertence a B.
Proposição Particular Negativa é R”. então é necessariamente verdadeiro que:
A proposição particular negativa é equivalente a a) Algum A não é G
expressão “Algum A não é B”, ou seja, algum caso de b) Algum A é G
todo o universo do conjunto A não pertence a B. c) Nenhum A é G
d) Algum G é A
RELAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS e) Nenhum G é A.
As proposições categóricas possuem relações entre si
para aplicarmos valores lógicos quando necessário. Para Observem neste caso que temos 3 conjuntos: A,R
ajudar na memorização, construiu-se um diagrama com e G e eles estão relacionados através de proposições
as definições apresentadas abaixo: categóricas. Para resolver esse tipo de problema, temos
que utilizar dos diagramas de conjuntos para entende-
lo. A ordem de aplicação das proposições determina seu
êxito no exercício, onde recomenda-se começar pelas
proposições universais e depois partir para as particulares.
Iniciando então por “Nenhum G é R”, o diagrama fica da
seguinte forma:

As proposições que são contraditórias entre si, ou


RACIOCÍNIO LÓGICO

seja, aquelas ligadas pela diagonal do problema serão


Nesse caso, G e R não possuem intersecções. Feito
justamente as negações lógicas da proposição categórica
considerada, ou seja: isso, deve-se analisar a proposição “Algum A é R”, que
- A negação de “Todo A é B” é “Algum A não é B” possui 4 casos distintos. Além disso, não sabemos se A
- A negação de “Nenhum A é B” é “Algum A é B” intersecta ou não o conjunto G, portanto teremos que
- A negação de “Algum A é B” é “Nenhum A é B” considerar ambos os casos:
- A negação de “Algum A não é B” é “Todo A é B”

18
- A é subconjunto de R: Nesta primeira situação, A Portanto são 6 casos para se analisar e verificar qual
não poderá intersectar G pois está dentro de R e nenhum alternativa atende todos simultaneamente:
R é G: a) Algum A não é G: Se observarmos os 6 casos, sem-
pre há ao menos um todos os elementos de A que
não pertencem a G, ou seja, não há nenhum caso
onde todos os elementos de A estão dentro de G.
Logo esta alternativa aparenta ser a correta.
b) Algum A é G: No primeiro, terceiro, quarto e sexto
casos, nenhum elemento de A pertence a G, logo
esta alternativa não é a correta.
c) Nenhum A é G: No segundo e quinto casos, há ele-
mentos de A que estão em G, logo esta alternativa
não é a correta.
- R é subconjunto de A: Nesta primeira situação, d) Algum G é A: Os casos onde A e G não se cruzam
podemos ter A intersectando G ou não: eliminam esta alternativa da mesma forma que na
alternativa b
e) Nenhum G é A: Da mesma forma que as alternativa
b e d, os casos onde A e G possuem intersecção
são suficientes para eliminar esta alternativa.

Logo, encontramos a alternativa correta. O que é


importante observar é que problemas envolvendo mais
de uma proposição categórica podem ser complicados e
requererem uma análise aprofundada de todos os casos.
- A e R são coincidentes: Neste caso, A não cruza G
pois nenhum R é G;
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (PC-ES – PERITO CRIMINAL – FUNCAB, 2013). A ne-


gação de “Todos os padeiros dessa cidade são talento-
sos” é:

a) Todos os padeiros dessa cidade não são talentosos.


b) Somente um padeiro dessa cidade é talentoso.
c) Não já padeiro talentoso nessa cidade.
d) Existe algum padeiro dessa cidade que não é talentoso.
- A e R possuem intersecção com elementos e) Não há padeiros nessa cidade.
exclusivos: Neste caso, pode-se haver intersecção ou não
de A em G:
Resposta: Letra D. A negação de uma proposição uni-
versal afirmativa será uma proposição particular ne-
gativa, ou seja “Algum A não é B” que nesse caso é
“Algum padeiro dessa cidade não é talentoso”.

2. (SERPRO – ANALISTA – ESAF, 2001). Todos os alu-


nos de Matemática são, também, alunos de Inglês, mas
nenhum aluno de inglês é aluno de História. Todos os
alunos de Português são também alunos de informática,
e alguns alunos de informática são também alunos de
história. Como nenhum aluno de informática é aluno de
inglês, e como nenhum aluno de Português e aluno de
História, então:

a) pelo menos um aluno de Português é aluno de Inglês


RACIOCÍNIO LÓGICO

b) pelo menos um aluno de Matemática é aluno de


História
c) nenhum aluno de Português é aluno de Matemática
d) todos os alunos de Informática são alunos de
Matemática
e) todos os alunos de Informática são alunos de Português

19
Resposta: Letra C. São muitos diagramas para se Essa equivalência é fácil verificar na tabela-verdade:
montar, porém quase todos são proposições univer-
sais de fácil entendimento. Unificando todas as infor- p
mações, monta-se o diagrama e se observa que ne-
𝑝∧𝑝=𝑝 𝑝∨𝑝=𝑝
nhum aluno de Português é aluno de Matemática.
V V V
F F F

Tanto na tabela-verdade da disjunção e da conjunção,


quando ambas as proposições são VERDADEIRAS, o re-
sultado é VERDADEIRO e quando ambas são FALSAS, o
resultado da proposição composta é FALSO.
Usando frases nas proposições, essa propriedade nos
permite dizer que se p = “João é professor”, temos que:
João é professor e João é professor = João é professor
EQUIVALÊNCIA LÓGICA João é professor ou João é professor = João é pro-
fessor
A equivalência lógica é a relação entre duas proposi-
ções lógicas que serão ditas equivalentes, ou seja, ao se Comutação
montar a tabela-verdade de ambas, a distribuição dos A propriedade comutativa da equivalência lógica é
valores lógicos será a mesma. análoga a propriedade de mesmo nome da matemática.
Ela descreve que podemos mudar a ordem das propo-
O domínio desta teoria passará ao candidato a se- sições simples sem afetar o resultado final. Existem três
gurança de se manipular expressões lógicas, buscando casos:
a equivalência correta nas alternativas da questão. Na
maioria das vezes, os enunciados das questões de equi- 𝑝𝑝 ∧∧𝑝𝑞𝑞∧=𝑞 =𝑞∧𝑝
= 𝑞𝑞 ∧∧ 𝑝𝑝
valência lógica, usando frases simples como: “A negação
da expressão ... é:” ou também “A expressão logicamente 𝑝𝑝 ∨∨𝑝𝑞𝑞∨=
𝑞=𝑞∨𝑝
= 𝑞𝑞 ∨∨ 𝑝𝑝
equivalente a ... é:”. 𝑝↔𝑞𝑞
𝑝𝑝 ↔ =𝑞↔ 𝑝
Para resolver esses exercícios, o candidato deverá re- ↔ 𝑞𝑞 =
= 𝑞↔
↔ 𝑝𝑝
conhecer na expressão original que tipo de equivalência
pode ser usada e é isso que iremos apresentar nas seções
Ou seja, para a disjunção, conjunção e bicondicional é
a seguir.
possível inverter a ordem das proposições simples, man-
tendo o resultado final da proposição composta. Usando
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS
Iniciando pelas equivalências mais simples, apresen- novamente frases como exemplo, temos que se p = “An-
taremos os cinco primeiros casos de relações lógicas: dei 5km” e q = “Tomei um suco”:
Andei 5km e tomei um suco = Tomei um suco e andei 5 km
Dupla Negação Andei 5km ou tomei um suco = Tomei um suco ou
A dupla negação já foi introduzida quando se definiu andei 5 km
o operador lógico negação, ou o “não” e se apresentou Andei 5km se e somente se tomei um suco = Tomei
que “a negação da negação é a própria afirmação”. Em um suco se e somente se andei 5 km
outras palavras, a dupla negação anula dois operadores
“não” que estão juntos, como no exemplo a seguir:
FIQUE ATENTO!
~ ~𝑝 = 𝑝
O leitor mais atento percebeu uma poten-
cial “pegadinha” nesta propriedade pois ela
Ou seja, os dois operadores lógicos “~” são retirados, não vale para o operador “Se...então” que é a
restando apenas a proposição simples. condicional. Muita atenção quando for utili-
zar essa propriedade!
Idempotência
A idempotência trata de duas relações, uma com o
operador “e” (conjunção) e outra com o operador “ou” Associação
(disjunção). A idéia básica é mostrar que quando se apli- A propriedade associativa também tem a mesma ca-
ca esses operadores na mesma proposição simples, o re- racterística encontrada na matemática, onde você pode
sultado é a própria proposição. Vejam os casos: inverter a ordem das operações lógicas. Isso só pode ser
RACIOCÍNIO LÓGICO

𝑝∧𝑝=𝑝 feito caso tenhamos APENAS disjunção e conjunção nas


operações, observe:
𝑝∨𝑝=𝑝
𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝 𝑞∧ 𝑞∧ 𝑟∧ 𝑟
𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∨𝑞 𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∨ 𝑟∨ 𝑟

20
O que a propriedade nos mostrou é que podemos Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o
fazer a operação entre p e q antes de realizar a operação mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a
entre q e r. equivalência.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p =
“Eu sei nadar” e q = “Eu sei correr”, a negação correta
Distribuição de “Eu sei nadar e sei correr” será “Eu não sei nadar ou
A propriedade distributiva também segue a analogia não sei correr”
da propriedade vista na matemática, sendo conhecida
também como a propriedade “chuveirinho” onde a partir
de um operador lógico externo aos parênteses, faz-se a Negação da disjunção – Regra de De Morgan
distribuição nos elementos internos, desta forma: A negação da disjunção também é conhecida como
Regra de De Morgan:
∼ 𝑝 ∨ 𝑞 = ~𝑝 ∧∼ 𝑞
𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∨𝑞𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝𝑞∧ 𝑞∨ (𝑝
∨ (𝑝 ∧ 𝑟)
∧ 𝑟)
𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∧ (𝑝
∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
∨ 𝑟) A regra nos diz que ao negar uma disjunção, pode-
mos negar individualmente cada proposição simples
trocando o operador “ou” por um operador “e”. A prova
Observe novamente que essa propriedade também é desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:
válida APENAS para os operadores disjunção (“e”) e con-
junção (“ou”), sendo incorreto aplicar na condicional e na p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝
~ 𝒑∨∼
∧𝒒𝑞 ~p
∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞
bicondicional. Usando frases como exemplo, considere
que: p = “Almir é biólogo”, q = “Joseval é escritor” e r V V V F F F F
= “Arlequina é bandida”, assim:
V F V F F V F
A propriedade 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟 = 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟) nos
permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, e Jo- F V V F V F F
𝑝 ∨ 𝑞 ∧é 𝑟bandida”
seval é médico ou Arlequina = 𝑝 ∨ 𝑞é ∧equivalente
(𝑝 ∨ 𝑟)
F F F V V V V
à proposição: “Almir𝑝 ∧é biólogo
𝑞 ∨ 𝑟 =e 𝑝Joseval é escritor,
∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟) ou
Almir é biólogo e Arlequina é bandida” Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o
Já a propriedade 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 = 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ (𝑝 ∨ 𝑟) nos mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a
permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, ou Jo- equivalência.
seval é médico e Arlequina é bandida” é equivalente à Usando frases como exemplo, se considerarmos p =
proposição: “Almir é biólogo ou Joseval é escritor, e Al- “Andei de bicicleta” e q = “joguei futebol”, a negação
mir é biólogo ou Arlequina é bandida” correta de “Eu andei de bicicleta ou joguei futebol” será
“Eu não andei de bicicleta e não joguei futebol”.
NEGAÇÃO DOS OPERADORES LÓGICOS
Este tópico provavelmente é o mais importante deste Negação da Condicional
capítulo pois apresentará as negações das proposições A negação da condicional é uma expressão que vem
lógicas mais utilizadas: “Disjunção”, “Conjunção”, “Condi- derivada de outras duas equivalências lógicas: Regra de
cional” e “Bicondicional” De Morgan e Implicação material (apresentada nos tópi-
cos seguintes). Como a idéia não é apresentar deduções,
Negação da conjunção – Regra de De Morgan vamos mostrar a equivalência e prova-la através da ta-
As negações da conjunção e da disjunção são conhe- bela-verdade:
cidas como Regras de De Morgan e são fáceis de memo-
rizar pela sua estrutura simples: ∼ 𝑝 → 𝑞 = 𝑝 ∧∼ 𝑞
∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞 Montando a tabela-verdade:

p q 𝒑→𝒒 ~ 𝒑→𝒒 ~q 𝒑 ∧∼ 𝒒
A regra nos diz que ao negar uma conjunção, po-
demos negar individualmente cada proposição simples
trocando o operador “e” por um operador “ou”. A prova V V V F F F
desta relação se dá na tabela-verdade a seguir: V F F V V V
F V V F F F
p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 =~~𝑝𝒑∨∼
∧ 𝒒𝑞 ~p
∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞
F F V F V F
V V V F F F F
RACIOCÍNIO LÓGICO

Comparando a quarta e sexta colunas, podemos ob-


V F F V F V V servar que todas as linhas possuem os mesmos valores
F V F V V F V lógicos, comprovando a equivalência desta negação.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p =
F F F V V V V “Fiz muitos gols” e q = “Sou o artilheiro”, a negação
correta de “Se fiz muitos gols então sou o artilheiro” será
“Fiz muitos gols e não sou o artilheiro”.

21
Negação da Bicondicional
Certamente a negação da bicondicional é a expressão mais difícil dentre as apresentadas na equivalência lógica. Ela
não é simples de deduzir e usaremos a mesma abordagem da negação da condicional, que é apresentar a expressão
e provar com a tabela-verdade:
∼ 𝑝 ↔ 𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)

Montando a tabela-verdade:

p q∼ 𝑝 ↔ 𝑞 =∼(𝑝𝑝∧∼
↔ 𝑞) ~p
𝑞 ∼∨=(𝑞
𝑝
(𝑝↔ 𝑞~q𝑞)
~𝑝)
∧∧∼ =∨(𝑝(𝑞∧∼
∧ ~𝑝)
𝑞) ∨∼(𝑞𝑝∧↔
~𝑝)
𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)
V V V F F F F F F
V F F V F V V F V
F V F V V F F V V
F F V F V V F F F

Observando a quarta e nona colunas, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equiva-
lência lógica.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Passei de ano” e q = “Tirei 10 na prova”, a negação correta
de “Passei de ano se e somente se tirei 10 na prova” será “Passei de ano e não tirei 10 na prova ou tirei 10 na prova e
não passei de ano”.

EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS DA CONDICIONAL E BICONDICIONAL

Além das negações dos operadores lógicos condicional e bicondicional, existem outras equivalências lógicas impor-
tantes que estatisticamente são cobradas com certa frequência nos concursos públicos e serão apresentadas a seguir:

Implicação Material
A implicação material é uma equivalência lógica aplicada ao operador condicional que transforma esse operador
em uma disjunção (“ou”):
𝑝 → 𝑞 = ~𝑝 ∨ 𝑞

Montando a tabela-verdade:

p q ~p
𝑝 → 𝑞 𝑝 =→~𝑝
𝑞 ∨=𝑞~𝑝 ∨ 𝑞

V V V F V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

A terceira e quinta colunas possuem os mesmos valores lógicos em todas as linhas, podendo afirmar que são, por-
tanto, proposições equivalentes.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei distraído” e q = “Tropecei na calçada”, uma expres-
são equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Não andei distraído ou tropecei na calçada”

Transposição
A transposição, como o próprio nome diz, é aplicada ao operador condicional, trocando de posição as proposições
simples, algo que não é permitido diretamente pela propriedade comutativa apresentada anteriormente. A equivalên-
RACIOCÍNIO LÓGICO

cia é a seguinte:
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

22
Ou seja, nega-se e inverte-se as proposições simples para formar a equivalência. Comprovando pela tabela-verdade:

p q ~p →𝑝 ~𝑝
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 →~q𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

Assim, como a terceira e sexta colunas são idênticas, temos a equivalência lógica comprovada.
Usando as frases da implicação material como exemplo novamente, se considerarmos p = “Andei distraído” e q
= “Tropecei na calçada”, uma expressão equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Se não
tropecei na calçada, então não andei distraído”

FIQUE ATENTO!
Sempre que no enunciado de um exercício de equivalência tivermos o operador condicional, desconfie se
não será aplicada as regras de implicação material ou transposição, normalmente elas que serão utilizadas
para resolver a questão!

Equivalência Material
A equivalência material é a última relação que veremos neste capítulo e envolve o operador bicondicional que sem-
pre irá proporcionar expressões maiores para memorização. Além disso, são dois casos para se analisar: O primeiro,
transforma-se a bicondicional em duas operações condicionais:
𝒑↔𝒒 = 𝒑→𝒒 ∧ 𝒒→𝒑

Intuitivamente essa expressão não é difícil pois o próprio nome “bicondicional” já se refere a “duas condicionais”.
O importante é lembrar que as duas condicionais são ligadas por um operador “e” e não por um operador “ou”. A
tabela-verdade fica:

p q 𝒑𝒑 ↔
↔ 𝒒𝒒 =
= 𝒑𝒑 →
→ 𝒒𝒒 ∧∧ 𝒒𝒒
𝒑→→
↔𝒑𝒑𝒒 = 𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒒 → 𝒑
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V

Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma expressão
equivalente para “A bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “Se a bolsa é azul então o estojo é vermelho
e se o estojo é vermelho então a bolsa é azul”.
O outro caso de equivalência material é a conversão da bicondicional em operadores “ou” e “e”:
𝒑 ↔ 𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒
Essa expressão não é tão intuitiva como o primeiro caso mas dá para se criar um raciocínio imaginando que a bi-
condicional foi separada em duas conjunções das afirmações e negações ligadas por uma disjunção. A tabela-verdade
fica desta maneira:

p q 𝒑 ↔ 𝒒 = ~p
𝒑𝒑→↔𝒒~q
𝒒∧ =𝒒 𝒑
→∧𝒑𝒒 ∨ ~𝒑
𝒑↔∧ ~𝒒
𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒
RACIOCÍNIO LÓGICO

V V V F F V F V
V F F F V F F F
F V F V F F F F
F F V V V F V V

23
Com a terceira e oitava coluna idênticas, temos a A resposta CORRETA é: 
equivalência comprovada. Usando as mesmas frases
como exemplo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e a) Hoje não é Carnaval se, e somente se, não for 8 ou 9
q = “O estojo é vermelho”, uma outra expressão equi- de fevereiro
valente para “A bolsa é azul se e somente se o estojo é b) Hoje não é Carnaval e não é 8 nem 9 de fevereiro
vermelho” será “A bolsa é azul e o estojo é vermelho ou c) Hoje não é Carnaval e é 8 ou 9 de fevereiro ou hoje é
a bolsa não é azul e o estojo não é vermelho”. Carnaval e não é nem 8 e nem 9 de fevereiro
d) Hoje é Carnaval e é 8 de fevereiro
e) Hoje é Carnaval e é 8 ou 9 de fevereiro ou hoje não é
Carnaval e não é nem 8 e nem 9 de fevereiro
EXERCÍCIOS COMENTADOS Resposta: Letra C. Questão trabalhosa mas possível.
Considere p = “Hoje é Carnaval” e q = “É 8 ou 9 de
1. (EMSERH – PSICÓLOGO – FUNCAB, 2016). Dizer que fevereiro”. Aplicando a negação da bicondicional, te-
não é verdade que Francisco é dentista e Tânia é enfer- mos que: = Hoje é carnaval e não é nem 8 e nem 9
meira, é logicamente equivalente a dizer que é verdade de fevereiro ou é 8 ou 9 de fevereiro e não é carnaval.
que: Usando a propriedade comutativa onde podemos in-
verter a ordem das proposições, conseguimos montar
a) Se Francisco não é dentista, então Tânia não é enfer- a alternativa C.
meira.
b) Francisco não é dentista e Tânia não é enfermeira. 5. (ANAC – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF, 2016).
c) Se Francisco não é dentista, então Tânia é enfermeira. A proposição “se o voo está atrasado, então o aeroporto
d) Francisco não é dentista ou Tânia não é enfermeira. está fechado para decolagens” é logicamente equivalen-
e) Francisco é dentista ou Tânia não é enfermeira. te à proposição:

Resposta: Letra D. Aplicando a regra de De Morgan, a) o voo está atrasado e o aeroporto está fechado para
a negação da conjunção será a disjunção das nega- decolagens.
ções, então nega-se ambas as proposições e aplica-se b) o voo não está atrasado e o aeroporto não está fecha-
o operador “ou”. do para decolagens.
c) o voo está atrasado, se e somente se, o aeroporto está
2. (TJ-SP – ESCREVENTE – VUNESP, 2017). Uma nega- fechado para decolagens.
ção lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é po- d) se o voo não está atrasado, então o aeroporto não
bre” é: está fechado para decolagens.
e) o voo não está atrasado ou o aeroporto está fechado
a) Se João é rico, então Maria é pobre para decolagens.
b) João não é rico, e Maria não é pobre
c) João é rico, e Maria não e pobre Resposta: Letra E. Como a questão envolve condicio-
d) Se João não é rico, então Maria não é pobre nal, devemos pensar em aplicar a implicação material
e) João não é rico, ou Maria não é pobre ou a transposição. Olhando as alternativas, temos ape-
nas uma delas que é condicional, então provavelmen-
Resposta: Letra B. Aplicando a regra de De Morgan, a te será melhor aplicar a implicação material primeiro,
negação da disjunção será a conjunção das negações. que gera o seguinte resultado: “O voo não está atra-
sado ou o aeroporto está fechado para decolagens”.
3. (PREFEITURA DE MARILÂNDIA – AGENTE ADMI-
NISTRATIVO – IDECAN, 2016). A negação da propo- 6. (PMRJ – ADMINISTRADOR – PMRJ, 2016). Uma
sição composta “Se goleia o rival, então é campeão” é proposição logicamente equivalente a “se eu não posso
equivalente a: pagar um táxi, então vou de ônibus” é a seguinte: 

a) Não goleia o rival e é campeão. a) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi 
b) Goleia o rival e não é campeão. b) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
c) Não goleia o rival ou é campeão. c) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
d) Nem goleia o rival, nem é campeão. d) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar um táxi

Resposta: Letra B. A negação da condicional é uma Resposta: Letra A. Como todas as alternativas são
conjunção da primeira proposição com a negação da condicionais, provavelmente o exercício se resolve
RACIOCÍNIO LÓGICO

segunda, o que aparece na alternativa B. aplicando a transposição. Negando as duas proposi-


ções e invertendo a ordem, temos que “Se eu não vou
4. (TJ-PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – PUC-PR, 2017). de ônibus, então posso pagar um taxi”. Observe que
Arno, especialista em lógica, perguntou: qual a negação já temos uma negação na frase original e na hora de
de “hoje é carnaval se, e somente se, for 8 ou 9 de feve- negarmos, faremos uma dupla negação, eliminando
reiro”? os dois “não”.

24
7. (PMRJ – ADMINISTRADOR – PMRJ, 2016). A propo- A argumentação apresenta que o grupo denominado
sição equivalente para “A lua é um satélite natural se e “brasileiros” pertence em sua integralidade ao conjunto
somente se Saturno ter anéis” é: “devedores”. Assim, se eu pertenço ao grupo dos “brasi-
leiros”, naturalmente estarei no grupo “devedores”.
a) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno tem anéis Um ponto importante a se ressaltar neste exemplo
ou Se Saturno tem anéis, então a Lua é um satélite é a estrutura particular dele. Quanto tivermos um argu-
natural mento composto por 2 (duas) premissas e a conclusão,
b) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno não tem ele será considerado um caso particular e terá o nome
anéis e Se Saturno não tem anéis, então a Lua é um de silogismo.
satélite natural Ambos os argumentos foram conclusões verdadei-
c) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno tem anéis ras das premissas que consideramos. Neste caso, iremos
e Se Saturno tem anéis, então a Lua é um satélite na- classifica-los como argumentos válidos, ou seja, as pre-
tural missas levam a esta conclusão.
d) Se a Lua não é um satélite natural, então Saturno não A oposição disso é justamente uma ou mais premis-
tem anéis e Se Saturno tem anéis, então a Lua é um sas falharem na conclusão, e isso tornará o argumento
satélite natural inválido, pois não atende integralmente todas as premis-
sas.
Resposta: Letra C. Aplicando a equivalência material Outro caso de argumentos que podem ser cobrados
que transforma a bicondicional em duas condicionais, são aqueles que envolvem conectivos lógicos, como por
temos que “Se a Lua é um satélite natural, então sa- exemplo, neste exercício que caiu em um concurso:
turno tem anéis e se Saturno tem anéis, então a Lua é
um satélite natural”.

LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO

Tanto o argumento, quanto a proposição, formam as


bases para o estudo da lógica. Todavia, a proposição ain- Se considerarmos as proposições:
da continua sendo o elemento fundamental, pois a partir
dela que são construídos os argumentos. Mas afinal de
contas, o que é um Argumento? Essa definição é impor-
tante para o seguimento do capítulo e será apresentada
a seguir.
Um argumento é feito de uma composição de duas
ou mais proposições. Diferentemente de uma proposi- Ou seja, toda a argumentação é montada sob propo-
ção composta, o argumento apresenta as proposições sições compostas ligadas pelos conectivos lógicos. Nos
de maneira separada, classificando-as em dois tipos: concursos públicos, isso pode aparecer diretamente, ou
Premissas e Conclusão. As premissas são as bases e as em forma de frases onde o leitor deverá convertê-la para
informações que irão nortear a Conclusão (que é única, expressões lógicas. Para verificar se o argumento é válido
apenas 1 proposição pode ser a conclusão). Assim, a es- ou não, usaremos as técnicas apresentadas a seguir.
trutura básica de um argumento é: Premissas Conclusão.
Normalmente, os argumentos são apresentados na ANÁLISE DA VALIDADE DOS ARGUMENTOS
forma vertical, separando as premissas e a conclusão por
um traço, desta maneira: Normalmente quando os argumentos são analisados,
a primeira estratégia pensada é o uso dos diagramas de
conjuntos, ou conhecidos também como diagramas de
Euler. Essa estratégia será a primeira a ser apresentada
nesta seção, porém, é importante que fique claro que
ela funciona em alguns casos específicos e que em casos
onde o argumento foi construído sob conectivos lógicos
As três premissas informam que há uma caracterís- (exemplo anterior), sua praticidade não é encontrada.
tica genética de olhos azuis na família, onde seu pai e Logo, serão apresentadas 4 estratégias definitivas para
você possuem olhos azuis. Dadas essas informações, se resolver qualquer problema de argumentação.
concluiu-se que seu filho terá a mesma característica, ou
seja, olho azul.
Como este argumento é mais genérico, vamos a um
RACIOCÍNIO LÓGICO

mais direto que vocês irão lidar em seus concursos:

25
FIQUE ATENTO!
Vocês encontrarão exercícios onde mais de
uma técnica pode ser usada para sua reso-
lução. Esta apostila será uma referência para
sugestão de qual técnica utilizar. Caso con-
siga resolver por outra técnica, é um ponto
a mais no seu aprendizado.

Diagramas de Conjuntos (Euler)


A análise de argumentos usando os diagramas de
conjuntos só é efetivamente vantajosa se os argumentos
forem montados com proposições categóricas (capítulo Assim, a conclusão torna-se válida pois o conjunto
5). Ou seja, as premissas devem conter as expressões que mulheres também não possui intersecção com o conjun-
designam este tipo, como todo, nenhum, algum e al- tos “cantoras”, tornando assim o argumento válido. É im-
gum não. Algumas variações podem existir, como pelo portante frisar que sabemos que parte das mulheres não
menos um e cada um, mas sempre serão remetidas as são morenas mas isso não pode interferir na validade do
proposições que aprendemos no capítulo anterior. argumento. A única coisa que devemos ver sob o ponto
Este método prevê que desenharemos as premissas de vista lógico é que se as premissas forem verdadeiras,
dentro de cada conjunto correspondente, procurando as temos que ter a conclusão verdadeira.
interseções entre eles. Após a construção do diagrama, Vamos agora com um exemplo de argumento inváli-
verifica-se a validade do argumento. do. Observem:

Exemplo:

Repetindo a estratégia do exemplo anterior, temos


que a primeira premissa nos mostra que o conjunto
O ponto chave da lógica da argumentação é verificar “convidados” está dentro ou é coincidente ao conjunto
se a conclusão é uma consequência lógica das premissas. “parentes”:
Isso será feito neste caso usando os conjuntos. A primei-
ra proposição diz que todas as mulheres são morenas,
assim o conjunto “mulheres” está dentro ou é coinciden-
te ao conjunto “morenas”:

ou

A segunda proposição diz que nenhuma morena can-


ta, ou seja, não há intersecção entre esses conjuntos:
RACIOCÍNIO LÓGICO

26
A segunda premissa nos mostra que Roberto não é Para avaliar a validade do argumento, basta adotar
um convidado. Neste caso, veja que temos três possi- que todas as premissas são verdadeiras e a partir da pro-
bilidades, duas no primeiro caso da premissa e um no posição simples, verificar se a conclusão mantém-se ver-
segundo caso. A posição de Roberto está indicada com dadeira.
um “X”: Se o resultado da conclusão for verdadeiro, o argu-
mento é válido, caso contrário, se a conclusão for falsa
ou se você não conseguir definir seu valor lógico, ele será
inválido.
Vamos a um exemplo:

Esse argumento está montado apenas com os valores


lógicos e temos uma proposição simples no terceiro ar-
ou gumento. Assim, vamos adotar a estratégia de premissas
verdadeiras, ou seja:

Na terceira proposição, temos que R é verdadeiro e


a partir disso, para a segunda premissa ser verdadeira,
temos que ter ~Q=V, ou seja Q=F.
Esse resultado implica na primeira premissa, pois se
ou
Q=F, para a condicional ser verdadeira, precisaremos ter
que P seja falso, ou seja, P=F .
Com os três valores lógicos, podemos avaliar a con-
clusão, onde se P=F, temos ~P=V, tornando a conclusão
verdadeira e o argumento válido.
Se após essas associações tivéssemos encontrado
~P=F, teríamos uma contradição, o que tornaria o argu-
mento inválido.

Tabela verdade
O método de resolução do argumento por tabela ver-
dade é utilizado quando não se consegue resolver pe-
A conclusão nos fala que Roberto não é parente, o los dois métodos anteriores, ou seja, quando não temos
que é verdade na segunda e na terceira possibilidade. proposições categóricas ou quando não temos premis-
Na primeira, ambas as premissas são atendidas mas a sas sob a forma de proposições simples ou uma delas
conclusão é falsa, já que Roberto está dentro do conjunto sendo uma conjunção. Entretanto, mesmo para o caso
parentes. onde o método de premissas verdadeiras é aplicável, a
Quando uma ou mais das possibilidades falha, não tabela verdade pode ser utilizada, tornando um método
temos garantia integral do argumento, tornando-o invá- mais genérico.
lido. A resolução se baseia na construção da tabela verda-
de e temos que olhar as linhas correspondentes a todas
Premissas verdadeiras as premissas possuírem o valor VERDADEIRO. Se nessa
linha, a conclusão também for VERDADEIRA, temos um
RACIOCÍNIO LÓGICO

A segunda estratégia já envolve premissas que não argumento válido, caso contrário, ele será inválido.
tenham as proposições categóricas. Ela é eficiente quan-
do ao menos uma das proposições é simples, ou seja,
não há nenhum conectivo lógico com ela ou se temos
uma das premissas com uma conjunção, pois assim con-
seguimos valorar logicamente as proposições simples
que a compõe.

27
FIQUE ATENTO!
Lembre-se que a quantidade de linhas da tabela-verdade é calculada em função da quantidade de propo-
sições simples que formam as premissas. Quanto maior o problema, mais trabalhoso será a sua resolução!

Vamos analisar um exemplo passo a passo:


Analise o argumento a seguir e verifique se ele é válido
Se Pablo é ator e Irene é médica, então João é carpinteiro.
João não é carpinteiro ou Irene é médica.
Logo, Pablo não é ator ou Irene não é médica.
Passando para a linguagem lógica, temos que:

Observe que este argumento possui duas premissas e uma conclusão, porém é formado por três proposições sim-
ples. Assim, a tabela-verdade terá 8 linhas e não 4. Construindo a base da tabela:

p q r
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

As próximas duas colunas serão correspondentes à primeira premissa:

p q r

V V V V V
V V F V F
V F V F V
V F F F V
F V V F V
F V F F V
F F V F V
F F F F V

As duas colunas seguintes são correspondentes à segunda premissa:

p q r
RACIOCÍNIO LÓGICO

~𝒓 ∨ 𝒒~𝒓 ∨ 𝒒

V V V V V F V
V V F V F V V
V F V F V F F
V F F F V V V

28
F V V F V F V
F V F F V V V
F F V F V F F
F F F F V V V

Agora, as próximas três colunas se referem a conclusão:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒
~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒑
~𝒑∨∨~𝒒
~𝒒 ~𝒑 ∨ ~𝒒

V V V V V F V F F F
V V F V F V V F F F
V F V F V F F F V V
V F F F V V V F V V
F V V F V F V V F V
F V F F V V V V F V
F F V F V F F V V V
F F F F V V V V V V

Com a tabela construída, temos que identificar as linhas que possuem ambas as premissas verdadeiras, ou seja, te-
mos que analisar a quinta e sétima colunas, procurando as linhas em que ambas são V. Se observarmos, encontraremos
a primeira, quarta, quinta, sexta e oitava linhas nesta configuração:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒑
~𝒑∨∨~𝒒
~𝒒 ~𝒑 ∨ ~𝒒

V V V V V F V F F F
V V F V F V V F F F
V F V F V F F F V V
V F F F V V V F V V
F V V F V F V V F V
F V F F V V V V F V
F F V F V F F V V V
F F F F V V V V V V

Observando essas cinco linhas, temos que a conclusão (última coluna) é VERDADEIRA em quatro delas, excetuan-
do-se apenas a primeira linha, onde a conclusão, assim, como nem todos os casos foram atendidos, o argumento é
inválido. Vale lembrar que basta 1 caso FALSO para o argumento não ser válido.

Conclusão Falsa

Para os casos onde temos um número de proposições simples maior (acima de 3), uma alternativa ao invés de se
aplicar uma tabela verdade que terá muitas linhas será o método da conclusão Falsa, ou seja, considera-se o valor ló-
gico FALSO na conclusão além de considerar as premissas VERDADEIRAS. Se este caso existir, teremos um argumento
inválido, caso contrário, ele será válido. Este método funciona bem quando a conclusão é uma condicional ou uma
conjunção, pois conseguiremos atribuir valores lógicos a todas as proposições simples que a compõe.
Observe o exemplo a seguir, extraído do livro Raciocínio Lógico Simplificado, de Sérgio Carvalho e Weber Campos,
um dos livros que usamos como referência para montar esta apostila:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Temos 4 proposições simples formando o argumento, o que faria a tabela-verdade ter 16 linhas. Se tentarmos pelo
método de premissas verdadeiras, teríamos muitos casos a analisar, uma vez que as mesmas são condicionais. Para fa-

29
cilitar, vamos então adotar também a conclusão FALSA, Resposta: Letra E. Utilizando o método de premissas
o que para a condicional, tem-se apenas um caso, que é verdadeiras, a primeira premissa já nos garante que
a proposição da esquerda VERDADEIRA e da direita FAL- César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um
SA, assim temos que 𝑨 = 𝑽 e ~𝑫 = 𝑭 ⟹ 𝑫 = 𝑽. conselheiro. Na segunda, como temos uma disjunção
Com esses valores lógicos definidos, podemos ir para e a primeira proposição é falsa, já que César é o pre-
a segunda premissa, onde sabemos o valor de ~𝑨 = 𝑭 . sidente do tribunal, temos que ter que Adriano impõe
Para essa premissa ser verdadeira, teremos que ter 𝑩 = 𝑭. penas disciplinares na forma da lei, o que é exatamen-
Na primeira premissa, a condicional será verdadeira, te a alternativa E. Para completar, a terceira premissa
dado que 𝑨 = 𝑽 se 𝑩 ∨ 𝑪 = 𝐕. Como 𝑩 = 𝑭., te- fica indefinida sob o ponto de vista lógico, uma vez
mos que ter 𝑪 = 𝑽 para atender a primeira premissa. Fi- que não temos informações suficientes para determi-
nalmente, como 𝑫 = 𝑽 , temos que ter ~𝑪 = 𝑽 ⟹ 𝑪 = 𝑭
nar se Adriano é ou não vice-presidente do TCE, mas
, mas isso contradiz a primeira premissa que determinou
isto não afeta a escolha da alternativa correta.
que 𝑪 = 𝑽 .
Como houve falha em provar que a conclusão é FAL-
SA com as premissas VERDADEIRAS, temos que a con-
clusão é VERDADEIRA o que faz o argumento VÁLIDO! 3. (PF – ESCRIVÃO – CESPE, 2009). A sequência de pro-
posições a seguir constitui uma dedução correta:

Se Carlos não estudou, então ele fracassou na prova de


EXERCÍCIO COMENTADO Física.
Se Carlos jogou futebol, então ele não estudou.
1. (TCE-RS – ENGENHEIRO – CESPE, 2004). A seguinte Carlos não fracassou na prova de Física
afirmação é válida: Carlos não jogou futebol

Premissa 1: Toda pessoa honesta paga os impostos de-


vidos ( ) CERTO ( ) ERRADO
Premissa 2: Carlos paga os impostos devidos
Conclusão: Carlos é uma pessoa honesta Resposta: Certo. Considerando as três primeiras li-
nhas como premissas e a última como conclusão, cha-
( ) CERTO ( ) ERRADO maremos de a: Carlos estudou, b: Carlos fracassou na
prova de Física e c: Carlos jogou futebol. Construindo
Resposta: Errado. Montando as premissas dentro do a tabela-verdade com a ordem estudada nesta apos-
diagrama de Euler, se o conjunto “pagam impostos” tila, teremos que apenas a linha 4 terá as 3 premissas
e “honestos” não forem coincidentes, não há como VERDADEIRAS simultaneamente e nesta linha temos
garantir que Carlos está necessariamente dentro do também a conclusão VERDADEIRA. Logo, este argu-
conjunto “honestos”. Portanto, o argumento torna-se mento é válido.
inválido.
4. (SEGER-ES – TODOS OS CARGOS – CESPE, 2011).
2. (TCE/AC – ANALISTA – CESPE, 2008). Considere que
as seguintes proposições são premissas de um argumento: - Começo do mês é tempo de receber salário.
- Se as contas chegam, o dinheiro (salário) sai.
1. César é o presidente do tribunal de contas e Tito é - Se o dinheiro (salário) sai, a conta fica no vermelho
um conselheiro muito rapidamente.
2. César não é o presidente do tribunal de contas ou - Se a conta fica no vermelho muito rapidamente, en-
Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei tão a alegria dura pouco
3. Se Adriano é vice-presidente do tribunal de contas, - As contas chegam.
então Tito não é o corregedor.
Pressupondo que as premissas apresentadas acima se-
Com base nas definições apresentadas no texto acima, jam verdadeiras e considerando as propriedades gerais
assinale a opção em que a proposição apresentada, jun- dos argumentos, julgue os itens subsequentes:
to com essas premissas, forma um argumento válido: A afirmação: “Começo do mês é tempo de receber salá-
rio, porém a alegria dura pouco”, é uma conclusão válida
a partir das premissas apresentadas acima.
a) Adriano não é o vice-presidente do tribunal de contas
b) Se César é o presidente do tribunal de contas, então
( ) CERTO ( ) ERRADO
Adriano não é o corregedor.
RACIOCÍNIO LÓGICO

c) Se Tito é o corregedor, então Adriano é o vice-presi-


A afirmação: “Se as contas chegam, então a alegria dura
dente do tribunal de contas.
pouco” é uma conclusão válida a partir das premissas
d) Tito não é o corregedor
apresentadas acima.
e) Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei

( ) CERTO ( ) ERRADO

30
Resposta: Certo e Certo. Chamando de p: Começo b) Na razão
3
5
do mês é tempo de receber salário, q: As contas che-
gam; r: O dinheiro (salário) sai, s: A conta fica no ver- O número 5 é consequente
melho muito rapidamente e t: A alegria dura pouco,
vamos resolver a primeira afirmação (𝑝 ∧ 𝑡) utilizan- Ex. A razão entre 20 e 50 é
20
= 5 já a razão entre 50
2

do apenas premissas verdadeiras: Como q=V na quin- 50 5


50

ta premissa, a segunda premissa só será VERDADEI- e 20 é = . Ou seja, deve-se sempre indicar o antece-
20 2
RA se r=V. Isso vale para a terceira premissa, fazendo dente e o consequente para sabermos qual a ordem de
s=V e na quarta premissa, fazendo t=V. Assim, como montarmos a razão.
a primeira premissa é o valor lógico de p=V, temos
que 𝑝 ∧ 𝑡 = 𝑉 . Na segunda afirmação, vamos usar a Ex. Numa classe de 36 alunos há 15 rapazes e 21 mo-
conclusão FALSA, ou seja, 𝑞 → 𝑡 = 𝐹 . Como a quinta ças. A razão entre o número de rapazes e o número de
premissa é q=V, temos que ter t=F, mas isso contradiz moças é5 15 , se simplificarmos, temos que a fração equi-
justamente a quarta premissa, onde t=V, mostrando valente 7 , o que significa que para “cada 5 rapazes há 7
21

que há contradição na conclusão FALSA, tornando-a moças”. Por outro lado, a razão entre o número de rapa-
VERDADEIRA ou um argumento válido. zes e o total de alunos é dada por 15 = 5 , o que equivale
a dizer que “de cada 12 alunos na classe, 5 são rapazes”.
36 12

Razão entre grandezas de mesma espécie: A razão


entre duas grandezas de mesma espécie é o quociente
dos números que expressam as medidas dessas grande-
PROBLEMAS ENVOLVENDO AS zas numa mesma unidade.
QUATRO OPERAÇÕES NAS FORMAS Ex. Um automóvel necessita percorrer uma estrada de
FRACIONÁRIA E DECIMAL; NÚMEROS E 360 km. Se ele já percorreu 240 km, qual a razão entre a
GRANDEZAS DIRETA E INDIRETAMENTE distância percorrida em relação ao total?
PROPORCIONAIS; RAZÃO E PROPORÇÃO; Como os dois números são da mesma espécie (dis-
DIVISÃO PROPORCIONAL; REGRA DE TRÊS tância) e estão na mesma unidade (km), basta fazer a ra-
SIMPLES E COMPOSTA; PORCENTAGEM zão:
240 𝑘𝑚 2
𝑟= =
360 𝑘𝑚 3

No caso de mesma espécie, porém em unidades di-


RAZÃO
ferentes, deve-se escolher uma das unidades e converter
a outra.
Quando se utiliza a matemática na resolução de pro-
blemas, os números precisam ser relacionados para se
Ex. Uma maratona possui aproximadamente 42 km de
obter uma resposta. Uma das maneiras de se relacionar
extensão. Um corredor percorreu 36000 metros. Qual a
os números é através da razão. Sejam dois números reais
razão entre o que falta para percorrer em relação à ex-
a e b, com b ≠ 0,define-se razão entre a e b (nessa or-
𝑎 tensão da prova?
dem) o quociente a ÷ b, ou .
𝑏 Veja que agora estamos tentando relacionar metros
com quilômetros. Para isso, deve-se converter uma das
A razão basicamente é uma fração, e como sabem,
unidades, vamos utilizar “km”:
frações são números racionais. Entretanto, a leitura des-
te número é diferente, justamente para diferenciarmos
36000 m=36 km
quando estamos falando de fração ou de razão.
3 Como é pedida a razão entre o que falta em relação
a) Quando temos o número 5 e estamos tratando de
ao total, temos que:
fração, lê-se: “três quintos”.
42 𝑘𝑚 − 36 𝑘𝑚 6 𝑘𝑚 1
3 𝑟= = =
b) Quando temos o número 5
e estamos tratando 42 𝑘𝑚 42 𝑘𝑚 7
de razão, lê-se: “3 para 5”.
Ex. Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse compri-
mento é representado num desenho por 20 cm. Qual é a
Além disso, a nomenclatura dos termos também é razão entre o comprimento representado no desenho e
diferente: o comprimento real?
Convertendo o comprimento real para cm, temos
O número 3 é numerador que:
RACIOCÍNIO LÓGICO

20 𝑐𝑚 1
3 𝑒= =
a) Na fração 5 800 𝑐𝑚 40

O número 5 é denominador

O número 3 é antecedente

31
#FicaDica 83,76 𝑘𝑚 𝑘𝑚
𝑐= = 10,47
8𝑙 𝑙
A razão entre um comprimento no desenho
e o correspondente comprimento real, cha- #FicaDica
ma-se escala
A razão entre a distância percorrida em rela-
Razão entre grandezas de espécies diferentes: É ção a uma quantidade de combustível é de-
possível também relacionar espécies diferentes e isto está finida como “consumo médio”
normalmente relacionado a unidades utilizadas na física:
Proporção
Ex. Considere um carro que às 9 horas passa pelo qui-
lômetro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilô- A definição de proporção é muito simples, pois se tra-
metro 170. Qual a razão entre a distância percorrida e o ta apenas da igualdade de razões.
tempo gasto no translado? 3 6
Para montarmos a razão, precisamos obter as infor- Na proporção = (lê-se: “3 está para 5 assim
5 10
como 6 está para 10”).
mações:
Observemos que o produto 3 ∙ 10=30 é igual ao pro-
Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km duto 5 x 6=30, o que caracteriza a propriedade funda-
Tempo gasto: 11h – 9h = 2h mental das proporções
Calculamos a razão entre a distância percorrida e o
tempo gasto para isso: #FicaDica
140 𝑘𝑚 70 Se multiplicarmos em cruz (ou em x), tere-
𝑣= = = 70 𝑘 𝑚 ⁄ℎ
2ℎ 1 mos que os produtos entre o numeradores
Como são duas espécies diferentes, a razão entre elas e os denominadores da outra razão serão
será uma espécie totalmente diferente das outras duas. iguais.
2 6
#FicaDica Ex. Na igualdade 3 = 9 , temos 2 x 9=3 x 6=18, logo,
temos uma proporção.
A razão entre uma distância e uma medida
de tempo é chamada de velocidade. Ex. Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se
a seguinte dosagem: 7 gotas para cada 3 kg do “peso” da
criança. Se uma criança tem 15 kg, qual será a dosagem
correta?
Ex. A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Como temos que seguir a receita, temos que atender
Rio de Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de a proporção, assim, chamaremos de x a quantidade de
927 286 km2 e uma população de 66 288 000 habitantes, gotas a serem ministradas:
aproximadamente, segundo estimativas projetadas pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o 7 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 𝑥 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠
ano de 1995. Qual a razão entre o número de habitantes =
3 𝑘𝑔 15 𝑘𝑔
e a área total?
Logo, para atendermos a proporção, precisaremos
Dividindo-se o número de habitantes pela área, obte- encontrar qual o número que atenderá a proporção.
remos o número de habitantes por km2 (hab./km2): Multiplicando em cruz, temos que:
66288000 ℎ𝑎𝑏 ℎ𝑎𝑏
𝑑= = 71,5 3x=105
927286 𝑘𝑚² 𝑘𝑚2
105
#FicaDica
𝑥=
3
x=35 gotas
A razão entre o número de habitantes e a
área deste local é denominada densidade
Ou seja, para uma criança de 30 kg, deve-se ministrar
demográfica.
35 gotas do remédio, atendendo a proporção.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Ex. Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L Outro jeito de ver a proporção: Já vimos que uma
de gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros per- proporção é verdadeira quando realizamos a multiplica-
corridos pelo número de litros de combustível consumi- ção em cruz e encontramos o mesmo valor nos dois pro-
dos, teremos o número de quilômetros que esse carro dutos. Outra maneira de verificar a proporção é verificar
percorre com um litro de gasolina: se a duas razões que estão sendo igualadas são frações
equivalentes. Lembra deste conceito?

32
FIQUE ATENTO! FIQUE ATENTO!
Uma fração é equivalente a outra quando Usamos razão para fazer comparação entre
podemos multiplicar (ou dividir) o nume- duas grandezas. Assim, quando dividimos
rador e o denominador da fração por um uma grandeza pela outra estamos compa-
mesmo número, chegando ao numerador e rando a primeira com a segunda. Enquanto
denominador da outra fração. proporção é a igualdade entre duas razões.

4 12
Ex. e são frações equivalentes, pois:
3 9 EXERCÍCIOS COMENTADOS
4x=12 →x=3
3x=9 →x=3 1. O estado de Tocantins ocupa uma área aproximada de
4 278.500 km². De acordo com o Censo/2000 o Tocantins
Ou seja, o numerador e o denominador de quan- tinha uma população de aproximadamente 1.156.000 ha-
3
do multiplicados pelo mesmo número (3), chega ao nu- bitantes. Qual é a densidade demográfica do estado de
merador e denominador da outra fração, logo, elas são Tocantins?
equivalentes e consequentemente, proporcionais.
Agora vamos apresentar algumas propriedades da Resposta : A densidade demográfica é definida como
proporção: a razão entre o número de habitantes e a área ocu-
pada:
a) Soma dos termos: Quando duas razões são pro-
porcionais, podemos criar outra proporção soman- 1 156 000 hab.
do os numeradores com os denominadores e divi- d= = 4,15 ha b⁄k m²
dindo pelos numeradores (ou denominadores) das 278 500 km²
razões originais:
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14 2. Se a área de um retângulo (A1 ) mede 300 cm² e a
= → = → =
2 4 5 10 5 10
área de um outro retângulo (A2 ) mede 100 cm², qual é o
ou
valor da razão entre as áreas (A1 ) e (A2 ) ?
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14 Resposta : Ao fazermos a razão das áreas, temos:
= → = → =
2 4 2 4 2 4
A1 300
= =3
A2 100
b) Diferença dos termos: Analogamente a soma, te-
mos também que se realizarmos a diferença entre
os termos, também chegaremos em outras pro- Então, isso significa que a área do retângulo 1 é 3 ve-
porções: zes maior que a área do retângulo 2.

4 8 4−3 8−6 1 2 3.(CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE/2016)


= → = → = Dois amigos decidem fazer um investimento conjunto
3 6 4 8 4 8
por um prazo determinado. Um investe R$ 9.000 e o ou-
ou
tro R$  16.000. Ao final do prazo estipulado obtêm um
4 8 4−3 8−6 1 2 lucro de R$ 2.222 e decidem dividir o lucro de maneira
= → = → = proporcional ao investimento inicial de cada um. Portan-
3 6 3 6 3 6
to o amigo que investiu a menor quantia obtém com o
c) Soma dos antecedentes e consequentes: A soma
investimento um lucro:
dos antecedentes está para a soma dos conse-
quentes assim como cada antecedente está para o
a) Maior que R$ 810,00
seu consequente: b) Maior que R$ 805,00 e menor que R$ 810,00
12 3 12 + 3 15 12 3 c) Maior que R$ 800,00 e menor que R$ 805,00
= → = = = d) Maior que R$ 795,00 e menor que R$ 800,00
8 2 8+2 10 8 2
e) Menor que R$ 795,00
RACIOCÍNIO LÓGICO

d) Diferença dos antecedentes e consequentes: A


soma dos antecedentes está para a soma dos con- Resposta : Letra D. Ambos aplicaram R$ 9000,00+R$
sequentes assim como cada antecedente está para 16000,00=R$ 25000,00 e o lucro de R$ 2222,00 foi so-
o seu consequente: bre este valor. Assim, constrói-se uma proporção en-
12 3 12 − 3 9 12 3 tre o valor aplicado (neste caso, R$ 9000,00 , pois o
= → = = = exercício quer o lucro de quem aplicou menos) e seu
8 2 8−2 6 8 2
respectivo lucro:

33
Divisão em várias partes diretamente proporcionais
9000 25000
= → 25x = 19998 → x = R$ 799,92
x 2222 Para decompor um número M em partes X1, X2, ... , Xn
diretamente proporcionais a p1, p2, ... , pn, deve-se montar
4. Há, em virtude da demanda crescente de economia de um sistema com n equações e n incógnitas, sendo as so-
água, equipamentos e utensílios como, por exemplo, as mas X1 + X2 + ... + Xn = M e p1 + p2 + ... + pn = P
bacias sanitárias ecológicas, que utilizam 6 litros de água
por descarga em vez dos 15 litros utilizados por bacias x1 x2 xn
sanitárias não ecológicas, conforme dados da Associação = =⋯=
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). p1 p2 pn
Qual será a economia diária de água obtida por meio da
substituição de uma bacia sanitária não ecológica, que A solução segue das propriedades das proporções:
gasta cerca de 60 litros por dia com a descarga, por uma
bacia sanitária ecológica? x1 x2 xn x1 + x2 + ⋯ + xn M
= =⋯= = = =K
p1 p2 pn p1 + p2 + ⋯ pn P
Resposta: Se x for o número de litros de água despe-
jadas pela bacia ecológica, tem-se que: Ex. Para decompor o número 120 em três partes A, B
15/60=6/x → 15x=6∙60 → 15x=360 e C diretamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar
Logo: x=360/15=24 litros. um sistema com 3 equações e 3 incógnitas tal que A + B
Então, a economia de água foi de (60-24) = 36 litros. + C = 120 e 2 + 4 + 6 = P. Assim:
A B C A + B + C 120
= = = = = 10
2 4 6 P 12
DIVISÃO PROPORCIONAL Logo: A = 20, B = 40 e C = 60.
Para decompor um número M em duas partes A e B
Ex. Determinar números A, B e C diretamente propor-
diretamente proporcionais a p e q, montamos um siste-
cionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A + 3B - 4C = 120.
ma com duas equações e duas incógnitas, de modo que
A solução segue das propriedades das proporções:
a soma das partes seja A+B=M, mas:
A B A B C 2A + 3B − 4C 120
=
p q = = = = = −15
2 4 6 2 � 2 + 3 � 4 − 4 � 6 −8

A solução segue das propriedades das proporções: Logo A = -30, B = -60 e C = -90.
A B A+B M
= = = =K
p q p+q p+q Divisão em duas partes inversamente proporcionais

Para decompor um número M em duas partes A e


#FicaDica B inversamente proporcionais a p e q, deve-se decom-
por este número M em duas partes A e B diretamente
O valor de K é que proporciona a solução,
proporcionais a 1/p e 1/q, que são, respectivamente, os
pois:   𝐀 = 𝐊 � 𝐩 e 𝐁 = 𝐊 � 𝐪
inversos de p e q.
Assim basta montar o sistema com duas equações e
duas incógnitas tal que A+B = M. Desse modo:
Exemplo: Para decompor o número 100 em duas par-
tes A e B diretamente proporcionais a 2 e 3, montaremos A B A+B M M�p�q
o sistema de modo que A+B=100, cuja solução segue de: = = = = =K
1⁄p 1⁄q 1⁄p + 1⁄q 1⁄p + 1⁄q p+q
A B A + B 100
= = = = 20
2 3 5 5
O valor de K proporciona a solução, pois: A = K/p e
B = K/q.
Segue que A=40 e B=60. Exemplo: Para decompor o número 120 em duas par-
Ex. Determinar números A e B diretamente propor- tes A e B inversamente proporcionais a 2 e 3, deve-se
cionais a 8 e 3, sabendo-se que a diferença entre eles é montar o sistema tal que A + B= 120, de modo que:
RACIOCÍNIO LÓGICO

60. Para resolver este problema basta tomar A-B=60 e


escrever: A B A+B 120 120 � 2 � 3
= = = = = 144
A B A − B 60 1⁄2 1⁄3 1⁄2 + 1⁄3 5⁄6 5
= = = = 12
8 3 5 5
Assim A=72 e B=48.
Segue que A=96 e B=36

34
Exemplo: Determinar números A e B inversamente Divisão em duas partes direta e inversamente propor-
proporcionais a 6 e 8, sabendo-se que a diferença entre cionais
eles é 10. Para resolver este problema, tomamos A - B=
10. Assim: Para decompor um número M em duas partes A e B
diretamente proporcionais a c e d e inversamente pro-
A B A−B 10 porcionais a p e q, deve-se decompor este número M
= = = = 240 em duas partes A e B diretamente proporcionais a c/q e
1⁄6 1⁄8 1⁄6 − 1⁄8 1⁄24
d/q, basta montar um sistema com duas equações e duas
incógnitas de forma que A+B=M e, além disso:
Assim A=40 e B=30.

Divisão em várias partes inversamente proporcionais A B A+B M M� p�q


= = = = =K
c⁄p d⁄q c⁄p + d⁄q c⁄p + d⁄q c � q + p � d
Para decompor um número M em n partes inversa-
mente proporcionais a X1, X2, ... , Xn basta decompor este
O valor de K proporciona a solução, pois: A=Kc/p e
número M em n partes diretamente proporcionais a 1/
B=Kd/q.
p1, 1/p2, ... , 1/pn.
Exemplo: Para decompor o número 58 em duas partes
A montagem do sistema com n equações e n incógni- A e B diretamente proporcionais a 2 e 3, e, inversamente
tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e, além disso: proporcionais a 5 e 7, deve-se montar as proporções:
A B A+B 58
x1 x2 xn = = = = 70
= =⋯= 2/5 3/7 2/5 + 3/7 29/35
1⁄p1 1⁄p2 1⁄pn

Cuja solução segue das propriedades das proporções: Assim A=(2/5)∙70=28 e B=(3/7)∙70=30

x1 x2 xn x1 + x2 + ⋯ + xn Exemplo: ParaMobter números A e B diretamente pro-


= =⋯= = porcionais
= a 4 e 3 e inversamente proporcionais a 6 e 8,
1⁄p1 1⁄p2 1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ 1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ + 1⁄pn
sabendo-se que a diferença entre eles é 21. Para resol-
ver este problema basta escrever que A-B=21 resolver as
xn x1 + x2 + ⋯ + xn M
proporções:
=⋯= = =
2
1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ 1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ + 1⁄pn A B A−B 21
= = = = 72
4⁄6 3⁄8 4⁄6 − 3⁄8 7⁄24

Ex. Para decompor o número 220 em três partes A, B e


Assim A=(4/6)∙72=48 e B=(3/8)∙72=27.
C inversamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar
um sistema com 3 equações e 3 incógnitas, de modo que
Divisão em n partes direta e inversamente proporcio-
A+B+C=220. Desse modo:
nais
A B C A+B+C 220
= = = =
1 2 1 4 1 6 1 2 + 1 4 + 1 6 11⁄12
⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄
= 240 Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn
diretamente proporcionais a, p1, p2, ..., pn e inversamente
proporcionais a q1, q2, ... , qn, basta decompor este núme-
A solução é A=120, B=60 e C=40. ro M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais
Ex. Para obter números A, B e C inversamente pro- a p1 / q1, p2 / q2, ..., pn / qn.
porcionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A + 3B - 4C = 10, A montagem do sistema com n equações e n incógni-
devemos montar as proporções: tas exige que X1 + X2 + ... + Xn = M e além disso:

A B C 2A + 3B − 4C 10 120 x1 x2 xn
= = = = = = =⋯=
1⁄2 1⁄4 1⁄6 2⁄2 + 3⁄4 − 4⁄6 13⁄12 13 ⁄ ⁄
p1 q1 p2 q 2 pn⁄q n

Logo A=60/13, B=30/13 e C=20/13. A solução segue das propriedades das proporções:
x1 x2 xn xn + x2 + ⋯ + x
= =⋯= =
RACIOCÍNIO LÓGICO

FIQUE ATENTO! p1 /q1 p2 /q 2 pn/q n p1 /q1 + p2/q 2 + ⋯ +


Pode haver coeficientes A,B e C como nú-
x1
meros fracionários e/ou negativos. x2 xn xn + x2 + ⋯ + xn
= =⋯= =
p1 /q1 p2 /q 2 pn/q n p1 /q1 + p2/q 2 + ⋯ + pn/q n

35
Ex. Para decompor o número 115 em três partes A, B 𝑝
e C diretamente proporcionais a 1, 2 e 3 e inversamente 𝐴= .𝑉
proporcionais a 4, 5 e 6, deve-se montar um sistema com 100
3 equações e 3 incógnitas de forma de e tal que: Onde A, é a parte, p é o valor da porcentagem e V é o
todo (100%). Assim, os problemas básicos de porcenta-
A B C A+B+C 115 gem se resumem a três tipos:
= = = = = 100
1/4 2/5 3/6 1/4 + 2/5 + 3/6 23/20
Cálculo da parte (Conheço p e V e quero achar A):
Logo A=(1/4)100=25, B=(2/5)100=40 e Para calcularmos uma porcentagem de um valor V, bas-
𝑝
C=(3/6)100=50. ta multiplicarmos a fração correspondente, ou seja, 100
por V. Assim: 𝑝
Ex. Determinar números A, B e C diretamente propor- P% de V =A= 100 .V
cionais a 1, 10 e 2 e inversamente proporcionais a 2, 4 e
5, de modo que 2A + 3B - 4C -= 10. Ex. 23% de 240 = 23 .240 = 55,2
A montagem do problema fica na forma: 100
Ex. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que
A B C 2A + 3B − 4C 10 100 67% de uma amostra assistem a certo programa de TV.
= = = =
1⁄2 10⁄4 2⁄5 2⁄2 + 30⁄4 − 8⁄5 69⁄10
=
69 Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
assistem ao tal programa?
Aqui, queremos saber a “parte” da população que as-
A solução é A=50/69, B=250/69 e C=40/69 siste ao programa de TV, como temos a porcentagem e
o total, basta realizarmos a multiplicação:
67
67% de 56000=A= 56000=37520
EXERCÍCIO COMENTADO 100
Resp. 37 520 pessoas.
1. Os três jogadores mais disciplinados de um campe-
onato de futebol amador irão receber o prêmio de R$: Cálculo da porcentagem (conheço A e V e quero
3.340,00 rateados em partes inversamente proporcionais achar p): Utilizaremos a mesma relação para achar o va-
ao número de faltas cometidas em todo campeonato. Os lor de p e apenas precisamos rearranjar a mesma:
Jogadores cometeram 5, 7 e 11 faltas. Qual a premiação
a cada um deles respectivamente? 𝐴=
𝑝 𝐴
. 𝑉 → 𝑝 = . 100
100 𝑉
Resposta: Ex. Um time de basquete venceu 10 de seus 16 jogos.
Do enunciado tiramos que: Qual foi sua porcentagem de vitórias?
p1 = K . 1/5 Neste caso, o exercício quer saber qual a porcenta-
p2 = K . 1/7 gem de vitórias que esse time obteve, assim:
p3 = K . 1/11
p1 + p2 + p3 = 3340 𝐴 10
Para encontrarmos o valor da constante K devemos 𝑝= . 100 = . 100 = 62,5%
𝑉 16
substituir o valor de p1, p2 e p3 na última expressão:
Resp: O time venceu 62,5% de seus jogos.
Portanto: Ex. Em uma prova de concurso, o candidato acertou
p1 = 7700 . 1/5 = 1540 48 de 80 questões. Se para ser aprovado é necessário
p2 = 7700 . 1/7 = 1100 acertar 55% das questões, o candidato foi ou não foi
p3 = 7700 . 1/11 = 700 aprovado?
A premiação será respectivamente R$ 1.540,00, Para sabermos se o candidato passou, é necessário
R$ 1.100,00 e R$ 700,00. calcular sua porcentagem de acertos:

Porcentagem 𝐴 48
𝑝= . 100 = . 100 = 60% > 55%
𝑉 80
A definição de porcentagem passa pelo seu próprio Logo, o candidato foi aprovado.
nome, pois é uma fração de denominador centesimal, ou
seja, é uma fração de denominador 100. Representamos Calculo do todo (conheço p e A e quero achar V):
porcentagem pelo% e lê-se: “por cento”. No terceiro caso, temos interesse em achar o total (Nosso
RACIOCÍNIO LÓGICO

50 100%) e para isso basta rearranjar a equação novamente:


Deste modo, a fração 100 ou qualquer uma equivalente a
ela é uma porcentagem que podemos representar por 50%. 𝑝 𝐴 𝐴
𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 → 𝑉 = . 100
100 𝑉 𝑝
A porcentagem nada mais é do que uma razão, que
representa uma “parte” e um “todo” a qual referimos
como 100%. Assim, de uma maneira geral, temos que:

36
Ex. Um atirador tem taxa de acerto de 75% de seus Neste caso, o problema deu o valor de e gostaria de
tiros ao alvo. Se em um treinamento ele acertou 15 tiros, saber o valor de V, assim:
quantos tiros ele deu no total? p
Neste caso, o problema gostaria de saber quanto vale VA = ( 1 + ).V
100
o “todo”, assim: 40
3500 = ( 1 + ).V
𝐴 15 100
𝑉= . 100 = . 100 = 0,2.100 = 20 𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠
𝑝 75 3500 =(1+0,4).V

Forma Decimal: Outra forma de representação de porcen- 3500 =1,4.V


tagens é através de números decimais, pois todos eles perten- 3500
cem à mesma classe de números, que são os números racio- V= =2500
1,4
nais. Assim, para cada porcentagem, há um numero decimal
equivalente. Por exemplo, 35% na forma decimal seriam repre- Resp. R$ 2 500,00
sentados por 0,35. A conversão é muito simples: basta fazer a
divisão por 100 que está representada na forma de fração: Ex. Uma loja entra em liquidação e pretende abaixar
75 em 20% o valor de seus produtos. Se o preço de um de-
75% = = 0,75 les é de R$ 250,00, qual será seu preço na liquidação?
100
Aqui, basta calcular o valor de VD :
Aumento e desconto percentual
p
VD = (1 – ) .V
Outra classe de problemas bem comuns sobre por- 100
20
centagem está relacionada ao aumento e a redução per- VD = (1 – ) .250,00
centual de um determinado valor. Usaremos as defini- 100
ções apresentadas anteriormente para mostrar a teoria VD = (1 –0,2) .250,00
envolvida
VD = (0,8) .250,00
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial
V que deve sofrer um aumento de p% de seu valor. Cha- VD = 200,00
memos de VA o valor após o aumento. Assim: Resp. R$ 200,00
p
VA = V + .V
100 FIQUE ATENTO!
Fatorando: Em alguns problemas de porcentagem são
necessários cálculos sucessivos de aumen-
p tos ou descontos percentuais. Nesses ca-
VA = ( 1 + ) .V
100 sos é necessário ter atenção ao problema,
Em que (1 + p ) será definido como fator de au- pois erros costumeiros ocorrem quando se
100 calcula a porcentagens do valor inicial para
mento, que pode estar representado tanto na forma de obter todos os valores finais com descon-
fração ou decimal. tos ou aumentos. Na verdade, esse cálculo
só pode ser feito quando o problema diz
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial que TODOS os descontos ou aumentos
V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Cha- são dados a uma porcentagem do valor
memos de VD o valor após o desconto. inicial. Mas em geral, os cálculos são feitos
p como mostrado no texto a seguir.
VD = V – .V
100
Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos
Fatorando:
um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer
p dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor
VD = (1 – ) .V
100 após o primeiro aumento, temos:
p
Em que (1 – ) será definido como fator de des- 𝑝1
100 V1 = V .(1 + )
conto, que pode estar representado tanto na forma de 100
fração ou decimal. Sendo V2 o valor após o segundo aumento, ou seja,
RACIOCÍNIO LÓGICO

após já ter aumentado uma vez, temos que:


Ex. Uma empresa admite um funcionário no mês de
janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de au- 𝑝2
V2 = V1 .(1 + )
mento. Se a empresa deseja que o salário desse funcio- 100
nário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com que salário Como temos também uma expressão para V1, basta
deve admiti-lo? substituir:

37
𝑝1 𝑝2 𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1 + ) .(1 + ) V2 = V . 1+ . 1–
100 100
100 100 𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜
Assim, para cada aumento, temos um fator corres- 20 20
pondente e basta ir multiplicando os fatores para chegar V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100
ao resultado final.
V2 = V .(1+0,2) .(1 – 0,2 )
No caso de desconto, temos o mesmo caso, sendo V
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois V2 = V .(1,2) .(0,8)
descontos sucessivos de p1% e p2%. 96
V2 = 0,96.V= V=96% de V
100
Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:
Ou seja, o valor final corresponde a 96% de V e não
𝑝1 100%, assim, eles não são iguais, portanto deve-se assi-
V1 = V.(1 – )
100 nalar a opção ERRADO
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, ou seja,
após já ter descontado uma vez, temos que:

V2 = V_1 .(1 –
𝑝2
)
EXERCÍCIOS COMENTADOS
100
Como temos também uma expressão para V2, basta 1. (UNESP) Suponhamos que, para uma dada eleição,
substituir: uma cidade tivesse 18.500 eleitores inscritos. Suponha-
mos ainda que, para essa eleição, no caso de se verificar
𝑝1 𝑝2 um índice de abstenções de 6% entre os homens e de 9%
V2 = V .(1 – ) .(1 – )
100 100 entre as mulheres, o número de votantes do sexo mas-
Além disso, essa formulação também funciona para culino será exatamente igual ao número de votantes do
aumentos e descontos em sequência, bastando apenas sexo feminino. Determine o número de eleitores de cada
a identificação dos seus fatores multiplicativos. Sendo V sexo.
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um
aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%. Resposta: Denotamos o número de eleitores do sexo
femininos de F e de votantes masculinos de M. Pelo
Sendo V1 o valor após o aumento, temos: enunciado do exercícios, F+M = 18500. Além disso, o
índice de abstenções entre os homens foi de 6% e
de 9% entre as mulheres, ou seja, 94% dos homens
𝑝1 e 91% das mulheres compareceram a votação, onde
V1 = V .(1+ )
100 94%M = 91%F ou 0,94M = 0,91F. Assim, para deter-
minar o número de eleitores de cada sexo temos os
Sendo V2 o valor após o desconto, temos que: seguinte sistema para resolver:
F + M = 18500

𝑝2 0,94M = 0,91F
V2 = V_1 .(1 – ) 0,91
100 Da segunda equação, temos que M = 0,94 F . Agora,
substituindo M na primeira equação do sistema en-
Como temos uma expressão para , basta substituir: contra-se F =  9400 e por fim determina-se M = 9100

2. (UFMG 2017) Uma pessoa comprou, fora do Brasil,


𝑝1 𝑝2 um produto por U$S 80,00 Sobre esse valor foi cobra-
V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100 da uma taxa de 45% (frete) para o envio da mercadoria.
Chegando ao Brasil, esse produto foi tarifado com 15%
Ex. Um produto sofreu um aumento de 20% e depois de imposto sobre importação que incidiu sobre o valor
sofreu uma redução de 20%. Isso significa que ele voltará do produto e do frete. Desta forma, o aumento percen-
ao seu valor original. tual do produto em relação ao preço de compra foi de,
aproximadamente,
( ) Certo ( ) Errado
a) 12
RACIOCÍNIO LÓGICO

Este problema clássico tem como finalidade concei- b) 37


tuar esta parte de aumento e redução percentual e evitar c) 60
o erro do leitor ao achar que aumentando p% e dimi- d) 67
nuindo p%, volta-se ao valor original. Se usarmos o que
aprendemos, temos que: Resposta: Letra D. Considerando o valor de U$S 80,00
para o produto, temos:
Valor com a taxa de 45%: 80+80∙0,45=80∙1,45

38
Valor com a tarifa de 15% 80∙1,45+80∙1,45∙0,15=80∙1,67
Portanto, o aumento percentual será dado por: #FicaDica
80∙1,67-80 ou seja 67% de 80.
Procure manter essa linha de raciocínio nos
REGRA DE TRÊS SIMPLES diversos problemas que envolvem regra de
três simples ! Identifique as variáveis, verifi-
Os problemas que envolvem duas grandezas direta- que qual é a relação de proporcionalidade e
mente ou inversamente proporcionais podem ser resol- siga este exemplo !
vidos através de um processo prático, chamado regra de
três simples.
Ex: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 km/h,
Ex: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando
litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km? a velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse
percurso?
Solução: Solução: Indicando por x o número de horas e colo-
cando as grandezas de mesma espécie em uma mesma
O problema envolve duas grandezas: distância e litros coluna e as grandezas de espécies diferentes que se cor-
de álcool. respondem em uma mesma linha, temos:
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser
consumido. Velocidade (km/h) Tempo (h)
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma 60 4
mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que 80 x
se correspondem em uma mesma linha:
Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), va-
Distância (km) Litros de álcool mos colocar uma flecha:
180 15
210 x

Na coluna em que aparece a variável x (“litros de ál-


cool”), vamos colocar uma flecha:

Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo


fica reduzido à metade. Isso significa que as grandezas
velocidade e tempo são inversamente proporcionais.
No nosso esquema, esse fato é indicado colocando-se na
coluna “velocidade” uma flecha em sentido contrário ao
Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo da flecha da coluna “tempo”:
de álcool também duplica. Então, as grandezas distância
e litros de álcool são diretamente proporcionais. No
esquema que estamos montando, indicamos esse fato
colocando uma flecha na coluna “distância” no mesmo
sentido da flecha da coluna “litros de álcool”:

Na montagem da proporção devemos seguir o senti-


do das flechas. Assim, temos:
4 80
𝑥
= 60 → 80x = 4 � 60
Armando a proporção pela orientação das flechas,
temos: → 80x = 240 → x = 240/80 → x = 3
RACIOCÍNIO LÓGICO

180 15 Resposta: Farei esse percurso em 3 h.


= → 180x = 15 � 210
210 𝑥

→ 180x = 3150 → x = 3150/180 → x = 17,5

Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.

39
loquemos as grandezas de mesma espécie em uma só
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se
EXERCÍCIOS COMENTADOS correspondem em uma mesma linha. Na coluna em que
aparece a variável x (“dias”), coloquemos uma flecha:
1. (CBTU – ASSISTENTE OPERACIONAL – FU-
MARC/2016) Dona Geralda comprou 4 m de tecido im-
portado a R$ 12,00 o metro linear. No entanto, o metro
linear do lojista media 2 cm a mais. A quantia que o lojis-
ta deixou de ganhar com a venda do tecido foi:

a) R$ 0,69 Comparemos cada grandeza com aquela em que está


b) R$ 0,96 o x.
c) R$ 1,08
d) R$ 1,20 As grandezas peças e dias são diretamente propor-
cionais. No nosso esquema isso será indicado colocan-
Resposta: Letra B. As grandezas (comprimento e pre- do-se na coluna “peças” uma flecha no mesmo sentido
ço) são diretamente proporcionais. Assim, a regra de da flecha da coluna “dias”:
três é direta:

Metros Preço
1 12
0,02 x
1 � x = 0,02 � 12 → x = R$ 0,24
As grandezas máquinas e dias são inversamente pro-
Note que foi necessário passar 2 cm para metros, para porcionais (duplicando o número de máquinas, o número
que as unidades de comprimento fiquei iguais. Assim, de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema isso
cada 2 cm custaram R$ 0,24 para o vendedor. Como será indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma
ele vendeu 4 m de tecido, esses 2 cm não foram con- flecha no sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”:
siderados quatro vezes. Assim, ele deixou de ganhar
4∙0,24=R$ 0,96

2. Para se construir um muro de 17m² são necessários 3


trabalhadores. Quantos trabalhadores serão necessários
para construir um muro de 51m²?

Resposta: 9 trabalhadores. Agora vamos montar a proporção, igualando a razão


As grandezas (área e trabalhadores) são diretamente que contém o x, que é 4 , com o produto das outras ra-
x
proporcionais. Assim, a regra de três é direta: zões, obtidas segundo a orientação das flechas 6 � 160 :
8 300

Área N Trabalhadores
17 3
51 x
17 � x = 51 � 3 → x = 9 trabalhadores

REGRA DE TRÊS COMPOSTA


Resposta: Em 10 dias.
O processo usado para resolver problemas que en-
volvem mais de duas grandezas, diretamente ou inver-
FIQUE ATENTO!
RACIOCÍNIO LÓGICO

samente proporcionais, é chamado regra de três com-


posta. Repare que a regra de três composta, em-
bora tenha formulação próxima à regra de
Ex: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças. Em três simples, é conceitualmente distinta de-
quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produzi- vido à presença de mais de duas grandezas
riam 300 dessas peças? proporcionais.
Solução: Indiquemos o número de dias por x. Co-

40
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (SEDUC-SP - ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – VUNESP/2014) Quarenta digitadores pre-


enchem 2 400 formulários de 12 linhas, em 2,5 horas. Para preencher 5 616 formulários de 18 linhas, em 3 horas, e
admitindo-se que o ritmo de trabalho dos digitadores seja o mesmo, o número de digitadores necessários será:

a) 105
b) 117
c) 123
d) 131
e) 149

Resposta: Letra B. A tabela com os dados do enunciado fica:

Digitadores Formulários Linhas Horas


40 2400 12 2,5
x 5616 18 3

Comparando-se as grandezas duas a duas, nota-se que:


Digitadores e formulários são diretamente proporcionais, pois se o número de digitadores aumenta, a quantidade
de formulários que pode ser digitada também aumenta.
Digitadores e linhas são diretamente proporcionais, pois se a quantidade de digitadores aumenta, o número de
linhas que pode ser digitado também aumenta.
Digitadores e horas são inversamente proporcionais, pois se o número de horas trabalhadas aumenta, então são
necessários menos digitadores para o serviço e, portanto, a quantidade de digitadores diminui.

A regra de três fica:

40 2400 12 3
= � �
x 5616 18 2,5
40 86400
→ =
x 252720
→ 86500x = 10108800
→ x = 117 digitadores

2. Em uma fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos serão montados por
4 homens em 16 dias?

Resposta:
Homens Carrinhos Dias
8 20 5
4 x 16

Observe que, aumentando o número de homens, a produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação é diretamen-


te proporcional (não precisamos inverter a razão).
Aumentando o número de dias, a produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação também é diretamente pro-
porcional (não precisamos inverter a razão). Devemos igualar a razão que contém o termo x com o produto das
outras razões.
Montando a proporção e resolvendo a equação, temos:
RACIOCÍNIO LÓGICO

20 8 5
= �
π 4 16
20 � 4 � 16
x= = 32
8�5
Logo, serão montados 32 carrinhos.

41
SISTEMAS DE MEDIDAS DE COMPRIMENTO, PERÍMETRO,
ÁREA, VOLUME, TEMPERATURA, MASSA E TEMPO.

Sistema de Unidades de Medidas

O sistema de medidas e unidades existe para quantificar dimensões. Como a variação das mesmas pode ser gigan-
tesca, existem conversões entre unidades para melhor leitura.

Medidas de Comprimento

A unidade principal (utilizada no sistema internacional de medidas) de comprimento é o metro. Para medir dimen-
sões muito maiores ou muito menores que essa referência, surgiram seis unidades adicionais:

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

A conversão de unidades de comprimento segue potências de 10. Para saber o quanto se deve multiplicar (ou di-
vidir), utiliza-se a regra do 10 c , onde c é o número de casas que se andou na tabela acima. Adicionalmente, se você
andou para a direita, o número deverá ser multiplicado, se andou para a esquerda, será dividido. As figuras a seguir
exemplificam as conversões:

Ex: Conversão de 2,3 metros para centímetros

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você
vai converter.

2o passo: Conte a
quantidade de casas
que você anda de uma
unidade para a outra. De
metro para centímetro
foram 2 casas.
km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

Ex: Conversão de 125 000 mm para decâmetro:


RACIOCÍNIO LÓGICO

42
km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)
1º passo: Inicia-se
da unidade que
você vai converter.

2º passo: Conte a quan-


tidade de casas que você
anda de uma unidade para
a outra. De milímetro para
decâmetro são 4 casas.
km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

km hm dam m dm cm mm
(kilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)

Medidas de Área (Superfície)

As medidas de área seguem as mesmas referências que as medidas de comprimento. A unidade principal é o metro
quadrado e as outras seis unidades são apresentadas a seguir:

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²


(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)

A conversão de unidades segue com potências de 10. A diferença agora é que ao invés da regra de 10c , utiliza-se
a regra de 102c , ou seja, o número de casas que se andou deve ser multiplicado por 2. A definição se multiplica ou
divide segue a mesma regra: Andou para a direita, multiplica, andou para a esquerda, divide. Sigam os exemplos:

Ex: Conversão de 2 km² para m²

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²


(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você
vai converter.
RACIOCÍNIO LÓGICO

2º passo: Conte a
quantidade de casas que
você andou. Neste caso,
de km2 para m2, andou-
se 3 casas.

43
km² hm² dam² m² dm² cm² mm²
(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)

Ex: Conversão de 20 mm² para cm²

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²


(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você vai
converter.

2o passo: Conte a quantidade


de casas que você andou.
Neste caso, de mm2 para
cm2, andou-se 1 casa.
km² hm² dam² m² dm² cm² mm²
(kilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)

Medidas de Volume (Capacidade)

As medidas de volume seguem as mesmas referências que as medidas de comprimento. A unidade principal é o
metro cúbico e as outras seis unidades são apresentadas a seguir:

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

c
A conversão de unidades segue com potências de 10. A diferença agora é que ao invés da regra de 10 , utiliza-se
a regra de 103c , ou seja, o número de casas que se andou deve ser multiplicado por 3. A definição se multiplica ou
divide segue a mesma regra: Andou para a direita, multiplica, andou para a esquerda, divide. Sigam os exemplos:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Ex: Conversão de 3,7 m³ para cm³

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

44
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você vai
converter.

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

2o passo: Conte a
quantidade de
casas que você andou.
Neste caso, de m3
para cm3, forma2 casas.

Ex: Conversão de 50000 dm³ para m³

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)
1o passo:
Inicia-se
da unidade
que você vai
converter.

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(kilômetro (hectômetro- (decâmetro- (metro- (decímetro- (centímetro- (milímetro-
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

2o passo: Conte a
quantidade de ca-
sas que você an-
dou. Neste caso, de
m3 para dm3, an-
dou-se 1 casa.
RACIOCÍNIO LÓGICO

kL hL dam³ m³ dm³ cm³ mm³


(quilolitro) (hectolitro) (decalitro) (litro) (decilitro) (centilitro) (mililitro)

Para essa tabela, o roteiro para converter unidades de medidas é o mesmo utilizado para as medidas anteriores. A
diferença é que para cada unidade à direita multiplica-se por 10 e para cada unidade à esquerda divide-se por 10 (igual
para unidades de comprimento).

45
Medidas de Massa

As medidas de massa segue a base 10, como as medidas de comprimento. A unidade principal é o grama (g) e suas
seis unidades complementares estão apresentadas a seguir:

kg hg dag g dg cg mg
(kilograma) (hectograma) (decagrama) (grama) (decígrama) (centígrama) (milígrama)

Os passos para conversão de unidades segue o mesmo das medidas de comprimento. Utiliza-se a regra do 10c ,
multiplicando se caminha para a direita e divide quando caminha para a esquerda.

FIQUE ATENTO!
Outras unidades importantes:
• Massa: A tonelada, sendo que 1 tonelada vale 1000 kg.
• Volume : O litro (l) que vale 1 decímetro cúbico (dm³) e o mililitro, que vale 1 cm³.
• Área: O hectare (ha) que vale 1 hectômetro quadrado (ou 10000 m²) e o alqueire, (varia de região para
região e normalmente a conversão desejada é dada na prova).

Medidas de Tempo

Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede intervalos de tempo, é o mais conhecido.
2h = 2 ∙ 60min = 120 min = 120 ∙ 60s = 7 200s

Para passar de uma unidade para a menor seguinte, multiplica-se por 60.
0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como 1 décimo de hora corresponde a 6 minutos, conclui-se que 0,3h
= 18min.

Para medir ângulos, também temos um sistema não decimal. Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na astronomia,
na cartografia e na navegação são necessárias medidas inferiores a 1º. Temos, então:
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)

Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é claro, os mesmos do sistema hora – minuto – segundo. Há uma
coincidência de nomes, mas até os símbolos que os indicam são diferentes:
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do dia.
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.

#FicaDica
Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora – minuto – segundo são similares a cálculos no sistema grau
– minuto – segundo, embora esses sistemas correspondam a grandezas distintas.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Raquel saiu de casa às 13h 45min, caminhando até o curso de inglês que fica a 15 minutos de sua casa, e chegou na
hora da aula cuja duração é de uma hora e meia. A que horas terminará a aula de inglês?

a) 14h
b) 14h 30min
c) 15h 15min
RACIOCÍNIO LÓGICO

d) 15h 30min
e) 15h 45min

Resposta: Letra D. Basta somarmos todos os valores mencionados no enunciado do teste, ou seja:
13h 45min + 15 min + 1h 30 min = 15h 30min
Logo, a questão correta é a letra D.
2. 348 mm3 equivalem a quantos decilitros?

46
Resposta: “0, 00348 dl”.
Como 1 cm3 equivale a 1 ml, é melhor dividirmos 348 PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E
mm3  por mil, para obtermos o seu equivalente em NOÇÃO DE PROBABILIDADE.
centímetros cúbicos: 0,348 cm3.
Logo 348 mm3 equivalem a 0, 348 ml, já que cm3 e ml se
equivalem. PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM
Neste ponto já convertemos de uma unidade de me-
dida de volume, para uma unidade de medida de ca- O princípio fundamental da contagem permite quan-
pacidade. tificar situações ou casos de uma determinada situação
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quan- ou evento. Em outras palavras, é uma maneira sistemáti-
do então passaremos dois níveis à esquerda. Dividire- ca de “contar” a quantidade de “coisas”.
mos então por 10 duas vezes: A base deste princípio se dá pela separação de ca-
0,348ml:10:100,00348dl sos e quantificação dos mesmos. Após isso, uma mul-
Logo, 348 mm³ equivalem a 0, 00348 dl. tiplicação de todos estes números é feita para achar a
quantidade total de possibilidades. O exemplo a seguir
3. Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados. irá ilustrar isso.
Exemplo:“ João foi almoçar em um restaurante no
Resposta: 0, 00005 hm². centro da cidade, ao chegar no local, percebeu que ofe-
Para passarmos de decímetros quadrados para hectô- recem 3 tipos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas di-
metros quadrados, passaremos três níveis à esquerda. ferentes e 5 sobremesas diferentes. De quantas maneiras
Dividiremos então por 100 três vezes: distintas ele pode fazer um pedido, pegando apenas 1
50dm2:100:100:100 ⟹ 0,00005hm2 tipo de cada alimento? ”
Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a es-
querda. Resolução: O princípio da contagem depende forte-
Portanto, 50 dm² é igual a 0, 00005 hm². mente de uma organização do problema. A sugestão é
sempre organizar cada caso em traços e preenchendo a
4. Passe 5.200 gramas para quilogramas. quantidade de possibilidades. Como temos 4 casos dis-
tintos (salada, carne, bebida e sobremesa), iremos fazer
Resposta: 5,2 kg. 4 traços:
Para passarmos 5.200 gramas para quilogramas, deve-
mos dividir (porque na tabela grama está à direita de
quilograma) 5.200 por 10 três vezes, pois para passar-
mos de gramas para quilogramas saltamos três níveis Agora, preencheremos a quantidade de possibilida-
à esquerda. des de cada caso:
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois
de decagrama para hectograma e finalmente de hec-
tograma para quilograma:
5200g:10:10:10 ⟹ 5,2Kg
Isto equivale a passar a vírgula três casas para a es-
querda. Finalmente, multiplicamos os números:
Portanto, 5.200 g são iguais a 5,2 kg.
5. Converta 2,5 metros em centímetros.

Resposta: 250 cm.


Para convertermos 2,5 metros em centímetros, deve-
mos multiplicar (porque na tabela  metro  está à es- Assim, João tem 180 possibilidades diferentes de se
querda de centímetro) 2,5 por 10 duas vezes, pois para montar um prato.
passarmos de metros para centímetros saltamos dois
níveis à direita. FATORIAL
Primeiro passamos de metros para decímetros e de-
Antes de definirmos casos particulares de contagem,
pois de decímetros para centímetros:
iremos definir uma operação matemática que será uti-
2,5m∙10∙10 ⟹ 250cm
lizada nas próximas seções: o fatorial. Define-se o sinal
Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a di-
de fatorial pelo ponto de exclamação, ou seja, “!“. Assim,
reita.
quando encontrarmos 2! Significa que estaremos calcu-
Logo, 2,5 m é igual a 250 cm.
RACIOCÍNIO LÓGICO

lando o “fatorial de 2” ou “2 fatorial”. A definição de fato-


rial está apresentada a seguir:
n! = n ⋅ n − 1 ⋅ n − 2 ⋅ n − 3 … 3 ⋅ 2 ⋅ 1

Ou seja, o fatorial de um número é caracterizado pelo


produto deste número e seus antecessores, até se chegar
ao número 1. Vejam os exemplos abaixo:

47
Ou seja, para permutar 5 elementos em 5 posições,
3! = 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 6 basta eu calcular o fatorial de 5:
5! = 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 120 P5 = 5! = 120

Logo, eu posso posicionar as pessoas de 120 manei-


Assim, basta ir multiplicando os números até se che- ras diferentes na fileira de cadeiras.
gar ao número 1. Observe que os fatoriais aumentam
muito rápido, veja quanto é 10!: Observe que a fórmula da permutação é utilizada
10! = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 3628800 como não há repetição de elementos, mas e quando
ocorre repetição? Neste caso, a fórmula da permutação
Já estamos na casa dos milhões! Para não trabalhar- terá uma complementação, para desconsiderar casos re-
mos com valores tão altos, as operações com fatoriais são petidos que serão contados 2 ou mais vezes se utilizar-
normalmente feitas por último, procurando fazer o maior
mos a fórmula diretamente.
número de simplificações possíveis. Observe este exemplo:
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 O exemplo mais comum destes casos é o que chama-
Calcule =
7! 7 ⋅6 ⋅5 ⋅4 ⋅3 ⋅2 ⋅1 mos de Anagramas. Os anagramas são permutações das
Resolução: Ao invés de calcular os valores de 7! e 10! letras de uma palavra, formando novas palavras, sem a
separadamente e depois fazer a divisão, o que levaria necessidade de terem sentido ou não. Usando primeira-
muito tempo, nós simplificamos os fatoriais primeiro. mente um exemplo sem repetição, veja quantos anagra-
Pela definição de fatorial, temos o seguinte: mas podemos formar com o nome BRUNO:
Montando a esquematização:
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
=
7! 7 ⋅6 ⋅5 ⋅4 ⋅3 ⋅2 ⋅1
Observe que o denominador pode ser inteiramente
cancelado, pois 10! Possui todos os termos de 7!. Essa
é uma particularidade interessante e facilitará demais a
simplificação. Se cancelarmos, restará apenas um produ-
to de 3 termos: Ou seja, temos que posicionar as letras nas 5 casas
correspondentes e neste caso, é um problema de permu-
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 tação sem repetição como já foi visto:
= = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 = 720
7! 7 ⋅6⋅5 ⋅4⋅3⋅ 2 ⋅1 P5 = 5! = 120

Essa operação é muito mais fácil que calcular os fato- Logo, podemos formar 120 anagramas com a pala-
riais desde o começo! vra BRUNO. Agora, vamos olhar o mesmo problema, mas
com a palavra MARIANA. Ela possui 7 letras, logo tere-
Agora que sabemos o que é fatorial e como simplifi- mos 7 posições:
cá-lo, podemos passar para os casos particulares de con-
tagem: Permutações, Combinações e Arranjos

PERMUTAÇÃO

Permutação sem repetições de elementos


As permutações são definidas como situações onde o Entretanto, temos a repetição da letra A. Veja o que
número de elementos é igual ao número de posições em acontece quando montarmos um anagrama qualquer da
que podemos posicioná-los. Considere o exemplo onde palavra:
temos 5 pessoas e 5 cadeiras alinhadas. Queremos saber
de quantas maneiras diferentes podemos posicionar es-
sas pessoas. Esquematizando o problema, chamando de
P as pessoas e C as cadeiras:
Não conseguimos saber qual letra “A” foi utilizada nas
posições C1,C3 e C5. Se trocarmos as mesmas de posição
entre si, ficaremos com os mesmos anagramas, caracte-
rizando uma repetição. Assim, para saber a quantidade
de anagramas com repetição, corrigiremos a fórmula da
permutação da seguinte forma:
RACIOCÍNIO LÓGICO

n!
Pna =
Em problemas onde o número de elementos é igual a!
ao número de posições, sempre teremos uma permuta-
ção. A fórmula da permutação, considerando que não há Ou seja, calcula-se a permutação de “n” elementos
repetição de elementos é a seguinte: com “a” repetições. Considerando que MARIANA tem 7
letras (n=7) e a letra “A” se repete 3 vezes, temos que:
Pn = n!

48
7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
P73 = = = 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 = 840
3! 3⋅2⋅1
Assim, a palavra MARIANA tem 840 anagramas pos-
síveis.
Outro exemplo para deixar este conceito bem claro,
é quando temos dois elementos se repetindo. Por exem-
plo, vamos calcular os anagramas da palavra TALITA:

Observe que a letra “T” repete 2 vezes e a letra “A”


também repete duas vezes. Na fórmula da permutação É importante notar que as comissões ADG e GAD não
com repetição, faremos duas divisões: possuem diferenças, já que as casas C1,C2 e C3 não pos-
n! suem nenhuma particularidade descrita no enunciado.
Pna,b = Assim, trata-se de um problema de combinação. A fór-
a! b!
mula da combinação depende do número de elementos
Ou seja, se houver 2 ou mais elementos se repetindo, “n” e o número de posições “p”:
a correção é feita dividindo pelas repetições de cada um.
Como ambos repetem duas vezes:
n!
Cn,p =
6! 6.5.4.3.2.1 6.5.4.3 360
p! (n − p)!
P62,2 = = = = = 180
2! 2! 2.1 .2.1 2.1 2
No exemplo, temos 7 elementos e 3 posições, assim:
Assim, a palavra TALITA tem 180 anagramas.
n! 7! 7! 7�6�5�4�3�2�1 7�6�5
Cn,p = = 3! 7−3 ! = 3!�4! = 3�2�1 � 4�3�2�1 = 3�2�1 = 7 � 5 = 35
Combinações p!(n−p)!

As combinações e os arranjos, que serão apresenta- Ou seja, podemos formar 35 comissões distintas.
dos a seguir, possuem uma característica diferente da Arranjos
permutação. A diferença está no fato do número de po-
sições ser MENOR que o número de elementos, ou seja, Os arranjos seguem a mesma linha da combinação,
quando os elementos forem agrupados, sobrarão alguns. onde o número de elementos deve ser maior que o nú-
Veja este exemplo: De quantas maneiras podemos for- mero de posições possíveis, mas com a diferença que a
mar uma comissão de 3 membros, dentro os 7 funcioná- ordem de escolha dos elementos deve ser considerada.
rios de uma empresa? Vamos utilizar o mesmo exemplo descrito na combina-
Resolução: Este exemplo mostrará também como ção, mas com algumas diferenças:
diferenciar combinação de arranjo. Logo de início, po- De quantas maneiras podemos formar uma comissão
demos ver que não se trata de um problema de permu- de 3 membros, composta por um presidente, um vice-
tação, pois temos 3 posições para 7 elementos. Para di- -presidente e um secretário, dentro os 7 funcionários de
ferenciar combinação e arranjo, temos que verificar se a uma empresa?
ordem de escolha dos elementos importa ou não. Neste Observe que agora o enunciado classifica explicita-
caso, a ordem não importa, pois estamos escolhendo 3 mente as posições, e podemos montar o esquema da
pessoas e não importa a ordem que escolhemos elas pois seguinte forma:
a comissão será a mesma. Observe a esquematização:

As posições agora foram classificadas de acordo com


RACIOCÍNIO LÓGICO

a posição que foi pedida no enunciado. Vamos observar


As pessoas foram chamadas pelas letras de A até G. agora o que acontece quando selecionando novamente
Vamos supor que escolheremos as pessoas A,D e G mas as pessoas A,D e G:
em ordens diferentes:

49
são 2 números, assim como o “782 _ _”. O próximo já
será o 78312. Somando: 24+24+24+6+6+6+2+2=94.
Logo, ele será o 95° número

2. Quantas senhas com 4 algarismos diferentes podemos


escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,e 9?

Resolução:
Esse exercício pode ser feito tanto com a fórmula,
quanto usando a princípio fundamental da contagem.

- 1ª maneira: usando o princípio fundamental da con-


tagem.
Como o exercício indica que não ocorrerá repetição
nos algarismos que irão compor a senha, então tere-
mos a seguinte situação:
- 9 opções para o algarismo das unidades;
- 8 opções para o algarismo das dezenas, visto que já
Neste caso, as duas comissões são diferentes, pois em
utilizamos 1 algarismo na unidade e não pode repetir;
uma a pessoa A é presidente e na outra ela é vice-presi-
- 7 opções para o algarismo das centenas, pois já utili-
dente. Como a ordem importa, temos um problema de
zamos 1 algarismo na unidade e outro na dezena;
arranjo. A fórmula de arranjo é mais simples que a fór- - 6 opções para o algarismo do milhar, pois temos que
mula de combinação: tirar os que já usamos anteriormente.
n! Assim, o número de senhas será dado por:
An,p = 9∙8∙7∙6 = 3 024 senhas
(n − p)!
2ª maneira: usando a fórmula
Para identificar qual fórmula usar, devemos perceber
Tomando n=7 e p = 3 novamente: que a ordem dos algarismos é importante. Por exem-
plo 1234 é diferente de 4321, assim iremos usar a fór-
n! 7! 7! 7 � 6 � 5 � 4 � 3 � mula
2 � 1 de arranjo.
An,p = = = = = 7 � 6 � 5 = 210
(n − p)! 7 − 3 ! 4! 4 � 3 � 2 � 1 Então, temos 9 elementos para serem agrupados de 4
a 4. Desta maneira, o cálculo será:

! 7! 7! 7 � 6 � 5 � 4 � 3 � 2 � 1
= = = = 7 � 6 � 5 = 210 9! 9! 9 � 8 � 7 � 6 � 5!
p)! 7 − 3 ! 4! 4�3�2�1 A9,4 = = = = 3024 senhas
9 − 4 ! 5! 5!

Ou seja, é possível formar 210 comissões neste caso. PROBABILIDADE


Veja que o número é maior que o número da combina-
ção. A razão é que comissões que antes eram repetidas Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento
na combinação, deixaram de ser no arranjo.
Em uma tentativa com um número limitado de re-
sultados, todos com chances iguais, devemos considerar
EXERCÍCIOS COMENTADOS três definições fundamentais:
Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos re-
sultados possíveis.
1. (PF – ESCRIVÃO – CESPE, 2009). Na sequência cres- Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos re-
cente de todos os números obtidos, permutando-se os sultados possíveis; será representado por S e o número
algarismos 1, 2, 3, 7, 8, a posição do número 78.312 é a  de elementos do espaço amostra por n(S).
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do es-
a) 94ª paço amostral; será representado por A e o número de
b) 95ª elementos do evento por n(A).
c) 96ª
d) 97ª Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S,
e) 98ª
portanto são eventos.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Resposta: Letra B. Deve-se contar todos os números Ø = evento impossível.


S = evento certo.
anteriores a 78312. Iniciando com 1_ _ _ _, temos 4 es-
paços, ou seja 4! = 24 números; iniciando com 2 _ _ _ _
temos outros 24 números, assim como iniciando com
3_ _ _ _. Depois temos os números iniciados com “71_ _
_” que são 6 (3!), assim como os iniciados em “72_ _ _”
e “73_ _ _”. Depois aparece o iniciado com “781_ _” que

50
Conceito de Probabilidade

As probabilidades têm a função de mostrar a chance


de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer
um determinado evento A, que é simbolizada por P(A),
de um espaço amostral S≠ Ø , é dada pelo quociente en-
tre o número de elementos A e o número de elemento S.
Representando: n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)↔
n(A)
P A = n(A ∪ B) n(A) n(B) n(A ∩ B)
N(S)
↔ = + −
Ex: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1
n(S) n(S) n(S) n(S)
a 6, e observar o lado virado para cima, temos:
a) um espaço amostral, que seria o conjunto S Logo: P(A ∪ B) = P(A) + P(B) - P(A ∩ B)
{1,2,3,4,5,6}..
b) um evento número par, que seria o conjunto A1 = Eventos Mutuamente Exclusivos
{2,4,6} C S.
c) o número de elementos do evento número par é
n(A1) = 3.
d) a probabilidade do evento número par é 1/2, pois
n(A1 ) 3 1
P A = = =
N(S) 6 2

Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não


Vazio
Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão de-
nominados mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B
a) Em um evento impossível a probabilidade é igual a
= 0, portanto: P(A ∪ B) = P(A) + P(B). Quando os eventos
zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual a
1. Simbolicamente: P( Ø ) = 0 e P(S)= 1 A1 , A2 , A3 , … , An de S forem, de dois em dois, sempre mu-
b) Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ P(A) tuamente exclusivos, nesse caso temos, analogicamente:
≤ 1.
c) Se A for o complemento de A em S, neste caso P(A) = P(A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An ) = P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An )
1 - P(A)
Eventos Exaustivos
Demonstração das Propriedades
Quando os eventos A1 , A2 , A3 , … , An de S forem,
Considerando S como um espaço finito e não vazio, te-
mos: de dois em dois, mutuamente exclusivos, estes serão de-
nominados exaustivos se:
A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An = S


� A ∪ �A = S
A∩A =∅
Então, logo:
RACIOCÍNIO LÓGICO

𝑃 A1 ∪ A2 ∪ ⋯ ∪ An = 𝑃 A1 + 𝑃 A2 + ⋯ + 𝑃(An )

𝑃 A1 ∪ A2 ∪ ⋯ An = 𝑃 S = 1

União de Eventos
Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ...+ P(An) = 1
Considere A e B como dois eventos de um espaço
amostral S, finito e não vazio, temos:

51
Probabilidade Condicionada
FIQUE ATENTO!
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral Um exercício de probabilidade pode envol-
S, finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a ver aspectos relativos à análise combinató-
A é dada pela probabilidade de ocorrência de B sabendo ria. É importante ter em mente a diferença
que já ocorreu A. É representada por P (B/A). conceitual que existe entre ambos.
Veja:
n(A ∩ B)
P(B⁄A) =
n(A)
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Uma bola será retirada de uma sacola contendo 5 bo-


las verdes e 7 bolas amarelas. Qual a probabilidade desta
bola ser verde?

Resposta: 5/12.
Neste exercício o espaço amostral possui 12 elemen-
tos, que é o número total de bolas, portanto a proba-
bilidade de ser retirada uma bola verde está na razão
de 5 para 12.
Sendo S o espaço amostral e E o evento da retirada de
Eventos Independentes uma bola verde, matematicamente podemos repre-
sentar a resolução assim:
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral
n E
S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente P E =
quando: n S

P(A/B) = P(A) 5
P(B/A) = P(B) P E =
12
Intersecção de Eventos
Logo, a probabilidade desta bola ser verde é 5/12.
Considerando A e B como dois eventos de um espaço
amostral S, finito e não vazio, logo: 2. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Entre os cin-
co números 2, 3, 4, 5 e 6, dois deles são escolhidos ao
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B) acaso e o produto deles dois é calculado. A probabilida-
P(B/A) =
n(A)
=
n A + n(S)
=
P(A) de desse produto ser um número par é:

a) 60%
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B) b) 75%
P(A/B) = = =
n(B) n B + n(S) P(B) c) 80%
d) 85%
e) 90%
Assim sendo:
P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B/A) Resposta: Letra E. Para sabermos o tamanho do es-
P(A ∩ B)= P(B) ∙ P(A/B) paço amostral, basta calcularmos a combinação dos 5
elementos tomados 2 a 2 (a ordem não importa, pois
Considerando A e B como eventos independentes, a ordem dos fatores não altera o produto):
logo P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B)
= P(A)∙ P(B). Para saber se os eventos A e B são indepen- 5! 5 � 4
dentes, podemos utilizar a definição ou calcular a proba- C5,2 = = = 10
bilidade de A ∩ B. Veja a representação: 2! 3! 2
RACIOCÍNIO LÓGICO

A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou Para o produto ser par, os dois números escolhidos
A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B) deverão ser par ou um deles é par. O único caso onde
o produto não dá par é quando os dois números são
ímpares. Assim, apenas o produto 3 5 não pode ser
escolhido. Logo, se 1/10 = 10% não terá produto par,
os outros 90% terão.

52
EQUAÇÕES DO PRIMEIRO 5x − 2x = 8 + 4
E SEGUNDO GRAUS.
Aplicando a regra 5, simplifica-se as expressões em
ambos os membros. Simplificar significa “juntar” todos
EQUAÇÃO DO 1º GRAU os termos com incógnitas em um único termo no 1º
membro e fazer o mesmo com todos os temos que con-
Uma equação é uma igualdade na qual uma ou mais tenham somente números no 2º membro:
variáveis, conhecidas por incógnitas, são desconhecidas.
Resolver uma equação significa encontrar o valor das in- 3x = 12
cógnitas. Equações do primeiro grau são equações onde
há somente uma incógnita a ser encontrada e seu ex- Aplicando a regra 6, isola-se a incógnita no 1º mem-
poente é igual a 1. A forma geral de uma equação do bro. Para isso, divide-se ambos os lados da equação por
primeiro grau é: 3, fazendo com que no 1º membro reste apenas :
ax + b = 0
3x 12 12
= →x= → x = 4 → S = {4�
3 3 3
Onde a e b são números reais.
2x
O “lado esquerdo” da equação é denominado 1º Exemplo: Resolva a equação +2 x−4 = x+1
membro enquanto o “lado direito” é denominado 2º 3
membro. Aplicando a regra 1, eliminam-se os parênteses. Para
isso, aplica-se a distributiva no termo com parênteses:
2x
#FicaDica + 2x − 8 = x + 1
3
Para resolver uma equação do primeiro grau,
costuma-se concentrar todos os termos que Aplicando a regra 2, igualam-se os denominadores
contenham incógnitas no 1º membro e to- de todos os termos. Nessa equação, o denominador co-
dos os termos que contenham somente nú- mum é “3”:
meros no 2º membro.
2x 6x 24 3x 3
+ − = +
3 3 3 3 3
FIQUE ATENTO!
Há diversas formas de equações do primeiro Como há o mesmo denominador em todos os ter-
grau e a seguir serão apresentados alguns mos, eles podem ser “cortados”:
deles. Antes, há uma lista de “regras” para a
2x + 6x − 24 = 3x + 3
solução de equações do primeiro grau:

Aplicando a regra 3, transfere-se o termo “3x” para o


Regra 1 – Eliminar os parênteses 1º membro:
Regra 2 – Igualar os denominadores de todos os
termos caso haja frações 2x + 6x − 3x − 24 = 3
Regra 3 – Transferir todos os termos que conte-
nham incógnitas para o 1º membro Aplicando a regra 4, transfere-se o termo “-24” para
Regra 4 – Transferir todos os termos que conte- o 2º membro:
nham somente números para o 2º membro
Regra 5 – Simplificar as expressões em ambos os 2x + 6x − 3x = 24 + 3
membros Aplicando a regra 5, simplificam-se as expressões em
Regra 5 – Isolar a incógnita no 1º membro ambos os membros:

Exemplo: Resolva a equação 5x − 4 = 2x + 8 5x = 27

As regras 1 e 2 não se aplicam pois não há parênteses, Por fim, aplicando a regra 6, isola-se a incógnita no
nem frações. Aplicando a regra 3, transfere-se o termo 1º membro:
RACIOCÍNIO LÓGICO

“2x” para o 1º membro. Para fazer isso, basta colocá-lo 27 27


no 1º membro com o sinal trocado: x= →S=
5 5
5x − 4 − 2x = 8
Aplicando a regra 4, transfere-se o termo “-4” para o
2º membro. Para fazer isso, basta colocá-lo no 1º mem-
bro com o sinal trocado:

53
Exs:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
2
5x – 8x + 3 = 0 é uma equação completa (a = 5, b = – 8, c = 3).
2
y + 12y + 20 = 0 é uma equação completa (a = 1, b = 12, c = 20).

1. Calcule:
Quando b=0 ou c=0 ou b=c=0, a equação do 2º grau
a) −3x – 5 = 25 se diz incompleta.

Exs:
1
b) 2x − =3 2
2 x – 81 = 0 é uma equação incompleta (a = 1, b = 0 e c = – 81).
2
10t + 2t = 0 é uma equação incompleta (a = 10, b = 2 e c = 0).
2
5y = 0 é uma equação incompleta (a = 5, b = 0 e c = 0).
Resposta:

a) −3x – 5 = 25 Todas essas equações estão escritas na forma


⟹ −3x − 5 + 5 = 25 + 5 ax 2 + bx + c = 0 , que é denominada forma
normal ou forma reduzida de uma equação do 2º grau
⟹ −3x = 30
com uma incógnita.
−3x 30 Há, porém, algumas equações do 2º grau que não
⟹ = ⟹ x = −10
−3 −3 estão escritas na forma ax 2 + bx + c = 0 ; por meio
de transformações convenientes, em que aplicamos o
b) 1 princípio aditivo para reduzi-las a essa forma.
2x – = 3
2
1 1 1 Ex:
⟹ 2x − + = 3 + Dada a equação: 2x 2 – 7x + 4 = 1 – x 2 , vamos es-
2 2 2
crevê-la na forma normal ou reduzida.
7 2x 7
⟹ 2x = ⟹ =
2 2 4 2x 2 – 7x + 4 – 1 + x 2 = 0
7
⟹x= 2x 2 + x 2 – 7x + 4 – 1 = 0
4 3x 2 – 7x + 3 = 0
2. Encontre o valor de x que satisfaz a equação
Resolução de Equações do 2º Grau: Fórmula de
3x + 24 = −5x Bháskara

Resposta: Para encontras as soluções de equações do segundo


grau, é necessário conhecer seu discriminante, represen-
3x + 24 = −5x tado pela letra grega Δ (delta).
⟹ 3x + 5x + 24 = 0 − 5x + 5x Δ = b2 − 4 � a � c
⟹ 8x = −24
⟹ x = −3
FIQUE ATENTO!
EQUAÇÃO DO 2º GRAU
O discriminante fornece importantes informa-
ções de uma equação do 2ª grau:
Equações do segundo grau são equações nas quais
o maior expoente de X é igual a 2. Sua forma geral é Se Δ > 0 → A equação possui duas raízes reais e distintas
expressa por: Se Δ = 0 → A equação possui duas raízes reais e idênticas
Se Δ < 0 → A equação não possui raízes reais
ax 2 + bx + c = 0

Onde a, b e c são números reais e a ≠ 0. Os números


A solução é dada pela Fórmula de Bháskara:
a, b e c são chamados coeficientes da equação:
- a é sempre o coeficiente do termo em x². −b ± Δ , válida para os casos onde Δ > 0 ou
RACIOCÍNIO LÓGICO

- b é sempre o coeficiente do termo em x. x=


.2a
- c é sempre o coeficiente ou termo independente. Δ=0

Equação completa e incompleta

- Quando b ≠ e c ≠ , a equação do 2º grau se diz


completa.

54
Exemplo: Resolva a equação x 2 − 4x + 4 = 0
#FicaDica Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=2 e c=3
Para utilizar a Fórmula de Bháskara a equa- Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante:
ção deve estar obrigatoriamente no formato
ax 2 + bx + c = 0 . Caso não esteja, é Δ = b2 − 4 � a � c = 2 2
− 4 � 1 � 3 = 4 − 12 = −8
necessário colocar a equação nesse formato
para, em seguida, aplicar a fórmula! Como o discriminante é negativo, a equação não pos-
sui raízes reais.
Assim, S= ∅ (solução vazia).
Quando b=0 diz-se que as raízes das equações são
simétricas.

As regras para solução de uma equação do 2º grau EXERCÍCIOS COMENTADOS


são as seguintes:
Regra 1 – Identificar os números e 1. Determine os valores de x que satisfazem: 
Regra 2 – Calcular o discriminante 2
Regra 3 – Caso o discriminante não seja negativo, x − 2x − 5 = 0
utilizar a Fórmula de Bháskara
Resposta:
Exemplo: Resolva a equação
Aplicando a regra 1, identifica-se: , e x ′ = 1 − 6 e x′′ = 1 + 6.
Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante:
2
x − 2x − 5 = 0
Como o discriminante não é negativo, aplica-se a re-
gra 3, que consiste em utilizar a fórmula de Bháskara: Δ = −2 2 − 4 � −5 � 1 = 4 + 20 = 24
− −2 ± 24 2±2 6
x= = 2 =1± 6
Assim, 2�1
Assim, as raízes x′ e x′′ são:
Exemplo: Resolva a equação x − x − 6 = 0
2
x′ = 1 − 6 e x′′ = 1 + 6
Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=-1 e c=-6
Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante:
2. Determine os valores de x que satisfazem: 
Δ = b2 − 4 � a � c = −1 2 − 4 � 1 � −6 = 1 + 24 = 25
x 2 − 2x + 5 = 0
Como o discriminante não é negativo, aplica-se a regra 3,
que consiste em utilizar a fórmula de Bháskara: Resposta:
x2 - 2x -5 = 0
Δ=(-2)2-4∙(5)∙(1)=4-20=-16
Então, como não existe solução real para o cálculo da
raiz quadrada de 16,nenhum
valor de x satistaz a equação.
Não existe solução em R.
Assim, S= {-2, 3}

Exemplo: Resolva a equação x2-4x+4=0


Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=-4 e c=4 GEOMETRIA BÁSICA
Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante:
Δ = b2 − 4 � a � c = −4 2
− 4 � 1 � 4 = 16 − 16 = 0
INTRODUÇÃO A GEOMETRIA PLANA
Como o discriminante não é negativo, aplica-se a re-
gra 3, que consiste em utilizar a fórmula de Bháskara: Ponto, Reta e Plano
A definição dos entes primitivos ponto, reta e plano
é quase impossível, o que se sabe muito bem e aqui será
−b ± Δ − −4 ± 0 4 ± 0 4
o mais importante é sua representação geométrica e es-
RACIOCÍNIO LÓGICO

x= = = = =2
2a 2×1 2 2 pacial.

Assim, S={2} Representação, (notação)


→ Pontos serão representados por letras latinas
Note que, como o discriminante é nulo, a equação maiúsculas; ex: A, B, C,…
possui duas raízes reais e idênticas iguais a 2. → Retas serão representados por letras latinas minús-
culas; ex: a, b, c,…

55
→ Planos serão representados por letras gregas mi-
núsculas; ex: β,∞,α,...

Representação gráfica

- Duas retas são concorrentes se tiverem apenas um


ponto em comum.

Observe que r ∩ s = {H} . Sendo que H está contido


na reta r e na reta s.
Postulados primitivos da geometria, qualquer postu-
lado ou axioma é aceito sem que seja necessária a prova, Um plano é um subconjunto do espaço R3 de tal
contanto que não exista a contraprova. modo que quaisquer dois pontos desse conjunto podem
- Numa reta bem como fora dela há infinitos pontos ser ligados por um segmento de reta inteiramente con-
distintos. tida no conjunto.
- Dois pontos determinam uma única reta (uma e so- Um plano no espaço pode ser determinado por qual-
mente uma reta). quer uma das situações:
- Três pontos não colineares (não pertencentes à
mesma reta);
- Um ponto e uma reta que não contem o ponto;
- Um ponto e um segmento de reta que não contem
o ponto;
- Duas retas paralelas que não se sobrepõe;
- Dois segmentos de reta paralelos que não se so-
brepõe;
- Duas retas concorrentes;
- Pontos colineares pertencem à mesma reta. - Dois segmentos de reta concorrentes.

Duas retas (segmentos de reta) no espaço R3 podem


ser: paralelas, concorrentes ou reversas.
Duas retas são ditas reversas quando uma não tem
interseção com a outra e elas não são paralelas. Pode-se
pensar de uma reta r desenhada no chão de uma casa e
uma reta s desenhada no teto dessa mesma casa.

- Três pontos determinam um único plano.

Uma reta é perpendicular a um plano no espaço R3, se


ela intersecta o plano em um ponto P e todo segmento
de reta contido no plano que tem P como uma de suas
RACIOCÍNIO LÓGICO

extremidades é perpendicular à reta.

- Se uma reta contém dois pontos de um plano, esta


reta está contida neste plano.

56
Uma reta r é paralela a um plano no espaço R3, se A razão entre os segmentos AB e CD e a razão entre
existe uma reta s inteiramente contida no plano que é os segmentos PQ e RS e , são dadas por frações equivalen-
paralela à reta dada. tes, isto é A B⁄C D = 2⁄3; PQ/RS = 4/6 e como 2/3 = 4/6,
Seja P um ponto localizado fora de um plano. A dis- segue a existência de uma proporção entre esses quatro
tância do ponto ao plano é a medida do segmento de segmentos de reta. Isto nos conduz à definição de seg-
reta perpendicular ao plano em que uma extremidade é mentos proporcionais.
o ponto P e a outra extremidade é o ponto que é a inter- Diremos que quatro segmentos de reta, AB, BC, CD e DE
seção entre o plano e o segmento. , nesta ordem, são proporcionais se: A B⁄B C = C D⁄D E .
Se o ponto P estiver no plano, a distância é nula. Os segmentos AB e DE são os segmentos extremos e
os segmentos BC e CD e são os segmentos meios.
A proporcionalidade acima é garantida pelo fato que
existe uma proporção entre os números reais que repre-
sentam as medidas dos segmentos:
m (AB) m (CD)
=
m (BC) m (DE)
Planos concorrentes no espaço são planos cuja inter-
seção é uma reta. Feixe de Retas Paralelas
Planos paralelos no espaço R3 são planos que não
tem interseção. Um conjunto de três ou mais retas paralelas num pla-
Quando dois planos são concorrentes, dizemos que no é chamado feixe de retas paralelas. A reta que inter-
tais planos formam um diedro e o ângulo formado en- cepta as retas do feixe é chamada de reta transversal. As
tre estes dois planos é denominado ângulo diedral. Para retas a, b, c e d que aparecem no desenho anexado, for-
obter este ângulo diedral, basta tomar o ângulo forma- mam um feixe de retas paralelas enquanto que as retas s
do por quaisquer duas retas perpendiculares aos planos e t são retas transversais.
concorrentes.

Planos normais são aqueles cujo ângulo diedral é um


ângulo reto (90°).

Razão entre Segmentos de Reta


Segmento de reta é o conjunto de todos os pontos Teorema de Tales: Um feixe de retas paralelas de-
de uma reta que estão limitados por dois pontos que são termina sobre duas transversais quaisquer, segmentos
as extremidades do segmento, sendo um deles o ponto proporcionais. A figura abaixo representa uma situação
inicial e o outro o ponto final. Denotamos um segmento onde aparece um feixe de três retas paralelas cortadas
por duas letras como, por exemplo, AB, sendo A o início por duas retas transversais.
e B o final do segmento.
Ex: AB é um segmento de reta que denotamos por AB.

Segmentos Proporcionais

Proporção é a igualdade entre duas razões equiva-


lentes. De forma semelhante aos que já estudamos com
números racionais, é possível estabelecer a proporcio- Identificamos na sequência algumas proporções:
nalidade entre segmentos de reta, através das medidas
desse segmentos. A B⁄B C = DE⁄E F
RACIOCÍNIO LÓGICO

Vamos considerar primeiramente um caso particular B C⁄ A B = EF ⁄D E


com quatro segmentos de reta com suas medidas apre- A B⁄D E = B C⁄ E F
sentadas na tabela a seguir: D E⁄ A B = E F ⁄B C

m(AB) = 2cm m(PQ) =4 cm Ex: Consideremos a figura ao lado com um feixe de


m(CD) = 3cm m(RS) = 6cm retas paralelas, sendo as medidas dos segmentos indica-
das em centímetros.

57
b) Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do
polígono regular e cujos lados passam por vértices
consecutivos do polígono.

Assim: Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não per-


tence à circunferência e os lados são tangentes à ela.
B C⁄A B = E F⁄D E
A B⁄D E = B C⁄E F
D E⁄A B = E F⁄B C

#FicaDica
Uma proporção entre segmentos pode
ser formulada de várias maneiras. Se um
dos segmentos do feixe de paralelas for
desconhecido, a sua dimensão pode
ser determinada com o uso de razões Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a
proporcionais. uma circunferência e seus lados são secantes a ela.

Ângulos

Ângulo: Do latim - angulu (canto, esquina), do grego


- gonas; reunião de duas semi-retas de mesma origem
não colineares.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.

Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;


RACIOCÍNIO LÓGICO

- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Ângulo Central

a) Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o cen- Ângulo Reto:


tro da circunferência;

58
- É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apóiam em retas perpendi-
culares.

Grau: (º): Do latim - gradu; dividindo a circunferência


em 360 partes iguais, cada arco unitário que corresponde
a 1/360 da circunferência denominamos de grau.
Ângulos Complementares: Dois ângulos são comple-
mentares se a soma das suas medidas é 900. Ângulos formados por duas retas paralelas com
uma transversal

Lembre-se: Retas paralelas são retas que estão no


mesmo plano e não possuem ponto em comum.

Vamos observar a figura abaixo:

Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a


mesma medida.

Todos esses ângulos possuem relações entre si, e elas


estão descritas a seguir:

Ângulos colaterais internos: O termo colateral signifi-


ca “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma destes
ângulos será sempre 180°

Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são


opostos pelo vértice se os lados de um são as respectivas
semi-retas opostas aos lados do outro.

Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos su-


plementares se a soma das suas medidas de dois ângulos
RACIOCÍNIO LÓGICO

é 180º.

Assim a soma dos ângulos 4 e 5 é 180° e a soma dos


ângulos 3 e 6 também será 180°

59
Ângulos colaterais externos: O termo colateral signifi-
ca “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma destes
ângulos será sempre 180°

Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 7 e o ângulo 2 é


igual ao ângulo 8

Assim a soma dos ângulos 2 e 7 é 180° e a soma dos Ângulos correspondentes: São ângulos que ocupam
ângulos 1 e 8 também será 180° uma mesma posição na reta transversal, um na região
interna e o outro na região externa.
Ângulos alternos internos: O termo alterno significa
lados diferentes e sua propriedade é que eles sempre se-
rão congruentes

Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 5, o ângulo 2 é


igual ao ângulo 6, o ângulo 3 é igual ao ângulo 7 e o
ângulo 4 é igual ao ângulo 8.

FIQUE ATENTO!
Há cinco classificações distintas para os ân-
RACIOCÍNIO LÓGICO

gulos formados por duas retas paralelas que


Assim, o ângulo 4 é igual ao ângulo 6 e o ângulo 3 é intersectam uma transversal. Então, procure
igual ao ângulo 5 visualizar bem as imagens para associá-las a
cada classificação existente.
Ângulos alternos externos: O termo alterno significa
lados diferentes e sua propriedade é que eles sempre se-
rão congruentes

60
POLÍGONOS
EXERCÍCIOS COMENTADOS Um polígono é uma figura geométrica plana limitada
por uma linha poligonal fechada. A palavra “polígono”
1. (CS-UFG-2016) Considere que a figura abaixo re- advém do grego e quer dizer muitos (poly) e ângulos
presenta um relógio analógico cujos ponteiros das ho- (gon).
ras (menor) e dos minutos (maior) indicam 3 h e 40 min.
Nestas condições, a medida do menor ângulo, em graus, Linhas poligonais e polígonos
formado pelos ponteiros deste relógio, é:
Linha poligonal é uma sucessão de segmentos conse-
cutivos e não-colineares, dois a dois. Classificam-se em:

Linha poligonal fechada


simples:

a) 120°
b) 126°
c) 130° Linha poligonal fechada
d) 132° não-simples:

Resposta: Letra C. Se o ponteiro das horas estivesse


no 4 daria 120 graus. Como ele está antes e se passou
40 minutos (2/3 de uma hora), então ele está 1/3 de
30° (10°) atrás. Se somarmos 120+ 10 = 130°
Linha poligonal aberta
simples:
2. Na imagem a seguir, as retas u, r e s são paralelas e
cortadas por uma reta transversal. Determine o valor dos
ângulos x e y.

Linha poligonal aberta


não-simples:

FIQUE ATENTO!
Polígono é uma linha fechada simples. Um po-
lígono divide o plano em que se encontra em
duas regiões (a interior e a exterior), sem pon-
tos comuns.
Resposta: x = 50° e y = 130°
Facilmente observamos que os ângu-
los x e 50° são opostos pelo vértice, logo, x = 50°. Po-
demos constatar também que y e 50° são suplemen-
tares, ou seja:

50° + y = 180°
y = 180° – 50°
RACIOCÍNIO LÓGICO

y = 130°
Portanto,os ângulos procurados são y = 130° e x = 50°

61
Elementos de um polígono

Um polígono possui os seguintes elementos:

Lados: Cada um dos segmentos de reta que une vértices consecutivos: AB, BC, CD, DE, EA.

Vértices: Ponto de encontro de dois lados consecutivos: A, B, C, D, E


Diagonais: Segmentos que unem dois vértices não consecutivos: AC, AD, BD, BE, CE
Ângulos internos: Ângulos formados por dois lados consecutivos: a� , b� , c� , d
� , e� .
Ângulos externos: Ângulos formados por um lado e pelo prolongamento do lado a ele consecutivo: a�1 , b1 , c1, d1 , e1

Classificação dos polígonos quanto ao número de lados

Nome Número de lados Nome Número de lados


triângulo 3 quadrilátero 4
pentágono 5 hexágono 6
heptágono 7 octógono 8
eneágono 9 decágono 10
hendecágono 11 dodecágono 12
tridecágono 13 tetradecágono 14
pentadecágono 15 hexadecágono 16
heptadecágono 17 octodecágono 18
eneadecágono 19 icoságono 20

A classificação dos polígonos pode ser ilustrada pela seguinte árvore:

Um polígono é denominado simples se ele for descrito por uma fronteira simples e que não se cruza (daí divide o
plano em uma região interna e externa), caso o contrário é denominado complexo.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Um polígono simples é denominado convexo se não tiver nenhum ângulo interno cuja medida é maior que 180°,
caso o contrário é denominado côncavo.
Um polígono convexo é denominado circunscrito a uma circunferência ou polígono circunscrito se todos os vértices
pertencerem a uma mesma circunferência.
Um polígono inscritível é denominado regular se todos os seus lados e todos os seus ângulos forem congruentes.

62
Alguns polígonos regulares:

a) triângulo equilátero
#FicaDica
b) quadrado Polígonos regulares são formas de polígo-
c) pentágono regular nos mais estudadas e cobradas em questões
d) hexágono regular de concursos.
Propriedades dos polígonos

De cada vértice de um polígono de n lados, saem


dv = n – 3 EXERCÍCIOS COMENTADOS
O número de diagonais (d) de um polígono é dado
por: 1. (PREF. DE POÁ-SP – ENGENHEIRO DE SEGURAN-
n n−3 ÇA DE TRABALHO – VUNESP/2015) A figura ilustra
d= um octógono regular de lado √2 cm.
2
Onde n é o número de lados do polígono.

A soma das medidas dos ângulos internos de um po-


lígono de n lados (Si) é dada por:
Si = n − 2 � 180°
A soma das medidas dos ângulos externos de um po-
lígono de n lados (Se) é igual a:

360°
Se =
n

Em um polígono convexo de n lados, o número de


Sendo a altura do trapézio ABCD igual a 1 cm, a área do
triângulos formados por diagonais que saem de cada
triângulo retângulo ADE vale, em cm²
vértice é dado por n - 2.

A medida do ângulo interno de um polígono regular a) 5


de n lados (ai ) é dada por: b) 4
n − 2 � 180° c) 5
ai =
n d) 2 + 1
e) 2
A medida do ângulo externo de um polígono regular
de n lados (ae ) é dada por:
Resposta: Letra D.
360°
ae =
n

A soma das medidas dos ângulos centrais de um po-


lígono regular de n lados (Sc ) é igual a 360º.

A medida do ângulo central de um polígono regular


de n lados () é dada por:
COMENTÁRIO:
360°
ac =
n Como a altura do trapézio mede 1 cm, temos um trian-
gulo isósceles de hipotenusa AB, assim, o segmento
Polígonos regulares AD = 2 + 2 . Assim, a área de ADE é:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Os polígonos regulares são aqueles que possuem to- 2+2 2 2 2 2


A= = + =1+ 2
dos os lados congruentes e todos os ângulos congruen- 2 2 2
tes. Todas as propriedades anteriores são válidas para os
polígonos regulares, a diferença é que todos os valores 2. (UNIFESP - 2003) Pentágonos regulares congruentes
são distribuídos uniformemente, ou seja, todos os ân- podem ser conectados lado a lado, formando uma es-
gulos terão o mesmo valor e todas as medidas terão o trela de cinco pontas, conforme destacado na figura a
mesmo valor. seguir

63
108 + 108 + 108 + θ = 360
324 + θ = 360
θ = 360 – 324
θ = 36°

Quadriláteros, Circunferência e Círculo

Quadriláteros

São figuras que possuem quatro lados dentre os


quais temos os seguintes subgrupos:
Paralelogramo
Nessas condições, o ângulo θ mede:

a) 108°.
b) 72°.
c) 54°.
d) 36°.
e) 18°.

Resposta: Letra D. Na ponta da estrela onde está des-


tacado o ângulo θ, temos o encontro de três ângu-
los internos de pentágonos regulares. Para descobrir
a medida de cada um desses ângulos, basta calcular
a soma dos ângulos internos do pentágono e dividir
por 5.
Características:

Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:


AB // DC e AD // BC .
Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mes-
ma medida, ou seja: AB = DC e AD = BC
A altura é medida em relação a distância entre os seg-
mentos paralelos, ou seja: BG: altura = h
A base é justamente a medida dos lados que se me-
diu a altura: AD: base = b
A área é calculada como o produto da base pela al-
tura: Área= b∙h
O perímetro é calculado como a soma das medidas
de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA
A fórmula para calcular a soma dos ângulos internos
de um polígono é: S = (n – 2) · 180 Retângulo

*n é o número de lados do polígono. No caso desse


exercício:

S = (5 – 2) · 180
S = 3 · 180
S = 540
RACIOCÍNIO LÓGICO

Dividindo a soma dos ângulos internos por 5, pois um


pentágono possui cinco ângulos internos, encontrare-
mos 108° como medida de cada ângulo interno.
Observe na imagem anterior que a soma de três ângu-
los internos do pentágono com o ângulo θ tem como
resultado 360°.

64
Características: Quadrado

Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:


AB // DC e AD // BC
Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mes-
ma medida, ou seja: AB = DC e AD = BC
Diferentemente do paralelogramo, todos os ângulos
do retângulo medem 90°: A �=B � = C� = D
� = 90°
No retângulo, um par de lados paralelos
será a base e o outro será a altura, no desenho:
AB: altura = h e AD: base = b
A área é calculada como o produto da base pela al-
tura: Área= b∙h
Características:
O perímetro é calculado como a soma das medidas Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
de todos os quatro lados: AB // DC e AD // BC
Perímetro = AB + BC + CD + DA = 2b + 2h Possuem os quatro lados com medidas iguais:
Losango AB = DC = AD = BC
Diferentemente do losango, todos os ângulos do
quadrado medem 90°: A
�=B
� = C� = D
� = 90°
Seguindo a lógica do retângulo, temos o valor da base
e da altura iguais neste caso: BC: lado = L e AB: lado =
A área é calculada de maneira simples: Área = L2
O perímetro é calculado como a soma
das medidas de todos os quatro lados:
Perímetro = AB + BC + CD + DA = 4L

Trapézio

Características:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
AB // DC e AD // BC
Possuem os quatro lados com medidas iguais:
AB = DC = AD = BC
No losango, definem-se diagonais como a distância
entre vértices opostos, assim:
BD: diagonal maior = D e AC: diagonal menor = d
A área é calculada a partir das diagonais e não dos
D�d Características:
lados: Área = 2
Possuirá apenas um par de lados paralelos que serão
O perímetro é calculado como a soma das medidas chamados de bases maior e menor:
de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA AD// BC, AB: base maior = B e CD: base menor = b
A altura será definida como a distância entre as bases:
BG: altura = h
RACIOCÍNIO LÓGICO

A área é calculada em função das bases e da altura:


B+b
Área = �h
2
O perímetro é calculado como a soma das medidas
de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA

65
Circunferência e Círculo

Uma circunferência é definida como o conjunto de


pontos cuja distância de um ponto, denominado de cen-
tro, O é igual a R, definido como raio.

Características:
O ângulo α é definido como ângulo central απR2
Área do Setor Circular (para α em graus): A =
360
αR2
Área do Setor Circular (para α em radianos): A =
2

Já um círculo é definido como um conjunto de pontos Segmento Circular


cuja distância de O é menor ou igual a R.
Um Segmento Circular é uma região de um círculo
compreendida entre um segmento que liga os pontos de
cruzamento dos segmentos de reta com a circunferência,
ao qual definimos como corda AB e a circunferência.

Características:
A medida relevante da circunferência é o raio (R) que
é a distância de qualquer ponto da circunferência em re-
lação ao centro C.
A área é calculada em função do raio: Área = πR2
O perímetro, também chamado de comprimento da Características:
circunferência, é calculado em função do raio também: A Área do Setor Circular (para α em radianos):
Perímetro = 2πR R2
A= α − sen α
Setor Circular
2
3. Posições Relativas entre Retas e Circunferências
Um Setor Circular é uma região de um círculo com-
preendida entre dois segmentos de reta que se iniciam Dado uma circunferência de raio R e uma reta ‘r’ cuja
no centro e vão até a circunferência. distância ao centro da circunferência é ‘d’, temos as se-
guintes posições relativas:

#FicaDica Reta Tangente: Reta e circunferência possuem apenas


um ponto em comum (dOP = R)
Em termos práticos, um setor circular é um
RACIOCÍNIO LÓGICO

“pedaço” de um círculo.

66
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.(SEEDUC-RJ – Professor – CEPERJ/2015) O quadrado


MNPQ abaixo tem lado igual a 12cm. Considere que as
curvas MQ e QP representem semicircunferências de diâ-
metros respectivamente iguais aos segmentos MQ e QP.

Reta Exterior: Reta e circunferência não possuem pon-


tos em comum (dOP > R)

A área sombreada, em cm2, corresponde a:

a) 30
b) 36
c) 3 46π − 2
d) 6(36π − 1)
e) 2(6π − 1)

Resposta: Letra B. Aplicando a fórmula do segmen-


to circular, encontra-se a área de intersecção dos dois
círculos. Subtraindo esse valor da área do semicírculo,
chega-se ao resultado.

Reta Secante: Reta e circunferência possuem dois 2. A figura abaixo é um losango. Determine o valor
pontos em comum (dOP < R) de x e y, a medida da diagonal   AC , da diagonal   BD e
o perímetro do triângulo BMC.

Resposta: Aplicando as relações geométricas referen-


tes ao losango, tem-se:

x = 15
y = 20
AC = 20 + 20 = 40
RACIOCÍNIO LÓGICO

BD = 15 + 15 = 30
BMC = 15 + 20 + 25 = 60

67
TRIÂNGULOS E TEOREMA DE PITÁGORAS Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triân-
gulo e pelo prolongamento do lado adjacente (ao lado).
Definição

Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono


que possui o menor número de lados. Talvez seja o polí-
gono mais importante que existe. Todo triângulo possui
alguns elementos e os principais são: vértices, lados, ân-
gulos, alturas, medianas e bissetrizes.
Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes
sobre os mesmos.

Classificação dos triângulos quanto ao número de


lados

Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas


iguais. .
m(AB) = m(BC) = m(CA)

a) Vértices: A,B,C.
b) Lados: AB,BC e AC.
c) Ângulos internos: a, b e c.

Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um


vértice de forma a encontrar o lado oposto ao vértice
formando um ângulo reto. BH é uma altura do triângulo. Triângulo Isósceles: Dois lados têm medidas iguais.
m(AB) = m(AC).

Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas
médio do lado oposto. BM é uma mediana. diferentes.

Classificação dos triângulos quanto às medidas


dos ângulos
Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas
partes iguais. O ângulo B está dividido ao meio e neste Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são
caso Ê = Ô. agudos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do
que 90º.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso,


Ângulo Interno: É formado por dois lados do triângu- isto é, possui um ângulo com medida maior do que 90º.
lo. Todo triângulo possui três ângulos internos.

68
Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma
dos dois ângulos internos não adjacentes a esse ângulo
Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto externo. Assim: A = b + c, B = a + c, C = a + b
(90 graus). Atenção a esse tipo de triângulo pois ele é
muito cobrado! Ex: No triângulo desenhado, podemos achar
a medida do ângulo externo x, escrevendo:
x = 50º + 80º = 130°.

Medidas dos Ângulos de um Triângulo

Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC. Po-


deremos identificar com as letras a, b e c as medidas dos Congruência de Triângulos
ângulos internos desse triângulo.
Duas figuras planas são congruentes quando têm a
mesma forma e as mesmas dimensões, isto é, o mesmo
#FicaDica tamanho. Para escrever que dois triângulos ABC e DEF
são congruentes, usaremos a notação: ABC ~ DEF
Em alguns locais escrevemos as letras mai- Para os triângulos das figuras abaixo, existe a congruên-
úsculas, acompanhadas de acento () para cia entre os lados, tal que: AB ~ RS, BC ~ ST, CA ~ T e
representar os ângulos. entre os ângulos:

Seguindo a regra dos polígonos, a soma dos ângu-


los internos de qualquer triângulo é sempre igual a 180 Se o triângulo ABC é congruente ao triângulo RST,
graus, isto é: a + b + c = 180° �~R � , B� ~ S� , C� ~ �T
escrevemos: A
Ex: Considerando
o triângulo abai-
xo, podemos achar o
valor de x, escrevendo:
FIQUE ATENTO!
70º + 60º + x = 180º e dessa forma, obtemos
Dois triângulos são congruentes, se os seus
x = 180º − 70º − 60º = 50º elementos correspondentes são ordenada-
mente congruentes, isto é, os três lados e
os três ângulos de cada triângulo têm res-
pectivamente as mesmas medidas. Deste
modo, para verificar se um triângulo é con-
gruente a outro, não é necessário saber a
medida de todos os seis elementos, basta
conhecerem três elementos, entre os quais
RACIOCÍNIO LÓGICO

esteja presente pelo menos um lado. Para


Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC. facilitar o estudo, indicaremos os lados cor-
Como observamos no desenho, as letras minúsculas respondentes congruentes marcados com
representam os ângulos internos e as respectivas letras símbolos gráficos iguais.
maiúsculas os ângulos externos.

69
Casos de Congruência de Triângulos

LLL (Lado, Lado, Lado): Os três lados são conhecidos.


Dois triângulos são congruentes quando têm, respecti-
vamente, os três lados congruentes. Observe que os ele-
mentos congruentes têm a mesma marca.

Os três ângulos são respectivamente congruentes,


isto é: A~R, B~S, C~T

Casos de Semelhança de Triângulos

Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem


LAL (Lado, Ângulo, Lado): Dados dois lados e um ân- dois ângulos correspondentes congruentes, então os
gulo. Dois triângulos são congruentes quando têm dois triângulos são semelhantes.
lados congruentes e os ângulos formados por eles tam-
bém são congruentes.

ALA (Ângulo, Lado, Ângulo): Dados dois ângulos e um Se A~D e C~F então: ABC =
� DEF
lado. Dois triângulos são congruentes quando têm um
lado e dois ângulos adjacentes a esse lado, respectiva- Dois lados proporcionais: Se dois triângulos tem dois
mente, congruentes. lados correspondentes proporcionais e os ângulos for-
mados por esses lados também são congruentes, então
os triângulos são semelhantes.

LAAo (Lado, Ângulo, Ângulo oposto): Conhecido um


lado, um ângulo e um ângulo oposto ao lado. Dois triân-
gulos são congruentes quando têm um lado, um ângulo, Como m(AB) ⁄ m(EF) = m(BC) ⁄ m(FG) = 2 ,
um ângulo adjacente e um ângulo oposto a esse lado
respectivamente congruente. então ABC =
� EFG
Ex: Na figura abaixo, observamos que um triângulo
pode ser “rodado” sobre o outro para gerar dois triângu-
los semelhantes e o valor de x será igual a 8.

Semelhança de Triângulos
RACIOCÍNIO LÓGICO

Duas figuras são semelhantes quando têm a mesma


forma, mas não necessariamente o mesmo tamanho. Se Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os
duas figuras R e S são semelhantes, denotamos: . três lados correspondentes proporcionais, então os
triângulos são semelhantes.
Ex: As ampliações e as reduções fotográficas são figu-
ras semelhantes. Para os triângulos:

70
Teorema de Pitágoras

Dizem que Pitágoras, filósofo e matemático grego que viveu na cidade de Samos no século VI a. C., teve a intuição
do seu famoso teorema observando um mosaico como o da ilustração a seguir.

Observando o quadro, podemos estabelecer a seguinte tabela:

Triângulo Triângulo Triângulo


ABC A`B`C` A``B``C``
Área do quadrado construído 4 8 16
sobre a hipotenusa
Área do quadrado construído 2 4 8
sobre um cateto
Área do quadrado construído 2 4 9
sobre o outro cateto

Como 4 = 2 + 2 � 8 = 4 + 4 � 16 = 8 + 8 , Pitágoras observou que a área do quadrado construído sobre


a hipotenusa é igual à soma das áreas dos quadrados construídos sobre os catetos.

A descoberta feita por Pitágoras estava restrita a um triângulo particular: o triângulo retângulo isósceles. Estudos
realizados posteriormente permitiram provar que a relação métrica descoberta por Pitágoras era válida para todos os
triângulos retângulos. Os lados do triângulo retângulo são identificados a partir a figura a seguir:
RACIOCÍNIO LÓGICO

71
Onde os catetos são os segmentos que formam o
ângulo de 90° e a hipotenusa é o lado oposto a esse
ângulo. Chamando de “a” e “b” as medidas dos catetos e
“c” a medida da hipotenusa, define-se um dos teoremas
mais conhecidos da matemática, o Teorema de Pitágoras:
l= medida do lado
c 2 = a2 + b2 h= medida da altura

Onde a soma das medidas dos quadrados dos catetos No triângulo equilátero, a altura e a mediana coinci-
é igual ao quadrado da hipotenusa. dem. Logo, H é ponto médio do lado BC. No triângulo re-
tângulo AHC, H � é ângulo reto. De acordo com o teorema
Teorema de Pitágoras no quadrado de Pitágoras, podemos escrever:

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabe-


lecer uma relação importante entre a medida d da diago-
nal e a medida l do lado de um quadrado.

3l2
h² =
4

l 3
h=
d= medida da diagonal 2
l= medida do lado

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo retân- EXERCÍCIOS COMENTADOS


gulo ABC, temos:

d² = l² + l² 1.(TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – VU-


NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão
d = √2l²
indicadas em metros, mostra as regiões   R e R , e ,
d=l 2 1 2
ambas com formato de triângulos retângulos, situadas
em uma praça e destinadas a atividades de recreação in-
Teorema de Pitágoras no triângulo equilátero fantil para faixas etárias distintas.

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabe-


lecer uma relação importante entre a medida h da altura
e a medida l do lado de um triângulo equilátero.
RACIOCÍNIO LÓGICO

72
Se a área de R eé R
1
54 ,m², então o perímetro
2
R1de
e R 2 , é, em TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO
metros, igual a:
Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo
a) 54
b) 48 Definiremos algumas relações e números obtidos
c) 36 a partir dos lados de triângulos retângulos. Antes, po-
d) 40 rém, precisamos revisar seus conceitos básicos. A figura
e) 42 abaixo apresenta um triângulo onde um de seus ângulos
π
internos é reto (de medida 90º ou 2 rad), o que nos per-
Resposta: Letra B. Esse problema se resolve tanto por mite classificá-lo como um triângulo retângulo.
semelhança de triângulos, quanto pela área de . Em
ambos os casos, encontraremos x = 12 m. Após isso,
pelo teorema de Pitágoras, achamos a hipotenusa do
triângulo
R1 e R 2 , , que será 20 m. Assim, o perímetro será
12+16+20 = 48 m.

2. (PM SP 2014 – VUNESP).  Duas estacas de madei-


ra, perpendiculares ao solo e de alturas diferentes, estão
distantes uma da outra, 1,5 m. Será colocada entre elas
uma outra estaca de 1,7 m de comprimento, que ficará Lembremo-nos de que, qualquer que seja o triângulo,
apoiada nos pontos A e B, conforme mostra a figura. a soma dos seus três ângulos internos vale 180º. Logo,
a respeito do triângulo ABC apresentado, dizemos que:

α + β + 90° = 180° → α + β = 90°

Com isso, podemos concluir:

a) Que os ângulos α e β são complementares, isto é,


são ângulos cujas medidas somam 90º;
b) Uma vez que são complementares ambos terão
sempre medida inferior a 90º, ou seja, serão ân-
gulos agudos.

FIQUE ATENTO!
Dizemos que todo triângulo retângulo tem
um ângulo interno reto e dois agudos, com-
A diferença entre a altura da maior estaca e a altura da plementares entre si.
menor estaca, nessa ordem, em cm, é:

a) 95.
b) 75. #FicaDica
c) 85.
d) 80. Vale lembrar que a hipotenusa será sempre
e) 90. o lado oposto ao ângulo reto e, ainda, o
lado maior do triângulo. Podemos relacio-
Resposta: Letra D. Note que x é exatamente a dife- ná-los através do Teorema de Pitágoras, o
rença que queremos, e podemos calculá-lo através do qual enuncia que o quadrado sobre a hipo-
Teorema de Pitágoras: tenusa de um triângulo retângulo é igual à
soma dos quadrados sobre os catetos.
1,72 = 1,52 + x 2
2,89 = 2,25 + x 2
x 2 = 2,89 – 2,25
RACIOCÍNIO LÓGICO

x² = 0,64x = 0,8 m ou 80 cm

73
Seno, Co-seno e Tangente de um Ângulo Agudo
cateto oposto a α 3
sen α = = = 0,6
A figura abaixo ilustra um triângulo retângulo com hipotenusa 5
suas medidas de lados:
cateto adjacente a α 4
cos α = = = 0,8
hipotenusa 5

cateto oposto a α 3
tg α = = = 0,75
cateto adjacente a α 4

Seno, Co-seno e Tangente dos Ângulos Notáveis

De fato, as medidas de seus lados (3, 4 e 5 unidades Uma vez definidos os conceitos de seno, co-seno e
de comprimento) satisfazem a sentença do teorema de tangente de ângulos agudos internos a um triângulo
Pitágoras: 52 = 32 + 42. retângulo, passaremos a determinar seus valores para
Agora, definiremos três importantes relações entre ângulos de grande utilização em diversas atividades pro-
os lados do triângulo, aos quais chamaremos de seno, fissionais e encontrados facilmente em situações cotidia-
co-seno e tangente. Essas propriedades serão sempre nas.
relativas a um determinado ângulo, assim, precisaremos Observemos, nas figuras abaixo, que a diagonal de
especificar de qual ângulo estamos falando. A expressão um quadrado divide ângulos internos opostos, que são
geral é apresentada abaixo, com as abreviações as pro- retos, em duas partes de 45 + o+, e que o segmento
priedades: que define a bissetriz (e altura) de um ângulo interno do
triângulo equilátero permite-nos reconhecer, em qual-
cateto oposto ao ângulo quer das metades em que este é dividido, ângulos de
sen Ângulo =
hipotenusa medidas 30o e 60o.

cateto adjacente ao ângulo


cos Ângulo =
hipotenusa

cateto oposto ao ângulo


tg Ângulo =
cateto adjacente ao ângulo

A partir dessas definições, podemos calcular o seno,


co-seno e tangente do ângulo α, do triângulo da figura:
Primeiramente, vamos calcular os comprimentos da
cateto oposto a α diagonal do quadrado e a altura h, do triângulo equi-
sen α = látero. Como já vimos as fórmulas na seção anterior de
hipotenusa
triângulos, vamos apenas indicar os valores:

cateto adjacente a α
d=a 2
cos α =
hipotenusa l 3
h= 2
cateto oposto a α
tg α = Sabemos, agora, que o triângulo hachurado no inte-
cateto adjacente a α
rior do quadrado tem catetos de medida 𝐚 e2hipotenusa
𝐚 2 . Para o outro triângulo sombreado, teremos cate-
No caso de α , o cateto oposto a ele será aquele que tos e medidas 1 e l 3 , enquanto sua hipotenusa tem
não forma o ângulo, ou seja, o segmento AC. Já o cateto comprimento 1. 2 2
adjacente será o cateto que junto com a hipotenusa, for-
RACIOCÍNIO LÓGICO

ma o ângulo, assim, ele será AB. Substituindo os valores: Passemos, agora, ao cálculo de seno, co-seno e tan-
gente dos ângulos de 30o, 45o e 60o.

74
Seno, Co-seno e Tangente de 30° e 60°. 30o 45o 60o
Tomando por base o triângulo equilátero da figura sen 3
1 2
acima, e conhecendo as medidas de seus lados, temos:
2 2 2
cateto oposto a 30° l/2 1
sen 30° = = = cos 3
hipotenusa l 2 2 1
2 2 2
l 3
cateto adjacente a 30° 3
cos 30° = hipotenusa
= 2
l
= 2
tg
1
3 3
cateto oposto a 30° l/2 3 3 2
tg 30° = cateto adjacente a 30° = l 3
= 3
2
O círculo trigonométrico
E
Definidas principais propriedades e o ângulos notá-
veis, podemos expandir essa análise para todos os ân-
gulos de um círculo, indo de 0 a 360° ou de 0 a 2π rad.
Para isso, usamos o circulo trigonométrico apresentado
a seguir:
l
cateto adjacente a 60° 1
cos 60° = hipotenusa
= 2l = 2
l 3
cateto oposto a 60°
tg 60° = = 2
l = 3
cateto adjacente a 60°
2

Observação Importante: Observe que os ângulos de


30° e 60° são complementares, e isso provoca a troca dos
valores de seno e cosseno. Já a tangente, temos exata-
mente o valor inverso.

Seno, Co-seno e Tangente de 45°

A partir do quadrado representado na figura acima,


de lado a e diagonal 𝐚 2 , podemos calcular:

Nele, podemos ver a divisão do círculo em quadran-


tes e em cada quadrante, podemos ver as posições do
seno e cosseno dos ângulos. É importante memorizar os
sinais dos senos e cossenos, pois eles se alteram confor-
me mudamos de quadrante.
Também é importante notar os limites de valores
para o seno e cosseno. Para qualquer ângulo x, os va-
cateto oposto a 45° a lores de seno e cosseno estarão sempre entre -1 e 1 e
tg 45° = = =1 isto está representado nos valores para os ângulos de
cateto adjacente a 45° a π 3π
0, , π, e 2π
2 2
Note que o ângulo de 45° tem valores iguais de seno
e cosseno, o que implica em uma tangente igual a 1. Isso Outras Razões Trigonométricas – Co-tangente, Se-
se deve pois o complementar deste ângulo é ele mesmo. cante e Co-secante
RACIOCÍNIO LÓGICO

Os resultados que obtivemos nos permitem definir, a


seguir, uma tabela de valores de seno, co-seno e tangen- Além das razões com que trabalhamos até aqui, são
te dos ângulos notáveis, que nos será extremamente útil. definidas a co-tangente, secante e co-secante de um ân-
gulo agudo de triângulo retângulo através de relações
entre seus lados, como definimos a seguir, com suas res-
pectivas abreviações

75
cateto adjacente ao ângulo Logo, como sempre teremos a soma dos quadrados
cotg Ângulo = de seno e co-seno de um ângulo. Essa identidade valerá
cateto oposto ao ângulo para qualquer ângulo x:
hipotenusa
sec Ângulo = cateto adjacente ao ângulo
hipotenusa sen2x + cos 2 x = 1
cossec Ângulo =
cateto oposto ao ângulo
Essa relação, é conhecida como relação fundamental
Por exemplo, para um triângulo retângulo de lados da trigonometria.
3, 4 e 5 unidades de comprimento que apresentamos
anteriormente, temos para o ângulo α: Façamos agora outro desenvolvimento. Tomemos
um dos ângulos agudos do triângulo ABC, da figura. Por
cotg α =
cateto adjacente a α 4
= exemplo, α. Dividindo-se sen α por cos α, obtemos:
cateto oposto a α 3
hipotenusa 5 sen α b⁄a b
sec α = cateto adjacente a α
= 4 = = = tg α
hipotenusa 5
cos α c⁄a c
cossec α = cateto oposto a α = 3
De forma análoga, o leitor obterá o mesmo resultado
se tomar o ângulo β. Dizemos, portanto, que, para um
Identidades Trigonométricas ângulo x, cujo cosseno não será nulo:

É comum a necessidade de obtermos uma razão tri- sen x


gonométrica, para um ângulo, a partir de outra razão tg x =
cujo valor seja conhecido, ou mesmo simplificar expres-
cos x
sões extensas envolvendo várias relações trigonométri-
cas para um mesmo ângulo. Nesses casos, as identida- Podemos observar, também, que a razão b , que re-
des trigonométricas que iremos deduzir neste tópico são c
ferramentas de grande aplicabilidade. presenta tg α , se invertida (passando a c
), vem a consti-
Identidade em uma ou mais variáveis é toda igualda- b
tuir cotg α . Em virtude disso, e aproveitando a identidade
de verdadeira para quaisquer valores a elas atribuídos,
enunciada anteriormente, podemos dizer que, para todo
desde que verifiquem as condições de existência de ex-
ângulo x de seno não-nulo:
pressão.
Vamos iniciar então, mostrando um triângulo retân- 1 cos x
cotg x = =
gulo qualquer: tg x sen x

Tais inversões ocorrem também e se tratando das re-


lações seno, co-seno, secante e co-secante. Vejamos que:

Aplicando as medidas de seus lados no teorema de


Pitágoras, obtemos a seguinte igualdade:

b2 + c 2 = a2 e

Dividindo os seus membros por , não alteraremos a


igualdade. Assim, teremos:
2
b2 c 2 a2 b c 2
+ = → + =1
a2 a2 a2 a a
Teríamos encontrado inversões análogas se utilizás-
Se utilizarmos as relações trigonométricas que defi-
semos o ângulo β. Assim, essas relações também vale-
nimos (seno, cosseno e tangente), podemos simplificar a
RACIOCÍNIO LÓGICO

rão para qualquer ângulo x, desde que seja respeitada a


expressão de duas maneiras possíveis, em função de ou :
condição de os denominadores dos segundos membros
dessas identidades não serem nulos.
Aplicando essas relações no teorema de Pitágoras,
2 2
sen α + cos α = 1
chegamos as outras duas importantes identidades trigo-
ou
2 2 nométricas:
cos β + sen β = 1

76
2 2. Dado o triângulo a seguir, obtenha o valor da hipote-
tg x + 1 = sec 2 x
2 nusa. Utilize 2 = 1,4
cotg x + 1 = cosec2 x

Adição e Subtração de Arcos

Outras identidades trigonométricas estão relaciona-


das a operações com ângulos. As fórmulas a seguir foram
deduzidas para facilitar algumas operações matemáticas.
Sejam α e β ângulos quaisquer. Temos que:
Seno da Soma: sen α + β = sen α � cos β + sen β � cos α

Seno da Diferença: sen α − β = sen α � cos β − sen β � cos α a) 4,8


Cosseno da Soma: cos α + β = cos α � cos β − sen α � sen β
b) 5,0
c) 5,5
d) 5,7
Cosseno da Diferença: cos α − β = cos α � cos β + sen α � sen β

Tangente da Soma: tg α + β =
tg α+tg β
1−tgα � tgβ
e) 6,0

Resposta: Letra D. Usando o cosseno de 45°, chega-


tg α−tg β
Tangente da Diferença: tg α − β =
1+tgα.tg β

Dessas fórmulas, podemos deduzir uma variação im- -se na resposta.


portante, que são as fórmulas dos arcos duplos:
3. Assinale a alternativa que representa os valores de
sen (75°) e cos (75°)
sen 2θ = 2 � sen θ � cos θ
6− 2 6+ 2
a) e
cos 2θ = cos2 θ − sen ²θ 2 2
6− 2 6+ 2
b) 4
e 4
6+ 2 6− 2
c) 4
e 4
6− 2 6+ 2
d) e
4 4
Resposta: Letra C. Usando a fórmula de soma de ar-
EXERCÍCIOS COMENTADOS cos para seno e cosseno e considerando que 75° =
30° + 45°:
1. Dado o triângulo a seguir, obtenha os valores dos ca-
tetos. Utilize 3 = 1,7

LEI DOS SENOS E LEI DOS COSSENOS

Lei dos Senos

A Lei dos senos relaciona os senos dos ângulos de


um triângulo qualquer (não precisa necessariamente ser
retângulo) com os seus respectivos lados opostos. Além
disso, há uma relação direta com o raio da circunferência
a) 10 e 7,5 circunscrita neste triângulo:
b) 5 e 8,5
c) 5 e 5
d) 8,5 e 7,5
e) 7,5 e 7,5
RACIOCÍNIO LÓGICO

Resposta: Letra B. Basta calcular o seno e o cosseno


de 30° e igualar aos valores de ½ e 3⁄2 . Nem sempre
os exercícios passarão os valores dos ângulos notá-
veis, é importante memorizar.

77
x 100
a b c =
= = = 2R sen 45° sen 30°
� sen B
sen A � sen C�
x 100
Lei dos Cossenos =
2/2 1/2
A lei dos cossenos é considerada uma generalização
do teorema de Pitágoras, onde para qualquer triângulo, x = 100 2
conseguimos relacionar seus lados com a subtração de um
termo que possui o ângulo oposto do lado de referência.
2.Calcule a medida de x:

Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que


ela se relaciona com a circunferência circunscrita ao
� triângulo:
a2 = b2 + c 2 − 2 � b � c � cos A
2 2 2
b = a + c − 2 � a � c � cos B � x
= 2R
c = a + b − 2 � a � b � cos C�
2 2 2 sen 60°

x
=2 3
FIQUE ATENTO! 3/2
Há três formas distintas de utilizar a Lei dos
Cossenos. Quando for utilizá-la, tenha cui-
dado ao expressar os termos conhecidos e
x=3
a incógnita em uma das três equações pro-
postas. Note que o termo à esquerda do si-
nal de igual é o lado oposto ao ângulo que NOÇÕES DE ESTATÍSTICA; MÉDIAS
deve aparecer na equação. E LEITURA DE GRÁFICOS

Estatística

EXERCÍCIOS COMENTADOS Definições Básicas

Estatística: ciência que tem como objetivo auxiliar na


1. Calcule a medida de x:
tomada de decisões por meio da obtenção, análise, orga-
nização e interpretação de dados.

População: conjunto de entidades (pessoas, obje-


tos, cidades, países, classes de trabalhadores, etc.) que
apresentem no mínimo uma característica em comum.
Exemplos: pessoas de uma determinada cidade, preços
de um produto, médicos de um hospital, estudantes que
prestam determinado concurso, etc.

Amostra: É uma parte da população que será objeto


RACIOCÍNIO LÓGICO

Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que do estudo. Como em muitos casos não é possível estudar
temos que aplicar ao ângulo oposto ao lado que ire- a população inteira, estuda-se uma amostra de tamanho
mos usar. Assim, o lado de medida 100 possui o ângu- significativo (há métodos para determinar isso) que retra-
lo A
� como oposto, e ele mede 30°, dado as medidas te o comportamento da população. Exemplo: pesquisa de
dos outros ângulos, assim: intenção de votos de uma eleição. Algumas pessoas são
entrevistadas e a pesquisa retrata a intenção de votos da
população.

78
Variável: é o dado a ser analisado. Aqui, será chamado de e cada valor desse dado será chamado de . Essa variável
pode ser quantitativa (assume valores) ou qualitativa (assume características ou propriedades).

Medidas de tendência central

São medidas que auxiliam na análise e interpretação de dados para a tomada de decisões. As três medidas de ten-
dência central são:

Média aritmética simples:∑xi razão entre a soma de todos os valores de uma mostra e o número de elementos da
amostra. Expressa por x
� .=
Calculada por:
n
∑xi
x� =
n
Média aritmética ponderada: muito parecida com média aritmética simples, porém aqui cada variável tem um
peso diferente pi que é levado em conta no cálculo da média.
∑xi pi
x� =
∑pi

Mediana: valor que divide a amostra na metade. Em caso de número para de elementos, a mediana é a média entre
os elementos intermediários

Moda: valor que aparece mais vezes dentro de uma amostra.


Ex: Dada a amostra {1,3,1,2,5,7,8,7,6,5,4,1,3,2} calcule a média, a mediana e a moda.
Solução
Média:
1 + 3 + 1 + 2 + 5 + 7 + 8 + 7 + 6 + 5 + 4 + 1 + 3 + 2 55
x� = = = 3,92
14 14
Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente:
{1,1,1,2,2,3,3,4,5,5,6,7,7,8}

Como a amostra tem 14 valores (número par), os elementos intermediários são os 7º e 8º elementos. Nesse exem-
3+4 7
plo, são os números 3 e 4. Portanto, a mediana é a média entre eles: = 2 = 3,5
2
Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 1 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.
Ex: Dada a amostra {2,4,8,10,15,6,9,11,7,4,15,15,11,6,10} calcule a média, a mediana e a moda.
Solução:
Média:
2 + 4 + 8 + 10 + 15 + 6 + 9 + 11 + 7 + 4 + 15 + 15 + 11 + 6 + 10 133
x� = = = 8,867
15 14
Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente
{2,4,4,6,6,7,8,9,10,10,11,11,15,15,15}
Como a amostra tem 15 valores (número par), o elemento intermediário é o 8º elemento. Logo, a mediana é igual a 9.

Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 15 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.
Ex: A média de uma disciplina é calculada por meio da média ponderada de três provas. A primeira tem peso 3, a
segunda tem peso 4 e a terceira tem peso 5. Calcule a média de um aluno que obteve nota 8 na primeira prova, 5 na
RACIOCÍNIO LÓGICO

segunda e 6 na terceira.

Solução:
Trata-se de um caso de média aritmética ponderada.
∑xi pi 3 ∙ 8 + 4 ∙ 5 + 5 ∙ 6 74
x� = = = = 6,167
∑pi 3+4+5 12

79
Tabelas e Gráficos

Tabelas
Tabelas podem ser utilizadas para expressar os mais diversos tipos de dados. O mais importante é saber interpretá-
-las e para isso é conveniente saber como uma tabela é estruturada. Toda tabela possui um título que indica sobre o
que se trata a tabela. Toda tabela é dividida em linhas e colunas onde, no começo de uma linha ou de uma coluna, está
indicado qual o tipo de dado que aquela linha/coluna exibe.
Ex:
Tabela 1 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso

Curso Número de Estudantes


Administração 2000
Arquitetura 1450
Direito 2500
Economia 1800
Enfermagem 800
Engenharia 3500
Letras 750
Medicina 1500
Psicologia 1000
TOTAL 15300

Nesse caso, as colunas são: curso e número de estudantes e cada linha corresponde a um dos cursos da Universi-
dade com o respectivo número de alunos de cada curso.

Tabela 2 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso e gênero

Curso Gênero Número de Estudantes


Homem 1200
Administração
Mulher 800
Homem 850
Arquitetura
Mulher 600
Homem 1600
Direito
Mulher 900
Homem 800
Economia
Mulher 1000
Homem 350
Enfermagem
Mulher 450
Homem 2500
Engenharia
Mulher 1000
Homem 200
Letras
Mulher 550
Homem 700
Medicina
Mulher 800
Homem 400
Psicologia
Mulher 600
RACIOCÍNIO LÓGICO

TOTAL 15300

Nesse caso, as colunas são: curso, gênero e número de estudantes e cada linha corresponde a um dos cursos da
Universidade com o respectivo número de alunos de cada curso separados por gênero.

80
Gráficos de barras: gráficos bastante similares aos
#FicaDica de colunas, porém, nesse tipo de gráfico, na horizontal
Acima foram exibidas duas tabelas como são apresentados os valores referentes a cada grupo (da-
exemplos. Há uma infinidade de tabelas dos quantitativos) enquanto na vertical são apresentados
cada uma com sua particularidade o que os grupos (dados qualitativos)
torna impossível exibir todos os tipos de
tabelas aqui. Porém em todas será neces- Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo
sário identificar linhas, colunas e o que todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de
cada valor exibido representa. estudantes separados pelos seus continentes de origem:

Estudantes da Universidade ALFA


Gráficos
Oceania
Para falar de gráficos em estatística é importante
apresentar o conceito de frequência.
África

Ásia
Frequência: Quantifica a repetição de valores de uma
variável estatística. Europa

América Central
Tipos de frequência
América do Sul

Absoluta: mede a quantidade de repetições. América do Norte


Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota pos-
sui freqüência absoluta: 0 100 200 300 400 500 600 700

fi = 4 Gráficos de linhas: gráficos nos quais são exibidas


séries históricas de dados e mostram a evolução dessas
Relativa: Relaciona a quantidade de repetições com o séries ao longo do tempo.
total (expresso em porcentagem)
Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota pos- Ex: A Universidade ALFA tem 10 anos de existências
sui freqüência relativa: e seu reitor apresentou um gráfico mostrando o número
6 de alunos da Universidade ao longo desses 10 anos.
fr = ∙ 100 = 20%
30

Tipos de Gráficos Estudantes da Universidade ALFA ao longo de 10 anos

Gráficos de coluna: gráficos que têm como objetivo 2500

atribuir quantidades a certos tipos de grupos. Na hori- 2000


zontal são apresentados os grupos (dados qualitativos)
dos quais deseja-se apresentar dados enquanto na verti- 1500

cal são apresentados os valores referentes a cada grupo 1000


(dados quantitativos ou frequências absolutas)
500

Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo 0


todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
estudantes separados pelos seus continentes de origem:
Gráficos em pizzas: gráficos nos quais são expressas
relações entre grandezas em relação a um todo. Nesse
Estudantes da Universidade ALFA
gráfico é possível visualizar a relação de proporcionalida-
700
de entre as grandezas. Recebe esse nome pois lembram
600 uma pizza pelo formato redondo com seus pedaços (fre-
500 quências relativas).
400
Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo
RACIOCÍNIO LÓGICO

300 todo. A seguir há um gráfico que mostra a distribuição de


200 estudantes de acordo com seus continentes de origem
100

0
América do América do América Europa Ásia África Oceania
Norte Sul Central

81
Estudantes da Universidade ALFA
30

150

260 630

Considerando a totalidade das 95 avaliações desse dia,


440
é correto afirmar que a média das notas dista da moda
dessas mesmas notas um valor absoluto, aproximada-
520 mente, igual a:
150

a) 0,33
América do Norte América do Sul América Central Europa Ásia África Oceania b) 0,83
c) 0,65
Ex: Foi feito um levantamento do idioma falado pelos d) 0,16
alunos de um curso da Universidade ALFA. e) 0,21

Frequências absolutas: Resposta: Letra C Trata-se de um caso de média arit-


mética ponderada. Considerando as 95 avaliações, o
peso de cada uma das notas é igual ao total de pes-
soas que atribuiu a nota. Analisando a tabela
8 pessoas atribuíram nota 1
18 pessoas atribuíram nota 2
21 pessoas atribuíram nota 3
29 pessoas atribuíram nota 4
19 pessoas atribuíram nota 5
Assim, a média das 95 avaliações é calculada por:

8 ∙ 1 + 18 ∙ 2 + 21 ∙ 3 + 29 ∙ 4 + 19 ∙ 5 318
x� = = = 3,34
8 + 18 + 21 + 29 + 19 95

2. (UFC - 2016) A média aritmética das notas dos alunos


de uma turma formada por 25 meninas e 5 meninos é
igual a 7. Se a média aritmética das notas dos meninos
é igual a 6, a média aritmética das notas das meninas é
Frequências relativas: igual a:

a) 6,5
b) 7,2
c) 7,4
d) 7,8
e) 8,0

Resposta: Letra B. Primeiramente, será identificada a


soma das notas dos meninos por x e a da nota das
meninas por y. Se a turma tem 5 meninos e a média
aritmética de suas notas é igual a 6, então a soma das
notas dos meninos (x) dividida pela quantidade de
meninos (5) deve ser igual a 6, isto é:
x
= 6
5
x = 6 ∙ 5
EXERCÍCIOS COMENTADOS
RACIOCÍNIO LÓGICO

x = 30
1. (SEGEP-MA - Técnico da Receita Estadual – Do mesmo modo, se a turma tem 25 meninas
FCC/2016) Três funcionários do Serviço de Atendimento (Me é a média aritmética de suas notas), o quociente
ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que da soma das notas das meninas (y) e a quantidade de
atribuíram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento meninas (25) deve ser igual a Me, isto é:
recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses (x + y)/(25+5) = 7
funcionários em um determinado dia. y = 25∙Me

82
Para calcular a média da turma, devemos somar as no-
tas dos meninos (30) às notas das meninas (y) e dividir
pela quantidade de alunos (25 + 5 = 30). O resultado HORA DE PRATICAR!
deverá ser 7. Sendo assim, temos:
01. (ABIN – Agente de Inteligência – CESPE/2018) As
x + y seguintes proposições lógicas formam um conjunto de
= 7
25 + 5 premissas de um argumento:
• Se Pedro não é músico, então André é servidor da
30 + 25 ∙ Me
= 7 ABIN.
30 • Se André é servidor da ABIN, então Carlos não é um
30 + 25 ∙ Me = 7 • 30 espião.
• Carlos é um espião.
30 + 25 ∙ Me = 210 A partir dessas premissas, julgue o item a seguir, acerca
de lógica de argumentação.
25 ∙ Me = 210 – 30 Se a proposição lógica “Pedro é músico.” for a conclusão
desse argumento, então, as premissas juntamente com
25 ∙ Me = 180
essa conclusão constituem um argumento válido.
Me = 7,2
( ) CERTO ( ) ERRADO
Portanto, a média aritmética das notas das meninas
é 7,2. 02. (TRT 7ª REGIÃO – Analista Judiciário – CESPE/2017)
Texto CB1A5BBB – Argumento formado pelas premissas
(ou proposições) P1 e P2 e pela conclusão C
P1: Se eu assino o relatório, sou responsável por todo
o seu conteúdo, mesmo que tenha escrito apenas
uma parte.
P2: Se sou responsável pelo relatório e surge um pro-
blema em seu conteúdo, sou demitido.
C: Logo, escrevo apenas uma parte do relatório, mas
sou demitido.
O argumento apresentado no texto CB1A5BBB se
tornaria válido do ponto de vista da lógica sentencial, se,
além das premissas P1 e P2, a ele fosse acrescentada a
proposição

a) Não sou demitido ou não escrevo uma parte do rela-


tório.
b) Sou responsável apenas pela parte que escrevi do re-
latório.
c) Eu escrevo apenas uma parte do relatório, assino o
relatório e surge um problema em seu conteúdo.
d) Se não escrevo nenhuma parte do relatório, não sou
demitido.

03. (TRF 1ª REGIÃO – Técnico Judiciário – CESPE/2017)


Texto CB2A6BBB
A maior prova de honestidade que realmente posso dar
neste momento é dizer que continuarei sendo o cidadão
desonesto que sempre fui.
Considerando o texto CB2A6BBB, julgue o item seguinte,
concernente à argumentação e aos tipos de argumentos.
Verifica-se a ocorrência de falácia no argumento da frase.

( ) CERTO ( ) ERRADO
RACIOCÍNIO LÓGICO

04. (TRF 1ª REGIÃO – Técnico Judiciário – CESPE/2017)


Texto CB2A6BBB
A maior prova de honestidade que realmente posso dar
neste momento é dizer que continuarei sendo o cidadão
desonesto que sempre fui.

83
Considerando o texto CB2A6BBB, julgue o item seguinte, 08. (ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – CES-
concernente à argumentação e aos tipos de argumentos. PE/2018) Julgue o item a seguir, a respeito de lógica
Pode-se inferir da frase que a maior parte dos cidadãos é proposicional.
corrupta e que, portanto, a sociedade é corrupta em sua A proposição “Os Poderes Executivo, Legislativo e Judi-
totalidade. ciário devem estar em constante estado de alerta sobre
as ações das agências de inteligência.” pode ser corre-
( ) CERTO ( ) ERRADO tamente representada pela expressão lógica PΛQΛR, em
que P, Q e R são proposições simples adequadamente
05. (SERES/PE – Agente de Segurança Penitenciária escolhidas.
– CESPE/2017) De uma urna que continha 20 bolas
idênticas, identificadas por números de 1 a 20, foi extraída ( ) CERTO ( ) ERRADO
aleatoriamente uma bola. Esse evento define o espaço
amostral Ω = {1, 2, 3, ..., 20}. Considere os seguintes 09. (ABIN – Oficial Técnico de Inteligência –
eventos: A = {a bola retirada da urna é identificada por CESPE/2018) Julgue o item a seguir, a respeito de lógica
um número múltiplo de 4}; B = {a bola retirada da urna proposicional.
é identificada por um número múltiplo de 5}. A partir A proposição “A vigilância dos cidadãos exercida pelo
das probabilidades P(A), P(B) e P(A∪B) — que são, Estado é consequência da radicalização da sociedade
respectivamente, as probabilidades de os eventos A, B civil em suas posições políticas.” pode ser corretamente
e A∪B ocorrerem —, considere o argumento formado representada pela expressão lógica P→Q, em que P e Q
pelas premissas P1 e P2 e pela conclusão C, em que são proposições simples escolhidas adequadamente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

10. (TRF 1ª REGIÃO – cargos de nível superior – CES-


PE/2017) Em uma reunião de colegiado, após a apro-
vação de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos
a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte
afirmação: “Basta um de nós mudar de ideia e a decisão
Com base nessas informações, assinale a opção correta. será totalmente modificada.”
Considerando a situação apresentada e a proposição
A) A premissa P1 é uma proposição verdadeira, e a con- correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item.
clusão C é uma proposição falsa. A tabela-verdade da referida proposição, construída a
B) A premissa P2 e a conclusão C são proposições ver- partir dos valores lógicos das proposições simples que a
dadeiras. compõem, tem mais de 8 linhas.
C) A conclusão C é falsa, mas o argumento é válido.
D) A premissa P1 é falsa e o argumento não é válido. ( ) CERTO ( ) ERRADO
E) A premissa P1 e a conclusão C são proposições verda-
deiras e o argumento é válido. 11. (PC/MA – Escrivão de Polícia – CESPE/2018) Pro-
posição CG1A5AAA
06. (PC/MA – Escrivão de Polícia – Nível Superior – A qualidade da educação dos jovens sobe ou a sensação
CESPE/2018) A qualidade da educação dos jovens sobe de segurança da sociedade diminui.
ou a sensação de segurança da sociedade diminui. Assinale a opção que apresenta uma proposição equiva-
Proposição CG1A5AAA lente à proposição CG1A5AAA.
A qualidade da educação dos jovens sobe ou a sensação
de segurança da sociedade diminui. a) Se a qualidade da educação dos jovens não sobe,
A quantidade de linhas da tabela-verdade correspondente então a sensação de segurança da sociedade diminui.
à proposição CG1A5AAA é igual a b) Se qualidade da educação dos jovens sobe, então a
sensação de segurança da sociedade diminui.
c) Se a qualidade da educação dos jovens não sobe, então
A. 2.
a sensação de segurança da sociedade não diminui.
B. 4.
d) Se a sensação de segurança da sociedade diminui,
C. 8.
então a qualidade da educação dos jovens sobe.
D. 16. e) Se a sensação de segurança da sociedade não diminui,
E. 32. então a qualidade da educação dos jovens não sobe.
07. (EBSERH – Cargos de nível Superior – CESPE/2018)
RACIOCÍNIO LÓGICO

12.. (TRF1ª região Analista Judiciário – CESPE/2017)


Se P, Q e R forem proposições simples e se ~R indicar Em uma reunião de colegiado, após a aprovação de uma
a negação da proposição R, então, independentemente
matéria polêmica pelo placar de 6 votos a favor e 5 con-
dos valores lógicos V = verdadeiro ou F = falso de P, Q e
tra, um dos 11 presentes fez a seguinte afirmação: “Basta
R, a proposição P→Q∨(~R) será sempre V.
um de nós mudar de ideia e a decisão será totalmente
modificada.”
( ) CERTO ( ) ERRADO

84
Considerando a situação apresentada e a proposição 16. (EBSERH – Cargos de nível Superior – CESPE/2018)
correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item. A respeito de lógica proposicional, julgue o item que se
A proposição é equivalente, sob o ponto de vista da ló- segue.
gica sentencial, à proposição “Desde que um membro A negação da proposição “Se o fogo for desencadeado
mude de ideia, a decisão será totalmente modificada”. por curto-circuito no sistema elétrico, será recomendá-
vel iniciar o combate às chamas com extintor à base de
( ) CERTO ( ) ERRADO espuma.” é equivalente à proposição “O fogo foi desen-
cadeado por curto-circuito no sistema elétrico e não será
13. (TRT 7ª Região - Analista Judiciário – CESPE/2017) recomendável iniciar o combate às chamas com extintor
Texto CB1A5AAA – Proposição P à base de espuma.”
A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciá-
rias, mas não apresentou os comprovantes de pagamen- ( ) CERTO ( ) ERRADO
to; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
Assinale a opção que apresenta uma proposição equiva- 17. (PC/MA – Escrivão de Polícia – CESPE/2018)
lente, sob o ponto de vista da lógica sentencial, à propo- Proposição CG1A5AAA
sição P do texto CB1A5AAA. A qualidade da educação dos jovens sobe ou a sensação
de segurança da sociedade diminui.
a) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- Assinale a opção que apresenta uma proposição que
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de pa- constitui uma negação da proposição CG1A5AAA.
gamento, ou o juiz julgou procedente a ação movida
pelo ex-empregado. a) A qualidade da educação dos jovens não sobe e a sen-
b) Se o juiz julgou procedente a ação movida pelo ex- sação de segurança da sociedade não diminui.
-empregado, então a empresa alegou ter pago suas b) A qualidade da educação dos jovens desce ou a sensa-
obrigações previdenciárias, mas não apresentou os ção de segurança da sociedade aumenta.
comprovantes de pagamento. c) A qualidade da educação dos jovens não sobe ou a
c) Se a empresa alegou ter pago suas obrigações previ- sensação de segurança da sociedade não diminui.
denciárias, mas não apresentou os comprovantes de d) A qualidade da educação dos jovens sobe e a sensa-
pagamento, então o juiz julgou procedente a ação ção de segurança da sociedade diminui.
movida pelo ex-empregado. e) A qualidade da educação dos jovens diminui ou a sen-
d) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-
sação de segurança da sociedade sobe.
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de pa-
gamento, mas o juiz julgou procedente a ação movida
pelo ex-empregado. 18. (SERES/PE – Agente de Segurança Penitenciária
– CESPE/2017) Assinale a opção que corresponde a
14. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/AL – Soldado uma negativa da seguinte proposição: “Se nas cidades
Combatente – CESPE/2018) A proposição Se medievais não havia lugares próprios para o teatro e
determinado candidato foi aprovado nas provas objetivas as apresentações eram realizadas em igrejas e castelos,
do concurso e no curso de formação de praças, ele se então a maior parte da população não era excluída dos
tornou soldado combatente do corpo de bombeiros local. espetáculos teatrais”.
é equivalente à seguinte proposição: Se determinado
candidato não se tornou soldado combatente do corpo a) Nas cidades medievais havia lugares próprios para o
de bombeiros local, então ele foi reprovado nas provas teatro ou as apresentações eram realizadas em igrejas
objetivas do concurso e no curso de formação de praças. e castelos e a maior parte da população era excluída
dos espetáculos teatrais.
( ) CERTO ( ) ERRADO b) Se a maior parte da população das cidades medievais
era excluída dos espetáculos teatrais, então havia
15. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/AL – Oficial lugares próprios para o teatro e as apresentações
Combatente – CESPE/2018) A respeito de proposições eram realizadas em igrejas e castelos.
lógicas, julgue os itens a seguir.Considere que P e Q se- c) Se nas cidades medievais havia lugares próprios para
jam as seguintes proposições: o teatro e as apresentações não eram realizadas em
P: Se a humanidade não diminuir a produção de material igrejas e castelos, então a maior parte da população
plástico ou não encontrar uma solução para o proble- era excluída dos espetáculos teatrais.
ma do lixo desse material, então o acúmulo de plásti- d) Se nas cidades medievais havia lugares próprios para
co no meio ambiente irá degradar a vida no planeta.
o teatro ou as apresentações eram realizadas em
Q: A humanidade diminui a produção de material plás-
igrejas e castelos, então a maior parte da população
RACIOCÍNIO LÓGICO

tico e encontra uma solução para o problema do lixo


era excluída dos espetáculos teatrais.
desse material ou o acúmulo de plástico no meio am-
e) Nas cidades medievais não havia lugares próprios para
biente degradará a vida no planeta.
o teatro, as apresentações eram realizadas em igrejas
Nesse caso, é correto afirmar que as proposições P e Q
e castelos e a maior parte da população era excluída
são equivalentes.
dos espetáculos teatrais.

( ) CERTO ( ) ERRADO

85
19. (TRF 1ª REGIÃO – Analista Judiciário – CESPE/2017) (PM/MA – 1º Tenente PM-Cirurgião Dentista –
Em uma reunião de colegiado, após a aprovação de uma CESPE/2017) Determinado laboratório de análises
matéria polêmica pelo placar de 6 votos a favor e 5 contra, clínicas está sendo investigado por emitir laudos
um dos 11 presentes fez a seguinte afirmação: “Basta falsos de um exame constituído por 7 indicadores,
um de nós mudar de ideia e a decisão será totalmente correspondentes à concentração de 4 compostos na
modificada.” corrente sanguínea, obtidos da seguinte forma: uma
Considerando a situação apresentada e a proposição medição da concentração de cada um dos compostos
correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item. A, B, C e D, e 3 medições, por 3 diferentes técnicas, da
A negação da proposição pode ser corretamente concentração do composto E. Os laudos verdadeiros de
expressa por “Basta um de nós não mudar de ideia ou a 7 pacientes (chamados pacientes-fonte), com prenomes
decisão não será totalmente modificada”. distintos, entre eles Amanda, Bárbara, Carlos e Daniel,
eram usados para compor laudos falsos para os demais
( ) CERTO ( ) ERRADO pacientes. Para dificultar a ação da autoridade policial,
na montagem de um laudo falso, o laboratório tomava o
20. (TRT 7ª REGIÃO – Analista Judiciário – CES- cuidado de, no conjunto de 7 medições que constituíam
PE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P cada laudo falsificado, usar apenas uma medição de
A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciá- cada paciente-fonte, ou seja, de nunca usar 2 ou mais
rias, mas não apresentou os comprovantes de pagamen- medições de um mesmo paciente-fonte.
to; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens
ex-empregado. seguintes.
A Proposição Q: A empresa alegou ter pago suas obri-
gações previdenciárias, mas não apresentou os compro-
22. Se fosse adotada a estratégia de falsificar laudos
vantes de pagamento.
seguindo-se a ordem sucessiva de medições referentes
aos compostos A, B, C e D e, em seguida, as medições
A proposição Q, anteriormente apresentada, está pre-
sente na proposição P do texto CB1A5AAA. referentes ao composto E, a quantidade de laudos falsos
A negação da proposição Q pode ser expressa por distintos que poderiam ser gerados pelo laboratório
seria superior a 800.
a) A empresa não alegou ter pago suas obrigações pre-
videnciárias ou apresentou os comprovantes de pa- ( ) CERTO ( ) ERRADO
gamento.
b) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- 23. Com relação ao composto E, a quantidade de laudos
ciárias ou não apresentou os comprovantes de paga- falsos distintos constituídos com dados dos exames de
mento. Amanda, Bárbara e Carlos que poderia ser produzida é
c) A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- superior a 50
ciárias e apresentou os comprovantes de pagamento.
d) A empresa não alegou ter pago suas obrigações pre- ( ) CERTO ( ) ERRADO
videnciárias nem apresentou os comprovantes de pa-
gamento.
24. Caso o laboratório escolhesse aleatoriamente, entre
os dados dos 7 pacientes-fonte, aqueles que seriam
21. (ABIN - Oficial Técnico de Inteligência – CESPE/2018)
Como forma de melhorar a convivência, as famílias Turing, usados nas medições referentes ao composto E, a
Russell e Gödel disputaram, no parque da cidade, em um probabilidade de serem usados os dados de Amanda,
domingo à tarde, partidas de futebol e de vôlei. O quadro a Bárbara e Carlos seria inferior a 3%.
seguir mostra os quantitativos de membros de cada família
presentes no parque, distribuídos por gênero. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Família Masculino Feminino 25. (TRT 7ª REGIÃO – Analista Judiciário – CESPE/2017)


Turing 5 7 Se, na presente prova, em que cada questão tem
quatro opções de resposta, um candidato escolher ao
Russel 6 5 acaso uma única resposta para cada uma das quatro
Gödel 5 9 primeiras questões, então a probabilidade de ele acertar
exatamente duas questões será igual a
A partir dessa tabela, julgue o item subsequente.
Considere que, em eventual sorteio de brindes, um nome a) 1/2 .
tenha sido retirado, ao acaso, do interior de uma urna
RACIOCÍNIO LÓGICO

b) 9/16 .
que continha os nomes de todos os familiares presentes c) 27/128 .
no evento. Nessa situação, sabendo-se que o sorteado d) 9/256 .
não é uma mulher da família Gödel, a probabilidade de
ser uma mulher da família Russel será superior a 20%.

( ) CERTO ( ) ERRADO

86
(EBSERH – Áreas Médicas – CESPE/2018) Uma pesquisa Tendo como referência essas proposições, julgue o item
revelou características da população de uma pequena a seguir, considerando que a notação ~S significa a ne-
comunidade composta apenas por casais e seus filhos. gação da proposição S.
Todos os casais dessa comunidade são elementos do Se, em uma unidade hospitalar, houver os seguintes con-
conjunto A∪B∪C, em que juntos de pacientes: A = {pacientes que receberão alta}; B
= {pacientes que receberão medicação} e C = {pacientes
A = {casais com pelo menos um filho com mais de 20 que receberão visitas}; se, para os pacientes dessa unida-
anos de idade}; de hospitalar, a proposição ~P→[Q∨R] for verdadeira; e
B = {casais com pelo menos um filho com menos de 10 se Ac foro conjunto complementar de A, então Ac⊂B∪C.
anos de idade};
C = {casais com pelo menos 4 filhos}. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Considerando que n(P) indique a quantidade de 30. (TRF 1ª REGIÃO – Analista Judiciário – CES-
elementos de um conjunto P, suponha que n(A) = 18; PE/2017) Em uma reunião de colegiado, após a apro-
n(B) = 20; n(C) = 25; n(A∩B) = 13; n(A∩C) = 11; n(B∩C) vação de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos
= 12 e n(A∩B∩C) = 8. O diagrama a seguir mostra essas a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte
quantidades de elementos. afirmação: “Basta um de nós mudar de ideia e a decisão
será totalmente modificada.”
Considerando a situação apresentada e a proposição
correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item.
Se A for o conjunto dos presentes que votaram a favor
e B for o conjunto dos presentes que votaram contra,
então o conjunto diferença A\B terá exatamente um ele-
mento.

( ) CERTO ( ) ERRADO

26. Com base nas informações e no diagrama preceden-


tes, julgue o item a seguir.
Pelo menos 30 casais dessa comunidade têm 2 ou mais
filhos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

27. .Com base nas informações e no diagrama preceden-


tes, julgue o item a seguir.
Se um casal dessa comunidade for escolhido ao acaso,
então a probabilidade de ele ter menos de 4 filhos será
superior a 0,3.

( ) CERTO ( ) ERRADO

28. Com base nas informações e no diagrama preceden-


tes, julgue o item a seguir.
A referida comunidade é formada por menos de 180 pes-
soas.
RACIOCÍNIO LÓGICO

( ) CERTO ( ) ERRADO

29. (EBSERH – Técnico Em Radiologia – CESPE/2018)


Considere as seguintes proposições: P: O paciente rece-
berá alta; Q: O paciente receberá medicação; R: O pacien-
te receberá visitas.

87
ANOTAÇÕES
GABARITO

________________________________________________
01 CERTO
02 C _________________________________________________

03 ERRADO _________________________________________________
04 ERRADO _________________________________________________
05 C
_________________________________________________
06 B
07 ERRADO _________________________________________________
08 ERRADO _________________________________________________
09 ERRADO
_________________________________________________
10 ERRADO
_________________________________________________
11 A
12 ERRADO _________________________________________________
13 C _________________________________________________
14 ERRADO
_________________________________________________
15 CERTO
16 CERTO _________________________________________________

17 A _________________________________________________
18 E _________________________________________________
19 ERRADO
_________________________________________________
20 A
21 ERRADO _________________________________________________
22 CERTO _________________________________________________
23 ERRADO
_________________________________________________
24 CERTO
_________________________________________________
25 C
26 CERTO _________________________________________________
27 ERRADO _________________________________________________
28 ERRADO
_________________________________________________
29 ERRADO
30 ERRADO _________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
RACIOCÍNIO LÓGICO

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

88
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - INSPETOR DE ALUNOS

Artigos 1 a 6 da Lei 9.394/96 de 20/12/1996 - Diretrizes e Bases da Educação – LDB;......................................................... 01


Decreto n°. 2479/79 – Estatuto do Servidor Público e Civil do Estado do Rio de Janeiro;.......................................................... 02
Lei Federal n.º 8.069/90 – Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente................................................................... 35
Artigos 205 a 214 da Constituição da República Federativa do Brasil......................................................................................... 36
dariedade humana, tem por finalidade o pleno desen-
ARTIGOS 1 A 6 DA LEI 9.394/96 DE volvimento do educando, seu preparo para o exercício
20/12/1996 - DIRETRIZES E BASES DA da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
EDUCAÇÃO – LDB;
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguin-
tes princípios:
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº I - igualdade de condições para o acesso e permanên-
9394/96 (atualizada até a Lei nº 13.796/2019). cia na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar
A lei estudada neste tópico “estabelece as diretrizes a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
e bases da educação nacional”. Data de 20 de dezem- III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
bro de 1996, tendo sido promulgada pelo ex-presidente IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
Fernando Henrique Cardoso, mas já passou por inúmeras V - coexistência de instituições públicas e privadas de
alterações desde então. Partamos para o comentário em ensino;
bloco de seus dispositivos: VI - gratuidade do ensino público em estabelecimen-
tos oficiais;
TÍTULO I VII - valorização do profissional da educação escolar;
Da Educação VIII - gestão democrática do ensino público, na forma
desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
Art. 1º A educação abrange os processos formativos IX - garantia de padrão de qualidade;
que se desenvolvem na vida familiar, na convivência X - valorização da experiência extraescolar;
humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pes- XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e
quisa, nos movimentos sociais e organizações da so- as práticas sociais;
ciedade civil e nas manifestações culturais. XII - consideração com a diversidade étnico-racial;
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se de- XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem
senvolve, predominantemente, por meio do ensino, ao longo da vida.
em instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo A educação escolar deve permitir a formação do cida-
do trabalho e à prática social. dão e do trabalhador: uma pessoa que consiga se inserir
O primeiro artigo da LDB estabelece que a educação no mercado de trabalho e ter noções adequadas de ci-
é um processo que não se dá exclusivamente nas esco- dadania e solidariedade no convívio social. Entre os prin-
las. Trata-se da clássica distinção entre educação formal cípios, trabalha-se com o direito de acesso à educação
e não formal ou informal: “A educação formal é aquela de qualidade (gratuita nos estabelecimentos públicos), a
desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente liberdade nas atividades de ensino em geral (tanto para o
demarcados; a informal como aquela que os indivíduos educador quanto para o educado), a valorização do pro-
aprendem durante seu processo de socialização - na fa- fessor, o incentivo à educação informal e o respeito às
mília, bairro, clube, amigos, etc., carregada de valores e diversidades de ideias, gêneros, raça e cor.
cultura própria, de pertencimento e sentimentos herda-
dos; e a educação não formal é aquela que se apren- #FicaDica
de ‘no mundo da vida’, via os processos de comparti-
lhamento de experiências, principalmente em espaços
A educação é dever da família e do Estado.
e ações coletivas cotidianas”1. A LDB disciplina apenas a
educação escolar, ou seja, a educação formal, que não
exclui o papel das famílias e das comunidades na educa-
ção informal. TÍTULO III
Do Direito à Educação e do Dever de Educar
#FicaDica
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar públi-
Educação formal – escolar ca será efetivado mediante a garantia de:
Educação informal – comunitária, familiar, I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (qua-
religiosa. tro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

seguinte forma:
a) pré-escola;
b) ensino fundamental;
TÍTULO II c) ensino médio;
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cin-
co) anos de idade;
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, ins- III - atendimento educacional especializado gratuito
pirada nos princípios de liberdade e nos ideais de soli- aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
1 GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da so- transversal a todos os níveis, etapas e modalidades,
ciedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval. pol.
preferencialmente na rede regular de ensino;
públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, p. 27-38, jan./mar. 2006.

1
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e mé- Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a ma-
dio para todos os que não os concluíram na idade própria; trícula das crianças na educação básica a partir dos 4
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pes- (quatro) anos de idade.
quisa e da criação artística, segundo a capacidade de Conforme se percebe pelo artigo 4º, divide-se em
cada um; etapas a formação escolar, nos seguintes termos:
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às - A educação básica é obrigatória e gratuita. Envol-
condições do educando; ve a pré-escola, o ensino fundamental e o ensino
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e médio. A educação infantil deve ser garantida pró-
adultos, com características e modalidades adequadas xima à residência. Com efeito, existe a garantia do
às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se direito à creche gratuita. No mais, pessoas fora da
aos que forem trabalhadores as condições de acesso e idade escolar que queiram completar seus estudos
permanência na escola; têm direito ao ensino fundamental e médio.
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas - A educação superior envolve os níveis mais elevados
da educação básica, por meio de programas suple- do ensino, da pesquisa e da criação artística, devendo
mentares de material didático-escolar, transporte, ali- ser acessível conforme a capacidade de cada um.
mentação e assistência à saúde; - Neste contexto, devem ser assegurados programas
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, defi- suplementares de material didático-escolar, trans-
nidos como a variedade e quantidade mínimas, por porte, alimentação e assistência à saúde.
aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento
do processo de ensino-aprendizagem. O artigo 5º reitera a gratuidade e obrigatoriedade do
X - vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino básico e assegura a possibilidade de se buscar ju-
ensino fundamental mais próxima de sua residência a dicialmente a garantia deste direito em caso de negati-
toda criança a partir do dia em que completar 4 (qua- va pelo poder público. Será possível fazê-lo por meio de
tro) anos de idade. mandado de segurança ou ação civil pública. Além da ju-
Art. 4º-A. É assegurado atendimento educacional, du- dicialização para fazer valer o direito na esfera cível, cabe
rante o período de internação, ao aluno da educação em caso de negligência o acionamento na esfera penal,
básica internado para tratamento de saúde em regime buscando-se a punição por crime de responsabilidade.
hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado, con- Adiante, coloca-se o dever dos pais ou responsáveis
forme dispuser o Poder Público em regulamento, na efetuar a matrícula da criança.
esfera de sua competência federativa.

Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direi- #FicaDica


to público subjetivo, podendo qualquer cidadão, gru-
A LDB amplia o conteúdo da própria CF, ao
po de cidadãos, associação comunitária, organização
sindical, entidade de classe ou outra legalmente cons- garantir não apenas o ensino fundamental,
tituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder mas todo o ensino básico (pré-escola, fun-
público para exigi-lo. damental e médio) como obrigatório e gra-
§ 1º O poder público, na esfera de sua competência tuito, também prevendo de forma expressa
federativa, deverá: a gratuidade do ensino infantil (creches).
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes
em idade escolar, bem como os jovens e adultos que
não concluíram a educação básica;
II - fazer-lhes a chamada pública;
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequên- DECRETO N°. 2479/79 – ESTATUTO DO
cia à escola. SERVIDOR PÚBLICO E CIVIL DO ESTADO
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Pú- DO RIO DE JANEIRO;
blico assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino
obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando
em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, TÍTULO I
conforme as prioridades constitucionais e legais. Disposições Preliminares
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste
artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judi- CAPÍTULO ÚNICO
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição


Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judi- Art. 1º - O regime jurídico dos funcionários públicos
cial correspondente. civis do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro,
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade com- instituído pelo Decreto-Lei nº 220, de 18 de julho de
petente para garantir o oferecimento do ensino obri- 1975, fica disciplinado na forma deste Regulamento.
gatório, poderá ela ser imputada por crime de respon-
sabilidade. § 1º - Para os efeitos deste Regulamento, funcionário é
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade a pessoa legalmente investida em cargo público esta-
de ensino, o Poder Público criará formas alternativas dual do Quadro I (Permanente), de provimento efetivo
de acesso aos diferentes níveis de ensino, independen- ou em comissão, previsto no Plano de Cargos e Venci-
temente da escolarização anterior. mentos do Estado do Rio de Janeiro.

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§ 2º - Aos servidores contratados no exercício de fun- III – o número de vagas a ser preenchido, distribuído
ção gratificada, com suspensão dos respectivos con- por especialização, quando for o caso;
tratos de trabalho, e aos estagiários, somente serão IV – o prazo de validade das provas, de 2 (dois) anos
reconhecidos e concedidos os direitos e vantagens que no máximo, só prorrogável uma vez, por período não
expressamente lhes estejam assegurados por este Re- excedente a 12 (doze) meses, havendo motivos rele-
gulamento. vantes, a juízo do Secretário de Estado de Adminis-
tração, contados da publicação da classificação geral;
TÍTULO II V – o prazo de duração do estágio experimental, que
Do Provimento, do Exercício e da Vacância não será inferior a 6 (seis) nem superior a 12 (doze)
meses.
CAPÍTULO I
Disposições Gerais § 1º - As instruções reguladoras do concurso serão
aprovadas pelo Órgão Central do Sistema de Pessoal
Art. 2º - Os cargos públicos são providos por: Civil do Estado.
§ 2º - Independe de limite de idade a inscrição em
I – nomeação; concurso de servidores da Administração Direta ou
II – reintegração; Indireta, ressalvados os casos em que, pela tipicidade
III – transferência; das tarefas ou atribuições de cada cargo, deva ser fi-
IV – aproveitamento; xado limite próprio pelas instruções especiais de cada
V – readaptação; concurso.
VI – outras formas determinadas em lei. § 3º - Além dos requisitos de que trata este artigo, são
exigíveis para inscrição em concurso público:
Art. 3º - O funcionário não poderá, sem prejuízo de
seu cargo, ser provido em outro cargo efetivo ou admi- 1) nacionalidade brasileira ou portuguesa, desde que
tido como contratado, salvo nos casos de acumulação reconhecida, na forma da legislação federal pertinen-
legal. te, a igualdade de direitos e obrigações civis;
2) pleno gozo dos direitos políticos;
Art. 4º - O ato de provimento deverá indicar necessa- 3) quitação das obrigações militares.
riamente a existência de vaga, com todos os elemen-
tos capazes de identificá-la. § 4º - Encerradas as inscrições, regularmente pro-
cessadas, para concurso destinado ao provimento de
qualquer cargo, não se abrirão novas inscrições para
Art. 5º - A nomeação para cargo de provimento efeti-
a mesma categoria funcional antes da publicação da
vo depende de prévia habilitação em concurso público
homologação do concurso.
de provas ou de provas e títulos.
§ 5º - Para as vagas que ocorrerem após a publicação
das instruções reguladoras do concurso, a critério da
SEÇÃO I
Administração poderão ser designados para estágio
Do Concurso candidatos habilitados, desde que dentro do prazo de
validade das provas.
Art. 6º - O concurso de provas ou de provas e títulos
para provimento de cargos por nomeação será sempre Art. 9º - O candidato habilitado nas provas e no exa-
público, dele se dando prévia e ampla publicidade da me de sanidade físico-mental será submetido a es-
abertura de inscrições, requisitos exigidos, programas, tágio experimental, mediante ato de designação do
realização, critérios de julgamento e tudo quanto dis- Secretário de Estado, titular de órgão integrante da
ser respeito ao interesse dos possíveis candidatos. Governadoria ou dirigente de autarquia.
Art. 7º - O concurso objetivará avaliar: Parágrafo único – O ato de designação indicará ex-
pressamente o prazo do estágio, conforme o fixado
I – o conhecimento e a qualificação profissionais, me- pelas respectivas instruções reguladoras do concurso.
diante provas ou provas e títulos;
II – as condições de sanidade físico-mental; Art. 10 – A designação prevista no artigo anterior observa-
III – o desempenho das atividades do cargo, inclusive rá a ordem de classificação nas provas e o limite de vagas
as condições psicológicas do candidato, mediante es-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a serem preenchidas, percebendo o estagiário retribuição


tágio experimental. correspondente a 80% (oitenta por cento) do vencimento
do cargo, assegurada a diferença se nomeado afinal.
Art. 8º - Das instruções para o concurso constarão:
§ 1º - O candidato que, ao ser designado para está-
I – o limite de idade dos candidatos, que poderá va- gio experimental, for ocupante, em caráter efetivo, de
riar de 18 (dezoito) anos completos até 45 (quarenta e cargo ou emprego em órgão da Administração Esta-
cinco) incompletos, dependendo da natureza do cargo dual Direta ou Autárquica, ficará dele afastado com a
a ser provido; perda do vencimento ou salário, das vantagens e do
II – o grau de instrução exigível, a ser comprovado me- auxílio-moradia, ressalvado o adicional por tempo de
diante apresentação de documento hábil; serviço.

3
§ 2º - Este afastamento não alterará a filiação ao sis- § 1º - Mediante requerimento do interessado e ocor-
tema previdenciário do estagiário, nem a base de con- rendo motivo relevante, o prazo para investidura po-
tribuição. derá ser prorrogado ou revalidado, a critério da Ad-
§ 3º - Não se exigirá o afastamento referido no § 1º, ministração, em até 60 (sessenta) dias, contados do
se o cargo efetivo for acumulável com o do objeto do término do prazo de que trata este artigo.
concurso.
§ 2º - Será tornado sem efeito o ato de provimento,
Art. 11 – O candidato não aprovado no estágio expe- se a posse ou o exercício não se verificar nos prazos
rimental será considerado inabilitado no concurso e estabelecidos.
retornará automaticamente ao cargo ou emprego de
que se tenha afastado, se for o caso. Art. 15 – São requisitos para a posse, além dos enume-
rados nos itens 1 a 3, do § 3º, do artigo 8º:
Art. 12 – Expirado o prazo de duração do estágio ex-
perimental, a autoridade que tiver designado o esta- I – habilitação em exame de sanidade físico-mental
giário comunicará ao órgão promotor do concurso o realizado exclusivamente por órgão oficial do Estado;
resultado do desempenho das atividades exercidas no II – declaração de bens;
cargo, inclusive suas condições psicológicas, idonei- III – bom procedimento, comprovado por atestado de
dade moral, assiduidade, disciplina e eficiência, con- antecedentes expedido por órgão de identificação do
cluindo pela aprovação ou não do candidato. Estado do domicílio do candidato à investidura ou me-
diante informação, em processo, ratificada pelo Secre-
§ 1º - O chefe imediato do estagiário encaminhará à tário de Estado de Segurança Pública;
autoridade referida neste artigo, nos 15 (quinze) dias IV – declaração sobre se detém outro cargo, função
anteriores ao término do estágio, relatório circunstan- ou emprego, na Administração Direta ou Indireta de
ciado sobre o desempenho das atividades do interes- qualquer esfera de Poder Público, ou se percebe pro-
sado, se motivo relevante não justificar encaminha- ventos de inatividade;
mento antes deste prazo. V – atendimento às condições especiais previstas em
§ 2º - Quando a autoridade competente para a ava- lei ou regulamento para determinados cargos.
liação concluir desfavoravelmente ao estagiário, fará
publicar sua imediata dispensa. § 1º - Quando o funcionário efetivo for provido em
§ 3º - Recebidos pelo órgão promotor do concurso os cargo em comissão, não se exigirá a comprovação dos
resultados da avaliação de todos os estagiários, será requisitos de que trata este artigo, exceto os indicados
publicada no órgão oficial a classificação final do con- nos incisos II e VI.
curso, que se homologará por ato do Secretário de Es- § 2º - Quando o provimento recair em inativo, este
tado de Administração. atenderá às exigências do artigo, além do requisito
§ 4º - O prazo de validade do concurso é de 90 (no- estabelecido no item 2, do § 3º, do artigo 8º.
venta) dias, contados de sua homologação, dentro do
qual serão nomeados, por proposta do Secretário de Art. 16 – Da posse se lavrará termo do qual consta-
Estado de Administração, os candidatos habilitados, rá compromisso de fiel cumprimento dos deveres da
observada rigorosamente a classificação obtida. função pública, e se consignará a apresentação de de-
§ 5º - Enquanto não publicado o ato de nomeação a claração de bens do empossado, incluídos os do seu
que se refere o parágrafo anterior, o candidato perma- cônjuge, se for o caso.
necerá na condição de estagiário.
Parágrafo único – Os termos de posse, acompanhados
Art. 13 – A data da publicação do ato de nomeação das respectivas declarações de bens, deverão ser en-
será considerada, para todos os efeitos, o início do caminhados, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, à
exercício do cargo, salvo para a percepção da diferen- Secretaria de Estado de Administração, ressalvados os
ça de retribuição a que se refere o artigo 10 e para relativos às autarquias.
aquisição de estabilidade, quando se computará o pe-
ríodo do estágio experimental. Art. 17 – São competentes para dar posse:

SEÇÃO II I – O Governador, aos Secretários de Estado e demais


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Da Investidura autoridades que lhe sejam diretamente subordinadas;


II – os Secretários de Estados, aos ocupantes de cargo
Art. 14 – A investidura em cargo em comissão, inte- em comissão no âmbito das respectivas Secretarias,
grante do Grupo I – Direção e Assessoramento Supe- inclusive aos dirigentes de autarquias a estas vincu-
riores – DAS, ocorrerá com a posse; em cargo de provi- ladas;
mento efetivo, do Grupo III – Cargos Profissionais, com III – o Chefe do Gabinete Militar, o Procurador-Geral
o exercício. Em ambos os casos, iniciar-se-á dentro do do Estado e o Procurador-Geral da Justiça, aos ocu-
prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação do pantes de cargo em comissão no âmbito dos respec-
ato de provimento. tivos órgãos;
IV – os dirigentes de autarquias, aos ocupantes de car-
go em comissão das respectivas entidades.

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Art. 18 – São requisitos para o exercício os mesmos Art. 23 – Recaindo a nomeação em funcionário do Es-
estabelecidos para a posse, bem como a prestação de tado, este optará pelo vencimento do cargo em comis-
fiança, quando a natureza da função o exigir. são ou pela percepção do vencimento e vantagens do
seu cargo efetivo acrescida de uma gratificação cor-
Parágrafo único – A comprovação dos requisitos a que respondente a 70% (setenta por cento) do valor fixado
se referem os itens 1 e 3, do § 3º, do artigo 8º, e o para o cargo em comissão.
inciso III, do artigo 15, não será exigida nos casos de
reintegração e aproveitamento. Parágrafo único – A opção pelo vencimento do cargo
em comissão não prejudicará o adicional por tempo
Art. 19 – É competente para dar exercício o Secretário de serviço devido ao funcionário, que será calculado
de Estado de Administração, quando se tratar de in- sobre o valor do cargo que ocupa em caráter efetivo.
vestidura em cargos de provimento efetivo.
Art. 24 – O servidor contratado, que aceitar nomeação
Art. 20 – A competência para dar posse e exercício para cargo em comissão da estrutura da Administra-
poderá ser objeto de delegação. ção Direta ou das autarquias, terá suspenso seu con-
trato de trabalho, enquanto durar o exercício do cargo
SEÇÃO III em comissão.
Da Fiança
§ 1º - Exonerado do cargo em comissão, o servidor
Art. 21 – Quando o provimento em cargo ou função reverterá imediatamente ao exercício do contrato.
depender de prestação de fiança, não se dará investi- § 2º - O afastamento em virtude da condição tempo-
dura sem a prévia satisfação dessa exigência. rária do exercício do cargo em comissão e o retorno
à situação primitiva serão obrigatoriamente anotados
§ 1º - A fiança poderá ser prestada em: na carteira profissional, bem como nos registros rela-
tivos ao servidor.
1) dinheiro; § 3º - A retribuição pelo exercício de cargo em comissão
2) títulos de dívida pública da União ou do Estado; será o valor do respectivo símbolo, não podendo o servi-
3) apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas dor contratado exercer a opção prevista no artigo 23.
por instituição oficial ou legalmente autorizada para § 4º - O regime previdenciário dos servidores no exer-
esse fim. cício de cargo em comissão é o dos funcionários efeti-
vos da Administração Direta.
§ 2º - Não poderá ser autorizado o levantamento da
fiança, antes de tomadas as contas do funcionário. Art. 25 – Somente após ter sido colocado à disposição
do Poder Executivo do Estado, para o fim determinado,
§ 3º - O responsável por alcance ou desvio de mate- poderá o ato de nomeação recair em funcionário de
rial não ficará isento do procedimento administrativo outro Poder ou de outra esfera de Governo.
e criminal que couber, ainda que o valor da fiança seja
superior ao prejuízo verificado. Parágrafo único – Na hipótese do artigo, desde que
o funcionário tenha sido colocado à disposição do
CAPÍTULO II Governo Estadual sem ônus para a esfera do poder a
Das Funções de Confiança que pertence, receberá, pelo exercício do cargo em co-
missão, o vencimento para este fixado; caso contrário,
SEÇÃO I observará o procedimento estabelecido no artigo 23.
Dos Cargos em Comissão
Art. 26 – O inativo provido em cargo em comissão per-
Art. 22 – O cargo em comissão se destina a atender a ceberá integralmente o vencimento para este fixado,
encargos de direção e de chefia, consulta ou assesso- cumulativamente com o respectivo provento.
ramento superiores, e é provido mediante livre escolha
do Governador, podendo esta recair em funcionário, Art. 27 – A posse em cargo em comissão determinará
em servidor regido pela legislação trabalhista ou em o concomitante afastamento do funcionário do cargo
pessoa estranha ao serviço público, desde que reúna efetivo de que for titular, ressalvados os casos de acu-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

os requisitos necessários e a habilitação profissional mulação legal.


para a respectiva investidura.
SEÇÃO II
§ 1º - A competência e as atribuições dos cargos em Das Funções Gratificadas
comissão e de seus titulares serão definidas nos regi-
mentos dos respectivos órgãos. Art. 28 – Função gratificada de preenchimento em
§ 2º - Não poderão ocupar cargo em comissão os confiança, integrante do Grupo II – Chefia e Assistên-
maiores de 70 (setenta) anos e os que tenham sido cia Intermediárias – CAI, é a criada pelo Poder Exe-
aposentados por invalidez para o Serviço Público, des- cutivo, com símbolo próprio, para atender a encargos
de que subsistentes os motivos que determinaram a de chefia, secretariado, assessoramento e outros, em
inatividade. níveis intermediário e inferior.

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Art. 29 – O Poder Executivo, ao criar as funções grati- § 2º - A substituição automática é a estabelecida em
ficadas, observará os recursos orçamentários existen- lei, regulamento ou regimento, e processar-se-á inde-
tes para esse fim, bem como os símbolos e respectivas pendentemente de ato.
gratificações prefixadas em lei. § 3º - Quando depender de ato e se a substituição for
indispensável, o substituto será designado pela autori-
Art. 30 – O exercício da função gratificada, não cons- dade imediatamente superior àquela substituída.
tituindo emprego, guardará correspondência de atri- § 4º - Pelo tempo de substituição o substituto perce-
buições com as do cargo efetivo exercido pelo fun- berá o vencimento e vantagens atribuídas ao cargo
cionário designado, e a gratificação respectiva tem o em comissão ou função gratificada, ressalvado o caso
caráter de vantagem acessória ao seu vencimento, de de opção pelo vencimento e vantagens do seu cargo
acordo com o ANEXO II do Decreto-Lei nº 408, de 02 efetivo.
de fevereiro de 1979. § 5º - Quando se tratar de detentor de cargo em co-
missão ou função gratificada, o substituto fará jus so-
Art. 31 – Com exceção dos aposentados e dos ocupan- mente à diferença de remunerações.
tes de empregos cujos contratos tenham sido suspen-
sos, nos termos do Decreto-Lei nº 147, de 26 de junho Art. 36 – A substituição não poderá recair em servidor
de 1975, somente poderá ser designado para prover contratado ou em pessoa estranha ao serviço público
função gratificada funcionário efetivo do Estado. estadual, salvo na hipótese do § 5º do artigo anterior.

§ 1º - A retribuição pelo exercício de função gratifi- Art. 37 – Na vacância de cargo em comissão ou de


cada corresponderá ao valor do respectivo símbolo, a funções gratificadas, e até o seu provimento, poderão
que se acrescentará, como gratificação suplementar ser designados funcionários do Estado para responder
temporária, o valor correspondente ao que o servidor pelo seu expediente.
vinha percebendo no exercício do contrato suspenso.
Parágrafo único – Aplicam-se ao responsável pelo ex-
§ 2º - Aplicam-se à função gratificada as regras do §
pediente as disposições desta Seção.
2º, do artigo 22 e do artigo 24 e seus § § 1º, 2º e 4º.
CAPÍTULO III
Art. 32 – São competentes para designar e dispensar
Das Formas de Provimento
ocupantes de funções gratificadas, no âmbito das res-
pectivas unidades administrativas, e dentre os servi-
SEÇÃO I
dores que lhes são mediata ou imediatamente subor-
Da Nomeação
dinados, as autoridades referidas nos incisos II, III e IV,
do artigo 17. Art. 38 – A nomeação será feita:
Parágrafo único – Quando a designação deva recair I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de
em servidor lotado em órgão diferente, é indispensá- classe singular ou de cargo de classe inicial de série
vel a prévia concordância do dirigente desse órgão. de classes;
II – em comissão, quando se tratar de cargo que, em
Art. 33 – Independe de exame de sanidade físico-men- virtude de lei, assim deva ser provido.
tal a investidura em função gratificada, salvo quando
a designação recair em inativo ou em servidor regido Art. 39 – A nomeação em caráter efetivo obedecerá à
pela legislação trabalhista. ordem rigorosa de classificação dos candidatos habili-
tados em concurso.
Art. 34 – Compete à autoridade a que ficar subordi-
nado o servidor designado para função gratificada SEÇÃO II
dar-lhe exercício no prazo de 30 (trinta) dias, indepen- Da Reintegração
dentemente de posse.
Art. 40 – A reintegração, que decorrerá de decisão ad-
Parágrafo único – Aplica-se à função gratificada o dis- ministrativa ou judicial, é o reingresso do funcionário
posto nos § § 1º e 2º, do artigo 14. exonerado ex officio ou demitido do serviço público
estadual, com ressarcimento do vencimento e vanta-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO III gens e reconhecimento dos direitos ligados ao cargo.


Da Substituição
Parágrafo único – A decisão administrativa que deter-
Art. 35 – Os cargos em comissão ou funções gratifica- minar a reintegração será sempre proferida em pedido
das poderão ser exercidos, eventualmente, em substi- de reconsideração, recurso hierárquico ou revisão de
tuição, nos casos de impedimento legal e afastamento processo.
de seus titulares.
Art. 41 – A reintegração será feita no cargo anterior-
§ 1º - A substituição, que será automática ou depen- mente ocupado; se alterado, no resultante da alte-
derá de ato de designação, independe de posse. ração; se extinto, noutro de vencimento equivalente,
observada a habilitação profissional.

6
Parágrafo único – Não ocorrendo qualquer das hipó- SEÇÃO IV
teses previstas nesse artigo, o funcionário será reinte- Do Aproveitamento
grado no cargo extinto, que será restabelecido, como
excedente. Art. 53 – Aproveitamento é o retorno ao serviço pú-
blico estadual do funcionário colocado em disponibi-
Art. 42 – A reintegração ocorrerá sempre no sistema lidade.
de classificação a que pertencia o funcionário.
Art. 54 – O funcionário em disponibilidade poderá ser
Art. 43 – Reintegrado o funcionário, quem lhe hou- aproveitado em cargo de natureza e vencimento com-
ver ocupado o lugar, se não estável, será exonerado de patível com os do anteriormente ocupado.
plano; ou, se exercia outro cargo e este estiver vago, a
ele ou a outro vago da mesma classe será reconduzido, § 1º - Restabelecido o cargo, ainda que modificada
em qualquer das hipóteses sem direito à indenização. sua denominação, poderá nele ser aproveitado o fun-
cionário posto em disponibilidade quando da sua ex-
Parágrafo único – Se estável, o funcionário que houver tinção.
ocupado o lugar do reintegrado será obrigatoriamen- § 2º - O aproveitamento dependerá de prova de sa-
te provido em igual cargo, ainda que necessária a sua nidade físico-mental verificada mediante inspeção
criação, como excedente ou não. médica.

Art. 44 – O funcionário reintegrado será submetido à Art. 55 – Havendo mais de um concorrente à mesma
inspeção médica e aposentado se julgado incapaz. vaga, terá preferência o de maior tempo de disponi-
bilidade e, no caso de empate, o de maior tempo de
SEÇÃO III serviço público estadual.
Da Transferência
Art. 56 – Será tornado sem efeito o aproveitamento
Art. 45 – Transferência, quando não se tratar da de- e cassada a disponibilidade, se o funcionário não en-
finida no inciso IV, alínea “c”, do artigo 14 do Decre- trar em exercício no prazo legal, salvo caso de doença
to-Lei nº 408, de 02 de fevereiro de 1979, é o ato de comprovada em inspeção médica.
provimento do funcionário em outro cargo de deno-
minação diversa e de retribuição equivalente. Parágrafo único – Provada a incapacidade definitiva
em inspeção médica, será decretada a aposentadoria.
Art. 46 – A transferência se fará à vista de comprova-
ção competitiva de habilitação dos interessados para o SEÇÃO V
exercício do novo cargo, realizada perante a Fundação Da Readaptação
Escola de Serviço Público do Estado do Rio de Janeiro.
Art. 57 – O funcionário estável poderá ser readaptado
Art. 47 – A transferência poderá ser feita de cargo de ex officio ou a pedido em função mais compatível, por
Administração Direta para outro da autárquica, ou re- motivo de saúde ou incapacidade física.
ciprocamente; e de um para outro cargo de quadros
diferentes da mesma entidade. Art. 58 – A readaptação de que trata o artigo anterior
se fará por:
Art. 48 – Quando se tratar de cargo de classe inicial de
série de classes, a transferência não poderá ser feita I – redução ou cometimento de encargos diversos da-
para cargo vago destinado a provimento por concurso queles que o funcionário estiver exercendo, respeita-
já aberto. das as atribuições da série de classes a que pertencer,
ou do cargo de classe singular de que for ocupante;
Art. 49 – A transferência será feita a pedido do fun- II – provimento em outro cargo.
cionário, atendidos o interesse e a conveniência da
Administração. § 1º - A readaptação dependerá sempre de prévia
inspeção realizada por junta médica do órgão oficial
Art. 50 – A transferência não interromperá o exercício competente.
para efeito de adicional por tempo de serviço.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º - A readaptação referida no inciso II deste artigo


não acarretará descenso nem elevação de vencimento.
Art. 51 – No caso de transferência para cargo corres-
pondente à atividade profissional regulamentada, a Art. 59 – A readaptação será processada:
habilitação será condicionada à prévia comprovação
de que o interessado satisfaz às exigências para o I – quando provisória, mediante ato do Secretário de
exercício da profissão. Estado de Administração, pela redução ou atribuição
de novos encargos ao funcionário, na mesma ou em
Art. 52 – Não poderá ser transferido o funcionário que outra unidade administrativa, consideradas a hierar-
não tenha adquirido estabilidade. quia e as funções do seu cargo;

7
II – quando definitiva, por ato do Governador, para Art. 65 – A remoção por permuta será processada a
cargo vago, mediante transferência, observados os re- pedido escrito de ambos os interessados.
quisitos de habilitação fixados para a classe respectiva.
Art. 66 – Cabe ao Secretário de Estado de Administra-
CAPÍTULO IV ção expedir os atos de remoção, após audiência dos
Da Vacância titulares dos órgãos interessados.

Art. 60 – Dar-se-á vacância do cargo ou da função na Parágrafo único – Quando se tratar de provimento de
data do fato ou da publicação do ato que implique cargo em comissão, a remoção decorrerá da publica-
desinvestidura. ção do respectivo ato de nomeação.

Art. 61 – A vacância decorrerá de: TÍTULO IV


Do Tempo de Serviço
I – exoneração;
II – demissão; CAPÍTULO I
III – transferência; Disposições Gerais
IV – aposentadoria;
V – falecimento; Art. 67 – O início, a interrupção e o reinício do exer-
VI – perda do cargo; cício serão registrados no assentamento individual do
VII – determinação em lei; funcionário.
VIII – dispensa;
IX – destituição de função. § 1º - Ao entrar em exercício o funcionário apresen-
tará ao órgão competente os elementos necessários à
Art. 62 – Dar-se-á exoneração ou dispensa: abertura de seu assentamento individual.
§ 2º - O início do exercício e as alterações que nele
I – a pedido; ocorrerem serão comunicados ao órgão setorial de
II – ex-officio. pessoal, pelo titular da unidade administrativa em que
estiver servindo o funcionário.
Parágrafo único – A exoneração ou dispensa ex officio
ocorrerá nas seguintes hipóteses: Art. 68 – O funcionário entrará em exercício no prazo
de 30 (trinta) dias contados da data:
1) de exercício de cargo em comissão ou função gra-
tificada, salvo se a pedido, aceito pela Administração; I – da publicação do ato de nomeação em cargo efe-
2) de abandono de cargo, quando, extinta a punibili- tivo;
dade administrativa por prescrição, o funcionário não II – da publicação do ato de reintegração, de transfe-
houver requerido exoneração; rência ou de aproveitamento;
3) na prevista no artigo 43, primeira parte. III – da publicação do ato de provimento em função
gratificada.
Art. 63 – O funcionário perderá o cargo:
Art. 69 – A transferência, a promoção e a readaptação
I – em virtude de sentença judicial ou mediante pro- por motivo de saúde não interrompem o exercício, que
cesso administrativo disciplinar em que se lhe tenha é contado na nova classe a partir da validade do ato.
assegurado ampla defesa;
II – quando, por ser desnecessário, for extinto, ficando Art. 70 – O funcionário removido para outra unidade
o seu ocupante, se estável, em disponibilidade; administrativa terá prazo de 5 (cinco) dias, contados
III – nos demais casos especificados em lei. da data da publicação do respectivo ato, para reiniciar
suas atividades.
TÍTULO III
Da Remoção § 1º - Quando em férias, licenciado ou afastado legal-
mente de seu cargo, esse prazo será contado a partir
CAPÍTULO ÚNICO do término do impedimento.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º - O prazo a que se refere este artigo será conside-


Art. 64 – A remoção, a pedido ou ex officio, é o des- rado como período de trânsito, computável como de
locamento do funcionário de sua lotação para a de efetivo exercício para todos os efeitos.
outra Secretaria de Estado ou órgão diretamente su- § 3º - O prazo referido no caput deste artigo poderá
bordinado ao Governador. ser prorrogado, no máximo por igual período, por so-
licitação do interessado, a juízo da autoridade compe-
§ 1º - A remoção só poderá dar-se para lotação em tente para dar-lhe exercício.
que houver claro.
§ 2º - O funcionário removido, quando em férias, não Art. 71 – O funcionário terá exercício na unidade ad-
as interromperá. ministrativa para a qual for designado.

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Art. 72 – Haverá lotação única de funcionários em Art. 78 – Admitir-se-á como documentação própria
cada Secretaria de Estado ou órgão diretamente su- comprobatória do tempo de serviço público:
bordinado ao chefe do Poder Executivo.
I – certidão de tempo de serviço, extraída de folha de
§ 1º - Entende-se por lotação o número de funcioná- pagamento;
rios de cada série de classes ou de classes singulares, II – certidão de frequência, extraída de folha de pa-
inclusive de ocupantes de funções de confiança, que, gamento;
segundo as necessidades, devam ter exercício em cada III – justificação judicial.
órgão de Governo referido neste artigo.
§ 2º - O funcionário nomeado integrará lotação na § 1º - Os elementos probantes indicados nos incisos
qual houver claro, observando-se igual critério quanto acima são exigíveis na ordem direta de sua enume-
às demais formas de provimento. ração, somente sendo admitido o posterior quando
acompanhado de certidão negativa, fornecida pelo
Art. 73 – O afastamento do funcionário de sua uni- órgão competente para a expedição do elemento a
dade administrativa, quando para desempenho de que se refere o anterior.
função de confiança no Estado, dar-se-á somente com § 2º - Sobre tempo de serviço comprovado median-
ônus para a unidade requisitante. te justificação judicial, será prévia e obrigatoriamente
ouvida a Procuradoria-Geral do Estado.
Art. 74 – O funcionário será afastado do exercício de
seu cargo: Art. 79 – Será considerado como de efetivo exercício o
afastamento por motivo de:
I – enquanto durar o mandato legislativo ou executivo,
federal ou estadual; I – férias;
II – enquanto durar o mandato de Prefeito ou Vice- II – casamento e luto, até 8 (oito) dias;
-Prefeito; III – exercício de outro cargo ou função de governo ou
III – enquanto durar o mandato de Vereador, se não de direção, de provimento em comissão ou em substi-
existir compatibilidade de horário entre o seu exercício tuição, no serviço público do Estado do Rio de Janeiro,
e o da função pública; inclusive respectivas autarquias, empresas públicas e
IV – durante o lapso de tempo que mediar entre o re- sociedades de economia mista, ou serviço prestado
gistro da candidatura eleitoral e o dia seguinte ao da à Presidência da República em virtude de requisição
eleição.
oficial;
IV – exercício de outro cargo ou função de governo ou
Art. 75 – Preso preventivamente, pronunciado, de-
de direção, de provimento em comissão ou em subs-
nunciado por crise funcional ou condenado por crime
tituição, no serviço público da União, de outros Esta-
inafiançável em processo no qual não haja pronúncia,
dos e dos Municípios, inclusive respectivas autarquias,
o funcionário será afastado do exercício do cargo, até
empresas públicas e sociedades de economia mista,
decisão transitada em julgado.
quando o afastamento houver sido autorizado pelo
§ 1º - Será, ainda, afastado o funcionário condenado Governador, sem prejuízo do vencimento do funcio-
por sentença definitiva à pena que não determine de- nário;
missão. V – estágio experimental;
§ 2º - O funcionário suspenso disciplinar ou preventi- VI – licença-prêmio;
vamente, ou preso administrativamente, será afastado VII – licença para repouso à gestante;
do exercício do cargo. VIII – licença para tratamento de saúde;
IX – licença por motivo de doença em pessoa da famí-
CAPÍTULO II lia, desde que não exceda o prazo de 12 (doze) meses;
Da Apuração X – acidente em serviço ou doença profissional;
XI – doença de notificação compulsória;
Art. 76 – A apuração do tempo de serviço será feita em XII – missão oficial;
dias, não considerado, para qualquer efeito, o exercí- XIII – estudo no exterior ou em qualquer parte do ter-
cio de função gratuita. ritório nacional, desde que de interesse para a Admi-
nistração e não ultrapasse o prazo de 12 (doze) meses;
XIV – prestação de prova ou de exame em curso regu-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º - O número de dias será convertido em anos, con-


siderado o ano como de 365 (trezentos e sessenta e lar ou em concurso público;
cinco) dias. XV – recolhimento à prisão, se absolvido afinal;
§ 2º - Feita a conversão, os dias restantes até 182 (cen- XVI – suspensão preventiva, se inocentado afinal;
to e oitenta e dois) não serão computados, arredon- XVII – convocação para serviço militar ou encargo da
dando-se para um ano quando exceder esse número, segurança nacional, júri e outros serviços obrigatórios
nos casos de cálculo para aposentadoria. por lei;
XVIII – trânsito para ter exercício em nova sede;
Art. 77 – Os dias de efetivo exercício serão computa- XIX – faltas por motivo de doença comprovada, inclu-
dos à vista de documentação própria que comprove a sive em pessoas da família, até o máximo de 3 (três)
frequência. durante o mês, e outros casos de força maior;

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XX – candidatura a cargo eletivo, conforme o disposto CAPÍTULO III
nos incisos IV e V, do artigo 74; Da Frequência e do Horário
XXI – mandato legislativo ou executivo, federal ou es-
tadual; Art. 83 – A frequência será apurada por meio de ponto.
XXII – mandato de Prefeito ou Vice-Prefeito;
XXIII – mandato de Vereador, nos termos do disposto § 1º - Ponto é o registro pelo qual se verificarão, dia-
no inciso III, do artigo 74; riamente, as entradas e saídas do funcionário.
XXI – mandato legislativo ou executivo, federal ou es- § 2º - Nos registros do ponto deverão ser lançados to-
tadual; dos os elementos necessários à apuração da frequên-
XXII – mandato de Prefeito ou Vice-Prefeito; cia.
XXIII – mandato de Vereador, nos termos do disposto
no inciso III, do artigo 74. Art. 84 – É vedado dispensar o funcionário do registro
do ponto, bem como abonar faltas ao serviço, salvo
Parágrafo único – O afastamento para o exterior, ex- nos casos expressamente previstos em lei ou regula-
ceto em gozo de férias ou licenças, dependerá de pré- mento.
via autorização do Governador.
§ 1º - A falta abonada é considerada, para todos os
Art. 80 – Para efeito de aposentadoria ou disponibili- efeitos, presença ao serviço.
dade será computado: § 2º - Excepcionalmente e apenas para elidir efeitos
disciplinares, poderá ser justificada falta ao serviço.
* Art. 80. Para efeito de aposentadoria, observado o § 3º - O abono e a justificação de faltas ao serviço se-
limite temporal estabelecido no art. 4º da Emenda rão da competência do chefe imediato do funcionário.
Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, e
de disponibilidade, será computado: (NR) Art. 85 – O Governador, mediante expediente sub-
* Nova redação dada pela Lei Complementar nº metido a sua apreciação pelo Secretário de Estado de
121/2008. Administração, e quando assim considerar de inte-
resse público, poderá dispensar do registro de ponto
I – o tempo de serviço público federal, estadual e mu- funcionários que, comprovadamente, participarem de
nicipal; Congressos, Seminários, Jornadas ou quaisquer outras
II – o período de serviço ativo nas Forças Armadas, formas de reunião de profissionais, técnicos, especia-
computado pelo dobro o tempo em operações de listas, religiosos ou desportistas.
guerra, inclusive quando prestado nas Forças Auxilia-
res e na Marinha Mercante;
Art. 86 – O Governador determinará, quando não dis-
III – o tempo de serviço prestado como extranumerário
criminado em lei ou regulamento, o número de horas
ou sob qualquer outra forma de admissão, desde que
diárias de trabalho dos órgãos e unidades administra-
remunerado pelos cofres públicos;
tivas do Estado e das várias categorias profissionais.
IV – o tempo de serviço prestado em autarquia, em-
presa pública ou sociedade de economia mista;
§ 1º - O funcionário deverá permanecer em serviço
V – o período de trabalho prestado à instituição de
durante as horas de trabalho ordinário e as do ex-
caráter privado que tiver sido transformada em esta-
belecimento de serviço público; traordinário, quando convocado.
VI – o tempo em que o funcionário esteve em disponi- § 2º - Nos dias úteis, somente por determinação do
bilidade ou aposentado; Governador, poderão deixar de funcionar os serviços
VII – em dobro, o tempo de licença-prêmio não go- públicos ou ser suspensos os seus trabalhos, no todo
zada; ou em parte.
VIII – em dobro, os períodos de férias não gozadas a
partir do exercício de 1977, limitadas a 60 (sessenta) TÍTULO V
dias, ressalvado o direito à contagem de períodos an- Dos Direitos e das Vantagens
teriores para os amparados por legislação vigente até a
edição do Decreto-Lei nº 363, de 04 de outubro de 1977. CAPÍTULO I
Da Estabilidade
Art. 81 – Ao funcionário será assegurada a contagem,
Art. 87 – Estabilidade é o direito que adquire o funcio-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

qualquer que tenha sido o regime da relação empregatícia,


como de serviço público estadual, do tempo prestado an- nário de não ser demitido senão em virtude de senten-
teriormente à Administração Direta ou Indireta do Estado. ça judicial ou processo administrativo disciplinar em
que se lhe tenha assegurado ampla defesa.
Parágrafo único – O disposto neste artigo não se apli-
ca para os efeitos de concessão de licença-prêmio. Parágrafo único – O disposto neste artigo não se apli-
ca aos ocupantes dos cargos em comissão.
Art. 82 – É vedada a acumulação de tempo de serviço
prestado, concorrente ou simultaneamente, em dois Art. 88 – A estabilidade será adquirida pelo funcio-
ou mais cargos, funções ou empregos em qualquer nário, quando nomeado em caráter efetivo, depois de
das hipóteses previstas no art. 80. aprovado no estágio experimental.

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§ 1º - É de 2 (dois) anos de efetivo exercício o prazo § 1º - As férias parceladas poderão ser gozadas:
aquisitivo da estabilidade, computando-se, para esse 1) em períodos de 10 (dez) dias;
efeito, o período e estágio experimental. 2) em períodos de 15 (quinze) dias.

§ 2º - As disposições deste Capítulo não se aplicam ao § 2º - Na hipótese de interrupção de férias, se o perío-


contratado ocupante de função gratificada, que con- do restante não se ajustar ao estabelecido nos itens do
tinuará subordinado, necessariamente, ao regime de parágrafo anterior, o prazo será contado para efeito
tempo de serviço a que estava vinculado, nos termos da acumulação de que trata o artigo precedente.
da legislação trabalhista.
Art. 93 – Por motivo de provimento em outro cargo,
Art. 89 – A estabilidade já adquirida será conservada o funcionário em gozo de férias não será obrigado a
se, sem interrupção do exercício, o funcionário desvin- interrompê-las; a investidura decorrente, quando for o
cular-se de seu cargo estadual, inclusive autárquico, caso, terá como termo inicial do seu prazo a data em
para investir-se em outro. que o funcionário voltar ao serviço.

CAPÍTULO II Art. 94 – Todos os servidores, que operem diretamente


Das Férias com Raios X ou substâncias radioativas, gozarão obri-
gatoriamente férias remuneradas de 20 (vinte) dias
Art. 90 – O funcionário gozará, obrigatoriamente, 30 consecutivos por semestre de atividade, não parcelá-
(trinta) dias consecutivos de férias remuneradas por veis nem acumuláveis.
ano civil, de acordo com escala respectiva.
Parágrafo único – O Secretário de Estado de Adminis-
§ 1º - A escala de férias poderá ser alterada, de acor- tração, em ato próprio, poderá estender o disposto no
do com as necessidades do serviço, por iniciativa do presente artigo aos servidores que lidem diretamente
chefe interessado, comunicada a alteração ao órgão com outras substâncias consideradas altamente tóxicas
competente. ou insalubres, ou estejam em contato direto e perma-
§ 2º - Somente depois do primeiro ano de efetivo exer- nente com portadores de doenças infecto-contagiosas.
cício adquirirá o funcionário direito a férias, as quais
corresponderão ao ano em que se completar esse pe- Art. 95 – O funcionário, ao entrar em férias, comuni-
ríodo. cará ao chefe imediato o seu endereço eventual.
§ 3º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta
ao trabalho. Art. 96 – As disposições deste Capítulo são extensivas
§ 4º - Não serão concedidas férias com início em um aos contratados em exercício de função gratificada, e
exercício e término no seguinte. aos estagiários, na hipótese do § 5º do artigo 12.
§ 5º - Os ocupantes de cargo em comissão ou função
gratificada farão jus a 30 (trinta) dias ininterruptos de CAPÍTULO III
férias, ainda que o regime de seu cargo efetivo estabe- Das Licenças
leça período diverso.
§ 6º - O funcionário aposentado que exerça cargo em SEÇÃO I
comissão fará jus ao gozo das férias previstas neste Disposições Gerais
artigo, inclusive as relativas ao ano da publicação do
ato de aposentadoria, caso não utilizado o respectivo Art. 97- Conceder-se-á licença:
período.
§ 7º - Quando o ocupante de cargo efetivo participar, I – para tratamento de saúde;
como membro, de órgão de deliberação coletiva, as II – por motivo de doença em pessoa da família;
respectivas férias serão gozadas, obrigatória e simul- III – para repouso à gestante;
taneamente, nas duas situações funcionais. IV – para serviço militar, na forma da legislação es-
pecífica;
Art. 91 – É proibida a acumulação de férias, salvo im- V – para acompanhar o cônjuge;
periosa necessidade de serviço, não podendo a acu- VI – a título de prêmio;
mulação, nesse caso, abranger mais de dois períodos. VII – para desempenho de mandato legislativo ou exe-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cutivo.
Parágrafo único – O impedimento decorrente de ne-
cessidade de serviço, para o gozo de férias pelo funcio- Art. 98 – Salvo os casos previstos nos incisos IV, V e
nário, não será presumido, devendo o seu chefe ime- VII, do artigo anterior, o funcionário não poderá per-
diato fazer comunicação expressa do fato ao órgão manecer em licença por prazo superior a 24 (vinte e
competente de pessoal, sob pena de perda do direito à quatro) meses.
acumulação excepcional de dois períodos.
§ 1º - Excetua-se do prazo estabelecido neste artigo
Art. 92 – No absoluto interesse do serviço, as férias a licença para tratamento de saúde, quando o fun-
poderão ser interrompidas ou admitido o seu gozo cionário for considerado recuperável, a juízo da junta
parcelado. médica.

11
§ 2º - Nas licenças dependentes de inspeção médica, Art. 102 – Ressalvada a hipótese referida na primeira
expirado o prazo deste artigo e ressalvada a hipótese parte do inciso XIX, do artigo 79, que será tida como
referida no parágrafo anterior, o funcionário será sub- de abono de faltas, o tempo necessário à inspeção mé-
metido a nova inspeção, que concluirá pela sua volta dica será considerado como de licença.
ao serviço, pela readaptação, ou pela aposentadoria,
se for julgado definitivamente inválido para o serviço § 1º - Considerado apto, o funcionário reassumirá o
público em geral. exercício, sob pena de serem computados como faltas
os dias de ausência ao serviço.
Art. 99 – As licenças nos incisos I, II e III, do art. 97, se- § 2º - Se da inspeção ficar constatada simulação do
rão concedidas pelo órgão médico oficial competente funcionário, as ausências serão havidas como faltas
ou por outros aos quais aquele transferir ou delegar ao serviço, e o fato será comunicado ao órgão de pes-
atribuições, e pelo prazo indicado nos respectivos lau- soal para as providências disciplinares cabíveis.
dos.
Art. 103 – Ao funcionário provido em comissão, ou de-
§ 1º - Estando o funcionário, ou pessoa de sua família, signado para função gratificada, não se concederão,
absolutamente impossibilitado de locomover-se e não nesta qualidade, as licenças referidas nos incisos IV, V,
havendo na localidade qualquer dos órgãos referidos VI e VII, do artigo 97.
neste artigo, poderá ser admitido laudo expedido por
órgão médico de outra entidade pública e, na falta, § 1º - Aos contratados, quando no exercício de função
atestado passado por médico particular, com firma gratificada, conceder-se-ão apenas as licenças de que
reconhecida. tratam os incisos I a III, do artigo 97.
§ 2º - Nas hipóteses referidas no parágrafo anterior, § 2º - As disposições do parágrafo precedente apli-
o laudo ou atestado deverá ser encaminhado ao ór- cam-se ao ocupante de cargo em comissão não deten-
gão médico competente, no prazo máximo de 3 (três) tor de cargo efetivo estadual.
dias contados da primeira falta ao serviço; a licença § 3º - Aos providos em substituição não se concederão,
respectiva somente será considerada concedida com a nesta qualidade, as licenças referidas no artigo 97.
homologação do laudo ou atestado, a qual será sem-
pre publicada. Art. 104 – A concessão de licença ao funcionário, exce-
§ 3º - Será facultado ao órgão competente, em caso de to a decorrente de acidente em serviço ou de doença
dúvida razoável, exigir nova inspeção por outro médi- profissional, não impedirá a sua exoneração ou dis-
co ou junta oficial. pensa, quando esta se der em virtude do caráter pre-
§ 4º - No caso do laudo ou atestado não ser homo- cário ou temporário de seu provimento.
logado, o funcionário será obrigado a reassumir o
exercício do cargo dentro de 3 (três) dias contados da Art. 105 – A licença superior a 90 (noventa) dias, com
publicação do despacho denegatório, sendo conside- fundamento nos incisos I e II, do artigo 97, dependerá
rados como de efetivo exercício os dias em que deixou de inspeção por junta médica.
de comparecer ao serviço, por esse motivo.
§ 5º - Se, na hipótese do parágrafo anterior, a não ho- Art. 106 – No processamento das licenças dependen-
mologação decorrer de falsa afirmativa por parte do tes de inspeção médica, será observado o devido sigilo
médico atestante, os dias de ausência do funcionário sobre os respectivos laudos ou atestados.
serão tidos como faltas ao serviço, sujeitos, um e ou-
tro, a processo administrativo disciplinar, que apurará Art. 107 – No curso das licenças a que se referem os
e definirá responsabilidades; caso o médico atestante incisos I e II, do artigo 97, o funcionário abster-se-á
não esteja vinculado ao Estado para fins disciplina- de qualquer atividade remunerada, sob pena de in-
res, este comunicará o fato ao Ministério Público e ao terrupção da licença, com perda total do vencimento
Conselho Regional de Medicina, em que seja inscrito. e demais vantagens, até que reassuma o exercício do
cargo.
Art. 100 – Terminada a licença, o funcionário reassu-
mirá imediatamente o exercício, ressalvados os casos Parágrafo único – Os dias correspondentes à perda de
de prorrogação e o previsto no artigo 111. vencimento, de que trata este artigo, serão considera-
dos como faltas ao serviço.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 101 – A licença poderá ser prorrogada ex officio


ou a pedido. Art. 108 – O funcionário licenciado comunicará ao
chefe imediato o local onde poderá ser encontrado.
§ 1º - O pedido de prorrogação deverá ser apresen-
tado antes de findo o prazo da licença; se indeferido, Art. 109 – Os estagiários não gozarão, nesta condição,
contar-se-á como de licença o período compreendido das licenças referidas no artigo 97; a ocorrência de
entre a data do término e a da publicação oficial do qualquer fato ou circunstância tipificadora daquelas
despacho. licenças importará no seu imediato afastamento do
§ 2º - A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias estágio e eliminação do respectivo concurso.
contados do término da anterior será, a critério médi-
co, considerada como sua prorrogação.

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§ 1º - Na hipótese do estagiário sofrer acidente em ser- corporal, perturbação funcional ou doença que deter-
viço, contrair doença profissional ou sofrer internação mine a morte; a perda total ou parcial, permanente
compulsória para tratamento psiquiátrico, a elimina- ou temporária, da capacidade física ou mental para
ção do concurso não prejudicará a percepção de sua o trabalho.
retribuição, que se fará até que o órgão médico oficial § 2º - Equipara-se ao acidente em serviço o ocorrido
competente declare seu pleno restabelecimento. no deslocamento entre a residência e o local do tra-
§ 2º - Aplica-se aos estagiários o disposto no artigo balho, bem como o dano resultante da agressão não
246, excetuada a regra estabelecida em seu § 1º. provocada, sofrida pelo funcionário no desempenho
do cargo ou em razão dele.
SEÇÃO II § 3º - A prova do acidente será feita em processo es-
Da Licença para Tratamento de Saúde pecial, no prazo de 8 (oito) dias, prorrogável por igual
período, quando as circunstâncias o exigirem.
Art. 110 – A licença para tratamento de saúde será § 4º - Entende-se por doença profissional a que se
concedida, ou prorrogada, ex officio ou a pedido do deve atribuir, como relação de efeito e causa, às con-
funcionário ou de seu representante, quando não pos- dições inerentes ao serviço ou fatos nele ocorridos.
sa ele fazê-lo. § 5º - A prova pericial da relação de causa e efeito a
que se refere o parágrafo anterior será produzida por
§ 1º - Em qualquer dos casos é indispensável a inspe- junta médica oficial.
ção médica, que será realizada, sempre que necessá-
rio, no local onde se encontrar o funcionário. Art. 116 – A licença para tratamento de saúde será
§ 2º - Incumbe à chefia imediata promover a apresen- concedida sempre com vencimento e vantagens inte-
tação do funcionário à inspeção médica, sempre que grais.
este a solicitar.
SEÇÃO III
Art. 111 – O funcionário não reassumirá o exercício Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da
do cargo sem nova inspeção médica, quando a licença Família
concedida assim o tiver exigido; realizada essa nova
inspeção, o respectivo atestado ou laudo médico con- Art. 117 – O funcionário poderá obter licença por mo-
cluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da li- tivo de doença na pessoa de ascendente, descendente,
cença, pela readaptação do funcionário ou pela sua colateral consanguíneo ou afim, até o 2º grau civil,
aposentadoria. cônjuge do qual não esteja legalmente separado, ou
pessoa que vive a suas expensas e conste do respectivo
Art. 112 – Em caso de doença grave, contagiosa ou assentamento individual, desde que prove ser indis-
não, que imponha cuidados permanentes, poderá a pensável sua assistência pessoal e esta não possa ser
junta médica, se considerar o doente irrecuperável, prestada simultaneamente com o exercício do cargo.
determinar, como resultado da inspeção, sua imediata
aposentadoria. Art. 118 – A licença referida no artigo anterior será
concedida, ou prorrogada, a pedido do funcionário.
Parágrafo único – A inspeção, para os efeitos deste
artigo, será realizada obrigatoriamente por uma junta Art. 119 – A licença de que trata esta Seção será con-
composta de pelo menos 3 (três) médicos. cedida com vencimento e vantagens integrais nos pri-
meiros 12 (doze) meses, e com 2/3 (dois terços) por
Art. 113 – O funcionário que se recusar à inspeção outros 12 (doze) meses, no máximo.
médica ficará impedido do exercício do seu cargo, até
que se verifique a inspeção. SEÇÃO IV
Da Licença para Repouso à Gestante
Parágrafo único – Os dias em que o funcionário, por
força do disposto neste artigo, ficar impedido do exer- Art. 120 – À funcionária gestante será concedida licen-
cício do cargo, serão tidos como faltas ao serviço. ça, pelo prazo de 4 (quatro) meses.

Art. 114 – No curso da licença poderá o funcionário Parágrafo único – Salvo prescrição médica em contrá-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

requerer inspeção médica, caso se julgue em condi- rio, a licença será concedida a partir do oitavo mês de
ções de reassumir o exercício ou de ser aposentado. gestação.

Art. 115 – Quando a licença para tratamento de saúde Art. 121 – À funcionária gestante, quando em serviço
for concedida em decorrência de acidente em serviço incompatível com seu estado, se aplicará, a partir do
ou de doença profissional, esta circunstância se fará quinto mês da gestação e até o início da licença de
expressamente consignada. que trata o artigo anterior, o disposto no inciso I, do
artigo 58.
§ 1º - Considera-se acidente em serviço todo aque-
le que se verifique pelo exercício das atribuições do Art. 122 – A licença de que trata esta Seção será con-
cargo, provocando, direta ou indiretamente, lesão cedida com vencimento e vantagens integrais.

13
SEÇÃO V SEÇÃO VII
Da Licença para Serviço Militar Da Licença-Prêmio

Art. 123 – Ao funcionário que for convocado para ser- Art. 129 – Após cada qüinqüênio de efetivo exercício
viço militar ou outro encargo da segurança nacional, prestado ao Estado, ou a suas autarquias, ao funcio-
será concedida licença pelo prazo que durar a sua in- nário que a requerer, conceder-se-á licença-prêmio de
corporação ou convocação. 3 (três) meses, com todos os direitos e vantagens de
seu cargo efetivo.
§ 1º - A licença será concedida à vista do documento
oficial que prove a incorporação ou convocação. § 1º - Não será concedida a licença-prêmio se houver
§ 2º - Do vencimento descontar-se-á a importância o funcionário, no qüinqüênio correspondente:
que o funcionário percebe na qualidade de incorpora- 1) sofrido pena de suspensão ou de multa;
do, salvo se optar pelas vantagens do serviço militar. 2) faltado ao serviço, salvo se abonada a falta;
§ 3º - Ao funcionário desincorporado ou desconvocado 3) gozado as licenças para tratamento de saúde, por
conceder-se-á prazo não excedente de 30 (trinta) dias motivo de doença em pessoa da família e por motivo
para que reassuma o exercício, sem perda do venci- de afastamento do cônjuge, por prazo superior a 90
mento. (noventa) dias, em cada caso.

Art. 124 – Ao funcionário oficial da reserva das Forças § 2º - Suspender-se-á, até o limite de 90 (noventa)
Armadas será também concedida a licença referida no dias, em cada uma das licenças referidas no item 3, do
artigo anterior durante os estágios previstos pelos re- parágrafo anterior, a contagem de tempo de serviço
gulamentos militares. para efeito de licença-prêmio.
§ 3º - O gozo da licença prevista no inciso III, do art.
Parágrafo único – Quando o estágio for remunerado, 97, não prejudicará a contagem do tempo de serviço
assegurar-se-lhe-á o direito de opção. para efeito de licença-prêmio.
§ 4º - Para apuração do qüinqüênio computar-se-á,
SEÇÃO VI também, o tempo de serviço prestado anteriormente
Da Licença para Acompanhar o Cônjuge em outro cargo estadual, desde que entre um e outro
não haja interrupção de exercício.
Art. 125 – O funcionário casado terá direito à licença
sem vencimento quando se cônjuge for exercer man- Art. 130 – O direito à licença-prêmio não tem prazo
dato eletivo ou, sendo militar ou servidor da Adminis- para ser exercitado.
tração Direta, de autarquia, de empresa pública, de
sociedade de economia mista ou de fundação instituí- Art. 131 – A competência para a concessão de licen-
da pelo Poder Público, for mandado servir, ex officio, ça-prêmio é do Diretor da Divisão de Pessoal do De-
em outro ponto do território estadual, nacional ou no partamento de Administração de cada Secretaria de
exterior. Estado ou de órgão diretamente subordinado ao Go-
vernador.
Parágrafo único – Existindo no novo local de residên-
cia órgão estadual, o funcionário nele será lotado, ha- Art. 132 – O funcionário investido em cargo de provi-
vendo claro, ou não havendo, poderá ser-lhe concedi- mento em comissão ou função gratificada será licen-
da, em caso de interesse da Administração, permissão ciado com o vencimento e vantagens do cargo de que
de exercício, enquanto ali durar sua permanência. seja ocupante efetivo.

Art. 126 – A licença dependerá de pedido devidamen- Art. 133 – Quando o funcionário ocupar cargo em
te instruído, que deverá ser renovado de 2 (dois) em comissão ou função gratificada por mais de 5 (cinco)
2 (dois) anos; finda a sua causa, o funcionário deve- anos, apurados na forma do artigo 129, assegurar-se-
rá reassumir o exercício dentro de 30 (trinta) dias, a -lhe-á, no gozo da licença, importância igual à que
partir dos quais a sua ausência será computada como venha percebendo pelo exercício do cargo em comis-
falta ao trabalho. são ou da função gratificada.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 127 – Independentemente do regresso do cônjuge, Parágrafo único – Adquirido o direito à licença-prê-
o funcionário poderá reassumir o exercício a qualquer mio de acordo com o estabelecido neste artigo, a ul-
tempo, não podendo, neste caso, renovar o pedido de terior exoneração do cargo em comissão ou dispensa
licença senão depois de 2 (dois) anos da data da reas- da função gratificada não prejudicará a forma de re-
sunção, salvo se o cônjuge for transferido novamente. muneração nele adotada, quando do efetivo gozo da
licença pelo funcionário.
Art. 128 – As normas desta Seção aplicam-se aos fun-
cionários que vivem maritalmente, desde que haja im- Art. 134 – Em caso de acumulação de cargos, a licen-
pedimento legal ao casamento e convivência por mais ça-prêmio será concedida em relação a cada um de-
de 5 (cinco) anos. les, simultânea ou separadamente.

14
Parágrafo único – Será independente o cômputo do CAPÍTULO IV
quinqüênio em relação a cada um dos cargos acumu- O Vencimento
láveis.
Art. 142 – Vencimento é a retribuição pelo efetivo
Art. 135 – A licença-prêmio poderá ser gozada inte- exercício do cargo, correspondente à referência ou
gralmente, ou em períodos de 1 (um) a 2 (dois) meses. símbolo fixado em lei.

Parágrafo único – Se a licença for gozada em períodos Art. 143 – Perderá o vencimento e vantagens do cargo
parcelados, deve ser observado intervalo obrigatório efetivo o funcionário que se afastar:
de 1 (um) ano entre o término de um período e o início
de outro. I – para prestar serviço à União, a outro Estado, a Mu-
nicípio, a sociedade de economia mista, a empresa
Art. 136 – O funcionário poderá, a qualquer tempo, pública, a fundação instituída pelo Poder Público ou
reassumir o exercício do seu cargo, condicionado o a Organização Internacional, salvo quando, a juízo do
gozo dos dias restantes da licença à regra contida no Governador, reconhecido o afastamento como de in-
artigo anterior. teresse do Estado;
II – em decorrência de prisão administrativa, salvo se
Parágrafo único – Se na interrupção da licença se veri- inocentado afinal;
ficar que o funcionário gozou período não conforme o III – para exercer cargo em comissão, ressalvado o di-
disposto no artigo 135, o prazo restante da licença re- reito de opção e o de acumulação legal;
ferente ao mesmo qüinqüênio, qualquer que seja ele, IV – para estágio experimental.
ficará insuscetível de gozo, sendo computável apenas
para efeito de aposentadoria, nos termos do artigo 80, Parágrafo único – Os afastamentos de que tratam os
inciso VII. incisos deste artigo não implicam suspensão de paga-
mento adicional por tempo de serviço, em cujo gozo se
Art. 137 – É vedado transformar em licença-prêmio encontre o funcionário.
faltas ao serviço ou qualquer outra licença concedida
ao funcionário. Art. 144 – O funcionário perderá, ainda, o vencimento
e vantagens do seu cargo:
SEÇÃO VIII
I – enquanto durar o mandato eletivo, federal ou es-
Da Licença para Desempenho de Mandato Legisla-
tadual;
tivo ou Executivo
II – enquanto durar o mandato executivo municipal,
eletivo ou por nomeação, salvo o direito de opção pre-
Art. 138 – O funcionário será licenciado sem venci-
visto nos artigos 139 e 140;
mento ou vantagens de seu cargo efetivo, para desem-
III – quando estiver no efetivo exercício de seu mandato,
penho de mandato eletivo, federal ou estadual.
se eleito Vereador, e se, havendo incompatibilidade de
horários com o exercício de seu cargo, dele ficar afastado.
Parágrafo único – A licença a que se refere este artigo
será concedida a partir da diplomação do eleito, pela Art. 145 – O funcionário deixará de receber:
Justiça Eleitoral, e perdurará pelo prazo do mandato.
I – 1/3 (um terço) do vencimento e vantagens, durante
Art. 139 – O funcionário investido no mandato eleti- o afastamento por motivo de suspensão preventiva ou
vo de Prefeito ou Vice-Prefeito ficará licenciado desde recolhimento à prisão por ordem judicial não decor-
a diplomação pela Justiça Eleitoral, até o término do rente de condenação definitiva, ressalvado o direito
mandato, sendo-lhe facultado optar pela percepção à diferença se absolvido afinal, ou se o afastamento
do vencimento e vantagens do seu cargo efetivo. exceder o prazo de condenação definitiva;
II – 2/3 (dois terços) do vencimento e vantagens, du-
Art. 140 – Quando o funcionário exercer, por nomea- rante o cumprimento, sem perda do cargo, de pena
ção, mandato executivo federal ou municipal, ficará, privativa de liberdade;
desde a posse, licenciado sem vencimento e vantagens III – vencimento e vantagens do dia em que não com-
do seu cargo efetivo, ressalvado, para o âmbito muni- parecer ao serviço, salvo o disposto no inciso XIX, do
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cipal, o direito de opção pela remuneração do cargo artigo 79;


efetivo. IV – vencimento e vantagens do dia, se comparecer ao
serviço após os 60 (sessenta) minutos seguintes à hora
Art. 141 – Investido o funcionário no mandato de Ve- inicial do expediente, ou se sem autorização por mais
reador e havendo compatibilidade de horários, perce- de 60 (sessenta) minutos;
berá o vencimento e as vantagens do seu cargo sem V – 1/3 (um terço) do vencimento e vantagens do dia,
prejuízo dos subsídios a que faz jus; inexistindo com- se comparecer ao serviço dentro dos 60 (sessenta) mi-
patibilidade, ficará afastado do exercício do seu cargo nutos seguintes à hora inicial do expediente ou retirar-
sem percepção do vencimento e vantagens. -se sem autorização, dentro dos 60 (sessenta) minutos
finais, ou, ainda, ausentar-se sem autorização por pe-
ríodo inferior a 60 (sessenta) minutos.

15
§ 1º - No caso de faltas sucessivas serão computados, SEÇÃO III
para efeito de descontos, os sábados, domingos, feria- Das Gratificações
dos e pontos facultativos intercalados.
§ 2º - Na hipótese do inciso V, os descontos acumu- SUBSEÇÃO I
láveis havidos em um mesmo mês não serão conver- Disposições Gerais
tidos em faltas para efeito de contagens de tempo de
serviço. Art. 151 – Conceder-se-á gratificação:

Art. 146 – Nenhum funcionário poderá perceber me- I – de função;


nos do que o salário-mínimo vigente na capital do II – pelo exercício de cargo em comissão;
Estado. III – pela prestação de serviço extraordinário;
IV – de representação de Gabinete;
Art. 147 – O vencimento, o provento, ou qualquer V – de representação de Gabinete;
vantagem pecuniária não sofrerá descontos além dos VI – pela participação em órgão de deliberação cole-
previstos em lei, nem será objeto de penhora, salvo tiva;
quando se tratar de: VII – pelo exercício:
I – prestação de alimentos determinada judicialmente;
II – dívida para com a Fazenda Pública. a) de encargos de auxiliar ou membro de banca ou
comissão examinadora de concurso;
Art. 148 – As reposições e indenizações devidas à Fa- b) de atividade temporária de auxiliar ou professor de
zenda Estadual serão descontadas, em parcelas men- curso oficialmente instituído.
sais consecutivas, não excedentes da décima parte do
vencimento ou provento, exceto na ocorrência de má SUBSEÇÃO II
fé, hipótese em que não se admitirá parcelamento. Da Gratificação de Função

§ 1º - Será dispensada a reposição nos casos em que Art. 152 – Gratificação de função é a que corresponde
a percepção indevida tiver decorrido de entendimento ao exercício de função gratificada instituída e remu-
expressamente aprovado pelo Órgão Central do Sis- nerada na forma do que dispõe a Seção II, Capítulo
tema de Pessoal Civil ou pela Procuradoria-Geral do II, Título II.
Estado.
§ 2º - Quando o funcionário for exonerado, demitido Art. 153 – A gratificação de função será mantida nos
ou vier a falecer, a quantia devida será inscrita como casos de afastamento previstos nos incisos I, II, VII, VIII,
dívida ativa e cobrada judicialmente. X, XI, XII, XIII, XIV, XVII, exceto convocação para serviço
militar, e XIX, do artigo 79.
CAPÍTULO V
Das Vantagens Parágrafo único – Na hipótese do afastamento refe-
rido no inciso VI do artigo 79, obedecer-se-á, quando
SEÇÃO I for o caso, ao disposto no artigo 133.
Disposições Gerais
Art. 154 – O exercício de função gratificada impede o
Art. 149 – Além do vencimento, poderá o funcionário recebimento da gratificação pela prestação de serviço
perceber as seguintes vantagens pecuniárias: extraordinário.

I – adicional por tempo de serviço; Art. 155 – Além do exercício de função gratificada re-
II – gratificações; gularmente instituída, poderá ser atribuída, na forma
III – ajuda de custo e transporte ao funcionário man- de regulamentação específica, gratificação de função
dado servir em nova sede; a funcionários que desempenhem atividades especiais
IV – diárias, àquele que, em objeto de serviço, se des- ou excedentes às atribuições de seu cargo, vedado o
locar eventualmente da sede. seu recebimento cumulativo com as gratificações es-
pecíficas das funções de confiança.
SEÇÃO II
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Do Adicional por Tempo de Serviço SUBSEÇÃO III


Da Gratificação pelo Exercício de Cargo em Comis-
Art. 150 – O adicional por tempo de serviço será ob- são
jeto de disciplina própria a ser baixada, observado o
disposto no artigo 19, do Decreto-Lei nº 408, de 02 de Art. 156 – A gratificação pelo exercício de cargo em
fevereiro de 1979, e no § 6º do artigo 7º do Decreto- comissão equivale a 70% do valor fixado para o sím-
-Lei nº 415, de 20 de fevereiro de 1979. bolo a ele correspondente, e a ela faz jus o funcionário
que, no exercício desse cargo, haja optado pelo venci-
mento do seu cargo efetivo, conforme o estabelecido
no artigo 23, segunda parte.

16
Art. 157 – À gratificação de que trata o artigo anterior, Art. 162 – Ao funcionário não se concederá gratifica-
aplica-se o disposto nos artigos 153 e 154. ção por serviço extraordinário quando:
I – no exercício de cargo em comissão ou função gra-
SUBSEÇÃO IV tificada;
Da Gratificação pela Prestação de Serviço Extraor- II – a prestação do serviço extraordinário decorrer de exe-
dinário cução de atividade a ser retribuída pela gratificação:
a) de representação de Gabinete;
Art. 158 – A gratificação pela prestação de serviço b) de encargo de auxiliar ou membro de banca ou co-
extraordinário se destina a remunerar as atividades missão examinadora de concurso;
executadas fora do período normal de trabalho a que c) de atividade temporária de auxiliar ou professor de
estiver sujeito o funcionário, no desempenho de seu curso oficialmente instituído;
cargo efetivo.
III – em regime de acumulação de cargos, empregos
Parágrafo único – A prestação de serviço extraordiná- ou funções.
rio poderá dar-se em outro órgão que não o de lotação
do funcionário, desde que se manifestem favoravel- Art. 163 – Considerar-se-ão automaticamente auto-
mente os respectivos dirigentes. rizadas as horas extraordinárias ocorridas em virtude
de acidente com o equipamento de trabalho, incêndio,
Art. 159 – A duração normal do trabalho dos funcio- inundação e outros motivos de casos fortuitos ou de
nários da Administração Direta poderá, excepcional- força maior.
mente, ser acrescida de horas extraordinárias, respei-
tado o limite de duas horas diárias, não se admitindo Parágrafo único – As horas extraordinárias a que se
recusa por parte do funcionário em prestá-las. refere este artigo poderão ser compensadas posterior-
mente por folga em período equivalente.
Parágrafo único – Os limites a que se refere o artigo
poderão ser ampliados, havendo concordância expres- Art. 164 – Não será submetido ao regime de serviço
sa do funcionário designado para a realização do ser- extraordinário:
viço extraordinário, observado, porém, o disposto no I – o funcionário em gozo de férias ou licenciado;
artigo 161. II – o ocupante de cargo beneficiado por horário espe-
cial em virtude do exercício de atividades com risco de
Art. 160 – O acréscimo de horas extraordinárias, pro- vida ou saúde.
posto pelo chefe da unidade administrativa interessa-
da e ouvida a Inspetoria Setorial de Finanças sobre Art. 165 – A gratificação por serviço extraordinário
a existência de saldo na dotação orçamentária, será tem caráter transitório, não gerando a sua percepção
submetido às autoridades diretamente subordinadas qualquer direito de incorporação ao vencimento ou
ao Governador, para autorização, que será publicada provento de aposentadoria, sobre ela não incidindo o
no órgão oficial. cálculo de qualquer vantagem.

Parágrafo único – A proposta deverá caracterizar a Parágrafo único – O desempenho de atividades em


natureza da medida e justificar a necessidade da pres- horas extraordinárias não será computado como tem-
tação do serviço em horário extraordinário. po de serviço público para qualquer efeito.

Art. 161 – A gratificação pela prestação de serviço ex- SUBSEÇÃO V


traordinário será paga por hora de trabalho prorroga- Da Gratificação de Representação de Gabinete
do ou antecipado, ressalvados os casos previstos neste
regulamento. Art. 166 – A gratificação de representação de Gabinete
é a que tem por fundamento a compensação de des-
§ 1º - O valor da hora extraordinária será obtido di- pesas de apresentação inerentes ao local do exercício
vidindo-se o valor da referência correspondente ao ou a remuneração de encargos especiais.
vencimento mensal, que regulou a duração normal do
trabalho, por 30 (trinta) vezes o número de horas da Parágrafo único – A representação dos funcionários
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

jornada normal, aumentado de 25% (vinte e cinco por ocupantes de cargo em comissão ou função gratifica-
cento) o resultado, salvo em se tratando de serviço ex- da é a fixada em lei.
traordinário noturno, como tal considerado o que for
prestado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e Art. 167 – A gratificação poderá ser concedida:
as 5 (cinco) horas do dia imediato, hipótese em que o I – aos funcionários em exercício nos Gabinetes dos
aumento será de 50% (cinqüenta por cento). Secretários de Estado, nos Gabinetes da Governadoria
§ 2º - A gratificação pela prestação de serviço extraor- e nos da Procuradoria Geral do Estado e Procuradoria
dinário não poderá exceder, em cada mês, a 50% (cin- Geral da Justiça;
qüenta por cento) do valor da referência correspon- II – Aos funcionários que, a critério dos titulares dos
dente ao vencimento. órgãos referidos no inciso anterior, assim devam ser
remunerados.

17
§ 1º - O valor global da gratificação de representa- SUBSEÇÃO VII
ção de Gabinete, por Secretaria, será aprovado pelo Da Gratificação pela Participação em Banca Exami-
Governador, ouvida a Secretaria de Planejamento e nadora
Coordenação Geral quanto aos aspectos orçamentá- De Concurso ou em Curso Oficialmente Instituído
rios e financeiros.
§ 2º - O valor individual da gratificação será fixado Art. 172 – Pelo exercício de encargo de auxiliar ou
em tabela aprovada pelos titulares dos órgãos referi- membro de banca ou comissão examinadora de con-
dos no inciso II deste artigo, observado o disposto no curso ou de atividade temporária de auxiliar ou pro-
parágrafo anterior, não podendo exceder a 50% (cin- fessor de curso oficialmente instituído, ao funcionário
qüenta por cento) do vencimento do cargo efetivo do será atribuída gratificação conforme o estabelecido
funcionário. nesta Subseção.

Art. 168 – A gratificação de representação de Gabinete Art. 173 – Entende-se como encargo de membro de
não será suspensa nos afastamentos seguintes: banca ou comissão examinadora de concurso a tarefa
I – férias; desempenhada, por designação especial de autorida-
II – casamento; de competente, no planejamento, organização e apli-
III – luto; cação de provas, correção e apuração dos resultados,
IV – júri e outros serviços obrigatórios por lei; revisão e decisão dos recursos interpostos, até a clas-
V – licenças para tratamento de saúde e repouso à sificação definitiva, nos concursos, provas de seleção
gestante; ou de habilitação, quando eventualmente realizados
VI – faltas até o máximo de 3 (três) durante o mês, por pelos órgãos da Administração Direta do Estado para
motivo de doença comprovada pelo órgão competen- provimento de cargos, preenchimento de empregos ou
te, inclusive quando em pessoa da família. admissão a cursos oficialmente instituídos.

SUBSEÇÃO VI Art. 174 – Professor de curso oficialmente instituído é


Da Gratificação pela Participação em Órgão de De- o designado pela autoridade competente, para exercer
atividade temporária de magistérios nas áreas de trei-
liberação Coletiva
namento e aperfeiçoamento de pessoal.
Art. 169 – A gratificação pela participação em órgão
Art. 175 – Somente funcionário do Estado poderá ser
de deliberação coletiva destina-se a remunerar a pre-
designado para exercer as atividades de auxiliar de
sença dos componentes dos órgãos colegiados regu-
banca ou comissão examinadora de concurso, ou para
larmente instituídos.
a atividade temporária de auxiliar de curso oficial-
mente instituído.
§ 1º - A gratificação de que trata este artigo será fi-
xada por decreto em base percentual calculada sobre Art. 176 – A gratificação pelo exercício de atividade
o valor de símbolo de cargo em comissão ou função temporária de auxiliar de professor de curso oficial-
gratificada, e paga por dia de presença às sessões do mente instituído somente será atribuída ao funcio-
órgão colegiado. nário se o trabalho for realizado além das horas de
§ 2º - Compete ao Governador arbitrar a ajuda de cus- expediente a que está sujeito.
to a ser paga ao funcionário designado para missão
no exterior. Art. 177 – As gratificações de que trata esta Subseção
serão arbitradas, em cada caso, pelo Governador, me-
Art. 170 – É vedada a participação do funcionário em diante proposta fundamentada do órgão promotor do
mais de um órgão de deliberação coletiva, salvo quan- curso ou do concurso.
do na condição de membro nato.
Art. 178 – A concessão das gratificações de que cuida
Parágrafo único – Quando o funcionário for membro esta Subseção não prejudicará a percepção cumula-
nato de mais de um órgão de deliberação coletiva, tiva de outras vantagens pecuniárias atribuídas ao
poderá optar pela gratificação de valor mais elevado. funcionário.

Art. 171 – A gratificação pela participação em órgão SEÇÃO IV


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de deliberação coletiva é acumulável com quaisquer Da Ajuda de Custo e da Indenização de Transporte


outras vantagens pecuniárias atribuídas ao funcioná- Ao Funcionário Mandado Servir em Nova Sede
rio.
SUBSEÇÃO I
Parágrafo único – Durante os afastamentos legais Da Ajuda de Custo
do titular, apenas o suplente perceberá a gratificação
pela participação em órgão de deliberação coletiva. Art. 179 – Será concedida ajuda de custo, a título de
compensação das despesas de viagem, mudança e
instalação, ao funcionário que, em razão de exercício
em nova sede com caráter de permanência, efetiva-
mente deslocar sua residência.

18
Art. 180 – A ajuda de custo será arbitrada pelos Secre- SUBSEÇÃO II
tários de Estado ou dirigentes de órgãos diretamen- Da Indenização de Transporte
te subordinados ao Governador e não será inferior a Ao Funcionário Mandado Servir em Nova Sede
uma nem superior a três vezes a importância corres-
pondente ao vencimento do funcionário, salvo quando Art. 184 – Independentemente da ajuda de custo con-
se tratar de missão no exterior. cedida ao funcionário, a este será assegurado trans-
porte para a nova sede, inclusive para seus dependen-
§ 1º - No arbitramento da ajuda de custo serão le- tes.
vados em conta o vencimento do cargo do funcioná-
rio designado para nova sede ou missão no exterior, § 1º - O funcionário que utilizar condução própria no
as despesas a serem por ele realizadas, bem como as deslocamento para nova sede fará jus, para indeni-
condições de vida no local do novo exercício ou no zação da despesa de transporte, à percepção da im-
desempenho da missão. portância integral correspondente ao valor da tarifa
§ 2º - Compete ao Governador arbitrar a ajuda de cus- rodoviária no mesmo percurso, acrescida de 50% (cin-
to a ser paga ao funcionário designado para missão qüenta por cento) do referido valor por dependente
no exterior. que o acompanhe, até o máximo de 3 (três).
§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior, a Adminis-
Art. 181 – Sem prejuízo das diárias que lhe couberem, tração fornecerá passagens para o transporte rodo-
o funcionário obrigado a permanecer fora da sede de viário dos dependentes que comprovadamente não
sua unidade administrativa, em objeto de serviço, por viajem em companhia do funcionário.
mais de 30 (trinta) dias, perceberá ajuda de custo cor-
respondente a um mês do vencimento de seu cargo. Art. 185 – Nos deslocamentos a que se refere o artigo
179, serão custeados pela Administração o transpor-
Parágrafo único – A ajuda de custo será calculada so- te do mobiliário e bagagens do funcionário e de seus
bre o valor atribuído ao símbolo do cargo em comis- dependentes, observado o limite máximo de 12,00m³
são, quando o seu ocupante não for também de cargo (doze metros cúbicos) ou 4.500kg (quatro mil e qui-
efetivo. nhentos quilogramas) por passagem inteira, até o
número de duas, acrescida de 3,00m³ (três metros cú-
Art. 182 – Não se concederá ajuda de custo: bicos) ou 900kg (novecentos quilogramas) por passa-
I – ao funcionário que, em virtude de mandato legis- gem adicional, até o máximo de 3 (três).
lativo ou executivo, deixar ou reassumir o exercício do
cargo; Art. 186 – São considerados dependentes do funcioná-
II – ao funcionário posto a serviço de qualquer outra rio, para efeitos desta Subseção:
entidade de direito público; I – o cônjuge ou a companheira legalmente equipa-
III – quando a designação para a nova sede se der a rada;
pedido. II – o filho de qualquer condição ou enteado, bem as-
sim o menor que, mediante autorização judicial, viva
Art. 183 – O funcionário restituirá a ajuda de custo: sob a guarda e o sustento do funcionário;
I – quando se transportar para a nova sede ou local da III – os pais, sem economia própria, que vivam a ex-
missão, nos prazos determinados; pensas do funcionário;
II – quando, antes de decorridos 3 (três) meses do des- IV – 1 (um) empregado doméstico, desde que compro-
locamento ou do término da incumbência, regressar, vada essa condição.
pedir exoneração ou abandonar o serviço.
§ 1º - Atingida a maioridade, os referidos no inciso II
§ 1º - A restituição é de exclusiva responsabilidade do deste artigo perdem a condição de dependente, exceto
funcionário e não poderá ser feita parceladamente. a filha que se conservar solteira e sem economia pró-
§ 2º - O funcionário que houver percebido ajuda de pria, o filho inválido e, até completar 24 (vinte e qua-
custo não entrará em gozo de licença-prêmio antes de tro) anos, quem for estudante, sem exercer qualquer
decorridos 90 (noventa) dias de exercício na nova sede, atividade lucrativa.
ou de finda a missão. § 2º - Para efeito do disposto neste artigo, sem eco-
§ 3º - Não haverá obrigação de restituir: nomia própria significa não perceber rendimento em
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

importância igual ou superior ao valor do salário-mí-


1) quando o regresso do funcionário for determinado nimo vigente na região em que resida.
ex officio ou decorrer de doença comprovada ou de
motivo de força maior; Art. 187 – Em face da peculiaridade do serviço, po-
2) quando o pedido de exoneração for apresentado derá ser concedido o pagamento da indenização de
após 90 (noventa) dias de exercício na nova sede ou despesa de transporte aos funcionários que tenham
local da missão. assegurado o direito ao uso individual de viaturas ofi-
ciais e que utilizarem veículo próprio no desempenho
de suas funções, conforme faixas de remuneração a
serem definidas em Resolução do Secretário de Estado
de Administração.

19
§ 1º - Na Resolução a que se refere este artigo serão III – em qualquer caso:
reservadas faixas próprias de indenização de despesa
de transporte a serem atribuídas aos funcionários que, a) de alimentação e pousada, quando o afastamento
para o desempenho de seus cargos, tenham de se des- da sede exceder de 18 (dezoito) horas;
locar habitualmente pelo interior do Estado. b) de alimentação, quando o afastamento for inferior
§ 2º - Os valores da indenização serão fixados de acor- a 18 (dezoito) e superior a 8 (oito) horas.
do com os índices apurados pela Superintendência de
Transportes Oficiais e aprovados pelo Governador. Art. 195 – O valor da diária resultará da incidência de
percentuais sobre o valor básico da UFERJ, atendida
Art. 188 – A autorização para a utilização da viatura a tabela que for expedida por ato do Governador, ob-
de propriedade do funcionário a serviço do Estado será servados, em sua elaboração, a natureza, o local, as
da competência do Secretário de Estado de Adminis- condições do serviço e o vencimento do funcionário.
tração, por intermédio da Superintendência de Trans-
portes Oficiais, ouvido o órgão interessado. Art. 196 – Não se concederá diária:
I – durante o período de trânsito;
Art. 189 – Concedida a autorização, o Estado não se II – quando o deslocamento se constituir em exigência
responsabilizará por danos causados a terceiros, ou ao permanente do exercício do cargo ou da função;
veículo, ainda que a ocorrência se verifique em serviço. III – quando o município para o qual se deslocar o fun-
cionário seja contíguo ao da sua sede, constituindo-se,
Parágrafo único – Todas as despesas decorrentes do em relação a este, em unidade urbana e apresentando
uso do veículo correrão por conta do usuário. facilidade de transporte, ressalvadas as hipóteses do
inciso III do artigo 194;
Art. 190 – Quando convier, o Estado cancelará, em IV – quando as despesas do deslocamento correrem
qualquer época, a atribuição da indenização de des- por conta de outras entidades subordinadas ou vincu-
pesas de transporte, cuja concessão não gerará qual- ladas à Administração Pública.
quer direito à continuidade da respectiva percepção.
Art. 197 – Ao regressar à sede, o funcionário restituirá,
Art. 191 – É vedado o uso de viatura oficial por quem dentro do prazo de 48 (quarenta e oito) horas, as im-
já seja portador de autorização para utilização de veí- portâncias recebidas em excesso.
culo particular a serviço do Estado.
Parágrafo único – O descumprimento do disposto
Parágrafo único – A infração do disposto neste artigo neste artigo ocasionará o desconto em folha das im-
sujeita o funcionário às penalidades cabíveis, cance- portâncias recebidas em excesso pelo funcionário, sem
lando-se, ainda, a autorização concedida em seu favor. prejuízo das sanções disciplinares aplicáveis à espécie.

Art. 192 – Ao receber a autorização para utilização de Art. 198 – A concessão indevida de diárias sujeitará a
viatura própria em serviço, o usuário assinará, na Su- autoridade que as conceder à reposição de importân-
perintendência de Transportes Oficiais, o competente cia correspondente, aplicando-se-lhe, e ao funcionário
“Termo de Compromisso”, submetendo-se aos precei- que as receber, as cominações estatutárias pertinentes.
tos regulamentares da matéria.
CAPÍTULO VI
SEÇÃO V Do Direito de Petição
Das Diárias
Art. 199 – É assegurado ao funcionário o direito de
Art. 193 – Ao funcionário que se deslocar, tempora- petição em toda a sua amplitude, assim como o de
riamente, em objeto de serviço, da localidade onde representar.
estiver sediada sua unidade administrativa, conce-
der-se-á, além de transporte, diária, a título de com- Art. 200 – O requerimento será dirigido à autoridade
pensação das despesas de alimentação e pousada ou competente para decidi-lo e encaminhado por inter-
somente de alimentação. médio daquela a quem estiver imediatamente subor-
dinado o requerente.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único – A vantagem de que trata este artigo


poderá também ser concedida ao servidor contratado, no § 1º - O erro na indicação da autoridade não preju-
exercício de função gratificada, bem como ao estagiário. dicará a parte, devendo o processo ser encaminhado,
por quem o detiver, à autoridade competente.
Art. 194 – Será concedida diária: § 2º - Do requerimento constará:
I – de alimentação e pousada, nos deslocamentos supe-
riores a 100km (cem quilômetros) de distância da sede, 1) o nome, cargo, matrícula, unidade administrativa
desde que o pernoite se realize por exigência do serviço; em que é lotado o funcionário, e sua residência;
II – de alimentação, nos deslocamentos inferiores a 2) os fundamentos, de fato e de direito, da pretenção;
100km (cem quilômetros) e superiores a 50km (cin- 3) o pedido, formulado com clareza.
qüenta quilômetros) de distância da sede;

20
§ 3º - Não será recebido, e se o for, não será despa- § 1º - Se consumada a prescrição administrativa, po-
chado, sem a prévia satisfação da exigência, o reque- derá a Administração relevá-la caso seja ilegal o ato
rimento que não contiver as indicações do item 1, do impugnado e não estiver exaurido o acesso à via ju-
parágrafo anterior. dicial.
§ 4º - O requerimento será instruído com os documen- § 2º - Os prazos de prescrição estabelecidos neste ar-
tos necessários, facultando-se ao funcionário, median- tigo contar-se-ão da data da ciência do interessado, a
te petição fundamentada, a respectiva anexação no qual se presumirá da publicação do ato impugnado,
curso do processo. ou quando este for de natureza reservada, da data da
§ 5º - Os documentos poderão ser apresentados por ciência do interessado, que deverá constar sempre do
cópia, fotocópia, xerocópia ou reprodução permanen- processo respectivo.
te por processo análogo, autenticada em cartório ou § 3º - O pedido de reconsideração e o recurso hierár-
conferida na apresentação pelo servidor que a receber. quico, quando cabíveis, interrompem a prescrição até
§ 6º - Excetuam-se da disposição de que trata o pa- duas vezes.
rágrafo precedente as certidões de tempo de serviço, § 4º - A prescrição interrompida recomeça a correr,
que serão apresentadas sempre em seus originais, e pela metade do prazo, da data do ato que a interrom-
outros documentos que assim sejam exigidos pela Ad- peu, ou do último ato do processo para a interromper.
ministração. § 5º - Não correrá a prescrição enquanto o processo
§ 7º - Nenhum documento será devolvido sem que estiver em estudo.
dele fique, no processo, cópia ou reprodução autenti-
cada pela repartição. Art. 205 – Após despacho decisório, ao funcionário in-
teressado ou a seu representante legal é assegurado o
Art. 201 – Da decisão que for prolatada caberá, sem- direito de vista do processo administrativo, no recinto
pre, pedido de reconsideração. do órgão competente e durante seu horário de expe-
diente.
§ 1º - O pedido de reconsideração será diretamente
encaminhado à autoridade que houver expedido o ato Art. 206 – É assegurada a expedição de certidões de
ou proferido a decisão, não podendo ser renovado. atos ou peças de processos administrativos, requeridas
§ 2º - O requerimento e o pedido de reconsideração para defesa de direito do funcionário ou para esclare-
terão prazo de 8 (oito) dias para sua instrução e enca- cimento de situações.
minhamento, e serão decididos no prazo máximo de
30 (trinta) dias, salvo em caso que obrigue a realiza- Art. 207 – A certidão deverá ser requerida com indica-
ção de diligência ou de estudo especial. ção de finalidade específica a que se destina, a fim de
§ 3º - A autoridade que receber o pedido de reconsi- que se possa verificar o legítimo interesse do reque-
deração poderá processá-lo como recurso hierárquico, rente na sua obtenção.
encaminhando-o à autoridade superior.
§ 1º - Quando a finalidade da certidão for instruir pro-
Art. 202 – Caberá recurso hierárquico: cesso judicial, deverão ser mencionados o direito em
I – do indeferimento do pedido de reconsideração; questão, o tipo de ação, o nome das partes e o respec-
II – das decisões sobre os recursos sucessivamente in- tivo juízo, se a ação já tiver sido proposta.
terpostos. § 2º - Se o requerimento for assinado por procura-
dor, deverá ser juntado o competente instrumento de
§ 1º - Ressalvado o disposto no Decreto-Lei nº 114, mandato.
de 22 de maio de 1975, o recurso será decidido pela
autoridade imediatamente superior àquela que tiver Art. 208 – A competência para decidir sobre o pedido
expedido o ato ou proferido a decisão, sucessivamente, de certidão é do Secretário de Estado, das autoridades
em escala ascendente, pelas demais autoridades. do mesmo nível e dos presidentes das autarquias a
§ 2º - No processamento do recurso observar-se-á o quem estiver subordinada a autoridade incumbida de
disposto no § 2º do artigo 201. expedi-la, podendo ser delegada.

Art. 203 – O pedido de reconsideração e o recurso Art. 209 – O pedido de certidão será indeferido quan-
hierárquico não têm efeito suspensivo, mas o que for do:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

provido retroagirá, em seus efeitos, à data do ato im- I – o requerente não tiver interesse legítimo no pro-
pugnado. cesso;
II – a matéria a certificar se referir a:
Art. 204 – O direito de pleitear na esfera administra-
tiva prescreverá: a) assunto cuja divulgação afete a segurança pública;
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão, b) pareceres ou informações, salvo se a decisão profe-
cassação de aposentadoria ou disponibilidade e quan- rida aos mesmos se reporte;
to às questões que envolvam direitos patrimoniais; c) processo sem decisão final da Administração.
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, res-
salvados os previstos em leis especiais. Art. 210 – Caberá o pronunciamento da Procuradoria
Geral do Estado:

21
I – nos pedidos de certidões formulados pelo Poder afastamento de qualquer direito ou artigo, nem servi-
Judiciário; rá de base ao reconhecimento de qualquer direito ou
II – no caso de certidões para prova em juízo, se o vantagem.
Estado for parte na ação em curso ou a ser proposta; * Revogado pela Lei Complementar nº 121/2008.
III – se a autoridade competente para autorizar a cer-
tidão tiver dúvidas sobre o requerimento, os documen- * Art. 216 – Nos casos do inciso II, do artigo 214, o fun-
tos que o instruem ou sobre a maneira de atendê-lo. cionário aguardará, em exercício ou dele legalmente
afastado, a publicação do ato de aposentadoria.
Parágrafo único – Nas hipóteses previstas nos incisos * Revogado pela Lei Complementar nº 121/2008.
I e III, em que o aludido pronunciamento é obrigató-
rio, a autoridade, ao encaminhar o processo, deverá Art. 217 – Será aposentado o funcionário que for con-
instruí-lo previamente com a minuta da certidão a ser siderado inválido para o serviço e não puder ser rea-
expedida. daptado, conforme o previsto no artigo 57.

Art. 211 – As certidões sobre matéria de pessoal só Art. 218 – A aposentadoria por invalidez será sempre
serão fornecidas pelo Órgão Central do Sistema de precedida de licença por período não inferior a 24
Pessoal Civil, à vista de dados e elementos constantes (vinte e quatro) meses, salvo quando ocorrer a hipóte-
dos seus registros. se prevista no artigo 112.

CAPÍTULO VII * Art. 219 – O provento da aposentadoria será:


Da Inatividade
I – integral, quando o funcionário:
SEÇÃO I
Da Disponibilidade a) completar tempo de serviço para a aposentadoria;
b) for atingido por invalidez em virtude de acidente
Art. 212 – Extinto o cargo, ou declarada sua desneces- em serviço, moléstia profissional ou tuberculose ativa,
sidade, por ato do Poder Executivo, será o funcionário, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira poste-
se estável, colocado em disponibilidade. rior ao ingresso no serviço público, lepra, cardiopatia
grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e in-
§ 1º - O funcionário em disponibilidade perceberá capacitante, espondiloartrose anquilosante, neuropa-
provento proporcional ao tempo de serviço e poderá tia grave, estados avançados de doença de Paget (os-
ser aproveitado em cargo de natureza e vencimento teíte deformante) e outras moléstias que a lei indicar,
compatíveis com os do anteriormente ocupado. com base nas conclusões da medicina especializada;
§ 2º - Restabelecido o cargo, ainda que modificada c) na inatividade, for acometido de qualquer das
a sua denominação, poderá nele ser aproveitado o doenças especificadas na alínea anterior.
funcionário posto em disponibilidade, quando de sua
extinção ou da declaração de sua desnecessidade, res- II – proporcional ao tempo de serviço, quando o fun-
salvado o direito de optar por outro cargo em que já cionário contar menos tempo que os exigidos no inciso
tenha sido aproveitado. II, do artigo 214.

Art. 213 – O funcionário em disponibilidade poderá § 1º - O ocupante de cargo em comissão, quando não
ser aposentado. funcionário efetivo do Estado, somente será aposen-
tado por invalidez provocada por acidente em serviço
SEÇÃO II ou por moléstia profissional, quando se lhe deferirá a
Da Aposentadoria vantagem do inciso I, salvo no caso de já lhe ter sido
assegurada aposentadoria por outro órgão público.
* Art. 214 – O funcionário será aposentado: § 2º - A proporcionalidade de que trata o inciso II cor-
responde a 1/35 (um trinta e cinco avos) por ano de
I – compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade; efetivo exercício, quando referente a funcionário do
II – voluntariamente, após 35 (trinta e cinco) anos de sexo masculino; quando do feminino, 1/30 (um trinta
serviço, se do sexo masculino; após 30 (trinta) anos, se avos).
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do sexo feminino; § 3º - Quando a lei, atendendo à natureza especial do


III – por invalidez comprovada; serviço, reduzir o limite de tempo para a aposentado-
IV – nos casos previstos em lei complementar. ria, o provento, se for caso de proporcionalidade, será
calculado na razão de tantos avos por ano de serviço
* Revogado pela Lei Complementar nº 121/2008. quantos forem os necessários para a aposentadoria
com provento integral.
* Art. 215 – É automática a aposentadoria compulsó- § 4º - O provento proporcional não será nunca inferior
ria; o funcionário afastar-se-á do exercício do seu car- a 50% (cinqüenta por cento) do vencimento e vanta-
go no dia imediato ao em que atingir a idade-limite. gens percebidos na atividade, e em caso nenhum será
Parágrafo único – O ato respectivo tem efeito mera- menor que o salário-mínimo estabelecido para a ca-
mente declaratório e seu retardamento não evitará o pital do Estado.

22
* Revogado pela Lei Complementar nº 121/2008. Parágrafo único – Ressalvado o disposto neste artigo,
o provento não poderá ser superior à retribuição per-
* Art. 220 – Além do vencimento, integram o provento cebida na atividade.
as seguintes vantagens obtidas durante a atividade: * Revogado pela Lei Complementar nº 121/2008.
I – adicional por tempo de serviço;
II – gratificações ou parcelas financeiras outras, perce- * Art. 224 – O período de licença-prêmio não gozado
bidas em caráter permanente. e computado em dobro para efeito de aposentadoria,
servirá, também, na oportunidade desta, para conces-
§ 1º - Para os efeitos deste artigo, considera-se per- são de adicional por tempo de serviço.
cepção em caráter permanente a vantagem pecuniá- * Revogado pela Lei Complementar nº 121/2008.
ria inerente ao cargo e aquela em cujo gozo o fun-
cionário se encontre ininterruptamente, nos últimos 5 TÍTULO VI
(cinco) anos anteriores à passagem para a inatividade. Das Concessões
§ 2º - A base de cálculo para a incorporação no pro-
vento das vantagens a que se refere o inciso II será: CAPÍTULO I
Disposições Gerais
1) quando o valor da vantagem for variável, conside-
rar-se-á para efeito de fixação em importância igual Art. 225 - Sem prejuízo do vencimento, direitos e
à percebida pelo funcionário no tempo da passagem vantagens, o funcionário poderá faltar ao serviço até
para a inatividade em todas as hipóteses previstas no (oito) dias consecutivos por motivo de:
inciso I, do artigo 219; nos demais casos, observar-se-á
proporcionalidade ao tempo de serviço. I - casamento;
II - falecimento do cônjuge, companheiro ou compa-
* Revogado pela Lei Complementar nº 121/2008. nheira, pais, filhos ou irmãos.

Art. 221 – O funcionário que completar condições § 1º- Computar-se-ão, para os efeitos deste artigo, os
para aposentadoria voluntária fará jus à inclusão, no sábados, domingos e feriados compreendidos no pe-
cálculo do provento, das vantagens do mais elevado ríodo.
cargo em comissão de Direção e Assessoramento Su- § 2º - A qualidade de companheiro ou companhei-
periores – DAS ou da função gratificada de Chefia e ra, exclusivamente para esse efeito, será demonstrada
Assistência Intermediárias – CAI, que tiver exercido na pela coabitação por prazo mínimo de 02 (dois) anos,
Administração Direta ou Autárquica no mínimo por desnecessária em havendo filho comum.
um ano, desde que:
Art. 226 - Ao licenciado para tratamento de saúde em
I – sem interrupção, nos últimos 5 (cinco) anos ime- virtude de acidente em serviço ou doença profissio-
diatamente anteriores à passagem para a inatividade, nal, que deva ser deslocado de sua sede para qualquer
o exercício de cargos em comissão ou funções gratifi- ponto do território nacional, por exigência do laudo
cadas; médico, será concedido transporte à conta dos cofres
II – com interrupção, mas por 10 (dez) anos, o referido estaduais, inclusive para um acompanhante.
exercício.
§ 1º - Será, ainda, concedido transporte à família do
§ 1º - Em se tratando de cargo em comissão, a incor- funcionário falecido no desempenho do serviço, fora da
poração da vantagem se fará no valor correspondente sede de seus trabalhos, inclusive quando no exterior.
a 70% (setenta por cento) do fixado no respectivo sím- § 2º - Correrão, também, por conta do Estado, as des-
bolo; tratando-se de função gratificada, a vantagem pesas com a remoção e com o sepultamento do fun-
será integralmente incorporada. cionário falecido no desempenho do serviço.
§ 2º - Para os efeitos deste artigo considerar-se-ão,
igualmente, quaisquer gratificações deferidas ao fun- Art. 227 - Ao funcionário estudante matriculado em
cionário na qualidade de ocupante de função de con- estabelecimento de ensino de qualquer grau, oficial
fiança, as quais se incorporarão ao respectivo proven- ou reconhecido, será permitido faltar ao serviço, sem
to pelo valor efetivamente percebido. prejuízo do seu vencimento ou de quaisquer direitos e
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vantagens, nos dias de provas ou de exames, median-


* Art. 222 – Concorrendo as condições previstas para te apresentação de atestado fornecido pelo respectivo
a aposentadoria voluntária, ao funcionário aposenta- estabelecimento.
do por invalidez ou compulsoriamente, ter-se-á como
presumido o pedido de aposentadoria para efeito de Art. 228 - Ao estudante que necessitar mudar de do-
se lhe assegurar em direitos e vantagens. micílio para passar a exercer cargo ou função pública,
* Revogado pela Lei Complementar nº 121/2008. será assegurada transferência do estabelecimento de
ensino que estiver cursando, para outro da nova re-
* Art. 223 – Os proventos da inatividade serão revistos sidência, onde será matriculado em qualquer época,
na mesma ocasião da moeda, se modificarem os ven- independentemente de vaga, se integrante do sistema
cimentos dos funcionários em atividade. estadual de ensino.

23
Art. 229 - Os atos que deslocarem ex-offício os funcio- III – por filha solteira, separada judicialmente ou di-
nários estudantes de uma para outra cidade ficarão vorciada sem economia própria;
suspensos, se, na nova sede ou em localidade próxima, IV – por filho estudante que freqüente curso médio ou
não existir estabelecimento congênere, oficial, reco- superior e que não exerça atividade lucrativa, até a
nhecido ou equiparado àquele em que o interessado idade de 24 (vinte e quatro) anos;
esteja matriculado. V – pelo ascendente, sem rendimento próprio, que viva
a expensas do funcionário;
§ 1º - Efetivar-se-á deslocamento se o funcionário VI – pela esposa que não exerça atividade remune-
concluir o curso, for reprovado, ou deixar de renovar rada;
sua matrícula. VII – pelo esposo que não exerça atividade remunera-
§ 2º - Anualmente o interessado deverá fazer prova, da, por motivo de invalidez permanente;
perante o órgão setorial de pessoal a que esteja subor- VIII – pela companheira, assim conceituada na lei civil.
dinado, de que está matriculado.
Parágrafo único – Compreendem-se neste artigo o fi-
Art. 230 - O funcionário estudante matriculado em lho de qualquer condição, o enteado, o adotivo e o
estabelecimento de ensino que não possua curso no- menor que comprovadamente viva sob a guarda e o
turno, poderá, sempre que possível, ser aproveitado sustento do funcionário.
em serviços cujo horário não colida com o relativo ao
período das aulas. Art. 235 – Quando pai e mãe forem funcionários ou
inativos de qualquer órgão público federal, estadual
Parágrafo único - Sendo impossível o aproveitamento ou municipal, e viverem em comum, o salário-família
a que se refere o presente artigo, poderá o estudante, será concedido exclusivamente ao pai.
com assentimento do respectivo chefe, iniciar o serviço
uma hora depois do expediente ou dele se retirar uma Parágrafo único – Se não viverem em comum, será
hora antes do seu término, conforme o caso, desde que concedido ao que tiver os dependentes sob sua guar-
a compense, prorrogando ou antecipando o expedien- da; se ambos os tiverem, de acordo com a distribuição
te normal. dos dependentes.

Art. 231 - O funcionário terá preferência, para sua Art. 236 – Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto e
moradia, na locação de imóvel pertencente ao Estado. a madrasta e, na falta deste, os representantes legais
dos incapazes ou os que, mediante autorização judi-
Parágrafo único - A locação se fará pelo aluguel que cial, tenham sob sua guarda e sustento os dependen-
for fixado e mediante concorrência, que versará sobre tes a que se refere o artigo 234.
as qualificações preferenciais dos candidatos, relativas
ao número de dependentes, remuneração e tempo de Art. 237 – A cota de salário-família por dependente
serviço público. inválido corresponderá ao triplo da cota normal.

Art. 232 - As concessões estabelecidas neste Título Parágrafo único – A invalidez que caracteriza a de-
aplicam-se: pendência é a comprovada incapacidade total e per-
manente para o trabalho; ou presumida, em caso de
I - aos servidores contratados no exercício de função ancianidade.
gratificada, as constantes dos artigos 225, 226 e 227 e
as dos Capítulos II, III, IV, VI e VII, do Título VI; Art. 238 – O salário-família será pago independen-
II - aos estagiários, as dos artigos 225 e 226 e as dos temente de freqüência do funcionário e não poderá
Capítulos IV, VI e VII, do Título VI. sofrer qualquer desconto, nem ser objeto de transação
ou consignação em folha de pagamento.
CAPÍTULO II
Do Salário-Família Parágrafo único – O salário-família não está, também,
sujeito a qualquer imposto ou taxa, nem servirá de
Art. 233 – Salário-família é o auxílio pecuniário espe- base para qualquer contribuição, ainda que de finali-
cial concedido pelo Estado ao funcionário ou inativo, dades previdenciária e assistencial.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

como contribuição ao custeio das despesas de manu-


tenção de sua família. Art. 239 – O salário-família será pago mesmo nos ca-
sos em que o funcionário ou inativo deixar de receber
Parágrafo único – A cada dependente relacionado no o respectivo vencimento ou provento.
artigo seguinte corresponderá uma cota de salário-fa-
mília. Art. 240 – Nos casos de acumulação legal de cargos, o
salário-família será pago somente em relação a um deles.
Art. 234 – Conceder-se-á salário-família:
I – por filho menor de 21 (vinte e um) anos, que não Art. 241 – Em caso de falecimento do funcionário ou
exerça atividade remunerada; inativo, o salário-família continuará a ser pago aos
II – por filho inválido; seus beneficiários.

24
Parágrafo único – Se o funcionário ou inativo fale- continuarão a correr pelos cofres do Estado.
cido não se houver habilitado ao salário-família, a § 2º - Nas hipóteses deste artigo não será devido ao
Administração, mediante requerimento de seus bene- funcionário o pagamento do auxílio-doença.
ficiários, providenciará o seu pagamento, desde que
atendidos os requisitos necessários à concessão desse Art. 247 – O titular do órgão competente para a con-
benefício. cessão de licenças médicas aos funcionários do Estado
decidirá sobre os pedidos de pagamento do auxílio-
Art. 242 – O cancelamento do salário-família será feito -doença e do tratamento a que se refere o artigo an-
de ofício nos casos de implemento da idade pelo depen- terior.
dente, salvo se o funcionário ou inativo, no caso de filho
estudante que não exerça atividade remunerada, apre- Art. 248 – Nos casos de acumulação legal de cargos, o
sentar comprovação de frequência de curso secundário auxílio-doença devido será pago somente em relação
ou superior até 30 (trinta) dias antes de completar 21 a um deles, e calculado sobre o de maior vencimento,
(vinte e um) anos, e anualmente, por ocasião da ma- se ambos forem estaduais.
trícula escolar, até que atinja 24 (vinte e quatro) anos.
CAPÍTULO IV
Parágrafo único – O cancelamento será feito, a re- Do Auxílio-Funeral
querimento do interessado, nos casos de exercício de
atividade remunerada, falecimento, abandono de lar, Art. 249 – À família do funcionário ou inativo falecido
casamento, separação judicial ou divórcio do depen- será concedido auxílio-funeral.
dente, respondendo o funcionário ou inativo, civil, pe-
nal e administrativamente pela omissão ou inexatidão § 1º - o auxílio será pago:
de suas declarações.
1) no valor correspondente a 10 (dez) UFERJs, quando
Art. 243 – O salário-família, relativo a cada dependen- o do vencimento e vantagens ou proventos do falecido
te, será devido a partir do mês em que tiver ocorrido o for igual ou inferior a esse quantitativo;
fato ou ato que lhe deu origem, embora verificado no 2) no valor correspondente a 20 (vinte) UFERJs, nos
último dia do mês. demais casos.

Art. 244 – Deixará de ser devido o salário-família, re- § 2º - A despesa com auxílio-funeral correrá à conta
lativo a cada dependente, no mês seguinte ao em que de dotação orçamentária própria.
se tenha verificado o ato ou fato que haja determina-
do a sua supressão, embora ocorrido no primeiro dia Art. 250 – Aplica-se ao auxílio-funeral a norma esta-
do mês. belecida no artigo 248.

CAPÍTULO III § 1º - Se as despesas do funeral não forem ocorridas


Do Auxílio-Doença por pessoa da família do funcionário ou inativo, o res-
pectivo auxílio será pago a quem as tiver comprova-
Art. 245 – Após cada período de 12 (doze) meses con- damente realizado.
secutivos de licença para tratamento de saúde, o fun- § 2º - O pagamento do auxílio-funeral obedecerá a
cionário terá direito a um mês de vencimento, a título processo sumaríssimo, concluído no prazo de 48 (qua-
de auxílio-doença. renta e oito) horas da apresentação da certidão de
óbito e documentos que comprovem a satisfação da
§ 1º - Quando ocorrer o falecimento do funcionário, o despesa pelo requerente, incorrendo em pena de sus-
auxílio-doença a que tiver feito jus será pago de acor- pensão o responsável pelo retardamento.
do com as normas que regulam o pagamento de ven-
cimento não recebido. CAPÍTULO V
§ 2º - O auxílio-doença não sofrerá descontos de qual- Do Auxílio-Moradia
quer espécie, ainda que para fins de previdência e as-
sistência. Art. 251 – Será concedido auxílio-moradia ao funcio-
nário que for designado ex officio para ter exercício
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 246 – O tratamento do funcionário acidentado em definitivo em nova sede e nesta não vier a residir em
serviço, acometido de doença profissional ou interna- imóvel pertencente ao Poder Público.
do compulsoriamente para tratamento psiquiátrico,
correrá integralmente por conta dos cofres do Estado, Art. 252 – O auxílio-moradia corresponderá a 20%
e será realizado, sempre que possível, em estabeleci- (vinte por cento) do vencimento-base do funcionário.
mento estadual de assistência médica.
Art. 253 – O pagamento do auxílio-moradia é devido
§ 1º - Ainda que o funcionário venha a ser aposenta- a partir da data em que o funcionário passar a ter
do em decorrência de acidente em serviço, de doença exercício na nova sede e cessará:
profissional ou de internação compulsória para trata- I – quando completar 1 (um) ano de serviço na nova
mento psiquiátrico, as despesas previstas neste artigo sede;

25
II – quando passar a residir em imóvel pertencente ao Art. 261 – Será estabelecido um prêmio anual, em im-
Poder Público. portância a ser fixada pelo Governador, destinado ao
trabalho que melhor se ajustar às finalidades de sua
Art. 254 – O auxílio-moradia, pago mensalmente jun- instituição, nos termos de regulamentação própria a
to com vencimento do funcionário, será suspenso nas ser baixada pelo Secretário de Estado de Administra-
hipóteses previstas nos incisos III, IV, V, XVIII e XX do ção.
artigo 79.
Art. 262 – Caberá a uma Comissão, composta de 5
Parágrafo único – Será ainda suspenso o pagamento (cinco) membros, de reconhecida competência em téc-
do auxílio quando o funcionário: nicas de administração, avaliar e julgar os trabalhos
recebidos.
1) exercer mandato legislativo ou executivo, federal ou
estadual; § 1º - Anualmente será designada a Comissão por ato
2) exercer mandato municipal e este importar no afas- do Secretário de Estado de Administração, que indica-
tamento do funcionário do exercício de seu cargo; rá seu Presidente.
3) for convocado para prestação de serviço militar. § 2º - Integração a Comissão, indicados pelos respec-
tivos titulares, além do seu Presidente, representantes
Art. 255 – O período de 1 (um) ano a que se refere o das Secretarias de Governo, de Planejamento e Coor-
inciso I do artigo 253 começa a ser contado a partir da denação Geral e de Fazenda e da Fundação Escola de
data em que o funcionário iniciar o exercício na nova Serviço Público do Estado do Rio de Janeiro.
sede, recomeçando a contagem do prazo a cada nova § 3º - O julgamento da Comissão será irrecorrível.
designação.
Art. 263 – Ao autor do trabalho premiado se reconhe-
CAPÍTULO VI cerá a relevância do serviço e o respectivo prêmio será
Da Pensão Especial em Caso de Morte por Acidente entregue em ato solene, no dia 28 de outubro.
em Serviço ou Doença Profissional
Art. 264 – Não será distribuído o prêmio no ano em
Art. 256 – Aos beneficiários do funcionário falecido que os trabalhos apresentados forem julgados insatis-
em conseqüência de acidente ocorrido em serviço ou fatórios pela Comissão.
doença nele adquirida, é assegurada pensão mensal
equivalente ao vencimento mais as vantagens perce- TÍTULO VII
bidas em caráter permanente, por ocasião do óbito. Da Previdência e da Assistência
CAPÍTULO ÚNICO
Art. 257 – A prova das circunstâncias do falecimento
será feita por junta médica oficial, que se valerá, se Art. 265 – O Estado prestará assistência ao funcioná-
necessário, de laudo médico-legal, além da compro- rio, ao inativo, e a suas famílias.
vação a que se refere o § 3º do artigo 115, quando
for o caso. Art. 266 – Entre as formas de assistência incluem-se:
I – assistência médica, farmacêutica, dentária e hos-
Art. 258 – Do valor da pensão concedida serão aba- pitalar, além de outras julgadas necessárias, inclusive
tidas as importâncias correspondentes à pensão rece- em sanatórios e creches;
bida do IPERJ. II – a manutenção obrigatória dos sistemas previden-
ciários e de seguro social, em favor de todos os funcio-
Parágrafo único – Em nenhuma hipótese, a soma das nários e inativos;
pensões será inferior ao valor do salário-mínimo vi- III – plano de seguro compulsório para complementa-
gente na capital do Estado. ção de proventos e pensões;
IV – assistência judiciária;
Art. 259 – O disposto neste Capítulo aplica-se, tam- V – financiamento para aquisição de imóvel destinado
bém, aos beneficiários do inativo, quando o evento à residência;
morte for conseqüência direta de acidente em serviço VI – auxílio para a educação dos dependentes;
ou doença profissional. VII – cursos e centros de treinamento, aperfeiçoamen-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

to e especialização profissional;
CAPÍTULO VII VIII – centros de aperfeiçoamento moral e cultural dos
Do Prêmio por Sugestões de Interesse da Adminis- funcionários e suas famílias, fora das horas de traba-
tração lho.

Art. 260 – A Administração estimulará a apresentação, Art. 267 – A assistência, sob qualquer das formas, será
por parte de funcionários, de sugestões e trabalhos prestada diretamente pelo Estado ou através de ins-
que visem ao aumento da produtividade e à redução tituições próprias, criadas por lei, às quais poderá o
de custos operacionais do serviço público. funcionário ou inativo ser obrigatoriamente filiado.

26
Parágrafo único – Para execução do disposto neste ar- Art. 273 – Fica excluído da proibição de acumular pro-
tigo poderão ser celebrados convênios com entidades vento o aposentado quanto ao exercício de mandato
públicas ou privadas. eletivo, cargo em comissão, função gratificada, ou ao
contrato para prestação de serviços técnicos ou espe-
Art. 268 – Legislação especial estabelecerá os planos, cializados, bem quanto à participação em órgão de
bem como as condições de organização e funciona- deliberação coletiva.
mento dos serviços assistenciais referidos neste Título.
Parágrafo único – Exceto quanto ao exercício de man-
Art. 269 – Nos trabalhos insalubres executados pelos dato eletivo, o disposto neste artigo não se aplica ao
servidores do Estado, este é obrigado a fornecer-lhes, aposentado compulsoriamente, nem ao aposentado
gratuitamente, os equipamentos próprios exigidos pe- por invalidez, se não cessadas as causas determinan-
las disposições específicas relativas à higiene e segu- tes de sua aposentadoria.
rança do trabalho.
Art. 274 – Não se compreende na proibição de acumu-
Parágrafo único – Os equipamentos de que trata este lar, nem está sujeita a quaisquer limites, a percepção:
artigo serão de uso obrigatório pelos servidores do Es- I – conjunta, de pensões civis ou militares;
tado, sob pena de suspensão. II – de pensões, com vencimento ou salário;
III – de pensões, com provento de disponibilidade, apo-
Art. 270 – Aos servidores contratados no exercício de sentadoria, jubilação ou reforma;
função gratificada, e aos estagiários, aplicam-se as IV – de proventos resultantes de cargos legalmente
disposições dos incisos IV, VII e VIII, do artigo 266, e acumuláveis;
as do artigo 269. V – de provento, com vencimento nos casos de acu-
mulação legal.
Parágrafo único – Aplica-se, ainda, aos servidores
contratados quando no exercício de função gratifica- Art. 275 – Cargo técnico ou científico é aquele para
da, e aos estagiários a que se refere o § 1º, do artigo cujo exercício seja indispensável e predominante a
10, o estabelecido nos incisos I e VI, do artigo 266. aplicação de conhecimento científico ou artístico de
nível superior de ensino.
TÍTULO VIII
Do Regime Disciplinar Parágrafo único – Considera-se, também, como técni-
co ou científico:
CAPÍTULO I 1) o cargo para cujo exercício seja exigida habilitação
Da Acumulação em curso legalmente classificado como técnico, de se-
gundo grau ou de nível superior de ensino;
Art. 271 – É vedada a acumulação remunerada de car- 2) o cargo de direção, privativo de ocupante de cargo
gos e funções públicas, exceto a de: técnico ou científico.
I – um cargo de juiz com outro de magistério superior;
II – dois cargos de professor; Art. 276 – Cargo de Professor é o que tem como atri-
III – um cargo de professor com outro técnico ou cien- buição principal e permanente lecionar em qualquer
tífico grau ou ramo de ensino legalmente previsto.
IV – dois cargos privativos de médico.
Parágrafo único – Inclui-se, também, para efeito de
§ 1º - A acumulação, em qualquer dos casos, só é per- acumulação, o cargo de direção privativo de professor.
mitida quando haja correlação de matérias e compa-
tibilidade de horários. Art. 277 – A simples denominação de “técnico” ou
§ 2º - A proibição de acumular se estende a cargos, “científico” não caracteriza como tal o cargo que não
funções de qualquer modalidade ou empregos no satisfizer às condições dos artigos 275 e 276.
Poder Público Federal, Estadual ou Municipal, da Ad-
ministração Centralizada ou Autárquica, inclusive em Parágrafo único – As atribuições do cargo, para efeito de
sociedade de economia mista e empresas públicas. reconhecimento de seu caráter técnico ou científico, serão
§ 3º - A supressão do pagamento relativo a um dos consideradas na forma do parágrafo único do artigo 278.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cargos, funções ou empregos referidos no parágrafo


anterior, não descaracteriza a proibição de acumular, Art. 278 – A correlação de matéria pressupõe a exis-
salvo nas hipóteses previstas no § 1º do artigo 10, nos tência de relação íntima e recíproca entre os conheci-
artigos 23 e 24, e no § 4º, do artigo 35. mentos específicos, cujo ensino ou aplicação constitua
atribuição principal dos cargos acumuláveis, de sorte
Art. 272 – O funcionário não poderá participar de que o exercício simultâneo favoreça o melhor desem-
mais de um órgão de deliberação coletiva, com direito penho de ambos os cargos.
à remuneração, seja qual for a natureza desta, nem
exercer mais de uma função gratificada. Parágrafo único – Tal relação não se haverá por pre-
sumida, mas terá de ficar provada mediante consulta
a dados objetivos, tais como os programas de ensino,

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no caso de professor, e as atribuições legais, regula- do inciso IV, do artigo 15, constituirá presunção de má
mentares ou regimentais do cargo, no caso de cargo fé, ensejando, de logo, a suspensão do pagamento do
técnico ou científico. respectivo vencimento e vantagens, ou provento.

Art. 279 – Para os efeitos deste Capítulo, a expressão Art. 284 – As acumulações serão objeto de estudo e
“cargo” compreende os cargos, funções ou empregos parecer individuais por parte do órgão estadual para
referidos no § 2º do artigo 271. esse fim criado, que fará a apreciação de sua legali-
dade, ainda que um dos cargos integre os quadros de
Art. 280 – A compatibilidade de horários será reconhe- outra esfera de poder.
cida quando houver possibilidade do exercício dos dois
cargos, em horários diversos, sem prejuízo do núme- CAPÍTULO II
ro regulamentar de horas de trabalhos determinado Dos Deveres
para cada um.
Art. 285 – São deveres do funcionário:
§ 1º - A verificação dessa compatibilidade far-se-á I – assiduidade;
tendo em vista o horário do servidor na unidade ad- II – pontualidade;
ministrativa em que estiver lotado, ainda que ocorra a III – urbanidade;
hipótese de estar dela legalmente afastado. IV – discrição;
§ 2º - No caso de cargos a serem exercidos no mesmo V – boa conduta;
local ou em municípios diferentes, levar-se-á em conta VI – lealdade e respeito às instituições constitucionais
a necessidade de tempo para a locomoção entre um e administrativas a que servir;
e outro. VII – observância das normas legais e regulamentares;
VIII – observância às ordens superiores, exceto quando
Art. 281 – O funcionário que ocupe dois cargos em manifestamente ilegais;
IX – levar ao conhecimento de autoridade superior ir-
regime de acumulação legal poderá ser investido em
regularidades de que tiver ciência em razão do cargo
cargo em comissão, desde que, com relação a um de-
ou função;
les, continue no exercício de suas atribuições, observa-
X – zelar pela economia e conservação do material
do sempre o disposto no artigo anterior.
que lhe for confiado;
XI – providenciar para que esteja sempre em ordem, no
§ 1º - Ocorrendo a hipótese, o ato de provimento do
assentamento individual, sua declaração de família;
funcionário mencionará em qual das duas condições
XII – atender prontamente às requisições para defesa
funcionais está sendo nomeado para que, em relação da Fazenda Pública e à expedição de certidões para
ao outro cargo, seja observado o disposto neste artigo. defesa de direito;
§ 2º - O tempo de serviço, bem como quaisquer di- XIII – guardar sigilo sobre a documentação e os assun-
reitos ou vantagens adquiridos em função de deter- tos de natureza reservada de que tenha conhecimento
minada situação jurídica, são insuscetíveis de serem em razão do cargo ou função;
computados ou usufruídos em outras, salvo se extinto XIV – submeter-se à inspeção médica determinada por
seu fato gerador. autoridade competente, salvo justa causa.
§ 3º - Se computados na hipótese do parágrafo ante-
rior, in fine, em determinada situação, a ela ficarão in- CAPÍTULO III
dissoluvelmente ligados, ressalvado o caso de ocorrer Das Proibições
também sua extinção.
Art. 286 – Ao funcionário é proibido:
Art. 282 – Verificada, em processo administrativo dis-
ciplinar, a acumulação proibida, e provada a boa fé, o I – referir-se de modo depreciativo, em informação,
funcionário optará por um dos cargos, sem obrigação parecer ou despacho, às autoridades e atos da Admi-
de restituir. nistração Pública, ou censurá-los, pela imprensa ou
qualquer outro órgão de divulgação pública, podendo,
§ 1º - Provada a má fé, além de perder ambos os car- porém, em trabalho assinado, criticá-los, do ponto de
gos, restituirá o que tiver percebido indevidamente vista doutrinário ou da organização do serviço;
pelo exercício do cargo que gerou a acumulação. II – retirar, modificar ou substituir livro ou documento
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior, se o cargo de órgão estadual, com o fim de criar direito ou obri-
gerador da acumulação proibida for de outra esfera gação, ou de alterar a verdade dos fatos, bem como
de Poder Público, o funcionário restituirá o que houver apresentar documento falso com a mesma finalidade;
percebido desde a acumulação ilegal. III – valer-se do cargo ou função para lograr proveito
§ 3º - Apurada a má fé do inativo, este sofrerá a cas- pessoal em detrimento da dignidade da função pú-
sação de sua aposentadoria ou disponibilidade, obri- blica;
gado, ainda, a restituir o que tiver recebido indevida- IV – coagir ou aliciar subordinados com objetivo de
mente. natureza partidária;
V – participar de diretoria, gerência, administração,
Art. 283 – A inexatidão das declarações feitas pelo conselho técnico ou administrativo, de empresa ou
funcionário no cumprimento da exigência constante sociedade:

28
1) contratante, permissionária ou concessionária de Art. 289 – A responsabilidade penal abrange os cri-
serviço público; mes e contravenções imputados ao funcionário nessa
2) fornecedora de equipamento ou material de qual- qualidade.
quer natureza ou espécie, a qualquer órgão estadual;
3) de consultoria técnica que execute projetos e estu- Art. 290 – A responsabilidade administrativa resulta de
dos, inclusive de viabilidade, para órgãos públicos. atos praticados ou omissões ocorridas no desempenho
do cargo ou função, ou fora dele, quando comprome-
VI – praticar a usura, em qualquer de suas formas, no tedores da dignidade e do decoro da função pública.
âmbito do serviço público;
VII – pleitear, como procurador ou intermediário, jun- Art. 291 – As cominações civis, penais e disciplinares
to aos órgãos estaduais, salvo quando se tratar de poderão cumular-se, sendo umas e outras indepen-
percepção de vencimento, remuneração, provento ou dentes entre si, bem assim as instâncias civil, penal e
vantagem de parente, consanguíneo ou afim, até o se- administrativa.
gundo grau civil;
VIII – exigir, solicitar ou receber propinas, comissões, Parágrafo único – Só é admissível, porém, a ação dis-
presentes ou vantagens de qualquer espécie em ra- ciplinar ulterior à absolvição no juízo penal, quando,
zão do cargo ou função, ou aceitar promessa de tais embora afastada a qualificação do fato com crime,
vantagens; persista, residualmente, falta disciplinar.
IX – revelar fato ou informação de natureza sigilosa,
de que tenha ciência em razão do cargo ou função, CAPÍTULO V
salvo quando se tratar de depoimento em processo ju- Das Penalidades
dicial, policial ou administrativo;
X – cometer à pessoa estranha ao serviço do Estado, Art. 292 – São penas disciplinares:
salvo nos casos previstos em lei, o desempenho de en-
cargo que lhe competir ou a seus subordinados; I – advertência;
XI – dedicar-se, nos locais e horas de trabalho, a palestras, II – repreensão;
leituras ou quaisquer outras atividades estranhas ao servi- III – suspensão;
ço, inclusive ao trato de interesses de natureza particular; VI – multa;
XII – deixar de comparecer ao trabalho sem causa jus- V – destituição de função;
tificada; VI – demissão;
XIII – empregar material ou quaisquer bens do Estado VII – cassação de aposentadoria, jubilação e disponi-
em serviço particular; bilidade.
XIV – retirar objetos de órgãos estaduais, salvo quan-
do autorizado por escrito pela autoridade competente; Art. 293 – Na aplicação das penas disciplinares serão
XV – fazer cobranças ou despesas em desacordo com o consideradas a natureza e a gravidade da infração, os
estabelecido na legislação fiscal e financeira; danos que dela provierem para o serviço público e os
XVI – deixar de prestar declaração em processo admi- antecedentes funcionais do servidor.
nistrativo disciplinar, quando regularmente intimado;
XVII – exercer cargo ou função pública antes de aten- Parágrafo único – As penas impostas ao funcionário
didos os requisitos legais, ou continuar a exercê-lo, sa- serão registradas em seus assentamentos.
bendo-o indevidamente.
Art. 294 – A pena de advertência será aplicada ver-
CAPÍTULO IV balmente em casos de negligência e comunicada ao
Da Responsabilidade órgão de pessoal.

Art. 287 – Pelo exercício irregular de suas atribuições, o Art. 295 – A pena de repreensão será aplicada por es-
funcionário responde civil, penal e administrativamente. crito em casos de desobediência ou falta de cumpri-
mento dos deveres, bem como de reincidência especí-
Art. 288 – A responsabilidade civil decorre de procedi- fica em transgressão punível com pena de advertência.
mento doloso ou culposo que importe em prejuízo da
Fazenda Estadual ou de terceiros. Parágrafo único – Havendo dolo ou má fé, a falta de
cumprimento dos deveres será punida com pena de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º - Ressalvado o disposto no artigo 148, in fine, o suspensão.


prejuízo causado à Fazenda estadual, no que exceder
os limites da fiança, poderá ser ressarcido mediante Art. 296 – A pena de suspensão será aplicada nos ca-
desconto em prestações mensais não excedentes da sos de:
décima parte do vencimento ou remuneração, à falta I – falta grave;
de outros bens que respondam pela indenização. II – desrespeito a proibições que, pela sua natureza,
§ 2º - Tratando-se de dano causado a terceiros, res- não ensejarem pena de demissão;
ponderá o funcionário perante a Fazenda Estadual III – reincidência em falta já punida com repreensão.
em ação regressiva proposta depois de transitar em
julgado a decisão que houver condenado a Fazenda a § 1º - A pena de suspensão não poderá exceder a 180
indenizar o terceiro prejudicado. (cento e oitenta) dias.

29
§ 2º - O funcionário suspenso perderá todas as vanta- Art. 301 – A pena de cassação de aposentadoria, ju-
gens e direitos decorrentes do exercício do cargo. bilação ou de disponibilidade será aplicada se ficar
§ 3º - Quando houver conveniência para o serviço, a provado, em processo administrativo disciplinar, que o
pena de suspensão, por iniciativa do chefe imediato do aposentado ou disponível:
funcionário, poderá ser convertida em multa, na base I – praticou, quando ainda no exercício do cargo, falta
de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento suscetível de determinar demissão;
ou remuneração, obrigado, nesse caso, o funcionário II – aceitou, ilegalmente, cargo ou função pública, pro-
a permanecer no serviço durante o número de horas vada a má fé;
de trabalho normal. III – perdeu a nacionalidade brasileira, ou, se portu-
guês, for de declarada extinta a igualdade de direitos
Art. 297 – A destituição de função dar-se-á quando e obrigações civis e do gozo de direitos políticos.
verificada falta de exação no cumprimento do dever.
Parágrafo único – Será cassada a disponibilidade do
Parágrafo único – O disposto neste artigo não impede funcionário que não assumir, no prazo legal, o exercí-
a aplicação da pena disciplinar cabível quando o des- cio do cargo ou função em que for aproveitado.
tituído for, também, ocupante de cargo efetivo.
Art. 302 – São competentes para aplicação de penas
Art. 298 – A pena de demissão será aplicada nos casos disciplinares:
de: I – O Governador, em qualquer caso e, privativamente,
I – falta relacionada no art. 286, quando de natureza nos casos de demissão, cassação de aposentadoria, ju-
grave, a juízo da autoridade competente, e se compro- bilação ou disponibilidade;
vada má fé; II – os Secretários de Estado e demais titulares de ór-
II – incontinência pública e escandalosa ou prática de gãos diretamente subordinados ao Governador em
jogos proibidos; todos os casos, exceto nos de competência privativa
do Governador;
III – embriaguez, habitual ou em serviço;
III – os dirigentes de unidades administrativas em ge-
IV – ofensa física, em serviço, contra funcionário ou
ral, nos casos de penas de advertência, repreensão,
particular, salvo em legítima defesa;
suspensão até 30 (trinta) dias e multa correspondente.
V – abandono de cargo;
VI – ausência ao serviço, sem causa justificada, por 60
§ 1º - A aplicação da pena de destituição de função caberá
(sessenta) dias, interpoladamente, durante o período
à autoridade que houver feito a designação do funcionário.
de 12 (doze) meses;
§ 2º - Nos casos dos incisos II e III, sempre que a pena
VII – insubordinação grave em serviço; decorrer de processo administrativo disciplinar, a com-
VIII – ineficiência comprovada, com caráter de habi- petência para decidir e para aplicá-la é do Secretário
tualidade, no desempenho dos encargos de sua com- de Estado de Administração.
petência;
IX – desídia no cumprimento dos deveres. Art. 303 – Prescreverá:
I – em 2 (dois) anos, a falta sujeita às penas de adver-
§ 1º - Considera-se abandono de cargo a ausência ao tência, repreensão, multa ou suspensão;
serviço, sem justa causa, por 30 (trinta) dias consecu- II – em 5 (cinco) anos, a falta sujeita:
tivos.
§ 2º - Entender-se-á por ausência ao serviço, com jus- 1) à pena de demissão ou destituição de função;
ta causa, a que assim for considerada após a devida 2) à cassação da aposentadoria, jubilação ou dispo-
comprovação em processo administrativo disciplinar, nibilidade.
caso em que as faltas serão justificadas apenas para
fins disciplinares § 1º - A falta também prevista como crime na lei penal
§ 3º - A demissão aplicada nas hipóteses previstas nos prescreverá juntamente com este.
incisos I a IX, quando estas tiverem uma configuração § 2º - O curso da prescrição começa a fluir da data
penal típica, será cancelada e o funcionário reintegra- do evento punível disciplinarmente, ou do seu conhe-
do administrativamente, se e quando o pronuncia- cimento, e interrompe-se pela abertura de processo
mento da Justiça for favorável ao indiciado, sem pre- administrativo disciplinar.
juízo, porém, da ação disciplinar que couber, na forma
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do parágrafo único do artigo 291. TÍTULO IX


§ 4º - Será, ainda, demitido o funcionário que, nos ter- Do Processo Administrativo Disciplinar e da sua
mos da lei penal, incorrer na pena acessória de perda Revisão
da função pública.
Art. 299 – O ato de demissão mencionará sempre a CAPÍTULO I
causa da penalidade. Disposições Gerais

Art. 300 – Conforme a gravidade da falta, a demissão Art. 304 – Poder disciplinar é a faculdade conferida ao
poderá ser aplicada com a nota “a bem do serviço pú- Administrador Público com o objetivo de possibilitar a
blico”. prevenção e repressão de infrações funcionais de seus
subordinados, no âmbito interno da Administração.

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Art. 305 – Constitui infração disciplinar toda ação ou Art. 310 – O funcionário, afastado em decorrência das
omissão do funcionário capaz de comprometer a dig- medidas acautelatórias referidas no artigo anterior,
nidade e o decoro da função pública, ferir a disciplina terá direito:
e a hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço ou I – à contagem de tempo de serviço relativo ao afas-
causar dano à Administração Pública. tamento, desde que reconhecida sua inocência afinal;
II – à contagem do tempo de serviço relativo à suspen-
Art. 306 – A autoridade que tiver ciência de qualquer são preventiva, se do processo resultar pena disciplinar
irregularidade no serviço público é obrigada a promo- de advertência ou repreensão;
ver-lhe a apuração imediata, por meios sumários ou III – à contagem do período de afastamento que exce-
mediante processo administrativo disciplinar. der do prazo da suspensão disciplinar aplicada.

CAPÍTULO II § 1º - O cômputo do tempo de serviço nos termos des-


Da Prisão Administrativa e da Suspensão Preven- te artigo implica o direito à percepção do vencimento
tiva e vantagens no período correspondente.
§ 2º - Será computado na duração da pena ou sus-
Art. 307 – Cabe aos Secretários de Estado e demais pensão disciplinar imposta o período de afastamento
dirigentes de órgãos diretamente subordinados ao Go- decorrente de medida acautelatória.
vernador ordenar, fundamentalmente e por escrito, a § 3º - Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, o
prisão administrativa do funcionário responsável pelo funcionário restituirá, na proporção do que houver re-
alcance, desvio ou omissão em efetuar as entradas, cebido, o vencimento e vantagens percebidos na for-
nos devidos prazos, de dinheiro ou valores perten- ma do disposto no inciso I, do artigo 145.
centes à Fazenda Estadual ou que se acharem sob a
guarda desta. CAPÍTULO III
Da Apuração Sumária de Irregularidade
§ 1º - A autoridade que ordenar a prisão comunicará
imediatamente o fato à autoridade judiciária compe- Art. 311 – A apuração sumária por meio de sindicân-
tente e providenciará no sentido de ser realizado, com cia não ficará adstrita ao rito determinado para o pro-
urgência, o processo de tomada de contas. cesso administrativo disciplinar, constituindo-se em
§ 2º - A prisão administrativa, que será cumprida em simples averiguação.
estabelecimento especial e não excederá de 90 (no-
Parágrafo único – A critério da autoridade que a ins-
venta) dias, será relaxada tão logo seja efetuada a re-
taurar, e segundo a importância maior ou menor do
posição do quantum relativo ao alcance ou desfalque.
evento, a sindicância poderá ser realizada por um úni-
§ 3º - Não se ordenará a prisão administrativa quando
co funcionário ou por uma Comissão de 3 (três) servi-
o valor da fiança seja suficiente para garantir o ressar-
dores, preferivelmente efetivos.
cimento de prejuízo causado à Fazenda Estadual, ou
quando o responsável pela malversação, alcance ou
Art. 312 – A instauração de sindicância não impede a
desfalque haja oferecido as necessárias garantias de adoção imediata, através de comunicação à autorida-
indenização. de competente, das medidas acautelatórias previstas
no Capítulo II, deste Título.
Art. 308 – A suspensão preventiva até 30 (trinta) dias
será ordenada pelas autoridades mencionadas no ar- Art. 313 – Se, no curso da apuração sumária, ficar evi-
tigo 308, desde que o afastamento do funcionário seja denciada falta punível com pena superior à de sus-
necessário para que este não venha a influir na apu- pensão por mais de 30 (trinta) dias, ou multa corres-
ração da falta. pondente, o responsável pela apuração comunicará o
fato ao superior imediato que solicitará, pelos canais
§ 1º - A suspensão de que trata este artigo poderá, competentes, a instauração de processo administrati-
ainda, ser ordenada pelo Secretário de Estado de Ad- vo disciplinar.
ministração, no ato de instauração de processo admi-
nistrativo disciplinar, e estendida até 90 (noventa) dias, Art. 314 – São competentes para determinar a apura-
findos os quais cessarão automaticamente os efeitos ção sumária de irregularidades, ocorridas no serviço
da mesma, ainda que o processo não esteja concluído. público do Estado, os dirigentes de unidades adminis-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º - O funcionário suspenso preventivamente poderá trativas até o nível de Chefe de Seção.


ser administrativamente preso.
§ 3º - Não estando preso administrativamente, o fun- § 1º - Se o fato envolver a pessoa do chefe da unidade
cionário que responder por malversação ou alcance administrativa, a abertura de sindicância caberá ao
de dinheiro ou valores públicos será sempre suspenso superior hierárquico imediato.
preventivamente, e seu afastamento se prolongará até § 2º - Em qualquer caso, a designação será feita por
a decisão final do processo administrativo disciplinar. escrito.

Art. 309 – A prisão administrativa e a suspensão pre- Art. 315 – O sindicante deverá colher todas as infor-
ventiva são medidas acautelatórias e não constituem mações necessárias, ouvindo o denunciante, à autori-
pena. dade que ordenou a sindicância, quando convenien-

31
te; o suspeito, se houver; os servidores e os estranhos Parágrafo único – Quando a autoridade policial tiver
eventualmente relacionados com o fato, bem como conhecimento de crime praticado por funcionário pú-
procedendo à juntada do expediente de instauração blico com violação de dever inerente ao cargo, ou com
da sindicância e de quaisquer documentos capazes de abuso de poder, fará comunicação do fato à autorida-
bem esclarecer o ocorrido. de administrativa competente para a instauração do
processo disciplinar cabível.
Art. 316 – Por se tratar de apuração sumária, as decla-
rações do servidor suspeito serão recebidas também Art. 324 – O processo administrativo disciplinar de-
como defesa, dispensada a citação para tal fim, asse- verá estar concluído no prazo de 90 (noventa) dias,
gurada, porém, a juntada pelo mesmo, no prazo de 5 contados da data em que os autos chegarem à Co-
(cinco) dias, de quaisquer documentos que considere missão prorrogáveis sucessivamente por períodos de
úteis. 30 (trinta) dias, até o máximo de 3 (três), em caso de
força maior e a juízo do Secretário de Estado de Ad-
Art. 317 – A sindicância não poderá exceder o prazo de ministração.
30 (trinta) dias, prorrogável uma única vez até 8 (oito)
dias em caso de força maior, mediante justificativa à § 1º - A não observância desses prazos não acarreta-
autoridade que houver determinado a sindicância. rá nulidade do processo, importando, porém, quando
não se tratar de sobrestamento, em responsabilidade
Art. 318 – Comprovada a existência ou inexistência administrativa dos membros da Comissão.
de irregularidades deverá ser, de imediato, apresen- § 2º - O sobrestamento do processo administrativo
tado relatório de caráter expositivo, contendo, exclu- disciplinar só ocorrerá em caso de absoluta impossi-
sivamente, de modo claro e ordenado, os elementos bilidade de prosseguimento, a juízo do Secretário de
fáticos colhidos ao curso da sindicância, abstendo-se Estado de Administração.
o relator de quaisquer observações ou conclusões de
Art. 325 – Os órgãos estaduais, sob pena de responsabi-
cunho jurídico, deixando à autoridade competente a
lidade de seus titulares, atenderão com a máxima pres-
capitulação das eventuais transgressões disciplinares
teza às solicitações da Comissão, inclusive requisição de
verificadas.
técnicos e peritos, devendo comunicar prontamente a
impossibilidade de atendimento em caso de força maior.
Art. 319 – Recebido o relatório, caso tenha sido confi-
gurada irregularidade e identificado o seu autor, a au-
Art. 326 – A Comissão assegurará, no processo admi-
toridade que houver promovido a sindicância aplicará,
nistrativo disciplinar, o sigilo necessário à elucidação
de imediato, a pena disciplinar cabível, ressalvada a do fato ou o exigido pelo interesse da Administração.
hipótese prevista no artigo 313.
Art. 327 – Quando a infração deixar vestígio, será in-
CAPÍTULO IV dispensável o exame pericial, direto ou indireto, não
Do Processo Administrativo Disciplinar podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 320 – O processo administrativo disciplinar prece- Parágrafo único – A autoridade julgadora não ficará
derá sempre a aplicação das penas de suspensão por adstrita ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no
mais de 30 (trinta) dias, destituição de função, demis- todo ou em parte.
são, cassação de aposentadoria, jubilação ou disponi-
bilidade. Art. 328 – A acareação será admitida entre acusados,
entre acusados e testemunhas e entre testemunhas,
Art. 321 – A determinação de instauração do processo sempre que divergirem em suas declarações sobre fa-
administrativo disciplinar é da competência do Secre- tos ou circunstâncias relevantes.
tário de Estado de Administração, inclusive em relação
a servidores autárquicos. Parágrafo único – Os acareados serão reperguntados,
para que expliquem os pontos de divergência, redu-
Art. 322 – Promoverá o processo uma das Comissões zindo-se a termo o ato de acareação.
Permanentes de Inquérito Administrativo da Secreta-
ria de Estado de Administração. Art. 329 – Ultimada a instrução, será feita, no prazo de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3 (três) dias, a citação do indiciado para apresentação


Parágrafo único – Não se aplica a regra estabelecida de defesa no prazo de 10 (dez) dias, sendo-lhe facul-
neste artigo aos casos previstos no parágrafo único do tada vista do processo, durante todo esse período, na
artigo anterior. sede da Comissão.

Art. 323 – Se, de imediato ou no curso do processo ad- § 1º - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será
ministrativo disciplinar, ficar evidenciado que a irregu- comum e de 20 (vinte) dias.
laridade envolve crime, a autoridade instauradora ou § 2º - Estando o indiciado em lugar incerto, será citado
o Presidente da Comissão a comunicará ao Ministério por edital, publicado 3 (três) vezes no órgão oficial de
Público. imprensa durante 15 (quinze) dias, contando-se o prazo
de 10 (dez) dias para a defesa da última publicação.

32
§ 3º - O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo Art. 337 – Recebido o processo, o Secretário de Estado
dobro, para diligências consideradas imprescindíveis. de Administração proferirá a decisão no prazo de 20
(vinte) dias, ou o submeterá, no prazo de 8 (oito) dias,
Art. 330 – Nenhum acusado será julgado sem defesa, ao Governador, para que julgue nos 20 (vinte) dias se-
que poderá ser produzida em causa própria. guintes ao seu recebimento.

Parágrafo único – A constituição de defensor indepen- Parágrafo único – A autoridade julgadora decidirá à
derá de instrumento de mandato, se o acusado o indi- vista dos fatos apurados pela Comissão, não ficando,
car por ocasião do interrogatório. todavia, vinculada às conclusões do relatório.

Art. 331 – Sempre que o acusado requeira, será desig- Art. 338 – Quando a autoridade julgadora entender
nado pelo Presidente da Comissão um funcionário es- que os fatos não foram apurados devidamente, deter-
tável, bacharel em Direito, para promover-lhe a defe- minará o reexame do processo.
sa, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear
outro de sua confiança ou a si mesmo, na hipótese da § 1º - Na hipótese do artigo, os autos retornarão à
parte final do caput do artigo anterior. Comissão para cumprimento das diligências expres-
samente determinadas e consideradas indispensáveis
Art. 332 – Em caso de revelia, o Presidente da Comis- à decisão da autoridade julgadora.
são designará, de ofício, um funcionário efetivo, ba- § 2º - As diligências determinadas na forma do pará-
charel em Direito, para defender o indiciado. grafo anterior serão cumpridas no prazo máximo de
30 (trinta) dias.
§ 1º - O defensor do acusado, quando designado pelo
Presidente da Comissão, não poderá abandonar o § 3º - Verificado o caso tratado neste artigo, o prazo
processo senão por motivo imperioso, sob pena de res- de julgamento será contado da data do novo recebi-
ponsabilidade. mento do processo.
§ 2º - A falta de comparecimento do defensor, ainda
que motivada, não determinará o adiantamento de Art. 339 – Em caso de abandono de cargo ou função, a
Comissão iniciará seu trabalho fazendo publicar, por 3
ato algum do processo, devendo o Presidente da Co-
(três) vezes, edital de chamada do acusado, no prazo
missão designar substituto, ainda que provisoriamen-
máximo de 20 (vinte) dias.
te ou para só o efeito do ato.
§ 1º - O prazo para apresentação da defesa pelo acu-
Art. 333 – Para assistir pessoalmente aos atos proces-
sado começará a correr da última publicação do edital
suais, fazendo-se acompanhar de defensor, se assim o
no órgão oficial.
quiser, o acusado será sempre intimado, e poderá, nas
§ 2º - Findo o prazo do parágrafo anterior e não ha-
inquirições, levantar contradita, formular perguntas e vendo manifestação do faltoso, ser-lhe-á designado
reinquirir testemunhas; nas perícias apresentar assis- pelo Presidente da Comissão defensor, que se desin-
tente e formular quesitos cujas respostas integrarão cumbirá do encargo no prazo de 15 (quinze) dias, con-
o laudo; e fazer juntada de documentos em qualquer tados da data de sua designação.
fase do processo.
Art. 340 – A Comissão, recebendo a defesa, fará a sua
Parágrafo único – Se, nas perícias, o assistente divergir apreciação sobre as alegações e encaminhará relató-
dos resultados, poderá oferecer observações escritas rio à autoridade instauradora, propondo o arquiva-
que serão examinadas no relatório final e na decisão. mento do processo ou a expedição do ato de demissão,
conforme o caso.
Art. 334 – No interrogatório do acusado, seu defensor
não poderá intervir de qualquer modo nas perguntas
e nas respostas. Art. 341 – O processo administrativo disciplinar de
Art. 335 – Antes de indiciado, o funcionário intima- abandono de cargo observará, no que couber, as dis-
do a prestar declarações à Comissão poderá fazer-se posições deste Capítulo.
acompanhar de advogado, que, entretanto, observará
o disposto no artigo anterior. Art. 342 – O funcionário só poderá ser exonerado a
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

pedido após a conclusão do processo administrativo


Parágrafo único – Não se deferirá, nessa fase, qual- disciplinar a que responder e do qual não resultar
quer diligência requerida. pena de demissão.

Art. 336 – Concluída a defesa, a Comissão remeterá o CAPÍTULO V


processo à autoridade competente, com relatório onde Da Revisão
será exposta a matéria de fato e de direito, concluin-
do pela inocência ou responsabilidade do indiciado, Art. 343 – Poderá ser requerida a revisão do processo
indicando, no último caso, as disposições legais que administrativo de que haja resultado pena disciplinar,
entender transgredidas e a pena que julgar cabível. quando forem aduzidos fatos ainda não conhecidos,
comprobatórios da inocência do funcionário punido.

33
Parágrafo único – Tratando-se de funcionário falecido, 2) Excluir-se-á o dia do começo e incluir-se-á o do
desaparecido ou incapacitado de requerer, a revisão vencimento, prorrogando-se este para o primeiro dia
poderá ser solicitada por qualquer pessoa. útil seguinte, quando incidir em Sábado, Domingo,
feriado ou ponto facultativo, ou por qualquer motivo
Art. 344 – A revisão processar-se-á em apenso ao pro- não houver ou for suspenso o expediente nas reparti-
cesso originário. ções públicas.

Art. 345 – Não constitui fundamento para a revisão a Art. 354 – É vedado ao funcionário e ao contratado
simples alegação de injustiça da penalidade. servir sob a direção imediata do cônjuge ou parente
até o segundo grau, salvo em funções de confiança ou
Art. 346 – O requerimento devidamente instruído será livre escolha, não podendo, neste caso, exceder de 2
encaminhado ao Governador que decidirá sobre o pe- (dois) o seu número.
dido.
Art. 355 – A função de jornalista profissional é com-
Art. 347 – Autorizada a revisão, o processo será en- patível com a de servidor público, desde que este não
caminhado à Comissão Revisora, que concluirá o en- exerça aquela atividade no órgão onde trabalha e não
cargo no prazo de 90 (noventa) dias, prorrogável pelo incida em acumulação ilegal.
período de 30 (trinta) dias, a juízo do Secretário de
Estado de Administração. Art. 356 – Aos servidores do Estado regidos por legis-
lação especial não se reconhecerão direitos nem se
Parágrafo único – No desenvolvimento de seus traba- deferirão vantagens pecuniárias previstos neste regu-
lhos a Comissão Revisora observará as disposições do lamento, quando, por força do regime especial a que
Capítulo anterior, no que couber, e não colidir com as se achem sujeitos, fizerem jus a direitos e vantagens
deste. com a mesma finalidade, ressalvado o caso de acu-
mulação legal.
Art. 348 – O julgamento caberá ao Governador, no
prazo de 30 (trinta) dias, podendo, antes, o Secretário Art. 357 – Por motivo de convicção filosófica, religio-
de Estado de Administração determinar diligências, sa ou política, nenhum servidor poderá ser privado de
concluídas as quais se renovará o prazo. qualquer de seus direitos, nem sofrer alteração em sua
atividade funcional.
Art. 349 – Julgada procedente a revisão, será tornada
sem efeito a pena imposta, restabelecendo-se todos os Art. 358 – Com a finalidade de elevar a produtividade
direitos por ela atingidos. dos servidores e ajustá-los às suas tarefas e ao seu
meio de trabalho, o Estado promoverá o treinamento
TÍTULO X necessário, na forma de regulamentação própria.
Disposições Gerais e Transitórias
Art. 359 – Mediante seleção e concurso adequados,
poderão ser admitidos servidores de capacidade física
Art. 350 – O Secretário de Estado de Administração
reduzida, inclusive os portadores de cegueira parcial
expedirá os atos complementares de natureza proce-
ou total, para cargos ou empregos especificados em
dimental necessários à plena execução das disposições
lei.
do presente Regulamento.
Parágrafo único – Aos servidores admitidos na forma
Art. 351 – O dia 28 de outubro será consagrado ao
deste artigo, não se concederão quaisquer benefícios,
Servidor Público do Estado. direitos ou vantagens em razão da deficiência física já
existente ao tempo de sua admissão.
Art. 352 – Quando, para efeitos específicos, não estiver Art. 360 – O funcionário que, sem justa causa, dei-
definido de forma diversa, consideram-se pertencen- xar de atender a qualquer exigência para cujo cum-
tes à família do funcionário, além do cônjuge e filhos, primento seja assinado prazo certo, terá suspenso o
quaisquer pessoas que, necessária e comprovadamen- pagamento do vencimento e vantagens, até que satis-
te, vivam a suas expensas e constem do seu assenta- faça essa exigência, sem prejuízo das sanções discipli-
mento individual.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nares cabíveis.

Art. 353 – Os prazos previstos neste Regulamento se- Art. 361 – Ao funcionário será fornecida, gratuita e
rão contados por dias corridos. obrigatoriamente, carteira de identificação funcional.

Parágrafo único – Na contagem dos prazos observar- Parágrafo único – A carteira a que se refere este artigo
-se-á ainda: será padronizada para todos os funcionários do Esta-
do, segundo modelo a ser aprovado pelo Secretário de
1) Os prazos dependentes de publicação serão dilata- Estado de Administração, salvo quando, pela natureza
dos de tantos dias quantos forem os relativos ao atra- da atividade exercida, deva obedecer o modelo pró-
so na circulação do órgão oficial; prio.

34
Art. 362 – É vedada a prestação de serviços gratui- Acerca dos Direitos Fundamentais da criança e do
tos, salvo os excepcionalmente prestados, que surtirão adolescente, observa-se o título II do ECA, onde estão
apenas efeito honorífico. previstos direitos à vida e à saúde (inclusive de pré-natal),
de liberdade, respeito e à dignidade, sendo assegurado
Art. 363 – Este Regulamento é extensivo, no que lhes às crianças e adolescentes os direitos de :
for aplicável, aos funcionários das autarquias esta- I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
duais. comunitários, ressalvadas as restrições legais;
II - opinião e expressão;
Art. 364 – As disposições regulamentares de natureza III - crença e culto religioso;
estatutária que decorrerem do Plano de Cargos, la- IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
vrado para cumprimento ao artigo 18 da Lei Comple- V - participar da vida familiar e comunitária, sem dis-
mentar nº 20, de 1º de julho de 1974, bem como do criminação;
Plano de Vencimentos que lhe corresponde, integrar- VI - participar da vida política, na forma da lei;
-se-ão, para todos os efeitos, neste Regulamento. VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

Não obstante aos direitos expostos acima, a criança


LEI FEDERAL N.º 8.069/90 – DISPÕE e o adolescente são providos de direitos à convivência
SOBRE O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO familiar e comunitária, como meio de desenvolvimento
ADOLESCENTE. integral dos mesmo. O Direito à educação, cultura ao
esporte e ao lazer, em igual condições entre todos. O
Direito à profissionalização e à proteção no trabalho.
Dispõe a lei sobre a proteção à criança e o adolescente,
provendo-se também outras providências, como direitos
e deveres. Importante salientar que há nesta lei a Prezado candidato, não deixe de conferir a lei
previsão dos atos infracionais praticados por criança e na íntegra no site oficial do Planalto. Acesse: http://
adolescente, bem como crimes em espécies praticados www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
contra estes.
De acordo com a lei, considera-se criança a pessoa até
doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela
entre doze e dezoito anos de idade. Excepcionalmente,
em casos previstos em lei, aplicar-se-á a lei para pessoas EXERCÍCIOS COMENTADOS
de dezoito anos até vinte e um anos de idade.
A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo 1. (FUNRIO/2016 - IF-PA - Assistente de Alunos)
da proteção integral de que trata o ECA, assegurando-se- Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades 8.069/90), é considerado criança
e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de a) a pessoa até seis anos incompletos de idade.
liberdade e de dignidade. b) a pessoa até oito anos incompletos de idade.
Importante ressaltar que é dever da família, da c) a pessoa até 12 anos incompletos de idade.
comunidade, da sociedade em geral e do poder público d) a pessoa até 18 anos incompletos de idade.
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos e) a pessoa até 14 anos incompletos, desde que não te-
direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à nha cometido nenhum crime.
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização,
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à Resposta: Letra C. O Estatuto da Criança e do Adoles-
convivência familiar e comunitária. cente opta por categorizar separadamente estas duas
Explica-se que a garantia de prioridade compreende: categorias de menores. Criança é aquele que tem até
a) primazia de receber proteção e socorro em quais- 12 anos de idade (na data de aniversário de 12 anos,
quer circunstâncias; passa a ser adolescente), adolescente é aquele que
b) precedência de atendimento nos serviços públicos tem entre 12 e 18 anos (na data de aniversário de 18
ou de relevância pública; anos, passa a ser maior), conforme o artigo 2º do ECA.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) preferência na formulação e na execução das polí-


ticas sociais públicas; 2. (Câmara dos Deputados - Analista Legislativo -
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas CESPE/2014) Julgue o próximo item , referente ao dis-
áreas relacionadas com a proteção à infância e à posto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e às
juventude. atribuições do conselho tutelar.
As disposições do ECA aplicam-se apenas a crianças, in-
Por fim, nenhuma criança ou adolescente será divíduos até doze anos de idade incompletos, e a ado-
objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, lescentes, indivíduos entre doze e dezoito anos de idade.
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na
forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos ( ) CERTO ( ) ERRADO
seus direitos fundamentais.

35
Resposta: Errado. Preconiza o artigo 2º, parágrafo II - progressiva universalização do ensino médio gra-
único, ECA: “Nos casos expressos em lei, aplica-se ex- tuito;
cepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoi- III - atendimento educacional especializado aos por-
to anos e vinte e um anos de idade”. tadores de deficiência, preferencialmente na rede re-
gular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às
ARTIGOS 205 A 214 DA CONSTITUIÇÃO DA crianças até 5 (cinco) anos de idade;
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pes-
quisa e da criação artística, segundo a capacidade de
cada um;
Dentro do terceiro capítulo do título da CF/88 voltado VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
à ordem social, a primeira seção é dedicada à educação, condições do educando;
delineando, entre outros aspectos, seus princípios basi- VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da
lares e a abrangência do dever do Estado em fornecer educação básica, por meio de programas suplementa-
educação à população, conforme artigos 205, 206 e 208. res de material didático escolar, transporte, alimenta-
ção e assistência à saúde.
CAPÍTULO III § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo
Seção I Poder Público, ou sua oferta irregular, importa respon-
DA EDUCAÇÃO sabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educan-
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Es- dos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e
tado e da família, será promovida e incentivada com zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência
a colaboração da sociedade, visando ao pleno desen- à escola.
volvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. [...]
O artigo 6º da Constituição Federal menciona o direi-
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos se- to à educação como um de seus direitos sociais. A edu-
guintes princípios: cação proporciona o pleno desenvolvimento da pessoa,
I - igualdade de condições para o acesso e permanên- não apenas capacitando-a para o trabalho, mas também
cia na escola; para a vida social como um todo. Contudo, a educação
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar
tem um custo para o Estado, já que nem todos podem
o pensamento, a arte e o saber;
arcar com o custeio de ensino privado.
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas,
No título VIII, que aborda a ordem social, delimita-se
e coexistência de instituições públicas e privadas de
a questão da obrigação do Estado com relação ao direito
ensino;
à educação, assim como menciona-se quais outros agen-
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimen-
tes responsáveis pela efetivação deste direito.
tos oficiais;
Neste sentido, o artigo 205, CF, prevê: “A educação,
V - valorização dos profissionais da educação escolar,
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com direito de todos e dever do Estado e da família, será pro-
ingresso exclusivamente por concurso público de pro- movida e incentivada com a colaboração da sociedade,
vas e títulos, aos das redes públicas; visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu prepa-
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; ro para o exercício da cidadania e sua qualificação para
VII - garantia de padrão de qualidade. o trabalho”.
VIII - piso salarial profissional nacional para os pro- Resta claro que a educação não é um dever exclusivo
fissionais da educação escolar pública, nos termos de do Estado, mas da sociedade como um todo e, principal-
lei federal. mente, da família. Depreende-se que educação vai além
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de do mero aprendizado de conteúdos e envolve a educa-
trabalhadores considerados profissionais da educação ção para a cidadania e o comportamento ético em so-
básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ciedade – a educação da qual o constituinte fala não é
ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito apenas a formal, mas também a informal.
Por seu turno, o artigo 206 da Constituição estabelece
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-


nicípios. os princípios que devem guiar o ensino:
- “igualdade de condições para o acesso e permanên-
[...] cia na escola”, que significa a compreensão de que
a educação é um direito de todos e não apenas
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efe- dos mais favorecidos, cabendo ao Estado investir
tivado mediante a garantia de: para que os menos favorecidos ingressem e per-
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (qua- maneçam na escola;
tro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada in- - “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e di-
clusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não vulgar o pensamento, a arte e o saber”, de forma
tiveram acesso na idade própria; que o ensino tem um caráter ativo e passivo, indo

36
além da compreensão de conteúdos dogmático se
abrangendo também os processos criativos;
- “pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, EXERCÍCIO COMENTADO
e coexistência de instituições públicas e privadas
de ensino”, de modo que não se entende haver um 1. (DPE/GO - Defensor Público - UFG/2014) A leitura
único método de ensino, uma única maneira de do lema “Educação: direito de todos e dever do Estado!”
aprender, permitindo a exploração das atividades à luz do Direito Constitucional favorece o entendimento
educacionais também por instituições privadas. de que:
A respeito das instituições privadas, o artigo 209,
CF prevê que “o ensino é livre à iniciativa privada, a) o direito fundamental à educação exclui o direito à
atendidas as seguintes condições: I - cumprimento creche, dado tratar-se de dever da família.
das normas gerais da educação nacional; II - au- b) a educação é dever exclusivo do Estado, sendo, por-
torização e avaliação de qualidade pelo Poder Pú- tanto, alheio à família e à sociedade.
blico”; c) o dever do Estado com a educação dos deficientes é
- “gratuidade do ensino público em estabelecimentos de atendimento educacional especializado, obrigato-
oficiais”, sendo esta a principal vertente de imple- riamente, fora da rede regular de ensino.
mentação do direito à educação pelo Estado; d) a gratuidade do ensino público veda a percepção de
- “valorização dos profissionais da educação esco- quaisquer valores pelos estabelecimentos oficiais ain-
lar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, da que de cunho voluntário.
com ingresso exclusivamente por concurso público e) a omissão no oferecimento do ensino obrigatório pelo
de provas e títulos, aos das redes públicas”, bem poder público importa em responsabilidade da auto-
como “piso salarial profissional nacional para os ridade competente.
profissionais da educação escolar pública, nos ter-
mos de lei federal”, pois sem a valorização dos pro- Resposta: Letra E.
fissionais responsáveis pelo ensino será inatingível Em que pese o direito à educação ser um direito de
o seu aperfeiçoamento. Além disso, “a lei disporá segunda dimensão, classicamente relacionado à ideia
sobre as categorias de trabalhadores considerados de norma programática do texto constitucional, as
profissionais da educação básica e sobre a fixação promessas feitas pelo constituinte não podem ser to-
de prazo para a elaboração ou adequação de seus madas de forma vã. A omissão do Estado em garantir
planos de carreira, no âmbito da União, dos Esta- a gratuidade do ensino público, assegurada no artigo
dos, do Distrito Federal e dos Municípios” (artigo 206, IV, CF, gera responsabilidade da autoridade que
206, parágrafo único, CF); deveria ter tomado providências para tanto.
- “gestão democrática do ensino público, na forma da A. Incorreto, o artigo 208, IV, CF prevê o dever do Es-
lei”, remetendo ao direito de participação popular tado de fornecer creche: “educação infantil, em creche
na tomada de decisões políticas referentes às ativi- e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade”.
dades de ensino; e B. Incorreto, nos termos do artigo 205, CF a educação
- “garantia de padrão de qualidade”, posto que sem é “direito de todos e dever do Estado e da família”.
qualidade de ensino é impossível atingir uma me- C. Incorreto, a preferência é que o atendimento es-
lhoria na qualificação pessoal e profissional dos pecializado ocorra dentro da rede regular de ensino,
nacionais. conforme artigo 208, III, CF.
Enquanto que os artigos 205 e 206 da Constituição D. Incorreto, a gratuidade do ensino público não veda
possuem uma menor densidade normativa, colacionan- a percepção de valores pelos estabelecimentos ofi-
do princípios diretores e ideias basilares, o artigo 208 ciais, inserindo-se aqui as contribuições de cunho vo-
volta-se à regulamentação do modo pelo qual o Estado luntário e eventuais valores para cobertura de custos
efetivará o direito à educação. para alunos em situação especial, entre outros.
Interessante notar, em primeira análise, que o Estado
se exime da obrigatoriedade no fornecimento de edu-
cação superior, no art. 208, V, quando assegura, apenas, A abrangência do dever do Estado em relação à edu-
o “acesso” aos níveis mais elevados de ensino, pesquisa cação, nos termos do artigo 208, CF, envolve:
e criação artística. Fica denotada ausência de compro- - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (qua-
metimento orçamentário e infraestrutural estatal com tro) aos 17 (dezessete) anos de idade;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

um número suficiente de universidades/faculdades pú- - universalização progressiva do ensino médio gra-


blicas aptas a recepcionar o maciço contingente de alu- tuito;
nos que saem da camada básica de ensino, sendo, pois, - atendimento educacional especializado aos porta-
clarividente exemplo de aplicação da reserva do possível dores de deficiência;
dentro da Constituição. Ainda, é preciso observar que se - educação infantil às crianças até 5 (cinco) anos de
utiliza a expressão “segundo a capacidade de cada um”, idade;
de forma que o critério para admissão em universidades/ - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pes-
faculdades públicas é, somente, pelo preparo intelectual quisa e da criação artística (entra aqui o ensino su-
do cidadão, a ser testado em avaliações com tal fito, perior);
como o vestibular e o exame nacional do ensino médio. - oferta de ensino noturno;

37
- atendimento por programas suplementares de ma- pios, não é considerada, para efeito do cálculo pre-
terial didático escolar, transporte, alimentação e visto neste artigo, receita do governo que a transferir.
assistência à saúde; § 2º Para efeito do cumprimento do disposto no
- zelo, junto aos pais, da frequência dos alunos do «caput» deste artigo, serão considerados os sistemas
ensino fundamental. de ensino federal, estadual e municipal e os recursos
aplicados na forma do art. 213.
*** Apenas a educação básica – ensino fundamental § 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará
– é obrigatória e gratuita de forma universal – CONSIDE- prioridade ao atendimento das necessidades do ensi-
RA-SE DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO, sendo que seu não no obrigatório, no que se refere a universalização, ga-
oferecimento gera responsabilidade do administrador. rantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos
do plano nacional de educação. (Redação dada pela
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendi- Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
das as seguintes condições: § 4º Os programas suplementares de alimentação e
I - cumprimento das normas gerais da educação na- assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão
cional; financiados com recursos provenientes de contribui-
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder ções sociais e outros recursos orçamentários.
Público. § 5º A educação básica pública terá como fonte adi-
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o en- cional de financiamento a contribuição social do salá-
sino fundamental, de maneira a assegurar formação rio-educação, recolhida pelas empresas na forma da
básica comum e respeito aos valores culturais e artís- lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53,
ticos, nacionais e regionais. de 2006)
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, cons-
tituirá disciplina dos horários normais das escolas pú- § 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação
blicas de ensino fundamental. da contribuição social do salário-educação serão dis-
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado tribuídas proporcionalmente ao número de alunos
em língua portuguesa, assegurada às comunidades matriculados na educação básica nas respectivas re-
indígenas também a utilização de suas línguas ma- des públicas de ensino. (Incluído pela Emenda Consti-
ternas e processos próprios de aprendizagem. tucional nº 53, de 2006)
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às es-
Municípios organizarão em regime de colaboração colas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comu-
seus sistemas de ensino.
nitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino
lei, que:
e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem
públicas federais e exercerá, em matéria educacional,
seus excedentes financeiros em educação;
função redistributiva e supletiva, de forma a garantir
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra
equalização de oportunidades educacionais e padrão
escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao
mínimo de qualidade do ensino mediante assistência
Poder Público, no caso de encerramento de suas ati-
técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Consti- vidades.
tucional nº 14, de 1996) § 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no en- ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fun-
sino fundamental e na educação infantil. (Redação damental e médio, na forma da lei, para os que de-
dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) monstrarem insuficiência de recursos, quando houver
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão priorita- falta de vagas e cursos regulares da rede pública na
riamente no ensino fundamental e médio. (Incluído localidade da residência do educando, ficando o Poder
pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) Público obrigado a investir prioritariamente na expan-
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a são de sua rede na localidade.
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios § 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estí-
definirão formas de colaboração, de modo a assegu- mulo e fomento à inovação realizadas por universi-
rar a universalização do ensino obrigatório.(Redação dades e/ou por instituições de educação profissional
dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) e tecnológica poderão receber apoio financeiro do
§ 5º A educação básica pública atenderá priorita- Poder Público.   (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional nº 85, de 2015)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

riamente ao ensino regular. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 53, de 2006) Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de edu-
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos cação, de duração decenal, com o objetivo de articular
de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Muni- o sistema nacional de educação em regime de cola-
cípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita boração e definir diretrizes, objetivos, metas e estraté-
resultante de impostos, compreendida a proveniente gias de implementação para assegurar a manutenção
de transferências, na manutenção e desenvolvimento e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis,
do ensino. etapas e modalidades por meio de ações integradas
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferi- dos poderes públicos das diferentes esferas federativas
da pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos que conduzam a: (Redação dada pela Emenda Consti-
Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municí- tucional nº 59, de 2009)

38
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino; HORA DE PRATICAR!
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do 1. (UFPA - Assistente de Aluno - CEPS-UFPA/2015) A
País. Lei nº 9.394/1996 estabelece que:
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos
públicos em educação como proporção do produto in- a) a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios
terno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº organizarão, em regime de colaboração, os respecti-
59, de 2009) vos sistemas de esportes nacionais.
b) a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios
organizarão, em regime de colaboração, a merenda
escolar, o transporte escolar, os livros didáticos, a ma-
nutenção de veículos públicos e particulares.
c) os municípios devem garantir a todos os alunos o en-
sino médio primeiramente e depois o ensino funda-
mental.
d) os Estados devem assegurar primeiramente o ensino
médio, a educação de jovens e adultos, a educação
quilombola e a educação especial.
e) a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios
organizarão, em regime de colaboração, os respecti-
vos sistemas de ensino.

2. (CREF - 3ª Região - Assistente Administrativo -


Quadrix/2013 - adaptada) Assinale a alternativa con-
trária ao disposto pela Lei Federal n° 9.394:

a) A educação, dever da família e do Estado, inspirada


nos princípios de liberdade e nos ideais de solidarie-
dade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvi-
mento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
b) O acesso ao ensino fundamental é direito público sub-
jetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos,
associação comunitária, organização sindical, entida-
de de classe ou outra legalmente constituída, e, ain-
da, o Ministério Público, acionar o Poder Público para
exigi-lo.
c) Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escola-
res públicas de educação básica que os integram pro-
gressivos graus de autonomia pedagógica e adminis-
trativa e de gestão financeira, observadas as normas
gerais de direito financeiro público.

d) A educação física, integrada à proposta pedagógica da


escola, é componente curricular da Educação Básica,
ajustando-se às faixas etárias e às condições da popu-
lação escolar, sendo obrigatória nos cursos noturnos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3. (Prefeitura de Alto Piquiri - Cuidador Social -


KLC/2012) A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
estabelece:

a) os parâmetros curriculares nacionais.


b) as diretrizes e bases da educação nacional.
c) exclusivamente as normas da educação básica.
d) as leis e diretrizes somente para a educação superior
e) unicamente o funcionamento do sistema de avaliação.

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4. (Câmara dos Deputados - Analista Legislativo -
CESPE/2014) Julgue o próximo item , referente ao dis- ANOTAÇÕES
posto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e às
atribuições do conselho tutelar.
As disposições do ECA aplicam-se apenas a crianças, in- ________________________________________________
divíduos até doze anos de idade incompletos, e a ado-
lescentes, indivíduos entre doze e dezoito anos de idade. _________________________________________________

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( ) CERTO ( ) ERRADO
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GABARITO _________________________________________________

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1 E
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2 D
3 B _________________________________________________
4 ERRADO _________________________________________________

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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