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1. Interações medicamentosas
Estas podem ser prejudiciais quando os efeitos tóxicos de uma droga são
aumentados devido a interação com outra substância, quando administradas
concomitantemente. Já em outras o aumento da intensidade do efeito farmacológico é
observado quando a administração concomitante entre um medicamento e outra
substância, aumenta ou diminue o efeito de um ou outro, além do aparecimento de um
efeito novo, não observado quando administrados isoladamente.
As interações farmacêuticas são aquelas que acontecem fora do corpo, e este tipo
de interação é muito observada nos serviços hospitalares, na prática inadequada de
misturar medicamentos em uma mesma seringa e proceder administração, devido a
incompatibilidades físico-químicas. Estas incompatibilidades podem ocorrer
precipitações, turvação, inativação, fotoxidação e outros. As precipitações acontecem
quando as substâncias não apresentam compatibilidades físico-químicas para se
misturar, e forma um precipitado, como no caso de barbitúricos com atropina. A
turvação é uma propriedade física, que reduz a transparência do liquido, devido a
partículas coloidais e/ou em suspensão. A inativação química acontece quando a mistura
entre as substâncias torna a outra substância inativa, portanto sem qualquer acao
farmacológica. Já a fotoxidação é oxidação dos medicamentos na presença de luz,
devido a existência de grupos presentes nas moléculas que absorvem a energia presente
na luz. Algumas destas reações estão descritas no Figura 2.
Figura 2. Interações farmacêuticas e os seus efeitos.
2.2. Interações Farmacocinéticas
I. Absorção
II. Distribuição
III. Metabolismo
As enzimas do CYP450 são responsáveis pelo metabolismo e também estão
relacionadas as interações medicamentosas que acontecem neste nivel. Estas realizam
processo de oxidação, redução e hidrólise, no sistema microssômico hepático, deixando
as drogas mais hidrossolúveis, facilitando sua eliminação. No metabolismo as
interações medicamentosas estão relacionadas com a indução ou inibição das enzimas
do CYP450, aumentando ou reduzindo a degradação do medicamento, e
consequentemente alteração na resposta farmacológica ou aumento de efeitos tóxicos.
Algumas drogas indutoras e inibidoras enzimáticas, estão representadas pela Tabela 1.
Tabela 1. Fármacos indutores e inibidores enzimáticos no processo de
metabolismo que ocorre nas interações medicamentosas.
Indutoras enzimáticas
Carbamazepina Rifampicina
Fenitoína Fenobarbital
Barbitúricos Dexametasona
Rifabutina Prednisona
Inibidoras enzimáticas
Cloranfenicol Cimetidina
Clofibrato Dissulfiram
IMAO Eritromicina
Cetoconazol Verapamil
Diltiazem Claritromicina
Alopurinol Itraconazol
IV. Excreção
As interações medicamentosas a nível de excreção acontece por alterações na
secreção tubular, no pH urinário e no fluxo sanguíneo renal. As interações para
eliminação dos fármacos podem acontecer na interação nos locais de transporte ativo,
ou seja, na competição dos fármacos nos mecanismos secretórios tubulares, a qual se
classificam em aniônicos e catiônicos. No local de transporte de ânions, a probenicida
inibe a excreção das cefalosporinas, aumentando a meia-vida do antibiótico, aumentado
os efeitos do mesmo. De modo semelhante, os salicilatos e outros AINES diminuem a
excreção do metotrexato, aumentando os níveis séricos do último, podendo causar
toxicidade. Já o sistema de transporte catiônico é responsável pela eliminação de
fármacos básicos, seria na diminuição da excreção da procainamida pela cimetidina e
amiodarona. As alterações no pH urinário pode aumentar ou diminuir a excreção dos
fármacos, como representado pela Tabela 2.
Anfetamina Salicilatos
Cloranfenicol Cloranfenicol
Gentamicina Gentamicina
Eritromicina Barbitúricos
Estretomicina Fenibutazona
CLARK, M.A.; FINKEL, R.; REY J. A.; WHALEN K. Farmacologia ilustrada. São Paulo: Artmed,
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