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FARMODINÂMICA:
Principais conceitos para o Enfermeiro
FARMACOLOGIA – O QUE É?
Farmacologia é a ciência que estuda os fármacos e surgiu da necessidade de análise e comprovação
experimental da eficácia dos medicamentos.
Objetivos
Relação entre dose e efeito biológico;
Localização do sítio de ação do fármaco;
Mecanismo de ação de fármaco;
Relação entre estrutura química e atividade biológica;
Absorção, distribuição, biotransformação e excreção de um fármaco.
Farmacodinâmica tem como objetivo fundamental o estudo dos efeitos bioquímicos, comportamentais e
fisiológicos dos fármacos e de seu mecanismo de ação.
Farmacocinética é a análise quantitativa dos processos de absorção e o destino dos fármacos no organismo
por meio de modelos matemáticos.
! NOTA
Os agentes tóxicos (venenos, poluentes e pesticidas) e as reações adversas de fármacos são
estudados pela Toxicologia e, de acordo, com a OMS, poderão ser utilizados para finalidades
preventivas, diagnósticas e terapêuticas.
PRINCÍPIOS DA FARMACODINÂMICA
Para estudar os mecanismos de ação dos fármacos, há várias possibilidades, nomeadamente:
Avaliar a sua ação sobre o organismo como um todo ou em bases mais restritas
Avaliar a sua ação ao nível celular ou mesmo em estruturas subcelulares
Avaliar a ação de fármacos ao nível molecular
Contudo, independentemente do espectro de estudo que se considere, é importante ter em consideração que
quando se inicia a interação entre as moléculas do fármaco e os sítios específicos de tecidos, ocorre uma série
de eventos que levam a uma resposta biológica, sendo os componentes celulares envolvidos chamados
recetores farmacológicos.
Ligação fármaco-recetor
A interação entre o fármaco e receptor é, habitualmente, reversível e na maioria
dos casos determina o efeito farmacológico. Com efeito, as ligações são
intermoleculares, geralmente fracas e presentes em várias partes das
moléculas, podendo ser de natureza iónica, polar (íon-dipolo ou dipolo-dipolo),
pontes de hidrogénio, forças de van der Waals e outras forças hidrofóbicas. Já
as ligações covalentes são mais raras e, quando estão presentes, os fármacos
promovem efeitos prolongados ou mesmo irreversíveis.
Ora, em termos operacionais, o receptor é o componente macromolecular funcional do organismo com o qual o
fármaco interage e modifica as funções fisiológicas, bioquímicas e comportamentais, que são denominadas de
efeitos ou repostas farmacológicas.
A maioria dos fármacos interage com proteínas efetoras, pelo que nestes casos o receptor funciona como
unidade capaz de identificar estruturas químicas responsáveis (agonistas específicos) ou não (antagonistas
específicos) pela ação farmacológica, isto é, de fármacos considerados ou não primeiros mensageiros.
Uma vez captados os sinais extracelulares, estes são transmitidos ou transcritos sob forma de sinais
(mensagens) intracelulares, através de segundos mensageiros ou moléculas de informação (transdutores); tais
sinais culminam então na resposta final da célula – a este processo dá-se o nome de sinalização
transmembrana.
Efetor
Primeiros
mensageiros
Segundos mensageiros
Proteínas AMPc, GMPc, NO, Ca 2+
transportadoras
Enzimas
Proteínas quinases
Complexo
Fármaco-receptor
Biotransformação
/
Eliminação Intensidade do
efeito
farmacológico
Fora do organismo
! NOTA
A superfamília ABC possui 7 grupos de transportadores de acordo com a homologia (ABCA a
ABCG), enquanto que a superfamília SLC inclui 43 grupos (SLC1 a SLC43) com aproximadamente
300 transportadores.