Sie sind auf Seite 1von 4

A Educação Inclusiva atenta a diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e

atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de


aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e
o desenvolvimento pessoal de todos. Prática pedagógica coletiva, multifacetada,
dinâmica e flexível requer mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das
escolas, na formação humana dos professores e nas relações família-escola. Com força
transformadora, a educação inclusiva aponta para uma sociedade inclusiva.

A inclusão deve ser entendida como fazendo parte dum combate


mais alargado destinado a suplantar discursos e práticas de
exclusão, assumindo-se contra a ideologia que quer ver cada
indivíduo completamente separado e isolado. A inclusão tem em
vista uma melhoria da instrução. Longe de ser uma disciplina
marginal destinada a encontrar metodologias para escolarizar um
grupo relativamente restrito de alunos num quadro escolar clássico,
a inclusão constrói os fundamentos de uma abordagem que poderá
conduzir à transformação do próprio sistema.

Desde os meados dos anos 50 - já lá vai meio século – quando começou


a ser contestada, nos Estados Unidos, a segregação de crianças com
deficiência em escolas especiais e até ao aos inícios dos anos 90, foi
desenvolvido o conceito de “ensino integrado” relativo ao atendimento
dos alunos com necessidades educativas especiais, nas escolas regulares.
Segundo este modelo que é ainda o que predomina em muitos países,
nomeadamente em Portugal, a perspectiva educativa é centrada no
aluno, definindo-se as dificuldades escolares que apresentam em termos
“das suas características individuas, das suas deficiências, do seu
ambiente social e das suas características psicológicas.” [3]

Este conceito baseia-se nos seguintes pressupostos:

. os alunos são divididos em dois grupos distintos. Os que são vistos


como "especiais" e que, por isso, necessitam de "educação especial" e os
outros que não carecem de qualquer apoio específico;

. a resposta aos alunos “especiais" consiste numa intervenção


específica, dada em termos individuais ou em pequenos grupos,
requerendo espaços próprios;

. os alunos devem ser agrupados por categorias, para efeito deste apoio,

. pressupõe-se que a escola e as estratégias educativas, tais como


existem, não necessitam de promover alterações para atender a
generalidade dos alunos, não identificados como tendo essas
necessidades.

Assim, os ingredientes básicos inerentes a esta perspectivação são:


. O diagnóstico dos problemas da criança;

. a intervenção espcializada a cargo de técnicos e/ou professores de


apoio,

. a adaptação dos alunos ao sistema vigente, tal como existe.

Durante a década de 90 e durante estes primeiros anos do novo milénio,


assistiu-se, em grande número de países, incluindo Portugal, a uma
afirmação da educação inclusiva como meta a atingir e como orientação
a adoptar. Contribuiu decisivamente para este facto, indiscutivelmente, a
Conferência Mundial de Salamanca, realizada pela UNESCO e pelo
Governo Espanhol, em 1994, e os termos em que foi redigida a
“Declaração de Salamanca”, documento difundido amplamente em
todo o mundo.

Como afirma Mittler (2000), “ O objectivo da inclusão está neste


momento no centro tanto da política educativa como da política social” [4]

Baseia-se no pressuposto de que as barreiras à aprendizagem podem ter


origens muito variadas e que a sociedade e as instituições e, de um modo
muito especial, os componentes do processo educativo (escolas,
currículos, estratégias de ensino), são opressores, discriminativos e
incapacitantes em relação a grande número de crianças.

Este conceito baseia-se nos seguintes pressupostos:

. Qualquer criança pode apresentar dificuldades na escola;

. Devem ser averiguadas quais as barreiras que se colocam à


aprendizagem de algumas crianças;

. Quando estas barreiras se situam no âmbito do processo de ensino é


necessário actuar a esse nível, procurando caminhos para o
desenvolvimento das estratégias educativas e para a melhoria do
funcionamento da escola;

. Cabe aos professores regulares e às escolas um papel essencial na


melhoria das condições de ensino;

. O apoio especializado deve focar, não só os alunos, mas também todos


os agentes educativos.

Note-se que estes dois modelos se, de facto, constituem formas distintas
de encarar a realidade em causa, não são contraditórios, pois o modelo
inclusivo não exclui a necessidade de se conhecerem, entre outras, as
barreiras que advêm dos problemas que são inerentes à criança e não
desconhece a importância de os analisar e de a eles responder com todos
os meios educativos e técnicos disponíveis.

Podemos afirmar que a perspectiva inclusiva é mais abrangente pois:

- em vez de pré-seleccionar alunos rotulados como tendo necessidades


especiais, se propõe olhar para todos os alunos e procurar responder a
cada um da forma mais adequada;

- em vez de se isolarem quase exclusivamente os problemas derivados


de limitações ou deficiência inerentes às crianças, as coloca, lado a lado,
com um vasto conjunto de factores de ordem social e institucional que
contribuem (muitas vezes de forma muito mais significativa) para o
sucesso ou insucesso educativo.

Uma vez apresentada uma breve definição destes dois conceitos,


vejamos seguidamente quais os principais documentos normativos que
têm norteado, a nível internacional e a nível nacional, as políticas
educativas nesta área.

III - DOCUMENTOS NORMATIVOS DE NÍVEL


INTERNACIONAL

Em 1999, a Oxfam International, num documento elaborado para ser


apresentado no Fórum Mundial de Educação realizado em Abril de
2000, em Dakar, refere, entre outros, os seguintes dados:

A sociedade inclusiva é uma obrigação colectiva imposta pelo


respeito que devemos a uma coisa muito lógica e muito
simples de perceber: Os Direitos do Homem e, se quiserem,
os Direitos da Criança!
A inclusão é uma atitude, uma convicção. Não é uma
acção ou um conjunto de acções. É um modo de vida, um
modo de viver juntos fundado na convicção que cada
indivíduo é estimado e pertence a um grupo” (Mil & Vila,
1995).

Inclusão é uma consciência de comunidade, uma


aceitação das diferenças e uma co-responsabilização para
obviar às necessidades de outros. (Stainback e Stainback,
1990).

Inclusão implica que as crianças e jovens frequentem as


mesmas escolas com os seus irmãos e vizinhos e o resto
da população em geral, com colegas do mesmo nível
etário, com objectivos de aprendizagem pertinentes e
individualizados e com os apoios necessários para o ajudar
a aprender (por exemplo educação especial e serviços
relacionados). Isto não significa que os estudantes não
possam trabalhar num pequeno grupo de quando em vez
ou que se limitem à aprendizagem de alguns objectivos do
currículo normal que lhe sejam acessíveis. (York, Kronberg
e Doyle, 1992).

Das könnte Ihnen auch gefallen