– A história da criminologia pode ser dividida em duas fases: perío-
do pré-científico e período científico. Aquele pode ser identifi- cado desde a antiguidade em textos esparsos que demonstravam certa preocupação com o fenômeno criminal, enquanto este surge a partir dos estudos de Beccaria e Lombroso. Apesar da celeuma sobre o período de nascimento da criminologia científica, a maioria da doutrina aponta os estudos de Cesare Lombroso como seu marco inicial, por meio da obra O homem delinquen- Aspectos te, publicada em 1876. históricos – Período de grandes transformações: final do século XVIII e iní- cio do século XX – desaparecimento progressivo dos suplícios (penas cruéis) que cedem espaço a meios mais sutis e indiretos de punição. Avanço do caráter corretivo das penas e aplicação de princípios fundamentais no sistema penitenciário: recupe- ração do condenado; classificação conforme o sexo; persona- lidade; periculosidade; sistema progressivo no cumprimento das penas; trabalho e educação com meios de socializar o de- linquente.
– Criminologia vem do latim crimino (crime) e do grego logos (estu-
do), portanto significa estudo do crime. – Conceito: ciência autônoma que estuda o delito, o delin- quente, a vítima e o controle social da conduta criminosa Conceito apartir da observação da realidade, utilizando-se de diver- sos ramos do conhecimento como a sociologia, psicologia, de criminologia e a biologia dentre outros. Trata-se de uma ciência empírica e interdisciplinar, pois é uma ciência da prática que observa a realidade dos fatos, conjugando diversas áreas do saber, das quais o direito não pode prescindir para o estudo do comporta- mento humano. – A criminologia é considerada uma ciência pela maior parte da doutrina, pois apresenta função, método, e objeto próprios. Acredita-se que reúna informações válidas e confiáveis sobre Criminologia o fenômeno criminal baseadas na observação do mundo, e da realidade que o caracteriza. Portando, a cientificidade atribuí- como ciência da a criminologia significa que esta disciplina, por meio de seu método, poderá fornecer informações dotadas de validade e confiabilidade sobre o fenômeno criminal reunindo elemen- tos em torno de uma teoria definida.
Finalidades – Compreender e prevenir o delito, intervir na pessoa do delin-
quente, e valorar os diferentes modelos de resposta ao fenômeno da criminologia criminal.
Métodos da criminologia
– Método baseado na observação do fato para estudar o delito. En-
fim, baseia-se na análise da realidade dos fatos, da prática, para empirismo a compreensão do fenômeno criminal. Trata-se, como visto, de ciência empírica pertencente ao mundo do ser.
– A interdisciplinaridade encontra-se no fato da criminologia rela-
interdisciplina- cionar-se com diversas áreas do conhecimento, como o direito ridade penal, sociologia, biologia, psicologia, psiquiatria, etc., para o estudo e compreensão do fenômeno criminal.
Criminologia e política criminal
– Criminologia: como já explicitado, é a ciência que estuda o
delito, o delinquente, a vítima e o controle social tomando como ponto de partida a observação da realidade. Utiliza-se de diversos ramos do saber a exemplo da sociologia, psicolo- gia, biologia, etc. Trata-se de uma ciência empírica e interdis- Conceitos ciplinar, pois é uma ciência da prática que observa a realidade dos fatos, conjugando diversas áreas do conhecimento das quais o direito não pode prescindir para o estudo do comportamento hu- mano. – Política criminal: estudo dos meios de prevenção e repressão do delito
– A criminologia e a política criminal não devem ser confundi-
das. Enquanto aquela estuda o delinquente e as causas da cri- minalidade, esta se ocupa do estudo dos meios de prevenção Diferenças e repressão dos delitos. Atualmente a criminologia emprega seus esforços nas críticas e sugestões de estratégias para o controle da criminalidade, portanto, transferiu seu foco para o objetivo da política criminal. Modelos Teóricos da Criminologia
Criminologia – Criminologia clássica: não se preocupa com a ressocialização ou
reintegração social do delinquente, isto é, não se ocupa da preven- Clássica ção do delito estricto sensu, mas sim da dissuasão penal. e Neoclássica – Criminologia neoclássica: modelo teórico voltado a dissuasão penal com base no funcionamento do sistema normativo. – Os modelos de prevenção da criminalidade clássico e neoclássico sustentam que os meios de prevenir o delito precisam ter natureza penal consubstanciada na ameaça de castigo. Assim, o mecanismo Criminologia dissuasório por meio do efeito inibitório da pena revela esta essência da prevenção. O que difere o modelo clássico do neoclássico de Clássica prevenção do delito encontra-se no fato do primeiro concentrar e Neoclássica a prevenção em torno da pena, do seu rigor ou severidade, en- quanto neste último o poder dissuasório está atrelado mais ao funcionamento do sistema normativo, e como ele é percebido pelo delinquente em potencial. – Tem suas bases assentadas na observação do fato e experimen- tação (empirismo), logo a especulação não tem valor para a ci- ência. – A criminologia tem como objeto o delinquente, sendo o delito uma abstração proveniente da lei. A explicação da criminalidade deve Criminologia ser procurada nas predisposições para a prática do delito, que Positivista se distinguem em outros seres humanos. A criminologia deve explicar as diferenças físicas, psicológicas e sociais entre delin- quentes e não delinquentes. Os comportamentos criminais estão sujeitos ao determinismo, inexistindo, portanto a liberdade de escolha, de livre-arbítrio. Merecem destaque o positivismo an- tropológico de Lombroso e o determinismo social de Ferri.
Criminologia – Tem como finalidade explicar e prevenir o fenômeno criminal,
avaliar os diferentes modelos de controle social, e intervir na pes- Moderna soa do delinquente. Escolas da criminologia – Buscava estabelecer limites ao jus puniendi do Estado e proteger a liberdade individual. Decorre do iluminismo e contrapõe-se às torturas e desrespeitos aos direitos fundamentais. Defende que o direito penal tem um fim de tutela, e a pena é instrumento para restabelecer a ordem abalada pelo delito. Desse modo, a pena deve ser proporcional ao delito, certa, conhecida e justa. Escola Clássica – O fundamento da responsabilidade penal encontra-se no livre- arbítrio e na imputabilidade moral. O homem, sendo livre para escolher entre o bem e o mal escolhe este último. Os partidários da Escola Clássica concentravam seus estudos na vontade livre e consciente do indivíduo (livre-arbítrio), signatário do contrato social, que descumpria a lei. – Considera o delito um fenômeno natural, causamente determi- nado. A criminologia deverá explicar as causas deste fenômeno, utilizando-se de método científico capaz de prever os meios de combatê-lo. Portanto, a criminologia tem como finalidade a de- fesa do corpo social. Não admite o livre-arbítrio dos clássicos, e tem como expoente Lombroso, que procurou criar uma nova Escola ciência, a antropologia criminal. Por meio da pesquisa empíri- Positiva ca, utilizou dados estatísticos na tentativa de comprovar que fatores biológicos estariam relacionados a etiologia do fenô- meno criminal (atavismo). – Também expoentes da Escola Positiva, Garofalo e Ferri sustenta- vam que a pena não devia ser aplicada com o fim de retribuição, como sustentado pela Escola Clássica, mas em razão da periculosi- dade do delinquente como um instrumento de defesa social.