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Apostila Digital Licenciada para Thamires Bernardo Regis - CPF:158.543.517-14 (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.

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Prefeitura de Rio das Ostras-RJ

Professor I – 30h - Ensino Superior

Português
1. Organização textual: interpretação dos sentidos construídos nos textos (verbais e não verbais);
características de textos descritivos, narrativos e dissertativos. ...............................................................................1
2. Aspectos morfológicos e semânticos das palavras: sentido e emprego dos vocábulos; tempos e modos do
verbo; linguagem figurada; reconhecimento das classes gramaticais; ................................................................... 10
Mecanismos de flexão dos nomes e dos verbos. .................................................................................................... 35
3. Processos de constituição dos enunciados: coordenação e subordinação;................................................... 40
Concordâncias verbal e nominal. ............................................................................................................................. 45
4. Sistema gráfico: ortografia; regras de acentuação; uso dos sinais de pontuação. ....................................... 48

Lei Orgânica do Município


1. Símbolos municipais. 2. Competências e- Poderes do Município. 3. Câmara Municipal: posse, membros,
atribuições e competências privativas, funcionamento. 4. Mesa Diretora: eleição, atribuições e composição. 5.
Conceitos sobre Legislatura, Sessão Legislativa, sessões da Câmara e Comissões. 6. Exame público das contas
municipais. 7. Prefeito Municipal: Competências, privativas, posse, substituição, proibições, licenças. Leis de
sua iniciativa. 8. Atos administrativos de sua competência e seus conteúdos específicos. 9. Publicidade dos
Atos. 10. Contas municipais, controle interno integrado. 11. Leis orçamentárias e suas características. 12.
Tributos municipais. 13. Distritos: requisitos para criação. 14. Conselho Distrital e Administrador Distrital...
.................................................................................................................................................................................................1

Conhecimentos Gerais sobre o Rio das Ostras


1. Origem e dados históricos da região em que o Município se situa. Ocupação inicial e povoamento.
Primeiras construções e atividades econômicas. Evolução histórica e administrativa. Habitantes nas diferentes
fases e possíveis legados. Emancipação e desenvolvimento de Rio das Ostras: fatores determinantes ..............1
2. Situação atual. Aspectos físicos e geográficos do Município: população, localização, área, limites
municipais, distritos, características urbanas, atividades econômicas predominantes. Diversidade e
manifestações culturais e artísticas. Corporações e grupos locais. Patrimônio cultural histórico e arquitetônico.
Atrações turísticas, culturais e de lazer, datas comemorativas e destaques do Município. Posição do Município
na divisão regional turística do Estado. Aspectos e indicadores sociais, econômicos e financeiros. Serviços
municipais. De acordo com o documento “Informações sobre o Município de Rio das Ostras”, disponível no site
do IBAM..................................................................................................................................................................................2

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Legislação Educacional
1. Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 8.069/90. ...................................................................................1
2. Lei de Diretrizes e Bases da Educação - Lei nº 9.394/96. ............................................................................... 33
3. Lei Brasileira de Inclusão - Lei nº 13.146/15. ................................................................................................... 48
4. Plano Nacional de Educação - Lei 13.005/14. .................................................................................................... 65
5. Base Nacional Comum Curricular - 2018. .......................................................................................................... 79

Conhecimentos Específicos
1. Teoria de Aprendizagem. .........................................................................................................................................1
2. Desenvolvimento da criança (cognitivo, afetivo, motor e perceptivo). ............................................................5
3. Avaliação. ................................................................................................................................................................. 20
4. Planejamento. .......................................................................................................................................................... 30
5. Prática pedagógica e o processo de construção do conhecimento. ..................................................................5
6. interdisciplinaridade e projetos. .......................................................................................................................... 31
7. Democratização da Escola Pública........................................................................................................................ 35
8. Novas tendências e competências. ...................................................................................................................... 50
9. Projeto Político Pedagógico. ................................................................................................................................. 59
10. Educação Inclusiva ............................................................................................................................................... 66
11. Atendimento educacional aos alunos com deficiência. ................................................................................. 70
12. Bullying. ................................................................................................................................................................. 75
13. Legislação educacional: Constituição, ............................................................................................................... 77
LDB 9394/96, PNE 2014, BNCC LBI e ECA. ............................................................................................................. 82

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APOSTILAS OPÇÃO

A linguagem informal típica dos adolescentes.

09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE


TEXTOS
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
assunto;
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa
a leitura;
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto
pelo menos duas vezes;
04) Inferir;
1. Organização textual: 05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
interpretação dos sentidos 06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
autor;
construídos nos textos 07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
(verbais e não verbais); compreensão;
características de textos 08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
questão;
descritivos, narrativos e 09) O autor defende ideias e você deve percebê-las;
dissertativos. Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para-
melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas/

Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar


INTERPRETAÇÃO DE TEXTO inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento
profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O
A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao mundo moderno cobra de nós inúmeras competências, uma
conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a
apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade, é uma boa comunicação verbal, mas também à capacidade de
dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de entender aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional
qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, está relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas
narrativo, possibilidades que se misturam e as tornam do código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura
infinitas. É preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e
de pensar, de captar ideias, de investigar as palavras… Para criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise
isso, devemos entender, primeiro, algumas definições de textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar
importantes: suas dúvidas.
Uma interpretação de texto competente depende de
Texto inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas
organização e transmissão de ideias, conceitos e informações vezes, apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes
de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz
um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma suficiente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência
novela de televisão também são formas textuais. e, por isso, sempre releia, pois uma segunda leitura pode
apresentar aspectos surpreendentes que não foram
Interlocutor observados anteriormente. Para auxiliar na busca de sentidos
É a pessoa a quem o texto se dirige. do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na
Texto-modelo apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os
“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você, parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom
uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente. texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é
Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando. porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação
Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias
com outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? supracitadas ou apresentando novos conceitos.
(…) Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram
É normal você querer o máximo de atenção do seu explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não
namorado, das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses,
mais importante da sua vida.” supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às
(Revista Capricho) ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso
na superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à
Modelo de Perguntas revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um
quem é o seu interlocutor preferencial? analfabeto funcional e ler com atenção é um exercício que deve
Um leitor jovem. ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de
nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que nossas dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos!
permitem a você identificar o interlocutor preferencial do Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa-
texto? interpretacao-texto.html
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor
preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser
acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista
Capricho tem como público-alvo preferencial: meninas
adolescentes.

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APOSTILAS OPÇÃO

Questões maioria dos moradores.


(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os
O uso da bicicleta no Brasil demais meios de transporte.
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil arriscada e pouco salutar.
ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países
como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta 02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos
é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez objetivos centrais do texto é
mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa (A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do
comparação entre todos os meios de transporte, um dos que ciclista.
oferecem mais vantagens. (B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é
A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas e mais seguro do que dirigir um carro.
a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais na (C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta
calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos no Brasil.
considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e (D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio
prioridade sobre os automotores. de locomoção se consolidou no Brasil.
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à (E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista
bicicleta no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, deve dar prioridade ao pedestre.
pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não
consomem petróleo e produzem muito menos sucata de 03. Considere o cartum de Evandro Alves.
metais, plásticos e borracha; a diminuição dos
congestionamentos por excesso de veículos motorizados, que Afogado no Trânsito
atingem principalmente as grandes cidades; o favorecimento
da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom; e a
economia no combustível, na manutenção, no seguro e, claro,
nos impostos.
No Brasil, está sendo implantado o sistema de
compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por
exemplo, o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da
Prefeitura, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA,
com quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São
Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país
aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão com o
projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do
compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em (http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br)
Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo site. O
valor do passe mensal é R$ 10 e o do passe diário, R$ 5, Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto
podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum
22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que já é
aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em pontos (A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
estratégicos. (B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção não (C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não sabem (D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, ou (E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de um
trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas, 04. Considere o cartum de Douglas Vieira.
ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas
vezes, discussões e acidentes que poderiam ser evitados. Televisão
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A
verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão
totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso é
tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A
maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e
caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos
ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos e
deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de
vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender
que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para
poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro,
as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com
campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e
nos pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo. (http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br. Adaptado)
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado)
É correto concluir que, de acordo com o cartum ,
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de (A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro
locomoção nas metrópoles brasileiras ou pela TV são equivalentes.
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra (B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma
devido à falta de regulamentação. imaginação mais ativa.
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido (C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém
incentivado em várias cidades. que não sabe se distrair.
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela (D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto

Português 2
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APOSTILAS OPÇÃO

assistir a um programa de televisão. agressiva.


(E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo (D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de
idêntico, embora ler seja mais prazeroso. experiências e atividades não só individuais como também
sociais.
Leia o texto para responder às questões: (E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das
emoções positivas por parte dos motoristas.
Propensão à ira de trânsito
Gabarito
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente
perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais seguro 1. B / 2. A / 3. D / 4. B / 5. D
do mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como
clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas. SENTIDO LITERAL E SENTIDO NÃO LITERAL
E com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas
não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir, mas Literal
também se engajam num comportamento de risco – algumas
até agem especificamente para irritar o outro motorista ou É o sentido da palavra interpretada ao pé da letra, isto é, de
impedir que este chegue onde precisa. acordo com o sentido geral que ela tem na maioria dos
Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá ter contextos em que ocorre. É o sentido próprio da palavra.
antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando um Exemplo:
motorista a tomar decisões irracionais. “Uma pedra no meio da rua foi a causa do acidente.”
Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante. A palavra “pedra” aqui está usada em sentido literal.
Para muitos de nós, os carros são a extensão de nossa
personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos. Não Literal
Dirigir pode ser a expressão de liberdade para alguns, mas
também é uma atividade que tende a aumentar os níveis de É o sentido da palavra desviado do usual, isto é, aquele que
estresse, mesmo que não tenhamos consciência disso no se distancia do sentido próprio e costumeiro. Exemplo:
momento.
Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que “As pedras atiradas pela boca ferem mais do que as atiradas
entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros pela mão.”
motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao “Pedras”, nesse contexto, não está indicando o que
volante. Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um usualmente indica, mas um insulto, uma ofensa produzida pela
dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos boca.
concentrarmos em nós mesmos, descartando o aspecto
comunitário do ato de dirigir. Ampliação de Sentido
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o Dr. Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a
James acredita que a causa principal da ira de trânsito não são designar uma quantidade mais ampla de objetos ou noções do
os congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim que originariamente.
como nossa cultura visualiza a direção agressiva. As crianças “Embarcar”, por exemplo, que originariamente era usada
aprendem que as regras normais em relação ao para designar o ato de viajar em um barco, ampliou
comportamento e à civilidade não se aplicam quando consideravelmente o sentido e passou a designar a ação de
dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos em viajar em outros veículos. Hoje se diz, por ampliação de
comportamentos de disputa ao volante, mudando de faixa sentido, que um passageiro:
continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sempre com - Embarcou num ter.
pressa para chegar ao destino. - Embarcou no ônibus das dez.
Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos - Embarcou no avião da força aérea.
sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era - Embarcou num transatlântico.
descarregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a
descarga de frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma “Alpinista”, na origem, era usado para indicar aquele que
situação de ira de trânsito, a descarga de frustrações pode escala os Alpes (cadeia montanhosa europeia). Depois, por
transformar um incidente em uma violenta briga. ampliação de sentido, passou a designar qualquer tipo de
Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas praticante do esporte de escalar montanhas.
aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está
predisposta a apresentar um comportamento irracional Restrição de Sentido
quando dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a maior Ao lado da ampliação de sentido, existe o movimento
parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada quando inverso, isto é, uma palavra passa a designar uma quantidade
dirige. O que deve ser feito, dizem os psicólogos, é estar ciente mais restrita de objetos ou noções do que originariamente. É o
de seu estado emocional e fazer as escolhas corretas, mesmo caso, por exemplo, das palavras que saem da língua geral e
quando estiver tentado a agir só com a emoção. passam a ser usadas com sentido determinado, dentro de um
(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.com.br/furia-no- universo restrito do conhecimento.
transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. Adaptado)
A palavra aglutinação, por exemplo, na nomenclatura
gramatical, é bom exemplo de especialização de sentido. Na
05. Tomando por base as informações contidas no texto, é
língua geral, ela significa qualquer junção de elementos para
correto afirmar que
formar um todo, porém em Gramática designa apenas um tipo
(A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à
de formação de palavras por composição em que a junção dos
medida que os motoristas se envolvem em decisões
elementos acarreta alteração de pronúncia, como é o caso de
conscientes.
pernilongo (perna + longa).
(B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas
Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais
pela constante preocupação dos motoristas com o aspecto
aglutinação, mas justaposição. A palavra Pernalonga, por
comunitário do ato de dirigir.
exemplo, que designa uma personagem de desenhos
(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é o
animados, não se formou por aglutinação, mas por
principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção

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APOSTILAS OPÇÃO

justaposição. própria estrutura sobre a qual se funda a experiência moderna


Em linguagem científica é muito comum restringir-se o – ciência, técnica, superação de tradição – agrava a
significado das palavras para dar precisão à comunicação. invisibilidade dos mais velhos. Em termos humanos, o passado
A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol, (que “nada” serve ao mundo do progresso) tem um nome:
não pode ser usada para designar, por exemplo, um astro que idoso. Enfim, resta aos vovôs e vovós ir para a academia ou
gira em torno do Sol: seu sentido sofreu restrição, e ela serve para as redes sociais.
para designar apenas um tipo de flor que tem a propriedade (Luiz Felipe Pondé, Somma, agosto 2014)
de acompanhar o movimento do Sol.
Há certas palavras que, além do significado explícito, O termo empregado com sentido figurado está em
contêm outros implícitos (ou pressupostos). destaque na seguinte passagem do texto:
Os exemplos são muitos. É o caso do adjetivo outro, por (A) Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece
exemplo, que indica certa pessoa ou coisa, pressupondo com frequência quando se discute o tema da velhice…
necessariamente a existência de ao menos uma além daquela (segundo parágrafo).
indicada. (B) O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de
Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e
nunca lançou um livro, dizer que ele estará autografando seu vovós… (primeiro parágrafo).
outro livro. O uso de outro pressupõe necessariamente ao (C) Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia
menos um livro além daquele que está sendo autografado. que na modernidade o narrador da vida desapareceu.
(penúltimo parágrafo).
Questões (D) A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência
moderna – ciência, técnica, superação de tradição – agrava a
01. invisibilidade dos mais velhos. (último parágrafo).
A morte do narrador (E) Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem
se afundar na doença, na solidão e no abandono… (quarto
Recentemente recebi um e-mail de uma leitora parágrafo).
perguntando a razão de eu ter, segundo ela, uma visão tão dura
para com os idosos. O motivo da sua pergunta era eu ter dito, 02.
em uma de minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais Ficção universitária
vovôs e vovós, porque estavam todos na academia querendo
parecer com seus netos. Os dados do Ranking Universitário publicados em
Claro, minha leitora me entendeu mal. Mas o fato de ela ter setembro de 2013 trazem elementos para que tentemos
me entendido mal, o que acontece com frequência quando se desfazer o mito, que consta da Constituição, de que pesquisa e
discute o tema da velhice, é comum, principalmente porque o ensino são indissociáveis. É claro que universidades que fazem
próprio termo “velhice” já pede sinônimos politicamente pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas, produzir
corretos, como “terceira idade”, “melhor idade”, “maturidade”, mais inovação e atrair os alunos mais qualificados, tornando-
entre outros. se assim instituições que se destacam também no ensino.
Uma característica do politicamente correto é que, quando O Ranking Universitário mostra essa correlação de forma
ele se manifesta num uso linguístico específico, é porque esse cristalina: das 20 universidades mais bem avaliadas em
uso se refere a um conceito já considerado como algo ruim. A termos de ensino, 15 lideram no quesito pesquisa (e as demais
marca essencial do politicamente correto é a hipocrisia estão relativamente bem posicionadas). Das 20 que saem à
articulada como gesto falso, ideias bem comportadas. frente em inovação, 15 encabeçam também a pesquisa. Daí não
Voltando à velhice. Minha leitora entendeu que eu dizia decorre que só quem pesquisa, atividade estupidamente cara,
que idosos devem se afundar na doença, na solidão e no seja capaz de ensinar.
abandono, e não procurar ser felizes. Mas, quando eu dizia que O gasto médio anual por aluno numa das três
eles estão fugindo da condição de avós, usava isso como universidades estaduais paulistas, aí embutidas todas as
metáfora da mentira (politicamente correta) quanto ao medo despesas que contribuem direta e indiretamente para a boa
que temos de afundar na doença, antes de tudo psicológica, pesquisa, incluindo inativos e aportes de Fapesp, CNPq e
devido ao abandono e à solidão, típicos do mundo Capes, é de R$ 46 mil (dados de 2008). Ora, um aluno do
contemporâneo. Minha crítica era à nossa cultura, e não às ProUni custa ao governo algo em torno de R$ 1.000 por ano em
vítimas dela. Ela cultua a juventude como padrão de vida e está renúncias fiscais.
intimamente associada ao medo do envelhecimento, da dor e Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber
da morte. Sua opção é pela “negação”, traço de um dos que o país não dispõe de recursos para colocar os quase sete
sintomas neuróticos descritos por Freud. milhões de universitários em instituições com o padrão de
Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que investimento das estaduais paulistas. E o Brasil precisa
na modernidade o narrador da vida desapareceu. Isso quer aumentar rapidamente sua população universitária. Nossa
dizer que as pessoas encarregadas, antigamente, de narrar a taxa bruta de escolarização no nível superior beira os 30%,
vida e propor sentido para ela perderam esse lugar. Hoje os contra 59% do Chile e 63% do Uruguai.
mais velhos querem “aprender” com os mais jovens (aprender Isso para não mencionar países desenvolvidos como EUA
a amar, se relacionar, comprar, vestir, viajar, estar nas redes (89%) e Finlândia (92%). Em vez de insistir na ficção
sociais). Esse fenômeno, além de cruel com o envelhecimento, constitucional de que todas as universidades do país precisam
é também desorganizador da própria juventude. Ouço dedicar-se à pesquisa, faria mais sentido aceitar o mundo
cotidianamente, na sala de aula, os alunos demonstrarem seu como ele é e distinguir entre instituições de elite voltadas para
desprezo por pais e mães que querem aprender a viver com a produção de conhecimento e as que se destinam a difundi-lo.
eles. O Brasil tem necessidade de ambas.
Alguns elementos do mundo moderno não ajudam a
(Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br, 10.09.2013.)
combater essa desvalorização dos mais velhos. As ferramentas
de informação, normalmente mais acessíveis aos jovens,
Assinale a alternativa em que a expressão destacada é
aumentam a percepção negativa dos mais velhos diante do
empregada em sentido figurado.
acúmulo de conhecimento posto a serviço dos consumidores,
(A) ... universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a
que questionam as “verdades constituídas do passado”. A
nata dos especialistas...

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APOSTILAS OPÇÃO

(B) Os dados do Ranking Universitário publicados em 05.


setembro de 2013...
(C) Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber
que o país não dispõe de recursos...
(D) ... das 20 universidades mais bem avaliadas em termos
de ensino...
(E) ... todas as despesas que contribuem direta e
indiretamente para a boa pesquisa...

03. Leia o texto para responder à questão.

Um pé de milho

Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra


trazido pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um
pé de capim – mas descobri que era um pé de milho.
Transplantei-o para o exíguo canteiro na frente da casa.
Secaram as pequenas folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele
reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio um Sobre a tirinha, de uma maneira geral, analise as
amigo e declarou desdenhosamente que na verdade aquilo era afirmações.
capim. Quando estava com dois palmos veio outro amigo e I. A linguagem do texto da tirinha é absolutamente formal.
afirmou que era cana. II. A palavra “Garfield”, no segundo quadrinho, aparece
Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu isolada por vírgula por se tratar de um vocativo.
tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança as suas III. O humor da tirinha se constrói com base,
folhas além do muro – e é um esplêndido pé de milho. Já viu o essencialmente, na linguagem não verbal, já que as bruscas
leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto alterações nas feições de Garfield levam à estranheza do leitor.
centenas de milharais – mas é diferente. Um pé de milho
sozinho, em um canteiro, espremido, junto do portão, numa Está correto o que se afirma em:
esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser vivo (A) I, somente.
e independente. Suas raízes roxas se agarra no chão e suas (B) II, somente.
folhas longas e verdes nunca estão imóveis. (C) III, somente.
Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos (D) I e III, somente.
encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou. (E) II e III, somente.
Há muitas flores belas no mundo, e a flor do meu pé de milho
não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, Respostas
beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho 01.D / 02.A / 03.A / 04.B / 05.B
vulgar com uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma
coisa de vivo que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de Texto Descritivo
milho é um belo gesto da terra. E eu não sou mais um medíocre
homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou É a representação com palavras de um objeto, lugar,
um rico lavrador da Rua Júlio de Castilhos. situação ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais
particulares ou individuais do que se descreve. É qualquer
(Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas, 2001) elemento que seja apreendido pelos sentidos e transformado,
com palavras, em imagens.
Assinale a alternativa em que, nas duas passagens, há Não é, por norma, um tipo de texto autônomo,
termos empregados em sentido figurado. encontrando-se presente em outros textos, como o texto
(A) ... beijado pelo vento do mar... (3º §) / Meu pé de milho narrativo. Passagens descritivas ocorrem no meio da narração
é um belo gesto da terra. (3º §) quando há uma pausa no desenrolar dos acontecimentos para
(B) Mas ele reagiu. (1º §) / ... na verdade aquilo era capim. caracterizar pormenorizadamente um objeto, um lugar ou
(1º §) uma pessoa, sendo um recurso útil e importante para capturar
(C) Secaram as pequenas folhas... (1º §) / Sou um a atenção do leitor.
ignorante... (2º §)
(D) Ele cresceu, está com dois metros... (2º §) / Tinha visto Exemplo:
centenas de milharais... (2º §) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado,
(E) ... lança as suas folhas além do muro... (2º §) / Há muitas inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter
flores belas no mundo... (3º §) aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos;
vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro.
04. Assinale a opção em que NÃO há palavra usada em Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida,
sentido conotativo. cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois
(A) Tuas atitudes são o espelho do teu caráter. do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do
(B) Regras podem ser estabelecidas para uma convivência que conosco.
pacífica. (Machado de Assis. "Conto de escola". Contos. 3ed. São Paulo, Ática, 1974)
(C) Pipocavam palavras no texto, como se fossem rabiscos
coloridos do próprio pensamento Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor
(D) Choviam risadas naquela peça de humor. da escola que o escritor frequentava.
(E) A sabedoria abre as portas do conhecimento. Deve-se notar:
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao
mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os
outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha
grande medo ao pai);

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- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas
considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade.
vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola
é cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do Texto Narrativo
relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente:
o que o escritor quer é explicitar uma característica do menino, O texto narrativo é caracterizado por narrar uma história,
e não traçar a cronologia de suas ações); ou seja, contar uma história através de uma sequência de
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de
todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica acontecimentos é contada por um narrador e está estruturada
concomitância em relação a um marco temporal instalado no em introdução, desenvolvimento e conclusão.1
texto (no caso, o ano de 1840, em que o escritor frequentava a Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os
escola da Rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma principais elementos da narração: espaço, tempo,
transformação de estado; personagem, enredo e narrador.
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o
correríamos o risco de alterar nenhuma relação narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com
cronológica - poderíamos mesmo colocar o últímo período em quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração
primeiro lugar e ler o texto do fim para o começo: O mestre era predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações;
mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de
do pai e retirava-se antes... texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem
o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo
Estrutura de texto recebe o nome de enredo.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas
Introdução: Primeiramente é feita a identificação do ser personagens, que são justamente as pessoas envolvidas no
ou objeto que será descrito, de modo a que o leitor foque sua episódio que está sendo contado. As personagens são
atenção nesse ser ou objeto. identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos
Desenvolvimento: Ocorre então a descrição do objeto ou substantivos próprios.
ser em foco, apresentando seus aspectos mais gerais e mais Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo
pormenorizados, havendo caracterizações mais objetivas e sem querer) ele acaba contando "onde" (em que lugar) as
outras mais subjetivas. ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar
Conclusão: A descrição está concluída quando a onde ocorre uma ação ou ações é chamado de espaço,
caracterização do objeto ou ser estiver terminada. representado no texto pelos advérbios de lugar.
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer
Características "quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da
narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através
O texto descritivo não se encontra limitado por noções dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de
temporais ou relações espaciais, visto descrever algo estático, tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele
sem ordem fixa para a realização da descrição. Há uma notória que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu.
predominância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, A história contada, por isso, passa por uma introdução
em detrimento de verbos, sendo maioritariamente necessária (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo
a utilização de verbos de estado, como ser, estar, parecer, desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita,
permanecer, ficar, continuar, tornar-se, andar... o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e
O uso de uma linguagem clara e dinâmica, com vocabulário termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo).
rico e variado, bem como o uso de enumerações e Aquele que conta a história é o narrador, que pode ser
comparações, ou outras figuras de linguagem, servem para pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª
melhor apresentar o objeto ou ser em descrição, enriquecendo pessoa: Ele).
o texto e tornando-o mais interessante para o leitor. Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos
A descrição pode ser mais objetiva, focalizando aspectos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e
físicos, ou mais subjetiva, focalizando aspectos emocionais e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os
psicológicos. Nas melhores descrições, há um equilíbrio entre agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações
os dois tipos de descrição, sendo o objeto ou ser descrito expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história
apresentado nas suas diversas vertentes. contada.
Na descrição de pessoas, há a descrição de aspectos físicos, Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta
ou seja, aquilo que pode ser observado e a descrição de a história.
aspectos psicológicos e comportamentais, como o caráter,
personalidade, humor…, apreendidos pelo convívio com a Principais elementos da narrativa
pessoa e pela observação de suas atitudes. Na descrição de Os principais elementos da narrativa, também chamados
lugares ocorre tanto a descrição de aspectos físicos, como a de elementos da narração, são:
descrição do ambiente social, econômico, político... Na Espaço: O espaço se refere ao local onde se desenrola a
descrição de objetos, embora predomine a descrição de ação. Pode ser físico (no colégio, no Brasil, na praça,…), social
aspectos físicos, pode ocorrer uma descrição sensorial, que (características do ambiente social) e psicológico (vivências,
estimule os sentidos do leitor. pensamento e sentimentos do sujeito,…).
Tempo: O tempo se refere à duração da ação e ao
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É desenrolar dos acontecimentos. O tempo cronológico indica a
uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais sucessão cronológica dos fatos, pelas horas, dias, anos,… O
predominam. Porque toda técnica descritiva implica tempo psicológico se refere às lembranças e vivências das
contemplação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o personagens, sendo subjetivo e influenciado pelo estado de
redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de espírito das personagens em cada momento.
sensibilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou

1 https://www.normaculta.com.br/texto-narrativo/

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Personagens: São caracterizadas através de qualidades - O discurso direto é caracterizado por ser uma
físicas e psicológicas, podendo essa caracterização ser feita de transcrição exata da fala das personagens, sem participação do
modo direto (explicitada pelo narrador ou por outras narrador.
personagens, através de autocaracterização ou - O discurso indireto é caracterizado por ser uma
heterocaracterização) ou de modo indireto (feita com base nas intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas
atitudes e comportamento das personagens). próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.
- O discurso indireto livre é caracterizado por permitir
As personagens possuem diferentes importâncias na que os acontecimentos sejam narrados em simultâneo,
narração, havendo personagens principais e personagens estando as falas das personagens direta e integralmente
secundárias. As personagens principais desempenham papéis inseridas dentro do discurso do narrador.
essenciais no enredo, podendo ser protagonistas (que deseja,
tenta, consegue) ou antagonistas (que dificulta, atrapalha, Exemplo - Personagens
impede). As personagens secundárias desempenham papéis
menores e podem ser coadjuvantes (ajudam as personagens "Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr.
principais em ações secundárias) ou figurantes (ajudam na Amâncio não viu a mulher chegar.
caracterização de um espaço social). - Não quer que se carpa o quintal, moço?
Podem ser dinâmicas, apresentando diferentes Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face
comportamentos ao longo da narração (personagem escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do
modelada ou redonda), bem como estáticas, não se passado, os olhos)."
modificando no decorrer da ação (personagem plana). Há (Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre:
ainda personagens que representam um grupo específico Mercado Aberto)
(personagem-tipo).
Exemplo - Espaço
Enredo: Também chamado de intriga, trama ou ação, o
enredo é composto pelos acontecimentos que ocorrem num Considerarei longamente meu pequeno deserto, a
determinado tempo e espaço e são vivenciados pelas redondeza escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de
personagens. As ações seguem-se umas às outras por algum rio. Não havia, em todo o caso, como negar-lhe a
encadeamento, encaixe e alternância. insipidez."
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto
Existem ações principais e ações secundárias, mediante a Alegre: Movimento, 1981)
importância que apresentam na narração. Além disso, o
enredo pode estar fechado, estando definido e conhecido o Exemplo - Tempo
final da história, ou aberto, não havendo um final definitivo e
conhecido para a narrativa. “Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra-se: a
mulher lhe pediu que a chamasse cedo."
Narrador: O narrador é o responsável pela narração, ou (Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados)
seja, é quem conta a história. Existem vários tipos de narrador:
Narrador onisciente e onipresente: Conhece Estrutura:
intimamente as personagens e a totalidade do enredo, de - Apresentação: é a parte do texto em que são
forma pormenorizada. Utiliza maioritariamente a narração na apresentados alguns personagens e expostas algumas
3.ª pessoa, mas pode narrar na 1.ª pessoa, em discurso indireto circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a
livre, tendo sua voz confundida com a voz das personagens, tal ação se desenvolverá.
é o seu conhecimento e intimidade com a narrativa. - Complicação: é a parte do texto em que se inicia
Narrador personagem, participante ou presente: Conta propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem,
a história na 1.ª pessoa, do ponto de vista da personagem que conduzindo ao clímax.
é. Apenas conhece seus próprios pensamentos e as ações que - Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu
se vão desenrolando, nas quais também participa. Tem momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
conhecimentos limitados sobre as restantes personagens e - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações
sobre a totalidade do enredo. Este tipo de narração é mais dos personagens.
subjetivo, transmitindo o ponto de vista e as emoções do
narrador. Tipos de Personagens:
Narrador observador, não participante ou ausente: Os personagens têm muita importância na construção de
Limita-se a contar a história, sem se envolver nela. Embora um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser
tenha conhecimento das ações, não conhece o íntimo das principais ou secundários, conforme o papel que
personagens, mantendo uma narrativa imparcial e objetiva. desempenham no enredo, podem ser apresentados direta ou
Utiliza a narração na 3.ª pessoa. indiretamente.
Nos textos narrativos, é através da voz do narrador que A apresentação direta acontece quando o personagem
conhecemos o desenrolar da história e as ações das aparece de forma clara no texto, retratando suas
personagens, mas é através da voz das personagens que características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação
conhecemos as suas ideias, opiniões e sentimentos. A forma indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e
como a voz das personagens é introduzida na voz do narrador o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do
é chamada de discurso. enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e
do modo como vai fazendo.
Através de uma correta utilização dos tipos de discurso, a
narrativa poderá assumir um caráter mais ou menos dinâmico, - Em 1ª pessoa:
mais ou menos natural, mais ou menos interessante, mais ou
menos objetivo,… Existem três tipos de discurso, ou seja, três Personagem Principal: há um “eu” participante que conta
formas de introdução das falas das personagens na narrativa: a história e é o protagonista. Exemplo:

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APOSTILAS OPÇÃO

“Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido despejado,
coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me por exemplo).
atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei Algumas mudanças são necessárias para que outras se
a andar de um lado para outro, estacando para amparar-me, e deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar
andava outra vez e estacava.” um bambu ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter um
(Machado de Assis. Dom Casmurro) carro, é preciso antes conseguir o dinheiro.

Observador: é como se dissesse: É verdade, pode Narrativa e Narração


acreditar, eu estava lá e vi. Exemplo: Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A
narratividade é um componente narrativo que pode existir
“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do em textos que não são narrações. A narrativa é a
Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contrabandista transformação de situações. Por exemplo, quando se diz
que fez cancha nos banhados do Brocai. “Depois da abolição, incentivou-se a imigração de europeus”,
Esse gaúcho desamotinado levou a existência inteira a temos um texto dissertativo, que, no entanto, apresenta um
cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da componente narrativo, pois contém uma mudança de situação:
Lua, na escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; do não incentivo ao incentivo da imigração europeia.
ainda que chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de
por alma de padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca texto, o que é narração?
desandou cruzada! ... A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três
(...) características:
Aqui há poucos - coitado! - pousei no arranchamento dele. - é um conjunto de transformações de situação;
Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não nos víamos desde muito - é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e
tempo. (...) fatos concretos;
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na - as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal
matança dos leitões e no tiramento dos assados com couro.” que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista) posterioridade.

- Em 3ª pessoa: Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre


pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no
pessoa. Exemplo: romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas,
quando o narrador começa contando sua morte para em
“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada.
fantasiaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações
à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de de anterioridade e de posterioridade.
vergonha da malha de cetim, das asas e das antenas e, mais
ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa para disfarçar o Texto Dissertativo
sentimento impreciso de ridículo.”
(Ilka Laurito. Sal do Lírico) O texto dissertativo tem-se a intenção de explicar, provar,
analisar, expor ideias e/ou discutir determinado assunto.2
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como Na dissertação, o escritor geralmente defende uma tese ou
sendo vista por uma câmara ou filmadora. expõe uma série de fatos e ideias que levam a uma constatação.
O texto dissertativo é impessoal e utiliza-se de estruturas
Sequência Narrativa lógicas para se sustentar. Existem duas subdivisões na
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: tipologia dissertativa: a dissertação expositiva (exposição) e a
uma coordena-se a outra, uma implica a outra, uma dissertação argumentativa (argumentação).
subordina-se a outra. A narrativa típica tem quatro mudanças
de situação: Características
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou - ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é
um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); temático;
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma - como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação;
competência para fazer algo); - ao contrário do texto narrativo, nele as relações de
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm
devia fazer (é a mudança principal da narrativa); maior importância - o que importa são suas relações lógicas:
- uma em que se constata que uma transformação se deu e analogia, pertinência, causalidade, coexistência,
em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens correspondência, implicação, etc.
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os - a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de
maus). redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem
características próprias a cada tipo de texto.
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se
pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a Dissertação Expositiva e Argumentativa
realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela A dissertação expositiva é voltada para aqueles fatos que
efetua-se porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve estão sendo focados e discutidos pela grande mídia. É um tipo
fazê-la. de acontecimento inquestionável, mesmo porque todos os
Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um detalhes já foram expostos na televisão, rádio e novas mídias.
apartamento: quando se assina a escritura, realiza-se o ato de Já o texto dissertativo argumentativo vai fazer uma
compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer reflexão maior sobre os temas. Os pontos de vista devem ser
ou dever comprar (respectivamente, querer deixar de pagar declarados em terceira pessoa, há interações entre os fatos que

2 https://segredosdeconcurso.com.br/tipologia-textual/

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APOSTILAS OPÇÃO

se aborda. Tais fatos precisam ser esclarecidos para que o desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites,
leitor se sinta convencido por tal escrita. Quem escreve uma ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida.
dissertação argumentativa deve saber persuadir a partir de
sua crítica de determinado assunto. A linguagem jamais Desenvolvimento
poderá deixar de ser objetiva, com fatos reais, evidências e É a argumentação da ideia inicial, de forma organizada e
concretudes. progressiva. É a parte maior e mais importante do texto.
Podem ser desenvolvidas de várias formas:
São partes da dissertação: Introdução / - Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com
Desenvolvimento / Conclusão. este tipo de abordagem.
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a
Introdução ideia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a
Em que se apresenta o assunto; se apresenta a ideia definição.
principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento. - Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações
Tipos: distintas.
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem pontos favoráveis e desfavoráveis.
discutidos. Ex.: “Cada criatura humana traz duas almas - Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou
consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de descrever uma cena.
fora para dentro...” - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um estatísticos.
fato presente. Ex.: “A crise econômica que teve início no - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para
começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices de prováveis resultados.
inflação que a década colecionou, agravou vários dos - Interrogação: toda sucessão de interrogações deve
históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência, apresentar questionamento e reflexão.
principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente - Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos,
identificada pela população brasileira.” valores, juízos.
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. - Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma porquês de uma determinada situação.
coisa apresentada no texto. Ex.: Você quer estar “na sua”? Quer - Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo - Exemplificação: dar exemplos.
cano! Faça parte desse time de vencedores desde a escolha
desse momento! Exposição de elementos que vão fundamentar a ideia
- Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex.: principal que pode vir especificada através da argumentação,
“É importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não de pormenores, da ilustração, da causa e da consequência, das
é a solução no combate à insegurança.” definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica,
- Características: caracterização de espaços ou aspectos. da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex.: “Em tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa
1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com exposição da ideia.
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de
aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem Conclusão
no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) É uma avaliação final do assunto, um fechamento
e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem
recebidos). (...)” todas as ideias anteriormente desenvolvidas.
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato. - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
do texto. Ex.: “A principal característica do déspota encontra- pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de
se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das quem lê.
regras que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu
poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre É a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer
exclusivamente de sua vontade, de seu prazer e de suas de forma muito mais convincente, uma vez que já foi
necessidades.” fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação (um
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo
compõem o texto. proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese,
- Interrogação: questionamento. Ex.: “Volta e meia se faz a acrescida da argumentação básica empregada no
pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo desenvolvimento.
futebol não é uma prova de alienação?”
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a Exemplo:
curiosidade do leitor.
- Comparação: social e geográfica. Redução da maioridade penal, grande falácia
- Enumeração: enumerar as informações. Ex.: “Ação à
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que
triunfo das massas, holocausto: através das metáforas e das é contrário à mudança na maioridade penal.
realidades que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um
verdadeira doença do século...” crime bárbaro foi praticado por um adolescente, penalmente
- Narração: narrar um fato. irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP,
104 do ECA e 228 da CF. A sociedade clama por maior
Deve conter a ideia principal a ser desenvolvida segurança. Pede pela redução da maioridade penal, mas logo
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá
isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para mais discussão, para reduzir para 14 ou 12 anos. Analisando a
dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do

Português 9
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APOSTILAS OPÇÃO

legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17% adotam


idade menor de 18 anos como definição legal de adulto. 2. Aspectos morfológicos e
Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma
como fazemos com os adultos, estamos admitindo que eles semânticos das palavras:
devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e sentido e emprego dos
não lhes deu a proteção constitucional que é seu direito. A vocábulos; tempos e modos do
prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo infrator da
sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, verbo; linguagem figurada;
para depois reintegrá-lo. Com a redução da menoridade penal, reconhecimento das classes
o nosso sistema penitenciário entrará em colapso. gramaticais;
Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam
delitos contra o patrimônio ou por atuarem no tráfico de
drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra
a vida. Afirmar que os adolescentes não são punidos ou FIGURAS DE LINGUAGEM3
responsabilizados é permitir que a mentira, tantas vezes dita,
transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a Também chamadas de Figuras de Estilo. Podemos
impunidade, mas a falta de ação do Estado. Ao contrário do que classificá-las em quatro tipos:
muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são - Figuras de Palavras (ou tropos);
punidos com muito mais rigor do que os adultos. - Figuras de Harmonia;
Apresentar propostas legislativas visando à redução da - Figuras de Construção (ou de sintaxe);
menoridade penal com a modificação do disposto no artigo - Figuras de Pensamento.
228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois
o artigo 60, § 4º, inciso IV de nossa Carta Magna não admite Figuras de Palavra
que sejam objeto de deliberação de emenda à Constituição os
direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula São as que dependem do uso de determinada palavra com
pétrea. sentido novo ou com sentido incomum. Vejamos:
A prevenção à criminalidade está diretamente associada à
existência de políticas sociais básicas e não à repressão, pois Metáfora: é um tipo de comparação (mental) sem uso de
não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas conectivos comparativos, com utilização de verbo de ligação
sim a certeza de sua aplicação e sua capacidade de inclusão explícito na frase. Exemplo:
social. “Sua boca era um pássaro escarlate.” (Castro Alves)
Dalio Zippin Filho é advogado criminalista. 10/06/2013
Texto publicado na edição impressa de 10 de junho de 2013 Catacrese: consiste em transferir a uma palavra o sentido
próprio de outra, utilizando-se formas já incorporadas aos
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar usos da língua. Se a metáfora surpreende pela originalidade da
sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos associação de ideias, o mesmo não ocorre com a catacrese, que
recursos que permite uma segurança maior no momento de já não chama a atenção por ser tão repetidamente usada.
dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são
atitudes que favorecem o senso crítico, essencial no Exemplos:
desenvolvimento de um texto dissertativo. Batata da perna Azulejo vermelho
Pé da mesa Cabeça de alho
Ainda temos:
Comparação ou Símile: é a comparação entre dois
Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o elementos comuns; semelhantes. Normalmente se emprega
assunto que vai ser abordado. uma conjunção comparativa: como, tal qual, assim como, que
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo nem. Exemplo:
discutido. “Como um anjo caído, fiz questão de esquecer...” (Legião
Argumentação: é um conjunto de procedimentos Urbana)
linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas
opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer Sinestesia: é a fusão de no mínimo dois dos cinco sentidos
argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma físicos. Exemplos:
determinada tese. “De amargo e então salgado ficou doce, - Paladar
Assim que teu cheiro forte e lento - Olfato
Pontos Essenciais Fez casa nos meus braços e ainda leve - Tato
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade E forte e cego e tenso fez saber - Visão
de pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação; Que ainda era muito e muito pouco.” (Legião Urbana)
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação; Antonomásia: quando substituímos um nome próprio
- impõem-se sempre o raciocínio lógico; pela qualidade ou característica que o distingue. Exemplos:
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer O Águia de Haia (= Rui Barbosa)
ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração O Pai da Aviação (= Santos Dumont)
do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original,
nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser Metonímia: troca-se uma palavra por outra com a qual ela
impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa). se relaciona. Ocorre a metonímia quando substituímos:
- O autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler
Jorge Amado (observe que o nome do autor está sendo usado
no lugar de suas obras).

3 SCHICAIR. Nelson M. Gramática do Português Instrumental. 2ª. ed Niterói:

Impetus, 2007.

Português 10
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APOSTILAS OPÇÃO

- O efeito pela causa e vice-versa. Exemplo: Ganho a vida Figuras de Construção


com o suor do meu rosto. (o suor é o efeito ou resultado e está
sendo usado no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”). Dizem respeito aos desvios de padrão de concordância
quer quanto à ordem, omissões ou excessos. Dividem-se em:
- O continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma
caixa de doces. (= doces). Omissão
Assíndeto: ocorre por falta ou supressão de conectivos.
- O abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplo: A Exemplos:
velhice deve ser respeitada. (= pessoas velhas). "Saí, bebi, enfim, vivi." (Nel de Moraes)
"Vim, vi e venci." (Júlio César)
- O instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Ele
é bom volante. (= piloto ou motorista). Elipse: supressão de vocábulo(s) que são facilmente
- O lugar pelo produto. Exemplo: Gosto muito de tomar identificável(is). Exemplos:
um Porto. (= a vinho da cidade do Porto). "(Eu) Queria ser um pássaro dentro da noite."
"No céu, (há) estrelas que brilham indômitas."
- O símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Os
revolucionários queriam o trono. (= império, o poder). Zeugma: elipse especial que consiste na supressão de um
termo já, anteriormente, expresso no contexto. Exemplos:
- A parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os "Nós nos desejamos e (nós) não nos possuímos."
necessitados. (= a casa). "Foi saqueada a vila, e (foram) assassinados os partidários
dos Filipes." (Camilo Castelo Branco)
- O indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: Ele foi o
judas do grupo. (= espécie dos homens traidores). Repetição
Anáfora: é a repetição intencional de palavras, no início de
- O singular pelo plural. Exemplo: O homem é um animal um período, frase ou verso. Exemplos:
racional. (o singular homem está sendo usado no lugar do “Eu quase não saio
plural homens). Eu quase não tenho amigo
Eu quase não consigo
- O gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Nós Ficar na cidade sem viver contrariado."
(Gilberto Gil)
mortais, somos imperfeitos. (= seres humanos).
Polissíndeto: repetição enfática de conjunções
- A matéria pelo objeto. Exemplo: Ele não tem um níquel.
coordenativas (geralmente e). Exemplos:
(= moeda).
"E saber, e crescer, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror."
Observação: os últimos 5 casos recebem também o nome (Vinícius de Morais)
de Sinédoque.
Pleonasmo: repetição da ideia, isto é, redundância
Sinédoque: significa a troca que ocorre por relação de semântica e sintática, divide-se em:
compreensão e que consiste no uso do todo, pela parte do a) Gramatical: com objetos direto ou indireto redundantes,
plural pelo singular, do gênero pela espécie, ou vice-versa. chamam-nos pleonásticos. Exemplos:
Exemplo: O mundo é violento. (= os homens) "Perdoo-te a ti, meu amor."
"O carro velho, eu o vendi ontem."
Perífrase: é a substituição de um nome por uma expressão
que facilita a sua identificação. b) Vicioso: deve ser evitado por não acrescentar
Exemplo: O país do futebol acredita no seu povo. (país do informação nova ao que já havia sido dito anteriormente.
futebol = Brasil) Exemplos: subir para cima; descer para baixo; repetir de novo;
hemorragia sanguínea; protagonista principal; monopólio
Figuras de Harmonia exclusivo.
São as que reproduzem os efeitos de repetição de sons, Ruptura
ou ainda quando se busca representa-los. São elas: Anacoluto: a construção do período deixa um ou mais
termos sem função sintática. Dê atenção especial porque o
Aliteração: repetição consonantal fonética (som da letra) anacoluto é parecido com o pleonasmo, ou melhor, na
geralmente no início da palavra. tentativa de um pleonasmo sintático, muitas vezes, acaba-se
Exemplo: “Sonhei que estava sonhando um sonho por criar a ruptura. Exemplo:
sonhado...” (Martinho da Vila) "Os meus vizinhos, não confio mais neles." - a função
sintática de os meus vizinhos é nula, não há; entretanto, se
Assonância: repetição da mesma vogal no decorrer de um houvesse preposição (Nos meus vizinhos, não confio mais
verso ou poema. Exemplo: neles), o termo seria objeto indireto, enquanto neles seria o
“Sou Ana, da cama objeto indireto pleonástico.
Da cana, fulana bacana
Sou Ana de Amsterdã.” (Chico Buarque) Inversão
Anástrofe: inversão sintática leve. Exemplos:
Paronomásia: reprodução de sons semelhantes através "Tão leve estou que já nem sombra tenho." (ordem
de palavras de significados diferentes. Exemplos: inversa) (Mário Quintana)
“Berro pelo aterro pelo desterro "Estou tão leve que já não tenho sombra." (ordem direta)
Berro por seu berro pelo seu erro
Quero que você ganhe que você me apanhe Hipálage: inversão de um adjetivo (uma qualidade que
Sou o bezerro gritando mamãe...” pertence a um é atribuída a outro substantivo). Exemplos:
(Caetano Veloso)
“A mulher degustava lânguida cigarrilha.”

Português 11
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APOSTILAS OPÇÃO

Lânguida = sensual, portanto lânguida é a mulher, e não a Paradoxo ou Oximoro: é mais que a aproximação
cigarrilha como faz supor. antitética; é a própria ideia que se contradiz. Exemplos:
"Em cada olho um grito castanho de ódio." (Dalton Trevisan) "O mito é o nada que é tudo." (Fernando Pessoa)
Castanhos são os olhos, e não o grito. "Mas tão certo quanto o erro de seu barco a motor é insistir
em usar remos."
Hipérbato: inversão complexa de termos da frase. (Legião Urbana)
Exemplos:
"Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas nas Apóstrofe: é a evocação, o chamamento. Identifica-se
cabeças pôr de rosas." (Camões) facilmente na função sintática do VOCATIVO. Exemplos:
“Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas de "Ó lindo mar verdejante,
rosas na cabeça.” tuas ondas entoam cantos,
Sínquise: há uma inversão violenta de distantes partes da és tu o dono reinante
oração. É um hipérbato "hiperbólico". Exemplos: das brancas marés espumantes..."
(Nel de Moraes)
“...entre vinhedo e sebe
corre uma linfa e ele no seu de faia
Perífrase: designação dos objetos, acidentes geográficos,
de ao pé do Alfeu Tarro escultado bebe.”
(Alberto de Oliveira) indivíduos e outros que não queremos simplesmente nomear.
“Uma linfa corre entre vinhedo e sebe, e ele bebe no seu Exemplos:
Tarro escultado, de faia, ao pé do Alfeu.” "Última Flor do Lácio4, inculta e bela,
és a um tempo esplendor e sepultura."
(Olavo Bilac)
Quiasmo: inversão de palavras que se repetem. Exemplos:
Cidade Luz [z: Paris)
"Tinha uma pedra no meio do meu caminho. / No meio do meu
Veneza Brasileira (= Recife)
caminho tinha uma pedra."
(G. D. Andrade) Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro)
Rei dos Animais (= leão)
Concordância Ideológica
Silepse: é a concordância feita pela ideia, e não através das Gradação: é uma sequência de palavras ou ideias que
prerrogativas das classes das palavras. São três: servem de intensificação numa sequência temporal. Ex.:
"Dissecou-a a tal ponto, e com tal arte, que ela, rota, baça,
a) De Gênero: masculino e feminino não concordam. Ex.: nojenta, vil."
(Raimundo Corrêa)
"A vítima era lindo e o carrasco estava temerosa quanto à
reação da população."
Ironia: consiste em dizer o oposto do que se pensa, com
Perceba que vítima e carrasco não receberam de seus
intenção sarcástica ou depreciativa. Exemplos:
adjetivos lindo e temerosa a 'atenção' devida, por quê? Isso se
"A excelente Dona lnácia era mestra na arte de judiar de
deve à ideia de que os substantivos sobrecomuns designam
criança." (Monteiro Lobato)
ambos os sexos, e não ambos os gêneros, portanto, por
"Dona Clotilde, o arcanjo do seu filho quebrou minhas
questões estilísticas, o autor do texto preferiu a ideia à regra
vidraças."
gramatical rígida que impõe que adjetivos concordem em
gênero com o substantivo, não em sexo.
Hipérbole: é a figura do exagero, a fim de proporcionar
uma imagem chocante ou emocionante. Exemplos:
b) De Número: singular e plural não concordam entre si.
"Rios te correrão dos olhos, se chorares!" (Olavo Bilac)
Ex.: "O esquadrão sobrevoaram o céu azul daquela manhã
"Existem mil maneiras de preparar Neston."
de verão."
Ocorre algo semelhante na silepse de número, apenas se
Eufemismo: Figura que atenua ideias desagradáveis ou
ressalve que nesses casos o 'desprezo' se dá quanto à
penosas. Exemplos:
concordância verbal, afinal, esquadrão é palavra de natureza
"E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
coletiva (coletivo de aviões) e, mais uma vez por questões
Deus lhe pague." (Chico Buarque)
estilísticas, o autor preferiu à regra, na qual se baseia a
Paz derradeira = morte
Gramática Normativa, o livre voar de suas ideias.
"Aquele homem de índole duvidosa apropriou-se (ladrão)
c) De Pessoa: sujeito e verbo não concordam entre si. Ex.:
indevidamente dos meus pertences." (roubou)
“A gente não sabemos escolher presidente.”
“A gente não sabemos tomar conta da gente."
(Ultraje a Rigor) Disfemismo: expressão grosseira em lugar de outra,
Nos casos de silepse de pessoa há, por parte do autor, uma suave, branda. Exemplo:
clara intromissão, característica do discurso indireto livre, “Você não passa de um porco ... um pobretão.”
quando, ao informar, o emissor se coloca como parte da ação.
Personificação ou Prosopopeia: Consiste em dar vida a
Figuras de Pensamento seres inanimados. Exemplos:
São recursos de linguagem que se referem ao aspecto "O vento beija meus cabelos
semântico, ou seja, ao significado dentro de um contexto. As ondas lambem minhas pernas
O sol abraça o meu corpo."
(Lulu Santos - Nelson Motta)
Antítese: é a aproximação de palavras de sentidos
contrários, antagônicos. Exemplos:
"Sob o sol respira o mar,
"Onde queres prazer, sou o que dói
dedilhando as ondas, belo olhar.
E onde queres tortura, mansidão
Faiscando espumas, lágrimas
Onde, queres um lar, Revolução
saúdam sereias amantes:
E onde queres bandido, sou herói."
(Caetano Veloso) Te escutam, te amam, te lambem."
(Nel de Moraes)

4 Flor do Lácio (= Língua Portuguesa)

Português 12
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APOSTILAS OPÇÃO

Reificação: consiste em 'coisificar' os seres humanos. 04. (Pref. de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala -
Exemplo: "Tia, já botei os candidatos na lista." FEPESE/2016) Analise as frases abaixo:

Lítotes: consiste em negar por afirmação ou vice-versa. 1. “Calções negros corriam, pulavam durante o jogo.”
Exemplos: 2. A mulher conquistou o seu lugar!
"Ela até que não é feia." -logo, é bonita! 3. Todo cais é uma saudade de pedra.
"Você está exagerando. Não subestime a sua inteligência." 4. Os microfones foram implacáveis com os novos artistas.
- porque ela é inteligente.
Assinale a alternativa que corresponde correta e
Questões sequencialmente às figuras de linguagem apresentadas:
(A) metáfora, metonímia, metáfora, metonímia
01. (IF/PA - Assistente em Administração - FUNRIO/2016) (B) metonímia, metonímia, metáfora, metáfora
“Quero um poema ainda não pensado, / que inquiete as marés (C) metonímia, metonímia, metáfora, metonímia
de silêncio da palavra ainda não escrita nem pronunciada, / (D) metonímia, metáfora, metonímia, metáfora
que vergue o ferruginoso canto do oceano / e reviva a ruína (E) metáfora, metáfora, metonímia, metáfora
que são as poças d’água. / Quero um poema para vingar minha
insônia.” (Olga Savary, “Insônia”) 05. (COMLURB - Técnico de Segurança do Trabalho -
IBFC/2016) Leia o poema abaixo e assinale a alternativa que
Nesses versos finais do poema, encontramos as seguintes indica a figura de linguagem presente no texto:
figuras de linguagem:
(A) silepse e zeugma Amor é fogo que arde sem se ver
(B) eufemismo e ironia. Amor é fogo que arde sem se ver;
(C) prosopopeia e metáfora. É ferida que dói e não se sente;
(D) aliteração e polissíndeto. É um contentamento descontente;
(E) anástrofe e aposiopese. É dor que desatina sem doer;
(Camões)
02. (IF/PA - Auxiliar em Administração - FUNRIO/2016)
“Eu sou de lá / Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar / Eu (A) Onomatopeia
sou de lá / Terra morena que eu amo tanto, meu Pará.” (Pe. Fábio (B) Metáfora
de Melo, “Eu Sou de Lá”) (C) Personificação
(D) Pleonasmo
Nesse trecho da canção gravada por Fafá de Belém,
encontramos a seguinte figura de linguagem: Respostas
(A) antítese. 01.C / 02.D / 03.A / 04.C / 05.B
(B) eufemismo.
(C) ironia CLASSES DE PALAVRAS
(D) metáfora
(E) silepse. Em Classes de Palavras, estudaremos artigo, substantivo,
adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição,
03. (Pref. de Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem interjeição e conjunção. E dentro de cada uma, abordaremos
- IDHTEC/2016) seu emprego e quando houver, sua flexão.

MAMÃ NEGRA (Canto de esperança) Artigo


Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama
de carne e sangue Que a Vida escreveu com a pena dos séculos! É a palavra que acompanha o substantivo, indicando-lhe o
Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da gênero e o número, determinando-o ou generalizando-o. Os
ternura ninadas do teu leite alimentadas de bondade e poesia artigos podem ser:
de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras Definidos: o, a, os, as; determinam os substantivos, trata de
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias um ser já conhecido; denota familiaridade: “A grande reforma
semoventes, coisas várias, mais são filhos da desgraça: a do ensino superior é a reforma do ensino fundamental e do
enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos médio.”
teus olhos, minha Mãe Vejo oceanos de dor Claridades de sol- Indefinidos: um, uma, uns, umas; Trata-se de um ser
posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo! ...) mas desconhecido, dá ao substantivo valor vago: “...foi chegando
vejo também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende um caboclinho magro, com uma taquara na mão.” (A. Lima)
demoniacamente tentadora - como a Certeza... cintilantemente
firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, Usa-se o artigo definido:
formando, anunciando - o dia da humanidade. - com a palavra ambos: falou-nos que ambos os culpados
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império) foram punidos.
- com nomes próprios geográficos de estado, país, oceano,
O poema, Mamã Negra: montanha, rio, lago: o Brasil, o rio Amazonas, a Argentina, o
(A) É uma metáfora para a pátria sendo referência de um oceano Pacífico. Ex.: Conheço o Canadá mas não conheço
país africano que foi colonizado e teve sua população Brasília.
escravizada. - depois de todos/todas + numeral + substantivo: Todos
(B) É um vocativo e clama pelos efeitos negativos da os vinte atletas participarão do campeonato.
escravização dos povos africanos. - com o superlativo relativo: Mariane escolheu as mais
(C) É a referência resumida a todo o povo que compõe um lindas flores da floricultura.
país libertado depois de séculos de escravidão. - com a palavra outro, com sentido determinado: Marcelo
(D) É o sofrimento que acometeu todo o povo que ficou na tem dois amigos: Rui é alto e lindo, o outro é atlético e
terra e teve seus filhos levados pelo colonizador. simpático.
(E) É a figura do colonizador que mesmo exercendo o - antes dos nomes das quatro estações do ano: Depois da
poder por meio da opressão foi “ninado “ela Mamã Negra. primavera vem o verão.

Português 13
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APOSTILAS OPÇÃO

- com expressões de peso e medida: O álcool custa um real 02. (IF/AP – Auxiliar em Administração –
o litro. (=cada litro) FUNIVERSA/2016)

Não se usa o artigo definido:


- antes de pronomes de tratamento iniciados por
possessivos: Vossa Excelência, Vossa Senhoria. Ex.: Vossa
Alteza estará presente ao debate?
- antes de nomes de meses: O campeonato aconteceu em
maio de 2002.
- alguns nomes de países, como Espanha, França,
Inglaterra, Itália podem ser construídos sem o artigo,
principalmente quando regidos de preposição. Ex.: “Viveu
muito tempo em Espanha.”
- antes de todos / todas + numeral: Eles são, todos
quatro, amigos de João Luís e Laurinha.
- antes de palavras que designam matéria de estudo,
empregadas com os verbos: aprender, estudar, cursar,
ensinar. Ex.: Estudo Inglês e Cristiane estuda Francês.

O uso do artigo é facultativo:


- antes do pronome possessivo: Sua / A sua incompetência
é irritante.
- antes de nomes próprios de pessoas: Você já visitou
Internet: <http://educacaoepraxis.blogspot.com.br>.
Luciana / a Luciana?
- “Daqui para a frente, tudo vai ser diferente.” (Para a
No segundo quadrinho, correspondem, respectivamente, a
frente: exige a preposição)
substantivo, pronome, artigo e advérbio:
(A) “guerra”, “o”, “a” e “por que”.
Formas combinadas do artigo definido: Preposição + o = ao
(B) “mundo”, “a”, “o” e “lá”.
/ de + o, a = do, da / em + o, a = no, na / por + o, a = pelo, pela.
(C) “quando”, “por que”, “e” e “lá”.
(D) “por que”, “não”, “a” e “quando”.
Usa-se o artigo indefinido:
(E) “guerra”, “quando”, “a” e “não”.
- para indicar aproximação numérica: Nicole devia ter uns
oito anos.
03. (SESAP/RN - Técnico em Enfermagem -
- antes dos nomes de partes do corpo ou de objetos em
COMPERVE/2018)
pares: Usava umas calças largas e umas botas longas.
- em linguagem coloquial, com valor intensivo: Rafaela é
Nas décadas subsequentes, vários estudos
uma meiguice só.
correlacionaram os hábitos dos pacientes como fatores de
- para comparar alguém com um personagem célebre: Luís
risco para doenças cardiovasculares. Sedentarismo,
August é um Rui Barbosa.
tabagismo, obesidade, entre outros, aumentam drasticamente
as chances de enfarte.
O artigo indefinido não é usado:
- em expressões de quantidade: pessoa, porção, parte,
Com relação à quantidade de artigos no trecho, há
gente, quantidade. Ex.: Reservou para todos boa parte do lucro.
(A) cinco.
- com adjetivos como: escasso, excessivo, suficiente. Ex.:
(B) três.
Não há suficiente espaço para todos.
(C) quatro.
- com substantivo que denota espécie. Ex.: Cão que ladra
(D) dois.
não morde.
04. (Prefeitura Tanguá/RJ - Técnico de Enfermagem -
Formas combinadas do artigo indefinido: Preposição de e
MS Concursos/2017) Considere as afirmações sobre artigo e
em + um, uma = num, numa, dum, duma.
numeral e assinale a alternativa correta:
I - Algumas palavras que atendem o substantivo, como um,
O artigo (o, a, um, uma) anteposto a qualquer palavra
em “um dia”, podem modificar-lhe o sentido. Podemos
transforma-a em substantivo. O ato literário é o conjunto do
entender a expressão como “um dia qualquer” e também como
ler e do escrever.
“um único dia.” Na primeira situação, a palavra um é artigo; na
segunda, um é numeral.
Questões
II - Artigo é a palavra que antecede o substantivo,
definindo-o ou indefinindo-o. Numeral é a palavra que
01. (Banestes - Analista Econômico Financeiro - Gestão
expressa quantidade exata de pessoas ou coisas, ou lugar que
Contábil - FGV/2018) A frase abaixo em que o emprego do
elas ocupam numa determinada sequência.
artigo mostra inadequação é:
III - Os numerais classificam-se em: cardinais (designam
(A) Todas as coisas que hoje se creem antiquíssimas já
uma quantidade de seres); ordinais (indicam série, ordem,
foram novas;
posição); multiplicativos (expressam aumento proporcional a
(B) Cuidado com todas as coisas que requeiram roupas
um múltiplo da unidade); fracionários (denotam diminuição
novas;
proporcional a divisões, frações da unidade).
(C) Todos os bons pensamentos estão presentes no
IV - O numeral pode referir-se a um substantivo ou
mundo, só falta aplicá-los;
substituí-lo; no primeiro caso, é numeral substantivo; no
(D) Em toda a separação existe uma imagem da morte;
segundo, numeral adjetivo.
(E) Alegria de amor dura apenas um instante, mas
sofrimento de amor dura toda a vida.
(A) Apenas II, III e IV estão corretas.
(B) Apenas I, III e IV estão corretas.

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APOSTILAS OPÇÃO

(C) Apenas I, II e III estão corretas. Substantivos Uniformes


(D) Apenas I, II e IV estão corretas. - Epicenos: designam certos animais e têm um só gênero,
quer se refiram ao macho ou à fêmea. – jacaré macho ou fêmea
Gabarito / a cobra macho ou fêmea.
- Comuns de dois gêneros: apenas uma forma e designam
01.D / 02.E / 03.C / 04.C indivíduos dos dois sexos. São masculinos ou femininos. A
indicação do sexo é feita com uso do artigo masculino ou
Substantivo feminino: o, a intérprete / o, a colega / o, a médium / o, a
pianista.
É a palavra que dá nomes aos seres. Inclui os nomes de - Sobrecomuns: designam pessoas e têm um só gênero
pessoas, de lugares, coisas, entes de natureza espiritual ou para homem ou a mulher: a criança (menino, menina) / a
mitológica: vegetação, sereia, cidade, anjo, árvore, respeito, testemunha (homem, mulher) / o cônjuge (marido, mulher).
criança.
Alguns substantivos que mudam de sentido, quando se
Classificação troca o gênero:
- Comuns: nomeiam os seres da mesma espécie. Ex.: o lotação (veículo) - a lotação (efeito de lotar);
menina, piano, estrela, rio, animal, árvore. o capital (dinheiro) - a capital (cidade);
- Próprios: referem-se a um ser em particular. Ex.: Brasil, o cabeça (chefe, líder) - a cabeça (parte do corpo);
América do Norte, Deus, Paulo, Lucélia. o guia (acompanhante) - a guia (documentação).
- Concretos: são aqueles que têm existência própria; são
independentes; reais ou imaginários. Ex.: mãe, mar, água, anjo, São masculinos: o eclipse, o dó, o dengue (manha), o
alma, Deus, vento, saci. champanha, o soprano, o clã, o alvará, o sanduíche, o clarinete,
- Abstrato: são os que não têm existência própria; depende o Hosana, o espécime, o guaraná, o diabete ou diabetes, o tapa,
sempre de um ser para existir. Designam qualidades, o lança-perfume, o praça (soldado raso), o pernoite, o
sentimentos, ações, estados dos seres: dor, doença, amor, fé, formicida, o herpes, o sósia, o telefonema, o saca-rolha, o
beijo, abraço, juventude, covardia. Ex.: É necessário alguém ser plasma, o estigma.
ou estar triste para a tristeza manifestar-se.
São femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a aluvião, a
Formação análise, a cal, a gênese, a entorse, a faringe, a cólera (doença),
- Simples: são aqueles formados por apenas um radical: a cataplasma, a pane, a mascote, a libido (desejo sexual), a rês,
chuva, tempo, sol, guarda. a sentinela, a sucuri, a usucapião, a omelete, a hortelã, a fama,
- Compostos: são os que são formados por mais de dois a Xerox, a aguardente.
radicais: guarda-chuva, girassol, água-de-colônia.
- Primitivos: são os que não derivam de outras palavras; Número (plural/singular)
vieram primeiro, deram origem a outras palavras. Ex.: ferro, Acrescentam-se:
Pedro, mês, queijo. - S – aos substantivos terminados em vogal ou ditongo:
- Derivados: são formados de outra palavra já existente; povo, povos / feira, feiras / série, séries.
vieram depois. Ex.: ferradura, pedreiro, mesada, requeijão. - S – aos substantivos terminados em N: líquen, liquens /
- Coletivos: os substantivos comuns que, mesmo no abdômen, abdomens / hífen, hífens. Também: líquenes,
singular, designam um conjunto de seres de uma mesma abdômenes, hífenes.
espécie. Ex.: - ES – aos substantivos terminados em R, S, Z: cartaz,
cartazes / motor, motores / mês, meses. Alguns terminados em
Álbum de fotografias Colmeia de abelhas R mudam sua sílaba tônica, no plural: júnior, juniores / caráter,
de bispos em caracteres / sênior, seniores.
Alcateia de lobos Concílio
assembleia - IS – aos substantivos terminados em al, el, ol, ul: jornal,
de textos jornais / sol, sóis / túnel, túneis / mel, meles, méis. Exceções:
Antologia Conclave de cardeais
escolhidos
mal, males / cônsul, cônsules / real, réis.
Arquipélago ilhas Cordilheira de montanhas
- ÃO – aos substantivos terminados em ão, acrescenta S:
cidadão, cidadãos / irmão, irmãos / mão, mãos.
Reflexão do Substantivo
Os substantivos apresentam variações ou flexões de gênero
Trocam-se:
(masculino/feminino), de número (plural/singular) e de grau
- ão por ões: botão, botões / limão, limões / portão, portões
(aumentativo/diminutivo). / mamão, mamões.
- ão por ãe: pão, pães / charlatão, charlatães / alemão,
Gênero (masculino/feminino) alemães / cão, cães.
Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino e
- il por is (oxítonas): funil, funis / fuzil, fuzis / canil, canis /
feminino. A regra para a flexão do gênero é a troca de o por a,
pernil, pernis.
ou o acréscimo da vogal a, no final da palavra: mestre, mestra.
- por eis (paroxítonas): fóssil, fósseis / réptil, répteis /
projétil, projéteis.
Formação do Feminino
- m por ns: nuvem, nuvens / som, sons / vintém, vinténs /
O feminino se realiza de três modos:
atum, atuns.
- Flexionando-se o substantivo masculino: filho, filha /
- zito, zinho - 1º coloca-se o substantivo no plural: balão,
mestre, mestra / leão, leoa;
balões. 2º elimina-se o S + zinhos.
- Acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou um
Balão – balões – balões + zinhos: balõezinhos.
sufixo feminino: autor, autora / deus, deusa / cônsul,
Papel – papéis – papel + zinhos: papeizinhos.
consulesa / cantor, cantora / reitor, reitora.
Cão – cães - cãe + zitos: Cãezitos.
- Utilizando-se uma palavra feminina com radical
diferente: pai, mãe / homem, mulher / boi, vaca / carneiro, Alguns substantivos terminados em X são invariáveis
ovelha / cavalo, égua. (valor fonético = cs): os tórax, os tórax / o ônix, os ônix / a fênix,
as fênix / uma Xerox, duas Xerox / um fax, dois fax.

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APOSTILAS OPÇÃO

Substantivos terminados em ÃO com mais de uma forma Os dois elementos, vão para o plural:
no plural:
aldeão, aldeões, aldeãos; - substantivo + substantivo: decreto-lei = decretos-leis /
verão, verões, verãos; abelha-mestra = abelhas-mestras / tia-avó = tias-avós /
anão, anões, anãos; tenente-coronel = tenentes-coronéis / redator-chefe =
guardião, guardiões, guardiães; redatores-chefes.
corrimão, corrimãos, corrimões; - substantivo + adjetivo: amor-perfeito = amores-
ancião, anciões, anciães, anciãos; perfeitos / capitão-mor = capitães-mores / carro-forte =
ermitão, ermitões, ermitães, ermitãos. carros-fortes / obra-prima = obras-primas / cachorro-quente
= cachorros-quentes.
Metafonia - apresentam o “o” tônico fechado no singular e - adjetivo + substantivo: boa-vida = boas-vidas / curta-
aberto no plural: caroço (ô), caroços (ó) / imposto (ô), metragem = curtas-metragens / má-língua = más-línguas /
impostos (ó). - numeral ordinal + substantivo: segunda-feira =
segundas-feiras / quinta-feira = quintas-feiras.
Substantivos que mudam de sentido quando usados no
plural: Fez bem a todos (alegria); Houve separação de bens. Composto com a palavra guarda só vai para o plural se
(Patrimônio); Conferiu a féria do dia. (Salário); As férias foram for pessoa: guarda-noturno = guardas-noturnos / guarda-
maravilhosas. (Descanso). florestal = guardas-florestais / guarda-civil = guardas-civis /
guarda-marinha = guardas-marinha.
Substantivos empregados somente no plural: Arredores,
belas-artes, bodas (ô), condolências, cócegas, costas, exéquias, Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas
férias, olheiras, fezes, núpcias, óculos, parabéns, pêsames, / os Oliveiras / os Picassos / os Mozarts / os Kennedys / os
viveres, idos, afazeres, algemas. Silvas.

Plural dos Substantivos Compostos Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo: CDs /
DVDs / ONGs / PMs / Ufirs.
Somente o segundo (ou último) elemento vai para o plural:
Grau (aumentativo/diminutivo)
- palavra unida sem hífen: pontapé = pontapés / girassol Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir
= girassóis / autopeça = autopeças. intensidade, exagero ou diminuição. A essas modificações é
- verbo + substantivo: saca-rolha = saca-rolhas / arranha- que damos o nome de grau do substantivo. Os graus
céu = arranha-céus / bate-bola = bate-bolas / guarda-roupa = aumentativos e diminutivos são formados por dois processos:
guarda-roupas / guarda-sol = guarda-sóis / vale-refeição =
vale-refeições. - Sintético: com o acréscimo de um sufixo aumentativo ou
- elemento invariável + palavra variável: sempre-viva = diminutivo: peixe – peixão; peixe-peixinho; sufixo inho ou
sempre-vivas / abaixo-assinado = abaixo-assinados / recém- isinho.
nascido = recém-nascidos / ex-marido = ex-maridos / auto-
escola = auto-escolas. - Analítico: formado com palavras de aumento: grande,
- palavras repetidas: o reco-reco = os reco-recos / o tico- enorme, imensa, gigantesca (obra imensa / lucro enorme /
tico = os tico-ticos / o corre-corre = os corre-corres. carro grande / prédio gigantesco); e formado com as palavras
- substantivo composto de três ou mais elementos não de diminuição (diminuto, pequeno, minúscula, casa pequena,
ligados por preposição: o bem-me-quer = os bem-me-queres / peça minúscula, saia diminuta).
o bem-te-vi = os bem-te-vis / o sem-terra = os sem-terra / o
fora-da-lei = os fora-da-lei / o João-ninguém = os joões-ninguém - Sem falar em aumentativo e diminutivo alguns
/ o ponto-e-vírgula = os ponto e vírgulas / o bumba meu boi = substantivos exprimem também desprezo, crítica, indiferença
os bumba meu bois. em relação a certas pessoas e objetos: gentalha, mulherengo,
- quando o primeiro elemento for: grão, grã (grande), bel: narigão, gentinha, coisinha, povinho, livreco.
grão-duque = grão-duques / grã-cruz = grã-cruzes / bel-prazer - Já alguns diminutivos dão ideia de afetividade: filhinho,
= bel-prazeres. Toninho, mãezinha.
- Em consequência do dinamismo da língua, alguns
Somente o primeiro elemento vai para o plural: substantivos no grau diminutivo e aumentativo adquiriram
um significado novo: portão, cartão, fogão, cartilha, folhinha
- substantivo + preposição + substantivo: água de colônia (calendário).
= águas-de-colônia / mula-sem-cabeça = mulas-sem-cabeça / - As palavras proparoxítonas e as palavras terminadas em
pão-de-ló = pães-de-ló / sinal-da-cruz = sinais-da-cruz. sílabas nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica recebem o sufixo
- quando o segundo elemento limita o primeiro ou dá zinho(a): lâmpada (proparoxítona) = lampadazinha; irmão
ideia de tipo, finalidade: samba-enredo = sambas-enredo / (sílaba nasal) = irmãozinho; herói (ditongo) = heroizinho; baú
pombo-correio = pombos-correio / salário-família = salários- (hiato) = bauzinho; café (voga tônica) = cafezinho.
família / banana-maçã = bananas-maçã / vale-refeição = vales- - As palavras terminadas em s ou z, ou em uma dessas
refeição (vale = ter valor de, substantivo+especificador) consoantes seguidas de vogal recebem o sufixo inho: país =
paisinho; rapaz = rapazinho; rosa = rosinha; beleza =
Os dois elementos ficam invariáveis quando houver: belezinha.
- Há ainda aumentativos e diminutivos formados por
- verbo + advérbio: o ganha-pouco = os ganha-pouco / o prefixação: minissaia, maxissaia, supermercado,
cola-tudo = os cola-tudo / o bota-fora = os bota-fora minicalculadora.
- os compostos de verbos de sentido oposto: o entra-e-sai
= os entra-e-sai / o leva-e-traz = os leva-e-traz / o vai-e-volta Questões
= os vai-e-volta.
01. Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da
mesma forma que “balão” e “caneta-tinteiro”:

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APOSTILAS OPÇÃO

(A) vulcão, abaixo-assinado; japonês (China e Japão); Américo-francês; luso-brasileira;


(B) irmão, salário-família; nipo-argentina (Japão e Argentina); teuto-argentinos
(C) questão, manga-rosa; (alemão).
(D) bênção, papel-moeda;
(E) razão, guarda-chuva. Locução Adjetiva: é a expressão que tem o mesmo valor
de um adjetivo. É formada por preposição + um substantivo.
02. Assinale a alternativa em que está correta a formação Vejamos algumas locuções adjetivas:
do plural:
(A) cadáver – cadáveis; Angelical de anjo Etário de idade
(B) gavião – gaviães; Abdominal de abdômen Fabril de fábrica
(C) fuzil – fuzíveis; Apícola de abelha Filatélico de selos
(D) mal – maus; Aquilino de águia Urbano da cidade
(E) atlas – os atlas.
Flexões do Adjetivo
03. A palavra livro é um substantivo Como palavra variável, sofre flexões de gênero, número e
(A) próprio, concreto, primitivo e simples. grau:
(B) comum, abstrato, derivado e composto.
(C) comum, abstrato, primitivo e simples. Gênero
(D) comum, concreto, primitivo e simples.
- uniformes: têm forma única para o masculino e o
04. Assinale a alternativa em que todos os substantivos são feminino. Funcionário incompetente = funcionária
masculinos: incompetente.
(A) enigma – idioma – cal; - biformes: troca-se a vogal “o” pela vogal “a” ou com o
(B) pianista – presidente – planta; acréscimo da vogal “a” no final da palavra: ator famoso = atriz
(C) champanha – dó(pena) – telefonema; famosa / jogador brasileiro = jogadora brasileira.
(D) estudante – cal – alface;
(E) edema – diabete – alface. Os adjetivos compostos recebem a flexão feminina apenas
no segundo elemento: sociedade luso-brasileira / festa cívico-
05. Sabendo-se que há substantivos que no masculino têm religiosa / são – sã.
um significado; e no feminino têm outro, diferente. Marque a Às vezes, os adjetivos são empregados como substantivos
alternativa em que há um substantivo que não corresponde ao ou como advérbios: Agia como um ingênuo. (adjetivo como
seu significado: substantivo: acompanha um artigo). A cerveja que desce
(A) O capital = dinheiro; redondo. (adjetivo como advérbio: redondamente).
A capital = cidade principal;
(B) O grama = unidade de medida; Número
A grama = vegetação rasteira;
(C) O rádio = aparelho transmissor; O plural dos adjetivos simples flexiona de acordo com o
A rádio = estação geradora; substantivo a que se referem: menino chorão = meninos
(D) O cabeça = o chefe; chorões / garota sensível = garotas sensíveis.
A cabeça = parte do corpo;
(E) A cura = o médico. - quando os dois elementos formadores são adjetivos, só o
O cura = ato de curar. segundo vai para o plural: questões político-partidárias, olhos
castanho-claros, senadores democrata-cristãos.
Gabarito - composto formado de adjetivo + substantivo referindo-se
a cores, o adjetivo cor e o substantivo permanecem invariáveis,
01.C / 02.E / 03.D / 04.C / 05.E não vão para o plural: terno azul-petróleo = ternos azul-
petróleo (adjetivo azul, substantivo petróleo); saia amarelo-
Adjetivo canário = saias amarelo-canário (adjetivo, amarelo;
substantivo canário).
É a palavra variável em gênero, número e grau que - as locuções adjetivas formadas de cor + de + substantivo,
modifica um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade, ficam invariáveis: papel cor-de-rosa = papéis cor-de-rosa /
estado, ou modo de ser: laranjeira florida; céu azul; mau tempo. olho cor-de-mel = olhos cor-de-mel.
Os adjetivos classificam-se em: - são invariáveis os adjetivos raios ultravioleta / alegrias
- simples: apresentam um único radical, uma única palavra sem-par, piadas sem-sal.
em sua estrutura: alegre, medroso, simpático.
- compostos: apresentam mais de um radical, mais de duas Grau
palavras em sua estrutura: estrelas azul-claras; sapatos
marrom-escuros. O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades
- primitivos: são os que vieram primeiro; dão origem a dos seres. O adjetivo apresenta duas variações de grau:
outras palavras: atual, livre, triste, amarelo, brando. comparativo e superlativo.
- derivados: são aqueles formados por derivação, vieram
depois dos primitivos: amarelado, ilegal, infeliz, O grau comparativo é usado para comparar uma
desconfortável. qualidade entre dois ou mais seres, ou duas ou mais
- pátrios: indicam procedência ou nacionalidade, referem- qualidades de um mesmo ser. Pode ser de igualdade, de
se a cidades, estados, países. Amapá: amapaense; Amazonas: superioridade e de inferioridade:
amazonense ou baré; Anápolis: anapolino; Angra dos Reis:
angrense; Aracajú: aracajuano ou aracajuense; Bahia: baiano. - de igualdade: iguala duas coisas ou duas pessoas: Sou
tão alto quão / quanto / como você. (As duas pessoas têm a
Pode-se utilizar os adjetivos pátrios compostos, como: mesma altura)
afro-brasileiro; Anglo-americano, franco-italiano, sino-

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APOSTILAS OPÇÃO

- de superioridade: iguala duas pessoas / coisas sendo que (D) “Adoro a humanidade. O que não suporto são as
uma é mais do que a outra: Minha amiga Manu é mais pessoas”. / insuportável
elegante do que / que eu. (Das duas, a Manu é mais) Podem (E) “Com o tempo não vamos ficando sozinhos apenas
ser: pelos que se foram: vamos ficando sozinhos uns dos outros”. /
Analítico: mais bom / mais mau / mais grande / mais falecidos
pequeno: O salário é mais pequeno do que / que justo (salário
pequeno e justo). Quando comparamos duas qualidades de um 02. (SEPOG/RO - Técnico em Tecnologia da Informação
mesmo ser, podemos usar as formas: mais grande, mais mau, e Comunicação - FGV/2018) Temos uma notícia triste: o
mais bom, mais pequeno. coração não é o órgão do amor! Ao contrário do que dizem, não
Sintético: bom, melhor / mau, pior / grande, maior / é ali que moram os sentimentos. Puxa, para que serve ele,
pequeno, menor: Esta sala é melhor do que / que aquela. afinal? Calma, não jogue o coração para escanteio, ele é
superimportante. “É um órgão vital. É dele a função de
- de inferioridade: um elemento é menor do que outro: bombear sangue para todas as células de nosso corpo”, explica
Somos menos passivos do que / que tolerantes. Sérgio Jardim, cardiologista do Hospital do Coração.
O coração é um músculo oco, por onde passa o sangue, e
O grau superlativo apresenta característica intensificada. tem dois sistemas de bombeamento independentes. Com essas
Pode ser absoluto ou relativo: “bombas” ele recebe o sangue das veias e lança para as
artérias. Para isso contrai e relaxa, diminuindo e aumentando
- Absoluto: atribuída a um só ser; de forma absoluta. Pode de tamanho. E o que tem a ver com o amor? “Ele realmente
ser: bate mais rápido quando uma pessoa está apaixonada. O corpo
Analítico: advérbio de intensidade muito, intensamente, libera adrenalina, aumentando os batimentos cardíacos e a
bastante, extremamente, excepcionalmente + adjetivo (Nicola é pressão arterial”.
extremamente simpático). (O Estado de São Paulo, 09/06/2012, caderno suplementar, p. 6)
Sintético: adjetivo + issimo, imo, ílimo, érrimo (Minha
comadre Mariinha é agradabilíssima). Nas frases “ele é superimportante” e “Ele realmente bate
mais rápido quando uma pessoa está apaixonada”, há dois
- o sufixo -érrimo é restrito aos adjetivos latinos exemplos de variação de grau.
terminados em r; pauper (pobre) = paupérrimo; macer
(magro) = macérrimo; Sobre essas variações, assinale a afirmativa correta.
- forma popular: radical do adjetivo português + íssimo (A) Apenas na primeira frase há uma variação de grau de
(pobríssimo); adjetivo.
- adjetivos terminados em vel + bilíssimo: amável = (B) Nas duas ocorrências ocorre o superlativo de adjetivos.
amabilíssimo; (C) Apenas na segunda ocorrência ocorre o grau
- adjetivos terminados em eio formam o superlativo comparativo do adjetivo.
apenas com i: feio = feíssimo / cheio = cheíssimo. (D) Na primeira ocorrência, a variação de grau ocorre por
- os adjetivos terminados em io forma o superlativo em meio de um sufixo.
iíssimo: sério = seriíssimo / necessário = necessariíssimo / (E) Apenas na primeira frase há variação de grau.
frio = friíssimo.
03. (Banestes - Técnico Bancário - FGV/2018) O
Usa-se também, no superlativo: adjetivo ilimitado corresponde à locução “sem limites”; a
locução com igual estrutura que NÃO corresponde ao adjetivo
- prefixos: maxinflação / hipermercado / abaixo destacado é:
ultrassonografia / supersimpática. (A) Os turistas ficaram inertes durante a ação policial /
- expressões: suja à beça / pra lá de sério / duro que nem sem ação;
sola / podre de rico / linda de morrer / magro de dar pena. (B) O turista incauto ficou assustado com a ação policial /
- adjetivos repetidos: fofinho, fofinho (=fofíssimo) / sem cautela;
linda, linda (=lindíssima). (C) O vocalista da banda saiu ileso do acidente / sem
- diminutivo ou aumentativo: cheinha / pequenininha / ferimento;
grandalhão / gostosão / bonitão. (D) O presidente da Coreia passou incógnito pela França /
- linguagem informal, sufixo érrimo, em vez de íssimo: sem ser percebido;
chiquérrimo, chiquetérrimo, elegantérrimo. (E) O novo livro do autor estava ainda inédito / sem editor.

- Relativo: ressalta a qualidade de um ser entre muitos, 04. (Banestes - Analista Econômico Financeiro - Gestão
com a mesma qualidade. Pode ser: Contábil - FGV/2018) Na escrita, pode-se optar
De Superioridade: Wilma é a mais prendada de todas as frequentemente entre uma construção de substantivo +
suas amigas. (Ela é a mais de todas) locução adjetiva ou substantivo + adjetivo (esportes da água =
De Inferioridade: Paulo César é o menos tímido dos filhos. esportes aquáticos).

Questões O termo abaixo sublinhado que NÃO pode ser substituído


por um adjetivo é:
01. (COMPESA - Analista de Gestão - Advogado - FGV) A (A) A indústria causou a poluição do rio;
substituição da oração adjetiva por um adjetivo de valor (B) As águas do rio ficaram poluídas;
equivalente está feita de forma inadequada em: (C) As margens do rio estão cheias de lama;
(A) “Quando você elimina o impossível, o que sobra, por (D) Os turistas se encantam com a imagem do rio;
mais improvável que pareça, só pode ser a verdade”. / restante (E) Os peixes do rio são bem saborosos.
(B) “Sábio é aquele que conhece os limites da própria
ignorância”. / consciente dos limites da própria ignorância. 05. (Pref. Paulínia/SP - Engenheiro Agrônomo -
(C) “A única coisa que vem sem esforço é a idade”. / FGV/2016) “O povo, ingênuo e sem fé das verdades, quer ao
indiferente menos crer na fábula, e pouco apreço dá às demonstrações
científicas.” (Machado de Assis)

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APOSTILAS OPÇÃO

No fragmento acima, os dois adjetivos sublinhados - os numerais ordinais variam em gênero: Marcela foi a
possuem, respectivamente, os valores de nona colocada no vestibular.
(A) qualidade e estado. - os numerais multiplicativos, quando usados com o valor
(B) estado e relação. de substantivos, são Invariáveis: A minha nota é o triplo da sua.
(C) relação e característica. (Triplo – valor de substantivo)
(D) característica e qualidade. - quando usados com valor de adjetivo, apresentam flexão
(E) qualidade e relação. de gênero: Eu fiz duas apostas triplas na loto fácil. (Triplas
valor de adjetivo)
Gabarito - os numerais fracionários concordam com os cardinais
que indicam o número das partes: Dois terços dos alunos foram
01.C / 02.A / 03.E / 04.A / 05.E contemplados.
- o fracionário meio concorda em gênero e número com o
Numeral substantivo no qual se refere: O início do concurso será meio-
dia e meia. (Hora) / Usou apenas meias palavras.
Os numerais exprimem quantidade, posição em uma série,
multiplicação e divisão. Daí a sua classificação, Número
respectivamente, em: - os numerais cardinais milhão, bilhão, trilhão, e outros,
variam em número: Venderam um milhão de ingressos para a
- Cardinal - indica número, quantidade: um, dois, três, festa do peão. / Somos 180 milhões de brasileiros.
quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, - os numerais ordinais variam em número: As segundas
catorze ou quatorze, quinze, dezesseis, vinte..., trinta..., cem..., colocadas disputarão o campeonato.
duzentos..., oitocentos..., novecentos..., mil. - os numerais multiplicativos são invariáveis quando
usados com valor de substantivo: Minha dívida é o dobro da
- Ordinal - indica ordem ou posição: primeiro, segundo, sua. (Valor de substantivo – invariável)
terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, - os numerais multiplicativos variam quando usados como
décimo primeiro, vigésimo..., trigésimo..., quingentésimo..., adjetivos: Fizemos duas apostas triplas. (Valor de adjetivo –
sexcentésimo..., septingentésimo..., octingentésimo..., variável)
nongentésimo..., milésimo. - os numerais fracionários variam em número,
concordando com os cardinais que indicam números das
- Fracionário - indica uma fração ou divisão: meia, metade, partes.
terço, quarto, décimo, onze avos, doze avos, vinte avos..., trinta - Um quarto de litro equivale a 250 ml; três quartos
avos..., centésimo..., ducentésimo..., trecentésimo..., milésimo. equivalem a 750 ml.

- Multiplicativo - indica a multiplicação de um número: Grau


dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, Na linguagem coloquial é comum a flexão de grau dos
nônuplo, décuplo, undécuplo, duodécuplo, cêntuplo. numerais: Já lhe disse isso mil vezes. / Aquele quarentão é um
“gato”! / Morri com cincão para a “vaquinha”, lá da escola.
Os numerais que indicam conjunto de elementos de
quantidade exata são os coletivos: Emprego dos Numerais
- para designar séculos, reis, papas, capítulos, cantos (na
BIMESTRE: período de dois meses poesia épica), empregam-se: os ordinais até décimo: João Paulo
CENTENÁRIO: período de cem anos II (segundo), Canto X (décimo), Luís IX (nono); os cardinais
DECÁLOGO: conjunto de dez leis para os demais: Papa Bento XVI (dezesseis), Século XXI (vinte
DECÚRIA: período de dez anos e um).
DEZENA: conjunto de dez coisas - se o numeral vier antes do substantivo, usa-se o ordinal.
LUSTRO: período de cinco anos O XX século foi de descobertas científicas. (vigésimo século)
MILÊNIO: período de mil anos
- com referência ao primeiro dia do mês, usa-se o numeral
MILHAR: conjunto de mil coisas
ordinal: O pagamento do pessoal será sempre no dia primeiro.
NOVENA: período de nove dias
QUARENTENA: período de quarenta dias - na enumeração de leis, decretos, artigos, circulares,
QUINQUÊNIO: período de cinco anos portarias e outros textos oficiais, emprega-se o numeral
RESMA: quinhentas folhas de papel ordinal até o nono: O diretor leu pausadamente a portaria 8ª
SEMESTRE: período de seis meses (portaria oitava); emprega-se o numeral cardinal, a partir de
TRIÊNIO: período de três anos dez: O artigo 16 não foi justificado. (artigo dezesseis)
TRINCA: conjunto de três coisas - enumeração de casa, páginas, folhas, textos,
apartamentos, quartos, poltronas, emprega-se o numeral
Algarismos cardinal: Reservei a poltrona vinte e oito. / O texto quatro está
Arábicos e Romanos, respectivamente: 1-I, 2-II, 3-III, 4-IV, na página sessenta e cinco.
5-V, 6-VI, 7-VII, 8-VIII, 9-IX, 10-X, 11-XI, 12-XII, 13-XIII, 14-XIV, - se o numeral vier antes do substantivo, emprega-se o
15-XV, 16-XVI, 17-XVII, 18-XVIII, 19-XIX, 20-XX, 30-XXX, 40- ordinal. Paulo César é adepto da 7ª Arte. (sétima)
XL, 50-L, 60-LX, 70-LXX, 80-LXXX, 90-XC, 100-C, 200-CC, 300- - não se usa o numeral um antes de mil: Mil e duzentos
CCC, 400-CD, 500-D, 600-DC, 700-DCC, 800-DCCC, 900-CM, reais é muito para mim.
1.000-M. - o artigo e o numeral, antes dos substantivos milhão,
milhar e bilhão, devem concordar no masculino:
Flexão dos Numerais - emprega-se, na escrita das horas, o símbolo de cada
Gênero unidade após o numeral que a indica, sem espaço ou ponto:
- os numerais cardinais um, dois e as centenas a partir de 10h20min – dez horas, vinte minutos.
duzentos apresentam flexão de gênero: Um menino e uma
menina foram os vencedores. / Comprei duzentos gramas de
presunto e duzentas rosquinhas.

Português 19
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APOSTILAS OPÇÃO

Questões 2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se


fala ou receptor;
01. Marque o emprego incorreto do numeral: 3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela de
(A) século III (três) quem se fala ou referente.
(B) página 102 (cento e dois) Os pronomes são classificados em: pessoais, de tratamento,
(C) 80º (octogésimo) possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e
(D) capítulo XI (onze) relativos.
(E) X tomo (décimo)
Pronomes Pessoais
02. Indique o item em que os numerais estão corretamente Os pronomes pessoais dividem-se em:
empregados: - Retos - exercem a função de sujeito da oração.
(A) Ao Papa Paulo seis sucedeu João Paulo primeiro. - Oblíquos - exercem a função de complemento do verbo
(B) após o parágrafo nono, virá o parágrafo dez. (objeto direto / objeto indireto). São: tônicos com preposição
(C) depois do capítulo sexto, li o capítulo décimo primeiro. ou átonos sem preposição.
(D) antes do artigo décimo vem o artigo nono.
(E) o artigo vigésimo segundo foi revogado. Pessoas do Retos Oblíquos
Discurso Átonos Tônicos
03. (Pref. Chapecó/SC - Procurador Municipal - IOBV) Singular 1ª pessoa eu me mim,
Quanto à classificação dos numerais, os que indicam o 2ª pessoa tu te comigo
3ª pessoa ele/ela se, o, a, ti, contigo
aumento proporcional de quantidade, podendo ter valor de
lhe si, ele,
adjetivo ou substantivo são os numerais: consigo
(A) Multiplicativos. Plural 1ª pessoa nós nos nós,
(B) Ordinais. 2ª pessoa vós vos conosco
(C) Cardinais. 3ª pessoa eles/elas se, os, as, vós,
(D) Fracionários. lhes convosco
si, eles,
04. (Pref. Barra de Guabiraba/PE - IDHTEC) Assinale a consigo
alternativa em que o numeral está escrito por extenso
corretamente, de acordo com a sua aplicação na frase: - Colocados antes do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª
(A) Os moradores do bairro Matão, em Sumaré (SP), pessoa, apresentam sempre a forma: o, a, os, as: Eu os vi saindo
temem que suas casas desabem após uma cratera se abrir na do teatro.
Avenida Papa Pio X. (décima) - As palavras “só” e “todos” sempre acompanham os
(B) O acidente ocorreu nessa terça-feira, na BR-401 pronomes pessoais do caso reto: Eu vi só ele ontem.
(quatrocentas e uma) - Colocados depois do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª
(C) A 22ª edição do Guia impresso traz uma matéria e teve pessoa apresentam as formas:
a sua página Classitêxtil reformulada. (vigésima segunda) o, a, os, as: se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral:
(D) Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem Encontrei-a sozinha. Vejo-os diariamente.
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z,
erro, mediante artifício, ardil. (centésimo setésimo primeiro) assumem as formas: lo, Ia, los, las, perdendo,
(E) A Semana de Arte Moderna aconteceu no início do consequentemente, as terminações R, S, Z. Preciso pagar ao
século XX. (século ducentésimo) verdureiro. (= pagá-lo); Fiz os exercícios a lápis. (= Fi-los a
lápis)
05. (MPE/SP - Oficial de Promotoria I - VUNESP) lo, la, los, las: se vierem depois de: eis / nos / vos - Eis a
prova do suborno. (= Ei-la); O tempo nos dirá. (= no-lo dirá).
O SBT fará uma homenagem digna da história de seu (eis, nos, vos perdem o S)
proprietário e principal apresentador: no próximo dia 12 no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m,
[12.12.2015] colocará no ar um especial com 2h30 de duração ão, õe: Deram-na como vencedora; Põe-nos sobre a mesa.
em homenagem a Silvio Santos. É o dia de seu aniversário de lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural,
85 anos. terminado em S não modificado: Nós entregamoS-lhe a cópia
(http://tvefamosos.uol.com.br/noticias) do contrato. (o S permanece)
nos: colocado depois do verbo na 1ª pessoa do plural,
As informações textuais permitem afirmar que, em perde o S: Sentamo-nos à mesa para um café rápido.
12.12.2015, Sílvio Santos completou seu me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbos
(A) octogenário quinquagésimo aniversário. transitivos diretos (TD), têm sentido possessivo, equivalendo
(B) octogésimo quinto aniversário. a meu, teu, seu, dele, nosso, vosso: Os anos roubaram-lhe a
(C) octingentésimo quinto aniversário. esperança. (sua, dele, dela possessivo)
(D) otogésimo quinto aniversário.
(E) oitavo quinto aniversário. Os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem o
nome de pronomes recíprocos quando expressam uma ação
Gabarito mútua ou recíproca: Nós nos encontramos emocionados.
(pronome recíproco, nós mesmos). Nunca diga: Eu se apavorei.
01.A / 02.B / 03.A / 04.C / 05.B / Eu jà se arrumei; Eu me apavorei. / Eu me arrumei. (certos)
- Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituidos
Pronome por mim e ti após preposição: O segredo ficará somente entre
mim e ti.
É a palavra que acompanha ou substitui o nome, - É obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu,
relacionando-o a uma das três pessoas do discurso. As três quando funcionarem como sujeito: Todos pediram para eu
pessoas do discurso são: relatar os fatos cuidadosamente. (pronome reto + verbo no
1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ou infinitivo). Lembre-se de que mim não fala, não escreve, não
emissor; compra, não anda.

Português 20
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APOSTILAS OPÇÃO

- As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas verbo sejam usados na 3ª pessoa. Vossa Excelência sabe que
como complemento de verbos transitivos diretos ao passo seus ministros o apoiarão.
que as formas lhe, lhes são empregadas como complementos
de verbos transitivos indiretos: Dona Cecília, querida amiga, Pronomes Possessivos
chamou-a. (verbo transitivo direto, VTD); Minha saudosa São os pronomes que indicam posse em relação às pessoas
comadre, Nircléia, obedeceu-lhe. (verbo transitivo da fala.
indireto,VTI)
Masculino Feminino
- É comum, na linguagem coloquial, usar o brasileiríssimo Singular Plural Singular Plural
a gente, substituindo o pronome pessoal nós: A gente deve meu meus minha minhas
fazer caridade com os mais necessitados. teu teus tua tuas
- Chamam-se pronomes pessoais reflexivos os pronomes seu seus sua suas
que se referem ao sujeito: Eu me feri com o canivete. (eu- 1ª nosso nossos nossa nossas
vosso vossos vossa vossas
pessoa- sujeito / me- pronome pessoal reflexivo)
seu seus sua suas
- Os pronomes pessoais oblíquos se, si e consigo devem ser
empregados somente como pronomes pessoais reflexivos e
Emprego dos Pronomes Possessivos
funcionam como complementos de um verbo na 3ª pessoa,
cujo sujeito é também da 3ª pessoa: Nicole levantou-se com
- O uso do pronome possessivo da 3ª pessoa pode
elegância e levou consigo (com ela própria) todos os olhares.
provocar, às vezes, a ambiguidade da frase. Ex.: João Luís disse
(Nicole- sujeito, 3ª pessoa / levantou- verbo, 3ª pessoa /
que Laurinha estava trabalhando em seu consultório. O
se- complemento, 3ª pessoa / levou- verbo, 3ª pessoa /
pronome seu toma o sentido ambíguo, pois pode referir-se
consigo- complemento, 3ª pessoa).
tanto ao consultório de João Luís como ao de Laurinha. No
- Os pronomes oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes (formas de
caso, usa-se o pronome dele, dela para desfazer a ambiguidade.
Objeto Indireto) juntam-se a o, a, os, as (formas de Objeto
- Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximações
Direto), assim:
numéricas e não posse: Cláudia e Haroldo devem ter seus
me+o (mo). Ex.: Recebi a carta e agradeci ao jovem, que ma
trinta anos.
trouxe.
- Na linguagem popular, o tratamento seu como em: Seu
nos+o (no-lo). Ex.: Venderíamos a casa, se no-la exigissem.
Ricardo, pode entrar!, não tem valor possessivo, pois é uma
te+o: (to). Ex.: Dei-te os meus melhores dias. Dei-tos.
alteração fonética da palavra senhor.
lhe+o: (lho). Ex.: Ofereci-lhe flores. Ofereci-lhas.
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
vos+o: (vo-lo). E.: Pedi-vos conselho. Pedi vo-lo.
concorda com o mais próximo. Ex.: Trouxe-me seus livros e
anotações.
No Brasil, quase não se usam essas combinações (mo, to,
- Usam-se elegantemente certos pronomes oblíquos: me,
lho, no-lo, vo-lo), são usadas somente em escritores mais
te, lhe, nos, vos, com o valor de possessivos. Vou seguir-lhe os
sofisticados.
passos. (os seus passos)
- Deve-se observar as correlações entre os pronomes
Pronomes de Tratamento
pessoais e possessivos. “Sendo hoje o dia do teu aniversário,
São usados no trato com as pessoas. Dependendo da
apresso-me em apresentar-te os meus sinceros parabéns;
pessoa a quem nos dirigimos, do seu cargo, idade, título, o
Peço a Deus pela tua felicidade; Abraça-te o teu amigo que te
tratamento será familiar ou cerimonioso.
preza.”
- Não se emprega o pronome possessivo (seu, sua) quando
Vossa Alteza - V.A. - príncipes, duques;
se trata de parte do corpo. Ex.: Um cavaleiro todo vestido de
Vossa Eminência - V.Ema - cardeais;
negro, com um falcão em seu ombro esquerdo e uma espada
Vossa Excelência - V.Ex.a - altas autoridades, presidente,
em sua, mão. (usa-se: no ombro; na mão)
oficiais;
Vossa Magnificência - V.Mag.a - reitores de universidades;
Pronomes Demonstrativos
Vossa Majestade - V.M. - reis, imperadores;
Indicam a posição dos seres designados em relação às
Vossa Santidade - V.S. - Papa;
pessoas do discurso, situando-os no espaço ou no tempo.
Vossa Senhoria -V.Sa - tratamento cerimonioso.
Apresentam-se em formas variáveis e invariáveis.
- São também pronomes de tratamento: o senhor, a
senhora, a senhorita, dona, você.
este, esta, isto, estes, estas
- Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Ex.:
Não gostei deste livro aqui.
Nas comunicações oficiais devem ser utilizados somente Neste ano, tenho realizado bons negócios.
dois fechos: Esta afirmação me deixou surpresa: gostava de química.
Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual,
para o presidente da República. mas esta é mais oprimida.
Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia esse, essa, esses, essas
ou de hierarquia inferior. Ex.:
Não gostei desse livro que está em tuas mãos.
Nesse último ano, realizei bons negócios.
- A forma Vossa (Senhoria, Excelência) é empregada Gostava de química. Essa afirmação me deixou surpresa.
quando se fala com a própria pessoa: Vossa Senhoria não aquele, aquela, aquilo, aqueles, aquelas
compareceu à reunião dos sem-terra? (falando com a pessoa) Ex.:
- A forma Sua (Senhoria, Excelência ) é empregada quando Não gostei daquele livro que a Roberta trouxe.
se fala sobre a pessoa: Sua Eminência, o cardeal, viajou para Tenho boas recordações de 1960, pois naquele ano realizei
um congresso. (falando a respeito do cardeal) bons negócios.
- Os pronomes de tratamento com a forma Vossa (Senhoria, O homem e a mulher são massacrados pela cultura atual,
Excelência, Eminência, Majestade), embora indiquem a 2ª mas esta é mais oprimida que aquele.
pessoa (com quem se fala), exigem que outros pronomes e o
- para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (e
variações) para o elemento que foi referido em 1º Iugar e este

Português 21
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APOSTILAS OPÇÃO

(e variações) para o que foi referido em último lugar. Ex.: Pais - O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome
e mães vieram à festa de encerramento; aqueles, sérios e demonstrativo o, a, os, as. Ex.: Não entendi o que você quis
orgulhosos, estas, elegantes e risonhas. dizer. (o que = aquilo que).
- dependendo do contexto os demonstrativos também - O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre
servem como palavras de função intensificadora ou precedido de preposição. Ex.: Marco Aurélio é o advogado a
depreciativa. Ex.: Júlia fez o exercício com aquela calma! quem eu me referi.
(=expressão intensificadora). Não se preocupe; aquilo é uma - O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual,
tranqueira! (=expressão depreciativa) de quem e estabelecem relação de posse entre o antecedente e
- as formas nisso e nisto podem ser usadas com valor de o termo seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos)
então ou nesse momento. Ex.: A festa estava desanimada; nisso, - O pronome relativo pode vir sem antecedente claro,
a orquestra tocou um samba e todos caíram na dança. explícito; é classificado, portanto, como relativo indefinido, e
- os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um não vem precedido de preposição. Ex.: Quem casa quer casa;
elemento anteriormente expresso. Ex.: Ninguém ligou para o Feliz o homem cujo objetivo é a honestidade; Estas são as
incidente, mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo. pessoas de cujos nomes nunca vou me esquecer.
- Só se usa o relativo cujo quando o consequente é
Pronomes Indefinidos diferente do antecedente. Ex.: O escritor cujo livro te falei é
São aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de paulista.
modo vago indefinido, impreciso: Alguém disse que Paulo - O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois
César seria o vencedor. Alguns desses pronomes são variáveis de si.
em gênero e número; outros são invariáveis. - O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a:
Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, em que, no qual. Ex.: Desconheço o lugar onde vende tudo
certo, vários, tanto, quanto, um, bastante, qualquer. mais barato. (= lugar em que)
Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem, - Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados
nada, cada, mais, menos, demais. depois de tudo, todos, tanto. Ex.: Naquele momento, a querida
comadre Naldete, falou tudo quanto sabia.
Emprego dos Pronomes Indefinidos
Pronomes Interrogativos
- O indefinido cada deve sempre vir acompanhado de um São os pronomes em frases interrogativas diretas ou
substantivo ou numeral, nunca sozinho: Ganharam cem indiretas. Os principais interrogativos são: que, quem, qual,
dólares cada um. (inadequado: Ganharam cem dólares cada.) quanto:
- Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos - Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade?
quando colocados antes dos substantivos, e adjetivos quando (interrogativa direta, COM o ponto de interrogação)
colocados depois do substantivo: Certo dia perdi o controle da - Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade.
situação. (antes do substantivo= indefinido); Eles voltarão no (interrogativa indireta, SEM a interrogação)
dia certo. (depois do substantivo=adjetivo).
- Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a Questões
qualquer: Todo ser nasce chorando. (=qualquer ser;
indetermina, generaliza). 01. (CRP 2º Região/PE - Psicólogo Orientador - Fiscal -
- Outrem significa outra pessoa. Ex.: Nunca se sabe o Quadrix/2018)
pensamento de outrem.
- Qualquer, plural quaisquer. Ex.: Fazemos quaisquer
negócios.

Locuções Pronominais Indefinidas: são locuções


pronominais indefinidas duas ou mais palavras que equivalem
ao pronome indefinido: cada qual / cada um / quem quer que
seja / seja quem for / qualquer um / todo aquele que / um ou
outro / tal qual (=certo).

Pronomes Relativos
São aqueles que representam, numa 2ª oração, alguma
palavra que já apareceu na oração anterior. Essa palavra da
oração anterior chama-se antecedente: Comprei um carro que
é movido a álcool e à gasolina. É Flex Power. Percebe-se que o
pronome relativo que, substitui na 2ª oração, o carro, por isso
a palavra que é um pronome relativo. Dica: substituir que por
o, a, os, as, qual / quais.
Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e
invariáveis.
Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja,
cujas, quanto, quantos; Em "Mas ele não tinha muitas chances", as palavras
Invariáveis: que, quem, quando, como, onde. classificam-se, morfologicamente, na ordem em que aparecem,
como
Emprego dos Pronomes Relativos (A) preposição, pronome, advérbio, ação, nome e adjetivo.
(B) conjunção, pronome, advérbio, verbo, pronome e
- O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de substantivo.
relativo universal. Ele pode ser empregado com referência à (C) interjeição, pronome, nome, verbo, artigo e adjetivo.
pessoa ou coisa, no plural ou no singular. Ex.: Este é o CD novo (D) conector, nome, adjetivo, verbo, pronome e nome.
que acabei de comprar; João Adolfo é o cara que pedi a Deus. (E) conjunção, substantivo, advérbio, verbo, advérbio e
adjetivo.

Português 22
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APOSTILAS OPÇÃO

02. (IF/PA - Auxiliar em Administração - FUNRIO) O 04. (Pref. Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo -
emprego do pronome relativo está de acordo com as normas IDHTEC)
da língua-padrão em:
(A) Finalmente aprovaram o decreto que lutamos tanto
por ele.
(B) Nas próximas férias, minha meta é fazer tudo que tenho
direito.
(C) Eu aprovaria o texto daquele parecer que o relator
apresentou ontem.
(D) Existe um escritor brasileiro que todos os brasileiros
nos orgulhamos.
(E) Na política, às vezes acontecem traições onde mostram
muita sordidez.

03. (Eletrobras/Eletrosul - Técnico de Segurança do


Trabalho - FCC)
O emprego do pronome “aquela” na charge:
(A) Dá uma conotação irônica à frase.
Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a
(B) Representa uma forma indireta de se dirigir ao casal.
energia solar
(C) Permite situar no espaço aquilo a que se refere.
(D) Indica posse do falante.
Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extremo.
(E) Evita a repetição do verbo.
Sessenta e três graus ou até mais no verão. E foi exatamente por
causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma das
05. (Pref. Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala - FEPESE)
maiores usinas de energia solar do mundo.
Analise a frase abaixo:
Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas
renováveis. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra
“O professor discutiu............mesmos a respeito da
por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem é diversificar e
desavença entre .........e ........ .
poluir menos. Uma aposta no futuro.
A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do
Assinale a alternativa que completa corretamente as
papel a cidade sustentável de Masdar. Dez por cento do
lacunas do texto.
planejado está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que
(A) com nós - eu - ti
deixa os carros de fora. Lá só se anda a pé ou de bicicleta. As ruas
(B) conosco - eu - tu
são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. É
(C) conosco - mim - ti
perfeito para o deserto. Os revestimentos das paredes isolam o
(D) conosco - mim - tu
calor. E a direção dos ventos foi estudada para criar corredores
(E) com nós - mim - ti
de brisa.
(Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a
energia solar”. Disponível Gabarito
em:http://g1.globo.com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi-
cidade-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html)
01.B / 02.C / 03.B / 04.C / 05.E
Considere as seguintes passagens do texto: Verbo
I. E foi exatamente por causa da temperatura que foi
construída em Abu Dhabi uma das maiores usinas de energia É a palavra que indica ação, movimento, fenômenos da
solar do mundo. (1º parágrafo) natureza, estado, mudança de estado. Flexiona-se em:
II. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por - número (singular e plural);
mais 100 anos pelo menos. (2º parágrafo) - pessoa (primeira, segunda e terceira);
III. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de - modo (indicativo, subjuntivo e imperativo, formas
fora. (3º parágrafo) nominais: gerúndio, infinitivo e particípio);
IV. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça - tempo (presente, passado e futuro);
sombra no outro. (3º parágrafo) - e apresenta voz (ativa, passiva, reflexiva).
O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o De acordo com a vogal temática, os verbos estão agrupados
qual” APENAS em em três conjugações:
(A) I e II. 1ª conjugação – ar: cantar, dançar, pular.
(B) II e III. 2ª conjugação – er: beber, correr, entreter.
(C) I, II e IV. 3ª conjugação – ir: partir, rir, abrir.
(D) I e IV.
(E) III e IV. O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor,
compor, impor) pertencem a 2ª conjugação devido à sua
origem latina poer.

Elementos Estruturais do Verbo


As formas verbais apresentam três elementos em sua
estrutura: radical, vogal temática e tema.
Radical: elemento mórfico (morfema) que concentra o
significado essencial do verbo. Observe as formas verbais da
1ª conjugação: contar, esperar, brincar. Flexionando esses
verbos, nota-se que há uma parte que não muda, e que nela
está o significado real do verbo.
cont é o radical do verbo contar;

Português 23
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APOSTILAS OPÇÃO

esper é o radical do verbo esperar; ocorre com frequência. Ex.: Eu almoço todos os dias na casa de
brinc é o radical do verbo brincar. minha mãe. Na indicação de ações ou estados permanentes,
verdades universais. Ex.: A água é incolor, inodora, insípida.
Se tirarmos as terminações ar, er, ir do infinitivo dos - Pretérito Imperfeito: para expressar um fato passado,
verbos, teremos o radical desses verbos. Também podemos não concluído. Ex.: Nós comíamos pastel na feira; Eu cantava
antepor prefixos ao radical: desnutrir / reconduzir. muito bem.
- Pretérito Perfeito: é usado na indicação de um fato
Vogal Temática: é o elemento mórfico que designa a qual passado concluído. Ex.: Cantei, dancei, pulei, chorei, dormi...
conjugação pertence o verbo. Há três vogais temáticas: 1ª - Pretérito Mais-Que-Perfeito: expressa um fato passado
conjugação: a; 2ª conjugação: e; 3ª conjugação: i. anterior a outro acontecimento passado. Ex.: Nós cantáramos
no congresso de música.
Tema: é o elemento constituído pelo radical mais a vogal - Futuro do Presente: na indicação de um fato realizado
temática. Ex.: contar - cont (radical) + a (vogal temática) = num instante posterior ao que se fala. Ex.: Cantarei domingo
tema. Se não houver a vogal temática, o tema será apenas o no coro da igreja matriz.
radical (contei = cont ei). - Futuro do Pretérito: para expressar um acontecimento
posterior a um outro acontecimento passado. Ex.: Compraria
Desinências: são elementos que se juntam ao radical, ou um carro se tivesse dinheiro
ao tema, para indicar as flexões de modo e tempo, desinências
modo temporais e desinências número pessoais. 1ª Conjugação: -AR
Presente: danço, danças, dança, dançamos, dançais,
Contávamos dançam.
Cont = radical Pretérito Perfeito: dancei, dançaste, dançou, dançamos,
a = vogal temática dançastes, dançaram.
va = desinência modo temporal Pretérito Imperfeito: dançava, dançavas, dançava,
mos = desinência número pessoal dançávamos, dançáveis, dançavam.
Pretérito Mais-Que-Perfeito: dançara, dançaras, dançara,
Flexões Verbais dançáramos, dançáreis, dançaram.
Flexão de número e de pessoa: o verbo varia para indicar Futuro do Presente: dançarei, dançarás, dançará,
o número e a pessoa. dançaremos, dançareis, dançarão.
- eu estudo – 1ª pessoa do singular; Futuro do Pretérito: dançaria, dançarias, dançaria,
- nós estudamos – 1ª pessoa do plural; dançaríamos, dançaríeis, dançariam.
- tu estudas – 2ª pessoa do singular;
- vós estudais – 2ª pessoa do plural; 2ª Conjugação: -ER
- ele estuda – 3ª pessoa do singular;
Presente: como, comes, come, comemos, comeis, comem.
- eles estudam – 3ª pessoa do plural.
Pretérito Perfeito: comi, comeste, comeu, comemos,
comestes, comeram.
- Algumas regiões do Brasil, usam o pronome tu de forma
Pretérito Imperfeito: comia, comias, comia, comíamos,
diferente da fala culta, exigida pela gramática oficial, ou seja,
tu foi, tu pega, tu tem, em vez de: tu fostes, tu pegas, tu tens. comíeis, comiam.
- O pronome vós aparece somente em textos literários ou Pretérito Mais-Que-Perfeito: comera, comeras, comera,
bíblicos. comêramos, comêreis, comeram.
- Os pronomes: você, vocês, que levam o verbo na 3ª Futuro do Presente: comerei, comerás, comerá,
pessoa, é o mais usado no Brasil. comeremos, comereis, comerão.
Futuro do Pretérito: comeria, comerias, comeria,
Flexão de tempo e de modo: os tempos situam o fato ou a comeríamos, comeríeis, comeriam.
ação verbal dentro de determinado momento; pode estar em
plena ocorrência, pode já ter ocorrido ou não. Essas três 3ª Conjugação: -IR
possibilidades básicas, mas não únicas, são: presente, Presente: parto, partes, parte, partimos, partis, partem.
pretérito e futuro. Pretérito Perfeito: parti, partiste, partiu, partimos,
partistes, partiram.
O modo indica as diversas atitudes do falante com relação Pretérito Imperfeito: partia, partias, partia, partíamos,
ao fato que enuncia. São três os modos: partíeis, partiam.
- Modo Indicativo: a atitude do falante é de certeza, Pretérito Mais-Que-Perfeito: partira, partiras, partira,
precisão. O fato é ou foi uma realidade. Apresenta presente, partíramos, partíreis, partiram.
pretérito perfeito, imperfeito e mais que perfeito, futuro do Futuro do Presente: partirei, partirás, partirá, partiremos,
presente e futuro do pretérito. partireis, partirão.
- Modo Subjuntivo: a atitude do falante é de incerteza, de Futuro do Pretérito: partiria, partirias, partiria,
dúvida, exprime uma possibilidade. O subjuntivo expressa partiríamos, partiríeis, partiriam.
uma incerteza, dúvida, possibilidade, hipótese. Apresenta
presente, pretérito imperfeito e futuro. Ex: Tenha paciência, Emprego dos Tempos do Subjuntivo
Lourdes; Se tivesse dinheiro compraria um carro zero; - Presente: é empregado para indicar um fato incerto ou
Quando o vir, dê lembranças minhas. duvidoso, muitas vezes ligados ao desejo, à suposição. Ex.:
- Modo Imperativo: a atitude do falante é de ordem, um Duvido de que apurem os fatos; Que surjam novos e honestos
desejo, uma vontade, uma solicitação. Indica uma ordem, um políticos.
pedido, uma súplica. Apresenta imperativo afirmativo e - Pretérito Imperfeito: é empregado para indicar uma
imperativo negativo. condição ou hipótese. Ex.: Se recebesse o prêmio, voltaria à
universidade.
Emprego dos Tempos do Indicativo - Futuro: é empregado para indicar um fato hipotético,
- Presente do Indicativo: para enunciar um fato pode ou não acontecer. Quando você fizer o trabalho, será
momentâneo. Ex.: Estou feliz hoje. Para expressar um fato que generosamente gratificado.

Português 24
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APOSTILAS OPÇÃO

1ª Conjugação –AR O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente


Presente: que eu dance, que tu dances, que ele dance, que (forma simples) ou no passado (forma composta). Ex.: É
nós dancemos, que vós danceis, que eles dancem. preciso ler este livro; Era preciso ter lido este livro.
Pretérito Imperfeito: se eu dançasse, se tu dançasses, se Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª
ele dançasse, se nós dançássemos, se vós dançásseis, se eles pessoas do singular (cujas formas são iguais às do infinitivo
dançassem. impessoal), elas não deixam de referir-se às respectivas
Futuro: quando eu dançar, quando tu dançares, quando ele pessoas do discurso (o que será esclarecido apenas pelo
dançar, quando nós dançarmos, quando vós dançardes, contexto da frase). Ex.: Para ler melhor, eu uso estes óculos.
quando eles dançarem. (1ª pessoa); Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)

2ª Conjugação -ER O infinitivo impessoal é usado:


Presente: que eu coma, que tu comas, que ele coma, que
nós comamos, que vós comais, que eles comam. - Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se
Pretérito Imperfeito: se eu comesse, se tu comesses, se ele referir a um sujeito determinado. Ex. Querer é poder.
comesse, se nós comêssemos, se vós comêsseis, se eles Fumar prejudica a saúde. É proibido colar cartazes neste
comessem. muro.
- Quando tem valor de Imperativo. Ex. Soldados,
Futuro: quando eu comer, quando tu comeres, quando ele
marchar! (= Marchai!) Esquerda, volver!
comer, quando nós comermos, quando vós comerdes,
quando eles comerem. - Quando é regido de preposição (geralmente
precedido da preposição “de”) e funciona como
complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da
3ª conjugação – IR
oração anterior. Ex.: Eles não têm o direito de gritar assim.
Presente: que eu parta, que tu partas, que ele parta, que
As meninas foram impedidas de participar do jogo. Eu os
nós partamos, que vós partais, que eles partam.
convenci a aceitar.
Pretérito Imperfeito: se eu partisse, se tu partisses, se ele
partisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se eles No entanto, na voz passiva dos verbos "contentar",
partissem. "tomar" e "ouvir", por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar)
Futuro: quando eu partir, quando tu partires, quando ele deve ser flexionado. Exs.:
partir, quando nós partirmos, quando vós partirdes, Eram pessoas difíceis de serem contentadas.
quando eles partirem. Aqueles remédios são ruins de serem tomados.
Os jogos que você me emprestou são agradáveis de serem
Emprego do Imperativo jogados.
Imperativo Afirmativo
- Não apresenta a primeira pessoa do singular. - Nas locuções verbais. Ex.: Queremos acordar bem cedo
- É formado pelo presente do indicativo e pelo presente do amanhã. Eles não podiam reclamar do colégio. Vamos pensar
subjuntivo. no seu caso.
- O Tu e o Vós saem do presente do indicativo sem o “s”. - Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da
- O restante é cópia fiel do presente do subjuntivo. oração anterior. Ex. Eles foram condenados a pagar pesadas
multas. Devemos sorrir ao invés de chorar. Tenho ainda alguns
Presente do Indicativo: eu amo, tu amas, ele ama, nós livros por (para) publicar.
amamos, vós amais, eles amam.
Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele Observação: quando o infinitivo preposicionado, ou não,
ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem. preceder ou estiver distante do verbo da oração principal
Imperativo afirmativo: (X), ama tu, ame você, amemos (verbo regente), pode ser flexionado para melhor clareza do
nós, amai vós, amem vocês. período e também para se enfatizar o sujeito (agente) da ação
verbal. Exs.:
Imperativo Negativo Na esperança de sermos atendidos, muito lhe
- É formado através do presente do subjuntivo sem a agradecemos.
primeira pessoa do singular. Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem
- Não retira os “s” do tu e do vós. futebol.
Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
Presente do Subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas
ame, que nós amemos, que vós ameis, que eles amem. crianças.
Imperativo negativo: (X), não ames tu, não ame você, não
amemos nós, não ameis vós, não amem vocês. - Com os verbos causativos "deixar", "mandar" e
"fazer" e seus sinônimos que não formam locução verbal
Além dos três modos citados (Indicativo, Subjuntivo e com o infinitivo que os segue. Ex.: Deixei-os sair cedo hoje.
Imperativo), os verbos apresentam ainda as formas nominais: - Com os verbos sensitivos "ver", "ouvir", "sentir" e
infinitivo – impessoal e pessoal, gerúndio e particípio. sinônimos, deve-se também deixar o infinitivo sem flexão.
Ex.: Vi-os entrar atrasados. Ouvi-as dizer que não iriam à
Infinitivo Impessoal5 festa.
Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal,
isso significa que ele apresenta sentido genérico ou indefinido, Infinitivo Pessoal
não relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. É o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na
Assim, considera-se apenas o processo verbal. Ex.: Amar é 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências,
sofrer. assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-
Podendo ter valor e função de substantivo. Ex.: Viver é se da seguinte maneira:
lutar. (= vida é luta); É indispensável combater a corrupção. (= 2ª pessoa do singular: radical + ES. Ex.: teres (tu)
combate à)

5 https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf69.php

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APOSTILAS OPÇÃO

1ª pessoa do plural: radical + mos. Ex.: termos (nós) 2ª Conjugação –ER


2ª pessoa do plural: radical + dês. Ex.: terdes (vós) Infinitivo Impessoal: comer.
3ª pessoa do plural: radical + em. Ex.: terem (eles) Infinitivo pessoal: comer eu, comeres tu, comer ele,
comermos nós, comerdes vós, comerem eles.
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa Gerúndio: comendo.
colocação. Particípio: comido.

Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso 3ª Conjugação –IR
significa que ele atribui um agente ao processo verbal, Infinitivo Impessoal: partir.
flexionando-se. Infinitivo pessoal: partir eu, partires tu, partir ele,
O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos: partirmos nós, partirdes vós, partirem eles.
Gerúndio: partindo.
- Quando o sujeito da oração estiver claramente
Particípio: partido.
expresso. Exs.:
Se tu não perceberes isto...
Questões
Convém vocês irem primeiro.
O bom é sempre lembrarmos (sujeito desinencial, sujeito
01. (UNEMAT - Psicólogo - 2018)
implícito = nós) desta regra.

- Quando tiver sujeito diferente daquele da oração


principal. Exs.:
O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos
estudarem bastante para a prova.
Perdoo-te por me traíres.
O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade.
O guarda fez sinal para os motoristas pararem. Disponível
https://www.facebook.com/tirasamandinho/photos/a.488361671209144.11396
3.
- Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na 488356901209621/1568398126538821/?type=3&theater.
terceira pessoa do plural). Exs.: Acesso em: fev.2018.
Faço isso para não me acharem inútil.
Temos de agir assim para nos promoverem. Na tirinha, Fê conversa com Camilo sobre o que ela
Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua considera ser machismo na cerimônia de casamento, enquanto
conduta. Pudim diz a Armandinho que tudo aquilo que a garota
questiona é algo natural.
- Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade Nas falas atribuídas à menina, o verbo ter aparece em Tem
de ação. Exs.: casamentos [...] (quadro 1) e em [...] essas coisas têm
Vi os alunos abraçarem-se alegremente. significados! (quadro 2).
Fizemos os adversários cumprimentarem-se com
gentileza. Em relação a esses empregos do verbo ter, assinale a
Mandei as meninas olharem-se no espelho. alternativa correta.
(A) Em ambos, o verbo é impessoal.
Gerúndio (B) Ambos estão na terceira pessoa do plural do presente
Pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Ex.: Saindo de do modo indicativo.
casa, encontrei alguns amigos. (Função de advérbio); Nas ruas, (C) Ambos estão na terceira pessoa do singular do presente
havia crianças vendendo doces. (Função adjetivo) do modo indicativo.
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; (D) Ambos estão no presente do modo indicativo, embora
na forma composta, uma ação concluída. Ex.: Trabalhando, o primeiro esteja na terceira pessoa do singular e o segundo na
aprenderás o valor do dinheiro; Tendo trabalhado, aprendeu o terceira pessoa do plural.
valor do dinheiro. (E) Ambos estão no presente do modo subjuntivo, embora
o primeiro esteja na terceira pessoa do singular e o segundo na
Particípio terceira pessoa do plural.
Quando não é empregado na formação dos tempos
compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma 02. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2018)
ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Ex.:
Terminados os exames, os candidatos saíram. Quando o O drama dos viciados em dívidas
particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação
temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo Apesar dos sinais de recuperação da economia, o número
(adjetivo verbal). Ex.: Ela foi a aluna escolhida para de brasileiros endividados chegou a 61,7 milhões em fevereiro
representar a escola. passado – o equivalente a 40% da população adulta. O número
é alto porque o hábito de manter as contas em dia não é apenas
1ª Conjugação –AR uma questão financeira decorrente do estado geral da
Infinitivo Impessoal: dançar. economia – pode ser uma questão comportamental. Por isso,
Infinitivo Pessoal: dançar eu, dançares tu; dançar ele, há grupos especializados que promovem reuniões semanais
dançarmos nós, dançardes vós, dançarem eles. com devedores, com a finalidade de trocar experiências sobre
Gerúndio: dançando. consumo impulsivo e propensão a viver no vermelho. Uma
Particípio: dançado. dessas organizações é o Devedores Anônimos (DA), que
funciona nos mesmos moldes do Alcoólicos Anônimos (AA).
Pertencer a uma classe social mais alta não livra ninguém
do problema. As pessoas de maior renda são justamente as que
têm maior resistência em admitir a compulsão. Pior. É comum
que, diante dos apuros, como a perda do emprego, algumas

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APOSTILAS OPÇÃO

tentem manter o mesmo padrão de vida em lugar de cortar (C) A capacidade de os adolescentes virem a falar em
gastos para se encaixar na nova realidade. Pedir um público, teria dependido dos bons ensinamentos da escola.
empréstimo para quitar outra dívida é um comportamento (D) Quem vier a comparar a fala dos jovens de hoje com os
recorrente entre os endividados. da geração passada, haveria de concluir que os jovens de hoje
Para sair do vermelho, aceitar o vício é o primeiro passo. leem muito menos.
Uma vez que o devedor reconhece o problema, a próxima (E) O contato visual também é importante ao falar em
etapa é se planejar. público. Passa empatia e envolveria o outro.
(Felipe Machado e Tatiana Babadobulos, Veja, 04.04.2018. Adaptado)
Gabarito
Assinale a alternativa em que os verbos estão conjugados
de acordo com a norma-padrão, em substituição aos trechos 01.D / 02.C / 03.A / 04.E / 05.B
destacados na passagem – É comum que, diante dos apuros,
como a perda do emprego, algumas tentem manter o mesmo Locução Verbal
padrão de vida.
(A) Poderia acontecer que ... mantêm Uma locução verbal6 é a combinação de um verbo
(B) Pôde acontecer que ... mantessem auxiliar e um verbo principal. Esses dois verbos, aparecendo
(C) Podia acontecer que ... mantivessem juntos na oração, transmitem apenas uma ação verbal,
(D) Pôde acontecer que ... manteram desempenhando o papel de um único verbo. Exemplo:
(E) Podia acontecer que ... mantiveram - estive pensando
- quero sair
03. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2018) A vida - pode ocorrer
de Dorinha Duval foi, ____ . O processo ainda não havia ido a - tem investigado
Júri quando a tese da defesa foi mudada. Não seria mais - tinha decidido
violenta emoção, mas legítima defesa. Ela não teria atirado no
marido por ter sido ___ e chamada de velha, mas ______ o marido Função dos verbos auxiliares nas locuções verbais
passou a agredi-la. De fato, o exame pericial de corpo de delito Apenas o verbo auxiliar é flexionado. Verbo auxiliar é o
realizado em Dorinha constatou a existência de _______ em seu que perdendo significado próprio, é utilizado para auxiliar na
corpo. A versão da legítima defesa era ______ . conjugação de outro, o verbo principal. Assim, o tempo, o
(Luiza Nagib Eluf, A paixão no banco dos réus. Adaptado) modo, o número, a pessoa e o aspecto da ação verbal são
indicados pelo verbo auxiliar.
As expressões verbais empregadas em tempo que exprime
a ideia de hipótese são:
(A) seria e teria.
(B) foi e seria.
(C) teria e ter sido. Os auxiliares mais comuns são: “Ter, Haver, Ser e Estar”.
(D) foi e constatou. Contudo, outros verbos também atuam como verbos auxiliares
(E) ter sido e passou. nas locuções verbais, como os verbos poder, dever, querer,
começar a, deixar de, voltar a, continuar a, entre outros.
04. (Pref. Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo -
IDHTEC) Morto em 2015, o pai afirma que Jules Bianchi não Função dos verbos principais nas locuções verbais
__________culpa pelo acidente. Em entrevista, Philippe Bianchi Nas locuções verbais o verbo auxiliar aparece conjugado e
afirma que a verdade nunca vai aparecer, pois os pilotos o principal numa das formas nominais: no gerúndio, no
__________ medo de falar. "Um piloto não vai dizer nada se existir infinitivo ou no particípio.
uma câmera, mas quando não existem câmeras, todos __________
até mim e me dizem. Jules Bianchi bateu com seu carro em um Locução verbal com verbo principal no gerúndio
trator durante um GP, aquaplanou e não conseguiu Ex.: Estou escrevendo
__________para evitar o choque. verbo auxiliar flexionado: estou
(http://espn.uol.com.br/noticia/603278_pai-diz-que-pilotos-da-f-1- verbo principal no gerúndio: escrevendo
temmedo-de-falar-a-verdade-sobre-o-acidente-fatal-de-bianchi)

Locução verbal com verbo principal no infinitivo


Complete com a sequência de verbos que está no tempo,
Ex.: Quero sair
modo e pessoa corretos:
verbo auxiliar flexionado: quero
(A) Tem – tem – vem - freiar
verbo principal no infinitivo: sair
(B) Tem – tiveram – vieram - frear
(C) Teve – tinham – vinham – frenar
Locução verbal com verbo principal no particípio
(D) Teve – tem – veem – freiar
Ex.: Tinha decidido
(E) Teve – têm – vêm – frear
verbo auxiliar flexionado: tinha
verbo principal no particípio: decidido
05. (Prefeitura Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala -
FEPESE) Assinale a alternativa em que está correta a
Em todos os exemplos a ideia central é expressa pelo verbo
correlação entre os tempos e os modos verbais nas frases
principal, os verbos auxiliares apenas indicam flexões de
abaixo.
tempo, modo, pessoa, número e voz. Sem os verbos principais,
(A) A entonação correta ao falarmos colabora com o
os auxiliares não teriam sentido algum.
entendimento que o outro tem do assunto tratado e reforçaria
a nossa persuasão.
(B) Para falar bem em público, organize as ideias de acordo
com o tempo que você terá e, antes de falar, ensaie sua
apresentação.

6 https://www.conjugacao.com.br/locucao-verbal/

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APOSTILAS OPÇÃO

Questões Gabarito

01. (CISSUL/MG - Condutor Socorrista - IBGP/2017) 01.C / 02.A / 03.C

Advérbio

É a palavra invariável que modifica um verbo (Chegou


cedo), um outro advérbio (Falou muito bem), um adjetivo
(Estava muito bonita).

De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio


pode ser de:
Tempo: ainda, agora, antigamente, antes, amiúde
(=sempre), amanhã, breve, brevemente, cedo, diariamente,
depois, depressa, hoje, imediatamente, já, lentamente, logo,
novamente, outrora.
Assinale a alternativa que contém uma locução verbal
Lugar: aqui, acolá, atrás, acima, adiante, ali, abaixo, além,
extraída do cartum.
algures (=em algum lugar), aquém, alhures (= em outro lugar),
(A) Não terão.
dentro, defronte, fora, longe, perto.
(B) Como andar.
Modo: assim, bem, depressa, aliás (= de outro modo ),
(C) Vai chegar.
devagar, mal, melhor, pior, e a maior parte dos advérbios que
(D) Todos terão.
termina em mente: calmamente, suavemente, rapidamente,
tristemente.
02. (CRQ 4ª REGIÃO/SP - Fiscal - QUADRIX)
Afirmação: certamente, decerto, deveras, efetivamente,
realmente, sim, seguramente.
Negação: absolutamente, de modo algum, de jeito
nenhum, nem, não, tampouco (=também não).
Intensidade: apenas, assaz, bastante, bem, demais, mais,
meio, menos, muito, quase, quanto, tão, tanto, pouco.
Dúvida: acaso, eventuamente, por ventura, quiçá,
possivelmente, talvez.

Locuçoes Adverbiais: são duas ou mais palavras que têm


o valor de advérbio: às cegas, às claras, às toa, às pressas, às
escondidas, à noite, à tarde, às vezes, ao acaso, de repente, de
chofre, de cor, de improviso, de propósito, de viva voz, de
medo, com certeza, por perto, por um triz, de vez em quando,
sem dúvida, de forma alguma, em vão, por certo, à esquerda, à
direta, a pé, a esmo, por ali, a distância.
- De repente o dia se fez noite.
- Por um triz eu não me denunciei.
- Sem dúvida você é o melhor.

Graus dos Advérbios: o advérbio não vai para o plural, são


palavras invariáveis, mas alguns admitem a flexão de grau:
comparativo e superlativo.

Comparativo de:
Qual forma verbal substituiria, sem causar alteração de
Igualdade - tão + advérbio + quanto, como: Sou tão feliz
sentido, a locução verbal "vou ter", que aparece no primeiro
quanto / como você.
quadrinho?
Superioridade - Analítico: mais do que. Ex.: Raquel é mais
(A) "terei".
elegante do que eu.
(B) "teria".
- Sintético: melhor, pior que. Ex.:
(C) "tivera".
Amanhã será melhor do que hoje.
(D) "tenha".
Inferioridade - menos do que: Falei menos do que devia.
(E) "tinha".
Superlativo Absoluto:
03. (Pref. João Pessoa/PB - Professor Língua
Analítico - mais, muito, pouco,menos: O candidato
Portuguesa - FGV) Uma locução verbal é o conjunto formado
defendeu-se muito mal.
por um verbo auxiliar + um verbo principal, este último
Sintético - íssimo, érrimo: Localizei-o rapídíssimo.
sempre em forma nominal. Nas frases a seguir as formas
verbais sublinhadas constituem uma locução verbal, à exceção
Emprego do Advérbio
de uma. Assinale‐a.
- Na linguagem coloquial, familiar, é comum o emprego do
(A) Todos podem entrar assim que chegarem.
sufixo diminutivo dando aos advérbios o valor de superlativo
(B) Se os grevistas querem trabalhar menos, não vou
sintético: agorinha, cedinho, pertinho, devagarinho,
atendê‐los.
depressinha, rapidinho (bem rápido). Exs.: Rapidinho chegou
(C) Deixem entrar todos os atrasados.
a casa; Moro pertinho da universidade.
(D) Elas não sabem cozinhar como antigamente.
- Frequentemente empregamos adjetivos com valor de
(E) A plantação foi‐se expandindo para os lados
advérbio: A cerveja que desce redondo. (redondamente)

Português 28
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APOSTILAS OPÇÃO

- Bastante - antes de adjetivo, é advérbio, portanto, não vai (D) concessão


para o plural; equivale a muito / a: Aquelas jovens são bastante (E) fim
simpáticas e gentis.
- Bastante - antes de substantivo, é adjetivo, portanto vai 05. (PC/SP - Investigador de Polícia - VUNESP/2018)
para o plural, equivale a muitos / as: Contei bastantes estrelas Nos EUA, a psicanálise lembra um pouco certas seitas – as
no céu. ideias do fundador são institucionalizadas e defendidas por
- Não confunda mal (advérbio, oposto de bem) com mau discípulos ferrenhos, mas suas instituições parecem não
(adjetivo, oposto de bom): Mal cheguei a casa, encontrei-a de responder às necessidades atuais da sociedade. Talvez porque
mau humor. o autor das ideias não esteja mais aqui para atualizá-las.
- Antes de verbo no particípio, diz-se mais bem, mais mal: Freud era um neurologista, e queria encontrar na Biologia
Ficamos mais bem informados depois do noticiário notumo. as bases do comportamento. Como a tecnologia de então não
- Em frase negativa o advérbio já equivale a mais: Já não se lhe permitia avançar, passou a elaborar uma teoria, criando a
fazem professores como antigamente. (=não se fazem mais) psicanálise. Cientista que era, contudo, nunca se apaixonou por
- Na locução adverbial a olhos vistos (=claramente), o suas ideias, revisando sua obra ao longo da vida. Ele chegou a
particípio permanece no masculino plural: Minha irmã Zuleide afirmar: “A Biologia é realmente um campo de possibilidades
emagrecia a olhos vistos. ilimitadas do qual podemos esperar as elucidações mais
- Dois ou mais advérbios terminados em mente, apenas no surpreendentes. Portanto, não podemos imaginar que
último permanece mente: Educada e pacientemente, falei a respostas ela dará, em poucos decêndios, aos problemas que
todos. formulamos. Talvez essas respostas venham a ser tais que
- A repetição de um mesmo advérbio assume o valor farão o edifício de nossas hipóteses colapsar”. Provavelmente,
superlativo: Levantei cedo, cedo. é sua frase menos citada. Por razões óbvias.
(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)
Palavras e Locuções Denotativas: São palavras
semelhantes a advérbios e que não possuem classificação Nos trechos – … Talvez porque o autor das ideias não esteja
especial. Não se enquadram em nenhuma das dez classes de mais aqui… – ; – … nunca se apaixonou por suas ideias… – ; –
palavras. São chamadas de denotativas e exprimem: A Biologia é realmente um campo de possibilidades
Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem. Ex.: Ainda ilimitadas… – e – Provavelmente, é sua frase menos citada. –,
bem que você veio. os advérbios destacados expressam, correta e
Designação, Indicação: eis. Ex.: Eis aqui o herói da turma. respectivamente, circunstância de:
Exclusão: exclusive, menos, exceto, fora, salvo, senão, (A) lugar; tempo; modo; afirmação.
sequer: Ex.: Não me disse sequer uma palavra de amor. (B) lugar; tempo; afirmação; dúvida.
Inclusão: inclusive, também, mesmo, ainda, até, além disso, (C) lugar; negação; modo; intensidade.
de mais a mais. Ex.: Também há flores no céu. (D) afirmação; negação; afirmação; afirmação.
Limitação: só, apenas, somente, unicamente. Ex.: Só Deus é (E) afirmação; negação; modo; dúvida.
perfeito.
Realce: cá, lá, é que, sobretudo, mesmo. Ex.: Sei lá o que ele Gabarito
quis dizer!
Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes. Ex.: Irei à 01.B / 02.C / 03.D / 04.B / 05.B
Bahia na próxima semana, ou melhor, no próximo mês.
Explicação: por exemplo, a saber. Ex.: Você, por exemplo, Preposição
tem bom caráter.
É a palavra invariável que liga um termo dependente a um
Questões termo principal, estabelecendo uma relação entre ambos. As
preposições podem ser: essenciais ou acidentais.
01. Assinale a frase em que meio funciona como advérbio:
(A) Só quero meio quilo. As preposições essenciais atuam exclusivamente como
(B) Achei-o meio triste. preposições. São: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em,
(C) Descobri o meio de acertar. entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Exs.: Não dê
(D) Parou no meio da rua. atenção a fofocas; Perante todos disse, sim.
(E) Comprou um metro e meio.
As preposições acidentais são palavras de outras classes
02. Só não há advérbio em: que atuam eventualmente como preposições. São: como (=na
(A) Não o quero. qualidade de), conforme (=de acordo com), consoante, exceto,
(B) Ali está o material. mediante, salvo, visto, segundo, senão, tirante. Ex.: Agia
(C) Tudo está correto. conforme sua vontade. (= de acordo com)
(D) Talvez ele fale.
(E) Já cheguei. - O artigo definido a que vem sempre acompanhado de um
substantivo, é flexionado: a casa, as casas, a árvore, as árvores,
03. Qual das frases abaixo possui advérbio de modo? a estrela, as estrelas. A preposição a nunca vai para o plural e
(A) Realmente ela errou. não estabelece concordância com o substantivo. Ex.: Fiz todo o
(B) Antigamente era mais pacato o mundo. percurso a pé. (não há concordância com o substantivo
(C) Lá está teu primo. masculino pé)
(D) Ela fala bem. - As preposições essenciais são sempre seguidas dos
(E) Estava bem cansado. pronomes pessoais oblíquos: Despediu-se de mim
rapidamente. Não vá sem mim.
04. Classifique a locução adverbial que aparece em
"Machucou-se com a lâmina". Locuções Prepositivas: é o conjunto de duas ou mais
(A) modo palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra
(B) instrumento é sempre uma preposição. Veja quais são: abaixo de, acerca de,
(C) causa acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, dentro de,
embaixo de, em cima de, em frente a, em redor de, graças a,

Português 29
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APOSTILAS OPÇÃO

junto a, junto de, perto de, por causa de, por cima de, por trás De (origem): Descendi de pais trabalhadores e honestos.
de, a fim de, além de, antes de, a par de, a partir de, apesar de, Lugar: Os corruptos vieram da capital.
através de, defronte de, em favor de, em lugar de, em vez de, Causa: O bebê chorava de fome.
(=no lugar de), ao invés de (=ao contrário de), para com, até a. Posse: Dizem que o dinheiro do povo sumiu.
- Não confunda locução prepositiva com locução adverbial. Assunto: Falávamos do casamento da Mariele.
Na locução adverbial, nunca há uma preposição no final, e sim Matéria: Era uma casa de sapé.
no começo: Vimos de perto o fenômeno do “tsunami”. A preposição de não deve contrair-se com o artigo, que
(locução adverbial); O acidente ocorreu perto de meu atelier. precede o sujeito de um verbo. É tempo de os alunos
(locução prepositiva) estudarem. (e não: dos alunos estudarem)
- Uma preposição ou locução prepositiva pode vir com
outra preposição: Abola passou por entre as pernas do Desde
goleiro. Mas é inadequado dizer: Proibido para menores de até (afastamento de um ponto no espaço): Essa neblina vem
18 anos; Financiamento em até 24 meses. desde São Paulo.
Tempo: Desde o ano passado quero mudar de casa.
Combinações e Contrações
Combinação: ocorre quando não há perda de fonemas: Em
a+o, os= ao, aos / a+onde = aonde. (lugar): Moramos em Lucélia há alguns anos.
Contração: ocorre quando a preposição perde fonemas: Matéria: As queridas amigas Nilceia e Nadélgia moram em
de+a, o, as, os, esta, este, isto = da, do, das, dos, desta, deste, Curitiba.
disto. Especialidade: Minha amiga Cidinha formou-se em Letras.
- em+ um, uma, uns, umas, isto, isso, aquilo, aquele, aquela, Tempo: Tudo aconteceu em doze horas.
aqueles, aquelas = num, numa, nuns, numas, nisto, nisso,
naquilo, naquele, naquela, naqueles. Entre (posição entre dois limites): Convém colocar o vidro
- de+ entre, aquele, aquela, aquilo = dentre, daquele, entre dois suportes.
daquela, daquilo.
- para+ a = pra. Para
A contração da preposição a com os artigos ou pronomes Direção: Não lhe interessava mais ir para a Europa.
demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo recebe o nome de Tempo: Pretendo vê-lo lá para o final da semana.
crase e é assinalada na escrita pelo acento grave ficando assim: Finalidade: Lute sempre para viver com dignidade.
à, às, àquele, àquela, àquilo. A preposição para indica permanência definitiva. Vou
para o litoral. (ideia de morar)
Valores das Preposições
Perante (posição anterior): Permaneceu calado perante
A todos.
(movimento=direção): Foram a Lucélia comemorar os
Anos Dourados. Por (percurso, espaço, lugar): Caminhava por ruas
Modo: Partiu às pressas. desconhecidas.
Tempo: Iremos nos ver ao entardecer. Causa: Por ser muito caro, não compramos um pendrive
Apreposição a indica deslocamento rápido: Vamos à praia. novo.
(ideia de passear) Espaço: Por cima dela havia um raio de luz.

Ante Sem (ausência): Eu vou sem lenço sem documento.


(diante de): Parou ante mim sem dizer nada, tanta era a
emoção. Sob (debaixo de / situação): Prefiro cavalgar sob o luar.
Tempo (substituída por antes de): Preciso chegar ao Viveu, sob pressão dos pais.
encontro antes das quatro horas.
Sobre
Após (depois de): Após alguns momentos desabou num (em cima de, com contato): Colocou as taças de cristal
choro arrependido. sobre a toalha rendada.
Assunto: Conversávamos sobre política financeira.
Até
(aproximação): Correu até mim. Trás (situação posterior; é preposição fora de uso. É
Tempo: Certamente teremos o resultado do exame até a substituída por atrás de, depois de): Por trás desta carinha
semana que vem. vê-se muita falsidade.
Atenção: Se a preposição até equivaler a inclusive, será
palavra de inclusão e não preposição. Os sonhadores amam
até quem os despreza. (inclusive)

Com (companhia): Rir de alguém é falta de caridade;


deve-se rir com alguém.
Causa: A cidade foi destruída com o temporal.
Instrumento: Feriu-se com as próprias armas.
Modo: Marfinha, minha comadre, veste-se sempre com
elegância.

Contra
(oposição, hostilidade): Revoltou-se contra a decisão do
tribunal.
Direção a um limite: Bateu contra o muro e caiu.

Português 30
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APOSTILAS OPÇÃO

Questões 03. (TJ/AL - Analista Judiciário - Oficial de Justiça


Avaliador - FGV/2018)
01. (PC/SP - Papiloscopista Policial - VUNESP/2018)
Além do celular e da carteira, cuidado com as figurinhas
da Copa
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018

A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo


uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais afoitos
pelos cromos possam até roubá-los, muitos jornaleiros estão
levando seus estoques para casa quando termina o expediente.
Pode parecer piada, mas há até boatos sobre quadrilhas de
roubo de figurinha espalhados por mensagens de celular.

No texto aparecem três ocorrências da preposição DE.


1. “troca-troca de figurinhas”;
2. “roubo de figurinha”;
3. “mensagens de celular”.

Sobre o emprego dessa preposição nesses casos, é correto


afirmar que:
(A) os termos precedidos da preposição DE indicam
pacientes dos vocábulos anteriores;
(B) os termos precedidos da preposição DE indicam
agentes dos termos anteriores;
(C) os termos “de figurinha” e “de celular” são
complementos dos termos anteriores;
No 3º quadrinho, nas três ocorrências, o sentido da (D) os termos “de figurinhas” e “de celular” são adjuntos
preposição “sem” e o das expressões que ela forma são, dos vocábulos precedentes;
respectivamente, de (E) os termos “de figurinhas” e “de figurinha” são
(A) negação e causa. complementos dos vocábulos precedentes.
(B) adição e condição.
(C) ausência e modo. 04. Assinale a alternativa em que a preposição destacada
(D) falta e consequência. estabeleça o mesmo tipo de relação que na frase matriz:
(E) exceção e intensidade. Criaram-se a pão e água.
(A) Desejo todo o bem a você.
02. (Pref. Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem - (B) A julgar por esses dados, tudo está perdido.
IDHTEC/2016) (C) Feriram-me a pauladas.
(D) Andou a colher alguns frutos do mar.
MAMÃ NEGRA (Canto de esperança) (E) Ao entardecer, estarei aí.
Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama 05. (TJ/AL - Técnico Judiciário - FGV/2018)
de carne e sangue Que a Vida escreveu com a pena dos séculos!
Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da Ressentimento e Covardia
ternura ninadas do teu leite alimentadas de bondade e poesia
de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma
semoventes, coisas várias, mais são filhos da desgraça: a legislação específica que coíba não somente os usos mas os
enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação. A
teus olhos, minha Mãe Vejo oceanos de dor Claridades de sol- maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam
posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo!...) mas crimes já especificados em lei, como a da imprensa, que pune
vejo também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos
demoniacamente tentadora - como a Certeza... cintilantemente direitos autorais, os plágios e outros recursos de apropriação
firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, indébita.
formando, anunciando -o dia da humanidade. No fundo, é um problema técnico que os avanços da
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império)
informática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposição
Em qual das alternativas o acento grave foi mal dos usuários e das autoridades. Como digo repetidas vezes, me
empregado, pois não houve crase? valendo do óbvio, a comunicação virtual está em sua pré-
(A) “Milena Nogueira foi pela primeira vez à quadra da história.
escola de samba Império Serrano, na Zona Norte do Rio.” Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na
(B) "Os relatos dos casos mostram repetidas violações dos internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas e
direitos à moradia, a um trabalho digno, à integridade cultural, escritores em geral, os mais comuns são os textos atribuídos
a vida e ao território." ou deformados que circulam por aí e que não podem ser
(C) “O corpo de Lucilene foi encontrado próximo à ponte desmentidos ou esclarecidos caso por caso. Um jornal ou
do Moa no dia 11 de maio.” revista é processado se publicar sem autorização do autor um
(D) “Fifa afirma que Blatter e Valcke enriqueceram às texto qualquer, ainda que em citação longa e sem aspas. Em
custas da entidade.” caso de injúria, calúnia ou difamação, também. E em caso de
(E) “Doriva saiu e Milton Cruz fez às vezes de técnico até a falsear a verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a
chegada de Edgardo Bauza no fim do ano passado.” desmentir e dar espaço ao contraditório.
Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a lei do
cão em nome da liberdade de expressão, que é mais expressão

Português 31
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APOSTILAS OPÇÃO

de ressentidos e covardes do que de liberdade, da verdadeira (C) interjeição, por ser uma palavra invariável que exprime
liberdade. (Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado) sentimentos, subjetividade do eu poético.
(D) conjunção, por ser uma palavra invariável que
O segmento do texto em que o emprego da preposição EM estabelece conexão entre duas orações ou termos de mesma
indica valor semântico diferente dos demais é: função sintática.
(A) “Tenho comentado aqui na Folha em diversas
crônicas”; 02. (CRF/SP - Analista de Suporte - IDECAN/2018)
(B) A maioria dos abusos, se praticados em outros meios”;
(C) “... seriam crimes já especificados em lei”;
(D) “...a comunicação virtual está em sua pré-história”;
(E) “...ainda que em citação longa e sem aspas”.

Gabarito

01.C / 02.E / 03.E / 04.C / 05.D

Interjeição

É a palavra invariável que exprime emoções, sensações,


estados de espírito ou apelos.

Locução Interjetiva: é o conjunto de duas ou mais


palavras com valor de uma interjeição: Muito bem! Que pena!
Quem me dera! Puxa, que legal!

Classificaçao das Interjeições e Locuções Interjetivas

As intejeições e as locuções interjetivas são classificadas de


acordo com o sentido que elas expressam em determinado
contexto. Assim, uma mesma palavra ou expressão pode
exprimir emoções variadas. (In: WATTERSON, B. Os dias estão todos ocupados: as aventuras de Calvin e
Admiração ou Espanto: Oh!, Caramba!, Oba!, Nossa!, Meu Haroldo. São Paulo: Conrad, 2011.)
Deus!, Céus!
Advertência: Cuidado!, Atenção!, Alerta!, Calma!, Alto!, Tal como utilizada no primeiro quadro, a palavra “socorro”
Olha lá! atua como uma palavra de qual classe gramatical?
Alegria: Viva!, Oba!, Que bom!, Oh!, Ah!; (A) Verbo.
Ânimo: Avante!, Ânimo!, Vamos!, Força!, Eia!, Toca! (B) Adjetivo.
Aplauso: Bravo!, Parabéns!, Muito bem! (C) Advérbio.
Chamamento: Olá!, Alô!, Psiu!, Psit! (D) Interjeição.
Aversão: Droga!, Raios!, Xi!, Essa não!, lh!
Medo: Cruzes!, Credo!, Ui!, Jesus!, Uh! Uai! 03. (UFS - Assistente em Administração -
Pedido de Silêncio: Quieto!, Bico fechado!, Silêncio!, FAPESE/2018) No trecho: “Mas pesquisar alguns sinônimos
Chega!, Basta! não faz mal a ninguém: posse, regalia, concessão, direito. Opa,
Saudação: Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau! direito?” As palavras sublinhadas correspondem, pela ordem,
Concordância: Claro!, Certo!, Sim!, Sem dúvida! a:
Desejo: Oxalá!, Tomara!, Pudera!, Queira Deus! Quem me (A) pronome possessivo, adjetivo, advérbio, interjeição;
dera! (B) pronome indefinido, advérbio, substantivo, interjeição;
(C) pronome relativo, conjunção, verbo, adjetivo;
Observe na relação acima, que as interjeições muitas vezes (D) conjunção, adjetivo, substantivo, pronome pessoal;
são formadas por palavras de outras classes gramaticais: (E) numeral, substantivo, verbo, conjunção aditiva.
Cuidado! Não beba ao dirigir! (cuidado é substantivo).
04. (Prefeitura de Dracena/SP - Psicólogo - Big Advice
Questões Órgão/2017) A alternativa que apresenta interjeição
corresponde a:
01. (Prefeitura de Avelinópolis/GO - Auxiliar (A) Cocoricar.
Administrativo - Itame/2019) (B) Urrar.
[...] (C) Zum-zum.
"Ah, porque estou tão sozinho? (D) Ui!
Ah, porque tudo é tão triste? (E) Miau.
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha 05. (Câmara de Santa Rosa/RS - Procurador Jurídico
Que também passa sozinha." Vinícius de Moraes Legislativo - Instituto Excelência/2017)
[...] “Ah, como eu queria voltar a ser criança!”
“Hum! Esse pudim estava maravilhoso!”
No texto, a palavra ‘Ah’ que aparece repetida é um/uma “Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!”
(A) advérbio, pois é uma palavra invariável que exprime
uma circunstância. As frases apresentadas indicam:
(B) preposição, porque é uma palavra invariável, que liga (A) Preposição
dois elementos de uma frase. (B) Interjeição
(C) Conjunção
(D) Nenhuma das alternativas

Português 32
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Gabarito Conjunções Subordinativas

01.C / 02.D / 03.B / 04.D / 05.B Ligam uma oração principal a uma oração subordinativa,
com verbo flexionado.
Conjunções
1. Integrantes: iniciam a oração subordinada substantiva
Exercem a função de conectar as palavras dentro de uma – Que / Se / Como
oração. Desta forma, elas estabelecem uma relação de
coordenação ou subordinação e são classificadas em: Exemplos:
Conjunções Coordenativas e Conjunções Subordinativas. Todos perceberam que você estava atrasado.
Aposto como você estava nervosa.
Conjunções Coordenativas
2. Temporais (Tempo) – Quando / Enquanto / Logo que /
1. Aditivas (Adição) Assim que / Desde que
E Exemplos:
Nem Logo que chegaram, a festa acabou.
Não só... Mas também Quando eu disse a verdade, ninguém acreditou.
Mas ainda
Senão 3. Finais (Finalidade) – Para que / A fim de que
Exemplo:
Exemplos: Foi embora logo, a fim de que ninguém o perturbasse.
Viajamos e descansamos.
Eu não só estudo, mas também trabalho. 4. Proporcionais (Proporcionalidade) – À proporção que
/ À medida que / Quanto mais ... mais / Quanto menos... menos
2. Adversativas (posição contrária) Exemplos:
À medida que se vive, mais se aprende.
Mas Quanto mais se preocupa, mais se aborrece.
Porém
5. Causais (Causa) – Porque / Como / Visto que / Uma vez
Todavia
que
Entretanto
Exemplo: Como estivesse doente, não pôde sair.
No entanto
6. Condicionais (Condição) – Se / Caso / Desde que
Exemplos:
Exemplos:
Ela era explorada, mas não se queixava.
Comprarei o livro, desde que esteja disponível.
Os alunos estudaram, no entanto não conseguiram as
Se chover, não poderemos ir.
notas necessárias.
7. Comparativas (Comparação) – Como / Que / Do que /
3. Alternativas (alternância) Quanto / Que nem
Exemplos:
Ou, ou Os filhos comeram como leões.
Ora, ora A luz é mais veloz do que o som.
Quer, quer
Já, já 8. Conformativas (Conformidade) – Como / Conforme /
Segundo
Exemplos: Exemplos:
Ou você vem agora, ou não haverá mais ingressos. As coisas não são como parecem.
Ora chovia, ora fazia sol. Farei tudo, conforme foi pedido.

4. Conclusivas (conclusão) 9. Consecutivas (Consequência) – Que (precedido dos


Logo termos: tal, tão, tanto...) / De forma que
Portanto Exemplos:
Por conseguinte A menina chorou tanto, que não conseguiu ir para a escola.
Pois (após o verbo) Ontem estive viajando, de forma que não consegui
participar da reunião.
Exemplos:
O caminho é perigoso; vá, pois, com cuidado! 10. Concessivas (Concessão) – Embora / Conquanto /
Estamos nos esforçando, logo seremos recompensados. Ainda que / Mesmo que / Por mais que
Exemplos:
5. Explicativas (explicação) Todos gostaram, embora estivesse mal feito.
Que Por mais que gritasse, ninguém o socorreu.
Porque
Porquanto
Pois (antes do verbo)

Exemplos:
Não leia no escuro, que faz mal à vista.
Compre estas mercadorias, pois já estamos ficando sem.

Português 33
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APOSTILAS OPÇÃO

Questões mormaço com M maiúsculo. Mormaço, para mim, era um velho


que pegava crianças! Ia pra dentro logo. E ainda hoje, quando
01. (PC/SP - Papiloscopista Policial - VUNESP/2018) leio que alguém se viu perseguido pelo clamor público, vejo
com estes olhos o Sr. Clamor Público, magro, arquejante, de
preto, brandindo um guarda-chuva, com um gogó
protuberante que se abaixa e levanta no excitamento da
perseguição. E já estava devidamente grandezinho, pois devia
contar uns trinta anos, quando me fui, com um grupo de
colegas, a ver o lançamento da pedra fundamental da ponte
Uruguaiana-Libres, ocasião de grandes solenidades, com os
presidentes Justo e Getúlio, e gente muita, tanto assim que
fomos alojados os do meu grupo num casarão que creio fosse
a Prefeitura, com os demais jornalistas do Brasil e Argentina.
Era como um alojamento de quartel, com breve espaço entre
as camas e todas as portas e janelas abertas, tudo com os
alegres incômodos e duvidosos encantos, um vulto junto à
minha cama, senti-me estremunhado e olhei atônito para um
tipo de chiru, ali parado, de bigodes caídos, pala pendente e
chapéu descido sobre os olhos. Diante da minha muda
interrogação, ele resolveu explicar-se, com a devida calma:
– Pois é! Não vê que eu sou o sereno…
E eis que, por milésimo de segundo, ou talvez mais, julguei
Na fala do personagem no segundo quadrinho “Apesar da que se tratasse do sereno noturno em pessoa. [...]
aparência, sou um homem ultramoderno!”, a expressão (Mário Quintana. Caderno H. 5. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 153-154.)
destacada estabelece entre as informações relação de sentido
de Após a leitura do texto e considerando seu conteúdo, pode-
(A) comparação. se afirmar quanto ao emprego da conjunção em relação à
(B) finalidade. titulação do texto que o sentido produzido indica
(C) consequência. (A) compensação de um elemento em relação ao outro.
(D) conclusão. (B) acrescentamento de um elemento em relação ao outro.
(E) concessão. (C) sobreposição do último elemento em detrimento do
primeiro.
02. (Prefeitura Trindade/GO - Auxiliar Administrativo (D) estabelecimento de uma relação de um elemento para
- FUNRIO) com o outro.

OMS recomenda ingerir menos de cinco gramas de sal 04. (IF/PE - Técnico em Enfermagem)
por dia
Crônica da cidade do Rio de Janeiro
Se você tem o hábito de pegar no saleiro e polvilhar a
comida com umas pitadas de sal, é melhor pensar duas vezes. No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, generoso, o
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou esta Cristo Redentor estende os braços. Debaixo desses braços os
quinta-feira que um adulto consuma por dia menos de dois netos dos escravos encontram amparo.
gramas de sódio – ou seja, menos de cinco gramas de sal – para Uma mulher descalça olha o Cristo, lá de baixo, e
reduzir os níveis de pressão arterial e as doenças apontando seu fulgor, diz, muito tristemente:
cardiovasculares. - Daqui a pouco não estará mais aí. Ouvi dizer que vão tirar
Pela primeira vez, a OMS faz recomendações também para Ele daí.
as crianças com mais de dois anos de idade, para que as - Não se preocupe – tranquiliza uma vizinha. – Não se
doenças relacionadas com a alimentação não se tornem preocupe: Ele volta.
crônicas na idade adulta. Neste caso, a OMS diz que os valores A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na
devem ainda ser mais baixos do que os dois gramas de sódio, cidade violenta soam tiros e também tambores: os atabaques,
devendo ser adaptados tendo em conta o tamanho, a idade e ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses
as necessidades energéticas. africanos. Cristo sozinho não basta.
Teresa Firmino Adaptado de publico.pt/ciencia (GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM Pocket,
2009.)
Em para reduzir os níveis de pressão arterial e as
doenças cardiovasculares, a palavra para expressa o Na construção “A polícia mata muitos, e mais ainda mata a
seguinte significado: economia”, a conjunção em destaque estabelece, entre as
(A) oposição orações,
(B) finalidade (A) uma relação de adição.
(C) causalidade (B) uma relação de oposição.
(D) comparação (C) uma relação de conclusão.
(E) temporalidade (D) uma relação de explicação.
(E) uma relação de consequência.
03. (SEDUC/PA - Professor Classe I - Português -
CONSULPLAN/2018) 05. (COPASA - Analista de Saneamento - Administrador
- FUMARC/2018)
Coisas & Pessoas
Se você não corresponde ao figurino neoliberal é porque
Desde pequeno, tive tendência para personificar as coisas. sofre de algum transtorno. As doenças estão em moda.
Tia Tula, que achava que mormaço fazia mal, sempre gritava: Respiramos a cultura da medicalização. Não nos perguntamos
“Vem pra dentro, menino, olha o mormaço!”. Mas eu ouvia o por que há tantas enfermidades e enfermos. Esta indagação

Português 34
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APOSTILAS OPÇÃO

não convém à indústria farmacêutica nem ao sistema cujo c) Em ães: escrivães, tabeliães, capelães, capitães, alemães.
objetivo primordial é a apropriação privada da riqueza. d) Em ões ou ãos: corrimões/corrimãos, verões/verãos,
anões/anãos
Sobre os itens lexicais destacados no fragmento, estão e) Em ões ou ães: charlatões/charlatães,
corretas as afirmativas, EXCETO: guardiões/guardiães, cirugiões/cirurgiães.
(A) A conjunção “nem” liga dois itens (indústria / sistema) f) Em ões, ãos ou ães: anciões/anciãos/anciães,
indicando oposição entre eles. ermitões/ermitãos/ermitães.
(B) A conjunção “porque” introduz uma relação de
causalidade entre as partes do período de que faz a ligação. 9) Plural dos diminutivos com a letra Z
(C) O conectivo “se” poderia ser substituído por “caso” e Coloca-se a palavra no plural, corta-se o S e acrescenta-se
indica condicionalidade. zinhos (ou zinhas). Exemplo:
(D) O pronome “algum” transfere sua indefinitude ao Coraçãozinho → corações → coraçõe → coraçõezinhos.
substantivo que acompanha, “transtorno”. Azulzinha → azuis → azui → azuizinhas.

Gabarito 10) Plural com metafonia (ô → ó)


Algumas palavras, quando vão ao plural, abrem o timbre
01.E / 02.B / 03.D / 04.B / 05.A da vogal o; outras, não. Veja a seguir.

Com metafonia singular (ô) e plural (ó)


Mecanismos de flexão dos coro - coros
nomes e dos verbos. corvo - corvos
destroço - destroços
forno - fornos
FLEXÃO NOMINAL E VERBAL fosso - fossos
poço - poços
FLEXÃO NOMINAL rogo - rogos

Flexão de número Sem metafonia singular (ô) e plural (ô)


Os nomes (substantivo, adjetivo etc.), de modo geral, adorno - adornos
admitem a flexão de número: singular e plural. bolso - bolsos
Ex.: animal – animais. endosso - endossos
esgoto - esgotos
Palavras Simples estojo - estojos
1) Na maioria das vezes, acrescenta-se S. gosto - gostos
Ex.: ponte – pontes / bonito – bonitos.
11) Casos especiais:
2) Palavras terminadas em R ou Z: acrescenta-se ES. aval − avales e avais
Ex.: éter – éteres / avestruz – avestruzes. cal − cales e cais
Observação: o pronome qualquer faz o plural no meio: cós − coses e cós
quaisquer. fel − feles e féis
mal e cônsul − males e cônsules
3) Palavras oxítonas terminadas em S: acrescenta-se ES.
Ex.: ananás – ananases. Palavras Compostas
Observação: as paroxítonas e as proparoxítonas são Quanto a variação das palavras compostas:
invariáveis. Ex.: o pires − os pires / o ônibus − os ônibus.
1) Variação de dois elementos: neste caso os compostos
4) Palavras terminadas em IL: são formados por substantivo mais palavra variável (adjetivo,
a) átono: trocam IL por EIS. Ex.: fóssil – fósseis. substantivo, numeral, pronome). Ex.:
b) tônico: trocam L por S. Ex.: funil – funis. amor-perfeito − amores-perfeitos
couve-flor − couves-flores
5) Palavras terminadas em EL: segunda-feira − segundas-feiras
a) átono: plural em EIS. Ex.: nível – níveis.
b) tônico: plural em ÉIS. Ex.: carretel – carretéis. 2) Variação só do primeiro elemento: neste caso quando
há preposição no composto, mesmo que oculto. Ex.:
6) Palavras terminadas em X são invariáveis. pé-de-moleque − pés-de-moleque
Ex.: o clímax − os clímax. cavalo-vapor − cavalos-vapor (de ou a vapor)

7) Há palavras cuja sílaba tônica avança. 3) A palavra também irá variar quando o segundo
Ex.: júnior – juniores / caráter – caracteres. substantivo determina o primeiro (fim ou semelhança). Ex.:
Observação: a palavra caracteres é plural tanto de banana-maçã − bananas-maçã (semelhante a maçã)
caractere quanto de caráter. navio-escola − navios-escola (a finalidade é a escola)

8) Palavras terminadas em ÃO, ÃOS, ÃES e ÕES. Observações:


Fazem o plural, por isso veja alguns muito importantes: - Alguns autores admitem a flexão dos dois elementos,
a) Em ões: balões, corações, grilhões, melões, gaviões. porém é uma situação polêmica.
b) Em ãos: pagãos, cristãos, cidadãos, bênçãos, órgãos. Ex.: mangas-espada (preferível) ou mangas-espadas.

Observação: os paroxítonos, como os dois últimos, - Quando apenas o último elemento varia:
sempre fazem o plural em ÃOS. a) Quando os elementos são adjetivos. Ex.: hispano-
americano − hispano-americanos.

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APOSTILAS OPÇÃO

Observação: a exceção é surdo-mudo, em que os dois Alguns substantivos são uniformes quanto ao gênero, ou
adjetivos se flexionam: surdos-mudos. seja, possuem uma única forma para masculino e feminino. E
b) Nos compostos em que aparecem os adjetivos GRÃO, podem ser divididos em:
GRÃ e BEL. Ex.: grão-duque − grão-duques / grã-cruz − grã- a) Sobrecomuns: admitem apenas um artigo, podendo
cruzes / bel-prazer − bel-prazeres. designar os dois sexos. Ex.: a pessoa, o cônjuge, a testemunha.
c) Quando o composto é formado por verbo ou qualquer b) Comuns de dois gêneros: admitem os dois artigos,
elemento invariável (advérbio, interjeição, prefixo etc.) mais podendo então ser masculinos ou femininos. Ex.: o estudante
substantivo ou adjetivo. Ex.: arranha-céu − arranha-céus / − a estudante, o cientista − a cientista, o patriota − a patriota.
sempre-viva − sempre-vivas / super-homem − super-homens. c) Epicenos: admitem apenas um artigo, designando os
d) Quando os elementos são repetidos ou onomatopaicos animais. Ex.: O jacaré, a cobra, o polvo.
(representam sons). Ex.: reco-reco − reco-recos / pingue-
pongue − pingue-pongues / bem-te-vi − bem-te-vis. Observações:
- O feminino de elefante é elefanta, e não elefoa. Aliá é
Observações: correto, mas designa apenas uma espécie de elefanta.
- Como se vê pelo segundo exemplo, pode haver alguma - Mamão, para alguns gramáticos, deve ser considerado
alteração nos elementos, ou seja, não serem iguais. epiceno. É algo discutível.
- Se forem verbos repetidos, admite-se também pôr os dois - Há substantivos de gênero duvidoso, que as pessoas
no plural. Ex.: pisca-pisca − pisca-piscas ou piscas-piscas. costumam trocar. Veja alguns que convém gravar.
Masculinos - Femininos
4) Quando nenhum elemento varia. champanha - aguardente
- Quando há verbo mais palavra invariável. Ex.: o cola-tudo dó - alface
− os cola-tudo. eclipse - cal
- Quando há dois verbos de sentido oposto. Ex.: o perde- formicida - cataplasma
ganha − os perde-ganha. grama (peso) - grafite
- Nas frases substantivas (frases que se transformam em milhar - libido
substantivos). Ex.: O maria-vai-com-as-outras − os maria-vai- plasma - omoplata
com-as-outras. soprano - musse
suéter - preá
Observações: telefonema
- São invariáveis arco-íris, louva-a-deus, sem-vergonha,
sem-teto e sem-terra. - Existem substantivos que admitem os dois gêneros. Ex.:
Ex.: Os sem-terra apreciavam os arco-íris. diabetes (ou diabete), laringe, usucapião etc.

- Admitem mais de um plural: Flexão de grau


pai-nosso − pais-nossos ou pai-nossos
padre-nosso − padres-nossos ou padre-nossos Por razões meramente didáticas, incluo, aqui, o grau entre
terra-nova − terras-novas ou terra-novas os processos de flexão.
salvo-conduto − salvos-condutos ou salvo-condutos
xeque-mate − xeques-mates ou xeques-mate Grau do substantivo
1) Normal ou positivo: sem nenhuma alteração. Ex.:
- Casos especiais: palavras que não se encaixam nas regras. chapéu.
o bem-me-quer − os bem-me-queres
o joão-ninguém − os joões-ninguém 2) Aumentativo:
o lugar-tenente − os lugar-tenentes a) Sintético: chapelão;
o mapa-múndi − os mapas-múndi b) Analítico: chapéu grande, chapéu enorme etc.

Flexão de gênero 3) Diminutivo:


a) Sintético: chapeuzinho;
Os substantivos e as palavras que o acompanham na frase b) Analítico: chapéu pequeno, chapéu reduzido etc.
admitem a flexão de gênero: masculino e feminino. Ex.: Obs.: Um grau é sintético quando formado por sufixo;
Meu amigo diretor recebeu o primeiro salário. analítico, por meio de outras palavras.
Minha amiga diretora recebeu a primeira prestação.
A flexão de feminino pode ocorrer de duas maneiras. Grau do adjetivo
1) Normal ou positivo: João é forte.
1) Com a troca de o ou e por a. Ex.: lobo – loba / mestre –
mestra. 2) Comparativo:
a) De superioridade: João é mais forte que André. (ou do
2) Por meio de diferentes sufixos nominais de gênero, que);
muitas vezes com alterações do radical. Veja alguns femininos b) De inferioridade: João é menos forte que André. (ou do
importantes: que);
ateu − ateia c) De igualdade: João é tão forte quanto André. (ou como);
bispo − episcopisa
conde − condessa 3) Superlativo:
duque − duquesa a) Absoluto
frade − freira Sintético: João é fortíssimo.
ilhéu − ilhoa Analítico: João é muito forte. (bastante forte, forte demais
judeu − judia etc.)
marajá − marani
monje − monja b) Relativo:
pigmeu − pigmeia De superioridade: João é o mais forte da turma.

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APOSTILAS OPÇÃO

De inferioridade: João é o menos forte da turma. (D) pseudo-esferas, chefes-de-seção, pães-de-ló


(E) pisca-piscas, cartões-postais, mulas-sem-cabeças
Observações:
a) O grau superlativo absoluto corresponde a um aumento 04. (INSTITUTO AOCP - Assistente Administrativo –
do adjetivo. Pode ser expresso por um sufixo (íssimo, érrimo EBSERH) Assinale a alternativa cujas palavras em destaque
ou imo) ou uma palavra de apoio, como muito, bastante, aceitam flexão de número e gênero.
demasiadamente, enorme etc. (A) “E, ainda, aumenta a capacidade sanguínea e faz bem
ao coração, combate a depressão e, o melhor, é democrática,
b) As palavras maior, menor, melhor e pior constituem aceita pessoas de todas as idades e raças.”.
sempre graus de superioridade. Ex.: (B) “Entre os mais comuns estão samba, bolero, forró,
O carro é menor que o ônibus. (menor - mais pequeno = zouk, salsa, lindy hop, tango, valsa e muito mais’. Ele revela
comparativo de superioridade.) que, apesar de sempre ser um desejo feminino, os homens
Ele é o pior do grupo. (pior - mais mau = superlativo estão cada vez mais presentes.”.
relativo de superioridade.) (C) “A dança tem diferentes linguagens e provoca efeitos e
sensações diversas. Sem se ater ao profissional, ela tem o
c) Alguns superlativos absolutos sintéticos também podem poder de aproximar as pessoas, provocar romances, estimular
apresentar dúvidas. o cérebro, tonificar [...]”.
acre − acérrimo (D) “O bailarino, coreógrafo e professor Welbert de Melo
amargo − amaríssimo Nascimento, formado em pedagogia do movimento para o
amigo − amicíssimo ensino da dança pela UFMG, diz que a dança é sociocultural,
antigo − antiquíssimo fundamental em um mundo cada vez mais individualista e de
cruel − crudelíssimo isolamento diante da tecnologia e da internet.”.
doce − dulcíssimo (E) “No antigo Egito, ela homenageava o deus Osíris. Na
fácil − facílimo Grécia, fazia parte dos Jogos Olímpicos. Na era atual, ela existe
feroz − ferocíssimo como manifestação artística [...]”.
fiel − fidelíssimo
geral − generalíssimo Gabarito
humilde − humílimo
magro − macérrimo 01.B / 02.A / 03.E / 04. D
negro − nigérrimo
pobre − paupérrimo FLEXÃO VERBAL
sagrado − sacratíssimo
sério − seriíssimo 1) Número: singular ou plural
soberbo – superbíssimo Ex.: ando, andas, anda → singular
andamos, andais, andam → plural
Questões
2) Pessoas: são três.
01. (Pref. Fortaleza/CE - Educação Física - 2016) Com a) A primeira é aquela que fala; corresponde aos pronomes
base nas regras de flexão nominal e flexão verbal e com base eu (singular) e nós (plural).
no aspecto semântico (o sentido das palavras e da Ex.: escreverei, escreveremos.
interpretação dos enunciados de acordo com o contexto),
observe o seguinte excerto: b) A segunda é aquela com quem se fala; corresponde aos
pronomes tu (singular) e vós (plural).
“Eu nunca me esqueci da história daquela outra menina”. Ex.: escreverás, escrevereis.

Aponte a alternativa em que todas as palavras desse c) A terceira é aquela acerca de quem se fala; corresponde
excerto foram corretamente flexionadas apenas em número, aos pronomes ele ou ela (singular) e eles ou elas (plural).
de acordo com o contexto. Ex.: escreverá, escreverão.
(A) Nós nunca nos esqueceremos de histórias daquelas
outras meninas. 3) Modos: são três.
(B) Nós nunca nos esquecemos das histórias daquelas outras a) Indicativo: apresenta o fato verbal de maneira positiva,
meninas. indubitável. Ex.: vendo.
(C) Nós nunca nos esquecíamos da história daquelas outras
meninas. b) Subjuntivo: apresenta o fato verbal de maneira
(D) Nós nunca nos esquecemos das histórias daquela outra duvidosa, hipotética. Ex.: que eu venda.
menina.
c) Imperativo: apresenta o fato verbal como objeto de uma
02. Assinale o par de vocábulos que formam o plural como ordem. Ex.: venda!
órfão e mata-burro, respectivamente:
(A) cristão / guarda-roupa 4) Tempos: são três.
(B) questão / abaixo-assinado a) Presente: falo
(C) alemão / beija-flor
(D) tabelião / sexta-feira b) Pretérito:
(E) cidadão / salário-família - Perfeito: falei
- Imperfeito: falava
03. Aponte a alternativa em que haja erro quanto à flexão - Mais-que-perfeito: falara
do nome composto:
(A) vice-presidentes, amores-perfeitos, os bota-fora Obs.: O pretérito perfeito indica uma ação extinta; o
(B) tico-ticos, salários-família, obras-primas imperfeito, uma ação que se prolongava num determinado
(C) reco-recos, sextas-feiras, sempre-vivas ponto do passado; o mais-que-perfeito, uma ação passada em

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APOSTILAS OPÇÃO

relação a outra ação, também passada. Ex.: d) Os verbos que têm z no radical podem, no imperativo
Eu cantei aquela música. (perfeito) afirmativo, perder também a letra e que aparece antes da
Eu cantava aquela música. (imperfeito) desinência s.
Quando ele chegou, eu já cantara. (mais-que-perfeito) Ex.: faze (tu) ou faz (tu)
dize (tu) ou diz (tu)
c) Futuro:
- Do presente: estudaremos e) Procure ter “na ponta da língua” a formação e o emprego
- Do pretérito: estudaríamos do imperativo. É assunto muito cobrado em concursos
públicos.
Obs.: No modo subjuntivo, com relação aos tempos
simples, temos apenas o presente, o pretérito imperfeito e o Tempos Primitivos e Tempos Derivados
futuro (sem divisão). Os tempos compostos serão estudados 1) O presente do indicativo é tempo primitivo. Da primeira
mais adiante. pessoa do singular sai todo o presente do subjuntivo.
Ex.: digo → que eu diga, que tu digas, que ele diga etc.
5) Vozes: são três. dizes
a) Ativa: o sujeito pratica a ação verbal. diz
Ex.: O carro derrubou o poste. Obs.: isso não ocorre apenas com os poucos verbos que
não apresentam a desinência o na primeira pessoa do singular.
b) Passiva: o sujeito sofre a ação verbal. Ex.: eu sou → que eu seja.
- Analítica ou verbal: com o particípio e um verbo auxiliar. eu sei → que eu saiba.
Ex.: O poste foi derrubado pelo carro.
2) O pretérito perfeito é tempo primitivo. Da segunda
- Sintética ou pronominal: com o pronome apassivador se. pessoa do singular saem:
Ex.: Derrubou-se o poste.
a) o mais-que-perfeito.
Obs.: Estudaremos bem o pronome apassivador (ou Ex.: coubeste → coubera, couberas, coubera, coubéramos,
partícula apassivadora) na sétima lição: concordância verbal. coubéreis, couberam.

c) Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação verbal; aparece b) o imperfeito do subjuntivo.


um pronome reflexivo. Ex.: O garoto se machucou. Ex.: coubeste → coubesse, coubesses, coubesse,
coubéssemos, coubésseis, coubessem.
Formação do Imperativo
1) Afirmativo: tu e vós saem do presente do indicativo c) o futuro do subjuntivo.
menos a letra s; você, nós e vocês, do presente do subjuntivo. Ex.: coubeste → couber, couberes, couber, coubermos,
Ex.: Imperativo afirmativo do verbo beber couberdes, couberem.
Bebo → beba
bebes → bebe (tu) bebas 3) Do infinitivo impessoal derivam:
bebe beba → beba (você)
bebemos bebamos → bebamos (nós) a) o imperfeito do indicativo.
bebeis → bebei (vós) bebais Ex.: caber → cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam.
bebem bebam → bebam (vocês)
Reunindo, temos: bebe, beba, bebamos, bebei, bebam. b) o futuro do presente.
Ex.: caber → caberei, caberás, caberá, caberemos, cabereis,
2) Negativo: sai do presente do subjuntivo mais a palavra caberão.
não.
Ex.: beba c) o futuro do pretérito.
bebas → não bebas (tu) Ex.: caber → caberia, caberias, caberia, caberíamos,
beba → não beba (você) caberíeis, caberiam.
bebamos → não bebamos (nós)
bebais → não bebais (vós) d) o infinitivo pessoal.
bebam → não bebam (vocês) Ex.: caber → caber, caberes, caber, cabermos, caberdes,
Assim, temos: não bebas, não beba, não bebamos, não caberem.
bebais, não bebam.
e) o gerúndio.
Observações: Ex.: caber → cabendo.
a) No imperativo não existe a primeira pessoa do singular,
eu; a terceira pessoa é você. f) o particípio.
Ex.: caber → cabido.
b) O verbo ser não segue a regra nas pessoas que saem do
presente do indicativo. Eis o seu imperativo: Tempos Compostos
- Afirmativo: sê, seja, sejamos, sede, sejam. Formam-se os tempos compostos com o verbo auxiliar (ter
- Negativo: não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não ou haver) mais o particípio do verbo que se quer conjugar.
sejam.
1) Perfeito composto: presente do verbo auxiliar mais
c) O tratamento dispensado a alguém numa frase não pode particípio do verbo principal.
mudar. Se começamos a tratar a pessoa por você, não podemos Ex.: tenho falado ou hei falado → perfeito composto do
passar para tu, e vice-versa. indicativo tenha falado ou haja falado → perfeito composto do
Ex.: Pede agora a tua comida. (tratamento: tu) subjuntivo.
Peça agora a sua comida. (tratamento: você)
2) Mais-que-perfeito composto: imperfeito do auxiliar

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APOSTILAS OPÇÃO

mais particípio do principal. b) presente do subjuntivo: águe, águes, águe; enxágue,


Ex.: tinha falado → mais-que-perfeito composto do enxágues, enxágue.
indicativo.
tivesse falado → mais-que-perfeito composto do 9) Arguir, no presente do indicativo: arguo, argúis, argúi,
subjuntivo. arguimos, arguis, argúem.

3) Demais tempos: basta classificar o verbo auxiliar. 10) Apaziguar, averiguar, obliquar, no presente do
Ex.: terei falado → futuro do presente composto (terei é subjuntivo: apazigúe, apazigúes, apazigúe, apaziguemos,
futuro do presente). apazigueis, apazigúem.

Verbos Irregulares Comuns em Concursos 11) Mobiliar:


É importante saber a conjugação dos verbos que seguem. a) presente do indicativo: mobílio, mobílias, mobília,
Eles estão conjugados apenas nas pessoas, tempos e modos mobiliamos, mobiliais, mobíliam.
mais problemáticos.
1) Compor, repor, impor, expor, depor etc.: seguem b) presente do subjuntivo: mobílie, mobílies, mobílie,
integralmente o verbo pôr. mobiliemos, mobilieis, mobíliem.
Ex.: ponho → componho, imponho, deponho etc.
pus → compus, repus, expus etc. 12) Polir, no presente do indicativo: pulo, pules, pule,
polimos, polis, pulem.
2) Deter, conter, reter, manter etc.: seguem integralmente
o verbo ter. 13) Passear, recear, pentear, ladear (e todos os outros
Ex.: tivermos → contivermos, mantivermos etc. terminados em ear)
tiveste → retiveste, mantiveste etc. a) presente do indicativo: passeio, passeias, passeia,
passeamos, passeais, passeiam.
3) Intervir, advir, provir, convir etc.: seguem b) presente do subjuntivo: passeie, passeies, passeie,
integralmente o verbo vir. passeemos, passeeis, passeiem.
Ex.: vierem → intervierem, provierem etc.
vim → intervim, convim etc. Observações:
- Os verbos desse grupo (importantíssimo) apresentam o
4) Rever, prever, antever etc.: seguem integralmente o ditongo ei nas formas rizotônicas, mas apenas nos dois
verbo ver. presentes.
Ex.: vi → revi, previ etc. - Os verbos estrear e idear apresentam ditongo aberto.
víssemos → prevíssemos, antevíssemos etc. Ex.: estreio, estreias, estreia; ideio, ideias, ideia.

Observações: 14) Confiar, renunciar, afiar, arriar etc.: verbos regulares.


- Como se vê nesses quatro itens iniciais, o verbo derivado Ex.: confio, confias, confia, confiamos, confiais, confiam.
segue a conjugação do seu primitivo. Basta conjugar o verbo
primitivo e recolocar o prefixo. Há outros verbos que dão Observações:
origem a verbos derivados. Por exemplo, dizer, haver e fazer. - Esses verbos não têm o ditongo ei nas formas rizotônicas.
Para eles, vale a mesma regra explicada acima.
Ex.: eu houve → eu reouve (e não reavi, como normalmente - Mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e intermediar,
se fala por aí). apesar de terminarem em iar, apresentam o ditongo ei.
Ex.: medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais,
- Requerer e prover não seguem integralmente os verbos medeiam, medeie, medeies, medeie, mediemos, medieis,
querer e ver. Eles serão mostrados mais adiante. medeiem.

5) Crer, no pretérito perfeito do indicativo: cri, creste, creu, 15) Requerer: só é irregular na 1ª pessoa do singular do
cremos, crestes, creram. presente do indicativo e, consequentemente, em todo o
presente do subjuntivo.
6) Estourar, roubar, aleijar, inteirar etc.: mantém o ditongo Ex.: requeiro, requeres, requer
fechado em todos os tempos, inclusive o presente do requeira, requeiras, requeira
indicativo. Ex.: A bomba estoura. (e não estóra, como requeri, requereste, requereu
normalmente se diz).
16) Prover: conjuga-se como verbo regular no pretérito
7) Aderir, competir, preterir, discernir, concernir, impelir, perfeito, no mais-que-perfeito, no imperfeito do subjuntivo, no
expelir, repelir: futuro do subjuntivo e no particípio; nos demais tempos,
a) presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos, acompanha o verbo ver.
aderimos, aderem. Ex.: Provi, proveste, proveu; provera, proveras, provera;
provesse, provesses, provesse etc.
b) presente do subjuntivo: adira, adiras, adira, adiramos, provejo, provês, provê; provia, provias, provia; proverei,
adirais, adiram. proverás, proverá etc.

Obs.: Esses verbos mudam o e do infinitivo para i na 17) Reaver, precaver-se, falir, adequar, remir, abolir,
primeira pessoa do singular do presente do indicativo e em colorir, ressarcir, demolir, acontecer, doer são verbos
todas do presente do subjuntivo. defectivos. Estude o que falamos sobre eles na lição anterior,
no item sobre a classificação dos verbos. Ex.: Reaver, no
8) Aguar, desaguar, enxaguar, minguar: presente do indicativo: reavemos, reaveis.
a) presente do indicativo: águo, águas, água; enxáguo,
enxáguas, enxágua.

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APOSTILAS OPÇÃO

Questões - Um dia eu mato um peste.


Matou. Escondeu-se por detrás de um pau e descarregou a
01. (FAPERP - Agente Administrativo - SeMAE) lazarina bem no coração do freguês.
(Graciliano Ramos, São Bernardo)
HÁBITOS SAUDÁVEIS E QUALIDADE DE VIDA7
A forma verbal grifada:
Para um indivíduo ter uma boa qualidade de vida, é (A) está no pretérito, indicando uma ação durativa ou
fundamental a busca de hábitos saudáveis. Esses, não devem ser repetitiva que começa num passado mais ou menos distante e
feitos esporadicamente, mas sim com frequência (para toda perdura ainda no momento da fala.
vida). A adoção desses hábitos saudáveis tem por objetivos a (B) está no futuro do pretérito, indicando uma ação
manutenção da saúde física e psicológica, aumentando a hipotética.
qualidade de vida. (C) está no presente, indicando que a ação se dará num
tempo futuro.
PRINCIPAIS HÁBITOS SAUDÁVEIS: (D) está no futuro, indicando que a ação se dará num futuro
do presente.
- Alimentação balanceada, nutritiva e de acordo com as (E) está no presente, indicando uma ação momentânea ou
necessidades de cada organismo; pontual.
- Prática regular de atividades físicas; - Atividades ao ar livre
e contato com a natureza; 04. (IESES - Auxiliar em Administração - IFC-SC)
- Não ter vícios (álcool, cigarro e outras drogas); Assinale a alternativa correta quanto à flexão dos verbos.
- Buscar se envolver em atividades sociais prazerosas e (A) Quando não disporem de tempo, precavenham-se,
construtivas; adiantando alguns de seus compromissos.
- Controlar e, na medida do possível, evitar o estresse; (B)Se o governo propor mudanças e intervier em favor da
- Valorizar a convivência social positiva; população, será possível melhorar sua imagem.
- Estimular o cérebro com atividades intelectuais (leitura, (C) Ele reaviu seus pertences apreendidos pela polícia.
teatro etc.); (D) Mesmo que as autoridades interviessem, perceber-se-
- Buscar ajuda de profissionais da saúde quando apresentar ia logo que o candidato não previra as consequências que
doenças ou problemas psicológicos. adviriam de sua conduta.

Os verbos “buscar”, “controlar”, “valorizar” e “estimular”, Gabarito


presentes no texto, foram empregados no infinitivo. Observe
as alternativas abaixo e assinale aquela que contiver a 1.D / 2.C / 3.C / 4.D
adequada análise da relação forma verbal / flexão de tempo e
modo.
(A) Buscaria: futuro do subjuntivo. 3. Processos de constituição
(B) Controlo: presente do imperativo.
(C) Valorizou: pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
dos enunciados: coordenação
(D) Estimularemos: futuro do presente do indicativo. e subordinação;
02. (Pref. Itaquitinga/PE - Psicólogo - IDHTEC/2016)
Em qual dos trechos a seguir a flexão do verbo reflete um uso Período
adequado da língua
(A) “Enquanto a campanha de vacinação contra o H1N1 Toda frase com uma ou mais orações constitui um período,
não começa, especialistas recomendam que a população se que se encerra com ponto de exclamação, interrogação ou
precavenha redobrando os cuidados com a higiene e evitando reticências.
aglomerações e o contato com muitas pessoas O período de uma oração pode ser: simples quando só traz
(B) “Cinco pássaros receberam transmissores para uma oração, também conhecida como oração absoluta; ou
monitorar sua adaptação à vida selvagem e se obter composto quando traz mais de uma oração. Exemplo:
financiamento para cinco novos transmissores, dez novos Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração absoluta.)
pássaros serão libertados.” Quero que você aprenda. (Período composto.)
(C) “A mulher requereu o benefício em abril de 2014. Ela
apresentou diversos atestados médicos que comprovavam sua Existe uma maneira prática de saber quantas orações há
situação delicada e seu histórico de risco, mas o pedido foi num período, e para isso basta contar os verbos ou locuções
indeferido.” verbais. Num período haverá tantas orações quantos forem os
verbos ou as locuções verbais neles existentes. Exemplos:
(D) “A polícia interviu nos confrontos entre adeptos
ingleses, russos e franceses‟, disse o chefe local da polícia, que Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração)
teve de dispersar os apoiantes das duas seleções e cidadãos Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
franceses pelo terceiro dia consecutivo.” Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma
(E) “A cada dois meses acumulados, ele sugere que oração)
investidor se presentei com algo que deseja, para se sentir Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas
motivado a manter a reserva.” locuções verbais, duas orações)
03. Leia o trecho: Há três tipos de período composto: por coordenação, por
Toda a gente dormia com a mulher do Jaqueira. Era só subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo
empurrar a porta. Se a mulher não abria logo, Jaqueira ia abrir, tempo (também chamada de período misto).
bocejando e ameaçando:
Período Composto por Coordenação – Orações

7 http://www.todabiologia.com/saude/habitos_saudaveis.htm

Português 40
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APOSTILAS OPÇÃO

Coordenadas - Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto,


por isso, pois, logo.
Considere, por exemplo, este período composto:
Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão.
tempos de infância. OCA OCS Conclusiva
1ª oração: Passeamos pela praia
2ª oração: brincamos Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
3ª oração: recordamos os tempos de infância conjunção que expressa ideia de conclusão de um fato
As três orações que compõem esse período têm sentido enunciado na oração anterior, ou seja, por uma conjunção
próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência coordenativa conclusiva.
sintática: elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma
relação de sentido, mas, como já dissemos, uma não depende Vives mentindo; logo, não mereces fé.
da outra sintaticamente. Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.
As orações independentes de um período são chamadas de
orações coordenadas (OC), e o período formado só de - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou... ou,
orações coordenadas é chamado de período composto por ora... ora, seja... seja, quer... quer.
coordenação.
Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
As orações coordenadas são classificadas em assindéticas OCA OCS Alternativa
e sindéticas.
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo: conjunção que estabelece uma relação de alternância ou
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. escolha com referência à oração anterior, ou seja, por uma
OCA OCA OCA conjunção coordenativa alternativa.

“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de Cale-se agora ou nunca mais fale.
Assis) Ora colocava a luca, ora a retirava.
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.”
(Antônio Olavo Pereira) - Orações coordenadas sindéticas explicativas: que,
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” porque, pois, porquanto.
(Coelho Neto) Vamos andar depressa / que estamos atrasados.
OCA OCS Explicativa
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção
vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo: que expressa ideia de explicação, de justificativa em relação à
O homem saiu do carro / e entrou na casa. oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
OCA OCS explicativa.

As orações coordenadas sindéticas são classificadas de Não comprei o carro, porque estava muito caro.
acordo com o sentido expresso pelas conjunções Cumprimente-a, pois hoje é o seu aniversário.
coordenativas que as introduzem. E podem ser:
Questões
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não
só... mas também, não só... mas ainda. 01. Relacione as orações coordenadas por meio de
Saí da escola / e fui à lanchonete. conjunções:
OCA OCS Aditiva (A) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões
surgiram.
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma (B) Não durma sem cobertor. A noite está fria.
conjunção que expressa ideia de acréscimo ou adição com (C) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los.
referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção
coordenativa aditiva. 02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o
marulhar das ondas...” a partícula como expressa uma ideia de:
O menino comprou pães e um leite. (A) causa
As crianças não gritavam e nem choravam. (B) explicação
Os celulares não somente instruem mas também (C) conclusão
divertem. (D) proporção
(E) comparação
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas,
porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. 03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, oração
sublinhada pode indicar uma ideia de:
Estudei bastante / mas não passei no teste. (A) concessão
OCA OCS Adversativa (B) oposição
(C) condição
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma (D) lugar
conjunção que expressa ideia de oposição à oração anterior, ou (E) consequência
seja, por uma conjunção coordenativa adversativa.
04. Assinale a sequência de conjunções que estabelecem,
O aluno é estudioso, porém, suas notas são baixas. entre as orações de cada item, uma correta relação de sentido.
“É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles) 1. Correu demais, ... caiu.
2. Dormiu mal, ... os sonhos não o deixaram em paz.
3. A matéria perece, ... a alma é imortal.
4. Leu o livro, ... é capaz de descrever as personagens com
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APOSTILAS OPÇÃO

detalhes. - Condicionais: expressam hipóteses ou condição para a


5. Guarde seus pertences, ... podem servir mais tarde. ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se,
contanto que, a menos que, a não ser que, desde que.
(A) porque, todavia, portanto, logo, entretanto Irei à sua casa / se não chover.
(B) por isso, porque, mas, portanto, que OP OSA Condicional
(C) logo, porém, pois, porque, mas
(D) porém, pois, logo, todavia, porque Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos
(E) entretanto, que, porque, pois, portanto ofensores.
Se o conhecesses, não o condenarias.
05. Reúna as três orações em um período composto por “Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond
coordenação, usando conjunções adequadas. de Andrade)
A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência
Os dias já eram quentes. tenha êxito.
A água do mar ainda estava fria.
As praias permaneciam desertas. - Concessivas: expressam ideia ou fato contrário ao da
oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização.
Respostas Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais
que, mesmo que.
01. Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
surgiram. OP OSA Concessiva
Não durma sem cobertor, pois a noite está fria. Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que
Quero desculpar-me, mas consigo encontrá-los. ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente.
Embora não possuísse informações seguras, ainda
02. E\03. C\04. B assim arriscou uma opinião.
Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo
05. Os dias já eram quentes, mas a água do mar ainda quando ou ainda quando ou mesmo que) todos nos
estava fria, por isso as praias permaneciam desertas. critiquem.
Por mais que gritasse, não me ouviram.
Período Composto por Subordinação
Observe os termos destacados em cada uma destas - Conformativas: expressam a conformidade de um fato
orações: com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo.
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal) O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado.
Todos querem sua participação. (objeto direto) OP OSA Conformativa
Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de
causa) O homem age conforme pensa.
Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi.
Veja, agora, como podemos transformar esses termos em Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
orações com a mesma função sintática: O jornal, como sabemos, é um grande veículo de
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada informação.
com função de adjunto adnominal)
Todos querem / que você participe. (oração subordinada - Temporais: acrescentam uma circunstância de tempo ao
com função de objeto direto) que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando,
Não pude sair / porque estava chovendo. (oração assim que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal
subordinada com função de adjunto adverbial de causa) (=assim que).
Ele saiu da sala / assim que eu cheguei.
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma OP OSA Temporal
certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto,
subordinada a ela. Quando um período é constituído de pelo Formiga, quando quer se perder, cria asas.
menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a “Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se
subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti)
é classificado como período composto por subordinação. “Quando os tiranos caem, os povos se levantam.”
As orações subordinadas são classificadas de acordo com a (Marquês de Maricá)
função que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas. Enquanto foi rico, todos o procuravam.

Orações Subordinadas Adverbiais (OSA) - Finais: expressam a finalidade ou o objetivo do que foi
São aquelas que exercem a função de adjunto adverbial da enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de
oração principal (OP). São classificadas de acordo com a que, porque (=para que), que.
conjunção subordinativa que as introduz: Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar.
OP OSA Final
- Causais: expressam a causa do fato enunciado na oração
principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, “O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.”
visto que. (Marquês de Maricá)
Não fui à escola / porque fiquei doente. Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor.
OP OSA Causal “Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que =
para que)
O tambor soa porque é oco. “Instara muito comigo não deixasse de frequentar as
Como não me atendessem, repreendi-os severamente. recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse =
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir. para que não deixasse)
“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de
Sousa) - Consecutivas: expressam a consequência do que foi

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APOSTILAS OPÇÃO

enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como Daremos o prêmio a quem o merecer.
(= porque), pois que, visto que. Lembre-se de que a vida é breve.
A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
OP OSA Consecutiva - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: é aquela
que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.
Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos. Observe :É importante sua colaboração. (sujeito)
“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” É importante / que você colabore.
(José J. Veiga) OP OSS Subjetiva
De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude A oração subjetiva geralmente vem:
prolongar minha viagem. - Depois de um verbo de ligação + predicativo, em
construções do tipo é bom ,é útil ,é certo ,é conveniente, etc.
- Comparativas: expressam ideia de comparação com Ex.: É certo que ele voltará amanhã.
referência à oração principal. Conjunções: como, assim como, - Depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta-
tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.
com menos ou mais). - Depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir,
Ela é bonita / como a mãe. ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e
OP OSA Comparativa seguidos das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos
participem da reunião.
A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o
ferro.” (Marquês de Maricá) É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é
Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro. necessária.)
Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram. Parece que a situação melhorou.
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à Aconteceu que não o encontrei em casa.
luz daquele olhar. Importa que saibas isso bem.

Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam - Oração Subordinada Substantiva Completiva
claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está Nominal: É aquela que exerce a função de complemento
subentendido o verbo ser (como a mãe é). nominal de um termo da oração principal. Observe: Estou
convencido de sua inocência. (complemento nominal)
- Proporcionais: expressam uma ideia que se relaciona Estou convencido / de que ele é inocente.
proporcionalmente ao que foi enunciado na principal. OP OSS Completiva Nominal
Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que,
quanto mais, quanto menos. Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia. dele.)
OSA Proporcional OP Estava ansioso por que voltasses.
Sê grato a quem te ensina.
À medida que se vive, mais se aprende. “Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando. cedo.” (Graciliano Ramos)
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai
diminuindo. - Oração Subordinada Substantiva Predicativa: é
aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da oração
Orações Subordinadas Substantivas principal, vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O
As orações subordinadas substantivas (OSS) são importante é sua felicidade. (predicativo)
aquelas que, num período, exercem funções sintáticas O importante é / que você seja feliz.
próprias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas OP OSS Predicativa
conjunções integrantes que e se. Elas podem ser: Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.)
Minha esperança era que ele desistisse.
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: é Meu maior desejo agora é que me deixem em paz.
aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração Não sou quem você pensa.
principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto)
O grupo quer / que você ajude. - Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela
OP OSS Objetiva Direta que exerce a função de aposto de um termo da oração
principal. Observe: Ele tinha um sonho a união de todos em
O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O benefício do país. (aposto)
mestre exigia a presença de todos.) Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício
Mariana esperou que o marido voltasse. do país.
Ninguém pode dizer: Desta água não beberei. OP OSS Apositiva
O fiscal verificou se tudo estava em ordem.
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: é coisa: a sua felicidade)
aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da Só lhe peço isto: honre o nosso nome.
oração principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto “Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto:
indireto) de que virias a morrer...” (Osmã Lins)
Necessito / de que você me ajude. “Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum
OP OSS Objetiva Indireta motivo oculto?” (Machado de Assis)
As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de
Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua dois-pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à
viagem.) oração principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho
Aconselha-o a que trabalhe mais. recuperasse a saúde, tornou-se realidade.

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APOSTILAS OPÇÃO

Observação: Além das conjunções integrantes que e se, as das formas nominais são chamadas de reduzidas.
orações substantivas podem ser introduzidas por outros Para classificar a oração que está sob a forma reduzida,
conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos: devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo:
Não sei quando ele chegou. colocamos a conjunção ou o pronome relativo adequado ao
Diga-me como resolver esse problema. sentido e passamos o verbo para uma forma do indicativo ou
subjuntivo, conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma
Orações Subordinadas Adjetivas classificação da oração desenvolvida.
As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem a
função de adjunto adnominal de algum termo da oração Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês.
principal. Observe como podemos transformar um adjunto Quando entrei na escola, / encontrei o professor de
adnominal em oração subordinada adjetiva: inglês.
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal) OSA Temporal
Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial
adjetiva) temporal, reduzida de infinitivo.

As orações subordinadas adjetivas são sempre Precisando de ajuda, telefone-me.


introduzidas por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, Se precisar de ajuda, / telefone-me.
etc.) e podem ser classificadas em: OSA Condicional
Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: são restritivas condicional, reduzida de gerúndio.
quando restringem ou especificam o sentido da palavra a que
se referem. Exemplo: Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário.
O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar. Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o
OP OSA Restritiva vestiário.
OSA Temporal
Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal,
o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não reduzida de particípio.
aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º
lugar. Exemplo: Observações:
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de
Pedra que rola não cria limo. desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas
Os animais que se alimentam de carne chamam-se fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de
carnívoros. desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa
Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas cidade.
escreveram. - O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal.
Mariano) Exemplos:
Preciso terminar este exercício.
- Subordinadas Adjetivas Explicativas: são explicativas Ele está jantando na sala.
quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se Essa casa foi construída por meu pai.
referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem - Uma oração coordenada também pode vir sob a forma
restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo: reduzida. Exemplo:
O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um O homem fechou a porta, saindo depressa de casa.
novo livro. O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração
OP OSA Explicativa OP coordenada sindética aditiva)
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de
Deus, que é nosso pai, nos salvará. gerúndio.
Valério, que nasceu rico, acabou na miséria. Qual é a diferença entre as orações coordenadas
Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho. explicativas e as orações subordinadas causais, já que ambas
Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado. podem ser iniciadas por que e porquê? Às vezes não é fácil
Observação: As explicativas são isoladas por pausas, que estabelecer a diferença entre explicativas e causais, mas como
na escrita se indicam por vírgulas.8 o próprio nome indica, as causais sempre trazem a causa de
algo que se revela na oração principal, que traz o efeito.
Orações Reduzidas Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a
Observe que as orações subordinadas eram sempre oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes,
introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.
apresentavam o verbo na forma do indicativo ou do Essa noção de causa e efeito não existe no período
subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há composto por coordenação. Exemplo:
outras que se apresentam com o verbo numa das formas Rosa chorou porque levou uma surra. Está claro que a
nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos: oração iniciada pela conjunção é causal, visto que a surra foi
sem dúvida a causa do choro, que é efeito.
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês. Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. O
(infinitivo) período agora é composto por coordenação, pois a oração
Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio) iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se
Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. revelou na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e
(particípio) efeito: o fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é
causa de ela ter chorado.
As orações subordinadas que apresentam o verbo numa

8 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.

Português 44
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APOSTILAS OPÇÃO

Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto. A pequena criança é uma gracinha. / O garoto que encontrei
OP OSA Comparativa OSA Condicional era muito gentil e simpático.

Questões Casos especiais: veremos alguns casos que fogem à regra


geral mostrada acima.
01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que
estava para ser mãe”, a oração destacada é: a) Um adjetivo após vários substantivos
(A) subordinada substantiva objetiva indireta 1- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o
(B) subordinada substantiva completiva nominal plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
(C) subordinada substantiva predicativa Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. / Irmão
(D) coordenada sindética conclusiva e primo recém-chegados estiveram aqui.
(E) coordenada sindética explicativa
2- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o
02. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada. Há plural masculino ou concorda com o substantivo mais
reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na próximo.
realidade.” A oração sublinhada é: Ela tem pai e mãe louros. / Ela tem pai e mãe loura.
(A) adverbial conformativa
(B) adjetiva 3- Adjetivo funciona como predicativo: vai
(C) adverbial consecutiva obrigatoriamente para o plural.
(D) adverbial proporcional O homem e o menino estavam perdidos. / O homem e sua
(E) adverbial causal esposa estiveram hospedados aqui.

03. “Esses produtos podem ser encontrados nos b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
supermercados com rótulos como ‘sênior’ e com 1- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais
características adaptadas às dificuldades para mastigar e para próximo.
engolir dos mais velhos, e preparados para se encaixar em seus Comi delicioso almoço e sobremesa. / Provei deliciosa fruta
hábitos de consumo”. O segmento “para se encaixar” pode ter e suco.
sua forma verbal reduzida adequadamente desenvolvida em 2- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
(A) para se encaixarem. concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
(B) para seu encaixotamento. Estavam feridos o pai e os filhos. / Estava ferido o pai e os
(C) para que se encaixassem. filhos.
(D) para que se encaixem.
(E) para que se encaixariam. c) Um substantivo e mais de um adjetivo
1- antecede todos os adjetivos com um artigo. Falava
04. A palavra “se” é conjunção integrante (por introduzir fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual das 2- coloca o substantivo no plural. Falava fluentemente as
orações seguintes? línguas inglesa e espanhola.
(A) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão.
(B) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo. d) Pronomes de tratamento
(C) O aluno fez-se passar por doutor. Sempre concordam com a 3ª pessoa. Vossa Santidade
(D) Precisa-se de operários. esteve no Brasil.
(E) Não sei se o vinho está bom.
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
05. “Lembro-me de que ele só usava camisas brancas.” A Concordam com o substantivo a que se referem.
oração sublinhada é: As cartas estão anexas. / A bebida está inclusa.
(A) subordinada substantiva completiva nominal
(B) subordinada substantiva objetiva indireta f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
(C) subordinada substantiva predicativa Após essas expressões o substantivo fica sempre no
(D) subordinada substantiva subjetiva singular e o adjetivo no plural.
(E) subordinada substantiva objetiva direta Renato advogou um e outro caso fáceis. / Pusemos numa e
noutra bandeja rasas o peixe.
Respostas
01.B \ 02.A \ 03.D \ 04.E \ 05.B g) É bom, é necessario, é proibido
Essas expressões não variam se o sujeito não vier
precedido de artigo ou outro determinante.
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
Concordâncias verbal e É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada
nominal. é proibida.

h) Muito, pouco, caro


1- Como adjetivos: seguem a regra geral.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Comi muitas frutas durante a viagem. / Pouco arroz é
suficiente para mim.
Concordância nominal é que o ajuste que fazemos aos
demais termos da oração para que concordem em gênero e
2- Como advérbios: são invariáveis.
número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o
Comi muito durante a viagem. / Pouco lutei, por isso perdi
artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos
a batalha.
também o verbo, que se flexionará à sua maneira.
i) Mesmo, bastante
Regra geral: o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome
1- Como advérbios: invariáveis
concordam em gênero e número com o substantivo.

Português 45
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APOSTILAS OPÇÃO

Preciso mesmo da sua ajuda. envolvimento da empresa.


Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. (B) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
desnecessária.
2- Como pronomes: seguem a regra geral. (C) A mídia julgou desnecessário o envolvimento da
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. empresa e a campanha.
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. (D) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
desnecessárias.
j) Menos, alerta
Em todas as ocasiões são invariáveis. 04. Complete os espaços com um dos nomes colocados nos
Preciso de menos comida para perder peso. / Estamos alerta parênteses.
para com suas chamadas. (A) Será que é ____ essa confusão toda? (necessário/
necessária)
k) Tal Qual (B) Quero que todos fiquem ____. (alerta/ alertas)
“Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o (C) Houve ____ razões para eu não voltar lá. (bastante/
consequente. bastantes)
As garotas são vaidosas tais qual a tia. / Os pais vieram (D) Encontrei ____ a sala e os quartos. (vazia/vazios)
fantasiados tais quais os filhos. (E) A dona do imóvel ficou ____ desiludida com o inquilino.
(meio/ meia)
l) Possível
Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou 05. Quanto à concordância nominal, verifica-se ERRO em:
“pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. (A) O texto fala de uma época e de um assunto polêmicos.
A mais possível das alternativas é a que você expôs. (B) Tornou-se clara para o leitor a posição do autor sobre
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. o assunto.
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da (C) Constata-se hoje a existência de homem, mulher e
cidade. criança viciadas.
(D) Não será permitido visita de amigos, apenas a de
m) Meio parentes.
1- Como advérbio: invariável.
Estou meio (um pouco) insegura. Respostas
01.D / 02.D / 03.B / 04. a) necessária b) alerta c)
2- Como numeral: segue a regra geral. bastantes d) vazia e) meio / 05. C
Comi meia (metade) laranja pela manhã.
CONCORDÂNCIA VERBAL
n) Só
1- apenas, somente (advérbio): invariável. Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos
Só consegui comprar uma passagem. referindo à relação de dependência estabelecida entre um
termo e outro mediante um contexto oracional.
2- sozinho (adjetivo): variável.
Estiveram sós durante horas. Casos Referentes a Sujeito Simples
1) Sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo em
Questões número e pessoa: O aluno chegou atrasado.

01. Indique o uso INCORRETO da concordância verbal ou 2) O verbo concorda no singular com o sujeito coletivo do
nominal: singular, o verbo permanece na terceira pessoa do
(A) Será descontada em folha sua contribuição sindical. singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos.
(B) Na última reunião, ficou acordado que se realizariam Observação: no caso de o coletivo aparecer seguido de
encontros semanais com os diversos interessados no assunto. adjunto adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular
(C) Alguma solução é necessária, e logo! ou poderá ir para o plural: Uma multidão de pessoas saiu aos
(D) Embora tenha ficado demonstrado cabalmente a gritos. / Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
ocorrência de simulação na transferência do imóvel, o pedido
não pode prosperar. 3) Quando o sujeito é representado por expressões
(E) A liberdade comercial da colônia, somada ao fato de D. partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte de, a
João VI ter também elevado sua colônia americana à condição metade de, uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode
de Reino Unido a Portugal e Algarves, possibilitou ao Brasil concordar com o núcleo dessas expressões quanto com o
obter certa autonomia econômica. substantivo que a segue: A maioria dos alunos resolveu ficar.
/ A maioria dos alunos resolveram ficar.
02. Aponte a alternativa em que NÃO ocorre silepse (de
gênero, número ou pessoa): 4) No caso de o sujeito ser representado por expressões
(A) “A gente é feito daquele tipo de talento capaz de fazer aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo
a diferença.” concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de
(B) Todos sabemos que a solução não é fácil. vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas.
(C) Essa gente trabalhadora merecia mais, pois acordam às
cinco horas para chegar ao trabalho às oito da manhã. 5) Em casos em que o sujeito é representado pela
(D) Todos os brasileiros sabem que esse problema vem de expressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais
longe... de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
(E) Senhor diretor, espero que Vossa Senhoria seja mais Observação: no caso da referida expressão aparecer
compreensivo. repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade,
o verbo, necessariamente, deverá permanecer no plural: Mais
03. A concordância nominal está INCORRETA em: de um aluno, mais de um professor contribuíram na campanha
(A) A mídia julgou desnecessária a campanha e o de doação de alimentos. / Mais de um formando se

Português 46
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APOSTILAS OPÇÃO

abraçaram durante as solenidades de formatura. demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na
6) O sujeito for composto da expressão “um dos que”, o 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. / Tu e ele são primos.
verbo permanecerá no plural: Paulo é um dos que mais
trabalhar. 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer
anteposto (antes) ao verbo, este permanecerá no plural: O pai
7) Quanto aos relativos à concordância com locuções e seus dois filhos compareceram ao evento.
pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto (depois) ao
nos atermos a duas questões básicas: verbo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus
o verbo poderá com ele concordar, como poderá também dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
concordar com o pronome pessoal: Alguns
de nós o receberemos. / Alguns de nós o receberão. 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular:
no singular, o verbo também permanecerá no singular: Algum Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do
de nós o receberá. mundo.

8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo 5) Casos relativos a sujeito composto de palavras
pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do sinônimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo
singular ou poderá concordar com o antecedente desse poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha
pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para ela. / vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de meu
Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela. esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha premiação é
fruto de meu esforço.
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que Questões
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós
que tomamos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo. 01. A concordância realizou-se adequadamente em qual
alternativa?
10) No caso de o sujeito aparecer representado por (A) Os Estados Unidos é considerado, hoje, a maior
expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará potência econômica do planeta, mas há quem aposte que a
com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa China, em breve, o ultrapassará.
porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão da (B) Em razão das fortes chuvas haverão muitos candidatos
diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão. que chegarão atrasados, tenho certeza disso.
Observações: (C) Naquela barraca vendem-se tapiocas fresquinhas, pode
- Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de comê-las sem receio!
porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: (D) A multidão gritaram quando a cantora apareceu na
Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários. janela do hotel!
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no
singular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da 02. Uma pergunta
diretoria.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de Frequentemente cabe aos detentores de cargos de
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os responsabilidade tomar decisões difíceis, de graves
50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. consequências. Haveria algum critério básico, essencial, para
amparar tais escolhas? Antonio Gramsci, notável pensador e
11) Quando o sujeito estiver representado por pronomes político italiano, propôs que se pergunte, antes de tomar a
de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira decisão: - Quem sofrerá?
pessoa do singular ou do plural: Vossas Para um humanista, a dor humana é sempre prioridade a
Majestades gostaram das homenagens. Vossas Excelência agiu se considerar.
com inteligência. (Salvador Nicola, inédito)

12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no
próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos singular para preencher adequadamente a lacuna da frase:
que os determinam: (A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
ser, este permanece no singular, contanto que o predicativo (B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre
também esteja no singular: Memórias póstumas de Brás o peso de suas mais graves decisões.
Cubas é uma criação de Machado de Assis. (C) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer)
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também tomar decisões sem medir suas consequências.
permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência (D) A toda decisão tomada precipitadamente ......
mundial. (costumar) sobrevir consequências imprevistas e injustas.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele (E) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade,
nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
é uma potência mundial. humana.

Casos Referentes a Sujeito Composto 03. Em um belo artigo, o físico Marcelo Gleiser, analisando
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas a constatação do satélite Kepler de que existem muitos
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando planetas com características físicas semelhantes ao nosso,
relacionado a dois pressupostos básicos: reafirmou sua fé na hipótese da Terra rara, isto é, a tese de que
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as a vida complexa (animal) é um fenômeno não tão comum no
Universo.

Português 47
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APOSTILAS OPÇÃO

Gleiser retoma as ideias de Peter Ward expostas de modo


persuasivo em “Terra Rara”. Ali, o autor sugere que a vida
microbiana deve ser um fenômeno trivial, podendo pipocar até
4. Sistema gráfico:
em mundos inóspitos; já o surgimento de vida multicelular na ortografia; regras de
Terra dependeu de muitas outras variáveis físicas e históricas, acentuação; uso dos sinais de
o que, se não permite estimar o número de civilizações extra
terráqueas, ao menos faz com que reduzamos nossas
pontuação.
expectativas.
Uma questão análoga só arranhada por Ward é a da
inexorabilidade da inteligência. A evolução de organismos ORTOGRAFIA
complexos leva necessariamente à consciência e à
inteligência? Alfabeto
Robert Wright diz que sim, mas seu argumento é mais
matemático do que biológico: complexidade engendra O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. A –
complexidade, levando a uma corrida armamentista entre B–C–D–E–F–G–H–I–J–K–L–M–N–O–P–Q–R–S–
espécies cujo subproduto é a inteligência. T – U – V – W – X – Y – Z.
Stephen J. Gould e Steven Pinker apostam que não. Para
eles, é apenas devido a uma sucessão de pré-adaptações e Observação: emprega-se também o “ç”, que representa o
coincidências que alguns animais transformaram a capacidade fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras.
de resolver problemas em estratégia de sobrevivência. Se
rebobinássemos o filme da evolução e reencenássemos o Emprego das Letras e Fonemas
processo mudando alguns detalhes do início, seriam grandes
as chances de não chegarmos a nada parecido com a Emprego das letras K, W e Y
inteligência. Utilizam-se nos seguintes casos:
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 2012.)
1) Em antropônimos originários de outras línguas e seus
derivados. Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo;
A frase em que as regras de concordância estão Taylor, taylorista.
plenamente respeitadas é:
(A) Podem haver estudos que comprovem que, no passado, 2) Em topônimos originários de outras línguas e seus
as formas mais complexas de vida - cujo habitat eram oceanos derivados. Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.
ricos em nutrientes - se alimentavam por osmose.
(B) Cada um dos organismos simples que vivem na 3) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como
natureza sobrevivem de forma quase automática, sem se unidades de medida de curso internacional. Exemplos: K
valerem de criatividade e planejamento. (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.
(C) Desde que observe cuidados básicos, como obter
energia por meio de alimentos, os organismos simples podem Emprego do X
preservar a vida ao longo do tempo com relativa facilidade. Se empregará o “X” nas seguintes situações:
(D) Alguns animais tem de se adaptar a um ambiente cheio 1) Após ditongos.
de dificuldades para obter a energia necessária a sua Exemplos: caixa, frouxo, peixe.
sobrevivência e nesse processo expõe- se a inúmeras ameaças. Exceção: recauchutar e seus derivados.
(E) A maioria dos organismos mais complexos possui um
sistema nervoso muito desenvolvido, capaz de se adaptar a 2) Após a sílaba inicial “en”.
mudanças ambientais, como alterações na temperatura. Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca.
Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo
04. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, “en-”. Ex.: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),
a concordância verbal está correta em: encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...)
(A) Ela não pode usar o celular e chamar um taxista, pois
acabou os créditos. 3) Após a sílaba inicial “me-”.
(B) Esta empresa mantêm contato com uma rede de táxis Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão.
que executa diversos serviços para os clientes. Exceção: mecha.
(C) À porta do aeroporto, havia muitos táxis disponíveis
para os passageiros que chegavam à cidade. 4) Se empregará o “X” em vocábulos de origem indígena ou
(D) Passou anos, mas a atriz não se esqueceu das calorosas africana e em palavras inglesas aportuguesadas.
lembranças que seu tio lhe deixou. Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu,
(E) Deve existir passageiros que aproveitam a corrida de bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar,
táxi para bater um papo com o motorista. rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara,
xale, xingar, etc.
Respostas
01.C / 02.C / 03.E / 04.C Emprego do Ch
Se empregará o “Ch” nos seguintes vocábulos: bochecha,
bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute,
cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila,
pechincha, salsicha, tchau, etc.

Emprego do G
Se empregará o “G” em:
1) Substantivos terminados em: -agem, -igem, -ugem.
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem.
Exceção: pajem.

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APOSTILAS OPÇÃO

2) Palavras terminadas em: -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio,
Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio. querosene, raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo,
visita, etc.
3) Em palavras derivadas de outras que já apresentam “G”.
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), Emprego do Z
vertiginoso (de vertigem). Se empregará o “Z” nos seguintes casos:
1) Palavras derivadas de outras que já apresentam Z no
Observação - também se emprega com a letra “G” os radical.
seguintes vocábulos: algema, auge, bege, estrangeiro, geada, Exemplos: deslize – deslizar / razão – razoável / vazio –
gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge, esvaziar / raiz – enraizar /cruz – cruzeiro.
rabugento, vagem.
2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos
Emprego do J a partir de adjetivos.
Para representar o fonema “j’ na forma escrita, a grafia Exemplos: inválido – invalidez / limpo – limpeza / macio –
considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a maciez / rígido – rigidez / frio – frieza / nobre – nobreza / pobre
origem da palavra, como por exemplo no caso da na palavra jipe – pobreza / surdo – surdez.
que origina-se do inglês jeep. Porém também se empregará o “J”
nas seguintes situações: 3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar
substantivos.
1) Em verbos terminados em -jar ou -jear. Exemplos: Exemplos: civilizar – civilização / hospitalizar –
Arranjar: arranjo, arranje, arranjem hospitalização / colonizar – colonização / realizar – realização.
Despejar: despejo, despeje, despejem
Viajar: viajo, viaje, viajem 4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita.
Exemplos: cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito,
2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica. avezita.
Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji.
5) Nos seguintes vocábulos: azar, azeite, azedo, amizade,
3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam “J”. buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz,
Exemplos: laranja –laranjeira / loja – lojista / lisonja – proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.
lisonjeador / nojo – nojeira / cereja – cerejeira / varejo –
varejista / rijo – enrijecer / jeito – ajeitar. 6) Em vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no
contraste entre o S e o Z. Exemplos:
Observação - também se emprega com a letra “J” os Cozer (cozinhar) e coser (costurar);
seguintes vocábulos: berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, Prezar (ter em consideração) e presar (prender);
jeito, jejum, laje, traje, pegajento. Traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior).

Emprego do S Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z.


Utiliza-se “S” nos seguintes casos: Como por exemplo: exame, exato, exausto, exemplo, existir,
1) Palavras derivadas de outras que já apresentam “S” no exótico, inexorável.
radical. Exemplos: análise – analisar / catálise – catalisador /
casa – casinha ou casebre / liso – alisar. Emprego do Fonema S
Existem diversas formas para a representação do fonema “S”
2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título no qual podem ser: s, ç, x e dos dígrafos sc, sç, ss, xc, xs. Assim
ou origem. Exemplos: burguês – burguesa / inglês – inglesa / vajamos algumas situações:
chinês – chinesa / milanês – milanesa.
1) Emprega-se o S: nos substantivos derivados de verbos
3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e –osa. terminados em -andir, -ender, -verter e -pelir.
Exemplos: catarinense / palmeirense / gostoso – gostosa / Exemplos: expandir – expansão / pretender – pretensão /
amoroso – amorosa / gasoso – gasosa / teimoso – teimosa. verter – versão / expelir – expulsão / estender – extensão /
suspender – suspensão / converter – conversão / repelir –
4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa. repulsão.
Exemplos: catequese, diocese, poetisa, profetisa,
sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose. 2) Emprega-se Ç: nos substantivos derivados dos verbos ter
e torcer.
5) Após ditongos. Exemplos: ater – atenção / torcer – torção / deter – detenção
Exemplos: coisa, pouso, lousa, náusea. / distorcer – distorção / manter – manutenção / contorcer –
contorção.
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus
derivados. 3) Emprega-se o X: em casos que a letra X soa como Ss.
Exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, Exemplos: auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta,
puséssemos, quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, sintaxe, texto, trouxe.
quiséssemos, repus, repusera, repusesse, repuséssemos.
4) Emprega-se Sc: nos termos eruditos.
7) Em nomes próprios personativos. Exemplos: acréscimo, ascensorista, consciência, descender,
Exemplos: Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, discente, fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação,
Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás. miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.

Observação - também se emprega com a letra “S” os 5) Emprega-se Sç: na conjugação de alguns verbos.
seguintes vocábulos: abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, Exemplos: nascer - nasço, nasça / crescer - cresço, cresça /
cortesia, decisão, despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena, Descer - desço, desça.

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APOSTILAS OPÇÃO

6) Emprega-se Ss: nos substantivos derivados de verbos 2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh.
terminados em -gredir, -mitir, -ceder e -cutir. Exemplos: flecha, telha, companhia.
Exemplos: agredir – agressão / demitir – demissão / ceder –
cessão / discutir – discussão/ progredir – progressão / 3) Final e inicial, em certas interjeições.
transmitir – transmissão / exceder – excesso / repercutir – Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.
repercussão.
4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo
7) Emprega-se o Xc e o Xs: em dígrafos que soam como Ss. elemento, se etimológico.
Exemplos: exceção, excêntrico, excedente, excepcional, Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.
exsudar.
Observações:
Atenção - não se esqueça que uso da letra X apresenta 1) No substantivo Bahia, o “h” sobrevive por tradição. Note
algumas variações. Observe: que nos substantivos derivados como baiano, baianada ou
1) O “X” pode representar os seguintes fonemas: baianinha ele não é utilizado.
“ch” - xarope, vexame;
“cs” - axila, nexo; 2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não iniciam com a
“z” - exame, exílio; letra “h”. No entanto, seus derivados eruditos sempre são
“ss” - máximo, próximo; grafados com h, como por exemplo: herbívoro, hispânico,
“s” - texto, extenso. hibernal.

2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci- Questões


Exemplos: excelente, excitar.
01. (FIOCRUZ – Assistente Técnico de Gestão em Saúde
Emprego do E – FIOCRUZ/2016)
Se empregará o “E” nas seguintes situações:
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar O FUTURO NO PASSADO
Exemplos: magoar - magoe, magoes / continuar- continue,
continues. 1 Poucas previsões para o futuro feitas no passado se
realizaram. O mundo se mudava do campo para as cidades, e
2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, era natural que o futuro idealizado então fosse o da cidade
anterior). perfeita. Mas o helicóptero não substituiu o automóvel
Exemplos: antebraço, antecipar. particular e só recentemente começou-se a experimentar
carros que andam sobre faixas magnéticas nas ruas, liberando
3) Nos seguintes vocábulos: cadeado, confete, disenteria, seus ocupantes para a leitura, o sono ou o amor no banco de
empecilho, irrequieto, mexerico, orquídea, etc. trás. As cidades não se transformaram em laboratórios de
convívio civilizado, como previam, e sim na maior prova da
Emprego do I impossibilidade da coexistência de desiguais.
Se empregará o “I” nas seguintes situações: 2 A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir. guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica que não
Exemplos: poupam civis, mas não trouxe a democratização da
Cair- cai prosperidade antevista. Mágicas novas como o cinema
Doer- dói prometiam ultrapassar os limites da imaginação.
Influir- influi Ultrapassaram, mas para o território da banalidade
espetaculosa. A TV foi prevista, e a energia nuclear intuída,
2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra). mas a revolução da informática não foi nem sonhada. As
Exemplos: anticristo, antitetânico. revoluções na medicina foram notáveis, certo, mas a
prevenção do câncer ainda não foi descoberta. Pensando bem,
3) Nos seguintes vocábulos: aborígine, artimanha, chefiar, nem a do resfriado. A comida em pílulas não veio - se bem que
digladiar, penicilina, privilégio, etc. a nouvelle cuisine chegou perto. Até a colonização do espaço,
como previam os roteiristas do “Flash Gordon”, está atrasada.
Emprego do O/U Mal chegamos a Marte, só para descobrir que é um imenso
A oposição o/u é responsável pela diferença de significado terreno baldio. E os profetas da felicidade universal não
de algumas palavras. Veja os exemplos: comprimento contavam com uma coisa: o lixo produzido pela sua visão.
(extensão) e cumprimento (saudação, realização) soar (emitir Nenhuma previsão incluía a poluição e o aquecimento global.
som) e suar (transpirar). 3 Mas assim como os videntes otimistas falharam, talvez o
- Grafam-se com a letra “O”: bolacha, bússola, costume, pessimismo de hoje divirta nossos bisnetos. Eles certamente
moleque. falarão da Aids, por exemplo, como nós hoje falamos da gripe
- Grafam-se com a letra “U”: camundongo, jabuti, Manuel, espanhola. A ciência e a técnica ainda nos surpreenderão.
tábua. Estamos na pré-história da energia magnética e por fusão
nuclear fria.
Emprego do H 4 É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor passo atrás, rumo ao irracional. Quanto mais perto a ciência
fonético. Conservou-se apenas como símbolo, por força da chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas
etimologia e da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, procurarão respostas no misticismo e refúgio no tribal. E
grafa-se desta forma devido a sua origem na forma latina hodie. quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes
Assim vejamos o seu emprego: sonhados, mais leigo fica o leigo. A volta ao irracional é a birra
do leigo.
1) Inicial, quando etimológico. (VERÍSSIMO. L. F. O Globo. 24/07/2016, p. 15.)
Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio.
“e era natural que o futuro IDEALIZADO então fosse o da
cidade perfeita.” (1º §) O vocábulo em destaque no trecho

Português 50
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APOSTILAS OPÇÃO

acima grafa-se com a letra Z, em conformidade com a norma (B) detenção do infrator - ascenção ao posto.
de emprego do sufixo–izar. (C) presunção de culpa - coerção penal.
(D) interceção do juiz - contenção do distúrbio.
Das opções abaixo, aquela em que um dos vocábulos está (E) submição à lei - indução ao crime.
INCORRETAMENTE grafado por não se enquadrar nessa
norma é: 04. (Câmara Municipal de Araraquara/SP – Assistente
(A) alcoolizado / barbarizar / burocratizar. de Tradução e Interpretação – IBFC/2016)
(B) catalizar / abalizado / amenizar. Leia as opções abaixo e assinale a alternativa que não
(C) catequizar / cauterizado / climatizar. apresenta erro ortográfico.
(D) contemporizado / corporizar / cretinizar (A) Plocrastinar - idiossincrasia - abduzir
(E) esterilizar / estigmatizado / estilizar. (B) Proclastinar - idiosincrasia - abduzir
(C) Plocrastinar- idiossincrasia - abiduzir
02. (Pref. De Biguaçu/SC – Professor III – Inglês/2016) (D) Procrastinar - idiossincrasia - abduzir
De acordo com a Língua Portuguesa culta, assinale a
alternativa cujas palavras seguem as regras de ortografia: 05. (Pref. De Quixadá/CE – Agente de Combate às
(A) Preciso contratar um eletrecista e um encanador para Endemias – Serctam/2016) Marque a opção em
o final da tarde. que TODOS os vocábulos se completam com a letra “s”:
(B) O trabalho voluntário continua sendo feito (A) pesqui__a, ga__olina, ali__erce.
prazerosamente pelos alunos. (B) e__ótico, talve__, ala__ão.
(C) Ainda não foram atendidas as reinvindicações dos (C) atrá__, preten__ão, atra__o.
professores em greve. (D) bati__ar, bu__ina, pra__o.
(D) Na lista de compras, é preciso descriminar melhor os (E) valori__ar, avestru__, Mastru__.
produtos em falta.
(E) Passou bastante desapercebido o caso envolvendo um Gabarito
juiz federal.
01. B / 02 .B / 03. C / 04. D / 05. C
03. (PC/PA – Escrivão de Polícia Civil – FUNCAB/2016)
Dificilmente, em uma ciência-arte como a Psicologia- Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas
Psiquiatria, há algo que se possa asseverar com 100% de
certeza. Isso porque há áreas bastante interpretativas, sujeitas Inicial Maiúscula
a leituras diversas, a depender do observador e do observado. Utiliza-se inicial maiúscula nos seguintes casos:
Porém, existe um fato na Psicologia-Psiquiatria forense que é 1) No começo de um período, verso ou citação direta.
100% de certeza e não está sujeito a interpretação ou a
dissimulação por parte de quem está a ser examinado. E Disse o Padre Antônio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer
revela, objetivamente, dados do psiquismo da pessoa ou, em lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso.”
outras palavras, mostra características comportamentais
indissimuláveis, claras e objetivas. O que pode ser tão exato, “Auriverde pendão de minha terra,
em matéria de Psicologia-Psiquiatria, que não admite Que a brisa do Brasil beija e balança,
variáveis? Resposta: todos os crimes, sem exceção, são como Estandarte que à luz do sol encerra
fotografias exatas e em cores do comportamento do indivíduo. As promessas divinas da Esperança…”
E como o psiquismo é responsável pelo modo de agir, por (Castro Alves)
conseguinte, tem os em todos os crimes, obrigatoriamente e
sempre, elementos objetivos da mente de quem os praticou. 2) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
Por exemplo, o delito foi cometido com multiplicidade de Exemplos: Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.
golpes, com ferocidade na execução, não houve ocultação de
cadáver, não se verifica cúmplice, premeditação etc. Registre- 3) Nos topônimos, reais ou fictícios.
se que esses dados já aconteceram. Portanto, são insimuláveis, Exemplos: Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.
100% objetivos. Basta juntar essas características
comportamentais que teremos algo do psiquismo de quem o 4) Nos nomes mitológicos.
praticou. Nesse caso específico, infere-se que a pessoa é Exemplos: Dionísio, Netuno.
explosiva, impulsiva e sem freios, provável portadora de
algum transtorno ligado à disritmia psicocerebral, algum 5) Nos nomes de festas e festividades.
estreitamento de consciência, no qual o sentimento invadiu o Exemplos: Natal, Páscoa, Ramadã.
pensamento e determinou a conduta.
Em outro exemplo, temos homicídio praticado com um só 6) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais.
golpe, premeditado, com ocultação de cadáver, concurso de Exemplos: ONU, Sr., V. Ex.ª.
cúmplice etc. Nesse caso, os dados apontam para o lado do
criminoso comum, que entendia o que fazia. 7) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos,
Claro que não é possível, apenas pela morfologia do crime, políticos ou nacionalistas.
saber-se tudo do diagnóstico do criminoso. Mas, por outro Exemplos: Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado,
lado, é na maneira como o delito foi praticado que se Nação, Pátria, União, etc.
encontram características 100% seguras da mente de quem o
praticou, a evidenciar fatos, tal qual a imagem fotográfica Observação: esses nomes escrevem-se com inicial
revela-nos exatamente algo, seja muito ou pouco, do momento minúscula quando são empregados em sentido geral ou
em que foi registrada. Em suma, a forma como as coisas foram indeterminado.
feitas revela muito da pessoa que as fez. Exemplo: Todos amam sua pátria.
PALOMBA, Guido Arturo. Rev. Psique: n° 100 (ed. comemorativa), p. 82.
Emprego Facultativo da Letra Maiúscula
Tal como ocorre com “interpretaÇÃO ” e “dissimulaÇÃO”, 1) No início dos versos que não abrem período, é facultativo
grafa-se com “ç” o sufixo de ambas as palavras arroladas em: o uso da letra maiúscula, como por exemplo:
(A) apreenção do menor - sanção legal.

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APOSTILAS OPÇÃO

“Aqui, sim, no meu cantinho, — Claro que estou indo à festa. — respondi. — O que há de
vendo rir-me o candeeiro, tão difícil de se compreender nisso?
gozo o bem de estar sozinho Enfim, sem nunca atingir o fim, imaginando-se uma
e esquecer o mundo inteiro.” Gaivota sobrevoando o mar, viajar é sentir-se ainda mais
pássaro livre tocado pelas lufadas de vento, contraponto, de
2) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios. uma ave mirrada de asas partidas numa gaiola lacrada,
Exemplos: Rua da Liberdade ou rua da Liberdade / Igreja do sobrevivendo apenas de alpiste da melhor qualidade e água
Rosário ou igreja do Rosário / Edifício Azevedo ou edifício filtrada. Ou ainda, pássaros presos na ambivalência
Azevedo. existencial... fadado ao fracasso ou ao sucesso... ao ser livre ou
viver presos em suas próprias armadilhas...
Inicial Minúscula Fica sob sua escolha e risco, a liberdade para voar os ventos
Utiliza-se inicial minúscula nos seguintes casos: ascendentes; que pássaro quer ser; que lugares quer
1) Em todos os vocábulos correntes da língua portuguesa. sobrevoar; que viagem ao inusitado mais lhe compraz. Por
Exemplos: carro, flor, boneca, menino, porta, etc. mais e mais, qual a serventia dessas asas enormes, herança
genética de seus pais e que lhe confere enorme envergadura?
2) Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta, Diga para quê serve? Ao primeiro sinal de perigo, debique e
usa-se letra minúscula. pouse na cerca mais próxima. Ora, não venha com desculpas
Exemplo: “Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: esfarrapadas e vamos dona Gaivota, espante a preguiça, bata
ouro, incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) as asas e saia do ninho! Não tenha medo de voar. Pois, como é
de conhecimento dos "Mestres dos ares e da Terra", longe é um
3) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana. lugar que não existe para quem voa rente ao céu e viaja léguas
Exemplos: janeiro, julho, dezembro, etc. / segunda, sexta, e mais léguas de distância com a mochila nas costas, olhar no
domingo, etc. / primavera, verão, outono, inverno. horizonte e os pés socados em terra firme.
Longe é a porta de entrada do lugar que não existe? Não
4) Nos pontos cardeais. deve ser, não; pois as Gaivotas sacodem a poeira das asas,
Exemplos: “Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.” limpam os resquícios de alimentos dos bicos e batem o toc-toc
/ “Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, lá.
sudoeste.” <http://www.recantodasletras.com.br/contosdefantasia/6031227>

Observação: quando empregados em sua forma absoluta, O uso do termo “Gaivota” sempre com letra maiúscula ao
os pontos cardeais são grafados com letra maiúscula. longo do texto se deve ao fato de que
Exemplos: Nordeste (região do Brasil) / Ocidente (europeu) (A) o autor busca, com isso, fazer uma conexão mais
/Oriente (asiático). próxima entre o leitor e o animal.
(B) o autor quis dar destaque ao termo, apesar de não
Emprego Facultativo da Letra Minúscula haver importância da referência ao animal para o texto.
1) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica. (C) há uma mudança no texto, em que, no início, as
Exemplos: personagens eram duas pessoas e, a partir do segundo
Crime e Castigo ou Crime e castigo parágrafo, é uma gaivota.
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas (D) o texto faz uma reflexão sobre a ação humana de viajar,
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido porém comparando os seres humanos com gaivotas.
(E) o autor utiliza o termo “Gaivota” como símbolo de
2) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em imponência, o que se relaciona à forma como os seres
nomes sagrados e que designam crenças religiosas. humanos são tratados no texto.
Exemplos:
Governador Mário Covas ou governador Mário Covas 02. (MGS – Todos os Cargos de Nível Fundamental
Papa João Paulo II ou papa João Paulo II Completo – IBFC/2017)
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor
reitor Estranhas Gentilezas
Santa Maria ou santa Maria (Ivan Angelo)

c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as
disciplinas. pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da gentileza.
Exemplos: Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos
Português ou português ônibus, no trânsito, nas filas, nos mercados, nas salas de
Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas espera, nos embates familiares, e depois economizam com a
modernas gente.
História do Brasil ou história do Brasil Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns
Arquitetura ou arquitetura dias para cá. Tratam-me com inquietante delicadeza. Já
captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de
Questões asas de borboleta, quase nada. A impressão de que há algo
estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um
01. (Câmara de Maringá/PR – Assistente Legislativo – vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o
Instituto) engano que nos afastava, intriga de pessoa que nem conheço e
que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a
Longe é um lugar que existe? amizade, mas a inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de
Voamos algum tempo em silêncio, até que finalmente ele algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez surgir em
disse: "Não entendo muito bem o que você falou, mas o que meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até
menos entendo é o fato de estar indo a uma festa." pessoas distantes. E as próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem
motivo. Durante o telefonema fico aguardando o assunto que

Português 52
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APOSTILAS OPÇÃO

estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um A fim de: Vou a fim de visitá-la. (finalidade)
número inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com Afim: Somos almas afins. (igual, semelhante)
acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas, sorriem
transitáveis nas ruas dos Jardins1. Num restaurante caro, o Ao invés de: Ao invés de falar começou a chorar. (oposição,
maître2, com uma piscadela, fura a demorada fila de executivos ao contrário de)
à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um Em vez de: Em vez de acompanhar-me, ficou só. (no lugar
homem de pasta que parecia impaciente à minha frente me de)
cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga sua banca
na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal A par: Estamos a par das boas notícias. (bem informado,
chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite. ciente)
[...] Ao par: O dólar e o euro estão ao par. (de igualdade ou
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é equivalência entre valores financeiros – câmbio)
este? Que vão pedir em troca de tanta gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz. Aprender: O menino aprendeu a lição. (tomar
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, conhecimento de)
desço pelas escadas porque alguém segura o elevador lá em Apreender: O fiscal apreendeu a carteirinha do menino.
cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de (prender)
entrar na porta giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam
meus cheques para pagar contas em nome de minha mulher, Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços
saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando funcionam como sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nos
a vida entre bólidos3 , um caminhão joga-me água suja de uma supermercados. Vamos comemorar, pessoal!
poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a (sujeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto)
sonhar com gentilezas. da gasolina.

Vocabulário: Bebedor: Tornei-me um grande bebedor de vinho. (pessoa


1 bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São que bebe)
Paulo Bebedouro: Este bebedouro está funcionando bem.
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras (aparelho que fornece água)
coisas nos restaurantes
3 carros muito velozes Bem-Vindo: Você é sempre bem-vindo aqui, jovem.
(adjetivo composto)
Em “nas ruas dos Jardins" (4º§), a palavra em destaque foi Benvindo: Benvindo é meu colega de classe. (nome
escrita com letra maiúscula por se tratar de: próprio)
(A) um erro de grafia.
(B) um destaque do autor Câmara: Ficaram todos reunidos na Câmara Municipal.
(C) um substantivo próprio. (local de trabalho)
(D) um substantivo coletivo. Câmera: Comprei uma câmera japonesa. (aparelho que
fotografa)
Gabarito
Champanha/Champanhe (do francês): O
01.D / 02.C champanha/champanhe está bem gelado.

Palavras ou Expressões que geram dificuldades Cessão: Foi confirmada a cessão do terreno. (ato de doar)
Sessão: A sessão do filme durou duas horas. (intervalo de
Algumas palavras ou expressões costumam apresentar tempo)
dificuldades colocando em maus lençóis quem pretende falar Seção/Secção: Visitei hoje a seção de esportes. (repartição
ou redigir português culto. Esta é uma oportunidade para você pública, departamento)
aperfeiçoar seu desempenho. Preste atenção e tente
incorporar tais palavras certas em situações apropriadas. Demais: Vocês falam demais, caras! (advérbio de
intensidade)
A anos: Daqui a um ano iremos à Europa. (a indica tempo Demais: Chamaram mais dez candidatos, os demais devem
futuro) aguardar. (equivale a “os outros”)
Há anos: Não o vejo há meses. (há indica tempo passado) De mais: Não vejo nada de mais em sua decisão. (opõe-se a
Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há “de menos”)
necessidade de usar atrás, isto é um pleonasmo.
Descriminar: O réu foi descriminado; pra sorte dele.
Acerca de: Falávamos acerca de uma solução melhor. (a (inocentar, absolver de crime)
respeito de) Discriminar: Era impossível discriminar os caracteres do
A cerca de: dessa forma, separado, tem o significado de documento. (diferençar, distinguir, separar)
“perto de”, “próximo de”, “aproximadamente”. (A mulher foi Descrição: A descrição sobre o jogador foi perfeita.
encontrada a cerca de 15 metros de sua casa.) (descrever)
Há cerca de: Há cerca de dias resolvemos este caso. (faz Discrição: Você foi muito discreto. (reservado)
tempo)
Entrega em domicílio: Fiz a entrega em domicílio. (lugar)
Ao encontro de: Sua atitude vai ao encontro da verdade. Entrega a domicílio: Enviou as compras a domicílio. (com
(estar a favor de) verbos de movimento)
De encontro a: Minhas opiniões vão de encontro às suas.
(oposição, choque) Espectador: Os espectadores se fartaram da apresentação.
(aquele que vê, assiste)

Português 53
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APOSTILAS OPÇÃO

Expectador: O expectador aguardava o momento da A Menos De9= Locução prepositiva. Indica tempo futuro ou
chamada. (que espera alguma coisa) distância aproximada.
Exemplo: Passou a menos de um metro do muro.
Estada: A estada dela aqui foi gratificante. (tempo em algum A menos de um mês estarei de férias.
lugar)
Estadia: A estadia do carro foi prolongada por mais Bastante ou Bastantes?10
algumas semanas. (prazo concedido para carga e descarga) Está aí uma palavra-encrenca. O uso de “bastante” depende
muito de qual função ele está assumindo na frase, podendo ser
Fosforescente: Este material é fosforescente. (que brilha três: adjetivo, advérbio e pronome indefinido. Vejamos os três
no escuro) casos.
Fluorescente: A luz branca do carro era fluorescente. Como advérbio
(determinado tipo de luminosidade)
O uso mais comum é usar “bastante” como advérbio, no
Haja: É preciso que não haja descuido. (verbo haver – 1ª sentido de “muito”. Nesse caso, a palavra está relacionada ao
pessoa singular do presente do subjuntivo) verbo, então não sofre flexão e deve ficar sempre no singular.
Aja: Aja com cuidado, Carlinhos. (verbo agir – 1ª pessoa Veja exemplo:
singular do presente do subjuntivo)
– O frio é bastante intenso por aqui em julho.
Houve: Houve um grande incêndio no centro de São – As questões formuladas estão bastante ruins.
Paulo. (verbo haver - 3ª pessoa do singular do pretérito – Você já comeu bastante por hoje.
perfeito)
Ouve: A mãe disse: ninguém me ouve. (verbo ouvir - 3ª Como adjetivo
pessoa singular do presente do indicativo)
Quando usado como adjetivo, “bastante” assume significado
Mal: Dormi mal. (oposto de bem) de “suficiente”, devendo ser flexionado de acordo com o
Mau: Você é um mau exemplo. (oposto de bom) substantivo que o acompanha. Veja:

Mas: Telefonei-lhe mas ela não atendeu. (ideia contrária) – Há motivos bastantes para o divórcio.
Mais: Há mais flores perfumadas no campo. (opõe-se a – Os salgados e as bebidas não serão bastantes para a festa.
menos) – O álibi foi bastante para retirar as acusações.

Nem um: Nem um filho de Deus apareceu para ajudá-la. Como pronome indefinido
(equivale a nem um sequer)
Nenhum: Nenhum jornal divulgou o resultado do concurso. Se “bastante” assume a função de pronome, ele deverá
(oposto de algum) expressar qualidades ou quantidades não especificadas. Essa
função é menos usada na nossa língua.
Onde: Onde fica a farmácia mais próxima? (lugar em que se
está) – Bastantes empresas fecharam as portas este mês.
Aonde: Aonde vão com tanta pressa? (ideia de movimento) – Camila tem bastantes amigos na escola.
– Encontrei bastantes produtos como os que você pediu
Por ora: Por ora chega de trabalhar. (por este momento)
Por hora: Você deve cobrar por hora. (cada sessenta Questão
minutos)
01. (TCM/RJ – Técnico de Controle Externo –
Senão: Não fazia coisa nenhuma senão criticar. (caso IBFC/2016) Analise as afirmativas abaixo, dê valores
contrário) Verdadeiro (V) ou Falso (F) quanto ao emprego do acento
Se não: Se não houver homens honestos, o país não sairá circunflexo estabelecido pelo Novo Acordo Ortográfico.
desta situação crítica. (se por acaso não) ( ) O acento permanece na grafia de 'pôde' (o verbo
conjugado no passado) para diferenciá-la de 'pode' (o verbo
Tampouco: Não compareceu, tampouco apresentou conjugado no presente).
qualquer justificativa. (Também não) ( ) O acento circunflexo de 'pôr' (verbo) cai e a palavra terá
Tão pouco: Encontramo-nos tão pouco esta semana. a mesma grafia de 'por' (preposição), diferenciando-se pelo
(intensidade) contexto de uso.
( ) a queda do acento na conjugação da terceira pessoa do
Trás ou Atrás: O menino estava atrás da árvore. (lugar) plural do presente do indicativo dos verbos crer, dar, ler, ter,
Traz: Ele traz consigo muita felicidade. (verbo trazer) vir e seus derivados.

Vultoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui. (volumoso) Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
Vultuoso: Sua face está vultuosa e deformada. (congestão cima para baixo.
no rosto) (A) V F F
(B) F V F
Há menos de= Quando há a ideia de passado, tempo (C) F F V
transcorrido. Pode ser substituído por "aproximadamente" ou (D) F V V
"mais ou menos". Ou ainda "faz" (do verbo fazer).
Exemplo: Ele saiu de casa há menos de dois anos. 02. (Detran/CE – Vistoriador – UCE-CEV/2018) Na frase
Samuel terminou a obra da casa há menos de seis meses. “... as penalidades são as previstas pelo bom senso...”, a palavra
destacada é homônima de censo. Assinale a opção em que o
emprego dos homônimos destacados está adequado.

9 https://luconcursos.blogspot.com/2016/03/ha-menos-de-ou-menos- 10 https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/duvidas-
de.htm portugues/bastante-ou-bastantes

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APOSTILAS OPÇÃO

(A) O reitor da faculdade solicitou que todos os 02. Pref. de Salvador/BA - Técnico de Nível Médio II –
funcionários participassem do censo anual para verificar FGV/2017)
quem realmente está na ativa.
(B) Foi pedido para que todos os motoristas respondessem Por que sentimos calafrios e desconforto ao ouvir certos
ao senso, a fim de se obter o número real de carros no pátio da sons agudos – como unhas arranhando um quadro-negro?
universidade.
(C) Os infratores são penalizados com a “multa moral” por Esta é uma reação instintiva para protegermos nossa
não demonstrarem censo crítico. audição. A cóclea (parte interna do ouvido) tem uma
(D) Se o infrator tiver censo, saberá o que dizer na hora da membrana que vibra de acordo com as frequências sonoras
punição. que ali chegam. A parte mais próxima ao exterior está ligada à
audição de sons agudos; a região mediana é responsável pela
Gabarito audição de sons de frequência média; e a porção mais final, por
sons graves. As células da parte inicial, mais delicadas e frágeis,
01.A / 02.A são facilmente destruídas – razão por que, ao envelhecermos,
perdemos a capacidade de ouvir sons agudos. Quando
Emprego do Porquê frequências muito agudas chegam a essa parte da membrana,
as células podem ser danificadas, pois, quanto mais alta a
Orações Interrogativas Exemplo:
frequência, mais energia tem seu movimento ondulatório. Isso,
(pode ser substituído Por que devemos nos em parte, explica nossa aversão a determinados sons agudos,
por: por qual motivo, por preocupar com o meio mas não a todos. Afinal, geralmente não sentimos calafrios ou
qual razão) ambiente? uma sensação ruim ao ouvirmos uma música com notas
Por agudas.
Que
Exemplo:
Equivalendo a “pelo Os motivos por que não Aí podemos acrescentar outro fator. Uma nota de violão
qual” respondeu são tem um número limitado e pequeno de frequências –
desconhecidos. formando um som mais “limpo”. Já no espectro de som
proveniente de unhas arranhando um quadro-negro (ou de
Exemplos:
atrito entre isopores ou entre duas bexigas de ar) há um
Você ainda tem coragem de número infinito delas. Assim, as células vibram de acordo com
Por Final de frases e seguidos muitas frequências e aquelas presentes na parte inicial da
perguntar por quê?
Quê de pontuação cóclea, por serem mais frágeis, são lesadas com mais
Você não vai? Por quê?
Não sei por quê! facilidade. Daí a sensação de aversão a esse sons agudos e
“crus”.
Exemplos: Ronald Ranvaud, Ciência Hoje, nº 282.
A situação agravou-se porque
Conjunção que indica
ninguém reclamou.
explicação ou causa
Ninguém mais o espera, Assinale a frase em que a grafia do vocábulo sublinhado
Porque porque ele sempre se atrasa. está equivocada.
(A) Por que sentimos calafrios?
Conjunção de Finalidade Exemplos: (B) A razão porque sentimos calafrios é conhecida.
– equivale a “para que”, Não julgues porque não te (C) Qual o porquê de sentirmos calafrios?
“a fim de que”. julguem. (D) Sentimos calafrios porque precisamos defender nossa
audição.
Exemplos: (E) Sentimos calafrios por quê?
Função de substantivo –
Não é fácil encontrar o
vem acompanhado de
Porquê porquê de toda confusão. Gabarito
artigo ou pronome
Dê-me um porquê de sua
saída.
01.D / 02.B

1. Por que (pergunta); ACENTUAÇÃO


2. Porque (resposta);
3. Por quê (fim de frase: motivo); Acentuação Tônica
4. O Porquê (substantivo).
Implica na intensidade com que são pronunciadas as
Questões sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais
acentuada, mais forte, conceitua-se como sílaba tônica. As
01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VUNESP) demais, pronunciadas com menor intensidade, são
Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou até denominadas átonas.
sabedoria popular. Agora, estudo levanta hipóteses sobre De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
........................ praticar atividade física..........................benefícios como oxítona, paroxítona e proparoxítonas, independente de
para a totalidade do corpo. Os resultados podem levar a novas levar acento gráfico:
terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para
.......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o Oxítonas: São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
avanço da idade. última sílaba. Ex.: café – escritor – cajá – atum – anel – papel
(Ciência Hoje, março de 2012)
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res- Paroxítonas: São aquelas em que a sílaba tônica se
pectivamente, com: evidencia na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque
(A) porque … trás … previnir – retrato – passível
(B) porque … traz … previnir
(C) porquê … tras … previnir Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se
(D) por que … traz … prevenir evidencia na antepenúltima sílaba. Todas as proparoxítonas
(E) por quê … tráz … prevenir

Português 55
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APOSTILAS OPÇÃO

são acentuadas. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que essa
ônibus palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são
acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará
Como podemos observar, mediante todos os exemplos mais fácil a memorização!
mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba,
entretanto, em nossa língua existem aqueles com somente Ditongo oral: Nas palavras paroxítonas terminadas em
uma sílaba, conhecidos como monossílabos, que, quando ditongo oral, a vogal da sílaba tônica é acentuada: ágeis,
pronunciados, apresentam certa diferenciação quanto à imundície, lírio, túneis, jóquei, história.
intensidade.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos Regras Especiais
em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos
observar no exemplo a seguir: Os ditongos abertos “ei”, “oi”, que antes eram acentuados
em palavras paroxítonas, perderam o acento após o Novo
“Sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor.” Acordo Ortográfico.

Os monossílabos em destaque classificam-se como Agora


Antes
tônicos; os demais, como átonos (que, em e de).
assembléia assembleia
Acentos Gráficos idéia ideia
jibóia jiboia
Acento agudo (´) – colocado sobre as letras “a”, “i”, “u”, “e” apóia (verbo apoiar) apoia
e sobre o “e” do grupo “em” - indica que estas letras
representam as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, Quando a segunda vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos,
público, parabéns. acompanhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca
– baú – país – Luís
Acento circunflexo (^) – colocado sobre as vogais
fechadas “a”, “e” e “o” e sobre as vogais nasais que aparecem Observação importante: Não serão mais acentuados “i” e
nos dígrafos “âm”, “ân”, “êm”, “ên’, “ôm” e “ôn”. Indica, além da “u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de
tonicidade, timbre fechado. Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego ditongo. Ex.:
– supôs
Antes Agora
Acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com bocaiúva bocaiuva
artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles feiúra feiura

Trema (¨) – de acordo com o Novo Acordo Ortográfico, foi Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando
totalmente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: Ra-ul, ru-im, con-
em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
mülleriano (de Müller)
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
Til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
Regras Fundamentais precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba.

Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas Após o Novo Acordo Ortográfico, as seguintes duplas
terminadas em: “a(s)”, “e(s)”, “o(s)”, “em(ns)”, seguidas ou não perderam o Acento Diferencial:
do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s).
As oxítonas que terminam com os ditongos tônicos abertos Antes Depois
“éi”, “éu”, “ói” recebem acento agudo: papéis, chapéu, Ilhéus. pára para
Nas palavras oxítonas, as vogais tônicas “i(s)” e “u(s)” levam péla(s) pela(s)
acento agudo quando estiverem depois de um ditongo: tuiuiú, pólo(s) polo(s)
teiús. pêlo(s) pelo(s)
pêra pera
Monossílabos tônicos: terminados em “a(s)”, “e(s)”,
“o(s)”, seguidos ou não de “s”. Ex.: pá(s) – pé(s) – dó – há As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz,
com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i”
Formas verbais: terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, não serão mais acentuadas. Ex.:
seguidas de lo, la, los, las. Ex.: respeitá-lo – percebê-lo – compô-
lo Antes Agora
apazigúe (apaziguar) apazigue
Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas argúi (arguir) argui
terminadas em:
- i, is O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
táxi – lápis – júri Ex.:
- us, um, uns Antes Agora
vírus – álbuns – fórum crêem creem
- l, n, r, x, ps vôo voo
automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
- ã, ãs, ão, ãos on, ons
ímã – ímãs – órfão – órgãos – próton –prótons

Português 56
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APOSTILAS OPÇÃO

- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos (D) insólito


que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais (E) rótulos
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
04. Analise atentamente a presença ou a ausência de
Repare: acento gráfico nas palavras abaixo e indique a alternativa em
1) O menino crê em você que não há erro:
Os meninos creem em você. (A) ruím - termômetro - táxi – talvez.
2) Elza lê bem! (B) flôres - econômia - biquíni - globo.
Todas leem bem! (C) bambu - através - sozinho - juiz
3) Espero que ele dê o recado à sala. (D) econômico - gíz - juízes - cajú.
Esperamos que os dados deem efeito! (E) portuguêses - princesa - faísca.
4) Rubens vê tudo!
Eles veem tudo! 05. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO:
(A) saúde
Cuidado! Há o verbo vir: (B) cooperar
Ele vem à tarde! (C) ruim
Eles vêm à tarde! (D) creem
(E) pouco
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do
plural de: Gabarito
ele tem – eles têm 1.B / 2.A / 3.B / 4.C / 5.E
ele vem – eles vêm (verbo vir)
PONTUAÇÃO
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
reter, deter, abster. Para a elaboração de um texto escrito deve-se considerar o
ele contém – eles contêm uso adequado dos sinais de pontuação como: espaços,
ele obtém – eles obtêm pontos, vírgula, ponto e vírgula, dois pontos, travessão,
ele retém – eles retêm parênteses, reticências, aspas etc.
ele convém – eles convêm Tais sinais têm papéis variados no texto escrito e, se
utilizados corretamente, facilitam a compreensão e
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes entendimento do texto.
eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes
(regra do acento diferencial). Apenas em algumas exceções, Vírgula
como:
Pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do Algumas pessoas colocam vírgulas por causa de pausas
indicativo). feitas na fala.11 A vírgula, na escrita, não necessariamente é
Pode (terceira pessoa do singular do presente do uma pausa na fala, tampouco é usada para pausar quando se lê
indicativo). Ex.: um trecho virgulado.
Ela pode fazer isso agora. Assim, vale dizer que o importante é, primeiro, saber em
Elvis não pôde participar porque sua mãe não deixou. que situações gerais não se usa a vírgula.

O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da Cuidado!


preposição por. Ex.: Em orações substantivas com função de sujeito iniciadas
Faço isso por você. por quem, a vírgula entre tal oração e o verbo da principal é
Posso pôr (colocar) meus livros aqui? facultativa, segundo Luiz A. Sacconi: “Quem lê sabe mais.” ou
“Quem lê, sabe mais”. Os demais gramáticos nada falam sobre
Questões isso, logo deduzimos que não pode haver vírgula entre sujeito
e verbo.
01. “Cadáver” é paroxítona, pois:
(A) Tem a última sílaba como tônica. Não se separa por vírgula:
(B) Tem a penúltima sílaba como tônica. - sujeito de predicado;
(C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica. - objeto de verbo;
(D) Não tem sílaba tônica. - adjunto adnominal de nome;
- complemento nominal de nome;
02. Indique a alternativa em que todas as palavras devem - oração principal da subordinada substantiva (desde que
receber acento. esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
(A) virus, torax, ma.
(B) caju, paleto, miosotis. Aplicação da Vírgula
(C) refem, rainha, orgão. A vírgula marca uma breve pausa e é obrigatória nos
(D) papeis, ideia, latex. seguintes casos:
(E) lotus, juiz, virus.
1° Inversão de Termos. Ex.: Ontem, à medida que eles
03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente, corrigiam as questões, eu me preocupava com o resultado da
aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo prova.
mesmo motivo que:
(A) túnel 2° Intercalações de Termos. Ex.: A distância, que tudo
(B) voluntário apaga, há de me fazer esquecê-lo.
(C) até

11 SCHOCAIR. Nelson M. Gramática do Português Instrumental. 2ª. ed Niteroi:

Impetus, 2007.

Português 57
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APOSTILAS OPÇÃO

3° Inspeção de Simples Juízo. Ex.: “Esse homem é supermercado: farinha para um bolo; tomates para o molho; e
suspeito”, dizia a vizinhança. pão para o café da manhã.

4° Enumerações Parênteses
- sem gradação: Coleciono livros, revistas, jornais,
discos.12 Os parênteses, muito semelhantes aos travessões e às
- com gradação: Não compreendo o ciúme, a saudade, a vírgulas, são empregados para:
dor da despedida.
- Isolar datas. Ex.: Refiro-me aos soldados da Primeira
5° Vocativos e Apostos Guerra Mundial (1914-1918).
- vocativos: Queridos ouvintes, nossa programação
passará por pequenas mudanças. - Isolar siglas. Ex.: A taxa de desemprego subiu para 5,3%
- apostos: É aqui, nesta querida escola, que nos da população economicamente ativa (PEA)...
encontramos.
- Isolar explicações ou retificações. Ex.: Eu expliquei
6° Omissões de Termos uma vez (ou duas vezes) o motivo de minha preocupação.
- elipse: A praça deserta, ninguém àquela hora na rua.
(Omitiu-se o verbo “estava” após o vocábulo “ninguém”, ou
seja, ocorreu elipse do verbo estava) Reticências
- zeugma: Na classe, alguns alunos são interessados;
outros, (são) relapsos. (Supressão do verbo “são” antes do As reticências são empregadas para:
vocábulo “relapsos”)
- Indicar a interrupção de uma frase, deixando-a com
7° Termos Repetidos. Ex.: Nada, nada há de me derrotar. sentido incompleto. Ex.: Não consegui falar com a Laura....
Quem sabe se eu ligar mais tarde...
8° Sequência de Adjuntos Adverbiais. Ex.: Saíram do
museu, ontem, por voltas das 17h. - Sugerir prolongamento de ideias. Ex.: “Sua tez, alva e
pura como um floco de algodão, tingia-se nas faces duns longes
Dois Pontos cor-de-rosa...” (José de Alencar)

Os dois-pontos marcam uma supressão de voz em frase - Indicar dúvida ou hesitação. Ex.: Não sei... Acho que...
ainda não concluída. Em termos práticos, este sinal é usado Não quero ir hoje.
para:
- Indicar omissão de palavras ou frases no período. Ex.:
- Antes de enumerações. Ex.: Compre três frutas hoje: “Se o lindo semblante não se impregnasse constantemente, (...)
maçã, uva e laranja. ninguém veria nela a verdadeira fisionomia de Aurélia, e sim a
máscara de alguma profunda decepção.” (José de Alencar)
- Iniciando citações. Ex.: “Segundo o folclórico Vicente
Mateus: ‘Quem está na chuva é para se queimar’”13. Travessão

- Antes de orações que explicam o enunciado anterior. O travessão é um sinal bastante usado na narração, na
Ex.: Não foi explicado o que deveríamos fazer: o que nos deixa descrição, na dissertação e no diálogo, portanto, figura
insatisfeitos. repetida em qualquer prova; é um instrumento eficaz em uma
redação. Pode vir em dupla, se vier intercalado na frase. Veja
- Depois de verbos que introduzem a fala. Ex.: “(...) e seus usos:
disse: aqui não podemos ficar!”
- Nos diálogos, para marcar a fala das personagens. Ex.:
Ponto e Vírgula As meninas gritaram: - Venham nos buscar!

O ponto e vírgula é usado para marcar uma pausa maior do - No meio de sentenças, para dar ênfase em
que a da vírgula. Seu objetivo é colaborar com a clareza do informações. Ex.: O garçom - creio que já lhe falei - está muito
texto. Exemplos: bem no novo serviço - é o que ouvi dizer.

Os dois rapazes estavam desesperados por dinheiro; Ponto de Exclamação


Ernesto não tinha dinheiro nem crédito. (pausa longa)
O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de
Sonhava em comprar todos os sapatos da loja; comprei, qualquer frase com entonação exclamativa, indicando
porém, apenas um par. (separação da oração adversativa na altissonância, exaltação de espírito.
qual a conjunção - porém - aparece no meio da oração)
- Após vocativos. Ex.: Vem, Fabiano!
Enumeração com explicitação - Comprei alguns livros:
de matemática, para estudar para o concurso; um romance, - Após imperativos. Ex.: Corram!
para me distrair nas horas vagas; e um dicionário, para
enriquecer meu vocabulário. - Após interjeição. Ex.: Ai! / Ufa!

Enumeração com ponto e vírgula, mas sem vírgula, - Após expressões ou frases de caráter emocional. Ex.:
para marcar distribuição - Comprei os produtos no Quantas pessoas!

12 SCHOCAIR, Nelson M. Gramática Moderna da Língua Portuguesa: Teoria e 13 SCHOCAIR, Nelson Maia. Gramática Moderna da Língua Portuguesa: Teoria

prática. 6ª ed. Rio de janeiro, 2012, p.488. e prática. 6ª ed. Rio de janeiro, 2012, p.488.

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APOSTILAS OPÇÃO

Aspas Barra

As aspas são usadas comumente em citações, mas também Aplicada nas abreviações das datas e em algumas
há outras funções bem interessantes. Atualmente o negrito e o abreviaturas.
itálico vêm substituindo frequentemente o uso das aspas.
Resumindo, elas são empregadas: Hífen
- Isolam termos distantes da norma culta, como gírias,
neologismos, arcaísmos, expressões populares entre Usado para ligar elementos de palavras compostas e para
outros. Ex.: Eles tocaram “flashback”, “tipo assim” anos 70 e unir pronomes átonos a verbos. Exemplo: guarda-roupa.
80. Foi um verdadeiro “show”.
Questões
- Delimitam transcrições ou citações textuais. Ex.:
Segundo Rui Barbosa: “A política afina o espírito.” 01. (IFTO - Auditor) Marque a alternativa em que a
ausência de vírgula não altera o sentido do enunciado.
- Isolam estrangeirismos. Ex.: Os restaurantes “fast food” (A) O professor espera um, sim.
têm reinado na cidade. (B) Recebo, obrigada.
(C) Não, vá ao estacionamento do campus.
Ponto (D) Não, quero abandonar minhas funções no trabalho.
(E) Hoje, podem ser adquiridas as impressoras licitadas.
Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o fim de
uma frase declarativa de um período simples ou composto. 02. (MPE/GO - Secretário Auxiliar) Assinale a alternativa
Pode substituir a vírgula quando o autor quer realçar, correta quanto ao uso da pontuação.
enfatizar o que vem após (evita-se isso em linguagem formal). (A) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser
– Posso ouvir o vento assoprar com força. Derrubando uma extensão de nossa personalidade.
tudo! (B) Os congestionamentos e o número de motoristas na
rua, são as principais causas da ira de trânsito.
O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas: (C) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar
fev. = fevereiro, hab.= habitante, rod. = rodovia, etc. = os níveis de estresse em alguns motoristas.
etecetera. (D) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque
você está junto; com os outros motoristas cujos
O ponto do etc. termina o período, logo não pode haver comportamentos, são desconhecidos.
outro ponto: “..., feijão, arroz, etc..”. Absurdo também é usar etc. (E) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas
seguido de reticências: “... feijão, arroz, etc....”. circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja
aliviada.
Chama-se ponto parágrafo aquele que encerra um período
e a ele se segue outro período em linha diferente. Esse último 03. (SEGEP/MA - Analista Ambiental - FCC) A frase
ponto agora (antes do Esse) é chamado de ponto continuativo, escrita com correção é:
pois a ele se segue outro período no mesmo parágrafo. Ponto (A) Humberto de Campos, jornalista, critico, contista, e
final é este que virá agora. memorialista nasceu, em Miritiba, hoje Humberto de Campos
no Maranhão, em 1886, e falesceu, no Rio de Janeiro em 1934.
Obs.: Estilisticamente, podemos usar o ponto para, em (B) O escritor Humberto de Campos, em 1933, publicou o
períodos curtos, empregar dinamicidade, velocidade à leitura livro que veio à ser considerado, o mais celebre de sua obra:
do texto: “Era um garoto pobre. Mas tinha vontade de crescer Memórias, crônica dos começos de sua vida.
na vida. Estudou. Subiu. Foi subindo mais. Hoje é juiz do (C) Em 1912, Humberto de Campos, transferiu-se para o
Supremo.”. Usa-se muito em narrações em geral. Rio de Janeiro, e entrou para O Imparcial, na fase em que ali
encontrava-se um grupo de eximios escritores.
Ponto de Interrogação (D) De infância pobre e orfão de pai aos seis anos;
Humberto de Campos, começou a trabalhar cedo no comércio,
O ponto de interrogação marca uma entoação ascendente como meio de subsistencia.
(elevação da voz) com tom questionador. Usa-se neste caso: (E) Humberto de Campos publicou seu primeiro livro em
1910, a coletânea de versos intitulada Poeira; em 1920, já
- Em perguntas diretas: Como você se chama? membro da Academia Brasileira de Letras, foi eleito deputado
- Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação: federal pelo Maranhão.
Quem ganhou na loteria? Você. Eu?!
04. (TRT 2ª Região/SP - Analista Judiciário -
Parágrafo FCC/2018)

Constitui cada uma das secções de frases de um escritor; De cabeça pra baixo
começa por letra maiúscula, um pouco além do ponto em que
começam as outras linhas. − Esse mundo está ficando de cabeça pra baixo!
É uma conhecida frase, que sucessivas gerações vêm
Colchetes frequentando. Ela logo surge a propósito de qualquer coisa que
se considere uma novidade despropositada, irritante: modelo
Utilizados na linguagem científica. de roupa mais ousada, último grande sucesso musical,
aumento milionário no salário de um jogador de futebol, a
Asterisco longa estiagem na estação chuvosa, a avalanche de crimes no
jornal... A ideia é sempre demonstrar que a vida e o mundo já
Empregado para chamar a atenção do leitor para alguma foram muito melhores, que a passagem do tempo leva
nota (observação). inexoravelmente à perversão ou ao desmoronamento dos

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APOSTILAS OPÇÃO

valores autênticos, que uma geração construiu e que a seguinte (A) (1).
apagou. (B) (2).
Parece que na história da humanidade o fenômeno é (C) (3).
comum e cíclico: as pessoas enaltecem seus hábitos passados (D) (4).
e condenam os presentes. “Ah, no meu tempo...” é uma (E) (5).
expressão que vale um suspiro e uma acusação. Algo de muito
melhor ficou para trás e se perdeu. A missão dessa juventude 06. (TCM/RJ - Técnico de Controle Externo - IBFC)
de hoje é desviar-se da Civilização.... Assinale a alternativa cuja frase está corretamente pontuada.
A ironia é que justamente nesses “desvios” e por conta (A) O bolo que estava sobre a mesa, sumiu.
deles a História caminha, ainda que não se saiba para onde. (B) Ele, apressadamente se retirou, quando ouviu um
Fosse tudo uma repetição conservadora, nenhuma descoberta barulho estranho.
jamais se daria, sem contar que os mais velhos já não teriam (C) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja.
do que se queixar e a quem imputar a culpa por todos os (D) Paulo pretende cursar Medicina; Márcia, Odontologia.
desassossegos que assaltam todas as gerações humanas, desde
que existimos. 07. (MPE/GO - Secretário Auxiliar – MPE/GO) O período
(Romildo Pacheco, inédito) abaixo foi escrito por Machado de Assis em seu Conto de
Escola. A alternativa que apresenta a pontuação de acordo com
A supressão da vírgula altera significativamente o sentido a norma culta é:
da seguinte frase: (A) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o
(A) Frequentemente, as pessoas enaltecem seus hábitos Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe
passados. pareceu útil: para escapar ao castigo do pai.
(B) As pessoas gostam de enaltecer seus hábitos antigos, (B) Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o
quase sempre sem muita discrição. Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe
(C) Não se conhece a origem das frases feitas, nem por que pareceu útil para escapar ao castigo do pai.
adquiriram tanta força. (C) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o
(D) O autor do texto busca mostrar-se imparcial, diante Raimundo não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe
desse tema controverso. pareceu útil: para escapar ao castigo do pai.
(E) Trata-se aqui das pessoas mais velhas, que se apegam (D) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que, o
a seus hábitos passados. Raimundo, não o tendo aprendido, recorria; a um meio que, lhe
pareceu útil, para escapar ao castigo do pai.
05. (MPE/AL - Analista do Ministério Público - (E) Compreende-se que: o ponto da lição era difícil e que o
FGV/2018) Raimundo, não o tendo aprendido, recorria; a um meio que lhe
pareceu útil: para escapar ao castigo do pai.
OPORTUNISMO À DIREITA E À ESQUERDA
08. (UNEMAT - Técnico em Enfermagem -
Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos o UNEMAT/2018)
direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas leis e
regras, lastreadas na Constituição. Em um regime de
liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, conforme
estabelecido na legislação.
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos
caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da
ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se
beneficiar do barateamento do combustível.
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico https://oglobo.globo.com/cultura/megazine/contestador-
para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de eleição, com armandinhoganha-fama-no-facebook-8027174
o objetivo de obter apoio a candidatos. Não faltam, também, os
arautos do quanto pior, melhor, para desgastar governantes e Em Pai, o que é “machismo”? e em Não se mete, Fê!, a
reforçar seus projetos de poder, por mais delirantes que sejam. vírgula foi usada para
Também aqui vale o que está delimitado pelo estado (A) marcar anteposição do predicativo.
democrático de direito, defendido pelos diversos (B) separar elementos de uma enumeração.
instrumentos institucionais de que conta o Estado – Polícia, (C) separar o pleonasmo.
Justiça, Ministério Público, Forças Armadas etc. (D) isolar o vocativo.
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de (E) isolar expressões explicativas.
suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionando, do
qual depende a sobrevivência física da população. Isso não 09. (UFPR - Contador - 2018)
pode ser esquecido e serve de alerta para que as autoridades
desenvolvam planos de contingência. A não menos nobre vírgula
O Globo, 31/05/2018.
[...] Jacob mandou esta questão: “Sempre aprendi que o
“Numa democracia, (1) é livre a expressão, estão advérbio deveria vir entre vírgulas, mesmo que, às vezes, a
garantidos o direito de reunião e de greve, (2) entre outros, frase fique truncada.
obedecidas leis e regras, (3) lastreadas na Constituição. Em um Quando vi que não colocou os advérbios entre vírgulas,
regime de liberdades, (4) há sempre o risco de excessos, (5) a senti que há uma esperança de me libertar dessas verdadeiras
serem devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, amarras dos tempos escolares. Como pontuar, afinal, nesses
conforme estabelecido na legislação”. casos?”.
O leitor acertou na mosca quando se referiu a “essas
Nesse segmento inicial do texto, a vírgula que tem caráter verdadeiras amarras escolares”. Tomemos como exemplo o
optativo é a indicada pelo número próprio texto do leitor, que na passagem “...mesmo que, às

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APOSTILAS OPÇÃO

vezes, a frase fique truncada” optou por pôr entre vírgulas a Está correto o que se afirma APENAS em:
expressão adverbial “às vezes”, que vem entre a locução (A) I e II.
conjuntiva “mesmo que” e “a frase”, sujeito da oração (B) II, III e IV.
introduzida por “mesmo que”. (C) II e III.
Vamos lá. Teria sido perfeitamente possível deixar “livre” (D) I e IV.
a expressão adverbial “às vezes”, ou seja, teria sido possível Gabarito
não empregar as duas vírgulas (“...mesmo que às vezes a frase 01.E / 02.E / 03.E / 04.E / 05.A / 06.D / 07.B / 08.D /
fique truncada”). É bom que se diga que, com as duas vírgulas, 09.C / 10.B
a expressão “às vezes” ganha ênfase, o que não ocorreria se não
fossem empregadas as vírgulas. Comentários
O que não se pode fazer de jeito nenhum nesses casos é
empregar a chamada “vírgula solteira”, que é aquela que perde 01. Resposta: E
o par no meio do caminho. Tradução: ou se escreve “...mesmo a) O professor espera um, sim. O prof. esta esperando um
que, às vezes, a frase fique truncada” ou se escreve “...mesmo algo, quando tiro a virgula ele fica ''esperando um sim''.
que às vezes a frase fique truncada”. [...] b) Recebo, obrigada. A pessoa recebe e diz obrigado,
(Pasquale Cipro Neto, publicado em: quando tiro a virgula ele passa a receber é um obrigado.
<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/pasquale/2016/11/1831039-a-nao-
menos-nobre-virgula.shtml>
c) Não, vá ao estacionamento do campus. ''Vá ao
Acesso em 24/03/18. Adaptado) estacionamento'', quando tiro a virgula passa a ''não vá ao
estacioname...''
As aspas ao longo texto são usadas para: d) Não, quero abandonar minha funções no trabalho. Eu
1. Indicar a escrita de outra pessoa que não o autor do quero abandonar, quando tiro a virgula fica negado ''não
texto. quero...''
2. Exemplificar o emprego incorreto da norma gramatical. Todas mudaram de sentido, menos a última.
3. Marcar o uso de termos em sentido figurado.
4. Enfatizar a gravidade do problema de mau uso da 02. Resposta: E
vírgula. Conferindo as demais:
5. Indicar o uso metalinguístico (em que a língua aponta a) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser
para si mesma). uma extensão de nossa personalidade.
Não se separa sujeito do predicado por vírgula.
Estão corretos os itens: b) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua,
(A) 1 e 3 apenas. são as principais causas da ira de trânsito.
(B) 1, 2 e 4 apenas. Não se separa sujeito do predicado por vírgula.
(C) 1, 3 e 5 apenas. c) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar
(D) 2, 3, 4 e 5 apenas. os níveis de estresse em alguns motoristas.
(E) 1, 2, 3, 4 e 5. Não se separa por vírgula verbo de seu complemento
(no caso 'ocasionar' sendo VTD e acidentes OD)
10. (SEGEP/MA - Analista Ambiental - Pedagogo - FCC) d) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque
Será que a internet está a matar a democracia? Vyacheslav W. você está junto; com os outros motoristas cujos
Polonski, um acadêmico da Universidade de Oxford, faz essa comportamentos, são desconhecidos.
pergunta na revista Newsweek. E oferece argumentos a Não se separa por vírgula verbo de seu complemento
respeito que desaguam em águas tenebrosas. e) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas
A internet oferece palco político para os mais motivados (e circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja
despreparados). Antigamente, o cidadão revoltado podia ter aliviada. (Correta)
as suas opiniões sobre os assuntos do mundo. Mas, tirando o
boteco, ou o bairro, ou até o jornal do bairro, essas opiniões 03. Resposta: E
nasciam e morriam no anonimato. a) Humberto de Campos, jornalista, critico, contista, e
Hoje, é possível arregimentar dezenas, ou centenas, ou memorialista nasceu, em Miritiba, hoje Humberto de Campos
milhares de "seguidores" que rapidamente espalham a no Maranhão, em 1886, e FALECEU, no Rio de Janeiro em
mensagem por dezenas, ou centenas, ou milhares de novos 1934.
"seguidores". Quanto mais radical a mensagem, maior será o b) O escritor Humberto de Campos, em 1933, publicou o
sucesso cibernauta. livro que veio à ser considerado, o mais celebre de sua obra:
Mas a internet não é apenas um paraíso para os Memórias, crônica DO COMEÇO de sua vida.
politicamente motivados (e despreparados). Ela tende a c) Em 1912, Humberto de Campos, transferiu-se para o Rio
radicalizar qualquer opinião sobre qualquer assunto. de Janeiro, e entrou para O Imparcial, na fase em que ali
A ideia de que as redes sociais são uma espécie de "ágora encontrava-se um grupo de exÍmios escritores.
moderna", onde existem discussões mais flexíveis e d) De infância pobre e orfão de pai aos seis anos; Humberto
pluralistas, não passa de uma fantasia. A internet não cria de Campos, começou a trabalhar cedo no comércio, como meio
debate. Ela cria trincheiras entre exércitos inimigos. de subsistÊncia.
(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2016/08/1801611) 04. Resposta: E
Trata-se aqui das pessoas mais velhas, que se apegam a
Atente para as afirmações abaixo a respeito do 1o
seus hábitos passados. --> Natureza EXPLICATIVA (Oração
parágrafo do texto.
Subordinada Adjetiva Explicativa)
I. O ponto de interrogação pode ser excluído, sem prejuízo
Trata-se aqui das pessoas mais velhas que se apegam a
para a correção e o sentido, por se tratar de pergunta retórica.
seus hábitos passados. --> Natureza RESTRITIVA (Oração
II. As vírgulas isolam o aposto.
Subordinada Adjetiva Restritiva)
III. Na última frase do parágrafo, o pronome “que” retoma
"argumentos".
05. Resposta: A
IV. No contexto, o verbo “desaguar” está empregado em
Adjunto adverbial deslocado tradicional até três palavras,
sentido figurado.
vírgula opcional

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APOSTILAS OPÇÃO

06. Resposta: D
a) A vírgula não pode separar o sujeito (o bolo...) do verbo
(sumiu). Incorreta.
b) Há vírgula entre o sujeito (ele) e o verbo (retirou).
Incorreta.
c) O ponto e vírgula está separando um aposto explicativo,
quando na verdade deveria haver um sinal de dois-pontos.
d) Essa é a vírgula que marca termo omitido (Zeugma).
Paulo pretende cursar Medicina; Márcia, Odontologia.
(Pretende cursar)

07. Resposta: B
A alternativa A tem dois pontos que não deveriam aparecer
na oração.

08. Resposta: D
O vocativo é o termo que tem a função de chamar, invocar
ou interpelar dentro da oração.

09. Resposta: C
1- “Sempre aprendi que o advérbio deveria vir entre
vírgulas, mesmo que, às vezes, a frase fique truncada.
Quando vi que não colocou os advérbios entre vírgulas,
senti que há uma esperança de me libertar dessas verdadeiras
amarras dos tempos escolares. Como pontuar, afinal, nesses
casos?”
3- “vírgula solteira”
5- “...mesmo que, às vezes, a frase fique truncada”

10. Resposta: B
Item I = ERRADO.
Caso o ponto de interrogação for excluído, a frase (Será que
a internet está a matar a democracia?) perde o caráter de
pergunta, de reflexão e passa a ser uma afirmação. A correção
vai se prejudicar.
Item II = CERTO. As vírgulas isolam o aposto.
Aposto é um termo que se junta a outro de valor
substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo
melhor. Vem separado dos demais termos da oração por
vírgula, dois-pontos ou travessão.
O aposto se revela na seguinte passagem: Vyacheslav W.
Polonski, um acadêmico da Universidade de Oxford, faz essa
pergunta na revista Newsweek.
Item III = CERTO. Na última frase do parágrafo, o pronome
“que” retoma "argumentos".
A finalidade do pronome relativo é evitar a repetição do
termo antecedente na oração em que ocorre.
Item IV = CERTO. No contexto, o verbo “desaguar” está
empregado em sentido figurado.
Desaguar = Drenar, Enxugar, Lançar as águas em (falando
do curso dos rios).

Anotações

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LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO

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APOSTILAS OPÇÃO

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - O Município de pessoa jurídica de direito público


interno é unidade territorial que integra a organização
político-administrativa da República Federativa do Brasil,
1. Símbolos municipais. 2. dotada de autonomia política, administrativa, financeira e
Competências e- Poderes do legislativa nos termos assegurados pela Constituição da
Município. 3. Câmara República, pela Constituição do Estado e por esta Lei Orgânica.
Municipal: posse, membros, Art. 2º - O território do Município poderá ser dividido em
atribuições e competências distritos, criados, organizados e suprimidos por lei municipal,
privativas, funcionamento. 4. observada a legislação estadual, a consulta plebiscitária e o
Mesa Diretora: eleição, disposto nesta Lei Orgânica.
§ 1º - São requisitos essenciais para a criação de Distritos:
atribuições e composição. 5. (emenda no.003/1995 - LOM)
Conceitos sobre Legislatura, I - população no mínimo de 3% (três por cento ); e
Sessão Legislativa, sessões da eleitorado no mínimo de 1% (um por cento)do município.
II - existência, na povoação sede de pelo menos 50
Câmara e Comissões. 6. Exame
(cinquenta) moradias, escola pública e posto de saúde.
público das contas municipais. § 2º - A comprovação de atendimento das exigências
7. Prefeito Municipal: enumeradas no parágrafo 1º far-se-á mediante: (emenda
Competências, privativas, no.003/1995 - LOM)
I - declaração emitida pela fundação Instituto Brasileiro de
posse, substituição, proibições, Geografia e Estatística, de estimativa de população;
licenças. Leis de sua iniciativa. II - certidão emitida, pelo Tribunal Regional Eleitoral
8. Atos administrativos de sua certificando o no de eleitores;
competência e seus conteúdos III - certidão , emitida pelo agente municipal de estatística
pela repartição fiscal do município, certificando o no de
específicos. 9. Publicidade dos moradias;
Atos. 10. Contas municipais, IV - certidão emitida pela Prefeitura ou pelas Secretarias
controle interno integrado. 11. de Educação e de Saúde do Município, certificando a existência
da escola pública e do posto de saúde
Leis orçamentárias e suas § 3º - Na fixação de novas divisas distritais serão
características. 12. Tributos observadas as seguintes normas: (emenda no.003/1995 -
municipais. 13. Distritos: LOM)
requisitos para criação. 14. I - evitar-se-á tanto quanto possível, formas assimétricas,
estrangulamentos e alongamentos exagerados;
Conselho Distrital e II - dar-se-á preferência, para delimitação, às linhas
Administrador Distrital. naturais, facilmente identificáveis;
III - na inexistência de linhas naturais utilizar-se-á reta,
cujos extremos, pontos naturais ou não, sejam facilmente
Prezado (a) candidato (a) todos os tópicos estão identificados e tenham condições de fixidez;
inseridos na Lei Orgânica do Município. Desse modo, por IV - é vedada a interrupção de continuidade territorial do
questões didáticas a Lei Orgânica será disponibilizada na Município ou Distritos de Origem;
íntegra. V - as novas divisas administrativas que venham a ser
criadas, serão descritas trecho a trecho, salvo para evitar
Lei Orgânica do Município de Rio das Ostras1 duplicidade, nos trechos que coincidirem com os limites
municipais.
PREÂMBULO § 4º - A alteração de divisão administrativa do Município
somente poderá ser feita quadrienalmente, no ano anterior ao
Nós, legítimos representantes da população, constituídos das eleições municipais. (emenda no.003/1995 - LOM)
em Poder Legislativo Orgânico, no mais firme propósito de § 5º - A instalação do Distrito se fará perante o Juiz de
garantir ao povo de, os direitos fundamentais da pessoa direito da Comarca, na sede do Distrito. (emenda no.003/1995
humana, o bem social, a cidadania, respeitado os princípios de - LOM)
uma sociedade democrática e pluralista, promulgamos a Lei
Orgânica do Município de Rio das Ostras do Estado do Rio de Art. 3º - O Município integra a divisão administrativa do
Janeiro, nos termos que nos confere o artigo 29 da Constituição Estado.
da República Federativa do Brasil.
Art. 4º - A sede do Município dá-lhe o nome e tem a
Institui a Lei Orgânica de Rio das Ostras A CÂMARA categoria de cidade, enquanto a sede do Distrito tem a
MUNICIPAL, em conformidade com as determinações contidas categoria de vila.
nas Constituições Federal e Estadual, decreta e promulga a
seguinte Lei: Art. 5º - Constituem bens do Município todas as coisas
móveis e imóveis, direitos e ações que a qualquer título lhe
pertençam.
Parágrafo Único - O Município tem direito à participação

1 http://webservice.npibrasil.com.br/wportal/arquivo.ashx?id=e22e355f-
7fc4-4359-a95f-d321397906f2. Acesso em 04.10.2019 às 11h24min

Lei Orgânica do Município 1


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APOSTILAS OPÇÃO

no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de XXII - conceder licença para:


recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de a) localização, instalação e funcionamento de
outros recursos minerais de seu território. estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços;
b) afixação de cartazes, letreiros, anúncios, faixas,
Art. 6º - São símbolos do Município o Brasão, a Bandeira e emblemas e utilização de alto-falantes para fins de publicidade
o Hino representativos de sua cultura histórica. e propaganda;
c) exercício de comércio eventual ou ambulante;
TÍTULO II d) realização de jogos, espetáculos e divertimentos
DA COMPETÊNCIA MUNICIPAL públicos, observadas as prescrições legais;
e) Prestação de serviços de transportes coletivos: táxi e
Art. 7º - Compete ao Município. ônibus;
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que Art.8º - Além das competências previstas no artigo
couber; anterior, o Município atuará em cooperação com a União e o
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, Estado para o exercício das competências enumeradas no
bem como ampliar as suas rendas, sem prejuízo da artigo 23 da Constituição Federal, desde que as condições
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos sejam de interesse do município.
prazos fixados em lei.
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observado o TÍTULO III
disposto nesta Lei Orgânica e na legislatura estadual DO GOVERNO MUNICIPAL CAPÍTULO I - DOS PODERES
pertinente; MUNICIPAIS
V - instituir a guarda municipal destinada à proteção de
seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei; Art. 9º - O Governo Municipal é constituído pelos Poderes
VI - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de Legislativo e Executivo, independentes e harmônicos entre si;
concessão ou permissão, entre outros, os seguintes serviços: Parágrafo Único - É vedada aos Poderes Municipais a
a) transporte coletivo urbano e municipal, que terá caráter delegação recíproca de atribuições, salvo nos casos previstos
essencial; nesta Lei Orgânica.
b) abastecimento de água e esgotos sanitários;
c) mercados, feiras e matadouros locais; CAPÍTULO II
d) cemitérios e serviços funerários; DO PODER LEGISLATIVO
e) iluminação pública; SEÇÃO I
f) limpeza pública, coleta domiciliar e destinação final do DA CÂMARA MUNICIPAL
lixo;
VII - prestar, com a cooperação técnica da União e do Art. 10 - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara
Estado, serviços de atendimento à saúde da população; Municipal, composta de Vereadores, eleitos para cada
VIII - promover a proteção do patrimônio histórico, legislatura entre cidadãos maiores de dezoito anos, no
cultural, artístico e paisagístico local, observada a legislação e exercício dos direitos políticos, pelo voto direto e secreto.
a ação fiscalizadora federal e estadual; Parágrafo Único - Cada legislatura terá a duração de 4
IX - promover a cultura e a recreação; (quatro) anos.
X - fomentar a produção agropecuária e demais atividades
econômicas, inclusive a artesanal; Art. 11 - O Município de Rio das Ostras na forma do mando
XI - preservar as florestas, a fauna, a flora e os manguezais; constitucional, instituído pela proposta de Emenda
XII- realizar serviços de assistência social, diretamente ou Constitucional no. 020/08 (Pec-20/08), aprovada pelo
por meio de instituições privadas, conforme critérios e Congresso Nacional e observando-se a faixa populacional do
condições fixadas em lei municipal; Município, passa a ter 13 (treze) vereadores na composição da
XIII - realizar programas de apoio às práticas desportivas; Câmara Municipal”. (Emenda no. 029/2010-LOM).
XIV - realizar programas de alfabetização; §1º - O número acima poderá ser alterado mediante
XV - realizar atividades de defesa civil, inclusive a de Emenda a Lei Orgânica, obedecidos os limites estabelecidos no
combate a incêndios e prevenção de acidentes naturais em artigo 29, inciso IV, letra “a” da Constituição Federal, que
coordenação com a União e o Estado; deverá ser aprovado até o final da Sessão Legislativa do ano
XVI - promover, no que couber, adequado ordenamento que anteceder as eleições municipais;
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do § 2º - A Mesa da Câmara Municipal enviará ao Tribunal
parcelamento e da ocupação do solo urbano; Regional Eleitoral, logo após a publicação, cópia da Emenda a
XVII - elaborar e executar o plano diretor; Lei Orgânica Municipal de que trata o parágrafo anterior.
XVIII - executar obras de:
a) abertura, pavimentação e conservação de vias; Art. 12 - Salvo disposição em contrário desta Lei Orgânica,
b) drenagem pluvial; as deliberações da Câmara Municipal e de suas comissões
c) construção e conservação de estradas, parques, jardins serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria
e hortos florestais; absoluta de seus membros.
d) construção e conservação de estradas vicinais;
e) edificação e conservação de prédios públicos SEÇÃO II
municipais; DA POSSE
XIX - fixar:
a) tarifas dos serviços públicos, inclusive dos serviços de Art. 13 - A Câmara Municipal reunir-se-á em sessão
táxis; preparatória, a partir de 1º de janeiro do primeiro ano da
b) horário de funcionamento dos estabelecimentos legislatura, para posse de seus membros.
industriais, comerciais e de serviços; § 1º - Sob a presidência do Vereador que mais
XX - sinalizar as vias públicas urbanas e rurais; recentemente tenha exercido cargo na Mesa ou, na hipótese de
XXI - regulamentar a utilização de vias e logradouros inexistir tal situação, do mais votado entre os presentes, os
públicos; demais Vereadores prestarão compromisso e tomarão posse,

Lei Orgânica do Município 2


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APOSTILAS OPÇÃO

cabendo ao Presidente prestar o seguinte compromisso: X - criação organização e supressão de distritos, observada
“Prometo cumprir a Constituição Federal, a Constituição a legislação estadual;
Estadual e a Lei Orgânica Municipal, observar as leis, XI - criação, alteração e extinção de cargos, empregos e
desempenhar o mandato que me foi confiado e trabalhar pelo funções públicas e fixação da respectiva remuneração;
progresso do Município e bem-estar de seu povo”. XII - plano diretor;
§ 2º - Prestado o compromisso pelo Presidente, o XIII - Alteração das denominações de próprios municipais,
Secretário que for designado para esse fim, fará a chamada ruas, vias e logradouros públicos. (emenda no.003/1995 -
nominal de cada Vereador, que declarará: “Assim o prometo”. LOM)
§ 3º - O Vereador que não tomar posse na sessão prevista a) Nominar ruas, vias e logradouros públicos.
neste artigo deverá fazê-lo no prazo de 15(quinze)dias, salvo XIV- guarda municipal destinada a proteger bens, serviços
motivo justo aceito pela Câmara Municipal. e instalações do Município;
§ 4º - No ato da posse, os Vereadores deverão XV - ordenamento, parcelamento, uso e ocupação do solo
desincompatibilizar-se e fazer declaração de seus bens, urbano;
repetida quando do término do mandato, sendo ambas XVI - estabelecer limites dos gabaritos nas construções de
transcritas em livro próprio, resumidas em ata e divulgadas hotéis, apart-hotéis e similares no espaço compreendido entre
para o conhecimento público. a orla marítima e a rodovia RJ-106(Amaral Peixoto), até o
máximo de 05 (cinco) andares, inclusive o terraço;
SEÇÃO III XVII - organização e prestação de serviços públicos;
DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL Parágrafo Único - As normas de edificação, de loteamento
e arruamento a que se refere o inciso XV deste artigo, deverá
Art. 14 - Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do exigir reserva de áreas destinadas a:
Prefeito, legislar sobre as matérias de competência do I - facilidade de locomoção de pessoas portadoras de
Município, especialmente no que se refere ao seguinte: deficiência física, a previsão de rebaixamento, rampas e outros
I - assuntos de interesse local, inclusive suplementando a meios adequados de acessos, em logradouros, edificações em
legislação federal e estadual, notadamente no que diz respeito: geral e demais locais de uso público;
a) à saúde, à assistência pública e à proteção e garantia das II - zonas verdes e demais logradouros públicos;
pessoas portadoras de deficiência; III- vias de tráfego e de passagem de canalizações públicas
b) à proteção de documentos, obras e outros bens de valor de esgotos e de águas pluviais.
histórico, artístico e cultural, como os monumentos, as
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos do Art. 15 - Compete à Câmara Municipal, privativamente,
Município; entre outras, as seguintes atribuições:
c) a impedir a evasão, destruição e descaracterização de I - eleger sua Mesa Diretora, bem como destituí-la na forma
obras de arte e outros bens de valor histórico, artístico e desta Lei Orgânica e do Regimento Interno;
cultural do Município; II - elaborar seu Regimento Interno;
d) à abertura de meios de acesso à cultura, à educação e à III- fixar a remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
ciência; Vereadores, observando-se o disposto no inciso V do artigo 29
e) à proteção ao meio ambiente e ao combate à poluição; da Constituição Federal e o estabelecido nesta Lei Orgânica;
f) ao incentivo à indústria e ao comércio; IV- exercer, com auxílio do Tribunal de Contas ou órgão
g) à criação de distritos industriais; estadual competente, a fiscalização financeira, orçamentária,
h) ao fomento da produção agropecuária e à organização operacional e patrimonial do Município;
do abastecimento alimentar; V - julgar as contas anuais do Município e apreciar os
i) à promoção de programas de construção de moradias, relatórios sobre a execução dos planos de Governo;
melhorando as condições habitacionais e de saneamento VI- sustar os atos normativos do Poder Executivo que
básico; exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
j) ao combate às causas da pobreza e aos fatores de legislativa;
marginalização, promovendo a integração social dos setores VII- dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,
desfavorecidos; criação, transformação ou extinção de cargos, empregos e
k) ao registro, ao acompanhamento e à fiscalização das funções de seus serviços e fixar a respectiva remuneração;
concessões de pesquisa e exploração dos recursos hídricos e VIII - autorizar o Prefeito a ser ausentar do Município,
minerais em seu território; quando a ausência exceder a 15(quinze) dias;
l) ao estabelecimento e à implantação da política de IX - mudar temporariamente a sua sede;
educação para o trânsito; X - fiscalizar e controlar, diretamente, os atos do Poder
m) à cooperação com a União e o Estado, tendo em vista o Executivo, incluídos os da Administração indireta e
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar, atendidas as fundacional;
normas fixadas em lei complementar federal; XI - proceder à tomada de contas do Prefeito Municipal,
n) ao uso e armazenamentos dos agrotóxicos, seus quando não apresentadas à Câmara dentro do prazo de 60
componentes e afins; (sessenta) dias após abertura da sessão legislativa;
o) às políticas públicas do Município; XII - processar e julgar os Vereadores, na forma desta Lei
II - tributos municipais bem como autorizar isenções e Orgânica;
anistias fiscais e a remissão de dívidas; XIII - representar ao Procurador Geral da Justiça, mediante
III - orçamento anual, plurianual e diretrizes aprovação de dois terços dos seus membros, contra o Prefeito,
orçamentárias, bem como autorizar a abertura de créditos o Vice-Prefeito e Secretários Municipais ou ocupantes de
suplementares e especiais; cargos da mesma natureza, pela prática de crime contra a
IV - obtenção e concessão de empréstimo e operações de Administração Pública que tiver conhecimento;
crédito, bem como sobre a forma e os meios de pagamento; XIV - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, conhecer de
V - concessão de auxílios e subvenções; sua renúncia e afastá-los definitivamente do cargo, nos termos
VI - concessão de direito de serviços públicos; previstos em lei;
VII- concessão de direito real de uso de bens municipais; XV - conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos
VIII- alienação e concessão de bens imóveis; Vereadores para afastamento do cargo;
IX - aquisição de bens imóveis, quando se tratar de doação; XVI - criar comissões especiais de inquéritos sobre fato

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determinado que se inclua na competência da Câmara SEÇÃO V


Municipal, sempre que o requerer pelo menos um terço dos DA REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS
membros da Câmara;
XVII - convocar os Secretários Municipais ou ocupantes de Art. 18 - O subsídio do Prefeito Municipal, do Vice-Prefeito,
cargos da mesma natureza para prestar informações sobre dos Vereadores e dos Secretários Municipais, será fixado pela
matéria de sua competência; Câmara Municipal em cada legislatura para a subseqüente,
XVIII - solicitar informações ao Prefeito Municipal sobre observando o que dispõe a Constituição Estadual e Federal.
assuntos referentes à Administração; (emenda no.035/2011)
XIX - autorizar referendo e convocar plebiscito; Parágrafo Único – Os Secretários Municipais e
XX - decidir sobre a perda de mandato de Vereador, por Subsecretários Municipais perceberão subsídios, tendo direito
voto secreto pela maioria de 2/3 (dois terços) de seus ao que determina a Constituição da República, em seu artigo
membros, nas hipóteses previstas nesta Lei Orgânica; 7º, incisos VIII e XVII”. (emenda no.035/2011)
XXI - conceder título honorífico a pessoas que tenham
reconhecidamente prestado serviços ao Município, mediante Art. 19 - A remuneração do Prefeito, e do Vice-Prefeito
decreto legislativo aprovado pela maioria de dois terços de será fixada por decreto legislativo e a dos Vereadores por
seus membros. resolução.
§ 1º - É fixado em 15(quinze) dias, prorrogável por igual § 1º- A remuneração do Prefeito será composta de
período, desde que solicitado e devidamente justificado, o subsídios e verba de representação.
prazo para que os responsáveis pelos órgãos da Administração § 2º- A verba de representação do Prefeito Municipal não
direta e indireta do Município prestem as informações e poderá exceder a dois terços de seus subsídios.
encaminhem os documentos requisitados pela Câmara § 3º - A verba de representação do Vice-Prefeito não
Municipal na forma desta Lei Orgânica. poderá exceder à metade da que for fixada para o Prefeito
§ 2º - O não atendimento no prazo estipulado no parágrafo Municipal.
anterior faculta ao Presidente da Câmara solicitar, na § 4º - A remuneração dos vereadores será dividida em
conformidade da legislação vigente, a intervenção do Poder parte fixa de 40% (quarenta por cento) e parte variável de
Judiciário para fazer cumprir a legislação. 60%(sessenta por cento).
§ 5º - A verba de representação do Presidente da Câmara,
SEÇÃO IV que integra a remuneração, não poderá exceder a dois terços
DO EXAME PÚBLICO DAS CONTAS MUNICIPAIS da que for fixada para o Prefeito Municipal.
§ 6º - A verba de representação do Vice-Presidente, 1°
Art. 16 - As contas do Município ficarão à disposição dos Secretário e 2° Secretário da Mesa Diretora, não poderá
cidadãos durante 60 (sessenta) dias, a partir de 15 (quinze) de exceder a 80% (oitenta por cento) da verba de representação,
abril de cada exercício, no horário de funcionamento da fixada para o Presidente da Câmara Municipal. (emenda
Câmara Municipal, em local de fácil acesso ao público. no.003/1995-LOM)
§ 1º - A consulta às contas municipais poderá ser feita por § 7º - A verba de representação dos Presidentes das
qualquer cidadão, independente de requerimento, autorizado Comissões Permanentes, não poderá exceder a 80% (oitenta
ou despacho de qualquer autoridade. por cento) da verba de representação fixada para o Presidente
§2º - A consulta só poderá ser feita no recinto da Câmara e da Câmara Municipal. (emenda no.003/1995 - LOM)
haverá pelo menos 3 (três) cópias à disposição do público. § 8º - É vedada a acumulação de recebimento de verba de
§ 3º - A reclamação apresentada deverá: representação. (emenda no.003/1995 - LOM)
I - ter a identificação e a qualificação do reclamante; § 9º - As verbas de representação são consideradas como
II - ser apresentada em 4 (quatro) vias no protocolo da indenizatórias. (emenda no.003/1995 - LOM)
Câmara; § 10. – O subsídio do Presidente da Câmara Municipal de
III - conter elementos e provas nas quais se fundamenta o Rio das Ostras, será fixado por resolução exclusiva, nos moldes
reclamante; do artigo 18 e 20 desta Lei Orgânica, vedado o recebimento
§ 4º - As vias de reclamação apresentadas no protocolo da concomitante com o subsídio do Vereador. (Emenda no.
Câmara terão a seguinte destinação: 021/2005-LOM).
I - a primeira via deverá ser encaminhada pela Câmara ao
Tribunal de Contas ou órgão equivalente, mediante ofício; Art.20 - A remuneração dos Vereadores terá como limite
II - a segunda via deverá ser anexada às contas à disposição máximo o valor percebido como remuneração pelo Prefeito
do público pelo prazo que restar ao exame e a apreciação; Municipal.
III - a terceira via se constituirá em recibo do reclamante e
deverá ser autenticada pelo servidor que a receber no Art.21 - Poderá ser prevista remuneração para as sessões
protocolo; extraordinárias, no máximo de 8(oito) mensais.
IV - a quarta via será arquivada na Câmara Municipal.
§ 5º - A anexação da segunda via, de que trata o inciso II do Art. 22 - A não fixação da remuneração do Prefeito
§ 4º deste artigo, independerá do despacho de qualquer Municipal, do Vice-Prefeito e dos Vereadores até a data
autoridade e deverá ser feito no prazo de 48 (quarenta e oito) prevista nesta Lei Orgânica implicará a suspensão do
horas pelo servidor que a tenha recebido no protocolo da pagamento da remuneração dos Vereadores pelo restante do
Câmara, sob pena de suspensão sem vencimentos, pelo prazo mandato.
de 15 (quinze) dias. Parágrafo Único - No caso da não fixação prevalecerá a
remuneração do mês de dezembro do último ano da
Art. 17 - A Câmara Municipal enviará ao reclamante cópia legislatura, sendo este valor atualizado monetariamente pelo
da correspondência que encaminhou ao Tribunal de Contas ou índice oficial.
órgão equivalente.
Art.23 - A lei fixará critérios de indenização de despesas
de viagem do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores.

Art.23-A – As despesas realizadas em razão de exercício


de função, de atividades inerentes ao mandato e manutenção

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de Gabinete de Vereador, poderão ser indenizadas em pecúnia. SEÇÃO VIII


(Emenda no. 023/2007-LOM). DAS SESSÕES
Parágrafo Único - A indenização de que trata este artigo
não será considerada como remuneração. Art. 26 - A sessão legislativa anual desenvolve-se de 1º de
fevereiro a 30 de junho, 1º de agosto a 15 de dezembro,
SEÇÃO VI independentemente de convocação.(Emenda n°. 031/2011)
DA ELEIÇÃO DA MESA § 1º - As reuniões marcadas para as datas estabelecidas no
caput serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente
Art. 24 - Imediatamente após a posse, os Vereadores quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
reunir-se-ão sob a presidência do Vereador que mais § 2º - A Câmara Municipal reunir-se-á em sessões
recentemente tenha exercido cargo na Mesa, ou, na hipótese ordinárias, extraordinárias, solenes e secretas, conforme
de inexistir tal situação, do mais votado entre os presentes e dispuser o seu Regimento Interno, e as remunerará de acordo
havendo maioria absoluta dos membros da Câmara, elegerão com o estabelecido nesta Lei Orgânica e na legislação
os componentes da Mesa, que ficarão automaticamente específica.
empossados.
§ 1º- O mandato da Mesa será de 2(dois) anos, permitida a Art. 27 - As sessões da Câmara Municipal deverão ser
recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente realizadas em recinto destinado ao seu funcionamento,
subsequente. considerando-se nulas as que se realizarem fora dele.
§ 2º - Na hipótese de não haver número suficiente para § 1º - Comprovada a impossibilidade de acesso aquele
eleição da Mesa, o Vereador que mais recentemente tenha recinto ou outra causa que impeça a sua utilização, poderão ser
exercido cargo na Mesa, ou na hipótese de inexistir tal realizadas sessões em outro local, por decisão do Presidente
situação, o mais votado entre os presentes permanecerá na da Câmara.
Presidência e convocará sessões diárias, até que seja eleita a § 2º - As sessões solenes poderão ser realizadas fora do
Mesa. recinto da Câmara.
§ 3º - A eleição de renovação dos membros da Mesa
Diretora para o 2º Biênio, será convocada pelo Presidente, com Art. 28 - As sessões da Câmara serão públicas, salvo
apoio de no mínimo um membro da Mesa, realizar-se-á até a deliberação em contrário, tomada pela maioria absoluta de
última sessão ordinária do 1º Biênio, empossado os eleitos na seus membros, quando ocorrer motivo relevante de
mesma sessão para exercício, a partir de 1º de janeiro do 2º preservação do decoro parlamentar.
Biênio. (Emenda no. 030/2010-LOM).
I – Nas eleições da Mesa Diretora em caso de empate, será Art.29 - As sessões somente poderão ser abertas pelo
considerada eleita à chapa composta com o Presidente de mais Presidente da Câmara ou por outro membro da Mesa com a
idade. (Emenda no. 030/2010-LOM). presença mínima de um terço dos seus membros.
II – A convocação explícita no parágrafo 3º, terá interstício Parágrafo Único - Na sessão legislativa extraordinária, a
de 05 (cinco) dias entre a convocação e a eleição. (Emenda no. Câmara Municipal deliberará somente sobre a matéria para a
030/2010-LOM) qual foi convocada.
§ 4º - Caberá ao Regimento Interno da Câmara Municipal
dispor sobre a composição da Mesa Diretora e Art. 30 - A convocação extraordinária da Câmara
subsidiariamente, sobre a sua eleição. Municipal dar-se-á:
§ 5º- Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído, I - Por solicitação do Prefeito Municipal quando este
pelo voto da maioria absoluta dos membros da Câmara entender necessário, para apreciação de matérias de
Municipal, quando faltoso, omisso ou ineficiente no relevantes interesses públicos. (emenda no.003/1995 - LOM)
desempenho de suas atribuições, devendo o Regimento II - pelo Presidente da Câmara;
Interno da Câmara Municipal dispor do processo de III - a requerimento da maioria absoluta dos membros da
destituição e sobre a substituição do membro destituído. Câmara;
Parágrafo Único - Na sessão legislativa extraordinária, a
SEÇÃO VII Câmara Municipal deliberará somente sobre a matéria para a
DAS ATRIBUIÇÕES qual foi convocada.

Art. 25 - Compete à Mesa da Câmara Municipal, além de SEÇÃO IX


outras atribuições estipuladas no Regimento Interno: DAS COMISSÕES
I - enviar ao Prefeito Municipal, até o primeiro dia de
março, as contas do exercício anterior; Art. 31 - A Câmara Municipal terá comissões permanentes
II - propor ao Plenário, projetos de resolução que criem, especiais, constituídas na forma e com as atribuições no
transformem e extingam cargos, empregos ou funções da Regimento Interno ou no ato de que resultar a sua criação.
Câmara Municipal, bem como a fixação da respectiva § 1º - Em cada comissão será assegurada, tanto quanto
remuneração, observada as determinações legais; possível, a representação proporcional dos partidos ou dos
III - declarar a perda de mandato de Vereador, de ofício ou blocos parlamentares que participam da Câmara.
por provocação de qualquer dos membros da Câmara, nos § 2º - As comissões, em razão da matéria de sua
casos previstos nos incisos I a VIII do artigo 43 desta Lei competência, cabe:
Orgânica, assegurada ampla defesa, nos termos do Regimento I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na formula
Interno; do Regimento, a competência do Plenário, salvo se houver
IV - Elaborar Resolução, publicar e encaminhar ao Prefeito recursos de um décimo dos membros da Câmara;
Municipal, até o dia 31 (trinta e um ) de agosto, a proposta II - realizar audiências públicas com entidades da
orçamentária anual da Câmara Municipal, para ser incluída na sociedade civil;
Proposta Orçamentária Geral do Município, assinada pela III- convocar Secretários Municipais ou ocupantes de
maioria dos membros da Mesa Diretora, impedida sua cargos da mesma natureza para prestar informações sobre
alteração pelo Poder Executivo. (emenda no.003/1995 - LOM) assuntos inerentes às suas atribuições;
Parágrafo Único - A Mesa decidirá sempre por maioria de IV - receber petições, reclamações, representações e
seus membros. queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das

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APOSTILAS OPÇÃO

autoridades ou entidades públicas; III - quando ocorrer empate em qualquer votação no


V - solicitar depoimentos de qualquer autoridade ou Plenário.
cidadão;
VI - apreciar programas de obras e planos e sobre eles SEÇÃO XI
emitir parecer; DO VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL
VII - acompanhar junto à Prefeitura Municipal a
elaboração da proposta orçamentária, bem como a sua Art. 36 - Ao Vice-Presidente compete, além das atribuições
posterior execução. no Regimento Interno, as seguintes:
I - substituir o Presidente da Câmara em suas faltas,
Art. 32 - As comissões especiais de inquérito, que terão ausências, impedimentos ou licenças;
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, II - promulgar e fazer publicar, obrigatoriamente, as
além de outros previstos no Regimento Interno, serão criadas resoluções e os decretos legislativos sempre que o Presidente,
pela Câmara mediante requerimento de um terço de seus ainda que se ache em exercício, deixar de fazê-lo no prazo
membros, para apuração de fato determinado e por prazo estabelecido;
certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao III - promulgar e fazer publicar, obrigatoriamente, as leis
Ministério Público para que este promova a responsabilidade quando o Prefeito Municipal e o Presidente da Câmara,
civil ou criminal dos infratores. sucessivamente, tenham deixado de fazê-lo, sob pena de perda
do mandato de membro da Mesa.
Art. 33 - Qualquer entidade da sociedade civil poderá
solicitar ao Presidente da Câmara que lhe permita emitir SEÇÃO XII
conceitos ou opiniões, junto às comissões, sobre projetos que DO SECRETÁRIO DA CÂMARA MUNICIPAL
nelas se encontrem para estudo.
Parágrafo Único - O Presidente da Câmara enviará o Art. 37 - Ao Secretário compete, além das atribuições
pedido ao presidente da respectiva comissão, a quem caberá contidas no Regimento Interno, as seguintes:
deferir o requerimento, indicando, se for o caso, dia e hora I - redigir a ata das sessões secretas e das reuniões da
para o pronunciamento e seu tempo de duração. Mesa;
II - acompanhar e supervisionar a redação das atas das
SEÇÃO X demais sessões e proceder à sua leitura;
DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL III - fazer a chamada dos Vereadores;
IV - registrar, em livro próprio, os precedentes firmados na
Art. 34 - Compete ao Presidente da Câmara, além de outras aplicação do Regimento Interno;
atribuições estipuladas no Regimento Interno: V - fazer a inscrição dos oradores na pauta dos trabalhos;
I - representar a Câmara Municipal; VI - substituir os demais membros da Mesa, quando
II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e necessário.
administrativos da Câmara;
III - interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno; SEÇÃO XIII
IV - promulgar as resoluções e os decretos legislativos, DOS VEREADORES
bem como as leis que receberam sanção tácita e as cujo veto SUBSEÇÃO I
tenha sido rejeitado pelo plenário e não tenham sido DISPOSIÇÕES GERAIS
promulgadas pelo Prefeito Municipal;
V - fazer publicar os atos da Mesa, bem como as resoluções, Art. 38 - Os Vereadores gozam de inviolabilidade por suas
os decretos legislativos e as leis por ele promulgadas; opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na
VI - declarar extinto o mandato do Prefeito, do Vice- circunscrição do Município.
Prefeito e dos Vereadores, nos casos previstos em lei;
VII - apresentar ao Plenário até o dia 30 (trinta) de cada Art. 39 - Os Vereadores não serão obrigados a
mês, o balanço relativo aos recursos recebidos e as despesas testemunhar, perante a Câmara, sobre informações recebidas
realizadas no mês anterior; ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as
VIII - requisitar até o dia 10 (dez) de cada mês o numerário pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
destinado as despesas da Câmara Municipal;
IX - exercer, em substituição, a chefia do Executivo Art. 40 - É incompatível com o decoro parlamentar, além
Municipal nos casos previstos em lei; dos casos definidos no Regimento Interno, o abuso das
X - designar comissões especiais nos termos regimentais, prerrogativas asseguradas aos Vereadores ou a percepção, por
observadas as indicações partidárias; estes, de vantagens indevidas.
XI - Mandar prestar informações por escrito e expedir
certidões requeridas para a defesa de direitos e Art. 41 – Suprimido (Representação de
esclarecimentos de situações, no prazo máximo de 15 (quinze) Inconstitucionalidade – RI no51/2001)
dias, sendo que em ano de eleição municipal, o prazo poderá § 1º - Todos os cidadãos têm direito a receber dos Órgãos
ser prorrogado até (quinze) dias após a realização das Públicos Municipais, informações de interesse particular ou de
mesmas. (emenda no.003/1995 - LOM) interesse coletivo em geral, que serão prestados no prazo de
XII - realizar audiências públicas com entidades da 15 (quinze) dias, sob pena de responsabilidade, ressalvados
sociedade civil e com membros da comunidade; aqueles cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
XIII - administrar os serviços da Câmara Municipal, sociedade ou das instituições públicas municipais, (art. 5°
fazendo lavrar os atos pertinentes a essa área de gestão; inciso XXXIII da Constituição Federal). (emenda no.003/1995
- LOM)
Art. 35 - O Presidente da Câmara, ou quem o substituir, § 2º - São assegurados a todos, independentes do
somente manifestará o seu voto nas seguintes hipóteses: pagamento de taxas: (emenda no.003/1995 - LOM)
I - na eleição da Mesa Diretora; a) O direito de petição aos Poderes Públicos municipais
II - quando a matéria exigir, para a sua aprovação, o voto para defesa de direitos e esclarecimentos de situação de
favorável de dois terços ou a maioria absoluta dos membros interesse pessoal.
da Câmara; b) A obtenção de certidões referentes ao item anterior.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 3º - O direito de petição aos Poderes Públicos Municipais compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do
interesse pessoal. (emenda no.003/1995 - LOM) cargo eletivo;
a) A obtenção de certidões referentes ao item anterior. III - Em qualquer caso que exija o afastamento para o
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
SUBSEÇÃO II contado para todos os efeitos legais.
DAS IMCOMPATIBILIDADES Parágrafo Único - O Vereador ocupante de cargo,
emprego ou função pública municipal é inamovível de ofício
Art. 42 - Os vereadores não poderão: pelo tempo de duração de seu mandato.
I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com o Município, suas SUBSEÇÃO IV
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, DAS LICENÇAS
fundações ou empresas concessionárias de serviços públicos
municipais, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas Art. 45 - O Vereador poderá licenciar-se:
uniformes; I - por motivo de saúde, devidamente comprovada;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego II - para tratar de interesse particular, desde que o período
remunerado inclusive os de que sejam demissíveis ad-nutum, de licença não seja superior a 120 (cento e vinte) dias por
nas entidades constantes da alínea anterior; sessão legislativa.
II - desde a posse: § 1º - Nos casos dos incisos I e II, poderá o Vereador
a) ser proprietários, controladores ou diretores de reassumir antes que se tenha escoado o prazo de sua licença.
empresas que gozem de favor decorrente de contrato § 2º - Para fins de remuneração, considerar-se-á como em
celebrado com o Município ou nela exercer função exercício o Vereador licenciado nos termos do inciso I.
remunerada; § 3º - O Vereador investido no cargo de Secretário
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad- Municipal ou equivalente será considerado auto- maticamente
nutum nas entidades referidas na alínea “a” do inciso I, salvo o licenciado, podendo optar pela remuneração da vereança.
cargo de Secretário Municipal ou equivalente; § 4º - O afastamento para o desempenho de missões
c) patrocinar causas em que seja interessada qualquer das temporárias de interesse do Município não será considerado
entidades a que se refere a alínea “a” do inciso I; como de licença, fazendo o Vereador jus à remuneração
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público estabelecida.
eletivo;
SUBSEÇÃO V
Art. 43 - Perderá o mandato o Vereador: DA CONVOCAÇÃO DOS SUPLENTES
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no
artigo anterior; Art. 46 - No caso de vaga, licença ou investidura no cargo
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o de Secretário Municipal ou equivalente, far-se-á convocação
decoro parlamentar; dos suplentes pelo Presidente da Câmara.
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, § 1º - O suplente convocado deverá tomar posse dentro do
à terça parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo em caso prazo de 15 (quinze) dias, salvo motivo justo aceito pela
de licença ou de missão oficial autorizada; Câmara, sob pena de ser considerado renunciante.
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; § 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, o
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos Presidente da Câmara comunicará o fato, dentro de 48
previstos na Constituição Federal; (quarenta e oito) horas, ao Tribunal Eleitoral.
VI - que sofrer condenação criminal em sentença § 3º - Enquanto a vaga a que se refere o parágrafo anterior
transitada em julgado; não for preenchida, calcular-se-á o quórum em função dos
VII - que deixar de residir no Município; Vereadores remanescentes.
VIII - que deixar de tomar posse, sem motivo justificado,
dentro do prazo estabelecido nesta Lei Orgânica. SEÇÃO XIV
§ 1º - Extingue-se o mandato, e assim será declarado pelo DO PROCESSO LEGISLATIVO
Presidente da Câmara, quando ocorrer falecimento ou SUBSEÇÃO I
renúncia por escrito do Vereador. DISPOSIÇÃO GERAL
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II, VI e VII deste artigo, a
perda do mandato será decidida pela Câmara, por voto secreto Art. 47 - O processo legislativo municipal compreende a
de 2/3 (dois terços) de seus membros, mediante provocação elaboração de:
da Mesa ou de partido político representado na Câmara, I - emendas à Lei Orgânica Municipal;
assegurada ampla defesa. II - leis complementares;
§ 3º - Nos casos dos incisos III, IV, V e VIII, a perda do III - leis ordinárias;
mandato será declarada pela Mesa da Câmara, de ofício ou IV - leis delegadas;
mediante provocação de qualquer Vereador ou de partido V - medidas provisórias;
político representado na Câmara, assegurada ampla defesa. VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
SUBSEÇÃO III
DO VEREADOR SERVIDOR PÚBLICO SUBSEÇÃO II
DAS EMENDAS À LEI ORGÂNICA MUNICIPAL
Art. 44 - O exercício de vereança por servidor público se
dará de acordo com as determinações da Constituição Federal, Art. 48 - A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada
aplicando-se as seguintes disposições: mediante proposta:
I - Investido do mandato, o servidor será afastado do cargo, I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela Municipal;
remuneração; II - do Prefeito Municipal;
II - Investido no mandato de Vereador, havendo III - de iniciativa popular.

Lei Orgânica do Município 7


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APOSTILAS OPÇÃO

§1º - A proposta de emenda a esta Lei Orgânica será § 3º - Se o decreto legislativo determinar a apreciação da
discutida e votada em 02 (dois) turnos de discussão e votação, lei delegada pela Câmara, esta o fará em votação única, vedada
em interstício de (10) dias, considerando-se aprovada quando qualquer emenda.
obtiver, em ambos, dois terços (2/3) dos votos dos membros
da Câmara; Art.54 - O Prefeito Municipal, em caso de calamidade
§2º - A emenda à Lei Orgânica Municipal será promulgada pública, poderá adotar a medida provisória, com força de lei,
pela Mesa da Câmara com o respectivo número de ordem. para abertura de crédito extraordinário, devendo submetê-la
§ 3º - A Lei Orgânica Municipal não poderá ser emendada de imediato à Câmara Municipal, que, estando em recesso, será
na vigência do estado de sítio ou de intervenção no município. convocada extraordinariamente para se reunir no prazo de 5
(emenda no.003/1995 - LOM) (cinco) dias.
Parágrafo Único - A medida provisória perderá a eficácia,
SUBSEÇÃO III desde a edição, se não for convertida em lei no prazo de 30
DAS LEIS (trinta) dias a partir de sua publicação, devendo a Câmara
Municipal disciplinar as relações jurídicas delas decorrentes.
Art. 49 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias
cabe a qualquer Vereador ou comissão da Câmara, ao Prefeito Art.55 - Não será admitido aumento da despesa prevista:
Municipal e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta I - nos projetos de iniciativa popular e nos de iniciativas
Lei Orgânica. exclusiva do Prefeito Municipal, ressalvados, neste caso, os
projetos de leis orçamentárias;
Art. 50 - Compete privativamente ao Prefeito Municipal a II- nos projetos sobre organização dos serviços
iniciativa das leis que versem sobre: administrativos da Câmara Municipal.
I - regime jurídico dos servidores;
II - criação de cargos, empregos e funções na Art. 56 - O Prefeito Municipal poderá solicitar urgência
Administração direta e autárquica do Município, ou aumento para apreciação de projetos de sua iniciativa, considerados
de sua remuneração; relevantes, os quais deverão ser apreciados no prazo de
III - orçamento anual, diretrizes orçamentárias e plano 30(trinta)dias.
plurianual; § 1º - Decorrido, sem deliberação, o prazo fixado no caput
IV - criação, estruturação e atribuições dos órgãos da deste artigo, o projeto será obrigatoriamente incluído na
Administração direta do Município. ordem do dia, para que se ultime sua votação, sobrestando-se
a deliberação sobre qualquer outra matéria, exceto medida
Art. 51 - A iniciativa popular será exercida pela provisória, veto e leis orçamentárias.
apresentação, à Câmara Municipal, de projeto de lei subscrito § 2º - O prazo referido neste artigo não corre no período
por, no mínimo, 5% (cinco por cento) dos eleitores inscritos de recesso da Câmara e nem se aplica aos projetos de
no Município, contendo assunto de interesse específico do codificação.
Município, da cidade ou de bairros.
§ 1º - A proposta popular deverá ser articulada, exigindo- Art. 57 - O projeto de lei aprovado pela Câmara será, no
se, para o seu recebimento pela Câmara, a identificação dos prazo de 10 (dez)dias úteis, enviado pelo seu Presidente ao
assinantes, mediante indicação do número do respectivo título Prefeito Municipal que, concordando, o sancionará no prazo de
eleitoral, bem como a certidão expedida pelo órgão eleitoral 15(quinze)dias úteis.
competente, contendo a informação do número total de § 1º - Decorrido o prazo de 15(quinze) dias úteis, o silêncio
eleitores do bairro, da cidade ou do Município. do Prefeito Municipal importará em sanção.
§ 2º - A tramitação dos projetos de lei de iniciativa popular § 2º - Se o Prefeito Municipal considerar o projeto, no todo
obedecerá às normas relativas ao processo legislativo. ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
§ 3º - Caberá ao Regimento Interno da Câmara assegurar e público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de
dispor sobre o modo pelo qual os projetos de iniciativa popular 15(quinze)dias úteis, contados da data do recebimento, e
serão defendidos na Tribuna da Câmara. comunicará, dentro do prazo de 48 (quarenta e oito)horas, ao
Presidente da Câmara, os motivos de veto.
Art. 52 - São objetos de leis complementares as seguintes § 3º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de
matérias: artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
I - Código Tributário Municipal; § 4º - O veto será apreciado no prazo de 15(quinze)dias,
II - Código de Obras ou de Edificações; contados do seu recebimento, com parecer ou sem ele, em uma
III - Código de Posturas; única discussão e votação.
IV - Código de Zoneamento; § 5º - O veto somente será rejeitado pela maioria absoluta
V - Código de Parcelamento do Solo; dos Vereadores, mediante votação secreta.
VI - Plano Diretor; § 6º - Esgotado sem deliberação o prazo previsto no § 4•
VII - Regime Jurídico dos Servidores; deste artigo, o veto será colocado na ordem do dia da sessão
Parágrafo Único- as leis complementares exigem para sua imediata, sobrestadas as demais proposições até sua votação
aprovação o voto favorável da maioria absoluta dos membros final, exceto medida provisória.
da Câmara. § 7º - Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado ao
Prefeito Municipal, em 48(quarenta e oito) horas, para
Art.53 - As leis delegadas são elaboradas pelo Prefeito promulgação.
Municipal, que deverá solicitar a delegação à Câmara § 8º - Se o Prefeito Municipal não promulgar a lei nos
Municipal. prazos previstos, e ainda no caso de sanção tácita, o Presidente
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de da Câmara a promulgará e se este não o fizer no prazo de
competência privativa da Câmara Municipal e a legislação 48(quarenta e oito) horas, caberá ao Vice-Presidente
sobre planos plurianuais, orçamentos e diretrizes obrigatoriamente fazê-lo.
orçamentárias. § 9º - A manutenção do veto não restaura matéria
§ 2º - A delegação ao Prefeito Municipal terá a forma de suprimida ou modificada pela Câmara.
decreto legislativo da Câmara Municipal, que especificará seu
conteúdo e os termos de seu exercício.

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APOSTILAS OPÇÃO

Art.58 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado SEÇÃO II


somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma DAS PROIBIÇÕES
sessão legislativa, mediante proposta da maioria e absoluta
dos membros da Câmara. Art. 66 - O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão, desde a
posse, sob pena de perda mandato:
Art.59 - A resolução destina-se a regular matéria político- I - Firmar ou manter contrato com o Município ou com suas
administrativa da Câmara, de sua competência exclusiva, não autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista,
dependendo de sanção ou veto do Prefeito Municipal. fundações ou empresas concessionárias de serviço público
municipal, salvo quando o contrato obedecer à cláusulas
Art. 60 - O decreto legislativo destina-se a regular matéria uniformes;
de competência exclusiva da Câmara que produza efeitos II - aceitar ou exercer cargo, função ou emprego
externos, não dependendo de sanção ou veto do Prefeito remunerado inclusive os de que seja demissível ad- nutum, na
Municipal. Administração Pública direta ou indireta, ressalvada a posse
em virtude de concurso público, aplicando- se, nesta hipótese,
Art. 61 - O processo legislativo das resoluções e dos o disposto no artigo 38 da Constituição Federal;
decretos legislativos se dará conforme determinado no III - ser titular de mais de um mandato eletivo;
Regimento Interno da Câmara, observando, no que couber, o IV - patrocinar causas em que seja interessada qualquer
disposto nesta Lei Orgânica. das entidades mencionadas no inciso I deste artigo;
V - ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que
CAPITULO III goze de favor decorrente de contrato celebrado com Município
DO PODER EXECUTIVOS ou nela exercer função remunerada;
SEÇÃO I VI - fixar residência fora do Município.
DO PREFEITO MUNICIPAL
SEÇÃO III
Art. 62 - O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, com DAS LICENÇAS
funções políticas, executivas e administrativas.
Art. 67 - O Prefeito, Vice-Prefeito em exercício, membros
Art. 63 - O Prefeito e o Vice-Prefeito serão eleitos da Mesa Diretora da Câmara Municipal e Vereadores, só
simultaneamente, para cada legislatura, por eleição direta, em poderão ausentar-se do Município, em qualquer situação
sufrágio universal e secreto. Municipal para outro Município, Município para outro Estado
e Município para o Exterior, por até 21 (vinte e um) dias, após
Art. 64 - O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no 1• este prazo somente com licença do Poder Legislativo
dia de janeiro do ano subsequente à eleição, em sessão solene Municipal. (Emenda no. 018/2002-LOM).
da Câmara Municipal ou, se esta não estiver reunida, perante a
autoridade judiciária competente, ocasião em que prestarão o Art. 68 - O Prefeito poderá licenciar-se quando
seguinte compromisso: impossibilitado de exercer o cargo, por motivo de doença
“Prometo cumprir a Constituição Federal, a devidamente comprovada.
Constituição Estadual e a Lei Orgânica Municipal, observar Parágrafo Único - No caso deste artigo e de ausência em
as leis, promover o bem geral dos munícipes e exercer o missão oficial, o Prefeito licenciado fará jus à sua remuneração
cargo sob inspiração da democracia, da legitimidade e da integral.
legalidade.”
§ 1º - Se até o dia 10(dez) de janeiro o prefeito ou Vice- SEÇÃO IV
Prefeito, salvo motivo de força maior devidamente DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO
comprovado e aceito pela Câmara Municipal, não tiver
assumido o cargo, este será declarado vago. Art. 69 - Compete privativamente ao Prefeito:
§ 2º - Enquanto não ocorrer a posse do Prefeito, assumirá I - representar o Município em juízo e fora dele;
o cargo o Vice-Prefeito, e, na falta ou impedimento deste, o II - exercer a direção superior da Administração Pública
presidente da Câmara Municipal. Municipal;
§ 3º - No ato de posse e ao término do mandato, o Prefeito III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
e o Vice-Prefeito farão declaração pública de seus bens, a qual previstos nesta Lei Orgânica;
será transcrita em livro próprio, resumidas em atas e IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas
divulgadas para o conhecimento público. pela Câmara e expedir decretos e regulamentos para sua fiel
§ 4º - O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe execução;
forem conferidas pela legislação local, auxiliará o Prefeito V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
sempre que por ele for convocado para missões especiais, o VI - enviar à Câmara Municipal o plano plurianual, as
substituirá nos casos de licença e o sucederá no caso de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual do Município;
vacância do cargo. VII - editar medidas provisórias, na forma desta Lei
Orgânica;
Art. 65 - Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice- VIII - dispor sobre a organização e o funcionamento da
Prefeito, ou vacância dos respectivos cargos, será chamado ao Administração Municipal, na forma da Lei;
exercício do cargo de Prefeito o Presidente da Câmara IX - remeter mensagem e plano de governo à Câmara
Municipal. Municipal por ocasião da abertura da sessão legislativa,
Parágrafo Único - A recusa do Presidente em assumir a expondo a situação do Município e solicitando as providências
Prefeitura implicará em perda do cargo que ocupa na Mesa que julgar necessárias;
Diretora. X - prestar, anualmente, à Câmara Municipal, dentro do
prazo legal, as contas do Município referentes ao exercício
anterior;
XI - prover e extinguir os cargos, os empregos e as funções
públicas municipais, na forma da lei;
XII – decretar, nos termos legais, desapropriação por

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APOSTILAS OPÇÃO

necessidade ou utilidade pública ou por interesse social; organismos da União e do Estado, bem como do recebimento
(emenda no.003/1995 - LOM) de subvenções ou auxílios;
XIII- celebrar convênios com entidades públicas ou IV - situação dos contratos com concessionárias e
privadas para a realização de objetivos de interesse do permissionárias de serviços públicos;
Município; (emenda no.003/1995 - LOM) V - estado dos contratos de obras e serviços em execução
XIV - prestar à Câmara, dentro de 30 (trinta) dias, as ou apenas formalizados, informando sobre o que foi realizado
informações solicitadas, podendo ser prorrogado, por igual e pago e o que há por executar e pagar, com os prazos
prazo, a pedido, pela complexidade da matéria ou pela respectivos;
dificuldade de obtenção dos dados solicitados. VI - transferências a serem recebidas da União e do Estado
XV - Enviar à Câmara até o último dia útil do mês por força de mandamento constitucional ou de convênio;
subsequente o balancete mensal da receita e da despesa do VII - projeto de lei de iniciativa do Poder Executivo em
Município. a) publicar, até 30 (trinta) dias após o curso na Câmara Municipal, para permitir que a nova
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da Administração decidida quanto à conveniência de lhes dar
execução orçamentária; prosseguimento, acelerar seu andamento ou retirá-los;
XVI - entregar à Câmara Municipal, até o dia 20 (vinte), os VIII - situação dos servidores do Município, seu custo,
recursos mensais correspondentes as suas dotações quantidade de órgãos em que estão lotados e em exercício.
orçamentárias;
XVII - solicitar o auxílio das forças policiais para garantir o Art. 71 -É vedado ao Prefeito Municipal assumir, por
cumprimento de seus atos, bem como fazer uso de guarda qualquer forma, compromissos financeiros para execução de
municipal, na forma da lei; programas ou projetos após término do seu mandato, não
XVIII - decretar calamidade pública quando ocorrem fatos previstos na legislação orçamentária.
que a justifiquem; § 1º - O disposto neste artigo não se aplica nos casos
XIX- Solicitar convocação extraordinária à Câmara. comprovados de calamidade pública.
(emenda no.003/1995 - LOM) § 2º - Serão nulos e não produzirão nenhum efeito os
a) Convocar extraordinariamente a Câmara Municipal empenhos e atos praticados em desacordo neste artigo, sem
quando ocorrer fatos que exijam a decretação de caso de prejuízo da responsabilidade do Prefeito Municipal.
calamidade pública.
XX - fixar tarifas dos serviços concedidos e permitidos, SEÇÃO VI
bem como daqueles explorados pelo próprio Município, DOS AUXILIARES DIRETOS DO PREFEITO MUNICIPAL
conforme critérios estabelecidos na legislação municipal;
XXI - requerer à autoridade competente a prisão Art.72 - O Prefeito Municipal, por intermédio de ato
administrativa de servidor público municipal omisso ou administrativo, estabelecerá as atribuições dos seus auxiliares
remisso na prestação de contas dos dinheiros públicos; diretos, definindo-lhes competências, deveres e
XXII - Dar denominação a próprios municipais e responsabilidades.
logradouros públicos após aprovação pela Câmara Municipal.
(emenda no.003/1995 - LOM) Art. 73 - Os auxiliares diretos do Prefeito Municipal são
XXIII - superintender a arrecadação dos tributos e preços, solidariamente responsáveis, junto com este pelos atos que
bem como a guarda e a aplicação da receita, autorizando as assinarem, ordenarem ou praticarem.
despesas e os pagamentos, dentro das disponibilidades
orçamentárias ou dos créditos autorizados pela Câmara; Art. 74 - Os auxiliares diretos do Prefeito Municipal
XXIV - aplicar as multas previstas na legislação e nos deverão fazer declaração de bens no ato de sua posse em cargo
contratos ou convênios, bem como relevá-las quando for o ou função pública municipal e quando de sua exoneração.
caso; (emenda no.003/1995 - LOM)
XXV - realizar audiências públicas com entidades da TITULO IV
sociedade civil e com membros da comunidade; DA COLABORAÇÃO POPULAR
XXVI- Resolver sobre os requerimentos, as reclamações ou SEÇÃO I
as representações que lhe forem dirigidos, no prazo máximo DA CONSULTA POPULAR
de 30 (trinta) dias. (emenda no.003/1995 - LOM)
§ 1º - O Prefeito Municipal poderá delegar as atribuições Art. 75 - O Prefeito Municipal poderá realizar consultas
previstas nos incisos XIII, XXIII, XXIV e XXVI deste artigo. populares para decidir sobre assuntos de interesse específico
§ 2º - O Prefeito Municipal poderá, a qualquer momento, do Município, de bairro ou de distrito, cujas medidas deverão
segundo seu único critério, avocar a si a competência delegada. ser tomadas diretamente pela Administração Municipal.

SEÇÃO V Art. 76 - A consulta popular poderá ser realizada sempre


DA TRANSIÇÃO ADMINISTRATIVA que a maioria absoluta dos membros da Câmara ou pelo menos
5%(cinco por cento) do eleitorado inscrito no Município, no
Art. 70 - Até 30 (trinta) dias antes das eleições municipais, bairro ou no distrito, com a identificação do título eleitoral,
o Prefeito Municipal deverá preparar para entrega ao sucessor apresentarem proposição nesse sentido.
e para publicação imediata, relatório da situação da
Administração Municipal que conterá, entre outras, Art. 77 - A votação será organizada pelo Poder Executivo
informações atualizadas sobre: no prazo de dois meses após a apresentação da proposição,
I - dívidas do Município, por credor, com as datas dos adotando-se a cédula oficial que conterá as palavras SIM e
respectivos vencimentos, inclusive das dívidas a longo prazo e NÃO, indicando, respectivamente, aprovação ou rejeição da
encargos decorrentes de operações de crédito, informando proposição.
sobre a capacidade da Administração Municipal realizar § 1º - A proposição será considerada aprovada se o
operações de crédito de qualquer natureza; resultado lhe tiver sido favorável pelo voto da maioria dos
II - medidas necessárias à regularização das contas eleitores que compareceram às urnas, em manifestação e que
municipais perante o Tribunal de Contas ou órgão equivalente, se tenham apresentado pelo menos 50%(cinquenta por cento)
se for o caso; da totalidade dos eleitores envolvidos.
III - prestações de contas de convênios celebrados com § 2º - Serão realizadas, no máximo, duas consultas por ano.

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§ 3º - É vedada a realização de consulta popular nos quatro horas diárias e quarenta semanais, facultada a compensação
meses que antecedam as eleições para qualquer nível de de horários;
Governo. IX - incidência da gratificação adicional por tempo de
serviço sobre o valor do vencimento básico; (emenda
Art.78 - O Prefeito Municipal proclamará o resultado da no.036/2013 - LOM)
consulta popular, que será considerado como decisão sobre a X - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
questão proposta, devendo o Governo Municipal, quando domingos;
couber, adotar as providências legais para sua consecução XI - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos,
um terço a mais do que o salário normal;
SEÇÃO II XII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
DA FISCALIZAÇÃO POPULAR salário, com duração de 120 (cento e vinte) dias;
XIII - licença a paternidade, nos termos fixados em Lei;
Art. 79 - Será obrigatória a realização de audiência pública, XIV - licença especial para os adotantes, nos termos fixados
por iniciativa do Poder Executivo, antes da aprovação de: em lei;
I - projetos que envolvam grande impacto ambiental; XV - indenização em caso de acidentes de trabalho, na
II - atos que envolvam a conservação ou modificação de forma da lei;
patrimônio arquitetônico, histórico, artístico, cultural ou XVI - redução da carga horária e adicional de remuneração
ambiental do Município; para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma
Parágrafo Único - As audiências públicas, de que trata o da lei;
caput deste artigo, deverão ser divulgadas no órgão oficial de XVII - proibição de diferença de salários de exercício, de
imprensa com antecedência mínima de 10(dez) dias. funções e de critérios de admissão por motivo de sexo, idade,
etnia ou estado civil.
SEÇÃO III XVIII – Ajuda de Custo e verba de representação para
DA PARTICIPAÇÃO POPULAR indenizar as despesas decorrentes do exercício do cargo, das
designações, sendo vedado o recebimento simultâneo e
Art. 80 - Por 10 (dez) minutos, qualquer do povo poderá concomitantemente com horas extras, auxilio alimentação,
trazer assuntos importantes a debate, após prévia entrevista auxílio transporte e diárias para passagens urbanas e
com a Presidência da Câmara e por está autorizado, não alimentação na circunscrição do Município. (Emenda no.
podendo se afastar da matéria em que se inscreveu e nem ser 0016/2001-LOM).
aparteado. Parágrafo Único – É vedado que a soma das verbas
indenizatórias de ajuda de custo, verba de representação e a
TÍTULO V remuneração exceda o valor de três vezes e meia o vencimento
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL básico do beneficiado. (Emenda no. 016/2001-LOM)
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 85 - O Município instituirá regime jurídico único e
plano de carreira para os servidores da administração pública
Art. 81 - A Administração Pública direta, indireta ou direta, das autarquias e das fundações públicas.
funcional do Município obedecerá, no que couber, ao disposto § 1º - Os planos de cargos e carreiras do serviço público
no Capítulo VII do Título III da Constituição Federal e nesta Lei municipal serão elaborados de forma a assegurar aos
Orgânica. servidores municipais remuneração compatível com o
mercado de trabalho para a função respectiva, oportunidade
Art. 82 - O Município não poderá dispender com pessoal de progresso funcional e acesso a cargos de escalão superior.
mais do que 65% (sessenta e cinco por cento) do valor das § 2º - A Lei assegurará aos servidores da administração
respectivas receitas correntes. direta, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições
iguais ou assemelhadas do mesmo Poder ou entre servidores
Art. 83 - O Município, suas entidades da Administração dos Poderes Executivo e Legislativo ressalvado as vantagens
indireta e fundacional, bem como as concessionárias e as de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de
permissionárias de serviços públicos, responderão pelos trabalho.
danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros, § 3º - Suprimido (Representação de Inconstitucionalidade
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos - RI no052/2001)
casos de dolo ou culpa. § 4º - Será concedido ao Servidor por triênio de
ininterrupto exercício no serviço público municipal, um
CAPÍTULO II adicional de 5% (cinco por cento) do seu salário base, até o
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS limite de 11 (onze) triênios. (Emenda no. 041/2018-LOM)
§ 5º - O servidor que tiver incorporação ao seu vencimento
Art. 84 - Aos servidores públicos ficam assegurados, além à gratificação de que trata o parágrafo 3º deste artigo, e ao ser
de outros que a Lei estabelecer, os seguintes direitos: designado para desempenhar uma nova função, ou a mesma,
I - salário mínimo; não perceberá o valor da gratificação correspondente a esta
II - irredutibilidade do salário; gratificação. (Emenda no. 014/2000-LOM)
III - garantia de salário nunca inferior ao mínimo, para os
que recebem remuneração variável; Art. 86 - Fica instituído a licença prêmio de 06 (seis) meses
IV - décimo terceiro salário com base na remuneração aos servidores públicos municipais que completam ou venham
integral ou no valor da aposentadoria; completar 10 (dez) anos de serviços prestados ao município,
V - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; em qualquer regime jurídico, facultando o direito de 5 (cinco)
VI - remuneração do serviço extraordinário superior, no em 5 (cinco) anos requerer 50% (cinqüenta por cento) desta
mínimo, em 50% (cinqüenta por cento), sendo remunerado licença, considerando-se os tempos oriundos do município de
aos sábados, domingos e feriados no mínimo em 100%(cem Casimiro de Abreu, não gozadas no máximo de um período de
por cento). (emenda no.039/2017 - LOM) 10 (dez) anos. (emenda no.003/1995)
VII - salário família para os seus dependentes;
VIII - duração do trabalho normal não superior às oito

Lei Orgânica do Município 11


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APOSTILAS OPÇÃO

Art. 87 - O Município garantirá atenção especial à quando decorrentes de acidente em serviço, doença grave,
servidora pública gestante, adequando ou mudando contagiosa ou incurável, especificadas em Lei e proporcionais
temporariamente suas funções dos trabalhos nos demais casos;
comprovadamente prejudiciais à saúde desta ou do nascituro. II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com
Art. 88 - O Município proporcionará aos servidores, proventos proporcionais ao tempo de serviço;
oportunidades de crescimento profissional através de III - voluntariamente:
programas de formação de mão-de-obra, aperfeiçoamento e a) ao 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos
reciclagem. 30 (trinta), se mulher, com proventos integrais;
Parágrafo Único: Os programas mencionados no caput b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de
deste artigo terão caráter permanente. Para tanto, o Município magistério, se professor, assim considerado especialista em
poderá manter convênios com instituições especializadas. educação, e 25 (vinte e cinco), se professora, nas mesmas
condições, com proventos integrais;
Art. 89 - Os cargos em comissão e as funções de confiança c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25
são de livre escolha do Prefeito Municipal e serão exercidas, (vinte e cinco), se mulher, com proventos proporcionais a esse
preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de tempo;
carreira técnica ou profissional, nos casos e condições d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos
previstos em lei. 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais a esse
tempo.
Art. 90 - Um percentual não inferior a 3% (três por cento) § 1º - Serão observadas as exceções ao disposto no inciso
dos cargos e empregos do Município será destinado a pessoas III, “a” e “c”, no caso de exercício de atividades consideradas
portadoras de deficiências, devendo os critérios para seu penosas, insalubres ou perigosas, bem como as disposições
preenchimento serem definidos em lei municipal. sobre a aposentadoria em cargos ou empregos temporários, na
forma prevista na Legislação Federal.
Art. 91 - É vedada a conversão de férias ou licenças em § 2º - O tempo de serviço público federal, estadual ou
dinheiro, ressalvados os casos previsto na legislação federal ou municipal será computado integralmente para os efeitos de
por imperiosa necessidade do serviço. (emenda no.003/1995 aposentadoria e de disponibilidade.
- LOM) § 3º - É assegurado, para efeito de aposentadoria, a
contagem recíproca do tempo de serviço nas atividades
Art. 92 - O Município assegurará a seus servidores e públicas e privadas, inclusive do tempo de trabalho
dependentes, na forma da Lei Municipal, serviços de comprovadamente exercido na qualidade de autônomo,
atendimento médico, odontológico e de assistência social. fazendo-se a compensação financeira, segundo os critérios
Parágrafo Único - Os serviços referidos neste artigo são estabelecidos em Lei.
extensivos aos aposentados e aos pensionistas do Município. § 4º - Na incorporação de vantagens ao vencimento ou
provento do servidor, decorrentes do exercício de cargo em
Art. 93 - O Município poderá instituir contribuição, comissão ou função gratificada, será computado o tempo de
cobrada de seus servidores, para custeio, em benefício destes, serviço prestado ao Município nesta condição, considera- dos
de sistemas de previdência e assistência social. na forma da Lei, exclusivamente os valores que lhes
correspondam na administração direta municipal.
Art. 94 – SUPRIMIDO(emenda no.009/1997 - LOM) § 5º - Os proventos da aposentadoria serão revistos, na
mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar
Art. 95 - O servidor habilitado por concurso público, a remuneração dos servidores em atividade, sendo também
empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens
estabilidade no serviço público ao comprovar 02 (dois) anos posteriormente concedidos aos servidores em atividade,
de serviço efetivo e ininterrupto exercício. inclusive quando decorrentes da transformação ou
Parágrafo Único: O servidor estatutário só perderá o reclassificação do cargo ou função em que se deu a
cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou aposentadoria.
de processo administrativo disciplinar ao qual lhe seja § 6º - O valor incorporado a qualquer título pelo servidor
assegurada ampla defesa. ativo ou inativo, como direito pessoal, pelo exercício de
funções de confiança ou de mandato, será revisto na mesma
Art. 96 - Nenhum servidor será dispensado, transferido, proporção e na mesma data, sempre que se modificar a
exonerado ou terá aceito o seu pedido de exoneração ou remuneração do cargo que lhe deu causa.
rescisão sem que o órgão responsável pelo controle dos bens § 7º - Na hipótese de extinção do cargo que lhe deu origem
patrimoniais da Prefeitura ou da Câmara ateste que o mesmo à incorporação de que trata o parágrafo anterior, o valor
devolveu os bens móveis do Município que estavam sob sua incorporado pelo servidor será fixado de acordo com a
guarda. remuneração de cargo correspondente.
Art. 97 - Nenhum servidor municipal poderá ter § 8º - O Município providenciará para que os processos de
remuneração ou subsídio superior ao estabelecido no inciso aposentadoria sejam solucionados, definitivamente, dentro de
XI, do artigo 37 da Constituição Federal. (emenda 90 (noventa) dias, contados da data do protocolo.
no.011/1999- LOM) § 9º - com base em dossiê com documentação completa de
Parágrafo Único – Até que se edite a Lei definidora do todos os inativos, os benefícios de paridade serão pagos
subsídio previsto no inciso XV, do artigo 48, da Constituição independentemente de requerimentos, responsabilizando-se
Federal, o teto para o servidor municipal do Poder Legislativo o funcionário que der causa ao atraso ou retardamento
corresponderá a remuneração estabelecida como limite para superior a 90 (noventa) dias.
os servidores do Poder Legislativo do Estado do Rio de Janeiro § 10º - A aposentadoria por invalidez poderá, a
e do Poder Executivo corresponderá a remuneração requerimento do servidor, ser transformada em seguro-
estabelecida como limite para os servidores do Poder reabilitação, custeado pelo Município, visando a reintegrá-lo
Executivo do Estado do Rio de Janeiro. em novas funções compatíveis com suas aptidões.
§ 11º - Ao Servidor referido no parágrafo anterior é
Art. 98 - O servidor será aposentado: garantida a irredutibilidade de seus proventos.
I - Por invalidade permanente, com os proventos integrais, § 12º- Considera-se como provento de aposentadoria o

Lei Orgânica do Município 12


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APOSTILAS OPÇÃO

valor resultante da soma de todas as parcelas a ele constantes do ítem II deste artigo.
incorporadas pelo Poder Público.
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO III DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS
DOS ATOS MUNICIPAIS
Art. 101 - Compete Município instituir os seguintes
Art. 99 - Nenhuma lei, decreto, resolução ou ato tributos:
administrativo municipal produzirá efeito antes de sua I - impostos sobre:
publicação. a) propriedade predial e territorial urbana;
§ 1º - A publicação será feita no “Jornal Oficial do b) transmissão inter vivos, a qualquer título, ou por ato
Município” de circulação local, ou na seção competente do oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de
Diário Oficial do Estado, ou na Seção competente do Diário direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como
Oficial do Estado, podendo, a critério de cada Poder, ser cessão de direitos à sua aquisição;
publicado em Jornal de circulação local, regional ou com c) vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos,
circulação no Estado, afixando-se cópia do ato na sede da exceto óleo diesel;
Prefeitura e ou Câmara Municipal.” (Emenda no. 019/2003- d) serviços de qualquer natureza, definidos em lei
LOM). complementar;
§ 2º - A escolha de órgão particular de imprensa para a II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
divulgação das leis, resoluções e atos municipais, quando utilização efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos
houver mais de um no Município, será feita mediante licitação ou divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua
em que se levarão em conta não só as condições de preço, disposição;
como as circunstâncias de frequência, horário, tiragem e III - contribuição de melhorias decorrentes de obras
distribuição. públicas;
§ 3º - Os atos não normativos poderão ser publicados por
extrato. Art. 102 - A administração tributária é atividade
vinculada, essencial ao Município e deverá estar dotada de
Art. 100 - A formalização dos atos administrativos da recursos humanos e materiais necessários ao fiel exercício de
competência do Prefeito far-se-á: suas atribuições, principalmente no que se refere a:
I - mediante decreto, numerado, em ordem cronológica, I - cadastramento dos contribuintes e das atividades
quando se tratar de: econômicas;
a) regulamentação da lei; II - lançamentos dos tributos;
b) criação ou extinção de gratificações, quando III - fiscalização do cumprimento das obrigações
autorizadas em lei; tributárias;
c) abertura de créditos especiais e suplementares, quando IV - inscrição dos inadimplentes em dívida ativa e
autorizados por lei; respectiva cobrança amigável ou encaminhamento para
d) declaração de utilidade pública ou de interesse social cobrança judicial.
para efeito de desapropriação ou servidão administrativa;
e) criação, alteração e extinção de órgãos da Prefeitura, Art. 103 - O Município poderá criar colegiado constituído
quando autorizada em lei; paritariamente por servidores designados pelo Prefeito
f) definição de competência dos órgãos e das atribuições Municipal de contribuintes indicados por entidades
dos servidores da Prefeitura, não privativas de lei; representativas de categorias econômicas e profissionais, com
g) aprovação de regulamentos e regimentos dos órgãos de atribuição de decidir, em grau de recurso, as reclamações
administração direta; sobre lançamentos e demais questões tributárias.
h) aprovação dos estatutos dos órgãos da administração Parágrafo Único - Enquanto não for criado o órgão
descentralizada; previsto neste artigo, os recursos serão decididos pelo Prefeito
i) fixação e alteração dos preços dos serviços prestados Municipal. (emenda no.003/1995 - LOM)
pelo Município e aprovação dos preços dos serviços
concedidos ou autorizados; Art. 104 - O Prefeito Municipal promoverá,
j) permissão para a exploração de serviços e para uso de periodicamente, a atualização da base de cálculo dos tributos
bens municipais; municipais.
k) aprovação de planos de trabalho dos órgãos da § 1º - A base de cálculo do imposto predial e territorial
Administração direta; urbano (IPTU) é o valor venal do imóvel, que sofrerá
l) criação, extinção, declaração ou modificação de direitos atualização anual, antes do término do exercício podendo para
dos administrados, não privativos da lei; tanto ser criada comissão formada por servidores do
m) medidas executórias do plano diretor; município e representantes dos contribuintes, de acordo com
n) estabelecimento de normas de efeitos externos, não decreto do Prefeito Municipal.
privativas de lei; § 2º - A atualização da base de cálculo do imposto
II) mediante portaria, quando se tratar de: municipal sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN),
a) provimento e vacância de cargos públicos e demais atos cobrado de autônomos ou empresas prestadoras de serviços
de efeito individual relativos aos servidores municipais; de qualquer natureza, não compreendidas no artigo 155, ítem
b) lotação e relotação nos quadros de pessoal; I, letra B, da Constituição Federal, definidas em lei
c) criação de comissões e designação de seus membros; complementar, observará a fixação das alíquotas máximas
d) instituição e dissolução de grupos de trabalho; pela lei complementar.
e) autorização para contratação de servidores por prazo § 3º - A atualização da base de cálculo das taxas
determinado e dispensa; decorrentes do exercício do poder de polícia municipal poderá
f) abertura de sindicâncias e processos administrativos e ser realizada mensalmente, na mesma proporção da elevação
aplicação de penalidades; dos custos dos serviços.
g) outros atos que, por sua natureza ou finalidade, não seja § 4º - A atualização da base de cálculo das taxas de serviços
objeto de lei ou decreto; levará em consideração a variação de custos dos serviços
Parágrafo Único: Poderão ser delegados os atos prestados ao contribuinte ou colocados à sua disposição.

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APOSTILAS OPÇÃO

I - Os impostos terão caráter pessoal e serão graduados § 1º - O plano plurianual compreenderá:


segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à I - diretrizes, objetivos e metas para as ações municipais de
administração tributária, especialmente para conferir execução plurianual;
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os II - investimentos de execução plurianual;
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os III - gastos com a execução de programas de duração
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. continuada.
II - Os prazos para os pagamentos pelo contribuinte de § 2º - As diretrizes orçamentárias compreenderão:
taxas e impostos serão estabelecidos por Lei Municipal. I - as prioridades da Administração Pública Municipal,
(emenda no.003/1995 - LOM) quer de órgãos da Administração direta, quer da
Administração indireta, com as respectivas metas, incluindo a
Art. 105 - A concessão de isenção e de anistia de tributos despesa de capital para o exercício financeiro subsequente;
municipais dependerá de autorização legislativa, aprovada II - orientações para a elaboração da lei orçamentária
por maioria de dois terços dos membros da Câmara Municipal. anual;
III - alteração na legislação tributária;
Art. 106 - A remissão de créditos tributários somente IV - autorização para concessão de qualquer vantagem ou
poderá ocorrer nos casos de calamidade pública ou notória aumento de remuneração; criação de cargos ou alterações de
pobreza do contribuinte, devendo a lei que a autorize ser estrutura de carreiras, bem como a demissão de pessoal e
aprovada por maioria de dois terços dos membros da Câmara qualquer título, pelas unidades governamentais da
Municipal. Administração direta ou indireta, inclusive as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal,
Art. 107 - A concessão de inserção, anistia ou moratória ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia
não gera direito adquirido e será revogada de ofício sempre mista.
que se apure que o beneficiário não satisfazia ou deixou de § 3º - O orçamento anual compreenderá:
satisfazer as condições, não cumpria ou deixou de cumprir os I - o orçamento fiscal da Administração direta municipal,
requisitos para sua concessão. incluindo os seus fundos especiais;
II - Os orçamentos das entidades de Administração
Art. 108 - É de responsabilidade do órgão competente da indireta, inclusive das fundações instituídas pelo Poder
Prefeitura Municipal a inscrição em dívida ativa dos créditos Público Municipal;
provenientes de impostos, taxas, contribuição de melhoria e III - o orçamento de investimentos das empresas em que o
multas de qualquer natureza, decorrentes de infrações à Município, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
legislação tributária, com prazo de pagamento fixado pela capital social com direito a voto;
legislação ou por decisão proferida em processo regular de IV - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas a
fiscalização. entidades e órgãos a ela vinculadas, da Administração direta
ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Art. 109 - Ocorrendo a decadência do direito de constituir Poder Público Municipal;
o crédito tributário ou a prescrição da ação de cobrá-lo, abrir-
se-á inquérito administrativo para apurar as Art. 113 - Os planos e programas municipais de execução
responsabilidades, na forma da lei. plurianual ou anual serão elaborados em consonância com o
Parágrafo Único - A autoridade municipal qualquer que plano plurianual e com as diretrizes orçamentárias,
seja seu cargo, emprego ou função independentemente do respectivamente, e apreciados pela Câmara Municipal. Art.
vínculo que possuir com o Município, responderá civil, 114 - Os orçamentos previstos no 3º do artigo 112 serão
criminal; e administrativamente pela prescrição e decadência compatibilizados com o plano plurianual e as diretrizes
ocorrida sob sua responsabilidade, cumprindo-lhe indenizar o orçamentárias, evidenciando os programas e políticas do
Município do valor dos créditos prescritos ou não lançados. Governo Municipal.

CAPÍTULO V SEÇÃO II
DOS PREÇOS PÚBLICOS DAS VEDAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Art. 110 - Para obter o ressarcimento da prestação de Art. 115 - São vedados:
serviços de natureza comercial ou industrial ou de sua atuação I - a inclusão de dispositivos estranhos à previsão da
e organização de exploração de atividades econômicas, o receita e à fixação da despesa, excluindo-se as autorizações
Município poderá cobrar preços públicos. para abertura de créditos adicionais suplementares e
Parágrafo Único - Os preços devidos pela utilização de contratações de operações de crédito de qualquer natureza e
bens e serviços municipais deverão ser fixados de modo a objetivo;
cobrir os custos dos respectivos serviços e ser reajustados II - o início de programas ou projetos não incluídos no
quando se tornarem deficitários. orçamento anual;
III - a realização de despesas ou assunção de obrigações
Art. 111 - Lei Municipal estabelecerá outros critérios para diretas que excedam os créditos orçamentários originais ou
fixação de preços públicos. adicionais;
IV - a realização de operações de crédito que excedam o
TÍTULO VI montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas
DOS ORÇAMENTOS mediante crédito suplementares ou especiais, aprovados pela
SEÇÃO I Câmara Municipal por maioria absoluta;
DISPOSIÇÕES GERAIS V - a vinculação de receita de impostos a órgãos ou fundos
especiais, ressalvada a que se destine à prestação de garantia
Art. 112 - Leis e iniciativa do Poder Executivo às operações de crédito por antecipação de receita;
estabelecerão: VI - a abertura de crédito adicionais suplementares ou
I - o plano plurianual; especiais sem prévia autorização legislativa e sem indicação
II - as diretrizes orçamentárias; dos recursos correspondentes;
III - os orçamentos anuais; VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

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APOSTILAS OPÇÃO

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de II - Os projetos das leis do Plano Plurianual e do Orçamento
recursos do orçamento fiscal e da seguridade social para Anual, serão enviadas a Câmara Municipal, até o dia 15
suprir necessidade ou cobrir déficit das empresas, fundações e (quinze) de outubro, enquanto não vigir a lei complementar de
fundos especiais; que trata o artigo 165, $9º da Constituição Federal, não
IX - a instituição de fundos especiais de qualquer natureza entrando em recesso a Câmara Municipal, até sua votação final.
sem prévia autorização legislativa. § 7º - Aplicam - se aos projetos referidos neste artigo, no
§ 1º - Os créditos adicionais especiais extraordinários que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas
terão vigência no exercício financeiro em que forem relativas ao processo legislativo.
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos § 8º - Os recursos que, em decorrência do veto, emenda ou
últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, rejeição do projeto de lei orçamentária anual ficarem sem
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados a despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o
orçamento do exercício financeiro subsequente. caso, mediante abertura de créditos adicionais suplementares
§ 2º - A abertura de crédito extraordinário somente será ou especiais com prévia e específica autorização legislativa.
admitida para atender as despesas imprevisíveis e urgentes, § 9º. As emendas individuais ao projeto de lei
como as decorrentes de calamidade pública, observando o orçamentária serão aprovadas no limite total de 1,2% (um
disposto no artigo 54 desta Lei Orgânica. inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida
prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, na
SEÇÃO III mesma proporção para cada membro do Poder Legislativo,
DAS EMENDAS AOS PROJETOS ORÇAMENTÁRIOS sendo permitida a sua reunião, devendo a metade deste
percentual ser destinada às ações e serviços públicos de saúde
Art. 116 - Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, (Emenda no. 0040/2018-LOM).
às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos § 10. A execução do montante destinado a ações e serviços
adicionais suplementares e especiais serão apreciados pela públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será
Câmara Municipal, na forma do Regimento Interno. computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art.
§ 1º - Caberá à Comissão da Câmara Municipal: 198 da Constituição Federal, vedada a destinação para
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos de plano pagamento ou aumento de despesas de pessoal ou encargos
plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual e sociais. (Emenda no. 0040/2018-LOM).
sobre as contas do Município apresentadas anualmente pelo § 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira
Prefeito; das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos
municipais, acompanhar e fiscalizar as operações resultantes por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício
ou não da execução do orçamento, sem prejuízo das demais anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da
comissões criadas pela Câmara Municipal. programação definidos na lei complementar prevista no § 9º
§ 2º - As emendas serão apresentadas na comissão de do art. 165 da Constituição Federal. (Emenda no. 0040/2018-
orçamento e finanças, que sobre elas emitirá parecer, e LOM).
apreciadas, na forma do Regimento Interno, pelo Plenário da § 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º
Câmara Municipal. deste artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou impedimentos de ordem técnica. (Emenda no. 0040/2018-
aos projetos que o modifiquem somente poderão ser LOM).
aprovadas caso: § 13. O saldo financeiro do repasse anual a que se refere o
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de artigo 29-A da Constituição Federal poderá ser apresentado
diretrizes orçamentárias; pelo Poder Legislativo como emenda coletiva ao projeto de lei
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os orçamentária que deverá obedecer os mesmos termos do § 9º
provenientes de anulação de despesas, excluídas as que e ss deste artigo. (Emenda no. 0040/2018-LOM).
incidam sobre: § 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no
a) dotações para pessoal e seus encargos; empenho de despesa que integre a programação, na forma do
b) serviço da dívida; § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas:
c) transferência tributária para autarquias e fundações (Emenda no. 0040/2018-LOM).
instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal; I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei
III - sejam relacionadas: orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder
a) com a correção de erros ou omissões; Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública e
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. interessados, enviarão ao Poder Legislativo as justificativas do
§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes impedimento;
orçamentárias não poderão ser aprovadas quando II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no
incompatíveis com o plano plurianual. inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder Executivo o
§ 5º - O Prefeito Municipal poderá enviar mensagem à remanejamento da programação cujo impedimento seja
Câmara Municipal para propor modificações nos projetos a insuperável;
que se refere este artigo enquanto não iniciadas a votação, na III - até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II,
comissão de orçamento e finanças, da parte cuja alteração é o Poder Executivo encaminhará projeto de lei sobre o
proposta. remanejamento da programação cujo impedimento seja
§ 6º - Os prazos para os projetos de leis orçamentárias, insuperável;
serem enviadas a Câmara Municipal pelo Chefe do Poder IV - se, até 30 (trinta) dias após o término do prazo
Executivo Municipal, serão os seguintes: (emenda previsto no inciso III, a Câmara Municipal não deliberar sobre
no.003/1995 - LOM) o projeto, o remanejamento será implementado por ato do
I - O projeto de lei de Diretrizes Orçamentarias será Poder Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária.
enviado a Câmara Municipal, até o dia 15 (quinze) de abril, § 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as
como determina o artigo 35, parágrafo 2º inciso II, das programações orçamentárias previstas no § 11 não serão de
Disposições Transitórias da Constituição Federal devendo ser execução obrigatória nos casos dos impedimentos justificados
votada até o dia 30 (trinta) de junho, não entrando em recesso na notificação prevista no inciso I do § 14. (Emenda no.
a Câmara Municipal até a sua votação final. 0040/2018-LOM).

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins Parágrafo Único: As arrecadações das receitas próprias
de cumprimento da execução financeira prevista no § 11 deste do Município e de suas entidades de administração indireta
artigo, até o último dia do exercício financeiro seguinte. poderão ser feitas através da rede bancária privada, mediante
(Emenda no. 0040/2018-LOM). convênio.
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da
despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de Art. 123 - Poderá ser constituído regime de adiantamento
resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes em cada uma das unidades da Administração direta, nas
orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste artigo autarquias, nas fundações instituídas e mantidas pelo Poder
poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação Público Municipal e na Câmara Municipal para ocorrer às
incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias. despesas miúdas de pronto pagamento definidas em lei.
(Emenda no. 0040/2018-LOM).
§ 18. Considera-se equitativa a execução das TÍTULO VII
programações de caráter obrigatório que atenda de forma DA ORDEM ECONÔMICA
igualitária e impessoal às emendas apresentadas, SEÇÃO I
independentemente da autoria.” (Emenda no. 0040/2018- DA ORGANIZAÇÃO CONTÁBIL
LOM).
Art. 124 - A contabilidade do Município obedecerá, na
SEÇÃO IV organização do seu sistema administrativo e informativo e nos
DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA seus procedimentos, aos princípios fundamentais de
contabilidade e às normas estabelecidas na legislação
Art. 117 - A execução do orçamento do Município se pertinente.
refletirá na obtenção das suas receitas próprias, transferidas e
outras, bem como na utilização das dotações consignadas às Art. 125 - A Câmara Municipal poderá ter a sua própria
despesas para execução de programas nele determinados, contabilidade.
observado sempre o princípio do equilíbrio. Parágrafo Único - A contabilidade da Câmara Municipal
encaminhará as suas demonstrações até o dia 15 (quinze) de
Art. 118 - O Prefeito Municipal fará publicar, até 30 cada mês, para fins de incorporação à contabilidade central da
(trinta) dias após o encerramento de cada bimestre, relatório Prefeitura.
resumido da execução orçamentária.
SEÇÃO II
Art. 119 - As alterações orçamentárias durante o exercício DAS CONTAS MUNICIPAIS
se representarão:
I - pelos créditos adicionais, suplementares, especiais e Art. 126 - Até o dia 15 (quinze) de maio de cada ano, o
extraordinários; Prefeito Municipal encaminhará ao Tribunal de Contas do
II - pelos remanejamentos, transferências e transposições Estado ou Órgão equivalente as contas do Município que se
de recursos de uma categoria de programação para outra. comporão de: (Emenda no. 0037/2014- LOM).
Parágrafo Único: O remanejamento, a transferência e a I - demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras
transposição somente se realizarão quando autorizados em lei da Administração direta e indireta, inclusive dos fundos
específica que contenha a justificativa. especiais e das fundações instituídas e mantidos pelo Poder
Público;
Art. 120 - Na efetivação dos empenhos sobre as dotações II - demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras
fixadas para cada despesa será emitido o documento Nota de consolidadas dos órgãos da Administração direta e com as dos
Empenho, que conterá as características já determinadas nas fundos especiais, das fundações e das autarquias, instituídas e
normas gerais de Direito Financeiro. mantidos pelo Poder Público Municipal;
§ 1º - Fica dispensada a emissão da Nota de Empenho nos III - demonstrações contábeis orçamentárias e financeiras
seguintes casos: consolidadas das empresas municipais;
I - despesas relativas a pessoal e seus encargos; IV - notas explicativas às demonstrações de que trata este
II - contribuições para o PASEP; artigo;
III - amortização, juros e serviços de empréstimos e V - relatório circunstanciado da gestão dos recursos
financiamentos obtidos; públicos municipais no exercício demonstrado.
IV - despesas relativas a consumo de água, energia elétrica,
utilização dos serviços de telefones, postais e telegráficos e SEÇÃO III
outros que vierem a ser definidos por atos normativos DA PRESTAÇÃO E TOMADA DE CONTAS
próprios.
§ 2º - Nos casos previstos no parágrafo anterior, os Art. 127 - São sujeitos à tomada ou à prestação de contas
empenhos e os procedimentos de contabilidade terão a base os agentes da Administração municipal responsáveis por bens
legal dos próprios documentos que originarem o empenho. e valores pertencentes ou confiados à Fazenda Pública
Municipal.
SEÇÃO V § 1º - O tesoureiro do Município, ou servidor que exerça a
DA GESTÃO DA TESOURARIA função, fica obrigado à apresentação do boletim diário de
tesoureiro, que será fixado em local próprio na sede da
Art. 121 - As receitas e as despesas orçamentárias serão Prefeitura Municipal.
movimentadas através de caixa única, regularmente instituída. § 2º - Os demais agentes municipais apresentarão as suas
Parágrafo Único: A Câmara Municipal poderá ter a sua respectivas prestações de contas até o dia 15 (quinze) do mês
própria tesouraria, por onde movimentará os recursos que lhe subsequente àquele em que o valor tenha sido recebido.
forem liberados.

Art. 122 - A disponibilidades de caixa do Município e de


suas entidades de Administração indireta, inclusive dos
fundos especiais e fundações financeiras oficiais.

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APOSTILAS OPÇÃO

SEÇÃO IV Art.136 - O Município, preferentemente à venda, à doação


DO CONTROLE INTERNO INTEGRADO de bens imóveis, concederá direito real de uso, mediante
concorrência.
Art. 128 - Os Poderes Executivo e Legislativo manterão, de Parágrafo Único - A concorrência poderá ser dispensada
forma integrada, um sistema de controle interno, apoiado nas quando o uso se destinar a concessionário de serviço público,
informações contábeis, com objetivos de: a entidades assistências, e a concessão será efetivada através
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano de Lei Municipal. (emenda no.003/1995 - LOM)
plurianual e a execução dos programas do Governo Municipal;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto Art. 137 - É obrigatória a utilização de pintura
à eficácia e à eficiência, da gestão orçamentária, financeira e identificativa nas viaturas e veículos municipais, que indicará
patrimonial nas entidades da Administração municipal, bem o órgão da administração ao qual o mesmo pertença.
como da aplicação de recursos públicos municipais por
entidades de direito privado; SEÇÃO II
III - exercer o controle dos empréstimos e dos DAS OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS
financiamentos, avais e garantias, bem como dos direitos e
deveres do Município. Art. 138 - É de responsabilidade do Município, mediante
licitação e de conformidade com interesses e as necessidades
TÍTULO VIII da população, prestar serviços públicos, diretamente ou sob
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL regime de concessão ou permissão, bem como realizar obras
SEÇÃO I públicas, podendo contratá-las com particulares através de
DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS PATRIMONIAIS processo licitatório.

Art.129 - Compete ao Prefeito Municipal a administração Art. 139 - Nenhuma obra pública, salvo os casos de
dos bens municipais, respeitada a competência da Câmara extrema urgência devidamente justificados, será realizada
quanto aqueles empregados nos serviços desta. sem que conste:
I - o respectivo projeto;
Art. 130 - A alienação de bens municipais só se fará através II - o orçamento do seu custo;
de Lei Municipal. (emenda no.003/1995 - LOM) III - a indicação dos recursos financeiros para o
atendimento das respectivas despesas;
Art. 131 - A afetação e a desafetação de bens municipais IV - a viabilidade do empreendimento, sua conveniência e
dependerá de lei. oportunidade para o interesse público; V - os prazos para o seu
Parágrafo Único - As áreas transferidas ao Município em início e término.
decorrência da aprovação de loteamentos serão consideradas
bens dominiais enquanto não se efetivarem benfeitorias que Art. 140 - A concessão ou a permissão de serviço público
lhes dêem outra destinação. somente será efetivada com autorização da Câmara Municipal
e mediante contrato, precedido de licitação.
Art. 132 - O uso de bens municipais por terceiros poderá § 1º - Serão nulas de pleno direito as concessões e as
ser feito mediante a concessão, permissão ou autorização, permissões, bem como qualquer autorização para a
através de Lei Municipal. exploração de serviço público, feitas em desacordo com o
Parágrafo Único - O Município poderá ceder seus bens a estabelecido neste artigo.
outros entes públicos, inclusive os da Administração indireta, § 2º - Os serviços concedidos ou permitidos ficarão sempre
através de Lei Municipal. (emenda no.003/1995 - LOM) sujeitos à regulamentação e à fiscalização da Administração
Municipal, cabendo ao Prefeito Municipal aprovar as tarifas
Art. 133 - O Município poderá ceder a particulares, para respectivas.
serviços de caráter transitório, conforme regulamentação a
ser expedida pelo Prefeito Municipal, máquinas e operadores Art. 141 - Os usuários estarão representados nas
da Prefeitura, desde que os serviços da Municipalidade não entidades prestadoras de serviços públicos na forma que
sobram prejuízo e o interessado recolha, previamente, a dispuser a legislação municipal, assegurando-se sua
remuneração arbitrada e assine termo de responsabilidade participação em decisões relativas a:
pela conservação e devolução dos bens cedidos. I - planos e programas de expansão dos serviços;
II - revisão da base de cálculo dos custos operacionais;
Art. 134 - A concessão administrativa dos bens municipais III - política tarifária;
de uso especial e dominiais dependerá de lei e de licitação e IV - nível de atendimento da população em termos de
far-se-á mediante contrato por prazo determinado, sob pena quantidade e qualidade;
de nulidade do ato. V - mecanismo para atenção de pedidos e reclamações dos
§ 1º - A licitação poderá ser dispensada nos casos usuários, inclusive para apuração de danos causados a
permitidos na legislação aplicável. terceiros.
§ 2º - A permissão, que poderá incidir sobre qualquer bem Parágrafo Único - Em se tratando de empresas
público, será mediante licitação, a título precário, por Lei concessionárias ou permissionárias de serviços públicos, a
Municipal. (emenda no.003/1995 - LOM) obrigatoriedade mencionada neste artigo deverá constar do
§ 3º - A autorização que poderá incidir sobre qualquer bem contrato de concessão ou permissão.
público, será feita por Lei Municipal, para atividade ou usos
específicos e transitórios. (emenda no.003/1995 - LOM) Art. 142 - As entidades prestadoras de serviços públicos
são obrigadas, pelo menos uma vez por ano, a dar ampla
Art. 135 - O Órgão competente do Município será divulgação de suas atividades, informando, em especial, sobre
obrigado, independente de despacho de qualquer autoridade, planos de expansão, aplicação de recursos financeiros e
a abrir inquérito administrativo e a propor, se for o caso, a realização de programas de trabalho.
competente ação civil e penal contra qualquer servidor,
sempre que forem apresentadas denúncias contra o extravio Art. 143 - Nos contratos de concessão ou permissão de
ou danos de bens municipais. serviços públicos serão estabelecidos, entre outros:

Lei Orgânica do Município 17


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APOSTILAS OPÇÃO

I - os direitos dos usuários, inclusive as hipóteses de Art. 150 - Os órgãos colegiados das entidades da
gratuidade; Administração indireta do Município terá a participação
II - as regras para a remuneração do capital e para garantir obrigatória de um representante de seus servidores, eleito por
o equilíbrio econômico e financeiro do contrato; estes mediante voto direto e secreto, conforme
III - as normas que possam comprovar eficiência no regulamentação a ser expedida por ato do Prefeito Municipal
atendimento do interesse público, bem como permitir a
fiscalização pelo Município, de modo a manter o serviço TÍTULO IX
contínuo, adequado e acessível; DISTRITOS DOS
IV - as regras para orientar a revisão periódica das bases SEÇÃO I
de cálculo dos custos operacionais e da remuneração do DISPOSIÇÕES GERAIS
capital, ainda que estipulada em contrato anterior;
V - a remuneração dos serviços prestados aos usuários Art. 151 - Nos distritos, exceto no da sede, haverá um
diretos, assim como a possibilidade de cobertura dos custos Conselho Distrital composto por três conselheiros eleitos pela
por cobrança a outros agentes beneficiados pela existência dos respectiva população e um Administrador Distrital nomeado
serviços; em comissão pelo Prefeito Municipal.
VI - as condições de prorrogação, caducidade, rescisão e
reversão da concessão ou permissão. Art. 152 - A instalação de Distrito novo dar-se-á com a
Parágrafo Único - Na concessão ou na permissão de posse do Administrador Distrital e dos Conselheiros Distritais
serviços públicos, o Município reprimirá qualquer forma de perante o Prefeito Municipal.
abuso do poder econômico, principalmente as que visem à Parágrafo Único - O Prefeito Municipal comunicará ao
dominação do mercado, à exploração monopolística e ao Secretário do Interior e Justiça do Estado, ou a quem lhe fizer
aumento abusivo de lucros. a vez, e à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE, para os devidos fins, a instalação do Distrito.
Art. 144 - O Município poderá revogar a concessão ou a
permissão dos serviços que forem executados em Art. 153 - A eleição dos Conselheiros Distritais e de seus
desconformidade com o contrato ou ato pertinente, bem como respectivos suplentes ocorrerá 45(quarenta e cinco) dias após
daqueles que se revelarem manifestamente insatisfatórios a posse do Prefeito Municipal, cabendo à Câmara Municipal
para o atendimento dos usuários. adotar as providências necessárias à sua realização,
observando disposto nesta Lei Orgânica.
Art. 145 - As licitações para a concessão ou a permissão de § 1º - O voto para Conselheiro Distrital não será
serviços públicos deverão ser precedidas de ampla obrigatório.
publicidade, inclusive em jornais da capital do Estado, § 2º - Qualquer eleitor residente no Distrito onde se
mediante edital ou comunicado resumido. realizar a eleição poderá candidatar-se ao Conselho Distrital,
independente de filiação partidária.
Art. 146 - As tarifas dos serviços públicos prestados § 3º - A mudança de residência para fora do Distrito
diretamente pelo Município ou por órgãos de sua implicará a perda do mandato de Conselheiro Distrital.
Administração descentralizada serão fixadas pelo Prefeito § 4º - O mandato dos Conselheiros Distritais terminará
Municipal, cabendo à Câmara Municipal definir os serviços que junto com o do Prefeito Municipal.
serão remunerados pelo custo, acima do custo e abaixo do § 5º - A Câmara Municipal editará, até 15(quinze)dias
custo, tendo em vista seu interesse econômico e social. antes da data da eleição dos Conselheiros Distritais, por meio
Parágrafo Único - Na formação do custo dos serviços de de decreto legislativo, as instruções para inscrição de
natureza industrial computar-se-ão, além das despesas candidatos, coleta de votos e apuração dos resultados.
operacionais e administrativas, as reservas para depreciação e § 6º - Quando se tratar de Distrito novo, a eleição dos
reposição dos equipamentos e instalações, bem como previsão Conselheiros Distritais será realizada 90(noventa) dias após a
para expansão dos serviços. expedição da lei de criação, cabendo à Câmara Municipal
regulamenta-lá na forma do parágrafo anterior. § 7º - Na
Art. 147 - O Município poderá consorciar-se com outros hipótese do parágrafo anterior, a posse dos Conselheiros
municípios para a realização de obras ou prestação de serviços Distritais e do Administrador Distrital dar-se-á 10(dez) dias
públicos de interesse comum. após a divulgação dos resultados da eleição.
Parágrafo Único - O Município deverá propiciar meios
para criação nos consórcios de órgão consultivo constituído SEÇÃO II
por cidadãos não pertencentes ao serviço público municipal. DOS CONSELHEIROS DISTRITAIS

Art. 148 - Ao Município é facultado conveniar com a União Art. 154 - Os Conselheiros Distritais, quando de sua posse,
ou com o Estado a prestação de serviços públicos de sua proferirão o seguinte juramento:
competência privativa, quando lhe faltar recursos técnicos ou “Prometo cumprir dignamente o mandato a mim
financeiros para a execução do serviço em padrões adequados, confiado, observando as leis e trabalhando pelo
ou quando houver interesse mútuo para a celebração do engrandecimento do Distrito que represento”.
convênio.
Parágrafo Único - Na celebração de convênios de que Art. 155 - A função de Conselheiro Distrital constitui
trata este artigo deverá o Município: serviço público relevante e será exercida gratuitamente.
I -propor os planos de expansão dos serviços públicos;
II - propor critérios para fixação de tarifas; Art. 156 - O Conselho Distrital reunir-se-á,
III - realizar avaliação periódica da prestação dos serviços. ordinariamente, pelo menos uma vez por mês, nos dias
estabelecidos em seu Regimento Interno e,
Art. 149 - A criação pelo Município de entidade de extraordinariamente, por convocação do Prefeito Municipal
Administração indireta para execução de obras ou prestação ou do Administrador Distrital, tomando suas deliberações por
de serviços públicos só será permitida caso a entidade possa maioria de votos.
assegurar sua auto-sustentação financeira. § 1º - As reuniões do Conselho Distrital serão presididas
pelo Administrador Distrital, que não terá direito a voto.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 2º - Servirá de Secretário um dos Conselheiros, eleito melhoria da prestação dos serviços públicos municipais.
pelo seus pares. Parágrafo Único - O desenvolvimento do Município terá
§ 3º - Os serviços administrativos do Conselho Distrital por objetivo a realização plena de seu potencial econômico e a
serão providos pela Administração Distrital. redução das desigualdades sociais no acesso aos bens e
§ 4º - Nas reuniões do Conselho Distrital, qualquer serviços respeitadas as vocações, as peculiaridades e a cultura
cidadão, desde que residente no Distrito, poderá usar da local e preservado o seu patrimônio ambiental, natural e
palavra, na forma que dispuser o Regimento Interno do construído.
Conselho.
Art. 162 - O processo de planejamento municipal deverá
Art. 157 - Nos casos de licença ou de vaga de membro do considerar os aspectos técnicos e políticos envolvidos na
Conselho Distrital, será convocado o respectivo suplente. fixação de objetivos, diretrizes e metas para a ação municipal,
propiciando que autoridades, técnicos de planejamento,
Art. 158 - Compete ao Conselho Distrital: executores e representantes da sociedade civil participem do
I - elaborar o seu Regimento Interno; debate sobre os problemas locais e as alternativas para o seu
II - elaborar, com a colaboração do Administrador Distrital enfrentamento, buscando conciliar interesses e solucionar
e da população, a proposta orçamentária anual do Distrito e conflitos.
encaminhará ao Prefeito nos prazos fixados por este;
III - opinar, obrigatoriamente, no prazo de 10 (dez) dias, Art. 163 - O planejamento municipal deverá orientar-se
sobre a proposta de plano plurianual no que concerne ao pelos seguintes princípios básicos:
Distrito, antes de seu envio pelo Prefeito à Câmara Municipal; I - democracia e transparência no acesso às informações
IV - fiscalizar as repartições municipais no Distrito e a disponíveis;
qualidade dos serviços prestados pela Administração Distrital; II - eficiência e eficácia na utilização dos recursos
V - representar ao Prefeito ou à Câmara Municipal sobre financeiros, técnicos e humanos disponíveis;
qualquer assunto de interesse do Distrito; III - complementariedade e integração de políticas, planos
VI - dar parecer sobre reclamações, representações e e programas setoriais;
recursos de habitantes do Distrito, encaminhando-o ao Poder IV - viabilidade técnica e econômica das proposições,
competente; avaliada a partir do interesse social da solução e dos benefícios
VII - colaborar com a Administração Distrital na prestação públicos;
dos serviços públicos; V - respeito e adequação à realidade local e regional e
VIII - prestar as informações que lhe forem solicitadas pelo consonância com os planos e programa estaduais e federais
Governo Municipal. existentes.

SEÇÃO III Art. 164 - A elaboração e a execução dos planos e dos


DO ADMINISTRADOR DISTRITAL programas do Governo Municipal obedecerão à diretrizes do
plano diretor e terão acompanhamento e avaliação
Art. 159 - O Administrador Distrital terá a remuneração permanente, de modo a garantir o seu êxito e assegurar sua
que for fixada na legislação municipal. continuidade no horizonte de tempo necessário.
Parágrafo Único - Criado o Distrito, fica o Prefeito
Municipal autorizado a criar o respectivo cargo de Art. 165 - O planejamento das atividades do Governo
Administrador Distrital. Municipal obedecerá às diretrizes deste capítulo e será feito
por meio de elaboração e manutenção atualizada, entre outros,
Art. 160 - Compete ao Administrador Distrital: dos seguintes instrumentos:
I - executar e fazer executar, na parte que lhe couber, as leis I - plano diretor;
e os demais atos emanados dos Poderes competentes; II - plano de governo;
II - coordenar e supervisionar os serviços públicos III - lei de diretrizes orçamentárias;
distritais de acordo com o que for estabelecido nas leis e nos IV - orçamento anual;
regulamentos; V - plano plurianual.
III - propor ao Prefeito Municipal a admissão e a dispensa
dos servidores lotados na Administração distrital; Art. 166 - Os instrumentos de planejamento municipal
IV - promover a manutenção dos bens públicos municipais mencionados no artigo anterior deverão incorporar as
localizados no Distrito; propostas constantes dos planos e dos programas setoriais do
V - prestar contas das importâncias recebidas para fazer Município, dadas as suas implicações para o desenvolvimento
face às despesas da Administração distrital, observadas as local.
normas legais;
VI - prestar as informações que lhe forem solicitadas pelo SESSÃO II
Prefeito Municipal ou pela Câmara Municipal; VII - solicitar ao DA COOPERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES NO PLANEJAMENTO
Prefeito as providências necessárias à boa administração do MUNICIPAL
Distrito;
VIII - presidir as reuniões do Conselho Distrital; Art. 167 - O Município buscará, por todos os meios ao seu
IX - executar outras atividades que lhe forem cometidas alcance, a cooperação das associações representativas no
pelo Prefeito Municipal e pela legislação pertinente. planejamento municipal.
Parágrafo Único - Para fins deste artigo, entende-se como
TÍTULO X CAPÍTULO I associação representativa qualquer grupo organizado, de fins
DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL lícitos, que tenha legitimidade para representar seus filiados
SEÇÃO I independente de seus objetivos ou natureza, jurídica.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 168 - O Município submeterá à apreciação das
Art. 161 - O Governo Municipal manterá processo associações, antes de encaminhá-los à Câmara Municipal, os
permanente de planejamento, visando promover o projetos de lei do plano plurianual, do orçamento anual e do
desenvolvimento do Município, o bem-estar da população e a plano diretor, a fim de receber sugestões quanto à

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APOSTILAS OPÇÃO

oportunidade e o estabelecimento de prioridades das medidas saúde;


propostas. VII - fiscalizar as agressões ao meio ambiente que tenham
Parágrafo Único - Os projetos de que trata este artigo repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos
ficarão à disposição das associações durante 30 (trinta) dias, estaduais e federais competentes, para controlá-las;
antes das datas fixadas para a sua remessa à Câmara VIII - formar consórcios intermunicipais de saúde;
Municipal. IX - gerir laboratórios públicos de saúde;
X - avaliar e controlar a execução de convênios e contratos,
Art. 169 - A convocação das entidades mencionadas neste celebrados pelo Município, com entidades privadas
capítulo far-se-á por todos os meios à disposição do Governo prestadoras de serviços de saúde;
Municipal. XI - autorizar a instalação de serviços privados de saúde e
fiscalizar-lhes o funcionamento.
TÍTULO XI
DAS POLÍTICAS MUNICIPAIS Art. 174 - As ações e os serviços de saúde realizados no
SEÇÃO I Município integram uma rede regionalizada e hierarquizada
DA POLÍTICA DA SAÚDE constituindo o Sistema Único de Saúde no âmbito do
Município, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
Art. 170 - A saúde é direito de todos os munícipes e dever I - comando único exercido pela Secretaria Municipal de
do Poder Público, assegurada mediante políticas sociais e Saúde ou equivalente;
econômicas que visem à eliminação de risco de doenças e II - integridade na prestação das ações de saúde;
outros agravos e ao acesso universal e igualitário à ações e III - organização de distritos sanitários com alocação de
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. recursos técnicos e práticos de saúde adequadas à realidade
epidemiológica local;
Art. 171 - Para atingir os objetivos estabelecidos no artigo IV - participação em nível de decisão de entidades
anterior, o Município promoverá por todos os meios ao seu representativas dos usuários, dos trabalhadores de saúde e
alcance: dos representantes governamentais na formulação, gestão e
I - condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, controle da política municipal e das ações de saúde através de
alimentação, educação, transporte e lazer; Conselho Municipal de caráter deliberativo e paritário;
II - respeito ao meio ambiente e controle da poluição V - direito do indivíduo de obter informações e
ambiental; esclarecimento sobre assuntos pertinentes a promoção,
III - acesso universal e igualitário de todos os habitantes do proteção e recuperação de sua saúde e da coletividade.
Município a ações e serviços de promoção, proteção e Parágrafo Único - Os limites dos distritos referidos no
recuperação de saúde, sem qualquer discriminação. inciso III constarão do Plano Diretor de Saúde e serão fixados
IV - Criação de programas de prevenção e atendimento segundo os seguintes critérios:
especializado aos portadores de deficiência física, sensorial ou I - área geográfica e abrangência;
mental. II - a descrição de clientela;
V - criação de programas de prevenção e atendimento III - resolutividade de serviços à disposição da população.
integral à saúde da mulher em todas as fases de sua vida,
através de políticas públicas adequadamente implantadas, Art. 175 - O Município instituirá mecanismos de controle
assegurando: (Emenda no. 026/2008-LOM). a) assistência à e fiscalização destinados a coibir a imperícia, a negligência, a
gestação, ao parto e ao aleitamento; b) assistência clínico- imprudência e a omissão de socorro nos estabelecimentos
ginecológica; c) atendimento à mulher vítima de violência. oficiais, particulares e filantrópicos.
VI - implantação de sistema de controle de zoonozes,
objetivando controlar e erradicar as doenças dos animais que Art. 176 - O Prefeito convocará anualmente o Conselho
sejam transmissíveis aos seres humanos. (Emenda no. Municipal de Saúde para avaliar a situação do Município, com
026/2008-LOM). ampla participação da sociedade, e fixar diretrizes gerais da
política de saúde do Município.
Art. 172 - As ações de saúde são de relevância pública,
devendo sua execução ser feita preferencialmente através de Art. 177 - A lei disporá sobre a organização e
serviços públicos e, complementarmente, através de serviços funcionamento do Conselho Municipal de Saúde que terá as
de terceiros. seguintes atribuições;
Parágrafo Único - É vedado ao Município cobrar do I - formular a política municipal de saúde, a partir das
usuário pela prestação de serviços de assistência à saúde diretrizes emanadas da Conferência Municipal de Saúde;
mantidos pelo Poder Público ou contratados com terceiros. II - planejar e fiscalizar a distribuição dos recursos
destinados a saúde;
Art. 173 - São atribuições do Município, no âmbito do III - aprovar a instalação e o funcionamento de novos
Sistema Único de Saúde: serviços públicos ou privados de saúde, atendidas as diretrizes
I - planejar, organizar, gerir, controlar e avaliar as ações e do Plano Municipal de Saúde.
os serviços de saúde;
II - planejar, programar e organizar a rede regionalizada e Art. 178 - O Poder Público, por deliberação do Conselho
hierarquizada do SUS, em articulação com a sua direção Municipal de Saúde, poderá suspender contratos ou
estadual; convênios, intervir ou desapropriar serviços de saúde de
III - gerir, executar, controlar e avaliar as ações referentes natureza privada, filantrópica e sem fins lucrativos, que
as condições e aos ambientes de trabalho; descumprirem as diretrizes do Sistema Único ou aos termos
IV - executar serviços de: previstos nos contratos e convênios firmados pelo Poder
a) vigilância epidemiológica; Público, ouvida a Câmara Municipal.
b) vigilância sanitária;
c) alimentação e nutrição; Art. 179 - As instituições privadas poderão participar de
V - planejar e executar a política de saneamento básico em forma complementar do Sistema Único de Saúde, mediante
articulação com o Estado e a União; contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as
VI - executar a política de insumos e equipamentos para a entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

Lei Orgânica do Município 20


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APOSTILAS OPÇÃO

Art. 180 - O Sistema Único de Saúde no âmbito do social com a função de educação, guarda, assistência social,
Município será financiado com recursos do orçamento do alimentação, saúde e higiene, e atendimento por equipe de
Município, do Estado, da União e da seguridade social, além de formação interdisciplinar adequada.
outras fontes.
§ 1º - Os recursos destinados às ações e aos serviços de Art. 185 - Lei Municipal regulamentará a instalação de
saúde no Município constituirão o Fundo Municipal de Saúde, creches, unidades de educação pré-escolar e escolas
conforme dispuser a lei. municipais de primeiro grau, sempre que venham a ser
§ 2º - O Município aplicará anualmente, em ações e aprovados projetos de loteamentos e conjuntos habitacionais.
serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da
aplicação do percentual de 15% (quinze por cento) sobre o Art. 186 - A educação física é considerada componente
produto da arrecadação dos impostos a que se refere o Art.156 curricular básico em todos os níveis do ensino municipal.
da Constituição Federal, e dos recursos de que tratam os arts.
158 e 159, inciso I, alínea “b” e parágrafo 3º , todos da Art. 187 - O ensino religioso, de matrícula facultativa,
Constituição Federal, montante das despesas de saúde não constitui disciplina obrigatória dos horários das escolas
será inferior a 15% (quinze por cento) das despesas globais do oficiais do Município, e será ministrado de acordo com a
orçamento anual do Município(Emenda no. 017/2001-LOM). confissão religiosa do aluno, manifestada por este se for capaz,
§ 3º - É vedada a destinação de recursos públicos para ou seu representante legal ou responsável.
auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins
lucrativos. Art. 188 - O Município promoverá anualmente, o
§ 4º - Ficam excluídas as transferências da compensação recenseamento da população escolar e fará a chamada dos
financeira de repasse do Sistema Único de Saúde-SUS e dos educandos.
Convênios do cálculo da apuração dos recursos a serem
aplicados. (Emenda no. 022/2005-LOM). Art. 189 - O Município zelará, por todos os meios ao seu
alcance, pela permanência do educando na escola.
Art. 181 - A assistência farmacêutica faz parte da
assistência global à saúde, e as ações a ela correspondentes Art. 190 - O calendário escolar municipal será flexível e
devem ser integradas ao Sistema Único de Saúde Municipal, adequado às peculiaridades climáticas e às condições sociais e
garantindo-se o direito de toda população aos medicamentos econômicas dos alunos.
básicos que sejam considerados essenciais, que constarão de
lista padronizada a ser criada. Art. 191 - Os currículos escolares serão adequado às
peculiaridades do Município e valorização de sua cultura e seu
Art. 182 - O Município incentivará a criação e a patrimônio histórico, artístico, cultural e ambiental.
implantação de outras práticas médicas, abrangendo a Parágrafo Único - A educação ambiental constitui
homeopatia, a acupuntura, a fitoterapia, a fisioterapia e outras disciplina obrigatória, da carga horária do ensino público
de comprovada base científica, que poderão ser adotadas pela municipal. (Emenda no. 004/1997-LOM).
Rede Oficial de Assistência ou qualquer outra entidade.
Art. 192 - O Município, atendidas as prerrogativas quanto
SEÇÃO II ao ensino fundamental, poderá promover convênios com a
DA POLÍTICA EDUCACIONAL CULTURAL E DESPORTIVA União e o Estado do Rio de Janeiro, e ou através dos seus
SUBSEÇÃO I órgãos devidamente constituídos, visando atender aos ensinos
DA EDUCAÇÃO Profissionalizante, Médio e Superior, disponibilizando verbas
necessárias para essa finalidade, bem como ainda atender
Art. 183 - O ensino ministrado nas escolas municipais será especificamente aos servidores do município nos cursos de
gratuito. pós-graduação, mestrado e doutorado. (Emenda no.
020/2003-LOM).
Art. 184 - O dever do Município com a educação será § 1º. Relativamente aos ensinos Profissionalizante, Médio
efetivado mediante a garantia de: e Superior, o Município os proporcionará somente às pessoas
I - oferta obrigatória de ensino fundamental, inclusive aos que comprovadamente, através de título de eleitor,
que a ele não tiveram acesso na idade apropriada; demonstrar que residem no município a mais de 03 (três)
II - atendimento educacional especializado aos portadores anos. (Emenda no. 020/2003-LOM).
de deficiências físicas mentais e sensoriais, assegurando-se- § 2º. Quanto aos cursos previstos no parágrafo 1º, o
lhes o direito de matrícula da escola pública mais próxima de Município os proporcionará somente em unidades de Ensino
sua residência; instaladas devidamente no âmbito de sua área territorial.
III - ensino noturno regular, adequado às condições do § 3º. A autorização contida no caput deste artigo poderá
educado; ser estendida à Entidades Particulares de Ensino, a critério da
IV - atendimento ao educado, no ensino fundamental por Administração e nos mesmos termos, desde que haja lei
meio de programa suplemantar de fornecimento de material municipal específica nesse sentido.” (Emenda no. 020/2003-
didático, transporte escolar, alimentação e assistência à saúde; LOM).
V - atendimento às crianças na faixa etária de zero a seis
anos, em creches e pré-escolas, definido por política Art. 193 - A administração, mediante ação conjunta de
educacional, no âmbito do órgão público competente. suas áreas de educação e saúde, garantirá aos alunos da rede
VI - desenvolvimento de atividades permanentes e municipal de ensino acompanhamento médico-odontológico,
sistemáticas, no sentido de criação de programas de e às crianças que ingressam no pré-escolar, exames e
prevenção e combate ao uso de drogas lícitas e ilícitas nas tratamento oftalmológico e fonoaudiólogo.
escolas da rede municipal de ensino, ficando o Município
autorizado a firmar convênio com os Governos Federal e Art. 194 - O Município assegurará gestão democrática de
Estadual objetivando estender o atendimento às instituições ensino público, na forma da Lei, atendendo as seguintes
de ensino vinculadas ao Estado e a União. (Emenda no. diretrizes:
025/2008-LOM). I - participação da sociedade na formulação da política
Parágrafo Único - Entende-se por creche uma instituição educacional e no acompanhamento de sua execução;

Lei Orgânica do Município 21


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APOSTILAS OPÇÃO

II - criação de mecanismo para prestação anual de contas à objetos, documentos e imóveis de valor histórico, artístico,
sociedade da utilização dos recursos destinados à educação; cultural e paisagístico.
III - participação organizada de estudantes, professores, Parágrafo Único - Os documentos de valor histórico
pais e funcionários, através do funcionamento de Conselhos cultural terão sua preservação assegurada, inclusive mediante
Comunitários em todas as unidades escolares da rede arquivo público municipal a ser criado.
municipal, com o objetivo de acompanhar e fiscalizar a
alocação de recursos e o nível pedagógico da escola, segundo Art. 201 - Ficam isentos do pagamento do imposto predial
normas do Conselho Estadual e Federal de Educação. e territorial urbano os imóveis tombados pelo Município em
§ 1º O Município garantirá liberdade de organização aos razão de suas características históricas, artísticas, culturais e
alunos, professores, funcionários, pais ou responsáveis por paisagísticas. disporá sobre a fixação de datas comemorativas
alunos, sendo permitida a utilização das instalações da escola de alta significação para o Município.
para atividades dessas associações.
SUBSEÇÃO III
Art. 195 - O Município garantirá aos profissionais de DO DESPORTO
ensino Estatuto próprio e plano de carreira.
§ 1º - O Estatuto garantirá, entre outros direitos, regime Art. 203 - O Município fomentará as práticas desportivas,
jurídico único, isonomia salarial, assistência à saúde e especialmente nas escolas a ele pertencentes.
aposentadoria com paridade entre servidores e aposentados
ou pensionistas. Art. 204 - O Município incentivará o lazer como forma de
§ 2º - O plano de carreira garantirá progressão no sentido promoção social.
vertical, por antiguidade, e horizontal, por maior titulação,
assegurando a aposentadoria no último nível alcançado pelo Art. 205-O Poder Público incentivará as práticas
profissional na carreira. desportivas, inclusive através de:
I - criação e manutenção de espaços adequados para
Art. 196 - Fica assegurado ao servidor público ativo ou prática de esportes;
inativo, bem como a seus filhos, a concessão, pelo Poder II - ações municipais com vistos a garantir aos desportistas
Público, de bolsas de estudo integral para o ensino a possibilidade de contribuírem e manterem espaços
universitário em todo o Estado do Rio de Janeiro, desde que particulares para a prática de esportes;
não prejudique suas funções. III - promoção em conjunto com os Municípios vizinhos, de
jogos e competições esportivas amadoras, e intermunicipais,
Art. 197 - O Município aplicará, anualmente, na inclusive de alunos da rede pública;
manutenção e no desenvolvimento do ensino, nunca menos de IV - educação física regular e obrigatória no ensino
25% (vinte e cinco por cento) da receita resultante de fundamental do Município.
impostos e das transferências recebidas do Estado e da União.
(Emenda no. 022/2005-LOM). Art. 206 - Os atletas relacionado para representar o
Parágrafo Único – Não serão computados no cálculo da Município nas competições oficiais, terá quando servidor
receita as transferências da compensação financeira dos público no período de duração das competições, seus
Royalties, FUNDEF e Convênios. (Emenda no. 022/2005- vencimentos, direitos e vantagens garantidos, de forma
LOM). integral, sem prejuízo de sua ascensão funcional.

Art. 198 - A Secretaria Municipal de Educação publicará Art. 207 - O Município aplicará, anualmente, nunca menos
anualmente relatórios globalizando o trabalho realizado, bem de 1% (um por cento) da receita resultante de impostos e das
como os resultados obtidos. transferências recebidas do Estado e da União, na promoção e
subvenção do esporte amador no Município.
SUBSEÇÃO II
DA CULTURA Art. 208 - É permitido ao Poder Executivo Municipal,
conceder através de Lei Ordinárias, subvenção as entidades
Art. 199 - O Município garantirá a todos o pleno exercício desportivas profissionais municipais. (emenda no.008/1997 -
dos direitos culturais e o acesso às fontes de cultura nacional, LOM)
estadual e municipal, e apoiará e incentivará a valorização e a
difusão das manifestações culturais, através de: SEÇÃO III
I - atuação do Conselho Municipal de Cultura, a ser criado; DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
II- articulação das ações governamentais no âmbito da
cultura, da educação, dos desportos, do lazer e das Art. 209 - A ação do Município no campo da Assistência
comunicações; Social objetivará promover:
III - criação e manutenção de espaço publico devidamente I - a integração do indivíduo ao mercado de trabalho e ao
equipados e acessíveis a população, para as diversas meio social;
manifestações culturais, vedando-se a extinção de qualquer II - o amparo à velhice e à criança abandonada;
espaço cultural; III - a integração das comunidades carentes;
IV - estímulo à instalação de bibliotecas públicas na sede e IV - a habilitação e a reabilitação das pessoas portadora de
nos Distritos a serem criados; deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária.
V - estímulo ao intercâmbio cultural com os Municípios
vizinhos; Art. 210 - Na formulação e desenvolvimento dos
VI- promoção do aperfeiçoamento e valorização dos programas de assistência social, o Município buscará a
profissionais da cultura, da criação artística e qualquer outra participação das associações representativas da comunidade.
forma de expressão cultural.

Art. 200 - O Município, no exercício de sua competência:


I - apoiará as manifestações da cultura local;
II - protegerá, por todos os meios ao seu alcance, obras,

Lei Orgânica do Município 22


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APOSTILAS OPÇÃO

SEÇÃO IV Art. 217 - O Município desenvolverá esforços para


DA POLÍTICA ECONÔMICA proteger o consumidor através de:
I - orientação e gratuidade de assistência jurídica,
Art. 211 - O Município promoverá o seu desenvolvimento independentemente da situação social e econômica do
econômico, agindo de modo que as atividades econômicas reclamante;
realizadas em seu território contribuam para elevar o nível de II - criação de órgãos no âmbito da Prefeitura ou da Câmara
vida e o bem estar da população local, bem como para valorizar Municipal para a defesa do consumidor;
o trabalho humano. III - atuação coordenada com a União e o Estado.
Parágrafo Único - Para a consecução do objetivo
mencionado neste artigo, o Município atuará de forma Art. 218 - O Município dispensará tratamento jurídico
exclusiva ou em articulação com a União ou com o Estado. diferenciado à microempresa e à empresa de pequeno porte,
assim definidas em legislação municipal.
Art. 212 - Na promoção do desenvolvimento econômico, o
Município agirá, sem prejuízo de outras iniciativas, no sentido Art. 219 - Às microempresas e às empresas de pequeno
de: porte municipais serão concedidos os seguintes favores
I - fomentar a livre iniciativa; fiscais:
II - privilegiar a geração de emprego; I - dispensa da escrituração dos livros fiscais estabelecidos
III - utilizar tecnologias de uso intensivo de mão-de-obra: pela legislação tributária do Município, ficando obrigadas a
IV - racionalizar a utilização de recursos naturais; manter arquivada a documentação relativa aos atos negociais
V - proteger o meio ambiente; que pratiquem ou intervierem;
VI - proteger os direitos dos usuários dos serviços públicos II - autorização para utilizarem modelo simplificado de
e dos consumidores; notas fiscais de serviços ou cupom de máquina registradora,
VII - dar tratamento diferenciado à pequena produção na forma definida por instrução do órgão fazendário da
artesanal ou mercantil, às microempresas e às pequenas Prefeitura.
empresas locais, considerando sua contribuição para a Parágrafo Único - O tratamento diferenciado previsto
democratização de oportunidades econômicas, inclusive para neste artigo será dado aos contribuintes citados, desde que
os grupos sociais mais carente; atendam às condições estabelecidas na legislação específica.
VIII - estimular o associativismo, o cooperativismo e as
microempresas; Art. 220 - O Município, em caráter precário e por prazo
IX - eliminar entraves burocráticos que possam limitar o limitado definido em ato do Prefeito, permitirá às
exercício da atividade econômica; microempresas se estabelecerem na residência de seus
X - desenvolver ação direta ou reivindicativa junto a outras titulares, desde que não prejudiquem as normas ambientais,
esferas de Governo, de modo a que sejam, entre outros, de segurança, de silêncio, de trânsito e de saúde pública.
efetivados: Parágrafo Único - As microempresas, desde que
a) assistência técnica; trabalhadas exclusivamente pela família, não terão seus bens
b) estímulos fiscais e financeiros; ou de seus proprietários sujeitos à penhora pelo Município
c) serviços de suporte informativo ou de mercado. para pagamento de débito decorrente de sua atividade
produtiva.
Art. 213 - É de responsabilidade do Município, no campo
de sua competência, a realização de investimentos para formar Art. 221 - Fica assegurada às microempresas ou às
e manter a infraestrutura básica capaz de atrair e incentivar o empresas de pequeno porte a simplificação ou a eliminação,
desenvolvimento de atividades produtivas, seja diretamente através do ato do Prefeito, de procedimentos administrativos
ou mediante delegação a setor privado para esse fim. em seu relacionamento com a Administração Municipal,
Parágrafo Único - A atuação do Município dar-se-á, inclusive, direta, especialmente em exigências relativas às licitações.
no meio rural, para a fixação de contingente populacionais,
possibilitando-lhes acesso aos meios de produção e geração e Art. 222 - Os portadores de deficiência física e de limitação
estabelecendo a necessária infraestrutura destinada a sensorial, assim como as pessoas idosas, terão prioridades
viabilizar esse propósito. para exercer o comércio eventual ou ambulante no Município.

Art, 214 - A atuação do Município na zona rural terá como SEÇÃO V


principais objetivos: DA DEFESA DO CONSUMIDOR
I - oferecer meios para assegurar ao pequeno produtor e
trabalhadores rurais condições de trabalho e de mercado para Art. 223 - O Consumidor tem direito à proteção do
produtos, a rentabilidade dos empreendimentos e a melhoria Município
do padrão de vida da família rural; Parágrafo Único: A proteção far-se-á, dentre outras
II - garantir o escoamento da produção, sobretudo o medidas, através da criação, pela Prefeitura, de um
abastecimento alimentar. Departamento de Defesa do Consumidor, que terá como
III - garantir a utilização racional dos recursos naturais. atribuições:
I - apuração das denúncias recebidas;
Art. 215 - Como principais instrumentos para o fomento II - aplicação de multas, através do Corpo de Fiscais, nos
da produção na zona rural, o Município utilizará assistência casos de procedência das denúncias;
técnica, a extensão rural, o armazenamento, o transporte, o III - encaminhamento ao Serviço de Fiscalização Sanitária
associativismo e a divulgação das oportunidades de crédito e as denúncias atinentes a estabelecimentos que comercializem
de incentivos fiscais. produtos que causem ou possam vir a causar danos à saúde;
IV - desestímulo à propaganda enganosa, ao atraso na
Art. 216 - O Município poderá consorciar-se com outras entrega de mercadorias e ao abuso na fixação de preços;
municipalidades com vistas ao desenvolvimento de atividades V - prestação de assistência jurídica integral e gratuita ao
econômicas de interesse de comum, bem como integrar-se em consumidor, através da Procuradoria Municipal.
programas de desenvolvimento regional a cargo de outras
esferas de governo. Art. 224 - O Departamento de Defesa do Consumidor

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APOSTILAS OPÇÃO

divulgará, semestralmente, as denúncias apuradas Art. 230 - O Município, em consonância com a sua política
procedentes, indicando a empresa ou a instituição envolvida, urbana e segundo o disposto em seu plano diretor, deverá
bem como a penalidade aplicada. promover programas de saneamento básico destinados a
melhorar as condições sanitárias das áreas urbanas e os níveis
SEÇÃO VI de saúde da população.
DA POLÍTICA URBANA Parágrafo Único - A ação do Município deverá orientar-se
para:
Art. 225 - A política urbana, a ser formulada no âmbito do I - ampliar progressivamente a responsabilidade local pela
processo de planejamento municipal, terá por objetivo o pleno prestação de serviços de saneamento básico;
desenvolvimento das funções sociais da cidade e o bem-estar II - executar programas de saneamento em áreas pobres,
dos seus habitantes, em consonância com as políticas sociais e atendendo à população de baixa renda com soluções
econômicas do Município. adequadas e de baixo custo para o abastecimento de água e
Parágrafo Único: As funções sociais da cidade dependem esgoto sanitário;
do acesso de todos os cidadãos aos bens e aos serviços III - executar programas de educação sanitária e melhorar
urbanos, assegurando-lhes condições de vida e moradia o nível de participação das comunidades na solução de seus
compatíveis com o estágio de desenvolvimento do Município. problemas de saneamento;
IV - levar à prática, pelas autoridades competentes, tarifas
Art. 226 - O plano diretor, aprovado pela Câmara sociais para os serviços de água.
Municipal, é o instrumento básico da política urbana a ser
executada pelo Município. Art. 231 - O Município deverá manter articulação
1 - O Plano Diretor fixará os critérios que assegurem a permanente com os demais municípios de sua região e com o
função social da propriedade, cujo uso e ocupação deverão Estado visando à racionalização da utilização dos recursos
respeitar a legislação urbanista, a proteção do patrimônio hídricos e das bacias hidrográficas, respeitadas as diretrizes
natural e o interesse da coletividade. estabelecidas pela União.
2 - O Plano Diretor deverá ser elaborado com a
participação das entidades representativas da comunidade Art. 232 - O Município, na prestação de serviços de
diretamente interessada. transporte público, fará obedecer os seguintes princípios
3 - O Plano Diretor definirá as áreas especiais de interesse básicos:
social, urbanístico ou ambiental, para as quais será exigido I - segurança e conforto dos passageiros, garantindo, em
aproveitamento adequado nos termos previstos na especial, acesso às pessoas portadoras de deficiências físicas;
Constituição Federal. II - prioridades a pedestres e usuários dos serviços;
III - tarifa social, assegurada a gratuidade aos maiores de
Art. 227 - Para assegurar as funções sociais da cidade, o 65 (sessenta e cinco) anos de idade; aos menores de 6 (seis)
Poder Executivo deverá utilizar os instrumentos jurídicos, anos de idade; aos estudantes e professores quando
tributários, financeiros e de controle urbanístico existentes e à uniformizados e devidamente documentados,
disposição do Município. independentemente dos cursos diurnos ou noturnos; e
deficientes físicos impossibilitados de se locomoverem; aos
Art. 228 - Aquele que possuir como sua área urbana de até policiais, bombeiros, carteiros, guardas municipais
250 (duzentos e cinquenta) metros quadrados, por 05 (cinco) devidamente uniformizados, além de deficientes mentais com
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-se para documentação oficial de identificação.
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde IV - proteção ambiental contra a poluição atmosférica
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. sonora;
1 - O título de domínio e a concessão de uso serão V - integração entre sistemas e meios de transporte e
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independente racionalização de itinerários;
do estado civil. VI - participação das entidades representativas da
2 - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor comunidade e dos usuários no planejamento e na fiscalização
mais de uma vez. dos serviços.
3 - O Município proporcionará ao indivíduo juridicamente
necessitado, os meios legais suficientes para aquisição de Art. 233 - O Município, em consonância com sua política
domínio do imóvel de que trata o caput deste artigo. urbana e segundo o disposto em seu plano diretor, deverá
promover planos e programas setoriais destinados a melhorar
Art. 229 - O Município promoverá, em consonância com as condições do transporte público, da circulação de veículos e
sua política urbana e respeitadas as disposições do plano da segurança do trânsito.
diretor, programas de habitação popular destinados a
melhorar as condições de moradia da população carente do Art. 234 - O Município deverá estabelecer e implantar
Município. políticas de educação para a segurança do trânsito em
§1º - A ação do Município deverá orientar-se para: articulação com o Estado.
I - ampliar o acesso a lotes mínimos dotados de
infraestrutura básica e servidos por transporte coletivo; SEÇÃO VII
II - estimular e assistir, tecnicamente, projetos DA POLÍTICA DO MEIO AMBIENTE
comunitários e associativos de construção de habitação e
serviços; Art. 235 - O Município deverá atuar no sentido de
III - urbanizar, regularizar e titular as áreas ocupadas por assegurar a todos os cidadãos o direito ao meio ambiente
população de baixa renda, passíveis de urbanização. ecologicamente saudável e equilibrado, bem de uso comum do
§2º Na promoção de seus programas de habitação popular, povo e essencial à qualidade de vida.
o Município deverá articular-se com os órgãos estaduais, Parágrafo Único - Para assegurar efetividade esse direito,
regionais e federais competentes e, quando couber, estimular o Município deverá articular-se com os órgãos estaduais,
a iniciativa privada a contribuir para aumentar a oferta de regionais e federais competentes e ainda, quando for o caso,
moradias adequadas e compatíveis com a capacidade com outros municípios, objetivando a solução de problemas
econômica da população. comuns relativos à proteção ambiental.

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APOSTILAS OPÇÃO

Art. 236 - O Município deverá atuar mediante recuperação das florestas nativas e manguezais.
planejamento, controle e fiscalização das atividades, públicas
ou privadas, causadoras efetivas ou potências de alterações Art. 250 - Os lançamentos finais dos sistemas públicos e
significativas no meio ambiente. particulares de coleta de esgotos sanitários deverão ser
procedidos, no mínimo, de tratamento primário completo, na
Art. 237 - O Município, ao promover a ordenação de seu forma da lei.
território, definirá zoneamento e diretrizes gerais de ocupação
que assegurem a proteção dos recursos naturais, em Art. 251 - O Poder Público poderá estabelecer restrições
consonância com o disposto na legislação estadual pertinente. administrativas de uso de áreas privadas para fins de proteção
de ecossistema.
Art. 238 - A política urbana do Município e o seu plano Parágrafo Único - Fica vedada a implantação de sistema
diretor deverão contribuir para a proteção do meio ambiente, de coleta conjunta de águas pluviais e esgotos domésticos ou
através da adoção de diretrizes de uso e ocupação do solo industriais.
urbano.
Art. 252 - A política urbana do Município e seu plano
Art. 239 - Nas licenças de parcelamento, loteamento e diretor deverão contribuir para a proteção do meio ambiente,
localização o Município exigirá o cumprimento da legislação de através da adoção de diretrizes adequadas de uso e ocupação
proteção ambiental da União e do Estado. do solo urbano.

Art. 240 - As empresas concessionárias ou Art. 253 - Fica autorizada a criação na forma da Lei, do
permissionárias de serviços públicos deverão atender Fundo Municipal de Conservação Ambiental, destinado à
rigorosamente aos dispositivos de proteção ambiental em implementação de programas e projetos de recuperação e
vigor, sob pena de não ser renovada a concessão ou permissão preservação do Meio Ambiente, vedada sua utilização para
pelo Município pagamento de pessoal da administração pública direta e
indireta ou de despesas de custeio diversas de sua finalidade.
Art. 241 - O Município assegurará a participação das Parágrafo Único: Os recursos para atender o fundo de que
entidades representativas da comunidade no planejamento e trata o caput deste artigo, deverá ser objeto de lei
na fiscalização de proteção ambiental, garantindo o amplo complementar.
acesso dos interessados às informações sobre as fontes de
poluição e degradação ambiental ao seu dispor. SEÇÃO VIII
POLÍTICA DE TURISMO
Art. 242 - Proibir despejo de caldas ou vinhoto, bem como
de resíduos e dejetos diretamente nos corpos d’água ou em Art. 254 - O Município promoverá e incentivará o turismo,
áreas próximas com iminentes riscos de contaminação destes, como fator de desenvolvimento econômico e social, bem como
tornando-os impróprios, mesmo que temporariamente, ao de divulgação, valorização e preservação do patrimônio
consumo e utilização normais ou para a sobrevivência das cultural e natural, cuidando para que sejam respeitadas as
espécies, bem como danos ao ecossistema. peculiaridades locais, não permitindo efeitos desagregados
sobre a vida das comunidades envolvidas, assegurando
Art. 243 - Promover os meios defensivos necessários para sempre o respeito ao meio ambiente e a cultura das
erradicar a pesca e a caça predatórias. localidades onde vier a ser explorado.
§ 1º - O Município definirá a política municipal do turismo,
Art. 244 - Controlar a produção, o transporte, a buscando proporcionar as condições necessárias para o pleno
comercialização e o emprego de técnicas, métodos e desenvolvimento da atividade.
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de § 2º - O instrumento básico de atuação do Município no
vida e o meio ambiente. setor será o Plano Diretor de Turismo, que deverá estabelecer,
com base no inventário do potencial turístico das diferentes
Art. 245 - Promover a educação ambiental em todos os regiões do Município, e com a participação dos
níveis de ensino e a conscientização pública para a administradores envolvidos nas ações de planejamento,
preservação do meio ambiente. promoção e execução da política de que trata este artigo.
§ 3º - Para cumprimento do disposto no parágrafo
Art. 246 - Proteger a fauna e a flora, vedada, na forma da anterior, caberá ao Município, em ação conjunta com o Estado,
lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, promover especialmente: I - O inventário e a regulamentação
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a do uso, ocupação e função dos bens naturais e culturais de
crueldade. interesse turístico;
II - A infraestrutura básica necessária à prática do turismo,
Art. 247 - Implementar política setorial visando a coleta apoiando e realizando investimentos na produção, criação, e
seletiva, transporte, tratamento e disposição final de resíduos qualificação dos empreendimentos, equipamentos e
urbanos, hospitalares e industriais, com ênfase nos processos instalações ou serviços turísticos, através de linhas de créditos
que envolvem sua reciclagem. especiais e incentivos;
III - O fomento do intercâmbio permanente com outros
Art. 248 - Proteger e restaurar a diversidade e a municípios da Federação e com o exterior, visando o
integridade do patrimônio genético, biológico, ecológico, fortalecimento de fraternidade e aumento do fluxo turístico
paisagístico, histórico e arquitetônico. nos dois sentidos, bem como a elevação da média permanência
do turista em território do Município.
Art. 249 - Promover o reflorestamento ecológico em áreas
degradadas objetivando especialmente a proteção de encostas Art. 255 - O planejamento do turismo municipal visará
e dos recursos hídricos, a consecução de índices mínimos de sempre que possível, a participação e o patrocínio da iniciativa
cobertura vegetal, o reflorestamento econômico em áreas privada voltada para esse setor, e terá como objetivo a
ecologicamente adequadas, visando suprir a demanda de divulgação das potencialidades culturais, históricas e
matéria prima de origem florestal, a preservação e a paisagísticas do Município de Rio das Ostras.

Lei Orgânica do Município 25


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APOSTILAS OPÇÃO

Art. 256 - O Poder Público criará lei que disporá sobre a adaptadas às condições ambientais locais;
elaboração do calendário anual de eventos turísticos. II - mecanismos para a proteção e recuperação dos
recursos naturais e preservação do meio ambiente;
SEÇÃO IX III - infraestruturas físicas, viárias, sociais, e de serviços da
POLÍTICA AGRÍCOLA zona rural, neles incluídos a eletrificação, telefonia,
armazenamento, irrigação, estradas e transportes, educação,
Art. 257 - No meio rural a atuação do Município far-se-á saúde, segurança, assistência social e cultural de esporte e
no sentido da fixação de contingentes populacionais, lazer;
possibilitando-lhe acesso ao meio de produção e geração de IV - a organização do abastecimento alimentar;
renda, e estabelecendo a necessária infraestrutura destinada a V - assistência técnica de extensão rural.
viabilizar esse propósito mediante os objetivos seguintes:
I - oferecer meios para assegurar ao pequeno produtor e SEÇÃO X
trabalhador rural, condições de trabalho e de mercado para os DA POLÍTICA PESQUEIRA
produtos, a rentabilidade dos empreendimentos e a melhoria
do padrão de vida para a família rural; Art. 264 - O município definirá política específica para o
II - garantir o escoamento da produção sobre o setor pesqueiro local, em consonância com as diretrizes dos
abastecimento alimentar rural; Governos estadual e federal promovendo seu planejamento,
III - garantir a utilização dos recursos naturais. ordenamento e desenvolvimento, enfatizando sua função de
abastecimento de desenvolvimento alimentar através da
Art. 258 - O Município utilizará a assistência técnica, a implantação de mercado de peixe nos locais mais populosos,
extensão rural, o armazenamento, o transporte, o provimentos de infraestrutura de suporte à pesca:
associativismo e a divulgação das oportunidades de crédito e I - serão coibidas práticas que contrariem normas vigentes
de incentivos fiscais para fomentar a produção da zona rural. relacionadas às atividades pesqueiras, que causem riscos aos
ecossistemas aquáticos interiores e na zona costeira do mar
Art. 259 - As ações à produção somente atenderão aos territorial, adjacente ao Município no limite de 12 (doze)
estabelecimentos agrícolas que cumpram a função social da milhas náuticas;
propriedade conforme definição em lei. II - o Município deve manter e promover permanente
adequação dos conteúdos dos currículos escolares da
Art. 260 - A política agrícola a ser implantada pelo comunidade relacionadas econômica e socialmente à pesca, a
Município dará prioridade à pequena produção e ao sua vivência, realidade e potencialidade pesqueira;
abastecimento alimentar, através do sistema de III - é proibida a pesca predatória no Município que será
comercialização direta entre produtores e consumidores reprimida na forma de lei, pelos órgãos públicos com
competindo ao Poder Público: atribuições para fiscalizar e controlar as atividades
I - planejar e implantar a política de desenvolvimento pesqueiras;
agrícola compatível com a política agrária e com a preservação IV - é considerada predatória, sob qualquer de suas
do meio ambiente e conservação do solo estimulando os formas:
sistemas de produção integradas, a policultura, pecuária e 1) - as práticas que causem riscos às bacias hidrográficas e
agricultura; zonas costeiras;
II - instituir programas de ensino agrícola associado ao 2) - o emprego de técnicas equipamentos que causem
ensino não formal e a educação, para preservação do meio danos à capacidade de renovação dos recursos pesqueiros;
ambiente; 3) - a realizada nos lugares e épocas interditadas pelos
III - utilizar seus equipamentos, mediante convênio com órgãos competentes.
cooperativas agrícolas ou entidades similares, para o § 1º - na elaboração da política pesqueira, o Município
desenvolvimento das atividades agrícolas dos pequenos garantirá efetiva participação dos pequenos piscicultores e
produtores e dos trabalhadores rurais; pescadores artesanais ou profissionais, através da
IV - estabelecer convênios para a conservação das estradas implantação de cooperativas e organizações similares,
vicinais. objetivando:
a) - coordenar as atividades relativas à comercialização da
Art. 261 - A conservação do solo é de interesse público em pesca local;
todo território do município, impondo-se à coletividade e ao b) - estabelecer normas de fiscalização controle higiênico
Poder Público o dever de preservá-lo, competindo a este: sanitário;
I - orientar os produtores rurais sobre técnicas de manejo c) - sugerir uma política de preservação e proteção às áreas
e recuperação do solo; ocupadas por colônias pesqueiras.
II - disciplinar o uso de insumos e de implementos § 2º - entende-se por pesca artesanal, para os efeitos deste
agropecuários e incrementar o desenvolvimento de técnicas e artigo, a exercida por pescador que tire da pesca o seu
tecnologias apropriadas, inclusive as de adubação orgânica de sustento, segundo a classificação do órgão competente.
forma a proteger a saúde do trabalhador, a qualidade dos
alimentos e a sanidade do meio ambiente; TÍTULO XII
III - controlar a utilização do solo agrícola, estimulando o DOS CONSELHOS MUNICIPAIS
reflorestamento das áreas inadequadas à exploração
agropecuária, mediante plantio e conservação de espécies Art. 265 - Os Conselhos Municipais são órgãos de
próprias para manutenção do equilíbrio ecológico. cooperação governamental que têm por finalidade auxiliar a
Administração no planejamento, execução, fiscalização,
Art. 262 - Compete ao Município o planejamento do controle e na decisão de matérias de sua competência.
desenvolvimento rural em seu território, nos termos da
Constituição Federal e desta Lei Orgânica. Art. 266 - Lei específica definirá as atribuições do
Conselho, sua organização, composição, funcionamento e
Art. 263 - O Município deverá, por iniciativa própria, ou forma de eleição de seus titulares e suplentes, além do prazo
em convênio com órgãos federais e estaduais, garantir: de duração de seus mandatos, observados os seguintes
I - apoio à geração, difusão e implantação de tecnologias princípios;

Lei Orgânica do Município 26


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APOSTILAS OPÇÃO

I - Os Conselhos Municipais devem ter sua Composição em Constituição Federal, o Município desenvolverá esforços, com
número par, assegurada conforme Legislação Federal, a a mobilização de todos os setores organizados da sociedade e
representatividade paritária entre a Administração Pública com a aplicação de pelo menos, 50% (cinquenta por cento) dos
Municipal e as Organizações não Governamentais (ONGS), recursos a que se refere o artigo 212, da Constituição Federal,
facultada ainda por decisão das respectivas conferências para eliminar o analfabetismo e universalizar o ensino
municipais para estes fins, a participação de pessoas de fundamental, como determina o artigo 60 do ato das
notório saber na matéria de competência dos Conselhos; Disposições Constitucionais Transitórias.
(emenda no.007/1997 - LOM)
II - Dever, para os órgãos e entidades da Administração, de Art. 273 - O Município instituirá Centro de Atendimento
prestar as informações técnicas e fornecer os documentos que Integral à Mulher nos quais será prestada assistência médica,
lhes foram solicitados. psicológica e jurídica à mulher e a seus familiares, devendo o
corpo funcional ser composto por servidores do sexo feminino,
Art. 267 - A função de Conselheiro constitui serviço com formação profissional específica, nos termos da Lei.
público relevante e será exercida gratuitamente.
Art. 274 - Toda e qualquer entidade, contemplada com
Art. 268 - A criação dos Conselhos Municipais é ilimitada, verbas pelo Município, terá que prestar contas de sua
atendendo às necessidades do Município, ficando, desde já, aplicação perante o Poder Executivo e Legislativo
estabelecido o seguinte: respectivamente, que as apreciará e julgará após auditoria, nos
Parágrafo Único - Ficam criados os seguintes Conselhos termos e sob as penas de Lei.
Municipais, que serão regulamentados por Lei Ordinária
a) Conselho Municipal de Saúde ; Art. 275 - Fica garantido o direito de uso dos atuais
b) Conselho Municipal da Criança e do Adolescente; c) ocupantes de quiosques instalados na orla marítima de nosso
Conselho Municipal de Educação; Município, na forma que dispuser a Lei.
d) Conselho Municipal de Turismo e Esporte;
e) Conselho Municipal de Meio Ambiente; Art. 276 - Os lotes de loteamentos aprovados só serão
f) Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa liberados para vendas, após implantação de meio fio e rede
Deficiente; elétrica.
g) Conselho Municipal de Pesca;
h) Conselho Municipal de Defesa do Consumidor; Art. 277 - Fica considerada como não edificandi a faixa de
i) Conselho Municipal de Assistência Social; (emenda terra compreendida entre a Rodovia Amaral Peixoto e o mar,
no.003/1995 - LOM) situada no entroncamento da referida rodovia com a Serra-
j) Conselho Municipal do Idoso; (emenda no.003/1995 - mar, até a primeira edificação do loteamento Sobradinho e
LOM) Cerveja, devendo o Município providenciar sua urbanização,
l) Conselho Municipal de Cultura. dentro dos recursos disponíveis.
m) Conselho Municipal da Cultura Afro-Brasileira(emenda
no.010/1998 - LOM) Art. 278 - Concede o 13º salário aos funcionários, aos
n) Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural agentes políticos e aos ocupantes de cargo comissionados.
Sustentável; (Emenda 015/2001-LOM). (emenda no.003/1995 - LOM)
o) Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Emenda no.
024/2008-LOM). Art. 278-A – O Prefeito Municipal Gozará de férias anuais
p) Conselho Municipal de segurança e ordem pública de 30 dias, remuneradas, acrescida de 1/3, podendo receber
(Emenda no 028/2009) indenização em pecúnia de férias não gozadas por necessidade
q) Conselho Municipal antidrogas (Emenda no 034/2011) imperiosa do mandato. (Emenda no. 027/2008-LOM).

TÍTULO XIII Art. 279 - A Câmara Municipal, no prazo de até 120 (cento
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS e vinte) dias, contados da promulgação desta Lei, fica obrigada
a elaborar seu Regimento Interno.
Art. 269 - Os recursos correspondentes à dotações
orçamentárias destinadas à Câmara Municipal, inclusive os Art. 280 - Dentro do prazo máximo de 90 (noventa) dias,
créditos suplementares e especiais, ser-lhe-ão entregues até o o Poder Executivo encaminhará, à Câmara, Lei sobre o
dia 20 (vinte) de cada mês, na forma que dispuser a lei comércio ambulante ou eventual.
complementar a que se refere o artigo 165 § 9º da Constituição
Federal. Art. 281 - O Poder Executivo, dentro do prazo máximo de
Parágrafo Único - Até que seja editada a lei complementar 02 (dois) anos a contar da promulgação desta Lei Orgânica,
referida neste artigo, os recursos da Câmara Municipal ser-lhe- elaborará e enviará a aprovação da Câmara Municipal:
ão entregues: I - O Plano Diretor;
I - até o dia 20 (vinte) de cada mês, os destinados ao custeio II - O Código de Obras;
da Câmara; III - O Código de Posturas Municipais;
II - dependendo do comportamento da receita, os IV - A Carta Topográfica do Município.
destinados às despesas de capital;
Art. 282 - Fica o Prefeito Municipal obrigado a realizar
Art. 270 - Nos distritos que forem criados, a posse do concurso público de provas ou de provas e títulos, para
Administrador Distrital dar-se-à 60 (sessenta) dias após a sua atender as exigências constitucionais, no prazo máximo de 150
criação e na forma da Lei. (cento e cinqüenta) dias, a contar da publicação desta emenda,
que será regulamentada pelo Poder Executivo por Lei
Art. 271 - a eleição dos Conselheiros Distritais ocorrerá 30 Ordinária. (emenda no.005/1997 - LOM)
(trinta) dias após a posse do Administrador Distrital,
cumpridas as exigências legais. Art. 283 - fica o Poder Executivo obrigado a regulamentar,
no prazo de 1 (um) ano, após a promulgação desta Lei, os
Art. 272 - Nos 10 (dez) primeiros anos da promulgação da Conselhos ora criados.

Lei Orgânica do Município 27


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APOSTILAS OPÇÃO

Art. 284 - Após cinco anos, contados da promulgação desta


Lei Orgânica, a Câmara Municipal promoverá a sua revisão, em
sessões específicas da Câmara Municipal organizante, com
dois turnos de discussões e votação. Anotações
Art. 285 - O Município mandará imprimir esta Lei
Orgânica par distribuição nas escolas e entidades
representativas da comunidade, gratuitamente, de modo que
se faça a mais ampla divulgação do seu conteúdo.

Art. 286 - Esta Lei Orgânica, com as emendas aprovadas


pela Câmara Municipal, será por ela promulgada e entra em
vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.

Rio das Ostras, 11 de janeiro de 2001.

Carlos Augusto Carvalho Balthazar


Presidente

Questões

01. Julgue item a seguir de acordo com a Lei Orgânica do


Município de Rio das Ostras:
“São símbolos do Município o Brasão, a Bandeira e o Hino
representativos de sua cultura histórica”.
( ) Certo ( ) Errado

02. Julgue item a seguir de acordo com a Lei Orgânica do


Município de Rio das Ostras:
“A concessão de isenção e de anistia de tributos municipais
dependerá de autorização legislativa, aprovada por maioria de
dois terços dos membros da Câmara Municipal”.
( ) Certo ( ) Errado

03. Julgue item a seguir de acordo com a Lei Orgânica do


Município de Rio das Ostras:
O Prefeito Municipal, em caso de calamidade pública,
poderá adotar a medida provisória, com força de lei, para
abertura de crédito extraordinário, devendo submetê-la de
imediato à Câmara Municipal, que, estando em recesso, será
convocada extraordinariamente para se reunir no prazo de 10
(dez) dias.
( ) Certo ( ) Errado

04. Julgue item a seguir de acordo com a Lei Orgânica do


Município de Rio das Ostras:
“As contas do Município ficarão à disposição dos cidadãos
durante 60 (sessenta) dias, a partir de 15 (quinze) de abril de
cada exercício, no horário de funcionamento da Câmara
Municipal, em local de fácil acesso ao público”.
( ) Certo ( ) Errado

05. Julgue item a seguir de acordo com a Lei Orgânica do


Município de Rio das Ostras:
“As licitações para a concessão ou a permissão de serviços
públicos deverão ser precedidas de ampla publicidade,
inclusive em jornais da capital do Estado, mediante edital ou
comunicado resumido”.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01.Certo / 02. Certo / 03. Errado / 04. Certo / 05. Certo

Lei Orgânica do Município 28


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CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE


RIO DAS OSTRAS

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APOSTILAS OPÇÃO

No ano de 1872, foram criadas no território que


corresponde ao atual município, três escolas públicas de
instrução primária: duas na sede do Arraial e uma em
Itapebussús. A escola masculina do Arraial foi regida por cerca
de 20 anos pelo sr.
Ignácio Giraldo Mathias Netto e a escola feminina por sua
esposa Helena Leopoldina Xavier Netto; destacando-se em
1882/1883 a presença de um aluno ilustre: o futuro
1. Origem e dados históricos presidente brasileiro Washington Luiz Pereira de Souza, em
preparação para o ingresso no Colégio Pedro II (o pai de
da região em que o Município Washington Luiz era então proprietário da magnífica Fazenda
se situa. Ocupação inicial e União, hoje Reserva Biológica). Em 1896 foi criado um outro
povoamento. Primeiras estabelecimento de ensino público para o sexo masculino em
Rocha Leão.
construções e atividades Alguns anos depois, surgiu a Irmandade de Nossa Senhora
econômicas. Evolução da Conceição, responsável pela provisão da Capela de objetos
histórica e administrativa. do culto católico, a partir do que as liberações de verbas pelo
governo provincial tornaram-se mais frequentes. Tal fato
Habitantes nas diferentes possibilitou finalizar a construção da Torre da Capela (1885) e
fases e possíveis legados. do Cemitério (1887). No final do séc. XIX, alcança destaque, ao
Emancipação e lado culto principal, a veneração a Santo Antônio, incentivada
pelas famílias David Pereira e Alves Moreira.
desenvolvimento de Rio das Um destacamento policial era o responsável pela
Ostras: fatores determinantes segurança pública de Rio das Ostras e contava 2 ou 3 homens,
ao longo da segunda metade do século XIX (inclusive com um
cabo da cavalaria). Em 1891, foi criado o 3º distrito policial de
Barra de São João, com sede em Rocha Leão. E em abril de 1888
* Candidato (a). Antes de iniciarmos gostaria de fazer um foi inaugurada a ligação ferroviária entre Rio Bonito e Macaé,
esclarecimento. Conforme solicitado no edital, todo o conteúdo com as estações da União (atual Rocha Leão) e Califórnia,
a respeito do município foi retirado de documento fornecido ambas no território riostrense, e um melhoramento há muito
pelo IBAM a respeito de Rio das Ostras. Portanto, mesmo que esperado pelos agricultores e comerciantes locais.
algumas datas pareçam desatualizadas, não se preocupa, o No início do século XX dois políticos destacaram-se como
material está de acordo com as fontes pedidas em edital. representantes de Rio das Ostras na Câmara Municipal de
Barra de São João: Eduardo José Martins e Pedro Vieira
História Rodrigues (negociante em Rocha Leão). É de referir que nesta
altura as localidades de Rocha Leão e Califórnia apresentavam
Situada na Capitania de São Vicente e habitada por índios um índice de crescimento igual ou mesmo superior ao do
Tamoios e Goitacazes, Rio das Ostras tinha a denominação de povoado de Rio das Ostras. Em 1912, o Almanak Laemmert
Leripe (que em tupi-guarani significa “Lugar de Ostra”) ou relacionava em Rocha Leão e Califórnia: um administrador de
Seripe. Fazia parte das terras da Sesmaria doada aos jesuítas cemitério, dois comissários de polícia, uma professora de
pelo Capitão-Mor Governador Martins Corrêa de Sá em 20 de escola mista, um agente do correio, além de diversos
novembro de 1630. Esta faixa foi delimitada por dois marcos comerciantes, agricultores e lavradores.
de pedra - Pitomas - colocados em Itapebussus e na barreta do Em 1925 a sede do município de Barra de São João muda
Rio Leripe com a insígnia da Companhia de Jesus1. para Indayassú, que passa a se denominar Casimiro de Abreu,
Os Jesuítas foram responsáveis pelas primeiras com base na Lei nº 2.013 de 23/11/1925.
construções na região como o Poço de Pedras do Largo de Rio das Ostras tinha na produção pesqueira sua maior
Nossa Senhora da Conceição, a antiga Igreja e o cemitério. Os fonte de renda, enquanto as outras localidades produziam café
índios, escravos também deixaram suas marcas nas obras e extraiam madeiras nobres e lenhas das matas já devastadas,
então erguidas. Após a expulsão dos jesuítas no ano de 1759, a além da produção de cana de açúcar, especialmente em
igreja foi terminada no final do século XVIII, provavelmente Itapebussús e Rocha Leão.
pelos Beneditinos e Carmelitas. A Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Rio das Ostras
No Século XIX, Rio das Ostras era um próspero arraial e seu em 1928, passa por uma reforma, sob a liderança do barrense
crescimento se deu ao redor da igreja e do Poço de Pedras. O e então Diretor de Viação e Obras Públicas do Estado, Manuel
local era rota de tropeiros e comerciantes, e no arraial já Antunes de Castro Guimarães Júnior. Os outros dois templos
existiam internatos masculino e feminino, o Grande Hotel, o religiosos que atraiam os moradores da região eram a Igreja
Posto de Polícia Provincial, a Igreja e o Poço do Largo, com de Nossa da Conceição de Rocha Leão e a Capela de Nossa
água pura que jorrava à beira-mar. Senhora das Neves de Califórnia.
Alguns fatos da história de Rio das Ostras, são citados a No entanto, Rio das Ostras permanecia como vilarejo
seguir, em adaptação da publicação do site pertencente à Barra de São João, que era então distrito de
guiacostadosol.com.br: Casimiro de Abreu. Em abril de 1968, o vereador Joaquim
Em 1865, Rio das Ostras contava com a farmácia do Dr. Marchon de Araújo, indicou à Mesa Diretora e ao Plenário da
Abreu e vários riostrenses embarcavam como Voluntários Câmara Municipal de Casimiro de Abreu a criação do 3º
para a Guerra do Paraguai. (...). No início do mês de julho de distrito casimirense, com sede em Rio das Ostras. Tal
1868, ocorreu a passagem da Princesa Isabel e do Conde D´Eu, indicação, apoiada pela maioria do legislativo, gerou a
em frente a bonita praia de Rio das Ostras, voltando de uma Resolução nº 1/68, aprovada no Decreto-Lei nº 225, de 17 de
viagem imperial a Quissamã. Em 1869 a linha telegráfica era março de 1970, sancionada pelo governador fluminense
inaugurada entre Macaé e o Rio de Janeiro, passando por Rio Geremias de Mattos Fontes.
das Ostras e Barra de São João.

1 Conhecimentos Gerais sobre Rio das Ostras/RJ. IBAM. http://www.ibam-

concursos.org.br/documento/conhec-rioostras.pdf.

Conhecimentos Gerais sobre Rio das Ostras 1


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APOSTILAS OPÇÃO

Nos anos 70, a atividade de veraneio no distrito se Área


intensificou, provocando o crescimento do comércio e do Área da unidade territorial [2018] 228,044 km².
número de novas construções e loteamentos, bem como a
expansão da área urbana do novo distrito. É fundado o Iate População
Clube Rio das Ostras em 18/01/1970, e a nomeação (logo após População no último censo [2010] - 105.676.
a criação do distrito) do primeiro administrador regional, sr. População estimada [2019] - 150.674.
Oscar de Moraes Cordeiro. Densidade demográfica [2010] - 461,38 hab/km².
O processo de desenvolvimento local que já se fazia sentir
anteriormente com a criação da Rodovia Amaral Peixoto (RJ Limites
106) na década de 1940 e sua pavimentação nos anos 1950, Casimiro de Abreu e Macaé.
bem como a realização de obras de saneamento na região, foi
também estimulado com a abertura da BR-101 em 1974, Distritos
mesmo ano em que era inaugurada a Ponte Rio - Niterói e O Município conta apenas com um Distrito, que é seu
entrava em funcionamento a Subestação de energia elétrica Distrito-sede.
em Rocha Leão (ampliada em 1977).Contudo, o fator mais
relevante foi, em 1977, o início das obras do terminal da Características Urbanas
Petrobrás em Macaé que iria impactar definitivamente o Rio das Ostras dista nove quilômetros de Barra de São João,
destino de Rio das Ostras. distrito de Casimiro de Abreu, e desenvolve-se a partir da RJ-
Em 13/09/1991, pelo Decreto nº 066/91, de autoria da 106, que corta a área urbana em duas partes, no sentido sul-
Comissão de Assuntos Municipais e de Desenvolvimento norte, onde alcança Macaé. A RJ-162 estabelece a ligação com
Regional, o Governador do Rio de Janeiro determinou a a BR101, em Casimiro de Abreu, a oeste.
realização de plebiscito para a criação do município de Rio das Conforme dados do Tribunal de Contas do Estado, a
Ostras. Realizado em 24/11/1991, 95% os 6.300 eleitores que urbanização, por sua vez, tem se manifestado de forma
foram as urnas aprovaram à medida que se materializou com crescente e acelerada, sobretudo na primeira década do Século
a Lei nº 1984, de 10/04/1992. XXI, com destaque para a ocupação territorial principalmente
A instalação do novo Município ocorreu em janeiro de na área urbana próxima ao litoral:
1993, com a posse do primeiro Prefeito, Claudio Ribeiro. “Em 2010, Rio das Ostras tinha uma população de 105.676
habitantes, correspondente a 13% do contingente da Região das
Baixadas Litorâneas, com uma proporção de 97,6 homens para
2. Situação atual. Aspectos cada 100 mulheres. A densidade demográfica era de 461,3
físicos e geográficos do habitantes por km², contra 160,4 habitantes por km² de sua
Município: população, região. A taxa de urbanização correspondia a 94% da
população. Em comparação com a década anterior, a população
localização, área, limites do município no período aumentou 190,2%, o maior
municipais, distritos, crescimento do Estado do Rio de Janeiro.”
características urbanas, O IBGE estima, para 2019, que a população do Município
alcance a faixa de 150 mil habitantes.
atividades econômicas
predominantes. Diversidade e Atividades Econômicas Predominantes
manifestações culturais e Turismo, comércio e serviços, pesca e construção civil.
artísticas. Corporações e
Patrimônio cultural histórico e arquitetônico.
grupos locais. Patrimônio Manifestações culturais e artísticas. Corporações e grupos
cultural histórico e locais. Atrações turísticas, culturais e de lazer
arquitetônico. Atrações
turísticas, culturais e de lazer, Datas Comemorativas
10 de Abril - Aniversário da Cidade – desfile cívico pela
datas comemorativas e Avenida Amazonas, shows gratuitos, competições esportivas,
destaques do Município. leilões, missa na paróquia Nossa Senhora da Conceição, entre
Posição do Município na divisão vários eventos em diferentes pontos da cidade.
8 de Dezembro - Festa da Padroeira do Município, Nossa
regional turística do Estado. Senhora da Conceição.
Aspectos e indicadores sociais,
econômicos e financeiros. Patrimônio municipal
Serviços municipais. De acordo - Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição – A igreja
foi erguida após a expulsão dos jesuítas, em 1759. Sua
com o documento “Informações construção foi terminada no final do século XVIII, pelos
sobre o Município de Rio das beneditinos e carmelitas. A antiga igreja desmoronou e foi
Ostras”, disponível no site do construída novamente.
- Poço de Pedras do Largo de Nossa Senhora da
IBAM Conceição - construído em meados do século XVIII, por mão-
de-obra escrava, é um marco da construção da cidade de Rio
Dados Geográficos das Ostras. Era a fonte de água à beira-mar, onde o povo servia-
se de água para beber e lavar louça. Na década de 90, após as
Localização obras de calçamento da orla da praia do Centro, o poço foi
Região das Baixadas Litorâneas - Búzios, Arraial do Cabo, demolido. Em 2000, foi reconstruído pela prefeitura após
Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande; São Pedro da resgate fotográfico da cidade realizado pela Fundação Rio das
Aldeia; Saquarema e Silva Jardim. Ostras de Cultura. Constitui parte da memória e identidade
Microrregião da Bacia do São João, juntamente com cultural de Rio das Ostras. Em 2008, recebeu em seu entorno
Casimiro d Abreu e Silva Jardim.

Conhecimentos Gerais sobre Rio das Ostras 2


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APOSTILAS OPÇÃO

esculturas feitas pela Fundição de Arte e Ofícios. Em frente à mosaico, entrecortadas com tartarugas. Praça José Pereira
Praça José Pereira Câmara. Câmara.
- Museu do Sítio Arqueológico Sambaqui da Tarioba – - Centro de Educação Popular – O Cepro surgiu em 2007,
As peças datam de entre 2,5 mil a 4 mil anos atrás, sendo em uma comunidade carente da periferia, o bairro de Praia
importantes vestígios arqueológicos da população primitiva Âncora. A biblioteca, montada com doações dos professores
da região. Com exposição de ossadas e outros materiais voluntários, tem mais de 5 mil livros. Da biblioteca sugiram
escavados (ostras, conchas, pedras, etc.), o museu mantém outros projetos, como o Cepro Alfabetizando, que usa o
acervo de vestígios da cultura sambaquieira e continua sendo método Paulo Freire para ensinar adultos, e a Ciranda da
espaço de pesquisas de campo. Praça São Pedro. Leitura, série de oficinas de contadores de histórias realizadas
- Praça da Baleia – Esta área de lazer abriga a escultura de nas praças da cidade. Alameda Casimiro de Abreu, Nova
uma baleia jubarte com 20 metros de comprimento e estrutura Esperança.
metálica recoberta com chapas de bronze e liga de latão. De - Praça do Trem – Possui uma pequena estação onde
autoria do artista plástico Roberto Sá, é uma das maiores funciona a Fábrica de Tapetes e Bonecas, criada através de um
esculturas de cetáceo do mundo. Na orla de Costazul. programa de geração de renda da Fundação Rio das Ostras de
- Parque dos Pássaros - horto florestal com vegetação Cultura. Com um showroom e um palco italiano, ali são
preservada da Mata Atlântica. Oferece informações de plantas também encenadas as produções da fundação. Na frente da
e possui grande variedade de mudas ornamentais, medicinais estação, encontra-se a réplica de uma locomotiva, tombada
e silvestres. Mini-zoo com animais domésticos e aves raras. pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional –
São realizados passeios nas trilhas do Parque. Estes passeios Iphan. Na Rua Henrique Sarzedas, Liberdade.
são gratuitos. No mais longo deles, são gastos 40 minutos de - Centro Ferroviário de Cultura de Rocha Leão - estação
caminhada pela restinga. No mais curto, é visitado um grande centenária de Rocha Leão que foi restaurada e transformada
viveiro onde ficam espécies variadas de pássaros. em espaço cultural em 1999. Em seu interior funciona o Museu
- Monumento Natural dos Costões Rochosos - faixa Ferroviário, com exposição permanente de peças e
compreendida entre a Praia da Joana até a Praça da Baleia. documentos da antiga estrada de ferro Leopoldina Railway. No
Reserva ecológica. Possui riqueza de fauna e flora. Manguezais mesmo local funciona também a Sala de Leitura de Rocha Leão.
(Ecossistema) - grande área preservada que se inicia perto da Que conta com um acervo de livros didáticos, literatura geral e
ponte de Costazul. Reserva ecológica. Possui riqueza de fauna infanto-juvenil que soma cerca de 1,5 mil títulos
e flora marinha. - Concha Acústica – Recebe durante todo o ano shows
- Emissário Submarino - Localizado na praia de Costazul, mensais gratuitos de jazz e blues, além de ser um dos palcos
o emissário possui um píer liberado para as pessoas onde é do Rio das Ostras Jazz e Blues Festival. Praça São Pedro.
possível ter uma bela vista da região serrana da cidade e - Casa de Música Geraldo Carneiro – Localizada na Casa
praticar saltos de mais de 40 metros de altura. de Cultura Bento Costa Júnior, oferece aulas de música e canto
- Figueira centenária - Figueira centenária onde o com método e didática da Escola de Música Villa Lobos.
imperador (Rei) brasileiro Dom Pedro II se sentou a sua - Escola Municipal de Dança Helba Nogueira – Oferece
sombra para descansar. Na mesma figueira também formação profissional em balé clássico, além dos cursos de
repousaram o presidente Getúlio Vargas, o príncipe sapateado, jazz, dança moderna e contemporânea.
Maximiliano (Austríaco), o príncipe Dom João Henrique - Taberna da Amendoeira – Jam sessions, pocket shows
(brasileiro) e a princesa Fernanda Beatriz (Francesa). de variados estilos e exibição de filmes na orla da praia do
- Lagoa do Iriri - Lagoa com uma água escura, apelidada Centro.
pelos moradores de "lagoa da coca-cola", pois apresenta uma - Feira de Artesanato – Abriga 48 estandes com trabalhos
intensa concentração de iodo, o que deixa a água com uma em variadas matérias-primas, entre tecido, prata, madeira e
coloração semelhante à do refrigerante. fibra.
- Orla de Costa Azul - obra de urbanização realizada pela - Cine Magic Holiday 1 e 2 – Possui duas salas. Na Rodovia
Prefeitura, que em sua 1ª fase, criou 850 metros lineares de Amaral Peixoto.
área de lazer e preservação, com ciclovia, academia de
ginástica ao ar livre, quiosques, playgrounds e 15 mil m² de Destaque
área de restinga preservada. - Fundição Escola de Artes e Ofícios de Rio das Ostras –
É responsável pela formação de jovens artesãos e produz de
Espaços Culturais utilitários a peças exclusivas, incluindo troféus para eventos
- Casa de Cultura Bento Costa Jr – Promove oficinas de de grande porte da cidade. Rua Beija Flor, esquina com Rua
arte e artesanato, abriga um centro de memória documental Almirante Heleno Nunes, Colinas.
da cidade e realiza exposições de artes plásticas em seu salão - Oficina de Luteria – Foi criada pela Fundição Escola de
principal. O imóvel é um dos mais antigos de Rio das Ostras. O Artes e Ofícios em 2002, com a chancela da Unesco, para
mobiliário e objetos expostos na casa são da década de vinte. formar reparadores de instrumento de cordas, dentro de um
Rua Dr. Bento Costa Júnior. programa de capacitação de mão-de-obra e geração de renda.
- Centro Hugo de Paula Oliveira – O complexo cultural é Lançou o selo Rio das Ostras para instrumentos musicais e
formado pela biblioteca pública municipal e o Teatro Popular passou a construí-los artesanalmente, sob encomenda.
de Rio das Ostras. A biblioteca conta com acervo de mais de 40 - Orquestra Kuarup – É formada por crianças e
mil títulos, incluindo material em braille e videoteca. Com a adolescentes que tocam instrumentos da tradição brasileira,
construção do teatro, em 2003, a fachada foi reprojetada e o como violão, cavaquinho, percussão, flautas doces e
prédio ganhou um design em estilo neoclássico. O teatro é transversas. Da Orquestra Kuarup surgiu a Orquestra
utilizado para apresentações de alunos do Centro de Formação Curumim, para que novos integrantes participem de oficinas e
Artística, pela Companhia de Dança Baía Formosa e pela ensaios.
Orquestra Kuarup Sopros & Cordas, além de produções locais. - Companhia de Dança Baía Formosa – Formada pelas
- Centro de Música, Dança e Teatro – Os projetos melhores alunas do curso de educação profissional e técnica
Orquestra Kuarup Sopros & Cordas, Companhia de Dança Baía de dança do Centro de Formação Artística, a companhia
Formosa, Orquestra Curumim e Coral Acauã têm como sede o encenou na cidade montagens de balés famosos.
Centro de Formação Artística. De arquitetura contemporânea, - Casa de Bonecas de Rocha Leão – Em uma pequena
traz na fachada ondas feitas de resina e recobertas em estação construída no centro da Praça do Trem, no distrito de
Rocha Leão, funciona uma colorida fábrica de produção

Conhecimentos Gerais sobre Rio das Ostras 3


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APOSTILAS OPÇÃO

artesanal de bonecas. As seis artesãs locais também destinação final de resíduos sólidos urbanos, encontrando-se
confeccionam panos de prato, acessórios de cozinha, jogos no rol dos municípios que os encaminham a aterro sanitário.
americanos, enfeites para quartos infantis e tapetes. - A cobertura de mata atlântica abrange 15,54% do
- De 4 no Ato – Grupo teatral formado em 1994 por um território municipal;
coletivo de atores que mescla em suas apresentações - O ensino infantil, fundamental e médio (regular e/ou
manifestações folclóricas, pesquisa e linguagens populares. especial) de Rio das Ostras teve 31.389 alunos matriculados
- Grupo Cria – Ao longo de 23 anos de trabalho, vem em 2017, uma variação de -0,9% em relação ao ano anterior.
apresentando projetos artísticos que abrangem artes cênicas, - Quanto ao Índice de Desenvolvimento da Educação
música, performance, literatura, educação, roteirização e Básica, a rede municipal alcançou a meta estabelecida pelo
produção de eventos. Ministério da Educação apenas nos anos iniciais do ensino
- Lá-Tá-Rolando – Um sarau que que reúne poesia, fundamental.
cinema, música, artes plásticas, teatro, dança. Acontece em - Há, em Rio das Ostras, 11 equipes de Saúde da Família e
espaços diferentes da cidade, sem data fixa. duas equipes de Saúde Bucal atendendo a população.
- Os leitos destinados à internação hospitalar somam 94.
Agenda - Conforme o Cadastro Geral de Empregados e
- Rio das Ostras Jazz & Blues Festival – Uma seleção de Desempregados – Caged, do Ministério do Trabalho, o
intérpretes e instrumentistas se apresenta nos palcos município participa do mercado com 20.061 empregos
montados em Costazul, na praia da Tartaruga, na lagoa do Iriry formais.
e na Praça São Pedro. Os shows são gratuitos e ao ar livre. A - A receita total do município de Rio das Ostras foi de R$
iniciativa fez nascer também uma entidade própria: a Abrafest 554,01 milhões em 2017, a 13ª do estado (em comparação que
– Associação Brasileira dos Produtores de Festivais de Música não inclui a capital). Suas receitas correntes estão
Instrumental, Jazz e Blues, responsável por fazer circular pelo comprometidas em 75% com o custeio da máquina
país diversos músicos consagrados. Em junho. administrativa.
- Rio das Ostras Jazz & Blues o Ano Todo – O evento é - Em relação às receitas vinculadas ao petróleo, o
realizado pela prefeitura e promove shows mensais gratuitos município teve nelas 22% de sua receita corrente total, um
com cantores e bandas de jazz e blues. Os shows acontecem na montante de R$ 863,82 por habitante no ano de 2017, 15ª
Concha Acústica, geralmente no primeiro sábado de cada mês. colocação no estado.
Praça São Pedro. - A carga tributária per capita de R$ 818,75, é a 13ª do
- Clube do Vinil – Reúne mensalmente, no Café Paradiso, estado, sendo R$ 120,95 em IPTU (23ª posição) e R$ 414,17
interessados em compra, venda, troca e avaliação de LPs. em ISS (10ª lugar).
- Festival da Onda – Reúne audições e encenações dos - A despesa total per capita de R$ 3071,82 é a 55ª do
alunos do Centro de Formação Artística de Música, Dança e estado, contra um investimento per capita de R$ 124,05,
Teatro. As apresentações têm entrada franca e acontecem posição de número 17 dentre os 91 demais.
entre outubro e novembro, no Teatro Popular da Avenida
Amazonas. Questões
- A Música da Cidade – Show mensal que acontece desde
2012, com DJs e bandas musicais. De março a novembro, no 01. São municípios limítrofes de Rio das Ostras:
último sábado do mês. (A) Belford Roxo e Nova Iguaçu
Além destas atividades, há uma programação de eventos (B) Casimiro de Abreu e Macaé
diversos para todo o ano, com outras atrações. (C) Casimiro de Abreu e Volta Redonda
(D) Niterói e Macaé
Serviços Essenciais e Indicadores (E) Nova Iguaçu e Macaé
- O Município dispõe de Plano de Mobilidade Urbana e
serviços regulares de transporte de passageiros por meio de 02. Oficialmente Rio das Ostras instalou-se como
ônibus intermunicipais que atendem também ao município em:
deslocamento entre bairros, além de ciclovia e táxi (A) 1992
- Quanto ao saneamento básico, apresenta 85.4% de (B) 1991
domicílios com esgotamento sanitário adequado, 62.9% de (C) 1994
domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 60.7% (D) 1993
de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização (E) 1986
adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-
fio), conforme o IBGE. 03. Rio das Ostras se destaca no Estado do Rio de Janeiro
- IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - por seu IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
Rio das Ostras está situado na faixa de desenvolvimento -.
humano alto. Seu IDHM passou de 0,445, em 1991, para 0,773, Que posição o município ocupa de acordo com os
em 2010, o que implica um crescimento de 73,71%. A indicadores da cidade?
dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi a (A) 6ª
educação (mais 0,479), seguida por renda e por longevidade. (B) 1ª
Ocupa assim, a 197ª posição em relação a 5.565 municípios do (C) 7ª
Brasil. E em relação aos outros municípios do Rio de Janeiro, (D) 3ª
está na 3ª posição. (E) 4ª

Outros dados sobre o Município: Gabarito


- Dispõe de mapeamento de ameaças potenciais para
inundações, áreas de ocupação clandestina e loteamentos em 01.B / 02.D / 03.D
situação de risco, mas não elaborou plano de
contingenciamento para períodos de estiagem.
- Não ingressou em consórcio ou arranjo devido a sua
independência na operação de sistemas de tratamento e

Conhecimentos Gerais sobre Rio das Ostras 4


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LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL

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APOSTILAS OPÇÃO

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas


relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de


qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os


1. Estatuto da Criança e do fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os
direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar
Adolescente - Lei nº 8.069/90. da criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.

Título II
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 19901 Dos Direitos Fundamentais
Capítulo I
Dispõe sobre o estatuto da criança e do adolescente e dá Do Direito à Vida e à Saúde
outras providências.
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Título I
Das Disposições Preliminares Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos
programas e às políticas de saúde da mulher e de
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada,
e ao adolescente. atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e
atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei nº
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente 13.257, de 2016)
aquela entre doze e dezoito anos de idade. § 1o O atendimento pré-natal será realizado por
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se profissionais da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e 13.257, de 2016)
vinte e um anos de idade. § 2o Os profissionais de saúde de referência da gestante
garantirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da direito de opção da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes, de 2016)
por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e § 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e hospitalar responsável e contra referência na atenção
de dignidade. primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos de
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam- apoio à amamentação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de 2016)
nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, § 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência
religião ou crença, deficiência, condição pessoal de psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal,
desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, inclusive como forma de prevenir ou minorar as
ambiente social, região e local de moradia ou outra condição consequências do estado puerperal.
que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que § 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser
vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) prestada também a gestantes e mães que manifestem
interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em gestantes e mães que se encontrem em situação de privação de
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à § 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à acompanhante de sua preferência durante o período do pré-
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído
liberdade e à convivência familiar e comunitária. pela Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: § 7o A gestante deverá receber orientação sobre
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer aleitamento materno, alimentação complementar saudável e
circunstâncias; crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de
relevância pública; estimular o desenvolvimento integral da criança. (Incluído
c) preferência na formulação e na execução das políticas pela Lei nº 13.257, de 2016)
sociais públicas; § 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudável
durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso,

1 Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069Compilado.htm - Acesso em
03/10/2019 às 13h00min.

Legislação Educacional 1
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APOSTILAS OPÇÃO

estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras § 1o A criança e o adolescente com deficiência serão


intervenções cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído pela atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas
Lei nº 13.257, de 2016) necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e
§ 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da reabilitação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré- § 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente,
natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e
pós-parto. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento,
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de
mulher com filho na primeira infância que se encontrem sob acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades
custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que específicas. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único § 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou
de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o frequente de crianças na primeira infância receberão
sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento formação específica e permanente para a detecção de sinais de
integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o
acompanhamento que se fizer necessário. (Incluído pela Lei nº
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção 13.257, de 2016)
da Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na
semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde,
disseminar informações sobre medidas preventivas e inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de
educativas que contribuam para a redução da incidência da cuidados intermediários, deverão proporcionar condições
gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de para a permanência em tempo integral de um dos pais ou
2019) responsável, nos casos de internação de criança ou
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto adolescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
no caput deste artigo ficarão a cargo do poder público, em
conjunto com organizações da sociedade civil, e serão Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo
dirigidas prioritariamente ao público adolescente. (Incluído físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos
pela Lei nº 13.798, de 2019) contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade,
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores sem prejuízo de outras providências legais.
propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, § 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse em
inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente
liberdade. encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da
§ 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, § 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de
visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de entrada, os serviços de assistência social em seu componente
ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno especializado, o Centro de Referência Especializado de
e à alimentação complementar saudável, de forma contínua. Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão
§ 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na
deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta faixa etária da primeira infância com suspeita ou confirmação
de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) de violência de qualquer natureza, formulando projeto
terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº
à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: 13.257, de 2016)
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através
de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua de assistência médica e odontológica para a prevenção das
impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil,
prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e
administrativa competente; alunos.
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e § 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém- recomendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do
nascido, bem como prestar orientação aos pais; parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem § 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à
necessariamente as intercorrências do parto e do saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal,
desenvolvimento do neonato; integral e inter setorial com as demais linhas de cuidado
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato direcionadas à mulher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257,
a permanência junto à mãe. de 2016)
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, § 3º A atenção odontológica à criança terá função educativa
prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer,
mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no
técnico já existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações
sobre saúde bucal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado § 4º A criança com necessidade de cuidados odontológicos
voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído
do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade pela Lei nº 13.257, de 2016)
no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e § 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus
recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro
2016) instrumento construído com a finalidade de facilitar a
detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da

Legislação Educacional 2
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APOSTILAS OPÇÃO

criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico. IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento
(Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) especializado;
V - advertência.
Capítulo II Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras
providências legais.
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade,
ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo Capítulo III
de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
e sociais garantidos na Constituição e nas leis. Seção I
Disposições Gerais
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
aspectos: Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família
comunitários, ressalvadas as restrições legais; substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária,
II - opinião e expressão; em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
III - crença e culto religioso; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; § 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em
V - participar da vida familiar e comunitária, sem programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua
discriminação; situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses,
VI - participar da vida política, na forma da lei; devendo a autoridade judiciária competente, com base em
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. relatório elaborado por equipe interprofissional ou
multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em
integridade física, psíquica e moral da criança e do família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos § 2º A permanência da criança e do adolescente em
espaços e objetos pessoais. programa de acolhimento institucional não se prolongará por
mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e que atenda ao seu superior interesse, devidamente
do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada pela
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou Lei nº 13.509, de 2017)
constrangedor. § 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou
adolescente à sua família terá preferência em relação a
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em
educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos
tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, termos do § 1º do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101
disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Redação
pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas § 4º Será garantida a convivência da criança e do
ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio
educá-los ou protegê-los. de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva responsável, independentemente de autorização judicial.
aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o § 5º Será garantida a convivência integral da criança com a
adolescente que resulte em: mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional.
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
b) lesão; § 6º A mãe adolescente será assistida por equipe
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma especializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente 2017)
que:
a) humilhe; Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em
b) ameace gravemente; ou entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o
c) ridicularize. nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os § 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe
responsáveis, os agentes públicos executores de medidas interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que
socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando
crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e
que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
degradante como formas de correção, disciplina, educação ou § 2º De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá
qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante
outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão sua expressa concordância, à rede pública de saúde e
aplicadas de acordo com a gravidade do caso: assistência social para atendimento especializado. (Incluído
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de pela Lei nº 13.509, de 2017)
proteção à família; § 3º A busca à família extensa, conforme definida nos
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o
psiquiátrico; prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual
III - encaminhamento a cursos ou programas de período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
orientação;

Legislação Educacional 3
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APOSTILAS OPÇÃO

§ 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
não existir outro representante da família extensa apto a ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
decretar a extinção do poder familiar e determinar a colocação filiação.
da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado
a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de
acolhimento familiar ou institucional. (Incluído pela Lei nº condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a
13.509, de 2017) legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em
§ 5º Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária
ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, competente para a solução da divergência.
deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1º do art.
166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e
Lei nº 13.509, de 2017) educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
genitor nem representante da família extensa para confirmar determinações judiciais.
a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm
autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados
criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado
habilitado a adotá-la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas,
§ 7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei.
(quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do dia (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
seguinte à data do término do estágio de convivência. (Incluído
pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não
§ 8º Na hipótese de desistência pelos genitores - constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do
manifestada em audiência ou perante a equipe poder familiar.
interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a § 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a
criança será mantida com os genitores, e será determinado decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido
pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser
familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. (Incluído pela incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e
Lei nº 13.509, de 2017) promoção. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o § 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará
nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e outrem igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra
crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo filho, filha ou outro descendente. (Redação dada pela Lei nº
de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento. 13.715, de 2018)
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos
acolhimento institucional ou familiar poderão participar de casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de
programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que
2017) alude o art. 22.
§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e
proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à Seção II
instituição para fins de convivência familiar e comunitária e Da Família Natural
colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social,
moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. (Incluído pela Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade
Lei nº 13.509, de 2017) formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou
de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e
desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos
apadrinhamento de que fazem parte. (Incluído pela Lei nº com os quais a criança ou adolescente convive e mantém
13.509, de 2017) vínculos de afinidade e afetividade.
§ 3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou
adolescente a fim de colaborar para o seu desenvolvimento. Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no
§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
apadrinhado será definido no âmbito de cada programa de escritura ou outro documento público, qualquer que seja a
apadrinhamento, com prioridade para crianças ou origem da filiação.
adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
ou colocação em família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar
de 2017) descendentes.
§ 5º Os programas ou serviços de apadrinhamento
apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
executados por órgãos públicos ou por organizações da personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
sociedade civil. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer
§ 6º Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os restrição, observado o segredo de Justiça.
responsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento
deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária
competente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Legislação Educacional 4
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APOSTILAS OPÇÃO

Seção III Subseção II


Da Família Substituta Da Guarda
Subseção I
Disposições Gerais Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência
material, moral e educacional à criança ou adolescente,
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,
mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da inclusive aos pais.
situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,
Lei. podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por
previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado estrangeiros.
seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos
as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares
considerada ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser
§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será deferido o direito de representação para a prática de atos
necessário seu consentimento, colhido em audiência. determinados.
§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição
parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive
evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida. previdenciários.
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, § 4º Salvo expressa e fundamentada determinação em
tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a
comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que medida for aplicada em preparação para adoção, o
justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros
procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim
definitivo dos vínculos fraternais. como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em família regulamentação específica, a pedido do interessado ou do
substituta será precedida de sua preparação gradativa e Ministério Público.
acompanhamento posterior, realizados pela equipe
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Art. 34. O poder público estimulará, por meio de
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o
responsáveis pela execução da política municipal de garantia acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente
do direito à convivência familiar. afastado do convívio familiar.
§ 6ºEm se tratando de criança ou adolescente indígena ou § 1º A inclusão da criança ou adolescente em programas de
proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento
ainda obrigatório. institucional, observado, em qualquer caso, o caráter
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei.
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas § 2º Na hipótese do § 1º deste artigo a pessoa ou casal
instituições, desde que não sejam incompatíveis com os cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá
direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado
Constituição Federal; o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no § 3º A União apoiará a implementação de serviços de
seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; acolhimento em família acolhedora como política pública, os
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento
federal responsável pela política indigenista, no caso de temporário de crianças e de adolescentes em residências de
crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não
a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá estejam no cadastro de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
acompanhar o caso. 2016)
§ 4º Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais,
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a distritais e municipais para a manutenção dos serviços de
pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de
a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar recursos para a própria família acolhedora. (Incluído pela Lei
adequado. nº 13.257, de 2016)

Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo,
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério
entidades governamentais ou não-governamentais, sem Público.
autorização judicial.
Subseção III
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira Da Tutela
constitui medida excepcional, somente admissível na
modalidade de adoção. Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a
pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar e
encargo, mediante termo nos autos. implica necessariamente o dever de guarda.

Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer


documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único
do art. 1.729 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a

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APOSTILAS OPÇÃO

abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e
controle judicial do ato, observando o procedimento previsto saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o
nos arts. 165 a 170 desta Lei. pupilo ou o curatelado.
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão
observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou
somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na do representante legal do adotando.
disposição de última vontade, se restar comprovado que a § 1º O consentimento será dispensado em relação à criança
medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido
em melhores condições de assumi-la. destituídos do poder familiar.
§ 2º Em se tratando de adotando maior de doze anos de
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. idade, será também necessário o seu consentimento.
24.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência
Subseção IV com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90
Da Adoção (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente
e as peculiaridades do caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á de 2017)
segundo o disposto nesta Lei. § 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o
§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante
deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a
manutenção da criança ou adolescente na família natural ou conveniência da constituição do vínculo.
extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. § 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a
§ 2º É vedada a adoção por procuração. dispensa da realização do estágio de convivência.
§ 3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do § 2º-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo
adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão
devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando. fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 13.509, de 2017)
§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no
anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco)
dos adotantes. dias, prorrogável por até igual período, uma única vez,
mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, § 3o-A. Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo,
desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe
impedimentos matrimoniais. mencionada no § 4o deste artigo, que recomendará ou não o
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do deferimento da adoção à autoridade judiciária. (Incluído pela
outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o Lei nº 13.509, de 2017)
cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes. § 4º O estágio de convivência será acompanhado pela
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação responsáveis pela execução da política de garantia do direito à
hereditária. convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso
acerca da conveniência do deferimento da medida.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, § 5º O estágio de convivência será cumprido no território
independentemente do estado civil. nacional, preferencialmente na comarca de residência da
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade
adotando. limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência do
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os juízo da comarca de residência da criança. (Incluído pela Lei nº
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união 13.509, de 2017)
estável, comprovada a estabilidade da família.
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença
velho do que o adotando. judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex do qual não se fornecerá certidão.
companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como
acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o pais, bem como o nome de seus ascendentes.
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o
período de convivência e que seja comprovada a existência de registro original do adotado.
vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da § 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser
guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua
§ 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde que demonstrado residência.
efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda § 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá
compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei nº constar nas certidões do registro.
10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil § 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do modificação do prenome.
procedimento, antes de prolatada a sentença. § 6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.
vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em § 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela
julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista manutenção e correta alimentação dos cadastros, com
no § 6º do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à posterior comunicação à Autoridade Central Federal
data do óbito. Brasileira.
§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros a ele § 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de
relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu pretendentes habilitados residentes no País com perfil
armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou
a sua conservação para consulta a qualquer tempo. adolescente inscrito nos cadastros existentes, será realizado o
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de encaminhamento da criança ou adolescente à adoção
adoção em que o adotando for criança ou adolescente com internacional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
deficiência ou com doença crônica. § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que
será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por possível e recomendável, será colocado sob guarda de família
igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade cadastrada em programa de acolhimento familiar.
judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa
dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem Público.
biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de
qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente
completar 18 (dezoito) anos. nos termos desta Lei quando:
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá I - se tratar de pedido de adoção unilateral;
ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, II - for formulada por parente com o qual a criança ou
a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade;
psicológica. III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda
legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de
familiar dos pais naturais. laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a
ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca arts. 237 ou 238 desta Lei.
ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o
condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas candidato deverá comprovar, no curso do procedimento, que
na adoção. preenche os requisitos necessários à adoção, conforme
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia previsto nesta Lei.
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério § 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas
Público. interessadas em adotar criança ou adolescente com
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não deficiência, com doença crônica ou com necessidades
satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído pela
hipóteses previstas no art. 29. Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida de
um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual
pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, o pretendente possui residência habitual em país-parte da
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção
execução da política municipal de garantia do direito à das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção
convivência familiar. Internacional, promulgada pelo Decreto no3.087, de 21 junho
§ 4º Sempre que possível e recomendável, a preparação de 1999, e deseja adotar criança em outro país-parte da
referida no § 3º deste artigo incluirá o contato com crianças e Convenção. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em § 1o A adoção internacional de criança ou adolescente
condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando
supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância restar comprovado:
e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada
programa de acolhimento e pela execução da política ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
municipal de garantia do direito à convivência familiar. II - que foram esgotadas todas as possibilidades de
§ 5º Serão criados e implementados cadastros estaduais e colocação da criança ou adolescente em família adotiva
nacional de crianças e adolescentes em condições de serem brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da
adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção. inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com
§ 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais perfil compatível com a criança ou adolescente, após consulta
residentes fora do País, que somente serão consultados na aos cadastros mencionados nesta Lei; (Redação dada pela Lei
inexistência de postulantes nacionais habilitados nos nº 13.509, de 2017)
cadastros mencionados no § 5º deste artigo. III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi
§ 7º As autoridades estaduais e federais em matéria de consultado, por meios adequados ao seu estágio de
adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida,
troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria do mediante parecer elaborado por equipe interprofissional,
sistema. observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.
§ 8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 § 2º Os brasileiros residentes no exterior terão preferência
(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança
em condições de serem adotados que não tiveram colocação ou adolescente brasileiro.
familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que § 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das
tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadastros Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de
estadual e nacional referidos no § 5º deste artigo, sob pena de adoção internacional.
responsabilidade.

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APOSTILAS OPÇÃO

Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento
previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela
adaptações: Autoridade Central Federal Brasileira.
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar § 4o Os organismos credenciados deverão ainda:
criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições
habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria e dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do
de adoção internacional no país de acolhida, assim entendido país onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela
aquele onde está situada sua residência habitual; Autoridade Central Federal Brasileira;
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas
que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada
emitirá um relatório que contenha informações sobre a formação ou experiência para atuar na área de adoção
identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solicitantes internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia
para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal
social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal
uma adoção internacional; competente;
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o III - estar submetidos à supervisão das autoridades
relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a competentes do país onde estiverem sediados e no país de
Autoridade Central Federal Brasileira; acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento e
IV - o relatório será instruído com toda a documentação situação financeira;
necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a
equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem
legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de como relatório de acompanhamento das adoções
vigência; internacionais efetuadas no período, cuja cópia será
V - os documentos em língua estrangeira serão encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;
devidamente autenticados pela autoridade consular, V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a
observados os tratados e convenções internacionais, e Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois)
juramentado; anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de cópia
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do país
e solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do de acolhida para o adotado;
postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os
acolhida; adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento
Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes
com a nacional, além do preenchimento por parte dos sejam concedidos.
postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos § 5º A não apresentação dos relatórios referidos no §
necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta 4o deste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar
Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo a suspensão de seu credenciamento.
de habilitação à adoção internacional, que terá validade por, § 6º O credenciamento de organismo nacional ou
no máximo, 1 (um) ano; estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será internacional terá validade de 2 (dois) anos.
autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da § 7º A renovação do credenciamento poderá ser concedida
Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança mediante requerimento protocolado na Autoridade Central
ou adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao
Central Estadual. término do respectivo prazo de validade.
§ 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, § 8º Antes de transitada em julgado a decisão que
admite-se que os pedidos de habilitação à adoção concedeu a adoção internacional, não será permitida a saída
internacional sejam intermediados por organismos do adotando do território nacional.
credenciados. § 9º Transitada em julgado a decisão, a autoridade
§ 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o judiciária determinará a expedição de alvará com autorização
credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros de viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando,
encarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoção obrigatoriamente, as características da criança ou adolescente
internacional, com posterior comunicação às Autoridades adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços
Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão
imprensa e em sítio próprio da internet. digital do seu polegar direito, instruindo o documento com
§ 3o Somente será admissível o credenciamento de cópia autenticada da decisão e certidão de trânsito em julgado.
organismos que: § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção qualquer momento, solicitar informações sobre a situação das
de Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade crianças e adolescentes adotados.
Central do país onde estiverem sediados e no país de acolhida § 11. A cobrança de valores por parte dos organismos
do adotando para atuar em adoção internacional no Brasil; credenciados, que sejam considerados abusivos pela
II - satisfizerem as condições de integridade moral, Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam
competência profissional, experiência e responsabilidade devidamente comprovados, é causa de seu
exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central descredenciamento.
Federal Brasileira; § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua representados por mais de uma entidade credenciada para
formação e experiência para atuar na área de adoção atuar na cooperação em adoção internacional.
internacional; § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou
domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano,
podendo ser renovada.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 14. É vedado o contato direto de representantes de para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,
organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com assegurando-se lhes:
dirigentes de programas de acolhimento institucional ou I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
familiar, assim como com crianças e adolescentes em escola;
condições de serem adotados, sem a devida autorização II - direito de ser respeitado por seus educadores;
judicial. III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá recorrer às instâncias escolares superiores;
limitar ou suspender a concessão de novos credenciamentos IV - direito de organização e participação em entidades
sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo estudantis;
fundamentado. V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua
residência, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da
descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de educação básica. (alterado pela lei nº 13.845, de 18 de junho
organismos estrangeiros encarregados de intermediar de 2019)
pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou a Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter
pessoas físicas. ciência do processo pedagógico, bem como participar da
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser definição das propostas educacionais.
efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente
e estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e
Direitos da Criança e do Adolescente. agremiações recreativas e de estabelecimentos congêneres
assegurar medidas de conscientização, prevenção e
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas.
país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
tenha sido processado em conformidade com a legislação
vigente no país de residência e atendido o disposto na Alínea Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
“c” do Artigo 17 da referida Convenção, será automaticamente adolescente:
recepcionada com o reingresso no Brasil. I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive
§ 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. ao ensino médio;
§ 2º O pretendente brasileiro residente no exterior em país III - atendimento educacional especializado aos portadores
não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
Brasil, deverá requerer a homologação da sentença IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de
estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306,
de 2016)
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa
o país de acolhida, a decisão da autoridade competente do país e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de condições do adolescente trabalhador;
habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato à VII - atendimento no ensino fundamental, através de
Autoridade Central Federal e determinará as providências programas suplementares de material didático-escolar,
necessárias à expedição do Certificado de Naturalização transporte, alimentação e assistência à saúde.
Provisório. § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério público subjetivo.
Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder
decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da
contrária à ordem pública ou não atende ao interesse superior autoridade competente.
da criança ou do adolescente. § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no
§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção, ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos
prevista no § 1º deste artigo, o Ministério Público deverá pais ou responsável, pela frequência à escola.
imediatamente requerer o que for de direito para resguardar
os interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se as Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
providências à Autoridade Central Estadual, que fará a matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à
Autoridade Central do país de origem. Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar,
de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, esgotados os recursos escolares;
ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o III - elevados níveis de repetência.
adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido à
Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências
adoção nacional. e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo,
metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de
Capítulo IV crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao obrigatório.
Lazer
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo

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criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da II - capacitação profissional adequada ao mercado de


criação e o acesso às fontes de cultura. trabalho.

Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, Título III
estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços Da Prevenção
para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas Capítulo I
para a infância e a juventude. Disposições Gerais

Capítulo V Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça


Do Direito à Profissionalização e à Proteção no ou violação dos direitos da criança e do adolescente.
Trabalho
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de Municípios deverão atuar de forma articulada na elaboração
quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir
o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada difundir formas não violentas de educação de crianças e de
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei adolescentes, tendo como principais ações:
I - a promoção de campanhas educativas permanentes
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico- para a divulgação do direito da criança e do adolescente de
profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
legislação de educação em vigor. tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos de
proteção aos direitos humanos;
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do
seguintes princípios: Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho
I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do
regular; Adolescente e com as entidades não governamentais que
II - atividade compatível com o desenvolvimento do atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança
adolescente; e do adolescente;
III - horário especial para o exercício das atividades. III - a formação continuada e a capacitação dos
profissionais de saúde, educação e assistência social e dos
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos
assegurada bolsa de aprendizagem. direitos da criança e do adolescente para o desenvolvimento
das competências necessárias à prevenção, à identificação de
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as
são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. formas de violência contra a criança e o adolescente;
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é de conflitos que envolvam violência contra a criança e o
assegurado trabalho protegido. adolescente;
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a
familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e
entidade governamental ou não-governamental, é vedado responsáveis com o objetivo de promover a informação, a
trabalho: reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no
e as cinco horas do dia seguinte; processo educativo;
II - perigoso, insalubre ou penoso; VI - a promoção de espaços inter setoriais locais para a
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao articulação de ações e a elaboração de planos de atuação
seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; conjunta focados nas famílias em situação de violência, com
IV - realizado em horários e locais que não permitam a participação de profissionais de saúde, de assistência social e
frequência à escola. de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos
direitos da criança e do adolescente;
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes
educativo, sob responsabilidade de entidade governamental com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e
ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar políticas públicas de prevenção e proteção.
ao adolescente que dele participe condições de capacitação
para o exercício de atividade regular remunerada. Art. 70-B.As entidades, públicas e privadas, que atuem nas
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em
em que as exigências pedagógicas relativas ao seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e
desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-
sobre o aspecto produtivo. tratos praticados contra crianças e adolescentes.
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de comunicação de que trata este artigo, as pessoas encarregadas,
seu trabalho não desfigura o caráter educativo. por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou
ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crianças e
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado
proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.
outros:
I - respeito à condição peculiar de pessoa em Art. 71. A criança e o adolescente têm direito à informação,
desenvolvimento; cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e

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serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em permitida a entrada e a permanência de crianças e
desenvolvimento. adolescentes no local, afixando aviso para orientação do
público.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da
prevenção especial outras decorrentes dos princípios por ela Seção II
adotados. Dos Produtos e Serviços

Art. 73. A inobservância das normas de prevenção Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, I - armas, munições e explosivos;
nos termos desta Lei. II - bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar
Capítulo II dependência física ou psíquica ainda que por utilização
Da Prevenção Especial indevida;
Seção I IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar
Espetáculos qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
regulará as diversões e espetáculos públicos, informando
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou
recomendem, locais e horários em que sua apresentação se adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento
mostre inadequada. congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e responsável.
espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil
acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada Seção III
sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no Da Autorização para Viajar
certificado de classificação.
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às (dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca onde
diversões e espetáculos públicos classificados como reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem
adequados à sua faixa etária. expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente 13.812, de 2019)
poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou § 1º A autorização não será exigida quando:
exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável. a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança
ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, unidade da Federação, ou incluída na mesma região
no horário recomendado para o público infanto juvenil, metropolitana; (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos
informativas. estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 13.812, de
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou 2019)
anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
transmissão, apresentação ou exibição. comprovado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai,
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários mãe ou responsável.
de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou
programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou responsável, conceder autorização válida por dois anos.
locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão
competente. Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:
exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
faixa etária a que se destinam. II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado
expressamente pelo outro através de documento com firma
Art. 78. As revistas e publicações contendo material reconhecida.
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão
ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial,
de seu conteúdo. nenhuma criança ou adolescente nascido em território
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro
que contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam residente ou domiciliado no exterior.
protegidas com embalagem opaca.
Parte Especial
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público Título I
infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, Da Política de Atendimento
legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, Capítulo I
armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e Disposições Gerais
sociais da pessoa e da família.
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de
explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por ações governamentais e não-governamentais, da União, dos
casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, estados, do Distrito Federal e dos municípios.
ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja

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Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: adolescente é considerada de interesse público relevante e não
I - políticas sociais básicas; será remunerada.
II - serviços, programas, projetos e benefícios de
assistência social de garantia de proteção social e de Capítulo II
prevenção e redução de violações de direitos, seus Das Entidades de Atendimento
agravamentos ou reincidências; (Redação dada pela Lei nº Seção I
13.257, de 2016) Disposições Gerais
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico
e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela
exploração, abuso, crueldade e opressão; manutenção das próprias unidades, assim como pelo
IV - serviço de identificação e localização de pais, planejamento e execução de programas de proteção e
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; socioeducativos destinados a crianças e adolescentes, em
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos regime de:
direitos da criança e do adolescente. I - orientação e apoio sócio familiar;
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou II - apoio socioeducativo em meio aberto;
abreviar o período de afastamento do convívio familiar e a III - colocação familiar;
garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de IV - acolhimento institucional;
crianças e adolescentes; V - prestação de serviços à comunidade;
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de VI - liberdade assistida;
guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio VII - semiliberdade; e
familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças VIII - internação.
maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de § 1º As entidades governamentais e não governamentais
saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. deverão proceder à inscrição de seus programas,
especificando os regimes de atendimento, na forma definida
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
I - municipalização do atendimento; do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar
dos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e à autoridade judiciária.
e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a § 2º Os recursos destinados à implementação e
participação popular paritária por meio de organizações manutenção dos programas relacionados neste artigo serão
representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais; previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos
III - criação e manutenção de programas específicos, encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência
observada a descentralização político-administrativa; Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do
municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único
da criança e do adolescente; do art. 4º desta Lei.
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, § 3º Os programas em execução serão reavaliados pelo
Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,
Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para
para efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente renovação da autorização de funcionamento:
a quem se atribua autoria de ato infracional; I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, como às resoluções relativas à modalidade de atendimento
Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
encarregados da execução das políticas sociais básicas e de do Adolescente, em todos os níveis;
assistência social, para efeito de agilização do atendimento de II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,
crianças e de adolescentes inseridos em programas de atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela
acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida Justiça da Infância e da Juventude;
reintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrar III - em se tratando de programas de acolhimento
comprovadamente inviável, sua colocação em família institucional ou familiar, serão considerados os índices de
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família
desta Lei; substituta, conforme o caso.
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável
participação dos diversos segmentos da sociedade. Art. 91. As entidades não-governamentais somente
VIII - especialização e formação continuada dos poderão funcionar depois de registradas no Conselho
profissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção à Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual
primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade
da criança e sobre desenvolvimento infantil; (Incluído pela Lei judiciária da respectiva localidade.
nº 13.257, de 2016) § 1º Será negado o registro à entidade que:
IX - formação profissional com abrangência dos diversos a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas
direitos da criança e do adolescente que favoreça a de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente b) não apresente plano de trabalho compatível com os
e seu desenvolvimento integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, princípios desta Lei;
de 2016) c) esteja irregularmente constituída;
X - realização e divulgação de pesquisas sobre d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da violência. e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado
expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos Adolescente, em todos os níveis.
conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do § 2º O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos,
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

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Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a
renovação, observado o disposto no § 1º deste artigo. programa de acolhimento familiar, institucional ou a família
substituta, observado o disposto no § 2o do art. 101 desta Lei.
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de
acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de
seguintes princípios internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da I - observar os direitos e garantias de que são titulares os
reintegração familiar; adolescentes;
II - integração em família substituta, quando esgotados os II - não restringir nenhum direito que não tenha sido
recursos de manutenção na família natural ou extensa; objeto de restrição na decisão de internação;
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos; III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas
IV - desenvolvimento de atividades em regime de unidades e grupos reduzidos;
coeducação; IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito
V - não desmembramento de grupos de irmãos; e dignidade ao adolescente;
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da
outras entidades de crianças e adolescentes abrigados; preservação dos vínculos familiares;
VII - participação na vida da comunidade local; VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os
VIII - preparação gradativa para o desligamento; casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento
IX - participação de pessoas da comunidade no processo dos vínculos familiares;
educativo. VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas
§ 1º O dirigente de entidade que desenvolve programa de de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os
acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para objetos necessários à higiene pessoal;
todos os efeitos de direito. VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e
§ 2º Os dirigentes de entidades que desenvolvem adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;
programas de acolhimento familiar ou institucional remeterão IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos,
à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, odontológicos e farmacêuticos;
relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança X - propiciar escolarização e profissionalização;
ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
prevista no § 1º do art. 19 desta Lei. XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem,
§ 3º Os entes federados, por intermédio dos Poderes de acordo com suas crenças;
Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
permanente qualificação dos profissionais que atuam direta XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo
ou indiretamente em programas de acolhimento institucional máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à
e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes, autoridade competente;
incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e XV - informar, periodicamente, o adolescente internado
Conselho Tutelar. sobre sua situação processual;
§ 4º Salvo determinação em contrário da autoridade XVI - comunicar às autoridades competentes todos os
judiciária competente, as entidades que desenvolvem casos de adolescentes portadores de moléstias
programas de acolhimento familiar ou institucional, se infectocontagiosas;
necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos
assistência social, estimularão o contato da criança ou adolescentes;
adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao XVIII - manter programas destinados ao apoio e
disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo. acompanhamento de egressos;
§ 5º As entidades que desenvolvem programas de XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício
acolhimento familiar ou institucional somente poderão da cidadania àqueles que não os tiverem;
receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos XX - manter arquivo de anotações onde constem data e
princípios, exigências e finalidades desta Lei. circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus
§ 6º O descumprimento das disposições desta Lei pelo pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade,
dirigente de entidade que desenvolva programas de acompanhamento da sua formação, relação de seus pertences
acolhimento familiar ou institucional é causa de sua e demais dados que possibilitem sua identificação e a
destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade individualização do atendimento.
administrativa, civil e criminal. § 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes
§ 7º Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos deste artigo às entidades que mantêm programas de
em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à acolhimento institucional e familiar.
atuação de educadores de referência estáveis e § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este
qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao artigo as entidades utilizarão preferencialmente os recursos
atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto da comunidade.
como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que
Art. 93. As entidades que mantenham programa de abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que
acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e em caráter temporário, devem ter, em seus quadros,
de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho
determinação da autoridade competente, fazendo Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos.
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz
da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade. Seção II
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade Da Fiscalização das Entidades
judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o
apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas Art. 95. As entidades governamentais e não-
necessárias para promover a imediata reintegração familiar da governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo
criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.

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Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas da possibilidade da execução de programas por entidades não
serão apresentados ao estado ou ao município, conforme a governamentais;
origem das dotações orçamentárias. IV - interesse superior da criança e do adolescente: a
intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
atendimento que descumprirem obrigação constante do art. consideração que for devida a outros interesses legítimos no
94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso
dirigentes ou prepostos: concreto
I - às entidades governamentais: V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da
a) advertência; criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela
b) afastamento provisório de seus dirigentes; intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades
d) fechamento de unidade ou interdição de programa. competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo
II - às entidades não-governamentais: seja conhecida;
a) advertência; VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja
públicas; indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; criança e do adolescente;
d) cassação do registro. VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve
§ 1º Em caso de reiteradas infrações cometidas por ser a necessária e adequada à situação de perigo em que a
entidades de atendimento, que coloquem em risco os direitos criança ou o adolescente se encontram no momento em que a
assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao decisão é tomada;
Ministério Público ou representado perante autoridade IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser
judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres para
suspensão das atividades ou dissolução da entidade. com a criança e o adolescente;
§ 2º As pessoas jurídicas de direito público e as X - prevalência da família: na promoção de direitos e na
organizações não governamentais responderão pelos danos proteção da criança e do adolescente deve ser dada
que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes, prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na
caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores sua família natural ou extensa ou, se isso não for possível, que
das atividades de proteção específica. promovam a sua integração em família adotiva; (Redação dada
pela Lei nº 13.509, de 2017)
Título II XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o
Das Medidas de Proteção adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
Capítulo I capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem
Disposições Gerais ser informados dos seus direitos, dos motivos que
determinaram a intervenção e da forma como esta se processa;
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o
são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de
forem ameaçados ou violados: responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e
III - em razão de sua conduta. de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela
autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§
Capítulo II 1º e 2º do art. 28 desta Lei.
Das Medidas Específicas de Proteção
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas outras, as seguintes medidas:
a qualquer tempo. I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante
termo de responsabilidade;
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao III - matrícula e frequência obrigatórias em
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. estabelecimento oficial de ensino fundamental;
Parágrafo único. São também princípios que regem a IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
aplicação das medidas: comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos 2016)
previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
Federal; psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que VII - acolhimento institucional;
crianças e adolescentes são titulares; VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
III - responsabilidade primária e solidária do poder IX - colocação em família substituta.
público: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças § 1º O acolhimento institucional e o acolhimento familiar
e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como
nos casos por esta expressamente ressalvados, é de forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo
responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de esta possível, para colocação em família substituta, não
governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e implicando privação de liberdade.

Legislação Educacional 14
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APOSTILAS OPÇÃO

§ 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais estudos complementares ou de outras providências


para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das indispensáveis ao ajuizamento da demanda. (Redação dada
providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da pela Lei nº 13.509, de 2017)
criança ou adolescente do convívio familiar é de competência § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas
a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento
interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se familiar e institucional sob sua responsabilidade, com
garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada
contraditório e da ampla defesa. um, bem como as providências tomadas para sua reintegração
§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão ser familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das
encaminhados às instituições que executam programas de modalidades previstas no art. 28 desta Lei.
acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio § 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os
judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente
I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a
ou de seu responsável, se conhecidos; implementação de políticas públicas que permitam reduzir o
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, número de crianças e adolescentes afastados do convívio
com pontos de referência; familiar e abreviar o período de permanência em programa de
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em acolhimento.
tê-los sob sua guarda;
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo
convívio familiar. serão acompanhadas da regularização do registro civil.
§ 4º Imediatamente após o acolhimento da criança ou do § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o
adolescente, a entidade responsável pelo programa de assento de nascimento da criança ou adolescente será feito à
acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da
individual de atendimento, visando à reintegração familiar, autoridade judiciária.
ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em § 2º Os registros e certidões necessários à regularização de
contrário de autoridade judiciária competente, caso em que que trata este artigo são isentos de multas, custas e
também deverá contemplar sua colocação em família emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
substituta, observadas as regras e princípios desta Lei. § 3º Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado
§ 5º O plano individual será elaborado sob a procedimento específico destinado à sua averiguação,
responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa de conforme previsto pela Lei nº 8.560, de 29 de dezembro de
atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou 1992.
do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável. § 4º Nas hipóteses previstas no § 3º deste artigo, é
§ 6º Constarão do plano individual, dentre outros: dispensável o ajuizamento de ação de investigação de
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; paternidade pelo Ministério Público se, após o não
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a
e paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com adoção.
a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou § 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a
responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são
esta vedada por expressa e fundamentada determinação isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta
judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação prioridade. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
em família substituta, sob direta supervisão da autoridade § 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação
judiciária. requerida do reconhecimento de paternidade no assento de
§ 7º O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no nascimento e a certidão correspondente. (Incluído dada pela
local mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, Lei nº 13.257, de 2016)
como parte do processo de reintegração familiar, sempre que
identificada a necessidade, a família de origem será incluída Título III
em programas oficiais de orientação, de apoio e de promoção Da Prática de Ato Infracional
social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança Capítulo I
ou com o adolescente acolhido. Disposições Gerais
§ 8º Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o
responsável pelo programa de acolhimento familiar ou Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita
institucional fará imediata comunicação à autoridade como crime ou contravenção penal.
judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de
5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de
§ 9º Em sendo constatada a impossibilidade de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
reintegração da criança ou do adolescente à família de origem, Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
após seu encaminhamento a programas oficiais ou considerada a idade do adolescente à data do fato.
comunitários de orientação, apoio e promoção social, será
enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança
conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e corresponderão as medidas previstas no art. 101.
a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade
ou responsáveis pela execução da política municipal de Capítulo II
garantia do direito à convivência familiar, para a destituição Dos Direitos Individuais
do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda.
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua
de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem
do poder familiar, salvo se entender necessária a realização de escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.

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APOSTILAS OPÇÃO

Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II
dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes
acerca de seus direitos. da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a
hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre
onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à que houver prova da materialidade e indícios suficientes da
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou autoria.
à pessoa por ele indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de Seção II
responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. Da Advertência

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal,
determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. que será reduzida a termo e assinada.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e
basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, Seção III
demonstrada a necessidade imperiosa da medida. Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos
submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,
de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento
havendo dúvida fundada. do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a
Capítulo III medida poderá ser substituída por outra adequada.
Das Garantias Processuais
Seção IV
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua Da Prestação de Serviços à Comunidade
liberdade sem o devido processo legal.
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período
seguintes garantias: não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais,
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem
infracional, mediante citação ou meio equivalente; como em programas comunitários ou governamentais.
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar- Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as
se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante
necessárias à sua defesa; jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados,
III - defesa técnica por advogado; domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de
necessitados, na forma da lei; trabalho.
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade
competente; Seção V
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou Da Liberdade Assistida
responsável em qualquer fase do procedimento.
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se
Capítulo IV afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar,
Das Medidas Socioeducativas auxiliar e orientar o adolescente.
Seção I § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
Disposições Gerais acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
entidade ou programa de atendimento.
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de
autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,
seguintes medidas: revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
I - advertência; orientador, o Ministério Público e o defensor.
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade; Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a
IV - liberdade assistida; supervisão da autoridade competente, a realização dos
V - inserção em regime de semiliberdade; seguintes encargos, entre outros:
VI - internação em estabelecimento educacional; I - promover socialmente o adolescente e sua família,
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar
da infração. do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será III - diligenciar no sentido da profissionalização do
admitida a prestação de trabalho forçado. adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência IV - apresentar relatório do caso
mental receberão tratamento individual e especializado, em
local adequado às suas condições. Seção VI
Do Regime de Semiliberdade
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e
100. Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto,

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APOSTILAS OPÇÃO

possibilitada a realização de atividades externas, IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio
independentemente de autorização judicial. pessoal;
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene
devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos e salubridade;
existentes na comunidade. XI - receber escolarização e profissionalização;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
internação. XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e
desde que assim o deseje;
Seção VII XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de
Da Internação local seguro para guardá-los, recebendo comprovante
daqueles porventura depositados em poder da entidade;
Art. 121. A internação constitui medida privativa da XVI - receber, quando de sua desinternação, os
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
desenvolvimento. § 2º A autoridade judiciária poderá suspender
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se
critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade
determinação judicial em contrário. aos interesses do adolescente.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo
sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e
fundamentada, no máximo a cada seis meses. mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de adequadas de contenção e segurança.
internação excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o Capítulo V
adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de Da Remissão
semiliberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para
idade. apuração de ato infracional, o representante do Ministério
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão
de autorização judicial, ouvido o Ministério Público. do processo, atendendo às circunstâncias e consequências do
§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1º poderá fato, ao contexto social, bem como à personalidade do
ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. adolescente e sua maior ou menor participação no ato
infracional.
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da
quando: remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ou extinção do processo.
ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações Art. 127. A remissão não implica necessariamente o
graves; reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem
III - por descumprimento reiterado e injustificável da prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir
medida anteriormente imposta. eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a
artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser internação.
decretada judicialmente após o devido processo legal.
§ 2º Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá
havendo outra medida adequada. ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido
expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade Ministério Público.
exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por Título IV
critérios de idade, compleição física e gravidade da infração. Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
Parágrafo único. Durante o período de internação,
inclusive provisória, serão obrigatórias atividades Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
pedagógicas. I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
comunitários de proteção, apoio e promoção da família;
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
entre outros, os seguintes: II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
Ministério Público; III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; psiquiátrico;
III - avistar-se reservadamente com seu defensor; IV - encaminhamento a cursos ou programas de
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que orientação;
solicitada; V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar
V - ser tratado com respeito e dignidade; sua frequência e aproveitamento escolar;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a
naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou tratamento especializado;
responsável; VII - advertência;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; VIII - perda da guarda;
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; IX - destituição da tutela;

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APOSTILAS OPÇÃO

X - suspensão ou destituição do poder familiar. b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos descumprimento injustificado de suas deliberações.
incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que
23 e 24. constitua infração administrativa ou penal contra os direitos
da criança ou adolescente;
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua
abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade competência;
judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade
afastamento do agressor da moradia comum. judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a adolescente autor de ato infracional;
fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança VII - expedir notificações;
ou o adolescente dependentes do agressor. VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de
criança ou adolescente quando necessário;
Título V IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da
Do Conselho Tutelar proposta orçamentária para planos e programas de
Capítulo I atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
Disposições Gerais X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a
violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e Constituição Federal;
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações
zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as
adolescente, definidos nesta Lei. possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente
junto à família natural.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos
Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) profissionais, ações de divulgação e treinamento para o
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela adolescentes.
população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o
recondução por novos processos de escolha. (Redação dada Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do
pela Lei nº 13.824, de 2019) convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério
Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho entendimento e as providências tomadas para a orientação, o
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: apoio e a promoção social da família.
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a vinte e um anos; Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente
III - residir no município. poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de
quem tenha legítimo interesse.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local,
dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive Capítulo III
quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é Da Competência
assegurado o direito a:
I - cobertura previdenciária; Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 competência constante do art. 147.
(um terço) do valor da remuneração mensal;
III - licença-maternidade; Capítulo IV
IV - licença-paternidade; Da Escolha dos Conselheiros
V - gratificação natalina.
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e Art. 139. O processo para a escolha dos membros do
da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e
funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos
formação continuada dos conselheiros tutelares. Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do
Ministério Público.
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro § 1º O processo de escolha dos membros do Conselho
constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território
de idoneidade moral. nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês
de outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial.
Capítulo II § 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10
Das Atribuições do Conselho de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.
§ 3º No processo de escolha dos membros do Conselho
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer
previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no natureza, inclusive brindes de pequeno valor.
art. 101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando Capítulo V
as medidas previstas no art. 129, I a VII; Dos Impedimentos
III - promover a execução de suas decisões, podendo para
tanto: Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro
educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança; ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho,
padrasto ou madrasta e enteado.

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APOSTILAS OPÇÃO

Parágrafo único. Estende-se o impedimento do § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à
conselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade autoridade competente da residência dos pais ou responsável,
judiciária e ao representante do Ministério Público com ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou
atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na adolescente.
comarca, foro regional ou distrital. § 3º Em caso de infração cometida através de transmissão
simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma
Título VI comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a
Do Acesso à Justiça autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou
Capítulo I rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou
Disposições Gerais retransmissoras do respectivo estado.

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao para:
Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos. I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério
§ 1º A assistência judiciária gratuita será prestada aos que Público, para apuração de ato infracional atribuído a
dela necessitarem, através de defensor público ou advogado adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
nomeado. II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da extinção do processo;
Infância e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
ressalvada a hipótese de litigância de má-fé. IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses
individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão adolescente, observado o disposto no art. 209;
representados e os maiores de dezesseis e menores de vinte e V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em
um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
forma da legislação civil ou processual. VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador infrações contra norma de proteção à criança ou adolescente;
especial à criança ou adolescente, sempre que os interesses VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho
destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
quando carecer de representação ou assistência legal ainda Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou
que eventual. adolescente nas hipóteses do art. 98, é também competente a
Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes b) conhecer de ações de destituição do poder familiar,
a que se atribua autoria de ato infracional. perda ou modificação da tutela ou guarda;
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não c) suprir a capacidade ou o consentimento para o
poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se casamento;
fotografia, referência ao nome, apelido, filiação, parentesco, d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna
residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome. ou materna, em relação ao exercício do poder familiar;
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se faltarem os pais;
refere o artigo anterior somente será deferida pela autoridade f) designar curador especial em casos de apresentação de
judiciária competente, se demonstrado o interesse e queixa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais
justificada a finalidade. ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou
adolescente;
Capítulo II g) conhecer de ações de alimentos;
Da Justiça da Infância e da Juventude h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento
Seção I dos registros de nascimento e óbito.
Disposições Gerais
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar,
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
varas especializadas e exclusivas da infância e da juventude, I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,
cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua desacompanhado dos pais ou responsável, em:
proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de a) estádio, ginásio e campo desportivo;
infraestrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em b) bailes ou promoções dançantes;
plantões. c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
Seção II e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
Do Juiz II - a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da b) certames de beleza.
Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade
forma da lei de organização judiciária local. judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
a) os princípios desta Lei;
Art. 147. A competência será determinada: b) as peculiaridades locais;
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; c) a existência de instalações adequadas;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à d) o tipo de frequência habitual ao local;
falta dos pais ou responsável. e) a adequação do ambiente a eventual participação ou
§ 1º Nos casos de ato infracional, será competente a frequência de crianças e adolescentes;
autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras f) a natureza do espetáculo.
de conexão, continência e prevenção.

Legislação Educacional 19
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APOSTILAS OPÇÃO

§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo tratando de pedido formulado por representante do
deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as Ministério Público;
determinações de caráter geral. III - a exposição sumária do fato e o pedido;
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde
Seção III logo, o rol de testemunhas e documentos.
Dos Serviços Auxiliares
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão
proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o
equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou
Infância e da Juventude. adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de
responsabilidade.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras § 1º Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária
atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, determinará, concomitantemente ao despacho de citação e
fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou independentemente de requerimento do interessado, a
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos realização de estudo social ou perícia por equipe
de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a
e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade presença de uma das causas de suspensão ou destituição do
judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 desta
técnico. Lei, e observada a Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017.
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
servidores públicos integrantes do Poder Judiciário § 2º Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas,
responsáveis pela realização dos estudos psicossociais ou de é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe
quaisquer outras espécies de avaliações técnicas exigidas por interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1º deste
esta Lei ou por determinação judicial, a autoridade judiciária artigo, de representantes do órgão federal responsável pela
poderá proceder à nomeação de perito, nos termos do art. 156 política indigenista, observado o disposto no § 6º do art. 28
da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Civil). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez
Capítulo III dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem
Dos Procedimentos produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e
Seção I documentos.
Disposições Gerais § 1º A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os
meios para sua realização.
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam- § 2º O requerido privado de liberdade deverá ser citado
se subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação pessoalmente.
processual pertinente. § 3º Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o
prioridade absoluta na tramitação dos processos e encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar
procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho
dos atos e diligências judiciais a eles referentes. do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei nº
procedimentos são contados em dias corridos, excluído o dia 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público. (Incluído § 4º Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local
pela Lei nº 13.509, de 2017) incerto ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10
(dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não para a localização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a
autoridade judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de
ofício as providências necessárias, ouvido o Ministério constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua
Público. família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para dativo, ao qual incumbirá a apresentação de resposta,
o fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de
família de origem e em outros procedimentos nomeação.
necessariamente contenciosos. Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de
liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214. da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor.

Seção II Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária


Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar requisitará de qualquer repartição ou órgão público a
apresentação de documento que interesse à causa, de ofício ou
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do a requerimento das partes ou do Ministério Público.
poder familiar terá início por provocação do Ministério
Público ou de quem tenha legítimo interesse. Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido
concluído o estudo social ou a perícia realizada por equipe
Art. 156. A petição inicial indicará: interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias,
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual prazo.
requerente e do requerido, dispensada a qualificação em se (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

Legislação Educacional 20
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APOSTILAS OPÇÃO

§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento III - qualificação completa da criança ou adolescente e de


das partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de seus pais, se conhecidos;
testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,
suspensão ou destituição do poder familiar previstas nos arts. anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
1.637 e 1.638 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
(Código Civil), ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada pela Lei rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
nº 13.509, de 2017) Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.509, de também os requisitos específicos.
2017)
§ 3º Se o pedido importar em modificação de guarda, será Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido
obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança destituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem
ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e aderido expressamente ao pedido de colocação em família
grau de compreensão sobre as implicações da medida. substituta, este poderá ser formulado diretamente em
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes,
identificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os dispensada a assistência de advogado.
casos de não comparecimento perante a Justiça quando § 1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação
devidamente citados. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
2017) I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes,
§ 5º Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a devidamente assistidas por advogado ou por defensor público,
autoridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva para verificar sua concordância com a adoção, no prazo
máximo de 10 (dez) dias, contado da data do protocolo da
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por termo
dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo as declarações; e (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
quando este for o requerente, designando, desde logo, II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela
audiência de instrução e julgamento. Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.509, de § 2º O consentimento dos titulares do poder familiar será
2017) precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,
Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da
o parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito, medida.
manifestando-se sucessivamente o requerente, o requerido e § 3º São garantidos a livre manifestação de vontade dos
o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos. (Redação dada informações. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
pela Lei nº 13.509, de 2017) § 4º O consentimento prestado por escrito não terá
§ 3º A decisão será proferida na audiência, podendo a validade se não for ratificado na audiência a que se refere o §
autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela § 5º O consentimento é retratável até a data da realização
Lei nº 13.509, de 2017) da audiência especificada no § 1o deste artigo, e os pais podem
§ 4º Quando o procedimento de destituição de poder exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado
familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá da data de prolação da sentença de extinção do poder familiar.
necessidade de nomeação de curador especial em favor da (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
criança ou adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 6º O consentimento somente terá valor se for dado após
o nascimento da criança.
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento § 7º A família natural e a família substituta receberão a
será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de devida orientação por intermédio de equipe técnica
notória inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
esforços para preparar a criança ou o adolescente com vistas à Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
colocação em família substituta. (Redação dada pela Lei nº responsáveis pela execução da política municipal de garantia
13.509, de 2017) do direito à convivência familiar. (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a 13.509, de 2017)
suspensão do poder familiar será averbada à margem do
registro de nascimento da criança ou do adolescente. Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a
requerimento das partes ou do Ministério Público,
Seção III determinará a realização de estudo social ou, se possível,
Da Destituição da Tutela perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a
concessão de guarda provisória, bem como, no caso de adoção,
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o sobre o estágio de convivência.
procedimento para a remoção de tutor previsto na lei Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda
processual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior. provisória ou do estágio de convivência, a criança ou o
adolescente será entregue ao interessado, mediante termo de
Seção IV responsabilidade.
Da Colocação em Família Substituta
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial,
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de e ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-
colocação em família substituta: se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste;
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a
seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, perda ou a suspensão do poder familiar constituir pressuposto
especificando se tem ou não parente vivo; lógico da medida principal de colocação em família substituta,

Legislação Educacional 21
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APOSTILAS OPÇÃO

será observado o procedimento contraditório previsto nas Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de
Seções II e III deste Capítulo. ocorrência.
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda
poderá ser decretada nos mesmos autos do procedimento, Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver
observado o disposto no art. 35. indícios de participação de adolescente na prática de ato
infracional, a autoridade policial encaminhará ao
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o representante do Ministério Público relatório das
disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47. investigações e demais documentos.
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob
a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato
familiar será comunicada pela autoridade judiciária à entidade infracional não poderá ser conduzido ou transportado em
por este responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias. compartimento fechado de veículo policial, em condições
atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua
Seção V integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a
Adolescente Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do
Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial,
judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária. devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação
sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade ou responsável, vítima e testemunhas.
policial competente. Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada representante do Ministério Público notificará os pais ou
para atendimento de adolescente e em se tratando de ato responsável para apresentação do adolescente, podendo
infracional praticado em coautoria com maior, prevalecerá a requisitar o concurso das polícias civil e militar.
atribuição da repartição especializada, que, após as
providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo
adulto à repartição policial própria. anterior, o representante do Ministério Público poderá:
I - promover o arquivamento dos autos;
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido II - conceder a remissão;
mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade III - representar à autoridade judiciária para aplicação de
policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo medida socioeducativa.
único, e 107, deverá:
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou
adolescente; concedida a remissão pelo representante do Ministério
II - apreender o produto e os instrumentos da infração; Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo
III - requisitar os exames ou perícias necessários à dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para
comprovação da materialidade e autoria da infração. homologação.
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o
ocorrência circunstanciada. cumprimento da medida.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho
o adolescente será prontamente liberado pela autoridade fundamentado, e este oferecerá representação, designará
policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou
apresentação ao representante do Ministério Público, no ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a
mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, autoridade judiciária obrigada a homologar.
exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua
repercussão social, deva o adolescente permanecer sob Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do
internação para garantia de sua segurança pessoal ou Ministério Público não promover o arquivamento ou conceder
manutenção da ordem pública. a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária,
propondo a instauração de procedimento para aplicação da
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial medida socioeducativa que se afigurar a mais adequada.
encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do § 1º A representação será oferecida por petição, que
Ministério Público, juntamente com cópia do auto de conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato
apreensão ou boletim de ocorrência. infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas,
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada
autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de pela autoridade judiciária.
atendimento, que fará a apresentação ao representante do § 2º A representação independe de prova pré-constituída
Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas. da autoria e materialidade.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de
atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a
À falta de repartição policial especializada, o adolescente conclusão do procedimento, estando o adolescente internado
aguardará a apresentação em dependência separada da provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese,
exceder o prazo referido no parágrafo anterior. Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária
designará audiência de apresentação do adolescente,
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da
policial encaminhará imediatamente ao representante do internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão I - ao adolescente e ao seu defensor;


cientificados do teor da representação, e notificados a II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais
comparecer à audiência, acompanhados de advogado. ou responsável, sem prejuízo do defensor.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a § 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á
autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente. unicamente na pessoa do defensor.
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade § 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente,
judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva
apresentação. Seção V-A
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou Da Infiltração de Agentes de Polícia para a
responsável. Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual de
Criança e de Adolescente
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet
estabelecimento prisional. com o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240, 241,
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-
características definidas no art. 123, o adolescente deverá ser A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
imediatamente transferido para a localidade mais próxima. dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o regras: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
adolescente aguardará sua remoção em repartição policial, I - será precedida de autorização judicial devidamente
desde que em seção isolada dos adultos e com instalações circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites
apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério
cinco dias, sob pena de responsabilidade. Público; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
II - dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou ou representação de delegado de polícia e conterá a
responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos
mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado. policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e,
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que
remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, permitam a identificação dessas pessoas; (Incluído pela Lei nº
proferindo decisão. 13.441, de 2017)
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de III - não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem
internação ou colocação em regime de semiliberdade, a prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não
autoridade judiciária, verificando que o adolescente não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua
possui advogado constituído, nomeará defensor, designando, efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial. (Incluído
desde logo, audiência em continuação, podendo determinar a pela Lei nº 13.441, de 2017)
realização de diligências e estudo do caso. § 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no requisitar relatórios parciais da operação de infiltração antes
prazo de três dias contado da audiência de apresentação, do término do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste artigo.
oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas § 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo,
arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, I - dados de conexão: informações referentes a hora, data,
será dada a palavra ao representante do Ministério Público e início, término, duração, endereço de Protocolo de Internet
ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos (IP) utilizado e terminal de origem da conexão. (Incluído pela
para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da Lei nº 13.441, de 2017)
autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão. II - dados cadastrais: informações referentes a nome e
endereço de assinante ou de usuário registrado ou autenticado
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário
comparecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a ou código de acesso tenha sido atribuído no momento da
autoridade judiciária designará nova data, determinando sua conexão.
condução coercitiva. § 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será
admitida se a prova puder ser obtida por outros meios.
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do
procedimento, antes da sentença. Art. 190-B. As informações da operação de infiltração
serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer autorização da medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela
medida, desde que reconheça na sentença: Lei nº 13.441, de 2017)
I - estar provada a inexistência do fato; Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso
II - não haver prova da existência do fato; aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao
III - não constituir o fato ato infracional; delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para de garantir o sigilo das investigações. (Incluído pela Lei nº
o ato infracional. 13.441, de 2017)
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o
adolescente internado, será imediatamente colocado em Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua
liberdade. identidade para, por meio da internet, colher indícios de
autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240,
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A,
internação ou regime de semiliberdade será feita: 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de

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APOSTILAS OPÇÃO

dezembro de 1940 (Código Penal). (Incluído pela Lei nº ao adolescente terá início por representação do Ministério
13.441, de 2017) Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por
observar a estrita finalidade da investigação responderá pelos duas testemunhas, se possível.
excessos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) § 1º No procedimento iniciado com o auto de infração,
poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público natureza e as circunstâncias da infração.
poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante § 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-
procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos
informações necessárias à efetividade da identidade fictícia motivos do retardamento.
criada. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para
Seção será numerado e tombado em livro específico. (Incluído apresentação de defesa, contado da data da intimação, que
pela Lei nº 13.441, de 2017) será feita:
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos na presença do requerido;
eletrônicos praticados durante a operação deverão ser II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente
registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e habilitado, que entregará cópia do auto ou da representação
ao Ministério Público, juntamente com relatório ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;
circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no encontrado o requerido ou seu representante legal;
caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não
apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante legal.
policial, assegurando-se a preservação da identidade do
agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a
adolescentes envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.441, de autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério
2017) Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.

Seção VI Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária


Da Apuração de Irregularidades em Entidade de procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo
Atendimento necessário, designará audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades sucessivamente o Ministério Público e o procurador do
em entidade governamental e não-governamental terá início requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um,
mediante portaria da autoridade judiciária ou representação prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária,
do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, que em seguida proferirá sentença.
necessariamente, resumo dos fatos.
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a Seção VIII
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
liminarmente o afastamento provisório do dirigente da
entidade, mediante decisão fundamentada. Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil,
apresentarão petição inicial na qual conste:
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo I - qualificação completa;
de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar II - dados familiares;
documentos e indicar as provas a produzir. III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou
casamento, ou declaração relativa ao período de união estável;
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro
necessário, a autoridade judiciária designará audiência de de Pessoas Físicas;
instrução e julgamento, intimando as partes. V - comprovante de renda e domicílio;
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o VI - atestados de sanidade física e mental;
Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações VII - certidão de antecedentes criminais;
finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo. VIII - certidão negativa de distribuição cível.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou
definitivo de dirigente de entidade governamental, a Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48
autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa (quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério
imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá:
substituição. I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade interprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das que se refere o art. 197-C desta Lei;
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o II - requerer a designação de audiência para oitiva dos
processo será extinto, sem julgamento de mérito. postulantes em juízo e testemunhas;
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da III - requerer a juntada de documentos complementares e
entidade ou programa de atendimento. a realização de outras diligências que entender necessárias.

Seção VII Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe


Da Apuração de Infração Administrativa às Normas interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
de Proteção à Criança e ao Adolescente Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que
conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade
administrativa por infração às normas de proteção à criança e

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APOSTILAS OPÇÃO

ou maternidade responsável, à luz dos requisitos e princípios Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação
desta Lei. à adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual
§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes em período, mediante decisão fundamentada da autoridade
programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude, judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
execução da política municipal de garantia do direito à Capítulo IV
convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção Dos Recursos
devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da
Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação e Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e
estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes da Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas
com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei nº
específicas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação dada 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil),
pela Lei nº 13.509, de 2017) com as seguintes adaptações:
§ 2º Sempre que possível e recomendável, a etapa I - os recursos serão interpostos independentemente de
obrigatória da preparação referida no § 1º deste artigo incluirá preparo;
o contato com crianças e adolescentes em regime de II - em todos os recursos, salvo nos embargos de
acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob declaração, o prazo para o Ministério Público e para a defesa
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça será sempre de 10 (dez) dias;
da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com III - os recursos terão preferência de julgamento e
apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de dispensarão revisor;
acolhimento familiar e institucional e pela execução da política IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)
municipal de garantia do direito à convivência familiar. V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 3º É recomendável que as crianças e os adolescentes VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior
acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora sejam instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de
preparados por equipe interprofissional antes da inclusão em agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho
família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no prazo
de cinco dias;
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão
participação no programa referido no art. 197-C desta Lei, a remeterá os autos ou o instrumento à superior instância
autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo
decidirá acerca das diligências requeridas pelo Ministério pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos
Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do
designando, conforme o caso, audiência de instrução e Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da
julgamento. intimação.
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou
sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art.
juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos 149 caberá recurso de apelação.
autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em
igual prazo. Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito
desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de
inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a adoção internacional ou se houver perigo de dano irreparável
sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem ou de difícil reparação ao adotando.
cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de
crianças ou adolescentes adotáveis. Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer
§ 1º A ordem cronológica das habilitações somente poderá dos genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que
deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.
hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando
comprovado ser essa a melhor solução no interesse do Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de
adotando. destituição de poder familiar, em face da relevância das
§ 2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo questões, serão processados com prioridade absoluta,
trienalmente mediante avaliação por equipe interprofissional. devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado que
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e
§ 3º Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e com
será dispensável a renovação da habilitação, bastando a parecer urgente do Ministério Público.
avaliação por equipe interprofissional. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017) Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa
§ 4º Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil contado da sua conclusão.
escolhido, haverá reavaliação da habilitação concedida. Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) data do julgamento e poderá na sessão, se entender
§ 5º A desistência do pretendente em relação à guarda para necessário, apresentar oralmente seu parecer.
fins de adoção ou a devolução da criança ou do adolescente
depois do trânsito em julgado da sentença de adoção Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a
importará na sua exclusão dos cadastros de adoção e na instauração de procedimento para apuração de
vedação de renovação da habilitação, salvo decisão judicial responsabilidades se constatar o descumprimento das
fundamentada, sem prejuízo das demais sanções previstas na providências e do prazo previstos nos artigos anteriores.
legislação vigente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

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APOSTILAS OPÇÃO

Capítulo V § 4º O representante do Ministério Público será


Do Ministério Público responsável pelo uso indevido das informações e documentos
que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII
Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica. deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante,
Art. 201. Compete ao Ministério Público: instaurando o competente procedimento, sob sua presidência;
I - conceder a remissão como forma de exclusão do b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade
processo; reclamada, em dia, local e horário previamente notificados ou
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às acertados;
infrações atribuídas a adolescentes; c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os públicos e de relevância pública afetos à criança e ao
procedimentos de suspensão e destituição do poder familiar, adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita
nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem adequação.
como oficiar em todos os demais procedimentos da
competência da Justiça da Infância e da Juventude; Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa
interessados, a especialização e a inscrição de hipoteca legal e dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que
a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar
administradores de bens de crianças e adolescentes nas documentos e requerer diligências, usando os recursos
hipóteses do art. 98; cabíveis.
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a
proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer
relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no caso, será feita pessoalmente.
art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público
instruí-los: acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo
a) expedir notificações para colher depoimentos ou juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento
injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela Art. 205. As manifestações processuais do representante
polícia civil ou militar; do Ministério Público deverão ser fundamentadas.
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos
de autoridades municipais, estaduais e federais, da Capítulo VI
administração direta ou indireta, bem como promover Do Advogado
inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou
instituições privadas; responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que
investigatórias e determinar a instauração de inquérito trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para
policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial,
proteção à infância e à juventude; respeitado o segredo de justiça.
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária
legais assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as integral e gratuita àqueles que dela necessitarem.
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática
corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será
interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e processado sem defensor.
ao adolescente; § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo,
por infrações cometidas contra as normas de proteção à constituir outro de sua preferência.
infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da § 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento
responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível; de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto,
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de § 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se
pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido
remoção de irregularidades porventura verificadas; indicado por ocasião de ato formal com a presença da
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos autoridade judiciária.
serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência
social, públicos ou privados, para o desempenho de suas Capítulo VII
atribuições. Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais,
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações Difusos e Coletivos
cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas
mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de
Lei. responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou
outras, desde que compatíveis com a finalidade do Ministério oferta irregular:
Público. I - do ensino obrigatório;
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de II - de atendimento educacional especializado aos
suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre portadores de deficiência;
criança ou adolescente.

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APOSTILAS OPÇÃO

III - de atendimento em creche e pré-escola às crianças de Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da
zero a cinco anos de idade (Redação dada pela Lei nº 13.306, lei do mandado de segurança.
de 2016).
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de
educando; obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
V - de programas suplementares de oferta de material específica da obrigação ou determinará providências que
didático-escolar, transporte e assistência à saúde do educando assegurem o resultado prático equivalente ao do
do ensino fundamental; adimplemento.
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à § 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao
ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem; juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação
VII - de acesso às ações e serviços de saúde; prévia, citando o réu.
VIII - de escolarização e profissionalização dos § 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na
adolescentes privados de liberdade. sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício do obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do
direito à convivência familiar por crianças e adolescentes. preceito.
X - de programas de atendimento para a execução das § 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em
medidas socioeducativas e aplicação de medidas de proteção. julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida desde
XI - de políticas e programas integrados de atendimento à o dia em que se houver configurado o descumprimento.
criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violência.
(Incluído pela Lei nº 13.431, de 2017) Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido
§ 1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem da pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do
proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou respectivo município.
coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos § 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito
pela Constituição e pela Lei. em julgado da decisão serão exigidas através de execução
§ 2º A investigação do desaparecimento de crianças ou promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos,
adolescentes será realizada imediatamente após notificação facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos § 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro
portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em
transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes conta com correção monetária.
todos os dados necessários à identificação do desaparecido.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas recursos, para evitar dano irreparável à parte.
no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou
omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser
a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a condenação ao poder público, o juiz determinará a remessa de
competência originária dos tribunais superiores. peças à autoridade competente, para apuração da
responsabilidade civil e administrativa do agente a que se
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses atribua a ação ou omissão.
coletivos ou difusos, consideram-se legitimados
concorrentemente: Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado
I - o Ministério Público; da sentença condenatória sem que a associação autora lhe
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
os territórios; facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos
um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao
dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a réu os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do
autorização da assembleia, se houver prévia autorização § 4º do art. 20 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
estatutária. de Processo Civil), quando reconhecer que a pretensão é
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os manifestamente infundada.
Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a
interesses e direitos de que cuida esta Lei. associação autora e os diretores responsáveis pela
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por propositura da ação serão solidariamente condenados ao
associação legitimada, o Ministério Público ou outro décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por
legitimado poderá assumir a titularidade ativa. perdas e danos.

Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá
dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo quaisquer outras despesas.
extrajudicial.
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-
por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação
pertinentes. civil, e indicando-lhe os elementos de convicção.
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as
normas do Código de Processo Civil. Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério
poder público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Público para as providências cabíveis.

Legislação Educacional 27
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APOSTILAS OPÇÃO

Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10
poderá requerer às autoridades competentes as certidões e desta Lei:
informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no Pena - detenção de seis meses a dois anos.
prazo de quinze dias. Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua
presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua
organismo público ou particular, certidões, informações, liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante
exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade
ser inferior a dez dias úteis. judiciária competente:
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as Pena - detenção de seis meses a dois anos.
diligências, se convencer da inexistência de fundamento para Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que
a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos procede à apreensão sem observância das formalidades legais.
autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o
fundamentadamente. Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata
arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta comunicação à autoridade judiciária competente e à família do
grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Ministério Público. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de
arquivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua
público, poderão as associações legitimadas apresentar razões autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do constrangimento:
inquérito ou anexados às peças de informação. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame
e deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, Art. 233. Revogado.
conforme dispuser o seu regimento.
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa,
promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão
órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação. logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as
disposições da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado
nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:
Título VII Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Capítulo I Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade
Dos Crimes judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do
Seção I Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Disposições Gerais Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem
contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com
prejuízo do disposto na legislação penal. o fim de colocação em lar substituto:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo
as pertinentes ao Código de Processo Penal. a terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece
incondicionada. ou efetiva a paga ou recompensa.

Seção II Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato


Dos Crimes em Espécie destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior
com inobservância das formalidades legais ou com o fito de
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de obter lucro:
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça
referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à ou fraude:
parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do correspondente à violência.
parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
Parágrafo único. Se o crime é culposo: registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de § 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita,
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificar recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, participação de criança ou adolescente nas cenas referidas
no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.

Legislação Educacional 28
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APOSTILAS OPÇÃO

§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por
comete o crime: qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela
I - no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de praticar ato libidinoso.
exercê-la; Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
II - prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
ou de hospitalidade; ou I - facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
III - prevalecendo-se de relações de parentesco cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela
consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de praticar ato libidinoso;
tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, II - pratica as condutas descritas no caput deste artigo com
a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou
consentimento. sexualmente explícita.

Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”
pornográfica envolvendo criança ou adolescente. compreende qualquer situação que envolva criança ou
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, adolescente para fins primordialmente sexuais.
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive
por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma,
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: munição ou explosivo:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I - assegura os meios ou serviços para o armazenamento Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar,
das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a
artigo; adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros
II - assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de produtos cujos componentes possam causar dependência
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o física ou psíquica:
caput deste artigo. Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º deste fato não constitui crime mais grave.
artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação
do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de
estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que dano físico em caso de utilização indevida:
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
criança ou adolescente:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste exploração sexual
artigo. Pena - reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do
finalidade de comunicar às autoridades competentes a Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da
ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o
241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por: crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Redação
I - agente público no exercício de suas funções; dada pela Lei nº 13.440, de 2017)
II - membro de entidade, legalmente constituída, que § 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente
inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão de
processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste
referidos neste parágrafo; artigo.
III - representante legal e funcionários responsáveis de § 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de da licença de localização e de funcionamento do
computadores, até o recebimento do material relativo à notícia estabelecimento.
feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder
Judiciário. Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor
§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou
manter sob sigilo o material ilícito referido. induzindo-o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou § 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de
meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da
vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: internet.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. § 2º As penas previstas no caput deste artigo são
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou
expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei nº 8.072, de 25
qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material de julho de 1990.
produzido na forma do caput deste artigo.

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APOSTILAS OPÇÃO

Capítulo II Pena - multa de três a vinte salários de referência,


Das Infrações Administrativas aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, representações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade
pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente a que não se recomendem:
os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou Pena - multa de três a vinte salários de referência,
confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: duplicada em caso de reincidência, aplicável, separadamente,
Pena - multa de três a vinte salários de referência, à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. publicidade.

Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
de atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de
II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: sua classificação:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária
poderá determinar a suspensão da programação da emissora
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização por até dois dias.
devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou
documento de procedimento policial, administrativo ou Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere
judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato classificado pelo órgão competente como inadequado às
infracional: crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão do
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze
parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido dias.
em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga
respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de
a permitir sua identificação, direta ou indiretamente. programação em vídeo, em desacordo com a classificação
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou atribuída pelo órgão competente:
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso
artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o
da publicação ou a suspensão da programação da emissora até fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
por dois dias, bem como da publicação do periódico até por
dois números. (Expressão declara inconstitucional pela ADIN Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79
869-2) desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de
apreensão da revista ou publicação.
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres
inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o
bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso
Tutelar: de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua
Pena - multa de três a vinte salários de referência, participação no espetáculo:
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso
de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização
escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de
motel ou congênere: providenciar a instalação e operacionalização dos cadastros
Pena - multa. previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o mil reais).
fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de
30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas ou
fechado e terá sua licença cassada. casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentes em
regime de acolhimento institucional ou familiar.
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer
meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
desta Lei: estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar
Pena - multa de três a vinte salários de referência, imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em
entregar seu filho para adoção:
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada mil reais).
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de
diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no programa oficial ou comunitário destinado à garantia do
certificado de classificação: direito à convivência familiar que deixa de efetuar a
comunicação referida no caput deste artigo.

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APOSTILAS OPÇÃO

Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso § 1º A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até
II do art. 81: os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 na declaração:
(dez mil reais); I - (Vetado);
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento II - (Vetado);
comercial até o recolhimento da multa aplicada. III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
§ 2º A dedução de que trata o caput:
Disposições Finais e Transitórias I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto
sobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso II do
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da caput do art. 260;
publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo II - não se aplica à pessoa física que:
sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da a) utilizar o desconto simplificado;
política de atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece b) apresentar declaração em formulário; ou
o Título V do Livro II. c) entregar a declaração fora do prazo;
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios III - só se aplica às doações em espécie; e
promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em
diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei. vigor.
§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a data
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos de vencimento da primeira quota ou quota única do imposto,
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, observadas instruções específicas da Secretaria da Receita
distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, Federal do Brasil.
sendo essas integralmente deduzidas do imposto de renda, § 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido no
obedecidos os seguintes limites: § 3o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução,
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença
apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro de imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com
real; e os acréscimos legais previstos na legislação.
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado § 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na
pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo
o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos
1997. Direitos da Criança e do Adolescente municipais, distrital,
§ 1º Revogado. estaduais e nacional concomitantemente com a opção de que
§ 1º-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com trata o caput, respeitado o limite previsto no inciso II do art.
os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e 260.
municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão
consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção, Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260
Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à poderá ser deduzida:
Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas
pela Primeira Infância. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e
2016) II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para
§ 2o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente.
direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do
utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações período a que se refere a apuração do imposto.
subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente
percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei
guarda, de crianças e adolescentes e para programas de podem ser efetuadas em espécie ou em bens.
atenção integral à primeira infância em áreas de maior Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem
carência socioeconômica e em situações de calamidade. ser depositadas em conta específica, em instituição financeira
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) pública, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art.
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da 260.
Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a
comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos deste Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das
artigo. contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo
forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos em favor do doador, assinado por pessoa competente e pelo
Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais presidente do Conselho correspondente, especificando:
referidos neste artigo. I - número de ordem;
§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº 9.249, II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e
de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso I endereço do emitente;
do caput: III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a doador;
limite em conjunto com outras deduções do imposto; e IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
II - não poderá ser computada como despesa operacional V - ano-calendário a que se refere a doação.
na apuração do lucro real. § 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode
ser emitido anualmente, desde que discrimine os valores
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário doados mês a mês.
de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata § 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve
o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração conter a identificação dos bens, mediante descrição em campo
de Ajuste Anual. próprio ou em relação anexa ao comprovante, informando
também se houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço
dos avaliadores.

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APOSTILAS OPÇÃO

Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital,
deverá: estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante números de inscrição no CNPJ e das contas bancárias
documentação hábil; específicas mantidas em instituições financeiras públicas,
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos.
quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de
pessoa jurídica; e Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
III - considerar como valor dos bens doados: expedirá as instruções necessárias à aplicação do disposto nos
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última arts. 260 a 260-K.
declaração do imposto de renda, desde que não exceda o valor
de mercado; Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão
considerado na determinação do valor dos bens doados, efetuados perante a autoridade judiciária da comarca a que
exceto se o leilão for determinado por autoridade judiciária. pertencer a entidade.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D estados e municípios, e os estados aos municípios, os recursos
e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão
de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução logo estejam criados os conselhos dos direitos da criança e do
perante a Receita Federal do Brasil. adolescente nos seus respectivos níveis.

Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares,
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente as atribuições a eles conferidas serão exercidas pela
nacional, estaduais, distrital e municipais devem: autoridade judiciária.
I - manter conta bancária específica destinada
exclusivamente a gerir os recursos do Fundo; Art. 263. O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
II - manter controle das doações recebidas; e (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal 1) Art. 121 ............................................................
do Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um
seguintes dados por doador: terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
a) nome, CNPJ ou CPF; profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
em bens. consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de
previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do catorze anos.
Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público. 2) Art. 129 ...............................................................
§ 7ºAumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do das hipóteses do art. 121, § 4º.
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
divulgarão amplamente à comunidade: 3) Art. 136.................................................................
I - o calendário de suas reuniões; § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de contra pessoa menor de catorze anos.
atendimento à criança e ao adolescente; 4) Art. 213 ..................................................................
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança Pena - reclusão de quatro a dez anos.
e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais; 5) Art. 214...................................................................
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano- Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
calendário e o valor dos recursos previstos para Pena - reclusão de três a nove anos.
implementação das ações, por projeto;
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, Art. 264. O art. 102 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de
por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de 1973, fica acrescido do seguinte item:
dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a "Art. 102 ....................................................................
Adolescência; e 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados
com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União,
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais. da administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público federal promoverão
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada edição popular do texto integral deste Estatuto, que será posto
Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos à disposição das escolas e das entidades de atendimento e de
fiscais referidos no art. 260 desta Lei. defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts.
260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla
judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos meios
ofício, a requerimento ou representação de qualquer cidadão. de comunicação social. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
2016)
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será
Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada a
da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, crianças e adolescentes, especialmente às crianças com idade
arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos

Legislação Educacional 32
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APOSTILAS OPÇÃO

inferior a 6 (seis) anos. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 05. (SEDF - Monitor de Gestão Educacional -
2016) CESPE/2017) À luz do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) - Lei n.º 8.069/1990 - e da CF, julgue o item seguinte.
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua Situação hipotética: Maurício completou quatorze anos de
publicação. idade e deseja trabalhar, mas não quer abandonar seus
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão estudos. Assertiva: Nesse caso, o direito de proteção especial
ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e permite que Maurício seja admitido ao trabalho, cabendo ao
esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei. Estado garantir seu acesso à escola.
( ) Certo ( ) Errado
Art. 267. Revogam-se as Leis nº 4.513, de 1964, e 6.697, de
10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais Gabarito
disposições em contrário.
01.B / 02.B / 03.Errado / 04.Errado / 05.Certo /
Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e
102º da República.
FERNANDO COLLOR 2. Lei de Diretrizes e Bases
da Educação - Lei nº 9.394/96.
Questões

01. (Prefeitura de Sul Brasil/SC - Agente Educativo - LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 19962
ALTERNATIVE CONCURSOS/2017) De acordo com o LEI DAS DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO
Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8.069/90, art. 60, NACIONAL
é proibido qualquer trabalho a menores:
(A) De quatorze anos de idade, inclusive na condição de Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
aprendiz. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
(B) De quatorze anos de idade, salvo na condição de Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
aprendiz.
(C) De dezesseis anos de idade, salvo na condição de TÍTULO I
aprendiz. Da Educação
(D) De dezesseis anos de idade, inclusive na condição de
aprendiz. Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se
(E) De dezessete anos de idade, inclusive na condição de desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
aprendiz. trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
02. (Prefeitura de Sul Brasil/SC - Educador Social - manifestações culturais.
ALTERNATIVE CONCURSOS/2017) De acordo com o § 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se
Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8.069/90, art. 69, desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em
o adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no instituições próprias.
trabalho, observados os seguintes aspectos: § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do
I. Respeito à condição peculiar de pessoa em trabalho e à prática social.
desenvolvimento.
II. Capacitação profissional adequada ao mercado de TÍTULO II
trabalho. Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
III. Remuneração do adolescente em relação ao trabalho
prestado. Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada
(A) Somente I e III estão corretas. nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
(B) Somente I e II estão corretas. humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
(C) Somente II e III estão corretas. educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
(D) Somente I está correta. qualificação para o trabalho.
(E) Todas estão corretas.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes
03. (SEDF - Monitor de Gestão Educacional - princípios:
CESPE/2017) À luz do Estatuto da Criança e do Adolescente I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
(ECA) - Lei n.º 8.069/1990 - e da CF, julgue o item seguinte. escola;
Conforme o ECA, professores que submeterem estudantes II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a
sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
constrangimento serão passíveis de detenção de um a seis III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
meses. IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
( ) Certo ( ) Errado V - coexistência de instituições públicas e privadas de
ensino;
04. (SEDF - Monitor de Gestão Educacional - VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos
CESPE/2017) À luz do Estatuto da Criança e do Adolescente oficiais;
(ECA) - Lei n.º 8.069/1990 - e da CF, julgue o item seguinte. VII - valorização do profissional da educação escolar;
Os conselhos tutelares das regiões administrativas do DF VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta
são compostos por seis membros indicados pela SEE/DF, com Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
mandatos fixos de quatro anos. IX - garantia de padrão de qualidade;
( ) Certo ( ) Errado X - valorização da experiência extraescolar;

2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm. Acesso em
01.10.2019.

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APOSTILAS OPÇÃO

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades
práticas sociais. constitucionais e legais.
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. § 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na
longo da vida. (Incluído pela Lei nº 13.632, de 2018) hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo
gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente.
TÍTULO III § 4º Comprovada a negligência da autoridade competente
Do Direito à Educação e do Dever de Educar para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela
ser imputada por crime de responsabilidade.
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública § 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de
será efetivado mediante a garantia de: ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos diferentes níveis de ensino, independentemente da
aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte escolarização anterior.
forma:
a) pré-escola; Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a
b) ensino fundamental; matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4
c) ensino médio; (quatro) anos de idade.
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco)
anos de idade; Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as
III - atendimento educacional especializado gratuito aos seguintes condições:
educandos com deficiência, transtornos globais do I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, do respectivo sistema de ensino;
transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade
preferencialmente na rede regular de ensino; pelo Poder Público;
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o
médio para todos os que não os concluíram na idade própria; previsto no art. 213 da Constituição Federal.
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa
e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; Art. 7º-A Ao aluno regularmente matriculado em
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às instituição de ensino pública ou privada, de qualquer nível, é
condições do educando; assegurado, no exercício da liberdade de consciência e de
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e crença, o direito de, mediante prévio e motivado
adultos, com características e modalidades adequadas às suas requerimento, ausentar-se de prova ou de aula marcada para
necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem dia em que, segundo os preceitos de sua religião, seja vedado
trabalhadores as condições de acesso e permanência na o exercício de tais atividades, devendo-se-lhe atribuir, a
escola; critério da instituição e sem custos para o aluno, uma das
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da seguintes prestações alternativas, nos termos do inciso VIII do
educação básica, por meio de programas suplementares de caput do art. 5º da Constituição Federal: (Incluído pela Lei nº
material didático-escolar, transporte, alimentação e 13.796, de 2019)
assistência à saúde; I - prova ou aula de reposição, conforme o caso, a ser
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos realizada em data alternativa, no turno de estudo do aluno ou
como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de em outro horário agendado com sua anuência expressa;
insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de (Incluído pela Lei nº 13.796, de 2019)
ensino-aprendizagem. II - trabalho escrito ou outra modalidade de atividade de
X - vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino pesquisa, com tema, objetivo e data de entrega definidos pela
fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a instituição de ensino. (Incluído pela Lei nº 13.796, de 2019)
partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. § 1º A prestação alternativa deverá observar os
parâmetros curriculares e o plano de aula do dia da ausência
Art. 4º-A. É assegurado atendimento educacional, durante do aluno. (Incluído pela Lei nº 13.796, de 2019)
o período de internação, ao aluno da educação básica § 2º O cumprimento das formas de prestação alternativa
internado para tratamento de saúde em regime hospitalar ou de que trata este artigo substituirá a obrigação original para
domiciliar por tempo prolongado, conforme dispuser o Poder todos os efeitos, inclusive regularização do registro de
Público em regulamento, na esfera de sua competência frequência. (Incluído pela Lei nº 13.796, de 2019)
federativa. (Incluído pela Lei nº 13.716, de 2018). § 3º As instituições de ensino implementarão
progressivamente, no prazo de 2 (dois) anos, as providências
Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direito e adaptações necessárias à adequação de seu funcionamento
público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de às medidas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.796,
cidadãos, associação comunitária, organização sindical, de 2019)
entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o § 4º O disposto neste artigo não se aplica ao ensino militar
Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. a que se refere o art. 83 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.796,
§ 1º O poder público, na esfera de sua competência de 2019) (Vide parágrafo único do art. 2)
federativa, deverá:
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em TÍTULO IV
idade escolar, bem como os jovens e adultos que não Da Organização da Educação Nacional
concluíram a educação básica;
II - fazer-lhes a chamada pública; Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à Municípios organizarão, em regime de colaboração, os
escola. respectivos sistemas de ensino.
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público § 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de
assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e
nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais

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APOSTILAS OPÇÃO

exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com
relação às demais instâncias educacionais. prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem,
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização respeitado o disposto no art. 38 desta Lei;
nos termos desta Lei. VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede
estadual.
Art. 9º A União incumbir-se-á de: Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração competências referentes aos Estados e aos Municípios.
com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições
Territórios; oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas
III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao e planos educacionais da União e dos Estados;
Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à III - baixar normas complementares para o seu sistema de
escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva ensino;
e supletiva; IV - autorizar, credenciar e supervisionar os
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito estabelecimentos do seu sistema de ensino;
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e,
educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em
nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas
assegurar formação básica comum; plenamente as necessidades de sua área de competência e com
IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela
Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimentos Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do
para identificação, cadastramento e atendimento, na educação ensino.
básica e na educação superior, de alunos com altas habilidades VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede
ou superdotação; (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015) municipal.
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por
educação; se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele
VI - assegurar processo nacional de avaliação do um sistema único de educação básica.
rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior,
em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as
definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino; normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e incumbência de:
pós-graduação; I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e
instituições de educação superior, com a cooperação dos financeiros;
sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula
ensino; estabelecidas;
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada
avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de docente;
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor
ensino. rendimento;
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando
Nacional de Educação, com funções normativas e de processos de integração da sociedade com a escola;
supervisão e atividade permanente, criado por lei. VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a
União terá acesso a todos os dados e informações necessários frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a
de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais. execução da proposta pedagógica da escola;
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser VIII - notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação
delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de 30%
mantenham instituições de educação superior. (trinta por cento) do percentual permitido em lei; (Redação
dada pela Lei nº 13.803, de 2019)
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições de combate a todos os tipos de violência, especialmente a
oficiais dos seus sistemas de ensino; intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas;
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na (Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018)
oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de
distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo paz nas escolas. (Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018)
com a população a ser atendida e os recursos financeiros XI - promover ambiente escolar seguro, adotando
disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público; estratégias de prevenção e enfrentamento ao uso ou
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em dependência de drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação,
integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
Municípios; I - participar da elaboração da proposta pedagógica do
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e estabelecimento de ensino;
avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
V - baixar normas complementares para o seu sistema de IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos
ensino; de menor rendimento;

Legislação Educacional 35
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APOSTILAS OPÇÃO

V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, CAPÍTULO II


além de participar integralmente dos períodos dedicados ao DA EDUCAÇÃO BÁSICA
planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; Seção I
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola Das Disposições Gerais
com as famílias e a comunidade.
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável
gestão democrática do ensino público na educação básica, de para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para
acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes progredir no trabalho e em estudos posteriores.
princípios:
I - participação dos profissionais da educação na Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries
elaboração do projeto pedagógico da escola; anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de
II - participação das comunidades escolar e local em períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade,
conselhos escolares ou equivalentes. na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de
organização, sempre que o interesse do processo de
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades aprendizagem assim o recomendar.
escolares públicas de educação básica que os integram § 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive
progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa quando se tratar de transferências entre estabelecimentos
e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito situados no País e no exterior, tendo como base as normas
financeiro público. curriculares gerais.
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às
Art. 16. O sistema federal de ensino compreende: peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a
I - as instituições de ensino mantidas pela União; critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir
II - as instituições de educação superior mantidas pela o número de horas letivas previsto nesta Lei.
iniciativa privada; (Redação dada pela Lei nº 13.868, de 2019)
III - os órgãos federais de educação. Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio,
será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas
Federal compreendem: para o ensino fundamental e para o ensino médio, distribuídas
I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar,
pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal; excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver;
II - as instituições de educação superior mantidas pelo (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
Poder Público municipal; II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a
III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas primeira do ensino fundamental, pode ser feita:
e mantidas pela iniciativa privada; a) por promoção, para alunos que cursaram, com
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola;
respectivamente. b) por transferência, para candidatos procedentes de
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de outras escolas;
educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, c) independentemente de escolarização anterior, mediante
integram seu sistema de ensino. avaliação feita pela escola, que defina o grau de
desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem: inscrição na série ou etapa adequada, conforme
I - as instituições do ensino fundamental, médio e de regulamentação do respectivo sistema de ensino;
educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal; III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular
II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas por série, o regimento escolar pode admitir formas de
pela iniciativa privada; progressão parcial, desde que preservada a sequência do
III - os órgãos municipais de educação. currículo, observadas as normas do respectivo sistema de
ensino;
Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos
classificam-se nas seguintes categorias administrativas: de séries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento
I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou
mantidas e administradas pelo Poder Público; (Incluído pela outros componentes curriculares;
Lei nº 13.868, de 2019) V - a verificação do rendimento escolar observará os
II - privadas, assim entendidas as mantidas e seguintes critérios:
administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do
privado. (Incluído pela Lei nº 13.868, de 2019) aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
III - comunitárias, na forma da lei. (Incluído pela Lei nº quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de
13.868, de 2019) eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com
Art. 20. (Revogado pela Lei nº 13.868, de 2019) atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries
TÍTULO V mediante verificação do aprendizado;
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
CAPÍTULO I e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de
Da Composição dos Níveis Escolares preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo
rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições
Art. 21. A educação escolar compõe-se de: de ensino em seus regimentos;
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino VI - o controle de frequência fica a cargo da escola,
fundamental e ensino médio; conforme o disposto no seu regimento e nas normas do
II - educação superior. respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de

Legislação Educacional 36
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APOSTILAS OPÇÃO

setenta e cinco por cento do total de horas letivas para § 8º A exibição de filmes de produção nacional constituirá
aprovação; componente curricular complementar integrado à proposta
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no
escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou mínimo, 2 (duas) horas mensais.
certificados de conclusão de cursos, com as especificações § 9º Conteúdos relativos aos direitos humanos e à
cabíveis. prevenção de todas as formas de violência contra a criança e
§ 1º A carga horária mínima anual de que trata o inciso I do ao adolescente serão incluídos, como temas transversais, nos
caput deverá ser ampliada de forma progressiva, no ensino currículos escolares de que trata o caput deste artigo, tendo
médio, para mil e quatrocentas horas, devendo os sistemas de como diretriz a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto
ensino oferecer, no prazo máximo de cinco anos, pelo menos da Criança e do Adolescente), observada a produção e
mil horas anuais de carga horária, a partir de 2 de março de distribuição de material didático adequado.
2017. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) § 9º-A. A educação alimentar e nutricional será incluída
§ 2º Os sistemas de ensino disporão sobre a oferta de entre os temas transversais de que trata o caput. (Incluído pela
educação de jovens e adultos e de ensino noturno regular, Lei nº 13.666, de 2018)
adequado às condições do educando, conforme o inciso VI do § 10. A inclusão de novos componentes curriculares de
art. 4º. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) caráter obrigatório na Base Nacional Comum Curricular
dependerá de aprovação do Conselho Nacional de Educação e
Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades de homologação pelo Ministro de Estado da Educação.
responsáveis alcançar relação adequada entre o número de (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais
do estabelecimento. Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o
vista das condições disponíveis e das características regionais estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do disposto (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008)
neste artigo. § 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo
incluirá diversos aspectos da história e da cultura que
Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino caracterizam a formação da população brasileira, a partir
fundamental e do ensino médio devem ter base nacional desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas
cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o
exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas
cultura, da economia e dos educandos. contribuições nas áreas social, econômica e política,
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, pertinentes à história do Brasil. (Redação dada pela Lei nº
obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da 11.645, de 2008)
matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da § 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-
realidade social e política, especialmente do Brasil. brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados
§ 2º O ensino da arte, especialmente em suas expressões no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
regionais, constituirá componente curricular obrigatório da educação artística e de literatura e história brasileiras.
educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008)
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da
escola, é componente curricular obrigatório da educação Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica
básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social,
I - que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem
horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) comum e à ordem democrática;
II - maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº II - consideração das condições de escolaridade dos alunos
10.793, de 1º.12.2003) em cada estabelecimento;
III - que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em III - orientação para o trabalho;
situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas
(Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) desportivas não-formais.
IV - amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro
de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) Art. 28. Na oferta de educação básica para a população
V - (Vetado) rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações
VI - que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e
1º.12.2003) de cada região, especialmente:
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às
contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, II - organização escolar própria, incluindo adequação do
africana e europeia. calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições
§ 5º No currículo do ensino fundamental, a partir do sexto climáticas;
ano, será ofertada a língua inglesa. (Redação dada pela Lei nº III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
13.415, de 2017) Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo,
§ 6º As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as indígenas e quilombolas será precedido de manifestação do
linguagens que constituirão o componente curricular de que órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que
trata o § 2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.278, de considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de
2016). Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a
§ 7º A integralização curricular poderá incluir, a critério manifestação da comunidade escolar.
dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas envolvendo os
temas transversais de que trata o caput. (Redação dada pela
Lei nº 13.415, de 2017)

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APOSTILAS OPÇÃO

Seção II Adolescente, observada a produção e distribuição de material


Da Educação Infantil didático adequado.
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação como tema transversal nos currículos do ensino fundamental.
básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina
família e da comunidade. dos horários normais das escolas públicas de ensino
fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os
três anos de idade; procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e
anos de idade. admissão dos professores.
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil,
Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a
as seguintes regras comuns: definição dos conteúdos do ensino religioso.
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do
desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá
mesmo para o acesso ao ensino fundamental; pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula,
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, sendo progressivamente ampliado o período de permanência
distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho na escola.
educacional; § 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas formas alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada § 2º O ensino fundamental será ministrado
integral; progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas
IV - controle de frequência pela instituição de educação de ensino.
pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por
cento) do total de horas; Seção IV
V - expedição de documentação que permita atestar os Do Ensino Médio
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica,
Seção III com duração mínima de três anos, terá como finalidades:
Do Ensino Fundamental I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de prosseguimento de estudos;
9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do
(seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de
cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo aperfeiçoamento posteriores;
como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do III - o aprimoramento do educando como pessoa humana,
cálculo; incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema intelectual e do pensamento crítico;
político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se IV - a compreensão dos fundamentos científico-
fundamenta a sociedade; tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, com a prática, no ensino de cada disciplina.
tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a
formação de atitudes e valores; Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio,
solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas
assenta a vida social. seguintes áreas do conhecimento: (Incluído pela Lei nº 13.415,
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino de 2017)
fundamental em ciclos. I - linguagens e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular 13.415, de 2017)
por série podem adotar no ensino fundamental o regime de II - matemática e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº
progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo 13.415, de 2017)
de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Incluído pela
sistema de ensino. Lei nº 13.415, de 2017)
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em IV - ciências humanas e sociais aplicadas. (Incluído pela Lei
língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a nº 13.415, de 2017)
utilização de suas línguas maternas e processos próprios de § 1º A parte diversificada dos currículos de que trata o
aprendizagem. caput do art. 26, definida em cada sistema de ensino, deverá
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino estar harmonizada à Base Nacional Comum Curricular e ser
a distância utilizado como complementação da aprendizagem articulada a partir do contexto histórico, econômico, social,
ou em situações emergenciais. ambiental e cultural. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, § 2º A Base Nacional Comum Curricular referente ao
obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de
e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 educação física, arte, sociologia e filosofia. (Incluído pela Lei nº
de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do 13.415, de 2017)

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 3º O ensino da língua portuguesa e da matemática será médio cursar mais um itinerário formativo de que trata o
obrigatório nos três anos do ensino médio, assegurada às caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
comunidades indígenas, também, a utilização das respectivas § 6º A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formação
línguas maternas. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) com ênfase técnica e profissional considerará: (Incluído pela
§ 4º Os currículos do ensino médio incluirão, Lei nº 13.415, de 2017)
obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão ofertar I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor
outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, produtivo ou em ambientes de simulação, estabelecendo
preferencialmente o espanhol, de acordo com a parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de instrumentos
disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem
sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) profissional; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 5º A carga horária destinada ao cumprimento da Base II - a possibilidade de concessão de certificados
Nacional Comum Curricular não poderá ser superior a mil e intermediários de qualificação para o trabalho, quando a
oitocentas horas do total da carga horária do ensino médio, de formação for estruturada e organizada em etapas com
acordo com a definição dos sistemas de ensino. (Incluído pela terminalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
Lei nº 13.415, de 2017) § 7º A oferta de formações experimentais relacionadas ao
§ 6º A União estabelecerá os padrões de desempenho inciso V do caput, em áreas que não constem do Catálogo
esperados para o ensino médio, que serão referência nos Nacional dos Cursos Técnicos, dependerá, para sua
processos nacionais de avaliação, a partir da Base Nacional continuidade, do reconhecimento pelo respectivo Conselho
Comum Curricular. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) Estadual de Educação, no prazo de três anos, e da inserção no
§ 7º Os currículos do ensino médio deverão considerar a Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos,
formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho contados da data de oferta inicial da formação. (Incluído pela
voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua Lei nº 13.415, de 2017)
formação nos aspectos físicos, cognitivos e sócio emocionais. § 8º A oferta de formação técnica e profissional a que se
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) refere o inciso V do caput, realizada na própria instituição ou
§ 8º Os conteúdos, as metodologias e as formas de em parceria com outras instituições, deverá ser aprovada
avaliação processual e formativa serão organizados nas redes previamente pelo Conselho Estadual de Educação,
de ensino por meio de atividades teóricas e práticas, provas homologada pelo Secretário Estadual de Educação e
orais e escritas, seminários, projetos e atividades on-line, de certificada pelos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº
tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre: 13.415, de 2017)
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) § 9º As instituições de ensino emitirão certificado com
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que validade nacional, que habilitará o concluinte do ensino médio
presidem a produção moderna; (Incluído pela Lei nº 13.415, ao prosseguimento dos estudos em nível superior ou em
de 2017) outros cursos ou formações para os quais a conclusão do
II - conhecimento das formas contemporâneas de ensino médio seja etapa obrigatória. (Incluído pela Lei nº
linguagem. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 13.415, de 2017)
§ 10. Além das formas de organização previstas no art. 23,
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela o ensino médio poderá ser organizado em módulos e adotar o
Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos, sistema de créditos com terminalidade específica. (Incluído
que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes pela Lei nº 13.415, de 2017)
arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto § 11. Para efeito de cumprimento das exigências
local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino poderão
(Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) reconhecer competências e firmar convênios com instituições
I - linguagens e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº de educação a distância com notório reconhecimento,
13.415, de 2017) mediante as seguintes formas de comprovação: (Incluído pela
II - matemática e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei Lei nº 13.415, de 2017)
nº 13.415, de 2017) I - demonstração prática; (Incluído pela Lei nº 13.415, de
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Redação dada 2017)
pela Lei nº 13.415, de 2017) II - experiência de trabalho supervisionado ou outra
IV - ciências humanas e sociais aplicadas; (Redação dada experiência adquirida fora do ambiente escolar; (Incluído pela
pela Lei nº 13.415, de 2017) Lei nº 13.415, de 2017)
V - formação técnica e profissional. (Incluído pela Lei nº III - atividades de educação técnica oferecidas em outras
13.415, de 2017) instituições de ensino credenciadas; (Incluído pela Lei nº
§ 1º A organização das áreas de que trata o caput e das 13.415, de 2017)
respectivas competências e habilidades será feita de acordo IV - cursos oferecidos por centros ou programas
com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino. ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
(Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) V - estudos realizados em instituições de ensino nacionais
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) ou estrangeiras; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) VI - cursos realizados por meio de educação a distância ou
III - (revogado). educação presencial mediada por tecnologias. (Incluído pela
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008) Lei nº 13.415, de 2017)
§ 3º A critério dos sistemas de ensino, poderá ser § 12. As escolas deverão orientar os alunos no processo de
composto itinerário formativo integrado, que se traduz na escolha das áreas de conhecimento ou de atuação profissional
composição de componentes curriculares da Base Nacional previstas no caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
Comum Curricular - BNCC e dos itinerários formativos,
considerando os incisos I a V do caput. (Redação dada pela Lei Seção IV-A
nº 13.415, de 2017) Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 5º Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste
vagas na rede, possibilitarão ao aluno concluinte do ensino Capítulo, o ensino médio, atendida a formação geral do

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APOSTILAS OPÇÃO

educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões § 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se,
técnicas. preferencialmente, com a educação profissional, na forma do
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, regulamento.
facultativamente, a habilitação profissional poderão ser
desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames
ou em cooperação com instituições especializadas em supletivos, que compreenderão a base nacional comum do
educação profissional. currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em
caráter regular.
Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível médio § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
será desenvolvida nas seguintes formas: I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os
I - articulada com o ensino médio; maiores de quinze anos;
II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores
concluído o ensino médio. de dezoito anos.
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos
médio deverá observar: educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes mediante exames.
curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional
de Educação; CAPÍTULO III
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
ensino; Da Educação Profissional e Tecnológica
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos
de seu projeto pedagógico. Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no
cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se
Art. 36-C. A educação profissional técnica de nível médio aos diferentes níveis e modalidades de educação e às
articulada, prevista no inciso I do caput do art. 36-B desta Lei, dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia.
será desenvolvida de forma: § 1o Os cursos de educação profissional e tecnológica
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído poderão ser organizados por eixos tecnológicos,
o ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a possibilitando a construção de diferentes itinerários
conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível formativos, observadas as normas do respectivo sistema e
médio, na mesma instituição de ensino, efetuando-se nível de ensino.
matrícula única para cada aluno; § 2o A educação profissional e tecnológica abrangerá os
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino seguintes cursos:
médio ou já o estejam cursando, efetuando-se matrículas I - de formação inicial e continuada ou qualificação
distintas para cada curso, e podendo ocorrer: profissional;
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as II - de educação profissional técnica de nível médio;
oportunidades educacionais disponíveis; III - de educação profissional tecnológica de graduação e
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as pós-graduação.
oportunidades educacionais disponíveis; § 3o Os cursos de educação profissional tecnológica de
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no que concerne
de intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao a objetivos, características e duração, de acordo com as
desenvolvimento de projeto pedagógico unificado. diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho
Nacional de Educação.
Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissional
técnica de nível médio, quando registrados, terão validade Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em
nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias
educação superior. de educação continuada, em instituições especializadas ou no
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional ambiente de trabalho.
técnica de nível médio, nas formas articulada concomitante e
subsequente, quando estruturados e organizados em etapas Art. 41. O conhecimento adquirido na educação
com terminalidade, possibilitarão a obtenção de certificados profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser
de qualificação para o trabalho após a conclusão, com objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para
aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma prosseguimento ou conclusão de estudos.
qualificação para o trabalho.
Art. 42. As instituições de educação profissional e
Seção V tecnológica, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos
Da Educação de Jovens e Adultos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à
capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada de escolaridade.
àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos
nos ensinos fundamental e médio na idade própria e CAPÍTULO IV
constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao Da Educação Superior
longo da vida. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018)
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do
idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, espírito científico e do pensamento reflexivo;
consideradas as características do alunado, seus interesses, II - formar diplomados nas diferentes áreas de
condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a e para a participação no desenvolvimento da sociedade
permanência do trabalhador na escola, mediante ações brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
integradas e complementares entre si.

Legislação Educacional 40
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APOSTILAS OPÇÃO

III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem
científica, visando o desenvolvimento da ciência e da como o credenciamento de instituições de educação superior,
tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente,
desenvolver o entendimento do homem e do meio em que após processo regular de avaliação.
vive; § 1º Após um prazo para saneamento de deficiências
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, eventualmente identificadas pela avaliação a que se refere este
científicos e técnicos que constituem patrimônio da artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o
humanidade e comunicar o saber através do ensino, de caso, em desativação de cursos e habilitações, em intervenção
publicações ou de outras formas de comunicação; na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento autonomia, ou em descredenciamento.
cultural e profissional e possibilitar a correspondente § 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo
concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo responsável por sua manutenção acompanhará o processo de
adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários,
conhecimento de cada geração; para a superação das deficiências.
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo § 3º No caso de instituição privada, além das sanções
presente, em particular os nacionais e regionais, prestar previstas no § 1o deste artigo, o processo de reavaliação
serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta poderá resultar em redução de vagas autorizadas e em
uma relação de reciprocidade; suspensão temporária de novos ingressos e de oferta de
VII - promover a extensão, aberta à participação da cursos. (Alterado pela Lei 13.530/2017).
população, visando à difusão das conquistas e benefícios § 4º É facultado ao Ministério da Educação, mediante
resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e procedimento específico e com aquiescência da instituição de
tecnológica geradas na instituição. ensino, com vistas a resguardar os interesses dos estudantes,
VIII - atuar em favor da universalização e do comutar as penalidades previstas nos §§ 1o e 3o deste artigo
aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a por outras medidas, desde que adequadas para superação das
capacitação de profissionais, a realização de pesquisas deficiências e irregularidades constatadas. (Alterado pela Lei
pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão 13.530/2017).
que aproximem os dois níveis escolares. (Incluído pela Lei nº § 5º Para fins de regulação, os Estados e o Distrito Federal
13.174, de 2015) deverão adotar os critérios definidos pela União para
autorização de funcionamento de curso de graduação em
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos Medicina.” (Incluído pela Lei 13.530/2017).
e programas:
I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular,
níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de
requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino, desde trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos
que tenham concluído o ensino médio ou equivalente; exames finais, quando houver.
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham § 1º As instituições informarão aos interessados, antes de
concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido cada período letivo, os programas dos cursos e demais
classificados em processo seletivo; componentes curriculares, sua duração, requisitos,
III - de pós-graduação, compreendendo programas de qualificação dos professores, recursos disponíveis e critérios
mestrado e doutorado, cursos de especialização, de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições,
aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados e a publicação deve ser feita, sendo as 3 (três) primeiras
em cursos de graduação e que atendam às exigências das formas concomitantemente: (Redação dada pela lei nº 13.168,
instituições de ensino; de 2015).
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos I - em página específica na internet no sítio eletrônico
requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de oficial da instituição de ensino superior, obedecido o seguinte:
ensino. (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
§ 1º O resultado do processo seletivo referido no inciso II a) toda publicação a que se refere esta Lei deve ter como
do caput deste artigo será tornado público pela instituição de título “Grade e Corpo Docente”; (Incluída pela lei nº 13.168, de
ensino superior, sendo obrigatórios a divulgação da relação 2015)
nominal dos classificados, a respectiva ordem de classificação b) a página principal da instituição de ensino superior, bem
e o cronograma das chamadas para matrícula, de acordo com como a página da oferta de seus cursos aos ingressantes sob a
os critérios para preenchimento das vagas constantes do forma de vestibulares, processo seletivo e outras com a mesma
edital, assegurado o direito do candidato, classificado ou não, finalidade, deve conter a ligação desta com a página específica
a ter acesso a suas notas ou indicadores de desempenho em prevista neste inciso; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
provas, exames e demais atividades da seleção e a sua posição c) caso a instituição de ensino superior não possua sítio
na ordem de classificação de todos os candidatos. (Redação eletrônico, deve criar página específica para divulgação das
dada pela Lei nº 13.826, de 2019) informações de que trata esta Lei; (Incluída pela lei nº 13.168,
§ 2º No caso de empate no processo seletivo, as instituições de 2015)
públicas de ensino superior darão prioridade de matrícula ao d) a página específica deve conter a data completa de sua
candidato que comprove ter renda familiar inferior a dez última atualização; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
salários mínimos, ou ao de menor renda familiar, quando mais II - em toda propaganda eletrônica da instituição de ensino
de um candidato preencher o critério inicial. (Incluído pela Lei superior, por meio de ligação para a página referida no inciso
nº 13.184, de 2015) I; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
§ 3º O processo seletivo referido no inciso II considerará III - em local visível da instituição de ensino superior e de
as competências e as habilidades definidas na Base Nacional fácil acesso ao público; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
Comum Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) IV - deve ser atualizada semestralmente ou anualmente, de
acordo com a duração das disciplinas de cada curso oferecido,
Art. 45. A educação superior será ministrada em observando o seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com
variados graus de abrangência ou especialização.

Legislação Educacional 41
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APOSTILAS OPÇÃO

a) caso o curso mantenha disciplinas com duração Art. 52. As universidades são instituições
diferenciada, a publicação deve ser semestral; (Incluída pela pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de
lei nº 13.168, de 2015) nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo
b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês antes do início do saber humano, que se caracterizam por: (Regulamento)
das aulas; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) I - produção intelectual institucionalizada mediante o
c) caso haja mudança na grade do curso ou no corpo estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes,
docente até o início das aulas, os alunos devem ser tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e
comunicados sobre as alterações; (Incluída pela lei nº 13.168, nacional;
de 2015) II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação
V - deve conter as seguintes informações: (Incluído pela lei acadêmica de mestrado ou doutorado;
nº 13.168, de 2015) III - um terço do corpo docente em regime de tempo
a) a lista de todos os cursos oferecidos pela instituição de integral.
ensino superior; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) Parágrafo único. É facultada a criação de universidades
b) a lista das disciplinas que compõem a grade curricular especializadas por campo do saber.
de cada curso e as respectivas cargas horárias; (Incluída pela
lei nº 13.168, de 2015) Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às
c) a identificação dos docentes que ministrarão as aulas em universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes
cada curso, as disciplinas que efetivamente ministrará naquele atribuições:
curso ou cursos, sua titulação, abrangendo a qualificação I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e
profissional do docente e o tempo de casa do docente, de forma programas de educação superior previstos nesta Lei,
total, contínua ou intermitente. (Incluída pela lei nº 13.168, de obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do
2015) respectivo sistema de ensino;
§ 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento II - fixar os currículos dos seus cursos e programas,
nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros observadas as diretrizes gerais pertinentes;
instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa
examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos científica, produção artística e atividades de extensão;
seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino. IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade
§ 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores, institucional e as exigências do seu meio;
salvo nos programas de educação a distância. V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em
§ 4º As instituições de educação superior oferecerão, no consonância com as normas gerais atinentes;
período noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória a VII - firmar contratos, acordos e convênios;
oferta noturna nas instituições públicas, garantida a VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de
necessária previsão orçamentária. investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em
geral, bem como administrar rendimentos conforme
Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, dispositivos institucionais;
quando registrados, terão validade nacional como prova da IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma
formação recebida por seu titular. prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos
§ 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por estatutos;
elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições X - receber subvenções, doações, heranças, legados e
não-universitárias serão registrados em universidades cooperação financeira resultante de convênios com entidades
indicadas pelo Conselho Nacional de Educação. públicas e privadas.
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por § 1º Para garantir a autonomia didático-científica das
universidades estrangeiras serão revalidados por universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e
universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários
área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais disponíveis, sobre: (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
de reciprocidade ou equiparação. I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos;
§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos II - ampliação e diminuição de vagas; (Redação dada pela
por universidades que possuam cursos de pós-graduação Lei nº 13.490, de 2017)
reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e III - elaboração da programação dos cursos; (Redação dada
em nível equivalente ou superior. pela Lei nº 13.490, de 2017)
IV - programação das pesquisas e das atividades de
Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a extensão; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
transferência de alunos regulares, para cursos afins, na V - contratação e dispensa de professores; (Redação dada
hipótese de existência de vagas, e mediante processo seletivo. pela Lei nº 13.490, de 2017)
Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na VI - planos de carreira docente. (Redação dada pela Lei nº
forma da lei. 13.490, de 2017)
§ 2º As doações, inclusive monetárias, podem ser dirigidas
Art. 50. As instituições de educação superior, quando da a setores ou projetos específicos, conforme acordo entre
ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus doadores e universidades. (Incluído pela Lei nº 13.490, de
cursos a alunos não regulares que demonstrarem capacidade 2017)
de cursá-las com proveito, mediante processo seletivo prévio. § 3º No caso das universidades públicas, os recursos das
doações devem ser dirigidos ao caixa único da instituição, com
Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas destinação garantida às unidades a serem beneficiadas.
como universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de (Incluído pela Lei nº 13.490, de 2017)
seleção e admissão de estudantes, levarão em conta os efeitos
desses critérios sobre a orientação do ensino médio, Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público
articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas de gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para
ensino. atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e

Legislação Educacional 42
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APOSTILAS OPÇÃO

financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus planos Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos
de carreira e do regime jurídico do seu pessoal. com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
§ 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições altas habilidades ou superdotação:
asseguradas pelo artigo anterior, as universidades públicas I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
poderão: organização específicos, para atender às suas necessidades;
I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e II - terminalidade específica para aqueles que não puderem
administrativo, assim como um plano de cargos e salários, atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental,
atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em
disponíveis; menor tempo o programa escolar para os superdotados;
II - elaborar o regulamento de seu pessoal em III - professores com especialização adequada em nível
conformidade com as normas gerais concernentes; médio ou superior, para atendimento especializado, bem como
III - aprovar e executar planos, programas e projetos de professores do ensino regular capacitados para a integração
investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em desses educandos nas classes comuns;
geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo IV - educação especial para o trabalho, visando a sua
Poder mantenedor; efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições
IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais; adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção
V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos
peculiaridades de organização e funcionamento; oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma
VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou
aprovação do Poder competente, para aquisição de bens psicomotora;
imóveis, instalações e equipamentos; V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino
providências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial regular.
necessárias ao seu bom desempenho.
§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro
estendidas a instituições que comprovem alta qualificação nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação
para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação matriculados na educação básica e na educação superior, a fim
realizada pelo Poder Público. de fomentar a execução de políticas públicas destinadas ao
desenvolvimento pleno das potencialidades desse alunado.
Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e
desenvolvimento das instituições de educação superior por ela Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino
mantidas. estabelecerão critérios de caracterização das instituições
privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação
Art. 56. As instituições públicas de educação superior exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e
obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a financeiro pelo Poder Público.
existência de órgãos colegiados deliberativos, de que Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa
participarão os segmentos da comunidade institucional, local preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com
e regional. deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão habilidades ou superdotação na própria rede pública regular
setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e de ensino, independentemente do apoio às instituições
comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e previstas neste artigo.
modificações estatutárias e regimentais, bem como da escolha
de dirigentes. TÍTULO VI
Dos Profissionais da Educação
Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o
professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar
aulas. básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido
formados em cursos reconhecidos, são:
CAPÍTULO V I - professores habilitados em nível médio ou superior para
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e
médio;
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos II - trabalhadores em educação portadores de diploma de
desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida pedagogia, com habilitação em administração, planejamento,
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;
altas habilidades ou superdotação. III - trabalhadores em educação, portadores de diploma de
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.
especializado, na escola regular, para atender às IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos
peculiaridades da clientela de educação especial. respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, áreas afins à sua formação ou experiência profissional,
escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das atestados por titulação específica ou prática de ensino em
condições específicas dos alunos, não for possível a sua unidades educacionais da rede pública ou privada ou das
integração nas classes comuns de ensino regular. corporações privadas em que tenham atuado, exclusivamente
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput para atender ao inciso V do caput do art. 36; (Incluído pela lei
deste artigo, tem início na educação infantil e estende-se ao nº 13.415, de 2017)
longo da vida, observados o inciso III do art. 4º e o parágrafo V - profissionais graduados que tenham feito
único do art. 60 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.632, complementação pedagógica, conforme disposto pelo
de 2018) Conselho Nacional de Educação. (Incluído pela lei nº 13.415,
de 2017)

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APOSTILAS OPÇÃO

Parágrafo único. A formação dos profissionais da § 2º As instituições de ensino responsáveis pela oferta de
educação, de modo a atender às especificidades do exercício cursos de pedagogia e outras licenciaturas definirão critérios
de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes adicionais de seleção sempre que acorrerem aos certames
etapas e modalidades da educação básica, terá como interessados em número superior ao de vagas disponíveis
fundamentos: para os respectivos cursos. (Incluído pela Lei nº 13.478, de
I - a presença de sólida formação básica, que propicie o 2017)
conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas § 3º Sem prejuízo dos concursos seletivos a serem
competências de trabalho; definidos em regulamento pelas universidades, terão
II - a associação entre teorias e práticas, mediante estágios prioridade de ingresso os professores que optarem por cursos
supervisionados e capacitação em serviço; de licenciatura em matemática, física, química, biologia e
III - o aproveitamento da formação e experiências língua portuguesa. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017)
anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades.
Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão:
Art. 62 A formação de docentes para atuar na educação I - cursos formadores de profissionais para a educação
básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura básica, inclusive o curso normal superior, destinado à
plena, admitida, como formação mínima para o exercício do formação de docentes para a educação infantil e para as
magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do primeiras séries do ensino fundamental;
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na II - programas de formação pedagógica para portadores de
modalidade normal. (Redação dada pela lei nº 13.415, de diplomas de educação superior que queiram se dedicar à
2017) educação básica;
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, III - programas de educação continuada para os
em regime de colaboração, deverão promover a formação profissionais de educação dos diversos níveis.
inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de
magistério. Art. 64. A formação de profissionais de educação para
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos administração, planejamento, inspeção, supervisão e
profissionais de magistério poderão utilizar recursos e orientação educacional para a educação básica, será feita em
tecnologias de educação a distância. cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta
preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo formação, a base comum nacional.
uso de recursos e tecnologias de educação a distância.
§ 4º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios Art. 65. A formação docente, exceto para a educação
adotarão mecanismos facilitadores de acesso e permanência superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas
em cursos de formação de docentes em nível superior para horas.
atuar na educação básica pública.
§ 5º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios Art. 66. A preparação para o exercício do magistério
incentivarão a formação de profissionais do magistério para superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente
atuar na educação básica pública mediante programa em programas de mestrado e doutorado.
institucional de bolsa de iniciação à docência a estudantes Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por
matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, universidade com curso de doutorado em área afim, poderá
nas instituições de educação superior. suprir a exigência de título acadêmico.
§ 6º O Ministério da Educação poderá estabelecer nota
mínima em exame nacional aplicado aos concluintes do ensino Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização
médio como pré-requisito para o ingresso em cursos de dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos
graduação para formação de docentes, ouvido o Conselho termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério
Nacional de Educação - CNE. público:
§ 7º (Vetado). I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas
§ 8º Os currículos dos cursos de formação de docentes e títulos;
terão por referência a Base Nacional Comum II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive
Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) com licenciamento periódico remunerado para esse fim;
III - piso salarial profissional;
Art. 62-A. A formação dos profissionais a que se refere o IV - progressão funcional baseada na titulação ou
inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos de conteúdo habilitação, e na avaliação do desempenho;
técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação,
habilitações tecnológicas. incluído na carga de trabalho;
Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para VI - condições adequadas de trabalho.
os profissionais a que se refere o caput, no local de trabalho ou § 1º A experiência docente é pré-requisito para o exercício
em instituições de educação básica e superior, incluindo profissional de quaisquer outras funções de magistério, nos
cursos de educação profissional, cursos superiores de termos das normas de cada sistema de ensino.
graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação. § 2º Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no §
8o do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas
Art. 62-B. O acesso de professores das redes públicas de funções de magistério as exercidas por professores e
educação básica a cursos superiores de pedagogia e especialistas em educação no desempenho de atividades
licenciatura será efetivado por meio de processo seletivo educativas, quando exercidas em estabelecimento de
diferenciado. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017) educação básica em seus diversos níveis e modalidades,
§ 1º Terão direito de pleitear o acesso previsto no caput incluídas, além do exercício da docência, as de direção de
deste artigo os professores das redes públicas municipais, unidade escolar e as de coordenação e assessoramento
estaduais e federal que ingressaram por concurso público, pedagógico.
tenham pelo menos três anos de exercício da profissão e não § 3º A União prestará assistência técnica aos Estados, ao
sejam portadores de diploma de graduação. (Incluído pela Lei Distrito Federal e aos Municípios na elaboração de concursos
nº 13.478, de 2017)

Legislação Educacional 44
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públicos para provimento de cargos dos profissionais da VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas
educação. públicas e privadas;
VII - amortização e custeio de operações de crédito
TÍTULO VII destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo;
Dos Recursos financeiros VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção
de programas de transporte escolar.
Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os
originários de: Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e
I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com:
Distrito Federal e dos Municípios; I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de
II - receita de transferências constitucionais e outras ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que
transferências; não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade
III - receita do salário-educação e de outras contribuições ou à sua expansão;
sociais; II - subvenção a instituições públicas ou privadas de
IV - receita de incentivos fiscais; caráter assistencial, desportivo ou cultural;
V - outros recursos previstos em lei. III - formação de quadros especiais para a administração
pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos;
Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de IV - programas suplementares de alimentação, assistência
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras
e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas formas de assistência social;
Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de V - obras de infraestrutura, ainda que realizadas para
impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar;
manutenção e desenvolvimento do ensino público. VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação,
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela quando em desvio de função ou em atividade alheia à
União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou manutenção e desenvolvimento do ensino.
pelos Estados aos respectivos Municípios, não será
considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e
receita do governo que a transferir. desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos
§ 2º Serão consideradas excluídas das receitas de impostos balanços do Poder Público, assim como nos relatórios a que se
mencionadas neste artigo as operações de crédito por refere o § 3º do art. 165 da Constituição Federal.
antecipação de receita orçamentária de impostos.
§ 3º Para fixação inicial dos valores correspondentes aos Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão,
mínimos estatuídos neste artigo, será considerada a receita prioritariamente, na prestação de contas de recursos públicos,
estimada na lei do orçamento anual, ajustada, quando for o o cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição
caso, por lei que autorizar a abertura de créditos adicionais, Federal, no art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
com base no eventual excesso de arrecadação. Transitórias e na legislação concernente.
§ 4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as
efetivamente realizadas, que resultem no não atendimento dos Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito
percentuais mínimos obrigatórios, serão apuradas e corrigidas Federal e os Municípios, estabelecerá padrão mínimo de
a cada trimestre do exercício financeiro. oportunidades educacionais para o ensino fundamental,
§ 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios assegurar ensino de qualidade.
ocorrerá imediatamente ao órgão responsável pela educação, Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo
observados os seguintes prazos: será calculado pela União ao final de cada ano, com validade
I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada para o ano subsequente, considerando variações regionais no
mês, até o vigésimo dia; custo dos insumos e as diversas modalidades de ensino.
II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo
dia de cada mês, até o trigésimo dia; Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos
III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final Estados será exercida de modo a corrigir, progressivamente,
de cada mês, até o décimo dia do mês subsequente. as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção qualidade de ensino.
monetária e à responsabilização civil e criminal das § 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a fórmula
autoridades competentes. de domínio público que inclua a capacidade de atendimento e
a medida do esforço fiscal do respectivo Estado, do Distrito
Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e Federal ou do Município em favor da manutenção e do
desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas desenvolvimento do ensino.
à consecução dos objetivos básicos das instituições § 2º A capacidade de atendimento de cada governo será
educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se definida pela razão entre os recursos de uso
destinam a: constitucionalmente obrigatório na manutenção e
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo
demais profissionais da educação; ao padrão mínimo de qualidade.
II - aquisição, manutenção, construção e conservação de § 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e 2º, a
instalações e equipamentos necessários ao ensino; União poderá fazer a transferência direta de recursos a cada
III - uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao estabelecimento de ensino, considerado o número de alunos
ensino; que efetivamente frequentam a escola.
IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas § 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser
visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à exercida em favor do Distrito Federal, dos Estados e dos
expansão do ensino; Municípios se estes oferecerem vagas, na área de ensino de sua
V - realização de atividades-meio necessárias ao responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10 e o inciso V
funcionamento dos sistemas de ensino;

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do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua capacidade de ensino e de assistência estudantil, assim como de estímulo à
atendimento. pesquisa e desenvolvimento de programas especiais.

Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no artigo Art. 79-A. (Vetado)
anterior ficará condicionada ao efetivo cumprimento pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios do disposto nesta Lei, Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de
sem prejuízo de outras prescrições legais. novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’. (Incluído
pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas
públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a
confessionais ou filantrópicas que: veiculação de programas de ensino a distância, em todos os
I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcela § 1º A educação a distância, organizada com abertura e
de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto; regime especiais, será oferecida por instituições
II - apliquem seus excedentes financeiros em educação; especificamente credenciadas pela União.
III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra § 2º A União regulamentará os requisitos para a realização
escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder de exames e registro de diploma relativos a cursos de
Público, no caso de encerramento de suas atividades; educação a distância.
IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos § 3º As normas para produção, controle e avaliação de
recebidos. programas de educação a distância e a autorização para sua
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino,
destinados a bolsas de estudo para a educação básica, na forma podendo haver cooperação e integração entre os diferentes
da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, sistemas.
quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede § 4º A educação a distância gozará de tratamento
pública de domicílio do educando, ficando o Poder Público diferenciado, que incluirá:
obrigado a investir prioritariamente na expansão da sua rede I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais
local. de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em outros meios
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão de comunicação que sejam explorados mediante autorização,
poderão receber apoio financeiro do Poder Público, inclusive concessão ou permissão do poder público;
mediante bolsas de estudo. II - concessão de canais com finalidades exclusivamente
educativas;
TÍTULO VIII III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder
Das Disposições Gerais Público, pelos concessionários de canais comerciais.

Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração Art. 81. É permitida a organização de cursos ou instituições
das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos de ensino experimentais, desde que obedecidas as disposições
índios, desenvolverá programas integrados de ensino e desta Lei.
pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue e
intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos: Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a realização de estágio em sua jurisdição, observada a lei federal
recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de sobre a matéria.
suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
ciências; 11.788, de 2008)
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso
às informações, conhecimentos técnicos e científicos da Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específica,
sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não- admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas
índias. fixadas pelos sistemas de ensino.

Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os Art. 84. Os discentes da educação superior poderão ser
sistemas de ensino no provimento da educação intercultural aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas
às comunidades indígenas, desenvolvendo programas respectivas instituições, exercendo funções de monitoria, de
integrados de ensino e pesquisa. acordo com seu rendimento e seu plano de estudos.
§ 1º Os programas serão planejados com audiência das
comunidades indígenas. Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação
§ 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos nos própria poderá exigir a abertura de concurso público de
Planos Nacionais de Educação, terão os seguintes objetivos: provas e títulos para cargo de docente de instituição pública
I - fortalecer as práticas socioculturais e a língua materna de ensino que estiver sendo ocupado por professor não
de cada comunidade indígena; concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos
II - manter programas de formação de pessoal assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do Ato
especializado, destinado à educação escolar nas comunidades das Disposições Constitucionais Transitórias.
indígenas;
III - desenvolver currículos e programas específicos, neles Art. 86. As instituições de educação superior constituídas
incluindo os conteúdos culturais correspondentes às como universidades integrar-se-ão, também, na sua condição
respectivas comunidades; de instituições de pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e
IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático Tecnologia, nos termos da legislação específica.
específico e diferenciado.
§ 3º No que se refere à educação superior, sem prejuízo de
outras ações, o atendimento aos povos indígenas efetivar-se-á,
nas universidades públicas e privadas, mediante a oferta de

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APOSTILAS OPÇÃO

TÍTULO IX Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175º da Independência


Das Disposições Transitórias e 108º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um Paulo Renato Souza
ano a partir da publicação desta Lei.
§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação Questões
desta Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano
Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez anos 01. (SEAP/DF - Professor - IBFC) De acordo com o que
seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial sobre disserta a Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Educação para Todos. Brasileira (LDB), julgue os itens a seguir:
§ 2º (Revogado) (Redação dada pela lei nº 12.796, de I. A LDB reconhece que a educação abrange os processos
2013) formativos que se desenvolvem na vida familiar, na
§ 3º O Distrito Federal, cada Estado e Município, e, convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino,
supletivamente, a União, devem: nos movimentos sociais e nas manifestações culturais. Por
I - (Revogado) (Redação dada pela lei nº 12.796, de 2013) isso, a lei disserta, expressamente, que a educação escolar
a) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
b) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) II. A educação básica é obrigatória e gratuita dos 6 anos aos
c) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006) 17 anos de idade, organizada da seguinte forma: pré-escola,
II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e ensino fundamental e ensino médio. Sendo a educação infantil
adultos insuficientemente escolarizados; gratuita às crianças de até 6 anos de idade
III - realizar programas de capacitação para todos os III. O atendimento ao educando é previsto, em todas as
professores em exercício, utilizando também, para isto, os etapas da educação básica, por meio de programas
recursos da educação a distância; suplementares de material didático-escolar e alimentação.
IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino Transporte e assistência à saúde não estão expressamente
fundamental do seu território ao sistema nacional de avaliação previstos na LDB 9394/96, sendo deixados à lei ordinária.
do rendimento escolar. IV. É garantida a vaga na escola pública de educação
§ 4º (Revogado) infantil ou de ensino fundamental mais próxima da residência
§ 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a a toda criança a partir do dia em que completar 4 anos de
progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino idade.
fundamental para o regime de escolas de tempo integral. V. É garantido acesso público e gratuito aos ensinos
§ 6º A assistência financeira da União aos Estados, ao fundamental e médio para todos os que não os concluíram na
Distrito Federal e aos Municípios, bem como a dos Estados aos idade própria, porém vedado acesso aos níveis mais elevados
seus Municípios, ficam condicionadas ao cumprimento do art. do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
212 da Constituição Federal e dispositivos legais pertinentes capacidade de cada um.
pelos governos beneficiados. É correto o que afirma em:
(A) I, II e III, apenas.
Art. 87-A. (Vetado). (B) I e IV, apenas.
(C) II, III e V, apenas.
Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os (D) I, IV e V, apenas.
Municípios adaptarão sua legislação educacional e de ensino
às disposições desta Lei no prazo máximo de um ano, a partir 02. (Prefeitura Municipal de Alumínio/SP - Auxiliar de
da data de sua publicação. Desenvolvimento Infantil - VUNESP) A Lei Federal nº 9.394,
§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus estatutos de 20.12.1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
e regimentos aos dispositivos desta Lei e às normas dos Nacional), introduziu uma série de inovações em relação à
respectivos sistemas de ensino, nos prazos por estes Educação Básica, dentre as quais,
estabelecidos. (A) a construção de identidade das creches e pré-escolas
§ 2º O prazo para que as universidades cumpram o com base nas diferenciações em relação à classe social das
disposto nos incisos II e III do art. 52 é de oito anos. crianças.
(B) o atendimento obrigatório e gratuito no ensino
Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que venham fundamental e gratuidade extensiva apenas à Educação
a ser criadas deverão, no prazo de três anos, a contar da Infantil das crianças a partir dos 4 anos de idade.
publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de (C) o atendimento em creches e pré-escolas pelos órgãos
ensino. de assistência social, prioritariamente.
(D) o entendimento da creche e pré-escola como um favor
Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o regime aos socialmente menos favorecidos.
anterior e o que se institui nesta Lei serão resolvidas pelo (E) a integração das creches nos sistemas de ensino,
Conselho Nacional de Educação ou, mediante delegação deste, compondo, junto com as pré-escolas, a primeira etapa da
pelos órgãos normativos dos sistemas de ensino, preservada a Educação Básica.
autonomia universitária.
03. (TJ/GO - Analista Judiciário - Pedagogia - FGV) A
Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. educação escolar, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/96, é dever da família
Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs 4.024, de e do Estado.
20 de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de novembro de 1968, Cabe ao Estado garantir, a partir da nova redação do Art.
não alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de novembro de 1995 4º da LDB instituída pela Lei nº 12.796, de 2013:
e 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e, ainda, as Leis nºs 5.692, (A) educação básica obrigatória e gratuita dos seis aos
de 11 de agosto de 1971 e 7.044, de 18 de outubro de 1982, e quatorze anos de idade;
as demais leis e decretos-lei que as modificaram e quaisquer (B) educação infantil e ensino fundamental obrigatórios e
outras disposições em contrário. gratuitos;

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(C) ensino fundamental e ensino médio obrigatórios e 2008, e promulgados pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto
gratuitos; de 2009, data de início de sua vigência no plano interno.
(D) educação básica obrigatória e gratuita a todos que
desejarem cursá-la; Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que
(E) educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
dezessete anos de idade. intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na
04. (Pref. Mun. de Palhoça/SC - Professor de Educação sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Infantil) Assinale a alternativa FALSA: § 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será
(A) A educação superior somente será ministrada em biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e
instituições de ensino superior públicas, com variados graus interdisciplinar e considerará:
de abrangência ou especialização. I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
(B) Os cursos de pós-graduação serão oferecidos em II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
diversas instituições públicas ou privadas. III - a limitação no desempenho de atividades; e
(C) A educação superior será oferecida tanto em IV - a restrição de participação.
instituições públicas como nas privadas. § 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação
(D) A educação superior será ministrada em instituições da deficiência. (Vide Lei nº 13.846, de 2019)
de ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus
de abrangência ou especialização. Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para
05. (Pref. Mun. de Nova Friburgo/RJ - Secretário utilização, com segurança e autonomia, de espaços,
Escolar - EXATUS/PR) A questão é concernente a Lei de mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes,
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Nº 9394/96)”. informação e comunicação, inclusive seus sistemas e
Segundo a LDB, a educação escolar compõe-se de: tecnologias, bem como de outros serviços e instalações
(A) Educação Básica e Educação Infantil. abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo,
(B) Educação Infantil e Ensino Fundamental. tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com
(C) Educação Básica e Educação Superior. deficiência ou com mobilidade reduzida;
(D) Educação Básica, Educação Infantil e Educação II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes,
Superior. programas e serviços a serem usados por todas as pessoas,
sem necessidade de adaptação ou de projeto específico,
Gabarito incluindo os recursos de tecnologia assistiva;
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
01.B / 02.E / 03.E / 04.A / 05.C equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias,
estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a
funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da
3. Lei Brasileira de Inclusão pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à
sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão
- Lei nº 13.146/15. social;
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que limite ou impeça a participação social da
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 20153 pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus
direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à
Deficiência (Estatuto da Pessoa Com Deficiência). compreensão, à circulação com segurança, entre outros,
classificadas em:
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso
coletivo;
LIVRO I b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios
PARTE GERAL públicos e privados;
TÍTULO I c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES meios de transportes;
CAPÍTULO I d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer
DISPOSIÇÕES GERAIS entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou
impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa informações por intermédio de sistemas de comunicação e de
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), tecnologia da informação;
destinada a assegurar e a promover, em condições de e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que
igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com
fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua deficiência em igualdade de condições e oportunidades com as
inclusão social e cidadania. demais pessoas;
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo acesso da pessoa com deficiência às tecnologias;
Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional por meio do V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que
Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008, em abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua
conformidade com o procedimento previsto no § 3º do art. 5º Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille,
da Constituição da República Federativa do Brasil, em vigor o sistema de sinalização ou de comunicação tátil, os caracteres
para o Brasil, no plano jurídico externo, desde 31 de agosto de ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a

3Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-


2018/2015/Lei/L13146.htm - Acesso em 03/10/2019 às 13h15min.

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linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os § 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência
meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou
aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar,
tecnologias da informação e das comunicações; impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com
ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de
desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, fornecimento de tecnologias assistivas.
a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar § 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição
ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as de benefícios decorrentes de ação afirmativa.
demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais;
VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou
energia elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de degradante.
comunicação, abastecimento e distribuição de água, Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no
paisagismo e os que materializam as indicações do caput deste artigo, são considerados especialmente
planejamento urbanístico; vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas deficiência.
vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos
elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da
modificação ou seu traslado não provoque alterações pessoa, inclusive para:
substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes de I - casar-se e constituir união estável;
sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e
marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e
análoga; planejamento familiar;
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização
por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, compulsória;
permanente ou temporária, gerando redução efetiva da V - exercer o direito à família e à convivência familiar e
mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da comunitária; e
percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à
criança de colo e obeso; adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de
X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de oportunidades com as demais pessoas.
Acolhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas)
localizadas em áreas residenciais da comunidade, com Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade
estruturas adequadas, que possam contar com apoio competente qualquer forma de ameaça ou de violação aos
psicossocial para o atendimento das necessidades da pessoa direitos da pessoa com deficiência.
acolhida, destinadas a jovens e adultos com deficiência, em Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes
situação de dependência, que não dispõem de condições de e os tribunais tiverem conhecimento de fatos que caracterizem
autossustentabilidade e com vínculos familiares fragilizados as violações previstas nesta Lei, devem remeter peças ao
ou rompidos; Ministério Público para as providências cabíveis.
XI - moradia para a vida independente da pessoa com
deficiência: moradia com estruturas adequadas capazes de Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família
proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a
que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens e efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
adultos com deficiência; sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à
que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte,
básicos e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à
suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou os informação, à comunicação, aos avanços científicos e
procedimentos identificados com profissões legalmente tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à
estabelecidas; convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das
atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis
com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal,
quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades de social e econômico.
ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as
técnicas ou os procedimentos identificados com profissões Seção Única
legalmente estabelecidas; Do Atendimento Prioritário
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com
deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber
atendente pessoal. atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
CAPÍTULO II II - atendimento em todas as instituições e serviços de
DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO atendimento ao público;
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade tecnológicos, que garantam atendimento em igualdade de
de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá condições com as demais pessoas;
nenhuma espécie de discriminação.

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IV - disponibilização de pontos de parada, estações e Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-
terminais acessíveis de transporte coletivo de passageiros e se em avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades
garantia de segurança no embarque e no desembarque; e potencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes
V - acesso a informações e disponibilização de recursos de diretrizes:
comunicação acessíveis; I - diagnóstico e intervenção precoces;
VI - recebimento de restituição de imposto de renda; II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e funcional, buscando o desenvolvimento de aptidões;
administrativos em que for parte ou interessada, em todos os III - atuação permanente, integrada e articulada de
atos e diligências. políticas públicas que possibilitem a plena participação social
da pessoa com deficiência;
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação
acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente intersetorial, nos diferentes níveis de complexidade, para
pessoal, exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste atender às necessidades específicas da pessoa com deficiência;
artigo. V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a com deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a
prioridade conferida por esta Lei é condicionada aos organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos
protocolos de atendimento médico. territórios locais e as normas do Sistema Único de Saúde (SUS).

TÍTULO II Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de


DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS reabilitação para a pessoa com deficiência, são garantidos:
CAPÍTULO I I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para
DO DIREITO À VIDA atender às características de cada pessoa com deficiência;
II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação,
pessoa com deficiência ao longo de toda a vida. materiais e equipamentos adequados e apoio técnico
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou profissional, de acordo com as especificidades de cada pessoa
estado de calamidade pública, a pessoa com deficiência será com deficiência;
considerada vulnerável, devendo o poder público adotar IV - capacitação continuada de todos os profissionais que
medidas para sua proteção e segurança. participem dos programas e serviços.

Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover
a se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ações articuladas para garantir à pessoa com deficiência e sua
ou a institucionalização forçada. família a aquisição de informações, orientações e formas de
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com acesso às políticas públicas disponíveis, com a finalidade de
deficiência em situação de curatela poderá ser suprido, na propiciar sua plena participação social.
forma da lei. Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste
artigo podem fornecer informações e orientações nas áreas de
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da saúde, de educação, de cultura, de esporte, de lazer, de
pessoa com deficiência é indispensável para a realização de transporte, de previdência social, de assistência social, de
tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa habitação, de trabalho, de empreendedorismo, de acesso ao
científica. crédito, de promoção, proteção e defesa de direitos e nas
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de demais áreas que possibilitem à pessoa com deficiência
curatela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau exercer sua cidadania.
possível, para a obtenção de consentimento.
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com CAPÍTULO III
deficiência em situação de tutela ou de curatela deve ser DO DIREITO À SAÚDE
realizada, em caráter excepcional, apenas quando houver
indícios de benefício direto para sua saúde ou para a saúde de Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa
outras pessoas com deficiência e desde que não haja outra com deficiência em todos os níveis de complexidade, por
opção de pesquisa de eficácia comparável com participantes intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário.
não tutelados ou curatelados. § 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência
na elaboração das políticas de saúde a ela destinadas.
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida § 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e
sem seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de técnicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais de
risco de morte e de emergência em saúde, resguardado seu saúde e contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às
superior interesse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis. especificidades da pessoa com deficiência, incluindo temas
como sua dignidade e autonomia.
CAPÍTULO II § 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO com deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de
reabilitação, deve ser garantida capacitação inicial e
Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um continuada.
direito da pessoa com deficiência. § 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à
Parágrafo único. O processo de habilitação e de pessoa com deficiência devem assegurar:
reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento de I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por
potencialidades, talentos, habilidades e aptidões físicas, equipe multidisciplinar;
cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que
e artísticas que contribuam para a conquista da autonomia da necessários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a
pessoa com deficiência e de sua participação social em manutenção da melhor condição de saúde e qualidade de vida;
igualdade de condições e oportunidades com as demais III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento
pessoas. ambulatorial e internação;

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IV - campanhas de vacinação; tecnologia assistiva e de todas as formas de comunicação


V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares previstas no inciso V do art. 3º desta Lei.
e atendentes pessoais;
VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos
orientação sexual da pessoa com deficiência; quanto privados, devem assegurar o acesso da pessoa com
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à deficiência, em conformidade com a legislação em vigor,
fertilização assistida; mediante a remoção de barreiras, por meio de projetos
VIII - informação adequada e acessível à pessoa com arquitetônico, de ambientação de interior e de comunicação
deficiência e a seus familiares sobre sua condição de saúde; que atendam às especificidades das pessoas com deficiência
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o física, sensorial, intelectual e mental.
desenvolvimento de deficiências e agravos adicionais;
X - promoção de estratégias de capacitação permanente Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de
das equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, violência praticada contra a pessoa com deficiência serão
no atendimento à pessoa com deficiência, bem como objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde
orientação a seus atendentes pessoais; públicos e privados à autoridade policial e ao Ministério
XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de Público, além dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com
locomoção, medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais, Deficiência.
conforme as normas vigentes do Ministério da Saúde. Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às violência contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou
instituições privadas que participem de forma complementar omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause
do SUS ou que recebam recursos públicos para sua morte ou dano ou sofrimento físico ou psicológico.
manutenção.
CAPÍTULO IV
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à DO DIREITO À EDUCAÇÃO
prevenção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por
meio de: Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em
com garantia de parto humanizado e seguro; todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma
II - promoção de práticas alimentares adequadas e a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus
saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, prevenção e talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais,
cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e segundo suas características, interesses e necessidades de
nutrição da mulher e da criança; aprendizagem.
III - aprimoramento e expansão dos programas de Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da
imunização e de triagem neonatal; comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de
IV - identificação e controle da gestante de alto risco. qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de
toda forma de violência, negligência e discriminação.
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de
saúde são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar,
mínimo, todos os serviços e produtos ofertados aos demais desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
clientes. I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e
modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a
pessoa com deficiência no local de residência, será prestado garantir condições de acesso, permanência, participação e
atendimento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de
tratamento, garantidos o transporte e a acomodação da pessoa acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a
com deficiência e de seu acompanhante. inclusão plena;
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em educacional especializado, assim como os demais serviços e
observação é assegurado o direito a acompanhante ou a adaptações razoáveis, para atender às características dos
atendente pessoal, devendo o órgão ou a instituição de saúde estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao
proporcionar condições adequadas para sua permanência em currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista
tempo integral. e o exercício de sua autonomia;
§ 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira
ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como
ao profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá- segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas
la por escrito. inclusivas;
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em
deste artigo, o órgão ou a instituição de saúde deve adotar as ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e
providências cabíveis para suprir a ausência do acompanhante social dos estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a
ou do atendente pessoal. permanência, a participação e a aprendizagem em instituições
de ensino;
Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos
contra a pessoa com deficiência, inclusive por meio de métodos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de
cobrança de valores diferenciados por planos e seguros equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva;
privados de saúde, em razão de sua condição. VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de
plano de atendimento educacional especializado, de
Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos organização de recursos e serviços de acessibilidade e de
serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de
informações prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva;

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APOSTILAS OPÇÃO

VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas III - disponibilização de provas em formatos acessíveis
famílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade para atendimento às necessidades específicas do candidato
escolar; com deficiência;
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de
desenvolvimento dos aspectos linguísticos, culturais, tecnologia assistiva adequados, previamente solicitados e
vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a escolhidos pelo candidato com deficiência;
criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com
deficiência; V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos candidato com deficiência, tanto na realização de exame para
programas de formação inicial e continuada de professores e seleção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia
oferta de formação continuada para o atendimento solicitação e comprovação da necessidade;
educacional especializado; VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas,
XI - formação e disponibilização de professores para o discursivas ou de redação que considerem a singularidade
atendimento educacional especializado, de tradutores e linguística da pessoa com deficiência, no domínio da
intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais modalidade escrita da língua portuguesa;
de apoio; VII - tradução completa do edital e de suas retificações em
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso Libras.
de recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar
habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua CAPÍTULO V
autonomia e participação; DO DIREITO À MORADIA
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional
e tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia
as demais pessoas; digna, no seio da família natural ou substituta, com seu cônjuge
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de ou companheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a
nível superior e de educação profissional técnica e tecnológica, vida independente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em
de temas relacionados à pessoa com deficiência nos residência inclusiva.
respectivos campos de conhecimento; § 1º O poder público adotará programas e ações
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de estratégicas para apoiar a criação e a manutenção de moradia
condições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de para a vida independente da pessoa com deficiência.
lazer, no sistema escolar; § 2º A proteção integral na modalidade de residência
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, inclusiva será prestada no âmbito do Suas à pessoa com
trabalhadores da educação e demais integrantes da deficiência em situação de dependência que não disponha de
comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às condições de autossustentabilidade, com vínculos familiares
atividades concernentes a todas as modalidades, etapas e fragilizados ou rompidos.
níveis de ensino;
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar; Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou
XVIII - articulação intersetorial na implementação de subsidiados com recursos públicos, a pessoa com deficiência
políticas públicas. ou o seu responsável goza de prioridade na aquisição de
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e imóvel para moradia própria, observado o seguinte:
modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades
nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, habitacionais para pessoa com deficiência;
XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo vedada a cobrança de II - (VETADO);
valores adicionais de qualquer natureza em suas III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de
mensalidades, anuidades e matrículas no cumprimento dessas acessibilidade nas áreas de uso comum e nas unidades
determinações. habitacionais no piso térreo e de acessibilidade ou de
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da adaptação razoável nos demais pisos;
Libras a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se IV - disponibilização de equipamentos urbanos
observar o seguinte: comunitários acessíveis;
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na V - elaboração de especificações técnicas no projeto que
educação básica devem, no mínimo, possuir ensino médio permitam a instalação de elevadores.
completo e certificado de proficiência na Libras; § 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste artigo,
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando será reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas
direcionados à tarefa de interpretar nas salas de aula dos uma vez.
cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível § 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de
superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução e financiamento devem ser compatíveis com os rendimentos da
Interpretação em Libras. pessoa com deficiência ou de sua família.
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas
Art. 29. (VETADO). unidades habitacionais reservadas por força do disposto no
inciso I do caput deste artigo, as unidades não utilizadas serão
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e disponibilizadas às demais pessoas.
permanência nos cursos oferecidos pelas instituições de
ensino superior e de educação profissional e tecnológica, Art. 33. Ao poder público compete:
públicas e privadas, devem ser adotadas as seguintes medidas: I - adotar as providências necessárias para o cumprimento
I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e
dependências das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos II - divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a
serviços; política habitacional prevista nas legislações federal,
II - disponibilização de formulário de inscrição de exames estaduais, distrital e municipais, com ênfase nos dispositivos
com campos específicos para que o candidato com deficiência sobre acessibilidade.
informe os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva
necessários para sua participação;

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APOSTILAS OPÇÃO

CAPÍTULO VI § 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação


DO DIREITO AO TRABALHO profissional e de educação profissional deverão ser oferecidos
Seção I em ambientes acessíveis e inclusivos.
Disposições Gerais § 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional
devem ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas,
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho especialmente de saúde, de ensino e de assistência social, em
de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e todos os níveis e modalidades, em entidades de formação
inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais profissional ou diretamente com o empregador.
pessoas. § 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de por meio de prévia formalização do contrato de emprego da
qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes de pessoa com deficiência, que será considerada para o
trabalho acessíveis e inclusivos. cumprimento da reserva de vagas prevista em lei, desde que
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de por tempo determinado e concomitante com a inclusão
oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e profissional na empresa, observado o disposto em
favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por regulamento.
trabalho de igual valor. § 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com atenderão à pessoa com deficiência.
deficiência e qualquer discriminação em razão de sua
condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, Seção III
contratação, admissão, exames admissional e periódico, Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho
permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação
profissional, bem como exigência de aptidão plena. Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com
deficiência no trabalho a colocação competitiva, em igualdade
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da
ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser
de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de
oferecidos pelo empregador, em igualdade de oportunidades recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável no
com os demais empregados. ambiente de trabalho.
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com
acessibilidade em cursos de formação e de capacitação. deficiência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio,
observadas as seguintes diretrizes:
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência
trabalho e emprego promover e garantir condições de acesso com maior dificuldade de inserção no campo de trabalho;
e de permanência da pessoa com deficiência no campo de II - provisão de suportes individualizados que atendam a
trabalho. necessidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao a disponibilização de recursos de tecnologia assistiva, de
empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos o agente facilitador e de apoio no ambiente de trabalho;
cooperativismo e o associativismo, devem prever a III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa
participação da pessoa com deficiência e a disponibilização de com deficiência apoiada;
linhas de crédito, quando necessárias. IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos
empregadores, com vistas à definição de estratégias de
Seção II inclusão e de superação de barreiras, inclusive atitudinais;
Da Habilitação Profissional e Reabilitação V - realização de avaliações periódicas;
Profissional VI - articulação intersetorial das políticas públicas;
VII - possibilidade de participação de organizações da
Art. 36. O poder público deve implementar serviços e sociedade civil.
programas completos de habilitação profissional e de
reabilitação profissional para que a pessoa com deficiência Art. 38. A entidade contratada para a realização de
possa ingressar, continuar ou retornar ao campo do trabalho, processo seletivo público ou privado para cargo, função ou
respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu interesse. emprego está obrigada à observância do disposto nesta Lei e
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em em outras normas de acessibilidade vigentes.
critérios previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de
habilitação ou de reabilitação que possibilite à pessoa com CAPÍTULO VII
deficiência restaurar sua capacidade e habilidade profissional DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL
ou adquirir novas capacidades e habilidades de trabalho.
§ 2º A habilitação profissional corresponde ao processo Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os
destinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição de benefícios no âmbito da política pública de assistência social à
conhecimentos, habilidades e aptidões para exercício de pessoa com deficiência e sua família têm como objetivo a
profissão ou de ocupação, permitindo nível suficiente de garantia da segurança de renda, da acolhida, da habilitação e
desenvolvimento profissional para ingresso no campo de da reabilitação, do desenvolvimento da autonomia e da
trabalho. convivência familiar e comunitária, para a promoção do acesso
§ 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação a direitos e da plena participação social.
profissional e de educação profissional devem ser dotados de § 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos
recursos necessários para atender a toda pessoa com termos do caput deste artigo, deve envolver conjunto
deficiência, independentemente de sua característica articulado de serviços do âmbito da Proteção Social Básica e
específica, a fim de que ela possa ser capacitada para trabalho da Proteção Social Especial, ofertados pelo Suas, para a
que lhe seja adequado e ter perspectivas de obtê-lo, de garantia de seguranças fundamentais no enfrentamento de
conservá-lo e de nele progredir. situações de vulnerabilidade e de risco, por fragilização de
vínculos e ameaça ou violação de direitos.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa ocupados por pessoas sem deficiência ou que não tenham
com deficiência em situação de dependência deverão contar mobilidade reduzida, observado o disposto em regulamento.
com cuidadores sociais para prestar-lhe cuidados básicos e § 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo
instrumentais. devem situar-se em locais que garantam a acomodação de, no
mínimo, 1 (um) acompanhante da pessoa com deficiência ou
Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não com mobilidade reduzida, resguardado o direito de se
possua meios para prover sua subsistência nem de tê-la acomodar proximamente a grupo familiar e comunitário.
provida por sua família o benefício mensal de 1 (um) salário- § 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve haver,
mínimo, nos termos da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência
1993. acessíveis, conforme padrões das normas de acessibilidade, a
fim de permitir a saída segura da pessoa com deficiência ou
CAPÍTULO VIII com mobilidade reduzida, em caso de emergência.
DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL § 5º Todos os espaços das edificações previstas no caput
deste artigo devem atender às normas de acessibilidade em
Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral vigor.
de Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos § 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as
termos da Lei Complementar no 142, de 8 de maio de 2013. sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa com
deficiência.
CAPÍTULO IX § 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não
DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E poderá ser superior ao valor cobrado das demais pessoas.
AO LAZER
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser
Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao construídos observando-se os princípios do desenho
esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades universal, além de adotar todos os meios de acessibilidade,
com as demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso: conforme legislação em vigor.
I - a bens culturais em formato acessível; § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão
II - a programas de televisão, cinema, teatro e outras disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de seus
atividades culturais e desportivas em formato acessível; e dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade
III - a monumentos e locais de importância cultural e a acessível.
espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e § 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo
esportivos. deverão ser localizados em rotas acessíveis.
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em
formato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer CAPÍTULO X
argumento, inclusive sob a alegação de proteção dos direitos DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE
de propriedade intelectual.
§ 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa
eliminação, à redução ou à superação de barreiras para a com deficiência ou com mobilidade reduzida será assegurado
promoção do acesso a todo patrimônio cultural, observadas as em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, por
normas de acessibilidade, ambientais e de proteção do meio de identificação e de eliminação de todos os obstáculos e
patrimônio histórico e artístico nacional. barreiras ao seu acesso.
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte
Art. 43. O poder público deve promover a participação da coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições,
pessoa com deficiência em atividades artísticas, intelectuais, consideram-se como integrantes desses serviços os veículos,
culturais, esportivas e recreativas, com vistas ao seu os terminais, as estações, os pontos de parada, o sistema viário
protagonismo, devendo: e a prestação do serviço.
I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de § 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta
recursos adequados, em igualdade de oportunidades com as Lei, sempre que houver interação com a matéria nela regulada,
demais pessoas; a outorga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos ou a habilitação de linhas e de serviços de transporte coletivo.
serviços prestados por pessoa ou entidade envolvida na § 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos
organização das atividades de que trata este artigo; e veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros
III - assegurar a participação da pessoa com deficiência em dependem da certificação de acessibilidade emitida pelo
jogos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e gestor público responsável pela prestação do serviço.
artísticas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de
condições com as demais pessoas. Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao
público, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de
de esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares, circulação de pedestres, devidamente sinalizadas, para
serão reservados espaços livres e assentos para a pessoa com veículos que transportem pessoa com deficiência com
deficiência, de acordo com a capacidade de lotação da comprometimento de mobilidade, desde que devidamente
edificação, observado o disposto em regulamento. identificados.
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo § 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem
devem ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa equivaler a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo,
visibilidade, em todos os setores, próximos aos corredores, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada e com as especificações
devidamente sinalizados, evitando-se áreas segregadas de de desenho e traçado de acordo com as normas técnicas
público e obstrução das saídas, em conformidade com as vigentes de acessibilidade.
normas de acessibilidade. § 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem
§ 2º No caso de não haver comprovada procura pelos exibir, em local de ampla visibilidade, a credencial de
assentos reservados, esses podem, excepcionalmente, ser beneficiário, a ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de

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APOSTILAS OPÇÃO

trânsito, que disciplinarão suas características e condições de execução de qualquer tipo de obra, quando tenham destinação
uso. pública ou coletiva;
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão,
sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XX do art. autorização ou habilitação de qualquer natureza;
181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de III - a aprovação de financiamento de projeto com
Trânsito Brasileiro). (Redação dada pela Lei nº 13.281, de utilização de recursos públicos, por meio de renúncia ou de
2016) incentivo fiscal, contrato, convênio ou instrumento congênere;
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é e
vinculada à pessoa com deficiência que possui IV - a concessão de aval da União para obtenção de
comprometimento de mobilidade e é válida em todo o empréstimo e de financiamento internacionais por entes
território nacional. públicos ou privados.

Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que
aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, os portos e os tratem do meio físico, de transporte, de informação e
terminais em operação no País devem ser acessíveis, de forma comunicação, inclusive de sistemas e tecnologias da
a garantir o seu uso por todas as pessoas. informação e comunicação, e de outros serviços,
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste equipamentos e instalações abertos ao público, de uso público
artigo devem dispor de sistema de comunicação acessível que ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na
disponibilize informações sobre todos os pontos do itinerário. rural, devem atender aos princípios do desenho universal,
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade tendo como referência as normas de acessibilidade.
e segurança nos procedimentos de embarque e de § 1º O desenho universal será sempre tomado como regra
desembarque nos veículos de transporte coletivo, de acordo de caráter geral.
com as normas técnicas. § 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos universal não possa ser empreendido, deve ser adotada
veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros adaptação razoável.
dependem da certificação de acessibilidade emitida pelo § 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de
gestor público responsável pela prestação do serviço. conteúdos temáticos referentes ao desenho universal nas
diretrizes curriculares da educação profissional e tecnológica
Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de e do ensino superior e na formação das carreiras de Estado.
turismo, na renovação de suas frotas, são obrigadas ao § 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a
cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48 desta Lei. serem desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de
auxílio à pesquisa e de agências de fomento deverão incluir
Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de temas voltados para o desenho universal.
veículos acessíveis e a sua utilização como táxis e vans, de § 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas
forma a garantir o seu uso por todas as pessoas. deverão considerar a adoção do desenho universal.

Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança
(dez por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com de uso de edificações abertas ao público, de uso público ou
deficiência. (Decreto nº 9.762, de 2019) privadas de uso coletivo deverão ser executadas de modo a
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de serem acessíveis.
valores adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com § 1º As entidades de fiscalização profissional das
deficiência. atividades de Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao
§ 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos anotarem a responsabilidade técnica de projetos, devem exigir
fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a a responsabilidade profissional declarada de atendimento às
que se refere o caput deste artigo. regras de acessibilidade previstas em legislação e em normas
técnicas pertinentes.
Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer § 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de
1 (um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, a certificado de projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de
cada conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota. (Decreto nº instalações e equipamentos temporários ou permanentes e
9.762, de 2019) para o licenciamento ou a emissão de certificado de conclusão
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo, de obra ou de serviço, deve ser atestado o atendimento às
câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e regras de acessibilidade.
comandos manuais de freio e de embreagem. § 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de
edificação ou de serviço, determinará a colocação, em espaços
TÍTULO III ou em locais de ampla visibilidade, do símbolo internacional
DA ACESSIBILIDADE de acesso, na forma prevista em legislação e em normas
CAPÍTULO I técnicas correlatas.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo
Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com já existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma deficiência em todas as suas dependências e serviços, tendo
independente e exercer seus direitos de cidadania e de como referência as normas de acessibilidade vigentes.
participação social.
Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta privado multifamiliar devem atender aos preceitos de
Lei e de outras normas relativas à acessibilidade, sempre que acessibilidade, na forma regulamentar.
houver interação com a matéria nela regulada: § 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo
I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de projeto e pela construção das edificações a que se refere o
comunicação e informação, a fabricação de veículos de caput deste artigo devem assegurar percentual mínimo de
transporte coletivo, a prestação do respectivo serviço e a

Legislação Educacional 55
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APOSTILAS OPÇÃO

suas unidades internamente acessíveis, na forma Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata
regulamentar. o art. 63 desta Lei deve ser observada para obtenção do
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a financiamento de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei.
aquisição de unidades internamente acessíveis a que se refere
o § 1º deste artigo. Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de
telecomunicações deverão garantir pleno acesso à pessoa com
Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços deficiência, conforme regulamentação específica.
públicos, o poder público e as empresas concessionárias
responsáveis pela execução das obras e dos serviços devem Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de
garantir, de forma segura, a fluidez do trânsito e a livre aparelhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade
circulação e acessibilidade das pessoas, durante e após sua que, entre outras tecnologias assistivas, possuam
execução. possibilidade de indicação e de ampliação sonoras de todas as
operações e funções disponíveis.
Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de
acessibilidade previstas em legislação e em normas técnicas, Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens
observado o disposto na Lei no 10.098, de 19 de dezembro de devem permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros:
2000, no 10.257, de 10 de julho de 2001, e no 12.587, de 3 de I - subtitulação por meio de legenda oculta;
janeiro de 2012: II - janela com intérprete da Libras;
I - os planos diretores municipais, os planos diretores de III - audiodescrição.
transporte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e os
planos de preservação de sítios históricos elaborados ou Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de
atualizados a partir da publicação desta Lei; incentivo à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de comercialização de livros em formatos acessíveis, inclusive em
uso e ocupação do solo e as leis do sistema viário; publicações da administração pública ou financiadas com
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; recursos públicos, com vistas a garantir à pessoa com
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; deficiência o direito de acesso à leitura, à informação e à
e comunicação.
V - a legislação referente à prevenção contra incêndio e § 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o
pânico. abastecimento ou a atualização de acervos de bibliotecas em
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento todos os níveis e modalidades de educação e de bibliotecas
para qualquer atividade são condicionadas à observação e à públicas, o poder público deverá adotar cláusulas de
certificação das regras de acessibilidade. impedimento à participação de editoras que não ofertem sua
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação produção também em formatos acessíveis.
equivalente e sua renovação, quando esta tiver sido emitida § 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos
anteriormente às exigências de acessibilidade, é condicionada digitais que possam ser reconhecidos e acessados por
à observação e à certificação das regras de acessibilidade. softwares leitores de telas ou outras tecnologias assistivas que
vierem a substituí-los, permitindo leitura com voz sintetizada,
Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção ampliação de caracteres, diferentes contrastes e impressão em
das ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas Braille.
básicas: § 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e
I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e a produção de artigos científicos em formato acessível,
reserva de recursos para implementação das ações; e inclusive em Libras.
II - planejamento contínuo e articulado entre os setores
envolvidos. Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade
de informações corretas e claras sobre os diferentes produtos
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante e serviços ofertados, por quaisquer meios de comunicação
solicitação, o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos empregados, inclusive em ambiente virtual, contendo a
e cobranças de tributos em formato acessível. especificação correta de quantidade, qualidade,
características, composição e preço, bem como sobre os
CAPÍTULO II eventuais riscos à saúde e à segurança do consumidor com
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, no que
couber, os arts. 30 a 41 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet 1990.
mantidos por empresas com sede ou representação comercial § 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios
no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com publicitários veiculados na imprensa escrita, na internet, no
deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, rádio, na televisão e nos demais veículos de comunicação
conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade abertos ou por assinatura devem disponibilizar, conforme a
adotadas internacionalmente. compatibilidade do meio, os recursos de acessibilidade de que
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em trata o art. 67 desta Lei, a expensas do fornecedor do produto
destaque. ou do serviço, sem prejuízo da observância do disposto nos
§ 2º Telecentros comunitários que receberem recursos arts. 36 a 38 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
públicos federais para seu custeio ou sua instalação e lan § 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante
houses devem possuir equipamentos e instalações acessíveis. solicitação, exemplares de bulas, prospectos, textos ou
§ 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o § 2º deste qualquer outro tipo de material de divulgação em formato
artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de acessível.
seus computadores com recursos de acessibilidade para
pessoa com deficiência visual, sendo assegurado pelo menos 1 Art. 70. As instituições promotoras de congressos,
(um) equipamento, quando o resultado percentual for inferior seminários, oficinas e demais eventos de natureza científico-
a 1 (um). cultural devem oferecer à pessoa com deficiência, no mínimo,

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APOSTILAS OPÇÃO

os recursos de tecnologia assistiva previstos no art. 67 desta III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a
Lei. propaganda eleitoral obrigatória e os debates transmitidos
pelas emissoras de televisão possuam, pelo menos, os recursos
Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os elencados no art. 67 desta Lei;
demais eventos de natureza científico-cultural promovidos ou IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para
financiados pelo poder público devem garantir as condições de tanto, sempre que necessário e a seu pedido, permissão para
acessibilidade e os recursos de tecnologia assistiva. que a pessoa com deficiência seja auxiliada na votação por
pessoa de sua escolha.
Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a § 2º O poder público promoverá a participação da pessoa
serem desenvolvidos com o apoio de agências de com deficiência, inclusive quando institucionalizada, na
financiamento e de órgãos e entidades integrantes da condução das questões públicas, sem discriminação e em
administração pública que atuem no auxílio à pesquisa devem igualdade de oportunidades, observado o seguinte:
contemplar temas voltados à tecnologia assistiva. I - participação em organizações não governamentais
relacionadas à vida pública e à política do País e em atividades
Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em e administração de partidos políticos;
parceria com organizações da sociedade civil, promover a II - formação de organizações para representar a pessoa
capacitação de tradutores e intérpretes da Libras, de guias com deficiência em todos os níveis;
intérpretes e de profissionais habilitados em Braille, III - participação da pessoa com deficiência em
audiodescrição, estenotipia e legendagem. organizações que a representem.

CAPÍTULO III TÍTULO IV


DA TECNOLOGIA ASSISTIVA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento
produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas,
serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua voltados à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da
autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida. pessoa com deficiência e sua inclusão social.
§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração
Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de de conhecimentos e técnicas que visem à prevenção e ao
medidas, a ser renovado em cada período de 4 (quatro) anos, tratamento de deficiências e ao desenvolvimento de
com a finalidade de: tecnologias assistiva e social.
I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com § 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social
oferta de linhas de crédito subsidiadas, específicas para devem ser fomentadas mediante a criação de cursos de pós-
aquisição de tecnologia assistiva; graduação, a formação de recursos humanos e a inclusão do
II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de tema nas diretrizes de áreas do conhecimento.
importação de tecnologia assistiva, especialmente as questões § 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de
atinentes a procedimentos alfandegários e sanitários; instituições públicas e privadas para o desenvolvimento de
III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção tecnologias assistiva e social que sejam voltadas para melhoria
nacional de tecnologia assistiva, inclusive por meio de da funcionalidade e da participação social da pessoa com
concessão de linhas de crédito subsidiado e de parcerias com deficiência.
institutos de pesquisa oficiais; § 4º As medidas previstas neste artigo devem ser
IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e reavaliadas periodicamente pelo poder público, com vistas ao
de importação de tecnologia assistiva; seu aperfeiçoamento.
V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos
recursos de tecnologia assistiva no rol de produtos Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o
distribuídos no âmbito do SUS e por outros órgãos desenvolvimento, a inovação e a difusão de tecnologias
governamentais. voltadas para ampliar o acesso da pessoa com deficiência às
Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste tecnologias da informação e comunicação e às tecnologias
artigo, os procedimentos constantes do plano específico de sociais.
medidas deverão ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
anos. I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação
como instrumento de superação de limitações funcionais e de
CAPÍTULO IV barreiras à comunicação, à informação, à educação e ao
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E entretenimento da pessoa com deficiência;
POLÍTICA II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem
a ampliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à
Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com computação e aos sítios da internet, em especial aos serviços
deficiência todos os direitos políticos e a oportunidade de de governo eletrônico.
exercê-los em igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de LIVRO II
votar e de ser votada, inclusive por meio das seguintes ações: PARTE ESPECIAL
I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os TÍTULO I
materiais e os equipamentos para votação sejam apropriados, DO ACESSO À JUSTIÇA
acessíveis a todas as pessoas e de fácil compreensão e uso, CAPÍTULO I
sendo vedada a instalação de seções eleitorais exclusivas para DISPOSIÇÕES GERAIS
a pessoa com deficiência;
II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa
desempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com
de governo, inclusive por meio do uso de novas tecnologias as demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos,
assistivas, quando apropriado; adaptações e recursos de tecnologia assistiva.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de
em todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os proteger os interesses da pessoa com deficiência em situação
membros e os servidores que atuam no Poder Judiciário, no de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de
Ministério Público, na Defensoria Pública, nos órgãos de oficio ou a requerimento do interessado, nomear, desde logo,
segurança pública e no sistema penitenciário quanto aos curador provisório, o qual estará sujeito, no que couber, às
direitos da pessoa com deficiência. disposições do Código de Processo Civil.
§ 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência
submetida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e TÍTULO II
garantias a que fazem jus os apenados sem deficiência, DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
garantida a acessibilidade.
§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa
as medidas necessárias à garantia dos direitos previstos nesta em razão de sua deficiência:
Lei. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima
Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de encontrar-se sob cuidado e responsabilidade do agente.
tecnologia assistiva disponíveis para que a pessoa com § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo
deficiência tenha garantido o acesso à justiça, sempre que é cometido por intermédio de meios de comunicação social ou
figure em um dos polos da ação ou atue como testemunha, de publicação de qualquer natureza:
partícipe da lide posta em juízo, advogado, defensor público, Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
magistrado ou membro do Ministério Público.
Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá
acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste,
interesse, inclusive no exercício da advocacia. ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:
I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do
Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão material discriminatório;
garantidos por ocasião da aplicação de sanções penais. II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de
informação na internet.
Art. 82. (VETADO). § 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da
condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a
Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem destruição do material apreendido.
negar ou criar óbices ou condições diferenciadas à prestação
de seus serviços em razão de deficiência do solicitante, Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos,
devendo reconhecer sua capacidade legal plena, garantida a pensão, benefícios, remuneração ou qualquer outro
acessibilidade. rendimento de pessoa com deficiência:
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
deste artigo constitui discriminação em razão de deficiência. Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se
o crime é cometido:
CAPÍTULO II I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI testamenteiro ou depositário judicial; ou
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito profissão.
ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de
condições com as demais pessoas. Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais,
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será casas de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres:
submetida à curatela, conforme a lei. Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover
processo de tomada de decisão apoiada. as necessidades básicas de pessoa com deficiência quando
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência obrigado por lei ou mandado.
constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às
necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio
menor tempo possível. eletrônico ou documento de pessoa com deficiência
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, destinados ao recebimento de benefícios, proventos, pensões
contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço ou remuneração ou à realização de operações financeiras, com
do respectivo ano. o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se
aos direitos de natureza patrimonial e negocial. o crime é cometido por tutor ou curador.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao
próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à TÍTULO III
educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo
constar da sentença as razões e motivações de sua definição, Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa
preservados os interesses do curatelado. com Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro público
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, eletrônico com a finalidade de coletar, processar, sistematizar
ao nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que e disseminar informações georreferenciadas que permitam a
tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com identificação e a caracterização socioeconômica da pessoa com
o curatelado. deficiência, bem como das barreiras que impedem a realização
de seus direitos.
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será
exigida a situação de curatela da pessoa com deficiência.

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Art. 96. O § 6º-A do art. 135 da Lei no 4.737, de 15 de julho
Executivo federal e constituído por base de dados, de 1965 (Código Eleitoral), passa a vigorar com a seguinte
instrumentos, procedimentos e sistemas eletrônicos. redação:
§ 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão “Art. 135. ...
obtidos pela integração dos sistemas de informação e da base ...
de dados de todas as políticas públicas relacionadas aos § 6º-A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada
direitos da pessoa com deficiência, bem como por informações eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-
coletadas, inclusive em censos nacionais e nas demais los na escolha dos locais de votação, de maneira a garantir
pesquisas realizadas no País, de acordo com os parâmetros acessibilidade para o eleitor com deficiência ou com
estabelecidos pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno e nos sistemas
com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. de transporte que lhe dão acesso.
§ 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é
facultada a celebração de convênios, acordos, termos de Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
parceria ou contratos com instituições públicas e privadas, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943,
observados os requisitos e procedimentos previstos em passa a vigorar com as seguintes alterações:
legislação específica. “Art. 428. ...
§ 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as ...
liberdades fundamentais da pessoa com deficiência e os § 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a
princípios éticos que regem a utilização de informações, comprovação da escolaridade de aprendiz com deficiência
devem ser observadas as salvaguardas estabelecidas em lei. deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências
§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser relacionadas com a profissionalização.
utilizados para as seguintes finalidades: ...
I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das § 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos
políticas públicas para a pessoa com deficiência e para ou mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe
identificar as barreiras que impedem a realização de seus anotação na CTPS e matrícula e frequência em programa de
direitos; aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade
II - realização de estudos e pesquisas. qualificada em formação técnico-profissional metódica.” (NR)
§ 6º As informações a que se refere este artigo devem ser “Art. 433. ...
disseminadas em formatos acessíveis. ...
I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz,
Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos salvo para o aprendiz com deficiência quando desprovido de
órgãos de controle interno e externo, deve ser observado o recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio
cumprimento da legislação relativa à pessoa com deficiência e necessário ao desempenho de suas atividades;
das normas de acessibilidade vigentes.
Art. 98. A Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, passa a
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a vigorar com as seguintes alterações:
pessoa com deficiência moderada ou grave que: “Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de
interesses coletivos, difusos, individuais homogêneos e
I - receba o benefício de prestação continuada previsto no individuais indisponíveis da pessoa com deficiência poderão
art. 20 da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que passe ser propostas pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública,
a exercer atividade remunerada que a enquadre como pela União, pelos Estados, pelos Municípios, pelo Distrito
segurado obrigatório do RGPS; Federal, por associação constituída há mais de 1 (um) ano, nos
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício termos da lei civil, por autarquia, por empresa pública e por
de prestação continuada previsto no art. 20 da Lei no 8.742, de fundação ou sociedade de economia mista que inclua, entre
7 de dezembro de 1993, e que exerça atividade remunerada suas finalidades institucionais, a proteção dos interesses e a
que a enquadre como segurado obrigatório do RGPS. promoção de direitos da pessoa com deficiência.

Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com “Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a
deficiência perante os órgãos públicos quando seu 5 (cinco) anos e multa:
deslocamento, em razão de sua limitação funcional e de I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender,
condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em
desproporcional e indevido, hipótese na qual serão estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público
observados os seguintes procedimentos: ou privado, em razão de sua deficiência;
I - quando for de interesse do poder público, o agente II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de
promoverá o contato necessário com a pessoa com deficiência alguém a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua
em sua residência; deficiência;
II - quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à
apresentará solicitação de atendimento domiciliar ou fará pessoa em razão de sua deficiência;
representar-se por procurador constituído para essa IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de
finalidade. prestar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência com deficiência;
atendimento domiciliar pela perícia médica e social do V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pelo serviço ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
ou conveniado, que integre o SUS e pelas entidades da rede indispensáveis à propositura da ação civil pública objeto desta
socioassistencial integrantes do Suas, quando seu Lei, quando requisitados.
deslocamento, em razão de sua limitação funcional e de § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência
condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um
desproporcional e indevido. terço).

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APOSTILAS OPÇÃO

§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos § 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe
para indeferimento de inscrição, de aprovação e de estabelecer a sistemática de fiscalização, bem como gerar
cumprimento de estágio probatório em concursos públicos dados e estatísticas sobre o total de empregados e as vagas
não exclui a responsabilidade patrimonial pessoal do preenchidas por pessoas com deficiência e por beneficiários
administrador público pelos danos causados. reabilitados da Previdência Social, fornecendo-os, quando
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta solicitados, aos sindicatos, às entidades representativas dos
o ingresso de pessoa com deficiência em planos privados de empregados ou aos cidadãos interessados.
assistência à saúde, inclusive com cobrança de valores § 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a
diferenciados. contratação direta de pessoa com deficiência, excluído o
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação das Leis
e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º
de maio de 1943.
Art. 99. O art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, § 4º (VETADO).”
passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII: “Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios
“Art. 20. ... operacionalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por termo de curatela de titular ou de beneficiário com deficiência,
prescrição, necessite adquirir órtese ou prótese para observados os procedimentos a serem estabelecidos em
promoção de acessibilidade e de inclusão social. regulamento.”

Art. 100. A Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990 Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de
(Código de Defesa do Consumidor), passa a vigorar com as 1991, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º:
seguintes alterações: “Art. 2º ...
“Art. 6º ... ...
... § 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do concedidos a projetos culturais que forem disponibilizados,
caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, sempre que tecnicamente possível, também em formato
observado o disposto em regulamento.” acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em
“Art. 43. ... regulamento.”
...
§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo Art. 103. O art. 11 da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992,
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:
para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do “Art. 11. ...
consumidor.” (NR) ...
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de
Art. 101. A Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a acessibilidade previstos na legislação.”
vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 16. ... Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não vigorar com as seguintes alterações:
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) “Art. 3º ...
anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ...
ou deficiência grave; § 2º ...
... ...
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa
intelectual ou mental ou deficiência grave; com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que
atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
“Art. 77. ... ...
... § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida
§ 2º ... margem de preferência para:
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que
ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e atendam a normas técnicas brasileiras; e
um) anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas
intelectual ou mental ou deficiência grave; que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista
... em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da
§ 4º (VETADO). Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação.
“Art. 93. (VETADO):
I - (VETADO); “Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e
II - (VETADO); no inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir,
III - (VETADO); durante todo o período de execução do contrato, a reserva de
IV - (VETADO); cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
V - (VETADO). reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de
§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de acessibilidade previstas na legislação.
beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final de Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o
contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e
e a dispensa imotivada em contrato por prazo indeterminado nos ambientes de trabalho.”
somente poderão ocorrer após a contratação de outro
trabalhador com deficiência ou beneficiário reabilitado da Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de
Previdência Social. 1993, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 20. ...

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§ 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação § 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas
continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que teóricas dos cursos que precedem os exames previstos no art.
tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, 147 desta Lei deve ser acessível, por meio de subtitulação com
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais legenda oculta associada à tradução simultânea em Libras.
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na § 2º É assegurado também ao candidato com deficiência
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de
... intérprete da Libras, para acompanhamento em aulas práticas
§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio e teóricas.”
supervisionado e de aprendizagem não serão computados “Art. 154. (VETADO).”
para os fins de cálculo da renda familiar per capita a que se “Art. 181. ...
refere o § 3º deste artigo. ...
... XVII - ...
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput Infração - grave;
deste artigo, poderão ser utilizados outros elementos
probatórios da condição de miserabilidade do grupo familiar e Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº 9.615, de
da situação de vulnerabilidade, conforme regulamento.” 24 de março de 1998, passam a vigorar com a seguinte
redação:
Art. 106. (VETADO). “Art. 56. ...
...
Art. 107. A Lei no 9.029, de 13 de abril de 1995, passa a VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da
vigorar com as seguintes alterações: arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias
“Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática federais e similares cuja realização estiver sujeita a
discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de autorização federal, deduzindo-se esse valor do montante
trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, destinado aos prêmios;
raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, ...
reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, § 1º Do total de recursos financeiros resultantes do
nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao adolescente percentual de que trata o inciso VI do caput, 62,96% (sessenta
previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.” e dois inteiros e noventa e seis centésimos por cento) serão
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos destinados ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e 37,04%
dispositivos legais que tipificam os crimes resultantes de (trinta e sete inteiros e quatro centésimos por cento) ao
preconceito de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), devendo ser observado,
disposto nesta Lei são passíveis das seguintes cominações: em ambos os casos, o conjunto de normas aplicáveis à
... celebração de convênios pela União.
“Art. 4º ...
I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o Art. 111. O art. 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de
período de afastamento, mediante pagamento das 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
remunerações devidas, corrigidas monetariamente e “Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade
acrescidas de juros legais; igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as
lactantes, as pessoas com crianças de colo e os obesos terão
Art. 108. O art. 35 da Lei no 9.250, de 26 de dezembro de atendimento prioritário, nos termos desta Lei.” (NR)
1995, passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º:
“Art. 35. ... Art. 112. A Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000,
... passa a vigorar com as seguintes alterações:
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo “Art. 2º ...
único do art. 3º da Lei no 10.741, de 1º de outubro de 2003, a I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para
pessoa com deficiência, ou o contribuinte que tenha utilização, com segurança e autonomia, de espaços,
dependente nessa condição, tem preferência na restituição mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes,
referida no inciso III do art. 4º e na alínea “c” do inciso II do art. informação e comunicação, inclusive seus sistemas e
8º.” (NR) tecnologias, bem como de outros serviços e instalações
abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo,
Art. 109. A Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com
(Código de Trânsito Brasileiro), passa a vigorar com as deficiência ou com mobilidade reduzida;
seguintes alterações: II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
“Art. 2º ... comportamento que limite ou impeça a participação social da
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus
consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de
pública, as vias internas pertencentes aos condomínios expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à
constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de compreensão, à circulação com segurança, entre outros,
estacionamento de estabelecimentos privados de uso classificadas em:
coletivo.” (NR) a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos
“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso
que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser coletivo;
sinalizadas com as respectivas placas indicativas de b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios
destinação e com placas informando os dados sobre a infração públicos e privados;
por estacionamento indevido.” c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é meios de transportes;
assegurada acessibilidade de comunicação, mediante emprego d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer
de tecnologias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou
etapas do processo de habilitação. impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de

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informações por intermédio de sistemas de comunicação e de “Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em
tecnologia da informação; área de circulação comum para pedestre que ofereça risco de
III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento acidente à pessoa com deficiência deverá ser indicada
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou mediante sinalização tátil de alerta no piso, de acordo com as
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, normas técnicas pertinentes.”
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em “Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos
igualdade de condições com as demais pessoas; congêneres devem fornecer carros e cadeiras de rodas,
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, motorizados ou não, para o atendimento da pessoa com
por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, deficiência ou com mobilidade reduzida.”
permanente ou temporária, gerando redução efetiva da
mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da Art. 113. A Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto
percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com da Cidade), passa a vigorar com as seguintes alterações:
criança de colo e obeso; “Art. 3º ...
...
V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os
deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de
atendente pessoal; construção de moradias e melhoria das condições
VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, passeios públicos, do mobiliário urbano e dos demais espaços
saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de de uso público;
energia elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano,
comunicação, abastecimento e distribuição de água, inclusive habitação, saneamento básico, transporte e
paisagismo e os que materializam as indicações do mobilidade urbana, que incluam regras de acessibilidade aos
planejamento urbanístico; locais de uso público;
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas
vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos “Art. 41. ...
elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua ...
modificação ou seu traslado não provoque alterações § 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem
substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes de elaborar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano
sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo diretor no qual está inserido, que disponha sobre os passeios
às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, públicos a serem implantados ou reformados pelo poder
marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza público, com vistas a garantir acessibilidade da pessoa com
análoga; deficiência ou com mobilidade reduzida a todas as rotas e vias
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, existentes, inclusive as que concentrem os focos geradores de
equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, maior circulação de pedestres, como os órgãos públicos e os
estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a locais de prestação de serviços públicos e privados de saúde,
funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da educação, assistência social, esporte, cultura, correios e
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de
sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo de
social; passageiros.” (NR)
IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que
abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Art. 114. A Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, Civil), passa a vigorar com as seguintes alterações:
o sistema de sinalização ou de comunicação tátil, os caracteres “Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer
ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os (dezesseis) anos.
meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos I - (Revogado);
aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as II - (Revogado);
tecnologias da informação e das comunicações; III - (Revogado).”
X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, “Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à
programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, maneira de os exercer:
sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, ...
incluindo os recursos de tecnologia assistiva.” II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
“Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não
dos parques e dos demais espaços de uso público deverão ser puderem exprimir sua vontade;
concebidos e executados de forma a torná-los acessíveis para ...
todas as pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada
com mobilidade reduzida. por legislação especial.”
Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório “Art. 228. ...
de urbanização e parte da via pública, normalmente segregado ...
e em nível diferente, destina-se somente à circulação de II - (Revogado);
pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário III - (Revogado);
urbano e de vegetação.” ...
“Art. 9º ... § 1º ...
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados § 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em
em vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos igualdade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe
serviços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva.”
equipados com mecanismo que emita sinal sonoro suave para “Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais
orientação do pedestre.” ou tutores revogar a autorização.”
“Art. 1.548. ...

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I - (Revogado); “CAPÍTULO III


... Da Tomada de Decisão Apoiada
“Art. 1.550. ...
... Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo
§ 1º ... pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas)
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem
idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão
vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e
curador.” (NR) informações necessários para que possa exercer sua
“Art. 1.557. ... capacidade.
... § 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar
irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os
grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência
pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; do acordo e o respeito a vontade, aos direitos e aos interesses
IV - (Revogado).” da pessoa que devem apoiar.
“Art. 1.767. ... § 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas
puderem exprimir sua vontade; aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.
II - (Revogado); § 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar,
IV - (Revogado); após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o
requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.
“Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e
deve ser promovido: efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja
... inserida nos limites do apoio acordado.
IV - pela própria pessoa.” § 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha
“Art. 1.769. O Ministério Público somente promoverá o relação negocial pode solicitar que os apoiadores contra
processo que define os termos da curatela: assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua
I - nos casos de deficiência mental ou intelectual; função em relação ao apoiado.
... § 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou
III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a
mencionadas no inciso II.” pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da Ministério Público, decidir sobre a questão.
curatela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe § 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão
multidisciplinar, entrevistará pessoalmente o interditando.” indevida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potencialidades pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao
da pessoa, os limites da curatela, circunscritos às restrições Ministério Público ou ao juiz.
constantes do art. 1.782, e indicará curador. § 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse,
conta a vontade e as preferências do interditando, a ausência outra pessoa para prestação de apoio.
de conflito de interesses e de influência indevida, a § 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o
proporcionalidade e a adequação às circunstâncias da pessoa.” término de acordo firmado em processo de tomada de decisão
apoiada.
“Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a pessoa com § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua
deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo
mais de uma pessoa.” seu desligamento condicionado a manifestação do juiz sobre a
matéria.
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 § 11. Aplicam-se a tomada de decisão apoiada, no que
receberão todo o apoio necessário para ter preservado o couber, as disposições referentes a prestação de contas na
direito à convivência familiar e comunitária, sendo evitado o curatela.”
seu recolhimento em estabelecimento que os afaste desse
convívio.” Art. 117. O art. 1º da Lei no 11.126, de 27 de junho de 2005,
passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei no “Art. 1º É assegurado a pessoa com deficiência visual
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de
com a seguinte redação: permanecer com o animal em todos os meios de transporte e
em estabelecimentos abertos ao público, de uso público e
“TÍTULO IV privados de uso coletivo, desde que observadas as condições
Da Tutela, da Curatela e da Tomada de Decisão impostas por esta Lei.
Apoiada” ...
§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as
Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei no modalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo de
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar passageiros, inclusive em esfera internacional com origem no
acrescido do seguinte Capítulo III: território brasileiro.” (NR)

Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei no 11.904, de 14 de


janeiro de 2009, passa a vigorar acrescido da seguinte alínea
“k”:
“Art. 46. ...

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APOSTILAS OPÇÃO

IV - ... II - § 6º do art. 44, 48 (quarenta e oito) meses;


... III - art. 45, 24 (vinte e quatro) meses;
k) de acessibilidade a todas as pessoas. IV - art. 49, 48 (quarenta e oito) meses.

Art. 119. A Lei no 12.587, de 3 de janeiro de 2012, passa a Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a
vigorar acrescida do seguinte art. 12-B: vigência da Lei no 8.989, de 24 de fevereiro de 1995.
“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi,
reservar-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180
com deficiência. (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.
§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput
deste artigo, o condutor com deficiência deverá observar os Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Independência e
seguintes requisitos quanto ao veículo utilizado: 127º da República.
I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e DILMA ROUSSEFF
II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da
legislação vigente. Questões
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma
estabelecida no caput deste artigo, as remanescentes devem 01. (TJ/SP – Médico Judiciário – VUNESP/2019) A
ser disponibilizadas para os demais concorrentes.” concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a
serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de adaptação ou projeto específico, incluindo os recursos de
governo, a elaboração de relatórios circunstanciados sobre o tecnologia assistiva, conforme disciplinado na Lei n°
cumprimento dos prazos estabelecidos por força das Leis no 13.146/2015, considera-se
10.048, de 8 de novembro de 2000, e no 10.098, de 19 de (A) tecnologia assistiva.
dezembro de 2000, bem como o seu encaminhamento ao (B) ajuda técnica.
Ministério Público e aos órgãos de regulação para adoção das (C) acessibilidade.
providências cabíveis. (D) desenho universal.
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput deste (E) adaptação razoável.
artigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a
contar da entrada em vigor desta Lei. 02. (MPE/PR – Promotor Substituto – MPE/PR/2019)
Nos termos da Lei n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com
Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos Deficiência), assinale a alternativa incorreta:
nesta Lei não excluem os já estabelecidos em outras (A) Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos
legislações, inclusive em pactos, tratados, convenções e observando-se os princípios do desenho universal, além de
declarações internacionais aprovados e promulgados pelo adotar todos os meios de acessibilidade, conforme legislação
Congresso Nacional, e devem ser aplicados em conformidade em vigor. Os estabelecimentos já existentes deverão
com as demais normas internas e acordos internacionais disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de seus
vinculantes sobre a matéria. dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à acessível.
pessoa com deficiência. (B) Em todas as áreas de estacionamento aberto ao
público, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do públicas, devem ser reservadas vagas equivalente a 10% (dez
disposto nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplificado e por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga
favorecido a ser dispensado às microempresas e às empresas devidamente sinalizada e com as especificações de desenho e
de pequeno porte, previsto no § 3º do art. 1º da Lei traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de
Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006. acessibilidade.
(C) As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com
I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei no 9.008, de 21 de deficiência.
março de 1995; (D) Na outorga de exploração de serviço de táxi, reservar-
II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei no 10.406, de 10 de se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores com
janeiro de 2002 (Código Civil); deficiência.
III - os incisos II e III do art. 228 da Lei no 10.406, de 10 de (E) Telecentros comunitários que receberem recursos
janeiro de 2002 (Código Civil); públicos federais para seu custeio ou sua instalação e lan
IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei no 10.406, de 10 de houses devem possuir equipamentos e instalações acessíveis,
janeiro de 2002 (Código Civil); devendo garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus
V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei no 10.406, de 10 de computadores com recursos de acessibilidade para pessoa
janeiro de 2002 (Código Civil); com deficiência visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um)
VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei no 10.406, de 10 equipamento, quando o resultado percentual for inferior a 1
de janeiro de 2002 (Código Civil); (um).
VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei no 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil). 03. (MPE/PR – Promotor Substituto – MPE/PR/2019)
Nos termos da Lei n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com
Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor Deficiência), assinale a alternativa correta:
em até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei. (A) Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados
com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu
Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir responsável goza de prioridade na aquisição de imóvel para
discriminados, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o moradia própria. Referido direito à prioridade será
cumprimento dos seguintes dispositivos: reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma
I - incisos I e II do § 2º do art. 28, 48 (quarenta e oito) vez.
meses;

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(B) O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa Lei, na forma do Anexo, com vistas ao cumprimento do
com deficiência é indispensável para a realização de disposto no art. 214 da Constituição Federal.
tratamento, procedimento e pesquisa científica e dispensável
para a hospitalização. Art. 2° São diretrizes do PNE:
(C) Considerando a livre escolha e autonomia dos I - erradicação do analfabetismo;
contratantes, é possível a cobrança de valores diferenciados II - universalização do atendimento escolar;
por planos e seguros privados de saúde em razão da condição III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase
de pessoa com deficiência, desde que não abusivos. na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas
(D) É assegurado à pessoa com deficiência, independente de discriminação;
de solicitação, o recebimento de contas, boletos, recibos, IV - melhoria da qualidade da educação;
extratos e cobranças de tributos em formato acessível. V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase
(E) Considera-se acompanhante aquele que acompanha a nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade;
pessoa com deficiência desempenhando as funções de VI - promoção do princípio da gestão democrática da
atendente pessoal. educação pública;
VII - promoção humanística, científica, cultural e
04. (TJ/SP – Enfermeiro Judiciário – VUNESP/2019) A tecnológica do País;
possibilidade e condição de alcance e utilização, com VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, públicos em educação como proporção do Produto Interno
equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como expansão, com padrão de qualidade e equidade;
de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso IX - valorização dos (as) profissionais da educação;
público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana X - promoção dos princípios do respeito aos direitos
como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.
reduzida, conforme disciplinado na Lei nº 13.146/2015,
considera-se Art. 3° As metas previstas no Anexo desta Lei serão
(A) barreiras urbanísticas. cumpridas no prazo de vigência deste PNE, desde que não haja
(B) tecnologia assistiva. prazo inferior definido para metas e estratégias específicas.
(C) ajuda técnica.
(D) acessibilidade. Art. 4° As metas previstas no Anexo desta Lei deverão ter
(E) barreiras atitudinais. como referência a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios - PNAD, o censo demográfico e os censos nacionais
05. (TJ/SP – Contador Judiciário – VUNESP/2019) da educação básica e superior mais atualizados, disponíveis na
Conforme disciplinado na Lei n° 13.146/2015, é correto data da publicação desta Lei.
afirmar que Parágrafo único. O poder público buscará ampliar o
(A) todos os direitos previstos para a pessoa com escopo das pesquisas com fins estatísticos de forma a incluir
deficiência não são extensivos aos seus acompanhantes ou ao informação detalhada sobre o perfil das populações de 4
seu atendente pessoal, sem qualquer ressalva prevista na Lei. (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência.
(B) a pessoa com deficiência está obrigada à fruição de
benefícios decorrentes de ação afirmativa. Art. 5° A execução do PNE e o cumprimento de suas metas
(C) a deficiência não afeta o direito de conservar a serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações
fertilidade, sendo obrigatória a esterilização compulsória nos periódicas, realizados pelas seguintes instâncias:
casos previstos em lei. I - Ministério da Educação - MEC;
(D) a deficiência não afeta a plena capacidade civil da II - Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e
pessoa, inclusive para casar-se e constituir união estável. Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal;
(E) a pessoa com deficiência não tem atendimento III - Conselho Nacional de Educação - CNE;
prioritário no que diz respeito ao acesso à informação e ao IV - Fórum Nacional de Educação.
recebimento de restituição de imposto de renda. § 1° Compete, ainda, às instâncias referidas no caput:
I - divulgar os resultados do monitoramento e das
Gabarito avaliações nos respectivos sítios institucionais da internet;
II - analisar e propor políticas públicas para assegurar a
01.D / 02.B /03.A / 04.D / 05.D implementação das estratégias e o cumprimento das metas;
III - analisar e propor a revisão do percentual de
investimento público em educação.
4. Plano Nacional de § 2° A cada 2 (dois) anos, ao longo do período de vigência
deste PNE, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educação - Lei 13.005/14. Educacionais Anísio Teixeira - INEP publicará estudos para
aferir a evolução no cumprimento das metas estabelecidas no
Anexo desta Lei, com informações organizadas por ente
LEI Nº 13.005, DE 25 DE JUNHO DE 20144 federado e consolidadas em âmbito nacional, tendo como
APROVA O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO - PNE E referência os estudos e as pesquisas de que trata o art. 4°, sem
DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS prejuízo de outras fontes e informações relevantes.
§ 3° A meta progressiva do investimento público em
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o educação será avaliada no quarto ano de vigência do PNE e
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: poderá ser ampliada por meio de lei para atender às
necessidades financeiras do cumprimento das demais metas.
Art. 1° É aprovado o Plano Nacional de Educação - PNE, § 4° O investimento público em educação a que se referem
com vigência por 10 (dez) anos, a contar da publicação desta o inciso VI do art. 214 da Constituição Federal e a meta 20 do
Anexo desta Lei engloba os recursos aplicados na forma do art.

4http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso 01/10/2019 às 17h00min

Legislação Educacional 65
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APOSTILAS OPÇÃO

212 da Constituição Federal e do art. 60 do Ato das Disposições Art. 8° Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
Constitucionais Transitórias, bem como os recursos aplicados deverão elaborar seus correspondentes planos de educação,
nos programas de expansão da educação profissional e ou adequar os planos já aprovados em lei, em consonância com
superior, inclusive na forma de incentivo e isenção fiscal, as as diretrizes, metas e estratégias previstas neste PNE, no prazo
bolsas de estudos concedidas no Brasil e no exterior, os de 1 (um) ano contado da publicação desta Lei.
subsídios concedidos em programas de financiamento § 1° Os entes federados estabelecerão nos respectivos
estudantil e o financiamento de creches, pré-escolas e de planos de educação estratégias que:
educação especial na forma do art. 213 da Constituição I - assegurem a articulação das políticas educacionais com
Federal. as demais políticas sociais, particularmente as culturais;
§ 5° Será destinada à manutenção e ao desenvolvimento do II - considerem as necessidades específicas das populações
ensino, em acréscimo aos recursos vinculados nos termos do do campo e das comunidades indígenas e quilombolas,
art. 212 da Constituição Federal, além de outros recursos asseguradas a equidade educacional e a diversidade cultural;
previstos em lei, a parcela da participação no resultado ou da III - garantam o atendimento das necessidades específicas
compensação financeira pela exploração de petróleo e de gás na educação especial, assegurado o sistema educacional
natural, na forma de lei específica, com a finalidade de inclusivo em todos os níveis, etapas e modalidades;
assegurar o cumprimento da meta prevista no inciso VI do art. IV - promovam a articulação interfederativa na
214 da Constituição Federal. implementação das políticas educacionais.
§ 2° Os processos de elaboração e adequação dos planos de
Art. 6° A União promoverá a realização de pelo menos 2 educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de
(duas) conferências nacionais de educação até o final do que trata o caput deste artigo, serão realizados com ampla
decênio, precedidas de conferências distrital, municipais e participação de representantes da comunidade educacional e
estaduais, articuladas e coordenadas pelo Fórum Nacional de da sociedade civil.
Educação, instituído nesta Lei, no âmbito do Ministério da
Educação. Art. 9° Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 1° O Fórum Nacional de Educação, além da atribuição deverão aprovar leis específicas para os seus sistemas de
referida no caput: ensino, disciplinando a gestão democrática da educação
I - acompanhará a execução do PNE e o cumprimento de pública nos respectivos âmbitos de atuação, no prazo de 2
suas metas; (dois) anos contado da publicação desta Lei, adequando,
II - promoverá a articulação das conferências nacionais de quando for o caso, a legislação local já adotada com essa
educação com as conferências regionais, estaduais e finalidade.
municipais que as precederem.
§ 2° As conferências nacionais de educação realizar-se-ão Art. 10° O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e
com intervalo de até 4 (quatro) anos entre elas, com o objetivo os orçamentos anuais da União, dos Estados, do Distrito
de avaliar a execução deste PNE e subsidiar a elaboração do Federal e dos Municípios serão formulados de maneira a
plano nacional de educação para o decênio subsequente. assegurar a consignação de dotações orçamentárias
compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias deste PNE e
Art. 7° A União, os Estados, o Distrito Federal e os com os respectivos planos de educação, a fim de viabilizar sua
Municípios atuarão em regime de colaboração, visando ao plena execução.
alcance das metas e à implementação das estratégias objeto
deste Plano. Art. 11° O Sistema Nacional de Avaliação da Educação
§ 1° Caberá aos gestores federais, estaduais, municipais e Básica, coordenado pela União, em colaboração com os
do Distrito Federal a adoção das medidas governamentais Estados, o Distrito Federal e os Municípios, constituirá fonte
necessárias ao alcance das metas previstas neste PNE. de informação para a avaliação da qualidade da educação
§ 2° As estratégias definidas no Anexo desta Lei não elidem básica e para a orientação das políticas públicas desse nível de
a adoção de medidas adicionais em âmbito local ou de ensino.
instrumentos jurídicos que formalizem a cooperação entre os § 1° O sistema de avaliação a que se refere o caput
entes federados, podendo ser complementadas por produzirá, no máximo a cada 2 (dois) anos:
mecanismos nacionais e locais de coordenação e colaboração I - indicadores de rendimento escolar, referentes ao
recíproca. desempenho dos (as) estudantes apurado em exames
§ 3° Os sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal nacionais de avaliação, com participação de pelo menos 80%
e dos Municípios criarão mecanismos para o (oitenta por cento) dos (as) alunos (as) de cada ano escolar
acompanhamento local da consecução das metas deste PNE e periodicamente avaliado em cada escola, e aos dados
dos planos previstos no art. 8o. pertinentes apurados pelo censo escolar da educação básica;
§ 4° Haverá regime de colaboração específico para a II - indicadores de avaliação institucional, relativos a
implementação de modalidades de educação escolar que características como o perfil do alunado e do corpo dos (as)
necessitem considerar territórios étnico-educacionais e a profissionais da educação, as relações entre dimensão do
utilização de estratégias que levem em conta as identidades e corpo docente, do corpo técnico e do corpo discente, a
especificidades socioculturais e linguísticas de cada infraestrutura das escolas, os recursos pedagógicos
comunidade envolvida, assegurada a consulta prévia e disponíveis e os processos da gestão, entre outras relevantes.
informada a essa comunidade. § 2° A elaboração e a divulgação de índices para avaliação
§ 5° Será criada uma instância permanente de negociação da qualidade, como o Índice de Desenvolvimento da Educação
e cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Básica - IDEB, que agreguem os indicadores mencionados no
Municípios. inciso I do § 1° não elidem a obrigatoriedade de divulgação, em
§ 6° O fortalecimento do regime de colaboração entre os separado, de cada um deles.
Estados e respectivos Municípios incluirá a instituição de § 3° Os indicadores mencionados no § 1° serão estimados
instâncias permanentes de negociação, cooperação e por etapa, estabelecimento de ensino, rede escolar, unidade da
pactuação em cada Estado. Federação e em nível agregado nacional, sendo amplamente
§ 7° O fortalecimento do regime de colaboração entre os divulgados, ressalvada a publicação de resultados individuais
Municípios dar-se-á, inclusive, mediante a adoção de arranjos e indicadores por turma, que fica admitida exclusivamente
de desenvolvimento da educação.

Legislação Educacional 66
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APOSTILAS OPÇÃO

para a comunidade do respectivo estabelecimento e para o de construção e reestruturação de escolas, bem como de
órgão gestor da respectiva rede. aquisição de equipamentos, visando à expansão e à melhoria
§ 4° Cabem ao Inep a elaboração e o cálculo do Ideb e dos da rede física de escolas públicas de educação infantil;
indicadores referidos no § 1°. 1.6) implantar, até o segundo ano de vigência deste PNE,
§ 5° A avaliação de desempenho dos (as) estudantes em avaliação da educação infantil, a ser realizada a cada 2 (dois)
exames, referida no inciso I do § 1°, poderá ser diretamente anos, com base em parâmetros nacionais de qualidade, a fim
realizada pela União ou, mediante acordo de cooperação, pelos de aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal, as
Estados e pelo Distrito Federal, nos respectivos sistemas de condições de gestão, os recursos pedagógicos, a situação de
ensino e de seus Municípios, caso mantenham sistemas acessibilidade, entre outros indicadores relevantes;
próprios de avaliação do rendimento escolar, assegurada a 1.7) articular a oferta de matrículas gratuitas em creches
compatibilidade metodológica entre esses sistemas e o certificadas como entidades beneficentes de assistência social
nacional, especialmente no que se refere às escalas de na área de educação com a expansão da oferta na rede escolar
proficiência e ao calendário de aplicação. pública;
1.8) promover a formação inicial e continuada dos (as)
Art. 12° Até o final do primeiro semestre do nono ano de profissionais da educação infantil, garantindo,
vigência deste PNE, o Poder Executivo encaminhará ao progressivamente, o atendimento por profissionais com
Congresso Nacional, sem prejuízo das prerrogativas deste formação superior;
Poder, o projeto de lei referente ao Plano Nacional de 1.9) estimular a articulação entre pós-graduação, núcleos
Educação a vigorar no período subsequente, que incluirá de pesquisa e cursos de formação para profissionais da
diagnóstico, diretrizes, metas e estratégias para o próximo educação, de modo a garantir a elaboração de currículos e
decênio. propostas pedagógicas que incorporem os avanços de
pesquisas ligadas ao processo de ensino-aprendizagem e às
Art. 13° O poder público deverá instituir, em lei específica, teorias educacionais no atendimento da população de 0 (zero)
contados 2 (dois) anos da publicação desta Lei, o Sistema a 5 (cinco) anos;
Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os 1.10) fomentar o atendimento das populações do campo e
sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das comunidades indígenas e quilombolas na educação infantil
das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de nas respectivas comunidades, por meio do
Educação. redimensionamento da distribuição territorial da oferta,
limitando a nucleação de escolas e o deslocamento de crianças,
Art. 14° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. de forma a atender às especificidades dessas comunidades,
garantido consulta prévia e informada;
Brasília, 25 de junho de 2014; 193º da Independência e 1.11) priorizar o acesso à educação infantil e fomentar a
126º da República. oferta do atendimento educacional especializado
complementar e suplementar aos (às) alunos (as) com
DILMA ROUSSEFF deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
Guido Mantega habilidades ou superdotação, assegurando a educação
José Henrique Paim Fernandes bilíngue para crianças surdas e a transversalidade da educação
Miriam Belchior especial nessa etapa da educação básica;
1.12) implementar, em caráter complementar, programas
ANEXO de orientação e apoio às famílias, por meio da articulação das
METAS E ESTRATÉGIAS áreas de educação, saúde e assistência social, com foco no
desenvolvimento integral das crianças de até 3 (três) anos de
Meta 1: idade;
1.13) preservar as especificidades da educação infantil na
universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola organização das redes escolares, garantindo o atendimento da
para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos em estabelecimentos que
ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atendam a parâmetros nacionais de qualidade, e a articulação
atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças com a etapa escolar seguinte, visando ao ingresso do (a)
de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. aluno(a) de 6 (seis) anos de idade no ensino fundamental;
Estratégias: 1.14) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do
1.1) definir, em regime de colaboração entre a União, os acesso e da permanência das crianças na educação infantil, em
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, metas de expansão especial dos beneficiários de programas de transferência de
das respectivas redes públicas de educação infantil segundo renda, em colaboração com as famílias e com os órgãos
padrão nacional de qualidade, considerando as peculiaridades públicos de assistência social, saúde e proteção à infância;
locais; 1.15) promover a busca ativa de crianças em idade
1.2) garantir que, ao final da vigência deste PNE, seja correspondente à educação infantil, em parceria com órgãos
inferior a 10% (dez por cento) a diferença entre as taxas de públicos de assistência social, saúde e proteção à infância,
frequência à educação infantil das crianças de até 3 (três) anos preservando o direito de opção da família em relação às
oriundas do quinto de renda familiar per capita mais elevado crianças de até 3 (três) anos;
e as do quinto de renda familiar per capita mais baixo; 1.16) o Distrito Federal e os Municípios, com a colaboração
1.3) realizar, periodicamente, em regime de colaboração, da União e dos Estados, realizarão e publicarão, a cada ano,
levantamento da demanda por creche para a população de até levantamento da demanda manifesta por educação infantil em
3 (três) anos, como forma de planejar a oferta e verificar o creches e pré-escolas, como forma de planejar e verificar o
atendimento da demanda manifesta; atendimento;
1.4) estabelecer, no primeiro ano de vigência do PNE, 1.17) estimular o acesso à educação infantil em tempo
normas, procedimentos e prazos para definição de integral, para todas as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos,
mecanismos de consulta pública da demanda das famílias por conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais
creches; para a Educação Infantil.
1.5) manter e ampliar, em regime de colaboração e
respeitadas as normas de acessibilidade, programa nacional

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APOSTILAS OPÇÃO

Meta 2: final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de


matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por
universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para cento).
toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir Estratégias:
que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos 3.1) institucionalizar programa nacional de renovação do
concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano ensino médio, a fim de incentivar práticas pedagógicas com
de vigência deste PNE. abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação entre
Estratégias: teoria e prática, por meio de currículos escolares que
2.1) o Ministério da Educação, em articulação e organizem, de maneira flexível e diversificada, conteúdos
colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os obrigatórios e eletivos articulados em dimensões como
Municípios, deverá, até o final do 2o (segundo) ano de vigência ciência, trabalho, linguagens, tecnologia, cultura e esporte,
deste PNE, elaborar e encaminhar ao Conselho Nacional de garantindo-se a aquisição de equipamentos e laboratórios, a
Educação, precedida de consulta pública nacional, proposta de produção de material didático específico, a formação
direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para continuada de professores e a articulação com instituições
os (as) alunos (as) do ensino fundamental; acadêmicas, esportivas e culturais;
2.2) pactuar entre União, Estados, Distrito Federal e 3.2) o Ministério da Educação, em articulação e
Municípios, no âmbito da instância permanente de que trata o colaboração com os entes federados e ouvida a sociedade
§ 5º do art. 7º desta Lei, a implantação dos direitos e objetivos mediante consulta pública nacional, elaborará e encaminhará
de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base ao Conselho Nacional de Educação - CNE, até o 2° (segundo)
nacional comum curricular do ensino fundamental; ano de vigência deste PNE, proposta de direitos e objetivos de
2.3) criar mecanismos para o acompanhamento aprendizagem e desenvolvimento para os (as) alunos (as) de
individualizado dos (as) alunos (as) do ensino fundamental; ensino médio, a serem atingidos nos tempos e etapas de
2.4) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do organização deste nível de ensino, com vistas a garantir
acesso, da permanência e do aproveitamento escolar dos formação básica comum;
beneficiários de programas de transferência de renda, bem 3.3) pactuar entre União, Estados, Distrito Federal e
como das situações de discriminação, preconceitos e Municípios, no âmbito da instância permanente de que trata o
violências na escola, visando ao estabelecimento de condições § 5° do art. 7° desta Lei, a implantação dos direitos e objetivos
adequadas para o sucesso escolar dos (as) alunos (as), em de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base
colaboração com as famílias e com órgãos públicos de nacional comum curricular do ensino médio;
assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e 3.4) garantir a fruição de bens e espaços culturais, de
juventude; forma regular, bem como a ampliação da prática desportiva,
2.5) promover a busca ativa de crianças e adolescentes integrada ao currículo escolar;
fora da escola, em parceria com órgãos públicos de assistência 3.5) manter e ampliar programas e ações de correção de
social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude; fluxo do ensino fundamental, por meio do acompanhamento
2.6) desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, individualizado do (a) aluno (a) com rendimento escolar
de maneira articulada, a organização do tempo e das defasado e pela adoção de práticas como aulas de reforço no
atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, turno complementar, estudos de recuperação e progressão
considerando as especificidades da educação especial, das parcial, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira
escolas do campo e das comunidades indígenas e quilombolas; compatível com sua idade;
2.7) disciplinar, no âmbito dos sistemas de ensino, a 3.6) universalizar o Exame Nacional do Ensino Médio -
organização flexível do trabalho pedagógico, incluindo ENEM, fundamentado em matriz de referência do conteúdo
adequação do calendário escolar de acordo com a realidade curricular do ensino médio e em técnicas estatísticas e
local, a identidade cultural e as condições climáticas da região; psicométricas que permitam comparabilidade de resultados,
2.8) promover a relação das escolas com instituições e articulando-o com o Sistema Nacional de Avaliação da
movimentos culturais, a fim de garantir a oferta regular de Educação Básica - SAEB, e promover sua utilização como
atividades culturais para a livre fruição dos (as) alunos (as) instrumento de avaliação sistêmica, para subsidiar políticas
dentro e fora dos espaços escolares, assegurando ainda que as públicas para a educação básica, de avaliação certificadora,
escolas se tornem polos de criação e difusão cultural; possibilitando aferição de conhecimentos e habilidades
2.9) incentivar a participação dos pais ou responsáveis no adquiridos dentro e fora da escola, e de avaliação
acompanhamento das atividades escolares dos filhos por meio classificatória, como critério de acesso à educação superior;
do estreitamento das relações entre as escolas e as famílias; 3.7) fomentar a expansão das matrículas gratuitas de
2.10) estimular a oferta do ensino fundamental, em ensino médio integrado à educação profissional, observando-
especial dos anos iniciais, para as populações do campo, se as peculiaridades das populações do campo, das
indígenas e quilombolas, nas próprias comunidades; comunidades indígenas e quilombolas e das pessoas com
2.11) desenvolver formas alternativas de oferta do ensino deficiência;
fundamental, garantida a qualidade, para atender aos filhos e 3.8) estruturar e fortalecer o acompanhamento e o
filhas de profissionais que se dedicam a atividades de caráter monitoramento do acesso e da permanência dos e das jovens
itinerante; beneficiários (as) de programas de transferência de renda, no
2.12) oferecer atividades extracurriculares de incentivo ensino médio, quanto à frequência, ao aproveitamento escolar
aos (às) estudantes e de estímulo a habilidades, inclusive e à interação com o coletivo, bem como das situações de
mediante certames e concursos nacionais; discriminação, preconceitos e violências, práticas irregulares
2.13) promover atividades de desenvolvimento e estímulo de exploração do trabalho, consumo de drogas, gravidez
a habilidades esportivas nas escolas, interligadas a um plano precoce, em colaboração com as famílias e com órgãos
de disseminação do desporto educacional e de públicos de assistência social, saúde e proteção à adolescência
desenvolvimento esportivo nacional. e juventude;
3.9) promover a busca ativa da população de 15 (quinze) a
Meta 3: 17 (dezessete) anos fora da escola, em articulação com os
serviços de assistência social, saúde e proteção à adolescência
universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a e à juventude;
população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o

Legislação Educacional 68
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APOSTILAS OPÇÃO

3.10) fomentar programas de educação e de cultura para a alunos (as) com deficiência, transtornos globais do
população urbana e do campo de jovens, na faixa etária de 15 desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;
(quinze) a 17 (dezessete) anos, e de adultos, com qualificação 4.6) manter e ampliar programas suplementares que
social e profissional para aqueles que estejam fora da escola e promovam a acessibilidade nas instituições públicas, para
com defasagem no fluxo escolar; garantir o acesso e a permanência dos (as) alunos (as) com
3.11) redimensionar a oferta de ensino médio nos turnos deficiência por meio da adequação arquitetônica, da oferta de
diurno e noturno, bem como a distribuição territorial das transporte acessível e da disponibilização de material didático
escolas de ensino médio, de forma a atender a toda a demanda, próprio e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando,
de acordo com as necessidades específicas dos (as) alunos ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e
(as); modalidades de ensino, a identificação dos (as) alunos (as)
3.12) desenvolver formas alternativas de oferta do ensino com altas habilidades ou superdotação;
médio, garantida a qualidade, para atender aos filhos e filhas 4.7) garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua
de profissionais que se dedicam a atividades de caráter Brasileira de Sinais - LIBRAS como primeira língua e na
itinerante; modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda
3.13) implementar políticas de prevenção à evasão língua, aos (às) alunos (as) surdos e com deficiência auditiva
motivada por preconceito ou quaisquer formas de de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos, em escolas e classes
discriminação, criando rede de proteção contra formas bilíngues e em escolas inclusivas, nos termos do art. 22 do
associadas de exclusão; Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005, e dos arts. 24 e
3.14) estimular a participação dos adolescentes nos cursos 30 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
das áreas tecnológicas e científicas. Deficiência, bem como a adoção do Sistema Braille de leitura
para cegos e surdos-cegos;
Meta 4: 4.8) garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a
exclusão do ensino regular sob alegação de deficiência e
universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 promovida a articulação pedagógica entre o ensino regular e o
(dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do atendimento educacional especializado;
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o 4.9) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do
acesso à educação básica e ao atendimento educacional acesso à escola e ao atendimento educacional especializado,
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, bem como da permanência e do desenvolvimento escolar dos
com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de (as) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do
recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação
especializados, públicos ou conveniados. beneficiários (as) de programas de transferência de renda,
Estratégias: juntamente com o combate às situações de discriminação,
4.1) contabilizar, para fins do repasse do Fundo de preconceito e violência, com vistas ao estabelecimento de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de condições adequadas para o sucesso educacional, em
Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, as colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de
matrículas dos (as) estudantes da educação regular da rede assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e
pública que recebam atendimento educacional especializado à juventude;
complementar e suplementar, sem prejuízo do cômputo 4.10) fomentar pesquisas voltadas para o
dessas matrículas na educação básica regular, e as matrículas desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos,
efetivadas, conforme o censo escolar mais atualizado, na equipamentos e recursos de tecnologia assistiva, com vistas à
educação especial oferecida em instituições comunitárias, promoção do ensino e da aprendizagem, bem como das
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas condições de acessibilidade dos (as) estudantes com
com o poder público e com atuação exclusiva na modalidade, deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
nos termos da Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007; habilidades ou superdotação;
4.2) promover, no prazo de vigência deste PNE, a 4.11) promover o desenvolvimento de pesquisas
universalização do atendimento escolar à demanda manifesta interdisciplinares para subsidiar a formulação de políticas
pelas famílias de crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos com públicas intersetoriais que atendam as especificidades
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas educacionais de estudantes com deficiência, transtornos
habilidades ou superdotação, observado o que dispõe a Lei no globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes superdotação que requeiram medidas de atendimento
e bases da educação nacional; especializado;
4.3) implantar, ao longo deste PNE, salas de recursos 4.12) promover a articulação intersetorial entre órgãos e
multifuncionais e fomentar a formação continuada de políticas públicas de saúde, assistência social e direitos
professores e professoras para o atendimento educacional humanos, em parceria com as famílias, com o fim de
especializado nas escolas urbanas, do campo, indígenas e de desenvolver modelos de atendimento voltados à continuidade
comunidades quilombolas; do atendimento escolar, na educação de jovens e adultos, das
4.4) garantir atendimento educacional especializado em pessoas com deficiência e transtornos globais do
salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços desenvolvimento com idade superior à faixa etária de
especializados, públicos ou conveniados, nas formas escolarização obrigatória, de forma a assegurar a atenção
complementar e suplementar, a todos (as) alunos (as) com integral ao longo da vida;
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 4.13) apoiar a ampliação das equipes de profissionais da
habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de educação para atender à demanda do processo de
educação básica, conforme necessidade identificada por meio escolarização dos (das) estudantes com deficiência,
de avaliação, ouvidos a família e o aluno; transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
4.5) estimular a criação de centros multidisciplinares de superdotação, garantindo a oferta de professores (as) do
apoio, pesquisa e assessoria, articulados com instituições atendimento educacional especializado, profissionais de apoio
acadêmicas e integrados por profissionais das áreas de saúde, ou auxiliares, tradutores (as) e intérpretes de Libras, guias-
assistência social, pedagogia e psicologia, para apoiar o intérpretes para surdos-cegos, professores de Libras,
trabalho dos (as) professores da educação básica com os (as) prioritariamente surdos, e professores bilíngues;

Legislação Educacional 69
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APOSTILAS OPÇÃO

4.14) definir, no segundo ano de vigência deste PNE, 5.5) apoiar a alfabetização de crianças do campo,
indicadores de qualidade e política de avaliação e supervisão indígenas, quilombolas e de populações itinerantes, com a
para o funcionamento de instituições públicas e privadas que produção de materiais didáticos específicos, e desenvolver
prestam atendimento a alunos com deficiência, transtornos instrumentos de acompanhamento que considerem o uso da
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou língua materna pelas comunidades indígenas e a identidade
superdotação; cultural das comunidades quilombolas;
4.15) promover, por iniciativa do Ministério da Educação, 5.6) promover e estimular a formação inicial e continuada
nos órgãos de pesquisa, demografia e estatística competentes, de professores (as) para a alfabetização de crianças, com o
a obtenção de informação detalhada sobre o perfil das pessoas conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e pedagógicas inovadoras, estimulando a articulação entre
altas habilidades ou superdotação de 0 (zero) a 17 (dezessete) programas de pós-graduação stricto sensu e ações de
anos; formação continuada de professores (as) para a alfabetização;
4.16) incentivar a inclusão nos cursos de licenciatura e nos 5.7) apoiar a alfabetização das pessoas com deficiência,
demais cursos de formação para profissionais da educação, considerando as suas especificidades, inclusive a alfabetização
inclusive em nível de pós-graduação, observado o disposto no bilíngue de pessoas surdas, sem estabelecimento de
caput do art. 207 da Constituição Federal, dos referenciais terminalidade temporal.
teóricos, das teorias de aprendizagem e dos processos de
ensino-aprendizagem relacionados ao atendimento Meta 6:
educacional de alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação; oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50%
4.17) promover parcerias com instituições comunitárias, (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender,
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as)
com o poder público, visando a ampliar as condições de apoio da educação básica.
ao atendimento escolar integral das pessoas com deficiência, Estratégias:
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 6.1) promover, com o apoio da União, a oferta de educação
superdotação matriculadas nas redes públicas de ensino; básica pública em tempo integral, por meio de atividades de
4.18) promover parcerias com instituições comunitárias, acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanência
com o poder público, visando a ampliar a oferta de formação dos (as) alunos (as) na escola, ou sob sua responsabilidade,
continuada e a produção de material didático acessível, assim passe a ser igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante
como os serviços de acessibilidade necessários ao pleno todo o ano letivo, com a ampliação progressiva da jornada de
acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com professores em uma única escola;
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 6.2) instituir, em regime de colaboração, programa de
habilidades ou superdotação matriculados na rede pública de construção de escolas com padrão arquitetônico e de
ensino; mobiliário adequado para atendimento em tempo integral,
4.19) promover parcerias com instituições comunitárias, prioritariamente em comunidades pobres ou com crianças em
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas situação de vulnerabilidade social;
com o poder público, a fim de favorecer a participação das 6.3) institucionalizar e manter, em regime de colaboração,
famílias e da sociedade na construção do sistema educacional programa nacional de ampliação e reestruturação das escolas
inclusivo. públicas, por meio da instalação de quadras poliesportivas,
laboratórios, inclusive de informática, espaços para atividades
Meta 5: culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios,
banheiros e outros equipamentos, bem como da produção de
alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3° material didático e da formação de recursos humanos para a
(terceiro) ano do ensino fundamental. educação em tempo integral;
Estratégias: 6.4) fomentar a articulação da escola com os diferentes
5.1) estruturar os processos pedagógicos de alfabetização, espaços educativos, culturais e esportivos e com
nos anos iniciais do ensino fundamental, articulando-os com equipamentos públicos, como centros comunitários,
as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com qualificação e bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e
valorização dos (as) professores (as) alfabetizadores e com planetários;
apoio pedagógico específico, a fim de garantir a alfabetização 6.5) estimular a oferta de atividades voltadas à ampliação
plena de todas as crianças; da jornada escolar de alunos (as) matriculados nas escolas da
5.2) instituir instrumentos de avaliação nacional rede pública de educação básica por parte das entidades
periódicos e específicos para aferir a alfabetização das privadas de serviço social vinculadas ao sistema sindical, de
crianças, aplicados a cada ano, bem como estimular os forma concomitante e em articulação com a rede pública de
sistemas de ensino e as escolas a criarem os respectivos ensino;
instrumentos de avaliação e monitoramento, implementando 6.6) orientar a aplicação da gratuidade de que trata o art.
medidas pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e alunas 13 da Lei no 12.101, de 27 de novembro de 2009, em
até o final do terceiro ano do ensino fundamental; atividades de ampliação da jornada escolar de alunos (as) das
5.3) selecionar, certificar e divulgar tecnologias escolas da rede pública de educação básica, de forma
educacionais para a alfabetização de crianças, assegurada a concomitante e em articulação com a rede pública de ensino;
diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o 6.7) atender às escolas do campo e de comunidades
acompanhamento dos resultados nos sistemas de ensino em indígenas e quilombolas na oferta de educação em tempo
que forem aplicadas, devendo ser disponibilizadas, integral, com base em consulta prévia e informada,
preferencialmente, como recursos educacionais abertos; considerando-se as peculiaridades locais;
5.4) fomentar o desenvolvimento de tecnologias 6.8) garantir a educação em tempo integral para pessoas
educacionais e de práticas pedagógicas inovadoras que com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo altas habilidades ou superdotação na faixa etária de 4 (quatro)
escolar e a aprendizagem dos (as) alunos (as), consideradas as a 17 (dezessete) anos, assegurando atendimento educacional
diversas abordagens metodológicas e sua efetividade; especializado complementar e suplementar ofertado em salas

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de recursos multifuncionais da própria escola ou em Nacional do Ensino Médio, assegurada a sua universalização,
instituições especializadas; ao sistema de avaliação da educação básica, bem como apoiar
6.9) adotar medidas para otimizar o tempo de o uso dos resultados das avaliações nacionais pelas escolas e
permanência dos alunos na escola, direcionando a expansão redes de ensino para a melhoria de seus processos e práticas
da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com pedagógicas;
atividades recreativas, esportivas e culturais. 7.8) desenvolver indicadores específicos de avaliação da
qualidade da educação especial, bem como da qualidade da
Meta 7: educação bilíngue para surdos;
7.9) orientar as políticas das redes e sistemas de ensino, de
fomentar a qualidade da educação básica em todas as forma a buscar atingir as metas do Ideb, diminuindo a
etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da diferença entre as escolas com os menores índices e a média
aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais nacional, garantindo equidade da aprendizagem e reduzindo
para o Ideb: pela metade, até o último ano de vigência deste PNE, as
IDEB 2015 2017 2019 2021 diferenças entre as médias dos índices dos Estados, inclusive
Anos iniciais do ensino 5,2 5,5 5,7 6,0 do Distrito Federal, e dos Municípios;
fundamental 7.10) fixar, acompanhar e divulgar bienalmente os
Anos finais do ensino 4,7 5,0 5,2 5,5 resultados pedagógicos dos indicadores do sistema nacional
fundamental de avaliação da educação básica e do Ideb, relativos às escolas,
Ensino médio 4,3 4,7 5,0 5,2 às redes públicas de educação básica e aos sistemas de ensino
Estratégias: da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
7.1) estabelecer e implantar, mediante pactuação assegurando a contextualização desses resultados, com
interfederativa, diretrizes pedagógicas para a educação básica relação a indicadores sociais relevantes, como os de nível
e a base nacional comum dos currículos, com direitos e socioeconômico das famílias dos (as) alunos (as), e a
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos (as) alunos transparência e o acesso público às informações técnicas de
(as) para cada ano do ensino fundamental e médio, respeitada concepção e operação do sistema de avaliação;
a diversidade regional, estadual e local; 7.11) melhorar o desempenho dos alunos da educação
7.2) assegurar que: básica nas avaliações da aprendizagem no Programa
a) no quinto ano de vigência deste PNE, pelo menos 70% Internacional de Avaliação de Estudantes - PISA, tomado como
(setenta por cento) dos (as) alunos (as) do ensino fundamental instrumento externo de referência, internacionalmente
e do ensino médio tenham alcançado nível suficiente de reconhecido, de acordo com as seguintes projeções:
aprendizado em relação aos direitos e objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e 50% PISA 2015 2018 2021
(cinquenta por cento), pelo menos, o nível desejável; Média dos resultados em 438 455 473
b) no último ano de vigência deste PNE, todos os (as) matemática, leitura e ciências
estudantes do ensino fundamental e do ensino médio tenham
alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos 7.12) incentivar o desenvolvimento, selecionar, certificar e
direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de divulgar tecnologias educacionais para a educação infantil, o
seu ano de estudo, e 80% (oitenta por cento), pelo menos, o ensino fundamental e o ensino médio e incentivar práticas
nível desejável; pedagógicas inovadoras que assegurem a melhoria do fluxo
7.3) constituir, em colaboração entre a União, os Estados, o escolar e a aprendizagem, assegurada a diversidade de
Distrito Federal e os Municípios, um conjunto nacional de métodos e propostas pedagógicas, com preferência para
indicadores de avaliação institucional com base no perfil do softwares livres e recursos educacionais abertos, bem como o
alunado e do corpo de profissionais da educação, nas acompanhamento dos resultados nos sistemas de ensino em
condições de infraestrutura das escolas, nos recursos que forem aplicadas;
pedagógicos disponíveis, nas características da gestão e em 7.13) garantir transporte gratuito para todos (as) os (as)
outras dimensões relevantes, considerando as especificidades estudantes da educação do campo na faixa etária da educação
das modalidades de ensino; escolar obrigatória, mediante renovação e padronização
7.4) induzir processo contínuo de auto avaliação das integral da frota de veículos, de acordo com especificações
escolas de educação básica, por meio da constituição de definidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem Tecnologia - INMETRO, e financiamento compartilhado, com
fortalecidas, destacando-se a elaboração de planejamento participação da União proporcional às necessidades dos entes
estratégico, a melhoria contínua da qualidade educacional, a federados, visando a reduzir a evasão escolar e o tempo médio
formação continuada dos (as) profissionais da educação e o de deslocamento a partir de cada situação local;
aprimoramento da gestão democrática; 7.14) desenvolver pesquisas de modelos alternativos de
7.5) formalizar e executar os planos de ações articuladas atendimento escolar para a população do campo que
dando cumprimento às metas de qualidade estabelecidas para considerem as especificidades locais e as boas práticas
a educação básica pública e às estratégias de apoio técnico e nacionais e internacionais;
financeiro voltadas à melhoria da gestão educacional, à 7.15) universalizar, até o quinto ano de vigência deste PNE,
formação de professores e professoras e profissionais de o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de
serviços e apoio escolares, à ampliação e ao desenvolvimento alta velocidade e triplicar, até o final da década, a relação
de recursos pedagógicos e à melhoria e expansão da computador/aluno (a) nas escolas da rede pública de
infraestrutura física da rede escolar; educação básica, promovendo a utilização pedagógica das
7.6) associar a prestação de assistência técnica financeira tecnologias da informação e da comunicação;
à fixação de metas intermediárias, nos termos estabelecidos 7.16) apoiar técnica e financeiramente a gestão escolar
conforme pactuação voluntária entre os entes, priorizando mediante transferência direta de recursos financeiros à escola,
sistemas e redes de ensino com Ideb abaixo da média nacional; garantindo a participação da comunidade escolar no
7.7) aprimorar continuamente os instrumentos de planejamento e na aplicação dos recursos, visando à ampliação
avaliação da qualidade do ensino fundamental e médio, de da transparência e ao efetivo desenvolvimento da gestão
forma a englobar o ensino de ciências nos exames aplicados democrática;
nos anos finais do ensino fundamental, e incorporar o Exame

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7.17) ampliar programas e aprofundar ações de profissionais da educação; e o atendimento em educação


atendimento ao (à) aluno (a), em todas as etapas da educação especial;
básica, por meio de programas suplementares de material 7.27) desenvolver currículos e propostas pedagógicas
didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à específicas para educação escolar para as escolas do campo e
saúde; para as comunidades indígenas e quilombolas, incluindo os
7.18) assegurar a todas as escolas públicas de educação conteúdos culturais correspondentes às respectivas
básica o acesso à energia elétrica, abastecimento de água comunidades e considerando o fortalecimento das práticas
tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos, socioculturais e da língua materna de cada comunidade
garantir o acesso dos alunos a espaços para a prática esportiva, indígena, produzindo e disponibilizando materiais didáticos
a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de específicos, inclusive para os (as) alunos (as) com deficiência;
ciências e, em cada edifício escolar, garantir a acessibilidade às 7.28) mobilizar as famílias e setores da sociedade civil,
pessoas com deficiência; articulando a educação formal com experiências de educação
7.19) institucionalizar e manter, em regime de popular e cidadã, com os propósitos de que a educação seja
colaboração, programa nacional de reestruturação e aquisição assumida como responsabilidade de todos e de ampliar o
de equipamentos para escolas públicas, visando à equalização controle social sobre o cumprimento das políticas públicas
regional das oportunidades educacionais; educacionais;
7.20) prover equipamentos e recursos tecnológicos 7.29) promover a articulação dos programas da área da
digitais para a utilização pedagógica no ambiente escolar a educação, de âmbito local e nacional, com os de outras áreas,
todas as escolas públicas da educação básica, criando, como saúde, trabalho e emprego, assistência social, esporte e
inclusive, mecanismos para implementação das condições cultura, possibilitando a criação de rede de apoio integral às
necessárias para a universalização das bibliotecas nas famílias, como condição para a melhoria da qualidade
instituições educacionais, com acesso a redes digitais de educacional;
computadores, inclusive a internet; 7.30) universalizar, mediante articulação entre os órgãos
7.21) a União, em regime de colaboração com os entes responsáveis pelas áreas da saúde e da educação, o
federados subnacionais, estabelecerá, no prazo de 2 (dois) atendimento aos (às) estudantes da rede escolar pública de
anos contados da publicação desta Lei, parâmetros mínimos educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e
de qualidade dos serviços da educação básica, a serem atenção à saúde;
utilizados como referência para infraestrutura das escolas, 7.31) estabelecer ações efetivas especificamente voltadas
recursos pedagógicos, entre outros insumos relevantes, bem para a promoção, prevenção, atenção e atendimento à saúde e
como instrumento para adoção de medidas para a melhoria da à integridade física, mental e emocional dos (das) profissionais
qualidade do ensino; da educação, como condição para a melhoria da qualidade
7.22) informatizar integralmente a gestão das escolas educacional;
públicas e das secretarias de educação dos Estados, do Distrito 7.32) fortalecer, com a colaboração técnica e financeira da
Federal e dos Municípios, bem como manter programa União, em articulação com o sistema nacional de avaliação, os
nacional de formação inicial e continuada para o pessoal sistemas estaduais de avaliação da educação básica, com
técnico das secretarias de educação; participação, por adesão, das redes municipais de ensino, para
7.23) garantir políticas de combate à violência na escola, orientar as políticas públicas e as práticas pedagógicas, com o
inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à fornecimento das informações às escolas e à sociedade;
capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas 7.33) promover, com especial ênfase, em consonância com
causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a as diretrizes do Plano Nacional do Livro e da Leitura, a
adoção das providências adequadas para promover a formação de leitores e leitoras e a capacitação de professores
construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de e professoras, bibliotecários e bibliotecárias e agentes da
segurança para a comunidade; comunidade para atuar como mediadores e mediadoras da
7.24) implementar políticas de inclusão e permanência na leitura, de acordo com a especificidade das diferentes etapas
escola para adolescentes e jovens que se encontram em regime do desenvolvimento e da aprendizagem;
de liberdade assistida e em situação de rua, assegurando os 7.34) instituir, em articulação com os Estados, os
princípios da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto Municípios e o Distrito Federal, programa nacional de
da Criança e do Adolescente; formação de professores e professoras e de alunos e alunas
7.25) garantir nos currículos escolares conteúdos sobre a para promover e consolidar política de preservação da
história e as culturas afro-brasileira e indígenas e implementar memória nacional;
ações educacionais, nos termos das Leis nos 10.639, de 9 de 7.35) promover a regulação da oferta da educação básica
janeiro de 2003, e 11.645, de 10 de março de 2008, pela iniciativa privada, de forma a garantir a qualidade e o
assegurando-se a implementação das respectivas diretrizes cumprimento da função social da educação;
curriculares nacionais, por meio de ações colaborativas com 7.36) estabelecer políticas de estímulo às escolas que
fóruns de educação para a diversidade étnico-racial, conselhos melhorarem o desempenho no Ideb, de modo a valorizar o
escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil; mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar.
7.26) consolidar a educação escolar no campo de
populações tradicionais, de populações itinerantes e de Meta 8:
comunidades indígenas e quilombolas, respeitando a
articulação entre os ambientes escolares e comunitários e elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito)
garantindo: o desenvolvimento sustentável e preservação da a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12
identidade cultural; a participação da comunidade na (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste Plano,
definição do modelo de organização pedagógica e de gestão para as populações do campo, da região de menor escolaridade
das instituições, consideradas as práticas socioculturais e as no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e
formas particulares de organização do tempo; a oferta bilíngue igualar a escolaridade média entre negros e não negros
na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
em língua materna das comunidades indígenas e em língua Estatística - IBGE.
portuguesa; a reestruturação e a aquisição de equipamentos; a Estratégias:
oferta de programa para a formação inicial e continuada de 8.1) institucionalizar programas e desenvolver tecnologias
para correção de fluxo, para acompanhamento pedagógico

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APOSTILAS OPÇÃO

individualizado e para recuperação e progressão parcial, bem 9.10) estabelecer mecanismos e incentivos que integrem
como priorizar estudantes com rendimento escolar defasado, os segmentos empregadores, públicos e privados, e os
considerando as especificidades dos segmentos populacionais sistemas de ensino, para promover a compatibilização da
considerados; jornada de trabalho dos empregados e das empregadas com a
8.2) implementar programas de educação de jovens e oferta das ações de alfabetização e de educação de jovens e
adultos para os segmentos populacionais considerados, que adultos;
estejam fora da escola e com defasagem idade-série, 9.11) implementar programas de capacitação tecnológica
associados a outras estratégias que garantam a continuidade da população jovem e adulta, direcionados para os segmentos
da escolarização, após a alfabetização inicial; com baixos níveis de escolarização formal e para os (as) alunos
8.3) garantir acesso gratuito a exames de certificação da (as) com deficiência, articulando os sistemas de ensino, a Rede
conclusão dos ensinos fundamental e médio; Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, as
8.4) expandir a oferta gratuita de educação profissional universidades, as cooperativas e as associações, por meio de
técnica por parte das entidades privadas de serviço social e de ações de extensão desenvolvidas em centros vocacionais
formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de forma tecnológicos, com tecnologias assistivas que favoreçam a
concomitante ao ensino ofertado na rede escolar pública, para efetiva inclusão social e produtiva dessa população;
os segmentos populacionais considerados; 9.12) considerar, nas políticas públicas de jovens e adultos,
8.5) promover, em parceria com as áreas de saúde e as necessidades dos idosos, com vistas à promoção de políticas
assistência social, o acompanhamento e o monitoramento do de erradicação do analfabetismo, ao acesso a tecnologias
acesso à escola específicos para os segmentos populacionais educacionais e atividades recreativas, culturais e esportivas, à
considerados, identificar motivos de absenteísmo e colaborar implementação de programas de valorização e
com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para a compartilhamento dos conhecimentos e experiência dos
garantia de frequência e apoio à aprendizagem, de maneira a idosos e à inclusão dos temas do envelhecimento e da velhice
estimular a ampliação do atendimento desses (as) estudantes nas escolas.
na rede pública regular de ensino;
8.6) promover busca ativa de jovens fora da escola Meta 10:
pertencentes aos segmentos populacionais considerados, em
parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das
juventude. matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos
fundamental e médio, na forma integrada à educação
Meta 9: profissional.
Estratégias:
elevar a taxa de alfabetização da população com 15 10.1) manter programa nacional de educação de jovens e
(quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e adultos voltado à conclusão do ensino fundamental e à
cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência formação profissional inicial, de forma a estimular a conclusão
deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em da educação básica;
50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. 10.2) expandir as matrículas na educação de jovens e
Estratégias: adultos, de modo a articular a formação inicial e continuada de
9.1) assegurar a oferta gratuita da educação de jovens e trabalhadores com a educação profissional, objetivando a
adultos a todos os que não tiveram acesso à educação básica elevação do nível de escolaridade do trabalhador e da
na idade própria; trabalhadora;
9.2) realizar diagnóstico dos jovens e adultos com ensino 10.3) fomentar a integração da educação de jovens e
fundamental e médio incompletos, para identificar a demanda adultos com a educação profissional, em cursos planejados, de
ativa por vagas na educação de jovens e adultos; acordo com as características do público da educação de
9.3) implementar ações de alfabetização de jovens e jovens e adultos e considerando as especificidades das
adultos com garantia de continuidade da escolarização básica; populações itinerantes e do campo e das comunidades
9.4) criar benefício adicional no programa nacional de indígenas e quilombolas, inclusive na modalidade de educação
transferência de renda para jovens e adultos que a distância;
frequentarem cursos de alfabetização; 10.4) ampliar as oportunidades profissionais dos jovens e
9.5) realizar chamadas públicas regulares para educação adultos com deficiência e baixo nível de escolaridade, por meio
de jovens e adultos, promovendo-se busca ativa em regime de do acesso à educação de jovens e adultos articulada à educação
colaboração entre entes federados e em parceria com profissional;
organizações da sociedade civil; 10.5) implantar programa nacional de reestruturação e
9.6) realizar avaliação, por meio de exames específicos, aquisição de equipamentos voltados à expansão e à melhoria
que permita aferir o grau de alfabetização de jovens e adultos da rede física de escolas públicas que atuam na educação de
com mais de 15 (quinze) anos de idade; jovens e adultos integrada à educação profissional, garantindo
9.7) executar ações de atendimento ao (à) estudante da acessibilidade à pessoa com deficiência;
educação de jovens e adultos por meio de programas 10.6) estimular a diversificação curricular da educação de
suplementares de transporte, alimentação e saúde, inclusive jovens e adultos, articulando a formação básica e a preparação
atendimento oftalmológico e fornecimento gratuito de óculos, para o mundo do trabalho e estabelecendo inter-relações
em articulação com a área da saúde; entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da
9.8) assegurar a oferta de educação de jovens e adultos, nas tecnologia e da cultura e cidadania, de forma a organizar o
etapas de ensino fundamental e médio, às pessoas privadas de tempo e o espaço pedagógicos adequados às características
liberdade em todos os estabelecimentos penais, assegurando- desses alunos e alunas;
se formação específica dos professores e das professoras e 10.7) fomentar a produção de material didático, o
implementação de diretrizes nacionais em regime de desenvolvimento de currículos e metodologias específicas, os
colaboração; instrumentos de avaliação, o acesso a equipamentos e
9.9) apoiar técnica e financeiramente projetos inovadores laboratórios e a formação continuada de docentes das redes
na educação de jovens e adultos que visem ao públicas que atuam na educação de jovens e adultos articulada
desenvolvimento de modelos adequados às necessidades à educação profissional;
específicas desses (as) alunos (as);

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10.8) fomentar a oferta pública de formação inicial e globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
continuada para trabalhadores e trabalhadoras articulada à superdotação;
educação de jovens e adultos, em regime de colaboração e com 11.11) elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos
apoio de entidades privadas de formação profissional cursos técnicos de nível médio na Rede Federal de Educação
vinculadas ao sistema sindical e de entidades sem fins Profissional, Científica e Tecnológica para 90% (noventa por
lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com cento) e elevar, nos cursos presenciais, a relação de alunos (as)
atuação exclusiva na modalidade; por professor para 20 (vinte);
10.9) institucionalizar programa nacional de assistência ao 11.12) elevar gradualmente o investimento em programas
estudante, compreendendo ações de assistência social, de assistência estudantil e mecanismos de mobilidade
financeira e de apoio psicopedagógico que contribuam para acadêmica, visando a garantir as condições necessárias à
garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a permanência dos (as) estudantes e à conclusão dos cursos
conclusão com êxito da educação de jovens e adultos técnicos de nível médio;
articulada à educação profissional; 11.13) reduzir as desigualdades étnico-raciais e regionais
10.10) orientar a expansão da oferta de educação de jovens no acesso e permanência na educação profissional técnica de
e adultos articulada à educação profissional, de modo a nível médio, inclusive mediante a adoção de políticas
atender às pessoas privadas de liberdade nos afirmativas, na forma da lei;
estabelecimentos penais, assegurando-se formação específica 11.14) estruturar sistema nacional de informação
dos professores e das professoras e implementação de profissional, articulando a oferta de formação das instituições
diretrizes nacionais em regime de colaboração; especializadas em educação profissional aos dados do
10.11) implementar mecanismos de reconhecimento de mercado de trabalho e a consultas promovidas em entidades
saberes dos jovens e adultos trabalhadores, a serem empresariais e de trabalhadores
considerados na articulação curricular dos cursos de formação
inicial e continuada e dos cursos técnicos de nível médio. Meta 12:

Meta 11: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para


50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e
triplicar as matrículas da educação profissional técnica de três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e
nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão
50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público. para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas
Estratégias: matrículas, no segmento público.
11.1) expandir as matrículas de educação profissional Estratégias:
técnica de nível médio na Rede Federal de Educação 12.1) otimizar a capacidade instalada da estrutura física e
Profissional, Científica e Tecnológica, levando em de recursos humanos das instituições públicas de educação
consideração a responsabilidade dos Institutos na ordenação superior, mediante ações planejadas e coordenadas, de forma
territorial, sua vinculação com arranjos produtivos, sociais e a ampliar e interiorizar o acesso à graduação;
culturais locais e regionais, bem como a interiorização da 12.2) ampliar a oferta de vagas, por meio da expansão e
educação profissional; interiorização da rede federal de educação superior, da Rede
11.2) fomentar a expansão da oferta de educação Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e do
profissional técnica de nível médio nas redes públicas sistema Universidade Aberta do Brasil, considerando a
estaduais de ensino; densidade populacional, a oferta de vagas públicas em relação
11.3) fomentar a expansão da oferta de educação à população na idade de referência e observadas as
profissional técnica de nível médio na modalidade de educação características regionais das micro e mesorregiões definidas
a distância, com a finalidade de ampliar a oferta e pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
democratizar o acesso à educação profissional pública e IBGE, uniformizando a expansão no território nacional;
gratuita, assegurado padrão de qualidade; 12.3) elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos
11.4) estimular a expansão do estágio na educação cursos de graduação presenciais nas universidades públicas
profissional técnica de nível médio e do ensino médio regular, para 90% (noventa por cento), ofertar, no mínimo, um terço
preservando-se seu caráter pedagógico integrado ao itinerário das vagas em cursos noturnos e elevar a relação de estudantes
formativo do aluno, visando à formação de qualificações por professor (a) para 18 (dezoito), mediante estratégias de
próprias da atividade profissional, à contextualização aproveitamento de créditos e inovações acadêmicas que
curricular e ao desenvolvimento da juventude; valorizem a aquisição de competências de nível superior;
11.5) ampliar a oferta de programas de reconhecimento de 12.4) fomentar a oferta de educação superior pública e
saberes para fins de certificação profissional em nível técnico; gratuita prioritariamente para a formação de professores e
11.6) ampliar a oferta de matrículas gratuitas de educação professoras para a educação básica, sobretudo nas áreas de
profissional técnica de nível médio pelas entidades privadas ciências e matemática, bem como para atender ao défice de
de formação profissional vinculadas ao sistema sindical e profissionais em áreas específicas;
entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com 12.5) ampliar as políticas de inclusão e de assistência
deficiência, com atuação exclusiva na modalidade; estudantil dirigidas aos (às) estudantes de instituições
11.7) expandir a oferta de financiamento estudantil à públicas, bolsistas de instituições privadas de educação
educação profissional técnica de nível médio oferecida em superior e beneficiários do Fundo de Financiamento
instituições privadas de educação superior; Estudantil - FIES, de que trata a Lei no 10.260, de 12 de julho
11.8) institucionalizar sistema de avaliação da qualidade de 2001, na educação superior, de modo a reduzir as
da educação profissional técnica de nível médio das redes desigualdades étnico-raciais e ampliar as taxas de acesso e
escolares públicas e privadas; permanência na educação superior de estudantes egressos da
11.9) expandir o atendimento do ensino médio gratuito escola pública, afrodescendentes e indígenas e de estudantes
integrado à formação profissional para as populações do com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
campo e para as comunidades indígenas e quilombolas, de altas habilidades ou superdotação, de forma a apoiar seu
acordo com os seus interesses e necessidades; sucesso acadêmico;
11.10) expandir a oferta de educação profissional técnica 12.6) expandir o financiamento estudantil por meio do
de nível médio para as pessoas com deficiência, transtornos Fundo de Financiamento Estudantil - FIES, de que trata a Lei

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no 10.260, de 12 de julho de 2001, com a constituição de fundo pela política e estratégias nacionais de ciência, tecnologia e
garantidor do financiamento, de forma a dispensar inovação.
progressivamente a exigência de fiador;
12.7) assegurar, no mínimo, 10% (dez por cento) do total Meta 13:
de créditos curriculares exigidos para a graduação em
programas e projetos de extensão universitária, orientando elevar a qualidade da educação superior e ampliar a
sua ação, prioritariamente, para áreas de grande pertinência proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo
social; exercício no conjunto do sistema de educação superior para
12.8) ampliar a oferta de estágio como parte da formação 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo,
na educação superior; 35% (trinta e cinco por cento) doutores.
12.9) ampliar a participação proporcional de grupos Estratégias:
historicamente desfavorecidos na educação superior, 13.1) aperfeiçoar o Sistema Nacional de Avaliação da
inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, na forma Educação Superior - SINAES, de que trata a Lei no 10.861, de
da lei; 14 de abril de 2004, fortalecendo as ações de avaliação,
12.10) assegurar condições de acessibilidade nas regulação e supervisão;
instituições de educação superior, na forma da legislação; 13.2) ampliar a cobertura do Exame Nacional de
12.11) fomentar estudos e pesquisas que analisem a Desempenho de Estudantes - ENADE, de modo a ampliar o
necessidade de articulação entre formação, currículo, pesquisa quantitativo de estudantes e de áreas avaliadas no que diz
e mundo do trabalho, considerando as necessidades respeito à aprendizagem resultante da graduação;
econômicas, sociais e culturais do País; 13.3) induzir processo contínuo de auto avaliação das
12.12) consolidar e ampliar programas e ações de instituições de educação superior, fortalecendo a participação
incentivo à mobilidade estudantil e docente em cursos de das comissões próprias de avaliação, bem como a aplicação de
graduação e pós-graduação, em âmbito nacional e instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem
internacional, tendo em vista o enriquecimento da formação fortalecidas, destacando-se a qualificação e a dedicação do
de nível superior; corpo docente;
12.13) expandir atendimento específico a populações do 13.4) promover a melhoria da qualidade dos cursos de
campo e comunidades indígenas e quilombolas, em relação a pedagogia e licenciaturas, por meio da aplicação de
acesso, permanência, conclusão e formação de profissionais instrumento próprio de avaliação aprovado pela Comissão
para atuação nessas populações; Nacional de Avaliação da Educação Superior - CONAES,
12.14) mapear a demanda e fomentar a oferta de formação integrando-os às demandas e necessidades das redes de
de pessoal de nível superior, destacadamente a que se refere à educação básica, de modo a permitir aos graduandos a
formação nas áreas de ciências e matemática, considerando as aquisição das qualificações necessárias a conduzir o processo
necessidades do desenvolvimento do País, a inovação pedagógico de seus futuros alunos (as), combinando formação
tecnológica e a melhoria da qualidade da educação básica; geral e específica com a prática didática, além da educação
12.15) institucionalizar programa de composição de para as relações étnico-raciais, a diversidade e as necessidades
acervo digital de referências bibliográficas e audiovisuais para das pessoas com deficiência;
os cursos de graduação, assegurada a acessibilidade às 13.5) elevar o padrão de qualidade das universidades,
pessoas com deficiência; direcionando sua atividade, de modo que realizem,
12.16) consolidar processos seletivos nacionais e regionais efetivamente, pesquisa institucionalizada, articulada a
para acesso à educação superior como forma de superar programas de pós-graduação stricto sensu;
exames vestibulares isolados; 13.6) substituir o Exame Nacional de Desempenho de
12.17) estimular mecanismos para ocupar as vagas ociosas Estudantes - ENADE aplicado ao final do primeiro ano do curso
em cada período letivo na educação superior pública; de graduação pelo Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, a
12.18) estimular a expansão e reestruturação das fim de apurar o valor agregado dos cursos de graduação;
instituições de educação superior estaduais e municipais cujo 13.7) fomentar a formação de consórcios entre instituições
ensino seja gratuito, por meio de apoio técnico e financeiro do públicas de educação superior, com vistas a potencializar a
Governo Federal, mediante termo de adesão ao programa de atuação regional, inclusive por meio de plano de
reestruturação, na forma de regulamento, que considere a sua desenvolvimento institucional integrado, assegurando maior
contribuição para a ampliação de vagas, a capacidade fiscal e visibilidade nacional e internacional às atividades de ensino,
as necessidades dos sistemas de ensino dos entes pesquisa e extensão;
mantenedores na oferta e qualidade da educação básica; 13.8) elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos
12.19) reestruturar com ênfase na melhoria de prazos e cursos de graduação presenciais nas universidades públicas,
qualidade da decisão, no prazo de 2 (dois) anos, os de modo a atingir 90% (noventa por cento) e, nas instituições
procedimentos adotados na área de avaliação, regulação e privadas, 75% (setenta e cinco por cento), em 2020, e
supervisão, em relação aos processos de autorização de cursos fomentar a melhoria dos resultados de aprendizagem, de
e instituições, de reconhecimento ou renovação de modo que, em 5 (cinco) anos, pelo menos 60% (sessenta por
reconhecimento de cursos superiores e de credenciamento ou cento) dos estudantes apresentem desempenho positivo igual
recredenciamento de instituições, no âmbito do sistema ou superior a 60% (sessenta por cento) no Exame Nacional de
federal de ensino; Desempenho de Estudantes - ENADE e, no último ano de
12.20) ampliar, no âmbito do Fundo de Financiamento ao vigência, pelo menos 75% (setenta e cinco por cento) dos
Estudante do Ensino Superior - FIES, de que trata a Lei nº estudantes obtenham desempenho positivo igual ou superior
10.260, de 12 de julho de 2001, e do Programa Universidade a 75% (setenta e cinco por cento) nesse exame, em cada área
para Todos - PROUNI, de que trata a Lei no 11.096, de 13 de de formação profissional;
janeiro de 2005, os benefícios destinados à concessão de 13.9) promover a formação inicial e continuada dos (as)
financiamento a estudantes regularmente matriculados em profissionais técnico-administrativos da educação superior.
cursos superiores presenciais ou a distância, com avaliação
positiva, de acordo com regulamentação própria, nos Meta 14:
processos conduzidos pelo Ministério da Educação;
12.21) fortalecer as redes físicas de laboratórios elevar gradualmente o número de matrículas na pós-
multifuncionais das IES e ICTs nas áreas estratégicas definidas graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de

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60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) superior, obtida em curso de licenciatura na área de
doutores. conhecimento em que atuam.
Estratégias: Estratégias:
14.1) expandir o financiamento da pós-graduação stricto 15.1) atuar, conjuntamente, com base em plano estratégico
sensu por meio das agências oficiais de fomento; que apresente diagnóstico das necessidades de formação de
14.2) estimular a integração e a atuação articulada entre a profissionais da educação e da capacidade de atendimento, por
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível parte de instituições públicas e comunitárias de educação
Superior - CAPES e as agências estaduais de fomento à superior existentes nos Estados, Distrito Federal e Municípios,
pesquisa; e defina obrigações recíprocas entre os partícipes;
14.3) expandir o financiamento estudantil por meio do 15.2) consolidar o financiamento estudantil a estudantes
Fies à pós-graduação stricto sensu; matriculados em cursos de licenciatura com avaliação positiva
14.4) expandir a oferta de cursos de pós-graduação stricto pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior -
sensu, utilizando inclusive metodologias, recursos e SINAES, na forma da Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004,
tecnologias de educação a distância; inclusive a amortização do saldo devedor pela docência efetiva
14.5) implementar ações para reduzir as desigualdades na rede pública de educação básica;
étnico-raciais e regionais e para favorecer o acesso das 15.3) ampliar programa permanente de iniciação à
populações do campo e das comunidades indígenas e docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura,
quilombolas a programas de mestrado e doutorado; a fim de aprimorar a formação de profissionais para atuar no
14.6) ampliar a oferta de programas de pós-graduação magistério da educação básica;
stricto sensu, especialmente os de doutorado, nos campi novos 15.4) consolidar e ampliar plataforma eletrônica para
abertos em decorrência dos programas de expansão e organizar a oferta e as matrículas em cursos de formação
interiorização das instituições superiores públicas; inicial e continuada de profissionais da educação, bem como
14.7) manter e expandir programa de acervo digital de para divulgar e atualizar seus currículos eletrônicos;
referências bibliográficas para os cursos de pós-graduação, 15.5) implementar programas específicos para formação
assegurada a acessibilidade às pessoas com deficiência; de profissionais da educação para as escolas do campo e de
14.8) estimular a participação das mulheres nos cursos de comunidades indígenas e quilombolas e para a educação
pós-graduação stricto sensu, em particular aqueles ligados às especial;
áreas de Engenharia, Matemática, Física, Química, Informática 15.6) promover a reforma curricular dos cursos de
e outros no campo das ciências; licenciatura e estimular a renovação pedagógica, de forma a
14.9) consolidar programas, projetos e ações que assegurar o foco no aprendizado do (a) aluno (a), dividindo a
objetivem a internacionalização da pesquisa e da pós- carga horária em formação geral, formação na área do saber e
graduação brasileiras, incentivando a atuação em rede e o didática específica e incorporando as modernas tecnologias de
fortalecimento de grupos de pesquisa; informação e comunicação, em articulação com a base nacional
14.10) promover o intercâmbio científico e tecnológico, comum dos currículos da educação básica, de que tratam as
nacional e internacional, entre as instituições de ensino, estratégias 2.1, 2.2, 3.2 e 3.3 deste PNE;
pesquisa e extensão; 15.7) garantir, por meio das funções de avaliação,
14.11) ampliar o investimento em pesquisas com foco em regulação e supervisão da educação superior, a plena
desenvolvimento e estímulo à inovação, bem como implementação das respectivas diretrizes curriculares;
incrementar a formação de recursos humanos para a inovação, 15.8) valorizar as práticas de ensino e os estágios nos
de modo a buscar o aumento da competitividade das empresas cursos de formação de nível médio e superior dos profissionais
de base tecnológica; da educação, visando ao trabalho sistemático de articulação
14.12) ampliar o investimento na formação de doutores de entre a formação acadêmica e as demandas da educação
modo a atingir a proporção de 4 (quatro) doutores por 1.000 básica;
(mil) habitantes; 15.9) implementar cursos e programas especiais para
14.13) aumentar qualitativa e quantitativamente o assegurar formação específica na educação superior, nas
desempenho científico e tecnológico do País e a respectivas áreas de atuação, aos docentes com formação de
competitividade internacional da pesquisa brasileira, nível médio na modalidade normal, não licenciados ou
ampliando a cooperação científica com empresas, Instituições licenciados em área diversa da de atuação docente, em efetivo
de Educação Superior - IES e demais Instituições Científicas e exercício;
Tecnológicas - ICTs; 15.10) fomentar a oferta de cursos técnicos de nível médio
14.14) estimular a pesquisa científica e de inovação e e tecnológicos de nível superior destinados à formação, nas
promover a formação de recursos humanos que valorize a respectivas áreas de atuação, dos (as) profissionais da
diversidade regional e a biodiversidade da região amazônica e educação de outros segmentos que não os do magistério;
do cerrado, bem como a gestão de recursos hídricos no 15.11) implantar, no prazo de 1 (um) ano de vigência desta
semiárido para mitigação dos efeitos da seca e geração de Lei, política nacional de formação continuada para os (as)
emprego e renda na região; profissionais da educação de outros segmentos que não os do
14.15) estimular a pesquisa aplicada, no âmbito das IES e magistério, construída em regime de colaboração entre os
das ICTs, de modo a incrementar a inovação e a produção e entes federados;
registro de patentes. 15.12) instituir programa de concessão de bolsas de
estudos para que os professores de idiomas das escolas
Meta 15: públicas de educação básica realizem estudos de imersão e
aperfeiçoamento nos países que tenham como idioma nativo
garantir, em regime de colaboração entre a União, os as línguas que lecionem;
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) 15.13) desenvolver modelos de formação docente para a
ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos educação profissional que valorizem a experiência prática, por
profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do meio da oferta, nas redes federal e estaduais de educação
caput do art. 61 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, profissional, de cursos voltados à complementação e
assegurado que todos os professores e as professoras da certificação didático-pedagógica de profissionais experientes.
educação básica possuam formação específica de nível

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Meta 16: 17.4) ampliar a assistência financeira específica da União


aos entes federados para implementação de políticas de
formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por valorização dos (as) profissionais do magistério, em particular
cento) dos professores da educação básica, até o último ano de o piso salarial nacional profissional.
vigência deste PNE, e garantir a todos (as) os (as) profissionais
da educação básica formação continuada em sua área de Meta 18:
atuação, considerando as necessidades, demandas e
contextualizações dos sistemas de ensino. assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos
Estratégias: de Carreira para os (as) profissionais da educação básica e
16.1) realizar, em regime de colaboração, o planejamento superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano
estratégico para dimensionamento da demanda por formação de Carreira dos (as) profissionais da educação básica pública,
continuada e fomentar a respectiva oferta por parte das tomar como referência o piso salarial nacional profissional,
instituições públicas de educação superior, de forma orgânica definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da
e articulada às políticas de formação dos Estados, do Distrito Constituição Federal.
Federal e dos Municípios; Estratégias:
16.2) consolidar política nacional de formação de 18.1) estruturar as redes públicas de educação básica de
professores e professoras da educação básica, definindo modo que, até o início do terceiro ano de vigência deste PNE,
diretrizes nacionais, áreas prioritárias, instituições 90% (noventa por cento), no mínimo, dos respectivos
formadoras e processos de certificação das atividades profissionais do magistério e 50% (cinquenta por cento), no
formativas; mínimo, dos respectivos profissionais da educação não
16.3) expandir programa de composição de acervo de docentes sejam ocupantes de cargos de provimento efetivo e
obras didáticas, paradidáticas e de literatura e de dicionários, estejam em exercício nas redes escolares a que se encontrem
e programa específico de acesso a bens culturais, incluindo vinculados;
obras e materiais produzidos em Libras e em Braille, sem 18.2) implantar, nas redes públicas de educação básica e
prejuízo de outros, a serem disponibilizados para os superior, acompanhamento dos profissionais iniciantes,
professores e as professoras da rede pública de educação supervisionados por equipe de profissionais experientes, a fim
básica, favorecendo a construção do conhecimento e a de fundamentar, com base em avaliação documentada, a
valorização da cultura da investigação; decisão pela efetivação após o estágio probatório e oferecer,
16.4) ampliar e consolidar portal eletrônico para subsidiar durante esse período, curso de aprofundamento de estudos na
a atuação dos professores e das professoras da educação área de atuação do (a) professor (a), com destaque para os
básica, disponibilizando gratuitamente materiais didáticos e conteúdos a serem ensinados e as metodologias de ensino de
pedagógicos suplementares, inclusive aqueles com formato cada disciplina;
acessível; 18.3) realizar, por iniciativa do Ministério da Educação, a
16.5) ampliar a oferta de bolsas de estudo para pós- cada 2 (dois) anos a partir do segundo ano de vigência deste
graduação dos professores e das professoras e demais PNE, prova nacional para subsidiar os Estados, o Distrito
profissionais da educação básica; Federal e os Municípios, mediante adesão, na realização de
16.6) fortalecer a formação dos professores e das concursos públicos de admissão de profissionais do magistério
professoras das escolas públicas de educação básica, por meio da educação básica pública;
da implementação das ações do Plano Nacional do Livro e 18.4) prever, nos planos de Carreira dos profissionais da
Leitura e da instituição de programa nacional de educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
disponibilização de recursos para acesso a bens culturais pelo licenças remuneradas e incentivos para qualificação
magistério público. profissional, inclusive em nível de pós-graduação stricto
sensu;
Meta 17: 18.5) realizar anualmente, a partir do segundo ano de
vigência deste PNE, por iniciativa do Ministério da Educação,
valorizar os (as) profissionais do magistério das redes em regime de colaboração, o censo dos (as) profissionais da
públicas de educação básica de forma a equiparar seu educação básica de outros segmentos que não os do
rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com magistério;
escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência 18.6) considerar as especificidades socioculturais das
deste PNE. escolas do campo e das comunidades indígenas e quilombolas
Estratégias: no provimento de cargos efetivos para essas escolas;
17.1) constituir, por iniciativa do Ministério da Educação, 18.7) priorizar o repasse de transferências federais
até o final do primeiro ano de vigência deste PNE, fórum voluntárias, na área de educação, para os Estados, o Distrito
permanente, com representação da União, dos Estados, do Federal e os Municípios que tenham aprovado lei específica
Distrito Federal, dos Municípios e dos trabalhadores da estabelecendo planos de Carreira para os (as) profissionais da
educação, para acompanhamento da atualização progressiva educação;
do valor do piso salarial nacional para os profissionais do 18.8) estimular a existência de comissões permanentes de
magistério público da educação básica; profissionais da educação de todos os sistemas de ensino, em
17.2) constituir como tarefa do fórum permanente o todas as instâncias da Federação, para subsidiar os órgãos
acompanhamento da evolução salarial por meio de competentes na elaboração, reestruturação e implementação
indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - dos planos de Carreira.
PNAD, periodicamente divulgados pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; Meta 19:
17.3) implementar, no âmbito da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, planos de Carreira para os assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a
(as) profissionais do magistério das redes públicas de efetivação da gestão democrática da educação, associada a
educação básica, observados os critérios estabelecidos na Lei critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública
no 11.738, de 16 de julho de 2008, com implantação gradual à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas,
do cumprimento da jornada de trabalho em um único prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.
estabelecimento escolar;

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Estratégias: 20.3) destinar à manutenção e desenvolvimento do ensino,


19.1) priorizar o repasse de transferências voluntárias da em acréscimo aos recursos vinculados nos termos do art. 212
União na área da educação para os entes federados que da Constituição Federal, na forma da lei específica, a parcela da
tenham aprovado legislação específica que regulamente a participação no resultado ou da compensação financeira pela
matéria na área de sua abrangência, respeitando-se a exploração de petróleo e gás natural e outros recursos, com a
legislação nacional, e que considere, conjuntamente, para a finalidade de cumprimento da meta prevista no inciso VI do
nomeação dos diretores e diretoras de escola, critérios caput do art. 214 da Constituição Federal;
técnicos de mérito e desempenho, bem como a participação da 20.4) fortalecer os mecanismos e os instrumentos que
comunidade escolar; assegurem, nos termos do parágrafo único do art. 48 da Lei
19.2) ampliar os programas de apoio e formação aos (às) Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, a transparência
conselheiros (as) dos conselhos de acompanhamento e e o controle social na utilização dos recursos públicos
controle social do Fundeb, dos conselhos de alimentação aplicados em educação, especialmente a realização de
escolar, dos conselhos regionais e de outros e aos (às) audiências públicas, a criação de portais eletrônicos de
representantes educacionais em demais conselhos de transparência e a capacitação dos membros de conselhos de
acompanhamento de políticas públicas, garantindo a esses acompanhamento e controle social do Fundeb, com a
colegiados recursos financeiros, espaço físico adequado, colaboração entre o Ministério da Educação, as Secretarias de
equipamentos e meios de transporte para visitas à rede Educação dos Estados e dos Municípios e os Tribunais de
escolar, com vistas ao bom desempenho de suas funções; Contas da União, dos Estados e dos Municípios;
19.3) incentivar os Estados, o Distrito Federal e os 20.5) desenvolver, por meio do Instituto Nacional de
Municípios a constituírem Fóruns Permanentes de Educação, Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP,
com o intuito de coordenar as conferências municipais, estudos e acompanhamento regular dos investimentos e
estaduais e distrital bem como efetuar o acompanhamento da custos por aluno da educação básica e superior pública, em
execução deste PNE e dos seus planos de educação; todas as suas etapas e modalidades;
19.4) estimular, em todas as redes de educação básica, a 20.6) no prazo de 2 (dois) anos da vigência deste PNE, será
constituição e o fortalecimento de grêmios estudantis e implantado o Custo Aluno-Qualidade inicial - CAQi,
associações de pais, assegurando-se lhes, inclusive, espaços referenciado no conjunto de padrões mínimos estabelecidos
adequados e condições de funcionamento nas escolas e na legislação educacional e cujo financiamento será calculado
fomentando a sua articulação orgânica com os conselhos com base nos respectivos insumos indispensáveis ao processo
escolares, por meio das respectivas representações; de ensino-aprendizagem e será progressivamente reajustado
19.5) estimular a constituição e o fortalecimento de até a implementação plena do Custo Aluno Qualidade - CAQ;
conselhos escolares e conselhos municipais de educação, como 20.7) implementar o Custo Aluno Qualidade - CAQ como
instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e parâmetro para o financiamento da educação de todas etapas
educacional, inclusive por meio de programas de formação de e modalidades da educação básica, a partir do cálculo e do
conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento acompanhamento regular dos indicadores de gastos
autônomo; educacionais com investimentos em qualificação e
19.6) estimular a participação e a consulta de profissionais remuneração do pessoal docente e dos demais profissionais da
da educação, alunos (as) e seus familiares na formulação dos educação pública, em aquisição, manutenção, construção e
projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de conservação de instalações e equipamentos necessários ao
gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a ensino e em aquisição de material didático-escolar,
participação dos pais na avaliação de docentes e gestores alimentação e transporte escolar;
escolares; 20.8) o CAQ será definido no prazo de 3 (três) anos e será
19.7) favorecer processos de autonomia pedagógica, continuamente ajustado, com base em metodologia formulada
administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de pelo Ministério da Educação - MEC, e acompanhado pelo
ensino; Fórum Nacional de Educação - FNE, pelo Conselho Nacional de
19.8) desenvolver programas de formação de diretores e Educação - CNE e pelas Comissões de Educação da Câmara dos
gestores escolares, bem como aplicar prova nacional Deputados e de Educação, Cultura e Esportes do Senado
específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos Federal;
para o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser 20.9) regulamentar o parágrafo único do art. 23 e o art. 211
utilizados por adesão. da Constituição Federal, no prazo de 2 (dois) anos, por lei
complementar, de forma a estabelecer as normas de
Meta 20: cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, em matéria educacional, e a articulação do sistema
ampliar o investimento público em educação pública de nacional de educação em regime de colaboração, com
forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) equilíbrio na repartição das responsabilidades e dos recursos
do Produto Interno Bruto - PIB do País no 5º (quinto) ano de e efetivo cumprimento das funções redistributiva e supletiva
vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por da União no combate às desigualdades educacionais regionais,
cento) do PIB ao final do decênio. com especial atenção às regiões Norte e Nordeste
Estratégias: 20.10) caberá à União, na forma da lei, a complementação
20.1) garantir fontes de financiamento permanentes e de recursos financeiros a todos os Estados, ao Distrito Federal
sustentáveis para todos os níveis, etapas e modalidades da e aos Municípios que não conseguirem atingir o valor do CAQi
educação básica, observando-se as políticas de colaboração e, posteriormente, do CAQ;
entre os entes federados, em especial as decorrentes do art. 60 20.11) aprovar, no prazo de 1 (um) ano, Lei de
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e do § 1° Responsabilidade Educacional, assegurando padrão de
do art. 75 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que qualidade na educação básica, em cada sistema e rede de
tratam da capacidade de atendimento e do esforço fiscal de ensino, aferida pelo processo de metas de qualidade aferidas
cada ente federado, com vistas a atender suas demandas por institutos oficiais de avaliação educacionais;
educacionais à luz do padrão de qualidade nacional; 20.12) definir critérios para distribuição dos recursos
20.2) aperfeiçoar e ampliar os mecanismos de adicionais dirigidos à educação ao longo do decênio, que
acompanhamento da arrecadação da contribuição social do considerem a equalização das oportunidades educacionais, a
salário-educação; vulnerabilidade socioeconômica e o compromisso técnico e de

Legislação Educacional 78
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gestão do sistema de ensino, a serem pactuados na instância pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no
prevista no § 5° do art. 7° desta Lei. segmento público.
São estratégias para atingir a Meta 11 do PNE nos
Questões próximos 10 anos, EXCETO.
(A) Elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos
01. (SAP/SP - Analista Sócio Cultural-Pedagogia - cursos técnicos de nível médio na Rede Federal de Educação
VUNESP) O Plano Nacional de Educação (PNE) constitui-se em Profissional, Científica e Tecnológica para 90% (noventa por
uma importante política educacional, traça diretrizes e metas cento) e elevar, nos cursos presenciais, a relação de alunos por
para a Educação no Brasil e tem prazo de até dez anos para que professor para 20 (vinte).
todas elas sejam cumpridas. Entre as principais metas estão a (B) Expandir as matrículas de educação profissional
melhoria da qualidade do ensino e a erradicação do técnica de nível médio na Rede Federal de Educação
analfabetismo. É correto afirmar que o PNE é um plano Profissional, Científica e Tecnológica, levando em
(A) global, de toda a educação. consideração a responsabilidade dos Institutos na ordenação
(B) da União. territorial, sua vinculação com arranjos produtivos, sociais e
(C) de governo. culturais locais e regionais, bem como a interiorização da
(D) da Secretaria de Educação. educação profissional.
(E) da rede de ensino estadual ou municipal. (C) Elevar gradualmente o investimento em programas de
assistência estudantil e mecanismos de mobilidade acadêmica,
02. (Prefeitura de Macapá/AP - Pedagogo - FCC/2018) visando a garantir as condições necessárias à permanência dos
Para financiar as metas do Plano Nacional de Educação (2014- estudantes e à conclusão dos cursos técnicos de nível médio.
2024), em acréscimo aos recursos vinculados na Constituição, (D) Reduzir as desigualdades étnico-raciais e regionais no
além de outros recursos inscritos em lei, está previsto, na meta acesso e permanência na educação profissional técnica de
20, da Lei n° 13.005/2014, ampliar o investimento público de nível médio, inclusive mediante a adoção de políticas
forma a atingir o equivalente a afirmativas
(A) 10% do PIB, ao final do decênio. (E) Otimizar a capacidade dos recursos físicos e humanos
(B) 7% do PIB, ao final do decênio. já existentes nas Instituições da Rede Federal de Educação
(C) 10% do PIB, no 15° ano de vigência da lei. Profissional Científica e Tecnológica mediante ações
(D) 12% do PIB, nos 12 primeiros anos de vigência da lei. planejadas e coordenadas de forma a ampliar e interiorizar o
(E) 1% de aumento do PIB, a cada ano, durante os acesso à educação profissional.
primeiros dez anos da vigência da lei.
Gabarito
03. (IF/SP - Professor - FUNDEP) Sobre o Plano Nacional
de Educação (PNE), é INCORRETO afirmar que 01.A / 02.A / 03.C / 04.B / 05.E
(A) o ‘Dia do Plano Nacional de Educação’, é comemorado,
anualmente, em 12 de dezembro.
(B) entre os seus objetivos está o da democratização da 5. Base Nacional Comum
gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais. Curricular - 2018.
(C) compete exclusivamente ao Estado, com base no Plano
Nacional de Educação, elaborar o plano decenal.
(D) para esse plano, a melhoria da qualidade do ensino BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
perpassa pela valorização do magistério, uma vez que os
docentes exercem um papel decisivo no processo educacional. 5Apresentação

04. (IF/SC - Técnico de Laboratório) Em 2014, após anos É com alegria que entregamos ao Brasil a versão final
de construção foi aprovado o Plano Nacional de Educação - homologada da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) com
PNE, por meio da Lei nº 13.005, com vistas a dar cumprimento a inclusão da etapa do Ensino Médio, e, assim, atingimos o
ao artigo 214 da Constituição Federal Brasileira. Sobre o PNE, objetivo de uma Base para toda a Educação Básica brasileira.
analise as assertivas abaixo. A aprendizagem de qualidade é uma meta que o País deve
I. São diretrizes do PNE a erradicação do analfabetismo e a perseguir incansavelmente, e a BNCC é uma peça central nessa
promoção do princípio da gestão democrática da educação direção, em especial para o Ensino Médio no qual os índices de
pública. aprendizagem, repetência e abandono são bastante
II. A execução do PNE e o cumprimento de suas metas preocupantes.
serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações Elaborada por especialistas de todas as áreas do
periódicas ao longo dos 10 (dez) anos de sua vigência. conhecimento, a Base é um documento completo e
III. Compete ao INEP divulgar os resultados do contemporâneo, que corresponde às demandas do estudante
monitoramento e das avaliações em seu sítio institucional. desta época, preparando-o para o futuro.
Assinale a alternativa que contém a resposta CORRETA. Concluída após amplos debates com a sociedade e os
(A) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras. educadores do Brasil, o texto referente ao Ensino Médio
(B) Apenas a assertiva III é falsa possibilitará dar sequência ao trabalho de adequação dos
(C) Apenas a assertiva II é falsa. currículos regionais e das propostas pedagógicas das escolas
(D) Apenas a assertiva III é verdadeira. públicas e particulares brasileiras iniciado quando da
(E) Apenas assertiva I é verdadeira. homologação da etapa até o 9º ano do Ensino Fundamental.
Com a Base, vamos garantir o conjunto de aprendizagens
05. (IF/SC - Técnico de Laboratório) O Plano Nacional de essenciais aos estudantes brasileiros, seu desenvolvimento
Educação - PNE aprovado em 2014 ao se tratar integral por meio das dez competências gerais para a
especificamente da Educação Profissional, estabeleceu em sua Educação Básica, apoiando as escolhas necessárias para a
Meta 11 - triplicar as matrículas da educação profissional concretização dos seus projetos de vida e a continuidade dos
técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e estudos.

5http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_site.pdf

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A BNCC por si só não alterará o quadro de desigualdade Na BNCC, competência é definida como a mobilização de
ainda presente na Educação Básica do Brasil, mas é essencial conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades
para que a mudança tenha início porque, além dos currículos, (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores
influenciará a formação inicial e continuada dos educadores, a para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
produção de materiais didáticos, as matrizes de avaliações e os exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
exames nacionais que serão revistos à luz do texto Ao definir essas competências, a BNCC reconhece que a
homologado da Base. “educação deve afirmar valores e estimular ações que
Temos um documento relevante, pautado em altas contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a
expectativas de aprendizagem, que deve ser acompanhado mais humana, socialmente justa e, também, voltada para a
pela sociedade para que, em regime de colaboração, faça o país preservação da natureza” (BRASIL, 2013)8, mostrando-se
avançar. Assim como aconteceu na etapa já homologada, a também alinhada à Agenda 2030 da Organização das Nações
BNCC passa agora às redes de ensino, às escolas e aos Unidas (ONU)9.
educadores. Cabe ao MEC ser um grande parceiro neste É imprescindível destacar que as competências gerais da
processo, de modo que, em regime de colaboração, as BNCC, apresentadas a seguir, inter-relacionam-se e
mudanças esperadas alcancem cada sala de aula das escolas desdobram-se no tratamento didático proposto para as três
brasileiras. Somente aí teremos cumprido o compromisso da etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino
equidade que a sociedade brasileira espera daqueles que Fundamental e Ensino Médio), articulando-se na construção
juntos atuam na educação. de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na
formação de atitudes e valores, nos termos da LDB.
1. Introdução
Competências Gerais Da Base Nacional Comum
Base Nacional Comum Curricular Curricular
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um
documento de caráter normativo que define o conjunto 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e
modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham colaborar para a construção de uma sociedade justa,
assegurados seus direitos de aprendizagem e democrática e inclusiva.
desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à
Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a
aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para
o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996)6, e está orientado pelos resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas)
princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
humana integral e à construção de uma sociedade justa, 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e
democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes culturais, das locais às mundiais, e também participar de
Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN)7. práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
Referência nacional para a formulação dos currículos dos 4. Utilizar diferentes linguagens - verbal (oral ou visual-
sistemas e das redes escolares dos Estados, do Distrito Federal motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e
e dos Municípios e das propostas pedagógicas das instituições digital -, bem como conhecimentos das linguagens artística,
escolares, a BNCC integra a política nacional da Educação matemática e científica, para se expressar e partilhar
Básica e vai contribuir para o alinhamento de outras políticas informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes
e ações, em âmbito federal, estadual e municipal, referentes à contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento
formação de professores, à avaliação, à elaboração de mútuo.
conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de
infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da informação e comunicação de forma crítica, significativa,
educação. reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
Nesse sentido, espera-se que a BNCC ajude a superar a escolares) para se comunicar, acessar e disseminar
fragmentação das políticas educacionais, enseje o informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
de governo e seja balizadora da qualidade da educação. Assim, 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais
para além da garantia de acesso e permanência na escola, é e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe
necessário que sistemas, redes e escolas garantam um possibilitem entender as relações próprias do mundo do
patamar comum de aprendizagens a todos os estudantes, trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e
tarefa para a qual a BNCC é instrumento fundamental. ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência
Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais crítica e responsabilidade.
definidas na BNCC devem concorrer para assegurar aos 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações
estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos
que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os
aprendizagem e desenvolvimento. direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo

6 BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e 8 BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de Caderno de Educação em Direitos Humanos. Educação em Direitos Humanos:
1996. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Diretrizes Nacionais. Brasília: Coordenação Geral de Educação em SDH/PR,
Acesso em: 23 mar. 2017. Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos
7 BRASIL. Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica; Humanos, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão; php?option=com_docman&view=download&alias=32131-educacao-dh-
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional de diretrizesnacionais- pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 23 mar. 2017.
Educação; Câmara de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais da 9 ONU. Organização das Nações Unidas. Transformando Nosso Mundo: a
Educação Básica. Brasília: MEC; SEB; DICEI, 2013. Disponível em: Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: <
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alia https://nacoesunidas.org/pos2015/ agenda2030/>. Acesso em: 7 nov. 2017.
s=13448diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192>. Acesso em:
16 out. 2017.

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responsável em âmbito local, regional e global, com uma parte diversificada, exigida pelas características regionais
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos
outros e do planeta. (BRASIL, 1996; ênfase adicionada).
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e Essa orientação induziu à concepção do conhecimento
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e curricular contextualizado pela realidade local, social e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e individual da escola e do seu alunado, que foi o norte das
capacidade para lidar com elas. diretrizes curriculares traçadas pelo Conselho Nacional de
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e Educação (CNE) ao longo da década de 1990, bem como de sua
a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito revisão nos anos 2000.
ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e Em 2010, o CNE promulgou novas DCN, ampliando e
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, organizando o conceito de contextualização como “a inclusão,
seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem a valorização das diferenças e o atendimento à pluralidade e à
preconceitos de qualquer natureza. diversidade cultural resgatando e respeitando as várias
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, manifestações de cada comunidade”, conforme destaca o
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, Parecer CNE/CEB nº 7/201011.
tomando decisões com base em princípios éticos, Em 2014, a Lei nº 13.005/201412 promulgou o Plano
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Nacional de Educação (PNE), que reitera a necessidade de
estabelecer e implantar, mediante pactuação interfederativa
Os marcos legais que embasam a BNCC [União, Estados, Distrito Federal e Municípios], diretrizes
A Constituição Federal de 198810, em seu Artigo 205, pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum
reconhece a educação como direito fundamental dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e
compartilhado entre Estado, família e sociedade ao desenvolvimento dos(as) alunos(as) para cada ano do Ensino
determinar que Fundamental e Médio, respeitadas as diversidades regional,
a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, estadual e local (BRASIL, 2014).
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, Nesse sentido, consoante aos marcos legais anteriores, o
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para PNE afirma a importância de uma base nacional comum
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho curricular para o Brasil, com o foco na aprendizagem como
(BRASIL, 1988). estratégia para fomentar a qualidade da Educação Básica em
Para atender a tais finalidades no âmbito da educação todas as etapas e modalidades (meta 7), referindo-se a direitos
escolar, a Carta Constitucional, no Artigo 210, já reconhece a e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.
necessidade de que sejam “fixados conteúdos mínimos para o Em 2017, com a alteração da LDB por força da Lei nº
ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica 13.415/2017, a legislação brasileira passa a utilizar,
comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais concomitantemente, duas nomenclaturas para se referir às
e regionais” (BRASIL, 1988). finalidades da educação:
Com base nesses marcos constitucionais, a LDB, no Inciso Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá
IV de seu Artigo 9º, afirma que cabe à União direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio,
estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a seguintes áreas do conhecimento [...]
Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que Art. 36. § 1º A organização das áreas de que trata o caput e
nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a das respectivas competências e habilidades será feita de
assegurar formação básica comum (BRASIL, 1996; ênfase acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino
adicionada). (BRASIL, 201713; ênfases adicionadas).
Nesse artigo, a LDB deixa claros dois conceitos decisivos Trata-se, portanto, de maneiras diferentes e
para todo o desenvolvimento da questão curricular no Brasil. intercambiáveis para designar algo comum, ou seja, aquilo que
O primeiro, já antecipado pela Constituição, estabelece a os estudantes devem aprender na Educação Básica, o que
relação entre o que é básico-comum e o que é diverso em inclui tanto os saberes quanto a capacidade de mobilizá-los e
matéria curricular: as competências e diretrizes são aplicá-los.
comuns, os currículos são diversos. O segundo se refere ao
foco do currículo. Ao dizer que os conteúdos curriculares estão Os fundamentos pedagógicos da BNCC
a serviço do desenvolvimento de competências, a LDB orienta Foco no desenvolvimento de competências
a definição das aprendizagens essenciais, e não apenas dos O conceito de competência, adotado pela BNCC, marca a
conteúdos mínimos a ser ensinados. Essas são duas noções discussão pedagógica e social das últimas décadas e pode ser
fundantes da BNCC. inferido no texto da LDB, especialmente quando se
A relação entre o que é básico-comum e o que é diverso é estabelecem as finalidades gerais do Ensino Fundamental e do
retomada no Artigo 26 da LDB, que determina que os currículos Ensino Médio (Artigos 32 e 35).
da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio Além disso, desde as décadas finais do século XX e ao longo
devem ter base nacional comum, a ser complementada, em deste início do século XXI14, o foco no desenvolvimento de
cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por competências tem orientado a maioria dos Estados e

10 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília, 13 BRASIL. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis nº 9.394,
DF: Senado Federal, 1988 . Disponível em: de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado. nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de
htm>. Acesso em: 23 mar. 2017. Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
11 BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmera de Educação Básica. Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada
Parecer nº 7, de 7 de abril de 2010. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e o Decreto-Lei nº 236, de 28 de
a Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de julho de 2010, Seção 1, fevereiro de 1967; revoga a Lei nº 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a
p. 10. Disponível em: <http://pactoensinomedio. mec. Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo
gov.br/images/pdf/pceb007_10.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2017. Integral. Diário Oficial da União, Brasília, 17 de fevereiro de 2017. Disponível em:
12 BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2015-2018/2017/lei/L13415.htm>.
de Educação - PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 26 Acesso em: 20 nov. 2017.
de junho de 2014. Disponível em: 14 Segundo a pesquisa elaborada pelo Cenpec, das 16 Unidades da
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm>. Federação cujos documentos curriculares foram analisados, 10 delas explicitam
Acesso em: 23 mar. 2017. uma visão de ensino por competências, recorrendo aos termos “competência” e

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Municípios brasileiros e diferentes países na construção de comprometida se refere à construção intencional de processos
seus currículos15. É esse também o enfoque adotado nas educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as
avaliações internacionais da Organização para a Cooperação e necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes
Desenvolvimento Econômico (OCDE), que coordena o e, também, com os desafios da sociedade contemporânea. Isso
Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla supõe considerar as diferentes infâncias e juventudes, as
em inglês)16, e da Organização das Nações Unidas para a diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas formas
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês), de existir.
que instituiu o Laboratório Latino-americano de Avaliação da Assim, a BNCC propõe a superação da fragmentação
Qualidade da Educação para a América Latina (LLECE, na sigla radicalmente disciplinar do conhecimento, o estímulo à sua
em espanhol)17. aplicação na vida real, a importância do contexto para dar
Ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que as decisões sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em
pedagógicas devem estar orientadas para o desenvolvimento sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida.
de competências. Por meio da indicação clara do que os alunos
devem “saber” (considerando a constituição de O pacto interfederativo e a implementação da BNCC
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, Base Nacional Comum Curricular: igualdade,
do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização diversidade e equidade
desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para No Brasil, um país caracterizado pela autonomia dos entes
resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno federados, acentuada diversidade cultural e profundas
exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação desigualdades sociais, os sistemas e redes de ensino devem
das competências oferece referências para o fortalecimento de construir currículos, e as escolas precisam elaborar propostas
ações que assegurem as aprendizagens essenciais definidas na pedagógicas que considerem as necessidades, as
BNCC. possibilidades e os interesses dos estudantes, assim como suas
identidades linguísticas, étnicas e culturais.
O compromisso com a educação integral Nesse processo, a BNCC desempenha papel fundamental,
A sociedade contemporânea impõe um olhar inovador e pois explicita as aprendizagens essenciais que todos os
inclusivo a questões centrais do processo educativo: o que estudantes devem desenvolver e expressa, portanto, a
aprender, para que aprender, como ensinar, como promover igualdade educacional sobre a qual as singularidades devem
redes de aprendizagem colaborativa e como avaliar o ser consideradas e atendidas. Essa igualdade deve valer
aprendizado. também para as oportunidades de ingresso e permanência em
No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto uma escola de Educação Básica, sem o que o direito de
histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico- aprender não se concretiza.
crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, O Brasil, ao longo de sua história, naturalizou
produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo desigualdades educacionais em relação ao acesso à escola, à
de informações. Requer o desenvolvimento de competências permanência dos estudantes e ao seu aprendizado. São
para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada amplamente conhecidas as enormes desigualdades entre os
vez mais disponível, atuar com discernimento e grupos de estudantes definidos por raça, sexo e condição
responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar socioeconômica de suas famílias.
conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para Diante desse quadro, as decisões curriculares e didático-
tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma pedagógicas das Secretarias de Educação, o planejamento do
situação e buscar soluções, conviver e aprender com as trabalho anual das instituições escolares e as rotinas e os
diferenças e as diversidades. eventos do cotidiano escolar devem levar em consideração a
Nesse contexto, a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu necessidade de superação dessas desigualdades. Para isso, os
compromisso com a educação integral18. Reconhece, sistemas e redes de ensino e as instituições escolares devem se
assim, que a Educação Básica deve visar à formação e ao planejar com um claro foco na equidade, que pressupõe
desenvolvimento humano global, o que implica compreender reconhecer que as necessidades dos estudantes são diferentes.
a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, De forma particular, um planejamento com foco na
rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a equidade também exige um claro compromisso de reverter a
dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. situação de exclusão histórica que marginaliza grupos - como
Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e integral os povos indígenas originários e as populações das
da criança, do adolescente, do jovem e do adulto - comunidades remanescentes de quilombos e demais
considerando-os como sujeitos de aprendizagem - e promover afrodescendentes - e as pessoas que não puderam estudar ou
uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e completar sua escolaridade na idade própria. Igualmente,
desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e requer o compromisso com os alunos com deficiência,
diversidades. Além disso, a escola, como espaço de reconhecendo a necessidade de práticas pedagógicas
aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na inclusivas e de diferenciação curricular, conforme
prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e estabelecido na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
respeito às diferenças e diversidades. Deficiência (Lei nº 13.146/2015)19.
Independentemente da duração da jornada escolar, o
conceito de educação integral com o qual a BNCC está Base Nacional Comum Curricular e currículos

“habilidade” (ou equivalentes, como “capacidade”, “expectativa de <http://www.oecd.org/pisa/aboutpisa/Global-competency-for-an-inclusive-


aprendizagem” ou “o que os alunos devem aprender”). “O ensino por world.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2017.
competências aparece mais claramente derivado dos PCN” (p. 75). CENPEC - 17 UNESCO. Oficina Regional de Educación de la Unesco para América
Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária. Latina y el Caribe. Laboratorio Latinoamericano de Evaluación de la Calidad de
Currículos para os anos finais do Ensino Fundamental: concepções, modos de la Educación (LLECE). Disponível em:
implantação e usos. São Paulo: Cenpec, 2015. Disponível em: <http://www.unesco.org/new/es/santiago/education/education-assessment-
<http://www.cenpec.org.br/ wp- llece>. Acesso em: 23 mar. 2017.
content/uploads/2015/09/Relatorio_Pesquisa_Curriculos_EF2_Final.pdf>. Acesso 18 Na história educacional brasileira, as primeiras referências à educação
em: 23 mar. 2017. integral remontam à década de 1930, incorporadas ao movimento dos Pioneiros
15 Austrália, Portugal, França, Colúmbia Britânica, Polônia, Estados Unidos da Educação Nova e em outras correntes políticas da época, nem sempre com o
da América, Chile, Peru, entre outros. mesmo entendimento sobre o seu significado.
16 OECD. Global Competency for an Inclusive World. Paris: OECD, 2016. 19 BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de
Disponível em: Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário

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A BNCC e os currículos se identificam na comunhão de da OIT - Convenção 169 e com documentos da ONU e Unesco
princípios e valores que, como já mencionado, orientam a LDB sobre os direitos indígenas) e suas referências específicas, tais
e as DCN. Dessa maneira, reconhecem que a educação tem um como: construir currículos interculturais, diferenciados e
compromisso com a formação e o desenvolvimento humano bilíngues, seus sistemas próprios de ensino e aprendizagem,
global, em suas dimensões intelectual, física, afetiva, social, tanto dos conteúdos universais quanto dos conhecimentos
ética, moral e simbólica. indígenas, bem como o ensino da língua indígena como
Além disso, BNCC e currículos têm papéis complementares primeira língua.
para assegurar as aprendizagens essenciais definidas para É também da alçada dos entes federados responsáveis pela
cada etapa da Educação Básica, uma vez que tais implementação da BNCC o reconhecimento da experiência
aprendizagens só se materializam mediante o conjunto de curricular existente em seu âmbito de atuação. Nas duas
decisões que caracterizam o currículo em ação. São essas últimas décadas, mais da metade dos Estados e muitos
decisões que vão adequar as proposições da BNCC à realidade Municípios vêm elaborando currículos para seus respectivos
local, considerando a autonomia dos sistemas ou das redes de sistemas de ensino, inclusive para atender às especificidades
ensino e das instituições escolares, como também o contexto e das diferentes modalidades. Muitas escolas públicas e
as características dos alunos. Essas decisões, que resultam de particulares também acumularam experiências de
um processo de envolvimento e participação das famílias e da desenvolvimento curricular e de criação de materiais de apoio
comunidade, referem-se, entre outras ações, a: ao currículo, assim como instituições de ensino superior
- contextualizar os conteúdos dos componentes construíram experiências de consultoria e de apoio técnico ao
curriculares, identificando estratégias para apresentá-los, desenvolvimento curricular. Inventariar e avaliar toda essa
representá-los, exemplificá-los, conectá-los e torná-los experiência pode contribuir para aprender com acertos e erros
significativos, com base na realidade do lugar e do tempo nos e incorporar práticas que propiciaram bons resultados.
quais as aprendizagens estão situadas; Por fim, cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como
- decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos às escolas, em suas respectivas esferas de autonomia e
componentes curriculares e fortalecer a competência competência, incorporar aos currículos e às propostas
pedagógica das equipes escolares para adotar estratégias mais pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que
dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do afetam a vida humana em escala local, regional e global,
ensino e da aprendizagem; preferencialmente de forma transversal e integradora. Entre
- selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático- esses temas, destacam-se: direitos da criança e do adolescente
pedagógicas diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados (Lei nº 8.069/199016), educação para o trânsito (Lei nº
e a conteúdos complementares, se necessário, para trabalhar 9.503/199717), educação ambiental (Lei nº 9.795/1999,
com as necessidades de diferentes grupos de alunos, suas Parecer CNE/CP nº 14/2012 e Resolução CNE/CP nº
famílias e cultura de origem, suas comunidades, seus grupos 2/201218), educação alimentar e nutricional (Lei nº
de socialização etc.; 11.947/200919), processo de envelhecimento, respeito e
- conceber e pôr em prática situações e procedimentos valorização do idoso (Lei nº 10.741/200320), educação em
para motivar e engajar os alunos nas aprendizagens; direitos humanos (Decreto nº 7.037/2009, Parecer CNE/CP nº
- construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa 8/2012 e Resolução CNE/CP nº 1/201221), educação das
de processo ou de resultado que levem em conta os contextos relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-
e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como brasileira, africana e indígena (Leis nº 10.639/2003 e
referência para melhorar o desempenho da escola, dos 11.645/2008, Parecer CNE/CP nº 3/2004 e Resolução CNE/CP
professores e dos alunos; nº 1/200422), bem como saúde, vida familiar e social,
- selecionar, produzir, aplicar e avaliar recursos didáticos educação para o consumo, educação financeira e fiscal,
e tecnológicos para apoiar o processo de ensinar e aprender; trabalho, ciência e tecnologia e diversidade cultural (Parecer
- criar e disponibilizar materiais de orientação para os CNE/CEB nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB nº 7/201023). Na
professores, bem como manter processos permanentes de BNCC, essas temáticas são contempladas em habilidades dos
formação docente que possibilitem contínuo aperfeiçoamento componentes curriculares, cabendo aos sistemas de ensino e
dos processos de ensino e aprendizagem; escolas, de acordo com suas especificidades, tratá-las de forma
- manter processos contínuos de aprendizagem sobre contextualizada.
gestão pedagógica e curricular para os demais educadores, no
âmbito das escolas e sistemas de ensino. Base Nacional Comum Curricular e regime de
colaboração
Essas decisões precisam, igualmente, ser consideradas na Legitimada pelo pacto interfederativo, nos termos da Lei
organização de currículos e propostas adequados às diferentes nº 13.005/ 2014, que promulgou o PNE, a BNCC depende do
modalidades de ensino (Educação Especial, Educação de adequado funcionamento do regime de colaboração para
Jovens e Adultos, Educação do Campo, Educação Escolar alcançar seus objetivos. Sua formulação, sob coordenação do
Indígena, Educação Escolar Quilombola, Educação a MEC, contou com a participação dos Estados do Distrito
Distância), atendendo-se às orientações das Diretrizes Federal e dos Municípios, depois de ampla consulta à
Curriculares Nacionais. No caso da Educação Escolar Indígena, comunidade educacional e à sociedade, conforme consta da
por exemplo, isso significa assegurar competências específicas apresentação do presente documento.
com base nos princípios da coletividade, reciprocidade, Com a homologação da BNCC, as redes de ensino e escolas
integralidade, espiritualidade e alteridade indígena, a serem particulares terão diante de si a tarefa de construir currículos,
desenvolvidas a partir de suas culturas tradicionais com base nas aprendizagens essenciais estabelecidas na BNCC,
reconhecidas nos currículos dos sistemas de ensino e passando, assim, do plano normativo propositivo para o plano
propostas pedagógicas das instituições escolares. Significa da ação e da gestão curricular que envolve todo o conjunto de
também, em uma perspectiva intercultural, considerar seus decisões e ações definidoras do currículo e de sua dinâmica.
projetos educativos, suas cosmologias, suas lógicas, seus Embora a implementação seja prerrogativa dos sistemas e
valores e princípios pedagógicos próprios (em consonância das redes de ensino, a dimensão e a complexidade da tarefa
com a Constituição Federal, com as Diretrizes Internacionais vão exigir que União, Estados, Distrito Federal e Municípios

Oficial da União, Brasília, 7 de julho de 2015. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/ L13146.htm>.
Acesso em: 23 mar. 2017.

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somem esforços. Nesse regime de colaboração, as e desenvolvimento, uma formação humana integral que visa à
responsabilidades dos entes federados serão diferentes e construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
complementares, e a União continuará a exercer seu papel de Na primeira etapa da Educação Básica, e de acordo com os
coordenação do processo e de correção das desigualdades. eixos estruturantes da Educação Infantil interações e
A primeira tarefa de responsabilidade direta da União será brincadeira), devem ser assegurados seis direitos de
a revisão da formação inicial e continuada dos professores aprendizagem e desenvolvimento, para que as crianças
para alinhá-las à BNCC. A ação nacional será crucial nessa tenham condições de aprender e se desenvolver.
iniciativa, já que se trata da esfera que responde pela regulação - Conviver
do ensino superior, nível no qual se prepara grande parte - Brincar
desses profissionais. Diante das evidências sobre a relevância - Participar
dos professores e demais membros da equipe escolar para o - Explorar
sucesso dos alunos, essa é uma ação fundamental para a - Expressar
implementação eficaz da BNCC. - Conhecer-se
Compete ainda à União, como anteriormente anunciado,
promover e coordenar ações e políticas em âmbito federal, Considerando os direitos de aprendizagem e
estadual e municipal, referentes à avaliação, à elaboração de desenvolvimento, a BNCC estabelece cinco campos de
materiais pedagógicos e aos critérios para a oferta de experiências, nos quais as crianças podem aprender e se
infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da desenvolver.
educação. • O eu, o outro e o nós
Por se constituir em uma política nacional, a • Corpo, gestos e movimentos
implementação da BNCC requer, ainda, o monitoramento pelo • Traços, sons, cores e formas
MEC em colaboração com os organismos nacionais da área - • Escuta, fala, pensamento e imaginação
CNE, Consed e Undime. Em um país com a dimensão e a • Espaços, tempos, quantidades, relações e
desigualdade do Brasil, a permanência e a sustentabilidade de transformações
um projeto como a BNCC dependem da criação e do
fortalecimento de instâncias técnico-pedagógicas nas redes de Em cada campo de experiências, são definidos objetivos
ensino, priorizando aqueles com menores recursos, tanto de aprendizagem e desenvolvimento organizados em três
técnicos quanto financeiros. Essa função deverá ser exercida grupos por faixa etária.
pelo MEC, em parceria com o Consed e a Undime, respeitada a - Bebês (zero a 1 ano e 6 meses)
autonomia dos entes federados. - Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e
A atuação do MEC, além do apoio técnico e financeiro, deve 11 meses)
incluir também o fomento a inovações e a disseminação de - Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses)
casos de sucesso; o apoio a experiências curriculares
inovadoras; a criação de oportunidades de acesso a Na BNCC, o Ensino Fundamental está organizado em cinco
conhecimentos e experiências de outros países; e, ainda, o áreas do conhecimento.
fomento de estudos e pesquisas sobre currículos e temas afins. Essas áreas, como bem aponta o Parecer CNE/CEB nº
11/2010, “favorecem a comunicação entre os conhecimentos
2. Estrutura da BNCC e saberes dos diferentes componentes curriculares”
(BRASIL, 2010).
Em conformidade com os fundamentos pedagógicos Elas se intersectam na formação dos alunos, embora se
apresentados na Introdução deste documento, a BNCC está preservem as especificidades e os saberes próprios
estruturada de modo a explicitar as competências que os construídos e sistematizados nos diversos componentes.
alunos devem desenvolver ao longo de toda a Educação Básica Nos textos de apresentação, cada área de conhecimento
e em cada etapa da escolaridade, como expressão dos direitos explicita seu papel na formação integral dos alunos do Ensino
de aprendizagem e desenvolvimento de todos os estudantes. Fundamental e destaca particularidades para o Ensino
Na próxima página, apresenta-se a estrutura geral da BNCC Fundamental - Anos Iniciais e o Ensino Fundamental - Anos
para as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Finais, considerando tanto as características do alunado
Ensino Fundamental e Ensino Médio), já com o detalhamento quanto as especificidades e demandas pedagógicas dessas
referente às etapas da Educação Infantil e do Ensino fases da escolarização.
Fundamental, cujos documentos são ora apresentados. O Cada área de conhecimento estabelece competências
detalhamento relativo ao Ensino Médio comporá essa específicas de área, cujo desenvolvimento deve ser
estrutura posteriormente, quando da aprovação do promovido ao longo dos nove anos. Essas competências
documento referente a essa etapa20. explicitam como as dez competências gerais se expressam
Também se esclarece como as aprendizagens estão nessas áreas.
organizadas em cada uma dessas etapas e se explica a Nas áreas que abrigam mais de um componente curricular
composição dos códigos alfanuméricos criados para (Linguagens e Ciências Humanas), também são definidas
identificar tais aprendizagens. competências específicas do componente (Língua
Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa, Geografia e
Competências Gerais Da Base Nacional Comum História) a ser desenvolvidas pelos alunos ao longo dessa
Curricular etapa de escolarização.
Ao longo da Educação Básica - na Educação Infantil, no As competências específicas possibilitam a articulação
Ensino Fundamental e no Ensino Médio -, os alunos devem horizontal entre as áreas, perpassando todos os componentes
desenvolver as dez competências gerais que pretendem curriculares, e também a articulação vertical, ou seja, a
assegurar, como resultado do seu processo de aprendizagem progressão entre o Ensino Fundamental - Anos Iniciais e o

20 Durante o processo de elaboração da versão da BNCC encaminhada para discussão e a aprovação da BNCC para a Educação Infantil e para o Ensino
apreciação do CNE em 6 de abril de 2017, a estrutura do Ensino Médio foi Fundamental, o Ministério da Educação decidiu postergar a elaboração - e
significativamente alterada por força da Medida Provisória nº 446, de 22 de posterior envio ao CNE - do documento relativo ao Ensino Médio, que se
setembro de 2016, posteriormente convertida na Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro assentará sobre os mesmos princípios legais e pedagógicos inscritos neste
de 2017. Em virtude da magnitude dessa mudança, e tendo em vista não adiar a documento, respeitando-se as especificidades dessa etapa e de seu alunado.

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Ensino Fundamental - Anos Finais e a continuidade das Entretanto, embora reconhecida como direito de todas as
experiências dos alunos, considerando suas especificidades. crianças e dever do Estado, a Educação Infantil passa a ser
Para garantir o desenvolvimento das competências obrigatória para as crianças de 4 e 5 anos apenas com a
específicas, cada componente curricular apresenta um Emenda Constitucional nº 59/200921, que determina a
conjunto de habilidades. Essas habilidades estão obrigatoriedade da Educação Básica dos 4 aos 17 anos. Essa
relacionadas a diferentes objetos de conhecimento - aqui extensão da obrigatoriedade é incluída na LDB em 2013,
entendidos como conteúdos, conceitos e processos -, que, por consagrando plenamente a obrigatoriedade de matrícula de
sua vez, são organizados em unidades temáticas. todas as crianças de 4 e 5 anos em instituições de Educação
Infantil.
Respeitando as muitas possibilidades de organização do Com a inclusão da Educação Infantil na BNCC, mais um
conhecimento escolar, as unidades temáticas definem um importante passo é dado nesse processo histórico de sua
arranjo dos objetos de conhecimento ao longo do Ensino integração ao conjunto da Educação Básica.
Fundamental adequado às especificidades dos diferentes
componentes curriculares. Cada unidade temática contempla A Educação Infantil no contexto da Educação Básica
uma gama maior ou menor de objetos de conhecimento, assim Como primeira etapa da Educação Básica, a Educação
como cada objeto de conhecimento se relaciona a um número Infantil é o início e o fundamento do processo educacional. A
variável de habilidades. entrada na creche ou na pré-escola significa, na maioria das
Vale destacar que o uso de numeração sequencial para vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos
identificar as habilidades de cada ano ou bloco de anos não afetivos familiares para se incorporarem a uma situação de
representa uma ordem ou hierarquia esperada das socialização estruturada.
aprendizagens. A progressão das aprendizagens, que se Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação
explicita na comparação entre os quadros relativos a cada ano Infantil, a concepção que vincula educar e cuidar, entendendo
(ou bloco de anos), pode tanto estar relacionada aos processos o cuidado como algo indissociável do processo educativo.
cognitivos em jogo - sendo expressa por verbos que indicam Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as
processos cada vez mais ativos ou exigentes - quanto aos vivências e os conhecimentos construídos pelas crianças no
objetos de conhecimento - que podem apresentar crescente ambiente da família e no contexto de sua comunidade, e
sofisticação ou complexidade -, ou, ainda, aos modificadores - articulá-los em suas propostas pedagógicas, têm o objetivo de
que, por exemplo, podem fazer referência a contextos mais ampliar o universo de experiências, conhecimentos e
familiares aos alunos e, aos poucos, expandir-se para habilidades dessas crianças, diversificando e consolidando
contextos mais amplos. novas aprendizagens, atuando de maneira complementar à
Também é preciso enfatizar que os critérios de educação familiar - especialmente quando se trata da
organização das habilidades descritos na BNCC (com a educação dos bebês e das crianças bem pequenas, que envolve
explicitação dos objetos de conhecimento aos quais se aprendizagens muito próximas aos dois contextos (familiar e
relacionam e do agrupamento desses objetos em unidades escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação.
temáticas) expressam um arranjo possível (dentre outros). Nessa direção, e para potencializar as aprendizagens e o
Portanto, os agrupamentos propostos não devem ser desenvolvimento das crianças, a prática do diálogo e o
tomados como modelo obrigatório para o desenho dos compartilhamento de responsabilidades entre a instituição de
currículos. A forma de apresentação adotada na BNCC tem Educação Infantil e a família são essenciais. Além disso, a
por objetivo assegurar a clareza, a precisão e a explicitação instituição precisa conhecer e trabalhar com as culturas
do que se espera que todos os alunos aprendam na Educação plurais, dialogando com a riqueza/diversidade cultural das
Básica, fornecendo orientações para a elaboração de famílias e da comunidade.
currículos em todo o País, adequados aos diferentes contextos. As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil
(DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009)22, em seu Artigo 4º,
3. A Etapa Da Educação Infantil definem a criança como sujeito histórico e de direitos, que, nas
interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói
A Educação Infantil na Base Nacional Comum sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia,
Curricular deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e
A expressão educação “pré-escolar”, utilizada no Brasil até constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo
a década de 1980, expressava o entendimento de que a cultura (BRASIL, 2009).
Educação Infantil era uma etapa anterior, independente e Ainda de acordo com as DCNEI, em seu Artigo 9º, os eixos
preparatória para a escolarização, que só teria seu começo no estruturantes das práticas pedagógicas dessa
Ensino Fundamental. Situava-se, portanto, fora da educação etapa da Educação Básica são as interações e a brincadeira,
formal. experiências nas quais as crianças podem construir e
Com a Constituição Federal de 1988, o atendimento em apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e
creche e pré-escola às crianças de zero a 6 anos de idade torna- interações com seus pares e com os adultos, o que possibilita
se dever do Estado. Posteriormente, com a promulgação da aprendizagens, desenvolvimento e socialização.
LDB, em 1996, a Educação Infantil passa a ser parte integrante A interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da
da Educação Básica, situando-se no mesmo patamar que o infância, trazendo consigo muitas aprendizagens e potenciais
Ensino Fundamental e o Ensino Médio. E a partir da para o desenvolvimento integral das crianças. Ao observar as
modificação introduzida na LDB em 2006, que antecipou o interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os
acesso ao Ensino Fundamental para os 6 anos de idade, a adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos
Educação Infantil passa a atender a faixa etária de zero a 5 afetos, a mediação das frustrações, a resolução de conflitos e a
anos. regulação das emoções.

21 BRASIL. Emenda constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009. Diário Nacionais para a Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, 18 de
Oficial da União, Brasília, 12 de novembro de 2009, Seção 1, p. 8. Disponível em: dezembro de 2009, Seção 1, p. 18. Disponível em: <http://
<http://www.planalto.gov.br/ portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2298-
ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc59.htm>. Acesso em: 23 mar. 2017. rceb00509 &category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 23
22 BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. mar. 2017.
Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares

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Tendo em vista os eixos estruturantes das práticas avanços, possibilidades e aprendizagens. Por meio de diversos
pedagógicas e as competências gerais da Educação Básica registros, feitos em diferentes momentos tanto pelos
propostas pela BNCC, seis direitos de aprendizagem e professores quanto pelas crianças (como relatórios, portfólios,
desenvolvimento asseguram, na Educação Infantil, as fotografias, desenhos e textos), é possível evidenciar a
condições para que as crianças aprendam em situações nas progressão ocorrida durante o período observado, sem
quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que intenção de seleção, promoção ou classificação de crianças em
as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a “aptas” e “não aptas”, “prontas” ou “não prontas”, “maduras”
resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, ou “imaturas”. Trata-se de reunir elementos para reorganizar
os outros e o mundo social e natural. tempos, espaços e situações que garantam os direitos de
aprendizagem de todas as crianças.
Direitos De Aprendizagem E Desenvolvimento Na
Educação Infantil 3.1. Os Campos De Experiências
Considerando que, na Educação Infantil, as aprendizagens
- Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e e o desenvolvimento das crianças têm como eixos
grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o estruturantes as interações e a brincadeira, assegurando-lhes
conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-
e às diferenças entre as pessoas. se e conhecer-se, a organização curricular da Educação Infantil
- Brincar cotidianamente de diversas formas, em na BNCC está estruturada em cinco campos de experiências,
diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros no âmbito dos quais são definidos os objetivos de
(crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a aprendizagem e desenvolvimento. Os campos de experiências
produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as
criatividade, suas experiências emocionais, corporais, experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus
sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte
- Participar ativamente, com adultos e outras crianças, do patrimônio cultural.
tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades A definição e a denominação dos campos de experiências
propostas pelo educador quanto da realização das atividades também se baseiam no que dispõem as DCNEI em relação aos
da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos saberes e conhecimentos fundamentais a ser propiciados às
materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes crianças e associados às suas experiências. Considerando
linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se esses saberes e conhecimentos, os campos de experiências em
posicionando. que se organiza a BNCC são:
- Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas,
cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, O eu, o outro e o nós - É na interação com os pares e com
histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de
ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros
modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista.
- Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na
suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, família, na instituição escolar, na coletividade), constroem
descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros,
diferentes linguagens. diferenciando-se e, simultaneamente, identificando-se como
- Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e seres individuais e sociais. Ao mesmo tempo que participam
cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças
grupos de pertencimento, nas diversas experiências de constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de
cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na reciprocidade e de interdependência com o meio. Por sua vez,
instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. na Educação Infantil, é preciso criar oportunidades para que
as crianças entrem em contato com outros grupos sociais e
Essa concepção de criança como ser que observa, culturais, outros modos de vida, diferentes atitudes, técnicas e
questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos e rituais de cuidados pessoais e do grupo, costumes, celebrações
assimila valores e que constrói conhecimentos e se apropria e narrativas. Nessas experiências, elas podem ampliar o modo
do conhecimento sistematizado por meio da ação e nas de perceber a si mesmas e ao outro, valorizar sua identidade,
interações com o mundo físico e social não deve resultar no respeitar os outros e reconhecer as diferenças que nos
confinamento dessas aprendizagens a um processo de constituem como seres humanos.
desenvolvimento natural ou espontâneo. Ao contrário, impõe
a necessidade de imprimir intencionalidade educativa às Corpo, gestos e movimentos - Com o corpo (por meio dos
práticas pedagógicas na Educação Infantil, tanto na creche sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou intencionais,
quanto na pré-escola. coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo,
Essa intencionalidade consiste na organização e exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno,
proposição, pelo educador, de experiências que permitam às estabelecem relações, expressam-se, brincam e produzem
crianças conhecer a si e ao outro e de conhecer e compreender conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social
as relações com a natureza, com a cultura e com a produção e cultural, tornando-se, progressivamente, conscientes dessa
científica, que se traduzem nas práticas de cuidados pessoais corporeidade. Por meio das diferentes linguagens, como a
(alimentar-se, vestir-se, higienizar-se), nas brincadeiras, nas música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas
experimentações com materiais variados, na aproximação se comunicam e se expressam no entrelaçamento entre corpo,
com a literatura e no encontro com as pessoas. emoção e linguagem. As crianças conhecem e reconhecem as
Parte do trabalho do educador é refletir, selecionar, sensações e funções de seu corpo e, com seus gestos e
organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto das movimentos, identificam suas potencialidades e seus limites,
práticas e interações, garantindo a pluralidade de situações desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é
que promovam o desenvolvimento pleno das crianças. seguro e o que pode ser um risco à sua integridade física. Na
Ainda, é preciso acompanhar tanto essas práticas quanto Educação Infantil, o corpo das crianças ganha centralidade,
as aprendizagens das crianças, realizando a observação da pois ele é o partícipe privilegiado das práticas pedagógicas de
trajetória de cada criança e de todo o grupo - suas conquistas, cuidado físico, orientadas para a emancipação e a liberdade, e

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não para a submissão. Assim, a instituição escolar precisa crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se
promover oportunidades ricas para que as crianças possam, revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que
sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com seus vão conhecendo letras, em escritas espontâneas, não
pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de convencionais, mas já indicativas da compreensão da escrita
movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para como sistema de representação da língua.
descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com o
corpo (tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar, Espaços, tempos, quantidades, relações e
escorregar, caminhar apoiando-se em berços, mesas e cordas, transformações - As crianças vivem inseridas em espaços e
saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar cambalhotas, alongar- tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de
se etc.). fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito pequenas,
elas procuram se situar em diversos espaços (rua, bairro,
Traços, sons, cores e formas - Conviver com diferentes cidade etc.) e tempos (dia e noite; hoje, ontem e amanhã etc.).
manifestações artísticas, culturais e científicas, locais e Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico (seu
universais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os animais, as
crianças, por meio de experiências diversificadas, vivenciar plantas, as transformações da natureza, os diferentes tipos de
diversas formas de expressão e linguagens, como as artes materiais e as possibilidades de sua manipulação etc.) e o
visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre
música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras. Com as pessoas que conhece; como vivem e em que trabalham essas
base nessas experiências, elas se expressam por várias pessoas; quais suas tradições e seus costumes; a diversidade
linguagens, criando suas próprias produções artísticas ou entre elas etc.). Além disso, nessas experiências e em muitas
culturais, exercitando a autoria (coletiva e individual) com outras, as crianças também se deparam, frequentemente, com
sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, conhecimentos matemáticos (contagem, ordenação, relações
desenhos, modelagens, manipulação de diversos materiais e entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos
de recursos tecnológicos. Essas experiências contribuem para e de comprimentos, avaliação de distâncias, reconhecimento
que, desde muito pequenas, as crianças desenvolvam senso de formas geométricas, conhecimento e reconhecimento de
estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros e numerais cardinais e ordinais etc.) que igualmente aguçam a
da realidade que as cerca. Portanto, a Educação Infantil precisa curiosidade. Portanto, a Educação Infantil precisa promover
promover a participação das crianças em tempos e espaços experiências nas quais as crianças possam fazer observações,
para a produção, manifestação e apreciação artística, de modo manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar
a favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da hipóteses e consultar fontes de informação para buscar
criatividade e da expressão pessoal das crianças, permitindo respostas às suas curiosidades e indagações. Assim, a
que se apropriem e reconfigurem, permanentemente, a cultura instituição escolar está criando oportunidades para que as
e potencializem suas singularidades, ao ampliar repertórios e crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e
interpretar suas experiências e vivências artísticas. sociocultural e possam utilizá-los em seu cotidiano.

Escuta, fala, pensamento e imaginação - Desde o 3.2. Os Objetivos De Aprendizagem E Desenvolvimento


nascimento, as crianças participam de situações Para A Educação Infantil
comunicativas cotidianas com as pessoas com as quais Na Educação Infantil, as aprendizagens essenciais
interagem. As primeiras formas de interação do bebê são os compreendem tanto comportamentos, habilidades e
movimentos do seu corpo, o olhar, a postura corporal, o conhecimentos quanto vivências que promovem
sorriso, o choro e outros recursos vocais, que ganham sentido aprendizagem e desenvolvimento nos diversos campos de
com a interpretação do outro. Progressivamente, as crianças experiências, sempre tomando as interações e a brincadeira
vão ampliando e enriquecendo seu vocabulário e demais como eixos estruturantes. Essas aprendizagens, portanto,
recursos de expressão e de compreensão, apropriando-se da constituem-se como objetivos de aprendizagem e
língua materna - que se torna, pouco a pouco, seu veículo desenvolvimento.
privilegiado de interação. Na Educação Infantil, é importante Reconhecendo as especificidades dos diferentes grupos
promover experiências nas quais as crianças possam falar e etários que constituem a etapa da Educação Infantil, os
ouvir, potencializando sua participação na cultura oral, pois é objetivos de aprendizagem e desenvolvimento estão
na escuta de histórias, na participação em conversas, nas sequencialmente organizados em três grupos por faixa
descrições, nas narrativas elaboradas individualmente ou em etária, que correspondem, aproximadamente, às
grupo e nas implicações com as múltiplas linguagens que a possibilidades de aprendizagem e às características do
criança se constitui ativamente como sujeito singular e desenvolvimento das crianças, conforme indicado na figura a
pertencente a um grupo social. seguir. Todavia, esses grupos não podem ser considerados de
Desde cedo, a criança manifesta curiosidade com relação à forma rígida, já que há diferenças de ritmo na aprendizagem e
cultura escrita: ao ouvir e acompanhar a leitura de textos, ao no desenvolvimento das crianças que precisam ser
observar os muitos textos que circulam no contexto familiar, consideradas na prática pedagógica.
comunitário e escolar, ela vai construindo sua concepção de
língua escrita, reconhecendo diferentes usos sociais da escrita, 3.3. A Transição Da Educação Infantil Para O Ensino
dos gêneros, suportes e portadores. Na Educação Infantil, a Fundamental
imersão na cultura escrita deve partir do que as crianças A transição entre essas duas etapas da Educação Básica
conhecem e das curiosidades que deixam transparecer. As requer muita atenção, para que haja equilíbrio entre as
experiências com a literatura infantil, propostas pelo mudanças introduzidas, garantindo integração e
educador, mediador entre os textos e as crianças, contribuem continuidade dos processos de aprendizagens das
para o desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes
imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo. Além relações que elas estabelecem com os conhecimentos, assim
disso, o contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis como a natureza das mediações de cada etapa. Torna-se
etc. propicia a familiaridade com livros, com diferentes necessário estabelecer estratégias de acolhimento e adaptação
gêneros literários, a diferenciação entre ilustrações e escrita, a tanto para as crianças quanto para os docentes, de modo que a
aprendizagem da direção da escrita e as formas corretas de nova etapa se construa com base no que a criança sabe e é
manipulação de livros. Nesse convívio com textos escritos, as

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capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu relacionarem com esse coletivo e com as normas que regem as
percurso educativo. relações entre as pessoas dentro e fora da escola, pelo
Para isso, as informações contidas em relatórios, portfólios reconhecimento de suas potencialidades e pelo acolhimento e
ou outros registros que evidenciem os processos vivenciados pela valorização das diferenças.
pelas crianças ao longo de sua trajetória na Educação Infantil Ampliam-se também as experiências para o
podem contribuir para a compreensão da história de vida desenvolvimento da oralidade e dos processos de percepção,
escolar de cada aluno do Ensino Fundamental. Conversas ou compreensão e representação, elementos importantes para a
visitas e troca de materiais entre os professores das escolas de apropriação do sistema de escrita alfabética e de outros
Educação Infantil e de Ensino Fundamental - Anos Iniciais sistemas de representação, como os signos matemáticos, os
também são importantes para facilitar a inserção das crianças registros artísticos, midiáticos e científicos e as formas de
nessa nova etapa da vida escolar. representação do tempo e do espaço. Os alunos se deparam
Além disso, para que as crianças superem com sucesso os com uma variedade de situações que envolvem conceitos e
desafios da transição, é indispensável um equilíbrio entre as fazeres científicos, desenvolvendo observações, análises,
mudanças introduzidas, a continuidade das aprendizagens e o argumentações e potencializando descobertas.
acolhimento afetivo, de modo que a nova etapa se construa As experiências das crianças em seu contexto familiar,
com base no que os educandos sabem e são capazes de fazer, social e cultural, suas memórias, seu pertencimento a um
evitando a fragmentação e a descontinuidade do trabalho grupo e sua interação com as mais diversas tecnologias de
pedagógico. Nessa direção, considerando os direitos e os informação e comunicação são fontes que estimulam sua
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, apresenta-se a curiosidade e a formulação de perguntas. O estímulo ao
síntese das aprendizagens esperadas em cada campo pensamento criativo, lógico e crítico, por meio da construção e
de experiências. Essa síntese deve ser compreendida como do fortalecimento da capacidade de fazer perguntas e de
elemento balizador e indicativo de objetivos a ser avaliar respostas, de argumentar, de interagir com diversas
explorados em todo o segmento da Educação Infantil, e que produções culturais, de fazer uso de tecnologias de informação
serão ampliados e aprofundados no Ensino Fundamental, e e comunicação, possibilita aos alunos ampliar sua
não como condição ou pré-requisito para o acesso ao Ensino compreensão de si mesmos, do mundo natural e social, das
Fundamental. relações dos seres humanos entre si e com a natureza.
As características dessa faixa etária demandam um
4. A Etapa Do Ensino Fundamental trabalho no ambiente escolar que se organize em torno dos
interesses manifestos pelas crianças, de suas vivências mais
O Ensino Fundamental no contexto da Educação Básica imediatas para que, com base nessas vivências, elas possam,
O Ensino Fundamental, com nove anos de duração, é a progressivamente, ampliar essa compreensão, o que se dá pela
etapa mais longa da Educação Básica, atendendo estudantes mobilização de operações cognitivas cada vez mais complexas
entre 6 e 14 anos. Há, portanto, crianças e adolescentes que, ao e pela sensibilidade para apreender o mundo, expressar-se
longo desse período, passam por uma série de mudanças sobre ele e nele atuar.
relacionadas a aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais, Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação
emocionais, entre outros. Como já indicado nas Diretrizes pedagógica deve ter como foco a alfabetização, a fim de
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove garantir amplas oportunidades para que os alunos se
Anos (Resolução CNE/CEB nº 7/2010)23, essas mudanças apropriem do sistema de escrita alfabética de modo articulado
impõem desafios à elaboração de currículos para essa etapa de ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e de
escolarização, de modo a superar as rupturas que ocorrem na escrita e ao seu envolvimento em práticas diversificadas de
passagem não somente entre as etapas da Educação Básica, letramentos. Como aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/201024,
mas também entre as duas fases do Ensino Fundamental: Anos “os conteúdos dos diversos componentes curriculares [...], ao
Iniciais e Anos Finais. descortinarem às crianças o conhecimento do mundo por meio
A BNCC do Ensino Fundamental Anos Iniciais, ao de novos olhares, lhes oferecem oportunidades de exercitar a
valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a leitura e a escrita de um modo mais significativo” (BRASIL,
necessária articulação com as experiências vivenciadas na 2010).
Educação Infantil. Tal articulação precisa prever tanto a Ao longo do Ensino Fundamental - Anos Iniciais, a
progressiva sistematização dessas experiências quanto o progressão do conhecimento ocorre pela consolidação das
desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação aprendizagens anteriores e pela ampliação das práticas de
com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses linguagem e da experiência estética e intercultural das
sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar crianças, considerando tanto seus interesses e suas
conclusões, em uma atitude ativa na construção de expectativas quanto o que ainda precisam aprender. Ampliam-
conhecimentos. se a autonomia intelectual, a compreensão de normas e os
Nesse período da vida, as crianças estão vivendo mudanças interesses pela vida social, o que lhes possibilita lidar com
importantes em seu processo de desenvolvimento que sistemas mais amplos, que dizem respeito às relações dos
repercutem em suas relações consigo mesmas, com os outros sujeitos entre si, com a natureza, com a história, com a cultura,
e com o mundo. Como destacam as DCN, a maior desenvoltura com as tecnologias e com o ambiente.
e a maior autonomia nos movimentos e deslocamentos Além desses aspectos relativos à aprendizagem e ao
ampliam suas interações com o espaço; a relação com desenvolvimento, na elaboração dos currículos e das
múltiplas linguagens, incluindo os usos sociais da escrita e da propostas pedagógicas devem ainda ser consideradas medidas
matemática, permite a participação no mundo letrado e a para assegurar aos alunos um percurso contínuo de
construção de novas aprendizagens, na escola e para além aprendizagens entre as duas fases do Ensino
dela; a afirmação de sua identidade em relação ao coletivo no Fundamental, de modo a promover uma maior integração
qual se inserem resulta em formas mais ativas de se entre elas. Afinal, essa transição se caracteriza por mudanças

23 BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. 24 BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica.
Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Parecer nº 11, de 7 de julho de 2010. Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diário Oficial da União, Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de
Brasília, 15 de dezembro de 2010, Seção 1, p. 34. Disponível em: dezembro de 2010, Seção 1, p. 28. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb007_10.pdf>. Acesso em: 23 mar. <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alia
2017. s=6324pceb011-10&category_slug=agosto-2010-pdf&Itemid=30192>. Acesso em:
23 mar. 2017.

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pedagógicas na estrutura educacional, decorrentes importante que a instituição escolar preserve seu
principalmente da diferenciação dos componentes compromisso de estimular a reflexão e a análise aprofundada
curriculares. Como bem destaca o Parecer CNE/CEB nº e contribua para o desenvolvimento, no estudante, de uma
11/2010, “os alunos, ao mudarem do professor generalista dos atitude crítica em relação ao conteúdo e à multiplicidade de
anos iniciais para os professores especialistas dos diferentes ofertas midiáticas e digitais. Contudo, também é
componentes curriculares, costumam se ressentir diante das imprescindível que a escola compreenda e incorpore mais as
muitas exigências que têm de atender, feitas pelo grande novas linguagens e seus modos de funcionamento,
número de docentes dos anos finais” (BRASIL, 2010). Realizar desvendando possibilidades de comunicação (e também de
as necessárias adaptações e articulações, tanto no 5º quanto manipulação), e que eduque para usos mais democráticos das
no 6º ano, para apoiar os alunos nesse processo de transição, tecnologias e para uma participação mais consciente na
pode evitar ruptura no processo de aprendizagem, cultura digital. Ao aproveitar o potencial de comunicação do
garantindo-lhes maiores condições de sucesso. universo digital, a escola pode instituir novos modos de
Ao longo do Ensino Fundamental Ano Finais, os promover a aprendizagem, a interação e o compartilhamento
estudantes se deparam com desafios de maior de significados entre professores e estudantes.
complexidade, sobretudo devido à necessidade de se Além disso, e tendo por base o compromisso da escola de
apropriarem das diferentes lógicas de organização dos propiciar uma formação integral, balizada pelos direitos
conhecimentos relacionados às áreas. Tendo em vista essa humanos e princípios democráticos, é preciso considerar a
maior especialização, é importante, nos vários componentes necessidade de desnaturalizar qualquer forma de violência
curriculares, retomar e ressignificar as aprendizagens do nas sociedades contemporâneas, incluindo a violência
Ensino Fundamental - Anos Iniciais no contexto das simbólica de grupos sociais que impõem normas, valores e
diferentes áreas, visando ao aprofundamento e à ampliação conhecimentos tidos como universais e que não estabelecem
de repertórios dos estudantes. diálogo entre as diferentes culturas presentes na comunidade
Nesse sentido, também é importante fortalecer a e na escola.
autonomia desses adolescentes, oferecendo-lhes condições e Em todas as etapas de escolarização, mas de modo especial
ferramentas para acessar e interagir criticamente com entre os estudantes dessa fase do Ensino Fundamental, esses
diferentes conhecimentos e fontes de informação. fatores frequentemente dificultam a convivência cotidiana e a
Os estudantes dessa fase inserem-se em uma faixa etária aprendizagem, conduzindo ao desinteresse e à alienação e, não
que corresponde à transição entre infância e adolescência, raro, à agressividade e ao fracasso escolar. Atenta a culturas
marcada por intensas mudanças decorrentes de distintas, não uniformes nem contínuas dos estudantes dessa
transformações biológicas, psicológicas, sociais e emocionais. etapa, é necessário que a escola dialogue com a diversidade de
Nesse período de vida, como bem aponta o Parecer CNE/CEB formação e vivências para enfrentar com sucesso os desafios
nº 11/2010, ampliam-se os vínculos sociais e os laços afetivos, de seus propósitos educativos. A compreensão dos estudantes
as possibilidades intelectuais e a capacidade de raciocínios como sujeitos com histórias e saberes construídos nas
mais abstratos. Os estudantes tornam-se mais capazes de ver interações com outras pessoas, tanto do entorno social mais
e avaliar os fatos pelo ponto de vista do outro, exercendo a próximo quanto do universo da cultura midiática e digital,
capacidade de descentração, “importante na construção da fortalece o potencial da escola como espaço formador e
autonomia e na aquisição de valores morais e éticos” (BRASIL, orientador para a cidadania consciente, crítica e participativa.
2010). Nessa direção, no Ensino Fundamental - Anos Finais, a
As mudanças próprias dessa fase da vida implicam a escola pode contribuir para o delineamento do projeto de vida
compreensão do adolescente como sujeito em dos estudantes, ao estabelecer uma articulação não somente
desenvolvimento, com singularidades e formações identitárias com os anseios desses jovens em relação ao seu futuro, como
e culturais próprias, que demandam práticas escolares também com a continuidade dos estudos no Ensino Médio.
diferenciadas, capazes de contemplar suas necessidades e Esse processo de reflexão sobre o que cada jovem quer ser no
diferentes modos de inserção social. Conforme reconhecem as futuro, e de planejamento de ações para construir esse futuro,
DCN, é frequente, nessa etapa, observar forte adesão aos pode representar mais uma possibilidade de desenvolvimento
padrões de comportamento dos jovens da mesma idade, o que é pessoal e social.
evidenciado pela forma de se vestir e também pela linguagem
utilizada por eles. Isso requer dos educadores maior disposição Competências Específicas De Linguagens Para O Ensino
para entender e dialogar com as formas próprias de expressão Fundamental
das culturas juvenis, cujos traços são mais visíveis, sobretudo, 1. Compreender as linguagens como construção humana,
nas áreas urbanas mais densamente povoadas (BRASIL, 2010). histórica, social e cultural, de natureza dinâmica,
Há que se considerar, ainda, que a cultura digital tem reconhecendo-as e valorizando-as como formas de
promovido mudanças sociais significativas nas sociedades significação da realidade e expressão de subjetividades e
contemporâneas. Em decorrência do avanço e da identidades sociais e culturais.
multiplicação das tecnologias de informação e comunicação e 2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem
do crescente acesso a elas pela maior disponibilidade de (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da
computadores, telefones celulares, tablets e afins, os atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas
estudantes estão dinamicamente inseridos nessa cultura, não possibilidades de participação na vida social e colaborar para
somente como consumidores. Os jovens têm se engajado cada a construção de uma sociedade mais justa, democrática e
vez mais como protagonistas da cultura digital, envolvendo-se inclusiva.
diretamente em novas formas de interação multimidiática e 3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-
multimodal e de atuação social em rede, que se realizam de motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e
modo cada vez mais ágil. Por sua vez, essa cultura também digital –, para se expressar e partilhar informações,
apresenta forte apelo emocional e induz ao imediatismo de experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
respostas e à efemeridade das informações, privilegiando produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de
análises superficiais e o uso de imagens e formas de expressão conflitos e à cooperação.
mais sintéticas, diferentes dos modos de dizer e argumentar 4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de
característicos da vida escolar. vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos,
Todo esse quadro impõe à escola desafios ao cumprimento a consciência socioambiental e o consumo responsável em
do seu papel em relação à formação das novas gerações. É

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âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a e sensível a diferentes contextos e dialogar com as
questões do mundo contemporâneo. diversidades.
5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e 2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e
respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo
locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo
patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de
práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção produção, na prática de cada linguagem e nas suas
artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, articulações.
identidades e culturas. 3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e
6. Compreender e utilizar tecnologias digitais de culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas
informação e comunicação de forma crítica, significativa, culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as e manifestações contemporâneas, reelaborando- -as nas
escolares), para se comunicar por meio das diferentes criações em Arte.
linguagens e mídias, produzir conhecimentos, resolver 4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade
problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos. e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela
no âmbito da Arte.
Competências Específicas De Língua Portuguesa Para 5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de
O Ensino Fundamental registro, pesquisa e criação artística.
1. Compreender a língua como fenômeno cultural, 6. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e
histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos consumo, compreendendo, de forma crítica e
de uso, reconhecendo-a como meio de construção de problematizadora, modos de produção e de circulação da arte
identidades de seus usuários e da comunidade a que na sociedade.
pertencem. 7. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas,
2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios,
como forma de interação nos diferentes campos de atuação da produções, intervenções e apresentações artísticas.
vida social e utilizando-a para ampliar suas possibilidades de 8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho
participar da cultura letrada, de construir conhecimentos coletivo e colaborativo nas artes.
(inclusive escolares) e de se envolver com maior autonomia e 9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e
protagonismo na vida social. internacional, material e imaterial, com suas histórias e
3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e diferentes visões de mundo.
multissemióticos que circulam em diferentes campos de
atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e Competências Específicas De Educação Física Para O
criticidade, de modo a se expressar e partilhar informações, Ensino Fundamental
experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo. 1. Compreender a origem da cultura corporal de
4. Compreender o fenômeno da variação linguística, movimento e seus vínculos com a organização da vida coletiva
demonstrando atitude respeitosa diante de variedades e individual.
linguísticas e rejeitando preconceitos linguísticos. 2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e
5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas
de linguagem adequados à situação comunicativa, ao (s) corporais, além de se envolver no processo de ampliação do
interlocutor (es) e ao gênero do discurso/gênero textual. acervo cultural nesse campo.
6. Analisar informações, argumentos e opiniões 3. Refletir, criticamente, sobre as relações entre a
manifestados em interações sociais e nos meios de realização das práticas corporais e os processos de
comunicação, posicionando-se ética e criticamente em relação saúde/doença, inclusive no contexto das atividades laborais.
a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e 4. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho,
ambientais. saúde, beleza e estética corporal, analisando, criticamente, os
7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação e modelos disseminados na mídia e discutir posturas
negociação de sentidos, valores e ideologias. consumistas e preconceituosas.
8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo 5. Identificar as formas de produção dos preconceitos,
com objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo, compreender seus efeitos e combater posicionamentos
formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.). discriminatórios em relação às práticas corporais e aos seus
9. Envolver-se em práticas de leitura literária que participantes.
possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, 6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os
valorizando a literatura e outras manifestações artístico- significados atribuídos às diferentes práticas corporais, bem
culturais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de como aos sujeitos que delas participam.
imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial 7. Reconhecer as práticas corporais como elementos
transformador e humanizador da experiência com a literatura. constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos.
10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes 8. Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para
linguagens, mídias e ferramentas digitais para expandir as potencializar o envolvimento em contextos de lazer, ampliar
formas de produzir sentidos (nos processos de compreensão e as redes de sociabilidade e a promoção da saúde.
produção), aprender e refletir sobre o mundo e realizar 9. Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito
diferentes projetos autorais. do cidadão, propondo e produzindo alternativas para sua
realização no contexto comunitário.
Competências Específicas De Arte Para O Ensino 10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes
Fundamental brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e
1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo
e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos e o protagonismo.
povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de
diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para
reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social

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APOSTILAS OPÇÃO

Competências Específicas De Língua Inglesa Para O princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários,
Ensino Fundamental valorizando a diversidade de opiniões de indivíduos e de
1. Identificar o lugar de si e o do outro em um mundo grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.
plurilíngue e multicultural, refletindo, criticamente, sobre 8. Interagir com seus pares de forma cooperativa,
como a aprendizagem da língua inglesa contribui para a trabalhando coletivamente no planejamento e
inserção dos sujeitos no mundo globalizado, inclusive no que desenvolvimento de pesquisas para responder a
concerne ao mundo do trabalho. questionamentos e na busca de soluções para problemas, de
2. Comunicar-se na língua inglesa, por meio do uso variado modo a identificar aspectos consensuais ou não na discussão
de linguagens em mídias impressas ou digitais, reconhecendo- de uma determinada questão, respeitando o modo de pensar
a como ferramenta de acesso ao conhecimento, de ampliação dos colegas e aprendendo com eles.
das perspectivas e de possibilidades para a compreensão dos
valores e interesses de outras culturas e para o exercício do Competências Específicas De Ciências Da Natureza Para
protagonismo social. O Ensino Fundamental
3. Identificar similaridades e diferenças entre a língua 1. Compreender as Ciências da Natureza como
inglesa e a língua materna/outras línguas, articulando-as a empreendimento humano, e o conhecimento científico como
aspectos sociais, culturais e identitários, em uma relação provisório, cultural e histórico.
intrínseca entre língua, cultura e identidade. 2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas
4. Elaborar repertórios linguístico-discursivos da língua explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar
inglesa, usados em diferentes países e por grupos sociais processos, práticas e procedimentos da investigação científica,
distintos dentro de um mesmo país, de modo a reconhecer a de modo a sentir segurança no debate de questões científicas,
diversidade linguística como direito e valorizar os usos tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho,
heterogêneos, híbridos e multimodais emergentes nas continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma
sociedades contemporâneas. sociedade justa, democrática e inclusiva.
5. Utilizar novas tecnologias, com novas linguagens e 3. Analisar, compreender e explicar características,
modos de interação, para pesquisar, selecionar, compartilhar, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e
posicionar-se e produzir sentidos em práticas de letramento tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que
na língua inglesa, de forma ética, crítica e responsável. se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer
6. Conhecer diferentes patrimônios culturais, materiais e perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive
imateriais, difundidos na língua inglesa, com vistas ao tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da
exercício da fruição e da ampliação de perspectivas no contato Natureza.
com diferentes manifestações artístico-culturais. 4. Avaliar aplicações e implicações políticas,
socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias
Competências Específicas De Matemática Para O Ensino para propor alternativas aos desafios do mundo
Fundamental contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do
1. Reconhecer que a Matemática é uma ciência humana, trabalho.
fruto das necessidades e preocupações de diferentes culturas, 5. Construir argumentos com base em dados, evidências e
em diferentes momentos históricos, e é uma ciência viva, que informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos
contribui para solucionar problemas científicos e tecnológicos de vista que promovam a consciência socioambiental e o
e para alicerçar descobertas e construções, inclusive com respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a
impactos no mundo do trabalho. diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem
2. Desenvolver o raciocínio lógico, o espírito de preconceitos de qualquer natureza.
investigação e a capacidade de produzir argumentos 6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de
convincentes, recorrendo aos conhecimentos matemáticos informação e comunicação para se comunicar, acessar e
para compreender e atuar no mundo. disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver
3. Compreender as relações entre conceitos e problemas das Ciências da Natureza de forma crítica,
procedimentos dos diferentes campos da Matemática significativa, reflexiva e ética.
(Aritmética, Álgebra, Geometria, Estatística e Probabilidade) e 7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-
de outras áreas do conhecimento, sentindo segurança quanto estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se
à própria capacidade de construir e aplicar conhecimentos respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos
matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.
busca de soluções. 8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia,
4. Fazer observações sistemáticas de aspectos responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
quantitativos e qualitativos presentes nas práticas sociais e recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para
culturais, de modo a investigar, organizar, representar e tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e
comunicar informações relevantes, para interpretá-las e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva,
avaliá-las crítica e eticamente, produzindo argumentos com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e
convincentes. solidários.
5. Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive
tecnologias digitais disponíveis, para modelar e resolver Competências Específicas De Ciências Humanas Para O
problemas cotidianos, sociais e de outras áreas de Ensino Fundamental
conhecimento, validando estratégias e resultados. 1. Compreender a si e ao outro como identidades
6. Enfrentar situações-problema em múltiplos contextos, diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma
incluindo-se situações imaginadas, não diretamente sociedade plural e promover os direitos humanos.
relacionadas com o aspecto prático-utilitário, expressar suas 2. Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio
respostas e sintetizar conclusões, utilizando diferentes técnico-científico- -informacional com base nos
registros e linguagens (gráficos, tabelas, esquemas, além de conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas
texto escrito na língua materna e outras linguagens para variações de significado no tempo e no espaço, para intervir
descrever algoritmos, como fluxogramas, e dados). em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas
7. Desenvolver e/ou discutir projetos que abordem, do mundo contemporâneo.
sobretudo, questões de urgência social, com base em

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3. Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser 2. Compreender a historicidade no tempo e no espaço,


humano na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade relacionando acontecimentos e processos de transformação e
e propondo ideias e ações que contribuam para a manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e
transformação espacial, social e cultural, de modo a participar culturais, bem como problematizar os significados das lógicas
efetivamente das dinâmicas da vida social. de organização cronológica.
4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas 3. Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e
com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, proposições em relação a documentos, interpretações e
com base nos instrumentos de investigação das Ciências contextos históricos específicos, recorrendo a diferentes
Humanas, promovendo o acolhimento e a valorização da linguagens e mídias, exercitando a empatia, o diálogo, a
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, resolução de conflitos, a cooperação e o respeito.
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de 4. Identificar interpretações que expressem visões de
qualquer natureza. diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo
5. Comparar eventos ocorridos simultaneamente no contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em
mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados. solidários.
6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das 5. Analisar e compreender o movimento de populações e
Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões mercadorias no tempo e no espaço e seus significados
que respeitem e promovam os direitos humanos e a históricos, levando em conta o respeito e a solidariedade com
consciência socioambiental, exercitando a responsabilidade e as diferentes populações.
o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de 6. Compreender e problematizar os conceitos e
uma sociedade justa, democrática e inclusiva. procedimentos norteadores da produção historiográfica.
7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica 7. Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de
e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação de modo crítico, ético e
informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio responsável, compreendendo seus significados para os
espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, diferentes grupos ou estratos sociais.
duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão.
Competências Específicas De Ensino Religioso Para O
Competências Específicas De Geografia Para O Ensino Ensino Fundamental
Fundamental 1. Conhecer os aspectos estruturantes das diferentes
1. Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a tradições/movimentos religiosos e filosofias de vida, a partir
interação sociedade/ natureza e exercitar o interesse e o de pressupostos científicos, filosóficos, estéticos e éticos.
espírito de investigação e de resolução de problemas. 2. Compreender, valorizar e respeitar as manifestações
2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do religiosas e filosofias de vida, suas experiências e saberes, em
conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos diferentes tempos, espaços e territórios.
objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres 3. Reconhecer e cuidar de si, do outro, da coletividade e da
humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da natureza, enquanto expressão de valor da vida.
história. 4. Conviver com a diversidade de crenças, pensamentos,
3. Desenvolver autonomia e senso crítico para convicções, modos de ser e viver.
compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise 5. Analisar as relações entre as tradições religiosas e os
da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os campos da cultura, da política, da economia, da saúde, da
princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, ciência, da tecnologia e do meio ambiente.
extensão, localização e ordem. 6. Debater, problematizar e posicionar-se frente aos
4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das discursos e práticas de intolerância, discriminação e violência
linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros de cunho religioso, de modo a assegurar os direitos humanos
textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas no constante exercício da cidadania e da cultura de paz.
que envolvam informações geográficas.
5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e Questões
procedimentos de investigação para compreender o mundo
natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico 01. (UECE/CEV - SEDUC/CE - Professor - 2018) A
e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções abordagem por competências e habilidades, conforme
(inclusive tecnológicas) para questões que requerem expressa na BNCC, defende a formação de um estudante que,
conhecimentos científicos da Geografia. especialmente,
6. Construir argumentos com base em informações (A) aprenda a aprender continuamente.
geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que (B) se envolva e se entusiasme pela escola.
respeitem e promovam a consciência socioambiental e o (C) valorize a interação com os atletas da escola.
respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de (D) compreenda as resoluções de problemas complexos.
qualquer natureza.
7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, 02. (FUMARC - SEE/MG - Professor de Educação Básica
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, - 2018) Sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
propondo ações sobre as questões socioambientais, com base homologada em dezembro de 2017 pelo Ministério da
em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários. Educação, NÃO é correto afirmar:
(A) A contribuição mais significativa da BNCC é o de
Competências Específicas De História Para O Ensino substituir os currículos das disciplinas escolares das redes
Fundamental públicas federal, estaduais e municipais, na medida em que
1. Compreender acontecimentos históricos, relações de determina o que deve ser ensinado em cada escola.
poder e processos e mecanismos de transformação e (B) Determina os conhecimentos e as competências que os
manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e estudantes devem desenvolver ao longo da escolaridade,
culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para sendo orientada por princípios éticos, políticos e estéticos.
analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo. (C) Fruto de amplo debate com diferentes atores do campo
educacional e com a sociedade brasileira, a BNCC tem o

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propósito de contribuir com construção de uma sociedade


justa, democrática e inclusiva.
(D) Trata-se de um documento de referência, de caráter
normativo, que define o conjunto de aprendizagens essenciais
que todos os alunos brasileiros devem desenvolver ao longo
das etapas e modalidades da Educação Básica.
(E) Uma das finalidades da BNCC é contribuir com a
superação da fragmentação das políticas educacionais, com o
fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas
de governo.

03. (FUMARC - SEE/MG - Professor de Educação Básica


- 2018) “A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um
documento de caráter normativo que define o conjunto
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos
os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e
modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham
assegurados seus direitos de aprendizagem e
desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o
Plano Nacional de Educação (PNE)”. (Fonte: BRASIL, 2017, p.
7).
Considerando a concepção presente no texto, analise as
afirmativas a seguir:
I. A BNCC reconhece que a Educação Básica deve visar à
formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica
compreender que esse desenvolvimento é linear.
II. A dimensão conceitual da BNCC permite que os
estudantes desenvolvam aproximações e compreensões sobre
os saberes científicos e os presentes nas situações cotidianas.
III. A noção de competência é definida na BNCC como a
mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores
para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
IV. Ao dizer que os conteúdos curriculares estão a serviço
do desenvolvimento de competências, a LDBEN orienta a
definição das aprendizagens dos conteúdos mínimos a serem
ensinados na proposta da BNCC.
Está CORRETO apenas o que se afirma em:
(A) I e II.
(B) III e IV.
(C) I e III.
(D) II e IV.
(E) II e III.

Gabarito

01.A / 02.A / 03.E

Anotações

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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significativa, e a fonte de mediação pode ser um instrumento


que regula a ação do indivíduo sobre objetos externos; um
sistema de símbolos, que medeia processos psicológicos do
próprio ser humano; ou a interação com outros seres
humanos.
Vygotsky4 deu especial atenção ao estudo de signos como
mediadores, entendidos como algo que representa ideias,
situações ou objetos; o signo tem função de auxiliar a memória
humana, utilizado para lembrar, registrar ou acumular
1. Teoria de Aprendizagem. informações. Durante o desenvolvimento cultural da criança, o
signo e o instrumento, ambos caracterizados por sua função
mediadora, se inter-relacionam conforme o homem interage
com o mundo.
A Aprendizagem na Concepção Histórico Cultural1 A teoria sobre a aprendizagem sócio histórica e a produção
do conhecimento esteve, desde a origem, intimamente ligada
A aprendizagem é um dos principais objetivos de toda ao fato de o homem ser social e histórico e, ao mesmo tempo,
prática pedagógica, e a compreensão ampla do que se entende de ser produto e produtor de sua história e de sua cultura
por aprender é fundamental na construção de uma proposta “pela” e na interação social. Tal abordagem abre a
de educação, também mais aberta e dinâmica, definindo, por possibilidade de redimensionamento da teoria e da prática do
consequência, práticas pedagógicas transformadoras. estudo das relações entre a escolarização, atividade mental e
À medida que a sociedade se torna cada vez mais desenvolvimento da criança, ao assumir a natureza mediada
dependente do conhecimento, é necessário questionar e da cognição: a ação do sujeito sobre o objeto é mediada
mudar certos pressupostos que fundamentam a educação socialmente, pelo outro e pelos signos. Daí a relevância e a
atual. A aprendizagem é uma atividade contínua, iniciando-se motivação para o presente estudo.
nos primeiros minutos da vida e estendendo-se ao longo dela. Desse modo, ancorada numa pesquisa bibliográfica com
Isto significa expandir o conceito de aprendizagem: ele não enfoque na perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento
deve estar restrito ao período escolar e pode ocorrer, tanto na humano, que considera o processo de conceitualização como
infância, quanto na vida adulta. A escola é um - entre muitos uma prática social dialógica “mediada pela palavra”, e
outros - ambientes em que será possível adquirir pedagógica “mediada pelo outro”, o presente artigo tem como
conhecimento. Para tanto, educadores precisam incorporar os objetivo estudar aspectos práticos da teoria de histórico-
mais recentes resultados das pesquisas sobre aprendizagem e cultural, visando aos desdobramentos que essa teoria tem no
assumir a função de propiciar oportunidades para o aluno cotidiano do processo ensino-aprendizagem.
gerar e não somente consumir conhecimento, desenvolvendo
capacidades internas para poder continuar a aprender ao Principais Teorias de Aprendizagem
longo da vida.
A construção de uma pessoa mais autônoma, no processo As principais interpretações das questões relativas à
de aprender, torna-a mais autônoma no processo de viver - de natureza da aprendizagem remetem a um passado histórico da
definir os rumos de sua vida. Mas, para que isso não se filosofia e da psicologia. Diversas correntes de pensamento se
transforme em uma ação individualista, é fundamental desenvolveram, definindo paradigmas educacionais como o
transformar a prática pedagógica em uma prática mediadora, empirismo, o inatismo ou nativismo, os associacionistas, os
comprometida, coerente, ao mesmo tempo consciente e teóricos de campo e os teóricos do processamento da
competente. informação ou psicologia cognitiva.
A ação educativa - evidenciada a partir de suas práticas - A corrente do empirismo tem como princípio
permite aos alunos avançar em saltos na aprendizagem e no fundamental considerar que o ser humano, ao nascer, é como
desenvolvimento. E a ação sobre o que o adulto consegue fazer, uma "tábula rasa" e tudo deve aprender, desde as capacidades
com a ajuda do outro, para que consiga fazê-lo sozinho. sensoriais mais elementares aos comportamentos
Entretanto, é princípio de toda instituição de ensino adaptativos, mas complexos Gaonac´h e Golder5. A mente é
(principalmente da escola) garantir a aprendizagem a todos, considerada inerte, e as ideias vão sendo gravadas a partir das
visto que todos são capazes de aprender. percepções. Baseado neste pressuposto, a inteligência é
Dentro de uma concepção de aprendizagem como concebida como uma faculdade capaz de armazenar e
construção de conhecimento, estudos na linha histórico- acumular conhecimento.
cultural, como os de Vygotsky2 e de seus precursores Oliveira, O inatismo ou nativismo argumenta que a maioria dos
Fontana; Meier e Garcia têm sido foco de muitos estudos, traços característicos de um indivíduo é fixado desde o
vários dos quais têm implicações diretas na área da educação, nascimento e que a hereditariedade permite explicar uma
trazendo contribuições indiscutíveis para o processo ensino- grande parte das diferenças individuais físicas e psicológicas
aprendizagem. Gaonac´h e Golder6. As formas de conhecimento estão pré-
Os autores afirmam que o ser humano não é moldado por determinadas no sujeito que aprende.
outros seres humanos, mas modifica-se com os outros, Para os associacionistas, o principal pressuposto consiste
trocando experiências, interagindo com o meio social em que em explicar que o comportamento complexo é a combinação
vive. Todo esse processo de transformação ocorre vinculado de uma série de condutas simples. Como precursores desta
ao processo de mediação social. corrente são de pensamento pode-se citar Edward L.
As considerações propostas por Vygotsky3 revelam que a Thorndike e B.F. Skinner, Pettenger e Gooding7 e suas
mediação possibilita a constituição de processos mentais respectivas teorias do comportamento reflexo ou estímulo-
superiores. Uma atividade é mediada quando é socialmente resposta.

1 LEITE, C. A. R.; LEITE, E. C. R.; PRANDI, L. R. A aprendizagem na concepção 5 GAONAC’H, Daniel; GOLDER, Caroline. Profession Enseignant: Manual de

histórico cultural. Akrópolis Umuarama, v. 17, n. 4, p. 203-210, out. / dez. 2009. Psycolgie.pour Fenseignement. Paris: Hachette Education, 1995.
2 Vygotsky, L. S; Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. 6 Idem 2.

São Paulo: Scipione, 1993. 7 PETTENGER, Owene, GOODING, C. Thomas. Teorias da aprendizagem na
3 Idem 2. prática Educacional. São Paulo: EPU, 1977.
4 Idem 2.

Conhecimentos Específicos 1
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Para Thorndike apud Pettenger e Gooding, o padrão básico estudantes podem trabalhar juntos na construção do
da aprendizagem é uma resposta mecanicista às forças entendimento e do significado através de práticas relevantes.
externas. Um estímulo provoca uma resposta. Se a resposta é O construtivismo é uma filosofia de aprendizagem que
recompensada, é aprendida. descreve o que significa saber alguma coisa, o que é a
Já para Skinner, a ênfase é dada à questão do controle do realidade. As concepções tradicionais de aprendizagem
comportamento pelos reforços que ocorrem com a resposta ou admitem que o conhecimento é um objeto, algo que pode ser
após a mesma com o propósito de atingir metas específicas ou transmitido do professor para o aluno.
definir comportamentos manifestos. O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente
As grandes escolas da corrente dos Teóricos de Campo, são do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a
representadas, na Gestalt pelos alemães Wertheimer, Koffka e pesquisa em grupo, o estimulo a dúvida e o desenvolvimento
Köhler, e na Fenomenologia, por Combs e Snygg, Pettenger e do raciocínio, entre outros procedimentos. A partir de sua
Gooding8. Nestas escolas prevalece a concepção de que as ação, vai estabelecendo as propriedades dos objetos e
pessoas são capazes de pensar, perceber e de responder a uma construindo as características do mundo.
dada situação, de acordo com as suas percepções e
interpretações desta situação. Diferentemente das primeiras, A Abordagem Construtivista de Jean Piaget
em que o comportamento é sequencial, do mais simples ao
mais complexo, nesta corrente, o todo ou total é mais que a As respostas às questões sobre a natureza da
soma das partes. aprendizagem de Piaget são dadas à luz de sua epistemologia
Na Gestalt, o paradigma de aprendizagem é a solução de genética, na qual o conhecimento se constrói pouco a pouco, à
problemas e ocorre do total para as partes. Consiste também medida em que as estruturas mentais e cognitivas se
na organização dos padrões de percepção. Segundo Fialho9, na organizam, de acordo com os estágios de desenvolvimento da
Gestalt há duas maneiras de se aprender a resolver problemas: inteligência.
pelo aprendizado conduzido ou pelo aprendizado pelo A inteligência é antes de tudo adaptação. Esta
entendimento. Isto significa que conforme a organização da característica se refere ao equilíbrio entre o organismo e o
situação de aprendizagem, dirigida (instrucionista) ou meio ambiente, que resulta de uma interação entre
autodirigida (ativa), o indivíduo aprende, entretanto, deve-se assimilação e acomodação.
promover situações de aprendizagem que sejam A assimilação e a acomodação são, pois, os motores da
suficientemente ricas para que o aprendiz possa fazer escolhas aprendizagem. A adaptação intelectual ocorre quando há o
e estabelecer relações entre os elementos de uma situação. equilíbrio de ambas.
Escolher entre as quais para ele, aprendiz, conduza a uma Segundo discorre Ulbritch11, a aquisição do conhecimento
estruturação eficaz de suas percepções e significados. cognitivo ocorre sempre que um novo dado é assimilado à
Os teóricos do Processamento da Informação ou estrutura mental existente que, ao fazer esta acomodação
Psicologia Cognitiva, de origem mais recente, reúnem modifica-se, permitindo um processo contínuo de renovação
diversas abordagens. Estes teóricos estudam a mente e a interna. Na organização cognitiva, são assimiladas o que as
inteligência em termos de representações mentais e processos assimilações passadas preparam, para assimilar, sem que haja
subjacentes ao comportamento observável. Consideram o ruptura entre o novo e o velho.
conhecimento como sistema de tratamento da informação. Pela assimilação, justificam-se as mudanças quantitativas
Segundo Misukami10, uma abordagem cognitivista implica em do indivíduo, seu crescimento intelectual mediante a
estudar cientificamente a aprendizagem como um produto incorporação de elementos do meio a si próprio.
resultante do ambiente, das pessoas ou de fatores externos a Pela acomodação, as mudanças qualitativas de
ela. Como as pessoas lidam com estímulos ambientais, desenvolvimento modificam os esquemas existentes em
organizam dados, sentem e resolvem problemas, adquirem função das características da nova situação; juntas justificam a
conceitos e empregam símbolos constituem, pois, o centro da adaptação intelectual e o desenvolvimento das estruturas
investigação. Em essência, na psicologia cognitiva, as cognitivas.
atividades mentais são o motor dos comportamentos. No sistema cognitivo do sujeito esses processos estão
Opondo-se à concepção behavorista, os teóricos normalmente em equilíbrio. A perturbação desse equilíbrio
cognitivos preocupam-se em desvendar a "caixa preta" da gera um conflito ou uma lacuna diante do objeto ou evento, o
mente humana. A noção de representação é central nestas que dispara mecanismos de equilibração. A partir de tais
pesquisas. A representação é definida como toda e qualquer perturbações produzem-se construções compensatórias que
construção mental efetuada a um dado momento e em um buscam novo equilíbrio, melhor do que o anterior.
certo contexto. Assim, pode-se distinguir quatro estágios de
Portanto, memória, percepção, aprendizagem, resolução desenvolvimento lógico:
de problemas, raciocínio e compreensão, esquemas e
arquiteturas mentais são alguns dos principais objetos de Sensório Motor (0-2 anos)
investigação da área, cujas aplicações vêm sendo utilizadas na Tratando-se da fase inicial do desenvolvimento da vida,
construção de modelos explícitos em formas de programas de este nível é caracterizado como pré-verbal constituída pela
computador (softwares), gráficos, arquiteturas ou outras organização reflexiva e pela a inteligência prática. Neste
esquematizações do processamento mental, em especial nos estágio a criança baseia-se em esquemas motores para
sistemas de Inteligência Artificial. resolver seus problemas, que são essencialmente práticos.
Os princípios construtivistas fornecem um conjunto de Além disso, o indivíduo vive o momento presente sendo
diretrizes a fim de auxiliar projetistas e professores na criação incapaz de referir-se ao futuro, ou evocar o passado.
de meios ambientes colaboracionistas direcionados ao ensino, Durante esta fase os bebês começam a desenvolver
que apoiem experiências autênticas, atraentes e reflexivas. Os símbolos mentais e utilizar palavras, um processo conhecido

8 Idem 4. 11 ULBRICHT, Vânia Ribas. Modelagem de um Ambiente Hipermfdia de


9 FIALHO, Francisco Antonio Pereira. Sistemas de
Educação à Distância. UFSC. Construção do Conhecimento em Geometria Descritiva^ Florianópolis, 1997. Tese
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Florianópolis, 1998. (Doutorado em Engenharia de Produção). Coordenadoria de Pós-graduação,
Notas de aula. UFSC. p.20-25.
10 MISUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as Abordagens do Processo.

Temas Básicos de Educação e Ensino. São Paulo: EPU, 1986.

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APOSTILAS OPÇÃO

como simbolização. O bebê relaciona tudo ao seu próprio desenvolvimento intelectual a partir das relações histórico-
corpo como se fosse o centro do mundo sociais, ou seja, buscou demonstrar que o conhecimento é
socialmente construído pelas e nas relações humanas.
Pré-operatório (2-7 anos) Baseado nas teses do materialismo histórico, Vygotsky
Este período é o que mais teve atenção de Piaget. É destacou que as origens das formas superiores de
caracterizado pela explosão linguística e a utilização de comportamento consciente deveriam ser buscadas nas
símbolos. Dada a esta capacidade da linguagem, os esquemas relações sociais que o sujeito mantém com o mundo exterior,
de ação são interiorizados (esquemas representativos ou na atividade prática. Para descobrir as fontes dos
simbólicos). Nota-se ainda a ausência de esquemas comportamentos especificamente humanos, era preciso
conceituais, assim como o predomínio da tendência lúdica. libertar-se dos limites do organismo e empreender estudos
Prevalece nesta fase a transdução, modelo primitivo de que pudessem explicar como os processos maturacionais
raciocínio, que se orienta de particular para particular. entrelaçam-se aos processos culturalmente determinados
A partir dos quatro anos o tipo dominante de raciocínio é para produzir as funções psicológicas superiores típicas do
o denominado intuição, fundamentado na percepção e que homem.
desconhece a reversibilidade e a conservação. Dessa feita, a convivência social é fundamental para
A criança ainda é incapaz de lidar como dilemas morais, transformar o homem de ser biológico a ser humano social, e
embora possua senso do que é bom ou mal. O indivíduo a aprendizagem que advém das relações sociais ajuda a
apresenta um comportamento egocêntrico, tendo um papel construir os conhecimentos que dão suporte ao
limitado e a impossibilidade assumir o papel de outras desenvolvimento.
pessoas, é rígido (não flexível) que tem como ponto de Para Vygotsky, o homem possui natureza social, uma vez
referência a própria criança. Ainda é latente a incapacidade de que nasce em um ambiente carregado de valores culturais: na
analisar vários aspectos de uma dada situação. ausência do outro, o homem não se faz homem. Partindo desse
Uma consequência deste egocentrismo é a incapacidade da pressuposto, o autor criou uma teoria de desenvolvimento da
criança de colocar seu próprio ponto de vista como igual aos inteligência, na qual afirma que o conhecimento é sempre
demais. Desconhecendo a opinião alheia, o indivíduo não sente intermediado.
necessidade de justificar seus raciocínios perante outros. Nessa perspectiva, a criança nasce apenas com funções
psicológicas elementares e, a partir do aprendizado da cultura,
Operatório concreto (7-11 anos) essas funções se transformam em funções psicológicas
Recebe este nome, já que a criança age sobre o mundo superiores. Entretanto, essa evolução não se dá de forma
concreto, real e visível. Surge o declínio do egocentrismo, imediata e direta, as informações recebidas do meio social são
sendo substituído pelo pensamento operatório (envolvendo intermediadas, de forma explícita ou não, pelas pessoas que
vasta gama de informações externas à criança). O indivíduo interagem com as crianças. É essa intermediação que dá às
pode, desde já, ver as coisas a partir da perspectiva dos outros. informações um caráter valorativo e significados sociais e
Surge os processos de pensamento lógico, limitados, históricos.
sendo capazes de serializar, ordenar e agrupar coisas em As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do
classes, com base em características comuns. Assim como a cérebro humano fundamentam-se em sua ideia de que as
capacidade de conservação e reversibilidade através da funções psicológicas superiores são construídas ao longo da
observação real (o pensamento da criança ainda é de natureza história social do homem. Na sua relação com o mundo,
concreta). mediada pelos instrumentos e símbolos desenvolvidos
O pensamento operatório é denominado concreto, pois a culturalmente, o ser humano cria as formas de ação que o
criança somente pensa corretamente se os exemplos ou distinguem de outros animais.
materiais que ela utiliza para apoiar o pensamento existem Vale dizer que essas informações não são interiorizadas
mesmo e podem ser observados. Ela ainda não consegue com o mesmo teor com que são recebidas, ou seja, elas sofrem
pensar abstratamente, tendo como base proposições e uma reelaboração interna, uma linguagem específica em cada
enunciados. Com o desenvolvimento destas habilidades pessoa. Em outras palavras, cada processo de construção de
notamos aparecimento de esquemas conceituais. conhecimentos e desenvolvimento mental possui
As crianças começam a desenvolver um senso moral, características individuais e particulares.
juntamente com um código de valores. Nesse sentido, significados socioculturais, historicamente
produzidos, são internalizados pelo homem de forma
Operatório formal (12 anos em diante) individual e, por isso, ganham um sentido pessoal; “a palavra,
Característica essencial a distinção entre o real e o a língua, a cultura relaciona-se com a realidade, com a própria
possível. vida e com os motivos de cada indivíduo”. No processo de
A criança se torna capaz de raciocinar logicamente, mesmo internalização, o que é interpessoal, inicialmente, transforma-
se o conteúdo do seu raciocínio é falso. Logo, surge a se em intrapessoal.
determinação da realidade tendo como base o caráter O nível de desenvolvimento real pode ser entendido
hipotético-dedutivo, representando a última aquisição como referente àquelas conquistas que já estão consolidadas
mental quando o adolescente se liberta do concreto. Assim o na criança, àquelas funções ou capacidades que ela já
jovem obtém a capacidade de pensar abstratamente e aprendeu e domina, pois já consegue utilizar sozinha, sem
compreender o conceito de probabilidade. assistência de alguém mais experiente da cultura (pai, mãe,
Aparecimento da reversibilidade e sua explicação professor, criança mais velha etc.). Este nível indica, assim, os
mediante inversão ou negação e comparada à reciprocidade de processos mentais da criança que já se estabeleceram; ciclos
relações. de desenvolvimento que já se completaram.
No entendimento de Vygotsky, a zona de
A Abordagem Sócio Construtiva do Desenvolvimento desenvolvimento potencial ou mediador é toda atividade
Cognitivo de Lev Vygotsky e/ou conhecimento que a criança ainda não domina, mas que
se espera que ela seja capaz de saber e/ou realizar,
As inquietações de Vygotsky sobre o desenvolvimento da independentemente de sua etnia, religião ou cultura. É
aprendizagem e a construção do conhecimento perpassavam justamente por isso que as relações entre desenvolvimento e
pela produção da cultura, como resultado das relações aprendizagem ocupam lugar de destaque em sua obra.
humanas. Por conta disso, ele procurou entender o

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A zona de desenvolvimento proximal é a distância entre Personalismo (três aos seis anos, aproximadamente):
o que a criança já pode realizar sozinha e aquilo que ela nesta fase ocorre a construção da consciência de si, através das
somente é capaz de desenvolver com o auxílio de alguém. Na interações sociais, dirigindo o interesse da criança para as
zona de desenvolvimento proximal, o aspecto fundamental é a pessoas, predominando assim as relações afetivas. Há uma
realização de atividade com o auxílio de um mediador. Por mistura afetiva e pessoal, que refaz, no plano do pensamento,
isso, segundo Vygotsky, essa é a zona cooperativa do a indiferenciação inicial entre inteligência e afetividade.
conhecimento. O mediador ajuda a criança a concretizar o
desenvolvimento que está próximo, ou seja, ajuda a Estágio categorial (seis anos): a criança dirige seu
transformar o desenvolvimento potencial em interesse para o conhecimento e a conquista do mundo
desenvolvimento real. exterior, em função do progresso intelectual que conseguiu
Fialho12 destaca que, para Vygotsky, o desenvolvimento conquistar até então. Desta forma, ela imprime às suas
humano compreende um processo dialético, caracterizado relações com o meio uma maior visibilidade do aspecto
pela periodicidade, irregularidade no desenvolvimento das cognitivo.
diferentes funções, metamorfose ou transformação qualitativa Para Wallon, o mérito da Educação é desenvolver o
de uma forma em outra, entrelaçando fatores internos e máximo as potencialidades de cada indivíduo. É nesse mesmo
externos e processos adaptativos. indivíduo que devem ser buscadas as possibilidades de
superação, compensação e equilíbrio funcionais.
A Abordagem de Henri Wallon
Questões
A gênese da inteligência para Wallon é genética e
organicamente social, ou seja, "o ser humano é organicamente 01. (Prefeitura de São Luís/MA - Cargos de Magistério
social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura I e II - CESPE/2017) Na perspectiva de Jean Piaget, em uma
para se atualizar" Dantas13. Nesse sentido, a teoria do situação que envolva o cometimento de erro pelo aluno no
desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na processo de aprendizagem, o professor deve:
psicogênese da pessoa completa. (A) Corrigir o aluno, dando-lhe, imediatamente, a resposta
O estudo de Wallon é evidenciado na criança correta.
contextualizada, onde o ritmo no qual se sucedem as etapas do (B) Punir o aluno, pois essa é a melhor forma de eliminar o
desenvolvimento é descontínuo, marcado por rupturas, erro.
retrocessos e reviravoltas, provocando em cada etapa (C) Levar o aluno a refletir sobre por que errou, dando-lhe
profundas mudanças nas anteriores. a oportunidade de reconstruir a compreensão do
Nesse sentido, a passagem dos estágios de conhecimento.
desenvolvimento não se dá linearmente, por ampliação, mas (D) Ignorar o erro, pois, ao longo do tempo, o aluno
por reformulação, instalando-se no momento da passagem de descobrirá, sozinho, a compreensão correta do conteúdo.
uma etapa a outra, crises que afetam a conduta da criança. (E) Fazer o aluno repetir a resposta certa quantas vezes
Conflitos se instalam nesse processo e são de origem exógena forem necessárias para que ele consiga decorá-la.
quando resultantes dos desencontros entre as ações da criança
e o ambiente exterior, estruturado pelos adultos e pela cultura 02. (Prefeitura de São Luís/MA - Cargos de Magistério
e endógenos e quando gerados pelos efeitos da maturação I e II - CESPE/2017) Assinale a opção que apresenta o
nervosa, Galvão14. Esses conflitos são propulsores do processo de resolução dos conflitos cognitivos que, para Jean
desenvolvimento. Piaget, representa a construção da aprendizagem.
(A) Reforço positivo.
Estágio impulsivo-emocional (1°ano de vida): nesta fase (B) Zona de desenvolvimento proximal.
predominam nas crianças as relações emocionais com o (C) Estágios do desenvolvimento sensório-motor, pré-
ambiente. Trata-se de uma fase de construção do sujeito, em operatório, operatório concreto e formal.
que a atividade cognitiva se acha indiferenciada da atividade (D) Aprendizagem condicionada.
afetiva. Nesta fase vão sendo desenvolvidas as condições (E) Assimilação, acomodação e equilibração.
sensório-motoras (olhar, pegar, andar) que permitirão, ao
longo do segundo ano de vida, intensificar a exploração 03. (SEDF - Monitor de Gestão Educacional -
sistemática do ambiente. CESPE/2017) Teóricos como Piaget e Vygotsky evidenciaram
que a criança se desenvolve na interação com o meio histórico-
Estágio sensório-motor (um a três anos, cultural em que vive. Considerando essa informação e tendo
aproximadamente): ocorre neste período uma intensa em vista que a criança precisa do outro, da natureza e da inter-
exploração do mundo físico, em que predominam as relações relação possível entre esses elementos, julgue o próximo item.
cognitivas com o meio. A criança desenvolve a inteligência Brincar é imprescindível na infância, pois é nessa ação que
prática e a capacidade de simbolizar. No final do segundo ano, a criança elabora sua forma de estar no mundo, vivencia o
a fala e a conduta representativa (função simbólica) lúdico e desenvolve sua potência de criação. Essa experiência
confirmam uma nova relação com o real, que emancipará a proporciona aprendizagem e desenvolvimento.
inteligência do quadro perceptivo mais imediato. Ou seja, ao ( ) Certo ( ) Errado
falarmos a palavra "bola", a criança reconhecerá
imediatamente do que se trata, sem que precisemos mostrar o 04. (Prefeitura de Lauro Muller/SC - Professor de
objeto a ela. Dizemos então que ela já adquiriu a capacidade de Pedagogia - Instituto Excelência/2017) Sobre os
simbolizar, sem a necessidade de visualizar o objeto ou a pensadores da educação, assinale a alternativa CORRETA
situação a qual estamos nos referindo. sobre a teoria de Vygotsky:
(A) Sua teoria mostra que o indivíduo só recebe um
determinado conhecimento se estiver preparado para recebê-

12 FIALHO, Francisco Antonio Pereira. Sistemas de Educação à Distância. 13 DANTAS, Heloysa. Do ato motor ao ato mental: a gênese da inteligência

UFSC. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Florianópolis, segundo Wallon. In: TAILLE,Yves de la e et all. Piaget, Vigotsky, Waalon. Teorias
1998. Notas de aula. Psicogenéticas em Discussão. São Paulo: Summus, 1992.
14 GALVÃO, Izabel. Henri Wallon. Uma concepção dialética do
desenvolvimento infantil. Petrópolis: Vozes,1995.

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lo. Não existe um novo conhecimento sem que o organismo No entanto, este enfoque vem mudando nas últimas
tenha já um conhecimento anterior para poder assimilá-lo e décadas, e hoje há um consenso de que a psicologia do
transformá-lo. O que implica os dois polos da atividade desenvolvimento humano deve focar o desenvolvimento dos
inteligente: assimilação e acomodação. É assimilação à medida indivíduos ao longo de todo o ciclo vital. Ao ampliar o escopo
que incorpora a seus quadros todo o dado da experiência; é de estudo do desenvolvimento humano, para além da infância
acomodação à medida que a estrutura se modifica em função e adolescência, a psicologia do desenvolvimento acaba por
do meio, de suas variações. fazer interface também com outras áreas da psicologia. Só para
(B) Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento citar algumas áreas temos: a psicologia social, personalidade,
do indivíduo como resultado de um processo sócio histórico, educacional, cognitiva.
enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse Assim surge a necessidade de se delimitar esse campo de
desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico- atuação, definindo o que há de específico na psicologia do
social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela desenvolvimento humano. A necessidade de se integrar ao
interação do sujeito com o meio. estudo do desenvolvimento humano uma perspectiva
(C) O comportamento é construído numa interação entre o interdisciplinar, que adote uma metodologia de pesquisa
meio e o indivíduo. Esta teoria epistemológica é caracterizada própria, faz com que alguns autores sugiram que o estudo
como interacionista. desenvolvimento humano constitua um campo de atuação
(D) Nenhuma das alternativas. independente da Psicologia, que tem sido chamado de “Ciência
do Desenvolvimento Humano”.
05. (DPU - Técnico em Assuntos Educacionais - CESPE) Pesquisadores do desenvolvimento humano concordam
Acerca das teorias psicológicas que fundamentam a que um dos objetos de estudo do psicólogo do
aprendizagem humana, julgue o item a seguir. desenvolvimento é o estudo das mudanças que ocorrem na
Jean Piaget, que estudou o desenvolvimento da mente vida dos indivíduos. Papalia e Olds16, por exemplo, definem
relacionando-o à adaptação biológica, dividiu em fases ou desenvolvimento como “o estudo científico de como as pessoas
estágios o desenvolvimento cognitivo da criança e denominou mudam ou como elas ficam iguais, desde a concepção até a
como estágio pré-conceitual o momento em que a criança morte”.
reconhece um objeto sem, contudo, o diferenciar dos demais A definição destes autores salienta o fato de que psicólogos
da mesma categoria. do desenvolvimento estudam as mudanças, mas não nos
( ) Certo ( ) Errado oferece nenhuma informação sobre questões fundamentais ao
estudo do desenvolvimento humano. O que muda? Como
Gabarito muda? E quando muda? Estas são perguntas frequentes nas
pesquisas sobre o desenvolvimento, e são frequentemente
01.C / 02.E / 03.Certo / 04.B / 05.Errado abordadas de forma distintas pelas diferentes abordagens
teóricas que descrevem o desenvolvimento humano.
Dizer que ao longo do tempo mudanças ocorrem na vida
2. Desenvolvimento da dos indivíduos não nos esclarece estas questões. O tempo é
criança (cognitivo, afetivo, apenas uma escala, não é uma variável psicológica. Portanto, é
preciso entender como as condições internas e externas ao
motor e perceptivo). indivíduo afetam e promovem essas mudanças. As mudanças
no desenvolvimento são adaptativas, sistemáticas e
organizadas, e refletem essas situações internas e externas ao
15No século XXI psicólogos do desenvolvimento enfrentam
indivíduo que tem que se adaptar a um mundo em que as
novos desafios uma vez que as novas concepções de atuação mudanças são constantes.
profissional que enfatizam a prevenção e a promoção de saúde Variáveis internas podem ser entendidas como aquelas
fazem com que profissionais de várias áreas busquem na ligadas à maturação orgânica do indivíduo, as bases genéticas
psicologia do desenvolvimento subsídios teóricos e do desenvolvimento.
metodológicos para sua prática profissional. O que está em Recentemente, os processos inatos que promovem o
questão é o desenvolvimento harmônico do indivíduo, que desenvolvimento humano voltam a ser discutidos por teóricos
integra não apenas um aspecto, mas todas as dimensões do do desenvolvimento humano.
desenvolvimento humano sejam elas: biológicas, cognitivas, As variáveis externas são aquelas ligadas à influência do
afetivas ou sociais. ambiente no desenvolvimento. As abordagens sistêmicas de
investigação do desenvolvimento humano há muito chamam
A Delimitação Conceitual no Campo da Psicologia do atenção para a importância de se entender as diversas
Desenvolvimento interações que ocorrem nos múltiplos contextos em que o
desenvolvimento se dá. Incluindo-se nesta discussão uma
O desenvolvimento humano envolve o estudo de variáveis análise do momento histórico em que o indivíduo se
afetivas, cognitivas, sociais e biológicas em todo ciclo da vida. desenvolve.
Desta forma faz interface com diversas áreas do conhecimento Biaggio argumenta que a especificidade da psicologia do
como: a biologia, antropologia, sociologia, educação, medicina desenvolvimento humano está em estudar as variáveis
entre outras. externas e internas aos indivíduos que levam as mudanças no
Tradicionalmente o estudo do desenvolvimento humano comportamento em períodos de transição rápida (infância,
focou o estudo da criança e do adolescente, ainda hoje muitos adolescência e envelhecimento). Teorias contemporâneas do
dos manuais de psicologia do desenvolvimento abordam desenvolvimento aceitam que as mudanças são mais marcadas
apenas esta etapa da vida dos indivíduos. em períodos de transição rápida, mas mudanças ocorrem ao
O interesse pelos anos iniciais de vida dos indivíduos tem longo de toda a vida do indivíduo, não só nestes períodos.
origem na história do estudo científico do desenvolvimento Portanto, é preciso se ampliar o escopo do entendimento do
humano, que se inicia com a preocupação com os cuidados e que é o estudo do desenvolvimento humano.
com a educação das crianças, e com o próprio conceito de Para que se leve a termo estas considerações, as pesquisas
infância como um período particular do desenvolvimento. em desenvolvimento humano utilizam metodologia específica,

15 MOTA Márcia Elia. Psicologia do desenvolvimento: uma perspectiva 16 Papalia, D. & Olds, S. Desenvolvimento Humano. (D. Bueno, trad.) Porto

histórica. 2007. Alegre, 2000.

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entre elas a mais comumente usada são os estudos isto que possibilita o desenvolvimento da linguagem oral, a
longitudinais. A “International Society for the Study of aprendizagem de uma ou mais línguas maternas
Behavioral Development” lançou em 2005 uma edição especial simultaneamente, o domínio de um instrumento musical, o
intitulada “Longitudinal Research on Human Development: desenvolvimento dos movimentos complexos e a perícia de
Approachs, Issues and New Directions”. Nesta edição se discute alguns deles, como aqueles envolvidos no ato de desenhar, de
as contribuições e limitações dos estudos longitudinais para a correr, de nadar...
produção do conhecimento na psicologia do desenvolvimento. Consequentemente a infância é o período de maior
Cillessen17 ressalta que estudos longitudinais se aplicam as plasticidade e isto atende, naturalmente, ao processo intenso
várias áreas do conhecimento não apenas a Psicologia do de crescimento e desenvolvimento que ocorre neste período.
Desenvolvimento. Também não se aplicam apenas a estudos Assim, a plasticidade atende às necessidades da espécie.
de longo prazo e com muitos indivíduos, mas na psicologia do Que possibilidades concretas são estas de formação de
desenvolvimento adquirem uma importância fundamental, conexões? O cérebro humano dispõe de cerca de 100 bilhões
pois permitem que se acompanhe o desenvolvimento dos de neurônios, sendo que cada um pode chegar a estabelecer
indivíduos ao longo do tempo, ao mesmo tempo em que, cerca de 1000 sinapses, em certas circunstâncias ainda
controlam-se as múltiplas variáveis que afetam o mais. Desta forma, as possibilidades são de trilhões de
desenvolvimento. conexões, o que significa que a capacidade de aprender de
Os teóricos que trabalham na abordagem do Curso da Vida, cada um de nós é absolutamente muito ampla.
chamam atenção para algumas das limitações deste tipo de Enquanto espécie, o ser humano apresenta, desde o
abordagem, que estudam apenas uma coorte de cada vez, não nascimento, uma plasticidade muito grande no cérebro,
permitindo inferências sobre o comportamento entre podendo desenvolver várias formas de comportamento,
gerações. Apontam para a necessidade de incluir outras aprender várias línguas, utilizar diferentes recursos e
coortes históricas em estudos sobre o desenvolvimento estratégias para se inserir no meio, agir sobre ele, avaliar,
humano, ressaltando a necessidade de estudos longitudinais tomar decisões, defender-se, criar condições de sobrevivência
de coorte, mais amplos que os estudos longitudinais ao longo de sua vida.
tradicionais. A plasticidade cerebral também permite que áreas do
Além da Teoria do Curso da Vida, teóricos de diversas cérebro destinadas a uma função específica possam assumir
abordagens chamam a atenção para a necessidade de se outras funções, como, por exemplo, o córtex visual no caso das
considerar as questões metodológicas específicas ao estudo do crianças que nascem cegas. Como esta parte do cérebro não
desenvolvimento e as limitações das metodologias será “chamada a funcionar”, pois o aparelho da visão apresenta
tradicionais Assim, pelas questões acima citadas, impedimentos (então não manda informação a partir da
consideramos que uma melhor definição de Psicologia do percepção visual para o cérebro), ela poderá assumir outras
Desenvolvimento seria “O estudo, através de metodologia funções.
específica e levando em consideração o contexto sócio Plasticidade cerebral é, também, a possibilidade de realizar
histórico, das múltiplas variáveis, sejam elas cognitivas, a “interdisciplinaridade” do cérebro: áreas desenvolvidas por
afetivas, biológicas ou sociais, internas ou externas ao meio de um tipo de atividade podem ser “aproveitadas” para
indivíduo que afetam o desenvolvimento humano ao aprender outros conhecimentos ou desenvolver áreas relativas
longo da vida”. a outro tipo de atividade. Por exemplo, áreas desenvolvidas pela
Através da identificação dos fatores que afetam o música, como a de ritmo, são “aproveitadas” no ato da leitura da
desenvolvimento humano podemos pensar sobre trabalhos de escrita ou a de divisão do tempo na aprendizagem de
intervenção mais eficazes, que levem a um desenvolvimento matemática.
harmônico do indivíduo. Sendo assim, os conhecimentos
gerados por essa área da psicologia trazem grandes A ação da criança depende da maturação orgânica e das
contribuições para os trabalhos de prevenção e promoção de possibilidades que o meio lhe oferece: ela não poderá realizar
saúde. Aqui a concepção de saúde adquire uma perspectiva uma ação para a qual não tenha o substrato orgânico, assim
mais ampla e engloba os diversos contextos que fazem parte como não fará muitas delas, mesmo que biologicamente apta,
da vida dos indivíduos (escola, trabalho, família). se a organização do seu meio físico e social não propiciar sua
realização ou se os adultos não a ensinarem.
O desenvolvimento humano18 se realiza em períodos que O ser humano aprende somente as formas de ação que
se distinguem entre si pelo predomínio de estratégias e existirem em seu meio, assim como ele aprende somente a
possibilidades específicas de ação, interação e aprendizagem. língua ou as línguas que aí forem faladas. As estratégias de
Os períodos de desenvolvimento são, normalmente, ação e os padrões de interação entre as pessoas são definidos
referidos como infância, adolescência, maturidade e velhice. É pelas práticas culturais.
mais adequado, porém, pensarmos o processo de Isto significa que a cultura é constitutiva dos processos de
desenvolvimento humano em termos das transformações desenvolvimento e de aprendizagem.
sucessivas que o caracterizam, transformações que são A criança se constitui enquanto membro do grupo por
marcadas pela evolução biológica (que é constante para todos meio da formação de sua identidade cultural, que possibilita a
os seres humanos) e pela vivência cultural. convivência e sua permanência no grupo. Simultaneamente ela
constitui sua personalidade que a caracterizará como
Plasticidade Cerebral indivíduo único.
Os comportamentos e ações privilegiados em cada cultura
O cérebro humano apresenta uma grande plasticidade. são, então, determinantes no processo de desenvolvimento da
Plasticidade é a possibilidade de formação de conexões entre criança.
neurônios a partir das sinapses. A plasticidade se mantém pela A vida no coletivo sempre envolve a cultura: as
vida toda, embora sua amplitude varie segundo o período de brincadeiras, o faz de conta, as festas, os rituais, as celebrações
formação humana. Assim é que, quanto mais novo o ser são todas situações em que a criança se constitui como ser de
humano, maior plasticidade apresenta. Certas conexões se cultura.
fazem com uma rapidez muito grande na criança pequena. É

17 Cillessen, A. Theorectical and methodological issues in longitudinal 18 http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag1.pdf


research. International Society for the Study of Social and Behavioral Development
News Letter. 2005.

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Desenvolvimento Cultural
a) a2 = b2 + c2
O desenvolvimento tecnológico e o processo de b) 15 + 36 = 51
globalização da informação por meio da imagem modificaram c) O gato correu atrás do cachorro.
os processos de desenvolvimento cultural por introduzirem
novas formas de mediação. As novas gerações desenvolvem-se
O cachorro correu atrás do gato
com diferenças importantes em relação às gerações
precedentes, por meio, por exemplo, da interação com a Em b e c temos uma regra importante que é o valor
informática, com as imagens presentes por meio urbano posicional: a posição dos elementos simbólicos determina o
(várias formas de propaganda, como cartazes, outdoors significado (1 e 5) 15 é diferente de 51. O mesmo se aplica ao
móveis). O mesmo acontece com crianças nas zonas rurais com gato que corre atrás do cachorro, em que se explicita a ação
o advento da eletricidade e da TV, ou com crianças indígenas inversa do cachorro que corre atrás do gato.
que passaram a experienciar o processo de escolarização e, A função simbólica é a atividade mais básica das ações que
também, em vários casos a presença de novos instrumentos acontecem na escola, tanto do educador como do educando.
culturais como o rádio, a TV, câmeras de vídeo, fotografia, Quando os elementos do currículo não mobilizam
entre outros. adequadamente o exercício desta função, a aprendizagem não
O desenvolvimento do cérebro é função da cultura e dos se efetua.
objetos culturais existentes em um determinado período Nesta dimensão do simbólico, as artes destacam-se, pois
histórico. Novos instrumentos culturais levam a novos são elas as formas mais complexas de atividade simbólica
caminhos de desenvolvimento. O computador é um bom humana. Anteriores aos conhecimentos formais, elas
exemplo: modificou as formas de lidar com informações, propiciaram a estruturação dos movimentos e das imagens de
provocando mudanças nos caminhos da memória. A presença forma que eles pudessem evoluir culturalmente para sistemas
de novos elementos imagéticos e cinestésicos repercute no de registros.
desenvolvimento de funções psicológicas como a atenção e a
imaginação. Percepção
Considerando, então, que o cérebro se desenvolve do A percepção é realizada pelos cinco sentidos externos. O
diálogo entre a biologia da espécie e a cultura, verifica-se que, ser humano desenvolve estes sentidos desde que não haja
na escola, o currículo é um fator que interfere no impedimentos nos órgãos dos sentidos ou nas estruturas
desenvolvimento da pessoa. cerebrais que processam a percepção de cada um deles.
Os “conteúdos” escolhidos para o currículo irão, sem Quando isto acontece, um sentido “compensa” o outro: a
dúvida, ter um papel importante na formação. As atividades pessoa desenvolve mais o tato quando não enxerga,
para conduzirem às aprendizagens, precisam estar adequadas desenvolve mais a visão quando não ouve. Nestes casos,
às estratégias de desenvolvimento próprias de cada idade. Em também, o ser humano pode desenvolver os dois subsentidos
outras palavras, a realização do currículo precisa mobilizar externos que são a vibração e o calor.
algumas funções centrais do desenvolvimento humano, como Isso revela que os sentidos funcionam com
a função simbólica, a percepção, a memória, a atenção e a interdependência, o que tem uma relevância fundamental para
imaginação. os professores, pois o ensino deve mobilizar várias dimensões
da percepção para que o aluno possa “guardar” conteúdos na
Linguagem e Imagens mentais: Percepção, Memória e memória de longa duração.
Imaginação Desenvolvimento da Função Simbólica Há maior empenho em perceber algo quando há algum
interesse neste “algo”. Por exemplo, quando alguém ouve uma
A partir da sua ação e interação com o mundo (a natureza, música de um cantor de quem gosta muito, fica atento e evoca
as pessoas, os objetos) e das práticas culturais, a criança a melodia ou a letra. Se for uma canção nova e se reconhece a
constitui o que chamamos de função simbólica, ou seja, a voz do cantor, mobiliza os processos mentais da memória
possibilidade de representar, mentalmente, por símbolos o auditiva a partir da percepção auditiva, ou seja, seleciona a
que ela experiência, sensivelmente, no real. canção, destacando-a das outras informações sonoras e/ou
O desenvolvimento da função simbólica no ser humano é ruídos presentes no ambiente.
de extrema importância, uma vez que é por meio do exercício Por outro lado, a percepção pode criar um interesse novo.
desta função que o ser humano pode construir significados e Ao ser introduzida a um conhecimento novo, uma pessoa pode
acumular conhecimentos. se interessar ou não por ele, dependendo das estratégias
Todo ensino na escola, de qualquer área do conhecimento, utilizadas por quem o introduz. Assim, em sala de aula, não é
implica na utilização da função simbólica. As atividades que somente o conteúdo que motiva, mas, sobretudo, como o
concorrem para a formação da função simbólica variam professor trabalha com o conteúdo, seja ele da escrita, artes ou
conforme o período de desenvolvimento. Por exemplo, o ciências.
desenho e a brincadeira de faz-de-conta são atividades A percepção visual é o processamento de atributos do
simbólicas próprias da criança pequena, que antecedem a objeto como cor, forma e tamanho. Ela acontece em regiões do
escrita: na verdade, elas criam as condições internas para que córtex cerebral e há fortes indicações de que estas regiões
a criança aprenda a ler e a escrever. sejam as mesmas ou estejam muito próximas daquelas que
A linguagem escrita, a matemática, a química, a física, o “guardariam” a memória dos objetos. Desta forma, percepção
sistema de notação da dança, da música são manifestações da e memória estão muito próximas nas aprendizagens escolares.
função simbólica. As aprendizagens escolares são
apropriações de conhecimentos formais, ou seja, Memória
conhecimentos organizados em sistemas. Sistematizar é Toda aprendizagem envolve a memória. Todo ser humano
estabelecer conceitos, ordená-los em níveis de complexidade tem memória e utiliza seus conteúdos a todo o momento. São
com regras internas que regulam a relação entre os elementos três os movimentos da memória: o de arquivar, o de evocar e
que os compõem. Todo conhecimento formal é representado, o de esquecer. Ao entrar em contato com algo novo, o ser
simbolicamente, pela linguagem de cada sistema. humano pode criar novas memórias, ou seja, arquiva este
Por exemplo: conhecimento, experiência ou ideia em sua memória de longa
duração. As impressões gravadas na memória de longa
duração, a partir das experiências vividas, podem ser

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“evocadas”, trazidas à consciência. Outras experiências, Memória Operacional


informações, vivências, imagens e ideias são esquecidas. Como o próprio nome diz, a memória operacional se ocupa
Sabemos que estes movimentos têm uma participação do das operações, ou seja, um sistema de ações organizadas,
sistema límbico no qual se originam nossas emoções. A segundo a natureza do comportamento. Por exemplo, está na
memória é modulada pela emoção. Isto quer dizer que os memória operacional o comportamento de andar, de dirigir,
estados emocionais podem “interferir”, facilitando ou de dançar. São comportamentos que se efetuam, muito
reforçando a formação de novas memórias, assim como rapidamente, para os quais não há “tempo” para comandos do
podem, também, enfraquecer ou dificultar a formação de uma cérebro. São comportamentos que têm uma ordem de
nova memória. movimentos a ser seguida e esta ordem já está “fixada” na
Quanto ao tempo, os tipos de memória são muito memória.
importantes para o educador, pois as aprendizagens escolares Na memória operacional estão as conjugações verbais, isto
dependem da formação de novas memórias de longa duração. é, os tempos futuro, presente e passado do verbo. Assim, a
Muitas vezes, no entanto, os conteúdos ficam no nível da curta organização da ação no tempo se realiza com a participação
duração e desaparecem rapidamente. O desafio da pedagogia deste tipo de memória. Este fato tem implicações para as
é formular metodologias de ensino que transformem esta aprendizagens escolares. Com estas descobertas somos
primeira ação da memória (curta duração) em memórias de levados a rever o ensino da sintaxe em português: a gramática
longa duração. É importante mencionar aqui que temos, é necessária para o aluno, pois fornece estrutura para a
também, a possibilidade de formar uma memória ultrarrápida apropriação e organização da linguagem escrita e a
que desaparece após a sua utilização, como quando, por organização das informações em todas as matérias.
exemplo, gravamos um número de telefone para discá-lo e,
logo em seguida, já o esquecemos. Imaginação - A Capacidade Imaginativa na Espécie
Quanto à natureza, temos vários tipos de memória. Temos Humana
a memória implícita, a memória explícita e a operacional. A Se considerarmos a evolução de nossa espécie, veremos
memória explícita pode ser semântica ou episódica. que ela é pautada pela invenção, ou seja, pela criação de
Para as aprendizagens escolares, precisam ser mobilizadas objetos, de sistemas, de linguagens, tecnologia, teorias, ciência,
a memória explicita semântica e a memória operacional. arte, códigos etc. Toda produção cultural é resultante de um
Para a formação de novas memórias dos conteúdos processo cumulativo de invenções, pequenas e grandes, que
escolares ao aluno precisa, desde o início da escolarização, ser dão base para as invenções futuras.
ensinado o que fazer e como para aprender os conhecimentos A comunicação, atividade primordial da espécie, ganha a
envolvidos nas aprendizagens escolares. O aluno precisa ser cada geração novos processos, novas tecnologias. O ser
capaz de “refazer” o processo da aprendizagem. Refazer humano dedica grande parte de sua criatividade a ampliar e
implica tanto em recapitular o conteúdo ensinado, como em desenvolver meios de comunicação e meios de transporte que
retomar as atividades (humanas) que o levaram a “guardar” o facilitem os processos comunicativos e que tornem mais ágeis
conteúdo na memória de longa duração. os deslocamentos das pessoas.
A possibilidade de criar depende, na nossa espécie, da
Memória Explícita Semântica imaginação, função psicológica pela qual nós somos capazes de
Também chamada de declarativa, a memória explícita unir elementos percebidos e experiências em novas redes de
semântica inclui as memórias que podem ser explicitadas pela conexão. O funcionamento da imaginação e seu
linguagem. Este tipo de memória engloba aquilo que pode ser desenvolvimento, embora relacionados às outras funções
lembrado por meio das imagens, símbolos ou sistemas psicológicas superiores, têm uma grande autonomia e se
simbólicos. A capacidade da memória declarativa está ligada à manifestam tanto na ação como no ato de aprender.
organização de informações em padrão. Desta forma, podemos dizer que para as aprendizagens
Pesquisas demonstram que o ser humano se lembra “mais escolares a imaginação desempenha um papel central e deve
facilmente” daquilo que está organizado segundo regras. Isto ser considerada no planejamento, na alocação de tempo das
implica na existência de padrões internos. Todas as linguagens atividades dentro e fora da sala de aula, nas situações comuns
são organizadas por padrões: a linguagem das ciências, das do cotidiano escolar. Os alunos devem, também, ser
várias áreas do conhecimento, a linguagem escrita, a acompanhados avaliativamente na evolução de sua
matemática, a cartográfica, a linguagem da dança, da música. imaginação.
Toda atividade artística também depende de utilização de
elementos que se organizam em padrões, que têm regras A Ligação Entre Imaginação e Memória
próprias em cada forma de arte. Vygotsky trata da diferença entre reprodução e criação:
Na escrita, os padrões aparecem nas cinco dimensões da ambas atividades têm apoio na memória, mas diferem pelo
linguagem, embora apareçam, mais fortemente, na sintaxe. Por alcance temporal. Reproduzir algo, mentalmente, se apoia na
isto, a sintaxe é o elemento forte, o instrumentador da língua experiência sensível anterior. Por exemplo, construo uma
escrita. A palavra solta é um símbolo, a palavra na construção imagem mental da casa onde moravam meus avós, pelos
sintática surge como estrutura. Na linguagem oral humana, o elementos gravados na memória, mas crio uma imagem
eixo forte do padrão é o verbo. Há maior resiliência no cérebro mental da casa dos avós de uma personagem em um romance
para os símbolos que representam a ação humana, uma vez a partir dos elementos oferecidos pelo autor. Ou seja, no
que o movimento é o grande recurso na espécie para o segundo caso uso a imaginação para criar este espaço
desenvolvimento cultural e tecnológico, além de ser a matéria utilizando, com certeza, elementos percebidos, anteriormente,
bruta primeira da comunicação entre humanos e de expressão mas que se combinam entre si, de acordo com a relação
das emoções. dialógica estabelecida com o texto no ato da leitura,
As pessoas tendem a memorizar, mais facilmente, aquilo diferentemente, do primeiro caso em que busco a
em que elas conseguem aplicar padrões. Para as fidedignidade da imagem mental, tendo a casa concreta como
aprendizagens escolares isto é fundamental: o ensino bem referencial.
sucedido é aquele que “instrumentaliza” a pessoa para
construir, aplicar, reconhecer e “manipular” padrões. Vygotsky19 coloca que a primeira experiência se apoia na
análise do passado. Ela é uma reprodução do que se viveu,

19 VYGOSTSKY, Lev S. La imaginación y el arte en la infância. Madrid,

Ediciones Akal, 1990.

Conhecimentos Específicos 8
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enquanto que no segundo é uma realização do presente O Desenvolvimento Humano na Teoria de Piaget
projetada no futuro. A criação literária dá esta possibilidade de
partilhamento na criação, pois possibilita ao leitor a superação De acordo com a publicação de Marcia Regina Terra20 o
do texto para a criação das imagens de cada personagem, que estudo do desenvolvimento do ser humano constitui uma área
é constituída pelos dados oferecidos de sua personalidade, de do conhecimento da Psicologia em que concentram-se no
suas ações, de suas formas de pensamento, criação de imagens esforço de compreender o homem em todos os seus aspectos,
do contexto. englobando fases desde o nascimento até o seu mais completo
A imaginação na realidade não se “desprega” da memória, grau de maturidade e estabilidade. Tal esforço, conforme
mas recria com os elementos da memória. Imaginar implica, mostra a linha evolutiva da Psicologia, tem culminado na
portanto, em se liberar das conexões que estão feitas dos elaboração de várias teorias que procuram reconstituir, a
elementos percebidos, para “reutilizar” estes elementos em partir de diferentes metodologias e pontos de vistas, as
outras configurações. condições de produção da representação do mundo e de suas
Temos aí duas implicações importantes: primeiramente, vinculações com as visões de mundo e de homem dominantes
que a imaginação não é dada na espécie, é construída. Segundo, em cada momento histórico da sociedade.
que ela é parte integrante do processo de aprendizagem, Assim, dentre essas tantas teorias tem-se a de Jean Piaget,
porque aprender significa, exatamente, ser capaz de que, como as demais, busca compreender o desenvolvimento
estabelecer conexões entre informações, construindo do ser humano. No entanto, ela se destaca de outras pelo seu
significado. Podemos ver que, neste segundo caso, a caráter inovador quando introduz uma 'terceira visão'
imaginação é base para o estabelecimento destas novas redes, representada pela linha interacionista que constitui uma
uma vez que ela é a função psicológica que estabelece relações tentativa de integrar as posições dicotômicas de duas
significativas entre elementos que não estavam conectados tendências teóricas que permeiam a Psicologia em geral -
entre si. A imaginação cria condições de aprendizagem. o materialismo mecanicista e o idealismo - ambas
Temos assim que a relação entre imaginação e memória marcadas pelo antagonismo inconciliável de seus
tem sentido duplo: a base para o funcionamento da imaginação postulados que separam de forma estanque o físico e o
são os elementos que estão contidos na memória e o próprio psíquico.
funcionamento da imaginação desenvolve a memória (por Um outro ponto importante a ser considerado, segundo
meio do processo imaginativo, novas mediações semióticas estudiosos, é o de que o modelo piagetiano prima pelo rigor
são realizadas, dando à pessoa uma maior complexidade aos científico de sua produção, ampla e consistente ao longo de 70
sistemas contidos na memória de longa duração). anos, que trouxe contribuições práticas importantes,
principalmente, ao campo da Educação - muito embora,
Porque a imaginação é importante na curiosamente aliás, a intenção de Piaget não tenha
aprendizagem? propriamente incluído a ideia de formular uma teoria
específica de aprendizagem.
1. Ela está na origem da construção do conhecimento Tendo em vista o objetivo da teoria piagetiana que de
que vamos ensinar. acordo com Coll e Gillièron é "compreender como o sujeito se
O conhecimento científico e o conhecimento estético constitui enquanto sujeito cognitivo, elaborador de
foram produzidos a partir do exercício da imaginação conhecimentos válidos" cabe algumas considerações sobre o
humana nos vários períodos históricos. método piagetiano sobre o desenvolvimento humano.
2. Ela está na origem do conhecimento que será
construído pelo aluno. 1. A Visão Interacionista de Piaget: a Relação de
A imaginação motiva. Muitos educadores concordarão Interdependência Entre o Homem e o Objeto do
que a motivação é um fator importante para o educando Conhecimento
aprender. Motivar implica em mobilização para, interesse Introduzindo uma terceira visão teórica representada pela
em envolvimento com o objeto de aprendizagem. linha interacionista, as ideias de Piaget contrapõem-se,
Esta disponibilidade para aprender envolve, do ponto conforme mencionamos mais acima, às visões de
de vista psicológico, a imaginação. duas correntes antagônicas e inconciliáveis que permeiam a
Psicologia em geral: o objetivismo e o subjetivismo. Ambas as
Por exemplo, podemos motivar o aluno para um fenômeno correntes são derivadas de duas grandes vertentes da Filosofia
científico que será estudado com o concurso da mobilização da (o idealismo e o materialismo mecanicista) que, por sua vez,
imaginação: como será que a energia elétrica surge na são herdadas do dualismo radical de Descartes que propôs a
represa? Como será que a luz chega à lâmpada? separação estanque entre corpo e alma, id est, entre físico e
Que será que acontece com a semente debaixo da terra? psíquico, ou seja, para ele havia uma ruptura radical entre o
Como será que o computador guarda tanta informação? corpo e a alma que eram distintos e independentes entre si.
Porque o rio muda de cor? Assim sendo, a Psicologia objetivista, privilegia o dado
Levantar hipóteses para qualquer destas questões implica externo, afirmando que todo conhecimento provém da
em ter liberdade de pensamento. Isto é, a capacidade experiência; e a Psicologia subjetivista, em contraste, calcada
imaginativa no ser humano tem como base a liberação da no substrato psíquico, entende que todo conhecimento é
experiência sensível imediata, desta forma a pessoa pode lidar, anterior à experiência, reconhecendo, portanto, a primazia do
livremente, com o acervo mental que detém de imagens, sujeito sobre o objeto.
informações, sensações colhidas nas várias experiências de Desta forma as duas teorias distintas entre si privilegiam
vida, juntamente com as emoções e sentimentos que as cada uma a sua proposta ora o subjetivismo, as experiências
acompanharam. internas, as vivências e tudo que é inerente ao indivíduo e ora
O desenvolvimento humano e a aprendizagem, na escola, o objetivismo com tudo que é externo ao indivíduo não
envolvem, precisamente, esta dialética de receber informações havendo assim um meio termo entre ambas.
por meio dos sentidos e ter a possibilidade de ir além delas Sendo assim, considerando insuficientes essas duas
pelas funções mentais. posições para explicar o processo evolutivo da filogenia
humana, Piaget formula o conceito de epigênese,
argumentando que "o conhecimento não procede nem da

20 http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/

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APOSTILAS OPÇÃO

experiência única dos objetos nem de uma programação inata biológicas (que são inatas) e que são ativadas pela ação e
pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com interação do organismo com o meio ambiente tanto físico
elaborações constantes de estruturas novas". quanto social.
Quer dizer, o processo evolutivo da filogenia humana tem Está implícito nessa ótica de Piaget que o homem é
uma origem biológica que é ativada pela ação e interação do possuidor de uma estrutura biológica que o possibilita
organismo com o meio ambiente - físico e social - que o rodeia, desenvolver o mental, no entanto, esse fato por si só não
significando entender com isso que as formas primitivas da assegura o desencadeamento de fatores que propiciarão o seu
mente, biologicamente constituídas, são reorganizadas pela desenvolvimento, haja vista que este só acontecerá a partir da
psique socializada, ou seja, existe uma relação de interação do sujeito com o objeto a conhecer. Por sua vez, a
interdependência entre o sujeito conhecedor e o objeto a relação com o objeto, embora essencial, da mesma forma
conhecer. também não é uma condição suficiente ao desenvolvimento
Esse processo, por sua vez, se efetua através de um cognitivo humano, uma vez que para tanto é preciso, ainda, o
mecanismo auto regulatório que consiste no processo de exercício do raciocínio. Por assim dizer, a elaboração do
equilibração progressiva do organismo com o meio em pensamento lógico demanda um processo interno de reflexão.
que o indivíduo está inserido. Tais aspectos deixam à mostra que, ao tentar descrever a
Deste modo considera-se que as experiências internas, origem da constituição do pensamento lógico, Piaget focaliza o
inatas do indivíduo em relação direta com o meio externo processo interno dessa construção.
é o que produz o conhecimento, ou seja, o social em Simplificando ao máximo, o desenvolvimento humano, no
conjunto com o individual é que forma a estrutura modelo piagetiano, é explicado segundo o pressuposto de que
completa do ser humano e, a cada novo contato com o existe uma conjuntura de relações interdependentes entre o
meio existem reorganizações para que se atinja sujeito conhecedor e o objeto a conhecer. Esses fatores que são
novamente o estado de equilíbrio o indivíduo com o meio complementares envolvem mecanismos bastante complexos e
que o cerca. intrincados que englobam o entrelaçamento de fatores que são
complementares, tais como: o processo de maturação do
Psicologia Psicologia organismo, a experiência com objetos, a vivência social e,
Interacionismo sobretudo, a equilibração do organismo ao meio.
Objetivista Subjetivista
Materialismo O conceito de equilibração torna-se especialmente
Idealismo Piaget marcante na teoria de Piaget pois ele representa o fundamento
mecanicista
que explica todo o processo do desenvolvimento humano.
Privilegia o
Trata-se de um fenômeno que tem, em sua essência, um
psiquismo, para
Privilegia o caráter universal, já que é de igual ocorrência para todos os
ela o
dado externo, indivíduos da espécie humana mas que pode sofrer variações
conhecimento é
assim todo o É um “meio termo” em função de conteúdos culturais e do meio em que o
anterior à
conhecimento entre o objetivismo indivíduo está inserido. Nessa linha de raciocínio, o trabalho
experiência, ou
vem da e o subjetivismo. de Piaget leva em conta a atuação de dois elementos básicos ao
seja, é o
experiências do desenvolvimento humano: os fatores invariantes e os fatores
indivíduo que
indivíduo. variantes.
“age” sobre o
objeto.
a) Os fatores invariantes: Piaget postula que, ao nascer, o
É o meio Nessa visão o
indivíduo recebe como herança uma série de estruturas
ambiente e processo evolutivo
biológicas - sensoriais e neurológicas - que permanecem
objetos que As vivências humano tem uma
constantes ao longo da sua vida. São essas estruturas
cercam o inatas e origem biológica
biológicas que irão predispor o surgimento de certas
indivíduo bem inerentes ao ser que é ativada pela
estruturas mentais. Em vista disso, na linha piagetiana,
como suas humano que ação e interação do
considera-se que o indivíduo carrega consigo duas marcas
experiências possibilitam o organismo com o
inatas que são a tendência natural à organização e à adaptação,
externas que conhecimento. meio ambiente -
significando entender, portanto, que, em última instância, o
possibilitam o físico e social - que
'motor' do comportamento do homem é inerente ao ser.
conhecimento o rodeia.
b) Os fatores variantes: são representados pelo conceito
de esquema que constitui a unidade básica de pensamento e
2. O Processo de Equilibração: A Busca Pelo Pensamento ação estrutural do modelo piagetiano, sendo um elemento que
Lógico se transforma no processo de interação com o meio, visando à
Pode-se dizer que o "sujeito epistêmico" protagoniza o adaptação do indivíduo ao real que o circunda. Com isso, a
papel central do modelo piagetiano, pois a grande teoria psicogenética deixa à mostra que a inteligência não é
preocupação da teoria é desvendar os mecanismos herdada, mas sim que ela é construída no processo interativo
processuais do pensamento do homem, desde o início da sua entre o homem e o meio ambiente (físico e social) em que ele
vida até a idade adulta. estiver inserido.
Nesse sentido, a compreensão dos mecanismos de
constituição do conhecimento, na concepção de Piaget, Em síntese, pode-se dizer que, para Piaget, o equilíbrio é o
equivale à compreensão dos mecanismos envolvidos na norte que o organismo almeja mas que paradoxalmente nunca
formação do pensamento lógico, matemático. Como lembra La alcança, haja vista que no processo de interação podem
Taille, "(...) a lógica representa para Piaget a forma final do ocorrer desajustes do meio ambiente que rompem com o
equilíbrio das ações. Ela é um sistema de operações, isto é, de estado de equilíbrio do organismo, eliciando esforços para que
ações que se tornaram reversíveis e passíveis de serem a adaptação se restabeleça. Essa busca do organismo por
compostas entre si'". novas formas de adaptação envolvem dois mecanismos que
Com base nisso Piaget sustenta que a gênese do apesar de distintos são indissociáveis e que se complementam:
conhecimento está no próprio sujeito, ou seja, o pensamento a assimilação e a acomodação.
lógico não é inato ou tampouco externo ao organismo mas é
fundamentalmente construído na interação homem-objeto,
assim o desenvolvimento da filogenia humana se dá através de
um mecanismo auto regulatório que tem como base condições

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- A assimilação consiste na tentativa do indivíduo em no desenvolvimento é preciso que o ambiente promova


solucionar uma determinada situação a partir da condições para transformações cognitivas, id est, é necessário
estrutura cognitiva que ele possui naquele momento que se estabeleça um conflito cognitivo que demande um
específico da sua existência. Representa um processo esforço do indivíduo para superá-lo a fim de que o equilíbrio
contínuo na medida em que o indivíduo está em constante do organismo seja restabelecido, e assim sucessivamente.
atividade de interpretação da realidade que o rodeia e, No entanto, esse processo de transformação vai depender
consequentemente, tendo que se adaptar a ela. Como o sempre de como o indivíduo vai elaborar e assimilar as suas
processo de assimilação representa sempre uma tentativa de interações com o meio, isso porque o estado conquistado na
integração de aspectos experienciais aos esquemas equilibração do organismo reflete as elaborações
previamente estruturados, ao entrar em contato com o objeto possibilitadas pelos níveis de desenvolvimento cognitivo que
do conhecimento o indivíduo busca retirar dele as informações o organismo detém nos diversos estágios da sua vida.
que lhe interessam deixando outras que não lhe são tão Deste modo, por toda a vida do indivíduo ele passa por
importantes, visando sempre a restabelecer a equilibração do processos de assimilação e acomodação buscando atingir o
organismo. estado de equilibração, porém a conquista desse estado está
- A acomodação, por sua vez, consiste na capacidade de diretamente relacionada com os níveis de desenvolvimento do
modificação da estrutura mental antiga para dar conta de indivíduo nos diversos estágios de sua vida.
dominar um novo objeto do conhecimento. Quer dizer, a A esse respeito, para Piaget, os modos de relacionamento
acomodação representa "o momento da ação do objeto com a realidade são divididos em 4 períodos distintos, no
sobre o sujeito" emergindo, portanto, como o elemento processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados
complementar das interações sujeito-objeto. "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no
Em síntese, toda experiência é assimilada a uma estrutura decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo
de ideias já existentes (esquemas) podendo provocar uma de desenvolvimento. São eles:
transformação nesses esquemas, ou seja, gerando um
processo de acomodação. - 1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos)
- 2º período: Pré-operatório (2 a 7 anos)
Como observa Rappaport, os processos de assimilação e - 3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)
acomodação são complementares e acham-se presentes - 4º período: Operações formais (11 ou 12 anos em
durante toda a vida do indivíduo e permitem um estado de diante)
adaptação intelectual (...) É muito difícil, se não impossível,
imaginar uma situação em que possa ocorrer assimilação sem Cada uma dessas fases é caracterizada por formas
acomodação, pois dificilmente um objeto é igual a outro já diferentes de organização mental que possibilitam as
conhecido, ou uma situação é exatamente igual a outra. diferentes maneiras do indivíduo relacionar-se com a
Vê-se nessa ideia de "equilibração" de Piaget a marca da realidade que o rodeia. De uma forma geral, todos os
sua formação como biólogo que o levou a traçar um paralelo indivíduos passam por esses períodos na mesma sequência,
entre a evolução biológica da espécie e as construções porém o início e o término de cada uma delas pode sofrer
cognitivas. Tal processo pode ser representado pelo seguinte variações em função das características da estrutura biológica
processo: de cada indivíduo e da riqueza (ou não) dos estímulos
proporcionados pelo meio ambiente em que ele estiver
inserido. Por isso mesmo é que esta forma de divisão nessas
faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida.

3. Os Estágios Cognitivos Segundo Piaget21


Piaget, quando descreve a aprendizagem, tem um enfoque
diferente do que normalmente se atribui à esta palavra. Piaget
separa o processo cognitivo inteligente em duas palavras:
aprendizagem e desenvolvimento. Para Piaget, segundo
Macedo, a aprendizagem refere-se à aquisição de uma
resposta particular, aprendida em função da experiência,
obtida de forma sistemática ou não. Enquanto que o
Dessa perspectiva, o processo de equilibração pode ser desenvolvimento seria uma aprendizagem de fato, sendo este
definido como um mecanismo de organização de estruturas o responsável pela formação dos conhecimentos.
cognitivas em um sistema coerente que visa a levar o indivíduo
a construção de uma forma de adaptação à realidade. Haja - Sensório-Motor
vista que o "objeto nunca se deixa compreender totalmente", o Para Piaget o universo que circunda a criança é
conceito de equilibração sugere algo móvel e dinâmico, na conquistado mediante a percepção e os movimentos (como a
medida em que a constituição do conhecimento coloca o sucção, o movimento dos olhos, por exemplo).
indivíduo frente a conflitos cognitivos constantes que Neste estágio, a partir de reflexos neurológicos básicos, o
movimentam o organismo no sentido de resolvê-los. bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar
Em última instância, a concepção do desenvolvimento mentalmente o meio, é nesse período que a criança começa a
humano, na linha piagetiana, deixa ver que é no contato com o discriminar ainda que de forma pouco desenvolvida o meio
mundo que a matéria bruta do conhecimento é 'arrecadada', que o cerca.
pois que é no processo de construções sucessivas resultantes Segundo Lopes, as noções de espaço e tempo são
da relação sujeito-objeto que o indivíduo vai formar o construídas pela ação, configurando assim, uma inteligência
pensamento lógico. essencialmente prática, ou seja, é no contato direto com o
É bom considerar, ainda, que, na medida em que toda objeto que o bebe começa a construir a noção de espaço e de
experiência leva em graus diferentes a um processo de tempo de forma que ainda não há, neste período, uma
assimilação e acomodação, trata-se de entender que o mundo construção simbólica desenvolvida.
das ideias, da cognição, é um mundo inferencial. Para avançar

21 TAFNER, M. A construção do conhecimento segundo PIAGET. S.D.

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APOSTILAS OPÇÃO

Considerando que esse período é marcado pela construção continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a
prática das noções de objeto, espaço, causalidade e é assim que criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
os esquemas vão "pouco a pouco, diferenciando-se e
integrando-se, no mesmo tempo em que o sujeito vai se - Operatório-Formal
separando dos objetos podendo, por isso mesmo, interagir De acordo com a tese piagetiana, ao atingir esta fase, o
com eles de forma mais complexa." Nitzke22 diz que o contato indivíduo adquire a sua forma final de equilíbrio, ou seja, ele
com o meio é direto e imediato, sem representação ou consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante
pensamento. a idade adulta. Isso não quer dizer que ocorra uma estagnação
das funções cognitivas, a partir do ápice adquirido na
Exemplos: O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o adolescência, como enfatiza Rappaport, "esta será a forma
que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. predominante de raciocínio utilizada pelo adulto. Seu
Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá- desenvolvimento posterior consistirá numa ampliação de
lo e levá-lo a boca. conhecimentos tanto em extensão como em profundidade,
mas não na aquisição de novos modos de funcionamento
- Pré-Operatório mental".
Para Piaget, o que marca a passagem do período sensório- A representação agora permite à criança uma abstração
motor para o pré-operatório é o aparecimento da função total, não se limitando mais à representação imediata e nem às
simbólica ou semiótica, ou seja, é a emergência da linguagem. relações previamente existentes.
Assim, conforme demonstram as pesquisas psicogenéticas, a Agora a criança é capaz de pensar logicamente, formular
emergência da linguagem acarreta modificações importantes hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da
em aspectos cognitivos, afetivos e sociais da criança, uma vez observação da realidade. Em outras palavras, as estruturas
que ela possibilita as interações interindividuais e fornece, cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de
principalmente, a capacidade de trabalhar com desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio
representações para atribuir significados à realidade. Tanto é lógico a todas as classes de problemas.
assim, que a aceleração do alcance do pensamento neste
estágio do desenvolvimento, é atribuída, em grande parte, às Exemplos: Se lhe pedem para analisar um provérbio como
possibilidades de contatos interindividuais fornecidos pela "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha
linguagem. com a lógica da ideia (metáfora) e não com a imagem de uma
É nesta fase que surge, na criança, a capacidade de galinha comendo grãos.
substituir um objeto ou acontecimento por uma
representação, e esta substituição é possível, conforme Piaget, 4. As Consequências do Modelo Piagetiano para a Ação
graças à função simbólica. Assim este estágio é também muito Pedagógica
conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica. Conforme mencionado anteriormente, a teoria
Contudo, Macedo lembra que a atividade sensório-motor psicogenética de Piaget não tinha como objetivo principal
não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais propor uma teoria de aprendizagem. A esse respeito, Coll faz a
sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente seguinte observação: "ao que se sabe, ele nunca participou
melhoria na sua aprendizagem, permitindo que a mesma diretamente nem coordenou uma pesquisa com objetivos
explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais pedagógicos". Não obstante esse fato, de forma contraditória
sofisticados movimentos e percepções intuitivas. aos interesses previstos, portanto, o modelo piagetiano,
curiosamente, veio a se tornar uma das mais importantes
A criança deste estágio: diretrizes no campo da aprendizagem escolar, por exemplo,
- É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se nos USA, na Europa e no Brasil, inclusive.
colocar, abstratamente, no lugar do outro. De acordo com Coll as tentativas de aplicação da teoria
- Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação genética no campo da aprendizagem são numerosas e
(é fase dos "por quês"). variadas, no entanto os resultados práticos obtidos com tais
- Já pode agir por simulação, "como se". aplicações não podem ser considerados tão frutíferos. Uma das
- Possui percepção global sem discriminar detalhes. razões da difícil penetração da teoria genética no âmbito da
- Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos. escola deve-se, principalmente, segundo o autor, "ao difícil
entendimento do seu conteúdo conceitual como pelos
Exemplos: Mostram-se para a criança, duas bolinhas de métodos de análise formalizante que utiliza e pelo estilo às
massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança vezes 'hermético' que caracteriza as publicações de Piaget". O
nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas autor ressalta, também, que a aplicação educacional da teoria
são diferentes. Não relaciona as situações. genética tem como fatores complicadores, entre outros:

- Operatório-Concreto a) as dificuldades de ordem técnica, metodológicas e


Conforme Nitzke, neste estágio a criança desenvolve teóricas no uso de provas operatórias como instrumento de
noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade,.., diagnóstico psicopedagógico, exigindo um alto grau de
sendo então capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair especialização e de prudência profissional, a fim de se evitar os
dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a uma riscos de sérios erros;
representação imediata, depende do mundo concreto para b) a predominância no "como" ensinar coloca o objetivo do
abstrair. "o quê" ensinar em segundo plano, contrapondo-se, dessa forma,
Um importante conceito desta fase é o desenvolvimento da ao caráter fundamental de transmissão do saber acumulado
reversibilidade, ou seja, a capacidade da representação de uma culturalmente que é uma função da instituição escolar, por ser
ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a esta de caráter preeminentemente político-metodológico e não
transformação observada. técnico como tradicionalmente se procurou incutir nas ideias da
sociedade;
Exemplos: Despeja-se a água de dois copos em outros, de c) a parte social da escola fica prejudicada uma vez que o
formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades raciocínio por trás da argumentação de que a criança vai atingir

22 Apud TAFNER, M. A construção do conhecimento segundo PIAGET. S.D.

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APOSTILAS OPÇÃO

o estágio operatório secundariza a noção do desenvolvimento desenvolvimento histórico-social de sua comunidade.


do pensamento crítico; Portanto, as habilidades cognitivas e as formas de estruturar o
d) a ideia básica do construtivismo postulando que a pensamento do indivíduo não são determinadas por fatores
atividade de organização e planificação da aquisição de congênitos. São, isto sim, resultado das atividades praticadas
conhecimentos estão à cargo do aluno acaba por não dar conta de acordo com os hábitos sociais da cultura em que o indivíduo
de explicar o caráter da intervenção por parte do professor; se desenvolve. Consequentemente, a história da sociedade na
e) a ideia de que o indivíduo apropria os conteúdos em qual a criança se desenvolve e a história pessoal desta criança
conformidade com o desenvolvimento das suas estruturas são fatores cruciais que vão determinar sua forma de pensar.
cognitivas estabelece o desafio da descoberta do "grau ótimo de Neste processo de desenvolvimento cognitivo, a linguagem
desequilíbrio", ou seja, o objeto a conhecer não deve estar nem tem papel crucial na determinação de como a criança vai
além nem aquém da capacidade do aprendiz conhecedor. aprender a pensar, uma vez que formas avançadas de
Por outro lado, como contribuições contundentes da teoria pensamento são transmitidas à criança através de palavras.
psicogenética podem ser citados, por exemplo: Para Vygotsky, um claro entendimento das relações entre
a) a possibilidade de estabelecer objetivos educacionais uma pensamento e língua é necessário para que se entenda o
vez que a teoria fornece parâmetros importantes sobre o processo de desenvolvimento intelectual. Linguagem não é
'processo de pensamento da criança' relacionados aos estádios apenas uma expressão do conhecimento adquirido pela
do desenvolvimento; criança. Existe uma inter-relação fundamental entre
b) em oposição às visões de teorias behavioristas que pensamento e linguagem, um proporcionando recursos ao
consideravam o erro como interferências negativas no processo outro. Desta forma a linguagem tem um papel essencial na
de aprendizagem, dentro da concepção cognitivista da teoria formação do pensamento e do caráter do indivíduo.
psicogenética, os erros passam a ser entendidos como
estratégias usadas pelo aluno na sua tentativa de aprendizagem Zona de Desenvolvimento Próximo (Ou Proximal)
de novos conhecimentos (PCN); Um dos princípios básicos da teoria de Vygotsky é o
c) uma outra contribuição importante do enfoque conceito de "zona de desenvolvimento próximo". Zona de
psicogenético foi lançar luz à questão dos diferentes estilos desenvolvimento próximo representa a diferença entre a
individuais de aprendizagem; (PCN); entre outros. capacidade da criança de resolver problemas por si própria e
a capacidade de resolvê-los com ajuda de alguém. Em outras
Em resumo, conforme aponta Coll, as relações entre teoria palavras, teríamos uma "zona de desenvolvimento
psicogenética x educação, apesar dos complicadores autossuficiente" que abrange todas as funções e atividades que
decorrentes da "dicotomia entre os aspectos estruturais e os a criança consegue desempenhar por seus próprios meios, sem
aspectos funcionais da explicação genética" e da tendência dos ajuda externa. Zona de desenvolvimento próximo, por sua vez,
projetos privilegiarem, em grande parte, um reducionismo abrange todas as funções e atividades que a criança ou o aluno
psicologizante em detrimento ao social, pode-se considerar consegue desempenhar apenas se houver ajuda de alguém.
assim que a teoria psicogenética trouxe contribuições Esta pessoa que intervém para orientar a criança pode (pais,
importantes ao campo da aprendizagem escolar. professor, responsável, instrutor de língua estrangeira)
quanto um colega que já tenha desenvolvido a habilidade
Origens do pensamento e da língua e o significado das requerida.
palavras e a formação de conceitos de acordo com Uma analogia interessante nos vem à mente quando
Vygotsky23 pensamos em zona de desenvolvimento próximo. Em
mecânica, quando se regula o ponto de um motor a explosão,
Assim como no reino animal, para o ser humano este deve ser ajustado ligeiramente à frente do momento de
pensamento e linguagem têm origens diferentes. Inicialmente máxima compressão dentro do cilindro, para maximizar a
o pensamento não é verbal e a linguagem não é intelectual. potência e o desempenho.
Convém ressaltar porém que o desenvolvimento da A ideia de zona de desenvolvimento próximo é de grande
linguagem e do pensamento se cruzam, assim com cerca dos relevância em todas as áreas educacionais. Uma implicação
dois anos de idade as curvas de desenvolvimento do importante é a de que o aprendizado humano é de natureza
pensamento e da linguagem, até então separadas, encontram- social e é parte de um processo em que a criança desenvolve
se para, a partir daí, dar início a uma nova forma de seu intelecto dentro da intelectualidade daqueles que a
comportamento. É a partir deste ponto que o pensamento cercam. De acordo com Vygotsky, uma característica essencial
começa a se tornar verbal e a linguagem racional. Inicialmente do aprendizado é que ele desperta vários processos de
a criança aparenta usar linguagem apenas para interação desenvolvimento internamente, os quais funcionam apenas
superficial em seu convívio, mas, a partir de certo ponto, esta quando a criança interage em seu ambiente de convívio.
linguagem penetra no subconsciente para se constituir na
estrutura do pensamento da criança. Sendo assim se torna Teoria Vygotskiana24
possível à criança utilizar a linguagem de forma racional,
atribuindo-lhe significados. Vygotsky trabalha com teses dentro de suas obras nas
A partir do momento que a criança descobre que tudo tem quais são possíveis descrever como: à relação indivíduo/
um nome, cada novo objeto que surge representa um sociedade em que afirma que as características humanas não
problema que a criança resolve atribuindo-lhe um nome. estão presentes desde o nascimento, nem são simplesmente
Quando lhe falta a palavra para nomear este novo objeto, a resultados das pressões do meio externo, elas são resultados
criança recorre ao adulto. Esses significados básicos de das relações homem e sociedade, pois quando o homem
palavras assim adquiridos funcionarão como embriões para a transforma o meio na busca de atender suas necessidades
formação de novos e mais complexos conceitos. básicas, ele transforma-se a si mesmo. A criança nasce apenas
com as funções psicológicas elementares e a partir do
Pensamento, Linguagem e Desenvolvimento intelectual aprendizado da cultura, estas funções transformam-se em
De acordo com Vygotsky, todas as atividades cognitivas funções psicológicas superiores, sendo estas o controle
básicas do indivíduo ocorrem de acordo com sua história consciente do comportamento, a ação intencional e a liberdade
social e acabam se constituindo no produto do do indivíduo em relação às características do momento e do

23 VYGOTSKY, Lev Semenovic; Pensamento e Linguagem. Edição Ridendo 24 COELHO, L.; PISONI, S. Vygotsky: sua teoria e a influência na educação.

Castigat Mores, 1934. Fonte digital:1947-2002. Revista e-Ped- FACOS/ CNEC Osório. Vol 02, 2012.

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espaço presente. O desenvolvimento do psiquismo humano é novos no seu desenvolvimento. A aprendizagem é um


sempre mediado pelo outro que indica, delimita e atribui processo contínuo e a educação é caracterizada por saltos
significados à realidade, dessa forma, membros imaturos da qualitativos de um nível de aprendizagem a outro, daí a
espécie humana vão aos poucos se apropriando dos modos de importância das relações sociais, desse modo dois tipos de
funcionamento psicológicos, comportamento e cultura. Neste desenvolvimento foram identificados: o desenvolvimento real
caso podemos citar a importância da inclusão de fato, onde as que se refere àquelas conquistas que já são consolidadas na
crianças com alguma deficiência interajam com crianças que criança, aquelas capacidades ou funções que realiza sozinha
estejam com desenvolvimento além, realizando a troca de sem auxílio de outro indivíduo, habitualmente costuma-se
saberes e experiências, onde ambos passam a aprender junto. avaliar a criança somente neste nível, ou seja, somente o que
Vygotsky defende a educação inclusiva e acessibilidade ela já é capaz de realizar e o desenvolvimento potencial que se
para todos. Devido ao processo criativo que envolve o domínio refere àquilo que a criança pode realizar com auxílio de outro
da natureza, o emprego de ferramentas e instrumentos, o indivíduo.
homem pode ter uma ação indireta, planejada tendo ou não Neste caso as experiências são muito importantes, pois ele
deficiência, assim, pessoas com deficiência auditiva, visuais, e aprende através do diálogo, colaboração, imitação... A
outras podem ter um alto nível de desenvolvimento, a escola distância entre os dois níveis de desenvolvimentos chamamos
deve permitir que dominem depois superem seus saberes do de zona de desenvolvimento potencial ou proximal, o período
cotidiano. As crianças cegas podem alcançar o mesmo que a criança fica utilizando um ‘apoio’ até que seja capaz de
desenvolvimento de uma criança normal, só que de modo realizar determinada atividade sozinha. Por isso Vygotsky
diferente, por outra via, é muito importante para o pedagogo afirma que “aquilo que é zona de desenvolvimento proximal
conhecer essa peculiaridade, é a lei da compensação, não é o hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã - ou seja,
limite biológico que determina o não desenvolvimento do aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela
surdo, cego, mas sim a sociedade que vem criando estes limites será capaz de fazer sozinha amanhã”. O conceito de zona de
para que os deficientes não se desenvolvam totalmente. desenvolvimento proximal é muito importante para pesquisar
A segunda tese refere-se à origem cultural das funções o desenvolvimento e o plano educacional infantil, porque este
psíquicas que se originam nas relações do indivíduo e seu permite avaliar o desenvolvimento individual. Aqui é possível
contexto social e cultural, isso mostra que a cultura é parte elaborar estratégias pedagógicas para que a criança possa
constitutiva da natureza humana, pois o desenvolvimento evoluir no aprendizado uma vez que esta é a zona cooperativa
mental humano não é passivo, nem tão pouco independente do do conhecimento, assim, o mediador ajuda a criança a
desenvolvimento histórico e das formas sociais da vida. O concretizar o desenvolvimento que está próximo, ou seja,
desenvolvimento mental da criança é um processo continuo de ajuda a transformar o desenvolvimento potencial em
aquisições, desenvolvimento intelectual e linguístico desenvolvimento real.
relacionado à fala interior e pensamento e impondo estruturas O desenvolvimento e a aprendizagem estão inter-
superiores, ao saber de novos conceitos evita-se que a criança relacionados desde o momento do nascimento, o meio físico
tenha que reestruturar todos os conceitos que já possui. ou social influencia no aprendizado das crianças de modo que
Vygotsky tinha como objetivo constatar como as funções chegam as escolas com uma série de conhecimentos
psicológicas, tais como memória, a atenção, a percepção e o adquiridos, na escola a criança desenvolverá outro tipo de
pensamento aparecem primeiro na forma primária para, conhecimento.
posteriormente, aparecerem em formas superiores, assim é Assim se divide o conhecimento em dois grupos: aqueles
possível perceber a importante distinção realizada entre as adquiridos da experiência pessoal, concreta e cotidiana em
funções elementares (comuns aos animais e aos humanos) e as que são chamados de ‘conceitos cotidianos ou espontâneos’
funções psicológicas superiores (especificamente vinculada em que são caracterizados por observações, manipulações e
aos humanos). vivências diretas da criança já os ‘conceitos científicos’
A terceira tese refere-se a base biológica do funcionamento adquiridos em sala de aula se relacionam àqueles não
psicológico o cérebro é o órgão principal da atividade mental, diretamente acessíveis à observação ou ação imediata da
sendo entendido como um sistema aberto, cuja estrutura e criança. A escola tem papel fundamental na formação dos
funcionamento são moldados ao longo da história, podendo conceitos científicos, proporcionando à criança um
mudar sem que ajam transformações físicas no órgão. conhecimento sistemático de algo que não está associado a sua
A quarta tese faz referência à característica mediação vivência direta principalmente na fase de amadurecimento.
presente em toda a vida humana em que usamos técnicas e O brinquedo é um mundo imaginário onde a criança pode
signos para fazermos mediação entre seres humanos e estes realizar seus desejos, o ato de brincar é uma importante fonte
com o mundo. A linguagem é um signo mediador por de promoção de desenvolvimento, sendo muito valorizado na
excelência por isso Vygotsky a confere um papel de destaque zona proximal, neste caso em especial as brincadeiras de ‘faz
no processo de pensamento. Sendo esta uma capacidade de conta’. Sendo estas atividades utilizadas, em geral, na
exclusiva da humanidade. Através da fala podemos organizar Educação Infantil fase que as crianças aprendem a falar (após
as atividades práticas e das funções psicológicas. As pesquisas os três anos de idade), e são capazes de envolver-se numa
de Vygotsky foram realizadas com a criança na fase em que situação imaginária. Através do imaginário a criança
começa a desenvolver a fala, pois se acreditava que a estabelece regras do cotidiano real.
verdadeira essência do comportamento se dá a partir da Mesmo havendo uma significativa distância entre o
mesma. É na atividade pratica, ou seja, na coletividade que a comportamento na vida real e o comportamento no
pessoa se aproveita da linguagem e dos objetos físicos brinquedo, a atuação no mundo imaginário e o
disponíveis em sua cultura, promovendo assim seu estabelecimento de regras a serem seguidas criam uma zona
desenvolvimento, dando ênfase aos conhecimentos histórico- de desenvolvimento proximal, na medida em que impulsionam
cultural, conhecimentos produzidos e já existentes em seu conceitos e processos em desenvolvimento.
cotidiano.
Vygotsky e a Educação
O Desenvolvimento e a Aprendizagem A escola se torna importante a partir do momento que
Vygotsky dá um lugar de destaque para as relações de dentro dela o ensino é sistematizado sendo atividades
desenvolvimento e aprendizagem dentro de suas obras. Para diferenciadas das extraescolares e lá a criança aprende a ler,
ele a criança inicia seu aprendizado muito antes de chegar à escrever, obtém domínio de cálculos, entre outras, assim
escola, mas o aprendizado escolar vai introduzir elementos expande seus conhecimentos. Também não é pelo simples fato

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da criança frequentar a escola que ela estará aprendendo, isso Um contexto familiar pode melhorar a evocação quando a
dependerá de todo o contexto seja questão política, econômica lembrança de alguma coisa enfraqueceu. Crianças de 3, 9 e 12
ou métodos de ensino. Conforme foi visto até aqui, aulas onde meses inicialmente podiam reconhecer o móbile ou o trem
o aluno fica ouvindo e memorizando conteúdos não basta para num ambiente diferente daquele onde foram treinadas, mas
se dizer que o aprendizado ocorreu de fato, o aprendizado não depois de passado muito tempo. Lembretes não verbais
exige muito mais. O trabalho pedagógico deve estar associado periódicos por meio de uma breve exposição ao estímulo
à capacidade de avanços no desenvolvimento da criança, original podem manter uma lembrança desde a primeira
valorizando o desenvolvimento potencial e a zona de infância até entre 1 e 2 anos de idade.
desenvolvimento proximal. A escola deve estar atenta ao Pelo menos um importante pesquisador da memória
aluno, valorizar seus conhecimentos prévios, trabalhar a partir refuta a alegação de que as memórias condicionadas sejam
deles, estimular as potencialidades dando a possibilidade de qualitativamente as mesmas das crianças mais velhas e dos
este aluno superar suas capacidades e ir além ao seu adultos. De uma perspectiva evolucionista do
desenvolvimento e aprendizado. Para que o professor possa desenvolvimento, as habilidades se desenvolvem à medida
fazer um bom trabalho ele precisa conhecer seu aluno, suas que podem realizar funções úteis na adaptação ao ambiente. O
descobertas, hipóteses, crenças, opiniões desenvolvendo conhecimento procedural e perceptual demonstrado logo
diálogo criando situações onde o aluno possa expor aquilo que cedo pelos bebês ao chutar um móbile para ativá-lo não é a
sabe. Assim os registros, as observações são fundamentais mesma coisa que a memória explícita de uma criança mais
tanto para o planejamento e objetivos quanto para a avaliação. velha ou de um adulto sobre eventos específicos. A primeira
infância é uma fase de grandes transformações, e é improvável
Infância e Adolescência que a retenção de experiências específicas seja útil por muito
tempo. Essa pode ser uma das razões de os adultos não se
A) Infância lembrarem de eventos que aconteceram quando eram bebês.
- Memória dos Bebês25 Mais adiante discutiremos pesquisas sobre o cérebro que
Você consegue se lembrar de alguma coisa que aconteceu lançam alguma luz sobre o desenvolvimento da memória na
antes dos seus 2 anos de idade? Provavelmente não. Os primeira infância. 26
cientistas do desenvolvimento propuseram várias explicações
para esse fenômeno comum. Uma explicação, sustentada por - Abordagem Psicométrica: Testes de
Piaget e outros, é que eventos dessa época não são Desenvolvimento e de Inteligência
armazenados na memória, porque o cérebro ainda não está Embora não haja um consenso científico claro sobre a
suficientemente desenvolvido. Freud, por outro lado, definição de comportamento inteligente, a maioria dos
acreditava que as primeiras lembranças estão armazenadas, profissionais concorda que o comportamento inteligente é
porém reprimidas, porque são emocionalmente orientado para uma meta e é adaptativo: direcionado para se
perturbadoras. Outros pesquisadores sugerem que as crianças adaptar às circunstâncias e condições de vida. A inteligência
só conseguem armazenar eventos na memória quando podem permite às pessoas adquirir, lembrar e utilizar conhecimento;
falar sobre eles. entender conceitos e relações; e resolver os problemas do dia
Pesquisas mais recentes que utilizam o condicionamento a dia.
operante com tarefas não verbais e apropriadas para a idade A natureza precisa da inteligência tem sido debatida por
sugerem que o processamento da memória nos bebês pode muitos anos, e também a melhor maneira de medi-la. O
não ser fundamentalmente diferente do que acontece com movimento moderno para testar a inteligência teve início no
crianças mais velhas e adultos, salvo que o tempo de retenção começo do século XX, quando administradores de escolas em
dos bebês é mais curto. Esses estudos constataram-que os Paris pediram ao psicólogo Alfred Binet que elaborasse um
bebês repetirão uma ação dias ou semanas mais tarde - se eles modo de identificar crianças que não pudessem acompanhar o
foram periodicamente lembrados da situação em que a trabalho escolar e precisassem de instruções especiais. O teste
aprenderam. desenvolvido por Binet e seu colega Theodore Simon foi o
Em uma série de experimentos realizados por Carolyn precursor dos testes psicométricos que avaliam a inteligência
Rovee-Collier e associados, os bebês foram submetidos a por números.
condicionamento operante para mexer a perna e ativar um O objetivo da aplicação de testes psicométricos é medir
móbile preso a um dos tornozelos por uma fita. Bebês de 2 a 6 quantitativamente os fatores que supostamente constituem a
meses, aos quais foram apresentados os mesmos móbiles dias inteligência (tais como compreensão e raciocínio) e, a partir
ou semanas depois, repetiam os chutes, mesmo quando seu dos resultados dessa medida, prever o desempenho futuro
tornozelo não mais estava preso ao móbile. Quando os bebês (como o desempenho escolar). Os testes de 01 (quociente de
viram esses móbiles, deram mais chutes do que antes do inteligência) consistem em perguntas ou tarefas que devem
condicionamento, mostrando que o reconhecimento dos mostrar quanto das habilidades medidas a pessoa possui,
móbiles acionava a lembrança de sua experiência inicial com comparando seu desempenho com normas estabeleci das para
esses objetos. Em uma tarefa semelhante, crianças de 9 a 12 um grupo extenso que compôs a amostra de padronização.
meses foram condicionadas a pressionar uma alavanca para Para crianças em idade escolar, as pontuações no teste de
fazer um trem de brinquedo percorrer um circuito. A extensão inteligência podem servir para prever o desempenho na escola
de tempo que uma resposta condicionada podia ser retida com razoável precisão e confiabilidade. Testar bebês e
aumentou com a idade, de dois dias para crianças de 2 meses crianças pequenas já é outra questão. Como os bebês não
a 13 semanas para crianças de 18 meses. podem nos dizer o que sabem e como pensam, a maneira mais
A memória de bebês novos sobre um comportamento óbvia de aferir sua inteligência é avaliando o que sabem fazer.
parece estar associada especificamente ao indicativo original. Mas se eles não pegarem um chocalho, é difícil saber se não o
Bebês entre 2 e 6 meses repetiam o comportamento aprendido fizeram porque não sabiam como, não estavam com vontade,
somente quando viam o móbile ou o trem original. Entretanto, não perceberam o que se esperava deles ou simplesmente
crianças entre 9 e 12 meses experimentavam o perderam o interesse.
comportamento em um trem diferente se não mais que duas
semanas se passassem desde o treinamento.

25 PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano, 12ª edição, 26 ROVEE-COLLIER, C.; HARTSHORN, k. & DIRUBBO, M. Long-term

Editor: AMGH, 2013. maintenance of infant memory. Developmental Psychobiology, 1999.

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- Testes de Desenvolvimento Infantil importância à vergonha. O oposto geralmente é verdadeiro na


Embora seja praticamente impossível medir a inteligência cultura norte-americana, que enfatiza a autoexpressão, a
de um bebê, é possível testar seu desenvolvimento. Os testes autoafirmação e a autoestima.
de desenvolvimento comparam o desempenho do bebê numa
série de tarefas com normas estabelecidas baseadas na - Quando Aparecem as Emoções?
observação do que um grande número de bebês e crianças O desenvolvimento emocional é um processo ordenado;
pequenas sabe fazer em determinadas idades. emoções complexas desdobram-se de outras mais simples. De
As Escalas Bayley de Desenvolvimento Infantil (Bayley, acordo com um dos modelos, o bebê revela sinais de
1969, 1993,2005) constituem um teste de desenvolvimento contentamento, interesse e aflição logo após o nascimento.
amplamente utilizado e elaborado para avaliar crianças entre Trata--se de respostas difusas, reflexas, a maior parte
1 mês e 3 anos e meio. Pontuações na Bayley-IIl indicam os fisiológicas, à estimulação sensorial ou a processos internos.
pontos fortes e fracos e as competências de uma criança em Aproximadamente nos próximos seis meses, esses estados
cada uma das cinco áreas do desenvolvimento: cognitivo, emocionais iniciais se diferenciam em verdadeiras emoções:
linguagem, motor, socioemocional e comportamento alegria, surpresa, tristeza, repugnância, e depois raiva e medo
adaptativo. Uma escala opcional de classificação do - reações a eventos que têm significado para o bebê. Conforme
comportamento pode ser preenchida pelo examinador, em será discutido mais adiante, a emergência dessas emoções
parte com base nas informações dadas pelo cuidador. básicas, ou primárias, está relacionada à maturação
Pontuações separadas, chamadas Cle quocientes de neurológica.
desenvolvimento (ODs), são calculadas para cada escala. Os As emoções autoconscientes, como o constrangimento, a
ODs são muito úteis para detectar, logo no início, perturbações empatia e a inveja, surgem somente depois que a criança
emocionais e déficits sensoriais, neurológicos e ambientais, e desenvolveu a auto consciência: compreensão cognitiva de
podem ajudar pais e profissionais a planejar o atendimento que ela tem uma identidade reconhecível, separada e diferente
das necessidades da criança. do resto de seu mundo. Essa consciência da própria identidade
parece emergir entre 15 e 24 meses. A autoconsciência é
- Intervenção Precoce necessária para que a criança possa estar consciente de ser o
A intervenção precoce é um processo sistemático de foco da atenção, identificar-se com o que outras "identidades"
planejamento e fornecimento de serviços terapêuticos e estão sentindo, ou desejar o que outra pessoa tem.
educacionais para famílias que precisam de ajuda para Por volta dos 3 anos, tendo adquirido autoconsciência e
satisfazer as necessidades de desenvolvimento de bebês e mais algum conhecimento sobre os padrões, regras e metas
crianças em idade pré-escolar. aceitas de sua sociedade, a criança torna-se mais capacitada
para avaliar seus próprios pensamentos, planos, desejos e
- Fundamentos do Desenvolvimento Psicossocial comportamento com relação àquilo que é considerado
Embora os bebês apresentem os mesmos padrões de socialmente apropriado. Só então ela pode demonstrar
desenvolvimento, cada um deles, desde o início, exibe uma emoções auto avaliadoras como orgulho, culpa e vergonha.
personalidade distinta: a combinação relativamente coerente
de emoções, temperamento, pensamento e comportamento é - Crescimento do Cérebro e Desenvolvimento
que torna cada pessoa única. De maneira geral, bebês podem Emocional
ser alegres; outros se irritam com facilidade. Há crianças que O desenvolvimento do cérebro após o nascimento está
gostam de brincar com as demais; outras preferem brincar intimamente ligado a mudanças na vida emocional: as
sozinhas. Esses modos característicos de sentir, pensar e agir, experiências emocionais são afetadas pelo desenvolvimento
que refletem influências tanto inatas quanto ambientais, do cérebro e podem causar efeitos duradouros na estrutura
afetam a maneira como a criança responde aos outros e se cerebral.
adapta ao seu mundo. Da primeira infância em diante, o Quatro importantes mudanças na organização do cérebro
desenvolvimento da personalidade se entrelaça com as correspondem aproximadamente a mudanças no
relações sociais; e essa combinação chama-se processamento emocional. Durante os três primeiros meses,
desenvolvimento psicossocial. começa a diferenciação das emoções básicas à medida que o
Ao explorarmos o desenvolvimento psicossocial, primeiro córtex cerebral torna-se funcional e faz emergir as percepções
focalizaremos as emoções, os blocos de construção da cognitivas. Diminuem o sono REM e o comportamento reflexo,
personalidade; em seguida, o temperamento ou disposição; e incluindo o sorriso neonatal espontâneo.
depois as primeiras experiências sociais da criança na família. A segunda mudança ocorre por volta dos 9 ou 10 meses,
Finalmente, discutiremos como os pais moldam as diferenças quando os lobos frontais começam a interagir com o sistema
comportamentais entre meninos e meninas. límbico, uma das regiões do cérebro associada às reações
emocionais. Ao mesmo tempo, estruturas límbicas como o
- Emoções hipocampo tornam-se maiores e mais semelhantes à estrutura
Emoções, como tristeza, alegria e medo, são reações adulta. Conexões entre o córtex frontal e o hipotálamo e o
subjetivas à experiência e que estão associadas a mudanças sistema límbico, que processam a informação sensorial,
fisiológicas e comportamentais. O medo, por exemplo, é podem facilitar a relação entre as esferas cognitiva e
acompanhado de aceleração dos batimentos cardíacos e, emocional. À medida que essas conexões tornam-se mais
geralmente, de ações de autoproteção. O padrão característico densas e mais elaboradas, o bebê poderá ao mesmo tempo
de reações emocionais de uma pessoa começa a se desenvolver experimentar e interpretar emoções.
durante a primeira infância e constitui um elemento básico da A terceira mudança ocorre durante o segundo ano, quando
personalidade. As pessoas diferem na frequência e na o bebê desenvolve a autoconsciência, as emoções
intensidade com que sentem uma determinada emoção, nos autoconscientes e maior capacidade para regular suas
tipos de eventos que podem produzi-la, nas manifestações emoções e atividades. Essas mudanças, que coincidem com
físicas que demonstram e no modo como agem em maior mobilidade física e com o comportamento exploratório,
consequência disso. A cultura também influencia o modo como podem estar relacionadas à mielinização dos lobos frontais.
as pessoas se sentem em relação a uma situação e a maneira A quarta mudança ocorre por volta dos 3 anos, quando
como expressam suas emoções. alterações hormonais no sistema nervoso autônomo
Algumas culturas asiáticas, que enfatizam a harmonia (involuntário) coincidem com a emergência das emoções
social, desencorajam expressões de raiva, mas dão muita avaliadoras. Subjacente ao desenvolvimento de emoções como

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a vergonha pode estar um afastamento da dominância por - Irmãos


parte do sistema simpático, a parte do sistema autônomo que O relacionamento entre irmãos desempenha um papel
prepara o corpo para a ação, enquanto amadurece o sistema distinto na socialização. Conflitos entre irmãos podem tornar-
parassimpático, a parte do sistema autônomo envolvida na se um veículo para a compreensão de relações sociais. Lições e
excreção e na excitação sexual. habilidades aprendidas nas interações com os irmãos são
passadas para os relacionamentos fora de casa
- Desenvolvimento da Autonomia É comum os bebês se apegarem a seus irmãos e irmãs mais
À medida que a criança amadurece - fisicamente, velhos. Embora a rivalidade possa estar presente, a afeição
cognitivamente e emocionalmente - ela é levada a buscar sua também estará. Quanto mais o apego dos irmãos aos pais for
independência em relação aos vários adultos aos quais está um apego seguro, melhor será o relacionamento entre eles
apegada. "Eu fazer!" é a frase típica da criança quando começa No entanto, à medida que os bebês tornam-se mais
a usar seus músculos e sua mente para tentar fazer tudo independentes e autoconfiantes, inevitavelmente entram em
sozinha - não somente andar, mas alimentar-se, vestir-se e conflito com os irmãos - pelo menos na cultura norte-
explorar o mundo. americana. O conflito entre irmãos aumenta dramaticamente
Erikson identificou o período entre 18 meses e 3 anos depois que a criança mais nova atinge os 18 meses. Durante os
como o segundo estágio no desenvolvimento da próximos meses, os irmãos mais novos começam a ter uma
personalidade, autonomia versus vergonha e dúvida, marcado participação mais intensa nas interações familiares e se
pela passagem do controle externo para o autocontrole. Tendo envolvem com maior frequência nas disputas em família. À
atravessado a primeira infância com um senso de confiança medida que isso acontece, eles tornam-se mais conscientes das
básica no mundo e uma autoconsciência florescente, a criança intenções e dos sentimentos dos outros. Começam a
pequena começa a substituir o julgamento dos cuidadores pelo reconhecer o tipo de comportamento que vai transtornar ou
seu próprio. A "virtude" que emerge durante esse estágio é a irritar os irmãos mais velhos e quais os comportamentos
vontade. O treinamento do controle das necessidades considerados "feios" ou "bons".
fisiológicas é um passo importante em direção à autonomia e À medida que se desenvolve a compreensão cognitiva e
ao autocontrole; o mesmo acontece com a linguagem. social, o conflito entre irmãos tende a se tornar mais
À medida que a criança torna-se mais apta a expressar seus construtivo, e o irmão mais novo participa de tentativas de
desejos, ela passa a ter mais poder. Como a liberdade sem reconciliação. O conflito construtivo entre irmãos ajuda as
limites não é segura nem saudável, disse Erikson, vergonha e crianças a reconhecerem as necessidades, os desejos e os
dúvida ocupam um lugar necessário. As crianças pequenas pontos de vista uns dos outros, e também ajuda a aprender
precisam que os adultos estabeleçam limites apropriados; como brigar, discordar e chegar a um acordo no contexto de
assim, a vergonha e a dúvida ajudam-nas a reconhecer a um relacionamento seguro e estável.
necessidade desses limites.
Nos Estados Unidos, os "terríveis dois anos" assinalam um - Sociabilidade com outras Crianças
desejo de autonomia. Crianças pequenas precisam testar as Bebês e - mais ainda - crianças pequenas mostram
noções de que são indivíduos, têm algum controle sobre seu interesse em pessoas de fora do círculo familiar,
mundo e possuem novos e emocionantes poderes. São levadas principalmente pessoas de seu tamanho. Nos primeiros meses,
a experimentar suas novas ideias, exercitar suas próprias eles olham, sorriem e arrulham para outros bebês. Dos 6 aos
preferências e tomar suas próprias decisões. Esse desejo se 12 meses, cada vez mais querem tocá-los, além de sorrir e
manifesta na forma de negativismo, a tendência a gritar "Não!" balbuciar para eles. Por volta de I ano, quando os principais
só para resistir à autoridade. Quase todas as crianças itens de sua agenda são aprender a andar e a manipular
ocidentais exibem algum grau de negativismo; geralmente objetos, os bebês prestam menos atenção às outras pessoas.
começa antes dos 2 anos de idade, com tendência a atingir o Essa fase, porém, é curta. A partir de aproximadamente I ano e
máximo aos 3 anos e meio ou 4 anos e declina por volta dos 6 meio até quase 3 anos de idade, a criança demonstra cada vez
anos. Cuidadores que consideram as expressões de mais interesse no que as outras crianças fazem e uma
autoafirmação da criança como um esforço normal e saudável compreensão cada vez maior de como lidar com elas.
por independência contribuem para seu senso de competência Crianças pequenas aprendem imitando umas às outras.
e evitam excesso de conflitos. Brincadeiras como a de seguir o líder ajudam a estabelecer um
Surpreendentemente, os "terríveis dois anos" não são vínculo com as outras crianças, preparando-as para
universais. Em alguns países em desenvolvimento, a transição brincadeiras mais complexas durante os anos pré-escolares. A
da primeira para a segunda infância é relativamente suave e imitação das ações uns dos outros resulta em uma
harmoniosa. comunicação verbal mais frequente (algo como "Entre na
casinha", "Não faça isso!" ou "Olhe pra mim"), que ajuda os
- As raízes do Desenvolvimento Moral: Socialização e pares a coordenar atividades conjuntas. A atividade
Internalização cooperativa desenvolve-se durante o segundo e o terceiro ano
Socialização é o processo pelo qual a criança desenvolve à medida que cresce a compreensão social. Assim como
hábitos, habilidades, valores e motivações que as tornam acontece com os irmãos, o conflito também pode ter um
membros responsáveis e produtivos de uma sociedade. A propósito: ajuda a criança a aprender a negociar e a resolver
aquiescência às expectativas parentais pode ser vista como um disputas.
primeiro passo em direção à submissão aos padrões sociais. A Evidentemente, algumas crianças são mais sociáveis que
socialização depende da internalização desses padrões. outras, refletindo traços de temperamento como o seu humor
Crianças bem- sucedidas na socialização não mais obedecem a habitual, disposição para aceitar pessoas desconhecidas e
regras ou comandos apenas para obter recompensas ou evitar capacidade para se adaptar à mudança. A sociabilidade
punições; elas fazem dos padrões da sociedade seus próprios também é influenciada pela experiência. Bebês que passam
padrões algum tempo com outros bebês, como nas creches, tornam-se
sociáveis mais cedo do que aqueles que passam quase todo o
Contato com outras crianças tempo em casa.
Embora os pais exerçam uma grande influência sobre a
vida dos filhos, o relacionamento com as outras crianças - seja
dentro de casa ou fora - também é importante já a partir da
primeira infância.

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APOSTILAS OPÇÃO

B) Adolescentes27 consideravelmente a maturidade psicológica. (Ele não


A busca da identidade A busca da identidade - que Erikson resolveu sua crise de identidade até os 20 e poucos anos.)
definiu como uma concepção coerente do self, constituída de Algum grau de confusão de identidade é normal. De acordo
metas, valores e crenças com os quais a pessoa está com Erikson, ela é responsável pela natureza aparentemente
solidamente comprometida - entra em foco durante os anos da caótica de grande parte do comportamento dos adolescentes e
adolescência. O desenvolvimento cognitivo dos adolescentes pela penosa auto consciência deles. Grupos fechados e
lhes possibilita construir uma "teoria do self". Como Erikson intolerância com as diferenças, ambos marcas registradas do
enfatizou, o esforço de um adolescente para compreender o cenário social adolescente, são defesas contra a confusão de
self não é "uma espécie de enfermidade do amadurecimento". identidade.
Ele faz parte de um processo saudável e vital fundamentado A teoria de Erikson descreve o desenvolvimento da
nas realizações das etapas anteriores - na confiança, identidade masculina como norma. De acordo com ele, um
autonomia, iniciativa e produtividade - e lança os alicerces homem não é capaz de estabelecer uma intimidade real até ter
para lidar com os desafios da idade adulta. adquirido uma identidade estável, enquanto as mulheres se
Entretanto, uma crise de identidade raramente é definem através do casamento e da maternidade (algo que
totalmente resolvida na adolescência; questões relativas à talvez fosse mais verdadeiro na época em que Erikson
identidade surgem repetidamente durante toda a vida adulta. desenvolveu sua teoria do que na atualidade). Desse modo, as
mulheres (ao contrário dos homens) desenvolvem a
- Erikson: Identidade x Confusão de Identidade identidade por meio da intimidade, não antes dela. Conforme
A principal tarefa da adolescência, dizia Erikson, é veremos, essa orientação masculina da teoria de Erikson foi
confrontar a crise de identidade versus confusão de alvo de críticas. Ainda assim, seu conceito de crise de
identidade, ou confusão de identidade versus confusão de identidade inspirou muitas pesquisas valiosas.
papel, de modo a tornar-se um adulto singular com uma
percepção coerente do self e com um papel valorizado na - Fatores Étnicos na Formação da Identidade
sociedade. O conceito da crise de identidade baseou-se em Para muitos jovens de grupos minoritários, a raça ou a
parte na experiência pessoal de Erikson. Criado na Alemanha etnia é fundamental na formação da identidade.
como o filho bastardo de uma mulher judia dinamarquesa que Um estudo de 940 adolescentes, estudantes universitários
havia se separado do seu primeiro marido, Erikson jamais e adultos afro-americanos encontrou evidência de todos os
conheceu o pai biológico. Embora tenha sido adotado aos 9 quatro estados de identidade em cada faixa etária. Apenas 27
anos de idade pelo segundo marido de sua mãe, um pediatra dos adolescentes estavam no grupo de identidade realizada,
judeu alemão, ele se sentia confuso a respeito de quem era. comparado com 47 dos estudantes universitários e 56 dos
Debateu-se durante algum tempo antes de encontrar sua adultos. Em vez disso, os adolescentes eram mais propensos a
vocação. Quando viajou para os Estados Unidos, precisou estar na moratória, ainda explorando o que significa ser afro-
redefinir sua identidade como imigrante. americano. Vinte e cinco por cento dos adolescentes estavam
A identidade, segundo Erikson, forma-se quando os jovens em execução, com sentimentos sobre a identidade afro-
resolvem três questões importantes: a escolha de uma americana baseados em sua educação familiar. Os três grupos
ocupação, a adoção de valores sob os quais viver e o (realização, moratória e execução) relataram mais
desenvolvimento de uma identidade sexual satisfatória. consideração positiva por serem afro americanos do que os 6
Durante a terceira infância, as crianças adquirem as de adolescentes que eram difusos (nem comprometidos nem
habilidades necessárias para obter sucesso em suas em processo de exploração). Aqueles de qualquer idade que
respectivas culturas. Quando adolescentes, elas precisam estavam no estado realizado eram mais propensos a ver a raça
encontrar maneiras de usar essas habilidades. Quando os como central em sua identidade. E, alcançar este estágio de
jovens têm problemas para fixar-se em uma identidade formação da identidade racial tem aplicações práticas. Embora
ocupacional- ou quando suas oportunidades são o efeito seja mais forte para os homens do que para as
artificialmente limitadas -, eles correm risco de apresentar mulheres, aumentos na identidade racial do período de um
comportamento com consequências negativas sérias, tal como ano foram relacionados com uma diminuição no risco de
atividades criminosas. sintomas depressivos, mesmo quando fatores como auto
De acordo com Erikson, a moratória psicossocial, um estima são controlados.
período de adiamento que a adolescência proporciona, Outro modelo focaliza-se em três aspectos da identidade
permite que os jovens busquem compromissos aos quais racial/étnica: conexão com o próprio grupo racial/étnico,
possam ser fiéis. Os adolescentes que resolvem essa crise de consciência de racismo e realização incorporada, a crença de
identidade satisfatoriamente desenvolvem a virtude da que a realização acadêmica é uma parte da identidade do
fidelidade: lealdade constante, fé ou um sentimento de grupo. Um estudo longitudinal de jovens de grupos
integração com uma pessoa amada ou com amigos e rninoritários de baixa renda revelou que os três aspectos da
companheiros. Fidelidade também pode ser uma identificação identidade parecem estabilizar-se e até aumentar
com um conjunto de valores, uma ideologia, uma religião, um ligeiramente na metade da adolescência. Portanto, a
movimento político, uma busca criativa ou um grupo étnico. identidade racial/étnica pode atenuar as tendências a uma
A fidelidade é uma extensão da confiança. Na primeira queda nas notas e na ligação com a escola durante a transição
infância, é importante que a confiança nos outros supere a do ensino fundamental para o ensino médio. Por outro lado, a
desconfiança; na adolescência, torna-se importante que a percepção de discriminação durante a transição para a
própria pessoa seja confiável. Os adolescentes estendem sua adolescência pode interferir na formação da identidade
confiança a mentores e aos entes queridos. Ao compartilhar positiva e levar a problemas de conduta ou a depressão. Como
pensamentos e sentimentos, o adolescente esclarece uma exemplo, as percepções de discriminação em adolescentes
possível identidade ao vê-la refletida nos olhos do ser amado. sino-americanos estão associadas com sintomas depressivos,
Entretanto, essas intimidades do adolescente diferem da alienação e queda no desempenho acadêmico. Os fatores de
intimidade madura, que envolve maior compromisso, proteção são pais carinhosos e envolvidos, amigos pró-sociais
sacrifício e conciliação. e desempenho acadêmico forte.
Erikson via como o principal perigo desse estágio a Um estudo longitudinal de 3 anos com 420 adolescentes
confusão de identidade ou de papel que pode atrasar norte-americanos de ascendência africana, latina e europeia

27 PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano, 12ª edição,

2013, editor: AMGH.

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APOSTILAS OPÇÃO

examinou duas dimensões da identidade étnica: estima do Uma classificação mais significativa é a idade funcional,
grupo (sentir-se bem em relação à própria etnia) e exploração que é a capacidade de uma pessoa interagir em um ambiente
do significado da etnia na vida da pessoa. A estima do grupo físico e social em comparação com outros da mesma idade
aumentou durante a adolescência, especialmente para afro- cronológica. Podemos encontrar casos de pessoas com 90 anos
americanos e latinos, para os quais ela era mais baixa de início. de idade que estão mais jovens do que umas com 60 anos, por
A exploração do significado da etnia aumentou apenas na estarem bem de saúde.
metade da adolescência, talvez refletindo a transição de A senescência é um período marcado por declínios no
escolas fundamentais de bairros relativamente homogêneos funcionamento físico associados ao envelhecimento.
para escolas secundárias de etnia mais diversa. As interações As teorias de programação genética sustentam que o corpo
com os membros de outros grupos étnicos podem estimular a da pessoa envelhece de acordo com o relógio evolutivo normal
curiosidade dos jovens sobre sua própria identidade étnica. A inato dos genes. Estudos sobre gêmeos constataram que as
pesquisa verificou que as meninas parecem passar pelo diferenças genéticas são responsáveis por aproximadamente
processo de formação de identidade mais cedo que os um quarto da variância no tempo de vida adulto humano. Essa
meninos. Por exemplo, um estudo com mais de 300 influência genética é mínima antes dos 60, mas aumenta
adolescentes mostrou que durante um período de quatro anos depois dessa idade.
meninas latinas passaram por exploração, resolução e Algumas mudanças físicas costumam estar associadas ao
afirmação de sentimentos positivos em relação a suas envelhecimento, sendo óbvias para um observador causal,
identidades étnicas, enquanto os meninos apresentaram embora afetem mais algumas pessoas do que outras. A pele
aumentos apenas na afirmação. Este achado é importante mais velha tende a se tornar mais pálida e menos elástica; e
porque o aumento na exploração - que os meninos não assim como a gordura e os músculos encolhem, a pele fica
demonstraram - era o único fator ligado a aumento na enrugada. São comuns varizes nas pernas. O cabelo fica mais
autoestima. fino, grisalho e depois branco, e os pelos do corpo tornam-se
O termo socialização cultural refere-se a práticas que mais ralos.
ensinam as crianças sobre sua herança racial ou étnica, O envelhecimento no cérebro varia muito de uma pessoa
promovem costumes e tradições culturais e alimentam o para outra. O cérebro pode reorganizar os circuitos neuronais
orgulho racial/ étnico e cultural. Os adolescentes que para responder ao desafio do envelhecimento neurobiológico.
passaram por socialização cultural tendem a ter identidade Há uma diminuição na quantidade ou densidade do
étnica mais forte e mais positiva do que aqueles que não a neurotransmissor dopamina devido à perda de sinapses. Os
experimentaram. receptores de dopamina são importantes na medida em que
ajudam a regular a atenção.
- Sexualidade Nem todas as manifestações no cérebro são destrutivas. Os
Ver-se como um ser sexual, reconhecer a própria pesquisadores descobriram que cérebros mais velhos podem
orientação sexual, chegar a um acordo com as primeiras criar novas células nervosas a partir de células-tronco - algo
manifestações da sexualidade e formar uniões afetivas ou impensado no passado.
sexuais, tudo isto faz parte da aquisição da identidade sexual.
A consciência da sexualidade é um aspecto importante da - Principais Problemas Comportamentais e Mentais
formação da identidade que afeta profundamente a auto Muitos idosos com problemas comportamentais e mentais
imagem e os relacionamentos. Embora este processo seja tendem a não procurar ajuda. Alguns desses problemas são
impulsionado biologicamente, sua expressão é, em parte, intoxicação medicamentosa, delírio, transtornos metabólicos,
definida culturalmente. baixo funcionamento da tireoide, pequenos ferimentos da
Durante o século XX, uma mudança importante nas cabeça, alcoolismo e depressão.
atitudes e no comportamento sexual nos Estados Unidos e em A depressão está associada a outros problemas de saúde.
outros países industrializados trouxe uma aceitação mais Pelo fato de a depressão estar associada a outros problemas de
generalizada do sexo antes do casamento da saúde, um diagnóstico preciso, prevenção e tratamento
homossexualidade e de outras formas de atividade sexual adequado podem ajudar pessoas idosas a viverem mais tempo
anteriormente desaprovadas. Com o acesso difundido à e permanecerem mais ativas. A depressão pode ser tratada
internet, o sexo casual com conhecidos virtuais que se com drogas, psicoterapia, antidepressivos.
conectam por meio das salas de bate-papo online ou de sites O Mal de Alzheimer é uma das mais comuns e mais temidas
de encontro de solteiros tornou-se mais comum. doenças terminais entre as pessoas idosas. Gradualmente,
Telefones celulares, e-mail e mensagens instantâneas rouba dos pacientes a inteligência, a consciência e até mesmo
facilitam que adolescentes solitários arranjem esses contatos a habilidade de controlar as funções de seu corpo, e finalmente
com pessoas anônimas, sem a supervisão dos adultos. os mata. Os sintomas clássicos do mal de Alzheimer são a
diminuição da capacidade de memória, deterioração da
C) Velhice28 linguagem e deficiências no processamento espacial e visual. O
O envelhecimento econômico de uma população que está principal sintoma é incapacidade de lembrar acontecimento
envelhecendo depende da proporção de pessoas saudáveis e recente ou absorver novas informações.
fisicamente capazes dessa população. A tendência é A memória episódica é particularmente vulnerável aos
encorajadora. Alguns problemas que eram considerados efeitos do envelhecimento; efeitos que são agrados à medida
inevitáveis agora são entendidos como resultantes do estilo de que as tarefas da memória tornam-se mais complexas ou
vida ou doenças, e não do envelhecimento. exigentes, ou requerem a livre recordação de informações, em
O envelhecimento primário é um processo gradual e oposição ao reconhecimento de material previamente visto.
inevitável de deterioração física que começa cedo na vida e
continua ao longo dos anos, não importa o que as pessoas Questões
façam para evita-lo. Assim, o envelhecimento secundário é
uma consequência inevitável de ficar velho. O envelhecimento 01. (Prefeitura de Quixadá/CE - Psicólogo - ACEP)
secundário resulta de doenças, abusos e maus hábitos, fatores Sobre as fases do desenvolvimento humano e os fatores
que em geral podem ser comparadas ao conhecido debate psicológicos do desenvolvimento, assinale a alternativa
natureza experiência. CORRETA.

28 PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano, 12ª edição,

2013, editor: AMGH.

Conhecimentos Específicos 19
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(A) Freud abordou a construção das estruturas mentais do (D) aprendizado alavanca o desenvolvimento devido ao
pensamento pautadas na epistemologia genética. estabelecimento das relações sociais.
(B) A interação e a socialização, segundo Piaget, são (E) processo de desenvolvimento da criança é
mecanismos importantes que favorecem a autorregulação do independente do aprendizado.
ser humano.
(C) No Construtivismo, o período da criança entre 02 a 07 Gabarito
anos caracteriza-se como estágio pré-operacional.
(D) Vygotsky associou o desenvolvimento da inteligência 01.C / 02.D / 03.A / 04.B / 05.D
da criança aos processos de assimilação e acomodação.

02. (IFB - Psicólogo - FUNIVERSA) Durante o processo de


ensino e de aprendizagem, o lúdico contribui para a 3. Avaliação.
construção de várias funções no desenvolvimento psicológico
da criança. Em relação ao papel do lúdico no desenvolvimento
infantil, especialmente na educação infantil e no ensino A avaliação29, tal como concebida e vivenciada na maioria
fundamental, assinale a alternativa correta. das escolas brasileiras, tem se constituído no principal
(A) Atividades lúdicas são desaconselháveis dentro da sala mecanismo de sustentação da lógica de organização do
de aula, pois promovem a indisciplina e o descontrole da trabalho escolar e, portanto, legitimador do fracasso,
organização do trabalho pedagógico. ocupando mesmo o papel central nas relações que
(B) São prejudiciais ao desenvolvimento mental da criança estabelecem entre si os profissionais da educação, alunos e
atividades que promovem fantasia e fuga da realidade durante pais.
as brincadeiras. Os métodos de avaliação ocupam, sem dúvida espaço
(C) Para estimular, condicionar e controlar processos relevante no conjunto das práticas pedagógicas aplicadas ao
psicológicos complexos, as atividades lúdicas adequadas são processo de ensino e aprendizagem. Avaliar, neste contexto,
exclusivamente as que usam brinquedos pedagógicos. não se resume à mecânica do conceito formal e estatístico; não
(D) Atividades lúdicas devem fazer parte dos processos de é simplesmente atribuir notas, obrigatórias à decisão de
ensino e de aprendizagem para favorecerem a mediação avanço ou retenção em determinadas disciplinas.
simbólica entre a realidade e o desenvolvimento da Para Oliveira30, devem representar as avaliações aqueles
subjetividade da criança. instrumentos imprescindíveis à verificação do aprendizado
(E) As brincadeiras de imitação, por não interferirem nos efetivamente realizado pelo aluno, ao mesmo tempo que
desenvolvimentos afetivo, cognitivo e psicanalítico, são as forneçam subsídios ao trabalho docente, direcionando o
mais importantes para a aprendizagem da criança, pois esforço empreendido no processo de ensino e aprendizagem
determinam como ela irá se adaptar aos limites do mundo e de forma a contemplar a melhor abordagem pedagógica e o
dos papéis sociais das suas relações parentais. mais pertinente método didático adequado à disciplina - mas
não somente -, à medida que consideram, igualmente, o
03. (FUNTELPA - Psicólogo - IDECAN) Sobre o contexto sócio-político no qual o grupo está inserido e as
desenvolvimento psicológico, Vygotsky afirma que “A condições individuais do aluno, sempre que possível.
internalização de formas culturais de comportamento envolve A avaliação da aprendizagem possibilita a tomada de
a reconstrução da atividade psicológica...” Tal afirmativa decisão e a melhoria da qualidade de ensino, informando as
denota que: ações em desenvolvimento e a necessidade de regulações
(A) O uso de signos externos é também radicalmente constantes.
reconstruído.
(B) Os processos psicológicos permanecem tal como Origem da Avaliação
aparecem nos animais.
(C) As mudanças nas operações linguísticas são tímidas. Avaliar vem do latim a + valere, que significa atribuir valor
(D) A fala egocêntrica se fortalece fazendo surgir a fala e mérito ao objeto em estudo. Portanto, avaliar é atribuir um
externa. juízo de valor sobre a propriedade de um processo para a
(E) Deixam de ser internalizadas as atividades sociais e aferição da qualidade do seu resultado, porém, a compreensão
históricas. do processo de avaliação do processo ensino/aprendizagem
tem sido pautada pela lógica da mensuração, isto é, associa-se
04. (Prefeitura de Fortaleza/CE- Psicólogo - Prefeitura o ato de avaliar ao de “medir” os conhecimentos adquiridos
de Fortaleza/CE) Ao se falar de zona de desenvolvimento pelos alunos.
proximal, está-se referindo à teoria de desenvolvimento de: A avaliação da aprendizagem tem seus princípios e
(A) Henri Wallon. características no campo da Psicologia, sendo que as duas
(B) Lev Vygotsky. primeiras décadas do século XX foram marcadas pelo
(C) Carl Gustav Jung. desenvolvimento de testes padronizados para medir as
(D) Jean Piaget. habilidades e aptidões dos alunos.
A avaliação é uma operação descritiva e informativa nos
05. (CEFET/RJ - Psicólogo - CESGRANRIO) A posição de meios que emprega, formativa na intenção que lhe preside e
Vygotsky sobre a relação entre desenvolvimento e independente face à classificação. De âmbito mais vasto e
aprendizagem é que o conteúdo mais rico, a avaliação constitui uma operação
(A) desenvolvimento é dependente da maturação e indispensável em qualquer sistema escolar.
condiciona o aprendizado. Havendo sempre, no processo de ensino/aprendizagem,
(B) desenvolvimento é definido como a substituição de um caminho a seguir entre um ponto de partida e um ponto de
respostas inatas a partir do aprendizado. chegada, naturalmente que é necessário verificar se o trajeto
(C) aprendizado e o desenvolvimento são coincidentes e está a decorrer em direção à meta, se alguns pararam por não
contemporâneos.

29 KRAEMER, M. E. P.- A avaliação da aprendizagem como processo 30 OLIVEIRA, I. B. Currículos praticados: entre a regulação e a emancipação.

construtivo de um novo fazer. 2005. Rio de Janeiro: DP & A, 2003.

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APOSTILAS OPÇÃO

saber o caminho ou por terem enveredado por um desvio construtivista. Para Guba e Lincoln é uma forma responsiva de
errado. enfocar e um modo construtivista de fazer.
É essa informação, sobre o progresso de grupos e de cada A avaliação é responsiva porque, diferentemente das
um dos seus membros, que a avaliação tenta recolher e que é alternativas anteriores que partem inicialmente de variáveis,
necessária a professores e alunos. objetivos, tipos de decisão e outros, ela se situa e desenvolve a
A avaliação descreve que conhecimentos, atitudes ou partir de preocupações, proposições ou controvérsias em
aptidões que os alunos adquiriram, ou seja, que objetivos do relação ao objetivo da avaliação, seja ele um programa, projeto,
ensino já atingiram num determinado ponto de percurso e que curso ou outro foco de atenção. Ela é construtivista em
dificuldades estão a revelar relativamente a outros. substituição ao modelo científico, que tem caracterizado, de um
Esta informação é necessária ao professor para procurar modo geral, as avaliações mais prestigiadas neste século.
meios e estratégias que possam ajudar os alunos a resolver Neste sentido, Souza diz que a finalidade da avaliação, de
essas dificuldades e é necessária aos alunos para se acordo com a quarta geração, é fornecer, sobre o processo
aperceberem delas (não podem os alunos identificar pedagógico, informações que permitam aos agentes escolares
claramente as suas próprias dificuldades num campo que decidir sobre as intervenções e redirecionamentos que se
desconhecem) e tentarem ultrapassá-las com a ajuda do fizerem necessários em face do projeto educativo, definido
professor e com o próprio esforço. Por isso, a avaliação tem coletivamente, e comprometido com a garantia da
uma intenção formativa. aprendizagem do aluno. Converte-se, então, em um
A avaliação proporciona também o apoio a um processo a instrumento referencial e de apoio às definições de natureza
decorrer, contribuindo para a obtenção de produtos ou pedagógica, administrativa e estrutural, que se concretiza por
resultados de aprendizagem. meio de relações partilhadas e cooperativas.

As avaliações a que o professor procede enquadram-se Funções do Processo Avaliativo


em três grandes tipos: avaliação diagnostica, formativa e
somativa. As funções da avaliação são: de diagnóstico, de verificação
e de apreciação.
Evolução da Avaliação
1. Função diagnóstica: a primeira abordagem, de acordo
A partir do início do século XX, a avaliação vem com Miras e Solé32, contemplada pela avaliação diagnóstica
atravessando pelo menos quatro gerações, conforme Guba e (ou inicial), é a que proporciona informações acerca das
Lincoln31 são elas: mensuração, descritiva, julgamento e capacidades do aluno antes de iniciar um processo de
negociação. ensino/aprendizagem, ou ainda, segundo Bloom, Hastings e
1. Mensuração: não distinguia avaliação e medida. Nessa Madaus, busca a determinação da presença ou ausência de
fase, era preocupação dos estudiosos a elaboração de habilidades e pré-requisitos, bem como a identificação das
instrumentos ou testes para verificação do rendimento causas de repetidas dificuldades na aprendizagem.
escolar. O papel do avaliador era, então, eminentemente A avaliação diagnóstica pretende averiguar a posição do
técnico e, neste sentido, testes e exames eram indispensáveis aluno face a novas aprendizagens que lhe vão ser propostas e
na classificação de alunos para se determinar seu progresso. a aprendizagens anteriores que servem de base àquelas, no
sentido de obviar as dificuldades futuras e, em certos casos, de
2. Descritiva: essa geração surgiu em busca de melhor resolver situações presentes.
entendimento do objetivo da avaliação. Conforme os
estudiosos, a geração anterior só oferecia informações sobre o 2. Função formativa: a segunda função á a avaliação
aluno. formativa que, conforme Haydt, permite constatar se os alunos
Precisavam ser obtidos dados em função dos objetivos por estão, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, verificando
parte dos alunos envolvidos nos programas escolares, sendo a compatibilidade entre tais objetivos e os resultados
necessário descrever o que seria sucesso ou dificuldade com efetivamente alcançados durante o desenvolvimento das
relação aos objetivos estabelecidos. Neste sentido o avaliador atividades propostas.
estava muito mais concentrado em descrever padrões e Representa o principal meio através do qual o estudante
critérios. Foi nessa fase que surgiu o termo “avaliação passa a conhecer seus erros e acertos, assim, maior estímulo
educacional”. para um estudo sistemático dos conteúdos.
Outro aspecto é o da orientação fornecida por este tipo de
3. Julgamento: a terceira geração questionava os testes avaliação, tanto ao estudo do aluno como ao trabalho do
padronizados e o reducionismo da noção simplista de professor, principalmente através de mecanismos de feedback.
avaliação como sinônimo de medida; tinha como preocupação Estes mecanismos permitem que o professor detecte e
maior o julgamento. identifique deficiências na forma de ensinar, possibilitando
Neste sentido, o avaliador assumiria o papel de juiz, reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoa-lo.
incorporando, contudo, o que se havia preservado de Para Bloom, Hastings e Madaus, a avaliação formativa visa
fundamental das gerações anteriores, em termos de informar o professor e o aluno sobre o rendimento da
mensuração e descrição. aprendizagem no decorrer das atividades escolares e a
Assim, o julgamento passou a ser elemento crucial do localização das deficiências na organização do ensino para
processo avaliativo, pois não só importava medir e descrever, possibilitar correção e recuperação.
era preciso julgar sobre o conjunto de todas as dimensões do A avaliação formativa pretende determinar a posição do
objeto, inclusive sobre os próprios objetivos. aluno ao longo de uma unidade de ensino, no sentido de
identificar dificuldades e de lhes dar solução.
4. Negociação: nesta geração, a avaliação é um processo
interativo, negociado, que se fundamenta num paradigma 3. Função somativa: tem como objetivo, segundo Miras e
Solé determinar o grau de domínio do aluno em uma área de

31 FIRME, Tereza Penna. Avaliação: tendências e tendenciosidades. Avaliação Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia da educação. Porto Alegre:
v Políticas Públicas Educacionais, Rio de Janeiro,1994. Artes Médicas, 1996.
32 MIRAS, M., SOLÉ, I. A Evolução da Aprendizagem e a Evolução do Processo

de Ensino e Aprendizagem in COLL, C., PALACIOS, J., MARCHESI, A.

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aprendizagem, o que permite outorgar uma qualificação que, Tabela 1 - Comparação entre a concepção tradicional de
por sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade avaliação com uma mais adequada
da aprendizagem realizada. Modelo tradicional de
Modelo adequado
Pode ser chamada também de função creditativa. Também avaliação
tem o propósito de classificar os alunos ao final de um período Foco na promoção - o alvo
de aprendizagem, de acordo com os níveis de aproveitamento. Foco na aprendizagem - o
dos alunos é a promoção. Nas
alvo do aluno deve ser a
primeiras aulas, se discutem
A avaliação somativa pretende ajuizar do progresso aprendizagem e o que de
as regras e os modos pelos
realizado pelo aluno no final de uma unidade de proveitoso e prazeroso dela
quais as notas serão obtidas
aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos obtém.
para a promoção de uma série
por avaliações do tipo formativa e obter indicadores que para outra.
permitem aperfeiçoar o processo de ensino. Corresponde a Implicação - neste contexto, a
um balanço final, a uma visão de conjunto relativamente a avaliação deve ser um auxílio
Implicação - as notas vão
um todo sobre o qual, até aí, só haviam sido feitos juízos para se saber quais objetivos
sendo observadas e
parcelares. foram atingidos, quais ainda
registradas. Não importa
faltam e quais as
como elas foram obtidas, nem
Objetivos da Avaliação interferências do professor
por qual processo o aluno
que podem ajudar o aluno.
passou.
Na visão de Miras e Solé, os objetivos da avaliação são Foco nas provas - são
traçados em torno de duas possibilidades: emissão de “um utilizadas como objeto de
juízo sobre uma pessoa, um fenômeno, uma situação ou um pressão psicológica, sob
objeto, em função de distintos critérios”, e “obtenção de pretexto de serem um
informações úteis para tomar alguma decisão”. Foco nas competências - o
'elemento motivador da
Para Nérici, a avaliação é uma etapa de um procedimento desenvolvimento das
aprendizagem', seguindo
maior que incluiria uma verificação prévia. A avaliação, para competências previstas no
ainda a sugestão de Comenius
este autor, é o processo de ajuizamento, apreciação, projeto educacional devem
em sua Didática Magna criada
julgamento ou valorização do que o educando revelou ter ser a meta em comum dos
no século XVII. É comum ver
aprendido durante um período de estudo ou de professores.
professores utilizando
desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem. ameaças como "Estudem!
Para outros autores, a avaliação pode ser considerada Implicação - a avaliação deixa
Caso contrário, vocês poderão
como um método de adquirir e processar evidências de ser somente um objeto de
se dar mal no dia da prova!"
necessárias para melhorar o ensino e a aprendizagem, certificação da consecução de
ou "Fiquem quietos! Prestem
incluindo uma grande variedade de evidências que vão além objetivos, mas também se
atenção! O dia da prova vem aí
do exame usual de ‘papel e lápis’. torna necessária como
e vocês verão o que vai
É ainda um auxílio para classificar os objetivos instrumento de diagnóstico e
acontecer..."
significativos e as metas educacionais, um processo para acompanhamento do
determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo processo de aprendizagem.
Implicação - as provas são
dos modos desejados, um sistema de controle da qualidade, Neste ponto, modelos que
utilizadas como um fator
pelo qual pode ser determinada etapa por etapa do processo indicam passos para a
negativo de motivação. Os
ensino/aprendizagem, a efetividade ou não do processo e, em progressão na aprendizagem,
alunos estudam pela ameaça
caso negativo, que mudança devem ser feitas para garantir sua como a Taxionomia dos
da prova, não pelo que a
efetividade. Objetivos Educacionais de
aprendizagem pode lhes
Benjamin Bloom, auxiliam
trazer de proveitoso e
Modelo Tradicional de Avaliação X Modelo Mais muito a prática da avaliação e
prazeroso. Estimula o
Adequado a orientação dos alunos.
desenvolvimento da
submissão e de hábitos de
Gadotti diz que a avaliação é essencial à educação, inerente comportamento físico tenso
e indissociável enquanto concebida como problematização, (estresse).
questionamento, reflexão, sobre a ação. Os estabelecimentos de Estabelecimentos de ensino
Entende-se que a avaliação não pode morrer, ela se faz ensino estão centrados nos centrados na qualidade - os
necessária para que possamos refletir, questionar e resultados das provas e estabelecimentos de ensino
transformar nossas ações. exames - eles se preocupam devem preocupar-se com o
O mito da avaliação é decorrente de sua caminhada com as notas que presente e o futuro do aluno,
histórica, sendo que seus fantasmas ainda se apresentam demonstram o quadro global especialmente com relação à
como forma de controle e de autoritarismo por diversas dos alunos, para a promoção sua inclusão social (percepção
gerações. Acreditar em um processo avaliativo mais eficaz é o ou reprovação. do mundo, criatividade,
mesmo que cumprir sua função didático-pedagógica de empregabilidade, interação,
auxiliar e melhorar o ensino/aprendizagem. Implicação - o processo posicionamento, criticidade).
A forma como se avalia, segundo Luckesi, é crucial para a educativo permanece oculto.
concretização do projeto educacional. É ela que sinaliza aos A leitura das médias tende a Implicação - o foco da escola
alunos o que o professor e a escola valorizam. O autor, na ser ingênua (não se buscam os passa a ser o resultado de seu
tabela 1, traça uma comparação entre a concepção tradicional reais motivos para ensino para o aluno e não
de avaliação com uma mais adequada a objetivos discrepâncias em mais a média do aluno na
contemporâneos, relacionando-as com as implicações de sua determinadas disciplinas). escola.
adoção. O sistema social se contenta Sistema social preocupado
com as notas - as notas são com o futuro - Já alertava o
suficientes para os quadros ex-ministro da Educação,
estatísticos. Resultados Cristóvam Buarque: "Para
dentro da normalidade são saber como será um país
bem vistos, não importando a daqui há 20 anos, é preciso

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qualidade e os parâmetros olhar como está sua escola como eles realmente ocorreram, a avaliação seria real,
para sua obtenção (salvo nos pública no presente". Esse é principalmente discutida coletivamente.
casos de exames como o um sinal de que a sociedade já No entanto, a prática das instituições não encontrou uma
ENEM que, de certa forma, começa a se preocupar com o forma de agir que tornasse possível essa isenção: as
avaliam e "certificam" os distanciamento educacional prescrições suplantam as descrições e os pré-julgamentos
diferentes grupos de práticas do Brasil com o dos demais impedem as observações.
educacionais e países. É esse o caminho para A consequência mais grave é que essa arrogância não
estabelecimentos de ensino). revertermos o quadro de uma permite o aperfeiçoamento do processo de ensino e
educação "domesticadora" aprendizagem. E este é o grande dilema da avaliação da
Implicação - não há garantia para "humanizadora". aprendizagem.
sobre a qualidade, somente os O entendimento da avaliação, como sendo a medida dos
resultados interessam, mas Implicação - valorização da ganhos da aprendizagem pelo aluno, vem sofrendo denúncias
estes são relativos. Sistemas educação de resultados há décadas, desde que as teorias da educação escolar
educacionais que rompem efetivos para o indivíduo. recolocaram a questão no âmbito da cognição.
com esse tipo de Pretende-se uma mudança da avaliação de resultados para
procedimento tornam-se uma avaliação de processo, indicando a possibilidade de
incompatíveis com os demais, realizar-se na prática pela descrição e não pela prescrição da
são marginalizados e, por isso, aprendizagem.
automaticamente
pressionados a agir da forma Avaliação da Aprendizagem33
tradicional.
A noção de aprendizagem está, em sua origem, associada a
Mudando de paradigma, cria-se uma nova cultura ideia de apreensão de conhecimento e, nesse sentido, só pode
avaliativa, implicando na participação de todos os envolvidos ser compreendida em função de determinada concepção de
no processo educativo. Isto é corroborado por Benvenutti, ao conhecimento - algo que a filosofia compreende como base ou
dizer que a avaliação deve estar comprometida com a escola e matriz epistemológica. A partir de tais concepções, podem ser
esta deverá contribuir no processo de construção do caráter, da focalizadas três possibilidades de definição de aprendizagem:
consciência e da cidadania, passando pela produção do
conhecimento, fazendo com que o aluno compreenda o mundo “Aprendizagem é mudança de comportamento
em que vive, para usufruir dele, mas sobretudo que esteja resultante do treino ou da experiência”
preparado para transformá-lo.
Esta seria a definição mais impregnada e dominante no
A Avaliação da Aprendizagem como Processo campo psicológico e pedagógico e, certamente, a mais
Construtivo de um Novo Fazer resistente às proposições alternativas. Funda-se na concepção
O processo de conquista do conhecimento pelo aluno ainda empirista formulada por Locke e Hume. Realimenta-se do
não está refletido na avaliação. Para Wachowicz & positivismo de Comte, com seus ideais de objetividade
Romanowski, embora historicamente a questão tenha científica, ao final do século XIX e se encarna como corrente
evoluído muito, pois trabalha a realidade, a prática mais behaviorista, comportamentista ou de estímulo-resposta, no
comum na maioria das instituições de ensino ainda é um início do século XX. Valoriza o polo do objeto e não o do sujeito,
registro em forma de nota, procedimento este que não tem as marcando a influência do meio ou do ambiente através de
condições necessárias para revelar o processo de estímulos, sensações e associações. Reserva ao sujeito o papel
aprendizagem, tratando-se apenas de uma contabilização dos de receptáculo e reprodutor de informações, através de
resultados. modelagens comportamentais progressivamente reforçadas e
Quando se registra, em forma de nota, o resultado obtido dele expropria funções mais elaboradas que tenham relação
pelo aluno, fragmenta-se o processo de avaliação e introduz-se com motivações e significações. Neste modelo, aprendizagem
uma burocratização que leva à perda do sentido do processo e e ensino têm o mesmo estatuto ou identidade, pois a primeira
da dinâmica da aprendizagem. é considerada decorrência linear do segundo (em outros
Se a avaliação tem sido reconhecida como uma função termos: se algo foi ensinado, dentro de contingências
diretiva, ou seja, tem a capacidade de estabelecer a direção do ambientais adequadas, certamente foi apreendido...). Na
processo de aprendizagem, oriunda esta capacidade de sua perspectiva pedagógica, essa concepção encontra plena
característica pragmática, a fragmentação e a burocratização afinidade com práticas mecanicistas, tecnicistas e bancárias -
acima mencionadas levam à perda da dinamicidade do metáfora utilizada por Paulo Freire, para traduzir a ideia de
processo. passividade do sujeito, depositário de informações, conforme
Os dados registrados são formais e não representam a a lógica do acúmulo, a serviço da seleção e da classificação.
realidade da aprendizagem, embora apresentem
consequências importantes para a vida pessoal dos alunos, “Aprendizagem é apreensão de configurações
para a organização da instituição escolar e para a perceptuais através de insights”.
profissionalização do professor.
Uma descrição da avaliação e da aprendizagem poderia Esta seria a concepção que se opõe à anterior, polarizando
revelar todos os fatos que aconteceram na sala de aula. Se fosse em torno das condições do sujeito e não mais do objeto ou
instituída, a descrição (e não a prescrição) seria uma fonte de meio. Funda-se em uma base filosófica de natureza
dados da realidade, desde que não houvesse uma vinculação racionalista ou apriorista, que percebe o conhecimento como
prescrita com os resultados. resultante de estruturas pré-formadas, de variáveis biológicas
A isenção advinda da necessidade de analisar a ou maturacionais e de organização perceptual de situações
aprendizagem (e não julgá-la) levaria o professor e os alunos a imediatas. A escola psicológica alemã conhecida como Gestalt,
constatarem o que realmente ocorreu durante o processo: se o responsável no início do século XX, por estudos na vertente da
professor e os alunos tivessem espaço para revelar os fatos tais percepção, constitui umas das expressões mais fortes dessa
posição, tendo deixado um legado mais associado ao estudo da

33 http://crv.educacao.mg.gov.br/

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“boa forma” ou das condições capazes de propiciar soluções de Além disso, a perspectiva dialética dessa abordagem insere
problemas por discernimento súbito (insight), em função de a aprendizagem em uma dimensão mais próxima de nossa
relações estabelecidas na totalidade da situação. Neste realidade educacional: um processo marcado por
modelo, a aprendizagem prevalece sobre o ensino, em seu contradições, conflitos, rupturas e, até mesmo, regressões -
estatuto de autossuficiência e autorregulação, reducionismo necessitando, por isso mesmo, de mediações que assegurem o
que permanece recusando a relação ensino-aprendizagem e se espaço do reconhecimento das práticas sociais dos alunos, de
fixando em apenas um de seus polos. seus conhecimentos prévios, dos significados e sentidos
pertinentes às situações de aprendizagem de cada sujeito
“Aprendizagem é organização de conhecimentos como singular e de suas dimensões compartilhadas.
estruturas, ou rede construídas a partir das interações As abordagens contemporâneas da Psicologia da
entre sujeito e meio de conhecimento ou práticas sociais” Aprendizagem e dos estudos sobre reorientações curriculares
apoiam-se nessas categorias para a necessária reorientação
Esta seria uma concepção de base construtivista ou das estratégias de aprendizagem.
interacionista, comprometida com a superação dos Um enfoque superficial: centrado em estratégias
reducionismos anteriores (experiência advinda dos objetos X mnemônicas ou de memorização (reprodutoras em
pré-formação de estruturas) e identificada com modelos mais contingências de provas ou exames) ou centrado em
abertos, fundados nas ideias de gênese ou processo. passividade, isolamento, ausência de reflexão sobre
Por esta razão, suas principais vertentes podem ser propósitos ou estratégias; maior foco na fragmentação e no
identificadas como “psicogenéticas” e são representadas pela acúmulo de elementos;
Epistemologia Genética Piagetiana e pela abordagem sócio- Um enfoque profundo: centrado na intenção de
histórica dos psicólogos soviéticos (Vygotsky, Luria e compreender, na relação das novas ideias e conceitos com o
Leontierv, em especial). conhecimento anterior, na relação dos conceitos como
experiência cotidiana, nos componentes significativos dos
Dois destaques merecem ser feitos em relação a essas duas conteúdos, nas inter-relações e nas condições de
vertentes: transcendência em relação às situações e aprendizagens do
1- Na perspectiva piagetiana, aprendizagem se momento.
identifica com adaptação ou equilibração à medida que As questões mais relevantes, a partir dessas distinções
supõe a “passagem de um estado de menor conhecimento a seriam: Por que um aluno se dirige para um outro tipo de
um estado de conhecimento mais avançado” ou “uma aprendizagem? O que faz com que mostre maior ou menor
construção sucessiva com elaborações constantes de disposição para a realização de aprendizagens significativas?
estruturas novas, rumo a equilibrações majorantes”34 Por que não aprende em determinadas circunstâncias? Por
(O motor para tais processos de adaptação e equilibração que alunos modificam seu enfoque em função da tarefa ou da
seria o conflito cognitivo diante de novos desafios ou mudança de estratégias dos professores? Quais os fatores de
necessidades de aprendizagem, em esforços complementares mediação capazes de produzir novos patamares motivacionais
de assimilação (polo do sujeito responsável por incorporações e novas zonas de aprendizagem e competência?
de elementos do mundo exterior) e acomodação (polo Tais questões sinalizam para um projeto educativo
modificado do estado anterior do sujeito em função das atuais comprometido com novas práticas e relações pedagógicas,
demandas apresentadas pelo objeto de conhecimento). Essa uma lógica a serviço das aprendizagens e da Avaliação
posição sugere a importância de que o meio de aprendizagem Formativa, uma concepção construtiva e propositiva sobre
seja alargado e pleno de significado, para que se chegue a uma erros e correção dos mesmos, uma articulação entre
congruência entre a parte do sujeito e as pressões externas, dimensões cognitivas e sócio afetivas que ressignifiquem o ato
entre autorregulações e regulações externas, entre sistemas de aprender.
pertinentes ao aluno e ao professor. Assim, a não-
aprendizagem seria resultante da ausência de congruência Definindo os Tipos de Avaliação
entre os sistemas envolvidos nos processos de ensino-
aprendizagem. - Avaliação Classificatória
Avaliação Classificatória é uma perspectiva de avaliação
2- Na perspectiva sócio-histórica de Vygotsky e seus vinculada à noção de medida, ou seja, à ideia de que é possível
colaboradores, destaca-se, no contexto dessa discussão, a aferir, matemática, e objetivamente, as aprendizagens
articulação fortemente estabelecida entre aprendizagem e escolares. A noção de medida supõe a existência de padrões de
desenvolvimento, sendo a primeiro motor do segundo, no rendimento a partir dos quais, mediante comparação, o
sentido que apresenta potência para projeta-lo até desempenho de um aluno será avaliado e hierarquizado. A
patamares mais avançados. Esta potência da Avaliação Classificatória é realizada através de variadas
aprendizagem se ancora nas relações entre ”zona de atividades, tais como exercícios, questionários, estudos dirigidos,
desenvolvimento real” e “zona de desenvolvimento trabalhos, provas, testes, entre outros. Sua intenção é
proximal”: a primeira referindo-se às competências ou estabelecer uma classificação do aluno para fins de
domínios já instalados (no campo conceitual, aprovação ou reprovação.
procedimental ou atitudinal, por exemplo) e a segunda A centralidade da aprovação/reprovação na cultura
entendida como campo aberto de possibilidades, em escolar impõe algumas considerações importantes em torno
transição ou em vias de se consolidar, a partir de da nota e da ideia de avaliação como medida dos desempenhos
intervenções ou mediações de outros - professores ou pares do aluno. Para se medir objetivamente um fenômeno, é preciso
mais experientes ou competentes em determinada área, definir uma unidade de medida. Sua operacionalização se dá
tarefa ou função.35 através de um instrumento. No caso da avaliação escolar, este
Nesse sentido, este teórico redimensiona a relação ensino- instrumento é produzido, aplicado e corrigido pelo professor,
aprendizagem, superando as dicotomias e fragmentação de que acaba sendo, ele próprio, um instrumento de medição do
outras concepções e valoriza o aprendizado escolar como meio desempenho do aluno, uma vez que é ele quem atribui o valor
privilegiado para as mediações em direito a patamares ao trabalho. Portanto, o critério de objetividade, implícito na
conceituais mais elevados. ideia de avaliação como medida, perde sua confiabilidade, já

34 PIAGET, J. A Evolução Intelectual da Adolescência à Vida Adulta. Trad. 35 VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins

Fernando Becker; Tania B.I. Marques, Porto Alegre: Faculdade de Educação, 1993. Fontes,1984.

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que o professor é um ser humano e, como tal, impossibilitado Como a escola teve, durante muito tempo, a predominância
de despir-se de sua dimensão subjetiva: a visão de mundo, as da concepção empirista de ensino como transmissão, a
preferências pessoais, o estado de humor, as paixões, os afetos memorização era o referencial mais comum para a avaliação.
e desafetos, os valores, etc., estão necessariamente presentes Nesse sentido, os instrumentos e momentos de avaliação
nas ações humanas. Esta questão é objeto de estudo de traziam a característica de um espaço em que as pessoas
inúmeras pesquisas que apontam desacordos consideráveis tentavam recuperar um dado de sua memória. Um meio e
na atribuição de valor a um mesmo trabalho ou exame realizar essa atividade por evocação (pergunta direta, com
corrigido por diferentes professores. E esse valor, geralmente resposta certa ou errada) ou por reconhecimento, quando lhe
registrado de forma numérica, é a referência para a oferecemos pistas e apresentamos alternativas para as
classificação do aluno e o julgamento do professor ou da escola respostas. Uma hipótese a ser levantada é a de que a avaliação
quanto à sua aprovação/reprovação. foi, durante muito tempo, entendida com a recuperação dos
No contexto escolar, e no imaginário social também, o fatos nas memórias. Essa redução do entendimento do que é
significado da nota e sua identificação com a própria avaliação avaliar vem sendo superada nas reflexões sobre a tipologia dos
tornaram-se tão fortes que num dos argumentos para a sua conteúdos, principalmente ao se diferenciar a aprendizagem e
manutenção costuma ser o de que, sem ela, acabou-se a a avaliação de conceitos. A construção conceitual demanda
avaliação e o interesse ou a motivação do aluno pelos estudos. compreensão e estabelecimento de relações, sendo, portanto,
Estes argumentos refletem, por um lado, a distorção da função mais complexa para ser avaliada.
avaliativa na escola, que não deve confundir-se com a Ao decidir a legitimidade de um instrumento de avaliação,
atribuição de notas: a avaliação deve servir à orientação das cada escola e cada professor precisam analisar seu alcance.
aprendizagens. Por outro lado, revelam uma compreensão do Pedir ao aluno que defina um significado (técnica muito
desempenho do aluno como decorrente exclusivamente de sua comum nas escolas), nem sempre proporciona boa medida
responsabilidade ou competência individual. Daí o fato da para avaliação, é uma técnica com desvantagens, pois pode
avaliação assumir, frequentemente, o sentido de premiação ou induzir a falsos erros e falsos acertos. É uma técnica que exige
punição. Essa questão torna-se mais grave na medida que os um critério de correção muito minucioso. Ele ainda propõe
privilégios são justificados com base nas diferenças e que, se a opção for por usar essa técnica, que se valide mais o
desigualdades entre os alunos. Fundamentada na meritocracia que o aluno expuser com as próprias palavras do que uma
(a ideia de que a posição dos indivíduos na sociedade é reprodução literal. Se usarmos a técnica de múltipla escolha, o
consequência do mérito individual), a Avaliação Classificatória reconhecimento da definição, corre-se o risco de se cair na
passa a servir à discriminação e à injustiça social. armadilha da mera reprodução de uma definição previamente
Na Avaliação Classificatória trabalha-se com a ideia de estabelecida e mesmo de um conhecimento fragmentário, o
verificação da aprendizagem. O termo verificar tem origem na que coloca esse tipo de instrumento e questão na condição de
expressão latina verum facere, que significa verdadeiro. Parte- insuficiente para conhecer a aprendizagem de conceitos. Outra
se do princípio de que existe um conhecimento - uma verdade possibilidade é a da exposição temática na qual o aluno debate
- que dever ser assimilado pelo aluno. A avaliação consistiria sobre um tema incluindo comparações, estabelecendo
na aferição do grau de aproximação entre as aprendizagens do relações.
aluno e essa verdade. É preciso cuidado do professor para analisar se o aluno não
Estabelece-se uma escala formulada a partir de critérios de está procurando reproduzir termos e ideias de autores e sim
qualidade de desempenho, tendo como referência o conteúdo usando sua compreensão e sua linguagem. Evidencia-se, com
do programa. É a partir dessa escala que os alunos serão isso, a necessidade de se trabalhar com questões abertas.
classificados, tendo em vista seu rendimento nos instrumentos Outra técnica, - a identificação e categorização de exemplos -
de avaliação, ou seja, o total de pontos adquiridos. De um modo por evocação (aberta) ou reconhecimento (fechada),
geral, as provas e os testes são os instrumentos mais utilizados possibilita ao professor conhecer como o aluno está
pelo professor para medir o alcance dos objetivos traçados entendendo aquele conceito. Na técnica de reconhecimento o
para aprendizagem dos alunos. A sua formulação exige rigor aluno deverá trabalhar, em questão fechada, com a
técnico e deve estar de acordo com os conteúdos categorização. Pode ser incluída, portanto, num instrumento
desenvolvidos e os objetivos que se quer avaliar. A dimensão como a prova objetiva.
diagnóstica não está ausente dessa perspectiva de avaliação. Outra possibilidade para avaliar a aprendizagem de
conceitos seria a técnica de aplicação à solução de problemas,
- Avaliação de Conteúdos sobre a Dimensão Conceitual deveriam ser situações abertas, nas quais os alunos fariam
A dimensão conceitual do conhecimento implica que a exposição da compreensão que têm do conceito, tentando
pessoa esteja estabelecendo relações entre fatos para responder à situação apresentada. Nesse caso, o instrumento
compreendê-los. Os fatos e dados, segundo COLL, estão num mais adequado seria uma prova operatória, é importante, no
extremo de um contínuo de aprendizagem e a retenção da caso da avaliação de conceitos, resgatar sempre os
informação simples, a aprendizagem de natureza mnemônica conhecimentos prévios dos alunos, para analisar o que estiver
ou “memorística”. São informações curtas sobre os fenômenos sendo aprendido. Isso implica legitimar a avaliação inicial, o
da vida, da natureza, da sociedade, que dão uma primeira momento inicial da aprendizagem. A avaliação de
informação objetiva sobre o que é, quem fez, quando fez, o que aprendizagem de conceitos remete o professor, portanto, a
foi. Os conceitos estão no outro extremo (desse contínuo da instituir também a observação como uma técnica de
aprendizagem) e envolvem a compreensão e o levantamento de dados sobre a aprendizagem dos alunos,
estabelecimento de relações. Traduzem um entendimento do ampliando as informações sobre o que o aluno está sabendo
porquê daquele fenômeno ser assim como é. para além dos momentos formais de avaliação, como
As crianças, para aprenderem fatos, apenas os momentos de provas ou outros instrumentos de verificação.
memorizam. Esquecem mais rápido. Para aprenderem
conceitos precisam estabelecer conexões mais complexas, de - Dimensão Procedimental
aprendizagem significativa, identificada por autores como os A dimensão procedimental do conhecimento implica no
citados acima. Quando elas constroem os conceitos, os fatos saber fazer. Ex.: uma pesquisa tem uma dimensão
vão tomando outras dimensões, informando o conceito. É procedimental. O aluno precisa saber observar, saber ler,
como se os fatos começassem a ser ordenados, atribuindo saber registrar, saber procurar dados em várias fontes, saber
sentido ao que se tenta entender. analisar e concluir a partir dos dados levantados. Nesse caso,
são procedimentos que precisam ser desenvolvidos. Muitas

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vezes o aluno está com uma dificuldade procedimental e não Que grupos sociais representam?
conceitual e, dependendo do instrumento usado, o professor Como se comportam e se vestem?
não identifica essa dificuldade para então ajudá-lo a superá-la, O que apreciam?
por isso é importante diferenciar essas dimensões. Outros Quais seus interesses?
exemplos de dimensões procedimentais do conhecimento: O que valorizam?
saber fazer um gráfico, um cartaz, uma tabela, escrever um O que fazem quando não estão na escola?
texto dissertativo, narrativo. Vale a pena, nesse caso, que o Como suas famílias vivem?
professor acompanhe de perto essa aprendizagem. O melhor O que suas famílias e vizinhos fazem e o que comemoram?
instrumento para isso é a observação sistemática - um Como se organiza o espaço que compartilham fora da
conjunto de ações que permitem ao professor conhecer até escola?
que ponto seus alunos estão sabendo: dialogar, debater, Como falam, expressam seus sentimentos, seus valores,
trabalhar em equipe, fazer uma pesquisa bibliográfica, sua adesão/rejeição às normas, suas atitudes?
orientar-se no espaço, dentre outras. Devem ser atividades
abertas, feitas em aula, para o professor perceber como o Feito isso, planeja-se como trabalhar as atitudes
aluno transfere o conteúdo para a prática. importantes para a formação dos alunos na adolescência. Para
mudança de atitudes é que são feitos os projetos.
- Dimensão Atitudinal - Valores são princípios ou ideias éticas que permitem às
A dimensão atitudinal do conhecimento é aquela que pessoas emitir juízo sobre as condutas e seu sentido. Ex.: a
indicará os valores em construção. É mais difícil de ser solidariedade, a responsabilidade, a liberdade, o respeito aos
trabalhada porque não se desliga da formação mais ampla em outros...
outros espaços da sociedade, sendo complexa por seus - Atitudes são tendências relativamente estáveis das
componentes cognitivos (conhecimentos e crenças), afetivos pessoas para atuarem de certas maneiras: cooperar com o
(sentimentos e preferências) e condutais (ações e declaração grupo, respeitar o meio ambiente, participar das tarefas
de intenção). Manifesta-se mais através do comportamento escolares, respeitar datas, prazos, horários, combinados...
referenciado em crenças e normas. Por isso, precisa ser - Normas são padrões ou regras de comportamentos que a
amplamente entendida à luz dos valores que a escola pessoas devem seguir em determinadas situações sociais.
considera formadores. A aquisição de valores é alcançada
através do desenvolvimento de atitudes de acordo com esse Depois de realizada a avaliação inicial, os professores terão
sistema de valores. Depende de uma autopersuasão que está dados para dar continuidade ao trabalho com a Avaliação
sempre permeada por crenças que sustentam a visão que as Formativa: a serviço das aprendizagens.
pessoas têm delas mesmas e do mundo. E delas mesmas em Fatos ou dados devem ser “aprendidos” de forma
relação ao mundo. As atitudes e valores envolvem também as reprodutiva: não é necessário compreendê-los. Ex.: capitais de
normas. um estado ou país, data de acontecimentos, tabela de símbolos
Valores são princípios ou ideias éticas que permitem às químicos. Correspondem a uma informação verbal literal
pessoas emitir um juízo sobre as condutas e seu sentido. Ex.: a como vocabulários, nomes ou informação numérica que não
solidariedade, a responsabilidade, a liberdade, o respeito aos envolvem cálculos, apenas memorização. Para isso se usa a
outros. Atitudes são tendências relativamente estáveis das repetição, buscando mesmo a automatização da informação.
pessoas para atuarem de certas maneiras: cooperar com o Esse processo de repetição não se adequa à construção
grupo, respeitar o meio ambiente, participar das tarefas conceitual. Um aluno aprende, atribui significado, adquire um
escolares, respeitar datas, prazos, horários, combinados. conceito, quando o explica com suas próprias palavras. É
Normas são padrões ou regras de comportamentos que as comum o aluno dizer que sabe, mas não sabe explicar. Nesse
pessoas devem seguir em determinadas situações sociais. caso, eles estão num início de processo de compreensão do
Portanto, são desenvolvidas nas interações, nas relações, nos conceito. Precisam trabalhar mais a situação, o que vai ajudá-
debates, nos trabalhos em grupos, o que indica uma natureza los a entender melhor, até saberem explicar com as suas
do planejamento das atividades de sala de aula. palavras. Esse processo de construção conceitual não é
Os melhores instrumentos para se avaliar a aprendizagem estanque, ele está em permanente movimento entre o conceito
de atitudes são a observação e autoavaliação. espontâneo, construído nas representações sociais e o
Para uma avaliação completa (envolvendo fatos, conceitos, conceito científico.
procedimentos e atitudes), deve-se formalizar sempre o Princípios são conceitos muito gerais, de alto nível de
momento da avaliação inicial. Ela é um início de diagnóstico abstração, subjacentes, à organização conceitual de uma área,
que ajudará aos professores e alunos conhecerem o processo nem sempre explícitos. Atravessam todos os conteúdos das
de aprendizagem. O professor deve diversificar os matérias, devendo ser o objetivo maior da aprendizagem na
instrumentos para cobrir toda a tipologia dos conhecimentos: educação básica. Eles orientam a compreensão de noções
provas, trabalhos e observação, para avaliar fatos e conceitos, básicas. Assim, por exemplo, se a compreensão de conceitos
observação para concluir na avaliação da construção como sociedade e cultura são princípios das áreas de humanas,
conceitual; observação para avaliar a aprendizagem de eles devem referenciar o trabalho nos conceitos específicos.
procedimentos e atitudes; autoavaliação para avaliar atitudes Dentro de um conceito como o de sociedade, outros específicos
e conceitos. como o de migração, democracia, crescimento populacional,
Além disso, deve-se validar o momento de avaliação inicial estariam subjacentes. Portanto, ao definir o que referenciará o
em todo o processo de aprendizagem, usando a prática de trabalho do professor, será muito importante uma revisão
datar o que está sendo registrado e propiciando ao próprio conceitual por área de conhecimento e por disciplina. Será
aluno refletir sobre o que ele já sabe acerca de um conteúdo preciso esclarecer as características dos fatos e dos conceitos
novo quando se começa a estudar seriamente sobre ele. como objetos de conhecimento.

Sugestões de avaliação inicial / campo atitudinal - Avaliação Formativa


Essa sugestão não substitui a avaliação inicial de cada Essa perspectiva de avaliação fundamenta-se em várias
conteúdo que é introduzido, pois, é a partir dela que se pode teorias que postulam o caráter diferenciado e singular dos
fazer uma avaliação do que realmente pode ser considerado processos de formação humana, que é constituída por
aprendido. dimensões de natureza diversa - afetiva, emocional, cultural,
Como são os alunos individualmente em grupos? social, simbólica, cognitiva, ética, estética, entre outras. A

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aprendizagem é uma atividade que se insere no processo mesmo tempo, o uso de variados instrumentos e
global de formação humana, envolvendo o procedimentos de avaliação, possibilitará ao professor
desenvolvimento, a socialização, a construção da compreender o processo do aluno para estabelecer novas
identidade e da subjetividade. propostas de ação.
Uma mudança fundamental, sobretudo nos ciclos ou séries
Aprendizagem e formação humana são processos de finais do Ensino Fundamental, diz respeito à organização dos
natureza social e cultural. É nas interações que estabelece com professores. Agrupamentos de professores responsáveis por
seu meio que o ser humano vai se apropriando dos sistemas um determinado número de turmas facilita o planejamento, o
simbólicos, das práticas sociais e culturais de seu grupo. Esses desenvolvimento das atividades, a relação pessoal com os
processos têm uma base orgânica, mas se efetivam na vida alunos e o trabalho coletivo.
social e cultural, e é através deles que o ser humano elabora Ex.: definir um grupo de X professores para trabalhar com
formas de conceber e de se relacionar com o mundo físico e 5 turmas de um mesmo ciclo ou de séries aproximadas,
social. Esses estudos sobre a formação humana e a visando favorecer o trabalho voltado para determinado
aprendizagem trazem implicações profundas para a educação período de formação humana (infância, adolescência, etc.).
e destacam a importância do papel do professor como Este tipo de organização tende a romper com a fragmentação
mediador do processo de construção de conhecimento dos do trabalho pedagógico, facilitando a interdisciplinaridade e o
alunos. Sua ação pedagógica deve estar voltada para a desenvolvimento de uma Avaliação Formativa.
compreensão dos processos sociocognitivos dos alunos e a Tendo em vista a diversidade de ritmos e processos de
busca de uma articulação entre os diversos fatores que aprendizagem dos alunos, um dos aspectos importantes da
constituem esses processos - o desenvolvimento psíquico do ação docente deve ser a organização de atividades cujo nível
aluno, suas experiências sociais, suas vivências culturais, sua de abordagem seja diferenciado. Isso significa criar situações,
história de vida - e as intenções educativas que pretende levar apresentar problemas ou perguntas e propor atividades que
a cabo. Nesse contexto, a avaliação constitui-se numa prática demandem diferentes níveis de raciocínio e de realização. A
que permite ao professor aproximar-se dos processos de diversificação das tarefas deve também possibilitar aos alunos
aprendizagem do aluno, compreender como esse aluno está que realizem escolhas. As atividades devem oferecer graus
elaborando seu conhecimento. Não importa, aqui, registrar os variados de compreensão, diferentes níveis de utilização dos
fracassos ou os sucessos através de notas ou conceitos, mas conteúdos, e devem permitir distintas aproximações ao
entender o significado do desempenho: como o aluno conhecimento.
compreendeu o problema apresentado? Que tipo de Outro movimento importante rumo a uma Avaliação
elaboração fez para chegar a determinada resposta? Que Formativa deve acontecer na organização dos tempos e
dificuldades encontrou? Como tentou resolvê-las? espaços escolares. Os tempos de aula (50min, 1h, etc.) os
Na Avaliação Formativa, o desempenho do aluno deve ser recortes de cada disciplina, os bimestres, os semestres, as
tomado como uma evidência ou uma dificuldade de séries, os níveis de ensino são formas de estruturar o tempo
aprendizagem. E cabe ao professor interpretar o significado escolar que têm como fundamento a lógica da organização dos
desse desempenho. Nessa perspectiva, a avaliação coloca-se a conteúdos. Os processos de aprender e de construir
serviço das aprendizagens, da forma dos alunos. Trata-se, conhecimento, no entanto, não seguem essa mesma lógica. A
portanto, de uma avaliação que tem como finalidade não o organização escolar por ciclos é uma experiência que busca
controle, mas a compreensão e a regulação dos processos dos harmonizar os tempos da escola com os tempos de
educandos, tendo em vista auxiliá-los na sua trajetória escolar. aprendizagem próprios do ser humano. Os ciclos permitem
Isso significa entender que a avaliação, indo além da tomar as progressões das aprendizagens mais fluidas,
constatação, irá subsidiar o trabalho do professor, apontando evitando rupturas ao longo do processo. A flexibilização do
as necessidades de continuidade, de avanços ou de mudanças tempo e do trabalho pedagógico possibilita o respeito aos
no seu planejamento e no desenvolvimento das ações diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos e a organização
educativas. Caracterizando-se como uma prática voltada para de uma prática pedagógica voltada para a construção do
o acompanhamento dos processos dos alunos, este tipo de conhecimento, para a pesquisa.
avaliação não comporta registros de natureza quantitativa Os tempos podem ser organizados, por exemplo, em torno
(notas ou mesmo conceitos), já que estes são insuficientes para de projetos de trabalho, de oficinas, de atividades. A
revelar tais processos. Tampouco pode-se pensar, a partir estruturação do tempo é parte do planejamento pedagógico
desta concepção, na manutenção da aprovação/reprovação. semanal ou mensal, uma vez que a natureza da atividade e os
Isso porque este tipo de avaliação não tem como objetivo ritmos de aprendizagem irão definir o tempo que será
classificar ou selecionar os alunos, mas interpretar e utilizado.
compreender os seus processos, e promover ações que os O espaço de aprendizagem também deve ser ampliado, não
ajudem a avançar no seu desenvolvimento, nas suas pode restringir-se a sala de aula. Aprender é constituir uma
aprendizagens. Sendo assim, a avaliação a serviço das compreensão do mundo, da realidade social e humana, de nós
aprendizagens desmistifica a ideia de seleção que está mesmos e de nossa relação com tudo isso. Essa atividade não
implícita na discussão sobre aprovação automática. É uma se constitui exclusivamente no interior de uma sala de aula. É
avaliação que procura administrar, de forma contínua, a preciso alargar o espaço educativo no interior da escola
progressão dos alunos. Trata-se, portanto, de Progressão (pátios, biblioteca, salas de multimídia, laboratórios, etc.) e
Continuada. para além dela, apropriando-se dos múltiplos espaços da
A Avaliação Formativa é um trabalho contínuo de cidade (parques, praças, centros culturais, livrarias, fábricas,
regulação da ação pedagógica. Sua função é permitir ao outras escolas, teatros, cinemas, museus, salas de exposição,
professor identificar os progressos e as dificuldades dos universidades, etc.). A sala de aula, por sua vez, deve adquirir
alunos para dar continuidade ao processo, fazendo as diferentes configurações, tendo em vista a necessidade de
mediações necessárias para que as aprendizagens aconteçam. diversificação das atividades pedagógicas.
Inicialmente, é fundamental conhecer a situação do aluno, o A forma de agrupamento dos alunos é outro aspecto que
que ele sabe e o que ele ainda não sabe, tendo em vistas as pode potencializar a aprendizagem e a Avaliação Formativa.
intenções educativas definidas. A partir dessa avaliação inicial, Os grupos ou classes móveis - em vez de classes fixas -
organiza-se o planejamento do trabalho, de forma possibilitam a organização diferenciada do trabalho
suficientemente flexível para incorporar, ao longo do pedagógico e uma maior personalização do itinerário escolar
processo, as adequações que se fizerem necessárias. Ao do aluno, na medida em que atendem melhor às suas

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necessidades e interesses. A mobilidade refere-se ao é imprescindível a criação de uma nova cultura sobre
agrupamento interno de uma classe ou entre classes aprendizagem e avaliação, uma cultura que elimine:
diferentes. Na prática, acontece conforme o objetivo da - O vínculo a um resultado previamente determinado pelo
atividade e as necessidades do aluno. professor;
Ex.: oficinas de livre escolha onde alunos de diferentes - O estabelecimento de parâmetros com os quais as
turmas de um ciclo se agrupam por interesse (oficina de respostas dos alunos são sempre comparadas entre si, como se
cinema, de teatro, de pintura, de jogos matemáticos, de o ato de aprender não fosse individual;
fotografia, de música, de vídeo, etc.). Projetos de trabalho - O caráter de controle, adaptação e seleção que a avaliação
também permitem que a turma assuma configurações desempenha em qualquer nível;
diferentes, em momentos diferentes, de acordo com o - A lógica de exclusão, que se baseia na homogeneidade
interesse e para atendimento às necessidades de inexistente;
aprendizagem. - A eleição de um determinado ritmo como ideal para a
construção da aprendizagem de todos os alunos.
Instrumentos de Avaliação
Numa escola onde a avaliação ainda se define pela
As provas objetivas (mais conhecidas como provas de presença das características acima certamente não haverá
múltipla escolha), as provas abertas / operatórias, observação lugar para a aceitação da diversidade como inerente ao ser
e autoavaliação são ferramentas para levantamento de dados humano e da aprendizagem como processo individual de
sobre o processo de aprendizagem. São materiais preparados construção do conhecimento. Numa educação que parte do
pelo professor levando em conta o que se ensina e o que se falso pressuposto da homogeneidade não há espaço para o
quer saber sobre a aprendizagem dos alunos. Podem ter reconhecimento dos saberes dos alunos, que muitas vezes não
diferentes naturezas. Alguns, como as provas, são se enquadram na lógica de classificação das respostas
instrumentos que têm uma intenção de testagem, de previamente definidas como certas ou erradas.
verificação, de colocar o aluno em contato com o que ele O que estamos querendo dizer é que todas as questões
realmente estiver sabendo. Esses instrumentos podem ser referentes à avaliação dizem respeito à avaliação de qualquer
elaborados em dois formatos: um de questões fechadas, de aluno e não apenas das pessoas com deficiências. A única
múltipla escolha ou de respostas curtas, identificado como diferença que há entre as pessoas ditas normais e as pessoas
prova objetiva; outro com questões abertas. Ambos são com deficiências está nos recursos de acessibilidade que
instrumentos que possibilitam tanto a avaliação de devem ser colocados à disposição dos alunos com deficiências
aprendizagem de fatos, como de aprendizagem de conceitos, para que possam aprender e expressar adequadamente suas
embora, em relação à construção conceitual, o professor aprendizagens. Por recursos de acessibilidade podemos
precisará inserir também instrumentos de observação. entender desde as atividades com letra ampliada, digitalizadas
Outra importante ferramenta é a observação: uma técnica em Braille, os interpretes, até uma grande gama de recursos da
que coloca o professor como pesquisador da sua prática. Toda tecnologia assistiva hoje já disponíveis, enfim, tudo aquilo que
observação pressupõe registros. É um bom instrumento para é necessário para suprir necessidades impostas pelas
avaliar a construção conceitual, o desenvolvimento de deficiências, sejam elas auditivas, visuais, físicas ou mentais.
procedimentos e as atitudes. Neste contexto, a avaliação escolar de alunos com
Outro instrumento é a autoavaliação, que é muito deficiência ou não, deve ser verdadeiramente inclusiva e ter a
importante no desenvolvimento das habilidades finalidade de verificar continuamente os conhecimentos que
metacognitivas e na avaliação de atitudes. cada aluno possui, no seu tempo, por seus caminhos, com seus
Pode-se ainda utilizar questionários e entrevistas quando recursos e que leva em conta uma ferramenta muito pouco
as situações escolares necessitarem de um aprofundamento explorada que é a coaprendizagem.
maior para levantamento de dados. Nessa mudança de perspectiva, o primeiro passo talvez
seja o de nos convencermos de que a avaliação usada apenas
Outra questão relevante ao processo de avaliação do para medir o resultado da aprendizagem e não como parte de
ensino e aprendizagem é Como avaliar o aluno com um compromisso com o desenvolvimento de uma prática
deficiência? 36 pedagógica comprometida com a inclusão, e com o respeito às
diferenças é de muito pouca utilidade, tanto para os alunos
A avaliação sempre foi uma pedra no sapato do trabalho com deficiências quanto para os alunos em geral.
docente do professor. Quando falamos em avaliação de alunos De qualquer modo, a avaliação como processo que
com deficiência, então, o problema torna-se mais complexo contribui para investigação constante da prática pedagógica
ainda. Apesar disso, discutir a avaliação como um processo do professor que deve ser sempre modificada e aperfeiçoada a
mais amplo de reflexão sobre o fracasso escolar, dos partir dos resultados obtidos, não é tarefa simples de ser
mecanismos que o constituem e das possibilidades de conseguida. Entender a verdadeira finalidade da avaliação
diminuir o violento processo de exclusão causado por ela, escolar só será possível quando tivermos professores
torna-se fundamental para possibilitarmos o acesso e a dispostos a aceitar novos desafios, capazes de identificar nos
permanência com sucesso dos alunos com deficiência na erros pistas que os instiguem a repensar seu planejamento e
escola. as atividades desenvolvidas em sala de aula e que considerem
De início, importa deixar claro um ponto: alunos com seus alunos como parceiros, principalmente aqueles que não
deficiência devem ser avaliados da mesma maneira que seus se deixam encaixar no modelo de escola que reduz o
colegas. Pensar a avaliação de alunos com deficiência de conhecimento à capacidade de identificar respostas
maneira dissociada das concepções que temos acerca de previamente definidas como certas ou erradas.
aprendizagem, do papel da escola na formação integral dos Segundo a professora Maria Teresa Mantoan, a educação
alunos e das funções da avaliação como instrumento que inclusiva preconiza um ensino em que aprender não é um ato
permite o replanejamento das atividades do professor, não linear, continuo, mas fruto de uma rede de relações que vai
leva a nenhum resultado útil. sendo tecida pelos aprendizes, em ambientes escolares que
Nessa linha de raciocínio, para que o processo de avaliação não discriminam, que não rotulam e que oferecem chances de
do resultado escolar dos alunos seja realmente útil e inclusivo, sucesso para todos, dentro dos interesses, habilidades e

36 SARTORETTO, Mara Lúcia. Assistiva-Tecnologia e Educação, 2010.

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possibilidades de cada um. Por isso, quando apenas avaliamos Questões


o produto e desconsideramos o processo vivido pelos alunos
para chegar ao resultado final realizamos um corte totalmente 01. (TSE - Analista Judiciário - Pedagogia -
artificial no processo de aprendizagem. CONSULPLAN) Para Cipriano Carlos Luckesi (2000), a
Pensando assim temos que fazer uma opção pelo que avaliação é um ato amoroso e dialógico que envolve sujeitos e,
queremos avaliar: produção ou reprodução. Quando como tal, a primeira fase do processo de avaliação começa
avaliamos reprodução, com muita frequência, utilizamos com:
provas que geralmente medem respostas memorizadas e (A) o acolhimento do sujeito avaliado.
comportamentos automatizados. Ao contrário, quando (B) a qualificação dos conhecimentos prévios.
optamos por avaliar aquilo que o aluno é capaz de produzir, a (C) o julgamento das aprendizagens avaliadas.
observação, a atenção às repostas que o aluno dá às atividades (D) o diagnóstico do perfil do sujeito.
que estão sendo trabalhadas, a análise das tarefas que ele é
capaz de realizar fazem parte das alternativas pedagógicas 02. (Prefeitura de Uberlândia/MG - Professor
utilizadas para avaliar. Educação Básica II - Português - CONSULPLAN) A avaliação
Vários instrumentos podem ser utilizados, com sucesso, da aprendizagem escolar é um elemento do processo de ensino
para avaliar os alunos, permitindo um acompanhamento do e de aprendizagem.
seu percurso escolar e a evolução de suas competências e de Dessa forma, a avaliação tanto serve para avaliar a
seus conhecimentos. Um dos recursos que poderá auxiliar o aprendizagem dos alunos quanto o ensino desenvolvido pelo
professor a organizar a produção dos seus alunos e por isso professor. Numa perspectiva emancipatória, que parte dos
avaliar com eficiência é utilizar um portfólio. princípios da autoavaliação e da formação, podemos afirmar
A utilização do portfólio permite conhecer a produção que:
individual do aluno e analisar a eficiência das práticas (A) os alunos também devem participar dos critérios que
pedagógicas do professor. A partir da observação sistemática servirão de base para a avaliação de sua aprendizagem.
e diária daquilo que os alunos são capazes de produzir, os (B) os professores devem utilizar a avaliação como um
professores passam a fazer descobertas a respeito daquilo que mecanismo de seleção para o processo de ensino.
os motiva a aprenderem, como aprendem e como podem ser (C) alunos e professores devem compartilhar dos mesmos
efetivamente avaliados. critérios que possam classificar as aprendizagens corretas.
No caso dos alunos com deficiências, os portfólios podem (D) os alunos também devem registrar o processo de
facilitar a tomada de decisão sobre quais os recursos de avaliação que servirá para disciplinar o espaço da sala de aula.
acessibilidade que deverão ser oferecidos e qual o grau de
sucesso que está sendo obtido com o seu uso. Eles permitem 03. (Prefeitura de Montes Claros/MG - PEB I -
que tomemos conhecimento não só das dificuldades, mas UNIMONTES) De acordo com Luckesi (1999), é importante
também das habilidades dos alunos, para que, através dos estar atento à função ontológica (constitutiva) da avaliação da
recursos necessários, estas habilidades sejam ampliadas. aprendizagem, que é de diagnóstico.
Permitem, também, que os professores das classes comuns Dessa forma, a avaliação cria a base para a tomada de
possam contar com o auxílio do professor do atendimento decisão. Articuladas com essa função básica estão, EXCETO:
educacional especializado, no caso dos alunos que frequentam (A) a função de motivar o crescimento.
esta modalidade, no esclarecimento de dúvidas que possam (B) a função de propiciar a autocompreensão, tanto do
surgir a respeito da produção dos alunos. educando quanto da família.
Quando utilizamos adequadamente o portfólio no (C) a função de aprofundamento da aprendizagem.
processo de avaliação podemos: (D) a função de auxiliar a aprendizagem.
- Melhorar a dinâmica da sala de aula consultando o
portfólio dos alunos para elaborar as atividades: 04. (IFC/SC - Pedagogia - Educação Infantil - IESES) No
- Evitar testes padronizados; que diz respeito à avaliação no processo de aprendizagem, é
- Envolver a família no processo de avaliação; INCORRETO afirmar que:
- Não utilizar a avaliação como um instrumento de (A) A avaliação é constituída de instrumentos de
classificação; diagnóstico que levam a uma intervenção, visando à melhoria
- Incorporar o sentido ético e inclusivo na avaliação; da aprendizagem. Ela deve propiciar elementos diagnósticos
- Possibilitar que o erro possa ser visto como um processo que sirvam de intervenção para qualificar a aprendizagem.
de construção de conhecimentos que dá pistas sobre o modo (B) Na esfera educacional infantil, a avaliação que se faz
cada aluno está organizando o seu pensamento; das crianças pode ter algumas consequências e influências
decisivas no seu processo de aprendizagem e crescimento.
Esta maneira de avaliar permite que o professor Neste sentido, a expectativa dos professores sobre os seus
acompanhe o processo de aprendizagem de seus alunos e alunos tem grande influência no que diz respeito ao
descubra que cada aluno tem o seu método próprio de rendimento da aprendizagem. Nesta fase, é preciso ter uma
construir conhecimentos, o que torna absurdo um método de visão fragmentada da criança. É aconselhável concentrar
ensinar único e uma prova como recurso para avaliar como se esforços no que as crianças não sabem fazer e, não, considerar
houvesse homogeneidade de aprendizagem. as suas potencialidades.
Nessa perspectiva, entendemos que é possível avaliar, de (C) A avaliação deve se dar de forma sistemática e
forma adequada e útil, alunos com deficiências. Mas, se contínua, aperfeiçoando a ação educativa, identificando
analisarmos com atenção, tudo o que o que se diz da avaliação pontos que necessitam de maior atenção na busca de
do aluno com deficiência, na verdade serve para avaliar reorientar a prática do educador, permitindo definir critérios
qualquer aluno, porque a principal exigência da inclusão para o planejamento, auxiliando o educador a refletir sobre as
escolar é que a escola seja de qualidade - para todos! E uma condições de aprendizagem oferecidas e ajustar sua prática às
escola de qualidade é aquela que sabe tirar partido das necessidades colocadas pelas crianças.
diferenças oportunizando aos alunos a convivência com seus (D) Na educação infantil, a avaliação tem a finalidade
pares, o exemplo dos professores que se traduz na qualidade básica de fornecer subsídios para a intervenção na tomada de
do seu trabalho em sala de aula e no clima de acolhimento decisões educativas e observar a evolução da criança, como
vivenciado por toda a comunidade escolar. também, ajudar o educador a analisar se é preciso intervir ou

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modificar determinadas situações, relações ou atividades na todos os recursos e meios necessários para a consecução de
sala de aula. grandes finalidades, metas e objetivos da educação. ”

05. (Prefeitura do Rio de Janeiro/RJ - Professor de Plano Nacional de Educação: “Nele se reflete a política
Ensino Fundamental - Artes Plásticas - Prefeitura do Rio educacional de um povo, num determinado momento histórico
de Janeiro) Leia o fragmento abaixo: Normalmente, quando do país. É o de maior abrangência porque interfere nos
nos referimos ao desenvolvimento de uma criança, o que planejamentos feitos no nível nacional, estadual e municipal. ”
buscamos compreender é até onde a criança já chegou, em
termos de um percurso que, supomos, será percorrido por ela. Plano de Curso: “O plano de curso é a sistematização da
Assim, observamos seu desempenho em diferentes tarefas e proposta geral de trabalho do professor naquela determinada
atividades, como por exemplo: ela já sabe andar? Já sabe disciplina ou área de estudo, numa dada realidade. Pode ser
amarrar sapatos? Já sabe construir uma torre com cubos de anual ou semestral, dependendo da modalidade em que a
diversos tamanhos? Quando dizemos que a criança já sabe disciplina é oferecida. ”
realizar determinada tarefa, referimo-nos à sua capacidade de
realizá-la sozinha. Por exemplo, se observamos que a criança Plano de Aula: “É a sequência de tudo o que vai ser
já sabe amarrar sapatos, está implícita a ideia de que ela sabe desenvolvido em um dia letivo. (...). É a sistematização de todas
amarrar sapatos, sozinha, sem necessitar de ajuda de outras as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que
pessoas. o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino e de
OLIVEIRA, Martha Kolh de. Vygotsky: aprendizado e aprendizagem. ”
desenvolvimento; um processo sócio-histórico. São Paulo:
Scipione, 1991. Pág. 11 Plano de Ensino: “É a previsão dos objetivos e tarefas do
O trecho apresenta uma das categorias de análise usada trabalho docente para um ano ou um semestre; é um
por Vygotsky ao estudar o desenvolvimento humano, que é: documento mais elaborado, no qual aparecem objetivos
(A) a zona de desenvolvimento real específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológico. ”
(B) a zona de desenvolvimento proximal
(C) a fase potencial do pensamento formal Projeto Político Pedagógico: “É o planejamento geral que
(D) a fase operatória do pensamento formal envolve o processo de reflexão, de decisões sobre a
organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da
Gabarito instituição. É um processo de organização e coordenação da
ação dos professores. Ele articula a atividade escolar e o
01.A / 02.A / 03.B / 04.B / 05.A contexto social da escola. É o planejamento que define os fins
do trabalho pedagógico.”40.

Os conceitos apresentados têm por objetivo mostrar para


4. Planejamento. o professor a importância, a funcionalidade e principalmente
a relação íntima existente entre essas tipologias.
Segundo Fusari41, “Apesar de os educadores em geral
Para Moretto37, planejar é organizar ações (ideias e utilizarem, no cotidiano do trabalho, os termos “planejamento”
informações). Essa é uma definição simples, mas que mostra e “plano” como sinônimos, estes não o são.”
uma dimensão da importância do ato de planejar, uma vez que Outro aspecto importante, segundo Schmitz42 é que “as
o planejamento deve existir para facilitar o trabalho tanto do denominações variam muito. Basta que fique claro o que se
professor como do aluno. entende por cada um desses planos e como se caracterizam. ”
O que se faz necessário é estar consciente que:
Gandin38 sugere que se pense no planejamento como uma
ferramenta para dar eficiência à ação humana, ou seja, deve ser “Qualquer atividade, para ter sucesso, necessita ser
utilizado para a organização na tomada de decisões. Para planejada. O planejamento é uma espécie de garantia dos
melhor entender precisa-se compreender alguns conceitos, resultados. E sendo a educação, especialmente a educação
tais como: planejar, planejamento e planos. escolar, uma atividade sistemática, uma organização da
situação de aprendizagem, ela necessita evidentemente de
Libâneo39 diz que o planejamento do trabalho docente é planejamento muito sério. Não se pode improvisar a educação,
um processo de racionalização, organização e coordenação da seja ela qual for o seu nível. ”
ação do professor, tendo as seguintes funções: explicar
princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho; expressar Conceito de Planejamento
os vínculos entre o posicionamento filosófico, político,
pedagógico e profissional das ações do professor; assegurar a O Planejamento pode ser conceituado como um processo,
racionalização, organização e coordenação do trabalho; prever considerando os seguintes aspectos: produção, pesquisa,
objetivos, conteúdos e métodos; assegurar a unidade e a finanças, recursos humanos, propósitos, objetivos, estratégias,
coerência do trabalho docente; atualizar constantemente o políticas, programas, orçamentos, normas e procedimentos,
conteúdo do plano; facilitar a preparação das aulas. tempo, unidades organizacionais etc. Desenvolvido para o
alcance de uma situação futura desejada, de um modo mais
Planejamento: “É um instrumento direcional de todo o eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de
processo educacional, pois estabelece e determina as grandes esforços e recursos.
urgências, indica as prioridades básicas, ordena e determina O Planejamento também pressupõe a necessidade de um
processo decisório que ocorrerá antes, durante e depois de sua

37 MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento: planejando a educação para o 40 MEC - Ministério da Educação e Cultura. Trabalhando com a Educação de

desenvolvimento de competências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. Jovens e Adultos - Avaliação e Planejamento - Caderno 4 - SECAD - Secretaria de
38 GANDIN, Danilo. O planejamento como ferramenta de transformação da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. 2006.
prática educativa. 2011. 41 FUSARI, José Cerchi. O planejamento do trabalho pedagógico: algumas
39LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2013. indagações e tentativas de respostas.1990.
42 SCHMITZ, Egídio. Fundamentos da Didática. 7ª Ed. São Leopoldo, RS:

Editora Unisinos, 2000.

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elaboração e implementação na escola. Este processo deve Métodos e Estratégias: o método por sua vez é a forma
conter ao mesmo tempo, os componentes individuais e com que estes objetivos e conteúdos serão ministrados na
organizacionais, bem como a ação nesses dois níveis deve ser prática ao aluno. Cabe aos métodos dinamizar as condições e
orientada de tal maneira que garanta certa confluência de modos de realização do ensino. Refere-se aos meios utilizados
interesses dos diversos fatores alocados no ambiente escolar. pelos docentes na articulação do processo de ensino, de acordo
O processo de planejar envolve, portanto, um modo de com cada atividade e os resultados esperados.
pensar; e um salutar modo de pensar envolve indagações; e As estratégias visam à consecução de objetivos, portanto,
indagações envolvem questionamentos sobre o que fazer, há que ter clareza sobre aonde se pretende chegar naquele
como, quando, quanto, para quem, por que, por quem e onde. momento com o processo de ensino e de aprendizagem. Por
É um processo de estabelecimento de um estado futuro isso, os objetivos que norteiam devem estar claros para os
desejado e um delineamento dos meios efetivos de torna-lo sujeitos envolvidos - professores e alunos.
realidade justifica que ele antecede à decisão e à ação.
Multimídia Educativa: a multimídia educativa é uma
Finalidade - Para que Planejar?43 estratégia de ensino e de aprendizagem que pode ser utilizada
por estudantes e professores. É imperativa a importância das
A primeira coisa que nos vem à mente quando multimídias educativas com uso da informática no processo
perguntamos sobre a finalidade do planejamento é a eficiência. educativo como uma ferramenta auxiliar na educação.
Ela é a execução perfeita de uma tarefa que se realiza. O
carrasco é eficiente quando o condenado morre segundo o Avaliação Educacional: é uma tarefa didática necessária e
previsto. A telefonista é eficiente quando atende a todos os permanente no trabalho do professor, deve acompanhar todos
chamados e faz, a tempo, todas as ligações. O digitador, quando os passos do processo de ensino e de aprendizagem. É através
escreve rapidamente (há expectativas fixadas) e não comete dela que vão sendo comparados os resultados obtidos no
erros. decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos,
O planejamento e um plano ajudam a alcançar a eficiência, conforme os objetivos propostos, a fim de verificar progressos,
isto é, elaboram-se planos, implanta-se um processo de dificuldades e orientar o trabalho para as correções
planejamento a fim de que seja benfeito aquilo que se faz necessárias.
dentro dos limites previstos para aquela execução. A avaliação insere-se não só nas funções didáticas, mas
Mas esta não é a mais importante finalidade do também na própria dinâmica e estrutura do Processo de
planejamento. Ele visa também a eficácia. Os dicionários não Ensino e de Aprendizagem.
fazem diferença suficiente entre eficácia e eficiência. O melhor
é não se preocupar com palavras e verificar que o Planejamento e Políticas de Educação no Brasil
planejamento deve alcançar não só que se faça bem as coisas
que se fazem (chamaremos isso de eficiência), mas que se A formação da Educação Brasileira inicia-se com a
façam as coisas que realmente importa fazer, porque são Companhia de Jesus, em 1549, com o trabalho dos Jesuítas:
socialmente desejáveis (chamaremos isso de eficácia). suas escolas de primeiras letras, colégios e seminários, até os
A eficácia é atingida quando se escolhem, entre muitas dias atuais. Nesse primeiro momento, a educação não foi um
ações possíveis, aqueles que, executadas, levam à consecução problema que emergisse como um assunto Nacional, no
de um fim previamente estabelecido e condizente com aquilo entanto, tenha sido um dos aspectos das tensões constantes
em que se crê. entre a Ordem dos Jesuítas e a Coroa Portuguesa, que mais
Além destas finalidades do planejamento, Gandin44 tarde, levou à expulsão dos mesmos em 1759. A expulsão dos
introduz a discussão sobre uma outra, tão significativa quanto jesuítas criou um vazio escolar. A insuficiência de recursos e
estas, e que dá ao planejamento um status obrigatório em escassez de mestres desarticulou o trabalho educativo no País,
todas as atividades humanas: é a compreensão do processo de com repercussões que se estenderam até o período imperial.
planejamento como um processo educativo. Com a vinda da Família Imperial, a educação brasileira
É evidente que esta finalidade só é alcançada quando o toma um novo impulso, principalmente com a criação dos
processo de planejamento é concebido como uma prática que cursos superiores, no entanto a educação popular foi relegada
sublime a participação, a democracia, a libertação. Então o em segundo plano. Com a reforma constitucional de 1834, as
planejamento é uma tarefa vital, união entre vida e técnica responsabilidades da educação popular foram
para o bem-estar do homem e da sociedade. descentralizadas, deixando-as às províncias e reservando à
Corte a competência sobre o ensino médio e superior.
Elementos Constitutivos do Planejamento Nesse período, a situação continuou a mesma: escassez de
escolas e de professores na educação básica. Com a educação
Objetivos e Conteúdos de Ensino: os objetivos média e superior, prevaleceram às aulas avulsas destinadas
determinam de antemão os resultados esperados do processo apenas às classes mais abastadas.
entre o professor e o aluno, determinam também a gama de A Proclamação da República, também não alterou
habilidades e hábitos a serem adquiridos. Já os conteúdos significativamente a ordenação legal da Educação Brasileira,
formam a base da instrução. foi preciso esperar até a década de 20 para que, o debate
A prática educacional baseia-se nos objetivos por meio de educacional ganhasse um espaço social mais amplo. Nesta
uma ação intencional e sistemática para oferecer época, as questões educacionais deixaram de ser temas
aprendizagem. Desta forma os objetivos são fundamentais isolados para se tornarem um problema nacional. Várias
para determinação de propósitos definidos e explícitos quanto tentativas de reforma ocorreram em vários estados; iniciou-se
às qualidades humanas que precisam ser adquiridas. Os uma efetiva profissionalização do magistério e novos modelos
objetivos têm pelo menos três referências fundamentais para pedagógicos começaram a ser discutidos e introduzidos na
a sua formulação. escola.
- Os valores e ideias ditos na legislação educacional.
- Os conteúdos básicos das ciências, produzidos na história
da humanidade.
- As necessidades e expectativas da maioria da sociedade.

43 GANDIN, Danilo. Planejamento. Como Prática Educativa. São Paulo: 44 GANDIN, Danilo. O planejamento como ferramenta de transformação da

Edições Loyola, 2013. prática educativa. 2011.

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Surgimento do Plano de Educação - O Plano só poderá ser revisto após uma vigência
prolongada.
A primeira experiência de planejamento governamental no
Brasil foi executada no governo de Juscelino Kubitschek com Segundo Kuenzer45 “o planejamento de educação também
seu Plano de Metas (1956/61). Antes, os chamados planos que é estabelecido a partir das regras e relações da produção
se sucederam desde 1940, foram diagnósticos que tentavam capitalista, herdando, portanto, as formas, os fins, as
racionalizar o orçamento. Neste processo de planejamento capacidades e os domínios do capitalismo monopolista do
convém distinguir três fases: Estado.”
- A decisão de planejar; Aqui no Brasil, Padilha46 explica que “Durante o regime
- O plano em si; e autoritário, eles foram utilizados com um sentido autocrático.
- A implantação do plano. Toda decisão política era centralizada e justificada
tecnicamente por tecnocratas à sombra do poder.” Kuenzer
A primeira e a última fase são políticas e a segunda é um complementa a citação acima explicando que “A ideologia do
assunto estritamente técnico. Planejamento então oferecida a todos, no entanto, escondia
No caso do Planejamento Educacional, essa distinção é essas determinações político-econômicas mais abrangentes e
interessante, pois foi preciso um longo período de maturação decididas em restritos centros de poder.”
para que se formulasse de forma explícita a necessidade O regime autoritário fez com que muitos educadores
nacional de uma política de educação e de um plano para criassem uma resistência com relação à elaboração de planos,
programá-la. A revolução de 30 foi o desfecho das crises uma vez que esses planos eram supervisionados ou
políticas e econômicas que agitaram profundamente a década elaborados por técnicos que delimitavam o que o professor
de 20, compondo-se assim, um quadro histórico propício à deveria ensinar, priorizando as necessidades do regime
transformação da Educação no Brasil. político. “Num regime político de contenção, o planejamento
Em 1932, um grupo de educadores conseguiu captar o passa a ser bandeira altamente eficaz para o controle e
anseio coletivo e lançou um manifesto ao povo e ao governo ordenamento de todo o sistema educativo.”
que ficou conhecido como “Manifesto dos Pioneiros da
Educação Nova”, que extravasava o entusiasmo pela Educação. Apesar de se ter claro a importância do planejamento na
O manifesto era ao mesmo tempo uma denúncia uma exigência formação, Fusari47 explica que:
de uma política educacional consistente e, um plano científico “Naquele momento, o Golpe Militar de 1964 já implantava a
para executá-la, livrando a ação educativa do empirismo e da repressão, impedindo rapidamente que um trabalho mais crítico
descontinuidade. O mesmo teve tanta repercussão e motivou e reflexivo, no qual as relações entre educação e sociedade
uma campanha que repercutiu na Assembleia Constituinte de pudessem ser problematizadas, fosse vivenciada pelos
1934. educadores, criando, assim, um “terreno” propício para o avanço
De acordo com a Constituição de 34, o conselho Nacional daquela que foi denominada ‘tendência tecnicista’ da educação
de Educação elaborou e enviou, em maio de 37, um escolar.”
anteprojeto do Plano de Educação Nacional, mas com a Mas não se pode pensar que o regime político era o único
chegada do estado Novo, o mesmo nem chegou a ser discutido. fator que influenciava no pensamento com relação à
Sendo assim, mesmo que a ideia de plano nacional de elaboração dos planos de aulas; as teorias da administração
educação fosse um fruto do manifesto e das campanhas que se também refletiam no ato de planejar do professor, uma vez
seguiram, o Plano 37 era uma negação das teses defendidas que essas teorias traziam conceitos que iriam auxiliar na
pelos educadores ligados àqueles movimentos. Totalmente definição do tipo de organização educacional que seria
centralizador, o mesmo pretendia ordenar em minúcias toda a adotado por uma determinada instituição.
educação nacional. Tudo estava regulamentado ao plano, No início da história da humanidade, o planejamento era
desde o ensino pré-primário ao ensino superior; os currículos utilizado sem que as pessoas percebessem sua importância,
eram estabelecidos e até mesmo o número de provas e os porém com a evolução da vida humana, principalmente no
critérios de avaliação. setor industrial e comercial, houve a necessidade de adaptá-lo
para os diversos setores.
No entanto, os dois primeiros artigos dos 504 que Nas escolas ele também era muito utilizado; a princípio, o
compuseram o Plano de 37, chamam atenção, no que se refere planejamento era uma maneira de controlar a ação dos
ao Planejamento Educacional a nível nacional, atualmente: professores de modo a não interferir no regime político da
época. Hoje o planejamento já não tem a função reguladora
Art. 1°- O Plano Nacional de Educação, código da educação dentro das escolas, ele serve como uma ferramenta
nacional, é o conjunto de princípios e normas adotados por importantíssima para organizar e subsidiar o trabalho do
esta lei para servirem de base à organização e funcionamento professor.
das instituições educativas, escolares e extraescolares,
mantidas no território nacional pelos poderes públicos ou por Diretrizes e Bases da Educação Nacional
particulares.
Art. 2°- Este Plano só poderá ser revisto após vigência de Após o anteprojeto de Plano de 37, a ideia de um Plano
dez anos. Nacional de Educação permaneceu sem efeito até 1962,
quando foi elaborado e efetivamente instituído o primeiro
Nesses artigos, há três pontos os quais convém destacar, Plano Nacional governamental. No entanto, no Plano de Metas
pois repercutiram e persistiram em parte, em iniciativas e leis de Kubitschek, a educação era a meta número 30.
posteriores: O setor de educação entrou no conjunto do Plano de metas
- O Plano de Educação identifica-se com as diretrizes da pressionado pela compreensão de que a falta de recursos
Educação Nacional; humanos qualificados poderia ser um dos pontos de
- O Plano deve ser fixado por Lei; estrangulamento do desenvolvimento do país.

45 KUENZER, Acácia Zeneida, CALAZANS, M. Julieta C., GARCIA, Walter. 47 FUSARI, José Cerchi. O planejamento do trabalho pedagógico: algumas

Planejamento e educação no Brasil. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2003. indagações e tentativas de respostas.1990.
46 PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento dialógico: como construir o projeto

político-pedagógico da escola. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 2003.

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APOSTILAS OPÇÃO

A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional particularizar a linha de ação proposta pela escola. Permite a
(LDB) acabou surgindo com a Lei n° 4.024 de 1961, no entanto, inter-relação entre a escola e a comunidade.
vale ressaltar a concepção do que deveria ser uma LDB. Logo após, temos o planejamento de ensino, que parte
Segundo o Relatório Geral da Comissão: sempre de pontos referenciais estabelecidos no planejamento
curricular. Temos, em essência, neste tipo de planejamento,
Diretriz é uma linha de orientação, norma de conduta, dimensões:
"Base" é a superfície de apoio, fundamento. Aquela indica a - Filosófica, que explicita os objetivos da escola;
direção geral a seguir, não às minudências do caminho. Significa - Psicológica, que indica a fase de desenvolvimento do
também o alicerce do edifício, não o próprio edifício sobre o qual aluno, suas possibilidades e interesses;
o alicerce está construído. A lei de Diretrizes e Bases conterá - Social, que expressa as características do contexto sócio-
somente os preceitos genéricos e fundamentais. econômico-cultural do aluno e suas exigências.
Este detalhamento é feito tendo em vista os processos de
No entanto, a LDB de 61, distanciou-se muito da clareza e ensino e de aprendizagem. Assim, chegamos ao nível mais
da sensatez do anteprojeto original, e a lei que sucedeu e elementar e próximo da ação educativa. É através dele que, em
substituiu em parte (Lei n° 5.692/71) agravou a situação. relação ao aluno:
Eliminaram substancialmente qualquer possibilidade de - Prevemos mudanças comportamentais e aprendizagem
instituição de políticas e planos de educação como de elementos básicos;
instrumentos efetivos de um desenvolvimento ideal da - Propomos aprendizagens a partir de experiências
Educação Brasileira, pois novamente foi consagrada a ideia de anteriores e de suas reais possibilidades;
plano como distribuição de recursos. - Estimulamos a integração das diversas áreas de estudo.
Após a iniciativa pioneira de 1962 e suas revisões,
sucedem-se, em trinta anos, cerca de dez planos. Em um Como vemos, o planejamento tem níveis distintos de
estudo realizado nessa área até 1989, conclui-se que essa abrangência; no entanto, cada nível tem bem definido e
sucessão de planos que são elaboradas, parcialmente delimitado o seu universo. Sabemos que um nível particulariza
executadas, revista e abandonada, refletem os males gerais da - um ou vários - aspectos delineados no nível antecedente,
administração pública brasileira. A educação, realmente não especificando com maior precisão as decisões tomadas em
era prioritária para os governos. As coordenadas da ação relação a determinados eventos da ação educativa.
governamental no setor ficavam bloqueadas ou dificultadas A linha de relacionamento se evidencia, então, através de
pela falta de uma integração ministerial. escalões de complexidade decrescente, exigindo sempre um
Em consequência disso e de outras razões, sobretudo alto grau de coerência e subordinação na determinação dos
políticas, o panorama da experiência brasileira de objetivos almejados.
planejamento educacional é um quadro de descontinuidades Vejamos cada um deles:
administrativas, que, fez dessa experiência um conjunto
fragmentado de incoerentes iniciativas governamentais que Planejamento Educacional
nunca foram mais do que esquemas distributivos de recursos.
Com esta visão podemos compreender o “porquê” do caos Planejamento educacional é aplicar à própria educação
educacional em nosso país. Desde há muito a educação foi àquilo que os verdadeiros educadores se esforçam por
relegada ao final das filas. O povo foi passando de governo em inculcar em seus alunos: uma abordagem racional e científica
governo sem perceber as perdas que lhe trariam o atraso dos problemas. Tal abordagem supõe a determinação dos
educacional. objetivos e dos recursos disponíveis, a análise das
consequências que advirão das diversas atuações possíveis, a
Níveis de Planejamento escolha entre essas possibilidades, a determinação de metas
específicas a atingir em prazos bem definidos e, finalmente, o
Na esfera educacional o processo de planejamento ocorre desenvolvimento dos meios mais eficazes para implantar a
em diversos níveis, segundo a magnitude da ação que se tem política escolhida.
em vista realizar. O planejamento educacional é o mais amplo, O planejamento educacional significa bem mais que a
geral e abrangente. Prevê a estruturação e o funcionamento da elaboração de um projeto contínuo que engloba uma série de
totalidade do sistema educacional. Determina as diretrizes da operações interdependentes.
política nacional de educação. O Planejamento do Sistema de Educação é o de maior
abrangência (enquanto um dos níveis de planejamento na
educação escolar), correspondendo ao planejamento que é
feito em nível nacional, estadual ou municipal. Incorpora e
reflete as grandes políticas educacionais. Enfrenta os
problemas de atendimento à demanda, alocação e
gerenciamento de recursos etc.

A seguir, temos o planejamento Escolar e depois o


Curricular, que está intimamente relacionado às prioridades
assentadas no planejamento educacional. Sua função é
traduzir, em termos mais próximos e concretos, as linhas-
mestras de ação delineadas no planejamento imediatamente
superior, através de seus objetivos e metas. Constitui o
esquema normativo que serve de base para definir e

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APOSTILAS OPÇÃO

Características do Planejamento Educacional


Categorias Tipos Características
1- Global ou de
Para todo o sistema
conjunto
Níveis 2- Por setores Graus do Sistema Escolar
3- Regional Por divisões geográficas
4- Local Por escola
1- Técnico Por utilizar metodologia de análise, previsão, programação e avaliação.
Enquanto
2- Político Por permitir a tomada de decisão.
Processo
3- Administrativo Por coordenar as atividades administrativas.
1- Curto prazo 1 a 2 anos
Quanto aos Prazos 2- Médio prazo 2 a 5 anos
3- Longo prazo 5 a 15 anos
1- Demanda Com base nas demandas individuais de educação.
Enquanto Método 2- Mão-de-obra Com base nas necessidades do mercado, voltado para o desenvolvimento do país.
3- Custo e Benefício Com base nos recursos disponíveis visando a maiores benefícios.

Fundamentos do Planejamento Educacional


Concepções Características
Divisão pormenorizada, hierarquizado verticalmente, com ênfase na organização e
Clássica
pragmático.
Transitiva Planejamento seguindo procedimentos de trabalho com ênfase na liderança.
Visão horizontal, com ênfase nas relações humanas, na dinâmica interpessoal e grupal, na
Mayoista
delegação de autoridade e na autonomia.
Pragmática, racionalidade no processo decisório, participativo, com ênfase nos resultados
Neoclássica / por objetivos
e estratégia de cooperação.
Tradição Funcionalista Características (do consenso / positivista / evolucionista)
Cumprimento de leis e normas. Visa à eficácia institucional do sistema. Enfatiza a dimensão
Burocrático
institucional ou objetiva.
Enfatiza a eficiência individual de todos os que participam do sistema, portanto, dimensão
Idiossincrático
subjetiva.
Clima organizacional pragmático. Visa o equilíbrio entre eficácia institucional e eficiência
Integradora
individual, com ênfase na dimensão grupal ou holística.
Tradição Interacionista Características (conflito / teorias críticas e libertárias)
Ênfase nas condições estruturais de natureza econômica do sistema. Enfatiza a dimensão
Estruturalista
institucional ou objetiva. Orientação determinista.
Ênfase na subjetividade e na dimensão individual. O sistema é uma criação do ser humano.
Interpretativa
A gestão é mediadora reflexiva entre o indivíduo e o seu meio.
Ênfase na dimensão grupal ou holística e nos princípios de totalidade, contradição, práxis
Dialógica
e transformação do sistema educacional.
Enfoques Características
Jurídico Práticas normativas e legalistas / sistema fechado.
Tecnocrático Predomínio dos quadros técnicos / especialistas.
Comportamental Resgate da dimensão humana: ênfase psicológica.
Desenvolvimentista Ênfase para atingir objetivos econômicos e sociais.
Sociológico Ênfase nos valores culturais e políticos, contextualizados. Visão interdisciplinar.
Fonte dos dois quadros: Padilha48

Objetivos do Planejamento Educacional


São objetivos do planejamento educacional, segundo Joanna Coaracy49:
- “Relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o desenvolvimento econômico, social, político e cultural do país, em
geral, e de cada comunidade, em particular;
- “Estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos fatores que influem diretamente sobre a eficiência do sistema
educacional (estrutura, administração, financiamento, pessoal, conteúdo, procedimentos e instrumentos);
- Alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos meios mais adequados para atingi-los;
- Conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema”.

É condição primordial do processo de planejamento integral da educação que, em nenhum caso, interesses pessoais ou de grupos
possam desviá-lo de seus fins essenciais que vão contribuir para a dignificação do homem e para o desenvolvimento cultural, social e
econômico do país.

Requisitos do Planejamento Educacional


- Aplicação do método científico na investigação da realidade educativa, cultural, social e econômica do país;
- Apreciação objetiva das necessidades, para satisfazê-las a curto, médio e longo prazo;
- Apreciação realista das possibilidades de recursos humanos e financeiros, a fim de assegurar a eficácia das soluções propostas;
- Previsão dos fatores mais significativos que intervêm no desenvolvimento do planejamento;

48 PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento dialógico: como construir o projeto político-pedagógico da escola. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 2003.
49 COARACY, Joanna. O planejamento como processo. Revista Educação, Ano I, no. 4, Brasília, 1972.

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APOSTILAS OPÇÃO

- Continuidade que assegure a ação sistemática para Requisitos do Planejamento Curricular


alcançar os fins propostos; O planejamento curricular deve refletir os melhores meios
- Coordenação dos serviços da educação, e destes com os de cultivar o desenvolvimento da ação escolar, envolvendo,
demais serviços do Estado, em todos os níveis da sempre, todos os elementos participantes do processo.
administração pública; Seus elaboradores devem estar alertas paras novas
- Avaliação periódica dos planos e adaptação constante descobertas e para os novos meios postos ao alcance das
destes mesmos às novas necessidades e circunstâncias; escolas. Estes devem ser minuciosamente analisados para
- Flexibilidade que permita a adaptação do plano a verificar sua real validade naquele âmbito escolar. Posto isso,
situações imprevistas ou imprevisíveis; fica evidente a necessidade dos organizadores explorarem,
- Trabalho de equipe que garanta uma soma de esforços aceitarem, adaptarem, enriquecerem ou mesmo rejeitarem
eficazes e coordenados; tais inovações.
- Formulação e apresentação do plano como iniciativa e O planejamento curricular é de complexa elaboração.
esforço nacionais, e não como esforço de determinadas Requer um contínuo estudo e uma constante investigação da
pessoas, grupos e setores”.50 realidade imediata e dos avanços técnicos, principalmente na
área educacional. Constitui, por suas características, base vital
Pressupostos Básicos do Planejamento Educacional do trabalho. A dinamização e integração da escola como uma
- O delineamento da filosofia da educação do país, célula viva da sociedade, que palmilha determinados caminhos
evidenciando o valor da pessoa e da escola na sociedade; conforme a linha filosófica adotada, é o pressuposto inerente a
- A aplicação da análise - sistemática e racional - ao sua estruturação.
processo de desenvolvimento da educação, buscando torná-lo O planejamento curricular constitui, portanto, uma tarefa
mais eficiente e passível de responder com maior precisão às contínua a nível de escola, em função das crescentes exigências
necessidades e objetivos da sociedade. de nosso tempo e dos processos que tentam acelerar a
Podemos, portanto, considerar que o planejamento aprendizagem. Será sempre um desafio a todos aqueles
educacional constitui a abordagem racional e científica dos envolvidos no processo educacional, para busca dos meios
problemas da educação, envolvendo o aprimoramento gradual mais adequados à obtenção de maiores resultados.
de conceitos e meios de análise, visando estudar a eficiência e
a produtividade do sistema educacional, em seus múltiplos Planejamento de Ensino
aspectos.
Planejamento de ensino é o processo que envolve a
Planejamento Curricular atuação concreta dos educadores no cotidiano do seu trabalho
pedagógico, envolvendo todas as suas ações e situações o
Planejamento curricular é o processo de tomada de tempo todo. Envolve permanentemente as interações entre os
decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É a previsão educadores e entre os próprios educandos.
sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno. É o
instrumento que orienta a educação como um processo Objetivos do Planejamento de Ensino
dinâmico e integrado de todos os elementos que interagem - Racionalizar as atividades educativas;
para consecução dos objetivos, tanto os dos alunos como os da - Assegurar um ensino efetivo e econômico;
escola. - Conduzir os alunos ao alcance dos objetivos;
O Planejamento curricular, enquanto um dos níveis dos - Verificar a marcha do processo educativo.
planejamentos da educação escolar é a proposta geral das
experiências de aprendizagem que serão oferecidas pela Requisitos do Planejamento do Ensino
escola, incorporada nos diversos componentes curriculares. Por maior complexidade que envolva a organização da
Enquanto um dos níveis do planejamento na educação escola, é indispensável ter sempre bem presente que a
escolar, o Planejamento curricular é a proposta geral das interação professor-aluno é o suporte estrutural, cuja
experiências de aprendizagem que serão oferecidas pela dinâmica concretiza ao fenômeno educativo. Portanto, o
escola, incorporada nos diversos componentes curriculares planejamento de ensino deve ser alicerçado neste pressuposto
desde as séries iniciais até as finais. básico.
A proposta curricular pode ter como referência os O professor, ao planejar o trabalho, deve estar
seguintes elementos: familiarizado com o que pode pôr em prática, de maneira que
- Fundamentos da disciplina; possa selecionar o que é melhor, adaptando tudo isso às
- Área de estudo; necessidades e interesses de seus alunos. Na maioria das
- Desafios Pedagógicos; situações, o professor dependerá de seus próprios recursos
- Encaminhamento Metodológico; para elaborar seus planos de trabalho. Por isso, deverá estar
- Propostas de Conteúdos; bem informado dos requisitos técnicos para que possa
- Processos de Avaliação. planejar, independentemente, sem dificuldades.
Ainda temos a considerar que as condições de trabalho
Objetivos do Planejamento Curricular diferem de escola para escola, tendo sempre que adaptar seus
- Ajudar aos membros da comunidade escolar a definir projetos às circunstâncias e exigências do meio. Considerando
seus objetivos; que o ensino é o guia das situações de aprendizagem e que
- Obter maior efetividade no ensino; ajuda os estudantes a alcançarem os resultados desejados, a
- Coordenar esforços para aperfeiçoar o processo de ação de planejá-lo é predominantemente importante para
ensino e de aprendizagem; incrementar a eficiência da ação a ser desencadeada no âmbito
- Propiciar o estabelecimento de um clima estimulante escolar.
para o desenvolvimento das tarefas educativas. O professor, durante o período (ano ou semestre) letivo,
pode organizar três tipos de planos de ensino. Por ordem de
abrangência:
- Plano de Curso - delinear, globalmente, toda a ação a ser
empreendida;

50 UNESCO, Seminário Interamericano sobre planejamento integral na

educação. Washington. 1958.

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APOSTILAS OPÇÃO

- Plano de Unidade - disciplinar partes da ação pretendida este deve ser subdividido em semestre para que possa ser
no plano global; visualizado com mais clareza e objetividade.
- Plano de Aula - especificar as realizações diárias para a Dentro destes Planos anuais podem ser inseridas as
concretização dos planos anteriores. unidades temáticas, temas transversais que ocorrerão com o
Pelo significativo apoio que o planejamento empresta à desenvolvimento do Plano bimestral ou trimestral. Estes são
atividade do professor e alunos, é considerado etapa os marcos para que o professor e toda a equipe da escola não
obrigatória de todo o trabalho docente. O planejamento tende se percam dentro de conteúdos extensos e, deixem de
a prevenir as vacilações do professor, oferecendo maior ministrar em cada momento a essência, o significativo para
segurança na consecução dos objetivos previstos, bem como que o aluno possa prosseguir seu conhecimento e transformá-
na verificação da qualidade do ensino que está sendo lo em aprendizagem.
orientado pelo mestre e pela escola. O centro do processo educativo não deve ser o conteúdo
preestabelecido como se tem feito nas escolas ainda hoje.
Planejamento Escolar Qualquer professor estaria de acordo em dizer que o centro do
processo não é o conteúdo, mas em sua prática, a grande
O Planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui maioria faz dele todo o processo. Muitas vezes, isso acontece
tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua até contra a sua vontade. É que há uma cultura dentro da
organização e coordenação em face dos objetivos propostos, escola, junto com os pais dos alunos e em todo senso comum
quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de social, de que se vai para a Escola para memorizar alguma
ensino. É um processo de racionalização, organização e informação, normalmente até consideradas inúteis até pelas
coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar mesmas pessoas que as exigem.
e a problemática do contexto social. O centro do processo educativo também não pode ser o
aluno. Este desastre é tão conservador como centrar o
Planejamento global da escola é o nível do planejamento trabalho no conteúdo. E que quando centramos o processo
que corresponde às decisões sobre a organização, educativo somente no aluno convertemos todo o processo em
funcionamento e proposta pedagógica da escola. É o que o que um egoísmo e em um individualismo onde uns dominam os
mais requer a participação conjunta da comunidade. outros.

O Planejamento da escola, enquanto outro nível do Planejamento e Educação Libertadora51


planejamento na educação escolar é o que chamamos de
“Projeto Educativo” - sendo o plano global da instituição. No planejamento, é fundamental a ideia de transformação
Compõem-se de Marco Referencial, Diagnóstico e da realidade. Isto quer dizer que uma instituição (um grupo)
programação. Envolve as dimensões pedagógicas, se transforma a si mesma tendo em vista influir na
administrativas e comunitárias da escola. transformação da realidade global.
Quer dizer, também, que fez sentido falar em
O Planejamento anual da escola consiste em elaborar a planejamento, acima e além da administração, como uma
estratégia de ação para o prazo de um ano - conforme a tarefa política, no sentido de participar na organização na
realidade específica de cada escola - tomando decisões sobre o mudança das estruturas sociais existentes. Quer dizer,
que, para que, como e com o que se vai fazer o trabalho na finalmente, que planejar não é preencher quadrinhos para dar
escola o período proposto levando em conta as linhas tiradas status de organização séria a um setor qualquer da atividade
no plano global. humana.
Isso nos traz à educação libertadora como proposta
Planejamento Participativo educacional apta a inspirar um processo de planejamento.
Porque a educação libertadora é uma proposta de mudança.
O Planejamento Participativo se constitui num processo Essa educação libertadora Gandin fala que tem sua base na II
político onde há um propósito contínuo e coletivo onde se tem Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano (Medellín,
a oportunidade de discutir a construção do futuro da Colômbia, 1968).
comunidade, na qual participe o maior número possível de
membros de todas as categorias que a constituem. Mais do que Referindo-se a educação:
um significado técnico, o planejamento participativo é um - “A que converte o educando em sujeito do seu próprio
processo político vinculado à decisão da maioria que será em desenvolvimento”;
benefício da maioria. - “O meio-chave para libertar os povos de toda a escravidão
Genericamente o planejamento participativo constitui-se e para fazê-los ascender de condições de vida menos humanas
em uma estratégia de trabalho que se caracteriza pela a condições mais humanas”.
integração de todos os setores da atividade humana social, Há nisto uma dimensão pessoal e uma proposta social
dentro de um processo global para solucionar problemas global bem claras, no texto apresentadas de forma não
comuns. separada, mas como um posicionamento apenas.
Sem entrar na discussão se o termo “meio-chave” é
Planejamento de Aulas exagerado e aceitando que a educação, mesmo a escolar, tem
uma dimensão política realizável, pode-se ver que esta dupla
O Planejamento de aula é a tomada de decisões referentes proposta leva em conta os dois grandes problemas da América
ao trabalho específico da sala de aula: Latina de então, que perduram ainda hoje: a organização
- Temas injusta da sociedade e a falta quase total do remédio para isso,
- Conteúdos a participação.
- Metodologia Ao propor que o educando seja sujeito de seu
- Recursos didáticos desenvolvimento, está propondo a existência do grupo, da
- Avaliação. participação e, como consequência, a conscientização que gera
Antes, porém de se planejar a aula propriamente dita deve a transformação. Basicamente está dando ao pedagógico a
ser executado um planejamento de curso para o ano todo. E força que ele realmente pode assumir como contribuinte de

51 GANDIN, Danilo. Planejamento. Como Prática Educativa. São Paulo:

Edições Loyola, 2013.

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APOSTILAS OPÇÃO

uma transformação social ampla em proveito do homem todo O projeto expressa a representação da realização da ação,
e de todos os homens. ou seja, a imagem do resultado da ação. “No caso de uma ação
A partir daí a aproximação entre educação libertadora e coletiva[...], escreve Barbier57, é o projeto que fornece a
planejamento educacional sublinha as mesmas ideias básicas, representação comum que permite a realização coordenada
de grupo, de participação, de transformação da realidade. das operações de execução”. Na sua função mobilizadora, o
Tanto que, a partir desta dupla base de Medellín, e pensando projeto apresenta, no plano afetivo, efeitos dinamizadores da
no que lhe é mais característico, a metodologia, pode-se definir atividade dos atores implicados.
a educação libertadora assim: um grupo (sujeitos em Nossas imagens ou representações constituem um
interação) na dinâmica de ação-reflexão, buscando a verdade elemento dinamizador da mudança e, portanto, um fator de
e tendendo ao crescimento pessoal e à transformação social. concretização do projeto.

Projetos Educativos Para Vidal, Cárave e Florencio58, o projeto educativo é:


- Um meio de adequação das intenções educativas da
É o primeiro grande instrumento de planejamento da ação sociedade às características concretas de uma escola;
educativa da escola, devendo por isso, servir - Elemento orientador do conjunto de atividades
permanentemente de ponto de referência e orientação na educativas de uma escola;
atuação de todos os elementos da Comunidade Educativa em - Instrumento integrador das atividades educativas de uma
que a escola se insere, em prol da formação de pessoas e escola;
cidadãos cada vez mais cultos, autônomos, responsáveis, - Garantia de coerência e de continuidade nas diferentes
solidários e democraticamente comprometidos na construção atuações dos membros de uma comunidade escolar;
de um destino comum e de uma sociedade melhor. - Critério para avaliar e homologar os processos;
Um Projeto Educativo é, segundo a definição de Costa52, um - Documento dinâmico para definir as estruturas e
“documento de caráter pedagógico que, elaborado com a estratégias organizacionais da escola;
participação da comunidade educativa, estabelece a - Ponto de referência para a solução dos conflitos de
identidade da própria escola através da adequação do quadro convivência.
legal em vigor à sua situação concreta, apresenta o modelo
geral de organização e os objetivos pretendidos pela O projeto educativo traduz o engajamento da instituição
instituição e, enquanto instrumento de gestão, é ponto de escolar, suas prioridades, seus princípios. Ele define o sentido
referência orientador na coerência da ação educativa”. de suas ações e fixa as orientações e os meios para colocá-las
Isto é, um Projeto Educativo é um documento de em prática. É formulado por um documento escrito que
orientação pedagógica que, não podendo contrariar a estabelece a identidade da escola (diz o que ela é), apresenta
legislação vigente, explicita os princípios, os valores, as metas seus propósitos gerais (diz o que ela quer) e descreve seu
as estratégias através das quais a escola propõe realizar a sua modelo geral de organização (diz como ela se organiza).
função educativa. Concebido como um projeto de longo prazo, ele visa
Barbier53 distingue dois tipos de projeto - o projeto de favorecer a continuidade e a coerência da ação da escola.
situação (“representações relativas ao estado final do objeto, Embora não seja um documento inalterável, não deverá estar
da identidade, da situação que se procura transformar ou sujeito a profundas e constantes alterações anuais. De modo
modificar”) e o projeto do processo (“representações relativas geral, “a sua duração dependerá fundamentalmente da
ao processo que permite chegar a este estado final”). permanência em cada instituição das pessoas que o
elaboraram e da estabilidade das suas convicções”, segundo
O projeto é, por um lado, uma “antecipação” relativa a um Costa59..
estado, uma “representação antecipadora do estado final de Para Vidal, Cárave e Florencio60 e para Carvalho e Diogo61, o
uma realidade”, uma previsão ou prospectiva, um objetivo ou projeto educativo de escola é um documento de planificação
fim a atingir, uma pequena utopia. da ação educativa, de amplitude integral, de duração de longo
prazo e de natureza geral e estratégica. Assim, é mais amplo e
Seu conteúdo não é um acontecimento ou objeto abrangente do que o projeto pedagógico e o plano de Unidade
pertencente ao ambiente atual ou passado, mas um fato Didática que são meios em relação ao projeto educativo e têm
possível, uma imagem ou representação de uma possibilidade, como objeto converter as finalidades deste em ações, pois são
uma ideia a se transformar em ato, um futuro a se “fazer”, uma documentos de planificação operatória.
possibilidade a se transformar em realidade. Sua relação é com O projeto educativo distingue-se também de outras
um “tempo a vir”, “um futuro de que constitui uma planificações escolares, como o Plano Trienal escolar, o Plano
antecipação, uma visão prévia” segundo Barbier54. anual de Escola, o Projeto curricular de turma e o Regimento
Por outro lado, a função do projeto não se reduz a simples interno da Escola, que estão destinados a concretizá-lo
representação do futuro. Barbier55 atribui-lhe ainda um duplo relativamente a aspectos mais operacionais e, portanto, têm
efeito - o operatório ou pragmático e o mobilizador da um caráter tático, e instrumental.
atividade dos atores implicados. O projeto educativo é elaborado por toda a comunidade
No entendimento de Boutinet56, o projeto implica um escolar. O projeto educativo da escola é um conjunto de opções
comprometimento com o futuro. A construção de um projeto ideológicas, políticas, antropológicas, axiológicas e
já implica na vontade de fazê-lo acontecer. Daí seu valor pedagógicas resultantes da tensão entre o estabelecido ou
pragmático. O projeto não age, pois, dizer não equivale imposto pelo Estado (projeto vertical), a prática implícita
automaticamente a fazer, mas “dizer prepara o fazer”. interna à escola (projeto ritual) e a postura utópica ou
intencional da comunidade escolar (projeto intencional).

52 COSTA, Adelino Jorge: "Construção de projetos educativos nas escolas: 57 BARBIER, J.-M. Elaboração de projectos de acção e planificação. Porto:

traços de um percurso debilmente articulado." - Revista Portuguesa de Educação, Porto Editora.1993.


Volume 17, nº 2. 2004. 58 VIDAL, J. G., CÁRAVE, G. e FLORENCIO, M. A. Madrid: Editorial EOS. 1992.
53 BARBIER, J.-M. Elaboração de projectos de acção e planificação. Porto: 59 COSTA, J. A. Gestão escolar: Participação, autonomia, projecto educativo da

Porto Editora.1993. escola. Lisboa: Texto Editora. 1992.


54 Idem 16. 60 VIDAL, J. G., CÁRAVE, G. e FLORENCIO, M. A. Madrid: Editorial EOS. 1992.
55 Idem 16. 61 CARVALHO, A. E DIOGO, F. Projecto educativo. Porto: Edições Afrontamento.
56 BOUTINET, J. P.. Le concept de projet e ses niveaux. Éducation Permanente, 1994.
nº 86. 1986.

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APOSTILAS OPÇÃO

Dimensões do projeto educativo, citadas por Carvalho e Em suma, concebendo-se como uma adaptação do “projeto
Diogo62: educacional” do país (leis e diretrizes curriculares) ao nível
O projeto deve servir a incerteza, ter em conta o específico local, como uma programação geral da escola e
indeterminado, ser capaz de infletir de direção como resultado como um instrumento de autonomia didático-pedagógica e
de uma avaliação permanente, incorporar o conflito, mas, organizativa da escola, o projeto educativo da escola se
sobretudo, devolver a cada indivíduo o seu espaço de caracteriza por quatro categorias metodológicas (Baldacci63):
criatividade e ação de modo a que ele sinta reconhecida a sua - A intencionalidade;
atividade, compreenda as suas ações e as possa inscrever num - A contextualização;
todo significativo. - A metodicidade; e
Neste sentido, o projeto educativo deve ser coletivo, mas - A flexibilidade.
favorecendo a interação; autônomo, mas não independente.
Uma tal concepção exige do projeto educativo: Pela intencionalidade, o projeto educativo estabelece
- Explicitação de valores comuns; direção e metas precisas e explícitas, evitando a ação educativa
- Coerência de atividades; casual e extemporânea.
- Busca coletiva de recursos e meios para melhorar o A contextualização representa a adaptação do projeto
ensino; educacional do país à realidade sociocultural concreta de uma
- Definição de ação; escola. A intencionalidade passa a ser “historicizada”, ou seja,
- Definição de um sentido para uma ação comum; contextualizada num ambiente de referência específico, o que
- Gestão participativa; permite a passagem de um projeto abstrato para um projeto
- Avaliação permanente, participada e interativa; concreto.
- Implicação do conjunto dos atores; A metodicidade valoriza o princípio de sistematicidade e
- Apropriação de saberes e instrumentos de ação por parte organicidade no processo didático, mesmo reconhecendo as
dos implicados. diferenças de estilo de aprender e ensinar de alunos e
Sobre o que não deve ser e o que deve ser o projeto professores, respectivamente.
educativo de escola, Vidal, Cárave e Florencio elaboraram um Finalmente, a flexibilidade assegura que o projeto
quadro-síntese que ajuda a clarificar seu entendimento educativo seja tratado como uma mera hipótese de trabalho e
adequado. por isso está sujeito a retificações e revisões ao longo de sua
implementação.
Não deve ser Deve ser
Uma exposição clara, PPP - Projeto Político Pedagógico
Uma enumeração
concisa e breve das
detalhada dos elementos O PPP nasce da necessidade de organização do trabalho
intenções educativas,
que compõem um centro: pedagógico para os alunos, a escola é o lugar de concepção,
estruturas, regulamentos e
planos, descrições, realização e avaliação dessa ação. Será um elo entre a escola e
organização curricular de
professores, etc. a comunidade escolar, bem como com o sistema de ensino que
uma comunidade escolar.
Uma adequação daqueles a compõe. Essa construção faz emergir a necessidade de
Um manual de responsabilização de diversos atores na prática social.
princípios e estruturas
psicologia, pedagogia, É projeto porque significa lançar para diante. “Todo
educativas que se
sociologia, de organização projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o
consideram adequados para
escolar, etc. futuro” (Gadotti).
uma comunidade.
Um documento Um documento É político, pois “a dimensão política se cumpre na medida
destinado ao exercício orientador e guia de todas as em que ela se realiza enquanto prática especificamente
burocrático da educação. atividades educativas. pedagógica" (Saviani).
Um projeto dinâmico e É pedagógico porque traz a possibilidade de efetivação da
Um produto fechado, intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão
modificável em função da
acabado e inalterável. participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo.
prática educativa.
Um “empenho” A partir de ações educativas. (Ilma Veiga)
Uma criação coletiva do
pessoal de algum membro
conjunto de membros da Questões
do corpo docente ou da
comunidade educativa do
Associação de Pais de
centro. 01. (CS/UFG - IFGoiano - Pedagogo - 2019) O
Alunos.
Uma complicação a planejamento pedagógico é uma ação assegurada pela Lei n.
Um facilitador do 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a qual garante que os
mais para o trabalho
trabalho docente. profissionais da escola tenham um tempo para planejar suas
docente.
Uma fórmula Um conjunto articulado atividades. No entanto, a sua importância não se constitui
paradigmática que resolve de princípios, orientações e apenas por ser assegurado por lei, mas pelo planejamento se
todos os problemas do sistemas que servem de constituir parte indispensável do trabalho docente, pois o
centro. Um regulamento marco às atividades planejamento docente deve ser
de funcionamento. educativas. (A) uma ação desenvolvida pelos docentes para os
Um projeto equilibrado, discentes com vistas a organizar seus estudos e suas
Um “panfleto” que diz avaliações.
produto das intenções de
coisas muito “atrevidas” (B) um processo de elaboração de currículos e programas
toda a comunidade
sobre a educação. específicos desenvolvidos pelos docentes para a equipe
educativa.
diretiva da escola.
Um projeto resultante da
Um documento que só (C) um processo burocrático de preenchimento de
tensão entre o estabelecido
expressa o que se quer formulários pelo docente para controle e arquivamento.
(imposto), a prática implícita
que se conheça.
(ritual) e o intencional.

62 Idem 24. 63 BALDACCI, M. La scuola dell´autonomia: Il Progetto educativo d´Istituto.

Bari: Maria Adda Edittore. 1996.

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APOSTILAS OPÇÃO

(D) um processo de racionalização, organização e


coordenação da ação docente, articulando atividade escolar e 5. Prática pedagógica e o
o contexto social. processo de construção do
02. (CS/UFG - IFGoiano - Pedagogo - 2019) O conhecimento.
planejamento é um processo de sistematização, organização e
coordenação da ação docente que articula a atividade escolar
ao contexto social. A escola, os professores e os alunos são Bases Legais para a Prática Pedagógica na Educação
integrantes desse processo. Nesse sentido, o planejamento de Básica
ensino necessita
(A) ser elaborado considerando a realidade externa à Com a aprovação da Nova Lei de Diretrizes e Bases da
escola desvinculada dos programas e conhecimentos a serem Educação Nacional (LDB), o dia 20/12/96 assinala um
trabalhados em sala de aula. momento de transição significativo para a educação brasileira,
(B) ser produzido de forma consciente e qualitativamente o Chefe do Poder Executivo sancionou a Lei 9.394/96,
satisfatória, no que diz respeito aos aspectos científicos e aos denominando-a “Lei Darcy Ribeiro”.
aspectos político-pedagógicos. Assim, a nova LDB, ao estabelecer a finalidade e os
(C) estar vinculado diretamente aos objetivos da fundamentos da formação profissional, utiliza a expressão
comunidade para a proposição das ações técnico- formação de profissionais da educação e, mais adiante, refere-
administrativas da escola. se à formação de docentes.
(D) orientar as decisões dos gestores das redes de ensino Para melhor compreensão dessas expressões, utilizaremos
em relação às situações relativas ao funcionamento da escola. o entendimento de Freitas (1992)64, que nos parece
apropriado para isso. Segundo esse autor, profissional da
03. (IDECAN - AGU - Técnico em Assuntos Educacionais educação é “aquele que foi preparado para desempenhar
- 2019) O planejamento educacional, considerado por determinadas relações no interior da escola ou fora dela, onde
Calazans (1990) uma ação de cunho técnico e político, o trato com o trabalho pedagógico ocupa posição de destaque,
constitui elemento fundamental ao bom desenvolvimento dos constituindo mesmo o núcleo central de sua formação”.
processos educativos. Em se tratando do planejamento macro Portanto, não há identificação de “trabalho pedagógico com
da educação brasileira, tem-se como referência o docência, (...) sendo este um dos aspectos da atuação do
(A) PNAE. profissional da educação”. No entanto, ainda de acordo com
(B) PDDE. Freitas, há que se reafirmar que a formação do profissional da
(C) PNE. educação é a “sua formação como educador, com ênfase na
(D) PNAIC. atuação como professor”.
(E) PNAD. Dessa forma, a Lei coloca como finalidade da formação dos
profissionais da educação atender aos objetivos dos diferentes
04. (IFB - Professor Pedagogia - IFB) Em relação aos níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase
aspectos do planejamento, assinale a opção que contenha a de desenvolvimento do educando.
CORRETA sequência hierárquica do mais amplo ao mais Assim, criar condições e meios para se atingir os objetivos
restrito, em relação ao planejamento: da educação básica é a razão de ser dos profissionais da
(A) planejamento escolar; planejamento educacional; educação. Formação com tal finalidade terá por fundamentos,
planejamento de ensino; planejamento curricular; segundo a Lei, “a associação entre teorias e práticas, inclusive
(B) planejamento curricular; planejamento educacional; mediante capacitação em serviço” e “o aproveitamento da
planejamento escolar; planejamento de ensino; formação e experiências anteriores”, adquiridas, estas, não só
(C) planejamento de ensino; planejamento curricular; em instituições de ensino, mas também em “outras
planejamento escolar; planejamento educacional; atividades”, que não do ensino.
(D) planejamento de ensino; planejamento educacional;
planejamento curricular planejamento escolar; Práticas Pedagógicas e Docência
(E) planejamento educacional; planejamento escolar;
planejamento curricular; planejamento de ensino. Afinal de contas, o que é uma prática pedagógica? Talvez
essa pergunta seja muito frequente entre alunos e professores.
05. (SEDF - Professor de Educação Básica - Quadrix) Percebe-se, em suas falas, certa tendência em considerar como
Quanto ao planejamento e à organização do trabalho pedagógico apenas o roteiro didático de apresentação de aula,
pedagógico, julgue o item subsecutivo. ou seja, apenas o visível dos comportamentos utilizados pelo
No processo de planejamento e organização do trabalho professor durante uma aula.
pedagógico, as ações estão circunstanciadas no âmbito dos Dessa situação, decorrem alguns questionamentos:
vários elementos que compõem o universo escolar, devendo A) Prática docente é sempre uma prática pedagógica?
ser dada importância máxima àquelas circunscritas à prática B) Existe prática pedagógica fora das escolas, além das
pedagógica do professor e à sua formação. salas de aula?
( ) Certo ( ) Errado C) O que é, afinal de contas, o pedagógico?
D) O que caracteriza uma prática pedagógica?
Gabarito
Essas similaridades são mais bem compreendidas a partir
01.D / 02.B / 03.C / 04.E / 05.Errado da diferenciação proposta por Carr65 entre o conceito
de poiesis e o de práxis. O autor considera que a primeira é uma
forma de saber fazer não reflexivo, ao contrário da última, que
é, eminentemente, uma ação reflexiva. Nessa perspectiva, a
prática docente não se fará inteligível como forma de poiesis,
ou seja, como ação regida por fins prefixados e governada por
regras predeterminadas. A prática educativa, de modo amplo,

64 FREITAS, Luís Carlos. Em direção a uma política para a formação de 65 CARR, W. Una teoria para la educación: hacia una investigación educativa

professores. Brasília, ano 12, nº 54, abr./jun. 1992. crítica. Madrid: Morata, 1996.

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APOSTILAS OPÇÃO

só adquirirá inteligibilidade quando for regida por critérios abrangência e significado, ou seja, a Pedagogia realiza um filtro
éticos imanentes, que, segundo Carr, servem para distinguir nas influências sociais que, em totalidade, atuam sobre uma
uma boa prática de uma prática indiferente ou má. geração. Essa filtragem, que é o mecanismo utilizado pela ação
É preferível considerar esses critérios éticos, a fim de pedagógica, é, na realidade, um processo de regulação e, como
distinguir uma prática tecida pedagogicamente - vista como tal, um processo educativo.
práxis - de outra apenas tecnologicamente tecida - identificada Reitera-se, assim, Pedagogia como prática social, que
como poiesis. Assim, realça-se o pressuposto que será o fio oferece/impõe/propõe/indica uma direção de sentido às
condutor do texto: há práticas docentes construídas práticas que ocorrem na sociedade, realçando seu caráter
pedagogicamente e há práticas docentes construídas sem a eminentemente político. No entanto, essa direção de sentido
perspectiva pedagógica, num agir mecânico que desconsidera está cada vez mais complexa e difusa na sociedade atual.
a construção do humano. Esse aspecto é destacado por Pinto66, Processos vinculados a mídias como TV, internet e redes
ao abordar a técnica como produto do humano, diferente da sociais on-line passam a ter, no século atual, grande influência
técnica como produtora do humano. Isso remete a uma educacional sobre as novas gerações, competindo com as
possível mistificação da técnica no campo pedagógico, escolas, que ficam em desigualdade de condições.
supervalorizando-a como produtora das práticas. Considera- A escola e suas práticas pedagógicas têm tido dificuldades
se que, nas práticas pedagogicamente construídas, há a em mediar e potencializar as tecnologias da informação e
mediação do humano e não a submissão do humano a um comunicação. Como pode a Pedagogia mediar tais influências?
artefato técnico previamente construído. Como transformá-las em processos pedagógicos numa
Assim, uma aula ou um encontro educativo tornar-se-á perspectiva emancipadora? Como educar/formar mediando
uma prática pedagógica quando se organizar em torno de tantas influências educacionais? São questões que impõem um
intencionalidades, bem como na construção de práticas que grande desafio às práticas pedagógicas e à Pedagogia: como
conferem sentido às intencionalidades. Será prática incorporar nas práticas escolares essa multiplicidade de
pedagógica quando incorporar a reflexão contínua e coletiva, influências e trabalhar pedagogicamente a partir delas?
de forma a assegurar que a intencionalidade proposta é
disponibilizada a todos; será pedagógica à medida que buscar Diferentes Concepções entre Pedagogia e Práticas
a construção de práticas que garantam que os Pedagógicas
encaminhamentos propostos pelas intencionalidades possam
ser realizados. Em pesquisa teórica realizada sobre a epistemologia da
Nesse aspecto, uma prática pedagógica, em seu sentido de Pedagogia69, observou-se que, desde o século 19, quando
práxis, configura-se sempre como uma ação consciente e Herbart preconiza o princípio de uma cientificidade rígida à
participativa, que emerge da multidimensionalidade que cerca Pedagogia, ele também impõe um fechamento epistemológico
o ato educativo. Como conceito, entende-se que ela se a essa ciência, de tal forma que, para ser ciência, teve que
aproxima da afirmação de Gimeno67 de que a prática educativa deixar de ser Pedagogia, em seu sentido lato, pois seu objeto -
é algo mais do que expressão do ofício dos professores; é algo a educação - foi se restringindo à instrução, ao visível, ao
que não pertence por inteiro aos professores, uma vez que há aparente, ao observável do ensino, e, assim, foi apreendida
traços culturais compartilhados que formam o que pode ser pela racionalidade científica da época.
designado por subjetividades pedagógicas (Franco68). No Essa associação da Pedagogia às tarefas apenas
entanto, destaca-se que o conceito de prática pedagógica instrucionais tem marcado um caminho de impossibilidades à
poderá variar dependendo da compreensão de pedagogia e até prática pedagógica. Como teoria da instrução, a Pedagogia
mesmo do sentido que se atribui a prática. contenta-se com a organização da transmissão de
informações, e, dessa forma, a prática pedagógica -
Práticas Educativas e Práticas Pedagógicas pressuposta a essa perspectiva teórica - será voltada à
transmissão de conteúdos instrucionais. A partir de diferentes
É comum considerar que práticas pedagógicas e práticas configurações, essa Pedagogia, de base técnico-científica,
educativas sejam termos sinônimos e, portanto, unívocos. No alastrou-se pelo mundo com variadas interpretações.
entanto, quando se fala de práticas educativas, faz-se Quando se afirma que as práticas pedagógicas são práticas
referência a práticas que ocorrem para a concretização de que se realizam para organizar/potencializar/interpretar as
processos educacionais, ao passo que as práticas pedagógicas intencionalidades de um projeto educativo, argumenta-se a
se referem a práticas sociais que são exercidas com a favor de outra epistemologia da Pedagogia: uma epistemologia
finalidade de concretizar processos pedagógicos. Fala-se, crítico-emancipatória, que considera ser a Pedagogia uma
então, de práticas da Educação e práticas da Pedagogia. prática social conduzida por um pensamento reflexivo sobre o
Contudo, Pedagogia e Educação são conceitos e práticas que ocorre nas práticas educativas, bem como por um
distintas? pensamento crítico do que pode ser a prática educativa.
Trata-se de conceitos mutuamente articulados, porém, A grande diferença é a perspectiva de ser crítica e não
com especificidades diferentes. Pode-se afirmar que a normativa; de ser práxis e não treinamento; de ser dialética e
educação, numa perspectiva epistemológica, é o objeto de não linear. Nessa perspectiva, as práticas pedagógicas
estudo da Pedagogia, enquanto, numa perspectiva ontológica, realizam-se como sustentáculos à prática docente, num
é um conjunto de práticas sociais que atuam e influenciam a diálogo contínuo entre os sujeitos e suas circunstâncias, e não
vida dos sujeitos, de modo amplo, difuso e imprevisível. como armaduras à prática, que fariam com que esta perdesse
Por sua vez, a Pedagogia pode ser considerada uma prática sua capacidade de construção de sujeitos.
social que procura organizar/compreender/transformar as No entanto, constata-se que essa epistemologia crítica da
práticas sociais educativas que dão sentido e direção às Pedagogia tem estado cada vez mais distante das práticas
práticas educacionais. Pode-se dizer que a Pedagogia impõe educativas contemporâneas. Segundo essa perspectiva, é
um filtro de significado à multiplicidade de práticas que possível falar em esgotamento da racionalidade pedagógica. A
ocorrem na vida das pessoas. A diferença é de foco, esfera da reflexão, do diálogo e da crítica parece cada vez mais

66 PINTO, A. V. O conceito de tecnologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005. 69 FRANCO, M. A. R. S. A pedagogia como ciência da educação: entre
67 GIMENO SACRISTÁN, J. Poderes instáveis em educação. Porto Alegre: epistemologia e prática. 2001. 257 f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade
Artmed, 1999. de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
68 FRANCO, M. A. R. S. Pedagogia e prática docente. 2. ed. São Paulo: Cortez,

2012

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APOSTILAS OPÇÃO

ausente das práticas educativas contemporâneas, as quais sistema e de formação docente) e descentralização dos
estão sendo substituídas por pacotes instrucionais prontos, mecanismos de financiamento e gestão do sistema.
cuja finalidade é, cada vez mais, preparar crianças e jovens Esta dupla lógica tem se mostrado cruel ao
para as avaliações externas, a fim de galgarem um lugar nos desenvolvimento de processos críticos de ensinar/aprender e
vestibulares universitários. A educação, rendendo-se à tem produzido rupturas profundas na racionalidade
racionalidade econômica, não mais consegue dar conta de suas pedagógica.
possibilidades de formação e humanização das pessoas.
Como esses dois polos da racionalidade pedagógica são Racionalidade Pedagógica Crítico-Emancipatória
fundamentais à compreensão da variabilidade de A base desta concepção vem de Heráclito a Hegel,
interpretação do sentido de prática pedagógica, faz-se aqui chegando a Marx e Engels72. Segundo Severino73, Hegel vincula
uma digressão para especificar suas diferenças, destacando-se a historicidade ao logos, concebendo a própria realidade como
que, entre ambos os polos, há um continuum de possibilidades: dialética. Feuerbach, Marx e Engels, conhecidos como neo-
hegelianos, apropriam-se da metodologia dialética "enquanto
Racionalidade Pedagógica Técnico-Científica lógica e enquanto lei do processo histórico", conforme
A base teórica desta vertente inicia-se no racionalismo Severino. Marx74 preocupa-se com a história das sociedades e
empirista, encontrando grande expressão no positivismo e em concebe o conhecimento em associação às configurações
suas várias vertentes - evolucionismo, pragmatismo, sociais. "Assim, o marxismo subordina a questão
tecnicismo, behaviorismo. Com base na confluência de epistemológica à questão política", afirmando, inclusive, que
diversas teorias cognitivas do conhecimento (desde Ausubel a o logos só se sustenta enquanto estiver abastecendo e
Piaget, de Bruner e Gagné a Wallon e Vygotsky, entre outros sustentando a práxis, Severino.
autores), há um desvio quer para a tecnologia educacional, A partir de Marx75, houve diversos desdobramentos,
quer para uma psicologia genética, que fundamentará a promovidos por autores como Lukács, Althusser, Gramsci, que
questão do construtivismo na aprendizagem, que Severino70 procuraram oferecer diversas perspectivas à dialética
chama de transpositivismo. marxista.
Um estudo dos pressupostos dessa racionalidade mostra O princípio básico dos pressupostos da racionalidade
que, em sua raiz, essa concepção admite como válido apenas o pedagógica crítico-emancipatória é a historicidade enquanto
conhecimento obtido por meio do método experimental- condição para compreensão do conhecimento. Ademais, a
matemático, ocorrendo, portanto, uma ênfase no objeto e no realidade se constitui num processo histórico - atingido, a cada
princípio da objetividade. Abandona-se qualquer momento, por múltiplas determinações -, fruto das forças
possibilidade metafísica, uma vez que é impossível chegar às contraditórias que ocorrem no interior da própria realidade.
essências das coisas; pode-se apenas chegar aos fenômenos, Portanto, sujeito e objeto estão em formação contínua e
em sua manifestação empírica, por meio das luzes da razão. dialética, evoluindo por contradição interna, não de modo
Segundo Severino, "os diferentes modos de intervenção da determinista, mas por meio da intervenção dos homens
razão na construção do objeto vão marcar as diversas mediante a prática. Marx propõe uma filosofia das práxis, uma
perspectivas das epistemologias que se inserem na tradição vez que o conhecimento, a reflexão e o trabalho não devem ser
positivista". encarados para compreensão de sentido, mas para realização
Essa concepção parte de uma visão mecanicista de mundo de ações concretas com vistas à transformação do social.
e de uma concepção naturalista de homem; busca a No que se refere aos objetivos de sua ação pedagógica, a
neutralidade do pesquisador e tem como foco a explicação dos questão direcionada à Pedagogia será a de formação de
fenômenos. indivíduos “na e para a práxis”, conscientes de seu papel na
Em que pesem todas as diferenças das diversas conformação e na transformação da realidade sócio histórica,
abordagens dessa concepção, no estudo dos objetivos de sua pressupondo sempre uma ação coletiva, ideologicamente
ação pedagógica é necessário lembrar que o pressuposto constituída, por meio da qual cada sujeito toma consciência do
positivista surge para laicizar a educação, difundir os valores que é possível e necessário, a cada um, na formação e no
burgueses, organizar a estabilidade social do Estado. Carrega, controle da constituição do modo coletivo de vida. É uma
também, a intenção de organizar os processos de instrução tarefa política, social e emancipatória. A formação humana é
com eficiência e eficácia. Sua perspectiva é de normatizar e valorizada no sentido das condições de superação da opressão,
prescrever a prática, para fins sociais relevantes (fins esses submissão e alienação, do ponto de vista histórico, cultural ou
estabelecidos, em geral, exteriormente aos sujeitos que político. Considere-se que a proposta de projetos político-
aprendem e ensinam). A partir do pragmatismo, são realçadas pedagógicos, como organizadores da esfera pedagógica da
as questões da democracia e do preparo para a vida social, que escola, parte dessa perspectiva teórica.
talvez hoje estejam sendo representadas pelo empenho na Infelizmente, esses projetos, inseridos nessa perspectiva
formação de competências e habilidades, subsidiando um crítica, estão cada vez mais distanciados do coletivo de seus
pressuposto pré-requisito à participação social e às políticas sujeitos e têm se apresentado de forma burocrática e alheia a
de avaliação e de regulação das práticas pedagógicas, agora estes. Veiga76, ao diferenciar projetos pedagógicos de cunho
inseridas na lógica neoliberal, com discursos de inclusão regulatórios ou emancipatórios, afirma que:
social, que, no entanto, vêm fragilizando os processos O projeto político-pedagógico, na esteira da inovação
formativos de construção de humanidade. A dupla lógica de regulatória ou técnica, está voltado para a burocratização da
regulação/mercantilização é bem expressa por Gentili71: instituição educativa, transformando-a em mera cumpridora
Em suma, a saída que o neoliberalismo encontra para a de normas técnicas e de mecanismos de regulação
crise educacional é produto da combinação de uma dupla convergentes e dominadores.
lógica centralizadora e descentralizadora: centralizadora do Percebe-se, portanto, que falar de prática pedagógica é
controle pedagógico (em nível curricular, de avaliação do falar de uma concepção de Pedagogia e, além disso, do papel

70 SEVERINO, A. J. A filosofia contemporânea no Brasil: conhecimento, política 74 MARX, K. O trabalho alienado, 1844.
e educação. Petrópolis: Vozes, 1999. 75 MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã: teses sobre Feuerbach. São Paulo:
71 GENTILI, P. A falsificação do consenso: simulacro e imposição na reforma Moraes, 1994.
educacional do neoliberalismo. Petrópolis: Vozes, 1998. 76 VEIGA, I. P. A. Inovações e projeto político-pedagógico: uma relação
72 MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã: teses sobre Feuerbach. São Paulo: regulatória ou emancipatória? Cadernos Cedes, Campinas, v. 23, n. 61, p. 267-281,
Moraes, 1994. dez. 2003.
73 SEVERINO, A. J. A filosofia contemporânea no Brasil: conhecimento, política

e educação. Petrópolis: Vozes, 1999.

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APOSTILAS OPÇÃO

relacional dessa ciência com o exercício da prática docente. Pedagogia e Práticas pedagógicas
Dessa forma, só é possível ajuizar um conceito para práticas A pedagogia e suas práticas são da ordem da práxis; assim
pedagógicas quando for definida a priori a concepção de ocorrem em meio a processos que estruturam a vida e a
Pedagogia, de prática docente e, fundamentalmente, a relação existência. A pedagogia caminha por entre culturas,
epistemológica entre Pedagogia e prática docente. subjetividades, sujeitos e práticas. Caminha pela escola, mas a
No presente artigo, considera-se que a Pedagogia e suas antecede, acompanha-a e caminha além. A pedagogia interpõe
práticas são fundamentos para o exercício da prática docente. intencionalidades, projetos alargados; a didática,
Em se considerando a importância de estudos paralelamente, compromete-se a dar conta daquilo que se
contemporâneos que reafirmam a nova epistemologia da instituiu chamar de saberes escolares. A lógica da didática é a
prática, na qual diferentes pesquisadores sublinham a lógica da produção da aprendizagem (nos alunos), a partir de
importância do sujeito-docente que elabora a realidade, processos de ensino previamente planejados. A prática da
transformando-a e transformando-se no processo, afirma-se didática é, portanto, uma prática pedagógica, que inclui a
neste artigo que a prática pedagógica docente está didática e a transcende.
profundamente relacionada aos aspectos multidimensionais Quando se fala em prática pedagógica, refere-se a algo
da realidade local e específica, às subjetividades e à construção além da prática didática, envolvendo: as circunstâncias da
histórica dos sujeitos individuais e coletivos. A prática docente formação, os espaços-tempos escolares, as opções da
é uma prática relacional, mediada por múltiplas organização do trabalho docente, as parcerias e expectativas
determinações. Caldeira e Zaidan77, enfatizam os seguintes do docente. Ou seja, na prática docente estão presentes não só
aspectos que marcam as particularidades do professor no as técnicas didáticas utilizadas, mas, também, as perspectivas
contexto geral da prática pedagógica: "sua experiência, sua e expectativas profissionais, além dos processos de formação
corporeidade, sua formação, condições de trabalho e escolhas e dos impactos sociais e culturais do espaço ensinante, entre
profissionais". outros aspectos que conferem uma enorme complexidade a
este momento da docência.
O Que São, Afinal, Práticas Pedagógicas? O planejamento do ensino, por mais eficiente que seja, não
poderá controlar a imensidão de aprendizagens possíveis que
As práticas pedagógicas se organizam intencionalmente cercam um aluno. Como saber o que o aluno aprendeu? Como
para atender a determinadas expectativas educacionais planejar o próximo passo de sua aprendizagem? Precisamos
solicitadas/requeridas por uma dada comunidade social. de planejamento prévio de ensino ou de acompanhamento
Nesse sentido, elas enfrentam, em sua construção, um dilema crítico e dialógico dos processos formativos dos alunos?
essencial: sua representatividade e seu valor advêm de pactos Evidentemente, precisamos de ambos!
sociais, de negociações e deliberações com um coletivo. Ou A contradição sempre está posta nos processos educativos:
seja, as práticas pedagógicas se organizam e se desenvolvem o ensino só se concretiza nas aprendizagens que produz. E as
por adesão, por negociação, ou, ainda, por imposição. Como já aprendizagens, em seu sentido amplo, bem estudadas pelos
foi realçado, essas formas de concretização das práticas pedagogos cognitivistas, decorrem de sínteses interpretativas,
produziram faces diferentes para a perspectiva científica da realizadas nas relações dialéticas do sujeito com seu meio. Não
Pedagogia. são imediatas ou previsíveis; ocorrem mediante interpretação
Mas há que se lembrar de que mesmo as grandes pelo sujeito dos sentidos criados, das circunstâncias atuais e
imposições sobre a organização das práticas têm "tempo de antigas, enfim: não há correlação direta entre ensino e
validade". Se se considerar a realidade social e sua natureza aprendizagem. É quase possível dizer que as aprendizagens
essencialmente dialética, é preciso acreditar na dinâmica ocorrem sempre para além, ou para aquém do planejado;
posta pelas contradições: tudo se transforma; tudo é ocorrem nos caminhos tortuosos, lentos, dinâmicos das
imprevisível; e a linearidade não cabe nos processos trajetórias dos sujeitos. Radicalizando essa posição, Deleuze79
educativos. Certeau78, sabiamente afirma que as práticas afirma que jamais será possível saber e controlar como alguém
nunca são totalmente reflexos de imposições - elas reagem, aprende.
respondem, falam e transgridem. Os processos de concretização das tentativas de ensinar e
Uma questão recorrente que surge entre alunos ou aprender ocorrem por meio das práticas pedagógicas. Estas
participantes de palestras refere-se à seguinte dúvida: Toda são vivas, existenciais, interativas e impactantes, por natureza.
prática docente é prática pedagógica? Nem sempre! A prática As práticas pedagógicas são aquelas que se organizam para
docente configura-se como prática pedagógica quando esta se concretizar determinadas expectativas educacionais. São
insere na intencionalidade prevista para sua ação. Assim, um práticas carregadas de intencionalidade uma vez que o próprio
professor que sabe qual é o sentido de sua aula em face da sentido de práxis se configura por meio do estabelecimento de
formação do aluno, que sabe como sua aula integra e expande uma intencionalidade, que dirige e dá sentido à ação,
a formação desse aluno, que tem a consciência do significado solicitando uma intervenção planejada e científica sobre o
de sua ação, tem uma atuação pedagógica diferenciada: ele objeto, com vistas à transformação da realidade social. Tais
dialoga com a necessidade do aluno, insiste em sua práticas, por mais planejadas que sejam, são imprevisíveis,
aprendizagem, acompanha seu interesse, faz questão de pois nelas "nem a teoria, nem a prática tem anterioridade, cada
produzir o aprendizado, acredita que este será importante uma modifica e revisa continuamente a outra" (Carr80).
para o aluno. Dessa forma é possível perceber o perigo que ronda os
É possível afirmar que o professor que está imbuído de sua processos de ensino quando este se torna excessivamente
responsabilidade social, que se vincula ao objeto do seu técnico, planejado e avaliado apenas em seus produtos finais.
trabalho, que se compromete, que se implica coletivamente ao A educação se faz em processo, em diálogos, nas múltiplas
projeto pedagógico da escola, que acredita que seu trabalho contradições, que são inexoráveis, entre sujeitos e natureza,
significa algo na vida dos alunos, tem uma prática docente que mutuamente se transformam. Medir apenas resultados e
pedagogicamente fundamentada. Ele insiste, busca, dialoga, produtos de aprendizagens, como forma de avaliar o ensino,
mesmo que não tenha muitas condições institucionais para tal. pode se configurar como uma grande falácia.

77 CALDEIRA, A. M. S.; ZAIDAN, S. Prática pedagógica. In: OLIVEIRA, D. A.; 79 DELEUZE, G. Diferença e repetição. Tradução Luiz Orlandi e Roberto

DUARTE, A. C.; VIEIRA, L. M. F. (Org.). Dicionário: trabalho, profissão e condição Machado. Rio de Janeiro: Graal, 2006.
docente. Belo Horizonte: Gestrado/UFMG, 2010. 80 CARR, W. Una teoria para la educación: hacia una investigación educativa
78 CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, crítica. Madrid: Morata, 1996.
1994.

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As práticas pedagógicas devem se estruturar como das técnicas didáticas, ambiente institucional, práticas de
instâncias críticas das práticas educativas, na perspectiva de gestão, clima e perspectiva da equipe pedagógica, organização
transformação coletiva dos sentidos e significados das espaço-temporal das atividades, infraestrutura,
aprendizagens. equipamentos, quantidade de alunos, organização e interesse
O professor, no exercício de sua prática docente, pode ou dos alunos, conhecimentos prévios, vivências, experiências
não se exercitar pedagogicamente. Ou seja, sua prática anteriores, enfim, há muitas variáveis. Muitas dessas
docente, para se transformar em prática pedagógica, requer, circunstâncias podem induzir a boa interação e bom interesse
pelo menos, dois movimentos: o da reflexão crítica de sua e diálogo entre as variáveis do processo - aluno, professor e
prática e o da consciência das intencionalidades que presidem conhecimento -, vistas, na perspectiva de Houssaye86, como o
suas práticas. A consciência ingênua de trabalho81 impede-o de triângulo pedagógico.
caminhar nos meandros das contradições postas e, além disso, Como atua o professor? Como aproveita os condicionantes
impossibilita sua formação na esteira da formação de um favoráveis e anula os que não ajudarão na hora? Tudo exige do
profissional crítico. professor reflexão e ação. Tudo exige um comportamento
compromissado e atuante. Tudo nele precisa de
Princípios da Prática Pedagógica empoderamento. As práticas impõem posicionamento,
É interessante especificar os princípios que organizam atitude, força e decisão. Fundamentalmente, é exigido do
uma prática pedagógica na perspectiva crítica: professor que trabalhe com as contradições. O professor está
preparado para isso? A ausência da reflexão, o tecnicismo
- As práticas pedagógicas organizam-se em torno de exagerado, as desconsiderações aos processos de contradição
intencionalidades previamente estabelecidas, e tais e de diálogo podem resultar em espaços de engessamento das
intencionalidades serão perseguidas ao longo do processo capacidades de discutir/propor/mediar concepções didáticas.
didático, de formas e meios variados. A ausência do espaço pedagógico pode significar o
Na práxis, a intencionalidade rege os processos. Para a crescimento do espaço de dificuldade ao diálogo. Sabe-se que
filosofia marxista, práxis é entendida como a relação dialética o diálogo só ocorre na práxis87, a qual requer e promove a
entre homem e natureza, na qual o homem, ao transformar a ultrapassagem e a superação da consciência ingênua em
natureza com seu trabalho, transforma a si mesmo. consciência crítica. Assim, concordando com Freire, é possível
Marx e Engels82 afirmam, "que toda vida social é acreditar que a superação da contradição "é o parto que traz
essencialmente prática. Todos os mistérios que dirigem a ao mundo este homem novo não mais opressor; não mais
teoria para o misticismo encontram sua solução na práxis oprimido, mas homem libertando-se". Talvez a prática
humana e na compreensão dessa práxis". A compreensão pedagógica, absorvendo, compreendendo e transformando as
dessa práxis é tarefa pedagógica. Kosik realça que a práxis é a resistências e resignações, possa mediar a superação dessas,
esfera do ser humano; portanto, não é uma atividade prática em processos de emancipação e aprendizagens. É conveniente
contraposta à teoria: "é determinação da existência como apreender as reflexões de Imbert88, que realçam a distinção
elaboração da realidade"83. Uma intervenção pedagógica, entre prática e práxis, reafirmando o que vem sendo dito neste
como instrumento de emancipação, considera a práxis uma texto e atentando para a questão da autonomia e da
forma de ação reflexiva que pode transformar a teoria que a perspectiva emancipatória, inerente ao sentido de práxis:
determina, bem como transformar a prática que a concretiza. Distinguir práxis e prática permite uma demarcação das
Uma característica importante, analisada por Vásquez84, é características do empreendimento pedagógico. Há, ou não,
o caráter finalista da práxis, antecipador dos resultados que se lugar na escola para uma práxis? Ou será que, na maioria das
quer atingir, e esse mesmo aspecto é enfatizado por Kosik85, ao vezes, são, sobretudo, simples práticas que nela se
afirmar que na práxis "a realidade humano-social se desvenda desenvolvem, ou seja, um fazer que ocupa o tempo e o espaço,
como o oposto ao ser dado, isto é, como formadora e ao mesmo visa a um efeito, produz um objeto (aprendizagem, saberes) e
tempo forma específica do ser humano". Talvez por isso o um sujeito-objeto (um escolar que recebe esse saber e sofre
autor afirme que a práxis tanto é objetivação do homem e essas aprendizagens), mas que em nenhum momento é
domínio da natureza como realização da liberdade humana. portador de autonomia89.
Realce-se, portanto, que a práxis permite ao homem Portanto, só a ação docente, realizada como prática social,
conformar suas condições de existência, transcendê-las e pode produzir saberes, saberes disciplinares, saberes
reorganizá-las. "Só a dialética do próprio movimento referentes a conteúdos e sua abrangência social, ou mesmo
transforma o futuro", e essa dialética carrega a essencialidade saberes didáticos, referentes às diferentes formas de gestão de
do ato educativo, ou seja, a intencionalidade coletivamente conteúdos, de dinâmicas da aprendizagem, de valores e
organizada e em contínuo ajuste de caminhos e práticas. projetos de ensino. Realça-se o sentido de saberes pedagógicos
Talvez o termo mais adequado seja "insistência". O professor como aqueles que permitem ao professor a leitura e a
não pode desistir do aluno; há que insistir, ouvir, refazer, fazer compreensão das práticas e que permitem ao sujeito colocar-
de outro jeito; acompanhar a lógica do aluno; descobrir e se em condição de dialogar com as circunstâncias dessa
compreender as relações que esse aluno estabelece com o prática, dando-lhe possibilidade de perceber e auscultar as
saber; mudar o enfoque didático, as abordagens de interação, contradições e, assim, poder melhor articular teoria e prática.
os caminhos do diálogo. É possível, portanto, falar em saberes pedagógicos como
saberes que possibilitam aos sujeitos construir conhecimentos
- As práticas pedagógicas caminham por entre sobre a condução, a criação e a transformação dessas mesmas
resistências e desistências; caminham numa perspectiva práticas.
dialética, pulsional, totalizante. O saber pedagógico só pode se constituir a partir do
Quando o professor chega a um momento de produzir um próprio sujeito, que deverá ser formado como alguém capaz de
ensino em sala de aula, muitas circunstâncias estão presentes: construção e de mobilização de saberes. A grande dificuldade
desejos, formação, conhecimento do conteúdo, conhecimento em relação à formação de professores é que, se quisermos ter

81 FREIRE,P. Ação cultural para a liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. 86 HOUSSAYE, J. Une illusion pédagogique? Cahiers Pédagogiques, Paris, n.
82MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã: teses sobre Feuerbach. São Paulo: 334, p. 28-31, 1995.
Moraes, 1994. 87 FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
83 KOSIK, K. Dialética do concreto. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. 88 IMBERT, F. Para uma práxis pedagógica. Brasília: Plano, 2003.
84 VÁSQUEZ, A. S. Filosofia das práxis. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968. 89 FRANCO, M. A. R. S. A pedagogia como ciência da educação. 3. ed. rev. e
85 KOSIK, K. Dialética do concreto. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. ampl. Campinas: Cortez, 2013

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APOSTILAS OPÇÃO

bons professores, teremos que formá-los como sujeitos Destaca-se a necessidade de considerar o caráter dialético
capazes de produzir conhecimentos, ações e saberes sobre a das práticas pedagógicas, no sentido de a subjetividade
prática. Não basta fazer uma aula; é preciso saber por que tal construir a realidade, que se modifica mediante a
aula se desenvolveu daquele jeito e naquelas condições: ou interpretação coletiva. A educação permite sempre uma
seja, é preciso compreensão e leitura da práxis. polissemia em sua função semiótica, ou seja, nunca existe uma
Quando um professor é formado de modo não reflexivo, relação direta entre o significante observável e o significado.
não dialógico, desconhecendo os mecanismos e os Assim, as práticas pedagógicas serão, a cada momento,
movimentos da práxis, não saberá potencializar as expressão do momento e das circunstâncias atuais e sínteses
circunstâncias que estão postas à prática. Ele desistirá e provisórias que se organizam no processo de ensino.
replicará fazeres. O sujeito professor precisa ser dialogante, As situações de educação estão sempre sujeitas às
crítico e reflexivo, bem como ter consciência das circunstâncias imprevistas, não planejadas e, dessa forma, os
intencionalidades que presidem sua prática. Esse imprevistos acabam redirecionando o processo e, muitas
entendimento está em par com a afirmativa de Imbert: "o vezes, permitindo uma reconfiguração da situação educativa.
movimento em direção ao saber e à consciência do formador Portanto, o trabalho pedagógico requer espaço de ação e de
não é outro senão o movimento de apropriação de si mesmo". análise ao não planejado, ao imprevisto, à desordem aparente,
e isso deve pressupor a ação coletiva, dialógica e
- As práticas pedagógicas trabalham com e na emancipatória entre alunos e professores. Toda ação
historicidade; implicam tomadas de decisões, de posições e educativa traz em seu fazer uma carga de intencionalidade que
se transformam pelas contradições. integra e organiza sua práxis, convergindo, de maneira
A questão primacial é que tais práticas não podem ser dinâmica e histórica, tanto as características do contexto
congeladas, reificadas e realizadas linearmente, porque são sociocultural como as necessidades e possibilidades do
práticas que se exercem na interação de sujeitos, de práticas e momento, além das concepções teóricas e da consciência das
de intencionalidades. Enquanto o professor desconsiderar as ações cotidianas, num amalgamar provisório que não permite
especificidades dos processos pedagógicos e tratar a educação que uma parte seja analisada sem referência ao todo,
como produto e resultados, numa concepção ingênua da tampouco sem este ser visto como síntese provisória das
realidade, o pedagógico não irá se instalar, porque nesses circunstâncias parciais do momento.
processos em que se pasteurizam a vida e a existência não há É por isso que se reafirma que práticas pedagógicas
espaço para o imprevisível, o emergente, as interferências requerem que o professor adentre na dinâmica e no
culturais ou o novo. significado da práxis, de forma a poder compreender as teorias
As práticas pedagógicas estruturam-se em mecanismos implícitas que permeiam as ações do coletivo de alunos. A
paralelos e divergentes de rupturas e conservação. Enquanto prática precisa ser tecida e construída a cada momento e a
diretrizes de políticas públicas consideram a prática cada circunstância, pois, como Certeau92, neste artigo acredita-
pedagógica como mero exercício reprodutor de fazeres e ações se que a vida sempre escapa e se inventa de mil maneiras não
externos aos sujeitos, estas se perdem e muitos se perguntam: autorizadas, com movimentos táticos e estratégicos.
por que não conseguimos mudar a prática? A prática não muda
por decretos ou por imposições; ela pode mudar se houver o Saberes para a prática educativa - Pedagogia da
envolvimento crítico e reflexivo dos sujeitos da prática.90 Sabe- Autonomia93
se que a educação é uma prática social humana; é um processo
histórico, inconcluso, que emerge da dialeticidade entre A questão da formação docente ao lado da reflexão sobre a
homem, mundo, história e circunstâncias. Sendo um processo prática educativo progressiva em favor da autonomia do ser
histórico, a educação não poderá ser vivenciada por meio de dos educandos é a temática que se incorpora a análise de
práticas que desconsideram sua especificidade. Os sujeitos saberes fundamentais àquela prática e aos quais acrescente
sempre apresentam resistências para lidar com imposições alguns que me tenham escapado ou cuja importância não
que não abrem espaço ao diálogo e à participação. Como tenha percebido.
alerta91:
O conhecimento, pelo contrário, exige uma presença Não há Docência Sem Discência
curiosa do sujeito face ao mundo. Requer sua ação Ensinar não é transferir conhecimentos e conteúdos, nem
transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca formar é a ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou
constante. Implica em invenção e em reinvenção. Reclama a alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem
reflexão crítica de cada um sobre o ato mesmo de conhecer, discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das
pelo qual se reconhece conhecendo e, ao reconhecer-se assim, diferenças, não se reduzem à condição de objeto um do outro.
percebe o "como" de seu conhecer e os condicionamentos a Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao
que está submetido seu ato. aprender. Ensinar exige rigorosidade metodológica. Ensinar
Sabe-se que a educação, como prática social e histórica, não se esgota no tratamento do objeto ou do conteúdo,
transforma-se pela ação dos homens e produz transformações superficialmente feito, mas se alonga à produção das
naqueles que dela participam. Dessa forma, é fundamental que condições em que aprender criticamente é possível. E
o professor esteja sensibilizado a reconhecer que, ao lado das estas condições exigem a presença de educadores e de
características observáveis do fenômeno, existe um processo educandos criadores, investigadores, inquietos, curiosos,
de transformação subjetiva, que não apenas modifica as humildes e persistentes.
representações dos envolvidos, mas produz uma Faz parte das condições em que aprender criticamente é
ressignificação na interpretação do fenômeno vivido, o que possível a pressuposição, por parte dos educandos, de que o
produzirá uma reorientação nas ações futuras. Por isso é educador já teve ou continua tendo experiência da produção
importante que o professor possa compreender as de saberes, e que estes, não podem ser simplesmente
transformações dos alunos, das práticas, das circunstâncias e, transferidos a eles. Pelo contrário, nas condições de
assim, possa também transformar-se em processo. verdadeira aprendizagem, tanto educandos quanto

90 FRANCO, M. A. R. S. Entre a lógica da formação e a lógica das práticas: a 92CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes,
mediação dos saberes pedagógicos. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 29., 2006, 1994.
Caxambu. Anais... Caxambu: Anped , 2006 33FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática
91FREIRE, P. Conscientização. São Paulo: Cortez, 1983. educativa. Paz e Terra, 2003.

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APOSTILAS OPÇÃO

educadores transformam-se em sujeitos do processo de centro do poder. Pelo contrário, o pensar certo que supera o
aprendizagem. Só assim podemos falar realmente de saber ingênuo tem de ser produzido pelo próprio aprendiz, em
ensinado, em que o objeto ensinado é aprendido na sua razão comunhão com o professor formador. É preciso possibilitar
de ser. Percebe-se, assim, a importância do papel do educador, que a curiosidade ingênua, através da reflexão sobre a prática,
com a certeza de que faz parte de sua tarefa docente não vá tornando-se crítica.
apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar a pensar Na formação permanente dos professores, o momento
certo - um professor desafiador, crítico. Ensinar exige fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando
pesquisa. Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode
Hoje se fala muito no professor pesquisador, mas isto não é melhorar a próxima prática. O discurso teórico, necessário à
uma qualidade, pois faz parte da natureza da prática docente a reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se
indagação, a busca, a pesquisa. confunda com a prática. Ensinar exige o reconhecimento e a
Precisamos que o professor se perceba e se assuma como assunção da identidade cultural. A questão da identidade
pesquisador. Pensar certo é uma exigência que os momentos cultural, com sua dimensão individual e da classe dos
do ciclo gnosiológico impõem à curiosidade que, tornando-se educandos, cujo respeito é absolutamente fundamental na
mais e mais metodologicamente rigorosa, transforma-se no prática educativa progressista, é problema que não pode ser
que Paulo Freire chama de "curiosidade epistemológica". desprezado. Tem a ver diretamente com a assunção de nós por
Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos. A escola nós mesmos. É isto que o puro treinamento do professor não
deve respeitar os saberes dos educandos socialmente faz, perdendo-se na estreita e pragmática visão do processo.
construídos na prática comunitária - discutindo, também, com
os alunos, a razão de ser de alguns deles em relação ao ensino Ensinar não é Transferir Conhecimento
dos conteúdos. Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
Por que não aproveitar a experiência dos alunos que vivem possibilidades para a sua própria construção. Quando o
em áreas descuidadas pelo poder público para discutir a educador entra em uma sala de aula, deve estar aberto a
poluição dos riachos e dos córregos e os baixos níveis de bem- indagações, curiosidade e inibições dos alunos: um ser crítico
estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem à e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tem - a de ensinar
saúde? Por que não associar as disciplinas estudadas à e não a de transferir conhecimento. Pensar certo é uma
realidade concreta, em que a violência é a constante e a postura exigente, difícil, às vezes penosa, que temos de
convivência das pessoas com a morte é muito maior do que assumir diante dos outros e com os outros, em face do mundo
com a vida? Ensinar exige criticidade. A superação, ao invés da e dos fatos, ante nós mesmos. É difícil, entre outras coisas, pela
ruptura, se dá na medida em que a curiosidade ingênua, vigilância constante que temos de exercer sobre nós mesmos
associada ao saber comum, se crítica, aproximando-se de para evitar os simplismos, as facilidades, as incoerências
forma cada vez mais metodologicamente rigorosa do objeto grosseiras.
cognoscível, tornando-se curiosidade epistemológica. É difícil porque nem sempre temos o valor indispensável
Muda de qualidade, mas não de essência, e essa mudança para não permitir que a raiva que podemos ter de alguém vire
não se dá automaticamente. Essa é uma das principais tarefas raivosidade, gerando um pensar errado e falso. É cansativo,
do educador progressista - o desenvolvimento da curiosidade por exemplo, viver a humildade, condição sine qua non do
crítica, insatisfeita, indócil. Ensinar exige estética e ética. A pensar certo, que nos faz proclamar o nosso próprio equívoco,
necessária promoção da ingenuidade à criticidade não pode que nos faz reconhecer e anunciar a superação que sofremos.
ser feita sem uma rigorosa formação ética e estética. Decência Sem rigorosidade metódica não há pensar certo. Ensinar exige
e boniteza andam de mãos dadas. Mulheres e homens, seres consciência do inacabamento.
histórico-sociais, tornamo-nos capazes de comparar, de Na verdade, a inconclusão do ser é própria de sua
valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper. Por experiência vital. Onde há vida, há inconclusão, embora esta só
tudo isso nós fizemos seres éticos. Só somos porque estamos seja consciente entre homens e mulheres.
sendo. Estar sendo é a condição, entre nós, para ser. Não é A invenção da existência envolve necessariamente a
possível pensar os seres humanos longe da ética. Quanto mais linguagem, a cultura, a comunicação em níveis mais profundos
fora dela, maior a transgressão. Ensinar exige a corporificação e complexos do que ocorria e ocorre no domínio da vida, a
das palavras pelo exemplo. Quem pensa certo está cansado de espiritualização do mundo, a possibilidade não só de
saber que palavras sem exemplo pouco ou nada valem. Pensar embelezar, mas também de enfear o mundo; tudo isso
certo é fazer certo (agir de acordo com o que pensa). inscreveria mulheres e homens como seres éticos. Só os seres
Não há pensar certo fora de uma prática testemunhal, que que se tornaram éticos podem romper com a ética. É
o rediz em lugar de desdizê-lo. Não é possível ao professor necessário insistir na problematização do futuro e recusar sua
pensar que pensa certo (de forma progressista), e, ao mesmo inexorabilidade. Ensinar exige o reconhecimento de ser
tempo, perguntar ao aluno se "sabe com quem está falando". condicionado "Gosto de ser gente, inacabado, sei que sou um
Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer ser condicionado, mas, consciente do inacabamento, sei que
forma de discriminação. É próprio do pensar certo a posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda entre o ser
disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode ser condicionado e o ser determinado.... Afinal, minha presença no
negado ou acolhido só porque é novo, assim como critério de mundo não é a de quem se adapta, mas a de quem nele se
recusa ao velho não é o cronológico. O velho que preserva sua insere".
validade encarna uma tradição ou marca uma presença no E a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas
tempo continua novo. Faz parte igualmente do pensar certo a também sujeito da história. Histórico-sócio-culturais,
rejeição mais decidida a qualquer forma de discriminação. tornamo-nos seres em quem a curiosidade, ultrapassando os
A prática preconceituosa de raças, de classes, de gênero limites que lhe são peculiares no domínio vital, torna-se
ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente fundante da produção do conhecimento. Mais ainda, a
a democracia. Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática. A curiosidade é já o conhecimento. Como a linguagem que anima
prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o a curiosidade e com ela se anima, é também conhecimento e
movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre não só expressão dele. Na verdade, seria uma contradição se,
o fazer. É fundamental que, na prática da formação docente, o inacabado e consciente do inacabamento, o ser humano não se
aprendiz de educador assuma que o indispensável pensar inserisse em tal movimento. É neste sentido que, para
certo não é presente dos deuses nem se acha nos guias de mulheres e homens, estar no mundo necessariamente significa
professores que, iluminados intelectuais, escrevem desde o estar com o mundo e com os outros. É na inconclusão do ser,

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que se sabe como tal, que se funda a educação como processo substantividade de um objeto. Somos os únicos seres que,
permanente. Mulheres e homens se tornaram educáveis na social e historicamente, nos tornamos capazes de aprender.
medida em que se reconheceram inacabados. Por isso aprender é uma aventura criadora, muito mais
O ideal é que, na experiência educativa, educandos e rica do que meramente repetir a lição dada. Aprender é
educadores, juntos, transformem este e outros saberes em construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz
sabedoria. Algo que não é estranho a nós, educadores. Ensinar sem abertura ao risco e à aventura do espírito.
exige respeito à autonomia do ser educando. O professor, ao Toda prática educativa demanda:
desrespeitar a curiosidade do educando, o seu gosto estético, A) A existência de sujeitos
a sua inquietude, a sua linguagem, ao ironizar o aluno, B) Um que, ensinando, aprende, e outro que, aprendendo,
minimizá-lo, mandar que "ele se ponha em seu lugar" ao mais ensina (daí seu cunho gnosiológico);
tênue sinal de sua rebeldia legítima, ao se eximir do C) A existência de objetos, conteúdos a serem ensinados e
cumprimento de seu dever de propor limites à liberdade do aprendidos;
aluno, ao se furtar do dever de ensinar, de estar D) O uso de métodos, de técnicas, de materiais. Esta prática
respeitosamente presente à experiência formadora do também implica, em função de seu caráter diretivo, objetivos,
educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos sonhos, utopias, ideais. Daí sua politicidade, daí não ser neutra,
de nossa existência. É neste sentido que o professor autoritário ser artística e moral.
afoga a liberdade do educando, amesquinhando o seu direito
de ser curioso e inquieto. Exige uma competência geral, um saber de sua natureza e
Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um saberes especiais, ligados à atividade docente. Como
dever, por mais que se reconheça a força dos professor, se a minha opção é progressista e sou coerente com
condicionamentos a enfrentar. A beleza de ser gente se acha, ela, meu papel é contribuir para que o educando, seja o, artífice
entre outras coisas, nessa possibilidade e nesse dever de de sua formação. Devo estar atento à difícil caminhada da
brigar. Saber que devo respeito à autonomia e à identidade do heteronomia para a autonomia. "É assim que venho tentando
educando exige de mim uma prática em tudo coerente com ser professor, assumindo minhas convicções, disponível ao
este saber. Ensinar exige bom senso O exercício do bom senso, saber, sensível à boniteza da prática educativa, instigado por
com o qual só temos a ganhar, se faz no corpo da curiosidade. seus desafios..." Ensinar exige alegria e esperança.
Neste sentido, quanto mais colocamos em prática, de forma O meu envolvimento com a prática educativa jamais
metódica, a nossa capacidade de indagar, de comparar, de deixou de ser feito com alegria, o que não significa dizer que
duvidar, de aferir, tanto mais eficazmente curiosos nós tenha podido criá-la nos educandos. Parece-me uma
podemos tornar e mais crítico se torna o nosso bom senso. contradição que uma pessoa que não teme a novidade, que se
O exercício do bom senso vai superando o que há nele de sente mal com as injustiças, que se ofende com as
instintivo na avaliação que fazemos dos fatos e dos discriminações, que luta contra a impunidade, que recusa o
acontecimentos em que nos envolvemos. O meu bom senso fatalismo cínico e imobilizante não seja criticamente
não me diz o que é, mas deixa claro que há algo que precisa ser esperançosa. Ensinar exige a convicção de que a mudança é
sabido. É ele que, em primeiro lugar, me diz não ser possível o possível.
respeito aos educandos, se não se levar em consideração as A realidade não é inexoravelmente esta e, está agora, e
condições em que eles vêm existindo, e os conhecimentos para que seja outra, precisamos lutar, viver a história como
experienciais com que chegam à escola. Isto exige de mim uma tempo de possibilidade, e não de determinação. O amanhã não
reflexão crítica permanente sobre minha prática. O ideal é que é algo já estabelecido, mas um desafio. Não posso, por isso,
se invente uma forma pela qual os educandos possam cruzar os braços. Esse é, aliás, um dos saberes primeiros,
participar da avaliação. E que o trabalho do professor deve ser indispensáveis a quem pretende que sua presença se torne
com os alunos e não consigo mesmo. O professor tem o dever convivência. O mundo não é. O mundo está sendo. O meu papel
de realizar sua tarefa docente. no mundo não é só o de quem constata o que ocorre, mas
Para isso, precisa de condições favoráveis, sem as quais se também o de quem intervém como sujeito de ocorrências.
move menos eficazmente no espaço pedagógico. O desrespeito Constato, não para me adaptar, mas para mudar. No fundo,
a este espaço é uma ofensa aos educandos, aos educadores e à as resistências orgânicas e culturais são manhas necessárias à
prática pedagógica. Ensinar exige humildade, tolerância e luta sobrevivência física e cultural dos oprimidos. É preciso, porém,
em defesa dos direitos dos educadores. Como ser educador que tenhamos na resistência fundamentos para a nossa
sem aprender a conviver com os diferentes? Como posso rebeldia e não para a nossa resignação em face das ofensas.
respeitar a curiosidade do educando se, carente de humildade Não é na resignação que nos afirmamos, mas na rebeldia em
e da real compreensão do papel da ignorância na busca do face das injustiças. A rebeldia é ponto de partida, é deflagração
saber, temo revelar o meu desconhecimento? A luta dos da justa ira, mas não é suficiente.
professores em defesa de seus direitos e de sua dignidade deve A rebeldia, enquanto denúncia, precisa se alongar até uma
ser entendida como um momento importante de sua prática posição mais radical e crítica, a revolucionária,
docente, enquanto prática ética. Ainda que a prática fundamentalmente anunciadora. Mudar é difícil, mas é
pedagógica seja tratada com desprezo, não tenho por que possível. Ensinar exige curiosidade. Como professor, devo
desamá-la e aos educandos. Não tenho por que exercê-la mal. saber que, sem a curiosidade que me move, não aprendo nem
Minha resposta à ofensa à educação é a luta política consciente, ensino. A construção do conhecimento implica o exercício da
crítica e organizada dos professores. curiosidade, o estímulo à pergunta, a reflexão crítica sobre a
Os órgãos de classe deveriam priorizar o empenho de própria pergunta.
formação permanente dos quadros do magistério como tarefa O fundamental é que professor e alunos saibam que a
altamente política, e reinventar a forma de lutar. Ensinar exige postura deles é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não
apreensão da realidade. Como professor, preciso conhecer as apassivada. A dialogicidade, no entanto, não nega a validade de
diferentes dimensões que caracterizam a essência da minha momentos explicativos, narrativos. O bom professor faz da
prática. O melhor ponto de partida para estas reflexões é a aula um desafio. Seus alunos cansam, não dormem. Um dos
inconclusão do ser humano. Aí radica a nossa educabilidade, saberes fundamentais à prática educativo-crítica é o que me
bem como a nossa inserção num permanente movimento de adverte da necessária promoção da curiosidade espontânea
busca. A nossa capacidade de aprender, de que decorre a de para a curiosidade epistemológica. Resultado do equilíbrio
ensinar, implica a nossa habilidade de apreender a entre autoridade e liberdade, a disciplina implica o respeito de

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uma pela outra, expresso na assunção que ambas fazem de posso duvidar na minha prática educativo-crítica é que, como
limites que não podem ser transgredidos. experiência especificamente humana, a educação é uma forma
de intervenção no mundo. Intervenção esta que, além do
Ensinar é uma Especificidade Humana conhecimento dos conteúdos, bem ou mal ensinados e/ou
aprendidos, implica tanto o esforço da reprodução da
Creio que uma das qualidades essenciais que a autoridade ideologia dominante quanto o seu desmascaramento.
docente democrática deve revelar em suas relações com as Nem somos seres simplesmente determinados nem
liberdades dos alunos é a segurança em si mesma. É a tampouco livres de condicionamentos genéticos, culturais,
segurança que se expressa na firmeza com que atua, com que sociais, históricos, de classe, de gênero, que nos marcam e a
decide, com que respeita as liberdades, com que discute suas que nos achamos referidos. Continuo aberto à advertência de
próprias posições, com que aceita rever-se. Ensinar exige Marx, a da necessária radicalidade, que me faz sempre
segurança, competência profissional e generosidade - A desperto a tudo o que diz respeito à defesa dos interesses
segurança com que a autoridade docente se move implica uma humanos. Interesses superiores aos de grupos ou de classes de
outra, fundada na sua competência profissional. pessoas. Não posso ser professor se não percebo cada vez
Nenhuma autoridade docente se exerce ausente desta melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de
competência. O professor que não leva a sério sua formação, mim uma definição, uma tomada de posição, uma ruptura.
que não estuda, que não se esforça para estar à altura de sua Exige que eu escolha entre isto e aquilo.
tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a
classe. A incompetência profissional desqualifica a autoridade favor de não importa o quê. Não posso ser professor a favor
do professor. Outra qualidade indispensável à autoridade, em simplesmente da Humanidade, frase de uma qualidade
suas relações com a liberdade, é a generosidade. Não há nada demasiado contrastante com a concretude da prática
que inferiorize mais a tarefa formadora da autoridade do que educativa. Sou professor a favor da decência contra o
a mesquinhez, a arrogância ao julgar os outros e a indulgência despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da
ao se julgar, ou aos seus. autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a
A arrogância que nega a generosidade nega também a ditadura. Sou professor a favor da luta constante contra
humildade. O clima de respeito que nasce de relações justas, qualquer forma de discriminação, contra a dominação
sérias, humildes, generosas, em que a autoridade docente e as econômica dos indivíduos ou das classes sociais, contra a
liberdades dos alunos se assumem eticamente, autentica o ordem vigente que inventou a aberração da miséria na fartura.
caráter formador do espaço pedagógico. A autoridade, Sou professor a favor da esperança que me anima, apesar
coerentemente democrática, está convicta de que a disciplina de tudo. Contra o desengano que consome e imobiliza e a favor
verdadeira não existe na estagnação, no silêncio dos da boniteza de minha própria prática. Tão importante quanto
silenciados, mas no alvoroço dos inquietos, na dúvida que o ensino dos conteúdos é a minha coerência na classe. A
instiga, na esperança que desperta. Um esforço sempre coerência entre o que digo, o que escrevo e o que faço. Ensinar
presente à prática da autoridade coerentemente democrática exige liberdade e autoridade. O problema que se coloca para o
é o que a torna quase escrava de um sonho fundamental - o de educador democrático é como trabalhar no sentido de fazer
persuadir ou convencer a liberdade para a construção da possível que a necessidade do limite seja assumida eticamente
própria autonomia, ainda que reelaborando materiais vindos pela liberdade. Sem os limites, a liberdade se perverte em
de fora de si. licença e a autoridade em autoritarismo. Por outro lado, faz
É com a autonomia, penosamente construída e fundada na parte do aprendizado a assunção das consequências do ato de
responsabilidade, que a liberdade vai preenchendo o espaço decidir.
antes habitado pela dependência. O fundamental no Não há decisão que não seja seguida de efeitos esperados,
aprendizado do conteúdo é a construção da responsabilidade pouco esperados ou inesperados. Por isso a decisão é um
da liberdade que se assume. O essencial nas relações entre processo responsável. É decidindo que se aprende a decidir.
autoridade e liberdade é a reinvenção do ser humano no Não posso aprender a ser eu mesmo se não decido nunca,
aprendizado de sua autonomia. Nunca me foi possível separar porque há sempre a sabedoria e a sensatez de meu pai e de
dois momentos - o ensino dos conteúdos da formação ética dos minha mãe a decidir por mim. Ninguém é autônomo primeiro
educandos. O saber desta impossibilidade é fundamental à para depois decidir. A autonomia vai se construindo na
prática docente. experiência. Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém. Por
Quanto mais penso sobre a prática educativa, outro lado, ninguém amadurece de repente. A gente vai
reconhecendo a responsabilidade que ela exige de nós, mais amadurecendo todo dia, ou não. A autonomia é um processo,
me convenço do nosso dever de lutar para que ela seja não ocorre em data marcada. É neste sentido que uma
realmente respeitada: Ensinar exige comprometimento. Não pedagogia da autonomia tem de estar centrada em
posso ser professor sem me pôr diante dos alunos, sem revelar experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade,
com facilidade ou relutância minha maneira de ser, de pensar ou seja, que respeitam a liberdade. Ensinar exige tomada
politicamente. Não posso escapar à apreciação dos alunos. E a consciente de decisões. Voltemos à questão central desta parte
maneira como eles me percebem tem importância capital para do texto - a educação, especificidade humana, como um ato de
o meu desempenho. Daí, então, que uma de minhas intervenção no mundo.
preocupações centrais deva ser a de procurar a aproximação Quando falo em educação como intervenção me refiro
cada vez maior entre o que digo e o que faço, entre o que tanto a que aspira a mudanças radicais na sociedade, no campo
pareço ser e o que realmente estou sendo. Isto aumenta em da economia, das relações humanas, da propriedade, do
mim os cuidados com o meu desempenho. direito ao trabalho, à terra, à educação, à saúde, quanto a que,
Se a minha opção é democrática, progressista, não posso reacionariamente, pretende imobilizar a História e manter a
ter uma prática reacionária, autoritária, elitista. Minha ordem injusta. E que dizer de educadores que se dizem
presença de professor é, em si, política. Enquanto presença, progressistas, mas de prática pedagógica-política
não posso ser uma omissão, mas um sujeito de opções. Devo eminentemente autoritária? A raiz mais profunda da
revelar aos alunos a minha capacidade de analisar, de decidir, politicidade da educação se acha na educabilidade do ser
de optar e de romper, minha capacidade de fazer justiça, de humano, que se funda em sua natureza inacabada e da qual se
não falhar à verdade. Ético, por isso mesmo, tem que ser o meu tornou consciente. Inacabado e consciente disso,
testemunho. Ensinar exige compreender que a educação é uma necessariamente o ser humano se faria um ser ético, um ser de
forma de intervenção no mundo. Outro saber de que 'não opção, de decisão. Um ser ligado a interesses e em relação aos

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quais tanto pode manter-se fiel à ética quanto pode transgredi- Como ensinar, como formar sem estar aberto ao contorno
la. Se a educação não pode tudo, pode alguma coisa geográfico, social, dos educandos? Com relação a meus alunos,
fundamental. Se a educação não é a chave das mudanças, não diminuo a distância que me separa de suas condições
é também simplesmente reprodutora da ideologia dominante. negativas de vida na medida em que os ajudo a aprender não
O que quero dizer é que a educação nem é uma força importa que saber, o do torneio ou do cirurgião, com vistas à
imbatível a serviço da transformação da sociedade nem mudança do mundo, à superação das estruturas injustas,
tampouco é a perpetuação do status quo. jamais com vistas à sua imobilização. Debater o que se diz e o
Se, na verdade, o sonho que nos anima é democrático e que se mostra e como se mostra na televisão me parece algo
solidário, não é falando aos outros, de cima para baixo, cada vez mais importante.
sobretudo, como se fôssemos os portadores da Verdade a ser Como educadores progressistas não apenas não podemos
transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é desconhecer a televisão, mas devemos usá-la, sobretudo,
escutando que aprendemos & falar com eles. Os sistemas de discuti-la. Não podemos nos pôr diante de um aparelho de
avaliação pedagógica de alunos e de professores vêm se televisão entregues ou disponíveis ao que vier. Ensinar exige
assumindo cada vez mais como discursos verticais, de cima querer bem aos educandos. O que dizer e o que esperar de
para baixo, mas insistindo em passar por democráticos. A mim, se, como professor, não me acho tomado por este outro
questão que se coloca a nós é lutar em favor da compreensão saber, o de que preciso estar aberto ao gosto de querer bem, às
e da prática da avaliação, enquanto instrumento de apreciação vezes, à coragem de querer bem aos educandos e à própria
do que fazer, de sujeitos críticos a serviço, por isso mesmo, da prática educativa de que participo. Na verdade, preciso
libertação e não da domesticação. Avaliação em que se descartar como falsa a separação radical entre seriedade
estimule o falar a como caminho para o falar com. Quem tem o docente e afetividade. A afetividade não se acha excluída da
que dizer, tem igualmente o direito e o dever de dizê-lo. É cognoscibilidade.
preciso, porém, que o sujeito saiba não ser o único a ter algo a O que não posso, obviamente, permitir é que minha
dizer. Mais ainda, que esse algo, por mais importante que seja, afetividade interfira no cumprimento ético de meu dever de
não é a verdade alvissareira por todos esperada. professor no exercício de minha autoridade. Não posso
Por isso é que acrescento, quem tem o que dizer deve condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao
assumir o dever de motivar, de desafiar quem escuta, para que maior ou menor bem querer que tenha por ele. É preciso, por
este diga, fale, responda. É preciso enfatizar - ensinar não é outro lado, reinsistir em que não se pense que a prática
transferir a inteligência do objeto ao educando, mas instigá-lo educativa vivida com afetividade e alegria prescinda da
no sentido de que, como sujeito cognoscente, torne-se capaz formação científica séria e da clareza política dos educadores.
de inteligir e comunicar o inteligido. É neste sentido que se Nunca idealizei a prática educativa. Em tempo algum a vi como
impõe a mim escutar o educando em suas dúvidas, em seus algo que, pelo menos, parecesse com um que fazer de anjos.
receios, em sua incompetência provisória. E ao escutá-lo, Jamais foi fraca em mim a certeza de que vale a pena lutar
aprendo a falar com ele. Aceitar e respeitar a diferença é uma contra os descaminhos que nos obstaculizam de ser mais.
das virtudes sem a qual a escuta não pode acontecer. Tarefa Como prática estritamente humana, jamais pude entender
essencial da escola, como centro de produção sistemática de a educação como uma experiência fria, sem alma, em que os
conhecimento, é trabalhar criticamente a i das coisas e dos sentimentos e as emoções, os desejos e os sonhos devessem
fatos e a sua comunicabilidade. Ensinar exige reconhecer que ser reprimidos por uma espécie de ditadura racionalista.
a educação é ideológica Saber igualmente fundamental à Jamais compreendi a prática educativa como uma experiência
prática educativa do professor é o que diz respeito à força, às a que faltasse o rigor em que se gera a necessária disciplina
vezes, maior do que pensamos da ideologia. É o que nos intelectual. Estou convencido de que a rigorosidade, a séria
adverte de suas manhas, das armadilhas em que nos faz cair. disciplina intelectual, o exercício da curiosidade
A ideologia tem a ver diretamente com a ocultação da epistemológica não me faz necessariamente um ser mal-
verdade dos fatos, com o uso da linguagem para penumbrar ou amado, arrogante, cheio de mim mesmo. Nem a arrogância é
opacizar a realidade, ao mesmo tempo em que nos torna sinal de competência nem a competência é causa de
míopes. No exercício crítico de minha resistência ao poder da arrogância. Certos arrogantes, pela simplicidade, se fariam
ideologia, vou gerando certas qualidades que vão virando gente melhor.
sabedoria indispensável à minha prática docente. A
necessidade desta resistência crítica, por exemplo, me Exigências do Ensinar
predispõe, de um lado, a uma atitude sempre aberta aos
demais, aos dados da realidade; de outro, a uma desconfiança Ensinar Exige Segurança, Competência Profissional e
metódica que me defende de tornar-me absolutamente certo Generosidade
das certezas. Para me resguardar das artimanhas da ideologia O professor que não leve a sério sua formação, que não
não posso nem devo me fechar aos outros, nem tampouco me estuda, que não se esforce para estar à altura de sua tarefa não
enclausurar no ciclo de minha verdade. Pelo contrário, o tem força moral para coordenar as atividades de sua classe. Há
melhor caminho para guardar viva e desperta a minha professoras cientificamente preparados, mas autoritários a
capacidade de pensar certo, de ver com acuidade, de ouvir com toda prova. O que quero dizer é que a incompetência
respeito, por isso de forma exigente, é me deixar exposto às profissional desqualifica a autoridade do professor.
diferenças, é recusar posições dogmáticas, em que me admita Outra qualidade indispensável à autoridade em suas
como dono da verdade. relações com as liberdades é a generosidade, pois a arrogância
Ensinar exige disponibilidade para o diálogo nas minhas que nega a generosidade nega também a humildade. A
relações com os outros, que não fizeram necessariamente as autoridade docente autoritária, rígida, não conta com
mesmas opções que fiz, no nível da política, da ética, da nenhuma criatividade do educando. Não faz parte de sua
estética, da pedagogia, nem posso partir do pressuposto que forma de ser, esperar, sequer, que o educando revele o gosto
devo conquistá-los, não importa a que custo, nem tampouco de aventurar-se.
temer que pretendam conquistar-me. É no respeito às O educando que exercita sua liberdade ficará tão mais livre
diferenças entre mim e eles, na coerência entre o que faço e o quanto mais eticamente vá assumindo a responsabilidade de
que digo, que me encontro com eles. O sujeito que se abre ao suas ações. Decidir é romper e, para isso, preciso correr o risco.
mundo e aos outros inaugura, com seu gesto, a relação Assim, me movo como educador porque, primeiro, me
dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, movo como gente.
como inconclusão em permanente movimento na história.

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Ensinar e, enquanto ensino, testemunhar aos alunos o saúde, quanto à que, pelo contrário, reacionariamente
quanto me é fundamental respeitá-los e respeitar-me são pretende imobilizar a História e manter a ordem injusta.
tarefas que jamais dicotomizei. Como professor, tanto lido com A educação não vira política por causa da decisão deste ou
minha liberdade quanto com minha autoridade em exercício, daquele educador. Ela é política. O que devo pretender não é a
mas também diretamente com a liberdade dos educandos, que neutralidade da educação, mas a respeito, a toda prova, aos
devo respeitar, e com a criação de sua autonomia bem como educandos, aos educadores e às educadoras. O respeito aos
com os anseios de construção da autoridade dos educandos. educadores e educadoras por parte da administração pública
ou privada das escolas; o respeito aos educandos assumido e
Ensinar exige Comprometimento praticado pelos educadores não importa de que escola,
Saber que não posso passar despercebido pelos alunos, e particular ou pública. É por isto que devo lutar sem cansaço.
que a maneira como me percebam me ajuda ou desajuda no Lutar pelo direito que tenho de ser respeitado e pelo dever que
cumprimento de minha tarefa de professor, aumenta em mim tenho de reagir a que me destratem. Lutar pelo direito que
os cuidados com meu desempenho. Se a minha opção é você, que me lê, professora ou aluna, tem de ser você mesma e
democrática, progressista, não posso ter uma prática nunca, jamais, lutar por essa coisa impossível, acinzentada e
reacionária, autoritária, elitista. Não posso discriminar o aluno insossa que é a neutralidade.
em nome de nenhum motivo. O educador e a educadora críticos não podem pensar que,
Devo revelar aos alunos a minha capacidade de analisar, de a partir do curso que coordenam ou do seminário que lideram,
comparar, a avaliar, de decidir, de optar, de romper. Minha podem transformar o país. Mas podem demonstrar que é
capacidade de fazer justiça, de não falhar à verdade. Ético, por possível mudar. E isto reforça nele ou nela a importância de
isso mesmo, tem que ser o meu testemunho. sua tarefa político pedagógica.

Ensinar exige compreender que a Educação é uma Ensinar Exige Saber Escutar
Forma de Intervenção no Mundo Sempre recusei os fatalismos. Prefiro a rebeldia que me
Outro saber de que não posso duvidar um momento sequer confirma como gente e que jamais deixou de provar que o ser
na minha prática educativo-crítica é o de que, como humano é maior do que mecanismos que o minimizam.
experiência especificamente humana, a educação é uma forma Os sistemas de avaliação pedagógica de alunos e de
de intervenção no mundo. professores vêm se assumindo cada vez mais como discursos
Continuo bem aberto à advertência de Marx, a da verticais, de cima para baixo, mais insistindo em passar por
necessária radicalidade que me faz sempre desperto a tudo o democráticos. A questão que se coloca a nós, enquanto
que diz respeito à defesa dos interesses humanos. Interesses professores e alunos críticos e amorosos da liberdade, não é,
superiores aos de puros grupos ou de classes de gente. naturalmente, ficar contra a avaliação, de resto necessária,
Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor mas resistir aos métodos silenciadores com que ela vem sendo
que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim às vezes realizada. A questão que se coloca a nós é lutar em
uma definição. (...). Sou professor a favor da decência contra o favor da compreensão e da prática da avaliação enquanto
despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da instrumento de apreciação do que fazer de sujeitos críticos a
autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a serviço, por isso mesmo, da libertação e não da domesticação.
ditadura de direita ou de esquerda. Sou professor a favor da Por isso é que, acrescento, quem tem o que dizer deve
luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra assumir o dever de motivar, de desafiar quem escuta, no
a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. sentido de que, quem escuta diga, fale, responda. É intolerável
Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou o direito que se dá a si mesmo o educador autoritário de
esta aberração: a miséria na fartura. Sou professor a favor da comportar-se como proprietário da verdade.
esperança que me anima apesar de tudo. Sou professor contra Que me seja perdoada a reiteração, mas é preciso enfatizar,
o desengano que me consome e imobiliza. Sou professor a mais uma vez: ensinar não é transferir a inteligência do objeto
favor da boniteza de minha própria prática, boniteza que dela ao educando, mas instigá-lo no sentido de que, como sujeito
some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por cognoscente, se torne capaz de inteligir e comunicar o
este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias inteligido. É nesse sentido que se impõe a mim escutar o
sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se educando em suas dúvidas, em seus receios, em sua
amofinar e de já não ser o testemunho que deve ser de lutador incompetência provisória. E ao escutá-lo, aprendo a falar com
pertinaz, que cansa, mas não desiste. Boniteza que se esvai de ele.
minha prática se, cheio de mim mesmo, arrogante e
desdenhoso dos alunos, não canso de me admirar. Ensinar Exige Reconhecer que a Educação é Ideológica
Há um século e meio Marx e Engels gritavam em favor da
Ensinar Exige Liberdade e Autoridade união das classes trabalhadoras do mundo contra sua
O que sempre deliberadamente recusei, em nome do espoliação. Agora, necessária e urgente se fazem a união e a
próprio respeito à liberdade, foi sua distorção em rebelião das gentes contra a ameaça que nos atinge, a dos à
licenciosidade. O que sempre procurei foi viver em plenitude a "fereza" da ética do mercado.
relação tensa, contraditória e não mecânica, entre autoridade Prefiro ser criticado como idealista e sonhador inveterado
e liberdade, no sentido de assegurar o respeito entre ambas, por continuar, sem relutar, a aposta no ser humano, a me bater
cuja ruptura provoca a hipertrofia de uma ou de outra. por uma legislação que o defenda contra as arrancadas
A posição mais difícil, indiscutivelmente correta, é a agressivas e injustas de que transgride a própria ética.
democrata, coerente com seu sonho solidário e igualitário. É exatamente por causa de tudo isso que como professor,
devo estar advertido do poder do discurso ideológico,
Ensinar Exige Tomada Consciente de Decisões começando pelo que proclama a morte das ideologias. Na
Voltemos à questão central que venho discutindo nesta verdade, só ideologicamente posso matar as ideologias, mas é
parte do texto: a educação, especificidade humana, como um possível que não perceba a natureza ideológica do discurso
ato de intervenção não está sendo usado com nenhuma que fala de sua morte. No fundo, a ideologia tem um poder de
restrição semântica. Quando falo em educação como persuasão indiscutível. O discurso ideológico nos ameaça de
intervenção me refiro tanto à que aspira a mudanças radicais anestesiar a mente, de confundir, das coisas, dos
na sociedade, no campo da economia, das relações humanas, acontecimentos.
da propriedade, do direito ao trabalho, à terra, à educação, à

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Não podemos escutar, sem um mínimo de reação crítica, Assim, a alegria não chega apenas no encontro do achado
discursos como estes: mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não
podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.
“O negro é geneticamente inferior ao branco. É uma pena, Dessa forma a rigosidade, a séria disciplina intelectual, o
mas é isso o que a ciência nos diz.” exercício da curiosidade epistemológica não me faz
“Em defesa de sua honra, o marido matou a mulher.” necessariamente um ser mal-amado, arrogante, cheio de mim
“Que poderíamos esperar deles, uns baderneiros, invasores mesmo. Ou, em outras palavras, não é a minha arrogância
de terra?” intelectual a que fala de minha rigorosidade científica. Nem a
“Essa gente é sempre assim: damos-lhe os pés e logo quer as arrogância é sinal de competência nem a competência é causa
mãos.” de arrogância. Não nego a competência, por outro lado, de
“Nós já sabemos o que o povo quer e do que precisa. certos arrogantes, mas lamento neles a ausência de
Perguntar-lhe seria uma perda de tempo.” simplicidade que, não diminuindo em nada seu saber, os faria
“O saber erudito a ser entregue às massas incultas é a sua gente melhor. Gente mais gente.
salvação.”
“Maria é negra, mas é bondosa e competente.” Fundamentos da Pedagogia Histórico-crítica: O
“Esse sujeito é um bom cara. É nordestino, mas é sério e Homem e o Trabalho
prestimoso”.
“Você sabe com quem está falando?” Para entender as implicações e as possibilidades de um
“Que vergonha, homem se casar com homem, mulher se projeto educativo comprometido com a mudança da
casar com mulher.” sociedade, e preciso ter uma visão de ser humano e sua relação
“É isso, você vai se meter com gentinha, é o que dá.” com o trabalho.
“Quando negro não suja na entrada, suja na saída.” O homem como espécie e um ser natural, isto e, e um ser
“O governo tem que investir mesmo é nas áreas onde mora composto biologicamente, mas que não está acabado, pois sua
gente que paga imposto.” constituição depende das suas relações sociais. A diferença
“Você não precisa pensar. Vote em fulano, que pensa por entre a espécie humana e as outras espécies animais dá-se em
você.” decorrência do trabalho.
“Você, desempregado, seja grato. Vote em quem ajudou Enquanto as outras espécies se adaptam a realidade
você. Vote em fulano de tal.” satisfazendo suas necessidades, o homem modifica a realidade
“Está se vendo, pela cara, que se trata de gente fina, de pelo trabalho, transformando-a para atender suas
trato, que tomou chá em pequeno e não de um pé-rapado necessidades que se vão complexificando na medida do
qualquer.” desenvolvimento de sua realidade. O trabalho, portanto,
“O professor falou sobre a Inconfidência Mineira.” atividade essencialmente humana, e o que caracteriza a
“O Brasil foi descoberto por Cabral.” natureza humana, construindo-a histórica e socialmente.
E a atividade consciente, com finalidade e intencionalidade
Assim, o melhor caminho para guardar viva e desperta a de satisfação de suas necessidades, que o torna um ser
minha capacidade de pensar certo, de ver com acuidade, de humanizado.
ouvir com respeito, por isso de forma exigente, é me deixar Concordando com Engels94: “Os animais só podem
exposto às diferenças, é recusar posições dogmáticas, em que utilizar a natureza e modifica-la apenas porque nela estão
me admita como proprietário da verdade. presentes. Já o homem modifica a natureza e a obriga a
servi-lo, ou melhor: Domina-a. Analisando mais
Ensinar Exige Disponibilidade Para o Diálogo profundamente, não há dúvida de que a diferença
Dessa forma, como professor não se deve poupar fundamental entre os homens e os outros animais está na
oportunidades para testemunhar aos alunos a segurança com forca do trabalho”.
que me comporto ao discutir um tema, ao analisar um fato, ao O trabalho humano pode ser material ou não material. No
expor minha posição em face de uma decisão governamental, caso do trabalho material, sua produção é a garantia de
o mundo encurta, o tempo se dilui: o ontem vira agora; o subsistência, e a produção de objetos tendo o homem como
amanhã já está feito. Tudo muito rápido. Debater o que se diz sujeito. Já a produção não material se caracteriza pelo trabalho
e o que se mostra e como se mostra na televisão me parece algo produtor de ideias, valores, símbolos, conceitos, habilidades.
cada vez mais importante. A educação e trabalho não material: não produz resultados
E como educadores e educadoras progressistas não apenas físicos (objetos) e seu produto não se separa nem de seu
não podemos desconhecer a televisão mas devemos usá-la, produtor, nem de seu consumidor. Significa dizer, portanto,
sobretudo, discuti-la. que a educação depende do educador (produtor) para a
O poder dominante, entre muitas, leva mais uma vantagem consecução do seu objetivo (produção) e não se realiza sem a
sobre nós. É que, para enfrentar o ardil ideológico de que se presença ativa do seu consumidor (educando).
acha envolvida a sua mensagem na mídia, seja nos noticiários, As duas categorias de trabalho (material e não material)
nos comentários aos acontecimentos ou na linha de certos estão intimamente relacionadas, pois o homem planeja,
programas, para não falar na propaganda comercial, nossa antecipa mentalmente sua ação sobre o objeto e, portanto,
mente ou nossa curiosidade teria de funcionar para a realização do trabalho material, o homem realiza um
epistemologicamente todo o tempo. E isso não é fácil. trabalho não material.
No momento em que o modo de produção capitalista
Ensinar Exige Querer Bem aos Educandos inverte a posição do homem em relação ao trabalho, ou seja, o
A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O homem deixa de ser sujeito e passa a ser objeto, o trabalho se
que não posso obviamente permitir é que minha afetividade torna fragmentado e perde seu sentido humanizado. Estão
interfira no cumprimento ético de meu dever de professor no criadas as condições para o processo de alienação.
exercício de minha autoridade. Não posso condicionar a A separação entre trabalhador e o produto de seu trabalho,
avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor ou seja, a divisão social do trabalho determina a alienação, pois
bem querer que tenha por ele. torna o trabalho algo empobrecido e que não enriquece o
desenvolvimento humano. Portanto, divisão social do trabalho

94ENGELS, F. O papel do trabalho na transformação do macaco em homem.

Neue Zeit. 1986.

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significa colocar o homem como mercadoria: sua produção migrassem para as escolas privadas; o professor teve sua
representa seu valor e seu valor só e considerado quando formação esvaziada, deixando de ser valorizado socialmente,
contribui para a acumulação do capital. os salários tiveram queda vertiginosa, o que também
Segundo Marx95: “O ser alheio ao qual pertence o trabalho contribuiu para a minimização do status do professor. Além
e o produto do trabalho, a serviço do qual está o trabalho e disso, a culpabilizacao do professor pelos males da escola
para cuja fruição está o produto do trabalho, só pode ser o coloca o educador em condição de ser necessário ou
homem mesmo. Se o produto do trabalho não pertence ao desnecessário, tanto para a classe dominante como para a
trabalhador, um poder alheio estando frente a ele, então isto classe trabalhadora, dependendo do projeto com o qual está
só e possível pôr o produto do trabalho pertencer a um outro comprometido. Esse comprometimento, por sua vez, depende
homem fora do trabalhador. Se a sua atividade lhe e tormento, do nível de consciência profissional do docente em relação ao
então tem que ser fruição a um outro e a alegria de viver de um seu poder de transformação na pratica pedagógica.
outro. Não os deuses, não a natureza, só o homem mesmo pode A crise das instituições educacionais é uma crise da
ser este poder alheio sobre os homens”. totalidade dos processos dos quais a educação formal e apenas
A sociedade capitalista tem colocado a escola como uma parte. A questão central da atual contestação das
mecanismo que adapta seus sujeitos a sociedade na qual estão instituições educacionais não são simplesmente o tamanho
inseridos. das classes, a inadequação das instalações de pesquisas, mas a
Sendo assim, na sociedade capitalista a escola tem a função razão de ser da própria educação.
social de manutenção do sistema por meio das ideias e dos A educação, portanto, está diretamente relacionada a
interesses da classe dominante, ocasionando o esvaziamento organização social em suas múltiplas relações. Daí decorrem
dos conteúdos adequados e necessários a humanização e de os interesses políticos e econômicos em manter a educação em
métodos igualmente adequados a apropriação da humanidade plano de menor importância. Preocupar-se com a educação
social e historicamente construída. Essa escola do capitalismo transformadora significa investir no sistema educacional e
abre portas a todo tipo de organização não escolar, enfatiza a formar intelectuais orgânicos.
experiência e valoriza, por conseguinte o indivíduo particular Porém, esse não é um projeto capitalista e precisa ser
e sua subjetividade. compreendido em sua essência, pois o neoliberalismo procura
Se por um lado a história de vida é fundamental na mascará-lo com os conceitos de globalização, integração,
formação do sujeito em sua totalidade, por outro lado a flexibilidade, competitividade etc., que são uma imposição das
secundarizarão da educação escolar representa minimizar novas formas de sociabilidade capitalista tanto para
conteúdos e formas de assimilação dos conhecimentos estabelecer um novo padrão de acumulação quanto para
historicamente construídos. Consequentemente, significa definir as formas concretas de integração dentro da nova
contribuir para o projeto neoliberal que impede a ação dos reorganização da economia mundial.
homens na realidade concreta.
Estas novas referências, apresentadas por discursos Escola: Que espaço é esse?
bastante sedutores, sobre valorização da pessoa e sua A escola é uma instituição social, cujo papel especifico
subjetividade, sobre a importância dos conhecimentos consiste em propiciar o acesso ao conhecimento sistematizado
adquiridos experiencial mente, sobre a criatividade da daquilo que a humanidade já produziu e que são necessárias
atividade docente, sobre a articulação entre aprendizagem e as novas gerações para possibilitar que avancem a partir do
cotidiano, representam, outrossim, estratégias para o mais que já foi construído historicamente.
absoluto esvaziamento do trabalho educacional. A escola pode tornar-se espaço de reprodução da
Os professores já não mais precisarão aprender o sociedade capitalista ou pode contribuir na transformação da
conhecimento historicamente acumulado, pois já não mais sociedade dependendo do nível de participação nas decisões
precisarão ensina-lo aos seus alunos, e ambos, professores e que os envolvidos têm (pais, alunos, professores), da maneira
alunos, cada vez mais empobrecidos de conhecimentos pelos como os conteúdos são selecionados (sua relevância e caráter
quais possam compreender e intervir na realidade, com maior humanizado), da forma como são discutidos, apresentados e
facilidade, adaptar-se-ão a ela pela primazia da alienação. inseridos no planejamento e como são ensinados. O professor
e, portanto, peça-chave nessa organização e sistematização do
Alienação docente: Implicações na Construção do conhecimento.
Conhecimento Nas diferentes teorias educacionais, encontra-se a visão de
E preciso não perder de vista que a educação, apesar de sua escola, professor e aluno que norteia cada uma delas e
fundamental importância na conscientização das massas, não consequentemente e possível reconhecer nesses modelos a
é redentora da humanidade, pois pertence a um sistema de manutenção do status quo ou a luta para fazer da escola um
instituições sociais, sendo necessário considerar que todos os espaço democrático e contribuinte para as transformações da
fatores sociais agem (ou deveriam agir) dialeticamente. sociedade.
Para refletir sobre a atuação do professor, e preciso
considerar as condições concretas de realização de seu Teorias Não Críticas
trabalho, pois a idealização deve servir-nos como aquilo que
buscamos, mas deve ser pensada a partir daquilo que vivemos. Na sociedade capitalista, a educação tem duas funções:
Os esforços em manter o trabalho pedagógico num ideário A) Qualificação de mão de obra;
que desvaloriza o caráter político da educação imergem o B) Formação para o controle político.
professor em práticas que, traduzindo sua alienação
particular, a reproduzem em seus educandos partindo de Assim como já descrito anteriormente, essas funções
práticas valorativas do cotidiano e que impedem a reflexão respondem a sociedade de classes, pois em sua função de
crítica e transformadora. formação para o controle político serão preparados aqueles
E preciso compreender está imersão acrítica em seu que determinarão os rumos da sociedade enquanto as mãos de
contexto histórico. A partir do final da década de 1980, obra mantem a estrutura social.
aumentou a demanda pela escola, mas sua qualidade não Todas as teorias deste grupo desempenharam e ainda
acompanhou o número de vagas oferecidas, o que fez que os desempenham grande poder sobre as práticas pedagógicas
alunos provenientes de melhores condições financeiras

95 MARX, K. O trabalho alienado, 1844.

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exercidas, tendo a ação da escola como a de adequação do legitimar os privilégios. Nesse momento, a classe
indivíduo a sociedade. revolucionaria e outra: não e mais a burguesia, e exatamente
A chamada escola tradicional tem o ensino centrado na aquela classe que a burguesia explora.
autoridade do professor, os conteúdos não estão relacionados A teoria educacional que toma corpo a partir de então, a
a realidade e o aluno deve aprender pela repetição e pedagogia nova, afirma que os homens não são essencialmente
memorização. No entanto, ao longo do tempo essa escola foi iguais; os homens são essencialmente diferentes, e nós temos
sendo progressivamente criticada por não conseguir realizar que respeitar as diferenças entre os homens. Então há aqueles
seu desiderato de universalização nem todos nela ingressavam que tem mais capacidade e aqueles que tem menos
e mesmo os que ingressavam nem sempre eram bem- capacidade; há aqueles que aprendem mais devagar; há
sucedidos. aqueles que se interessam por isso e os que se interessam por
A educação tradicional esteve ligada a fase revolucionaria aquilo.
da burguesia, defendendo o princípio de que todos os seres Em verdade, o que está por trás dessa “aceitação” e a
humanos nascem essencialmente iguais, ou seja, nascem uma validação das desigualdades como algo natural e impossível de
tabula rasa, que se contrapunha a concepção medieval, ser superado.
segundo a qual os seres humanos nasceriam essencialmente Assim, o eixo da questão pedagógica, antes centrado no
diferentes e defendia a reforma da sociedade substituindo uma conteúdo, no professor e na defectividade, agora se desloca
sociedade com base num suposto direito natural por uma para os métodos ou processos pedagógicos, para o aluno e
sociedade contratual” para a não defectividade, tratando-se de uma teoria onde o
Essa escola, estava articulada a um processo político de importante não e aprender, mas aprender a aprender.
superação da Idade Média e consolidação da burguesia e sua Segundo os preceitos da Escola Nova, a educação deve
ordem democrática no poder. contribuir para que todos os indivíduos sejam aceitos na
Não se podem ignorar as insuperáveis limitações da sociedade com suas diferenças, sejam elas quais forem. Assim,
pedagogia tradicional, as quais decorrem principalmente do deslocou o eixo da questão pedagógica do intelecto para o
fato de que se trata de uma pedagogia burguesa e, como tal, sentimento; do aspecto logico para o psicológico; dos
desconsidera inteiramente a existência da luta de classes e conteúdos cognitivos para os métodos ou processos
suas implicações para a produção e distribuição social do pedagógicos; do professor para o aluno; do esforço para o
conhecimento, da mesma forma que transforma o interesse; da disciplina para a espontaneidade; do
conhecimento ensinado na escola em algo destituído de diretivíssimo para o não diretivíssimo; da quantidade para a
historicidade. qualidade; de uma pedagogia de inspiração filosófica centrada
Mas não foi por essa razão que a escola tradicional passou, na ciência da lógica para uma pedagogia de inspiração
no final do século XIX e início do século XX, a ser alvo das experimental baseada principalmente nas contribuições da
críticas dos defensores da “nova pedagogia. biologia e da psicologia.
Tais críticas tem sua origem social no fato de que a Esse tipo de escola ficou restrito a pequenos grupos de
burguesia precisava recompor sua hegemonia e, nesse elite e as redes oficiais, apesar de influenciadas por este novo
contexto, tornou-se necessário articular ideologicamente a pensamento, não tinham condições (materiais inclusive) de
escola a uma perspectiva não mais centrada na socialização do acompanhar as características do trabalho escola novista.
conhecimento objetivo sobre a realidade natural e social, mas Como consequência, rebaixou-se o nível de ensino destinado a
sim a uma concepção da escola como espaço de respeito a classe trabalhadora, que não mais tinha na escola o espaço
individualidade, a atividade espontânea e as necessidades da singular de acesso ao conhecimento elaborado, pois este ficou
vida cotidiana dos indivíduos. em segundo plano.
Os ideólogos da burguesia colocavam a necessidade de Na atualidade, remontando ao movimento da pedagogia
educação de forma mais geral e, nesse sentido, cumpriam o nova (ou escolanovismo), as pedagogias do “aprender a
papel de hegemonia, ou seja, de articular toda a sociedade em aprender” têm se firmado hegemonicamente, sendo diferentes
torno dos interesses que se contrapunham a dominação discursos variantes de uma mesma concepção.
feudal. Enquanto a burguesia era revolucionaria, isso fazia O universo ideológico ao qual estão ligadas essas
sentido, quando ela se consolidou no poder, a questão pedagogias e o neoliberalismo e o pós-modernismo. Ainda que
principal já não era superar a velha ordem, o Antigo Regime. os intelectuais pós-modernos não aceitem essa associação, e
Este, com efeito, já fora superado, e a burguesia, em difícil não fazer essa aproximação tendo em vista que
consequência, já se tornara classe dominante; nesse momento, compartilham de diversos aspectos que convergem para a
o problema principal da burguesia passa a ser evitar as ideologia da sociedade capitalista.
ameaças e neutralizar as pressões para que se avance no Um aspecto que pode ser destacado e a concepção de
processo revolucionário e se chegue a uma sociedade conhecimento para o neoliberalismo e para o pós-
socialista. A burguesia, então, torna-se conservadora e passa a modernismo. No caso do primeiro, valoriza-se o conhecimento
ter dificuldades ao lidar com o problema da escola, pois a tácito. Para o segundo, o conhecimento e relativo, trata-se de
verdade e sempre revolucionaria. Enquanto a burguesia era uma construção mental individual ou coletiva que não tem o
revolucionaria, ela possuía interesse na verdade. Quando poder de se apropriar objetivamente da realidade, reduzindo-
passa a ser conservadora, a verdade então a incomoda, choca- se a sinais, convenções e práticas culturalmente justificadas.
se com seus interesses. Isso ocorre porque a verdade histórica Trata-se do discurso de um grupo, um significado
evidencia a necessidade das transformações, as quais, para a compartilhado por um grupo social (daí pensar a escola como
classe dominante - uma vez consolidada no poder -, não são espaço de negociação de significados e conteúdos e não como
interessantes; ela tem interesse na perpetuação da ordem espaço de transmissão assimilação de conhecimento).
existente. Analisando as definições de Vygotsky 96 para conceitos
Dessa forma, a burguesia passa a propor uma pedagogia cotidianos e conceitos científicos, explica que os conceitos
que legitima a diferença entre os homens, a pedagogia da cotidianos estão relacionados à aparência, ao imediatamente
existência, que vai contrapor-se ao movimento de libertação observável, que, de forma fragmentada e primária, é a
da humanidade em seu conjunto, vai legitimar as manifestação externa das coisas. Já os conceitos científicos
desigualdades, legitimar a dominação, legitimar a sujeição, estão mediados por um conjunto (sistema) de conceitos e são

96 Existem diferentes grafias para o nome de Vigotski. Aqui será adotada esta

forma (“Vigotski”), mas se preservarão as diferentes grafias utilizadas em obras


citadas neste trabalho.

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compreendidos pela “análise científica”. Trata-se da essência Teorias Crítico Reprodutivistas


das coisas de forma complexa em oposição à aparência; é o
diferencial da ciência: demonstrar as coisas em sua totalidade Nas teorias crítico-reprodutivistas, estão as teorias da
e complexidade pelas mediações teóricas abstratas. escola como violência simbólica, da escola como aparelho
Para Saviani, a escola existe, pois, para propiciar a ideológico do Estado e da escola dualista.
aquisição dos instrumentos que possibilitam o acesso ao saber A violência simbólica é exercida pelo poder de imposição
elaborado (ciência), bem como o próprio acesso aos das ideias transmitidas por meio da comunicação cultural, da
rudimentos desse saber. As atividades da escola básica devem doutrinação política e religiosa, das práticas esportivas, da
organizar-se a partir dessa questão. Se chamarmos isso de educação escolar.
currículo, poderemos então afirmar que é a partir do saber Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, sociólogos
sistematizado que se estrutura o currículo da escola franceses, escreveram sobre o fenômeno escolar. Os autores
elementar. Ora, o saber sistematizado, a cultura erudita, é uma de Os herdeiros (1964) e A reprodução (1970) deixam claro
cultura letrada. que a escola não é desvinculada do contexto social em que está
Daí que a primeira exigência para o acesso a esse tipo de inserida, mas sim marcada pelo sistema social e, portanto, sob
saber seja aprender a ler e escrever. o véu de neutralidade, acaba por reproduzir as diferenças de
Além disso, é preciso conhecer também a linguagem dos classes, o que se traduz numa violência simbólica. Desta forma,
números, a linguagem da natureza e a linguagem da sociedade. a cultura torna-se instrumento de poder, pois legitima a ordem
Está aí o conteúdo fundamental da escola elementar: ler, vigente.
escrever, contar, os rudimentos das ciências naturais e das A teoria da escola como aparelho ideológico de Estado
ciências sociais (história e geografia humanas). representa a reflexão feita por Louis Althusser, filósofo
O currículo escolar, na perspectiva do “aprender a francês, a partir do pensamento de Marx, sobre a seguridade
aprender”, perde referência de quais são os conteúdos a serem da produção por meio da garantia de reprodução de suas
ensinados, pois deve voltar-se às vivências e cultura cotidiana condições materiais.
do aluno. Os conhecimentos historicamente construídos e As condições materiais que estão postas na transformação
acumulados na história humana são caracterizados da natureza em cultura se dão por meio da ideologia. A
negativamente como saberes descontextualizados e exploração e a dominação de uma classe são veladas, de forma
fragmentados, porque não estão relacionados à vida cotidiana. que a classe trabalhadora acredita serem valores universais
Para essas pedagogias, portanto, a educação não está aqueles impostos pela classe dominante.
centrada em adquirir conhecimento (domínio de conteúdos), O Estado, como aparelho repressivo (em que o indivíduo
mas sim no processo da aprendizagem. Os sujeitos são respeita as leis para não ser punido) e ideológico (instituições
preparados para serem flexíveis e adaptáveis às necessidades que garantem a dominação pela ideologia), visa garantir a
do mercado; tornam-se dóceis aos desígnios do capitalismo; a ordem vigente, tendo como um de seus instrumentos a escola.
exploração do homem pelo homem é naturalizada e a classe Roger Establet e Christian Baudelot, utilizando a matriz
dominante isenta-se da responsabilidade de oferecer teórica marxista, retomando Althusser e criticando Bourdieu e
condições ao desenvolvimento máximo de todos os indivíduos. Passeron em alguns pontos, escrevem sobre a divisão da
Em contraposição a esse posicionamento de esvaziamento escola e desenvolvem a teoria da escola dualista, na qual a
do currículo e de distorção das atividades nucleares da escola, escolarização atende de maneiras diferentes a burguesia e o
Saviani define currículo como o conjunto das atividades proletariado, tendo, portanto, a escola, a função de reproduzir
nucleares desenvolvidas pela escola. as divisões sociais entre trabalho intelectual e trabalho
E por que isto? Porque se tudo o que acontece na escola é manual.
currículo, se se apaga a diferença entre curricular e Esse grupo de teorias deve ser considerado crítico porque
extracurricular, então tudo acaba adquirindo o mesmo peso; e compreende a educação em sua relação com a sociedade e
abre-se caminho para toda sorte de tergiversações, inversões influenciou estudos sobre a educação (na América Latina,
e confusões que terminam por descaracterizar o trabalho especialmente na década de 1970). Porém, como chegam
escolar. invariavelmente à conclusão de que a função própria da
Para exemplificar essa descaracterização, o autor recorre educação consiste na reprodução da sociedade em que ela se
ao dia a dia das escolas, que passam todo o ano letivo se insere, bem merecem a denominação de ‘teorias crítico-
dedicando a atividades que se tornam centrais, quando reprodutivistas’”. Nesse sentido, essas teorias, ao mesmo
deveriam apenas servir ao enriquecimento do currículo: tempo em que desvelaram a articulação da educação com os
Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, Festas Juninas, Folclore, interesses da burguesia, também propagaram o pessimismo
Semana da Pátria, Semana da Criança etc. entre os educadores, impactados com a impossibilidade de
O ano letivo encerra-se e estamos diante da seguinte articular os sistemas de ensino com os esforços de superação
constatação: fez-se de tudo na escola; encontrou-se tempo do problema da marginalidade.
para toda espécie de comemoração, mas muito pouco tempo
foi destinado ao processo de transmissão-assimilação de Teorias Críticas
conhecimentos sistematizados. Isto quer dizer que se perdeu
de vista a atividade nuclear da escola, isto é, a transmissão dos Designam teorias que fazem uma análise crítica da
instrumentos de acesso ao saber elaborado [idem, ibidem]. sociedade e, consequentemente, da educação, sendo que o
Finalmente, na tendência tecnicista todo o sistema posicionamento delas é de que a educação, como fenômeno
educacional é organizado por especialistas “supostamente social, é determinada pelas classes sociais opostas, com
habilitados, neutros, objetivos, imparciais”, cabendo ao interesses, valores e comportamentos diversos.
professor executar técnicas que garantam a aprendizagem de Podem-se localizar dois grandes grupos nas teorias
conteúdos que estão restritos a informações técnicas, sem críticas. No primeiro grupo, as propostas inspiradas nas
permitirem discussões que considerem outros pontos de vista. concepções libertadora e libertária e no segundo, a pedagogia
Tanto professores quanto alunos não são mais elementos crítico-social dos conteúdos e a pedagogia histórico-crítica.
centrais do processo educativo, pois a organização racional, No caso das teorias do primeiro grupo, pode-se afirmar
que proporcione a eficiência e a produtividade, será o que elas estão centradas “no saber do povo e na autonomia de
componente principal desta pedagogia preocupada em suas organizações [preconizando] uma educação autônoma e
“formar indivíduos eficientes, isto é, aptos a dar sua parcela de até certo ponto, à margem da estrutura escolar”.
contribuição para o aumento da produtividade da sociedade”.

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Já nas teorias do segundo grupo, a centralidade está na isso se quer dizer que esse momento deve, com base nas
educação escolar, com valorização do acesso da classe demandas da prática social (o que não é sinônimo de
trabalhadora ao conhecimento sistematizado. demandas do cotidiano), selecionar os conhecimentos
Assim, essa tendência aglutinou representantes cuja historicamente construídos que devam ser transmitidos,
orientação teórica predominantemente se inspirava no traduzidos em saber escolar. O ponto de partida da prática
marxismo, entendido, porém, com diferentes aproximações: educativa é a busca pela apropriação, por parte dos alunos, das
uns mantinham como referência a visão liberal, interpretando objetivações humanas.
o marxismo apenas pelo ângulo da crítica às desigualdades É importante destacar que o saber das crianças, baseado
sociais e da busca de igualdade de acesso e permanência nas em suas experiências do cotidiano, pode contribuir para a
escolas organizadas com o mesmo padrão de qualidade; estruturação do início da ação pedagógica, mas não é condição
outros se empenhavam em compreender os fundamentos do para ela. Isto por duas razões: primeiro, porque as
materialismo histórico, buscando articular a educação com experiências dos alunos são baseadas no senso comum,
uma concepção que se contrapunha à visão liberal. referem-se ao conhecimento em si e a forma de conhecimento
A pedagogia histórico-crítica pertence ao grupo que a escola deve dedicar-se a desenvolver é o conhecimento
empenhado em fundamentar-se no materialismo histórico, para si.
contrapondo-se à pedagogia liberal. Visto que este trabalho se A segunda razão, decorrente da primeira, é que a escola,
fundamenta nessa concepção, que se estruturou como dedicando-se ao saber erudito, nem sempre encontrará nos
alternativa ao “negativismo pedagógico” que, preocupado em interesses imediatos e nos conhecimentos prévios dos alunos
denunciar a reprodução capitalista atribuiu ênfase ao papel os conteúdos que a escola deve transmitir e isso não significa
reprodutor da escola, seus fundamentos serão explicitados. que por isso não deva criar as necessidades e oferecer os
A pedagogia histórico-crítica busca compreender a conhecimentos históricos e elaborados. A experiência da vida
história a partir do seu desenvolvimento material, da cotidiana da criança deve ser levada em conta no processo de
determinação das condições materiais da existência humana. ensino-aprendizagem, no entanto o professor deve agir na
Nesse sentido, esta teoria pedagógica toma posição na luta reestruturação qualitativa deste conhecimento espontâneo,
de classes aliando-se aos interesses dos dominados e surge em levando o aluno a superá-lo por meio da apropriação do
decorrência de necessidades postas pela prática dos conhecimento científico-teórico.
educadores nas condições atuais. A educação escolar tem
caráter específico e central na sociedade, o papel do professor B) Problematização: momento de levantar as questões
é fundamental no ensino, o currículo deve ser organizado com postas pela prática social. É a ocasião em que se toma evidente
base nos conteúdos clássicos e a transmissão do conhecimento a relação escola-sociedade com as questões da prática social
é basilar. Desta forma, considera-se que na busca da superação (que precisam ser resolvidas) e os conhecimentos científicos e
das pedagogias tradicional e do “aprender a aprender” a tecnológicos (que devem ser acionados. Trata-se de colocar
pedagogia histórico- crítica se torna referência por sua em xeque a forma e o conteúdo das respostas dadas à prática
coerência teórica e posicionamento ideológico. social, questionando essas respostas, apontando suas
Uma pedagogia articulada com os interesses populares insuficiências e incompletudes; demonstrar que a realidade é
valorizará, pois, a escola; não será indiferente ao que ocorre composta por diversos elementos interligados, que envolvem
em seu interior; estará empenhada em que a escola funcione uma série de procedimentos e ações que precisam ser
bem; portanto, estará interessada em métodos de ensino discutidas.
eficazes. Tais métodos situar-se-ão para além dos métodos No momento da Problematização, o professor precisa ter
tradicionais e novos, superando por incorporação as claro como orientará o desenvolvimento da aprendizagem,
contribuições de uns e de outros. Serão métodos que baseando-se naquilo que já tem como material da etapa
estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão, anterior e seus objetivos de ensino. Além disso, seu
porém, da iniciativa do professor; favorecerão o diálogo dos planejamento deve abordar as diversas dimensões do tema e
alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar evidenciar a importância daquele conhecimento, fazendo-o ter
o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em sentido para o aluno.
conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o
desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a C) Instrumentalização: momento de oferecer condições
sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e para que o aluno adquira o conhecimento. Tendo sido
gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação evidenciado o objeto da ação educativa e feita a mobilização
dos conteúdos cognitivos. dos alunos para o conteúdo que está em questão, é preciso
A reflexão desenvolvida pela pedagogia histórico-crítica instrumentalizar os educandos para equacionar os problemas
busca propor novos caminhos, para que a crítica não seja levantados no momento anterior, possibilitando-lhes, de
esvaziada pela falta de soluções e organização metodológica posse dos instrumentos culturais que lhes permitam
do pensamento. compreender o fenômeno em questão de forma mais complexa
Sendo assim, os momentos propostos por esta formulação e sintética, dar novas respostas aos problemas colocados. A
teórica serão a seguir explicitados: apropriação dos instrumentos físicos e psicológicos permite a
objetivação dos indivíduos, tornando “órgãos da sua
A) Ponto de partida da prática educativa (prática individualidade” o que foi construído socialmente ao longo da
social): etapa na qual se deve levar em conta a realidade social história humana.
do educando. A importância dessa instrumentalização está em
Neste primeiro momento, o professor tem uma “síntese possibilitar o acesso da classe trabalhadora ao nível das
precária”, pois há um conhecimento e experiências em relação relações de elaboração do conhecimento e não somente sua
à prática social, mas seu conhecimento é limitado, pois ele produção.
ainda não tem claro o nível de compreensão dos seus alunos.
Por sua vez, a compreensão dos alunos é sincrética, C) A produção do saber é social, se dá no interior das
fragmentada, sem a visão das relações que formam a relações sociais: a elaboração do saber implica expressar de
totalidade. O primeiro momento do método articula--se com o forma elaborada o saber que surge da prática social. Essa
nível de desenvolvimento efetivo do aluno, tendo em vista a expressão elaborada supõe o domínio dos instrumentos de
adequação do ensino aos conhecimentos já apropriados e ao elaboração e sistematização. Daí a importância da escola: se a
desenvolvimento iminente, no qual o ensino deve atuar. Com escola não permite o acesso a esses instrumentos, os

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trabalhadores ficam bloqueados e impedidos de ascender ao


nível da elaboração do saber, embora continuem, pela sua 02. (IF/SP - Técnico em assuntos educacionais -
atividade prática real, a contribuir para a produção do saber. FUNDEP) Para Freire (2001), a prática educativa é
compreendida como um exercício contínuo em prol da
E) Catarse: Momento culminante do processo educativo, produção e do desenvolvimento da autonomia de educadores
quando o aluno apreende o fenômeno de forma mais e educandos.
complexa. Há uma transformação e a aprendizagem efetiva Para a prática educativa comprometida com a autonomia,
acontece. é necessário, EXCETO:
É preciso dizer que a catarse não se dá em um ponto (A) Querer bem aos educandos.
exclusivo, pois se trata da síntese, que vai acontecendo de (B) Ter disponibilidade para o diálogo.
maneira cada vez mais aprofundada. Na verdade, a (C) Reconhecer que somos seres determinados pelos
apresentação de “passos” é um recurso didático que foi condicionamentos genéticos, sociais e culturais.
utilizado para fazer analogia às pedagogias tradicional e nova, (D) Reconhecer que a educação é ideológica.
sendo mais adequado à pedagogia histórico-crítica a menção a
momentos, visto a interdependência existente entre as etapas. 03. (Prefeitura de Maria Helena/PR - Professor -
São, portanto, momentos que se articulam toda vez que se quer Educação Infantil - FAFIPA) “A natureza humana não é dada
ensinar algo. A Problematização exige a instrumentalização e ao homem, mas é por ele produzida sobre a base da natureza
esta nada será se não houver apropriação dos instrumentos. biofísica. Consequentemente, trabalho educativo é o ato de
O momento da catarse é parte do processo de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo
homogeneização, que se efetiva enquanto superação da singular, a humanidade que é produzida histórica e
heterogeneidade da vida cotidiana. Assim, a catarse opera uma coletivamente pelo conjunto de homens”. Esta citação
mudança momentânea na relação entre a consciência corresponde à tendência pedagógica:
individual e o mundo, fazendo com que o indivíduo veja o (A) Pedagogia Histórico-Cultural.
mundo de uma maneira diferente daquela própria ao (B) Pedagogia Libertadora.
pragmatismo e ao imediatismo da vida cotidiana”. Essa (C) Pedagogia Histórico-Crítica.
mudança, sendo parte de um processo, é caracterizada pela (D) Pedagogia Tecnicista.
diferença qualitativa entre o antes e o depois da catarse. Sendo
assim, o momento catártico modifica a relação do indivíduo 04. (Prefeitura de Maria Helena/PR - Professor -
com o conhecimento, saindo do sincretismo caótico inicial Educação Fundamental - FAFIPA) “O método da concepção
para uma compreensão sintética da realidade, relacionando-se bancária é a opressão, o antidiálogo. Configura-se então a
intencional e conscientemente com o conhecimento. Para educação exercida como uma prática da dominação, em que a
Saviani, nesse momento ocorre a efetiva incorporação dos única margem de ação que se oferece aos educandos é a de
instrumentos culturais, transformados agora em elementos receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los”. Nesta
ativos da transformação social. citação, Paulo Freire critica a tendência pedagógica:
(A) Pedagogia Histórico-Crítica.
F) Ponto de chegada da prática educativa (prática (B) Pedagogia Tecnicista.
social modificada): o educando, tendo adquirido e (C) Pedagogia Libertadora.
sintetizado o conhecimento, tem entendimento e senso crítico (D) Pedagogia Tradicional.
para buscar seus objetivos de maneira transformadora.
Quando o aluno problematiza a prática social e evolui da Gabarito
síncrese para a síntese, está no caminho da compreensão do
fenômeno em sua totalidade. O primeiro e o quinto momento 01.Certo / 02.C / 03.C / 04.D
são a prática social, mas dilerem no sentido de que ao final do
processo essa prática se modifica em razão da aprendizagem PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
resultante da prática educativa, produzindo alterações na
qualidade e no tipo de pensamento (do empírico ao teórico). 97A construção do conhecimento, basicamente, é entendida

É importante que a proposta metodológica da pedagogia como construção de saberes universalmente aceitos em
histórico-crítica não seja incorporada como um receituário, determinado tempo histórico ou como processo de
desvencilhada de seus fundamentos teóricos, pois seu aprendizagem do sujeito.
embasamento visa garantir aos dominados aquilo que os
dominantes dominam, de forma que contribua para a luta pela A Noção de Construção
superação de sua condição de exploração, e por isso não é
concebível utilizar essa metodologia para a manutenção da Considera-se como construção o ato de construir algo, e,
ordem vigente. como ato ou ação a terceira fase do processo da vontade. Ante
um objeto que mobilize o sujeito vão ocorrer três etapas: a
Questões deliberação, a decisão e por fim, a execução. A ação é entendida
como um processo racional e livre decorrente, portanto da
01. (FUB - Pedagogo - CESPE) Quando se fala em inteligência e da vontade. Embora se possa falar em ato reflexo,
materialismo, a figura de Karl Marx aparece como uma espécie ato instintivo e ato espontâneo como movimentos que partem
de mito, pois provocou profundas simpatias ou violentos do sujeito independentemente da sua vontade, percebe-se que
rancores nos mais variados grupos sociais, em diversos nesses casos não se tem propriamente um ato, uma ação livre,
lugares do planeta. (A. B. Carvalho e W. C. L. Silva. Sociologia mas apenas um movimento involuntário indeterminado.
da educação. São Paulo: Avercamp, 2006, p. 49 - com
adaptações.) Acerca do marxismo e da educação, julgue os O termo construção aplicado à educação pode ser
próximos itens. entendido em dois sentidos:
Para os marxistas, a prática educativa é uma atividade que
favorece a transformação da sociedade. - Como constituição do saber feita pelo estudioso, pelo
( ) Certo ( ) Errado cientista, pelo filósofo resultante da reflexão e da pesquisa

97 WERNECK, V. R.. Sobre o processo de construção do conhecimento: o papel

do ensino e da pesquisa. Ensaio: aval.pol.públ.Educ. [online]. 2006.

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sistemática que leva a novos conhecimentos. Nesse sentido, de mundo que existe para todo o ser, de mundo que se revela
construíram-se e constroem-se através do tempo, os tal como é “na comunidade intersubjetiva do conhecimento”.
conteúdos da Física, da Química, da Biologia, da Medicina, [...]. A partir dessa colocação feita para o conhecimento
O homem não “descobre” o conhecimento pronto na natureza, científico, mas válida para todo conhecimento, chega-se, ao
mas relaciona os dados dela recebidos constituindo os saberes. que parece, a uma exigência de conhecimento intersubjetivo
A ciência é o resultado desta elaboração mental, da reflexão, idêntico para todos, o que não ocorre. O que acontece são
do estabelecimento de relações, da observação de causas, de níveis de conhecimento intersubjetivo de acordo com os vários
consequências, de continuidades, de contiguidades, de níveis de educação, e com os diferentes setores passíveis de
oposições, [...]. Pode-se, portanto, entender a construção do educação como o afetivo, o volitivo e o intelectivo.
conhecimento como a constituição dos saberes que resulta da O homem transforma a natureza tanto por sua ação
investigação filosófico-científica. individual quanto social num mundo de cultura que vai para
ele aparecer revestido de valor. Cada um compreende a sua
- Outra possibilidade de compreensão da ideia de cultura tanto no presente como no passado como membro da
“construção” do conhecimento refere-se apenas ao modo pelo sociedade que historicamente a formou.
qual cada um apreende a informação e aprende algum Tomando por base esse fato afirma Husserl: ele deve, a
conteúdo. Neste caso, o sujeito não propriamente “constrói” o partir disso, criar passo a passo, novos meios de compreensão.
saber, somente apropria-se de um conhecimento já Deve, partindo do que é geralmente compreensível, abrir um
estabelecido. O conteúdo é passado pelo ensino, já pronto e caminho à compreensão de camadas sempre mais vastas do
definido embora sempre passível de modificações, e cada um presente, depois mergulhar nas camadas do passado que por
vai apreendê-lo de modo semelhante, mas não idêntico. Note- sua vez, facilitam o acesso ao presente.
se, no entanto, que essa apreensão é feita de modo semelhante O mundo objetivo como ideia, como correlativo ideal de
por todos, caso contrário não poderia ser entendida pela uma experiência intersubjetiva idealmente concordante, deve
comunidade científica. Há, como mostra Husserl, uma ser, por essência, relativo a intersubjetividade que se constitui
intersubjetividade entre os que dominam a mesma área do como ideal de uma comunidade infinita e aberta. Cada
saber que atesta uma identidade na construção do comunidade tem, pois, seu modo específico de constituir o
conhecimento. mundo objetivo, embora fique garantida a possibilidade de
crescimento, de aperfeiçoamento no sentido de busca de
A chamada “construção do conhecimento” não é então plenitude.
totalmente livre e aleatória levando ao solipsismo e à
incomunicabilidade. Ela deve corresponder a uma unidade de O Conceito de Conhecimento
pensamento, a uma concordância, a um consenso universal.
Não se pode imaginar que possa, cada um, “construir” o seu Na busca do saber o sujeito pode adquirir informações
conhecimento de modo totalmente pessoal e independente empiricamente, aprendendo a fazer sem compreender o nexo
sem vínculo com a comunidade científica e com o saber causal que dá origem ao fenômeno. Pode ter um conhecimento
universal. por experiência como, por exemplo, o modo de dirigir um
Nas Meditações Cartesianas afirma ele: se realmente toda automóvel sem que tenha a compreensão do processo
a mônada é uma unidade absolutamente circunscrita e mecânico que sua ação desencadeia. Pode ainda aceitar, por
fechada, todavia a penetração irreal, penetração intencional do um comportamento de fé, um ensinamento que lhe é
outro na minha esfera primordial não é irreal no sentido do transmitido sem nenhuma consciência de seu conteúdo como
sonho ou da fantasia. É o ser que está em comunhão é o caso das superstições. Aquele que toma uma cápsula de
intencional com o outro. É um elo que, por princípio, é sui remédio, acreditando curar a sua doença com tal
generis, uma comunhão efetiva, que é precisamente a condição procedimento, não tem, na maioria das vezes, nenhum
transcendental da existência de um mundo, de um mundo de conhecimento da relação da substância contida na pílula com
homens e de coisas. o seu mal-estar. Não se pode, nesses casos, falar em
É assim possível uma comunicação intersubjetiva e o que conhecimento propriamente dito ou, pelo menos, em
um sujeito cognoscente conhece numa objetividade lógica, conhecimento científico.
qualquer outro sujeito pode conhecer do mesmo modo, Pode-se entender como sabedoria a adequada
preenchidas as condições necessárias. hierarquização dos valores para a promoção da dignidade
Na própria ideia de ser concreto está contida a ideia de humana, o domínio do conhecimento científico e tecnológico
mundo intersubjetivo. Não basta, portanto, descrever a de seu tempo, ou a vivência do respeito e da justiça que
constituição do objeto numa consciência individual. Só por permitem um melhor desempenho social.
isso não se chega ao objeto como é na vida concreta, mas São inúmeras as definições de ciência. Desde a mais
apenas a uma abstração. Só a redução ao ego não é suficiente. sucinta, que a entende como o conhecimento sistematizado
É preciso também descobrir os “outros”, o mundo das causas do fenômeno, até as mais elaboradas, como a de
intersubjetivo. Pela intuição fenomenológica da vida do outro Baremblitt99, que diz: “ser uma ciência um sistema de
chega-se à intersubjetividade transcendental completando-se apropriação cognoscitiva do real e de transformação regulada
a intuição filosófica da subjetividade. desse real, a partir da definição que a teoria da ciência faz de
É de maior interesse para o educador o conhecimento seu objeto”.
dessa intuição que torna possível a intersubjetividade, e o que Afirma Japiassu100 que: “É considerado saber, hoje em dia,
faz com que a intersubjetividade não se faça sempre de igual todo um conjunto de conhecimentos metodicamente
modo, com que grupos mais homogêneos melhores se adquiridos, mais ou menos sistematicamente organizados,
compreendam, com que possa haver uma comunidade susceptíveis de serem transmitidos por um processo
científica, religiosa e ideológica. pedagógico de ensino”. Empregam-se aí os conceitos de
Husserl98 parte do fato de que, para o ser humano enquanto aquisição e de transmissão, mas não o de construção.
ego, o mundo é constituído como mundo “objetivo” no sentido Há, evidentemente, uma pluralidade de discursos
científicos e, inúmeras maneiras de se fazer ciência. Cada saber

98 HUSSERL, E. Méditations cartésiennes. Tr. de l'allemand par Gabrielle 100 JAPIASSU, H. Introdução ao pensamento epistemológico. 2. ed. Rio de

Peiffer et Emmanuel Lévinas. Paris: J. Vrin, 1980. Janeiro: F. Alves, 1977.


99 BAREMBLITT, G. F. Progressos e retrocessos em psiquiatria e psicanálise.

Rio de Janeiro: Global, 1978.

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científico tem seu próprio estatuto de cientificidade que deve percebe-se a interferência desses dois fatores na produção do
ser considerado pelo aprendiz. conhecimento.
É ainda Japiassu, que volta a afirmar: A ciência se define por - A impossibilidade de neutralidade axiológica.
um discurso crítico, pois exerce controle vigilante sobre seus Não sendo possível a neutralidade e a imparcialidade na
procedimentos utilizando critérios precisos de validação. A constituição dos saberes, há sempre uma interferência dos
demarche científica é, ao mesmo tempo, reflexiva e valores aceitos pelo sujeito na produção do conhecimento.
prospectiva. Os pressupostos de uma ciência são justamente
as ideias, os critérios e os princípios que ela emprega na sua Embora Piaget considere ser “a inteligência um sistema de
efetuação. operações vivas e atuantes de natureza adaptativa” e afirme
Essas afirmações levam à reflexão quando se analisa o que o essencial do pensamento lógico é ser operativo com o
conceito de construção do conhecimento. fim da constituição de sistemas, não descarta a interferência
da afetividade no processo do conhecimento. Reafirma a
Quais as Exigências e os Sentidos Dessa Noção de existência de um paralelo constante entre a vida afetiva e a
“Construção”? vida intelectual, considerando-as como dois fatores
indissociáveis e complementares em toda a conduta humana.
O novo conceito de ciência inicia-se com Kant com a Tais considerações trazem, senão dificuldades, pelo menos
afirmação de ser a ciência “construída” pelo homem por meio maior exigência de reflexão sobre a noção de construção de
dos juízos sintéticos a priori, contrapondo-se à concepção conhecimento.
proveniente do empirismo da apreensão pela experiência, do No “Seis Estudo de Psicologia” mostra que “os interesses
conhecimento científico captado da própria natureza. Kant vai de uma criança dependem, portanto, a cada momento, do
entender a ciência como constructo humano por meio dos conjunto de noções adquiridas e de suas disposições afetivas
juízos sintéticos a priori. já que tendem a completá-los em sentido de melhor
Com Jean Piaget iniciam-se as pesquisas de psicologia equilíbrio”. Como ligar a exigência da ação à de equilíbrio?
genética que deram origem ao chamado construtivismo - Qual será exatamente o sentido do termo ação? Manuseio, ação
Interacionismo Genético que tinha como objetivo estudar o espontânea ou ato exercido de modo consciente e livre?
processo da constituição do conhecimento humano. Não Diz ele ainda: “o equilíbrio não é qualquer coisa de passivo,
acreditando em inteligência inata, considera que a gênese da mas, ao contrário, alguma coisa essencialmente ativa. É
razão, da afetividade e da moral, faz-se progressivamente em preciso, então, uma atividade tanto maior quanto maior for o
estágios sucessivos em que é organizado o pensamento lógico, equilíbrio [...]. Portanto, equilíbrio é sinônimo de atividade”.
a capacidade de julgamento e a vida moral. Refere-se ainda ao interesse como essencial a todo ato de
O conhecimento humano inicia-se na primeira infância assimilação mental. Entende como interesse a expressão do
quando a criança, por imitação repete os gestos, as expressões ato de assimilação como incorporação de um objeto à
faciais e as palavras dos adultos com quem convive. Constitui- atividade do sujeito, ou seja, o conhecimento ocorre quando o
se um conhecimento empírico, ligado ao fazer em que pouco seu objeto se traduz na atividade do sujeito.
se conceitua e muito se apreende pela experiência, pelo senso No seu pensar, as estruturas lógicas somente se
comum. É uma modalidade de conhecimento altamente constituem quando ocorrem ações exercidas sobre os objetos,
influenciada pelo imaginário social, marcada pelo preconceito ou seja, a fonte das operações lógicas é sempre e apenas a
e pelas interpretações ideológicas. própria ação.
Com o início do pensamento lógico começam as buscas de Tais afirmações parecem permitir entender o seu conceito
relações causais, de simultaneidade, de contiguidade [...]. Os de ação como estado mental de atividade, de interesse
conceitos de substância e de acidentes, de classificação e de podendo- se mesmo encontrar uma relação com a noção de
ordenamento. Inicia-se a estruturação de um corpo de ideias intencionalidade de Husserl em que o sujeito busca e assim
que vai constituir o conteúdo dos diversos saberes. interfere no objeto do conhecimento.
À medida que o sujeito atinge o nível de desenvolvimento De qualquer modo, ainda nos “Seis estudos de Psicologia”,
necessário para a compreensão com a ajuda de elementos mostra que as teorias correntes do desenvolvimento, da
externos, o outro, o livro, o professor, a TV, a Internet gênese, na psicologia da inteligência invocam três fatores, seja
apropriam-se do novo saber organizando-o a seu modo. um a um, seja simultaneamente:
- A maturação, portanto um fator interno estrutural, mas
De acordo com as inúmeras concepções filosóficas e hereditário;
epistemológicas varia o entendimento sobre o processo de - A influência do meio físico, da experiência ou do exercício e
produção do saber. - A transmissão social.
Algumas características desse processo são, no entanto,
universalmente aceitas nos dias atuais: O aprendizado, a construção do conhecimento, exige,
- A provisoriedade dos saberes científicos. portanto, um estado de atividade da parte do sujeito sem que
Não mais se aceita o conhecimento como um processo isso signifique ausência de ensino, de transmissão social.
cumulativo. Há, na ciência, uma revisão constante decorrente
da possibilidade de novos pontos de vista. O mesmo objeto Construtivismo
pode ser analisado de diferentes ângulos, o que leva não a um
relativismo, mas à constatação da relatividade do O que será possível entender-se como construtivismo?
conhecimento; Para J. H. Rossler101, o construtivismo constitui-se num
- A interferência do imaginário na produção do ideário epistemológico, psicológico e pedagógico: Afirma ele
conhecimento pela via da cosmovisão e da ideologia. que “numa primeira aproximação, e também provisoriamente,
Admitindo-se como cosmovisão a visão de mundo do poderíamos definir o construtivismo como um conjunto de
sujeito cognoscente pela sua posição histórico-geográfico, diferentes vertentes teóricas que, apesar de uma aparente
cultural e econômica e a ideologia como orientação originária heterogeneidade ou diversidades de enfoques no interior de
do imaginário que determina os papéis e as funções sociais, seu pensamento, possuem como núcleo de referência básica a
epistemologia genética de Jean Piaget em torno da qual são

101 ROSSLER, J. H. Construtivismo e alienação: as origens do poder de atração

do ideário construtivista. In: DUARTE, N. (Org.). Sobre o construtivismo.


Campinas, SP: Autores Associados, 2000.

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agregadas certas características que definem a identidade do Algumas noções aparecem como fundamentais nesse
ideário construtivista como filosófico, psicológico e processo, como a de espaço e tempo, a de causa e efeito, a de
educacional, compartilhando, assim, um conjunto de encadeamento lógico, que permite distinguir o princípio, o
pressupostos, conceitos e princípios teóricos. desenvolvimento e a conclusão.
Pode-se ainda entender essa teoria como uma crítica a Torna-se, portanto, uma exigência da análise dessa teoria
modos inadequados de aprendizagem, modos que não levam à o estabelecimento de referenciais de avaliação do
apreensão do conteúdo propriamente dito e, ao mesmo tempo, conhecimento “construído”.
como uma proposta de investigação sobre as mais adequadas A avaliação do conhecimento construído deve considerar a
e corretas maneiras de apreendê-lo. criatividade e a autonomia do sujeito, não se limitando a
Nesse segundo sentido, o Construtivismo constituiria uma verificar o êxito de condicionamentos.
teoria da psicologia da aprendizagem ou mesmo da didática O objeto da avaliação passa a ser não exatamente o
geral. conteúdo do saber, mas o modo segundo o qual ele foi
Como teoria vai, o Construtivismo, propor uma aprendido, ou seja, a organização do pensamento do aprendiz.
modalidade de aquisição do conhecimento em que o sujeito de Basicamente, o construtivismo defende a teoria de que o
modo ativo, compreenda cada fase do processo, perceba os conhecimento é construído pelo aluno e não transmitido pelo
nexos causais existentes entre eles e incorpore como seu professor.
aquele conteúdo e não que reconstrua por si mesmo a Do entendimento do termo nesse sentido, fatalmente vai
bagagem científica já constituída. ocorrer a “construção” do conhecimento. Seja o conteúdo
Talvez se justifique o termo construtivismo como uma transmitido pelo professor ou descoberto pelo aprendiz vai ele
condenação ao processo impositivo de transmissão do sempre ser organizado e estruturado de modo pessoal e
conhecimento. Levanta a possibilidade de uma transmissão peculiar. Os processos de assimilação e de acomodação são
sem imposição e de uma recepção sem a característica da pessoais e intransferíveis, embora não totalmente diferentes
passividade. em cada um.
Graças à intencionalidade como bem mostrou Husserl, o
Admite então haver uma maneira “certa”, “correta”, sujeito vai interferir no objeto do conhecimento construindo-
“adequada” de conhecer que não é a da passividade, a da o a seu modo. A rigor, é impossível o conhecimento passivo,
aceitação tácita, a de decorar fórmulas prontas, mas a do puramente receptivo. Todo conhecimento resulta, em última
sujeito ativo que compreende os conteúdos, que refaz os passos análise, de uma construção do sujeito sobre o seu objeto.
do processo, que busca entender os significados e os sentidos A discussão desloca-se então da epistemologia para a
assim como que reconstruir por si próprio o conhecimento. metodologia de ensino. Sobre o melhor método para levar-se
o sujeito a apreender o objeto do modo como é universalmente
É importante registrar que o sujeito não vai refazer o considerado. Sobre como promover uma aprendizagem que
caminho da ciência, “redescobrir”, “reinventar” os conteúdos não cerceie a criatividade, mas a estimule e a desenvolva e, ao
dos saberes, mas apreendê-los da maneira correta e adequada mesmo tempo, não leve ao solipsismo e à incomunicabilidade.
que pode ser entendida como uma “reconstrução” do Apesar de todas essas informações, é difícil precisar em
conhecimento, de modo que ele venha a constituir parte de si que consiste o construtivismo, embora seja incontestável o seu
próprio e não como algo justaposto, aceito sem apreensão. sucesso no meio educacional.
O uso indiscriminado do termo construtivismo pode, por Partindo da afirmação não muito clara de que a criança
vezes, passar a impressão de que nada pode ser ensinado, constrói seu próprio conhecimento, essa teoria não explica em
transmitido e de que o estudante deve “re-fazer” todo o que sentido ocorre essa construção.
conhecimento humano por si mesmo.
Podem-se admitir diferentes modalidades de Algumas contribuições positivas dessa teoria podem,
construtivismo. Cesar Coll102 registra as seguintes formas: todavia, ser registradas como:
- O cognitivo que lida com o processo da informação; - Uma maior consideração ao nível de desenvolvimento
- O piagetiano baseado na psicologia genética; psicológico do aluno.
- O de orientação sociocultural baseado na teoria histórica - A preocupação com a compreensão do conteúdo
e sociocultural; ensinado.
- O da psicologia discursiva, da psicologia social que nega a - A consciência da importância dos aspectos afetivos para
existência de processos psicológicos internos no indivíduo. a aprendizagem.
- O interesse como motivador da atenção, fator
O sócio construtivismo foi desenvolvido a partir dos preponderante para a aprendizagem.
estudos de Vygotsky e dá grande importância à interação
social e à informação linguística para a construção do No entanto, embora todo conhecimento seja elaborado de
conhecimento. O núcleo do processo passa a ser a modo pessoal e peculiar, embora seja verdade que cada um
funcionalidade da linguagem, o discurso e as condições de vivencia e interpreta a realidade a seu modo e do seu ponto de
produção. Cresce a importância do professor como alguém que vista, ou há uma intersubjetividade e uma possibilidade de
interage com os alunos por meio da linguagem. comunicação ou o conhecimento torna-se impossível.
De qualquer modo, pode-se dizer que a grande Todo ensino visa a transmitir a nova geração o patrimônio
contribuição do construtivismo se concentra na questão do cultural acumulado. A questão passa a ser o como, o modo pelo
método. Como fazer para que o processo da aprendizagem se qual esse aprendizado é feito. Embora em todo processo de
faça de modo correto, ou seja, como transmitir o conhecimento apreensão esse conteúdo vá ser reinterpretado, esse
de modo que o educando o compreenda, o situe fenômeno pode dar-se de modo aleatório e passivo ou com
adequadamente e seja capaz de utilizá-lo de modo criativo e consciência e sentido crítico. Nessa segunda modalidade
independente? ocorreria uma apropriação do conhecimento semelhante ao
Em primeiro lugar parece necessário ter- se como objetivo processo fisiológico da assimilação que pode talvez
primordial, a organização do pensamento. Conhece-se algo corresponder ao que se entende por “construção”.
quando se é capaz de ter desse objeto uma visão de conjunto e O mesmo texto lido, a mesma aula a que se assiste vão ser
de situar as suas partes de uma maneira ordenada. interpretados diferentemente por cada um, mas a

102 COLL, C. S. Entrevista a Faoze Chibli. Revista Educação, São Paulo, ano 7,

n. 78, out. 2003.

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comunicabilidade do significado é preservada caso contrário a dá pela ação, qualquer que seja o método de ensino utilizado,
escrita e a fala tornar-se-iam inúteis. a aprendizagem dependeria da disposição do educando.
Afirma João Batista Araújo e Oliveira que: torna-se óbvio Estando ele passivo, não haveria aprendizagem.
que do ponto de vista lógico, filosófico e científico o termo Há um estado psíquico ativo e um passivo, há um agir que
‘construir conhecimento’ não pode referir-se a um relativismo significa fazer, há um agir a esmo e um agir intencional. Há uma
absoluto, seja em relação à aprendizagem (tudo que diferença entre o agir espontâneo e o ato livre e consciente
aprendemos seria relativo à nossa forma pessoal de aprender direcionado a um fim.
de modo geral), seja referente à verdade idiossincrática de É difícil compreender por que crianças que muito agem
cada texto (só existe o texto que eu leio cujo significado, isto é, como as que têm pouca assistência familiar e escolar, sendo
cuja interpretação e sentido eu ‘construo’). deixadas à própria sorte e tendo, por isso, grande contato com
O construtivismo não pode, portanto, negar o processo do diferentes materiais como água, terra, pedra, madeira [...] e
ensino já que ele ocorre desde a mais tenra idade de modo tendo de, pela sua atividade, buscar soluções para os múltiplos
espontâneo ou determinado, mas deve referir-se ao modo obstáculos com que se deparam, não apresentem, em geral, o
correto de ensinar para que ocorra um aprendizado eficaz e, desenvolvimento mental mais adiantado.
até mesmo, o processo da criação. O próprio Piaget oferece uma explicação ao afirmar que
Pode-se então entender como construtivismo a corrente não existe experiência pura no sentido do empirismo e que os
teórica que se propõe a conhecer o desenvolvimento da fatos só são acessíveis se assimilados pelo sujeito o que
inteligência humana e a ela adequar os métodos de ensino. pressupõe a intervenção de instrumentos lógico-matemáticos
Em defesa da possibilidade e da validade do ensino, além de assimilação construindo relações que enquadram ou
das evidências históricas, pode-se recorrer ao conceito de estruturam esses fatos e os enriquecem na mesma proporção.
Zona de Desenvolvimento Próximal de Vygotsky a qual Ao mesmo tempo, sabe-se que os instrumentos lógico-
reconhece haver uma diferença entre o que uma criança pode matemáticos de assimilação são construídos a partir da ação.
fazer sozinha e o pode realizar se receber ajuda. Essa ajuda é Fecha-se então o círculo, deixando interrogações.
promovida pelo processo do ensino. Mostra ainda esse autor, “que não há processos em sentido
A tão falada passividade a que a criança estava condenada único, visto que se uma forma operatória é sempre necessária
pela escola tradicional parece teoricamente impossível já que para estruturar os conteúdos, estes podem frequentemente
o processo da aprendizagem exige a ação não como favorecer a construção de novas estruturas adequadas”.
movimento externo, mas como intencionalidade, como Percebe-se então a importância da aprendizagem de
movimento intelectual de busca e de apreensão. Assim, ou conteúdos para a constituição de novas estruturas
ocorre a atividade intencional por parte do aprendiz ou não responsáveis por novas formas operatórias. De qualquer
ocorre aprendizagem. Nesse sentido, pode- se admitir que é a modo é, nesse contexto, difícil a compreensão de como ocorre
pessoa que sempre, com qualquer metodologia de ensino, a passagem das formas iniciais do conhecimento para as
desde que haja apreensão do conteúdo, constrói o seu próprio formas superiores. Em que medida resultam de uma mudança
conhecimento. de paradigma fundamentada nas capacidades de abstração e
de reflexão.
O conhecimento resulta da interação do sujeito com o A necessidade de aprendizagem leva à necessidade de
objeto. O desenvolvimento cognitivo ocorre pela assimilação ensino e de ensino adequado. No pensar de Alessandra Arce, é
do objeto de conhecimento a estruturas próprias e existentes fundamental para o professor um aprofundamento na
no sujeito e pela acomodação dessas estruturas ao objeto da epistemologia genética e no desenvolvimento infantil a partir
assimilação. da visão construtivista, levando em consideração os seguintes
itens:
Os Processos de Ensino e Aprendizagem - o conhecimento da realidade não constitui cópia objetiva
dessa realidade, dependendo sempre de interpretações
Para o construtivismo, a aprendizagem resultaria de um pessoais.
processo de construção individual do sujeito a partir de suas - as construções ocorrem sempre dentro dos padrões de
representações internas. Seria impossível a apreensão da acomodação e de assimilação.
realidade como ela, é, ou seja, o conhecimento objetivo. O - aprender é um processo de construção e não de
processo de conhecimento decorreria da interpretação acumulação.
pessoal que, pela experiência, conferiria um significado ao - o significado da aprendizagem é reflexo da resolução de
objeto do conhecimento. conflitos que ela provoca.
Alguns autores consideram a negação da possibilidade de
conhecimento objetivo e universal e, portanto, a Ao que parece, se conforme mostra a epistemologia
impossibilidade da apreensão da correspondência entre genética, o desenvolvimento infantil segue sempre os mesmos
conhecimento e realidade, como característica fundamental do passos, seria impossível que o conhecimento se constituísse
construtivismo. em cópia da realidade independente da metodologia de ensino
Essa posição e a afirmação de que cabe ao sujeito a utilizada.
atribuição de significados e de sentidos leva ao solipsismo e ao Com qualquer metodologia de ensino as construções
relativismo, tornando impossível o conhecimento racional e a ocorreriam dentro dos processos de acomodação e de
comunicação científica. assimilação, ou não existiriam. Seria impossível, teoricamente,
Pode-se, no entanto, admitir outra interpretação, a que o processo de acumulação.
aceita o conhecimento objetivo e universal discutindo apenas Para o construtivismo o sujeito constrói o próprio
a metodologia da aprendizagem e reafirmando a constituição conhecimento a partir de suas representações internas, sendo
pessoal do conteúdo da aprendizagem pelo aluno. assim, a aprendizagem resulta dessa construção.
Na verdade, parece não haver outra alternativa. Cada um Pode-se, no entanto, propiciar essa aprendizagem
constrói o conhecimento de acordo com o seu modo de ser e proporcionando experiências, enriquecendo o dia a dia do
de suas capacidades. A afirmação corrente de que o aluno na sujeito com materiais didáticos adequados e situações de vida
pedagogia tradicional receberia passivamente os conteúdos que induzam e facilitem essas experiências.
transmitidos pelo professor como já se viu, é bastante O conhecimento resultaria de um processo de construção
discutível a partir da própria epistemologia genética de Piaget. pessoal, de atribuição de sentidos e significados pelo sujeito
Admitindo-se com ela que todo processo de aprendizagem se

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que, de certo modo, restringiria a possibilidade do Para que se perceba o conhecimento construído é
conhecimento objetivo e universal. necessária a avaliação do progresso do educando,
Fica sempre a pergunta sobre se o conceito de construção comparando-o com ele próprio em avaliações anteriores.
em Piaget implica em ato livre ou se apenas significa processo O nível do conhecimento manifesta- se ainda na utilização
de formação de conhecimento que ocorre independentemente prática que dele se faz. Pode-se observar em que medida, no
da vontade do sujeito. seu dia-a-dia, o sujeito emprega o conhecimento aprendido.
Sabe-se que o sujeito interfere no conhecimento com a sua Tem conhecimento quem é capaz de distinguir o essencial
intencionalidade, o que faz com que o mesmo conteúdo seja do acidental, aquele capaz de ordenar e hierarquizar os dados,
apreendido diferentemente por cada um, resguardando-se, no de situar no tempo e no espaço de definir causas e
entanto, a identidade do objeto. consequências.
Mesmo admitindo-se como fundamental o papel da ação Considerando-se que a vida afetiva, embora distinta, é
do sujeito na aquisição do conhecimento, pode-se falar em inseparável da cognitiva, também esse aspecto deve ser
aprendizagem como um processo que não supõe a sua avaliado.
passividade, mas a interferência do outro. A construção do conhecimento como processo de
Novamente na sua Epistemologia Genética, encontra-se a aprendizagem do sujeito depende de um lado, do
afirmação de que “a experiência não basta para assegurar a desenvolvimento de suas estruturas cognitivas e do outro, do
formação de operações novas” e de que “é fundamental a modo pelo qual os conteúdos do conhecimento lhe são
atividade operatória do sujeito para a construção dos apresentados.
instrumentos adequados de leitura e para a construção de O conhecimento em geral resulta da construção do sentido
estruturas explicativas”. Chega-se então a que, para não se ater a partir de um texto lido ou de uma exposição de um professor.
apenas ao nível da experiência, mas para atingir-se o nível da Percebe-se, no entanto, que não é aceito qualquer sentido, mas
atividade operatória, é preciso um direcionamento. Entra aí o somente aquele adequado, ou seja, não há propriamente uma
papel do educador como propiciador da aprendizagem, como construção livre, pessoal e independente, mas um processo de
aquele que vai adaptar o ensino aos ensinamentos da aprendizagem, de incorporação de um conteúdo que deve ser
psicologia do desenvolvimento. feito de determinado modo para que seja garantida a
Esta, pode-se dizer é a grande contribuição de Piaget que comunicação entre os que têm o mesmo conhecimento.
deve ainda ser melhor aproveitada especialmente pelos Para a melhor compreensão do processo da consciência,
autores didáticos: a adequação entre o desenvolvimento pode-se fazer um paralelo entre a consciência ativa de Piaget e
psíquico do estudante e as técnicas de ensino e do material a teoria da intencionalidade de Husserl.
didático. A teoria do conhecimento que estuda as questões das
Afirma ainda ele: é evidente que toda pesquisa em relações entre a consciência e o ser perceberá a correlação
epistemologia genética, quer do desenvolvimento de um certo entre eles. O ser aparecerá como alguma coisa conhecida,
setor do conhecimento na criança (número, velocidade, segundo a maneira da consciência. Não se pode deixar de lado
causalidade física [...]), quer de uma transformação num dos o fato de que a consciência individual tem um modo próprio de
ramos correspondentes do pensamento científico, pressupõe conhecer e usar que não pode ser ignorado pela teoria da
a colaboração de especialistas da epistemologia da ciência educação.
considerada. Do conhecimento adequado de si mesmo, do mundo e do
Relacionando-se a ideia de construção de conhecimento à outro vai resultar um tipo de intencionalidade, embora esse
didática, aos métodos de ensino, chega-se à importância da mesmo conhecimento seja decorrente dela.
ligação dos estudos de psicologia nas suas diversas áreas com A intencionalidade vai, pois, caracterizar toda a vida
a constituição dos currículos. psíquica e dar o sentido do próprio “eu”, do outro e do mundo.
Sabe-se que o processo de aprendizagem da ciência vai A análise intencional vai esclarecer o modo pelo qual é
exigir a desconstrução do saber empírico. Sendo a ciência um constituído o sentido de ser do objeto, já que a
novo olhar, um outro modo de ver o real, vai exigir uma intencionalidade é não somente um “tender para”, mas ainda
metodologia própria que deve ser introduzida pelas uma doação de sentido.
instituições de ensino. Husserl vê a consciência como uma intenção dirigida para
O conhecimento acadêmico é um processo contínuo de o objeto que, portanto, nela não está contido como fenômeno.
correção de rumos que embora histórico ultrapassa as A intencionalidade caracteriza a consciência.
relações sociais, as concepções de mundo e as ideologias. A intencionalidade é o modo de a consciência visar ao seu
Ao que parece, Piaget fala em desenvolvimento como um objeto, sendo diferente em cada um, embora com uma base
processo que se faz espontaneamente e não de construção comum.
como prática consciente e deliberada. A aquisição do A estrutura da consciência e da intencionalidade mostram
conhecimento dar-se-ia espontaneamente provocada pela seu caráter pessoal. A vida psíquica não se apresenta como
experiência e pela influência social. uma corrente anônima no tempo. O vivido pertence sempre ao
Como os estudos da psicologia da inteligência mostram sujeito. Os atos procedem do “eu” que neles vive e conforme o
não serem as estruturas lógicas inatas, mas “construídas” modo como os vive, vai-se distinguir a receptividade da
formadas pouco a pouco, vê-se que a ideia de processo de espontaneidade da consciência, da intencionalidade.
desenvolvimento como “construção” não é entendida como A intencionalidade vai dar o sentido do conhecimento e a
ato livre e consciente. significação do conhecido.
Também a questão da avaliação se reporta à noção de Husserl insiste no fato de que a consciência se relaciona
construção. As práticas de avaliação são bons indicadores da sempre a alguma coisa e na existência de variedades
expectativa da escola quanto à aprendizagem dos conteúdos especificas da relação intencional: os modos representativo,
propostos. judicativo, volitivo, emotivo e estético, aos quais o objeto visa
Há a necessidade inicial do estabelecimento de critérios de maneiras diversas. Existiria, no entanto, uma maneira
pedagogicamente justificáveis para a seleção dos conteúdos adequada de assim proceder que garantiria a autenticidade e
programados para cada etapa do desenvolvimento. a validade do conhecimento.
O ensino de certas ciências como a matemática, por A intencionalidade de como direcionar dando um sentido,
exemplo, exige níveis de abstração muitas vezes incompatíveis não diz respeito unicamente à vida teórica, mas ainda a todas
com o estágio de desenvolvimento da criança. as formas de vida que se caracterizam por uma relação com o
objeto.

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Essa observação é especialmente importante para a que pressupõe por parte do autor reflexão crítica, maturidade
proposta da educação já que ela toma o sujeito na sua e conhecimento sistematizado.
globalidade e não apenas no seu aspecto cognoscitivo. Há, O discurso pedagógico resulta de uma recontextualização
assim, um direcionamento dele ao tender para os valores, ao do discurso científico para torná-lo acessível ao conhecimento
desejar algo, ao agir, ao amar, ao alegrar-se [...] que o escolar. É um discurso que se adapta ao nível de
caracterizam como um ser ativo. desenvolvimento do aluno.
Embora a intencionalidade faça que os objetos sejam A escola de ensino Fundamental e Médio vai apropriar-se
percebidos de modos diversos por cada um, ao reconhecer a do conhecimento científico atualizado para disponibilizá-lo ao
existência do objeto exterior afasta-se do relativismo e aponta aluno. Desse modo propicia o seu contato com os
para uma relatividade, não propriamente quanto ao conhecimentos relativos à natureza, à vida social e com toda a
conhecimento, mas quanto ao seu sentido. produção científica, ao mesmo tempo em que o inicia na
Continuando o relacionamento do pensamento de Husserl metodologia da ciência, despertando a capacidade crítica e
com o de Piaget, vê-se que o fenômeno da atenção, no seu preparando o futuro pesquisador.
pensar, não constitui um ato diferente dos outros, mas um Talvez seja essa uma das principais metas da escola: a
modo de ser possível a todos os atos. Ela não muda a instrumentalização para a produção e o consumo da ciência.
intencionalidade, não a cria, mas é, de certa maneira, uma Na verdade, o conteúdo transmitido pela escola não se
modificação subjetiva porque no interior de cada constitui apenas da seleção e organização do conhecimento
subjetividade se traduz a maneira segundo a qual o “eu” se científico de modo a torná-lo adequado e acessível ao nível de
relaciona com o seu objeto. No ato da atenção, o “eu” está ativo. desenvolvimento psicológico dos alunos mas apresenta-se
Nos atos onde não há atenção no âmbito potencial, o “eu” não como uma modalidade de saber com características próprias.
se ocupa diretamente com as coisas dadas. Não se dirige A concepção crítica do conhecimento entende o saber não
ativamente ao objeto. Pode-se concluir ser esta a condição como constituído por dados prontos e definitivos, mas como
para a aprendizagem. um conjunto provisório em constante processo de revisão e de
A questão da intencionalidade pode ainda ser relacionada reconstrução.
com a tendência própria do ser humano para a busca e a Torna-se então fundamental para a escola a constante
apreensão dos valores. As carências das várias áreas do sujeito atualização do conteúdo das suas disciplinas e a avaliação dos
levam-no a tender não propriamente para os entes, mas para seus processos de ensino para proteger-se da grande
valores que portam. interferência do imaginário social dada a impossibilidade da
O conteúdo deve ser apresentado como valor, ou seja, sua neutralidade.
como algo que, de algum modo, vá preencher as necessidades Vai ser necessário ao professor a constante atualização, o
do sujeito. interesse pela sua disciplina, a capacidade de observação e de
interpretação do real para uma boa atuação. Importa mais o
O Papel das Instituições de Ensino espírito de pesquisa, o despertar do aluno para a observação e
a reflexão do que a própria pesquisa de campo que exige
O ideal do ensino e da aprendizagem corretos não é novo, tempo e dedicação para a sua conclusão. O docente deve
mas ao contrário, data da mais remota antiguidade. Já se buscar excelência na docência, assim como o pesquisador, na
encontra na indução socrática com a proposta de levar o pesquisa.
educando a buscar a verdade em si mesmo.
É bastante frequente a exigência do estado de atividade Ensino não é apenas a transmissão do já conhecido, mas o
por parte do aprendiz. Atividade que não se restringe à processo que leva à capacidade de observação e de reflexão
atividade física, ao fazer ou ao agir, mas no sentido de crítica.
atividade mental que leva o educando a sair de si mesmo em
busca do saber. O estar passivo entendido como um estado de Percebe-se, nos dias de hoje, um preconceito contra o
ausência, apatia, distanciamento, desinteresse ou desatenção ensino como se fosse ele uma atividade menor, como se fosse
apresenta-se como empecilho à aprendizagem. um processo condenável por si mesmo. Podem-se questionar
Cabe então ao educador aprofundar o seu objeto de os seus métodos, buscar o seu aprimoramento, mas, sendo o
conhecimento, o ensino e a aprendizagem para melhor chegar homem um ser social, a transmissão da bagagem de conteúdos
ao seu objetivo. e da reflexão crítica de uma geração para a seguinte é
Não se confundem o processo de fazer ciência com o de inevitável e fundamental.
aprendê-la. Ensinar e aprender ciência é função da escola, Cabe à escola a socialização do conhecimento, a instigação
fazer ciência é tarefa da comunidade científica. Um à curiosidade, a instauração do hábito do rigor metodológico,
procedimento não se opõe ao outro, ambos se complementam, mas não propriamente a produção da ciência.
embora sejam distintos e com características próprias. Afirmações que atribuem à escola a produção do saber sem
O aprendizado da ciência vai exigir o conhecimento da maiores explicações levam a mal-entendidos. A educação pode
metodologia científica, do processo histórico que a justifica, promover o saber no sujeito ao qual se direciona, mas não,
dos diferentes estatutos de cientificidade. Mais do que necessariamente, produzir novos conhecimentos de validade
propriamente fazer ciência, é tarefa das instituições de ensino universal.
oferecer este conhecimento. Seu objetivo é preparar o futuro
pesquisador, o futuro cientista e o objeto de seu labor é o O objetivo primordial das instituições de ensino, seja em
aprendizado do estudante. que nível for, não é a produção de saberes no sentido de
Não significa essa afirmação a defesa de um modelo de resultados de pesquisa científica, mas construção individual de
transmissão de conhecimento que não leve o aprendiz a conhecimento.
buscar, de modo ativo, uma mudança conceitual, que se vão
entregar conteúdos prontos para serem aceitos, fixados, Quando se afirma que cabe às universidades gerar saber,
internalizados sem reflexão crítica, mas que se procurem não se esclarece o sentido da afirmação. Ela significa produzir
processos didáticos que facilitem e aprimorem o aprendizado. conhecimento que possam ser universalmente aceito ou gerar
A noção de produção de conhecimento na escola é dúbia e conhecimentos no estudante? São compreensões diferentes
discutível. Justifica- se, se entendida como aprendizado que não se excluem, mas não se confundem.
individual. Caso contrário, só ocorreria esporadicamente, já Pode-se, sem dúvida, considerar como uma das funções da
universidade a produção do conhecimento, embora se perceba

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que, na maioria das vezes os avanços da ciência ocorreram e custosos, financiamentos maciços e vasta equipe de
ocorrem fora da universidade. Foram promovidos pelas cientistas”.
Academias de Ciência ou mesmo pelo interesse das grandes Essa afirmação quase inviabiliza a figura do professor
empresas. A outra função, talvez a principal, por expressar seu pesquisador. Ou bem que ensina ou bem que pesquisa. Caso
objetivo primeiro, seria a socialização do conhecimento por pesquise, o faz de modo muito limitado ou então atém-se à
meio do ensino e a sua aplicação prática pela extensão. pesquisa teórica não indo a campo.
O bom professor é o que se preocupa com o ensino e com a Considerando-se os objetivos primordiais da universidade
aprendizagem. Para isso, deve aprimorar-se, buscar novas do desenvolvimento do sujeito e da divulgação do
técnicas, pesquisar sobre o tema. Outra modalidade de conhecimento científico, a pesquisa se justificaria como um
atividade é a pesquisa propriamente dita, um excelente meio do ensino da ciência, como técnica didática.
professor pode não ser um bom pesquisador e vice-versa. A primazia da dedicação à pesquisa no sentido de
A universidade moderna, ao ensinar a pensar, a criticar, a construção de conhecimento para a humanidade dificulta o
analisar, a sintetizar, está cumprindo a sua missão de exercício da função precípua na Universidade que seria a
promover o aprimoramento humano, a transformação social e reflexão crítica sobre a vida social, científica e política. A
a de preparar o sujeito para a produção do conhecimento. universidade é eminentemente crítica e, por isso, precisa ser
Divulgar saberes existentes com a reflexão crítica é o melhor livre e independente de ideologias e do poder econômico ou
modo de propiciar a produção do conhecimento. do Estado. Deve transmitir o conhecimento acumulado
Não se podem saltar etapas. A tentativa de criação de cuidando para que seja adequadamente construído no sujeito
conhecimentos sem o devido embasamento teórico leva a e assim propiciar o desenvolvimento da pesquisa.
resultados de qualidade inferior que se acumulam esquecidos Novamente é Newton Sucupira quem diz: Se muitos se
nas bibliotecas. queixam de que os deveres do ensino absorvem os professores
O conhecimento científico começou como uma produção impedindo-os de se dedicarem mais livremente à pesquisa
individual. Grandes gênios observaram a natureza, cientifica, outros acentuam que a predominância da pesquisa
estabeleceram relações e constituíram saberes que foram em detrimento do ensino termina por prejudicar a formação
aceitos como válidos ao longo do tempo. do estudante ao nível da graduação como estaria acontecendo
Com o aumento das informações e com o cruzamento dos em certas universidades americanas.
dados de inumeráveis pesquisas de indivíduos e de grupos, a Continua ele: Hoje, nos Estados Unidos, a pesquisa de
complexidade chegou a tal ponto que a produção do desenvolvimento se faz preponderantemente na indústria ou
conhecimento humano passou a ser feita por empresas que em organismos governamentais, enquanto a pesquisa básica
detinham grande poder econômico para atender às demandas se processa preferentemente na universidade. Esta é que
cada vez maiores das pesquisas sempre mais complexas. prepara os pesquisadores para a indústria e os grandes
Por muito tempo coube às universidades a seleção, a cientistas puros se encontram na universidade.
organização e a transmissão dos saberes. Coube a ela o Embora já um tanto distante no tempo, é de grande
estabelecimento do mínimo a ser exigido para que fosse importância a contribuição do Professor Sucupira,
conferido o grau ao aluno, para que ele fosse considerado distinguindo duas modalidades de pesquisa: a pesquisa básica
detentor de um saber que lhe permitiria certas prerrogativas e a de desenvolvimento. Talvez se possa considerar como
como o exercício profissional. pesquisa básica a que busca reformar, corrigir e consolidar os
Hoje alguns profissionais como o advogado, devem fundamentos da ciência por meio da discussão, da reflexão
submeter-se ao exame de corporações profissionais como a crítica e de experiências fundamentais e, como pesquisa de
Ordem dos Advogados para poderem exercer o seu ofício. desenvolvimento a que serve à indústria e à tecnologia e,
Somente no século XX entendeu-se caber à universidade assim, indiretamente à organização da produção e da
não apenas o ensino, mas também a pesquisa como produção sociedade. Atualmente essa pesquisa de desenvolvimento é,
de conhecimento e, até mesmo, a extensão como serviço à em grande parte, promovida pelas chamadas Universidades
sociedade. Corporativas que têm objetivos práticos definidos e condições
O conceito de pesquisa também merece um econômicas para sustentá-las.
aprofundamento. O termo é tomado numa tão vasta amplidão O processo mestre x oficial da Idade Média era uma
que engloba, desde recortes de jornais e revistas nas classes modalidade de ensino extremamente eficaz. Hoje, contornam-
iniciais, até trabalhos teóricos de grande envergadura. se as dificuldades econômicas com as chamadas Universidades
Pesquisas científicas exigem metodologia adequada, Corporativas. Volta-se de certo modo a esse processo. São as
originalidade, grande dedicação e investimento financeiro. A empresas que com seu poder econômico, montam grandes
multiplicidade de pequenas pesquisas para cumprimento de laboratórios e mantêm seus pesquisadores para que possam
exigências acadêmicas apenas confirmam o que já se sabe ou ter dedicação exclusiva.
trazem contribuições de pouca importância. Quando a Universidade abre mão da reflexão crítica para
O Ensino na Universidade, a partir do século XVIII, procura ater-se apenas aos aspectos quantitativos do real, deixa de
incorporar ao conteúdo clássico os novos conhecimentos cumprir seu objetivo principal: o embasamento do
produzidos pela ciência experimental e, ao mesmo tempo, conhecimento do aluno pela instauração da reflexão filosófica,
capacitar os alunos para as novas profissões. Procura assim da capacidade de avaliação e de crítica para tentar uma
novos métodos de ensino e técnicas de aprendizagem mais performance para a qual não tem as condições econômicas
modernas. exigidas.
É sabido que, na época moderna, a pesquisa científica Não significa ser menos ambicioso buscar a excelência no
desenvolveu-se especialmente fora das instituições ensino como fundamentação para futuras pesquisas. Note-se,
universitárias. Só no início do século XIX, na Universidade de novamente que a pesquisa pode também ser utilizada como
Berlim, começa propriamente a integração entre ensino e metodologia de ensino para uma melhor aprendizagem.
pesquisa científica. O professor, além de conhecer o seu campo É possível admitir-se que, no momento, faz-se necessária
específico do saber, deveria pesquisar novas soluções para os uma pesquisa sobre os melhores métodos e técnicas para um
problemas de sua área de conhecimento. ensino eficiente.
Mostra Newton Sucupira que “a figura do sábio solitário A epistemologia genética vai ser de grande valia para o
em seu laboratório é hoje inconcebível. A ciência é obra desenvolvimento do conhecimento pedagógico. Dela vai
coletiva que depende de técnicas especiais, laboratórios depender a ação pedagógica que pode ajudar ou dificultar o
processo de construção do conhecimento de cada estudante.

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A pesquisa na universidade assim como o ensino, são O aprendizado da ciência leva à compreensão de sua
considerados como parte da educação. Quando desvinculados gênese e do processo histórico que a justifica e explicita o seu
da promoção humana, do seu aprimoramento global, dos estatuto de cientificidade.
valores da família, da ideia de nação apenas respondendo aos Tanto o conhecimento do senso comum quanto o científico
interesses do estado ou do mercado, desvirtuam-se como modalidades diversas de abordagem do objeto, vão
constituindo empecilhos a esse processo. provocar um processo de aprendizagem ou de “construção” no
Dificilmente vai à Universidade, produzir novos saberes se sujeito.
não atentar para o aprimoramento do ensino que, como já foi No processo de aprendizagem é necessário, de início, a
visto, não se reduz à simples transmissão do conhecimento. compreensão do conteúdo objetivado podendo essa
Ao finalizar essa pequena reflexão sobre o processo de compreensão, ser entendida como uma construção do
construção do conhecimento emergem algumas conhecimento e, ao mesmo tempo, como uma construção das
considerações. Primeiramente quanto à premente estruturas cognitivas do sujeito.
necessidade da precisão dos termos utilizados na vida Essa “construção” do conhecimento, embora elaborada
acadêmica e a oportunidade do aprofundamento do que diz pelo próprio sujeito, graças à sua intencionalidade que
respeito ao processo do conhecimento humano especialmente interfere no conteúdo apreendido conferindo-lhe um sentido,
pelo fato de dar-se ele em áreas distintas como a do não é totalmente independente e autônoma. O conhecimento
imaginário, fundamentada no inconsciente; a motora, não é apenas relativo ao sujeito, mas objetivo e universal.
resultante de treinamentos; a da apreensão dos valores Não há, no processo do conhecimento, relativismo, mas,
decorrentes do aprimoramento da sensibilidade e a do sim, uma relatividade que faz com que ocorra a
desenvolvimento intelectual propriamente dito. intersubjetividade entre as diferentes comunidades.
Encontra-se um duplo sentido na expressão “construção A produção de conhecimento pode então dar-se como
do conhecimento” e a amplidão da compreensão dos conceitos conteúdos apreendidos e elaborados pelo sujeito tornando-o
de ensino, aprendizagem e pesquisa que vão exigir maior mais culto, modificando seu modo de ser, ou como uma
clareza na definição para que se evitem distorções e confusões inovação na bagagem do saber da humanidade.
prejudiciais ao bom andamento do processo educacional. Ressalta então a importância do ensino adequadamente
A noção de “construção do conhecimento” é entendida feito como desenvolvimento da capacidade de crítica, de
como constituição de saberes aceitos em determinado tempo análise e de síntese.
histórico e/ou como processo de aprendizagem do sujeito. Na maior parte das vezes é nesse sentido que se pode dizer
Busca-se precisar a conceituação de “construção do que professores e alunos “constroem” o conhecimento. O
conhecimento” segundo Piaget. Prefere-se dá-la a um processo desenvolvimento científico e tecnológico que supõem o
que ocorre de modo espontâneo ou como ato livre e conhecimento básico propiciado pelas instituições de ensino é
consciente? Em que medida o sujeito se dá conta dessa produzido, em geral, pela comunidade científica.
construção? Em segundo lugar, pergunta-se se essa construção Desse ponto de vista, o ensino torna-se extremamente
é pessoal e independente ou se segue padrões universais. importante e as pesquisas visando ao seu aprimoramento,
Há ainda que refletir sobre os desdobramentos da desejáveis e oportunas.
exigência da ação do sujeito para o construtivismo: sobre o O bom ensino que deve ocorrer não como um
papel do professor e a possibilidade do ensino. Considerando- armazenamento de informações, mas como formação de
se suas diferentes interpretações, percebe-se que, para referenciais e desenvolvimento da capacidade de avaliação vai
algumas delas, como na de feição sociocultural, a ser fundamental para a produção científica e tecnológica.
aprendizagem vai depender de agentes externos como o meio
social e o professor. O ensino ganha relevância como fator Construção do conhecimento científico, tecnológico e
essencial na construção do conhecimento, enquanto que, para cultural como um processo sócio histórico103
outras, a aprendizagem depende exclusivamente da atividade O Ensino médio deve ser planejado em consonância com as
do aprendiz. características sociais, culturais e cognitivas do sujeito
Ao que parece, a ação do sujeito no plano material pode ser humano referencial desta última etapa da Educação Básica:
considerada uma excelente prática pedagógica, mas não adolescentes, jovens e adultos. Cada um desses tempos de vida
essencial para a aprendizagem e a constituição das estruturas tem sua singularidade, como síntese do desenvolvimento
cognitivas que caracterizam as diferentes etapas do seu biológico e da experiência social condicionada historicamente.
desenvolvimento. Por outro lado, se a construção do conhecimento científico,
Percebe-se que o sujeito interfere no processo do tecnológico e cultural é também um processo sócio histórico,
conhecimento com a sua atividade como quer Piaget, ou com a o ensino médio pode configurar-se como um momento em que
sua intencionalidade como pretende Husserl, mas que é necessidades, interesses, curiosidades e saberes diversos
sempre preservada a objetividade do conhecimento. confrontam-se com saberes sistematizados, produzindo
Conclui-se, portanto, que essa “construção” não é aprendizagens socialmente e subjetivamente significativas.
totalmente livre e independente o que levaria ao relativismo, Em um processo educativo centrado no sujeito, o ensino médio
mas que, deve adequar-se às exigências da intersubjetividade deve abranger, portanto, todas as dimensões da vida,
para que seja garantida a possibilidade de comunicação. possibilitando o desenvolvimento pleno das potencialidades
Chega-se então à possibilidade de um paralelo entre as do educando.
noções de atividade do sujeito em Piaget e a de No atual estágio de construção do conhecimento pela
intencionalidade de Husserl que focalizam o sujeito humanidade, a dicotomia entre conhecimento geral e
psicologicamente ativo. A exigência para a aprendizagem não específico, entre ciência e técnica, ou mesmo a visão de
estaria numa atividade prática, mas num estado de atividade tecnologia como mera aplicação da ciência deve ser superada,
psíquica que muito se aproxima do interesse ou da de tal forma que a escola incorpore a cultura técnica e a cultura
intencionalidade husserliana. geral na formação plena dos sujeitos e na produção contínua
Conclui-se ainda que o processo da aprendizagem não se de conhecimentos.
confunde com o da produção científica, mas deve antecedê-lo As relações nas unidades escolares, por sua vez, expressam
necessariamente. a contradição entre o que a sociedade conserva e revoluciona.
Essas relações não podem ser ignoradas, mas devem ser

103 RAMOS, M. N. Interdisciplinaridade: desafios de ensino e aprendizagem,


2003.

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permanentemente recriadas, a partir de novas relações e de objetivos e projetos comuns e articulados, no processo ensino-
novas construções coletivas, no âmbito do movimento aprendizagem.
socioeconômico e político da sociedade.
Questões
Com este referencial, propomos discutir as possibilidades de
se repensar o Ensino Médio na perspectiva interdisciplinar. 01. (SEPLAG/MG - Pedagogia - BFC) A Educação, neste
Consideramos importante que cada escola faça um retrato de si método, é tecida em conjunto por alunos e professores, frente
mesma, dos sujeitos que a fazem viva e do meio social em que se aos exercícios da leitura e da escrita praticadas
insere, no sentido de compreender sua própria cultura, exaustivamente nas aulas. Assim, mestres e aprendizes atuam
identificando dimensões da realidade motivadoras de uma juntos na construção do conhecimento, assessorados pela
proposta curricular coerente com os interesses e as necessidades incidência da problemática social mais atual e pelo arsenal de
de seus alunos. Afinal, a escola faz parte do conjunto social em saberes já edificados, patrimônio intransferível do ser
que está inserida e deve se comprometer, também, com seus humano. O texto se refere a:
projetos. Sem nunca esgotar em si mesma, a dimensão local pode (A) Teoria do saber.
ser uma dimensão importante do planejamento educacional, (B) Teoria do Ler e Saber.
integrado a um projeto social comprometido com a melhoria da (C) Teoria da Paradidática.
qualidade de vida de toda a população. (D) Teoria do Construtivismo.

O Projeto Curricular Interdisciplinar 02. (Prefeitura de São Roque/SP - Professor Adjunto


do Ensino Fundamental I) De acordo com Piaget, é correto
Assentado sobre as bases ética e política do projeto escolar afirmar.
e sobre o princípio da interdisciplinaridade, acreditamos que (A) Construtivismo é o processo pelo qual um indivíduo
o currículo, como dimensão cultural, epistemológica e desenvolve sua própria consciência adaptativa e seu próprio
metodológica deste projeto, pode mobilizar intensamente os conhecimento.
alunos, assim como os diversos recursos didáticos disponíveis (B) Desde que o conhecimento seja organizado numa
e/ou construídos coletivamente. Pressupomos, com isso, a totalidade estrutural coerente, nenhum conceito pode existir
possibilidade de se dinamizar o processo de ensino- isolado, cada conceito é sustentado e colorido por uma rede
aprendizagem numa perspectiva dialética, em que o completa de outros conceitos.
conhecimento é compreendido e apreendido como (C) “Conhecimento” no amplo sentido e “inteligência” são
construções histórico-sociais. a mesma coisa.
Tomando os objetivos das áreas de conhecimento (D) Todas as alternativas estão corretas.
organizadoras da educação básica, vemos que os estudos na
área de códigos e linguagens visam à compreensão do 03. (Prefeitura De Votorantim/SP - PEB I - INTEGRI
significado das letras e das artes; dar destaque à língua BRASIL) Weisz, em “O Diálogo entre o Ensino e a
portuguesa como instrumento de comunicação; acesso ao Aprendizagem”, faz uma abordagem em relação à importância
conhecimento e exercício da cidadania. O eixo curricular dessa da ____________ no processo educacional.
área pode ter como referência a construção do sujeito nas (A) prática construtivista.
relações intersubjetivas e coletivas mediadas pelas linguagens. (B) prática tradicional.
Os estudos das ciências da natureza e da matemática (C) prática interacionista.
devem destacar a educação tecnológica básica e a (D) prática montessoriana.
compreensão do significado da ciência. Um eixo de
organização dos conteúdos pode ser a complexidade e o 04. (IF/SP - Técnico em Assuntos Educacionais)
equilíbrio dinâmico da vida no processo de desenvolvimento Ghiraldelli afirma que os professores brasileiros chegaram ao
dos indivíduos e da sociedade. século XXI guiando suas práticas por cinco tendências
pedagógico-didáticas que seguem a inspiração de filosofia
A área de ciências humanas e sociais assenta-se sobre a educacional de seus autores. De acordo com uma delas, os
compreensão do processo histórico de transformação da passos segundo os quais acontece o processo ensino
sociedade e da cultura, podendo se organizar em torno do eixo aprendizagem, se resumem, sequencialmente, em: vivência,
da cidadania e dos processos de socialização, na perspectiva temas geradores, problematização, conscientização e ação
sócio-histórica. política.
Algumas abordagens metodológicas podem conferir ao Assinale o autor cujas ideias melhor caracterizam essa
currículo uma perspectiva de totalidade, respeitando-se as sequência.
especificidades epistemológicas das áreas de conhecimento e (A) Herbart.
das disciplinas. Propomos a organização dos planos de estudo (B) Dewey.
de forma interdisciplinar, sugerindo que o processo (C) Paulo Freire.
pedagógico tenha como base: o trabalho sistematizado com (D) Paulo Ghiraldelli Júnior.
leituras de publicações diversas; a produção própria e coletiva
dos textos; a utilização intensa da biblioteca; o uso de diversos 05. (Prefeitura de Votorantim/SP - PEB I - INTEGRI
recursos pedagógicos disponíveis na escola; a exploração de BRASIL) Delia Lerner em “Ler e Escrever na escola: o real, o
recursos externos à escola (os cinemas, os teatros, os museus, possível e o necessário”, afirmam que o contrato didático serve
as exposições etc.); a investigação de problemas de ordem para deixar claro aos:
socioeconômica, do ponto de vista histórico, geográfico, (A) professores e alunos suas parcelas de
sociológico, filosófico e político; a realização de atividades responsabilidades na escola e na relação
práticas (laboratórios e visitas de campo); o uso de acervos e ensino/aprendizagem.
patrimônios histórico-culturais da região. (B) pais e alunos suas parcelas de responsabilidades na
Assim, a possibilidade de se abordar pedagogicamente as escola e na relação ensino/aprendizagem.
atividades cotidianas está em considerá-las referências que (C) coordenador e pais suas parcelas de responsabilidades
auxiliem os professores entre si e em sua interação com os na escola e na relação ensino/aprendizagem.
alunos, em seus diálogos interdisciplinares, para a definição de

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(D) professores e coordenador suas parcelas de movimento na produção do conhecimento se deu sob forte
responsabilidades na escola e na relação influência do paradigma positivista, o que acabou por
ensino/aprendizagem. influenciar a própria definição do tipo de conhecimento que
poderia se considerar uma disciplina e, ao mesmo tempo,
Gabarito destituindo diversas formas de conhecimento do estatuto de
ciência. As universidades são instituições que têm um papel
01.D / 02.D / 03.A / 04.C / 05.A decisivo na configuração e legitimação do conhecimento
científico, uma vez que sua estrutura, seus departamentos,
suas associações profissionais definem concretamente os
6. interdisciplinaridade e objetos de estudo, as linhas de pesquisa para a construção e
formalização do conhecimento.
projetos.
E é nesse espaço institucional que se produz um
acúmulo enorme de conhecimentos, fragmentados e
Multidisciplinaridade, Interdisciplinaridade e compartilhamentalizados em diferentes disciplinas e
Transdisciplinaridade104 especialidades que ignoram, embora muitas vezes,
trabalhem com o mesmo objeto de estudo, Santomé.106
A compreensão dos conceitos de multidisciplinaridade,
interdisciplinaridade e transdisciplinaridade e sua Esse paradigma científico, que produziu conhecimentos
emergência no campo da educação requer uma atenção ao extremamente relevantes para a humanidade, está hoje sendo
conceito de disciplina e sua centralidade no universo escolar. profundamente questionado, por seus limites e distorções, por
Uma primeira observação a ser feita sobre o termo seu reducionismo e determinismo, por sua incapacidade de
disciplina diz respeito aos significados que evoca, dentre os abarcar aspectos da realidade que são estranhos aos seus
quais, poderíamos destacar os seguintes: ensino e educação marcos conceituais e metodológicos. É nesse contexto que
que um discípulo recebia do mestre; obediência às regras e aos surgem as noções de multidisciplinaridade,
superiores; ordem, bom comportamento; obediência a regras interdisciplinaridade e transdisciplinaridade entre outros, a
de cunho interior, firmeza, constância; castigo, penitência, partir de uma crítica à excessiva compartimentalização do
mortificação; ramo do conhecimento, ciência, matéria, conhecimento e à falta de comunicação entre as disciplinas.
disciplinas: cordas, correias e concorrentes com que os frades, Cada uma dessas perspectivas responde à necessidade de
devotos e penitentes se flagelam. Embora algumas dessas interação entre diferentes disciplinas e caracteriza-se pelo
definições pareçam bastantes distintas entre si, a noção de tipo de relação que se vai estabelecer entre elas. Estudiosos do
disciplina está estritamente vinculada às ideias de controle, de tema propõem diferentes modalidades de colaboração entre
organização de algo que é múltiplo ou disperso, de imposição as disciplinas, às vezes, com subdivisões dentro de um mesmo
de uma ordem. Foucault105 denomina disciplinas aos métodos nível de relação (interdisciplinaridade linear, estrutural,
que permitem o controle minucioso das operações de corpo, restritiva), dentre os quais, Piaget, que apresenta o seguinte
que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes modelo: multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e
impõem uma relação de docilidade-utilidade. transdisciplinaridade.
É a partir da segunda metade do século XVIII, nos diz
Foucault, que o corpo é descoberto como objeto e alvo de - Multidisciplinaridade: corresponde ao nível mais baixo e
poder: algo que se manipula, se modela, treina, que obedece, integração. Caracteriza-se como uma justaposição de
que se torna ágil ou cujas forças podem ser multiplicadas, um disciplinas com a intenção de esclarecer alguns de seus
corpo máquina, que se submete e se utiliza, um corpo dócil e elementos comuns.
manipulável. Tudo isso a favor de uma nova anatomia política - Interdisciplinaridade: reúne estudos diferenciados de
nascente, que é também uma forma de poder que, por meio da diversos especialistas em um contexto coletivo de pesquisa.
disciplina, fabrica corpos submissos. As prisões, os hospitais, Implica um esforço por elaborar um contexto mais geral, no qual
os quartéis, as fábricas e os colégios são os espaços cada uma das disciplinas é modificada e passa a depender cada
disciplinares por excelência: na forma de distribuir os qual das demais. A interação proporcionará um enriquecimento
indivíduos, de organizar e controlar as atividades, os espaços recíproco, com transformações em diferentes aspectos, como,
e tempos, nos recursos para garantir o bom adestramento, por exemplo, nas suas metodologias de pesquisa, nos seus
dentre os quais ela destaca os exames. O conhecimento, sua conceitos, na formulação dos problemas, nos instrumentos de
produção e sua divulgação não fogem à lógica do poder que se análise, nos modelos teóricos, etc. Os intercâmbios entre as
está constituindo. disciplinas são mútuos. A bioquímica, a sociolinguística, as
No sentido que será aqui abordado - campo de neurociências são áreas do conhecimento resultantes de
conhecimento, ciência - disciplina refere-se a uma maneira de trabalhos interdisciplinares.
organizar e delimitar um território de trabalho de um corpo de - Transdisciplinaridade: caracteriza-se como o nível mais
conhecimentos e de definir a pesquisa e as experiências dentro alto de interação entre as disciplinas. A interação se dá de tal
de um determinado ângulo de visão. Historicamente, a forma que as fronteiras entre as diferentes disciplinas
diferenciação do conhecimento em disciplinas autônomas vem desaparecem e constitui-se um sistema total que ultrapassa o
se concretizando desde o início do século XIX. plano das relações e interações entre as disciplinas, na busca de
Vincula-se ao processo de transformação social que objetivos comuns e de um ideal de unificação epistemológica.
ocorria nos países em desenvolvimento na Europa, naquele Pode-se falar do aparecimento de uma macrodisciplina.
momento, e à necessidade de especialização demandada pelo
processo de produção industrial. Nesse contexto, as técnicas e Morin107 nos lembra que o movimento de migrações
os saberes foram progressivamente se diferenciando, disciplinares faz parte da história das ciências. As rupturas de
configurando campos, com objetos de estudo próprios, marcos fronteiras disciplinares sempre ocorreram paralelamente à
conceituais, métodos e procedimentos específicos. Esse consolidação das disciplinas, gerando novos campos de

104 PIRES, Marília Freitas de Campos. Multidisciplinaridade, 106 SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo

interdisciplinaridade e transdisciplinaridade no ensino. 1996. integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
105 FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel 107 MORIN, Edgar. A Cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o

Ramalhete, 19 ed. Petrópolis: Vozes, 1999. pensamento. 5 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

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conhecimento. Cita, como exemplo, a biologia molecular, - Pluridisciplinaridade: a organização dos conteúdos
nascida de transferência entre disciplinas à margem da Física, expressa a existência de relações entre disciplinas mais ou
da Química e da Biologia. A antropologia estrutural de Lévi- menos afins, como, por exemplo, as diferentes ciências
Strauss, fortemente influenciada pela linguística estrutural de experimentais.
Jakobon. Ou o movimento da École de Annales, que construiu - Interdisciplinaridade: é a interação de duas ou mais
uma história numa perspectiva transdisciplinar, disciplinas, implicando numa troca de conhecimentos de uma
multimensional, em que se acham presentes contribuições da disciplina à outra (conceitos, leis, etc.), gerando, em alguns
Antropologia, da Economia e da Sociologia entre outras casos, um novo corpo disciplinar. O conhecimento do meio, no
disciplinas. Para Morin, esses projetos inter-poli- Ensino Fundamental, pode ser um exemplo de
transdisciplinares podem constituir-se em processos de interdisciplinaridade.
complexificação das áreas de pesquisa e, ao mesmo tempo, - Transdisciplinaridade: é o grau máximo de relações entre
recorrem à poli competência do pesquisador. as disciplinas, a busca de uma integração global dentro de um
sistema totalizador que possibilite uma unidade interpretativa.
E quanto à escola, como é que todo esse movimento de
produção do conhecimento se reflete na instituição Segundo Zabala109, a transdisciplinaridade constitui-se
escolar? mais como um desejo do que como uma realidade.
Para Hernández110, a interdisciplinaridade da escola tem
A lógica de organização do conhecimento por disciplinas como objetivo oferecer uma resposta à necessidade de ensinar
foi incorporada à cultura escolar e passou a ser o critério aos alunos a unidade do saber. Para isso, os professores
dominante de estruturação curricular, sobretudo, nos níveis organizam o trabalho de modo a colocar em comum a visão de
de ensino mais elevados, reproduzindo a fragmentação e o diferentes disciplinas sobre um determinado tema como, por
isolamento das diferentes matérias e campos do exemplo, a Inconfidência Mineira vista numa perspectiva
conhecimento. O questionamento a essa perspectiva, no histórica, geográfica, das letras e artes. Uma crítica que esse
entanto, se faz desde o início do século XX, quando diferentes autor tece a essa perspectiva é relativa ao fato de que, de modo
educadores formulam propostas de ensino que têm como geral, não há intercâmbios relacionais reais entre os saberes,
objetivo buscar maior unidade no desenvolvimento curricular, já que cada professor costuma dar a uma visão do tema, o que
na organização dos conteúdos de ensino. Ainda assim, a não garantirá que o aluno tenha uma visão relacional do
perspectiva disciplinar permanece fortemente arraigada à mesmo: o fato de os professores evidenciarem as relações
nossa cultura escolar, tendo chegado ao seu extremo, aqui no entre as disciplinas não garante que os alunos estabeleçam as
Brasil, nos anos 70, com o tecnicismo. Os anos 80 foram conexões necessárias para a compreensão global do tema.
fecundos em debates, movimentos de renovação pedagógica e Para Hernández, esse enfoque é externo à aprendizagem do
reformas educativas que buscavam novas orientações aluno, resulta do esforço e dos conhecimentos do professor e
curriculares, com forte componente político. A noção de mantém a centralidade das disciplinas. Para que a escola
interdisciplinaridade incorpora-se ao discurso e à prática enfrente as mudanças requeridas no contexto atual, diz ele, a
pedagógica, como expressão de uma busca para superar o reorganização curricular deve acontecer na perspectiva da
isolamento entre as disciplinas e para construir propostas transdisciplinaridade.
educativas mais adequadas aos anseios dos educadores de As transformações ocorridas nas últimas décadas no
trabalharem a formação para a cidadania, a partir da realidade cenário sociocultural, econômico, político, no campo do
do aluno. conhecimento e das tecnologias, em todo o planeta, e que
Diferentes autores teorizam sobre as perspectivas transformaram decisivamente as relações entre as pessoas e
educativas de integração curricular. Zabala108 faz uma destas com o conhecimento, demandam da escola mudanças
distinção entre os métodos globalizados e os enfoques que profundas. Assumir a Transdisciplinaridade como marco para
trabalham diferentes relações entre os conteúdos. Nos uma organização do currículo escolar integrado significa
primeiros, os conteúdos de ensino não se apresentam nem se repensar o trabalho educativo em termos da complexidade do
organizam a partir de uma estrutura disciplinar, mas de um conhecimento e de sua produção. Nessa perspectiva, aprender
tema ou problema por meio do qual os conteúdos são significa interpretar a realidade, compreendendo seus
estudados. O referencial organizador do trabalho pedagógico fenômenos e explicando essa compreensão. Isso implica que a
é o aluno e suas necessidades educativas. Os conteúdos estão escola repense os critérios para a organização de seu currículo,
condicionados aos objetivos de formação do aluno. Os o porquê de algumas disciplinas serem nele contempladas e
segundos se caracterizam pelo tipo de relação que se outras não, o significado de conteúdo escolar, os
estabelece entre as disciplinas; não se referem a uma procedimentos de ensino/aprendizagem, os processos
metodologia concreta, mas a uma determinada maneira de educativos como um todo.
organizar e apresentar os conteúdos, a partir das disciplinas.
A prioridade básica são matérias e sua aprendizagem. Zabala Para Hernández, são características do currículo
observa que as relações entre as disciplinas constituem um transdisciplinar:
problema essencialmente epistemológico e apenas como - O trabalho é desenvolvido através de temas ou problemas
consequência, uma questão escolar. Este autor apresenta vinculados ao mundo real, à comunidade;
quatro tipos diferentes de relações entre as disciplinas que - O professor é mediador do processo, que é desenvolvido por
têm aplicação no campo do ensino: multidisciplinaridade, meio de pesquisas, de projetos de trabalho (ver também verbete
pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade e Projetos de Trabalho, no Dicionário Tempos e Espaços
transdisciplinaridade. Escolares).
- O estudo individual cede lugar ao estudo em pequenos
- Multidisciplinaridade: os conteúdos escolares se grupos, nos quais os alunos trabalham por projetos;
apresentam como matérias independentes, como um somatório - O conhecimento é construído em função da pesquisa que se
de disciplinas, sem explicitação de relação entre si. está realizando;

108 ZABALA, Antoni Vidiella. Enfoque globalizador e pensamento 110 HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os

complexo: uma proposta para o currículo escolar. Porto Alegre: Artmed, 2002. projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
109 ZABALA, Antoni Vidiella. Enfoque globalizador e pensamento
complexo: uma proposta para o currículo escolar. Porto Alegre: Artmed, 2002.

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- A avaliação é feita através de portfólios, em que os alunos A escola é um ambiente de vida e, ao mesmo tempo, um
sistematizam o conhecimento construído e refletem sobre o seu instrumento de acesso do sujeito à cidadania, à criatividade e
processo de aprendizagem. à autonomia. Não possui fim em si mesma. Ela deve constituir-
Igualmente importante para se repensar um currículo se como processo de vivência, e não de preparação para a vida.
integrado, que favoreça a construção de sentido nas Por isso, sua organização curricular, pedagógica e didática
aprendizagens, é a noção de conceito estruturador que deve considerar a pluralidade de vozes, de concepções, de
permite a concretização da interdisciplinaridade na prática experiências, de ritmos, de culturas, de interesses. A escola
escolar. deve conter, em si, a expressão da convivialidade humana,
considerando toda a sua complexidade. A escola deve ser, por
Implicações da Interdisciplinaridade no Processo de sua natureza e função, uma instituição interdisciplinar.
Ensino-Aprendizagem A escola precisa acolher diferentes saberes, diferentes
manifestações culturais e diferentes óticas, empenhar-se para
A escola, como lugar legítimo de aprendizagem, produção se constituir, ao mesmo tempo, em um espaço de
e reconstrução de conhecimento, cada vez mais precisará heterogeneidade e pluralidade, situada na diversidade em
acompanhar as transformações da ciência contemporânea, movimento, no processo tornado possível por meio de
adotar e simultaneamente apoiar as exigências relações intersubjetivas, fundamentada no princípio
interdisciplinares que hoje participam da construção de novos emancipador. Cabe, nesse sentido, às escolas desempenhar o
conhecimentos. A escola precisará acompanhar o ritmo das papel socioeducativo, artístico, cultural, ambiental,
mudanças que se operam em todos os segmentos que fundamentadas no pressuposto do respeito e da valorização
compõem a sociedade. O mundo está cada vez mais das diferenças, entre outras, de condição física, sensorial e
interconectado, interdisciplinarizado e complexo. sócio emocional, origem, etnia, gênero, classe social, contexto
Embora a temática da interdisciplinaridade esteja em sociocultural, que dão sentido às ações educativas,
debate tanto nas agências formadoras quanto nas escolas, enriquecendo-as, visando à superação das desigualdades de
sobretudo nas discussões sobre projeto político-pedagógico, natureza sociocultural e socioeconômica. Contemplar essas
os desafios para a superação do referencial dicotomizador e dimensões significa a revisão dos ritos escolares e o
parcelado na reconstrução e socialização do conhecimento alargamento do papel da instituição escolar e dos educadores,
que orienta a prática dos educadores ainda são enormes. adotando medidas proativas e ações preventivas.
Para Luck,111 o estabelecimento de um trabalho de sentido Na organização e gestão do currículo, as abordagens
interdisciplinar provoca, como toda ação a que não se está disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar
habituado, sobrecarga de trabalho, certo medo de errar, de requerem a atenção criteriosa da instituição escolar, porque
perder privilégios e direitos estabelecidos. A orientação para o revelam a visão de mundo que orienta as práticas pedagógicas
enfoque interdisciplinar na prática pedagógica implica romper dos educadores e organizam o trabalho do estudante.
hábitos e acomodações, implica buscar algo novo e Perpassam todos os aspectos da organização escolar, desde o
desconhecido. É certamente um grande desafio. planejamento do trabalho pedagógico, a gestão
A ação interdisciplinar é contrária a qualquer administrativo-acadêmica, até a organização do tempo e do
homogeneização e/ou enquadramento conceitual. Faz-se espaço físico e a seleção, disposição e utilização dos
necessário o desmantelamento das fronteiras artificiais do equipamentos e mobiliário da instituição, ou seja, todo o
conhecimento. Um processo educativo desenvolvido na conjunto das atividades que se realizam no espaço escolar, em
perspectiva interdisciplinar possibilita o aprofundamento da seus diferentes âmbitos. As abordagens multidisciplinar,
compreensão da relação entre teoria e prática, contribui para pluridisciplinar e interdisciplinar fundamentam-se nas
uma formação mais crítica, criativa e responsável e coloca mesmas bases, que são as disciplinas, ou seja, o recorte do
escola e educadores diante de novos desafios tanto no plano conhecimento.
ontológico quanto no plano epistemológico. Enquanto a multidisciplinaridade expressa frações do
Na sala de aula, ou em qualquer outro ambiente de conhecimento e o hierarquiza, a pluridisciplinaridade estuda
aprendizagem, são inúmeras as relações que intervêm no um objeto de uma disciplina pelo ângulo de várias outras ao
processo de construção e organização do conhecimento. As mesmo tempo. Segundo Nicolescu112, a pesquisa
múltiplas relações entre professores, alunos e objetos de pluridisciplinar traz algo a mais a uma disciplina, mas
estudo constroem o contexto de trabalho dentro do qual as restringe-se a ela, está a serviço dela. A transdisciplinaridade
relações de sentido são construídas. Nesse complexo trabalho, refere-se ao conhecimento próprio da disciplina, mas está para
o enfoque interdisciplinar aproxima o sujeito de sua realidade além dela. O conhecimento situa-se na disciplina, nas
mais ampla, auxilia os aprendizes na compreensão das diferentes disciplinas e além delas, tanto no espaço quanto no
complexas redes conceituais, possibilita maior significado e tempo. Busca a unidade do conhecimento na relação entre a
sentido aos conteúdos da aprendizagem, permitindo uma parte e o todo, entre o todo e a parte. Adota atitude de abertura
formação mais consistente e responsável. sobre as culturas do presente e do passado, uma assimilação
De todo modo, o professor precisa tornar-se um da cultura e da arte. O desenvolvimento da capacidade de
profissional com visão integrada da realidade, compreender articular diferentes referências de dimensões da pessoa
que um entendimento mais profundo de sua área de formação humana, de seus direitos, e do mundo é fundamento básico da
não é suficiente para dar conta de todo o processo de ensino. transdisciplinaridade. De acordo com Nicolescu, para os
Ele precisa apropriar-se também das múltiplas relações adeptos da transdisciplinaridade, o pensamento clássico é o
conceituais que sua área de formação estabelece com as outras seu campo de aplicação, por isso é complementar à pesquisa
ciências. O conhecimento não deixará de ter seu caráter de pluri e interdisciplinar. A interdisciplinaridade pressupõe a
especialidade, sobretudo quando profundo, sistemático, transferência de métodos de uma disciplina para outra.
analítico, meticulosamente reconstruído; todavia, ao educador Ultrapassa-as, mas sua finalidade inscreve-se no estudo
caberá o papel de reconstruí-lo dialeticamente na relação com disciplinar. Pela abordagem interdisciplinar ocorre a
seus alunos por meio de métodos e processos transversalidade do conhecimento constitutivo de diferentes
verdadeiramente produtivos. disciplinas, por meio da ação didático-pedagógica mediada

111 LUCK, Heloísa. Pedagogia da interdisciplinaridade. Fundamentos teórico- transdisciplinaridade. Tradução de Judite Vero, Maria F. de Mello e Américo
metodológicos. Petrópolis: Vozes, 2001. Sommerman. Brasília: UNESCO, 2000. (Edições UNESCO).
112 NICOLESCU, Basarab. Um novo tipo de conhecimento –
transdisciplinaridade. In: NICOLESCU, Basarab et al. Educação e

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pela pedagogia dos projetos temáticos. Estes facilitam a 03. (FUNRIO - IFPA - Pedagogo) A interdisciplinaridade
organização coletiva e cooperativa do trabalho pedagógico, pode ser assim definida:
embora sejam ainda recursos que vêm sendo utilizados de (A) Os conteúdos escolares são apresentados por matérias
modo restrito e, às vezes, equivocados. A interdisciplinaridade ou disciplinas independentes umas das outras. O conjunto de
é, portanto, entendida aqui como abordagem teórico- matérias é proposto simultaneamente aos estudantes. Trata-
metodológica em que a ênfase incide sobre o trabalho de se de uma organização somativa.
integração das diferentes áreas do conhecimento, um real (B) A interação entre duas ou mais disciplinas, que pode ir
trabalho de cooperação e troca, aberto ao diálogo e ao desde a simples comunicação entre elas até a integração
planejamento. Essa orientação deve ser enriquecida, por meio recíproca de conceitos fundamentais podendo implicar, em
de proposta temática trabalhada transversalmente ou em alguns casos, em um novo corpo disciplinar.
redes de conhecimento e de aprendizagem, e se expressa por (C) O grau máximo de relações entre as disciplinas, daí que
meio de uma atitude que pressupõe planejamento sistemático supõe uma integração global dentro de um sistema
e integrado e disposição para o diálogo. globalizador, com o propósito de explicar a realidade sem
A transversalidade é entendida como uma forma de parcelamento do conhecimento.
organizar o trabalho didático-pedagógico em que temas, eixos (D) Uma multiplicidade de disciplinas e, cada uma delas,
temáticos são integrados às disciplinas, às áreas ditas em sua especialização, cria um corpo diferenciado,
convencionais de forma a estarem presentes em todas elas. A determinado por um campo ou objeto material de referência.
transversalidade difere-se da interdisciplinaridade e (E) Temas voltados para a compreensão e para a
complementam-se; ambas rejeitam a concepção de construção da realidade social, que são assim adjetivados por
conhecimento que toma a realidade como algo estável, pronto não pertencerem a nenhuma disciplina específica, mas por
e acabado. A primeira se refere à dimensão didático- atravessarem todas elas como se a todas fossem pertinentes.
pedagógica e a segunda, à abordagem epistemológica dos
objetos de conhecimento. A transversalidade orienta para a 04. (IDECAN/RN - Professor) “Na organização e gestão do
necessidade de se instituir, na prática educativa, uma analogia currículo, as abordagens disciplinar, pluridisciplinar,
entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados interdisciplinar e transdisciplinar requerem a atenção
(aprender sobre a realidade) e as questões da vida real criteriosa da instituição escolar, porque revelam a visão de
(aprender na realidade e da realidade). Dentro de uma mundo que orienta as práticas pedagógicas dos educadores e
compreensão interdisciplinar do conhecimento, a organizam o trabalho do estudante. Perpassam todos os
transversalidade tem significado, sendo uma proposta didática aspectos da organização escolar, desde o planejamento do
que possibilita o tratamento dos conhecimentos escolares de trabalho pedagógico, a gestão administrativo‐acadêmica, até a
forma integrada. Assim, nessa abordagem, a gestão do organização do tempo e do espaço físico e a seleção, disposição
conhecimento parte do pressuposto de que os sujeitos são e utilização dos equipamentos e mobiliário da instituição, ou
agentes da arte de problematizar e interrogar, e buscam seja, todo o conjunto das atividades que se realizam no espaço
procedimentos interdisciplinares capazes de acender a chama escolar, em seus diferentes âmbitos."
do diálogo entre diferentes sujeitos, ciências, saberes e temas. (Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação
Portanto, a interdisciplinaridade é um movimento Básica, 2013.)
importante de articulação entre o ensinar e o aprender. As abordagens multidisciplinar, pluridisciplinar e
Compreendida como formulação teórica e assumida enquanto interdisciplinar fundamentam‐se nas mesmas bases, que são
atitude, tem a potencialidade de auxiliar os educadores e as as disciplinas, ou seja, o recorte do conhecimento.
escolas na ressignificação do trabalho pedagógico em termos Considerando essas abordagens, analise a afirmativa a seguir.
de currículo, de métodos, de conteúdos, de avaliação e nas “A ______ expressa frações do conhecimento e o hierarquiza,
formas de organização dos ambientes para a aprendizagem. a ______ estuda um objeto de uma disciplina pelo ângulo de
várias outras ao mesmo tempo. A _____ refere‐se ao
Questões conhecimento próprio da disciplina, mas está para além dela.
O conhecimento situa‐se na disciplina, nas diferentes
01. (FUNECE/CE - Técnico em Assuntos Educacionais) disciplinas e além delas, tanto no espaço quanto no tempo. A
Conforme o grau de integração das diferentes disciplinas _____ pressupõe a transferência de métodos de uma disciplina
reagrupadas em um determinado momento, podemos para outra. Ultrapassa‐as, mas sua finalidade inscreve‐se no
estabelecer diferentes níveis de interdisciplinaridade. estudo disciplinar."
Segundo Piaget (1979), os níveis de colaboração e integração Assinale a alternativa que completa correta e
entre disciplinas, são: sequencialmente a afirmativa anterior.
(A) Multidisciplinaridade, interdisciplinaridade, (A) Multidisciplinaridade / pluridisciplinaridade /
transdisciplinaridade. transdisciplinaridade / interdisciplinaridade
(B) Pluridisciplinaridade, disciplinaridade cruzada, (B) Transdisciplinaridade / interdisciplinaridade /
multidisciplinaridade. multidisciplinaridade / pluridisciplinaridade
(C) Interdisciplinaridade auxiliar, composta e unificadora. (C) Interdisciplinaridade / multidisciplinaridade /
(D) Pseudo-interdisciplinaridade, interdisciplinaridade pluridisciplinaridade / transdisciplinaridade
estrutural e restritiva. (D) Pluridisciplinaridade / transdisciplinaridade /
interdisciplinaridade / multidisciplinaridade
02. (CESGRANRIO - UNIRIO - Pedagogo) Numa reunião
pedagógica, os professores devem refletir sobre o limite de 05. (FUNIVERSA Secretaria da Criança/DF - Especialista
suas disciplinas, a relatividade das mesmas e a necessidade da Socioeducativo - Pedagogia) Assinale a alternativa que
interdisciplinaridade, que permite: apresenta o termo correspondente à definição a seguir:
(A) Ensinar dentro de uma nova metodologia. caracteriza-se como nova concepção de divisão do saber e visa
(B) Hierarquizar melhor as disciplinas. à interdependência, à interação e à comunicação existentes
(C) Organizar melhor os conteúdos de cada disciplina. entre as áreas do conhecimento. Há a interação e o
(D) Passar de um saber setorizado a um conhecimento compartilhamento de ideias, opiniões e explicações.
integrado. (A) Multidisciplinaridade
(E) Maior consenso entre os professores. (B) Interdisciplinaridade
(C) Contextualização

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(D) Transdisciplinaridade por Pinsky (2003), Norberto L. Guarinello observa que a


(E) Pluridisciplinaridade solução dos conflitos crescentes, resultantes da cada vez mais
complexa vida grupal, não podia ser encontrada nas relações
Gabarito de linhagem ou numa autoridade superior, mas deviam ser
resolvidos comunitariamente, por mecanismos públicos. E
01.A / 02.D / 03.B / 04.A / 05.B conclui que

Aqui reside a origem mais remota da política, como


instrumento de tomada de decisões coletivas e de resolução de
7. Democratização da conflitos, e do Estado, que não se distinguia da comunidade, mas
Escola Pública. era a sua própria expressão,

para acrescentar, logo adiante, que as cidades-Estado

113Parte I Foram, primeiramente, um espaço de poder, de decisão


coletiva, articulado em instâncias cujas origens se perdem em
Conselhos na gestão da educação tempos remotos: conselhos de anciãos (como o Senado Romano
Vamos viajar um pouco ao passado para compreendermos o ou a Gerousia Espartana) ou simplesmente de ‘cidadãos’ (como
significado atual dos conselhos na estrutura de gestão das a boulé ateniense), assembleias com atribuições e amplitudes
organizações públicas. variadas, magistraturas e, posteriormente, tribunais. Foi o
Nesta primeira parte de nosso estudo sobre Conselhos espaço de uma lei comum, que obrigava a todos e que se impôs
Escolares na gestão democrática da educação pública, vamos como norma escrita, fixa, publicizada e coletiva (p. 33).
iniciar lembrando como surgiram os conselhos, qual o seu
significado e qual o papel que desempenharam ao longo da Temos, assim, que os conselhos precederam a organização
história da educação brasileira. Vamos refletir sobre os do Estado, dando origem aos atuais Poderes Legislativo e
conceitos básicos dos diferentes tipos de conselhos na gestão Judiciário. Ocorre que as cidades-Estado da Antigüidade greco-
da educação. Distinguimos os conselhos na gestão dos romana, na análise de Guarinello, “eram comunidades num
sistemas de ensino e os conselhos na gestão das instituições sentido muito mais forte do que nos Estados-nacionais
educacionais. E, por fim, tratamos dos Conselhos Escolares contemporâneos” e eram guiadas por um também forte
como uma estratégia para a efetivação do princípio sentido de pertencimento legítimo a essas comunidades.
constitucional da gestão democrática da educação pública. Os conselhos de anciãos das comunidades primitivas, que
Assim, esta primeira parte tem como objetivos: se fundavam no princípio da sabedoria e do respeito advindos
- oferecer uma fundamentação teórica sobre os conselhos da virtude, foram sendo gradativamente substituídos, nos
na gestão da educação, origens e bases históricas, mostrando Estados-nacionais, por conselhos de “beneméritos”, ou
a evolução de sua concepção ao longo do tempo; “notáveis”, assumindo caráter tecnocrático de assessoria
- mostrar as diferenças entre conselhos de sistemas de especializada no núcleo de poder dos governos. O critério de
educação e conselhos de escolas; escolha - dos mais “sábios”, dos “melhores”, dos “homens
- distinguir a natureza própria dos Conselhos Escolares e bons” - que fluía do respeito, da liderança na comunidade local,
das instituições complementares à escola, como associações passa, gradativamente, a ser substituído pelo poder de
de pais e mestres, caixa escolar e outros mecanismos de apoio influência, seja intelectual, econômico ou militar. Ao longo do
à gestão da escola; tempo, o critério dos “mais sábios” é paulatinamente
-refletir sobre o significado do princípio constitucional da contaminado pelos interesses privados das elites, constituindo
gestão democrática da educação pública. os conselhos de “notáveis” das cortes e dos Estados modernos.
Os conselhos, como forma de organização representativa
Com esses objetivos, vamos, então, explicitar os diferentes do poder político na cidade-Estado, viriam a ganhar sua
conceitos e naturezas das diferentes formas de colegiados na máxima expressão na Comuna Italiana, instituída a partir do
gestão da educação no Brasil, tanto no âmbito dos sistemas de século X. O Dicionário de Política, organizado por Bobbio,
ensino, quanto das instituições educacionais. Matteuci e Pasquino (1991), traz uma rica descrição do
funcionamento da Comuna, considerando-a “o momento de
a) Conselhos: à procura das fontes agregação política mais alto e original que já se viu na história
A origem e a natureza dos conselhos é muito diversificada. italiana” (p. 193). Inicialmente constituída da união dos
As instituições sociais, em geral, são fruto de longa construção dinastas com os burgueses, a comuna era feudal, com caráter
histórica. aristocrático ou consular, o que permitia a tomada de decisões
A origem dos conselhos se perde no tempo e se confunde por meio de assembléias de todos os membros dessas classes.
com a história da política e da democracia. A Mas a Comuna era governada pelo “colégio consular, grupo
institucionalização da vida humana gregária, desde seus que governava também como assembléia e era constituído por
primórdios, foi sendo estabelecida por meio de mecanismos de tantos membros quantos fossem os núcleos emergentes da
deliberação coletiva. communitas” (p.195).
Os registros históricos indicam que já existiam, há quase Na medida em que a comuna se ampliou e outras
três milênios, no povo hebreu, nos clãs visigodos e nas cidades- categorias sociais passaram a integrá-la, surgiu a comuna
Estado do mundo greco-romano, conselhos como formas popular (commune populi) que, adotando a democracia
primitivas e originais de gestão dos grupos sociais. A Bíblia representativa e não mais direta como na comuna tradicional,
registra que a prudência aconselhara Moisés a reunir 70 criou
“anciãos ou sábios” para ajudá-lo no governo de seu povo, um consilium geral do povo, análogo ao grande conselho
dando origem ao Sinédrio, o “Conselho de Anciãos” do povo geral da Comuna, um consilium, ou credencia ancionorum,
hebreu. similar ao conselho restrito da mesma, e era dirigido por um
Ao analisar a constituição das cidades-Estado, entre os capitaneus populi designado e eleito segundo critérios afins aos
séculos IX e VII a.C., no livro História da cidadania, organizado adotados pela comuna feudal e alto-burguesa na escolha do

113http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_gen.pdf.

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próprio potestade” (p. 197-198). políticas setoriais, com definição discutida em conselhos
próprios, com abrangências variadas: unidades da federação,
Na administração das cidades a Itália adota até os dias programas de governo, redes associativas populares e
atuais a figura do Conselho Comunal (Consiglio Comunale), categorias institucionais.
similar às nossas câmaras de vereadores, mas com No contexto da redemocratização do país, na década de
mecanismos de escolha e eleição das listas de conselheiros que 1980, os movimentos associativos populares passaram a
envolvem forte participação da comunidade. reclamar participação na gestão pública. O desejo de
A gestão da comunidade local por meio de um conselho, participação comunitária se inseriu nos debates da
constituído como representação da vontade popular, viria a Constituinte, que geraram, posteriormente, a
encontrar sua expressão mais radical na Comuna de Paris, em institucionalização dos conselhos gestores de políticas
1871. Embora com duração de apenas dois meses, viria a públicas no Brasil. Esses conselhos têm um caráter
constituir-se na mais marcante experiência de autogestão de nitidamente de ação política e aliam o saber letrado com o
uma comunidade urbana, perpetuando-se como um símbolo. saber popular, por meio da representação das categorias
Na primeira metade do século XX, novas formulações são sociais de base. São muitas as formas de organização e as
encontradas, não mais como forma de gestão da comunidade funções atribuídas a esses conselhos, mas sua origem radica
local, mas de grupos sociais identificados pelo ambiente de sempre no desejo de participação na formulação e na gestão
trabalho. O Dicionário de Política (BOBBIO et alii, 1991) das políticas públicas.
destaca as experiências dos conselhos de operários, seja na Os conselhos de gestão de políticas públicas setoriais,
forma de conselhos de fábrica (no âmbito de uma empresa) ou caracterizados simples e essencialmente como conselhos da
de conselhos dos delegados dos operários (estes últimos cidadania, sociais ou populares, nascem das categorias
constituídos de representantes das diversas fábricas) com associadas de pertencimento e participação e se tornam a
uma dimensão de representatividade comunitária. Tivemos as expressão de uma nova institucionalidade cidadã. A nova
experiências dos sovietes russos, nascidos em São Petersburgo categoria de participação cidadã tem como eixo a construção
em 1905 e recriados com a revolução socialista de 1917, e dos de um projeto de sociedade, que concebe o Estado como um
conselhos de fábrica na Alemanha de Rosa Luxemburgo, de patrimônio comum a serviço dos cidadãos, sujeitos portadores
1918 até 1923. Novas experiências de conselhos de operários de poder e de direitos relativos à comum qualidade de vida.
ou de fábrica surgiriam na Espanha (1934-1937), na Hungria Os conselhos representam hoje uma estratégia
(1950) e na Polônia (1969-1970). privilegiada de democratização das ações do Estado. Nos
Os conselhos populares exerciam a democracia direta e/ou espaços da federação temos conselhos municipais, estaduais
representativa como estratégia para resolver as tensões e ou nacionais, responsáveis pelas políticas setoriais nas áreas
conflitos resultantes dos diferentes interesses e, ao contrário da educação, da saúde, da cultura, do trabalho, dos esportes,
dos conselhos de notáveis das cortes, eram a voz das classes da assistência social, da previdência social, do meio ambiente,
que constituíam as comunidades locais, seja nas cidades- da ciência e tecnologia, da defesa dos direitos da pessoa
Estado grecoromanas, nas comunas italianas e de Paris, ou na humana, de desenvolvimento urbano. Em diversas áreas há
fábrica da era industrial. conselhos atendendo a categorias sociais ou programas
O sentido dado aos conselhos, hoje, tem sua compreensão específicos.
carregada desse imaginário histórico. Os conselhos sempre se Na área dos direitos humanos temos os conselhos dos
situaram na interface entre o Estado e a sociedade, ora na direitos da mulher, da criança e do adolescente, do idoso, das
defesa dos interesses das elites, tutelando a sociedade, ora, e pessoas portadoras de deficiência. No interior das
de maneira mais incisiva nos tempos atuais, buscando a co- organizações públicas (não tratamos aqui das de caráter
gestão das políticas públicas e se constituindo canais de privado) vamos encontrar os conselhos próprios de definição
participação popular na realização do interesse público. de políticas institucionais, de gestão e de fiscalização. No
âmbito associativo temos conselhos de secretários estaduais e
b) A concepção de conselhos no Brasil municipais de diversas áreas (na educação temos o Consed e a
O Brasil se instituiu sob o signo e imaginário das cortes Undime), conselhos de universidades (Andifes e outros,
europeias, que concebia o Estado, no regime monárquico, segundo as categorizações das universidades). Ligados a
como “coisa do Rei”. Mesmo com o advento da República (Res programas governamentais, destacam-se na área da educação
publica), a gestão da “coisa pública” continuou fortemente os conselhos da merenda escolar e do Fundef.
marcada por uma concepção patrimonialista de Estado. Essa No processo de gestão democrática da coisa pública,
concepção, que situava o Estado como pertencente à consignada pela Constituição de 1988, os conselhos assumem
autoridade e instituía uma burocracia baseada na obediência à uma nova institucionalidade, com dimensão de órgãos de
vontade superior, levou à adoção de conselhos constituídos Estado, expressão da sociedade organizada. Não se lhes atribui
por “notáveis”, pessoas dotadas de saber erudito, letrados. responsabilidades de governo, mas de voz plural da sociedade
Conselhos de governo, uma vez que serviam aos governantes. para situar a ação do Estado na lógica da cidadania. São
O saber popular não oferecia utilidade à gestão da “coisa espaços de interface entre o Estado e a sociedade. Como órgãos
pública”, uma vez que esta pertencia aos “donos do poder”, que de Estado, os conselhos exercem uma função mediadora entre
se serviam dos “donos do saber” para administrá-la em o governo e a sociedade. Poderíamos dizer que exercem a
proveito de ambas as categorias. função de ponte. Bárbara Freitag traduz bem a simbologia da
No Brasil, até a década de 1980 predominaram os ponte:
conselhos de notáveis - o critério de escolha era o do “notório
saber” - de caráter governamental, de âmbito estadual e Certa vez perguntaram-me a que margem do rio eu
nacional, especialmente nas áreas de educação, saúde, cultura, pertencia. Respondi espontaneamente. “A nenhuma, sou ponte.”
assistência social. Embora tendo como atribuições assessorar Na filosofia e sociologia a metáfora da ponte tem outros nomes:
o governo na formulação de políticas públicas, esses conselhos “mediação”, “Vermitlung”, “dialética”, “diálogo”. [...] Como boa
se assumiam como de caráter técnico especializado, e sua aluna de Horkheimer e Adorno, sabia que entre tese e antítese, a
atuação se concentrava nas questões da normatização e do síntese seria impossível, implicaria uma violência: a totalidade
credencialismo dos respectivos sistemas. poderia vir a ser totalitarismo. Por isso, contentei-me em aceitar
Mas a complexidade da sociedade atual e o processo de a polarização, a diferença, os antagonismos, sem querer
democratização do público impuseram a ampliação dos assimilar ou reduzir um extremo ao outro e passei a construir
mecanismos de gestão das políticas públicas, criando as

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pontes, a buscar a Vermitlung. [...] Ou haveria, como no conto de hierarquia entre as unidades federadas, dotadas de
Guimarães Rosa “uma terceira margem do Rio”?. autonomia. A relação entre os sistemas fundamenta-se no
princípio da colaboração, não no da subordinação. A
Em seu papel mediador entre a sociedade e o governo, os Constituição e a LDB estabelecem princípios e diretrizes
conselhos representam o contraditório social. Mas, dada a necessários ao projeto nacional de educação, atribuindo aos
impossibilidade da síntese desse contraditório, cuja totalidade sistemas campos de atuação e competências prioritárias. A
poderia vir a ser totalitarismo, não podem querer constituir- hierarquia é estabelecida pela abrangência da lei, e o limite da
se síntese da vontade da sociedade ou do governo, nem cair na autonomia são as competências nela definidas.
armadilha de querer reduzir a vontade de ambos à sua própria, O regime de colaboração, princípio basilar da lei na
situando-se numa “terceira margem do rio”, desconectados organização dos sistemas de ensino, fundamenta-se na
tanto da sociedade, quanto do governo. concepção de uma só cidadania brasileira, que não se divide
Vamos, agora, nos deter na análise da natureza dos segundo os sistemas. Assim, as competências educacionais dos
conselhos na área de educação, a partir de uma retrospectiva sistemas, atribuídas pela LDB, são complementares, não-
histórica. Nela situamos os conselhos de educação no contexto concorrentes, o que requer articulação e planejamento
dos sistemas de ensino. integrado. Essa é a principal função do Plano Nacional de
Educação.
c) Sistemas de ensino: a institucionalização da educação Embora presente já na LDB de 1960, e reafirmada na atual,
Para entender a natureza dos conselhos de educação no o princípio da colaboração entre os sistemas de ensino
Brasil é indispensável contextualizá-los na organização da permanece uma aspiração e um imperativo legal a ser
educação nacional, instituída pelos sistemas de ensino, alcançado. Permanecem atuais e clamando por sua efetivação,
vinculados aos entes federativos. as observações de Sucupira (1963), no Conselho Federal de
Vamos começar por explicitar conceitos. Educação, em 1963:
O termo sistema, importado da física pelas ciências
sociais, tem sido usado, entre nós, com tal elasticidade que Toda a doutrina da lei admite uma rica variedade de
pode ser aplicado a quase tudo. Como conceito, compreende processos e iniciativas, uma diversidade fecunda que possa
um conjunto formando um todo autônomo de partes em encaminhar novas experiências e à livre afirmação dos núcleos
relação funcional, orgânica e harmônica em vista de uma regionais de elaboração de cultura, mantendo a unidade básica
finalidade, que decorre dos valores prevalentes em de um projeto nacional. Se é verdade que a democracia significa
determinada sociedade. Embora entre nós seja corrente a a crença no poder da integração espontânea dos grupos e
utilização da expressão “sistema educacional”, na Constituição poderes criadores, não é menos certo que, numa sociedade
e na LDB encontramos somente a figura dos “sistemas de complexa e em desenvolvimento, essas forças devem ser
ensino”: da União, dos estados, do Distrito Federal e dos coordenadas e dirigidas por um esforço comum de realização do
municípios. bem coletivo. Mas, em vez da unificação totalitária imposta,
A institucionalização nos remete ao processo social pelo rigidamente, pelo poder central, trata-se de uma unidade vital e
qual se estabelecem normas e valores formalizados e orgânica, onde as forças criadoras em matéria de educação
legitimados. Rogério Córdova (2003), interpretando colaboram sob a mesma orientação para o objetivo
Castoriadis, afirma que a sociedade humana, diferentemente fundamental de construir a nação e proporcionar a todos a
das sociedades animais, se institui por um processo de educação necessária para ao desenvolvimento das pessoas.
autocriação, e afirma: [...] nos encontramos em face de uma descentralização
articulada, onde cada sistema de ensino atua em função das
E esta autocriação, ou auto-instituição, se realiza num necessidades e dos objetivos específicos de sua região, mas
processo efetivado na e pela posição de significações.Tais submetidos às diretrizes gerais da educação nacional.
significações são os valores básicos ou fundamentais que dão o
sentido, a orientação básica dessa sociedade, a sua identidade, o A organização atual de fóruns dos sistemas (Consed,
amálgama que lhe permite reunir-se e dizer-se. Ser brasileiro, Undime, UNCME, Fórum dos Conselhos Estaduais) constitui
por exemplo, é diferente de ser argentino ou norte-americano. O importante estratégia para o planejamento integrado, a troca
que é a “brasilidade”? É um “magma” de significações sociais, de experiências exitosas e a atuação em regime de
operantes em nosso agir, como um conjunto de representações colaboração. Vamos, agora, situar os conselhos na gestão dos
da realidade, como um conjunto de afetos, de gostos, de sistemas de ensino no Brasil.
preferências, e de intencionalidades ou desejos, ou atrações.
d) Conselhos de educação: a gestão dos sistemas
Ou seja: o processo de institucionalização da educação Os conselhos de educação situam-se como órgãos de
brasileira responde às “significações” que temos do ser deliberação coletiva na estrutura de gestão dos sistemas de
brasileiro, da cidadania que queremos. E porque se trata de um ensino. Na verdade eles precederam a organização dos
processo, situamos como provisório o já instituído, o já sistemas de ensino como concebidos hoje.
estabelecido pela norma e pelo costume, para trabalharmos no Novamente vamos começar explicitando conceitos.
instituinte, ou seja: no processo de autocriação da educação Carlos R. J. Cury procura explicitar o conceito de conselho
que queremos para a cidadania que sonhamos. a partir da origem etimológica do termo, acrescida da
Embora ainda na Constituição de 1934, sob a influência conotação histórica:
dos pioneiros da educação nova, tenha sido preconizada a
necessidade de um projeto educativo nacional, Conselho vem do latim Consilium. Por sua vez, consilium
institucionalizado como projeto de cidadania, somente a partir provém do verbo consulo/ consulere, significando tanto ouvir
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1960 (Lei alguém quanto submeter algo a uma deliberação de alguém,
n. 4.024) o Brasil passou a contar com esse projeto, após uma ponderação refletida, prudente e de bom-senso. Trata-
representando as significações do ser brasileiro. A LDB de se, pois, de um verbo cujos significados postulam a via de mão
1960, em coerência com o princípio de autonomia das dupla: ouvir e ser ouvido. Obviamente a recíproca audição se
unidades federadas e com o espírito de superação do compõe com o ver e ser visto e, assim sendo, quando um Conselho
centralismo do Estado Novo, criou os sistemas de ensino participa dos destinos de uma sociedade ou de partes destes, o
federal, estaduais e do Distrito Federal. próprio verbo consulere já contém um princípio de publicidade
É preciso enfatizar que a Constituição não estabelece (CURY, 2000, p. 47).

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Um conselho constitui uma assembleia de pessoas, de “aconselhamento”, quando oferecem uma orientação.
natureza pública, para aconselhar, dar parecer, deliberar As funções denominadas como normativa, recursal e
sobre questões de interesse público, em sentido amplo ou outras têm caráter deliberativo ou consultivo, de acordo com
restrito. Como vimos, desde suas origens mais remotas, os o grau de autonomia e as competências que a lei confere ao
conselhos, sejam eles colegiados de anciãos, de notáveis ou de conselho, e sempre estabelecem uma mediação entre o
representação popular, constituíam formas de deliberação governo e a sociedade. Em instância final, as decisões do
coletiva, representando a pluralidade das vozes do grupo conselho, a não ser nos casos em que este assume funções
social, inicialmente por meio de assembleias legitimadas pela também executivas, o que não é da sua natureza, dependem,
tradição e costumes e, mais adiante, por normas escritas sobre para serem objetivadas em ação, do ato administrativo da
os assuntos de interesse do Estado. Alguns princípios, homologação pelo Executivo.
fundamentais ao funcionamento dos conselhos, que Para maior clareza didática, com base na análise das
analisaremos mais detalhadamente adiante, estavam normas correntes dos conselhos de educação, este documento
presentes desde suas origens: o caráter público, a voz plural estabelece a divisão das competências dos conselhos em
representativa da comunidade, a deliberação coletiva, a defesa quatro principais: deliberativa, consultiva, fiscal e
dos interesses da cidadania e o sentido do pertencimento. mobilizadora.
Poderíamos então dizer, desde já, que um conselho de – A função deliberativa é assim entendida quando a lei
educação é um colegiado de educadores (cônsules ou atribui ao conselho competência específica para decidir, em
magistrados - no sentido de que são representantes, instância final, sobre determinadas questões. No caso,
defensores da cidadania educacional, dotados de poder de compete ao conselho deliberar e encaminhar ao Executivo
deliberação para tal), que fala publicamente ao governo em para que execute a ação por meio de ato administrativo. A
nome da sociedade, por meio de pareceres ou decisões, em definição de normas é função essencialmente deliberativa. A
defesa dos direitos educacionais da cidadania, fundados em função recursal, também, tem sempre um caráter deliberativo,
“ponderação refletida, prudente e de bom-senso”. uma vez que requer do conselho competência para deliberar,
Colegiado tem o sentido do exercício do poder por um em grau de recurso, sobre decisões de instâncias precedentes.
coletivo, por meio de deliberação plural, em reunião de Só faz sentido a competência recursal quando vem revestida
pessoas com o mesmo grau de poder. O termo, que deriva de de poder de mudar, ou confirmar, a decisão anterior.
colégio, vem sempre associado ao funcionamento dos
conselhos, uma vez que estes só assumem poder, só podem
– A função consultiva tem um caráter de assessoramento
e é exercida por meio de pareceres, aprovados pelo colegiado,
deliberar, no coletivo dos colegas, dotados da mesma
respondendo a consultas do governo ou da sociedade,
dignidade, com o mesmo poder, independentemente das
interpretando a legislação ou propondo medidas e normas
categorias que representam. O termo colegiado é usado
para o aperfeiçoamento do ensino. Cabe ao Executivo aceitar e
genericamente para caracterizar a ação dos conselhos, mas
dar eficácia administrativa, ou não, à orientação contida no
assume especificidade própria nas instituições de ensino, uma
“parecer” do conselho.
vez que, na sua origem, eram constituídos somente por colegas
(professores), que se congregavam (congregações) para – A função fiscal ocorre quando o conselho é revestido de
deliberar sobre os assuntos de natureza institucional. competência legal para fiscalizar o cumprimento de normas e
Os conselhos de educação inserem-se na estrutura dos a legalidade ou legitimidade de ações, aprová-las ou
sistemas de ensino como mecanismos de gestão colegiada, determinar providências para sua alteração. Para a eficácia
para tornar presente a expressão da vontade da sociedade na dessa função é necessário que o conselho tenha poder
formulação das políticas e das normas educacionais e nas deliberativo, acompanhado de “poder de polícia”. Embora
decisões dos dirigentes. mais rara nos conselhos tradicionais de educação, essa função
Os conselhos, embora integrantes da estrutura de gestão é atribuída cada vez mais fortemente aos conselhos de gestão
dos sistemas de ensino, não falam pelo governo, mas falam ao de políticas públicas, nas instituições públicas e na execução
governo, em nome da sociedade, uma vez que sua natureza é de programas governamentais.
de órgãos de Estado. O Estado é a institucionalidade – A função mobilizadora é a que situa o conselho numa
permanente da sociedade, enquanto os governos são ação efetiva de mediação entre o governo e a sociedade,
transitórios. Assim, os conselhos, como órgãos de Estado, têm estimulando e desencadeando estratégias de participação e de
um duplo desafio: primeiro, garantir a permanência da efetivação do compromisso de todos com a promoção dos
institucionalidade e da continuidade das políticas direitos educacionais da cidadania, ou seja: da qualidade da
educacionais; e, segundo, agir como instituintes das vontades educação. No início da efetiva implantação dos sistemas de
da sociedade que representam. ensino e seus conselhos de educação, criados pela LDB de
Para isso foram criados como fóruns da vontade plural da 1960, o conselheiro Vasconcellos (1963), do Conselho Federal
sociedade, para situar estrategicamente a formulação de de Educação, chamava a atenção para a dualidade de
normas e políticas educacionais além da transitoriedade dos atribuições entre os conselhos e a esfera executiva na
mandatos executivos, evitando os riscos de eventuais estrutura dos sistemas de ensino:
intempéries em face da transitoriedade das vontades
singulares dos governos. É para cumprir essa função que a O que, no entanto, parece fluir naturalmente de toda a
tradição instituiu fixar mandatos alternados para os sistemática da LDB é a dualidade dos órgãos, um de natureza
conselheiros, de forma que parte deles, ao menos, não seja normativa, outro administrativo e de execução - independentes
coincidente com os de um determinado governo. na esfera de sua competência expressa, harmoniosamente
Torna-se necessário, ainda, diante de frequentes articulados nas questões que envolvam aspectos técnicos e
confusões, oferecer alguns esclarecimentos sobre a natureza administrativos.
das funções dos conselhos. É verdade que cada conselho
assume feições e atribuições próprias. Em geral, as normas Na verdade, a história registra que a relação entre os
sobre conselhos referem-se a funções deliberativa, consultiva, conselhos e as instâncias executivas do Ministério e das
normativa, mediadora, mobilizadora, fiscal, recursal e outras. Secretarias de Educação não foi tão harmoniosa, mas
Na verdade, na condição de órgãos colegiados, os conselhos carregada de tensões e conflitos, de cooperação e resignação,
sempre deliberam, ora como decisão com eficácia de ampliação e de estreitamento da autonomia dos conselhos,
administrativa, quando definem normas ou determinam ações com rupturas e retomadas. Essas tensões permanecem
na sua esfera de competência, ora como simples presentes e situam-se na raiz da concepção e do exercício do

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poder na gestão do público. Adiante voltaremos ao assunto. – Conselho Superior de Instrução Nacional, proposto
Cabe ressaltar e enfatizar, finalmente, que os conselhos, na pelo ministro Leôncio de Carvalho, levado por Rui Barbosa à
sua função deliberativa, não legislam, nem atribuem deveres Comissão de Instrução Pública da Câmara dos Deputados em
ao Poder Executivo, unilateralmente, a não ser aqueles 1882. Também denominado por Rui Barbosa como
reconhecidos publicamente por ele por meio do ato da corporação, o conselho seria constituído por 41 membros com
homologação. Definem normas, interpretando e participação de representação de professores e da sociedade,
regulamentando a aplicação da lei, no âmbito da mas não chegou a ser instituído.
administração pública.
A ação deliberativa do conselho, mesmo quando trata da
– Conselho de Instrução Superior, criado pelo Decreto n.
1.232 G, de 2 de janeiro de 1891, do chefe do Governo
instituição de normas, não se constitui em poder de legislar,
Provisório, Deodoro da Fonseca, logo no início da República.
sequer de forma complementar, o que é competência exclusiva
Como o nome diz, tratava somente do ensino superior. Não há
do Poder Legislativo. No entanto, o conselho pode, de acordo
notícias de sua implementação.
com as circunstâncias, colaborar com o Legislativo, oferecendo
subsídios que contribuam para a elaboração ou alteração das – Conselho Director da Instrucção Primária, criado em
leis. As leis emanadas do Legislativo estabelecem direitos, 1906, pelo governo do Estado de Alagoas.
obrigações e objetivos sociais. O que o conselho faz é definir,
baseado em princípios pedagógicos, normas, processos e Os Conselhos de Ensino compreendem o primeiro período
ações, visando à obtenção dos objetivos contidos nas leis. de efetivo funcionamento, que vai de 1911 a 1930. Os
Assim, o Conselho Nacional de Educação (que não se confunde conselheiros eram indicados pelas respectivas categorias
com o Sistema Federal), para a efetivação dos objetivos da LDB profissionais. Nesse período tivemos dois conselhos, ambos de
e das leis federais complementares, define normas e processos âmbito nacional.
pedagógicos gerais de âmbito nacional, indispensáveis à – Conselho Superior de Ensino, criado pelo Decreto n.
preservação da unidade nacional. Os conselhos estaduais e 8.659, de 5 de abril de 1911, no contexto da reforma Rivadávia
municipais definem normas e ações complementares no Correa, que estabeleceu a “desoficialização” do ensino,
âmbito de sua esfera de ação. atribuindo ao CSE a tarefa de substituir a função fiscal do
É importante, ainda, para a compreensão do significado Estado no ensino superior. Funcionou efetivamente, desde sua
dos conselhos na gestão da educação, oferecer, de forma muito criação.
sintética, uma retrospectiva histórica dos conselhos de – Conselho Nacional de Ensino, criado pelo Decreto n.
educação no Brasil. Vamos destacar a natureza desses 16.782-A, de 13 de janeiro de 1925, remodelou o Conselho
conselhos e as diferentes fases vividas, que compreendem: Superior de Ensino, ampliando sua composição e atribuições,
Conselhos de Instrução Pública, Conselhos de Ensino e para abranger todos os graus de ensino. Também funcionou
Conselhos de Educação. regularmente.
Observa-se que no Brasil os conselhos de educação, desde
os seus primórdios até os dias atuais, assumiram a feição de Os conselhos de educação abrangem o período de 1931 até
conselhos de “notáveis”, concebidos como de “assessoria os dias atuais. Embora em 1931 o Conselho Nacional de Ensino
especializada” ao governo, com ação mais voltada para o tenha sido transformado em
credenciamento de instituições educacionais, do que na Conselho Nacional de Educação, somente com a
formulação de políticas públicas de educação e de mobilização Constituição de 1934, que instituiu os sistemas de ensino, os
social. conselhos de educação, de âmbito nacional e estadual,
Os Conselhos de Instrução Pública tiveram início ainda passaram a ter uma concepção mais definida. A Constituição
no Império, em 1842, e vão até a primeira década do século XX. de 1988 viria a instituir os sistemas municipais de ensino e,
Eram, em geral, compostos por funcionários públicos com com eles, os conselhos municipais de educação ganharam
cargos de chefia e diretores de estabelecimentos de ensino. institucionalidade própria. Nesse período tivemos:
Recebiam atribuições de organização e inspeção de escolas:
definir matérias e métodos de ensino, elaborar compêndios
– Conselho Nacional de Educação, criado pelo Decreto n.
19.850, de 11 de abril de 1931, no governo Vargas, em
escolares, fiscalizar a conduta dos professores, entre outras da
substituição ao Conselho Nacional de Ensino. Os conselheiros
mesma natureza. Embora a história registre a criação de
passaram a ser de livre nomeação do governo. A Constituição
diversos conselhos, pouco dá conta de seu efetivo
de 1934, que criou os sistemas de ensino federal e estaduais,
funcionamento. Nesse período registramos os seguintes
deu status constitucional ao CNE, atribuindo-lhe a
conselhos:
incumbência de elaborar o Plano Nacional de Educação (com
– Concelho de Instrucção Pública (grafado com c, talvez feição de Lei de Diretrizes e Bases) e estabeleceu a criação dos
no conceito de concilio - assembleia - e não de consilium), conselhos estaduais. Diante da determinação constitucional, o
criado na Bahia pela Lei Provincial n. 172. É o primeiro registro CNE teve nova institucionalidade pela Lei n. 176/36 e passou
efetivo da criação de um conselho de educação no Brasil, com a ter seus membros indicados por categorias profissionais,
âmbito estadual (provincial, à época). escolhidos pelo governo dentre listas tríplices eleitas pelo
– Conselho Geral de Instrucção Pública, aprovado pela próprio CNE. Funcionou regularmente até dezembro de 1960.
Comissão de Instrução Pública da Câmara dos Deputados e – Conselho Federal de Educação, criado pela Lei n.
encaminhado para deliberação à “Assembleia Geral 4.024/60, foi instalado em fevereiro de 1961, com 24
Deliberativa”, em 27 de junho de 1846. A primeira proposta de conselheiros, todos de livre escolha do governo. Foi extinto por
conselho em âmbito nacional, mas que não chegou a ser Medida Provisória, em outubro de 1994.
regulamentado e implantado.
– Conselho Nacional de Educação, instituído pela Medida
– Conselho Director do Ensino Primário e Secundário Provisória n. 661, de 18 de outubro de 1994, passou a
do Município da Corte, criado pelo Decreto n. 1.331-A, de 17 funcionar como uma comissão de ocupantes de cargos de
de fevereiro de 1854. Primeiro conselho municipal, que confiança do Ministério da Educação. A MP foi reeditada
funcionou, com organização e sede própria, segundo sucessivamente até a aprovação da Lei n. 9.131, de 24 de
referências esparsas, até o início do século XX. novembro de 1995, que instituiu o atual CNE, dividido nas
– Conselho Superior de Instrução Pública, proposto pelo câmaras de educação básica e superior e com 50% dos
ministro Paulino Cícero em 1870 e, novamente, pelo ministro conselheiros de livre indicação do governo e os outros 50%
Bento da Cunha, em 1877, mas não efetivado. escolhidos dentre listas tríplices indicadas por entidades

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APOSTILAS OPÇÃO

nacionais nomeadas pelo governo. espaços - que os ditos sistemas de ensino em geral, e cada
– Conselhos Estaduais de Educação. Embora alguns estabelecimento em particular, concretizam aquilo a que se
estados tenham criado seus conselhos antes da LDB de 1960 denomina “projeto político-pedagógico”.
(Bahia, Alagoas e Rio Grande do Sul), somente a partir de 1961,
com a regulamentação dos sistemas de ensino pela LDB, Assim, a organização escolar representa o projeto-
passaram a ser criados e a funcionar efetivamente os programa que institucionaliza o projetointencionalidade da
conselhos estaduais de educação. Criados, na sua maioria, cidadania que queremos. A institucionalização de nosso
ainda em 1961, os conselhos estaduais de educação seguiram sistema de ensino brasileiro foi fortemente marcada pelas
o modelo do Conselho Federal de Educação, funcionando “significações” sociais trazidas por nossos colonizadores
regularmente até hoje, não sem rupturas em alguns estados. europeus. Não é por acaso que a organização do ensino na
Mais recentemente, diversos conselhos estaduais Corte se deu a partir das “aulas régias” e privilegiou a
introduziram a representação de categorias ou entidades organização de colégios e do ensino superior, voltados para
profissionais na sua composição. atender às necessidades da Corte. Embora o termo “colégio”
traga embutido o significado da reunião de “colegas”, ou seja,
– Conselhos Municipais de Educação. Embora já “comunidade de professores e estudantes”, somente ao ensino
previstos, mas sem autonomia, na Lei n. 9.562/71, os
superior, reservado às elites, era dada essa característica
conselhos municipais de educação passaram a se organizar
“colegiada”, “democrática”, de uma organização gerida inter
efetivamente a partir da Constituição de 1988, que criou os
pares. À escola primária não era dada essa natureza
sistemas municipais de ensino. Antes, algumas poucas
democrática, autogestionária. Desde as origens européias de
experiências de conselhos municipais foram tentadas,
nossa organização escolar, o ensino superior - sob a tutela da
especialmente no Rio Grande do Sul, nos anos 30, sob o
Corte, no Império, e da União, na República - esteve voltado
espírito da Constituição democrática de 1934. Nascidos do
para a formação de governantes, e o ensino primário -
espírito da institucionalidade cidadã da Constituição de 1988,
entregue às Províncias e depois aos estados e municípios - era
os conselhos municipais assumiram características mais
dedicado à formação dos governados.
próximas de conselhos de representação popular, ao contrário
Por isso, vamos encontrar uma concepção diferenciada,
dos estaduais e dos de âmbito nacional, marcados desde suas
mas coerente com esse projeto-intencionalidade de nação, na
origens e ao longo de suas histórias como conselhos de
gestão das instituições educacionais. No ensino superior
“notáveis”. A maioria dos municípios brasileiros já tem
vamos encontrar, já sob o signo republicano, um governo
conselhos municipais instituídos, numa rica diversidade de
universitário mais próximo da feição dos regimes
experiências de promoção da participação popular na gestão
parlamentaristas e, na educação básica, um governo escolar
das políticas públicas de educação, lá na base onde se efetiva e
nitidamente presidencialista, quando não imperial.
exercita a cidadania.
Conselhos na educação superior
Vejamos, agora, os conselhos nas instituições educacionais,
A universidade nasceu sob o signo da autonomia, que é
onde situamos os Conselhos Escolares. E vamos analisar o
inerente à sua própria essência. As universidades, dada a sua
Conselho Escolar na lógica dos conselhos gestores de políticas
natureza, nasceram autogestionárias. A autonomia não
públicas, essa nova institucionalidade cidadã nascida da
constitui um fim, mas condição necessária para que a
Constituição de 1988.
universidade cumpra seus fins, nas suas origens, de produzir e
socializar o saber e, já na concepção napoleônica da
e) Conselhos na gestão das instituições educacionais
universidade brasileira, também de formar líderes,
Vamos começar refletindo sobre o significado da
governantes. A liberdade acadêmica implica, também, a
instituição escola e seus processos de gestão. Vimos que o
liberdade de gerir a si própria. Inicialmente, a autonomia se
processo de institucionalização é processo de autocriação
expressou pela organização da “comunidade de mestres e
social, ou seja: a sociedade se auto-institui a partir do “magma
estudantes”, que atuava independentemente do Estado.
de significações imaginárias sociais” (CÓRDOVA, 2003). O que
Gradativamente, a autogestão ocorreu por meio da
é a instituição escola? Qual seu significado? Qual sua função?
deliberação colegiada, seja por intermédio da corporação de
Qual o imaginário social que temos dela?
estudantes ou da congregação de professores, espécies de
A escola representa o plano micropolítico do processo de
confrarias, que reuniam todos os colegas para deliberar sobre
institucionalização de nosso sistema de ensino e revela o que
os objetivos comuns da instituição.
há nele de efetivo e real, para além das intenções proclamadas.
A gestão das universidades oscilou, ao longo dos tempos,
Anísio Teixeira já nos alertava sobre a duplicidade oculta nas
entre o poder das corporações dos estudantes e dos mestres.
caravelas que aportaram no Brasil em 1500. Segundo ele,
Outrora, a corporação dos estudantes teve todo o poder, cuja
fomos colonizados sob o signo da contradição, entre os valores
expressão maior se deu em Bolonha. A “lei” da corporação
proclamados e os valores reais. Temos, de um lado, a
estudantil dirigia a universidade e submetia os mestres. Esse
proclamação das finalidades educacionais, expressa na
exemplo influenciou as universidades espanholas e latino-
Constituição, nas leis, nas normas dos sistemas de ensino e nos
americanas. Em outras, especialmente de origem anglo-
projetos pedagógicos das instituições de ensino, e, de outro, a
saxônica, era a corporação dos mestres que estabelecia a “lei”
tradução, ou a negação, dessas finalidades na prática do
da universidade.
cotidiano escolar.
Hoje, predomina a forma de conselhos representativos das
Córdova (2003), lembrando Jacques Ardoino, explicita
diversas categorias que compõem a universidade. Poderíamos
essa dualidade no projeto-intencionalidade e no projeto-
dizer que a instituição universitária tem um governo de base
programa. O projeto-intencionalidade constitui a “expressão
parlamentarista, com as decisões emanadas de seus
do projeto de sociedade que desejamos construir” por meio da
colegiados, que fazem as vezes de parlamentos internos. O
atividade educativa, e o projeto-programa é representando
reitor, escolhido entre os pares, exerce a função executiva, com
pela organização e ação concreta da escola. Em síntese afirma:
características mais próximas às de um primeiro-ministro e,
portanto, presidente de um Conselho, do que de um presidente
Com efeito, é nessa organização do trabalho escolar - na
do regime presidencialista. O principal papel de um dirigente
definição das atividades a serem desenvolvidas, na seleção dos
universitário sempre foi o de fazer cumprir as decisões
conteúdos programáticos, das “disciplinas” ou das atividades, na
emanadas dos órgãos colegiados da universidade.
escolha das metodologias de aprendizagem e de ensino, nas
Se fosse possível fazer um desenho do real exercício do
estratégias de avaliação, na organização dos tempos e dos

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poder na universidade, a figura ficaria próxima de uma representantes da comunidade escolar indicados pelos pais ou
pirâmide invertida. O verdadeiro poder na universidade se estudantes maiores de 18 anos.
dissemina entre os professores, sua relação com os estudantes, Porto Alegre, pela Lei Municipal n. 5.693/85, estabeleceu a
seus projetos acadêmicos, suas deliberações nos criação de Conselhos Escolares nas escolas municipais,
departamentos, que fluem, quase sempre irretocadas, para as compostos pelos professores e representantes de
instâncias deliberativas, os colegiados superiores. Na funcionários, estudantes e pais, com a função de analisar
universidade, efetivamente, o poder se exercita por meio de mudanças curriculares e eleger o diretor. O Conselho Escolar
colegiados, presentes em todas as instâncias: Conselho de da rede municipal de Porto Alegre funcionou como uma
Departamento, de Faculdade ou Instituto, de Ensino, Pesquisa espécie de colégio eleitoral restrito.
e Extensão, de Administração, Universitário e tantos outros Mendonça relata, ainda, em 1987, a criação dos Conselhos
setoriais, segundo a organização de cada instituição Escolares comunitários na rede estadual de Santa Catarina
universitária. A gestão universitária adota, essencialmente, a (Decreto n. 911/87) e dos Conselhos Escolares na rede
forma de deliberação coletiva, tendo os gestores seu poder municipal de Natal/RN.
limitado à execução dessas deliberações. Essas experiências, e a forte presença das entidades de
educadores da educação pública, reunidas no Fórum Nacional
Conselhos na educação básica em Defesa da Educação Pública, nos debates da Constituinte,
Na educação básica, embora tenha sido adotada a garantiram a inclusão, na Constituição de 1988, do princípio
terminologia de “colégio” para denominar as instituições da gestão democrática do ensino público, na forma da lei (art.
escolares, a forma de gestão, ao longo da nossa história, não foi 206, VI).
“colegiada”, mas, essencialmente, autocrática, de feição A forma que a LDB (Lei n. 9.394/96) definiu para
presidencialista. implantação da gestão democrática da escola pública adotou a
Na educação pública, e em algumas escolas privadas de estratégia de remeter aos sistemas de ensino a definição das
caráter filantrópico, é antiga a praxe de a corporação dos normas de gestão democrática do ensino público na educação
professores se reunir para tratar de assuntos relativos à básica com dois condicionantes: a participação das
organização do ensino, sob a forma de congregação, mas sem comunidades escolar e local em Conselhos Escolares ou
o poder instituído dos conselhos no ensino superior. equivalentes e a participação dos profissionais da educação na
Mendonça (2000, p. 271), em sua pesquisa para tese de elaboração do projeto pedagógico da escola (art. 14). Com isso
doutorado, mostra que São Paulo, ainda em 1953, a LDB procurou respeitar a autonomia das unidades federadas
institucionalizou as congregações de professores do ensino - os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos
secundário e normal. termos desta lei - e atribuiu à União a responsabilidade da
Mas, somente a partir dos movimentos populares coordenação da política nacional de educação (art. 8º), ao
reclamando participação, já na fase da luta pela mesmo tempo em que estabeleceu, nos arts. 14 e 15, um
redemocratização, no final dos anos 1970, com a retomada das princípio e duas diretrizes para a implementação do princípio
eleições para governadores, é que começaram a germinar nos constitucional da gestão democrática.
sistemas de ensino públicos algumas experiências de gestão
colegiada das instituições de educação básica, como incipiente O princípio:
estratégia de gestão democrática. Mendonça (2000, p. 269- Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares
273) relata as experiências anteriores à Constituição de 1988 públicas de educação básica que os integram progressivos graus
ocorridas nos Estados de Minas Gerais e São Paulo, em 1977, de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão
no Distrito Federal, em 1979, e no Município de Porto Alegre, financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro
em 1985, explicitadas a seguir. público” (art. 15).
O Colegiado de Escola que figura no Estatuto do Magistério
Público de Minas Gerais (Lei n. 7.109, de 13/10/1977), se As diretrizes:
aproximava de uma congregação de professores - não fazia I - participação dos profissionais da educação na
referência às categorias dos estudantes, funcionários e pais - e elaboração do projeto pedagógico da escola;
tinha atribuições relativas às questões administrativas da II - participação das comunidades escolar e local em
carreira docente. conselhos escolares ou equivalentes (art. 14).
Em São Paulo os Conselhos Escolares aparecem, com
função consultiva, no Regimento Comum das Escolas de 1º Adiante veremos como os sistemas estaduais e municipais
Grau (Decreto n. 10.623/77) e de 2º Grau (Decreto n. estão disciplinando e implementando a diretriz nacional de
11.625/78). Esses colegiados possuíam caráter apenas criação dos Conselhos Escolares - ou equivalentes - como uma
consultivo e eram constituídos pelo diretor e seus assistentes, das formas de implementação da gestão democrática na
por orientadores, por representantes dos professores, pelo educação pública. Mas, antes, vamos refletir um pouco sobre a
secretário da escola e, no 1º grau, por representante da APM e, natureza e o significado do conselho escolar e das outras
no 2º grau, dois representantes de estudantes. Em 1984, instituições escolares e sobre a compreensão e a extensão do
legislação estadual complementar alterou a composição e princípio da gestão democrática.
atribuiu funções deliberativas ao Conselho Escolar. Em 1985,
nova lei ampliou os poderes do Conselho Escolar e estabeleceu f) Conselho Escolar: estratégia de gestão democrática
a paridade na composição: 25% de pais, 25% de estudantes, Preliminarmente vamos definir o uso do termo: Conselho
40% de professores, 5% de especialistas e 5% de funcionários. Escolar ou Conselho de Escola? E vamos refletir sobre o
Em 1985, o Conselho de Educação do DF, pelo Parecer n. significado e a posição do conselho na estrutura da escola,
06/85, autorizou a Fundação Educacional, gestora da rede situando-o como a estratégia privilegiada da gestão
pública a “instituir o sistema de administração colegiada, em democrática da escola pública.
caráter experimental, pelo prazo de até três anos, na direção Quanto à denominação, as duas formas são encontradas
dos estabelecimentos de ensino da Rede Oficial de Ensino do com o mesmo significado. Adotamos aqui a expressão
Distrito Federal”. Tratava-se não de um Conselho Escolar, Conselho Escolar seguindo a tradição da área educacional. No
como concebido hoje, mas de um Conselho Diretor, constituído setor educacional, a tradição consagrou o termo conselho
por um diretor-superintendente eleito pela comunidade seguido da especificação da área institucional de abrangência
escolar, um diretor pedagógico nomeado pelo diretor, - no caso, conselho nacional, estadual ou municipal de
coordenadores de atividades indicados pelos professores, e educação - para distinguir das demais áreas de ação

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governamental. Seguindo essa tradição, a LDB e a maioria dos escola pertence. Então vem ao caso uma pergunta essencial: a
sistemas de ensino adotaram o termo Conselho Escolar, quem pertence a escola pública? A resposta óbvia seria: aos
simplesmente. O acréscimo da especificidade cidadãos, ao público. O Estado, desde suas origens, foi a
- conselho escolar de educação ou de ensino - seria institucionalidade, a expressão da sociedade. Obviamente,
redundante, uma vez que esta é a especificidade da instituição então, que a escola não pertence ao governo, nem ao diretor e
escola. Essa tradição foi seguida pelas universidades, desde nem aos trabalhadores internos. No entanto, a tradição
sua origem, para o conselho que representa o todo da patrimonialista brasileira a situa como do governo, quando
instituição - Conselho Universitário -, não sendo encontrada a não dos governantes, ou então, em nome da democratização,
expressão conselho de universidade. as corporações internas dela se apossam. O ato companheiro
O uso da expressão Conselho de Escola encontraria seu (daquele que faz parte do mesmo objetivo) de ouvir opiniões e
antecedente na experiência dos conselhos de fábrica, na compartilhar decisões divide responsabilidades e aumenta a
experiência autogestionária dos movimentos socializantes do possibilidade de acertos. Essa é a razão de ser, o verdadeiro
início do século XX na Rússia, Itália, Alemanha e outros, que significado dos Conselhos Escolares.
situavam o poder de decisão nas corporações que o Mendonça, na obra citada (p. 37 a 66), faz a análise da
constituíam. Nesse sentido, a expressão Conselho de Escola formação patrimonialista do Estado brasileiro para situar os
assumiria um significado autogestionário, o que, em tese, colegiados como instrumentos limitadores da dominação
expressaria melhor a gestão democrática, não estivesse patrimonial burocrática. Baseado na sociologia weberiana e na
implícito um componente reducionista, limitador da escola às obra Os donos do poder, de Raymundo Faoro, mostra-nos como
suas corporações internas. Como veremos adiante, a escola a gestão da coisa pública (res publica), por diferentes formas
assume um significado de pertença à cidadania que ultrapassa de dominação, é exercida como se fosse coisa privada (res
os seus muros e supera o patrimonialismo que concebe a privata), pertencente ao dirigente. Destaca a dominação
instituição pública como empreendimento pessoal, seja de um tradicional, da qual deriva o patrimonialismo, que institui uma
governante, seja das corporações internas, quando a colocam burocracia baseada na tradição da obediência à autoridade, na
a serviço de seus interesses. qual “O quadro administrativo não é composto de
E qual a natureza, o significado, de um conselho na funcionários, mas de servidores pessoais, de maneira que a
instituição escola? Nas instituições educacionais, seguindo a fidelidade do servidor ao senhor é pessoal e decisiva” (p. 45).
tradição das universidades, o conselho tem um significado O patrimonialismo na gestão do espaço público radica no
próprio, inerente à própria natureza da escola. Em certo conceito que temos, no sentido que emprestamos ao poder.
sentido, é retomada a concepção original dos conselhos, Então cabe perguntar: como concebemos o poder? Como
referida na citação de Guarinello, que se constituíam em oportunidade de mando, de imposição da própria vontade, de
instrumentos de tomada de decisões coletivas e eram a própria apropriação de um cargo (espaço) público ou como
expressão do Estado e da comunidade. Ou seja: o Conselho responsabilidade social, de serviço a uma causa? O dirigente
Escolar se constitui na própria expressão da escola, como seu “imperador” ou o dirigente “servidor da cidadania”?
instrumento de tomada de decisão. O Conselho Escolar, Somente será possível instituir a legítima gestão
similarmente ao Conselho Universitário, representa a própria democrática da escola pública se arruinarmos primeiro os
escola, sendo a expressão e o veículo do poder da cidadania, da fundamentos do paradigma patrimonialista do Estado
comunidade a quem a escola efetivamente pertence. brasileiro - estejam eles situados nos governantes, na
Os Conselhos Escolares na educação básica, concebidos burocracia ou nas corporações -, para colocar no lugar deles
pela LDB como uma das estratégias de gestão democrática da novos fundamentos, situados na pertença da escola à
escola pública, tem como pressuposto o exercício de poder, cidadania, que lhe confere autonomia e poder e que possibilita
pela participação, das “comunidades escolar e local” (LDB, art. a participação. Mário Osório Marques (1992) nos ensina que,
14). Sua atribuição é deliberar, nos casos de sua competência, sem um novo fundamento para arruinar o antigo, a nova
e “aconselhar” os dirigentes, no que julgar prudente, sobre as “mensagem é reabsorvida rapidamente nos mecanismos de
ações a empreender e os meios a utilizar para o alcance dos esquecimento relativos à autodefesa do sistema de ideias
fins da escola. O conselho existe para dizer aos dirigentes o que ameaçado”. Sem essa mudança de paradigma, as novas formas
a comunidade quer da escola e, no âmbito de sua competência, serão logo contaminadas pelos velhos padrões.
o que deve ser feito. Assim, vamos refletir um pouco sobre as categorias poder
Os conselhos - é bom insistir - não falam pelos dirigentes e autonomia, pertencimento e participação, democracia e
(governo), mas aos dirigentes em nome da sociedade. Por isso, cidadania, para fundamentar o novo paradigma da gestão
para poder falar ao governo (da escola) em nome da democrática da escola pública, o paradigma da escola cidadã.
comunidade (escolar e local), desde os diferentes pontos de No exercício do poder está a essência da democracia. E a
vista, a composição dos conselhos precisa representar a qualidade do exercício do poder está referida ao espaço de
diversidade, a pluralidade das vozes de sua comunidade. autonomia que fundamenta o ser cidadão e a finalidade da
Leonardo Boff lembra-nos que um ponto de vista é apenas a instituição educacional. O poder é exercido por todos os atores
vista desde um ponto. A visão do todo requer a vista desde os sociais em todas as ramificações da estrutura organizacional.
diferentes pontos: da direção, dos professores, dos Na dialética do funcionamento da sociedade e das
funcionários, dos pais, dos estudantes e de outros atores organizações, todos exercemos estrategicamente nosso poder,
sociais aos quais a escola também pertence. O conselho será a jogamos nosso jogo, usamos nossas cartas. Jogo que pode ser
voz e o voto dos diferentes atores da escola, internos e jogado na perspectiva individualista - do ganhar algo ou de
externos, desde os diferentes pontos de vista, deliberando alguém - ou na perspectiva de um projeto coletivo de vida - do
sobre a construção e a gestão de seu projeto político- vencer com o outro. Nesse sentido, Paulo Freire constitui rica
pedagógico. fonte inspiradora.
Assim, o conselho será um instrumento de tradução dos O tipo de jogo que jogamos, o uso que fazemos do poder, é
anseios da comunidade, não de legitimação da voz da direção. condicionado pela concepção que temos de cidadania e de
Para falar por si os governos eleitos não necessitam de autonomia, que determina, por sua vez, as relações internas
conselhos para legitimar sua voz. No mais, quando se arrogam que a organização cultiva. Estas instituem o sentimento de
poderes autocráticos, imperiais, devem assumir suas decisões. pertença e a decisão de participação ou o sentimento de
Por isso é fundamental que o conselho congregue em si a exclusão e omissão. Dependendo de como se percebe, de como
síntese do significado social da escola, para que possa se sente na organização, o cidadão, ator social, joga o seu jogo
constituir-se a voz da pluralidade dos atores sociais a quem a usando as diferentes estratégias do exercício de seu poder:

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APOSTILAS OPÇÃO

participa, compromete-se, blefa, barganha, boicota, finge que pela Constituição e pela LDB.
não joga. Foram analisados documentos normativos - leis, decretos,
E aqui entra como fator primordial o sentimento de portarias - de 101 sistemas de ensino: 17 estados, Distrito
pertença. Vamos fazer novamente a pergunta essencial: a Federal e 83 municípios. Na análise dos documentos procurou-
quem pertence a escola pública? Se pertencer ao governante, se destacar:
ao diretor, a uma corporação dominante, estamos diante da – A regulamentação dos Conselhos Escolares pelos
concepção patrimonialista do bem público, da apropriação, sistemas: amplitude das leis e/ou decretos.
que leva ao jogo dos interesses dos “donos do poder”. Ao
contrário, se é percebida como pertencendo ao “público”, à
– A concepção dos Conselhos Escolares e as formas de
equivalência.
cidadania, estamos tratando da concepção democrática,
cidadã, da “res publica”, que leva ao jogo do projeto coletivo de – As funções atribuídas.
vida. E nessa concepção, a participação deixa de ser mera – A composição: formas de escolha, categorias
“colaboração”, para tornar-se exercício de poder sobre aquilo representadas e sua proporcionalidade, mandatos e número
que nos pertence, que pertence à cidadania, ao “público”, que de conselheiros.
diz respeito aos objetivos coletivos. – O funcionamento: a presidência do conselho, a
O sentimento de pertença da escola a todos os cidadãos a periodicidade de reuniões.
quem ela diz respeito requer a identificação ao seu projeto
educacional. Se a participação requer compromisso com o A análise dos documentos dos sistemas estaduais é
projeto educacional coletivo, o compromisso advém dessa apresentada de forma mais detalhada, nos quadros adiante. Os
identificação, desse sentimento de pertença. As pessoas documentos dos sistemas municipais também foram
somente se comprometem com aquilo em que acreditam, com espelhados em forma de quadros, mas não são apresentados
aquilo que lhes diz respeito, que faz sentido para suas vidas. Se aqui, uma vez que esses quadros tomariam excessivo espaço.
é assim, então passam a querer exercer seu poder, participar Os comentários e análises, no entanto, contemplam os dados
das decisões, porque adquiriram a consciência de que estas dos sistemas municipais.
afetam suas vidas. Só há efetiva participação e compromisso
quando se estabelece a cultura do querer fazer - no lugar do a) A regulamentação
dever fazer - para exercer o poder sobre o que nos pertence, o Como vimos, ao legislar sobre o princípio constitucional da
que diz respeito às nossas vidas, ao nosso futuro, que está gestão democrática da educação pública, a LDB remete a
vinculado ao futuro do coletivo social. definição das normas à autonomia das unidades federadas,
Para isso é necessário um novo paradigma de concepção estabelecendo somente duas diretrizes essenciais e coerentes:
do exercício do poder inerente aos cargos públicos, do
exercício da “autoridade”. O exercício desse poder precisa ser
– a participação da comunidade (escolar e local) e dos
profissionais da educação em Conselhos Escolares e na
compreendido na dimensão franciscana, que concebe o cargo
elaboração do projeto pedagógico; e
como função de “serviço” aos que servem aos cidadãos. A
designação ao cargo, na democracia, é uma delegação de – a promoção de progressivos graus de autonomia das
serviço aos interesses coletivos, de responsabilidade social. O unidades escolares.
ocupante do cargo não é “dono do poder”, mas servidor da
cidadania. O mesmo raciocínio vale para os representantes das Assim, a LDB torna o Conselho Escolar e o projeto
categorias sociais nos conselhos, conselheiros (cônsules) da pedagógico instituintes da gestão democrática, remetendo aos
cidadania. sistemas de ensino, na sua diversidade, a tarefa da
Em coerência com esse novo fundamento do exercício do regulamentação, assegurando-se, para sua efetivação,
poder, que vem arruinar a concepção patrimonialista da “progressivos graus de autonomia pedagógica e
gestão da “coisa pública”, os Conselhos Escolares vêm a administrativa e de gestão financeira” às escolas públicas.
constituir-se a nova institucionalidade cidadã do exercício do As unidades federadas cuidaram, a seu tempo e a seu
poder na escola pública. modo, no espaço da autonomia conferida pela lei, da
Na análise dos Conselhos Escolares, algumas questões regulamentação da gestão democrática, por meio de leis,
fundamentais precisam ser destacadas, dentre outras: sua decretos e portarias. Em geral, no processo de elaboração dos
concepção; posição na estrutura de poder da escola; instrumentos legais e normativos, procuraram viabilizar
competências atribuídas; representatividade de sua mecanismos participativos. A análise das leis e normas revela
composição; funcionamento e coordenação. cuidadoso trabalho de regulamentação da gestão democrática,
Adiante abordaremos essas questões de duas formas: visando garantir sua efetiva implementação. Além da
primeiro vamos analisar como elas se apresentam nas normas regulamentação do Conselho Escolar e do projeto pedagógico,
legais da regulamentação da gestão democrática nos estados e é normatizada, também, a escolha de dirigentes escolares,
em alguns municípios e, depois, vamos traduzi-las, em assunto não abordado pela LDB. Muitos vêm acompanhados
coerência com a fundamentação histórico-teórica acima de manuais de orientação e mecanismos mobilizadores da
apresentada, em questões propositivas para discussão da participação.
orientação da ação. Esses instrumentos normativos objetivam garantir espaço
para processos de deliberação coletiva sobre o fazer cotidiano
Parte II da escola, como algo determinado fora e acima dela, o que
Conselhos Escolares nos sistemas de ensino deixa em plano menor a diretriz do seu progressivo grau de
autonomia. Vimos que a questão fundamental no processo de
Nesta segunda parte, vamos relatar algumas experiências autonomia (autonomos) é a da autocriação, da autorização, no
de implantação de Conselhos Escolares nos sistemas de ensino sentido de autorizar-se a fazer algo, ou seja: instituir a própria
estaduais, do Distrito Federal e municipais, já sob a égide da norma de ação.
Constituição de 1988 e da LDB. Para realizar esse retrato - Se o Conselho Escolar é instituído com excessivo
certamente inacabado - a Cafise/MEC solicitou a estados e detalhamento a partir de fora, as normas relativas à sua
municípios dados e informações sobre a regulamentação e a constituição e ao funcionamento se situam como
implantação de Conselhos Escolares nos seus respectivos heteronômicas, o que torna limitado o espaço de exercício da
sistemas. O objetivo desse relato é socializar as experiências autonomia da escola, no sentido da criação da própria norma.
em curso e estimular o regime de colaboração preconizado Nesses documentos, o Regimento Escolar é pouco lembrado
como espaço de exercício da autonomia da escola e de

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APOSTILAS OPÇÃO

construção de sua institucionalidade. Intui-se certa Quadro n. 1 - Atribuições dos Conselhos Escolares ou
preocupação de que a democracia na escola precisa, para ser equivalentes
garantida, ser decretada, uma vez que, como às vezes se ouve
dizer, as escolas não estão preparadas para o exercício da
autonomia.

b) A concepção: conselhos ou equivalentes


Ao atribuir às unidades federadas a competência para
definir “as normas da gestão democrática do ensino público na
educação básica”, a LDB condiciona essa definição ao princípio
da “participação das comunidades escolar e local em conselhos
escolares ou equivalentes” (art. 14, II). Assim, a LDB não
institui o Conselho Escolar, apenas sugere alternativas de
gestão colegiada.
Os sistemas estaduais de ensino adotam diferentes
concepções e alternativas para a participação da comunidade
escolar e local na gestão colegiada da escola. Alguns poucos
adotam a figura do Conselho Escolar no sentido propriamente
dito, como colegiado deliberativo, consultivo, fiscal e
mobilizador, inserido na estrutura de gestão da escola e
regulamentado em seu Regimento. A maioria preferiu a
criação de entidades civis, como associações de pais e mestres,
ou outras similares, com institucionalidade independente da
escola - personalidade jurídica e estatuto próprios. Essa figura
tem como principal objetivo atender à questão jurídica da
gestão de recursos, especialmente como unidades executoras
do Programa Dinheiro Direito na Escola (PDDE). Os sistemas
municipais tendem, em boa medida, a reproduzir o modelo do
respectivo Estado. O quadro II, adiante, mostra as diferentes
formas de deliberação coletiva adotadas pelos sistemas
estaduais analisados.
A regulamentação dos conselhos ou equivalentes varia de
acordo com a natureza. Os que são constituídos como
entidades independentes se organizam por meio de estatuto
próprio. Os que são constituídos como conselhos
propriamente ditos, integrando a estrutura da escola, são
regulados no regimento da escola, obedecendo às normas
gerais do sistema de ensino. Mas em ambos os casos a
regulamentação é bastante minuciosa, quanto às
competências, composição e funcionamento, como veremos
adiante.

c) Competências atribuídas aos conselhos


A análise das competências atribuídas aos órgãos de
deliberação coletiva, instituídos como mecanismos de gestão
democrática do ensino público pelos sistemas estaduais de
ensino revela uma rica gama de experiências. Dezenove
sistemas estaduais de ensino enviaram informações sobre as
normas relativas aos Conselhos Escolares ou equivalentes. O
Quadro n. 1 sintetiza as atribuições desses colegiados.
O objetivo do Quadro n. 1 é o de oferecer uma visão geral
das atribuições conferidas aos Conselhos Escolares ou As diferentes formas de organização dos conselhos ou
equivalentes, pela legislação e normas dos sistemas estaduais equivalentes dificulta a análise das competências,
de ensino. Como são diversificadas e sua formulação varia especialmente considerando que parte deles não se organizam
muito, optou-se por oferecer uma visão sintética e ordenada propriamente como conselhos, mas como entidades com
dessas atribuições, categorizadas segundo a temática e a personalidade jurídica própria, o que implica estrutura
natureza da função. A síntese leva, inevitavelmente, à omissão organizacional e de competências diferenciada da concepção
de detalhes e particularidades. Por outro lado, a interpretação estrita de conselhos. Entendemos que o quadro apresentado
do que é deliberativo, consultivo, fiscal ou mobilizador não fica oferece uma visão abrangente das competências atribuídas às
clara nas formulações dos documentos normativos. Assim, diferentes formas de deliberação coletiva adotadas pelos
utilizou-se como critério interpretar essas competências a sistemas de ensino como estratégias de gestão democrática da
partir do significado dos verbos usados, adotando-se para: escola pública, dispensando comentários adicionais.
- Deliberativa: decidir, deliberar, aprovar, elaborar.
- Consultiva: opinar, emitir parecer, discutir, participar. d) Composição e funcionamento
- Fiscal: fiscalizar, acompanhar, supervisionar, aprovar No Quadro n. 2 procura-se sintetizar os dados mais
prestação de contas. importantes relativos à natureza institucional dos Conselhos
- Mobilizadora: apoiar, avaliar, promover, estimular e Escolares ou equivalentes, regulamentação, composição
outros não-incluídos acima. (categorias representadas e formas de escolha) e
funcionamento (presidência, periodicidade de reuniões) e
outros.

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Quadro n. 2 - Natureza, composição e funcionamento dos Conselhos Escolares


UF Denominação Regulamentação Categorias Escolha Presidência Observações
Trata-se de uma
Associação Três categorias de sócios: Eleita pela
Diretoria: eleita entidade de apoio
de Pais, Natos (pais e trabalhadores assembleia,
pela assembleia, à escola, com
Mestres e Estatuto da escola); Comunitários sendo
sendo elegíveis, poderes
AM Comunitários registrado em (aprovados pela diretoria elegível
pais, professores e deliberativos de
(APMC) cartório exceto estudantes); professor ou
especialistas da gestão físico e
(Entidade Beneméritos (que prestam técnico da
escola financeira, mas
civil) serviços à escola). escola
não pedagógica
Diretor e Vice (natos);
Conselho
Regimento Representantes de: Diretoria Funções
Escolar Eleitos pelos
PA registrado em Professores e funcionários; eleita pela pedagógicas e de
(Entidade pares
cartório Pais e estudantes (+ de 12 assembleia unidade executora
civil)
anos) e comunidade local.
Prevê uma
Regimento
Conselhos assembleia geral
próprio, Corpo docente 25%;
Interativos Definida pelo da comunidade
aprovado pela Funcionários 25%; Pais ou Diretor da
AL das Escolas regimento interno escolar, convocada
assembleia da responsáveis 25%; escola
(Estrutura da de cada conselho semestralmente,
Comunidade Estudantes 25%
escola) superior ao
Escolar
Conselho
Diretor e um representante
Cada segmento
Colegiado Estatuto dos: Professores e
elegerá o seu Prevê, também,
Escolar aprovado pela especialistas; Pessoal Eleito pelos
BA representante. assembleia-geral e
(Estrutura da assembleia administrativo; Corpo pares
O diretor é Conselho Fiscal
escola) geral da escola discente (+ de12 anos); Pais
membro nato.
ou responsáveis
A Caixa Escolar é a
Colegiado Regimento (Número varia de 4 a 16) unidade executora
Eleição pelos
Escolar próprio, Professores e servidores Diretor da da escola. O
MA pares, em
(Estrutura da aprovado pela 50%; Pais ou responsáveis escola conselho é a
assembleia-geral
escola) assembleia 25%; Estudantes 25% instância
deliberativa
Diretor e Vice; um
Pai e estudante (+
Conselho de especialista; um professor e
Estatuto 16 a.) eleitos Funções
Escola um estudante por turno; um Eleito pelos
PB registrado em pelos pares. Não pedagógicas e de
(Entidade funcionário; um pai de pares
cartório há indicação unidade executora
civil) estudante e um membro da
sobre os demais
comunidade
Diretor da escola e um
Eleitos pelos
Conselho Normas do representante de cada
pares, com Prevê, também,
Escolar sistema e categoria: professores, Diretor da
PE mandato de dois assembleia-geral e
(Estrutura da regimento da corpo administrativo, pais, escola
anos, exceto o Conselho Fiscal
escola) escola estudantes e entidades da
diretor
comunidade.
Diretor da escola e um
Eleitos/indicados
Comitê representante da unidade
Estatuto por suas Funções
Comunitário escolar, e das categorias: Diretor da
SE registrado em categorias ou pedagógicas e de
(Entidade professores, funcionários, escola
cartório entidades unidade executora
civil) pais, grêmio escolar e
Mandato: 2 anos
entidades sociais
Número: mínimo 5 e
Conselho
Estatuto máximo 15 Diretor da Função de
Escolar Eleição pelos Eleito pelos
GO registrado em escola (membro nato); unidade executora
(Entidade pares pares
cartório Professores e servidores do PDDE
civil)
50%; Pais e estudantes 50%
Conselho
Prevê, também,
Deliberativo Número: mínimo 8 e Eleito pelos
Normas do Eleição em assembleia-geral e
da máximo 16 Segmento escola pares
sistema e assembleia do Conselho Fiscal
MT Comunidade 50% (Diretor membro (excluído o
regimento da respectivo Unidade
Escolar nato); Segmento diretor da
escola segmento executora: a
(Estrutura da comunidade 50% escola)
própria escola
escola)
Colegiado Normas do Profissionais da escola 50% Eleito pelos
Eleitos pelo Unidade
Escolar sistema e (Diretor e Diretor-Adjunto pares
MS respectivo executora: a
(Estrutura da regimento da (membros natos); Pais e (excluída a
segmento própria escola
escola) escola estudantes 50% direção)
ES Conselho de Regimento Número: mínimo de 5 e Eleição pela Eleito pelos Funções

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APOSTILAS OPÇÃO

Escola próprio máximo de 15 assembleia pares (o pedagógicas e de


Diretor, professores e escolar diretor, não unidade executora
servidores (50%); Pais e (regulamentada sendo eleito
estudantes (maiores de 10 pela Secretaria de presidente,
anos) e representante da Educação) será o
comunidade local (50%) Mandato: 3 anos tesoureiro)
Funções
pedagógicas,
Professores e especialistas
administrativas e
Normas do 25%; Servidores do quadro Eleição pelos
fiscais sobre os
Colegiado sistema e 25%; Estudantes (7ªsérie respectivos Diretor da
MG recursos
Escolar regimento da em diante) -25%; segmentos escola
financeiros
escola Pais(estudantes1ªa6ªséries) Mandato: 2 anos
Unidade
-25%
executora: Caixa
Escolar
Associação Associado: Efetivos: todos Diretor da
Estatuto Todos membros
de Apoio à os estudantes; escola (eleito
(padrão) natos ou Função de
RJ Escola Colaboradores: professores, pela
registrado em admitidos pela unidade executora
(Entidade funcionários e outras comunidade
cartório diretoria
civil) pessoas físicas e jurídicas escolar)
A Caixa Escolar
(entidade jurídica)
Estudantes e pais 50% Eleição em Diretor da é a unidade
Conselho de Regimento da Docentes 40% assembleia da escola executora da
SP
Escola escola Especialistas 5% respectiva (membro escola. O Conselho
Funcionários 5% categoria nato) de Escola é a
instância
deliberativa
Diretor
Estatuto e Eleitos pelos Diretor da
Todos os segmentos da Funções
Conselho regimento pares, mediante escola Eleito
PR comunidade escolar pedagógicas e de
Escolar próprios (órgão voto secreto, ou pela
(definidos no Estatuto) unidade executora
autônomo) por aclamação comunidade
estudantes + 16 anos
A escola é
executora.
Número entre 3 e 21 Eleição mediante O conselho tem
Direção da escola chapas funções
Conselho Regimento Eleito pelos
RS Professores e servidores respeitando a deliberativas,
Escolar próprio pares
50% Pais e estudantes proporcionalidade consultivas e
maiores de 18 anos 50% Mandato: 2 anos fiscais em matéria
pedagógica e
administrativa.
Funções
pedagógicas e
Conselho Número definido pela
Normas do administrativas e
Deliberativo escola Professores e Eleitos pelos
sistema e Eleito pelos fiscais sobre os
SC Escolar servidores 50% Pais e respectivos
regimento da pares recursos
(Estrutura da estudantes (a partir da 5ª segmentos.
escola financeiros
escola) série) 50%
Unidade
executora: APP
Diretor da escola (membro Funções
nato); 4 da carreira pedagógicas e
Conselho Normas do magistério administrativas e
Escolar sistema e (1 especialista); Eleito pelos fiscais sobre os
DF Eleito pelos pares
(Estrutura da regimento da 2 carreira assistência à pares recursos
escola) escola educação; 3 estudantes (+ financeiros
de 14 anos); Unidade
6 pais executora: escola

Vamos chamar a atenção para alguns aspectos encontrados nas normas dos 101 (cento e um) sistemas de ensino analisados.
Quanto à proporcionalidade das categorias representadas nos conselhos ou entidades com atribuições equivalentes, parece ter-se
estabelecido uma linha comum que divide a representação em duas partes iguais: uma constituída pelos trabalhadores da escola
(direção, professores, especialistas e demais servidores) e outra pelos pais e estudantes (em alguns casos incluem-se membros da
comunidade local). Essas duas metades são subdivididas de diferentes formas. Nos sistemas que adotaram associações como entidades
equivalentes aos conselhos, são criadas categorias de sócios, com proporcionalidade nas assembleias e no Conselho Fiscal.
A quase-totalidade dos sistemas estabelece o número de conselheiros, obedecendo a mínimos e máximos, com critérios baseados
em escalas segundo o tamanho da escola. Dos 101 (cento e um) sistemas analisados, somente 9 (nove) não definem o tamanho do
conselho.
A maioria dos mandatos é fixada entre um e dois anos. Alguns poucos sistemas não definem os mandatos, remetendo o assunto à
autonomia da escola.

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A forma de escolha dos representantes, também, segue a) Normas instituidoras


uma linha comum: a eleição pelas respectivas categorias. No Qual a função, a finalidade e o significado da norma
caso dos estudantes são fixados, em geral, limites mínimos de instituída, da “lei”? Vimos que a lei se fundamenta em valores,
idade para direito a voto e representação, variando de 12 a 16 por ela formalizados e legitimados, que traduzem as
anos. O diretor da escola é sempre membro nato. “significações” de nossa identidade cultural e política, da
Quanto ao funcionamento, as normas gerais são bastante cidadania que queremos. A lei define objetivos comuns e
explícitas, definindo a periodicidade de reuniões, regulamenta comportamentos e ações para alcançá-los. No
prevalecendo as bimestrais, e a frequência e forma de sentido estrito, a lei define objetivos, e as demais regras - atos
deliberação. e normas (decretos, portarias, resoluções, estatutos,
Quanto à presidência, ou coordenação do conselho, são regimentos, regulamentos) - estabelecem critérios e processos
adotadas duas formas principais: exercida pelo diretor ou de ação para alcançá-los.
eleita pelos pares. Prevalece, mas não significativamente, a A nossa identidade cultural e política, que radica em nossa
escolha pelos pares, mas com algumas ressalvas que excluem história, incorporaram uma tendência à excessiva
da eleição ora o diretor, ora estudantes, ora professores. É regulamentação das ações, especialmente na área de
interessante notar que, nos sistemas de ensino em que o educação. Frequentemente leis assumem a feição de
diretor da escola é escolhido por formas eletivas - da regulamentos minuciosos. O professor Cândido Gomes, no
comunidade ou do conselho -, este geralmente preside o estudo Conselhos de Educação: luzes e sombras (2003), nos
conselho, mas quando o diretor é indicado pelo governo, o lembra que o Estado brasileiro, de feitio napoleônico,
presidente do conselho, na maioria das vezes, é eleito pelos precedeu à Nação, ou seja: a norma precedeu a identidade
pares. política. Daí deriva nossa tendência hipernormatizadora, que
A análise dos documentos normativos capta uma erige a norma como panacéia para resolver quase todos os
fotografia estática e formallegal, que, embora traduza problemas, na crença de que normas podem gerar ética,
concepções e estabeleça princípios de ação, não permite ver a participação, cidadania, democracia e tantas outras virtudes
realidade dinâmica. A concepção presente em todos os políticas.
documentos analisados enfatiza o envolvimento dos atores Gomes lembra que Anísio Teixeira (1962) nos alertou
sociais no cotidiano da escola como mecanismo de sobre a ambivalência da vida brasileira, em sua dupla
democratização de sua gestão. Assim, os conselhos assumem personalidade, oficial e real, em que a lei era tida como “algo
um caráter instituinte da cidadania ativa. mágico, capaz de mudar a face das coisas, de modo que leis
Mas é necessário, para além da análise do formal-legal, perfeitas seriam uma ponte para mudar a realidade”. E afirma
diante da incipiente experiência da gestão democrática da adiante:
educação por meio da estratégia dos Conselhos Escolares,
estimular pesquisas avaliativas de seu efetivo funcionamento Esta tendência de o Estado construir, nos menores detalhes,
como instância de democratização, de cidadania ativa. o Brasil oficial não poderia deixar de estender-se à educação,
Algumas pesquisas, dentre as quais destaco a de Paro (1996), gerando o que Abreu (1967) chamou de “jurisdicismo
mostram que conselhos podem constituir-se em mecanismos pedagógico”.
legitimadores da vontade da direção, ou, no dizer de um
representante estudantil num seminário recente sobre Esse legado histórico depositou no inconsciente coletivo a
Conselhos Escolares, constituir-se em tribunais inquisitoriais crença de que valores podem ser criados por decreto. Percebe-
dos estudantes e desmobilizadores do movimento estudantil. se uma certa tendência, diante do novo valor da gestão
democrática da educação pública, instituído pela Constituição
Parte III como resultado de ampla mobilização popular, de garantir a
Algumas questões para discussão sua efetivação por meio de leis e decretos.
A lei vem para instituir e consolidar objetivos previamente
Vamos agora, nesta terceira parte, discutir, a partir dos criados pelo imaginário coletivo, pelas aspirações da
fundamentos explicitados na primeira parte, algumas cidadania. A gestão democrática da escola representa um valor
questões suscitadas na análise das experiências em curso, para a ser cultivado? A resposta óbvia é sim. Por isso a Constituição
a implementação dos Conselhos Escolares. Não se trata da e a LDB o garantiram como objetivo a ser alcançado. As normas
definição de diretrizes - que pertence ao espaço da autonomia complementares definem processos e ações para a efetivação
dos sistemas de ensino -, mas de questionamentos mais gerais desses objetivos. Nesse sentido, a sociedade é instituinte e, por
que podem auxiliar nas discussões para a instituição e um processo histórico, induz a mudança do instituído. Aqui
implementação dos Conselhos Escolares pelos sistemas de reside a função essencial do legislador: captar, perceber a
ensino. convergência dos objetivos da cidadania para instituí-los na
As questões que se fazem mais presentes - às vezes lei. Esse é o significado e o papel da democracia representativa.
geradoras de tensões e conflitos - dizem respeito: Assim, não é a lei que institui novos valores ou transforma
– ao significado e amplitude das normas instituidoras; a realidade, mas o cotidiano da prática social. A lei vem para
estatuir, consolidar o já criado pela ação social instituinte.
– à institucionalidade e autonomia da escola; Nesse sentido as leis são sempre conservadoras,
– à mobilização da comunidade para a participação, que estabilizadoras, em certo sentido engessadoras dos objetivos.
radica no sentimento de pertença à escola; Por isso a necessidade de reformulações periódicas.
– às distinções necessárias entre conselhos, entidades A questão central é que as leis firmam valores, não criam
escolares e unidades executoras; e à concepção e cultura do cultura. A efetivação do novo princípio da gestão democrática
exercício do poder nas instâncias executivas do sistema de requer um processo instituinte de uma nova cultura de gestão
ensino. escolar. Gestão que não se confunde mais com o gestor, com a
centralização nas mãos do diretor, mas que passa a ser vista
Vamos tratar sucintamente dessas questões, não com o como um projeto coletivo, que institui uma organização
intuito de equacioná-las, mas de oferecer subsídios para os colegiada. Trata-se da constituição de um novo paradigma de
encaminhamentos pelos sistemas de ensino. Nunca é demais gestão escolar. E paradigmas não nascem da lei. Nascem das
enfatizar que este documento não constitui uma diretriz a ser ideias, das concepções mais radicais de pensamento e das
seguida, mas uma contribuição ao debate no âmbito da práticas que arruínam o velho para instituir o novo.
autonomia dos sistemas de ensino.

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APOSTILAS OPÇÃO

Assim, para que as leis não sejam engessadoras do educacionais. Tanto no ensino superior como na educação
instituinte social é preciso que sejam flexíveis, sucintas e básica, os conselhos são situados como instâncias,
definam somente as questões centrais, essenciais. As normas mecanismos de gestão, sendo a personalidade jurídica
complementares, reguladoras da ação para o alcance dos inerente à instituição escolar, da qual os conselhos fazem
objetivos da lei, são importantes para a definição dos limites parte. Por essa razão, os conselhos são sempre
necessários, mas não para impor caminhos únicos e estreitos. regulamentados no estatuto (no caso das universidades) e/ou
No caso da gestão democrática, especialmente, toda a no regimento da instituição educacional.
excessiva regulação corre o risco de negar o que pretende Conselho e escola não são entidades distintas, mas
garantir, afirmar: o exercício da autonomia e da democracia. integram uma única institucionalidade. Assim, o Conselho
As formas não podem contrariar os objetivos. Escolar não atua complementarmente, nem é superestrutura,
A essência da gestão democrática é o espaço de autonomia. dotado de personalidade jurídica independente, mas se insere
Há uma impossibilidade real de se outorgar por decreto na institucionalidade e na própria estrutura de poder da
autonomia e democracia. Ação decretada será sempre ação escola. O poder de decisão, situado na estrutura institucional,
heteronômica, que nasce da vontade da lei. As leis e normas constitui o âmago do próprio princípio da autonomia da
“não pegam” quando nascem de vontades que não escola, consagrado no art. 15 da LDB, e condição essencial para
correspondem aos valores instituídos, eleitos pelos desejos da a gestão democrática.
cidadania, ou que não permitem, pela presunção do saber do O fundamento da gestão democrática situa o poder de
legislador, espaços para o instituinte da prática social. decisão na estrutura de gestão da escola. Situá-lo fora daí
Ação democrática é exercício de poder, autocriação, auto- equivaleria a privar a escola de autonomia, arrancar-lhe a
instituição, autogestão. Gestão democrática se constrói no essência da gestão democrática, da pedagogia cidadã. Se
cotidiano escolar, no espaço do exercício da autonomia, colocarmos ao lado ou sobre a escola uma outra entidade com
instituída pela vontade e segundo os valores e objetivos poder deliberativo sobre ela, mesmo que constituída pelas
coletivos. Para que a gestão da escola pública seja categorias integrantes da própria escola, estaremos negando o
efetivamente democrática é fundamental que ela tenha seu que queremos afirmar, ou seja: despojando a escola de sua
espaço de autonomia, inclusive para decidir que tipo de autonomia, de sua essencialidade educativa, cidadã.
exercício democrático deseja praticar. A institucionalidade da escola, para a conquista de
Para garantir o espaço de autonomia da escola é preciso progressivos graus de autonomia, precisa ser reforçada,
que a lei da gestão democrática afirme diretrizes e princípios, situando as estratégias de gestão democrática no interior, no
como estratégias do alcance dos objetivos legais. Garantidos os âmago de sua estrutura de poder. Assim, parece tornar-se
princípios, a norma deve ser sucinta o suficiente para não importante chamar a atenção para algumas distinções
invadir rotinas e práticas do cotidiano escolar e padronizar o necessárias.
diferente, matando no nascedouro a possibilidade de
singulares e ricas experiências. Nesse sentido é importante c) Distinções necessárias
que a escola possa regulamentar em seu regimento normas Na educação básica - assim como na superior, mas de
relativas a seu conselho e à gestão democrática que concebe e forma distinta - tornou-se tradição instituir entidades, com
deseja praticar. personalidade jurídica própria, paralelas ou complementares
- Fundações, Associações (APMs, Grêmios) -, com finalidades
b) Institucionalidade da escola de assistência ao estudante ou de apoio à escola. Mas essas
A questão da autonomia da escola se situa na centralidade entidades têm um caráter complementar, de apoio, de
das discussões relativas à gestão democrática da educação. E execução. Não podem substituir ou assumir o lugar da
ela se torna mais importante à medida que a progressiva institucionalidade da escola. Essa é uma tendência que gera
institucionalização e organização dos sistemas de ensino, fruto uma preocupação de o chamado Terceiro Setor assumir
da tendência hipernormatizadora do centralismo que ainda funções de Estado, diante da fragilidade deste na realização de
domina o Estado brasileiro, diminui o espaço da autonomia da suas funções, que são, por natureza, intransferíveis e
escola, da percepção de sua pertença à cidadania, fundamentos indelegáveis.
geradores da participação. Após a Constituição de 1988, à As associações de pais e mestres, caixa escolar, grêmios
medida que os sistemas de ensino se estruturaram e se estudantis e outras organizações (ONGs) são importantes,
fortaleceram, houve a necessidade de progressiva ampliação fundamentais até, para promover a mobilização de pais, de
do espaço de autonomia da escola, que agora vigorosamente estudantes e dos setores da sociedade comprometidos com a
se deseja retomar, fator gerador de tensões no exercício de escola, como canais de representação de suas categorias nos
poder. conselhos escolares e, também, para a gestão de recursos. Mas
E a questão da autonomia remete à questão da não podem substituir o poder, a institucionalidade da escola.
institucionalidade que reveste a escola de personalidade, Em alguns casos, essas entidades passaram a ser
identidade própria. As unidades federadas, no exercício de sua entendidas como equivalentes, ou substitutas, dos Conselhos
autonomia para definir as normas de seus sistemas de ensino, Escolares. E qual seria então a forma equivalente de Conselhos
parecem estar diante de um impasse para conciliar dois Escolares sugerida pela LDB? Equivalentes a conselhos seriam
princípios legais coerentes e indissociáveis: o constitucional, as assembléias escolares, ou as antigas congregações de
da gestão democrática da educação pública, e o da LDB, da professores, acrescidas da representação de estudantes, pais e
progressiva autonomia da escola pública. trabalhadores da escola. Trata-se de formas de democracia
A saída do impasse, em alguns casos, parece ter sido direta ou representativa, mas sempre com o poder
encontrado via criação de Conselhos Escolares com deliberativo situado na estrutura da instituição escolar.
personalidade jurídica e institucionalidade próprias. Os Se não se pode delegar a função deliberativa, inerente à
conselhos dotados de graus significativos de autonomia, de autonomia e à gestão democrática, na ausência de
exercício democrático do poder por meio da deliberação personalidade jurídica própria, como ocorre na maioria das
coletiva, e as escolas sem identidade, institucionalidade. A escolas públicas, como fica a gestão de recursos e outras
questão seria indagar o que é todo e o que é parte. atividades executivas burocráticas? Aqui parece residir o nó
Aqui é necessário distinguir a natureza dos conselhos de que levou à concepção de entidades juridicamente instituídas,
gestão dos sistemas de ensino - Conselho Nacional, estaduais e com os devidos registros e personalidade jurídica própria,
municipais de educação - que têm institucionalidade, consideradas como equivalentes aos Conselhos Escolares. É o
personalidade jurídica própria, e os conselhos das instituições caso, especificamente, das unidades executoras (UEx) do

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Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do MEC/FNDE, exercício de poder. Se o ator “faz parte da ação”, tem o direito
instituído com finalidade executora, como o próprio nome de fazer parte da decisão, uma vez que a ação afeta sua vida.
expressa, sem interferir nas alternativas deliberativas que os No mais, as pessoas não têm ânimo para se comprometer, se
sistemas de ensino possam e devam conceber no exercício de mobilizar por causas que não lhe pertencem, que não dizem
sua autonomia, ou limitá-las. respeito às suas vidas.
Nada impede que a execução de algumas decisões do A cidadania radica no coletivo, é uma condição de relação
Conselho Escolar sejam atribuídas a entidades de apoio com o outro - não há cidadania no isolamento, na exclusão -,
complementar, juridicamente instituídas para esse e outros por isso implica uma situação de partilha, fazer parte dos ônus
fins de apoio e assistência escolar. Em síntese: o Conselho e bônus da vida coletiva, o que implica fazer parte das decisões
Escolar decide sobre as questões pedagógicas e sobre a ação. Cidadania situa a todos como governantes do
administrativas - e as entidades de apoio executam o que é processo social.
pertinente a suas atribuições. Essa é a situação ideal, coerente Somente a partir da compreensão do papel da comunidade
com os princípios da progressiva autonomia da escola e sua no processo reflexivo e estrutural da educação é que se torna
gestão democrática, fundamentos da escola cidadã. E coerente, possível sua mobilização e engajamento para a participação
também, com a natureza e as finalidades das entidades nas formulações e implementação de ações conscientemente
complementares de apoio à escola. construídas para o desenvolvimento do sistema escolar.
A unidade escolar democrática tem sua gestão amparada
d) Significado da representação no trabalho coordenado de todos os agentes envolvidos no
Uma questão polêmica e que requer mais discussão para processo educacional. O entendimento da relevância da
seu adequado entendimento é o papel que assumem os inclusão comunitária na percepção coletiva do processo
representantes das categorias que constituem o Conselho educacional e o apoderamento dos instrumentos de
Escolar. É preciso distinguir desde logo, e claramente, o espaço construção desse processo potencializam a difusão do
de defesa dos interesses corporativos do espaço de defesa dos sentimento de pertencimento e integração entre escola e
interesses coletivos. comunidade. O reforço desse laço revigora o sentimento de
Os interesses corporativos têm seus espaços próprios: partilha, tornando o processo vivo e dinâmico e caracterizando
sindicatos, associações e outros similares. O Conselho Escolar pragmaticamente o caráter democrático da interação
se situa no espaço da defesa dos interesses coletivos, do estabelecida. A adoção de uma nova visão para os processos
projeto político-pedagógico da escola, que requer uma visão resulta consequentemente na mudança de atitude necessária
do todo, construída desde os diferentes pontos de vista das ao desenvolvimento de uma nova postura ante a questão da
categorias que o constituem. Assim, o papel dos escola.
representantes das categorias sociais que participam da escola
não é o da defesa dos interesses de sua corporação. A f) Capacitação de conselheiros
representação por meio de categorias tem como fundamento a Uma das questões centrais para a qualidade da
expressão da voz plural da sociedade organizada. O papel dos participação é a da capacitação dos conselheiros. Para que o
representantes de categorias é o de compartilhar com os conselheiro possa exercer bem sua função é fundamental que
“colegas” a percepção (o “ponto de vista”), as aspirações dos conheça:
seus representados na construção do projeto político- – o conselho: seu significado e papel;
pedagógico da escola. O compartilhar requer sensibilidade
política, ou seja: situar o interesse coletivo acima dos
– o papel de conselheiro e o significado da representação;
interesses da categoria. Espaços para “hegemonias” são – a escola como organização e seu projeto político-
antagônicos à natureza própria do Conselho Escolar. É a velha pedagógico;
questão da prevalência do todo sobre a parte. – a legislação educacional básica;
A estratégia para superar a tendência da ação corporativa – o sistema de ensino (do estado ou do município) -
da representação será focar os diferentes pontos de vista no princípios e normas;
projeto político-pedagógico da escola, na qualidade de
educação desejada. É necessário buscar, como processo, a
– o significado da participação - a pertença da escola à
cidadania.
convergência no substantivo. O respeito às divergências,
especialmente nos aspectos adjetivos, será salutar ao processo
Muitos sistemas de ensino já desenvolvem ações de
de construção da convergência em torno da educação que
qualificação dos conselheiros escolares. O regime de
queremos, como vontade plural.
colaboração entre os sistemas de ensino, preconizado pela
LDB e já em promissor processo de realização pelas entidades
e) Processos participativos
de educadores nos sistemas de ensino (Undime, CNTE, Consed,
A valorização dos conselhos como estratégia de gestão
UNCME, Fórum dos Conselhos Estaduais), constitui uma das
democrática da educação traz implícita a relevância de sua
estratégias privilegiadas para partilhar experiências
função mobilizadora. Esta, por sua vez, se fundamenta no
inovadoras e consolidar a efetiva atuação dos Conselhos
princípio da pertença do bem público à cidadania.
Escolares. Cadernos específicos da Cafise/SEB/MEC
Considerando que é no âmbito escolar que são exercitados
oferecerão maiores subsídios aos conselheiros escolares para
processos socializadores da criança, baseados numa lógica de
essa efetiva atuação.
ocupação do espaço social, esta cumprirá sua função cidadã se
esses processos conduzirem à autonomia, ou não, se forem
g) Democratização da gestão do sistema de ensino
fundados na heteronomia. A mobilização dos atores,
Este item final serve como um alerta do velho princípio
motivados por um objetivo comum, constitui o elemento mais
latino: “as palavras comovem, mas os exemplos arrastam”.
poderoso de criação, renovação e formação de sujeitos
Transfiro esse princípio, em relação aos professores, para a
autônomos e solidários - cidadãos.
sala de aula: construímos mais cidadania nos estudantes pelas
Mas, para que essa mobilização ocorra, é fundamental que
atitudes que cultivamos do que pelas palavras que dizemos. A
se institua um novo paradigma, uma nova concepção de
coerência é essencial ao processo educativo.
participação, expurgada dos velhos conceitos de apoio,
A nossa cultura política e a concepção de poder, ainda
colaboração, ajuda, adesão e tantos outros que radicam no
contaminadas pela origem e tradição patrimonialista,
pressuposto que exclui o exercício de poder. O novo
dificultam a efetiva implantação da gestão democrática na
paradigma de participação implica, fundamentalmente,
escola pública. Os dirigentes, embora afastados, às vezes

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distantes da sala de aula, também educam, ou deseducam, palavra do professor, das regras impostas, do cultivo
pelas suas atitudes. exclusivamente intelectual.
Os dirigentes dos sistemas de ensino precisam nutrir sua
ação nos fundamentos da efetiva gestão democrática do ensino Papel da escola - consiste na preparação intelectual e moral
público, para disseminar nas escolas a cultura democrática. dos alunos para assumir sua posição na sociedade. O
Enquanto não superarmos a cultura patrimonialista, que gera compromisso da escola é com a cultura, os problemas sociais
atitudes de “donos do poder”, ou do saber, não florescerá nas pertencem à sociedade. O caminho cultural em direção ao
escolas o hábitat adequado para o efetivo exercício da gestão saber é o mesmo para todos os alunos, desde que se esforcem.
democrática, fundamento da cidadania. Assim, os menos capazes devem lutar para superar suas
dificuldades e conquistar seu lugar junto aos mais capazes.
Os dirigentes, embora afastados, às vezes distantes da sala Caso não consigam, devem procurar o ensino mais
de aula, também educam, ou deseducam, pelas suas atitudes. profissionalizante.

Conteúdos de ensino - são os conhecimentos e valores


8. Novas tendências e sociais acumulados pelas gerações adultas e repassados ao
competências. aluno como verdades. As matérias de estudo visam preparar o
aluno para a vida, são determinadas pela sociedade e
ordenadas na legislação. Os conteúdos são separados da
Genericamente, podemos dizer que a perspectiva experiência do aluno e das realidades sociais, valendo pelo
redentora se traduz pelas pedagogias liberais e a perspectiva valor intelectual, razão pela qual a pedagogia tradicional é
transformadora pelas pedagogias progressistas.114 criticada como intelectualista e, às vezes, como enciclopédica.

Assim vamos organizar o conjunto das pedagogias em dois Métodos - baseiam-se na exposição verbal da matéria e/ou
grupos: demonstração. Tanto a exposição quanto a análise são feitas
pelo professor, observados os seguintes passos:
Pedagogia Liberal Pedagogia Progressista - Preparação do aluno (definição do trabalho, recordação
da matéria anterior, despertar interesse);
- Tradicional - Libertadora - Apresentação (realce de pontos-chaves, demonstração);
- Renovada Progressivista - Libertária - Associação (combinação do conhecimento novo com o já
- Renovada Não Diretiva - Crítico-Social dos conhecido por comparação e abstração);
- Tecnicista Conteúdos - Generalização (dos aspectos particulares chega-se ao
conceito geral, é a exposição sistematizada);
- Aplicação (explicação de fatos adicionais e/ou resoluções
É evidente que tanto as tendências quanto suas de exercícios).
manifestações não são puras nem mutuamente exclusivas o
que, aliás, é a limitação principal de qualquer tentativa de A ênfase nos exercícios, na repetição de conceitos ou
classificação. Em alguns casos as tendências se fórmulas na memorização visa disciplinar a mente e formar
complementam, em outros, divergem. De qualquer modo, a hábitos.
classificação e sua descrição poderão funcionar como um
instrumento de análise para o professor avaliar a sua prática Relacionamento professor-aluno - predomina a autoridade
de sala de aula. do professor que exige atitude receptiva dos alunos e impede
qualquer comunicação entre eles no decorrer da aula. O
Pedagogia Liberal professor transmite o conteúdo na forma de verdade a ser
absorvida; em consequência, a disciplina imposta é o meio
A Pedagogia Liberal é voltada para o sistema capitalista e mais eficaz para assegurar a atenção e o silêncio.
esconde a realidade das diferenças entre as classes sociais.
Nessa pedagogia, a escola tem que preparar os indivíduos para Pressupostos de aprendizagem - a ideia de que o ensino
a sociedade, de acordo com as suas aptidões individuais, por consiste em repassar os conhecimentos para o espírito da
isso os indivíduos precisam aprender a se adaptar aos valores criança é acompanhada de uma outra: a de que a capacidade
e às normas vigentes na sociedade de classes através do de assimilação da criança é idêntica à do adulto, apenas menos
desenvolvimento da cultura individual. desenvolvida. Os programas, então, devem ser dados numa
A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das progressão lógica, estabelecida pelo adulto, sem levar em
diferenças de classes, pois, embora difunda a ideia de conta as características próprias de cada idade. A
igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade aprendizagem, assim, é receptiva e mecânica, para o que se
de condições. Historicamente, a educação liberal iniciou-se recorre frequentemente à coação. A retenção do material
com a pedagogia tradicional e, por razões de recomposição da ensinado é garantida pela repetição de exercícios sistemáticos
hegemonia da burguesia, evoluiu para a pedagogia renovada e recapitulação da matéria. A transferência da aprendizagem
(também denominada Escola Nova ou Ativa), o que não depende do treino; é indispensável a retenção, a fim de que o
significou a substituição de uma pela outra, pois ambas aluno possa responder às situações novas de forma
conviveram e convivem na prática escolar. semelhante às respostas dadas em situações anteriores.

Tendência Liberal Tradicional Avaliação - se dá por verificações de curto prazo


Caracteriza-se por acentuar o ensino humanístico, de (interrogatórios orais, exercício de casa) e de prazo mais longo
cultura geral, no qual o aluno é educado para atingir, pelo (provas escritas, trabalhos de casa). O esforço é, em geral,
próprio esforço, sua plena realização como pessoa. Os negativo (punição, notas baixas, apelos aos pais); às vezes, é
conteúdos, os procedimentos didáticos, a relação professor- positivo (emulação, classificações).
aluno não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno e
muito menos com as realidades sociais. É a predominância da

114 LUCKESI C. Tendências Pedagógicas na Prática escolar. 2011

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Manifestações na prática escolar - a pedagogia liberal - Soluções provisórias devem ser incentivadas e
tradicional é viva e atuante em nossas escolas, predominante ordenadas, com a ajuda discreta do professor;
em nossa história educacional. - Deve-se garantir a oportunidade de colocar as soluções à
prova, a fim de determinar sua utilidade para a vida.
Tendência Liberal Renovada
A Tendência Liberal Renovada acentua, igualmente, o Relacionamento professor-aluno - não há lugar privilegiado
sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões para o professor; antes, seu papel é auxiliar o desenvolvimento
individuais. A educação é a vida presente, é a parte da própria livre e espontâneo da criança; se intervém, é para dar forma ao
experiência humana. A escola renovada propõe um ensino que raciocínio dela. A disciplina surge de uma tomada de
valorize a autoeducação (o aluno como sujeito do consciência dos limites da vida grupal; assim, aluno
conhecimento), a experiência direta sobre o meio pela disciplinado é aquele que é solidário, participante, respeitador
atividade; um ensino centrado no aluno e no grupo. das regras do grupo. Para se garantir um clima harmonioso
dentro da sala de aula é indispensável um relacionamento
A Tendência Liberal Renovada apresenta-se, entre nós, em positivo entre professores e alunos, uma forma de instaurar a
duas versões distintas: “vivência democrática” tal qual deve ser a vida em sociedade.

- a Renovada Progressivista, ou Pragmatista, Pressupostos de aprendizagem - a motivação depende da


principalmente na forma difundida pelos pioneiros da força de estimulação do problema e das disposições internas e
educação nova, entre os quais se destaca Anísio Teixeira interesses do aluno. Assim, aprender se torna uma atividade
(deve-se destacar, também a influência de Montessori, Decroly de descoberta, é uma autoaprendizagem, sendo o ambiente
e, de certa forma, Piaget); apenas o meio estimulador. É retido o que se incorpora à
atividade do aluno pela descoberta pessoal; o que é
- a Renovada Não Diretiva orientada para os objetivos de incorporado passa a compor a estrutura cognitiva para ser
auto realização (desenvolvimento pessoal) e para as relações empregado em novas situações.
interpessoais, na formulação do psicólogo norte-americano
Carl Rogers. Avaliação - é fluida e tenta ser eficaz à medida que os
esforços e os êxitos são prontos e explicitamente reconhecidos
Tendência Liberal Renovada Progressivista pelo professor.
Papel da escola - a finalidade da escola é adequar as
necessidades individuais ao meio social e, para isso, ela deve Manifestações na prática escolar - os princípios da
se organizar de forma a retratar, o quanto possível, a vida. pedagogia progressivista vêm sendo difundidos, em larga
Todo ser dispõe dentro de si mesmo de mecanismos de escala, nos cursos de licenciatura, e muitos professores sofrem
adaptação progressiva ao meio e de uma consequente sua influência. Entretanto, sua aplicação é reduzidíssima, não
integração dessas formas de adaptação no comportamento. somente por falta de condições objetivas como também
Tal integração se dá por meio de experiências que devem porque se choca com uma prática pedagógica basicamente
satisfazer, ao mesmo tempo, os interesses do aluno e as tradicional. Alguns métodos são adotados em escolas
exigências sociais. À escola cabe suprir as experiências que particulares, como o método Montessori, o método dos centros
permitam ao aluno educar-se, num processo ativo de de interesse de Decroly, o método de projetos de Dewey. O
construção e reconstrução do objeto, numa interação entre ensino baseado na psicologia genética de Piaget tem larga
estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente. aceitação na educação pré-escolar. Pertencem, também, à
tendência progressivista muitas das escolas denominadas
Conteúdos de ensino - como o conhecimento resulta da ação “experimentais”, as “escolas comunitárias” e mais
a partir dos interesses e necessidades, os conteúdos de ensino remotamente (década de 60) a “escola secundária moderna”,
são estabelecidos em função de experiências que o sujeito na versão difundida por Lauro de Oliveira Lima.
vivencia frente a desafios cognitivos e situações
problemáticas. Dá-se, portanto, muito mais valor aos Tendência Liberal Renovada Não Diretiva
processos mentais e habilidades cognitivas do que a conteúdos Papel da escola - formação de atitudes, razão pela qual deve
organizados racionalmente. Trata-se de “aprender a estar mais preocupada com os problemas psicológicos do que
aprender”, ou seja, é mais importante o processo de aquisição com os pedagógicos ou sociais. Todo esforço está em
do saber do que o saber propriamente dito. estabelecer um clima favorável a uma mudança dentro do
indivíduo, isto é, a uma adequação pessoal às solicitações do
Método de ensino - a ideia de “aprender fazendo” está ambiente. Rogers115 considera que o ensino é uma atividade
sempre presente. Valorizam-se as tentativas experimentais, a excessivamente valorizada; para ele os procedimentos
pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social, o didáticos, a competência na matéria, as aulas, livros, tudo tem
método de solução de problemas. Embora os métodos variem, muito pouca importância, face ao propósito de favorecer à
as escolas ativas ou novas (Dewey, Montessori, Decroly, pessoa um clima de autodesenvolvimento e realização pessoal,
Cousinet e outros) partem sempre de atividades adequadas à o que implica estar bem consigo próprio e com seus
natureza do aluno e às etapas do seu desenvolvimento. Na semelhantes. O resultado de uma boa educação é muito
maioria delas, acentua-se a importância do trabalho em grupo semelhante ao de uma boa terapia.
não apenas como técnica, mas como condição básica do
desenvolvimento mental. Os passos básicos do método ativo Conteúdos de ensino - a ênfase que esta tendência põe nos
são: processos de desenvolvimento das relações e da comunicação
- Colocar o aluno numa situação de experiência que tenha torna secundária a transmissão de conteúdos. Os processos de
um interesse por si mesma; ensino visam mais facilitar aos estudantes os meios para
- O problema deve ser desafiante, como estímulo à buscarem por si mesmos os conhecimentos que, no entanto,
reflexão; são dispensáveis.
- O aluno deve dispor de informações e instruções que lhe
permitam pesquisar a descoberta de soluções;

115 ROGERS, Carl. Liberdade para aprender. 1969

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APOSTILAS OPÇÃO

Métodos de ensino - os métodos usuais são dispensados, pela maximização da produção e, ao mesmo tempo, pelo
prevalecendo quase que exclusivamente o esforço do desenvolvimento da ‘consciência política’ indispensável à
professor em desenvolver um estilo próprio para facilitar a manutenção do Estado autoritário”116. Utiliza-se basicamente
aprendizagem dos alunos. Rogers explicita algumas das do enfoque sistêmico, da tecnologia educacional e da análise
características do professor “facilitador”: aceitação da pessoa experimental do comportamento.
do aluno, capacidade de ser confiável, receptivo e ter plena
convicção na capacidade de autodesenvolvimento do Papel da escola - a escola funciona como modeladora do
estudante. Sua função restringe-se a ajudar o aluno a se comportamento humano, através de técnicas específicas. À
organizar, utilizando técnicas de sensibilização onde os educação escolar compete organizar o processo de aquisição
sentimentos de cada um possam ser expostos, sem ameaças. de habilidades, atitudes e conhecimentos específicos, úteis e
Assim, o objetivo do trabalho escolar se esgota nos processos necessários para que os indivíduos se integrem na máquina do
de melhor relacionamento interpessoal, como condição para o sistema social global. Tal sistema social é regido por leis
crescimento pessoal. naturais (há na sociedade a mesma regularidade e as mesmas
relações funcionais observáveis entre os fenômenos da
Relacionamento professor-aluno - propõe uma educação natureza), cientificamente descobertas. Basta aplicá-las. A
centrada no aluno, visando formar sua personalidade através atividade da “descoberta” é função da educação, mas deve ser
da vivência de experiências significativas que lhe permitam restrita aos especialistas; a “aplicação” é competência do
desenvolver características inerentes à sua natureza. O processo educacional comum.
professor é um especialista em relações humanas, ao garantir A escola atua, assim, no aperfeiçoamento da ordem social
o clima de relacionamento pessoal e autêntico. “Ausentar-se” é vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente
a melhor forma de respeito e aceitação plena do aluno. Toda com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da
intervenção é ameaçadora, inibidora da aprendizagem. mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia
comportamental. Seu interesse imediato é o de produzir
Pressupostos de aprendizagem - a motivação resulta do indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho,
desejo de adequação pessoal na busca da auto realização; é, transmitindo, eficientemente, informações precisas, objetivas
portanto, um ato interno. A motivação aumenta, quando o e rápidas.
sujeito desenvolve o sentimento de que é capaz de agir em A pesquisa científica, a tecnologia educacional, a análise
termos de atingir suas metas pessoais, isto é, desenvolve a experimental do comportamento garante a objetividade da
valorização do “eu”. Aprender, portanto, é modificar suas prática escolar, uma vez que os objetivos instrucionais
próprias percepções; daí que apenas se aprende o que estiver (conteúdos) resultam da aplicação de leis naturais que
significativamente relacionado com essas percepções. Resulta independem dos que a conhecem ou executam.
que a retenção se dá pela relevância do aprendido em relação
ao “eu”, ou seja, o que não está envolvido com o “eu” não é Conteúdos de ensino - são as informações, princípios
retido e nem transferido. científicos, leis etc., estabelecidos e ordenados numa
sequência lógica e psicológica por especialistas. É matéria de
Avaliação - perde inteiramente o sentido, privilegiando-se ensino apenas o que é redutível ao conhecimento observável e
a autoavaliação. mensurável; os conteúdos decorrem, assim, da ciência
objetiva, eliminando-se qualquer sinal de subjetividade. O
Manifestações na prática escolar - o inspirador da material instrucional encontra-se sistematizado nos manuais,
pedagogia não diretiva é C. Rogers, na verdade mais psicólogo nos livros didáticos, nos módulos de ensino, nos dispositivos
clínico que educador. Suas ideias influenciam um número audiovisuais etc.
expressivo de educadores e professores, principalmente
orientadores educacionais e psicólogos escolares que se Métodos de ensino - consistem nos procedimentos e
dedicam ao aconselhamento. Menos recentemente, podem-se técnicas necessárias ao arranjo e controle nas condições
citar também tendências inspiradas na escola de Summerhill ambientais que assegurem a transmissão/recepção de
do educador inglês A. Neill. informações. Se a primeira tarefa do professor é modelar
respostas apropriadas aos objetivos instrucionais, a principal
Tendência Liberal Tecnicista é conseguir o comportamento adequado pelo controle do
A tendência Liberal Tecnicista subordina a educação à ensino; daí a importância da tecnologia educacional.
sociedade, tendo como função a preparação de “recursos
humanos” (mão-de-obra para a indústria). A sociedade A Tecnologia Educacional é a “aplicação sistemática de
industrial e tecnológica estabelece (cientificamente) as metas princípios científicos comportamentais e tecnológicos a
econômicas, sociais e políticas, a educação treina (também problemas educacionais, em função de resultados efetivos,
cientificamente) nos alunos os comportamentos de utilizando uma metodologia e abordagem sistêmica
ajustamento a essas metas. abrangente”117.
No tecnicismo acredita-se que a realidade contém em si
suas próprias leis, bastando aos homens descobri-las e aplicá- Qualquer sistema instrucional (há uma grande variedade
las. Dessa forma, o essencial não é o conteúdo da realidade, deles) possui três componentes básicos: objetivos
mas as técnicas (forma) de descoberta e aplicação. A instrucionais operacionalizados em comportamentos
tecnologia (aproveitamento ordenado de recursos, com base observáveis e mensuráveis, procedimentos instrucionais e
no conhecimento científico) é o meio eficaz de obter a avaliação.
maximização da produção e garantir um ótimo funcionamento
da sociedade; a educação é um recurso tecnológico por As etapas básicas de um processo de ensino e de
excelência. aprendizagem são:
Ela “é encarada como um instrumento capaz de promover, - Estabelecimento de comportamentos terminais, através
sem contradição, o desenvolvimento econômico pela de objetivos instrucionais;
qualificação da mão-de-obra, pela redistribuição da renda,

116 KUENZER, Acácia A; MACHADO, Lucília R. S. “Pedagogia Tecnicista”, in 117 AURICCHIO, Lígia O. Manual de tecnologia educacional, 1978.
Guiomar N. de MELLO (org.), Escola nova, tecnicismo e educação compensatória.
2012

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APOSTILAS OPÇÃO

- Análise da tarefa de aprendizagem, a fim de ordenar regime militar: inserir a escola nos modelos de racionalização
sequencialmente os passos da instrução; do sistema de produção capitalista.
- Executar o programa, reforçando gradualmente as Quando a orientação escolanovista cede lugar à tendência
respostas corretas correspondentes aos objetivos. tecnicista, pelo menos no nível de política oficial; os marcos de
implantação do modelo tecnicista são as leis 5.540/68 e
O essencial da tecnologia educacional é a programação por 5.692/71, que reorganizam o ensino superior e o ensino de 1º
passos sequenciais empregada na instrução programada, nas e 2º graus.
técnicas de microensino, multimeios, módulos etc. O emprego A despeito da máquina oficial, entretanto, não há indícios
da tecnologia instrucional na escola pública aparece nas seguros de que os professores da escola pública tenham
formas de: planejamento em moldes sistêmicos, concepção de assimilado a pedagogia tecnicista, pelo menos em termos de
aprendizagem como mudança de comportamento, ideário. A aplicação da metodologia tecnicista (planejamento,
operacionalização de objetivos, uso de procedimentos livros didáticos programados, procedimentos de avaliação
científicos (instrução programada, audiovisuais, avaliação etc., etc.) não configura uma postura tecnicista do professor; antes,
inclusive a programação de livros didáticos). o exercício profissional continua mais para uma postura
eclética em torno de princípios pedagógicos assentados nas
Relacionamento professor-aluno - são relações pedagogias tradicional e renovada.
estruturadas e objetivas, com papéis bem definidos: o
professor administra as condições de transmissão da matéria, Pedagogia Progressista
conforme um sistema instrucional eficiente e efetivo em
termos de resultados da aprendizagem; o aluno recebe, “Formulação de inspiração marxista que influenciou
aprende e fixa as informações. O professor é apenas um elo de diversos pedagogos brasileiros em fins de 1970. Trabalha com
ligação entre a verdade científica e o aluno, cabendo-lhe a educação na perspectiva da luta de classes, ou seja, a escola
empregar o sistema instrucional previsto. O aluno é um pode e deve servir na luta contra o sistema capitalista, visando
indivíduo responsivo, não participa da elaboração do a construção do socialismo. Dessa forma, sua metodologia tem
programa educacional. Ambos são espectadores frente à inspiração na teoria do conhecimento marxista, pela dialética
verdade objetiva. A comunicação professor-aluno tem um materialista, pelo movimento de continuidade e ruptura.
sentido exclusivamente técnico, que é o de garantir a eficácia Na sala de aula, parte-se da necessidade e aspirações dos
da transmissão do conhecimento. Debates, discussões, estudantes, com seu cotidiano, com o objetivo de estimular
questionamentos são desnecessários, assim como pouco rupturas, sair do imediato e chegar ao teórico e abstrato.
importam as relações afetivas e pessoais dos sujeitos Depois desse movimento, espera-se um retorno ao real com
envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem. uma nova visão que possibilite uma nova ação sobre ele.

Pressupostos de aprendizagem - as teorias de Foi proposta pelo educador francês Georges Snyders119 em
aprendizagem que fundamentam a pedagogia tecnicista dizem pelo menos quatro de suas obras: Pedagogia progressista, Para
que aprender é uma questão de modificação do desempenho: onde vão as pedagogias não-diretivas? Alegria na escola e
o bom ensino depende de organizar eficientemente as Alunos felizes.
condições estimuladoras, de modo a que o aluno saia da
situação de aprendizagem diferente de como entrou. Ou seja, Opõe-se ao ensino tecnicista, de linha autoritária, adotado
o ensino é um processo de condicionamento através do uso de por volta de 1970, em que professores e alunos executam
reforçamento das respostas que se quer obter. Assim, os projetos elaborados em gabinetes e desvinculados do contexto
sistemas instrucionais visam ao controle do comportamento social e político. Ou seja, a pedagogia progressista procura
individual face objetivos preestabelecidos. formar cidadãos conscientes e participativos na vida da
Trata-se de um enfoque diretivo do ensino, centrado no sociedade, que leve o aluno a refletir, a desenvolver o espírito
controle das condições que cercam o organismo que se crítico e criativo e a relacionar o aprendizado a seu contexto
comporta. O objetivo da ciência pedagógica, a partir da social.”120
psicologia, é o estudo científico do comportamento: descobrir
as leis naturais que presidem as reações físicas do organismo A pedagogia progressista tem-se manifestado em três
que aprende, a fim de aumentar o controle das variáveis que o tendências:
afetam. - A libertadora, mais conhecida como pedagogia de Paulo
Os componentes da aprendizagem - motivação, retenção, Freire;
transferência - decorrem da aplicação do comportamento - A libertária, que reúne os defensores da autogestão
operante. Segundo Skinner, o comportamento aprendido é pedagógica;
uma resposta a estímulos externos, controlados por meio de - A crítico-social dos conteúdos que, diferentemente das
reforços que ocorrem com a resposta ou após a mesma: “Se a anteriores, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto
ocorrência de um (comportamento) operante é seguida pela com as realidades sociais.
apresentação de um estímulo (reforçador), a probabilidade de
reforçamento é aumentada”. Entre os autores que contribuem As versões libertadora e libertária têm em comum o
para os estudos de aprendizagem destacam-se: Skinner, antiautoritarismo, a valorização da experiência vivida como
Gagné, Bloon e Mager. base da relação educativa e a ideia de autogestão pedagógica.
Em função disso, dão mais valor ao processo de aprendizagem
Manifestações na prática escolar118 - a influência da grupal (participação em discussões, assembleias, votações) do
pedagogia tecnicista remonta à 2ª metade dos anos 50 que aos conteúdos de ensino. Como decorrência, a prática
(PABAEE - Programa Brasileiro-americano de Auxílio ao educativa somente faz sentido numa prática social junto ao
Ensino Elementar). Entretanto foi introduzida mais povo, razão pela qual preferem as modalidades de educação
efetivamente no final dos anos 60 com o objetivo de adequar o popular “não-formal”.
sistema educacional à orientação político-econômica do

118 FREITAG, Barbara. Escola, Estado e Sociedade; GARCIA, Laymert G. S. 120 MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete

Desregulagens - Educação, planejamento e tecnologia como ferramenta social; pedagogia progressista. Dicionário Interativo da Educação Brasileira -
CUNHA, Luis A. Educação e desenvolvimento social no Brasil. 1978. Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001.
119 SNYDERS, Georges. Pedagogia progressista. Lisboa, Ed. Almedina. 1974. http://www.educabrasil.com.br/pedagogia-progressista/

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APOSTILAS OPÇÃO

A tendência da pedagogia crítico-social dos conteúdos mínimo indispensável, embora não se furte, quando
propõe uma síntese superadora das pedagogias tradicional e necessário, a fornecer uma informação mais sistematizada.
renovada, valorizando a ação pedagógica enquanto inserida na
prática social concreta. Entende a escola como mediação entre Os passos da aprendizagem - codificação-decodificação, e
o individual e o social, exercendo aí a articulação entre a problematização da situação - permitirão aos educandos um
transmissão dos conteúdos e a assimilação ativa por parte de esforço de compreensão do “vivido”, até chegar a um nível
um aluno concreto (inserido num contexto de relações mais crítico de conhecimento e sua realidade, sempre através
sociais); dessa articulação resulta o saber criticamente da troca de experiência em torno da prática social. Se nisso
reelaborado. consiste o conteúdo do trabalho educativo, dispensam um
programa previamente estruturado, trabalhos escritos, aulas
Tendência Progressista Libertadora121 expositivas assim como qualquer tipo de verificação direta da
Papel da escola - não é próprio da pedagogia libertadora aprendizagem, formas essas próprias da “educação bancária”,
falar em ensino escolar, já que sua marca é a atuação “não- portanto, domesticadoras. Entretanto admite-se a avaliação da
formal”. Entretanto, professores e educadores engajados no prática vivenciada entre educador-educandos no processo de
ensino escolar vêm adotando pressupostos dessa pedagogia. grupo e, às vezes, a auto avaliação feita em termos dos
Assim, quando se fala na educação em geral, diz-se que ela é compromissos assumidos com a prática social.
uma atividade onde professores e alunos, mediatizados pela
realidade que apreendem e da qual extraem o conteúdo de Relacionamento professor-aluno - no diálogo, como método
aprendizagem, atingem um nível de consciência dessa mesma básico, a relação é horizontal, onde educador e educandos se
realidade, a fim de nela atuarem, num sentido de posicionam como sujeitos do ato de conhecimento. O critério
transformação social. de bom relacionamento é a total identificação com o povo, sem
Tanto a educação tradicional, denominada “bancária” - que o que a relação pedagógica perde consistência. Elimina-se, por
visa apenas depositar informações sobre o aluno, quanto a pressuposto, toda relação de autoridade, sob pena de esta
educação renovada - que pretenderia uma libertação inviabilizar o trabalho de conscientização, de “aproximação de
psicológica individual - são domesticadoras, pois em nada consciências”. Trata-se de uma “não diretividade”, mas não no
contribuem para desvelar a realidade social de opressão. A sentido do professor que se ausenta (como em Rogers), mas
educação libertadora, ao contrário, questiona concretamente que permanece vigilante para assegurar ao grupo um espaço
a realidade das relações do homem com a natureza e com os humano para “dizer sua palavra” para se exprimir sem se
outros homens, visando a uma transformação - daí ser uma neutralizar.
educação crítica.
Pressupostos de aprendizagem - a própria designação de
Conteúdos de ensino - denominados “temas geradores”, são “educação problematizadora” como correlata de educação
extraídos da problematização da prática de vida dos libertadora revela a força motivadora da aprendizagem. A
educandos. Os conteúdos tradicionais são recusados porque motivação se dá a partir da codificação de uma situação-
cada pessoa, cada grupo envolvido na ação pedagógica dispõe problema, da qual se toma distância para analisá-la
em si próprio, ainda que de forma rudimentar, dos conteúdos criticamente. “Esta análise envolve o exercício da abstração,
necessários dos quais se parte. O importante não é a através da qual procuramos alcançar, por meio de
transmissão de conteúdos específicos, mas despertar uma representações da realidade concreta, a razão de ser dos
nova forma da relação com a experiência vivida. A transmissão fatos”.
de conteúdos estruturados a partir de fora é considerada como Aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta,
“invasão cultural” ou “depósito de informação” porque não isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido
emerge do saber popular. Se forem necessários textos de se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. O que é
leitura estes deverão ser redigidos pelos próprios educandos aprendido não decorre de uma imposição ou memorização,
com a orientação do educador. mas do nível crítico de conhecimento, ao qual se chega pelo
Em nenhum momento o inspirador e mentor da pedagogia processo de compreensão, reflexão e crítica. O que o educando
libertadora Paulo Freire, deixa de mencionar o caráter transfere, em termos de conhecimento, é o que foi incorporado
essencialmente político de sua pedagogia, o que, segundo suas como resposta às situações de opressão - ou seja, seu
próprias palavras, impede que ela seja posta em prática em engajamento na militância política.
termos sistemáticos, nas instituições oficiais, antes da
transformação da sociedade. Daí porque sua atuação se dê Manifestações na prática escolar - a pedagogia libertadora
mais a nível da educação extraescolar. O que não tem tem como inspirador e divulgador Paulo Freire, que tem
impedido, por outro lado, que seus pressupostos sejam aplicado suas ideias pessoalmente em diversos países,
adotados e aplicados por numerosos professores. primeiro no Chile, depois na África. Entre nós, tem exercido
uma influência expressiva nos movimentos populares e
Métodos de ensino - “Para ser um ato de conhecimento o sindicatos e, praticamente, se confunde com a maior parte das
processo de alfabetização de adultos demanda, entre experiências do que se denomina “educação popular”. Há
educadores e educandos, uma relação de autêntico diálogo; diversos grupos desta natureza que vêm atuando não somente
aquela em que os sujeitos do ato de conhecer se encontram no nível da prática popular, mas também por meio de
mediatizados pelo objeto a ser conhecido” (...) “O diálogo publicações, com relativa independência em relação às ideias
engaja ativamente a ambos os sujeitos do ato de conhecer: originais da pedagogia libertadora. Embora as formulações
educador-educando e educando-educador”. teóricas de Paulo Freire se restrinjam à educação de adultos
Assim sendo, a forma de trabalho educativo é o “grupo de ou à educação popular em geral, muitos professores vêm
discussão a quem cabe autogerir a aprendizagem, definindo o tentando colocá-las em prática em todos os graus de ensino
conteúdo e a dinâmica das atividades. O professor é um formal.
animador que, por princípio, deve descer ao nível dos alunos,
adaptando-se às suas características ao desenvolvimento Tendência Progressista Libertária122
próprio de cada grupo. Deve caminhar ‘junto’, intervir o Papel da escola - a pedagogia libertária espera que a escola
exerça uma transformação na personalidade dos alunos num

121 FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade; Pedagogia do Oprimido e 122 LOBROT, Michel. Pedagogia instotucional, la escuela hacia la autogestión.
Extensão ou Comunicação?, 1978. 1999.

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sentido libertário e autogestionário. A ideia básica é introduzir transformar o aluno em “objeto”. O professor é um orientador
modificações institucionais, a partir dos níveis subalternos e um catalisador, ele se mistura ao grupo para uma reflexão em
que, em seguida, vão “contaminando” todo o sistema. A escola comum.
instituirá, com base na participação grupal, mecanismos Se os alunos são livres frente ao professor, também este o
institucionais de mudança (assembleias, conselhos, eleições, é em relação aos alunos (ele pode, por exemplo, recusar-se a
reuniões, associações etc.), de tal forma que o aluno, uma vez responder uma pergunta, permanecendo em silêncio).
atuando nas instituições “externas”, leve para lá tudo o que Entretanto, essa liberdade de decisão tem um sentido bastante
aprendeu. claro: se um aluno resolve não participar, o faz porque não se
Outra forma de atuação da pedagogia libertária, correlata sente integrado, mas o grupo tem responsabilidade sobre este
a primeira, é - aproveitando a margem de liberdade do sistema fato e vai se colocar a questão; quando o professor se cala
- criar grupos de pessoas com princípios educativos diante de uma pergunta, seu silêncio tem um significado
autogestionários (associações, grupos informais, escolas educativo que pode, por exemplo, ser uma ajuda para que o
autogestionários). Há, portanto, um sentido expressamente grupo assuma a resposta ou a situação criada. No mais, ao
político, à medida que se afirma o indivíduo como produto do professor cabe a função de “conselheiro” e, outras vezes, de
social e que o desenvolvimento individual somente se realiza instrutor-monitor à disposição do grupo. Em nenhum
no coletivo. momento esses papéis do professor se confundem com o de
A autogestão é, assim, o conteúdo e o método; resume “modelo”, pois a pedagogia libertária recusa qualquer forma
tanto o objetivo pedagógico quanto o político. A pedagogia de poder ou autoridade.
libertária, na sua modalidade mais conhecida entre nós, a
“pedagogia institucional”, pretende ser uma forma de Pressupostos de aprendizagem - as formas burocráticas das
resistência contra a burocracia como instrumento da ação instituições existentes, por seu traço de impessoalidade,
dominadora do Estado, que tudo controla (professores, comprometem o crescimento pessoal. A ênfase na
programas, provas etc.), retirando a autonomia. aprendizagem informal, via grupo, e a negação de toda forma
de repressão visam favorecer o desenvolvimento de pessoas
Conteúdos de ensino - as matérias são colocadas à mais livres. A motivação está, portanto, no interesse em
disposição do aluno, mas não são exigidas. São um crescer dentro da vivência grupal, pois supõe-se que o grupo
instrumento a mais, porque importante é o conhecimento que devolva a cada um de seus membros a satisfação de suas
resulta das experiências vividas pelo grupo, especialmente a aspirações e necessidades.
vivência de mecanismos de participação crítica. Somente o vivido, o experimentado é incorporado e
“Conhecimento” aqui não é a investigação cognitiva do real, utilizável em situações novas. Assim, o critério de relevância
para extrair dele um sistema de representações mentais, mas do saber sistematizado é seu possível uso prático. Por isso
a descoberta de respostas às necessidades e às exigências da mesmo, não faz sentido qualquer tentativa de avaliação da
vida social. Assim, os conteúdos propriamente ditos são os que aprendizagem, ao menos em termos de conteúdo.
resultam de necessidades e interesses manifestos pelo grupo e
que não são, necessária nem indispensavelmente, as matérias Outras tendências pedagógicas correlatas - a pedagogia
de estudo. libertária abrange quase todas as tendências antiautoritárias
em educação, entre elas, a anarquista, a psicanalista, a dos
Método de ensino - é na vivência grupal, na forma de sociólogos, e também a dos professores progressistas. Embora
autogestão, que os alunos buscarão encontrar as bases mais Neill e Rogers não possam ser considerados progressistas
satisfatórias de sua própria “instituição”, graças à sua própria (conforme entendemos aqui), não deixam de influenciar
iniciativa e sem qualquer forma de poder. Trata-se de “colocar alguns libertários, como Lobrot. Entre os estrangeiros
nas mãos dos alunos tudo o que for possível: o conjunto da devemos citar Vasquez y Oury entre os mais recentes, Ferrer y
vida, as atividades e a organização do trabalho no interior da Guardia entre os mais antigos. Particularmente significativo é
escola (menos a elaboração dos programas e a decisão dos o trabalho de C. Freinet, que tem sido muito estudado entre
exames que não dependem nem dos docentes, nem dos nós, existindo inclusive algumas escolas aplicando seu método.
alunos)”. Os alunos têm liberdade de trabalhar ou não, ficando Entre os estudiosos e divulgadores da tendência libertária
o interesse pedagógico na dependência de suas necessidades pode-se citar Maurício Tragtenberg, apesar da tônica de seus
ou das do grupo. trabalhos não ser propriamente pedagógica, mas de crítica das
instituições em favor de um projeto autogestionário.
O progresso da autonomia, excluída qualquer direção de
fora do grupo, se dá num “crescendo”: primeiramente a Tendência Progressista “Crítico Social dos
oportunidade de contatos, aberturas, relações informais entre Conteúdos”123
os alunos. Em seguida, o grupo começa a se organizar, de modo Papel da escola - a difusão de conteúdos é a tarefa
que todos possam participar de discussões, cooperativas, primordial. Não conteúdos abstratos, mas vivos, concretos e,
assembleias, isto é, diversas formas de participação e portanto, indissociáveis das realidades sociais. A valorização
expressão pela palavra; quem quiser fazer outra coisa, ou da escola como instrumento de apropriação do saber é o
entra em acordo com o grupo, ou se retira. No terceiro melhor serviço que se presta aos interesses populares, já que
momento, o grupo se organiza de forma mais efetiva e, a própria escola pode contribuir para eliminar a seletividade
finalmente, no quarto momento, parte para a execução do social e torná-la democrática.
trabalho. Se a escola é parte integrante do todo social, agir dentro
dela é também agir no rumo da transformação da sociedade.
Relação professor-aluno - a pedagogia institucional visa Se o que define uma pedagogia crítica é a consciência de seus
“em primeiro lugar, transformar a relação professor-aluno no condicionantes histórico-sociais, a função da pedagogia “dos
sentido da não diretividade, isto é, considerar desde o início a conteúdos” é dar um passo à frente no papel transformador da
ineficácia e a nocividade de todos os métodos à base de escola, mas a partir das condições existentes.
obrigações e ameaças”. Embora professor e aluno sejam Assim, a condição para que a escola sirva aos interesses
desiguais e diferentes, nada impede que o professor se ponha populares é garantir a todos um bom ensino, isto é, a
a serviço do aluno, sem impor suas concepções e ideias, sem apropriação dos conteúdos escolares básicos que tenham

123 SAVIANI, Dermeval, Educação: do senso comum à consciência filosófica. MELLO, Guiomar N de, Magistério de 1° grau. 1982.
2013. CURY, Carlos R. J. Educação e contradição: elementos. 1985.

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ressonância na vida dos alunos. Entendida nesse sentido, a explícita, pelo professor, dos elementos novos de análise a
educação é “uma atividade mediadora no seio da prática social serem aplicados criticamente à prática do aluno.
global”, ou seja, uma das mediações pela qual o aluno, pela Em outras palavras, uma aula começa pela constatação da
intervenção do professor e por sua própria participação ativa, prática real, havendo, em seguida, a consciência dessa prática
passa de uma experiência inicialmente confusa e fragmentada no sentido de referi-la aos termos do conteúdo proposto, na
(sincrética) a uma visão sintética, mais organizada e unificada. forma de um confronto entre a experiência e a explicação do
Em síntese, a atuação da escola consiste na preparação do professor. Vale dizer: vai-se da ação à compreensão e da
aluno para, o mundo adulto e suas contradições, fornecendo- compreensão à ação, até a síntese, o que não é outra coisa
lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da senão a unidade entre a teoria e a prática.
socialização, para uma participação organizada e ativa na
democratização da sociedade. Relação professor-aluno - se o conhecimento resulta de
trocas que se estabelecem na interação entre o meio (natural,
Conteúdos de ensino - são os conteúdos culturais universais social, cultural) e o sujeito, sendo o professor o mediador,
que se constituíram em domínios de conhecimento então a relação pedagógica consiste no provimento das
relativamente autônomos, incorporados pela humanidade, condições em que professores e alunos possam colaborar para
mas permanentemente reavaliados face às realidades sociais. fazer progredir essas trocas. O papel do adulto é insubstituível,
Embora se aceite que os conteúdos são realidades exteriores mas acentua-se também a participação do aluno no processo.
ao aluno, que devem ser assimilados e não simplesmente Ou seja, o aluno, com sua experiência imediata num contexto
reinventados eles não são fechados e refratários às realidades cultural, participa na busca da verdade, ao confrontá-la com os
sociais. Não basta que os conteúdos sejam apenas ensinados, conteúdos e modelos expressos pelo professor.
ainda que bem ensinados, é preciso que se liguem, de forma Mas esse esforço do professor em orientar, em abrir
indissociável, à sua significação humana e social. perspectivas a partir dos conteúdos, implica um envolvimento
Essa maneira de conceber os conteúdos do saber não com o estilo de vida dos alunos, tendo consciência inclusive
estabelece oposição entre cultura erudita e cultura popular, ou dos contrastes entre sua própria cultura e a do aluno. Não se
espontânea, mas uma relação de continuidade em que, contentará, entretanto, em satisfazer apenas as necessidades e
progressivamente, se passa da experiência imediata e carências; buscará despertar outras necessidades, acelerar e
desorganizada ao conhecimento sistematematizado. Não que disciplinar os métodos de estudo, exigir o esforço do aluno,
a primeira apreensão da realidade seja errada, mas é propor conteúdos e modelos compatíveis com suas
necessária a ascensão a uma forma de elaboração superior, experiências vividas, para que o aluno se mobilize para uma
conseguida pelo próprio aluno, com a intervenção do participação ativa.
professor. Evidentemente o papel de mediação exercido em torno da
análise dos conteúdos exclui a não diretividade como forma de
A postura da pedagogia “dos conteúdos” - ao admitir um orientação do trabalho escolar, por que o diálogo adulto-aluno
conhecimento relativamente autônomo - assume o saber como é desigual. O adulto tem mais experiência acerca das
tendo um conteúdo relativamente objetivo, mas, ao mesmo realidades sociais, dispõe de uma formação (ao menos deve
tempo, introduz a possibilidade de uma reavaliação crítica dispor) para ensinar, possui conhecimentos e a ele cabe fazer
frente a esse conteúdo. Como sintetiza Snyders, ao mencionar a análise dos conteúdos em confronto com as realidades
o papel do professor, trata-se, de um lado, de obter o acesso do sociais.
aluno aos conteúdos, ligando-os com a experiência concreta A não diretividade abandona os alunos a seus próprios
dele - a continuidade; mas, de outro, de proporcionar desejos, como se eles tivessem uma tendência espontânea a
elementos de análise crítica que ajudem o aluno a ultrapassar alcançar os objetivos esperados da educação. Sabemos que as
a experiência, os estereótipos, as pressões difusas da ideologia tendências espontâneas e naturais não são “naturais”, antes
dominante - é a ruptura. são tributárias das condições de vida e do meio. Não são
Dessas considerações resulta claro que se pode ir do saber suficientes o amor, a aceitação, para que os filhos dos
ao engajamento político, mas não o inverso, sob o risco de se trabalhadores adquiram o desejo de estudar mais, de
afetar a própria especificidade do saber e até cair-se numa progredir: é necessária a intervenção do professor para levar
forma de pedagogia ideológica, que é o que se critica na o aluno a acreditar nas suas possibilidades, a ir mais longe, a
pedagogia tradicional e na pedagogia nova. prolongar a experiência vivida.

Métodos de ensino - a questão dos métodos se subordina à Pressupostos de aprendizagem - por um esforço próprio, o
dos conteúdos: se o objetivo é privilegiar a aquisição do saber, aluno se reconhece nos conteúdos e modelos sociais
e de um saber vinculado às realidades sociais, é preciso que os apresentados pelo professor; assim, pode ampliar sua própria
métodos favoreçam a correspondência dos conteúdos com os experiência. O conhecimento novo se apoia numa estrutura
interesses dos alunos, e que estes possam reconhecer nos cognitiva já existente, ou o professor provê a estrutura de que
conteúdos o auxílio ao seu esforço de compreensão da o aluno ainda não dispõe. O grau de envolvimento na
realidade (prática social). Assim, nem se trata dos métodos aprendizagem dependa tanto da prontidão e disposição do
dogmáticos de transmissão do saber da pedagogia tradicional, aluno, quanto do professor e do contexto da sala de aula.
nem da sua substituição pela descoberta, investigação ou livre Aprender, dentro da visão da pedagogia dos conteúdos, é
expressão das opiniões, como se o saber pudesse ser desenvolver a capacidade de processar informações e lidar
inventado pela criança, na concepção da pedagogia renovada. com os estímulos do ambiente, organizando os dados
disponíveis da experiência. Em consequência, admite-se o
Os métodos de uma pedagogia crítico-social dos conteúdos princípio da aprendizagem significativa que supõe, como
não partem, então, de um saber artificial, depositado a partir passo inicial, verificar aquilo que o aluno já sabe. O professor
de fora, nem do saber espontâneo, mas de uma relação direta precisa saber (compreender) o que os alunos dizem ou fazem,
com a experiência do aluno, confrontada com o saber trazido o aluno precisa compreender o que o professor procura dizer-
de fora. O trabalho docente relaciona a prática vivida pelos lhes. A transferência da aprendizagem se dá a partir do
alunos com os conteúdos propostos pelo professor, momento momento da síntese, isto é, quando o aluno supera sua visão
em que se dará a “ruptura” em relação à experiência pouco parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora.
elaborada. Tal ruptura apenas é possível com a introdução Resulta com clareza que o trabalho escolar precisa ser
avaliado, não como julgamento definitivo e dogmático do

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professor, mas como uma comprovação para o aluno de seu De base empirista (Paulo Freire se proclamava um deles) e
progresso em direção a noções mais sistematizadas. marxista (com as ideias de Gramsci), essas tendências, no
ensino da língua, valorizam o texto produzido pelo aluno, a
Manifestações na prática escolar124 - o esforço de partir do seu conhecimento de mundo, assim como a
elaboração de uma pedagogia “dos conteúdos” está em propor possibilidade de negociação de sentido na leitura.
modelos de ensino voltados para a interação conteúdos-
realidades sociais; portanto, visando avançar em termos de A partir da LDB 9.394/96, principalmente com a difusão
uma articulação do político e do pedagógico, aquele como das ideias de Piaget, Vygotsky e Wallon, numa perspectiva
extensão deste, ou seja, a educação “a serviço da socio-histórica, essas teorias buscam uma aproximação com
transformação das relações de produção”. Ainda que a curto modernas correntes do ensino da língua que consideram a
prazo se espere do professor maior conhecimento dos linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo,
conteúdos de sua matéria e o domínio de formas de ou seja, como processo de interação verbal, que constitui a sua
transmissão, a fim de garantir maior competência técnica, sua realidade fundamental.
contribuição “será tanto mais eficaz quanto mais seja capaz de
compreender os vínculos de sua prática com a prática social
global”, tendo em vista (...) “a democratização da sociedade
brasileira, o atendimento aos interesses das camadas
populares, a transformação estrutural da sociedade
brasileira”.

Tendências Pedagógicas Pós-LDB 9.394/96125

Após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de


n. º 9.394/96, revalorizam-se as ideias de Piaget, Vygotsky e
Wallon. Um dos pontos em comum entre esses psicólogos é o
fato de serem interacionistas, porque concebem o
conhecimento como resultado da ação que se passa entre o
sujeito e um objeto. De acordo com Aranha126, o conhecimento
não está, então, no sujeito, como queriam os inatistas, nem no
objeto, como diziam os empiristas, mas resulta da interação
entre ambos.

Para citar um exemplo no ensino da língua, segundo essa


perspectiva interacionista, a leitura como processo permite a
possibilidade de negociação de sentidos em sala de aula. O
processo de leitura, portanto, não é centrado no texto,
ascendente, bottom-up, como queriam os empiristas, nem no
receptor, descendente, top-down, segundo os inatistas, mas
ascendente/descendente, ou seja, a partir de uma negociação
de sentido entre enunciador e receptor. Assim, nessa
abordagem interacionista, o receptor é retirado da sua
condição de mero objeto do sentido do texto, de alguém que
estava ali para decifrá-lo, decodificá-lo, como ocorria,
tradicionalmente, no ensino da leitura.

As ideias desses psicólogos interacionistas vêm ao


encontro da concepção que considera a linguagem como forma
de atuação sobre o homem e o mundo e das modernas teorias
sobre os estudos do texto, como a Linguística Textual, a Análise
do Discurso, a Semântica Argumentativa e a Pragmática, entre
outros.

De acordo com esse quadro teórico de José Carlos Libâneo,


deduz-se que as tendências pedagógicas liberais, ou seja, a
tradicional, a renovada e a tecnicista, por se declararem
neutras, nunca assumiram compromisso com as
transformações da sociedade, embora, na prática,
procurassem legitimar a ordem econômica e social do sistema
capitalista. No ensino da língua, predominaram os métodos de
base ora empirista, ora inatista, com ensino da gramática
tradicional, ou sob algumas as influências teóricas do
estruturalismo e do gerativismo, a partir da Lei 5.692/71, da
Reforma do Ensino.

Já as tendências pedagógicas progressistas, em oposição às


liberais, têm em comum a análise crítica do sistema capitalista.

124 SAVIANI, Demerval. Escola e democracia. 1983. LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São Paulo: Loyola,
125 SILVA, Delcio Barros da. As Principais Tendências Pedagógicas na Prática 1990.
Escolar Brasileira e seus Pressupostos de Aprendizagem. 126 ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo:

Editora Moderna, 1998.

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QUADRO SÍNTESE DAS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

Nome da
tendência Papel da escola Conteúdos Métodos Professor x Aluno Aprendizagem Manifestações
pedagógica

São conhecimentos A aprendizagem é


Preparação e valores sociais Exposição e receptiva e Nas escolas que
Autoridade do
Tendência intelectual e moral acumulados através demonstração mecânica, sem se adotam filosofias
professor que exige
Liberal dos alunos para dos tempos e verbal da matéria considerar as humanistas
atitude receptiva do
Tradicional assumir seu papel repassados aos e /ou por meio de características clássicas ou
aluno.
na sociedade. alunos como modelos. próprias de cada científicas.
verdades absolutas. idade.

Os conteúdos são
Por meio de É baseada na
A escola deve estabelecidos a Montessori,
Tendência experiências, O professor é motivação e na
adequar as partir das Decroly, Dewey,
Liberal pesquisas e auxiliador no estimulação de
necessidades experiências Piaget, Cousinet,
Renovada método de desenvolvimento problemas. O
individuais ao meio vividas pelos Lauro de Oliveira
Progressivista solução de livre da criança. aluno aprende
social. alunos frente às Lima.
problemas. fazendo.
situações problema.

Educação
centralizada no
Tendência
Baseia-se na busca aluno; o professor Aprender é
Liberal Método baseado Carl Rogers,
Formação de dos conhecimentos deve garantir um modificar as
Renovada Não na facilitação da “Sumerhill”,
atitudes. pelos próprios clima de percepções da
Diretiva (Escola aprendizagem. escola de A. Neill.
alunos. relacionamento realidade.
Nova)
pessoal e autêntico,
baseado no respeito.

Procedimentos e Relação objetiva em


É modeladora do São informações Skinner, Gagné,
Tendência técnicas para a que o professor Aprendizagem
comportamento ordenadas numa Bloon, Mager.
Liberal transmissão e transmite baseada no
humano através de sequência lógica e Leis 5.540/68 e
Tecnicista recepção de informações e o desempenho.
técnicas específicas. psicológica. 5.692/71.
informações. aluno deve fixá-las.

Não atua em escolas, Valorização da


porém visa levar experiência vivida
professores e alunos Temas geradores como base da
Tendência a atingir um nível de retirados da A relação é de igual relação educativa.
Grupos de
Progressista consciência da problematização do para igual, Codificação- Paulo Freire.
discussão.
Libertadora realidade em que cotidiano dos horizontalmente. decodificação.
vivem na busca da educandos. Resolução da
transformação situação
social. problema.

Também prima Lobrot, C.


pela valorização Freinet, Miguel
Transformação da É não diretiva, o
Tendência As matérias são Vivência grupal da vivência Gonzales,
personalidade num professor é
Progressista colocadas, mas não na forma de cotidiana. Vasquez, Oury,
sentido libertário e orientador e os
Libertária exigidas. autogestão. Aprendizagem Maurício
autogestionário. alunos livres.
informal via Tragtenberg,
grupo. Ferrer y Guardia.

O método parte
Makarenko, B.
Tendência de uma relação
Conteúdos culturais Papel do aluno como Baseadas nas Charlot,
Progressista direta da
universais que são participador e do estruturas Suchodolski,
“Crítico-social Difusão dos experiência do
incorporados pela professor como cognitivas já Manacorda, G.
dos conteúdos conteúdos. aluno
humanidade frente mediador entre o estruturadas nos Snyders
ou histórico- confrontada com
à realidade social. saber e o aluno. alunos. Demerval
crítica” o saber
Saviani.
sistematizado.

Questões

01. (SEDUC/RO - Professor de História - FUNCAB) Na tendência tradicional, a Pedagogia Liberal se caracteriza por:
(A) subordinar a educação à sociedade, tendo como função a preparação de recursos humanos por meio da profissionalização.
(B) valorizar a autoeducação, a experiência direta sobre o meio pela atividade e o ensino centrado no aluno e no grupo.
(C) acentuar o ensino humanístico, de cultura geral, através do qual o aluno deve atingir pelo seu próprio esforço, sua plena
realização.
(D) considerar a educação um processo interno, que parte das necessidades e dos interesses individuais.
(E) focar no aprender a aprender, ou seja, é mais importante o processo de aquisição do saber do que o saber propriamente.

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02. (INSS - Analista - Pedagogia - FUNRIO) A ênfase em Nessa perspectiva, o Projeto Político Pedagógico vai além
um ensino funcional ou ativo, baseado nos interesses naturais de um simples agrupamento de planos de ensino e de
das crianças e no trabalho em grupo ou em comunidade, para atividades diversas. O projeto não é algo que é construído e em
criar o hábito da cooperação e incentivar a relação entre a seguida arquivado ou encaminhado às autoridades
escola e a vida. Essas são características de uma pedagogia educacionais como prova do cumprimento de tarefas
baseada burocráticas. Ele é construído e vivenciado em todos os
(A) na teoria crítico-social dos conteúdos. momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo
(B) na naturalização das práticas pedagógicas. da escola.
(C) nos princípios escolanovistas. O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação
(D) na utilização de técnicas motivacionais. intencional, com um sentido explícito, com um compromisso
(E) em aprendizagens de abordagem behaviorista. definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da
escola é, também, um projeto político por estar intimamente
03. (TJ/DF - Analista Judiciário - Pedagogia - CESPE) A articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses
partir das concepções pedagógicas, julgue o item seguinte: As reais e coletivos da população majoritária. É político no
experiências de alfabetização de jovens e adultos inspiradas sentido de compromisso com a formação do cidadão para um
nas ideias do educador Paulo Freire são exemplo da concepção tipo de sociedade.
liberal renovada progressista.
( ) Certo ( ) Errado “A dimensão política se cumpre na medida em que ela se
realiza enquanto prática especificamente pedagógica”.
04. (TJ/DF - Analista Judiciário - Pedagogia - CESPE) A
partir das concepções pedagógicas, julgue o item seguinte: Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da
Manacorda é um dos autores que retratam em suas obras os efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do
pressupostos da concepção progressista libertadora. cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e
( ) Certo ( ) Errado criativo. Pedagógico, no sentido de definir as ações educativas
e as características necessárias às escolas de cumprirem seus
05. (TJ/DF - Analista Judiciário - Pedagogia - CESPE) A propósitos e sua intencionalidade.
partir das concepções pedagógicas, julgue o item seguinte: As Político e pedagógico têm assim uma significação
escolas que utilizam o método montessoriano são indissociável. Neste sentido é que se deve considerar o projeto
consideradas uma manifestação da concepção liberal político-pedagógico como um processo permanente de
tradicional. reflexão e discussão dos problemas da escola, na busca de
( ) Certo ( ) Errado alternativas viáveis a efetivação de sua intencionalidade, que
“não é descritiva ou constatativa, mas é constitutiva”.
Gabarito Por outro lado, propicia a vivência democrática necessária
para a participação de todos os membros da comunidade
01.C / 02.C / 03.Errada / 04.Errada / 05.Errada escolar e o exercício da cidadania. Pode parecer complicado,
mas trata-se de uma relação recíproca entre a dimensão
política e a dimensão pedagógica da escola.
9. Projeto Político
Pedagógico. O Projeto Político-Pedagógico, ao se constituir em
processo democrático de decisões, preocupa-se em instaurar
uma forma de organização do trabalho pedagógico que
Desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da supere os conflitos, buscando eliminar as relações
Educação Nacional (LDB), em 1996, toda escola precisa ter um competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a
projeto político-pedagógico (o PPP, ou simplesmente Projeto rotina do mando impessoal e racionalizado da burocracia
Pedagógico). que permeia as relações no interior da escola, diminuindo
No sentido etimológico, o termo projeto vem do latim os efeitos fragmentários da divisão do trabalho que reforça
projectu, particípio passado do verbo projicere, que significa as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão.
lançar para diante. Plano, intento, desígnio. Empresa,
empreendimento. Redação provisória de lei. Plano geral de Desse modo, o projeto político-pedagógico tem a ver com a
edificação. organização do trabalho pedagógico em dois níveis: como
Segundo Veiga127, ao construirmos os projetos de nossas organização da escola num todo e como organização da
escolas, planejamos o que temos intenção de fazer, de realizar. sala de aula, incluindo sua relação com o contexto social
Lançamo-nos para diante, com base no que temos, buscando o imediato, procurando preservar a visão de totalidade.
possível. É antever um futuro diferente do presente. Nesta caminhada será importante ressaltar que o projeto
político-pedagógico busca a organização do trabalho
Nas palavras de Gadotti128: pedagógico da escola na sua globalidade.
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas A principal possibilidade de construção do projeto
para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado político-pedagógico passa pela relativa autonomia da escola,
confortável para arriscar-se, atravessar um período de de sua capacidade de delinear sua própria identidade. Isto
instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da significa resgatar a escola como espaço público, lugar de
promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o debate, do diálogo, fundado na reflexão coletiva.
presente. Um projeto educativo pode ser tomado com a Portanto, é preciso entender que o projeto político-
promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam pedagógico da escola dará indicações necessárias à
visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores organização do trabalho pedagógico, que inclui o trabalho do
e autores. professor na dinâmica interna da sala de aula.
Buscar uma nova organização para a escola constitui uma
ousadia para os educadores, pais, alunos e funcionários. E para

127 VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (org) Projeto político-pedagógico da 128 GADOTTI, Moacir. "Pressupostos do projeto pedagógico". In: MEC, Anais

escola: uma construção possível. 14ª edição Papirus, 2002. da Conferência Nacional de Educação para Todos. Brasília, 1994.

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enfrentarmos essa ousadia, necessitamos de um referencial da escola é, portanto, uma exigência de seu projeto político-
que fundamente a construção do projeto político-pedagógico. pedagógico.
A questão é, pois, saber a qual referencial temos que Ela exige, em primeiro lugar, uma mudança de
recorrer para a compreensão de nossa prática pedagógica. mentalidade de todos os membros da comunidade escolar.
Nesse sentido, temos que nos alicerçar nos pressupostos de Mudança que implica deixar de lado o velho preconceito de
uma teoria pedagógica crítica viável, que parta da prática que a escola pública é apenas um aparelho burocrático do
social e esteja compromissada em solucionar os problemas da Estado e não uma conquista da comunidade.
educação e do ensino de nossa escola.
Uma teoria que subsidie o projeto político-pedagógico e, A gestão democrática da escola implica que a
por sua vez, a prática pedagógica que ali se processa deve estar comunidade, os usuários da escola, sejam os seus dirigentes e
ligada aos interesses da maioria da população. Faz-se gestores e não apenas os seus fiscalizadores ou meros
necessário, também, o domínio das bases teórico- receptores dos serviços educacionais. Os pais, alunos,
metodológicas indispensáveis à concretização das concepções professores e funcionários assumem sua parte na
assumidas coletivamente. Mais do que isso, afirma Freitas129 responsabilidade pelo projeto da escola.
que:
Há pelo menos duas razões, que justificam a implantação
As novas formas têm que ser pensadas em um contexto de de um processo de gestão democrática na escola pública:
luta, de correlações de força - às vezes favoráveis, às vezes 1º: a escola deve formar para a cidadania e, para isso, ela
desfavoráveis. Terão que nascer no próprio “chão da escola”, deve dar o exemplo.
com apoio dos professores e pesquisadores. Não poderão ser 2º: porque a gestão democrática pode melhorar o que é
inventadas por alguém, longe da escola e da luta da escola. específico da escola, isto é, o seu ensino.

Se a escola se nutre da vivência cotidiana de cada um de A participação na gestão da escola proporcionará um


seus membros, coparticipantes de sua organização do trabalho melhor conhecimento do funcionamento da escola e de todos
pedagógico à administração central, seja o Ministério da os seus atores. Proporcionará um contato permanente entre
Educação, a Secretaria de Educação Estadual ou Municipal, não professores e alunos, o que leva ao conhecimento mútuo e, em
compete a eles definir um modelo pronto e acabado, mas sim consequência, aproximará também as necessidades dos
estimular inovações e coordenar as ações pedagógicas alunos dos conteúdos ensinados pelos professores.
planejadas e organizadas pela própria escola. O aluno aprende apenas quando ele se torna sujeito da sua
Em outras palavras, as escolas necessitam receber própria aprendizagem. E para ele tornar-se sujeito da sua
assistência técnica e financeira decidida em conjunto com as aprendizagem ele precisa participar das decisões que dizem
instâncias superiores do sistema de ensino. respeito ao projeto da escola que faz parte também do projeto
Isso pode exigir, também, mudanças na própria lógica de de sua vida.
organização das instâncias superiores, implicando uma
mudança substancial na sua prática. Para que a construção do A autonomia e a participação - pressupostos do projeto
projeto político-pedagógico seja possível não é necessário político-pedagógico da escola, não se limitam à mera
convencer os professores, a equipe escolar e os funcionários a declaração de princípios consignados em alguns documentos.
trabalhar mais, ou mobilizá-los de forma espontânea, mas Sua presença precisa ser sentida no conselho de escola ou
propiciar situações que lhes permitam aprender a pensar e a colegiado, mas também na escolha do livro didático, no
realizar o fazer pedagógico de forma coerente. planejamento do ensino, na organização de eventos culturais,
A escola não tem mais possibilidade de ser dirigida de cima de atividades cívicas, esportivas, recreativas. Não basta apenas
para baixo e na ótica do poder centralizador que dita as assistir reuniões.
normas e exerce o controle técnico burocrático. A luta da A gestão democrática deve estar impregnada por certa
escola é para a descentralização em busca de sua autonomia e atmosfera que se respira na escola, na circulação das
qualidade. informações, na divisão do trabalho, no estabelecimento do
O projeto político-pedagógico não visa simplesmente a um calendário escolar, na distribuição das aulas, no processo de
rearranjo formal da escola, mas a uma qualidade em todo o elaboração ou de criação de novos cursos ou de novas
processo vivido. Vale acrescentar, ainda, que a organização do disciplinas, na formação de grupos de trabalho, na capacitação
trabalho pedagógico da escola tem a ver com a organização da dos recursos humanos, etc.
sociedade. A escola nessa perspectiva é vista como uma
instituição social, inserida na sociedade capitalista, que reflete Então não se esqueça:
no seu interior as determinações e contradições dessa 1- O projeto político pedagógico da escola pode ser
sociedade. entendido como um processo de mudança e definição de um
Está hoje inserido num cenário marcado pela diversidade. rumo, que estabelece princípios, diretrizes e propostas de ação
Cada escola é resultado de um processo de desenvolvimento para melhor organizar, sistematizar e significar as atividades
de suas próprias contradições. Não existem duas escolas desenvolvidas pela escola como um todo. Sua dimensão
iguais. Diante disso, desaparece aquela arrogante pretensão de política pedagógica pressupõe uma construção participativa
saber de antemão quais serão os resultados do projeto. A que envolve ativamente os diversos segmentos escolares e a
arrogância do dono da verdade dá lugar à criatividade e ao própria comunidade onde a escola se insere.
diálogo. A pluralidade de projetos pedagógicos faz parte da 2- Quando a atuação ocorre em um planejamento
história da educação da nossa época. Por isso, não deve existir participativo, as pessoas ressignificam suas experiências,
um padrão único que oriente a escolha do projeto das escolas. refletem suas práticas, resgatam, reafirmam e atualizam
Não se entende, portanto, uma escola sem autonomia para valores. Explicitam seus sonhos e utopias, demonstram seus
estabelecer o seu projeto e autonomia para executá-lo e avaliá- saberes, suas visões de mundo, de educação e o conhecimento,
lo. A autonomia e a gestão democrática da escola fazem parte dão sentido aos seus projetos individuais e coletivos,
da própria natureza do ato pedagógico. A gestão democrática reafirmam suas identidades estabelecem novas relações de
convivência e indicam um horizonte de novos caminhos,

129 FREITAS Luiz Carlos. "Organização do trabalho pedagógico". Palestra

proferida no 11 Seminário Internacional de Alfabetização e Educação. Novo


Hamburgo, agosto de 1991.

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possibilidades e propostas de ação. Este movimento visa fazer e de fazer história, diante dos fins históricos da sociedade
promover a transformação necessária e desejada pelo coletivo humana”.
escolar e comunitário e a assunção de uma intencionalidade Nesta perspectiva, o autor chama atenção para o fato de
política na organização do trabalho pedagógico escolar. que a qualidade se centra no desafio de manejar os
3- Para que o projeto seja impregnado por uma instrumentos adequados para fazer a história humana. A
intencionalidade significadora, é necessário que as partes qualidade formal está relacionada com a qualidade política e
envolvidas na prática educativa de uma escola estejam esta depende da competência dos meios.
profundamente integradas na constituição e que haja vivencia A escola de qualidade tem obrigação de evitar de todas as
dessa intencionalidade. A comunidade escolar então tem que maneiras possíveis a repetência e a evasão. Tem que garantir
estar envolvida na construção e explicitação dessa mesma a meta qualitativa do desempenho satisfatório de todos.
intencionalidade. Qualidade para todos, portanto, vai além da meta quantitativa
de acesso global, no sentido de que as crianças, em idade
Processos e Princípios de Construção escolar, entrem na escola. É preciso garantir a permanência
dos que nela ingressarem. Em síntese, qualidade “implica
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB 9394/96, no consciência crítica e capacidade de ação, saber e mudar”.
artigo 12, define claramente a incumbência da escola de O projeto político-pedagógico, ao mesmo tempo em que
elaborar o seu projeto pedagógico. exige dos educadores, funcionários, alunos e pais a definição
Além disso, explicita uma compreensão de escola para clara do tipo de escola que intentam, requer a definição de fins.
além da sala de aula e dos muros da escola, no sentido desta Assim, todos deverão definir o tipo de sociedade e o tipo de
estar inserida em um contexto social e que procure atender às cidadão que pretendem formar. As ações especificas para a
exigências não só dos alunos, mas de toda a sociedade. obtenção desses fins são meios. Essa distinção clara entre fins
Ainda coloca, nos artigos 13 e 14, como tarefa de e meios é essencial para a construção do projeto político-
professores, supervisores e orientadores a responsabilidade pedagógico.
de participar da elaboração desse projeto.
A construção do projeto político-pedagógico numa Gestão Democrática: é um princípio consagrado pela
perspectiva emancipatória se constitui num processo de Constituição vigente e abrange as dimensões pedagógica,
vivência democrática à medida que todos os segmentos que administrativa e financeira. Ela exige uma ruptura histórica
compõem a comunidade escolar e acadêmica, devem na prática administrativa da escola, com o enfrentamento das
participar, comprometidos com a integridade do seu questões de exclusão e reprovação e da não permanência do
planejamento, de modo que todos assumem o compromisso aluno na sala de aula, o que vem provocando a marginalização
com a totalidade do trabalho educativo. das classes populares. Esse compromisso implica a construção
Segundo Veiga130, a abordagem do projeto político- coletiva de um projeto político-pedagógico ligado à educação
pedagógico, como organização do trabalho da escola como um das classes populares.
todo, está fundada nos princípios que deverão nortear a escola A gestão democrática exige a compreensão em
democrática, pública e gratuita: profundidade dos problemas postos pela prática pedagógica.
Ela visa romper com a separação entre concepção e execução,
Igualdade: de condições para acesso e permanência na entre o pensar e o fazer, entre teoria e prática. Busca resgatar
escola. Saviani131 alerta-nos para o fato de que há uma o controle do processo e do produto do trabalho pelos
desigualdade no ponto de partida, mas a igualdade no ponto educadores.
de chegada deve ser garantida pela mediação da escola. O Implica principalmente o repensar da estrutura de poder
autor destaca: Portanto, só é possível considerar o processo da escola, tendo em vista sua socialização. A socialização do
educativo em seu conjunto sob a condição de se distinguir a poder propicia a prática da participação coletiva, que atenua o
democracia com a possibilidade no ponto de partida e individualismo; da reciprocidade, que elimina a exploração; da
democracia como realidade no ponto de chegada. Igualdade de solidariedade, que supera a opressão; da autonomia, que anula
oportunidades requer, portanto, mais que a expansão a dependência de órgãos intermediários que elaboram
quantitativa de ofertas; requer ampliação do atendimento com políticas educacionais das quais a escola é mera executora.
simultânea manutenção de qualidade. A busca da gestão democrática inclui, necessariamente, a
ampla participação dos representantes dos diferentes
Qualidade: que não pode ser privilégio de minorias segmentos da escola nas decisões/ações administrativo-
econômicas e sociais. O desafio que se coloca ao projeto pedagógicas ali desenvolvidas. Nas palavras de Marques133: A
político-pedagógico da escola é o de propiciar uma qualidade participação ampla assegura a transparência das decisões,
para todos. A qualidade que se busca implica duas dimensões fortalece as pressões para que sejam elas legítimas, garante o
indissociáveis: a formal ou técnica e a política. Uma não está controle sobre os acordos estabelecidos e, sobretudo,
subordinada a outra; cada uma delas tem perspectivas contribui para que sejam contempladas questões que de outra
próprias. forma não entrariam em cogitação.
Neste sentido, fica claro entender que a gestão
Formal ou Técnica - enfatiza os instrumentos e os democrática, no interior da escola, não é um princípio fácil de
métodos, a técnica. A qualidade formal não está afeita, ser consolidado, pois trata-se da participação crítica na
necessariamente, a conteúdos determinados. Demo132 afirma construção do projeto político-pedagógico e na sua gestão.
que a qualidade formal: “(...) significa a habilidade de manejar
meios, instrumentos, formas, técnicas, procedimentos diante dos Liberdade: o princípio da liberdade está sempre associado
desafios do desenvolvimento”. à ideia de autonomia. O que é necessário, portanto, como ponto
de partida, é o resgate do sentido dos conceitos de autonomia
Política - a qualidade política é condição imprescindível da e liberdade. A autonomia e a liberdade fazem parte da própria
participação. Está voltada para os fins, valores e conteúdos. natureza do ato pedagógico. O significado de autonomia
Quer dizer “a competência humana do sujeito em termos de se

130 VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (org) Projeto político-pedagógico da 132 DEMO Pedro. Educação e qualidade. Campinas, Papirus,1994.
escola: uma construção possível. 12ª edição Papirus, 2002. 133 MARQUES, Mário Osório. "Projeto pedagógico: A marca da escola". In:
131 SAVIANI, Dermeval. "Para além da curvatura da 'vara". In: Revista Ande Revista Educação e Contexto. Projeto pedagógico e identidade da escola no 18.
no 3. São Paulo, 1982. ljuí, Unijuí, abr./jun. 1990.

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remete-nos para regras e orientações criadas pelos próprios Estratégia de Planejamento


sujeitos da ação educativa, sem imposições externas.
Marco Referencial: é necessário definir o conjunto de
Para Rios134, a escola tem uma autonomia relativa e a ideias, de opções e teorias que orientará a prática da escola.
liberdade é algo que se experimenta em situação e esta é Para tanto, é preciso analisar em que contexto a escola está
uma articulação de limites e possibilidades. Para a autora, a inserida. Para assim definir e explicitar com que tipo de
liberdade é uma experiência de educadores e constrói-se na sociedade a escola se compromete, que tipo de pessoas ela
vivência coletiva, interpessoal. Portanto, “somos livres com os buscará formar e qual a sua intencionalidade político, social,
outros, não, apesar dos outros”. Se pensamos na liberdade na cultural e educativa. Esta assunção permite clarear os critérios
escola, devemos pensá-la na relação entre administradores, de ação para planejar como se deseja a escola no que se refere
professores, funcionários e alunos que aí assumem sua parte à dimensão pedagógica, comunitária e administrativa.
de responsabilidade na construção do projeto político- É um momento que requer estudos, reflexões teóricas,
pedagógico e na relação destes com o contexto social mais análise do contexto, trabalho individual, em grupo, debates,
amplo. elaboração escrita. Devem ser criadas estratégias para que
A liberdade deve ser considerada, também, como todos os segmentos envolvidos com a construção do projeto
liberdade para aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a arte e político-pedagógico possam refletir, se posicionar acerca do
o saber direcionados para uma intencionalidade definida contexto em que a escola se insere. É necessário partir da
coletivamente. realidade local, para compreendê-la numa dimensão mais
ampla. Então se deve analisar e discutir como vivem as pessoas
Valorização do magistério: é um princípio central na da comunidade, de onde vieram quais grupos étnicos a
discussão do projeto político-pedagógico. A qualidade do compõem, qual o trabalho que realizam como são as relações
ensino ministrado na escola e seu sucesso na tarefa de formar deste trabalho, como é a vida no período da infância,
cidadãos capazes de participar da vida socioeconômica, juventude, idade adulta e a melhor idade (idoso) nesta
política e cultural do país relacionam-se estreitamente a comunidade, quais são as formas de organização desta
formação (inicial e continuada), condições de trabalho comunidade, etc.
(recursos didáticos, recursos físicos e materiais, dedicação A partir da reflexão sobre estes elementos pode-se discutir
integral à escola, redução do número de alunos na sala de aula a relação que eles têm no tempo histórico, no sentido de
etc.), remuneração, elementos esses indispensáveis à perceber mudanças ocorridas na forma de vida das pessoas e
profissionalização do magistério. da comunidade. Analisar o que tem de comum e tentar fazer
O reforço à valorização dos profissionais da educação, relação com outros espaços, com a sociedade como um todo.
garantindo-lhes o direito ao aperfeiçoamento profissional Discutir como se vê a sociedade brasileira, quais são os valores
permanente, significa “valorizar a experiência e o que estão presentes, como estes são manifestados, se as
conhecimento que os professores têm a partir de sua prática pessoas estão satisfeitas com esta sociedade e o seu modo de
pedagógica”. organização.

A formação continuada é um direito de todos os Para delimitar o marco doutrinal do projeto político-
profissionais que trabalham na escola, uma vez que não só ela pedagógico propõe-se discutir: que tipo de sociedade nós
possibilita a progressão funcional baseada na titulação, na queremos construir, com que valores, o que significa ser
qualificação e na competência dos profissionais, mas também sujeito nesta sociedade, como a escola pode colaborar com
propicia, fundamentalmente, o desenvolvimento profissional a formação deste sujeito durante a sua vida.
dos professores articulado com as escolas e seus projetos.
A formação continuada deve estar centrada na escola e Para definirmos o marco operativo sugere-se que
fazer parte do projeto político-pedagógico. Assim, compete à analisemos a concepção e os princípios para o papel que a
escola: escola pode desempenhar na sociedade.
- proceder ao levantamento de necessidades de formação
continuada de seus profissionais; Propomos a partir da leitura de textos, da compreensão de
- elaborar seu programa de formação, contando com a cada um, discutir com todos os segmentos como queremos que
participação e o apoio dos órgãos centrais, no sentido de seja nossa escola, que tipo de educação precisamos
fortalecer seu papel na concepção, na execução e na avaliação desenvolver para ajudar a construir a sociedade que
do referido programa. idealizamos como entendemos que ser a proposta pedagógica
Daí, passarem a fazer parte dos programas de formação da escola, como devem ser as relações entre direção, equipe
continuada, questões como cidadania, gestão democrática, pedagógica, professores, alunos, pais, comunidade, como a
avaliação, metodologia de pesquisa e ensino, novas escola pode envolver a comunidade e se fazer presente nela,
tecnologias de ensino, entre outras. analisando qual a importância desta relação para os sujeitos
Inicialmente, convém alertar para o fato de que que dela participam.
essa tomada de consciência, dos princípios do projeto político-
pedagógico, não pode ter o sentido espontaneísta de se cruzar Marco Diagnóstico: é o segundo passo da construção do
os braços diante da atual organização da escola, que inibe a projeto e se constitui num momento importante que permite
participação de educadores, funcionários e alunos no processo uma radiografia da situação em que a escola se encontra na
de gestão. organização e desenvolvimento do seu trabalho pedagógico
É preciso ter consciência de que a dominação no interior acima de tudo, tendo por base, o marco referencial, fazer
da escola efetiva-se por meio das relações de poder que se comparações e estabelecer necessidades para se chegar à
expressam nas práticas autoritárias e conservadoras dos intencionalidade do projeto.
diferentes profissionais, distribuídos hierarquicamente, bem
como por meio das formas de controle existentes no interior O documento produzido sobre o marco referencial deve
da organização escolar. Por outro lado, a escola é local de ser lido por todos. Com base neste documento deve-se
desenvolvimento da consciência crítica da realidade. elaborar um roteiro de discussão para comparar todos os
elementos que aparecem no documento com a prática social

134 RIOS, Terezinha. "Significado e pressupostos do projeto pedagógico". In:

Série Ideias. São Paulo, FDE,1982.

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vivida, ou seja, discutir como de fato se dá a relação entre É importante reiterar que, quando se busca uma nova
escola e a comunidade, como ela trabalha com os organização do trabalho pedagógico, está se considerando que
conhecimentos que os alunos trazem da sua prática social, as relações de trabalho, no interior da escola deverão estar
como os conteúdos são escolhidos, como os professores calçadas nas atitudes de solidariedade, de reciprocidade e de
planejam o seu trabalho pedagógico da escola, como e quando participação coletiva, em contraposição à organização regida
se avalia o trabalho na sala de aula e o trabalho pedagógico da pelos princípios da divisão do trabalho da fragmentação e do
escola, quem participa desta avaliação, como a escola tem controle hierárquico.
definido a sua opção teórica no trabalho pedagógico, como se É nesse movimento que se verifica o confronto de
dão as relações e a participação de alunos, professores, interesses no interior da escola. Por isso todo esforço de se
coordenadores, diretores, pais, funcionários e comunidade na gestar uma nova organização deve levar em conta as condições
organização do trabalho pedagógico escolar. concretas presentes na escola. Há uma correlação de forças e é
Estes dados precisam ser sistematizados e discutidos por nesse embate que se originam os conflitos, as tensões, as
todos da equipe que elabora o projeto. Com a finalização do rupturas, propiciando a construção de novas formas de
diagnóstico da escola e de sua relação com a comunidade relações de trabalho, com espaços abertos à reflexão coletiva
pode-se definir um plano de ação e as grandes estratégias que que favoreçam o diálogo, a comunicação horizontal entre os
devem ser perseguidas para atingir a intencionalidade diferentes segmentos envolvidos com o processo educativo, a
assumida no marco referencial. descentralização do poder.

Propostas de Ação ou Marco da Programação: este é o Histórico da instituição: sua criação, ato normativo,
momento em que se procura pensar estratégias, linhas de origem de seu nome, etc.
ação, normas, ações concretas permanentes e temporárias
para responder às necessidades apontadas a partir do Abrangência da ação educativa referente:
diagnóstico tendo por referência sempre à intencionalidade - Nível de ensino e suas etapas;
assumida. Assim, cada problema constatado, cada necessidade - Modalidades de educação que irá atender;
apontada é preciso definir uma proposta de ação. - Aos profissionais, considerando: à área, o trabalho da
Esta proposta de ação pode ser pensada a partir de grandes equipe pedagógica e administrativa;
metas. Para cada meta pode-se definir ações permanentes, - À comunidade externa: entorno social.
ações de curto, médio e longo prazo, normas e estratégias para
atingir a meta definida. Além disso, é preciso justificar cada Objetivos: gerais, observando os objetivos definidos pela
meta, traçar seus objetivos, sua metodologia, os recursos instituição.
necessários, os responsáveis pela execução, o cronograma e
como será feita a avaliação. Princípios legais e norteadores da ação: a instituição
Com base nesses três momentos que devem estar deve observar ainda os planos e Políticas (federal, estadual ou
dialeticamente articulados elabora-se o projeto político- municipal) de Educação. A partir da identificação dos
pedagógico, o qual precisa também de forma coletiva ser princípios registrados nas legislações em vigor, deve explicitar
executado, avaliado e (re)planejado. o sentido que os mesmos adquirem em seu contexto de ação.

Currículo: identificar o paradigma curricular em


Resumindo, temos três marcos importantes: concordância com sua opção do método, da teoria que orienta
- marco referencial: posicionamento político e pedagógico
sua prática. Implica, necessariamente, a interação entre
guiados por um ideal do que se quer alcançar, as referências e
sujeitos que têm um mesmo objetivo e a opção por um
a missão da escola na sociedade são discutidas e definidas;
referencial teórico que o sustente. Na organização curricular é
- marco diagnóstico: a busca das necessidades a partir da
preciso considerar alguns pontos básicos:
realidade orientada pela indagação do que nos falta para ser o
que desejamos;
1º - é o de que o currículo não é um instrumento neutro. O
- marco da programação: elaboração de uma proposta de
ação estruturada a partir da ideia do que faremos currículo passa ideologia, e a escola precisa identificar e
concretamente para suprir as necessidades. desvelar os componentes ideológicos do conhecimento escolar
que a classe dominante utiliza para a manutenção de
privilégios. A determinação do conhecimento escolar,
Etapas portanto, implica uma análise interpretativa e crítica, tanto da
Devemos analisar e compreender a organização do cultura dominante, quanto da cultura popular. O currículo
trabalho pedagógico, no sentido de se gestar uma nova expressa uma cultura.
organização que reduza os efeitos de sua divisão do trabalho, 2º - é o de que o currículo não pode ser separado do
de sua fragmentação e do controle hierárquico. contexto social, uma vez que ele é historicamente situado e
Nessa perspectiva, a construção do projeto político- culturalmente determinado.
pedagógico é um instrumento de luta, é uma forma de 3º - diz respeito ao tipo de organização curricular que a
contrapor-se à fragmentação do trabalho pedagógico e sua escola deve adotar. Em geral, nossas instituições têm sido
rotinização, à dependência e aos efeitos negativos do poder orientadas para a organização hierárquica e fragmentada do
autoritário e centralizador dos órgãos da administração conhecimento escolar.
central. 4º - refere-se a questão do controle social, já que o
As etapas de elaboração de um projeto pedagógico podem currículo formal (conteúdos curriculares, metodologia e
assim ser definidas: recursos de ensino, avaliação e relação pedagógica) implica
controle. Por outro lado, o controle social é instrumentalizado
Cronograma de trabalho e definição da divisão de pelo currículo oculto, entendido este como as “mensagens
tarefas: definição da periodicidade e das tarefas para a transmitidas pela sala de aula e pelo ambiente escolar”.
elaboração do projeto pedagógico. Definir um prazo faz com
que haja organização e compromisso com o trabalho de Assim, toda a gama de visões do mundo, as normas e os
elaboração. valores dominantes são passados aos alunos no ambiente
escolar, no material didático e mais especificamente por
intermédio dos livros didáticos, na relação pedagógica, nas

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rotinas escolares. Os resultados do currículo oculto projeto político-pedagógico em ação. É preciso tempo para os
“estimulam a conformidade a ideais nacionais e convenções estudantes se organizarem e criarem seus espaços para além
sociais ao mesmo tempo que mantêm desigualdades da sala de aula.
socioeconômicas e culturais”.
Orientar a organização curricular para fins emancipatórios Acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico:
implica, inicialmente desvelar as visões simplificadas de parâmetros, mecanismos de avaliação interna e externa,
sociedade, concebida como um todo homogêneo, e de ser responsáveis, cronograma.
humano como alguém que tende a aceitar papéis necessários Esses são alguns elementos que devem ser abordados no
à sua adaptação ao contexto em que vive. Controle social na projeto pedagógico.
visão crítica, é uma contribuição e uma ajuda para a Geralmente encontram-se documentos com a seguinte
contestação e a resistência à ideologia veiculada por organização: apresentação, dados de identificação,
intermédio dos currículos escolares. organograma, histórico, filosofia, pressupostos teóricos e
metodológicos, objetivos, organização curricular, processo de
Ensino, aprendizagem e avaliação: orientações didáticas avaliação da aprendizagem, avaliação institucional, processo
e metodológicas quanto à educação infantil, ensino de formação continuada, organização e utilização do espaço
fundamental, ensino médio, educação especial, educação de físico, projetos/programas, referências, anexos, apêndices,
jovens e adultos, educação profissional. Mecanismos de dentre outros:
acompanhamento pedagógico, de recuperação paralela, de
avaliação: indicadores de aprendizagem, diretrizes, Finalidades
procedimentos e instrumentos de recuperação e avaliação. Segundo Veiga136, a escola persegue finalidades. É
importante ressaltar que os educadores precisam ter clareza
Programa de formação continuada: concepção, das finalidades de sua escola. Para tanto há necessidade de se
objetivos, eixos, política e estratégia. refletir sobre a ação educativa que a escola desenvolve com
base nas finalidades e nos objetivos que ela define. As
Formas de relacionamento com a comunidade: finalidades da escola referem-se aos efeitos intencionalmente
concepção de educação comunitária, princípios, objetivos e pretendidos e almejados.
estratégias. Alves137 afirma que há necessidade de saber se a escola
dispõe de alguma autonomia na determinação das finalidades
Organização do tempo e do espaço escolar: cronograma e, consequentemente, seu desdobramento em objetivos
de atividades. específicos. O autor enfatiza que: interessará reter se as
- diárias, semanais, bimestrais, semestrais, anuais. finalidades são impostas por entidades exteriores ou se são
- estudo, planejamento, enriquecimento curricular, ação definidas no interior do território social e se são definidas por
comunitária. consenso ou por conflito ou até se é matéria ambígua,
- normas de utilização de espaços comuns da instituição. imprecisa ou marginal.
Essa colocação está sustentada na ideia de que a escola
O tempo é um dos elementos constitutivos da organização deve assumir, como uma de suas principais tarefas, o trabalho
do trabalho pedagógico. O calendário escolar ordena o tempo: de refletir sobre sua intencionalidade educativa. Nesse
determina o início e o fim do ano, prevendo os dias letivos, as sentido, ela procura alicerçar o conceito de autonomia,
férias, os períodos escolares em que o ano se divide, os enfatizando a responsabilidade de todos, sem deixar de lado
feriados cívicos e religiosos, as datas reservadas à avaliação, os os outros níveis da esfera administrativa educacional.
períodos para reuniões técnicas, cursos etc. A ideia de autonomia está ligada à concepção
O horário escolar, que fixa o número de horas por semana emancipadora da educação. Para ser autônoma, a escola não
e que varia em razão das disciplinas constantes na grade pode depender dos órgãos centrais e intermediários que
curricular, estipula também o número de aulas por professor. definem a política da qual ela não passa de executora. Ela
Tal como afirma Enguita135. concebe seu projeto político-pedagógico e tem autonomia para
(...) As matérias tornam-se equivalentes porque ocupam o executá-lo e avaliá-lo ao assumir uma nova atitude de
mesmo número de horas por semana e, são vistas como tendo liderança, no sentido de refletir sobre as finalidades
menor prestígio se ocupam menos tempo que as demais. sociopolíticas e culturais da escola.

A organização do tempo do conhecimento escolar é Estrutura Organizacional


marcada pela segmentação do dia letivo, e o currículo é, A escola, de forma geral, dispõe de dois tipos básicos de
consequentemente, organizado em períodos fixos de tempo estruturas: administrativas e pedagógicas.
para disciplinas supostamente separadas. O controle
hierárquico utiliza o tempo que muitas vezes é desperdiçado e Administrativas - asseguram praticamente, a locação e a
controlado pela administração e pelo professor. gestão de recursos humanos, físicos e financeiros. Fazem
Em resumo, quanto mais compartimentado for o tempo, parte, ainda, das estruturas administrativas todos os
mais hierarquizadas e ritualizadas serão as relações sociais, elementos que têm uma forma material como, por exemplo, a
reduzindo, também, as possibilidades de se institucionalizar o arquitetura do edifício escolar e a maneira como ele se
currículo integração que conduz a um ensino em extensão. apresenta do ponto de vista de sua imagem: equipamentos e
Para alterar a qualidade do trabalho pedagógico torna-se materiais didáticos, mobiliário, distribuição das dependências
necessário que a escola reformule seu tempo, estabelecendo escolares e espaços livres, cores, limpeza e saneamento básico
períodos de estudo e reflexão de equipes de educadores (água, esgoto, lixo e energia elétrica).
fortalecendo a escola como instância de educação continuada.
É preciso tempo para que os educadores aprofundem seu Pedagógicas - que, teoricamente, determinam a ação das
conhecimento sobre os alunos e sobre o que estão administrativas, “organizam as funções educativas para que a
aprendendo. É preciso tempo para acompanhar e avaliar o escola atinja de forma eficiente e eficaz as suas finalidades”. As

135 ENGUITA, Mariano F. A face oculta da escola: Educação e trabalho no 137 ALVES José Matias. Organização, gestão e projeto educativo das escolas.

capitalismo. Porto Alegre, Artes Médicas, 1989. Porto Edições Asa, 1992.
136 VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (org) Projeto político-pedagógico da

escola: uma construção possível. 12ª edição Papirus, 2002.

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estruturas pedagógicas referem-se, fundamentalmente, às mudanças e se esforça para propor ações alternativas (criação
interações políticas, às questões de ensino e de aprendizagem coletiva). Esse caráter criador é conferido pela autocrítica.
e às de currículo. Nas estruturas pedagógicas incluem-se todos Avaliadores que conjugam as ideias de uma visão global,
os setores necessários ao desenvolvimento do trabalho analisam o projeto político-pedagógico, não como algo
pedagógico. estanque desvinculado dos aspectos políticos e sociais. Não
rejeitam as contradições e os conflitos. A avaliação tem um
A análise da estrutura organizacional da escola visa compromisso mais amplo do que a mera eficiência e eficácia
identificar quais estruturas são valorizadas e por quem, das propostas conservadoras. Portanto, acompanhar e avaliar
verificando as relações funcionais entre elas. É preciso ficar o projeto político-pedagógico é avaliar os resultados da
claro que a escola é uma organização orientada por própria organização do trabalho pedagógico.
finalidades, controlada e permeada pelas questões do poder. A Considerando a avaliação dessa forma é possível salientar
análise e a compreensão da estrutura organizacional da escola dois pontos importantes. Primeiro, a avaliação é um ato
significam indagar sobre suas características, seus polos de dinâmico que qualifica e oferece subsídios ao projeto político-
poder, seus conflitos. pedagógico. Segundo, ela imprime uma direção às ações dos
Avaliar a estrutura organizacional significa questionar os educadores e dos educandos.
pressupostos que embasam a estrutura burocrática da escola O processo de avaliação envolve três momentos: a
que inviabiliza a formação de cidadãos aptos a criar ou a descrição e a problematização da realidade escolar, a
modificar a realidade social. Para realizar um ensino de compreensão crítica da realidade descrita e problematizada e
qualidade e cumprir suas finalidades, as escolas têm que a proposição de alternativas de ação, momento de criação
romper com a atual forma de organização burocrática que coletiva.
regula o trabalho pedagógico - pela conformidade às regras A avaliação, do ponto de vista crítico, não pode ser
fixadas, pela obediência a leis e diretrizes emanadas do poder instrumento de exclusão dos alunos provenientes das classes
central e pela cisão entre os que pensam e executam, que trabalhadoras. Portanto, deve ser democrática, deve favorecer
conduz a fragmentação e ao consequente controle hierárquico o desenvolvimento da capacidade do aluno de apropriar-se de
que enfatiza três aspectos inter-relacionados: o tempo, a conhecimentos científicos, sociais e tecnológicos produzidos
ordem e a disciplina. historicamente e deve ser resultante de um processo coletivo
Nessa trajetória, ao analisar a estrutura organizacional, ao de avaliação diagnóstica.
avaliar os pressupostos teóricos, ao situar os obstáculos e
vislumbrar as possibilidades, os educadores vão desvelando a Questões
realidade escolar, estabelecendo relações, definindo
finalidades comuns e configurando novas formas de organizar 01. (FGV - Prefeitura de Salvador/BA - Professor -
as estruturas administrativas e pedagógicas para a melhoria 2019) Assinale a opção que contém o documento que todo
do trabalho de toda a escola na direção do que se pretende. estabelecimento de ensino deve produzir a partir da realidade
Assim, considerando o contexto, os limites, os recursos escolar, e que se constitui como um reflexo e um produto do
disponíveis (humanos, materiais e financeiros) e a realidade processo de planejamento da unidade de ensino.
escolar, cada instituição educativa assume sua marca, tecendo, (A) Diretrizes Curriculares para a Educação Básica.
no coletivo, seu projeto político-pedagógico, propiciando (B) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
consequentemente a construção de uma nova forma de (C) Plano Nacional de Educação.
organização. (D) Projeto Político Pedagógico.
(E) Parâmetros Curriculares Nacionais.
Processo de Decisão
Na organização formal de nossa escola, o fluxo das tarefas 02. (COMPERVE - Prefeitura de Parnamirim/RN –
das ações e principalmente das decisões é orientado por Pedagogo – 2019) Uma escola recém-inaugurada está em
procedimentos formalizados, prevalecendo as relações processo de elaboração do projeto Político Pedagógico (PPP).
hierárquicas de mando e submissão, de poder autoritário e Para essa finalidade, são realizadas várias discussões com
centralizador. professores, famílias, comunidade, estudantes. A pedagoga da
Uma estrutura administrativa da escola adequada à escola registra algumas afirmações reiteradas durante as
realização de objetivos educacionais, de acordo com os reuniões por alguns de seus participantes, dentre as quais se
interesses da população, deve prever mecanismos que destacam as reproduzidas abaixo.
estimulem a participação de todos no processo de decisão. I O PPP, sob o critério da flexibilidade curricular, não deve
Isto requer uma revisão das atribuições especificas e considerar a diversidade de ritmos de desenvolvimento dos
gerais, bem como da distribuição do poder e da sujeitos das aprendizagens e os caminhos por eles escolhidos.
descentralização do processo de decisão. Para que isso seja II A curiosidade e a pesquisa, incluídas de modo cuidadoso
possível há necessidade de se instalarem mecanismos e sistemático as chamadas referências virtuais de
institucionais visando à participação política de todos os aprendizagem que se dão em contextos digitais, devem ser
envolvidos com o processo educativo da escola. consideradas pelos sujeitos do processo educativo como
sendo o núcleo central das aprendizagens no PPP.
Contudo, a participação da coordenação pedagógica III O PPP deve contemplar programas propostos a partir
nesse processo é fundamental, pois o trabalho é garantir a dos quais a escola desenvolve ações inovadoras, cujo foco
satisfação do bom atendimento em prol de toda a valoriza a prevenção de consequências de fatores que vêm
instituição. ameaçando a saúde e o bem-estar dos estudantes.
IV A padronização curricular dos espaços físicos e do
Avaliação tempo escolar devem ser explicitadas no PPP como uma
Acompanhar as atividades e avaliá-las levam-nos a necessidade da gestão democrática.
reflexão com base em dados concretos sobre como a escola Dentre as afirmações, estão corretas
organiza-se para colocar em ação seu projeto político- (A) I e III.
pedagógico. A avaliação do projeto político-pedagógico, numa (B) II e IV.
visão crítica, parte da necessidade de se conhecer a realidade (C) II e III.
escolar, busca explicar e compreender ceticamente as causas (D) I e IV.
da existência de problemas bem como suas relações, suas

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03. (SEDUC-RO - Professor - História - FUNCAB) Quanto Movimentos nacionais e internacionais têm buscado o
ao Projeto Político-Pedagógico, é INCORRETO afirmar que ele: consenso para a formatação de uma política de integração e de
(A) deve ser democrático. educação inclusiva, sendo que o seu ápice foi a Conferência
(B) precisa ser construído coletivamente. Mundial de Educação Especial, que contou com a participação
(C) confere identidade à escola. de 88 países e 25 organizações internacionais, em assembleia
(D) explicita a intencionalidade da escola. geral, na cidade de Salamanca, na Espanha, em junho de 1994.
(E) mostra-se abrangente e imutável. Este evento teve como culminância a "Declaração de
Salamanca", da qual transcrevem-se, a seguir, pontos
04. (ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área de importantes, que devem servir de reflexão e mudanças da
Pedagogia - CESPE) Julgue o item a seguir, relativo a projeto realidade atual, tão discriminatória.
político-pedagógico, que, nas instituições, pode ser A inclusão escolar, fortalecida pela Declaração de
considerado processo de permanente reflexão e discussão a Salamanca, no entanto, não resolve todos os problemas de
respeito dos problemas da organização, com o propósito de marginalização dessas pessoas, pois o processo de exclusão é
propor soluções que viabilizem a efetivação dos objetivos anterior ao período de escolarização, iniciando-se no
almejados. nascimento ou exatamente no momento em aparece algum
Os pressupostos que norteiam o projeto político- tipo de deficiência física ou mental, adquirida ou hereditária,
pedagógico estão desvinculados da proposta de gestão em algum membro da família. Isso ocorre em qualquer tipo de
democrática. constituição familiar, sejam as tradicionalmente estruturadas,
( ) Certo ( ) Errado sejam as produções independentes e congêneres e em todas as
classes sociais, com um agravante para as menos favorecidas.
05. (Prefeitura de Palmas/TO - Professor - Língua O nascimento de um bebê com deficiência ou o
Espanhola - FDC) “O projeto político-pedagógico antecipa um aparecimento de qualquer necessidade especial em algum
futuro diferente do presente. Não é algo que é construído e membro da família altera consideravelmente a rotina no lar.
arquivado como prova do cumprimento de tarefas Os pais logo se perguntam: por quê? De quem é a culpa? Como
burocráticas.” (Ilma Passos) agirei daqui para frente? Como será o futuro de meu filho?
Segundo a autora, o projeto político-pedagógico, O imaginário, então, toma conta das atitudes desses pais ou
comprometido com uma educação democrática e de responsáveis e a dinâmica familiar fica fragilizada.
qualidade, caracteriza- se fundamentalmente como: Imediatamente instalam-se a insegurança, o complexo de
(A) atividades articuladas, com temas selecionados culpa, o medo do futuro, a rejeição e a revolta, uma vez que
semestralmente. esses pais percebem que, a partir da deficiência instalada,
(B) planejamento global, com conteúdos selecionados por terão um longo e tortuoso caminho de combate à
série. discriminação e ao isolamento.
(C) ação intencional, com compromisso definido
coletivamente. Nosso Momento Atual139
(D) plano anual, com objetivos definidos pelos professores.
(E) instrumento técnico, com definição metodológica. A escola se entupiu do formalismo da racionalidade e
cindiu-se em modalidades de ensino, tipos de serviço, grades
Gabarito curriculares, burocracia.
Uma ruptura de base em sua estrutura organizacional,
01.D / 02.C / 03.E / 04.Errado / 05.C como propõe a inclusão, é uma saída para que a escola possa
fluir, novamente, espalhando sua ação formadora por todos os
que dela participam.
A inclusão, portanto, implica mudança desse atual
10. Educação Inclusiva paradigma educacional, para que se encaixe no mapa da
educação escolar que estamos retraçando.
E inegável que os velhos paradigmas da modernidade
Segundo Maciel138, hoje, no Brasil, milhares de pessoas estão sendo contestados e que o conhecimento, matéria-prima
com algum tipo de deficiência estão sendo discriminadas nas da educação escolar, está passando por uma reinterpretação.
comunidades em que vivem ou sendo excluídas do mercado de As diferenças culturais, sociais, étnicas, religiosas, de
trabalho. O processo de exclusão social de pessoas com gênero, enfim, a diversidade humana está sendo cada vez mais
deficiência ou alguma necessidade especial é tão antigo quanto desvelada e destacada e é condição imprescindível para se
a socialização do homem. entender como aprendemos e como compreendemos o mundo
A estrutura das sociedades, desde os seus primórdios, e a nós mesmos.
sempre inabilitou os portadores de deficiência, Nosso modelo educacional mostra há algum tempo sinais
marginalizando-os e privando-os de liberdade. Essas pessoas, de esgotamento, e nesse vazio de ideias, que acompanha a
sem respeito, sem atendimento, sem direitos, sempre foram crise paradigmática, é que surge o momento oportuno das
alvo de atitudes preconceituosas e ações impiedosas. transformações.
A literatura clássica e a história do homem refletem esse Um novo paradigma do conhecimento está surgindo das
pensar discriminatório, pois é mais fácil prestar atenção aos interfaces e das novas conexões que se formam entre saberes
impedimentos e às aparências do que aos potenciais e outrora isolados e partidos e dos encontros da subjetividade
capacidades de tais pessoas. humana com o cotidiano, o social, o cultural. Redes cada vez
Nos últimos anos, ações isoladas de educadores e de pais mais complexas de relações, geradas pela velocidade das
têm promovido e implementado a inclusão, nas escolas, de comunicações e informações, estão rompendo as fronteiras
pessoas com algum tipo de deficiência ou necessidade das disciplinas e estabelecendo novos marcos de compreensão
especial, visando resgatar o respeito humano e a dignidade, no entre as pessoas e do mundo em que vivemos.
sentido de possibilitar o pleno desenvolvimento e o acesso a Diante dessas novidades, a escola não pode continuar
todos os recursos da sociedade por parte desse segmento. ignorando o que acontece ao seu redor nem anulando e
marginalizando as diferenças nos processos pelos quais forma

138 MACIEL, MA. R. C; Portadores de Deficiência a questão da inclusão social, 139 MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São

São Paulo Perspec. vol.14 no.2 São Paulo Apr./June 2000. Paulo: Moderna, 2006.

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e instrui os alunos. E muito menos desconhecer que aprender "Escolas inclusivas devem reconhecer e responder às
implica ser capaz de expressar, dos mais variados modos, o necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os
que sabemos, implica representar o mundo a partir de nossas estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação
origens, de nossos valores e sentimentos. de qualidade a todos através de um currículo apropriado,
O ensino curricular de nossas escolas, organizado em arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos
disciplinas, isola, separa os conhecimentos, em vez de e parceria com as comunidades. (...) O desafio que confronta a
reconhecer suas inter-relações. Contrariamente, o escola inclusiva é no que diz respeito ao desenvolvimento de uma
conhecimento evolui por recomposição, contextualização e pedagogia centrada na criança e capaz de bem sucedidamente
integração de saberes em redes de entendimento, não reduz o educar todas as crianças, incluindo aquelas que possuam
complexo ao multidimensional dos problemas e de suas desvantagem severa. O mérito de tais escolas não reside somente
soluções. no fato de que elas sejam capazes de prover uma educação de
Os sistemas escolares também estão montados a partir de alta qualidade a todas as crianças: o estabelecimento de tais
um pensamento que recorta a realidade, que permite dividir escolas é um passo crucial no sentido de modificar atitudes
os alunos em normais e deficientes, as modalidades de ensino discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras e de
em regular e especial, os professores em especialistas nesta e desenvolver uma sociedade inclusiva."
naquela manifestação das diferenças. A lógica dessa
organização é marcada por uma visão determinista, Um dos princípios norteadores da Lei de Diretrizes e Bases
mecanicista, formalista a reducionista, própria do pensamento Nacionais da Educação – LDB 9.394/96 é o da igualdade de
científico moderno, que ignora o subjetivo, o afetivo, o criador, condições para o acesso e a permanência na escola. A LDB
sem os quais não conseguimos romper com o velho modelo reconhece a educação infantil como direito e prevê a garantia
escolar para produzir a reviravolta que a inclusão impõe. de condições adequadas à escolarização de jovens, adultos e
Se o que pretendemos é que a escola seja inclusiva, é trabalhadores, a qualidade de ensino em todos os níveis e
urgente que seus planos se redefinam para uma educação modalidades educacionais, além de outros direitos e
voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e obrigações (Título III, Artigo 5 I – IX).
que reconhece e valoriza as diferenças. A reafirmação de identidades étnicas e o desenvolvimento
Chegamos a um impasse, como nos afirma Morin140, pois, de educação escolar bilíngue e intelectual aos povos indígenas
para se reformar a instituição, temos de reformar as mentes, são apontados em diversas proposições. A LDB rompe com o
mas não se pode reformar as mentes sem uma prévia reforma modelo assistencial e terapêutico operante, até então, no que
das instituições. diz respeito ao tratamento dispensado a educandos com
deficiência e necessidades educacionais especiais. Tais
Inclusão Escolar proposições nos permitem inferir que os pilares fundamentais
da LDB podem favorecer a concretização de projetos flexíveis
A escola brasileira é marcada pelo fracasso e pela evasão e inovadores referenciados no ideal de uma escola inclusiva.
de uma parte, privações constantes e pela baixa autoestima
resultante da exclusão escolar e da social — alunos que são Mudanças na Escola
vítimas de seus pais, de seus professores e, sobretudo, das
condições de pobreza em que vivem, em todos os seus Para atender a todos e atender melhor, a escola atual tem
sentidos. Esses alunos são sobejamente conhecidos das de mudar, e a tarefa de mudar a escola exige trabalho em
escolas, pois repete as suas séries várias vezes, são expulsos, muitas frentes. Cada escola, ao abraçar esse trabalho, terá de
evadem e ainda são rotulados como mal nascidos e com encontrar soluções próprias para os seus problemas. As
hábitos que fogem ao protótipo da educação formal. mudanças necessárias não acontecem por acaso e nem por
As soluções sugeridas para se reverter esse quadro Decreto, mas fazem parte da vontade política do coletivo da
parecem reprisar as mesmas medidas que o criaram. Em escola, explicitadas no seu Projeto Político Pedagógico (PPP) e
outras palavras, pretende-se resolver a situação a partir de vividas a partir de uma gestão escolar democrática.
ações que não recorrem a outros meios, que não buscam novas É ingenuidade pensar que situações isoladas são
saídas e que não vão a fundo nas causas geradoras do fracasso suficientes para definir a inclusão como opção de todos os
escolar. membros da escola e configurar o perfil da instituição. Não se
Esse fracasso continua sendo do aluno, pois a escola reluta desconsideram aqui os esforços de pessoas bem-
em admiti-lo como sendo seu. intencionadas, mas é preciso ficar claro que os desafios das
A inclusão total e irrestrita é uma oportunidade que temos mudanças devem ser assumidos e decididos pelo coletivo
para reverter a situação da maioria de nossas escolas, as quais escolar.
atribuem aos alunos as deficiências que são do próprio ensino A organização de uma sala de aula é atravessada por
ministrado por elas — sempre se avalia o que o aluno decisões da escola que afetam os processos de ensino e de
aprendeu, o que ele não sabe, mas raramente se analisa “o que” aprendizagem. Os horários e rotinas escolares não dependem
e “como” a escola ensina, de modo que os alunos não sejam apenas de uma única sala de aula, o uso dos espaços da escola
penalizados pela repetência, evasão, discriminação, exclusão, para atividades a serem realizadas fora da classe precisa ser
enfim. combinado e sistematizado para o bom aproveitamento de
E fácil receber os “alunos que aprendem apesar da escola” todos, as horas de estudo dos professores devem coincidir
e é mais fácil ainda encaminhar, para as classes e escolas para que a formação continuada seja uma aprendizagem
especiais, os que têm dificuldades de aprendizagem e, sendo colaborativa, a organização do Atendimento Educacional
ou não deficientes, para os programas de reforço e aceleração. Especializado (AEE) não pode ser um mero apêndice na vida
Por meio dessas válvulas de escape, continuamos a escolar ou da competência do professor que nele atua.
discriminar os alunos que não damos conta de ensinar. Um conjunto de normas, regras, atividades, rituais,
Estamos habituados a repassar nossos problemas para outros funções, diretrizes, orientações curriculares e metodológicas,
colegas, os “especializados” e, assim, não recai sobre nossos oriundo das diversas instâncias burocrático-legais do sistema
ombros o peso de nossas limitações profissionais. educacional, constitui o arcabouço pedagógico e
Segundo proclama a Declaração de Salamanca: administrativo das escolas de uma rede de ensino. Trata-se do

140 MORIN. E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o

pensamento. 4. ed. Trad. Eloá Jacobina. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2001.

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que está INSTITUÍDO e do que Libâneo141 e outros autores Na perspectiva da educação inclusiva, o processo de
analisaram pormenorizadamente. reorientação de escolas especiais e centros especializados
Nesse INSTITUÍDO, estão os parâmetros e diretrizes requer a construção de uma proposta pedagógica que institua
curriculares, as leis, os documentos das políticas, os nestes espaços, principalmente, serviços de apoio às escolas
regimentos e demais normas do sistema. para a organização das salas de recursos multifuncionais e
Em contrapartida, existe um espaço e um tempo a serem para a formação continuada dos professores do AEE.
construídos por todas as pessoas que fazem parte de uma Os conselhos de educação têm atuação primordial no
instituição escolar, porque a escola não é uma estrutura pronta credenciamento, autorização de funcionamento e organização
e acabada a ser perpetuada e reproduzida de geração em destes centros de AEE, zelando para que atuem dentro do que
geração. Trata-se do INSTITUINTE. a legislação, a Política e as Diretrizes orientam. No entanto, a
A escola cria, nas possibilidades abertas pelo preferência pela escola comum como o local do serviço de AEE,
INSTITUINTE, um espaço de realização pessoal e profissional já definida no texto constitucional de 1988, foi reafirmada pela
que confere à equipe escolar a possibilidade de definir o seu Política, e existem razões para que esse atendimento ocorra na
horário escolar, organizar projetos, módulos de estudo e escola comum.
outros, conforme decisão colegiada. Assim, confere autonomia O motivo principal de o AEE ser realizado na própria escola
a toda equipe escolar, acreditando no poder criativo e inova- do aluno está na possibilidade de que suas necessidades
dor dos que fazem e pensam a educação. educacionais específicas possam ser atendidas e discutidas no
dia a dia escolar e com todos os que atuam no ensino regular
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) e/ou na educação especial, aproximando esses alunos dos
ambientes de formação comum a todos. Para os pais, quando o
Uma das inovações trazidas pela Política Nacional de AEE ocorre nessas circunstâncias, propicia-lhes viver uma
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva é o experiência inclusiva de desenvolvimento e de escolarização
Atendimento Educacional Especializado - AEE, um serviço da de seus filhos, sem ter de recorrer a atendimentos exteriores à
educação especial que "[...] identifica, elabora e organiza escola.
recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando A Formação de Professores para o AEE
suas necessidades específicas" (SEESP/MEC).142
O AEE complementa e/ou suplementa a formação do Para atuar no AEE, os professores devem ter formação
aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela, específica para este exercício, que atenda aos objetivos da
constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino. É educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Nos
realizado, de preferência, nas escolas comuns, em um espaço cursos de formação continuada, de aperfeiçoamento ou de
físico denominado Sala de Recursos Multifuncionais. Portanto, especialização, indicados para essa formação, os professores
é parte integrante do projeto político pedagógico da escola. atualizarão e ampliarão seus conhecimentos em conteúdo
São atendidos, nas Salas de Recursos Multifuncionais, específico do AEE, para melhor atender a seus alunos.
alunos público-alvo da educação especial, conforme A formação de professores consiste em um dos objetivos
estabelecido na Política Nacional de Educação Especial na do PPP. Um dos seus aspectos fundamentais é a preocupação
Perspectiva da Educação Inclusiva e no Decreto N.6.571/2008. com a aprendizagem permanente de professores, demais
- Alunos com deficiência: aqueles [...] que têm profissionais que atuam na escola e também dos pais e da
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, comunidade onde a escola se insere. Neste documento,
intelectual ou sensorial, os quais em interação com diversas apresentam-se as ações de formação, incluindo os aspectos
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na ligados ao estudo das necessidades específicas dos alunos com
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas
(ONU)143. habilidades/superdotação. Este estudo perpassa o cotidiano
- Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: da escola e não é exclusivo dos professores que atuam no AEE.
aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações À gestão escolar compete implementar ações que
sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de garantam a formação das pessoas envolvidas, direta ou
interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. indiretamente, nas unidades de ensino. Ela pode se dar por
Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do meio de palestras informativas e formações em nível de
espectro do autismo e psicose infantil (MEC/SEESP). aperfeiçoamento e especialização para os professores que
- Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que atuam ou atuarão no AEE.
demonstram potencial elevado em qualquer uma das As palestras informativas devem envolver o maior número
seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, de pessoas possível: professores do ensino comum e do AEE,
acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de pais, autoridades educacionais. De caráter mais amplo, essas
apresentar grande criatividade, envolvimento na palestras têm por objetivo esclarecer o que é o AEE, como ele
aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu está sendo realizado e qual a política que o fundamenta, além
interesse (MEC/SEESP). de tirar dúvidas sobre este serviço e promover ações conjuntas
para fazer encaminhamentos, quando necessários.
A matrícula no AEE é condicionada à matrícula no ensino Para a formação em nível de aperfeiçoamento e
regular. Esse atendimento pode ser oferecido em Centros de especialização, a proposta é que sejam realizadas ações de
Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou formação fundamentadas em metodologias ativas de
privada, sem fins lucrativos. Tais centros, contudo, devem aprendizagem, tais como Estudos de Casos, Aprendizagem
estar de acordo com as orientações da Política Nacional de Baseada em Problemas (ABP) ou Problem Based Learning
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e com (PBL), Aprendizagem Baseada em Casos (ABC), Trabalhos com
as Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Projetos, Aprendizagem Colaborativa em Rede (ACR), entre
Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica outras.
(MEC/SEESP).

141 LIBÂNEO, J. C., OLIVEIRA J. F.; TOSCHI, M. S. Educação Escolar: políticas, 143 Organização das Nações Unidas - ONU. Convenção sobre os Direitos das

estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003. Pessoas com Deficiência. Nova Iorque, 2006.
142 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Decreto No 6.571, de 17 de setembro de

2008.

Conhecimentos Específicos 68
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APOSTILAS OPÇÃO

Essas metodologias trazem novas formas de produção e A proposta de formação ACR prepara o professor para
organização do conhecimento e colocam o aprendiz no centro perceber a singularidade de cada caso e atuar frente a eles.
do processo educativo, dando-lhe autonomia e Nesse sentido, a formação não termina com o curso, visto que
responsabilidade pela sua aprendizagem por meio da a atuação do professor requer estudo e reflexões diante de
identificação e análise dos problemas e da capacidade para cada novo desafio. Finalizada a formação, é importante que os
formular questões e buscar informações para responder a professores constituam redes sociais para dar continuidade
estas questões, ampliando conhecimentos. aos estudos, estudar casos, dirimir dúvidas e socializar os
Tradicionalmente os cursos de formação continuada são conhecimentos adquiridos a partir da prática cotidiana. Para
centrados nos conteúdos, classificados de acordo com o contribuir com estas ações, a internet disponibiliza várias
critério de pertencimento a uma especificidade, tendo sua ferramentas de livre acesso que podem ser utilizadas pelos
organização curricular pautada num perfil "ideal" de aluno que professores.
se deseja formar. Estes modelos de formação estão sendo cada As tecnologias de informação e comunicação - TICs, em
vez mais questionados no contexto educacional e algumas especial as tecnologias Web 2.0, possibilitam aos usuários o
metodologias começam a surgir com a finalidade de romper acesso às informações de forma rápida e constante. Elas
com esta organização e determinismo. Tais metodologias permitem a participação ativa do usuário na grande rede de
rompem com o modelo determinista de formação, computadores e invertem o papel de usuário consumidor para
considerando as diferenças entre os estudantes e usuário produtor de conhecimento, de agente passivo para
apresentando uma nova perspectiva de organização agente ativo, o que pode ampliar as possibilidades dos
curricular. programas de formação pautados em metodologias ativas de
Zabala144 defende uma perspectiva de organização aprendizagem.
curricular globalizadora, na qual os conteúdos de Estas e outras ferramentas possibilitam viabilizar a
aprendizagem e as unidades temáticas do currículo são construção coletiva do conhecimento em torno das práticas de
relevantes em função de sua capacidade de compreender uma inclusão e, o mais importante, socializar estas práticas e fazer
realidade global. Para Hernandez145, o conceito de delas um objeto de pesquisa.
conhecimento global e relacional permite superar o sentido da
mera acumulação de saberes em torno de um tema. Ele propõe Conclusões Finais
estabelecer um processo no qual o tema ou problema Embora possa assustar pelo grande número de mudanças
abordado seja o ponto de referência para onde confluem os e pelo teor de cada uma delas, a inclusão é como muitos a
conhecimentos. apregoam “um caminho sem volta”.
É neste contexto que surgem as metodologias ativas de Nunca é demais, contudo, reafirmar as condições em que
aprendizagem. Elas requerem uma mudança de atitude do essa inovação acontece, marcando, grifando na nossa
docente. Uma delas refere-se à flexibilidade diante das consciência de educadores o seu valor para que nossas escolas
questões que surgirão e dos conhecimentos que se construirão atendam à expectativa dos alunos de nossas escolas, do ensino
durante o desenvolvimento dos trabalhos. Este processo infantil à Universidade.
permite aos professores e aos alunos aprenderem a explicar as A escola prepara o futuro e de certo que, se os alunos
relações estabelecidas a partir de informações obtidas sobre aprenderem a valorizar e a conviver com as diferenças nas
determinado assunto e demonstra respeito às diferentes salas de aula, serão adultos bem diferentes de nós que temos
formas e procedimentos de organização do conhecimento. de nos empenhar tanto para entender e viver a experiência da
Essas propostas colocam o aprendiz como protagonista do inclusão!
processo de ensino e aprendizagem e agrega valor educativo O movimento inclusivo, nas escolas, por mais que seja
aos conteúdos da formação. Os conteúdos não se tornam à ainda muito contestado, pelo caráter ameaçador de toda e
finalidade, mas os meios de ensino. As metodologias ativas de qualquer mudança, especialmente no meio educacional,
aprendizagem têm como característica o fato de se convence a todos pela sua lógica e pela ética de seu
desenvolverem em pequenos grupos e de apresentarem posicionamento social.
problemas contextualizados. Trata-se de um processo ativo, Ao denunciar o abismo existente entre o velho e o novo na
cooperativo, integrado e interdisciplinar. Estimula o aprendiz instituição escolar brasileira, a inclusão é reveladora dos
a desenvolver os trabalhos em equipe, ouvir outras opiniões, a males que o conservadorismo escolar tem espalhado pela
considerar o contexto ao elaborar as propostas das soluções, nossa infância e juventude estudantil.
tornando-o consciente do que ele sabe e do que precisa O futuro da escola inclusiva depende de uma expansão
aprender. Motiva-o a buscar as informações relevantes, rápida dos projetos verdadeiramente imbuídos do
considerando que cada problema é um problema e que não compromisso de transformar a escola, para se adequar aos
existem receitas para solucioná-los. novos tempos.
Entre as diversas metodologias, a Aprendizagem Se hoje ainda esses projetos se resumem a experiências
Colaborativa em Redes - ACR, construída a partir da locais, estas estão demonstrando a viabilidade da inclusão, em
metodologia de Aprendizagem Baseada em Problemas, foi escolas e redes de ensino brasileiras, porque têm a força do
desenvolvida para um programa de formação continuada a óbvio e a clareza da simplicidade.
distância de professores de AEE. Seu foco é a aprendizagem A aparente fragilidade das pequenas iniciativas tem sido
colaborativa, o trabalho em equipe, contextualizado na suficiente para enfrentar, com segurança e otimismo, o poder
realidade do aprendiz. da velha e enferrujada máquina escolar. A inclusão é um sonho
A ACR é composta de etapas que incluem trabalhos possível.
individuais e coletivos. As etapas compreendem a
apresentação, a descrição e a discussão do problema; Questões
pesquisas em fontes bibliográficas para favorecer a
compreensão do problema; apresentação de propostas de 01. (FUNCAB - EMSERH - Pedagogo) A Escola Inclusiva é
soluções para o problema em foco; elaboração do plano de uma tendência internacional do final do século XX. O principal
atendimento; socialização; reelaboração da solução do desafio dessa escola é:
problema e do plano de atendimento; avaliação.

144 ZABALA, A. A Prática Educativa. Porto Alegre: Artmed, 1998. 145 HERNANDEZ, F; VENTURA, M. A Organização do Currículo por Projetos

de Trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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APOSTILAS OPÇÃO

(A) Desenvolver uma pedagogia centrada na criança, capaz (C) I, III e IV.
de educar todas, sem discriminação, respeitando suas (D) Todas estão corretas.
diferenças. (E) Nenhuma das alternativas.
(B) Dar conta da diversidade das crianças oferecendo
respostas adequadas às suas características e necessidades, 05. (FCM - IFSudeste/MG - Técnico em Assuntos
solicitando apoio de instituições e especialistas somente Educacionais) A escola inclusiva é aquela que:
quando a família exigir. I- atua em coletividade, prezando o indivíduo,
(C) Fortalecer uma sociedade democrática, justa e reconhecendo sua identidade e subjetividade.
economicamente ativa. II- está preparada para receber os alunos, tendo a garantia
(D) Garantir às crianças com necessidades especiais uma da acessibilidade física, metodológica, comunicacional e
convivência participativa com outras crianças com as mesmas tecnológica.
necessidades especiais. III- tem o poder de acabar com as mazelas sociais, com a
(E) Desenvolver o princípio da integração previsto na produção das desigualdades sociais.
Declaração Municipal. IV- defende a inserção de alunos com deficiência com
comprometimentos mais severos para o ato de socialização.
02. (CESPE - SEDF - Conhecimentos Básicos/2017) Com São corretas as afirmativas:
relação à educação especial/inclusiva e ao atendimento (A) I e II.
especializado, julgue o item que se segue. (B) I e III.
A educação especial/inclusiva tem caráter complementar (C) II e III.
ou suplementar, conforme o caso concreto. (D) III e IV.
( ) Certo ( ) Errado (E) I, II, III e IV.
Gabarito
03. (CESPE - SEDF - Conhecimentos Básicos/2017) Com
relação ao planejamento escolar e à educação 01.A / 02.Certo / 03.Certo / 04.C / 05.A
especial/inclusiva, julgue o próximo item.
O plano de ensino deve ter coerência quanto a seus
objetivos e aos meios para alcançá-los. 11. Atendimento
( ) Certo ( ) Errado educacional aos alunos com
04. (Big Advice - Prefeitura de Martinópolis - Professor
deficiência.
PEB I - Educação Especial/2017) A noção de necessidades
educacionais especiais entrou em evidência a partir das
Adaptações ao acesso ao Currículo
discussões do chamado “movimento pela inclusão” e dos
reflexos provocados pela Conferência Mundial sobre Educação
O deficiente intelectual, auditivo ou de múltiplas
Especial, realizada em Salamanca, na Espanha, em 1994. Nesse
deficiências, assim como qualquer outro cidadão, deve ser
evento, foi elaborado um documento mundialmente
educado em sociedade. O contexto no qual está inserido seja
significativo denominado “Declaração de Salamanca” e na qual
ele familiar, escolar, comunitário, social, e essa relação
foram levantados aspectos inovadores para a reforma de
estabelecida entre seus integrantes serão decisivos no
políticas e sistemas educacionais.
desenvolvimento pleno. E nesse sentido a escola inclusiva tem
De acordo com a declaração:
um grande papel a ser desenvolvido, o que refere ao
I. O conceito de “necessidades educacionais especiais”
atendimento das necessidades educativas especiais, através
passará a incluir, além das crianças portadoras de deficiências,
das adaptações curriculares, ou seja, a inclusão será uma
aquelas que estejam experimentando dificuldades
consequência natural de todo este processo.
temporárias ou permanentes na escola, as que estejam
Ao analisar o contexto familiar e educacional no qual estão
repetindo continuamente os anos escolares, as que sejam
inclusos os deficientes intelectuais, auditivos ou de múltiplas
forçadas a trabalhar, as que vivem nas ruas, as que vivem em
deficiências, devemos analisar o que está sendo oferecido a
condições de extrema pobreza ou que sejam desnutridas, as
eles, quais são as oportunidades, que estão sendo
que sejam vítimas de guerra ou conflitos armados, as que
disponibilizadas a fim de facilitar ou mediar uma
sofrem de abusos contínuos, ou as que simplesmente estão
aprendizagem mais significativa e voltada para a superação
fora da escola, por qualquer motivo que seja.”
das suas limitações. Devemos também observar o
II. A Declaração de Salamanca estabeleceu uma nova
comprometimento da escola, se estão sendo respeitadas essas
concepção, extremamente abrangente, de “necessidades
diferenças físicas, sociais, culturais, bem como o
educacionais especiais” que provoca a secessão dos dois tipos
funcionamento de cada um, assim favorecendo a convivência
de ensino, o regular e o especial, na medida em que esta nova
humana, onde todos são respeitados em suas individualidades,
definição implica que todos possuem ou podem possuir,
representa o grande desafio de uma sociedade bem sucedida.
temporária ou permanentemente, “necessidades educacionais
A adaptação ao curricular funciona como um instrumento
especiais”.
no processo de construção da escola inclusiva. É neste sentido
III. Dessa forma, orienta para a existência de um sistema
que todos tenham a oportunidade de usufruir da vida em
único, que seja capaz de prover educação para todos os alunos,
sociedade, a educação deve basear-se nas possibilidades e não
por mais especial que este possa ser ou estar.
nas diferenças dos indivíduos.
IV. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs),
elaborados com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
O conceito de pessoa com deficiência na legislação
(LDB), de 1996, orientam a respeito de estratégias para a
brasileira
educação de alunos com necessidades especiais. Para isso,
estabeleceu um material didático-pedagógico intitulado
O conceito constitucional de pessoa com deficiência,
“Adaptações Curriculares” que insere-se na concepção da
trazido pela Convenção sobre os Direitos da Pessoa com
escola inclusiva defendida na Declaração de Salamanca.
Deficiência:
Assinale a alternativa correta:
(A) Apenas a I.
“As pessoas com deficiência são aquelas que têm
(B) I, II e IV.
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,

Conhecimentos Específicos 70
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APOSTILAS OPÇÃO

intelectual ou sensorial, os quais, com interação com diversas O conceito de pessoa com deficiência, de acordo com artigo
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na 2º:
sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas”. Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
E o Decreto 3298/89, em seu artigo 3º define deficiência intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou
como: mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
“Toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função demais pessoas.
psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade Esse conceito descrito no artigo 2º, é bem interessante, ao
para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado considerar as pessoas que têm algum impedimento de longo
normal para o ser humano”. prazo de natureza intelectual ou sensorial, ampliou o conceito
de deficiência anteriormente atribuído e que se limitava aos
Portanto o artigo 4º do mesmo Decreto, por sua vez, dispõe deficientes físicos ou mentais. E no âmbito escolar é a de
que as pessoas com deficiência são as que se enquadram nas superar as situações de exclusão, reconhecer os direitos da
seguintes categorias: diversidade e estimulando a participação social plena na
sociedade.
Deficiência física - alteração completa ou parcial de um É um direito de todos os cidadãos estabelecido pela
ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o Constituição Federal, e na Lei de Diretrizes de Bases na
comprometimento da função física, apresentando-se sob a Educação Nacional, Lei nº 9394/96147, que estabelece no
forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, artigo 58:
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, Entende-se por educação especial, para os efeitos desta
hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, Lei, a modalidade de educação escolar oferecida
paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade preferencialmente na rede regular de ensino, para
congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as educandos com deficiência, transtornos globais do
que não produzam dificuldades para o desempenho de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
funções; § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio
especializado, na escola regular, para atender às
Deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de peculiaridades da clientela de educação especial.
quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma § 2º O atendimento educacional será feito em classes,
nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz; escolas ou serviços especializados, sempre que, em função
das condições específicas dos alunos, não for possível a sua
Deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é integração nas classes comuns de ensino regular.
igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor
correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual Como resultado da inclusão de alunos com necessidades
entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; especiais na rede de ensino se efetive, propiciando a remição
os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em de sua cidadania e expandindo suas concepções existenciais,
ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência não basta a promulgação de leis que definam a
simultânea de quaisquer das condições anteriores; institucionalização de cursos de capacitação básica de
professores, nem a imprescindibilidade de matrícula nas
Deficiência mental - funcionamento intelectual escolas públicas.
significativamente inferior à média, com manifestação antes
dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas A inclusão de pessoas com necessidades especiais na rede
de habilidades adaptativas, tais como: regular de ensino presume uma grande reestruturação no
a) comunicação; sistema educacional, acarretando na transigência ou
b) cuidado pessoal; adaptação do currículo, com alteração das proporções de
c) habilidades sociais; ensino, estratégias e avaliação. E acarreta ainda no
d) utilização dos recursos da comunidade; desenvolvimento de trabalhos em grupos na sala de aula e na
e) saúde e segurança; institucionalização e adaptação de estruturas físicas que
f) habilidades acadêmicas; facilitam o ingresso e a deslocação de todos os indivíduos. É de
g) lazer; e vasto desafio fazer com que a inclusão ocorra, sem perder de
h) trabalho; vista que além das oportunidades, deve-se garantir o
aperfeiçoamento da aprendizagem, como também, o
Deficiência múltipla - associação de duas ou mais desenvolvimento absoluto do indivíduo com necessidades
deficiências. Numa simples leitura, percebe-se que os educacionais especiais.
conceitos são incompatíveis e apenas um deverá prevalecer.
O papel da Educação Especial
Legislação Especifica
Vivemos numa época marcada pela competição, onde os
O conceito de pessoa com deficiência passou recentemente progressos científicos e tecnológicos definem o futuro dos
por significativas transformações. A Lei Brasileira de Inclusão jovens no mundo do trabalho. A educação tem papel
(LBI), também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência relevantes no desenvolvimento dos indivíduos e amplia-se
- Lei 13.146/2015146, destinada a assegurar e a promover, em ainda mais no despertar desse novo milênio e aponta para a
condições de igualdade, o exercício dos direitos e das necessidade de se construir uma escola voltada para a
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando formação de cidadãos responsáveis e atuantes. E nesse
à sua inclusão social e cidadania. sentido, nos fazem pensar na efetivação dos alunos deficientes
intelectuais, auditivos ou de múltiplas deficiências no ensino.

146 BRASIL. Lei Brasileira de Inclusão 2015. Disponível em: 147 BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9.394, de 20

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. de dezembro de 1996. Disponível em:


Acesso: 06 nov. 2017. < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso: 06 nov. 2017.

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APOSTILAS OPÇÃO

E esse pensar pedagógico da Educação Especial e sobre respeitar o caráter processual, permitindo alterações
tudo da inclusão, nos leva aos diversos questionamentos e até constantes.
mesmo conflitos no sentido dos alunos não estarem somente Para isso o currículo escolar deve ser tomado como
matriculados no ensino comum, mas no respeito às suas referência na identificação de possíveis alterações em função
necessidades, ao suporte necessário à ação pedagógica e ainda de necessidades especiais dos alunos. Em síntese, deve adotar
de que forma estão sendo utilizadas às adaptações a mesma proposta curricular para todos os alunos, e, havendo
curriculares para os deficientes intelectuais, auditivos ou de necessidade, realizar adaptações e alterações. É destacar
múltiplas deficiências. ainda, que antes de se iniciar um trabalho com alunos
Sabemos que a Educação Especial não é mais concebida portadores de necessidades especiais, é preciso que se
como um sistema educacional paralelo, mas como um conjunto desenvolva uma preparação como os demais alunos, na
de medidas que a escola comum põe a serviço de uma resposta acepção de consciencialização da importância da convivência
adaptada à diversidade dos alunos. E surge a necessidade de e na diversidade e no respeito às diferencias. De acordo com
se pensar num novo conceito de currículo utilizado na escola Aranha148 “as adaptações curriculares, então, são os ajustes e
inclusiva, onde estejam implícitas as adaptações curriculares modificações que devem ser promovidos nas diferentes
que são consideradas estratégias e critérios de atuação instâncias curriculares, para responder às necessidades de
docente, admitindo decisões que oportunizam adequar a ação cada aluno, e assim favorecer as condições que lhe são
educativa escolar às necessidades particulares de cada um. necessárias para que se efetive o máximo possível de
Portanto, a implementação da educação inclusiva não é aprendizagem”.
tarefa fácil, pois o professor e a escola, precisam garantir o Para realizar a adaptação curricular é necessário que o
aprendizado dos alunos com necessidades educacionais projeto pedagógico da escola e o planejamento de ensino
diversas, dentro do contexto das atividades diárias da sala de devem considerar objetivos educacionais e estratégias
aula e do planejamento para cada turma. A educação especial didático-pedagógicas que garantam acessibilidade de todos os
das pessoas portadoras de necessidades especiais, dentro do alunos na rede escolar.
contexto da inclusão, significa torná-las participantes da vida Ao definir uma escola inclusiva exigirá esforços de toda a
social, econômica e política, assegurando o respeito aos seus comunidade escolar no âmbito político, administrativo e
direitos no âmbito da sociedade, do Estado e pelo Poder pedagógico, envolvendo algumas mudanças tais como:
Público. - A eliminação ou desobstrução de barreiras ambientais;
É necessário perceber que essa inclusão depende do seu - Prevenção e eliminação de preconceitos, estereótipos,
reconhecimento como pessoas, que apresentam necessidades estigmas e quaisquer discriminações;
especiais geradoras de direitos específicos, cuja proteção e - Adequação de código e sinais;
exercício dependem do cumprimento dos direitos humanos - Adequação e flexibilização de técnicas e teorias,
fundamentais. abordagens e métodos pedagógicos;
- Adaptação de aparelhos, materiais, recursos e
Adaptações Curriculares equipamentos pedagógicos;
- Eliminação de barreiras invisíveis nas políticas e no
Conceito amparo legal vigente.
Devemos perguntar quem são os deficientes intelectuais,
auditivos e de múltiplas deficiências, que necessitam do Essas são mudanças necessárias que fazem parte do
currículo adaptado para ter os seus direitos assegurados como currículo para garantir a inclusão e a permanência do aluno
qualquer outro cidadão do nosso país? Mas, antes de com necessidades educacionais especiais no ensino regular.
responder esse questionamento, devemos conceituar o que
são as Adaptações Curriculares - Dentro do contexto Objetivos Gerais
consistem no conjunto das intervenções que são realizadas As adaptações curriculares propostas pelo Ministério da
espontânea ou intencionalmente, tornando o currículo Educação e as Secretarias da Educação, referente da educação
apropriado, dinâmico, alterável, com possibilidades de especial visam promover o desenvolvimento e a aprendizagem
ampliação, a fim de dar respostas às dificuldades dos alunos dos alunos que apresentam necessidades educacionais
com necessidades educacionais especiais. especiais, tendo como referência a elaboração do projeto
De acordo com os princípios contidos na Lei Diretrizes e pedagógico e a implementação de práticas inclusivas no
Bases da Educação e no Plano Nacional de Educação sistema escolar.
determinam que a escola se mobilize para estruturar um Baseiam-se nos seguintes objetivos149:
conjunto de ações e providenciar recursos necessários que - Atitude favorável da escola para diversificar e flexibilizar o
garantam o acesso e a permanência de todos os alunos, processo de ensino- aprendizagem, de modo a atender às
promovendo um ensino que respeite as especificidades da diferenças individuais dos alunos;
aprendizagem de cada um. - Identificação das necessidades educacionais especiais para
Mas afinal, o que são adaptações curriculares. São justificar a priorização de recursos e meios favoráveis à sua
adaptações que implicam no planejamento pedagógico e de educação;
ações em critérios que definem: - Adoção de currículos abertos e propostas curriculares
- O que os alunos devem aprender; diversificadas, em lugar de uma concepção uniforme e
- Como e quando aprender; homogeneizadora de currículos;
- Que formas de organização de ensino são mais - Flexibilidade quanto à organização e ao funcionamento da
eficientes para o processo de aprendizagem; escola para atender à demanda diversificada dos alunos;
- Como e quando avaliar o aluno. - Possibilidade de incluir professores especializados, serviços
de apoio e outros não convencionais, para favorecer o processo
Ao definir esses critérios nos currículos os educadores educacional.
devem considerar a real necessidade dessas adaptações e qual
nível de competência curricular deve ser atendidas, e de

148 ARANHA, M.S.F. Formando Educadores para a Escola Inclusiva. 2002. fundamentação filosófica - a história - a formalização. Brasília: MEC/SEESP, nov.
disponível em: www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/feei/teimp.htm - 2003.
Referenciais para construção de sistemas educacionais inclusivos - a 149http://npsorocaba.wixsite.com/nucleopedagogico/educacao-especial-e-

adaptacao-curriculo

Conhecimentos Específicos 72
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APOSTILAS OPÇÃO

De acordo com as diretrizes, os critérios de adaptação de sinais, alfabeto dígito-manual, desenho, mímica,
curricular são indicadores do que os alunos devem aprender, pantomima.
de como e quando aprender, das distintas formas de - Sistemas alternativos de comunicação: leitura orofacial,
organização do ensino e de avaliação da aprendizagem com gestos e língua de sinais.
ênfase na necessidade de previsão e provisão de recursos e - Estimulação de fala, audição e linguagem.
apoio adequados. Considera-se apoio os diversos recursos e - Softwares educativos.
estratégias que promovem o interesse e as capacidades das
pessoas, bem como oportunidades de acesso a bens e serviços, Física Sistemas alternativos de comunicação
informações e relações no ambiente em que vivem. Tende a - Símbolos baseados em elementos representativos,
favorecer a autonomia, a produtividade, a integração e a desenhos lineares, em símbolos pictográficos, ideográficos e
funcionalidade no ambiente escolar e comunitário. arbitrários, etc.
- Auxílios técnicos ou físicos: tabuleiros de comunicação
As adaptações curriculares são classificadas como: - Softwares educativos
- Caderno de madeira
De Pequeno Porte - Adaptações Não Importantes
São modificações promovidas no currículo, pelo professor, Intelectual
de forma a permitir e promover a participação produtiva dos - Cantinhos, oficinas, ateliês, biblioteca
alunos que apresentam necessidades especiais no processo de - Imagens, jogos, murais, brinquedos
ensino e aprendizagem, na escola regular. E são denominadas - Softwares educativos
de pequeno porte, porque sua implementação encontra-se no - Desenhos, mímicas, danças
âmbito de responsabilidade e de ação exclusiva do educador e
não exigindo autorização, nem dependendo de ação de Visual
qualquer outra instância superior, nas áreas política, - Textos escritos com ilustrações táteis
administrativa, e técnica. Assim podem ser implementadas em - Adaptações de materiais: tamanhos das letras, textura
várias áreas e momentos da sua atuação, na promoção do modificada, relevo
acesso ao currículo, nos objetivos de ensino, no conteúdo - Softwares educativos em tipos ampliados
ensinado, no método de ensino, no processo de avaliação, na - Textos em Braille
temporalidade. - Textos em tipos ampliados

De Grande Porte - Adaptações Importantes Atividades de Ensino e Aprendizagem151


Referem-se às modificações curriculares de âmbito projeto Linguísticas
político pedagógico, que dependem de instâncias - Linguagem visual: história em quadrinhos
administrativas superiores. A ideia desse procedimento é - O mesmo texto em língua de sinais: pantomima, mímica
adequar os currículos e objetivos para o favorecimento da - Idem em língua portuguesa
aprendizagem dos alunos com deficiência. Constituem - Traduzir palavras em alfabeto dígito-manual
estratégias para eliminação de barreiras no processo de - Leitura oral do texto pela professora
aprendizagem diante da complexidade das atividades - Identificação dos personagens com seus nomes
pedagógicas e diante das possibilidades da criança. - Reelaboração da história
Portanto, o currículo é organizado de forma a oferecer - Leitura do texto pela professora
múltiplos espaços de experiências e elaboração de - Comparação de figuras com seus nomes
conhecimentos, utilização de diferentes linguagens, - Ida e volta da história
construção da identidade, processo de socialização e - Ordenação dos acontecimentos da história
desenvolvimento da autonomia, elemento que se constituem - Leitura pela professora: o que aconteceu primeiro e
em aprendizagens essenciais, das quais todos os alunos devem depois (o mesmo de trás para frente) m. Leitura de algumas
participar mesmo aqueles de necessitam de apoio e suporte frases em tipos ampliados ou Braille
efetivos e contínuos. - Percepção das figuras pelo tato (texturas)
Em síntese, todas as adaptações deverão ser - Leitura silenciosa pelos alunos
implementadas, garantindo a cada aluno as respostas - Analogia dos personagens com fatos e características
educacionais de que necessitam, sejam elas quais forem, bem - Comentário e pesquisa sobre a procedência de alguns
como de qual natureza e complexidade. vocábulos
- Substituição de palavras pelos seus sinônimos,
Exemplos de Adaptações Curriculares, Segundo a antônimos, invenção de linguagens.
Necessidade Educacional Especial150
Lógico-matemática
Dependendo da natureza da necessidade educacional - Utilização de peças geométricas para representação dos
especial, propõe-se uma adaptação correspondente no acesso personagens
ao currículo. Procedimento sugerido: utilização de uma - Elaboração de uma linha do tempo para demonstração da
situação na forma a mais diversa: poesia, crônica, fábula, lenda, temporalidade da história
canção, quadro (pintura), noticia, propaganda, anúncio, um - Personagens sob a forma de figuras geométricas
evento etc. - Ordenar essas figuras em sequência lógica
- Comparar número de nomes com número de ações do
Adaptações de acesso ao currículo texto
Auditiva - Contar o número de letras das palavras
- Textos escritos, complementados com elementos que - Numerar os personagens de acordo com seu
favoreçam a compreensão do aluno: linguagem gestual, língua aparecimento no texto

150 BRASIL. Programa de capacitação de recursos humanos do ensino 151SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Educação. Adaptações de Acesso ao

fundamental- Séries Atualidades Pedagógicas- Brasília, MEC/SEESP, 1998; Currículo- Módulo 1 (apostila). 2002.
_______ Seminário Nacional sobre Adaptações Curriculares. Adequação
Curricular. Um recurso para a educação inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 1997.

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APOSTILAS OPÇÃO

- Comparar características dos personagens: o “mais” - Elaborar inventário de interesses


rápido, o “mais” pesado, o “mais” lento, etc. - Identificação com personagens
- Classificar os seres vivos e não-vivos da história - Autobiografia
- Atividades diárias, sequência temporal - Diário
- Classificar por atributos dos personagens da história - “Cantinho” ou “minutos” para pensar
- Usar símbolos geométricos ou aritméticos para narrar a
história Interpessoal
- Organizar situações-problema com os personagens - Estratégias que auxiliam os alunos a participar e
- Organizar jogos (xadrez, damas, labirintos) com os conectar-se com os outros
personagens da história - Escrever cartas e bilhetes a personagens
- Estabelecer situações causa-efeito - Compor diálogos com personagens dos textos
- Diagrama de Venn - Jogos em grupo ou em pares
- Usar tangram para compor alguns efeitos da história: - Aprendizagem cooperativa
rotação e translação das peças
Naturalista observações de aspectos da natureza que
Viso-Espaciais aparecem nos textos:
- Circundar os nomes dos personagens com cores - Sons
- Jogos de cartas - Cores
- Selecionar por cores os nomes das ações - Fenômenos
- Cartas enigmáticas, utilizando figuras e palavras - Vegetação
- Selecionar cartas por cores, identificando as funções - Hidrografia
sintáticas - Clima
- Montar encaixes de palavras - Diagramas (árvore da classificação)
- Parear figuras com palavras
- Dominó com palavras e figuras Questões
- Ilustração do texto utilizando cores quentes e frias
- Utilização da expressão visual de onomatopeias 01. (SEE/MG - Assistente Técnico Educacional - Apoio
- Caixa enigmática (tatear figuras retiradas de uma caixa e Técnico - FCC) Para facilitar o acesso, a permanência, a
formar palavras ou sentenças) aprendizagem e a obtenção de conhecimentos aos alunos com
necessidades educacionais especiais, a escola que se propõe a
Musicais ser inclusiva deve disponibilizar.
- Utilização de linhas e formas para entonação e ritmo (A) tratamento clínico especializado para os alunos
- Emprego de instrumentos para percepção de vibrações deficientes.
- Associação e percussão corporal de palavras (B) suportes técnicos e científicos sistemáticos aos
- Percussão corporal para perceber o ritmo das palavras professores.
- Identificação de palavras em uma canção (C) psicólogos educacionais para avaliar as deficiências.
- Leitura de quadrinhos e textos com aplicação de sons sem (D) formação técnica aos pais de alunos deficientes.
sentido e obstinados
- Criar canções sobre histórias 02. (IF/RJ - Pedagogo - BIO/RIO) No processo de
- Exercícios de respiração e relaxamento planejamento de adaptações curriculares aos alunos com
- Canções para a aprendizagem de ortografias necessidades especiais, há dimensões do currículo que
- Escolha de cenário musical para textos precisam ser levadas em consideração para que ele reflita um
- Identificação de pulsação, acento e desenho rítmico em modo de entender a educação e a cultura escolar. No Brasil,
textos este tópico é abordado legalmente nos Parâmetros
- Trabalhos com timbres vocais e instrumentos para Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares. No
sonorização de textos documento brasileiro, as adaptações curriculares:
(A) Ajustam as diferentes instancias curriculares, para
Corporal-Cinestésicas responder às necessidades dos professores, e assim favorecer
- Realizar movimentos corporais sugeridos por histórias as condições que lhe são necessárias para que se efetive o
- Poesias máximo possível de ensino e aprendizagem para que assim os
- Expressar corporalmente as ações sugeridas por textos alunos especiais tenham tarefas semelhantes a todos os
- Exercícios de relaxamento e respiração sugeridos por demais alunos.
músicas (B) Consideram que a diversidade está presente em sala de
- Jogos: quebra-cabeças aula e que as diferentes formas de aprender enriquecem o
- Jogos com fios, cola, creme de barbear para desenvolver processo educacional favorecendo a igualdade e promovendo
o alfabeto atitudes pedagógicas com vistas a criar condições de
- Jogos com mímicas para facilitar a compreensão de textos manutenção de um planejamento homogêneo.
- Expressar o ritmo das palavras (C) Implicam na planificação pedagógica e as ações
- Manipulação de fantoches para ilustração de histórias. docentes fundamentadas em critérios que definem o que o
Descrição dos fantoches aluno deve aprender; como e quando aprender; que formas de
- Movimentos sentidos e copiados. Dança adaptada às organização do ensino são mais eficientes para o processo de
histórias 5 k. “Desenhar” coreografias para personagens: aprendizagem; como e quando avaliar o aluno.
planos, andamentos, movimentação, estátuas l. Pesquisar (D) Auxiliam no intercâmbio com as instituições similares
sobre danças e articulações para o controle oficial dos órgãos de fomento de como avaliar
cada instituição e os docentes que estão realizando trabalhos
Intrapessoal diferenciados com cada aluno com necessidades especiais.
- Exercícios (E) Impedem a evasão escolar e promovem escolas de
- Diretrizes para melhorar a autoestima: educadores especializados em alfabetização de alunos
- Anunciar, todos os dias, a presença dos alunos especiais para avaliar os resultados dos testes destinados a
- Ajudar os alunos a identificar seus pontos fortes

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APOSTILAS OPÇÃO

clientela que se pretende incluir na escola regular com vistas a


socialização dos familiares no processo educativo.
12. Bullying.
03. (IF-SUDESTE/MG - Pedagogia - 2017) A educação
inclusiva direciona suas ações para o atendimento às
especificidades dos alunos no processo educacional, Bullying152 é um termo da língua inglesa (bully =
fomentando adaptações e flexibilidades. As adaptações e as “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes
flexibilidades curriculares constituem medidas pedagógicas agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que
para: ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou
(A) Atendimento das exigências dos sistemas de ensino mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de
para a seleção dos alunos. intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou
(B) Atendimento das necessidades da sociedade atual e capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma
treinamento de hábitos e atitudes. relação desigual de forças ou poder.
(C) Reforço das dificuldades de aprendizagem e
favorecimento do processo de aprovação e reprovação escolar. O bullying se divide em duas categorias:
(D) Seleção de um grupo homogêneo de alunos em a) Bullying direto: que é a forma mais comum entre os
processo de escolarização. agressores masculinos e
(E) Atendimento das dificuldades de aprendizagem e das b) Bullying indireto: sendo essa a forma mais comum
necessidades educacionais especiais e o favorecimento de entre mulheres e crianças, tendo como característica o
escolarização. isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a)
agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização
04. (SED/SC - Professor - ACAFE) Considerando que as da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de
adequações curriculares são elementos fundamentais para a subsistência.
efetiva aprendizagem de todos os alunos que compõem o
grupo, considerando neste grupo os alunos com deficiência, é O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em
correto afirmar, exceto: praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam,
(A) Pensar em adequação curricular significa organizar tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode
somente algumas atividades bem simples exclusivamente para ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma
possibilitar apenas a socialização no grupo. tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do
(B) É fundamental prever o uso de diferentes linguagens e bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se
recursos diversificados possibilitando espaços para que todos negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre
os alunos participem do processo de ensino/aprendizagem. em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é
(C) O planejamento organizado de acordo com princípios mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos
das adaptações curriculares prevê atividades escolares que pejorativos criados para humilhar os colegas.
consideram e valorizam a singularidade dos alunos. As pessoas que testemunham o bullying, na grande
(D) As adaptações curriculares possibilitam atendimento maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em
apropriado às peculiaridades dos alunos, tornando o currículo razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor.
mais dinâmico e flexível. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção
(E) Mobiliário adaptado, sistemas alternativos de contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos,
comunicação, softwares educativos específicos, equipamentos sem exceção, são afetados negativamente, experimentando
para mobilidade, materiais didáticos pedagógicos adaptados sentimentos de medo e ansiedade.
(em Braille, em LIBRAS) representam, dentre outros, alguns As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se
exemplos de adaptações de acesso ao currículo. tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima.
Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento,
05. Entende-se por educação especial nas Diretrizes podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em
Curriculares para a Educação assinale a alternativa correta. casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
(A) A inclusão de estudantes que apresentam necessidades O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que
educacionais especiais não demanda revisão de paradigmas, já têm pouca empatia, pertencentes às famílias desestruturadas,
que envolve adaptações das políticas e das práticas sociais. em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a
(B) Nas práticas inclusivas, especialmente em se tratando ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores
de estudantes com necessidades educacionais especiais, o geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade
currículo deve ser bastante estruturado, tendo em vista que de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e
todos os estudantes devem se apropriar dos mesmos possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de
conhecimentos ao mesmo tempo. solicitar ajuda.
(C) Todas as adaptações para estudantes com No Brasil, uma pesquisa realizada com alunos de escolas
necessidades educacionais especiais devem ser de pequeno públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do
porte, pois são aquelas mais facilmente realizadas pelo bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três
professor na organização dos grupos, dos espaços e dos cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são:
tempos da realização das atividades. Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.
(D) A modalidade de educação escolar, oferecida Os atos de bullying ferem princípios constitucionais –
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código
portadores de necessidades especiais. Civil, que determina que todo ato ilícito que cause danos a
outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de
Gabarito bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do
Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço
01.B / 02.C / 03.E / 04.A / 05.D aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que
ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.

152CAMARGO, O."Bullying"; Brasil Escola. Disponível em


http://brasilescola.uol.com.br.

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APOSTILAS OPÇÃO

O Bullying e os Direitos da Criança e do Adolescente ensino onde, conforme pesquisa da PLAN BRASIL, se verificou
a maior incidência de bullying - a lei foi específica ao tratar do
O Estatuto da Criança e do Adolescente positivou diversas assunto:
garantias e medidas protetivas com o propósito de afiançar um
desenvolvimento sadio aos infanto-juvenis. O comportamento “Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
discriminatório e agressivo dos bullies atenta acintosamente fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
contra o respeito e a dignidade de suas vítimas ferindo os I - maus-tratos envolvendo seus alunos; [...].”
direitos estatutários transcritos abaixo: Estatuto. II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar,
esgotados os recursos escolares;
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de III - elevados níveis de repetência.
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer Na cartilha lançada pelo Conselho Nacional de Justiça
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. encontramos a seguinte orientação dada aos responsáveis
pelos estabelecimentos de ensino nos casos de bullying: A
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao escola é corresponsável nos casos de bullying, pois é lá onde
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de os comportamentos agressivos e transgressores se
desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e evidenciam ou se agravam na maioria das vezes. A direção da
sociais garantidos na Constituição e nas leis. [...]. escola (como autoridade máxima da instituição) deve acionar
os pais, os Conselhos Tutelares, os órgãos de proteção à
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da criança e ao adolescente etc. Caso não o faça poderá ser
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, responsabilizada por omissão. Em situações que envolvam
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da atos infracionais (ou ilícitos) a escola também tem o dever de
autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos fazer a ocorrência policial. Dessa forma, os fatos podem ser
pessoais. devidamente apurados pelas autoridades competentes e os
culpados responsabilizados. Tais procedimentos evitam a
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e impunidade e inibem o crescimento da violência e da
do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento criminalidade infanto-juvenil.
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. No entanto, a intervenção deve ser ponderada, na medida
em que, se, por um lado, deve fazer cessar a humilhação, por
A violação de quaisquer desses direitos afeta a dignidade outro, deve estimular na vítima do bullying a capacidade de
do infanto-juvenil, incidindo, portanto, em dano moral. Sendo autodefesa, evitando uma superproteção prejudicial.”
assim, as vítimas de bullying poderão contender judicialmente Considerando o caráter multidisciplinar do tema em questão e
pelo devido ressarcimento, conforme orienta Mattia: O a necessidade das escolas estarem preparadas para lidar com
atentado ao direito à integridade moral gera a configuração de a questão, Calhau diz que atualmente um grande número de
dano moral, que, no caso, será pleiteado pela criança ou escolas mantém em seus quadros pedagogos e psicólogos, que,
adolescente através de seu representante legal. A indenização em sendo chamados para ajudar, poderão contribuir muito
por dano moral não mais suscita dúvidas, é a consagração do com a solução dos problemas. A orientação deve nortear a ação
dano moral direto, em face dos termos do princípio desses profissionais. Chamar a polícia e o Ministério Público, a
constitucional previsto no art. 5º, X, que dispõe: “São meu ver, somente nos casos mais graves.
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem A solução, dentro do possível, deve ser conseguida
das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano compartilhando o problema com o grupo de alunos, tendo em
material ou moral decorrente de sua violação.” vista que os alunos tendem a voltar a praticar os atos de
Mas, antes que o dano moral ao infanto-juvenil bullying assim que se colocarem sem supervisão. Sobre a
efetivamente ocorra, temos o dever de comunicar essa atuação das escolas cabe, também, se necessário, reprimir atos
iminência ao Conselho Tutelar que é o órgão - administrativo, de indisciplina praticados por alunos e aplicar as penalidades
municipal, permanente e autônomo - encarregado pela pedagógicas nos casos previstos no regimento escolar ou
sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e interno. Entretanto, deve esgotar todos os recursos
do adolescente. O artigo 13 do Estatuto trata dessa sociopedagógicos a ela inerente, inclusive ter uma equipe
obrigatoriedade de comunicação à autoridade competente no especializada de profissionais, como psicopedagogos e
caso de conhecimento de maus tratos perpetrados contra profissionais afins, para atuar de forma preventiva nos
crianças e adolescentes. Aqueles que não o fizerem incorrerão distúrbios ou problemas de aprendizagem. Porém, sendo
na pena prevista no art. 245: Estatuto. inócua a tentativa de resolver o problema diretamente com os
alunos e esgotadas todas as possibilidades pertinentes ao caso
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, concreto “é o caso de acionar o Conselho Tutelar e o Ministério
de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra Público.
criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Finalmente, gostaríamos de destacar que, antes que seja
Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de necessário o acionamento das autoridades competentes, a
outras providências legais. prevenção sempre será o melhor a ser feito pelos
estabelecimentos de ensino.
Quanto ao contexto em que está inserido o artigo 13 no
Estatuto, Rossato, Lépore e Cunha pontuam que vale ressaltar Questões
que apesar de alocado em meio a dispositivos que versam
sobre o direito à saúde e obrigações dos profissionais dessa 01. (IFB - Cargos de nível Superior - CESPE) A formação
área, o dever de comunicação de maus tratos também se das crianças e dos jovens ocorre por meio de sua participação
estende a outros profissionais, a exemplo de professores, na rede de relações que constitui a dinâmica social. Na
responsáveis por estabelecimentos de ensino, dentre outros, convivência com pessoas, seja com adultos, seja com seus
conforme explicita a redação do art. 245 do Estatuto, que pares, a criança e o jovem se apropriam dos conhecimentos e
considera infração administrativa o descumprimento dessa desenvolvem hábitos e atitudes de convívio social, como a
determinação legal. Mesmo porque, em se tratando de cooperação e o respeito humano. Daí a importância do grupo
responsáveis por escolas de ensino fundamental – etapa de como elemento formador.

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APOSTILAS OPÇÃO

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens TÍTULO I


que se seguem, relacionados com a sala de aula como espaço DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
de aprendizagem e interação.
O bullying pode-se caracterizar mesmo que o Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
comportamento aversivo seja apenas verbal. união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
( ) Certo ( ) Errado Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
02. (IF/RR - Pedagogo - FUNCAB) O Bullying, praticado I - a soberania;
em muitos espaços escolares, como também em espaços II - a cidadania
sociais diversos, tem revelado o quanto alguns atos carregam III - a dignidade da pessoa humana;
formas preconceituosas de ver e se relacionar com o outro. De IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide
uma maneira geral o Bullying é um ato de: Lei nº 13.784, de 2019)
(A) valorização da diversidade. V - o pluralismo político.
(B) brincadeira. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
(C) homofobia. exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
(D) violência. termos desta Constituição.
(E) racialismo.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos
03. (IFB - Psicólogo - FUNIVERSA) A prática da violência entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
no ambiente escolar não é um fenômeno recente. Apesar de
parecer mais frequente, precisa ser percebida como um Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
reflexo das interações sociais mais amplas que envolvem a Federativa do Brasil:
família, a escola e a sociedade como um todo. Entre as várias I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
formas de violência que acontecem no seio da escola, o bullying II - garantir o desenvolvimento nacional;
tem-se destacado. Acerca dessa forma de violência, assinale a III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
alternativa incorreta. desigualdades sociais e regionais;
(A) O bullying envolve atitudes agressivas, repetidas e IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
intencionais. raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
(B) Pode abranger agressão de natureza física, psicológica discriminação.
ou sexual.
(C) Aparecem, entre as ações típicas, xingamentos, elogios, Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas
intimidação, humilhação e discriminação. relações internacionais pelos seguintes princípios:
(D) Identificam-se agressores, vítimas e espectadores I - independência nacional;
como participantes do bullying. II - prevalência dos direitos humanos;
(E) Acontece sem uma motivação aparente em uma relação III - autodeterminação dos povos;
desigual de força. IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
Gabarito VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
01.Certo / 02.D / 03.C VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade;
X - concessão de asilo político.
13. Legislação educacional: Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará
Constituição, a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade
latino-americana de nações.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL DE 1988153. Questões

PREÂMBULO 01. (Prefeitura de Chapecó/SC - Engenheiro de


Trânsito - IOBV) Assinale a alternativa que está incorreta:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em (A) A República Federativa do Brasil é formada pela união
Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal.
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos (B) São Poderes da União, independentes e sucessivos
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o entre si, o Legislativo, o Executivo e o Conselho Nacional de
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores Justiça.
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem (C) A soberania e o pluralismo político são fundamentos da
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na República Federativa do Brasil.
ordem interna e internacional, com a solução pacífica das (D) É objetivo fundamental da República Federativa do
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a Brasil garantir o desenvolvimento nacional.
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL. 02. (Prefeitura de Recife/PE - Procurador - FCC) Entre
os princípios que regem, segundo a Constituição Federal, a
República Federativa do Brasil nas suas relações
internacionais, encontram-se os seguintes:

153 Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
Acesso em: 05/09/2019 às 9h

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APOSTILAS OPÇÃO

(A) defesa da paz, soberania nacional, não-intervenção e caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
repúdio a todas as formas de tratamento desumano ou ou, durante o dia, por determinação judicial;
degradante. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
(B) autodeterminação dos povos, cooperação entre os comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
povos para o progresso da humanidade e promoção do bem- telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
estar e da justiça social. hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
(C) defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, não- investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei
intervenção e repúdio ao terrorismo e ao racismo. nº 9.296, de 1996).
(D) soberania nacional, proteção do meio ambiente XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
ecologicamente equilibrado, não intervenção e solução profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
pacífica dos conflitos. estabelecer;
(E) cooperação entre os povos para o progresso da XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
humanidade, proteção do meio ambiente ecologicamente resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
equilibrado, promoção do bem-estar e da justiça social. profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo
03. (PC/SP - Oficial Administrativo - VUNESP) São de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
(A) a Federação brasileira, os Estados e os Municípios. XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
(B) o Ministério Público, a Defensoria Pública e a em locais abertos ao público, independentemente de
Procuradoria Geral do Estado. autorização, desde que não frustrem outra reunião
(C) o Congresso Nacional, o Senado e a Câmara dos anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
Deputados. exigido prévio aviso à autoridade competente;
(D) o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
(E) o Presidente da República, os Governadores e os vedada a de caráter paramilitar;
Prefeitos. XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
Gabarito interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
01.B/ 02.C/ 03.D. dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
TÍTULO II XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS permanecer associado;
CAPÍTULO I XXI - as entidades associativas, quando expressamente
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de XXII - é garantido o direito de propriedade;
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
termos seguintes: interesse social, mediante justa e prévia indenização em
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
nos termos desta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer competente poderá usar de propriedade particular,
alguma coisa senão em virtude de lei; assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento dano;
desumano ou degradante; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei,
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado desde que trabalhada pela família, não será objeto de
o anonimato; penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à financiar o seu desenvolvimento;
imagem; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
suas liturgias; a) a proteção às participações individuais em obras
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive
assistência religiosa nas entidades civis e militares de nas atividades desportivas;
internação coletiva; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de das obras que criarem ou de que participarem aos criadores,
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e associativas;
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção
científica e de comunicação, independentemente de censura às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes
ou licença; de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo do País;
dano material ou moral decorrente de sua violação; XXX - é garantido o direito de herança;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou

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APOSTILAS OPÇÃO

dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável L - às presidiárias serão asseguradas condições para que
a lei pessoal do "de cujus"; possam permanecer com seus filhos durante o período de
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do amamentação;
consumidor; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
informações de seu interesse particular, ou de interesse naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Vide Lei crime político ou de opinião;
nº 12.527, de 2011). LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pela autoridade competente;
pagamento de taxas: LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de sem o devido processo legal;
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
pessoal; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário meios ilícitos;
lesão ou ameaça a direito; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato julgado de sentença penal condenatória;
jurídico perfeito e a coisa julgada; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
organização que lhe der a lei, assegurados: pública, se esta não for intentada no prazo legal;
a) a plenitude de defesa; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
b) o sigilo das votações; processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
c) a soberania dos veredictos; social o exigirem;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
contra a vida; ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
pena sem prévia cominação legal; propriamente militar, definidos em lei;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
direitos e liberdades fundamentais; competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis assistência da família e de advogado;
de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; autoridade judiciária;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
constitucional e o Estado Democrático; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
patrimônio transferido; coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, abuso de poder;
entre outras, as seguintes: LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger
a) privação ou restrição da liberdade; direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus"
b) perda de bens; ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou
c) multa; abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
d) prestação social alternativa; jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
e) suspensão ou interdição de direitos; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
XLVII - não haverá penas: por:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos a) partido político com representação no Congresso
do art. 84, XIX; Nacional;
b) de caráter perpétuo; b) organização sindical, entidade de classe ou associação
c) de trabalhos forçados; legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
d) de banimento; ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
e) cruéis; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
do apenado; inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
física e moral; a) para assegurar o conhecimento de informações relativas
à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público;

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APOSTILAS OPÇÃO

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê- 03. (PC/TO - Delegado de Polícia - Aroeira) Dispõe a
lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; Constituição Federal, no Título dos Direitos e Garantias
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor Fundamentais, que a prisão ilegal será imediatamente:
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio (A) revogada pela autoridade policial competente.
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade (B) substituída por fiança.
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e (C) relaxada pela autoridade judiciária.
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de (D) substituída por monitoração eletrônica.
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e 04. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC) NÃO
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; figura entre as garantias expressas no artigo 5º da
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro Constituição Federal:
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado (A) a obtenção de certidões em repartições públicas.
na sentença; (B) a defesa do consumidor, prevista em estatuto próprio.
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na (C) o respeito à integridade física dos presos, garantido
forma da lei: pela lei de execução penal.
a) o registro civil de nascimento; (D) a remuneração do trabalho noturno superior ao
b) a certidão de óbito; diurno, posto que contido na legislação ordinária trabalhista.
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e
"habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao 05. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC) A casa
exercício da cidadania. é asilo inviolável do indivíduo, podendo-se nela entrar, sem
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são permissão do morador, EXCETO
assegurados a razoável duração do processo e os meios que (A) em caso de desastre.
garantam a celeridade de sua tramitação. (B) em caso de flagrante delito.
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias (C) para prestar socorro.
fundamentais têm aplicação imediata. (D) por determinação judicial, a qualquer hora.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios Gabarito
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte. 01. C/ 02. B/ 03. C/ 04. D/ 05. D.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso CAPÍTULO III
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
respectivos membros, serão equivalentes às emendas SEÇÃO I
constitucionais. DA EDUCAÇÃO
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e
da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
Questões sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para
01. (Prefeitura de Chapecó/SC - Engenheiro de o trabalho.
Trânsito - IOBV/2016) De acordo com o texto constitucional,
é direito fundamental do cidadão: Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes
(A) A manifestação do pensamento, ainda que através do princípios:
anonimato. I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
(B) A liberdade de associação para fins lícitos, inclusive de escola;
caráter paramilitar. II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
(C) Ser compelido a fazer ou deixar de fazer alguma coisa pensamento, a arte e o saber;
somente em virtude de lei. III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e
(D) Ser livre para expressar atividade intelectual e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
artística, mediante licença do Ministério da Educação e IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos
Cultura. oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar,
02. (Prefeitura de Valença/BA - Técnico Ambiental - garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso
AOCP/2016) Sobre os direitos fundamentais, assinale a exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos
alternativa correta. das redes públicas; (Redação dada pela Emenda
(A) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela Constitucional nº 53, de 2006)
podendo penetrar sem consentimento do morador, exceto VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
apenas no caso de flagrante delito. VII - garantia de padrão de qualidade.
(B) É inviolável o sigilo da correspondência e das VIII - piso salarial profissional nacional para os
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de
investigação criminal ou instrução processual penal. trabalhadores considerados profissionais da educação básica
(C) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de
profissão, não podendo a lei estabelecer qualquer requisito. seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do
(D) O homicídio constitui crime inafiançável e Distrito Federal e dos Municípios.
imprescritível.
(E) No Brasil, não se admite pena de morte em hipótese Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-
alguma. científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial,

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APOSTILAS OPÇÃO

e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino
pesquisa e extensão. obrigatório.
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, § 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente
técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. ao ensino regular.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de
pesquisa científica e tecnológica. Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de
mediante a garantia de: impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) manutenção e desenvolvimento do ensino.
aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua § 1º - A parcela da arrecadação de impostos transferida
oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
idade própria; ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo,
III - atendimento educacional especializado aos portadores receita do governo que a transferir.
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; § 2º - Para efeito do cumprimento do disposto no "caput"
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino federal,
até 5 (cinco) anos de idade; estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art.
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa 213.
e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; § 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às prioridade ao atendimento das necessidades do ensino
condições do educando; obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional
educação básica, por meio de programas suplementares de de educação.
material didático-escolar, transporte, alimentação e § 4º - Os programas suplementares de alimentação e
assistência à saúde. assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados
§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito com recursos provenientes de contribuições sociais e outros
público subjetivo. recursos orçamentários.
§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional
Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da de financiamento a contribuição social do salário-educação,
autoridade competente. recolhida pelas empresas na forma da lei. (Vide Decreto nº
§ 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos 6.003, de 2006)
no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos § 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da
pais ou responsáveis, pela frequência à escola. contribuição social do salário-educação serão distribuídas
proporcionalmente ao número de alunos matriculados na
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as educação básica nas respectivas redes públicas de ensino.
seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
Público. confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino excedentes financeiros em educação;
fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra
e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder
regionais. Público, no caso de encerramento de suas atividades.
§ 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa, § 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser
constituirá disciplina dos horários normais das escolas destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e
públicas de ensino fundamental. médio, na forma da lei, para os que demonstrarem
§ 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e
língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas cursos regulares da rede pública na localidade da residência
também a utilização de suas línguas maternas e processos do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir
próprios de aprendizagem. prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por
Municípios organizarão em regime de colaboração seus instituições de educação profissional e tecnológica poderão
sistemas de ensino. receber apoio financeiro do Poder Público. (Redação dada pela
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Territórios, financiará as instituições de ensino públicas
federais e exercerá, em matéria educacional, função Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação,
redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema
oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do nacional de educação em regime de colaboração e definir
ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação
ao Distrito Federal e aos Municípios; para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações
fundamental e na educação infantil. integradas dos poderes públicos das diferentes esferas
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão federativas que conduzam a:
prioritariamente no ensino fundamental e médio. I - erradicação do analfabetismo;
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os II - universalização do atendimento escolar;
Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;

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APOSTILAS OPÇÃO

V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.


VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos
públicos em educação como proporção do produto interno
bruto.

Questões

01. (IF/PI - Professor - Administração) A Constituição


Federal de 1988, também denominada de Constituição Cidadã,
estabeleceu no Capítulo III, especificamente no Art. 206, os
princípios que regem o ensino no Brasil. Dentre estes, a gestão
do ensino público passou a ser:
(A) Autônoma e livre de qualquer poder, considerando os
princípios de igualdade e liberdade do ensino.
(B) Democrática em todos estabelecimentos de ensino
públicos e privados.
(C) Democrática do ensino público, na forma da lei.
(D) Oligárquica em todas as escolas em conformidade com
o projeto pedagógico de cada escola.
(E) Participativa e democrática em todas as instituições de
ensino, em consonância com o que preconiza o direito público.

02. (IF/TO - Técnico de laboratório - 2017)


Considerando as normas constitucionais sobre a educação,
assinale a alternativa INCORRETA.
(A) As instituições de pesquisa científica e tecnológica
gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de
gestão financeira e patrimonial e obedecerão ao princípio de
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
(B) O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
público subjetivo do cidadão.
(C) O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder
Público, ou de sua oferta irregular, importa responsabilidade
da autoridade competente.
(D) É vedado às instituições de pesquisa científica e
tecnológica admitir professores, técnicos e cientistas
estrangeiros.
(E) A gestão democrática do ensino público é um dos
princípios do sistema educacional brasileiro.

Gabarito

01.C / 02.D.

LDB 9394/96, PNE 2014,


BNCC LBI e ECA.

Prezado(a) Candidato(a), tais conteúdos já foram


abordados na apostila de Legislação Educacional.

Anotações

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