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UNOPAR

ERGONOMIA
INDUSTRIAL

ERGONOMIA INDUSTRIAL

ISBN 978-85-8768-678-7

9 788587 686787
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Ergonomia
industrial
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Ergonomia
industrial

Seleide Aparecida Monteiro Eugênio


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Diretor editorial e de conteúdo: Roger Trimer


Gerente de produção editorial: Kelly Tavares
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Coordenador de produção editorial: Sérgio Nascimento
Editor: Casa de Ideias
Editor assistente: Marcos Guimarães
Revisão: Marina Sousa
Capa: Solange Rennó
Diagramação: Casa de Ideias

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Eugênio, Seleide Aparecida Monteiro


E87e Ergonomia Industrial/ Seleide Aparecida Monteiro
Eugênio – Londrina: UNOPAR, 2014.
152 p.

ISBN 978-85-87686-78-7

1. Saúde Ocupacional. 2. Segurança. 3. Trabalho. I Título.

CDD-620.82
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Sumário

Unidade 1 — Fundamentos da ergonomia .....................1


Seção 1 Fundamentos, origem e evolução........................................3
Seção 2 Conceitos e definições .....................................................11
Seção 3 Objetivos básicos da ergonomia ......................................13
Seção 4 Antropometria ..................................................................15
4.1 Antropometria: medidas .......................................................................15

Unidade 2 — Organismo humano ...............................29


Seção 1 Organismo humano .........................................................30
1.1 A máquina neuromuscular ...................................................................30
Seção 2 Biomecânica ocupacional .................................................43
2.1 Trabalho estático e dinâmico ................................................................43
2.2 Dores musculares .................................................................................44
2.3 Traumas musculares..............................................................................44
2.4 Posturas do corpo .................................................................................44
2.5 Levantamento de cargas........................................................................49
2.6 Transporte de cargas .............................................................................51

Unidade 3 — Segurança e Qualidade de Vida no


Trabalho (QVT) ......................................55
Seção 1 Segurança no trabalho ......................................................57
1.1 Conceito de segurança no trabalho .......................................................57
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vi ERGONOMIA INDUSTRIAL

Seção 2 QVT (Qualidade de Vida no Trabalho) ..............................63


2.1 Difusão do Conceito de Qualidade de Vida no Trabalho .......................64

Unidade 4 — Tipos de riscos ergonômicos ..................83


Seção 1 Riscos ergonômicos ..........................................................84
1.1 Riscos operacionais .............................................................................85
1.2 Riscos ergonômicos ..............................................................................85
Seção 2 Implicações objetivas e subjetivas ...................................110
2.1 Quadros clínicos ................................................................................111
2.2 Valores impostos pela cultura do contentamento: satisfação,
excelência e saúde perfeita .................................................................113

Unidade 5 — Desenvolvimento atual da


ergonomia e seu embasamento legal ...119
Seção 1 Desenvolvimento atual da ergonomia ............................120
1.1 Análise ergonômica do trabalho .........................................................120
1.2 Sociolinguística e psicologia cognitiva e linguística (PSCL) .................121
Seção 2 Aplicação das Normas Regulamentadoras (NR) ..............123

Referências ............................................................... 131


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Carta ao aluno

O crescimento e a convergência do potencial das tecnologias da informa-


ção e da comunicação fazem com que a educação a distância, sem dúvida,
contribua para a expansão do ensino superior no Brasil, além de favorecer
a transformação dos métodos tradicionais de ensino em uma inovadora
proposta pedagógica.
Foram exatamente essas características que possibilitaram à Unopar ser
o que é hoje: uma referência nacional em ensino superior. Além de oferecer
cursos nas áreas de humanas, exatas e da saúde em três campi localizados
no Paraná, é uma das maiores universidades de educação a distância do país,
com mais de 450 polos e um sistema de ensino diferenciado que engloba aulas
ao vivo via satélite, Internet, ambiente Web e, agora, livros-texto como este.
Elaborados com base na ideia de que os alunos precisam de instrumen-
tos didáticos que os apoiem — embora a educação a distância tenha entre
seus pilares o autodesenvolvimento —, os livros-texto da Unopar têm como
objetivo permitir que os estudantes ampliem seu conhecimento teórico, ao
mesmo tempo em que aprendem a partir de suas experiências, desenvolvendo
a capacidade de analisar o mundo a seu redor.
Para tanto, além de possuírem um alto grau de dialogicidade — caracteri-
zado por um texto claro e apoiado por elementos como “Saiba mais”, “Links”
e “Para saber mais” —, esses livros contam com a seção “Aprofundando o
conhecimento”, que proporciona acesso a materiais de jornais e revistas,
artigos e textos de outros autores.
E, como não deve haver limites para o aprendizado, os alunos que quise-
rem ampliar seus estudos poderão encontrar na íntegra, na Biblioteca Digital,
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viii ERGONOMIA INDUSTRIAL

acessando a Biblioteca Virtual Universitária disponibilizada pela instituição, a


grande maioria dos livros indicada na seção “Aprofundando o conhecimento”.
Essa biblioteca, que funciona 24 horas por dia durante os sete dias da semana,
conta com mais de 2.500 títulos em português, das mais diversas áreas do co-
nhecimento, e pode ser acessada de qualquer computador conectado à Internet.
Somados à experiência dos professores e coordenadores pedagógicos da
Unopar, esses recursos são uma parte do esforço da instituição para realmente
fazer diferença na vida e na carreira de seus estudantes e também — por que
não? — para contribuir com o futuro de nosso país.
Bom estudo!
Pró-reitoria
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Apresentação

O presente livro vem nos apresentar os mais diversos parâmetros em que


é apresentada a Ergonomia Aplicada ao Trabalho. Trataremos, aqui, das exi-
gências das pessoas em relação à saúde laboral, ou seja, as reclamações das
pessoas por melhores condições de vida e de trabalho.
Na busca por melhoria de condição de vida, foram demandadas várias
novas metas para que, assim, a população de um modo geral tenha melhor
aplicabilidade e desempenho nos seus afazeres.
A seguir, teremos as unidades nas quais o livro está dividido:
Unidade 1: Nessa unidade, você compreenderá os fundamentos da ergono-
mia a sua história, origem e evolução, desde os primeiros tempos até a atualidade.
Entenderá sua importância, influência e efeitos. Assim, poderá compreender a
importância de conhecer o passado para entender os dias atuais e de ter uma
visão panorâmica dos principais campos de aplicação da ergonomia.
Unidade 2: Nessa unidade, descreveremos de maneira resumida as prin-
cipais funções do organismo humano que são pertinentes à ergonomia. Serão
apresentadas as funções que influem no desempenho do trabalho. Além disso,
trabalharemos a biomecânica ocupacional, que estuda os movimentos corpo-
rais e as forças relacionadas ao trabalho.
Unidade 3: Nela, verificaremos a importância, não apenas para os trabalha-
dores mas também para as empresas e para a sociedade, dos riscos que podem
ser evitados acerca da saúde e da prevenção dos acidentes no trabalho, além
da qualidade de vida, que deve ser proporcionada aos trabalhadores para uma
melhor produtividade em seus meios laborais.
Unidade 4: Nessa unidade, vamos identificar os riscos ergonômicos e sua
grande fonte de tensão no trabalho — por exemplo, as condições desfavoráveis,
como excesso de calor, ruídos e vibrações que causam desconforto, aumen-
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x ERGONOMIA INDUSTRIAL

tam o risco de acidentes e podem provocar danos consideráveis à saúde. Para


cada uma das variáveis ambientais há certas características mais prejudiciais ao
trabalho.
Unidade 5: Nessa unidade, nosso foco é mostrar como no progresso tec-
nológico e na crescente automação industrial há uma tendência de liberar o
trabalhador daquelas tarefas que exigem muitos esforços ou daquelas de natu-
reza simples e repetitiva. Diante disso, há uma redistribuição social da força de
trabalho, com a maioria da humanidade que se dedica ao setor de serviços. Com
a distribuição do seu tempo no ambiente doméstico, público e nos transportes,
os conhecimentos da ergonomia, que antes foram aplicados apenas na produção
industrial, têm o seu foco também direcionado ao setor de serviços, comércio,
educação, saúde, transporte e lazer. A aplicação da ergonomia a esses casos deve
ser feita de maneira diferente, pois fica difícil definir o tipo de usuário.
Após abordarmos todas as unidades, compreenderemos a ligação de um es-
tudo com outro e como um complementa o outro, para que, ao final, possamos
obter a conclusão dos reais benefícios que os trabalhadores possuem com tudo
o que foi escrito nestas páginas.
Em todo o livro procuramos, por meio dos links e das leituras complemen-
tares, contextualizar o conteúdo na realidade do dia a dia do leitor, buscando,
assim, uma maior facilidade de assimilação do conteúdo e a possibilidade de o
leitor enxergar a utilidade prática do ensinamento, motivando-o, assim, na busca
por mais conteúdo em outras fontes de conhecimento e de ensinamentos que
o preparam para o porvir de muitos desafios em sua vida pessoal e profissional.
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Unidade 1
Fundamentos
da ergonomia

Objetivos de aprendizagem: Nesta unidade você compreenderá os


fundamentos da ergonomia, sua história, origem e evolução desde os
primeiros tempos até a atualidade. Entenderá sua importância, influên-
cia e seus efeitos. Dessa forma, poderá compreender a importância
de conhecer o passado para entender os dias atuais e ter uma visão
panorâmica dos principais campos de aplicação da ergonomia.

Seção 1: Fundamentos, origem e evolução


Nessa seção, detalharemos os principais fundamen-
tos, a origem e a evolução da ergonomia, levantando
sua origem e evolução desde os seus primórdios.
Essa abordagem é mantida na Europa Ocidental,
e é na Inglaterra que se encontra sua origem e seu
emprego. Na França, desenvolveu-se nos setores de
pesquisa e ensino público, progressivamente atin-
gindo os setores industriais, começando a penetrar
o setor privado. A ergonomia está definitivamente
ligada aos progressos do conhecimento científico
e à evolução da questão do trabalho, por meio do
desenvolvimento da engenharia humana.
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Seção 2: Conceitos e definições


Nessa seção, conheceremos os conceitos e as de-
finições, ou seja, os problemas levantados pelo
conhecimento do homem aplicáveis ao conjunto
homem-trabalho, tendo forma própria de estudo e
pesquisa e vislumbrando um tipo próprio de pen-
samento sobre sua realidade, colocando questões
diversas sobre as quais de sustenta, questões estas
relacionadas as diversas ciências, principalmente à
fisiologia e à psicologia (LAVILLE, 1977).

Seção 3: Objetivos básicos da ergonomia


Aqui vamos indicar o objetivo da ação ergonômica, isto
é, encontrar uma solução para um problema. Não existe
solução anterior à mediação ergonômica. O diagnóstico
primeiro pode ser redefinido durante a intervenção,
cujos objetivos também podem ser redefinidos quando
da intervenção. Somente no final da intervenção pode-
remos saber realmente qual é o problema.

Seção 4: Antropometria
Nessa seção aprenderemos a importância dessa
área de conhecimento, pois a indústria moderna
precisa de medidas antropométricas cada vez mais
detalhadas e confiáveis. De um lado, isso é exigido
pelas necessidades da produção em massa; do outro,
surgiram muitos sistemas de trabalho complexos.
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Fundamentos da ergonomia 3

Introdução ao estudo
O início da ergonomia se deu durante a Segunda Guerra Mundial, quando
cientistas e pesquisadores se reuniram para estudar um novo campo de apli-
cação interdisciplinar da ciência. A Ergonomics Research Society (2013, p. 1,
tradução nossa) define a ergonomia como o “[...] estudo do relacionamento
entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a
aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução
dos problemas surgidos desse relacionamento”.
Num momento de exercício do seu papel, a ergonomia volta-se a uma ob-
servação e análise de vários aspectos do comportamento do homem no trabalho
e de fatores externos importantes ao projeto de sistema de trabalho. A seguir,
estudaremos os seguintes assuntos: fundamentos da ergonomia: histórico, ori-
gem e evolução; conceitos; definições e seus objetivos básicos.

Seção 1 Fundamentos, origem e evolução


Estão relacionadas à evolução da ergonomia as mudanças sociais, econô-
micas e tecnológicas que vêm acontecendo no mundo do trabalho.
A ergonomia surge nos meados dos anos 1940 na Inglaterra, vindo de um
contexto histórico que passa da produção artesanal à informática, alterando
os postos de trabalho realizados pelo homem.
Nessa época, a ergonomia emerge de modo mais padronizado, buscando
entender a complexidade da conexão entre o homem e o trabalho, oferecendo
suporte teórico e prático para aprimorar essa integração.
Não há uma história propriamente dita sobre a ergonomia, o que houve foi
um conjunto de conhecimentos referentes ao homem em atividade de trabalho
que permitiu o surgimento dessa modalidade.
Fica evidente que a prática ergonômica faz uso de técnicas específicas e
baseia-se em conhecimentos científicos multidisciplinares e, essencialmente,
em conhecimentos das ciências do homem (como a fisiologia, a psicologia e a
sociologia). Isso ocorre devido a seus estudos estarem diretamente relacionados
ao homem, afinal, a ergonomia existe para e por ele.
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4 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Segundo Dul e Weerdmeester (2004, p. 1):


A ergonomia desenvolveu-se na Segunda Guerra Mundial. Pela
primeira vez, houve uma conjugação sistemática de esforços
entre tecnologia, ciências humanas e biológicas para resolver
problemas de projeto. Médicos, psicólogos, antropólogos e
engenheiros trabalharam juntos para resolver os problemas cau-
sados pela operação de equipamentos militares complexos. Os
resultados desse esforço interdisciplinar foram muito gratifican-
tes, a ponto de serem aproveitados pela indústria, no pós-guerra.

Com relação à definição de ergonomia, para Dul e Weerdmeester (2004, p. 1)


“[...] o termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon (trabalho) e no-
mos (regras)”. Isso significa que ergonomia é o estudo do relacionamento entre
o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente e, particularmente da
aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução
surgida neste relacionamento (ERGONOMICS RESEARCH SOCIETY, 2013).
Silva e Paschoarelli (2010), ao considerar as práticas desenvolvidas
por Leonardo da Vinci, o apontam como um precursor da área de ergono-
mia. Leonardo da Vinci nasceu em 1452, na aldeia de Vinci. Aos dezoito
anos, Da Vinci, então aprendiz do artista Florentino Andrea Verrochio, deu
início a suas primeiras obras sem contribuição de seu mestre, obras estas
já apresentando as peculiaridades que se tornariam características notáveis
de seu trabalho. Visionário, curioso e ávido por saber nos mais diversos
campos (arquitetura, engenharia, anatomia, pintura, escultura, fisionomia
etc.), Leonardo da Vinci incorporou ao máximo o “homem universal”, numa
época em que o homem era tido como centro do universo e que a ciência
se constituía basicamente de matemática e medicina.
Fundou a “achademia vinciana” por volta de 1490, onde implantou uma
metodologia de ensino baseada primeiramente no estudo formal e proporcional
de corpos naturais no desenho e, por último, no uso de cores.
O trabalho de Leonardo da Vinci trazia uma forte característica formal e
sistemática das suas experiências e de seus estudos anatômicos e fisiológicos,
o que contribuiu para a ergonomia.
A partir dos inúmeros estudos que havia realizado sobre a anatomia dos
corpos (em seus cadernos havia mais de 600 esboços sobre o tema), passou a
analisar criteriosamente a influência de elementos como luz, sombra e movi-
mentos sobre as atividades humanas.
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Fundamentos da ergonomia 5

Silva e Pascoarelli (2010, p. 13-14) assim discorrem sobre a figura do Ho-


mem Vitruviano proposta por Da Vinci:
A principal relevância da ação de Leonardo ao juntar o homem
canônico do quadrado e da circunferência, em seus centros
geradores e clássicos em uma só figura, foi manter o homem
fixo em um lugar, girar ou articular seus membros inferiores e
superiores ainda conectados ao tronco e, como característica
dos precursores e empreendedores, pensar diferente e alterar a
posição das formas, o quadrado e a circunferência, neste caso,
o que viria a ser um princípio da ergonomia, isto é, o posto de
trabalho, o ambiente, a roupa e as questões periféricas devem
se adaptar ao homem, e não o homem a eles.

Figura 1.1 Homem Vitruviano: músculos do dorso e membros superiores

Fonte: Jakub Krechowicz / Shutterstock (2013).


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6 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Figura 1.2 Músculos da mão

Fonte: Lolloj / Shutterstock (2013).

Figura 1.3 Músculos do braço

Fonte: Lolloj / Shutterstock (2013).


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Fundamentos da ergonomia 7

Ainda em Silva e Paschoarelli (2010), verifica-se que foram determinadas


algumas tarefas diárias que poderiam ser exigidas dos trabalhadores em mea-
dos do século XVII. Além disso, institui-se um salário incentivo e surge a ideia
de remuneração humana de trabalho. Ainda nesse mesmo período, o médico
italiano Bernardino Romazzini escreve sobre doenças e lesões relacionadas ao
trabalho, e seus estudos, denominados “doenças ocupacionais”, são publicados
por volta de 1700.
É nessa ocasião que se incluem os estudos de Bernard Forest de Bélidor,
sobre as interfases ergonômicas na organização do trabalho.
Bélidor nasceu na Catalúnia. Filho de um oficial militar francês, cinco
meses após seu nascimento ficou órfão, quando passou então aos cuidados
da família da viúva de seu padrinho, outro oficial militar. Sua vida foi dividida
entre o militarismo e a ciência, dedicando-se à engenharia civil, tornando-se
especialista em hidráulica e matemática.
Segundo Silva e Paschoarelli (2010, p. 25):
Bélidor tentou medir a capacidade de trabalho físico nos locais
de trabalho dos operários no século XVIII, seus estudos foram
voltados para as construções de pontes e muralhas analisavam
como o trabalhador se comportava especificamente no que
tangia ao carregamento de cargas por longo período, relacio-
nando esforço muscular e postura que posteriormente foram
considerados irregulares e demonstrava como o ser humano
interagia com as máquinas e de que forma o trabalho era reali-
zado. E assim um operário sem doenças operacionais poderia
ser mais eficiente nas construções.

Entre todos, um dos precursores da ergonomia, Philibert Patissier, marcou


época e deixou para a humanidade contribuições para o desenvolvimento da
medicina e da saúde púbica a serviço do bem-estar das pessoas.
Ainda em Silva e Paschoarelli (2010), Patissier realiza as primeiras pesqui-
sas sobre mortalidade e morbidade da população operária. Após o trabalho
de Romazinee e Patissier (1822), publicou um novo tratado sobre as doenças
dos artesãos e aquelas provenientes de varias outras profissões, indicando as
precauções (prevenção e tratamento) a serem tomadas. Desse modo, ele fala
sobre as lesões sofridas, enfatiza medidas para evitar acidentes e sugere medidas
de proteção nos trabalhos de fábrica. Também ressaltou orientar as crianças
para uma profissão específica.
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8 ERGONOMIA INDUSTRIAL

O Tratado de Patissier foi difundido na França e suas ideias foram ampla-


mente adotadas. Sua preocupação com a prevenção, especialmente aos aci-
dentes com máquinas, foi difundida, sendo compartilhada pelas mais variadas
empresas da França, enriquecendo sua valiosa contribuição à medicina do
trabalho (ele era doutor em medicina pela Faculdade de Paris).
Entre os organizadores do trabalho, Taylor e seus precursores analisaram o
trabalho buscando definir as melhores condições de rendimento, aprimorando
o desempenho do homem e baseando-se no modelo análogo ao funcionamento
da máquina.
Nesse contexto, no fim do século XIX, verificava-se uma grande compe-
titividade com rápido crescimento de corporações e início de organizações
industriais que monopolizavam o mercado, tornando difícil a sobrevivência
de quem apresentasse baixa produtividade.
Para a ergonomia, o trabalho de Taylor foi um dos marcos iniciais aos con-
ceitos de projeto de tarefas. O controle do tempo e os estudos dos movimentos
se tornaram a base para os métodos de análise de tarefas utilizadas ainda hoje.
Jules Amar contribuiu significativamente com os fisiologistas do fim do
século XIX, proporcionando para a ergonomia técnicas e equipamentos que
permitiam mensurar o desempenho físico do ser humano. Dentre eles, desta-
cam-se o esfigmógrafo, o cardiógrafo e o pneumógrafo. Simultaneamente ao
desenvolvimento desses equipamentos, avançam também no estudo teórico
específico do desgaste fisiológico e de energética muscular do homem.
Na primeira metade do século XX, Jules Amar se destaca em idealizar a
pesquisa realizada em laboratório e autor do livro O motor humano, no qual
aborda o estudo científico sobre os dados físicos e fisiológicos relacionados
à eficiência e ao desempenho humano nos ambientes de trabalho na indús-
tria. Seu livro, O motor humano, considerado por alguns a primeira obra de
ergonomia, descreve os métodos de avaliação e as técnicas experimentais,
fornecendo as bases fisiológicas do trabalho muscular e relacionando-as com
as atividades profissionais. Descreve, também, os princípios mecânicos gerais
do corpo humano como uma máquina.
Da idealização do conceito de ergonomia por Murrell, em 1949, até o
início dos primeiros estudos brasileiros nesta área passaram-se mais de vinte
anos. Na década de 1970, sob a influência do pesquisador francês Alain Wis-
ner, iniciaram-se as abordagens ergonômicas, o que justifica até os nossos dias
muitos seguirem a abordagem francesa, a analyse ergonomic du travail.
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Fundamentos da ergonomia 9

Com base em um método proposto pelas professoras Moraes e Mont’Alvão


(2000), foi na década de 1990 que novos estudos surgiram, ganhando força devido
a descrição clara dos muitos obstáculos que surgem num estudo ergonômico.
Cabe frisar que, no Brasil, concluíram que houve seis principais vertentes
para a difusão da ergonomia no país:
Década de 1960: através da abordagem “o produto e o homem”
(curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP com
o prof. Sergio Penna Kehl).
Início da década de 1970: introdução do ensino de ergonomia no
curso de engenharia de produção.
Ano de 1976: com a introdução do ensino de ergonomia no curso de
desenho industrial, da Escola superior de Desenho Industrial da UERJ.
Década de 1970: foi identificada através de estudos relacionados à
psicologia ergonômica no curso de Psicologia da USP de Ribeirão
Preto com ênfase na Percepção visual aplicada no estudo do trânsito.
Década de 1970: na área de psicologia da FGV-RJ, promoveu o I
Seminário Brasileiro de Ergonomia (1974).
Ainda nos anos de 1970: o professor Wisner tanto incentivou quanto
orientou um dos primeiros trabalhos de ergonomia da FGV (Fundação
Getúlio Vargas), cujo tema era plantação de cana de açúcar na área
rural de cidade de Campos-RJ. Também incentivou a pós-gradução
em ergonomia na sua instituição de origem, já na década de 1980.
Os egressos desta instituição francesa distrinuiram-se por vários es-
tados e cidades (DINIZ, 1994).
Em 13 de julho de 1983, houve um importante feito para a ergonomia bra-
sileira, a criação da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO).
É importante ressaltar que a ABERGO foi aceita como membro da Interna-
tional Ergonomics Associations (IEA) em 1984, entretanto, essa filiação nunca
foi oficializada, por questões meramente burocráticas.
Em 2004, foi introduzido o sistema de certificação do ergonomista brasileiro
ao qual concede o título aos profissionais que se submetem ao processo. A
certificação é uma tendência mundial recebendo apoio da IEA e do Ministério
do Trabalho e Emprego.
Como já se indicou, a Ergonomics Research Society da Inglaterra nos de-
fine a ergonomia como “[...] o estudo do relacionamento entre o homem e
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10 ERGONOMIA INDUSTRIAL

o seu trabalho, equipamento e ambiente, e, particularmente, a aplicação dos


conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas
surgidos desse relacionamento” (2013, p. 1, tradução nossa).
No momento de exercício do seu papel, a ergonomia volta-se para a obser-
vação e análise de vários aspectos do comportamento do homem no trabalho
e de fatores externos importantes ao projeto de sistemas de trabalho. Uma vez
que não se busca o simples ajustamento entre homem e máquina, mas, sim, a
adaptação conjunta dos dois.
Deste modo, o estudo ergonômico considerará, como citado anteriormente:
as características individuais do homem;
os equipamentos, as ferramentas, os móveis e as instalações que são
utilizadas na execução do trabalho;
o ambiente físico;
as comunicações existentes das informações;
a organização;
as consequências do trabalho.
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Fundamentos da ergonomia 11

Seção 2 Conceitos e definições


Como já foi dito, o termo “ergonomia” é derivado de duas palavras gregas,
que significam regras do trabalho, mas podemos considerar essa definição
simples e superficial.
Segundo Dul e Weerdmesster (2004, p. 1):
Ergonomia (ou fatores humanos) é uma disciplina científica
que estuda as interações dos homens com outros elementos
do sistema, fazendo aplicações da teoria, princípios e métodos
de projeto, com o objetivo de melhorar o bem-estar humano
e o desempenho global do sistema.

Para Iida (2005, p. 2):


A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho do ho-
mem. O trabalho, aqui, tem uma acepção bastante ampla,
abrangendo não apenas aqueles executados com máquinas e
equipamentos, utilizados para transformar os materiais, mas
também toda a situação em que ocorre o relacionamento entre
o homem e uma atividade produtiva. Isso envolve não somente
o ambiente físico, mas também os aspectos organizacionais.
A ergonomia tem uma visão ampla, abrangendo atividades
de planejamento e projeto, que ocorrem durante e após esse
trabalho. Tudo isso é necessário para que o trabalho possa
atingir os resultados desejados.

Temos a definição de diversas associações, como da Ergonomics Society


da Inglaterra (2013, p. 1, tradução nossa) que diz:
Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu
trabalho, equipamento, ambiente e, particularmente, a aplica-
ção dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia
na solução dos problemas que surgem desse relacionamento.

Iida (2005, p. 2) afirma:


Entende-se por ergonomia o estudo das interações das pessoas
com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando
intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada
e não dissociada, a segurança, o conforto, o bem-estar e a
eficácia das atividades humanas.

A ergonomia trabalha abordando características específicas do sistema:


Ergonomia física: trata das características da anatomia humana antropo-
metria, fisiologia e biomecânica, relacionados com a atividade física.
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12 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Ergonomia cognitiva: trata dos processos mentais, tais como percepção,


memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as interações
entre as pessoas e outros elementos de um sistema.
Ergonomia organizacional: trata-se da utilização dos sistemas sócio-
-técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e processos.
Cabe notar que a ergonomia estuda tantos as condições prévias como as
consequências do trabalho e as interações que ocorrem entre homem, máquina
e ambiente durante a realização desse trabalho.
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Fundamentos da ergonomia 13

Seção 3 Objetivos básicos da ergonomia


Conforme já apresentado, a ergonomia estuda os diversos fatores que in-
fluem no desempenho produtivo e procura reduzir os resultados nocivos sobre
o trabalhador.
Desse modo, ela procura diminuir a fadiga, o estresse, os erros e os aciden-
tes, dando segurança, satisfação e saúde aos trabalhadores.
Não se aceita colocar a eficiência como objetivo principal da ergonomia:
ela virá como consequência. Reiterando, a ergonomia visa em primeiro lugar
a saúde, a segurança e a satisfação do trabalhador.

Figura 1.4 Fatores que influem no sistema produtivo


Consequências do trabalho:
Consequências do
trabalho:
fadiga, estresse, erros,
fadiga, estresse, erros,
acidentesacidentes

Entradas
Entradas
Matéria-prima
Matéria -prima Saídas Saídas
Posto de
Energia
Energia (gasta)
(gasta)
trabalho
Produtos
Produtos
Energia (gerada)
Informações
Informações Energia (gerada)
Conhecimentos
Conhecimentos

Subprodutos
Subprodutos
Sucatas
Sucatas
Dejetos
Dejetos
Lixo
Lixo

Fonte: Do autor (2013).

Em Sonego et al. (2009), para certo número de disciplinas, o trabalho é o


campo de aplicação ou uma extensão do objeto próprio da disciplina. Para a
ergonomia, o trabalho é o único possível de intervenção.
A ergonomia tem como objetivo produzir conhecimentos específicos sobre
a atividade do trabalho humano.
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14 ERGONOMIA INDUSTRIAL

O objetivo desejado no processo de produção de conhecimentos é infor-


mar sobre a carga do trabalhador, sendo a atividade do trabalho específica
a cada um.
Conforme Sonego et al. (2009, p. 4, grifo nosso):
[...] procedimento ergonômico é orientado pela perspec-
tiva de transformação da realidade, cujos resultados obtidos
irão depender em grande parte da necessidade da mudança.
Mesmo que o objetivo possa ser diferente de acordo com a
especialização de cada pesquisador, o objeto do estudo não
pode ser definido a priori, pois sua construção depende do
objetivo da transformação.
Em ergonomia o objeto sobre o qual se pretende produzir
conhecimentos, deve ser construído por um processo de de-
composição/recomposição da atividade complexa do trabalho,
que é analisada e que deve ser transformada.
O objetivo é ocultar o mínimo possível a complexidade do
trabalho real. “Quanto mais a ergonomia aprofunda o seu
questionamento sobre a realidade, mais ela é interpelada por
ela mesma”.
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Fundamentos da ergonomia 15

Seção 4 Antropometria
É um ramo das ciências biológicas que estuda os caracteres mensuráveis da
morfologia humana. Foi definida como a ciência da medida do tamanho do
corpo. Como diz Sobral (1985, p. 25), “[...] o método antropométrico baseia-se
na mensuração sistemática e na análise quantitativa das variações dimensionais
do corpo humano”.
O tamanho físico de uma população pode ser determinado através da
medição de comprimentos, profundidades e circunferências corporais, e os
resultados obtidos podem ser utilizados para a concepção de postos de trabalho,
equipamentos e produtos que sirvam as dimensões da população utilizadora
(SANTOS; FUJÃO, 2003).

4.1 Antropometria: medidas


A antropometria se compromete com as medidas físicas do corpo. Essas
medidas necessitam de precisão, e isso é exigido pelas necessidades da pro-
dução para a população de produtos como vestuário e calçados. Em todas as
áreas deve-se ter uma atenção redobrada para a medição, desde a produção
de carros e aeronaves, até de usina nucleares.
Até a década de 1940, as medidas antropométricas visavam determinar
apenas algumas grandezas médias da população, com pesos e estaturas.
Hoje, o interesse maior está centrado no estudo das diferenças entre grupos
e a influência de certas variáveis como etnias, alimentação e saúde (IIDA,
2005).

4.1.1 Variações das medidas


Na Idade Média, os calçados eram do mesmo tamanho. Não havia dife-
rença entre pé esquerdo e direito, e a produção era de um único modelo, o
que simplificava os problemas de produção, distribuição e controle de estoque.
Até a década de 1950, os automóveis eram projetados apenas para os ho-
mens, pois raramente alguma mulher dirigia.
Para o consumidor, a padronização excessiva nem sempre se traduz em
conforto, segurança e eficiência. Para que esse tipo de problema seja tratado
adequadamente, são necessárias três tipos de providência:
definir a natureza das dimensões antropométricas exigidas em cada situação;
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16 ERGONOMIA INDUSTRIAL

realizar medições para gerar dados confiáveis;


aplicar adequadamente esses dados.
Diferenças entre os sexos
Mulheres e homens diferenciam-se entre si desde o nascimento, mas até o
final da infância, em torno dos nove anos, ambos os sexos apresentam cresci-
mento semelhante.
As diferenças começam a surgir na puberdade. O crescimento começa a ace-
lerar em torno dos dez anos, as meninas crescem aceleradamente dos onze aos
treze anos, e os meninos dois anos mais tarde. Este crescimento ocorre primeiro
nas extremidades, como mãos e pés. Após esta fase acelerada, tanto meninas
como meninos continuam a crescer lentamente, atingindo a estatura final em
volta dos vinte a 23 anos de idade. As diferenças de estaturas entre homens e
mulheres são de 6% a 11%. Há uma diferença significativa da proporção múscu-
los/gordura entre homens e mulheres. Os homens têm proporcionalmente mais
músculos que gordura, além disso, a localização da gordura também é diferente.
As mulheres têm uma maior quantidade de gordura subcutânea, que é
responsável pelas suas formas arredondadas. A maior parte dessa gordura
concentra-se entre a bacia e as coxas.
Nas variações intraindividuais, pode-se dizer que o ser humano sofre contí-
nuas mudanças físicas durante toda a vida, ocorrendo de diversas maneiras. Há
uma alteração do tamanho, proporções corporais, forma e peso. Na infância e
na adolescência, essas mudanças se aceleram, e as proporções entre os diversos
segmentos do corpo também se alteram.
O recém-nascido possui, proporcionalmente, cabeça grande e membros curtos.
Com o crescimento, essas proporções vão se alterando, e o cérebro desenvolve-se
precocemente. Aos cinco anos, já atinge 80% do seu tamanho definitivo.

Quadro 1.1 As proporções corporais vão se modificando com a idade

Idade Estatura/cabeça Tronco/braço


Recém-nascido 3,8 1,00
2 anos 4,8 1,14
7 anos 6,0 1,25
Adulto 7,5 1,50
Fonte: Iida (2005, p. 100).
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Fundamentos da ergonomia 17

A estrutura atinge o seu ponto máximo em torno dos vinte anos e permanece
praticamente inalterada dos 20 aos 50 anos, mas “[...] a partir dos 55 a 60 anos,
todas as dimensões lineares começam a decair. Outras medidas, como o peso
e a circunferência dos ossos, podem aumentar” (IIDA, 2005, p. 100).
Ainda em Iida (2005, p. 100) “[...] durante o envelhecimento, observa-se
também uma gradativa perda de forças e mobilidade”, isso se deve aos pro-
cessos da perda da elasticidade das cartilagens e de calcificação. A força de
uma pessoa de 70 anos equivale à metade de uma outra de 30 anos. Todavia,
o sistema nervoso degenera-se em uma velocidade menor, podendo haver um
mecanismo de compensação à perda no sistema muscular.
Além dessas variações intraindividuais, que acompanham a pessoa ao
longo da vida, existem também as variações interindividuais, que diferenciam
os indivíduos de uma mesma população. Estas são decorrentes de duas causas
principais: etnia e genética.
Variações étnicas
Vários estudos antropométricos realizados durante várias décadas compro-
varam a influência da etnia nas variações das medidas.
São encontradas na África, por exemplo, variações extremas, como os
pigmeus da África Central, que medem 143,8 cm para homens e 137,2 cm
para mulheres, e os de maior estatura também estão ali inseridos. Os negros
nilóticos moram na região Sul do Sudão: os homens medem 182,9 cm e as
mulheres 168,9 cm, e os mais altos também se encontram ali e medem 210
cm. Isso mostra que a diferença do homem mais alto da África para o mais
baixo é de 62%.
Hoje, a diferença antropométrica tornou-se um problema com o aumento do
comércio internacional, pois o mesmo produto deve ser fabricado em diversas
versões ou ter regulagens suficientes para se adaptar às diferenças antropomé-
tricas de diversas populações. Essas adaptações geralmente envolvem peças
móveis que aumentam os custos e fragilizam o produto. É necessário saber quais
variáveis devem ser adaptadas e quais as faixas de variações de cada uma delas.
No final do século XIX e começo do século XX, ocorreu um movimento
migratório muito intenso. Vários povos foram em busca de outros locais com
clima, hábitos alimentares e culturais diferentes daqueles de seus locais de
origem, causando influência desses fatores sobre as medidas antropométricas.
Os descendentes dos japoneses, chineses mexicanos e indianos nascidos
nos Estados Unidos são mais altos e mais pesados que seus ancestrais, indi-
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18 ERGONOMIA INDUSTRIAL

cando a influência de outros fatores. Entretanto, mesmo nos casos de descen-


dentes de imigrantes, que já moravam há várias gerações nos Estados Unidos,
averiguou-se que as proporções corporais não haviam se modificado de modo
significativo. Subentende-se que existe uma forte ligação da carga genética
com as proporções corporais.
Esse estudo foi comprovado com as proporções corporais dos negros dos Estados
Unidos. Vivendo há décadas ali, conservaram as mesmas proporções corporais dos
africanos. Entre os mestiços, as proporções são intermediárias entre negros e bran-
cos, também sendo constatada a diferença nas proporções nas medidas dos pés.
Os brasileiros, em relação aos europeus, têm os pés mais curtos e mais
gordos. Como muitos dos moldes para a fabricação de calçados são europeus,
temos, então, uma explicação para o desconforto nos pés dos brasileiros.
Nos brinquedos, tais divergências também acontecem: uma boneca norte-
-americana não foi bem aceita pelas meninas japonesas porque apresentava
os membros mais longos, diferindo do biótipo oriental.
Em consequência dessas diferenças nas proporções corporais, não se pode
aplicar uma regra de três para as medidas antropométricas. Observa-se que,
devido à miscigenação de diversas etnias, a variabilidade interindividual na
população brasileira provavelmente é maior em relação aos povos de etnia
homogênica. Além disso, há diferenças acentuadas nas condições de nutrição
e saúde em diferentes segmentos sociais e entre regiões do país.
A influência do clima nas proporções corporais tem um impacto sobre a
antropométrica.
Os que vivem nas regiões de clima mais frio têm a forma esférica, já os que
habitam as regiões de clima mais quente têm o corpo mais fino e os membros,
tanto inferior como superior, mais longos.
Por volta dos anos 1940, uma pesquisa realizada por William Sheldon
proporcionou uma das demonstrações mais interessantes das interindividuais
dentro da mesma população (4 mil estudantes norte-americanos), além de
fazer levantamento antropométrico, fotografou todos os indivíduos de frente,
de perfil e de costas. A análise desse material o levou a definir os tipos físicos
básicos:
Ectomorfo: formas alongadas.
Mesomorfo: musculoso, de formas angulosas.
Endomorfo: formas arredondadas e macias, com grande depósito de gordura.
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Fundamentos da ergonomia 19

Não há, naturalmente, uma rigorosa classificação nesses tipos básicos. Uma
mistura básica pode ser endoformo-mesoformo, mesofórmico-ectoformo e assim
sucessivamente, observando também características no seu comportamento
vindo a influir até na escolha da profissão.
Variações seculares
Para Iida (2005, p. 105), as variações seculares
[...] estudam as mudanças antropométricas ocorridas em
longo prazo, abrangendo varias gerações. Diversos estudos
comprovam que os seres humanos têm aumentado de peso e
dimensões corporais ao longo dos últimos séculos.

Ainda segundo Iida (2005), isso seria explicado pela melhoria da alimentação
e do saneamento, pela abolição do trabalho infantil e pela adoção de hábitos
mais salutares, como as práticas desportivas. Essas mudanças ocorreram sobretudo
nos últimos duzentos anos.
Isso se deu devido ao avanço tecnológico, principalmente na tecnologia de
alimentos e sua conservação no clima frio. O avanço dos meios de transporte
melhorou a oferta de alimentos.
O crescimento das medidas antropométricas de uma população é mais pro-
nunciado quando povos subalimentados passam a consumir maior quantidade
de proteínas. Já se observou, por exemplo, crescimento de até 8 cm na estatura
média de homens de uma população em apenas uma década.
É interessante notar que essa aceleração do crescimento é um fenômeno
mundial que não se restringe apenas aos adultos.

4.1.2 Padrões internacionais de medidas antropométricas


A partir da década de 1950, três fatos novos contribuíram para rever-
ter essa tendência, que é estabelecer seus padrões nacionais de medidas
antropométricas.
Em primeiro lugar, houve uma crescente internacionalização da economia,
em segundo, os acordos de comércio internacional, formando os blocos eco-
nômicos e em terceiro, as alianças militares, surgidas após a Segunda Guerra
Mundial, que exigiram certa padronização internacional dos produtos militares.
Tudo isso contribui para ampliar os horizontes dos projetistas. Hoje, quando
se projeta um produto, deve-se considerar que os usuários podem estar espa-
lhados em vários países diferentes.
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20 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Há uma tendência de evolução para se determinar os padrões mundiais, em-


bora ainda não existam medidas antropométricas confiáveis para a população.

4.1.3 Realização das medidas


As medidas antropométricas podem variar de acordo com a classe social, dentro
de uma mesma população. Sempre que for possível e economicamente justificável,
essas medidas devem ser realizadas diretamente, tomando-se uma amostra signi-
ficativa de sujeitos que serão usuários ou consumidores do objeto a ser projetado.
A execução dessas medições compreende as etapas de definição de objetos,
definição das medidas, escolha dos métodos de medidas, seleção da amostra,
as medições e as análises estatísticas (IIDA, 2005).
Definições de objetos
Temos que definir onde ou para que serão utilizadas as medidas antropométri-
cas. Dessa definição decorre a aplicação da antropometria estática ou dinâmica,
a escolha das variáveis a serem medidas e os detalhamentos ou precisões com
que essas medidas devem ser realizadas.
Por exemplo, ao ser elaborado um projeto de posto de trabalho, deve ser
considerado o posicionamento de uma pessoa sentada (IIDA, 2005).
a) Altura lombar (encosto da cadeira)
b) Altura poplítea (altura do assento)
c) Altura do cotovelo (altura da mesa)
d) Altura da coxa (espaço entre o assento e a mesa)
e) Altura dos olhos (posicionamento do monitor)
f) Ângulo da visão

Essas medidas já podem ser insuficientes para um outro tipo de posto de


trabalho, como caixa de supermercado. Nesse caso, deveriam ser incluídas
outras medidas, como alcance do braço.

4.1.4 Antropometria estática, dinâmica e funcional


A antropometria estática é aquela em que as medidas se referem ao corpo
parado ou com poucos movimentos e realizam-se entre pontos anatômicos
claramente identificados.
A dinâmica calcula os alcances dos movimentos medidos, mantendo-se
o resto do corpo estático, por exemplo: o alcance máximo das mãos com a
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Fundamentos da ergonomia 21

pessoa sentada. Tal conceito deve ser aplicado nos casos de trabalhos que exi-
gem muitos movimentos corporais ou quando se deve manipular partes que
se movimentam em máquinas ou postos de trabalho.
A funcional está relacionada com a execução de tarefas específicas. Ob-
serva-se que cada parte do corpo não se move isoladamente, mas há uma
conjugação de diversos movimentos para se realizar uma função.
Passando-se da antropometria estática para a dinâmica e, desta para a fun-
cional, observa-se um aumento do grau de complexidade, exigindo-se também
instrumentos de medidas mais complexos (IIDA, 2005).
Definição de medidas
A medida compreende o detalhamento dos pontos do corpo onde serão
feitas as medidas.
Em geral, cada medição a ser efetuada deve especificar claramente a sua
localização, direção e postura. Exemplo: comprimento ombro a ombro.
Os métodos para realizar as medições se classificam basicamente em dois:
diretos e indiretos.
Os métodos diretos são aqueles que envolvem ferramentas que entram em
contato com o corpo: raios laser, trenas, fitas métricas e réguas. Os indiretos
envolvem fotos do corpo ou parte dele contra uma malha quadriculada. As
medidas são tomadas posteriormente à imagem, podendo haver correções.
Os itens da amostragem dos indivíduos a serem mensurados devem ser es-
tabelecidos conforme o universo a que serão aplicados. Nesta escolha, devem
ser pré-determinadas todas as características inatas e biológicas adquiridas pelo
treinamento ou pela experiência no trabalho. Como exemplo, temos a enfer-
magem, geralmente dominada por mulheres, e a construção civil, por homens.
No que tange às medições, podem ser adotados cuidados prévios, como:
elaboração de um roteiro para a tomada de medidas e o desenho de formu-
lários apropriados pra anotações. Para quem irá participar dessas medições
deve haver um treinamento prévio, abrangendo conhecimentos mínimos de
anatomia humana, posturas, identificação dos pontos de medida e uso correto
do seu instrumento, além de um teste após treinamento, verificando se há
consistência entre eles.
Antes de começar as medições, deve-se fazer um planejamento do
experimento.
Esse planejamento envolve as definições sobre:
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22 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Descrição das variáveis a serem medidas.


A precisão desejada, que vai influir no tamanho da amostra.
Amostragem dos sujeitos, envolvendo os tipos e quantidade de pes-
soas a serem medidas.
Os procedimentos a serem adotados, descrevendo como serão efe-
tuadas as medições.
O tamanho da amostra pode ser calculado estatisticamente. Se uma deter-
minada medida não tiver variações, basta fazer apenas uma medição. Se, por
outro lado, as pessoas apresentarem grandes diferenças individuais, a amostra
deve ser maior.
Para fazer a análise estatística, a variável pode ser dividida em classes ou
intervalos. Por exemplo: no caso da estatura, se as medidas extremas de uma
população oscilam entre 156 a 201 cm, pode-se dividir em 15 classes, com 3 cm
de intervalo entre elas, podendo construir um gráfico chamado de histograma.
A distribuição normal é representada por dois parâmetros: a medida e o
desvio-padrão.
Antropometria estática
Nesta modalidade, as medidas são realizadas com o corpo parado ou com
poucos movimentos. Essas medições da população já são realizadas há muito
tempo, principalmente pelas forças armadas. Como vimos, foi a partir da década
de 1950 que começaram a adquirir maior significado econômico.
A norma alemã DIN nº 33.402, de junho de 1981, é uma das tabelas de
medidas mais completas que se conhece dentro da antropometria. Constam
nela 54 variáveis do corpo, sendo 7 da cabeça, 13 do corpo sentado, 22 da
mão, 3 dos pés e 9 do corpo em pé.
Medidas brasileiras
Ainda não existem medidas abrangentes e confiáveis da população bra-
sileira, mas já foram feitos diversos levantamentos, quase sempre restritos a
determinadas regiões e ocupações profissionais.
No livro de IIda (2005), o Instituto Nacional de Tecnologia em 1998, realizou
um levantamento antropométrico em 26 empresas industriais do Rio de Janeiro,
abrangendo 3.100 trabalhadores (só homens adultos), dividido em duas partes.
Na primeira, foram medidos 42 variáveis antropométricas e 3 variáveis biome-
cânicas, cujo resultado é apresentado na tabela a seguir. Na segunda, foram
medidos 26 variáveis antropometricas destinadas à confecção de vestuário.
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Fundamentos da ergonomia 23

Tabela 1.1 Medidas de antropometria estática de trabalhadores brasileiros, baseadas em uma


amostra de 3.100 trabalhadores do Rio de Janeiro

Fonte: Iida (2005, p. 121).

Antropometria dinâmica e funcional


Segundo Iida (2005), a antropometria dinâmica mede o alcance dos mo-
vimentos corporais. A funcional mensura de acordo com a execução de uma
tarefa, como acionar uma manivela para fechar o vidro do carro.
Os dados de antropometria estática são recomendados para o dimensio-
namento de produtos e locais de trabalho que envolve apenas pequenos mo-
vimentos corporais.
As pessoas estão quase sempre fazendo movimentos de maior amplitude,
manipulando, operando ou transportando algum objeto.
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24 ERGONOMIA INDUSTRIAL

O corpo humano assemelha-se a uma estrutura articulada. Cada junta do


corpo pode fazer um movimento angular em uma ou mais direções, em torno
de uma articulação. As articulações são recobertas por uma cartilagem hiliana,
embebida por uma substância do tipo gel, que serve para lubrificar as juntas.
As mulheres geralmente têm maior mobilidade articular que os homens.
Existem diversas técnicas que podem ser aplicadas no registro de movi-
mentos. Muitas delas usam recursos de cinema, TV, fotografia e informática.
Para realizar as medições, esses registros podem ser feitos contra um fundo
graduado, que serve de escala para medida. Entretanto, os movimentos podem
ser também registrados de forma mais simples e direta, fixando-se uma folha
de papel sobre um plano e fazendo riscos sobre a mesma com caneta ou giz.
Construção de modelos humanos
A partir das medidas antropométricas, podem ser construídos diversos
modelos humanos, que podem ser úteis no projeto e avaliação de produtos e
postos de trabalho. Esses modelos podem ser bidimensionais, tridimensionais,
computacionais ou matemáticos.
Os modelos bidimensionais mais simples geralmente são construídos de
papelão, plásticos ou madeira compensada, representando homens ou mu-
lheres. Os tridimensionais são chamados de manequins, os computacionais,
podem ser utilizados em projetos de equipamentos e postos de trabalho. Aos
modelos matemáticos, muitos pesquisadores já se dedicaram a sua construção.
A ideia é bem simples e tentadora. Em vez de realizar medições de dezenas de
variáveis antropométricas, seriam realizadas apenas duas ou três, e as demais
seriam deduzidas por fórmulas matemáticas.

Para saber mais


De 1880 até pelo menos 1960, em praticamente todos os países europeus (incluindo a Escan-
dinávia), os Estados Unidos, a Austrália e o Canadá, a magnitude da tendência tem sido similar.
A taxa de mudança tem sido aproximadamente:
15 mm por década em estatura e 0,5 kg por década em peso aos 5-7 anos de idade;
25 mm e 2 kg por década durante o tempo da adolescência;
10 mm por década na estatura adulta.
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Fundamentos da ergonomia 25

Para saber mais


Vantagens do uso da antropometria:
sensível às alterações do crescimento;
método barato e simples;
fácil obtenção;
fácil padronização;
os resultados possibilitam a comparação entre diferentes períodos históricos e populações.

Questões para reflexão


As relações entre ergonomia e os conhecimentos científicos constituem
o objeto de um debate:
Estão de acordo quanto ao fato de que a ergonomia utiliza
conhecimento da fisiologia, psicologia etc.
Por seu caráter integrador, parece existir uma concordância
bem ampla quanto ao fato de que tal utilização não é uma
simples aplicação.
A contribuição da ergonomia desloca relações estabelecidas
e propõe estudar novas.
Questões epistemológicas referentes à ergonomia podem levar à for-
mulação de elementos diversos?

O que é ergonomia?
O termo é frequentemente usado e muitas vezes mal enten-
dido. ERGONOMIA é uma ciência que considera o desempe-
nho e o bem-estar humano e sua relação com vários tipos de
empregos, equipamentos, ferramentas e ambientes.
[...] O Instituto Joyce em Seattle, Washington. Especializado
em ERGONOMIA desde 1981, o Instituto Joyce auxilia organi-
zações a implementar programas de ergonomia para melhorar
a segurança, a produtividade e qualidade. Com ergonomistas
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26 ERGONOMIA INDUSTRIAL

e representantes espalhados pelos Estados Unidos, Canadá,


Reino Unido e México, o Instituto está apto a conciliar a perícia
de um consultor com as necessidades do cliente. Através dos
vários cursos de treinamento; engenheiros, supervisores, pro-
fissionais de saúde e de segurança, e trabalhadores aprendem a
aplicar os princípios da ERGONOMIA utilizando uma aborda-
gem sistemática que inclui o projeto do espaço de trabalho, das
ferramentas, do equipamento e do procedimento de trabalho.
O Instituto também fornece uma gama completa de serviços
de consultoria incluindo avaliações ergonômicas, projetos dos
espaços de trabalho, projetos de produtos e desenvolvimento
de materiais (ERGOLINE, 2013, grifo do autor).

A maioria das definições de ergonomia coloca em questão dois objetivos


fundamentais:
De um lado, o conforto e a saúde dos trabalhadores: eles se
inquietam ao evitar os riscos (acidentais e ocupacionais) e de
minimizar a fadiga (ligada ao metabolismo do organismo, ao
trabalho dos músculos e das articulações, ao tratamento da
informação e à vigilância).
Do outro lado, a eficácia: através da qual a organização mede
suas diferentes dimensões (produtividade e qualidade). Esta
eficácia é dependente da eficiência humana — em consequ-
ência, a ergonomia visa conceber sistemas adaptados à lógica
de utilização dos trabalhadores (SOUZA, 2003, p. 79).

Links
Para mais informações de ergonomia, vale a pena visitar os sites:
<www.iea.cc>
<www.abergo.org.br>
Você terá à disposição tudo o que precisa sobre o tema, além de outros links muito interessantes
a partir deles.
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Fundamentos da ergonomia 27

Para saber mais


As antigas máquinas e locomotivas exportadas pelos ingleses para a Índia não se adaptaram aos
operários indianos. Durante a guerra do Vietnã, os soldados vietnamitas, com altura média de
160,5 cm tinham dificuldade de operar as máquinas bélicas fornecidas pelos norte-americanos,
projetados para a altura média de 174,5 cm. Uma máquina projetada para acomodar 90% da
população masculina Estados Unidos acomoda também 90% dos alemães. Mas não oferecia a
mesma comodidade para os latinos e orientais. Ela acomoda 80% dos franceses, 65% dos
italianos, 45% dos japoneses, 25% dos tailandeses e apenas 10% dos vietnamitas.

Para concluir o estudo da unidade


Como pudemos ver, fica claro que a ergonomia objetiva, através de
sua ação, resolve os problemas da relação entre homem/trabalhador, má-
quinas, equipamentos, ferramentas, programação do trabalho, intrusões e
informações, solucionando os conflitos entre o humano e o tecnológico,
entre a inteligência natural e a artificial nos sistemas homem-máquina-
-produção. Da mesma forma, é válido reiterar que a ação do ergonomista
dentro de uma organização, além de recair diretamente na saúde ocupa-
cional, busca melhorar as condições ambientais; aumentar a motivação,
a segurança, o conforto e a satisfação do trabalhador; evitar riscos de
acidentes de trabalho; reduzir o retrabalho e o absenteísmo.

Resumo
Vimos que a ergonomia estuda o trabalho, visa a estabelecer critérios
e procedimentos que permitam integrar eficiência, qualidade, produtivi-
dade, sem ultrapassar os limites humanos.
A ergonomia, segundo a Ergonomics Research Society (2013) é o es-
tudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e
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28 ERGONOMIA INDUSTRIAL

ambiente, e, particularmente, da aplicação dos conhecimentos de ana-


tomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse
relacionamento. Ela surgiu no final da Segunda Guerra Mundial, mas
já era utilizada desde Leonardo da Vinci, passando por outros grandes
estudiosos. A origem e a evolução da ergonomia estão relacionadas às
transformações sociais, econômicas e tecnológicas que vêm ocorrendo
no mundo do trabalho. O objetivo da ergonomia é estudar os diversos
fatores que influem no cotidiano laboral.
Desse modo, ela procura diminuir a fadiga, estresse, erro e acidentes,
dando segurança, satisfação e saúde aos trabalhadores. Já a antropometria
é um ramo das ciências biológicas que estuda os caracteres mensuráveis da
morfologia humana. Foi definida como a ciência da medida do tamanho
do corpo. Como diz Sobral (1985), o método antropométrico baseia-se
na mensuração sistemática e na análise quantitativa das variações dimen-
sionais do corpo humano.

Atividades de aprendizagem
1. Qual é o significado da palavra ergonomia?
2. O desenvolvimento atual da ergonomia pode ser caracterizado se-
gundo quatro níveis de exigências, descreva-os.
3. Descreva os diferentes tipos de ergonomia.
4. Durante a avaliação de antropometria utilizam-se instrumentos.
Quais são?
5. O que significa IMC, e qual é a equação aplicada?
6. Quais são as principais diferenças antropométricas entre homens
e mulheres?
7. Como ocorrem as variações seculares das medidas antropométricas?
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Unidade 2
Organismo humano
Objetivos de aprendizagem: Nesta unidade, descreveremos de ma-
neira resumida as principais funções do organismo humano, que são
pertinentes à ergonomia. Serão apresentadas as funções que influem
no desempenho do trabalho e também trabalharemos a biomecânica
ocupacional, que estuda os movimentos corporais e forças relacionadas
ao trabalho.

Seção 1: Organismo humano


Na primeira seção, trataremos de toda importância
da ergonomia para o organismo humano. As funções
do sistema nervoso, músculos, coluna vertebral, me-
tabolismo, visão, audição, percepção de som, olfato,
paladar e o senso cinestésico.

Seção 2: Biomecânica ocupacional


Nesta seção, trataremos da biomecânica ocupacio-
nal, que se ocupa dos movimentos corporais e forças
relacionadas ao trabalho, preocupando-se com as
interações físicas do trabalhador. Analisaremos, basica-
mente, a questão das posturas corporais no trabalho, a
aplicação de forças, bem como as suas consequências.
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30 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Introdução ao estudo
Caro leitor, até este ponto do livro concentramos nossos estudos em funda-
mentos, princípios e conceitos antropométricos. A partir desta unidade, trata-
remos as questões mais inclusivas na ergonomia. O organismo humano é uma
máquina que exerce força e comando para sua existência, tendo que ser dosada
e alinhada para o seu bom desempenho. A biomecânica nos traz subsídios para
que possamos entender e amadurecer estas questões dentro da ergonomia.

Seção 1 Organismo humano


As forças do organismo são exercidas por contrações musculares. Os
músculos não se contraem por si próprios, mas são comandados pelo sistema
nervoso central, que é composto pelo cérebro e pela medula espinhal. Esses
comandos decorrem por algum tipo de estímulo ambiental.

1.1 A máquina neuromuscular

1.1.1 Sistema nervoso


É constituído por células nervosas (ou neurônios) que são caracterizadas
por irritabilidade (sensibilidade e estímulos) e condutibilidade (conduções de
sinais elétricos).
Os sinais são representados por impulsos elétricos de natureza eletroquí-
mica, que se propagam ao longo das fibras nervosas. Essas fibras não conduzem
uma corrente contínua, mas um conjunto de impulsos que se sucedem no
tempo. Desse modo, os sinais produzidos por algo estimulam do exterior ou
do próprio corpo (luz, som, tato, temperatura, acelerações, agentes químicos,
movimentos das articulações) e são conduzidos ate o sistema nervoso central,
onde é interpretado e processado, gerando uma decisão. Esta é enviada de volta,
pelos nervos motores, que se conectam aos músculos e provocam movimentos
musculares, como um piscar do olho, movimentação dos braços ou pernas. O
caminho de ida até o sistema nervoso central é chamado de via aferente e o
de volta de via eferente.
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Organismo humano 31

1.1.2 Sinapses
As células nervosas conectam-se para formar uma cadeia de transmissão
de sinais. Essas conexões são chamadas de sinapses.
As células nervosas são formadas de três partes:
O corpo e dois tipos de terminações, chamadas de dendrites e axônio.
Em uma célula pode haver várias dendrites, mas há sempre um único axô-
nio. Exemplo na figura abaixo.

Figura 2.1 Neurônio


DENDRITO

NÚCLEO
CORPO CELULAR

AXÔNIO

NODO DE BAINHA DE MIELINA


RANVIER

TERMINAÇÕES DO AXÔNIO

Fonte: ducu59us / Shutterstock (2013).

Figura 2.2 Representação esquemática de uma sinapse

DENDRITOS DENDRITOS

CORPO CORPO
CELULAR CELULAR

NÚCLEO NÚCLEO

AXÔNIO AXÔNIO
BAINHA DE MIELINA BAINHA DE MIELINA

TERMINAÇÕES TERMINAÇÕES
DO AXÔNIO DO AXÔNIO

Fonte: T and Z / Shutterstock (2013).


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32 ERGONOMIA INDUSTRIAL

1.1.3 Sentido único


Nos neurônios, os sinais são conduzidos sempre em sentido único, iniciando
pelas dendrites e saindo pelo axônio.
Uma célula pode receber sinais de várias outras entrando pelas suas den-
drites, mas só pode transmitir para uma única (só tem um axônio).

1.1.4 Fadiga
As sinapses, quando utilizadas com muita intensidade, reduzem a sua capa-
cidade de transmissão. Com capacidade de transmitir dez mil sinais de ligação
sináptica, podem esgotar-se em poucos segundos.
Quando o mesmo estímulo se repete rapidamente, um após o outro, no
mesmo canal, o segundo transmite-se mais facilmente que o primeiro, causando
a suposição de que que os neurônios são capazes de armazenar informações
por alguns minutos, ou por horas, em alguns casos.

1.1.5 Desenvolvimento
No desenvolvimento, o estímulo prolongado pode levar a sinapse a uma
alteração física, podendo ser estimulada com muito mais facilidade, produzindo
mais memória e aprendizagem.

1.1.6 Acidez
De acordo com Ferraz (2013, p. 9):
[...] um aumento do teor alcalino no sangue aumenta a
excitabilidade, enquanto o aumento da acidez tente a dimi-
nuir consideravelmente a atividade neural. Por exemplo, a
cafeína ajuda a aumentar a excitabilidade neural, enquanto
os anestésicos a diminui.

1.1.7 Músculos
Eles são responsáveis por todos os movimentos do corpo. Transformam a
energia química em contrações, por tanto, em movimentos. Isso acontece por
causa da oxidação de gorduras e hidratos de carbono numa reação química
exotérmica, resultado em trabalho e calor.
Os músculos classificam-se em três tipos: músculos lisos, estriados ou es-
queléticos e músculos do coração.
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Organismo humano 33

Os músculos lisos encontram-se nas paredes dos intestinos, nos vasos san-
guíneos, na bexiga, no aparelho respiratório e em outras vísceras.
Os músculos do coração são diferentes de todos os outros. Os músculos
lisos e do coração não podem ser comandados voluntariamente.
Os músculos estriados estão sob o controle consciente e é através deles que
o organismo realiza trabalhos externos. Apenas o estudo destes é importante
para a ergonomia.
Músculos estriados
Estes são assim chamados porque apresentam estrias em sua visão micros-
cópica, que apresenta formação longa e cilíndrica. Tal formação compõe-se de
centenas de elementos delgados chamados de miofibrilas, e estas apresentam
segmentos funcionalmente completos, chamados de sarcômeros. Os sarcômeros
são constituídos de dois tipos de filamentos de proteínas, a miosina e a actina,
aqueles mais grossos e este mais delgado (FERRAZ, 2013).
Contração muscular
A contração muscular ocorre quando os sarcômeros se contraem, no sen-
tido longitudinal das fibras, reduzindo os seus comprimentos, estimulado por
correntes elétricas. O tempo decorrido entre a chegada da corrente e a con-
tração é de 0,003 s. Com esse processo, os sarcômeros podem reduzir o seu
comprimento, chegando à metade do seu tamanho anterior. Assim sendo, as
fibras só apresentam dois estados possíveis: contraídas ou relaxadas. A força
de um músculo depende da quantidade de fibras contraídas.
Irrigação sanguínea do músculo
Cada músculo recebe suprimento de oxigênio, glicogênio e outras subs-
tâncias, pelo sistema circulatório que é constituído de artérias, que vão se ra-
mificando até se transformarem em vasos capilares. No interior dos músculos,
existem inúmeros vasos capilares onde os glóbulos vermelhos passam em fila.
Quando um músculo se contrai e estrangula as paredes dos capilares, o sangue
deixa de circular, podendo causar a fadiga muscular. Para permitir a circulação
sanguínea, o músculo deve se contrair e relaxar com alguma frequência.
“Quando se inicia um trabalho muscular, as próprias substâncias geradas
pelo metabolismo durante a contração muscular estimulam a dilatação dos capi-
lares, e com isso permitindo maior circulação sanguínea” (FERRAZ, 2013, p. 1).
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34 ERGONOMIA INDUSTRIAL

O corpo humano como um sistema de alavancas


A estrutura biomecânica do corpo humano pode ser vista como um conjunto
de alavancas, formado pelos ossos maiores que se conectam nas articulação e
são movimentadas pelos músculos.
Para cada movimento há pelo menos dois músculos que trabalham de uma
forma oposta um ao outro, quando um se contrai outro se distende.

Figura 2.3 Os músculos funcionam sempre aos pares

Fonte: Lolloj / Shutterstock (2013).

De maneira análoga às alavancas mecânicas, o corpo trabalha com três


tipos de alavancas que são classificadas como: alavanca interfixa, alavanca
interpoente e alavanca inter-resistente.
Fadiga muscular
Fadiga muscular é a redução da força provocada pela falta da irrigação san-
guínea do músculo. Trata-se de um processo reversível a ser superado por um
período de descanso. Quando ocorre deficiência de irrigação, o oxigênio não
chega em quantidade suficiente na corrente sanguínea, provocando acúmulo
de ácido lático e potássio no músculo, além disso, acontece uma sobrecarga,
já que outros elementos como calor, dióxido de carbono e água são gerados
durante o metabolismo.
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Organismo humano 35

1.1.8 Coluna vertebral


Em Iida (2005), a coluna é uma estrutura óssea que possui 33 vértebras
empilhadas, classificando-se em cinco grupos. De baixo para cima: sete
vértebras se localizam no pescoço-cervical; doze na região do tórax e são
chamadas toráxicas ou dorsais; 5 são abdômen-lombares; abaixo, cinco estão
fundidas e formam o sacro e quatro da extremidade inferior são pouco de-
senvolvidas e constituem o cóccix. As nove últimas vértebras fixas situam-se
na região da bacia e também se chamam sacrococcigeanas.

Figura 2.4 Coluna vertebral

Fonte: The Royal... (2013).


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36 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Figura 2.5 Classificação das vértebras da coluna

raiz dorsal
gânglio espinhal
substância cinzenta

substância branca

raiz ventral
ramo comunicante

meninges nervo espinhal

corpo da
vértebra
gânglio simpático

tronco simpático

forame intervertebral

Fonte: Encyclopaedia... (2013).

Das 33 vértebras, 24 são flexíveis e as que têm maior mobilidade são as


cervicais e as lombares.
Deformações da coluna
A coluna é uma das estruturas mais fracas do organismo. Ela apresenta
maior resistência para forças na direção axial, sendo mais vulnerável para
força de cisalhamento.
A mesma está disposta a diversas deformações, por ser muito frágil, essas
deformações são congênitas ou adquiridas em consequência de esforço físico,
postura no trabalho, insuficiência na musculatura de sustentação, infecções e
outros. As principais anormalidades são:
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Organismo humano 37

Lordose: aumento da concavidade posterior da curvatura na região cervi-


cal ou lombar, acompanhado por uma inclinação dos quadris para frente.
Cifose: é o aumento da convexidade, acentuando-se a curva para
frente da região do tórax correspondendo ao corcunda.
Escoliose: desvio lateral da coluna. A pessoa vista de frente ou de
costas pende para um dos lados ou para o direito ou para o esquerdo.

Deformações da coluna vertebral


Figura 2.6 Deformações típicas da coluna vertebral 1

Fonte: B. Boissonnet / BSIP / Easypix (2013).

Figura 2.7 Deformações típicas da coluna vertebral 2

Fonte: B. Boissonnet / BSIP / Easypix (2013).


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38 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Figura 2.8 Deformações típicas da coluna vertebral 3

Fonte: B. Boissonnet / BSIP / Easypix (2013).

Lombalgia
Significa “dor na região lombar”, é provocada pela fadiga dos músculos
das costas, é mais comum sua presença quando se permanece muito tempo
na mesma postura, com a cabeça inclinada para a frente.

1.1.9 Metabolismo
É o estudo dos aspectos energéticos do organismo humano. A energia do
corpo humano é proveniente da alimentação. Ela sofre diversas transforma-
ções químicas, sendo uma parte usada para construção de tecidos e outra
como combustível.
Conforme IIda (2005), do ponto de vista energético, o organismo humano
pode ser comparado a uma complexa máquina térmica. Parte dos alimentos con-
sumidos converte-se no combustível chamado glicogênio, que é oxidado, numa
reação exotérmica, gerando energia. Essa reação produz subprodutos como
calor, dióxido de carbono e água, que devem ser eliminados pelo organismo.
Metabolismo basal
É a energia necessária para manter apenas as funções vitais do orga-
nismo, sem realizar nenhum trabalho externo. O organismo funciona como
uma máquina térmica que nunca é desligada. A pessoa, mesmo estando
viva, em repouso absoluto, consome uma certa quantidade de energia para
o funcionamento de órgãos como o coração, pulmões e rins, que nunca
deixam de funcionar.
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Organismo humano 39

Figura 2.9 Aspectos do homem

Fonte: Private... (2013).

Energia gasta no trabalho


Um homem adulto, para se manter vivo, gasta 1.800 kcal/dia com o seu
metabolismo basal, observando que com menos de 2.000 kcal/dia na alimen-
tação é incapaz de realizar qualquer trabalho. Observe o gasto de kcal nas
tarefas feitas por homens, abaixo:
empregados de escritório – 2.500 kcal/dia;
motorista – 2.800 kcal/dia;
um operário executando um trabalho leve – 3.000 kcal/dia;
mecânico de automóveis e um carpinteiro – 3.000 kcal/dia;
grande parte dos trabalhadores industriais gasta entre 2.000 e 4.000
kcal/dia;
estivadores gastam 4.500 kcal/dia (marca considerada máxima
exigível).
As mulheres têm um metabolismo basal de 1.600 kcal/dia. Uma digitadora
ou uma costureira gastam 2.000 kcal/dia, uma dona de casa ou vendedora
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40 ERGONOMIA INDUSTRIAL

gasta 2.500 kcal/dia e uma trabalhadora com tarefa pesada e uma bailarina,
3.000 kcal/dia.
A figura a seguir apresenta gastos energéticos de algumas tarefas típicas
desde pequenas atividades até trabalhos na indústria, construção e agricultura
(PASSMORE; DURNIN, 1955).

Figura 2.10 Exemplos de gastos energéticos para algumas tarefas típicas

Fonte: Valley... (2013).

1.1.10 Visão
É considerado o órgão do sentido mais importante, tanto para o trabalho
quanto para a vida diária. O olho é uma esfera revestida por uma membrana
cheia de líquido, cuja estrutura assemelha-se a uma câmara fotográfica.
Os estímulos são transmitidos pelo nervo óptico ao cérebro, que produz a
sensação visual:
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Organismo humano 41

Figura 2.11 Estrutura do olho humano

Fonte: Alex Luengo / Shutterstock (2013).

1.1.11 Audição
A função do ouvido é captar e converter as ondas de pressão do ar em sinais elétri-
cos, que são transmitidos ao cérebro para produzir as sensações sonoras. Se os olhos
se assemelham a uma câmara fotográfica o ouvido assemelha-se a um microfone.
Percepção do som
Segundo Amaral (2010, p. 13, grifo do autor)
Os movimentos bruscos produzem flutuações da pressão
atmosférica e se propagam em forma de ondas que quando
atingem os ouvidos produzem uma sensação sonora. O som
é caracterizado por três variáveis:
A. Frequência: é o número de vibrações ou flutuações por
segundo e é expressa em hertz (Hz). O ouvido humano é
capaz de perceber sons na frequência de 20 a 20.000 Hz.
B. Intensidade: depende da energia das oscilações e é definida
em termos de potência por unidade de área a gama da
intensidade de sons audíveis é muito grande. Assim, para
simplificar as anotações convencionou-se medi-las por
uma unidade logarítmica chamada decibel (dB). O ouvido
humano é capaz de perceber sons de 20 a 140 dB.
C. Duração: é medida em segundos, os de curta duração
(menos de 0,1s) dificultam a percepção e aparentam ser
diferentes daqueles de longa duração (acima de 1s).
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42 ERGONOMIA INDUSTRIAL

1.1.12 Olfato e paladar


São usados em diversas atividades e podem ser importantes para algumas
profissões, como a de cozinheiro e provadores de perfumes e alimentos. Em
ambientes de trabalho, podem funcionar como alerta, indicando vazamento
de gases ou incêndios.
O olfato e o paladar estão fisiologicamente relacionados entre si. O sabor
de um alimento resulta, por exemplo, da combinação de seu cheiro e paladar.
Os sensores, tanto do olfato quanto do paladar são quimiorreceptores, que são
estimulados por moléculas em solução no muco nasal ou na saliva da boca.

1.1.13 Outros sentidos


Além da visão e da audição, o organismo humano possui mais de doze
sentidos. Entretanto, os que apresentam maior interesse para a ergonomia são o
olfato, o paladar, e o senso sinestésico, que é o que fornece informações sobre
movimentos de partes do corpo, sem necessidade de acompanhamento visual.
O senso sinestésico é importante no trabalho, pois muitos movimentos dos
pés e das mãos devem ser feitos sem acompanhamento visual. Ele funciona
como realimentador de informações ao cérebro, para que possa detectar se um
movimento muscular foi realizado corretamente.
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Organismo humano 43

Seção 2 Biomecânica ocupacional


Aplicam-se as leis físicas da mecânica ao corpo humano no estudo da bio-
mecânica. Conforme Pinto, Xavier e Coelho Júnior (2006), as tensões podem
ocorrer nos músculos e articulações durante uma postura ou um movimento.
Os princípios mais importantes da biomecânica para a ergonomia são:
as articulações devem ocupar uma posição neutra;
conserve os pesos próximos ao corpo;
evite curvar-se para a frente;
evite inclinar a cabeça;
evite torções do tronco;
evite movimentos bruscos que produzem picos de tensão;
alterne postura e movimentos;
restrinja a duração do esforço muscular contínuo;
previna a exaustão muscular;
atente-se para as pausas curtas e frequentes, pois são melhores.
Basicamente, temos três posturas essenciais.
postura sentada;
postura de pé;
postura deitada.
Enfim, podemos concluir que a biomecânica é a aplicação da mecânica
aos organismos vivos tecidos biológicos, aos corpos humanos e animais. É a
base da função musculoesquelético.

2.1 Trabalho estático e dinâmico


Quando um músculo está contraído, há um aumento da pressão interna
que leva a um estrangulamento dos capilares, pois a pressão sanguínea nos
músculos é baixa. Um músculo sem irrigação sanguínea pode entrar em fadiga
rapidamente e, com isso, ocasionar uma dor que faça com que o trabalho seja
interrompido.

2.1.1 Trabalho estático


É o trabalho que exige contração contínua de alguns músculos para sus-
tentar certa posição. Um exemplo seria os músculos dorsais e das pernas para
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44 ERGONOMIA INDUSTRIAL

manter a posição de pé. Por ser altamente fatigante, deve ser evitado quando
possível ou, se não, pelo menos aliviado com mudanças de posturas e apoio
para partes do corpo.

2.1.2 Trabalho dinâmico


Ocorre quando há contrações e relaxamentos alternados dos múscu-
los, como nas tarefas de girar um volante ou caminhar. Esse movimento
funciona como ativador da circulação nos vasos, aumentando o volume
de sangue em relação à posição de repouso e diminuindo as chances de
haver fadiga muscular.

2.2 Dores musculares


São causadas principalmente pelo manuseio de cargas pesadas ou quando
se exigem posturas inadequadas, e podem ser associadas a forças e repetições
exageradas dos movimentos.

2.3 Traumas musculares


São provocados pelas diferenças que podem acontecer entre a força exigida
pelo trabalho e as capacidades do trabalhador para exercer essa força, existem
duas causas que podem ocasionar esse trauma, são elas:
Trauma por impacto: pode ocorrer quando a pessoa é atingida por
uma força súbita, na maioria das vezes involuntária, e acontece co-
mumente em casos de colisões ou queda.
Trauma por esforço excessivo: pode ocorrer durante uma atividade
física no trabalho ou principalmente quando há cargas excessivas a
serem carregadas e quando a tarefa é repetitiva, como em um trabalho
de digitação ou uma linha de produção. Ocasionam, tipicamente,
lesões como tendinites ou por traumas repetitivos.

2.4 Posturas do corpo


Postura é o estudo do posicionamento relativo de partes do corpo.
A boa postura é importante para a realização do trabalho sem desconforto e
estresse. A postura inadequada pode ocorrer quando um trabalhador mexe
com máquinas e equipamentos com deficiência no projeto e também pela
exigência da sua tarefa. Existem três principais situações em que a má postura
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Organismo humano 45

pode ocasionar danos, e elas são: os trabalhos estáticos, que envolvem uma
mesma postura durante longos períodos; trabalhos que exigem muita força e
trabalhos que exigem posturas desconfortáveis, como com o tronco inclinado.
Existem certos tipos de posturas que podem ser considerados mais adequa-
dos para cada tipo de tarefa, e se essa má postura for mantida durante certo
tempo, ela pode acabar ocasionando dores e desconfortos localizados.

Quadro 2.1 Localização das dores no corpo, provocadas por posturas inadequadas

Fonte: Iida (2005, p. 166).

2.4.1 Posturas
Inadequadas: projeto deficiente das máquinas, equipamentos, postos
de trabalho e as exigências da tarefa.
Básicas: posições deitada sentada e em pé.

2.4.2 Inclinação da cabeça para a frente


No caso de inclinação de cabeça para a frente, segundo Teixeira (2009), ela
se faz necessária para melhor visão. Essa necessidade ocorre quando:
o assento é muito alto;
a mesa é muito baixa;
a cadeira está longe do trabalho;
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46 ERGONOMIA INDUSTRIAL

há necessidades específicas, como no caso de microscópio.


Ainda, segundo o autor:
Essa postura provoca fadiga rápida nos músculos do pescoço e
do ombro, devido, principalmente, ao movimento (no sentido
da Física) provocado pela cabeça, que tem um peso relativa-
mente elevado (4 a 5 kg).
As dores no pescoço começam a aparecer quando a inclina-
ção da cabeça, em relação à vertical, for maior que 30º […].
Nesse caso, deve-se tomar providências para restabelecer a
postura vertical da cabeça, de preferência com até 20º de
inclinação, fazendo-se ajustes na altura da cadeira, mesa
ou localização da peça. Se isso não for possível, o trabalho
deve ser programado de modo que a cabeça seja inclinada
durante o menor tempo possível, e seja intercalado com
pausas para relaxamento, com a cabeça voltando à sua
posição vertical (TEIXEIRA, 2009, p. 6).

Até as décadas de 1950 e 1960, havia mesas de escritório e carteiras es-


colares com o tampo inclinado. Hoje, essas inclinações só existem em alguns
tipos de móveis especiais, como pranchetas para desenho. Na maioria dos
casos elas foram abandonadas provavelmente porque os papéis, cadernos e
lápis escorregavam sobre esse tipo de tampo. Entretanto, do ponto de vista
postural, são melhores que os tampos horizontais. Experimentos de labora-
tórios mostram que os tampos inclinados em 10 graus são benéficos para
tarefas de leitura.

Figura 2.12 Dores no pescoço 1

Fonte: B. Boissonnet / BSIP / Easypix (2013).


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Organismo humano 47

Figura 2.13 Dores no pescoço 2

Fonte: B. Boissonnet / BSIP / Easypix (2013).

Figura 2.14 Dores no pescoço 3

Fonte: B. Boissonnet / BSIP / Easypix (2013).

Iida (2005, p. 169) afirma que:


[...] na prática, durante uma jornada de trabalho, um traba-
lhador pode assumir centenas de posturas diferentes, e em
cada tipo de postura, um diferente conjunto de musculatura
é acionado.
As observações subjetivas da postura podem ser substituídas
por registros eletrônicos da atividade muscular, obtendo grá-
ficos chamados de eletromiogramas (EMG). Esse método tem
vantagem de fornecer informações objetivas pelo registro direto
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48 ERGONOMIA INDUSTRIAL

da atividade muscular, mas tem a desvantagem de exigir um


equipamento eletrônico dispendioso, exige também o acom-
panhamento de um médico, eletrodos de superfície.
Um sistema prático de registro chamado OWAS, foi desenvol-
vido por três pesquisadores finlandeses em 1977 (Karku, Kansie
Kuorinka), que trabalhavam em uma empresa siderúrgica. Eles
começaram com análises fotográficas das principais posturas
encontradas tipicamente na indústria pesada. Encontraram 72
posturas típicas. A seguir, foram feitas mais de 36.340 obser-
vações em 52 tarefas.

O mesmo trabalhador, quando observado de manhã e de tarde, conservava


86% das posturas registradas, portanto, concluiu-se que o método de registro
apresentava uma consistência razoável.
Os mesmos autores descrevem que na sequência foi feita uma avaliação
das diversas posturas quanto ao desconforto e, com base nessas avaliações, as
posturas foram classificadas em uma das seguintes categorias:
Classe 1: postura normal, que dispensa cuidados, a
não ser em casos excepcionais;
Classe 2: postura que deve ser verificada durante a
próxima revisão rotineira dos métodos de trabalho;
Classe 3: postura que deve merecer atenção em curto
prazo;
Classe 4: postura que deve merecer atenção imediata
(PINTO; XAVIER; COELHO JÚNIOR, 2006, p. 4).
O diagrama das áreas dolorosas foi proposto por Corlett e Manenica
(1980), no qual o corpo humano é dividido em 24 segmentos, facilitando a
locomoção de áreas em que os trabalhadores sentem dores. A principal van-
tagem desse diagrama é o seu fácil entendimento, podendo ser distribuído
em grande quantidade para autopreenchimento dos trabalhadores, podendo,
assim, identificar as máquinas, equipamentos e locais de trabalho que apre-
sentam maior gravidade (acima do 3º nível) e que merecem atenção imediata,
conseguindo resultados mais significativos.
Também o questionário nórdico foi desenvolvido para autopreenchimento.
Existe um desenho dividindo o corpo humano em nove partes. Os trabalhadores
devem responder sim ou não para as três situações envolvendo essas nove partes.
Perguntas:
Você teve algum problema nos últimos sete dias?
Você teve algum problema nos últimos doze meses?
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Organismo humano 49

Você teve que deixar de trabalhar algum dia nos últimos doze meses
devido ao possível problema?
O questionário é distribuído juntamente com uma carta explicando os ob-
jetivos do levantamento e solicitando a colaboração.

2.5 Levantamento de cargas


O levantamento de carga é responsável por grande parte dos traumas
musculares entre os trabalhadores, que ocorrem principalmente pela variação
individual das capacidades de cada trabalhador, treinamentos insuficientes e
frequentes substituições de homens por mulheres. Assim, passa a ser necessário
o conhecimento da capacidade de cada um para poder carregar peso para que
cada tarefa seja atribuída e dimensionada sem causar danos a esse trabalhador.
As situações de trabalho quanto ao levantamento de pesos podem ser clas-
sificadas em dois tipos:
levantamento esporádico de cargas, que está relacionado com a
capacidade muscular;
trabalho repetitivo com levantamento de cargas, onde entra o fator
de duração do trabalho.
A resistência da coluna deve ser aplicada no sentido vertical.

Figura 2.15 Carga sobre a coluna vertebral deve


incidir na direção do eixo vertical

Fonte: Sebastian Kaulitzki / Shutterstock (2013).


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50 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Figura 2.16 Carga sobre a coluna vertebral deve


incidir na direção do eixo vertical

Fonte: Anetlanda / Shutterstock (2013).

Figura 2.17 Levantamento de cargas deve ser feito com a coluna na


posição vertical, usando a musculatura das pernas

Fonte: MedicalRF com / Agefotostock / Easypix (2013).


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Organismo humano 51

Varia de uma pessoa para outra a capacidade de carga utilizada, como tam-
bém os músculos das pernas, braços e dorso, sendo que as mulheres possuem
metade da força muscular para os levantamentos de pesos se tomarmos como
referência os homens.
As mulheres, além de terem capacidade menor de levantamento dessas
cargas, sofrem uma redução mais rápida com o afastamento das mesmas.
Sendo assim, a sua capacidade de carga tem a influência da sua localização,
levando em conta outras características, como as formas, dimensões e facili-
dade de manuseio.
A equação de NIOSH (National Institute for Occupational Safety and
Health — Estados Unidos) para levantamento de carga foi desenvolvida para
calcular o limite recomendável em tarefas repetitivas de levantamento de cargas,
sendo desenvolvida em 1981 e revisada em 1991, tendo o objetivo de prevenir
ou de reduzir a ocorrência de dores causadas pelo levantamento de cargas.

2.6 Transporte de cargas


Aqui, existem dois pontos a considerar:
1. O aumento do peso provoca uma sobrecarga fisiológica nos músculos
da coluna e dos membros inferiores;
2. É estudado pela ergonomia, com o intuito de produzir métodos mais
eficientes para o transporte de cargas, diminuindo os gastos energéticos
e os problemas musculoesquelético.

A legislação brasileira tem uma norma para transporte e manuseio de mate-


riais, especificamente para o trabalho de sacarias (NR 11). Uma outra, a NR18,
estabelece o limite máximo de 60 kg para transporte e descarga individual
em obras de construção, demolição e reparos. O levantamento individual é
limitado a 40 kg.
Observa-se que os limites são muito elevados, em vista dos padrões ergo-
nômicos recomendados, podendo causar tanto os traumas por impacto ou por
excessivo esforço.
Não se pode recomendar cargas dessa magnitude para a maioria da popu-
lação, sendo necessário selecionar pessoas do sexo masculino, jovens de boa
compleição física, treinados para suportar cargas.
É bom salientar que isso não faz parte das recomendações ergonômicas.
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52 ERGONOMIA INDUSTRIAL

A ergonomia tem realizado muitas pesquisas justamente para adequar o


trabalho à maioria da população.

Para saber mais


Recomendações para o levantamento de cargas:
Mantenha a coluna reta e use a musculatura das pernas, como fazem os halterofilistas.
Mantenha a carga o mais próximo do coro, para reduzir o momento provocado pela carga.
Procure manter cargas simétricas, dividindo-as e usando as duas mãos para evitar a criação
de momentos em torno do corpo.
A carga deve estar 40 cm acima do piso.
Antes de levantar o peso, remova todos os obstáculos ao redor, que possam atrapalhar o
movimento.

Para saber mais


Recomendações para o transporte de carga.
mantenha a carga próxima ao corpo;
adote um valor adequado para cargas unitárias;
use cargas simétricas;
providencie pegas (pinças) adequadas;
trabalhe em equipe;
defina o cainho;
supere os desníveis do piso;
elimine desníveis entre postos de trabalho;
use carrinho;
use transportadores mecânicos.

Para saber mais


As mulheres possuem musculatura mais fina que os homens. Dessa forma, a potência máxima
que podem exercer é de 70% em relação aos homens.
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Organismo humano 53

Questões para reflexão


Identifique uma situação que exija contração muscular estática. Apre-
sente recomendações para aliviar essa carga estática.

Questões para reflexão


Tratando-se da contemporaneidade, como as organizações ainda traba-
lham como se estivessem no século XIX, sabendo que seria muito mais
viável a atenção nas questões ergonômicas para uma produção efetiva?

Links
Para saber mais sobre o assunto, sugiro que acesse o link a seguir:
<www.cefid.udesc.br>.

Para concluir o estudo da unidade


Vivemos hoje em um ambiente altamente complexo. Reflexo da des-
concertante evolução da tecnologia da informação e comunicação nas
últimas décadas, a globalização vem promovendo mudanças constantes
em velocidade cada vez maior, levando o trabalhador a repensar a sua
realidade. A presente unidade que acabamos de estudar teve como propó-
sito nos mostrar características que precisamos desenvolver para melhorar
nosso ambiente de trabalho.
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54 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Resumo
A biomecânica ocupacional é uma parte da biomecânica geral, que
se ocupa dos movimentos corporais e forças relacionadas ao trabalho.
Assim, preocupa-se com as interações físicas do trabalhador, com o seu
posto de trabalho, máquina ferramentas e materiais, visando a reduzir os
riscos de distúrbios musculoesqueléticos. Analisa basicamente a questão
das posturas corporais de trabalho, a aplicação de forças, bem como as
suas consequências. Por fim, pode-se mostrar o trabalho inadequado que
provocam estresses musculares, dores e fadiga que as vezes podem ser
resolvidas com providências simples, com o aumento da redução da altura
da mesa ou da cadeia, melhoria do layout ou concessão de pausas no
trabalho. Essa unidade apresentou diversas recomendações sobre posturas
do corpo e os limites das forças que podem ser exercidas, sem provocar
danos ao trabalho.

Atividades de aprendizagem
1. Elabore, de forma esquemática, um levantamento dentro do seu ambiente
laboral, em cima do contexto abordado, os pontos positivos e negativos
para termos os melhores resultados dentro da biomecânica ocupacional.
2. Compare os efeitos fisiológicos dos trabalhos estáticos e dinâmicos.
3. Quando e como se aplica o diagrama de dores?
4. Analise as consequências dos vários tipos de carga sobre a coluna.
5. Apresente pelo menos três recomendações para o transporte manual
de cargas.
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Unidade 3
Segurança e
Qualidade de Vida no
Trabalho (QVT)

Objetivos de aprendizagem: Verificaremos a importância do tema


não só para os trabalhadores, mas também para as empresas e para
a sociedade. Os riscos que podem ser evitados acerca da saúde e da
prevenção dos acidentes no trabalho e também a qualidade de vida
que deve ser prestada aos trabalhadores para melhor produtividade
em seus meios laborais serão objetos de estudo.

Seção 1: Segurança no trabalho


Veremos aqui os conceitos básicos da segurança no
trabalho e um breve histórico de sua necessidade
junto aos trabalhadores.

Seção 2: QVT (Qualidade de Vida no Trabalho)


Esta seção conceituará o que é qualidade de vida no
trabalho e apresentará um pequeno histórico dos
conceitos. Falaremos, também, sobre motivação, con-
dições físico-psicológicas do trabalhador e os benefícios
sociais além do trabalho.
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56 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Introdução ao estudo
O período de desenvolvimento do capitalismo industrial caracteriza-se
pelo crescimento da produção, pelo êxodo rural e pela concentração de novas
populações urbanas. Alguns elementos marcantes podem ser retidos: duração
de trabalho que atinge de 12 a 16 horas por dia; o emprego de crianças na
produção industrial, de 3 a 7 anos de idade; salários muito baixos; falta de
higiene; promiscuidade; acidente de trabalho etc. Este era o quadro da classe
operária no século XIX.
Concentrações operárias, em função das necessidades da produção, emer-
gem nas novas relações sociais, permitindo ao Estado tornar-se autônomo,
progressivamente, em sua tutela patronal. A aparição das câmaras sindicais,
das associações, das federações nacionais e dos partidos políticos dá ao
movimento operário uma dimensão significativa, principalmente a partir da
comuna.
As reivindicações operárias chegam a um nível propriamente político. As lutas
operárias neste período histórico têm, essencialmente, dois objetivos: o direito à
vida (ou à sobrevivência) e a construção de instrumento necessário à conquista:
a liberdade de organização. “No que concerne ao que se poderia chamar de
‘pré-história da saúde dos trabalhadores’, vê-se emergir uma palavra de ordem
que vai, por assim dizer, cobrir todo o séc. XIX: a redução da jornada de trabalho”
(DEJOURS, 1980, p. 17, grifo do autor).
De acordo com Dejours (1980), somente no final do século são conquistadas
leis sociais pertinentes, especificamente, à saúde dos trabalhadores:
1890 – reformulou-se normas de segurança nas minas;
1893 – lei sobre os acidentes de trabalho e sua indenização;
1905 – aposentadoria dos mineiros;
1910 – aposentadoria para o conjunto dos trabalhadores após 65 anos.
Segundo Dejours (1980), a partir da Primeira Guerra Mundial, até meados
de 1968, o movimento operário adquiriu bases sólidas e atingiu a dimensão de
uma força política, que foi crescendo nas relações de força. Podendo-se dizer
que a organização dos trabalhadores traduziu-se na conquista primordial do
direito de viver, mesmo se as condições de existência estavam longe de serem
unificadas para o conjunto da classe operária.
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 57

O autor citado afirmou que, neste período, houve um salto qualitativo nas
produções industriais, com o esforço de produção para as necessidades da guerra.
O desfalque, resultante do número de mortos e feridos da guerra, no reservató-
rio de mão de obra, os esforços da reconstrução e a reinserção dos inválidos na
produção foram as condições de uma reviravolta na relação homem-trabalho.

Seção 1 Segurança no trabalho


Esse assunto é da maior importância, e não interessa apenas aos trabalha-
dores, mas também às empresas e à sociedade como um todo, pois um traba-
lhador acidentado provoca despesas ao sistema de saúde e passa a receber seus
direitos previdenciários, que são pagos por todos os trabalhadores e empresas.

1.1 Conceito de segurança no trabalho


Um dos primeiros conceitos a se saber sobre segurança do trabalho é:
Segurança do trabalho (ou também denominado segurança
laboral) é um conjunto de ciências e tecnologias que tem o
objetivo de promover a proteção do trabalhador no seu local
de trabalho, visando a redução de acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais. É uma das áreas da segurança e saúde
ocupacionais, cujo objetivo é identificar, avaliar e controlar
situações de risco, proporcionando um ambiente de trabalho
mais seguro e saudável para as pessoas.
No Brasil, a segurança e saúde ocupacionais são regulamen-
tadas na forma do Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Este serviço
está previstona legislação trabalhista brasileira e regulamentado
em uma portaria do Ministério do Trabalho e Emprego, por
intermédio da Norma Regulamentadora n. 4 (NR-4) (SEGU-
RANÇA, 2013, p.1, grifo do autor).

Outro conceito encontrado diz que a segurança no trabalho pode ser en-
tendida “[...] como os conjuntos de medidas que são adotadas visando a mi-
nimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger
a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador” (INTRODUÇÃO...,
2013, p. 1).
Concluímos então que segurança no trabalho é a ciência que atua na pre-
venção de acidentes de trabalho decorrentes dos fatores de riscos ocupacionais.
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58 ERGONOMIA INDUSTRIAL

1.1.1 O erro humano


Todas as vezes que ouvimos falar em acidentes, atribuímos isso ao fator
humano (ou erro humano). No entanto, não é tão simples assim, pois não se
trata propriamente de uma desatenção ou uma negligência do trabalhador.
O erro humano tem sofrido modificações conforme as alterações no com-
portamento social.
Sua natureza
O erro humano não deve ser considerado somente pelas suas consequências
prejudiciais, mas pelo acompanhamento das variações do comportamento, pois
esse nunca é constante. Há duas situações em que a variação do comporta-
mento é considerada um erro:
Quando a intensidade da variável for muito grande, colocando-a fora
de uma faixa considera normal ou aceitável.
Quando essa variação ou adaptação não for suficiente para acom-
panhar mudanças exigidas pela tarefa ou ambiente.
A variação do comportamento humano é causada por fatores internos ao
homem e provoca consequências externas.
O erro humano resulta das interações homem-trabalho ou homem-ambiente
que não atendem a determinados padrões esperados. Nesse conceito estão
implícitos três elementos:
uma ação humana variável;
uma transformação do ambiente (ou máquina) que não atenda a
determinados critérios;
um julgamento da ação humana frente a essas situações.
Tipos de erros
Os erros mais comuns são os erros de percepção, cujas ações não produ-
zem o efeito desejado. Existem casos de ações certas, porém executadas no
tempo errado, ou ações que são omitidas ou acrescidas sem necessidade. Há
diversas classificações de erros humanos, mas aquela mais usual é pelo nível
de atuação do organismo.
Erros de percepção: erros devidos aos órgãos sensoriais.
Erros de decisão: ocorrem durante o processamento das informações
pelo sistema nervoso central.
Erros de ação: dependem de ações musculares; exemplo – movimen-
tos incorretos, posicionamentos errados e troca de controle.
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 59

Prevenção de erros
Uma das formas para prevenir os erros está na substituição do homem pela
máquina em tarefas simples e repetitivas ou que precisem de muita força, ob-
servando que as máquinas erram menos, mas não corrigem seus erros.
A aplicação dos conhecimentos ergonômicos contribui claramente para
a redução dos erros, sendo que as máquinas devem ser construídas de modo
que não funcionem enquanto todos os procedimentos de segurança tenham
sido adotados.
A seleção, o treinamento e a supervisão adequada de operadores contribuem
na redução de erros. Naturalmente, um operador treinado executará o trabalho
em ritmo adequado e com menos erros.

1.1.2 Procedimentos seguros


São recomendações escritas que visam reduzir os acidentes nos locais
de trabalho. Eles são continuamente atualizados para se adaptar aos novos
equipamentos e mudanças nas condições de trabalho. Também incorporam as
novas descobertas, baseados nas análises de incidentes e acidentes ocorridos
no passado, podendo surgir novas normas e leis, existindo a tendência de que
esses procedimentos se tornem cada vez mais detalhados e restritos.

1.1.3 Fatores que preponderam nos acidentes


Geralmente, os acidentes resultam de interações inadequadas entre o ho-
mem, a tarefa e o seu ambiente, podendo haver, em cada caso, a predominância
de um desses fatores. Todavia, essas causas não aparecem isoladamente e o
acidente geralmente só ocorre quando há uma conjugação de fatores negativos.
Os modelos sequenciais são aqueles que explicam os acidentes por uma ca-
deia de eventos. Em 1959, Heinrich formulou um modelo bastante difundido, que
é chamado de dominó do acidente, pois existem cinco eventos ancadeados
que levariam à lesão do trabalhador: personalidade; falhas humanas; causas
de acidentes (condições inseguras e atos inseguros); acidente e lesão. Segundo
essa teoria, a prevenção deveria ser feita pela retirada de uma das “pedras” para
interromper a corrente e, assim, evitar a propagação da queda do dominó.
“Essa teoria é muito contestada, porque admite certos traços de personali-
dade (insegurança, irresponsabilidade, teimosia, valentia [machismo])” (SILVA,
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60 ERGONOMIA INDUSTRIAL

2006, p. 26). Na prática, observou-se que existem realmente algumas pessoas


que se envolvem com maior frequência em acidentes.
De acordo com Silva (2006, p. 17), outro modelo sequencial foi apresen-
tado por Ramsey (1978), segundo o qual, uma pessoa exposta a uma condição
insegura apresentaria os seguintes comportamentos sequenciais:
percepção do perigo (órgãos sensoriais);
identificação do perigo (processamento da informação);
decisão de evitar o perigo (escolha da alternativa) e
habilidade para evitar o perigo (habilidade motora,
forças, tempo de reação) (SILVA, 2006, p. 17).
Qualquer falha em uma dessas etapas contribuiria para aumentar os riscos
de acidentes. Esses modelos sequenciais centralizam as causas dos acidentes
na falha humana. Modelos mais recentes são os mais abrangentes.
O método da árvore de causas foi proposto por Leplat e Rasmussen (1984
apud SILVA, 2006, p. 17) “[...] enquanto os métodos sequenciais apresentavam
um relacionamento linear entre as causas, o método da arvore propõe um grafo
com mais relacionamento mais complexo entre as causas”.
Para a construção da árvore de causas, parte-se de um acidente que já
aconteceu e, a partir daí, organizar-se a lista de causas que contribuíram para
a ocorrência do acidente. Depois, são definidas as relações entre essas causas,
que podem ser de dois tipos:
a) Relação sequencial ou em série (x à y): o evento x é uma condição ne-
cessária ou pré-requisito para a ocorrência do evento y; se não existir x,
o evento y também não existirá. Ex.: o caso de uma pessoa que caiu y de
uma escada x: se não tivesse subido na escada, a pessoas não teria caído.
b) Relação de confluência ou paralelo (x¹, x² à y): significa que é neces-
sário ocorrer dois ou mais eventos para a ocorrência simultâneas x¹ e
x², para eu ocorra consequentemente y. Ex.: uma pessoa que caiu y, de
uma escada x¹, porque esta escorregou em um chão liso x².

Os autores do método da árvore de causas salientam que,


em vez de ficar procurando quem foi o [“responsável”] pelo
acidente, é melhor fazer uma análise das causas que ocasio-
naram esse acidente, com o objetivo de eliminá-las, consiste
em introduzir modificações no sistema produtivo, de modo
que ele possa resistir aos erros humanos, ou para que tenha
tolerância para absorver certa faixa de variação do comporta-
mento humano (SILVA, 2006, p. 18, grifo nosso).
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 61

Reason (1995 apud IIDA, 2005) propôs um modelo abrangente sobre as


causas dos acidentes nas organizações, dividindo-as em três blocos.
Na organização, algumas decisões podem criar condições que favorecem
o aparecimento de acidentes, estas são chamadas de falhas latentes, e incluem
atividades como projetos do produto, projeto do trabalho, planejamento e
controle da produção, plano de cargos e salários, investimentos na automação
dos equipamentos.
Nas chamadas falhas ativas, temos o local de trabalho e trabalhadores,
respectivamente bloco 2 e bloco 3; aqui, temos os erros e violação (como
estresse, fadiga, monotonia, treinamento inadequado e conflitos com colegas
e chefias).
Considerando que empresa é um sistema aberto, significa dizer que re-
cebe diversos materiais e serviços de terceiros. Muitas vezes, as causas dos
acidentes podem estar embutidas nesses fornecimentos recebidos pela em-
presa, podendo criar-se barreiras para que essas falhas não se transformem
em acidentes.
Nos modelos fatoriais, não existiria uma sequência lógica ou temporal de
eventos, mas um conjunto de fatores que interagem continuamente entre si e
cujo desfecho pode ser um quase-acidente ou acidente (SEGURANÇA..., 2013).
Esse modelo é mais dinâmico, pois os fatores estariam em contínua evolução,
bem como as interações entre eles.

1.1.4 A prática do 5-S


É uma prática bastante simples, barata e eficiente para manter os locais de
trabalho limpos, arrumados e saudáveis, para reduzir os riscos de acidentes. Essa
sigla tem origem em cinco palavras japonesas (todas começando com s), que po-
dem ser traduzidas por: ordenação, arrumação, limpeza, higiene e autodisciplina.
O 5-S ajuda a desenvolver práticas seguras no trabalho, para que os riscos
de acidentes sejam minimizados. Os benefícios imediatos são a melhoria do
ambiente de trabalho, uso eficiente do tempo, melhor aproveitamento de ma-
teriais, prevenção de acidentes e aumento de produtividade.

1.1.5 Treinamento em segurança


O treinamento em segurança visa transmitir as práticas seguras no trabalho,
desenvolvendo a capacidade de reconhecer as condições inseguras e criando
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62 ERGONOMIA INDUSTRIAL

habilidade para evitar os acidentes e, no caso da ocorrência de acidentes, o


trabalhador deve saber como proceder, comunicando imediatamente o fato
aos seus superiores ou acionando a chamada de profissionais especializados.
Se for o caso, ele próprio pode prestar os primeiros socorros.
Existem várias modalidades de treinamento em segurança, aquelas mais
simples e que ocorre no próprio local de trabalho e as mais efetivas, que con-
sistem em aulas, apresentadas por especialistas, em que cada turma deve ter
um máximo de quinze alunos, sempre complementadas com filmes, vídeos,
discussão de casos e visitas aos locais de trabalho, com o instrutor mostrando
in loco as fontes do perigo.
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 63

Seção 2 QVT (Qualidade de Vida no


Trabalho)
Nesta seção, trabalharemos com a origem da qualidade de vida no trabalho,
motivação, o escopo da qualidade de vida no trabalho, as condições físico-
-psicológicas do trabalho, benefícios sociais além do trabalho, a evolução do
conceito de QVT e as categorias conceituais de QVT.
Em 1950, teve início o movimento de Qualidade de Vida no Trabalho com
abordagens sociotécnicas. Na década de 1960, tomaram impulsos iniciativas
de cientistas sociais, líderes sindicais, empresários e governantes, na busca de
melhores formas de organizar o trabalho, no intuito de amenizar os efeitos
negativos do emprego na saúde e bem-estar dos trabalhadores.
O professor Louis Davis foi quem introduziu publicamente, na década de
1970, a expressão qualidade de vida no trabalho (QVT).
Segundo Rodrigues (1994, p. 76 apud MORETTI, 2007, p. 12), “[...] quali-
dade de vida no trabalho tem sido uma preocupação do homem desde o início
da sua existência com outros títulos em outros contextos, mas sempre voltada
para facilitar o trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de
sua tarefa”.

Quadro 3.1 Evolução do conceito de QVT

Concepções evolutivas da
Características ou visão
QVT
QVT como uma variável Reação do indivíduo ao trabalho. Investigava-se como me-
(1959 a 1972) lhorar a qualidade de vida no trabalho para o indivíduo.
O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional;
QVT como uma aborda-
mas, ao mesmo tempo, buscava-se trazer melhorias tendo
gem (1969 a 1974)
o empregado como direção.
Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para
melhorar o ambiente de trabalho e tornar o trabalho mais
QVT como um método produtivo e mais satisfatório. QVT era visto como sinô-
(1972 a 1975) nimo de grupos autônomos de trabalho enriquecedor de
cargo ou desenho de novas plantas com integração social
e técnica.
Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as
QVT como um movimento relações dos trabalhadores com a organização. Os termos
(1975 a 1981) “administração participativa” e “democracia industrial” eram
frequentemente ditos como ideias do movimento de QVT.
continua
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64 ERGONOMIA INDUSTRIAL

continuação
Como panaceia contra a competição estrangeira, problemas
QVT como tudo
de qualidade, baixas taxas de produtividade, problemas de
(1979 a 1982)
queixas e outros problemas organizacionais.
No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no fu-
QVT como nada (futuro)
turo, não passará de um “modismo” passageiro.
Fonte: Vasconcelos (2001, p. 24-25)

2.1 Difusão do Conceito de Qualidade de Vida no


Trabalho
Segundo Korn (1998 apud ARMELIN; SAMPAIO, 2009, p. 7), o presidente
da Gazeta Mercantil:
Qualidade de Vida é a busca contínua da melhoria dos pro-
cessos de trabalho, os quais precisam ser construídos não só
para incorporar as novas tecnologias como para aproveitar o
potencial humano, individual e em equipe. No contexto em-
presarial ela se insere na qualidade organizacional, no repensar
contínuo da empresa.

A preocupação com o ritmo mais intenso do trabalho passou a ser neces-


sidade para o profissional com qualidade de vida.
Com as novas tecnologias e a busca de qualidade total nas empresas, a
pressão sobre os profissionais também aumentaram, ocorrendo a redução da
qualidade de vida no trabalho e o aumento dos casos de estresse em todo o
mundo. Sendo o estresse uma resposta do corpo à pressão.

2.1.1 Qualidade de Vida no Trabalho como expansão do


conceito de qualidade total
O segundo movimento refere-se à expansão do conceito de qualidade total,
que teve origem na engenharia e visava, especialmente, a processos e contro-
les produtivos e tecnológicos da fabricação do produto. Com a evolução do
conceito de Qualidade Total para serviços, abriu-se uma nova discussão sobre
a necessidade de incluir nele o conceito de Qualidade Pessoal e, consequen-
temente, o de Qualidade de Vida no Trabalho (como parte dos Programas de
Qualidade Total).
O gerenciamento da qualidade, e inclusive a busca da cer-
tificação ISO 9000, tem sido um dos procedimentos mais
frequentes em todo o mundo, a começar pelas exigências [do
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 65

Mercado Comum Europeu] de acelerar e proteger a integração


econômica europeia (FLEURY, 2002, p. 13).

A Qualidade de Vida no Trabalho é uma evolução da Qualidade Total. O


esforço que deve ser desenvolvido é o de conscientização, o de preparação de
postura para a qualidade em todos os sentidos: produção, serviço, desempenho
e qualidade de vida no trabalho.

2.1.2 Modelo de Qualidade de Vida no Trabalho


Segundo Chiavenato (1985, p. 393), existem oito fatores que afetam a QVT,
a saber:
Compensação justa e adequada: a justiça distributiva de com-
pensação depende da adequação da remuneração ao trabalho
que a pessoa realiza, da equidade interna (equilíbrio entre as
remunerações dentro da organização) e da equidade externa
(equilíbrio com as remunerações do mercado de trabalho);
Condições de segurança e saúde no trabalho: envolvendo as
dimensões jornada de trabalho e ambiente físico adequado á
saúde e bem-estar da pessoa;
Utilização e desenvolvimento de capacidades: proporcionar
oportunidades de satisfazer as necessidades de utilização de
habilidades e conhecimentos do trabalhador, desenvolver sua
autonomia, autocontrole e obter informações sobre o processo
total do trabalho, bem como retroinformação quanto ao seu
desempenho;
Oportunidades de crescimento contínuo e segurança: no
sentido de proporcionar possibilidades de carreira na organi-
zação, crescimento e desenvolvimento pessoal e segurança
no emprego de forma duradoura;
Integração social na organização: eliminação de barreiras
hierárquicas marcantes, apoio mútuo, franqueza interpessoal
e ausência de preconceito;
Constitucionalismo: refere-se ao estabelecimento de normas
e regras da organização, direitos e deveres do trabalhador,
recursos contra decisões arbitrárias e um clima democrático
dentro da organização;
Trabalho e espaço total de vida: o trabalho não deve absor-
ver todo o tempo e energia do trabalhador em detrimento
de sua vida familiar e particular, de seu lazer e atividades
comunitárias;
Relevância social da vida no trabalhador: o trabalho deve
ser uma atividade social que traz orgulho para a pessoa, em
particular, de uma organização. A organização deve ter uma
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66 ERGONOMIA INDUSTRIAL

atuação e uma imagem perante a sociedade, responsabilidade


social, responsabilidade pelos serviços oferecidos, práticas de
emprego, regras bem definidas de funcionamento e de admi-
nistração eficiente.
Motivação
Conforme Davis e Newstron (1991 apud MORETTI, 2007, p. 2) “[...] embora
não haja respostas simples para a questão da motivação um importante ponto
de partida reside na compreensão das necessidades do empregado”.
A motivação faz tanto bem como mal; as pessoas estão pré-dispostas a
mostrar o que elas têm de bom e de ruim, se elas não são motivadas a fazer
algo ou não, alcançar um objetivo, elas farão alguma coisa caso queiram, mas,
a menos que estejam prontas para assumir as atitudes e valores motivadores,
os comportamentos não serão duradouros.
Ainda segundo Davis e Newstron (1991 apud MORETTI, 2007, p. 3) “[...]
cada pessoa também deve conhecer suas responsabilidades individuais”.
De acordo com Weiss (1991, p. 32 apud MORETTI, 2007, p. 3) “[...] as pessoas
trabalham por recompensa. Essas não precisam ser tangíveis, como dinheiro. Po-
dem ser intangíveis, como, no caso, deixar um funcionário ser líder de um grupo”.
Conseguir o máximo e o melhor dos outros quer dizer que você deve es-
tabelecer padrões elevados, mas razoáveis, e deve reconhecer suas próprias
responsabilidades, bem como a dos empregados, e deve deixar que o empre-
gado pague o preço pelo mal resultado, ou receba a recompensa pelo sucesso
(MORETTI, 2007).
Mattos (1997 apud MORETTI, 2007, p. 4) diz que a “[...] motivação humana
age em fatores que a influem: trabalho em grupo; reconhecimento, segurança
e integração ao grupo; necessidades fisiológicas; necessidade material; neces-
sidades sociais; necessidade do ego; necessidade autorrealização”.

2.1.3 O escopo da Qualidade de Vida no Trabalho


Segundo Barcelos (2010, p. 22):
[...] a tecnologia da QVT pode ser utilizada para que as orga-
nizações removam suas formas de organização no trabalho,
de modo que, ao mesmo tempo em que se eleva o nível de
satisfação do pessoal, eleve-se também a produtividade das
empresas como resultado de maior participação dos empre-
gados nos processos relacionados ao seu trabalho.
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 67

Um programa de QVT tem como meta, gerar uma organiza-


ção mais humanizada, na qual os trabalhadores envolvem,
ao mesmo tempo, relativo grau de responsabilidade e de
autonomia em nível do cargo, recebimento de recursos de
“feedback” sobre o desempenho, com tarefas adequadas,
variedade, enriquecimento individual do indivíduo.
Não há Qualidade de Vida no Trabalho sem Qualidade
Total, ou seja, sem que a empresa seja boa. Não confundir
QVT com política de benefícios, nem como atividade festi-
vas de congraçamento, embora essas sejam importantes em
uma estratégia global. A qualidade tem haver com a cultura
da organização. São os valores, a filosofia da empresa, sua
missão, o clima participativo, o gosto por pertencer a ela
e as perspectivas concretas de desenvolvimento pessoal
que criam a identificação empresa-empregado. O ser hu-
mano fazendo a diferença na concepção da empresa e em
suas estratégias.

De acordo com Fernandes (1996 apud MORETTI, 2007, p. 4), “A qualidade


é antes de tudo uma questão de atitude. Quem faz e garante a qualidade são as
pessoas, muito mais que o sistema, as ferramentas e os métodos de trabalho”.
Rodrigues (1999 apud MORETTI, 2007, p. 4) considera que:
A expressão de qualidade de vida tem sido usada com cres-
cente frequência para descrever certos valores ambientais e
humanos, negligenciados pelas sociedades industriais em favor
do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento
econômico.

Fernandes (1996 apud MORETTI, 2007, p. 10) propõe sete categorias con-
ceituais, incluindo critérios da QVT, veja o quadro abaixo.

Quadro 3.2 Categorias conceituais de QVT

Critérios Indicadores de QVT


Equidade interna e externa
1. Compensação justa e
Justiça na compensação
adequada
Partilha de ganhos de produtividade
Jornada de trabalho razoável
2. Condições de trabalho Ambiente físico seguro e saudável
Ausência de insalubridade
Autonomia
3. Uso e desenvolvimento Autocontrole relativo
de capacidades Qualidades múltiplas
Informações sobre o processo total do trabalho
continua
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68 ERGONOMIA INDUSTRIAL

continuação
Possibilidade de carreira
4. Oportunidade de cresci- Crescimento pessoal
mento e segurança Perspectiva de avanço salarial
Segurança de emprego
Ausência de preconceitos
Igualdade
5. Integração social na
Mobilidade
organização
Relacionamento
Senso comunitário
Direitos de proteção ao trabalhador
Privacidade pessoal
6. Constitucionalismo Liberdade de expressão
Tratamento imparcial
Direitos trabalhistas
Papel balanceado no trabalho
7. O trabalho e o espaço Estabilidade de horários
total de vida Poucas mudanças geográficas
Tempo para lazer da família
Fonte: Walton (1973 apud FERNANDES, 1996, p. 48).

2.1.4 Condições físico-psicológicas do trabalho


Há muitas reclamações das condições opressivas do trabalho referente às
necessidades de se produzir mais e melhor. A produtividade (qualidade e quanti-
dade de produtos e serviços executados com o tempo cada vez menor) é a meta
das organizações. Mas são os seres humanos, os responsáveis por esta produ-
ção. E os seres humanos formam “um ambiente” no seu inter-relacionamento.
As condições físico-psicológicas referem-se ao ambiente interno tanto físico-
-geográfico como físico-psicológico de uma organização.
Para Matos (1980, p. 118 apud MORETTI, 2007, p. 10) “[...] a humaniza-
ção do ambiente de trabalho significa tornar o clima interno não opressivo,
participativo, receptivo ao inter-relacionamento cordial e cooperativo em todos
os níveis”.
A qualidade de vida no trabalho repercute em um processo de humaniza-
ção que traz muitos benefícios ao trabalhador e, para se atingir tal qualidade,
é necessário que o ambiente seja bom, alegre e desafiador.
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 69

2.1.5 Aspectos psicofisiológicos


Ao analisar as relações do homem com o trabalho, descobri-
mos aspectos, uns momentâneos e outros duradouros, acerca
dessa interação. A monotonia, a fadiga, a motivação e o es-
tresse representam quatro desses importantes aspectos, que
devem ser considerados fatores de interesse a todos aqueles
que realizam análises e projetos sobre as condições humanas
de trabalho (AVALIAÇÃO..., 2007, p. 2).

Outros aspectos como a idade, o sexo e a presença de pessoas deficientes no


ambiente de trabalho também representam assuntos em discussão das últimas
décadas. Nesse contexto, esclarece-se que o homem adulto de 20 a 30 anos
tem sido considerado o paradigma do trabalhador, mas tal fato vem sendo cada
vez mais questionado à medida em que outros segmentos representativos da
sociedade participam, de forma mais intensa, das atividades produtivas.
Em relação à adaptação ao trabalho, sabe-se que, em determinados dias
e horários, o organismo mostra-se mais apto, havendo, nesses momentos, um
rendimento maior e, concomitantemente, menores riscos à saúde física e mental
dos trabalhadores. Porém, diversos fatores condicionam esse estado positivo e
favorável do organismo humano. Alguns desses fatores são intrínsecos, como
a natureza pessoal e intransferível do ritmo circadiano, enquanto outros são
extrínsecos e dizem respeito, por exemplo, aos fatores determinados pelos trei-
namentos ou pela organização específica do trabalho em algumas empresas.
Exemplificando: no início das atividades laborais, o organismo precisa de
um certo período de “aquecimento”, até que se encontre em um estado ideal
de equilíbrio e possa atender às exigências do trabalho. Esse estado de equilíbrio
é atingido às custas de modificações fisiológicas que, por sua vez, necessitam
de um ritmo paulatino para se estabelecerem adequadamente.
No início das atividades, os músculos atuam em desvantagem, havendo um
débito de oxigênio. O metabolismo dos músculos produz, então, ácidos como
o lático e o racêmico, e esses, por sua vez, elevam o teor ácido do sangue. Essa
acidez sanguínea serve de estimulante à dilatação dos vasos e ao aumento da
frequência respiratória, que assim agem com o objetivo de aumentar os índices
do oxigênio muscular. Terminada ou diminuída a atividade, os níveis fisiológicos
retornam, também paulatinamente, para os níveis de repouso.
Naqueles casos em que se executa trabalho físico pesado, é aconselhável
fazer um pré-aquecimento ou iniciar a atividade com uma intensidade menor,
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70 ERGONOMIA INDUSTRIAL

fornecendo uma oportunidade para que o organismo se adapte, visando a mi-


nimização da defasagem entre a oferta e a demanda de oxigênio.
Considerando-se a adaptação do organismo em decorrência do treinamento,
quando uma pessoa realizar uma tarefa pela primeira vez sentirá, provavel-
mente, maiores dificuldades que outra já habituada a esse trabalho. Nesse
caso, é possível observar a ocorrência de movimentos bruscos, deselegantes
e descoordenados, além de aumento dos erros, da produção de refugo e da
quantidade de retrabalho. Porém, no dia seguinte, as dificuldades tendem a ser
menores e, com o passar do tempo, a adaptação diminui a necessidade ener-
gética no desempenho da tarefa, ao mesmo tempo que eleva a produtividade.
Outro fator a ser considerado na relação entre o homem e o trabalho é a
monotonia, que pode ser definida como a reação do organismo em relação
a um ambiente uniformemente pobre em estímulos ou com poucas variações
de situações excitadoras.
Os sintomas mais indicativos da monotonia são as sensação
de fadiga, a sonolência, a morosidade e uma diminuição peri-
gosa dos níveis de atenção. Além disso, situações como ruído
contínuo (alto ou baixo), calor excessivo e isolamento social
também intensificam os riscos de aparecimento da monotonia.
Do ponto de vista operacional, há duas consequências men-
suráveis da monotonia: a diminuição de atenção e o aumento
do tempo de reação.
Os órgãos dos sentidos são especialmente sensíveis às mu-
danças no nível de excitação, mas tornam-se insensíveis às
excitações permanentes de nível constante, reagindo como
se não houvesse novos estímulos, pois o organismo se adapta
ao nível dessas excitações, e são ativados novamente quando
há a introdução de um novo limiar. Esse é um mecanismo de
defesa do organismo, que tente a se proteger das excitações
regulares “desligando-se” delas. Portanto, tarefas repetitivas
diminuem o nível de excitação do cérebro, causando uma
diminuição geral das reações do organismo (CALEGARI, 2003,
p. 45, grifo do autor).

Já a fadiga pode ser entendida como o efeito de um trabalho continuado,


que tende a provocar uma redução reversível da capacidade do organismo e
uma degradação qualitativa desse trabalho. A fadiga é causada por um conjunto
complexo de fatores, cujos efeitos são cumulativos. Inicialmente, temos os fato-
res fisiológicos relacionados com a intensidade e a duração do trabalho físico
e intelectual. Depois, há a ação dos fatores psicológicos, como a monotonia
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 71

e a desmotivação e, em seguida, os fatores ambientais (iluminação, ruídos) e


organizacionais (relacionamento com a chefia e com os colegas de trabalho).
Uma pessoa fatigada tende a aceitar padrões mais pobres de precisão e
segurança. Essa tendência leva à simplificação da tarefa, com a eliminação de
tudo aquilo que não parece essencial.
As atividades com excesso de carga mental e de elevada densidade psicoló-
gica provocam decréscimo da precisão na discriminação de sinais, retardando
as respostas sensoriais e aumentando a irregularidade das respostas motoras.
Com a elevação da complexidade das tarefas, a fadiga também causa desorga-
nização das estratégias do trabalhador para atingir seus objetivos.
A sobrecarga ocorre quando as solicitações que recaem sobre o indivíduo
excedem sua capacidade de resposta. Isso depende do grau de liberdade que
o trabalhador dispõe para solucionar o problema, da estratégia elaborada para
solucioná-lo, do nível de conhecimento e da habilidade individual.
A motivação é outro aspecto que não pode ser excluído da análise do re-
lacionamento entre o homem e o trabalho. Existe no comportamento humano
algo que faz uma pessoa perseguir um determinado objetivo por um certo
tempo, que pode ser breve ou longo, e que não pode ser explicado somente
pelos seus conhecimentos, pela experiência ou pelas habilidades. Esse “algo”
é por vezes denominado “garra”, determinação, impulso ou, mais generica-
mente, motivação.
O resultado final do trabalho pode ser considerado, de certa forma, a res-
posta da habilidade pessoal conjugada à motivação. A habilidade está relacio-
nada à capacitação pessoal ou aos pré-requisitos apresentados pelo trabalhador,
enquanto a motivação agrega-se à decisão de realizar esse trabalho (IIDA, 2005).
Um trabalhador motivado produz mais e melhor, ao mesmo tempo que
apresenta menores riscos de lesão, pois sofre menos os efeitos da monotonia
e da fadiga, além de não ser pressionado pela hierarquia superior, já que não
necessita de supervisão constante.
O fator primordial de motivação é o salário, principalmente considerando-
-se os trabalhadores de renda mais baixa. Assim, os critérios de remuneração e
promoção devem sempre estar claramente estabelecidos na relação do homem
com o trabalho e, sempre que possível, baseados no desempenho das atividades
e no nível de aperfeiçoamento pessoal.
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72 ERGONOMIA INDUSTRIAL

O estresse representa [outro] aspecto psicofisiológico da adap-


tação do homem ao trabalho. Na sociedade moderna, o avanço
tecnológico, o aumento da competição, a pressão de consumo,
a ameaça da perda do emprego e outras dificuldades do dia
a dia representam aos trabalhadores fontes constantes de estí-
mulos estressantes (CALEGARI, 2003, p. 32)
As pessoas estressadas apresentam algumas modificações visí-
veis de comportamento. Em primeiro lugar, há uma perda da
autoestima e da autoconfiança, surgem os problemas com o
sono caracterizado principalmente pela insônia, há manifesta-
ções de agressividade e início de consumo excessivo de álcool,
fumo ou drogas (MELO JÚNIOR; RODRIGUES, 2005, p. 41).
Depois, surgem as alterações neuroendócrinas que interfe-
rem nas funções fisiológicas e inibem as defesas naturais do
organismo, tornando-o mais vulnerável. Além desses, outros
indicadores podem ser evidenciados: queda da eficiência,
ausências constantes no trabalho, insegurança nas decisões,
entre outros (NICOLETTI, 2008, p. 33).

As causas do estresse são muito variadas e possuem efeito cumulativo. As


exigências físicas ou mentais exageradas provocam estresse, mas esse pode
incidir mais acentuadamente naquelas pessoas já afetadas por outros aspectos,
como conflitos com a chefia ou até problemas familiares. Algumas causas prin-
cipais do estresse incluem: o conteúdo do trabalho, representado pela pressão
existente para a realização de um certo ritmo de produção, o grau de responsa-
bilidade da tarefa e os conflitos existentes; os sentimentos de incapacidade, em
que o estresse decorre das percepções individuais inadequadas do trabalhador
em relação à necessidade de atender a uma demanda ou ao cumprimento de
prazos anteriormente estabelecidos; as condições de trabalho, que incluem as
situações físicas e ambientais desfavoráveis, muitas vezes exigindo posturas
inadequadas na execução de diversas laborais; os fatores organizacionais,
como o comportamento gerencial, a remuneração insatisfatória, o excesso de
horas extras e o trabalho em sistema de revezamento; as pressões socioeconô-
micas, representadas pela pressão do pagamento de dividas e compromissos
assumidos, além da presença de conflitos com os colegas de trabalho, amigos
ou familiares.
Resumidamente, pode-se considerar que a sociedade moderna, o avanço
tecnológico, a pressão do consumo, o aumento da competitividade, a ameaça
constante do desemprego e outras dificuldades do dia a dia fazem com que as
pessoas vivam cada vez mais em situação estressante (IIDA, 2005).
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 73

O estresse possui gênese multifatorial e afeta cada pessoa de maneira


diferente, não é possível estabelecer apenas uma única forma de prevenção,
mas existe um conjunto de medidas que devem ser estabelecidas, como por
exemplo: o enriquecimento da tarefa, a reestruturação do posto de trabalho, a
readaptação de ferramentas e instrumentos inadequados, a intensificação dos
contratos sociais e assim em diante.
Porém, essas medidas não podem atuar isoladas, devendo ser norteadas por
um programa que as integrem no nível dos benefícios individuais e coletivos.
Assim, esses programas em longo prazo constituem uma poderosa ferramenta
para acabar ou minimizar as fontes do estresse, proporcionando resultados
significativos na manutenção da saúde dos trabalhadores.
Estresse
A raiz da palavra estresse vem do latim stringere e tem como significado
“espremer”. Pereira (2006) menciona que a palavra stress consta do vocabulário
anglo-saxônico desde o século XVII, empregada para descrever “adversidade”
ou “aflição”. Já no século XVIII, a palavra stress passa a ser empregada para
expressar pressão ou forte esforço do corpo humano. No entanto, somente no
século XX é que o termo ganha a conotação científica dos dias atuais.
Estresse é estado gerado pela percepção de estímulos que promovem ex-
citação emocional.
Segundo Selye (1936), é o estado de tensão do organismo quando obrigado
a mobilizar suas defesas para enfrentar uma situação desafiadora.
Estresse é a resposta fisiológica, psicológica e comportamental de um indi-
víduo que procura se adaptar e se ajustar às pressões internas e externas.
Nas situações de estresse, há uma descarga de adrenalina no organismo, e
os órgãos que mais sentem esse impacto são os aparelhos circulatórios e res-
piratórios. No aparelho circulatório, a descarga de adrenalina gera aceleração
dos batimentos cardíacos e diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos. No
aparelho respiratório, ocorre a dilatação dos brônquios, e aumento da frequên-
cia respiratória.
O estresse pode ser classificado em quatro níveis:
1. Estresse físico: devido às pressões físicas.
2. Estresse psíquico: quando é consequência de pressões psíquicas.
3. Estresse de sobrecarga: quando as demandas do ambiente exigem mais
que do que a estrutura psíquica do indivíduo é capaz de suportar.
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74 ERGONOMIA INDUSTRIAL

4. Estresse por monotonia: quando a carga de pressões está aquém das


necessidades de cada pessoa.

É subdividido em:
Estresse agudo: reação imediata do organismo diante de pressões
específicas ou momentâneas.
Estresse crônico: desenvolve-se a partir da permanência das reações
de stress no organismo por intervalos maiores de tempo.
Quando o processo de estresse se torna repetitivo e constante, o indivíduo
pode estar em fase de exaustão ou Burnout. Quem sofre de Burnout apresenta
um quadro de exaustão física e mental, e manifesta vários sintomas. Quem
sofre da síndrome de Burnout sente-se perseguido ou segregado no ambiente
de trabalho, e pode tornar-se agressivo ou apático e desenvolver quadros de
depressão e ansiedade excessiva.
Agentes estressores:
Nos tempos atuais:
aglomeração de pessoas;
ruídos;
trânsito;
violência;
mudanças rápidas;
consumo de drogas e álcool.
Individuais:
sensibilidade pessoal;
órgão de choque;
experiências;
estado de ânimo;
demandas familiares;
perfil socioeconômicos.
Organizacionais:
participação;
planejamento;
carga de trabalho;
subsídios para as metas;
critérios de remuneração;
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 75

promoções;
empregabilidade.

2.1.6 Benefícios sociais além do trabalho


Os benefícios além do trabalho podem, à primeira vista, causar estranheza
do ponto de vista racional, em um sistema em que é justo receber conforme se
trabalha. Benefício é uma remuneração indireta, porque gera custo em dinheiro
à organização. Conclui-se então que benefícios são custos (MORETTI, 2007).
Na filosofia humanística, as pessoas almejam mais da organização do que
apenas pagar pelo “justo” trabalho. Elas reivindicam o papel social da organi-
zação em que trabalham.
Para Chiavenato (1985, p. 77):
Benefícios sociais são aquelas facilidades, conveniências,
vantagens e serviços que as organizações oferecem aos seus
empregados, no sentindo de poupar-lhes esforços e preocu-
pação [...] e estão intimamente relacionados com a gradativa
conscientização da responsabilidade social da organização.

Não são muitas as organizações que não possuem pelo menos uma forma
de benefício social além do trabalho para seus empregados.
Para Aquino (1979, p. 192 apud MORETTI, 2007, p. 7), “[...] no Brasil a
assistência médica constitui o benefício de melhor aceitação, seguido pela
ajuda à refeição e transporte”.
No entanto, como benefícios custam dinheiro a implantação
de um programa de benefícios deve ser planejado e tais custos
devem ser calculáveis para poder repousar em financiamento
sólido e garantido. E, porque custa dinheiro, a existência de
muitos benefícios atualmente sustentam-se não pela filosofia
humanista, mas por intermédio de tratamento tributário favo-
rável por parte do Estado para as organizações que os mantêm
(QUALIDADE..., 2013, p. 3)

Para Chiavenatto (1985, p. 9), “[...] além as vantagens tributárias muitos


benefícios ainda sobrevivem graças ao suposto retorno que deveria ter para a
organização. As organizações os mantêm como recursos, além do cotidiano
do trabalho para garantir a moral dos funcionários e aumentar o bem-estar dos
que trabalham visando assim maior produtividade”.
Um dos grandes problemas dos benefícios é: o paternalismo inerente ao
processo. Os dirigentes não estão errados em querer produtividade, porém,
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76 ERGONOMIA INDUSTRIAL

não há garantia de maior produtividade com os benefícios sociais. Há um


grande equívoco nos programas de benefícios sociais, pois se transformam em
assistencialismo paternalista, ressaltando a dependência do funcionário ou são
excluídos em virtude do baixo retorno.

Para saber mais


No Brasil, a NR nº 5 (1999) exige a organização da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA) em todos os estabelecimentos com mais de vinte empregados. Ela é composta de repre-
sentantes da empresa e dos empregados, sendo que aqueles são eleitos por estes.O número de
elementos dessa Comissão depende do número de empregados e do setor de atuação da
empresa. Exemplo: o setor de equipamentos, máquinas e ferramentas, deve haver 1 represen-
tante eleito para empresa com até 50 empregados. 2 até 100, 3 até 120, 4 até 300 e assim
sucessivamente. A CIPA deve reunir-se pelo menos uma vez ao mês, ou sempre que houver um
acidente, podendo atuar preventivamente ou corretivamente, assessorando a empresa na tomada
das medidas necessárias.

Questões para reflexão


Onde está o limite entre o estresse natural, necessário para a vida e
o estresse prejudicial à saúde? Esta é uma questão em aberto, pois a
experiência mostra que muitas pessoas podem aguentar uma grande
quantidade de estresse, enquanto que outras, já com cargas peque-
nas de estresse, manifestam sinais de doenças. A fronteira é, assim,
pessoal e individual; provavelmente, a sensibilidade aos estressores
varia de uma faixa etária a outra significativamente. Ao lado da
intensidade dos estressores, é também de importância fundamental
na sensibilidade ao estresse o preparo do indivíduo, isto é, de seus
recursos, para trabalhar internamente com estressores e superá-los.
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 77

Quadro 3.3 Instrumento de avalição da qualidade de vida no trabalho

1. Como você avalia o espaço de trabalho no que diz respeito à tarefa


a ser realizada e a quem a realiza?
( ) muito satisfatório
( ) satisfatório
( ) pouco satisfatório
( ) insatisfatório
( ) muito insatisfatório
2) Qual é seu grau de concordância perante esta afirmação: “Os
móveis dos postos de trabalho estão de acordo com a tarefa a ser
executada, bem como com o funcionário que a executa”?
( ) concordo totalmente
( ) concordo
( ) indiferente
( ) discordo
( ) discordo totalmente
3. Com relação ao ambiente térmico, como você o avalia?
( ) muito satisfatório
( ) satisfatório
( ) pouco satisfatório
( ) insatisfatório
( ) muito insatisfatório
4. No que diz respeito aos ruídos externos e de equipamentos, eles
têm prejudicado a realização de alguma tarefa?
( ) muito pouco ou quase nada
( ) pouco
( ) normal
( ) bastante
( ) muito
5. Você tem alguma coisa dizer do ambiente luminoso? Ele tem cau-
sado transtorno na realização das tarefas?
( ) muito pouco ou quase nada
( ) pouco
continua
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78 ERGONOMIA INDUSTRIAL

continuação
( ) normal
( ) bastante
( ) muito
6. No que diz respeito ao ambiente tóxico, existe algum incômodo
(fumaça etc.)?
( ) muito pouco ou quase nada
( ) pouco
( ) normal
( ) bastante
( ) muito
7. Com relação ao ambiente bacteriológico (ar-condicionado etc.) o
que você tem a dizer?
( ) está muito bom
( ) está bom
( ) normal
( ) não está muito bom
( ) está péssimo
8. Em sua opinião, como você encara a adequação entre a formação
do funcionário e o cargo ocupado por ele?
( ) deve haver total adequação
( ) deve haver adequação sempre que possível
( ) indiferente
( ) não precisa haver nenhuma adequação
9. Como é o poder de decisão dentro da organização?
( ) muito satisfatório
( ) satisfatório
( ) pouco satisfatório
( ) insatisfatório
( ) muito insatisfatório
10. A integração entre o pessoal da administração, entre os funcionários
entre si e entre a administração e os funcionários é um fator:
( ) muito importante
( ) importante
continua
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 79
continuação
( ) não é importante
11. Sobre a jornada de trabalho, como você a avalia?
( ) muito satisfatório
( ) satisfatório
( ) pouco satisfatório
( ) insatisfatório
( ) muito insatisfatório
12. A questão do acúmulo de tarefas é preocupante para você?
( ) sim, muito
( ) sim, pouco
( ) indiferente
( ) não é importante.
13. E o rodízio de postos, preocupa?
( ) sim, muito
( ) sim, pouco
( ) indiferente
( ) não é importante
14. Sobre a questão do tratamento dos erros cometidos, existe algum
tipo de preocupação?
( ) sim, muito
( ) sim, pouco
( ) indiferente
( ) não é importante
15. Você concorda que as instruções através de manuais, cartas circu-
lares e relatórios são claras, objetivas e concisas?
( ) concordo totalmente
( ) concordo
( ) indiferente
( ) discordo
( ) discordo totalmente
16. Em sua opinião, o que mais dificulta a atualização do funcionário?
( ) excesso de instruções
( ) falta de objetividade nas informações tramitadas
continua
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80 ERGONOMIA INDUSTRIAL

continuação

( ) falta de preparo da gerência média


( ) outra resposta:________________________
17. O que você acha sobre a comunicação que existe entre os funcio-
nários de diferentes postos de trabalho (para tirar dúvidas etc.)?
( ) são totalmente saudáveis
( ) são saudáveis, em parte
( ) indiferente
( ) não deveriam ocorrer
( ) outra resposta / considerações: ______________________
18. No que diz respeito à qualificação e competência dos funcionários,
na sua opinião, elas estão dentro do desejado?
( ) sim, totalmente
( ) sim, parcialmente
( ) indiferente
( ) não
19. Com relação à política salarial, você classifica-a como:
( ) muito satisfatória
( ) satisfatória
( ) pouco satisfatória
( ) insatisfatória
( ) muito insatisfatória
20. Sugestões e/ou outras considerações:

Fonte: Do autor (2013).

Para concluir o estudo da unidade


A evolução ocorre por meio do aprendizado que adquirimos com erros
e acertos por nós e por outros em momentos passados. A partir da década
de 1980, o conceito de serviços começou a ser tratado seriamente e, assim,
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S e g u r a n ç a e Q u a l i d a d e d e Vi d a n o T r a b a l h o ( Q V T ) 81

a questão da qualidade está se tornando cada vez mais importante neste


setor. Administrar a qualidade de serviço é mais difícil do que controlar a
qualidade de produtos manufaturados. A natureza é de constante mudança
e a natureza efêmera dos serviços torna difícil aplicar técnicas padrões de
manejo de qualidade. Cabe a nós nos conscientizarmos desta realidade
e passarmos a conhecer e a entender o passado para construirmos um
futuro cada vez melhor.

Resumo
A QVT e a segurança no trabalho atuam de forma conjunta para que
o trabalhador tenha seu desempenho pleno. Oferecendo um diferencial,
as organizações estão mais voltadas a este aspecto. Tendo uma qualidade
superior, é certa a sua sobrevivência. Nesse mesmo olhar temos os nossos
clientes, que irão apreciar essa melhora na qualidade como um reflexo
mais do que certo. Sendo assim, a QVT é o somatório das experiências
individuais do funcionário com a empresa, tal como ela as encara.
Acontece também que, muitas vezes, os próprios funcionários acham
que problemas de cultura, clima, QVT ou circunstância além do alcance
da administração não importam.
Entretanto, os seguintes fatores são definidos em termos de percepções
dos empregados:
trabalho que valha a pena fazer;
condições seguras de trabalho;
supervisão competente;
feedback;
oportunidades para crescer e aprender;
meritocracia;
clima social positivo;
justiça.
Cada um desses fatores desempenha um papel na percepção do indi-
víduo quanto a “como é trabalhar ali”.
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82 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Atividades de aprendizagem
1. Descreva um acidente que você ou alguém da sua família tenha
sofrido. Construa a árvore de causas do mesmo e faça uma análise
fatorial desse acidente.
2. Descreva a relação entre as oportunidades de aplicação da ergonomia
que vão desde a indústria até o setor primário da economia, onde as
condições de trabalho são as mais árduas e os índices de acidentes
são elevados. A rápida expansão do setor de serviços, o advento da
informática e da automação, criam novas oportunidades e desafios
à ergonomia.
3. Faça uma análise a respeito do estresse, suas divisões e subdivisões,
apresentando exemplos práticos.
4. Cite a evolução da QVT e suas categorias.
5. Desenvolva, de forma resumida, seu ambiente no trabalho, levando
como referência os conceitos oferecidos nesta unidade.
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Unidade 4
Tipos de riscos
ergonômicos
Objetivos de aprendizagem: Nesta unidade, você identificará os
riscos ergonômicos e sua grande fonte de tensão no trabalho — são
as condições desfavoráveis, como excesso de calor, ruídos e vibrações.
Esses fatores causam desconforto, aumentam o risco de acidentes
e podem provocar danos consideráveis à saúde. Para cada uma das
variáveis ambientais, há certas características que são mais prejudiciais
ao trabalho.

Seção 1: Riscos ergonômicos


Nesta seção, são analisados os fatores da natureza
física e química que podem afetar a saúde, a segu-
rança e o conforto das pessoas, sendo apresentado o
limite máximo de exposição a cada um desses fatores.

Seção 2: Implicações objetivas e subjetivas


Aqui, abordaremos o quanto é destruidor para o tra-
balhador a inobservância das questões ergonômicas
e suas implicações, na sua vida profissional, pessoal
e psicológica.
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84 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Introdução ao estudo
Caro leitor, seria recomendável que você fizesse uma rápida releitura dos
principais tópicos abordados neste livro, porque nesta unidade todos esses
conceitos se convergirão para atuar de forma integrada, a fim de definir tipos
de risco e suas implicações.
Com esse intuito e buscando um entendimento pleno do conteúdo, inicia-
mos esta unidade conceituando os dois ambientes que determinam a forma de
atender ao conteúdo aqui colocado.

Seção 1 Riscos ergonômicos


Para melhor analisarmos o que vem a ser risco ergonômico, temos que dar
uma visão macro deste contexto. Começaremos analisando o que o meio am-
biente tem como fator indispensável: a vida, que é o seu conjunto de elementos
de ordem física, química e biológica.
A poluição nada mais é do que a degradação da qualidade deste ambiente, que
resulta de atividades que, direta ou indiretamente, prejudicam a saúde, o bem-estar
da população, bem como a sua segurança. Já os riscos laborais estão presentes no
ambiente de trabalho, decorrentes da precarização do mesmo. Se eles não forem
detectados a tempo, provocam as doenças ocupacionais e os acidentes de trabalho.
São eles: riscos ambientais e riscos operacionais. Estes, divididos em ergonômicos,
mecânicos ou de acidentes, aqueles são físicos, químicos e biológicos.
As condições físicas de trabalho, segundo Laville (1977), podem ser caracteriza-
das através dos ambientes: arquitetônico, térmico, sonoro, luminoso e as vibrações.

Figura 4.1 As condições ambientais no trabalho


Ambiente arquitetônico
Condições físicas Ambiente térmico
Ambiente sonoro
Ambiente luminoso
Condições
ambientais Condições químicas Ambiente toxicológico

Condições biológicas Ambiente bacteriológico

Fonte: Gonçalves (1998, p. 39).


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Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s 85

As simbologia e cores utilizadas em alguns mapas de riscos são indicados


por círculos coloridos de três tamanhos: pequeno, médio e grande. As cores
são: risco físico (cor verde), risco químico (cor vermelha), risco biológico (cor
marrom), risco ergonômico (cor amarela) e risco de acidente (cor azul).

1.1 Riscos operacionais


Risco é “[...] o resultado de um desequilíbrio entre o que se exige que a
pessoa faça e a sua capacidade funcional” (CNOCKAERT; CLAUDON, 1994
apud LEÃO; PERES, 2013, p. 6).

Figura 4.2 Equação ligando os diferentes fatores de risco.


Esforço Repetitividade Postura

Solicitação

Risco =

Capacidade funcional

Condição física Envelhecimento Estresse

Fonte: Cnockaert e Claudon (1994 apud LEÃO; PERES, 2013, p. 7).

1.2 Riscos ergonômicos


São os riscos ligados à organização de todos os tipos de tarefas e a sua
execução. Estes agentes ergonômicos podem gerar sérios distúrbios fisioló-
gicos, psicológicos e provocar danos à saúde do trabalhador. As alterações
no organismo e no estado emocional, saúde e segurança comprometem
sua produtividade.
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Tabela 4.1 Classificação do risco ergonômico nas diversas situações de trabalho

86
Este quadro deve ser lido na horizontal e é colocado por área do corpo; no final dele discorremos sobre as situações de sobrecarga ergonômica para todo o corpo. A

ERGONOMIA INDUSTRIAL
classificação é de responsabilidade técnica do autor deste livro, que, para alguns riscos, faz referência à literatura científica existente. (*)

SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
1 – Olhos 1 – Visão 1 – Manutenção de 1 – Trabalho com 1 – Fixação visual   5
1.1 – Visão para longe fixação visual para fixação visual em com peça em 16
longe / perto alternada perto, com pausas tela de computador movimento
com visão bem definidas ou em ambiente com 2 – Empenho visual
para perto e com atividades de ar condicionado, prolongado em
vice-versa descanso rotineiras fazendo uso de detalhes exibidos
lentes de contato pelo monitor de
2 – Trabalhar vídeo, sem pausas
mais que 6 horas regulares
por dia em posto 3 – Monitor de
de trabalho vídeo apresentando
informatizado, sem tremores na tela
pausas regulares ou 4 – Empenho visual
sem possibilidade prolongado em
de mecanismos de ações técnicas
regulação de precisão feitas
próximo dos
olhos, sem pausas
regulares
1.2 — Ofusca-     1 – Claridade     5
mento incidindo 16
diretamente ou por
reflexo nos olhos

continua
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continuação
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
1.3 - 1– 1 – Situação de 1 – Contraste ruim, 1 – Visibilidade 1 – Visibilidade 5
Visibilidade e Visibilidade visibilidade difícil, seja no monitor de difícil, com difícil, de forma 16
contraste normal porém sem maiores vídeo, no papel ou possibilidade constante – exemplo:
consequências no revestimento de de acidentes dirigir sempre à
mesas e bancadas (especialmente noite, em estrada
2 – Contraste humanos), gerando ruim ou perigosa,
excessivo tensão ao fazer a sem sinalização,
3 – Distância de operação condições
visão muito longa meteorológicas
ou muito curta desfavoráveis
2 – Pescoço       1 – Posicionamento 1 – Posicionamento 5
2.1 – Posicio- estático estático maior que 40 8
namento 2 – Posicionamento graus

Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s
estático com objeto 2 – Pescoço mantido
visualizado acima em torção ou
da horizontal dos inclinação
olhos
2.2 – Monitor 1 – Monitor 1 – Monitor de 1 – Monitor de 1 – Posicionamento 1 – Idem ao item 10
de vídeo de vídeo na vídeo ligeiramente vídeo lateralizado, estático ao 2.2 D1, porém sem
frente dos lateralizado, mas uso ocasional trabalhar com espaço para os
olhos ainda centralizado terminal de vídeo membros inferiores,
colocado na exigindo desvios
lateral do posto de posturais adicionais
trabalho
continua

87
continuação

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88
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS

ERGONOMIA INDUSTRIAL
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
2.3 – Uso de 1 – Uso 1 – Ombreira para 1 – Telefone preso 1 – Telefone preso    
telefone normal do usar o telefone no pescoço, uso no pescoço, uso
telefone; uso ocasional frequente
de headset
3 – Ombro e 1 – Elevação 1 – Elevação até o 1 – Elevação até o 1 – Elevação 1– Acima do nível 20
braço eventual nível dos ombros, nível dos ombros, acima do nível dos ombros, mais 22
3.1 – Flexão/ até o nível ação e volta ao menos que 1.000 dos ombros, mais de 1.000 vezes
elevação do dos ombros, ponto neutro vezes por turno, que 1.000 vezes por turno e ações
braço ação e volta menos que 1.000 porém ações por turno, ações técnicas difíceis ou
ao ponto vezes por turno, técnicas difíceis técnicas rápidas; prolongadas
neutro esforço fácil ou menos de
1.000 vezes por
turno, porém ações
técnicas difíceis
3.2 – Abdução 1 – Abdução 1 – Abdução 45 1 – Sustentação em 1 – Sustentação em   5
do braço até 45 graus, a 90 graus, não abdução sem força abdução com força 17
não estática estática
2 – Braços
abduzidos, porém
com apoio
continua
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continuação
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
3.3 – Áreas de 1– 1 – Movimento 1 – Movimento 1 – Movimento 1 – Movimentos fora 5
alcance dos Movimento dentro da área de frequente dentro frequente além da da área de alcance 19
braços e mãos dentro da alcance máximo da área de alcance área de alcance máximo (31 cm) 22
área de (31 cm trabalhando máximo (mais de máximo (31 cm) exercendo força
alcance sentado ou 61 1.000 vezes por 2 – Movimento intensa
normal (25 cm trabalhando turno) dentro da área de
cm na frente de pé) menos de 2 – Movimento alcance exercendo
do operador) 1.000 vezes por dentro da área de força intensa para
turno, com flexão alcance máximo, se empurrar ou
ou abdução de no com flexão ou puxar peças, usar
máximo 45 graus. abdução entre 45 e parafusadeiras ou
90 graus, até 1.000 ferramentas
vezes por turno
3 – Movimentos

Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s
raros além da
área de alcance
máximo, porém
como rotina.
4 – Cotovelo 1– 1 – Cotovelos 1 – Cotovelos em 1 – Cotovelos    
4.1 – Susten- Cotovelos fletidos com posição neutra com fletidos com
tação de pesos em posição sustentação sustentação de sustentação de peso
neutra ou de pesos peso não excessivo elevado e esforço
fletida sem ocasionalmente 2 – Cotovelos estático constante
sustentação fletidos com 2 – Carregar cargas
de peso sustentação mais pesadas que
de pesos 12 kg de forma
frequentemente constante

89
continua
continuação

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90
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS

ERGONOMIA INDUSTRIAL
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
4.2 – Força 1 – Esforços     1 – Flexão ou 1 – Flexão ou 5
normais de extensão do extensão do 20
flexão ou antebraço fazendo antebraço fazendo
extensão do força súbita força súbita, em alta
antebraço 2 – Alta intensidade intensidade
de força enquanto 2 – Força nítida
roda o antebraço com os membros
ou braço superiores, utilizando
o tronco para auxiliar
no esforço
5 – Antebra- 1 – Trabalho 1 – Trabalho em 1 – Trabalho em 1 – Alternância 1 – Cotovelo 5
ços na posição pronação supinação entre pronação e comprimido contra 22
5.1 – Posicio- neutra 2 – Alternância supinação mais superfície dura 
namento 2 – Trabalho entre pronação e de 1.000 vezes
estático, supinação mais de por turno e com
porém com 1.000 vezes por esforço.
apoio turno, sem esforço;
ou com esforço,
porém menos de
1.000 vezes por
turno
3 – Membro
superior mantido
em pronação
estática
continua
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continuação
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
5.2 – Apoio 1–   1 – Antebraços sem 1 – Antebraços    
para os Antebraços apoio tendo que trabalhar
antebraços apoiados 2 – Antebraços apoiados em
sobre encostando em quinas vivas.
superfície quinas vivas
arredondada ocasionalmente
ou macia
6 – Punhos 1 – Postura 1 – Desvio ligeiro 1 – Desvio ulnar 1 – Fazer força 1 – Fazer força intensa 5
neutral do punho significativo intensa ou muito ou muito intensa com 17
2 – Desvio radial intensa com a mão extensão significativa
significativo em desvio ulnar ou do punho
3 – Extensão ou radial
flexão do punho 2 – Fazer força

Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s
intensa ou muito
intensa com flexão
significativa do
punho
7 – Mãos 1 – Mão 1 – Mão como 1 – Mãos como 1 – Mão como   20
7.1 – Preensão exerce a morsa, alternando morsa, sem morsa, em esforço
função de com repouso, mecanismos de intenso
agarrar rodízio ou em regulação  2 – Preensão com
(preensão) baixa frequência 2 – Preensão com força intensa ou
e solta logo força excessiva, muito intensa,
em seguida ocasional frequente
continua

91
continuação

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92
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS

ERGONOMIA INDUSTRIAL
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
7.2 – Pinça 1 – Pinça 1 – Pinça com 1 – Pinça com 1 – Pinça com   20
sem esforço esforço, alternando esforço, de forma esforço, alta 22
com repouso, prolongada frequência (mais
rodízio ou em que 1.000 vezes no
baixa frequência turno)
7.3 – Pegas     1 – Pegas muito 1 – Fazer força com   5
largas ou muito pegas muito largas
estreitas ou muito estreitas,
2 – Falta de mais que 1.000
encaixe adequado vezes no turno
para os dedos 2 – Pegas com
3 – Pegas quinas vivas
cilíndricas, lisas e
sem ranhuras
7.4 – 1– 1 – Repetição do 1 – Repetição do 1 – Repetição do 1 – Repetição do 20
Repetição de Repetição mesmo movimento mesmo movimento mesmo movimento mesmo movimento 22
movimentos do mesmo de 1 a 3 mil vezes de 1 a 3 mil vezes de 1 a 3 mil vezes entre 3.000 e 6.000
das mãos movimento por turno, com por turno, com por turno, com vezes por turno,
menos que rodízio eficiente e rodízio eficiente ou força ou desvio exercendo força ou
1.000 vezes pausas pausas postural, mesmo em desvio postural
por turno com rodízio e 2 – Repetição do
pausas mesmo movimento
2 – Repetição do mais que 12.000
mesmo movimento vezes por turno
mais de 6.000
vezes por turno
continua
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continuação
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
8 – Digitação 1 – Até 1 – De 8.001 a 1 – De 12.001 a 1 – Mais de 15.000   15
de dados 8.000 12.000 toques por 15.000 toques por toques por hora;
toques por hora, com pausa hora, com pausa; ou mais de 12.000
hora, com 2 – Até 8.000 ou mais de 8.000 toques por hora,
pausa de toques por hora, toques por hora, sem pausas
10 minutos sem pausas sem pausa
a cada 50
minutos
trabalhados
9 – Postura 1 – Trabalhar 1 – Trabalhar 1 – Trabalho 1 – Trabalhar 1 – Trabalhar 5
para o alternado, sentado, com sentado durante de pé, parado, continuamente com
trabalho sentado e de pouca alternância, a maior parte ou com pouca exigências posturais
pé em cadeira em da jornada, em movimentação extremas

Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s
boa condição cadeira em más durante a maior
ergonômica condições parte da jornada.
2 – Trabalhar de pé, 2 – Trabalhar
com possibilidade sentado, estático
de sentar-se em 3 – Postura de
intervalos regulares cócoras com
ou quando movimentação do
necessário corpo
continua

93
continuação

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94
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS

ERGONOMIA INDUSTRIAL
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
9 – Postura 1 – Trabalhar 3 – Trabalho 4 – Trabalho de 2 – Trabalhar 1 – Trabalhar 5
para o alternado, de cócoras, cócoras, constante sentado, tendo continuamente com
trabalho sentado e de ocasionalmente 5 – Trabalhar que levantar ou exigências posturais
pé deitado com os movimentar pesos extremas
braços elevados, com mais de 3 kg,
ocasionalmente como rotina no
6 – Trabalhar ciclo, especialmente
em postura de longe do corpo; ou
torção do corpo levantar mais de 10
ocasionalmente, kg, ocasionalmente,
com alternância nesta posição 
(ex. manutenção)  3 – Trabalho sentado
7 – Trabalhar em durante a maior
pé, andando, sem parte da jornada em
carga, mais que 5,5 condições extremas
km por dia de desconforto 
8 – Posições 4 – Trabalho de
incômodas, cócoras com
frequentes deslocamento do
corpo
5 – Trabalho com
torção do corpo,
constantemente
6 – Trabalho
deitado com os
braços elevados
constantemente
continua
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continuação
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
10 – Eixo do 1 – Corpo 1 – Inclinação 1 – Tronco 1 – Permanência de 1 – Torção do tronco 5
corpo na posição ocasional do encurvado até tronco encurvado e flexão da coluna
vertical tronco 60 graus algum durante boa parte manuseando carga
2 – Torção do período da jornada, da jornada de pesada
tronco, sem flexão sem apoio trabalho, sem
com pesos leves, 2 – Torção do apoio
ocasional tronco, sem 2 – Torção do
flexão, com tronco
pesos moderados e flexão da coluna,
ou pesados, ou tendo que
frequentemente manusear
ou levantar pesos,
mesmo que leves

Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s
11 – Esforços 1 – Esforços 1 – Esforços 1 – Esforços 1 – Esforços   5
musculares dinâmicos estáticos ocasionais estáticos frequentes estáticos contínuos 10
12 – Levan- 1 – Levan- 1 – Levantamento 1 – Idem anterior, 1 – Levantamento 1 – Levantamento de 1
tamento de tamento ocasional de cargas porém frequente mesmo que cargas acima de 35 23
cargas ocasional de até 14 kg (a partir ocasional de cargas kg (a partir do piso)
12.1 – Critério cargas até 10 do piso), 18 kg (a entre 18 e 35 kg ou acima de 45 kg
qualitativo kg partir da canela) ou (a partir do piso) (estando elevada no
até 23 kg (elevada ou de 25 a 45 kg nível do púbis)
no nível do púbis) (estando elevada
no nível do púbis)
2 – Tronco
encurvado
sustentando pesos

95
continua
continuação

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96
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS

ERGONOMIA INDUSTRIAL
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
12.2 – Critério 1 – Índice de 1 – IL até 1,2   1 – IL de 1,21 a 2,5 1 – IL > 2,5 23
quantita-tivo Levantamento
(NIOSH, (IL) ≤ 0,7
1994)
13 – Manuseio       1 – Situações em 1-Situações idênticas  
de cargas que, embora seja ao 
impossível definir 13-D-1, porém
um Limite de Peso frequentes.
Recomendado,
haja movimentação
frequente de cargas
acima de 20 kg
sem possibilidade
de posturas
corretas – por
exemplo, pessoal
de manuseio
de bagagens
em aeroportos,
colocação
de bagagens
no interior de
aeronaves,
manuseio
de aparelhos
domésticos pesados
continua
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continuação
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
14 – Esforços   1 – Esforço que 1 – Esforço que 1 – Esforço que 1 – Esforço que 4
estudados resulte em força resulte em força resulte em força resulte em força de
em modelo De compressão de compressão no de compressão no compressão no disco
biomecânico no disco L5-S1 até disco L5-S1 entre disco L5-S1 entre L5-S1 acima de 6.400
3 DSSPP 3.400 N 3.400 e 5.000 N 5.000 N e 6.400 N N
Universidade
de Michigan 
14.1 – Coluna
14.2 – Demais 1 – Mais 1 – Entre 75 e 1 – Entre 50 e 1 – Menos que 1 – Menos de 20% da 4
articulações que 90% da 90% da população 74% da população 50% da população população masculina
população feminina é capaz feminina é capaz feminina é capaz é capaz de fazer o
feminina de fazer o esforço de fazer o esforço de fazer o esforço esforço
é capaz

Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s
de fazer o
esforço
continua

97
continuação

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98
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS

ERGONOMIA INDUSTRIAL
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
15 – Vibração   1 – Trabalhar 1 – Idem, em 1 – Trabalho em 1 – Vibração acima 12
15.1 – De sentado durante piso irregular escavadeiras em de 2,5 m/s2 sem
corpo inteiro a maior parte (por exemplo, piso irregular; respeito ao limite de
da jornada em empilhadeira em motoniveladoras exposição definido
equipamento piso irregular de ou equipamento de pela Norma ISO
pouco dotado de fábrica) arraste de madeira 2631, de 1997 (seja
amortecimento, 2 – Vibração até em trabalho florestal equipamento móvel
porém deslocando 1,6 m/s2 (necessariamente ou fixo)
em piso liso 3 – Vibração maior em piso irregular)
que 2 – Vibração entre
1,6 m/s2, porém 1,6 e 2,5 m/s2 sem
respeitado o limite respeito ao limite de
de exposição exposição definido
definido pela pela Norma ISO
Norma ISO 2631 2631, de 1997 (seja
(1997) equipamento móvel
ou fixo)
15.2 – 1 – Equipa-   1 – Equipamentos 1 – Equipamentos   13
Vibração mentos com com alta com alta
mão-braço baixa velocidade ou alta velocidade ou
(proveniente velocidade e aceleração, porém alta aceleração,
de ferramentas baixa utilizados em utilizados em
vibratórias) aceleração tempo compatível tempo acima dos
com as definições limites definidos
da norma ISO 5349 pela normal ISO
(2001) 5349, 2001
continua
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continuação
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
16 – Duração 1 – Até 480 1 – Até 480 1 – Até 480 1 – 480 minutos 1 – 480 minutos por 9
da jornada minutos minutos por dia – minutos por dia, por dia e, além dia e mais que 8
em atividade por dia, pausas equivalentes pausas menores disso, mais que horas extras por mês
repetitiva com pausas a 8% da jornada que 8% da jornada 8 horas extras (como continuação
(Considerar equivalentes (sem pausas) por mês (como de jornada) ou prática
até 528 a 17% da Ou com pausas continuação de de dobras de turno
minutos por jornada equivalentes a 8%, jornada)
dia se for para porém com horas
compensação extras de até 8h por
de sábados) mês
17 – Sistema 1 – Taxa de 1 – Taxa de 1 – Taxa de 1 – Taxa de 1 – Taxa de ocupação 7
de trabalho ocupação ocupação máxima ocupação máxima ocupação máxima máxima <85% e TOR-
Atividades máxima entre 85 a 91% < 85% e TOR-TOM < 85% e TOR-TOM TOM >+10

Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s
repetitivas >91% 2 – TOM menor até +5. de +6 a +10
avaliadas pelo que 85% porém
Método TOR- TOR-TOM igual a
TOM zero ou menor que
zero
18 – Grau de 1 – Tarefas 1 – Tarefas difíceis, 1 – Tarefas difíceis, 1 – Tarefas muito   7
dificuldade difíceis, frequentes, porém frequentes e difíceis, durando 14
porém de pouca duração; durando muito muito tempo e
pouco ou de longa tempo frequentes
frequentes duração, porém
ou de curta pouco frequentes
duração
continua

99
continuação

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SITUAÇÕES DE

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AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)

ERGONOMIA INDUSTRIAL
FADIGA (C)
19 –   1 – Tarefas    1 – Idem ao item   5
Atividades de em que, 19 B1, porém
mecânicos embora haja com esforços
posicionamentos críticos ou grande
forçados do corpo, repetitividade ou
são de curta postura inadequada
duração ou por tempo
de baixa prolongado
frequência e não
contêm esforços
críticos
20 – Ambiente 1 – 1 – Temperatura 1 – Temperatura 1 – Ver critérios   15
– conforto Temperatura efetiva entre 19ºC e efetiva abaixo de do IBUTG
térmico efetiva entre 20ºC ou entre 23ºC 19ºC ou acima de relacionados ao
20ºC e 23ºC e 24ºC 24ºC grau de exigência
física da tarefa
21 – Ambiente 1 – Nível  1 – Nível de ruído 1 – Nível de ruído 1 – Ver critérios   15
– conforto de ruído entre 60 e 65dBA acima de 65dBA da higiene
acústico < 60dBA ocupacional
22 – Ambiente 1 – Nível de 1 – Nível de 1 – Nível de     15
– iluminação iluminamento iluminamento um iluminamento
adequado à pouco abaixo (até abaixo de 80% do
exigência da 80%) ou um pouco recomendado ou
NBR 5413 acima (até 120%) acima de 120% do
do recomendado recomendado pela
pela NBR 5413 NBR 5413
continua
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continuação
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
23 – Geral     1 – Trabalho físico     15
(Pressupõe-se pesado;
exposição não 2 – Trabalho pesado
ocasional aos em ambiente quente
itens citados a 3 – Protetores
seguir) tipo concha em
ambiente quente
4 – Ambiente de
trabalho muito
ruidoso
5 – Trabalho com
alta carga mental
6 – Trabalho de alta

Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s
densidade
7 – Jornadas
prolongadas
8 – Sistemas e
recursos auxiliares
do trabalho
trazendo dificuldade
para o trabalhador
(não ocasional)
9 – Posição gargalo
10 – Layout
apertado e falta de
espaço
continua

101
continuação

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102
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)

ERGONOMIA INDUSTRIAL
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
11 – Ter que
trabalhar em
ambiente
quente ou frio
(independente
de avaliação
quantitativa) 
12 – Veículos
apertados
13 – Veículos sem
ar condicionado
14 – Veículos com
direção mecânica
15 – Falta de
sanitários no
campo
16 – Odor fétido
ou forte
17 – Exposição a
intempéries, sol ou
frio excessivo
18 – Botina de
segurança muito
pesada
continua
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continuação
SITUAÇÕES DE
AÇÃO IMPROVÁVEL,
PARTES DESCONFORTO, ALTO
TÉCNICA MAS RISCO (D) REFERÊNCIAS
DO CORPO DIFICULDADE OU RISCO (E)
NORMAL (A) POSSÍVEL (B)
FADIGA (C)
Observações:

t
2VBOEPOÍPIÈSFGFSÐODJBTDJFOUÓGJDBT PBVUPSVUJMJ[PVPTFOTPDPNVNEBWFSJGJDBÎÍPFYUFOTJWBFNDBNQPEFTJUVBÎÜFTEFUSBCBMIPDBVTBEPSBTEFUSBOTUPS-
nos e lesões, contando que a validação seja pelo critério da intersubjetividade (isto quer dizer, profissionais da área que possuam bom conhecimento técnico-
-científico sobre Ergonomia e sobre doenças relacionadas com as condições ergonômicas desfavoráveis tenderão a concordar com a classificação aqui colocada).

t /BT TJUVBÎÜFT DMBTTJGJDBEBT DPNP EF 3*4$0 PV"-50 3*4$0 Ï TFNQSF QPTTÓWFM QSFWFS VNB DPOTFRVÐODJB FN UFSNPT EF EJTUÞSCJP  MFTÍP PV BEPFDJNFOUP
do trabalhador.

t/ÍPTFEFWFQFOBMJ[BSBDPOEJÎÍPEFUSBCBMIPRVBOEPBNFTNBÏBEFRVBEBFFYJTUFVNBNÈQPTUVSBEPUSBCBMIBEPS

t1BSBNVJUBTEBTTJUVBÎÜFT VNBDPOEJÎÍPRVFTFSJBDMBTTJGJDBEBDPNPEF3*4$0QPEFTFSSFWFSUJEBQBSB*.1TFIPVWFSNFDBOJTNPTBEFRVBEPTEFSFHVMBÎÍP
rodízio com tarefas de exigências biomecânicas distintas, atividades de baixa exigência ergonômica e pausas suficientes. Não aplicar este critério se a situação
for classificada como de ALTO RISCO.

Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s
t4FHVJOEPPNFTNPSBDJPDÓOJP VNBEFUFSNJOBEBDMBTTJGJDBÎÍPQPEFSÈTFSBHSBWBEBTFIPVWFSDPFYJTUÐODJBEFPVUSBTJOBEFRVBÎÜFTø

t"DPEJGJDBÎÍPDPMPDBEBOPTRVBESPTGBDJMJUBPNBQFBNFOUPFSHPOÙNJDPEFVNBEFUFSNJOBEBÈSFBPQFSBDJPOBM%PJTFYFNQMPT B
OVNBGÈCSJDB VNBUBSFGBEF$035&%&
FIOS foi classificada como de RISCO pelos motivos 7.2 D 1 e 16 D 1; buscando na tabela, verificamos com facilidade que os fatores levantados para classificá-la como de
risco foram: 7.2 D 1 (pinça com esforço, alta frequência, mais que 1.000 vezes no turno) e 16 D 1 (480 minutos por dia e, além disso, mais que 8 horas extras por mês como
continuação de jornada); (b) num call center, o trabalho do pessoal de atendimento foi classificado como de RISCO ERGONÔMICO pelos motivos 2.1 D 1 – (posicionamento
estático do pescoço) e 17 D 1 (taxa de ocupação máxima de 80% e taxa de ocupação real de 89%).
t*TTPQFSNJUFUBNCÏNËDIFGJBUFSVNBOPÎÍPDMBSBFSÈQJEBEPTBTQFDUPTRVFEFWFTPMVDJPOBSBGJNEFNFMIPSBSBDPOEJÎÍPFSHPOÙNJDBEBRVFMBUBSFGB

Fonte: Classificação... (2013, p. 1).

103
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104 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Em geral, há três tipos de medidas que podem ser aplicadas para reduzir
ou eliminar os efeitos nocivos dos fatores ambientais.
1. Na fonte: eliminar ou reduzir a emissão de poluentes.
2. Na propagação entre a fonte e o receptor: isolar a fonte e/ou a pessoa.
3. No nível individual: reduzir o tempo de exposição ou usar equipamentos
de proteção individual.

1.2.1 Ruídos
A sua presença elevada no ambiente de trabalho pode perturbar e, com o tempo,
acaba provocando surdez. O primeiro sintoma é a dificuldade cada vez maior para
entender a fala em ambientes barulhentos. Isso provoca interferência nas comunicações
e redução da concentração, que podem ocorrer até com ruídos relativamente baixos.
As recomendações referem-se à prevenção da surdez, bem
como a redução da perturbação causada pelos ruídos.
Manter o ruído abaixo de 80dB (A):
Um ruído que ultrapassa a média de 80dB (A), durante oito
horas de exposição, pode provocar surdez. Se o ruído tiver
uma intensidade constante de 80 dB (A), o tempo de exposição
máximo permitido e de oito horas. A cada aumento de 3dB(A),
deve haver uma redução do tempo para a metade. Assim se o
ruído for de 83 dB(A), o tempo de exposição se reduz para quatro
horas e, com 89dB(A), para uma hora. Recomenda-se, portanto,
que as máquinas não emitam ruídos superiores a 80dB(A). Em
caso contrário, providências adicionais devem ser tomadas para
proteger o trabalhador (CONDIÇÕES..., 2013, p. 7-8).

Quadro 4.1 Alguns níveis de ruídos típicos


Tipo de ruído dB (A)
Motor à jato a 25m 130
Avião à jato 120
Grupo de música pop 110
Britadeira pneumática 100
Grito a curta distância 90
Conversa em voz alta a 0,5m 80
Radio em alto volume 70
Grupo conversando 60
Conversa em voz baixa 50
Sala de leitura em biblioteca 40
Ambiente doméstico calmo 30
Sala em silêncio, folhas caindo 20
Ambiente muito quieto 10
Limiar da audição 0
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Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s 105

Quadro 4.2 Ruídos acima de 80dB(A)

Fonte: Weerdmeester (2004, p. 70).

O limite de perturbação nas comunicações e no trabalho intelectual ocorrem


a partir dos 80dB(A) de ruído. Isso pode acontecer até mesmo com os ruídos
que chegam a provocar surdez. A tabela abaixo apresenta recomendações sobre
os ruídos máximos permitidos para cada tipo de atividade.

Quadro 4.3 Limites máximos de ruídos que não provocam perturbações nas atividades
Tipo de atividade dB (A)
Trabalho físico pouco qualificado 80
Trabalho físico qualificado (garagista) 75
Trabalho físico de precisão (relojoeiro) 70
Trabalho rotineiro de escritório 70
Trabalho de alta precisão (lapidação) 60
Trabalho em escritório com conversas 60
Concentração mental moderada (escritórios) 55
Grande concentração mental (projeto) 45
Grande concentração mental (leitura) 35

Fonte: Do autor (2013).

Certo nível de ruído é benéfico, embora se recomende sempre reduzir o


nível dos ruídos, este não deve ser inferior a 30dB(A). Isso porque os nossos
ouvidos acabam se acostumando a esse ruído de fundo. Se o ruído de fundo
for muito baixo, qualquer barulho de baixa intensidade acaba sobressaindo-se
e distraindo a atenção.
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106 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Uma das medidas mais importantes para diminuir o ruído ambiental consiste
em reduzi-lo na própria fonte (RUÍDO, 2013).
Algumas formas para fazer isso consistem na seleção de um método silen-
cioso que deve pensar nos ruídos quando se escolhe um determinado método
produtivo. Um processo menos barulhento é benéfico não apenas para os
trabalhadores, mas pode significar também menos desgaste das máquinas e
menos dano aos produtos.
Um número cada vez maior de máquinas silenciosas tem sur-
gido no mercado. Isso é, substituindo peças metálicas por plás-
ticas, fazendo confinamento das partes ruidosas, [colocando-
-se amortecedores de] vibrações, providenciando isolantes
acústicos ou substituindo partes mecânicas por eletrônicas.
A manutenção regular das máquinas contribui para reduzir os
ruídos. Fixações, soldas e atritos são causas de vibrações, que
produzem ruídos. A substância [periódica de peças gastas],
regulagem e uma boa lubrificação contribuem para reduzir
esses ruídos.
Quando as outras medidas não forem eficientes, pode-se con-
finar amáquina ruidosa dentro de uma câmara acústica. Isso
pode reduzir consideravelmente o ruído, mas tem a desvanta-
gem de dificultar a operação e manutenção (CONDIÇÕES...,
2013, p. 1).

É necessário também em um método retirar os materiais processados e


providenciar ventilação.
O ruído pode ser reduzido a partir de uma interceptação de sua propagação
com projetos no posto de trabalho e na sua organização. Podem ser organi-
zadas de uma forma onde há uma separação das atividades barulhentas das
silenciosas, mudando seus horários ou aplicando investimentos na proteção
dos trabalhadores que exercem a função com maiores ruídos se não ocorrer
essa separação deve ser distribuídos os instrumentos de proteção a todos.
A fonte do ruído deve ser colocada o mais longe possível dos trabalhadores
e de preferência no local onde existem esses ruídos o teto e o piso podem ser
revestidos com um material que o absorve apesar de ter um efeito limitado. Ou-
tra maneira de absorver o som é utilizando barreiras de som que são colocadas
entre a fonte do ruído e que o trabalhador ela deve ser ampla para que ocorra
proteção contra o barulho e não pode ser colocada muito longe do causador
do efeito sonoro, pois se não perde seu objetivo.
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Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s 107

Quando esses métodos não atingirem bons resultados deve-se correr a alter-
nativa onde os próprios colaboradores utilizem uma barreira de som específica
a cada um e que sejam adaptados para cada trabalho e som ocasionado.

1.2.2 Vibrações
Consistem em uma mistura complexa de ondas com frequências e diferentes
direções que podem afetar o corpo inteiro ou apenas parte dele, a vibração
inteira do corpo ocorre quando uma vibração atinge os pés e parte dela quando
afetam apenas as mãos e os braços, e são ocasionadas por ferramentas elétricas
ou pneumáticas (furadeiras).
Cada parte do corpo é vulnerável a uma determinada vibração que com
certa frequência podem ocasionar desde enjoos, dificuldades respiratórias até
distúrbios em músculos, articulações e ossos.
Para prevenir as vibrações existem as medidas que podem ser aplicadas
desde a fonte das vibrações que são as máquinas e ferramentas motorizadas
fazendo manutenção nelas regularmente, se não for possível atuar sobre as
máquinas procure uma maneira de reduzir as transmissões que ocorrem entre
as fontes e as pessoas, se não forem suficientes essas prevenções então em
último caso atue sobre o próprio trabalhador disponibilizando ferramentas e
meios para que esta ocorra.

1.2.3 Iluminação
A sua intensidade deve ser suficiente sobre a superfície do trabalho e deve
garantir uma boa visibilidade do objeto de labor. A luz ambiental é suficiente
para locais em que não são executadas tarefas exigentes como corredores e
depósitos sendo um pouco mais intensa em certos pontos desse ambiente onde
são colados avisos e anúncios. Já nas tarefas normais como montar peças e
operar máquinas são necessários maiores contrastes e intensidades luminosas,
e as tarefas especiais que exigem grande esforços visuais deve-se aumentar a
intensidade e focar a luz sobre o objeto, que, na maioria das vezes, contém
diversos detalhes e pequenas peças para serem manuseadas.
Para que haja melhor iluminação, deve-se evitar diferenças exageradas entre
a intensidade e o brilho dela à luz natural deve estar em harmonização com a
luz do ambiente de trabalho que pode ser utilizada para a melhoria deste tam-
bém. Evitar reflexos e sombras também garantem a melhoria da realização da
tarefa, pois garantem um cuidado especial com o desenvolvimento do trabalho
que está sendo executado.
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108 ERGONOMIA INDUSTRIAL

1.2.4 Clima
O clima no trabalho deve atender às diversas condições e ser considerado
confortável por todos. Os fatores que podem contribuir para que isso ocorra
são: a temperatura do ar; calor radiante; velocidade do ar; e a umidade re-
lativa e indiretamente depende do tipo de atividade física e da vestimenta
do trabalhador.
A temperatura do ar pode estar atrelada ao esforço físico de cada trabalha-
dor, ou seja, se são executados trabalhos mais pesados existe a tendência da
preferência ser maior a temperaturas mais baixas e se o trabalho for mais leve
também pode levar a preferência por temperaturas um pouco mais elevadas.

Quadro 4.4 Temperaturas de ar recomendadas para vários tipos de esforços físicos

Tipo de trabalho Temperatura do ar (°C)


Trabalho intelectual sentado 18 a 24
Trabalho manual leve, sentado 16 a 22
Trabalho manual leve, em pé 15 a 21
Trabalho manual pesado, em pé 14 a 20
Trabalho pesado 13 a 19
Fonte: Do autor (2013).

O ar também pode ter influência no desenvolvimento da tarefa por ter osci-


lações entre muito úmido e muito seco, que pode causar irritação dos olhos e
nas mucosas e também dificultar a evaporação do suor, tornando desagradável
os trabalhos pesados e a umidade pode ser controlada adicionando ou retirando
água do ambiente. As correntes de ar devem ser evitadas também por poderem
afetar o conforto térmico principalmente dos trabalhos leves.
O frio e o calor intenso também podem ocasionar desconfortos e devem ser
evitados por terem chances de ocasionarem riscos de baixo rendimento sendo
necessárias pausas para a recuperação do organismo.
O controle do clima deve ser relacionado à forma de agrupamento das ta-
refas que exigem esforços semelhantes, não ocorrendo daí grandes diferenças
sobre qual seria a melhor temperatura para o ambiente de trabalho.
Devem ser utilizadas roupas de acordo com a temperatura ambiente e o
esforço que cada tarefa exige, no frio utiliza-se roupas isolantes e no calor,
roupas leves que ajudam na transpiração e, em condições extremas de calor,
como às que são submetidos os bombeiros, roupas especiais e específicas
devem ser usadas.
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Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s 109

1.2.5 Substâncias químicas


Estão presentes no ambiente de forma líquida, gasosa, e sólida. Podem cau-
sar desde mal-estares a doenças quando inaladas, ingeridas, ou quando entram
em contato com a pele e com os olhos os sintomas podem aparecer na hora ou
após certo período. Algumas delas têm efeito cumulativo não sendo eliminadas
pelo organismo, um exemplo, seria o mercúrio utilizado no garimpo. Sabe-se
que muitas substâncias são cancerígenas e podem provocar mutações genéti-
cas, ocasionando também o nascimento de pessoas com deficiências físicas.
Para evitar que ocorra a má informação sobre essas substâncias, os produtos
que as utilizam devem fornecer informações sobre a toxidade e os cuidados que
devem ser tomados no momento de sua manipulação.

Figura 4.1 Sinais de advertência para produtos químicos

Fonte: Bakai / Shutterstock (2013).

Para evitar o uso exagerado dessas substâncias, deve existir uma substitui-
ção de produtos por outros que sejam menos agressivos ou, de preferência,
inofensivos ao trabalhador.
Quando o uso for realmente necessário deverá existir proteções para que
este trabalhador não sofra nenhuma consequência advinda desses produtos.
Essa precaução deve ser toma apenas durante seu uso e podem ser feitas com
máscaras, aventais e luvas. Outra grande precaução é a higiene pessoal, que
pode contribuir para a redução da contaminação através da pele e ela pode ser
feita de maneira que o trabalhador mantenha limpo o vestuário e o equipamento
que ele utiliza, lavar a mão e os braços com água e sabão e tratar rapidamente
qualquer tipo de lesão que venha a ocorrer.
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110 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Seção 2 Implicações objetivas e subjetivas


O espaço da subjetividade não é, como se afirmou por muito tempo, uma
“caixa-preta” cujos processos são inacessíveis à análise. “Eles se expressam de
maneiras peculiares e diversificadas, de modo a tornar necessária uma “leitura”
bastante especial” (OLIVEIRA, 2001, p. 11, grifo do autor). Podem, evidente-
mente, expressar-se pelos sintomas e síndromes reconhecidos pela Psiquiatria.
Existe uma imensa bibliografia estudando expressões pelas quais as “dis-
funções” mentais se evidenciam em “comportamentos alterados”. Mas, no
cotidiano de trabalho, muitas vezes não surgem estes comportamentos típicos
descritos nos tratados de Psiquiatria.
Conforme Mendes (2005), a ideia de distúrbio mental é geralmente asso-
ciada a de uma perda de capacidade laborativa. Mas nem sempre isso acon-
tece durante os desenvolvimentos, por assim dizer, silenciosos e invisíveis de
determinadas doenças.
Mas a permanência no local de trabalho frequentemente imprime peculia-
ridades às formas pelas quais a presença do distúrbio irá se manifestar.
Vale, ainda, notar que as modificações de humor ou de conduta, vincu-
ladas ao sofrimento mental, podem ser consideradas, pela interpretação do
superior hierárquico, como perturbadoras do bom andamento do trabalho.
Este poderá ou não ter percepção de que se trata de uma alteração da saúde
(MENDES, 2005).
Mas as alterações de conduta que prejudicam a ordem e o desempenho,
frequentemente, são interpretadas a partir de uma outra lógica e encaradas
como demonstrações de negligência, indisciplina, irresponsabilidade ou des-
preparo profissional.
Entre as expressões do sofrimento ou do distúrbio psíquico que contribuem
para manter a “invisibilidade” do mesmo nos contextos de trabalho, acrescen-
tamos alguns que são extremamente frequentes:
incidentes ou acidentes de trabalho;
falhas de desempenho;
faltas ao trabalho/absenteísmo;
quebra de coesão entre colegas de trabalho, com formação de sub-
grupos fechados (panelas);
conflitos interpessoais no trabalho;
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Ti p o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s 111

acidentes de trajeto;
conflitos familiares/envolvimento em outros conflitos extratrabalho.
Evidentemente, cada situação individual necessitará ser adequadamente
avaliada para que possa ser identificado se, e como, as ocorrências descritas
representam, de fato, expressão de perturbação psíquica e, neste caso, se está
relacionada ao trabalho.
Quando os níveis de autocontrole emocional são muito elevados, e ao
mesmo tempo existe restrição à comunicação significativa e espontânea no
ambiente de trabalho, aumentam as chances de que se manifestem expressões
do mal-estar fora deste ambiente.
O que não quer dizer que, simultaneamente, deixem de ocorrer também
repercussões intratrabalho, como os incidentes e acidentes.
O deslocamento das tensões para o círculo familiar é frequente, como
bem confirma a experiência clínica de médicos e psicólogos que realizam o
atendimento de familiares de empregados(as) altamente pressionados ou pro-
fundamente insatisfeitos em sua experiência de trabalho.

2.1 Quadros clínicos


Deverão ser considerados, agora, os quadros clínicos dos distúrbios psíqui-
cos que têm sido mais observados, quando à sua vinculação com situações e
trajetória de vida no trabalho (BRASIL, 2013).
Vale assinalar que não há condições em discutir todos os quadros, em que
situações ou eventos do trabalho possam assumir caráter desencadeante.
Valerá mais lembrar que qualquer mudança significativa, qualquer intensi-
ficação de pressões ou exigências poderá, do mesmo modo que outro evento
na vida, provocar a expressão sintomática de um processo de sofrimento até
então invisível.
A configuração dos quadros clínicos dependerá do tipo de personalidade e
de todos os componentes da singularidade do indivíduo e de suas experiências
prévias.
As situações de trabalho podem atuar desencadeando crises mentais agudas,
neuróticas e psicóticas.
A importância do trabalho pode ir além da ação desencadeante. O prin-
cipal interesse reside, em proporcionar possibilidades do reconhecimento de
psicopatogenia articulada ao trabalho.
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112 ERGONOMIA INDUSTRIAL

A constituição de uma fragilidade gradual da capacidade de enfrentamento


das agressões ao psiquismo também pode ocorrer em associação direta ao que
é vivenciado no trabalho, muitas vezes ao longo de muitos anos, durante os
quais o desgaste mental se agrava de modo progressivo.
Não se conhece ainda até que ponto e de que modo essas mudanças fazem
parte da patogenia de uma série de distúrbios psíquicos vinculada diretamente
ao trabalho.
Síndrome da fadiga crônica: é interpretada como resultante da fadiga
acumulada ao longo de períodos de duração variável — meses ou
mesmo anos. Diz respeito a situações de trabalho e de vida que as
pessoas não tem oportunidade de obter a necessária superação da
fadiga através de sono e repouso adequados.
Síndrome do esgotamento profissional: é que, popularmente, tem
sido designado como estafa.
Síndromes pós-traumáticas:
Síndrome residual pós-traumática: conforme a denominação in-
dica, de uma síndrome que se segue a um episódio traumático.
Este episódio é agudo ou de gravidade suficiente para determinar
afastamento do trabalho, com finalidade de tratamento e recupe-
ração. Este episódio pode ter sido um acidente do trabalho, uma
intoxicação ou outro evento mórbido ocasionando diretamente
pelo trabalho.
Síndromes neuróticas: determinadas ocupações e em determinadas
situações de trabalho. Há maior prevalência de indivíduos com
quadros de características clinicas marcadas por sintomatologia
similar à encontrada nas neuroses — ansiedade intensa, distúrbios
do sono, fenômenos conversivos e, em outros casos, depressão e
manifestação fóbicas ou obsessivas.
Síndrome neurótica pós-traumática: a angústia se origina da vivência
de uma intensa ameaça localizada em um evento do passado recente.
No quadro clínico da neurose traumática, temos:
Os fenômenos de revivescência como manifestação típica: o
indivíduo revê e revive mentalmente as cenas traumáticas. Esta
revivescência se acompanhada de profundo mal-estar, às vezes
com sudorese e taquicardia;
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Ti p o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s 113

Pesadelos cujo conteúdo também repete o evento traumático;


Distúrbios do sono;
Irritabilidade;
Estado de tensão no qual ocorrem sobressaltos sempre que algum
fato, ruído ou modificação do ambiente possa evocar o temor de
que o evento traumático se repita. É como se a pessoa estivesse
em permanente estado de prontidão;
Distúrbios neurovegetativos diversos.
Síndromes depressivas: pode se manifestar em quadros típicos,
agudos ou crônicos; os quadros depressivos associados ao trabalho.
Muitas vezes não são típicos e se revelam com profunda sutileza. A
postura de desânimo diante da vida e do futuro aparecem como sua
principal marca.
Síndromes paranoides: desenvolvimento de fortes sentimentos de
insegurança e vivência de ameaças, em situação na qual são identi-
ficáveis aspectos e pressões do tipo persecutório.
Síndromes da insensibilidade: o embotamento afetivo pode estar
associado, em maior ou menor medida, com outros tipos de altera-
ção. A diminuição das demonstrações de afeto é uma alteração mais
notada pelos familiares do que pelo próprio trabalhador — alguns
autores vinculam esta síndrome ao estresse.
Alcoolismo (uso abusivo ou síndrome da dependência): é um pro-
blema de saúde pública e uma preocupação nas empresas, pelos
prejuízos que são acarretados à produção. Essa dependência tem
identificação por causas biológicas, psicológicas e sociais.

2.2 Valores impostos pela cultura do contentamento:


satisfação, excelência e saúde perfeita
Existe, ainda, um ocultamento que deriva diretamente de um valor forte-
mente cultivado na cultura das empresas — a satisfação. Trata-se de considerar,
aqui, o que é denomina de “cultura do contentamento”.
Nesta cultura, espera-se que cada empregado participe não somente do
esforço conjunto, mas de um contentamento geral pela consecução das metas
fixadas pela empresa.
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114 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Quem não participa deste clima cria para si mesmo riscos de ser considerado
inadequado ou indesejável pela equipe de trabalho e pela estrutura hierárquica
(SELIGMANN-SILVA, 2010).
Essa cultura exerce uma pressão invisível e poderosa para que ninguém
ouse ser dissidente.
A exacerbação na busca de competitividade trouxe novas pressões. Estas se
expressam na retórica empresarial direcionada para a excelência, impregnado
pela ideia de perfeição.
Desse modo, instaura-se uma espécie de coação ao fingimento, de ordem
geral, que tudo tinge com o esplendor do ufanismo “somos os melhores em
tudo”, da qual faz parte a denominação de ideologia da saúde perfeita.
A idealização dos avanços científicos, ao disseminar-se na opinião pública,
também contribui para construir a ideologia da saúde perfeita. Essa questão é
bem exposta por Sfez (1996 apud MENDES, 2005), que analisou os possíveis
desdobramentos do pensamento utópico referente ao homem perfeito.
Marie-Clarire Carpenteir (ROY, 1996 apud
MENDES, 2005), no Canadá, estudou aspec-
tos contemporâneos das transformações das
políticas de pessoal, apontando para o que Links
designou como “ideologia da performance”,
Para mais informações, vale a pena
da excelência e da competição exacerbada. visitar os sites:
Em suma, o empregado tem liberdade, <http://www.cmqv.org>
desde que esta se exerça dentro dos parâme- <www.scielo.br>
tros estabelecidos para que seja responsabi-
<portal.mte.gov.br>
lizado pelo cumprimento de metas quantita-
<www.fundacentro.gov.br/>
tivas e de qualidade da produção e inclusive
pela proteção de sua própria saúde.

Quadro 4.5 Lista de verificação

Ruídos
Nível de ruídos
O ruído tem intensidade abaixo de 80dB?
A perturbação causada pelo ruído é evitada?
O ambiente não é silencioso?
Redução de ruído na fonte
O método de trabalho escolhido é silencioso?
As máquinas usadas são silenciosas?
continua
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Ti p o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s 115
continuação

As máquinas têm boa manutenção?


As máquinas barulhentas estão confinadas?
Redução do ruído pelo projeto e organização do trabalho
O trabalho barulhento é separado do trabalho silencioso?
Há uma distância adequada entre as pessoas e a fonte de ruídos?
O teto e o piso são revestidos com material acústico?
Há barreiras para evitar a propagação do som?
Proteção dos ouvidos
As proteções auriculares são adaptadas aos usuários e ao tipo de ruído?
Vibração
Recomendações sobre vibrações
A vibração desconfortável do corpo é evitada?
É evitada a vibração que provoca o “dedo branco”?
Os choques e solavancos são eliminados?
Prevenção da vibração
A vibração é contida na fonte?
As máquinas recebem manutenção regular?
A transmissão da vibração é amortecida?
As medidas de proteção individual são aplicadas só como último recurso?
Iluminação
Intensidades luminosas
A luz ambiente geral está entre 10e 200 lux?
A luz do local de trabalho está entre 200 e 800 lux?
A luz para tarefas especiais está entre 800 e 3.000 lux?
Diferenças de brilho
As diferenças significativas de brilho no campo visual são evitadas?
As diferenças proporcionais do brilho entre o local da tarefa, os arredores e o am-
biente geral são mantidas?
Melhoria da iluminação
A informação é facilmente legível?
A iluminação ambiental é combinada com a iluminação localizada?
A luz natural é aproveitada na iluminação?
A incidência direta da luz nos olhos é evitada?
Os reflexos e as sombras são evitados?
É usada luz difusa?
A intermitência da luz fluorescente é evitada?
Clima
Conforto térmico
As pessoas conseguem controlar o clima local?
A temperatura do ar é adequada às exigências da terefa?
O ar não fica muito seco ou muito úmido?
As superfícies radiantes muito quentes ou muito frias são evitadas?
As fortes correntes de ar são evitadas?
Frio e calor
O clima não é muito quente ou muito frio?
Não há contato da pele com materiais muito quentes ou muito frios?
Controle do clima

continua
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116 ERGONOMIA INDUSTRIAL

continuação
As tarefas com o mesmo nível de exigência física são agrupadas?
As exigências físicas são ajustadas ao clima?
A velocidade do ar é adequada?
Há previsão contra radiações indesejáveis?
A exposição a temperaturas muito altas ou baixas é limitada?
Há roupas especiais para temperaturas altas ou baixas?
Substâncias químicas
Exposição a substâncias químicas
As concentrações das substâncias químicas estão dentro dos limites de tolerância?
As substâncias cancerígenas são evitadas?
São evitadas as exposições à mistura de substâncias?
São evitadas as exposições aos picos de contaminações?
As concentrações estão bem abaixo dos limites de tolerância?
As embalagens dos produtos químicos contêm avisos sobre a toxicidade dos mesmos?
Controle da poluição na fonte
A fonte da poluição pode ser removida?
A emissão de poluentes pode ser reduzida?
A fonte pode ser isolada?
Ventilação e exaustão
As substâncias químicas são extraídas junto a fonte poluidora?
A exaustão do ar é eficiente?
A exaustão ou ventilação não prejudica o clima do local?
Há troca de ar em volume suficiente?
Proteção individual
É possível adotar medidas organizacionais?
Há disponibilidade de equipamentos de proteção individual?
Há disponibilidade de mascaras para gases e poeiras?
São conhecidas as diferenças entre mascaras para gases e peira?
Existem roupas e luvas protetoras?
A higiene pessoal é preservada?

Fonte: Weerdmeester (2004, p. 92).

Grupo riscos ergonômicos


1. O trabalho exige esforço físico pesado?
2. Indique as funções e o local relativos a esforços físicos.
3. O trabalho é exercido em postura incorreta?
4. Indique as causas da postura incorreta.
5. O trabalho é exercido em posição incômoda?
6. Indique a função, o local e equipamentos ou objetos relativos à posição
incomoda.
7. O ritmo de trabalho é excessivo? Em que funções?
8. O trabalho é monótono? Em que funções?
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Tip o s d e r i s c o s e rg o n ô m i c o s 117

9. Há excesso de responsabilidade ou acúmulo de função?


Sim ( ) Não ( )
10. Há problema de adaptação com EPIs? Quais?
Observações complementares: _________________________________
Recomendações: _____________________________________________

Para concluir o estudo da unidade


Toda atividade que desenvolvemos precisa — ou pelo menos deveria
— ser planejada. Aqui, também é de grande valia este ensinamento. A ob-
servação dos riscos ambientais é de grande importância, levando sempre em
relevância a vida humana. Através deste amadurecimento os riscos tendem
a deixar de existir. Ter conhecimento sobre o assunto é fundamental para a
segurança no trabalho, resguardando a do trabalhador.

Resumo
Riscos ergonômicos existentes no ambiente de trabalho. Devemos nos
atentar para as formas e movimentos de nosso corpo e para a maneira
como ele está envolvido com tudo o que nos rodeia. Certamente nos
educaremos quanto à mudança de alguns hábitos que devemos adotar
em nosso ambiente de trabalho, bem como aprender a trabalhar de forma
mais segura eficiente. Analise o trabalho, minimize a necessidade do uso
da força e de movimentos repetitivos. Finalmente, neutralize os efeitos
negativos causados pela má postura, relaxando o corpo. Procurar traba-
lhar assumindo posições naturais, ou seja, evitando as posições forçadas.
Adotando estes princípios, há de tornar o ambiente de trabalho mais ágil
e, ao mesmo tempo, mais suave.
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118 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Atividades de aprendizagem
1. Qual é o objetivo da ginástica laboral quando se fala em levantamento
de peso?
2. O manuseio de transporte de cargas tem sido uma das causas mais
comuns de lesões osteomusculares, isto ocorre devido a que fator?
3. Descreva a relação entre estresse, qualidade de vida e ergonomia.
4. Quais doenças e sintomas mais comuns causados pelo estresse
ocupacional?
5. Qual é o efeito dos turnos de trabalho nos trabalhadores?
6. Trabalho monótono forma sonhadores, descreva-os.
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Unidade 5
Desenvolvimento
atual da ergonomia
e seu embasamento
legal
Objetivos de aprendizagem: Nesta unidade, temos como foco mos-
trar como o progresso tecnológico e a crescente automação industrial.
Há uma tendência de liberar o trabalhador daquelas tarefas que exigem
muitos esforços ou aquelas de natureza simples e repetitiva, diante
disso, há uma redistribuição social da força de trabalho, com uma
grande maioria da humanidade se dedicando ao setor de serviços.
Com a distribuição do seu tempo no ambiente doméstico, público
e nos transportes, os conhecimentos da ergonomia que foram antes
aplicados apenas na produção industrial, têm o seu foco também dire-
cionado no setor de serviços, comércio, educação, saúde, transporte e
lazer. A aplicação da ergonomia a esses casos deve ser feita de maneira
diferente, pois fica difícil definir o tipo de usuário.

Seção 1: Desenvolvimento atual da ergonomia


Nesta seção, mostraremos uma pequena parcela que
a atualidade mostra em relação à ergonomia, as suas
implicações e vantagens do bom uso.

Seção 2: Aplicação das Normas Regulamentadoras


(NR)
Nesta seção, detalharemos alguns estudos de caso
com a aplicabilidade das NR (normas regulamenta-
doras), suas consequências pela inobservância e os
benefícios que traz sua estruturação nos processos.
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120 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Introdução ao estudo
Caro leitor, seria recomendável que você fizesse uma rápida releitura
dos principais tópicos abordados até agora neste livro, porque, nesta unidade,
todos esses conceitos se convergirão para atuar de forma integrada na melhoria
do uso da ergonomia. Com esse intuito e buscando um entendimento pleno do
conteúdo, iniciamos esta unidade dando um enfoque na atual análise da ergonomia
no trabalho e na sequência a utilização das Normas Regulamentadoras (NR): NR
11 (BRASIL, 2013a) e NR 17 (BRASIL, 2013b).

Seção 1 Desenvolvimento atual da


ergonomia

1.1 Análise ergonômica do trabalho


Segundo Daniellon (2004), nos países de língua francesa, a análise ergonô-
mica do trabalho (AET) tornou-se uma metodologia essencial. A característica
primordial da AET é ser modelo destinado a examinar a complexidade, sem
colocar em prova um modelo escolhido a priori.
Assim sendo, aproxima-se de métodos semelhantes das ciências humanas
como a etnologia e psicodinâmica.
Ela apresenta características próprias, sendo utilizada para responder a uma
questão precisa e é orientada para a proposição de soluções operatórias. Dessa
forma, ela distingue-se das regras do método etnológico.
O desenvolvimento da etnologia ocorreu durante as guerras de colonização
que existiram em todo o mundo.
Os etnólogos foram criticados por terem sido instrumentos a serviço das
civilizações mais fortes contra as mais fracas. Certamente, como todas as críticas
desse tipo eles tinham um caráter ideológico.
Podemos aproximar a AET do diagnóstico médico. O objetivo é indicado
com precisão e uma solução é buscada. Todavia, em medicina, trata-se de
examinar e curar uma pessoa precisa, enquanto na AET é necessário considerar
uma situação de trabalho e cuidar para que ela convenha a à grande maioria
daqueles que a ocuparam.
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Desenvolvimento atual da ergonomia e seu embasamento legal 121

1.1.1 Breve história da análise ergonômica do trabalho


A análise ergonômica do trabalho surgiu nos trabalhos de Pacaud (1946 apud
DANIELLON, 2004, p. 43) nas suas pesquisas sobre os “carteiros de registro da
SNCF”, em que ela mostra que “[...] todas as operações são de uma extrema
variedade, não acontecem a partir de uma ordem pré-estabelecida, mas se
entrelaçam e algumas são abandonadas momentaneamente, em benefício de
outras mais urgentes e imperativas”.
O aparecimento do AET aconteceu junto ao trabalho de operadoras de
telefone, onde Pacaud (1949) mostra 14 tipos de dificuldades que as mesmas
deviam resolver. Ele não teorizou sobre essa prática, que foi retomada de ma-
neira mais abrangente por Ombredane e Faverge (1955).
Thereau e Pinsky tomaram conhecimento do movimento da psicologia e da
etnologia com relação à cognição situada para a análise ergonômica do tra-
balho para que fosse mais claramente identificada e descrita em analogia com
a abordagem etnológica. A AET, contemplada por uma construção de sistema
de causas, aparece como um meio de conhecimentos que podem permitir a
resolução dos problemas que caracterizam a situação, configurando-se uma
ferramenta essencial de orientação da intervenção ergonômica.
Há uma dúvida expressa por certos ergonomistas ingleses e americanos
quanto à legitimidade da AET que não deve ser descartada muito rapidamente
em uma reflexão sobre as questões epistemológicas em ergonomia.

1.2 Sociolinguística e psicologia cognitiva e


linguística (PSCL)
Outras abordagens da AET levam em consideração os comportamentos da
linguagem para ter acesso ao sentido sem a intervenção de outras abordagens
comportamentais (contribuição da sociolinguística à ergonomia). Na maioria
das vezes, são as conversas em situação real de trabalho que são consideradas.
Pode-se fazer um procedimento verdadeiro ao longo de experimentações. É o
caso do estudo da aprendizagem de operadores de fotocopiadora por Schu-
man (1987), em que o autor pede a duas pessoas para descobrirem juntas o
funcionamento de um aparelho e encontrarem juntas as soluções, sem deixar
de formular em voz alta as suas questões e as tentativas de resposta, trata-se de
uma questão sociolinguística que necessita de abordagem teórica da etnologia
ou da psicologia social experimental. A utilização e a análise das trocas ver-
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122 ERGONOMIA INDUSTRIAL

bais não deveriam, eventualmente, guardar a etiqueta da sociolinguística, pois


pode-se falar em psicologia social cognitiva e linguística (PSCL). Não deveria
ser considerada, por um lado, a abordagem comportamental na qual a palavra
esteja ausente ou limitada a uma pragmática e, por outro lado, uma sociolin-
guística em que as outras atividades seriam negligenciadas. Uma tal separação
é mesmo contrária ao espírito da ergonomia e, mais particularmente, da AET.
Segundo Daniellon (2004, p. 47-48, grifo do autor):
Para nós, como para Theureau que costumava descrever “his-
tórias”, não há razão para separar os comportamentos que não
são de linguagem das trocas verbais se estamos interessados
nas atividades de trabalho e ao seu sentido. O método empre-
gado por Daniellou e sua equipe no estudo de uma equipe de
manutenção de uma usina nuclear é, neste sentido, exemplar.
Cada um dos operadores de um coletivo é observado de modo
contínuo por um ergonomista durante certos períodos críticos.
Uma confrontação das observações assim realizadas pelos
ergonomistas permite reconstruir os comportamentos pessoais
e coletivos e resgata o sentido das dificuldades, das pesquisas
e das intervenções de cada um.

Se a AET permite evidenciar os obstáculos pragmáticos que atrapalham a


atividade, leva a fazer recomendações relativas à saúde psíquica. Essas análi-
ses mostram também que o coletivo de trabalhadores deve poder exprimir a
“ideologia defensiva da profissão”, por meio de comportamentos que permitem
desafiar o medo e afirmar a existência de pessoas face à organização.
Concluindo, podemos fazer uma reflexão epistemológica sobre a ergonomia
orientada para os problemas que se apresentam para quem a pratica deveria
permitir delimitar a ação ergonômica apesar da análise feita no que tange aos
limites da ergonomia e a sua definição. Trata-se de favorecer a atividade de
trabalho para preservar a saúde dos trabalhadores e melhorar a sua produti-
vidade, qualidade do seu trabalho do ponto de vista individual e do coletivo.
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Desenvolvimento atual da ergonomia e seu embasamento legal 123

Seção 2 Aplicação das Normas


Regulamentadoras (NR)
Para podermos compreender os dispositivos da NR 17, além de termos
acesso ao seu conteúdo comentado (anexo), vamos analisar casos para a sua
aplicabilidade.
CASO 1 – Empresa de bebidas
Numa empresa de bebidas, o posto de trabalho na área de produção, a sua
influência na produtividade e qualidade de vida do trabalhador, bem como
sua adequação à NR 17, são o foco deste caso, para, após, propor melhorias
para que haja a adequação entre pessoas e as funções por elas desempenhadas.
Para resolver o caso, utilizamos a ergonomia, que tem como função adaptar
o trabalho ao homem de forma que o trabalho possa aumentar a produtividade
com segurança e conforto.
Na indústria, a ergonomia deve ser difundida em todo o escalão, devendo
ser introduzida na prática em cada posto de trabalho, que é a sua unidade pro-
dutiva menor. O melhor seria se o processo ergonômico fosse aplicado quando
a indústria tivesse sendo estruturada.
A NR 17 é a principal referência para os ergonomistas. Administradores, e
demais profissionais que lidam com questões direcionadas à saúde ocupacional
e segurança no trabalho.
A indústria em questão (bebidas), que já conquistou o seu ISO 9001:2000,
conta com duas linhas de produto, a saber: refrigerantes e água mineral.
São, ao todo, 315 funcionários, onde 135 são operários da produção e
180 são responsáveis pela parte comercial, administrativa e demais áreas da
empresa.
São feitos turnos de revezamento de oito horas, com intervalos para refeição
e, quando necessário, para reuniões e idas ao banheiro.
Adequação ao posto de trabalho
Durante a observação do posto de trabalho da máquina rotuladora, ficou
evidente a inadequação às NR’S 17/3, 17.4, 17.5, 17.6.
Você, como responsável pela implementação de tal norma, diante do que
foi observado e analisado, deve dar a devida solução para este problema, e
descrever o grau de importância dado pelos gestores a respeito.
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124 ERGONOMIA INDUSTRIAL

CASO 2 – Iluminação inadequada num ambiente hospitalar


Este estudo foi realizado num hospital da rede pública para verificar o
impacto da inadequada iluminação e seus efeitos. É necessário analisar suas
medidas corretivas e como utilizá-las.
CASO 3 – Avaliação de uma sala de comando de uma central nuclear
A fim de melhorar os meios de gestão das suas futuras centrais nucleares, a
XXX decidiu-se pela concepção de uma sala de comando informatizada. Esta,
com os seus acrãs de visualização e os seus teclados, é muito diferente das
salas de comando clássicas onde a estão se faz a partir de aparelhos em ban-
cada (botões de arranque, registradores etc.). Este salto tecnológico justificou
a construção de um protótipo designado por SSC#, destinado a ser testado em
simulação, antes da instalação no local a que destina: foi elaborado, para este
fim, um programa de avaliação. Esta avaliação é efetuada tanto sob ponto de
vista técnico como sob o ponto de vista ergonômico. Assenta na observação
de ensaios representativos da gestão normal e incidental, no decorrer das quais
os operadores pilotam a instalação simulada.
Foi construído um conjunto de meios que permitem recolher um grande
número de dados sobre a atividade dos operadores. Trata-se, por um lado, do
registro automático de todas as suas ações, tanto no próprio posto como que se
refere ao processo técnico e, por outro da observação direta de outros aspectos
do seu comportamento, feitos pelo ergónomo durante o ensaio.
Estes diferentes acontecimentos, previamente listados e codificados por
códigos de barras, são registrados com a indicação da hora exata da sua ocor-
rência, com o auxílio de uma caneta óptica. Por último, queremos referir os
testes de fadiga visual efetuados antes e depois do ensaio.
Convém, ainda, referir que cada ensaio foi seguido de uma reunião com
a equipe, no decorrer da qual foram referidas certas observações efetuadas
durante a sessão de simulação, pedindo aos operadores que a explicassem.
Recolheram-se, igualmente, as suas apreciações sobre os meios de gestão ofe-
recidos pela sala de comando.
O tratamento deste conjunto de dados, com a colaboração dos técnicos
de estatística, permitiu abordar e avaliar vários aspectos da concepção e da
utilização da nova sala de comendo.
O ambiente físico, em particular os aspectos visuais:
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Desenvolvimento atual da ergonomia e seu embasamento legal 125

A iluminação da sala de comendo é satisfatória (nível e qualidade de ilu-


minação, reflexos etc.)?
Qual é o impacto do trabalho no acrã, em termos de fadiga visual?
O dimensionamento, o funcionamento e a implantação dos postos:
As dimensões do posto permitem uma posição confortável?
Os diferentes órgãos de dialogo encontram-se bem posicionados em relação
ao posto em si (acessibilidade, relações funcionais etc.)?
As posições respectivas dos dois postos de operador são adequadas entre
elas e ainda em relação ao terceiro posto?
Os diálogos e o conjunto de imagens informáticas, bem como os sinó-
ticos murais:
Entre as diversas modalidades de diálogo, quais são aquelas que
apresentam dificuldades de utilização?
A codificação da informação (cores, gráficos, legendas) é adequada
(compreensível, memorizável)?
O conteúdo das imagens corresponde às informações fornecidas
pelas imagens de condução e pelo sinótico mural?
Os aspectos ligados ao trabalho coletivo:
Como é que os operadores realizam a distribuição de tarefas?
Quais são os papéis desempenhados pelas trocas verbais e pelas
deslocações?
Quais são as características da sala de comando que favorecem ou,
pelo contrário, entravam à atividade coletiva?
Os resultados da avaliação traduziram-se por propostas de melhoramentos
incidindo na concepção do posto, ou por orientações referentes a aspectos de
formação futura.
Entre as recomendações, as que permitem um compromisso entre exigências
de natureza diferentes (técnica, econômica, ergonômica etc.) foram registradas.
A título de exemplo poderemos citar:
estabelecimento de especificações funcionais de iluminação da sala
de comando real;
elevação do plano de trabalho e desenho das bancadas permitindo,
em relação ao posto, uma maior agilidade;
funcionamento dos postos “em espelho”, de preferência a posições
simétricas, agrupamento no centro da bancada todos os acrãs de
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126 ERGONOMIA INDUSTRIAL

gestão e favorecendo o acesso visual de cada operador às imagens


projetadas diante do outro;
orientação do terceiro posto (de consulta) num sentido perpendicular
ao das bancadas dos operadores (mais favorável ao trabalho coletivo);
reorganização do teclado (posições relativas das teclas, acessibilidade
das teclas mais utilizadas pelo modo de base etc.);
reaproximação para junto das teclas relativas a ela;
alargamento das zonas de designação sobre os ecrãs sensitivos;
possibilidade de encetar diálogos em paralelo (por exemplo, visua-
lização de uma imagem enquanto se termina uma regulação);
permitir ao operador a escolha da sua estratégia em certos diálogos,
por exemplo, no caso dos alarmes: suprimir a obrigação de visualizar
uma ficha de alarme para poder situar um alarme, entretanto surgido;
poder gerir livremente os seus alarmes por unidade individual ou por
página de alarmes;
redistribuição dos ecrãs de afetação por defeito, de acordo com o
tipo de imagens;
introdução de informações suplementares em certas imagens;
reformulação ou homologação de legendas ou de títulos;
criação de imagens associando diversos materiais úteis a realização
de uma tarefa particular;
coerência entre estruturação e regras de codificação das informações
no sinóptico e das informações nas imagens;
necessidade de insistir na formação em relação aos pontos consti-
tuintes das exceções do conjunto das imagens ou aos diálogos menos
utilizados;
introdução na formação dos objetivos pedagógicos especificamente
ligados ao trabalho coletivo: sensibilidade para as necessidades
acrescidas de coordenação neste tipo de sala de comando e aos
meios possíveis destas intervenções diretas entre operadores.
A maior parte das modificações propostas com base nesta primeira fase de
avaliação foi realizada antes de uma segunda fase de ensaios, efetuadas uma
no mais tarde e cujos resultados estão ainda a ser avaliados.
No total, o conjunto de avaliação terá abrangido cerca de duzentos e cin-
quenta ensaios, seguidos de vários meses de análise, e mobilizado oito equipas
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Desenvolvimento atual da ergonomia e seu embasamento legal 127

de operadores, uma dezena de ergónomos de diferentes direções, especialistas


de análise de dados, bem como um especialista em gestão.
É necessário realizar as devidas considerações e incluir as NR referentes
ao caso.

Links
Para mais informações vale a pena visitar os sites:
<www.posturar.com.br>, <www.cipanet.com.br>,
<www.higieneocupacional.com.br>, <www.saudeetrabalho.com.br>.

Para saber mais


Tapete antifadiga
Com tecnologia totalmente brasileira e inteiramente nova, o Estrado Antiestresse, foi projetado
para dar segurança e conforto formando uma barreira entre os pés e o piso. Excelente para
salas de aulas (professores), recepção de hotéis, postos de segurança, checkout, linha de mon-
tagem, estações de trabalho, áreas de embalagem, expedição, controladores de máquinas etc.
Reduz a fadiga, o impacto dos pés, dos tornozelos, do joelho e da coluna, ativando a
circulação sanguínea.

Para saber mais


A ergonomia, aliada ao movimento de Gestão de Qualidade, é uma base para a melhoria con-
tínua dos processos produtivos. Porém, diferentemente da qualidade, que é uma exigência de
mercado (Normas ISO), a Ergonomia tem, no Brasil, exigência de lei, pela Norma Regulamentadora
17 (NR-17), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Para saber mais


Comitê Ergonômico — grupos estruturados dentro das empresas para atacar os problemas
ergonômicos existentes de forma gradativa e sistemática, evitando os esforços isolados. Esses
grupos trabalham sob uma coordenação nomeada pela gerência e com o trabalho de secretaria
executiva sendo feito pelos profissionais do SESMT.
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128 ERGONOMIA INDUSTRIAL

Questões para reflexão


O dia 28 de fevereiro é considerado “Dia Internacional do Combate às
Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Ósteo Musculares
Relacionados ao Trabalho (DORT)”.
Você considera válida a importância destes temas a ponto de ser criado
um dia específico para refletir sobre tais questões?

Para concluir o estudo da unidade


A trajetória das NR nos ensina muitas coisas, porém, a essência do
seu ensinamento está na atitude. Para crescermos, tanto profissional-
mente quanto como pessoas, o único caminho é a disciplina e a busca
por melhoria contínua. Esse mantra não é novo, e tem sido repetido
inúmeras vezes através da história. Seus resultados são sempre os mes-
mos: basta analisarmos. As organizações que cresceram são aquelas
que observaram a importância destas NR e usaram de forma eficiente
suas competências. Desta forma, estaremos nos tornando profissionais
melhores e pessoas também.

Resumo
Nessa unidade, apresentamos a utilidade prática de todo o embasa-
mento legal como ferramenta eficiente no trato da ergonomia relacionada
ao trabalho. A importância na observação desta legalidade é que nos fará
diligentes em relação às questões do trabalho. A fundamentação legal é
o marco fundamental para tal desenvolvimento. A instrução aos traba-
lhadores para que não venham a sofrer do mal do século, produzindo o
cotidiano de forma mais saudável, é a intenção neste contexto.
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Desenvolvimento atual da ergonomia e seu embasamento legal 129

Atividades de aprendizagem
1. Referente à NR 17, descreva os itens sobre levantamento, transporte
e descarga individual de materiais.
2. Qual é a norma que rege os valores de iluminância nos locais de
trabalho e qual aparelho utilizado para medição?
3. Em relação ao mobiliário do checkout, este deve atender a quais
requisitos?
4. A pesagem de mercadorias pelo operador de checkout só poderá
ocorrer seguindo quais requisitos?
5. Em relação ao trabalho de teleatendimento/telemarketing, como deve
ser o mobiliário do posto de trabalho?
6. A capacitação dos atendentes de telemarketing deve incluir quais
itens?
7. Em relação a NR 11, descreva a forma correta do armazenamento de
materiais.
8. Quais os cuidados especiais que se deve tomar na operação de
elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas
transportadoras?
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UNOPAR
ERGONOMIA
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ISBN 978-85-8768-678-7

9 788587 686787

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