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Ensino Religioso Escolar (E.R.E.

) é diferente de Religião

por Cícero C. Souza

O QUÊ? ENSINO RELIGIOSO RELIGIÃO

PROFANO SAGRADO
ESPAÇO
-> Escola -> Igreja, Templo, Terreiro, Mosteiro,
-> Lugar
Sinagoga, Mesquita, etc.

OBJETO A VIDA (tudo) A(s) DIVINDADE(s)

A Busca do sentido O Encontro d@ religios@ com a(s)


OBJETIVO profundo da vida; o estudo Divindade(s)
do fenômeno religioso

O ESTUDO – A pesquisa, Os RITOS – Celebrações, orações,


MÉTODO
a pergunta despachos, oferendas, etc.

SUJEITO @ Alun@ @ Religios@

@ Professor(a) SACERDOTES – O padre, o pastor,


MINISTRO o babalorixá / a yalorixá, o imã
(imame), o rabino, o xamã, etc.

Tab.1 – Elaborada por Cícero C. Souza

O Ensino Religioso Escolar1 (E.R.E.) é diferente dos ensinos dados nas


diferentes confissões religiosas. A primeira diferença entre ambos é dada pela
linguagem. No primeiro trata-se da linguagem das ciências, notadamente, das ciências
das religiões e da antropologia. Já a linguagem religiosa por excelência é a da fé. Para o
E.R.E. trata-se de conhecer. Para as religiões trata-se de crer. Ora, é possível conhecer
para crer, mas, não é suficiente. A crença, a adesão está em patamar diferente do
conhecer. Conhecemos para saber do que se trata, para não agirmos baseados em mera
opinião, em pré-conceitos.
Ora, algumas diferenças entre o E.R.E. e as Religiões são apresentadas na tabela
1, acima. A primeira delas se refere ao espaço em que ocorrem. Então, recorreremos à
terminologia de Mircea Eliade que distingue entre o sagrado e o profano. Assim,
reconhecemos que o Ensino Religioso faz parte do espaço profano, pois é uma
disciplina escolar, portanto, dada na escola. Diferentemente, o espaço da religião é o
1
W. Gruen diz Ensino Religioso Escolar para distingui-lo da catequese coisa de igreja.
espaço sagrado, pois que lugar de encontro entre os religiosos e a divindade ou, dito de
outra forma, lugar de manifestação da divindade aos religiosos. Cabe, aqui, ressaltar que
enquanto o E.R.E. acontece em um espaço singular-plural. O paradoxo aqui colocado se
refere a que a escola é singular porque é regida por uma lei geral, a do Estado (a
Constituição Federal, por exemplo) que vale para toda escola. Por outro lado, a
população atendida pela escola é plural, configurada nos mais diferentes matizes, de
gênero, raça, religião e convicções.
Assinalamos que o objeto (formal) do Ensino Religioso é a Vida. E, que nos
conste tudo faz parte da vida, seja a convivência de uns para com outros, seja a política,
a religião ou mesmo a morte. Portanto, o E.R.E. pode trabalhar qualquer tema. Já o
objeto (formal) da Religião é outro: a divindade ou as divindades, dependendo da
religião, se é monoteísta ou politeísta.
No que se refere ao E.R.E. o seu objetivo é duplo. A busca do sentido (profundo)
da Vida e o estudo do fenômeno religioso. Da religião, o objetivo é “possibilitar o
encontro entre o religioso e a(s) divindade(s) em uma comunidade de crença”.
Também é diferente entre o E.R.E. e a Religião o método. Ora, o E.R.E. recorre
ao estudo, fundamentalmente, à pergunta, à pesquisa para a consecução de seu fim (que
é uma busca). A Religião já sabe qual é o seu fim. Então, ela expressa o encontro
através de variados ritos: a celebração, a oração, a oferenda, os hinos, etc.
Agora, nos posicionaremos em dois aspectos finais diferenciadores. Trata-se do
sujeito e do ministro. O sujeito do E.R.E. é o aluno: ele é – mais que aluno, estudante –
pois, está vivo, vívido por conhecer, saber, inquirir. Numa palavra é buscante (e não nos
esqueçamos que, via de regra, o aluno é um adolescente). O sujeito da Religião é o
religioso. Ora, esse já chegou. Portanto, sua ação é de agradecimento, piedade,
submissão à divindade que o criou e o sustenta. Num caso, a postura é de interrogação
(o E.R.E.), em outro, é de admiração, de veneração. Do ministro falaremos no próximo
parágrafo.
Ao ministro do E.R.E. cabe possibilitar que aluno faça suas perguntas e encontre
ambiente propício para respondê-las. Já ao ministro religioso cabe ajudar o religioso a
encontrar-se com a(s) sua(s) divindade(s). Vale lembrar que enquanto o ministro do
E.R.E. é o professor, o ministro da Religião é plural – visto que não há uma religião,
mas várias. Assim é que a título de exemplo colocamos o padre e o pastor (pelo
Cristianismo), o babalorixá e a yalorixá (pelo Candomblé), o imã, imane (pelo
Islamismo), o rabino (pelo Judaísmo), o xamã ou pajé (Xamanismo): a lista é enorme.
Vale ressaltar a pluralidade.
Para concluir, lembramos que o objetivo operacional do E.R.E., enquanto
disciplina escolar, é que cada aluno-estudante conheça o mundo em que vive e
conhecendo valorize a sua própria cultura e respeite a cultura do outro. Portanto, o
E.R.E. visa à construção da paz em um mundo extremamente diversificado e, às vezes,
intolerante.

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