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IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS

1. CONCEITO

A imunidade tributária é um instituto que precisa ser definido (prova objetiva,


discursiva e oral), cada autor conceitua de uma forma, por isso o que importa é perceber a
abrangência do conceito e não se apegar ao conceito do autor “A”, “B” ou “C”.

De acordo com o professor Eduardo Sabbag, imunidade tributária é uma norma


constitucional de exoneração tributária, justificada no conjunto de caros valores
proclamados na Carta Magna, inibe negativamente a atribuição de competência
impositiva e credita ao beneficiário o direito público subjetivo de “ não incomodação”
perante o ente tributante.

Para melhor compreensão, analisar-se-á cada parte do conceito separadamente.

Não Incidência: Imunidade (Constitucional) e Pura e Simples (não possui


competência ou não exerce). Opera na delimitação da Competência.

Isenção: definida em Lei. Opera no exercício da competência.

Alíquota Zero: Ente opta por zerar.

1.1. Norma constitucional

Significa que possui sede na própria constituição, diferente do que ocorre com as
normas de isenção (possui o mesmo efeito prático: não pagamento).

Por isso, pode-se dizer que a CF contém normas imunizantes, imunizadoras ou


imunitórias, espalhadas ao longo de seu texto. Por exemplo, quando afirma que não
incide tributo em uma situação determinada.

1.2. Norma de exoneração

Significa que não haverá incidência do tributo ou que determinada pessoa não pagará
o
tributo.

1.3. Norma de valores relevantes

Significa que a não incidência será alicerçada em valores como: liberdade religiosa,
liberdade política, liberdade sindical, liberdade de expressão, etc.

Percebe-se que estudar imunidade não é estudar Direito Tributário, mas sim
estudar a CF, eis que estamos diante uma matéria eminentemente constitucional.
Por exemplo, quando se vê a não incidência de IPTU sobre determinada Igreja,
tem-se, na realidade, a proteção à liberdade de culto, de crença. Da mesma forma, a não
incidência de imposto sobre sindicatos de empregados, haverá a proteção de direitos
sindicais e, até mesmo, dos direitos sociais.

É importante compreender o conceito, pois irá ajudá-lo em eventual prova discursiva


e prova
oral.

1.4. Norma de inibidora de competência impositiva

Significa que a imunidade é a face negativa de competência tributária. Para alguns,


é chamada de “norma de incompetência tributária”.

Veja, por exemplo, o caso do IPTU:

• Imposto de competência dos municípios de do DF: norma de competência.


• Não incide IPTU sobre templo religioso: norma de imunidade (norma de incompetência)

Qual a relação de norma de imunidade e norma de competência?

R: Excelência, a norma de imunidade é a face negativa da norma de


competência. Ou seja, permite que não ocorra a incidência da competência
tributária. Por exemplo, a CF prevê que os municípios e DF terão competência para
a cobrança de IPTU e, na própria CF, encontra-se a norma que prevê a não
incidência de IPTU sobre os templos religiosos, caracterizando uma norma de
competência negativa ou, como alguns doutrinadores denominam, norma de
incompetência tributária.

1.5. Norma de não incomodação

Significa que nada e ninguém poderão contrariar os limites impostos pela norma de
imunidade tributária.

Assim, o Poder Executivo, por meio dos auditores-fiscais, nas autuações “não
poderá” cobrar tributos de pessoas imunes. Caso cobre, por entender não ser caso de
imunidade, caberá ao advogado tributarista promover a anulação. Da mesma forma, o
Poder Legislativo, representante do povo, não poderá editar leis ordinárias que desafiem a
norma constitucional de imunidades, eis que a norma de imunidade está prevista na CF.
Por fim, não poderá o Poder Judiciário, através das sentenças, deverá zelar pela norma
constitucional.

Isto ocorre tendo em vista que o beneficiário dispõe de um direito subjetivo de não
incomodação perante os entes tributantes (União, Estados, Municípios e DF).

2. DISPOSITIVOS NA CF – “FALSAS ISENÇÕES”

Há normas na CF que se referem a isenções, art. 195, §7º da CF e art. 184, §5º da
CF, mas, na realidade, tratam de imunidades, conforme STF, STJ e doutrina.
Art. 184, § 5º São isentas IMUNES de impostos federais, estaduais e
municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados
para fins de reforma agrária.

Art. 195, § 7º São isentas IMUNES de contribuição para a seguridade


social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às
exigências estabelecidas em lei.

3. NORMAS IMUNIZANTES

A previsão da imunidade tributária não está restrita a um único artigo. Pelo


contrário, as normas que consagram imunidades encontram-se espalhadas ao longo do
texto constitucional, não se restringem a expressão “são/estão imunes”.

Lembrem-se: imunidade é não incidência de tributo.

A seguir alguns exemplos de normas imunizantes.

3.1. Art. 149, §2º, I da CF

Art. 149, §2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio


econômico de que trata o caput deste artigo:
I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.

Em prova, cobra-se a letra da lei ou uma situação hipotética (historinha). Segundo


o professor, quem sabe a “historinha” sabe a letra da lei, mas a recíproca nem sempre é
verdadeira. Assim, para melhor compreensão do art. 149, §2º, I (que também será
analisado posteriormente), segue a história.

Determinada empresa obtém receita com exportação. A Receita Federal


está exigindo CIDE e contribuições federais sociais, tal conduta é permitida?

R: NÃO! Tendo em vista que a referida empresa é imune, não podendo ser
“incomodada” pela Receita Federal, nos termos do inciso I do art. 149, §2º da CF.

3.2. Art. 156, §2º, I da CF

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


§2º - O imposto previsto no inciso II (ITBI)
I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação,
cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil – hipótese
de incidência (sublinhado)

Havendo transferência de bens imóveis, no caso de fusão de duas empresas, não


haverá incidência de ITBI, tendo em vista a norma imunizante. Contudo, não haverá
imunidade quando a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses
bens ou direitos, a locação de bens imóveis ou o arrendamento mercantil.
A empresa “A” incorporou a empresa “B”, adquirindo,
consequentemente, seus bens. Haverá a incidência de ITBI?

R: NÃO! Tendo em vista que a referida incorporação é causa de imunidade


tributária.

A empresa “A”, com atividade preponderante de compra e venda de bens


imóveis, fundiu-se com a empresa “B”, adquirindo, consequentemente, seus
bens. Haverá, neste caso, a incidência de ITBI?

R: SIM! Tendo em vista que se trata da ressalva prevista no art. 156, §2º, I da CF,
com o intuito de evitar fraudes.

3.3. Art. 150, VI da CF

É o dispositivo mais importe sobre o tema.


Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos
outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos
partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem
fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; Quatro pessoas jurídicas
protegidas de impostos. d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a
sua impressão. e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou
obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)

Destaca-se que o referido artigo se refere a impostos, portanto, haverá a incidência


de outros tributos, tais como: taxas, contribuição de melhoria.

4. ESPÉCIES DE IMUNIDADES

Analisar-se-á, aqui, os incisos as alinhas do incido VI do art. 150 da CF.

4.1. (a) patrimônio renda ou serviços uns dos outros

Trata-se da IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA.

A União, os Estados, o DF e os Municípios não poderão cobrar impostos uns dos


outros.

Trata-se de uma proteção ao federalismo ou ao pacto federativo ou ao federalismo


de equilíbrio ou ao federalismo cooperativo, consagrando a isonomia entre os entes. De
modo sofisticado, pode-se afirmar que se trata da ausência de capacidade contributiva de
pessoas políticas (o patrimônio é da coletividade e não da entidade política).
Essa imunidade funciona como um instrumento de preservação e calibração do
pacto federativo, impedindo que os impostos sejam utilizados como instrumento de
pressão indireta de um ente sobre outro (Min. Joaquim Barbosa).

Esta alinha veda, por exemplo, que os Estados cobrem IPVA de veículos
pertencentes a Municípios; que estes cobrem IPTU relativo à propriedade de prédio
pertencente à União.

4.1.1. Impostos afastados

Não poderá haver a cobrança de impostos que incidem sobre patrimônio (IPTU,
IPVA), sobre renda (IR) e serviços (ISS)

A não incidência é restrita aos impostos sobre patrimônio, renda e


serviços?

R: NÃO! A proteção deve ser ampla quanto aos demais tipos de impostos. Assim,
por exemplo, o imposto de importação (II) e o imposto sobre operação financeira
(IOF) também podem ser afastados, ainda que não se enquadrem no rol
classificatório.

O rol classificatório aparece em vários pontos do texto constitucional, exigindo, em


todos eles, a mesma interpretação ampla, na esteira do STF: art. 150, VI, “a” e “c”,
CF; art. 150, §§ 2º, 3º e 4º, CF.

4.1.2. Extensão da imunidade recíproca

A proteção é extensiva às autarquias, fundações públicas, nos termos do §2º do


art. 150 da CF, desde que sejam vinculadas a suas finalidades ou às delas decorrentes.
Art. 150, § 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais
ou às delas decorrentes.

Destaca-se que, aqui, a imunidade recíproca será vinculada. Ou seja, o objeto da


tributação, para ser imune, deve estar vinculado a finalidade das autarquias ou fundações
públicas, havendo verdadeiro condicionamento.

Por exemplo, tratando-se de prédio destinado à autarquia, sendo destinado a suas


finalidades não haverá incidência de IPTU, mas, se o prédio não estiver atrelado ao
propósito institucional, haverá a tributação.

Em suma: a proteção imunizante deve se situar no contexto de uma vinculação


com o propósito autárquico ou fundacional.

O STF vem assim se posicionando desde a década de 80:

a) Incidência de IPTU sobre terreno baldio de propriedade de autarquia (RE


98.382/MG, de 1982);

E, no âmbito da alínea “c”, a ser estudada, mais adiante:


a) Incidência de IPTU sobre terreno vago de entidade assistencial (AgR-RE 357.175, de
2007);
b) Incidência de IPTU sobre terreno vago, sem edificação, de entidade educacional/FGV
(AgR-AI 661.713, de 2013).

Imagine que determinada autarquia possui um prédio. O Município


cobrou da autarquia IPTU por causa desse imóvel. A autarquia invocou
sua imunidade tributária. O Município respondeu dizendo que a imunidade
não poderia ser aplicada em relação àquele imóvel porque ele não estaria
relacionado com as finalidades essenciais da entidade autárquico. De
quem é o ônus da prova da não afetação do bem imóvel com o propósito
autárquico?

R: (Dizer o Direito) O art. 150, VI, “a”, da CF/88 prevê que a União, os
Estados/DF e os Municípios não poderão cobrar impostos uns dos outros. Essa
imunidade também vale para as autarquias e fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes (art. 150, § 2º
da CF/88). Existe uma presunção de que os bens das autarquias e fundações
são utilizados em suas finalidades essenciais. Assim, o ônus de provar que
determinado imóvel não está afetado à destinação compatível com os objetivos
e finalidades institucionais de entidade autárquica recai sobre o ente tributante
que pretenda, mediante afastamento da imunidade tributária prevista no § 2º do
art. 150 da CF, cobrar o imposto sobre o referido imóvel. AgRg no AResp.
304.126/RJ
(informativo 527).

4.1.3. Responsabilidade por sucessão imobiliária

Ainda, dentro da imunidade recíproca, importante tratar da hipótese de


responsabilidade tributária por sucessão imobiliária, prevista no art. 130 do CTN. Devem
pagar.
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela
prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na
pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o
respectivo preço. Importante destacar:

Caso a União torne-se responsável tributário por sucessão imobiliária,


os débitos anteriores, estarão abrangidos pela imunidade recíproca? Haverá
imunidade superveniente?

R: (Dizer o Direito) O STF concluiu que a imunidade tributária recíproca não


afasta a responsabilidade tributária por sucessão, na hipótese em que o sujeito
passivo era contribuinte regular do tributo devido. A imunidade tributária prejudica,
em certa medida, a expectativa de arrecadação dos entes federados. Essa perda
somente é tolerada pelos entes para satisfazer a outros valores, tão ou mais
relevantes, previstos na Constituição (como o pacto federativo). O instituto da
responsabilidade tributária dos sucessores (art. 130 do CTN) protege justamente
o Fisco da inadimplência que poderia ocorrer em decorrência do desaparecimento
jurídico do contribuinte. Na sucessão, o sucessor fica tanto com os eventuais
créditos, como também com os débitos. Assim, deve arcar com as dívidas
tributárias, ainda que se trate de um ente federado. RE 599.176 (informativo 749).

4.1.4. Excluídos da imunidade recíproca

Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista não estão, como regras,


imunes a incidência de impostos.

O STF garantiu a imunidade para certas empresas públicas e sociedades de


economia mista que desempenham serviços típicos de Estado (serviços típicos e
obrigatórios). Cita-se como exemplo:

a) INFRAERO (empresa pública): ISS (AgR-RE 363.412/BA, em 2007);


b) CAERD (Cia. Águas e Esgotos de Rondônia – SEM) (Ação Cautelar 1.550-2, em 2007)
c) CORREIOS-ECT (empresa pública): IPTU (STF: RE 773.992, de out. 2014); IPVA (STF:
ACO 879, de nov. 2014); ICMS (STF: ACO 1.095, de out. 2015 e RE 627.051, de nov.
2014).

4.1.5. Observações finais

a) E quanto ao ICMS e outros gravames indiretos? Como fica a questão da imunidade


tributária?

STF: entende que deve prevalecer a incidência do imposto, na hipótese de a


entidade imune se colocar como adquirente da mercadoria/bem. Desse modo,
caso uma Prefeitura adquira um veículo, deverá suportar o ônus trasladado do
tributo (ICMS/IPI). Trata-se da “repercussão Tributária” (ou fenômeno da
“traslação”).

b) E se o imóvel pertence a uma pessoa jurídica imune (INFRAERO, por exemplo) e é


cedido a terceiro, o qual explora atividade econômica com fins lucrativos?

NÃO HÁ IMUNIDADE.

4.2. (b) templos de qualquer culto

É vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios instituírem impostos sobre


templos de qualquer culto, visa consagrar a liberdade de religião.

Assim, não haverá a incidência, por exemplo, de:

a) IPTU, sobre o local destinado ao culto;


b) IPVA, sobre o carro da Igreja;
c) IR, sobre o dízimo.

Imagine que o templo é proprietário de um imóvel, o qual é alugado, sendo a renda


aplicada integralmente no propósito eclesiástico, haverá a incidência de IPTU? Não! Pois
o conceito de templo é abrangente, não estando restrito ao local de realização do culto
religioso, deve ser considerado como uma entidade (Igreja em todas as suas
manifestações, direta ou indiretamente ligada aos propósitos eclesiásticos).

E quanto ao patrimônio, renda e serviços RELACIONADOS com o propósito


religioso, haverá a incidência de impostos? Nesse caso, poderá prevalecer a imunidade
tributária ou não. Tudo dependerá da chamada correspondência fática, ou seja, do real
atrelamento daquele bem/renda conexos com o propósito precípuo da entidade imune. O
raciocínio deve ser embasado no art. 150, § 4º, da CF.
Art. 150, § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados
com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

4.2.1. Casos concretos importantes

a) Imunidade (IPTU) para a casa do chefe religioso;


b) Imunidade (IR) para a renda oriunda de gráfica da Igreja, caso todo o rendimento da
gráfica seja voltado para o propósito religioso;
c) Imunidade (IPTU) para o apartamento, de propriedade do templo, locado a terceiros;
d) Imunidade (IPTU) para o bem imóvel, de propriedade do templo, usado para
estacionamento de fiéis;
e) Imunidade (IPTU) para o bem imóvel, de propriedade do templo, usado para cemitério
(sepultamento de fiéis).

4.2.2. Observações finais

a) A Igreja como inquilina/locatária incide IPTU?

Sim, não está abrangida pela imunidade. Nota-se que, nesse caso, a Igreja não
é proprietária do bem imóvel, pois o proprietário é o sujeito passivo legalmente
determinado para pagar o imposto. Portanto, haverá a legítima incidência, não
tendo valor eventual cláusula de responsabilidade tributária firmada entre
locador e locatário, que deverá ser resolvida no âmbito do Direito Civil, eis que
o contrato não faz força perante o visco, nos termos do art. 123 do CTN.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares,
relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser
opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito
passivo das obrigações tributárias correspondentes.

Ressalta-se que lei municipal poderá conferir isenção.

b) Imagine que a Igreja contrate uma pessoa jurídica com o intuito de confeccionar
jornal por encomenda (serviço de composição gráfica). Haverá a incidência de
ISS?
Sim, pois o serviço de composição gráfica não é realizado pela Igreja, mas sim
por terceiro, conforme entendimento do STF (AgR-RE 434.826/MG)
4.3. (c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei

4.3.1. Conceito

São imunidades não autoaplicáveis, ou seja, depende do disposto em lei.

É a única imunidade que depende de lei. É uma imunidade condicionada.

4.3.2. Pessoas abrangidas

Garante a não incidência de impostos para quatro pessoas jurídicas:

• Partidos políticos, incluindo suas fundações – visa consagrar o pluralismo político;


• Entidades sindicais de trabalhadores – visa proteção dos direitos sociais;
• Instituições de educação (faculdade, museus, bibliotecas) – visa consagras o direito à
educação, previsto na CF;
Obs.: Faculdade particular, cumpridos os requisitos legais, poderá ser imune.
• Instituições de assistência social – igualmente, visa proteger as entidades beneficentes,
consagradas na CF.

4.3.3. Espécie de lei

Trata-se de lei complementar, nos termos do art. 146, II, da CF.

A LC, em questão, trata-se do CTN. Ressalta-se que o CTN é lei ordinária, com
status de lei complementar.

O art. 14 do CTN regula a fruição da norma imunizante, prevista na CF. Vejamos:


CTN: Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º (constituição
pretérita) é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas
entidades nele referidas:
I. não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
II. aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos
institucionais;
III. manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes
de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo
9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.

Assim, para que a imunidade seja aplicada, deve-se observar o seguinte:

a) Havendo lucro, não poderá ser distribuído para os mantenedores, mas sim totalmente
revertido para o propósito institucional. Destaca-se que não se proíbe o lucro, proíbe-se a
distribuição do lucro;
b) A receita obtida deve ser aplicada integralmente no país, não podem enviar para o
exterior;
c) Manter a contabilidade em dia.
O não cumprimento dos requisitos acima poderá suspender o benefício de
imunidade.

O pagamento de salários para os mantenedores da instituição, ao contrário do


que determinava a legislação, não caracteriza a distribuição de lucro, conforme
entendimento do STF. PERMITIDO
O inciso I do art. 14 do CTN NÃO impede que se paguem salários razoáveis
e compatíveis com a prática de mercado aos mantenedores da instituição
imune. Isso não se confundirá com a distribuição de lucros (ADI-MC 1.802-
3/DF, na qual se suspenderam por inconstitucionalidade o art. 12, §§2º e 3º
e o art. 13, parágrafo único, da Lei 9.532/97).

4.3.4. Finalidades institucionais

Para que ocorra a não incidência de impostos (lembrar a interpretação ampliativa


do STF), o patrimônio, a renda e os serviços devem estar relacionados com as
finalidades institucionais das quatro pessoas jurídicas (partidos políticos, incluindo suas
fundações; entidades sindicais de empregados; instituições de educação; instituições de
assistência social).

Nesse sentindo, a Súmula 724 e a SV 54:


SÚMULA 724, STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune
ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art.
150, VI, "c", da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado
nas atividades essenciais de tais entidades.

SÚMULA VINCULANTE N. 52 – Ainda quando alugado a terceiros,


permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades
referidas pelo artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal,
desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais
tais entidades foram constituídas.

4.3.5. Observações finais

Fundos de pensão são entidades fechadas de previdência social privada, alguns


destas entidades podem equivaler a uma entidade de assistência social. De modo que,
em tese, gozariam de imunidade tributária, desde que financiem integralmente as
contribuições dos empregados.

Nesse sentido, importante destacar a Súmula 730 do STF.


SÚMULA N. 730, STF: “A imunidade tributária conferida a instituições de
assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição,
somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se
não houver contribuição dos beneficiários.

Ressalta-se, ainda, que as entidades do SISTEMA S (serviços sociais autônomos),


conforme decidiu o STF, possuem imunidade para o ITBI na aquisição de imóvel pelo
SENAC.

4.4. (d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão

Não se confundo com as hipóteses vistas acima, eis que afastam impostos de
“pessoas”. Aqui, ocorre a não incidência de imposto (ICMS, IPI e II) sobre coisas/bens
(livros, jornais e periódicos), bem como sobre insumo (papel).

Trata-se de uma imunidade objetiva, ao passo que as hipóteses anteriores são


imunidades subjetivas.

Obs.: não se protege a editora, mas sim o livro produzido por ela.

4.4.1. Questões pertinentes

• Livros digitais: tema, ainda, está pendente no STF.


Em fevereiro de 2010, o Ministro Dias Toffoli, em decisão monocrática no RE
330.817/RJ, afastou a imunidade do livro eletrônico. O mencionado recurso
extraordinário foi movido pelo governo do Rio de Janeiro contra acórdão da
Justiça fluminense, que imunizara a Editora Elfez Edição Comércio e Serviços
quanto ao pagamento de ICMS sobre a venda de CDs relativos à sua
Enciclopédia Jurídica Soibelman. É oportuno registrar, ainda, que, antes de
Toffoli, os ministros Joaquim Barbosa, Eros Grau e Cezar Peluso já haviam
votado monocraticamente contra a extensão da imunidade a conteúdos
eletrônicos (ver, respectivamente, RE 416.579/RJ, RE 282.387/RJ e AI
530.958/GO). Ocorre, porém, que o Ministro Toffoli reconsiderou a sua decisão
e manifestou pela existência da repercussão geral da questão constitucional
suscitada.

O Pleno do STF acatou a decisão em setembro de 2012. Até o presente


momento, aguarda-se o julgamento desse emblemático caso.

Parte da doutrina entende que deve haver incidência de imposto, pois o


constituinte não quis que alcance o conteúdo eletrônico, embora já existente à
época da CF/88. Outros, afirmam que deve incidir, buscando a efetividade da
norma constitucional, acompanhando a evolução da sociedade.

• Álbum de figurinhas: entendimento pacificado. Para STF, é imune.


EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI,
“D” DA CF/88. “ÁLBUM DE FIGURINHAS”. ADMISSIBILIDADE. (...) 2. O
Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor
artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à
qualidade cultural de uma publicação. 3. Não cabe ao aplicador da norma
constitucional em tela afastar este benefício fiscal instituído para proteger
direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um juízo
subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma
publicação destinada ao público infanto-juvenil. 4. Recurso extraordinário
conhecido e provido. (RE
221.239/SP, 2ª T., rel. Min. Ellen Gracie, j. 25- 05-2004)

• Lista telefônica: entendimento pacificado. Para o STF, é imune, em razão da utilidade


social do bem.

• Insumos: compreende apenas o papel utilizado para a confecção. Os demais insumos


(tinta, maquinário) serão tributados, STF tende a uma interpretação restritiva.

4.5. (e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo


obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em
geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Foi inserida pela EC 75/2013, a qual foi resultado de uma movimentação popular e
de cunho profissional, com o intuito de baratear os produtos, evitando, assim, a pirataria.

É conhecida como imunidade musical.

Visa desonerar de impostos a obra artística musical brasileira, atacando o fantasma


da pirataria/contrafação e difundindo a cultura.

Garante:

a) Proteção para o som (fonograma) gravado e para a imagem/som (videofonograma)


gravados;
b) Proteção para os suportes materiais (CDs, DVDs, desde que contenham os fonogramas
ou videofonogramas)
c) Proteção para arquivos digitais.

Etapas abrangidas:
É irrelevante o exercício de atividades em
regime de exclusividade e em concorrência
com a iniciativa privada para efeito de
aplicação da imunidade recíproca.

PALAVRAS CHAVES

0. Não Incidência: Imunidade (Constitucional) e Pura e Simples (não possui competência ou não
exerce). Opera na delimitação da Competência.

0.1. Isenção: definida em Lei. Opera no exercício da competência.

0.2. Alíquota Zero: Ente opta por zerar.

1. Não incidência do tributo;

2. Norma constitucional, exoneração, negação de competência, não incomodação;

3. Norma de Incompetência Tributária;

4. Falsas Isenções: a) impostos transferência de imoveis desapropriados para reforma agrária; ii)
contribuição para seguridade social das entidades de assistência social;

5. Normas Imunizantes: não taxativas; i) Contribuição Social e CIDE sobre receitas de exportação;
ii) ITBI sobre bens ou direitos: realização de capital, fusão, incorporação, cissão ou extinção, exceto
atividade preponderante (compra e venda, locação ou arrendamento);

6. Recíproca. Patrimônio, (IPVA e IPTU), renda (IR) e serviços (ISS);


6.1. Pacto federativo;
6.2. Atinge os outros impostos (IOF e IPI);
6.3. Extensiva às autarquias e fundações, desde que vinculadas a suas finalidades;
6.4. Sucessão imobiliária: tem que pagar.
6.5. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista: somente se desempenharem serviços
típicos de Estado;
6.6. ICMS e outros indiretos: deve pagar. Repercussão tributária (traslação);
6.7. Cedido a terceiro: NÃO HÁ imunidade;
6.8. Conselhos de Fiscalização e OAB: há imunidade recíproca;
6.9. Promitente comprador de imóvel que tem imunidade: é contribuinte de impostos relativo ao
imóvel .
6.10. Estado Estrangeiro: imunidade de impostos e taxas, exceto aquelas decorrente de prestação de
serviços individualizados e específicos. Na verdade, se trata de isenção (está prevista na Convenção
de Viena);
6.11. Investimentos de entes: não paga e IR e IOF;
6.12. Empresa privada de iluminação pública: não tem imunidade;
6.13. Serviço notarial e de registro: paga ISS;
6.14. Casa da Moeda: possui imunidade;

7. Templos. Impostos (IPVA, IPTU e IR)


7.1. Conceito de templo abrangente;
7.2. Relacionados com finalidades essenciais;
7.3. Tipo: casa do chefe da igreja, renda da gráfica, locação do imóvel, estacionamento da igreja
próprio, cemitério de propriedade da igreja;
7.4. Locatária: deve pagar |IPTU;
7.5. Contrato para confecção de jornal: paga;
7.6. Pétrea.

8. Partidos. Sindicatos. Educação e Assistência (não de previdência). Impostos.


8.1 Não autoaplicáveis; Eficácia limitada. Lei Complementar.
8.2. Imunidade Condicionada;
8.3. Requisitos: não distribuição do lucro para os donos, aplicar receita integral no país; fazer a
contabilidade.
8.4. Pena: suspensão do benefício. A presunção é de que tudo encontra-se vinculado à atividade.
8.5. Pode haver pagamento de salário aos mantenedores;
8.6. Devem os serviços estarem relacionados com as finalidades institucionais;
8.7. Pode alugar o imóvel e reverter em favor da entidade;
8.7. Pode explorar serviço de estacionamento;
8.8. Fundo de Pensão: imune desde que não haja contribuição dos beneficiários;
8.7. Entidade Fechada de Previdência Social Privada: não imune;
8.7. Patrocinador ente: jamais imunidade;
8.9. Sistema S: imune para aquisição de imóvel (ITBI);
8.10. Certificado de entidade de assistencial social: declaratórias e retroage. STJ 612;
8.11. Lucro: pode, desde que destine a finalidades essenciais;
8.12. Venda de bens entidades imunes: não incide ICMS;
8.13. Aplicável a imunidade: venda de ingressos por SESC e manutenção de livraria;

9. Cultural. Impostos.
9.1. Imunidade objetiva.
9.2. Pétrea;
9.3. A livraria não é imune.
9.2. Exemplos: lista telefonia, apostias, capa de livro, papel fotográfico, filmes, álbum de
figurinhas, e-books e audio-book, kindles (exclusivo para leitura, difernete de tablet) e insumos
(somente papel).
9.4. Maquinário: não aplicável;

10. Imunidade Musical. Impostos.


10.1. Incide sobre: fonograma, videofonograma, CDs e DVDs, App Store e arquivos digitais.
10.2. Etapas: Produção/Gravação (SEM ISS), Indústria (PAGA IPI) e Comércio/Distribuição e
Vendas (NÃO PAGA ICMS).
10.3. Produzido no Brasil: sem exceção;
10.4. compositor ou interprete brasileiro;
10.5. Não abrange imposto de renda e ISS;
10.6. Abrange: IPI e ICMS (prensagem) e ICMS (distribuição). Exportação também está impedido.

Outras imunidades:

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