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Combate a Incêndios
e Explosões
Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Introdução a Segurança, Normas e Legislações e
Saídas de Emergência
·· Conhecer a importância dos processos que envolvem fogo na vida das pessoas.
·· Reconhecer as principais medidas de prevenção e proteção contra incêndio de uma
edificação.
·· Distinguir os elementos que compõem o sistema global de segurança contra incêndio.
·· Conhecer o papel das normas e regulamentações de segurança contra incêndio na
atuação profissional.
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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência
Introdução ao Tema
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Para que ocorra o fenômeno fogo, é necessário que existam quatro componentes:
comburente (oxigênio), calor, combustível e reação em cadeia.
São usados como meios de extinção a inibição de um dos componentes, para que assim
não ocorra o fogo causando incêndios. Combustível é qualquer substância que seja capaz de
produção calor, quando sofre uma reação química.
Para que um incêndio aconteça, é necessário que se tenha os elementos necessários.
Pensando em como evitar que isso ocorra, é bom se ter o conhecimento de quais são eles.
Temos o comburente; como exemplo fácil, temos o oxigênio, que pode ser encontrado em
todos os ambientes e quantidades maiores ou menores, ele age alimentando a reação química.
O calor é outro dos elementos, que pode ser transferido por meio de uma fonte, seja ela qual
for, fazendo com que ocorra a diferença de temperatura.
Esse calor se difere de outras formas de energia, pois se manifesta por um processo de
transformação. Portanto, podemos entender que a propagação de fogo em um ambiente que
não seja desejável é o que chamamos de incêndio.
Sejam bem-vindos a esta disciplina, que trata de prevenção contra combate a incêndio e
explosões – primeira unidade.
Leitura Obrigatória
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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência
O fogo e sua imagem foram associados ao longo dos tempos à mitologia, às religiões, a
culturas e a diferentes manifestações artísticas, como figuras de linguagem, poesias, pinturas
e, mais recentemente, a fotografias e filmes. O fogo pode estar paradoxalmente associado a
imagens e mensagens antagônicas, como “fogo da purificação” ou “fogo dos infernos”, ou
ainda “chama eterna” ou “fogo das paixões”.
Fogo e detonação
Falamos em detonação quando a velocidade de propagação da chama torna-se tão elevada
ao ponto de tornar-se quase que instantânea.
Em nosso cotidiano, as detonações estão dentro dos cilindros dos motores, a combustão
interna. As explosões descontroladas podem envolver fogo ou não.
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Nem todas as explosões envolvem fogo
As expansões descontroladas de fluídos (líquidos ou gases), estejam estes em tanques,
cilindros, mangueiras ou dutos, podem originar explosões. É importante observar que essas
explosões podem ocorrer em qualquer sistema pressurizado, sejam os materiais inflamáveis
ou não. Como exemplos, basta imaginar as consequências da ruptura de um cilindro que
contenha nitrogênio (pressão interna entre 150 e 200 Kgf/cm²) ou oxigênio (185 kgf/cm²), já
que a relação entre pressão e volume se mantém, ou seja, em caso de expansão descontrolada,
o volume de gás expandir-se-á entre 150 e 200 vezes nos exemplos acima.
As causas mais frequentes desse tipo de ocorrência estão ligadas à ruptura devido a fatores
externos (choques ou colisões) relacionados aos tanques, cilindros ou reservatórios ou de
seus acessórios (por exemplo, válvulas ou reguladores de pressão), devido a fatores internos
(enfraquecimento estrutural, por exemplo, decorrente de corrosão), excesso de pressão
e excesso de temperatura (por exemplo, no caso de tambores contendo materiais que se
expandem quando expostos ao calor ou a chamas abertas ou faíscas).
O correto manuseio, armazenamento e manutenção, aliado ao afastamento desses sistemas
de fontes de calor e impacto são, portanto, essenciais para que os sistemas pressurizados não
se transformem em causadores de acidentes, que podem atingir consequências catastróficas.
Tipos de incêndios
Os tipos dos incêndios podem ser classificados, de acordo com suas origens, como natural
ou acidental.
Como naturais, podem ser citados os resultantes do aquecimento solar de áreas
excessivamente secas, ou decorrentes da queda de um raio, ou ainda os decorrentes de
erupção vulcânica.
Como incêndios acidentais, aqueles nos quais há componentes fortuitos, não intencionais
e não premeditados; podem ser citados os que ocorrem em empresas (indústria, comércio ou
serviços), os que acontecem em residências e aqueles que acontecem com ou em decorrência
de meios de transporte (veículos rodoviários, ferroviários, embarcações e aeronaves).
Um incêndio acidental pode ter sua origem em um evento natural (um raio que atinja
uma instalação não apropriadamente protegida por um sistema de proteção contra descargas
atmosféricas) ou em eventos estranhos às suas próprias naturezas (a queda de um balão sobre
o telhado de uma fábrica ou residência, por exemplo).
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está sendo queimado, dos gases que são gerados durante a queima, da concentração de fumaça
no ambiente, do tempo de exposição e das condições físicas e psicológicas dos envolvidos.
Como exemplos de alguns produtos tóxicos gerados durante incêndios, podem ser citados:
a) o monóxido de carbono (CO);
b) gases cianídricos;
c) gases clorados;
d) gases sulfurosos;
e) gases nitrogenados.
A presença de fumaça pode reduzir a visibilidade de forma dramática, podendo levar, além
da desorientação e do pânico, ao tumulto, atropelamento e esmagamento de pessoas e à
ocorrência de quedas e batidas, com possíveis lesões e fraturas. Essa última situação pode
ser agravada pela queda e desabamentos de materiais decorrentes da evolução do próprio
incêndio. O pânico e o desespero também combinam - se de forma trágica em outro tipo
de vítimas: as pessoas que, por não verem outros meios de fuga, atiram-se da altura onde
estiverem. A sobrevivência nesses casos é rara.
Asfixia
A asfixia é o processo, na maioria das vezes, fatal, no qual o organismo deixa de receber o
suprimento mínimo de oxigênio necessário para que as funções vitais do organismo humano
possam se desenvolver.
O ar contém cerca de 21% de oxigênio. Concentrações de oxigênio entre 19 e 22% são
compatíveis com a respiração humana.
Uma vez inalado, o ar é conduzido até os pulmões, onde no nível alveolar ocorre a troca
gasosa no sangue circulante. O oxigênio liga-se à hemoglobina e é levado pelo sangue aos
diferentes sítios celulares. Nas células, o oxigênio é “trocado” pelo gás carbônico. O gás
carbônico liga-se à hemoglobina, formando a carboxiemoglobina, que é muito instável, o que
explica a “facilidade“ da troca gasosa, novamente na interface alveolar, sendo o gás carbônico
então exalado.
A asfixia pode ser:
a) asfixia mecânica, caso em que algo obstrui ou impede a passagem de ar em direção aos
pulmões. Engasgamentos com ossos, dentaduras ou outros materiais, enforcamentos e
estrangulamentos são exemplos desse tipo de ocorrência;
b) asfixia simples, caso em que um gás toma o lugar do oxigênio no espaço no qual a
pessoa esteja respirando. É o que ocorre, por exemplo, em ambientes com atmosfera rica
em gás carbônico ou nitrogênio ou metano. Apesar dos 2 primeiros gases fazerem parte
do ar respirável, esses gases “ocupam” o lugar do oxigênio, de tal forma que não ocorre
a inalação de oxigênio. Situações desse tipo podem ocorrer em ambientes que foram
“limpos” de outras substâncias agressivas, principalmente inflamáveis, e que ao final
são lavados ou inundados com gases inertes. Outras situações que também consomem
oxigênio e podem por isso tornar as condições incompatíveis com a manutenção da vida
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são as decorrentes de pintura em ambientes fechados (evaporação de solventes) e de
limpeza de tanques fechados (oxidação das chapas);
c) asfixia por substâncias irritantes, caso no qual a substância inalada de alguma forma
reage com o organismo, impedindo a utilização do oxigênio. Ocorre tamanha irritação
no sistema respiratório da pessoa, que ela pode, por exemplo, acabar desenvolvendo
edema de glote e vir a óbito. Amônia e cloro são exemplos de substâncias que podem
provocar esse tipo de situação;
d) asfixiantes químicos, caso em que a substância se liga de forma estável à hemoglobina,
não possibilitando a troca gasosa. Gás cianídrico e monóxido de carbono são exemplos
desse tipo de substância. O monóxido de carbono forma com a hemoglobina a
carboxiemoglobina, altamente estável. O monóxido de carbono é inodoro, insípido e
incolor. Acidentes com pessoas em garagens fechadas, nas quais os motores de veículos
são mantidos em funcionamento, gerando monóxido de carbono, são frequentes e fatais;
e) inalação de substâncias narcóticas. Nesse caso, pode ocorrer tamanha depressão do
sistema nervoso, que o sistema respiratório deixa de funcionar a contento. É o que pode
ocorrer, por exemplo, quando da inalação de clorofórmio, éter ou cloreto de metila.
É de fundamental importância observar que independentemente da natureza, qualquer uma
das situações acima descritas pode ser fatal.
Há diversos fatores que podem contribuir para o agravamento das condições da vítima em
caso de asfixia, como, por exemplo:
a) idade;
b) condição física;
c) limitação física (dificuldade em movimentar-se);
d) utilização de medicamentos (que podem diminuir ou alterar os reflexos ou raciocínio);
e) utilização de drogas (lícitas ou ilícitas);
f) problemas cardiorrespiratórios pré-existentes;
g) limitações psicológicas;
h) ocorrência de medo e pânico.
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Faixa de explosividade
É a faixa de concentração em um combustível na atmosfera, na qual ocorrerá a combustão
ou explosão.
A faixa de explosividade é definida, para cada combustível, por 2 valores:
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1°) o limite inferior de inflamabilidade/explosividade, abaixo do qual a combustão/ explosão
não ocorre pelo fato da mistura ser pobre (há ar demais para pouco combustível);
2°) o limite superior de inflamabilidade/explosividade, acima do qual a combustão/ explosão
não ocorre pelo fato da mistura ser excessivamente rica (há combustível demais para pouco
ar).
Explosões em silos
Nos silos de armazenamento de grãos, ou mesmo de materiais metálicos, a existência
de particulado finamente dividido, que apresenta uma grande superfície específica (área de
contato em relação ao volume), facilita, na presença de fontes de calor ou faísca, a ocorrência
de explosões.
Caso real:
Incêndio na favela de Vila Socó - Cubatão (SP) (1983)
A favela de Vila Socó havia sido construída em volta (basicamente sobre)
um duto para transporte de gasolina de uma refinaria localizada na
cidade de Cubatão.
Em uma determinada noite os moradores de Vila Socó acordaram
assustados com um forte cheiro no ar.
Alguns conseguiram identificar o odor de gasolina.
Outros não conseguiram. Como estava escuro, alguém resolveu acender
a luz para ver o que estava acontecendo.
A ocorrência de uma faísca desencadeou uma explosão, seguida de
incêndio que destruiu a maior parte dos barracos.
Faleceram neste incêndio 93 pessoas entre adultos e crianças.
Na investigação que se seguiu à tragédia constatou-se que a causa do
vazamento havia sido a corrosão do duto.
A limpeza das instalações é fundamental. O acúmulo de poeira é fonte
primeira, na presença de fontes de ignição, para a ocorrência de
explosões.
As fontes de ignição podem ser, entre outras, um curto-circuito, o acúmulo e descarga de
eletricidade estática ou o atrito mecânico, por exemplo, em um transportador de correia.
As causas das perdas de materiais devem ser prontamente corrigidas.
Incêndios em aeronaves
Na história da aviação civil, os incêndios em aeronaves têm seu início geralmente ligado às
seguintes ocorrências:
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existência de materiais, porém sem condição apropriada de uso; a falta de rotas de fuga
levando em conta o número de pessoas presentes; e por fim, e infelizmente muito comum, a
obstrução das rotas de fuga e o bloqueio ou trancamento das saídas de emergência.
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· resistência ao fogo da envoltória do edifício, bem como de seus elementos estruturais;
· fácil acesso às rotas de fuga seguras e sinalização adequada;
· fácil acesso aos equipamentos de combate a incêndio e sinalização adequada;
· controle da quantidade de materiais combustíveis incorporados aos elementos
construtivos;
· controle das características de reação ao fogo dos materiais incorporados aos elementos
construtivos;
· distância segura entre edifícios.
As medidas de proteção passiva têm capacidade de influenciar: a) nos materiais de acabamento
e revestimento que serão utilizados nos espaços; b) na geometria e na composição da fachada;
c) no dimensionamento das vias de circulação interna (vertical e horizontal); d) na forma de
implantação do edifício no lote; e e) nas condições dos acessos imediatos. Portanto, com um
amplo conhecimento dessas questões, o projeto arquitetônico pode antecipar a inclusão de
aspectos de segurança contra incêndio.
As medidas de proteção ativa, por sua vez, são aquelas que reagem a um estímulo e que
entram em ação quando acionadas automática ou manualmente. A seguir temos os elementos
do Sistema Global que são vinculados às Medidas de Proteção Ativas:
· sistema de proteção por extintores de incêndio;
· sistema de proteção por hidrantes e mangotinhos;
· sistema de proteção por chuveiros automáticos;
· sistema de detecção e alarme de incêndio;
· sistema de iluminação de emergência;
· sistema do controle do movimento da fumaça;
· sistema de comunicação de emergência.
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Resistência das vedações e da estrutura ao fogo
O efeito global das alterações promovidas por altas temperaturas atingidas nos incêndios
sobre os componentes das vedações (paredes, coberturas, lajes, portas e janelas, etc.) e da
estrutura do edifício pode ser observado pela diminuição progressiva de sua capacidade de
manter suas funções.
As estruturas e as vedações dos edifícios devem ser arquitetadas de maneira que tenham
resistência ao fogo; para isso, deve-se pensar e analisar os materiais com que serão
construídas. A resistência deverá ser compatível com a grandiosidade do incêndio a que
possam vir a ser submetidas.
A propagação do incêndio entre edifícios isolados pode ocorrer através dos seguintes
mecanismos (IT 02 – Corpo de Bombeiros):
a) radiação térmica, emitida pelo edifício incendiado, através de: aberturas existentes na
fachada; da cobertura; chamas que saem pelas aberturas na fachada ou pela cobertura;
e ainda, chamas desenvolvidas pela própria fachada, quando esta for composta por
materiais combustíveis;
b) convecção, caso os gases quentes emitidos pelas aberturas existentes na fachada ou pela
cobertura do edifício incendiado atinjam a fachada do edifício adjacente.
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As normas brasileiras
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o fórum nacional para discussão dos
aspectos técnicos relativos a quase todos os campos de atividade humana no Brasil, inclusive
da construção civil, incluindo os aspectos da segurança contra incêndio.
Federais
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no quadro a seguir, uma vez que o texto anterior era antigo e apresentava alguns conceitos
desatualizados e incompatíveis com outras normas e regulamentações vigentes.
Estaduais
Municipais
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A Residêncial Habitação
A-2 Edifícios de apartamento em geral
multifamiliar
Pensionatos, internatos, alojamentos, mosteiros, conventos,
A-3 Habitação coletiva
residências geriátricas. Capacidade máxima de 16 leitos
Saídas de emergência
As saídas de emergência devem ser projetadas de forma que garantam a saída dos
ocupantes dos edifícios quando em situações de emergência, de maneira rápida e segura,
independentemente do local em que os ocupantes estejam no edifício, para um local seguro.
Um local seguro, normalmente, é representado por uma área livre e afastada do edifício.
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Rotas de fuga
Uma rota de fuga é um caminho ininterrupto, de qualquer ponto do edifício, até um local
seguro e consiste, fundamentalmente, de 3 partes distintas: o acesso à saída, a saída em si e
a descarga.
A saída é a parte da rota de fuga separada do restante da área do edifício por paredes,
portas, piso e outros elementos que protegem os ocupantes dos efeitos do incêndio. Essa
saída é composta por rotas horizontais e verticais protegidas, que podem ser corredores,
antecâmaras, escadas e rampas protegidas. Tal proteção é definida pelas características de
desempenho ao fogo dos elementos estruturais e construtivos de vedação e de acabamento
interno que constituem a saída, além de sistemas ativos de proteção instalados.
Todas as saídas devem terminar diretamente numa via pública ou em uma descarga que dá
acesso à via pública. Assim, a descarga é a porção da rota de fuga entre o término da saída
e a via pública e, quando existir, pode ser representada por jardins internos ou externos,
corredores e passagens através de áreas abertas ou outros tipos de espaço no interior do lote
do edifício, que devem apresentar largura e dimensões suficientes para o acesso ordenado dos
ocupantes à via pública. No entanto, uma saída para o exterior não é necessariamente uma
saída para um local seguro se esta não apresentar dispositivos e elementos de proteção, para
que não haja exposição dos ocupantes ao perigo direto do incêndio (exposição ao calor e às
chamas através de aberturas próximas ou queda de objetos provenientes do próprio edifício
e de seus componentes (elementos de fachada), decorrentes do incêndio ou de seu combate).
As portas que compõem as rotas de fuga devem abrir sempre em direção do fluxo de saída
das pessoas. As saídas de locais com grande concentração de público e outras definidas em
normas vigentes devem ser equipadas com barras antipânico. As portas que acessam saídas
protegidas (corredores protegidos, antecâmaras, escadas e áreas de refúgio) devem apresentar
características especiais (portas corta-fogo) e estar constantemente fechadas para evitar sua
contaminação pelo calor e a fumaça, garantindo a compartimentação horizontal e vertical.
Dimensionamento
O dimensionamento das saídas depende do número de ocupantes das edificações e é
determinada de acordo com a classe de ocupação do local (está relacionado ao seu risco) por
normas e legislações.
Existem, a princípio, dois principais métodos de cálculo das larguras das saídas, baseadas
em duas características básicas pré-estabelecidas: a lotação e o tipo de ocupação do edifício e
de suas partes.
O método de cálculo pelo fluxo utiliza como conceito básico a determinação de um período
máximo de tempo para evacuação de um edifício, dentro do qual todos devem atingir um local
seguro. Calcula-se, tradicionalmente, um fluxo de 60 pessoas/minuto através de uma largura
de 560 mm.
O método de cálculo pela capacidade é baseado no pressuposto de que escadas protegidas em
número e dimensões suficientes devem ser providas para que estas abriguem, adequadamente,
todos os ocupantes no seu interior, sem a necessidade de movimento ou fluxo para o exterior
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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência
da escada no piso de descarga. Adota-se aqui que as escadas são áreas totalmente seguras e
podem abrigar pessoas por tempo considerável, permitindo que se desloquem calmamente
para a saída final do edifício (descarga).
Ambos os métodos podem ser aplicados num projeto de saídas eficiente e seguro,
dependendo das circunstâncias específicas. Nos locais onde um número significativo de
pessoas pode apresentar grande possibilidade de limitação física ou mental, temporária ou
permanente, o método do fluxo não é recomendado. Nesses casos, o método da capacidade
oferece um local para todos no interior de uma área segura (que pode ser uma área de refúgio
ou uma escada protegida).
Assim, o dimensionamento das saídas se baseia em dois fatores: larguras mínimas e larguras
de projeto obtidas pelo cálculo da população nos casos específicos, ambas determinadas por
normas e regulamentações.
Larguras mínimas
Existe uma unidade de largura padrão, largamente utilizada para cálculo de saídas de 560
mm, determinada em estudos internacionais, e que corresponde à largura aproximada de
ombro a ombro de um adulto. Normalmente, duas unidades de largura padrão, ou seja, 1120
mm, correspondem à largura mínima de saídas na maioria das situações.
A norma brasileira NBR 9077 utiliza o termo “unidade de passagem” para definir uma
largura padrão, com o valor de 55 cm para acessos e descargas, sendo que a largura mínima
das saídas deve ser de 1,10m, correspondente a duas unidades de passagem, para ocupações
em geral, havendo exceções em tipos de ocupações especiais como hospitais, onde a largura
mínima é de 2,20m.
As portas colocadas ao longo dos corredores ou no acesso das escadas também devem
atender às dimensões mínimas exigidas por normas. A norma brasileira NBR 9077 determina
as seguintes condições de vão livre ou “luz” para as portas (ABNT NBR 9077):
a) 80 cm para uma unidade de passagem;
b) 100 cm para duas unidades de passagem;
c) 150 cm, em duas folhas, para três unidades de passagem;
d) acima de 220 cm, instalação de folhas de porta com coluna central.
Cálculo de lotação
A norma brasileira NBR 9077 determina que seja obtida a lotação estimada da edificação
por pavimento, para o dimensionamento das saídas de emergência. Alguns dos valores para o
cálculo da lotação da Tabela 5 da norma são apresentados na tabela a seguir.
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Rotas horizontais e verticais
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ter uma largura total de 3 unidades de saída (de 0,55m), ou seja, 3 x 0,55, ou seja, 1,65m. De
maneira geral, a largura da via de escoamento vertical (escada ou rampa) deve ser dimensionada
em razão do pavimento de maior lotação dentre todos os pavimentos do edifício considerado
que se servem desta via de escoamento (vide detalhes no item 4.4 da norma NBR 9077),
nunca podendo diminuir a sua largura ao longo de seu sentido descendente.
Degraus e patamares
Os espaços de circulação coletiva podem apresentar desníveis em situações variadas,
que são vencidas por sequências de degraus e patamares. Em qualquer circunstância, esses
espaços devem proporcionar condições adequadas de circulação entre esses desníveis, que
são atendidas através do dimensionamento adequado de altura e largura de degraus, de
patamares, do número de degraus por lance, das características do piso, etc. A norma NBR
9077 estabelece regras básicas para o dimensionamento de degraus e patamares.
Rampas
As rampas são também utilizadas para vencer desníveis e especialmente satisfatórias para
o acesso aos edifícios e a circulação no seu interior por pessoas com alguma deficiência física
temporária ou permanente, quando bem projetadas. Isso implica adequação de sua inclinação
e colocação de patamares intermediários, etc. As exigências mínimas determinadas estão nas
normas brasileiras NBR 9077 e NBR 9050.
Corrimãos e guarda-corpos
Corrimãos e guarda-corpos devem ser instalados ao longo das rotas de fuga toda vez que
houver algum desnível no piso de circulação coletiva vertical ou horizontal, seja este vencido
por rampa ou por degraus de escada, a fim de proporcionar pontos de apoio para os usuários.
Os corrimãos devem ser projetados e instalados de modo a permitir que sejam agarrados
fácil e confortavelmente. Devem, também, permitir o deslocamento contínuo da mão ao longo
de toda sua extensão, prolongando-se por 30 cm do seu início e término (NBR 9077 e NBR
9050).
Distribuição
As saídas devem estar bem distribuídas, de modo que os ocupantes possam alcançá-las
rapidamente de qualquer ponto da área considerada e, caso uma delas seja eventualmente
inutilizada (pela fumaça/ fogo, por exemplo), as demais devem se manter intactas e disponíveis/
acessíveis aos ocupantes.
O número e a disposição das saídas num edifício são definidos por fatores como a distância
a percorrer até uma saída de pavimento, a proteção da área por chuveiros automáticos ou
não, o tipo de ocupação e o número de pavimentos (altura) do edifício.
Por exemplo, o número de saídas está relacionado, na norma brasileira NBR 9077, ao nível
de risco da edificação, às distâncias máximas que podem ser percorridas até uma saída e a
existência de sistemas de chuveiros automáticos, conforme tabela a seguir:
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Tabela 3 - Distâncias máxima a serem percorridas
Tipo de sem chuveiros automáticos com chuveiros automáticos
Grupo de ocupação
edificação saída única + de uma saída saída única + de uma saída
Proteção passiva
Proteção ativa
Áreas de refúgio
A Norma NBR 9077, em seu item 4.10, define o conceito de área de refúgio e determina
os requisitos construtivos e a aplicação destes. Segundo o item 4.10.1.1 da Norma, a área de
refugio é “parte de um pavimento separada do restante por paredes corta-fogo e portas corta-
fogo, tendo acesso direto, cada uma delas, a uma escada de emergência”.
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Sinalização de emergência
A sinalização de segurança contra incêndio tem como finalidade propiciar informações aos
ocupantes do edifício com o intuito de restringir o risco de ocorrência de incêndios e indicar
ações apropriadas a serem adotadas em caso de emergência.
Funções da sinalização
A sinalização de segurança contra incêndio possui duas funções básicas distintas, sendo
uma delas a de reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos potenciais, e
a outra, considerando que o incêndio tenha ocorrido, visa a garantir que sejam adotadas ações
adequadas à situação de risco.
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Material Complementar
Sites:
FEB. UNESP. Conceitos básicos de proteção contra incêndios.
http://goo.gl/RRGa9m
Leituras:
ESTADO DE GOIÁS. SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA. CORPO DE
BOMBEIROS MILITAR. Norma técnica 20/2014 – Sinalização de emergência.
http://goo.gl/cHyADE
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Leituras:
NBR 13434-2/2004 – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 2:
Símbolos e suas formas, dimensões e cores.
NBR 13434-3/2005 – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 3:
Requisitos e métodos de ensaio.
NBR 13523/2008 – Central de gás liquefeito de petróleo - GLP.
NBR 13714/2000 – Sistema de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio.
NBR 14323/2013 – Dimensionamento de estruturas de aço de edifício em situação
de incêndio - Procedimento.
NBR 14432/2001 – Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de
edificações – Procedimento.
NBR 14880/2014 – Saídas de emergência em edifícios – Escadas de segurança –
Controle de fumaça por pressurização.
NBR 15200/2012 – Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio.
NBR 15358/2014 – Rede de distribuição interna para gás combustível em instalação
de uso não residencial de até 400 kPa – Projeto e execução.
NBR 15526/2012 – Redes de distribuição interna para gases combustíveis em
instalações residências e comerciais – Projeto e execução.
NBR 15575/2013 – Edifícios habitacionais – Desempenho (partes 1 a 6).
NBR 15923/2011 – Inspeção de rede de distribuição de gases combustíveis em instalações
residenciais e instalações de aparelhos a gás para uso residencial – Procedimento.
NBR 17240/2010 – Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Projeto, instalação,
comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio – Requisitos.
MÉTODOS DE ENSAIOS
A seguir são apresentados alguns exemplos de métodos de ensaio laboratoriais para
avaliação de desempenho de produtos, componentes e sistemas de proteção contra
incêndio.
NBR 5628/2001 – Componentes construtivos estruturais – Determinação da resistência
ao fogo.
NBR 6125/1992 – Chuveiro automático para extinção de incêndio.
NBR 6479/1992 – Portas e vedadores – Determinação da resistência ao fogo – Método
de ensaio.
NBR 9442/1986 – Materiais de construção – Determinação do índice de propagação
superficial de chama pelo método do painel radiante – Método de ensaio.
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NBR 14349/1999 – União para mangueira de incêndio – Requisitos e métodos de
ensaio.
NBR 15247/2004 – Unidades de armazenagem segura – Salas-cofre e cofres para
hardware – Classificação e métodos de ensaio de resistência ao fogo.
ASTM E 662/2009 – Standard test method for specific optical density of smoke
generated by solid materials.
ISO 1182/2010 – Reaction to fire tests for products – Non-combustibility test.
ISO 3008/2007 – Fire-resistance tests – Door and shutter assemblies.
NFPA 80 A/2012 – Recommended practice for protection of buildings from exterior
fire exposures.
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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência
Referências
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NBR 15219 /2005 – Plano de emergência contra incêndio – Requisitos.
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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência
Anotações
.
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