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Prevenção de

Combate a Incêndios
e Explosões
Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Esp. Erika Gambeti Viana de Santana

Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Introdução a Segurança, Normas e Legislações e
Saídas de Emergência

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução ao Tema
• Leitura Obrigatória
• Material Complementar

Fonte: istock/getty images


• Referências

·· Conhecer a importância dos processos que envolvem fogo na vida das pessoas.
·· Reconhecer as principais medidas de prevenção e proteção contra incêndio de uma
edificação.
·· Distinguir os elementos que compõem o sistema global de segurança contra incêndio.
·· Conhecer o papel das normas e regulamentações de segurança contra incêndio na
atuação profissional.

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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência

Introdução ao Tema

Quando falamos de proteção de uma coletividade, estamos falando de um dos tópicos


abordados para a prevenção de incêndio. Esse termo trata tanto das medidas de proteção que
podem ser tomadas contra incêndios em um edifício, como também da educação pública que
se faz necessária para conscientização de todos.
Para que a implantação da prevenção aconteça, é necessário que sejam tomadas providências
para evitar que existam sinistros, possibilitando, assim, a extinção de efeitos do incêndio antes
que o Corpo de Bombeiros chegue.
Preparar a população com atividades relacionadas ao assunto, por meio da difusão de ideias,
para prevenir novos incêndios, é educar as pessoas para a segurança. É necessário também
que as pessoas estejam cientes dos procedimentos existentes e quais as medidas e cuidados
que devem ser tomados quando manuseiam produtos perigosos ou quando exercem práticas
que possuam riscos de incêndio, portanto necessitam de treinamentos, esclarecimentos e
preparação.
Podemos agrupar as atividades para proteção contra incêndio da seguinte maneira:
a) desenvolver e promover atividades que possam treinar e ensinar as pessoas a lidar com
as medidas que podem ser tomadas para evitar os incêndios;
b) treinar as pessoas para que possam tratar da perícia, possam coletar dados que ajudem
na extinção de incêndios, para que tendo conhecimentos técnicos possam desempenhar
melhor as medidas contra os riscos de incêndio e ajudar os órgãos específicos a controlar
a quantidade de incêndios que existem hoje na cidade.
Quando falamos de proteção contra incêndio, estamos falando de como medir e controlar
os focos de incêndio e como combatê-los depois de seu início.
Podemos dividir essas medidas da seguinte forma: ativas de proteção, alarme e extinção de
fogo, passivas e proteção da estrutura do prédio.
Temos alguns objetivos de prevenção, que são: garantir a segurança das vidas das pessoas
que se encontram no local do incêndio; prevenir que não aconteça a propagação e conflagração
do incêndio; proteger a estrutura e conteúdo do edifício; minimizar os danos que o incêndio
pode causar.
Conseguimos alcançar esses objetivos através de: compartimentação interna do edifício,
considerando o distanciamento entre os edifícios e também sua resistência em relação ao fogo;
controle da quantidade de combustíveis existentes no edifício; dimensionamento de sistemas de
combate e alarme de incêndio, com detectores, acionadores e chuveiros automáticos; uso de
equipamentos manuais; treinamento para que haja pessoas habilitadas que possam combater
o princípio do incêndio; manutenção e gerenciamento dos sistemas de combate a incêndio;
controle dos problemas ocorridos no meio ambiente causados por um incêndio, entre outros.
Podemos definir o fogo como um fenômeno, que precisa dos elementos corretos para que
ocorra; um dos mais importantes é o oxigênio, que fará com que haja uma oxidação após
receber uma emissão de fonte de calor, seja ela qual for.

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Para que ocorra o fenômeno fogo, é necessário que existam quatro componentes:
comburente (oxigênio), calor, combustível e reação em cadeia.
São usados como meios de extinção a inibição de um dos componentes, para que assim
não ocorra o fogo causando incêndios. Combustível é qualquer substância que seja capaz de
produção calor, quando sofre uma reação química.
Para que um incêndio aconteça, é necessário que se tenha os elementos necessários.
Pensando em como evitar que isso ocorra, é bom se ter o conhecimento de quais são eles.
Temos o comburente; como exemplo fácil, temos o oxigênio, que pode ser encontrado em
todos os ambientes e quantidades maiores ou menores, ele age alimentando a reação química.
O calor é outro dos elementos, que pode ser transferido por meio de uma fonte, seja ela qual
for, fazendo com que ocorra a diferença de temperatura.
Esse calor se difere de outras formas de energia, pois se manifesta por um processo de
transformação. Portanto, podemos entender que a propagação de fogo em um ambiente que
não seja desejável é o que chamamos de incêndio.
Sejam bem-vindos a esta disciplina, que trata de prevenção contra combate a incêndio e
explosões – primeira unidade.

Leitura Obrigatória

Fogo, uma visão histórica


Desde o início dos tempos, os homens têm contato com o fogo e, claro, com suas
consequências. A queda de um raio em uma árvore ou floresta, seguida consequentemente
de um incêndio, ou um vulcão em erupção, e em seguida a eliminação de lava incandescente,
que, entrando em contato com materiais diversos ou alcançando seres vivos, causava fogo e
destruição, ou ainda o aquecimento de vegetação seca pelo sol, a ponto de iniciarem-se as
chamas, fizeram parte das vidas dos ancestrais humanos.
Por outro lado, a utilidade do fogo sempre foi muito grande; faziam fogueiras para afastar
os animais predadores durante a noite, para aquecerem-se e para ter claridade. Além disso, o
fogo facilitava as atividades noturnas, fornecia certo conforto e facilitava a sobrevivência.
Depois passamos a utilizar o fogo para cozinhar e já não saboreávamos os alimentos crus,
como as carnes, por exemplo. Porém, como ainda não se sabia como produzir fogo, as
fogueiras eram mantidas acesas sempre, e isso fazia com que se abastecessem as fogueiras
com madeiras continuamente.
Mais ou menos 7000 a.C., com a hipótese de ter sido pela fricção de dois galhos secos ou
pela produção de faíscas devido ao choque entre duas pedras lascadas, iniciou-se a produção
intencional e premeditada de fogo pelo homem. O domínio do processo de produção de fogo
possibilitou o desenvolvimento, por sua vez, de uma série de outras técnicas produtivas, como
a fusão de metais e fabricação de vidros, cerca de 1 a 3 séculos a.C., que possibilitaram a
produção de uma infinidade de utensílios, ferramentas e armas.

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O fogo e sua imagem foram associados ao longo dos tempos à mitologia, às religiões, a
culturas e a diferentes manifestações artísticas, como figuras de linguagem, poesias, pinturas
e, mais recentemente, a fotografias e filmes. O fogo pode estar paradoxalmente associado a
imagens e mensagens antagônicas, como “fogo da purificação” ou “fogo dos infernos”, ou
ainda “chama eterna” ou “fogo das paixões”.

Fogo com e sem presença de chamas


Determinadas substâncias podem queimar em certas condições não emitindo chamas
visíveis. Como exemplos, podemos citar o hidrogênio, o álcool metílico e o carvão.

Fogo sob o controle e sem controle


O fogo fascina e sempre fascinou os seres humanos. Um exemplo disso é uma criança;
basta prestar atenção e acompanhar o olhar atento desta observando uma lareira ou fogueira.
Conforto, segurança, transformação e destruição de materiais sempre estiveram presentes
com o fogo sob controle. É indiscutível o conforto, pois está nos lares de milhões de pessoas; e
nos últimos séculos do milênio anterior na iluminação pública, no desenvolvimento dos meios
de transporte e equipamentos produtivos. A simples fritura de um ovo mostra visivelmente a
transformação de materiais pelo fogo. Já a destruição pode se referir desde à modificação dos
materiais combustíveis até a utilização das modernas técnicas de incineração.

Quando o fogo está fora de controle


Um bom exemplo de quando o fogo está fora de controle são os incêndios e as perdas.
Quando o fogo está fora do controle, inicialmente aquece o ambiente e seus materiais,
chegando ao ponto da deformação destes e assim, podendo vir a se transformar em um
incêndio. Sempre que o fogo fica sem controle, perdas ocorrem.
As perdas podem ser materiais, ambientais, pessoais ou sociais. Perdas materiais, pelos
produtos consumidos pelo fogo e utilizados para sua extinção; ambientais, pelas consequências
ao meio ambiente como um todo, seja pelo fogo, seja pelos processos para extingui-lo;
pessoais, pelos ferimentos e vidas dos que se encontram no local em que o fogo está fora de
controle e daqueles que lá estão para combatê-lo; e finalmente sociais, pelas consequências
que o fogo fora de controle pode produzir quando são destruídas residências, estabelecimentos
comerciais e industriais e até partes significativas de cidades inteiras.

Fogo e detonação
Falamos em detonação quando a velocidade de propagação da chama torna-se tão elevada
ao ponto de tornar-se quase que instantânea.
Em nosso cotidiano, as detonações estão dentro dos cilindros dos motores, a combustão
interna. As explosões descontroladas podem envolver fogo ou não.

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Nem todas as explosões envolvem fogo
As expansões descontroladas de fluídos (líquidos ou gases), estejam estes em tanques,
cilindros, mangueiras ou dutos, podem originar explosões. É importante observar que essas
explosões podem ocorrer em qualquer sistema pressurizado, sejam os materiais inflamáveis
ou não. Como exemplos, basta imaginar as consequências da ruptura de um cilindro que
contenha nitrogênio (pressão interna entre 150 e 200 Kgf/cm²) ou oxigênio (185 kgf/cm²), já
que a relação entre pressão e volume se mantém, ou seja, em caso de expansão descontrolada,
o volume de gás expandir-se-á entre 150 e 200 vezes nos exemplos acima.
As causas mais frequentes desse tipo de ocorrência estão ligadas à ruptura devido a fatores
externos (choques ou colisões) relacionados aos tanques, cilindros ou reservatórios ou de
seus acessórios (por exemplo, válvulas ou reguladores de pressão), devido a fatores internos
(enfraquecimento estrutural, por exemplo, decorrente de corrosão), excesso de pressão
e excesso de temperatura (por exemplo, no caso de tambores contendo materiais que se
expandem quando expostos ao calor ou a chamas abertas ou faíscas).
O correto manuseio, armazenamento e manutenção, aliado ao afastamento desses sistemas
de fontes de calor e impacto são, portanto, essenciais para que os sistemas pressurizados não
se transformem em causadores de acidentes, que podem atingir consequências catastróficas.

Tipos de incêndios
Os tipos dos incêndios podem ser classificados, de acordo com suas origens, como natural
ou acidental.
Como naturais, podem ser citados os resultantes do aquecimento solar de áreas
excessivamente secas, ou decorrentes da queda de um raio, ou ainda os decorrentes de
erupção vulcânica.
Como incêndios acidentais, aqueles nos quais há componentes fortuitos, não intencionais
e não premeditados; podem ser citados os que ocorrem em empresas (indústria, comércio ou
serviços), os que acontecem em residências e aqueles que acontecem com ou em decorrência
de meios de transporte (veículos rodoviários, ferroviários, embarcações e aeronaves).
Um incêndio acidental pode ter sua origem em um evento natural (um raio que atinja
uma instalação não apropriadamente protegida por um sistema de proteção contra descargas
atmosféricas) ou em eventos estranhos às suas próprias naturezas (a queda de um balão sobre
o telhado de uma fábrica ou residência, por exemplo).

Perdas humanas que podem ocorrer em incêndios


De uma maneira geral, durante a ocorrência de um incêndio não se trata apenas das
pessoas estarem expostas ao calor, mas também a ambientes onde há fumaça.
No caso de presença de fumaça, outros eventos podem ocorrer, como irritação dos olhos,
lacrimejamento e, em caso de inalação, irritação das vias aéreas, podendo levar a tosse e
vômitos, além de intoxicações e asfixia (por vezes fatais), dependendo do tipo de material que

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está sendo queimado, dos gases que são gerados durante a queima, da concentração de fumaça
no ambiente, do tempo de exposição e das condições físicas e psicológicas dos envolvidos.
Como exemplos de alguns produtos tóxicos gerados durante incêndios, podem ser citados:
a) o monóxido de carbono (CO);
b) gases cianídricos;
c) gases clorados;
d) gases sulfurosos;
e) gases nitrogenados.
A presença de fumaça pode reduzir a visibilidade de forma dramática, podendo levar, além
da desorientação e do pânico, ao tumulto, atropelamento e esmagamento de pessoas e à
ocorrência de quedas e batidas, com possíveis lesões e fraturas. Essa última situação pode
ser agravada pela queda e desabamentos de materiais decorrentes da evolução do próprio
incêndio. O pânico e o desespero também combinam - se de forma trágica em outro tipo
de vítimas: as pessoas que, por não verem outros meios de fuga, atiram-se da altura onde
estiverem. A sobrevivência nesses casos é rara.

Asfixia
A asfixia é o processo, na maioria das vezes, fatal, no qual o organismo deixa de receber o
suprimento mínimo de oxigênio necessário para que as funções vitais do organismo humano
possam se desenvolver.
O ar contém cerca de 21% de oxigênio. Concentrações de oxigênio entre 19 e 22% são
compatíveis com a respiração humana.
Uma vez inalado, o ar é conduzido até os pulmões, onde no nível alveolar ocorre a troca
gasosa no sangue circulante. O oxigênio liga-se à hemoglobina e é levado pelo sangue aos
diferentes sítios celulares. Nas células, o oxigênio é “trocado” pelo gás carbônico. O gás
carbônico liga-se à hemoglobina, formando a carboxiemoglobina, que é muito instável, o que
explica a “facilidade“ da troca gasosa, novamente na interface alveolar, sendo o gás carbônico
então exalado.
A asfixia pode ser:
a) asfixia mecânica, caso em que algo obstrui ou impede a passagem de ar em direção aos
pulmões. Engasgamentos com ossos, dentaduras ou outros materiais, enforcamentos e
estrangulamentos são exemplos desse tipo de ocorrência;
b) asfixia simples, caso em que um gás toma o lugar do oxigênio no espaço no qual a
pessoa esteja respirando. É o que ocorre, por exemplo, em ambientes com atmosfera rica
em gás carbônico ou nitrogênio ou metano. Apesar dos 2 primeiros gases fazerem parte
do ar respirável, esses gases “ocupam” o lugar do oxigênio, de tal forma que não ocorre
a inalação de oxigênio. Situações desse tipo podem ocorrer em ambientes que foram
“limpos” de outras substâncias agressivas, principalmente inflamáveis, e que ao final
são lavados ou inundados com gases inertes. Outras situações que também consomem
oxigênio e podem por isso tornar as condições incompatíveis com a manutenção da vida

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são as decorrentes de pintura em ambientes fechados (evaporação de solventes) e de
limpeza de tanques fechados (oxidação das chapas);
c) asfixia por substâncias irritantes, caso no qual a substância inalada de alguma forma
reage com o organismo, impedindo a utilização do oxigênio. Ocorre tamanha irritação
no sistema respiratório da pessoa, que ela pode, por exemplo, acabar desenvolvendo
edema de glote e vir a óbito. Amônia e cloro são exemplos de substâncias que podem
provocar esse tipo de situação;
d) asfixiantes químicos, caso em que a substância se liga de forma estável à hemoglobina,
não possibilitando a troca gasosa. Gás cianídrico e monóxido de carbono são exemplos
desse tipo de substância. O monóxido de carbono forma com a hemoglobina a
carboxiemoglobina, altamente estável. O monóxido de carbono é inodoro, insípido e
incolor. Acidentes com pessoas em garagens fechadas, nas quais os motores de veículos
são mantidos em funcionamento, gerando monóxido de carbono, são frequentes e fatais;
e) inalação de substâncias narcóticas. Nesse caso, pode ocorrer tamanha depressão do
sistema nervoso, que o sistema respiratório deixa de funcionar a contento. É o que pode
ocorrer, por exemplo, quando da inalação de clorofórmio, éter ou cloreto de metila.
É de fundamental importância observar que independentemente da natureza, qualquer uma
das situações acima descritas pode ser fatal.
Há diversos fatores que podem contribuir para o agravamento das condições da vítima em
caso de asfixia, como, por exemplo:
a) idade;
b) condição física;
c) limitação física (dificuldade em movimentar-se);
d) utilização de medicamentos (que podem diminuir ou alterar os reflexos ou raciocínio);
e) utilização de drogas (lícitas ou ilícitas);
f) problemas cardiorrespiratórios pré-existentes;
g) limitações psicológicas;
h) ocorrência de medo e pânico.

Incêndios em instalações industriais


Os incêndios que ocorrem em instalações industriais têm, de uma maneira geral, dois grupos
de causas mais frequentes. No primeiro grupo, encontram-se as situações que decorrem de
descontroles de processo, como, por exemplo, vazamentos, transbordamentos, explosões
de reatores, cilindros, recipientes ou linhas pressurizadas, perdas de controle de reações
exotérmicas (superaquecimento ou sub-resfriamento) e contato entre substâncias que reagem
exotermicamente.
No segundo grupo, encontram-se as situações em que materiais inflamáveis são postos em
contato com fontes de calor que possibilitem a ignição dos materiais. As fontes nesse caso
podem ser:

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a) as resultantes de trabalhos a quente, como a utilização de lixadeira ou equipamento de


solda e até da utilização de um martelo e prego;
b) o acendimento de fósforos ou isqueiros;
c) o descarte impróprio de cigarros e fósforos acesos;
d) a descarga de eletricidade estática;
e) faíscas provenientes de condutores ou equipamentos elétricos.
É importante lembrar que além das causas acima, as descargas atmosféricas e as quedas de
balões podem ser causas de incêndios industriais, além da colisão de veículos, descarrilamento
de trens ou queda de aeronaves.
Caso verídico:
Ocorrência de incêndio em indústria, em 1999 na cidade de
São Paulo
Em uma fábrica têxtil, 2 eletricistas executavam um serviço de
manutenção da iluminação do setor de tecelagem, no forro do setor.
Naquela área havia 25 teares, cada um carregado com cerca de 1500
Kgf de fios sintéticos.
O forro era aglomerado de madeira, material este combustível.
O serviço foi encerrado às 16:00 horas da 6ª feira, sendo que as
atividades produtivas seriam retomadas na 2ª feira, às 06:00 horas.
Às 05:30 horas do sábado a equipe de segurança percebeu fumaça
saindo pelas portas do setor. Uma parte do forro estava em chamas e
começava a desabar sobre os teares.
O incêndio foi debelado em cerca de 15 minutos.
Cerca de 30% do forro ruiu e 2 teares foram atingidos, havendo perda
completa das cargas de fios e dos tecidos acabados.
Feita investigação após o incêndio, observou-se que um dos eletricistas
era fumante.
Apesar de inicialmente negar com veemência, por fim o eletricista admitiu
que havia fumado no forro no momento da execução do serviço. E que,
ao terminar o cigarro lançou-o de “qualquer jeito”. Ele não percebeu
que o cigarro havia caído aceso sobre uma das placas de forro, iniciando
o incêndio.

Faixa de explosividade
É a faixa de concentração em um combustível na atmosfera, na qual ocorrerá a combustão
ou explosão.
A faixa de explosividade é definida, para cada combustível, por 2 valores:

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1°) o limite inferior de inflamabilidade/explosividade, abaixo do qual a combustão/ explosão
não ocorre pelo fato da mistura ser pobre (há ar demais para pouco combustível);
2°) o limite superior de inflamabilidade/explosividade, acima do qual a combustão/ explosão
não ocorre pelo fato da mistura ser excessivamente rica (há combustível demais para pouco
ar).

Explosões em silos
Nos silos de armazenamento de grãos, ou mesmo de materiais metálicos, a existência
de particulado finamente dividido, que apresenta uma grande superfície específica (área de
contato em relação ao volume), facilita, na presença de fontes de calor ou faísca, a ocorrência
de explosões.
Caso real:
Incêndio na favela de Vila Socó - Cubatão (SP) (1983)
A favela de Vila Socó havia sido construída em volta (basicamente sobre)
um duto para transporte de gasolina de uma refinaria localizada na
cidade de Cubatão.
Em uma determinada noite os moradores de Vila Socó acordaram
assustados com um forte cheiro no ar.
Alguns conseguiram identificar o odor de gasolina.
Outros não conseguiram. Como estava escuro, alguém resolveu acender
a luz para ver o que estava acontecendo.
A ocorrência de uma faísca desencadeou uma explosão, seguida de
incêndio que destruiu a maior parte dos barracos.
Faleceram neste incêndio 93 pessoas entre adultos e crianças.
Na investigação que se seguiu à tragédia constatou-se que a causa do
vazamento havia sido a corrosão do duto.
A limpeza das instalações é fundamental. O acúmulo de poeira é fonte
primeira, na presença de fontes de ignição, para a ocorrência de
explosões.
As fontes de ignição podem ser, entre outras, um curto-circuito, o acúmulo e descarga de
eletricidade estática ou o atrito mecânico, por exemplo, em um transportador de correia.
As causas das perdas de materiais devem ser prontamente corrigidas.

Incêndios em aeronaves
Na história da aviação civil, os incêndios em aeronaves têm seu início geralmente ligado às
seguintes ocorrências:

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a) incêndios causados por materiais estranhos à aeronave (cigarros e inflamáveis);


b) incêndios causados por materiais da aeronave (combustíveis, circuitos elétricos e
hidráulicos);
c) colisões (no solo);
d) aterrissagens de emergência;
e) procedimentos de manutenção com geração de calor ou faísca na presença de
combustível;
f) falta de aterramento da aeronave no momento do abastecimento.

Incêndio em trens e metrôs


Os incêndios em trens e metrôs geralmente estão associados a causas internas, como
cigarros, curtos-circuitos e vazamentos (de fluídos ou de carga) ou a causas externas, como o
atrito, colisão contra outras composições ou veículos ou colisão contra edifícios ou estações e
descarrilamento.
Quando o incêndio se inicia nos vagões de passageiro, relaciona-se frequentemente a cigarros
ou a curtos-circuitos. Quando a origem se localiza na locomotiva, pode estar relacionado ao
vazamento de combustível ou de fluídos hidráulicos.
Segundo dados da Companhia de Tecnologia e Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (CETESB), entre os anos de 1983 e 2003, do total de acidentes envolvendo trens, 77%
se relacionaram a vazamento de combustíveis e 18% resultaram em incêndios e explosões.
Incêndio e explosão na Coréia do Norte, em 2004
Dois trens colidiram. Vagões de uma das composições continham
explosivos.
A explosão atingiu uma cidade próxima.
Autoridades locais suspeitaram de sabotagem.
A destruição foi de tamanha monta que medicamentos e materiais foram
enviados por diversos países.

Incêndio em locais públicos


As causas mais frequentemente associadas a inícios de incêndios em locais públicos são
cigarros, sobrecarga elétrica, equipamentos pirotécnicos e vazamentos de gás.
Como exemplos de locais públicos, podem ser citados teatros, cinemas, casas de espetáculos,
discotecas, centros comerciais e restaurantes.
Um dos principais problemas nesses locais de grande concentração de público refere-se ao
pânico em situações de emergência.
Há ainda uma série de agravantes, como a falta de materiais de combate a incêndio; a

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existência de materiais, porém sem condição apropriada de uso; a falta de rotas de fuga
levando em conta o número de pessoas presentes; e por fim, e infelizmente muito comum, a
obstrução das rotas de fuga e o bloqueio ou trancamento das saídas de emergência.

Introdução à segurança contra incêndio


A segurança contra incêndio em edificações tem como objetivo garantir a segurança da
vida humana e a minimização das perdas materiais, além de reduzir os prejuízos ambientais.
Uma situação de incêndio no ambiente construído pode crescer, envolvendo parte de uma
edificação, inicialmente, e até se tornar uma catástrofe de dimensões urbanas. Neste capítulo
serão apresentados conceitos básicos e gerais de segurança contra incêndio em edificações.
Cidade de Londres (1666)
Em 1666, um incêndio, provavelmente originado em uma padaria,
durou 3 dias e consumiu cerca de 13000 prédios.
Naquela época não havia serviço de bombeiros público e sim a
contratação do serviço de combate privado.
Os estabelecimentos contratantes do serviço de proteção tinham
uma marca e durante o incêndio o combate às chamas se realizava
exclusivamente nestas construções.

Sistema Gobal de Segurança contra Incêndio


O Sistema Global de Segurança contra Incêndio é definido por Berto (1991) como o
conjunto de ações coerentes que se originam do perfeito entendimento dos objetivos da
segurança contra incêndio que norteiam soluções definitivas e funcionais. Estabelecê-lo para
cada edifício é responsabilidade de todos os técnicos envolvidos na fase de concepção do
projeto, de construção e de uso/ manutenção.
Agrupam-se as medidas de segurança a serem tomadas contra incêndio em medidas de
prevenção e medidas de proteção.
Medidas de prevenção referem-se aos três principais elementos que significam a geração de
fogo (ar, combustível e calor), são as usadas para prevenir a ocorrência do início do incêndio,
ou seja, controlam o risco do início do incêndio. Já as medidas de proteção são aquelas que
evitam que o fogo se alastre, mantendo, assim, o incêndio em níveis aceitáveis; estas utilizamos
para proteger a vida humana e os bens materiais quando o incêndio já está ocorrendo.
Sabendo-se de antemão os objetivos de segurança da organização e os requisitos funcionais
que devem ser atendidos, consegue-se um nível satisfatório de segurança contra incêndios.
Um edifício seguro contra incêndio pode ser definido como aquele em que há
alta probabilidade de que todos os ocupantes sobrevivam a um incêndio sem
sofrer qualquer ferimento e no qual os danos à propriedade serão confinados às
vizinhanças ou imediatas ao local em que o fogo se iniciou (HARMATHY, 1984)

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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência

Os requisitos funcionais na segurança de um edifício


Assim, segundo Berto (1998), os requisitos funcionais a serem atendidos por um edifício
seguro estão ligados à sequência de etapas de um incêndio, as quais se desenvolvem no
seguinte fluxo:
· precaução contra o início do incêndio;
· limitação do crescimento do incêndio;
· extinção inicial do incêndio;
· limitação da propagação do incêndio;
· evacuação segura do edifício;
· precaução contra a propagação do incêndio entre edifícios;
· precaução contra o colapso estrutural;
· rapidez, eficiência e segurança das operações de combate e resgate.
Estabelecida a sequência de etapas de um incêndio, pode-se considerar que os requisitos
funcionais atendidos pelo edifício consistem em:
· dificultar a ocorrência do princípio de incêndio;
· ocorrido o princípio do incêndio, dificultar a ocorrência da inflamação generalizada dos
materiais combustíveis presentes no ambiente;
· possibilitar a extinção do incêndio no ambiente de origem, antes que a inflamação
generalizada ocorra;
· instalada a inflamação generalizada no ambiente de origem do incêndio, dificultar a
propagação do mesmo para os outros ambientes;
· permitir a fuga dos usuários do edifício;
· dificultar a propagação do incêndio para edifícios adjacentes;
· manter o edifício íntegro, sem danos estruturais, sem ruína parcial e/ou total;
· permitir operações de combate ao fogo e de resgate/ salvamento de vítimas.
· Fonte: Berto, 1988.

Medidas de proteção passiva e ativa


Chamam-se de medida de Proteção Ativa e medida de Proteção Passiva as medidas de
proteção contra incêndio que são relacionadas ao processo construtivo da edificação.
As medidas de proteção passiva são aquelas cuja existência, e quando inclusas ao sistema
construtivo, contribui para conter o crescimento e a propagação do incêndio. Os elementos
do sistema global às quais estão vinculadas são (Instrução Técnica 09 - Corpo de Bombeiros):
· compartimentação vertical (pisos resistentes ao fogo, selagem corta-fogo de shafts, etc.);
· compartimentação horizontal (paredes resistentes ao fogo, portas corta-fogo, etc.);

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· resistência ao fogo da envoltória do edifício, bem como de seus elementos estruturais;
· fácil acesso às rotas de fuga seguras e sinalização adequada;
· fácil acesso aos equipamentos de combate a incêndio e sinalização adequada;
· controle da quantidade de materiais combustíveis incorporados aos elementos
construtivos;
· controle das características de reação ao fogo dos materiais incorporados aos elementos
construtivos;
· distância segura entre edifícios.
As medidas de proteção passiva têm capacidade de influenciar: a) nos materiais de acabamento
e revestimento que serão utilizados nos espaços; b) na geometria e na composição da fachada;
c) no dimensionamento das vias de circulação interna (vertical e horizontal); d) na forma de
implantação do edifício no lote; e e) nas condições dos acessos imediatos. Portanto, com um
amplo conhecimento dessas questões, o projeto arquitetônico pode antecipar a inclusão de
aspectos de segurança contra incêndio.
As medidas de proteção ativa, por sua vez, são aquelas que reagem a um estímulo e que
entram em ação quando acionadas automática ou manualmente. A seguir temos os elementos
do Sistema Global que são vinculados às Medidas de Proteção Ativas:
· sistema de proteção por extintores de incêndio;
· sistema de proteção por hidrantes e mangotinhos;
· sistema de proteção por chuveiros automáticos;
· sistema de detecção e alarme de incêndio;
· sistema de iluminação de emergência;
· sistema do controle do movimento da fumaça;
· sistema de comunicação de emergência.

Segurança contra incêndios e exigências humanas


O combate ao fogo pode ser orientado pelos três critérios relacionados a seguir:
· garantir a incolumidade das pessoas;
· assegurar a salvaguarda dos bens;
· permitir a recuperação da edificação.
“Incolumidade significa salvaguarda das vidas humanas contra o efeito fatal de todos os
riscos decorrentes de um incêndio”. (ROSSO, 1975, p. 9.)
Tendo em vista que precisamos garantir a segurança da população fixa e flutuante de uma
edificação, a principal questão a ser discutida é a respeito do tempo em que essa condição
deve ser mantida.

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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência

Compartimentação horizontal e vertical dos edifícios


A compartimentação tem o objetivo de separar o edifício em várias partes, de maneira
que suportem a queima dos materiais combustivos nelas contidos, impedindo a propagação
do fogo. A contenção do incêndio em seu ambiente de origem tende a facilitar as operações
de combate ao fogo. A compartimentação, adicionalmente, reduz a livre circulação da
fumaça no interior do edifício. Dessa forma, os objetivos que podem ser alcançados com a
compartimentação são:
· conter o incêndio em seu espaço de origem;
· conservar as rotas de fuga seguras contra os efeitos do incêndio;
· facilitar as operações de combate ao incêndio.
A compartimentação pode ser definida como uma medida de proteção passiva, dividida em
dois tipos: compartimentação horizontal e compartimentação vertical.
A compartimentação horizontal é usada para impedir a propagação do incêndio entre
compartimentos do mesmo pavimento, de forma que uma grande área de pavimento não seja
afetada. Conforme a NBR 11742, a compartimentação horizontal pode ser alcançada através
dos seguintes dispositivos (NBR 11742):
· paredes corta-fogo;
· portas corta-fogo nas aberturas das paredes corta-fogo destinadas à circulação de
pessoas e de equipamentos;
· registros corta-fogo nos dutos de ventilação, dutos de exaustão, entre outros, que
transpassam as paredes corta-fogo;
· selos corta-fogo nas passagens de cabos elétricos e tubulações através das paredes
corta-fogo.
O afastamento horizontal entre as aberturas na fachada de setores compartimentados do
edifício também tem a função de impedir a propagação horizontal do incêndio por meio de
aberturas adjacentes.
A compartimentação vertical, no entanto, tem o propósito de impedir a propagação do
incêndio entre os pavimentos. Para tanto, na sua implementação, deve-se garantir que o
incêndio não se propague pelas aberturas que comunicam os pavimentos, seja pelo interior do
edifício, seja pela sua fachada. Para isso são necessários (NBR 13768):
· entrepisos corta-fogo;
· enclausuramento de escadas através de paredes e portas corta-fogo, já que a caixa da
escada intercomunica pavimentos;
· registros corta-fogo nos dutos de ventilação, dutos de exaustão, entre outros, que
intercomunicam os pavimentos;
· selos corta-fogo nas passagens de cabos elétricos e tubulações entre os pavimentos;
· resistência ao fogo na envoltória do edifício, onde se incluem as fachadas cegas, as abas
verticais e as abas horizontais. Estas duas últimas separando aberturas de pavimentos
consecutivos e com adequada resistência ao fogo.

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Resistência das vedações e da estrutura ao fogo
O efeito global das alterações promovidas por altas temperaturas atingidas nos incêndios
sobre os componentes das vedações (paredes, coberturas, lajes, portas e janelas, etc.) e da
estrutura do edifício pode ser observado pela diminuição progressiva de sua capacidade de
manter suas funções.
As estruturas e as vedações dos edifícios devem ser arquitetadas de maneira que tenham
resistência ao fogo; para isso, deve-se pensar e analisar os materiais com que serão
construídas. A resistência deverá ser compatível com a grandiosidade do incêndio a que
possam vir a ser submetidas.

Distanciamento seguro entre edifícios


Além do colapso da edificação, o pior fenômeno que se pode esperar na evolução de um
incêndio é o da conflagração, quando vários edifícios são, sucessivamente, envolvidos no
incêndio. Nessa situação, as perdas se agigantam e a situação foge totalmente ao controle.

O distanciamento seguro entre edifícios depende de implantação do edifício no lote e da


composição das fachadas e da cobertura. Definindo-se essas questões, verifica-se se a
distância horizontal de suas fachadas, em relação às fachadas dos edifícios adjacentes, é
suficiente para evitar a propagação do incêndio. Em seguida, o contrário pode ser feito;
se a distância entre as fachadas não for suficiente, recomenda-se reformular a situação
da implantação ou a composição da fachada. Caso a verificação da distância, a partir dos
edifícios adjacentes, não possa ser efetuada ou os lotes vizinhos não estiverem ocupados,
a implantação do edifício pode ser feita considerando-se, por exemplo, a distância
mínima à divisa do lote como o distanciamento seguro calculado, dividido por dois. No
entanto, soluções adequadas devem ser adotadas com base em documentos técnicos
reconhecidos pelas autoridades competentes e considerando-se as regulamentações
edilícias e de zoneamento do local.

A propagação do incêndio entre edifícios isolados pode ocorrer através dos seguintes
mecanismos (IT 02 – Corpo de Bombeiros):
a) radiação térmica, emitida pelo edifício incendiado, através de: aberturas existentes na
fachada; da cobertura; chamas que saem pelas aberturas na fachada ou pela cobertura;
e ainda, chamas desenvolvidas pela própria fachada, quando esta for composta por
materiais combustíveis;
b) convecção, caso os gases quentes emitidos pelas aberturas existentes na fachada ou pela
cobertura do edifício incendiado atinjam a fachada do edifício adjacente.

Normas e regulamentações de segurança contra incêndio


Para garantir que medidas mínimas sejam tomadas para a segurança contra incêndio das
pessoas e do patrimônio nas edificações, existem normas e regulamentações tanto de âmbito
público (internacional, federal, estadual e municipal) como de âmbito privado (empresarial:
empresas de risco e seguradoras).
Atualmente, nem todas elas são compatíveis entre si, porém todas têm sua legitimidade e

19
Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência

devem ser respeitadas.


No âmbito público, é possível destacar, essencialmente, dois grandes tipos de exigências:
aquelas instituídas por lei ou decreto (regulamentações) de diferentes jurisdições (federal,
estadual ou municipal) e as normas técnicas, tais como as normas ISO (Organization for
International Standardization) e EN (European Norm), de cunho internacional, ou as normas
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), nacionais.
No âmbito privado, temos as normas internas de grandes empresas de risco, como a
Petrobrás, que impõem normas de segurança para minimizar as consequências de falhas em
seu sistema, e aquelas relacionadas às empresas seguradoras, que, para realizarem o seguro
de um empreendimento ou de um patrimônio, impõem que certas condições construtivas e/
ou de manutenção pré-estabelecidas sejam garantidas.

As normas brasileiras
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o fórum nacional para discussão dos
aspectos técnicos relativos a quase todos os campos de atividade humana no Brasil, inclusive
da construção civil, incluindo os aspectos da segurança contra incêndio.

Métodos de ensaio para avaliação de produtos

Além disso, as condições de desempenho de sistemas construtivos e materiais de acabamento


devem ser verificadas segundo métodos de ensaio, como aqueles apresentados a seguir:
· NBR 5628 – Componentes construtivos estruturais – Determinação da resistência ao
fogo.
· NBR 6479 – Portas e vedadores – Determinação da resistência ao fogo – Método de
ensaio.
· NBR 9442 – Materiais de Construção – Determinação do índice de propagação superficial
de chama pelo método do painel radiante – Método de ensaio.
· NBR 10636 – Paredes divisórias sem função estrutural – Determinação da resistência ao
fogo – Método de ensaio.

Leis, decretos e normas governamentais


Não existe, atualmente, nenhuma regulamentação ou norma que exerça o papel de um código
nacional de segurança contra incêndio no Brasil. Dessa forma, além das normas brasileiras
que abordam temas específicos, algumas regulamentações estabelecem o atendimento às
exigências de segurança contra incêndio.

Federais

A Norma Regulamentadora 23 do Ministério do Trabalho, publicada por meio da Portaria


GM n.º 3.214, de 08/06/1978, e conhecida como NR-23 - “Proteção contra Incêndios”,
trata da segurança contra incêndio em ambientes de trabalho. O conteúdo dessa portaria foi
substituído em 2011 (Portaria SIT n.º 221), com uma nova redação, conforme apresentado

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no quadro a seguir, uma vez que o texto anterior era antigo e apresentava alguns conceitos
desatualizados e incompatíveis com outras normas e regulamentações vigentes.

Estaduais

As regulamentações estaduais de segurança contra incêndio estabelecem os requisitos


mínimos para garantia da segurança contra incêndio das edificações nos seus respectivos
estados, que são verificadas através da aprovação das plantas e ou de fiscalização/ vistorias
pelo Corpo de Bombeiros estadual.
Atualmente, a maioria dos estados brasileiros possui uma regulamentação estadual dessa
natureza no país. Seguem alguns exemplos de regulamentação existente:
· São Paulo - Decreto Estadual 56.819 de 10.03.2011 – Regulamento de Segurança contra
Incêndio das Edificações e Áreas de Risco.
· Rio de Janeiro - Decreto Estadual 897 de 21.09.1976 – Código de Segurança contra
Incêndio e Pânico.
· Distrito Federal – Decreto 21.361de 21.07.2000 – Regulamento de Segurança contra
Incêndio e Pânico.
· Goiás – Lei 15.802 de 11.09.2006 – Código Estadual de Proteção contra Incêndio,
Explosão, Pânico e Desastres.

Municipais

Alguns municípios brasileiros possuem sua própria regulamentação contra incêndios


específica, incorporada ou não ao Código de Obras do município, tendo uma abrangência
completa ou parcial da questão, muitas vezes complementada pela regulamentação estadual.
Este último é o caso do município do São Paulo, que dá ênfase às medidas construtivas
para garantir a segurança das pessoas no abandono do edifício no seu Código de Obras e
Edificações (medidas de proteção passiva), deixando a cargo da regulamentação estadual as
questões relativas às instalações para combate ao fogo (medidas de proteção ativa).

Exigências específicas para o estado de São Paulo


No estado de São Paulo, a regulamentação vigente é o Decreto Estadual 56.819/11,
que faz referência e é complementado pelas Instruções Técnicas (IT), que estabelecem
parâmetros para garantir o nível de segurança contra incêndio desejado.

O Decreto Estadual 56.819/2011 e seus complementos


A tabela a seguir foi reproduzida parcialmente tendo como fonte a Tabela 1 do Anexo do
Decreto Estadual 56.819/11, com o objetivo de apresentar a classificação das edificações
e áreas de risco quanto à ocupação. Na tabela a seguir, observa-se, a título de exemplo, a
classificação do uso residencial. Para a classificação dos demais tipos de uso, é necessário
consultar o referido documento técnico em sua íntegra.

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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência

Tabela 1 - Classificação do Uso Residencial

Grupo Ocupação/Uso Divisão Descrição Exemplos

Habitação Casas térreas ou assobradadas (isoladas e não isoladas) e


A-1
unifamiliar condomínios horizontais

A Residêncial Habitação
A-2 Edifícios de apartamento em geral
multifamiliar
Pensionatos, internatos, alojamentos, mosteiros, conventos,
A-3 Habitação coletiva
residências geriátricas. Capacidade máxima de 16 leitos

A Tabela 2 do Anexo do Decreto classifica as edificações quanto à sua altura e a Tabela 3


do referido Anexo quanto à carga de incêndio (quantidade de material combustível).
Adicionalmente, o Anexo do Decreto também apresenta, em tabelas subsequentes, as
exigências (medidas de segurança contra incêndio) para edifícios com área superior a 750m2
ou altura superior a 12m, por tipo de ocupação, que devem ser consultadas caso a caso.
Nesta apostila, a título de exemplo, apresenta-se a Tabela 2.6 (Tabela 6A do referido
Anexo), que estabelece as exigências para novos edifícios residenciais (Grupo A), com área
total superior a 750m2 ou altura superior a 12m.

Saídas de emergência
As saídas de emergência devem ser projetadas de forma que garantam a saída dos
ocupantes dos edifícios quando em situações de emergência, de maneira rápida e segura,
independentemente do local em que os ocupantes estejam no edifício, para um local seguro.
Um local seguro, normalmente, é representado por uma área livre e afastada do edifício.

Um projeto é considerado adequado quando permite que todos os ocupantes abandonem


as áreas que contenham risco no menor período de tempo, através das saídas de emergência
e saídas normais no caso de uma emergência. As rotas de saída independentes evitam que
ocupantes sejam atingidos pelo fogo ou fumaça quando impedidos de utilizarem as rotas de
fuga. Para evitar tal dificuldade, a necessidade de rotas de saída independentes é fundamental,
com exceção de edifícios ou ambientes que apresentem dimensões muito pequenas ou são
projetados de maneira que uma segunda saída não aumentaria a segurança dos ocupantes.
Portanto, quanto maior o risco, mais fácil e rápido deve ser o acesso até uma saída.

O projeto de saídas de emergência requer, dentre outros, o conhecimento do comportamento


das pessoas numa situação de emergência, pois a reação humana varia significativamente em
função da capacidade física e mental dos ocupantes, do treinamento para essas situações,
assim como da familiaridade com o edifício em questão.

Um projeto eficaz de saídas de emergência é aquele que permite que as equipes de


salvamento e combate a incêndio tenham um acesso fácil e rápido, além de deixar o abandono
seguro aos seus ocupantes. O sucesso das operações dessas equipes em salvar vidas e reduzir
perdas pode depender disso.

22
Rotas de fuga
Uma rota de fuga é um caminho ininterrupto, de qualquer ponto do edifício, até um local
seguro e consiste, fundamentalmente, de 3 partes distintas: o acesso à saída, a saída em si e
a descarga.
A saída é a parte da rota de fuga separada do restante da área do edifício por paredes,
portas, piso e outros elementos que protegem os ocupantes dos efeitos do incêndio. Essa
saída é composta por rotas horizontais e verticais protegidas, que podem ser corredores,
antecâmaras, escadas e rampas protegidas. Tal proteção é definida pelas características de
desempenho ao fogo dos elementos estruturais e construtivos de vedação e de acabamento
interno que constituem a saída, além de sistemas ativos de proteção instalados.
Todas as saídas devem terminar diretamente numa via pública ou em uma descarga que dá
acesso à via pública. Assim, a descarga é a porção da rota de fuga entre o término da saída
e a via pública e, quando existir, pode ser representada por jardins internos ou externos,
corredores e passagens através de áreas abertas ou outros tipos de espaço no interior do lote
do edifício, que devem apresentar largura e dimensões suficientes para o acesso ordenado dos
ocupantes à via pública. No entanto, uma saída para o exterior não é necessariamente uma
saída para um local seguro se esta não apresentar dispositivos e elementos de proteção, para
que não haja exposição dos ocupantes ao perigo direto do incêndio (exposição ao calor e às
chamas através de aberturas próximas ou queda de objetos provenientes do próprio edifício
e de seus componentes (elementos de fachada), decorrentes do incêndio ou de seu combate).
As portas que compõem as rotas de fuga devem abrir sempre em direção do fluxo de saída
das pessoas. As saídas de locais com grande concentração de público e outras definidas em
normas vigentes devem ser equipadas com barras antipânico. As portas que acessam saídas
protegidas (corredores protegidos, antecâmaras, escadas e áreas de refúgio) devem apresentar
características especiais (portas corta-fogo) e estar constantemente fechadas para evitar sua
contaminação pelo calor e a fumaça, garantindo a compartimentação horizontal e vertical.

Dimensionamento
O dimensionamento das saídas depende do número de ocupantes das edificações e é
determinada de acordo com a classe de ocupação do local (está relacionado ao seu risco) por
normas e legislações.
Existem, a princípio, dois principais métodos de cálculo das larguras das saídas, baseadas
em duas características básicas pré-estabelecidas: a lotação e o tipo de ocupação do edifício e
de suas partes.
O método de cálculo pelo fluxo utiliza como conceito básico a determinação de um período
máximo de tempo para evacuação de um edifício, dentro do qual todos devem atingir um local
seguro. Calcula-se, tradicionalmente, um fluxo de 60 pessoas/minuto através de uma largura
de 560 mm.
O método de cálculo pela capacidade é baseado no pressuposto de que escadas protegidas em
número e dimensões suficientes devem ser providas para que estas abriguem, adequadamente,
todos os ocupantes no seu interior, sem a necessidade de movimento ou fluxo para o exterior

23
Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência

da escada no piso de descarga. Adota-se aqui que as escadas são áreas totalmente seguras e
podem abrigar pessoas por tempo considerável, permitindo que se desloquem calmamente
para a saída final do edifício (descarga).

Ambos os métodos podem ser aplicados num projeto de saídas eficiente e seguro,
dependendo das circunstâncias específicas. Nos locais onde um número significativo de
pessoas pode apresentar grande possibilidade de limitação física ou mental, temporária ou
permanente, o método do fluxo não é recomendado. Nesses casos, o método da capacidade
oferece um local para todos no interior de uma área segura (que pode ser uma área de refúgio
ou uma escada protegida).

Assim, o dimensionamento das saídas se baseia em dois fatores: larguras mínimas e larguras
de projeto obtidas pelo cálculo da população nos casos específicos, ambas determinadas por
normas e regulamentações.

Larguras mínimas
Existe uma unidade de largura padrão, largamente utilizada para cálculo de saídas de 560
mm, determinada em estudos internacionais, e que corresponde à largura aproximada de
ombro a ombro de um adulto. Normalmente, duas unidades de largura padrão, ou seja, 1120
mm, correspondem à largura mínima de saídas na maioria das situações.

A norma brasileira NBR 9077 utiliza o termo “unidade de passagem” para definir uma
largura padrão, com o valor de 55 cm para acessos e descargas, sendo que a largura mínima
das saídas deve ser de 1,10m, correspondente a duas unidades de passagem, para ocupações
em geral, havendo exceções em tipos de ocupações especiais como hospitais, onde a largura
mínima é de 2,20m.

As portas colocadas ao longo dos corredores ou no acesso das escadas também devem
atender às dimensões mínimas exigidas por normas. A norma brasileira NBR 9077 determina
as seguintes condições de vão livre ou “luz” para as portas (ABNT NBR 9077):
a) 80 cm para uma unidade de passagem;
b) 100 cm para duas unidades de passagem;
c) 150 cm, em duas folhas, para três unidades de passagem;
d) acima de 220 cm, instalação de folhas de porta com coluna central.

Cálculo de lotação
A norma brasileira NBR 9077 determina que seja obtida a lotação estimada da edificação
por pavimento, para o dimensionamento das saídas de emergência. Alguns dos valores para o
cálculo da lotação da Tabela 5 da norma são apresentados na tabela a seguir.

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Rotas horizontais e verticais

Tabela 2 - Exemplos de classificação de ocupação e sua densidade correspondente


Ocupação m2/pessoa
Habitação Residencial 2 pessoas/dormitório
Comércio 3,00
Serviços 7,00
Bares e restaurantes 1,00
Prestação de serviços de educação 1,50
(seguem demais tipos) :
Fonte: Reprodução parcial da Tabela 5 da norma NBR 9077

As rotas de fuga horizontais são constituídas de corredores e passagens e as rotas verticais,


de escadas e rampas.
Na norma brasileira NBR 9077, os espaços de circulação são definidos em função do tipo
de ocupação/ lotação dos pavimentos do edifício e da largura mínima de duas unidades de
passagem, já discutida anteriormente.
A largura de projeto das saídas é dada pela seguinte fórmula, na norma brasileira NBR
9077:
N= P/C onde:
N: número de unidades de passagem de 0,55m.
P: população, conforme Tabela 5 da norma brasileira.
C: capacidade da unidade de passagem, conforme Tabela 5 da norma brasileira.
Na Tabela 5 da NBR 9077, a capacidade da Unidade de Passagem é dada em função
do tipo de ocupação. A seguir, apresenta-se uma reprodução da Tabela 1 da IT 11/2011,
que complementa o Decreto Estadual nº. 56.819/2011 (Estado de São Paulo), onde é
possível observar valores de capacidade de unidades de passagem muito similares aos valores
estabelecidos na norma NBR 9077.
A capacidade da unidade de passagem varia de acordo com o tipo de saída, dividida em
acessos/ descargas, escadas/ rampas e portas. Os valores de “acessos/descargas” são utilizados
para o dimensionamento de rotas horizontais e os de “escadas/ rampas” para rotas verticais.
Assim, para o dimensionamento das rotas horizontais, estima-se a população (P) de cada
pavimento e se divide a mesma pela capacidade de unidade de passagem (C) de “acessos/
descargas” para a respectiva ocupação. Dessa forma, obtém-se o número de unidades de
passagem (N), que é a quantidade de unidades de passagem necessárias para o escoamento da
população estimada. O N deve ser sempre um valor arredondado para número inteiro superior
ao valor fracional eventualmente obtido.
Por exemplo, se a população for de 255 pessoas (P) e a capacidade de saída de um corredor
for de 100 (C), pela fórmula, o número de unidades de saída será 255/100, ou seja, 2,55.
Dessa forma, o N deve ser arredondado para 3,0, o que significa que o corredor necessitará

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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência

ter uma largura total de 3 unidades de saída (de 0,55m), ou seja, 3 x 0,55, ou seja, 1,65m. De
maneira geral, a largura da via de escoamento vertical (escada ou rampa) deve ser dimensionada
em razão do pavimento de maior lotação dentre todos os pavimentos do edifício considerado
que se servem desta via de escoamento (vide detalhes no item 4.4 da norma NBR 9077),
nunca podendo diminuir a sua largura ao longo de seu sentido descendente.

Degraus e patamares
Os espaços de circulação coletiva podem apresentar desníveis em situações variadas,
que são vencidas por sequências de degraus e patamares. Em qualquer circunstância, esses
espaços devem proporcionar condições adequadas de circulação entre esses desníveis, que
são atendidas através do dimensionamento adequado de altura e largura de degraus, de
patamares, do número de degraus por lance, das características do piso, etc. A norma NBR
9077 estabelece regras básicas para o dimensionamento de degraus e patamares.

Rampas

As rampas são também utilizadas para vencer desníveis e especialmente satisfatórias para
o acesso aos edifícios e a circulação no seu interior por pessoas com alguma deficiência física
temporária ou permanente, quando bem projetadas. Isso implica adequação de sua inclinação
e colocação de patamares intermediários, etc. As exigências mínimas determinadas estão nas
normas brasileiras NBR 9077 e NBR 9050.

Corrimãos e guarda-corpos

Corrimãos e guarda-corpos devem ser instalados ao longo das rotas de fuga toda vez que
houver algum desnível no piso de circulação coletiva vertical ou horizontal, seja este vencido
por rampa ou por degraus de escada, a fim de proporcionar pontos de apoio para os usuários.
Os corrimãos devem ser projetados e instalados de modo a permitir que sejam agarrados
fácil e confortavelmente. Devem, também, permitir o deslocamento contínuo da mão ao longo
de toda sua extensão, prolongando-se por 30 cm do seu início e término (NBR 9077 e NBR
9050).

Distribuição
As saídas devem estar bem distribuídas, de modo que os ocupantes possam alcançá-las
rapidamente de qualquer ponto da área considerada e, caso uma delas seja eventualmente
inutilizada (pela fumaça/ fogo, por exemplo), as demais devem se manter intactas e disponíveis/
acessíveis aos ocupantes.
O número e a disposição das saídas num edifício são definidos por fatores como a distância
a percorrer até uma saída de pavimento, a proteção da área por chuveiros automáticos ou
não, o tipo de ocupação e o número de pavimentos (altura) do edifício.
Por exemplo, o número de saídas está relacionado, na norma brasileira NBR 9077, ao nível
de risco da edificação, às distâncias máximas que podem ser percorridas até uma saída e a
existência de sistemas de chuveiros automáticos, conforme tabela a seguir:

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Tabela 3 - Distâncias máxima a serem percorridas
Tipo de sem chuveiros automáticos com chuveiros automáticos
Grupo de ocupação
edificação saída única + de uma saída saída única + de uma saída

X Qualquer 10,00m 20,00m 25,00m 35,00m

Y Qualquer 20,00m 30,00m 35,00m 45,00m

C, D, E, F, G-3, G-3, G-5, H, I 30,00m 40,00m 45,0m 55,0m


Z
A, B, G-1, G-2, J 40,00m 50,00m 55,00m 65,00m
Fonte: Tabela 6 da NBR 9077

Proteção das rotas de fuga


As rotas de fuga que dão acesso a uma saída devem apresentar proteção contra os efeitos
do incêndio condizente com o risco de uso e da ocupação do local, representadas por medidas
de proteção ativa e passiva.

Proteção passiva

As medidas de proteção passiva se encontram basicamente nos aspectos arquitetônicos do


sistema construtivo e de acabamento da edificação, podendo ser constituídas, essencialmente,
pelo projeto de rota de fuga, pela compartimentação (horizontal e vertical) e pelo controle dos
materiais utilizados no acabamento de interiores e no isolamento termoacústico dos ambientes.

Proteção ativa

As medidas de proteção ativa são igualmente importantes para garantia de segurança


dos ocupantes das edificações em situações de incêndio, exercendo papel fundamental sob
diferentes aspectos, como: rápida detecção e aviso (sistemas de detecção e alarme de incêndio),
orientação visual (sistema de iluminação de emergência) e sonora (sistema de comunicação de
emergência) e contenção do incêndio e de seus efeitos (sistemas de extinção de incêndio e de
controle de fumaça).

Áreas de refúgio
A Norma NBR 9077, em seu item 4.10, define o conceito de área de refúgio e determina
os requisitos construtivos e a aplicação destes. Segundo o item 4.10.1.1 da Norma, a área de
refugio é “parte de um pavimento separada do restante por paredes corta-fogo e portas corta-
fogo, tendo acesso direto, cada uma delas, a uma escada de emergência”.

O sistema de escadas à prova de fumaça mais recomendado é aquele com a antecâmara


em forma de balcão ou terraço, também denominada vestíbulo, onde se garante uma
ventilação de grandes proporções através do contato direto com o exterior.

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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência

Sinalização de emergência
A sinalização de segurança contra incêndio tem como finalidade propiciar informações aos
ocupantes do edifício com o intuito de restringir o risco de ocorrência de incêndios e indicar
ações apropriadas a serem adotadas em caso de emergência.

Funções da sinalização

A sinalização de segurança contra incêndio possui duas funções básicas distintas, sendo
uma delas a de reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos potenciais, e
a outra, considerando que o incêndio tenha ocorrido, visa a garantir que sejam adotadas ações
adequadas à situação de risco.

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Material Complementar
Sites:
FEB. UNESP. Conceitos básicos de proteção contra incêndios.
http://goo.gl/RRGa9m

Leituras:
ESTADO DE GOIÁS. SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA. CORPO DE
BOMBEIROS MILITAR. Norma técnica 20/2014 – Sinalização de emergência.
http://goo.gl/cHyADE

SECRETARIA DE ESTADO DE NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA. POLÍCIA


MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. CORPO DE BOMBEIROS. Instrução
técnica nº 20/2015 – Sinalização de emergência.
http://goo.gl/NIyY0V

NBR 5410/2004 – Instalações elétricas de baixa tensão.


NBR 9077/2001 – Saídas de emergência em edifícios.
NBR 14880/2014 – Saídas de emergência em edifícios – Escadas de segurança –
Controle de fumaça por pressurização.
Atenção: As normas estão sujeitas a revisões periódicas. A lista a seguir, onde são
apresentadas as principais normas relacionadas à segurança contra incêndio, foi
atualizada em março/2014:
LISTA DE NORMAS TÉCNICAS DE INTERESSE
Procedimentos de projeto e instalação
As normas abaixo relacionadas são aquelas que estabelecem condições mínimas para
projeto e instalação de sistemas de proteção contra incêndio em edificações.
NBR 5410/2004– Instalações elétricas de baixa tensão.
NBR 5419/ 2005 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas.
NBR 9050/2004 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos.
NBR 9077/2001 – Saídas de emergência em edifícios.
NBR 10897/2007 – Sistema de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos.
NBR 10898/2013 – Sistema de iluminação de emergência.
NBR 12693/2013 - Sistemas de proteção por extintores de incêndio.
NBR 13103/2013 – Instalação de aparelhos a gás para uso residencial – Requisitos
dos ambientes.
NBR 13434-1/2004 – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 1:
Princípios de projeto.

29
Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência

Leituras:
NBR 13434-2/2004 – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 2:
Símbolos e suas formas, dimensões e cores.
NBR 13434-3/2005 – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 3:
Requisitos e métodos de ensaio.
NBR 13523/2008 – Central de gás liquefeito de petróleo - GLP.
NBR 13714/2000 – Sistema de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio.
NBR 14323/2013 – Dimensionamento de estruturas de aço de edifício em situação
de incêndio - Procedimento.
NBR 14432/2001 – Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de
edificações – Procedimento.
NBR 14880/2014 – Saídas de emergência em edifícios – Escadas de segurança –
Controle de fumaça por pressurização.
NBR 15200/2012 – Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio.
NBR 15358/2014 – Rede de distribuição interna para gás combustível em instalação
de uso não residencial de até 400 kPa – Projeto e execução.
NBR 15526/2012 – Redes de distribuição interna para gases combustíveis em
instalações residências e comerciais – Projeto e execução.
NBR 15575/2013 – Edifícios habitacionais – Desempenho (partes 1 a 6).
NBR 15923/2011 – Inspeção de rede de distribuição de gases combustíveis em instalações
residenciais e instalações de aparelhos a gás para uso residencial – Procedimento.
NBR 17240/2010 – Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Projeto, instalação,
comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio – Requisitos.
MÉTODOS DE ENSAIOS
A seguir são apresentados alguns exemplos de métodos de ensaio laboratoriais para
avaliação de desempenho de produtos, componentes e sistemas de proteção contra
incêndio.
NBR 5628/2001 – Componentes construtivos estruturais – Determinação da resistência
ao fogo.
NBR 6125/1992 – Chuveiro automático para extinção de incêndio.
NBR 6479/1992 – Portas e vedadores – Determinação da resistência ao fogo – Método
de ensaio.
NBR 9442/1986 – Materiais de construção – Determinação do índice de propagação
superficial de chama pelo método do painel radiante – Método de ensaio.

NBR 10636/1989 – Paredes divisórias sem função estrutural – Determinação da


resistência ao fogo – Método de ensaio.
NBR 11861/1998 – Mangueira de incêndio – Requisitos e métodos de ensaio.
NBR 15808/2013 – Extintores de incêndio portáteis.

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NBR 14349/1999 – União para mangueira de incêndio – Requisitos e métodos de
ensaio.
NBR 15247/2004 – Unidades de armazenagem segura – Salas-cofre e cofres para
hardware – Classificação e métodos de ensaio de resistência ao fogo.
ASTM E 662/2009 – Standard test method for specific optical density of smoke
generated by solid materials.
ISO 1182/2010 – Reaction to fire tests for products – Non-combustibility test.
ISO 3008/2007 – Fire-resistance tests – Door and shutter assemblies.
NFPA 80 A/2012 – Recommended practice for protection of buildings from exterior
fire exposures.

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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência

Referências

ABNT NBR 13434 - 1 - Sinalização de segurança contra incêndio.

NBR 11785 - Barra antipânico – Especificação.

NBR 13434 - Sinalização de segurança contra incêndio e Pânico - Formas, dimensões e


cores – Padronização.

NBR 13435 - Sinalização de segurança contra incêndio e Pânico – Procedimento.

NBR 13437 - Sinalização de segurança contra incêndio e Pânico – Simbologia.

NBR 14276/1999 – Programa de brigada de incêndio.

NBR 13.434 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico.

ABNT. NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos


urbanos.

ANBT. NBR 5628 – Componentes construtivos estruturais – Determinação da resistência


ao fogo.

ANBT. NBR 6479 – Portas e vedadores – Determinação da resistência ao fogo – Método


de ensaio.

ANBT. NBR 9442 – Materiais de Construção – Determinação do índice de propagação


superficial de chama pelo método do painel radiante – Método de ensaio.

ANBT. NBR 10636 – Paredes divisórias sem função estrutural – Determinação da


resistência ao fogo – Método de ensaio.

ABNT. NBR 14277/1999 – Campo para treinamento de combate a incêndio.

NBR 14.880/2002 – Saídas de emergência em edifícios – Escada de segurança – Controle


de fumaça por pressurização.

NBR 9050 - Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço,


mobiliário e equipamentos urbanos – Procedimento.

NBR 14276/1999 – Programa de brigada de incêndio.

NR 23 – Proteção contra incêndios.

NBR 14608/2000 – Bombeiro profissional civil.

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NBR 15219 /2005 – Plano de emergência contra incêndio – Requisitos.

IT 17/2004 – Brigada de Incêndio.

Decreto Estadual 56.819/11.

BOMBEIROS EMERGÊNCIA. O que é fogo? Disponível em: <http://www.


bombeirosemergencia.com.br/fogodefinicao.html>. Acesso em: 11 abr. 2016.

FEB. UNESP. Conceitos básicos de proteção contra incêndios. Disponível em:


<http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/higiene/artigos/instrucao_cbsp.htm>. Acesso em: 11
abr. 2016.

BERTO, A. F. Gestão da segurança contra incêndio em edificações. In Questões


Atuais de segurança contra incêndio (apostila). Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado
de São Paulo. São Paulo, 1998.

BERTO, A. F. Medidas de proteção contra incêndio: aspectos fundamentais a


serem considerados no projeto arquitetônico dos edifícios. Dissertação (mestrado) –
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1991.

HARMATHY, T.Z. Fundamentals of designing building for safety. Ottawa, NRCC,


1984.

ROSSO, T. Incêndios e Arquitetura. São Paulo, FAUUSP, 1975

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Unidade: Introdução a Segurança, Normas e Legislações e Saídas de Emergência

Anotações
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