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Novas insulinas:
qual a real vantagem?
ISSN 1810-0791 Vol. 2, Nº8
Brasília, julho de 2005 Lenita Wannmacher*
Resumo
Comparam-se as novas insulinas usadas em terapias basal e de bolus em diabetes melito
e as pré-misturas que tentam simular a secreção fisiológica de insulina endógena, em
termos de eficácia e segurança, à luz da fraca evidência externa contemporânea. Mesmo
assim, o panorama a que se chega contrasta com as opiniões clínicas encontradas em
múltiplas publicações não controladas.
*Lenita Wannmacher é professora de Farmacologia Clínica, aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), hoje atuando na Universidade de Passo Fundo,
RS. É consultora do Núcleo de Assistência Farmacêutica da ENSP/FIOCRUZ para a questão de seleção e uso racional de medicamentos. É membro efetivo do Comitê de
Especialistas em Seleção e Uso de Medicamentos Essenciais da OMS, Genebra, no período 2005-2009. É autora de três livros de Farmacologia Clínica.
Em diabetes de tipo 2
Comparação entre insulinas
Um ensaio clínico aberto, randomizado e em paralelo11 comparou de ação intermediária
eficácia e segurança de glulisina com insulina humana regular,
injetadas duas vezes ao dia em combinação com NPH em 876 pa- A insulina detemir foi desenvolvida para ser usada na terapia basal em
cientes com diabetes de tipo 2 relativamente bem controlados com diabetes por ter duração de efeito similar à de insulina NPH17.
antidiabéticos orais por 26 semanas. Houve discreta diminuição de
HbA1c no grupo da glulisina (P = 0,0029), bem como menores níveis Em diabetes de tipo 1
de glicemia pós-prandial (P < 0.05). A hipoglicemia sintomática e o
ganho de peso foram similares nos dois grupos. Logo, o benefício Ensaio clínico18 de seis meses de duração randomizou 448 dia-
de glulisina no controle glicêmico foi pequeno em comparação a béticos de tipo 1 para receber detemir ou NPH mais aspart
insulina regular em pacientes já relativamente bem controlados com às refeições. O controle glicêmico foi similar entre os grupos
Em diabetes de tipo 1
Em diabetes de tipo 1
Em adultos com diabetes de tipos 1 e 2, compararam-se a
Em ensaio clínico multicêntrico, randomizado e mono-cego25, 125 eficácia e a segurança de duas pré-misturas: insulina aspart
diabéticos de tipo 1 foram alocados para receber insulina lispro pré- 30% e aspart-protamina 70% versus insulina humana de
prandial e glargina ou NPH na hora de dormir, durante 30 semanas. ação rápida 30% e insulina humana intermediária70%,
No período pré-investigação, a HbA1c era significativamente mais duas vezes ao dia, por 12 semanas. Ambas as preparações foram
baixa no grupo que recebeu glargina. No final do estudo, a HbA1c similarmente eficazes quanto à medida de HbA1c. Os níveis da
média foi 8,3% (glargina) versus 9,1% (NPH). Houve número total glicemia nas três refeições e ao deitar foram significativamente
similar de episódios de hipoglicemia entre os grupos, mas hipoglice- menores com a insulina aspart bifásica (P < 0,02). O número
mia noturna foi menos comum no grupo da glargina. de episódios hipoglicêmicos maiores com insulina aspart bifásica
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Este Boletim é direcionado aos profissionais de saúde, com linguagem simplificada, de fácil compreensão. Representa a opinião de quem capta a informação em sólidas e éticas
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da evidência, internacionalmente estabelecida e aceita. Assim, revisões sistemáticas, metanálises e ensaios clínicos de muito bom padrão metodológico são mais considerados
que estudos quase-experimentais, estes, mais do que estudos observacionais (coortes, estudos de casos e controles, estudos transversais), e ainda estes, mais do que a opinião
de especialistas (consensos, diretrizes, séries e relatos de casos). É pela validade metodológica das publicações que se fazem diferentes graus de recomendação de condutas.