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DOI: 10.5433/1679-0359.

2013v34n4p1479

Uso de dados espectrais para estimar a relação entre óxidos de ferro


e minerais 2:1 com suas respectivas reflectâncias

Use of spectral data for estimating the relationship between iron


oxides and 2:1 minerals with their respective reflectances

Everson Cezar1*; Marcos Rafael Nanni2; Marcelo Luiz Chicati3;


Ivan Graneman de Souza Júnior4; Antônio Carlos Saraiva da Costa2

Resumo
Os óxidos de ferro e os minerais 2:1 possuem forte influência sobre o comportamento espectral dos solos.
No entanto, estudos que abordem de maneira mais profunda a relação entre ambos e suas respectivas
reflectâncias são escassos. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi de estimar a relação entre óxidos
de ferro e minerais 2:1 com seus respectivos fatores de reflectância, e avaliar se tal relação apresenta
comportamento linear. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com 4 repetições por
tratamento. As leituras espectrais das amostras de hematita, goethita, magnetita e bentonita foram
realizadas por meio do equipamento FieldSpec 3 JR, o qual recobre a faixa espectral de 350 a 2500 nm.
Após as leituras, foram escolhidos os intervalos que melhor representavam os minerais e realizaram-
se as análises estatísticas a partir dos fatores de reflectância médios encontrados nestes pontos. Os
resultados mostraram que a hematita, goethita e magnetita apresentam relação não linear com seus
respectivos fatores de refletância, enquanto que a bentonita apresenta relação linear não só no intervalo
estudado, mas em toda faixa coberta pelo equipamento. Desta maneira, conclui-se que quantidades
relativamente pequenas destes óxidos de ferro são capazes de afetar a reflectância do solo da mesma
forma que quantidades próximas de 100%. Com relação aos minerais 2:1 conclui-se que o aumento na
proporção dos mesmos em uma determinada classe de solo leva a uma queda progressiva do fator de
reflectância em todo o espectro-óptico, assim como descrito para outros elementos.
Palavras-chave: Comportamento espectral, raios-x, albedo, sensoriamento remoto

Abstract
Iron oxides and 2:1 minerals have a strong influence on the spectral behavior of soils. However, studies
that address more deeply the relationship between them and their reflectances are scarce. Thus, the
objective of this study was to estimate the relationship between iron oxides and 2:1 minerals with their
reflectance factors, and assess whether such a relationship presents a linear behavior. The experimental
design was completely randomized with four replicates per treatment. The spectral readings of the
samples of hematite, goethite, magnetite and bentonite were performed using the equipment FieldSpec
3 JR, which covers the spectral range from 350 to 2500 nm. After the readings, were chosen the intervals
that best represented the minerals and performed statistical analysis from the average reflectance factors
found in these points. The results showed that the hematite, goethite and magnetite have nonlinear
relationship with their reflectance factors, while bentonite has not only linear relationship in the range

1
Engº. Agrº, Discente de Doutorado em Agronomia, Universidade Estadual de Maringá, UEM, Programa de Pós-graduação em
Agronomia, PGA, Av. Colombo, 5790, CEP 87020-900, Maringá, PR. E-mail: eversoncezar@yahoo.com.br
2
Profs. Drs., PGA, UEM, Maringá, PR. E-mail: mrnanni@uem.br; acscosta@uem.br
3
Prof. Dr., DEC, UEM, Maringá, PR. E-mail: mlchicati@yahoo.com.br
4
Pesquisador Dr., Laboratório de Química e Mineralogia de Solos, UEM, Maringá, PR. E-mail: ivangsjunior@gmail.com
*
Autor para correspondência
Recebido para publicação 19/12/11 Aprovado em 18/07/12
1479
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 4, p. 1479-1492, jul./ago. 2013
Cezar, E. et al.

studied, but in the entire area covered by the equipment. Thus, we conclude that relatively small
amounts of iron oxides are able to affect soil reflectance in the same way that amounts close to 100%.
With respect to mineral 2:1 concludes that the increase in the proportion of them in a certain class of soil
leads to a progressive decrease of the reflectance factor across the entire spectrum-optical, as described
for other elements.
Key words: Spectral behavior, x-ray, albedo, remote sensing

Introdução NETTO, 1996; SCHWERTMANN; CORNELL,


1996).
O sensoriamento remoto aplicado no estudo da
terra tem crescido notavelmente na última década, Porém, trabalhos que abordem de maneira
estimulado por rápidos avanços nas tecnologias mais profunda a variação no fator de reflectância
de informação e espacial. Entre os avanços, o uso destes elementos à medida que ocorre alteração na
da espectroscopia de reflectância tem sido o mais proporção dos mesmos ainda são escassos. Desta
importante, por ser uma ferramenta quantitativa em forma, a busca por um melhor entendimento a
laboratório muito utilizada por estudiosos da área cerca da assinatura espectral dos argilominerais e
de solo. minerais de ferro puros faz-se necessária, para que
se posa de fato realizar um estudo mais preciso
Dentro do sensoriamento remoto, o fator a
entre a estimativa de abundância desses minerais e
ser estudado é a reflectância, a qual, segundo
a resposta espectral dos solos.
Stoner e Baumgardner (1981), é uma propriedade
cumulativa derivada do comportamento espectral No entanto, para que isso ocorra, é necessário que
inerente da combinação heterogênea de seus se considere os diferentes tipos de misturas minerais,
componentes. O comportamento espectral do solo é uma vez que a mistura espectral é proveniente da
afetado por diversos fatores como matéria orgânica, integração de dois ou mais componentes distintos
tamanho de partícula, estrutura do solo, rugosidade que geram um comportamento híbrido de seus
superficial, umidade, quantidade de minerais integrantes. Assim, o espectro de uma mistura é uma
carbonatados, presença ou não de quartzo, óxidos combinação das reflectâncias dos membros puros
de ferro e minerais 2:1 (DALMOLIN et al., 2005; ou finais presentes (CARVALHO JÚNIOR et al.,
CIERNIEWSKI; KUSNIEREK, 2010). 2004). Segundo estes autores, existem dois tipos de
mistura, sendo classificadas como macroscópicas e
Dentre estes fatores, os óxidos de ferro e os
microscópicas ou íntimas.
minerais 2:1 requerem uma atenção especial,
em função da sua influência marcante sobre o A mistura macroscópica considera que o
albedo do solo quando comparados aos demais. espalhamento de um fóton depende somente da
Vários pesquisadores têm buscado caracterizar área de cada espécime presente em uma mistura
e quantificar a abundância desses minerais, (JOHNSON et al., 1983), enquanto na mistura
principalmente os óxidos de ferro a partir de íntima, a luz é espalhada de forma múltipla entre as
amostras de solo no estado natural, tendo como espécies minerais (MUSTARD; PIETERS, 1989).
variável preditora a sua reflectância (BEN DOR; O objetivo deste trabalho foi de empregar a
BANIN, 1994; NANNI; DEMATTÊ, 2006). Outros técnica de espectrorradiometria para estimar a
trabalhos têm demonstrado de forma simplificada o relação entre óxidos de ferro e minerais 2:1 com
comportamento espectral de tais minerais puros com seus respectivos fatores de reflectância, e avaliar se
suas bandas de absorção específicas (MADEIRA tal relação apresenta comportamento linear.

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Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 4, p. 1479-1492, jul./ago. 2013
Uso de dados espectrais para estimar a relação entre óxidos de ferro e minerais 2:1 com suas respectivas reflectâncias

Material e Métodos refletida pelo alvo e a energia refletida pela placa de


referência gerou o fator de reflectância bidirecional,
Os óxidos de ferro utilizados na realização dos
o qual foi utilizado no estudo dos minerais.
tratamentos foram sintetizados em laboratório,
seguindo metodologia preconizada por Com relação aos tratamentos, utilizou-se o
Schwertmann e Cornell (1991). A argila bentonítica delineamento inteiramente casualizado (DIC) com
e a barita foram obtidas de jazidas naturais, no 4 repetições, para estudar os efeitos de 11 doses de
entanto, as mesmas passaram por processos de bentonita (Tratamentos): 0,0; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0; 5,0;
pré-tratamentos como descrito por Neumann et al. 6,0; 7,0; 8,0; 9,0; 10,0 gramas, 11 doses de goethita
(2001, 2002). e magnetita (Tratamentos): 0,0; 0,15; 0,30; 0,45;
0,60; 0,75; 0,90; 1,05; 1,20; 1,35; 1,50 gramas e 11
As amostras de hematita, goethita, magnetita,
doses de hematita (Tratamentos): 0,0; 0,12; 0,24;
bentonita e barita foram analisadas por Difração
0,36; 0,48; 0,60; 0,72; 0,84; 0,96; 1,08; 1,20 gramas,
de Raios-X (DRX) na forma de pó utilizando
sobre o fator de reflectância. Estas doses descritas
um equipamento Shimadzu XRD 6000. Os
acima simularam os teores de cada elemento de 0 a
difratogramas de raios-x das amostras de bentonita
100% no solo.
e de barita foram obtidos utilizando radiação CoKα
em uma varredura escalonada de 0,020 2θ por Os resultados foram avaliados por meio de
minuto na faixa de 5 a 650 2θ, enquanto que para análise de regressão desenvolvida no Sisvar 5.1
os minerais de ferro, foi utilizada a radiação CuKα (FERREIRA, 2008) assim como no Statistical
e um intervalo de 10 a 700 2θ. Após a leitura, foi Analysis System (SAS, 2001). Nos modelos
gerado um arquivo txt contendo todos os resultados. polinomiais todos os coeficientes da regressão
Estes dados, foram inseridos no software ConvX – foram testados por meio do “teste t”, ao nível de
XRD para conversão em formato DiffracPlus RAW. 1% de probabilidade. Nos modelos não lineares,
A interpretação foi efetuada por comparação com os coeficientes foram testados pelo intervalo de
padrões contidos no PDF 02 (ICDD, 1996) em confiança, ao nível de 5%.
software X’Pert HighScore Plus. Neste último, utilizou-se o algoritmo de
Em ambiente livre da presença de luz externa, Levenberg-Marquardt para determinação das
os minerais foram submetidas à avaliação em melhores combinações dos valores iniciais que
espectrorradiômetro FieldSpec 3 JR, o qual recobre produziriam as menores somas de quadrados
a faixa espectral de 350 a 2500 nm. O equipamento residuais. Com Aquela combinação que apresentou
foi programado para realizar 50  leituras por a menor soma de quadrados residual, o programa
amostra, resultando em uma curva espectral média. SAS iniciou o método iterativo.
A geometria de aquisição dos dados utilizou-se Em função da dificuldade de se concentrar um
de placa padrão branca com 100% de reflectância determinado elemento como hematita, por exemplo,
calibrada de acordo com Labsphere (1996). até 100% optou-se por trabalhar com diluições,
O leitor de fibra óptica foi colocado em posição onde foi sempre mantido o mesmo peso em todos
vertical de 8 cm de distância da plataforma de os tratamentos, porém, variando-se a quantidade
apoio para amostras. A área de leitura gerada foi de cada elemento. Para isso, os elementos foram
de aproximadamente 2 cm2. A fonte de iluminação diluídos em barita.
utilizada foi uma lâmpada de 650 W, com feixe não A barita foi escolhida após terem sido realizadas
colimado para o plano visado, posicionada a 35 cm leituras com equipamento de raios-x e testes com o
da plataforma e com um ângulo de 30o em relação espectrorradiômetro, os quais indicaram não haver
ao plano horizontal. A relação entre a energia influência da mesma no comportamento espectral
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Cezar, E. et al.

dos elementos avaliados. Portanto, este material sendo, portanto uma região não representativa de tal
funcionou primeiro como testemunha (dose 0) e mineral.
depois como enchimento (outras doses), tendo
O comportamento espectral médio obtido
somente função de completar o peso fixado para
barita. quando avaliado o intervalo de 780 a 950 nm, assim
cada tratamento.
A barita foi escolhida após terem sido realizadascomo, o modelo
leituras matemáticodeajustado
com equipamento raios-x aos valores
e testes com
de fator de reflectância nesta faixa do espectro, são
o espectrorradiômetro, os quais indicaram não haver influência da mesma no comportamento espectral dos
apresentados abaixo por meio da Figura 2.
Resultados e Discussão
elementos avaliados. Portanto, este material funcionou primeiro como testemunha (dose 0) e depois como
O fator de reflectância médio obtido nesta
Hematita (outras doses), tendo somente função de completar o peso fixado para cada tratamento.
enchimento região apresentou comportamento não linear, sendo
Observa-se através da Figura 1 que a hematita o conjunto de dados melhor ajustado ao modelo
apresentou uma forte absorção na região do visível e raiz quadrada. Por meio da Figura 2, é possível
Resultados e Discussão
do infravermelho próximo, não ocorrendo mudança constatar que ocorre uma queda acentuada no fator
no padrão de absorção e sim na amplitude do fator de reflectância até a dose de 0,24 gramas (20%
Hematita
de reflectância com o aumento de sua proporção de hematita), sendo que a partir daí a variação é
Observa-sea através
sendo, portanto, região da Figura
mais 1 quepara
indicada a hematita
sua apresentou uma forte absorção na região do visível e
pequena e o comportamento apresenta tendência
docaracterização
infravermelhoepróximo,
quantificação, concordando
não ocorrendo desta no mais
mudança padrão de absorção
estável. e sim na
Desta forma, amplitude do
pressupõe-se porfator
meiode
forma, comcom
reflectância o descrito por Madeira
o aumento Netto (1996).
de sua proporção Porportanto,
sendo, da curva que 20%
a região maisdeindicada
hematitapara
no solo seja capaz de
sua caracterização
outro lado, observa-se que a região do infravermelho absorver a energia eletromagnética com eficiência
e quantificação, concordando desta forma, com o descrito por Madeira Netto (1996). Por outro lado, observa-
de ondas curtas não apresentou banda de absorção, próxima a proporção de 100%.
se que a região do infravermelho de ondas curtas não apresentou banda de absorção, sendo, portanto uma
região não representativa de tal mineral.

Figura 1. Comportamento espectral obtido para cada tratamento contendo diferentes porcentagens de
Figura 1. Comportamento espectral obtido para cada tratamento contendo diferentes porcentagens de hematita.
hematita.

Fonte: Elaboração dos autores.


Fonte: Elaboração dos autores.

O comportamento espectral médio obtido quando avaliado o intervalo de 780 a 950 nm, assim
como, o modelo matemático ajustado aos valores de fator de reflectância nesta faixa do espectro, são
apresentados abaixo por meio da Figura 2.
O fator de reflectância médio obtido nesta região apresentou comportamento não linear, sendo o
1482
conjunto de dados melhor ajustado ao modelo raiz quadrada. Por meio da Figura 2, é possível constatar que
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ocorre uma queda acentuada no fator de reflectância até a dose de 0,24 gramas (20% de hematita), sendo que
a partir daí a variação é pequena e o comportamento apresenta tendência mais estável. Desta forma,
pressupõe-se por meio da curva que 20% de hematita no solo seja capaz de absorver a energia
Uso de dados espectrais para estimar a relação entre óxidos de ferro e minerais 2:1 com suas respectivas reflectâncias

Figura 2. Equação de regressão obtida para a hematita sintetizada em laboratório.


Figura2.2.Equação
Figura Equação de regressão
regressãoobtida
obtidapara a hematita
para sintetizada
a hematita em laboratório.
sintetizada em laboratório.

^
Y = 0,611294 − 0,723469X 0,5 + 0,375613X
^
Y = 0,611294 − 0,723469X 0,5 + 0,375613X
R 2 = 0,92
R 2 = 0,92
p < 0,01
p < 0,01

Fonte: Elaboração dos autores.


Fonte:
Fonte: Elaboração
Elaboração dos autores.
dos autores.

Esta característica se deve provavelmente a sua área superficial específica, a qual possui valor
Esta característica se deve provavelmente a sua área superficial específica, a qual possui valor
elevado, fazendo com que o mineral mesmo em pequenas quantidades seja capaz de recobrir uma extensa
Estafazendo
elevado, característica
com queseo deve
mineralprovavelmente a isso,quantidades
mesmo em pequenas pesa o fato de quecapaz
seja a hematita possuiuma
de recobrir um grande
extensa
área,
sua área superficial específica, a qual possui valor efeito pigmentante mesmo em baixa concentração,do
ou no caso do presente estudo, a maioria das partículas de barita, influenciando no espalhamento
área, ou no caso do presente estudo, a maioria das partículas de barita, influenciando no espalhamento do
elevado,
fóton uma fazendo
vez que secom que
trata de ouma
mineral
misturamesmo em levando
macroscópica, estandoa de
saturação
acordo compela ocor como descrito
preconizado por
por Johnson
fóton uma vez
pequenas que se trata
quantidades de capaz
seja uma mistura
de macroscópica,
recobrir uma estando de
Fernandes et acordo
al. comSegundo
(2004). o preconizado
este por Johnson
pesquisador,
et al. (1983). Associado a isso, pesa o fato de que a hematita possui um grande efeito pigmentante mesmo em
etextensa área,
al. (1983). ou no acaso
Associado isso,do presente
pesa o fato deestudo, a quantidades
que a hematita possui umpróximas 20 pigmentante
grande efeito % de hematita mesmosão
em
baixa concentração, levando a saturação pela cor como descrito por Fernandes et al. (2004). Segundo este
maioria das partículas de barita, influenciando no suficientes para ocorrência deste
baixa concentração, levando a saturação pela cor como descrito por Fernandes et al. (2004). Segundo este fenômeno. O
pesquisador,
espalhamentoquantidades
do fóton uma próximas
vez que 20 % dedehematita
se trata são suficientes
uma difratograma de para ocorrência
raios-x obtido deste
para fenômeno.
a hematita O
pesquisador, quantidades próximas 20 % de hematita são suficientes para ocorrência deste fenômeno. O
mistura macroscópica,
difratograma estandopara
de raios-x obtido de aacordo
hematitacomsintetizada
o sintetizada em laboratório
em laboratório é apresentado
é apresentado abaixoda
abaixo através
difratograma
preconizadode porraios-x obtido
Johnson et al.para a hematita
(1983). Associadosintetizada
a através em da
laboratório
Figura 3. é apresentado abaixo através da
Figura 3.
Figura 3.

Figura
Figura 3. Difratograma
Difratograma dederaios-x
raios-x (montagem
(montagem em em
pó) pó) da hematita
da hematita sintética.
sintética. H – hematita,
H – hematita, Si – silício.
Si – silício.
Figura 3. Difratograma de raios-x (montagem em pó) da hematita sintética. H – hematita, Si – silício.

Fonte:
Fonte: Elaboração
Elaboração dos autores.
dos autores.
Fonte: Elaboração dos autores.

Os resultados demonstraram que não houve misturas de fases, e que o mineral encontra-se puro,
Os resultados demonstraram que não houve misturas de fases, e que o mineral encontra-se puro,
com posições de picos característicos do mesmo. O silício presente na amostra aparece como padrão interno,
com posições de picos característicos do mesmo. O silício presente na amostra aparece como padrão interno,
e não como um contaminante. Desta forma, fica claro que toda e qualquer variação no fator de reflectância
e não como um contaminante. Desta forma, fica claro que toda e qualquer variação no fator de reflectância1483
ocorreu somente emSemina:
funçãoCiências
da hematita.
Agrárias, Londrina, v. 34, n. 4, p. 1479-1492, jul./ago. 2013
ocorreu somente em função da hematita.
Cezar, E. et al.

Os resultados demonstraram que não houve como descrito por Hunt (1980). No entanto,
misturas de fases, e que o mineral encontra-se puro, observou-se que diferentemente da hematita, a
com posições de picos característicos do mesmo. goethita apresenta forte banda de absorção na região
O silício presente na amostra aparece como padrão próxima de 700 nm e de 1900 nm, sendo importante
interno, e não como um contaminante. Desta forma, na diferenciação entre os espectros dos minerais.
fica claro que toda e qualquer variação no fator de A banda próxima de 1900 nm ocorre em função da
reflectância ocorreu somente em função da hematita. presença de água na estrutura do mineral, uma vez
Goethita que a goethita é um óxido de ferro hidratado, mais
precisamente um oxihidróxido (COSTA; BIGHAM,
GoethitaOs resultados das leituras espectrorradiométricas (Figura 4) mostraram que a goethita, assim como
2009).
a hematita, apresenta
Os resultados forte relação
das leituras com as regiões do visível e do infravermelho próximo, fato este que
espectrorradiométricas O comportamento espectral médio da goethita
ocorre
(Figuradevido aos processos
4) mostraram que a de transição
goethita, eletrônica
assim como acomo descrito
sintética na por Hunt
região de(1980). No nm,
595 a 770 entanto,
assimobservou-se
como o
hematita, apresenta forte relação com as regiões do
que diferentemente da hematita, a goethita apresenta forte modelo
bandaajustado ao conjunto
de absorção depróxima
na região dados nesta faixa,
de 700 nm e
visível e do infravermelho próximo, fato este que são demonstrados em seguida pela Figura 5.
de 1900 nm, sendo importante na diferenciação entre os espectros dos minerais. A banda próxima de 1900
ocorre devido aos processos de transição eletrônica
nm ocorre em função da presença de água na estrutura do mineral, uma vez que a goethita é um óxido de
ferro hidratado, mais precisamente um oxihidróxido (COSTA; BIGHAM, 2009).

Figura 4.Comportamento
Figura 4. Comportamento espectral
espectral obtidoobtido para
para cada cada tratamento
tratamento contendo
contendo diferentes diferentesdeporcentagens
porcentagens goethita. de
goethita.

Fonte: Elaboração dos autores.


Fonte: Elaboração dos autores.

O comportamento espectral médio da goethita sintética na região de 595 a 770 nm, assim como o
modelo ajustado ao conjunto de dados nesta faixa, são demonstrados em seguida pela Figura 5.

Figura 5. Equação de regressão obtida para a goethita sintetizada em laboratório.

^
Y = 0,631207 − 0,363935X 0,5 + 0,157055X

1484 R 2 = 0,98
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 4, p. 1479-1492, jul./ago. 2013
p < 0,01
Fonte: Elaboração dos autores.

O comportamento espectral médio da goethita sintética na região de 595 a 770 nm, assim como o
modelo
Uso ajustado
de dados ao conjunto
espectrais parade dadosa nesta
estimar relaçãofaixa,
entre são demonstrados
óxidos em seguida
de ferro e minerais 2:1 com pela Figura 5. reflectâncias
suas respectivas

Figura 5. Equação de regressão obtida para a goethita sintetizada em laboratório.


Figura 5. Equação de regressão obtida para a goethita sintetizada em laboratório.

^
Y = 0,631207 − 0,363935X 0,5 + 0,157055X

R 2 = 0,98

p < 0,01

Fonte: Elaboração dos autores.


Fonte: Elaboração dos autores.

Observou-se que a goethita apresentou tenha sido pesquisado este intervalo, toda a região
comportamento não linear, sendo os dados de fator do visível e do infravermelho próximo apresentou
de reflectância bem ajustados quando utilizado o comportamento semelhante ao descrito acima. O
modelo raiz quadrada. A curva apresentou queda difratograma de raios-x obtido para a amostra de
acentuada até a dose de 0,60 gramas (40% de goethita sintética é apresentado abaixo por meio da
goethita), sendo o fator de reflectância mais estável Figura 6.
a partir deste ponto, demonstrando pequena variação
O difratograma indicou que a goethita
na absorção.
sintetizada em laboratório é pura, não mostrando
Provavelmente, este comportamento encontra- evidência de outra fase. O elemento silício aparece
se ligado à cobertura da barita pela goethita nos difratogramas como padrão interno adicionado
(Pigmentação), assim como ocorrido para hematita, à goethita, não tendo influência sobre os resultados.
visto que a mesma apresenta altos valores de área A interpretação da amostra por meio dos cartões do
superficial específica, ou seja, mesmo em pequenas ICDD (1996) mostraram que todos espaçamentos
quantidades este mineral é capaz de recobrir uma (d) e posições dos picos pertencem ao mineral em
extensa área, seja em função de seu tamanho questão. Desta forma, toda e qualquer variação que
diminuto ou baixo grau de cristalinidade como ocorreu na leitura espectral, foi somente em função
descrito por Costa e Bigham (2009). das características deste mineral, dando desta
forma maior confiabilidade ao conjunto de dados
Portanto, pode se concluir que o mineral
submetido à pesquisa, assim como aos resultados
goethita, quando presente nos solos mesmo em
alcançados.
pequena proporção, é capaz de reduzir o fator de
reflectância de maneira acentuada na região de
595 a 770 nm. No entanto, vale frisar que embora

1485
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 4, p. 1479-1492, jul./ago. 2013
entanto, vale frisar que embora tenha sido pesquisado este intervalo, toda a região do visível e do
infravermelho próximo apresentou comportamento semelhante ao descrito acima. O difratograma de raios-x
obtido para a amostra de goethita sintética é apresentado
Cezar, E. etabaixo
al. por meio da Figura 6.

Figura 6. Difratograma de raios-x (montagem em pó) da goethita sintética. G – goethita, Si – silício.


Figura 6. Difratograma de raios-x (montagem em pó) da goethita sintética. G – goethita, Si – silício.

Fonte: Elaboração dos autores.


Fonte: Elaboração dos autores.

O difratograma indicou que a goethita sintetizada em laboratório é pura, não mostrando evidência
Magnetita Esses resultados concordam com o preconizado
de outra fase. O elemento silício aparece nos difratogramas como padrão interno adicionado à goethita, não
por Hunt, Salisbury e Lenhoff (1971), onde tal
O comportamento espectral da magnetita
tendo influência de
acentuadamente sobre os de
cerca resultados.
0,6 paraAcerca
interpretação da amostra
de 0,1. pesquisador
Quando por meio
afirma
comparada a dos
que cartões do
o espectro
testemunha de ICDD
com (1996)
reflectância
os demais
mostrou-se extremamente limitado em toda a faixa
mostraram deste material é ao
inexpressivo, emgirando
7). em torno de
de leituraque
tratamentos todosnoespaçamentos
arealizada
queda (d) e posições
fator equipamento
pelo de reflectância é aindados
FieldSpec picos
maior, pertencem
ficando abaixo demineral
0,08 (Figuraquestão. Desta forma,
toda e qualquer variação que de
ocorreu na leitura 5% na
espectral, foiregião do em
somente visível e dodas
função infravermelho médio.
características deste
3 JR, não exibindo bandas absorção. Quando
A Figura 8 a seguir mostra o fator de reflectância
comparada
mineral, dandoa desta
testemunha (T1) com
forma maior o segundo
confiabilidade ao conjunto de dados submetido à pesquisa, assim como
médio da magnetita para todos os tratamentos na
tratamento (T2) observou-se que o fator de
aos resultados alcançados. faixa espectral de 1200 a 1930 nm, assim como o
reflectância diminui acentuadamente de cerca de 0,6
modelo ajustado ao conjunto de dados.
para cerca de 0,1. Quando comparada a testemunha
com os demais tratamentos a queda no fator de
Magnetita
reflectância é ainda maior, ficando abaixo de 0,08
O comportamento espectral da magnetita mostrou-se extremamente limitado em toda a faixa de
(Figura 7).
Figura 7. Comportamento
leitura realizada espectralFieldSpec
pelo equipamento obtido para cada
jr, não tratamento
exibindo bandascontendo diferentes
de absorção. porcentagens
Quando comparadadea
Figura 7. Comportamento espectral obtido para cada tratamento contendo diferentes porcentagens de magnetita.
magnetita.
testemunha (T1) com o segundo tratamento (T2) observou-se que o fator de reflectância diminui

Fonte:
Fonte: Elaboração
Elaboração dos autores.
dos autores.

Esses resultados concordam com o preconizado por Hunt, Salisbury e Lenhoff (1971), onde tal
1486
pesquisador afirma que o espectro de reflectância deste material é inexpressivo, girando em torno de 5% na
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 4, p. 1479-1492, jul./ago. 2013
região do visível e do infravermelho médio. A Figura 8 a seguir mostra o fator de reflectância médio da
magnetita para todos os tratamentos na faixa espectral de 1200 a 1930 nm, assim como o modelo ajustado ao
3º parágrafo: colocar o jr em maiúsculo JR (página 1481).
Resultados e discussão
12º parágrafo: colocar o jr em maiúsculo (FieldSpec 3 JR) e acrescentar o 3.
Substituir a figura 8 por esta abaixo ou retirar a vírgula entre magnetita (g) do título do
Uso eixo x, uma
de dados vez para
espectrais que estimar
não existe estaentre
a relação vírgula
óxidos(página
de ferro e1487).
minerais 2:1 com suas respectivas reflectâncias

Figura 8. Equação de regressão obtida para a magnetita sintetizada em laboratório.

^
Y = 1/ 1,5941 + 41,5959 * X

R 2 = 0,99

p < 0,01

Observa-se que a capacidade desse mineral opaco em absorver a energia eletromagnética é


extremamente elevada, Fonte:causando
Elaboração uma forte redução do fator de reflectância, estando de acordo com o
dos autores.
descritoSubstituir
por Hunt, aSalisbury
figura 12e Lenhoff
do artigo(1971) e Madeira
pela figura Netto
abaixo (1996).da
(raios-x O bentonita),
ajuste do modelo
uma vezao conjunto
que a de
dadosObserva-se
mesmaque
mostra que
não aelemento
condiz
este capacidade dessecomportamento
comapresenta
a realidade mineral seuhiperbólico
(página 1489). albedo reduzido
A figura 12 para
com níveis
quedaéconsiderados
do artigo
uma nobaixos,
uma repetição
acentuada fator de
opaco daemfigura
absorver11,a sendo
energiaportanto um erro
eletromagnética é deo quediagramação.
acarretará emAuma figura
queda12acentuada
correta doé fator
a
reflectância até a dose
apresentada de 0,15 gramas (10% de magnetita) e, a partir deste ponto a queda torna-se menos
abaixo.
extremamente elevada, causando uma forte redução de reflectância, fato este que leva ao mascaramento
acentuada,
do fator denãoreflectância,
sendo significativa.
estando de acordo com do efeito de outras fases cristalinas presentes na
o descrito porforma,
Desta Hunt, pode
Salisbury e Lenhoff
se concluir que um (1971) amostracerca
solo contendo de solo. Cabede
de 10% frisar ainda,
óxido que embora
de ferro tenhaseu
opaco terá
e Madeira Netto (1996). O ajuste do modelo sido avaliado o intervalo de 1200 a 1930 nm, houve
albedo reduzido para níveis considerados baixos, o que acarretará em uma queda acentuada do fator de
ao conjunto de dados mostra que este elemento forte redução do fator de reflectância na região do
reflectância, fato este que levahiperbólico
apresenta comportamento ao mascaramento
com uma do efeito de outras
visível, fases cristalinas
infravermelho próximo presentes na amostra
e infravermelho dede
solo.
quedaCabe frisar ainda,
acentuada quedeembora
no fator tenha até
reflectância sidoa avaliado
dose ondaso intervalo
curtas,deou1200
seja,aem
1930 nm,
toda houvedeforte
a faixa redução
leitura do
defator
do 0,15de
gramas (10% de
reflectância namagnetita) e, a partir
região do visível, deste equipamento
infravermelho próximo e(350 a 2500 nm).
infravermelho de ondas curtas, ou seja,
ponto a queda torna-se menos acentuada, não sendo
em toda a faixa de leitura do equipamento (350 a 2500 nm).O difratograma de raios-x apresentado por meio
significativa.
O difratograma de raios-x apresentado por meio da daFigura
Figura9,9,mostrou
mostrou queque aa magnetita
magnetitasintética
sintéticafoi
Desta forma, pode se concluir que um solo foi o único mineral a participar da avaliação, não
o único mineral a participar da avaliação, não sofrendo, portanto influência de outro elemento.
contendo cerca de 10% de óxido de ferro opaco terá sofrendo, portanto influência de outro elemento.

Figura
Figura 9.
9. Difratograma
Difratograma dederaios-x
raios-x (montagem
(montagem em em
pó) pó) da magnetita
da magnetita sintética.
sintética. M – magnetita.
M – magnetita.

Fonte:
Fonte: Elaboração
Elaboração dos autores.
dos autores.

Portanto, a partir destes resultados sugere-se que outros minerais opacos como a titanomagnetita e
1487
a ilmenita encontradas nos solos
Semina: provenientes
Ciências de basalto,
Agrárias, Londrina, apresentem
v. 34, n. comportamento
4, p. 1479-1492, espectral semelhante.
jul./ago. 2013

Bentonita
Cezar, E. et al.

Portanto, a partir destes resultados sugere-se Observou-se que o aumento na quantidade de


que outros minerais opacos como a titanomagnetita mineral 2:1 fez com que a intensidade de absorção
e a ilmenita encontradas nos solos provenientes nas bandas espectrais citadas acima fosse maior. Da
de basalto, apresentem comportamento espectral mesma forma, ficou evidenciado que à medida que
semelhante. ocorreu aumento na quantidade destes minerais,
ocorreram reduções do fator de reflectância em toda
a curva espectral (350 a 2500 nm), sugerindo que o
Bentonita aumento na quantidade deste tipo de mineral em uma
As curvas espectrais obtidas para este mineral determinada classe de solo é capaz de influenciar
2:1, mostraram que o mesmo apresenta três bandas em toda a curva, e não em um ou outro ponto
de absorção bem distintas, sendo uma próxima de específico. A Figura 11, apresenta o comportamento
1400 nm, uma próxima de 1900 nm e outra próxima espectral no intervalo de 1730 a 2140 nm, assim
de 2200 nm (Figura 10). Tais absorções devem-se como o modelo ajustado ao conjunto de dados.
a presença de água na estrutura do mineral, como
descrito por Hunt e Salisbury (1970).

Figura 10. Comportamento espectral obtido para cada tratamento contendo diferentes porcentagens de bentonita.

Fonte: Elaboração dos autores.


Fonte: Elaboração dos autores.

Observou-se que o aumento na quantidade de mineral 2:1 fez com que a intensidade de absorção
nas bandas espectrais citadas acima fosse maior. Da mesma forma, ficou evidenciado que à medida que
ocorreu aumento na quantidade destes minerais, ocorreram reduções do fator de reflectância em toda a curva
espectral (350 a 2500 nm), sugerindo que o aumento na quantidade deste tipo de mineral em uma
determinada classe de solo é capaz de influenciar em toda a curva, e não em um ou outro ponto específico. A
Figura 11, apresenta o comportamento espectral no intervalo de 1730 a 2140 nm, assim como o modelo
ajustado ao conjunto de dados.

1488
Figura 11. EquaçãoSemina:
de regressão obtida para a bentonita proveniente de depósito geológico.
Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 4, p. 1479-1492, jul./ago. 2013

^
Y = 0,625661 - 0,011565X
2
determinada classe de solo é capaz de influenciar em toda a curva, e não em um ou outro ponto específico. A
Correção final do artigo 04-10541
Figura
Resumo:11, apresenta
colocar oo jrcomportamento
em maiúsculoespectral no intervalo
(FieldSpec de 1730 a 2140 nm, assim como o modelo
3 JR).
Abstract:
ajustado colocarde
ao conjunto o jr em
dados. maiúsculo (FieldSpec 3 JR) e acertar a ordem do nome.
Uso de dados espectrais para estimar a relação entre óxidos de ferro e minerais 2:1 com suas respectivas reflectâncias
Introdução: OK.
Material
Figura 11.eEquação
Figura11. métodos:
Equação de
de regressão
regressãoobtida
obtidapara a bentonita
para proveniente
a bentonita de depósito
proveniente geológico.
de depósito geológico.
1º parágrafo: colocar acento em bentonítica (página 1481).
3º parágrafo: colocar o jr em maiúsculo JR (página 1481). ^

Resultados e discussão Y = 0,625661 - 0,011565X

12º parágrafo: colocar o jr em maiúsculo (FieldSpec 3 JR) R e acrescentar o 3.


2
= 0,96
Substituir a figura 8 por esta abaixo ou retirar a vírgula entre p < 0,01 magnetita (g) do título do
eixo x, uma vez que não existe esta vírgula (página 1487).

^
Y = 1/ 1,5941 + 41,5959 * X
Fonte: Elaboração dos autores.
Fonte: Elaboração dos autores.
R 2 = 0,99
Como observado, o fator de reflectância apresentou comportamento linear negativo à medida que
p < 0,01
Como observado, o fator de reflectância apresentou Este resultado concorda com os alcançados por
aumentou a quantidade de minerais 2:1 adicionados a barita, sugerindo, que tal comportamento seja
comportamento linear negativo à medida que Rencz (1999) e Cierniewski e Kusnierek (2010).
semelhante
aumentou quando do aumento
a quantidade da quantidade
de minerais deste mineral
2:1 adicionados no solo natural.
No entanto, discordaEsta quedaobtidos
daqueles acentuada
por no albedo
Lobell e
sea justifica
barita, sugerindo,
em função que tal comportamento
do aumento seja deAsner
na quantidade água (2002), os quais
na amostra, umaafirmam
vez quequeoso minerais
aumento na
2:1
semelhantemoléculas
apresentam quando dedoágua
aumento
entre asda quantidade
células quantidade
unitárias (HUNT; de água leva 1970).
SALISBURY, a uma redução na refletância
deste mineral no solo natural. Esta queda acentuada do solo, a qual ocorre de maneira exponencial. A
Este resultado concorda com os alcançados por Rencz (1999) e Cierniewski e Kusnierek (2010).
no albedo se justifica em função do aumento na Figura 12 a seguir representa o difratograma de
Noquantidade
entanto, discorda
de água daqueles obtidos
na amostra, uma por
vez Lobell
que ose Asner
raios-x(2002), os quaiscom
da bentonita afirmam
suas que o aumento
respectivas fasesna
Substituir
minerais 2:1a apresentam
figura 12 moléculas
do artigodepela
água figura
entre as abaixo (raios-x da bentonita), uma vez que a
cristalinas.
mesma não condiz
células unitárias com
(HUNT; a realidade
SALISBURY, (página 1489). A figura 12 do artigo é uma repetição
1970).
da figura 11, sendo portanto um erro de diagramação. A figura 12 correta é a
apresentada abaixo.
Figura 12. Difratograma de raios-x (montagem em pó) da bentonita proveniente de depósito geológico. E – esmectita
(montmorilonita), C – caulinita, Q – quartzo, R – rutilo, F – feldspato.

Fonte: Elaboração dos autores.

1489
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 4, p. 1479-1492, jul./ago. 2013
Cezar, E. et al.

O difratograma obtido para a bentonita mostrou CARVALHO JÚNIOR, O. A.; SOUZA MARTINS, E.;
que essa esmectita foi o mineral dominante na CARVALHO, A. P. F.; MENESES, P. R.; GUIMARÃES,
R. F.; FONSECA CARDOSO, F. B. Estimativa da
amostra, seguida do quartzo, caulinita, rutilo e abundância de minerais do depósito de níquel laterítico
feldspato, sugerindo, portanto, que seu efeito foi da mina fazenda por espectrorradiometria. Revista
capaz de sobrepor o efeito dos outros minerais, Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 34, n. 4, p. 579-
inclusive do quartzo, o qual deveria aumentar o 586, 2004.
fator de reflectância. Estes resultados assemelham- CIERNIEWSKI. J.; KUSNIEREK, K. Influence of
se com aqueles obtidos por Neumann et al. (2002) e several soil properties on soil surface reflectance.
Quaestiones Geographicae, Poznan, Polônia, v. 29, n. 1,
Leite, Raposo e Silva (2008), durante caracterização p. 13-25, 2010.
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sintetizados em laboratório e tidos como misturas
macroscópicas apresentaram relação não linear com FERNANDES, R. B. A.; BARRÓN, V.; TORRENT, J.;
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seus respectivos fatores de reflectância nas faixas latossolos brasileiros por espectroscopia de reflectância
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também considerada mistura macroscópica n. 2, p. 36-41, 2008.
apresentou relação linear com seus respectivos
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fatores de reflectância nas faixas espectrais de 1730 Visible and near-intrared spectra of minerals and rocks:
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v. 2, n. 3, p. 195-205, 1971.
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atingida a quantidade de 20%; HUNT, G. R. Electromagnetic radiation: The
communication link in remote sensing. In: SIEGAL, B.
A magnetita reduziu o fator de reflectância S.; GILLESPIE, A. R. (Ed.). Remote sensing in geology.
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infrared spectra of minerals and rocks: I silicates minerals.
Modern Geology, New York, v. 1, n. 4, p. 283-300, 1970.
Agradecimentos INTERNATIONAL CENTRE FOR DIFRACTION
DATA – ICDD. Software: x’pert highscore plus, 2004.
Ao CNPq pela concessão de bolsa de Doutorado Banco de dados: 1996.
n do processo 141874/2009-0.
0
JOHNSON, P. E.; SMITH, M. O.; TAYLOR-GEORGE,
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BEN-DOR, E.; BANIN, A. Visible and near-infrared
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1490
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