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Motrivivência Ano XXIII, Nº 36, P. 306-322 Jun.

/2011
doi: 10.5007/2175-8042.2011v23n36p306

A educação somática
e os conceitos de
descondicionamento gestual,
autenticidade somática e
tecnologia interna

Débora Pereira Bolsanello1

Resumo

A Educação Somática é um campo teórico-prático composto de diferentes métodos cujo


eixo de atuação é o movimento do corpo como via de transformação de desequilíbrios
mecânico, fisiológico, neurológico, cognitivo e/ou afetivo de uma pessoa. Apresentamos
três conceitos que delineam a identidade do campo da Educação Somática e caracterizam
suas propostas em aula: descondicionamento gestual, autenticidade somática e tecnologia
interna. Visa-se a auto-investigação do movimento do corpo através de técnicas de
desenvolvimento da propriocepção; o aprendizado de novas maneiras de mover-se que
previnam lesões e o uso intencional dos mecanismos de autoregulação.

Educação Somática prático composto de diferentes


métodos cujo eixo de atuação é o
Pense com o corpo todo. movimento do corpo como via
Taisen Deshimaru de transformação de desequilíbrios
mecânico, fisiológico, neurológico,
Entre ciência e arte, a Edu- cognitivo e/ou afetivo de uma
cação Somática é um campo teórico- pessoa.

1 Mestre em dança pela Université du Québec à Montréal (Quebec, Canadá), fundadora


de MOVIMENTO: Centro de Formação e Pesquisa em Educação Somática; bacharelado
em Antropologia pela Université de Montreal e membro do CERAP (Centre d’Étude et de
Recherche Appliquée en Psychopédagogie Perceptive, Universidade de Porto, Portugal. Contato:
deborabolsanello@gmail.com
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Os métodos que com- o corpo percebido do ponto de


põem o campo foram fundados vista do indivíduo. Quando um ser
há mais de um século na Europa e humano é observado de fora, por
na América do Norte: Técnica de exemplo, do ponto de vista de uma
Alexander, Feldenkrais, Antiginás- 3ª pessoa, nesse caso, é o corpo que
tica, Eutonia, Ginástica Holística, é percebido. » (2003)
Continuum, Body Mind Centering, O presente artigo é um pre-
Cadeias Musculares e Articulares lúdio de formulação de três conceitos
G.D.S., Somaritmo e certas linhas que delineam a identidade do campo
do método Pilates da Educação Somática: descondi-
cionamento gestual, autenticidade
A Educação Somática emerge somática e tecnologia interna.
de um processo evolutivo que Desde 1988 tenho refle-
se constrói sobre a base de uma tido sobre esses conceitos a partir
pesquisa experiencial. A experi- de leituras, de experiência pessoal
ência corpórea situa-se no cora- como aluna de diferentes profes-
ção desse novo paradigma, que
sores de Educação Somática; da
começa a encontrar seus títulos
prática professoral junto a um pú-
de nobreza nos meios universi-
tário e acadêmico. Surgem pro-
blico composto de fisioterapeutas,
gramas universitários no Canadá artistas, pacientes em tratamento
(...) na Université du Québec à do câncer e dependentes químicos
Montreal; em Portugal, sob mi- e do papel de diretora pedagógica
nha própria iniciativa, através da Formação em Técnicas de Edu-
de um mestrado em Psicode- cação Somática, que ministro no
gagogia Perceptiva, bem como Brasil desde 2008. A motivação de
no Rio de Janeiro, Brasil, com se pensar os conceitos acima vem
duas pós-graduações em Educa- da constatação:
ção Somática da UniverCidade,
sob a direção de Silvia Sotter Acredita-se que termos como
e na Faculdade Angel Vianna. consciência corporal, esquema
(BOIS, 2008, p.9). corporal, esquema postural,
percepção corporal (...) imagem
A palavra soma foi rein- do corpo, noção do corpo (...)
ventada por Thomas Hanna, profes- não fazem parte de uma estru-
sor do Método Feldenkrais e editor tura léxica coerente ou que per-
da revista Somatics, que distingue mitam uma linguagem uniforme
os conceitos de corpo e soma: « (…) ou como padrão entre os profis-
soma é o corpo subjetivo, ou seja, sionais que têm por objeto de
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estudo o Homem e sua motrici- de uma tomada de consciên-


dade. (HABIB, 2001, p. 7) cia de como se executar um
movimento de maneira justa.
É com o objetivo de con- 2. A respiração como suporte
tribuir à criação de uma linguagem do movimento : O professor
própria aos educadores e terapeutas não dita um ritmo respirató-
que trabalham com a motricidade rio para a execução do mo-
humana que traçamos os primeiros vimento, mas pede ao aluno
passos de formulação dos conceitos que use seu próprio ritmo
de descondicionamento gestual, respiratório como suporte
autenticidade somática e tecnologia do movimento.
interna. É preciso sublinhar, porém, 3. A interpretação da diretriz
que cada método de Educação So- verbal: O professor não de-
mática possui princípios teóricos e monstra os movimentos ao
estratégias pedagógicas próprias. aluno para que ele não se
Não nos atardaremos sobre as dife- torne um modelo. O aluno
renças entre os métodos. é levado a interpretar as co-
Antes de abordamos os mandas2 segundo a percep-
conceitos, introduziremos abaixo ção que tem de seu corpo,
algumas das características comuns seus limites e potencial.
aos métodos de Educação Somática 4. A auto-pesquisa do movi-
no tocante a como o professor abor- mento: As comandas não
da o movimento do corpo de seus dirigem o aluno à mera exe-
alunos no contexto das aulas. cução de uma seqüência
de movimentos, nem a um
1. A diminuição do ritmo : O aperfeiçoamento dessa se-
professor propõe que o alu- qüência. Trata-se de incitar o
no faça os movimentos de aluno a explorar, através do
forma mais lenta do que ha- movimento, conexões entre
bitualmente ele faz a fim que partes do corpo aparente-
possa perceber as estruturas mente desconexas.
músculo-esqueléticas impli- 5. A auto-massagem: Através
cadas quando executa o mo- do uso de objetos auxiliares
vimento. É o primeiro passo (bolas, bastões, etc), o aluno

2 “Comando” é um substantivo masculino, porém, no contexto de formulação de conceitos próprios


ao campo da Educação Somática insisto em usar “comanda” como substantivo feminino para
reforçar o fato de que o professor de Educação Somática não está no “comando” do exercício,
mas ele faz uma encomenda ao aluno.
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é levado a massagear-se e a novas conexões neuronais e


reativar o sistema proprio- o estabelecimento padrões
ceptivo. motores mais eficazes.
6. A busca do esforço justo: O 9. Aprendizagem “leiga”: Dife-
professor pede ao aluno que rentemente da Yoga e do Tai
procure o tônus ótimo para Chi, cujas práticas são fun-
realização do movimento damentadas nos Vedas e no
proposto a fim de que o alu- Taoísmo, filosofias espirituais
no comece a distinguir as va- da Índia e da China, os mé-
riações de seu tônus e come- todos de Educação Somática
ce a integrar a capacidade a não estão associados a um
regular seu tônus de acordo sistema de crenças religiosas.
com a situação e com o obje-
tivo da tarefa a ser feita. Tendo tomado contato
7. O alongamento fino e pre- com alguns aspectos da atuação dos
ciso: Uma parte dos mo- profissionais de Educação Somática,
vimentos propostos visa o passamos agora à apresentação dos
alongamento de músculos conceitos de descondicionamento
da postura e tendões. gestual, autenticidade somática e
8. O aumento do vocabu- tecnologia interna.
lário gestual: Muitos dos
movimentos propostos são O descondicionamento gestual
movimentos que não são
usados no cotidiano. Esses (...) você não aprenderá
movimentos muitas vezes nada de novo,
mas desaprenderá um certo
causam estranheza no alu- número de hábitos
no, porém, têm por objetivo adquiridos ao longo de sua vida.
a gradual desconstrução de Richard Brennan3
padrões motores incons-
cientes noscivos à estrutura Os diferentes métodos de
psicofísica do individuo na Educação Somática criaram contex-
medida que favorecem o tos de aprendizado cujo eixo é o
aparecimento de LERs. Por movimento do corpo no espaço. O
outro lado, os movimentos que é próprio ao campo da Educa-
inusitados e lúdicos formam ção Somática é que o aluno aprende

3 ... vous n’apprendrez rien de nouveau, mais vous désapprendrez un certain nombre d’habitudes
que vous avez acquis au cours de votre vie. (Brennan, 2006, pg.210 Traduçao da autora.
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a sentir seus movimentos; perceber platéia ansiosa. Movimentos que se


como executa-os e explorar varia- fixam em constelações e se tornam
ções em seu modo de mover-se. O padrões. Movimentos que cumprem
aluno não é treinado para executar a função de nos manter vivos.
formas coreográficas, nem tampou- O problema não está no
co aprenderá a aperfeiçoar asanas4 estabelecimento de padrões de
ou katas5. Ilustramos essa proposta movimento. Sem eles não conse-
através do exemplo: guiríamos repetir a tarefa de digitar
Uma colega fisioterapeuta, um texto no computador mais de
especialista em RPG trata de um pia- uma vez. Porém, problemas como
nista profissional cuja cifose atingiu o fenômeno da dor, por exemplo,
tal grau que a deformação da coluna aparecem quando a resposta que
põe em jogo o bom funcionamen- aprendemos a dar não é adaptada
to de seus sistemas respiratório e a novas circunstâncias. Se não ex-
digestivo. Anos de estudo do pia- pandirmos a rede neuronal ligada
no sem qualquer enquadramento ao sentido kinestésico através do
educacional-somático tiveram por aprendizado de novas maneiras de
resultado a fixação de padrões de mover-nos, ao longo de nossa vida
movimento altamente performáti- forjaremos um vocabulário gestual
cos a nível musical porém nocivos restrito. É esse vocabulário gestual
para a coluna do pianista. “Se eu limitante que termina por desgastar
endireitar minha coluna, não vou as estruturas, como o veio de um rio
conseguir tocar”, afirma o músico. que esculpe o leito por onde passa
Casos desse tipo são mui- e erode as pedras.
to comuns. Desde nossa infância, Cada vez que o pianista
aprendemos a suprir nossas ne- lê na partitura a nota DO, ele deve
cessidades através de uma gama apertar o DO no teclado do piano.
de movimentos. Aprendemos por Porém, ao passar dos anos, ele asso-
repetição a dar respostas motoras a ciou o movimento de apertar o DO
fim de garantir nossa sobrevivência. com o movimento de levantar os
Aprendemos a colocar a colher na ombros. Talvez ele tenha associado
boca, a andar, a permanecer senta- esses dois movimentos porque a prin-
do diante da televisão, a permane- cípio o gesto de levantar os ombros
cer de pé na fila do banco, a descas- facilitava o gesto de apertar o DO. Ou
car legumes, a falar diante de uma talvez porque o momento da música

4 Asanas são as posturas praticadas na Yoga.


5 Katas são sequências de movimento fixas para o aprendizado de técnicas de combate e defesa.
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quando o DO se faz ouvir inspira com a qual ela se move. No caso do


uma certa emoção que o pianista pianista, a maneira com a qual ele
exprime levantando os ombros. Sa- toca piano engendrou uma série de
ber exatamente o porquê de certas compensações que resultam em dor
associações se estabelecerem pode e perda de funcionalidade, tal como
ser esclarecedor, mas não é impres- coloca Goldfarb (1998):
cindível para a pessoa aprender a
dissociar os gestos. Anos se passam Uma contratura muscular crô-
e muitos DOs são tocados. O pia- nica significa que os músculos
nista sobrecarrega continuamente a permanecem contraídos perma-
articulação dos ombros. Ele começa nentemente. Por isso, eles não
então a sentir dor nos ombros. Em podem mais fazer seu papel
primordial de se contrair para
seguida, dores lombares. Em segui-
fazer os ossos se moverem. Essa
da uma sensação de falta de ar, cada
contração crônica não tem por
vez que se senta para tocar. efeito somente a de restringir
Uma estrutura que está so- a liberdade de movimento de
brecarregada por seu uso repetitivo uma articulação, mas ela age
e inconsciente termina por se des- também como um amortecedor,
gastar. Com o desgaste da estrutura “absorvendo” o movimento ao
se desencadeiam dor, desfonforto e invés de deixá-lo transmitir-se
perda de funcionalidade. Um qua- ao resto do esqueleto6.
dro de dor crônica afeta o humor, a
auto-estima e a vida social de uma Para executar uma mesma
pessoa. Reflexos e automatismos tarefa – pressionar a tecla DO do
nos permitem sobreviver – física e piano – usando um gesto livre de
emocionalmente. Mas estamos na tensões inúteis, é preciso em primei-
Terra não para sobreviver, mas para ro lugar sentir. Sentir meu dedilhar
viver. E usar todo o potencial que no piano. Perceber meu corpo de
temos como seres humanos. um ângulo diferente daquele com
A Educação Somática abor- o qual estou habituado: por exem-
da esse tipo de problemática investi- plo, perceber que o gesto de tocar
gando junto com a pessoa a maneira o DO não precisa de um esforço

6 Une raideur musculaire chronique signifie que les muscles restent contractés en permanence. De
ce fait, ils ne peuvent plus jouer leur rôle primaire qui est de se contracter pour faire se mouvoir
les os. Cette contraction chronique n’ a pas seulement pour effet de restreindre la liberté de
mouvement d’une articulation, mais elle agit aussi comme un amortisseur en « absorbant » le
mouvement au lieu de le laisser se transmettre au reste du squelette. (Goldfarb, 1988, pg. 51).
Tradução da autora.
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muscular extra: esse gesto pode ser Ela nos permite realizar aquilo
percebido como sendo ancorado que decidimos realizar.”(Brennan,
na cintura escapular, por exemplo. 2006, p.52)7. Trata-se de descobrir
Em seguida, reaprender a conectar novas soluções para mover-se, que
o movimento de tocar o DO com a consiste em: “parar, antes de reagir
rotação da coxo-femoral dentro do instintivamente a uma dada situa-
acetábulo, sustentado pelo apoio ção” (Brennan, 2006, p.47)8
dos pés no chão e dos ísquios na Linda Hartley explica que:
cadeira. Essas conexões permitem o “A doença, do câncer aos pro-
que a cintura escapular possa fazer blemas psicóticos, pode ser vista
seu trabalho: sustentar o gesto de como expressão do grau ao qual o
tocar o DO, que não está isolado corpo-mente é incapaz de respon-
do resto do corpo e não precisa de der, de se abandonar, de mudar
tanto esforço para ser realizado uma (...). Essa capacidade de responder
vez que se usa o suporte ósseo das é ao mesmo tempo o suporte e a
cinturas pélvica e escapular. medida de nossa saúde.”(Hartley,
O processo de descondi- 1995, p.124-125)9
cionamento gestual é um refina- Se a atitude cifótica do
mento da capacidade de adaptar- pianista muda, muda também a re-
mos nossas respostas a diferentes lação de seu corpo com o piano10.
circunstâncias; um processo de A perda de referência da relação
reorganização de nossa imagem piano-corpo pode levar o pianista
corporal. Alexander, criador da a perceber que «endireitando» a
Técnica de Alexander, formulou coluna ele não consegue mais tocar
o conceito de Inibição a partir das como costumava. Ele prefere então,
observações que fazia de si próprio manter a cifose do que perder o pra-
: “Segundo Alexander, a Inibição zer de tocar ou ameaçar sua carreira
não é supressão, mas intenção. de músico, caso sua performance

7 « Selon Alexander, l’Inibition n’est pás l’expression d’une supression, mais d’une intention. Elle
nous permet d’accomplir ce que nous avons décidé d’accomplir. »(Brennan, 2006, p.52). Tradução
da autora.
8 “(...) s’arrêter avant de reagir instinctivement à une situation donnée” (Brennan, 2006, p.47).
Tradução da autora.
9 « Illness, from cancer at one end of the spectrum to psychotic disorders at the other, maybe seen
as an expression of the degree to which the body-mind is unable to respond, let go, change (...)
This responsiveness supports and is a measure of our health.” (Traduction de l´auteure).
10 Segundo as próprias palavras do pianista, sua relação com o meio ambiente também apresentou
mudanças: “Depois das sessões com minha fisioterapeuta, comecei a perceber que eu olhava
mais para as pessoas.”
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seja ruim. Goldfarb, professor do Ele não diz à secretaria que ela
método Feldenkrais, esclarece qual respira mal nem aponta regiões de
o papel da Educação Somática em seu corpo, colocando os bloqueios
casos como esse: em evidência. O aluno é levada a
tomar consciência de sua maneira
A primeira coisa que um aluno de respirar atual, por exemplo. Sem
aprende é que é possível sentir- julgamentos. Em seguida o profes-
se diferente. A partir disso, ele sor propõe movimentos que liberam
pode tornar-se consciente de sua tensões inúteis que entravam a res-
maneira de mover-se e de que piração fisiológica e natural.
maneira ela esta atrelada aos O educador somático trans-
problemas dos quais ele recla- mite ao aluno instrumentos a partir
ma11. (Goldfarb, 2006, p.131) dos quais ele pode desenvolver
respostas renovadas. Se o descondi-
Para contornar o estabe- cionamento gestual reflete uma nova
lecimento de gestos automáticos capacidade a responder a nível motor
que causam desgaste, desconforto e/ou a nível afetivo, a ativação de uma
e perda de função, o professor de tecnologia interna proporciona ao
Educação Somática usa estratégias aluno saber como adaptar sua orga-
pedagógicas. nização corpórea durante a execução
O educador somático não de um dado movimento em um dado
aplica protocolos pré-estabelecidos contexto de forma a não deteriorar
de tratamento. É preciso escutar o sua estrutura física nem comprometer
que a pessoa fala sobre seu próprio sua integridade psíquica. Gómez,
desconforto e que discurso ela tem criadora de Somaritmos, um dos
sobre seu corpo. O “mal-respirar” mais recentes métodos de Educação
que a secretaria relata não é um Somática, usa o termo “modular” para
problema respiratório. Não se trata indicar o resultado de um processo de
de prescrever exercícios respirató- descondicionamento gestual e uso da
rios. Isso equivaleria a ensinar um tecnologia interna:
peixe a nadar. O educador aborda
a pessoa, não o desconforto do Modular é passar melodica-
qual ela reclama. Ele guia o aluno mente de um tom a outro. Ge-
a observar quais partes do seu cor- ralmente se usa essa palavra em
po se movem quando ele respira. relação a sons e tons musicais.

11 « La première chose qu’apprend l’élève est qu’ il est possible de se sentir différent. Cela étant, il
peut devenir conscient de la manière de bouger et de la façn dont celle-ci est reliée aux troubles
dont il se plaint. » (Goldfarb, 2006, p.131). Tradução da autora.
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Aqui nos referimos à capacida- É o processo de descon-


de de modular a atenção e os dicionamento que permite que a
movimentos através do corpo pessoa entre em contato com sua
de diversas maneiras a fim de autenticidade somática. A auten-
conseguir ajustar nossos esta- ticidade somática emerge de uma
dos internos às exigências ex- intimidade com nossos próprios
ternas e vice-versa, satisfazendo processos internos (fisiologia, sen-
assim às nossas necessidades12. sação, sentimento, pensamento,
(Gómez, 1997, p. 3) percepção...) e não é contraditória
com a identidade sociocultural. A
Uma pessoa em processo autenticidade somática é tal qual
de descondicionamento é alguém um vaso: fornece um container à
que cultiva a variedade de seu voca- identidade sociocutural. Somos ao
bulário gestual. Liberar a memória mesmo tempo relação e singulari-
corporal de gestos que não são mais dade. Sem a autenticidade somática
necessários para se tocar a nota DO. como referência, nós seríamos ape-
Limpar o corpo das impressões dei- nas máscara, clã, trupe, “galera”,
xadas pelas tensas relações do dia-a- massa. Nós nos definiríamos apenas
dia. Reconhecer as diferenças entre através do pertencer a um grupo e
as situações e estar apto a escolher nossa singularidade seria abortada.
dentre as cores de sua paleta gestu- Sentir(-se) equivale a reconhecer sua
al, as que são mais adequadas para unicidade. Goldfarb (2006, p.116)
o cumprimento de uma ação. conclui: « Sentir é apreciar uma di-
ferença, fazer uma distinção.13»
Autenticidade somática Hoje, os centros de condi-
cionamento e fitness vendem seus
Sentimos que não devemos viver da serviços com a embalagem “qua-
mesma maneira com a qual viveram lidade de vida”. O culto do corpo
nossos ancestrais. Sentimos que de-
vemos dar um passo além. Sabemos
tônico é veiculado pelas mídias
que esse passo será dado no escuro representando sucesso, capacidade
e que isso requer coragem. de performance, jovialidade, agili-
Agnès Martin dade e sensualidade. O modelo de

12 Modular es pasar melodicamente de um tono a outro. Generalmente esta palabra se usa em relacion
com los sonidos y tonos musicales. Aqui nos referimos a la capacidad de modular la atencion y los
movimientos a través del cuerpo de diversas maneras para lograr ajustar nuestros estados internos
a las exigencias externas y viceversa y asi satisfacer nuestras necesidades. (Gómez, 1997, p. 3).
Tradução da autora.
13 Sentir, c’est apprécier une différence, faire une distinction. (Goldfarb, 2006, p. 116). Tradução da
autora.
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corpo fabricado dentro dos centros abstração da subjetividade corpórea


de condicionamento faz eco com os de indivíduos. Valores normatizantes
valores da sociedade de consumo: que homogenizam o corpo sob a
produtividade, competitividade e hégide de uma mesma forma, forma
rapidez. Os tipos de movimento essa que é atingida através do consu-
propostos aos usuários dessas aca- mo de bens e serviços de toda uma
demias têm o objetivo de retardar industria do fitness. A singularidade
as marcas do envelhecimento tonifi- do sentir-seu-corpo cede seu lugar
cando a musculatura e aumentando ao querer-parecer com as formas dos
a capacidade cardio-vascular. corpos representados na mídia.
Herdeiros dos gestos de De quem é meu corpo  ?
trabalhadores de fábricas que fun- Multifacetado, desvinculado do
cionam em grandes cadeias de pro- sujeito, o corpo contemporâneo
dução, a abordagem do corpo nas luta por sobreviver em meio a ideais
academias se faz através de movi- inatingíveis de beleza; à comerciali-
mentos repetitivos que requerem o zação de sua imagem; à sua “virtua-
uso de partes isoladas do corpo. Por lização”; às exigências de produtivi-
serem divorciados da consciência, dade; à sua hipersexualização; à sua
esses movimentos levam a uma fixa- submissão à autoridade médica; à
ção de certas conexões neuronais. medicalização abusiva e à saturação
Rapidamente o piloto automático se de imagens de violência. Então, de
instala: para remediar a monotonia, quem é meu corpo afinal?
a pessoa leva uma revista para ler
enquanto sobe escadas imaginá- Cada organismo tem um padrão
rias, ou assiste televisão durante a único de movimento. Esse padrão
corrida na esteira. Capturados pelo de movimento é gracioso porque
espelho, os praticantes vêem, mas é a expressão do eu natural, do
não sentem o movimento que estão eu inato. Ele tem uma autoridade
realizando. Por trás dessa fratura en- própria, uma verdade própria.14
tre corpo e mente estão uma gama (Keleman, 1975, p.28)
de acidentes e de lesões por esfor-
ço repetitivo. Na base desse tipo A autencidade somática é
de atividade física estão situados um valor que se reflete em gentileza
valores normatizantes que fazem para com o outro e cuidado com o

14 Every organism has a unique pattern of movement. That pattern of movement is graceful because
it is an expression of its natural self, is innate self. It has its own autority, its own truth. (Keleman,
1975, p.28). Tradução da autora.
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meio ambiente. Na ótica da Educa- interna é o saber alinhar meu corpo


ção Somática, autenticidade não sig- junto com a câmera para tirar um
nifica distinguir-se do mundo pois foto sem ficar com um torcicolo, por
“é através do mundo que se tem exemplo. Esse saber é muito útil so-
consciência do próprio corpo” (HA- bretudo se eu ganho meu pão como
BIB, 2001, p. 123). Autenticidade é fotografo profissional. O corpo torna-
singularização, o corpo não como se instumento. Sei como utiliza-lo
maquina, mas como experiência. O sem abusar de seus limites.
corpo como estado de disponibili-
dade, onde podemos desenvolver (...) o espaço não existiria se o
uma tecnologia interna. corpo não existisse (...) Isto por-
que, é por meio do corpo como
A tecnologia interna potencial cinético de um nume-
ro de ações familiares, ou seja,
Vida é o que acontece a você do corpo como projeto motor,
enquanto você está ocupado como intencionalidade, que este
fazendo outros planos. se instala no meio circundante.
John Lennon (HABIB, 2001, p. 132-133)

Desde a Revolução Indus- Se sou garçonete de um


trial, testemunhamos o estabeleci- restaurante, de que modo seguro
mento de um modo de vida anco- as bandejas pesadas para servir os
rado na capacidade de produção. É clientes para evitar dores na lombar?
claro que a inventividade é inerente
Se sou bancário, será que continuo a
ao Homem. Mas o que observamos
respirar cada vez que conto cédulas?
hoje é a produtividade desenfreada
Ou sera que diminuo minha ampli-
e dissociada de valores humanos,
tude respiratória ao contar dinheiro,
divorciada do cuidado, na medida
em que vale mais a quantidade de anestesiando meu sentimento de
tarefas realizadas do que a qualida- descontentamento? Se sou funcio-
de de execução dessas tarefas. nário de uma empresa, como estou
A Educação Somática é sentado diante de meu computador?
um dos antídotos para a atividade Será que eu é que me adapto ao
compulsiva, colocando o foco de computador ou ele a mim?
atenção no como se realiza uma Essas pequenezas do dia-
ação. O como ao qual me refiro não a-dia se acumulam em nosso corpo.
é o de saber apertar um botão de As tarefas de sobrevivência são
uma câmera para regular o foco. O repetidas muitas vez por dia a cada
como, visto pela ótica da tecnologia dia durante anos e anos. É na noção
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de cuidado que reside uma das com a intermediação dos proto-


chaves para transformar os condi- colos de customização dos MP4,
cionamentos psico-fisicos que nos Facebook, Orkut, Blog, Web site,
permitem sobreviver. Blackberry, jogos de rede. Escolha
de imagens, musicas, cores, perso-
O grande desafio para o ser hu- nagens e formatos que dão forma
mano é combinar trabalho com ao perfil do usuário, dando-lhe uma
cuidado (...) o trabalho como sensação de ser-único. Preso em
busca frenética de eficácia, uma rede de informações, distra-
como afã nervoso de produção ções e testes de pseudo habilidada-
e ânsia incontida de subjuga- de, o individuo erra dentro de um
ção da Terra. Os últimos sécu- labirinto pavimentado pelo poder
los, entretanto, especialmente a de escolha.
partir do processo industrialista Paradoxo como possa pa-
do século XVIII, se caracterizam recer, é o atual mundo virtual que
pela ditadura do modo-de-ser-
da ao individuo acesso à sua inte-
trabalho como intervenção, pro-
rioridade. É emblemático o numero
dução e dominação. O trabalho
de horas dispensado ao mundo da
não é mais relacionado com a
natureza (modelação) mas com
informática e do entretenimento
o capital (...) A ditadura do mo- como via de acesso a um pseudo
do-de-ser-trabalho-dominação ta mundo interior. Certamente você já
atualmente conduzindo a huma- presenciou um exemplo do recente
nidade a um impasse crucial: ou fenômeno de mediatização da ex-
pomos limites à voracidade pro- periência. Observe o que acontece
dutivista associando trabalho e em uma festa, um evento ou um
cuidado, ou vamos de encontro passeio: os participantes passam
ao pior (...) O regaste do cuidado mais tempo a tirar fotos do que a
não se faz às custas do trabalho viver a experiência tal como ela
e sim mediante uma forma di- se apresenta. Depois de passado o
ferente de entender e realizar o evento, enviam-se mutuamente as
trabalho. Para isso o ser humano fotos por e-mail, recordando dos
precisa voltar-se sobre si mesmo momentos que não viveram.
e descobrir seu modo-de-ser-cui- Você certamente usa água
dado. (Boff, 1999, p.97-99) todos os dias para fazer o café, lavar
roupas, a louça, tomar banho. Em
Hoje mais do que nunca na seu cotidiano, a água é uma utilida-
historia da humanidade, o individuo de. No entanto, quando você tira fé-
pode construir um mundo interior rias, pode ser que você se encontre
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diante do mar ou de um rio. Nesse de pânico. E se os mecanismos de


momento, você se da o tempo de autoregulação estão totalmente de-
observar a água: sua temperatura, as sativados, para sobreviver, a pessoa
formas, as cores, a força e velocida- se torna dependente do consumo de
de de seu movimento e a sensação medicamentos ou drogas a fim de
da água sobre sua pele, a textura salvaguardar seu equilíbrio e poder
da agua dentro de sua garganta. A funcionar no dia-a-dia.
água era até então um dos múltiplos Se uma secretaria se quei-
confortos que você tinha em casa. xa de dificuldades em respirar, pode
Mas, agora ela tornou-se uma porta ser que o automatismo de bloqueio
para o mundo da percepção. Do da inspiração ou da expiração se
perceber as belezas da água, um solidificou pouco a pouco, no seu
sentimento de reverência começa ambiente de trabalho. Cada vez que
a emergir. o patrão chamava por ela, inscons-
O cuidado é filho da re- cientemente ela trancava a respira-
verência e do sentimento de valor. ção, para poder suportar o possível
É somente através do valor da vida embate com seu patrão sem ceder
que podemos cultivar a tecnologia a seus caprichos, mas temerosa de
interna. É a visão de um continuum perder o emprego. Durante meses
entre eu e o vasto-fora-de-mim que a secretaria vem sobrevivendo no
permite o acesso a uma tecnologia escritório e garantindo seu pão de
interna de autoregulação. Tal como cada dia através desse mecanismo
indica Boff, o cuidado implica pro- de defesa que criam tensões inúteis.
ximidade, intimidade, respeito. Essa Tensões inúteis são construídas no
tecnologia homeostatica inerente a decorrer do tempo por movimentos
todo ser vivo zela pelo equilíbrio repetitivos do cotidiano e são sedi-
entre o individuo e o meio. mentadas pela a atitude da pessoa,
Se os mecanismos de au- ou seja, a maneira com a qual ela
toregulação estão funcionando se percebe e se porta no mundo.
bem, é possível desconstruir todas Uma dificuldade em respirar pode
as marcas que uma crise de pânico ser um reflexo de defesa que foi
possam ter deixado no corpo. Po- estabelecido em um momento ne-
rém, se os mecanismos de autoregu- cessário de nossa vida. Mas, agora,
lação não estão funcionando bem, a ele se cristalizou, ou seja, se tornou
pessoa tem de recorrer, de tempos disfuncional. O patrão foi transferi-
em tempos, a medicamentos ou do para uma outra filial da empresa,
drogas para reduzir os sintomas mas a secretaria continuou com a
psicofísicos causados pela crise respiração curta, angustiada. Mesmo
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não sendo necessario, ela não con- demasiadamente exigentes ou ab-


segue livrar-se do “mal-respirar”. surdas, a tecnologia interna é um
Hanna (1995) indica que um estado espaço de liberdade. Por tecnologia
de disfunção do tônus leva a uma interna não queremos dizer que,
amnésia senso-motora: para manter sua liberdade, uma pes-
soa deva passar seus dias imaginan-
O meio ambiente e o socio- do uma casinha de campo em meio
cultural impõem estímulos a pássaros cantantes. De acordo
constantes aos reflexos de so- com os princípios de aprendizagem
brevivência. Ao longo do tem- no campo da Educação Somática,
po esses reflexos se tornam compreendemos tecnologia interna
hábitos. Um reflexo é ao mes- como o acesso voluntário que po-
mo tempo sensorial e motor e demos ter aos processos fisiológicos
quando ele se torna um hábito, que nos autoregulam. Por exemplo,
há uma perda tanto de contro-
em uma fila de banco insuportável,
le na região onde se dá a ação
posso observar que meu maxilar se
motora quanto da capacidade
fecha, se contrai, as sombrancelhas
de sentir. Devemos nos referir
a esse estado como uma am-
se crispam e uma sensação de frustra-
nésia senso-motora. O estresse ção começa a me tomar. A frustração
acumulado causa amnésia sen- pouco a pouco começa a se tornar
so-motora. Aquilo que descre- mais intensa, à medida em que os
vemos como sendo efeitos da meus companheiros de fila se põem
envelhecimento (“é da idade”) a reclamar da falta de funcionários
são, na verdade, efeitos diretos suficientes para atender a uma fila
da amnésia senso-motora. Há tão grande. Através do que vivi em
uma maneira de se liberar das aulas de Educação Somática, para
restrições involuntárias geradas modular as tensões que começam
pela amnésia senso-motora: um a se acumular em meu corpo diante
aprendizado somático que re- da longa espera na fila e da irritabili-
cupera a vitalidade de regiões dade geral dos presentes, lembro-me
“desmemoriadas” a partir dos de respirar, sacudir minha cabeça
mínimos movimentos ainda imperceptivelmente, ancorar meus
existentes nessas regiões. pés no chão, destravar meu maxilar
deixando a boca entreaberta, os lá-
Mesmo se o mundo “ex- bios úmidos e o olhar periférico, am-
terno” não esta a nosso “favor” nas plo, acima das perturbações da fila.
correntes situações do cotidiano que Brinco com meus próprios processos
nos parecem injustas, entendiantes, fisiológicos porque sou capaz de
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reconhecer o mal estar que me gera e geram dor. Associamos gesto X à


a presente situação e sou capaz de resposta desejada Y. Desta forma,
me dirigir intencionalmente ao bem terminamos por não ousar gestos
estar que já experimentei nas aulas diferentes dos habituais, por medo
de Educação Somática. de que as respostas sejam diferentes
O conceito de comanda daquelas desejadas.
intencional de Goldfarb esclarece O papel do educador
as premissas acima: somático é o de levar o aluno a
melhorar o estado de sua saúde
A comanda intencional, ou seja, através de uma auto-investigação
a possibilidade de escolher, se do movimento de seu corpo. Den-
fundamenta em um processo tro das aulas, são propostos aos
de comparação ancorado na alunos movimentos cuja intenção
faculdade de perceber diferen- é a desenvolver sua propriocepção.
ças. Notaremos que a escolha
A partir do sentir emerge o perce-
pressupõe diferença : sem dife-
ber. O aluno se da conta de que
rença, não ha escolha possivel8.
sua maneira habitual de mover-se
(Goldfarb, 2006, p.97)
esta ligada à patologia da qual se
queixa. Uma vez percebida que a
À medida que uma pessoa
maneira habitual de mover-se causa
refina sua capacidade de sentir(-
e mantem uma dor, por exemplo,
se), mais o corpo se assume como
o aluno entra em um processo de
instrumento inteligente, capaz de
manejar situações que geram dese- descondicionamento gestual, ou
quilíbrio e neutralizá-las. seja, aprende novas maneiras de
mover-se que previnam lesão e
Conclusão promovam bem estar.
Uma vez que o aluno
Vimos, através desse arti- permitiu-se entrever a possibilida-
go, que frequentemente limitamos de de sentir-se diferente do que
nosso vocabulário gestual aqueles ele sente habitualmente, ele entra
movimentos que nos trazem o resul- em um processo de busca de sua
tado esperado, mesmo se esses mo- autenticidade somática. Autentici-
vimentos desgastam nossa estrutura dade somática é o valor do sentir-se

15 La comande volontaire, c’est-à-dire la possibilite de choisir, se fonde sur um processus de


comparaison reposant lui-même sur la faculté de percevoir une différence. On notera que le
choix présuppose une différence : sans différence, pas de choix possible. (Goldfarb, 2006, p.97).
Tradução da autora.
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único, porém pertencente à família JOHNSON, D. (org.). (1995) Bone,


dos seres vivos. Esse valor é sinal breath and gesture: practices of
de maturação da pessoa humana, embodiment. California: North
que zela por sua aparência e gosta Atlantic books.
de seu corpo tal como ele é, ex- GOLDFARB, L. (1998) Articuler
plorando o potencial criativo de le changement: La Méthode
seu próprio organismo: fisiologia, Feldenkrais pour l’éducation du
sensação, sentimento, pensamento, movement. Ed. Espace du Temps
percepção... Présent. Paris.
A esse processo denomi- GOMEZ, N. (1997) Modular el
namos tecnologia interna: o uso cuerpo-mente con los balones
intencional dos mecanismos de inflables : enfoque Soma-ritmos.
autoregulação. O aprendizado do Texto inédito. Costa Rica.
estado de bem estar vivido em aulas HABIB, Ana Lucia C. M. da Costa.
de Educação Somática é transferido (2001) Uma interpretação de
para situações que acontecem fora consciência corporal como valor
da sala de aula: testemunho um humano em um contexto de
possível desequilíbrio se instalar e educação e reeducação postural.
comando intencionalmente o ree- Dissertação para obtenção do
quilibrio usando recursos de meu titulo de Mestre em Ciências da
próprio soma. Motricidade Humana. Inédito.
Universidade Castelo Branco.
Referências Rio de Janeiro. Copia gentilmente
cedida pela autora.
BOIS, D. (2008) Prefácio do livro HANNA, Thomas. What is
Em Pleno Corpo: educação Somatics? Somatics, New York,
somática, movimento e saúde, n.2, vol.14, n° 2, p. 50, 2003.
org. Débora Pereira Bolsanello. HARTLEY, L. (1995) Wisdom of the
Editora Juruá. Body Moving: An Introduction to
BOFF, L. (1999) Saber cuidar : ética Body-Mind Centering®. California:
do humano, compaixão pela North Atlantic Books.
terra. Rio de Janeiro: Editora
Vozes.
BRENNAN, R. (2006). La technique
Alexander: maîtriser votre posture
et votre vie. Les Éditions de
l’Homme. Paris.
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Abstract

Somatic Education is a practical and theoretical field made up of different methods


that work on the body awareness as a path of transforming a person’s mechanical,
physiological, neurological and psychological conditions. We present here three
concepts from which one can identify the field of Somatic Education as well as understand
its proposals in a class: the dis-conditionning of movements, the development of somatic
authenticity and the discovery of internal technology. Somatic Education’s practices
and researches are based on self-investigation of one’s own movements; the learning of
new ways of moving that can prevent lesions and the intentional use of autoregulation
mechanisms.

Key-words: somatic education, psychosomatic, body image, autoregulation, alternative


approaches.

Recebido: março/2010.
Aprovado: abril/2011.

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