Sie sind auf Seite 1von 108

reedição

especial
ed#01

aNo 03 . reeDIção 01
ZUPI . r$ 14,00
START

Jorge Galvão . www.flickr.com/jorgegalvao . Brasil


VISITE > www.zupi.com.br

> envie seus trabalhos


> submit your artworks

check: www.zupi.com.br/revista/colabore.php

FILL UP WITH IDEAS ABASTEZCA CON IDEAS


(english) (español)

Imagine a company focused on art and culture. The first step to Imagine una empresa focada en el arte y cultura. El primer paso
disseminate this concept was through the creation of an online Portal. para diseminar el concepto fue a través de la creación de un Portal
The second step, a bolder one, was creating a Design Conference online. El segundo, mas osado, fue crear una Conferencia de Diseño
based on creativity: The Pixel Show. References, cultural interchange, focada en creatividad: el Pixel Show. Referencias, intercambio cultural,
knowledge, nearness with the artists and that’s it! ... In the year of 2006, conocimiento, proximidad con los artistas y listo! ... En el año 2006, el
Zupi’s audience was already formed, present at the events and adding público de Zupi ya estaba formado, presente en los eventos y sumando
over 30 thousand visits each month to the Portal. casi 30 mil visitas al mes en el Portal...

Imagine that Zupi’s boldness went further, by elaborating an Imagine que esa osadia de Zupi fue más allá, al elaborar una revista
independent magazine about experimental art and design. After 10 independiente sobre diseño y arte experimentales. En solamente 10
issues, the magazine has selected over 400 artists, 40 interviewed, ediciones, la revista ya seleccionó 400 artistas, 40 entrevistados, miles
thousands and thousands of letters and colors. Add to it hundreds of y miles de letras y colores... Sume a iso las centenas de pedidos,
requests, phone calls and mails from an audience fanatic about one llamadas y e-mails de un público fanático por una cosa muy sencilla: la
very simple thing: the Zupi #1 historical reedition. reedición histórica de la Zupi #1.

After this many bold acts, Zupi thanks the people who touch this Después de tantas osadias, Zupi rende gracias al público que maneja
pages, take the Pixel Show seats and paint our walls. It seems like our estas páginas, ocupa las sillas del Pixel Show, baila en nuestras fiestas
prayers (and yours) were answered! y pinta nuestros murales. Parece que nuestras súplicas (y las tuyas)
fueran atendidas!
EDITORIAL > by Allan Szacher

ABASTEÇA COM IDÉIAS


Imagine uma empresa focada em arte e cultura. O primeiro
passo para disseminar o conceito foi através da criação
de um Portal online. O segundo, mais ousado, foi criar
uma Conferência de Design voltada à criatividade: o Pixel
Show. Referências, intercâmbio cultural, conhecimento,
proximidade com os artistas e pronto! ... No ano de 2006,
o público da Zupi já estava formado, presente nos eventos
artwork: Estúdio Deveras < www.estudiodeveras.com >

e somando cerca de 30 mil visitas por mês em seu Portal.

Imagine que essa ousadia da Zupi foi além, ao elaborar uma


revista independente sobre design e arte experimentais.
Em apenas 10 edições, a revista já selecionou mais de 400
artistas, 40 entrevistados, milhares e milhares de letras e
cores... Some isso às centenas de pedidos, telefonemas
e e-mails de um público fanático por uma coisa muito
simples: a reedição histórica da Zupi #1.

Após tantas ousadias, a Zupi agradece ao público que toca


estas páginas, ocupa as cadeiras do Pixel Show, dança em
nossas festas e pinta nossos murais. Parece que as nossas
preces (e as de vocês) foram atendidas!
CARTAS
A revista Zupi não traz as seções básicas do portal, como
reedição cartas, eventos, concursos etc. Encontre este conteúdo em
especial www.zupi.com.br
ed#1 - ano#3
Mande para a Zupi suas críticas e sugestões:
submit@zupi.org

REVISTA ZUPI ESPECIAL > #01 tripulação


conteúdo ALLAN SZACHER
editor / idealizador
JULIA BOLLIGER > MTB 49351-SP
jornalista responsável

SÍMON SZACHER DAVID PLASSA


diretor executivo estagiário de redação
CARNE FRESCA pág 08
criaturas subterrâneas e ZUPI DESIGN DINA ROZENBOJM
heróis antropomórficos direção de arte revisão

PORTFOLIO pág 10
a cidade como tela para Os Gêmeos conselho editorial
Ana Starling, Artur Rangel a.k.a Kjá, Flávio Samelo, Glauco
ARTISTA CONVIDADO pág 24 Diógenes, Luciano Cian, Mário Fontes e Tati Tacla
Lulu*PlasticPirate: desenhar
bem está na moda COLABORADORES
Ana Starling, Apolo Torres, Carlos Asencio Fiol a.k.a chensio,
AMBIENTE pág 32 Daniel Hogrefe, Danilo Rodrigues Silva, Eduardo Burger, Estúdio
3 ambientes escolhidos pela Zupi Deveras, Fellipe Martins, Fernando Freitas, Fernando e Humberto
Campana, Gabriel Silva a.k.a Artebiel, Greg Tocchini, Guilherme
GALERIA pág 38 Marconi, Henrique Bittencort a.k.a Tempo, João Filho, Jorge
trabalhos de 28 artistas Aragon a.k.a Jork, Jorge Galvão, Leandro Demetrius, Luciano
do mundo inteiro Scherer, Lulu*PlasticPirate, Mathias Crémadez, Mauro Pucci,
Melissa Oliveira Costa da Silva, Miguel Bandeira, Murilo Silva,
PRODUTO pág 68 Nicolas Sagredo Duarte, Os Gêmeos, Paula Padilha da Costa,
a originalidade dos Irmãos Campana Rafael Oliveira Lucchesi Cunha, Raul Teodoro, Reberson Alexandre,
Renato Zaca, Ricardo Akn, Sylvia Yasmine Miguel, Tavis Coburn,
Tiago Americo, UiU e Verónica Mejía Acevedo
BATE-PAPO pág 76
Tavis Coburn, o novo garoto retrô AGRADECIMENTOS
Alexandre Soma, André Furhman, Guilherme Marconi (anúncio 4a
TOP SITES pág 88 pág.), Jonathan Croes (UXUS), Marcelo Giannini (Loja), Meghan
os 6 melhores sites do momento Burns (Adams & Knight), Patrícia Greijal e Paula Cohn
escolhidos pela equipe da Zupi

LIVROS pág 90 DINAP 11 3037-6635 ASSINE A REVISTA


o primeiro best-seller da Zupi distribuição Brasil www.zupi.com.br/revista
+55 11 3926-0174
Traduções | Traducciones | Translations pág. 94 PANCROM
gráfica PUBLICIDADE
INSPIRAÇÃO pág 104 simon@zupi.com.br
o ato de observar de Ana Starling +55 11 3926-0174

ENDEREÇO
> setembro 2008 Rua Conde de Irajá 297
> reedição especial VIla Mariana - 04119-010
> issn: 1809-5534 São Paulo - SP - Brasil

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem


CAPA necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou
Os Gêmeos parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem prévia
autorização dos artistas ou do editor da revista.
ILUSTRAÇÃO (à direita)
Apolo Torres . www.flickr.com/apolotorres A ZUPI é um espaço aberto para novas idéias, tendências artísticas e
experimentos. Para colaborar envie seu material por correio ou no e-mail
submit@zupi.org
APOIO
ABRA Zupi é Marca Registrada ® Todos os direitos reservados.
CARNE FRESCA

ZUPI 8
fellipe
martins
> lea este texto en español en la página 94
> read this article in English at page 94

obras: Fellipe Martins

São criaturas subterrâneas, heróis antropomórficos e vilões


ao mesmo tempo enigmáticos e bem-humorados. Troque
os adjetivos usados para definir esses seres e uma nova
combinação dará vida a mais personagens e à fantástica
imaginação do ilustrador paulistano Fellipe Martins, 25.

Atualmente trabalhando na área de quadrinhos (cor


e capas), Fellipe começou a desenhar ainda criança,
como todo bom artista ou designer. “Nenhuma criança
nunca desenhou, mas poucas acabam continuando. Eu
continuei.” O gosto pelos quadrinhos e jogos de videogame
levou-o a, desde sempre, inventar personagens e histórias
mirabolantes. O artista garante que temática e inspiração
em nada foram alteradas após esse longo período, apenas
a maneira de se expressar.

Formado em Artes Plásticas, Fellipe entrou no mercado


de trabalho no último ano do curso, através de um antigo
amigo conhecido em um fórum de internet, Ken Wong.
Diretor de arte de um estúdio de games em Shangai, Wong
contou que estavam precisando de artistas de diferentes
partes do mundo para a criação da identidade visual de um
novo jogo. Durante seis meses, Fellipe e outros “concept
designers” da Austrália, Coréia e México desenharam
diversos personagens e ambientes como base para os
futuros artistas do projeto. O tema era “Contos de fadas
dos Irmãos Grimm”, mas de um lado mais sombrio. “Foi
um ótimo começo. Tive que desenhar e pintar muita coisa,
em um tempo muito curto”, lembra o ilustrador.

Embora formado em um curso superior, o artista atribui


seu conhecimento muito mais ao que aprendeu por conta
própria e com os amigos que conheceu durante essa
trajetória. “Em determinado momento do aprendizado
acadêmico todas as linguagens se cruzam. No entanto
nunca consegui justificar meu trabalho enquanto arte. Era
ilustração e pronto!”, explica Fellipe.

Mesmo com prazos tão curtos, o artista ainda encontra


momentos para produzir suas próprias ilustrações,
segundo ele, um ou dois desenhos por semana. São
trabalhos ligados à cultura pop, devido a sua ligação com
a indústria do entretenimento. “Saio para ver um filme,
volto e desenho um personagem. O mesmo vale para
jogos, livros ou algum artista que me inspire. Tudo isso
reflete-se no trabalho pessoal.”

>> nationpoo.blogspot.com

ZUPI 9
ZUPI 10
PORTFOLIO

os gêmeos
Dois irmãos, idênticos na aparência e no amor pelo graffiti.
Gustavo e Otávio já coloriram muros de diversos países com seus
incríveis personagens e têm obras espalhadas por galerias dos
cinco continentes. Mas o brilhantismo destes artistas brasileiros
só pode ser verdadeiramente reconhecido por aqueles que têm a
oportunidade de entrar em contato pessoal com eles. Foram cerca
de três horas de bate-papo e incontáveis folhas de papel decoradas
pelos dois. Nem mesmo a mesa de madeira, ao redor da qual
estávamos sentados, escapou à sede de criar dos Gêmeos.

Enquanto contavam histórias e davam opiniões sobre temas


variados, de cultura à política, as quatro mãos não pararam por um
segundo de produzir letras, novos personagens e como não poderia
deixar de acontecer, desenhos para ilustrar suas narrativas. A pausa
nessa incrível e frenética geração de arte só se deu no momento
em que surgiu uma caixa de sapatos repleta de álbuns com fotos
de seus trabalhos espalhados pelo mundo. O olhar paternal intenso
sobre as imagens clicadas na África, Holanda, Inglaterra, Canadá,
Estados Unidos, Brasil... Na seqüência foi a vez das fotos digitais,
milhares delas, todas devidamente separadas e identificadas em
pastas específicas no computador. Nada porém que se compare
à experiência de ter acesso ao catálogo da memória dos Gêmeos,
através do qual é possível conhecer pelo menos parte destes 31
anos de vida, 20 deles dedicados ao graffiti e que, de certa forma,
temos o privilégio de partilhar através desta entrevista. >

> lea este texto en español en la página 94 Texto: Paula Cohn


> read this article in English at page 95 Obras: Os Gêmeos

ZUPI 11
ZUPI 12
Raízes

O primeiro contato que tivemos com arte foi através da
nossa família. Já vivíamos numa atmosfera ligada a essa
coisa de arte. Nosso irmão, que é mais velho, pintava e nós
sempre o víamos desenhar, desde pequenininhos. Nosso
pai também ficava desenhando conosco um caminhão de
bombeiro, porque nessa época gostávamos de ir ver os
bombeiros da vida... Pegávamos papel, desenhávamos,
fazíamos desenho em quadrinhos. Estávamos sempre
pintando. Lembro que nosso pai sempre nos levava
ao bairro da Liberdade para comprar aqueles Mangás,
sabe? Pegávamos os Mangás e ficávamos copiando
para aprender. Sempre fomos ligados a desenho. Nossos
pais sempre nos incentivavam.

A primeira vez

Tudo começou no bairro do Cambuci, onde nascemos.


No começo dos anos 80 era bem forte essa coisa da
cultura hip-hop e tinha um pessoal em frente de casa que
ficava até bem tarde da noite dançando, ouvindo um som
e desenhando. E nós ficávamos brincando na rua, todos
os dias, com os caras. Brincando de carrinho, pondo
fogo no lixo das vizinhas e os caras dançando. Assim
conhecemos também o hip-hop. Lembro que a primeira
vez que vimos os caras grafitando na rua estávamos
com nossos pais. Quando saímos à noite, eles estavam
pintando em frente à nossa casa. Então falamos para
nossa mãe: “Queremos fazer isso aí, compre um spray”.
Ela comprou e com ele fomos descobrindo, inventando
para ver como é que era e deu nisso! >

ZUPI 13
ZUPI 14
ZUPI 15
ZUPI 16
ZUPI 17
ZUPI 18
Detalhes que ficam

É legal que, antes do graffiti em si, o jeito de brincarmos


na rua já tinha a ver com o nosso trabalho de arte de
hoje. Tínhamos os brinquedos Play Mobil e construíamos
uns prédios. Ficávamos um mês inteiro trabalhando em
cima para montar um prédio e usar todas as pecinhas...
Depois púnhamos fogo! Fazíamos a coisa real! Isso tem
a ver com nosso trabalho de hoje. Usávamos muitos
detalhes nos brinquedos. >

ZUPI 19
ZUPI 20
ZUPI 21
ZUPI 22
Vida internacional

Começamos a ser reconhecidos em 1993, quando o Barry


McGee (renomado artista californiano) veio para São Paulo
e viu nosso trabalho. Ele gostou e passou a divulgar-nos lá
fora, tornou-se nosso amigo mesmo. Agora, os convites para
exposições só começaram a aparecer em 1999. Um artista
alemão viu nosso trabalho e chamou-nos para participar de
uma mostra lá... Desde então viajamos bastante, ficamos
um tempão fora, fazendo exposições. O mais legal é que
hoje em dia tem, se é que já não apagaram, muitas paredes
com desenhos nossos em países como: Alemanha, França,
Espanha, Portugal, Estados Unidos, África do Sul, Cuba,
Austrália, Grécia, Chile Argentina... O legal mesmo é fazer
arte para o povo ver.

Culturas diferentes

Em cada lugar que passamos aprendemos uma coisa


diferente. É muito bom poder levar um pouco da nossa
história e fazer essa troca de experiências com outros artistas
de outros países. Sempre temos muito a aprender...

Inspiração

Tudo serve de inspiração, depende muito do dia, do humor,


do que está acontecendo ao nosso redor. A vida é uma
inspiração, o que é ao mesmo tempo bom e ruim. Não tem
explicação, é algo que acontece na hora, dá vontade de
pintar e pintamos.

Temas e Estilo

Não temos nenhum tema específico no qual trabalhamos


sempre. Os temas são baseados na nossa vivência, em
tudo que interfere na nossa vida, no dia-a-dia. Temos nosso
mundo paralelo. Gostamos muito de cultura regional, de
festa junina, carnaval e de misturar coisas brasileiras por
isso procuramos por um pouco disso em nosso trabalho.
Depende muito do momento. A linguagem é a mesma em
todos os trabalhos. O que muda é que a rua está aberta a
tudo. Encaramos a cidade inteira como uma tela. A cidade
nos usa, então temos que usar a cidade! Não podemos ver
uma parede que já queremos parar para desenhar. E assim
nascem os nossos personagens. Não estudamos arte, mas
sempre tem alguém que diz que um ou outro trabalho nosso
lembra um artista famoso. Inventamos na hora mesmo, não
ficamos pensando em algo ou alguém.

ZUPI 23
ZUPI 24
ARTISTA CONVIDADO

lulu*plasticpirate
Ilustrações com estética retrô, feitas pelo
casamento da aquarela com o mouse: o
resultado elegante recebe o nome de arte [Zupi] Como você se lançou como artista e
fashion. A ilustradora alemã Lulu Plasticpirate designer?
abusa deste recurso há alguns anos, criando Estudei design, como já mencionei e era muito
traços simples, tão e somente. De tão simples, focada em conceitos de design gráfico. Mas ainda
estes traços foram responsáveis pelo título não tenho certeza da diferença entre trabalhar
conferido à Lulu de um dos 100 maiores talentos como designer e como artista. Trabalhando como
da Alemanha, no ano de 2006 e também por artista, você nunca tem uma descrição detalhada
captar a atenção da Zupi! Desenhar bem está do que a outra pessoa quer. O cliente normalmente
na última Moda. tem algo em mente e quer que a idéia se torne
trabalho artístico. Isso é mais um trabalho de
[Zupi] Conte-nos um pouco sobre sua vida design do que de arte.
profissional desde que você era estudante.
Comecei fazendo ilustrações enquanto estudava [Zupi] Por quê você decidiu abrir seu próprio
design. Depois de fazer minha tese final, comecei estúdio de design? Como consegue seus
a trabalhar 24 horas como profissional. Apesar do clientes?
trabalho, ainda estudei ilustração na University of Comecei a trabalhar em meu próprio estúdio há 3
Fine Arts (Universidade de Belas Artes) em Berlim. anos. Trabalhos eram raros no começo, então passei
Desde então, os dias são completos de ótimos a enviar minhas obras para revistas. Desenvolvi um
trabalhos e sempre tento encontrar tempo para estilo durante os trabalhos que fazia para clientes
trabalhar com novos estilos e diretrizes. que ia conseguindo. >

> lea este texto en español en la página 96


ilustrações: Lulu*PlasticPirate
> read this article in English at page 97
> www.plasticpirate.com

representado por CWC-I


> www.cwc-i.com

ZUPI 25
ZUPI 26
ZUPI 27
ZUPI 28
[Zupi] Existe uma equipe que trabalha com
você?
Eu chamaria meus agentes de minha equipe.
Perto de mim tenho um assistente que me
ajuda, durante algumas horas da semana, a
cuidar dos impressos e responder a muitos
e-mails. Posso me imaginar trabalhando com
uma equipe no futuro, mas baseada mais em
direção de arte.

[Zupi] Qual a maior atração no seu


trabalho?
Não posso dizer – isso é algo que sempre
esteve ali. Preciso colocar minha idéias dentro
de imagens e cores. >

ZUPI 29
[Zupi] Conte-nos sobre seu estilo, se houver um Schiele. Como ilustradores, adoro Antonio Lopez que foi o
específico. mais importante ilustrador fashion dos anos 70. Rene Gruau
No início fazia vetores gráficos, mais do que desenhar com que fez o trabalho de arte da Dior nos anos 50. E agora,
as mãos. Estava apenas acostumada a praticar este estilo, adoro as obras da Stina Persson, ela é realmente demais!
embora fizesse colagem e outros trabalhos de arte. Após
algum tempo, passei a combinar os estilos e criar algo [Zupi] Conte-nos sobre as tendências visuais. Onde
novo. Agora estou treinando todos os estilos, algo de que você encontra suas referências?
realmente gosto pois não sou como um computador que Livrarias são o melhor lugar para se encontrar inspiração.
está programado para apenas uma coisa, sempre. Tenho uma coleção imensa de livros. Os anos 70
influenciaram e inspiraram muitas coisas.
[Zupi] O que a inspira?
Uau, muitas coisas! Brechós, livros antigos, revistas e [Zupi] Você possui algum novo projeto que possa nos
bagagem dos anos 50. Viajar é minha coisa favorita, mas contar?
nunca estive no Brasil. Adoraria ir a um país tão bonito Estou trabalhando em um personagem que lançarei em
e maravilhoso. breve! Adoraria lecionar e trabalhar com estudantes.

[Zupi] Quem são os artistas ou outros profissionais que [Zupi] Você acha que o design do seu país possui um
inspiram seu trabalho? estilo único?
Acho que idéias podem ser tiradas de todo bom trabalho. É Não, não mais. Talvez o design gráfico dos anos 50 fosse único
inspirador para mim ver o trabalho de Andy Warhol ou Egon mas nos dias de hoje todo mundo é influenciado por muitas

ZUPI 30
culturas! As pessoas viajam e estudam em países diferentes [Zupi] É difícil encontrar um agente que busque novos
por todo o mundo. Depois, voltam com estilos novos. clientes para você? O quê você recomenda a qualquer
artista para que possa encontrar um agente?
[Zupi] Você tem uma maneira característica de desenhar Nos primeiros dois anos eu não tinha um agente, mas depois
coisas com um toque feminino. É difícil ser uma garota de alguns projetos encontrei alguém em Nova Iorque. Com
nesta área específica? a concorrência, consegui um contrato com meus agentes
Não. Para cada categoria de ilustração sempre há garotos japoneses que agora cuidam de tudo para mim, em termos
e garotas trabalhando. Existem mais garotos fazendo globais. Isso tem muito a ver com ser dependente e fazer
ilustração fashion e fico feliz com o fato de que agora, trabalho de qualidade. Nunca desista de divulgar seus
mais do que nunca, mulheres trabalham neste campo trabalhos, este é meu conselho.
e exploram outros temas de ilustração, como o modo
técnico-arquitetural. [Zupi] Você fez muitas ilustrações para revistas de todo
o mundo. Como explica seu sucesso?
[Zupi] Você considera necessário estudar para se tornar Trabalho pesado e muita diversão ao trabalhar durante a
um bom designer? noite.
A maioria dos bons designers estudaram, mas sempre há
gente realmente talentosa que consegue prosperar. Sempre [Zupi] Algum comentário para seus fãs brasileiros?
gostei de aprender com meus professores e pessoas com UAU FÃS! EU TENHO FÃS…?
quem trabalhei.

ZUPI 31
AMBIENTE

ZUPI 32
Loja
fotos: Felipe Gaspar

Publicidade, Propaganda e Criação: um trabalho


que envolve o universo criativo com o foco em
vendas. Como vender seu peixe de forma criativa,
a começar pela sua própria agência? O publicitário
brasileiro Marcelo Giannini encontrou a solução
para este briefing.

Após anos à frente da criação de grandes agências


de publicidade do eixo Rio-São Paulo, Giannini
resolveu reunir todo o conhecimento acumulado
ao longo da sua bem sucedida carreira e partir
para um novo desafio. Quem passar pelo bairro
de Laranjeiras no Rio de Janeiro e deparar-se
com a fachada da Loja Comunicação, questionará
se está diante de uma loja de móveis ou feira de
antiguidades de estética marroquina. No entanto,
Giannini possui slogan mais estratégico: a Loja é a
primeira Hot Shop (Boutique Criativa) carioca.

Procurando desvincular-se dos conceitos


batidos relacionados ao modelo de “agência”,
a Loja Comunicação visa estabelecer-se como
empresa de comunicação para geração de idéias
mercadológicas que tenham como substância a
convergência, interatividade, emoção, experiência,
vivência e valor de marca. Curiosos? As portas da
Loja estão abertas para vocês!

>> www.lojacomunicacao.com

> lea este texto en español en la página 97


> read this article in English at page 97

ZUPI 33
ZUPI 34
Adams & Knight
fotos: Woodruff / Brown

Localizada na cidade de Avon, no estado


norte-americano de Connecticut, a agência de
comunicação de marketing integrado Adams &
Knight atua nas áreas de publicidade, marketing
digital e relações públicas.

Com 47 funcionários, a agência criou um espaço


cercado por uma grande área verde. São 50 jardins,
ótimos para uma caminhada após uma refeição ou
até um passeio de bicicleta. A idéia foi proporcionar
um lugar onde um bom trabalho possa ser produzido
e no qual clientes tenham interesse em visitar.

E se o exterior da empresa é um dos destaques da


Adams & Knight, o design de interiores do prédio
ganha em sofisticação. Utilizando elementos em
estilo vintage, o ambiente é uma verdadeira fonte de
inspiração para os profissionais criativos. Cartazes
de cinema e publicidade, mascotes e logos famosos
do final da década de 50 dão o aspecto retrô e
inusitado do ambiente de trabalho da agência. Até
bombas de gasolina da época são utilizadas como
adornos pelos corredores.

Mas o grande atrativo do local é o refeitório situado


no centro do prédio. Uma releitura das clássicas
lanchonetes norte-americanas do período pós-
Segunda Guerra, feita em aço inoxidável. Até uma
máquina vintage da Coca-Cola e um Jukebox
marcam presença no espaço.

>> www.adamsknight.com
ZUPI 35
ZUPI 36
Uxus
fotos: Mathijs Wessing

Era uma vez a Uxus. Uma agência criativa


multidisciplinar holandesa com uma área ampla de
atuação (arquitetura, branding, embalagens, entre
outras). Um belo dia, os habitantes desse escritório
decidiram dobrar o tamanho do local (atualmente
com 135 x 275m) e, junto com a ampliação, todo
o design do ambiente também passou por uma
interessante renovação.

Inspirado no mundo das fábulas, o interior da


agência cria uma atmosfera misteriosa e poética.
Histórias como “O gato de botas” e “Chapeuzinho
Vermelho” são exemplos de contos que estimulam
a imaginação de qualquer um. Sendo uma agência
criativa, a Uxus propõe um ambiente de trabalho
que agregue essa função no dia-a-dia dos
profissionais que por lá passam.

O ambiente explora os espaços vazios e fortalece


a unidade visual do local através de móveis e
luminárias de aspecto contemporâneo. A forma
desses elementos e de outros com caráter mais
decorativo foi trabalhada para fortalecer a alusão
ao universo rico e imaginativo de uma boa fábula.
E eles viveram felizes para sempre!
>> www.uxusdesign.com

ZUPI 37
ZUPI 38 GALERIA >> Daniel Hogrefe . www.flickr.com/danielhogrefe . Brasil
galeria : gallery
envie seus trabalhos
(português)

A Galeria é mais um local disponibilizado pela


Zupi para exibir trabalhos artísticos de qualidade.
Aceitamos trabalhos de ilustração, fotografia, artes
gráficas, design, 3D, animação, motion, tipografia,
pintura, graffiti, moda, entre outros.

Confira os temas para as próximas edições:


. ed #11 - Novembro/08 > tema livre
. ed #12 - Fevereiro/09 > tema livre
. ed especial #02 - Abril/09 > tema Erotika

Envie imagens em baixa resolução (72dpi) para:


submit@zupi.org

Se você for selecionado entraremos em contato,


pedindo seus dados e a arte em 300 dpi.

submit your artworks


(english)

The Gallery inside Zupi Mag is another place where


quality artworks are exposed. We accept works such
as illustration, photography, graphic arts, design,
3D, animation, motion, typography, painting,
graffiti, fashion, among others.

Check out the subjects for the future editions:


. issue #11 - November/08 > free subject
. issue #12 - February/09 > free subject
. special issue #02 - April/09 > Erotika subject

Send us the image in low resolution (72dpi) to:


submit@zupi.org

If you are selected, we will contact you and ask for


your data and the file in 300dpi.

envíe suyos trabajos


(español)

La Galería de la Revista Zupi es otro local en que


trabajos artísticos de calidad son expuestos.
Aceptamos trabajos de: ilustración, fotografía, artes
gráficas, diseño, 3D, animación, motion, tipografía,
pintura, graffiti, moda, entre otros.

Confiera los temas de las próximas ediciones:


. ed #11 - Noviembre/08 > tema libre
. ed #12 - Febrero/08 > tema libre
. edición especial #02 - Abril/08 > tema Erotika

Envíe imágenes en baja resolución (72dpi) para:


submit@zupi.org

Caso sea seleccionado, entraremos en contacto


pidiendo sus datos y el arte en 300dpi.

ZUPI 39
ZUPI 40 GALERIA >> Danilo Rodrigues Silva . danmp4@hotmail.com . Brasil
GALERIA >> Jorge Aragon a.k.a Jork . www.mediawork.ws . Argentina ZUPI 41
ZUPI 42 GALERIA >> Eduardo Burger . www.eduardoburger.com . Brasil
GALERIA >> Fernando Freitas . fernandofreitas.carbonmade.com . Brasil ZUPI 43
ZUPI 44 GALERIA >> Gabriel silva a.k.a artebiel . www.behance.net/artebiel . Brasil/Spain
GALERIA >> greg tocchini . www.gregtocchini.blogspot.com . Brasil ZUPI 45
ZUPI 46 GALERIA >> Renato Zaca . renatojuvenal@oi.com.br . Brasil
GALERIA >> Henrique Bittencort a.k.a Tempo . www.henriquebittencort.blogspot.com . Brasil ZUPI 47
ZUPI 48 GALERIA >> Leandro Demetrius . www.flickr.com/leandro_demetrius . Brasil
GALERIA >> Luciano Scherer . www.flickr.com/incrivel . Brasil ZUPI 49
ZUPI 50 GALERIA >> João Filho . www.flickr.com/joao-filho . Brasil
GALERIA >> Mathias Crémadez . mathcz@gmail.com . France ZUPI 51
ZUPI 52 GALERIA >> Nicolas Sagredo Duarte . www.flickr.com/desligamiento . Chile
GALERIA >> Paula Padilha da Costa . www.estudioparalelo.com.br . Brasil ZUPI 53
ZUPI 54 GALERIA >> Raul Teodoro . mustaxd@gmail.com . Brasil
GALERIA >> Reberson Alexandre . reberson_@hotmail.com . Brasil ZUPI 55
ZUPI 56
GALERIA >> Ricardo akn . www.fotolog.com/agouro . Brasil ZUPI 57
ZUPI 58 GALERIA >> Tiago Americo . www.sputnikstudio.com.br . Brasil
GALERIA >> Sylvia Yasmine Miguel . sylviayasmine.carbonmade.com . Brasil ZUPI 59
ZUPI 60 GALERIA >> Verónica Mejía Acevedo . veronicamejia.blogspot.com . Colombia
GALERIA >> Carlos Asencio Fiol a.k.a chensio . www.chensio.es . Spain ZUPI 61
ZUPI 62 GALERIA >> Miguel Bandeira . miguelbandeira_rj@yahoo.com.br . Brasil
GALERIA >> Murilo Silva . www.flickr.com/cena8 . Brasil ZUPI 63
ZUPI 64 GALERIA >> Melissa Oliveira Costa da Silva . www.saltria.deviantart.com . Brasil
GALERIA >> UIU . www.uiu-uiu.com . Portugal ZUPI 65
ZUPI 66 GALERIA >> Mauro Pucci . www.flickr.com/dabliuponto . Brasil
GALERIA >> RAFAEL OLIVEIRA LUCCHESI CUNHA . rafaellucchesi.carbonmade.com . Brasil ZUPI 67
PRODUTO

ZUPI 68
> lea este texto en español en la página 98
> read this article in English at page 98

mobiliário: Campanas
> www.campanas.com.br

irmãos
campana
Humberto e Fernando Campana, nascidos em uma
fazenda no interior de São Paulo, costumavam
fazer brinquedos de madeira e assistir a filmes
italianos. Hoje, vendem móveis para bancos e
museus europeus, criam móveis para a principal
marca italiana de design mobiliário, a EDRA, e
possuem um escritório no coração de São Paulo –
cidade pela qual são apaixonados. Essa mudança
radical de vida não mudou a forma de verem o
mundo, um pouco fantástico, como mostraram em
uma tarde agradável em seu ateliê.

Acredita-se que os irmãos Campana ainda


possuam um princípio completamente original
dentro de um universo criativo rápido demais.
Analisados e adorados por grandes entendedores
de cultura, a dupla se revela como produto
genuinamente brasileiro, a despeito dos rótulos
tupi-guarani. Conectados às formas urbanas de
nossas metrópoles e materiais de uso cotidiano,
esbanjam um carisma invejável, mostrando a alma
de uma simples cadeira e os segredos de duas
personalidades únicas... >

ZUPI 69
ZUPI 70
A CADEIRA VERMELHA
Estamos procurando criar novos estofamentos, para revestir o que já é um
ícone: a cadeira. É claro que, por trás disso, existe uma construção, uma
engenharia que às vezes parece ser muito casual, mas não é. A cadeira de
cordas vermelhas foi a primeira peça nossa produzida na Itália e que nos
projetou. Sempre fazemos pesquisa de materiais. Um dia compramos um
rolo de cordas e trouxemos para o escritório. Ao jogá-lo sobre a mesa, ele
se desfez. Nós nos olhamos e dissemos: “É a cadeira que a gente queria
fazer!”. Sempre quisemos trabalhar com desconstrução e o Brasil é um país
assim: toda essa fusão de raças, não possui uma ordem. Quisemos fazer
uma coisa que refletisse essa essência. >

ZUPI 71
ZUPI 72
ZUPI 73
OPINIÃO INFÂNCIA
Nosso trabalho é minucioso mas é Dá para identificar em nossos trabalhos,
muito imperfeito também. Trabalhamos os objetivos que tínhamos na infância.
com a imprecisão, sem muitas regras, Aprendemos criando nossos próprios
procurando sempre contaminar os outros brinquedos com bambu, barro - na
com o novo. A regra é dar liberdade para época usávamos lata, sequer alumínio.
quem quiser fazer, rever a produção Somos do interior e era engraçado porque
industrial, humanizar o design, não nosso pai nos trazia para o Mappin todo
sendo mais aquela coisa de plástico que Natal. Eram os anos 60 e a loja tinha um
parece sempre feita pelo mesmo autor. A monte de brinquedos importados. Mas
cadeira já foi inventada, seria pretensioso aqueles carrinhos de controle remoto
inventá-la de novo, por isso a peça tem não tinham graça, depois de meia hora
que emocionar. Você corre o risco de seu já não importava. Pois o mundo de lá
móvel ser taxado de não muito confortável era diferente, tinha cavalos, riozinhos,
e muitas vezes não é mesmo, mas deve fazíamos casas nas árvores, pontes de
ousar. Não basta apenas ser bonito, bambu, uma casa ligada à outra... e havia
elegante, se não acrescenta nada. A gente o cinema também, que era a janela para
está no ano 2006 e nota-se muita coisa o mundo: passava Polanski, Felini, Kubrik,
italiana made in Brazil, mas o que há de “A Laranja Mecânica”. Você precisava ver
novo em pesquisa ou investigação nas o bom gosto que havia naquela época! Isso
raízes do país, nas culturas? deu-nos uma base muito boa: ligar a raiz
brasileira da fazenda com a sofisticação
italiana, de espaços, do móvel mesmo.

ZUPI 74
TRABALHO INSPIRAÇÃO
O Fernando é designer industrial e já é São Paulo, o jeito que vivemos, as
muito mais prático do que eu. Sou mais mudanças radicais que toda hora temos
onírico. Deixei o curso de Direito quando que enfrentar são o que nos inspira. Essa
vi que não tinha nada a ver comigo, que fragilidade que é o Brasil, não se pode ter
estava perdendo meu tempo e que só fazia segurança em nada, desde sair na rua até
aquilo por estar acomodado, por querer os políticos, a democracia frágil. O medo
agradar minha família. Queria mesmo do que pode acontecer até uma próxima
era ser artista plástico, escultor. Sempre eleição do Lula... São os elementos que
trabalhei com as mãos. Resolvemos fazer incentivam nossa criação.
as coisas juntos há 22 anos atrás. Eu
tinha o ateliê aqui em São Paulo, quando
o Fernando veio fazer uma entrega de
Natal e viu um potencial de trabalho ali.
Começamos a fazer objetos em mármore,
pesquisar granilitos e agora temos uma
equipe que produz algumas coisas -
ainda que em pequena quantidade,
pois queremos manter a qualidade e a
essência do trabalho aqui no estúdio. O
legal é conviver com isso de mostrar e ser
honesto, sabe? Por exemplo, não queria
ver nosso espaço branquinho, bonitinho
com móveis de outros designers. Acho que
essa é a nossa história, nosso laboratório
de provas.

ZUPI 75
ZUPI 76
> lea este texto en español en la página 99
> read this article in English at page 100

ilustrações: Tavis Coburn


> www.taviscoburn.com

tavis
coburn
Tavis Coburn é norte-americano, ilustrador e viciado em
livros antigos. Está constantemente atarefado diante dos
computadores, onde faz trabalhos digitais usando softwares
como 3D, Cinema 4D, Maya, Z-Brush e Photoshop. Nas
horas vagas, flerta com atividades de DJ, pratica hockey e
skateboard. Quando pequeno, migrou muitas vezes pelos
Estados Unidos e Canadá, trazendo o karma do “garoto
novo” de toda vizinhança que viria a freqüentar.

Inevitável não associar a arte de Tavis ao estilo retrô, muito


em voga nos dias de hoje na música, vestimentas e arte.
Suas ilustrações são um brechó cultural de idéias e estética
prestando uma homenagem ao universo do passado, à
poesia e ao desgaste visual.

Por essas e outras, o “garoto novo” foi longe. De tão longe,


tornou-se “garoto velho”.

Ops, velho não. Retrô. >

ZUPI 77
ZUPI 78
[Zupi] Como foi a infância no Canadá?
Nasci em London, Ontario (CA), em 1975. Meu pai era
banqueiro e minha mãe dona de casa. Enquanto meu
pai subia nos ranquings com sua empresa, mudamo-nos
pelo Canadá algumas vezes. Eu era, constantemente, o
“garoto novo” da escola. Considero Toronto minha cidade
natal pois foi a últitma parada de todas as mudanças.
Tive uma infância típica no Canadá, joguei hockey a nível
competitivo até os 17 anos de idade. Também reunia-me
muitas tardes após a escola para jogar o outro esporte
preferido do Canadá: road hockey - similar ao hockey
mas sem o gelo e substituindo o disco por uma bola de
tênis. Ironicamente, meu verdadeiro amor nos esportes
foi o skateboard, que praticava quase todos os dias e até
construí uma rampa em minha garagem.

Após graduar-me no colégio, matriculei-me no Ontario


College of Art e detestei. Não era o que estava procurando.
Por capricho fiz um requerimento ao Art Center College of
Design, em Los Angeles (EUA). Era a escola dos sonhos,
para mim, grandes ilustradores que admirava graduaram-
se lá e eu sentia que poderia fazer arte/design/ilustração
(como queira chamar) uma carreira bem sucedida. Não
tinha idéia se meu trabalho estava de acordo com seus
padrões, de qualquer forma, eles viram algo em meu
portifólio, pois meu pedido foi aceito e mudei-me para
Los Angeles em 1994.

[Zupi] Você se lembra do primeiro contato que teve


com a arte?
Hm, pergunta difícil. Não tenho certeza, mas lembro-me
de apaixonar-me por ir à biblioteca quando era criança.
A seção infantil não me interessava e eu partia para a
seção de “livros grandes” e aprofundava-me em tudo:
de ciência ao kung-fu e, meu favorito, maquinaria militar.
Não era pelas palavras, mas pelas imagens e ilustrações.
O segundo contato foi com meus brinquedos, pois cresci
em uma era maravilhosa de brinquedos. Meu primeiro
amor foram os carros, tanques e veículos militares
Matchbox. Não apenas os veículos diecast mas também
a arte das embalagens. Star Wars foi uma obsessão,
logo após veio G.I. Joe e, por último, The Transformers.
Com isso passei longas noites de inverno imerso em
minha imaginação. Meus brinquedos tornaram-se meus
amigos e adversários enquanto eu navegava por estes
mundos estranhos que criava. Amava esta arte pois ela
trazia objetos inanimados à vida. Permitia-me assumir
o controle a partir do ponto que a arte deixava a caixa.
Aqueles tornariam-se a faísca para que a história se
desdobrasse. O argumento final e provavelmente mais
importante foram os quadrinhos. Fui basicamente um
“rato” dos quadrinhos quando novo. Comprava um monte
de quadrinhos e começava desde a primeira página do
topo da pilha, refazendo cada quadro, cada vilão e herói.
Qualquer chance que tivesse de trabalhar em um livro de
quadrinhos ou personagem, eu faria. >

ZUPI 79
ZUPI 80
ZUPI 81
ZUPI 82
[Zupi] Podemos associar seu trabalho aos
posters soviéticos e à estética publicitária nos
anúncios do pós-guerra norte-americano?
Sim, totalmente. Ambos alimentaram-me com
aprendizagem em design, inspiração, processo e
espanto. Os artistas e designers daquela época
tinham ferramentas muito básicas comparadas
ao que temos agora para criar e imprimir aqueles
posters. Talvez usar menos ferramentas tornasse
suas vidas mais fáceis e simples. Eles eram muito
talentosos, não estou certo de que meu trabalho
esteja à altura ainda. Por sinal, espero que leve
minha vida toda para chegar a um lugar onde tudo
o que se cria seja perfeito e poderoso - isso me dá
razão para acordar todos os dias. Tentei, a todo
o tempo, fazer coisas simples e limpas. Diretores
de arte, especialmente os mais novos, sempre
querem pôr mais coisas em uma obra. É como
se pensassem que o público é burro e precisa
ser condicionado a este conceito. Meu trabalho
sempre se ferra por causa de caras como estes.
Um dia, gostaria de fazer uma apresentação de
todos os meus sketches rejeitados. De qualquer
forma, é definitivamente um elogio ser comparado
àqueles designers, portanto, obrigado.

[Zupi] Esta arte retrô (ou vintage) está muito em


voga nos dias de hoje. Você acha que isso pode
depreciar seu estilo?
Acho que não. Meu trabalho parece antigo por
muitas razões. O processo é a primeira delas. O
amor e admiração pelos artistas que citei na última
questão são a segunda. E a terceira é a soma
de aprendizado que tive, relacionado ao fazer
artístico, dos anos que passei no Art Center. Tive
grandes instrutores como Rob e Christian Clayton,
Jason Holley, Jim Heimann e David Mocarski.
Devo muito a estes caras. Aprendi igualmente
estudando ilustradores e designers de 1900 a
1960, o que não precisei forçar. Quando pintava,
tudo saía como uma ilustração dos anos 50 ou
60, e quando fazia design, parecia um poster de
propaganda ou anúncio da revista Fortune (dos
anos 40). As pessoas sempre perguntam por que
meu trabalho é assim. Eu digo a elas que nasci no
século errado. Na verdade, eu apenas não penso
nisso. Começa com uma imagem em minha mente
e as mãos fazem o possível para recriá-la. Por
vezes, meu assistente me pergunta: “Por que você
colocou aquela forma ali?”. Geralmente respondo:
“Não sei. Parecia certo colocá-la ali”. Se alguém
estiver tentando fazer sua arte parecer antiga - pois
isso soa como uma tendência na arte comercial e
propaganda, e fará sua arte mais comercializável -
é uma escolha pobre. As pessoas podem ver além
disso. Isso deve vir da sua alma. >

ZUPI 83
ZUPI 84
[Zupi] Seus trabalhos estão conectados à
estética da publicidade antiga. Como associar
publicidade e mercado a um estilo tão autoral?
Bem, esta é uma questão que os artistas que estão
fazendo a maioria de seus trabalhos para clientes,
ao invés de si mesmos, devem estar se perguntando
a todo tempo. É a parte mais difícil do meu trabalho.
Não sou realmente um artista plástico. Artista sim,
designer sim, ilustrador sim. Mas os tópicos de meu
trabalho estão baseados em palavras de escritores
ou na necessidade de uma peça de arte legal para
vender algo. Respeito o graffiti e artistas de rua,
pois eles têm de mostrar ao mundo sua arte sem
que qualquer cliente ou diretor de arte contamine-
os com idéias. Eles criaram um corpo de trabalho
com conceitos próprios e, quando as empresas
ligam, permitem que eles tenham um pouco mais
de reinado livre. As empresas sentem que podem
nos intimidar um pouco mais. Talvez cobremos um
pouco mais, por conhecermos o mercado, e eles
sentem que devem fazer valer seu dinheiro. É legal
que a arte urbana tenha tido esse ressurgimento na
última década. E ela apenas vai crescer mais e mais,
especialmente com todo o destino e obscuridão
que parece estar no horizonte. >

ZUPI 85
ZUPI 86
[Zupi] Isso significa que a sociedade esteja tão
inserida na sociedade de consumo que o próprio
consumo já seja uma forma de arte?
Sim, é mais ou menos como eu ia dizendo
anteriormente. A linha entre estes dois está
evoluindo de forma constante. Os artistas que estão
trabalhando com estas 500 empresas sortudas,
estão se tornando parte de nossa cultura popular.
De muitas formas, o produto e as empresas acabam
ficando famosos: as pessoas identificam um e outro
por meio de objetos materiais. Onde você vive, o
que dirige, o que veste... nós estamos marcados
com logos de empresas, com pacotes específicos.
A maior parte desta imagem é gerada por artistas
e designers dessas empresas: quem tira dinheiro
de pessoas que querem ter um óculos da Channel.
Caso você mostre a alguém na rua, em qualquer
lugar do mundo, um tênis da Nike, 99% das
pessoas dirão que é um Nike. Caso você pergunte
às mesmas pessoas quem foi que o desenhou,
quase ninguém saberá. Sim, é um dos logos mais
reconhecidos do mundo. Nós (artistas e designers)
que criamos arte para estas empresas precisamos
sentar no banco de trás nesta máquina que dirige
a necessidade da arte popular, e sentir orgulho
do fato de meio milhão de pessoas terem visto
algo que criamos. Pouquíssimas pessoas podem
dizer isso. Em minha opinião, o mundo das artes
plásticas é diferente. As pessoas sentem como se
precisassem saber tudo sobre a pessoa que criou a
arte, pois os ajuda a dissecar e entender o sentido
da obra: entendendo o sentido, pode-se entender
a arte.

[Zupi] Por seu estilo, que ferramentas utiliza


para desenhar?
Meu estilo é um híbrido de alguns elementos.
Obviamente a vanguarda russa, os posters
americanos dos anos 40 e 50, ilustrações dos anos
30 até os anos 70. Pintores como Caravaggio,
Sargent, Bacon, Warhol, Basquiat, Motherwell.
Designers como Saul Bass, Paul Rand, Art Paul...
e não me faça começar a listar os designers
mobiliários pelos quais fui influenciado! A lista iria
longe. Misture as coisas que amo visualmente e
você terá meu estilo. Alguém já descreveu meu
trabalho como modernista. Eu estava pintando,
fazendo gravuras e desenhando de forma bem
modernista quando cheguei aos processos que os
ilustradores já usavam há anos. Escolhi um outro
caminho para criar minha arte. Parecia bastante
pomposo e eu não era o único cara tentando
pegar este influxo de computadores e aplicar ao
meu trabalho de modo a fazê-lo parecer real e
não “gerado por computadores”. Meu trabalho é
completamente digital, exceto por um passo. No
começo, pintava todos os elementos à mão, com
guache e levava-os ao scanner. Construía formas
vetoriais no Illustrator e exportava todas as peças
como filme. Após isso, revelava telas de silk screen
a partir dos filmes e re-imprimia a ilustração em
4 cores (CMYK). Hoje meu processo leva menos
tempo, mas ainda é bastante complicado. Todos
os meus elementos são inicialmente criados em
programas de 3D, Cinema 4D, Maya e Z-Brush.
De pessoas à foguetes, todos são construídos em
programas de CG. Os elementos orgânicos são
todos feitos nestes programas, e depois usados
como referência para pintar no Corel Painter.

ZUPI 87
TOP SITES

J-exhibit
http://www.j-exhibit.com

A home page traz os trabalhos do caricaturista venezuelano J. Leal. Não apenas uma
simples apresentação do trabalho do artista, mas uma exposição interativa produzida
em flash. Com um clique é possível acessar uma espécie de controle e escolher as
ilustrações. Através de uma lupa é possível dar zoom sobre a figura e detalhar a técnica
utilizada por J. Leal.

Angry-Gram
http://www.angry-gram.com

Um belo cheeseburguer pode saciar a fome de muita gente, como também faz aparecer
aqueles quilinhos a mais. Mas a rede de lanchonetes Burguer King resolveu usar seu
tradicional sanduíche Whooper para outro fim. Com uma animação bem-humorada, o
lanche será encarregado de mandar mensagens para qualquer pessoa, de uma forma um
tanto quanto descontrolada.

Axe Saone
http://www.axesaone.fr

O site da agência francesa de arquitetos paisagistas Axe Saone é uma aula de como
comprimir muitas informações com uma solução gráfica simples e dinâmica. A
interatividade da navegação permite um acesso rápido e fácil e se desenrola por um
ambiente bem clean, criado através de grafismos que expressam o foco ambiental dos
projetos da agência.

Burst Labs
http://www.burstlabs.com

A produtora de áudio Burst Labs desenvolve trilhas sonoras para o mercado publicitário,
cinema, videogames, entre outros. Na web page desse estúdio é possível acessar um
acervo de músicas separadas de acordo com os mais variados critérios. A seleção é feita
através de pequenos discos que trazem os nomes das trilhas e podem ser ramificados da
maneira que o interessado deseja.

The Secret Location


http://www.thesecretlocation.com

Secret Location é o nome de uma agência integrada de mídia. O site da empresa apresenta
logo de início um filme onde o usuário poderá explorar o conceito e conhecer melhor o
trabalho da agência. A interatividade é conquistada a partir das decisões que o internauta
fizer durante a história que se desenrola.

Yolk
http://www.yolk.com.sg

A home page da agência interativa cingapuriana Yolk é a pura tradução do que seus
membros desejam passar aos usuários de Internet. Com um aspecto bem simples e
fora dos padrões convencionais, a navegação pode ser feita tanto pelo arrastar do
mouse como pelas setas do teclado. O resultado é uma página dinâmica, atraente e
bem objetiva.

ZUPI 88
ZUPI 89
LIVROS > by Allan Szacher

ONESTO
Editado pela Zupi Design e Editora Ltda.
ISBN 13: 978-85-61464-00-4
144 pgs
Uma crew de 72 personagens para dar voz a um
artista. Onesto foi a escolha, o mais antigo. Há
15 anos, corpos e rostos arredondados, braços
e pernas finas chamam os olhares para muros,
paredes e becos das cidades. Mostram o estado
de espírito de Alex Hornest.

O livro intitulado ONESTO é o primeiro livro


de arte da Editora Zupi. A obra inaugural
apresenta o trabalho do artista urbano Alex
32 33

Hornest sob o primeiro pseudônimo que usou


para pintar nas ruas.

Hornest é pintor, escultor e artista multimídia.


Desde 1992 expõe obras no mundo todo e
continua a pintar nas ruas. O livro contém 144
páginas, traz uma compilação de seus melhores
trabalhos e narra sua trajetória até os dias de
hoje, em que trabalha sobre suportes inusitados,
sempre procurando captar a essência humana
e o cotidiano caótico das grandes cidades.
Inspirado por tudo o que lhe cerca, foca sua
arte na produção de instalações que possam ter
interação com o público.

A obra ONESTO aborda as temáticas mais


apontadas no trabalho do artista: urbanas, cidade tiradentes . sp . 2007

lúdicas e introspectivas. É a primeira


publicação da série de livros de arte da Zupi 38 39

que visa estimular estudantes e profissionais,


contribuindo para o fomento da arte e o registro
histórico deste tipo de expressão global.
vila madalena . sp . 2005

ZUPI 90
ZUPI 91
ASSINE VISITE
NOSSA
A REVISTA LOJA

ZUPI

A única revista brasileira focada em design


artístico e experimental. Uma revista
TELEFONE > (11)5084.9040 / 3926-0174
diferente. Uma revista que vai inspirar,
fomentar e incentivar a arte, o design, a INTERNET > w w w.zupishop.com
ilustração, o graf fiti, a fotografia, a moda e
a propaganda no Brasil. EMAIL > assinaturas@zupi.com.br
AssINE A REvIsTA AgORA E REcEBA
ELA EM qUALqUER LUgAR dO BRAsIL.
O pagamento pode ser efetuado por Car tão de Crédi to ( VISA, MASTERCARD ), boleto bancário ou depósi to em Conta Corr ente (com envio de compr ovante).
fellipe martins (español) os gêmeos (español)
008 | 009 010 | 023
Son criaturas subterráneas, héroes the project. The theme was “Grimm Aborther’s Dos hermanos, idénticos en su apariencia y
antropomórficos y villanos, enigmáticos y Fairy Tales”, but seen from an obscure point of su amor por el graffiti. Gustavo y Otávio ya
bien humorados al mismo tiempo. Cambie los view. “It was a great beginning. I had to draw colorearon muros de diversos países con sus
adjetivos usados para definir a esos seres y una and paint a lot of stuff, in very little time.” Recalls increíbles personajes y tienen obras distribuidas
nueva combinación dará vida a más personajes the illustrator. por galerías de los cinco continentes. Pero la
y a la fantástica imaginación del ilustrador brillantez de estos artistas brasileños solo
paulistano Fellipe Martins, de 25 años de edad. Even though he is an university graduate, the puede ser verdaderamente reconocida por
artist links his knowledge much more to what aquéllos que tienen la oportunidad de entrar
008 | 009 Trabajando actualmente en el área de historietas he learnt on his own and through friends he en contacto personal con ellos. Fueron cerca
(color y tapas), Fellipe comenzó a dibujar encountered during his journey. “At some de tres horas de charla e incontables hojas
aún niño, como todo buen artista o designer. determined point in academic learning all de papel decoradas por los dos. Ni siquiera
“Ningún niño nunca dibujó, pero pocos siguen language forms cross. However, I could never la mesa de madera, alrededor de la cual
haciéndolo. Yo seguí.” El gusto por las historietas justify my work as art. It was illustration, period!”, estábamos sentados, escapó a la sed de crear
y juegos de video lo llevó a, desde siempre, explains Fellipe. de los mellizos.
inventar personajes e historias aparatosas. El
artista garantiza que en nada se alteraron la Despite the very short deadlines, the artist still Mientras contaban historias y daban opiniones
temática ni la inspiración después de ese largo finds moments to produce his own illustrations, sobre temas variados, desde cultura hasta
período, tan sólo la manera de expresarse. according to him, one or two drawings a week. política, las cuatro manos no pararon por un
The works are linked to the pop culture, due segundo de producir letras, nuevos personajes
Formado en Artes Plásticas, Fellipe entró al to his bond with the entertainment industry. “I y como no podría dejar de ocurrir, dibujos para
mercado de trabajo en el último año del curso, go out to see a movie, come back and draw ilustrar sus narraciones. La pausa en esa
por medio de un antiguo amigo conocido en a character. The same goes for games, books increíble y frenética generación de arte sólo se
un foro de Internet, Ken Wong. Director de arte or an artist that inspires me. All this reflects on dio en el momento en que surgió una caja de
en un estudio de games en Shangai, Wong personal work.” zapatos repleta de álbumes con fotos de sus
contó que estaban precisando artistas de trabajos distribuidos por el mundo. La mirada
diferentes partes del mundo para la creación de >> nationpoo.blogspot.com paternal intensa sobre las imágenes sacadas
la identidad visual de un nuevo juego. Durante en África, Holanda, Inglaterra, Canadá,
seis meses, Fellipe y otros concept designers Estados Unidos, Brasil...Enseguida fue el
de Australia, Corea y México dibujaron diversos turno de las fotos digitales, miles de ellas,
personajes y ambientes como base para todas debidamente separadas e identificadas
los futuros artistas del proyecto. El tema era en carpetas específicas en la computadora.
“Cuentos de hadas de los hermanos Grimm”, Sin embargo, nada que se pueda comparar a
pero con una visión más sombría. “Fue un la experiencia de tener acceso al catálogo de
excelente comienzo. Tuve que dibujar y pintar la memoria de los Mellizos, a través del cual es
muchas cosas, en un tiempo muy corto”, posible conocer por lo menos parte de estos
recuerda el ilustrador. 31 años de vida, 20 de ellos dedicados al grafiti
y que, de cierta forma, tenemos el privilegio de
Aunque esté formado en un curso superior, compartir gracias a esta entrevista.
el artista atribuye su conocimiento mucho
más a lo que aprendió por cuenta propia Raíces
y con los amigos que conoció durante esa El primer contacto que tuvimos con arte fue
trayectoria. “En determinado momento del gracias a nuestra familia. Ya vivíamos en una
aprendizaje académico todos los lenguajes atmósfera ligada a esa cosa del arte. Nuestro
se cruzan. Sin embargo nunca logré justificar hermano, que es mayor, pintaba y nosotros
mi trabajo en cuanto arte. Era ilustración y siempre lo veíamos dibujar, desde pequeñitos.
listo!”, explica Fellipe. Nuestro padre también se quedaba dibujando
con nosotros un camión de bomberos,
Aun con plazos tan cortos, el artista todavía porque en esa época nos gustaba ir a ver a
encuentra momentos para producir sus los bomberos del barrio. Tomábamos papel,
propias ilustraciones, según él, uno o dos dibujábamos, hacíamos dibujos en historietas.
dibujos por semana. Son trabajos ligados a Estábamos siempre pintando. Recuerdo que
la cultura pop, debido a su conexión con la nuestro padre siempre nos llevaba al barrio de
industria del entretenimiento. “Salgo para ver Liberdade para comprar esos Mangás, ¿vio?
una película, vuelvo y dibujo un personaje. Tomábamos los Mangás y nos quedábamos
Lo mismo vale para juegos, libros o algún copiando para aprender. Siempre estuvimos
artista que me inspire. Todo eso se refleja en el ligados al dibujo.
trabajo personal.”
Nuestros padres siempre nos incentivaban.
>> nationpoo.blogspot.com
La primera vez
Todo comenzó en el barrio de Cambuci donde
nacimos. A principios de los años 80 era muy
fuerte esa cosa de la cultura hip-hop y había
fellipe martins (english) una gente enfrente de casa que se quedaba
hasta muy tarde por la noche bailando,
008 | 009
oyendo música y dibujando. Y nosotros nos
They are underground creatures, quedábamos jugando en la calle, todos los
anthropomorphic heroes and villains at the same días, con los tipos. Jugando con autitos,
time enigmatic and good-humored. Switch the metiéndole fuego a la basura de las vecinas
adjectives used to define these beings and a y los tipos bailando. Así conocimos también
new combination will give life to more characters el hip-hop.
and the fantastic imagination of the Brazilian
illustrator from São Paulo - Fellipe Matins, 25. Recuerdo que la primera vez que vimos a los
tipos haciendo grafitis en la calle estábamos
Currently working in the comic book market con nuestros padres. Cuando salimos a la
(color and covers), Fellipe started to draw noche, ellos estaban pintando enfrente de
when he was still a child, like any good artist nuestra casa. Entonces le dijimos a nuestra
or designer. “There is not a single kid that never madre: “Queremos hacer eso; compra un
drew, but very few continue doing it. I continued.” aerosol”. ¡Ella lo compró y con él fuimos
The taste for comics and videogames made descubriendo, inventando para ver como era
him, since forever, invent amazing character and y salió esto!
stories. The artist guarantees that themes and
inspiration have not been altered at all after such Detalles que permanecen
a long period, only the form of expression. Es bárbaro que, antes del graffiti en si, la
manera en que jugáramos en la calle ya tenía
A fine arts graduate, Fellipe entered the work que ver con nuestro trabajo de arte de hoy.
field on his senior year, through an old friend Teníamos los Play Mobils y construíamos
he met in an Internet forum, Ken Wong. Art unos edificios. Nos quedábamos un mes
director of a game studio in Shangai, Wong told entero trabajando sobre eso para montar un
him they needed artists from different parts of edificio y usar todas las piecitas. ¡Después le
the world to create the visual identity of a new prendíamos fuego! ¡Hacíamos la cosa real!
game. During six months, Fellipe and other
concept designers from Australia, Korea and Eso tiene que ver con nuestro trabajo de hoy.
Mexico drew a number of diverse characters Usábamos muchos detalles en los juguetes.
and sceneries as a base for the future artists of

ZUPI 94
Traduções | Traducciones | Translations
os gêmeos (english)
010 | 023
Vida internacional Two brothers, identical in their appearance and up in 1999. A German artist saw our work and
Comenzamos a ser reconocidos en 1993, in their love for graffiti. Gustavo and Otávio called us to participate in a show there… since
cuando Barry McGee (renombrado artista have painted the walls of a wide variety of then we have traveled a lot, we spend a lot of
californiano) vino a São Paulo y vio nuestro countries with their amazing characters and time out of the country, doing exhibitions.
trabajo. A él le gustó y empezó a divulgarnos own works that are spread out in galleries in all
afuera, se tornó nuestro amigo de verdad. of the five continents. However, the brilliance The coolest thing is that nowadays there
Ahora, las invitaciones para exposiciones sólo of these Brazilian artists can only be truly are, if they haven’t yet been erased, a lot of
comenzaron a aparecer en 1999. Un artista recognized by those who have the opportunity walls with our drawings on them in countries
alemán vio nuestro trabajo y nos llamó para of being face to face with them. It was about like: Germany, France, Spain, Portugal, USA, 010 | 011
participar en una muestra allá. Desde entonces three hours of chitchat and uncountable South Africa, Cuba, Australia, Greece, Chile,
viajamos bastante; nos quedamos un montón sheets of paper decorated by both. Not even Argentina… The greatest thing is making art
de tiempo fuera; haciendo exposiciones. the wooden table, we sat around, escaped the for the people to see.
twin’s thirst for creation.
Lo mejor de todo es que hoy día hay, si no Different Cultures
es que ya las borraron, muchas paredes While they told us stories and gave opinions Everywhere we go we learn something
con dibujos nuestros en países tales como: on a variety of themes, from culture to politics, different. It is very nice being able to take some
Alemania, Francia, España, Portugal, Estados the four hands did not stop, even for a second, of our story with us and trade experiences with
Unidos, Sudáfrica, Cuba, Australia, Grecia, producing letters, new characters and what other artists in other countries. We always have
Chile, Argentina... Lo mejor, de veras, es hacer they could not help happening, drawings a lot to learn… 012 | 013
arte para que el pueblo lo vea. to illustrate their narratives. A pause in this
incredible and frenetic rhythm of art generation Inspiration
Culturas diferentes only happened when a shoebox filled with Everything serves as inspiration. It all
Por cada lugar que pasamos aprendemos photo albums of their works that are spread depends on the day, the humor, on what is
una cosa diferente. Es muy bueno poder all around the world appeared. An intense happening around us. Life is an inspiration,
llevar un poco de nuestra historia y hacer paternal look over the images photographed in what is at the same time good and bad.
ese intercambio de experiencias con otros Africa, Netherlands, England, Canada, United There is no explanation, it is something that
artistas de otros países. Siempre tenemos States, Brazil… right in the sequence we happens at the time, it makes us feel like
mucho que aprender. were shown the digital photos, thousands of painting so we paint.
them, duly separated and identified in specific 014 | 015
Inspiración. folders on the computer. However, nothing that Themes and Style
Todo sirve como inspiración; depende mucho compares to the experience of having access There is no specific theme we always work
del día, del humor, de lo que está ocurriendo a to the twin’s memory catalog, through which on. The themes are based on our experiences,
nuestro alrededor. La vida es una inspiración, it is possible to get to know at least a part of on everything that interferes in our life, on our
lo que es al mismo tiempo bueno y malo. these 31 years of life, 20 of them, dedicated routine. We have our parallel world. We really
No hay explicación, es algo que ocurre en el to graffiti and that, in some way, we have the like the regional culture, the typical parties,
momento; dan ganas de pintar y pintamos. privilege of sharing through this interview. carnival and mixing Brazilian elements so we
search for some of this in our work. It is very
Temas y Estilo Roots dependent on the moment.
No tenemos ningún tema específico en el cual The first contact we had with art was within
016 | 017
trabajamos siempre. Los temas están basados our family. We already lived in an art related The language is the same in all our works.
en nuestra vivencia, en todo lo que interfiere atmosphere. Our older brother painted and What changes is that the street that is open
en nuestra vida, en el día a día. Tenemos ever since we were little children we saw him to everything. We view the whole city as a
nuestro mundo paralelo. Nos gusta mucho drawing. Our father would also draw fire trucks canvas. The city uses us, so we have to use
la cultura regional, las fiestas de junio, el with us, at the time we liked to go see the the city! We cannot see a wall, if we do, we
carnaval y mezclar cosas brasileñas; por eso fireman… We would take paper, draw, we made already want to stop and draw on it. This is
intentamos poner un poco de eso en nuestro our drawings into comics. We were always how our characters are born. We did not study
trabajo. Depende mucho del momento. painting. I remember our father would take art, but there is always someone who says
us to Liberdade ( a Japanese neighborhood this piece of ours or that one resembles the 018 | 019
El lenguaje es el mismo en todos los trabajos. in Sao Paulo) to buy those Mangás, you work of a famous artist. We actually make it
Lo que cambia es que la calle está abierta a know? We would take the Mangás and copy up on the spot, we don’t think of something
todo. Encaramos la ciudad entera como una them to learn the techniques. We were always or someone.
tela. ¡La ciudad nos usa, entonces tenemos connected to drawing.
que usar a la ciudad! No podemos ver una
pared sin querer parar para dibujar. Y así Our parents always encouraged us.
nacen nuestros personajes. No estudiamos
arte, pero siempre hay alguien que dice que The first time
uno u otro trabajo nuestro le recuerda a un We were born in the Neighborhood of Cambuci,
artista famoso. Inventamos en el mismo where everything started. In the beginning of 020 | 021
momento, no nos ponemos a pensar en algo the 80’s the hip-hop culture was very strong
o en alguien. and there were a few guys who would stay out
late dancing, right in front of our house, hearing
some music and drawing. And we would play
on the street, everyday, with the guys. Playing
with our cars, setting the neighbor’s trashes on
fire and the guys were dancing. Thus we were
introduced to hip-hop as well.

I remember the first time we saw the guys 022 | 023


“graffiting” on the street we were with our
parents. When we went out at night, they were
painting across the street from our house. So
we told our mom: We want to do that, buy
some spray. She did and with them we started
discovering, inventing to see what the thing
was and now you have the result!

Details that remain


It’s cool that, before the graffiti itself, the way
we played on the streets already had something
to do with our art today. We had Play Mobils
and constructed buildings. We’d spend a whole
month working on a building, using every single
piece… then when it was ready, we’d set it on
fire! We made the thing real!

This has everything to do with our work today.


We cared and used a lot of detail on our toys.

International Life
We started being recognized in 1993, when
Barry Mcgee (renowned Californian artist)
came to Sao Paulo and saw our work. He
liked it and started disseminating us outside,
he became a real friend of ours. Now, the
invitations for exhibitions only started showing

ZUPI 95
lulu* (español) lulu* (english)
024 | 031 024 | 031
Ilustraciones con estética retro, hechas por Illustrations as retro esthetics, made through
el casamiento de la acuarela con el mouse: [Zupi] Cuéntenos sobre las tendencias the marriage of the watercolor and the mouse:
el resultado elegante recibe el nombre de visuales. ¿Dónde usted encuentra sus the elegant result is given the name of fashion
arte fashion. La ilustradora alemana Lulu referencias? art. The German Illustrator Lulu Plasticpirate
Plasticpirate abusa de este recurso desde Las librerías son el mejor lugar para encontrar has been abusing this resource for some time,
hace algunos años, creando trazos simples, inspiración. Tengo una colección inmensa de creating merely simple traces. So simple, these
solamente. De tan simples, estos trazos libros. Los años 70 influenciaron e inspiraron traces were responsible for the title awarded to
fueron responsables por el título otorgado a muchas cosas. Lulu as one of the 100 best German talents, in
024 | 025 Lulu de uno de los 100 mayores talentos de 2006 and also for capturing Zupi’s attention.
Alemania, en el año 2006 y también por captar [Zupi] ¿Usted posee algún nuevo proyecto Drawing well is the latest fashion.
la atención de Zupi y ocupar nuestro primer que pueda contarnos?
Portfolio. Dibujar bien está de última moda. ¡Estoy trabajando en un personaje que lanzaré [Zupi] Tell us a little about your professional
en breve! Me encantaría dar clases y trabajar life since your were a student.
[Zupi] Cuéntenos un poco sobre su con estudiantes. I began illustrating while I studied design. After
vida profesional desde que usted era presenting my final thesis, I began working 24
estudiante. [Zupi] ¿Usted cree que el design de su país hours as a professional. Despite working, I still
Comencé haciendo ilustraciones mientras posee un estilo único? studied illustration in the University of Fine Arts
estudiaba design. Después de hacer mi tesis No, no más. Tal vez el design gráfico de los in Berlin. Since then, the days are filled with
026 | 027 final, comencé a trabajar veinticuatro horas años 50 fuese único, pero en los días de excellent work and I always seek time to work
como profesional. A pesar del trabajo, además hoy todo el mundo está influido por muchas with new styles and directions.
estudié ilustración en la University of Fine Arts culturas. Las personas viajan y estudian en
(Universidad de Bellas Artes) en Berlín. Desde países diferentes por todo el mundo. Después, [Zupi] How was your launch as an artist and
entonces, los días están llenos de excelentes vuelven con estilos nuevos. designer?
trabajos y siempre intento encontrar tiempo I studied design, as I’ve mentioned earlier
para trabajar con nuevos estilos y directrices. [Zupi] Usted tiene una manera característica and was very focused on concepts of graphic
de dibujar cosas con un toque femenino. design. But I am still unsure of the differences
[Zupi] ¿Cómo usted se lanzó como artista ¿Es difícil ser una muchacha en esta área between working as a designer and as an
y designer? específica? artist. Working as an artist, you are never given
028 | 029 Estudié design, como ya mencioné y era muy No. Para cada categoría de ilustración siempre a clear description of what the other person
concentrada en conceptos de design gráfico. hay muchachos y muchachas trabajando. wants. The client generally has something on
Pero todavía no estoy segura de la diferencia Existen más muchachos haciendo ilustración his mind and wants it to become artistic work.
entre trabajar como designer y como artista. fashion y me pone feliz el hecho de que ahora, This is more a designer’s work than art.
Trabajando como artista, usted nunca tiene más que nunca, las mujeres trabajan en este
una descripción detallada de lo que la otra campo y exploran otros temas de ilustración, [Zupi] Why did you decide to open your
persona quiere. El cliente normalmente tiene como el modo técnico-arquitectural. own design studio? How do you find your
algo en mente y quiere que la idea se torne clients?
trabajo artístico. Eso es más un trabajo de [Zupi] ¿Usted considera necesario estudiar I began working in my own studio 3 years ago.
030 | 031 design que de arte. para tornarse un buen designer? Work was rare at first, so I began sending my
La mayoría de los buenos designers work to magazines. I developed a style during
[Zupi] ¿Por qué usted decidió abrir su estudiaron, pero siempre hay gente realmente the production of my work for the clients that
propio estudio de design? ¿Cómo consigue talentosa que logra prosperar. Siempre me started to come up.
sus clientes? gustó aprender con mis profesores y personas
Empecé a trabajar en mi propio estudio hace con quienes trabajé. [Zupi] Is there a team that works with you?
tres años. Los trabajos eran raros al principio, I would call my agents my team. Close to me
entonces empecé a enviar mis obras para [Zupi] ¿Es difícil encontrar un agente que I have an assistant that helps, during some
revistas. Desarrollé un estilo durante los busque nuevos clientes para usted? ¿Qué hours of the week, handle print outs and
trabajos que hacía para clientes que iba le recomienda usted a cualquier artista para answer many e-mails. I can imagine myself
consiguiendo. que pueda encontrar un agente? working with a team in the future, however,
En los primeros dos años yo no tenía un more focused on art direction.
[Zupi] ¿Existe un equipo que trabaja con agente, pero después de algunos proyectos
usted? encontré alguien en Nueva York. Con la [Zupi] What is the biggest attraction in your
Yo llamaría a mis agentes mi equipo. Cerca competencia, conseguí un contrato con mis work?
de mí tengo un asistente que me ayuda, agentes japoneses que ahora administran I can’t say - that is something that has always
durante algunas horas de la semana, a ver los todo para mí, en términos globales. Eso tiene been there. I have to put my Ideas Inside
impresos y responder a muchos e-mails. Puedo mucho que ver con ser dependiente y hacer Images and colors.
imaginarme trabajando con un equipo en el trabajo de calidad. Nunca desista de divulgar
futuro, pero basada más en dirección de arte. sus trabajos, éste es mi consejo. [Zupi] Tell us about your style, if there is one
specifically.
[Zupi] ¿Cuál es la mayor atracción en su [Zupi] Usted ha hecho muchas ilustraciones At first I made vector graphics, more then
trabajo? para revistas de todo el mundo. ¿Cómo hand drawings. I was only used to practicing
No lo puedo decir, eso es algo que siempre explica su éxito? this style, even though I made some collages
estuvo allí. Necesito colocar mis ideas dentro Trabajo pesado y mucha diversión al trabajar and other types of artwork. After some time,
de imágenes y colores. durante la noche. I started working with combinations of styles
to create a new one. Now I am practicing all
[Zupi] Cuéntenos sobre su estilo, si hubiera [Zupi] ¿Algún comentario para sus styles, something I really like because it differs
uno específico. admiradores brasileños? me from a computer that is programmed for
Al principio hacía vectores gráficos, más que ¡Uy! Admiradores. ¿Yo tengo admiradores? the same thing, always.
dibujar con las manos. Estaba solamente
acostumbrada a practicar este estilo, > www.plasticpirate.com [Zupi] What inspires you?
aunque hiciera collage y otros trabajos de Wow, many things! Vintage shops, antique
arte. Después de algún tiempo, empecé a books, magazines and baggage from the 50’s.
combinar los estilos y crear algo nuevo. Ahora Traveling Is my favorite thing, but I have never
estoy entrenando todos los estilos, algo que been to Brazil. I would love to go to such a
realmente me gusta pues no soy como una pretty and wonderful country.
computadora que está programada sólo para
una cosa, siempre. [Zupi] Who are the artists or other
professionals who inspire your work?
[Zupi] ¿Qué la inspira? I find ideas can be taken from any piece of
¡Uy, muchas cosas! Tiendas de ropa usada, good work. It Is Inspiring for me seeing the
libros antiguos, revistas y bagajes de los años work of Andy Warhol or Egon Schiele. As for
50. Viajar es mi cosa favorita, pero nunca Illustrators I love Antonio Lopez who was the
estuve en Brasil. Me encantaría ir a un país tan most important fashion designer of the 70’s.
bonito y maravilloso. Rene Gruau responsible for Dior’s artwork
in the 50’s. Today, I love the work of Stina
[Zupi] ¿Quiénes son los artistas u otros Persson, she is really fantastic!
profesionales que inspiran su trabajo?
Creo que las ideas se pueden sacar de todo [Zupi] Tell us about visual tendencies.
buen trabajo. Es inspirador para mí ver el Where do you find your references?
trabajo de Andy Warhol o Egon Schiele. Como Bookstores are the best places to find
ilustradores, me encanta Antonio López que inspiration. I have an immense book collection.
fue el más importante ilustrador fashion de The 70’s influenced and inspired many things.
los años 70. Rene Gruau que hizo el trabajo
de arte de Dior en los años 50. Y ahora, me [Zupi] Do you have a new project you can
encantan las obras de Stina Person, ¡ella es tell us about?
realmente bárbara! I am working on a new character I will launch
ZUPI 96
loja (español) adams & knight (español)
032 | 033 034 | 035
soon! I would love to lecture and work with Publicidad, Propaganda y Creación: un Localizada en la ciudad de Avon, en el estado
students. trabajo que involucra al universo creativo con norteamericano de Connecticut, la agencia de
la concentración en ventas. ¿Cómo vender su comunicación de marketing integrado Adams
[Zupi] Do you think your country’s design producto de forma creativa, empezando por & Knight actúa en las áreas de publicidad,
has an unique style? su propia agencia? El publicitario brasileño marketing digital y relaciones públicas.
No, not anymore. Maybe the graphic design Marcelo Giannini encontró la solución para
In the 50’s was unique but today everyone is este briefing. Con 47 empleados, la agencia creó un
influenced by many cultures! People travel espacio cercado por una gran área verde. Son
and study in different countries all around the Después de años al frente de la creación de 50 jardines, excelentes para una caminata 032 | 033
world. Then they come back with new styles. grandes agencias de publicidad del eje Rio- tras un almuerzo o, inclusive, un paseo en
São Paulo, Giannini resolvió reunir todo el bicicleta. La idea fue proporcionar un lugar
[Zupi] You have a very characteristic way conocimiento acumulado a lo largo de su muy donde se pueda producir un buen trabajo y al
of drawing with a feminine touch. Is it hard exitosa carrera y partir hacia un nuevo desafío. cual los clientes tengan interés en visitar.
being a girl In this specific area? Quien pasa por el barrio de Laranjeiras en
No. For every category of illustration there are Rio de Janeiro y se depara con la fachada Y si el exterior de la empresa es uno de los
always boys and girls working. There are more de la Loja Comunicación, cuestionará si está destaques de Adams & Knight, el diseño de
men doing fashion Illustration and It makes me delante de una tienda de muebles o una feria interiores del edificio gana en sofisticación.
happy that in fact now, more the ever, women de antigüedades de estética marroquí. Sin Utilizando elementos de estilo vintage,
work in this field and explore other themes of embargo, Giannini posee un eslogan más el ambiente es una verdadera fuente de 034 | 035
Illustration, like technical architectural forms. estratégico: la Tienda es la primera Hot Shop inspiración para los profesionales creativos.
(Boutique Creativa) carioca. Afiches de cine y publicidad, amuletos y
[Zupi] Do you find it necessary to study to logotipos famosos del final de la década
become a good designer? Tratando de desvincularse de los conceptos del 50 dan un aspecto retro e inusitado al
Most of the good designers studied, but there repetidos relacionados al modelo de ambiente de trabajo de la agencia. Inclusive
are always very talented people that manage “agencia”, la Tienda Comunicación surtidores de gasolina de la época se utilizan
to prosper. I have always liked to learn from my trata de establecerse como empresa como adornos por los corredores.
teachers and people I worked with. de comunicación para la generación de
ideas mercadológicas que tengan como Pero el gran atractivo del local es el comedor
[Zupi] Is it hard to find an agent that sustancia la convergencia, la interactividad, situado en el centro del edificio. Una relectura
prospects new clients for you? What do you la emoción, la experiencia, la vivencia y el de los clásicos mostradores de cafeterías
recommend to any artist so one can find an valor de marca. ¿Curiosos? ¡Las puertas de norteamericanas del período pos Segunda
agent? la Loja están abiertas para ustedes! Guerra, hecho de acero inoxidable. Inclusive
The first two years I did not have an agent, una máquina vintage de la Coca-Cola y un
but after some projects I found someone in > www.lojacomunicacao.com Jukebox marcan presencia en el espacio.
New York. With the competition, I got myself
a contract with my Japanese agents that now > www.adamsknight.com
look after everything for me, in global terms.
This has a lot to do with being Independent
and producing quality work. Never give up
loja (english)
032 | 033
disseminating your work, this is my advice.
Publicity, Advertising and Creation: a job
adams & knight (english)
034 | 035
[Zupi] You have made many illustrations for that involves the creative universe focused
magazines from all over the world. How do on sales. How to sell your fish creatively, Located in the city of Avon, in the North
you explain your success? starting with your own agency? The Brazilian American state of Connecticut, is Adams
Hard work and a lot of fun as I work during Advertiser Marcelo Giannini found the solution & Knight, a Marketing and Communication
the night. for this briefing. Agency that acts in the areas of advertising,
publicity, digital marketing and public
[Zupi] Any comments for your Brazilian After years ahead of the creative team of big relations.
fans? advertising agencies in the axis Rio-São Paulo,
WOW FANS! I HAVE FANS...? Giannini decided to gather all the knowledge Composed by 47 employees, the agency
acquired throughout his successful career and created a space surrounded by a huge green
> www.plasticpirate.com go after a new challenge. Who ever passes area: 50 gardens, great for a walk after a meal
through the neighborhood of Laranjeiras in or even a bicycle ride. The idea was to provide
Rio de Janeiro and runs into the facade of a pleasant working environment where good
the Loja Comunicação, will question weather work can be produced and a place that clients
one is facing a furniture shop or an antique fair will be interested in visiting.
with Moroccan esthetics. However, Giannini
possesses a more strategic slogan: the store is If the exterior of the company is one of the
the first Carioca Hot Shop (Creative Boutique highlights of Adam & Knight, the interior
in Rio). design of the building wins in sophistication.
Using vintage style elements, the place is a
Attempting to free itself from the worn out real fountain of inspiration for the creative
concepts of the original model of “agency”, professionals. Movie and advertisement
the Loja Comunicação aims to establish posters, famous mascots and logos from the
itself as a company of communication for 50’s create a retro style and an unusual work
generation of marketing ideas composed of environment for an agency. Even gas pumps
emotion, experience, change, interaction and from the time are used as adornments around
brand value. Curious? The store is open, come the corridors.
on in!
However, the big attraction of the place is the
> www.lojacomunicacao.com cafeteria located in the center of the building.
An adaptation of the classic North American
diners, from the post World War II period made
of stainless steel. Even a vintage Coca-Cola
machine and a jukebox are present in the
diner.

> www.adamsknight.com

ZUPI 97
uxus (english)
036 | 037
Érase una vez Uxus. Una agencia creativa para las tiendas Mappin todas las Navidades.
multidisciplinaria holandesa con una amplia Eran los años 60 y la tienda tenía un montón
área de actuación (arquitectura, branding, de juguetes importados. Pero aquellos carritos
embalajes, entre otras). Un buen día, los con control remoto no tenían gracia, después
habitantes de esa oficina decidieron duplicar de media hora ya no importaba. Pues el
el tamaño del local (actualmente de 135 m² mundo de allá era diferente, había caballos,
x 275 m²) y, junto con la ampliación, todo el riachos; hacíamos casas en los árboles,
diseño del ambiente también pasó por una puentes de bambú, una casa conectada a
036 | 037 interesante renovación. la otra...y estaba el cine también, que era la
ventana para el mundo: pasaban Polanski,
Inspirado en el mundo de las fábulas, el Fellini, Kubrik, “La naranja mecánica”. ¡Usted
interior de la agencia crea una atmosfera tenía que ver el buen gusto que había en
misteriosa y poética. Historias como “El gato aquella época! Eso nos dio una base muy
con botas” y “Caperucita roja” son ejemplos buena: ligar la raíz brasileña de la estancia
de cuentos que estimulan la imaginación de con la sofisticación italiana, de espacios, del
cualquiera. Al ser una agencia creativa, Uxus mueble mismo.
propone un ambiente de trabajo que agregue
esa función al día a día de los profesionales INSPIRACIÓN
que por allá pasan. San Pablo, la forma en que vivimos, los
cambios radicales que en todo momento
El ambiente explota los espacios vacíos
y fortalece la unidad visual del local a
irmãos campana (español) tenemos que enfrentar son lo que nos inspira.
Esa fragilidad que es Brasil; no se puede tener
068 | 075
través de muebles y lámparas de aspecto seguridad en nada, desde salir a la calle hasta
contemporáneo. La forma de esos elementos Humberto y Fernando Campana, nacidos en los políticos, la democracia frágil. El miedo a lo
y de otros con carácter más decorativo fue una estancia en el interior de San Pablo, solían que puede ocurrir hasta una próxima elección
trabajada para fortalecer la alusión al universo hacer juguetes de madera y ver películas de Lula. Son los elementos que incentivan
rico e imaginativo de una buena fábula. ¡Y italianas. Hoy venden muebles para bancos nuestra creación.
ellos vivieron felices para siempre! y museos europeos, crean muebles para la
068 | 069 principal marca italiana de design mobiliario, TRABAJO
> www.uxusdesign.com EDRA, y poseen una oficina en el corazón Fernando es designer industrial y es mucho
de San Pablo – ciudad por la cual están más práctico que yo. Soy más onírico. Dejé
encantados. Ese cambio radical de vida no la carrera de Derecho cuando vi que no tenía
les cambió la forma de ver el mundo, un poco nada que ver conmigo, que estaba perdiendo
uxus (english) fantástico, como mostraron durante una tarde
agradable en su taller.
mi tiempo y que sólo hacía eso por estar
acomodado, por querer agradar a mi familia.
036 | 037
Lo que quería de veras era ser artista plástico,
Once upon a time there was Uxus. A very Se cree que los hermanos Campana todavía escultor. Siempre trabajé con las manos.
creative Dutch multidisciplinary agency that tienen un principio completamente original Resolvimos hacer las cosas, juntos, hace
070 | 071 acts on a wide variety of areas (architecture, dentro de un universo creativo demasiado 22 años. Yo tenía el taller aquí en San Pablo,
branding, packaging, amongst others) One rápido. Analizados y adorados por grandes cuando Fernando vino a hacer una entrega
fine day, the inhabitants of this office decided entendedores de cultura, la dupla se revela de Navidad y vio un potencial de trabajo allí.
to double its size (currently 135m² x 275m²) como producto genuinamente brasileño, Comenzamos a hacer objetos en mármol, a
and, along with this enlargement, all the a despecho de los rótulos de tupí-guaraní. estudiar granitos y ahora tenemos un equipo
environment’s design also went through an Conectados a las formas urbanas de nuestras que produce algunas cosas, aunque en
interesting renovation. metrópolis y materiales de uso cotidiano, pequeña cantidad, pues queremos mantener
derrochan un carisma envidiable, mostrando la calidad y la esencia del trabajo aquí, en
Inspired on the world of fairy tales, the inside el alma de una simple silla y los secretos de el estudio. Lo genial es convivir con eso de
072 | 073 of the agency creates a mysterious and poetic dos personalidades únicas. mostrar y ser honesto, ¿sabe? Por ejemplo,
atmosphere. Stories like “Puss in Boots” and no quería ver nuestro espacio blanquito,
“Little Red Riding Hood” are examples of tales OPINIÓN lindito con muebles de otros designers.
that stimulate anyone’s imagination. Being Nuestro trabajo es minucioso pero es muy Creo que ésa es nuestra historia, nuestro
a creative agency, Uxus proposes a work imperfecto también. Trabajamos con la laboratorio de pruebas.
environment that adds this element to the imprecisión, sin muchas reglas, tratando
routine of the professionals that go by there. siempre de contaminar a los otros con lo > www.campanas.com.br
nuevo. La regla es dar libertad para quien lo
The environment explores the empty spaces quiera hacer, rever la producción industrial,
and reinforces the visual unison of the place humanizar el design, no siendo más esa cosa
074 | 075 through the use of contemporary aspects
present in furniture and lamps. The shapes
de plástico que parece siempre hecha por el
mismo autor. La silla ya fue inventada, sería irmãos campana (english)
of these elements and others with a more pretencioso inventarla de nuevo, por eso la 068 | 075
decorative character were projected to pieza tiene que emocionar. Usted corre el
strengthen the allusion to the rich and riesgo de que su mueble sea acusado de no Humberto and Fernando Campana, born in
imaginative universe of a fable. And they lived muy cómodo y muchas veces no es así, pero a farm in the countryside of Sao Paulo, they
happily ever after! debe ser osado. No basta tan sólo ser bonito, used to make wooden toys and watch Italian
elegante, si no agrega nada. Uno está en el movies. Today, they sell furniture to European
> www.uxusdesign.com año 2006 y se notan muchas cosas italianas banks and museums, create furniture for
made in Brazil pero, ¿qué hay de nuevo en EDRA, the main Italian brand of designer
investigación en las raíces del país, en las furniture, and have an office in São Paulo- city
culturas? they absolutely love. This radical life change
did not change the way they see the world, a
LA SILLA ROJA little amazing, as they showed us on a pleasant
Estamos tratando de crear nuevos acolchados, evening in their workshop.
para revestir lo que ya es un ícono: la silla.
Está claro que, por tras de eso, existe una It is believed that the Campana brothers still
construcción, una ingeniería que a veces possess a completely original principle inside
parece ser muy casual, pero no lo es. La silla a very quick creative universe. Analyzed and
de cuerdas rojas fue la primera pieza nuestra adored by culture experts, the pair is revealed
producida en Italia y que nos proyectó. as a genuinely Brazilian product, in despite of
Siempre hacemos estudio de materiales. Tupi-Guarani labels. Connected to the urban
Un día compramos un rollo de cuerdas y lo forms of our metropolis and routines, owners
trajimos para la oficina. Al tirarlo sobre la mesa, of an enviable charisma, showing the soul of
se deshizo. Nosotros nos miramos y dijimos: a simple chair and the secrets of two unique
“¡Es la silla que queríamos hacer!”. Siempre personalities...
quisimos trabajar con des-construcción y
Brasil es un país así: toda esa fusión de razas, OPINION
no posee un orden. Quisimos hacer una cosa Our work is extremely detailed and very
que reflejara esa esencia. imperfect as well. We work with imprecision,
with very little rules, always trying to
INFANCIA contaminate others with the new. The rule is
Es posible identificar en nuestros trabajos to give liberty to whoever wants to do things,
los objetivos que teníamos en la infancia. review the industrial production, humanize
Aprendimos creando nuestros propios juguetes design, so it isn’t just that plastic thing that
con bambú, barro - en la época usábamos always seems to have the same author. The
lata, ni siquiera aluminio. Somos del interior chair has already been invented, it would be
y era gracioso porque nuestro padre nos traía pretentious to invent it again, therefore it has
ZUPI 98
tavis coburn (español)
076 | 087
to bring out emotion. You run the risk of your Tavis Coburn es norteamericano, ilustrador Sí, totalmente. Ambos me alimentaron con
furniture being labeled as uncomfortable and y enviciado en libros antiguos. Está aprendizaje de diseño, inspiración, proceso
many times it really isn’t comfortable, but it constantemente atareado frente a las y espanto. Los artistas y diseñadores de
must be bold. It is not enough to be pretty, computadoras, donde hace trabajos digitales aquella época tenían herramientas muy básicas
elegant, if it does not add anything. We are in usando softwares como 3D, Cinema 4D, Maya, comparadas a las que tenemos ahora para
2006 and the amount of Italian things made Z-Brush y Photoshop. En las horas libres, crear e imprimir aquellos posters. Tal vez usar
in Brazil is notable, but what is in fact new in coquetea con actividades de disc jockey, menos herramientas tornase sus vidas más
research or investigation in the country’s roots, practica hockey y skateboard. Cuando era fáciles y simples. Ellos eran muy talentosos;
culturally? pequeño viajó muchas veces por los Estados todavía no estoy seguro de que mi trabajo 076 | 077
Unidos y Canadá, trayendo el karma del esté a su altura. A propósito, espero que lleve
“muchacho nuevo” de todo el vecindario que toda mi vida llegar a un lugar donde todo lo
THE RED CHAIR llegaría a frecuentar. que se cree sea perfecto y poderoso, eso me
We are attempting to create new padding, to da razón para despertarme todos los días.
fill what already is an icon: the chair. Of course Inevitable no asociar el arte de Tavis al estilo Intenté, todo el tiempo, hacer cosas simples y
that, behind all this, there is a construction, retro, muy en boga en la música de los días de limpias. Los directores de arte, especialmente
an engineering that sometimes seems to be hoy, en vestimentas y arte. Sus ilustraciones los más jóvenes, siempre quieren poner más
very casual, but it is not. The red rope chair son una feria americana cultural de ideas y cosas en una obra. Es como si pensaran que el
was the first of our pieces produced in Italy estética que presta homenaje al universo del público es burro y necesita estar condicionado
and that projected us. We always research pasado, a la poesía y al desgaste visual. a ese concepto. Mi trabajo siempre se 078 | 079
materials. One day we bought a roll of rope Por esos y otros motivos, el “muchacho nuevo” jode debido a tipos como éstos. Un día me
and brought it to the office. When we through llegó lejos. De tan lejos que llegó, se transformó gustaría hacer una presentación de todos mis
it over the table, it undid itself. We looked at en “muchacho viejo”. sketches rechazados. De cualquier forma, es
each other and said: “It’s the chair we wanted Epa, viejo no. Retro. definitivamente un elogio ser comparado a
to make!”. We have always wanted to work aquellos diseñadores, por lo tanto, gracias.
with deconstruction and Brazil is the country [Zupi] ¿Cómo fue su infancia en Canadá?
for this: the fusion of races does not have an Nací en London, Ontario (CA), en 1975. Mi [Zupi] Esta arte retro (o vintage) está muy en
order. We wanted something that reflected this padre era banquero y mi madre ama de casa. boga en los días de hoy. ¿Usted piensa que
essence. Mientras mi padre subía en las clasificaciones eso puede depreciar su estilo? 080 | 081
en su empresa, nos mudamos por Canadá Creo que no. Mi trabajo parece antiguo por
CHILDHOOD algunas veces. Yo era, constantemente, el muchas razones. El proceso es la primera de
In our work one can identify, the objectives we “muchacho nuevo” de la escuela. ellas. El amor y admiración por los artistas que
had in our childhood. We learnt our craft by Considero Toronto mi ciudad natal pues fue mencioné en la última pregunta son la segunda.
creating our own toys out of bamboo, mud – at la última parada de todas las mudanzas. Tuve Y la tercera es la suma de aprendizaje que tuve,
the time we used tin cans, not even aluminum. una infancia típica en Canadá, jugué al hockey relacionada al hacer artístico, de los años que
We were from the countryside and it was funny a nivel competitivo hasta los 17 años de edad. pasé en el Art Center. Tuve grandes instructores
because every Christmas our dad would bring También me reunía muchas tardes después de como Rob y Christian Clayton, Jason Holley,
us to Mappin (a very big department store in la escuela para jugar al otro deporte preferido Jim Heimann y David Mocarski. Debo mucho
the city). It was the 60’s and the store was de Canadá: road hockey - similar al hockey a estos tipos. Aprendí igualmente estudiando 082 | 083
filled of imported toys. But those remote pero sin el hielo y sustituyendo el disco por ilustradores y diseñadores desde 1900 hasta
control cars were no fun, after half an hour we una pelota de tenis. Irónicamente, mi verdadero 1960, lo que no necesité forzar. Cuando
couldn’t care less about them. The world we amor en los deportes fue el skateboard, que pintaba, todo salía como una ilustración de los
lived in was different, there were horses, rivers, practicaba casi todos los días y hasta llegué a años 50 ó 60, y cuando hacía diseño, parecía
we made tree houses, bamboo bridges, one construir una rampa en mi garaje. un poster de propaganda o anuncio de la
house linking to the other…and there were the Después de graduarme en el colegio, me revista Fortune (de los años 40). Las personas
movies too, a window overlooking the world: matriculé en el Ontario College of Art y lo siempre preguntan por qué mi trabajo es así.
it showed Polanski, Felini, Kubrik, “Clockwork detesté. No era lo que estaba buscando. Por Yo les digo que nací en el siglo equivocado.
Orange”. You had to see the good taste of capricho hice un requerimiento al Art Center En verdad, yo simplemente no pienso en eso.
the time! All this gave us an excellent base: College of Design, en Los Ángeles (USA). Era Comienza con una imagen en mi mente y las 084 | 085
linking Brazilian roots from the farm to Italian la escuela de mis sueños, grandes ilustradores manos hacen lo posible para recrearla. A veces,
sophistication, for space, for actual furniture. que admiraba se habían graduado allá y yo mi asistente me pregunta: “¿Por qué usted
sentía que podría hacer arte/design/ilustración puso esa forma allí?”. Generalmente respondo:
INSPIRATION (como quiera llamarlo) una carrera exitosa. No “No lo sé”. Parecía correcto colocarla allí. Si
São Paulo, the way we live, the radical tenía idea si mi trabajo estaba de acuerdo con alguien estuviera intentando hacer que su arte
changes we have to face all the time are what sus patrones, de cualquier forma, ellos vieron parezca antigua - pues eso suena como una
inspire us. This fragility Brazil represents, one algo en mi currículo, pues me aceptaron el tendencia en el arte comercial y la propaganda,
can’t feel security anywhere, from walking on pedido y me mudé para Los Ángeles en 1994. y hará su arte más comercializable - es una
the street to Brazilian politicians, the fragile elección pobre. Las personas pueden ver más
democracy. The fears of what can happen [Zupi] ¿Usted se acuerda del primer contacto allá de eso. Eso debe venir desde su alma. 086 | 087
until Lula’s next election… are elements that que tuvo con el arte?
stimulate our creation. Mm, pregunta difícil. No estoy seguro, pero [Zupi] Sus trabajos están conectados a la
me acuerdo de que me enloquecía por ir a la estética de la publicidad antigua. ¿Cómo
WORK biblioteca cuando era niño. La sección infantil asociar publicidad y mercado a un estilo tan
Fernando is an industrial designer and is much no me interesaba y yo iba para la sección de autoral?
more practical then I am. I am “libros grandes” y profundizaba en todo: desde Bien. Ésta es una cuestión que los artistas que
more of a dreamer. I abandoned my law degree ciencia a kung-fu y, mi favorito, la maquinaria están haciendo la mayoría de sus trabajos para
when I realized it had nothing to do with militar. No era por las palabras, sino por las clientes, a revés de sí mismos, deben estar
me, that I was wasting time and only going imágenes e ilustraciones. El segundo contacto preguntándose todo el tiempo. Es la parte
through with it because I was accommodated, fue con mis juguetes, pues crecí en una era más difícil del mi trabajo. No soy realmente
because I wanted to please my family. What I maravillosa de juguetes. Mi primer amor un artista plástico. Artista sí, diseñador sí,
really wanted was to be a fine artist, sculptor. fueron los autos, tanques y vehículos militares ilustrador sí. Pero los temas de mi trabajo
I always worked with my hands. We decided Matchbox. No sólo los vehículos Diecast, sino están basados en palabras de escritores o en
to do things together 22 years ago. I had a también el arte de los embalajes. Star Wars fue la necesidad de una buena pieza de arte para
workshop here in Sao Paulo, when Fernando una obsesión, luego vino G. I. Joe y, por último, vender algo. Respeto el graffiti y los artistas de
came to make a Christmas delivery and The Transformers. Con eso pasé largas noches calle, pues ellos tienen que mostrar al mundo
saw work potential there. We began making de invierno inmerso en mi imaginación. Mis su arte sin que ningún cliente o director de
objects out of marble, researching granites juguetes se volvieron mis amigos y adversarios arte los contamine con ideas. Ellos crearon
and now we have a team that produces some mientras yo navegaba por estos mundos un cuerpo de trabajo con conceptos propios
things – still in small quantities, because we extraños que creaba. Amaba esta arte pues ella y, cuando las empresas llaman, permiten que
want to keep the quality and essence of our traía objetos inanimados a la vida. Me permitía ellos tengan un poco más de reinado libre. Las
work here in the studio. What is cool is to live asumir el control a partir del punto en que el arte empresas sienten que pueden intimidarnos un
with it showing it and be honest, you know? dejaba la caja. Aquéllos se tornarían la chispa poco más. Tal vez cobremos un poco más, por
For example, I wouldn’t want to see our space para que la historia se desdoblara. El argumento conocer el mercado, y ellos sienten que deben
all nice and white, filled with other designer’s final y probablemente más importante fueron hacer valer su dinero. Es muy bueno que el
furniture. I think this is our story, our proof lab. las historietas. Fui básicamente un “junkie” de arte urbano haya tenido ese resurgimiento en
las historietas cuando era joven. Comparaba la última década. Y él tan sólo va a crecer más
> www.campanas.com.br un montón de historietas y comenzaba desde y más, especialmente con todo el destino y la
la primera página del tope de la pila, rehaciendo oscuridad que parece estar en el horizonte.
cada cuadro, cada villano y héroe. Cualquier
oportunidad que tuviera de trabajar en un libro [Zupi] ¿Eso significa que la sociedad está
de historietas o personajes, yo lo haría. tan metida en la sociedad de consumo que
el propio consumo ya es una forma de arte?
[Zupi] ¿Podemos asociar su trabajo a los Sí, es más o menos como yo iba diciendo
posters soviéticos y a la estética publicitaria anteriormente. La línea entre estos dos está
en los anuncios del período norteamericano evolucionando de forma constante. Los artistas
de pos-guerra? que están trabajando con estas 500 empresas

ZUPI 99
tavis coburn (english)
076 | 087
afortunadas, están tornándose parte de nuestra Tavis Coburn is North American, illustrator amazement.  The artists and designers of
cultura popular. De muchas formas, el producto addicted to antique books. He is constantly those times had very basic tools compared to
y las empresas acaban haciéndose famosos: busy facing his computer, where he makes his what we have now to create and print those
las personas identifican a uno y otro por medio digital work using software like 3D, Cinema posters. Maybe having less tools to use made
de objetos materiales. Dónde usted vive, qué 4D, Maya, Z-Brush and Photoshop. In his their lives easier, simpler.  They were really
dirige, qué viste... nosotros estamos marcados spare time, he flirts with DJ activities, practices talented.  I’m not sure if my work is there yet. 
con logotipos de empresas, con paquetes hockey and skateboarding. When he was a Actually I hope it takes my entire lifetime to get
específicos. La mayor parte de esta imagen es child he migrated many times through the USA to a place where everything you create is so
generada por artistas y diseñadores de esas and Canada, carrying with him the karma of insanely perfect and powerful. It gives me a
empresas: los que sacan dinero de personas being “the new kid” of the neighbourhood. reason to wake up everyday.  I try all the time
que quieren tener unos anteojos de Channel. to make things simple and clean. Art directors,
En el caso de que usted le muestre a alguien en It is impossible not to associate Tavis’ art to especially young ones, always want more stuff
la calle, en cualquier lugar del mundo, un par de a retro style, very fashionable nowadays, in in the piece.  It’s like they think the audience
zapatillas de tenis Nike, el 99% de las personas music, clothes and art. His illustrations are is dumb, and they need to be walked through
dirá que es Nike. En el caso de que usted les a cultural vintage shop filled with ideas and the concept.  My work gets fucked up all the
pregunte a las mismas personas quién fue el esthetics that are compliments to a past time because of guys like that.  I’m going to
que las diseñó, casi nadie lo sabrá. Sí, es uno universe, to poetry and to worn out visual have an exhibition one day of all of my rejected
de los logotipos más reconocidos del mundo. elements. sketches. Anyway, it’s definitely a complement
Nosotros (artistas y diseñadores) que creamos to be associated with those designers, so
arte para estas empresas debemos sentarnos Due to all this, and some more, “the new kid” thank you.
en el banco de atrás en esta máquina que dirige went far. So far, he became “the old kid”.
la necesidad del arte popular, y sentir orgullo Oops, not old. Retro. [Zupi] This form of retro art (vintage) is
por el hecho de que medio millón de personas fashionable at the moment. Do you think
hayan visto algo que creamos. Poquísimas [Zupi] How was your childhood in Canada? that this can depreciate your style?
personas pueden decir eso. En mi opinión, el I was born in London, Ontario (CA), in 1975. My No I don’t think so.  My work looks old due to
mundo de las artes plásticas es diferente. Las dad was a banker and my mom a housewife. many reasons.  My process is the first reason. 
personas sienten como si precisaran saber While my dad climbed the company’s rankings, The love, and admiration for the artists, that
todo sobre la persona que creó el arte, pues we moved around Canada a few times. I was we talked about in the last question is the
las ayuda a disecar y a entender el sentido constantly “the new kid” at school. second. The third is the amount of knowledge
de la obra: entendiendo el sentido, se puede I gained about the art making process, from
entender el arte. I consider Toronto my hometown because it my years at Art Center.  I had great instructors
was the last stop after all the moving. I had a like Rob and Christian Clayton, Jason
[Zupi] Por su estilo, ¿qué herramientas utiliza typical childhood in Canada, played hockey Holley, Jim Heimann, and David Mocarski.
para diseñar? at a competitive level until I was 17 years I owe those guys a lot. I also learned an
Mi estilo es un híbrido de algunos elementos. old. I also got together with my friends after equal amount from studying illustrators and
Obviamente la vanguardia rusa, los posters school to play Canada’s second favorite sport: designers from the 1900’s to 1960’s.  I didn’t
americanos de los años 40 y 50, ilustraciones road hockey – similar to hockey but with no have to force it.  When I painted everything
de los años 30 hasta los años 70. Pintores como ice, and the puck is substituted by a tennis came out looking like an illustration from
Caravaggio, Sargent, Bacon, Warhol, Basquiat, ball. Ironically, my true love for sports lay in the 50-60’s, when I designed something it
Motherwell. Diseñadores como Saul Bass, Paul skateboarding, which I practiced everyday, I looked like a propaganda poster or an ad in
Rand, Art Paul... ¡Y no me haga comenzar a listar even built a ramp in my garage. a 40’s edition of Fortune magazine.  People
los diseñadores mobiliarios que me influyeron! always ask me why my work looks the way
La lista iría lejos. Mezcle las cosas que amo After I graduated from high school, I enrolled in it does. I tell them that I was just born in the
visualmente y usted tendrá mi estilo. Alguien the Ontario Collage of Art and hated it. It was wrong century.  To be honest, I just don’t
ya describió mi trabajo como modernista. not what I was looking for. On a whim I applied think about it.  I really don’t force anything.  It
Yo estaba pintando, haciendo grabados y to the Art Center College of Design, in Los just starts with an image in my mind and my
diseñando de forma muy modernista cuando Angeles (USA). It was my dream school, the hands do the best that they can to recreate
llegué a los procesos que los ilustradores ya great illustrators I admired all graduated there it. Sometimes my assistant will ask me,
usaban desde hace años. Elegí otro camino and I felt that there I could make art/design/ “Why did you put that shape there?” I usually
para crear mi arte. Parecía bastante pomposo illustration (as you wish to call it) a successful answer, “I don’t know” it just feels right to put
y yo no era el único tipo intentando agarrar career. I had no idea if my work followed their it there.  I think if someone is trying to make
este influjo de computadoras y aplicarlo a mi standards, anyway, they saw something in my their art look vintage, because of a possible
trabajo de modo de hacerlo parecer real, no portfolio, because my request was accepted trend in commercial art and advertising, and
“generado por computadoras”. Mi trabajo es and I moved to LA in 1994. they think it’s going to make their art more
completamente digital, excepto por un paso. Al marketable it is a very poor choice.  People
comienzo, pintaba todos los elementos a mano, [Zupi] Do you remember your first contact can see right through it.  It really has to come
con guache y los llevaba al scanner. Construía with art? from your soul. 
formas vectoriales en el Illustrator y exportaba Hmm, tough question.  I’m not sure which
todas las piezas como película. Después de came first but I remember falling in love with [Zupi] Your pieces are connected to
eso, revelaba telas de silk screen a partir de las going to the library when I was a kid.  The older esthetics of advertising. How do
películas y reimprimía la ilustración en 4 colores children’s section didn’t interest me.  I would you associate such a personal style to
(CMYK). Hoy mi proceso lleva menos tiempo, wander off into the “big book” section, and just advertising and the market?
pero todavía es bastante complicado. Todos dig into everything.  From science to Kung-Foo, Well, It’s a question that artist’s who are doing
mis elementos son inicialmente creados en and my favorite, military hardware.  It wasn’t the majority of their work for a client instead
programas de 3D, Cinema 4D, Maya y Z-Brush. the words but the pictures, and especially of for them, must be asking themselves all the
De personas a cohetes, todos son construidos the illustrations that got to me. The second time. It’s the toughest part of my job. It’s why
en programas de CG. Los elementos orgánicos contact was my toys. I grew up in an amazing I have piles of rejected sketches I’m really not
son todos hechos en estos programas, y era of toys.  My first love was “Matchbox” a fine artist. Artist yes, designer yes, illustrator
después usados como referencia para pintar en cars, trucks and once again military vehicles.  yes, but the topics of my artwork are based on
el Corel Painter. It was not only the die-cast metal vehicles but a writers words or a need for a cool piece of art
also the artwork on the packages.  Star Wars to sell something.  I respect graffiti and street
> www.taviscoburn.com was an obsession, and G.I. Joe came shortly artists, they get to show the world their art
afterward, lastly followed by The Transformers.  without any client or art director contaminating
With them, I spent lots of long cold winter their ideas.  They have created a working
nights diving deep in my imagination.  My toys body based on their own concepts, when the
became my friends and foes as I navigated my company’s come calling, they have to let those
way through these strange worlds that I had guys have a little more free reign.  Company’s
created.  I loved that art because it brought feel they can push us around a bit more. 
that inanimate object to life.  It let me take over Maybe because we charge a little more also
where the art on the box left off.  Those would because we know the market, and they feel
become my spark for the story to unfold.  The like they need to get their money’s worth. It’s
final and probably the most important contact cool that all of the street art had such a big
would be comic books.  I was basically a comic reappearance in the past decade.  It will just
book junkie at a very young age.  I would buy a grow more and more, especially with all of the
stack of comics and starting with the first page doom and gloom that seems to be facing us
of the comic on the top of the stack, re-draw on the horizon. 
every panel, every villain, and every hero.  Any
chance I had to work on a comic book, I would [Zupi] Does this mean that society is so
do so.   inserted in the consumption society that
consumption itself has already become an
[Zupi] Can we associate your work to soviet art form?
posters and the advertising esthetics in the Yeah, it’s kind of what I was saying earlier. 
North American post war ads? The line between the two is constantly
Yeah totally.  Both provide me with design evolving.  The artists who are working with
knowledge, inspiration, process, and these Fortune 500 companies, are becoming
ZUPI 100
top sites (español) top sites (english)
088 | 089 088 | 089
part of our pop culture.  In a lot of ways the www.angry-gram.com www.angry-gram.com
product and companies end up being in the Una buena hamburguesa puede saciar el A nice cheeseburger can satisfy the hunger
spotlight.  People identify each other, for the hambre de mucha gente, como también of many people, as it can also make those
most part with material items.  Where you live, hace aparecer esos kilitos de más. Pero la red unwanted extra pounds suddenly appear. But
what you drive, what you wear… we brand de restaurantes Burguer King resolvió usar the traditional fast food chain, Burger King
ourselves with logos of corporations to fit in su tradicional sándwich Whooper para otra decided to use its traditional sandwich, the
a specific pack. Artist and designers for those finalidad. Con una animación bien humorada, whopper for a different reason. Through the
companies generate most of those images. el sándwich estará encargado de mandar use of a good-humored animation, the snack
Who take money off of people wanting to own mensajes para cualquier persona, de una is in charge of sending messages to anyone, in 088 | 089
a pair of Channel sunglasses.  If you were forma un tanto descontrolada. a slightly out of control manner.
to show someone on the street, anywhere
in the world a Nike swoosh I would imagine www.yolk.com.sg www.yolk.com.sg
you would get 99% percent of those people La página inicial de la agencia interactiva The home page of the interactive agency Yolk
telling you that it’s Nike. If you were to ask singapurense Yolk es la pura traducción de lo from Singapore is the pure translation of what
the same people who was the person that que sus miembros desean pasar a los usuarios its members wish to tell Internet users. With a
designed it, almost no one would know.  Yet de Internet. Con un aspecto muy simple y fuera very simple aspect and outside conventional
it’s one of the most recognized logos in the de los patrones convencionales, la navegación patterns, the navigation can be done either
world.  We (artist and designers) who create se puede hacer tanto por el arrastrado del dragging the mouse cursor around or using
art for these companies have to take the back mouse como por las flechas del teclado. El the arrow keys on the keyboard. The result is a
seat on the big machine that is driving the resultado es una página dinámica, atractiva y dynamic site, attractive and to the point.
need for cool hip art, and take pride in the fact muy objetiva.
that half a million people have seen something www.axesaone.fr
that we have created.  Very few people can www.axesaone.fr The homepage of the French agency for
say that.  In my opinion, the fine arts world is El sitio de la agencia francesa de arquitectos landscaping architects, Axe Saone is a lesson
different.  People feel like they need to know de paisajes Axe Saone es una clase de on how to fit a lot of information into a simple
all about the person who created the art.  It cómo comprimir muchas informaciones con and dynamic graphic solution. The interactive
helps them dissect and make meaning of it.  una solución gráfica simple y dinámica. La navigation allows for quick and easy access
By understanding the person, the meaning, interactividad de la navegación permite un and unrolls in a very clean environment,
you can understand the art.   acceso rápido y fácil y se desarrolla por un created through graphics that express the
ambiente muy clean, creado a través de environmental focus of the agency’s projects.
[Zupi] For your style, what tools do you use grafismos que expresan el enfoque ambiental
to draw? de los proyectos de la agencia. www.burstlabs.com
Hmm, I would say that my style is an hybrid of The sound studio Bust Labs develops
a few elements. Obviously the Russian Avant- www.burstlabs.com soundtracks for advertisements, movies,
guard, and the American posers of the 40’s and La productora de audio Burst Labs desarrolla videogames, amongst other markets. On this
50’s, illustration from the 30’s all the way to the bandas sonoras para el mercado publicitario, el studio’s webpage it is possible to access
70’s. Painters like Caravaggio, Sargent, Bacon, cine, los videogames, entre otros. En la página a wide variety of songs sorted by the most
Warhol, Basquiat, Motherwell etc. Designers web de ese estudio es posible acceder a un diverse criteria. The selection of these songs is
like Saul Bass, Paul Rand, Art Paul… and don’t acervo de canciones separadas de acuerdo made by clicking on small CD’s that represent
even get me started on furniture designers that con los más variados criterios. La selección se the tracks, once the cursor is over the CD the
I’ve been influenced by, the list goes on!  Mix hace mediante pequeños discos que traen los name of the track appears, and can be linked
all of the things I love visually and you end up nombres de las bandas y se pueden ramificar in any way or order the user desires to hear
with my style.  Someone described my style de la manera que el interesado desee. them.
to me once as being Modernist. I re-defined
how illustration was created, I was painting, www.j-exhibit.com www.j-exhibit.com
and silk-screening, and designing in a very La página inicial trae los trabajos del The website shows the works of the
modernist way when I came to the processes caricaturista venezolano J. Leal. No sólo una Venezuelan caricaturist J. Leal. The page is
that illustrators had used for years.  I chose a simple presentación del trabajo del artista, sino not merely a presentation of the artist’s work,
different path to create my art.  It sounds really una exposición interactiva producida en flash. but an interactive exhibition produced in
pompous, and I wasn’t the only guy trying to Con un clic es posible tener acceso a una flash. With one click it is possible to access
figure out how to take this influx of computing especie de control y elegir las ilustraciones. a sort of control and choose the illustrations.
power and apply it to our work to make it feel A través de una lupa es posible aumentar la Through the use of an eyeglass it is possible to
real, and not “computer generated”. My work is figura y detallar la técnica utilizada por J. Leal. zoom over a figure and learn the details of the
completely digital, except for one step. At first, drawing and the techniques used by J. Leal.
I painted all elements by hand, with gouache www.thesecretlocation.com
and scanned them. Constructed vector forms Secret Location es el nombre de una agencia www.thesecretlocation.com
on illustrator and exported all the pieces as integrada de medios. El sitio de la empresa Secret Location is the name of an integrated
color film plates. Then I’d expose those plates presenta desde el principio una película media agency. A film introduces the site where
onto silk screens and “re-print” the illustration donde el usuario podrá explorar el concepto the user can get to know the agency’s work
as a 4 color screen print (CMYK).  Phew! y conocer mejor el trabajo de la agencia. La better as well as explore the concepts used.
Today my process is less time consuming, but interactividad se conquista a partir de las The interaction comes from the choices made
is still quite complicated. All my elements are decisiones que el internauta haga durante la by the user as the story unrolls.
initially created on 3D programs, Cinema 4D, historia que se desarrolla.
Maya and Z- Brush. From humans to rocket
ships, they are all built, or sculpted in the
CG programs. The organic elements are all
created on these programs, and later used as
reference to paint on Corel Painter.

> www.taviscoburn.com

ZUPI 101
onesto (español) the act of observing (english)
090 | 091 104 | 105
Editado por Zupi Design e Editora Ltda. I have a habit of observing. Everything. A lot.
ISBN 13: 978-85-61464-00-4 All the time. I am always attentive to all type of
144 páginas Information. All types of Images.
I observe visual and non visual stimulants.
Una crew de 72 personajes para dar voz a un With eyes open or shut. And ears aware.
artista. Onesto fue la elección, el más antiguo. Always. Walking, eating, in traffic, at the
Desde hace 15 años, cuerpos y rostros movies, at the bakery, at the drugstore, hearing
redondeados, brazos y piernas finas llaman las music, staring at the cover of a record.
090 | 091 miradas hacia muros, paredes y callejones de I perceive what I observe through my senses,
las ciudades. Muestran el estado de espíritu even without knowing rationally what I observe.
de Alex Hornest. This uncompromised way of seeing is maybe
the most important form of inspiration, as it is
El libro titulado ONESTO es el primer libro a way of practicing observation.
de arte de la Editorial Zupi. La obra inaugural I also find inspiration in my work tools. In
presenta el trabajo del artista urbano Alex technology. In my dreams.
Hornest bajo el primer seudónimo que usó I think everything can be observed, perceived
para pintar en las calles. as a type of provision for creation.

Hornest es pintor, escultor y artista de My work is very digitalized, but firstly it exists
multimedios. Desde 1992 expone obras mentally. Normally the rough draft begins in
en todo el mundo y sigue pintando en las
calles. El libro contiene 144 páginas, trae una
el acto de observar (español) my mind, I end up using the blank pages of
the software’s as pieces of paper. I can sketch
104 | 105
compilación de sus mejores trabajos y narra on a page of freehand or Illustrator as If I were
su trayectoria hasta los días de hoy, cuando Tengo el hábito de observar. Mucho. Todo. using a sheet of A4. I can also draw on paper
trabaja sobre soportes inusitados, siempre Todo el tiempo. Permanezco atenta a todo tipo and use this as the basis of a vector drawing
tratando de captar la esencia humana y lo de información. Todo tipo de imagen. or use it as a hand made drawing. I really like
cotidiano caótico de las grandes ciudades. Observo estímulos visuales y no visuales. the softwares, everything that makes reference
Inspirado por todo lo que lo rodea, concentra Con los ojos abiertos o cerrados. Y oídos to digital and the influence of technology on
104 | 105 su arte en la producción de instalaciones atentos. Siempre. Andando, comiendo, en esthetics, but everything must be thought out
donde se pueda interactuar con el público. el tránsito, en el cine, en la panadería, en la and used rationally.
farmacia, oyendo música, mirando una tapa
La obra ONESTO aborda las temáticas más de disco. I also have the habit of researching about
mencionadas en el trabajo del artista: urbanas, Noto sensorialmente que observo, aun sin the topics of work, personal or not, that I will
lúdicas e introspectivas. Es la primera saber racionalmente lo que observo. Ese mirar develop. I research texts, images, sounds… It
publicación de la serie de libros de arte de sin compromiso de ver tal vez sea la más is a very inspiring process.
Zupi que busca estimular a estudiantes y importante fuente de inspiración, pues es el Sometimes the ideas arises ready in my mind,
profesionales, contribuyendo con el fomento entrenamiento del mirar. then the research becomes a secondary part of
del arte y con el registro histórico de este tipo También me inspiro en las herramientas de the creative process, reinforcing or completely
de expresión global. trabajo. En la tecnología. En mis sueños. changing the idea, but always holding the
Creo que todo siempre puede ser observado, original insight as the starting point.
percibido como una forma de alimento para la
creación. Every time I have a piece to develop, the topic
onesto (english)
Mi trabajo es muy digital, pero primero él
becomes a permanent thought. I go have my
shower and it’s there, I arrive at the bar and
090 | 091
existe mentalmente. Normalmente el borrador it offers me a drink… At breakfast, the topic
Edited by Zupi Design e Editora Ltda. comienza en mi cabeza; acabo usando la arises, translucid, in the sweetener drops. I
ISBN 13: 978-85-61464-00-4 página en blanco de los programas como una incorporate the subject. Breath the theme.
144 pages hoja de papel. Puedo borronear en una página And naturally, the act of observing becomes
de Freehand o Illustrator como si estuviera more focused.
A crew of 72 artists to give voice to one artist. usando un tablet. Puedo también hacer un
Onesto was the choice, the most ancient. 15 dibujo en un papel y usarlo como base para Experimenting is very important to discover
years ago, rounded bodies and faces, thin un dibujo vectorial o usarlo como dibujo hecho new visual languages. The personal works
arms and legs attracted looks to the walls, a mano. Me gustan mucho los softwares, de collaborate with the exercise of thinking and to
fences and alleys of the cities. Show the state todo lo que hace referencia a lo digital y la discover new resources and methods.
of mind of Alex Hornest. influencia de la tecnología en la estética, pero In my opinion, every designer should have the
todo se debe usar pensadamente. habit of, parallel to commercial work, develop
The book called ONESTO is the first art book studies and personal projects.
edited by the Zupi Publishing Company. Tengo también el hábito de investigar sobre
The inaugural edition presents the work of el asunto de un trabajo, personal o no, que Experimenting is fundamental as a creative
the urban artist Alex Hornest under the first voy a desarrollar. Estudio textos, imágenes, exercise and also as a path to reaching one’s
pseudonym he used to paint on the streets. sonidos... es un proceso muy inspirador. own style. With a trained look, these new
A veces las ideas surgen listas en mi cabeza, information can be inserted in commercial
Hornest is a painter, sculptor and multimedia de allí la investigación que entra en el proceso work, making it more personalized, in this
artist. Since 1992 he has exhibited works all de creación tan sólo en un segundo momento, process, the only limiting factor is the creator
around the world and continues to paint on sea reforzando o cambiando completamente himself.
the streets. The book is 144 pages long and la idea, pero siempre teniendo como punto de
contains a compilation of his best works and partida el insight inicial. And that is, always, the greater limit…
narrates his journey until today, when he works
with unusual supports, always trying to capture Siempre que tengo un trabajo para hacer me
the human essence and the chaotic routine of quedo con el asunto en la cabeza todo el
big city life. Inspired by all his surroundings, tiempo. Voy a bañarme y él está allá. Llego
he focuses his art on producing installations in al bar y él me ofrece un trago. A la hora del
places the public will be able to interact with café, el asunto surge, translúcido, en las gotas
them. del edulcorante. Incorporo el tema. Respiro
el asunto. Y así, naturalmente, el acto de
The book ONESTO reviews the most frequent observar comienza a ser más orientado.
thematic in the artist’s work: urban, dreamy and
introspective. It is the first publication of the Experimentar es muy importante para
series of Zupi art books and aims to stimulate descubrir nuevos lenguajes visuales.
students and professionals, contributing to the Los trabajos personales colaboran con el
fomentation of art and to historically register ejercicio del pensar y para descubrir nuevos
this form of global expression. recursos y métodos.
En mi opinión, cada designer debería tener el
hábito de, paralelamente al trabajo comercial,
desarrollar estudios y proyectos personales.

Experimentar es fundamental como ejercicio


creativo y también como un camino para
llegar a un estilo propio. Con la mirada
entrenada, esas nuevas informaciones pueden
ser insertadas en trabajos comerciales,
tornándolos más autorales. En ese proceso, el
único límite es el propio creador.

Y ése es, siempre, el mayor límite.

ZUPI 102
vestibular | inscrições de 15/04 a 27/06/08 | prova 29/06/08

DvCM
ilustração . arleQuinal

graduação
extensão
design gráfico
pós-graduação belasartes.br
INSPIRAÇÃO

O ato deobservar
texto e ilustração: Ana Starling
> www.anastarling.com
Tenho o hábito de observar. Muito. Tudo.
O tempo inteiro. Fico atenta a todo tipo de
informação. Todo tipo de imagem.

Observo estímulos visuais e não visuais.

De olhos abertos ou fechados. E ouvidos


atentos. Sempre. Andando, comendo,
no trânsito, no cinema, na padaria, na
farmácia, ouvindo música, olhando para
Às vezes as idéias surgem prontas na
uma capa de disco.
minha cabeça, daí a pesquisa entra no
processo de criação apenas num segundo
Percebo sensorialmente que observo,
momento, seja reforçando ou mudando
mesmo sem saber racionalmente o que
completamente a idéia, mas sempre tendo
observo. Esse olhar sem compromisso de
como ponto de partida o insight inicial.
ver talvez seja a mais importante fonte de
inspiração, pois é o treino do olhar.
Sempre que tenho um trabalho a fazer
fico com o assunto na cabeça o tempo
Também inspiro-me nas ferramentas de
inteiro. Vou tomar banho e ele está lá.
trabalho. Na tecnologia. Nos meus sonhos.
Chego no bar e ele oferece-me um
Acho que tudo sempre pode ser observado,
drink... Na hora do café, o assunto surge,
percebido como uma forma de alimento
translúcido, nas gotas do adoçante.
para a criação.
Incorporo o tema. Respiro o assunto. E,
assim, naturalmente, o ato de observar
Meu trabalho é muito digital, mas primeiro
passa a ser mais direcionado.
ele existe mentalmente. Normalmente o
rascunho começa na minha cabeça, acabo
Experimentar é muito importante para
usando a página em branco dos programas
descobrir novas linguagens visuais.
como uma folha de papel. Posso rascunhar
Os trabalhos pessoais colaboram para o
numa página do Freehand ou Illustrator
exercício do pensar e para descobrir novos
como se estivesse usando um tablet. Posso
recursos e métodos.
também fazer um desenho num papel e
usá-lo como base para um desenho vetorial
Na minha opinião, todo designer deveria
ou usá-lo como desenho feito à mão.
ter o hábito de, paralelamente ao
Gosto muito dos softwares, de tudo que
trabalho comercial, desenvolver estudos
faz referência ao digital e da influência da
e projetos pessoais.
tecnologia na estética, mas tudo deve ser
usado de forma pensada.
Experimentar é fundamental como
exercício criativo e também como um
Tenho também o hábito de pesquisar sobre o
caminho para se chegar a um estilo
assunto de um trabalho, pessoal ou não, que
próprio. Com o olhar treinado, essas novas
vou desenvolver. Pesquiso textos, imagens,
informações podem ser inseridas em
sons... é um processo muito inspirador.
trabalhos comerciais, tornando-os mais
autorais. Nesse processo, o único limite é
o próprio criador.
> lea este texto en español en la página 102
> read this article in English at page 102
E esse é, sempre, o maior limite...

ZUPI 104
STOP

Jorge Galvão . www.flickr.com/jorgegalvao . Brasil

Das könnte Ihnen auch gefallen