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CLIVEN SIMÕES

DALTON JOAQUIM VICENTE

IDALINA LUÍS BONIFÁCIO

HÉLDER TRINTA

MARIA DE FÁTIMA

PAULINA ALMEIDA MANUEL

VANILAICE JURCELINE PEDRO

TEMA: SENTIMENTOS

TRABALHO DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: CURSO DE LICENCIATURA EM


ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO HOSPITALAR
4º ANO

7 º GRUPO

UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO HOSPITALAR
CADEIRA DE PSICOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES
TETE
2020
 
1
CLIVEN SIMÕES

DALTON JOAQUIM VICENTE

IDALINA LUÍS BONIFÁCIO

HÉLDER TRINTA

MARIA DE FÁTIMA

PAULINA ALMEIDA MANUEL

VANILAICE JURCELINE PEDRO

TEMA: SENTIMENTOS

Trabalho de Revisão Bibliográfica apresentado à


Faculdade de Ciências de saúde para o propósito
de avaliação como requisito parcial necessário
para a conclusão da cadeira de Psicologia das
Organizações do Curso de Administração e
Gestão Hospitalar.
Orientador: dr. Carlos Maoza Tomo

TETE
2020
 
 
2
ÍNDICE
1. CAPÍTULO I.......................................................................................................................................4
1.1. Introdução....................................................................................................................................4
1.2. Objectivos....................................................................................................................................5
1.2.1. Objectivo Geral....................................................................................................................5
1.2.2. Objectivos Específicos.........................................................................................................5
1.3. Metodologia.................................................................................................................................6
2. CAPÍTULO II......................................................................................................................................7
2.1. Sentimentos.................................................................................................................................7
2.1.1. Conceitos.............................................................................................................................7
2.1.1.1. Sentimentos......................................................................................................................7
2.1.1.1.1. Valores Inatos..................................................................................................................8
2.1.1.1.2. Disposição mental............................................................................................................8
2.1.1.2. Emoção............................................................................................................................9
2.1.1.2.1. Classificação das emoções.............................................................................................10
2.1.1.2.1.1. Emoções Primárias:....................................................................................................10
2.1.1.2.1.2. Emoções Secundárias.................................................................................................11
2.1.1.3. Emoções e Sentimentos.................................................................................................11
2.1.1.4. Emoções, Cognição e Afecto no Trabalho.....................................................................13
2.1.1.5. Emoções e manifestações afetivas discretas no trabalho................................................15
2.1.1.6. Afetividade no contexto do trabalho..............................................................................16
2.1.1.7. Condições de trabalho e sua repercussão sobre a atividade do trabalhador:...................17
2.1.1.8. Intervenção do psicólogo nos afetos e emoções no trabalho..........................................19
3. CAPÍTULO III..................................................................................................................................21
3.1. Conclusão..................................................................................................................................21
3.2. Referências bibliográficas..........................................................................................................22

3
1. CAPÍTULO I
1.1. Introdução
Os processos mentais servem para representar as experiências do mundo interior (a consciência),
indicando a cognição, o afeto, a percepção e o desejo. Os participantes das orações mentais são
tipicamente humanos ou coletivos humanos, os quais sentem, pensam, percebem e desejam.
(FUZER; CABRAL, 2014). Halliday e Matthiessen (2004) subdividem os processos mentais em
quatro categorias: perceptivos, cognitivos, desiderativos e emotivos. Os perceptivos estão
relacionados aos sentidos (audição, olfato, visão, etc.); os cognitivos remetem à cognição
humana; os desiderativos estão ligados aos desejos, às vontades e aos interesses; os emotivos
servem para expressar as emoções.
Durante toda nossa vida, os fatos ou acontecimentos vividos por nós serão nossas experiências
de vida e passarão a fazer parte de nossa consciência. Mas, quando vivemos algum fato de nossa
vida, ele raramente ocorre desprovido de uma condição muito especial que dá um certo
“colorido”, um certo “tempero” a esse fato. Eles são acompanhados de uma susceptibilidade que
muitas vezes é sentida no próprio organismo, AMARAL (2007).
Provavelmente, todos esses fatos foram vividos acompanhados de uma qualidade especial, não
foram momentos que simplesmente aconteceram, mas, de alguma forma, lhe marcaram. Mesmo
que muitos anos tenham-se passado desde que ocorreram, além da lembrança dos fatos em si,
você deve recordar também o que sentiu quando os viveu. Essa qualidade especial que
acompanha fatos de nossas vidas são os nossos afetos, a afetividade. Se as funções cognitivas
nos permitem conhecer o mundo, os afetos dão uma qualidade a esse conhecimento. Essa
qualidade especial pode se apresentar sob a forma de emoções e sentimentos, AMARAL (2007).
Por outro lado, embora diferentes pessoas possam viver os mesmos fatos e acontecimentos, elas
os sentirão de maneira diferente e pessoal. Perder um mesmo objeto, sofrer a perda de um
mesmo familiar, passar por um mesmo assalto, ouvir uma mesma música, comer uma mesma
comida poderá causar diferentes sentimentos em diferentes pessoas, AMARAL (2007). O
presente trabalho de revisão bibliográfica irá abordar acerca dos sentimentos, enquanto processo
mental, desde o seu conceito, os tipos e a relação com as emoções.

4
1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo Geral


 Analisar o processo mental sentimento.

1.2.2. Objectivos Específicos


 Conceituar sentimentos e emoções;
 Identificar os tipos de sentimentos e emoções;
 Diferenciar sentimentos das emoções.

5
1.3. Metodologia
Para a concretização dos Objectivos deste trabalho utilizamos como metodologia a pesquisa
bibliográfica, não foi necessário um estudo de caso. Pois o presente trabalho de pesquisa foi
meramente de revisão de literatura. Esta pesquisa bibliográfica assentou-se também em artigos
técnicos e científicos. O tipo de pesquisa utilizado neste presente trabalho foi o descritivo, pois o
que se pretende é descrever os sentimentos enquanto processos mentais. A técnica de pesquisa
adotada neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica, através da consulta de manuais, que abordam
assuntos ligados à psicologia, psicologia, processos mentais e sentimentos, fez-se também a
consulta de artigos científicos, teses, dissertações, monografias, pesquisas científicas, e algumas
explanações ou definições de conceitos importantes utilizados durante a pesquisa desse trabalho,
e por outro lado foi feita a pesquisa na internet como forma de conhecer mais sobre o tema
“sentimentos”.

6
2. CAPÍTULO II
2.1. Sentimentos
2.1.1. Conceitos
2.1.1.1. Sentimentos
Sentimentos são o que seres biológicos são capazes de sentir nas situações que
vivenciam. Por exemplo, medo é uma informação de que há risco, ameaça ou perigo direto para
o próprio ser ou para interesses correlatos. A empatia é informação sobre os sentimentos dos
outros. Esta informação não resulta necessariamente na mesma reação entre os receptores, mas
varia, dependendo da competência em lidar com a situação, e como isso se relaciona com
experiências passadas e outros fatores. O sistema límbico é a parte do cérebro que processa os
sentimentos e emoções. Sentimentos humanos podem ser estudados por diversos métodos, como
via biologia, fisiologia, filosofia, matemática ou psicologia.

Damasio (2000) apud Silva (2002) define sentimento como “o processo de viver uma
emoção” diz que os sentimentos acabam por se tornar “qualificadores” da coisa que é percebida
ou recordada. Refere-se também às emoções e os sentimentos enquanto “sensores”, “guias
interiores” e sentencia que os sentimentos “são o resultado de uma curiosa organização
fisiológica que transformou o cérebro no público cativo das actividades teatrais do corpo”,
lembra, ainda que emoção, etimologicamente é “movimento para fora”.

Damásio fala de precedentes aos sentimentos e às emoções, a ser as respostas imunitárias,


reflexos básicos e regulação metabólica. Diz ainda que “ os sentimentos são a expressão mental
de todos os níveis de regulação homeostática” (Damásio, 2012, pág. 51) apud Raposinho (2015).
Castilho del Pino (2003) refere que o sentimento promove uma ativação de sintomas, e que um
conjunto de sintomas se apelida de síndrome, que quando não regulada pelo sentimento dá
origem a uma crise. Identifica os sintomas como médicos ou apenas sinais, diretamente
observáveis (suor, respiração ofegante) ou indiretamente observáveis (subida da tensão arterial,
taquicardia).

Damásio (2000, p. 362) apud Santos (2007) destaca alguns dos sentimentos de fundo: “fadiga,
energia, excitação, bem-estar, mal-estar, tensão, descontração, arrebatamento, desinteresse,
estabilidade, instabilidade, equilíbrio, desequilíbrio, harmonia, discórdia”. Esses diferentes
humores constituem o clima, que pode ser amigável e acolhedor ou conflituoso e turbulento.

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2.1.1.1.1. Valores Inatos
Abraham Maslow, professor de Harvard, comentou que todos os seres humanos nascem com um
senso inato de valores pessoais positivos e negativos. Somos atraídos por valores pessoais
positivos tais como justiça, honestidade, verdade, beleza, humor, vigor, poder (mas não poder
abusivo), ordem (mas não preciosismo ou perfeccionismo), inteligência (mas não convencimento
ou arrogância). Da mesma forma, somos repelidos por injustiça, morbidez, feiura, fraqueza,
falsidade, engano, caos etc. Maslow também declara que valores pessoais positivos são
definíveis somente em termos de todos os outros valores pessoais positivos - em outras palavras,
não podemos maximizar qualquer virtude e deixar que ela contenha quaisquer valores pessoais
negativos sem repulsa.1
Por exemplo, a beleza que está associada com o engano se torna repulsiva. A justiça
associada com a crueldade é repulsiva. Esta capacidade inata de sentir atração ou repulsão é o
fundamento da moralidade - em outras palavras, sentimentos bem entendidos formam a
capacidade interior com a qual nascemos para chegar ao que pensamos ser bom ou mau e certo
ou errado.
Este ponto de vista contrasta agudamente com alguns ensinamentos extremistas de
algumas religiões e ideais políticos, que querem estabelecer o que é moral - que os humanos
nascem num vácuo moral e que é somente a autoridade quem pode dizer aos seres humanos o
que é certo e errado. A exploração extremista dos sentimentos aumenta na medida em que os
sentimentos não são apenas distinguidos, mas mesmo separados do pensamento critico.
Algumas religiões, entretanto (algumas correntes atuais do cristianismo), acreditam que o
ser humano nasce com princípios morais a ele inatos, e nele colocados por Deus. E que a
"imagem e semelhança" ao Deus criador, citada no livro de Gênesis da Bíblia cristã, se referiria
na verdade à imagem e semelhança moral a esse Deus criador, e não à aparência física do Deus
cristão. Chegando a uma conclusão próxima à de Abraham Maslow, porém não científica.

2.1.1.1.2. Disposição mental


Atualmente o termo sentimento é também muito usado para designar uma disposição mental,
ou de propósito, de uma pessoa para outra ou para algo. Os sentimentos assim, seriam ações
decorrentes de decisões tomadas por uma pessoa.

1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sentimento

8
Por exemplo, o amor não é o conjunto de emoções (sensações corporais) que a pessoa sente
por outra ou algo, mas o ato de sempre decidir pelo bem ou a favor de outro ou algo,
independente das circunstâncias. As sensações físicas sentidas surgem como consequência da
decisão de amar. Este sentimento é chamado por muitos estudiosos como ágape, ou amor ágape.
Já as sensações que a atração física que uma pessoa sente por outra produzem em alguém, não
podem ser chamadas de amor, ou de algum tipo de sentimento, mas apenas emoções (sensações
corporais), consequentes do instinto que levou essa pessoa a sentir atração física pela outra.
Nesta concepção, um sentimento é uma decisão (disposição mental) que alguém toma em sua
mente, ou alma, ou espírito, a respeito de outrem ou algo. Por este conceito, toda e qualquer
palavra que denota emoções quando usada, pode ser classificada como sentimento quando se
refere a algo que podemos ou não escolher fazer (se é um ato pode-se cometê-lo ou não, não é
um instinto fora do controle da consciência) ou seja, que possua uma forma verbal2. Exemplos:
 Amor - Amar (pode-se ou não cometer o ato de amar, a si mesmo, a outrem ou a algo);
 Odio - Odiar (pode-se ou não cometer o ato de odiar, a si mesmo, a outrem ou a algo);
 Alegria - Alegrar (pode-se ou não cometer o ato de alegrar, a si mesmo, a outrem ou a algo);
 Tristeza - Entristecer (pode-se ou não cometer o ato de entristecer, a si mesmo, a outrem ou a
algo).
Estes sentimentos (estas decisões ou disposições mentais) porém, vão promover emoções no
corpo que, estas sim, serão sentidas. Por isso, uma pessoa que ama outra, por haver tomado essa
decisão de amar essa outra, mesmo depois de sofrer algum mal cometido pela pessoa amada,
pode continuar amando-a, muitas vezes sem entender como pode amar ao mesmo tempo que
sente a emoção característica do momento da ira, ou da dor da traição, ou alguma outra emoção
que, racionalmente, poderia conduzir a pessoa que ama a querer deixar de amar.
Um problema que pode confundir o entendimento nesta concepção do que é sentimento, é o
fato de que, geralmente, os nomes usados pra se referir a um sentimento, também são os mesmos
usados pra se referir às emoções mais características destes mesmos sentimentos.

2.1.1.2. Emoção
Emoção é uma reação a um estímulo ambiental e cognitivo que produz tanto experiências
subjetivas, quanto alterações neurobiológicas significativas. Está associada ao temperamento,
personalidade e motivações tanto reais quanto subjetivas. A palavra deriva do termo latino
2
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sentimento

9
emovere, onde o e- (variante de ex-) significa "fora" e movere significa "movimento". Seja para
lidar com estímulos ambientais, seja para comunicar informações sociais biologicamente
relevantes, as emoções apresentam diversos componentes adaptativos para mamíferos com
comportamento social complexo, sendo cruciais, até mesmo, para a sua sobrevivência.
Pinto (2001) defende que “ a emoção é uma experiência subjetiva que envolve a pessoa toda, a
mente e o corpo. É uma reação complexa desencadeada por um estímulo ou pensamento e envolve
reações orgânicas e sensações pessoais. É uma resposta que envolve diferentes componentes,
nomeadamente uma reação observável, uma excitação fisiológica, uma interpretação cognitiva e uma
experiência subjetiva”.
Goleman (1997) disse: “Quanto a mim, interpreto emoção como referindo-se a um sentimento
e aos raciocínios aí derivados, estados psicológicos e biológicos, e o leque de propensões para a ação. Há
centenas de emoções, incluindo respectivas combinações, variações, mutações e tonalidades”.
Uma definição de emoção, numa simplificação do processo neurobiológico, conforme
Damásio (2000) apud Silva (2002) diz que consiste numa variação psíquica e física,
desencadeada por um estímulo, subjetivamente experimentada e automática e que coloca num
estado de resposta ao estímulo, ou seja, as emoções são um meio natural de avaliar o ambiente
que nos rodeia e de reagir de forma adaptativa.

2.1.1.2.1. Classificação das emoções


Na classificação das emoções, António Damásio as divide em primárias e secundárias. As
primárias são inatas, evolutivas e partilhadas por todos, enquanto as secundárias são sociais e
resultam da aprendizagem.

2.1.1.2.1.1. Emoções Primárias:


Para Ballone (2005) as emoções primárias são inatas e estão ligadas à vida instintiva, à
sobrevivência, Damásio (1996) apud Pátaro (2011), já se encontram presentes desde o
nascimento, tanto nos seres humanos quanto em alguns animais (quais sejam: o medo, a raiva, a
tristeza, surpresa, repugnância e a alegria) e se fazem extremamente importantes enquanto
estratégias iniciais de sobrevivência, na medida em que possibilita reações de emergência, por
exemplo, de situações ou de objetos que provoquem medo. Ballone (2005) Haverá concomitante
contração generalizada dos músculos flexores, sendo possível adotar-se uma atitude regressiva

10
fetal, vaso constrição periférica, palidez da face e esfriamento das extremidades, com brevíssima
parada dos movimentos respiratórios e dos batimentos cardíacos.

2.1.1.2.1.2. Emoções Secundárias


São estados afetivos de estrutura e conteúdos mais complexos que as primárias. Na
realidade as Emoções Secundárias, embora levem o nome de "emoções", já se constituem em
Sentimentos Sensoriais. Damásio (1996) apud Pátaro (2011) Vão sendo adquiridas pelo sujeito a
partir de sua experiencias iniciais com as emoções primárias e no convívio social (é o caso, por
exemplo, de emoções como a culpa, a vergonha, o ciúme, o orgulho).
Abreu (2005) afirma que: “As emoções secundárias são aquelas que, ao atingirem a amídala e
produzirem uma emoção, sofrem a influência e o possível domínio do córtex cerebral, mudando sua
natureza primária. Neste sentido, estas emoções tornam-se respostas ou evitações (intelectualizadas) às
emoções primárias”.
Diz ainda Abreu (2005): “As emoções secundárias tornam-se então uma categoria de emoções
usadas pelo indivíduo para se proteger das primárias que muitas vezes são vergonhosas, ameaçadoras,
embaraçosas ou dolorosas por natureza. Por exemplo: uma pessoa pode estar se sentindo deprimida, mas
sua depressão pode estar encobrindo um sentimento primário de raiva. Aparecem frequentemente
quando ocorrem as tentativas (fracassadas) de controlo ou julgamento das emoções primárias – ou seja,
quando se procura evitar ou negar aquilo que se está sentido, acaba-se por sentir-se mais mal ainda. É
assim que se tornam desadaptativas, pois levam o indivíduo a se autodesorganizar”.

2.1.1.3. Emoções e Sentimentos


Para Smirnov (1969), as emoções e os sentimentos se desenvolvem e se modificam, são
constitutivos da personalidade e permeados por vivências e pela história. O homem deveria ser
educado para os sentimentos, no fito de desenvolver um posicionamento ante a realidade e
construir novas formas de agir nela, novos sentimentos e uma nova moral: (…), o sentimento da
coletividade e a valorização do trabalho.
Para Smirnov (1969), a maneira de reagir do homem ante as coisas, os acontecimentos e
as pessoas é definida por emoções e sentimentos. Estes consistem, assim, numa atitude subjetiva
de sentir do homem que origina-se a partir da realidade objetiva, das relações estabelecidas na
realidade objetiva com outros homens. As emoções e os sentimentos são, ao mesmo tempo,
subjetivos para aquele que sente e objetivos em sua gênese. O autor esclarece que nem tudo na

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realidade objetiva provoca uma reação, mas apenas aquilo que corresponde a uma necessidade
ou motivo da atividade do sujeito, que age sobre ele. De acordo com o significado dos objetos
que motivam o sujeito, os quais dependem dos fenômenos e das atividades que este desenvolve
para cumprir as exigências sociais às quais deve responder, tem-se a variação de intensidade das
emoções e dos sentimentos (Smirnov, 1969).
Verifica-se que muitas vezes, uma confusão conceitual entre sentimentos e emoções, pois
são dois processos que se relacionam, no entanto são diferentes entre si, e são usados de certa
forma como se fosse o mesmo conceito.
Segundo Damásio (2000), o que distingue essencialmente sentimento de emoção é:
enquanto a primeira é orientada para o interior, o segundo é eminentemente exterior; ou seja, o
indivíduo experimenta a emoção, da qual surge um “efeito” interno, o sentimento. Os
sentimentos são gerados por emoções e sentir emoções significa ter sentimentos. Na relação
emoção / sentimento, Damásio diz ainda que apesar de alguns sentimentos estarem relacionados
com as emoções, existem muitas que não estão, ou seja, todas as emoções originam sentimentos,
se estivermos atentos, mas nem todos os sentimentos provêm de emoções.
Ainda segundo Damásio (2000) apud Pátaro (2011), as emoções dão origem aos
sentimentos. Nesse sentido se a emoção se refere a reações e a um estado do corpo, o sentimento
se relaciona a associação, ou, nos termos do autor – justaposição3, entre a experiencia deste
estado corporal e uma determinada imagem de outro objecto ou situação (por exemplo: uma
pessoa, uma lembrança ou uma melodia, dentre muitos outros que poderiam ser aqui citados).
Para o autor os sentimentos permitem-nos vislumbrar o que se passa na nossa carne, no
momento em que a imagem desse estado corporal se justapõe as imagens de outros objectos e
situações; ao faze-lo os sentimentos alteram a noção desses outros objectos e situações. Em
virtude da justa posição, as imagens do corpo conferem as outras imagens uma determinada
qualidade positiva ou negativa, de prazer ou dor, (DAMÁSIO, 1996) apud PÁTARO (2011).
A diferenciação entre emoções e sentimentos, para Smirnov (1969), se dá a partir da
seguinte assertiva: as emoções correspondem mais à satisfação de necessidades orgânicas,

3
Damásio utilize o termo justaposição para designar a combinação entre a imagem que o sujeito faz de seu estado
corporal – ocasionado pelas emoções, e a imagem de um objecto ou situação. Com isso procura deixar claro que,
embora haja, na maior parte das vezes, uma relação direta entre um determinado sentimento diante de uma certa
situação ou objecto (ex.: sentir-se feliz ao encontrar um amigo), é possível que um sujeito se sinta deprimido em um
contexto que não signifique tristeza ou animado sem nenhum motivo aparente. Isso mostra a autonomia dos
processos neurológicos envolvidos, os quais embora estejam relacionados, não são os mesmos.

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relacionadas com as sensações, enquanto os sentimentos correspondem a necessidades culturais e
espirituais, as quais apareceram durante o desenvolvimento histórico da humanidade. Os
sentimentos dependem das condições de vida do homem, de suas relações e necessidades, porém
o caráter social não é exclusivo deles, pois o autor considera que as emoções, ainda que mais
associadas a fenômenos orgânicos, são sempre e inevitavelmente reações de um ser social,
ligadas às exigências sociais de cada período histórico da humanidade.
As emoções, assim, são afetos fortes, passageiros, mas não são imutáveis. Fatos que nos
emocionam hoje podem não nos emocionar amanhã, AMARAL (2007). De todas as maneiras,
não devíamos ter que esconder nossas emoções, uma vez que elas são uma espécie de linguagem
através da qual expressamos nossas percepções internas, AMARAL (2007). Os sentimentos
diferem das emoções por serem menos intensos, mais duradouros e não serem acompanhados de
manifestações orgânicas intensas, AMARAL (2007). Mas, os mesmos nomes que usamos para
designar as emoções podemos usar também para os sentimentos. Por exemplo, o amor pode
começar como uma forte emoção e ao longo do tempo ir se transformando em sentimento mais
estável e duradouro. Um exemplo interessante de sentimento é a amizade, uma vez que é um
estado que vai se construindo ao longo do tempo, numa intensidade que não é refletida
fortemente no organismo, AMARAL (2007).

2.1.1.4. Emoções, Cognição e Afecto no Trabalho


As emoções se relacionam com as alterações fisiológicas e comportamentais desencadeadas por
estímulos internos, como pensamentos e imagens mentais ou estímulos externos e independem
da ação consciente. Já os afetos, subdivididos em sentimentos, humores e temperamentos,
apresentam maior constância temporal e estão relacionados a aspectos cognitivos. 
Estudiosos que se dedicam aos estudos entre cognição e afeto, pensamento e sentimento,
razão e emoção, ainda procuram descobrir a relação entre cognição e emoção, se estas estão sob
domínio cognitivo ou se elas exercem o controlo sobre a cognição.
Os cognitivistas afirmam que a forma como pensamos influência nossos sentimentos,
comportamentos e seus correlatos fisiológicos. Nessa teoria, a natureza e a função do
processamento de informação (atribuição de significado) constituem a chave para entender o
comportamento mal adaptativo dos processos terapêuticos positivos. (BECK, 1997)

Antigamente, considerava-se que as emoções e os sentimentos atrapalhavam o


pensamento e as ações planejadas no contexto das organizações de trabalho. Hoje se admite, com
13
mais clareza, que as emoções são adaptações bem projetadas, ou seja, passíveis de auto e hétero-
gerenciamento, que atuam em harmonia com o intelecto, sendo indispensáveis ao funcionamento
da mente.
Há uma relação de interdependência entre emoção e razão, e não de exclusão. A
importância dada aos relacionamentos parte do pressuposto de que as necessidades e interesses
das organizações são as necessidades e interesses dos indivíduos, de forma coletiva. Suas
necessidades se originam no ser complexo que somos e que, necessariamente, passam pela
emocionalidade das relações sociais e suas trocas intersubjetivas. (LEITÃO et al, 2006)
O foco apenas nos resultados e objetivos finais da organização denuncia a preocupação
racional com a eficiência e eficácia, mas são as emoções e os afetos que contribuem para a
efetividade organizacional, visto que são estes fatores que dão qualidade às relações humanas no
trabalho.
Fineman (2001) separa as inter-relações entre emoções e razão no contexto
organizacional em três perspectivas:
 Emoções que perturbam a racionalidade, em que as pessoas agem com base naquilo que
percebem e, uma vez que essas percepções sofrem interferências externas, as ações daí
decorrentes sempre serão enviesadas e passíveis de distorções.
 Emoções que podem ser úteis à racionalidade, em que reconhece que o ser humano não tem
condições de equacionar e processar um grande volume de informações que o façam
vislumbrar todas as alternativas possíveis de solução e avaliar, inclusive, suas consequências.
As suas decisões são otimizadas pelo uso de alternativas como intuição e heurística.
 Emoções e razões concebidas como duas faces da mesma moeda, que defende que as
emoções e razões se entrelaçam, numa posição extremada, afirmando que a distância entre
cognição e afeto não é sustentável, e que a racionalidade é um mito. Assim, as decisões
organizacionais são muito pouco racionais e estão fortemente ancoradas em afetos.

Não se pode negar a busca pela racionalidade no contexto organizacional, bem como não se
deve negar a importância que as emoções alcançam nesse contexto. São os obstáculos em
conciliar os níveis da emoção e da razão que fazem com que se privilegie uma em detrimento da
outra. A racionalidade tão almejada pelas organizações pode ser mais bem-sucedida ao se buscar
incluir os aspectos afetivos.

14
Somos seres de relações, pois elas estão na formação de nossa identidade. E qualquer
forma de associação humana que atente contra nossa identidade, dificultando a convivência, é
fonte de mal-estar. A questão dos relacionamentos interpessoais e de sua inerente dimensão
emocional é crucial para a vida associada, pois são esses processos interativos que formam o
conjunto de sistemas que a organizam. As condições em que ocorrem tais relacionamentos
definem a forma de convivência entre os seres humanos. Fazem a diferença entre sofrimento e
bem-estar e definem como a vida social é construída em seu cotidiano. Deteriorações nas
relações interpessoais resultam em deterioração das relações sociais, das relações inter e intra-
organizacionais. (LEITÃO et al, 2006)

2.1.1.5. Emoções e manifestações afetivas discretas no trabalho


Emoções discretas no trabalho são definidas como manifestações afetivas de qualidades
distintas. Entre elas estão, por exemplo, o medo, a raiva, a surpresa, a alegria, a tristeza, etc.
Uma pesquisa de Mendonça (2003), porém, vem avaliar uma outra manifestação afetiva
discreta, a retaliação. Ele avaliou se a orientação dos valores individuais, a percepção de justiça
organizacional e a percepção e o julgamento da retaliação influenciam a atitude de retaliação,
dentro da organização. A atitude de retaliação seria formada por dois componentes, o afetivo e o
conativo. O componente afetivo da atitude de retaliação se apoia na crença de que a injustiça
provoca ressentimento e também no próprio sentimento de indignação para com a organização.
Já o componente conativo inclui a tendência consciente para retaliar, sendo que, para a pessoa,
esta é a maneira mais adequada para reparar uma injustiça.
Dentre as conclusões da pesquisa, contatou-se que a percepção e o julgamento da
retaliação favorecem a atitude de retaliação. Porem, nesse aspecto, nem sempre os trabalhadores
irão reagir com a mesma intensidade emocional às injustiças, pois nem todos a perceberão da
mesma forma. Constatou-se também que pessoas com mais tempo na organização tendem a ter
atitudes de retaliação.
A escolaridade pareceu não influenciar nessas atitudes, porém pessoas com maior grau
de instrução percebem injustiças na empresa com mais rapidez e de forma mais aguçada. No
entanto, mesmo as percebendo com mais clareza, elas não avaliam a retaliação como a melhor
forma de reparação.
Outro aspecto constatado foi o de que cargos de chefia não aprovam a retaliação e
tendem a perceber poucas injustiças, devido ao grau de comprometimento com a empresa e seus

15
valores. Em relação aos aspectos individuais, pessoas que visam alcançar objetivos apenas
pessoais, dentro da empresa, estão mais propensas às atitudes de retaliação.
Isso deixa claro que é preciso sempre estarmos atentos às avaliações que fazemos de
outras pessoas, pois estereótipos e preconceitos podem influenciar na forma como interpretamos
emoções, sentimentos e ações e, consequentemente, na forma como reagimos em relação a elas.

2.1.1.6. Afetividade no contexto do trabalho


A afetividade pode ser caracterizada como a capacidade de experimentar sentimentos e
emoções. No conceito de afetividade está implícita a existência de um conteúdo relacional, isto
é, somos afetivos em relação a nós mesmos, ao outro ou a algum fato ou contexto ambiental.
Neste sentido o afeto é o ato de se deixar tocar e de ser tocado pelos outros e pelo mundo e,
quando isso ocorre, há uma nova visualização da relação entre o ser e o mundo (VALLE, 2005)
Ainda segundo Valle (2005), o afeto é um termo geral utilizado para exprimir os
fenômenos da afetividade, incluindo as nuances do desejo, do prazer e da dor, presentes na
experiência sob a forma de sentimentos vitais, humor e emoções. Considerando que grande parte
das experiências de um adulto é vivenciada em ambientes de trabalho, têm-se detectado a
necessidade de abordar as características psicossociais dos indivíduos que estão inseridos nas
organizações. No intuito de se compreender o maior ou menor sucesso da relação indivíduo-
trabalho-organização, Zanelli (2004) destaca a investigação de algumas dimensões do
Comportamento Organizacional, que apesar de divergências conceituais, permitem a
consideração da dinâmica indivíduo-grupo-equipe de trabalho.
Para análise do nível individual, consideram-se fatores de personalidade, valores, atitudes
e habilidades, os quais influenciam os processos psicológicos de percepção, motivação e
aprendizagem individuais, que, por sua vez, afetam o processo de tomada de decisão. As análises
sobre grupos/equipes de trabalho são representadas por interações bidirecionais entre processos
de tomada de decisão grupal, comunicação, liderança, conflito, poder, política, estrutura de grupo
e equipes de trabalho.

Para organizar o amplo leque de teorias e conceitos sobre afetividade, Zanelli (2004)
elenca três perspectivas relacionadas à afetividade e ao trabalho, tais como traços afetivo-
emocionais, atitudes e estados afetivo-emocionais.

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Para a Teoria dos traços afetivo-emocionais leva-se em consideração a personalidade e a
inteligência emocional. Nesta pode se incluir a teoria dos cinco fatores (Big Five). Esta teoria
agrupa a personalidade em cinco grandes fatores: neuroticismo, extroversão, sociabilidade,
realização e abertura à experiência.
Há também a teoria que estuda a inteligência emocional. Segundo ela existem três
processos mentais que são utilizados para processar informações de cunho emocional: a
avaliação, a regulação e a utilização, das quais pessoas mentalmente inteligentes se utilizariam.
Há, ainda, cinco categorias de habilidades interdependentes como integrantes da inteligência
emocional: autoconsciência, auto-motivação, autocontrole, empatia e sociabilidade (ZANELLI,
2004).
A outra perspectiva diz respeito às atitudes. Ela estuda as crenças, afetos e tendências à
ação. Seus respectivos estudos analisam a satisfação no trabalho, o envolvimento com o trabalho
e o comprometimento organizacional afetivo. A última perspectiva que abrange estados afetivo-
emocionais refere-se aos sentimentos e emoções como positivos e negativos, destacando-se as
formulações teóricas sobre os estados de ânimo, a auto-estima e a satisfação geral com a vida
(ZANELLI, 2004).

2.1.1.7. Condições de trabalho e sua repercussão sobre a atividade do trabalhador:


Condições ambientais de trabalho é um conjunto de variáveis do ambiente que circundam
o indivíduo durante a realização de suas tarefas. Os fatores do contexto de trabalho capazes de
gerar ou produzir afetividade são o ambiente físico, líderes, eventos estressantes e características
do grupo de trabalho, entre outros. O interesse por condições de trabalho está alojado na
premissa de serem elas um dos principais fatores, ao lado de características pessoais dos
trabalhadores, responsáveis por resultados relevantes para as organizações. Melhorando as
condições de trabalho, as atitudes dos trabalhadores e outros componentes psicossociais
poderiam também melhorar e, consequentemente, serem obtidos maiores índices de
produtividade e desempenho.

O conhecimento acerca de repercussões das condições de trabalho sobre o trabalhador


está sendo reorganizado em dois eixos: um em que se priorizam as influências do ambiente sobre
o bem-estar do indivíduo/trabalhador e outro em que se enfatizam estas mesmas influências

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sobre sua saúde. Podem-se apontar os estudos sobre bem-estar como uma área que,
prioritariamente, engloba análises e resultados relevantes sobre afetividade no trabalho. Saúde,
por sua vez, representa a combinação de fatores psicológicos, tais como afeto, ansiedade,
frustração, bem como indicadores físicos/ fisiológicos, como pressão sanguínea e funções
cardiovasculares.

O conceito de bem-estar refere-se ao nível ótimo do funcionamento psicológico e de


experiências positivas; é também um componente de saúde mental, ao lado de outros conceitos
como autonomia e aspiração. Tomando como base todas as conceções teóricas, Ryff elaborou
uma proposta integradora ao formular um modelo de seis componentes do bem-estar,
reorganizado e reformulado posteriormente.
1) Auto-aceitação: aspecto central da saúde mental. Refere-se ao nível de auto-conhecimento,
funcionamento e maturidade.
2) Relacionamento positivo com as outras pessoas: empatia, afeição, identificação com o outro.
3) Autonomia: refere-se aos padrões de auto-avaliação  e  aculturação
4) Domínio do ambiente: refere-se a capacidade de criar um ambiente propício de acordo com
as características psicológicas de cada um.
5) Propósito de vida: manutenção de objetivos, senso de direção para a vida
6) Crescimento pessoal: necessidade constante de crescimento e aprimoramento.

O ambiente de trabalho, quando não prioriza o bem-estar e a saúde do trabalhador, pode


gerar alguns problemas nestas esferas. O estresse ocupacional, por exemplo, é uma reação
tensional experimentada pelo trabalhador diante de agentes estressores que surgem no contexto
do trabalho e são percebidos como ameaças à sua integridade. Há algumas fontes de estresse
ocupacional, entre eles:
 Fatores intrínsecos ao trabalho: superposição de tarefas, longo período de trabalho
 Papel na organização: papéis ambíguos, responsabilidades de outras pessoas
 Relacionamento no trabalho: relação com superiores, colegas, subordinados
 Desenvolvimento na carreira: instabilidade na empresa, fusões entre empresas.
 Estrutura e clima organizacional: estilo gerencial, nível de participação
 Interface entre lar e trabalho: problemas financeiros, familiares, conjugais.

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Burnout, também, é uma resposta prolongada aos agentes estressantes do contexto do
trabalho. É uma síndrome composta por três dimensões:
1) Exaustão: representa o estresse individual. O trabalhador tem a sensação de estarem sendo
exauridas todas as suas forças emocionais e físicas.
2) Cinismo: representa o contexto interpessoal com respostas negativas, como apatia ou
distanciamento de vários aspectos do trabalho.
3) Ineficácia: representa a auto-avaliação com sentimento de incompetência na realização das
tarefas e  declínio da produtividade.
Os fatores para a ocorrência dessa síndrome são:
  Características da tarefa: muito trabalho a ser realizado em curto espaço de tempo e
ausência de suporte social.
 Categoria Ocupacional: médicos, enfermeiros, professores e profissionais com alto nível
de estresse estão mais propensos.
 Características organizacionais: redução de pessoal, exigência de maior produtividade.

2.1.1.8. Intervenção do psicólogo nos afetos e emoções no trabalho


Dentro de uma organização, o papel do psicólogo se faz importante, pois ele é capaz de
lidar com a manifestação de emoções com maior habilidade. Em qualquer lugar em que pessoas
tenham qualquer tipo de relação, principalmente no trabalho em que elas interagem
constantemente e com funções inter-relacionadas, as emoções e afetos serão aspectos presentes
em todas elas. Em relação às emoções e afetos que possam vir a surgir, neste ambiente, o
psicólogo pode intervir de várias maneiras para o melhor gerenciamento das mesmas.
Dentre as formas de atuação do psicólogo está a identificação de fatores potencialmente
causadores de emoções disfuncionais ou negativas no ambiente de trabalho. São três os fatores
apontados como causadores de emoções negativas. São elas a conformidade, a diversidade e a
mudança. A conformidade é pressão para se conformar com normas e padrões previamente
estabelecidos, dentro da empresa. A diversidade pode ser aquela encontrada nos termos dos
contratos de trabalho e a remuneração dada por produtividade. A mudança, como o próprio nome
já diz, é a insegurança casada pela mudança em si e pelos planeamentos de carreira.
Cabe ao profissional também, sensibilizar a alta direção da empresa para a necessidade
de informar e dar transparência ao processo de mudanças; treinar gerentes e empregados para

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melhorar sua capacidade de auto-gerenciamento emocional além de informar dos fatores
contextuais que influenciam na interpretação de emoções, como o gênero e o status. Pode
também criar espaços para canalização de emoções negativas que surgem no ambiente
organizacional.
Enfatizando, cabe ao profissional reconhecer que as emoções no trabalho são importantes
para o ajustamento e a adaptação funcional dos membros da empresa.

3. CAPÍTULO III

3.1. Conclusão
Para responder aos objectivos específicos do presente trabalho, concluímos que: sentimento é
o processo de viver uma emoção, os sentimentos acabam por se tornar qualificadores da coisa
que é percebida ou recordada. Emoção é uma experiência subjetiva que envolve a pessoa toda, a

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mente e o corpo. Em suma sentimento e emoção, distingue-se pelo facto de a emoção ser orientada
para o interior, o sentimento é eminentemente exterior; ou seja, o indivíduo experimenta a
emoção, da qual surge um “efeito” interno, o sentimento. Os sentimentos são gerados por
emoções e sentir emoções significa ter sentimentos. Seguem-se a seguir exemplos de
Sentimentos: “fadiga, energia, excitação, bem-estar, mal-estar, tensão, descontração,
arrebatamento, desinteresse, estabilidade, instabilidade, equilíbrio, desequilíbrio, harmonia,
discórdia. Seguem se a seguir exemplos de emoções: primarias - o medo, a raiva, a tristeza,
surpresa, repugnância e a alegria, e segundarias – culpa, vergonha ciúme e orgulho.
O conhecimento das emoções e afetos no ambiente de trabalho pode ajudar no estudo do
comportamento organizacional, pois sabemos que as emoções estão presentes nas relações de
trabalho e influenciam bastante no desempenho dos funcionários.
As condições ambientais do trabalho são também aspectos importantes na manutenção
do humor e afetividade do trabalhador. Essas condições podem ser físicas, temporais ou sociais e
podem influir tanto no bem-estar do trabalhador quanto em sua saúde. Assim, torna-se urgente
mudanças no nível dos processos organizacionais, com a melhorara do ambiente e das formas de
organização de trabalho, ao invés de apenas no nível de afetividade das pessoas da empresa.
 O profissional em psicologia pode intervir na organização e no ambiente de trabalho a
fim de zelar pelo equilíbrio emocional das pessoas, as quais são parte importante da organização.
Sua função envolve a integração e a inter-relação entre os membros da empresa, a fim de
auxiliar, tanto na preservação das funções psicológicas de cada indivíduo, como também e,
consequentemente, no bom desempenho da organização.

3.2. Referências bibliográficas


AMARAL, Vera Lúcia do. Psicologia da educação. Natal, RN: EDUFRN, 2007.
DAMÁSIO, António R. o Sentimento de si. 6ª Edição. Portugal: fórum da ciência. 2000
LOPES, Rosimeri Bruno. As Emoções. Psicologado, [S.l.]. (2011). Disponível em
https://psicologado.com.br/psicologia-geral/introducao/as-emocoes. Acesso em 21 Abr 2020.

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PÁTARO, Cristina Satiê de Oliveira. Sentimentos, emocoes e projectos vitais da juventude: um
estudo exploratorio na perspectiva da teoria dos modelos organizadores do pensamento, 232 p.
São Paulo. 2011
RAPOSINHO, Patrícia José Correia. O sentimento de vazio- estudo exploratório. Instituto
Universitario de Lisboa, Escola de Ciências Sociais e Humanas, Departamento de Psicologia
Social e das Organizações. 2015
SILVA, Lindomar Coutinho da. Emoções e sentimentos na Escola: uma certa dimensão do
domínio afetivo. Ilhéus. Ba. UFBA/UESC. 2002
SMIRNOV, A. A. Las emociones y los sentimientos. In A. A. Smirnov, Leontiev, A. N.,
Rubinshtein, S. L., Tieplov, B. M. Psicologia. México: Editorial Grijalbo S. A. (1969).

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