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Dietas Progressivas Hospitalares

Marlise Torres Pereira


Dieta normal ou livre
É uma dieta balanceada, sem restrições de consistência, volume, osmolaridade, etc.
Modificações da dieta normal
- Mudança na consistência dos alimentos (dietas líquidas, leves, com poucas fibras, rica em fibras).
- Aumento ou diminuição no valor energético da dieta (dietas de redução de peso, com alto teor
calórico). - Aumento ou diminuição no tipo de alimento ou nutriente consumidos (dietas com
restrição de sódio, restrição de lactose, rica em fibras, rica em potássio).
- Eliminação de alimentos específicos (dietas para alérgicos, sem glúten). - Ajuste no nível,
proporção ou equilíbrio de proteínas, gordura e carboidrato (dietas para diabetes, cetogênica, renal,
de diminuição de colesterol). - Redistribuição do número e freqüência de refeições (dieta para
diabetes, pósgastrectomia). - Mudança na via de administração nutrientes (nutrição enteral ou
parenteral). de
Dieta branda ou leve
É usada como uma transição entre a dieta líquida e a livre. Geralmente é indicada para pacientes
com problemas de mastigação, gastrintestinais e, em alguns casos, pós-operados. Geralmente as
frituras são omitidas
Dieta Branda: Alimentos incluídos
- Leite: bebidas preparadas com leite, soro, creme. - Ovos: poché, mexidos. - Carnes: cozidas,
assadas, grelhadas, moídas, vísceras, frangos sem pele, peixes. - Queijos: queijos em geral com
pouca gordura, requeijão. - Pães: pães em geral e biscoitos.
Dieta Branda: Alimentos incluídos
- Cereais: enriquecidos, refinados, não integrais. - Produtos de cereais: macarrão, talharim, arroz,
etc não integrais. - Gorduras: manteiga, margarina, etc. - Vegetais: sempre cozidos, com baixo teor
de fibras (celulose e hemicelulose), amassados ou em consistência de purês.
Dieta Branda - Alimentos incluídos
- Frutas: frutas macias, cozidas sem casca ou sementes ou em consistência de purês. - Sopas: caldos
limpos (baixo teor ou exclusão total de purinas), vegetais coados e cremes coados. - Sobremesas:
pudins, compotas, doces em pasta, flans, gelatinas, etc. - Bebidas: todos os líquidos não alcoólicos.
Dieta branda gástrica
Indicada para indivíduos com úlcera, por exemplo. Deve-se restringir os alcalóides, pois são
estimulantes da atividade gástrica. Alcalóides:
Café = cafeína (pode-se escolher café descafeinado) Cacau = teobromina Chá = teína (encontrada
na folha do chá. Ex: chá mate, chá preto, erva mate, chimarrão) Guaraná = cafeína (encontrada,
principalmente, no guaraná proveniente da Amazônia)
Dieta branda intestinal
Restrição completa de fibras.
Permitido somente cozidos e sem casca.
Dieta líquida
Na incapacidade de tolerância a alimentos sólidos. Condições requerem alimento facilmente
digerido e consumido ou tenha um resíduo mínimo. São geralmente prescritas por um período curto
para pacientes submetidos a testes diagnósticos, na preparação ou imediatamente após uma cirurgia.
São indicadas também na evolução da dieta zero ou jejum temporário. Os principais nutrientes por
elas fornecidos são: água, açúcar, sal e algumas vitaminas. O conteúdo de proteínas e calorias é
geralmente baixo.
Dieta líquida completa
Os alimentos oferecidos nesta dieta não precisam de ser, obrigatoriamente, de baixa caloria. Os
suplementos protéicos e vitamínicos podem ser adicionados. Por ser uma dieta pobre em fibras, seu
uso prolongado pode resultar em constipação.
Dieta líquida restrita ou clara
É usada como preparação para avaliações endoscópicas ou colonoscópicas e nos distúrbios
gastrintestinais agudos. É composta por líquidos claros como chá, caldo, bebidas carbonatadas,
sucos de frutas claros e gelatina. O leite e os líquidos preparados com o mesmo são omitidos, como
os são os sucos de frutas que contêm polpa. O leite é restrito, pois apresenta alta osmolaridade,
provoca gases e, portanto, o paciente poderá apresentar deficiência temporária de lactose.
Alimentos incluídos
- Frutas: sucos coados. - Sopas: caldos limpos. - Bebidas: chás, café (sem cafeína), bebidas
carbonatadas (refrigerantes). - Sobremesas: gelatina, sorvete de frutas preparado com sucos coados.

Dietas Hospitalares
Sumário
INTRODUÇÃO . 6 CONCEITOS . 7 PRESCRIÇÃO DA DIETA . 8 REFEIÇÕES . 9 SABOR. 9
TEMPERATURA . 9 VOLUME .10 CONTEÚDO DE RESÍDUOS .10 VALOR PURÍNICO .10
CONSISTÊNCIA .11 DIETA NORMAL .12 MODIFICAÇÃO DA DIETA NORMAL.12 DIETA
BRANDA .13 DIETA PASTOSA .14 DIETA SEMILÍQUIDA .15 DIETA LÍQUIDA COMPLETA .
16 DIETA LÍQUIDA RESTRITA OU CRISTALINA .18 NUTRIÇÃO NO AMBULATÓRIO .19
MODIFICAÇÕES, SEGUNDO O EQUILÍBRIO DE NUTRIENTES .20 DIETAS COM
EXCLUSÃO DE DETERMINADOS ALIMENTOS .23 A HIPOALERGENICIDADE .23 DIETAS
ESPECIAIS .29 DIETOTERAPIA EM DIABETES MELLITUS (DM).29 EXEMPLOS DE
CARDÁPIOS PARA DIETAS HOSPITALARES .37 EXEMPLO DE CARDÁPIO PARA DIETA
NORMAL (Augusto,2005) .38 EXEMPLO DE CARDÁPIO PARA DIETA BRANDA (Augusto,
2005) .39 EXEMPLO DE CARDÁPIO PARA DIETA PASTOSA (Augusto, 2005) .40 EXEMPLO
DE CARDÁPIO PARA DIETA SEMILÍQUIDA (Augusto, 2005).41 EXEMPLO DE CARDÁPIO
PARA DIETA LÍQUIDA COMPLETA (Augusto, 2005) .42 EXEMPLO DE CARDÁPIO PARA
DIETA LÍQUIDA RESTRITA/CRISTALINA (Augusto, 2005) .43 EXEMPLO DE DIETA
HIPOSSÓDICA (Bodinski, 2006 adaptado de Ripari, 2010) .44 Página 4
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EXEMPLO DE DIETA RICA EM FIBRAS (Bodinski, 2006).46 EXEMPLO DE DIETA POBRE
EM FIBRAS (Bodinski, 2006 adaptado de Ripari, 2010) 47 EXEMPLO DE DIETA
HIPOLIPÍDICA (Bodinski, 2006 adaptado de Ripari,2010) .49 EXEMPLO DE DIETA ISENTA DE
GLÚTEN (Bodinski,2006 - adaptado de Ripari, 2010) 51 EXEMPLO DE DIETA PARA
DIABÉTICOS (Ripari, 2010) .52 REFERÊNCIAS .54
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INTRODUÇÃO Segundo Augusto (2005), a alimentação do indivíduo deve ser adequada ao seu
estado nutricional corrente, quer seja para manter ou para recuperar sua condição nutricional ou
ainda, como coadjuvante para retirada de um estado patológico. A manutenção de um organismo
saudável requer um plano alimentar para este fim. Quando isto não ocorre, o organismo busca por
mecanismos adaptativos para continuar a funcionar normalmente. Entretanto, o organismo enfermo,
possui ajustes de adaptação limitados e, caso não receba os nutrientes dos quais necessita
adequadamente, ocorrerão conseqüências que se aliarão ao seu estado patológico, agravando ainda
mais sua situação. Neste contexto, Augusto (2005) afirma que o processo de alimentação torna-se
uma medida terapêutica - e não mais somente um meio de saciar a fome baseada em princípios de
dietoterapia.
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CONCEITOS Considera-se dieta ou regime alimentar um conjunto sistematizado de normas de
alimentação de um indivíduo, seja ele saudável ou enfermo. Augusto (2005) conceitua dieta como o
padrão alimentar do indivíduo, diferentemente de cardápio, que compreende a tradução culinária
das preparações e da forma de apresentação das refeições e alimentos. Com base nestes conceitos,
traduz-se dietoterapia, as dietas empregadas à pacientes enfermos, conforme sua patologia. A
alimentação considera, não só sua patologia, mas também todas as condições em que se encontra o
indivíduo, tais como estado físico, nutricional e psicológico. Características como esta, podem
receber dietas diferentes, mesmo que alguns princípios sejam idênticos. Segundo estas definições,
torna-se possível diferenciar uma alimentação normal e uma alimentação especial. Augusto (2005)
diz que a alimentação normal é aquela balanceada em nutrientes, de fácil preparação, de
apresentação agradável, adequada a indivíduos sadios e àqueles doentes que não necessitam de
nenhum tipo de modificação na sua dieta em virtude da patologia [.]. A alimentação especial, apesar
de seguir as mesmas normas da alimentação normal [.] apresenta modificações em suas
características organolépticas, físicas e químicas para melhor atender as necessidades do indivíduo
enfermo. Vale ressaltar que tais modificações são feitas segundo alguns critérios.
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PRESCRIÇÃO DA DIETA A formulação da dieta procede alguns princípios básicos como: Hábitos
de alimentação; Cultura; Nível sócio-econômico do paciente. Histórico clínico da patologia em
questão; Estado anatômico do Trato gastrointestinal (TGI); Fornecimento de todos os nutrientes
essenciais; e Evolução sinérgica entre o plano alimentar e estado clínico.
Uma vez conhecida a patologia, realiza-se a avaliação nutricional através de anamnese alimentar,
exames antropométricos, clínicos e laboratoriais, objetivando detectar deficiências nutricionais.
Feito, determina-se então o peso adequado e as necessidades calóricas para o indivíduo, bem como
as quantidades absolutas e relativas dos macronutrientes. Calcula-se então, o plano alimentar,
através de tabelas de composição química dos alimentos, adequando-o ás necessidades requeridas.
Para Augusto (2005), o esclarecimento dos processos da terapia dietética ao paciente em caso de
pacientes conscientes faz com que este se sinta, também, responsável pelo seu tratamento.
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REFEIÇÕES As dietas são dividias em seis refeições, que são: Desjejum: refeição servida no início
da manhã para interromper o jejum. Colação: refeição servida durante a manhã entre o desjejum e o
almoço. Almoço: grande refeição servida por volta das 12horas. Lanche: pequena refeição servida
durante a tarde. Jantar: grande refeição servida no início ou meio da noite. Ceia: pequena refeição
servida aproximadamente 2horas após o jantar e antes do indivíduo dormir.
SABOR A dieta pode ter sabor doce, salgado, misto, suave ou moderado, intenso ou excitante.
Deve-se evitar altas concentrações de açúcar, sal ou ácidos; condimentos podem ser utilizados
(ervas, especiarias, sal).
TEMPERATURA A dieta pode ser oferecida a temperatura ambiente, quente, fria ou até mesmo
gelada. Para Augusto (2005), o critério de determinar a temperatura em graus é importante para o
equilíbrio termostático entre TGI e alimento, pois segundo Solá (1988), as temperaturas extremas
atenuam ou amortizam a sensibilidade dos órgãos gustativos e alimentos quentes têm um maior
potencial de saciedade, enquanto os frios retardam. Assim, a peristalse é acelerada pelos alimentos
quentes e retardada pelos frios.
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VOLUME O volume depende da capacidade gástrica do paciente e pode ser normal, aumentado ou
diminuído. Para evitar a distensão gástrica, deve-se aumentar a freqüência das refeições e diminuir
seu volume.
CONTEÚDO DE RESÍDUOS Pode-se classificar as dietas de acordo com a quantidade e qualidade
de celulose contida nos alimentos vegetais e com a rigidez do tecido conectivo dos animais.
Segundo Augusto (2005), em casos em que se deseja proporcionar repouso gastrintestinal, a dieta
poderá ser: Isenta de resíduos; Com poucos resíduos (frutas e/ou verduras em forma de purê); Com
resíduos brandos (cereais triturados, verduras tenras cruas ou cozidas, frutas cozidas, em compotas
ou sem casca); e Quando se deseja estimular o trânsito intestinal: Rica em resíduos (vegetais
folhosos, frutas cruas e com casca, cereais integrais).
VALOR PURÍNICO Quanto ao conteúdo de purinas (metabólitos de proteínas), a dieta pode ser:
Normopurínica; Hipopurínica; Hiperpurínica; ou Apurínica. Músculos, vísceras de animais, extrato
de carne, feijões e lentilhas são alguns alimentos que, segundo Augusto (2005), podem oferecer
purinas. Já alimentos como cereais, ovos frutas, verduras e leite podem ser incluídos em dietas de
baixo teor de purinas.
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CONSISTÊNCIA A dieta pode ter consistência normal, branda, pastosa, semi-líquida e líquida, em
ordem progressiva da mais consistente e mais completa à menos consistente e mais restrita.
Consistência das Dietas
Consistência
Normal
Branda
Pastosa
Semiliquída
Líquida
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DIETA NORMAL Destina-se ao paciente cuja condição clínica não exige modificações
dietoterápicas, por não interferir no sistema digestivo e na tolerância normal do paciente aos
alimentos e por não causar alterações metabólicas que exijam tais modificações. É um tipo de dieta
elaborada com todos os alimentos normalmente acessíveis ao indivíduo e segundo sua preferência,
em qualquer preparação com qualquer consistência. É, portanto, uma dieta suficiente, completa,
harmônica e adequada, sem nenhuma restrição. Tem por finalidade fornecer calorias e nutrientes em
quantidades diárias recomendadas para manter a saúde do indivíduo. Apresenta uma composição
aproximada de 55% de carboidratos, 15% de proteínas e 30% de lipídeos. Preparações indicadas:
Saladas cruas ou cozidas; Carnes cozidas, assadas, grelhadas, fritas; Vegetais crus ou cozidos em
água, vapor, forno, refogados ou fritos; Pastelaria (forno, frituras); Sopas (todos os tipos); Bolos
(todos os tipos); Frutas (cruas, em compotas, assadas, purês); Sorvetes sem restrições; Óleos,
margarinas e açúcar, conforme valor calórico.
MODIFICAÇÃO DA DIETA NORMAL As dietas são modificadas, a partir da dieta normal,
segundo alguns critérios químicos, físicos e organolépticos. Segundo Béhar e Icaza (1972), a dieta
modificada é aquela que, em qualquer de suas características físico-químicas, deve ser ajustada a
uma alteração de processo digestivo ou de funcionamento geral do organismo.
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DIETA BRANDA Este tipo de dieta intermediária da dieta normal e da dieta pastosa. Possui
consistência atenuada e menor quantidade de resíduos. Sua função, Segundo Augusto (2005), é
facilitar e diminuir o tempo da digestão. É prescrita em alguns casos de pós operatório, algumas
afecções gastrintestinais (naquelas em que a motilidade gástrica e a ação química do trato digestivo
está debilitada), para pacientes com problemas de mastigação, e em casos de diminuída absorção,
quando os alimentos ingeridos devem ter desagregação facilitada. Seu teor calórico não se difere
significativamente da dieta normal, sendo que sua proximidade ao da dieta normal é desejada.
Todos os ingredientes são modificados pela cocção (para abrandar as fibras, conferindo-lhes uma
consistência menos sólida), o mesmo ocorre com a carne em relação ao seu tecido conectivo.
Somente os alimentos mecanicamente brandos são incluídos. Frituras, alimentos que fornecem
resíduos não digeríveis, vegetais crus, a maioria das frutas cruas, cereais integrais, devem ser
excluídos. Embora condimentos também devam ser excluídos, alguns, tais como sálvia, o tomilho e
a páprica são permitidos. Preparações indicadas. Salada cozida (vegetais cozidos temperados com
molhos simples); Carnes frescas cozidas, assadas e grelhadas; Vegetais cozidos no forno, água,
vapor e refogados; Ovo cozido, pochê ou quente; Frutas (sucos em compotas, assadas, ou bem
maduras, sem casca); Torradas, biscoitos, pães enriquecidos (não integrais); Pastelaria de forno,
bolo simples, sorvete simples; Sopas; Óleos vegetais, margarinas; Gordura, somente para cocção,
não para gordura; Evitar alimentos flatulentos.
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DIETA PASTOSA Sua finalidade é favorecer a digestibilidade em situações especiais com
acometimento de fases mecânicas do processo digestivo, como falta de dentes, dificuldade de
deglutição e ainda em fases críticas de doenças crônicas, como insuficiência cardíaca e respiratória.
Esta dieta, assim como a dieta branda, visa proporcionar certo repouso digestivo, porém em
consistência menos sólida e mais tenra (Augusto, 2005). Em relação ao seu valor nutritivo, deve se
aproximar do normal e a fibra também é diminuída ou modificada pela cocção. Preparações
indicadas: Leite e derivados (queijos cremosos, naturais ou coagulados); Carnes (magra bovina, ave
e peixe), moídas, desfiadas, souflês; Ovo (quente, pochê, cozido); Frutas (cozidas, em purê, em
suco); Sopas (massas, legumes liquidificados, farinha e canja); Arroz papa; Óleos vegetais,
margarinas, creme de leite; Pão e similares (torradas, biscoitos, bolachas); Sobremesas (sorvete
simples, geléia, doce em pasta, pudins, cremes, arroz doce, fruta cozida, bolo simples);
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DIETA SEMILÍQUIDA Caracteriza-se por preparos de consistência espessada e constitui-se de
alimentos líquidos e semi-sólidos, cujas partículas encontram-se em emulsão ou suspensão. Tem por
finalidade propiciar repouso digestivo ou atender as necessidades do paciente quando alimentos
sólidos não são bem tolerados. Evita a mastigação e possui pouco resíduo, o que, por conseqüência,
exige o mínimo de trabalho digestivo. Para Augusto (2005), é ideal que as preparações apresentam
ouça viscosidade e que todos os alimentos sejam de fácil digestão. Os alimentos sólidos são
adicionados às bases líquidas para espessar e enriquecer calórica e nutritivamente as preparações.
Podem ser incorporados: Mono e dissacarídeos.até 20% Dextrinas.10% Farinhas.15% Pectina,
fécula de amido e batata.5% além de clara e gema de ovos, hidrolisados protéicos comerciais
(caseinato, proteína hidrolisada de soja, de lactoalbumina,etc.), óleo vegetal, creme deleite e outros.
O teor calórico desejado, segundo augusto (2005), torna-se diminuído neste tipo de dieta, por conta
de sua limitação em relação a alimentos permitidos. Preparações indicadas: Água e infusos (chá,
mate, café); Sucos (de carne, verduras e frutas) coados; Purê de vegetais; Caldos de carne e vegetais
(desengordurados); Sopas espessadas, liquidificadas e sopas- creme; Leite ou coalhada, creme,
queijos cremosos e margarina; Frutas em papa ou liquidificadas; Sobremesas: sorvetes, gelatinas,
pudins, cremes e farinhas.
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DIETA LÍQUIDA COMPLETA É totalmente composta por preparações líquidas na temperatura
corporal,ás quais são adicionadas substâncias que permaneçam dissolvidas. Objetiva fornecer
nutrientes de uma forma que exija um mínimo de esforço nos processos digestivos e absortivos
(pós-operatórios, casos graves de infecção, transtornos gastrintestinais, etc.) e é indicada quando se
deseja obter repouso gastrintestinal maior que nos casos anteriores. Muitas vezes, pelas limitações
impostas pela dieta líquida, ela pode apresentar baixo teor nutritivo, por isso a evolução para dieta
semilíquida deve ser feito o mais breve o possível; em casos em que não seja possível, deve-se fazer
suplementação vitamínica e/ou mineral, ou mesmo protéico-calórica, quando poderão ser utilizados
produtos industrializados ricos em calorias, proteínas, vitaminas e minerais (Sustagem, Sustacal,
Meritene, etc.) e ainda, clara de ovo, creme deleite,açúcar, farinhas etc. A dieta líquida propicia
pouca saciedade, por isso deve ser administrada de duas em duas horas com quantidade de açúcar
mantida no mínimo para não provocar fermentação e flatulência. A fim de não haver distensão
abdominal, o volume também costuma ser controlado: administra-se aproximadamente 200 ml por
vez. Se a dieta for administrada em situações em que não seja necessária a restrição hídrica, o
paciente pode ser alimentado mesmo durante a noite, caso sinta fome, ou para complementação de
suas necessidades nutricionais. As necessidades hídricas dos indivíduos giram em torno de 1.000 a
1.500ml; nos casos em que administra-se a dieta totalmente líquida, a oferta pode ser aumentada. A
densidade calórica é de um quilocaloria/ml; nos casos em que haja restrição hídrica, o volume será
avaliado conforme o balanço hídrico do paciente e a densidade calórica da dieta deverá ser de
aproximadamente duas quilocalorias/ml. A dieta líquida completa é fundamentalmente à base de
leite, que é a maior fonte protéica líquida, e de bebidas à base de leite; é pobre em resíduo, porém é
mais rica neste do que a dieta líquida restrita. Em casos de intolerância à lactose, provavelmente
será mais difícil alcançar as necessidades calóricas e nutritivas do paciente, podendo então ser
utilizados produtos isentos de lactose, tais como leites
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de soja ou preparações protéicas que não sejam à base de leite, com o mingau de frango.
Preparações indicadas: Leite, leite gelificado, iogurte, creme de leite, queijos cremosos;
Sobremesas: gelatina, geléia de mocotó, pudins, sorvetes; Bebidas: chá, café, chocolate, mate,
bebidas não gasosas, gemada, sucos de frutas e de vegetais coados; Cereais: papa de cereais (podem
ser adicionados às bases líquidas); Sopas: sopas de vegetais peneiradas, sopas cremosas coadas,
caldo de galinha, de carne, caldo de feijão; Ovo quente; Gorduras: óleos vegetais, margarina, creme
de leite; Alimentos espessantes: farinha pré cozida de arroz, trigo, milho, isolados protéicos, clara
de ovo, etc.
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DIETA LÍQUIDA RESTRITA OU CRISTALINA Consiste, basicamente, de água, líquidos límpidos
e carboidratos. Por não conter leite e outras preparações, o seu valor nutritivo e calórico é muito
baixo. Geralmente, é empregada no pós-operatório (24 horas a 36 horas), a fim de hidratar e
proporcionar o máximo de repouso gastrintestinal, este, por conta de sua quantidade mínima de
resíduos. Possui em torno de 500kcalk e, por isso, deve evoluir rapidamente para dieta líquida
completa. Deve ser administrada de duas em duas horas (ou menos), para hidratar os tecidos, e
haver monitorização do volume para evitar a distensão abdominal. Preparações indicadas: Água e
infusos adocicados (chá, café, mate) com açúcar e dextrosol (glicose de milho) e bebidas
carbonatadas; Sucos de frutas coados; Caldo de carne e de legumes coados; Sobremesas: geléia de
mocotó,gelatina,sorvetes ou picolés à base de suco de frutas coadas, sem leite.
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NUTRIÇÃO NO AMBULATÓRIO A dieta ambulatorial acrescenta, além dos demais requisitos já
apresentados, a condição sócio-econômica do paciente, uma vez que este ou seus familiares são
responsáveis pela aquisição de seus alimentos. Para Augusto (2005), na abordagem ambulatorial, o
tempo de atendimento é limitado em virtude do número freqüentemente elevado de pacientes e dos
casos não serem complexos a ponto de internação, e os dados de avaliação limitam-se, muitas
vezes, ao peso e altura. Independente do estado nutricional do paciente, inicia-se a abordagem com
um interrogatório que visa identificar a idade do paciente, o número de pessoas com quem mora,
nível sócio-econômico, tipo de habitação, grau de instrução, história clínica e de sua família e
condições de aquisição de alimentos. Ressalta-se ainda eventuais intolerâncias e preferências
alimentares. Dentro das possibilidades e das complexidades do caso, solicita-se exames bioqímicos.
Uma vez em posse do diagnóstico e depois de feita a anamnese e avaliação, parte-se para escolha
dos alimentos,distribuição e cálculo da dieta,com posterior explicação ao paciente. Para cálculo de
dietas em ambulatório, tabelas de composição de alimentos resumidas são de grande valia por
apresentarem porções em medidas caseiras. A etapa mais importante, segundo Augusto (2005), é o
esclarecimento ao paciente e seus familiares, a nível clínico e nutricional. Talvez até de uma forma
maior do que no caso do paciente hospitalizado, uma vez que o sucesso do tratamento e controle da
doença está sob seu próprio controle. Ao elaborar o plano alimentar do indivíduo, o nutricionista
deve respeitar seus horários de refeições, sempre que possível, pois são calcados no seu cotidiano e,
na maioria das vezes, no seu horário de trabalho. O atendimento ambulatorial deve ser periódico e,
na consulta corrente, avaliase os objetivos da última consulta foram alcançados para progredir,
manter ou reavaliar a dieta.
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MODIFICAÇÕES, SEGUNDO O EQUILÍBRIO DE NUTRIENTES Além de todos os critérios
citados, a dieta ainda pode ser modificada segundo o equilíbrio de nutrientes; por exemplo, a dieta
poderá ser de restrição ou de acréscimo, que seria a que apresentasse restrição ou exclusão, ou
aumento de quantidade, respectivamente, de um ou mais nutrientes, independente de sua
consistência, volume, etc. Neste caso, as dietas poderão ser: Normocalórica: Dieta com quantidades
normais de calorias, dentro das
necessidades distintas de cada paciente. Hipocalórica: Dieta restrita em calorias, ou seja, em
quantidades abaixo do necessário. Sua função é produzir balanço energético negativo e conseqüente
perda de peso. Indicada para pacientes obesos ou em caso de doenças que requerem urgência
médica em perda de peso. Não possui alimentos de alta densidade calórica. Hipercalórica: Dieta
com quantidades aumentadas de calorias, ou seja, em quantidades acima do valor energético total
(VET) do paciente. Tem a função de gerar balanço positivo e conseqüente ganho de peso. Indicada
para pacientes em subnutrição. Possui alimentos de alta densidade calórica. Normoprotéica: Dieta
que possui quantidades normais de proteínas, segundo as necessidades distintas do paciente.
Hipoprotéica: Possui quantidades diminuídas de proteínas cuja finalidade é prevenir o acúmulo de
metabólitos nitrogenados. É composta por doces à base de frutas, mel e vegetais. Indicadas para
pacientes com insuficiência renal crônica, encefalopatia hepática ou outra patologia cujo
catabolismo protéico possa interferir na evolução positiva do quadro clínico. Hiperptotéica: Dieta
com quantidades aumentadas de proteínas a fim de produzir balanço positivo de nitrogênio. A
relação caloria/proteína deve ser suficiente. Indicada para pacientes em estado de hipercatabolismo.
Normoglicídica: Dieta em quantidades normais de hidratos de carbono, conforme as necessidades
distintas de cada paciente.
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Hipoglicídica: Possui quantidades de carboidratos reduzidas, cujo principal objetivo é diminuir a
quantidade destes, sem diminuir necessariamente as calorias, um exemplo é a dieta para o diabético,
que é pobre em glicídios simples, em destaque a sacarose, o tradicional açúcar de mesa.
Hiperglicídica: Dieta com quantidades aumentadas de carboidratos Normolipídica: Possui
quantidades normais de gorduras, segundo as necessidades individuais de cada paciente.
Hipolipídica: Dieta pobre em gorduras, principalmente saturadas, indicada para pacientes com
hipercolesterolemia e obesos. Hiperlipídica: Dieta com uma boa quantidade de gorduras,
principalmente de Triglicerídeos de Cadeia média (TCMs), geralmente indicada para tratamento de
desnutrição grave. Nem sempre pode ser associada à hipercalórica, pois, pode ser ajustada de
acordo com as necessidades do paciente, enfocando apenas a maior oferta de gorduras de boa
qualidade. Hipossódica: Dieta pobre no eletrólito/mineral Sódio (Na), presente em grande
quantidade em diversos tipos de alimentos, como por exemplo, alguns tipos de adoçantes alimentos
embutidos, enlatados, conservas dentre outros.
É indicada para pacientes hipertensos, cardiopatas, com retenção de líquidos (edemas), dentre
outros. Rica em potássio: Dieta contendo alimentos fontes de potássio. Segundo Augusto (2005), a
carência de potássio é comum em pós-operatórios, má nutrição, equilíbrio nitrogenado prolongado,
perdas gastrintestinais e alcalose metabólica. Também em casos de insuficiência cardíaca, o teor de
potássio no miocárdio se esgota, e com a recuperação ocorre repleção de potássio (Augusto,2005).
Pobre em potássio: Dieta com teores reduzidos de potássio. Este tipo de dieta pode ser administrada
em casos, por exemplo, de doenças renais onde a acidose metabólica é comum. Nesse caso, no
estágio final da doença renal, reduz-se a reabsorção de bicarbonato em conseqüência de
hipercalemia entre outros excessos (Silva e Mura, 2007).
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Rica/pobre em fibras: A escolha destas dietas depende, basicamente, da motilidade intestinal do
paciente. Quanto maior for a quantidade de fibras, maior é a motilidade intestinal e, quanto menor
for a quantidade de fibras, menor o esforço gastrintestinal. A dieta com baixo teor de fibras é
indicada para problemas no trato gastrintestinal e cirurgias de cólon. A ingestão de grande
quantidade de fibras alimentares tem se associado à redução do risco de doenças cardíacas em um
grande número de estudos, além de sua co-participação em hipercolesterolemias e equilíbrio
glicêmico (Rand, 2006). A dieta rica em fibras deve fornecer variáveis de fibras solúveis e
insolúveis e também está indicada para doenças do cólon, hemorróidas e obesidade. Pobre em
colesterol: Consiste em restringir a utilização de gorduras saturadas e utilizar-se, moderadamente,
das gorduras poli e monoinsaturadas. Indicada para pacientes com dislipidemias, ou pressão arterial
elevada, por exemplo. Restrita em líquidos: Dieta onde se restringe a ingesta de líquidos. Utilizada
principalmente em casos de doença renal aguda, onde os rins são incapazes de manter a
homeostasia de água e eletrólitos. Segundo Augusto (2005), esta dieta é administrada nas fases
oligúricas (decréscimo na quantidade de urina secretada) da doença. Nestes casos, restringe-se
também a ingesta de sódio e potássio.
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DIETAS COM EXCLUSÃO DE DETERMINADOS ALIMENTOS
A HIPOALERGENICIDADE Alergias alimentares manifestam-se com as mesmas repostas típicas
de hipersensibilidade, própria de todas as alergias. Segundo Bodinski (2006), o alimento alergênico
é caracterizado como o antígeno que estimula a produção de anticorpos e conseqüentes liberações
de histamina e serotonina. Os principais tecidos afetados estão localizados no nariz, nos brônquios,
no TGI, na pele e no cérebro,embora muitos outros também possam ser afetados. As repostas mais
comuns aos antígenos alimentares são náuseas e vômitos, diarréias, cólicas dores e distensões
abdominais. Se forem ingeridas grandes quantidades do alergênico, podem ocorrer eczema,
urticária, rinite e asma. Podem, ainda, produzir mudanças comportamentais. O processo digestivo
pode desativar muitos alimentos que atuam como antígenos. Porém as crianças, por possuírem
eficiência digestiva limitada, estão mais sujeitas à absorção de antígenos potencialmente ativos.
Bodinski (2006) classifica as alergias alimentares em Imediatas: ou evidente, que ocorre dentro de 1
hora após a ingestão do antígeno. São menos comuns e põem a vida do paciente em risco.
Retardadas: também chamadas de respostas ocultas, podem ocorrer cinco dias após a ingestão do
alimento agressor. Estas correspondem a 95% de todas as alergias alimentares e podem estar
relacionadas a perturbações na digestão ou absorção. Não apresentam riscos à vida porém
compreendem uma fonte crônica de morbidade. O tratamento da alergia alimentar é feito pela
supressão dos alimentos que provocam a reação,eles devem ser identificados, a fim de serem
eliminados da dieta. A dietoterapia é usada tanto na identificação do alérgeno alimentar, como para
evitar reações. Na maioria das vezes, o teste cutâneo para identificação dos antígenos alimentares
não é seguro. A identificação do alimento responsável por uma resposta imediata e, geralmente,
mais simples do que a do que provoca uma
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Dietas Hospitalares
resposta retardada. O ponto de partida é uma anamnese completa. Os
antecedentes alérgicos familiares são importantes, assim como o próprio passado alérgico do
paciente. Qualquer alergia ou possível resposta alérgica deverá ser inteiramente investigada, para
identificar o antígeno. Na anamnese alimentar, deve-se relacionar todos os alimentos ingeridos e
todos os sintomas notados, na tentativa de descobrir as possíveis correlações. Se um alimento torna-
se suspeito ele deve ser eliminado da dieta por seis semanas. Se os sintomas desaparecerem durante
este período, o alimento e reintroduzido, para verificar-se a reaparição dos sintomas. Este tipo de
dieta de eliminação só é útil quando um único alimento é responsável. Muitos pacientes têm não
apenas um alimento desencadeante mas, sim, vários deles. Para tais pacientes, é exigida uma dieta
de eliminação mais rígida. As dietas testes, aconselhadas por Rowe, consistem de três regimes
diferentes, que contêm alimentos não muito prováveis de serem alergênicos. Uma das dietas é
selecionada com base no histórico alimentar do paciente. Esta dieta é seguida por três semanas, a
menos que provoque reações graves. Se a dieta não aliviar os sintomas em três semanas, uma
segunda dieta será experimentada, durante mais três semanas e, se necessário, uma terceira dieta
será empregada. Quando uma dieta melhora os sintomas, o período de prova será estendido por
outra semana e os alimentos são adicionados à dieta um de cada vez, em intervalos de dez dias. Os
antígenos alimentares mais comuns, representados pelo trigo, ovos e leite, são adicionados por
último. Qualquer alimento que cause um retorno dos sintomas será eliminado da dieta,
permanentemente. Se for o leite o alimento eliminado da dieta, a carne deverá ser dada duas vezes
ao dia para provir quantidade adequada de proteína, devendo ser usados suplementos de cálcio.
Suplementos vitamínicos e minerais podem ser necessários, durante o período de teste.
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Dietas Hospitalares
Alimentos permitidos na dieta de eliminação isenta de cereal. (Rowe) Tapioca Batata inglesa Batata
doce ou inhame Pão de batata com soja Pão de batata com feijão branco Leite de soja Cordeiro
Frango, galeto, galo e capão Bacon Fígado (cordeiro) Ervilhas Espinafre Abóbora Vagem Tomate
Alcachofras Aspargo Cenoura Alface Feijão branco Damasco Graprfruit Limão Pêssego Abacaxi
Ameixas Pêra Açúcar de cana e beterraba Sal Óleo de gergelim Óleo de soja Margarina de óleo
Gelatina com flavorizante de frutas e sucos permitidos Vinagre branco Extrato de baunilha Extrato
de limão Fermento inglês, isento de maisena Bicarbonato de sódio Cremor de tártaro Xarope de
bordo Xarope feito com cana e bordo
Fonte: Bodinski, 2006.
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Dietas Hospitalares
Alimentos permitidos na dieta de eliminação Isenta de frutas e cereal (Rowe). Tapioca Batata
inglesa Fécula de batata Batata doce ou inhame Pão de batata e soja Feijão branco Leite de soja
Cenouras cozidas Abóbora Alcachofras Ervilhas Vagem
Fonte: Bodinski,2006.
Cordeiro Bacon Frango (galinha, não) Açúcar de cana e beterraba Margarina de óleos (sem leite)
Óleo de soja Gelatina Sal Xarope de cana de açúcar Fermento inglês (isento de ácido
tartárico e amido de milho).
Alimentos permitidos nas dietas de mínima eliminação (Rowe). 1. Cordeiro, batata inglesa, tapioca
em pérolas, cenouras, ervilhas, óleo de caroço de algodão ou gergelim, sal, açúcar e água. Esta dieta
elimina carne de vaca, todos os cereais e frutas, feijão-soja, feijão branco e a maioria dos vegetais
que se encontram nos quadros anteriores. 2. Frango,peru,arroz, tapioca em pérolas, óleo de caroço
de algodão ou gergelim, sal açúcar e água,eliminando todos os cereais, leguminosas, vegetais,
carnes e frutas. 3. Peixes, carangueijo, ovos, tapioca em pérolas, pão de soja e tapioca, bolos e
bolinhos, margarina de óleo, açúcar, sal e água.
Fonte: Bodinski,2006.
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Dietas Hospitalares
Existem outras propostas de dietas para identificação de antígenos que eliminam alérgenos
alimentares mais comuns como: trigo, ovos e leite. A dieta isenta de trigo fornece substitutivos de
modo que todas as fontes de trigo sejam evitadas. Esta dieta é deficiente em ferro, tiamina e
riboflavina e exige suplementação. Carne, peixe e galinha servem como fontes protéicas em dietas
isentas de ovos, sendo necessária a adequação calórica quando produtos de pastelaria contendo
ovos, são eliminados. As dietas isentas de leite são particularmente interessantes quando se trata de
pacientes lactentes ou crianças menores. Neste caso,poderão ser utilizadas fórmulas com soja, com
base de carne ou hipoalergênica. Quando o leite de cabra e usado como substituto do leite, devemos
suplementar a vitamina B12, ácido fólico e vitamina D. As dietas de eliminação são mais simples de
serem manejadas no caso de crianças, porque a fórmula é o esteio da dieta. Uma fórmula isenta de
leite pode ser usada como único alimento durante o período de prova, com a adição periódica de
outros alimentos, um de cada vez, enquanto a criança cresce. A substituição apropriada ou a
suplementação de nutrientes essenciais, são importantes em qualquer dieta de eliminação. Os
alimentos que causam respostas alérgicas poderão ser reintroduzidos depois de um período de
abstinência, porque muitas pessoas, particularmente as crianças, tendem a melhorar, no caso de
alergias alimentares. Isenta de Glúten: Caracteriza-se pela ausência total de cereais ricos em glúten,
tais como trigo, centeio, aveia, cevada, pão, macarrão, bolos, biscoitos e massas em geral. O trigo
pode ser substituído por farinha de milho, maizena, polvilho, araruta, fécula de batata ou creme de
arroz. Por sua restrição, Bodinski (2006) diz que é importante que a dieta isente de glúten seja
variada e receitas especiais são exigidas. Também é essencial educar o paciente a verificar sempre o
rótulo de qualquer alimento, não consumindo aqueles cuja embalagem informar contêm glúten .
Isenta de Lactose: Dieta onde se elimina alimentos que contenham lactose (leite e derivados), ou
utiliza-se produtos lácteos onde a lactose é retirada. Indicada quando o paciente possui intolerância
à lactose, algum tipo de erros natos do metabolismo
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Dietas Hospitalares
(galactosemia) ou em casos de diarréia crônica na terapêutica de exclusão, após anamnese - , por
exemplo. Pobre em purinas: Dieta com baixos teores de purinas. As purinas são componentes das
proteínas cujos pacientes com gota são incapazes de metabolizar resultando em hiperuricemia,
segundo Bodinski (2006) As purinas geram ácido úrico e também devem ser evitada por pacientes
litiásicos com hiperuricosúria (Silva e Mura, 2007).
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Dietas Hospitalares
DIETAS ESPECIAIS É comprovado que o estado nutricional influi, substancialmente, na
manutenção da saúde e no controle de doenças. Portanto, é importante identificar indivíduos
portadores ou em condições de desenvolver processos de má nutrição, a fim de permitir sua
correção e/ou favorecer uma recuperação eficaz. Vale ressaltar que, má nutrição não está
exclusivamente ligada aos índices de baixo peso, pois, um indivíduo pode se apresentar com
sobrepeso/obesidade e, ainda assim, caracterizar anemias diversas por conta da má alimentação. Do
mesmo modo que indivíduos eutróficos ou com subpeso podem caracterizar distúrbios lipídicos.
Não diferente de pacientes normais , os métodos de avaliação do estado nutricional de um paciente
com suspeitas clinicas de alguma patologia devem ser bem conhecidos e individualizados, não se
limitando a prescrição de dietas especiais. Estes incluem: - anamnese alimentar e pesquisa de sinais
e sintomas clínicos; - medidas antropométricas; - determinações hematológicas, séricas e urinárias
apropriadas. É sabido que são inúmeras as patologias influenciadas pelo estado nutricional, no
entanto, vamos focar em apenas uma árvore desta floresta , limitando-se em apenas um destes
distúrbios: DIETOTERAPIA EM DIABETES MELLITUS (DM) Considerando que a dieta do
diabético é um dos fatores fundamentais para manter os níveis glicêmicos dentro de limites
desejáveis, o planejamento alimentar deve ser cuidadosamente elaborado, com ênfase na
individualização. Para ser bem sucedida, a dieta deve ser orientada de acordo com o estilo de vida,
rotina de trabalho, hábitos alimentares, nível socioeconômico, tipo de Diabetes e a medicação
prescrita. Os diabéticos insulinodependentes requerem a ingestão de alimentos com teores
específicos de carboidratos, em horários determinados, para evitar hipoglicemias e grandes
flutuações nos níveis glicêmicos. A ingestão alimentar deve
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Dietas Hospitalares
estar sincronizada com o tempo e o pico de ação da insulina utilizada. Para diabéticos não
insulinodependentes, principalmente os obesos ou com sobrepeso, a principal orientação é a
restrição da ingestão calórica total a fim de alcançar o peso adequado. O objetivo da dietoterapia em
DM é de orientar os indivíduos quanto às mudanças de hábitos alimentares, visando a um bom
controle metabólico, por meio de: Manutenção dos níveis glicêmicos, peso e níveis lipídicos entre
bom e aceitável (Ver metas para o controle, logo abaixo), adaptando a ingestão alimentar à
medicação (se estiver usando) e à rotina de vida do diabético. Fornecimento de energia e nutrientes
para a manutenção, recuperação ou redução de peso e para atender às necessidades metabólicas
aumentadas durante a gestação e a lactação. Asseguração do crescimento e desenvolvimento de
crianças e adolescentes. Promoção do ajuste dietético para prevenção e tratamento das
complicações agudas e crônicas do Diabetes. Fornecimento de calorias para atender às demandas
energéticas decorrentes de atividades físicas.
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Dietas Hospitalares
METAS PARA CONTROLE DE DM
GLICEMIA PLASMÁTICA (mg/dl)* Jejum 2 horas Pós-prandial 110 140 Limite superior do
método 200 45 100 150 20-25
GLICO-HEMOGLOBINA (%)* COLESTEROL TOTAL (mg/dl) HDL-COLESTEROL LDL-
COLESTEROL TRIGLICÉRIDES (mg/dl) ÍNDICE DE MASSA CORPORAL PRESSÃO
ARTERIAL (mmHg) Diastólica Sistólica
80 135
Fonte:Ministério da Saúde, 2000 *Quanto ao controle glicêmico, deve-se procurar atingir valores os
mais próximos do normal. Como muitas vezes não é possível, aceita-se, nestes casos, valores de
glicose plasmáticas em jejum até 126 mg/dl, de duas horas pós-prandial até 160 mg/dl e níveis de
glico-hemoglobina até um ponto percentual acima do limite superior do método utilizado. Acima
destes valores, é sempre necessário realizar intervenção para melhorar o controle metabólico.
A prescrição energética baseia-se nas calorias requeridas para alcançar e manter o peso desejado:
indivíduos obesos (geralmente diabéticos do Tipo 2) devem ser orientados para seguirem uma dieta
com moderada restrição calórica, associada com exercícios físicos, a fim de reduzirem o peso,
gradativa-mente. Geralmente, uma perda razoável de peso, 5 a 10 kg em grandes obesos, já se
mostra efetiva no controle glicêmico, mesmo que o peso ideal ainda não tenha sido alcançado;
diabéticos com peso adequado devem ingerir calorias suficientes para mantê-lo;
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Dietas Hospitalares
diabéticos com baixo peso, particularmente do Tipo 1, que tenham perdido massa magra e gordura
corporal, requerem ingestão calórica ajustada para recuperação do peso e do bom estado nutricional;
crianças e adolescentes necessitam de ajustes freqüentes no VET, a fim de prover energia suficiente
para o crescimento e desenvolvimento, dentro do esperado para cada faixa etária. Estabelecido o
VET para cada indivíduo, é importante orientar o diabético quanto ao manejo de sua dieta, a fim de
manter a ingestão calórica razoavelmente constante dia após dia, pois flutuações na ingestão
alimentar podem ter efeitos significativos no controle do nível glicêmico. O uso de tabelas de
grupos alimentares (pão/cereais, carnes, vegetais, frutas, leite e gorduras - anexo), e suas
substituições, constituem o principal instrumento para a elaboração da dieta. Os grupos alimentares
relacionados abaixo são considerados básicos, sendo necessário ingerir, diariamente, alimentos de
todos os grupos para conseguir-se um equilíbrio adequado na alimentação: Grupo dos pães, cereais,
outros grãos e tubérculos: pães, biscoitos, arroz, milho, aveia, fubá de milho, cuscuz, beiju, batata
inglesa, batata doce, mandioca, cará, inhame, etc. Grupo das frutas: laranja, banana, abacaxi,
mamão, melancia, limão, caju, tangerina, caqui, manga, melão, etc. Grupo dos vegetais: folhas
verdes, berinjela, jiló, maxixe, pepino, tomate, cebola, pimentão, abóbora, cenoura, beterraba,
quiabo, vagem, chuchu, etc. Grupo das carnes e substitutos: frango, peixe, carne bovina, ovos,
frutos do mar, feijões e ervilhas, etc. Grupo do leite e derivados: leite, queijo, iogurte, coalhada.
Grupo das gorduras: óleos vegetais. É importante ressaltar que as quantidades e distribuição dos
alimentos dependerão das características de cada indivíduo.
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Dietas Hospitalares
Carboidratos e Fibras Recomenda-se que as fontes de carboidratos consistam de cereais,
leguminosas e vegetais (carboidratos complexos, na forma de amido); leite e frutas (lactose, frutose,
sacarose e glicose de composição destes alimentos). Estes alimentos devem ser distribuídos em
quantidades equilibradas ao longo do dia. Índice Glicêmico - Considerando a grande variedade de
alimentos que podem ser utilizados nas refeições, e seus efeitos sobre a concentração de glicose
plasmática pós-prandial, alguns pesquisadores têm realizado estudos que caracterizam os alimentos
de acordo com sua resposta glicêmica. Esta resposta é então comparada com a de uma porção
isocalórica de um alimento padrão (glicose ou pão branco). Os resultados obtidos compõem as
tabelas de Índice Glicêmico. As maiores elevações do Índice Glicêmico foram observadas com
batatas, cereais e pães; as menores com macarrão e leguminosas. As diferenças podem estar
relacionadas com o teor de fibras, com a forma de preparo e com variações no processo digestivo.
As informações sobre o índice glicêmico poderão ser úteis na seleção dos alimentos quando estudos
mais conclusivos melhor determinarem os seus benefícios na dieta do diabético. Além disso, as
tabelas atualmente referem-se aos alimentos mais utilizados nos EUA, Europa e Austrália. Não
temos ainda à disposição, a análise de alimentos cultivados e consumidos nas diversas regiões do
país. Sacarose (açúcar) - Alguns estudos têm mostrado que o uso de sacarose como parte do plano
alimentar não prejudicaria o controle glicêmico dos diabéticos, mas esta ingestão estaria
condicionada ao bom controle metabólico e ao peso adequado. Alguns estudiosos estabelecem
percentuais que variam de 5 a 7% de sacarose na dieta de diabéticos compensados. Contudo,
recomendamos cautela no uso de sacarose para os diabéticos do nosso país, considerando as
dificuldades de acesso aos serviços de saúde, necessário para o acompanhamento clínico. O auto-
monitoramento domiciliar da glicemia também é difícil de ser cumprido, sobretudo devido aos
custos econômicos
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Dietas Hospitalares
elevados. Estes são apenas dois aspectos que devemos lembrar ao se propor o uso da sacarose. O
assunto ainda gera controvérsias e os pesquisadores alertam que a utilização de sacarose pelo
diabético, sempre será em quantidades e freqüência menores que as da população em geral, sem
nunca se esquecer da automonitorização glicêmica. Portanto, é primordial que sejam oferecidos a
todos a educação continuada em diabetes e melhores condições para o controle clínico. Fibras
alimentares na DM A fibra alimentar ou dietética compreende um grupo distinto de carboidratos dos
alimentos vegetais que apresentam resistência à hidrólise pelas enzimas digestivas humanas. Por
seu efeito conhecido no controle da glicemia, o consumo diário de alimentos que contenham cerca
de 20 a 35 gramas de fibras dietéticas é recomendado aos diabéticos, assim como para a população
em geral. Para tanto, é importante incentivar o uso de alimentos pouco cozidos e não refinados. As
frutas e vegetais devem ser ingeridos preferencialmente crus, procurando-se evitar consumilos
liquidificados, picados e fatiados. Fracionamento de Refeições Recomenda-se fracionar a
alimentação diária em 6 refeições (3 grandes café da manhã, almoço e jantar - e 3 lanches
intermediários), com horários e quantidades determinadas e adequadas ao tempo de ação da insulina
usada (se for o caso) e à prática de exercícios, a fim de evitar hipoglicemia ou hiperglicemia. Para
diabéticos insulinodependentes, este esquema é proposto para o chamado tratamento convencional,
em que o diabético usa uma ou duas doses préfixadas de insulina/dia e no qual a alimentação é
adaptada à quantidade de insulina e aos exercícios físicos (ajustes reativos). Mais recentemente, tem
tido maior divulgação o denominado controle estrito, em que são usadas 3, 4 ou mais doses de
insulina/dia, em que a quantidade e o número de doses são adaptados ao plano alimentar e
exercícios físicos (ajustes preditivos). A grande vantagem deste esquema, também chamado
tratamento intensivo, é o de alcançar um melhor controle glicêmico nas 24 horas e,
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Dietas Hospitalares
conseqüentemente, reduzir o risco de surgimento ou retardar a evolução das complicações crônicas,
tais como a retinopatia, a nefropatia e a neuropatia, conforme demonstrado no estudo multicêntrico
DCCT (Diabetes Control and Complications Trial). Outra vantagem é que o diabético que está
sendo tratado neste modelo intensivo poderá ter uma maior flexibilidade na alimentação. O alto
custo econômico constitui a maior dificuldade para a implementação desta proposta de tratamento,
que requer, ainda: indispensável apoio da equipe multidisciplinar 24 horas; bom nível educacional e
aprofundamento da educação em diabetes para o diabético e familiares. Esta é uma das razões pelas
quais o tratamento intensivo só pode ser utilizado em crianças maiores e jovens motivados e que
tenham apoio e participação dos familiares; automonitoramento constante da glicemia (realização
de glicemia capilar e, conseqüentemente, pelo menos quatro picadas/dia nas polpas digitais). Neste
tipo de tratamento podem ser observadas hipoglicemias freqüentes, por vezes severas, e também
ganho de peso. Adoçantes Os adoçantes que podem ser utilizados como substitutos do açúcar na
alimentação diária são classificados em calóricos e não calóricos. No seu consumo, devem ser
tomadas certas precauções: observar a ingestão diária aceitável/IDA e considerar vantagens e
desvantagens de cada um. Segundo a Portaria nº 234, da Secretaria de Vigilância Sanitária do
Ministério da Saúde, publicada no D.O.U. nº 101 de 27.05.96, os adoçantes dietéticos são os
produtos à base de edulcorantes. Devem atender à legislação específica . O uso de edulcorantes por
crianças diabéticas deve ter atenção especial, pois a ingestão diária aceitável é recomendada por
quilograma de peso corporal e as crianças tendem a usá-los com maior freqüência, atingindo
rapidamente o limite máximo.
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Dietas Hospitalares
Recomenda-se o uso variado de adoçantes, evitando concentrar-se em um só, a fim de prevenir seus
possíveis efeitos deletérios. Em caso de hipertensos, usar, preferencialmente, adoçantes que não
contenham sódio na composição, ou seja, procurar evitar sacarina e o ciclamato de sódio. Segundo a
Associação Americana de Diabetes, nas suas recomendações de 1995, os adoçantes não calóricos
podem ser usados com moderação por gestantes. No entanto, alguns trabalhos orientam que o
melhor é não usar adoçante, pelo menos durante o primeiro trimestre, fase de embriogênese. A
recomendação é devida à falta de consenso quanto aos efeitos dos adoçantes sobre o feto.
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Dietas Hospita

NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTERAL


INTRODUÇÃO
Nutrição é o estudo dos alimentos e dos mecanismos pelos quais o organismo ingere, assimila e
utiliza os nutrientes que nos fornecem a energia necessária para mente-lo vivo.
A relação da alimentação com o bem-estar físico e o pleno desenvolvimento mental e emocional já
era conhecida na Antiguidade. Tal conhecimento tornou-se público através de Hipócrates, que
escreveu sobre a higiene, o repouso e a boa alimentação.
Um dos maiores contribuidores para o desenvolvimento dos princípios da nutrição foi Pedro
Escudero, médico argentino, que em 1937 introduziu o estudo da alimentação e da Nutrição nas
escolas de Medicina de seu país, como uma nova visão da clínica médica. Com essa inovação,
Escudero pôde divulgar as Leis da Alimentação, por ele estabelecidas aos profissionais que
coordenavam equipes de saúde, e romper com o empirismo que até então cercava o tema da
alimentação.
Atualmente, o estudo da Nutrição abrange campos mais diversificados, como as mais distintas áreas
da saúde, nutrição, enfermagem, bromatologia, engenharia de alimentos, biotecnolobia entres
outras.
NUTRIÇÃO ENTERAL
Conceito
Consiste na administração de alimentos liquidificados ou de nutrientes através de soluções
nutritivas com formulas quimicamente definidas, por infusão direta no estômago ou no intestino
delgado, através de sondas. Está indicada em pacientes com necessidades nutricionais normais ou
aumentadas, cuja ingestão, por via oral, está impedida ou é ineficaz, mas que tenham o restante do
trato digestivo anatomofuncionalmente aproveitável.
Objetivo da Nutrição Enteral
Atender as necessidades nutricionais do organismo, quando a ingesta oral é inadequada ou
impossível, desde que o TGI (Trato Gastrointestinal) funcione normalmente.
Osmolaridade
A osmolaridade é o número de partículas dissolvidas na solução. Quanto maior o número de
partículas, maior é a osmolaridade. No estômago, dietas com osmolaridade elevada reduzem os
movimentos de propulsão, dificultando o esvaziamento gástrico, enquanto mais distalmente, no
duodeno e jejuno, alimentos hiperosmolares aumentam o peristaltismo e ativam a propulsão da
dieta. Em algumas situações são até responsáveis pela aceleração do trânsito intestinal e presença de
diarréia osmótica. A osmolaridade sugerida pela literatura, em nutrição enteral, varia em tono da
osmolaridade plasmática (mOm/L). Assim conforme os miliosmol/litro (mOm/L), as dietas podem
ser isotônicas (menor ou igual a 350); moderadamente hipertônicas (350 a 450) e hipertônicas
(maior ou igual a 550). Os componentes nutricionais que influenciam a osmolaridade da solução
são principalmente os açúcares mais simples; os aminoácidos cristalinos e, em menor grau, os
peptídeos; e o cloreto de sódio (NaCl) Os lípides não influenciam a osmolaridade, pois não formam
solução.
Fabricação da Dieta Enteral
São utilizados dois tipos de dietas, as Dietas Industrializadas que são fabricadas de forma
padronizada, especializada e comercializadas especificamente para terapia de nutrição enteral, e as
Dietas Não-Industriais ou Artesanais que são preparadas à base de alimentos in natura ou de
mesclas de produtos naturais com industrializados (módulos), liquidificados e preparados
artesanalmente em cozinha doméstica ou hospitalar.
Principais Vantagens da Nutrição Enteral em Relação à Nutrição Parenteral
Aproxima-se mais da alimentação natural, sendo, portanto, mais fisiológica
Pode receber nutrientes complexos, tais como proteínas integrais e fibras
A presença dos nutrientes no trato digestivo estimula o trofismo intestinal, mantendo a integridade
da mucosa intestinal
Mantém o pH e a flora intestinal normais
Estimula a atividade imunológica intestinal
Reforça a barreira da mucosa intestinal, aumentando a proteção contra a translocação bacteriana
Tem menor índice de complicações
Tem metodologia mais simples e menor curto
Vias de Acesso
Como via de acesso, podemos recorrer à colocação direta de uma sonda, por passagem
naso/orogástrica, para que a sua extremidade distal fique localizada no estômago, duodeno ou no
jejuno, ou ainda, realizar uma gastrostomia ou jejunostomia. A escolha de um ou outro desses
procedimentos e do local para o posicionamento da sonda dependerá das situações particulares
apresentadas por casa paciente e observação de critérios para a escolhas do posicionamento da
sonda para a nutrição enteral: local mais fisiológico; local de mais fácil acesso; maior tolerância a
qualquer tipo de dieta, inclusive as hiperosmolares (glicose hipertônica); permite a progressão mais
rápida do programa nutricional; menor risco de saída acidental da sonda; menor risco de refluxo
entre outros.
Locais de acesso Nutrição Enteral:
Naso/orogástrica;
Nasoduodenal;
Nasojejunal;
Gastrotomia e jejunostomia (são mais utilizadas para alimentação enteral em longo prazo).
A alimentação intragástrica é escolhida preferencialmente sempre que possível por vários fatores:
em primeiro lugar, o estomago tolera mais facilmente que o intestino delgado uma variedade de
fórmulas; em segundo lugar, o estômago aceita normalmente grandes sobrecargas osmóticas sem
cólicas, distensão, vômitos, diarréia ou desvios hidroeletrolíticos, o mesmo não ocorrendo no
intestino delgado. Além disso, o estômago exibe uma enorme capacidade de armazenamento e
aceita mais facilmente as refeições intermitentes. Aqueles pacientes com reflexo de vômito
preservado, sem pneumopatias e lúcidos costumam aceitar bem a alimentação nasogástrica. As
sondas nasogástricas também são mais fáceis de se posicionar que as nasoduodenais. A alimentação
nasogástrica aumenta o risco de aspiração.
Indicações da Nutrição Enteral
A nutrição enteral está indicada, basicamente, todas as vezes que o paciente não pode comer, não
deve, não consegue ou o faz de maneira insuficiente. Também, quando se faz necessário administrar
dietas rigorosamente balanceadas, na tentativa de corrigir certos distúrbios metabólicos.
Chama-se a atenção para o fato de que, sendo a nutrição enteral, quando comparada com a nutrição
parenteral, uma forma terapêutica de metodologia mais simples, com menor índice de riscos e
complicações, de menor custo e, ainda, uma modalidade terapêutica nutricional mais próxima da
alimentação fisiológica normal, ela deve ter prioridade absoluta sobre a nutrição parenteral sempre
que possível, em todos pacientes candidatos ao suporte nutricional especializado.
Principais Indicações do Suporte Nutricional Enteral e Parenteral:
Quando o paciente não pode comer:
Estado de coma
Lesões do sistema nervoso central
Debilidade acentuada
Traumatismo bucomaxilofacial
Intervenções cirúrgicas da boca, faringe, esôfago e do estômago
Obstruções mecânicas e fisiologias do tubo digestivo
Quando o paciente não deve comer:
Fístulas digestivas
Doenças inflamatórias intestinais(formas graves)
Enterite actínica(são lesões que surgem nas áreas intestinais)
Síndromes disabsortivas(má absorção intestinal)
Diarréias rebeldes
Intestino curto
Pancreatites
Quando o paciente não quer comer:
Anorexia nervosa
Estados de hiporexia grave (falta de apetite):
Estados depressivos
Doença neoplásica
Caquexia cardíaca
Desnutrição avançada
Quando o paciente não consegue comer o suficiente ou adequadamente:
Estados hipermetabólicos
Politraumatismo
Septcemia
Queimaduras
Pós-operatória
Distúrbios de deglutição
Ventilação mecânica prolongada
Tétano;
Pré e pós-operatório;
Quimioterapia e radioterapia;
Insuficiência respiratória;
Insuficiência cardíaca
Insuficiência renal
Insuficiência hepática
Principais Indicações Adicionais de Suporte Nutricional Enteral e Parenteral em Pediatria:
Incapacidade de sucção e/ou deglutição
Anomalias congênitas
Fissura do palato
Atresia do esôfago
Fístula traqueoesofágica
Necessidade de alimentação noturna
Anorexia
Perda de peso
Hipodesenvolvimento
Desnutrição grave
Estado hipermetabólicos
Politraumatismo
Septicemia
Queimaduras
Pós-operatório
Doenças neurológicas
Doenças respiratórias
Doenças cardíacas
Diarréia crônica
Contra- Indicação da Nutrição Enteral
A obstrução intestinal completa é u ma contra indicação da nutrição enteral. Mesmo quando a
obstrução é incompleta, há controvérsias sobre o uso da nutrição enteral. Nos casos de disfunção do
TGI ou condições que requerem repouso intestinal; diarréia grave; instabilidade hemodinâmica. Nos
casos de refluxo gastroesofágico intenso, a nutrição enteral, sobretudo por sonda nasogástrica, esta
contra-indica. Esta complicação poderia ser evitada pela utilização de sondas nasojejunais. A
alimentação por sonda nasoentérica deve ser instituída com cautela no paciente com íleo paralítico.
Quando o estômago não se esvazia apropriadamente, como pode acontecer no período pós-
operatório, o risco de náuseas, vômitos ou dilatação gástrica aguda pode ser contornado através de
fornecimento direto de nutrientes ao intestino delgado.
Vantagem e Desvantagens da Localização Gástrica e Duodenal/Jejunal
Localização Gástrica
Vantagens
Desvantagens
Maior Tolerância a fórmulas variadas;
Boa aceitação de fórmulas hiperosmóticas;
Progressão mais rápida para alcançar o valor calórico total ideal;
Introdução de grandes volumes;
Fácil posicionamento da sonda.
Alto risco de aspiração em paciente s com dificuldades neuromotoras de deglutição;
Saída acidental da sonda nasoenteral devido à tosse, náuseas ou vômitos.
Localização Duodeno e Jejunal
Vantagens
Desvantagens
Menor risco de aspiração;
Maior dificuldade de saída acidental da sonda;
Permite nutrição enteral quando a alimentação gástrica é inconveniente ou inoportuna.
Risco de aspiração em pacientes que têm mobilidade alterada ou alimentação à noite;
Desalojamento acidental, podendo causar refluxo gástrico;
Requer dietas normo ou hipoosmolares.
Métodos de Administração da Dieta Enteral
As dietas podem ser administradas sob a forma de refeições em intervalos regulares (intermitente ou
em bolos) ou em infusão contínua, O importante é que, qualquer que seja a necessidade nutricional
do paciente, se inicie com dietas diluídas e em pequenas quantidades, para que haja uma adaptação
progressiva do trato digestivo frente ao aporte nutricional.
Administração Intermitente
É o método mais utilizável. Utiliza a força da gravidade, a sonda pode estar localizada no estômago,
no jejuno, ou no duodeno. Pode ser administrada solução de até 500 ml a cada 3 a 6 horas.
Administração em Bolo
É o método preferível, porque leva menos tempo e garante mais liberdade ao paciente. Não requer a
utilização de bomba de infusão. A solução pode ser administrada através de um a seringa de 100
350 ml, no estômago a cada 2 a 6 horas.
Administração Continua
É o método mais oneroso, pois requer a utilização de bomba de infusão. Pode ser administrada no
estômago, no jejuno e no duodeno. O volume da solução é administrado a cada 12 ou 24 horas (50 a
150 ml/hora).
A administração em bolo ou intermitente deve ser feita com o paciente sentado ou reclinado em 45º
(posição Fowler) para prevenir a aspiração.
A alimentação intragátrica é escolhida por vários fatores: em primeiro lugar, o estômago tolera mais
facilmente que o intestino delgado uma variedade de fórmulas; em segundo lugar, o estômago aceita
normalmente grandes sobrecargas osmóticas sem cólicas, distensão, vômitos, diarréia ou desvios
hidroeletrolíticos, o mesmo não ocorrendo no intestino delgado. Além disso, o estômago exibe uma
enorme capacidade de armazenamento e aceita mais facilmente as refeições intermitentes. Aqueles
pacientes com reflexo do vômito preservado, ser pneumopatias e lúcidos costumam aceitar bem a
alimentação nasogástrica. As sondas nasogástricas também são mais fáceis de se posicionar que as
nasoduodenais. A alimentação nasogástrica aumenta o risco de aspiração.
Complicações da Nutrição Enteral
As complicações da nutrição enteral podem ser classificadas, didaticamente, em três grupos
distintos, ou seja, as complicações ditas mecânicas, as quais se relacionam com a introdução e
manutenção da sonda nasoentérica; as complicações ditas gastrointestinais, as quais estão
relacionadas com a infusão da dieta no tubo digestivo; e as complicações ditas metabólicas, as quais
estão relacionadas com os efeitos metabólicos da dieta após a sua absorção.
Complicações Mecânicas:
Erosão da mucosa nasal;
Otite, sinusite, faringite;
Irritação nasofaríngea;
Esofagite;
Obstrução da sonda;
Deslocamento da sonda;
Aspiração pulmonar;
Complicações Gastrointestinais:
Desconforto, distensão e cólica abdominal
Náuseas, soluços e vômitos
Diarréia
Infecção intestinal
Complicações Metabólicas
Distúrbios hidroeletrolíticos
Hiperglicemia, glicosúria(excreção de glicose pela urina), poliúria osmótica (aumento do volume
urinário com perda de água e eletrólitos);
Encefalopatia metabólica.
Cuidados de Enfermagem
Verificar rótulo observando: nome do paciente, composição da solução e gotejamento;
Orientar o paciente;
Lavar as mãos antes e depois da administração da dieta;
Testar a sonda para verificar a localização correta;
Eleve o decúbito do cliente ao administrar dieta por sonda e 30 a 60min após o término da
alimentação;
Fixar a sonda corretamente;
Teste o refluxo. Se houver refluxo menor ou igual à metade do volume da dieta, despreze o refluxo
e infunda a dieta. Se houver refluxo maior ou igual à metade do volume da dieta, devolva o refluxo
e infunda a dieta descontando esse volume. Se houver refluxo maior ou igual ao volume total da
dieta, não infunda o refluxo, faça uma pausa;
Infunda a dieta em uma hora, calculando o gotejamento;
Administre a dieta a uma temperatura morna ou temperatura ambiente;
Após o término da administração de dietas, deve-se sempre lavar a sonda com no mínimo 20 ml de
água filtrada em push ou sob infusão;
Em caso de gastrostomia e jejunostomia atentar para os cuidados com as sondas e seus respectivos
curativos;
Manter a inserção da sonda limpa e seca trocando a cobertura diariamente e cada vez que estiver
suja ou molhada, limpando a pele ao redor da sonda com água e sabão;
Lavar diariamente a região da inserção com água e sabão.
NUTRIÇÃO PARENTERAL
Conceito
A nutrição parenteral visa a fornecer, por via parenteral, todos os elementos necessários à demanda
nutricional de pacientes com necessidade normal ou aumentada, cuja via digestiva não pode ser
utilizada ou é ineficaz. A nutrição parenteral pode ser total, isto é, quando o paciente é nutrido
exclusivamente por via parenteral, ou complementar, quando está associada à utilização
concomitante da via digestiva. Pode ser ainda, central, quando é administrada em via central, como
a veia cava superior, ou periférica, quando é administrada em veias periféricas.
Objetivo da Nutrição Parenteral
Atender as necessidades nutricionais do organismo, quando NE é inadequada ou impossível visando
aliviar ou corrigir os sinais, os sintomas e as seqüelas da desnutrição.
É oportuno lembra que a nutrição parenteral não é um método substitutivo das outras medidas
terapêuticas que devem ser utilizadas no tratamento da doença básica ou complicações associadas.
Deve ser interrompida tão logo seja possível a realimentação adequada do doente pela via digestiva.
Fabricação da Dieta Parenteral
As soluções nutritivas dever ser preparas em farmácias industriais sob supervisão direta do
farmacêutico.
Componentes Das Soluções Nutritivas
As soluções nutritivas devem conter todos os nutrientes indispensáveis à manutenção da vida, tanto
do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo. Basicamente, esses ingredientes compreendem
fontes calóricas, destinadas ao fornecimento de energia para o organismo, fonte de nitrogênio,
destinada ao fornecimento de matéria-prima para a síntese protéica; água; eletrólitos(sódio, cloro,
potássio, cálcio, magnésio e fosfato) e outros macrominerais; vitaminas e oligoelementos(ferro,
iodo, zinco, cobre, cromo, manganês, selênio, molibdênio e cobalto).
Vias de Acesso Venoso: Periférico e Central. Qual utilizar?
Tradicionalmente, o termo nutrição parenteral periférica (NPP) designa a administração de água,
eletrólitos, proteína e substratos calóricos através de uma via periférica do paciente. Na nutrição
parenteral total(NPT) estão substâncias que são administradas através do sistema venoso central do
paciente. O objetivo de ambas é aliviar ou corrigir os sinais, os sintomas e as seqüelas da
desnutrição.
A NPP pode ser instituída nos pacientes que precisam de terapia nutricional, mas não é possível, ou
necessária, a cateterização da veia subclávica ou de outra profunda. A NPP minimiza o
desenvolvimento de déficits nutricionais em pacientes com ingestão alimentar temporariamente
insuficiente. Os indivíduos com condições nutricionais marginais que se submeterão a um período
de jejum de duração desconhecida seriam candidatos a um ciclo breve de NPP. Essa terapia
nutricional seria mantida pelo menos até estes pacientes aceitarem a nutrição enteral. A NPP pode
suplementar a ingestão protéico-calórica até a terapia enteral total ser atingida, pois esta demora
geralmente de três a cinco dias. A NPP também estaria indicada como suporte temporário de
pacientes em uso de NPT cujo cateter precisa ser retirado por mau funcionamento ou sepse, em que
a porta de entrada tenha sido o cateter.
Os pacientes em que a punção de veias periféricas é difícil em virtude de múltiplas implantações de
cateteres intravenosos, tratamento com esteróides, enfermidades sistêmicas ou outras causas não são
candidatos a NPP. Os indivíduos bastante desnutridos, sobretudo aqueles com reservas pequenas de
gordura, incluindo pacientes com câncer de esôfago, grandes queimados, febre, sepse, traumatismos
maciços ou complicações pós-operatórias, que geralmente necessitem de 35 a 40 kcal/kg de peso
corporal/dia e 1 a 1,5 de proteína/kg de peso corporal/dia a serem administrados, constituem uma
indicação absoluta de NPT.
A alta osmolaridade conferida pelas soluções nutritivas usualmente empregadas, para a nutrição
parenteral central, torna impraticável sua administração em veias periféricas, exigindo, portanto,
canalização de vias centrais de grosso calibre.
Indicações da Nutrição Parenteral
Como regra geral, nutrição parenteral é necessária nos casos em que a alimentação oral normal na é
possível, quando a absorção de nutrientes é incompleta, quando a alimentação oral é indesejável e
principalmente quando as condições descritas estão associadas ao estado de desnutrição.
Principais Indicações do suporte nutricional Parenteral e/ou enteral:
Quando o paciente não pode comer
Obstruções mecânicas e fisiológicas do tubo digestivo
Estenose do esôfago, estenose pilórica;
Obstrução intestinal, semi-obstrução intestinal;
Traumatismo bucomaxilofacial
Intervenções cirúrgicas da boca, faringe, esôfago e do estômago
Lesões do sistema nervoso central
Debilidade acentuada
Quando o Paciente Não Deve Comer
Fístulas digestivas
Doenças inflamatórias intestinais(formas graves)
Doença de Crohn
Enterite actínica
Retocolite ulcerativa
Diarréias rebeldes
Pancreatites
Tétano
Quando o Paciente Não Quer Comer
Anorexia nervosa
Estado de hiporexia grave
Estados depressivos
Doença neoplásica
Desnutrição avançada
Caquexia cardíaca
Quando o Paciente Não Consegue Comer o Suficiente ou Adequadamente
Estado Hipermabólicos
Politraumatismo
Septecemia ou infecção grave
Queimaduras em grande extensão
Pós-operatório
Ventilação mecânica prolongada
Distúrbios de deglutição
Distúrbios alimentares que levam à desnutrição
Pré e pós-operatório com desnutrição
Neoplasias
Suporte nutricional no pré e pós-operatório;
Suporte nutricional na quimioterapia radioterapia;
Insuficiência respiratória
Insuficiência cardíaca
Insuficiência renal
Insuficiência hepática
Principais Indicações Adicionais de Suporte Nutricional Enteral e Parenteral em Pediatria
Prematuros e neonatos impossibilitados de se alimentarem adequadamente(são hipermetabólicos em
relação ao peso corporal e não possuem reservas nutricionais)
Incapacidade de sucção e/ou deglutição
Anomalias congênitas
Fissura do palato
Atresia do esôfago
Fístula traqueoesofágica
Necessidade de alimentação noturna
Anorexia
Perda de peso
Hipodesenvolvimento
Desnutrição grave
Estado hipermetabólicos
Politraumatismo
Septicemia
Queimaduras
Pós-operatório
Doenças neurológicas
Doenças respiratórias
Doenças cardíacas
Diarréia crônica
Contra Indicação da Nutrição Parenteral
Quando o paciente tiver capacidade de se alimentar por via oral e/ou enteral, ou então quando o
estado nutricional estiver adequado. E ainda deve-se contra-indicar a nutrição parenteral total em
pacientes terminais, quando não houver esperanças de melhora de vida e do sofrimento.
Métodos de Administração da Dieta Parenteral
De modo geral, a via de acesso ao sistema venoso para administração da terapia são as vias
periféricas nos membros superiores e centrais (veia subclávia ou a veia jugular interna ou externa).
A velocidade de infusão das fórmulas de alimentação parenteral varia de acordo com as condições
clínicas do paciente, A velocidade ideal da infusão de glicose varia de entre 0,5 e 0,75 g/kg/hora.
Os pacientes devem receber 1000 ml da fórmula de alimentação parenteral no primeiro dia. Se estes
1000 ml forem bem tolerados, ou seja, se não surgirem sinais de intolerância â glicose ou outro
desequilíbrio metabólico ou eletrolótico, 2000 ml podem ser infundidos no segundo dia. Se for
necessário, mais 1000 ml da fórmula podem ser adicionados. Uma regra prática no aumento da
velocidade de infusão até 20 a 50 ml/hora a cada um ou dois dias, conforme a capacidade do
paciente de tolerar mais líquido e a sobrecarga de glicose.
Um fato de extrema importância é que as soluções sejam administradas em fluxo contínuo e regular.
As oscilações na velocidade de infusão, freqüentemente observadas quando se utiliza o gotejamento
livre por queda gravitacional, controlado por pinças mecânicas, são notavelmente indesejáveis,
dificultando sensivelmente a adaptação metabólica do paciente frente ao aumento progressivo do
aporte nutricional. As bombas infusoras, disponíveis em várias modalidades, constituem opção
bastante recomendável para o controle seguro e eficaz da infusão contínua e regular das soluções
nutritivas.
Complicações da Nutrição Parenteral
Como todo método terapêutico, a nutrição parenteral não é isenta de riscos e complicações. Na
verdade, algumas complicações podem assumir proporções desastrosas, e até mesmo fatais,
sobretudo se o método for aplicado de maneira inescrupulosa.
O doente que recebe a nutrição parenteral deve merecer rigorosos cuidados higiênicos, incluindo
higiene corporal, pronta remoção da sondas e curativos contaminados, manutenção de vestimentas
limpas e adequadas para o exame médico periódico.
O máximo rigor deve ser observado para com as técnicas de assepsia e antissepsia, no manuseio do
instrumental e frascaria quando do preparo das soluções nutritivas finais. A pessoa responsável por
essa tarefa deve estar inteiramente conscientizada quanto à gravidade dos riscos de contaminação
dessas soluções. As soluções nutritivas usadas no aporte nutricional podem constituir um excelente
meio de cultura de bactérias e fungos.
Didaticamente, podemos dividir as complicações da nutrição em três grupos fundamentais: as
relacionadas com a técnica do cateterismo venoso, as relacionadas com a infusão das soluções
nutritivas e as infecciosas. A seguir esta reunido as principais complicações relacionadas com a
nutrição parenteral.
Complicações da Nutrição Parenteral
Complicações do cateterismo venoso:
Hematoma subclavicular
Embolia gasosa
Embolia pulmonar
Pneumotórax
Hidrotórax
Hemotórax
Embolia pelo cateter
Posicionamento inadequado do cateter
No sistema venoso extravascular
Flebite e trombose
Lesão do ducto torácico
Fístula arteriovenosa
Perfuração cardíaca
Tromboflebites periféricas na NPP
Trombose séptica
Complicações metabólicas:
Glicose
Hiperglicemia, glicosúria, diurese osmótica
Como hiperglicêmico heperosmolar não-cetótico
Hipoglicemia reacional
Hipoglicemia insulínica (quando do uso de insulina no frasco da solução)
Hipercapnia
Aminoácidos
Sobrecarga de aminoácidos
Insuficiência hepática
Distúrbios neuropsiquiátricos
Lipídios
Carência de ácidos graxos essenciais
Água e eletrólitos
Distúrbios hidreletrolíticos diversos
Vitaminas
Hipovitaminose A, D e K
Hipervitaminose A e D
Oligoelementos
Deficiência de zinco e cobre
Complicações infecciosas:
Contaminação das soluções e equipos
Contaminação do cateter
Exógena
Endógena
Foco endógeno
Translocação bacteriana
Outros:
Síndrome da realimentação
Hipotrofia da mucosa gastrointestinal
Doença óssea
Colestase intra-hepática
Esteatose hepática
Lama biliar
Colelitíase
Colecistite alitiásica
Cuidados de Enfermagem
Verificar rótulo observando: nome do paciente, composição da solução e gotejamento;
Orientar o paciente;
Lavar as mãos antes e depois da administração da dieta;
O doente que recebe a nutrição parenteral deve merecer rigorosos cuidados higiênico;
O máximo rigor deve ser observado para com as técnicas de assepsia e antissepsia, no manuseio do
instrumental e frascaria quando do preparo das soluções nutritivas finais;
Administrada por meio de uma veia de grande diâmetro geralmente subclávia ou jugular interna que
chega diretamente ao coração quando possui uma osmolaridade maior que 800 mOm/L .
Administrada através de uma veia menor, geralmente na mão ou no antebraço, quando a
concentração da osmolaridade e menor que 800 mOm/L.
Manter a via venosa central exclusiva para a infusão de NPT, mantendo a permeabilidade;
Realizar curativo com técnica asséptica a cada 24 horas ou de acordo a necessidade utilizando
solução estabelecida pelo protocolo da unidade no acesso central;
Observar o local da inserção quanto à fixação do cateter, edema, dor, rubor, hiperemia e presença de
secreção;
A localização central do cateter deve ser confirmada (RX) antes de iniciar a NP.
CONCLUSÃO
A alimentação é a base da vida e dela depende a saúde do homem e quando a pessoa deixa de se
alimentar seja por perda de apetite, por problemas de saúde, de ordem física ou emocional, faz com
que o individuo necessite de cuidados nutricionais, médicos e de enfermagem e outros
multiprofissionais da área da saúde.
É oportuno lembrar que a nutrição enteral e/ou parenteral não é um método substitutivo das outras
medidas terapêuticas que dever ser utilizadas no tratamento da doença básica de ordem física e/ou
emocional e/ou complicações associadas.
Diversas são as enfermidades que necessitam de acompanhamento nutricional rigoroso para
evolução e melhora do quadro do paciente, por isto o atendimento de nutrição clinica é realizado
pelo profissional nutricionista e por uma equipe multidisciplinar engajados com o objtivo de atender
as necessidades básicas do paciente e a melhora do quadro clínico do mesmo.
REFERÊNCIAS
CORREA, C. T.; PORTELA, C. R.; Manual De Consulta Para Estágio Em
Enfermagem. São Caetano do Sul: Yendis, 2007.
TEIXEIRA NETO, F. Nutrição Clínica. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2003.
TIRAPAGUI, J. Nutrição: Fundamentos e Aspectos Atuais. 2. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2006.

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