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SURGIMENTO DA ANTROPOLOGIA
A antropologia é uma ciência social, assim como a sociologia e a ciência política,
dentre outras.
O termo Antropologia deriva da junção dos vocábulos gregos anthropos (homem) e
logia (estudo/tratado), o que significa “o estudo do homem”. Ainda que suas “raízes”
remotem ao século XVI (grandes navegações), a Antropologia se estabelece como
ciência no século XVIII (Iluminismo), e somente no século XIX (evolucionismo) que se
organiza como disciplina científica.
A antropologia abrange uma ampla esfera de estudos. E como ciência tem como
objeto o estudo sobre o homem abrangendo todas as suas dimensões – biológicas,
cultural, filosófica e teológica.
O alvo da antropologia é a total compreensão do homem, e para isto estuda tudo
concernente ao homem.
RAMOS da antropologia
Antropologia física - Estudo do homem como ser biológico, dotado de um aparato
físico e uma carga genética, com um percurso evolutivo definido e relações específicas
com outras ordens e espécies de seres vivos.
Antropologia cultural - Consiste no estudo de tudo o que constitui as sociedade
humanas, seus modos de produção econômica, suas descobertas e invenções, suas
técnicas, sua organização política e jurídica, seus sistemas de parentesco, seus sistemas
de conhecimento, suas crenças religiosas, sua língua, sua psicologia, suas criações
artísticas.
Linguística - Estuda a linguagem verbal, a gramática e a evolução dos idiomas. O
linguista investiga as línguas das diversas sociedades e sua relação com outros idiomas.
Ex. Noam Chomsky
Arqueologia - Estudo do homem no tempo, através dos monumentos, restos de
moradias, documentos, armas, obras de arte e realizações técnicas que foi deixando no
seu caminho enquanto civilizações dava lugar a outras no curso da História.
Franz Boas (1858 – 1942) Uma nova forma de conceber a “cultura” abala a
perspectiva etnocêntrica porque não usa a cultura do pesquisador para julgar a cultura do
outro.
Nos EUA, Franz Boas desenvolve a ideia de que cada cultura tem uma história
particular e considerava que a difusão de traços culturais acontecia em toda parte. Nasce
o relativismo cultural, e a Antropologia estende a investigação ao trabalho de campo. Para
Boas, cada cultura estaria associada à sua própria história. Para compreender a cultura é
preciso reconstruir a sua própria história (Culturalismo).
“A visão funcional da cultura repousa no principio de que em qualquer tipo de
civilização, cada costume, objeto material, ideia ou crença, satisfaz alguma função vital,
assim como certas tarefas realizadas representam uma parte indispensável para todo o
trabalho”.
DIMENSÕES ANTROPOLÓGICAS
A Antropologia Física/biológica estuda a natureza do homem, suas origens e
evolução, a genética, estrutura anatômica e características raciais desde o aparecimento
dos primeiros seres humanos. Estuda o homem do ponto de vista físico-somático, sua
morfologia, fatores políticos, socioeconomicos e religiosos.
O Que é Cultura?
Até 1960, muitos cientistas sociais argumentavam que a cultura era um simples
“reflexo” da sociedade, uma variável dependente. Ex. televisão.
Hoje a cultura é considerada uma variável independente. As pessoas não aceitam
a cultura de forma passiva. Produzimos e interpretamos nossa cultura.
Atualmente, grande parte das sociedades atuais está passando por uma
diversificação cultural intensa, parcialmente devido às altas taxas de imigração.
Brasil: no final do século XIX, havia uma grande preocupação com a miscigenação.
Acreditava-se que a miscigenação degenerava o povo,o que tornava impossível a
construção de uma nação com identidade cultural definida. No século XX, a
miscigenação passa a ser vista como elemento distintivo e positivo de nossa identidade
cultural e nacional.
Os conceitos de miscigenação, sincretismo, hibridismo cultural, aculturação giram
em torno da ideia de trocas e de influências culturais. Isto é um fenômeno histórico-social
que existe desde os primeiros deslocamentos humanos, quando esses deslocamentos
resultam em contatos permanentes entre grupos distintos.
Todo sujeito migrante é um sujeito que participa de trocas e influências culturais,
porque, quando deixa sua terra, torna-se diferente, pois os outros homens que encontra
na terra estrangeira têm outros costumes e outras crenças; ouve outro tipo de música e
dança em outro ritmo. Ex.: Casa grande e senzala de Gilberto Freyre – sabores da
culinária.
A relação com a alteridade (todo o homem social interage e interdepende do outro)
ETNOCENTRISMO
É uma visão de mundo preconceituosa. Estamos sendo etnocêntricos quando
usamos a nossa cultura como referencial para julgarmos (negativamente) a cultura do
outro. O olhar etnocêntrico tende a colocar as culturas e diferenças culturais dentro da
hierarquias: os mais atrasados, os “primitivos” e os civilizados. Essa visão legitima e
perpetua o preconceito e a opressão e, geralmente, vítima grupos que já vivenciam
historicamente a plena exclusão social ou ocupam status desprivilegiado em relação a
outras grupos favorecidos.
RELATIVISMO
É uma forma de encarar as outras culturas ou as práticas culturais a partir do
contexto onde elas acontecem, tentando entender a lógica do outro, do diferente. A
diferença não é vista como “atraso”, procura-se evitar hierarquias e noções de “certo e
errado”, o que há é diferença. O olhar relativista encara a diferença como riqueza.