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Curso Profissional Técnico Auxiliar de Saúde

Ano Letivo 2019/2020


Higiene, Segurança e Cuidados Gerais
UFCD 6564 – Prevenção e controlo da Infeção: Esterilização

Docente: António Oliveira


Trabalho elaborado por:
Cristiana Morais nº6

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1. Introdução
Podemos classificar como sendo materiais clínicos os aparelhos, materiais ou acessórios cujo
uso ou aplicação tem como destino a defesa e proteção da saúde quer seja ela individual, quer seja
ela coletiva, à higiene pessoal ou dos ambientes hospitalares, ou a fins diagnósticos ou analíticos,
os cosméticos e perfumes, produtos diatéticos, óticos, de acústica médica, oncológica e
veterinários.
Desta forma, o material clínico é classificado como sendo qualquer instrumento, aparelho,
equipamento, software, material ou artigo utilizado de forma isolada ou em combinação, para fins
de diagnóstico ou terapêuticos e que sejam necessários para o bom funcionamento do dispositivo
médico, cujo principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios
farmacológicos, imunológicos ou metabólicos.
É, por isso importante, criar normas que permitam processar estes materiais clínicos, de
acordo padrões de qualidade, como forma de prevenção e controlo de infeções.
Por isso, é neste âmbito que surgem os Serviços Centrais de Esterilização, que se caracterizam
por serem unidades funcionais de apoio clínico, dotadas de autonomia técnica, tendo à sua
disposição recursos materiais e humanos próprios para processarem os materiais clínicos que
sejam reutilizáveis, desinfetando-os ou esterilizando-os. Todos estes materiais têm de passar pelas
áreas funcionais dos Serviços centrais, passando assim pela descontaminação, pela triagem,
preparação e embalagem, preparação de têxteis, esterilização e por fim a entregada dos pacotes
esterilizados.
Todas estas fases são importantes, no sentido de prevenir as infeções associadas aos cuidados
de saúde (IACS) que são infeções que podem ser adquiridas pelos doentes em consequência dos
cuidados de saúde, bem como podem afetar os profissionais de saúde durante o exercício das suas
funções.

2. As fases do processo de esterilização do material clínico


As fases do processo de esterilização do material clínico são:

• Triagem do material clínico (avaliação do tipo de material)


• Lavagem do material clínico (descontaminação, lavagem e pós-lavagem)
• Inspeção (verificação e lubrificação dos dispositivos médicos)
• Empacotamento (montagem do material)
• Esterilização (através da cominação de parâmetros mecânicos, químicos, físicos
e biológicos)
• Entrega de pacotes esterilizados

2.1. A Triagem de material clínico


Tipologia dos materiais clínicos Finalidades
Dispositivos médicos reutilizáveis 1.Receber os DM reutilizáveis
contaminado (KIT’s de DM que não contaminados;
sejam de uso único). 2. Eliminar os DM que sejam de uso
único;
3. Identificar o material de acordo com o
processo de tratamento das zonas
subjacentes.

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2.2. A lavagem do material clínico
2.2.1. Descontaminação, métodos e técnicas de pós-lavagem
A lavagem do material tem como finalidades:

• Remoção da sujidade visível, bem como da sujidade invisível,


preparando os DM para serem manuseados de forma segura;
• Preparação dos DM para o processo de desinfeção

Tipo de lavagem
Manual Mecânica
- Colocar EPI; - Contagem dos dispositivos por categoria;
- Desmontar, desarticular e desmandrilar - Colocação dos cestos de lavagem de acordo
e abrir os DM; com as regras:
- Colocar o material médico em água a) Material com articulações tem de estar
morna e detergente desincrustante ou aberto ou desmontado;
enzimático; b) Cânulas ou outro material com lúmen
- Deixar os DM submersos durante 10 a devem ser desmandrilados se tiverem mandril
15 minutos; e o seu interior, lavado de forma manual com
- Lavar todas as superfícies com escova escovilhão;
macia, mantendo o objeto debaixo de c) Cápsulas, tinas, bacias deverão ser
água; colocadas sempre com a abertura virada para
-Retirar os DM e enxaguá-los em água baixo;
morna corrente; d) O material mais pesado deve ser colocado
- Secar muito bem, utilizando uma em primeiro lugar e só depois o mais leve;
pistola de ar comprimido ou toalhetes e) Não colocar muito material por cesto;
sem fios; f) Colocar o detergente apropriado;
-Descalçar as luvas e lavar as mãos. g) Ligar a máquina;
h) Verificar o nível de neutralizador, sal e
limpar os filtros diariamente;
i) Semanalmente colocar um teste de
qualidade de lavagem verificando se os braços
rotativos estão obstruídos

- Usar EPI;
-Lavar as mãos;
-Registar diariamente as lavagens em folha
própria para validação do processo.

A lavagem manual é feita em casos excecionais tais como:

• Impossibilidade de o material ser lavado na máquina;


• Em caso de avaria da máquina;
• Em casos em que o DM é necessário dentro de um período de tempo
limitado.
A eficácia do processo de limpeza depende:

• Do volume e da temperatura da água durante as fases do processo;


• Do contacto de todas as superfícies do material com o agente de limpeza;

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• Da configuração do instrumento;
• Do tempo de exposição;
• Da qualidade da água;
• Do pH e eficácia da solução detergente.

2.3. A inspeção do material clínico


Após a descontaminação, os DM são inspecionados, testados e montados. A inspeção
consiste na observação do estado e limpeza e das condições de funcionamento, feito de forma
visual que decide se os materiais podem continuar a ser usados ou não, uma vez que são propostos
a exames minuciosos.
Todos os DM que não cumpram os devidos requisitos é considerado de material avariado
e deverá ser separado para arranjo ou substituição.

Material Tipo de controlo e testes de inspeção


- Colocar a tesoura aberta numa bancada na
vertical e colocar um pedaço de latex;
Tesouras - Colocar um dedo junto da lâmina;
- Observar se o corte é limpo e sem
protuberâncias ou deslizamentos do latéx
entre as lâminas.
- Verificar se existem sinais de desgaste,
Articulações amovíveis danos ou corrosão;
- Ver se são manipuláveis em todas as
posições.
Aposição (pinças de kocher, de dissecção) - Os instrumentos com duas ou mais
extremidades úteis devem estar corretamente
alinhados;
- As suas extremidades têm de se encontrar
para construir uma boa garra;
- As garras devem coincidir com precisão.
Porta-agulhas - Colocar uma agulha de sutura de tamanho
médio na sua ponta;
- Fechar até ao segundo dente, caso seja
possível rodar a agulha com facilidade com a
mão, o DM deve ser retirado de circulação e
ser reparado.
DM com lúmenes (cânulas) - Devem ser inspecionados para se verificar se
não existe obstruções.

2.4. Lubrificação do material clínico


O material clínico deve ser lubrificado após a limpeza de acordo com o fabricante. Os
lubrificantes devem ser solúveis a água para permitir a penetração a vapor.
Para isso, os técnicos devem utilizar equipamentos de proteção individual para que não
corram riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
A lubrificação diminui as hipóteses de existência de manchas durante o período de
esterilização e impede que as bactérias se alojem no material.

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Processo
Deve-se assegurar se DM está limpo, desinfetado e seco;
Colocar um toalhete a aparar o excesso de lubrificante;
Identificar o bico adequado conforme o instrumento a ser lubrificado;
Agitar a lata de lubrificante antes de usar;
Manter a lata na posição vertical e o DM na posição horizontal;
Acionar a lata durante 2 a 3 segundos ou libertar algumas gotas nas partes móveis, junções ou
dobradiças dos DM, deixando uma pelicula sobre a articulação e juntas do instrumento;
Verificar se o lubrificante que caiu no toalhete se encontra com detritos ou com manchas
escuras, se isso acontecer deve-se repetir o processo até ficar sem manchas.

Produtos utilizados
Géis condutores e lubrificantes estéreis Géis condutores e lubrificantes não estéreis
Procedimentos invasivos que penetrem Usar preferencialmente produtos de
através de tecidos, procedimentos que utilização unica;
envolvam o ambiente estéril ou pele não
intacta e em recém-nascido;
Procedimentos realizados em membranas Para procedimentos pouco frequentes, usar
mucosas intactas e em doentes com produtos de uso único ou multidose de
imunodeficiência ou em terapia pequenas dimensões;
imunisupressiva;

Técnicas asséticas Se forem utilizados recipientes reutilizáveis,


estes devem se esvaziados, lavados com
detergente ou desinfetante, enxaguados e
secos antes do preenchimento. Não devem
ficar completamente cheios e aqueles que se
encontrem partidos devem ser rejeitados.
Não deve ser usado depois de 30 dias
Técnicas asséticas durante o processo de
reabastecimento
Usar dispensador próprio
Evitar o contacto com a pele

2.5. A montagem do material clínico


A embalagem destina-se a constituir uma barreira positiva contra a contaminação bem
como oferecer proteção do DM até à sua utilização.
Para que possam cumprir os requisitos da esterilização devem ser colocados em
embalagem aprovada de “grau médico”.
Após devidamente lavados, secos e inspecionados, todos os DM que requerem
esterilização devem ser empacotados de forma a permitir a penetração do agente
esterilizante (vapor) e ao mesmo tempo manter a esterilização.

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Tipo de Requisitos de Identificação Colocação nos cestos
material empacotamento para esterilização
Manga Proteger os instrumentos Data de Os pacotes são colocados
Mista pontiagudos ou com empacotamento sempre de papel com
arestas vivas para evitar papel na vertical
perfuração;
Papel Os pacotes com cápsulas
creme O material com pressão Identificação ou material idêntico são
deve estar fechado apenas do funcionário sempre colocados com a
no primeiro dente; boca virada para baixo
para evitar acumulação
de água
Identificação
Material com mandril da autoclave, Não devem ficar muito
deve ser colocado no caso de comprimidos
desmandrilado haver mais que
uma
As tesouras têm de ter as Temperatura da Os pacotes mais pesados
pontas protegidas; esterilização; são colocados em
primeiro lugar
O material desmontado Prazo de Deve ser colocado em
deve ser montado; validade cada carga um integrador
classe 6. Num lugar
central para que a
penetração possa ser mais
fácil
A selagem deve ter uma Dimensão máxima:
margem de 3cm, para 20x20x50cm e 5,4kg.
permitir a abertura
assética e deve ser feita no
local onde será feita a
manipulação;

Assim, todas as cargas devem ser colocadas nas autoclaves em cestos próprios e de forma
a poderem ser esterilizados em toda a superfície.
Todo este processo deve ser registado diariamente em folha própria e anexar o registo da
impressora da autoclave.

2.6. A esterilização
Depois da embalagem, os DM são colocados, segundo o processo de esterilização a que
vão ser submetidos, nos carros de carga dos respetivos esterilizadores, onde são processados.
Tem como objetivo inativar os contaminantes microbiológicos para que os produtos não
estéreis passam a ser produtos estéreis. .
Trata-se de um procedimento documentado para a obtenção, registo e interpretação dos
dados necessários para evidenciar que o processo está conforme.
É feita através de processos:

• Mecânicos;
• Químicos;
• Físicos

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• Biológicos
Para além disso, os responsáveis por este processo devem assegurar que existem
documentos comprovativos de quer a manutenção, quer a verificação da calibração dos
instrumentos foram executadas com sucesso.
Cada carga esterilizada deve incluir:

• Registo do esterilizador;
• Teste de Bowie e Dick;
• Registo de parâmetros físicos;
• Ciclo de esterilização selecionado;
• Nome ou código do operador;
• Especificação ou código de carga;
• Registo dos restantes testes utilizados (indicadores químicos, integrados ou
outros.
O Teste de Bowie & Dick é feito antes da primeira esterilização e sem carga de forma a
avaliar a capacidade das autoclaves com pré-vácuo de eliminar o ar, assim como possíveis bolsas
de ar ou gazes não condensáveis.
Deste modo, este teste trata-se de uma folha impressa com tiras de tinta que é sensível a:

• Temperatura;
• Tempo;
• Saturação do vapor;
• Presença de bolsas de ar.

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Sistemas de Esterilização
Disponível em https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/manual-de-normas-e-
procedimentos-para-um-servico-central-de-esterilizacao-em-estabelecimentos-de-saude-
central-de-esterilizacao-pdf.aspx página 50.

3. Considerações finais
Os serviços de esterilização devem ser geridos por um profissional com formação específica,
experiência e domínio das características e especificidades dos dispositivos existentes na unidade
de saúde.
São por isso dotados de recursos humanos representados por enfermeiros e assistentes
operacionais, formados em equipas aptas para intervir nas diferentes fases do processo de
esterilização.
Os técnicos de esterilização são os responsáveis pela transmissão das orientações e
cumprimento dos procedimentos e das normas internas.
Os assistentes operacionais são uma equipa profissional treinada e apta para a prestação de
apoio aos técnicos de esterilização na preparação do material em todas as fases do processo.
Tratam também da manutenção e da limpeza do local de trabalho.

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Devemos, por isso, reconhecer o papel dos técnicos auxiliares de saúde na execução das suas
tarefas ao serviço das CME, uma vez que o objetivo destas é inibir, destruir e eliminar os
microrganismos responsáveis pelas IACS.
É a estes profissionais que se deve a responsabilidade de processarem todos os dispositivos
médicos que sejam reutilizáveis de forma a torná-los mais seguros excluindo assim, a
possibilidade de infeções e contaminações por parte dos doentes e dos profissionais de saúde.

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