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HUMANIDADES SERTANEJAS
Revista do Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Etnociência. UESB-
CNPq
HUMANIDADES SERTANEJAS
Revista do Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Etnociência. UESB-CNPq
Volume 3 - Número 1 - 2018
GRUPO DE PESQUISA HISTÓRIA, SOCIEDADE E ETNOCIÊNCIA-CNPQ.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA.
NUCLEAS/UERJ – Núcleo de Estudo das Américas.
Revista Humanidades Sertanejas.
V. 3, N 1, Junho 2018
Coordenadores Revista
EXPEDIENTE
Editor responsável
Conselho editorial
Revisão
A revisão e a opinião emitida nos textos são de responsabilidade dos autores.
Nenhuma responsabilidade pode ser atribuída por quaisquer ações e/ou efeitos que resultam da utilização do material, embora
tenham sido envidados esforços para fornecer informações que sejam pesquisadas, o conselho editorial não assume quaisquer
responsabilidades pela precisão, uso / abuso das informações dos autores, e/ou de suas interpretações.
4
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UESB/PERGAMUM
Anual.
Inclui bibliografia.
ISSN 2448-1734
SUMÁRI0
Apresentação 6
Apresentação
Dessa forma, o Grupo tem realizado encontros regulares que culminam com o estudo
de temas transversais valorizando os princípios básicos da construção do conhecimento nas
populações humanas, seus ambientes, necessidades e possibilidades que resultam em
correlações entre a diversidade biológica e cultural.
cultura, saúde e educação, e fatores que de certo modo podem impedir o desenvolvimento de
novas práticas políticas, econômicas e sociais.
Propor metas e ações que disseminem informações e interaja com a sociedade por
meio de palestras, seminários, e amostras, por certo, desenvolverá o sentimento coletivo e o
espírito de cooperação nos indivíduos associados, e estenderá vantagens particulares à
sociedade, pelo ensino, pesquisa e extensão.
Os coordenadores
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RESUMO
ABSTRACT
The exploration of genetic resources of medicinal plants in the country is related, largely, to
collecting activities based on extensive collection of wild material, with low use and
considerable waste. An important step that is necessary to settle down a rational proposal of
work it is to define the medicinal species locally they be studied her, in your different levels
of priorities, given the needs of the most lacking populations. Another important step is to
establish the cultivation for maintenance, distribution and comercialization of the
pharmaceutical products. It fits to detach the importance of the traditional medicine of the
social, economical, and environmental point of view, when allowing simpler formulations of
the medicines obtained starting from plants, once these, usually, don't present collateral
effects, being thoroughly accessible, with low costs of obtaining and/or without additional
obligation of production on the part of the communities of low income. In this sense, the
constitution of community vegetable gardens makes possible the effective conservation and
maintainable handling of the medicinal plants, while the drugstore-alive ones diffuse the use
of the pharmaceutical products in the less privileged classes, promoting like this valorization
of the citizenship for the social inclusion.
Key Words: Medicinal Plants, Vegetable Gardens Community, Drugstore-Alive, Use and
Conservation.
9
INTRODUÇÃO
2) Criar hortas comunitárias com plantas pré-selecionadas, com base na Sabedoria Popular
(ONGs), Exigências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Lista de Espécies Medicinais
da Central de Medicamentos do Ministério da Saúde (CEME/MS) e Prioridades do Sistema
Único de Saúde (SUS);
AS SOCIEDADES INDUSTRIZALIZADAS
Muitas plantas até hoje são extraídas de matas. Esse extrativismo pode levar muitas
das espécies medicinais à extinção, isto é, no futuro diversas plantas que os nossos ancestrais
conheciam poderão não existir mais (SCHEFFER, 1999). Também, plantas obtidas via
extrativismo, em geral, apresenta grande variação na sua constituição química, dadas as
diferentes condições ambientais em que são coletados, sobremaneira, inviabilizariam o seu
processamento industrial (YUNES et al., 2001).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
6) Geração de renda complementar para pequenos produtores e suas famílias, com base na venda
de produtos e serviços das cooperativas, proporcionando desta forma o pleno exercício da
cidadania.
REFERÊNCIAS
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Paulo: UNESP, 1996, 230p.
HOAREAU, L. & DASILVA, E. Medicinal plants: a re-emerging health aid. Electronic
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PIRES, M. J. P. Aspectos Históricos dos Recursos Genéticos de Plantas Medicinais.
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RODRIGUES, V. E. G. & CARVALHO, D. A. Levantamento Etnobotânico de Plantas
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SCHEFFER, M. C.; MING, L. M.; ARAUJO, A. J. Conservação de Recursos Genéticos de
Plantas Medicinais. In: Recursos Genéticos e Melhoramento de Plantas para o Nordeste
Brasileiro. Petrolina, nov. 1999. ISBN 85-7405-001-6.
VILELA-MORALES, E. A., VALOIS, A. C. C. Recursos Genéticos Vegetais Autóctones e
seus Usos no Desenvolvimento Sustentável. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília,
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YUNES, R. A., PEDROSA, R. C., CECHINEL-FILHO, V. Fitoterápicos e Fitofármacos: a
necessidade do desenvolvimento da indústria de fitoterápicos e fitofármacos no Brasil.
Química Nova, v. 24, n. 1, p.147-152, 2001.
13
RESUMO
RESUMO
A percepção dos direitos humanos – tal como entendidos aqueles direitos considerados
fundamentais e inerentes a qualquer ser humano – tem evoluído no tempo, ao longo da
história das diferentes sociedades. O fluxo imigratório europeu para a América Latina será
analisado como a conjuntura política de países estrangeiros envolvidos, a fim de que possam
ser avaliadas as desigualdades e diferenças existentes entre povos distintos levando-se em
consideração a proveniência regional dos colaboradores, as especificidades e necessidades
motivacionais para o ato de imigrar. Para tanto, obedecemos rigorosamente a Resolução do
Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde, SISNEP N° 510/2016 que normatiza as
pesquisas com seres humanos nas áreas de ciências humanas e sociais, requer princípios
relativos ao campo pesquisado do conhecimento, procedimentos éticos, metodológicos e
sigilosos que exigem exatidão no diagnóstico dos fatos sociais. Estudar a natureza da
construção de novas identidades, práticas e representações simbólicas, através da inserção de
fragmentos de memória e suas ressignificações, perpassados pelas esperanças, ressentimentos
e aventuras, particularizados pela história cultural.
INTRODUÇÃO
mesmo assim a Região recebeu a imigração italiana que fugia das agruras da unificação do
país, da necessidade de trabalho e sobrevivência, porque naquele momento a Itália vivia um
momento difícil para seus compatrícios. (ARAÚJO, 2003)
O contingente de imigrantes intensificou-se mais nesse período, em consequência do
desenvolvimento das atividades econômicas no Nordeste e da crise que a Itália enfrentou na
Segunda metade do século XIX, quer de ordem econômica, com a concentração da
propriedade da terra, com sua unificação política.
Antes mesmo de 1861 a Itália passava por guerras em prol da Unificação Italiana que
resultaram ao final dos conflitos numa economia que se encontrava debilitada e vinculada a
problemas de altas taxas demográficas e desempregos, fatores que levaram o movimento de
atração pelo Brasil se proliferar. Havia propostas que ofereciam vantagens para os imigrantes
italianos impulsionadas pela propaganda brasileira que transformava o Brasil em um mundo
repleto de novas esperanças.
Havia no Brasil um momento de intensa busca e negociação pelo sentido de
nacionalidade, no qual o brasileiro se percebia por meio de estrangeiros aclimados, internos,
indígenas, escravos, negros que chegavam, estabelecendo uma identidade, à medida que
assimilavam suas culturas. A imigração começa a ser negociada diretamente entre
estrangeiros e brasileiros, abrindo espaços e diferenças entre imigrantes, empresários e
fazendeiros, e geraram representações de cunho escravocrata. (BONI, 1990. v. III).
As estratégias de fixação à terra de adoção priorizavam a ocupação do espaço físico
por ser o objeto de ordem prática que o transformaria simbolicamente no “lugar ideal” e
reproduziria por meio dos comportamentos, valores e normas as tradições antepassadas,
construindo assim, uma proposta de identidade nacional italiana em outras paragens.
Tinham como objetivo manter traços identitários originários dos antepassados,
perpassados pela memória e inculcados pelo imaginário coletivo alentava e dava a sensação
de criação de uma nova terra onde pudessem viver e criar sua prole, distantes dos males dos
conflitos entre limites e fronteiras.
O confronto de imaginários entre estrangeiros e brasileiros provocou rupturas que
abalaram a organização espacial e ampliou as discussões sobre alteridade. “O homem, cada
homem, não pertence nunca totalmente a si mesmo, a alteridade é inscrita na identidade do
homem, como no tempo que ele vive”. (RICOEUR, 1986).
A nação brasileira passava por um processo de transformação e as idéias abolicionistas
de intelectuais, partidos liberais e conservadores defendiam a libertação dos escravos. A
escassez da mão de obra nas zonas cafeeiras do Estado de São Paulo fez com que a tentativa
15
de importação de escravos da Região Nordeste fracassasse. O século XIX marcado pela uma
intensa expulsão demográfica na Europa tem um crescimento populacional acelerado e um
processo de industrialização que afetaram as possibilidades de emprego naquele continente.
No período inicial do século XIX, o Brasil oferecia vantagens, e as propagandas de
trabalho flamejavam o que de certa forma impulsionou a imigração, cujos estrangeiros se
inebriaram a tal forma que decidirem atravessar o Atlântico e tentar recomeçar a vida com
alguma tranquilidade. Mas a realidade se mostrou outra. (BONI, 1990. v. III)
Os sofrimentos e as dificuldades começaram antes da viagem. As dificuldades de
acesso aos subsídios e as passagens desestimularam os viajantes que se enredados com
propostas e dívidas. Os navios superlotados e cheios de epidemias já apresentavam um quadro
diferente do que estampavam as propagandas. Na chegada, as reais condições de trabalho e a
vida não condiziam com as benesses oferecidas. (TRENTO, 1989).
Até 1930 o Estado de São Paulo atento aos interesses do café, assumia a importação de
braços, criando um órgão de imigração para dirigir o fluxo, agências de propaganda e
recrutava imigrantes de vários países europeus ditando regras sobre a imigração. A literatura
existente, produzida pelos estrangeiros que visitavam o Brasil durante todo o Século XIX,
tinham duas marcas, o encantamento com a natureza e o choque com a escravidão.
Intelectuais brasileiros, entretanto, estavam preocupados com a construção de uma identidade
nacional.
A seleção de imigrantes obedeceu principalmente à demanda pelo
branqueamento. A possibilidade de miscigenação e a disponibilidade à
assimilação são variáveis fundamentais de quais imigrantes seriam
desejáveis. Além de vir preencher uma demanda de braços, teria o
papel de contribuir para o branqueamento da população ao submergir
na cultura brasileira por meio da assimilação. (OLIVEIRA, 2001.
p.10).
distante 360 quilômetros da capital do estado houve uma revolução direcionada para o
comércio e um conglomerado de produtos alimentícios impulsionou o mercado e os sertanejos
que passaram a receber incentivos para o cuidado com a terra, com a finalidade movimentar a
cidade, e direcionava para as frentes de trabalho.
Em 1837 chegava à Bahia um grupo de sessenta e dois exilados políticos oriundos da
península italiana, presos nas agitações políticas que ocorriam no período que antecedeu à
unificação da Itália. Estes exilados se sensibilizaram e aderiram ao movimento revolucionário
que ocorria em Salvador, a Sabinada. Alguns foram presos, outros retornaram para a Itália ou
obrigados a voltarem, e outros foram transferidos para o Rio de Janeiro. Este envolvimento
político dos imigrantes fez com que nova leva de exilados, oriundos da região de Nápoles,
fosse cancelada.
No ano de 1900, viviam na região seis mil italianos, a maior parte ao Sul da Bahia, na
região do município de Jaguaquara, Itiruçu, Ipiaú, Poções e Maracás. É freqüente a
superficialidade das informações quando se fala da existência de uma colônia italiana por
volta de 1915, quando já havia cerca de 150 oriundos de Trecchina.
Com as contínuas notícias de trabalho semiescravo e condições indignas nas fazendas
de café do Brasil, fizeram a imigração de italianos para o Brasil diminuir e os imigrantes
preferiram os Estados Unidos e Argentina. Em 1902, a Itália ativa o “decreto Prinetti",
proibindo a imigração subsidiada para o Brasil.
Com a Independência, houve a ocupação de posições consideradas estratégicas para o
governo brasileiro, e o governo passou a desenvolver uma política de colonização, com mais
intensidade no sul do país, e a receber numerosos colonos de diversas nacionalidades
europeias.
Instalados no país, eles passaram a ter alguma mobilidade e a se distribuir
espontaneamente por várias províncias do Império. O desenvolvimento da vida urbana, com
ênfase no setor artístico e da moda, estimulou a imigração de italianos, sobretudo músicos e
cantores, que ora se fixaram no país ou o visitaram por longos períodos em companhias que se
exibiam nas principais cidades. No Brasil republicano, o Nordeste continua a receber
contingentes de imigração movidos pelas transformações econômicas, recepção do lado
brasileiro, repulsão da terra natal. Com a modernização da agroindústria canavieira, do
desenvolvimento da indústria têxtil, do crescimento da cultura do cacau e do lançamento, no
mercado externo, de produtos extrativos, como a cera de carnaúba e de licuri, óleo de oiticica
e de copaíba, a Bahia passou por estágios que alcançaram a exportação dos produtos. .
(ANDRADE, 2003)
17
que envolvem as conquistas das cidades estão atreladas à ideologia humana que domina os
comportamentos reinseridos no tecido social através das instituições.
Vários pensadores e teóricos realizaram intensas discussões, e refletiram sobre a noção
de cidade. Os debates sinalizam para diferentes direções e estão longe de formar um
consenso. Esses debates, efetuados nas mais diferentes áreas, fornecem subsídios importantes
para que a história possa refletir melhor sobre essa noção.
A necessidade de se entender a cidade como problemática social e realidade a ser
estudada como produto da ação humana efetuada nas relações sociais, cuja memória pode ser
uma área ainda pouco explorada. Essas reflexões abrem caminho para uma investigação que
envolve o tema em vertentes diversas, sem, contudo tratar o espaço como mero componente
neutro, ou a memória como instrumento de rememorações, mas, como produto de um
conteúdo social onde acontece a história e de forma que a memória possa ser utilizada como
registro.
Desta forma, analisar o fenômeno imigratório no Nordeste brasileiro requer
observação apurada sobre os fatos ocorridos e os movimentos culturais de acordo com as
fontes inéditas, que promovem na região sertaneja especificidade e uma variedade de
entrelaçamentos e deslocamentos culturais. A integração entre imigrantes e habitantes daquela
região fortaleceu os laços identitários dos nativos e promoveu a demarcação de limites de
poder e concessão. Mas a cultura tradicional modificada e expressa por normas, valores e
crenças foram modificadas pela construção de uma identidade em que a interação italiana e a
sertaneja permeadas de especificidades.
A identificação das novas posturas políticas e as marcas identitárias impregnadas no
espaço e tempo pela presença estrangeira, são objetivos que devem contribuir com a
historiografia regional. Especificar e aprofundar a dialética entre identidade e alteridade faz
reconhecer práticas e representações simbólicas que caracterizam a transformação. As
concepções permitem resgatar vestígios de espaços sociais e culturais ocupados por italianos e
jequieenses que revelam as representações e suscitam debates sobre a questão identitária,
aspectos densos de carga cultural e significados políticos para a história das mentalidades.
Portanto, as proposições impulsionadas pelas culturas sob ângulos que conjugam com
política, família, cultura e sociedade, como processos simbólicos e ideológicos se estendem
para o entendimento de fenômenos ainda desconhecidos. Os métodos associados às naturezas
da pesquisa, qualitativa e quantitativa, tem técnicas específicas para trabalhar esses
fênomenos com dados, extraídos de livros, períodicos, documentos, períodicos, enfim,
21
Mas não foram somente associações de caráter restrito que os italianos organizaram,
manifestaram também preocupação com a educação e saúde, como forma de encontrar meios
eficazes de ajustar o grupo à sociedade de adoção. Manifestaram cuidados com o meio
ambiente, distribuíram terrenos em forma de doações que mais tarde seriam utilizados na
implantação de instituições sociais e políticas para que a situação dos estrangeiros fosse mais
confortável e seguisse o rumo dos objetivos almejados.
Assim relacionamos os órgãos que notificam dados sobre o número de imigrantes entrados e
variáveis a eles ligados em nível nacional.
1) De 1872 a 1889: relatórios do Ministério dos Negócios do Império.
2) Departamento Nacional de Imigração e Colonização (DNIC).
3) Conselho de Imigração e Colonização.
4) Divisão de Terras e Colonização.
5) Instituto Nacional de Imigração e Colonização (INIC).
6) Superintendência de Política Agrária(SUPRA).
7) Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário (INDA).
8) Departamento Nacional de Mão de Obra, Divisão Nacional de Imigração.
9) Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores.
24
CONCLUSÃO
O resgate dos fenômenos históricos já visitados por outros autores fornece um diálogo
com o passado, uma multiplicidade de perspectivas sobre a realidade histórica. As visões de
mundo cujas metamorfoses revelam a transitoriedade e o enraizamento dos conhecimentos
históricos que produzem mudanças no espaço e no tempo.
A relevância de explorarmos o tema a partir de vertentes políticas e da relação à
produção do lugar, têm significado com a reconstrução do passado que introduz à cidade uma
forma de centralização do poder exercida por esses estrangeiros. O debate escolhido através
da memória propiciará também a utilização da concepção política de dominação, e uma
No exame das Unidades da Federação, observou-se que os estados pertencentes à Região Sul
apresentaram as maiores proporções de brancos, tendo Santa Catarina liderado essa proporção
nas informações relativas ao Censo de 1940. Esse estado e o Rio Grande do Sul foram
núcleos de implantação da política migratória logo após a independência do País, sobretudo a
partir das décadas de 70 e 80 do Século XIX. O governo incentivava o povoamento pelos
colonos imigrantes de origem alemã, italiana e, em menor escala, de eslavos. Quanto ao
Estado do Paraná, os imigrantes eram principalmente poloneses, ucranianos e italianos. O sul
do País foi alvo de disputas de fronteiras com a metrópole espanhola e os países vizinhos,
porque o povoamento já era bastante escasso até o início do Século XIX. A colonização, que
se deu em ritmo acelerado, muito condicionou o comportamento da estrutura étnica da região.
O Estado de São Paulo, com a quarta colocação na proporção de brancos, em1940, refletiu um
segundo momento imigratório no Brasil, no final do Século XIX. Os senhores do café,
incentivados pelo governo, traziam para as fazendas de café, e substituição à mão-de-obra
escrava, imigrantes contratados5, em sua grande maioria italiana, mas, também vieram muitos
portugueses e espanhóis. A estrutura da população branca revelada pelo Censo 2000 manteve-
se praticamente inalterada, nas primeiras colocações com os estados da Região Sul, seguida
do Estado de São Paulo. (IBGE, Censo Demográfico 1940/2000).
Os conceitos sobre estruturas políticas, estratificações sociais, e lutas por fronteiras,
nos impulsionam a vislumbrar adequações que podem ser movidas para o contemporâneo.
Essas adequações são produzidas tendo em vista as condições que as civilizações ocorrem,
mas, no sentido de incorporar a Etnografia como “... uma descrição sistemática dos
significados culturais de um determinado espaço...” (Spradley In: Lüdke & André, 1979), que
permite pensar o espaço geográfico dentro de uma perspectiva histórica, antropológica e
cultural.
REFERÊNCIAS
25
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imigrantes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. p.10.
RICOEUR, P. Il conflitto delle interpretazioni, Jaca Book, Milano 1986.
RODRIGUES, José Honório e SEITENFUS, Ricardo A.S. Uma História Diplomática do
Brasil (1531-1945). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.
RONCAYOLO, Marcel. Cidade. Enciclopédia Einaudi. Região. Lisboa: Imprensa Nacional,
Casa da moeda. Vol. 8, 1986.
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SÁ, Celso Pereira de - Núcleo Central da Representação Social. RJ., Vozes, 1996
SEDA, Paulo. Citação verbal feita durante a aula da disciplina Memória, Cultura e Poder –
IFC01925 do Programa de Pós Graduação História, em nível de Doutorado pela Universidade
do Estado do Rio de Janeiro. Em 03-05-2010.
TAVARES, Luis Henrique Dias. História da Bahia. São Paulo: EdUFBa, UNESP, 2001.
TRENTO, Angelo. Do outro lado do Atlântico: um século de imigração italiana no Brasil.
São Paulo: Nobel, Istituto Italiano di Cultura, 1989.
SAMPAIO, Consuelo N. A Bahia na II Guerra Mundial. Revista da Academia de Letras da
Bahia, Salvador, n. 40, Separata.
27
1 Carla Gessanda Evangelista Gonçalves, 2Mariana Matos Farias, 3Tiago Landim d´Avila
RESUMO
ABSTRACT
Introduction: Cancer characterization and its main types, epidemiological data, forms of
treatment and the nurse's role before the child cancer. Methodology: For realization of this
literature review an integrative method was used, which seeks to associate literature with
professional practice. Theoretical framework: It highlights the treatment of cancer, focused on
the children and youth; the humanization process in healthcare giving attention to the
importance of good working conditions and the main factors that affect quality of life. Final
thoughts: The whole context has contributed to the understanding that to develop strategies
for cancer control, individualized care and professional qualification should be improved,
adding efforts to welcome families and the affected child, showing reliability and hope in the
middle of such distress.
1,2.
Discentes de graduação do curso em enfermagem do Centro Universitário Jorge Amado em Salvador, Bahia, Brasil.
3
. Doutorando pela Faculdade de Medicina da Bahia Universidade Federal da Bahia.
28
INTRODUÇÃO
O câncer é considerado o conjunto de mais de cem doenças sendo elas universais,
imparciais e totalitárias. Tem como característica a multiplicação desordenada de células que
sofreram mutações, sejam estas genéticas ou adquiridas. Estas células podem se soltar do
lugar de origem, cair na circulação e invadir outros tecidos, caracterizando o processo de
metástase, fase mais avançada da enfermidade onde o comprometimento pode ser
generalizado.
Apesar dos pacientes diagnosticados com câncer sofrerem os efeitos tóxicos e danosos
dos tratamentos, a utilização de fármacos unida às terapias psicossomáticas está conseguindo
reduzir bastante o número de óbitos decorrentes da enfermidade. Por outro lado, com o passar
dos dias, a incidência de diagnósticos de pessoas com canceres diversos tem aumentado
exponencialmente. 1
Dentre os principais tipos de canceres responsáveis por óbitos, melanoma e canceres
associados a problemas dérmicos são os mais comuns na população. Além destes, entre
mulheres e homens existem canceres que atingem mais cada um dos sexos e os que são
comuns a ambos os sexos, sendo estes descritos na figura 1. Existe uma parcela dos canceres
que são associados a fatores genéticos e outros, por sua vez que são associados a fatores
externos, normalmente associados a uma infecção intermitente de um vírus ou fatores
associados à cicatrização e formação de tecidos fibrosos. Além desses, existem fatores
externos que também favorecem o aparecimento de canceres, como descritos na tabela 1. 2
M u lh e r e s H om ens
80
N ú m e r o d e in d iv íd u o s (x 1 0 0 0 )
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Figura 1 – Perfil de incidência de canceres no Brasil em 2014. Na esquerda, os principais canceres que
acometeram mulheres e com maior incidência o de mama. Na direita, os principais canceres que acometeram
homens e com maior incidência o câncer de próstata. Canceres de colo retal e pulmão, que possuem ampla
distribuição em ambos os sexos.
29
METODOLOGIA
Para realização desta revisão bibliográfica foi utilizado o método integrativo, que
busca associar a literatura com a prática profissional. A busca foi realizada em banco de dados
de acesso livre que possuíam trabalhos científicos completos e artigos publicados nas bases de
dados do Medline, SciELO, Lilacs e PubMed.
Os descritores, em português, utilizados foram “câncer”, “neoplasias”, “infantil”,
“criança”, “atuação do enfermeiro” e “saúde pública”, em associação ou não. Como critérios
de inclusão foram selecionados os trabalhos publicados em revistas indexadas, no idioma
português e que estavam disponibilizados em sua versão integra e independente do ano de
publicação.
Considerações éticas
REFERENCIAL TEÓRICO
Tratamento
Os avanços em diagnóstico e tratamento do câncer infanto-juvenil tem aumentado nos
últimos anos, o que colabora com o prolongamento da vida e até a cura de 70% das crianças
que são diagnosticadas e tratadas com a terapêutica correta. Porém, mesmo com esses
avanços, o câncer é uma causa comum de mortalidade entre crianças e adolescentes de 1 a 19
10
anos . Diferente dos casos em adultos, o câncer infanto-juvenil representam causas
desconhecidas, o que dificulta a prevenção e diagnóstico precoce 11.
Existem alguns cânceres que possuem tratamento, porém, não há impedimento de
reincidência do mesmo tipo de câncer ou surgimento de um novo subtipo. Para a grande
maioria dos canceres, o tratamento mais eficaz é a remoção completa das células afetadas e de
suas adjacências seguido de uma quimioterapia e/ou uma radioterapia, tratamentos estes que
são extremamente danosos para a qualidade de vida do paciente. 12
A quimioterapia é um destaque entre os tratamentos pela alta incidência de cânceres
hematológicos no público infanto-juvenil. É feita através da aplicação de quimioterápicos,
objetivando destruir as células que avultam rapidamente. A radioterapia utiliza radiações que
31
preciso construir uma prática que seja um diferencial e que de fato seja uma prática
humanizada. A humanização deve estar vinculada na fisiologia da enfermagem. Tudo o que
ocorre desde o ambiente físico até os materiais utilizados, não são de tanta prevalência como a
essência humana que é a que conduzirá as ações e pensamento de toda a equipe 17.
QUALIDADE DE VIDA
De acordo com alguns pesquisadores, qualidade de vida e estado de saúde está
18
diretamente ligado, inclusive, aparecem como sinônimos na literatura . A determinação e
condicionamento do processo saúde-doença na qualidade de vida se dão através de uma
complexidade por estar configurado ao processo que envolve fatores econômicos, sociais,
culturais, experiência pessoal e estilo de vida. A melhoria da qualidade de vida tem sido um
dos resultados esperados nas práticas da assistência e nas políticas públicas no campo de
promoção da saúde e prevenção de doenças 19.
Da mesma forma que o indivíduo diagnosticado adentra um processo duradouro de
insatisfação, desvalorização ou mesmo questionamento da existência, as pessoas próximas,
familiares e cônjuges padecem com o sofrimento do diagnosticado, fator este que interfere
diretamente na qualidade de vida da micro sociedade. A modificação das rotinas e vidas se
torna constante e a imprevisibilidade torna o aspecto psicossocial em uma dimensão onde os
sentimentos distintos e fases da enfermidade podem estar correlacionadas à evolução
patológica 18.
É necessário investigar a importância da saúde mental, funcionamento físico,
interligados diretamente, a percepção da qualidade de vida e do estado de saúde. Concluíram
através de estudos com indicadores e amostras de pacientes portadores de doenças crônicas
que a previsão de maior dimensão no escore de qualidade de vida foi à saúde mental
relacionado ao bem-estar psicológico, já o funcionamento físico afetou de modo menos
efetivo 20.
DISCUSSÃO
Entre 2014-2015 houve, aproximadamente, 11.840 novos casos de câncer infanto-
juvenil 21. Devido essa estatística, pode ser considerado como um problema de saúde pública
15
por custear valores altos no tratamento, diagnóstico e formas de detecção . Para que o
cuidado contemple todos os níveis de atenção à saúde, a Política Nacional de Atenção
Oncológica determina que ocorram ações desde ações de promoção e prevenção até o
tratamento ou cuidados paliativos, como também que a assistência seja prestada de acordo
33
nesse momento é de estabelecer um vínculo de confiança e afinidade para que o cuidado não
fique apenas no técnico, mas se estenda ao cuidado humano totalitário 26.
A correlação que fazemos ao olhar para uma criança é com a arte do viver, aquele ser
que está começando a abrilhantar seus passos em direção à auto realização. Sendo assim, as
questões éticas devem tomar uma proporção maior. Desenvolver estratégias para o controle
do câncer e o cuidado individualizado exige aperfeiçoamento e qualificação profissional,
agregando esforços para acolher os familiares e a criança acometida, passando confiabilidade
e esperança em meio a tanta aflição.
REFERÊNCIAS
RESUMO
Esta investigação trata sobre fatores que se tornaram verdadeiros entraves para a
juventude, isso se justifica porque, uma condição de vida digna é algo que o ser humano
almeja, mas, para isso acontecer de maneira plena, é necessário que os direitos fundamentais
para a vivência humana, sejam consistentes, pois, as leis que visam garantias de qualidade de
vida, na maioria das vezes, a teoria se sobrepõe à efetivação. Nesse sentido, se faz necessária
uma abordagem sobre as inquietações da juventude perante um cenário onde o turbilhão de
mudanças sociais e tecnológicas traz consequências insatisfatórias para a vida do jovem.
Diversos são os planejamentos feitos para a conquista de objetivos, mas, o contexto social em
que esse grupo se insere, traça barreiras, que acabam suprimindo esperanças no mercado de
trabalho, na sociabilidade, e, portanto, torna-se necessária a realização de análise apurada
sobre fatores agravantes que inviabilizam a atuação da juventude na sociedade
contemporânea.
INTRODUÇÃO
Compreende-se que para se fizer uma análise sobre juventude diante da crise
econômica, deve-se primeiramente buscar informações, que sirvam de referência para essa
abordagem, nesse sentido é possível perceber que não é suficiente apenas saber que jovem é
um participante de grupo social, nem tampouco, definir crise econômica como um
determinado problema, pois, esses fatores trazem reflexões profundas sobre necessidades do
ser humano. Na concepção de Regina Novaes:
Minha intenção é demonstrar que a categoria social juventude – assim como outras
categorias sociais baseadas nas faixas etárias – tem uma importância crucial para o
entendimento de diversas características das sociedades modernas, o funcionamento
delas e suas transformações.... (GROPPO, 2000, p.12)
A situação é muito complexa, pois não corta apenas os gastos financeiros, suprime
também o que o ser humano tem como motivação e objetivos, as suas aspirações.
Quando se trata sobre alguns jovens de famílias pobres e outros que vivem abaixo da
linha da pobreza, o problema se agrava muito mais, visto que, na maioria das vezes eles são
obrigados a ajudar na renda familiar, motivo que provoca tensão psicológica, desequilíbrio
emocional e baixa autoestima, pois, quando estudam, precisam abandonar a escola, quando
não encontram oportunidade no mercado de trabalho, e desejam adquirir bens materiais ou se
apresentarem melhor esteticamente, migra para mundo das drogas ou da criminalidade.
Fato ainda mais grave é que as crises econômicas atingem duplamente a população
jovem. Por um lado, afetam sua inserção no mercado de trabalho e,
consequentemente, comprometem a crença desses jovens no futuro. Por outro,
vulneráveis ao desemprego e sem perspectivas, tornam-se propensos a reagir com
violência à agressão social que julgam sofrer. Envoltos por uma nuvem carregada de
desesperança, passam a integrar um exército anônimo de criminosos de varejo, ora
exercendo o papel de algozes da sociedade, que paira inerte sob o misto de medo e
impotência, ora vítimas da própria guerra que fomentam. Em quaisquer dos casos,
todos perdemos como Nação. (O Estado de S. Paulo, 2016.)
Desse modo, as ações dos jovens são reflexos da falta de oportunidades somada às
várias dificuldades que eles se deparam, visto que, quando a luta por condição de vida melhor
não possibilita retorno satisfatório, pode resultar em frustração.
42
É necessário ressaltar que apesar das dificuldades que a juventude se depara, existem
políticas públicas direcionadas a esse público. De acordo com Murilo Ribeiro Silva:
Desse modo, proporcionar o bem está social, além de ser essencial para a atuação do
jovem, é um direito que deve ser garantido para todo ser humano, mas, diante de uma situação
em que se adotam medidas para contenção de gastos públicos, o resultado será consequências
negativas para os grupos sociais menos favorecidos.
São as pressões sociais que fazem com que o Estado seja obrigado a criar medidas
pra responder e promover um bem estar social. Então, pôde-se pensar nas políticas
publicas nesse caso direcionadas a juventude, e uma forma do governo interagir com
toda a sociedade pra que juntos encontrem soluções eficazes para os problemas
43
cotidianos. O que não significa que seja a melhor estratégia, mesmo pensando em
políticas públicas e articulando junto à sociedade, nem sempre se podem prevenir
alguns fatores aquecedores. Na maioria das vezes contenções de verbas atrapalham a
articulação das ações políticas, nesse caso ações políticas para Juventude. (SILVA,
2016.)
Tendo em vista que a abordagem feita está relacionada a situações práticas, é essencial
que as famílias, demonstrem além de afeto, apoio e compreensão, pois são alicerces essenciais
para ter equilíbrio psicológico em meio às dificuldades, visto que, o auxílio familiar pode
promover segurança e confiança em momentos de pressão social.
Carlos Alberto Menezes da Costa ressalta que: Família ajustada, sociedade ajustada,
família equilibrada, sociedade equilibrada, família responsável, sociedade responsável, afinal
de contas a família é a base nuclear da sociedade.
O estímulo para ultrapassar barreiras, deve partir do ambiente familiar, pois são por
meio da família que se compreende os primeiros conceitos para o convívio social, quando há
desajuste entre os membros que compõem a família, isso se reflete no comportamento e na
atuação desses.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É perceptível que apesar de existir programas sociais para acolher o público jovem,
eles não são suficientes para contemplar o grupo na sua totalidade, pois, evasão escolar,
desemprego, criminalidade, dentre outros aspectos, são problemas sociais vivenciados por
parte da juventude, não como alternativas, porém, são fatores atraídos pela situação de
vulnerabilidade.
O apoio familiar é essencial na vida do ser humano, uma vez que a família é o
primeiro alicerce capaz de transmitir segurança e estabelecer limites, para que as exigências
sociais e os avanços tecnológicos, não proporcionem consequências indesejáveis, a exemplo
de graves problemas psicológicos.
São inúmeros os fatores que interferem nos planos da juventude e quando se trata de
crise econômica, o problema vai além, pois, a recessão atinge a todos, mas, o jovem está
propenso a sentir os efeitos, visto que, passa por um período de transição, vivencia conflitos
familiares, tenta adquirir as primeiras experiências, é incentivado tanto pela sociedade quanto
pela mídia que é necessário consumir, dentre outras situações. Sendo assim, é fundamental a
prática dos direitos sociais de forma integral e a intensificação de políticas públicas que
possibilitem condição de vida digna e acesso aos direitos básicos do cidadão, por meio do
bem estar social.
REFERÊNCIAS
COSTA, Carlos Alberto Menezes da. A importância da família para a sociedade. Disponível
em: https://www.canalr1.com/a-importancia-da-familia-para-a-sociedade/. Acesso em:
16/07/2018.
GROPPO, Luís Antonio; Juventude: ensaios sobre sociologia e história das juventudes
modernas. Rio de Janeiro, Difel, 2000.
https://www.otempo.com.br/opinião/paulo-r-haddad/o-desalento-da-juventude-em-países-em-
crise-econômica-e-social-1.1523427 Acesso em:
11/ 07/2018.
VIEIRA, Andressa Brito. Crise do capital e lutas sociais no século XXI: ocupando as praças e
retomando as ruas. Anais da VIII Jornada Internacional de Políticas Públicas: 1917-2017: um
século de reforma e revolução, de 22 a 25 de agosto de 2017, São Luís, MA: Universidade
Federal do Maranhão, Programa de Pós Graduação em Políticas Públicas, 2017. Disponível
em:http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2017/pdfs/eixo3/crisedocapitalelutassociaisnos
eculoxxio cupandoaspracaseretomandoasruas.pdf. Acesso em 19/06/2018.
46
Ana Lígia Silva Vieira dos Santos; Gabriella Souza Santos Félix; Gabrielli Santos; Aprille
D‟Emídio; Julyana da Silva Freire; Maria Vitória Araújo Santos.
RESUMO
INTRODUÇÃO
A depressão e a ansiedade têm causado vítimas cada vez mais jovens no século XXI,
despertando preocupação entre pesquisadores e estudiosos do mundo inteiro. Assim, este
estudo pretende repensar fatos e fenômenos contemporâneos que conduzem a manifestação
desses males em jovens que adentram a universidade.
Dessa forma, com o intuito de acompanhar o percurso dos jovens discentes, inferimos
que um dos objetivos traçados pode contribuir para a diminuição dessas mazelas, através da
disseminação de informações científicas que alertem sobre a problemática em questão, bem
como conscientize sobre a importância da família no processo de reconhecimento e
tratamento dessas patologias, quando tão logo percebidas.
METODOLOGIA
obteve dados sócios demográficos para a caracterização dos indivíduos, bem como suas
manifestações sobre o tema abordado, conforme o Quadro 1.
Foram entrevistados vinte indivíduos de ambos os sexos, com faixa etária entre
dezessete e vinte e sete anos, residentes do sudoeste da Bahia. O número de participantes foi
escolhido de forma aleatória, sendo priorizados aqueles que já haviam concluído o ensino
médio ou estavam cursando a faculdade, devido uma maior proximidade com a problemática
em questão. O tempo de entrevista não foi pré-estabelecido, tendo uma média de quarenta e
cinco minutos por pessoa. Todas as entrevistas foram feitas somente após a apresentação da
temática com consentimento do participante, para tanto, obedecemos rigorosamente a
Resolução do Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde, SISNEP N° 510/2016 que
normatiza as pesquisas com seres humanos nas áreas de ciências humanas e sociais, requer
princípios relativos ao campo pesquisado do conhecimento, procedimentos éticos,
metodológicos e sigilosos que exigem exatidão no diagnóstico dos fatos sociais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
V 17 19 20 21 22 23 24 26 27 EM ESI PG E O
Nº 1 1 3 7 3 1 2 1 1 8 11 1 19 1
% 5 5 15 35 15 5 10 5 5 40 55 5 95 5
O estudo contou com a participação de estudantes, sendo que 40% deles já concluíram
o ensino médio, 55% estão cursando a graduação e 5% corresponde a outras atividades.
Quanto à faixa etária, houve uma variação entre 17 e 27 anos, sendo a predominância de
jovens com 21 anos, correspondendo a 35% do total.
Quanto aos dados da pesquisa feita com a comunidade, constatou-se que 100% dos
entrevistados concordam que o excesso de tecnologia pode desencadear doenças. Além disso,
notou-se que as pessoas acreditam que o excesso de tecnologia pode estar relacionado não só
às doenças orgânicas como sedentarismo, mas também às doenças psicológicas como
distúrbios do sono, ansiedade e depressão.
Sob a perspectiva dos dados coletados nas entrevistas feitas com estudantes
universitários, jovens pré-vestibulandos e a comunidade sobre a questão do auxílio de
profissionais na prevenção à depressão, cerca de 90% dos entrevistados afirmam que a ajuda
de uma equipe multidisciplinar contribui para prevenção nos casos de depressão, sobretudo
sob uma intervenção precoce, resultando num tratamento mais adequado e eficaz para o
paciente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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antidepressants: A revision of the 2000 British Association for Psychopharmacology
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YOUNG, K.S; ABREU, C.N. Dependência de internet: manual e guia de avaliação e
tratamento. Porto Alegre: Artmed, 2011.
55
RESUMO
Abstract:
Abortion is understood as the cessation of any act. In pregnancy it is taken as the withdrawal
of the fetus before the 22nd to the 28th week of gestation, and may be spontaneous or
induced. Composed of ideologies, where religious and moral vision becomes predominant, it
is considered an illegal act bringing complications to the public health of Brazil, since most of
the methods used are not safe, thus causing a high mortality and morbidity index for the
woman.
INTRODUÇÃO
O termo aborto é tido como a interrupção da gravidez antes de seu término normal, o
mesmo pode ser espontâneo, quando é de forma involuntária ou o induzido, que pode ocorrer
por intercessão cirúrgica e usos de medicamentos, tendo ou não expulsão do feto. O aborto
sempre foi empregado como método de controle da natalidade, onde mulheres nunca
deixaram de realizá-lo. (MILAGRES, 2011).
O aborto é um tema bastante discutido, onde se abordam pensamentos distintos
causando uma vasta repercussão entre grupos religiosos, movimentos feministas e ainda,
indivíduos que lutam pelo direito do próprio corpo (PINHO, 2009).
A prática do aborto voluntário no Brasil é tida como ilegal segundo os artigos 124, 125
e 126 do código penal brasileiro, podendo desencadear um grave problema de saúde pública.
Dessa forma, essa ação no país é correspondente a um crime, ao qual só poderá ser realizada
em casos em que a gestação apresenta risco de morte para a mulher em ocorrências de
estupro, ou ainda, com a decisão do Supremo Tribunal Federal, a antecipação terapêutica do
parto é autorizada nos casos de fetos anencefálicos. (Brasil, 1940; Brasil, 2013).
No entanto, mesmo com as regulamentações, estima-se a ocorrência de mais de um
milhão de abortos voluntários por ano no país, tornando-se preocupante o índice apresentado
e as condições onde a mulher foi submetida ao ato (Brasil, 2005). O risco imposto por essa
ilegalidade é visto mais comumente em mulheres pobres, pois as mesmas não têm acesso aos
recursos médicos por possuir baixo poder monetário.
A discussão sobre a legalização do aborto, ainda é ignorada por dois motivos: alto
índice de mortalidade materna e a forte influência religiosa, sobrepondo a Igreja Católica,
sobre as questões éticas e morais. Desta forma, a discussão se divide nesse âmbito, onde
aparentemente o direito da mulher decidir sobre seu próprio corpo não entra em questão
(PINHO, 2009).
Compreender esse assunto é de extrema importância, pois a partir disso há o
surgimento de possíveis soluções para o problema, onde demanda investimento em educação
e informação. Deve haver comprometimento constante do Estado, dos profissionais de saúde
e da sociedade, respeitando a democracia, a laicidade do Estado, a igualdade de gênero e a
dignidade da pessoa humana (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).
Romio e colaboradores (2015) citam aspectos que caracterizam injustiças na questão
do aborto. A relação de gênero é um exemplo, onde se impõe uma responsabilidade apenas na
mulher como obrigação a assumir uma gestação indesejada, sendo punida aquela que a
57
interrompe, enquanto o progenitor masculino pouco é citado. Isto pelo fato de ainda existir
um pensamento antropológico dos papéis distintos e prestados ao homem e a mulher.
O presente estudo tem como objetivo proporcionar uma maior informatização sobre o
determinado tema, a fim de questionar o impacto que há na saúde pública do Brasil, bem
como abordar ideologias culturais, religiosas, morais e científicas sobre o assunto. Visa
também levantar possíveis intervenções, a fim de diminuir o índice da realização do aborto
induzido.
RESULTADOS E MÉTODOS
O presente estudo teve como intuito propor informações baseadas na atualidade, vindo a
promover dessa forma uma maior reflexão perante os contextos já apresentados, bem como
reunir diferentes visões acerca do tema aborto. Desse modo, foi realizado um questionário ao
qual constava de oito questões subjetivas e uma objetiva para um público de jovens adultos
divididos entre homens e mulheres com idade de 17 a 22 anos, e para tanto, obedecemos
rigorosamente a Resolução do Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde, SISNEP N°
510/2016 que normatiza as pesquisas com seres humanos nas áreas de ciências humanas e
sociais, requer princípios relativos ao campo pesquisado do conhecimento, procedimentos
éticos, metodológicos e sigilosos que exigem exatidão no diagnóstico dos fatos sociais.. As
mesmas possuíam estilos de vida e opiniões diferentes umas das outras. Percebe-se entre as
respostas coletadas opiniões equilibradas, para metade dos colaboradores o aborto deve ser
legalizado em todos os casos, e a outra parte equivalente respondeu que a legalização deveria
ocorrer apenas em situações adversas, quando a mulher deliberasse sobre seu corpo, mas, por
outra questão de legalidade elas estariam impedidas de tomar essa decisão.
Quanto ao impacto negativo gerado na saúde pública a maioria expressou a mesma
opinião, e explanaram sobre a necessidade de haver uma conscientização sobre o tema e
reivindicações ao governo de forma que o impedimento da realização do ato deveria estar
60
vinculado à equidade das mulheres. A disseminação da informação seria uma forma eficiente
de tratar do assunto suas sequelas e malefícios causados à saúde da mulher, reduzindo a
prática clandestina, além da necessidade de distribuição de métodos contraceptivos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como já dito, o aborto é um assunto que tem sido muito discutido, onde se abrange
diversas opiniões acerca do tema. Pode-se perceber que mesmo nos dias atuais, ainda não se
tem uma ideia definida de seu caráter. Uns afirmam estar correto à prática do ato, já que a
mulher é dona do seu corpo, enquanto outros julgam ser totalmente contra, baseando-se na
ética moral e religiosa.
A gravidez indesejada é o marco para a prática do aborto, podendo ser evitada através de
informação, utilização de métodos contraceptivos e consciência dos cônjuges. Porém, o que
pode se perceber é a carência dessa assistência prestada na atenção à saúde sexual e produtiva
da mulher, o que leva a um aumento dessa prática, onde mulheres com baixo nível de
escolaridade e baixa renda, entre outros motivos, procuram práticas clandestinas, resultando
em casos de morbidade grave e fatores associados, podendo levar a morte.
A criminalização do aborto fere os princípios femininos sobre o direito ao seu próprio
corpo, ao qual impede que a mulher tenha autonomia e escolha sobre o mesmo, decidindo se
quer ou não carregar um ser humano em seu ventre. Ao mesmo tempo em que se vê o aborto
de forma criminalizada, o ato não deve ser também descriminalizado, isto é, é fundamental
haver um consenso de quando a prática deve ser realizada, havendo um melhor apuramento
sobre as circunstâncias, pois a liberação do ato sem uma investigação pode permitir que a
mulher engravidasse e aborte quando desejar, tornando-se um grande caos.
É notório que uma concordância sobre o aborto requer mais discussão e disseminação de
informações. Sabe-se que uma ação multidisciplinar de profissionais da saúde pode implicar
numa redução na prática do aborto, já que essas mulheres teriam acesso a uma assistência
completa e possibilidade de utilizar recursos fornecidos pelos mesmos.
O presente estudo espera ter contemplado uma reflexão significativa acerca do tema
apresentado e sua consequência negativa em mulheres quando realizados em condições
inseguras. Espera-se que com este trabalho, promova discussões sobre sua legalidade, visto
que a proibição da prática não impede que seja realizada, sendo assim, a sociedade brasileira
61
deve entender tal fato e fornecer apoio para essas mulheres, visando uma redução no número
de mortalidade.
REFERÊNCIAS
AQUINO et al, Qualidade da atenção ao aborto no Sistema Único de Saúde do Nordeste
brasileiro: o que dizem as mulheres? Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n7/15.pdf>>. Acesso em 27 de março de 2017.
CHAVES, et al, Abortamento provocado e o uso de contraceptivos em adolescentes.
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<http://www.unipac.br/site/bb/tcc/tcc-14010b3cddf4b48b31639d84b4da6bda.pdf>. Acesso
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MINISTÉRIO DA SAÚDE, Atenção humanizada ao abortamento. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_humanizada_abortamento_norma_tecnic
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março de 2017.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 20 Anos de pesquisas sobre aborto no Brasil. Disponível em:
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MORAIS, A legislação sobre o aborto e seu impacto na saúde da mulher. Disponível em:
<https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/131831/legisla%C3%A7%C3%A3o_a
borto_impacto.pdf?sequence=6>>. Acesso em 28 de março de 2017.
PINHO. Os debates sobre o aborto na mídia brasileira: dos enquadramentos midiáticos a
construção de uma democracia plural. Disponível em: <http://www.ces.uc.pt/e-
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ROCHA, M. I. B. de, BARBOSA, R. M. Aborto no Brasil e países do Cone Sul - panorama da
situação e dos estudos acadêmicos. Disponível em: <
http://www.nepo.unicamp.br/publicacoes/livros/aborto/aborto.pdf>. Acesso em 16 de maio
de 2017.
ROMIO et al. Saúde mental das mulheres e aborto induzido no Brasil. Disponível em:
<http://revistas.pucsp.br/index.php/psicorevista/article/viewFile/24229/17439>. Acesso em 24
de março de 2017.
VIDAL, O aborto em seu aspecto social e sua possível descriminalização. Disponível em:
<http://www.unipac.br/site/bb/tcc/tcc-b206ce483b0c9e2ed0198b8bcf99dd37.pdf>. Acesso em
28 de março de 2017.
62
1
Acadêmico de Fisioterapia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) / Campus de
Jequié. E-mail: gilbertoalvesdias2015@gmail.com
RESUMO
INTRODUÇÃO
A falta de uma alimentação rica em nutrientes gera uma cascata de problemas, dentre
eles a atrofia muscular. As disfunções metabólicas causadas pela falta de substâncias
presentes nos alimentos, leva à redução do tamanho das células e, por conseguinte, a redução
do tamanho dos músculos, órgãos, tendões e nervos, acarretando, logicamente, num baixo
peso corporal. Com a diminuição dos músculos o paciente tende a ficar acamado, e com isso
passa a perder grande parte dos seus movimentos.
Em casos graves, devido ao encurtamento tanto dos músculos como dos tendões, os
movimentos se tornam tão comprometidos, que se faz necessário no tratamento
fisioterapêutico o uso de manobras passivas, tendo em vista que o paciente necessita realizar
movimentos, pelos quais já não têm motricidade para realizá-los sozinho. Em alguns casos
ainda, a perca dos movimentos também pode estar ligada a atrofia dos nervos, tendo em vista
que com isso, os impulsos nervosos não chegam até os músculos, fazendo com que assim, o
paciente tenha tem uma perca dos movimentos por questões neurológicas. Todavia, é válido
ressaltar que o comprometimento dos movimentos pode estar ligado a todos esses fatores ao
mesmo tempo.
Além da desnutrição, outro fator que deve ser levado em conta, na decisão do tipo de
tratamento fisioterapêutico são as doenças genéticas, como por exemplo, a AF. A doença
64
METODOLOGIA
Foram feitas visitas a um abrigo de idosos, por alunos do quarto semestre do Curso de
Fisioterapia de uma universidade do nordeste, ao decorrer de um semestre. Apesar de o local
comportar pessoas de idade avançada, foi encontrada uma paciente com idade precoce,
portadora de Anemia Falciforme com um quadro de desnutrição avançado. Dessa forma,
acompanhou-se o desenvolvimento desta paciente em tratamento fisioterapêutico. Para tanto,
obedecemos rigorosamente a Resolução do Conselho Nacional de Saúde, Ministério da
Saúde, SISNEP N° 510/2016 que normatiza as pesquisas com seres humanos nas áreas de
ciências humanas e sociais, requer princípios relativos ao campo pesquisado do
65
RELATO DO CASO
Paciente, 43 anos, sexo feminino, residente em uma fundação de idosos, foi
encontrada em situação de vulnerabilidade pela Assistência Social do município. Segundo
dados do seu prontuário, a paciente estava em péssimas condições de higiene e desnutrida,
pesando. Ainda, seu prontuário relata que a mesma contém um filho – idade não declarada –
que ao ver sua mãe naquela situação, entrou para o mundo das drogas. Sobre o paradeiro do
seu filho, nada foi encontrado. Em conversas, durante os atendimentos, a paciente relatou ter
dois filhos, um de 12 anos e outro de 20 – fato divergente do que diz seu prontuário. Além
disso, foi diagnosticado em seus exames a AF.
DIAGNÓSTICO
Em nossa avaliação cinesiofuncioanal, diagnosticamos na paciente uma elevada atrofia
muscular, a qual comprometeu muitos movimentos da mesma. Assim, localizamos na perna
esquerda um elevado encurtamento de reto femoral, deixando-a semifletida e empedida de
fazer extensão. Ademais, diagnosticamos também uma crepitação na articulação
patelofemoral da mesma perna. Além disso, devido à atrofia e o tempo acamada, a paciente
apresenta o início de uma postura cifótica. Ainda, os extensores do pescoço encontravam-se
bastante comprometidos. Dessa forma, sempre que retirada do leito e colocada na cadeira de
rodas, a paciente ficava com o pescoço fletido. Em relação aos movimentos da mão, os dedos
tendem a ficar em adução, apresentando uma razoável dificuldade para realizarem abdução e
dificuldade nos movimentos de extensão e flexão. Ambas as mão apresentam desvio radial.
Ademais, a paciente apresentava um elevado quadro de encurtamento respiratório.
DISCUSSÃO
Durante o período de um mês e vinte seis dias acompanhamos a paciente, uma vez por
semana, em sessões que duravam por volta de 40 min. Entretanto, nesse período, devido
inconveniências, deixamos de atender a paciente durante uma semana. Dessa forma, um dos
atendimentos teve um espaço de 14 dias entre um e outro, e os demais um espaço de sete dias.
Na primeira sessão, encontramos a paciente em decúbito dorsal no leito. Assim,
fizemos nossa primeira avaliação e demos início ao tratamento. Tendo em vista que se tratava
de uma paciente com AF, desde o princípio buscamos nos atentar com o cansaço da mesma.
66
Dessa forma, buscamos avaliar também a pressão arterial da paciente antes e após os
exercícios. Nessa perspectiva, nos quesitos de tratamento, na primeira sessão, buscamos
trabalhar os movimentos de extensão/flexão do quadril e do joelho, de forma ativa, em ambas
as pernas. Foram feitas três sessões, de 10 repetições, com pausas de quase três minutos.
Além disso, foi trabalhada a extensão/flexão do cotovelo, em três séries de dez repetições,
também com pausas de quase três minutos entre uma e outra. Por fim, foi trabalhada a
extensão e flexão dos dedos, de forma lenta, até o ponto que a paciente aguentasse. Após os
exercícios, foi aferida a pressão arterial da paciente, notando-se que a pressão final manteve-
se no mesmo padrão que a inicial 100x70 mmHg. Todavia, ao final da sessão, a paciente se
demonstrou cansada.
Tendo em vista a necessidade de trabalhar um conjunto de regiões da paciente, e
percebendo que a mesma se cansava com facilidade, um novo plano teve que ser traçado.
Nesse viés, a situação passou a ser analisada da seguinte forma: de um lado, a necessidade de
melhorar a amplitude dos movimentos, comprometidos pela atrofia gerada pela desnutrição;
do outro, a dificuldade de trabalhar as diversas regiões problemáticas, devido o cansaço
gerado ao decorrer dos exercícios, por conta principalmente da falta de oxigenação no
organismo, causada pela AF.
Nas sessões seguintes, buscamos trabalhar a extensão/flexão do quadril e do joelho
utilizando dessa vez uma bola suíça, continuando o trabalho de três séries, porém com apenas
cinco repetições em cada uma, ou seja, reduzimos pela metade a quantidade de séries, e
preservamos o tempo de descanso de quase três minutos entre uma série e outra. Além disso,
para melhorar a respiração da paciente, entre uma série e outra, pedimos para que ela fizesse
uma inspiração profunda pelo nariz e expirasse pela boca. Entre uma série e outra de
extensão/flexão, realizávamos o processo de inspiração/expiração por três vezes. Ainda, para
potencializar o processo, exercíamos uma pressão abdominal para aumentar o nível de
expiração da paciente.
67
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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Brasileira de Terapia Intensiva, São Paulo, v. 18, n. 3, Jul./Set. 2006.
Frenette PS, Atweh GF. Sickle cell disease: old discoveries, new concepts, and future
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Brasil. Nova Fisio, Curitiba, 2005. Revista online.
Ravasco P, Camilo ME, Gouveia-Oliveira A, et al. A critical approach to nutritional
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69
Rees DC, Williams TN, Gladwin MT. Sickle-cell disease. Lancet. 2010;376(9757):2018-31.
Simões BP, Pieroni F, Barros GMN, Machado CL, Cançado RD, Salvino MA et al. Consenso
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Valêncio, Luis Felipe Siqueira; Domingos, Claudia Regina Bonini. O processo de
consetimento livre e esclarecido nas pesquisas em doença falciforme. Revista Bioética,
Brasília, v. 24, n. 3, p. 469-77, Set./Dez. 2016.
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RESUMO
INTRODUÇÃO
A fisioterapia desportiva é uma especialidade que cuida de atletas que sofrem lesões
ou traumatismos, por causa das repetições exaustivas de movimentos, e é comum no que os
profissionais se especializem em determinadas modalidades como o atletismo, natação ou
ginástica artística. Possuem características próprias, pois esses acúmulos de movimentos
podem lesionar joelhos, quadris, sobrecarga nas costas, quadris e tornozelos, além de fraturas
distensões, câimbras e tendinites. O profissional trabalha para prevenir traumatismos,
ampliando o tempo de forma saudável para as pessoas que praticam determinado esporte.
Tendo em vista que as circunstâncias operam com preconceitos e não com a realidade
sensível, essa realidade retarda o ingresso no mercado de trabalho das profissionais femininas
e não aceita a igualdade de direitos para o homem e para a mulher, quando as características a
serem observadas deveriam considerar a qualidade e o desenvolvimento satisfatório das
condutas.
A segregação racial ocorrido na África do Sul foi a Apartheid, que alijava os negros de
frequentarem ambiente onde as pessoas de pele branca frequentavam, mas o líder Nelson
Mandela lutou pela liberdade e foi vitorioso no seu intento, desobrigando as pessoas de cor
negra dos grilhões sociais carregados durante décadas.
Coutinho, (2004) explica que a discriminação pode ser direta ou indireta: haverá
discriminação direta quando o tratamento desigual for explícito e fundado em critérios
proibidos pelo ordenamento jurídico, como sexo, cor, idade, origem e religião; será indireta a
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Parafraseando Wilson, Pedro: (1997), que se refere aos direitos humanos como frutos
das lutas contínuas entre homens e mulheres presentes na história, cuja luta por liberdade,
igualdade e fraternidade entre as pessoas, grupos, etnias, culturas e sociedades enfrentaram e
continuam a enfrentar graves obstáculos políticos, sociais, econômicos e culturais. Sempre,
estaremos buscando satisfazer nossas necessidades e aspirações por uma vida digna, feliz e
realizadora que pressupõe: liberdade, vivência, trabalho, memória, solidariedade e
responsabilidades históricas e sociais.
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CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
REFERÊNCIAS
WILSON, Pedro. Um breve olhar sobre a trajetória dos direitos humanos no Brasil no ano de
1996. Brasília: Câmara dos Deputados, 1987. p. 15-24.
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ETNOCIÊNCIA – CNPq.
Tel: 73 – 35289684
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Artigos
Apresentação 6