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UNIDADE II
Portanto, qualquer ponto no interior de uma massa de solo é solicitado por forças devido ao
peso próprio do solo e as forças externas aplicadas. Os esforços resistentes do solo são
chamados de tensões, cuja intensidade é medida pela força por unidade de área.
A maior parte dos problemas de Mecânica dos Solos permitem soluções considerando um
estado de tensões no plano, isto é, trabalha-se com um estado plano de tensões ou estado
duplo de tensões. Admitindo-se esta simplificação, trabalha-se somente com as tensões
atuantes em duas dimensões. Mais especificamente procura-se o estado de tensões no plano
que contêm as tensões principais σ1 e σ3.
Conhecida a magnitude e direção de σ1 e σ3 é possível encontrar as tensões normal e
cisalhante em qualquer outra direção, conforme as equações desenvolvidas a seguir, como
mostra a figura a seguir.
TENSÕES NOS SOLOS
Procedimento idêntico pode ser utilizado traçando-se por σ3 uma paralela ao plano principal
menor (ppm). A figura a seguir mostra como determinar o pólo e as tensões na ruptura.
Qualquer linha reta traçado através do pólo ou origem dos planos (ponto P) intersecionará o
circulo em um ponto que representa as tensões sobre um plano inclinado de mesma direção
desta linha.
Exemplo 1: Dado o estado de tensões apresentado abaixo, determine as tensões que atuam
no plano bb.
EXERCÍCIOS
Resolução:
EXERCÍCIOS
Resolução:
TENSÕES TOTAIS, EFETIVAS E NEUTRAS
O principio básico introduzido por Terzaghi que em solos saturados a tensão efetiva é igual a
diferença entre a tensão total e a tensão neutra : σ' = σ - u .
As tensões de cisalhamento em qualquer plano são independentes da poro-pressão, pois a água
não transmite esforços de cisalhamento. As tensões de cisalhamento são devidas somente à
diferença entre as tensões normais principais e esta diferença é a mesma, tanto quanto se
consideram as tensões efetivas como as tensões totais, como se verifica pela fórmula proposta
por Terzaghi. Os círculos de Mohr para os dois tipos de tensão tem, portanto, o mesmo
diâmetro. Na figura a seguir está representado o efeito da poro-pressão no círculo de Mohr.
ATRITO
O atrito é função da interação entre duas superfícies na região de contato. A parcela da resistência devido
ao atrito pode ser simplificadamente demonstrada pela analogia com o problema de deslizamento de um
corpo sobre uma superfície plana horizontal.
A resistência ao deslizamento (τ) é proporcional à força normal aplicada (N), segundo a relação:
T=N.f
onde “f ” é o coeficiente de atrito entre os dois materiais. Para solos, esta relação é escrita na forma:
τ = σ . tg φ
onde “φ” é o ângulo de atrito interno do solo, “σ” é a tensão normal e “τ” a tensão de cisalhamento.
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
ATRITO
Nos materiais granulares (areias), constituídas de grãos isolados e independentes, o atrito é um misto de
escorregamento (deslizamento) e de rolamento, afetado fundamentalmente pelo entrosamento ou
embricamento dos grãos. Tal fato não invalida a aplicação da equação anterior a materiais granulares. A
figura a seguir mostra os tipos de movimentos de materiais granulares quanto submetidos a esforços
cortantes.
Enquanto no atrito simples de escorregamento entre os sólidos o ângulo de atrito “φ” é praticamente
constante, o mesmo não ocorre com os materiais granulares, em que as forças atuantes, modificando sua
compacidade e portanto, acarretam variação do ângulo de atrito “φ”, num mesmo solo. Portanto, o
ângulo de atrito interno do solo depende do tipo de material, e para um mesmo material, depende de
diversos fatores (densidade, rugosidade, forma, etc.). Por exemplo, para uma mesma areia o ângulo de
atrito desta areia no estado compacto é maior do que no estado fofo (φ densa > φ fofa).
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
COESÃO
Segundo Vargas (1977), de uma forma intuitiva, a coesão é aquela resistência que a fração argilosa
empresta ao solo, pelo qual ele se torna capaz de se manter coeso em forma de torrões ou blocos, ou
pode ser cortado em formas diversas e manter esta forma. Os solos que têm essa propriedade chamam-
se coesivos. Os solos não-coesivos, que são areias puras e pedregulhos, esborroam-se facilmente ao
serem cortados ou escavados.
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
COESÃO
Suponha que a superfície de contato entre os corpos, na Figura abaixo esteja colada. Na situação quando
N = 0, existe uma parcela da resistência ao cisalhamento entre as partículas que é independente da força
normal aplicada. Esta parcela é definida como coesão verdadeira.
A coesão é uma característica típica de solos muito finos. A coesão aumenta com: a quantidade de
argila; relação de pré-adensamento; diminuição da umidade ou aumento da sucção.
A coesão verdadeira ou real definida anteriormente deve ser distinguida de coesão aparente.
Esta última é a parcela da resistência ao cisalhamento de solos úmidos (parcialmente saturados),
devido à sucção, que atrai as partículas. No caso da saturação do solo a coesão tende a zero.
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
τ = c + σ . tg φ ou S = c + σ . tg φ
onde “τ” é a resistência ao cisalhamento do solo, "c" a coesão ou intercepto de coesão, "σ" a tensão
normal vertical e "φ" o ângulo de atrito interno do solo.
Como princípio geral, deve ser fixado que o fenômeno de cisalhamento é basicamente um fenômeno de
atrito e que, portanto, a resistência ao cisalhamento dos solos depende, predominantemente, da tensão
normal ao plano de cisalhamento.
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Estado 2 - O circulo de Mohr está inteiramente abaixo da envoltória. A tensão cisalhante (τα) no plano
de ruptura é menor que a resistência ao cisalhamento do solo (τ) para a mesma tensão normal. Não
ocorre ruptura.
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Estado 3 - O círculo de Mohr tangência a envoltória de ruptura. Neste caso atingiu-se, em algum plano,
a resistência ao cisalhamento do solo e ocorre a ruptura. Esta condição ocorre em um plano inclinado a
um ângulo "α critico" com o plano onde atua a tensão principal maior.
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Estado 4 - Este círculo de Mohr é impossível de ser obtido, pois antes de atingir-se este estado de
tensões já estaria ocorrendo ruptura em vários planos, isto é, existiria planos onde as tensões cisalhantes
seriam superiores à resistência ao cisalhamento do solo.
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
O plano de ruptura forma o ângulo α com o plano principal maior. Do centro do círculo de Mohr
(ponto D), ao se traçar uma paralela à envoltória de resistência, encontra-se que o ângulo 2α é igual ao
ângulo φ mais 90º.
ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Cisalhamento direto
Cisalhamento direto
A amostra é colocada numa caixa metálica bipartida
Carga vertical P mantida constante
Carga horizontal F crescente até a ruptura
O ensaio é repetido para três ou mais corpos de prova idênticos, utilizando valores diferentes de P
ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Cálculos
Fase de preparação da amostra
Nesta fase, são determinados alguns índices físicos: teor de umidade, peso específico total e
densidade dos grãos.
Em seguida, determina-se o índice de vazios.
Fase de consolidação
Aplica-se a força normal e aguarda-se o processo de consolidação. Ao final deste, o novo
índice de vazios é calculado por:
ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Cálculos
Fase de cisalhamento
São seguidas as seguintes etapas:
A envoltória de resistência é dada pela reta que mais se aproxima dos pontos de ruptura dos ensaios
ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
VANTAGENS:
LIMITAÇÕES:
Curvas tensão cisalhante por deformação, (b) curvas variação de volume por deformação, (c )
envoltória de resistência.
ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Cisalhamento direto
O ensaio de cisalhamento direto pode, em principio, ser do tipo: ensaio rápido, ensaio adensado
rápido e ensaio lento.
Ensaio de cisalhamento direto rápido - esse se caracteriza pela aplicação simultânea
inicial da tensão normal (σ) constante e cisalhante (τ) que deverá aumentar gradativamente
até a ruptura do corpo de prova.
Ensaio de cisalhamento direto adensado rápido - aplica-se a tensão normal (σ) e após
a estabilização das deformações verticais devido à essa tensão que será mantida constante
sobre o corpo de prova, aplica-se a tensão cisalhante (τ), crescente até a ruptura.
Ensaio de cisalhamento direto lento - a tensão normal (σ) é aplicada e, após o
adensamento da amostra, a tensão cisalhante (τ) é aplicada, gradativamente, até a ruptura
(permitindo dissipação das pressões neutras), com uma diferença fundamental dos ensaios
rápido e adensado rápido, a velocidade de aplicação da tensão cisalhante (τ) e/ou a velocidade
de deformação do corpo de prova devem ser mínimas, da ordem de 10 mm/min.
ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Compressão Triaxial
A envoltória de resistência é dada pela reta que mais se aproxima da tangente aos círculos de Mohr de
ruptura.
ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Ensaio de tração
Ensaio a volume constante
Ensaio de K0
Ensaio com trajetória de tensões controlada
ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Compressão Simples
Compressão Simples
Terzaghi e Peck (1948), correlacionaram o número de golpes obtido no ensaio SPT (ensaio de
penetração estática) com a resistência à compressão simples de argilas saturadas. Os resultados
estão indicados na Tabela a seguir.
Através do ensaio de compressão simples em argilas pode-se definir a sua sensibilidade, isto é, a
maior ou menor perda de resistência de uma argila, que ocorre pelo amolgamento (perda da
estrutura). A sensibilidade (St) é definida como a relação entre a resistência à compressão simples
no estado indeformado e a resistência à compressão simples no estado amolgado
ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS