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GLICERINA

Biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, que pode ser


obtido por diferentes processos tais como o craqueamento, a esterificação ou pela
transesterificação. Pode ser produzido a partir de gorduras animais ou de óleos vegetais,
existindo dezenas de espécies vegetais no Brasil que podem ser utilizadas, tais como
mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e soja, dentre
outras.

Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções. A mistura de 2%


de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o
biodiesel puro, denominado B100.

Segundo a Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, biodiesel é um “biocombustível


derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição
por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que
possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”.

A transesterificação é processo mais utilizado atualmente para a produção de biodiesel.


Consiste numa reação química dos óleos vegetais ou gorduras animais com o álcool
comum (etanol) ou o metanol, estimulada por um catalisador, da qual também se extrai
a glicerina, produto com aplicações diversas na indústria química.

Além da glicerina, a cadeia produtiva do biodiesel gera uma série de outros co-produtos
(torta, farelo etc.) que podem agregar valor e se constituir em outras fontes de renda
importantes para os produtores.

As vantagens do biodiesel

• É energia renovável. As terras cultiváveis podem produzir uma enorme variedade de


oleaginosas como fonte de matéria-prima para o biodiesel.

• É constituído por carbono neutro, ou seja, o combustível tem origem renovável ao


invés da fóssil. Desta forma, sua obtenção e queima não contribuem para o aumento de
CO2 na atmosfera, zerando assim o balanço de massa entre emissão de gases dos
veículos e absorção dos mesmos pelas plantas.
• Contribui ainda para a geração de empregos no setor primário, que no Brasil é de suma
importância para o desenvolvimento social. Com isso, evita o êxodo do trabalhador no
campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e favorecendo o ciclo da economia
auto-sustentável essencial para a autonomia do país.

• Com a incidência de petróleo em poços cada vez mais profundos, muito dinheiro esta
sendo gasto na prospecção do petróleo o que torna cada vez mais onerosa a exploração
e o refino das riquezas naturais subsolo no Brasil, havendo então a necessidade de se
explorar os recursos da superfície o que pode ter um fim social melhor para o país, visto
que o cultivo e a colheita das plantas oleaginosas, como a mamona e o pinhão manso,
são vegetações naturais do semi-árido e não requerem nenhum investimento e uma
vez, que até a colheita sera feita manualmente pelos próprios nordestinos evitando o
êxodo rural para os grandes centros.

• Nenhuma modificação nos atuais motores do tipo ciclo diesel faz-se necessária. Desta
forma, é mais simples e menos oneroso os fabricantes conservarem a tecnologia do que
modificar os atuais motores, como foi o caso da tecnologia auto-regulável do motor
Elsbett que já pode funcionar com qualquer tipo de mistura oleaginosa e inclusive
biodiesel com banha.

Desvantagens na utilização do Biodiesel

• Os grandes volumes de glicerina previstos como subprodutos e equivalentes entre 5 e


10% do produto bruto e que não servem nem para piso asfaltico, não poderão ter
colocação mesmo se negociados a preços irrisórios e desse modo, todo o programa de
despoluição dos rios e lagos brasileiros incluindo a fauna, serão afetados e junto o
esforço dos ambientalistas.

Para se ter uma idéia da quantidade de glicerina resultante no Programa Biodiesel (B2),
basta dizer que no período inferior a 1 ano, os tanques de combustível das refinarias,
dos postos de revenda e veículos consumidores, seriam insuficientes para armazenar
esse rejeito e se não for urgentemente desenvolvido uma tecnologia similar ao Motor
Diesel, capaz de absorver esses derivados, dissipando-os na atmosfera e sem poluir, não
há ainda uma visão clara sobre os impactos ambientais desta oferta de glicerina, haja
visto, tratar-se também de matéria prima indispensável na industrialização de
explosivos como o TNT e que infelizmente, no Brasil, não se conhece ainda outras
aplicações que explorem “as reações associadas ao glicerol“ de forma mais controlável
e para uso energetico, que é o que se deve atingir.
• No Brasil e na Ásia, lavouras de soja e dendê, cujos óleos são fontes potencialmente
importantes de biodiesel, estão invadindo florestas tropicais, importantes bolsões de
biodiversidade. Embora, aqui no Brasil, essas lavouras não tenham o objetivo de serem
usadas para biodiesel, essa preocupação deve ser considerada.

• A produção intensiva da matéria prima de origem vegetal leva a um esgotamento das


capacidades do solo que provoca estragos a médio prazo, para além da destruição da
fauna e flora natural, aumentando o risco de erradicação de espécies e aparecimento
de novos parasitas e o retorno da malária.

Aspectos econômicos do biodiesel

Em 2002, a demanda total de diesel no Brasil foi de 39,2 milhões de metros cúbicos, dos
quais 76% foram consumidos em transportes. O país importou 16,3% dessa demanda, o
equivalente a US$ 1,2 bilhão. Como exemplo, a utilização de biodiesel a 5% no país,
demandaria, portanto, um total de dois milhões de metros cúbicos de biodiesel.

Fundamentos estratégicos do biodiesel

O biodiesel, não deve ser visto apenas como um produto, mas também como um projeto
a nível governamental, que tem como missão, promover a curto prazo, a fusão dos
recursos renováveis (biocombustível) com os esgotáveis (petróleo), subentendendo-se
que; somente os as refinarias autorizadas pela ANP poderão proceder a mistura dos
esgotáveis com os renováveis e a conseqüente comercialização através de conveniados.

Mistura biodiesel/diesel

O biodiesel pode ser usado misturado ao óleo diesel proveniente do petróleo em


qualquer concentração, sem necessidade de alteração nos motores Diesel já em
funcionamento, porém em alguns motores antigos no Brasil necessitam de alterações.

A concentração de biodiesel é informada através de nomenclatura específica, definida


como BX, onde X refere-se à percentagem em volume do biodiesel ao qual é misturado
ao diesel do petróleo. Assim, B5, B20 e B100 referem-se, respectivamente às misturas
de Biodiesel/Diesel com porcentagens de biodiesel de 5, 20 e 100%.

Importância estratégica

Pode cooperar para o desenvolvimento econômico regional, na medida em que se possa


explorar a melhor alternativa de fonte de óleo vegetal (óleo de mamona, de soja, de
dendê, etc.) específica de cada região. O consumo do biodiesel em lugar do óleo diesel
baseado no petróleo pode claramente diminuir a dependência ao petróleo (a chamada
"petrodependência"), contribuir para a redução da poluição atmosférica, já que contém
menores teores de enxofre e outros poluentes, além de gerar alternativas de empregos
em áreas geográficas menos propícias para outras atividades econômicas e, desta
forma, promover a inclusão social.

Projeto piloto

Cidades como Curitiba, capital do Estado do Paraná, Brasil, possuem frota de ônibus
para transporte coletivo movida a biodiesel. Esta ação reduziu substancialmente a
poluição ambiental, aumentando, portanto, a qualidade do ar e, por conseqüência, a
qualidade de vida num universo populacional de três milhões de habitantes.

Acredita-se que até 2010 mais de quinhentas cidades estarão com o biodisel em suas
bombas.

Links:
* Biocombustíveis - Artigo de Branca Medina.
* Resolução nº42 da ANP, de 24 de novembro de 2004 - Estabelece a especificação de
biodiesel no Brasil
* Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel - Brasil
* BiodieselBR - Tudo sobre Biodiesel
* H-BIO: O novo diesel da Petrobras

Fontes:
Wikipédia e MMA - www.biodiesel.gov.br/ (Portal do Programa Nacional de Produção e
Uso do Biodiesel).

http://www.biologo.com.br/artigos/biodiesel.html 23/07/15 12:33

De soja, mamona, dendê,


canola, algodão, babaçu...

Diesel produzido com óleos de grãos são aposta do governo


brasileiro para o futuro. Na próxima década, país deve passar
a consumir 2 bilhões de litros do combustível vegetal por ano

Como é produzido?
O biodiesel, uma alternativa ao óleo diesel mineral derivado do petróleo, é produzido a
partir de óleos vegetais extraídos de diferentes matérias-primas, como soja, mamona,
dendê, girassol, amendoim, algodão, babaçu, canola e gordura animal. Pode ainda ser
obtido com o reaproveitamento de óleos vegetais que sobram de frituras, por exemplo.
De maneira geral, o processo de produção do biodiesel envolve o esmagamento dos
grãos das matérias-primas para a extração de seus óleos, que são posteriormente
reagidos com um álcool � etanol ou metanol. Esta reação gera o novo combustível em
seu estado puro, conhecido por B100. Cada matéria-prima produz um biodiesel com
diferentes níveis de combustão e capacidade de lubrificação. Variam também o teor de
óleo em cada vegetal, bem como a produtividade que proporcionam. Segundo a
Empraba (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), 48% da mamona se transforma
em óleo, ao contrário, por exemplo, do dendê, que rende apenas 22% de óleo. Por outro
lado, um hectare de dendê pode gerar 4 toneladas de biodiesel � a mesma área de
plantação de mamona produz apenas 0,7 toneladas. De acordo com um estudo feito
pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, a soja é hoje a matéria-prima de utilização
imediata mais viável para se produzir o biodiesel no Brasil. A estrutura já existente para
o seu plantio, distribuição e esmagamento dos grãos não requer muitos investimentos
extras, o que barateia o preço final do combustível � por enquanto, o biodiesel ainda é
mais caro que o diesel mineral.

Qual é sua importância para a economia nacional?


O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, criado pelo governo em 2004,
prevê a adição obrigatória de 2% desse combustível ao diesel tradicional a partir de
2008. Em 2013, este percentual sobe para 5%, o que deve gerar demanda anual superior
a 2 bilhões de litros de biodiesel. Para cumprir essa meta, projeções dão conta de que
será preciso dobrar a capacidade atual de produção do combustível até 2008. De acordo
com a Associação dos Produtores de Biodiesel, os aportes em novas usinas passaram de
100 milhões de reais em 2005 para 600 milhões em 2006. Em 2007, o setor deve fechar
o ano com 1,2 bilhão de reais investidos. Em tese, com o biodiesel será possível reduzir
a despesa com a importação do óleo diesel, o que proporcionaria uma economia de
divisas da ordem de 9,4 bilhões de reais por ano.

Quantos empregos gera no Brasil?


Mesmo entre fontes oficiais, não há consenso sobre quantos empregos a indústria do
biodiesel gera hoje no país. Comparando-se projeções da Embrapa e do ministério de
Minas e Energia, conclui-se que o combustível tem potencial para criar entre 270.000 e
500.000 postos de trabalho nos próximos anos � a maioria para mão-de-obra não
qualificada.

É um combustível poluente?
A principal vantagem do biodiesel é a ausência de enxofre em sua composição, que por
si só reduz em no mínimo 15% a emissão de poluentes na atmosfera. Além disso, o
volume de gás carbônico liberado durante sua queima é praticamente o mesmo retirado
do ar pelas plantações de soja, mamona e dendê, entre outras oleaginosas. Anulando a
emissão de enxofre e CO2, o biodiesel torna-se uma alternativa viável ao diesel
tradicional, um dos derivados do petróleo mais nocivos ao meio ambiente.

Como é o mercado internacional do produto?


A Alemanha lidera a fabricação e o consumo do biodiesel e responde por mais da
metade da produção européia. Em 2006, registrou demanda superior a 2 bilhões de
litros. Os postos do país já vendem até biodiesel puro, o chamado B-100. Apesar de
existir desde o início do século XX, a adoção comercial do combustível se difundiu na
Europa a partir do final dele. O início da produção na Áustria e na França deu-se em 1988
e, em 1997, os Estados Unidos aprovaram o biodiesel como combustível alternativo.
Apesar do começo tardio, já haviam no país 35 usinas em 2005 � hoje, passam de 100.
Na França, onde a Shell começou a comercializar o biodiesel em 1994, os níveis de adição
ao diesel comum chegam a 5% e podem atingir 30% para aplicações específicas. Outros
países a utilizar o combustível em escala crescente são a Itália, a Bélgica e o Canadá.
Enquanto em 2004 foram produzidos cerca de 2,5 bilhões de litros de biodiesel no
mundo, a quantidade saltou para 8 bilhões de litros em 2006.
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/energias_alternativas/contexto3.html
23/07/15 12:34

Rejeito de biodiesel vira produto químico valioso graças à biotecnologia

O biodiesel é bio - não-fóssil e renovável - mas não é isento de rejeitos. E o maior


problema no seu processo produtivo chama-se glicerol, uma espécie de glicerina que
sobra como resíduo no final da produção do biodiesel e para o qual ainda não há uma
solução definitiva.

Existe um mercado restrito para o glicerol mas o crescimento da produção de biodiesel


saturou esse mercado e agora é necessário desenvolver novas soluções em termos de
reciclagem ou de reaproveitamento desse material em outros processos industriais.

Processos biotecnológicos
Recentemente, pesquisadores brasileiros desenvolveram uma técnica para transformar
essa glicerina em biogás utilizando biotecnologia.

Agora, também utilizando microorganismos, cientistas da Universidade Rice, nos


Estados Unidos, desenvolveram um processo de fermentação que permite que a E. coli
e outras bactérias intestinais convertam a glicerina em ácidos orgânicos úteis em vários
processos industriais e, portanto, com valor de mercado.

Transformando rejeito em lucro


"A nova via metabólica que nós descobrimos abre caminho para o desenvolvimento de
novas tecnologias para converter esse rejeito em compostos químicos de alto valor,"
conta o professor Ramon Gonzalez.

O processo de fermentação também pode ser utilizado para transformar o glicerol em


etanol. Mas os pesquisadores afirmam que utilizá-lo para produzir ácidos orgânicos,
como formatos e sucinatos, é ainda mais eficiente e gera produtos com maior valor de
mercado.
Condições especiais de fermentação
Até agora se acreditava que o glicerol somente poderia ser fermentado por organismos
capazes de produzir um composto químico chamado 1,3-PDO (1,3-propanodiol). Só que
nenhuma das bactérias mais comumente utilizadas em biotecnologia - como a E. coli e
a Saccharomyces cerevisae - consegue fazer isto.

O que a equipe do Dr. Gonzalez descobriu é que é possível usar o 1,2-PDO, um composto
muito similar ao 1,3-PDO e com a grande vantagem de poder ser produzido pela E. coli.

"A razão pela qual isto não havia ainda sido descoberto antes provavelmente é que a E.
coli exige uma configuração especial de condições de fermentação para que esta via seja
ativada," diz Gonzalez. "Não foi fácil ajustar essas condições, de forma que não é o tipo
de processo em que alguém iria tropeçar por acidente."

O processo foi licenciado para uma empresa de biotecnologia que prometeu colocar a
primeira planta-piloto em atividade dentro de 12 meses.

http://www.biodieselbr.com/noticias/biodiesel/r1-rejeito-biodiesel-produto-quimico-
valioso-biotecnologia-03-07-08.htm 23/07/15 12:49

UFMG estuda transformação de glicerina em ácido fórmico

Desde que começou a ser produzido, o biodiesel é apontado como alternativa


sustentável aos combustíveis fósseis. Agora pesquisadores da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) prometem diminuir ainda mais o impacto ambiental dessa fonte
de energia, ao criar um processo mais simples e barato para a produção de ácido fórmico
que poderá reaproveitar parte da glicerina gerada durante a produção do
biocombustível.

O coordenador do projeto, o químico ambiental Luiz Carlos de Oliveira, do


Departamento de Química da UFMG, explica que menos de um oitavo da glicerina
coproduto do biodiesel é devidamente aproveitada. Esse grande desperdício ocorre
porque a glicerina deve ser purificada antes de ser reutilizada. “O processo de
purificação – feito por destilação a vácuo – é muito caro e de difícil operação, o que faz
com que seja pouco usado”, esclarece Oliveira.
Por ser um álcool, a glicerina tem pH muito baixo e, em contato com rios e lagoas, pode
aumentar a acidez do meio e prejudicar a vida de animais e plantas. Ao mesmo tempo,
possui muita matéria orgânica, que pode causar o crescimento excessivo de vegetação
nesses locais.

O processo criado por Oliveira transforma a glicerina residual do biodiesel em ácido


fórmico, que poderá ser usado pela indústria petroquímica para a produção de plásticos
ou pela indústria do curtume no preparo de couro. Até hoje o Brasil não produz ácido
fórmico e importa a maior parte do produto da China.

Para transformar a glicerina em ácido fórmico, o químico usou um composto à base do


minério nióbio para quebrar suas moléculas. Oliveira revela que a escolha pelo nióbio
se deu pela abundância desse minério em território nacional: “Noventa e cinco por
cento do nióbio existente no mundo está em Minas Gerais. Precisamos aproveitar
nossas jazidas”, diz.

Apesar das vantagens do novo método, o pesquisador afirma que ele não irá substituir
a destilação a vácuo. “Na destilação, obtém-se glicerina pura, que vai ser usada pela
indústria farmacêutica na fabricação de cosméticos e sabonetes.”

A pesquisa, que começou em 2011, já passou pelos testes de bancada – em que se


constatou que o nióbio transformava a glicerina residual em ácido fórmico – e agora
está em processo de simulação de produção industrial. “Queremos saber se a reação
pode ocorrer em larga escala, em quanto tempo e quanto seria gasto”, conta Oliveira.

A etapa seguinte será um estudo de mercado para a construção de um polo industrial


de reaproveitamento de glicerina. A equipe pretende entregar, até agosto de 2014, os
dados do estudo para que a Petrobras analise a possibilidade de investimento. “Como é
uma técnica inovadora, sustentável e que aproveita recursos nacionais, acredito que
não vai demorar muito para ser empregada”, torce o pesquisador.

Fonte: Ciência Hoje Online


Com adaptações BiodieselBR.com
http://www.fiepr.org.br/observatorios/biotec-agricola-
florestal/FreeComponent21849content239112.shtml 23/07/15 12:50

Bioprocessos na transformação de glicerina em produtos químicos

Recentemente a empresa Gavilon, trading de grãos norte-americana, anunciou que não


fará mais parte do mercado de glicerina. Soluções alternativas para aproveitamento
deste subproduto da fabricação de biodiesel são bem-vindas

A glicerina é o principal subproduto da produção de biodiesel – são gerados 10m³ a cada


90 m3 do biocombustível. Em 2011, as usinas geraram mais de 270 mil m3 de glicerina,
de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A
maior parte desse material era exportada na forma bruta, que tem baixo valor comercial
– cerca de US$ 0,30 por quilo. Recentemente a empresa Gavilon, trading de grãos norte-
americana, anunciou que não fará mais parte do mercado de glicerina.

A obtenção de insumos para a indústria a partir da glicerina é uma das frentes de


pesquisa em que a Embrapa Agroenergia está investindo com o objetivo de agregar valor
à cadeia produtiva do biodiesel. Em trabalho de pós-doutorado realizado no Instituto
Militar de Engenharia (IME/RJ) no ano passado, a pesquisadora Mônica Damaso
conseguiu produzir xilitol e sorbitol a partir da biotransformação da glicerina bruta por
fungos filamentosos. O xilitol e o sorbitol são químicos do tipo blocos construtores, ou
seja, são empregados na geração de produtos para diversos tipos de indústrias, como a
química, a alimentícia e a farmacêutica.

Nos laboratórios da Embrapa Agroenergia, outras estratégias também estão sendo


utilizadas para aproveitamento da glicerina. Em um dos projetos, que é financiado pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), os
pesquisadores estão buscando bactérias e leveduras eficientes na biotransformação
desse subproduto.

Para mais informações, acesse o site da Embrapa.

http://www.fiepr.org.br/observatorios/biotec-agricola-
florestal/FreeComponent21849content215378.shtml 23/07/15 12:51
Biotecnologia brasileira transforma rejeito de glicerina em energia

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) identificou


bactérias que degradam a glicerina para sua transformação em biogás. O trabalho utiliza
o resíduo bruto da glicerina gerado pela produção de biodiesel que, por não poder ser
vendido como matéria-prima para indústrias como a de cosméticos, acaba sendo
descartado em aterros industriais.

Bactérias produzem biogás

De acordo com a coordenadora do estudo, Maria de Los Angeles Palha, professora do


Departamento de Engenharia Química da UFPE, o biogás é produzido quando um
aglomerado bacteriano, presente no esterco bovino e composto por várias espécies de
microrganismos, é colocado em contato com a glicerina bruta em equipamentos
biodigestores.

"O biogás gerado é o metano, que pode ser utilizado como combustível para a produção
de energia elétrica. A partir de bactérias existentes nos dejetos do gado, o processo de
biodigestão faz com que a biomassa seja fermentada, em diferentes etapas, para a
obtenção do biogás", disse a pesquisadora à Agência FAPESP.

"Os microrganismos se alimentam dos nutrientes do esterco, que é colocado em contato


com a glicerina líquida, para transformá-la em metano por meio de reações
bioquímicas", disse Maria, que é coordenadora do curso de engenharia química da
UFPE. A reação química ocorre na ausência do oxigênio, uma vez que as bactérias
empregadas são anaeróbicas.

Rejeitos de glicerina

Calcula-se que para cada litro de biodiesel produzido sejam descartados,


aproximadamente, 300 mililitros de glicerina. A preocupação dos pesquisadores é com
o aumento dessa quantidade de rejeito depois que o país adotar a adição de 5% de
biodiesel ao diesel, prevista para ocorrer em 2013. Com isso, poderá haver mais glicerina
do que as indústrias são capazes de utilizar.
"Já a partir de julho as indústrias deverão começar a adicionar 3% de biodiesel ao diesel,
o chamado B3. O excedente de glicerina bruta no mercado, por conta da maior produção
nacional do biocombustível, leva a investir em tecnologias dessa natureza, levando em
conta as concentrações ótimas de todas as substâncias envolvidas no processo", afirmou
Maria.

Além do biodiesel produzido a partir de oleaginosas, outras pesquisas indicam a


possibilidade de produzi-lo a partir de óleos que sobram em cozinhas industriais, por
exemplo. "Nesse caso, a glicerina resultante não é nobre, como a utilizada pela indústria
de cosméticos e fármacos. E o foco de nosso trabalho é justamente esse subproduto
mais bruto, que polui o meio ambiente quando descartado incorretamente", disse.

Glicerina e esterco

Após a identificação do consórcio de bactérias que degrada a glicerina, o próximo passo


do estudo é analisar a relação entre os teores de glicerina e esterco empregados no
processo de biodigestão com a quantidade e a qualidade do gás metano gerado.

"Estamos estudando as concentrações ideais para estabelecer parâmetros de produção


do biogás em larga escala. Os primeiros resultados dessa linha de pesquisa devem ser
divulgados em meados de 2009", disse Maria de Los Angeles Palha. O estudo conta com
recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=biotecnologia-
brasileira-transforma-rejeito-de-glicerina-em-energia#.VbEIc_lVikp 23/07/15 12:52

Glicerina - Sub-produto do biodiesel

Perspectivas
Os excedentes de glicerina derivada do biodiesel poderão levar a grandes reduções no
preço, eliminando parte da produção de glicerina de outras fontes, hoje de 0,8 a 1,0 M
t/ ano. Com as reduções substanciais de preço, deverão também entrar no mercado de
outros polióis, em particular o sorbitol. Na Europa, o aumento de biodiesel, para atingir
apenas alguns pontos porcentuais do diesel, cobriria grande parte da demanda atual por
glicerol.
Buscam-se novas aplicações de grandes volumes para glicerina no mundo, e isto
provavelmente se dará nos intermediários para plásticos, como o propanodiol - PDO,
contudo não são soluções de curto prazo.

O cuidado a ser tomado, juntamente com o desenvolvimento de outros usos, é não usar
nos estudos de custos os créditos para glicerina com base nos valores de mercado de
hoje.

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Mercado - Glicerol
O Glicerol é produzido por via química ou fermentativa. Tem uma centena de usos,
principalmente na indústria química. Os processos de produção são de baixa
complexidade tecnológica.

A produção por síntese microbiana predominou até que a síntese química, de


subproduto do propileno, avançou em 1950. Agora, com o declínio na produção de
polipropileno, as fermentações voltaram a ocupar espaço no mercado. O mercado de
volumes e preços oscilou muito na última década.

Entre 1995-2003, os preços oscilaram entre US$ 1.08/ lb e US$ 0.60/ lb, com tendência,
nos últimos anos74, para US$ 1.00/ lb.

As aplicações principais hoje são:


• Síntese de resinas, ésteres 18%
• Aplicações farmacêuticas 7%
• Uso em cosméticos 40%
• Uso alimentício 24%
• Outros 11%

A demanda cresce mais nos mercados de uso pessoal e higiene dental, e alimentos, onde
o produto tem maior pureza e valor. Corresponde a 64% do total. Em alimentos, a
demanda de glicerina e derivados cresce em 4% ao ano.
Depois de fortes oscilações na década de 90, desde 2000 o mercado para glicerina volta
a crescer. Uma grande fonte agora na Europa e nos Estados Unidos é a glicerina
proveniente do biodiesel.

Drogas
O glicerol é atualmente um dos ingredientes mais utilizados na indústria farmacêutica
na composição de cápsulas, supositórios, anestésicos, xaropes e emolientes para cremes
e pomadas, antibióticos e anti-sépticos.

Cosméticos
Por ser não-tóxico, não-irritante, sem cheiro e sabor, o glicerol tem sido aplicado como
emoliente e umectante em pastas de dente, cremes de pele, loções pós-barba,
desodorantes, batons e maquiagens.

Tabaco
O glicerol tem sido empregado no processamento de tabaco a fim de tornar as fibras do
fumo mais resistentes e evitar quebras. É empregado na composição dos filtros de
cigarros e como veículo de aromas.

Têxteis
Amaciar e aumentar a flexibilidade das fibras têxteis.

Outros
Pode ainda ser empregado como lubrificante de máquinas processadoras de alimentos,
fabricação de tintas e resinas, fabricação de dinamite etc.

Alimentos e bebidas
O glicerol pode ser usado como umectante e para conservar bebidas e alimentos tais
como refrigerantes, balas, bolos, pastas de queijo e carne, ração animal seca. Todas
estas aplicações utilizam hoje principalmente sorbitol. É possível que o glicerol venha a
tomar parte dos mercados de sorbitol, se os preços caírem nos próximos anos em função
de superprodução, com o biodiesel.
Aplicação exclusiva do glicerol: por ser um componente estrutural de lipídeos tem sido
utilizado em preparações de molho para salada, coberturas de doces e sobremesas
geladas.

Outro mercado muito importante, e exclusivo, que provavelmente vai se desenvolver


com a maior oferta de glicerol, é a aplicação deste para a síntese de moléculas de alto
valor agregado. Entre estas está o PDO (propanodiol), a partir de fermentação do
glicerol, para uso em plásticos. Matéria-Prima do futuro para fermentações de: 1,3
propanodiol e dihidroxiacetona.

Se o glicerol tiver um grande crescimento de oferta com redução de preços em função


da produção de biodiesel, e grande parte do mercado de sorbitol for substituído por
glicerol nas aplicações de drogas, cosméticos e outros, teríamos uma nova demanda de
glicerol estimada em 300 mil t por ano.

Muitas aplicações de sorbitol em alimentos poderão ser substituídas pelo glicerol. Do


ponto de vista tecnológico, existem poucas aplicações para as quais a glicerina não
entraria no mercado de sorbitol.

A produção de glicerol foi de 800 mil t/ano em 2000; a produção advinda de biodiesel
(Europa e EUA) em 2000 já era de 10% do total; em 2002, estimava-se em 200 mil t/
ano.

http://www.biodieselbr.com/biodiesel/glicerina/biodiesel-glicerina.htm 23/07/15
12:53

http://www.uff.br/sbqrio/novidades/Novidades2009/Biodiesel%20Glicerina%20Glicer
ol.html 23/07/15 12:54

Fontes de informação:

Plastics From Biomass? Inexpensive Method For Removing Oxygen From Biomass
Discovered. Matéria da ScienceDaily de 16 de junho de 2009. Disponível em
<http://www.sciencedaily.com/releases/2009/06/090616144533.htm>. Acesso em 3
julho 2009.
Bergman, R. G.; Ellman, J. A.; Arceo, E. R. Synthesis of allyl alcohol useful in synthesis of
e.g. polymers, involves providing glycerol and carboxylic acid to reaction mixture,
heating the mixture under inert atmosphere, and distilling allyl alcohol from the reaction
mixture, Pat. No. WO2008092115-A1, Data Pub. 31 Julho, 2008. [Disponível em:
<http://www.wipo.int/pctdb/en/wo.jsp?WO=2008092115>. Acesso em: 11 julho 2009]

Arceo, E.; Marsden, P.; Bergman, R. G.; Ellman J. A. An efficient didehydroxylation


method for the biomass-derived polyols glycerol and erythritol. Mechanistic studies of
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Para citar esta matéria:


Ribeiro, N. M. Uma nova solução para a superprodução de glicerina, Novidades na
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