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Ao: Dr. Procurador Trabalhista da Prefeitura Municipal de São Sebastião.

Eu, Eduardo Acciaris Leite, servidor municipal cadastrado sob o número de


matrícula 6759-8, lotado no C.O.I. – Centro de Operações Integradas, subordinado à
Secretaria de Segurança Urbana, venho, por meio da presente, apresentar o seguinte
pleito, dentro do que me é permitido pelo Direito e a jurisprudência.

No ano de 2017, os agentes de monitoramento e demais funcionários lotados


no Centro de Operações Integradas, pleiteamos o recebimento do adicional de
periculosidade previsto na Lei Complementar nº 146/2011, doravante denominada
Estatuto dos Servidores Públicos do Município de São Sebastião que trouxe em seu
arcabouço, ​in verbis:

“Art. 126 Além do vencimento e das vantagens previstas nesta lei, e daquelas obrigatórias por força da
Constituição Federal, serão deferidos aos servidores as seguintes
gratificações e adicionais:

(...)

VI - adicionais de insalubridade, ​periculosidade​, risco atividade e penosidade;

(...)

Art. 139 Será concedido adicional de insalubridade ou periculosidade ao servidor municipal


que exerce atividade considerada insalubre ou perigosa.

Parágrafo único. A atividade insalubre ou perigosa é aquela exercida em local insalubre ou


perigoso, assim considerados aqueles que tenham sido previamente
avaliados e classificados pela Administração Pública.

(...)

Art. 141 O adicional de periculosidade será de 20% (vinte por cento) calculado sobre o salário
base do servidor solicitante.

(...)

Parágrafo único. Compete ao órgão responsável pela Segurança do Trabalho Municipal


elaborar laudo de avaliação e classificação dos locais e atividades
insalubres ou perigosas expedindo laudo avaliatório, e dele
discordando, o servidor interessado, fica-lhe assegurado o direito de
solicitar a elaboração de novo laudo.

Art. 143 ​Os adicionais serão devidos enquanto persistirem as ações dos agentes a que se
refere esta subseção da atividade​.” (Grifo nosso).
A gratificação pleiteada foi concedida aos que a ela faziam jus, iniciando-se o
seu pagamento junto com os salários seguintes após o deferimento.

Porém o direito à gratificação por periculosidade não nasce com o


reconhecimento do mesmo e tão somente, haja vista que o perigo inerente ao cargo já
existia desde o momento da posse deste por parte do servidor signatário deste pleito,
pois os riscos decorrentes da função acompanham-na por sua natureza, não podendo
a municipalidade alegar que o servidor jazia seguro em seu posto de trabalho antes
que houvesse a avaliação e a classificação por parte da Administração Pública.

O agente de monitoramento lotado no C.O.I., desde o momento em que inicia


suas atividades é passível de se tornar alvo de uma retaliação por parte de pessoas que
violaram a Lei de alguma forma e que foram flagradas por nossas câmeras ou foram
denunciadas em nossos ramais telefônicos de emergência.

Seguindo o mesmo raciocínio, vale salientar que o material visual obtido por
nossas câmeras se destina, muitas vezes, a integrar processos cíveis e criminais, ou
ainda autuações de trânsito que, por sua vez, despertam a animosidade e o que há de
pior na natureza humana dos que desconsideram o ordenamento jurídico e a ordem
social por ele mantida.

Em uma melhor descrição da atividade a ser classificada como passível de


receber a gratificação por periculosidade, a Lei nº12.740/2012 traz, em seu arcabouço
uma definição pertinente ao caso que, embora ciente da inaplicabilidade da CLT aos
funcionários estatutários, ilustra com clara definição:

“LEI Nº 12.740 DE 08.12.2012

(...)

"Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na


forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,
impliquem risco acentuado em virtude de ​exposição permanente do
trabalhador a:

(...)

II - roubos ou ​outras espécies de violência física nas atividades


profissionais de segurança pessoal ou patrimonial​.” (Grifo nosso).

Assoma-se o fato de que nossas instalações são frequentadas, pela natureza


de nosso trabalho, por policiais civis e militares, os quais contam com ampla
colaboração de nossa secretaria e buscam no C.O.I. vídeos e imagens para emprego no
trabalho investigativo e repressivo, sendo notório o contato dos servidores do setor
com os mais diversos ramos da segurança pública, coadunando com meus argumentos
a seguinte jurisprudência:
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. Servidores públicos municipais
designados para exercerem funções na Delegacia de Policia.
Vantagem concedida pela Administração a partir de determinado
momento. Período anterior que íambém deve ser considerado.
Vantagem devida desde o inicio de exercício nas condições de perigo
reconhecidas pela Administração. Honorários advocatlcios reduzidos
para dez por cento do valor da condenação. Demanda procedente.
Recurso parcialmente provido.

(TJ-SP - -....: 34234620088260144 SP, Relator: Edson Ferreira, Data de


Julgamento: 01/12/2010, 12ª Câmara de Direito Público, Data de
Publicação: 13/12/2010)

Ante o acima exposto, ​peço que sejam pagos os valores referentes ao


adicional de periculosidade retroativos até a data de minha posse no cargo de
Agente de Monitoramento, em novembro de 2015.

Desde já, grato pela atenção dispensada e pedindo vossa deferência:

São Sebastião, 31 de julho de 2019

_______________________
Eduardo Acciaris Leite
Agente de Monitoramento
Matrícula: 6759-8

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